Sobe e desce inteligente - ThyssenKrupp Elevadores

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Sobe e desce inteligente - ThyssenKrupp Elevadores
Sobe e desce inteligente
Elevadores de passageiros têm sistemas de gerenciamento de tráfego cada vez mais avançados, dispositivos
menores e mecanismos energeticamente mais eficientes
Por Juliana Nakamura
Os equipamentos para o transporte vertical de passageiros têm passado por uma revolução silenciosa.
Embora algumas mudanças sejam aparentes, como a introdução de painéis eletrônicos que fornecem
entretenimento ao usuário no interior e no exterior da cabina, as inovações mais importantes vêm sendo
incorporadas em áreas pouco visíveis. O intuito é prover os equipamentos de mais inteligência e de maior
eficiência energética.
"Entre as novidades destacam-se os elevadores sem casa de máquinas, os acionamentos com sistema de
regeneração de energia elétrica e os antecipadores de chamada", pontua o consultor Luciano Grando,
diretor da Grando Engenharia.
Depois de muito tempo estagnada à faixa de 5 m/s, a velocidade dos elevadores dobrou com o
desenvolvimento de controles microprocessados VVVF (variação de velocidade pela variação da voltagem e
frequência) aplicados a motores de corrente alternada. De acordo com os fabricantes, o VVVF agregou aos
elevadores aproximadamente 35% de economia de energia por permitir ao equipamento partir com uma
corrente menor. Além disso, eliminou os desagradáveis trancos e reduziu o nível de ruídos na casa de
máquinas. Com a consolidação da tecnologia VVVF, os aprimoramentos continuaram. Um dos mais
recentes é o acionamento com regeneração de energia elétrica, indicado principalmente para edifícios que
almejam certificações verdes.
Ainda inédito no Brasil, o elevador duplo
(twin) opera com duas cabinas diferentes
que trafegam numa mesma caixa de
corrida com velocidades distintas
O drive regenerativo incorporado a esses elevadores faz com que a energia potencial gerada pelo
funcionamento do equipamento seja transformada em energia elétrica reaproveitável e imediatamente devolvida para a rede elétrica predial.
Isso resulta em uma economia de energia da ordem de 30% em relação aos sistemas com acionamento por variação de VVVF.
Para prédios comerciais e públicos foi criado o ADC (Advanced Dispatching Control), em português, Despacho por Antecipação de Destino e
Chamada. O consultor João Eduardo de Almeida e Castro, diretor técnico da Almeida e Castro, conta que tal dispositivo foi instalado pela
primeira vez no Brasil em 1997 e nacionalizado em 2005. Hoje é utilizado com o objetivo de agrupar os passageiros que se dirigem a um
mesmo andar em uma única cabina. "Em vez de o equipamento parar em muitos andares, ele para apenas três ou quatro vezes ao longo do
percurso, já que os passageiros foram previamente agrupados ao embarcar", explica o engenheiro, que destaca entre os benefícios do ADC,
o aumento da capacidade de transporte dos elevadores em torno de 30%.
Nos últimos anos, a adição de tecnologias para o controle de acesso foi outra inovação incorporada aos sistemas de transporte vertical.
Oferecidos como opcionais de segurança, esses dispositivos permitem que o elevador seja acionado apenas por pessoas previamente
autorizadas, reconhecidas por um inteligente sistema de biometria, por exemplo.
Além da operação mais racional e da adição de acessórios de segurança, em algumas situações a garantia de espaço para a casa de
máquinas deixou de ser uma obrigação nos projetos. Após o desenvolvimento de máquinas de tração compactas, além do emprego de
suspensão por cintas de poliuretano com apenas 3 mm de espessura, que dispensam lubrificação, todo o maquinário antes situado na casa
de máquinas pôde ser instalado no interior da caixa de corrida. Para o empreendedor, essa tecnologia trouxe muitas vantagens, a começar
pelo ganho de área útil e pelos custos de construção da casa de máquina serem eliminados.
É certo que ainda existem restrições com relação à capacidade e à velocidade dos modelos sem casa de máquinas. Até o momento, também
não há uma norma técnica brasileira que defina os requisitos técnicos desses equipamentos, o que pode dificultar a especificação de compra
do cliente. Mas isso não significa que essa tecnologia não possa conquistar seu espaço. O consultor Luciano Grando vê nesses equipamentos
potencial para substituir os elevadores com acionamento hidráulico que estão sendo descontinuados pelos grandes fabricantes,
especialmente em edifícios residenciais, onde a cobertura costuma ser uma área muito valorizada para ser ocupada com a casa de máquinas.
