MAAB de Marco Antônio Andrade Barbosa

Transcrição

MAAB de Marco Antônio Andrade Barbosa
MARÇO - 2016 • Nº 18
Integração Lavoura
Pecuária Floresta
Estatuto dos
Animais
Citronela
Febre
Aftosa
Entrevista:
Adalclever Lopes,
presidente da ALMG
Bovinos:
Guzerá
Seção Pet:
Australian Shepherd
MAAB de Marco Antônio Andrade Barbosa
Uma das marcas com maior destaque na agropecuária do Brasil
MARÇO - 2016
E D I TO R IAL
Redação
Unique Comunicação e Eventos
Tel.: (31) 3063-0208
[email protected]
Diretor Geral
Marcelo Lamounier
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Diretor Comercial
Marcelo Lamounier
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Tels.: (31) 3063-0208 / 9198-4522
Jornalista responsável
Sabrina Braga Bellardini - MTB 09.941 JP
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Direção de Arte
Otávio Vieira Lucinda
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Assinaturas
Unique Comunicação e Eventos
Periodicidade
Trimestral
Tiragem
5.000 exemplares
Impressão
Gráfica Del Rey
www.revistamercadorural.com.br
Comemoramos o lançamento de mais uma publicação agradecendo a confiança dos
anunciantes em nosso trabalho. Reconhecemos a importância deste incentivo, especialmente
no atual período de crise econômica que o Brasil atravessa. Apesar das dificuldades enfrentadas,
conseguimos trazer um material completo, com o mesmo zelo dedicado nas edições anteriores.
Com muito esforço para tornar a revista cada vez melhor para nossos leitores e anunciantes, nos empenhamos em oferecer conteúdo diversificado e reportagens atrativas. O
diferencial da Mercado Rural é, sem dúvidas, a variedade de assuntos abordados em seu
conteúdo editorial, envolvendo o agronegócio de forma leve, porém tratando com seriedade assuntos de grande interesse. Tudo isso aliado a um projeto editorial atrativo e elegante.
A matéria de capa traz Marco Antônio Andrade Barbosa da MAAB, que conquistou, por 26
anos, o título de melhor expositor e criador nacional da Raça Pêga. Desde a década de 70 ele vem
investindo em melhorias genéticas e hoje é referência em criação e comercialização pecuária.
Na seção de “Entrevista”, conversamos com o Presidente da Assembleia de Minas Gerais,
o Sr. Adalclever Lopes, que falou sobre sua gestão à frente do legislativo, principais projetos,
crise, participação popular na área política e gestão ambiental.
Na seção “Personagem” trazemos a criadora de cães, Flávia Maria Mello de Mesquita. A
seção “Como Fazer” vai ensinar como produzir fumo de rolo. A criação pet destaca a raça
de cães Australian Shepherd e os Psitacídeos de criações exóticas. Já na editoria “Bebidas”
abordamos o cachimbo, bebida típica nordestina feita à base de aguardente.
Tem taioba, morango, azeite, citronela, Integração Lavoura, Pecuária e Floresta, Apicultura, Psicultura, Febre aftosa, Pequi, Mirtilo, dentre outros.
Apreciem, amigos leitores! Esta edição foi especialmente preparada para vocês e para os nossos anunciantes, aos quais reforçamos a nossa gratidão por contribuírem para que a revista Mercado Rural se fortaleça e
ocupe, cada vez mais, destaque no mercado de veículos
de comunicação brasileiro.
A Revista não se responsabiliza
por conceitos ou informações contidas
em artigos assinados por terceiros.
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Mercado Rural
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Boa leitura.
Recebemos sua revista.
Parabéns, está cada dia
melhor. Gostamos muito,
pois os temas são variados
e muito aprofundados.
Sensacional é a palavra certa!
Renato Menezes Belo Horizonte, MG
Marcelo Lamounier
Parabéns pelo trabalho ao
amigo Marcelo e toda a equipe.
Pedro Paulo Vasconcellos Leite Alfenas, MG
A revista é show. Uma revista séria e com
conteúdo de alto nível. Nota mil mesmo!
Herley Souza Sales - Itapecerica, MG
Parabéns pela revista!
Show de bola!
Thiago Pires - Belo Horizonte, MG
Parabéns Marcelo. A revista é de
qualidade e tem conteúdo.
Sucesso neste novo ano que se inicia!
Juliano Ramos - Divinópolis, MG
Recebi mais um exemplar da excelente Revista “Mercado Rural” do meu amigo Marcelo. Muitos bons artigos enriquecidos por especialistas e ilustrados por fotos de
boa resolução. O agronegócio é responsável por 33% do Produto Interno Bruto (PIB), 42% das exportações totais e 37% dos empregos brasileiros. Uma visão bem
focada da revista sobre essa importante atividade. Parabéns Marcelo e obrigado por sua amizade e cortesia.
Juvenal Perestrelo - São Paulo, SP
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Entrevista: ADALCLEVER LOPES,
presidente da Assembleia de Minas Gerais
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PERSONAGEM: Flávia Mesquita
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COMO FAZER: Fumo de rolo
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INTEGRAÇÃO LAVOURA
PECUÁRIA FLORESTA, pode ser
diferencial competitivo para o agronegócio
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CITRONELA: O cheiro que
mosquitos não suportam
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GUZERÁ: Raça produtora de leite e carne
conquista mais pecuaristas no Brasil e exterior
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AZEITE DE MARIA DA FÉ
está entre os melhores do mundo.
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APICULTURA: Produção de mel garante
aumento de renda na agricultura familiar
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PSICULTURA: Maior produção
de tilápia em Minas Gerais
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PLANTAS CARNÍVORAS:
Exóticas, belas e coloridas
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MORANGO: O pseudofruto
agregado que faz bem à saúde
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ALBINISMO EM EQUINOS
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PEQUI: Fruta típica do cerrado pode amenizar
efeitos colaterais de tratamento do câncer
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O país continua na luta pela erradicação
da FEBRE AFTOSA
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VENDA DE SOJA certificada
garante bônus de mais de meio milhão
de reais a produtores de Sorriso-MT
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MAAB: Por 26 anos o melhor expositor
e criador nacional da Raça Pêga
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SEÇÃO ECONOMIA:
Produção láctea de Minas Gerais
ganha espaço nas exportações
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MIRTILO: A milagrosa fruta azul que
previne câncer e regula a pressão arterial
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SEÇÃO MEIO AMBIENTE:
Depois de El Niño, Brasil se prepara para
enfrentar La Niña no fim de 2016
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TAIOBA corre risco de desaparecer
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ESTATUTO DOS ANIMAIS
garante proteção a mais de 50 mil espécies
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BEBIDAS: Cachimbo
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TURISMO: Pratagy Beach Resort Um paraíso em outro paraíso
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AUTOMÓVEIS: Land Rover Série 1
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DICAS DA AGROSID
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RECEITA: Banana Escondida
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SEÇÃO PET: Australian Shepherd
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CRIAÇÕES EXÓTICAS: Psitacídeos
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EVENTO: Muito prestígio na
posse da Diretoria da ABCCMM
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GIRO RURAL
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AGENDA RURAL
REVISTA MERCADO RURAL
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ENTREVISTA
Adalclever Lopes
Presidente da Assembleia de Minas Gerais
fala sobre sua gestão à frente do legislativo,
principais projetos, crise, participação
popular na área política e gestão ambiental
MR: Quais foram as suas prioridades neste primeiro ano de mandato à
frente da presidência da Assembleia
Legislativa de Minas Gerais? E quais as
principais ações previstas até o fim do
seu mandato no cargo?
Adalclever Lopes: Ao assumir a presidência da Assembleia, tínhamos pela
frente desafios muito grandes. O primeiro
a ser vencido foi a votação do orçamento
do Estado de 2014, aprovado apenas em
2015. Votamos a reforma administrativa
do governo e colocamos na nossa agenda de prioridades o equilíbrio político que
pudesse dar sustentação à retomada do
crescimento econômico em Minas Gerais,
com o equilíbrio das contas públicas. Diversas ações foram tomadas nesse sentido
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MARÇO 2016
e também com o objetivo de buscar justiça
social. A Assembleia, por exemplo, teve uma
atuação importantíssima no momento em
que ocorreu a tragédia do rompimento das
barragens de rejeitos de minério em Mariana, mobilizando-se em duas grandes comissões, a Comissão Extraordinária das Águas
e a Comissão Extraordinária das Barragens,
criadas para esse fim. Conseguimos ainda o
piso dos professores, reestruturar o Sistema
Estadual do Meio Ambiente (Sisema), agir
no combate à criminalidade na prevenção
do uso de drogas e na proteção ao idoso,
entre muitos outros temas discutidos e fiscalizados em inúmeras audiências públicas.
MR: Estamos enfrentando um momento de crise que tem afetado não
apenas a economia do país como também as instituições políticas. Como o
senhor tem atuado junto à Assembleia
para minimizar os efeitos da crise no
estado de Minas Gerais, fomentando a
retomada do desenvolvimento econômico, e também para resgatar a confiança nos setores representativos?
Adalclever Lopes: Acho que Minas
deu um grande exemplo. Enquanto em
Brasília o clima de desconfiança agravou o
quadro econômico, em Minas, alcançamos
os acordos em torno de projetos importantes para a sociedade, de maneira geral,
e em torno daqueles que permitiram que
o governo chegasse ao final do ano com as
contas em dia, inclusive com o pagamento
do 13º salário dos servidores. Trabalhamos
respeitando as diferenças ideológicas, partidárias, mas sempre buscando o consenso
naquilo que poderia melhorar a vida das
pessoas. Essa é a atitude que sintetiza nosso primeiro ano de mandato à frente do
parlamento mineiro.
MR: A questão do impacto ambiental causado pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana tem
sido um dos principais assuntos discutidos atualmente no estado de Minas
Gerais. Como as Comissões Especiais
têm atuado na busca de soluções para
o problema e no auxílio às comunidades mais afetadas? E quanto à fiscalização das demais barragens do Estado? A Assembleia tem tomado alguma
medida nesse contexto?
Adalclever Lopes: Ao criarmos a Comissão Extraordinária das Barragens, permitindo que o parlamento continuasse
acompanhando o desenrolar dessa grande
tragédia também durante o recesso, pro-
Fotos: Guilherme Bergamini/ALMG
curamos sinalizar à sociedade e a todos
os órgãos públicos que a Assembleia está
atenta e vigilante em seu papel fiscalizador.
Os deputados que integram a Comissão
estão acompanhando as medidas reparadoras e cobrando as ações indenizatórias,
que possam minimamente cobrir as enormes perdas daquela população. E fará tudo
que estiver ao seu alcance, dentro de sua
competência legal, para que isso seja feito e
para que todos possam retomar sua rotina
habitual, mantendo a perspectiva de emprego, o que é muito importante também.
MR: Como foi a relação da Mesa Diretora da ALMG com o Executivo nesse
primeiro ano de mandato?
Adalclever Lopes: Foi exatamente
como manda a Constituição: harmônica e
autônoma. Jamais perdemos de vista o diálogo, que deve prevalecer, mesmo em situações mais conflitantes e mesmo diante de
um quadro político nacional adverso. O governo, a situação e a oposição tiveram mérito por conseguir garantir, cada qual, seu
espaço legítimo de manifestação. E, em função disso, quase todos os projetos do Executivo foram aprimorados na Assembleia.
MR: Quais foram os principais projetos votados pela Assembleia em 2015
e que trarão benefícios aos mineiros?
Adalclever Lopes: Podemos citar, por
áreas, alguns dos mais importantes projetos: na educação, a nova política remuneratória dos servidores, considerada uma
conquista histórica para essa categoria,
a criação do Programa Estadual de Transporte Escolar, que vai beneficiar alunos
residentes na zona rural, e as primeiras discussões sobre o Plano Estadual de Educação, que terão continuidade em 2016. No
planejamento, as proposições que integram o ciclo orçamentário estadual: a Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o Plano
Plurianual de Ação Governamental (PPAG),
o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI) e a Lei Orçamentária Anual.
A aprovação desses projetos em Plenário evidencia a importância da ALMG para
o planejamento orçamentário e para a garantia de recursos para as políticas públicas
estaduais. Na questão do meio ambiente,
a crise hídrica motivou a realização de debates importantes em torno desse tema. O
seminário “Legislativo Águas de Minas III Os Desafios da Crise Hídrica e a Construção
da Sustentabilidade” traçou um diagnóstico
de todas as bacias hidrográficas mineiras.
Durante a plenária final do evento, realizada em Belo Horizonte, foram aprovadas
propostas que poderão subsidiar a elaboração de políticas públicas para enfrentar o
problema da escassez de água. Também foi
criada a Comissão Extraordinária das Águas,
que analisa o que precisa ser feito para garantir a proteção dos recursos hídricos.
MR: Houve avanços também em relação ao licenciamento ambiental e no
setor de energia solar, não?
Adalclever Lopes: Sim. Além disso,
foi aprovado o Projeto de Lei (PL) 2.946/15,
que reestrutura o Sistema Estadual de Meio
Ambiente e traz novas regras para o licenciamento ambiental. No que diz respeito
ao desenvolvimento econômico, questões
relacionadas à infraestrutura e à economia
mobilizaram diversas comissões e motivaram a aprovação de projetos importantes
em Plenário, como o PL 1.350/15, que viabiliza acesso de empreendimentos mineiros
a financiamento do BNDES, transformado
na Lei 21.713. Todos esses temas relacionados ao desenvolvimento econômico do
Estado vão ganhar uma nova instância de
A Unique Comunicação e Eventos atua há 8 anos no
agronegócio, prestando com excelência e qualidade seus
serviços. Atenta à crescente demanda do setor, a empresa
especializou-se no ramo de organização de leilões e divulgação
de projetos voltados para o agronegócio.
Contato: (31) 3063-0208 • 9198-4522
Marcelo Lamounier
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REVISTA MERCADO RURAL
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discussão intensa sobre a proposta de
elevação do ICMS para alguns produtos.
Ninguém gosta de aprovar aumento de
impostos, nem mesmo o Executivo. O
fato é que atravessamos uma situação
excepcional de restrição orçamentária
e financeira, e o Estado precisa cumprir
seus compromissos e metas, adequando
a legislação tributária a essa realidade,
ao mesmo tempo cuidando ao máximo para que não haja injustiças ou desequilíbrios. Embora seja iniciativa do
Executivo, não acredito que vai ser uma
pauta relevante para 2016, uma vez que
os ajustes necessários já foram devidamente encaminhados.
deliberação na ALMG com a reestruturação
da Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo, prevista na reforma
do Regimento Interno.
