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Quinta-feira, 25 de Setembro de 2014 | Diário | Ano XV | N.º 2842 | € 1.60
Directora Helena Garrido | Directores-adjuntos André Veríssimo | Nuno Carregueiro | Subdirector Celso Filipe
ENTREVISTA
INVESTIMENTO
BOLSA
“Na Águas de Portugal há toda
a vontade de reduzir custos”
Um aditivo chamado Laurel
para metalizar exportações
Apetite pela ES Saúde abre a porta
ao IPO da Mota-Engil África
EMPRESAS 10
IDEIAS E NEGÓCIOS 18 e 19
MERCADOS 24
Empresas só suportam
85% do salário mínimo
Estado assume 15% dos custos totais do aumento de 485 para 505 euros.
Futuros contratos não têm direito ao desconto na taxa social única.
ECONOMIA 20 a 22
Banca
Clientes do Banque
Privée pedem
reembolso
ao Novo Banco
Compraram títulos de
dívida do GES e sentem-se
alvo de “ilegalidades”
EMPRESAS 8
Saúde
ES Saúde diz sim à OPA
da Ángeles e critica
oferta dos Mello
MERCADOS 29
Bolsa
Guerra em fundo
espanhol castiga
cotadas em Lisboa
MERCADOS 30
Automóvel
Couro Azul traça
meta de 50 milhões
para 2014
EMPRESAS 12
Bruno Simão
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António Jaime Martins diz que a Justiça voltou à era do papel. Os balcões de atendimento dos tribunais tornaram-se as mesas de trabalho de muitos advogados.
REPORTAGEM UM DIA NA VIDA DE UM ADVOGADO SEM CITIUS
Advogados perdidos num mundo
de processos amassados
PRIMEIRA LINHA 4 a 7
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P L ATA F O R M A D E T R A D I N G I N V E S T T R A D E R
O SEU OUTRO BANCO
18 QUINTA-FEIRA 25 SET 2014
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EMPRESAS IDEIAS E NEGÓCIOS IN
BETUMES E METALOMECÂNICA
Um aditivo chamado Laurel
para metalizar exportações
Paulo Duarte
BARÓMETRO
TRIPLICAR VENDAS COM MAIS 100 PESSOAS
Dados da evolução da WeedsWest entre 2013 e 2014
Empresa de “trading” e de fornecimento de soluções para pavimentação rodoviária, tendo fechado o último exercício com vendas de 5,3 milhões de euros, a
WeedsWest entrou este ano numa nova era empresarial com a aquisição da metalomecânica Laurel. Passa a exportar para os quatro cantos do mundo, triplica o número de trabalhadores e multiplica quase por três o volume de vendas.
Facturação (milhões de euros)
Peso das exportações
Lucros (milhares de euros)
N.º trabalhadores
* Previsões
2013
2014*
Variação
5,3
14
165%
90%
70%
-20pp
150
300
150%
47
150
103
Fonte: WeedsWest
Hugo Guimarães saiu em 2011 da Probigalp para pedalar a sua própria bicicleta. Criou a WeedsWest e acaba de comprar a Laurel.
Concentrada até
há pouco tempo
na actividade de
“trading” e de
fornecimento de
soluções para
pavimentação
rodoviária, a
WeedsWest acaba
de comprar a
metalomecânica
Laurel. E tudo
mudou. Com
ambição mundial.
RUI NEVES
[email protected]
Em Maio de 2011, a pouco a mais
de quatro meses de completar40
anos, Hugo Guimarães entendeu
que tinha chegado a hora de pedalar a sua própria bicicleta.
Abandonou a Probigalp, onde
aprendeu tudo sobre ligantes betuminosos, e criou aWeedsWest,
especializada na actividade de
“trading” de betumes e aditivos e
no fornecimento de soluções
para pavimentação rodoviária.
A conquista de um primeiro
contrato com aProbigalp, no valor de 1,7 milhões de euros
anuais, foi a alavanca para Guimarães se tornar empresário. À
boleiadaconstrutoraZagope, debutou nas exportações com a
Guiné Equatorial, através de um
negócio de fornecimento de aditivos que valeu 200 mil euros, e
instalou-se em Moçambique.
Em 2012, constituiu, com um
parceiro local, aBetumoc – Betumes de Moçambique, que em-
prega cerca de 40 pessoas e fornece todas as grandes construtoras que operam naregião. “Acarteira de contratos da Betumoc
ronda os 16 milhões de dólares
(12,4 milhões de euros). A facturação da empresa foi de três milhões (2,3 milhões de euros) no
ano passado e deve chegar aos
sete milhões (5,4 milhões de euros) em 2014”, adiantaHugo Guimarães.
Em Angola, factura cerca de
dois milhões de euros no fornecimento de aditivos e equipa-
A WeedsWest
injectou um
milhão de euros
e ficou com 67%
da Laurel.
mentos. Actua neste mercado
com a gigante Trafigura, com a
qual está“aatingiroutras geografias”, como são os casos daMalásia e do Vietname, onde fecharam já este ano contratos no valorglobal de 1,6 milhões de euros.
