- Associação Aeroespacial Brasileira

Transcrição

- Associação Aeroespacial Brasileira
La Cong
QUEM SOMOS
A AAB tem por finalidade
congregar pessoas físicas e
jurídicas que possuam interesse na
promoção e no desenvolvimento da
Engenharia, da Ciência e da
Tecnologia no Setor Aeroespacial,
com o objetivo de debater,
promover e propor programas e
prioridades, melhorias
organizacionais, métodos de
trabalho, políticas industriais,
educação e divulgação das
atividades deste setor no Brasil.
EVENTOS DE DESTAQUE 2010
5TH LATIN-AMERICAN
SYMPOSIUM
ON DEPENDABLE COMPUTING
Abril 2011, São José dos Campos
22nd INTERNATIONAL
SYMPOSIUM ON SPACE FLIGHT
DYNAMICS
Fev-Mar, São José dos Campos
ICAS 2010 CONGRESS
Setembro, Nice, França
IAC 2010 -INTERNATIONAL
ASTRONAUTICAL CONGRESS
Outubro, Praga, Rep. Tcheca
NESTA EDIÇÃO
MENSAGEM DA AAB
1
CENTRO DE RASTREIO E
CONTROLE DE SATÉLITES
DO INPE
2
ATIVIDADE EM AEROTER-
3
MODINÂMICA E
HIPERSÔNICA NO
IEAV
KC-390. O NOVO
GRANDE DESAFIO DA
EMBRAER
O SATÉLITE SAC-D/
AQUARIUS NO LIT/INPE
4
5
ENCONTRO ANUAL 2010
DA AAB
6
NOVOS ASSOCIADOS
6
EVENTOS & EXPEDIENTE
6
www.aeroespacial.org.br/
jaesa
www.aeroespacial.org.br
AAB Revista no 5, Jul-Set 2010
MENSAGEM DA AAB
Passado um ano desde
que
recebem os
a
incumbência de dirigir a
AAB, percebemos que
nem tudo pode ser
concretizado
como
desejávamos.
Isso, no entanto, não nos
desanima, pois temos
ainda mais alguns meses
para
colocar
em
execução aquilo que nos
propomos fazer. Este foi
o compromisso assumido
com a AAB e com seus
Associados.
Em
uma
breve
r e t r o s p e c t i v a
constatamos
que
conseguimos envolver os
Associados em ações
relacionadas à visitas
técnicas e principalmente
na
discussão
que
culminou na elaboração
do documento “A Visão
da AAB para o Programa
Espacial Brasileiro”, o
qual será apresentado
publicamente ainda no
corrente ano.
A proposta de edição da
“AAB
Revista”
foi
vitoriosa pois estamos já
no número 5, mantendo o
ritmo
trimestral
de
publicação, e já com seis
páginas.
Participamos de um ou
outro evento, à convite ou
como co-organizador,
conseguindo com isso
divulgar a AAB e torná-la
mais conhecida.
Conseguimos, e isso não
foi nada fácil, atrair e
trazer para a AAB quatro
“Membros Institucionais”.
São eles: IAE-Instituto de
Aeronáutica e Espaço, a
F I B R A F O R T E
Engenharia, a ORBITAL
Engenharia, e mais
recentemente, o INPEInstituto Nacional de
Pesquisas Espaciais.
Para a AAB é de suma
importância contar com
Membros Institucionais,
pois demonstra seu
reconhecimento por parte
da comunidade institucional e empresarial.
O número de Associados
aumentou em torno de
15%, no entanto, ainda
e s t am o s
longe
de
alcançar a marca dos 400
que gostaríamos de ter
hoje
(somos
255
atualmente).
Temos um acordo de
cooperação com a DGLR
(Sociedade Alemã de
Aeronáutica
e
Astronáutica) que é a
segunda
maior
associação aeroespacial
do mundo, atrás apenas
da AIAA.
Mas, muito nos falta
ainda para sermos aquilo
que deveríamos ser.
