PDF - Instituto Cairbar Schutel

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PDF - Instituto Cairbar Schutel
14.000 EXEMPLARES – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL – NOVEMBRO DE 2014 – ANO 2 – Nº 14
Andamos muito
atarefados?
Foto: http://www.mannaexpressonline.com
Foto: http://www.solo-opiniones.com
páginas 7 e 11
Em Sorocaba
Enfermos terminais.
Como agir?
página 15
1º Encontro Amigos
da Boa Nova
Data: 15/11, sábado,
das 14h às 20h
Convites pelo telefone:
(11) 2458-3214.
Caravanas: (11) 2457-7000.
Marcus de Mario e Divaldo
Franco visitam diferentes
regiões do interior do
estado de São Paulo.
Fechamento autorizado
Pode ser aberto pela ECT
FEIRAMOR em Bauru atinge sua 27ª edição com
programação de sucesso.
Página 9
Novembro de 2014
Editorial
Doentes terminais
e gratidão
A
mbas as matérias que
integram essa edição,
com os temas que usamos na chamada do presente
editorial e assinadas, respectivamente, por Richard Simonetti
e Rogério Coelho, destacam-se
pela clareza e lucidez, como as
demais assinadas pelos outros
autores.
Destacamos ambas pela atualidade e oportunidade dos temas. Mas o TRIBUNA prossegue sua caminhada e apresenta
na edição de novembro, reportagens e matérias de máximo
interesse. Não deixe de folhear
e ler atentamente.
Com ótima aceitação e apoio,
o jornal consegue manter seus
14.000 exemplares de distribuição gratuita, o que muito
agradecemos. O importante é
realmente fazê-lo circular, pois
os benefícios são imensos para
todos, face à grandeza da Doutrina Espírita.
No mês dos chamados mortos, os vivos sempre imortais, a
matéria de Lucy Ramos aborda a
questão e, de nossa parte, homenageamos Eurípedes Barsanulfo,
Amália Soler e Amélie e Boudet,
cujas riquezas biográficas sugerimos ao leitor pesquisar mais
amplamente. r
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Katie King
Livro traz experiências reais de materialização
comprovadas com método científico.
Cássio Leonardo Carrara
[email protected]
L
ançado em 1976 e reeditado recentemente pela Casa
Editora O Clarim, ganhando
nova diagramação e capa modernizada, o livro Katie King pode ser
considerado um clássico do
Espiritismo, mais especificamente quando falamos
da ciência espírita e suas
investigações no que diz
respeito ao entendimento
do Espírito e ao processo
de comunicação.
Organizado por Wallace
Leal V. Rodrigues, a obra é
uma espécie de “relatório”,
onde estão descritos os métodos, as impressões, as observações e as conclusões do
cientista William Crookes a
respeito das manifestações,
por meio de materialização,
do Espírito Katie King, que
foram por ele estudadas entre os anos de 1871 e 1874.
Crookes, renomado físico e químico inglês nascido em 1832, descobriu o
elemento químico tálio, em
1861, e identificou a primeira amostra conhecida
de hélio, em 1895, entre outras
contribuições à ciência. Seu primeiro contato com fenômenos
psíquicos se deu em 1869 e, apesar
do interesse em comprová-los,
evitou qualquer conclusão precipitada: “Prefiro entrar na questão
sem nenhuma noção preconcebida, quanto ao que pode ou ao que
não pode ser, mas com todos os
meus sentidos alertados e prontos para transmitir informações
racionais”, afirmou.
A médium que participou das
sessões foi a jovem Florence Cook,
de apenas 15 anos, cujas medidas
corporais foram tomadas, com seu
consentimento, para evitar quaisquer fraudes. As fotografias
obtidas, apesar da tecnologia
precária da época, mostravam uma figura cuja aparência diferia completamente de
Florence. Esta foi por várias
vezes imobilizada de forma a
não movimentar-se durante
as sessões, mas mesmo assim
o Espírito materializado
mostrava-se completamente
liberto e independente de
Florence, conforme explica
Gabriel Dellane no início da
obra. Tais fatos mostraram
que não poderia tratar-se
de um desdobramento da
médium. Ao final das experiências, Crookes publicou um
relatório em que afirmava
que as experiências comprovavam genuínos fenômenos
materiais.
Um retrato real que comprova a imortalidade do
Espírito e a veracidade das
comunicações e que pelo rigor científico e a precisão das investigações
deve ser amplamente estudado e
divulgado por todos os espíritas. r
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Novembro de 2014
Bem sem preconceitos
ONG em Marília (SP) reúne pessoas de várias crenças.
Redação
“A
ONG Projeto Semear
Marília possui um
sonho: proporcionar
para todas as crianças carentes
condições dignas para crescimento
pessoal. Ela não possui vinculação com política ou religião. Não
queremos envolvimento político
e vemos todas as religiões como
parceiras, desde que queiram fazer
o bem sem preconceitos. Entre seus
membros existem católicos, evangélicos, espíritas, etc. Acreditamos
que devemos praticar caridade
em alto nível, como se fosse para
nossos próprios filhos. Assim, elevamos a dignidade e a autoestima
das crianças carentes, criando um
cenário favorável para o desenvolvimento de sonhos e perspectivas
de vida, o que, naturalmente, afasta
as crianças das drogas e criminalidade. A ONG Semear é produto
da sociedade, pessoas e empresas,
doando um pouco de tempo e dinheiro, com transparência e amor.”
No texto em aspas uma síntese
do Projeto Semear Marília, que
pode ser acessado pelo link www.
projetosemearmarilia.org.br, Fundado, com outros amigos, por Breno
Costa. Juiz Federal do Trabalho, que
lançou há alguns meses o livro Depressão – O que fazer?, que traz dicas
de superação do conhecido estado
de abatimento de ânimo. Espírita
de nascimento, nasceu e reside em
Marília, no interior paulista, vinculando-se ao Núcleo Espírita Amor e
Paz, da mesma cidade. A compacta
entrevista a seguir traz ao leitor uma
visão geral da iniciativa.
1 - Quando e como surgiu a
ONG?
Surgiu em 2010 numa reunião
entre amigos. Esse grupo de ami-
[email protected]
gos sempre fez uma campanha de
arrecadação de material escolar
novo no início do ano (e continua
fazendo). Certo dia, conversamos
sobre ampliar isso para reformas
de instituições que cuidam de
criança, sempre em parceria com
a sociedade. Assim, aos poucos,
em vários e vários encontros, a
ONG foi surgindo. Nós fizemos
a logomarca, o slogan, tudo criado
ao longo das reuniões. Começamos com cerca de 7 amigos e hoje
somos em mais de 50 associados e
20 empresas parceiras.
2 - Qual o principal foco de
atuação?
Promover a dignidade da criança carente, viabilizando condições para
o desenvolvimento
digno como ser humano. Trabalhamos,
atualmente, em três
frentes: a) Ajuda material: procuramos
instituições que já
cuidam de crianças
carentes e promovemos a revitalização
de alguns espaços,
construindo biblioteca, brinquedoteca e
videoteca, doando livros, computadores e
móveis. Tudo sempre
de ótima qualidade,
de preferência novos;
b) Atividade própria: aos domingos, no período da manhã, promovendo uma atividade recreativa na
favelinha do bairro universitário/
cavalari em Marília. Lemos livros,
levamos café da manhã, fazemos
brincadeiras; c) Campanhas: ao
longo do ano promovemos diver-
sas campanhas de arrecadação:
material escolar novo, agasalho,
brinquedos para dia das crianças e
brinquedos para o natal. Fechamos
uma parceria com o Núcleo Espírita Amor e Paz para a construção de
uma instituição perto da favelinha
que atuamos, ofertando para as
crianças reforço escolar, merenda,
cursos e oficinas. Estamos em fase
de estudos do projeto.
