Revista ESTRAFÊGUE n.º 3 - Escola Secundária Dr. Francisco

Transcrição

Revista ESTRAFÊGUE n.º 3 - Escola Secundária Dr. Francisco
ESCOLA SECUNDÁRIA DR. FRANCISCO FERNANDES LOPES
Fevereiro / Março 2009
3
ESCOLA SECUNDÁRIA DR. FRANCISCO FERNANDES LOPES
Nesta Edição . . .
Nesta 3ª edição da Revista ESTRAFÊGUE,
ESTRAFÊGUE fazemos uma pequena síntese das
muitas actividades que têm sido desenvolvidas na nossa Escola, desde o início do
ano lectivo até agora, e tentámos, ainda, diversificar a nossa oferta, apelando à
colaboração de todos quantos fazem parte da Comunidade Educativa. As pessoas
acederam ao nosso apelo e enviaram alguns trabalhos muito interessantes. Pena é
que os nossos alunos não se sintam ainda suficientemente motivados para participarem mais na construção desta revista que, de acordo com a nossa vontade,
poderá e deverá ser não só um espaço de divulgação de tudo quanto de positivo se
faz por aqui, como também um espaço de reflexão e de crítica. De todos para
todos.
Pág.
The Spirit of Christmas ............................................................................................................................ 2
Dia de São Valentim ................................................................................................................................ 4
A Nossa Capa .......................................................................................................................................... 5
O AMOR ÀS ESCURAS ......................................................................................................................... 5
ENCONTROS COM A POESIA ............................................................................................................... 6
O Teatro Vem à Escola ........................................................................................................................... 7
NÚCLEO AMBIENTE XXI ....................................................................................................................... 8
O Projecto PREAA ................................................................................................................................ 9
Projecto: «Adolescência: soltar... Mas não largar» ............................................................................... 10
Notícias da APEEESO .......................................................................................................................... 11
JOSÉ PRETO (conto) ............................................................................................................................ 12
Centro de Novas Oportunidades .......................................................................................................... 16
Estudar compensa e receber prémios sabe bem! .............................................................................. 17
Á conversa com — NOVOS RUMOS (entrevista) ................................................................................. 18
Receber prémios sabe tão bem! (2) ...................................................................................................... 20
O Prazer de Estudar (crónica) ............................................................................................................... 21
Brevíssimas... do que se foi fazendo ..................................................................................................... 22
Actividades da BE/CRE ......................................................................................................................... 25
Brevíssimas… do que se foi fazendo (continuação) ............................................................................. 26
Mais notícias da APEEESO ................................................................................................................... 27
Passatempos e Curiosidades ................................................................................................................ 28
“Diz-me o que comes, dir-te-ei quem és…” (receitas culinárias) .......................................................... 29
O Exercício da Cidadania em Ambiente Escolar (artigo de opinião) .................................................... 30
A CRISE INTERNACIONAL (entrevista a Miguel Portas) ..................................................................... 32
Saber ler, saber escrever ....................................................................................................................... 33
Capa: Marc Chagall—”The Gift”.
The spirit of Christmas
Tendo como tema “The Spirit of Christmas”, título da
obra de leitura extensiva a estudar em todas as turmas do 11º
ano (ensino regular), decidiu o Grupo 330 da nossa Escola
promover diversas actividades que envolvessem alunos e professores e fossem emblemáticas da época festiva a que se referiam.
Assim, o Grupo levou a cabo a decoração do Bloco
Novo, com especial destaque para as turmas de Alemão do
professor Luís Marques que elaboraram cartazes e outros
objectos ornamentais que alegraram as paredes e todo o espa
Imbuídos do espírito natalício, os alunos do 11º C e 11º
G incentivados pela professora Manuela Grazina, entraram no
projecto “The Spirit of Christmas” que consistia em angariar
uma série de brinquedos, jogos e livros para oferecer às crianças mais desfavorecidas que almoçam na nossa escola vindas
da escola primária perto daqui. Alguns menos entusiasmados,
outros mais, mas todos ajudaram e todos trouxeram brinquedos para dar às crianças. Todos sabíamos que tínhamos uma
missão, sabíamos que algumas crianças não iam receber mais
nenhuma prenda para além da nossa. Isso tornou a nossa missão ainda mais rica. Trabalhámos todos juntos, tal e qual a
fábrica do Pai Natal. Juntos numa sala, rodeados de imensos
brinquedos, embrulhámos dezenas de brinquedos; éramos os
verdadeiros ajudantes do Pai Natal, os duendes. A professora
estava com receio de não alcançarmos o número de brinquedos
indicado, mas a verdade é que no fim já tínhamos o dobro dos
brinquedos necessários.
Chegou a hora, havia dois turnos de crianças, o primeiro às 12.30 e o segundo às 13.30. Todos os alunos estavam
entusiasmados, pegámos nos presentes e fomos para o refeitório. As crianças não sabiam de nada. A professora entrou primeiro e anunciou-nos como representantes do Pai Natal, porque este não podia estar presente. Ao entrarmos com os típicos gorros do Pai Natal ouvimos gritos histéricos de crianças
entusiasmadas. Infelizmente não pudemos agradar a todos,
uns recebiam brinquedos gigantes e outros um livro, por isso,
alguns dos presentes foram trocados.
O segundo turno era de crianças mais carenciadas e
ainda bem que assim foi, pois estes levaram cinco a seis presentes para casa. Este grupo foi mais agradável, eram mais
novos, simpáticos e não reclamaram, ficaram muito felizes e
gostaram de tudo o que receberam. Depois de tudo acabar
posso dizer que foi uma experiência bastante enriquecedora.
Confesso que estava bastante entusiasmada e ansiosa e no fim
de tudo isto senti-me uma pessoa melhor e mais leve.
“The Spirit of Christmas” foi um projecto bastante entu
siasmante, trabalhoso e enriquecedor. Foi bom ver o sorriso
daquelas crianças.
Ana Rita Teixeira (Aluna do 11º G)
ço interior do edifício.
As turmas C e G do 11º ano da professora Manuela
Grazina recolheram brinquedos e livros que foram distribuídos por alunos transformados em empenhados Pais Natal, a
crianças carenciadas do 1º Ciclo que, normalmente, almoçam
no nosso refeitório.
Os alunos da professora Estela Soares (11º F) levaram
à cena a representação em mímica da obra “The Spirit of
Christmas” que obteve assinalável sucesso.
Docentes do Grupo 330 (Inglês / Alemão)
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Eles... e...
Elas…
Disseram...
AMOR É…
Um sentimento bonito
Um deus que todos nós devemos ter ou…
Partilhar
O que nos deixa sem razão, sem porquês
Todos os sentimentos que se juntam e se misturam …
É algo que não se vê mas sentesente-se. Amar = Amor verdadeiro
Fogo que arde sem se ver
Um sentimento perfeito de se sentir, algo inexplicável que,
por vezes, provoca dor mas no fim vale sempre a pena
Amar e ser amado
(Comentários feitos a propósito do Dia de S. Valentim — Actividade da Biblioteca)
A NOSSA CAPA…
«THE GIFT» ou «O PRESENTE» de Marc Chagall é a nossa escolha para a comemoração do dia 14 de Fevereiro, Dia de S. Valentim, ou seja,
dia dos (e)namorados.
MARC CHAGALL, um dos pintores maiores do século
XX, nasceu em Vitebsk, na actual Bielorrússia, em 1887, e,
aos vinte anos, pintou o seu primeiro quadro intitulado
«Morte». Depois de ter frequentado a Escola Imperial de
Belas-Artes de S. Petersburgo, prosseguiu os seus estudos
em Paris, aonde chegou em 1910. Na “cidade luz”, tornouse amigo de vários pintores e poetas, nomeadamente de
Guillaume Apollinaire, ilustrou os «Poemas Elásticos» de
Blaise Cendrars e, muito mais tarde, as «Fábulas» de La
Fontaine.
Embora seguindo as tendências dos movimentos artísticos vanguardistas, a obra de Chagall (que não esquece
nunca a sua terra natal) é inconfundível, cheia de cor, de
encanto e de poesia.
O AMOR ÀS ESCURAS…
Para comemorar o Dia dos Namorados, nada melhor do que uma bela sessão de poesia!...
E foi o que aconteceu na Biblioteca Municipal de Olhão, no dia 12 de Fevereiro: um belíssimo espectáculo de poesia dita e vivida por dois actores da Associação Andante. Uma performance poético-musical. Uma história linda, feita de encontros e desencontros, de músicas e de
palavras. De gestos. De silêncios.
Alguns alunos da nossa escola assistiram. Uns gostaram e aplaudiram.
Enternecidos. Outros (poucos!...), para quem tudo nesta vida é uma verdadeira «seca», preferiram ignorar ou fazer de contas que aquele tipo de tretas
nada tinha a ver com eles!...
Por mim, adorei e fiquei feliz de ver que, afinal, muitos destes jovens
continuam sensíveis às coisas belas da vida. À poesia. Ao amor.
Obrigada aos actores.
Obrigada aos alunos. Sobretudo àqueles que, confessando que não gostam de ler, adoraram o espectáculo.
Obrigada pelo(s) encontro(s).
Que aconteça POESIA. Que aconteça o AMOR. Que aconteça ALEGRIA.
Sempre.
Mª do Carmo Loureiro (Professora)
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SER POETA É… SER MAIS ALTO (Florbela Espanca)
Desde Outubro passado que todos os membros da comunidade educativa, nomeadamente os alunos, têm tido oportunidade de assistir a momentos únicos de poesia. A primeira sessão de poemas ditos contou com a presença de José Fanha.
Depois, foi a vez de Sónia Pereira, Paulo Pires e, mais recentemente, de Afonso Dias.
Estas iniciativas (as duas primeiras integradas no Mês
Internacional da Biblioteca Escolar e promovidas pela Biblioteca
Municipal de Olhão em parceria com as Bibliotecas Escolares
do concelho) visam acima de tudo contribuir para a criação de hábitos de leitura nos
jovens.
As sessões agradaram e decerto que muitos dos nossos alunos ficarão com estes
momentos únicos, cheios de encanto e de
magia, gravados para sempre na sua memória!
Momentos
Inesquecíveis...
Por entre colunas de palavras (graves, agudas, esdrúxulas, esdrúxulas) a sardanisca
entra no poema. Levanta a cabecinha. Olha as rimas, umas a chorar, outras a rir, outras a
cantar. Sacode a cauda, afasta um advérbio. Com o focinho faz balançar uma cedilha. Um
ão assusta-a. Encara substantivos. São coisas? Papa um til. Sai do poema para uma laje
sobreaquecida. Adormece. É apanhada por uma pinça, metida numa caixa de fósforos marca Pátria. Colecção.
Alexandre O’Neill
MARÇO E MAIO 2009
Pelo terceiro ano consecutivo, a Companhia
de Teatro do Algarve — ACTA — virá à nossa Escola
representar a sua actual peça de teatro dedicada ao
público jovem.
Mais uma vez, os temas abordados nos espectáculos desta Companhia são actuais e acutilantes,
não deixando ninguém indiferente. Acresce à relevância do tema da peça — «Bullying» — a dinâmica
e a qualidade do trabalho de reconhecido mérito
dos actores cujo impacto, em cada espectáculo,
tem envolvido e encantado alunos e professores.
dos anteriores «O Longo Sono da Heroína» e o
«Nexo dos Sexos» — é uma reflexão sobre tal problemática enquadrada pelo jogo dramático a partir
de situações tipo. Este jogo dramático, desenvolvido numa feição interactiva, permitirá ao aluno
assumir a função de professor ou de pai, de contínuo ou de membro do Conselho Executivo, etc.
Temáticas como a da agressão física, agressão verbal ou indisciplina serão abordadas e desenvolvidas numa feição que visa promover a reflexão
entre o próprio sujeito / objecto do fenómeno em
causa.
Este espectáculo foi concebido de forma a ser
num espaço de dimensão de uma sala de aula. Tem
a duração de 90 minutos e não podem assistir mais
de 65 pessoas por sessão. Depois do início da acção
Não são permitidas entradas na sala nem saídas
antes do final, a não ser em caso de força maior.
