Maio, mês dos Museus
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Maio, mês dos Museus
junho 2006 20 > Maio, mês dos Museus – Museus cumpriram objectivos! [ editorial ] Ao findar o primeiro semestre Maio, mês dos Museus de 2006, a RPM publica o seu Boletim > Acolhimento da Delegação do Departamento de Museus do IPHAN n.º 20 num período que para muitos museus – Museus cumpriram objectivos! sabe ainda às memórias do efervescente Este ano consagrado ao > PAQM 2005 – Projectos apoiados mês de Maio. Se tem sido crescente a ade- tema Os Museus e os são dos museus portugueses às datas Jovens, o Dia Interna- comemorativas que fazem de Maio o mês cional dos Museus, cele- dos museus, com especial destaque para brado no dia 18 de o Dia Internacional dos Museus e mais Maio, e a Noite dos recentemente para a Noite dos Museus, Museus, comemorada > Acompanhamento dos Museus da RPM > Visitas a Museus dos Açores > Normas e Procedimentos de Conservação Preventiva Bases Orientadoras no presente ano assumiu particular noto- no dia 20 de Maio, cati- > Acções de Formação RPM/2006 riedade a dimensão das iniciativas promovi- varam muito expres- > Participação em Encontros das, desde logo pela quantidade e sobre- sivamente os museus da > A Casa de Camilo no Século XXI, por José Manuel de Oliveira tudo pela diversidade e pela abrangência. RPM e uma ampla diver- Atrevemo-nos mesmo a avançar a ideia de sidade de públicos. As > Musealização e Ampliação do Tesouro Museu da Sé de Braga, por Paulo Providência que a visibilidade pública das manifestações comemorações não se culturais desenvolvidas pelos museus encon- cingiram àquelas datas, estendendo-se por todo o mês de Maio, trou como nunca novos canais de divulga- com a oferta de uma multiplicidade de iniciativas, desta vez, muito ção, com particular destaque para a aten- marcadas por um espírito aberto à “juventude de cada idade”. ção da comunicação social. Vale a pena a No conjunto dos museus da RPM, mais de 85 museus aderiram às este propósito salientar as boas alianças referidas celebrações com um número superior a 460 iniciativas que se estabeleceram com os meios de programadas para o efeito, para além de alguns oferecerem entrada comunicação, fosse no âmbito global, atra- gratuita aos seus visitantes. É de destacar a enorme diversidade vés dos esforços de divulgação conjunta das iniciativas e a criatividade manifesta na abordagem do tema efectuados pelo IPM, fosse no âmbito parti- proposto pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM), com o > Dissertações cular de cada museu e da rentabilização intuito de reforçar o diálogo com os jovens, envolvendo-os nas > Encontros dos seus contactos de referência. O papel actividades através da apresentação e da organização de oficinas > Notícias Museus RPM > Edições de Museus RPM > Em Agenda... > Outras Notícias - Encontro Terrassa LANA 2006 - Maria Emília dos Santos e Silva Amaral Teixeira - Domingos Francisco - Henri Campagnolo (cont. na página 2) (continuação da página anterior) desempenhado pela comunicação social na divulgação seja a propósito das normas e procedimentos de con- das actividades promovidas pelos museus em Maio merece servação preventiva, cujo grupo de trabalho levou a cabo da parte da RPM e certamente dos directores e técnicos no mês de Junho participadas reuniões de debate e de dos museus alguma reflexão quanto às possibilidades e esclarecimento em Lisboa e no Porto. às oportunidades de atingir os públicos para os quais os São do norte do País os dois exemplos de recente quali- museus trabalham. A par desta divulgação assistiu-se a ficação de museus, já concluída na Casa de Camilo em uma explosão de formas personalizadas de levar com Famalicão e em curso no Tesouro-Museu da Sé de Braga, ritmo frequente até à caixa de correio electrónico de que dão azo aos dois artigos centrais deste número, cada um (profissional, visitante, professor, amigo do respectivamente da autoria de José Manuel Oliveira e museu) a informação sobre a oferta de actividades que de Paulo Providência. cada museu engendrou para este festivo Maio. Por uma infeliz coincidência lembram-se neste número Se a actividade museológica esteve efusivamente voltada três companheiros da jornada museológica que partiram: para fora, foi este período também marcado pelo esforço Maria Emília Amaral Teixeira, antiga directora do Museu de documentação da própria gestão dos museus, a que Nacional Soares dos Reis e do Museu Alberto Sampaio; obriga a produção da documentação prescrita na Lei Domingos Francisco, técnico do Museu Municipal de Quadro dos Museus Portugueses. Para muitas equipas Coruche; e Henri Campagnolo, investigador do Centre dos museus este tem sido um tempo de produção de National de la Recherche Scientifique e docente convidado regulamentos, normas e procedimentos, cuja utilidade de universidades portuguesas. Na homenagem que se à maior eficácia das instituições museológicas é inegável. lhes presta nestas páginas, patenteia-se o respeito por Nesta medida têm-se multiplicado as oportunidades de obras tão diferentes, em todas, porém, estando presentes debate e de confronto que a produção desta documen- a devoção aos museus e à Museologia e a qualidade de tação implica, seja nos casos em que se constituíram “ver mais além” ao longo do percurso da vida. grupos regionais de trabalho, como Isabel Fernandes dá conta a propósito do grupo de museus do norte que Clara Camacho periodicamente reúne e debate os documentos em curso, Subdirectora do Instituto Português de Museus (continuação da página anterior) Maio, mês dos Museus ligadas a formas de expressão que lhes são próprias, das nos museus da RPM, na sua maior parte, com em particular no campo da arte (ex: Graffiti), da música o objectivo de ir ao encontro do público jovem, mui- (ex: Bandas de Garagem) e da dança (ex: Hip Hop). tas vezes recorrendo a parcerias com associações Inauguração de exposições, concursos, projecção de de juventude, o Instituto Português da Juventude, filmes, animação de rua e desfiles, bancas de vendas, associações culturais, grupos musicais, autarquias, conferências, palestras e debates, jogos e acções lúdicas, bombeiros, grupos de amigos dos museus, escolas e lançamento de livros ou de sítios na Internet, oficinas artistas. pedagógicas e workshops, música e dança, concertos É caso para reconhecer que os museus cumpriram os e espectáculos, visitas guiadas, passeios e peddy-papers, objectivos propostos tendo em conta a significativa performances e instalações, dramatizações e espectá- participação de públicos e a expressiva presença de culos de teatro foram algumas das actividades realiza- jovens nas actividades desenvolvidas. z 2 | Boletim Trimestral Notícias RPM Acolhimento da Delegação do Departamento de Museus do IPHAN (Brasil) Entre os dias 2 e 5 de Maio, esteve em Portugal a Museu Nacional de Etnologia com os coordenadores Delegação do Departamento de Museus do IPHAN dos cursos de pós-graduação e mestrado em Museo- (Brasil) para reuniões e visitas de trabalho no âmbito logia das seguintes universidades: Universidade do de uma cooperação estabelecida com o Instituto Porto, Universidade de Coimbra, Universidade Nova Português de Museus (IPM). de Lisboa, Faculdade de Belas Artes de Lisboa, Univer- No primeiro dia, o acolhimento desta delegação foi sidade de Évora e Universidade Lusófona. feito no Palácio Nacional da Ajuda, após o que se Durante a tarde, foram visitados alguns dos núcleos seguiu uma reunião com a direcção do IPM, com que integram o Ecomuseu Municipal do Seixal (inte- os dirigentes dos respectivos serviços e com a grado na RPM) com a sua Directora, Dra. Graça Filipe. Estrutura de Missão Rede Portuguesa de Museus. No último dia, foi organizada uma visita ao Insti- Com o acompanhamento do Director do Museu tuto Português de Conservação e Restauro (IPCR) Nacional de Etnologia, Doutor Joaquim Pais de Brito, e a alguns dos seus laboratórios, seguida de uma visita foi efectuada uma visita às respectivas exposições ao Museu Nacional do Azulejo com o seu Director, e às recentemente inauguradas Galerias da Amazónia Dr. Paulo Henriques. À tarde, a Delegação do IPHAN (reservas ainda visitou a Loja dos Museus do IPM instalada no Palácio teve lugar uma visita ao Museu Nacional de Arqueo- Foz na Praça dos Restauradores, com o acompa- logia com a presença do seu Director, Dr. Luís Raposo. nhamento da sua responsável, Dr.ª Inês Freitas. No dia seguinte, a referida Delegação brasileira des- Ao fim da tarde, a Delegação brasileira ainda teve locou-se a Mértola para visitar o Museu (integrado oportunidade de estar presente na inauguração da na RPM) e os respectivos núcleos museológicos, bem exposição “Artistas viajantes e o Brasil do século XIX como o Campo Arqueológico de Mértola, com o – Colecção Brasiliana” na Galeria D. Luís do Palácio seu Director, Dr. Cláudio Torres. Nacional da Ajuda, no âmbito das comemorações No dia 4 de Maio, foi organizada uma reunião no do Dia da Cultura da CPLP. z visitáveis). Na mesma tarde, PAQM 2005 – Projectos apoiados A cerimónia de assinatura dos acordos de colaboração apoiadas, correspondendo a oitenta projectos e a um entre o IPM/RPM e as entidades beneficiárias apoiadas total de 466.420,67 Euros. pelo Programa de Apoio à Qualificação de Museus Na distribuição dos projectos por programa, destaca- (PAQM), em 2005, realizou-se no dia 23 de Março -se a sua expressiva incidência na área da comunicação de 2006 no Museu Nacional de Etnologia. Foram trinta (45%) seguida da conservação preventiva (31%) e da e nove os museus cujas candidaturas ao PAQM foram investigação (24%). PAQM 2005 – Distribuição dos projectos apoiados P2. Investigação e Estudo de Colecções 19 24% P3. Conservação Preventiva 25 31% P3.1. Aquisição de Equipamentos para Conservação Preventiva 10 12% P3.2. Aquisição de Equipamentos para Reservas 14 18% P3.3. Aquisição de Serviços Especializados 1 1% P.4 Acções de Comunicação 36 45% P4.1. Acções de Acolhimento e de Comunicação 21 26% P4.2. Apoio a Projectos Educativos 15 19% Total de projectos candidatados 80 100% Rede Portuguesa de Museus | 3 Projectos Apoiados no âmbito do PAQM 2005 Programa de Apoio à Investigação e Estudo de Colecções (P2.) Ecomuseu Municipal do Seixal: Estudo e digitalização de plantas de bens imóveis da Mundet (edifícios da antiga fábrica. Museu Anjos Teixeira: Reedição de obra sobre escultura de Anjos Teixeira. Museu de Arte Contemporânea de Serralves: Continuação do estudo e inventário da colecção. Museu de Arte Sacra e Etnologia: Estudo das Colecções de Etnologia. Museu do Brinquedo: Continuação da execução do inventário do acervo do Museu. Museu do Carro Eléctrico do Porto: Edição do 1º volume da colecção de fotografia do Museu; Edição do Guia de Visita em versão inglesa. Museu Convento dos Lóios: Estudo sobre o convento e a congregação dos Lóios e design para a respectiva publicação. Museu Escolar de Marrazes: Inventário e digitalização de imagens. Museu Ferreira de Castro: Reedição de cartas de Ferreira de Castro e edição de mini-roteiro do Museu. Museu da Fundação Cupertino de Miranda: Estudo da colecção “Gonçalo Duarte” e produção de cartaz, catálogo e tela. Museu Municipal de Alcochete: Estudo sobre as igrejas de Sabonha e São Francisco. Museu Municipal de Benavente: Estudo e inventário da colecção de alfaia agrícola para um novo núcleo e instalação de reservas visitáveis no Celeiro dos Arcos. Museu Municipal de Faro: Estudo da Colecção do Material de Cerâmica Islâmica do Museu Municipal de Faro. Museu Municipal de Penafiel: Estudo da colecção da necrópole arqueológica de Monteiras; estudo da colecção relativa ao ofício de carpinteiro. Museu Municipal de Santiago do Cacém: Estudo da colecção de terra sigilatta africana. Museu de Olaria: Estudo “A Louça de Prado”. Museu de São Roque: Edição do livro “S. Francisco Xavier”. Programa de Apoio à Conservação Preventiva (P3.) Casa-Museu Abel Salazar: Aquisição de material de acondicionamento e de iluminação adequada. Museu de Arqueologia e Numismática de Vila Real: Aquisição de mobiliário apropriado para reservas. Museu Bernardino Machado: Aquisição de material de acondicionamento de bens em reserva. Museu do Caramulo: Equipamento de conservação preventiva. Museu do Carro Eléctrico: Equipamento de acondicionamento e de conservação para as reservas. Museu Escolar de Marrazes: Aquisição de estantes para reservas. Museu da Fundação Cupertino de Miranda: Mobiliário para acondicionamento da colecção Cesariny. Museu Municipal de Alcochete: Equipamento de monitorização e controle das condições de conservação preventiva. Museu Municipal de Coruche: Equipamento para reservas destinado ao novo edifício do museu. Museu Municipal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim: Aquisição de equipamento de conservação preventiva; Armários arquivadores para quadros. Museu Municipal de Faro: Acondicionamento em reserva de fotografias do fundo antigo do museu. Museu Municipal Leonel Trindade: Aquisição de equipamento de conservação preventiva. Museu Municipal de Moura: Equipamento de conservação preventiva para o núcleo do Lagar de Varas de Fojo. Museu Municipal de Penafiel: Equipamento de conservação preventiva; Equipamento para reservas. Museu Municipal de Santarém: Equipamento para reservas; Estudo para preparação do Plano de Conservação Preventiva do Museu. Museu Municipal de Santiago do Cacém: Aquisição de mobiliário para reservas. Museu Municipal de Vila Franca de Xira: Material de acondicionamento de fotografias em reserva. equipamento de monitorização para reservas. Museu da Pólvora Negra: Equipamento de monitorização de conservação preventiva. Museu de Vila do Conde: Aquisição de equipamento de conservação e de mobiliário para as futuras reservas do núcleo-sede. 4 | Boletim Trimestral Programa de Apoio a Acções de Comunicação (P.4) Casa-Museu Guerra Junqueiro: Painel expositivo sobre a história da ourivesaria. Casa-Museu Leal da Câmara: CD-Rom interactivo sobre os três museus da Câmara Municipal de Sintra; acções lúdico-didácticas; edição de roteiro infantil. Ecomuseu Municipal do Seixal: Edição de brochura e folheto bilingues; edição do catálogo Quem diz cortiça diz Mundet, quem diz Mundet diz cortiça; edição de folheto sobre a extensão da Quinta de S. Pedro. Museu da Água: Edição de livro em braille sobre o museu. Museu de Arte Sacra: Catálogo da exposição “Eucaristia – Mistério da Luz”; Criação de Sítio do Museu na Internet. Museu do Caramulo: Edição de catálogo com legendagem em Inglês e castelhano. Museu do Carro Eléctrico: Implementação de um sistema de auto-guia. Museu da Cidade – Museu Romântico: Reedição de material didáctico “Bonecos de recortar”. Museu da Fundação Cupertino de Miranda: Sítio na Internet do Museu. Museu Municipal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim: acção pedagógica sobre o museu e material de divulgação. Museu Municipal de Faro: Criação de Sítio na Internet do museu; Jogos multimédia; Kiko e Kamica – O Mosaico Oceano. Museu Municipal de Loures: A Mudança nas paisagens em Loures – edição em papel e em CD-Rom; “Aparecer para existir” – Os centros de documentação dos Museus de Loures na Internet. Museu Municipal de Moura: Catálogo sobre o Castelo de Moura; Edição de novos folhetos sobre o Museu e os seus núcleos. Museu Municipal de Penafiel: Material de divulgação diverso “As Artes do ferro”. Museu Municipal de Santarém: Construção de Sítio do Museu na Internet; Maleta pedagógica. Museu Municipal de Vila Franca de Xira: Edição de folheto em português, inglês e braille e do catálogo da exposição “Arte e Devoção”; Sinalética do Núcleo da Igreja do Mártir Santo; Animação musical no museu; Teatro de Robertos. Museu do Papel Moeda: Projecto educativo “Douro acima”. Museu da Pólvora Negra: Edições e ateliers diversos. Museu da Quinta de Santiago: 10 anos do museu – livro referente ao projecto “Aprender com arte no Jardim” e seminário internacional sobre serviços educativos. Museu da Villa Romana do Rabaçal: Execução de um Puzzle e de um CD-Rom sobre o Museu. Museu de São Roque: Projecto educativo “Vamos conhecer o Oriente com S. Francisco Xavier”. Museu dos Transportes e Comunicações: Projecto de História Oral em DVD. Acompanhamento dos Museus da RPM Tendo em conta as exigências do novo enquadramento da Subdirectora do IPM e de Directores de museus legal, a Estrutura de Missão Rede Portuguesa de Museus tutelados pelo IPM. Estando quase a finalizar o prazo (EMRPM) tem acompanhado o processo de transição de adequação às exigências da Lei, designadamente dos museus da RPM para o sistema de credenciação no que respeita à existência de documentação obri- introduzido pela Lei Quadro dos Museus Portugueses. gatória, a EMRPM centrará o seu trabalho, nos próxi- Desde o princípio do ano até 15 de Junho, foram mos meses, na visita aos museus em falta, na apreciação efectuadas mais quarenta visitas técnicas a museus da referida documentação e dos resultados observados localizados em vários pontos do País (Continente e nas visitas realizadas no âmbito da evolução qualitativa Ilhas), algumas das quais têm beneficiado da presença dos museus. z Visita a Museus dos Açores Entre os dias 28 e 31 de Março, foram realizadas pela Machado, em Ponta Delgada (Ilha de São Miguel), e Subdirectora do IPM e pela Dr.