3 - De onde os recursos?
Conforme explicado, não queremos envolvimento com a política.
Assim, todos os recursos advêm
da própria sociedade. Acreditamos
que se cada pessoa ou empresa
doar um valor pequeno, somado,
torna-se grande. Nesse sentido,
temos empresas que doam valores
mensais para a ONG, bem como
pessoas e os próprios associados.
Além disso, existem doação dos livros vendidos em minhas palestras
e, eventualmente, promovemos a
venda de pizzas beneficentes.
4 - Há prestação de contas?
A ONG Semear trabalha com
transparência total. Assim, fi ca
disponibilizado no site da ONG,
24 horas por dia, prestação de
contas online. Não entra um real
e não sai um real das contas da
ONG que não esteja acessível
para todos.
5 - Porque empresas ajudam?
Para cumprir com sua função social. Toda empresa deve
procurar ajudar a sociedade em
que está inserida, isso chama-se
responsabilidade social e, dessa
forma, cumpre com a sua função
social. No caso da empresa, nada
mais legítimo do que divulgar
esta ajuda, recebendo de volta o
marketing social. Nesse sentido,
muitas empresas parceiras podem
disponibilizar a logomarca da
ONG em seus sites.
6 - Acrescente em algum ponto os
contatos para quem deseja ajudar.
O contato pode ser feito pelo
site: www.projetosemearmarilia.
org.br, bem como com qualquer
associado, em especial Breno
Costa que auxilia na administração eletrônica: brenocosta@
outlook.com. r
Novembro de 2014
O Cuidado da
Espiritualidade para Conosco
Da USE BAURU
Departamento doutrinário
“
(…) recorda que as mensagens edificantes do Além
não se destinam apenas à
expressão emocional, mas, acima de
tudo, ao teu senso de filho de Deus,
para que faças o inventário de tuas
próprias realizações e te integres, de
fato, na responsabilidade de viver
diante do Senhor.”
Livro: Os Mensageiros. Francisco Cândido Xavier, ditado por
André Luiz, editora FEB.
Comentários do
Departamento Doutrinário:
Não podemos negar que a
maioria das mensagens vindas da
Espiritualidade para todos nós,
são realmente tocantes, gerando
emoções elevadas em nossos
corações.
Ao demonstrarem, pois não
apenas mostram ou dizem, a
grandeza do Amor Divino por
nós, o cuidado intenso e constante e o equilíbrio de todas as
ações para com todos, colocam
em nossos corações o consolo
profundo e um mundo de esperanças, já que normalmente
temos em nós a culpa pertinaz e
um medo irredutível.
Mas... são muito mais do que a
expressão da ternura paternal para
com seus filhos.
São um apelo ao nosso senso
de maturidade, um chamado
direcionado à consciência profunda para que nos posicionemos
com seriedade, assumindo efetivamente os rumos da própria
vida.
Esse chamamento indica que
estamos, coletivamente, no nível
evolutivo onde não necessitamos
mais sermos conduzidos, como é
do dever junto às crianças.
Ao invés, já podemos iniciar
o aprendizado de autocondução, exercitando as escolhas e
o processo de análise do bem e
do mal, na construção da nossa
identidade eterna.
“
É o tempo de
assumirmos a nossa
posição de herdeiros do
Pai, encerrando a fase da
sobrevivência e iniciamos
o tempo de vivermos
realmente, quando
acordamos para a Vida
Verdadeira, assumindo
nossas responsabilidades
e vivendo a felicidade tão
sonhada.
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Não nos faltam instruções,
diretrizes e informações sobre nós
mesmos, sobre a realidade ao nosso redor e sobre o mecanismo de
funcionamento da Vida.
Ou seja, os meios e as ferramentas para nosso progresso já
estão disponíveis. Falta apenas o
trabalhador, nós, colocarmos mãos
à obra.
É o tempo de assumirmos a
nossa posição de herdeiros do
Pai, encerrando a fase da sobrevivência e iniciamos o tempo
de vivermos realmente, quando
acordamos para a Vida Verdadeira, assumindo nossas responsabilidades e vivendo a felicidade
tão sonhada.
É o tempo de percebemos que
o Vida Verdadeira não se encontra
no plano espiritual, tão carinhosamente apresentado por Kardec e
André Luiz, mas dentro de nós, do
lado de dentro, no mundo interior
de cada ser.
Você já deseja assumir sua
herança e a responsabilidade de
ser feliz? r
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Novembro de 2014
Dois Córregos, Monte Alto, Araraquara e Matão
recebem o educador Marcus Alberto de Mário
Palestrante tem trabalho expressivo na área da educação.
Redação
[email protected]
M
arcus De Mario é educador, escritor, consultor. Fundador e diretor
do Instituto Brasileiro de Educação Moral (IBEM), organização
não governamental que desenvolve capacitação de educadores
em Educação Moral, Pedagogia
da Sensibilidade e Escola do Sentimento, mantendo ainda o Programa Vivendo Sempre em Paz
e a revista Reconstruir. O IBEM
atende escolas e secretarias de
educação de todo o Brasil, e está
em campanha par implementar a
Escola do Sentimento no Rio de
Janeiro. Colabora no Grupo Espírita Seara de Luz e publica o site
Orientação Espírita. Programador
da Rádio Rio de Janeiro, onde
produz e apresenta os programas
Destaque na Imprensa Espírita e
Mediunidade e Obsessão, além
de participar do Debate na Rio.
Desenvolve na área empresarial
capacitação em Gestão Humanizada e Liderança Espiritualizada.
Realiza palestras e seminários
por todo o Brasil, tanto espíritas
quanto educacionais. É autor dos
livros: Além das Aparências, Alma
e Corpo, Centro Espírita - Escola
de Almas, É Preciso Amar, A
Educação Moral e Sua Aplicação,
Entendendo a Vida, Escola do
Sentimento, Espiritismo e Cultura, O Homem de Bem, Mediunidade e Obsessão, Pedagogia da
Sensibilidade, Vida e Felicidade,
V isão Espírita da Educação,
Prática Educativa para Pais e
Educadores (lançamento), entre
outros. Para conhecer o trabalho
de Marcus De Mario acesse o site
www.marcusdemario.com.br.
Marcus realiza seminário em
Matão e também visita a região
(vide box). Para estimular a participação no seminário, realizamos
compacta entrevista com o autor
e palestrante:
1 - Qual o conteúdo e como será
conduzido um seminário sobre
Educação e sua prática e ainda
aliada à evangelização infantojuvenil?
Costumamos fazer o seminário com duas partes distintas.
Na primeira apresentamos, com
base em O Livro dos Espíritos,
a educação na visão espírita,
contemplando a grande tese da
doutrina, que é a educação moral.