O espectáculo está classificado para maiores
de 14 anos.
A peça estará em cena a partir do dia 2 de
Fevereiro e até ao dia 3 de Junho de 2009, às
segundas, terças e quartas-feiras, durante as
manhãs e tardes.
ACTA– Companhia de Teatro do Algarve
apresenta a peça
SINOPSE DA PEÇA
«BULLYING»
Trata-se de um espectáculo sobre a problemática da violência que tem vindo a obter dimensão e relevância no meio escolar.
O que se propõe com este trabalho — na linha
De: Paulo Moreira, Glória Fernandes e
Luís A. Miranda
Encenação: Paulo Moreira
Elenco: Elisabete Martins, Mário S p e n c e r ,
Pedro Mendes e Tânia Silva.
«A violência na escola realiza, de algum modo, um estranho retrocesso. Estranho dado que
a violência é, por definição, a negação da palavra e do diálogo, sendo precisamente o que deveria
permanecer fora da escola.»
L. H. Silva, Século XXI: Qual Conhecimento? Qual currículo?
«A educação supõe força e acção de uns sobre outros. Portanto, supõe autoridade e direcção. Elas podem ser impostas ou não.
O que diferencia uma coisa de outra são as atitudes, os valores, a ética.»
M. Gadotti, Escola Cidadã
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NÚCLEO AMBIENTE XXI
OLIMPIADAS DO AMBIENTE
Na 1ª eliminatória, que decorreu no passado dia
8 de Janeiro, a nossa Escola conseguiu apurar cinco
ilustres ‘atletas olímpicos ambientais’ (quase todos do
10º ano!), num total de quase
38 600 participantes a nível
nacional,
provenientes
de
todos os distritos e das regiões
autónomas. A 2ª eliminatória
decorreu já a 3 de Março e em
breve saberemos se há algum
«ecogénio» para a final a nível
nacional...
«COASTWATCH EUROPE»
Como já vem sendo hábito, os nossos alunos dos Cursos CientíficoHumanísticos participaram, mais uma
vez, no passado dia 19 de Novembro,
no «COASTWATCH» - Projecto Europeu de Educação Ambiental. Este projecto, cujos objectivos são sensibilizar
a população para a problemática da
DEGRADAÇÃO DA FAIXA LITORAL DOS
OCEANOS e melhorar o conhecimento
ambiental do Litoral português, é um
meio excelente para sensibilizar e
consciencializar os jovens para os
grandes desafios do Futuro, motivando-os para a ciência e para a defesa do
meio ambiente.
E é, também, um meio privilegiado de educar os jovens, incutindo-lhes os
valores de uma verdadeira cidadania.
Por iniciativa da docente de Biologia, Susana Viegas,
comemorou-se, no passado dia 16 de Outubro, na nossa
COMEMORAÇÕES...
Escola, mais um DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO. Um
dos objectivos fundamentais deste
tipo de iniciativa é consciencializar
os jovens e toda a comunidade educativa para as questões da alimentação, levando-os a fazerem uma
alimentação equilibrada e saudável
e, também, alertando-os para doenças como a bulimia ou a
anorexia que, infelizmente, ameaçam muitas e muitos
jovens das sociedades deitas modernas.
O DIA DO NÃO FUMADOR também não foi
esquecido e, no dia 17 de Novembro de 2008, houve cartazes que, curiosamente, não condenavam os
fumadores… Pelo contrário.
Felicitavam-se todos aqueles
que não vão em modas e que
resistem a este vício terrível!...
Eficaz!
O PROJECTO PREAA
A nossa Escola aderiu ao Projecto «Contos do Mago», no âmbito do Programa Regional de Educação
Ambiental pela Arte (PREAA), promovido pela Direcção Regional de Educação do Algarve (DREA). Este programa surge integrado no «Ano Internacional do Planeta Terra» (AIPT), que decorre entre 2007 e 2009, e conta com o apoio institucional da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO) e da União Internacional das Ciências Geológicas (UGS).
Na nossa Escola, os responsáveis
pelo projecto serão os docentes Vanda «CONTOS DO MAGO» pequeno livro “filho” criado sobre
aspectos do património local, com
Mendonça e Alberto Mascarenhas de
ilustrações e actividades de desBiologia e Paula Madureira de Artes.
“Contos do Mago” é um coberta a serem executadas
livro que resulta de uma compila- durante o percurso pedestre. O
CONTOS/PERCURSO PEDESTRE
ção de um conto por concelho, livro será posteriormente utilizado
POR CONCELHO
cujo conjunto é uma ficção da cria- pelos professores das escolas
ção geológica do Algarve.
básicas.
Vila do Bispo: O MAIOR PUZZLE DO MUNDO
Cada conto literário é criado
Praia do Castelejo
Silves: CHUVA DE NUTEJO
sobre aspectos geo/biol/históricos
locais, correspondendo a um perCastelo de Silves
Lagos: CONCURSO DE SISMOS, TERRAcurso pedestre. A partir da interMOTOS E ABALOS MENORES
pretação dos percursos e do conPraia da Luz
to, abordam-se técnicas concretas
Portimão: A SEREIA SEIXA
de criatividade para os projectos
Praia da Rocha
escolares, em articulação com os
Lagoa: AS ASAS DE DONA LONTRA
conteúdos programáticos e fomenBERNARDINA
tando a interdisciplinaridade.
Sítio das Fontes
Tavira: NASCEM NUTEIXOS
O projecto vai ser executaPraia do Barril
do pelos alunos do 12º ano turma
Olhão: A DANÇA DA DONA LUNA
Este é o logótipo do nosso
H, responsáveis pelas ilustrações,
Ilha da Armona
bem como pelas turmas A e B do conto, “A Dança da Duna Luna”,
V. R. Sto. António: A DANÇA DA DUNA LUNA
12º ano, que irão trabalhar prefe- cujo percurso pedestre vai ser na
Península de Cacela
bonita Ilha da Armona, em plena
rencialmente a área científica.
Loulé: O CASO DO OCEANO REMENDADO
Ria Formosa.
Minas de Sal-Gema e Rocha de Pena
Pretende-se que o produto
final se traduza na elaboração, por
Vanda Mendonça (Professora)
parte dos nossos alunos, de um
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Projecto: «Adolescência: soltar… mas não largar»
A importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos tem apresentado um papel importante no
desempenho escolar. O diálogo entre a família e a escola
tende a contribuir para um equilíbrio que conduz ao
sucesso académico.
A Educação Parental, conceptualizada como uma
intervenção que engloba serviços disponibilizados ao
nível dos sectores público e privado, a mães e pais de
diversos níveis socioculturais e económicos, de natureza
educativa e preventiva, ou como resposta a situações de
crise, tem sido alvo de um interesse crescente, quer a
nível internacional, quer designadamente no nosso país.
Deste modo, quando se fala de intervenções preventivas
focadas nos pais falamos de educação de pais ou de educação parental.
Actualmente, a educação de pais começa a ser concebida como «um conjunto de actividades educativas e de
suporte que ajudem os pais ou futuros pais a compreenderem as suas próprias necessidades sociais, emocionais, psicológicas e físicas e as dos seus filhos e aumente
a qualidade das relações entre eles.» O grande objectivo
é optimizar a qualidade das relações entre pais e filhos
(Gaspar, F., 2003).
O presente projecto tem por objectivo implementar
um programa de Educação Parental, designado Adolescência: Soltar… Mas Não Largar. Este programa integra
conceitos dos modelos teóricos reflexivo a adleriano, bem
como de algumas abordagens que se enquadram no
âmbito da Psicologia Positiva, especificamente nas temáticas do optimismo e estilo explicativo, inteligência emocional e bem-estar subjectivo. Espera-se desta forma que
o programa tenha um impacto positivo junto das figuras
parentais nas seguintes áreas: auto-estima; expressão de
sentimentos positivos e auto-regulação de sentimentos
negativos; atitudes de optimismo perante as dificuldades/
adversidades e perante a vida/pessoas.
As recentes mudanças ocorridas na estrutura social
e familiar têm vindo a constituir-se como factores que
incentivam o desenvolvimento de iniciativas de intervenção neste domínio, em virtude dos desafios que acarretam para o desempenho das funções parentais nos dias
de hoje. Também os contributos teóricos da Psicologia,
concretamente nas áreas de estudo das relações precoces e dos estilos parentais, bem como da importância da
família para o desenvolvimento e equilíbrio infanto-juvenil,
vêm encorajar o crescente investimento nesta área de
intervenção.
A cultura educacional em que actualmente vivemos
parece definir-se por características como o desânimo, o
negativismo, o pessimismo e a pressão para o sucesso.
O aumento da competitividade e de um sentido de individualismo, bem como o agravamento de fenómenos
como o desemprego, abuso de substâncias, violência,
doenças sexualmente transmissíveis, abandono escolar,
são factores que caracterizam a sociedade actual e que,
sem dúvida, trouxeram implicações para a forma como
actualmente se educam as crianças. A esses aspectos
estão associadas alterações na estrutura familiar, designadamente o acréscimo de situações de divórcio e de
famílias monoparentais e reconstruídas, assim como a
falta de apoio intergeracional que
vieram igualmente repercutir-se na
educação de seres mais jovens
(Marujo & Neto, 2000). De facto, as
mães e os pais, quer queiram ou
não, quer estejam ou não conscientes desse facto, são agentes
activos da formação da criança e
preparam-na, melhor ou pior, para
a vida. Contudo, quando a criança
nasce, não traz consigo um livro de
instruções. Poderá, efectivamente,
constituir-se como uma incógnita
para as figuras parentais o saber
como estimular a maturação física
ou o desenvolvimento psicológico da criança, e transformar um ser frágil e dependente num adulto equilibrado,
autónomo e feliz (Marujo, 1997).
O desenvolvimento de iniciativas de Educação
Parental poderá, pois, possibilitar respostas à desorientação que as figuras parentais eventualmente possam
sentir, bem como contribuir para dissipar o tom emocional negativo que caracteriza o actual clima educacional.
Desta forma, este projecto de intervenção ao nível
da prevenção, foca-se de forma privilegiada nas dimensões cognitiva e afectiva das funções parentais, no sentido de prevenir práticas parentais pouco eficazes. Destina-se à população de pais em geral, independentemente
das suas capacidades parentais. No entanto, também
podem ter como alvo populações específicas, como pais
adolescentes, pais adoptivos ou pais de nível socioeconómico carenciado, uma vez que estas populações se
encontram em maior risco de desenvolver comportamentos abusivos e negligentes para com as suas crianças
(Dore & Lee, 1999).
Neste projecto, optou-se pelo formato de grupo uma
vez que esta modalidade apresenta algumas vantagens,
nomeadamente: revela-se mais eficaz a nível de custos;
proporciona maiores possibilidades de apoio social,
mediante a partilha de conselhos e ideias; permite aprender com a experiência dos outros; promove a resolução
mútua de problemas. Porém, deve ressalvar-se que este
formato não é isento de limitações, uma vez que implica
um grande dispêndio de tempo na organização e preparação dos materiais e do equipamento necessários; por
outro lado, pode tornar mais difícil a disponibilização de
uma atenção individualizada, adequada às necessidades
dos vários membros do grupo, para assim manter a motivação para a participação na intervenção (Iwaniec, 1995
e 1997; Wolfe 1991). A promoção de estilos parentais
socializadores e altruístas conduz ao sucesso no desempenho académico. A família, enquanto núcleo, é bem
mais importante que o nível socioeconómico na influência sobre o sucesso académico das crianças e jovens e,
neste âmbito, o envolvimento dos pais é duas vezes
mais preditivo do que a classe social de origem.
Paula Caleça (Psicóloga)
NOTÍCIAS DA APEEESO
( A ssociação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Secundária de Olhão )
Projecto Educação Parental “Adolescência Largar … mas não soltar”
A APEEESO, em colaboração com a Escola Secundária Dr. Francisco Fernandes Lopes e com o Município
de Olhão, está a desenvolver um projecto de educação parental dirigido principalmente aos pais e encarregados de educação, podendo participar todos os interessados, professores e educadores. Este programa tem
como objectivos:
- Promover o estabelecimento de regras no dia-a-dia de cada jovem;
- Promover comportamentos assertivos e responsáveis face ao conflito;
- Prevenir comportamentos agressivos;
- Promover a melhoria dos relacionamentos familiares;
- Fomentar a compreensão da diversidade de atitudes face à violência;
- Promover capacidades de expressão de sentimentos e opiniões face à violência;
- Promover um maior envolvimento das famílias no processo educativo do aluno.