ª Cláudia Jorge Freire, aos Museus de Ilha de Santa Maria e da Graciosa, Técnica da Estrutura de Missão Rede Portuguesa de museus integrados na RPM no âmbito da cooperação Museus, reuniões e visitas de trabalho ao Museu Carlos estabelecida por protocolo entre o Instituto Português Rede Portuguesa de Museus | 5 de Museus/Rede Portuguesa de Museus e a Direcção reuniões permitiram igualmente acompanhar o trabalho Regional de Cultura dos Açores. em curso de adequação aos quesitos exigidos pela Lei Estas visitas tiveram como principais objectivos: o contacto Quadro dos Museus Portugueses. com os responsáveis e com os técnicos dos museus, o Esta deslocação reforçou e aprofundou a articulação conhecimento das suas instalações, colecções, actividades institucional entre o IPM e a Direcção Regional de internas e actividades dirigidas ao público, bem como Cultura dos Açores no âmbito da boa cooperação das suas potencialidades e carências. As visitas e as entre ambos os organismos. z Normas e Procedimentos de Conservação Preventiva – Bases Orientadoras Na sequência do que foi anunciado no Encontro dos para participarem em sessões de esclarecimento orga- Museus da RPM decorrido no dia 24 de Março no nizadas no dia 19 de Junho, no Museu Nacional de Museu Nacional de Etnologia, o grupo de trabalho, Etnologia, em Lisboa, e no dia 21, no Museu Nacio- constituído por elementos do IPM e do IPCR, responsável nal de Soares dos Reis, no Porto. Nestas sessões puderam Informações e contactos pela elaboração de um documento orientador das ser debatidas questões relacionadas com o teor do refe- Grupo de Trabalho Conservação Normas e Procedimentos de Conservação Preventiva, rido documento, bem como questões correspondentes finalizou uma proposta do mesmo, a qual foi de imediato a necessidades e a práticas específicas de conservação remetida aos museus da RPM, a par de um convite preventiva das colecções nos museus da RPM. z Preventiva [email protected] Acções de Formação RPM / 2006 Data Tema / Coordenação Local 22-24 Maio Museu e acessibilidades Coordenação: Clara Mineiro Porto, Museu Nacional Soares dos Reis 5-8 Junho Programação e produção de exposições Coordenação: María de Jesús Ávila Faro, Museu Municipal de Faro 19-26 Junho Atendimento e vigilância nos museus Coordenação: Isabel Silva Funchal, Casa-Museu Frederico de Freitas 5-7 Julho Concepção de sítios de Internet em museus Coordenação/Formação: Adolfo Silveira Lisboa, Museu Nacional de Arqueologia 25-27 Setembro Concepção de sítios de Internet em museus Coordenação/Formação: Adolfo Silveira Angra do Heroísmo, Direcção Regional da Cultura dos Açores (Palacete Silveira e Paulo) 16-19 Outubro Programas educativos em museus Coordenação: Maria Deolinda Cerqueira Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian 23-26 Outubro Inventário do património móvel Coordenação: Paulo Costa Fátima, Museu de Arte Sacra e Etnologia Participação em Encontros Encontro do European Museum Forum Teve lugar no Museu da Farmácia, em Lisboa, nos A iniciativa teve início no dia 10 de Maio com a passados dias 10 a 13 de Maio, o encontro e a cerimónia apresentação do projecto BRIKS, sobre Museus e de entrega dos prémios do European Museum Forum. Informática, a qual contou com a presença da O museu premiado foi o Cosmo Caixa de Barcelona, Subdirectora do Instituto Português de Museus e do tendo sido nomeado para o prémio um museu por- Dr. Paulo Ferreira da Costa, Director de Serviços de tuguês, o Museu de (a) Brincar, situado em Arronches. Inventário do IPM. z 6 | Boletim Trimestral RPM [email protected] Prémio EMYA • XIII Encontro Nacional Museologia e Autarquias • Conferência internacional Lifelong Museum Learning Por iniciativa da Universidade Lusófona, em parceria A APOREM, em parceria com a Fundação Portuguesa com o MINOM e com o Instituto Português da das Comunicações/Museu das Comunicações, promoveu, Qualidade, decorreu nas instalações daquele Instituto, nos passados dias 31 de Maio a 2 de Junho, a conferência no passado dia 26 de Maio, o XIII Encontro Nacional Lifelong Museum Learning, uma iniciativa internacional Museologia e Autarquias, subordinado ao tema com objectivos de reflexão e debate sobre a temática A Qualidade em Museus: Avaliação, Auto-avaliação, da educação de adultos nos museus. Ferramentas, Critérios e Normas. A Subdirectora do IPM apresentou uma comunicação Foram apresentados e debatidos assuntos relacionados intitulada “Activities for Adults in Portuguese Museums”, com a avaliação e a auto-avaliação em museus, subordinada ao tema da educação em museus e dos designadamente incidindo sobre as possibilidades do projectos educativos actualmente em desenvolvimento uso da ferramenta da Common Assessment Framework nos museus da RPM. (CAF), bem como com a programação e a gestão de Destacam-se também as intervenções de Kirsten museus. Gibbs, representante da direcção do ENGAGE (Reino Das intervenções ocorridas destacamos a comunicação Unido), intitulada “Working with adults in museums do Dr. Pierre Mayrand, a do Prof. Doutor Mário and galleries”, de Massimo Negri, do European Moutinho, a da Drª Isabel Victor sobre “A aplicação do Museum Fórum, intitulada “The Museum Environment Modelo CAF, o caso dos serviços educativos dos Museus – welcoming for learning”, de Susana Gomes da Silva, Municipais de Setúbal” e a do Prof. Doutor Fernando do Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian, António Baptista Pereira em conjunto com a Drª Ana e ainda de Helen O’ Donoghue, do Museu de Arte Mercedes Stoffel dedicada ao tema “A Programação e Moderna de Dublin, intitulada “Working with the gestão museológicas e os sistemas da qualidade”. community – projects with young and older people”. z Artigo A Casa de Camilo no Século XXI * Bibliotecário e Museólogo José Manuel de Oliveira* Chefe de Divisão do Património Histórico-Cultural do Departamento de Educação Camilo Castelo Branco, que era já em 1850 um dos bens, a casa e a quinta de S. Miguel de Seide, nos Nova de Famalicão mais conceituados e temidos escritores portugueses, arredores de Vila Nova de Famalicão. É nelas que, [email protected] viu-se envolvido, nessa altura, num escândalo no Inverno desse ano, Camilo vem instalar a sua amoroso que revolucionaria a sua vida. Ana Plácido, oficina das Letras. uma jovem de 19 anos, casada com um abastado A existência que o escritor aqui irá levar marcará comerciante do burgo portuense, Pinheiro Alves, o esgotamento da torrente de paixões avassaladoras rende-se aos seus encantos. a que desde a juventude se entregara, passando a Incapaz de a demover da relação, o marido traído viver num misto de trabalhos forçados, em que, move-lhes um processo por crime de adultério. Ana recolhido no seu escritório, se debruçava a escrever e Camilo são presos na Cadeia da Relação do Porto, sobre uma austera escrivaninha de madeira para mas serão absolvidos. ganhar o pão de uma família, e a viver um drama Desgostoso com a decisão do tribunal, o marido com a mulher, que para uns já deixara de amar, morre em 1863, deixando em herança a Manuel mas que para outros se tornara a sua imprescindível Plácido, que supunha ser seu filho, entre outros colaboradora, a companheira inseparável e a enfer- e Cultura da Câmara Municipal de Vila Rede Portuguesa de Museus | 7 meira física e moral da família, com um filho criando condições para essa promoção, mediante esquizofrénico, outro estroina e femeeiro, e o ter- a constituição de bases de dados bibliográficos, ceiro, a quem era devotadíssimo, mas que morreu documentais e iconográficos, e acolhendo todos ainda novo. quantos quisessem desenvolvê-los ou de outro modo A 1 de Junho de 1890, com 65 anos, vendo-se interessar-se por eles. completamente cego e sem esperança, suicidou-se. O património entretanto reunido no Museu, que Por motivos nunca de todo averiguados, será esta compreende vários milhares de objectos, foi casa de S. Miguel de Seide o “paradigma do assom- acondicionado para garantir o seu manuseamento bramento do seu génio”. Ardeu inexplicavelmente rápido e seguro e para propiciar condições de uma em 1915, embora não havendo quase nada no seu adequada exploração científica. Porém, a inexistência interior cuja perda se lamentasse; foi reedificada, e de meios técnicos sem os quais, nos dias de hoje, doada à autarquia famalicense, para abrir como não é possível facultar um melhor conhecimento Museu Camiliano, em 1922. Os interiores foram da vida e da obra de Camilo, sobretudo quando os totalmente apeados, na década de 40, para que o programas são dirigidos a diversos tipos de destina- edifício fosse restituído à traça original, e abrir, tários definidos pelos seus níveis etários, pelos como Casa-Museu de Camilo, em 1956. A moradia diferentes graus de preparação cultural e pelas suas voltaria a ser intervencionada por mais três vezes, opções artísticas, concorreram para que se projectasse provando que a casa sempre encontrou quem, um edifício à sombra tutelar do museu que pudesse vencendo obstáculos e desânimos, no-la restituísse, por responder às exigências referidas e aos deveres fora e por dentro, como se, a todo o momento, Camilo culturais que a figura e a obra de Camilo impõem ali estivesse para regressar. [Efectivamente] é um aos responsáveis pela maior e mais significativa milagre de boa vontade e de persistência o que se tem parte da sua memória . passado com a [Casa-Museu de Camilo, sobretudo] Foi assim que surgiram as novas instalações da Casa num país como o nosso, tão indiferente aos lugares de Camilo, construídas em terrenos que lhe são onde o génio viveu e operou, e tão negligente em acautelar fronteiros, inauguradas a 1 de Junho do ano passado, 1 Casa de Camilo – Museu (fachada posterior) 2 1 Chorão, João Bigotte – Camilo. Lisboa: Vega, [19_ _]. pp. 76-77. 3 espólios que vêm a dispersar-se ou a perder-se . por ocasião dos 180 anos da morte do seu patrono . Em 1987, a Câmara Municipal de Vila Nova de Excelente exemplar da arquitectura portuguesa Famalicão, no desejo de materializar propósitos contemporânea, o edifício começou a ser concebido antigos de que a habitação de Seide, em consciente desde o fim da Expo-98, data em que foi entregue assunção das funções que lhe são próprias, deveria ao Arquitecto Álvaro Siza Vieira o programa preli- cumprir um papel mais activo e decisivo no quadro minar, o qual estabelecia claramente o que se pre- das instituições culturais portuguesas, que não se tendia em termos das necessidades a satisfazer e 2 V. Aníbal Pinto de Castro – Um novo ciclo nos Estudos Camilianos. Vila Nova de Famalicão. Câmara Municipal: Casa de Camilo, 2005. pp. 4-5. Brochura de inauguração do Centro de Estudos Camilianos. 3 Para melhor organização dos serviços e para a elaboração do desenho do logóti- limitasse a assegurar a realização de visitas guiadas, das carências a colmatar, e deixava expressa a inten- a conservar acervos e a fazer exposições temporárias, ção de que a obra a realizar não descaracterizasse ou, melhor dizendo, que a casa não se encerrasse o museu e a quinta onde estava implantado. - a residência do escritor, como CASA DE num modelo museológico que presenteia o visitante Até à conclusão das obras, que obtiveram co-finan- CAMILO – Museu; com uma memória petrificada ou mumificada do ciamento através de projecto de candidatura apre- génio que a habitou, criou o Centro de Estudos sentado à Medida 1.2 – Modernização e Dinamização Camilianos, vendo nisso a melhor forma de dos Museus Nacionais do Programa Operacional da potenciar e valorizar o património camiliano Cultura e ao Programa Integrado Turístico de Natu- concelhio e nacional. Procurava-se que o Centro reza Estruturante e Base Regional (PITER I), as fosse pólo aglutinador da investigação da temática soluções encontradas resultaram sobretudo de um camiliana, cabendo-lhe promover e apoiar a excelente diálogo entre o Arquitecto Siza Vieira, a investigação no domínio dos Estudos Camilianos, Autarquia e a Direcção do Museu, sendo mais um po, passou a designar-se os dois edifícios do seguinte modo: - e as novas instalações, como CASA DE CAMILO – Centro de Estudos. 