Baixe aqui os Anais do 12º Senafrut

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Baixe aqui os Anais do 12º Senafrut
CAPA
ISSN 0103-0779
Revista Agropecuária Catarinense Vol. 29, Suplemento, ago. 2016
12º Seminário Nacional sobre Fruticultura de Clima Temperado
São Joaquim, SC
14 a 16 de junho de 2016
Anais
(Resumos das palestras e dos pôsteres)
Governo do Estado de Santa Catarina
Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri)
Exemplares desta publicação poderão ser solicitados à:
Epagri/Estação Experimental de São Joaquim
Rua João Araújo Lima, 102, Bairro Jardim Caiçara
Caixa Postal 81
88600-000 São Joaquim, SC
Fone: (49) 3233-8448
E-mail: [email protected]
www.senafrut.com.br
Editado pelo Departamento Estadual de Marketing e Comunicação (DEMC).
Editoração: Paulo Sergio Tagliari
Revisão e padronização: João Batista Leonel Ghizoni
Diagramação: Grafine - Gráfica e Editora Inês
Tiragem: 900 exemplares
Impressão: Grafine - Gráfica e Editora Inês
A responsabilidade do editor limita-se à adequação dos trabalhos às normas editoriais estabelecidas.
O conteúdo dos resumos aqui publicados é de responsabilidade exclusiva dos respectivos autores.
É permitida a reprodução parcial dos resumos desta edição desde que citada a fonte.
Ficha catalográfica
Agropecuária Catarinense – v. 1 (1988) Florianópolis: Empresa Catarinense de
Pesquisa Agropecuária (1988-1991)
Editado pela Epagri (1991- )
Trimestral. A partir de março/2000, a periodicidade passou a ser quadrimestral.
Suplemento especial do 12º Seminário Nacional sobre Fruticultura de Clima
Temperado. São Joaquim, SC, 2016.
1. Agropecuária – Brasil – SC – Periódicos. I. Empresa Catarinense de Pesquisa
Agropecuária, Florianópolis, SC. II. Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, Florianópolis, SC.
REALIZAÇÃO
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri)
Estação Experimental de São Joaquim
PROMOÇÃO
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri)
Prefeitura Municipal de São Joaquim
Associação dos Engenheiros-Agrônomos da Serra Catarinense (Assea)
Governo do Estado de Santa Catarina
Associação dos Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina (Amap)
Embrapa Clima Temperado
Embrapa Uva e Vinho
PATROCÍNIO
Associação Brasileira de Produtores de Maçã (Abpm)
Associação Rural São Joaquim
Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE)
Basf
Bayer
BioGrow
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (Crea-SC)
Cooperativa Agrícola de São Joaquim (Sanjo)
Cresol – São Joaquim
Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc)
Fischer S/A
Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc)
Schio Agropecuária
SC Rural
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado de Santa Catarina (Senar)
Sindicato Rural de São Joaquim
APOIO
Cooperativa Frutas de Ouro
Cooperativa Regional Agropecuária Serrana (Cooperserra)
Maçãs Zanete
Mutua – Caixa de Assistencia dos Profissionais do CREA
Perboni
Serra Frutas
Sindicato dos Engenheiros-Agrônomos de Santa Catarina (Seagro-SC)
COMISSÃO ORGANIZADORA
Marcelo Cruz de Liz – Epagri/EESJ
Cristiano João Arioli – Epagri/EESJ
Zilmar da Silva Souza – Epagri/EESJ
Marlise Nara Ciotta – Epagri/EESJ
João Felippeto – Epagri/EESJ
Alberto Brighenti – Epagri/EESJ
Mateus da Silveira Pasa – Epagri/EESJ
José Masanori Katsurayama – Epagri/EESJ
Emilio Brighenti – Epagri/EESJ
Leonardo Araujo – Epagri/EESJ
José Carlos Gelsleuster – Epagri/EESJ
Sebastião Cordova Pereira – Epagri/EESJ
Názaro Vieira Lima – Epagri/EESJ
Marlon Francisco Couto – Epagri/São Joaquim
José Luiz Petri – Epagri/EECD
Elenice B. Coelho de Almeida – Epagri/São Joaquim
Maria Regina Ribeiro – Epagri/São Joaquim
Rosangela C. Rodrigues Pasetto – Assea
Velocino Bolzani Neto – Secretário de Agricultura de São Joaquim
Gilberto Nava – Embrapa Clima Temperado
César Luis Girardi – Embrapa Uva e Vinho
Maria Adriana Pereira – Epagri/EESJ
Iran Souza Oliveira – Epagri/EESJ
Caroline Nunes Farias - Epagri/São Joaquim
Estela Pereira Campos - Epagri/EESJ
Tatiane Fernandes Coral – Epagri/EESJ
SUMÁRIO
Resumo das Palestras
11
Tendências do Agronegócio no Brasil
Antônio Márcio Buainain
13
Mercado da maçã no Brasil
Ricardo Vanz
18
Agroconnect: monitoramento agrometeorológico para a fruticultura
Wilian da Silva Ricce; Hamilton Justino Vieira; Everton Blainski
25
Mudanças Climáticas e a Fruticultura de clima temperado
Cristina Pandolfo
29
Mecanismo de acción de los fitorreguladores en el raleo de frutales
Thomas Fichet
35
Estratégias para o raleio e alternância de produção da macieira
José Luiz Petri; André Amarildo Sezerino
42
Mechanical thinning
Michael Zoth; Alexandre Pavanello
49
Reguladores de crescimento: importância, perspectivas e utilização
Fernando José Hawerroth; Charle Kramer Borges de Macedo; Fernanda Pelizzari Magrin; José Luiz Petri
50
Boas práticas na pré- e pós-colheita para conservação de maçãs durante a armazenagem
Luiz Carlos Argenta
57
Métodos de prevenção e estratégias e medidas para redução de perdas de frutos em pré e pós colheita
Rosa Maria Valdebenito Sanhueza
67
El muro frutal – Experiencias de mecanización en fruticultura en el Uruguay
Danilo Cabrera; Pablo Rodríguez; Roberto Zeballos
73
Mecanização de pomares de maçãs – A situação no Brasil
João Mena Neto
81
Manejo integrado de la sarna del manzano
Pedro Mondino; Sandra Alaniz
91
Control of Neonectria ditissima infections in New Zealand apple orchards
Monika Walter
94
Estudos epidemiológicos para manejo integrado da mancha foliar de Glomerella
Louise Larissa May De Mio; Natasha A. Hamada; Rafaele R. Moreira; Érica C. Zielinski; Camilla Castellar
97
Moscas-das-frutas na fruticultura de clima temperado: situação atual e perspectivas de controle através do emprego de novas formulações de iscas tóxicas e da captura massal
103
Marcos Botton; Cristiano João Arioli; Ruben Machota Jr.; Marcelo Z. Nunes; Joatan Machado da Rosa
Avanços na polinização dirigida em pomares de fruteiras de clima temperado
André Amarildo Sezerino; José Luiz Petri
109
Estratégias para aumentar a produtividade de pereiras
Mateus da Silveira Pasa; Carina Pereira da Silva; Alberto Fontanella Brighenti; Marlise Nara Ciotta
115
New training systems for vigour control and mechanical cultivation
Alberto Dorigoni
121
Qualidade dos frutos de macieiras cobertas com tela antigranizo
Cassandro Vidal Talamini do Amarante; Aquidauana Miqueloto; Milton César Coldebella; João Cláudio
Vilvert; Mayara Cristiana Stanger; Cristiano André Steffens
128
Manejo e condução da ameixeira
André Luiz Kulkamp de Souza
134
Vitivinicultura de altitude – realidade e perspectivas
Alberto Fontanella Brighenti; Emilio Brighenti; Mateus da Silveira Pasa
140
Resumos dos pôsteres
147
APRESENTAÇÃO
É com muita honra e satisfação que a comissão organizadora do 12° Senafrut, através da Empresa de
Pesquisa e Extensão de Santa Catarina (Epagri), em parceria com a Prefeitura Municipal de São Joaquim, Associação dos Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina (Amap), Governo do Estado através da Secretaria
da Agricultura e Pesca e Agência de Desenvolvimento Regional (SAR e ADR), Associação dos Engenheiros-Agrônomos da Serra Catarinense (Assea) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), promove a
edição desta publicação, em forma de Suplemento Especial da Revista Agropecuária Catarinense, descrevendo
as palestras e os resumos dos trabalhos científicos constantes desse evento, contribuindo como material de
consulta e conhecimento para a fruticultura de clima temperado de Santa Catarina e do Brasil.
Devido à importância da fruticultura de clima temperado para o estado de Santa Catarina e para o Sul do
Brasil, nosso objetivo é contribuir com as demandas e a atualização técnica de todos os segmentos envolvidos
na fruticultura. Essa atualização se dá pela transferência de conhecimentos e da inovação tecnológica proporcionados pela pesquisa, pela troca de experiências e por intercâmbios entre pesquisadores, professores,
técnicos, fruticultores e entidades públicas e privadas de pesquisa e extensão tanto em nível mundial como
nacional e estadual.
A fruticultura de clima temperado, por sua importância econômica e social como geradora de emprego e
renda e melhor qualidade de vida no meio rural e urbano com grandes negócios em pequenas áreas, é fundamental para regiões com menores índices de desenvolvimento. O evento abordará importantes temas da
atualidade, como mercado da maçã, mudanças climáticas, uso dos fitorreguladores na fruticultura, doenças e
pragas como cancro europeu das pomáceas e mosca-das-frutas, mecanização de pomares, armazenamento de
frutos, manejo de plantas, cobertura de pomares entre outros, de forma que o setor produtivo e os fruticultores incorporem nos seus processos novas tecnologias, conceitos e inovações tornando-se mais competitivos,
conscientes e profissionais no seu negócio frutícola.
Marcelo Cruz de Liz
Presidente da Comissão Organizadora
RESUMOS
DAS
PALESTRAS
11
Tendências do Agronegócio no Brasil
Antônio Márcio Buainain¹
Introdução
Falar em tendência no momento em o País está imerso num quadro de incerteza quase radical é uma temeridade e uma façanha, que só mesmo os economistas conseguem realizar. Em parte, porque capitalizam os
poucos acertos, ganham até certa notoriedade e muitos passam a acreditar que têm mesmo instrumentos para
traçar cenários e tendências para o futuro. A maioria dos exercícios não faz mais do que projetar o passado
para o futuro, ajustando algumas variáveis para simular diferentes cenários e desdobramentos, jogando com
hipóteses de taxas de crescimento maiores ou menores e mudanças suaves nas preferências dos consumidores
e atitudes da sociedade.
Nós, economistas, esquecemo-nos que a Ciência Econômica de hoje nasceu como Economia Política, e que
a transformação da Economia em Ciência só é possível nos livros. Mas isso não impede que a dimensão política continue afetando a realidade e “contaminando” e “distorcendo” a ciência, que, justamente por ignorar a
Política, entende cada vez menos do que se passa na realidade.
Esquecemo-nos, também, que a incerteza é elemento essencial da vida econômica real e que, por isso mesmo, nenhum modelo probabilístico pode, de fato, antecipar o futuro, o que equivaleria, no plano da filosofia,
a eliminá-lo e transformá-lo em mera reprodução enfadonha do passado e do presente. Vivemos num mundo
de informações imperfeitas, o que nos impõe aceitar limitações para pensar a realidade, e a racionalidade limitada nos leva a assumir estabilidades que a realidade insiste em negar. Por fim, reconhecemos a importância
das inovações, sua natureza destrutiva e criadora, que provocam transformações radicais na economia e na
sociedade, mas quando projetamos tendências em geral, esquecemos ou subestimamos os efeitos que inovações podem ter, e de fato têm, sobre o futuro que desenhamos. Por tudo isso, em que pese a presença de um
conjunto de fatores favoráveis ao desenvolvimento do agronegócio, considero temerário traçar tendências e
falar com desenvoltura sobre o futuro. Prefiro falar sobre o que já está acontecendo, e deixar a especulação
sobre as tendências para cada leitor.
O dinamismo do agronegócio brasileiro no período recente
No período recente, o agronegócio – grosso modo, o conjunto de atividades que estão direta e indiretamente vinculados à produção agropecuária – destacou-se como um dos poucos eixos dinâmicos da agricultura
brasileira. A percepção de boom ou crise é sempre muito influenciada pelo que está ocorrendo em alguns
subsetores, ora grãos, ora carnes, ora bioenergia, ora frutas, ora café, mas de forma geral é inquestionável a
constatação de que a agricultura brasileira vem de fato contribuindo para gerar divisas – que continuam escassas e que são estratégicas para a estabilidade macroeconômica –, ocupação, renda e riqueza, e também para
dinamizar economias locais que não teriam outra atividade alternativa fora da agropecuária, tanto nas regiões
de fronteira como em áreas do interior de muitos estados.
¹Graduado em Economia e Direito, Doutorado em Economia, Professor do Instituto de Economia da Universidade de
Campinas, Cidade Universitária Zeferino Vaz, Rua Pitágoras, 353, 13083-857 Campinas, SP, Fone: (19) 98189-3054, e-mail:
[email protected].
13
O crescimento da agricultura e o dinamismo do agronegócio estão associados a um conjunto de fatores, alguns de natureza estrutural e outros mais conjunturais. O pano de fundo é composto pelas reformas dos anos
90, catalisadas pelo Plano Real, que criaram condições para a expansão dos mercados doméstico e externo,
para a recomposição do crédito rural, a maturação de instrumentos alternativos de financiamento e também
para a atuação do Estado, cuja capacidade de intervenção estava gravemente comprometida pela crise do
endividamento externo, instabilidade monetária e inflação. No período mais recente, muitos segmentos puderam contar com a exuberância provocada principalmente pela entrada da China no mercado internacional,
como grande importador de alguns alimentos, materializada no boom das commodities transacionadas a preços quase estratosféricos durante vários anos sucessivos.