As sessões, que se iniciaram a 9 de Fevereiro, terão lugar à segunda-feira, entre as 18.30 h e as 19.30 h,
no Auditório da Escola, e decorrerão até 20 de Abril, com excepção do dia 23 de Fevereiro, sendo que cada
uma é dedicada a um tema. Pretende-se que esta acção assuma um carácter preventivo e promocional. Centra-se nas interacções entre pais e adolescentes e na promoção de algumas competências com o objectivo de
preparar os pais para lidarem com os problemas desta fase designada por adolescência. As sessões têm contado com cerca de 25 participações, entre pais e encarregados de educação e professores.
Temas das Sessões:
09/02: Apresentação do Programa de Educação Parental
16/02: Modelos Parentais
02/03: A Auto-estima
09/03: A Educação Emocional
16/03: Transmissão de Valores
23/03: Gestão de Conflitos
30/03: Estabelecimento de Regras
06/04: Bullying: O que é?
13/04: A Convivência e a Multiculturalidade
20/04: Avaliação das Sessões
Paula Caleça (Psicóloga)
ESCOLA SECUNDÁRIA DR. FRANCISCO FERNANDES LOPES
JOSÉ PRETO
Anarquista, contrabandista, mulherengo e muito mais
«Este conto foi ficcionado a partir de episódios da vida do meu bisavô e outros familiares. Estão
na sua base fantasiadas lembranças de família, documentos, cartas, fotografias, mapas e postais
que integram o respectivo espólio.»
]ÉûÉ YÉÇà|Ç{t
José Mendonça, mais conhecido por José Preto, foi um remediado proprietário rural de Moncarapacho, no Barrocal Algarvio.
No final do século XIX, emigrou como muitos portugueses para a Argentina sonhando com a
fortuna. Obteve em 1898, com 23 anos de idade, a carta de “carrero” * emitida pela cidade de Buenos Aires para o “carro” número 8060, com quatro rodas e puxado por dois cavalos. Regressou a
Portugal, comprou propriedades, construiu uma casa e casou-se com a sua prima Joaquina. Foi
pai de um filho, o José Júnior, e de uma filha, a Palmira.
No final da sua vida, adoeceu com uma dor ciática que o levou por várias vezes a tentar o suicídio, sem nunca o conseguir consumar. As consultas com o doutor Carralves, médico da aldeia,
e os medicamentos que este lhe receitava de pouco serviam, apesar da confiança que nele depositava enquanto médico e amigo.
Esta era mais uma noite em que, como nas anteriores, ia tentar pôr fim à vida. Lá estava toda
a família, de vigia, tentando evitar a consumação deste acto de desespero que só intentava pelo
sofrimento insuportável e não por qualquer desagrado ou arrependimento da vida que tenha levado, não lamentando nenhuma das vicissitudes passadas. Era meia-noite e toda a família dormia. A
Joaquina, sua mulher, desde que partira a perna e usava umas muletas, tinha o sono mais pesado,
talvez também porque já lhe pesava a idade. A filha Palmira dormia no chão do corredor, em frente
à porta do seu quarto, mas andava tão cansada com as viagens de e para Santa Catarina, onde
vivia com o marido, que dela só se ouvia um forte e vigoroso ressonar.
Era Verão e os netos que tinham vindo para ajudar nas lides do campo (era a apanha da
amêndoa e da alfarroba), extenuados pelo trabalho do nascer ao pôr-do-sol, pareciam dominados
pelo sono dos justos, espalhados pelos quatro cantos da sala. Quando abriu a porta e saiu para a
rua, foi ao palheiro à procura de uma corda, pois todas tinham sido escondidas pela família…
Encontrou, então, o único vigia que não dormia: o seu fiel amigo Landrú, cão rafeiro, que era
simultaneamente cão de guarda e cão de caça.
A dor era tão insuportável que mal conseguia respirar. Dirigiu-se, mais uma vez, para aquela
oliveira centenária, de grande porte, que ficava junto ao valado da vizinha Belmira. Era ideal para
os seus objectivos, pois subia ao valado, atava a corda numa forte pernada, dava o nó, punha-o
no pescoço e saltava, acabando definitivamente com tamanho sofrimento. O cão acompanhava-o,
lambendo-lhe as pernas como que a pedir-lhe que reconsiderasse tão drástica decisão.
José Preto avança com passo decidido, pisando o restolho do trigo recentemente ceifado,
cerrando os dentes e com um esgueirar de dor cada vez que se apoiava na perna onde tinha sido
diagnosticada a ciática. Chegou ao limite da sua propriedade e sentou-se num cepo a fim de retemperar forças que lhe permitissem tentar a subida do muro. Enquanto descansava, afagando a cabeça do Landrú que, entretanto, se apoiara nos seus joelhos, a sua vida começou a passar-lhe pela
cabeça a uma velocidade vertiginosa como aqueles filmes que o Mariani*** passava aos domingos
à noite na aldeia, no barracão do José Ladeira.
As primeiras imagens que lhe surgem na memória são as da sua aventura em terras do
hemisfério sul, a viagem na terceira classe do vapor com os demais emigrantes amontoados como
gado, a sua chegada a Buenos Aires e o alojamento no bairro da Boca, com as suas casas coloridas de telhado de chapa onde se misturavam espanhóis, ingleses, italianos, portugueses e, em
menor número, emigrantes de outras nacionalidades, e o trabalho como estivador e depois co-
mo carroceiro, levando para a imensa cidade, mas especialmente para o mercado**** de Alabasto,
as mercadorias que eram desembarcadas nas movimentadas instalações portuárias. Está a ouvir
— com nitidez, saudade e emoção — a música “portenha”*****, o tango, que, na falta de mulheres,
muitas vezes era dançado apenas por homens. A vida a fervilhar naquela grande cidade, desenhada a régua e esquadro com as suas enormes avenidas, e a emoção de ir à praia, a Mar del Plata******, quatrocentos quilómetros mais a sul. Com os acordes do tango, que parecem reais nos
seus ouvidos, a maldita dor parece começar a diminuir, enquanto o filme da sua vida continua a
passar em frente aos seus olhos, com mais nitidez, passando a câmara lenta nalguns episódios
mais significativos. Revê o regresso ao seu Algarve, a compra de propriedades e a construção da
sua casa com o dinheiro que, entretanto, amealhara. O seu namoro e casamento com a prima Joaquina, o nascimento dos filhos e, depois da vida estabilizada, o seu interesse pela política, a queda da Monarquia, o período conturbado vivido até ao fim da Primeira República e a implantação
do regime ditatorial, pelo golpe militar de 28 de Maio de 1926. É, contudo, durante a guerra civil
espanhola que começa a simpatizar com os ideais anarquistas e que, com mais alguns antifascistas, resolve embarcar na aventura de fabricar bombas artesanais para atentar contra o regime.
Está a ver o especialista no fabrico de bombas de nacionalidade belga, que contrataram e que
instalaram num casebre isolado, numa propriedade, no sítio dos Caliços. O pior foi quando o belga, não se sabe bem como, fez explodir a “fábrica” e morreu no acidente. Recorda a fuga que
empreenderam, ele e os amigos, durante a noite, a cavalo nas mulas para a casa do compadre
Gago, que residia junto ao mar e que arranjaria maneira de poderem fugir para o estrangeiro,
antes de serem apanhados pela PIDE. Chegaram de madrugada e assim aconteceu: pela manhã,
embarcaram num “Caíque” ******* e rumaram a Gibraltar e depois, mais uma vez, a Buenos Aires
onde começa a segunda aventura argentina. Agora, Buenos Aires já era outra cidade e a sua sorte
também. O seu padrinho, João Nunes, que entretanto tinha feito fortuna, arranjara-lhe um emprego como controlador de tráfego nas garagens da empresa de transportes públicos que possuía.
Assim que soube que o assunto das bombas tinha sido arquivado por falta de provas, José
regressa a Portugal. Os seus ouvidos estão deliciados. Na sua imaginação toca a maravilhosa
música da grafonola que trouxera como presente para sua filha.
Não se consegue esquecer do que entretanto aconteceu a duas das suas propriedades.
Antes da fuga forçada, nunca autorizara a construção de uma estrada que lhe cortaria a Aparada
e o Monte da Casinha pelo meio. O Chico Ladeira que, entretanto, era Regedor da freguesia aproveitou-se da ausência e construíra a dita estrada, o que nunca lhe perdoou.
Recorda os tempos da escassez de bens alimentares, da fome, da miséria e das senhas de
racionamento. Foram tempos duros, quando apareciam inúmeras pessoas a oferecer a sua força
de trabalho apenas a troco de comida. É nessa altura que se dedica ao contrabando. Compra farinha e fabrica pão que vende fora do circuito das referidas senhas. Recorda, ainda, a forma engenhosa como construíra uma jangada com barris que tinha a flutuar dentro da cisterna da água do
subsolo, em cima da qual armazenava os sacos de farinha para não serem encontrados pela
Guarda Nacional nas muitas inspecções que faziam à sua residência. Uma vez foi apanhado de
surpresa com pão já fabricado, só lhe restando tempo para o guardar entre o colchão e os enxergões da cama da filha que nela se deitou, fingindo estar com grave doença. Salvou-se de mais
uma aventura nos calabouços da Vila de Olhão, sede de concelho, porque o decoro dos guardas
os levou a respeitar a doença da jovem Palmira, apesar do cheiro a pão fresco.
A propósito do contrabando, a sua memória vagueia até ao Monte da Aparada onde mantinha sacos de farinha escondidos debaixo das alfarrobeiras, servindo também outros propósitos,
pois eram guardados pela prima Almerinda. Durante alguns anos, foi amante desta prima e esta
situação foi ideal para camuflar o facto, quer da sua mulher quer do Francisco, o marido de Almerinda. Era a farinha mais importante que possuía, tantas eram as viagens de controlo e transporte
da mesma. Todo o seu corpo ainda tremia a lembrar-se daquela frondosa alfarrobeira, debaixo da
qual nasciam as rosas albardeiras.
A outra amante, a Maria Pêra, coitada, muito sofreu naquele dia em que, estando dentro de
um tonel a proceder à sua lavagem, ele, por descuido, lhe entornou um balde de água quente por
cima.
(continua)
ESCOLA SECUNDÁRIA DR. FRANCISCO FERNANDES LOPES
Enquanto pensa nas mulheres da sua vida, até parece que a ciática se esquece de o massacrar e consegue esboçar um sorriso, que partilha com o cão, quando se lembra da cena da cigana
no palheiro. Ao contrário de outros proprietários da zona, sempre tratou bem a raça cigana. O Jerónimo, que tinha duas mulheres, duas
famílias e um total de vinte e três filhos e muitos netos, costumava
acampar com a família da sua mulher Penha, junto à sua residência
debaixo das frondosas alfarrobeiras, na margem do ribeiro. Um dia,
uma jovem e atraente cigana do acampamento pediu alguma palha
para a burra. Levou-a ao palheiro onde, além de lhe dar a palha solicitada, tentou obter os seus favores sexuais. A cigana, que não estava
pelos ajustes, começou a gritar e a pedir socorro. A sua mulher, ao
ouvir os gritos, apareceu para ver o que se passava. Ele, com maior
desfaçatez, disse que não era nada, a cigana é que parecia que queria levar a palha toda, tendo
esta retorquido que era mentira e que ele é que queria “atanchar o cegonho”.