Para o segundo ano de
ges tão
vam os
implementar ações que
visem a consolidação da
AAB como entidade
p r o f i s s i o n a l
representativa daqueles
que são atuantes ou
interessados
nos
assuntos relacionados a
aeronáutica e espaço,
seja no Brasil ou no
mundo afora.
Visualizamos
o
estabelecimento de novos
acordos de cooperação.
Atualmente
estamos
conversando com a AIAA
dos Estados Unidos e a 3AF
da França. Breve estaremos
nos
a pr ox im ando d e
instituições similares na
Argentina, Romênia e
Rússia. Entendemos ser
esta uma forma de tornar a
A A B um a ins t i tu iç ã o
conectada com seus pares
no mundo, até porque, ela
representa uma dimensão
que enxerga o mundo como
uma unidade.
No entanto, o foco principal
da atual Gestão da AAB
continua sendo o de atrair
seus Associados para que
participem cada vez de suas
ações, fortalecendo-a e se
beneficiando do que ela
venha a lhes oferecer.
Estamos preparando uma
campanha de agregação de
novos Associados. E você
Ass oc iado, ter á uma
oportunidade e estímulo
para nos ajudar nessa ação.
Aguarde !
Uma boa leitura dessa
quinta edição da AAB
REVISTA !
PAULO MORAES JR.
AAB Membro Fundador
Presidente da AAB
[email protected]
Próximos Eventos:
⇒ Apresentação Pública do documento “A Visão da AAB para o Programa Espacial Brasileiro”
⇒ Visita “Centro de Manutenção da TAM & Museu Asas de um Sonho”
⇒ Visita Técnica “INCUBAERO”
AAB REVISTA no 5, JUL-SET 2010
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AAB News Letter No 1, ano 1,
CENTRO DE RASTREIO E CONTROLE DE SATÉLITES DO INPE
Na estrutura organizacional formal do INPE, o
O Centro de Rastreio e Controle de Satélites (CRC)
é o órgão responsável pelas atividades de operação de
satélites artificiais do instituto. Dispõe de um conjunto
de sistemas de solo e de recursos humanos altamente
qualificados para o cumprimento de sua missão, que é
garantir a utilização segura dos satélites sob sua
responsabilidade operacional. O CRC foi criado em
1988 tendo em vista a necessidade de preparação do
INPE para atender aos requisitos de operação do SCD1,
seu primeiro satélite, lançado em 9 de fevereiro de
1993.
O CRC é composto pelas estações terrenas de
rastreio de Cuiabá, em Mato Grosso, e de Alcântara, no
Maranhão, além do Centro de Controle de Satélites
(CCS) em São José dos Campos, SP. Em Alcântara,
além da estação principal existe uma mini-estação de
rastreio para satélites científicos, construída por meio de
um acordo de cooperação com a França, com função
primária de recepção de dados do mini-satélite francês
COROT, lançado em 2006. O CRC opera 24 horas por
dia, 365 dias por ano.
As estações de rastreio contêm as antenas e demais
equipamentos responsáveis pela comunicação com os
satélites controlados. Durante períodos de visibilidade
de um dado satélite o sinal transmitido por ele é captado
pela antena da estação, sendo estabelecido um enlace
descendente de telecomunicação. Esse sinal contém a
telemetria do satélite com informações que permitem a
monitoração, em solo, do estado de funcionamento dos
equipamentos de bordo. A estação estabelece também
um enlace ascendente, para o envio de telecomandos e
execução de medidas de rastreio (distância e
velocidade), necessárias ao processo de determinação de
órbita. Este processo permite a geração, para cada
estação, de arquivos de previsão das próximas
passagens dos satélites controlados sobre ela, que
incluem estimativas dos ângulos de apontamento da
antena de rastreio ao satélite, em cada passagem
prevista. O sinal recebido de cada satélite é transmitido,
em tempo real, ao CCS, por meio de uma rede dedicada
de comunicação de dados. No CCS, as mensagens de
telemetria contidas no sinal são decodificadas,
visualizadas em tempo real e armazenadas em arquivos
históricos.
No sentido contrário, os telecomandos gerados pelo
CCS são transmitidos à estação que, por sua vez, os
transmite ao satélite.