Dois fatores foram fundamentais para explicar o sucesso do agronegócio brasileiro: a disponibilidade de
tecnologia e, principalmente, a capacidade empreendedora e de inovação de parte do agricultor brasileiro.
Sem dúvida nenhuma, considero este último fator (a capacidade empreendedora do agricultor brasileiro), o
mais importante, já que, em última análise, os empreendedores são os responsáveis pela transformação de
oportunidades em negócios e de tecnologia disponíveis nas prateleiras em inovação. E se ex post o êxito parece
fácil, a verdade é que a análise dos últimos 25 anos revela que o contexto nem sempre foi favorável, que os
agricultores enfrentaram conjunturas econômicas e políticas ruins, instabilidades nos mercados doméstico e
internacional, flutuações acentuadas da taxa de câmbio e mudanças de prioridades das políticas públicas, sem
mencionar as deficiências sistêmicas que reduzem as vantagens geradas dentro da porteira a ponto de comprometer, para muitos, a competividade.
De todos os modos, é inegável que a expansão do agronegócio brasileiro no período recente contou com
condições especiais que não podem ser ignoradas. Disponibilidade de terras aptas para a agricultura, ainda
relativamente baratas, cujo processo de ocupação pelos farmers brasileiros havia se acentuado a partir da
década de 70; disponibilidade de financiamento público, em particular durante as décadas de 70 e 80, período
de formação da nova fronteira; disponibilidade de tecnologia, em parte decorrente dos investimentos feitos
a partir da década de 70 em P&D para a agricultura, em uma ampla rede de instituições, inclusive empresas
privadas, catalisados na e pela Embrapa; renegociação das dívidas dos agricultores, na segunda metade da década de 1990 e nos primeiros anos do século 21; conjunturas de mercado favoráveis (intercaladas com outras
não tão boas) e um pouco de “fortuna” que jogou a favor dos agricultores e do agronegócio em geral.
Independentemente do maior ou menor acerto dessa lista de fatores, a questão central que se coloca é simples: num mundo e numa sociedade dominados pela inovação, o sucesso do passado deve ser celebrado, mas
não é nenhuma garantia de sucesso no futuro. Pode-se e deve-se celebrá-lo, sempre com cautela para evitar a
ressaca que atrapalharia o trabalho no dia seguinte, ininterrupto e necessário para assegurar a continuidade do
sucesso. O que se coloca hoje é se o Brasil tem condições para assegurar o sucesso do agronegócio no período
recente.
“Nova” institucionalidade e exigências condicionam as tendências para o
agronegócio
As análises das perspectivas e tendências para o agronegócio brasileiro são otimistas e colocam o Brasil
como futuro celeiro do mundo. Não faltam razões para o otimismo. A população mundial continuará crescendo, e com ela a demanda (e a necessidade) de alimentos, para ficar apenas em um subgrupo da produção agropecuária. Como a demanda crescerá mais em países que não têm autossuficiência alimentar, as oportunidades
no mercado mundial crescerão, e o Brasil tem excelentes condições para aproveitar essa brecha alimentar e
expandir a produção agropecuária para atender o crescimento da demanda global de alimentos.
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Potencial o país tem, mas potencial exprime uma possibilidade, uma capacidade virtual de desenvolvimento
que, para se realizar, precisa superar alguns obstáculos, saber ler os sinais dos mercados – cada vez mais complexos – e responder com flexibilidade, agilidade e eficiência.
Sem pretender questionar o otimismo, é preciso fazer a lição de casa, e as tarefas não são pequenas, pois
vão desde a superação do deficit de infraestrutura, tanto fora como dentro da porteira, até as articulações público-privadas e privado-privadas para melhorar a coordenação das cadeias de valor do agronegócio brasileiro.
Pinço do artigo de minha autoria Alguns condicionantes do novo padrão de acumulação da agricultura brasileira, publicado no livro O Mundo Rural no Brasil do Século XXI: a formação de um novo padrão agrário e agrícola,
editado por dois professores do Instituto de Economia da Unicamp, Antônio Buainain e José Maria da Silveira,
e dois pesquisadores da Embrapa, Eliseu Alves e Zander Navarro, alguns elementos que formam a tendência e
que, apesar de não serem necessariamente novidade, ainda nos parecem relevantes. O texto está disponível
em https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/994073/o-mundo-rural-no-brasil-do-seculo-21-a-formacao-de-um-novo-padrao-agrario-e-agricola.
A agricultura sob as rédeas de novas regras
A agricultura está se desenvolvendo num ambiente mais liberal, no sentido de contar com mercados mais
abertos, mas ao mesmo tempo profundamente regulados. Convenções, tratados internacionais e leis domésticas cobrem praticamente todos os aspectos dos processos de produção de riqueza, desde o ambiente até as
relações de trabalho. O rigor na aplicação das regras é crescente e o será ainda mais no futuro. De um lado,
porque os acordos estão embutindo mecanismos mais eficazes para fazer cumprir (enforcement), e de outro
porque muitas dessas regras correspondem a reivindicações e pontos de vista da própria sociedade, que hoje
conta com meios para vigiar, pressionar, premiar e punir os agentes econômicos e o Estado para que as observem. No contexto atual, a efetividade decorre do controle social, e não apenas do Estado, como sempre foi no
passado, e os riscos e custos da transgressão das regras é alto e crescente.
É preciso considerar que muitas dessas regras já foram (ou estão em processo de ser) internalizadas pelo
processo de concorrência e que, por isso mesmo, as sanções pelo desrespeito vêm do próprio mercado, que
rebaixa os preços dos produtos e serviços que não correspondem ao padrão, ou até mesmo recusam transações que os envolvem. Também é preciso considerar que vai se tornando cada vez mais difícil competir e se
manter nos mercados relevantes sem adotar as mudanças tecnológicas e organizacionais que quase sempre
são necessárias para se adequar ao conjunto de regras que pautam a produção agropecuária. Tais mudanças,
por sua vez, requerem recursos e capacitações que não estão ao alcance de todos os produtores e implicam
forte seletividade dos que se manterão no mercado.
Seguridade e segurança dos alimentos
Esse binômio, de certa forma, sintetiza parte relevante da institucionalidade que hoje já condiciona a dinâmica do agronegócio e, ao mesmo tempo, revela tendências do consumo, que têm impacto direto sobre o
funcionamento atual e futuro das cadeias de valor do agronegócio. O primeiro ponto a considerar é a crescente
complexificação e segmentação dos mercados agropecuários, cada um com exigências próprias que perpassam toda a cadeia: feiras, supermercados, donas de casa, restaurantes industriais, alimentação hospitalar, consumidores religiosos e com hábitos específicos.
O segundo ponto é que os mercados hoje são mais exigentes do que no passado, e o nível de exigência é
crescente. Exigem, sobretudo, qualidade, em sentido bem abrangente. A dicotomia qualidade versus preço vai
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aos poucos se esvaindo, e o patamar mínimo de qualidade é já elevado, e tende a melhorar. Atributos de seguridade e qualidade dos alimentos, até há pouco utilizados como traços diferenciadores no processo de concorrência, tendem a se transformar em exigências basilares para participar do mercado. A ausência de alguns dos
atributos, se permitida pela legislação vigente – também cada vez mais rigorosa –, pode ser aceita, mas tem
caráter punitivo e desvaloriza o produto/serviço.
Ainda assim, muitos dos atributos dos produtos e do processo de produção, como cor, tamanho, sabor, durabilidade, processo produtivo, conveniência para comercialização e processamento, origem, sazonalidade etc.,
ganharam status diferenciado nos mercados contemporâneos e abrem possibilidades de inovação e agregação
de valor para toda a cadeia, e não apenas para agroindústria e comerciantes, como em geral se imagina. Aproveitar essas oportunidades também exige mudanças tecnológicas e organizacionais, que têm forte e imediato
impacto sobre os produtores e afetam a competitividade dos grupos de forma diferenciada. Tamanho, escala
produtiva, capacidade de gestão, localização do estabelecimento, acesso aos serviços públicos, como energia e
transporte, e aos serviços financeiros, jogam papéis que podem ser determinantes na dinâmica produtiva, na
competitividade e nas perspectivas dos produtores. Como se inserir em cadeias que exigem conservação a frio
em áreas com fornecimento de energia irregular? Como distribuir produtos perecíveis, com entregas diárias,
sem contar com uma rede de estradas vicinais transitáveis durante todo o ano?
Não há dúvidas de que o marco institucional e as exigências dos consumidores atuam como forte condicionante dos padrões produtivos da agricultura contemporânea e, portanto, das tendências e perspectivas
do agronegócio brasileiro. No caso das frutas, o peso dos atributos vinculados à qualidade e à seguridade dos
alimentos é ainda maior, e a perspectiva não está dada apenas pela capacidade de produzir mais barato que
os concorrentes, mas sim pela capacidade de atender as exigências crescentes dos mercados em termos de
qualidade, prazos, confiabilidade etc., como custos controlados.
Internalizando a dimensão ambiental e a responsabilidade social
Historicamente, a agricultura brasileira cresceu à custa do meio ambiente. O crescimento recente, ainda
que baseado fundamente na elevação da produtividade total dos fatores, continuou exigindo muito do meio
ambiente. Esse caminho está se fechando, e a sustentabilidade, em sentido abrangente, vem sendo internalizada como valor geral, semelhante ao que tem a democracia para os países democráticos. Não é diferente
na agricultura, cujo crescimento deverá estar em harmonia com a preservação e até a recuperação do meio
ambiente. Mais ainda, a agricultura está sendo chamada a cumprir um novo papel, de produtora de natureza
e meio ambiente, redimindo-se da contribuição que deu, no passado, à destruição.
Cada vez mais a produção agropecuária deverá respeitar atributos de qualidade, respeito ambiental e responsabilidade social. Não se trata apenas de um dever, no sentido moral, valor pouco respeitado nos mercados, mas de um dever no sentido de condição para participar dos mercados. Assim, cada vez mais os produtos
agroalimentares devem assegurar a comprovação e a confiança do mercado por meio de sistemas estruturados
e formalizados, que propiciem os procedimentos de avaliação da conformidade, de identificação da origem e a
rastreabilidade de processos produtivos adotados.
Esse contexto exige controles mais rigorosos de todo o processo produtivo para assegurar o enquadramento
às crescentes exigências dos mercados e da sociedade. A agricultura de hoje, e mais ainda a de amanhã, exige
produção com qualidade, segurança, sustentabilidade e eficiência, equação que só tem solução com inovações
cada vez mais moldadas pelos mesmos condicionantes gerais necessários para assegurar o desenvolvimento
sustentável. Gestão é um fator estratégico para permitir o atendimento a esse conjunto de exigências e pressões e para transformar oportunidades em negócios.
16
Disponibilidade e condições de trabalho: uma agricultura sem agricultor e uma
vaca programável?
Tradicionalmente, a agricultura brasileira contou com oferta de mão de obra abundante, barata e não remunerada (nas unidades familiares). Apenas recentemente o trabalhador rural passou a contar com a proteção da
legislação trabalhista, e só ainda mais recentemente é que as condições de trabalho no campo começaram de
fato a melhorar. Cada vez mais o processo de trabalho deverá estar em linha com as leis trabalhistas e as regras
do trabalho decente. Isso, por si só, impõe mudanças que, aos poucos, vão se tornando padrão.
Mas a principal mudança decorre da escassez de trabalho, em praticamente todos os segmentos e em todas
as regiões. A agricultura familiar, tradicionalmente intensiva em trabalho não remunerado da família, talvez
seja a que mais vem sofrendo com essa mudança. Os jovens simplesmente não querem mais ficar no campo e
muito menos trabalhar na agricultura. Conversa recente com um jovem no sul do país ilustra o dilema. Perguntado sobre seu sonho, o jovem agricultor respondeu: “uma vaca que eu possa desligar na sexta à tarde e religar
na segunda cedo, ao voltar da cidade”.
A escassez de mão de obra tem reflexos diretos na dinâmica dos sistemas produtivos, induzindo à intensificação de capital e a inovações que reduzem a demanda de mão de obra. Isso representa um desafio relevante,
em particular para os pequenos produtores: elevar a produtividade de mão de obra sem perder a vantagem
competitiva que tradicionalmente se assentava na disponibilidade e no baixo custo da mão de obra familiar.
Algumas considerações para encerrar
A agricultura de hoje e do futuro é condicionada por fatores distintos daqueles que marcaram o crescimento extensivo do passado, e mesmo o sucesso nos anos mais recentes. As regras hoje impõem restrições mais
severas ao uso da tecnologia, que deve atender a muitas exigências, enquanto no passado só precisava reduzir
o custo, aumentar o rendimento e a rentabilidade. A inovação é mais complexa, custosa e exige maior capacitação dos agricultores.
O padrão que vai se impondo não chega a definir uma tendência, mas sem nenhuma dúvida reduz o espaço dos produtores que não têm condições de elevar a produtividade total dos fatores e de acompanhar e
atender as crescentes exigências dos mercados. E nesse sentido é seletiva e pode reforçar o caráter dual que
vem caracterizando a agricultura brasileira, assim como acentuar as desigualdades que marcam o universo de
produtores.
17
Mercado da maçã no Brasil
Ricardo Vanz
Produção mundial de maçã
A produção mundial de maçã tem uma concentração muito grande caracterizada por um grande produtor,
a China, e vários produtores menores, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO, 2015).
Na América do Sul os principais produtores são, nesta ordem: Chile, Argentina e Brasil, colocando o Brasil na
a
12 posição no ranking mundial de produtores, segundo a FAO.