Como tinha sido paciente a Joaquina ao aturá-lo toda uma vida! Numa das vezes em que
tinha estado preso, por motivos políticos ou de contrabando, um dos companheiros de cela, a
quem fizera algumas confidências relacionadas com a sua vida, foi libertado algum tempo antes
dele. Sabendo da existência de dinheiro em casa, foi visitar Joaquina dizendo que o marido tinha
pedido que lhe desse uma determinada quantia para subornar os guardas e conseguir a sua liberdade antecipadamente. A ingénua camponesa e crédula esposa apareceu, então, com as mãos a
segurar o avental onde trazia uma “abada” de notas que entregou ao farsante, nunca mais visto
no Reino dos Algarves.
A propósito de farsantes, lembra-se daquela vez, no tribunal, onde tinha posto uma querela
contra o tio Joaquim. Este, perante as perguntas do Juiz, fazia-se de surdo e dizia não as compreender. Como raposa matreira, tirou do bolso algumas moedas e atirou-as para o chão. Ao
ouvir-se o tilintar, o primeiro a olhar para trás foi o tio Joaquim comentando que alguém deixara
cair dinheiro. Problema resolvido, pois, a partir desse momento, o tio Joaquim pareceu ter lavado
os ouvidos e respondeu rapidamente ao restante interrogatório.
Imaginava o filho na Argentina para onde emigrara anos atrás e do qual não tinha notícias.
Este nunca aceitara a sua irmã Palmira nascida quinze anos antes de si. Dizia-se, até, que não era
filha dele, mas sim fruto de uma aventura da Joaquina, o que não era de todo improvável com
aquela fisionomia em nada condicente com os padrões familiares. Mas era a sua filha querida!
Pena que se tivesse casado com seu genro Marçalo, aquele “pipi da tabela”, taberneiro, dançador
de fandango, jogador de pau e de malha, mas alérgico ao trabalho. Não saíra ao pai, o compadre
António, que, com as suas parelhas de mulas, ganhava a vida a transportar mercadorias de e para
o Alentejo através daquela difícil serra algarvia. Vida dura aquela de ser almocreve de Verão ou de
Inverno, chovesse ou fizesse sol! E o diabo do nome que o genro tinha dado a uma das filhas, a
sua neta mais velha! Opétima, porque leu num livro que existiu uma princesa persa com esse
nome. Felizmente, tinha feito um testamento de parte dos seus bens para seus netos com usufruto
da filha. Alguma coisa sobraria sem ser vendido! Pensava, mas não conseguia imaginar o futuro
das netas que já namoriscavam e do neto que ainda era um fedelho.
Entretanto, a dor tinha cessado por completo e este suicídio estava condenado ao fracasso
como as tentativas anteriores. Ainda bem! O José preto amava demais a vida para lhe pôr termo.
Só o desespero provocado pela dor infernal o levava a tomar esta sombria iniciativa tão contra os
seus princípios e as suas vivências.
Lá continuava ele, o cão. Cão esperto, o Landrú! Até parecia ter mais juízo que muitas pessoas. Ia à mercearia fazer compras com uma lista dentro do cesto. A senhora Glória, dona da mesma, aviava a lista e o animal voltava com o cesto pendurado na boca, todo lampeiro, à espera da
merecida recompensa. O Landrú fazia com que o dono ganhasse muitas apostas, pois este afirmava que ele sabia ler. O senhor José Preto lia, em voz alta, um papel que ia mostrando ao seu fiel
amigo. Umas vezes, lia correctamente e outras de forma incorrecta, mostrando o papel ao fiel amigo e, perante sinais imperceptíveis que só o cão decifrava, este movimentava a cabeça para baixo
e para cima em sinal de acordo, ou para os lados, a indicar reprovação.
O animal identificava cada um dos netos pelo seu nome e, quando estes eram mais pequenos, ia buscar o que era referenciado pelo dono, agarrando com a boca as respectivas saias ou
calças não os largando até à sua entrada em casa. E o carrinho que construíra para os netos e
que era puxado pelo cão? Era uma alegria ver a satisfação das crianças rua abaixo, muitas
vezes até ao tombo do carrinho que provocava um desassossego de todo o tamanho.
Era tempo de voltar para casa. Uma casa com uma zona de habitação e um pátio interior
onde ficavam os palheiros, as cabanas, a adega, o forno do pão e os armazéns dos produtos
agrícolas. Só mandara construir as pocilgas no exterior por causa do seu cheiro pestilento. A
parede norte do pátio era incrustada, no topo, por cacos de vidros por ser a menos protegida.
Tinha sido por lá que, um dia, durante a tarde, com toda a família a trabalhar em frente de casa,
os ladrões tinham entrado e levado tudo o que tinham querido, inclusive as roupas de cama.
Repete-se novamente a mesma cena. Abre a porta de casa e acorda a família em tom de
brincadeira, gracejando com a qualidade dos seus “guardas”, uma vez que, se não tivesse
recuado nos seus intentos, teria tido tempo para se enforcar uma dúzia de vezes sem que ninguém desse por isso.
Bebe um copo de água, deita-se e apaga a luz. Mentalmente, começa a planear as tarefas
que mandaria o pessoal executar pela manhã. Sabe que já ninguém o leva muito a sério, mas,
mesmo assim, não desiste de comandar a sua vida, a vida dos seus, e de cuidar dos seus pertences, conseguidos com o suor do seu rosto.
O senhor José Preto faleceu na sua cama, rodeado pelos seus familiares, no dia vinte e seis
de Junho de mil novecentos e cinquenta.
João Fontinha (Professor)
NOTAS:
*“carrero”: carroceiro; ** carro: carroça; ***Mariani: italiano dono do cinema itinerante; **** “Abasto”: mercado
abastecedor de Buenos Aires; ***** “portenha” : nome dado à música original de Buenos Aires; ****** Mar del Plata: cidade onde fica a praia mais próxima de Buenos Aires; ******* Caíque: embarcação típica de Olhão.
++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
Porto de Buenos Aires
Casas coloridas de La Boca
Buenos Aires
ESCOLA SECUNDÁRIA DR. FRANCISCO FERNANDES LOPES
CENTRO DE NOVAS OPORTUNIDADAES
adquirida ao longo da vida. A certificação obtida através deste
sistema permite não só a sua valorização pessoal, social e profissional, mas também o prosseguimento de estudos ou formação.
D
O
Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária Dr. Francisco Fernandes Lopes iniciou a sua
actividade no dia 1 de Setembro de 2008. Esta iniciativa pretende
melhorar o nível de qualificação de adultos que, por motivos
vários, não tenham concluído o ensino básico ou secundário.
O
Dois dos nossos técnicos, na Feira Social, que
teve lugar no Jardim do Pescador, em Outubro
passado.
adultos maiores de 18 anos de idade que não
possuam o nível básico ou secundário de escola-
ridade poderão concluir o respectivo nível de ensino, desde que
P
resentemente, o Centro conta com cerca de 600
P
ara qualquer informação, contacte-nos no Bloco
adultos inscritos: 150 ao nível do ensino básico e
tenham adquirido conhecimentos e competências através da sua 450 ao nível do ensino secundário.
experiência de vida. Poderão, ainda, aceder ao nível secundário
de educação os adultos que tiverem entre 18 e 23 anos caso disponham, no mínimo, de três anos de experiência profissional devi-
Sul da nossa escola.
Equipa a Técnica
Carla Silva – Profissional de RVC
Inês Azevedo – Técnica de Diagnóstico e
Encaminhamento
Rui Silva – Profissional de RVC
Sónia Evaristo – Profissional de RVC
Augusto Nascimento – Coordenador CNO
Alguns dos membros da equipa técnica
damente comprovada.
A
o inscrever-se no centro, e após o diagnóstico das
suas necessidades e perfil, o adulto poderá ser
encaminhado para um Percurso de Educação e Formação de
Adultos (Cursos EFA) ou outro percurso formativo ou ainda para o
Sistema Nacional de Reconhecimento, Validação e Certificação
de
Competências (RVCC) tendo em conta a sua experiência
Idalécio Nicolau – Director CNO
Estudar… compensa!...
O «DIA DO DIPLOMA»
Com o objectivo de reconhecer e de valorizar o
mérito, a dedicação e o esforço no trabalho e desempenho escolares, o Ministério da Educação atribui um
prémio de mérito aos melhores alunos de cada escola que tenham concluído o ensino secundário no ano
lectivo de 2007/2008 ou que o venham a concluir nos
anos lectivos seguintes.
Este prémio, com o valor pecuniário de 500
euros, é atribuído, em cada escola do ensino público
ou privado, bem como em escolas profissionais, ao
melhor aluno dos Cursos Científico-Humanísticos e
ao melhor aluno dos Cursos Profissionais ou Tecnológicos.
Na nossa Escola o prémio foi atribuído aos
alunos: Olavo Guerreiro Viegas do Curso CientíficoHumanístico e Tiago Daniel da Silva Cruz do Curso
Tecnológico. A entrega
do prémio ocorreu no
passado dia 12 de
Setembro, no Auditório
da Escola.
Aos galardoados,
os nossos parabéns e os
votos de um futuro promissor, cheio de sucessos e de alegrias.
Foram também entregues Diplomas a todos
os alunos que, no ano lectivo anterior, concluíram o
12º ano.
QUADRO DE VALOR E EXCELÊNCIA
No dia 18 de Dezembro de 2008, no Auditório
da nossa escola, realizou-se, pelas 16h 30m, uma
pequena cerimónia de entrega de diplomas aos nossos melhores alunos, isto é, a todos aqueles que, no
ano lectivo de 2007/2008, integraram o «Quadro de
Valor e Excelência».
Na cerimónia estiveram presentes os Alunos,
Pais e Encarregados de Educação,
Professores e alguns amigos.
Antes de entregar os Diplomas, o Presidente do Conselho Executivo proferiu
um discurso onde, para além de felicitar todos os
alunos distinguidos, apelou para a importância do
trabalho e do estudo na vida dos jovens.
E receber prémios sabe tão
bem!...
Em Janeiro de 2009, a
jovem xadrezista Rafaela Vicente venceu o I Torneio Convívio
Desporto Escolar 2009 em
Xadrez, disputado entre alunos
de cinco escolas algarvias.
A estudante da nossa
Escola contabilizou 5 pontos,
batendo Daniel Afonso, da EBI
Prof. Dr. Aníbal Cavaco Silva de Boliqueime, e Vlas
Safronov da EB Dr. Joaquim Magalhães de Faro,
que ficaram, respectivamente, em 2º lugar do pódio,
com 4,5 pontos, e em 3º lugar, com 4 pontos.
Além destes três alunos, participaram ainda
estudantes do Colégio Bernardette Romeira (Olhão)
e da EB 2,3 Dr. João Lúcio da Fuzeta.
Para a escolha do logótipo
das Franscisquíadas 2009, foi
lançado um concurso a nível
interno. Os alunos de Artes
empenharam-se bastante e a
escolha, que não foi nada fácil
para os membros do Júri, recaiu
no logótipo do aluno Armando
Dourado da turma H do 12º ano.
Os nossos parabéns a todos!
ESCOLA SECUNDÁRIA DR. FRANCISCO FERNANDES LOPES
À conversa com...
NOVOS RUMOS
A Educação em Portugal está prestes a enveredar por novos rumos. Além das alterações que são do
conhecimento geral, temos a considerar agora, já no fim deste ano lectivo, a entrada em vigor do novo modelo de gestão escolar com a eleição do cargo de Director Executivo nas Escolas. Tudo indica que um ciclo se
encerra para se inicie outro que será, com certeza, diferente.
Em fim de mandato, quisemos conversar um pouco com o Presidente do Conselho Executivo, Professor
Idalécio Nicolau, sobre o passado e o futuro que se avizinha, passando por saber o que é estar à frente de
uma escola.
Assim, em primeiro lugar, quisemos saber o que o tinha levado a candidatar-se, há já alguns anos, ao
lugar que agora ocupa. Segundo nos disse, «tudo partiu de um desafio que lançou a [si] próprio, visto que já
tinha feito parte de várias equipas em anteriores órgãos de gestão e que, para voltar, só o faria como presidente, cargo este que acarreta muito mais responsabilidade». Afirmou ainda que era «portador de um projecto que se baseava no conhecimento da Escola, que passara por várias transformações e nas quais se sentia
muito envolvido», adiantando que «apesar de já muito se ter feito nestes últimos anos, há ainda muitas coisas
por fazer, com intervenções em vários campos, tais como a funcionalidade e a introdução de uma nova metodologia de trabalho».