Equipe participante da campanha de lançamento do
satélite SCD1 na sala de Controle Principal do Centro de
Controle de Satélites do INPE, em 1993
A realização das atividades do CRC envolve não
somente a fase de operação de rotina dos satélites,
propriamente dita, mas também as fases de preparação
para o controle e suporte a lançamentos. Estas últimas
incluem a adequação da infra-estrutura de solo, a
preparação de planos e procedimentos operacionais, o
treinamento de pessoal e a realização de ensaios
simulados das atividades de suporte ao lançamento e
órbitas iniciais de cada satélite.
Um fato curioso: em 1987, Rolf Münch, chefe da
Divisão de Dinâmica de Vôo do ESOC ((European
Space Operations Centre), esteve no INPE, para
participar da Revisão Crítica de Projeto do sistema de
solo para controle de satélites. Levado ao local onde
seria construído o prédio do CCS, o revisor tomou uma
pá e um capacete de proteção junto a um funcionário
que trabalhava no local e desferiu alguns golpes no solo
simulando o início das obras de construção do prédio.
Este ato curioso foi registrado em algumas fotos, uma
delas apresentada abaixo.
A construção do prédio do
CCS foi efetivamente iniciada
poucos dias após o fato,
tendo sido concluída no ano
seguinte (1998).
VALCYR ORLANDO
AAB Membro Fundador
Centro de Rastreio e Controle de Satélites
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
[INPE]
[email protected]
AAB REVISTA NO 5, JUL-SET 2010
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AAB News Letter No 1, ano 1,
ATIVIDADE EM AEROTERMODINÂMICA E HIPERSÔNICA NO IEAV
Criada formalmente em agosto de 2006, a Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica do INSTITUTO DE
ESTUDOS AVANÇADOS (IEAv), Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), do Comando
da Aeronáutica, tem como objetivo a realização de pesquisas e desenvolvimento em escoamentos a
velocidades hipersônicas para aplicação ao vôo de veículos aeroespaciais. Na realidade, estas atividades
nasceram bem antes, na década de 1980, quando as primeiras pesquisas relacionadas a escoamentos
super e hipersônicos foram realizadas. Datam desta época pesquisas em lasers de dinâmica de gases e
instalações para resfriamento dinâmico voltadas para estudos aplicados à separação isotópica.
No início da década de 1990 foi construído o primeiro túnel de vento
hipersônico pulsado no Brasil, capaz de produzir escoamentos com
velocidades de até Mach 15, tornando possível a abertura de diversas
linhas de pesquisa na área. Já em dezembro de 2006 foi inaugurado
o maior túnel de vento hipersônico pulsado da América Latina, em que
velocidades de escoamento de até Mach 28 podem ser alcançadas.
A Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica está dividida em três
subdivisões: a Subdivisão de Simulação Computacional na qual se
desenvolve a modelagem de sistemas aeroespaciais e de métodos
computacionais para estudos da aerotermodinâmica de sistemas hipersônicos; a Subdivisão de Técnicas
de Diagnóstico onde são desenvolvidos métodos para medição de parâmetros de interesse em
escoamentos hipersônicos; e a Subdivisão de Hipersônica experimental que tem por finalidade a pesquisa
em túneis de choque e dispositivos que permitam a geração de escoamentos hipersônicos.
Atualmente, são conduzidas quatro linhas de pesquisa principais.
A primeira delas envolve o estudo do comportamento aerodinâmico de veículos aeroespaciais em vôos a
velocidades hipersônicas, como, por exemplo, a reentrada na atmosfera do SARA, satélite recuperável
desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) do DCTA.
O desenvolvimento do Veículo Hipersônico 14-X tem por objetivo
demonstrar o funcionamento de um Estato-Reator a Combustão
Supersônica (“scramjet”) em voo atmosférico, capaz de atingir
velocidades até Mach 10. A aerodinâmica de um modelo do 14-X
que aplica a tecnologia “waverider”, já foi testada com sucesso em
túnel de vento hipersônico do Laboratório de Aerotermodinâmica e
Hipersônica Prof. Henry T. Nagamatsu. Basicamente, um veículo
hipersônico “waverider” utiliza a onda de choque formada no seu
intradorso para gerar sustentação, além de comprimir ao ar que é
dirigido à câmara de combustão.