Tabela I
Produção mundial de maçã – 2000-2013 (t)
18
Produção de maçã no Brasil
A produção de maçã (Malus domestica Borkh) em escala comercial no Brasil teve início na década de 70, e
nesse curto período sua importância aumentou consideravelmente. A maçã nacional se tornou realidade na
década de 90 e substituiu grande parte das importações nacionais da fruta. Em 1975 foram colhidas no Brasil
cerca de 5 mil toneladas. Já no ano de 2015 foi verificada uma produção de 1,14 milhão de toneladas em uma
área total de 36,31 mil hectares (IBGE, 2015).
Essa elevação também evidencia o aumento da eficiência da produção nacional, ocasionada pela introdução
de novas tecnologias e melhores práticas agrícolas. Essa eficiência pode ser medida com o indicador de produtividade, que passou de 5 para 35 toneladas por hectare, um ganho de 600%.
Tabela II
Maçã – Produção brasileira (t)
19
Fonte: ABPM.
Capacidade de armazenagem
A estocagem de maçãs em câmaras frias é de extrema importância para garantir o abastecimento ao longo
de todo o ano. Hoje, a capacidade de armazenagem para maçã já está adequada para a produção do País. Há
uma capacidade de armazenar 923.341 toneladas, aproximadamente 75% da produção nacional. Entretanto,
a distribuição regional pode não estar adequada. Temos uma concentração na região de Fraiburgo e pouco na
região de São Joaquim, por exemplo.
Tabela III
Capacidade das câmaras frias (t)
Fonte: ABPM
Embaladores
Atualmente, o Brasil conta com 229 unidades de packing house (casa de embalagem) (ABPM, 2013).
Tabela IV
Número de packing houses por estado
20
O consumo de maçã
O mercado internacional de frutas frescas se encontra em período favorável devido ao crescimento do
consumo, capitaneado principalmente pelas nações desenvolvidas. A sofisticação do hábito alimentar desses
países faz com que produtos como frutas e vegetais aumentem sua participação no cardápio familiar. Frutas
em geral são produtos que apresentam alta elasticidade/renda da demanda. Isso significa que seu consumo
será maior em países com elevada renda per capita.
A fim de confirmar esse dado, foi analisado o consumo aparente per capita do brasileiro. O resultado obtido
é que no Brasil a média do consumo de maçã entre 1995 e 2012 é de 5,6kg/hab/ano.
Figura I – Média de consumo de maçã no Brasil entre 1995 e 2012
O consumo aparente é calculado pela soma da produção total de maçã do País com a quantidade importada, subtraindo as exportações. Trata-se, portanto, de uma aproximação, pois desconsidera-se a formação de
estoques, o desperdício, e a exportação da fruta processada.
Consumidor
Figura II – Novo posicionamento dos consumidores
21
O mercado da maçã
O que o mercado quer:
Figura III – O que o mercado quer
O que o produtor busca:
Figura IV – O que o produtor quer
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Evolução do preço
Na figura abaixo podemos visualizar a evolução de preço de venda de diversos agentes na cadeia produtiva
da maçã. Por fim, a evolução do custo de uma caixa de 18kg FOB Packing House, demonstrando a estreita margem de rentabilidade dividida entre o embalador e o produtor de maçã.
Figura V – Preço de venda nominal FOB caixa de maçã de 18kg
Sistemas de comercialização
Itália
Atualmente, o mercado europeu reconhece na Itália o mais conceituado fornecedor de maçãs do continente. O elevadíssimo nível de qualidade e a organização comercial e promocional representam as premissas da
conquista daquele status pela maçã italiana. Tal esforço trouxe, como contrapartida inevitável, o incremento
dos preços da maçã para os produtores da “Velha Bota”. E, verdade seja dita, o modelo de união adotado pelos
produtores de maçã no norte da Itália foi condição sine qua non para a construção e consolidação das citadas
premissas. O setor passava por uma crise muito forte, e o governo Italiano, para salvar o setor, incentivou a
criação de cooperativa de produtores, subsidiando câmaras frias e máquinas e renegociando dívidas, apenas
para cooperativas ou produtores cooperados. Com isso, praticamente todos os produtores se organizaram em
pequenas cooperativas que, por sua vez, criaram as cooperativas das cooperativas. São exemplos:
MELINDA – formada por 16 cooperativas, integradas por 5.058 produtores de maçã, que cultivam uma área
de 6.531ha;
LA TRENTINA – formada por cinco cooperativas, que congregam 1.013 produtores, representando uma área
de cultivo de 1.668ha.
Essas duas grandes cooperativas italianas é que definem o preço de venda no mercado Italiano.
Temos contato com duas associações da Itália:
a) ASSOMELA – Associação Italiana de Produtores de Maçã; e
b) APOT – Associação dos Produtores Hortifrutícolas Trentinos.
23
Juntas, essas organizações congregam consórcios cooperativos formados por dúzias de cooperativas, cerca
de 14.700 produtores, numa área cultivada de 24.255 hectares. Seu faturamento atingiu a impressionante cifra
de 1,1 bilhão de euros. Podemos aprender muito com a experiência italiana.
Estados Unidos
Por volta do ano 2000, o setor de maçã nos Estados Unidos estava passando por uma grave crise. Produtores, embaladores, instituições financeiras e o governo estavam buscando uma solução. A solução encontrada
foi que o governo se comprometeu a subsidiar parte dos juros e injetou um grande valor no setor. Todavia,
empresas/produtores que se apresentaram como deficitários improdutivos foram vendidos ou incorporados,
viabilizando outras empresas. Com essa ação, foi reduzida a quantidade de agentes na cadeia, seja produtores, seja embaladores. A medida proporcionou um reequilíbrio entre embaladores e distribuidores de maçã e,
como consequência, a elevação dos preços e a sustentabilidade do setor produtivo.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE MAÇÃ – ABPM. Dados estatísticos fornecidos por e-mail: abpm@
abpm.org.br. Março de 2016.
CENTRO DE INTELIGÊNCIA EM MERCADOS – CIM. A cadeia produtiva de maçã e as relações existentes. Universidade Federal de Lavras. 28 de outubro de 2013.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION – FAO. FAO Stat. Apple production. Disponível em: <http://faostat.
fao.org/site/339/default.aspx>. Acesso em: mar. 2016.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA), Agricultura. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/agric/default.asp?z=t&o=11&i=P>.
24
Agroconnect: monitoramento agrometeorológico
para a fruticultura
Wilian da Silva Ricce² , Hamilton Justino Vieira³ , Everton Blainski⁴
A agricultura é uma das atividades econômicas mais dependentes das condições meteorológicas. Essas condições afetam os processos metabólicos das plantas diretamente relacionados à produção vegetal, e também
as relações das plantas com insetos, fungos e bactérias, favorecendo ou não a ocorrência de pragas e doenças.
Também, as práticas de manejo, como preparo do solo, semeadura, adubação, irrigação, pulverizações e colheita, dependem de condições climáticas e do teor de água no solo para a execução.
O uso de informações meteorológicas e climáticas é fundamental para que a agricultura se torne uma atividade rentável e menos impactante ao meio ambiente. Nesse contexto, a agrometeorologia, ciência interdisciplinar que estuda a influência do tempo e do clima na produção de alimentos, fibras e energia assume papel
estratégico no entendimento e na solução dos problemas enfrentados pela agricultura.
Na atualidade existe a preocupação crescente com o aumento da população mundial e com a degradação
dos recursos naturais, tudo isso associado ao surgimento e aumento da incidência de pragas, doenças e plantas
daninhas resistentes e ao consumo exagerado de fertilizantes e agroquímicos. Esse cenário tem exigido maiores esforços no desenvolvimento de estratégias e práticas do uso do solo a partir do melhor entendimento das
relações entre a agricultura e o clima.
Com o monitoramento do tempo e clima e cálculos de probabilidade de riscos de intempéries, pode-se ainda delimitar áreas e épocas para o cultivo de determinadas culturas, aumentando a probabilidade de sucesso
dos empreendimentos agropecuários (zoneamento agroclimático). A partir do monitoramento das variáveis
meteorológicas, pode-se também identificar anomalias e favorabilidade à ocorrência de pragas e doenças com
potencial de geração de perdas nas atividades agrícolas.
Entre os desafios para aumentar a eficiência da produção agropecuária estão o conhecimento da fisiologia
dos cultivos e sua relação com o tempo e clima e o monitoramento das variáveis climáticas para a caracterização de áreas aptas à agropecuária e as possíveis intempéries a que essas culturas podem ser expostas durante
seu ciclo de desenvolvimento. O monitoramento meteorológico associado ao acompanhamento de pragas e
doenças nas lavouras possibilita o planejamento e o uso eficiente de defensivos agrícolas. Nesse sentido, o desenvolvimento de ferramentas que auxiliem o planejamento e o processo de tomadas de decisão que resultem
em menores impactos ambientais e no aumento da resiliência da agricultura tem sido um dos objetivos das
instituições governamentais ligadas à agricultura, ao ambiente e aos recursos naturais.
As estações de avisos fitossanitários surgiram na França, na cidade de Cadillac, em 1898, quando dois fitopatologistas, pesquisando o míldio da videira, registraram a época do ano mais propícia e as condições climáticas
mais favoráveis para o aparecimento da doença.
Com base nesses dados, alertavam os produtores para o momento mais adequado de controle e pulverização dos parreirais (BESSON, 1985).
Em Santa Catarina, a implantação de um sistema de avisos fitossanitários para a sarna da macieira (Venturia
inaequalis) e o monitoramento de mosca-das-frutas (Anastrepha fraterculus) iniciaram em 1982 nos municípios de Fraiburgo e São Joaquim. Em 1988 a condução das estações de avisos em Santa Catarina passou a ser
da Empasc (atualmente Epagri) por meio de um convênio firmado com o Ministério da Agricultura. Atualmen-
²Engenheiro-agrônomo, Dr. (Agronomia), Epagri/Ciram, fone: (48) 3665-5150, e-mail: [email protected].
³Engenheiro-agrônomo, Dr. (Fitotecnia), Epagri/Ciram, fone: (48) 3665-5148, e-mail: [email protected].
⁴Engenheiro-agrônomo, Dr. (Solos), Epagri/Ciram, fone: (48) 3665-5144, e-mail: [email protected].
25
te, a Epagri e a Cidasc são responsáveis pelos avisos fitossanitários para a cultura da maçã.
Com a ampliação da rede de estações meteorológicas automáticas e investimentos em sistemas de transmissão de dados, foi possível iniciar o monitoramento da favorabilidade climática de doenças pela Epagri. O
primeiro projeto com esse objetivo foi o Fruplanorte, em 2008 (EPAGRI/CIRAM, 2016) e nos estudos climáticos
da indicação geográfica da uva Goethe. O objetivo desses projetos foi gerar um sistema em rede para difusão
de informações agrometeorológicas e fitossanitárias em apoio ao desenvolvimento da fruticultura no Planalto
Norte Catarinense e vitivinicultura na região de Urussanga. Os resultados obtidos foram difusão das informações tendo como base uma rede de estações agrometeorológicas e dados coletados e aferidos, além da capacitação dos atores da cadeia produtiva, aumentando a competitividade da fruticultura, principalmente das
espécies de macieira, pereira, caquizeiro e da vitivinicultura.
Em 2009 a Epagri disponibilizou aos produtores rurais e técnicos um serviço gratuito de monitoramento
agrometeorológico e favorabilidade climática de ocorrência de pragas e doenças com a implementação de
novas tecnologias e processos com o projeto: Sistema de monitoramento e difusão de avisos e alertas agrometeorológicos em apoio à agricultura familiar. Esse sistema conhecido como “Agroalertas” já permitiu o acompanhamento diário das condições meteorológicas e dos alertas agrometeorológicos, contribuindo na determinação do momento adequado de aplicação de defensivos e redução de custos com agroquímicos, implementos
agrícolas e mão de obra.
Em 2016, o Sistema de monitoramento e difusão de avisos e alertas agrometeorológicos em apoio à agricultura familiar passou a se chamar “Agroconnect” e passou por uma atualização visual. O Agroconnect é uma
plataforma de visualização de informações voltada ao setor agropecuário com o objetivo de fornecer informações meteorológicas, tendências de tempo para os próximos dias e favorabilidade climática à ocorrência de
pragas e doenças (Figura 1).
Figura 1. Visualização da plataforma Agroconnect, com detalhe da funcionalidade de seleção do período
para os cálculos e o gráfico interativo para visualização de cada variável
Os dados meteorológicos são coletados por uma rede de cerca de 250 estações automáticas instaladas em
Santa Catarina, no Paraná e no Rio Grande do Sul. Os equipamentos utilizados no monitoramento são automa26
tizados com transmissão horária via tecnologia GPRS (General Packet Radio Services), funcionando de forma
autônoma através de um sistema de energia constituído por painel solar e bateria.
A cada hora, os dados coletados são transmitidos a uma central de recepção localizada na Epagri/Ciram em
Florianópolis, SC. Antes de serem disponibilizados na plataforma Agroconnect, os dados armazenados são verificados pelo controle de qualidade para verificação de erros e falhas nas medições (MASSIGNAM et al., 2016).
As informações disponíveis no Agroconnect são dados horários de: precipitação, temperatura e umidade
relativa do ar, molhamento foliar, radiação solar, direção e velocidade do vento e pressão atmosférica. A partir desses dados são calculados graus-dia, unidades de frio, evapotranspiração potencial, armazenamento de
água no solo, índice de satisfação da necessidade de água e balanço hídrico. Para facilitar o acompanhamento
das condições meteorológicas, no Agroconnect são disponibilizados boletins climáticos trimestrais e específicos para as principais culturas agrícolas dos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
Os avisos de favorabilidade à ocorrência de doenças são gerados a partir do processamento dos dados
meteorológicos coletados e da correlação com modelos matemáticos que descrevem a evolução das doenças.
Esses modelos são específicos para cada cultura e para cada praga/doença. O detalhamento da metodologia de
cálculo está descrito no hotsite de cada cultura, acessado através da plataforma Agroconnect.
