Implantação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA)
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Implantação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA)
Nº 4 5 :: FE VER EIRO 2008 Implantação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) atrai NOVOS NEGÓCIOS e GERA EMPREGOS na Zona Oeste do Rio ARISTIDES CORBELLINI fala do projeto e dos objetivos estratégicos do grupo no Brasil PRINCIPAIS OBRAS da usina são realizadas por associadas da AEERJ Foto: Aline Massuca editorial NOVO PARADIGMA DO RIO A inauguração da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, em 1946, é considerada o marco divisor de águas entre o Brasil agrário e o Brasil industrial. Sessenta anos depois, o Estado do Rio de Janeiro renasce com a construção da ThyssenKrupp CSA Companhia Siderúrgica, em Santa Cruz. Depois de décadas de abandono, o Rio volta ao cenário nacional como o estado que está recebendo o O RIO VOLTA AO CENÁRIO NACIONAL COMO O ESTADO QUE ESTÁ RECEBENDO O MAIOR PROJETO INDUSTRIAL DO PAÍS maior projeto industrial do país. Ninguém tem dúvidas de que a TKCSA é o novo paradigma do Rio, como modelo de empregador, preocupado com a formação profissional de seus trabalhadores, e como modelo de projeto desta magnitude, que vai inaugurar, em 2009, projeto industrial, auto-suficiente em energia e atento uma nova era no Estado do Rio. ao meio ambiente. Por tudo o que a TKCSA está trazendo para o Rio de A política de compras da empresa também merece a Janeiro, a AEERJ não poderia deixar de homenageá- admiração dos brasileiros e, em especial, dos cariocas. O la nesta edição, dando uma pequena mostra do que volume de aquisições no mercado nacional para este ano é o projeto. está estimado em mais de R$ 4 bilhões. O Rio de Janeiro Não temos dúvida de que o apoio do governo do será o principal beneficiado, porque, no rastro da TKCSA, estado foi fundamental para o início das obras e será virão novas empresas que, necessariamente, seguirão essencial para o sucesso da empreitada. Por isso seu modelo de contratação. convidamos os secretários de estado Julio Bueno, À frente do empreendimento está Aristides Corbellini, de Desenvolvimento Econômico, e Julio Lopes, de presidente da TKCSA, que vem trabalhando desde 2004 Transportes, a se manifestarem sobre como estão para conseguir ultrapassar todos os obstáculos que a trabalhando neste projeto, do qual participam várias burocracia brasileira lhe impôs para a construção de um associadas da AEERJ. Francis Bogossian, Presidente 01 Construir | Fevereiro 2008 Foto: João Clávio índice expediente Diretoria eleita: Presidente Francis Bogossian (Geomecânica) | Vice-presidente Eduardo Backheuser (Carioca) | Diretor Administrativo Financeiro Carlos Alberto Brizzi Benevides (Dimensional) | Diretoria Antonio Cid Campelo Rodrigues (Andrade Gutierrez), Antonio Machado Evangelho (Vile Romi), Gustavo Souza (Queiroz Galvão), Jefferson Paes Figueiredo Filho (Darwin), João Batista Pizzaro Drummond Filho (Presitec), Luiz Carneiro de Oliveira (EBTE), Reginaldo Assunção Silva (OAS), Ricardo Araujo Farah (Sanebrás) Conselho Fiscal Edálio Carlos Magalhães (Collett & Sons), Eduardo Impellizieri Versiani (Enimont), João Borba Filho (Odebrecht), João de Deus Vaz da Silva Neto (Radikal), Moysés Spilberg (Spil) Diretor Executivo João Américo Gentile de Carvalho Mello | Gerente de Comunicação e Marketing Ana Maria Leite Barbosa AEERJ - Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro | Av. Rio Branco, 124 - 7º andar | Rio de Janeiro - RJ CEP 20040-001 | Tel.: 55 21 3970.3339 Fax: 55 21 3970.3375 | [email protected] | www.aeerj.com.br A Revista Construir é uma publicação da AEERJ - Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro, produzida pela Banjo Editora e Cria Caso Publicações Customizadas. Os artigos, fotografias e matérias assinadas são de responsabilidade dos respectivos autores e não refletem necessariamente a opinião da AEERJ. Editora Antonia Leite Barbosa | Diretora de Criação Mariana Nahoum | Repórter Verônica Guimarães | Copidesque Káthia Ferreira Foto da capa João Clávio | Fotos dos eventos Aline Massuca e Fernando Souza 02 Construir | Fevereiro 2008 linha do tempo 2004/2005 CRIAÇÃO DA THYSSEN KRUPP CSA 2006 OBTENÇÃO DA LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI) :: Estudos iniciais para implantação do complexo industrial da TKCSA localização, imóvel, composição acionária, início do processo de licenciamento e aprovação do projeto de viabilidade. :: LI concedida pela FEEMA e licenciamento do terminal marítimo. :: Seleção dos fornecedores, identificação dos pacotes de construção, contratação de fornecedores e início das obras preliminares. Setembro :: Começam as obras de construção do terminal marítimo (porto), executadas pelo consórcio CARIOCA/ ANDRADE GUTIERREZ. Outubro :: CRAFT ENGENHARIA inicia obras de infra-estrutura viária da TKCSA. Abril :: Delta inicia obras de construção do edifício administrativo e do restaurante. Maio :: Obras da ponte sobre o Canal São Fernando começam a ser feitas pela CIVILPORT :: TKCSA dá início à campanha para recrutamento de pessoal. Junho :: Têm início as obras de implantação dos sistemas de tratamento de água executadas pelo consórcio formado por OAS/ENGEVIX/STEULER. 2007 DETALHAMENTO DE PROJETOS E INÍCIO DAS OBRAS Julho :: OAS inicia a construção do ramal ferroviário (virador de vagões) :: CIVILPORT começa a implantar equipamentos e a realizar obras de infra-estrutura para a Air Liquide :: DELTA dá início à construção do edifício central de controle e das instalações para a implantação do alto forno. Agosto :: Interconnecting piping começa a ser instalado pelo CONSÓRCIO OAS/ ENGEVIX/ ENESA :: CIVILPORT finaliza a construção da ponte sobre o Canal São Fernando :: DELTA inicia obras de construção do prédio da brigada de incêndio, de primeiros socorros, das instalações de armazenamento de gás e das esteiras metálicas para dutos :: TKCSA inicia treinamentos de profissionais para a fase operacional. Setembro :: DELTA começa a construir instalações para a unidade de sinterização. Outubro :: Entrega, pela DELTA, das obras de construção do edifício administrativo e do restaurante. 