Na segunda parte apresentamos
a proposta pedagógica Educação
do Espírito, que prioriza o desenvolvimento da autonomia do educando, o trabalho de pesquisa por
projetos, entre outros aspectos. O
seminário transcorre de forma
interativa, com a participação espontânea dos evangelizadores. É
um desdobramento de parte dos
meus livros “Prática Educativa
para Pais e Educadores”, “Visão
Espírita da Educação” e “Pedagogia da Sensibilidade”.
2 - De que forma o educador
Marcus de Mário espera sensibilizar os participantes do seminário?
Utilizando um termo moderno, “linkando” a visão espírita da
educação com as questões que
acompanham a nova geração e se
fazem presentes na evangelização
infanto-juvenil. Teremos muita
reflexão, pois gosto de fazer
pensar, assim como atividades
que visam sensibilizar e integrar
os evangelizadores. Sensibilizar,
despertar e conscientizar formam
uma tríade muito importante,
e que procuro desenvolver no
seminário.
3 - Que motivações e expectativas podem atrair de forma intensa
os inscritos e interessados? Que
bagagem terão consigo depois da
participação?
Creio que querer ter uma
evangelização espírita de qualidade, que atinja o espírito imortal, num novo modelo de ensino
-aprendizagem, deva ser o grande
motivador dos interessados e que
irão se movimentar para estar
presentes no evento. Ao término
do seminário os participantes
terão uma visão mais ampla da
abordagem espírita sobre a educação, além de levarem em mãos
o Projeto Educação do Espírito,
o qual servirá de exemplo para
a construção de um novo paradigma evangelizador no Centro
Espírita. r
Programação com Marcus de Mario
12 de novembro – quarta – 20h – União Espírita de Monte Alto
Tema: Evangelho, Um Hino de Amor Eterno
Rua Porfírio Pimentel, 589 – centro – em MONTE ALTO (SP)
13 de novembro – quinta – 20h – União Espírita de Dois Córregos
Tema: O Homem de bem
Av, 4 de Fevereiro, 127 – centro – em DOIS CÓRREGOS (SP)
14 de novembro – sexta – 20h – Centro Espírita Portal da Luz
Tema: Mediunidade e Obsessão
Av. Luiz Saska, 181 – Jardim Celiamar – em ARARAQUARA (SP)
15 de novembro – sábado – das 14 às 17h30 – Centro Espírita Nosso Lar
Tema: A educação espírita e sua prática: vivendo Jesus e Kardec
Rua Leonilda Francisco Persiguelli, 392 – Azul Vile – em MATÃO (SP)
15 de novembro – sábado – 20h – Comunidade Espírita Cairbar Schutel
Tema: A Família no Terceiro Milênio
Av. Saldanha da Gama, 748 – centro – em MATÃO (SP)
16 de novembro – domingo – 09h – Centro Espírita Nosso Lar
Tema: A Terapia do Evangelho para Uma Vida Feliz
Rua Leonilda Francisco Persiguelli, 392 – Azul Vile – em MATÃO (SP)
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Novembro de 2014
O segredo infantil
“Nunca reparou nas crianças que brincam
com companheiros invisíveis?” *
Cláudio Bueno
[email protected]
–A
h, estou bem!
Olha o que eu
ganhei do papai! É um quebra-cabeça. Não sei
montar, você sabe? Quer brincar
comigo, vovó?
O menino esperto balbucia,
olhando um ponto fixo, no vazio.
Com delicada naturalidade, corresponde aos apelos que só ele ouve.
– Não posso falar alto, vovó,
mamãe fica nervosa! Psiu...
– Filho! Está falando com
quem?
Pega de surpresa a criança confessa, com espontânea sinceridade:
– Com a vovó.
Volteando as vistas ligeiras, a
mãe examina o cômodo. Apressada, percorre o resto da casa, sem
deixar de perceber que o coração
acelerou e que a ansiedade a domina. Como das outras vezes, faz
a revista angustiosa e inútil e volta
ao filho, limitando-se a observá-lo,
impotente.
Mas, desta vez premedita tomar
atitude mais objetiva. Falará com o
marido assim que ele chegar. Não
é a primeira vez que surpreende o
menino falando sozinho, como se
conversasse. Isso vinha se repetindo
com incômoda frequência. “Toda
criança imagina um mundo só seu”,
dissera o esposo dias atrás, aparentando despreocupação.
O menino, agora calado, parece
não se importar com a inspeção
materna e continua atento à relação
com o invisível. Fecha e encolhe os
ombrinhos para dentro e ri marotamente na direção da avó, satisfeito
por tê-la cúmplice daquele segredo
que a sua mamãe não compreende.
– Psiu...
***
– Precisamos examinar isso,
logo – diz a mulher ao marido,
preocupada. – Você viu como ele
fala? Imaginação tem limites...
Disse que conversa com a avó. Eu
não acredito nisso. Quatro anos...
Não conheceu a avó, como poderia? Não será o caso de levar a um
psicólogo? Você já o surpreendeu
também, lembra? Não ficou impressionado?! O jeito como ele se
dirige a não sei quem... Disse que
a avó ri enquanto brinca com ele.
Temo pela saúde do nosso filho...
Amanhã cedo procuraremos ajuda!
A noite avança e a mãe dá a
ordem:
– Vamos, filho, para a cama!
Junte essas peças no saquinho,
amanhã você as retoma.
Outras palestras de Divaldo Franco
11 de novembro, terça, 20h, em Presidente Prudente;
12 de novembro, quarta, 20h, em São José do Rio Preto;
14 de novembro, sexta, 20h, em Piracicaba;
15 de novembro, sábado, seminário em Pirassununga – das 13 às 18h
na AFA;
16 de novembro, domingo, seminário em Araras, das 9 às 13h.
Veja informações completas em nossa edição de outubro/14, na versão
digital – acesse: www.tribunadoespiritismo.org.
Vamos, vamos... Deixe isso.
No dia seguinte, cedo, a mãe é
a primeira a levantar-se. Prepara o
café, mantendo viva na cabeça a decisão tomada anteriormente. Buscará apoio médico para a esquisitice
do menino. Com ligeireza cuida de
algumas arrumações, enquanto o
filho ainda dorme. Atravessa a sala
na penumbra, abre as cortinas e se
volta para os brinquedos deixados
no sofá. Tem um choque quando
olha o pequeno quebra-cabeça
montado, misteriosamente pronto,
correto... Sente as pernas frouxas.
Viu o filho colocar as peças na embalagem, na noite anterior, sem ter
ainda decifrado o ajuste das partes...
Ou estaria enganada, não viu...?
O que significava aquilo? Tinha
que ter uma explicação! Olhou ao
redor, sentindo calafrios e correu a
chamar o marido para confirmar o
que ela tinha visto, à noite... O filho
juntando as pecinhas no plástico,
soltas, embaralhadas, desconexas...
Não foi?! r
* Cartas de um morto vivo (Letters from
a dead living man), Elsa Barker, edição
LAKE, 1978.
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Novembro de 2014
Nos corre-corres do mundo
Ângela Moraes
“A
mensagem espírita,
que agora rutila no teu
espírito transformado
em farol de vivo amor e sabedoria,
é o remédio-consolo para tuas dores no lar, o antídoto e o tratado de
armistício para o campo de batalha
onde esgrimas com as armas da fé e
da bondade, apaziguando, compreendendo, desculpando, confiando em
horas e dias melhores para o futuro.”