A adição de dispositivo
de controle de acesso
por biometria permite
que o equipamento só
seja acionado por
pessoas previamente
cadastradas
Para empreendimentos com tráfego intenso de pessoas, uma tecnologia que desponta da Europa é o elevador duplo
(twin), ainda não disponibilizado no Brasil. No elevador duplo, duas cabinas diferentes, com velocidades distintas, trafegam numa mesma
caixa de corrida. "Em geral, o elevador que trabalha na parte inferior da caixa é mais lento que o que trabalha na parte superior. Desse
modo há uma grande economia de espaço interno do edifício já que o número de caixas de corrida cai drasticamente", revela o consultor
João Eduardo de Almeida e Castro. Ele esclarece que o elevador duplo é um sistema diferente do double-deck, indicado para transportar um
grande número de passageiros ao mesmo tempo, mas não aplicável em prédios onde há grande fluxo interno entre andares. A característica
básica do double-deck é ter uma cabina dupla, uma em cima da outra, que quando para, permite que dois pavimentos sejam atendidos
simultaneamente, um par e outro ímpar.
Tráfego e acessibilidade
Com tanta tecnologia embarcada, o projeto de transporte vertical acabou se tornando mais complexo e especializado ao longo dos anos. O
trabalho começa com uma análise preliminar da edificação, especialmente em relação ao tipo de utilização, tráfego de pessoas e acessos.
Para Luciano Grando, o projeto deve considerar uma análise custo-benefício de diversas opções de tecnologia para o
atendimento ao tráfego, tais como antecipador de chamadas, gerenciador de chamadas, quantidade de elevadores em grupo,
entre outros.
"Um projeto consistente deve permitir o melhor atendimento de tráfego com o menor número possível de elevadores,
considerando as questões de custo x benefício para utilização de elevadores com maior velocidade e maior capacidade", afirma
Grando.
A norma técnica NBR 5665/83 estabelece os parâmetros mínimos a serem respeitados para o cálculo de
tráfego de elevadores em geral. No caso de equipamentos de uso residencial, os critérios vão desde a
capacidade da cabina, a velocidade, o vão e o tipo de portas do elevador, o número de paradas, o percurso e
ser transportada. "Nos empreendimentos comerciais, os parâmetros são os mesmos, com a diferença de que
população é feito em função da área de carpete das salas e compartimentos enquanto que nos residenciais a
definida pela quantidade de apartamentos e seus respectivos números de quartos", explica Almeida e Castro.
"Mas um bom projeto de transporte vertical não pode levar apenas em conta se os elevadores atendem ou
5665", acrescenta o consultor, lembrando outros fatores que também merecem estudo, como a localização, o
tipo de edificação. "Para um edifício de escritórios que pretende pertencer à categoria Triple A, por exemplo,
são bem maiores do que para edifícios de escritórios convencionais. Além de atender à norma, será preciso
de espera menores, cabinas e hall de elevadores mais espaçosos e portas mais largas", finaliza o consultor.
Em dobro
Com torres de 492 m e 101 andares, o edifício Shanghai World Financial Center, na
corrediças ativas controladas eletronicamente para melhorar o conforto dos
durante as viagens, reduzindo as oscilações da cabina. Desenvolvida justamente para
empregada em quatro elevadores double-deck, cada um com velocidade de 10 m/s.
funciona a partir de duas cabinas ligadas entre si - cada uma com capacidade para
que formam um conjunto único. Dessa forma, atende dois andares simultaneamente.
arranha-céu chinês deve ser aplicada em 25 elevadores da Freedom Tower,
Nova York (EUA), no lugar antes ocupado pelas Torres Gêmeas.
a população a
o cálculo da
população é
não à NBR
padrão e o
as exigências
prever tempos
Novas tecnologias
permitem a
instalação do
maquinário no
interior da caixa de
corrida,
dispensando a casa
de máquinas
China, utilizou
passageiros
edifícios altos, a tecnologia foi
Esse tipo de equipamento
trafegar com até 26 pessoas Tecnologia idêntica à do
atualmente em execução em
Inovações em elevadores
Sem casa de máquinas - Nesse tipo de elevador, os componentes que até então eram implantados em uma casa de máquinas passaram a
ser instalados na parte superior da caixa de corrida. Tal mudança foi viabilizada pelo desenvolvimento de máquinas de tração compactas e
de alta eficiência, além do emprego de suspensão com cabos de aço ou cinta de poliuretano. A dimensão reduzida das máquinas possibilita a
instalação no interior da caixa de corrida (próximo ao teto). Os quadros de comando, também mais compactos, são instalados ao lado da
porta do último andar.