Os alertas disponíveis atualmente para a fruticultura são: banana (sigatoka), maçã (mancha da gala, podridão-amarga, podridão-branca e sarna) e videira (índices de chuva, de frio noturno, de Huglin e de seca).
Os parceiros do projeto são a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, o Programa SC Rural, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de SC (Fapesc), a Financiadora de Estudos e
Projetos (Finep), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a Basf, a Embrapa Uva e Vinho, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense (IFC)/campus Rio do Sul, o Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC)/campus Florianópolis e o Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/CCA). O Agroconnect pode ser acessado gratuitamente em: ciram.
epagri.sc.gov.br/agroconnect/ ou pelo QR Code (Figura 2).
Figura 2. Código QR de acesso à plataforma Agroconnect da Epagri/Ciram
27
Referências
BESSON, I. Os avisos agrícolas na França. Informações técnicas. Florianópolis, v.1, n.6, p.34, 1985.
EPAGRI/CIRAM. Monitoramento e difusão de dados agrometeorológicos em apoio à fruticultura do Planalto Norte Catarinense – MDA Fruplanorte. Disponível em: <http://ciram.epagri.sc.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=63&Itemid=225>. Acesso em: 4 abr. 2016.
MASSIGNAM, A.M.; ANTUNES, E.N.; MARASCHIN, F. Banco de dados agrometeorológicos. In: SILVA, E. Boletim
Ambiental Síntese Trimestral, n.1, Inverno 2015. Florianópolis: Epagri, 2016. 51p. (Documentos, 253).
28
Mudanças climáticas e a fruticultura de clima temperado
Cristina Pandolfo⁵
Estudos globais recentes têm apontado mudanças climáticas consistentes, principalmente nos extremos da
temperatura do ar e da precipitação pluviométrica em diversas partes do globo. O quinto relatório de Avaliação
do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, publicado em 2014, confirmou com maior veemência que o homem é o responsável pelo atual aquecimento do planeta, alertando que se não forem tomadas
medidas de mitigação, os impactos das mudanças climáticas terão proporções mais graves (IPCC, 2014).
Algumas das principais conclusões do relatório podem ser citadas:
- o mundo aqueceu em média 0,85°C entre 1880 e 2012;
- se as emissões continuarem dentro das tendências atuais, o aquecimento vai aumentar, podendo chegar
a 4,8°C até 2100;
- gelo em recuo acelerado;
- mar mais ácido;
- regime de chuvas, as correntes marinhas e o padrão dos ventos estão sendo perturbados, aumentando a
tendência de secas e enchentes;
- as concentrações de gases do efeito estufa aumentaram;
- a principal causa do aquecimento atual é, com alto grau de certeza, a emissão de gases estufa pelas atividades humanas, com destaque para a emissão de gás carbônico;
- o nível do mar aumentou cerca de 19cm entre 1901 e 2010 – no cenário pessimista, o nível do mar pode
chegar a subir 80cm até 2100.
Um estudo de Dietz et al. (2016) divulgado em 4/4/16 na revista Nature mostra que um aquecimento de
2,5°C até 2100 pode colocar em risco US$2,5 trilhões em ativos – o que representa 1,8% da economia global.
No cenário mais pessimista da pesquisa, e com as incertezas de valoração dos riscos impostos pela mudança
do clima, há 1% de chance de que o prejuízo chegue a US$24,2 trilhões.
Os mesmos autores concluem que limitar o aquecimento do planeta em 2°C, como acordado na COP21 em
Paris, poderia reduzir significativamente os valores sob risco por conta do clima. Mesmo assim, US$1,7 trilhão
continuará em risco (Dietz et al., 2016). Segundo análises apresentadas por pesquisadores, as metas voluntárias de redução de emissões apresentadas pelos países à Convenção de Mudanças Climáticas até agora colocam o mundo numa trajetória rumo aos 2,7°C a 3,5°C. A revisão dessas metas deve acontecer antes de 2020,
quando entra em vigor o Acordo de Paris.
Considerando que as oscilações climáticas são perceptíveis em diferentes regiões, mas não de maneira linear no espaço e no tempo, as análises dessas variações ao longo de uma série histórica de dados devem ser
cuidadosas. Quanto maior o detalhamento dos estudos de mudanças climáticas e aquecimento global, mais
específicas serão as estratégias para diminuir os possíveis impactos e efeitos prejudiciais dessas alterações.
Camargo et al. (2006), analisando as tendências das variáveis climáticas em Santa Catarina, mostraram forte
aquecimento da temperatura do ar ao longo dos anos, com destaque para a década de 90. Em média, em Santa
Catarina o aumento foi de 2 a 5°C nos últimos 100 anos. Na maioria das regiões catarinenses analisadas, os
totais anuais de precipitação apresentam uma tendência de aumento ao longo dos anos analisados. Embora os
totais de precipitação estejam aumentando, o número de dias consecutivos sem chuva tem aumentado também. Eventos de chuva com totais acima de 100mm têm sido mais frequentes.
⁵Agrônoma, Dra. (Recursos Genéticos Vegetais), Epagri/Ciram, Rod. Admar Gonzaga, 1347, Itacorubi, 88034-901 Florianópolis, SC, fone: (48) 36655134, e-mail: [email protected].
29
O uso de cenários agrícolas simulando mudanças climáticas permite estimar os impactos dessas mudanças
na agricultura e propor estratégias de atuação por parte dos envolvidos no setor agrícola, desde o governo até
o setor privado. Isso servirá para desenvolver pesquisa em melhoramento genético, manejo agrícola e escolha
de espécies promissoras adaptadas aos novos panoramas climáticos. O impacto desse aquecimento tem sido
avaliado na distribuição das áreas potenciais de cultivo em algumas culturas importantes para o Estado (PANDOLFO et al., 2007; PANDOLFO et al., 2008; PANDOLFO et al., 2014; PANDOLFO et al., 2015; MASSIGNAM et al.,
2013; MASSIGNAM et al., 2015).
Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm contribuído de forma significativa com a produção agrícola
nacional. No entanto, os eventos climáticos adversos ocorridos nesses Estados têm provocado quebras na
produção, e a possibilidade de mudanças climáticas serem o causador dessas perdas é uma preocupação atual
que motiva ações para tomadas de decisões na agricultura, no sentido de oferecer alternativas de cultivo às
áreas que poderão vir a se tornar inadequadas e investir no melhoramento genético das espécies vulneráveis
às mudanças climáticas e em tecnologias de cultivo que possam minimizar os efeitos do aquecimento.
Resultados de pesquisas realizadas no sul do Brasil no período de 1961-1990 apontam que a temperatura
mínima do ar estar aumentando nos últimos anos. A temperatura máxima do ar também tem-se apresentado
mais quente que a normal climatológica. Embora esteja sendo detectado no presente um aumento das temperaturas extremas, os meses de junho e julho continuam sendo os mais frios da Região Sul do Brasil, e dias com
temperaturas inferiores a 0°C são registrados com frequência nos últimos anos, mesmo com o aquecimento
observado. Isso mostra que, embora, em média, os valores da temperatura mínima estejam aumentando, o
número de dias com temperaturas inferiores 0°C não está diminuindo. De forma geral, os resultados indicam
que mesmo com a temperatura do ar aumentando com o passar dos anos, frios extremos (temperaturas muito
baixas) continuam sendo registrados, porém com espaçamento maior entre um evento e outro (PANDOLFO et
al., 2014).
Ao analisar os dados projetados pelo modelo regional HadRM3P – PRECIS, observou-se que, para ambos os
cenários de emissões de gases, A2 (mais pessimista) e B2 (mais otimista), a temperatura média do ar e as temperaturas extremas, máxima e mínima, projetam um aquecimento para o clima futuro da Região Sul do Brasil
com anomalias maiores no Paraná e com aumento menos pronunciado nas latitudes mais altas do Rio Grande
do Sul e no Litoral da Região Sul.
Sazonalmente, os dois cenários também apontam para um aquecimento na Região Sul do Brasil. O verão e
a primavera serão as estações que sofrerão maior impacto, tanto no cenário A2 quanto no B2, com aumento
máximo de temperatura chegando a 5,8°C (cenário A2, mais pessimista). Segundo os resultados, a primavera
destaca-se em todas as análises pelas elevadas anomalias de temperatura do ar, sendo o mês de setembro
responsável por grande parte desse aumento em ambos os cenários.
Em relação à precipitação, observaram-se padrões distintos entre as diferentes localidades da Região Sul do
Brasil, tendo como base as estações meteorológicas do presente estudo. Em nível anual, o Oeste de Santa Catarina se destaca pelos totais acumulados de chuva mais elevados, com destaque também para o litoral norte
catarinense e o litoral paranaense. Nas regiões sul do Rio Grande do Sul, fronteira com o Uruguai, e norte do
Paraná, ocorrem os menores valores de chuva acumulada ao longo do ano. Em nível sazonal, a primavera e o
verão se destacam como as estações mais chuvosas da Região Sul do Brasil. No Rio Grande do Sul, as chuvas de
inverno são mais frequentes que no restante da região, sendo o inverno a estação menos chuvosa dos estados
de Santa Catarina e Paraná (CAMARGO, et al. 2011).
De modo geral, os resultados apontaram para um aumento dos totais anuais e sazonais de chuva na Região
Sul do Brasil, com algumas peculiaridades regionais. O inverno se diferenciou das demais estações do ano por
apresentar um decréscimo de chuva do oeste do Rio Grande do Sul ao estado paranaense. Na análise mensal,
30
o mês de agosto se destaca pelo decréscimo de chuva no futuro, em especial nos estados do Paraná e de Santa
Catarina. No Rio Grande do Sul, no mês de dezembro é que são apresentados os cenários de maior decréscimo
de chuva, ou seja, de anomalias negativas em relação à climatologia da região. Com destaque também o setor
sul do Rio Grande do Sul, fronteira com o Uruguai, com anomalias negativas de chuva nos meses de junho e
outubro.
Os dados diários de total de precipitação e temperatura máxima, média e mínima do ar para os três cenários
(atual, A2 e B2) obtidos do modelo de cenários meteorológicos na escala 0,5 x 0,5 grau foram utilizados para
gerar os cenários agrícolas para as principais culturas da Região Sul do Brasil. Os cenários agrícolas possuem
como objetivo discutir a potencialidade de plantio das espécies utilizando-se informações climatológicas projetadas no futuro. Para exemplificar, citam-se os resultados obtidos para a cultura da maçã (PANDOLFO et al.,
2014) e da videira (PANDOLFO et al., 2008):
i. Impactos das mudanças climáticas na macieira de média exigência de frio na região Sul do Brasil
Considerando os critérios de zoneamento utilizados para a cultura da maçã, os quais foram baseados em
exigências térmicas, observou-se que no cenário atual houve potencial de cultivo da maçã em regiões que
são coincidentes com o clima Cfb (clima temperado úmido com verão temperado) como era esperado, com
exceção de parte da serra do sudeste na região sul do Rio Grande do Sul, a qual não foi considerada como recomendada no cenário atual (Figura 1). Deve-se ressaltar que a base de dados utilizada para a geração do cenário
atual também tem como origem os modelos meteorológicos, portanto, podem gerar resultados diferentes dos
zoneamentos estabelecidos com dados observados nas estações. Pelos resultados obtidos, observa-se que a
interação entre o critério de temperatura mínima e a temperatura média foi a responsável pela maioria das
limitações nas recomendações de cultivo nos municípios.
As maiores anomalias de temperaturas observadas nas regiões de produção de maçã nos cenários futuros
ocorrem justamente na primavera e no verão, o que impactará o desenvolvimento da espécie porque altera
respiração, fotossíntese e absorção de nutrientes. Nos cenários A2 e B2 houve redução significativa do número
de municípios aptos para cultivo quando comparados com o cenário atual (Figura 1), restando a recomendação somente para alguns municípios no estado de Santa Catarina e um município para o Rio Grande do Sul no
cenário mais pessimista. Houve redução de aproximadamente 96% e 89% na área potencial de cultivo para a
maçã de média exigência em frio para os cenários A2 e B2 na Região Sul respectivamente.
31
(a)
(b)
(c)
Figura 1. Zoneamento climático para a cultivares de maçã com média exigência em frio
para a Região Sul do Brasil para os cenários atual (a), A2 (b) e B2 (c)
ii. Impactos das mudanças climáticas na viticultura no estado de Santa Catarina
O zoneamento agrícola para variedades de Vitis vinifera L. em Santa Catarina para o cenário atual (Figura 2a)
mostrou que existem 32 municípios na classe recomendada e 48 municípios na classe tolerada de cultivo. No
zoneamento agrícola para o cenário 2050, observa-se que um grande número de municípios que eram classificados como cultivo recomendado e tolerado no cenário atual (Figura 2b) passaram a ser classificados como
cultivo não recomendado (Figura 2c). Houve redução da área potencial de cultivo recomendado e tolerado de
75% e 97% respectivamente. Essa redução de área foi devida, principalmente, à redução do número do total
anual de horas de frio ≤7,2°C, causada pelo aumento das temperaturas mínimas. Por outro lado, o aumento
das temperaturas mínimas diminuiu a probabilidade de ocorrência de geada, e alguns municípios que apresentavam restrição ao cultivo no cenário atual devido à geada passaram a ser recomendados. Os municípios de
Bom Jardim da Serra e Urubici, que no zoneamento agrícola do cenário atual eram enquadrados como cultivo
não recomendado, passaram em 2050 a ter menor risco de geada na brotação e foram enquadrados na classe
cultivo tolerado.