04 Construir | Fevereiro 2008 2004 > abril 2009 Janeiro :: Previsão de início das obras de construção de interconnecting piping para gases técnicos (contrato da OAS com Air Liquide) :: Entrega, pela DELTA, das obras de construção do edifício central de controle. Fevereiro :: DELTA prevê entrega das obras de construção do edifício da brigada de incêndio e de primeiros socorros e das instalações para implantação do altoforno. 2008 PRAZO PARA ENTREGA DAS OBRAS Abril :: Entrega, pela DELTA, das obras de construção das instalações para armazenamento de gás. Maio :: Prazo previsto pela CIVILPORT para término das obras de infra-estrutura para a planta de gases técnicos. Junho :: DELTA prevê entrega das instalações para a sinter plant e o pipe rack. Outubro :: Mês em que a OAS prevê finalizar as obras de implantação do ramal ferroviário (virador de vagões). Dezembro :: Prazo previsto pela OAS para entrega das obras de montagem do interconnecting piping para gases técnicos. 2009 Março :: Produção da primeira placa de aço pela TKCSA. Foto de divulgação TKCSA INÍCIO DAS OPERAÇÕES DA USINA Fevereiro :: Entrega das obras do interconnecting piping pelo CONSÓRCIO OAS/ ENGEVIX/ENESA :: Prazo previsto para finalização das obras do sistema de tratamento de água pelo CONSÓRCIO OAS/ENGEVIX/STEULER. Simulação do projeto da siderúrgica: vista aérea 05 Construir | Fevereiro 2008 perfil csa Foto de divulgação TKCSA Visão geral da planta da TKCSA em janeiro de 2008 INSTALAÇÃO DA TKCSA TERÁ INVESTIMENTOS DE TRÊS BILHÕES DE EUROS A expansão das atividades industriais, empresariais Serão investidos três bilhões de euros na im- e logísticas em curso no Rio de Janeiro, considerada plantação da ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do uma das maiores na América Latina atualmente, com Atlântico (TKCSA) no Distrito Industrial de Santa investimentos milionários, conta com vários atores Cruz, Zona Oeste do município do Rio de Janeiro, importantes nos diversos segmentos dos setores em uma área de cerca de seis quilômetros de produtivos e governamentais. Na área de investimentos comprimento. Quando entrar em operação, em março privados, um dos maiores destaques é a implantação de 2009, o complexo siderúrgico deverá transformar de uma siderúrgica, controlada pela multinacional o Estado do Rio de Janeiro no segundo pólo de alemã ThyssenKrupp Steel, gigante do segmento do produção de aço do país. A usina será responsável aço, décima segunda maior produtora mundial de pelo commodity e quarta maior em faturamento, segundo o produto em 40%, com o acréscimo de US$ 1 bilhão Metal Bulletin, UBS. no superávit da balança comercial. Além disso, a 06 Construir | Fevereiro 2008 aumento das exportações brasileiras do criação de novas oportunidades de negócios para Aumento de empregos e pagamento de impostos empresas fluminenses e de outros estados resultará na geração de milhares de empregos. Durante a fase de obras, está prevista a criação A TKCSA é um elemento central do plano de de até 18 mil empregos diretos e 72 mil indiretos. expansão mundial da ThyssenKrupp Steel. O projeto Quando iniciar suas atividades, a usina vai gerar 3.500 da siderúrgica, localizada na Avenida João XXIII, empregos diretos e cerca de 14 mil indiretos. Apenas entre a Base Aérea de Santa Cruz e o Canal de São com o pagamento de salários, revela Valdir Monteiro, Francisco, inclui a construção de uma usina de gerente geral de recursos humanos da TKCSA, serão placas de aço, uma termelétrica e uma coqueria, desembolsados cerca de R$ 400 milhões por ano. Nas além de um porto exclusivo. O terminal marítimo aquisições e contratações no estado serão investidos escoará a produção do aço, que será 100% exportada, mais US$ 500 milhões. e receberá quatro milhões de toneladas anuais de Já na etapa de operação, o planejamento atual carvão, utilizado como matéria-prima para a usina. prevê Ao todo, serão produzidos cinco milhões de toneladas de trabalhadores da região e em desenvolvimento de placas de aço por ano, 60% destinados ao mercado tecnológico. Ao todo, a previsão nessa fase é de que norte-americano. os gastos com a folha salarial sejam da ordem de R$ investimentos em capacitação profissional 90 milhões anuais. O processo de recrutamento para a seleção de ...COMPLEXO SIDERÚRGICO DEVERÁ TRANSFORMAR O ESTADO DO RIO DE JANEIRO NO SEGUNDO PÓLO DE PRODUÇÃO DE AÇO DO PAÍS recursos humanos está sendo feito via internet, pelo endereço eletrônico www.thyssenkrupp-csa.com.br. “Chegaram à companhia 32,8 mil currículos, que estão sendo analisados pelo departamento de recursos humanos e têm servido de fonte para várias admissões”, explica Monteiro. Para preencher as vagas, é exigida formação técnica em nível médio e superior nas áreas civil, industrial, mecânica, elétrica, minas, metalurgia, instrumentação, mecatrônica, eletrônica e química. “A maioria, 60% das vagas, se refere a pessoal de nível operacional com Ensino Médio completo; 25% deverão possuir nível técnico; e 15%, nível superior”, informa Monteiro, acrescentando que, até dezembro do ano A usina termelétrica será movida pelos gases passado, foram selecionadas 500 pessoas. Os outros resultantes do processo industrial e terá capacidade para gerar 490MW de energia – mais do que o dobro do Com isso, a TKCSA garante sua auto-suficiência em Detelhes do andamento da obra em janeiro de 2008 Foto de divulgação TKCSA necessário para atender às necessidades do complexo. energia elétrica, sem necessidade de adquiri-la no mercado. A coqueria, unidade onde o carvão é aquecido a altas temperaturas para obtenção de coque, terá capacidade para produzir 1,9 milhão de toneladas métricas anuais. Situada em local estratégico, a planta da Siderúrgica do Atlântico deverá atrair outros empreendimentos devido às facilidades logísticas da região, como os acessos ferroviário e rodoviário, através do Arco Metropolitano. Os estudos iniciais para a construção da usina começaram em 2004 e, no ano seguinte, foi elaborado o projeto de viabilidade. Em 2006, o grupo selecionou os fornecedores e, no ano passado, detalhou os projetos de engenharia, iniciando a construção e a montagem da planta. 