Quanto ao novo modelo de gestão das escolas, salientou que «o Director Executivo ideal deverá ser
alguém com um determinado perfil, que domine as novas tecnologias e que tenha tacto e moderação nos
contactos com o(s) outro(s). Deve saber gerir as relações humanas e saber contactar as pessoas certas para
o lugar certo, ou seja, reconhecer as aptidões de cada pessoa para determinados cargos, nomeadamente com
os seus colaboradores. Para além disto, o futuro Director deverá também ser alguém que saiba ouvir e ter
uma relação de proximidade com toda a Comunidade escolar, evitando rupturas. Gerir pessoas não é nada
fácil e nós atravessamos momentos particularmente difíceis, já que vivemos uma época conturbada e de
mudança».
Centrando a nossa atenção no tão falado problema da indisciplina e do ‘saber estar’ —- que é um dos
problemas das escolas hoje em dia — disse-nos que, «de um modo geral, não se pode dizer que na nossa
Escola haja indisciplina, tendo até havido uma melhoria substancial neste aspecto. Não é fácil, num universo
tão diversificado e com um número tão elevado de alunos (actualmente temos uma grande variedade de cursos e de alunos de várias idades e proveniências), evitar que haja pequenos conflitos e uma ou outra coisa
menos boa. São muitos adolescentes que convivem aqui diariamente, cada um com os seus problemas, a sua
maneira de ser, as suas vivências. Todavia, o nível entre nós é muito satisfatório, embora não negue que possa haver um ou outro caso pontual de indisciplina. Nestes casos, a solução pode / tem de ser encontrada com
trabalho e empenho das partes envolvidas.»
Passando à questão do Projectivo Educativo (que, pela primeira vez surgiu), referiu que a questão fundamental era o «envolvimento da Escola na Comunidade em que está inserida, estabelecendo uma relação
Escola / Meio que pudesse criar parcerias que fossem oportunas e benéficas, aliadas, do trabalho que se realiza aqui na Escola. No que diz respeito aos Cursos Profissionais, que serão cada vez mais, uma das principais preocupações prende-se com a acessibilidade dos alunos a um estágio já que eles são formados especialmente para o mundo do trabalho. Porém, uma das prioridades é, sem dúvida, a socialização destes alunos
já que isso lhes poderá aumentar as hipóteses de serem mais facilmente recrutados por uma empresa. ‘Saber
ser’ e ‘saber estar’ é fundamental e, às vezes, os alunos não estão preparados. Prevê-se que, nos próximos
anos, 50% dos nossos Cursos sejam Profissionais. Temos de estar preparados para isso».
Questionado ainda sobre a tão polémica questão da avaliação dos docentes, o Presidente referiu que, na
sua opinião, «este modelo de avaliação não é o mais objectivo nem permite fazer a diferença tão pretendida
pela tutela» e acrescentou ainda que «a fase inicial deste processo não correu bem, quer a nível de esclarecimento, quer a nível de negociações e perderam-se muitas horas de trabalho inglório que não conduzem a
nada e muito menos a uma melhoria do ensino». Por esse motivo é que «se está a viver agora uma situação
de impasse que não [sabe] como acabará». Espera, no entanto, que «tudo isto tenha um desfecho positivo e
que ninguém saia prejudicado».
Por fim, e para acabar, deixou-nos os seguintes pontos de reflexão:
«Face aos novos tempos que se avizinham, toda a comunidade se terá de adaptar aos desafios do futuro, por um lado, e, por outro, é preciso começar a olhar para a Escola com um olhar especial, gerindo as diferenças dentro do sistema» e que, «tendo a Escola sido integrada no ‘Parque Escolar’, é importantíssimo definir as linhas fundamentais de identificação/afirmação da mesma para os próximos anos. Ou seja, temos de
saber, de facto, que escola queremos ser».
P. Palmeiro (Professora)
Estudar… compensa!...
Os resultados foram os seguintes:
E receber prémios sabe tão
bem!...
GOVERNO SUB18
No passado dia 19 de Fevereiro, um grupo de
alunos (12º ano) da nossa Escola, liderado por uma
Primeira Ministra, Cecília Sá, inteligente e cheia de
garra, participou em mais um concurso para eleger o
mais jovem governo de Portugal, promovido pela
Revista Fórum Estudante.
Este ‘governo’, composto por quatro ministros —
Ambiente (Andreia Picoito), Educação (João Ramos),
Finanças (António Fitas) e Juventude (Rui Fernandes), para além da Primeira-Ministra — apostou desta
vez no Ambiente (contrariamente ao que o nosso amigo jornalista da Fórum Estudante entendeu!… - ver
artigo seguinte), não descurando nenhuma das outras
pastas.
As capacidades oratórias da Cecília mereceram
o aplauso de toda a assistência e o debate que se
seguiu à apresentação dos diferentes programas de
governo foi “quente”, diria mesmo, ‘escaldante’.
Na verdade, a nossa Escola — vencedora do
primeiro concurso realizado em 2008 — parecia intimidar um pouco os outros concorrentes e talvez também por isso tenha sido o alvo preferido das diferentes equipas. No entanto, estes jovens políticos estiveram à altura e responderam com argumentos fortes,
mantendo sempre a calma e o decoro. Um belo exemplo para muitos ‘seniores’ que por aí andam!...
No final, conquistaram um mais que merecido e
honroso 2º lugar e, embora tristes e decepcionados,
revelaram ser bons perdedores.
Parabéns, amigos! Contamos convosco num
futuro próximo!
Mª do Carmo Loureiro (Professora)
1º) Escola Secundária de Silves: 7 votos
2º) Escola Sec. Dr. Francisco F. Lopes: 6 votos
3º) Escola Secundária de Albufeira: 4 votos
4º) Escola Secundária de Lagos: 3 votos
O QUE A FÓRUM ESTUDANTE ESCREVEU...
Com um programa eleitoral muito direccionado
para as Finanças e apostadas em renovar o Interior
fronteiriço de modo a atrair consumidores espanhóis e
fixar população nessas cidades, as meninas da Escola Secundária de Silves muito debateram as suas
medidas… Tanto, que acabaram por vencer esta eleição!
Decididos a «apertar» com as empresas a nível
fiscal e ambiental, e com muita força no debate —
força essa que foi necessária para defender a sua
medida mais discutida que passava por acabar com
as aulas de tarde no secundário — a Escola Secundária de Albufeira mostrou investimento e entusiasmo na sua participação.
A Escola Secundária Dr. Francisco Fernandes
Lopes, com elementos muito fortes e com uma postura muito correcta durante o debate (em que foi das
escolas mais requisitadas), presenteou-nos com
várias citações requintadas como «aproveitemos
esta crise para renascer das cinzas». Ou fazendo
da educação a sua bandeira e alertando para o facto
de «o ensino ter sido relegado para segundo plano».
Governo interessante!
Uma medida curiosa, mas pouco ou nada debatida, logo a abrir o ministério da Educação da Escola
Secundária Gil Eanes (Lagos). Especializar as escolas em determinadas áreas de ensino (ex: escola ‘A’
em Humanidades; escola ‘B’ na área científica). Original, parece-me. No debate, foram muito empenhados
e dos mais activos, revelando-se incisivos na análise
das medidas dos outros governos.
F. Cotrim
ESCOLA SECUNDÁRIA DR. FRANCISCO FERNANDES LOPES
Crónica
O Lego gosta de hip-hop. Gostava de ouvir e improvisar no Rap, mas depois, sob a
influência de um amigo DJ, soube mais sobre o hip-hop, criou uns passos de breakdance
e até já arriscou uns grafites, altas horas da noite. O seu território é a rua da Madalena,
perto de casa. Lá, reúnem-se multidões, aquilo ferve. O Lego mal consegue acreditar que
o hip-hop é um movimento com mais de trinta anos. Acompanha os últimos gritos pelo
Youtube, filmes, revistas, até um livro já leu sobre o assunto. Está tentado a criar um estilo próprio no breakdance, o Lego Style. O irmão dele, o Franja, esse é um ser convicto:
não há asfalto, escada, coping, não há street style que os seus trucks não singrem. Big
air, downhill slide, pool riding, half-pipe, tudo isto para o Lego é chinês, mas para o Franja é estilo de vida. Até o cabelo dele é skater. A Mariana alinha mais com o Franja, no
breakdance. Engraçado, ela que era, até há seis meses atrás, uma Emo, deixou tudo pelo
breakdance… há quem diga que por causa do Lego… agora passa os dias com ele, discutindo tribos, passos, culturas, modos de vida.
O Mouse passa os dias a discutir Linux e até já criou um game com as próprias mãos.
O Kaló não resiste a um enigma matemático. Diz ele que a matemática é magia pura, um
mundo em que fazemos operações com coisas… mas sem as coisas. Já o Micas questiona nada mais, nada menos, do que a origem de tudo. Diz ele que talvez o Big Bang não
tenha sido a origem de tudo, que talvez a matéria seja eterna e infinita… anda a tentar
entender a teoria das cordas, a pesquisar mais na net. O Migas, esse, diz que gosta é de
química, que a química, filha da alquimia, é algo quase sobrenatural, dá o poder de entender a transmutação das substâncias. O Fred gosta é de animais… desde pequeno. É contra as touradas de morte, defende os direitos dos animais com unhas e dentes. Lê muito
sobre o assunto. Fica maravilhado com a diversidade e os mistérios da natureza. Com o
Ornitorrinco, por exemplo, um mamífero com bico de pato e que põe ovos. E o que dizer
do Sérgio que passa os dias a discutir política? Ele acha que, sem espírito crítico, somos
meros cordeirinhos e, não, nunca quis ser um mero cordeirinho. Lá está ele, na associação de estudantes, lá vai ele naquela manifestação. A Lena gosta de poesia. Pega com
cuidado de cirurgião num livro de Cecília Meireles e lê, quase como se rezasse:
“Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.”
E fica, longos minutos, a contemplar o infinito, extasiada com as palavras.
O que têm em comum todos estes amigos? O que estes amigos têm em comum é o
facto de todos eles gostarem da vida, de conhecer mais, e de se entregarem a este
conhecimento de corpo e alma. E quem diz conhecer, diz estudar, diz saber mais acerca
das coisas, de aprender. O que faz o Franja, senão aprender, estudar o mundo do skate?
E o Lego, com a sua sede de conhecimentos pelo hip-hop? Está a estudar… sim, a estudar este mundo que, há dois anos atrás, desconhecia por completo.
Estudar é isto, é conhecer mais a vida, o mundo, as pessoas. É algo que nos eleva,
que nos faz pulsar e vibrar por estarmos vivos. E há tantas perguntas acerca do mundo,
há tanto por responder, tanto por descobrir. Sobre a vida, a sua origem, sobre o sentido
da vida. Por isso, se um amigo destes disser algum dia “não gosto de estudar!” estará,
sem querer e sem saber, a dizer uma mentira.
Luís Gomes (Professor)
Ou Isto ou Aquilo Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva! Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva! Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares. É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares! Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
E vivo escolhendo o dia inteiro! Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
Cecília Meireles (1901-1964)
CECÍLIA MEIRELES
por Arpad Szènes
ESCOLA SECUNDÁRIA DR. FRANCISCO FERNANDES LOPES
Brevíssimas… do que se foi fazendo...
A FEIRA SOCIAL DE OLHÃO
A nossa Escola marcou presença na Feira Social de Olhão, que
decorreu no Jardim do Pescador,
entre 2 e 5 do passado mês de Outubro. Assim, toda a comunidade olhanense pôde ver o que por aqui se vai
fazendo, desde os Cursos Profissionais, à tão polémica Área de Projecto (12º ano do ensino regular), passando pelo Centro de Novas Oportunidades e pelo Gabinete de Apoio ao Aluno (GAA).
Nas nossas tendinhas a azáfama foi grande, mas
todos estavam divertidíssimos!...