A Assembleia aprovou ainda um projeto que viabiliza investimentos no setor de
energia solar e realizou um grande ciclo de
debates sobre a situação econômica atual. Na saúde, além das diversas audiências
públicas da Comissão de Saúde, a ALMG
promoveu, em 2015, um ciclo de debates
que abordou o aumento do número de
ações na Justiça para garantir medicamentos ou tratamento médico – o fenômeno
conhecido como judicialização da saúde.
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MARÇO 2016
Também foi realizado um ciclo de debates sobre a prevenção ao uso de drogas.
Questões relativas à cultura, com o início
da discussão do plano estadual de cultura,
e outras questões de interesse social, como
a discussão da participação da mulher na
política e o projeto cidadania ribeirinha, foram outros destaques de 2015.
MR: Um assunto que também tem
sido bastante discutido na Assembleia
é o aumento de impostos. Qual é a opinião do senhor sobre o tema e como o
mesmo tem sido discutido na Casa?
Adalclever Lopes: Tivemos uma
MR: Quais as ações da Assembleia
para incentivar a participação popular na vida política do Estado e como
o senhor vê a importância dessa aproximação dos cidadãos com os seus representantes?
Adalclever Lopes: Para você ter
uma ideia da importância da participação popular na Assembleia, até o dia 16
de dezembro de 2015, foram realizadas
1.258 reuniões de comissões, das quais
375 foram audiências públicas e 47 foram
reuniões com convidados. Do total de
reuniões, 94 foram realizadas no interior
do Estado. Foram 136 visitas e 11 debates públicos. Ao todo, 3.947 convidados
participaram dos eventos das comissões.
Essa presença é fundamental, porque é
conhecendo a Assembleia e participando de suas decisões que a população
ajuda o Poder Legislativo a construir um
arcabouço legal à sua imagem e ao seu
desejo. Ao mesmo tempo, as pessoas absorvem mais conhecimento sobre o funcionamento desse Poder e atuam como
verdadeiros cidadãos, cobrando e buscando seus direitos. É a essência da democracia. E é por isso que estimulamos,
sempre e cada vez mais, a participação
popular na Assembleia.
REVISTA MERCADO RURAL
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PERSONAGEM
Paixão pelos cães modificou
a vida de Flávia
A CRIADORA DE CÃES FLÁVIA MESQUITA CONTA COMO
DESCOBRIU SUA GRANDE PAIXÃO E INICIOU A CRIAÇÃO
E tudo começou com o Golden Retriever! A docilidade e beleza da raça foi a razão
para Flávia Maria Mello de Mesquita, administradora, 47 anos, iniciar uma criação
junto ao seu marido, Roberto Travizani, na
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MARÇO 2016
época namorado e já criador de cães. Hoje,
são proprietários do Canil Sunrise Story,
que fica em Lagoa Santa, Minas Gerais. O
primeiro contato da criadora com os cães
foi em 2000, em uma exposição de beleza
em São Paulo. “Fiquei maravilhada com os
cães, toda a genética, todo o cuidado e carinho dos criadores para com seu plantel.
Muitas pessoas não imaginam como acontece esse mundo da Cinofilia, onde se pen-
sa geneticamente para procriar cães belos
e saudáveis”, relembra.
Foi nesta mesma época que chegou
o primeiro animal para o começo de todo
um trabalho de criação. Direto dos USA,
veio Ágatha, a primeira fêmea de Golden
Retriever. “Exames, estudo de pedigree,
genética e cruzamento. Nasce a primeira
ninhada. E de repente, me vejo na maternidade juntamente com Ágatha, ajudando-a no parto, e lá se vai uma madrugada
inteira. Por fim, no começo da manhã, eu,
Roberto e Ágatha exaustos, mas os nove
filhotes vivos, mamando e felizes”, explica
Flávia. Após esta, várias foram as madrugadas ajudando no parto de filhotes. Ela
acredita já terem trazido à vida em torno
de 600. “Meu marido é um grande cinófilo, cria cães há vários anos, tem muito
conhecimento sobre eles.” É ele quem tem
as responsabilidades administrativas sob o
Canil, que define os acasalamentos, o estudo de pedrigrees e a compra de matrizes e
padreadores. Flávia ajuda nos partos e manejo com os filhotes e conta com a ajuda
de um funcionário que cuida de toda limpeza diária e colabora nos trabalhos.
Flávia conta que poucos anos depois,
surgiu o interesse na criação da raça Australian Shepherd, os famosos “Aussies. Na
seção pet desta edição falamos sobre a
raça. “Fomos buscar nos EUA e Europa
exemplares de canis renomados. Fizemos um plantel de 14 cães, sendo que
um, vive comigo em casa desde pequeno, o meu querido Snow of Sunrise Story,
que já participou de várias exposições
de beleza se tornando campeão, grande campeão, campeão pan-americano e
campeão internacional.”
A vontade de criar uma raça pequena
em casa aflorou e então, Flávia e Roberto
importaram da Itália a primeira Cavalier
King Clarles, a mesma cadelinha retratada
no clássico de cinema “A dama e o vagabundo”. “Para quem não tinha contato
algum com cães e gatos, hoje sou uma
mulher privilegiada, tenho em casa o meu
Snow, três meninas de Cavalier e dois gatos
persas, que convivem super bem e dividem
o espaço comigo, Roberto e meus filhos”.
Flávia relata que toda a família é muito presente na criação, pois todos gostam muito
de cães, gatos, animais em geral.
A satisfação na criação dos cães vai
além da produção de animais geneticamente diferenciados. Flávia viajou o mundo para acompanhar exposições de beleza
e conhecer linhagens de sangue. “Durante
todos esses anos eu fiz muitas amizades
pelo Brasil e pelo mundo. Isso é gratificante demais”. Mas nem tudo são flores. Flávia
conta que existem dificuldades e muitos
desafios. “Na cidade grande a falta de espaço e a intolerância da vizinhança são fatores que comprometem a criação. E para
um plantel diversificado necessita-se de
uma área boa para manejo, o que é difícil
no meio urbano”, explica.
O trabalho do Canil é muito reconhecido, fato que, segundo ela, levou a
bons resultados na comercialização de
filhotes mesmo em tempos de crise econômica. Criar por hobby é o ingrediente
principal para o sucesso de uma criação,
seguidos claro, de “amor incondicional,
sem medir esforços para cuidar e criar
bem. O cão é um ser que doa sem pedir
nada em troca”, conclui Flávia.
Ping Pong
Família: Unida
Viagem: Paris
Comida: Italiana
Um lugar: Minha casa
Uma companhia: Minha família
Música: Viva la vida
Filme: Uma linda mulher
O que te distrai: Internet
Felicidade: Viajar
Tristeza: Injustiça
Cavalos: Manga Larga
Gado: Guzerá
REVISTA MERCADO RURAL
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COMO FAZER
Fumo de rolo
O fumo de rolo ou de corda é feito de modo artesanal, mesmo nos dias atuais. Utilizado para
confeccionar cigarros de palha, pode ser consumido também se mascado e no combate a pragas em
pomares e hortas. A produção, rústica e peculiar, persiste em alguns lugares e remonta à cultura do
fumo, disseminada pelos índios Tupi-guarani no Brasil. Se você deseja se aventurar na produção do
fumo de rolo, ou mesmo conhecer, confira:
Colheita das folhas
Colha as folhas do fumo por
volta do 3º ou 4º mês após
o plantio, quando atingem
a plena maturação. Este estágio pode ser identificado
também pelo amarelamento das folhas.
Secagem
Após a seleção as folhas dependure-as em um galpãp
por um período de 15 dias,
aproximadamente, quando
ocorre a murcha total.
Destalo
O processo de “destala” consiste na retirada do talo para posterior enrolamento das folhas. Geralmente várias pessoas se envolvem nesta etapa.
Enrolamento
Para enrolar o fumo são necessárias de 4 a 8 folhas, dependendo da espessura desejada. Neste processo você
vai precisar da ajuda de outra pessoa para a torção. À medida que se forma, a corda é enrolada em um sarilho (espécie de cilindro horizontal móvel, acionado por manivela)
Cura
O fumo fica ao sol para ser curado e deve ser passado
de um sarilho a outro, torcendo a corda para que a água e o chamado “mel” se soltem. O processo todo pode durar entre 60 e
90 dias, dependendo da espessura final do rolo. Geralmente, em um rolo há no mínimo três cordas finas.
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REVISTA MERCADO RURAL
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REVISTA MERCADO RURAL
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Integração lavoura pecuária floresta
pode ser diferencial competitivo
para o agronegócio
A quinta etapa do circuito RedeAgro,
realizado em março, no Escritório Regional da John Deere Brasil, em Indaiatuba
(SP), foi um sucesso. O evento reuniu
importantes empresários e gestores do
agronegócio nacional em uma discussão sobre o tema “Integração Lavoura
Pecuária Floresta (ILPF) como Estratégia
para Alavancar Negócios”. A RedeAgro
é a aliança estratégica do agronegócio
formada por empresas com soluções
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sinérgicas e guiadas por um único objetivo: gerar soluções e conhecimento de
alto nível para os principais empresários
e gestores do agronegócio do Brasil.
Ao longo da programação, grandes
nomes do setor promoveram uma rica
explanação sobre a prática do sistema
de manejo ILPF, contemplando pontos
importantes para o desenvolvimento da
atividade no Brasil, como o cenário mundial da agricultura, a função estratégica
do sistema de integração agricultura,
pecuária e floresta e os resultados obtidos por quem já implementa a solução.
O ciclo de palestras foi aberto pelo
presidente da Embrapa, Maurício Lopes,
que apresentou o tema “Intensificação sustentável. A próxima revolução na agropecuária brasileira”.
Lopes traçou um cenário da
agricultura no
Brasil e no
mundo, passando por fatores de interferência como clima, tecnologia e urbanização. Ele destacou a importância
de intensificar a agricultura, por meio
de sistemas como o ILPF, para produzir
mais e melhor, utilizando menos recursos. “A agricultura não pode ser vista
como um problema, mas, sim, como
uma solução para um futuro sustentável”, acredita Lopes.
O especialista chamou a atenção
dos convidados para outro ponto importante da atividade: a necessidade
de “modelar futuros possíveis” para
a agricultura brasileira. “Não podemos pensar em agricultura ‘no
básico, o futuro é a prática multifuncional, em concordância
com os sistemas biológicos
e animal”, destaca. Segundo
Lopes, é preciso se antecipar às inovações do setor
e trabalhar com inteligência estratégica
para conquistar grandes resultados.
Na sequência, Leonardo Sá, CEO da
Prodap - empresa que combina soluções
de consultoria, nutrição animal e software
para o agronegócio -, apresentou sobre a
importância de se conduzir com visão estratégica o modelo de negócio ILPF. “Mais
do que mudar a estratégia, o sistema ILPF
propõe implantar um novo negócio, que
envolve características operacionais e
culturais completamente diferentes”, afirma. Segundo Sá, especialista em gestão
estratégica, é preciso estabelecer objetivos para a prática do sistema e implantar um planejamento completo para se
alcançar o sucesso. “É preciso pensar nas
competências do time, nos processos, na
cultura, na medição e avaliação de resultados e nas mudanças estruturais para
alcançar esse ‘hibrido, o novo perfil de
negócio bem sucedido”, destaca.
Marize Costa, proprietária da Fazenda
Santa Brígida, em Ipameri (GO), apresentou os resultados obtidos com a implantação do sistema ILPF. Segundo a gestora, desde o início do processo, iniciado há
10 anos, a fazenda passou de um estado
de intensa degradação para um aumento de 70% na produtividade. “Quando as-
sumi o controle em 2006, eu tinha uma
propriedade de 0,5 ua/ha (unidade animal/hectare). Já no ano passado, a média
chegou a 4 ua/ha”, conta Marize.
Com a ajuda de uma equipe qualificada e assessoria direta da Embrapa,
idealizadora do projeto junto a Marize, a
fazenda hoje é referência na prática do
ILPF. “Fui questionada por muitas pessoas se a integração daria certo. Jamais
imaginei chegar aonde cheguei. O sistema alcançou sucesso logo no primeiro
ano e o preço favorável das comodities
nos deu força para seguir crescendo”,
analisa a gestora, que atribui o sucesso
alcançado à equipe envolvida no desenvolvimento do processo. “O apoio da
Embrapa, em especial do João K (propulsor da prática no Brasil), com toda
parte tecnológica e também emocional,
foi fundamental. Assim como toda equipe envolvida na gestão do negócio. Graças a eles, segui firme no projeto e estou
muito satisfeita”, enaltece.
Colaboração: Rede Comunicação
de Resultado/Flávia Rios
REVISTA MERCADO RURAL
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O cheiro que os mosquitos
não suportam
O AROMA DA CITRONELA AGRADA AS PESSOAS,
MAS REPELE INSETOS
Em tempos de infestação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor das diversas
formas da dengue, da chikungunya e da
zika, cultivar a citronela pode ser uma arma
a mais de evitar ficar doente. Além de ser
muito utilizada como repelente para insetos, pesquisas indicam que a planta afasta
também alguns tipos de formiga.
Esta planta medicinal, de nome científico Cymbopogon nardus, se parece com
o capim-limão. A essência desta planta
é muito utilizada na fabricação de perfumes, velas, incensos e desinfetantes e,
claro, o repelente que é possível graças
aos mais de 80 componentes que são
insuportáveis para moscas e mosquitos.
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MARÇO 2016
Apesar do óleo essencial da citronela ser
a forma mais eficaz de repelir insetos,
em sua forma natural, mesmo que esteja
plantada em um vaso, também exerce a
função, repelindo qualquer tipo de mosca
em um raio de até 50m².
Uma dica muito válida, em caso do
plantio em vaso, é posicionar a planta em
local onde há corrente de ar, pois assim a
essência circulará pelo ambiente mais facilmente. Varandas e sacadas são ótimos
lugares, bem como saguões e salas amplas.
Como planta tropical, gosta muito
de sol e necessita de solo fértil. O ideal é
mantê-la distante da passagem de pessoas ou animais, pois não resiste a pisadas. É
aconselhável a rega diária para evitar que
o solo seque totalmente, mas encharcar
pode favorecer o aparecimento de doenças, como a ferrugem.
FAÇA SEU REPELENTE
Outra dica é preparar seu próprio repelente. Em casas de produtos naturais é possível encontrar o óleo de citronela. Misture
150 ml do óleo a 350 ml de água, 350 ml
de álcool e 150 ml de glicerina líquida. É
importante que seja armazenado em recipiente limpo e de cor escura. Essa mistura
pode ser passada sob a pele ou ainda borrifada nos ambientes.
REVISTA MERCADO RURAL
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Guzerá
A raça Guzerá, inconfundível e geralmente
identificada pela imponência dos chifres e porte avantajado, foi o primeiro zebuíno a chegar
ao Brasil em 1870. Originária do estado de Gujarat, na Índia, adaptou-se bem em nosso país.