32
(a)
(b)
(c)
Figura 2. Zoneamento agrícola para variedades de Vitis vinifera L. em Santa Catarina: (a)
cenário atual; (b) cenário 2050; (c) cenário 2070
No zoneamento agrícola para o cenário 2070 houve uma redução maior de municípios classificados como
cultivo preferencial ou cultivo tolerado (95% e 99% respectivamente). Entretanto, essa redução foi maior na
classe de cultivo tolerado em relação ao zoneamento agrícola do cenário de 2050 (Figura 2b). Somente os municípios de Urubici, Urupema, São Joaquim e Bom Jardim da Serra foram classificados como cultivo recomendado, enquanto Painel e Rio Rufino foram classificados como cultivo tolerado.
Os impactos das mudanças climáticas projetadas para 2050 e 2070 para o estado de Santa Catarina mostraram uma redução da área potencial de cultivo de variedades de Vitis vinifera L. de maior exigência em frio
e uma mudança na distribuição espacial da área potencial de cultivo para regiões mais frias do cenário atual.
Sendo o zoneamento uma metodologia que modela a potencialidade climática em função de demandas de
espécie, ressalta-se que se pode cultivar a videira mesmo em áreas de cultivo tolerado, ajustando-se o manejo
da cultura e aceitando-se como possível a alteração do padrão do vinho a ser produzido.
Referências
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modeling system over South America. Theor Appl Climatol, v.100, p.337-350, 2010.
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33
CAMARGO, C.G.; MALANDRIN, D.A.; MARENGO, J.; BRAGA, H.J.; PANDOLFO, C.; MASSIGNAM, A.M. Análises
dos padrões climáticos futuros de precipitação na região Sul do Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROMETEOROLOGIA, 17., 2011, Guarapari, ES. Anais... Guarapari, ES: Incaper, 2011.
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2015.
34
Mecanismo de acción de los fitorreguladores
en el raleo de frutales
Thomas Fichet⁶
El uso de compuestos químicos con efectos fitohormonales se remonta a los años 1960s, con el hallazgo al
mismo tiempo de las principales hormonas vegetales (HV), o fitohormonas. Entre las primeras HV identificadas por el hombre están las auxinas en 1930s, siendo el ácido 3-indol-acetico (IAA) la primera auxina natural
descubierta en plantas anuales, posteriormente en los años 40, también se señala en plantas superiores. Con
el descubrimiento del IAA, se considera a los años 30 como el inicio de las investigaciones sobre hormonas vegetales o fitohormonas. En esos mismos años, se producen auxinas de síntesis, vale decir, sustancia con efecto
auxinico como son el ácido 3-indol-butirico (IBA) y el ácido naftalenacético (NAA). En 1935, después de varios
trabajos realizados por diferentes investigadores científicos, se señala al etileno como una HV. Esto se basaba
en los efectos fisiológicos que inducía este gas en plantas (abscisión, maduración, quiebre de la dormancia en
semillas, etc.). Sin embargo, la comunidad científica fue muy escéptica e incrédula sobre la posibilidad de que
un gas, compuesto solamente por dos carbonos y 4 hidrógenos, pudiese ser una HV.
Recién en 1959, con la llegada de la cromatografía gaseosa, se logró concluir y aceptar que efectivamente el
etileno era una fitohormona. Los estudios en giberelinas comienzan en los años 1930s, aun cuando los trabajos
liderados por los japoneses, quienes logran descubrir el compuesto que producía el hongo Gibberellia fujikuroi
y que generaba el alargue de los entrenudos en arroz, enfermedad conocida como “Bakanae”, no logra ver la
luz hasta después de la segunda guerra mundial. Recién a principio de los años 50, se logra sintetizar el ácido
giberélico o GA3. En la década de los 40, se inician los estudios sobre factores implicados en la división celular.
Sin embargo, recién en los años 50 se señala la primera substancia que induce división celular y producción de
callos en cultivo in vitro, la kinetina, la cual no era de origen natural.
Sólo en 1963, se descubre la primera citoquinina natural en granos inmaduros de maíz, la zeatina. A principio de los años 60, se descubre un compuesto que inducía dormancia y otro que inducía abscisión de frutos
de algodón, finalmente en 1967 se acepta que es el mismo compuesto y se decide llamarlo ácido abscísico
(ABA). Con posterioridad, en 1970s, se descubren los brasinosteroides, compuestos con estructura similar a
las hormonas esteroidales de los animales y que promueve expansión y división celular. Habrá que esperar el
siglo 21, para que el mundo científico acepte otras sustancias como fitohormonas: jasmonatos, ácido salicílico
y estrigolactonas.
Al principio, no se hacía diferencia entre hormonas vegetales y reguladores de crecimiento, siendo estos
últimos, generalmente, sustancia de síntesis químicas con efecto fitohormonal. Fue en 1999, cuando el mundo
científico y en especial los investigadores que trabajaban en esta área de la fisiología vegetal, deciden hacer una
diferencia entre estos dos grupos de sustancias químicas. Las moléculas producidas por la planta, con efectos
fisiológicos comprobados, se llaman hormonas vegetales o fitohormonas y son endógenas de las plantas. Las
sustancias de síntesis química (producidas por le hombre), con efecto fitohormonal y las sustancia idénticas a
las formas endógenas de las HV pero producidas por el hombre, se les llama reguladores de crecimiento (RDC)
o fitorreguladores. Los reguladores de crecimiento, producidos por el hombre, no sólo se limitan a moléculas
de síntesis químicas similares a las fitohormonas, también se refiere a sustancias activas que pueden bloquear
la biosíntesis endógena de algún tipo de HV, como es el caso de algunos triazoles que bloquean la biosíntesis
de precursores de las giberelinas o el aminoetoxi-vinil-glicina (AVG) que bloquea la biosíntesis de etileno. Ade⁶Ingeniero agrónomo, Dr., Facultad de Ciencias Agronómicas, Universidad de Chile, Av. Santa Rosa No 11.315, Código
Postal 882 08 08 – La Pintana, Santiago de Chile, Chile, e-mail: [email protected].
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más, existe otro fitorregulador que bloquea el receptor del etileno, sin permitir que el etileno active genes que
responde a esta HV, el 1-metilciclopropeno (1-MCP). Todos ellos, también caen dentro del grupo de los RDC
aplicados por el hombre y en forma comercial.
En los años 1990s, se descubre el primer receptor del etileno (actualmente se conocen 5), vale decir una
proteína que al acoplarse al etileno sufre un cambio y activa genes al interior del núcleo de la célula, generando de esta forma una respuesta a la señala fitohormonal. Pero hubo que esperar hasta 2005 para conocer el
receptor de auxinas (TIR1) y el de giberelinas (GID1). Con posterioridad, se irán descubriendo los receptores de
citoquininas (AHK2 y AHK4), ácido abscísico (PYR1 y PYR14), brasinosteroides (BRI1, BRL1 y BRL3), jasmonatos
(COI), ácido salicílico (NPR1 - NPR3/NPR4) y finalmente estrigolactonas (D14) (Westfall et al., 2013, Larrieu
y Vernoux, 2015). Estos receptores son específicos para cada hormona vegetal o regulador de crecimiento y
según sea el caso, se pueden localizar en la membrana celular, en el citoplasma, en la membrana del retículo
endoplasmatico o en el propio núcleo de la célula. Los receptores que se encuentran en el citoplasma o en el
núcleo son solubles, por el contrario, los que se localizan en membranas son insolubles. El mundo científico
acepta que una(s) molécula(s) sea una hormona vegetal cuando cumple los siguientes requisitos: 1) tener efecto fisiológico, 2) ser de bajo peso molecular y 3) conocerse su receptor.
Si bien en los años 1970s, comienza el desarrollo de los reguladores de crecimiento en la agricultura, habrá
que esperar hasta los años 2000s para que se produzca el gran avance en el uso de los RDC. Sin embargo, al dia
de hoy, los fitorreguladores son mayoritariamente utilizados en la producción de fruta, siendo esta área la con
mayor investigación en sus usos.
Los reguladores de crecimiento se pueden utilizar con diferentes objetivos:
- Promover ramificación lateral;
- Controlar el crecimiento vegetativo;
- Favorecer desarrollo radical;
- Incrementar la formación de flores;
- Inhibir formación de flores;
- Promover raleo de estructuras florales o frutos pequeños;
- Retrasar caídas de precosecha;
- Alterar la forma del fruto;
- Incrementar el tamaño de fruto;
- Incrementar el color del fruto;
- Retrasar la coloración del fruto;
- Adelantar la maduración;
- Retrasar la maduración;
- Mejorar la postcosecha;
- Controlar determinados desórdenes fisiológicos en la fruta;
- Mejorar la tolerancia al estrés.
Las hormonas vegetales constituyen un complejo sistema de señales químicas, dentro de la planta, que
permiten su crecimiento y desarrollo, y al mismo tiempo facilitan su adaptación a una serie de estreses medioambientales, tales como sequía, ataque de patógenos y de herbívoros. Para que esta adaptación al medio
y desarrollo de la planta ocurra, siempre se genera una interacción entre las distintas señales fitohormonales,
que finalmente pueden favorecer o inhibir un determinado proceso fisiológico como por ejemplo, crecimiento
y desarrollo del fruto. Esta interacción entre las distintas HV, es muy dependiente del medio ambiente, edad y
tipo de órgano. En la mayoría de los caso, la aplicación de reguladores de crecimiento, alteran estos balances
endógenos de las HV. Lo que se manifiesta como inhibición de la biosíntesis de determinadas fitohormonas e
36
incluso bloqueo de receptores (Rademacher, 2015).
El mayor uso que se le ha dado a los reguladores de crecimiento en frutales es el de mejorar la producción
mediante frutos de mayor tamaño, vía eliminación de flores y/o frutos, lo que se conoce como raleo. Al eliminar parte de la competencia, existe mayor disponibilidad de carbohidratos para los frutos que quedan, favoreciendo de esa manera un mayor crecimiento. Sin embargo, no se debe perder de vista que la productividad de
un frutal está limita además de la carga frutal, por factores como la interceptación de luz, la fijación de CO2 y
subsecuentemente con el metabolismo, la disponibilidad de agua y minerales, y finalmente competencia entre
diferentes órganos en crecimiento de la planta (brote, raíces, órganos de reserva, frutos y flores).
En la actualidad, existen cuatro RDC para el raleo de flores y/o frutitos. Dos de ellos son auxinas de síntesis:
el ácido naftalenacético (NAA) y el ácido 3,5,6-tricloro-2-piridiniloxiacético (3,5,6-TPA). Otro es una citoquinina
de síntesis, la benciladenina (BA o 6-BA), aun cuando se ha descubierto en forma endógena en algas, arabidopsis y álamos, Estas tres moléculas, no ralean por si mismas, pero inducen la síntesis de etileno mediante la
activación de la enzima ACC sintasa (ACS), que controla el paso de S-adenosil metionina (SAM) a ácido 1-aminociclopropano carboxílico (ACC), precursor directo del etileno (Figura 1). Otro raleador es el etefón (ácido
2-cloroetilfofónico), el cual al ingresar al interior de las células y con un pH básico, se transforma en etileno.
Este raleador genera por si solo etileno, pero también en determinados órganos, llamados climatéricos, puede
producir autocatálisis, vale decir mayor síntesis de etileno endógeno al activar la enzima ACC oxidasa (ACC),
acelerando de esta forma el paso de ACC a etileno (Figura 1).
Figura 1: Ruta de biosíntesis del etileno desde Metionina, con las enzimas que se activan
favoreciendo una mayor síntesis de etileno producto de la aplicación de distintos RDC.
El raleo con RDC se basa en la sensibilidad que presenta la zona de abscisión (ZA) de flores y frutos. Localizada en la unión del pedúnculo con los sépalos y/o en el pedúnculo con la rama (Figura 2). Esta ZA, al inicio de
la cuaja, es muy sensible a señales fitohormonales de estrés como son etileno y ABA, provocando la ruptura
de las células que la conforman.
37
Figura 2: Zonas de abscisión en fruto de aguate.
En la ZA, están las células
especializadas en percibir la señal del etileno y
ABA e iniciar el proceso
de fractura que termina
por hacer caer el fruto.
Es importante señalar que el ácido giberélico (GA3) tiene un efecto raleador de flores sólo en vides, pero en
otras especies frutales no lo hace, por el contrario puede inducir una mayor cuaja y por ende mayor número
de frutos por árboles. En varias especies frutales, la aplicación de GA3 en flor aumenta la cuaja como es el caso
de mandarinos, olivos, arándanos, etc. El mecanismo por el cual el GA3 induce la activación de la ZA en vid vinifera, es aún poco conocido. Un reciente estudio señala que la explicación podría estar por un desbalance en
los carbohidratos sumado a un estrés oxidativo inducido por la aplicación de GA3, que finalmente provocaría la
caída de flores (Domingo et al., 2015).
En la ZA se encuentran células especializadas que perciben la señal del etileno, la cual provoca primero una
entrada de agua al interior de la célula, posteriormente la activación de enzimas hidrolíticas que degradan la
pared celular, lo que finalmente induce fracturas de las paredes celulares y posterior caída del fruto (Figura 3).
Figura 3: Secuencia del proceso de fractura de las células de la zona de abscisión, al percibir la señal
del etileno inducido por la aplicación de algún RDC para raleo
Sin embargo, la zona de abscisión, forma parte de un todo que es el fruto, el cual tiene la capacidad de evitar
su caída, retenerse a la planta y finalmente crecer. Generalmente, en las primeras etapas del crecimiento de
38
fruto, posterior a la fecundación de óvulo por el tubo polínico, se produce una fuerte síntesis de fitohormonas generada por el embrión en crecimiento y en algunos casos, por las paredes del ovario, caso típico de la
naranjas Navel, que son sin semillas. Es en esta etapa, donde caerán los frutos cuyos óvulos no fueron bien
polinizados o que si bien fueron polinizados, no tienen la capacidad para competir con otros que tiene mayor
desarrollo, caso típico de la flor reina en manzanos, que es la primera en crecer y domina el resto de las otras
flores del dardo que la originó. Esta caída de frutitos, se conoce como caída fisiológica post cuaja y su duración es muy variable según especie, variedad y condiciones climáticas. Como se puede observar en la Figura
4, existe una relación entre las HV que favorecen la retención del fruto (auxinas, giberelinas y citoquinas) y las
que inducen su caída (etileno y ABA). Según las que dominen, es si el fruto queda retenido al árbol o ábside.