07 Construir | Fevereiro 2008 perfil csa Foto de divulgação TKCSA Foto aérea das obras de construção do terminal marítimo empregados a serem recrutados através do processo de pormenorizadamente, seleção, que deverá durar 18 meses, serão absorvidos processos de produção de aço e qualificação da durante quatro meses, os ao longo de 2008. “Todos os trabalhadores receberão ThyssenKrupp Steel. Em meados de 2007, foram treinamento na empresa”, afirma. enviados 53 profissionais para treinamento na sede da A fase de treinamento conta com parceria das companhia, na Alemanha, entre engenheiros e técnicos. unidades do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Em novembro desse mesmo ano, seguiu outro grupo de (Senai-RJ) de Paciência e Benfica, que treinarão 1.500 19 profissionais e, em janeiro, outros 45 começaram a profissionais em operação e manutenção da siderúrgica. ser treinados. Outros 350 receberão treinamento na Alemanha. O treinamento da primeira turma do Senai vem ocorrendo Gigante do aço emprega mais de 180 mil pessoas dentro das expectativas da companhia. Os perfis de qualificação para os novos trabalhadores, assim como Presente em 70 países, a ThyssenKrupp tem volume o conteúdo dos cursos e o material didático, foram total de vendas mundiais de 51,7 bilhões de euros, de desenvolvidos pelo Senai em conjunto com a TKCSA. acordo com o balanço anual do período de 2006/2007, A primeira leva de técnicos a ser treinada no e emprega 191 mil pessoas. No segmento de aço e exterior foi enviada à cidade de Duisburg, na Alemanha. inoxidável, com 52 mil empregados, as vendas somam Quatro pela 21,9 bilhões de euros. Já no setor de bens de capital, conheceram que inclui a produção de elevadores, escadas rolantes engenheiros Companhia brasileiros Siderúrgica 08 Construir | Fevereiro 2008 do contratados Atlântico e outros equipamentos e meios de transporte, além do segmento automotivo, são contabilizados 16,2 bilhões de euros em vendas e 95 mil trabalhadores contratados. A área de serviços faturou 16,7 bilhões de euros no período e emprega 43 mil trabalhadores. No Brasil, a gigante mundial do aço possui atualmente unidades de negócios em cinco estados: São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul. São 20 subsidiárias que empregam um total de mais de 13 mil pessoas. A maior delas é a ThyssenKrupp Metalúrgica Campo Limpo Ltda., do segmento de tecnologia, com mais de três mil funcionários. A empresa fornece peças à indústria automobilística e de motores e é hoje a maior no ramo de forjamento em matrizes da América Latina, dispondo da mais moderna tecnologia em equipamentos. O segmento de elevadores está representado no Brasil pela ThyssenKrupp Elevadores, que produz os principais componentes desses equipamentos de transporte, e é a terceira maior empresa do setor no país. Por meio da subsidiária ThyssenKrupp Serviços do Brasil, o grupo tem ainda a empresa brasileira RIP, que oferece a prestação de serviços industriais na área petroquímica e na indústria de alumínio, bem como na extração de minério de ferro. Como parte da estratégia de relacionamento com os cariocas, a empresa apoiou a bem-sucedida campanha para selecionar o Cristo Redentor como uma das novas Sete Maravilhas do Mundo Contemporâneo, num concurso internacional. SITUADA EM LOCAL ESTRATÉGICO, A PLANTA DA TKCSA DEVERÁ ATRAIR OUTROS EMPREENDIMENTOS DEVIDO ÀS FACILIDADES LOGÍSTICAS DA REGIÃO Foto: João Clávio entrevista IMPACTO SOCIOECONÔMICO DA SIDERÚRGICA É MOTIVO DE ORGULHO NA EMPRESA TKCSA ESTIM A ADQUIRIR R$ 4 BILHÕES EM EQUIPA MENTOS E SERV IÇOS NO MERC ADO NACIONAL 10 Construir | Fevereiro 2008 EM ENTREVISTA À REVISTA CONSTRUIR , O DIRETOR-PRESIDENTE DA THYSSENKRUPP CSA SIDERÚRGICA DO ATLÂNTICO, ARISTIDES CORBELLINI, FALA DO ORGULHO DE ESTAR À FRENTE DO PROJETO QUE ESTÁ CONSTRUINDO UM COMPLEXO SIDERÚRGICO NO RIO DE JANEIRO, ABORDA AS RAZÕES ESTRATÉGICAS QUE MOTIVARAM A EMPRESA A ESCOLHER A ZONA OESTE DO ESTADO PARA INSTALAR A USINA E DETALHA AS EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO AO EMPREENDIMENTO. Revista Construir: O que representa para o senhor 70 países. Baseada em que fatores foi decidida a estar à frente de um projeto como o da implantação da implantação do complexo siderúrgico no Brasil, TKCSA em Santa Cruz? especificamente no Rio? Aristides Corbellini: Considero que qualquer executivo AC: A escolha do Rio de Janeiro e, mais especificamente, na minha posição se sentiria orgulhoso de poder levar de Santa Cruz, foi resultado de estudos de viabilidade adiante um projeto dessa envergadura, de enorme que apontaram vantagens logísticas. Entre elas estão impacto socioeconômico em todo o estado. O que me a proximidade das fontes de matéria-prima (minério deixa pessoalmente ainda mais satisfeito é o cuidado que de ferro e calcário), a existência de malha ferroviária, a o projeto dispensa aos temas sociais, como o efeito que possibilidade de construção de porto próprio na Baía de