(Espírito Joanna de Ângelis – Psicografia Divaldo Franco – Obra SOS
– Editora LEAL)
Ana Alice deitara-se, como de
costume, e abrira uma página de
seu O Evangelho Segundo o Espiritismo para uma breve reflexão e
boa sintonia antes de dormir. Com
uma rotina puxada entre trabalho, família e tarefas domésticas,
sentia-se sempre em falta com os
estudos e a prática da caridade tão
estimulados pela Doutrina, por isso
o mínimo poderia fazer era uma
pequena leitura – um item de cada
vez – antes de dormir. Havia feito o
mesmo com O Livro dos Espíritos e
O Evangelho Segundo o Espiritismo
estava em sua segunda leitura, antes
[email protected]
feita em capítulos corridos, agora
em aberturas aleatórias.
No dia seguinte pela manhã,
Ana Alice pulara cedo da cama
para preparar o café da família,
chamar as crianças e aprontar-se
para o trabalho. O filho mais velho,
como todas as manhãs, enrolava até
o último minuto para levantar-se e
acabava atrasando a saída de todos,
com a displicência da juventude.
Ana percebia que dali a estragar o
seu dia havia pouco, mas buscava
controlar seu nervosismo. Afinal,
os colegas de trabalho não tinham
nada a ver com aquilo e Ana intuía,
em seu íntimo, que a sua tarefa de
resgate da afeição do filho ainda lhe
demandaria muito trabalho nesta
existência, conforme aprendera
em suas leituras sobre a justiça da
reencarnação.
Chegando algo atrasada em
seu trabalho, encontrou em sua
mesa um recadinho da colega em
sua mesa: a chefe desejava lhe falar. Arrepiou-se, conhecendo-lhe
a personalidade áspera e pouco
compreensiva quando se tratava
do horário de trabalho. No trajeto
até a sala da chefe, mentalizou os
bons espíritos em pedido de ajuda,
lembrando que a espiritualidade
responde imediatamente às súplicas daqueles que têm o coração
bem intencionado. Automaticamente, lhe ocorreu pensar que há
mesmo muitas moradas na casa
do Pai e isso refletia exatamente o
quão diferentes são as pessoas, cada
uma com as bagagens espirituais
que adquiriram. Assim, se a chefe
lhe fosse ofensiva como de outras
vezes, entendia que esse era o mundo de valores dela e não poderia
lhe cobrar postura diferente. Mas,
para sua surpresa, ao bater à porta a
chefe a mandou entrar e, olhando-a
algo atravessado, evitou o assunto
do atraso perguntando sobre uma
tarefa de urgência que havia solicitado. Ana Alice respirou aliviada
e apresentou-lhe o trabalho bem
executado. Sabia ela que haveria
de dar à César o que é de César,
portanto, à revelia do mal temperamento da chefe, ela executara o
seu trabalho com primor, afinal o
salário estava na conta no começo
do mês.
Ao chegar em casa no final do
dia, exausta, teve pouco tempo
para esticar as pernas antes de
se lançar ao preparo do jantar da
família. Se conseguisse um salário
melhor, poderia contratar alguém
para lhe ajudar, pensava. Sabia,
contudo, que toda fase passa e a
prova da riqueza talvez lhe fosse
ainda mais pesada, considerando
o temperamento ambicioso do
filho que ela lutava por modificar.
O marido chegara em casa bem
tarde naquele dia, com certo desdém e más companhias espirituais
– novos amigos do bar. Ela não os
via, mas percebia o olhar alterado,
sarcástico e cruel do marido para
com a vida “medíocre e sem diversão” que ela levava. Essa a era
parte mais difícil para seu coração
delicado e romântico: perdoar os
sonhos frustrados, a indiferença e
o egoísmo daquele que lhe prometera a felicidade. Achou por
caridade calar-se, ignorando-lhe
as provocações.
Tomou um banho e foi para a
cama, não sem antes ler um trecho
de O Evangelho Segundo o Espiritismo novamente. E fazendo isso,
não se furtava ao pensamento de
que mais um dia se passou e ela não
conseguira estudar o Espiritismo e
praticar a caridade como a Doutrina pregava. Os mentores espirituais
da família, ao lhe acompanharem
o pensamento, entreolhavam-se,
sorrindo comovidamente... r
Novembro de 2014
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Três datas importantes
em novembro
Nomes que marcaram o Espiritismo no planeta.
Redação
[email protected]
Eurípedes Barsanulfo
Dia 1º de novembro assinala a
desencarnação, em 1918, de Eurípedes Barsanulfo, em Sacramento
(MG). Foi educador, político,
jornalista e médium espírita. Au-
1905 o Grupo Espírita Esperança
e Caridade (no mesmo ano em
que Schutel fundou em Matão
o Centro Espírita Amantes da
Pobreza e o jornal o Clarim). Em
1907 fundou o Colégio Allan Kardec. Foi chamado “O Apóstolo do
Triângulo Mineiro”. Faleceu aos
38 anos, vítima da gripe espanhola.
Amélie Gabrielle Boudet
A data de 23 de novembro de
1795 assinala, por sua vez, o nascimento da esposa do Prof. Rivail,
que mais tarde assumiria o pseudônimo de Allan Kardec, codificador
todidata, adquiriu conhecimentos
de Medicina e Direito, além de
Astronomia, Filosofia, Matemática, Ciências Naturais e Literatura,
mesmo sem ter cursado curso
superior. Tornou-se líder em sua
cidade por seu trabalho no magistério e na imprensa. Seu primeiro
contato com o Espiritismo ocorreu
em 1903, pelo livro Depois da
Morte, de Léon Denis. Fundo em
do Espiritismo. Filha única do
tabelião Julien-Louis Boudet e de
sua esposa, Julie-Louise Seigneat
de Lacombe, era conhecida na intimidade familiar pelo diminutivo
Gaby. Foi professora com diploma
de primeira classe, tendo se formado na primeira Escola Normal
Leiga, de orientação pestalozziana.
Foi poetisa, artista plástica e autora
de três livros. Casou-se com o prof.
Rivail em 9 de fevereiro de 1832 e
colaborou permanentemente com
os estudos do marido, tornando-se
grande incentivadora do trabalho
de Codificação e difusão do Espiritismo, mesmo após o falecimento
de Rivail.
Amalia Domingo Soler
Também em novembro, no
dia 10, em 1835, nascia Amália
Soler. Foi escritora de raro talento,
costureira e grande expoente do
movimento espírita espanhol, pela
sua atuação como divulgadora, podendo ser considerada como uma
autora clássica da literatura espírita.
No Brasil é muito conhecida pelo
seu livro “Memórias do Padre
Germano”, ditado pelo seu guia
espiritual, Padre Germano. Seus
escritos destacam-se pelo estilo
poético e leve. É também caracterizada pelas inúmeras dificuldades
que suportou com força e coragem.
Sua biografia merece ser conhecida,
pelo espírito de luta e perseverança
em uma época de intensas dificuldades e muito preconceito contra a
Doutrina Espírita. É uma referência de dedicação à causa espírita. r
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Novembro de 2014
27ª FEIRAMOR em Bauru
- Data: 8 e 9 de novembro, sábado e domingo;
- Horário: das 10 às 22h (sábado) e das 10 às 21 horas (domingo).