Elevadores com acionamentos com regeneração de energia elétrica
Utilizam um sistema que transforma a energia elétrica, antes desperdiçada e dissipada em resistores do quadro de comando, em energia
elétrica reaproveitável, que é devolvida para a rede elétrica predial. Isso possibilita economia na ordem de 30% em relação aos sistemas
com acionamento por variação de voltagem e frequência (VVVF).
Sistema antecipador de chamadas
Permite melhoria do tráfego vertical do edifício e altera a forma de interação do usuário com o equipamento. As botoeiras nos andares são
substituídas por um teclado no qual o usuário digita o andar que pretende acessar ou utiliza um cartão magnético para indicar o andar
pretendido.
Elevadores de alta velocidade
A multiplicação dos edifícios com mais de 30 pavimentos e com velocidade de movimentação elevada obrigou as indústrias a criar
tecnologias que antes eram exclusivas da indústria automobilística. Como exemplo, há a suspensão ativa, que permite que a cabina se
desloque com elevada velocidade sem a ocorrência de trepidação.
Novas linhas
Levità
Desenvolvido pela ThyssenKrupp, o Levità é um home lift compacto, indicado para uso em condomínios horizontais e
construções de até quatro andares. O acionamento é feito a partir de quadro de comando microprocessado, semelhante
ao utilizado nos elevadores convencionais. A velocidade média é de 15 m/min e a capacidade de transporte é de 225 kg
por viagem.
www.thyssenkruppelevadores.com.br
Schindler 3300
O elevador Schindler 3300, da Atlas Schindler, é indicado para uso em edifícios residenciais de médio porte ou tráfego. Sem
casa de máquinas, o equipamento tem quadro de comando instalado diretamente no batente da porta do último pavimento. O
modelo incorpora, ainda, um sistema de acionamento automático que, na falta de energia, leva o passageiro até o piso mais
próximo.
www.atlas.schindler.com
Gen2 Comfort
O elevador Gen2 Comfort, fabricado pela Otis, não possui casa de máquinas e utiliza cintas de aço revestidas com
poliuretano para suspender a cabina, o que dispensa a lubrificação. O elevador ainda possui acionamento VVVF (velocidade
e frequência variáveis), que reduz em até 40% o consumo de energia em comparação com máquinas convencionais,
segundo o fabricante.
www.otis.com
Montele EL 2000
A Montele Elevadores produz o elevador EL 2000 destinado para promoção da acessibilidade nos ambientes. O equipamento
opera a uma velocidade de 15 m/min e é indicado para uso em residências ou em locais públicos de uso restrito. Com
capacidade de 225 kg, a cabina é configurada com portas automáticas para comportar uma cadeira de rodas.
www.montele.com.br
Green Lif
A linha de elevadores Green Lif Fluidtronics (GLF) dispensa casa de máquinas e dispõe de quadro de
oleodinâmica acessíveis pelo lado externo da caixa de corrida para realização de manutenções e manobras
Disponíveis em versões para atender diferentes capacidades de transporte, os equipamentos, fornecidos
têm cabinas que podem ser personalizadas.
comando e
de emergência.
pela GMV LA,
www.gmvla.com.br
Novart
A
Novart oferece uma série de opções de acabamentos para cabinas de elevadores. O padrão Arenzzo, por
exemplo, tem painéis de madeira, porta e teto em aço inox escovado, espelho de corpo inteiro centralizado com corrimão em aço
inox polido ou escovado e piso de granito.
www.novartelevadores.com.br
Vertiline
Disponibilizado com várias opções de acabamento e em modelos com capacidade de tráfego de passageiros de até 20
pessoas, o elevador predial da Vertiline dispõe de quadro de comando eletrônico VVVF (velocidade e frequência variáveis)
que proporciona partidas e paradas mais suaves, além de redução do consumo de energia.
www.vertiline.com.br

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