8 | Boletim Trimestral Casa de Camilo – Centro de Estudos (vista aérea) Átrio Principal Auditório 4 V. Brochura “Casa de Camilo: Seide” edifício de consensos do que de imposição de exigên- se promova e apoie a investigação e o estudo da cias de qualquer uma das partes, e onde as opções vida e da obra de Camilo. de arquitectura consideraram e respeitaram, no geral, Para também reabrir ao público em Junho de 2005, os requisitos técnicos que um Centro de Documen- o Museu teve significativos melhoramentos. Há tação hoje determina. muito que vínhamos sentindo a necessidade de Além de gabinetes de trabalho e de várias reservas efectuar uma nova abordagem da memória do para acondicionamento dos diferentes acervos, o novelista e de conferir à sua residência algum bom Centro Estudos compreende espaços públicos que gosto, sempre passível de reparos, para ser museu vêm contribuir para revitalizar toda a sua dinâmica e mais verdade humana para ser casa de habitação. didáctico-pedagógica. Permitimo-nos destacar, entre Na prática, desejava-se que, sem deslustrar o sim- eles: bolismo que aquele lugar assumiu na literatura - O Átrio principal, a partir do qual se acede a todos portuguesa, paradigma de quem sofreu para escrever os serviços a utilizar pelo público, e que faculta, sofrimento, se abrissem as portas com generosa em toda a sua extensão, diferentes ângulos de visão largueza, a todos os visitantes que a procuram, mas do museu; sobretudo aos mais jovens, tirando de cada um dos - O Auditório, apetrechado com cabinas de projecção objectos guardados dentro daquelas paredes a marca e de tradução simultânea, de camarins e palco, com triste de despojos frios, fazendo deles pedras vivas de uma capacidade para assegurar 140 lugares sentados, uma pedagogia da nossa cultura e da memória que, ao que está prioritariamente vocacionado para a reali- longo dos tempos, a tem conservado e mantido de zação de debates, conferências, colóquios, congres- geração em geração. [Deste modo, estaríamos a fazer] sos, acolhimento de grupos específicos, recitais de de cada visita, não uma romagem, mas uma aposta piano, tertúlias literárias, leituras encenadas de tex- de esperança na perenidade [da cultura e da língua tos, projecção de cinema e de videogramas, apre- portuguesas] de que a obra do homem que lá viveu sentação de diaporamas, representação de pequenas constitui afirmação tão singular. [Tudo isto para que] peças de teatro ou de peças em teatro de marionetas uma visita a Seide [pudesse constituir] um convite para as escolas, ou ainda para a preparação prévia renovado à leitura de Camilo . das visitas à residência do romancista. Não se conhece nenhuma reprodução fotográfica - A Sala de Exposições, espaço amplo para possibilitar do interior da casa antes do incêndio, à excepção a realização de exposições temporárias sobre Camilo da que foi feita por Emílio Biel, em 1890, na qual e outros temas, de grande impacto para a nossa se vê o caixão com os restos mortais de Camilo na intervenção cultural, uma vez que representam uma sala de visitas. É certo que na reconstrução de 1956, das mais consistentes formas de comunicação e de foram preciosas as indicações da nora de Camilo captação de públicos, e porque, através delas, se que, tendo vivido na casa no tempo do escritor, procederá à divulgação das colecções da Casa de pôde orientar os trabalhos de forma a que a recons- Camilo e de outros acervos camilianos ou afins. trução fosse o mais fidedigna possível e que a - A Sala de Leitura, espaço privilegiado de pesquisa distribuição do mobiliário não desvirtuasse aquilo e de consulta do nosso acervo, dado que a Casa de que se julgava ser a “verdade histórica”. Porém, do Camilo é detentora de um vasto património com- mesmo modo que se foi alterando por fora a fisio- posto por várias dezenas de milhar de documentos, nomia da casa com as sucessivas obras de construção nomeadamente, monografias, periódicos, recortes civil, também no seu interior, o mobiliário e os de imprensa, cartas de e para o escritor, pinturas, objectos do escritor e da sua família nuclear, quase esculturas, gravuras e desenhos. Temos vindo a reali- todos recuperados, foram sendo aleatoriamente zar o inventário dos diversos acervos camilianos, arrumados, sem obedecer a uma lógica coerente e criando, assim, as condições necessárias para que compreensível, mas respeitando, no essencial, a - Edição da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, 2002. Sala de Exposições 4 Rede Portuguesa de Museus | 9 funcionalidade de cada espaço. Foi nesta perspectiva importantes para consolidar a relação do museu que procurámos trabalhar: com os estabelecimentos de ensino secundário e - por um lado, e considerando também o fim a universitário. O programa dessas acções tem que se destinavam as divisões interiores, manti- estabelecidas linhas orientadoras da futura acção vemos nelas o mobiliário que mais lhes estava pedagógica, cultural e científica, que foram defi- associado, redistribuindo outro existente na casa, nidas, atenta a circunstância invulgar de a Casa- de modo a valorizar o ambiente familiar e, sobre- -Museu estar dotada de valências estruturais, raras tudo, a fazer com que a casa parecesse mais noutras casas de escritores, as quais determinam humanizada e, consequentemente, mais habitável. a diversificação da actuação destes serviços para Eis, pois, um exemplo do resultado obtido no uma eficaz captação de públicos diferenciados, escritório de Camilo. nomeadamente nos domínios da documentação - por outro lado, e independentemente dos progra- e da informação, nos campos da museografia, da mas adequados a públicos específicos, urgia investigação e da acção cultural, bem como no conceber um percurso mais inteligível para as âmbito da promoção turística. visitas guiadas. Impunha-se sistematizá-lo melhor, Entendemos que o projecto camiliano de Seide proporcionando que o visitante interiorizasse uma reúne todas as condições para se tornar num ideia mais organizada e estruturada do pulsar da projecto de referência do que se pode fazer pela residência no tempo do escritor, e apreendesse os preservação e divulgação da vida e da obra de matizes biográficos das principais personagens um escritor, e o mesmo é dizer da língua portu- dos “dramas” que ali tiveram lugar, recortes guesa. Não basta, por vezes, sermos guardiães de perfeitos das melhores páginas da ficção camiliana. acervos magníficos, ou termos na nossa posse O percurso da visita, agora definido, começa por “espólios” que são páginas fundamentais da realçar a figura de Ana Plácido como escritora, história literária do país, se toda essa riqueza não dona de casa e mãe extremosa, provando o quanto for entendida como um património colectivo, a sua firmeza de carácter e a sua sensatez foram que tem de estar à disposição do conhecimento determinantes para nivelar, dentro daquelas quatro humano em prol do seu pleno usufruto cultural paredes, temperamentos tão difíceis. Apresentam- e científico. A Câmara Municipal de Vila Nova -se, de seguida, os filhos do casal, herdeiros de de Famalicão e a Casa de Camilo – Museu. Centro alguns dos piores traços de personalidade dos seus de Estudos tudo têm feito para ir ao encontro antepassados, onde os desvarios têm, quase sempre, destes princípios. Para isso conseguiram constituir foros de normalidade. Por último, e antes de descer a Associação das Terras Camilianas, composta por à galeria, as pessoas são convidadas a percorrer doze municípios portugueses directamente ligados os espaços onde Camilo escrevia, se recolhia para à vida e à obra do escritor e com importantes repousar e poria termo à vida, focalizando a acervos com ele relacionados, para que em atenção nas coordenadas que melhor concorrem conjunto melhor possam trabalhar na preservação para resumir a sua atribulada existência e definir e na divulgação dos patrimónios literários e o seu génio criador. arquitectónicos camilianos. Porque se os objectos As acções a levar a cabo no Museu ou no Centro pertencem por direito próprio aos particulares e de Estudos têm um programa específico em ordem às instituições, os seus conteúdos integram a à divulgação da vida, da obra e da época de memória colectiva do Povo Português e devem Camilo Castelo Branco, bem como ao conhe- estar ao seu serviço sempre que possam contribuir cimento de outros autores cuja produção está para a fruição cultural e a formação de todos os directa ou indirectamente relacionada com o cidadãos. z Romantismo e o Realismo, ou que se revelem 10 | Boletim Trimestral Escritório de Camilo (1933) Escritório de Camilo (1992) Escritório de Camilo (2005) Musealização e Ampliação do Tesouro Museu da Sé de Braga *Arquitecto Paulo Providência* [email protected] 1. urbano ocupado pelo Conjunto Monumental da Sé O Tesouro Museu da Sé de Braga encontra-se num de Braga, e serão talvez testemunho de uma ocu- processo de reestruturação alargada; essa reestru- pação exterior à muralha romana que delimitava a turação processa-se em duas fases, estando neste norte a Sé Catedral. momento concluída a primeira. Tratando-se de uma A estratégia de expansão passou em primeiro lugar área de expansão que encerra maior complexidade pela definição programática e funcional das áreas de funcionamento, onde se concentram os serviços consignadas, a que não foi indiferente a necessidade técnicos, reservas, serviços educativos, loja e salas de preservação das fachadas, das paredes divisórias de exposição do têxtil e ourivesaria, vamos resumida- de lote e das dimensões dos compartimentos dessas mente descrever as intenções e objectivos de habitações (fig. 0); por outro lado, tratava-se de musealização, assim como as previsões de funciona- inserir os programas e percursos numa lógica de mento daí decorrentes. continuidade espacial com o Edifício e Salas do O Tesouro Museu tem funcionado em duas salas Cabido pré-existentes. do edifício do cabido da Sé de Braga; a sua origem Considerando que a nova missão do Tesouro Museu histórica assim como a sua função não são muito é de estudo e conservação do seu património, de diferentes de parte dos Museus regionais criados clarificação das estratégias expositivas e formação no início do século XX; decorrente de uma ideia de públicos, definiu-se como funções prioritárias de preservação dos bens históricos e da sua aces- para a expansão o conjunto de actividades que pelas sibilidade aos cidadãos, como forma de instrução suas exigências técnicas (de conservação) ou visi- e identidade cultural, localiza-se no Edifício do bilidade pública fossem exponenciadas pela carac- cabido da Sé de Braga, inserido no seu Conjunto terização morfológica do edificado; quer isto dizer Monumental. A exposição permanente, disposta que todas as funções que exigissem forte infra- em duas salas, apresenta duas temáticas: representa- -estruturação de aclimatação (como é o caso das ções da piedade católica cristã através das colecções reservas de têxtil, serviços técnicos do Museu, etc.), de ourivesaria e marfins; representações do culto e ou tirassem partido da rua D. Diogo de Sousa como do bispado através de paramentaria e doações dos presença, contacto e visibilidade urbana (como por bispos de Braga. O acesso ao Museu é realizado exemplo a sala de actividades dos serviços educati- através do Claustro anexo à Sé Primacial; o acesso vos) fossem aí localizadas; assim, o programa Sobre a relação entre o Museu e o Con- ao Museu inclui-se num percurso de visita ao considera como funções principais a localizar na junto Monumental, actual ou previsível, Conjunto Monumental que inclui também visita expansão: ao coro alto, às capelas da Glória, Santo Amaro, • os serviços técnicos, em relação de proximidade Fig. 0 1 ver os nossos relatórios produzidos para a CCRN: “Tesouro Museu da Sé Catedral de Braga, Estudo de Condicionantes e dos Reis, da Piedade, etc. 1 e acessibilidade quer às reservas, aos serviços Apoio à Elaboração do Programa Prelimi- A área de expansão, em continuidade com o limite educativos, ou ainda às salas de exposição que nar de Intervenção – Relatório Preliminar, norte do Edifício do Cabido, caracteriza-se por um necessitem de maior rotatividade de peças (caso conjunto de casas de pequena dimensão adquiri- do têxtil); Março de 2005”; “Tesouro Museu da Sé Catedral de Braga, Estudo de Condicio- das para esse efeito e com acesso directo pela rua • as reservas, com acessos mecânicos, dedicadas às Preliminar de Intervenção – Relatório Final, D. Diogo de Sousa; este conjunto de casas é um colecções de maior exigência de conservação Dezembro de 2005”. elemento importante na configuração do quarteirão (têxtil, pintura); nantes e Apoio à Elaboração do Programa Rede Portuguesa de Museus | 11 • os serviços educativos, com acessibilidade e visi- pelos lotes urbanos. Não sendo possível, nem bilidade pública, não perturbando o funciona- desejável, estruturar estas salas com a amplidão das mento religioso e turístico do conjunto; Salas Grandes do Cabido, optou-se por uma • as salas de exposição de ourivesaria e têxtil, que estratégia inversa: caracterizá-las como salas de funcionarão numa estratégia de visita ao Tesouro pequena dimensão onde se dispõem núcleos do Museu como salas temáticas específicas, libertando Tesouro Museu, reforçando no contraste de escalas as salas maiores do edifício do cabido para exposi- o carácter precioso e intimista; esta caracterização ções mais abrangentes e de natureza propriamente é feita socorrendo-se das variações de pé-direito e religiosa. materiais de acabamento. A definição programática da área de expansão não A Sala de Exposição de Ourivesaria (figs. 1, 2) é descaracteriza o pequeno núcleo de casario, adequa- um espaço que comporta duas vitrinas para a -se à pequena dimensão do edificado, e valoriza exposição permanente de núcleos da colecção de uma presença urbana alternativa à do funcio- ourivesaria: estas vitrinas ocupam uma parede namento mais turístico e religioso do restante completa e dispõem de ambiente de iluminação Conjunto Monumental. difusa e constante; o espaço onde o público circula é de pé-direito mais elevado, induzindo uma 2. leitura das vitrinas como espaços côncavos; a A articulação entre as áreas de expansão e as áreas continuidade do material de revestimento em existentes é feita através das novas salas para as nogueira americana propicia vitrinas em perfeita colecções de têxtil e ourivesaria; estas salas fun- continuidade com tecto e pavimento. Essa con- cionarão em continuidade com as exposições a tinuidade é acentuada pela invisibilidade do vidro realizar nas salas actualmente existentes e ainda de protecção. A cor castanha escura e veio aceti- num conjunto de salas disponibilizadas através da nado da madeira provocam contraste com o libertação do actual piso de reservas do Museu (já dourado das peças em ouro e prata dourada, forta- que foram criadas novas reservas dedicadas ao têxtil, lecendo a sua presença. ourivesaria, pintura, talha, azulejaria, escultura e Esta sala tem ainda uma terceira vitrina, precisa- mobiliário). Exceptuando as reservas de ourivesaria, mente no ponto de pé-direito baixo que separa os o conjunto de reservas poderá ser inserido num dois núcleos de ourivesaria; este espaço “passagem” circuito de visita, divulgando a natureza das opera- permite a instalação de painéis de vidro que poderão ções de restauro, classificação e organização de ser utilizados de diferentes formas: ora como cor- conteúdos do Museu; as reservas de escultura, que redor de informação sobre conteúdos específicos de serão localizadas numa sala do Edifício do Cabido uma montagem criando um labirinto dentro da sala em continuidade com a Exposição Permanente de exposição de ourivesaria, ora como vitrinas poderá permitir não só a sua visita integrada com complementares para montagem de peças em des- a exposição, mas poderá também funcionar como taque da colecção. Este dispositivo mantém activa a espaço de apoio à montagem de exposições nos montagem da exposição permanente de ourivesaria, espaços e pisos contíguos. O Tesouro Museu orga- através da produção de conteúdos específicos niza-se com autonomia entre serviços técnicos, decorrentes do período litúrgico (destaque de uma reservas e espaços de exposição, podendo segregar peça de conteúdo simbólico especial na Páscoa, Natal) ou incluir espaços nos seus percursos de visita, ou através da colocação de uma peça que mereça conforme as temáticas e objectivos de exposição, destaque por ter sido recentemente restaurada. Trata- o tipo de visitantes, ou o tempo de visita disponível. -se de um dispositivo que permite alguma flexibilidade As Salas de Exposição da ampliação tiram partido de organização da sala, mantendo estabilidade dos da forte condicionante de dimensionamento imposto seus elementos fundamentais de caracterização. 