- Perfil: Tradicional e anual
exposição de arte e culinária, com
participação das instituições espíritas da USE Bauru, com intuito
de confraternização, solidariedade
e entretenimento dos bauruenses
e visitantes de outras cidades, com
espaços para comercialização de
artesanatos, alimentação, flores,
livros. Também há cabeleireiro,
palestras e diversão para as crianças.
- Local: CIPS – Consorcio Intermunicipal de Promoção Social
de Bauru e Centro Espírita Chico
Xavier – rua Inconfidência, quadras
1 e 2, em espaço de descontração
e harmonia.
- Comodidade: os visitantes poderão realizar com tranquilidade suas
refeições no local, além de conferir
maravilhosos artigos de artesanatos
(trabalho de voluntários), bordados,
pintados, em crochê, confecções,
bijuterias, pinturas em cerâmicas, em
caixas de madeira, quadros, tapetes
e enfeites de natal, que poderão ser
adquiridos para presentear ou deixar
seus lares ainda mais bonitos.
- Alimentação: área bem preparada para atender todos os
gostos, com cardápio variado e
especial, tanto no sábado, quanto
no domingo, isso sem contar o
espaço infantil.
- Cultura: no sábado, às 18h,
no salão do Centro Espírita
Chico Xavier (anexo ao CIPS),
palestra com o tema SETE PASSOS PARA SEGUIR JESUS, O
MAIS FASCINANTE PROJETO DE VIDA, com Ana Lúcia
Vendramini e participantes do
ESDE. No mesmo local, no domingo, às 9h, haverá o Encontro
Estadual de Assistência e Promoção Social Espírita - APSE,
promovido pela USE Estadual,
com o apoio da Intermunicipal e
Regional Bauru, para o qual estão
sendo convidadas as diretorias
das Sociedades Espíritas de todo
Estado de São Paulo.
- Informação: toda a renda
arrecadada no evento é destinada
às entidades filantrópicas mantidas pelas Casas Espíritas participantes da FEIRAMOR. Venha
confraternizar, saborear delícias
culinárias, conviver e ajudar a quem
precisa! FEIRAMOR é um gesto
do coração. Participe! Informações
adicionais: USE BAURU - (14)
3227-0770. r
Patrocinadores da 27ª FEIRAMOR
TEM TUDO (www.temtudo.com.br); N&A CONDOMÍNIOS; NET DIGIT TELECOM; BLOG
ESPIRITISMO E AFINS (http://espiritismo0e0afins.wordpress.com/); MCL CONSULTORIA –
CONSTR., ENERGIA E TECNOLOGIA – fones: (14) 3206-7973/3208-7973 (mcl@mclbrasil.
com.br); BOA NOVA DISTRIBUIDORA (www.boanova.net); FARMÁCIA CAMÉLIAS (14
3203-2551 – [email protected]); MEIRI CALÇADOS - BAURU (Rua Julio Mesquita
Filho, 5-10; fone 14 3223-1353).
Novembro de 2014
Os Santos e o Espiritismo
Não há qualquer privilégio nas Leis de Deus.
Donizete Pinheiro
S
[email protected]
preceitos cristãos ou praticaram
fatos por ela considerados milagrosos. É, no entanto, uma avaliação de
natureza pessoal, feita pelo próprio
homem, e que por isso pode estar
enganada no tocante aos reais valores do canonizado.
Recordamo-nos de Joana D’Arc,
queimada na Inglaterra em 1431,
como bruxa e herege, após condenada em processo presidido pelo
Bispo de Beauvais, Pierre Cauchon,
fazer o certo, vamos conquistando
paulatinamente a pureza espiritual,
a túnica nupcial a que se refere
Jesus como condição para o ingresso do Reino de Deus. Essa é
uma conclusão compatível com um
Pai justo e bom, que trata todos os
filhos com igualdade, com os mesmos direitos e deveres, deixandolhes os méritos da nobre conquista,
para que possam valorizá-la.
Para nós espíritas, a canonização
é apenas o reconhecimento da Igreja Católica quanto à virtuosidade
de alguns homens, ou mulheres,
que na Terra agiram conforme os
mas reconhecida como santa em
1920, pelo Papa Bento XV.
Variados fatores interferem na
nossa apreciação da conduta do
próximo. O amor, por exemplo,
costuma fazer com que supervalorizemos a pessoa amada,
atribuindo-lhe muitas vezes predicados que não possui, ou pelo
menos não na importância que
damos. Já a antipatia, a inveja
ou o ódio ressaltam todo o lado
negativo da criatura detestada,
passando esta a ser considerada
por nós a pessoa mais abjeta do
mundo, quando é possível que
Foto: http://blog.timesunion.com/
egundo a Doutrina Espírita, todos os espíritos foram
criados iguais, simples e
ignorantes, sem exceções. Nossa
meta é alcançar a plenitude em
sabedoria e amor, ou seja, a angelitude. Para tanto nos são concedidas infinitas oportunidades de
aprendizado, que se apresentam
na espiritualidade ou nas reencarnações. De experiência em experiência, errando para aprender a
seja ela boa e amada por muitas
outras pessoas.
Por outro lado, normalmente
costumamos avaliar as criaturas
por fora; mas o homem não é o
que aparenta ser e, sim, o que de
fato é no seu íntimo, e neste nem
sempre conseguimos penetrar. A
essência do homem é o seu pensamento, e quantos pensamentos
PÁGINA 10
não escondemos de nós mesmos!
Atos caridosos de elevada monta
acabam desconsiderados por Deus
em razão da vaidade oculta, porque
a verdadeira caridade é silenciosa
e desinteressada. E sacrifícios
pessoais em favor do próximo
que aqui passam despercebidos,
são reconhecidos pelo Pai como
manifestações direta do seu amor.
Destarte, somente do outro
lado, no mundo espiritual, na verdadeira vida, onde somos o que
somos, é que se destaca o santo
verdadeiro, aquele que compreendeu a Lei do amor e tem agido
conforme os seus mandamentos. r
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Novembro de 2014
Andamos muito atarefados
A que nos leva tanta correria diária?
Guaraci de Lima Silveira
S
erá este o mal deste início
de século? Sabemos estar
muitos presos a incontáveis tarefas que surgem, e que
indiscriminadamente assumimos.
Quase sempre não vemos o dia
passar e, nas grandes cidades,
cumprir um roteiro diário é coisa
para sábios! Mas, deve ser assim
mesmo? Boa pergunta. Bom
questionamento. A vida corre
rápida demais ou estabelecemos
rotinas desnecessárias?
Necessitamos nos adequar ao
processo da evolução espiritual. A
reencarnação é rápida e se compõem de ciclos. Do nascimento à
fase madura utilizamos cerca de
vinte e cinco anos. Assim, estaremos aptos para o mercado atual e
exigente, após cumpridas as etapas de formação escolar. A vida
profissional vai iniciar de forma
efetiva, provavelmente a partir
desta faixa etária. Nos próximos
trinta e cinco anos há o envolvimento com o trabalho, produção
e realização naquilo que faz. Depois chega-se aos sessenta. Vem
a aposentadoria, se é que já não
estamos aposentados. Uma encarnação corre célere. E nós, será que
Foto: http://www.trabalhando.com
[email protected]
a estamos aproveitando da forma
como nos comprometemos antes
de renascermos?