Foram os únicos da espécie a sobreviverem
produtivamente a cincos anos consecutivos
de seca na região nordeste, no final da década
de 1970. A fama de que esta seria a raça ideal
para cruzamentos correu e de acordo com dados da Associação dos Criadores de Guzerá do
Brasil, “mais de 90% das fazendas brasileiras que
praticam ordenhas diárias têm sangue de raças
indianas em seu gado leiteiro atualmente”.
DUPLA APTIDÃO
A resistência advinda de sua rusticidade natural é só mais uma das vantagens do
Guzerá. Trata-se de um animal de dupla aptidão, com linhagens definidas para produção de leite ou para corte, o que é um grande diferencial em relação às outras raças,
na opinião do Consultor Especializado em
Guzerá, Eros Gazzinelli. “A dupla aptidão da
raça é o seu principal motor. Naturalmente
o Guzerá é funcional para a produção de
carne e leite com menos disponibilidade
de alimento. Essa conversão otimizada de
alimento em carne e/ou leite chamamos
de conversão alimentar superior”, explica.
Toda essa versatilidade interfere posi-
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RAÇA PRODUTORA DE
LEITE E CARNE CONQUISTA
MAIS PECUARISTAS NO
BRASIL E EXTERIOR
tivamente em termos econômicos, o que,
segundo Gazzinelli pode ser mensurável
através da alta procura por animais Guzerá
mesmo nos tempos da atual crise econômica. “Com o Guzerá o produtor produz
carne, produz leite e pode também priorizar cada vertente fazendo os acasalamentos certos para aumentar os índices na balança e no balde”, justifica. Gazzinelli explica
que “há ainda o caminho do meio, que busca o equilíbrio e une as melhores genéticas
de ambos os extremos: carne e leite”.
A raça conquista produtores em diversos
países americanos e, sobretudo africanos.
Eros Gazzinelli explica que as exportações da
raça não sofreram com a atual crise econômica. “O dólar alto é favorável e, nos últimos
anos, o Brasil bateu recordes de exportação
de animais em pé, sêmen e embriões”.
O animal de hoje é diferente daquele
que chegou ao Brasil. Sistematicamente
melhorado e selecionado, temos uma raça
“infinitamente superior em temperamento,
fertilidade e precocidade”.
Apesar de não haver incentivo para estudos e pesquisas por parte do governo, Gazzinelli defende a necessidade de mais trabalho para melhorias da raça. “Quem não se
atualiza e acredita que chegou no seu limite
está sempre ficando pra trás! O potencial
para cruzamentos é sem dúvida a mais recente descoberta do exigente mercado atual. Quem conhece sabe que a raça garante
o melhor resultado no puro e no cruzado”.
REVISTA MERCADO RURAL
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AZEITE DE MARIA DA FÉ ESTÁ ENTRE OS
melhores do mundo
MARIA DA FÉ É PRODUTORA DO 1º AZEITE EXTRA-VIRGEM DO BRASIL
Foi em 29 de fevereiro de 2008 que
aconteceu a extração do primeiro azeite extra-virgem produzido no Brasil, em
Maria da Fé, a cidade mais fria de Minas
Gerais, localizada na Serra da Mantiqueira, a mais de 1.200 metros de altitude.
Com paisagem montanhosa e vegetação predominante de pinheiros, a cidade
apresenta grande vocação para o turismo
rural e para o ecoturismo, devido ao ambiente acolhedor, gastronomia excelente,
cachoeiras e belas fazendas.
É neste cenário que se desenvolve a
produção de oliveiras que estão por toda
parte. Antes, as árvores de folhas acinzentadas enfeitavam jardins e praças, hoje
compõe a cultura de milhares pés de oliva
em plantações a perder de vista. A assistência e incentivo tecnológico ocorre por
parte da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) que dita o ritmo acelerado da produção. O trabalho da
Epamig, que mantém uma fazenda experimental na região e há mais de 30 estuda-
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va as possibilidades, mostrou que o clima
do município com inverno e verão bem
demarcados, se assemelha ao ambiente
que favorece as tradicionais plantações
de oliveiras no Mediterrâneo. A variedade Arbequina é responsável por 85% das
plantações, oferece sabor suave, apesar de
picante e amarga em sua forma natural. O
azeite obtido alcançou índices de acidez
entre 0,2 e 0,7% e foi classificado como
virgem extra, com a qualidade similar aos
melhores azeites do mundo. Os azeites de
Maria da Fé atingem 0,4% em sua maioria,
o que significa 50% do máximo tolerável.
Atualmente a cidade do Sul de Minas
exporta conhecimento para outros municípios de sua região e para os estados de
São Paulo e Rio de Janeiro. De acordo com
dados da Epamig, o potencial produtivo
dessa área é de 2,5 milhões de litros de
azeite por safra.
Em Maria da Fé é beneficiado aproximadamente 60% do azeite produzido em
toda a região abrangida pela Associação
dos Olivicultores que tem uma lista de 45
associados na região do sul de Minas, São
Paulo e Rio de Janeiro. Apesar de não ser
a única cidade a produzir azeitonas é em
Maria da Fé que se concentram a maioria
dos turistas interessados em conhecer o
segmento de produção de olivas e extração do azeite extra-virgem que chega a
um nível de acidez de 0,2%.
De acordo com técnicos da Epamig
todo o trabalho tecnológico para obtenção de melhor qualidade é importante,
mas o manejo e os tipos de solo e clima
são determinantes para o resultado.
O pesquisador da Epamig, Adelson
de Oliviera, expôs no 11º Dia de Campo
de Olivicultura realizado em março de
2016 em Maria da Fé, que para a safra
2016 são esperadas cerca de 220 toneladas de azeitonas de diversas variedades,
como Arbequina, Grappolo, Koroneiki,
Maria da Fé e Ascolano. O volume processado em 2016 deve ser cerca de 20
mil litros de azeite.
REVISTA MERCADO RURAL
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Apicultura
A PRODUÇÃO DE MEL GARANTE
AUMENTO DE RENDA NA
AGRICULTURA FAMILIAR
Criar abelhas para produção de mel,
própolis, geleia real, pólen e até mesmo
veneno é o que chamamos de apicultura.
Trata-se de uma atividade muito antiga
com registros pré-históricos de desenhos
da extração do mel em paredes de cavernas. Os benefícios do mel são muitos e imprescindíveis na nutrição humana.
A apicultura é considerada hoje uma
das grandes opções para a agricultura familiar, uma vez que proporciona aumento
da renda e requer oportunidade de aproveitamento da natureza e do meio ambiente. Além disso, é uma
atividade
de
desenvolvimento sustentável,
pois as abelhas
são indiretamente
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responsáveis pela polinização de diversas
espécies de flores, contribuindo para a produção de melhores frutos e sementes.
No Brasil, a apicultura teve inicio em
1839 com abelhas vindas da Europa. Em
1956 foram introduzidas abelhas africanas,
mais produtivas, porém mais agressivas. O
cruzamento dos tipos gerou as abelhas
africanizadas, muito comuns por aqui.
Com a atividade em expansão, atualmente no Brasil a cadeia produtiva da apicultura gera inúmeros postos de trabalho e
emprego na zona rural, principalmente na
agricultura familiar. A ampla área territorial
de nosso país, a vegetação diversificada
e clima tropical oferecem condições perfeitas para a criação de abelhas. A maior
parte da produção vem de pequenos e
médios apicultores que possuem, em média, menos de 100 colmeias, com produtividade estimada em torno de 30 quilos
anuais de mel por colmeia.
Piauí, Bahia, Pernambuco e Ceará estão
entre os maiores produtores brasileiros de
mel. O país produz entre 20 e 50 mil toneladas de mel por ano e 55% do volume dessa
produção é oriundo da região nordeste. Em
janeiro de 2015 foi exportado o montante
de US$ 7,3 milhões, de acordo com dados
da Associação Brasileira de Exportadores
de Mel (Abemel). Em comparação com o
mesmo mês de 2014, houve aumento de
36,55% nas exportações de mel em valor
exportado e de 24,05% em volume.
O MUNDO DAS ABELHAS
As abelhas (Apis Mellifera) são insetos
do Filo Arthropoda, da Ordem Hymenoptera. Uma super-família constituída por elas
é chamada de Apoidea e contém milhares
de abelhas com funções e trabalhos coordenados. A abelha rainha reina absoluta
em uma colmeia e sua única atribuição é
se reproduzir. É maior que as demais abelhas, alimenta-se de geleia real e vive em
média cinco anos. É capaz de produzir cinco mil ovos por dia. O zangão nasce de um
ovo não fecundado e sua única função é
reproduzir morrendo após a cópula.
As abelhas que fazem todo o trabalho
pesado são as operárias. Elas protegem e
limpam a colmeia, constroem os favos,
produzem a cera, cuidam das larvas, buscam e armazenam o alimento. Vivem no
máximo quatro meses.
Possuir colmeias não é a única exigência para quem deseja iniciar a produção do
mel. Além de conhecimento técnico sobre
manejo e produção, entender o comportamento social das abelhas, bem como sua
biologia, é fundamental.
REVISTA MERCADO RURAL
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Maior produção de
tilápia em Minas Gerais
O Estado de Minas Gerais se firmou
como polo produtor de tilápia com produção presente em todas as regiões, mas com
destaque no Lago de Furnas que possui
aproximadamente oito mil tanques-rede e
no Lago de Três Marias, que tem cerca de
5.800. De acordo com dados do governo federal, em 2014, a produção no Lago de Três
Marias atingiu a marca de 6,7 mil toneladas
de pescado com receita aproximada de R$
38 milhões. José Eduardo Aracena Rasguido, coordenador técnico na Emater-MG,
explica que este patamar sofreu queda em
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2015 em virtude da crise hídrica quando
muitos psicicultores ficaram sem condição
de produzir, principalmente no Lago de
Furnas, mas que melhores índices já podem
ser esperados. “Com a recuperação do nível
de água de ambas represas está havendo
um aumento no número de tanques-rede
que estão sendo colocados em ambos os
lagos. Na Quaresma deste ano não houve
peixe suficiente para atender a demanda
dos consumidores”, enfatiza.
Eduardo Rasguido explica ainda que
mesmo com o preço elevado da ração o
negócio compensa em termos econômicos
“porque a maioria dos piscicultores está trabalhando com a tecnologia mais atual em
termos de manejo e alimentação dos peixes”.
Novos projetos em fase final de tramitação para licença ambiental e demais exigências para a atividades podem significar aumento considerável da produção em 2016.
“Novos frigoríficos também estão em fase
final de tramitação para seu funcionamento
o que demonstra que a atividade está caminhando para uma fase de profissionalização”,
explica Rasguido. O aumento no volume da
produção e processamento deve chegar ao
mercado no final de 2016 e início de 2017.
A Empresa de Assistência Técnica e
Extensão Rural do Estado de Minas Gerais
(Emater–MG) leva tecnologia mais atual
para os piscicultores, além de orientação
sobre legalização da atividade, assistência
técnica e produção.
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Plantas carnívoras
EXÓTICAS, BELAS E COLORIDAS
Assustadoras? Às vezes! Exóticas? Com certeza. Perigosas? Apenas se você tiver o tamanho de um inseto. Elas chamam atenção por
serem diferentes, afinal de contas, essas plantas
comem. E comem pequenos insetos ou animais aquáticos microscópicos que atraídos por
suas flores, são presos e depois devorados. Costumam ser belas e delicadas, tanto que muitas
pessoas nem percebem que são carnívoras.
Como todas as plantas, realizam fotossíntese e as presas são fonte de nutrientes
para compensar o que as raízes não obtêm
do solo. São mais de 500 espécies de plantas carnívoras espalhadas por todo o mundo
com exceção da Antártida, das quais 80 estão no Brasil. Se desenvolvem principalmente nas serras e chapadas e são mais abundantes em Minas Gerais, Bahia e Goiás.
Existem quatro tipos de famílias principais: Nepenthaceae, Sarraceniaceae, Droseraceae e Lentibulariaceae. No Brasil, o tipo
Droseracea é comum nos cerrados.
ATRAÇÃO E ARMADILHAS
As cores de suas flores e o cheiro do néctar são as armas dessas plantas para atraírem
suas presas. Algumas utilizam de padrões de
luz ultravioleta de suas armadilhas e outras
do reflexo das gotículas de mucilagem para
atrair os insetos voadores.
Os tipos de armadilhas variam conforme as
espécies. As do tipo “jaula” são as mais conhe-
cidas. As folhas são modificadas em duas metades com gatilhos no interior que, ao serem
tocados pela presa, se fecham em frações de
segundo esmagando o inseto e digerindo-o.
As armadilhas de folhas colantes são
glândulas espalhadas pelas folhas ou por
toda a planta. As presas mais comuns dessas
espécies são as voadoras. Já as armadilhas
de sucção são compostas por pequenas
vesículas, cada qual com uma pequena entrada cercada de gatilhos. Quando a entrada
é repentinamente aberta em decorrência
da diferença de pressão entre o interior e o
exterior da vesícula, tudo ao redor é sugado,
inclusive a presa que estimulou o gatilho.
DIGESTÃO
Após a captura é iniciado o processo de
digestão por enzimas proteolíticas, ou seja,
aquelas que quebram as substâncias em
moléculas menores. Tudo muito semelhante ao que acontece no estômago humano.
Essas enzimas são consideradas fracas e
por isso não causam mal algum a animal de
grande porte e nem à pele humana.
Existem algumas espécies de plantas que
chegam a prender os insetos para polinização, e claro, não os engolem, como é o caso
de algumas orquídeas. Outras atraem os insetos, os capturam, mas não produzem enzimas
para digeri-las. Neste caso a digestão é feita
por fungos e bactérias, um processo lento.
REVISTA MERCADO RURAL
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Morango:
o pseudofruto
agregado que faz bem à saúde
Fruto ou pseudofruto? Biologicamente dizendo frutos são estruturas formadas a
partir do desenvolvimento do ovário da flor e
que, geralmente, protegem a semente. A laranja é um bom exemplo desse
processo, mas e
o morango?
Suculento, vermelho e de sabor muito agradável, trata-se de um pseudofruto
agregado. Isso significa que é resultado do
receptáculo da flor com vários ovários. No
morango, os frutos são aqueles pontinhos
escuros que vemos na superfície, denominados frutículos. Cada ponto, um fruto.
A maçã, a pera, a amora, o caju e o abacaxi são outros exemplos bem comuns do
que chamamos de frutas, mas que na verdade, não são. O verdadeiro fruto do caju,
por exemplo, é a castanha.
PRODUÇÃO
Fruto ou não, o morango é cultivado no
Brasil através de ativida-
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de agrícola especializada. A cultura exige
métodos modernos de manejo e conhecimentos técnicos. Minas gerais, Rio Grande
do Sul, Espírito Santo, Paraná. Santa Catarina, São Paulo e o Distrito Federal são os
principais produtores de morango no país.