causará na vida das pessoas que possuem atividades ou Sepetiba e, evidentemente, a vocação metal-mecânica residem nas imediações do complexo siderúrgico. Para dessa macro-região do Estado do Rio de Janeiro, com a essas pessoas, sejam pescadores, pequenos industriais presença de outras empresas siderúrgicas, fornecedores, ou moradores, estamos desenvolvendo programas escolas técnicas e universidades. específicos de apoio e integração às nossas atividades, envolvendo inclusive a capacitação da mão-de-obra RC: Algum outro local no Brasil ou no exterior foi local. Tudo isso e mais a grandiosidade do projeto, que cogitado para receber a planta, além do Rio? exige de todos nós uma gestão atenta, nos traz muita AC: No exterior, foram cogitadas Rússia e Austrália. No satisfação, tanto pessoal, quanto profissional. Brasil, foram também avaliados os estados do Maranhão e do Espírito Santo. RC: Qual a importância desse empreendimento para o projeto de expansão da ThyssenKrupp? RC: Um empreendimento como este exige inves- AC: O projeto no Rio é o maior investimento privado timentos de grande vulto. Como ele está sendo dos últimos dez anos no Brasil e elemento-chave da financiado? estratégia de crescimento global da ThyssenKrupp AC: A implantação da TKCSA está sendo financiada Steel. Queremos expandir nossa atuação no mercado diretamente através de capital subscrito da ThyssenKrupp da região do Nafta (Tratado Norte-Americano de Livre Steel (90%) e da Companhia Vale do Rio Doce (10%), Comércio) e parte desse plano compreende a construção que é fornecedora de minério de ferro para o grupo há dessa usina. Simultaneamente, queremos aumentar mais de 50 anos. Existe também um financiamento do nossa cota de mercado na Europa e, por conta disso, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 40% do aço produzido no Brasil serão processados em (BNDES), aprovado em junho do ano passado, no valor nossas unidades alemãs. Investimos 400 milhões de de R$ 1,48 bilhão. euros na ampliação dessas unidades de processamento e beneficiamento, geradoras de valor agregado. Para RC: O projeto prevê a construção de uma ter- a ThyssenKrupp Steel, a nova usina constitui a chave melétrica. Que fatores determinaram a implantação de uma estratégia que permitirá um futuro de sucesso dessa usina? duradouro. AC: O processo escolhido exige essa planta. Com a termelétrica, a TKCSA garante sua auto-suficiência em RC: A ThyssenKrupp está presente em mais de energia elétrica. Adicionalmente, a usina termelétrica 11 Construir | Fevereiro 2008 terá uma capacidade nominal de geração de Recuperação da Bacia do Rio Guandu, recém-criado 490 megawatts, estando prevista somente a utilização pela Secretaria de estado do Ambiente. dos gases gerados no próprio processo industrial. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o correspondente Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) contemplaram os RC: A energia gerada atenderá apenas às neces- impactos socioeconômicos da implantação do projeto nas sidades do complexo ou haverá excedente? regiões vizinhas. A partir dessa avaliação e do processo AC: O consumo próprio de energia será de aproxi- de diálogo social desenvolvido com as comunidades madamente 200 megawatts. O excedente já foi vendido locais, foram definidas linhas de ação para os programas no último leilão de energia da Agência Nacional de de compensação ambiental e de responsabilidade social Energia Elétrica (Aneel), para início de fornecimento para a fase de implantação do complexo siderúrgico. em 2011. O restante fica, por enquanto, de reserva. RC: O recrutamento de pessoal está sendo feito através de site específico divulgado em jornais de grande circulação. Como está esse processo? As expectativas O QUE ME DEIXA PESSOALMENTE AINDA MAIS SATISFEITO É O CUIDADO QUE O PROJETO DISPENSA AOS TEMAS SOCIAIS estão sendo atendidas? AC: O processo de inscrições no Senai, voltado para pessoas com o Ensino Médio completo, mas sem treinamento ou experiência profissional, já foi encerrado, com um total de inscritos superior a nove mil candidatos. O treinamento da primeira turma começou em agosto e vem ocorrendo dentro das expectativas da companhia. Os perfis de qualificação para os novos trabalhadores, assim como o conteúdo dos cursos e o material didático, foram desenvolvidos pelo Senai-RJ em conjunto com a empresa. Além disso, a TKCSA iniciou, em meados de RC: Além dos aspectos técnicos, quais os critérios maio, uma campanha para recrutamento de pessoal já adicionais usados para a seleção de empresas com experiência, para a fase operacional, através da fornecedoras de produtos e serviços para o complexo? publicação de anúncios nos principais jornais do Rio de AC: A contratação de fornecedores atende basicamente Janeiro, de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. aos critérios de competência, prazo, qualidade e preço. RC: O senhor disse que uma das razões para a RC: No ano passado foram emitidas, em média, implantação 246 ordens de compra por mês pela TKCSA. Qual a em Santa Cruz foi a oferta de universidades e estimativa de investimentos na contratação de serviços cursos técnicos na região. Como está se dando o e na aquisição de equipamentos no Brasil? aproveitamento desse potencial? AC: A estimativa de aquisição de equipamentos e serviços AC: Isso ocorre através da prioridade de contratação no mercado nacional é de aproximadamente R$ 4 bilhões. de profissionais com boa qualificação, já residentes no da siderúrgica da ThyssenKrupp Grande Rio e na região sul-fluminense. RC: Que ações a empresa está realizando para preservar o meio ambiente no entorno da planta? RC: A TKCSA está encontrando dificuldades inesperadas AC: A construção e o funcionamento da siderúrgica do para levar adiante o