Claramente, la muerte del embrión (semilla), es muy perjudicial para el futuro del fruto, dado que no tendrá
forma de producir HV que lo puedan retener al árbol. La aplicación de RDC justamente lo que hace es inclinar
la balanza hacia un lado u otro, vale decir favoreciendo o inhibiendo la abscisión, vía alteración de la relación
entre HV que favorecen o no la retención del fruto.
Figura 4: Un fruto es retenido si tiene la capacidad
de producir más HV, que
evitarán su caída (auxinas,
giberelinas y citoquininas),
que las que puedan inducir
su abscisión vía activación
de la ZA (etileno y ABA)
Las células de la ZA, no permanecen eternamente sensible a las señales de abscisión. Generalmente, el
término la caída de postcuaja se relaciona con una perdida de sensibilidad de este tejido (ZA) a señales de
abscisión (etileno y ABA). Por lo tanto será muy difícil de hacer caer los frutos. Conforme, va terminando este
periodo, la aplicación de un raleador para favorecer abscisión de frutos, debe ser a concentraciones más altas
para poder obtener un resultado medianamente razonable. Es por ello, que al principio de la caída fisiológica
de postcuaja, los frutos presentan una alta sensibilidad al raleo y por lo tanto se debe aplicar menores concentraciones de raleadores (de lo contrario se corre el riesgo de un sobre raleo). Aplicaciones tardías de auxinas de
síntesis para ralear, pueden inducir una retención de frutos “pigmeos”, vale decir frutos pequeños, sin semillas
y que deberían haber caído, pero dado que se pierde la sensibilidad al etileno, estas auxinas inducen un efecto
contrario y actúan como retenedoras de frutos (ver Figura 4, modo de acción de las auxinas en la retención de
frutos). Esto se observa con aplicaciones tardías de NAA para raleo en pomáceas (manzanos y nísperos) y con
aplicaciones tardías de 3,5,6-TPA para raleo en mandarinos.
Sin embargo, existen reguladores de crecimiento auxinicos que inducen frutos de mayor calibre, sin necesi39
dad de ralear y aplicados durante la caída postcuaja. Estos fitorreguladores se conocen como “engordadores”
y son el ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D) y el ácido 2,4-diclorofenoxipropionico (2,4-DP). A las concentraciones que se aplica, no inducen síntesis de etileno y por lo tanto no ralean, pero si aumentan la capacidad
de atraer carbohidratos hacia el fruto y de esa manera hacen que el fruto crezca. El 2,4-D perdió su registro
con lo cual no se puede aplicar, pero el 2,4-DP si tiene registro vigente en cítricos y carozos (cerezas, ciruelas,
duraznos y nectarinos). Actualmente este RDC es bastante utilizado en país frutícolas como son España y Chile.
La forma de cómo algunos RDC favorecen una mayor flujo de carbohidratos hacia el fruto, fue señala en el año
2005 (Zhang et al., 2005a y 2005b), donde aplicaciones de giberelinas de síntesis en perales, inducían un mejor
desarrollo de las peras, al activar enzimas relacionadas con la hidrólisis de la sacarosa y sorbitol a monosacáridos. De esta forma se mejoraba el contenido de glucosa, que permitía un mayor tamaño de fruto a cosecha
(mayor tamaño de células del mesocarpo). Desde entonces existen varios trabajos que señalan que esta sería
una de las formas de cómo los RDC que favorecen crecimiento o engorde de fruto.
Al momento de aplicar los RDC, se deben tomar en consideraciones varios factores, los cuales pueden favorecer o inhibir el efecto que se busca con un determinado fitorregulador. Solubilidad, penetración, absorción
y translocación, y la estructura molecular del RDC, afectan y determinan el grado de eficacia que se pueda
lograr con un fitorregulador. El uso de un surfactante, mejora considerablemente la distribución y adherencia
de la solución a las hojas y frutos. Muchas veces la tensión superficial es critica al momento de obtener el
mayor grado de penetración del producto dentro del tejido vegetal vía estomas. El número de estomas infiltrados es inversamente proporcional a la tensión superficial de la solución. Trabajos, publicados ya en el año
1988, señalaban que incluir estos surfactantes en las soluciones, aumentaban al doble la efectividad de una
aplicación de GA3 (Henning y Coggins, 1988). Determinados RDC, incrementan su penetración al acidificar la
solución. Dado que soluciones altamente alcalinas causan la descomposición y pérdida de la actividad del fitorregulador. Aplicaciones de ácido giberélico con pH 4,5 son 3 veces más eficientes que con pH 7. Por lo tanto
evitar mezclar el RDC con producto que puedan alcalinizar la solución como por ejemplo, el hidróxido de calcio.
También, se menciona que hay una menor eficiencia cuando se mezclan con aceites minerales. Generalmente
la luz no tiene ningún efecto sobre estos RDC. La temperatura ideal es de 20 a 30ºC, con humedades de 40 a
60%, por lo tanto lo mejor es aplicar temprano en la mañana o al final de la tarde. El incremento de la humedad
relativa, sobre 70% puede mejorar la penetración del producto al retardar el secado de la solución sobre la hoja
o el fruto. Temperaturas bajas post aplicación pueden presentar resultados muy pobres en raleo o crecimiento
de frutos. En el caso de los RDC que inducen síntesis de etileno (etefón y NAA), es mejor que las temperaturas
no estén por sobre 30ºC y humedad relativas bajo 40%, dado que estas condiciones pueden provocar un sobre raleo no deseado por el estrés que sufre la planta y que vuelve la zona de abscisión más sensibles a estas
señales de estrés, lo cual se ha descrito recientemente para varias especies frutales (Sawicki et al.,2015). La
temperatura durante y después de la aplicación, es uno de los factoras medioambientales más importante,
dado que afecta tanto la absorción como la degradación de los RDC, por ejemplo el caso del etefón a etileno
(Smith, 2007). Muchos reguladores de crecimiento tienen baja movilidad dentro de la planta, por lo que siempre hay que asegurarse de mojar bien el fruto y no escatimar en volúmenes de mojamiento. El sombreamiento
reduce la fotosíntesis, el transporte de carbono y la relación entre las HV, lo que puede generar una mayor
abscisión de frutos (Domingo et al., 2015). Por este motivo, cuando se realizan raleo en condiciones de días
nublados, se puede obtener un sobre raleo con RDC, entre otras cosas por el bajo aporte de carbohidratos al
fruto producto de la baja en la fotosíntesis y la alta competencia por fotoasimilados entre frutos en crecimiento
y, entre frutos y otros órganos de la planta.
40
Bibliografía
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41
Estratégias para o raleio⁷ e alternância
de produção da macieira
José Luiz Petri⁸ ; André Amarildo Sezerino⁹
Quando muitos frutos se desenvolvem na planta simultaneamente, eles geralmente não adquirem adequado tamanho e qualidade no momento da colheita e isso pode reduzir o retorno de floração no ano seguinte.
Dessa forma, o raleio é necessário para ajustar o número de frutos na planta de maneira que os frutos restantes apresentem tamanho adequado à aceitação comercial. Além disso, o raleio é de extrema importância para
equilibrar o desenvolvimento vegetativo-produtivo das plantas, minimizando o consumo de reservas e a síntese de giberelinas pelas sementes em anos com excessiva frutificação, os quais podem determinar a ocorrência
de produções alternadas entre anos.
Para evitar a alternância de produção e obter o máximo efeito no crescimento dos frutos, o raleio deverá
ser realizado antes de terminar o período de divisão celular (Figura 1). A concorrência entre frutos por carboidratos pode diminuir a atividade mitótica na fase inicial de desenvolvimento dos frutos, comprometendo seu
crescimento mesmo quando a carga de frutos é posteriormente ajustada aos níveis recomendados (STOVER
et al., 2001). Em razão da elevada demanda de tempo e mão de obra necessários à execução do raleio manual
associados a grandes áreas de cultivo, essa prática é eventualmente realizada em época inapropriada para a
melhoria da qualidade e do tamanho dos frutos.
Figura 1. Período de divisão e expansão celular para determinação do período efetivo de raleio
Fonte: Lasko e Goffinet (2013). Adaptado.
⁷Nota do revisor: O termo correto é “raleamento”, mas em agricultura é comum o uso de “raleio”, que será mantido neste
texto por tradição.
⁸Engenheiro-agrônomo, M.Sc., Epagri/Estação Experimental de Caçador, e-mail: [email protected].
⁹Engenheiro-agrônomo, Dr., Epagri/Estação Experimental de Caçador, e-mail: [email protected].
42
Intensidade do raleio
São vários os critérios relacionados à intensidade do raleio, devendo-se levar em consideração a densidade
de plantio, a metragem quadrada de copa, a produtividade desejada e o cultivar (Tabela 1).
Número de frutos por inflorescência – Em condições de alta frutificação, deve-se deixar um fruto por inflorescência, mantendo-se o fruto central. Quando a frutificação não é intensa, pode-se deixar de um a três
frutos por inflorescência, e três só devem ser mantidos em estruturas de frutificação do tipo brindila, dois em
esporões fortes e um em esporões fracos. Deve-se evitar manter frutos em gemas axilares. Em cultivares que
tenham pedúnculo curto deve-se evitar mais de um fruto por inflorescência.
Tabela 1. Número de frutos por planta pós-raleio para diferentes estimativas de produtividades, de acordo
com o espaçamento e densidade de plantio, considerando frutos com massa média de 125 g (8 frutos kg-1).
Fonte: Petri, J.L. (2006). Adaptado.
Capacidade de produção (CP) – A capacidade de produção é expressa em m2 de copa. Ela é calculada por
amostragem do pomar através da formula: CP = diâmetro médio da copa x altura média da copa (Figura 2). A
CP por hectare é o resultado do produto entre a CP por planta e o número de plantas por hectare. Em pomares
adultos considera-se ideal uma CP de 5.000m2.ha-1, mantendo-se de 120 a 150 frutos por m2 de copa.
43
Figura 2. Medidas da silhueta da copa (altura e diâmetro médio da copa) utilizadas para determinar a capacidade de
produção (CP) das plantas
Área da secção do tronco – Consiste em associar a área da secção do tronco medida a 20cm acima do nível
do solo, sendo a relação recomendada variando de 4 a 6 frutos por cm2.
Distância entre os frutos – Deve-se evitar que os frutos fiquem aglomerados ou concentrados em determinadas partes da planta. Neste critério recomenda-se manter uma distância de 8 a 10cm entre os frutos.
Tamanho dos frutos – Eliminar todos os frutos que tiverem tamanho inferior a 50% dos frutos de maior
tamanho.
Raleio manual
São inúmeros os relatos a respeito da prática do raleio manual na cultura da macieira, tendo como benefícios o incremento no tamanho dos frutos, a melhoria da qualidade dos frutos e a diminuição da alternância
de produção, mantendo a produção constante anualmente (COSTA et al., 2013). Contudo, como essa é uma
prática que demanda grande quantidade de mão de obra num curto período e que depende das condições
climáticas, pois períodos de chuva interferem no rendimento e nem sempre são obtidos os efeitos positivos,
principalmente quando se objetiva minimizar os problemas de alternância de produção. Em plantas com alta
produtividade a demora na realização do raleio conduz à não formação de gemas floríferas para o próximo
ciclo. Outro fator a considerar é a época de realização, a qual deverá ser até 40 dias após a plena floração para
se obter as melhores respostas quanto ao peso médio dos frutos (Tabela 2).
44
Tabela 2. Efeito de épocas de realização do raleio manual no número de frutos por planta, produção de frutos
por planta, número de frutos por quilograma e massa média dos frutos em macieiras ‘Fuji’. Fraiburgo, SC,
2015
(1)
DAPF = Dias após a plena floração.
Raleio químico
O raleio químico consiste na pulverização de substâncias químicas com ação raleante sobre flores ou frutos, permitindo reduzir a mão de obra e o tempo envolvido nessa prática. De acordo com
Wertheim & Webster (2005), é possível o raleio químico na macieira pelo uso de substâncias químicas que inibem a formação de gemas floríferas, diminuindo a densidade da floração, ou pelo uso de
substâncias que induzem à abscisão de flores ou frutos quando aplicados na floração ou em pós-floração. A aplicação de substâncias com ação raleante na floração, ou quando os frutos se encontram
no início de crescimento, constitui uma alternativa possível de ser utilizada no manejo da macieira.
A maioria dos produtores prefere utilizar o raleio de pós-floração uma vez que nessa condição já se
pode avaliar a intensidade da frutificação. Assim, em regiões propensas à ocorrência de geadas tardias ou em pomares com histórico de problemas de pegamento de frutos, o raleio em pós-floração é
o mais indicado, apesar de a resposta dos fitorreguladores no raleio apresentar-se superior quando
aplicados na floração.
Segundo Wertheim e Webster (2005), três estratégias podem ser utilizadas no raleio químico: a
inibição da indução floral, a ação tóxica sobre as flores para evitar a germinação dos grãos de pólen
no estigma e a abscisão dos frutos após a fecundação. Este último método é o preferido pelo produtor, pois a frutificação efetiva já está definida.
Segundo Byers (2003), as substâncias raleantes podem ser divididas em substâncias de ação
cáustica e substâncias com ação hormonal. Substâncias com ação hormonal mostram-se preferenciais no raleio químico em relação a substâncias cáusticas por sua maior seletividade no raleio,
induzindo à abscisão de flores e frutos com menor capacidade de crescimento. Entre as substâncias
com ação hormonal, podem ser citados o ácido naftaleno acético (ANA), o carbaryl, o ethephon, a
benziladenina, o metramitron, o ácido giberélico e o ácido abscísico.