12 | Boletim Trimestral Fig. 1 Fig. 2 Fig. 3 Fig. 4 A Sala de Exposição de Têxtil (figs. 3, 4) organiza- Os Serviços Educativos (fig. 7) ocupam um espaço -se através de um pé-direito elevado e de dois espaços de dimensões generosas, com iluminação natural anexos sobrepostos com vitrinas para a colocação e forte visibilidade urbana; a sua colocação junto de peças de menores dimensões. O espaço de pé- da entrada da Loja do Tesouro Museu (que funciona -direito elevado permite a colocação de peças de no percursos de visita ao Museu como espaço final têxtil de grandes dimensões, tais como umbrela, de chegada), sobre a rua D. Diogo de Sousa, permite pálio, etc. As superfícies de fundo quer das paredes, uma forte visibilidade urbana. A caracterização geral quer das vitrinas são estucadas em estuque veneziano da sala é de grande informalidade: as paredes estão cinzento, reforçando a coloração dos paramentos, forradas com materiais que permitem a afixação de assim como as técnicas e materiais de execução do trabalhos gráficos; o mobiliário é de tons claros, e têxtil (fio de ouro e outros materiais). Neste caso, as mesas têm tampo em fórmica cinzenta. A ilu- a selecção da cor de fundo permite montagens onde minação artificial da Sala de Actividades dos Serviços a variação cromática das peças em exposição poderá Educativos é realizada por plafoniers redondos em sair reforçada. vidro plano que permitem difusão e homogeneidade O núcleo dos Serviços Técnicos funciona em dois de iluminação. O bengaleiro desta sala de actividades lotes e alberga as funções de direcção do Museu, pode também ser utilizado por grupos de visitantes área de apoio aos serviços educativos, área de escolares, que tenham acesso directo ao Tesouro estudo de colecções (para os técnicos do museu e Museu pela rua D. Diogo de Sousa. O acesso da Sala investigadores externos) e área de programação de Actividades ao Museu é realizado através de do Museu. Este núcleo de serviços tem acesso elevador ou escadas, num sentido de percurso autónomo, independente do acesso de público à inverso ao dos visitantes e turistas. loja e Sala de Actividades dos Serviços Educativos. As Reservas do Museu localizam-se em cave e têm Os serviços organizam-se em dois pisos, estando acesso pela escada de serviço dos Serviços Técnicos. colocado no primeiro a direcção e a área dos técni- As reservas organizam-se a partir de um espaço de cos dos serviços educativos (que assim ficam mais recepção com acesso directo ao monta-cargas; esse próximos da sala de actividades). No segundo piso, espaço está equipado com banca, pia e armário. O funcionam os espaços para os técnicos de estudo espaço propriamente de reservas organiza-se em das colecções (fig. 5), assim como uma sala que dois núcleos: um dedicado à talha, pintura e serve de apoio logístico aos investigadores e azulejaria, e outro dedicado exclusivamente ao têxtil. também de biblioteca técnica do Tesouro Museu Esses dois núcleos estão instalados em sistema de (fig. 6); este piso tem comunicação por monta- armários compactos permitindo armazenar completa- -cargas com as reservas do Museu, permitindo o mente as suas colecções. O sistema de armazena- acesso das peças às salas de exposição e serviços mento de pintura, talha e azulejaria consiste num técnicos (o acesso por elevador às reservas não foi conjunto de grades com sistemas de redes para possível dado que a presença de indícios arqueoló- suspensão de peças; estas grades deslizam permitindo gicos não permitiu a instalação do poço de elevador compactação. necessário à sua instalação). As Reservas de Têxtil estão organizadas também em O acesso entre os Serviços Técnicos e as áreas sistemas compactos, constituídos por conjuntos de expositivas é realizado através do elevador de dupla armários que optimizam, pelas suas dimensões, o entrada (parando de nível nos meios pisos dos armazenamento das colecções. lotes), que permite não só o acesso de deficientes Na generalidade, os armários estão organizados com aos pisos de exposição do Museu, mas também o sistemas de gavetões, de grandes dimensões até à acesso dos Serviços Técnicos às Salas de Exposição altura de 1,52 m; esta altura foi considerada como e Sala de Actividades dos Serviços Educativos. altura máxima para manuseamento e verificação Fig. 5 Fig. 6 Fig. 7 Rede Portuguesa de Museus | 13 de conteúdos de cada gavetão sem recurso a escada observação e o estudo das peças possam ser reali- complementar; desta altura até à altura máxima do zados em espaço complementar; este sistema, de armário (2,25 m), foram colocadas gavetas que grande flexibilidade de utilização, está aplicado permitem o armazenamento de peças de menor também quer nos armários de casulas (fig. 11), quer dimensão, tais como estolas, manípulos, véus de nas gavetas pequenas para outras peças; o estudo cálice, etc.. e o transporte para outro local das peças de têxtil Os armários para Pluviais (fig. 8) consistem num (montagem de uma exposição, serviços técnicos sistema de gavetas em meia-lua rotativas que do Museu, sala de investigadores) podem ser permitem a visualização da peça inteira; foi consi- realizados sem retirar a peça da sua plataforma de derado o número de gavetas necessário, ficando suporte. Fig. 8 Fig. 9 cada pluvial na sua gaveta própria; este sistema de armário, que obriga à movimentação de uma gaveta 3. com uma frente de 3,5 m e 1,8 m de profundidade, Para além dos programas, o desenho das relações não permite a sua translação, sendo portanto espaciais de um Museu (estrutura e carácter dos armário fixo colocado nas extremidades da reserva espaços) pode permitir flexibilidade de montagens de têxtil. e utilizações; ao propor relações espaciais específicas, As duas outras tipologias de armários, transladáveis, está-se a potenciar ou a dificultar funcionamentos; têm profundidades de 1,80 m e de 1,00 m; os armários para isso é necessário fazer escolhas estratégicas das com a profundidade de 1,80 m estão consignados relações espaciais de acordo com a vocação e as para o armazenamento de Dalmáticas (figs. 9, colecções do Museu e prever formas de funciona- 10); neste caso consideraram-se duas dalmáticas mento que correspondam àquilo que hoje em dia por gavetão; os gavetões, com as dimensões de um Museu pode ser: “artefacto de interface cultural, 1,70 x 1,70 m, permitem a extracção do fundo, espaço de integração da realidade, e instrumento realizado em policarbonato alveolar para que a operativo de cultura” . z Fig. 10 Fig. 11 2 Notícias Museus RPM* 2 Derrick Kerckhove * Notícias exclusivamente baseadas em informações enviadas Regulamentos precisam-se! A Rede Portuguesa de Museus pediu aos museus que ao qual foram aderindo outros colegas que no norte a integram que produzam quatro regulamentos impres- trabalham. Não se trata de um grupo separatista, uma cindíveis na vida de qualquer museu – Regulamento qualquer espécie de cisão entre o norte e o sul. Não, Interno; Política de incorporação; Normas e procedi- trata-se apenas de laços de proximidade geográfica, mentos de conservação preventiva; Plano de segurança. de laços entre colegas da mesma profissão com neces- Em terras do Norte, alguns de nós que trabalhamos em sidades comuns – produzir regulamentos que tanta museus – sejam eles museus dependentes da administra- falta fazem aos museus portugueses. ção central, das autarquias ou de instituições privadas –, Nestas reuniões em conjunto aproveitamos também sentimos que talvez fosse vantajoso discutir os regula- para conhecer os diversos museus, trocar opiniões mentos em conjunto. Costuma dizer-se que a união faz sobre assuntos que a todos interessam e conhecer as a força, mas neste caso, será mais correcto dizer que diferentes realidades. Tem sido divertido, didáctico e as dúvidas eram muitas e mais vantajoso seria tentar um sinal de união entre profissionais de museus. supri-las em conjunto. Este grupo de museus do norte, que de regulamentos E, deste modo informal, nasceu um grupo informal trata, é constituído por: 14 | Boletim Trimestral pelos Museus integrados na RPM Reunião na Casa de Camilo – Museu. Centro de Estudos Casa de Camilo – Museu. Centro de Estudos (Seide) Almeida; Museu de Alberto Sampaio (Guimarães) / / Câmara Municipal de Famalicão / José Manuel Instituto Português de Museus / Isabel Maria Fernandes; Oliveira; Museu do Papel Moeda (Porto) / Fundação Maria José Meireles; Patrícia Moscoso; Museu de Olaria Dr. António Cupertino de Miranda / Maria Amélia (Barcelos) / Câmara Municipal de Barcelos / Cláudia Cupertino de Miranda; Museu Agrícola de Entre- Milhazes; Patrícia Remegaldo; Museu de Vila do Conde Douro-e-Minho (Vila do Conde) / D. R. A. de Entre- (Vila do Conde) / Câmara Municipal de Vila do Conde Douro-e-Minho / Ministério da Agricultura, Desenvolvi- / António Manuel Torres da Ponte; Museu Nogueira mento Rural e das Pescas / Rui Miguel Almeida Maia; da Silva (Braga) / Universidade do Minho / Carolina Museu Bernardino Machado (V. N. Famalicão) / Leite; Tesouro Museu da Sé de Braga (Braga) / Cabido Rua Alfredo Guimarães Câmara Municipal de Famalicão / Paula Lamego; da Sé de Braga / Fernanda Barbosa. Museu de Alberto Sampaio Museu Municipal de Esposende – Museu d’ Arte E, de reunião em reunião, de regulamento em regula- (Fão) / Câmara Municipal de Esposende / Lurdes mento, vamos contribuindo para a melhoria dos museus Fax: 253 423 919 Rufino; Museu da Quinta de Santiago (Matosinhos) portugueses e para uma sã discussão entre colegas. z [email protected] / Câmara Municipal de Matosinhos / Joel Cleto; Cláudia Isabel Maria Fernandes. Directora do Museu de Alberto Sampaio Informações e contactos Museu de Alberto Sampaio 4810-251 Guimarães Tel.: 253 423 910 Museu da Casa Grande de Freixo de Numão – Semana dos Museus 2006 – Acções de divulgação científica e pedagógica A programação do Museu da Casa Grande de Freixo na noite de 20 de Maio (noite dos Museus), do de Numão no mês de Maio de 2006 seguiu uma programa Oficinas de Arqueologia e Música experimental. política de missão que visa conjugar o impulso de Na tentativa de reconstituir um ambiente paleolítico, investigação arqueológica com a dinamização comuni- o Núcleo museológico de pré-história recebeu um tária e a sensibilização de novos públicos. Foi neste vasto público em idade escolar interessado em aprender contexto de intervenção que, conjuntamente com o a tecnologia inerente ao fabrico e talhe de instrumentos Parque Arqueológico do Vale do Côa e a Câmara líticos, sob a orientação dos arqueológos do Parque Municipal de Vila Nova de Foz Côa, foi organizado o Arqueológico do Vale do Côa. Paralelamente, pro- III Congresso de Arqueologia de Trás-os-Montes, Alto moveu-se um atelier de experimentação e inovação Douro e Beira Interior – Debates no Vale do Côa, musical, onde a utilização de instrumentos rudimentares decorrido entre os dias 15 e 20 de Maio. originou uma panóplia sonora inspirada na natureza Durante seis dias consecutivos, os municípios de Vila e evocativa dos primórdios da humanidade. Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo e Pinhel A vasta participação do público, tanto no domínio receberam alguns dos mais conceituados investigadores científico como pedagógico, alicerçam a indelével com trabalhos em curso na região. De entre os seis acção do museu na comunicação educativa do patri- painéis temáticos propostos, o de dia 19 de Maio foi mónio arqueológico, vertente usualmente negli- dedicado ao tema “Musealizar em Arqueologia: genciada nos territórios de interior, abrindo novos Experiências, horizontes, públicos”, onde foram deba- horizontes para a articulação em rede das insti- tidos projectos de musealização e de interpretação tuições culturais operantes na região dos Vales do arqueológica nas vertentes de programação, gestão Douro e Côa. z de museus e sítios, produção de conteúdos museo- Maria da Graça Pereira Araújo. Museu da Casa Grande de Freixo de Numão gráficos e pedagogia educativa. Informações e contactos As inúmeras actividades de animação associadas ao Museu da Casa Grande de Freixo de Numão evento, que incluíram percursos de interpretação Rua direita ambiental e visitas temáticas a sítios arqueológicos, conheceram o seu momento alto com a realização, 5155 Freixo de Numão Tel/Fax: 279789573 [email protected] Rede Portuguesa de Museus | 15 Museu de Évora – Projecto de instalação de núcleo provisório recebe Menção Honrosa Teve lugar no dia 17 de Março, no Museu da Electrici- com potencial turístico, tornando o espaço mais dade, em Lisboa, a gala de atribuição de prémios, apelativo a todos os que o visitam. Tratou-se também nas categorias “Serviço” e “Obra” da primeira edição de estimular o incremento de boas práticas sociais do “Prémio Turismo – Valorização do Espaço Público” e ambientais, que importa não apenas aos profis- – promovido pelo Instituto de Turismo de Portugal sionais do sector do Turismo mas a todos, enquanto (ITP). cidadãos. O Instituto Português de Museus recebeu uma Quanto ao projecto da Instalação do Núcleo pro- Menção Honrosa na categoria “Obra” com a visório do Museu de Évora, trata-se da montagem apresentação do projecto da Instalação do Núcleo de uma exposição na Igreja do Convento de Santa provisório do Museu de Évora, de autoria da Clara, em Évora, que pretende perpetuar o contacto Arquitecta Maria Manuela Fernandes. As candi- entre o Museu de Évora e o público visitante durante daturas foram avaliadas pelo júri presidido por André o encerramento do edifício do museu no âmbito da Jordan e constituído por Orlando Carrasco, Pre- respectiva obra de remodelação. sidente do ITP; Cristina Siza Vieira, Directora-Geral Neste Núcleo encontra-se exposto um conjunto de de Turismo; Atílio Forte, Presidente da Confederação peças essenciais da colecção do museu, seleccionadas Serviços Técnicos e Administrativos do Turismo Português e Frederico Valsassina, pelo seu valor e compatíveis com o significado do Igreja das Mercês Arquitecto. espaço que as recebe, como local de culto religioso. Rua do Raimundo, A categoria “Obra” pretendeu destacar intervenções Na concepção, foram objectivos criar um espaço de físicas que valorizassem o aproveitamento turístico protecção e de enquadramento das peças e, em de recursos naturais e patrimoniais, a criação de simultâneo, permitir vislumbrar o próprio espaço da novos pólos de atracção ou a requalificação de zonas igreja. z Informações e contactos Museu de Évora 7000-661 Évora Tel.: 266 702 604 Fax: 266 708 094 [email protected] www.ipmuseus.pt Museu de Francisco Tavares Proença Júnior – 30 anos da Oficina-Escola de Bordados Regionais A Oficina-Escola de Bordados Regionais foi criada em produz Bordado de Castelo Branco de reconhecida 1976, com a publicação do decreto-lei n.