Bom pensarmos seriamente na
vida espiritual, na sequência dela
após o desenlace físico e nos resultados que virão. O mundo nos atrai.
Cuidemos para não deixarmos ser
traídos por ele. As propostas mundanas ainda estão muito ligadas ao
materialismo, egocentrismo, sensualismo, poder e diversões. Muitas
delas insanas.
Mais um dia de tarefas e Jesus se
dispôs a passar pela aldeia de Betânia, hoje identificada como “Lugar
de Lázaro”. A casa de Marta foi o
local escolhido por Jesus para descansar. Em lá chegando ocorreu o
célebre episódio retratado em Lucas, Cap.. 10 – Vv. 38 a 42. Maria,
a irmã de Marta e Lázaro, ao ver O
Mestre em sua casa, correu e assentou-se a Seus pés, humilde e pronta
a ouvir-lhe as lições. Marta, no
entanto, corria de lá para cá, como
fazemos nós. Deu voz de comando
a Jesus: “Senhor, não te preocupa
que a minha irmã me deixe só com
todo o trabalho? Diz-lhe então que
me venha ajudar”. Sabiamente Jesus respondeu à “atarefada” Marta:
“Marta, Marta, andas preocupada
e aflita com tantas coisas, quando
uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe
será tirada”.
Imaginemos o quadro: Jesus
assentado num banco, Maria a
seus pés ouvindo-O e Marta, em
pé, dando-Lhe ordens. Infelizmente muitos de nós ainda age
como Marta tentando corrigir
Jesus. Poucos se identificam com
a sublime humildade ou com a
soberana inteligência de Maria.
Emmanuel nos diz sermos heróis da inteligência. Por que não
utilizarmos dela para melhor nos
adequarmos aos tempos atuais?
É-nos necessário aproximarmos
do Mestre Maior a fim de captarmos Suas lições. Que o mundo
corra e que corramos nós em direção daquilo que é a nossa melhor
parte: a evolução consciente, a
busca da perfeição, a partir de
uma reformulação de sentimentos
e pensamentos que nos levem ao
entendimento do Evangelho para
praticá-lo em nós, por nós e ao
nosso derredor. O Espiritismo
nos convida, ensina, consola e
conduz. E nós, ainda andamos
muito atarefados? r
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Novembro de 2014
Braço forte!
No mês da bandeira nacional uma lembrança oportuna.
Orson Peter Carrara
U
[email protected]
é de Francisco Manuel da Silva
(1795 – 1865).
Mas a desatenção é mesmo um
problema humano generalizado,
onde todos estamos incluídos, nesta
ou outras situações. Desatenção
com horários e compromissos e
pronúncias equivocadas, opiniões
sem fundamentos ou conhecimento
do assunto, preconceitos e a espontaneidade de nossa gente, até pela
diversidade cultural e extensão de
um país continental, são ocorrências
Isso referindo-nos apenas à pronúncia das palavras. Se adentrarmos à questão da interpretação ou
entendimento de palavras e frases,
a questão se torna ainda mais grave, porque a dificuldade aumenta.
A falta do hábito de leitura, com
mais frequência e mesmo atenção
às palavras, é a principal causa dessa
grande dificuldade de interpretação
de textos.
Isso, porém, não é nada em
comparação com a índole bra-
Parece um detalhe insignificante, mas é preciso prestar atenção
e respeitar o texto original. Até
para educação de nossas crianças
e formação da mentalidade cívica
nacional, estimulada com a beleza
da letra e da própria música, em si.
Como se sabe a letra do hino foi
escrita por Joaquim Osório Duque
Estrada (1870 – 1927) e a música
que acabam se tornando normais,
aceitas e incorporadas no cotidiano.
É comum ouvir-se: “perca total”, quando o correto é “perda
total”, especialmente nos casos
de sinistros com automóveis. Ou
“vou passar daí” quando o correto
é “vou passar aí”. E por aí vai, com
supressão ou acréscimos de letras
ou palavras indevidas ou incorretas.
sileira: bondosa por excelência,
cativante na alegria, acolhedora
e solidária, apesar da exceção dos
que ainda não perceberam a grandeza do país em que nascemos, a
quem devemos imensa gratidão
e participação consciente na vida
cotidiana, e ainda insistem na
corrupção ou nas manipulações
que tantas misérias e tragédias
Foto: http://www.wikipedia.org.br
ma falta de atenção muito
comum durante o canto do
Hino Nacional Brasileiro
é colocar a expressão que usamos
como título da presente abordagem
no plural. Muita gente ainda canta
no referido trecho: “(...) conseguimos conquistar com braço forte
(...)” – que é o correto, diga-se:
no singular –, usando o plural e
cantando com braços fortes, que não
está correto. O correto é no singular
mesmo: com braço forte!
geram. E não me refiro apenas às
tragédias com mortes, mas sim às
tragédias morais que infelicitam a
vida humana.
O fato final, porém, é que o
sentimento de amor à Pátria, os
princípios de civilidade e patriotismo precisam ser semeados no
coração das crianças. E, claro, que
igualmente a pronúncia correta
das palavras, a explicação do significado de palavras e expressões,
pois tudo isso somado vai formando a personalidade, o caráter,
a sensibilidade.
Vivemos essa época de desamor
e de desrespeito à vida porque em
algum momento da história desvalorizamos esses pequenos detalhes
da educação. E agora estamos com
um desafio social imenso, nunca
visto. Retomemos, pois, às origens,
fazendo o melhor ao nosso alcance,
procurando entender a vida e não
nos deixando contaminar pelo
egoísmo, pelo orgulho ou pela vaidade, responsáveis diretos pelo caos
social da atualidade, transmitindo
às crianças que iniciam a própria
vida a alegria de viver, o respeito à
vida, a conduta correta.
E agora, com o Natal e Ano
Novo – quando a solidariedade
fica mais em evidência pela influência do pensamento de Jesus
inspirando as ações humanas –,
mais que as luzes externas que
simbolizam a alegria das confraternizações humanas, iluminando
nossas casas, o comércio e as praças
e prédios de nossas cidades, que a
mesma solidariedade ilumine isso
sim nosso interior humano, nosso
caráter, nossas ações, em favor de
um mundo melhor, para que brilhem efetivamente de dentro para
fora, espalhando a esperança, a
convivência harmoniosa e autêntica solidariedade mútua, únicos
recursos capazes de construir a paz
que tanto se busca.
É o braço forte da decisão de
amar e prosseguir trabalhando
com Jesus! r
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Novembro de 2014
Reflexões em torno da imortalidade
Somos todos espíritos imortais. Não há morte
Lucy Dias Ramos
A
inda não amanheceu e um
turbilhão de pensamentos
assalta minha mente...
Emergem lembranças que eu
supunha apagadas e na solidão
das horas que demoram a passar,
fico pensando como somos frágeis
diante das dores e dos testemunhos
que a vida nos impõe...
Mesmo buscando na compreensão e aceitação das leis divinas o
suporte indispensável para seguir
vivendo, deixamo-nos levar por
sentimentos de intensa saudade
dos entes queridos que partiram
antes de nós...