Raleio de floração
Raleio de floração é uma estratégia que só deve ser utilizada em regiões que não apresentem
risco de ocorrência de geada em pós-floração e em cultivares que apresentem alta e constante fru45
tificação efetiva. O raleio químico de floração é particularmente importante para cultivares que apresentam abundante floração e frutificação ao longo dos anos. Também responde melhor no aumento
do tamanho dos frutos, principalmente quando se trata de cultivar precoce e de frutas de tamanho
pequeno, sendo muito importante também no retorno da floração e em pomares localizados em regiões com condições favoráveis à frutificação efetiva. Entre os compostos químicos efetivos que têm
sido avaliados no raleio com vários graus de eficiência destacam-se o ácido naftaleno acético (ANA),
o promalin e o ethephon.
Raleio de pós-floração
O uso de raleantes químicos para remover uma proporção dos frutos formados durante os estádios iniciais de desenvolvimento pode ser considerado uma prática importante no sistema de produção da macieira devido à possibilidade de aumentar o tamanho médio dos frutos, evitar a alternância
de produção e diminuir o tempo da mão de obra necessária ao repasse de raleio manual. O raleio
químico em pós-floração permite uma avaliação mais precisa da frutificação efetiva, permitindo avaliar a real necessidade da aplicação de raleantes químicos. No manejo da macieira nas condições
climáticas do sul do Brasil, o raleio químico em pós-floração mostra-se preferencial, visto que em
alguns anos, devido a condições adversas à polinização e à fertilização, os índices de frutificação
podem ser baixos.
As principais substâncias utilizadas no raleio em pós-floração são raleantes com ação hormonal.
Entre os raleantes de pós-floração destaca-se o ácido naftaleno acético, a benziladenina, o ethephon
e, mais recentemente, o metamitron. No raleio da macieira, é mais comum o uso de mais de um
raleante químico em mistura de tanque (Tabela 3). Essa situação tem sido buscada visando reduzir
o repasse manual, reduzindo a mão de obra.
Tabela 3. Número de frutos por planta, número de frutos raleados e porcentagem de frutos raleados do cultivar de macieira Fuji Suprema
46
Estádio de aplicação de raleantes químicos em macieria
Raleantes químicos podem ser aplicados em um amplo período, variando desde a plena floração até 30 a
45 dias após a plena floração (PF), dependendo do raleante a ser utilizado e das condições ambientais, principalmente a temperatura. Não há um estádio específico em que os frutos sejam mais vulneráveis. Para cada estádio de desenvolvimento se exigem diferentes estratégias. Porém, em geral, os raleantes químicos têm maior
eficiência quanto mais próxima da plena floração forem aplicados. Alternativas da combinação de raleantes
químicos para a macieira são apresentadas nas Figuras 3 e 4.
Figura 3. Alternativas de raleio químico da macieira cv. Gala
Figura 4. Alternativas de raleio químico da macieira cv.Fuji
47
Considerações finais
A tomada de decisão da melhor estratégia de raleio a ser utilizada depende de diversos fatores, desde o
cultivar a ser raleado, passando pelo estado nutricional das plantas e pelos fatores climáticos que variam a cada
ano. Portanto, cada pomar apresenta sua peculiaridade, devendo-se levar em consideração os mais diversos
fatores, principalmente para a realização do raleio químico, o qual, atualmente, é uma ferramenta indispensável para a redução dos custos de mão de obra no cultivo da macieira.
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WEIRTHEIM, S.J.; WEBSTER, A.D. Manipulation of growth and development by plant bioregulators. In: Fundamentals of temperate zone tree fruit production. Leiden: Backhuys, p.267-294,2005.
48
Mechanical thinning
Michael Zoth10; Alexandre Pavanello
Nearby 7% of flowers are necessary in apple trees for a commercially profitable harvest. Many fruit species
require a reduction of fruit load to reach a vegetative and reproductive balance, and normally this objective is
attained through fruit thinning methods. Nevertheless, the adoption of hand thinning by farmers will progressively diminish due to shortage of workforce and increasing labour costs. A decreasing number of registered
chemical compounds limits chemical thinning, and the success is very dependent on weather conditions, variety, flowering dynamics and tree age.
An alternative to standard chemical thinning is mechanical blossom thinning, allowing the reduction of the
chemical impact on the environment. Mechanical blossom thinning is independent of the production scheme
and is suitable for both integrated and organic fruit cultivation, and offers a long period for application during
flowering. This provides a 2- to 3-week temporal lapse of time without limitations due to cold weather as with
chemical thinning. The method is more independent of weather conditions such as temperature, and can be
done in both cold and dry weather without loss of thinning efficiency.
The level of crop removal can be estimated by comparing pre- and post-thinning flower counts. The grower
can assess the level of crop removal and adjust the machinery to increase or reduce thinning as needed. The
net economic impact of mechanical thinning versus hand thinning alone ranged from $200 to $2,000 per hectare. Mechanical thinning can have efficiency near to 73% compared to 55% in chemical thinning.
[email protected]
10
49
Reguladores de crescimento, importância,
perspectivas e utilização
Fernando José Hawerroth11, Charle Kramer Borges de Macedo12,
Fernanda Pelizzari Magrin12, José Luiz Petri13
Introdução
Os reguladores de crescimento são compostos naturais ou sintéticos que, em pequenas concentrações,
promovem, inibem ou desencadeiam uma série de processos fisiológicos no crescimento e desenvolvimento
vegetal, com significativos reflexos na expressão do potencial produtivo. A utilização de reguladores de crescimento vegetal, ou fitorreguladores, é cada vez mais intensa na fruticultura em nível mundial como ferramenta
fitotécnica para permitir a ampliação das áreas de cultivo, permitir a melhoria de qualidade e produtividade e
modular as épocas de produção e colheita ou mesmo outro processo fisiológico de interesse ao aumento da
resposta produtiva.
A constante necessidade de se aumentarem índices produtivos como forma de manter a viabilidade econômica da atividade frutícola ante o constante aumento dos custos de produção exige que os produtores aumentem a eficiência produtiva na condução dos pomares. A utilização de boas práticas agrícolas aliada ao uso
adequado de fitorreguladores pode resultar na obtenção de melhorias na produtividade, qualidade e eficiência
produtiva no manejo dos pomares.
Existe uma grande quantidade de fitorreguladores com atuação em inúmeros processos fisiológicos, com
ações análogas ou antagônicas aos principais hormônios vegetais (auxinas, citocininas, giberelinas, etileno,
ácido abscísico, jasmonatos, brassinoesteroides, poliaminas e ácido salicílico). Entre as possibilidades de aplicação dos reguladores de crescimento na fruticultura de clima temperado, podemos destacar o uso na micropropagação, na formação de mudas, na indução da brotação, no aumento da densidade floral, no aumento da
frutificação efetiva, no raleio de flores e frutos, no controle do desenvolvimento vegetativo, no aumento do
calibre dos frutos, na antecipação e no retardo na maturação, na diminuição da queda pré-colheita, no aumento da capacidade de conservação dos frutos, na redução da ocorrência de distúrbios de ordem fisiológica, na
melhoria da qualidade dos frutos, entre outros.
Tendo em vista as particularidades das condições climáticas das principais regiões produtoras de frutíferas
de clima temperado no sul do Brasil, caracterizadas pela insuficiente ocorrência de frio durante o período hibernal e pela alta precipitação pluviométrica ao longo de todo ciclo produtivo, a utilização de reguladores de
crescimento para melhoria indução de brotação de gemas, o aumento da frutificação e o controle do desenvolvimento vegetativo tornam-se imprescindíveis no manejo dos pomares.
Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria, RS, e-mail:
[email protected].
12
Doutorandos em Produção Vegetal, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC, e-mail: ckbmaced@gmail.
com; [email protected].
13
Engenheiro-agrônomo, M.Sc., Epagri/Estação Experimental de Caçador, Caçador, SC, [email protected].
11
50
1. Indução da brotação de gemas
A maior parte da cultura da macieira no Brasil está localizada em áreas onde a exigência em frio dos principais cultivares utilizados não é plenamente satisfeita, tornando o uso de substâncias indutoras de brotação um
tratamento essencial para a melhoria e uniformização da brotação e a consequente regularização da produção.
Reguladores de crescimento e compostos nutricionais podem ser utilizados na indução da brotação de frutíferas (MOHAMED, 2008), porém, entre as opções de indutores de brotação disponíveis no mercado, a cianamida
hidrogenada destaca-se pela eficiência na indução da brotação em macieira, sendo utilizada juntamente com
óleo mineral no sistema brasileiro de produção de maçãs (PETRI et al., 2006).
Estudos visando à definição do uso de concentrações mais adequadas desses produtos, bem como novas
combinações de produtos a fim de proporcionar maior economicidade, menor risco de contaminação ambiental e eficiência no emprego da técnica da indução de brotação, são de grande importância ao sistema de
produção de maçãs no Brasil.
Diante da necessidade de se dispor de produtos com menor toxicidade e agressão ao meio ambiente, o desenvolvimento de novos compostos que possuam tais características aliadas à eficiência na indução da brotação é almejado (HAWERROTH et al., 2010a). Seguindo essa tendência, trabalhos realizados no sul do Brasil têm
apontado a combinação de Erger®, composto à base de nitrogênio, e nitrato de cálcio como eficiente indutor
da brotação de gemas em macieira (PETRI et al., 2008b; HAWERROTH et al., 2010 a,b).
Recentemente, trabalhos preliminares evidenciam que o ácido glutâmico apresenta eficiência similar ao
tratamento convencional com cianamida hidrogenada, constituindo em um potencial indutor de brotação.
Tanto o Erger® como o ácido glutâmico apresentam como principal vantagem a menor toxicidade em relação a
cianamida hidrogenada.
2. Aumento da frutificação pelo uso de fitorreguladores
Em condições adversas, com a polinização e a intensidade de floração baixas, a utilização de fitorreguladores pode ser uma estratégia a ser adotada, de modo a garantir a regularidade da produção de pomáceas. A
fertilização nem sempre é pré-requisito para induzir a frutificação e o desenvolvimento de frutos (TROMP &
WERTHEIM, 2005). Frutos podem ser produzidos sem que haja formação de sementes, podendo ou não ter
ocorrido a fecundação, sendo esse processo denominado partenocarpia. O uso de fitorreguladores durante a
floração pode induzir à formação de frutos partenocárpicos, aumentando a frutificação efetiva. De acordo com
Tromp & Wertheim (2005), a indução da partenocarpia pelos fitorreguladores é mais bem-sucedida quando
há a tendência natural de formação de frutos sem fertilização e quando não existem frutos com sementes na
mesma inflorescência. A ação de determinados compostos na frutificação efetiva parece estar associada ao
aumento da capacidade de importação de assimilados pelos frutos através da alteração do balanço hormonal.
Em observações, Bangerth (2006) e Lakso et al. (2006) verificaram, em frutos em abscisão, reduzido transporte
polar de auxina do fruto para o pedúnculo associado ao reduzido suprimento de carboidratos.
A maximização e a regularização dos índices produtivos podem ser obtidas pelo uso de fitorreguladores
efetivos no aumento da boa frutificação. Entre os fitorreguladores com ação sobre a frutificação, o tidiazuron
(TDZ) apresenta grande eficiência no aumento da frutificação efetiva da macieira, da pereira e de alguns cultivares de ameixeira nas condições brasileiras (PETRI et al., 2001; PETRI, 2008).
O ácido giberélico mostra resultados positivos na frutificação de pereiras (VERCAMMEN & GOMAND, 2008)
embora a resposta seja diferenciada entre cultivares. Segundo Deckers & Schoofs (2002), na ausência de fitorreguladores eficientes para o controle do desenvolvimento vegetativo, uma opção para controlar o vigor é
51
garantir a regularidade em sua produtividade, que pode ser realizado com tratamentos com giberelinas para
maximizar a frutificação. Para Lafer (2008), o aumento da frutificação efetiva com aplicação de giberelinas
pode ser considerado uma das melhores maneiras de aumentar a produtividade em pereiras. Aplicações com
ácido giberélico sobre flores danificadas por geadas induzem à formação de frutos partenocárpicos, aumentando a frutificação, porém aplicações desse fitorregulador em condições favoráveis à frutificação não mostraram nenhum efeito benéfico (LAFER, 2008). De acordo com Deckers & Schoofs (2002), o ácido giberélico (GA3)
mostra-se mais eficiente no aumento da frutificação efetiva em pereiras ‘Conference’ do que o GA4+7 quando
aplicados na mesma época e na mesma concentração. O ácido giberélico é o fitorregulador mais utilizado na
indução e formação de frutos partenocárpicos (LAFER, 2008).
O uso de inibidores da biossíntese do etileno, como a aminoetoxivinilglicina, pode trazer benefícios quanto
à frutificação efetiva. De acordo com Wertheim e Webster (2005), os inibidores de etileno, como a aminoetoxivinilglicina, aplicados na floração efetivamente suprimem a abscisão de frutos em início de desenvolvimento,
aumentando o número de sementes por fruto em pereiras. O aumento da frutificação pode ser resultante do
prolongamento do período efetivo de polinização devido ao aumento da viabilidade dos óvulos (SANZOL &
HERRERO, 2001).
Apesar da diversidade de compostos existentes e com ação comprovada no aumento da frutificação efetiva,
são poucas as informações sobre a utilização deles na cultura da macieira e da pereira nas condições sul-brasileiras. A eficiência de utilização de substâncias reguladoras de crescimento é dependente de uma série de
fatores, entre os quais pode ser destacada a espécie ou o cultivar estudado, a época de aplicação e a concentração dos produtos utilizados (AMARANTE et al., 2002). A associação desses fatores com outras condições
de desenvolvimento pode ter impacto substancial na fisiologia das plantas em resposta ao uso dos produtos.