Os principais desafios tecnológicos que são freqüentemente temas de pesquisas nessa área são, entre
outros, os sistemas de propulsão hipersônica, de proteção térmica, de controle de vôo e de telemetria.
Incluem-se nos trabalhos desenvolvidos a aplicação de modelamentos utilizando CFD (“Computational
Fluid Dynamics”) e de técnicas de análise não intrusivas para a visualização de escoamentos (“schlieren”)
e para determinação de parâmetros na câmara de combustão do veículo.
A terceira linha de pesquisa se refere ao estudo da adição de energia a escoamentos hipersônicos para
redução do arrasto aerodinâmico em vôos. Experimentos realizados em túnel de vento hipersônico
mostraram que a focalização de um feixe de laser à frente de um modelo reduz em cerca de 50% o
arrasto aerodinâmico produzido por um escoamento de ar em velocidades hipersônicas incidindo sobre o
modelo. A adição de energia pode ser realizada não só por meio de lasers mas por outros tipos de fonte
de calor, como fontes geradoras de microondas. A simulação destes processos por meio da aplicação de
métodos matemáticos para o modelamento do fenômeno é realizada na Divisão.
Como decorrência destes experimentos de interação de lasers com escoamentos, foram iniciados estudos
sobre propulsão a laser. Diferentemente dos foguetes convencionais, que carregam o combustível e
comburente, o veículo impulsionado a laser não carrega nenhum desses componentes e a fonte
propulsora, o laser, fica baseada em terra. Deste modo, a carga útil em um lançamento pode atingir cerca
de 50% do peso de decolagem.
Os objetivos da Divisão para os próximos anos consideram o lançamento de um modelo com
combustão supersônica (14-X) e a construção de um protótipo de veículo propulsionado a
laser. Estima-se que estes dois objetivos deverão ser alcançados em cerca de quatro anos.
Alberto Monteiro dos Santos
Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica do IEAv
[email protected]
AAB REVISTA NO 5, JUL-SET 2010
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AAB News Letter No 1, ano 1,
KC-390, UM NOVO GRANDE DESAFIO DA EMBRAER
O projeto do maior e mais pesado avião a ser construído pela
EMBRAER foi apresentado, no dia 27 de maio, aos
associados da AAB e convidados durante o Encontro Anual
da associação, ocorrido no Memorial Aeroespacial Brasileiro
(MAB), em São José dos Campos.
O “Programa KC-390”, uma aeronave moderna para
transporte militar tático projetada em parceria com a Força
Aérea Brasileira (FAB), é o resultado de uma pesquisa de
mercado realizada pela empresa, há cinco anos, sobre a
frota mundial nessa categoria. Somente no segmento de
cinco a vinte toneladas de carga máxima, são mais de 2.800
aviões.
Os estudos prosseguiram e uma nova oportunidade de
negócio se mostrou mais segura do ponto de vista comercial:
de elevado potencial para exportação, os modelos antigos a
serem substituídos ou modernizados na próxima década
compõem um mercado endereçável de cerca de 700
aeronaves, em 80 países. Das frotas existentes, o C-130
apresenta-se como o mais indicado para a substituição.
No Brasil, a FAB prevê a troca inicial de 22 C-130 com mais
de 30 anos de operação. A aeronave brasileira será vendida
a um preço inferior ao do Hercules (estimado em 90 milhões
de dólares), devendo substituir também a frota de outras
Forças Aéreas.
A disputa no mercado internacional, no entanto, envolverá o
C-130J, versão americana e modernizada do Hercules, e o
europeu Airbus A-400, com o dobro da capacidade de carga.
O preço aviltado de 32 milhões de dólares para a
modernização do primeiro e de 125 milhões de euros para a
compra do segundo, colocam o cargueiro da Embraer à
frente da concorrência.
As especificações técnicas do KC-390
Apresentado, em 2007, com a designação de C-390 na feira
Latin America Aero & Defence (LAAD), no Rio de Janeiro, o
projeto do jato militar de transporte da Embraer de 19
toneladas de carga recebia, como especificação técnica,
componentes e sistemas da plataforma EMB-190.