º 805/76, excelência ao nível da técnica, da estética e da de 8 de Novembro, com o objectivo de produzir, simbólica, tendo contribuído para o reconhecimento conservar, restaurar e divulgar os tecidos bordados do valor patrimonial do Bordado Tradicional de Castelo regionais. Branco e para a sua preservação e futura certificação. Ao longo destes trinta anos de existência, a Oficina- Para comemorar o aniversário, o Museu de Francisco -Escola tem cumprido os objectivos para os quais foi Tavares Proença Júnior apresenta a partir de 21 de criada. A produção da oficina tem sido intensa e Julho e até 3 de Setembro, na Galeria de Exposições contínua e a divulgação tem sido assegurada através Temporárias, a exposição 30 anos da Oficina-Escola de Proença Júnior da realização e participação em inúmeras exposições. Bordados Regionais que, além de trabalhos produzidos, Largo da Misericórdia A conservação e o restauro estão assegurados pelo procura mostrar a face humana da Oficina-Escola, Laboratório de Restauro de Têxteis do Museu, através do recurso a documentação e fotografias especializado em intervenções em têxteis bordados. ilustrativas do pulsar deste serviço, verdadeiro Actualmente a Oficina-Escola de Bordados Regionais microcosmos dentro do Museu. z Informações e contactos Museu de Francisco Tavares 6000-462 Castelo Branco Tel.: 272 344 277 16 | Boletim Trimestral Fax: 272 347 880 [email protected] www.ipmuseus.pt Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior – Projecto comunitário Rota da Lã Informações e contactos O Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior Interior (Portugal) e a Extremadura (Espanha). Polari- (Covilhã) encontra-se a coordenar, desde Maio de 2003, zado por dois museus (Museu de Lanifícios da Universi- como chefe de fila, o projecto comunitário Rota da Lã dade da Beira Interior e Museo Vostell Malpartida de – TRANSLANA II, co-financiado pelo INTERREG III-A – Cáceres), este Projecto tem ainda por finalidade Cooperação Transfronteiriça Portugal-Espanha. financiar as intervenções de musealização em curso Este projecto tem por objectivo dar continuidade em ambos os museus. aos eixos estruturantes do projecto Rota da Lã – No âmbito deste Projecto foi editado um desdobrável TRANSLANA I, que visava aprofundar e articular a trilingue intitulado Fios da Rota da Lã. Trata-se de um ro- investigação transfronteiriça sobre as rotas peninsulares teiro sobre as vias da transumância e o património industrial da lã e sobre as vias da transumância (ensaiando uma da área de estudo abarcada por este projecto: Beira Interior abordagem antropológica das mesmas), para além (Portugal) e Comarca Tajo-Salor-Almonte-TAGUS (Espanha) de identificar as evidências de campo arqueológico- constituindo o mesmo um primeiro resultado das acti- -industriais existentes e na área de intervenção, a Beira vidades de investigação financiadas por este Projecto. z Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior Rua Marquês D’ Ávila e Bolama 6201-001 Covilhã Tel.: 275 319 712/275 319 700 (ext. 3126) Fax: 275 319 712 [email protected] http://museu.ms.ubi.pt Museu Municipal de Coruche – Embalagens para acondicionamento de colecções Informações e contactos Museu Municipal de Coruche Com o apoio da Rede Portuguesa de Museus, no e peças que faltam do Fundo Margarida Ribeiro âmbito do Programa de Apoio à Qualificação de (recortes de jornais, postais, cartas, fotografias, meda- Museus, chegaram ao Museu Municipal de Coruche lhas, assim como outros objectos de pequenas diversos tipos e quantidades de embalagens, assim dimensão) e os 200.000 negativos do Fundo Foto- como armários para o acondicionamento de algu- -Cine. Os armários vão permitir um acondiciona- mas das colecções. São embalagens, cujos materiais mento mais seguro e organizado, depois das peças não danificam a longo prazo as peças, em poliéster, estarem devidamente protegidas com as embala- polietileno e cartão acid-free, e vão servir, essencial- gens, permitindo um melhor isolamento das mes- mente, para embalar e acondicionar os documentos mas. z Rua Júlio Maria de Sousa 2100-192 Coruche Tel.: 243 610 823; Fax: 243 610 821 [email protected] www.museu-coruche.org Museu Municipal de Penafiel – Moinho da Ponte de Novelas O Museu Municipal de Penafiel comemorou o Dia culturais e de lazer, foram recuperados, dotados de Internacional dos Museus abrindo ao público um infra-estruturas de acolhimento ao visitante e novo núcleo, designado Moinho da Ponte de Novelas, incluídos na programação cultural do município. situado no lugar da Ponte, freguesia de Novelas, O visitante pode ver o moinho em funcionamento, junto ao rio Sousa. Compõem este núcleo museoló- observar a moagem do grão e compreender o gico uma vetusta unidade moageira, existente neste mecanismo hidráulico que o move. No decurso das local há pelo menos três séculos, que funcionou até visitas em grupo procurar-se-á enquadrar esta ser parcialmente destruída pela cheia do Inverno de unidade de moagem no seu contexto sócio-econó- 2001, e o lameiro contíguo, ambos adquiridos pela mico e tecnológico, recordando o diversificado Câmara Municipal de Penafiel. Destinados a fins conjunto de equipamentos hidráulicos outrora Rede Portuguesa de Museus | 17 existente no rio, como engenhos de elevar água de ribeirinho. Neste sentido já se plantaram neste rega, serrações de madeira, engenhos de maçar lameiro as árvores que tradicionalmente bordejavam linho e as rodas para propulsão de máquinas indus- as margens do Sousa, como o amieiro e o lodão, triais. Por outro lado, uma variada programação tantas vezes suporte das uveiras, forma secular de sus- chamará a atenção para a importância do ambiente tentação das videiras, que queremos reconstituir. z Informações e contactos Museu Municipal de Penafiel Rua Conde de Ferreira 4560-483 Penafiel Tel.: 255 712 760 Fax: 255 711 066 [email protected] Museu Municipal de Vila Franca de Xira – Sítio na Internet Apoiado pelos programas de apoio da Rede Portu- e, na maior parte dos casos, em débil estado de conser- guesa de Museus, o Museu Municipal de Vila Franca de vação. Xira lançou o seu Sítio na Internet, que pode ser acedido Aqui podem ser vistas obras singulares da colecção do no seguinte endereço: www.museumunicipalvfxira.org. MMVFX, como é o caso da escultura tardo-gótica da O Design e a Programação foram da autoria da Barents Apresentação do Calvário do antigo Palácio de Vilafrancada, Informática e os conteúdos são da responsabilidade e ainda uma selecção de obras de arte das paróquias de do Museu Municipal de Vila Franca de Xira. Alhandra, Cachoeiras e Vila Franca de Xira. Fernão Gomes (?), “A Ressurreição de Cristo”, final século XVI-início século XVII, Igreja Matriz de Alhandra. Limpeza superficial da camada pictórica. poderá aceder através de hiperligações às seguintes – A protecção e valorização do Foto: Amélia Gonçalves, 2005. páginas e respectivos conteúdos: património artístico concelhio História do Museu Municipal, Estrutura Orgânica, A opção por dar a conhecer ao público uma amostra Objectivos, Núcleos Museológicos, Exposições, Patri- de obras de arte pertencente às paróquias do concelho mónio Museológico, Serviço Educativo, Agenda, Centro é bem o reflexo da política camarária de protecção e de Documentação e Loja. valorização do património artístico concelhio e da O utilizador ainda poderá aceder, através da parte inferior abrangência territorial do próprio museu. do menu de acesso, a outras áreas informativas, como No laboratório de Conservação e Restauro do MMVFX, Destaques e Novidades, Contactos, Faqs., Mapa do site, e por vezes em colaboração com empresas da área da Mailing list, Ficha técnica e outros Links, com destaque salvaguarda do património cultural, são então desen- para Sítios Culturais, como por exemplo: IPM, RPM, volvidos tratamentos que garantem uma boa conser- APOM, ICOM e outros museus nacionais e estrangeiros. vação do espólio, devolvendo a cada objecto a sua inte- Através do menu de entrada deste sítio, o utilizador Fernão Gomes (?), “A Ressurreição de Cristo”, final século XVI-início século XVII, Igreja Matriz de Alhandra. Intervenção realizada no laboratório de Conservação e Restauro. Foto: Amélia Gonçalves, 2005. gridade estética, o seu carácter devocional e a sua – Estudo, Conservação e Divulgação dignidade artística. de Património Paralelamente, realizam-se estudos na área da História A rotatividade anual de peças da Arte, contribuindo assim para o conhecimento e a na exposição Arte e Devoção – Formas e valorização do património histórico-artístico da região. Olhares Acresce a organização de actividades de sensibilização A exposição Arte e Devoção – Formas e Olhares, patente para a salvaguarda da herança cultural comum, pensadas no Núcleo do Mártir Santo – Museu Municipal de Vila para público escolar e para grupos adultos. z Franca de Xira (MMVFX), ganhou novo fôlego no dia 28 Informações e contactos de Junho de 2006, Dia da Cidade, com a entrada de Museu Municipal de Vila Franca de Xira Núcleo Sede novos bens de arte sacra e com a alternância de bens arqueológicos provenientes de escavação in situ levada a cabo entre 1999-2000. Esta exposição, assente no conceito Rua Serpa Pinto, nº 65 2600-263 Vila Franca de Xira Tel.: 263 280 350; Fax: 263 280 358 www.museumunicipalvfxira.org [email protected] [email protected] da rotatividade anual de colecções, possibilita ao público a fruição de uma diversidade de bens remanescentes que, de outra forma, estariam afastados dos olhares públicos 18 | Boletim Trimestral Núcleo do Mártir Santo Rua Dr. Miguel Bombarda 2600 Vila Franca de Xira Tel.: 263 285 620/621 [email protected] “Apresentação do Menino”, Paróquia de Vila Franca de Xira. Dois momentos do processo de limpeza. Foto: Amélia Gonçalves, 2005. Museu da Pedra – Prémio Geoconservação Informações e contactos Museu da Pedra Largo Cândido dos Reis nº 4 O Museu da Pedra do Município de Cantanhede venceu desenvolvido a partir da sua abertura ao público, em 20 a edição deste ano do Prémio Geoconservação, galardão de Outubro de 2001. criado pelo Grupo Português da ProGEO (Associação O Museu da Pedra é um espaço de referência identitária Europeia para a Conservação do Património Geológico), e um lugar privilegiado de aprendizagem, que promove com o objectivo de premiar uma autarquia que se dis- várias actividades destinadas a públicos de origens tinga na implementação de estratégias de conservação culturais diferenciadas. e de valorização do Património Geológico do seu concelho. No âmbito do planeamento e da execução de acções Presidido por José Brilha, representante da ProGEO- regulares e continuadas nas áreas da sensibilização para -Portugal, o júri integrou Fernando Noronha, Presidente a preservação e valorização do património cultural e da Associação Portuguesa de Geólogos, Helena Fonseca, ambiental, as da área da geoconservação constituem em representação do Instituto de Conservação da Natu- uma valência com vista ao exercício de uma cidadania reza, Mário Cachão, representante da ProGEO-Portugal, interventiva. De facto, através das suas acções educa- Gonçalo Pereira, em representação da National Geogra- tivas, o museu estimula os visitantes a adoptarem atitu- phic-Portugal, e Jorge Pulido Valente, Presidente da des responsáveis na gestão do património paleontoló- Câmara Municipal de Mértola, em representação da gico, desempenhando um papel-chave na implementação Associação Nacional de Municípios Portugueses. da Década da Educação para o Desenvolvimento Conforme refere o regulamento, o prémio pretende dis- Sustentável (2005-2014), proclamada pelas Nações tinguir os melhores exemplos de conservação do Patri- Unidas em 1 de Março de 2005. mónio Geológico promovidos por autarquias, estimular O Prémio de Geoconservação foi entregue no passado uma reflexão crítica sobre a necessidade de conservar dia 22 de Abril no Museu da Pedra, numa cerimónia esse património e incentivar as autarquias a adoptar que contou com a participação do Prof. Doutor José estratégias e procedimentos nesse sentido. Pretende Brilha, Presidente do Grupo Português da ProGEO, ainda divulgar e sensibilizar o público em geral para o da Dr.ª Clara Camacho, em representação da Ministra reconhecimento do seu valor como parte integrante do da Cultura, da Dr.ª Elizabeth Silva, representante da Património Natural e motivar os órgãos de comunicação Comissão Nacional da UNESCO, do Prof. Doutor social para o debate sobre o papel da Geologia na socie- Galopim de Carvalho e da Prof. Doutora Helena dade contemporânea. Henriques, geólogos subscritores da candidatura Nesse sentido, a atribuição do Prémio Geoconservação “Museu da Pedra do Município de Cantanhede e a ao Museu da Pedra do Município de Cantanhede constitui Educação para a Geoconservação”. z 3060-174 Cantanhede Tel.: 231 423 730 Fax: 231 423 732 [email protected] www.cantanhedeonline.pt um importante reconhecimento da actividade que tem Maria Carlos. Museu da Pedra Museu de São Roque – Obras de remodelação/ampliação O Museu de São Roque encerrou ao público, no dia 31 exposição permanente. Do mesmo modo, propor- de Março de 2006, para obras de remodelação/ampliação, cionará uma melhoria das condições de acolhimento, estando prevista a sua reabertura para finais de 2007. através da criação de novos acessos e de novas Este projecto tem como objectivo melhorar e actualizar estruturas de apoio, nomeadamente com a instalação, as condições de apresentação das suas colecções, no átrio, de serviços de loja e cafetaria. Desta obra colocando ao usufruto do público novos espaços de resultará beneficiada parte do edifício, através da Rede Portuguesa de Museus | 19 recuperação da traça arquitectónica de origem do claustro guo ao Gabinete de Relações Públicas da Secretaria-Geral seiscentista da antiga Casa Professa de São Roque, espaço da Santa Casa (Largo Trindade Coelho, 1200-470–Lisboa). que poderá ser usufruído na área da cafetaria. Os serviços técnicos do Museu de São Roque per- Durante o período de encerramento, as publicações do manecerão em funcionamento, mantendo-se a actividade Tel.: 213 235 065 / 213 235 380/81 Museu de São Roque continuarão disponíveis para venda, do Serviço Educativo, com novos projectos. Como Fax: 213 23 5060 podendo ser adquiridas no Edifício-Sede da Santa Casa habitualmente, serão acolhidas visitas de estudo à Igreja da Misericórdia de Lisboa, no “Espaço Misericórdia”, contí- de São Roque, que continuará aberta ao público. z Informações e contactos Museu de São Roque [email protected] [email protected] www.scml.pt Museu dos Transportes e Comunicações – Abertura de nova exposição – “Viajar com o Museu”: exposição itinerante permanente O Museu dos Transportes e Comunicações. Alfândega A abertura da nova exposição permanente “Metamorfose do Porto apresenta a exposição “Viajar com o Museu” de um Lugar” e Biblioteca da Alfândega marcaram a com o objectivo de contactar com públicos que, por comemoração do 18 de Maio do Museu dos Transportes diversas razões, estão afastados de certas práticas e Comunicações. O objectivo da exposição é ilustrar o culturais. Hospitais, Prisões, J. de Freguesia, Bibliotecas processo de metamorfose do Edifício de Alfândega Nova e Escolas são locais visitados e a visitar por períodos do Porto em Museu dos Transportes e Comunicações. nunca inferiores a 2/3 semanas. A história da instituição alfandegária é contada através Numa área de 20m2 dispõem-se 5 painéis/módulos, de documentos diversos, fotografias, fardamentos, 1 móvel em forma de sinal de trânsito com expositor máquinas de escrever, carimbos, selos brancos, ins- para miniaturas automóveis e 1 móvel em forma de trumentos de laboratório, mobiliário diverso... Esquissos automóvel com computador inserido o qual permite Museu dos Transportes e do arquitecto Souto de Moura e folhetos diversos pesquisar uma aplicação com visita virtual ao Museu. Comunicações relatam o processo de renovação arquitectónica e a Um “Jogo da Glória”, elaborado a pensar em temáticas actividade cultural de 14 anos de vida da AMTC. dedicadas aos transportes, comunicações e alfândega, Informações e contactos Edifício da Alfândega - Rua Nova está disponível para a dinamização de jogos durante as estadias da exposição. z Edições de Museus da RPM Museu Municipal de Faro – Revista MUSEAL A Revista MUSEAL é uma iniciativa do Museu Municipal de Faro, a qual terá uma periodicidade anual (Maio – Comemorações do Dia Internacional dos Museus). O primeiro número da MUSEAL é dedicado ao tema A Realidade museológica do Algarve: perspectivas para o século XXI e a investigadora convidada e co-responsável pela edição é a Dr.