FERNANDO PESSOA
Para assinalar os 120 anos do nascimento do nosso mais conhecido poeta do século XX,
esteve patente na nossa
Expoteca, entre 28 de Janeiro e 6 de Fevereiro, uma
exposição subordinada ao
tema “Fernando Pessoa e
seus heterónimos”.
Organizada pela Biblioteca, a
exposição pôde ser visitada por
todos, em particular pelos alunos e
professores do 12º ano, já que Fernando Pessoa Ortónimo e Heterónimos é objecto de estudo na disciplina de Português.
A par da exposição,
alunos e professores puderam «fruir das palavras ditas
e reditas» deste «Drama em
gente» em duas sessões do
recital «Ser Pessoa — o poeta das ficções» de Afonso
Dias.
O DIA DO PATRONO
Comemorou-se a 4 de Dezembro
o Dia do Patrono da nossa Escola, Dr.
Francisco Fernandes Lopes, e relembrou-se o que era a
escola há trinta anos
atrás. Para além de
uma
exposição
na
Expoteca, com verdadeiras relíquias desse
passado, tivemos o prazer de assistir a uma interessantíssima palestra proferida pelo Dr. Fernando Cabrita sobre a insigne figura desse grande Homem que foi o Dr. Francisco Fernandes Lopes.
A «Estrafegue» também se associou à efeméride e publicou um número especial da responsabilidade das
promotoras da iniciativa com a colaboração técnica do professor Nuno.
Para finalizar a sessão, houve ainda um beberete servido a todos os
presentes, com muita simpatia e esmero, pelos alunos
da Escola João da Rosa.
VISITA DE ESTUDO
No dia 5 de Março realizou-se uma visita de estudo aos
serviços/instalações do INEM –
Delegação de Faro, no âmbito da
disciplina de Saúde e Socorrismo, pela turma 12.ºJ. Nesta visita os alunos:
contactaram directamente com um serviço / profissionais de prestação de
socorro; aplicaram conhecimentos adquiridos nas
aulas de Saúde e Socorrismo acerca do INEM; conheceram
outros
meios/
serviços de prestação de socorro do INEM, para
além do CODU e CIAV; observaram, uma ambulância de socorro e os equipamentos disponíveis; e, dialogaram com socorristas do INEM,
tendo tido oportunidade de esclarecer algumas
dúvidas e satisfazer pequenas curiosidades.
Uma verdadeira visita de estudo.
MENSAGENS DE NATAL
O Natal é tempo de partilha, de aceitação e de
compreensão do(s) outro(s).
Este ano, por iniciativa das docentes de Português, Marsília Norte, Teresa Dumiense e Roseline
Granja, houve mensagens de Natal de todos para
todos e em várias línguas. Os cartões foram feitos
pelos alunos e expostos na Sala de Professores.
( P rofessoras de Português )
FIVE O’CLOCK TEA /
KAFFEE UND KUCHEN
Como já vem sendo hábito,
os docentes de Inglês voltaram a
realizar o já famoso «Five 0’clock
tea», desta vez, um pouco mais
rico, pois contou também com a
colaboração dos docentes de Alemão. Foi bom, simpático e muito
concorrido. Só faltou foi mesmo
os convivas falarem inglês ou…
alemão!...
JANTAR DE NATAL
No último dia de aulas
do primeiro período, 19 de
Dezembro, realizou-se o
habitual Jantar de Natal,
organizado por uma equipa
de docentes. O refeitório
encheu e houve muitas pessoas que, infelizmente, não puderam partilhar da festa por falta de… lugar! Antes do jantar, todos os presentes puderam assistir a um pequeno espectáculo
de dança pelos alunos e dançar, o que foi excelente
para animar a noite que, apesar de fria, prometia ser
divertida.
O jantar, preparado por uma
equipa de excelentes cozinheiras, sempre divertidas e bemdispostas, estava uma verdadeira delícia.
Antes de se passar ao
‘ataque’ da doçaria, o Presidente
do Conselho Executivo tomou a
palavra e aproveitou a ocasião
para prestar homenagem a todos
aqueles que, voluntária ou involuntariamente, se
reformaram. A emoção era grande e todos proferiram
um pequeno discurso de agradecimento e saudade.
Alguns dos homenageados, infelizmente, não puderam estar presentes, mas não deixaram por isso de
ser lembrados.
No final do jantar, procedeu-se à distribuição dos
presentes e a noite acabou tarde com uma sessão de
Do you speak english?
Sprechen Sie Deutsch?
SIMULACRO
Realizou-se no passado dia 5 de Março, por volta
das 9h 30m, mais um exercício de evacuação da
Escola em caso de catástrofe. Desta vez o cenário
escolhido foi um sismo com a duração de 11 segundos.
O exercício contou, desta vez, com a presença da
Protecção Civil da Câmara Municipal de Olhão, Bombeiros Municipais, Polícia de Segurança Pública,
Centro de Saúde de Olhão e Gabinete de Segurança
da Direcção Regional de Educação do Algarve
(DREA).
Pelos vistos, tudo correu bem e os alunos e professores que se concentraram no campo de jogos apenas deram conta de dois bombeiros que por ali apareceram equipados a rigor e do barulho das sirenes
dos carros da Polícia e dos Bombeiros.
canções de Natal por um animado grupo de docentes.
As vozes estavam afinadas e o ambiente caloroso e
muito animado.
APEEESO
A Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Secundária de Olhão foi reactivada no
início do presente ano lectivo e tem-se revelado, de
então para cá, muito activa e dinâmica.
Nesta edição damos conta de algumas das actividades desenvolvidas pela APEEESO (ver páginas
10/11 e 25) e aproveitamos a ocasião para a felicitar,
desejando-lhe as maiores felicidades e sucessos.
Só com a colaboração de todos poderemos conseguir uma Escola e um Ensino melhores.
ESCOLA SECUNDÁRIA DR. FRANCISCO FERNANDES LOPES
Brevíssimas… do que se foi fazendo...
PALESTRAS SOBRE...
CRISE INTERNACIONAL
ENERGIAS RENOVÁVEIS
No passado dia 6 de
Novembro, pelas 16h 50m,
realizou-se no Auditório da
Escola uma palestra sobre
«Energias Renováveis»,
proferida pelos professores
Nelson Sousa e Raul Lana
da Escola Superior de Tecnologia da Universidade do
Algarve.
A palestra dirigida sobretudo aos alunos dos Cursos Profissionais e dos CEF’s de
Instalações Eléctricas, pretendia sensibilizar
os jovens para a utilização da energia solar
na produção de água quente (painéis térmicos) e energia eléctrica (painéis fotovoltaicos) como alternativa ao uso de combustíveis poluentes.
O ENSINO NO MUNDO DIGITAL
Realizou-se no dia 4 de Fevereiro, pelas 15 h, no Auditório da nossa Escola,
uma palestra intitulada Ensino no Mundo
Digital: recursos e possibilidades, pelo Dr.
Paulo Izidoro da Rede de Bibliotecas Escolares. Esta foi uma iniciativa da Rede Concelhia de Bibliotecas de Olhão. Estiveram presentes cerca de 35 professores de todas as
escolas do Concelho. Durante duas horas
foram focados alguns dos recursos disponíveis para um ensino digital: e-mails, plataformas de aprendizagem (moodle), blogues,
wikis, sites, etc.
Os presentes consideraram muito útil
esta palestra, tendo alguns professores
sugerido a realização de um workshop de
carácter mais prático.
O conteúdo da palestra pode ser
encontrado em www.professordigital.wetpaint.com
O eurodeputado do Bloco de
Esquerda, Miguel Portas, esteve
no passado dia 13 de Fevereiro
no Auditório da nossa escola para
fazer uma palestra sobre a crise
económica internacional que atravessamos.
Embora a palestra fosse dirigida aos alunos do
12º ano de História e de Economia (áreas de Estudos Sociais e Humanos), o público acorreu em
massa e a sala ficou superlotada.
O orador, recorrendo às novas tecnologias e a
dados do FMI (Fundo Monetário Internacional),
conseguiu mostrar alguns gráficos muito interessantes que ajudaram a tornar a sua exposição clara
e concisa, ao que também não foi alheia a sua
capacidade comunicativa e a objectividade que
caracterizam o seu discurso, não enquanto político
mas enquanto orador para um público jovem. No
final, houve um momento de debate caracterizado
por inúmeras intervenções, quer de alunos quer de
professores, com um nível de qualidade elevado, o
que foi salientado pelo próprio Miguel Portas quando entrevistado (pp.30/31).
CAVALOS-MARINHOS:
DOS MITOS AO PRESENTE
No âmbito do trabalho
de Área-Projecto de um
grupo de alunos do 12.ºA,
realizou-se uma palestra
pelo Prof. Dr. Jorge Palma,
investigador da UAlg, no auditório da nossa escola
subordinado ao tema Cavalos-Marinhos: dos Mitos
ao Presente. Esta palestra funcionou como elemento motivador para a concretização do projecto tendo
sido feitos, de imediato, contactos com o investigador e instituição para uma posterior visita ao pólo
de investigação da UAlg — Ramalhete.
Das curiosidades mais interessantes a salientar:
a fecundação interna e desenvolvimento embrionário é efectuada pelo macho e estes animais pertencem à classe dos Peixes!...
Actividades da BE/CRE
Recital de Poesia
A Batalha dos Livros é um concurso de
leitura, que incentiva a leitura autónoma realizada por alunos do 3º ao 10º ano de escolaridade. Encoraja a leitura de bons livros e a
competição saudável entre pares. Este concurso é uma iniciativa da
Rede Concelhia de Bibliotecas de Olhão. A "Batalha
Batalha"
Batalha processa-se
em duas fases,
fases uma "local"
"local ( durante a Semana da Leitura, em 4 de
Março ) para apuramento da equipa vencedora de cada escalão /
agrupamento e uma "concelhia" ( em Abril ) , que coloca em confronto as equipas vencedoras de cada agrupamento, para apuramento dos vencedores concelhios. Até lá, organizem-se em equipas
e comecem já a ler.
Para mais informações, consulta o site da Biblioteca ou diri-
No passado dia 27 de Outubro,
pelas 21h, realizou-se, no
Auditório, um Recital de Poesia no âmbito do Mês Internacional da Biblioteca Escolar.
Durante a sessão, Sónia Pereira e Paulo Pires impregnaram
a sala de palavras, verdadeiras
pérolas arrancadas "às suas
conchas puras", embaladas
pela música do acordeão. Foi
neste ambiente caloroso que o
público (professores, alunos e
comunidade local) fruiu a beleza das palavras (re)ditas.
ge-te ao balcão de atendimento.
Vem Conhecer a Biblioteca!
Durante o Mês de Outubro, a Biblioteca organizou várias sessões
( 1 5 no total ) sobre a BE junto das turmas do 10º ano. Esta iniciativa
teve como objectivo promover o valor da BE na escola, motivar para a
sua utilização, esclarecer sobre a forma como está organizada e ensinar
a utilizar os diferentes serviços.
Feira do Livro
Projecto “Manual solidário”
Enfeita o teu Natal com Livros!
Foi este o mote para mais
Feira do Livro,
Livro que decorreu na
última semana de aulas, entre 15
e 17 de Dezembro, na Expoteca.
Este ano, tivemos ainda,
em parceria com o Grupo de
Inglês, uma mini-feira de livros
em língua inglesa. Todos os livros
tinham 10% de desconto.
Como sempre, as pessoas
passaram e compraram!...
É um projecto que desafia os alunos a serem solidários solicitando, entregando na BE os seus manuais
(10º,11º e 12º anos), no final de cada ano escolar. Estes
livros serão redistribuídos/emprestados, no próximo ano lectivo, aos alunos que, comprovadamente, revelem maiores
dificuldades na aquisição de alguns manuais adoptados na
escola.
Este projecto será desenvolvido no âmbito do estágio
dos alunos do 11º M (curso profissional de Animador Sociocultural), em parceria com o Gabinete de Apoio ao Aluno,
Biblioteca, SASE e Serviço de Psicologia e Orientação.
Brevemente, haverá mais informações na página da
escola. Estejam atentos!
ESCOLA SECUNDÁRIA DR. FRANCISCO FERNANDES LOPES
Brevíssimas… do que se foi fazendo...