projeto ou todo o processo está Rio obedecem aos mais rígidos padrões ambientais, sendo realizado de acordo com o programado? tanto brasileiros como europeus, além da preservação AC: É claro que um projeto desta magnitude apresenta de 1,5 milhão de metros quadrados da área de mangue enormes dificuldades. Elas são normais e estão sendo junto à linha de costa do terreno e da implantação superadas com o apoio das autoridades governamentais de um cinturão verde ao redor da usina. Os recursos e dos fornecedores selecionados. O projeto está sendo do Sistema Nacional de Unidades de Conservação implantado de acordo com o cronograma estabelecido da Natureza (SNUC) serão aplicados em diversos e, em março de 2009, entraremos em operação, com a projetos de reflorestamento, incluindo o Programa de produção da primeira placa de aço. 12 Construir | Fevereiro 2008 Foto de divulgação TKCSA O HOMEM DO AÇO Por trás da realização do megaempreendimento operação da de instalação ThyssenKrupp e CSA Siderúrgica do Atlântico no Distrito Industrial de Santa Cruz está Aristides Corbellini, diretor presidente da empresa desde a sua criação, em 2004. O executivo nasceu na Itália e é cidadão brasileiro desde 1974. Formado engenheiro eletricista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC), obteve o título de A R I ST I DE S C OR BE L L I N I doutor em engenharia eletrotécnica É O E X ECU TI VO no Politecnico di Milano. P OR T R Á S DO Começou a carreira profissional na Westinghouse Corporation. PROJ E T O DA C S A Tra- balhou na ENI, estatal italiana de petróleo e, durante cinco anos, foi diretor executivo da área internacional do grupo Petrobras, onde atuou por 11 anos. Corbellini está no grupo ThyssenKrupp desde 1989. 13 Construir | Fevereiro 2008 obras MAIOR DESAFIO É O PRAZO DAS OBRAS Foto de divulgação TKCSA DEDIC AÇ ÃO DAS EQUIPES E UTILIZ AÇ ÃO DE MODERNOS EQUIPA MENTOS É FUNDA MENTAL Visão da planta da TKCSA em março de 2007, antes do início das obras da planta de Santa Cruz Como tudo o que envolve a implantação da que foram contratadas pela ThyssenKrupp. O grande Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), as obras de infra- desafio, segundo a maior parte dos engenheiros estrutura e de construção de prédios, pontes, do responsáveis pelas intervenções que estão sendo terminal marítimo e de outras necessárias ao início realizadas no Distrito Industrial de Santa Cruz, é o das operações também têm números superlativos. prazo exigido para sua conclusão. Seja em função de sua complexidade e da dimensão Gerente de planejamento e engenharia da Carioca da área a ser construída ou da quantidade de Engenharia, empresa que, em consórcio com a equipamentos, insumos e mão-de-obra empregada, Construtora Andrade Gutierrez, responde pelas as dificuldades fazem parte do dia-a-dia de todas as obras de construção do porto da TKCSA, Eduardo empresas, mesmo daquelas que têm larga experiência Fontenelle explica que a maior dificuldade da em empreendimentos de grande porte – caso das empresa na planta de Santa Cruz é o cumprimento 16 Construir | Fevereiro 2008 do cronograma. ”Além disso, os gestores do projeto contribui para o desenvolvimento do Estado do Rio e exigem o atendimento de datas-limite intermediárias permite à OAS atuar com um grupo mundialmente para o início da montagem de equipamentos de grande renomado. porte sobre o píer. Mas, utilizando equipamentos Augusto Lyra, coordenador de obras da eficientes e que permitem alta produtividade na Delta Construções, comenta que está sendo um cravação de estacas no mar, já realizamos mais de aprendizado para a empresa realizar as obras do 50% das obras”, relata. Fontenelle conta que a ponte complexo siderúrgico. “O projeto é de um cliente de acesso está quase pronta. “A partir dessa etapa, privado, com uma forma de trabalhar diferente. vamos focar na execução do píer, utilizando a ponte Todos os profissionais da Delta estão operando concluída como forma de acesso, e entregaremos as focados em manter os padrões de qualidade dos obras no prazo.” serviços, de segurança no trabalho e de preservação Marco Penna Chaves, diretor de obras da Civilport do meio ambiente. Essa experiência na instalação Engenharia, acredita trabalhar com a siderúrgica é de uma grande planta industrial, um nicho que vem importante para a estratégia da empresa. “A TKCSA crescendo no Brasil, nos credencia a participar de está se estabelecendo no Rio. Temos a chance de novos projetos.” fidelizar o cliente, já que no futuro a planta precisará de Gerente comercial da Craft Engenharia, Bernard obras de expansão ou de manutenção. A participação Bogossian Isnard acredita que o empreendimento vem da Civilport nesse projeto da Thyssen e da Vale agrega demonstrar a confiança de investidores estrangeiros valor ao nosso portfólio e nos habilita a participar no grupo ThyssenKrupp no Brasil e se configura no de o marco da arrancada econômica que se anuncia no engenheiro, o maior desafio da empreitada é construir estado fluminense para os próximos cinco anos. “A obra ao mesmo tempo em que os projetos civis e mecânicos em si é um desafio de engenharia, pois as condições da planta são executados, o que exige sincronia total. do solo local e as características climáticas exigem Líder de projeto da Construtora OAS, Dárcio soluções complexas para atender às exigências de um Levy conta que a complexidade das intervenções cronograma muito arrojado. Temos, hoje, uma equipe da das técnica de nove engenheiros na obra, em tempo obras simultaneamente à construção das várias integral, desenvolvendo e aplicando soluções que nos unidades “Essa permitam superar a elevada ocorrência de chuvas e o particularidade exige que coordenemos o prazo dos cronograma. Além disso, num empreendimento desse