Em 2015, a produtividade média ficou em
torno de 30 toneladas/ha. A maior demanda por morango ocorre na região sudeste.
BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE
O pseudofruto tem baixo índice glicêmico e grande concentração de Vitamina C, antioxidantes e Vitamina E. O
consumo regular do morango ajuda a
diminuir o colesterol ruim (LDL) e tem
propriedade diurética.
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CAVALOS ALBINOS
existem ou não?
PELAGEM BRANCA E OLHOS AZUIS SÃO CARACTERÍSTICAS
DE CAVALOS COM DEFICIÊNCIA DE MELANINA
Várias são as tonalidades da pelagem
dos equinos e a classificação das cores é
baseada na genética. Todas as pelagens de
cavalos são determinadas a partir de dois
pigmentos apenas: eumelanina e faemelanina. O primeiro dá origem à cor negra e
o segundo à cor vermelha. A cor final do
animal vai depender dos genes que restringem, sombreiam, encobrem, diluem ou
até mesmo misturam os pigmentos dando
origem às diversas pelagens.
HOMOZIGOTOS
PARA O GENE DA COR
Mas e quando não há cor? De acordo
com a veterinária, mestre em Zootecnia
pela Universidade Federal de Minas Gerais
e uma das autoras do Livro Pelagem dos
Equinos: Nomenclatura e Genética, Adalgiza
Souza Carneiro de Rezende, em termos técnico e biológicos, “a literatura sobre genética das pelagens dos equinos mostra claramente que não existem cavalos albinos”.
Adalgiza explica que o alelo C, que
vem do inglês colours, é o responsável pela
produção de pigmento melânico. Para que
um animal produza este pigmento seu genótipo deve apresentar esse alelo na forma
dominante. Contudo, uma outra forma de
combinação, que biologicamente resultaria
em albinos reais, não acontece. Nas espécies
que possuem o alelo recessivo cc a reação
de formação da melanina não se completa
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porque a presença dessa combinação gênica na forma recessiva faz com que o animal
não tenha produção da enzima Tirosinase.
“A certeza de que na espécie equina não
acontece o “cc” vem do conhecimento de
que os animais que possuem c na forma
homozigota recessiva não produzem nenhum pigmento melânico e neste caso
seus olhos seriam vermelhos, pois é possível enxergar o sangue por transparência,
como acontece com ratos e coelhos. Nunca observou-se um equino com olhos vermelhos”, explica Adalgiza.
Diante disso, os animais que são erroneamente chamados de albinos possuem
os olhos amarelados ou azulados, o que,
segundo a veterinária, demonstra deficiência e não ausência total de produção da
melanina. “Os animais que possuem deficiência e não ausência total na produção de
melanina devem, portanto, ser chamados
de pseudoalbinos”, afirma.
CUIDADOS COM
OS PSEUDOALBINOS
Considerados mais frágeis por terem a
pele mais sensível por falta de melanina, um
protetor natural, os cavalos albinos podem
ser também temperamentais. “Eles têm dificuldades de enxergar e isso pode afetar seu
temperamento. Também podem apresentar eritema solar, que é uma inflamação na
pele, em várias regiões do corpo”, explica a
veterinária que alerta para o fato de termos
sol praticamente o ano todo no Brasil.
O fato é que a beleza excêntrica destes
animais e a força que têm podem sobressair
sobre os problemas que enfrentam, desde
que sejam bem cuidados, para que vivam
mais e melhor.
Adalgiza Souza Carneiro de Rezende, possui
graduação em Medicina Veterinária pela Universidade
Federal de Minas Gerais (1977), especialização em Nutrição e Podologia Equina na UFMG (1984) mestrado
em Zootecnia pela Universidade Federal de Minas
Gerais (1984) e doutorado em Ciência Animal pela
Universidade Federal de Minas Gerais (1997).
REVISTA MERCADO RURAL
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Pequi
FRUTA TÍPICA
DO CERRADO
PODE AMENIZAR
EFEITOS COLATERAIS
DE TRATAMENTO
DO CÂNCER
De cheiro e sabor marcantes o pequi
é aquele tipo de fruta que a pessoa ou
adora ou odeia. Não existe meio termo.
Muito popular em Minas Gerais, Mato
Grosso e em Goiás, nasce no cerrado e faz
parte da culinária regional destes estados
remetendo à cultura. Ser convidado para
saborear arroz com pequi e frango na
casa de um amigo, por exemplo, o prato
mais típico preparado com a fruta, significa que você é uma pessoa muito bem
quista por quem o convidou. Afinal, o pequi é um alimento que se come com as
mãos, raspando os dentes na polpa. Comer o pequi é quase uma aventura, precisa ser feito com muito cuidado para não
morder o miolo e acabar se machucando
nos espinhos finos e muito pequenos,
mas capazes de fazer aquele estrago. Dividir essa iguaria é quase um ato de amor,
para quem gosta, claro.
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A indústria alimentícia já apresenta
o óleo extraído do fruto para ser utilizado como óleo de cozinha no preparo de
outros alimentos e a polpa em conserva.
O fruto, colhido e selecionado, in natura,
é encontrado nas mãos de vendedores à
margem de estradas e em algumas cidades, em carros ambulantes. Alguns sacolões na capital mineira, Belo Horizonte, já
vendem o pequi em pequenas bandejas.
A temporada da colheita é em dezembro
e quem gosta de ter o fruto durante todo
o ano aproveita para mantê-lo congelado.
COMBATE AOS EFEITOS
DA QUIMIOTERAPIA
O que muitos apreciadores de pequi
não sabem é que a fruta é capaz de amenizar os efeitos colaterais de pessoas que
passam por quimioterapia. Este fato foi
confirmado pelos biólogos César Koppe
Grisolia e Juliana Khouri, do Laboratório de
Genética e Mutagênese, da Universidade
de Brasília (UnB). Eles obtiveram êxito na
redução do índice de mutação em células
sadias expostas ao tratamento quimioterápico ao utilizarem o extrato do pequi.
Há ainda mais benefícios. O conhecimento popular e utilização recorrente do
pequi levaram à conclusão de que 3 à 5 gotas do óleo do pequi é uma solução natural
no tratamento da asma.
PODER ANTIOXIDANTE
E FIBRAS
Embora não haja estudos suficientes
sobre o pequi, a informação de que ele
contém alto teor de ácidos graxos monoinsaturados é inegável e tais ácidos, os mesmos encontrados em nozes e azeitonas,
ajudam no controle do nível do colesterol.
Além disso, é boa fonte de vitaminas A e
de caretenóides, atuando como antioxidantes especialmente nas células oculares.
Constipação, cólicas, diarreias e flatulência podem ser controladas graças aos
altos níveis de fibra encontrados no pequi.
A fibra também ajuda a eliminar o excesso
do colesterol LDL, considerado ruim, melhorando a saúde cardíaca.
REVISTA MERCADO RURAL
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O PAÍS CONTINUA NA LUTA PELA ERRADICAÇÃO DA
Febre Aftosa
A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa responsável por grande
perda econômica, uma vez que leva animais jovens à morte ao causar problemas
cardíacos. Ações constantes sob a coordenação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) são desenvolvidas contra a aftosa. O Programa Nacional
de Erradicação e Prevenção da febre Aftosa
(PNEFA) é uma destas ações e tem como
principal estratégia a eliminação da doença.
A enfermidade ataca bovinos, búfalos,
caprinos, ovinos, suínos, além de outras espécies de casco fendido. Toda suspeita de
doença vesicular deve ser obrigatoriamen-
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te notificada em escritórios locais ou solicitada visita do Serviço de Defesa Sanitária
Animal do estado. Nestes casos, um veterinário fará inspeção dos animais e, caso haja
confirmação de alguma doença vesicular é
feita coleta de amostras para laboratório e
tomadas algumas medidas de emergência
com a finalidade de conter a proliferação
da doença. Isso ocorre porque há outras
doenças que são clinicamente indistinguíveis à febre aftosa, tais como estomatite
vesicular, enfermidade vesicular do suíno e
exantema vesicular do suíno.
O contágio da febre aftosa se dá através de contato direto com animais infecta-
dos, com secreções ou por meio de vetores
como o homem ou outro animal doméstico que tenham entrado em contato com
algum animal contaminado. Os primeiros
sintomas aparentes são as feridas, mas as
pessoas precisam estar atentas a qualquer
sinal de babeira e manqueira também.
A vacinação é obrigatória no país
para bois, vacas e búfalos. Os animais são
vacinados em duas etapas: na primeira
etapa todos os animais, a partir de um
dia de idade, no mês de maio. Na segunda etapa, no mês de novembro, somente
os animais com idade até 24 meses deverão ser vacinados.
REVISTA MERCADO RURAL
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Venda de soja certificada garante bônus de mais de
meio milhão de reais a produtores de Sorriso-MT
Nove produtores rurais de Sorriso-MT
estão sorrindo à toa e não é nenhum trocadilho. Isso porque receberam mais de R$ 500
mil em bonificação pela venda de créditos
negociados na plataforma RTRS, sigla em inglês para Roun Table on Responsible Soy. Mas
essa negociação só foi possível graças à produção de soja de forma sustentável.
O repasse dos créditos da soja certificada é um reconhecimento aos produtores
que agora conseguem comprovar fora do
país que produzem de forma sustentável.
Os “créditos verdes” desta produção são
uma espécie de moeda gerada a cada tonelada de soja produzida nestas propriedades. Esse crédito é, basicamente, compra-
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MARÇO 2016
do por empresas da Europa que precisam
compensar seus impactos ambientais.
Juntas, as nove fazendas de Sorriso, produziram cerca de 60 mil toneladas de soja certificada. Pelo sistema, cada tonelada certificada dá direito a um crédito que pode ser
negociado na plataforma da RTRS. Os produtores receberam, no total R$ 527.383,00.
A certificação das propriedades visa
uma produção ambientalmente correta, socialmente adequada e economicamente viável. Para o presidente do Clube Amigos da
Terra (CAT), Darcy Getúlio Ferrarin, o pagamento dos bônus é um momento histórico
para o Clube Amigos da Terra. “Esse repasse
é muito importante, mas a certificação vai
muito além do benefício financeiro. Os produtores que estão no projeto estão dispostos a organizar a propriedade, se adequar
a legislação e, principalmente, preservar o
meio ambiente”, afirmou o presidente.
REVISTA MERCADO RURAL
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Conquistou por 26 anos o título
de melhor expositor e melhor
criador nacional da Raça Pêga
DESDE A DÉCADA DE 70 INVESTINDO EM MELHORIAS
GENÉTICAS, MARCO ANTÔNIO ANDRADE BARBOSA É
REFERÊNCIA EM CRIAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO PECUÁRIA
Tudo começou no início da década
de 70, no Pará e Tocantins, onde Marco
Antônio Andrade Barbosa (Maab) costumava comprar apenas animais de fundo
de tropa. Concluiu o curso de Ciências
Econômicas na Universidade Mackenzie
em São Paulo em 1971 e foi para o norte
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MARÇO 2016
do país implantar fazendas de pecuária
de corte. Naquela época teve a ideia
de criar seus próprios muares, foi então
que comprou um lote de éguas e um
jumento. Uma jornada que começou
tão distante de Minas se transformou
naquilo que hoje é resultado de muita
dedicação e paixão na criação de muares e Jumentos Pêga.
O economista e agropecuarista de 64
anos, criador de jumentos e muares há
44 anos, relata sua trajetória de sucesso
que vamos acompanhar nesta reportagem especial.
NASCE O CRIADOR
Em 1973 Marco Antônio adquiriu
seus primeiros animais sendo 10 jumentas
compradas do seu sogro João Humberto
Andrade Carvalho, 2 jumentas do Criatório
Passa Tempo da Fazenda Campo Grande,
2 jumentas do Sr. Gastão Resende da Fazenda Palestina, 2 jumentas do Sr. Renato
Joaquim Resende do criatório Do Vau e 4
jumentas do Sr. Álvaro Resende da Fazenda Soca. Algum tempo depois esses animais ganharam a companhia do Gas Diadema, na época tricampeão nacional da
raça Pêga. Esse animal foi adquirido com
o intuito de contribuir com a reprodução
do Banquete Maab, um dos primeiros jumentos Pêga produzidos pela marca que
leva as iniciais de Marco Antônio Andrade
Barbosa e, na atualidade o nome de maior
destaque na reprodução e venda da raça.
Banquete Maab nasceu em 1976 e foi
campeão estadual no Estado do Pará. Logo
após investiu em uma linhagem diferente: o
jumento Ali Bronze chegava para cruzar com
as filhas de Gas Diadema. Cruzamento que
marcou o caminho pela busca constante
na produção de animais cada vez melhores,
com qualidades notáveis: marchadores, dóceis e resistentes ao trabalho rural e bonitos.
No Pará foram implantadas as primeiras fazendas de pecuária para produção
de exemplares rústicos, adaptados e funcionais. Contudo, o clima muito quente,
distâncias muito longas e topografia ondulada passaram a ser um agravante para os
equinos que trabalhavam na lida com carga de mantimentos e gado. Maior conhecimento sobre os muares e asininos permitiu
a ampliação da criação e a implantação de
uma nova sede, a Fazenda Mula Preta, em
Uberaba - Minas Gerais, com um plantel de
centenas de animais dentre eles matrizes
em reprodução, jumentos e éguas.
RECONHECIMENTO
Maab relembra as conquistas adquiridas no Pará e faz questão de tecer agradecimentos à terra que lhe foi tão próspera.
“Gostaria de agradecer em especial ao Pará
onde morei por 10 anos, um estado que
me trouxe muitas alegrias, inclusive o nascimento de minha primeira filha Manuela
Carvalho Barbosa, e muitas realizações ao
longo desses anos na seleção de jumentas
Pêga. A implantação de fazendas de pecuária, engordando bois com muito sucesso
financeiro e fornecimento de carne para o
projeto JARI (Florestal e Agropecuária) criado pelo norte americano Daniel Keith Ludwig, a maior plantação de arroz, de eucalipto e celulose do mundo naquela época”.
REVISTA MERCADO RURAL
43
permitido a evolução da raça e consequentemente a valorização dos muares e
Jumentos Pêga, Marco Antônio defende
a necessidade de mais criadores e novos
desafios. “Há no Brasil espaço muito grande para novos criadores. O diferencial para
quem começar agora é a facilidade de produtos, bem como a genética bem melhorada, resultado de trabalho de muitos anos.
Todo trabalho soma. Precisamos de continuidade e mais melhoria da raça”, enfatiza.