Um ano depois o panorama é alterado, com vistas a atender
às necessidades da FAB e da nova Estratégia Nacional de
Defesa, tornando o projeto mais desafiador e competitivo.
Um novo contrato é assinado na LAAD de 2009 e, além do
“K” adicionado à denominação, requisitos amplos são
estabelecidos desde a fase de concepção.
A configuração evoluiu, revelando um projeto de aeronave de
última geração com asas altas e nova fuselagem, ampla
cabine e rampa traseira, novidades que fazem do KC-390 um
avião distinto do encomendado pela FAB para os serviços da
Presidência da República.
O KC-390 é também um avião-tanque: poderá reabastecer e
ser reabastecido em voo e em solo. A distância de 26 metros
de centro a centro do avião oferece a ele a capacidade de
reabastecimento de dois AMX ao mesmo tempo e, a
tecnologia fly-by-wire (“voo por cabos”), a segurança e a
agilidade necessárias para substituir o controle físico do
piloto.
A configuração de rampa traseira (similar ao Búfalo) permite
o transporte dos mais diversos tipos de carga como
caminhão, contêiners, veículos blindados (EE-11, Urutu,
Guarani, BMP-3 ou 3 BMMWV) e até helicópteros, facilitado
pela configuração de acessibilidade ROLL ON-OFF da
cabine de carga. Quando livre, ela pode levar 80 soldados ou
64 paraquedistas e, nas missões de ajuda humanitária, 74
macas, atendentes e material médico.
Critérios sérios de sobrevivência da tripulação e
passageiros também foram estabelecidos no novo
projeto: a blindagem da aeronave e a inclusão de
nitrogênio no tanque de combustível protegem o avião
contra tiros e explosões. Outras novidades incluem o
uso de materiais compostos na estrutura do jato,
facilitando a reparação em campo.
IMAGEM ARTÍSTICA DO KC-390
“O Programa é realmente desafiador”, diz Paulo
Gastão, diretor do Programa KC-390 e palestrante no
MAB. As asas e o trem-de-pouso foram preparados
para enfrentar pistas irregulares, assim como o
controle sobre o gelo. É a primeira vez que a Embraer
constrói asa alta, representando um impacto na
própria concepção do projeto. O cargueiro também
voará em baixa velocidade, lançando paraquedistas a
120 nós.
O KC-390 será a primeira aeronave de transporte
militar dessa categoria para a produção nacional. A
fase preliminar foi vencida, com as configurações de
arquitetura, de aerodinâmica e dos sistemas
concluídos. Os ensaios em túnel transônico na
Inglaterra oferecem as garantias de desempenho e,
no subsônico do Brasil, a confirmação da geometria
da cabine de carga e a medição dos campos de
escoamento.
O lançamento do primeiro protótipo está previsto para
2014, quando acontece o período de ensaios em voo
e as certificações da configuração básica do avião e,
outra, militar. O plano prevê a construção de 180
unidades do KC-390 nos primeiros dez anos de
comercialização, com a observação atenta da
Embraer quanto à reação do mercado.
A idéia que começou com um estudo e evoluiu tendo
como base a experiência da FAB deu certo: permitirá
à Embraer ingressar em um novo segmento e, ao
governo brasileiro, ter o projeto incluído nos seus
planos de longo prazo. O mercado previsto de 13
bilhões de dólares para o KC-390 também será
favorável aos antigos parceiros na fabricação
estratégica de aeronaves.
ALESSANDRA DAVID
AAB _ Colaboradora
Jornalista
[email protected]
AAB REVISTA NO 5, JUL-SET 2010
Página 5
O SATÉLITE SAC-D/AQUARIUS NO LIT (INPE)
Nos dias 26 e 28 de junho de 2010 desembarcaram em
São José dos Campos, provenientes da cidade argentina
de Bariloche, o satélite SAC-D/Aquarius e seus
equipamentos de apoio. Todo o material foi transferido
para as instalações do Laboratório de Integração e Testes
(LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),
onde o satélite será submetido ao ciclo de ensaios
ambientais em nível de sistema (com o satélite já
montado).