nossos serviços concomitantemente com todas as porte, outros obstáculos aparecem todos os dias, atividades do empreendimento”, explica. Para Levy, a exigindo de nossa equipe soluções rápidas e logística parceria com a TKCSA é importante porque o projeto avançada”, explica. semelhantes”, empresa do na usina processo comemora. reside da na Segundo execução siderúrgica. Fotos de divulgação Delta obras Fotos aéreas de dezembro de 2007 das obras da Delta Construções na planta da TKCSA 17 Construir | Fevereiro 2008 FICH A TÉCNIC A DAS PRINCIPA IS OBR AS DA SIDERÚRGIC A DO ATL Â NTICO TKCSA LOGÍSTICA para a empreitada iniciaram as intervenções em julho de Terminal marítimo (porto) – Obra iniciada em setembro 2007 e a previsão é de que as obras estejam concluídas de 2006, a implantação do porto está sendo executada pelo em outubro de 2008. consórcio Carioca / Andrade Gutierrez-CSA. O terminal, largura, que inclui um píer para atracação de dois navios, Obras do virador de vagões (terminal ferroviário) Foto de divulgação OAS com 3.825 metros de comprimento por 20 metros de com 700 metros de comprimento por 40 de largura, será utilizado para receber o carvão importado, necessário para o processo de produção do aço, e para escoar parte da produção da usina da ThyssenKrupp de Santa Cruz para os mercados norte-americano e europeu. As intervenções, que contam com a participação de 55 engenheiros das duas empresas e mais 1.500 trabalhadores, consistem na cravação de estacas em mar aberto, sobre as quais são montadas peças pré-fabricadas. Para cravar as estacas em região de manguezal e no mar, no trecho em que a pouca profundidade impede a utilização de equipamentos INFRA-ESTRUTURA flutuantes e embarcações, o consórcio está utilizando Sistemas de tratamento de água (water systems) – uma estrutura metálica com guindaste de 300 toneladas O consórcio formado por OAS/Engevix/Steuler é o de capacidade. responsável pelo tratamento da água para utilização nos processos de fabricação das placas de aço. A água Foto de divulgação TKCSA Obras de construção do porto (parte marítima) será captada no Canal de São Francisco, limite ao norte da área da usina, e conduzida através das várias unidades internas de tratamento para estar disponível nas condições requeridas de uso da siderúrgica. O consórcio construirá, ainda, uma estação de tratamento de água com capacidade de dois mil metros cúbicos por hora. Para as intervenções foram contratados 270 trabalhadores, que iniciaram as atividades na planta de Santa Cruz em junho de 2007. A previsão de término dessas obras é abril de 2009. Interligação de tubulações (Interconnecting piping) – O consórcio formado por OAS/Engevix/ENESA realizará a construção da esteira de passagem de dutos (pipe Virador de vagões – Esta obra da OAS tem como cliente rack), estrutura metálica que percorrerá parte da planta a VALE/MBR, parceira da TKCSA na construção da conduzindo todas as tubulações que alimentarão as siderúrgica. A intervenção consiste na construção de um várias unidades de processo da siderúrgica com gases ramal ferroviário de aproximadamente sete quilômetros técnicos, vapores de alta pressão, água industrial e de extensão e de uma espécie de caixa subterrânea onde demais elementos utilizados na atividade. A obra, que será descarregado o produto mineral utilizado no processo compreende também o fornecimento e montagem de de fabricação das placas de aço. O material será retirado toda a tubulação de aço, teve início em agosto de 2007 da caixa e levado através de esteiras transportadoras até e tem prazo de término previsto para fevereiro de 2009. a unidade de produção. Os 230 funcionários contratados Foram contratadas 780 pessoas para a empreitada. 18 Construir | Fevereiro 2008 Interligação de tubulações para gases técnicos (Interconnecting Piping for Technical Gases ) – A OAS julho de 2007 e a previsão é de que sejam entregues em fevereiro de 2008, empregando 250 pessoas. realizará, também, a montagem eletromecânica das tubulações de gases técnicos, que será feita sobre a Unidade de sinterização ( sinter plant ) – Para a execução esteira de passagem de dutos da obra de interligação de das intervenções necessárias para a implantação dessa tubulações. As obras, que estão sendo realizadas por 120 unidade, a Delta está gerando 300 empregos diretos. funcionários, tiveram início em janeiro de 2008 e o término As obras, que tiveram início em setembro de 2007, têm está previsto para dezembro do mesmo ano. previsão de entrega em junho de 2008. Terraplenagem, arruamento e drenagem – A Craft se Esteiras metálicas para dutos ( pipe rack ) – Essas obras, instalou na planta da TKCSA em outubro de 2006, quando a cargo da Delta, tiveram início em agosto de 2007 e estão iniciou a execução de obras de infra-estrutura viária, que previstas para serem entregues em junho de 2008. Para compreendem serviços de terraplenagem, drenagem, realizar os serviços, foram contratadas 120 pessoas. pavimentação, canalização de rios, estabilização de solos com colunas de brita e pequenas obras em concreto. A Armazenamento de gases (gas holders) – Para a empresa conta com efetivo de 260 funcionários e utiliza 73 realização das obras de implantação das estruturas para máquinas pesadas nas intervenções. a planta de armazenamento de gases, a Delta contratou 160 pessoas. Iniciadas em agosto de 2007, as intervenções Ponte sobre o Canal São Fernando – A Civilport foi a estão previstas para terminar em abril de 2008. empresa responsável pela implantação da ponte junto à portaria dois da fábrica, sobre o Canal São Fernando. EDIFÍCIOS Para as intervenções, que tiveram início em maio de 2007 Administrativo e restaurante – A Delta realizou a e foram finalizadas em agosto do mesmo ano, foram construção dos