Introdução à filosofia africana

Transcrição

Introdução à filosofia africana
INTRODUÇÃO À FILOSOFIA AFRICANA – A INVISIBILIDADE DE UMA
HISTÓRIA
Luís Thiago Freire Dantas
Doutorando em Filosofia - UFPR
Ementa
A asserção de que a história não teve o seu desenvolvimento no continente
africano consiste em uma ideologia construída no período colonial europeu de
enorme influência na construção mental dos povos ocidentais. Por
consequência, invisibilizou as contribuições científicas e filosóficas do
continente africano para a humanidade.
Com isso, a desconfiança e
resistência para a Filosofia Africana é um fato que encontramos no âmbito
acadêmico de maneira que a proposição de um estudo sobre tal tema fornece
uma dificuldade muito maior em comparação àqueles que tratam de temas
habituais. Na tentativa de atenuar tal dificuldade, o presente minicurso
explicitará alguns tópicos importantes para evidenciar a Filosofia Africana no
interior de uma história filosófica própria. Para isso, autores como Marcien
Towa, Paul Houtondji, Cheikh Anta-Diop, Theophile Obenga, Valentin Y.
Mudimbe, Mogobe Ramose e Achille Mbembe são essenciais para
compreender a consolidação da Filosofia Africana enquanto uma produção
filosófica independente e dialógica com outras tradições.
Tópicos
• Discursos sobre a África
• Filosofia Africana: por que filosofia? Por que africana?
• A etnofilosofia e o pan-africanismo
• Renascença africana: o pensamento depois da colonização
• Independência colonial e procura pela identidade africana
• Ubuntu e o Muntu: a personalidade africana
• Descolonizar a si próprio: novas possibilidades de discurso
• Afrocentricidade: a filosofia na diáspora africana
Referências
APPIAH, Kwame A. Na casa do meu pai: A África na Filosofia da Cultura. São
Paulo: Ed. Contraponto, 2007.
ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricidade: Notas Sobre Uma Posição Disciplinar.
In: NASCIMENTO, Elisa Larkin. Afrocentricidade: Uma Abordagem
Epistemológica Inovadora. São Paulo: Selo Negro Edições, 2009.
CESAIRE, Aimé. Discurso sobre o colonialismo. Lisboa: Sá da Costa
Editora, 1977.
DIOP, Cheikh-Anta. Nations négres et culture: de l'antiquité ncgre égyptienne
aux problcmes culturels de l'Afrique Noire d'aujourd'hui. Paris: Presence
Africaine, 1955.
FANON, Frantz. Os condenados da terra. Juiz de Fora/MG: Ed. UFJF, 2006.
FOE, Nkolo. África em diálogo, África em autoquestionamento: universalismo
ou provincialismo? “Acomodação de Atlanta” ou iniciativa histórica? Educar em
Revista, Editora UFPR, Curitiba, Brasil, n. 47, jan./mar. 2013, p. 175-228.
HOUTONDJI, Paulin. Sur la "philosophie africaine". Paris: Maspéro, 1976.
MBEMBE, Achille. As formas africanas de auto-inscrição. Estudos Afroasiáticos, Ano 23, nº 1, 2001, pp. 171-209.
______. Sair da grande noite: ensaio sobre a África descolonizada. Angola:
Edições Mulemba, 2014.
MUDIMBE, Valentim Y. A invenção da África. Lisboa: Editora Pedago, 2013.
OBENGA, Theophile. La philosophie africaine de la période pharaonique
(2780-330 a. C.), Paris: L’Harmattan, 1990.
RAMOSE, Mogobe. African philosophy through ubuntu. Harare: Mond
Books Publishers, 1999.
_______. Globalização e Ubuntu. In: SANTOS, Boaventura de Sousa,
MENESES, Maria Paula. (Org.). Epistemologias do Sul. Lisboa: Edições
Almedina, 2009.
_______. Sobre a Legitimidade e o Estudo da Filosofia Africana. Ensaios
Filosóficos, v. IV, p. 6-23, out./2011.
SENGHOR, Leopold S. Liberté I: Negritude et humanisme. Paris: Seuil, 1964.
TOWA, Marcien. L’idee d’une philosophie africaine. Yaoundé: Editions Clé,
1979.
_____. Essai sur la problématique philosophique dans l’Afrique actuelle.
Yaoundé: Editions Clé, 2009.
_____. Identité et Transcendance. Paris: L’Harmattan, 2011.

Documentos relacionados