ª Clara Frayão Camacho. A estrutura da revista divide-se em três áreas principais: textos de enquadramento e de síntese sobre o tema de capa – “O Panorama Museológico do Algarve e a Rede Portuguesa de Museus”, de Clara Frayão Camacho e “Que Redes para o Algarve? Reflexão Crítica”, de Isabel Soares; estudos de caso onde se apresentam sete museus da região algarvia (Faro, Portimão, Silves, Lagos, S. Brás de Alportel, Paderne/ Barrocal e Tavira) e recensões bibliográficas. A MUSEAL tem como missão divulgar reflexões e práticas na área da Museologia, com o intuito de contribuir para a criação de competências e para o incentivo à troca de informação entre os profissionais ligados a museus. Os objectivos da MUSEAL são: Divulgar a prática museológica regional e/ou nacional; Contribuir para a 20 | Boletim Trimestral Alfândega 4050-430 Porto Tel.: 223 403 000 / 223 403 058 Fax: 223 403 098 [email protected] www.amtc.pt concretização de uma rede regional de museus; Reflectir sobre aspectos da Museologia contemporânea; Dinamizar grupos de reflexão sobre questões da museologia; Contribuir para uma melhor prática profissional; Criar um instrumento de troca de experiências entre profissionais. O primeiro número da revista foi lançado no passado dia 12 de Maio no auditório do museu, contando com a participação da Dr.ª Clara Frayão Camacho e do Prof. Doutor José d’Encarnação (membro do conselho científico da revista). Nas palavras do Prof. Doutor José d’Encarnação: «Tendencialmente dedicada aos museus do Algarve – e isso se pretende indicar com o nome: Muse, de museus, al, de Algarve – pretende vir a ser, de início com periodicidade anual, um espaço onde se discuta a problemática da Museologia em Portugal, complementando (se não é ousada ‘presunção’) a regular e preciosa informação que é veiculada pelo Boletim da Rede Portuguesa de Museus e, também, entre outras, pelas publicações da APOM (Associação Portuguesa de Museologia). É ‘algarvio’ este primeiro volume, porquanto dá conta, monograficamente, da realidade museológica do Algarve: em Tavira, Lagos, Silves, S. Brás de Alportel, Faro, Portimão, no Barrocal (Paderne, Albufeira); e traça igualmente, em dois textos, uma panorâmica sobre essa realidade, discutindo-se a criação de redes museológicas convergentes. Uma secção de «recensões» pretende dar relevo a iniciativas editoriais de âmbito museológico, nomeadamente catálogos de exposições temporárias ou permanentes (neste caso, são abordadas as do Museu de Coruche, que Museu Municipal de Faro ganhou o prémio de Museu do Ano em 2005, e do Museu de Silves, sobre a arte em madeira de Marrocos) e Praça D. Afonso III trabalhos elaborados no âmbito dos cursos de Museologia. 8000-167 Faro Tel.: 289 897 400/1/2 [email protected] Sem que, de imediato, se apontem para números temáticos, acordou-se, desde já, que o próximo volume será dedicado à conservação e ao restauro.» Direcção Regional da Cultura dos Açores / Roteiro dos museus dos Açores Editado pela Direcção Regional da Cultura dos Açores, esta obra dá a conhecer os Museus Carlos Machado, de Angra do Heroísmo, da Horta, do Pico, de Santa Maria, de S. Jorge, da Graciosa e das Flores, num trabalho de divulgação da cultura e do património açoriano à guarda dos museus tutelados pela Direcção Regional. Cada um dos museus apresenta uma breve nota sobre a sua história e sobre os edifícios onde estão instalados, descrevendo de seguida as suas colecções, os serviços e as actividades que desenvolve. Casa de Camilo – Museu. Centro de Estudos / Estudos para O romance de Camilo por Aquilino Ribeiro Catálogo da exposição organizada aquando da inauguração do edifício do Centro de Estudos Camilianos, projectado por Siza Vieira. Esta exposição mostrou um conjunto de cerca de 140 desenhos da autoria de Júlio Pomar. Os desenhos fazem parte do trabalho preparatório do autor para a ilustração do livro de Aquilino Ribeiro, publicado pela Editora Fólio em 1957. Linha, ponto e vírgula Catálogo da exposição organizada pelo Centro de Estudos Camilianos da Casa de Camilo, patente ao público até 18 de Junho. A exposição integrava oitenta caricaturas de escritores portugueses e estrangeiros da autoria de André Carrilho. As caricaturas, publicadas, na sua maioria, em jornais e revistas nacionais e internacionais, incluem alguns inéditos nos quais se inclui a caricatura de Camilo Castelo Branco. Casa-Museu de Leal da Câmara / Roteiro Casa-Museu de Leal da Câmara Editado pela Câmara Municipal de Sintra com o apoio do IPM/RPM, no âmbito do Programa de Apoio à Qualificação de Museus, o Roteiro da Casa-Museu de Leal da Câmara guia o visitante através dos seus vários espaços, percorrendo as salas, atelier e jardins da Casa-Museu e os espaços do Núcleo dos Saloios. Do Roteiro consta um capítulo com a vida e obra de Leal da Câmara e bibliografia de referência para o estudo do artista e da Casa-Museu. Rede Portuguesa de Museus | 21 Ecomuseu Municipal do Seixal / Ecomuseu Informação nº 39 O tema em destaque neste número do Boletim trimestral do Ecomuseu Municipal do Seixal incide sobre «Os museus e os jovens», tema proposto este ano pelo ICOM para o Dia Internacional dos Museus. O Boletim contém ainda vários textos informativos sobre o património cultural do concelho do Seixal e as actividades do Ecomuseu para os seus públicos. O Boletim está disponível em www.cm-seixal.pt/ecomuseu. A pé pelo concelho do Seixal: Arrentela e Seixal O Ecomuseu Municipal do Seixal lançou o terceiro número da colecção de Dossiês Didácticos, que dá continuidade à edição de materiais didácticos e pedagógicos do Serviço Educativo. Esta edição, da autoria Serviço Educativo – “ A Pé Pelo de Ana Apolinário, Carla Costa, Fátima Afonso, Luís Filipe Santos e Madalena Campos, contou com o Concelho do Seixal: Arrentela e Seixal.” apoio da RPM ao abrigo do Programa de Apoio à Qualificação de Museus. Crédito fotográfico: Ecomuseu Municipal do Seixal/ /CDI – Alcina Boleta, 2005. Museu de Alberto Sampaio / D. João I e Guimarães Editado pelo IPM/Museu de Alberto Sampaio, com o apoio do Instituto Português da Juventude, esta obra é dirigida ao público infantil. Dividido em duas partes, o livro esboça o percurso biográfico do Rei D. João I e a sua ligação a Guimarães, incluindo um glossário, bibliografia e índice de imagens, na primeira parte, e, na segunda parte, propõe um conjunto de fichas de exploração com base nas informações fornecidas. Bordado de Guimarães: renovar a tradição No dia 14 de Junho, no Museu de Alberto Sampaio, foi lançado este livro editado pela Editora Campo das Letras. Esta publicação é o culminar do processo de certificação do Bordado de Guimarães, promovido pela «Oficina», com a colaboração do Museu e apoiado pelo Programa Operacional da Região Norte. Museu do Carro Eléctrico / Carro Eléctrico 104 – Um Romance Fotográfico de John Goto No ano de 2005 surgiu a 1ª edição dos cadernos “Fotografia em Linha” do Museu do Carro Eléctrico, projecto que se concretizará anualmente. O seu autor, John Goto, concebeu o Carro Eléctrico 104 – Um Romance Fotográfico como um percurso desencadeador de um romance inspirado em imagens antigas da cidade do Porto para contar uma história de amor entre uma passageira e um guarda-freio e onde a actualidade é reflectida em cenários com uma estética elegante. Nesta edição pretende-se cativar os amantes da cidade e dos carros eléctricos sensibilizando curiosos e coleccionadores para o crescimento do seu Arquivo Fotográfico. Carla Dias. Museu do Carro Eléctrico Museu da Casa Grande de Freixo de Numão / Guia do Visitante: Museu da Casa Grande Guia do Visitante: Circuito Arqueológico de Freixo de Numão No âmbito de um projecto de divulgação turística e patrimonial de Freixo de Numão apoiado pelo PIC LEADER +, a Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Freixo de Numão editou os dois Guias do Visitante referidos. Não alheios ao incremento do turismo cultural na região, textos e imagens apelativos destinam-se a fornecer ao público elementos orientadores para a visita ao museu e contexto interpretativo das colecções expostas, bem como do circuito arqueológico com elas correlacionado, central à investigação científica dinamizada na envolvente. Museu de Cerâmica de Sacavém / 150 anos, 150 peças – Fábrica de Loiça de Sacavém Catálogo da exposição que estará aberta ao público até Novembro de 2006 no Museu de Cerâmica de Sacavém. A exposição percorre 150 anos de produção cerâmica da Fábrica de Louça de Sacavém, comemorando o aniversário da sua fundação, em 1856. Para além das peças dispostas ao longo dos dois pisos do Museu (algumas para serem tocadas), a exposição inclui ainda uma apresentação multimédia, de imagens e sons. 22 | Boletim Trimestral Museu da Guarda / Manifesto de uma paixão Catálogo da exposição de fotografias de António Correia, fotógrafo da cidade da Guarda, onde viveu a partir dos anos 20 até à sua morte, em 1957. As fotografias, expostas ao público até Outubro de 2006, distribuem-se por três grupos: “Neve”, “Cidade” e “Povo, Natureza, Cultura”, onde é possível encontrar a técnica e o sentido estético do Autor e seu o olhar sobre a cidade da Guarda, a Natureza, o trabalho no campo e as pessoas. Museu Municipal de Tavira / Espírito e poder: Tavira nos tempos da modernidade Catálogo da exposição dedicada à história local de Tavira nos séculos XVII e XVIII, cuja edição contou com o apoio do Instituto Português de Museus/ Rede Portuguesa de Museus, no âmbito do Programa de Apoio à Qualificação de Museus. Da obra, com prefácios de José Macário Correia, Presidente da Câmara Municipal de Tavira, e de Clara Frayão Camacho, Subdirectora do Instituto Português de Museus, consta o catálogo das peças expostas no Pavilhão Medieval do Palácio da Galeria e os estudos levados a cabo por vários especialistas nacionais, que constituem a base programática da exposição. Moedas do Museu Municipal de Tavira Com o apoio do Instituto Português de Museus/ Rede Portuguesa de Museus, no âmbito do Programa de Apoio à Qualificação de Museus, foi publicado o estudo da colecção de numismática do Museu Municipal de Tavira, da autoria de Maria Conceição Lopes. Após um texto introdutório de Clara Frayão Camacho, a obra compreende a contextualização histórica da colecção, a descrição dos procedimentos de conservação efectuados e o catálogo das moedas hispânicas, romanas e portuguesas da colecção. Museu Municipal de Vila Franca de Xira / Vila Franca de Xira, tempos do rio, ecos da terra Catálogo da exposição do Museu Municipal de Vila Franca de Xira organizada para a inauguração do respectivo Núcleo-Sede. Descreve o percurso histórico do museu e das suas colecções, a programação museológica e os métodos e procedimentos de conservação e restauro adoptados, apresentando, de seguida, os estudos desenvolvidos em torno das temáticas da exposição e o catálogo das peças. Museu de São Roque / A Lenda de S. Francisco Xavier pelo Pintor André Reinoso No âmbito das Comemorações do V Centenário do Nascimento de S. Francisco Xavier (2005-2006), o Museu de S. Roque procedeu à reedição desta obra da autoria de Vítor Serrão, trabalho publicado em 1993 pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e Quetzal Editores, já há muito esgotado. A presente reedição, agora totalmente ilustrada a cores e com tradução para língua inglesa, é editada pela Bertrand Editora e resulta de uma parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Património Arquitectónico da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa Com o apoio do IPM/RPM, no âmbito do Programa de Apoio à Qualificação de Museus, o Museu de São Roque editou ainda outra obra que destaca um valioso e diversificado conjunto patrimonial que, pela primeira vez, é objecto de um estudo sistemático. Neste primeiro volume da publicação, dedicado à Arquitectura religiosa e civil erudita, especialistas das áreas da História, da História da Arte e da Arquitectura desenvolvem estudos em torno de um conjunto de sete imóveis de reconhecido valor histórico e artístico, entre os quais a Igreja e a antiga Casa Professa de São Roque, o Convento de São Pedro de Alcântara e o Palácio dos Marqueses das Minas. Rede Portuguesa de Museus | 23 Em Agenda A Minha Escola Adopta um Museu Museu Nacional de Soares dos Reis O concurso “A minha escola adopta um Museu” foi uma iniciativa promovida conjuntamente pela Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (DGIDC) e pelo Instituto Português de Museus (IPM), na sequência de um Protocolo de colaboração assinado em 30 de Junho de 2005. Este concurso dirigiu-se a alunos do ensino básico e secundário e consistiu na elaboração de trabalhos criativos a partir de testemunhos dos acervos dos museus da Rede Portuguesa de Museus. Foram aceites trabalhos nas áreas da produção escrita, artes visuais, artes performativas, fotografia, vídeo e multimédia. Esta iniciativa teve por objectivo estimular o conhecimento da realidade museológica nacional através de uma colaboração entre as escolas e os museus e consequentemente sensibilizar os jovens para a conservação, protecção e valorização do património cultural. A originalidade, a criatividade, o domínio da técnica utilizada, a qualidade de apresentação e as formas de articulação com os conteúdos curriculares constituíram alguns dos critérios de apreciação dos trabalhos apresentados. O Júri do Concurso foi composto por elementos da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular e do Instituto Português de Museus/Rede Portuguesa de Museus e por personalidades de diversas áreas artísticas: Lídia Jorge, Luísa Costa Gomes e Paulo Teixeira (Texto); Graça Morais, Francisco Simões e Cecília Guimarães (Artes Plásticas); Teresa André (Artes Performativas); José Morais, Ana Sepúlveda e Isabel Espinheira (Multimédia e Fotografia). Os prémios foram atribuídos a cada uma das áreas artísticas dentro de cada um dos níveis de ensino (1º Ciclo, 2º Ciclo, 3º Ciclo do Ensino Básico e Secundário). Para cada um dos quatro níveis de ensino foi atribuído um prémio ao grupo de alunos, ao professor e à escola participante. A inauguração da exposição dos trabalhos e a entrega dos prémios teve lugar no Museu Nacional Soares dos Reis (Porto), no dia 18 de Maio, Dia Internacional dos Museus, e estará patente até ao dia 2 de Julho. Os trabalhos premiados e os intervenientes podem ser conhecidos nesta exposição e através dos sítios na Internet da DGIDC (www.dgidc.min-edu.pt), do IPM (www.ipmuseus.pt) e da RPM (www.rpmuseus-pt.org). Palácio dos Carrancas I, Rua D. Manuel II, 4050-342 Porto, Tel.: Tel. 223 393 770, [email protected], www.ipmuseus.pt percurso Quem diz cortiça diz Mundet, quem diz IPM/IPPAR Exposição Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves Artistas Viajantes e o Brasil no século XIX – Exposição Descobertas matemáticas na Mundet (público escolar Colecção Brasiliana Colecção Dr. Anastácio Gonçalves. Obras em – ensino básico) Organização: IPM reserva: Pintura, Aguarela e Desenho Ao encontro da cortiça (público juvenil e adulto/famílias) Até 16 de Julho de 2006 Até 30 Setembro de 2006 Mundet diz cortiça Serviço educativo Núcleo Naval Galeria de Pintura do Rei D. Luís 1050-055 Lisboa Exposição Palácio Nacional da Ajuda Avenida 5 de Outubro, 6-8 1349-021 Lisboa Tel.: 213 540 823/09 23; Fax: 213 548 754 Barcos, memórias do Tejo Tel.: 21 361 43 42 /21 361 43 46 [email protected] Serviço educativo Fax: 21 362 56 41 www.cmag-ipmuseus.pt Estaleiro de brincadeiras (público escolar – ensino pré-escolar e dos 1º e 2º ciclos [email protected] do ensino básico) www.ippar.pt 24 | Boletim Trimestral Ecomuseu Municipal do Seixal/Núcleo da Mundet Dança dos barcos Núcleo da Mundet do ensino básico) Exposição De vento em popa, construindo cataventos A cortiça na fábrica: a preparação – inserida