edifícios, cuja área construída é de 5.500 contratados 25 trabalhadores. metros quadrados. Iniciada em abril de 2007 e finalizada em outubro, as obras geraram 200 empregos diretos. Foto de divulgação Civilport Ponte sobre o Canal São Fernando Brigada de incêndio e primeiros socorros (fire fighting & first aid ) – A Delta executará as obras de 3.373 metros quadrados de área construída empregando diretamente 150 pessoas. Iniciadas em agosto do ano passado, as intervenções estão previstas para terminar em fevereiro deste ano. Edifício central de controle (main access control) – A construção do prédio com 3.670 metros quadrados de área construída, realizada pela Delta, teve início em julho de 2007 e foi finalizada em janeiro de 2008, com a INFRA-ESTRUTURA PARA INSTALAÇÃO DE participação de 100 trabalhadores. EQUIPAMENTOS Urbanização para separação de gases – Contratada pela Obras da Delta Construções, de dezembro de 2007 Foto de divulgação Delta empresa Air Liquide, responsável pela implantação da planta de separação de gases da usina, a Civilport está realizando intervenções estruturais para a instalação dessa unidade. Iniciadas em julho de 2007, as obras empregam 400 pessoas e estão previstas para terminar em maio de 2008. Alto forno (hot metal transport road) – A Delta é a empresa responsável pela construção das estruturas para as instalações do alto forno. Essas obras começaram em 19 Construir | Fevereiro 2008 artigo Foto: Aline Massuca GOVERNO VAI ARTICULAR PODER DE COMPRA DA THYSSENKRUPP CSA 20 Construir | Fevereiro 2008 por júlio bueno Maior empreendimento privado em instalação no país, a ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico ESTIMAMOS QUE O RIO DE JANEIRO RECEBERÁ CERCA DE R$ 100 BILHÕES EM INVESTIMENTOS NOS PRÓXIMOS TRÊS ANOS E VAMOS ARTICULAR O PODER DE COMPRA DE CADA UM DESSES EMPREENDIMENTOS é um projeto de extrema importância para o Rio de Janeiro. Não só pelo volume de investimentos – cerca de três bilhões de euros –, mas pelo que representa em dinamismo para a economia fluminense. São 18 mil empregos na fase da obra e mais de três mil vagas diretas quando estiver em operação, em meados de 2009. Outro fator importante que está sendo trabalhado pelo governo estadual é a articulação do poder de compra da empresa. Em outubro de 2007, o Compra Rio – programa coordenado pela Secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico – realizou o primeiro seminário para aproximar micro e pequenas empresas fluminenses da CSA. Para isso, escolheu a Zona Oeste do Rio, num evento que reuniu 400 fornecedores e negociou R$ 2 milhões, inicialmente, e R$ 5 milhões a longo prazo. Os fornecedores que participaram do seminário eram dos setores de serviços, indústria e comércio. Além de Itaguaí, eles vieram de Volta Redonda, Niterói, Macaé e Baixada Fluminense. Do total, 70% eram micro empresários que geram de cinco a dez empregos. Realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, SebraeRJ, Caixa Econômica Federal e Nuclep, o seminário contou com a participação da Petrobras, Michelin, Light e Eletronuclear. Estimamos que o Rio de Janeiro receberá cerca de R$ 100 bilhões em investimentos nos próximos três anos e vamos articular o poder de compra de cada um desses empreendimentos visando ao desenvolvimento econômico do estado. >> Júlio Bueno é secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços 21 Construir | Fevereiro 2008 Detalhes do prédio administrativo da ThyssenKrupp CSA Companhia Siderúrgica. Delta Construções. Solidez de aço para construir o maior complexo siderúrgico da década. Av. Rio Branco, 156 - Grupo 3117 a 3128. Centro. Rio de Janeiro. RJ. CEP 20040-003. Tel. (21) 2532-1635. Fax (21) 2240-6939. www.deltaconstrucoes.com.br Foto: Fábio Ferreira / Secretaria Estadual de Transportes artigo AMPLIAÇÃO DO PORTO DE ITAGUAÍ E DOS ACESSOS RODOVIÁRIOS DARÁ SUPORTE A PÓLO INDUSTRIAL 24 Construir | Fevereiro 2008 por júlio LOPES A modernização do Porto de Itaguaí, com dragagem para aprofundamento e duplicação do canal de acesso marítimo, é uma das várias ações que estão sendo desenvolvidas com o apoio da Secretaria de Transportes para criar infra-estrutura e logística capazes de dar suporte às atividades do pólo industrial de Santa Cruz e Itaguaí, onde se destaca a implantação da ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico. Uma das razões da escolha do Distrito Industrial de Santa Cruz para sediar a mega siderúrgica foi a possibilidade de esta contar com um porto exclusivo, instalado em área de águas profundas e abrigadas. Consideramos o Porto de Itaguaí UMA DAS RAZÕES DA ESCOLHA DO DISTRITO INDUSTRIAL DE SANTA CRUZ PARA SEDIAR A MEGA SIDERÚRGICA FOI A POSSIBILIDADE DE ESTA CONTAR COM UM PORTO EXCLUSIVO de vital importância para o desenvolvimento da economia do Estado do Rio de Janeiro e da Região Sudeste, já que sua localização estratégica pode integrar empresas e reduzir distâncias e custos atrair dezenas de novos negócios para o entorno. A para o setor produtivo nacional, além de revitalizar a Secretaria Especial de Portos do governo federal já região por onde passa. Será construído com recursos liberou R$ 86 milhões do Programa de Aceleração do PAC, repassados para o governo do Estado do Rio do Crescimento (PAC) para a dragagem no porto. de Janeiro, que executará as intervenções, hoje em fase de licitação. Um outro projeto considerado fundamental para o desenvolvimento da economia fluminense, também O trecho a ser construído pelo governo do estado, coordenado pelo governo do estado, é a adequação e com cerca de 70 quilômetros de extensão, está a ampliação dos acessos rodoviários, que permitirão orçado em R$ 850 milhões. A previsão é de que as maior integração entre todos os elos da cadeia obras comecem ainda no