O SAC-D/Aquarius é um satélite de natureza ambiental
fruto de uma parceria entre as agências espaciais
argentina (CONAE) e americana (NASA). Sua missão
primária é medir, por meio de um radiômetro e
escaterômetro construído pelo Jet Propulsion Laboratory
(JPL) da NASA, o nível de salinidade dos oceanos. Este
instrumento, denominado Aquarius, será capaz de, a
cada 7 dias, elaborar um mapa completo deste importante
parâmetro climático, já que a salinidade afeta a densidade
das águas oceânicas, e esta governa a circulação
oceânica e o clima terrestre.
O satélite tem massa de aproximadamente duas
toneladas e permanecerá em órbita sincrônica com o Sol
a 657 km de altitude. Ele também está equipado com
cargas úteis secundárias de origem argentina,
canadense, italiana e francesa. Dentre as várias missões
a elas atribuídas, vale citar um radiômetro de microondas
para medir precipitação e velocidade dos ventos, um
sensor infravermelho para a determinação de pontos
quentes na superfície terrestre, uma câmera de alta
sensibilidade capaz de detectar luzes urbanas e raios, um
sistema de coleta de dados de plataformas terrestres, um
sensor por rádio ocultação para determinar propriedades
atmosféricas, um sensor que determina o efeito das
radiações cósmicas em componentes eletrônicos e, um
experimento tecnológico para navegação inercial.
No LIT o satélite será submetido a um ciclo completo de
testes ambientais, fase que antecede a campanha de
lançamento. Ele tem por objetivo demonstrar que o
modelo de vôo do satélite está apto para ser lançado.
Parte-se do princípio que o projeto já está qualificado
para o ambiente a ser encontrado na órbita da Terra,
mas resta ainda demonstrar que a unidade a ser
lançada não contém imperfeições construtivas.
Para tanto, o satélite passa por uma sequência de
testes e verificações que tem início com a verificação
dos alinhamentos de suas várias partes constituintes,
seguida por testes de compatibilidade e interferência
eletromagnéticas, determinação de propriedades de
massa, teste de abertura dos painéis solares, teste de
vibração, teste acústico e de separação do foguete,
teste vácuo-térmico, teste para a determinação de
vazamentos e teste do sistema de propulsão. Entre
cada um deles, e principalmente ao final da campanha,
são realizados testes elétricos e funcionais que buscam
descobrir falhas ou indícios de degradação do satélite.
Esta campanha deverá se prolongar até dezembro de
2010, com o embarque do SAC-D/Aquarius para a base
de lançamento de Vandenberg (Estados Unidos)
previsto para janeiro de 2011, quando terá início a
campanha de lançamento. Este está previsto para abril
de 2011, por meio de um lançador americano Delta II.
Sob o ponto de vista formal, Brasil e Argentina são
signatários
de
um
Acordo-Quadro
para
o
desenvolvimento conjunto de atividades espaciais. Com
base nele, as agências espaciais brasileira (AEB) e
argentina firmaram um programa de cooperação para a
realização no Brasil dos testes do satélite SAC-D/
Aquarius no Laboratório de Integração e Testes do
INPE em São José dos Campos.
Para planejar estas atividades, técnicos e gerentes
brasileiros, argentinos e americanos trabalham desde o
final de 2005. A campanha de testes no Brasil deverá
envolver direta ou indiretamente todas as equipes
técnicas do LIT, além do apoio administrativo. Da outra
parte, um número que poderá chegar a 70 técnicos,
representando as várias organizações envolvidas no
projeto, permanecerá no INPE por períodos de poucos
dias a vários meses, organizando, acompanhando e
tomando parte na campanha de testes.