«OS CONTOS DO MAGO»
Na sequência da adesão da nossa Escola a
mais um projecto no âmbito do Programa de Educação Ambiental pela Arte
(PREAA), promovido pela
Direcção Regional de Educação do Algarve (DREA) e
inserido no «Ano Internacional do Planeta Terra» (AIPT), decorreu, no
passado dia 8 de Janeiro,
no Auditório, uma sessão
de esclarecimento sobre «Os contos do Mago»
feita pela Dra. Helena Tapadinhas, responsável
pelo PREAA, e destinada aos alunos e professores envolvidos. Esta agradável sessão contou
também com a presença do senhor Director
Regional de Educação do Algarve, Dr. Luís Correia, e da representante do Município, Dra. Carla
Caramujo. Pena foi que a nossa escola não tivesse sido avisada a tempo da presença de tão ilustres personalidades!...
EDUCAÇÃO SEXUAL
Como vem sendo hábito, o Gabinete de
Apoio ao Aluno (GAA), em parceria com o Centro
de Saúde de Olhão, vai realizar vários workshops
sobre «A Sexualidade na adolescência: prevenção da gravidez e das doenças sexualmente
transmissíveis», destinados às turmas do 10º
ano. As sessões têm lugar entre 20 de Fevereiro e
13 de Março e estarão a cargo da Enfermeira Ana
Lam, do Centro de Saúde Olhão.
O CINEMA DE ANIMAÇÃO
A convite da Biblioteca Escolar,
e no âmbito do apoio ao desenvolvimento curricular, os alunos de Artes
Visuais puderam assistir, no Auditório, a uma palestra intitulada «As origens do cinema de animação» proferida pela Drª Marina Graça da Universidade do Algarve.
SEGURANET
Para comemoração do Dia Europeu da
Internet Segura, a 10 de Fevereiro, os professores Décio Viegas e Teresa Costa dinamizaram algumas actividades relacionadas com o
uso esclarecido e seguro da Net, associandose, deste modo, ao projecto Seguranet.
Nesse dia, pelas 10h, duas turmas de Informática assistiram, no Auditório, a uma transmissão via Internet a partir das instalações da
Equipa RTE-PTE, (Direcção Geral de Inovação
e Desenvolvimento Curricular) para todas as
escolas, sobre a temática da Segurança na
Internet.
Seguiu-se uma apresentação de dois trabalhos realizados, no ano
passado, pelos alunos
Vladislav Shvedchikov e
Zineb Naki da nossa
escola no âmbito das
Actividades
Seguranet,
havendo ainda lugar à
entrega de um certificado
de mérito a estes alunos.
Seguidamente, o professor Décio fez a apresentação do 1º centro
técnico especializado sobre Segurança na
Internet na nossa escola — Academia Segura@Net — com vista à promoção e consciencialização da utilização segura das Tecnologias de Informação e Comunicação. Esta Academia destina-se a todos os jovens que desejem qualificar-se na utilização esclarecida, crítica e segura das tecnologias, em geral, e da
Internet, em particular, e funcionará à quartafeira das 14h30 às 16h no novo Laboratório de
Informática. Desenvolverá também um conjunto de actividades cujo objectivo é preparar e
qualificar os jovens para a obtenção dos
seguintes níveis de certificação: Segur@Net
Iniciante, Segur@Net Mestre e Segur@Net
Especialista.
Foi ainda feita, durante todo o dia, a distribuição de um folheto com algumas Dicas
para a Utilização Segura da Internet.
Para mais informação, consultar a página
da Escola.
Mais notícias da Associação de Pais e Encarregados de Educação
da Escola Secundária de Olhão
SEMINÁRIO EM FARO
Os novos papéis dos pais
na construção de uma escola de qualidade
Decorreu no dia 7 de Fevereiro no auditório da Escola Superior de Saúde, em Faro, um seminário organizado
pela FRAPAL e pela Direcção Regional de Educação, subordinado ao tema “Os novos papéis dos pais na construção de uma escola de qualidade”.
Contou com a participação dos pais, membros dos órgãos sociais das associações de pais e encarregados de
educação, pais representantes de turma, do Conselho Geral Transitório e do Conselho Pedagógico e constituiu
uma oportunidade de participação no mundo da educação dos nossos filhos.
Foram abordados vários temas relacionados com o papel dos pais na escola, conforme programa em anexo. O
início do seminário contou com a actuação do Curso Profissional de Música da Escola Secundária de Vila Real de
Santo António e no fim com a actuação do Curso Profissional de Dança da Escola Secundária de Tomás Cabreira
de Faro.
São os pais os primeiros e principais responsáveis pela educação dos filhos, sendo o seu envolvimento na
escola uma forma de investir na qualidade da educação dos filhos e no sucesso educativo e neste sentido foi celebrado um protocolo de colaboração com as autarquias aderentes relativamente à formação dos pais e encarregados de educação, tendo o mesmo, no caso do Município de Olhão, sido assinado pela Vice-Presidente da Câmara,
Dr.ª Margarida Magalhães.
O acordo celebrado tem como finalidade dinamizar uma relação de proximidade e de colaboração entre as
Escolas dos concelhos de todos os níveis de ensino, os Pais e os seus órgãos representativos e as autarquias
locais, sob o alto patrocínio da Direcção Regional de Educação do Algarve, tendo em vista o desenvolvimento de
acções conjuntas favoráveis à promoção do sucesso educativo dos alunos desta região e de uma melhor e mais
eficaz Escola e Educação.
Entre as várias acções conjuntas a desenvolver destacam-se a realização de Seminários temáticos; a realização de um conjunto alargado de Acções de Formação dirigidas a pais, representantes dos pais com assento nos
órgãos consultivos das escolas, dirigentes de associações de pais, entre outros; bem como, a recolha de informação pertinente sobre esta problemática, como forma de melhor conhecer a realidade do distrito e sustentar uma
acção estratégica conjunta.
A APEEESO esteve presente no seminário, com as participações da presidente da direcção, Dina Correia, as
vogais, Domitília Matias, representante no Conselho Geral Transitório, e Ana Cristina Viegas e a sócia Amélia João.
ESCOLA SECUNDÁRIA DR. FRANCISCO FERNANDES LOPES
Passatempos e curiosidades
POR QUE TEM A NUVEM DE UMA EXPLOSÃO ATÓMICA FORMA DE COGUMELO?
Ao contrário do que se possa acreditar, a famosa forma
«nuvem em forma de cogumelo» não é específica das explosões
nucleares. Na realidade, uma combustão volumosa provocada por
explosivos químicos produziria precisamente o mesmo efeito. A
bomba nuclear explode, distribui muito raios X que ionizam e
aquecem o ar circundante. Disto resulta uma enorme bolha de ar
incandescente. A «bola de fogo» sobe rapidamente gerando uma
forte corrente de ar ascendente que “ chupa ” o material pulverizado pela explosão e que forma uma coluna à qual se chama
«talo do cogumelo».
No caso das poderosas “ bombas H ” , a bola de fogo alcança o limite entre a troposfera e a
estratosfera. A troposfera está situada aproximadamente a 15 km sobre o nível de mar. A esta altitude
a bola de fogo fica fria e não tem energia suficientemente para se expandir na estratosfera. A expansão ocorre então para os lados, formando o «chapéu» do cogumelo.
OLÍVIA GOMES ( Professora )
ADIVINHA
Nos altos montes habito,
Do céu trago o meu candor,
Sem estrondos cubro a terra,
Toda a deixo numa cor.
Bem vária em minha figura
Conforme me agita o vento,
Finjo às vezes estrelinhas,
Outras flores represento.
Do grã monarca das luzes,
Tanto sou enamorada
Que quando o vejo ou sinto,
Fico toda liquidada.
O que será?
Resposta numa das páginas
desta edição.
Sabia que os cavalos-marinhos da Ria Formosa são
monogâmicos?
Pois, fique sabendo que a espécie que habita as nossas
águas gosta de ser fiel ao seu par. E mais, quem «dá a luz» é
o macho!...
Curiosos estes bichinhos que, afinal, são mesmo PEIXES!
HORIZONTAIS: 1. Ouve-se nos espectáculos; o maior escritor português
do século XIX; 2. Regular; 3. Verbo ser no presente do indicativo; 4. Apelido de
um dos maiores pintores do século
passado; 5. Oferecem; Víscera dupla;
1
6. Alegra; 7. Agora no início; Saudá-
1
vel invertido; 8. Gigante
2
VERTICAIS: 1. Pronome pessoal; 3
SABIA QUE…
Quando se está rouco ou afónico, o melhor remédio é chupar
uma rodelinha de gengibre fresco?
Se precisar, experimente. É remédio santo!...
antes de Cristo; 2. Habitantes do País
4
Basco; 3. Contrário de vir; forma do
5
verbo haver; outra coisa; 4. Prémio
6
Nobel da Literatura; 6. Muitos; 7.
Aqui; citrino; 8. Espíritos
7
8
2
3
4
5
6
7
8
Dizdir--teDiz-me o que comes, dir
te-ei quem és...
Litão à Moda de Olhão
Ingredientes (8 pessoas):
250 g de litão seco
3 a 4 cebolas
4 dentes de alho
2 pimentos verdes
4 tomates bem maduros
500 g de batata
1 folha de louro
0,5 dl de bom azeite
0,5 dl de vinho branco (facultativo)
Sal e pimenta q. b.
Preparação:
Lave o litão e deixe-o de molho durante um dia com algum sal.
Descasque as batatas e as cebolas e corte-as às rodelas. Corte os pimentos em
tiras. Pele o tomate e tire-lhe as sementes. Depois, num tacho, deite um pouco de azeite e
disponha os ingredientes em camadas. Comece pela cebola e alho picado, pimento,
tomate, salsa e um pouco de louro; a seguir, ponha rodelas de batata; e, por fim, o litão.
Repita a operação duas a três vezes. Tempere com sal e pimenta a gosto. Junte
um
pouquinho de água ou, se quiser, de vinho branco, tape o tacho e leve a cozer em
lume brando. De vez em quando abane o tacho para não agarrar.
(Receita gentilmente cedida pela Professora Maria Assis Brito)
Legumes no Forno
Ingredientes: legumes variados (segundo o gosto e a disponibilidade) batata, batata
doce, beringela, curgete, cebola, cebola roxa, nabo, cenoura, talo de aipo, alho francês,
pimento (amarelo ou verde), dente(s) de alho, sal, pimenta, azeite e um fio de vinagre balsâmico.
Preparação: Descasque os legumes, lave-os e corte-os aos cubos pequenos e às rodelas
ou tiras.
Ponha-os num prato de ir ao forno, regue com um pouco de azeite — não muito — e um
fio de vinagre. Tempere a gosto com sal e pimenta e leve a assar ao forno. Mexa de vez em
quando. Se quiser, pode juntar ervas a gosto (salsa, orégãos, cebolinho ou coentros, de preferência frescos).
São um óptimo acompanhamento para carne ou aves grelhadas / assadas.
Experimente! Coma legumes!...
ESCOLA SECUNDÁRIA DR. FRANCISCO FERNANDES LOPES
ARTIGO DE OPINIÃO
O EXERCÍCIO DA CIDADANIA
EM AMBIENTE ESCOLAR
O termo “cidadania” tem origem no termo
civitate que significa cidade. O seu exercício
compreende um amplo conjunto de deveres e
direitos interligados que configuram um determinado estatuto político.
O conhecimento, a consciencialização e a
prática dos direitos e deveres, associados à
interiorização e prática de valores como a
democracia, os direitos humanos, a equidade
social, a participação, a parceria, a solidariedade e a tolerância configuram o exercício de
uma cidadania responsável, a qual abrange
três dimensões:
DIMENSÃO ÉTICA — traduz-se numa
indissociabilidade em relação à ética, isto é,
qualquer acção desenvolvida deve ser norteada por princípios aceites pela sociedade.
DIMENSÃO NORMATIVA — traduzse em respeito por um conjunto de regras de
convivência definidas legalmente e que se
destinam a integrar harmoniosamente os indivíduos numa rede social.