Antonia, Joana, Maria Claudia (Esposa),
Manuela e Christopher (genro)
PAIXÃO POR TODAS AS RAÇAS
CRUZAMENTOS
Em suas fazendas, Marco Antônio utiliza raças diferentes nos cruzamentos, mas
todas elas, segundo ele “produzem animais
de boa índole, temperamento de sela e
marchadores”. O pecuarista explica que
ao escolher uma égua para o cruzamento
com o Pêga são observadas características
como o temperamento, andamento, porte
e beleza racial. “Nas fazendas em Tocantins
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utilizo Mangalarga Marchador, Campolinas
e Mangolinas. Na fazenda do Paraná o cruzamento é feito com éguas Mangalarga. Já
em Uberaba, na Fazenda Mula Preta, utilizo todas as raças para testar os jumentos
campeões. Pois, mesmo sendo campeões,
se não produzirem muares de boa qualidade são excluídos do plantel de asininos,
lembrando que os muares são a parte funcional dos asininos”, assinala.
Embora a melhoria da genética tenha
Além de criar muares e jumentos Pêga,
Marco Antônio cria também gado de elite
em Uberaba, das raças Nelore PO, POI, Nelore Pintado Mocho Preto e Branco, Guzerá,
Gir Leiteiro, Sindi e Bonsmara. Em Tocantins,
a criação de nelore é para recria e engorda.
Com variedade na criação, as atenções se
voltam para o Pêga por motivos que ele
mesmo explica. “É rentável, é apaixonante e muito gratificante descobrir que essa
espécie oferece mais do que imaginamos
um dia. Cria-se um envolvimento cada vez
maior. O Jumento Pêga é um animal muito
versátil, dócil, bonito, altivo e marchador”.
A multifuncionalidade deste animal,
cada vez mais aprimorada graças aos esforços em melhoria genética através da reprodução, é reverenciada por Marco Antônio.
“O cruzamento de um bom reprodutor da
raça Pêga com éguas de todas as espécies
geram muares para várias atividades e funções, como: lida com o gado, concurso de
marcha e provas funcionais, cavalgadas, carga e tração, além de um muar bom de sela”.
O pecuarista percebe os muares como
um importante elo do homem urbano com
o meio rural. “Economicamente, os asininos
e muares movimentam uma indústria que
gera empregos e receitas para a sustentabilidade de milhares de famílias que vivem
na zona rural. Além disso, contribuem para
o comércio que envolve fabricantes de ração, medicamentos, selaria, equipamentos
agrícolas, turismo rural e equestre”, explica.
AGRICULTURA RESPONSÁVEL
Recentemente foi implantado nas fazendas sistema extensivo de rotação de
culturas. Nas fazendas Badajós, Santa Clara e Capão do Boi é feito plantio da soja.
Já na fazenda Nossa Senhora das Graças,
também em Uberaba, o plantio é de cana-de- açúcar. A mandioca para produção de
fécula e farinha no Paraná é cultivada nas
fazendas Nossa Senhora de Lourdes e Cruzeiro do Sul. Esta é uma forma de deixar as
terras sempre férteis e valorizadas, respeitando as leis ambientais.
PRÊMIOS
É inegável toda a contribuição para
a pecuária no Brasil através do incansável trabalho executado por Marco Antônio na constante busca por melhorias
na produção de asininos e muares. Este
reconhecimento chega até o criador de
várias formas, e algumas delas acontecem por meio de grandes premiações e
homenagens. Em 2007 foi homenageado como o melhor criador e expositor
da raça por 20 anos. “Achei essa homenagem muito importante porque aconteceu durante a comemoração dos 60
anos da ABCJPêga”, enfatiza.
Outro reconhecimento público aconteceu em 1986, durante a 1ª Exposição
Nacional da Raça Pêga “Enapêga”, quando
recebeu o 1º prêmio de melhor criador e
expositor da raça. Atualmente, Maab coleciona 26 títulos de melhor criador e expositor nacional da raça Pêga acumulados ao
longo de 30 anos do evento.
PRESIDÊNCIA DA ABCJPÊGA
Marco Antônio sempre se dedicou
à Associação Brasileira dos Criadores de
Jumento Pêga (ABCJPêga) onde foi vice-presidente por cinco vezes e por 35 anos
atuando em outros setores da diretoria. Em
abril de 2010, com 78% dos votos chegou
à presidência da associação. Em 2013 foi
reeleito presidente novamente por mais
um triênio e, atualmente compõe o Conselho Consultivo da associação.
Enquanto presidente implantou o
ranking da Copa de Marcha de Muares com
regulamentação específica e software desenvolvido para a atividade e disponível no
site da ABCJPêga para acompanhamento.
A questão da marcha dos jumentos é um
fator importante na visão de Maab. “Mar-
cha se faz com marcha. Em muitos julgamentos há tendência de juízes premiarem
animais com marcha batida e diagonalizada quando, na verdade, deveriam valorizar
a marcha picada no caso dos asininos, pois
essa é uma de suas características”, explica.
Outra novidade de sua gestão foram os
cursos de reciclagem de juízes e técnicos e
o rodízio de árbitros, oferecendo a oportunidade para que todos possam julgar. A sede
da associação foi reformada e foram atualizados vários cursos de atualização de técnicos
e jurados no município de Uberaba e outros.
No que tange ao fomento da raça houve,
segundo Maab, investimento em marketing,
concursos de marcha, exposições estaduais,
leilões regionais e virtuais com maior controle
na qualidade dos animais e o leilão da Associação durante a Exposição Nacional - Enapega.
REVISTA MERCADO RURAL
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COMERCIALIZAÇÃO
De acordo com Marco Antônio, a Fazenda Mula Preta recebe
permanentemente criadores e
compradores em geral para comercialização dos animais e, além
disso, há 17 anos, sempre em
maio, acontece na Expozebu, em
Uberaba, o tradicional Leilão Special Maab- Jumentos Pêga e Muares. Maab explica que, paralelo a
esse leilão, nos dias da Exposição,
“é realizado o evento Shopping
Fazenda Mula Preta para aquisição de animais fora do leilão
como jumentos e jumentas, mulas, equinos de diversas raças.
LEILÃO MAAB
Marco Antônio Andrade Barbosa assumiu o controle do tradicional leilão,
imprimindo sua marca, a Maab em 2003.
O evento teve início na década de 70,
exatamente na mesma data, 7 de maio,
durante a Expozebu. O idealizador e um
dos pioneiros foi o criador João Humberto Andrade Carvalho e o leilão recebia o
nome de Leilão São Francisco. Naquela
época, Maab, genro de João Humberto
e cotista, representava sua esposa Maria
Cláudia Carvalho Barbosa.
Ao assumir, incrementou os negócios
com a inclusão dos Jumentos Pêga e muares, disponibilizados da Fazenda Mula Preta
e com altíssimo padrão. A partir de 2005 o
Leilão Maab se consagrava com sua marca
e cara. Na Fazenda Índia, às margens da BR
262, KM 795, a 8km de Uberaba, era construído um tattersal de rara beleza, muita
funcionalidade e conforto.
Desde então, todos os anos, são realizados negócios de somas expressivas com
participação ativa de empresários, personalidades políticas e grandes criadores.
De acordo com Marco Antônio, a responsabilidade com a tradição e credibilidade alcançadas é ainda maior a cada ano.
“Por isso, o processo de melhoramento
genético que já era crescente, se acelera.
Estou sempre preocupado em ofertar muita qualidade”, ressalta.
Todas as informações sobre a marca Maab
pode ser obtida através do site maab.com.br.
NELORE MAAB
Marco Antonio é a terceira geração
de criadores das raças zebuínas, vindo
de família tradicional de pecuaristas. A
tradição Maab está presente também e
até a mais tempo no plantel de gado nelore. O trabalho de seleção iniciado por
seu avô, José Barbosa Souza (Marca J5),
há mais de 80 anos, marca a utilização de
linhagens diferenciadas para criação de
animais aprimorados.
Marco Antônio incorporou ao seu
plantel matrizes doadas pelo sogro (Marca
F), herdeiras de uma genética diversificada
formando uma base ímpar e bastante atual
da seleção Maab.
A herança familiar, aliada a uma visão
empreendedora levou Marco Antônio a
realizar, em 1983, a seleção de matrizes
cabeceiras para o seu programa pioneiro
de transferência de embriões usando também o nelore POI onde foi buscar material
genético pessoalmente com uma comitiva
da ABCZ especializada em reconhecimento genético de animais melhoradores na
Índia. O resultado disso? Exemplares rústicos, adaptados, funcionais e muito belos,
Guarani Maab
Beija Flor Maab
Alecrim Maab
Diadema Maab
Nicole Maab
Grazy Maab
Tri Grande Campeão Nacional
Bi Campeão Nacional Progênie de Pai
Bi Grande Campeã Nacional
com refrescamento de sangue e total garantia de fertilidade, muito valorizados nos
leilões e pistas da Expozebu.
É exatamente isto que é encontrado
nos Leilões Maab, todos os anos: qualidade e mais qualidade. Fruto de dedicação, persistência e principalmente amor
pelo que faz.
Penta Grande Campeão Nacional
Enea Campeão Nacional Progênie de Pai
Tri Grande Campeã Nacional
REVISTA MERCADO RURAL
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REVISTA MERCADO RURAL
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SEÇÃO ECONOMIA
EXPORTAÇÃO DO
LEITE TEVE AUMENTO
SUPERIOR A 20% NO
ÚLTIMO ANO
EXPORTAÇÃO DO LEITE
Produção láctea de Minas Gerais
ganha espaço nas exportações
O Estado de Minas Gerais acompanhou o nível de exportações nacionais
e apresentou saldo positivo na balança
comercial na exportação de produtos. No
ano passado os principais produtos exportados foram o café, o minério de ferro
e algumas variações como o ferro fundido
e seus produtos, pedras preciosas, açúcar e
o ouro. O que chamou atenção foi o crescimento dos lácteos. De acordo com dados
da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDE), no acumulado
de janeiro a novembro de 2015 os produtos láteos mineiros apresentaram crescimento de 17.7% e alcançaram US$ 163,6
milhões. Essa participação no total das re-
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MARÇO 2016
ceitas externas do estado não é considerada grande, mas contribui para o conjunto
de vendas externas ao mesmo tempo em
que fortalece um segmento importante
da economia mineira. De acordo com a
balança comercial brasileira, Minas Gerais
foi responsável por 10,3% das exportações
e 4,9% das importações totais do país no
mês de dezembro de 2015.
Outro fator importante foi a queda
nas importações. Informações da Exportaminas, unidade da SEDE, demonstram
que houve uma redução das importações
na ordem de 32,1% em relação ao mês de
novembro e uma queda de 44,4% com relação a dezembro de 2014.
A exportação do leite mineiro obteve elevação de 20,1% entre janeiro e novembro de
2015 em relação ao mesmo período de 2014.
A maior parte do leite exportado vai para a Venezuela, com aumentos significativos nas exportações do produto para Angola, Paraguai e
Estados Unidos. O fato é comemorado pelos
pecuaristas e produtores que sempre encontraram barreiras na exportação dos lácteos,
principalmente barreiras sanitárias impostas
pelos importadores. Segundo informações da
SEDE o quadro mudou em consequência ao
melhoramento do rebanho, aperfeiçoamento
de produtos e inovação de práticas.
De acordo com a Secretaria de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Seapa), Minas Gerais
é a principal bacia leiteira do país, respondendo
por 27,5% do total produzido no Brasil. Toda a
região sudeste representa 35% da produção
nacional. A produção mineira chega a 8,83 bilhões de litros por ano e a região do sudoeste
de mineiro representa 6,9% desse total.
REVISTA MERCADO RURAL
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Mirtilo
A MILAGROSA FRUTA
AZUL QUE PREVINE
CÂNCER E REGULA A
PRESSÃO ARTERIAL
Menor que uma uva e de cor roxa azulada bem intensa, essa frutinha da família
das ericáceas cresce em subarbustos de até
60 cm, é nativa da Europa, Ásia e Estados
Unidos onde é muito cultivada e conhecida
como blueberry. De acordo com uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) o mirtilo, que começou
a ser produzido no Brasil na década de 80,
possui as mesmas características físicas e
nutricionais da versão original. O fruto produzido no Brasil é originário da América do
Norte e apresenta variedades pertencentes
ao grupo Highbush, ou seja, arbustos mais
altos que podem atingir 1,5 m. Aqui, também são encontradas variedades do grupo
Rabitteye caracterizadas por árvores que
medem entre 2 e 4 metros.
Os índios norte-americanos consideravam a blueberry mágica. E estavam certos.
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Rico em polifenóis, que conferem funções
anti-inflamatórias, o mirtilo combate os radicais livres, reduz o colesterol ruim e melhora tanto a saúde dos olhos, prevenindo
glaucoma e cataratas, quanto a circulação
sanguínea, favorecendo a vascularização e
protegendo contra doenças cardíacas. Além
de todas essas vantagens, contém niacina,
que é uma vitamina do complexo B, minerais, potássio e também vitamina C, atuando
na saúde dos rins e do aparelho digestivo.
Nutricionistas classificam a fruta como
superalimento e estudos recentes descobriram mais uma importante ação em relação ao controle da pressão arterial. Estudo desenvolvido no Centro de Pesquisas
Avançadas em Nutrição e Exercícios Físicos no Envelhecimento da Universidade
Estadual da Flórida, nos Estados Unidos,
concluiu que o consumo diário equivalente a uma xícara da fruta fresca é capaz
de beneficiar mulheres no período da
menopausa reduzindo a pressão sistólica
(pressão arterial máxima) em 5% e a diastólica (pressão arterial mínima) em 6%.
Pesquisadores da Universidade do
Maine dos Estados Unidos publicaram na
revista Applied Physiology Nutrition and Metabolism o resultado de estudos sobre o
potencial da fruta no combate à síndrome
metabólica que é um conjunto de fatores
de riscos caracterizados por obesidade, hipertensão, intolerância à glicose e à insulina, inflamações e percentual elevado de
gordura no sangue.
Foram feitas experiências com ratos
obesos que consumiram uma quantidade de mirtilo equivalente a duas xícaras
diárias do alimento in natura. As paredes
das veias foram alargadas e a circulação
do sangue melhorou significativamente o
que, consequentemente, levou à redução
dos processos inflamatórios.
E tem mais. Os antioxidantes que vem
da alta concentração de antocianina, que
dá a cor azul às bagas, atacam os radicais
livres. Os radicais livres podem danificar células sadias do nosso organismo levando ao
envelhecimento acelerado, queda da imunidade e até mesmo favorecer o surgimento do câncer. O ácido elágico é outro importante antioxidante encontrado no alimento
que pode inibir o crescimento de tumores.
Acha que basta? Ainda tem mais. As vitaminas C, E e A, complexo B, ferro, selênio, zinco
e cobre fortalecem o sistema imunológico
deixando-o muito mais fortalecido.