A resignação e a aceitação dos
desígnios de Deus não nos impedem de sofrer, entretanto nos
ajudam a suportar com mais serenidade as dores da alma.
Refletir sempre em torno da
imortalidade, da sobrevivência
após o decesso físico nos dá segurança e estabilidade emocional
para prosseguirmos lutando e
defendendo nossos ideais com
perspectivas mais seguras em
[email protected]
torno da utilização de nossos
recursos em favor de nosso desenvolvimento moral.
Joanna de Ângelis nos fala
da excelência do sentimento de
amor pela vida que nos leva ao
crescimento espiritual, alargando
nossos horizontes com a harmonização íntima e facilitando
nossa caminhada.
Buscar entender cada vez mais
o sentido da vida, aprimorar o
autoconhecimento e enriquecer
nossos dias com atitudes dignas e
saudáveis que nos levem a realizar
nossos deveres e compromissos
assumidos perante a sociedade e
nosso grupo familiar.
Não esquecer jamais a transitoriedade da vida física evitando
o desespero quando formos chamados ao testemunho perante a
perda de um ente querido, aceitando os desígnios de Deus com
humildade.
Todos estes pensamentos e
lições que a psicologia espírita nos enseja, povoam minha
mente e me faz retomar a direção
correta de minha atitude neste
amanhecer que agora já se faz mais
intenso, diluindo as sombras da
noite e suavizando a saudade dos
que partiram...
Busco na prece o lenitivo para
minha alma...
“Recorda os amores que desencarnaram com ternura e festa no coração.
(...) Ama-os com enternecimento,
recordando-os com carinho, certo de
que eles te ouvem, te veem, participam
de tuas alegrias e dores.
Se os amas, não lhes envies mensagens deprimentes, fazendo tudo
para que te saibam ditoso, a fim de
avançarem e poderem aguardar-te
em paz, reatando os liames, momentaneamente, destruídos.” ( Joanna
de Ângelis, cap. 19 do livro Viver
e amar)
Conforta-nos o coração a certeza da imortalidade...
Enxugamos nossas lágrimas,
sorrimos diante deste novo dia que
surge com promessas de luzes e
encantamento, agradecendo a Deus
a dádiva da vida! r
Novembro de 2014
tos de maneira diferente, mas de
nada adiantava. Cansado e muito
aborrecido por não mais suportar
aquela árvore decidiu, portanto
realizar um plano. Na posse de um
galão de ácido clorídrico, sem que
ninguém pudesse dele suspeitar,
há certa altura da noite, espalhou
consigo – Finalmente, acho que
me livrei desta árvore!
E as semanas se passaram,
quando de repente, relanceando
novamente seu olhar sobre a árvore,
o dentista é colhido por grande susto. Perplexo e admirado, começou
avistar minúsculas e viçosas folhas
finalmente, que a sabedoria e a
força da natureza pelo inexcedível
amor de Deus, são capazes de nos
dar grandes lições de vida, nos
ensinando sempre retribuir o mal
com o bem; segundo o sublime
preceito de Jesus Cristo anunciado
em Mateus capítulo 5 – versículos
de 38 a 42 – “Se alguém vos fere
a face direita, apresente também
a outra”.
Esta é uma história real contada por um amigo, demonstrando
o quanto é imperioso recapitularmos as lições inolvidáveis do
o corrosivo e tóxico produto sobre
as raízes.
Ao passar do tempo, percebia
intrigado, que a árvore permanecia do mesmo jeito, inalterada,
imaginando o que poderia ter
dado de errado. Contrariado
e insatisfeito, sem se dar por
vencido, outra dose de ácido foi
administrada. Após alguns dias,
observando agora mais atentamente a árvore, visíveis sinais já
eram notados; folhas amareladas
começavam a cair e galhos a secar.
Aliviado exclamou intimamente
verdejantes, a despontarem nos
galhos aparentemente mortos; e
flores, ressurgirem em matizes de
belíssimas cores e suave perfume
anunciando a primavera.
Por fim, numa bela manhã,
quando havia esquecido pela segunda vez a porta aberta do consultório, para a sua surpresa notou
que o chão, estava agora todo atapetado de lindas e coloridas flores.
Arrependido e chateado, passou
então a refletir no amoroso gesto e
a forma com que a árvore lhe dera
como resposta, compreendendo
Mestre Querido, considerando
que, como espíritos milenares no
transcurso de nossas existências
múltiplas, muito temos negligenciado e ferido as leis amorosas
e santificadoras. Ninguém pede
angelitude nos desdobrar da noite
para o dia, mas acautelemo-nos na
observância de vigiar e iluminar
nossos próprios passos, compreendendo que a vida sem se limitar
aos nossos caprichos desvairados e
egoísticos, só nos pede um pouco
mais de amor a natureza e aos
nossos semelhantes. r
Lições da Natureza
Uma bela lição vinda de uma árvore.
Marildo Campos Brito
A
lguns anos atrás, um dentista no inicio de sua carreira profissional, para
poder atender os seus primeiros
clientes, precisou alugar uma residência e montar o seu próprio
consultório. Mas, de frente a sala
onde ele atendia, havia uma grande
árvore que lhe causava muito trans-
“
PÁGINA 14
[email protected]
Ninguém pede
angelitude nos desdobrar
da noite para o dia, mas
acautelemo-nos na
observância de vigiar e
iluminar nossos próprios
passos, compreendendo
que a vida sem se limitar
aos nossos caprichos
desvairados e egoísticos,
só nos pede um pouco
mais de amor a natureza
e aos nossos
semelhantes.
torno com folhas, galhos e insetos
que caiam sobre o local. Entretanto,
como a situação era bastante desagradável, decidiu então manter
a porta fechada. Mas percebendo
os dias quentes que fazia e do insuportável calor, não havia como
mantê-la daquela maneira apesar
de todo incomodo.
Certo dia, indo de casa para o
trabalho, se lembrou que na véspera
havia esquecido a porta do consultório aberta, e lá chegando encontrou o chão todo sujo. Daquele dia
em diante, sempre na tentativa de
solucionar ou atenuar o problema,
cadeiras e móveis eram dispos-
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Novembro de 2014
Partir com elegância*
O desafio diante dos doentes terminais.
*Transcrito da revista Reformador, edição de setembro 2014.
E
Richard Simonetti
[email protected]
m 17 de abril de 1955, Albert Einstein (1879-1955),
o grande físico alemão,
foi internado em decorrência
da ruptura de um aneurisma da
aorta abdominal. Anteriormente,
em 1948, já havia sido operado
por ameaça de problema semelhante. Fazia-se necessária
nova cirurgia, com urgência,
complicada e imprevisível, em
face de sua idade, mas Einstein
recusou-se, dizendo: É de mau
gosto f icar prolongando a vida
O leitor perguntará se é possível
ser elegante diante da grande ceifeira, já que as pessoas costumam
agarrar-se com unhas e dentes à
vida física, em bases de daqui não
saio, daqui ninguém me tira.
Terminam por serem literalmente despejadas pela implacável
senhora, que não dá a mínima
para seus apelos, expulsando-as do
corpo, a transformar-se numa casa
em ruínas.
Lamentável essa inútil resistência, já que tudo o que o paciente
Dificuldade para respirar?
Intubação.
Acúmulo de secreção, ameaçando sufocar o paciente?