DIMENSÃO IDENTITÁRIA— traduzse na preservação da memória, valores e
heranças patrimoniais das cidades ou das ins-
tituições, isto é, tudo aquilo que as diferencia
e individualiza como tais.
O exercício de uma cidadania plena
desenvolve-se em vários níveis: mundial,
comunitário, nacional, local e institucional.
Todos nós, pelo menos, através da nossa
relação com os meios de comunicação social,
conhecemos o âmbito de cada um destes
níveis.
A participação na vida da cidade (nível
local) e, consequentemente, na vida das suas
instituições (nível institucional), assume-se
como um direito e, em simultâneo, como um
dever, inscrevendo-se como um valor em
todas as sociedades democráticas.
Foca-se aqui o nível institucional, centrando a atenção sobre o caso particular da
organização escolar.
Cada escola é uma “mini-sociedade” com
uma cultura própria, resultante de uma construção social que ocorre através de um processo dialéctico entre a adaptação ao meio exterior e a integração de novos membros, assumindo primordial importância o simbolismo e
a subjectividade.
A cultura de escola ou ethos refere-se ao
conjunto de crenças, valores, regras, rituais,
conhecimentos, artefactos, símbolos, rotinas,
formas de interacção e comunicação, práticas
dos diferentes actores, linguagem, unidos por
um significado comum. Pelo contrário, é permeável a interacções exteriores, evoluindo
continuamente, em resultado das interacções
entre os seus actores.
A organização escolar e a sua cultura
deverão dar um forte contributo para o desenvolvimento da cidadania dos alunos. Tanto o
currículo formal como o currículo oculto
deverão contemplar situações de aprendizagem e exercício da cidadania, estimulando o
desenvolvimento nos alunos de uma literacia
política, de um pensamento crítico, de determinadas atitudes e valores, a par de uma motivação para a participação activa e positiva na
organização escolar, em particular, e na sociedade, em geral.
Dada a permeabilidade da escola a interacções com o meio envolvente, as situações
educativas promotoras da educação para a
cidadania nos alunos, irão sofrer transformações, sem, contudo, se alterarem os grandes
objectivos educacionais. Consequentemente,
os professores, no microcosmos que é a escola, terão também oportunidades de aperfeiçoamento não só em termos pedagógicos,
mas também no que diz respeito ao exercício
da sua cidadania, em muitas situações envolvendo outros actores da comunidade escolar.
Entre as situações que requerem o exercício de uma cidadania responsável, contam-se
os actos eleitorais para os órgãos de governação da escola, sejam eles unipessoais ou colegiais e, ainda, a elaboração de regulamentação
própria da escola. Trata-se de actos que requerem uma cidadania responsável por parte de
todos os votantes e candidatos, uma reflexão e
debate claro, com respeito pelo pensamento do
outro, uma troca de ideias sérias sobre os princípios a aplicar na governação da escola, numa
procura sincera do melhor modo de atingir os
grandes objectivos educacionais que justificam
a existência da própria escola.
acima referidos: além da auto-motivação e da
reflexão partilhada, é desejável que consigam
motivar os restantes actores escolares: alunos,
pais e encarregados de educação, funcionários
e auxiliares de acção educativa, representantes
da autarquia.
O conhecimento atempado a consciencialização do que se joga em cada acto eleitoral
deverão conduzir à reflexão e à tomada de
decisão. Não esqueçamos que a escola, além
de ser uma organização com características
muito peculiares, é uma comunidade educativa que tem objectivos próprios a atingir. É
uma comunidade que, para avançar, precisa
que os seus actores o sejam de corpo inteiro,
isto é, grandes. Grandes, segundo o conceito
de Ricardo Reis (heterónimo de Fernando
Pessoa) expresso num seu poema que não
resisto a transcrever:
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
Aos professores cabe a maior fatia da
tarefa de preparação para os actos eleitorais
Manuela Sabino (Professora)
PASSATEMPOS E CURIOSIDADES — SOLUÇÕES (p. 28)
PALAVRAS CRUZADAS:
Horizontais: 1. Bis; Eça; 2. Tarar; 3. És; 4. Chagall; 5. Doam; Rim; 6. Anima; 7. Ag; São; 8. Colosso.
Verticais: 1. Te; A.C.; 2. Bascos; 3. Ir; Há; Al; 4. Saramago; 6. Vários; 7. Cá; Limão; 8. Almas
ADIVINHA: É a neve.
ESTRAFÊGUE
A SUA / NOSSA REVISTA
COLABORE E FAÇA-A CONNOSCO!
ENVIE-NOS SUGESTÕES, CRÍTICAS, IMAGENS,
TEXTOS…
ESCOLA SECUNDÁRIA DR. FRANCISCO FERNANDES LOPES
ENTREVISTA A MIGUEL PORTAS
Miguel Portas, deputado europeu eleito pelo Bloco de Esquerda, esteve na nossa Escola para fazer
uma palestra sobre “ A situação internacional e a crise económica ” .
Esta actividade, organizada…, era dirigida especialmente aos alunos da área de Economia. A sala
esteve sempre cheia com um público muito atento e interessado e as questões colocadas por alunos e
professores foram, na opinião do palestrante, muito interessantes e pertinentes.
Depois da sessão Miguel Portas acedeu, amavelmente, a responder a algumas perguntas para a
revista ESTRAFÊGUE. Imediatamente antes do jantar, num ambiente informal, a conversa aconteceu
( s im, porque as conversas são como as cerejas!.... crescem e pegam-se!... ) e o resultado aqui está.
ESTRAFEGUE : Estas sessões nas escolas, porquê?
M. Portas: Porque é preciso explicar estas coisas aos jovens e os alunos devem ser tratados como adultos.
Quando os alunos ( e os jovens em geral ) são tratados como adultos, eles entendem os
assun-
tos dos adultos.
ESTRAFÊGUE: É importante, portanto, que as pessoas se apercebam do que se passa à sua volta, que
participem. Como acha que se pode conseguir uma maior participação dos cidadãos?
M. Portas: Uma das formas mais eficazes é ter escolas que se abrem aos debates. Escolas que se abrem
à sociedade, aos meios de comunicação e em que o que se faz lá fora entra na escola desenvolvendo o espírito crítico dos alunos. Uma boa escola é aquela que não se preocupa só
em “ d ar a matéria ” .
ESTRAFÊGUE: O contacto dos jovens com a política não é, hoje, uma ausência de contacto?
M. Portas:
O que as sessões comprovam é que os alunos se interessam pelos temas de que a política
trata. O que se verifica é que, muitas vezes, os responsáveis políticos não sabem falar com as
pessoas, em particular com os jovens. A política diz respeito à vida das pessoas, mexe com ela,
(continuação)
influencia-a, e foi isso que eu procurei demonstrar na sessão.
ESTRAFEGUE: O Parlamento Europeu parece estar, também ele, longe dos cidadãos. Ou será que é
mútuo?
M. Portas: Está porque reflecte, de forma imperfeita, os problemas dos cidadãos. Estes, por outro lado,
estão longe do Parlamento Europeu porque entre Bruxelas e a Europa — que somos todos
nós — se abriu um enorme divórcio. O que temos é uma enorme dificuldade de “ os de
cima ” , da velha Europa iluminada, ouvirem “ os de baixo ” e, por isso, estes confiam
pouco neles.
ESTRAFEGUE: Depois da sessão de hoje, parece ter ficado evidente que o papel dos políticos no Comba
te à crise é tão grande como a responsabilidade do seu contributo para ela. Concorda?
M. Portas: Esta crise nunca teria chegado se os governos que temos tido no primeiro mundo não tivessem
sido irresponsáveis. Na verdade, esta crise não ocorreu porque alguns banqueiros, em Nova
Iorque, tiveram mais olhos que barriga, mas porque os governos dos últimos vinte anos lhes
disseram que podiam, e deviam, ter mais olhos que barriga. E isto a nível internacional!...
ESTRAFEGUE: Assim sendo, podemos nós, cidadãos, confiar nos políticos?
M. Portas: Temos obrigação de perceber que assim como há bons e maus médicos, bons e maus professores, bons e maus alunos, os políticos também não são todos iguais.
ESTRAFEGUE: Então, na sua opinião, o que é fazer política hoje?
M. Portas: Entre outras coisas, é fazer o que eu acabei de fazer hoje nas escolas acreditando que, se se
respeitar a inteligência das pessoas, elas são capazes de perceber que escolhas devem fazer.
Eurídice Gonçalves (Professora)
ESCOLA SECUNDÁRIA DR. FRANCISCO FERNANDES LOPES
«Na minha infância, antes de saber ler, ouvi recitar e aprendi de
cor um antigo poema tradicional português, chamado Nau Catrineta.
Tive assim a sorte de começar pela tradição oral, a sorte de conhecer
o poema antes de conhecer a literatura. Eu era de facto tão nova que
nem sabia que os poemas eram escritos por pessoas, mas julgava que
eram consubstanciais ao universo, que eram a respiração das coisas,
o nome deste mundo dito por ele próprio.»
Sophia de Mello Breyner Andersen, in ARTE POÉTICA V
POEMAS EM INGLÊS
Because all my life is vain
I take this blade
And all the feelings of pain
Start to evade
Let it cut right
My sorrowful skin
Let it rip slight
My life of sin
My will, my hope, my soul
Everything was covered by a stole
My nightmares, my fears, my pains
Are drowning into my veins
My corpse will stay here
Standing still, enclosed by fear
No one will see, no one will care
Just because love is too rare
Let it finally bring
The numbness of death
Let it pull the string
Of my last breath
SARA SANTOS (Aluna do 11º E)
SABER LER É SABER VER
«O tempo para ler, assim como o tempo para amar, aumenta o tempo de viver»
Daniel Pennac
Realizou-se entre 2 e 6 de Março a Semana da Leitura, integrada no Plano Nacional de
Leitura e promovida pela rede de Bibliotecas Escolares.
Os responsáveis na nossa Escola por mais esta iniciativa decidiram escrever uma
«Carta aberta aos Pais e Encarregados de Educação» na qual lhes davam alguns conselhos para ajudarem os filhos / educandos a aprenderem a saber gostar de ler.
Aqui vos deixamos um excerto dessa carta:
«Caros Pais / Encarregados de Educação,
- A leitura é uma das capacidades mais importantes do ser humano.
- Dominar a leitura é condição de autonomia e de sucesso na vida.
- Ler bem e depressa torna o estudo mais fácil e produtivo
- Os bons leitores têm mais sucesso na escola e na vida.
Por tudo isto, contamos convosco para incentivarem os nossos jovens a
ler cada vez mais e melhor. Com gestos muito simples:
- incentivando os vossos filhos a frequentar a Biblioteca Escolar e a Municipal;
- oferecendo-lhes livros;
- conversando com eles sobre livros e histórias que leram;
- pondo os irmãos mais velhos a ler-lhes histórias;
- sendo um bom exemplo para eles, lendo.»
Saber Ler, Saber Escrever
Para que o FUTURO seja mais RISONHO e FELIZ!
FICHA TÉCNICA
Responsabilidade Geral
Design Gráfico
Mª do Carmo Loureiro
Eunice Pereira
Escola Secundária Dr. F. Fernandes Lopes
Coordenadores
Idalécio Nicolau
M.ª Carmo Loureiro
Revisão de Texto
Mº Carmo Loureiro
Eunice Pereira
Composição
Mª do Carmo Loureiro
Eunice Pereira
Coordenação de conteúdos
M.ª Carmo Loureiro
Eunice Pereira
Colaboradores
Professores: Plácida Ramires, Teresa Costa, Olívia Gomes, João Fontinha,
Susana Viegas, Alberto Mascarenhas, Vanda Mendonça, Artur Barros, Manuela
Sabino, Eurídice Gonçalves, Ermelinda Reis, Estela Soares, Manuela Grazina,
Maria Assis Brito, Orlando Carvalho; Eunice Pereira, Nuno Cordovil, Teresa
Dumiense, Roseline Granja, Marsília Norte; Luís Gomes, Décio Viegas, Professores do GAA
Alunos: Ana Rita Teixeira, Sara Santos
Outros Colaboradores: APEEESO, Paula Caleça (Psicóloga)

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