Profissionais da nutrição e pesquisadores defendem a necessidade de ingestão do mirtilo fresco para obtenção de
melhores resultados, apesar de a indústria de suplementos lançar no mercado
em ritmo acelerado versões em cápsulas
ou em pó da fruta.
Seria aceitável, após tantos benefícios,
que a fruta não tivesse sabor agradável.
Mas, outra vez o mirtilo se supera, pois possui um sabor agridoce único e, além de ser
muito apreciado no consumo in natura, é
bastante utilizado em preparo de tortas
doces ou salgadas e geleias. As folhas, que
também possuem alto valor nutricional, podem ser consumidas em salada ou chás.
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REVISTA MERCADO RURAL
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MEIO AMBIENTE
Depois de El Niño, Brasil se prepara
para enfrentar La Niña no fim de 2016
Após um ano repleto de alterações
climáticas causadas pelo El Niño, que foi
o mais forte dos últimos 19 anos, outro fenômeno natural, chamado La Niña, vai se
formar no fim de 2016. Ao contrário do El
Niño, que consiste no aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico (na região equatorial), a La Niña é o resfriamento
irregular dessas águas, que contribui com
o deslocamento de massas de ar mais frias
pela América do Sul e a modificação do
clima em outras partes do mundo.
As chuvas aumentadas na região Sul
do país e a rigorosa seca do Nordeste são
consequências do El Niño que também foi
responsável por causar perdas nos cultivos
de muitas plantações em todo o país. Tais
eventos colaboraram para a elevação de
preços de alguns produtos no mercado e
deixou muitos agricultores preocupados
com as próximas safras. Mas, depois de tan-
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MARÇO 2016
tos estragos, há uma boa notícia. Segundo
o meteorologista da Climatempo Alexandre Nascimento, o El Niño vai enfraquecer
gradativamente. “Ele está perdendo a força
e vai terminar ao longo do outono, provavelmente no último mês da estação”, diz.
Com isso, o meteorologista explica que
massas frias começam a se deslocar pelo
país ainda no outono, o que é normal para a
época quando não há nenhum fenômeno
atuando. “O frio não vai chegar mais cedo
como andam dizendo por aí, mas sim na
hora certa, o que não aconteceu nos últimos dois anos”, esclarece o meteorologista.
Quanto à La Niña, de acordo com
Nascimento, ela só vai atuar a partir de
novembro. A primavera e o verão 2016/17
terão chuvas mais distribuídas pelo país.
Ou seja, tanto o Norte quanto o Nordeste
terão precipitações mais constantes. No
Sul, a chuva deve diminuir bastante em
relação ao ano anterior.
SOBRE O
GRUPO CLIMATEMPO
O Grupo Climatempo é a principal
empresa privada de meteorologia do país.
Fornece, atualmente, conteúdo para mais
de 50 retransmissoras nacionais de televisão, para rádios de todo o Brasil e para
os principais portais. Oferece conteúdo
meteorológico estratégico para o setor de
agricultura, moda e varejo, energia elétrica,
construção civil, seguradoras e indústrias
farmacêutica e de alimentos. É visitado por
mais de 1, 5 milhão de usuários por dia,
chegando a quase 3 milhões nas vésperas
de feriados. O Grupo é presidido pelo meteorologista Carlos Magno que, com mais
de 27 anos de carreira, foi um dos primeiros comunicadores da profissão no país.
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REVISTA MERCADO RURAL
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VERDURA SABOROSA
E RICA EM
NUTRIENTES, EVITA
A OSTEOPOROSE
E É FÁCIL DE
SER CULTIVADA
Taioba corre risco
de desaparecer
Se você é de Minas Gerais ou do Rio de
Janeiro certamente já comeu ou pelo menos
ouviu falar da taioba. Rica em vitaminas, minerais e fibras, além da folha, o talo é também
muito apreciado, isso quando o vegetal é encontrado. Cada vez torna-se mais difícil achar
esta verdura nas gôndolas de mercados e até
mesmo diretamente com produtores.
Assim como acontece de espécies animais se extinguirem, plantas também desaparecem e a taioba é um dos vegetais que infelizmente corre este risco, de acordo com a
Associação Slow Food Brasil. Trata-se de uma
entidade sem fins lucrativos com apoiadores
em mais 150 países que defendem a biodiversidade na cadeia e distribuição alimentar
e vai contra o consumo do que conhecemos
como fast food, as comidas industrializadas
preparadas de modo rápido.
O desconhecimento e a desinformação são as principais causas que levam ao
sumiço de diversas plantas alimentícias
que outrora já nutriram muitas gerações. A
taioba, especificamente, chama a atenção
por já ter sido um vegetal muito presente
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MARÇO 2016
principalmente na mesa de muitos brasileiros e hoje é uma raridade. De baixo nível
calórico e alto nível nutricional, a verdura
de cor verde escura se parece com a couve, porém com folhas maiores e mais largas
que lembram o formato de um coração.
Com sabor semelhante ao do espinafre,
deve ser consumida refogada assim como
o almeirão. Os talos maiores ainda podem
ser fritos ou empanados.
Contém vitaminas A, B e C, cálcio, ferro e fósforo que auxiliam no combate, por
exemplo, à osteoporose, hemorragias e até
à depressão. Pesquisas já revelaram que a
folha da taioba possui quantidade maior de
Vitamina A do que a cenoura ou o brócolis,
o que a torna um alimento fundamental
para crianças, idosos, atletas, gestantes e
mulheres que amamentam.
Embora seja uma verdura nativa do Brasil, é classificada como hortaliça não convencional e faz parte de um programa da Embrapa Hortaliças para que seja resgatada. Para
isso, a Embrapa conta com a parceria da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Empresa de Pesquisa
Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
Com tantos esforços e benefícios é
válida a tentativa de evitar o desaparecimento do vegetal da mesa dos brasileiros.
Cultivá-lo em hortas caseiras, no quintal
ou até mesmo em um vaso, pode ser mais
simples do que se imagina.
De acordo com o Manual de Hortaliças
Não-Convencionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a taioba
desenvolve-se melhor em regiões de clima
quente e úmido, com temperaturas acima de 25° C e em solos ricos em matéria
orgânica, com boa adaptação a solos de
baixada, mesmo sujeitos a encharcamento.
Após o plantio, a colheita das folhas inicia-se a partir de 70 dias quando as mesmas
atingirem em torno de 27 cm.
TAIOBA MANSA
E TAIOBA BRAVA
Existem variedades de taioba que não são
comestíveis, são as chamadas “taiobas bravas”.
Uma dica para identificar a brava é observar
a coloração do talo. Na taioba comestível, a
chamada mansa, o talo é verde como a folha,
na considerada venenosa, o talo apresenta
coloração roxa. Vale ressaltar que mesmo a
“taioba mansa“ não deve ser consumida crua.
Os níveis de ácido oxálico presentes na planta
provocam inflamação e coceira nas mucosas,
efeito que é anulado durante o cozimento.
Estatuto dos Animais garante
proteção a mais de 50 mil espécies
No dia 30 de março a Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania aprovou o Projeto de Lei do Senado que determina a criação de um estatuto com 21
artigos que considera os animais seres
sencientes, ou seja, capazes de sentir
dor ou prazer. O texto PLS 631/2015 foi
aprovado na forma de substitutivo do
relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) ao
projeto que é de autoria do senador Marcelo Crivela (PRB-RJ). O PLS foi enviado
à Comissão de Meio Ambiente, Defesa
do Consumidor e Fiscalização e Controle
(CMA), para decisão terminativa.
Combater abusos, maus tratos e qualquer outra forma de violência praticada contra os animais, bem como garantir a proteção aos bichos é a premissa do documento.
De acordo com o projeto estarão
protegidas as espécies classificadas no
filo Chordata, subfilo Vertebrata que abragem animais que têm encéfalo grande
dentro de uma caixa craniana e coluna
vertebral. Essa determinação engloba
aproximadamente 50 mil espécies que
vão desde peixes e aves aos mamíferos.
O estatuto é claro ao designar ações que
constituem maus-tratos. Serão consideradas punitivas práticas como forçar um
animal a realizar movimentos contrários
a sua natureza ou além de sua capacidade física; abandono em situações de
perigo; violência física; privação de alimentação e confinamento inadequado
que cause dor, medo ou qualquer tipo
de dano, entre outros pontos.
REVISTA MERCADO RURAL
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BEBIDAS
Cachimbo
para comemorar um nascimento
NO NORDESTE
BRASILEIRO, BEBIDA
À BASE DE CACHAÇA
É UTILIZADA EM RITUAL
DE BOAS VINDAS
Quando alguém fala em cachimbo a
gente logo se lembra do fumo ou acessório de tabacaria, não é mesmo? Mas
e se alguém lhe convidasse para beber
cachimbo? Sim, mas não tem nada a ver
com o aparelho utilizado para umas tragadas. Trata-se de uma bebida tradicional
em muitos estados do nordeste brasileiro.
A bebida faz muito sucesso naquela região e é preparada à base de aguardente
e frutas. Geralmente são feitas com a fruta
que estiver na época.
O processo é bem simples. À aguardente é misturado mel e o miolo da fruta.
As mais usadas são maracujá, limão, coco,
abacaxi, umbu, manga ou goiaba. Depois
de misturada, a bebida vai para uma garrafa que é fortemente sacudida até que
o miolo da fruta se desmanche. Depois é
só coar e engarrafar. Mas há quem prefira
adicionar outros elementos como cravo,
canela, arruda, cebola branca, cominho,
alfazema, erva doce e outras ervas aromáticas, dependendo da cultura de cada lugar.
De acordo com a tradição, o cachimbo deve ser servido às pessoas que visitam o bebê da casa. Há relatos de que a
bebida é preparada assim que se confirma
a gravidez e servida apenas no nascimen-
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MARÇO 2016
to, quando as visitas aparecem para tomarem “o mijo do recém nascido”. É indispensável em famílias de qualquer classe
social para a ocasião. Acreditam que isso
traz sorte ao bebê que chega ao mundo.
Por lá, ao invés de perguntarem em qual
dia o bebê nasce, é comum perguntarem:
quando vai ser o cachimbo?
A CACHAÇA NO BRASIL
E NO NORDESTE
A cachaça é uma das bebidas mais
apreciadas no sertão nordestino. Além
do cachimbo, tomar a bebida pura, em
batidas ou licores é muito comum por lá.
Pernambuco, Ceará e Paraíba estão entre
os seis estados que mais se destacam na
produção da famosa pinga. Segundo dados do Centro Brasileiro de Referência da
Cachaça, o Brasil produz 1,4 bilhão de litros
por ano e exporta para mais de 60 países.
Em 2013 Pernambuco ocupou o segundo lugar no ranking das exportações
com movimentação que ultrapassa a ordem de R$ 2.220.000,00. O Ceará ficou na
4ª posição com valor de R$ 1.605.875,00.
Em todo o Brasil, os últimos dados
mostram que há 40 mil produtores que geram 600 mil empregos diretos e indiretos
e movimentam anualmente em sua cadeia
produtiva o equivalente a R$ 7 bilhões.
A Alemanha é o principal importador
deste que, segundo pesquisa do Centro de
Indústrias de São Paulo, é o produto que
mais tem “a cara brasileira”.
REVISTA MERCADO RURAL
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TURISMO
Gonçalo. Após o tour, o destino é a Praia do
Francês, uma das mais belas e badaladas do
litoral sul. O verde azulado de suas águas é o
mágico tempero que cativa seus visitantes.
Os arrecifes suavizam as ondas convidando
a um atrativo banho de mar.
Pratagy
Beach Resort
À beira da linda e deserta Praia do Pratagy, banhado pelo Rio Meirim e cercado
pela exuberante mata atlântica, está o Pratagy Beach Resort. Único em Maceió com
sistema All Inclusive e estrutura completa
de lazer e entretenimento. Um completo
parque com quadra poliesportiva, fitness,
playground, copa baby, restaurante infantil,
piscinas infantil e adulto. Além disso, oferece
recreação para adultos e crianças, com apresentações teatrais, jogos de praia e esportes
náuticos, como caiaque e stand up paddle.
As acomodações são outro destaque.
Standard, Cabana, Cabana praia, Studio e
Superior são as modalidades para acomodação que vão desde o padrão até o luxo,
lembrando que em qualquer uma das escolhas o fascínio é enorme.
COSTA DOS CORAIS
O destino turístico é de cair o queixo.
A Costa dos Corais, no litoral norte de Alagoas, é formada por piscinas naturais, rios e
antigos engenhos. Um verdadeiro paraíso!
Na maré baixa surgem piscinas na maravilhosa barreira coralina que integra a Área
de Preservação Ambiental (APA) Costa dos
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MARÇO 2016
Corais, criada para proteger a flora e a fauna marinhas da região.
Também na Costa dos Corais há opções
de atividades para todas as idades e gostos:
surf, esportes náuticos e pesca em 130 quilômetros de belíssimas praias. Quem se interessa por história pode visitar importantes
monumentos e resquícios de holandeses e
portugueses da época da colonização.
Além da Costa dos Corais há passeios
para a Praia do Gunga, Praia do Francês e
para a Praia de Paripueira. O City tour panorâmico por Maceió passa pelos principais
pontos turísticos e arquitetônicos da cidade,
percorre as praias urbanas, o bairro histórico
do Jaraguá, o Museu da Imagem e do Som,
Associação Comercial de Maceió, segue
pelo centro da cidade até o Mirante de São
GASTRONOMIA
Aliada a todas estas maravilhas está
mais um grande diferencial, não apenas
da Costa doa Corais, mas principalmente
do Pratagy Beach Resort: a culinária. Os saborosos frutos do mar colhidos na própria
região são preparados das mais variadas
formas, cores e sabores perfazendo a gastronomia nacional e internacional.
O Pratagy oferece opções de bares e
restaurantes localizados no próprio resort,
também para atender aos diversos estilos e paladares. O Café de La Musique by
Pratagy, por exemplo, é referencia e cria
tendências na indústria do entretenimento. Para os hóspedes, os pilares do projeto
foram exclusivamente pautados em alta
gastronomia, hospedagens, beleza natural da praia e entretenimento musical de
qualidade, proporcionando uma nova opção de lazer para os clientes. Boas opções
não faltam neste lugar de beleza singular e
muitos diferenciais.
CENTRAL DE RESERVAS
+55 (82) 4009-7405
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REVISTA MERCADO RURAL
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AUTOMÓVEIS
Land Rover Série 1
O EMBLEMÁTICO MODELO DESENVOLVIDO A PARTIR DE 1948
VAI SER RESTAURADO PARA A VENDA DE 25 UNIDADES
A Land Rover anunciou que vai colocar
à venda 25 unidades restauradas do emblemático Land Rover Série 1 produzido
a partir de 1948 até 1958. Para o projeto
denominado “Reborn” uma equipe de especialistas utilizou suas décadas de experiência para escolher cuidadosamente 25
chassis de modelos Série 1. Cada modelo
será restaurado integralmente de acordo
com as caraterísticas técnicas originais de
1948. Para isso, serão utilizadas peças originais da Land Rover Classic para conservar
a sua autenticidade. A título de exemplo,
o cliente poderá escolher entre cinco cores que eram originalmente utilizadas na
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época: Light Green, Bronze Green, RAF
Blue, Dove Grey e Poppy Red. Apesar de
ter anunciado o projeto, a Land Rover não
informou ainda quando os modelos ficarão
prontos e nem quanto custará cada um.