Traqueostomia.
Não consegue comer?
Alimentação parenteral.
Rins paralisando.
Hemodiálise.
Coração fibrilando?
Eletrochoque.
Isso tudo torturando o paciente
solitário na UTI, ambiente gelado,
fios por todos os lados, tubos gar-
artif icialmente. Eu f iz a minha
parte, é hora de partir e vou fazê-lo
com elegância.
Na manhã do dia seguinte desencarnou, aos setenta e seis anos,
após uma existência dedicada à
ciência, trabalhando sempre, até o
último suspiro.
Interessante e sugestiva a expressão de Einstein: morrer com
elegância.
conseguirá será prolongar a própria agonia.
Melhor, meu caro leitor, soltarse, partir com elegância.
***
Na atualidade, os recursos da
Medicina, extremamente sofisticados, podem prolongar a vida de um
paciente terminal por dias, semanas
e até meses, nas UTI – Unidades
de Terapia Intensiva.
ganta adentro, dores no corpo pela
imobilidade, escaras apontando,
sensação de horror em momentos
de despertar…
Por que tal empenho, por que
essa batalha inglória?
Resposta simples: É para atender ao decantado respeito humano,
que impõe um combate sem tréguas à indesejável senhora, mesmo
sabendo que se está investindo
numa causa perdida, com ônus
emocionais para todos, principalmente para o paciente.
Se é terminal, por que submetê
-lo a torturas inúteis?
A UTI fica bem para pacientes
que podem estar correndo risco
de morte em virtude de acidentes,
enfartos, infecção, ou que precisem
desse tipo de assistência após uma
cirurgia, mas não são terminais.
***
Diante de um paciente idoso,
câncer disseminado, prestes a sofrer
uma falência múltipla dos órgãos,
o médico conversou com a família:
– Se o internarmos na UTI poderemos mantê-lo vivo por algum
tempo, mas em coma induzido,
com toda a parafernália que ali é
utilizada. O que faremos?
A família, acertadamente, optou
por mantê-lo em casa.
Dois dias depois faleceu, amparado pelo carinho e a solicitude de
seus entes queridos.
Veja bem leitor amigo: não
se trata de abreviar a vida de um
paciente, o que seria crime de eutanásia, mas de não segurar artificialmente alguém que está partindo.
Esse procedimento é hoje
admitido pela Medicina, caracterizado como ortotanásia, a morte
sem dor.
Se o paciente é terminal, que
lhe proporcionemos o conforto
necessário, minorando seus padecimentos com medicação apropriada,
mas suspendendo a utilização de
recursos que apenas prolongarão
seus padecimentos.
É algo para pensar, leitor amigo.
Se concorda comigo, será interessante conversar com familiares
sobre o assunto, a fim de que,
quando chegar sua vez de bater as
botas, seus entes queridos superem
o enganoso respeito humano, que
impõe medidas desesperadas que
delongam a libertação da alma.
Assim você poderá retornar ao
mundo espiritual de forma elegante, como Einstein. r
Novembro de 2014
REMETENTE:
Instituto Cairbar Schutel
Caixa postal 2013
15997-970 - Matão-SP
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Agradecimento a Deus
A vida é um poema de beleza,
convite perene à gratidão.
Rogério Coelho
[email protected]
“
(...) A vida é um hino de louvor
a Deus, um poema de beleza,
convite perene à gratidão”. Joanna de Ângelis
Segundo os Benfeitores Espirituais a três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar,
pedir e agradecer... Mas, de maneira
bem generalizada raríssimas criaturas põem-se a orar tão somente
para louvar e agradecer, vez que
– normalmente –, quando lançam
aflitivas preces em direção aos Céus
outra coisa não fazem senão pedir...
Na verdade tantas são as benesses
emanadas do Mundo Maior em
nossa direção, por vontade de Deus,
que se ficássemos agradecendo vinte e
quatro horas por dia ainda estaríamos
em débito para com a Divindade.
Ao contrário do que pode parecer, não estamos exagerando
quando afirmamos que deveríamos agradecer a Deus o tempo
todo; e podemos efetivamente
fazê-lo: a nossa gratidão pode ser
demonstrada através do amor que
se expande de nosso coração e en-
volve a todos à nossa volta. Assim,
podemos permanentemente agradecer a Deus por todo o bem que
Ele nos envia e nos faz, irradiando
ao nosso derredor o mesmo amor
que d `Ele recebemos, fortalecendo
assim a fraternidade, a união e até
mesmo a fé.
Foi o próprio Mestre quem afirmou: “Tudo o que fizerdes a um desses
pequeninos é a mim que o fazeis”.
Assim, todo gesto de beneficência
“
Foi o próprio Mestre
quem afirmou: “Tudo o
que fizerdes a um desses
pequeninos é a mim que
o fazeis”. Assim, todo
gesto de beneficência
que fizermos em favor
dos filhos do calvário é
como se fosse um
agradecimento a Deus e a
Jesus por tudo que
recebemos d`Eles.
que fizermos em favor dos filhos
do calvário é como se fosse um
agradecimento a Deus e a Jesus por
tudo que recebemos d`Eles.
Atentemos nas sábias palavras
de Joanna de Ângelis1, quando a
nobre mentora se refere à gratidão:
“(...) sem que seja necessário se faça
um exame de outros órgãos de nosso corpo físico, basta que a criatura
examine a extraordinária bomba
cardíaca para ter motivos de sobra
de agradecimento a Deus, sentindo-O pulsar na própria intimidade.
Agradecer esse trabalho majestoso
do coração, dia e noite, na alegria
e na dor, no trabalho e no repouso,
no prazer e na tristeza, mantendo
a vida, sem que ao menos, no seu
automatismo desperte a atenção, é
o mínimo que a todos cumpre realizar com alegria e espontaneidade.
Agradece a Deus o coração
maravilhosamente desenhado
e construído para te auxiliar no
processo da evolução, nas etapas
reencarnatórias, e olvida as pequenezes a que te prendes, fomentando
desequilíbrios evitáveis. Agradece,
pois, a Deus, tua vida, teu corpo,
teu ser eterno que marcha vertiginosamente para Ele.
(...) A vida é um hino de louvor ao Pai Celestial, um poema de
beleza, convite perene à gratidão.
Por isso, há somente razões para o
agradecimento e bem poucas necessidades para solicitações. Seja a
tua, a gratidão silenciosa, que opera
no bem, porque este é o estímulo
constante da tua existência.
A fidelidade aos compromissos
nobres, aos quais aderiste, espalhando ondas de otimismo e de
esperança; a atitude paciente e
bondosa ao lado daqueles que se
desequilibraram e sentem-se a
sós; a prece ungida de amor, em
favor dos enfermos, dos inquietos
e dos adversários; a perseverança
nas ações relevantes quando outros
desertaram; o clima mental de fé e
de união com tudo e todos, sejam as
maneiras de expressares gratidão a
Deus e à vida pela honra de estares
consciente da tua existência e presença no Universo.
A tua gratidão seja o amor que
se expande e mimetiza a todos
quantos se acerquem de ti, experimentando a dita de viver”. r
1. FRANCO, Divaldo. Filho de Deus. 4.ed.
Salvador: LEAL, 1995, fragmentos dos
capítulos 29 e 30.