Satélite SAC-B/Aquarius chega ao
Instituto de Nacional de Pesquisas Espaciais
para a realização da campanha de
Ensaios Ambientais
PETRÔNIO NORONHA DE SOUZA
Chefe do Laboratório de Integração e Testes
LIT/ INPE
AAB Membro Fundador)
petrô[email protected]
AAB REVISTA NO 5, JUL-SET 2010
Página 6
NOVOS ASSOCIADOS [ABR-JUN 2010]
Eduardo Falcão
Jornalista Autônomo/ Salvador - BA
Membro Efetivo (248)
Khosev Kesaev
MAI/ Moscou - Rússia
Membro Efetivo (249)
Nestor Brandão Neto
DCTA-IFI/ São José dos Campos - SP
Membro Efetivo (250)
Joana Heller Moraes
EMBRAER/ São José dos Campos - SP
Membro Efetivo (251)
Walter Perella
Eng. Autônomo/ São José dos Campos - SP
Membro Efetivo (252)
Danilo Miranda
ITA/ São José dos Campos - SP
Membro Estudante (253)
Dilmar Carvalho Martins
DCTA-GIA/ São José dos Campos - SP
Membro Efetivo (254)
Marcelo Lemos
ITA/ São José dos Campos - SP
Membro Efetivo (255)
ENCONTRO ANUAL DA AAB _ EDIÇÃO 2010
Em 27 de maio passado a AAB realizou seu “Encontro Anual” com concomitante
“Assembléia Geral Ordinária”, a qual por força do Estatuto deve ocorrer pelo menos
uma vez ao ano, nas dependências do “Memorial Aeroespacial Brasileiro”.
Apesar do esmero na organização do evento que contou com uma Palestra bem
interessante sobre o Projeto da aeronave de transporte KC-390 da EMBRAER,
proferida pelo engenheiro Paul Gastão (vide matéria página 4), do acompanhamento
musical e do cocktail de confraternização, não mais de 35 Associados sentiram-se
estimulados a comparecerem. Esse é um número que vem se repetindo a cada ano e
tem se mostrado difícil e extenuante reverter esse quadro.
Mas, quem lá esteve, pode apreciar o que havia sido preparado para o evento,
reencontrou colegas, foi informado sobre o que vem sendo feito pela atual Diretoria e
o que virá a ocorrer no seu segundo ano de Gestão. Também recebeu informações
detalhadas sobre o que vem sendo feito pela “Comissão de Política Espacial” da AAB
que elabora um documento sobre “A Visão da AAB para o Programa Espacial
Brasileiro”. Esse documento que está sendo finalizado e deverá ser lançado
publicamente ainda no corrente ano, vem já despertando interesse nas mais altas
instâncias do governo federal. A expectativa é que este, junto com documentos
similares que vem sendo preparados pelo “Conselho de Altos Estudos e Avaliação
Tecnológica da Câmara Federal” e pela “Secretaria de Assuntos Estratégicos da
Presidência da República”, venham a ser referências para as necessárias e
emergentes reformulações do Programa Espacial Brasileiro.
A Diretoria e seu Conselho Deliberativo ficam na expectativa de que o “Encontro
Anual da AAB—Edição 2011” possa atrair um número maior de Associados. Vamos
portanto aguardar !
EVENTOS
5TH LATIN-AMERICAN SYMPOSIUM
ON DEPENDABLE COMPUTING
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP
APRIL 25 – 29, 2011
http://www.inpe.br/ladc2011
www.issfd22.inpe.br
INPE, NOVO MEMBRO INSTITUCIONAL (CORPORATE MEMBER) DA AAB !
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), subordinado ao Ministério de Ciência e
Tecnologia e órgão executor do PNAE-Programa Nacional de Atividades
Espaciais para o segmento Satélites & Aplicações tornou-se o mais novo
MEMBRO INSTITUCIONAL da Associação Aeroespacial Brasileira, indicando o
Dr. OTÁVIO DURÃO, como seu representante legal.
www.aeroespacial.org.br
Praça Mal Ar Eduardo Gomes 50,
CTA / Área do COCTA
Caixa Postal 6015
12228-970 São José dos Campos - SP
Atendimento: Thiago, 2a /4a /6a Feira
... 16:00 às 19:00 ...
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Administração ... [email protected]
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AAB Revista é um informativo da Associação Aeroespacial Brasileira com distribuição, em formato eletrônico e impresso, dirigida aos seus
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