Os clientes poderão acompanhar, do
princípio ao fim, o processo de restauração
do seu Série 1 que terá lugar na nova oficina
Classic da Land Rover, localizada no centro
de produção original do Defender, em Solihull (Reino Unido). Com o projeto a marca
deseja provar, além da sua capacidade de
restauração, que seus produtos são essencialmente valiosos, desejáveis e históricos.
Segundo Tim Hannig, Diretor da Jaguar
Land Rover Classic: “O lançamento da iniciativa ‘Reborn’ representa uma excelente
oportunidade para que os clientes possam
adquirir um valioso ícone automobilístico
digno de qualquer colecionador. O projeto
‘Reborn’ é perfeito para que a Land Rover
Classic mostre ao mundo a sua perícia em
restaurar e conservar os valiosos modelos
Land Rover pertencentes aos clientes mais
fiéis. É mais uma prova do compromisso da
empresa para com os seus clientes, aliado
a um serviço de assistência com peças originais e genuínas para os modelos Land
Rover que estão há mais de 10 anos fora
das linhas de produção.”
Quando o modelo Série 1 foi substituído pelos Land Rover Série 2, o novo utilitário lançado tinha motor 1.6 a gasolina de 51
cv. e já apresentava características que se
tornariam famosas nos Defender, como a
carroceria toda em alumínio. Curiosamente, o último Defender foi produzido em 29
de janeiro deste ano, após 68 anos e mais
de 2 milhões de unidades produzidas.
REVISTA MERCADO RURAL
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DICAS DA AGROSID
Bicheira
PRODUTO GARANTE COMBATER O PROBLEMA
SEM GERAR STRESS AO ANIMAL INFECTADO
A bicheira, ou miíase, é uma enfermidade causada pelas larvas de uma série de
moscas. Mas a principal delas, em condições brasileiras, é a Cochliomyia hominivorax. Durante seu ciclo de desenvolvimento,
a fase larval ocorre após a eclosão dos ovos
depositados em tecido animal vivo, previamente lesado. Assim a miíase instala-se nos
tecidos dos animais, causando significativos
prejuízos à pecuária nacional. O tamanho
desse prejuízo é de mais de 150 milhões
de dólares no monitoramento e tratamento da bicheira, adicionado a 420 milhões
de dólares para a indústria de couro. Além
de, é claro, os prejuízos de produtividade.
Calcula-se que animais parasitados por esse
parasita diminuem sua produtividade em
20%, podendo, inclusive, serem levados à
morte, caso a bicheira não seja tratada de
maneira adequada. Os inseticidas organofosforados são os principais produtos tópicos utilizados no tratamento de bicheiras.
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MARÇO 2016
No entanto, esses tratamentos tópicos têm
uma eficácia residual curta, exigindo que
os animais sejam inspecionados e tratados
com frequência, para evitar reinfestações.
Esses tratamentos em dias seguidos, associados à necessidade de manejo desses animais para aplicação do medicamento, causam elevadas perdas de produtividade pelo
estresse e aumentam significativamente os
riscos de acidentes com funcionários e animais. Pensando na redução dessas perdas
e riscos, a AGENER UNIÃO desenvolveu o
THION C. Um mata-bicheira de ação sistêmica que é aplicado sobre a pele do animal,
na região dorsal entre as escápulas, não
necessitando ser aplicado diretamente nas
feridas. O seu princípio ativo (FENTHION) é
absorvido pela pele e distribui-se por todo
organismo do animal, combatendo as larvas da bicheira em qualquer local que estiverem instaladas. Esse sistema de aplicação
permite que os animais sejam tratados no
pasto, sem a necessidade de manejo e sem
estresse por parte dos bovinos. Isso diminui os prejuízos causados pelo manejo de
curral e pelo estresse dos animais. Além
dessas vantagens, o THION C tem, em sua
formulação, um corante verde que permite
identificar no pasto os animais já tratados,
facilitando ainda mais o manejo da fazenda.
Outro benefício do produto é o seu tempo
de ação. Após sua aplicação, as larvas da bicheira são mortas em até 3 dias e os animais
mantêm-se protegidos por até 21 dias de
novas infestações. Todas essas vantagens
do THION C são colocadas à disposição dos
pecuaristas brasileiros para incremento de
sua produtividade.
REVISTA MERCADO RURAL
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RECEITA
Banana
Escondida
Se existe uma fruta que caracteriza o Brasil,
essa fruta é a banana. Produzida em todos
os estados e consumida abundantemente
pelos brasileiros, a banana pode ser
consumida pura, em pratos salgados,
doces, bolos, vitaminas, sucos e mingais.
Versátil e muito saborosa, é excelente
fonte de nutrientes e de energia.
Esta receita de Banana Escondida é
muito simples de fazer, mas escolher a
fruta ideal faz toda a diferença. A dica é
escolher pencas com bananas prata mais
“gordinhas” evitando aquelas mais finas
e menos saborosas. Quanto mais clara a
casca, mais a banana vai durar em sua casa.
Contudo, as pintinhas pretas não alteram o
sabor significativamente, mas indicam que
a fruta pode durar menos tempo.
Se não sabe o que fazer com as
bananas na fruteira, faça essa
deliciosa sobremesa e se surpreenda:
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MARÇO 2016
Ingredientes
• 2 kg de banana-prata
bem madura
• 1 xícara (de chá)
de óleo
• 20 colheres
(de sopa) de açúcar
• 1 xícara (de café)
de leite
• 2 pitadas de canela em pó
Modo de preparo
Montagem
• Corte as bananas de comprido.
Frite-as no óleo, aos poucos, em
frigideira. Reserve.
• Em uma forma refratária média
coloque as bananas, creme de
gemas e o suspiro de claras,
nesta ordem.
• Faça uma gemada bem
branca, batendo as 5 gemas
com 5 colheres de açúcar.
• Depois acrescente leite e
canela em pó. Misture e reserve.
Bata as claras em neve e vá
adicionando aos poucos as
15 colheres de açúcar
(fica como um suspiro).
• Leve ao forno médio a 180°C.
• Quando o suspiro crescer
(mais ou menos 5 minutos)
abaixe o forno para 90°C e
deixe mais 15 minutos, até
que o suspiro fique seco
e dourado por cima.
(Serve 15 pessoas Tempo de preparo: 1 hora e 15 minutos)
REVISTA MERCADO RURAL
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SEÇÃO PET
Australian Shepherd
O Australian Shepherd, ou Aussie, como
é carinhosamente chamado, é inteligente,
ativo, disposto, de boa índole e raramente
briga, podendo ser, por vezes, ciumento e
reservado com estranhos. Versátil, é excelente cão-guia e, além do pastoreio ou guarda
em fazendas, é exímio farejador de drogas e
cão de busca e resgate. Há casos do uso da
raça em terapias e no auxílio a deficientes
auditivos. Participam ainda, quando treinados, em provas de agility, flyball e frisbee.
Com pelagem de cores variadas e únicas são identificadas na raça o azul-merle,
preto, vermelho-merle e vermelho, todos
com ou sem marcas brancas e ou pontas
de cor cobre. Na aparência geral é um cão
de porte médio, bem balanceado, um
pouco mais longo do que alto, com ossatura também média. A cauda geralmente
é curta, mas há casos em que o cão nasce
com ela alongada. Nesses casos deve ser
efetuada a amputação e o comprimento
não deve exceder os 10 cm.
Existem várias teorias sobre a origem
do Australian Shepherd. A raça, como a
conhecemos hoje, foi desenvolvida nos
Estados Unidos, mas há indícios que sua
origem seja da região Basca das montanhas dos Pirineus, entre a França e Espa-
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MARÇO 2016
nha, e devido a sua associação com os
Pastores Bascos que vieram da Austrália
para os Estados Unidos em torno de 1800,
acabaram recebendo o nome de Australian Shepherd, o pastor australiano. Pouco
conhecido no Brasil, aonde os primeiros
exemplares chegaram em 2001, é muito
popular nos Estados Unidos.
Trata-se de uma raça reconhecida apenas recentemente pelas entidades oficias
americana (AKC, em 1991) e internacional
(FCI, em 1993), embora a popularidade do
Australian Shepherd se misture com um
fato histórico mundial. Após a Segunda
Guerra o conhecimento sobre a raça se
espalhou por causa de seus atributos para
o trabalho e como companhia. Ganharam
inúmeras novas tarefas e se saíram bem em
todas. São polivalentes.
O Australian precisa, diariamente, de
30 ou 40 minutos de grande atividade.
Pode ser brincar de bola ou simplesmente
correr, mas ele precisa se exercitar. É ativo
e toda essa energia leva a outro fato: o da
necessidade de serem treinados em obediência básica, apesar de toda inteligência.
MANEJO
Os pêlos destes cães precisam ser escovados semanalmente. O criador explica
que os cães de exposição nadam e ser
exercitam em esteiras. Além do cuidado
com a pelagem, a limpeza dos olhos e dos
ouvidos é muito importante.
ALIMENTAÇÃO
A escolha de uma boa ração é imprescindível. Com alimentação balanceada há
uma grande redução no volume de fezes
e aumento da longevidade dos cães que
vivem com muito mais saúde e disposição.
REPRODUÇÃO
O ciclo reprodutivo das fêmeas tem
início a partir de 24 meses e o dos machos após os 18 meses. Um cuidado
que precisa ser tomado é a realização
de todos os exames de doenças genéticas. Os merles são heterozigotos “Mn” e
não devem ser cruzados entre si porque
haveria 25% de chance da produção de
filhotes brancos que, se sobreviverem
apresentarão cardiopatias, cegueira e
surdez, por exemplo.
Além disso, há a displasia coxo femural
que acomete a raça com certa frequência.
Por isso, antes de cruzar, os cães devem
passar por Raio X aos 2 anos.
A boa saúde dos filhotes é também
garantida através da vermifugação, vacinação adequada e sempre com uma
alimentação de qualidade, além de amor,
carinho e atenção.
Os filhotes são vermifugados pela 1ª
vez aos 21 dias de nascidos, e este procedimento se repete de 7 em 7 dias até os 42
dias. O programa de vacinação começa aos
42 dias, e de 21 em 21 dias a vacina é repetida, sendo que a última deverá ser dada
próximo aos 120 dias.
MERCADO
A criação de cães deve ser realizada
por profissionais ou por pessoas conhecedoras dos problemas de qualquer criação.
Para quem deseja iniciar uma criação a dica
é conversar com um criador profissional,
para que o interessado compre cães com
qualidade, genética comprovada e exames.
Observar se há um profissional de saúde oferecendo suporte ao canil é outro fator importante, tanto para quem cria quanto para quem compra.
Colaboração: Roberto Márcio Fernandes Travizani
Criador/ Canil Sunrise Story – Lagoa Santa /MG
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SEÇÃO EXÓTICA
Psitacídeos
Psitacídeos! Mas que palavra estranha
seria essa? Nada mais é do que a denominação da família de aves exóticas bem conhecidas como os papagaios, as araras, cacatuas, calopsitas, periquitos, roselas, ring
necks, cabeça de ameixa, entre outros. O
grupo dos psitacídeos possui 406 diferentes espécies distribuídas por todo o hemisfério sul nos continentes americano, africano, asiático e oceânico. O Brasil é o país
com maior quantidade de espécies. São
mais de 70 tipos identificados e a Calopsita
é um dos integrantes mais conhecidos.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Os psitacídeos são algumas das aves
mais inteligentes e que possuem o cérebro mais desenvolvido. Têm capacidade
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de imitar vários tipos de sons, inclusive palavras e, quando criadas à mão, tornam-se
mansas e podem se tornar excelentes animais de estimação. Uma espécie de grande
porte pode atingir 80 anos de idade, como
é o caso das araras.
A principal característica comum
desse grupo é o bico tipicamente curvo
e próprio para partir sementes e frutos
duros. Sua maxila é adaptada para possibilitar movimentos extras que aumentam
muito a potência do bico. Outra característica exclusiva entre todas as aves é o
hábito de levar os alimentos ao bico com
as patas. Em todas as outras aves o bico
que vai até o alimento.
Tanto os machos como as fêmeas
possuem lindas plumagens com cores
exuberantes, conferindo-lhes uma bele-
za inigualável. Usualmente os sexos são
muito parecidos. Em consequência de
todas as suas características, estas aves
tornaram-se aves de cativeiro, bastante
populares em parques e jardins zoológicos, ação que colabora para que muitas
espécies corram risco de extinção.
ALIMENTAÇÃO
A maioria dessas aves na natureza
tem as sementes e frutos como a principal fonte alimentar. Como na natureza os
animais consomem maior quantidade de
alimentos do que no cativeiro, devemos
neste caso oferecer produtos com maior
concentração de nutrientes, especialmente se tratando de vitaminas, minerais e aminoácidos.
No caso das sementes, quase todas
elas, apresentam deficiência de muitos
nutrientes e excesso de outros. Uma
mistura de sementes bem elaborada
permite que haja balanceamento de todos os nutrientes.
Um ponto que deve ser observado é em relação à semente de girassol. Se fornecido como principal fonte
alimentar pode mesmo causar o óbito
precoce da ave, já que contém excessivas quantidades de gordura e proteína,
além de baixas concentrações de vitaminas e minerais. Equivale a um chocolate em termos de comparação. Os
psitacídeos com uma alimentação saudável e pobre em sementes de girassol
podem viver 75 anos de vida (dependendo da espécie). Se a ave for criada
apenas com semente de girassol durará
apenas uns 15 anos. Não podemos ignorar, contudo, o fato de que o girassol
possui uma das proteínas vegetais de
melhor qualidade e digestibilidade. Sua
gordura é muito rica em ácidos graxos
poli-insaturados, sendo, portanto de
excelente qualidade. O uso controlado
de girassol, em uma dieta de papagaios
e especialmente de araras, é recomendável em alguns casos.
CRIAÇÃO EM CATIVEIRO
Atualmente é possível adquirir qualquer uma dessas espécies naturais do Brasil
ou exóticas de forma totalmente legalizada
e segura. O IBAMA autoriza a criação de espécies nascidas em cativeiro e a venda destas em criatórios e lojas cadastradas. Essa
venda deve ser feita através de documento
fiscal que ateste a origem da ave.