Está presente nos Camarões e a
entrar na Nigéria, no Congo, na
Mauritânia e na Rússia.
Na sua actividade fundacional, a WeedsWest fechou o último exercício com uma facturação de 5,3 milhões de euros, 90%
dos quais foram gerados nos
mercados externos. Os lucros
rondaram os 150 mil euros. E foi
precisamente no final de 2013
que Hugo Guimarães, que chegou a ser jogador de rugby e praticagolfe, deu o pontapé de saída
paraum novo ciclo de vidadasua
aventura empresarial.
“Em Novembro, comecei a
negociar a aquisição da metalomecânicaLaurel, que eraanossa
principal subcontratada”, relembra o agora dono desta metalomecânicade SantaMariadaFeira. “Nessaaltura, visitei quase todos os seus fornecedores e, seguramente, todos os seus clientes.”
Resultado: “Quer de um lado
querdo outro, haviaum reconhecimento enorme dacapacidade e
do saber da Laurel.”
Apesar da excelência técnica
e do reconhecido “know-how”
dos seus 120 trabalhadores, esta
metalomecânica vivia num tremeste sufoco financeiro. “Tinha
acumulado dois milhões de euros de prejuízos nos últimos dois
anos, não tinham dinheiro para
nada, com a facturação a cair de
6,4 milhões em 2011 para2,9 milhões no ano passado”, sintetiza
Hugo Guimarães.
A WeedsWest assinou então
um contrato de gestão e colocou
como condição a adesão da Laurel ao Processo Especial de Revi-
QUINTA-FEIRA
“
Adquirimos
a Laurel no
âmbito de um
PER. A transacção
foi formalmente
concluída em
Agosto. Dos 120
trabalhadores,
temos 103.
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25 SET 2014
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EMPRESAS
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19
EXPORTAR 70% PARA
OS QUATRO CANTOS DO MUNDO
A WeedsWest “deixou de ser uma
empresa que fazia negócios” para
assumir-se como um “projecto empresarial” com ambição global.
Rota de vendas: Canadá, Venezuela, Malásia, Vietname, Espanha,
Rússia, Arábia Saudita, Angola,
Moçambique, entre outros.
1 GANHA 2,8 MILHÕES
NO CANADÁ E VENEZUELA
No Canadá, a WeedsWest vai fornecer estações
de desmineralização ao grupo AWS – um negócio de 1,5 milhões de euros –, e na Venezuela
uma estação de tratamento de águas à espanhola Ondeo, no valor de 1,3 milhões de euros.
2 30% EM PORTUGAL
E A RÚSSIA NA MIRA
Portugal deverá gerar 30% das vendas da
WeedsWest em 2014. No Alentejo, por exemplo, a empresa está a executar três obras, no
valor de dois milhões de euros. E concorre a
um contrato de 1 milhão de euros na Rússia.
HUGO GUIMARÃES
CEO da WeedsWest Global
Solutions
talização (PER), que viria a
seraprovado. Aaquisição da
empresa foi formalmente
concluída no mês passado.
A compradora, que tinha entretanto injectado
um milhão de euros naLaurel, ficou com 67% do capital da metalomecânica e assumiu um passivo de quatro
milhões de euros, tendo 10
anos para pagar à banca e
cinco aos fornecedores, com
dois anos de carência.
ALaurel estáagoraatrabalhar“a100%” e aconquistar contratos pelo mundo
fora – do Canadá à Malásia,
passando por Marrocos e
Arábia Saudita. Projecção
para 2014: 4,7 milhões de
euros de facturação, metade dos quais no exterior. O
grupo WeedsWest prevê
consolidar este ano vendas
de 14 milhões. I
2
4
1
3 MOÇAMBIQUE, ANGOLA,
MARROCOS, CAMARÕES...
Com filiais em Moçambique (factura 5,4 milhões de euros) e Marrocos (contrato de 700
mil euros), a WeedsWest tem também negócios em Angola, Guiné Equatorial e Camarões.
Novos alvos: Nigéria, Congo e Mauritânia.
5
3
4 RESERVATÓRIOS PARA
A ARÁBIA SAUDITA
A empresa portuguesa fechou este mês um
contrato para o fornecimento de 24 reservatórios de água, em aço inoxidável, para a Arábia
Saudita. Prazo de entrega: final do ano. Valor
do negócio: 500 mil euros.
5 MALÁSIA E VIETNAME
GERAM 1,6 MILHÕES
A WeedsWest vendeu já este ano duas fábricas
(uma de emulsões e outra de betumes modificados) para a Malásia, no valor de 1,2 milhões
de euros, e outra para o Vietname, a ser entregue até final do ano, que vale 400 mil euros.

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