no (público juvenil e adulto/famílias) (público escolar – ensino pré-escolar e dos 1º e 2º ciclos Victor Almeida. Oficina Inauguração no âmbito da celebração do 126º “o preto...o branco... e outras cores” aniversário do museu (10 de Junho) Reinvenção das imagens a preto e branco através Até final de Agosto de 2006 da utilização de tintas, papéis, pastas de modelação e outros materiais. Tripular uma embarcação Ecomuseu Municipal do Seixal/CDI – Foto: João Martins, 1999 Convento de Sto. André Público-alvo: Escolar e Famílias Rua João da Moreira Imagens entre famílias 9500-075 Ponta Delgada Passeios pela cidade da Guarda a partir das fotografias Tel.: 296 283 814/285 532; Fax: 296 629 504 de António Correia [email protected] Público-alvo: Famílias www.museucarlosmachado.pt Rua General Alves Roçadas, 30 Bote de fragata Baía do Seixal 6300-663 Guarda Serviço educativo Museu Escolar de Marrazes Tel.: 271 213 460 Descobertas matemáticas no bote de fragata Comemoração do Dia do Idoso Fax: 271 223 221 Nós e o rio A Marta e o Zé visitam os velhinhos www.ipmuseus.pt (público escolar – ensino básico) As personagens eleitas como mascotes [email protected] Tripular uma embarcação do museu visitam os idosos da freguesia De barco, do Seixal a Vila Franca de Xira de Marrazes De barco, do Seixal a Belém 2 de Outubro de 2006 Museu Gulbenkian 50º aniversário da Fundação Calouste (público juvenil e adulto/famílias) Largo da Feira dos 18, Marrazes Gulbenkian Homenagem ao Coleccionador Núcleos Urbanos Antigos 2400-380 Leiria Exposições Serviço educativo/ visita temáticas Tel.: 244 812 701; Fax: 244 855 387 O Gosto do Coleccionador: Calouste S. Gulbenkian A pé pelo Seixal [email protected] (1869-1955) A pé pela Arrentela www.museuescolar.pt A partir de 18 Julho de 2006 (público escolar – ensino básico) De Paris a Tóquio. Arte do Livro na Colecção Museu Francisco Tavares Proença Júnior Gulbenkian Tel.: 21 0976 112 (às 2as e 3as feiras); Fax: 21 0976 113 Exposições reunidas entre 1899 e a data da sua morte [email protected] Arqueologia, Colecções de Francisco Tavares A partir de 18 de Julho de 2006 www.cm-seixal.pt/ecomuseu Proença Serviço Educativo Praça 1º de Maio, nº 1 2840-485 Seixal Obras-primas da biblioteca de Calouste Gulbenkian Até Dezembro de 2006 30 anos da Oficina-Escola de Bordados Regionais Museu de Alberto Sampaio Até 17 Setembro de 2006 Exposições Brincadeiras, Brinquedos e Outros Segredos Momentos, de Paulo Neves Até 9 de Julho de 2006 Até 3 de Setembro de 2006 Variações sobre um fruto Meninos Gordos: contar uma história através da – fotografias de Valter Vinagre faiança Olhar prospectivo sobre o ciclo de cereja do Fundão Até 1 Outubro de 2006 14 de Julho a 3 de Setembro de 2006 1.º e 3.º Domingo de cada mês, 15h30m às 17h30m Verão 2006 Exploração da exposição e do caderno editado Ateliê Férias no Museu para o efeito. Pintura de prato 10 de Julho a 15 Setembro de 2006 em faiança. Ateliê PIMPAMPUM Museu aberto à noite! (do pré-escolar ao 2.º ciclo) Julho e Agosto Até 31 Julho de 2006 Histoire de la Princesse Boudour Conte des mille nuits et une nuit Tradução de J.-C. Mardrus Paris: François-Louis Schmied, 1926 © Fundação Calouste Gulbenkian Foto: Margarida Ramalho Das 10h às 24 horas (excepto Largo da Misericórdia Av. de Berna, 45-A 6000-462 Castelo Branco 1067-001 Lisboa Codex Rua Alfredo Guimarães Tel.: 272 344 277 Tel.: 21 782 30 00 ; Fax.: 21 782 30 32 4810-251 Guimarães Fax: 272 347 880 www.museu.gulbenkian.pt Tel.: 253 423 910 [email protected] [email protected] Fax: 253 423 919 www.ipmuseus.pt segunda-feira) [email protected] Museu da Guarda Museu Municipal de Vila Franca de Xira Museu Carlos Machado Exposição Exposições Exposição colectiva Manifesto de uma Paixão Núcleo-Sede Mare Magnum, trabalhos de Filipe Franco, Maria – António Correia, fotógrafo Vila Franca de Xira. Tempos do Rio – Ecos da Terra José Cavaco, Nina Medeiros, Paula Mota, Urbano e Até 15 Outubro de 2006 Rede Portuguesa de Museus | 25 Atelier de Construção de Instrumento Musical Rua da Madre de Deus, 4 (dos 6 aos 15 anos) 1900-312 Lisboa Tel.: 21 810 03 40 Estação do Metropolitano Alto dos Moinhos Rua João de Freitas Branco [email protected] 1500-359 Lisboa Tel.: 21 771 09 90; Fax: 21 771 09 99 [email protected] Museu Nacional de Etnologia www.museudamusica-ipmuseus.pt Exposições Através dos Panos Até Dezembro de 2006 Museu Nacional de Arqueologia Visitas guiadas: 3ªs feiras, das 14h às 17h; 4ªs feiras, das Colecção de Artes Plásticas do Museu Municipal – Exposições Visitas guiadas + ateliê (desenho, colagem, estampagem Gravura. 4 Técnicas Mosaicos Romanos nas colecções e pintura): 4ªs feiras, das 10h às 12h30 e das 14h às 17h. Até Outubro de 2006 do Museu Nacional de Arqueologia Reservas Visitáveis 10h às 12h30 e das 14h às 17h. Até 1 Outubro de 2006 Rua Serpa Pinto, n.º 65 2600-263 Vila Franca de Xira Tel.: 263 280 350; Fax: 263 280 358 Religiões da Lusitânia: Loquuntur Saxa Até 1 Dezembro de 2006 www.museumunicipalvfxira.org [email protected] Praça do Império [email protected] 1400-206 Lisboa Tel.: 21 362 00 00 Fax: 21 362 00 16 [email protected] www.mnarqueologia-ipmuseus.pt Galerias da Amazónia Museu Nacional de Arte Antiga Galerias da Vida Rural Exposição Coisas de pastor... Grandes Mestres da Pintura. Visita pelo sector de reserva Galerias da Vida Rural Núcleo do Mártir Santo De Fra Angelico a Bonnard. destacando o pastoreio nos meados do século Arte e Devoção – Formas e Olhares Obras-primas da Colecção Rau passado em Portugal Obras do século XV ao XVIII: Visita guiada + atelier de expressão plástica Núcleo do Mártir Santo escolas italiana, flamenga, (dos 3 aos 12 anos) Rua Dr. Miguel Bombarda 2600 Vila Franca de Xira holandesa, alemã, francesa, Até 7 de Julho (3.ª feira, às 14h; 4.ª a 6.ª feira, às 10h e às 14h) Tel.: 263 285 620/621 espanhola e britânica – Fra 11 de Julho a 31 de Agosto (3.ª feira, às 14h; 4.ª feira, às 14h) [email protected] Angélico, Bernardino Luini, António Solário, Guido Renni, Canaletto, Cranach, El Greco. Bernardino Luini (c. 1485-1532), Retrato de jovem mulher, c. 1525. Óleo sobre madeira. Avenida Ilha da Madeira 1400-203 Lisboa Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior Obras dos séculos XIX e XX: Exposições Degas, Monet, Renoir, Pissarro, [email protected] Postais de Portugal moderno, Sisley, Lautrec, Bonnard. www.mnetnologia-ipmuseus.pt fotografia de Marcin Górski Até 17 de Setembro de 2006 Corot, Courbet, Cézanne, Manet, Foto: © Pertencente à Colecção Rau, s/A, Cologne. Tel.: 21 304 11 60; Fax: 21 301 39 94 [email protected] Até 16 de Julho de 2006 Rua das Janelas Verdes Museu Nacional dos Coches 1249-017 Lisboa Codex Exposição Tel./ Fax: 275 319 712 Tel.: 21 391 28 00; Fax: 21 397 37 03 D. Amélia, uma Rainha, um Museu [email protected] [email protected] Até 31 de Dezembro de 2006 http://museu.ms.ubi.pt www.mnarteantiga-ipmuseus.pt Serviço Educativo Rua Marquês D’ Ávila e Bolama 6201-001 Covilhã Visitas guiada, animada, com representação Peddy-paper (dos 8 aos 12 anos) Museu da Música Museu Nacional do Azulejo Ateliê de Pintura (dos 4 aos 10 anos) Serviços educativos Serviço educativo Ateliê de Douramento (dos 6 aos 12 anos) De ouvidos bem abertos Vamos Pintar um Azulejo Caça ao Tesouro (dos 8 aos 12 anos) Exploração dos instrumentos musicais da orquestra a Pintura em Majólica Jogo da Glória “Uma viagem atribulada... partir da peça musical de Prokofiev “Pedro e o Lobo” Oficina de Modelação no séc. XIX” (dos 10 aos 12 anos) (dos 7 aos 12 anos) Modelação em barro, azulejos relevados Aspectos e Instrumentos da Música Barroca Acções de Formação para professores Praça Afonso Albuquerque Animação audiovisual e visita destacando instrumentos Noções de História do Azulejo. Tel.: 21 361 08 50; Fax: 21 363 25 03 e alguns compositores de música barroca Iniciação à Manufactura do Azulejo [email protected] (a partir dos 13 anos) 26 | Boletim Trimestral 1300-004 Lisboa www.museudoscoches-ipmuseus.pt Outras histórias da Arte (dos 6 aos 12 anos) Museu Nacional da Imprensa 3ªs feiras, Julho, das 14h às 16h Exposições 5ªs feiras, Julho, das 10h às 12h Museu do Trabalho Michel Giacometti Memórias Vivas da Imprensa Famílias nos Museus Exposições Permanente Projecto promovido pela Câmara Municipal do Festa de Nª Senhora do Rosário de Tróia - A vários Porto com o objectivo de incentivar pais, avós, tempos, entre muitas estórias… primos… a relacionarem-se, tendo como ponto de 8 Julho a 30 Setembro de 2006 partida as colecções dos museus da cidade. Tema para 2006: “O Porto” Nós Trabalhamos com as Máquinas No Museu Nacional de Soares dos Reis: Sessões – A cadeia operatória do Fabrico de Ferragens para em torno do mote “Fabricado no Porto”: Visita ao Dossiês núcleo da Cerâmica para observar peças Organização provenientes de fábricas do Porto, com actividades Museu do Trabalho Michel Giacometti – estudo e ou com oficinas. divulgação do acervo e de memórias ligadas ao programa 4.º Sábado de cada mês ocupacional de trabalho com deficientes realizado pela Oficina do Centro de Actividades Ocupacionais 1 do PortoCartoon: O Riso do Mundo Palácio dos Carrancas I A.P.P.A.C.D.M – Delegação de Setúbal. Permanente Rua D. Manuel II Local: Centro de Actividades Ocupacionais 1/ A.P.P.A.C.D.M 4050-342 Porto Tel.: 223 393 770 E.N. 108 n.º 206 – Rua Vale Cerejeiras, n.º 26 – 2910 Setúbal [email protected] 4300-316 Porto (Freixo) www.ipmuseus.pt Tel.: 225 304 966; Fax: 225 301 071 [email protected] Museu Nacional do Traje www.imultimedia.pt/museuvirtpress Exposições Sala dos Teares Museu Nacional de Machado de Castro Permanente Exposição – Exposição de Esculturas de José Aurélio Os Alqueires bem Medidos Até 19 de Julho de 2006 Até Setembro de 2006 200 anos de Vestidos de Baptizado Pás-de-Vento, Ventos-de-Paz Até 11 Novembro de 2006 Rua António José de Almeida, 208 3000-042 Coimbra Trajes para D. Inês Tel.: 239 482 001; Fax: 239 482 469 Até 11 Novembro de 2006 Tarde intercultural [email protected] Evolução do Traje do Século XIX Festas de Marítimos Até Dezembro de 2006 30 de Setembro de 2006, 15h-18h Brinquedos do início de século XX Museu Nacional de Soares dos Reis Até 31 Dezembro de 2006 Oficinas Largo Júlio de Castilho, Lumiar 1600-483 Lisboa Tel.: 265 53 78 80 Bichinho de Ver (dos 6 aos 10 anos) Tel.: 21 758 85 37 Fax: 265 57 38 89 4ªs feiras, Julho, das 10h às 12h [email protected] [email protected] Largo dos Defensores da República 2910-470 Setúbal www.museudotraje-ipmuseus.pt Outras Notícias Encontro Terrassa LANA 2006 A Association ATELIER, França, o Centre Tècnic de estratégia tendo em linha de conta os seguintes Filatura – UPC, o Centre de Documentatió i Museu princípios orientadores: Informações e contactos Téxtil, de Terrassa, Espanha e o Museu de Lanífícios – Difusão de boas práticas do processo de produção Museu de Lanifícios da Universidade da Universidade da Beira Interior, Portugal, associaram- da Beira Interior das lãs. -se para promover um encontro internacional entre – Planeamento e criação de um Sistema de Identi- 6201-001 Covilhã organismos, associações e entidades que têm por ficação Geográfica Protegida, de âmbito ibérico Tel.: 275 319 712/275 319 700 finalidade dinamizar a fileira lã e revalorizar esta e/ou mediterrânico. Rua Marquês D’ Ávila e Bolama (ext. 3126) fibra enquanto matéria natural renovável. – Formação como eixo de intervenção primordial. Nas conclusões do Encontro, que decorreu nos dias – Investigação nos diversos domínios que envolvem Fax: 275 319 712 [email protected] http://museu.ms.ubi.pt 31 de Março e 1 de Abril, foi possível definir-se uma a lã. Rede Portuguesa de Museus | 27 – Promoção com base na cooperação. peninsulares e como exemplo de coordenação dos – Conservação futura do património laneiro. diferentes agentes envolvidos na fileira lã. – Trabalho realizado, há mais de 10 anos, pelo European Wool Group, como via a seguir para valorizar as lãs – Colocação em rede dos diferentes agentes e estabelecimento de um ponto de encontro. z M. Emília dos Santos e Silva Amaral Teixeira In memoriam Faleceu recentemente uma grande senhora dos museus válidos à distância de quase cinquenta anos. Não portugueses, a Dr.ª Maria Emília dos Santos e Silva esqueceu o serviço educativo, acompanhando ela Amaral Teixeira. Talvez o seu nome pouco diga às novas própria os jovens visitantes. E inaugurou uma sala para gerações. Não assim para quem acompanhou o seu conferências e um espaço para exposições temporárias. percurso profissional, primeiro a sua passagem pelo Tudo isto foi feito em condições hoje impensáveis, Instituto de Alta Cultura, pelo Museu Nacional de Arte sem o concurso de arquitectos nem de designers, nem Antiga, pelo Museu dos Coches, pela Biblioteca Nacional de outros especialistas, sem pessoal técnico e sem de Lisboa; mas sobretudo o seu trabalho enquanto meios tecnológicos. Mas só lhe custou a incompreensão Directora do Museu de Alberto Sampaio, em Guimarães, de uma certa imprensa local, provinciana, limitada e entre 30 de Novembro de 1955 e 30 de Dezembro de resistente à mudança. 1966, e, a partir dessa data até à sua aposentação, em No Museu Nacional Soares dos Reis dedicou-se à 2 de Junho de 1986, como Directora do Museu Nacional instalação de infra-estruturas: reservas e arquivos. De Soares dos Reis. Quem com ela privou, considera 1967 a 1973 foi também conservadora dos Museus inteiramente merecido o louvor que a Secretária de da Câmara Municipal do Porto, em regime de acu- Estado da Cultura então lhe dirigiu “por ter demonstrado, mulação. A autarquia portuense atribuiu-lhe, pos- no decurso da carreira de conservadora de museu e no teriormente, a medalha de mérito, de ouro, realçando exercício de funções de direcção (…) um elevado grau o seu papel fundamental na instalação do Museu de competência, zelo e dedicação”. Romântico da Quinta da Macieirinha. Prestou ainda No Museu de Guimarães, coube-lhe a tarefa de acom- apoio a outros museus da região norte. panhar grandes obras de ampliação e a responsabilidade A convite do governo da República Federal da de montar sozinha a nova configuração museográfica. Alemanha, integrou uma visita de conservadores de Com grande sensibilidade, a Dr.ª Maria Emília soube museus de todo o mundo àquele território. Membro valorizar cada um dos objectos expostos, concedendo- do ICOM, participou em reuniões internacionais em -lhe espaço para ser fruído, de acordo com critérios de Leninegrado e na Suécia. selectividade e de sobriedade, que constituíram então A Dr.