O sedentarismo diminui a longevidade
das aves e por isso qualquer ave deve, diariamente, ter alguma liberdade de movimento
para fazer algum exercício. O espaço tem
grande influência no bem-estar das aves,
aquelas que vivem num espaço apertado tendem a proteger esse “território”, tendo como
resultado um animal agressivo e estressado.
REPRODUÇÃO
Salvo raras exceções os psitacídeos são
monogâmicos e a maioria não apresenta
nenhum tipo de dimorfismo sexual. Aos
dois anos, em média, é quando eles atingem
a maturidade sexual. A maior parte se reproduz na primavera e no verão, mas, algumas
espécies podem se reproduzir em outros
períodos. Em regiões tropicais onde há variações de temperatura e de chuvas pode
haver interferência da alimentação das aves
influenciando o período reprodutivo.
Em cativeiro, a incubação e o cuidado
com filhotes podem ser realizados pelo casal, no entanto, quando estes se mostram
incapazes ou dependendo do objetivo do
manejo técnicas artificiais de criação podem ser utilizadas.
Os ovos colocados são brancos e o tamanho das posturas é variável.
MANEJO E CUIDADOS
HIGIÊNICOS
Quando criados em cativeiro necessitam
de banhos periódicos, especialmente no verão. Para as aves que vivem permanentemente em gaiolas o uso de um borrifador é o ideal.
O alimento e a água devem ser fornecidos em tigelas sempre limpas. É importante evitar materiais envernizados, pois
há risco de se adoecer as aves devido ao
teor de chumbo. As tigelas devem ser colocadas acima dos poleiros para evitar a
contaminação pelas fezes.
As unhas devem ser cortadas e lixadas, assim como as penas alares devem ser aparadas
para prevenir acidentes decorrentes do voo,
prevenção de uma possível fuga acidental e
como auxílio no seu treino e domesticação.
REVISTA MERCADO RURAL
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EVENTO/POSSE
Fotos: Roberto Pinheiro
Muito prestígio na posse
da Diretoria da ABCCMM
No dia 17 de fevereiro de 2016 o foyer do Expominas em
Belo Horizonte (MG) foi palco da confraternização de posse da
nova diretoria da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo
Mangalarga Marchador (ABCCMM). O novo diretor Daniel
Borja e os demais membros da diretoria foram prestigiados
e receberam as boas vindas dos criadores, autoridades,
Saulo Carvalho, André Aparecido, Mendelssohn de Vasconcelos,
profissionais da imprensa, funcionários da Associação e
Alberto Pinto Coelho e Daniel Borja
convidados. Daniel Borja cumprirá mandato de 2016 a 2018.
Margot, Nelson Boechat, Marilena Boechat,
Juliana Borja e Daniel Borja
Fábio Vilela, Henrique, Heitor Lambertucci, João Carlos ,
Daniel Borja, Eduardo Simões, Francisco Carlos e Jonas Oliveira
Daniel Borja e Juliana Borja
Adolfo Géo, Marcelo Tostes e Argeu Géo
Rafael Moreira, Carlos Rodenburgo, Marcelo Baptista, e Eduardo Badra
Marcos Lambertucci, João Bosco, Rômulo Rocha,
Roberto Peixoto e José Januário
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MARÇO 2016
Saulo Carvalho, Alair Reis, Maria do Carmo Borja,
Daniel Borja e Juliana Borja
Adolfo Géo, Daniel Borja e João Carlos
Eduardo Rogério, Dagnaldo Siqueira, Jonas Oliveira,
Walfredo Borborema, Ennio Ellery e Alan Villaça
Marco Túlio, João Bosco, José Carlos e Marco Lambertucci
REVISTA MERCADO RURAL
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GIRO RURAL
Temporada de eventos
oficiais do Quarto de Milha
começou no Nordeste
A temporada 2016 de eventos da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo
Quarto de Milha começou nas belas terras pernambucanas. De 10 a 13 de março, aconteceu a sétima edição do Congresso Brasileiro & Derby ABQM de Vaquejada desembarca no Parque Rufina Borba, localizado na BR-232, a 3 km da cidade de Bezerros, a cidade
do “Papangu”. As competições distribuíram mais de R$ 450 mil em prêmios.
Criados em 2010, os eventos são referência do desporto equestre no Brasil. “Uma das novidades foi a inclusão este ano de mais uma categoria na
classe Amador, a Light, nos dois campeonatos”, frisa Henrique Campana, o novo responsável pelo Departamento de Esportes da ABQM. O Congresso foi
aberto para animais a partir de três anos hípicos. O Derby é exclusivo para animais nascidos a partir de 1º de julho de 2009.
Segundo Edivaldo Lima, responsável pelos eventos do Parque Rufina Borba, além de bem estruturado, o local foi preparado para receber cavaleiros
e amazonas de várias regiões do país, nestas grandes competições do Quarto de Milha. “São mais de 30 anos de vaquejada e de grandes eventos para a
população, tendo em vista a tradicional Vaquejada de Bezerros, que é realizada sempre no mês de agosto”, ratifica Edivaldo.
Durante os eventos ocorreram também dois importantes leilões da raça, o 12º Leilão Evolução e o 11º Leilão Haras Casa Branca, ambos apoiados pela ABQM.
Bezerros, a 107,5 km da capital Recife, é conhecida como a Terra do Papangu, tradição centenária de blocos de foliões que saem mascarados e fantasiados, durante o carnaval, além de ser também muito requisitada pela culinária do tradicional Bolo de Rolo. Está a 10 km da Serra Negra de Bezerros, um
dos mais belos pontos turísticos de Pernambuco, e a 30 km da cidade de Caruaru, famosa pelas feiras e artesanatos.
Netafim promove
evento para revendas
e debate futuro do
agronegócio brasileiro
A Netafim, empresa pioneira e líder
mundial em soluções de irrigação por gotejamento, realizou em março um “Encontro
de Canais” para as revendas parceiras. Cerca
de 100 pessoas, produtores, agrônomos,
parceiros e representantes do governo debateram sobre o futuro do agronegócio que,
mesmo em meio à crise econômica do Brasil,
vem se destacando e mantendo as empresas
do setor em desenvolvimento.
O evento foi conduzido pelo pesquisador,
José Otavio Menten, também Diretor Financeiro do Conselho Científico para Agricultura
Sustentável (CCAS), Vice-Presidente da Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior (ABEAS), Eng. Agrônomo, Mestre e Doutor
em Agronomia, Pós-Doutorados em Manejo
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MARÇO 2016
de Pragas e Biotecnologia, Professor Associado
da ESALQ/USP, que recebeu personalidades
do agronegócio como o consultor Alexandre
Mendonça de Barros e o Secretario Nacional
de Irrigação, José Rodrigues Pinheiro Dória,
que afirmou a importância da irrigação. “Ela
aumenta a produção e a rentabilidade, além
de reduzir o uso de água em até 50%. O uso indevido da água nas lavouras precisa melhorar”.
A Netafim aproveitou o evento para alinhar as expectativas da empresa para 2016
que estará focada nas culturas de café, cana-de-açúcar, cereais, hortifrútis e CMT – Controle de Monitoramento (Tecnologia de Gerenciamento de Culturas).
“Nosso país tem muita área para ser irrigada e acreditamos que nossa companhia pode
contribuir para o desenvolvimento do setor
não apenas vendendo sistema de irrigação
por gotejamento, mas ajudando na gestão
das lavouras”, explica Carlos Sanches, gerente
agronômico da Netafim. Dados de produtores
comprovam a economia da água nesse sistema, de 30% a 50%, além do aumento da produtividade na casa de 200%.
Para o produtor, além de irrigar, é possível
realizar a técnica de nutrirrigação – em que os
nutrientes são colocados na raiz, ao mesmo
tempo em que ocorre a irrigação. “Assim como
nós, as plantas preferem se alimentar aos poucos. Ninguém toma um café da manhã com 3
Kg de alimento e depois passa o dia sem nada”,
finaliza Sanches. Além disso, há ainda economia de água, energia e insumos.
Steven Udsen assume
a presidência da
Agristwar do Brasil
Após 35 anos à frente da Agristar do Brasil, James Lee Udsen
abre caminho para uma nova liderança na empresa. James Lee
Udsen passou a integrar o recém-criado Conselho de Administração do grupo Agristar e Steven Udsen assumiu a presidência da
companhia, uma das maiores empresas do país na produção e
comercialização de sementes de hortaliças, flores e frutas.
Peça fundamental na expansão da empresa nos anos 80,
James foi responsável pelo início da produção nacional de sementes, criando novas divisões de negócios e unidades de pesquisa e desenvolvimento de produtos nos estados de SP, MG, GO, RJ, RN e SC, entre outras realizações.
“Continuarei envolvido com a empresa, sempre dando apoio ao grupo e atuando em projetos diversos com o intuito de fortalecer a companhia. Acredito que a juventude, tendo força de
trabalho e desejo de crescimento, sempre foi e continuará sendo a base do sucesso da Agristar.
Steven é a pessoa certa para unir o grupo, dar apoio e liderança para todos os setores, além de ter
todos os requisitos para representá-la a nível global”, ressalta James Udsen.
Steven, que está na Agristar há seis anos como Diretor de Serviços Corporativos e tem sob sua
alçada os setores de Finanças, Contabilidade, Logística, Administração, Tecnologia da Informação
e Recursos Humanos, sente-se preparado para assumir os desafios da empresa. “A Agristar é uma
empresa consolidada, com unidades em vários estados brasileiros. Meu objetivo é levar adiante
o compromisso da empresa em desenvolver e testar tecnologias para oferecer produtos de alto
desempenho aos produtores”, enfatiza.
Graduado em Administração de Empresas pela Universidade de San Diego, Califórnia (EUA)
e MBA no INSEAD (FR), Steven começou sua carreira no Anklesaria Group e em seguida esteve à
frente de projetos da Vale na Suíça e Noruega. Está na Agristar do Brasil desde 2010, tendo trazido
novas experiências e pontos de vista para o negócio.
Fonte: Attuale Comunicação
RTB lança dois novos produtos para equinos
Com a proposta de promover a correta alimentação de animais, garantindo o bem-estar dos cavalos
e também a satisfação dos clientes, a RTB Rações acaba de lançar mais dois novos produtos na sua linha
para equinos: RTB 12 CA e RTB 12 CA Malaceada.
Antes de trazer para o mercado esses novos tipos de ração para manutenção, a RTB Rações realizou
diversos estudos junto a especialistas e também a seus consumidores, a fim de atender a todas as exigências para uma alimentação completa e balanceada.
Produzidas com minerais e enriquecidas com vitaminas, com nível de proteína de 120 g/kg e energia digestível de 2.500 Kcal/Kg, a RTB 12 CA e a RTB 12 CA MELACEADA ainda são ricas em fibras, o que
garante uma alta digestibilidade, evita problemas de cólicas e promove uma vida mais agradável e sadia.
Nas versões peletizada seca e melaceada, as duas rações foram formuladas para suprir as necessidades
nutricionais de animais de passeio, trabalho e praticantes de atividade física moderada.
Sempre utilizando ingredientes de excelente qualidade, balanceados nutricionalmente, com um
processo de fabricação que segue todas as normas das Boas Práticas de Fabricação, a RTB 12 CA e RTB 12
CA MELACEADA podem ser encontradas em embalagem econômica de 40 Kg.
REVISTA MERCADO RURAL
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GIRO RURAL
Tecnologia de bioativação de solo foi
destaque em Simpósio de Cafeicultura
O 20º Simpósio de Cafeicultura das Matas de Minas que aconteceu em Manhuaçú entre os dias 15 e
18 de março contou com um estande da Penergetic. A empresa apresentou a centenas de pessoas sua tecnologia suíça de bioativação do sistema solo/planta que proporciona excelentes resultados na cafeicultura.
O gerente regional da Penergetic, Nilson Silva, destacou que foi a primeira vez que a empresa participou
do simpósio e que o objetivo foi o de divulgar a tecnologia inovadora. “Nossa expectativa era atender novos
clientes da região que ainda não conheciam o produto, reforçar nossa presença nas culturas agrícolas regionais
e consolidar a participação junto aos clientes do Sul de Minas e do Espírito Santo que já fazem uso do Penergetic”, afirmou.
Uma equipe de profissionais ficou à disposição dos visitantes do simpósio para explicar o funcionamento
da tecnologia Penergetic, bem como para esclarecer dúvidas dos cafeicultores. O representante técnico de vendas da Penergetic na região, Silvio Caçador, ressaltou que durante o evento foi feito um trabalho de divulgação
para os cafeicultores da região.
Caçador lembrou que vários fatores influenciam no resultado da produção, como o regime hídrico por
exemplo. Contudo, a tecnologia Penergetic apresenta uma diferença no resultado final. “O produto melhora a
nutrição da planta que apresenta ganhos com relação à proteção contra pragas e doenças e consequentemente uma maior produtividade”, conclui.
Fonte: Berrante Comunicação/Leonardo Leal
ABRIL
AGENDA RURAL
15/04 a 24/04
Festa do Feijão
Lagoa Formosa
MG
16/04 a 23/04
65º Campeonato Brasileiro de Ornitologia Amadora - FOB
Itatiba
SP
25/04 a 29/04
Agrishow
Ribeirão Preto
SP
Leilão Virtual Haras Tarumâ
Belo Horizonte
MG
Expozebu
Uberaba
MG
04/05
17º Special Maab Jumentos Pêga e Muares
Uberaba
MG
04/05
14º Leilão Nelore Maab Muares
Uberaba
MG
06/05 a 15/05
Festa do Peão de Jaguariúna
Jaguariúna
SP
07/05 a 26/05
Rodeio de Cajamar
Cajamar
SP
Leilão Campolina 40º Haras do Barulho
Rio de Janeiro
RJ
AgroBrasília 2016
Brasília/Unaí
MG
Leilão Celebridades Haras Lagoinha
Jacareí
SP
15/05 a 22/05
49ª Expo Barbacena
Barbacena
MG
20/05 a 29/05
Fenamilho
Patos de Minas
MG
24/05 a 28/05
Bahia Farm Show
Eduardo Magalhães
BA
25/05 a 28/05
Rondônia Rural Show
Ji-Paraná
RO
29/05 a 05/06
Superagro
Belo Horizonte
MG
Leilão dos Associados da ABCJPÊGA
Belo Horizonte
MG
10/06 a 19/06
Festa do Peão de Americana
Americana
SP
14/06 a 16/06
BeefExpo
São Paulo
SP
21/06 a 26/06
Megaleite
Belo Horizonte
MG
22/06 a 24/06
Hortitec
Holambra
SP
Leilão Pampa Elite Ginga
Papucaia
RJ
28/04
28/04 a 10/05
MAIO
10/05
10/05 a 14/05
14/05
JUNHO
04/06
25/06
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REVISTA MERCADO RURAL
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