primeiro trimestre de 2008 produtiva, desde a chegada de insumos às indústrias e estejam concluídas em 24 meses. Paralelamente, até o escoamento da produção e a circulação de estão sendo executadas pelo Departamento Nacional mercadorias e de prestadores de serviço. de Infra-estrutura de Transportes (DNIT) as obras de duplicação da BR-101 Sul, entre Santa Cruz Mas o projeto de maior relevância é, seguramente, e Itacuruçá, num trecho de 26 quilômetros. As a implantação do Arco Rodoviário Metropolitano, intervenções fazem parte do pacote de soluções para ligando o Complexo Petroquímico de Itaboraí ao Porto a expansão da atividade econômica na região. de Itaguaí e passando pela Baixada Fluminense. Criado para melhorar a conexão entre as principais A Secretaria está estudando, ainda, a adequação e rodovias de acesso à Região Metropolitana, des- a modernização dos ramais ferroviários de acesso viando da Avenida Brasil e da Ponte Rio-Niterói o ao porto, que prevêem, por exemplo, a reativação da tráfego de caminhões pesados vindos das regiões ligação entre Santa Cruz e Itaguaí, para ampliar o Norte e Sul do país, o Arco Metropolitano vai transporte de passageiros e cargas. >> Júlio Lopes é secretário estadual de Transportes 25 Construir | Fevereiro 2008 eventos da aeerj Foto: Alex Batista GRANDES EMPRESAS VISITAM A AEERJ 01 | Aristides Corbellini, presidente da TKCSA e Francis 02 | José Luiz Alqueres, presidente da Light 01 03 04 05 06 08 02 07 09 DEZEMBRO: CONFRATERNIZAÇÃO AEERJ 03 | Jefferson e Jefferson Filho (Darwin) com Fialho (Rio Custo) 04 | Zélio (Ile), Gustavo (Geomecânica), Fernando e Eduardo França (Seel), José Luiz (Tecnosolo) e Ricardo Mattos (Seel) 05 | Eduardo (Carioca) entre Vinicius e Brizzi (Dimensional) 06 | Eudes (Monjardim), Adauto (Chizon), Leocadio (Colares e Linhares) e Eduardo (Planex) 07 | Luiz Moises e Fábio (Focus) 08 | João de Deus (Arkhe), Luizinho (Medeiros), João Américo (AEERJ) e Paulo Cesar (Geomecânica) 09 | Francis (Geomecânica) e Paes Leme (Sanerio) 26 Construir | Fevereiro 2008 JANEIRO: CLUBE DE ENGENHARIA HOMENAGEIA A AEERJ 10 | Helói Moreira, presidente do Clube de Engenharia, entrega a Francis a placa de homenagem à AEERJ, organizada por Bernardo Griner e que contou com a presença do vice-governador e do secretário de estado de Obras, Luiz Fernando Pezão. 11 | Associados da AEERJ prestigiaram o evento. 12 | André Bogossian, novo presidente da Geomecânica, entre Paulo Cesar, ex-vice-presidente e atual conselheiro da Geomecância, e Jefferson Paes, diretor da AEERJ, integraram a mesa principal. 13 | Guilherme, Arnaldo e Gustavo são os novos dirigentes executivos da Geomecânica. 11 10 FRENTE PRÓ-RIO Os deputados federais Hugo Leal e Otávio Leite estiveram presentes à reunião da Frente Pró-Rio, realizada na AEERJ em dezembro, para fazer um balanço do trabalho da Bancada Parlamentar do Rio, que, pela primeira vez, atuou unida e conseguiu aprovar, para o Estado do Rio de Janeiro, 12 21 emendas na Comissão Mista do Orçamento de 2008 e o dobro do volume de recursos do que havia sido autorizado no OGU de 2007. Com a queda da CPMF, o orçamento terá que ser alterado para se adaptar à nova realidade. Por isso, é muito importante que a Frente Pró-Rio continue atenta, para que o Rio de Janeiro não saia prejudicado. 13 27 Construir | Fevereiro 2008 fim paulo cesar corrêa lopes QUEM SAMBA FICA... ...Quem não samba vai embora! Quem samba fica, quem não samba vai embora! da jovem elite brasileira deixará o país em busca de parâmetros de vida que só conhece de ouvir falar e dos Há motivos para que o refrão deste samba fique filmes. Nascido em 1974, sequer pôde usar o relógio martelando minha cabeça desde o início do ano. Não ganho aos 12 anos. É engenheiro com mestrado e alta é só a proximidade do Carnaval. Há um “vai embora” a capacitação, tem emprego fácil no Brasil, mas quer a dar socos em meu estômago, uma dor machucada que mulher e os filhos longe da cruel desigualdade social dói por conta do filho que hoje confirmou sua partida que aniquilou com a ética no país. Optou, nesta decisão, para a Austrália. Vai embora, com a família, porque por direitos humanos garantidos para todos, não só para não quer mais dançar este samba torto que o Brasil os políticos, corruptos, criminosos, traficantes e outros lhe apresenta fora do ritmo. Vai experimentar vida nova, privilegiados pela Justiça. Cansou de ter que pagar longe das assustadoras tensões da violência gratuita. E, impostos crescentes e assistir à deterioração progressiva bem provável, vai gostar e não voltará. da segurança da população. Germinou um embrião que teve origem, certamente, Não tenho argumentos, como cidadão, pai e avô, quando ele, adolescente, foi assaltado por um pivete e para querer que ele desista, que se acostume às balas deixado apenas de cuecas na porta da casa da namorada. perdidas, assaltos à mão armada, educação ao Deus Tinha só 15 anos. E o jovem ladrão iniciante, armado com dará, sistemas policial e correcional falidos e uma saúde um canivete, ainda reclamou que seu tênis era nacional pública desassistida. Nada assim pode dar certo, mesmo e que a bermuda não era “de marca”. que o presidente insista, sedento de perpetuar-se no Mais uma cabeça pensante, inteligente e criativa poder, em apregoar um Brasil paradisíaco. Que pena! *Paulo Cesar Corrêa Lopes é engenheiro, empresário e professor 28 Construir | Fevereiro 2008 ThyssenKrupp CSA Companhia Siderrgica TERMIN AL P ORTU çRIO Para a Carioca Christiani-Nielsen Engenharia motivo de satisfao e orgulho participar da construo do Terminal Porturio da ThyssenKrupp CSA Companhia Siderrgica, obra de fundamental importncia no processo de revitalizao econmica do Estado do Rio de Janeiro w w w. c a r i o c a e n g e n h a r i a . c o m . b r