ª Maria Emília Amaral Teixeira era uma pessoa uma nova tendência. activa, determinada, exigente, rigorosa, habituada a Dedicou-se também à inventariação das colecções. cortar a direito, viajada, culta, afável e delicada para Preocupou-se com a conservação. Acompanhou pes- com os subordinados e os mais novos, generosa com soalmente, no Instituto de Restauro de Lisboa, a os outros na partilha do saber. Pode dizer-se que reintegração de uma peça emblemática do Museu, o esteve à frente do seu tempo e que manteve com a loudel de D. João I, sendo uma das autoras da instituição museal uma relação afectiva muito forte. monografia a que esse restauro deu origem. Fez Foi uma figura pioneira e marcante na vida dos nossos investigação histórica com seriedade e prudência, museus, que evoco com saudade e respeito. publicando diversos estudos. Sublinho, em especial, Guimarães, 2006.05.09 os seus artigos sobre o tríptico de prata do século XIV Manuela de Alcântara Santos e sobre alguns aspectos do claustro, que continuam Antiga directora do Museu de Alberto Sampaio (1993-1999) 28 | Boletim Trimestral Domingos Francisco Domingos Francisco, Mestre em Estética e Filosofia contexto natural, partindo do global (Universo) para o da Arte, Técnico do Museu Municipal de Coruche, particular (Coruche) e deste novamente para o global faleceu no passado dia 6 de Abril. – questionando o futuro do Planeta Terra, absolutamente Recentemente, a equipa da RPM esteve a visitar o dependente da responsável e atenta acção do Homem. museu no âmbito do acompanhamento do processo Do texto que publicou no catálogo desta exposição de transição do museu para o novo sistema de retiramos a seguinte mensagem, agradecendo-a credenciação criado pela Lei Quadro dos Museus profundamente pelo que nos faz pensar: Portugueses. A reunião de trabalho e a visita técnica “Educar para a Natureza quererá dizer, então, levar as então efectuadas contaram com a sua participação crianças e os jovens a compreender o valor que a natureza empenhada, tendo a visita às instalações do museu, tem em si mesma. E se educar não pode ser algo que e em particular às exposições patentes, sido muito afaste as atitudes e os valores, então, quando falamos estimulante pelo seu entusiasmo e envolvimento. de educação ambiental estamos a falar de atitudes e Em sua homenagem destacamos a sua importante valores a ter com a Natureza. Que o mesmo é dizer que participação na programação das actividades do Museu se a educação é o acto civilizacional por excelência, a Municipal de Coruche, no pendor educativo e aposta numa educação deste tipo levará necessariamente pedagógico original que lhes imprimiu, na concepção a uma civilização diferente, porque de um homem das respectivas exposições, evidenciando em particular diferente se tratará. Certamente mais desenvolvido. Mais a exposição permanente O Homem e o Trabalho – A humano.” (“Natureza e Futuro – Algumas Consi- Magia da Mão, cujos textos apresentados em cada derações” in O Homem e o Trabalho. A Magia da Mão, núcleo temático são de sua autoria, verdadeiros Câmara Municipal de Coruche/Museu Municipal de poemas, plenos de sentidos, sublinhando uma Coruche, 2003) mensagem profunda de inserção do Homem no seu CJF/ Equipa da RPM Henri Campagnolo No dia 27 de Maio teve lugar no cemitério de Alcobaça para além das colecções à sua guarda, uma “rede de uma cerimónia em homenagem a Henri Campagnolo sítios museológicos”, na perspectiva da sua investigação, que reuniu familiares, amigos e antigos alunos do documentação, interpretação, valorização, preservação Professor. e divulgação aos públicos para sua fruição. Investigador do Centre National de la Recherche A conjugação de várias áreas disciplinares (Matemática, Scientifique (CNRS) desde 1967, Henri Campagnolo, Antropologia e Linguística) na formação de Henri juntamente com Maria Olímpia Lameiras-Campagnolo, Campagnolo muito contribuiu para marcar significati- sua companheira e também investigadora do CNRS, vamente a singularidade dos seus contributos científicos deu aulas de Semiologia das Técnicas e Museologia e de e, por conseguinte, das suas lições. Programação Museológica nos Mestrados em Museologia Importa destacar alguns eixos de investigação levados da Universidade Nova de Lisboa e da Faculdade de a cabo por Henri Campagnolo: várias missões lin- Belas Artes de Lisboa. Das lições de ambos ressaltamos: guísticas, em articulação com os domínios antropo- a transmissão de conceitos operativos da disciplina e lógico e tecnológico, em Timor Oriental e junto dos a sua aplicação no terreno do museu; múltiplos processos Timorenses refugiados na Austrália e em Portugal de codificação inerentes à linguagem museal; a (entre finais dos anos 60 e meados de 70); importante parametrização das etapas de programação e de gestão e significativo estudo sobre o pedagogo português de uma entidade museológica, que poderá abranger, João de Deus; pesquisas no domínio das linguagens Rede Portuguesa de Museus | 29 verbais e não-verbais, privilegiando a linguagem e antropólogos de formação «mista», para os quais do museu enquanto instrumento específico de investigação é antes do mais acolhimento selectivo e comunicação. criativo da pluralidade”. Na cerimónia em homenagem No campo da Museologia, merece referência particular a Henri, Benjamim Pereira exaltou esta experiência de um trabalho realizado pelos dois investigadores, que trabalho com os dois investigadores como muito compreendeu a já mencionada pesquisa de campo estimulante e enriquecedora, evidenciando a exigência em Timor Oriental, a recolha no terreno de objectos, e o rigor científico das questões levantadas e o espírito de fotografias, de outra documentação e de teste- de verdadeira e genuína solidariedade familiar então munhos das populações timorenses (justificada e sentido com o profundo envolvimento de todos os rigorosamente incluídos nas fichas de inventário das elementos da família Lameiras-Campagnolo naquele colecções recolhidas e seleccionadas com a participa- importante projecto expositivo. ção das mesmas populações) e, finalmente, a sua Para o projecto de criação e de desenvolvimento da divulgação através de uma exposição – Povos de Timor, Rede Portuguesa de Museus, a colaboração dos dois Povo de Timor. Vida. Aliança. Morte – organizada no investigadores foi essencial, materializando-se os seus Museu de Etnologia em Dezembro de 1989, com significativos contributos em inúmeras conversas atentas Ernesto Veiga de Oliveira, Benjamim Pereira, José Carlos à evolução do próprio projecto e, muito em particular, Gomes da Silva e Georges Condóminas, e da edição no artigo “O conceito de «Rede»: incidências sobre do respectivo catálogo. o enquadramento e a coordenação das unidades Como é salientado no referido catálogo, esta exposição, museológicas portuguesas” publicado nas Actas do assumindo “claramente a diferença das codificações da Fórum Internacional Redes de Museus (2002), o qual sociedade de origem e da sociedade de recepção”, contou com a sua viva e envolvida participação. “é fruto de uma afectuosa colaboração entre museólogos CJF / Equipa da RPM No Centro de Documentação da RPM – Henri Campagnolo LAMEIRAS-CAMPAGNOLO, Maria Olímpia; CAMPAGNOLO, Henri – O conceito de “Rede”: incidências sobre o enquadramento e a coordenação das unidades museológicas portuguesas IN FÓRUM INTERNACIONAL REDES DE MUSEUS, Lisboa, 2001 – Fórum Internacional Redes de Museus: actas. [Lisboa]: RPM, 2002. Apresentado no Fórum Internacional Rede de Museus, organizado pelo Instituto Português de Museus/ Rede Portuguesa de Museus, o artigo, partindo da apreciação das linhas programáticas da RPM, procede à exploração do conceito de “rede” e sua relação com o conceito de “sistema”, à apresentação de uma proposta tipológica quanto à estrutura de enquadramento e coordenação e à análise da sua incidência. LAMEIRAS-CAMPAGNOLO, Maria Olímpia; CAMPAGNOLO, Henri [et al.] – Marcas e sinais de Cister IN ACTAS DO COLÓQUIO INTERNACIONAL, Alcobaça, 16-20 Junho 1998 – Cister II: espaços, territórios, paisagens. Lisboa: IPPAR, 2000. pp. 575-594. Acessível on line em: http://www.rpmuseuspt.org/Pt/cont/marcascister.html. Continuando a proposta de uma rede de núcleos museológicos para o território da Abadia de Santa Maria de Alcobaça, o artigo visa sistematizar a caracterização, no âmbito plástico e semântico, de seis sítios contemporâneos da Abadia e aprofundar as relações destes com a Abadia, apresentando a proposta de rede museológica integrada na zona da Abadia Cisterciense de Alcobaça. LAMEIRAS-CAMPAGNOLO, Maria Olímpia; CAMPAGNOLO, Henri – Um exemplo de “linguagem mista”: a linguagem museal IN ENCONTRO NACIONAL MUSEOLOGIA E AUTARQUIAS, 4, Tondela, 29-31 de Outubro de 1993 – Actas do IV Encontro Nacional Museologia e Autarquias. Tondela: Câmara Municipal de Tondela, 1999. pp. 47-52. Situado entre a área da museologia, da antropologia, da linguística e da semiótica, o artigo sistematiza a caracterização da linguagem museal e das suas propriedades, “linguagem mista” enquanto ponte entre as palavras e as coisas, o verbal e o não verbal, “linguagem mista artificial” já que simula uma situação espacial ou temporal afastada do receptor e que se liberta da situação envolvente. LAMEIRAS-CAMPAGNOLO, Maria Olímpia; CAMPAGNOLO, Henri – Uma forma renovada de entidade museal: uma rede de núcleos na área dos Coutos Cistercienses de Alcobaça IN Actas do Colóquio O Património da Região Oeste. Caldas da Rainha: Património Histórico, 1996. 30 | Boletim Trimestral A proposta de criação de uma rede de núcleos museais em articulação com o Museu dos Coutos de Alcobaça é explorada na dimensão teórica e prática das suas potencialidades e limitações, sendo apresentadas três propostas de enquadramento tipológico e uma caracterização da rede no plano da partilha de competências. LAMEIRAS-CAMPAGNOLO, Maria Olímpia; CAMPAGNOLO, Henri [et al.] – Continuar Cister: conhecer, memorizar, compartilhar os valores patrimoniais dos Coutos Cistercienses IN Espaços. Alcobaça: ADEPA, 1996. Com o contributo de Henri Campagnolo para os aspectos teóricos da semiologia, neste artigo é enunciada a proposta de uma rede de núcleos museais na área dos Coutos Cistercienses, estruturas directa ou indirectamente relacionadas à Abadia, num modelo de entidade que prolongaria a “expressão territorial e conceptual da Abadia”. LAMEIRAS-CAMPAGNOLO, Maria Olímpia; CAMPAGNOLO, Henri – Dois modos de pescar na enseada da Nazaré (a “xávega” e o “candil”): devir técnico, devir turístico IN Jornadas sobre cultura marítima. Nazaré: [s.n.], 1995. pp. 175-198. Após a descrição dos instrumentos conceptuais de apresentação das técnicas da arte xávega e da pesca do candil e da análise desses dois modos de pescar na enseada da Nazaré, são apresentadas quatro opções de valorização patrimonial e turística: revitalizar, reconstituir, musealizar e documentar. LAMEIRAS-CAMPAGNOLO, Maria Olímpia; CAMPAGNOLO, Henri, org. [et al.] – Povos de Timor, Povo de Timor: Vida. Aliança. Morte [Lisboa]: Fundação Oriente, D.L. 1992. “Lição de museologia, mas sobretudo lição de humanidade”, nas palavras de Hugues de Varine, a exposição Povos de Timor, Povo de Timor: Vida. Aliança. Morte – concebida em ligação com o colóquio internacional Antropologia timorense: produção, linguagem, que se reuniu no Museu de Etnologia, em Dezembro de 1989 – trouxe a público a cultura dos povos da zona oriental de Timor, as suas singularidades, mas principalmente as suas coesões e solidariedades na dimensão linguística, social, religiosa e tecno-económica. Fruto de um longo trabalho de investigação e da estreita colaboração entre museólogos e antropólogos, a exposição organizava-se em três pólos – vida/morte, masculino/feminino, dentro/fora da aliança – distribuídos em duas séries de painéis que se estruturavam, por sua vez, em diferentes níveis informativos: objecto; legenda do objecto; fotografia de campo; texto-condutor. O catálogo, servindo de informação adicional, segue a organização da exposição, mas encontra-se assente, sobretudo, em fotografias de campo e em textos “tratados como entidades gráficas plenas”, de modo a cobrir a ausência do objecto e a formar, em conjunto com a exposição e as actas do colóquio, uma unidade informativa coesa e complementar. LAMEIRAS-CAMPAGNOLO, Maria Olímpia; CAMPAGNOLO, Henri – Linguagem museológica: que contributo à investigação e ao ensino na área da museologia IN Ethnologia: revista do Departamento de Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/UNL. N.º 6 (Julho-Dezembro 1991), p. 175-184. No artigo, são caracterizadas as propriedades da linguagem museológica – modularidade, tradutibilidade e redutibilidade – e o contributo da sua conceptualização para a investigação e para o ensino da museologia. Dissertações • Na Universidade Lusófona de Humanidades e Mestre em Museologia e Património Cultural mediante Tecnologias, em 2005, Luís Manuel de Oliveira Neves a apresentação da dissertação A indústria portuguesa obteve o grau de Mestre em Museologia mediante a de moldes para plásticos. História, património e sua apresentação da dissertação O Programa Operacional musealização. da Cultura na Modernização e Dinamização dos Museus • Na Universidade de Évora, em 2006, Maria de Portugueses. Fátima Carvalho Afonso obteve o grau de Mestre • Na Universidade de Coimbra, em 23 de Novembro em Museologia mediante a apresentação da dis- de 2005, Adelaide Manuela da Costa Duarte, obteve sertação Museus e métodos de investigação e docu- o grau de Mestre em Museologia e Património Cultural mentação de Património Industrial em Portugal (1974- mediante a apresentação da dissertação O Museu -2004). Nacional de Ciência e de Técnica no Contexto da Evolução • Na Universidade de Évora, em 2006, Marta Luísa da Museologia das Ciências. Da Ideia do Museu à sua Lourenço Antunes da Gama Mendes obteve o grau Oficialização (1971-1976). de Mestre em Museologia mediante a apresentação • Na Universidade de Coimbra, a 24 de Fevereiro de da dissertação Concepções de reserva: Os museus da 2006, Nuno Miguel Duarte Gomes obteve o grau de cidade de Coimbra. z Rede Portuguesa de Museus | 31 Estrutura de Missão Rede Portuguesa de Museus Calçada da Memória, 14 • 1300-396 Lisboa Tel: 351. 21 361 74 90 Fax: 351. 21 361 74 99 [email protected] www.rpmuseus-pt.org DESIGN Artlandia IMPRESSÃO Facsimile 3000 Exemplares DEPÓSITO LEGAL Turno da Noite. Museu do Papel, em Santa Maria da Feira, na Noite dos Museus ISSN 1645-2186 – 20 de Maio de 2006. Encontros II Congresso Internacional sobre Temas Organização Etnografia Núcleos museológicos – problemática e enqua- ADELS – Association pour la démocratie et 7 e 8 de Julho de 2006 dramento; sustentabilidade; programação e l’éducation locale et sociale actividades de dinamização Tema Montemor-o-Novo Informações e contactos Projectos de território Organização Museu Municipal de Faro Informações e contactos AGIR – Associação para a Investigação e Desen- Praça D. Afonso III Association pour la démocratie et l’éducation volvimento Sócio-cultural 8000-167 Faro locale et sociale (ADELS) Temas Tel.: 289 897 400/1/2 108-110 rue St Maur Trabalho de campo; património material/ [email protected] 75011 Paris Auditório da Biblioteca Municipal de /imaterial; Lusofonia; gestão, intervenção e [email protected] acompanhamento nas instituições; ensino da Seminário Towards a European Network Etnografia; Etnografia na Educação e da Saúde; of Ecomuseums / Workshop/06 Etnografia no Urbanismo; Desenvolvimento 10 a 15 de Outubro de 2006 2.ª Conferência Rural; Projectos de investigação; Narrativas Ludvika, Suécia Internacional de Arquivos visuais/digitais Organização Informações e contactos The European network of ecomuseums – fontes para a história económica AGIR – Associação para a Investigação Temas e empresarial e Desenvolvimento Sócio-cultural Paisagem cultural e comunicação com a 26 e 27 de Outubro de 2006 Apartado 304 comunidade local. Auditório Municipal – Fórum Cultural do Seixal 4490 Póvoa de Varzim Informações e contactos Organização [email protected] http://www.retilunghe.net/WS06/ENG/bergslag Núcleo de Estudos de História Empresarial e [email protected] en.asp?vis=d&id=1&pag=1 CMS/Ecomuseu Municipal do Seixal [email protected] Informações e contactos [email protected] Ecomuseu Municipal do Seixal Núcleos museológicos: que sustentabilidade? www.adels.org Empresariais Praça 1º de Maio, nº1 21 e 22 de Setembro de 2006 X Colóquio Rencontres 2840-485 Seixal Museu Municipal de Faro de la démocratie locale Tel.: 210 976 112 Organização 18 a 20 de Outubro de 2006 Fax: 210 976 113 Museu Municipal de Faro Dijon, França [email protected]