Diante do sucesso limitado de alguns compostos no aumento da frutificação efetiva quando aplicados isoladamente, Werthein & Webster (2005) sugerem a utilização de combinações de fitorreguladores visando explorar
a complementaridade dos efeitos de diferentes substâncias.
3. Controle do desenvolvimento vegetativo da macieira
Nas condições climáticas do sul do Brasil, o período de desenvolvimento vegetativo das macieiras ‘Gala’ e
‘Fuji’ mostra-se superior ao observado em típicas regiões de clima temperado, o qual, associado a altas temperaturas e altos índices pluviométricos durante o ciclo, pode resultar em crescimento de ramos acima de 1m,
sobretudo em anos de baixa frutificação (Figura 1).
52
Figura 1. Ramos de macieira ‘Fuji Kiku’ com crescimento vegetativo excessivo.
Vacaria, RS, 2015 Foto: Fernando José Hawerroth
Preferencialmente, o controle do desenvolvimento vegetativo deve ser realizado por meios naturais, tais
como o uso de porta-enxertos de menor vigor e o uso de podas de formação e de podas de frutificação. No entanto, se essas soluções não são passíveis de ser implementadas ou não são suficientes para restringir o vigor
da copa, a redução do desenvolvimento vegetativo pode ser obtida pelo uso de fitorreguladores.
Na fruticultura, os inibidores da biossíntese de giberelinas são os principais fitorreguladores que possibilitam restringir o desenvolvimento vegetativo. Vários trabalhos foram desenvolvidos visando à redução do
crescimento de ramos pelo uso de substâncias inibidoras da biossíntese de giberelinas (MILLER, 2002; HAWERROTH et al., 2012; HAWERROTH & PETRI, 2014), visto que a elongação de ramos se apresenta relacionada à
atividade de giberelinas (OWENS & STOVER, 1999). Entre os fitorreguladores para manejo do dossel da macieira insere-se a proexadiona de cálcio, comercializada no Brasil com o nome de Viviful®, contendo 27,5% de
ingrediente ativo. Sua ação baseia-se em bloquear uma ou mais etapas da biossíntese que leva à formação de
giberelinas ativas. A proexadiona de cálcio regula os estádios finais da biossíntese de giberelinas por interferir
na 3 β-hidroxilação (ILIAS & RAJAPAKSE, 2005). O efeito líquido é a redução de giberelinas biologicamente ativas (GA1) pelo aumento nos níveis de giberelinas inativas (GA20), uma vez que esse fitorregulador bloqueia a
conversão do GA20 para GA1 (RADEMACHER, 2000). A redução do conteúdo de giberelinas de crescimento ativo
e a redução da formação de etileno são as principais causas da diminuição do desenvolvimento vegetativo e do
aumento da frutificação respectivamente, resultantes de tratamentos com proexadiona de cálcio (RADEMACHER, 2000; RADEMACHER et al., 2006).
53
Trabalhos de Miller (2002) e Cline et al. (2008) mostram que a proexadiona de cálcio pode reduzir de 18% a
60% o crescimento de ramos de macieiras. Resultados obtidos por Hawerroth (2010) mostram a efetividade do
proexadiona de cálcio na redução do desenvolvimento vegetativo em macieiras ‘Imperial Gala’ e ‘Fuji Suprema’
enxertadas no porta-enxerto ‘Marubakaido’ com interenxerto de M9 nas condições do Sul do Brasil. O aumento da produção de maçãs ‘Imperial Gala’ proporcionado pelo uso do proexadiona de cálcio, em concentrações
de 165 a 330g.ha-1, evidencia o potencial de aumento da capacidade produtiva dos pomares quando utilizadas
técnicas efetivas no controle do desenvolvimento vegetativo, no intuito de equilibrá-lo em níveis compatíveis
a frutificação das plantas. Além da diminuição do dossel vegetativo, observaram-se indícios de que a eficiência
dos tratamentos fitossanitários tenha sido otimizada pelo uso do proexadiona de cálcio devido à diminuição
do dossel vegetativo (HAWERROTH, 2010). Segundo Rademacher (2009), a redução do desenvolvimento vegetativo pelo proexadiona de cálcio permite reduzir o período de molhamento foliar e aumentar a cobertura das
pulverizações, podendo contribuir com a diminuição dos danos causados por pragas e doenças.
Referências
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preharvest fruit drop and maturity of apples. Revista Brasileira de Fruticultura, v.24, n.3, p.661-664, 2002.
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56
Boas práticas na pré- e pós-colheita para
conservação de maçãs durante a armazenagem
Luiz Carlos Argenta14
Introdução
O potencial de conservação da qualidade da maçã durante a armazenagem é determinado primeiramente
por fatores biológicos, incluindo as características genéticas dos cultivares e por características da atmosfera de
armazenagem, tais como a temperatura e a concentração de gases. Adicionalmente, vários fatores pré-colheita, tais como métodos de manejo das plantas, teores de nutrientes minerais na polpa e estádio de maturação
das maçãs na colheita, também afetam o potencial de armazenagem.
No passado, antes do desenvolvimento de técnicas avançadas de armazenagem, pelo menos 50% da duração do período de oferta de maçãs aos consumidores se alcançava pela diversificação de cultivares, particularmente em países da Europa e da América do Norte. Maçãs podem levar 120 a 170 dias para se desenvolver e
amadurecer na planta, dependendo do cultivar. Atualmente, técnicas modernas de armazenagem permitem
estender o período de disponibilidade de maçãs aos consumidores por 200 a 300 dias depois da sua colheita.
O objetivo desta apresentação é revisar medidas de manejo do pomar e dos frutos com potencial de afetar a
conservação da qualidade de maçã após a colheita.
1. Boas práticas pré-colheita
Métodos de manejo do pomar e condições climáticas afetam o desenvolvimento de maçãs e o potencial de
conservação da sua qualidade após a colheita. A anatomia, a fisiologia, o acúmulo de matéria seca, particularmente de carboidratos e minerais, e a infecção por fungos patogênicos são algumas das características dos
frutos vulneráveis a fatores pré-colheita que impactam sua qualidade após a armazenagem.
1.1. Manejo dos teores minerais no solo e planta
Inúmeros estudos realizados nas últimas seis décadas mostram que frequentemente há relação entre deterioração de maçãs por distúrbios fisiológicos e a sua composição mineral, incluindo os teores de nitrogênio (N),
potássio (K), Magnésio (Mg), Boro (B) e, especialmente, Cálcio (Ca). A fertilização dos pomares com minerais
deve ser sempre baseada nas análises dos teores minerais no solo e nos tecidos (folhas e frutos) das plantas, de
cada bloco ou quadra. A análise do solo é especialmente importante antes da implantação do pomar, enquanto
a análise mineral da polpa dos frutos é especialmente importante para frutos destinados à armazenagem.
Concentrações adequadas desses minerais na folha e nos frutos da macieira são apresentadas por Nava et
al., (2003). Destaca-se que as concentrações de N e K devem estar, respectivamente, entre 20 e 25 e entre 12
e 15g.kg-1 (matéria fresca) nas folhas, e entre 300 e 400 e entre 800 e 1000mg.kg-1 (matéria fresca), respectivamente, nos frutos. Atenção deve ser dada não apenas à concentração dos minerais na polpa da maçã, mas as
relações entre eles, especialmente de K+Mg/Ca e N/Ca.
Engenheiro-agrônomo, Dr. (Fisiologia Vegetal), Epagri/Estação Experimental de açador. Rua Abílio Franco, 1.500,
89.500-000 Caçador, SC, e-mail: [email protected].
14
57
Excesso de fertilização com N tem o potencial de afetar negativamente a conservação de maçãs durante a
armazenagem. Excesso de N pode antecipar a degradação do amido apesar de manter a epiderme mais verde
e retardar o acúmulo de pigmentos vermelhos na epiderme. Alguns estudos mostram que macieiras crescidas
com excesso de N por vários anos tendem a produzir frutos com menor número de células e com células maiores. Esses fatos normalmente levam à colheita de frutos com índice de amido mais degradado e menor firmeza
(0,4 a 1,3lb) e com menor potencial de conservação da firmeza.
Disponibilidade adequada de K favorece o crescimento dos frutos sem redução de sua densidade, aumenta
o acúmulo de matéria seca e não afeta negativamente a conservação dos frutos. No entanto, K compete com
Ca nos sítios de absorção e nas células das raízes e dos frutos. O acúmulo de Ca nos frutos é afetado negativamente pelo excesso de fertilização com K ou N. Por isso, deve-se evitar excesso de N e K especialmente quando
há riscos de deficiência de Ca por outros fatores. O aumento do potencial de desenvolvimento dos distúrbios
escaldadura superficial e bitter pit é um dos efeitos negativos associados ao excesso de N ou K. Efeitos de adubação com altos teores de N variam entre anos; esses efeitos do N são especialmente observados em anos
chuvosos, ensolarados e com altas temperaturas, as quais favorecem o crescimento vegetativo. A maioria dos
estudos desenvolvidos no Brasil evidencia a baixa demanda de fertilização por N e K em solos das regiões de
Fraiburgo e Vacaria, mas pode haver demanda desses nutrientes em alguns solos de regiões serranas, como a
de São Joaquim.
Programas de fertilização que aumentem P nos frutos normalmente promovem a conservação da sua qualidade após a colheita. Disponibilidade adequada de P contribui ao processo de divisão celular e, por isso, ela é
especialmente importante nas semanas que se seguem à fecundação das flores. Mg e Ca competem pelo sítio
de absorção nas células das raízes. Por isso, excesso de Mg no solo pode reduzir a absorção de Ca e, por isso,
afetar negativamente a conservação pós-colheita de maçãs.
Deficiência de B aumenta os riscos de desenvolvimento de distúrbios, tais como as manchas de cortiça na
região central da polpa, nos tecidos de origem carpelar e na epiderme durante a primeira metade da fase de
crescimento dos frutos. No entanto, o excesso de B nos frutos podem aumentar os riscos de baixa conservação
da firmeza da polpa e o escurecimento da polpa, dependendo do cultivar.
Maçãs com deficiência de Ca são mais suscetíveis aos distúrbios bitter pit, depressão lenticelar (blotch pit),
cork spot, degenerescência senescente da polpa, escaldadura superficial, dano por frio, core browning, pingo
de mel e podridões. Adicionalmente, a deficiência de Ca tem o potencial de diminuir a conservação da firmeza
da polpa. Esses efeitos negativos da deficiência de Ca foram demonstrados principalmente para cultivares mais
suscetíveis a esses distúrbios como ‘Jonathan’, ‘Granny Smith’ e ‘Braeburn’. Nem sempre o baixo conteúdo de
Ca nas maçãs per se resulta no desenvolvimento desses distúrbios. Mas a combinação de outros fatores com
a susceptibilidade dos frutos e esses distúrbios (“alinhamento de fatores”) aumenta o risco do seu desenvolvimento. Por exemplo, o baixo conteúdo de Ca associado a colheita precoce e excesso de N e K aumenta o
risco de ocorrência de escaldadura superficial e bitter pit. O baixo conteúdo de Ca associado a colheita tardia,
condições climáticas desfavoráveis e métodos inadequados de armazenagem aumenta o risco ou antecipa a
ocorrência de degenerescência senescente e podridões. A maioria das pesquisas indica que o aumento do risco
de desenvolvimento de distúrbios fisiológicos por deficiência de Ca ocorre quando sua concentração é inferior
a 40mg.kg-1 (matéria fresca) e relação K/Ca superior 30.
1.1.1. Condições desfavoráveis ao acúmulo de Ca nos frutos:
a. De maneira geral, as plantas não são tão eficientes na absorção de Ca quanto na de N e K, mesmo que
haja abundância de Ca no solo.
58
b. Altos níveis de K, Mg e NH4 no solo reduzem a absorção de Ca por competição.
c. O Ca não se move muito rapidamente das raízes aos ramos, folhas e frutos. Estudo mostrou que Ca
aplicado no solo pode demorar 2 a 4 anos para chegar aos frutos, dependendo do tamanho das plantas.
d. Condição edafoclimática associada a medida de manejo de pomar que estimule o crescimento vegetativo induz a escoamento do Ca, via corrente transpiratória, para as folhas em detrimento dos frutos. Existe
grande competição entre vegetação e frutos pelo Ca presente no xilema das plantas, e a vegetação tem maior
força mobilizadora (dreno) do Ca que os frutos. Não há redistribuição de Ca das folhas para os frutos.
e. O risco de deficiência de cálcio nos frutos aumenta quando há estresse hídrico (demanda pela planta é
maior que a oferta pela solução do solo) induzido pela escassez de água no solo ou pelo alto deficit de pressão
de vapor do ar.
f. A concentração de Ca pode variar de acordo com a posição na planta. Frutos das partes mais baixas e
mais altas da planta tendem a ter menos Ca que frutos da região mediana da planta. Isso é menos evidente
para plantas jovens. Frutos nas posições terminais dos ramos podem ter mais Ca que aqueles de posições
laterais. Quanto maior o vigor das plantas, maior é o efeito da posição do fruto na planta. Isso significa que
o manejo da copa por poda e raleio pode ter efeitos sobre a concentração de Ca. Esse fato é relevante para
amostragem de frutos destinados à análise mineral. Pode haver erro de interpretação quando se comparam
duas amostras de frutos colhidos em diferentes posições da copa.
1.1.2. Medidas pré-colheita de manejo para melhoria do nível de Ca nos frutos e
redução dos riscos de perdas por deficiência de Ca.
Fertilização Mineral: Manter o pH do solo entre 6,2 e 6,5 para aumentar a disponibilidade de Ca no solo.
Evitar disponibilização excessiva de N e K às plantas, especialmente quando há outros fatores climáticos favoráveis ao crescimento vegetativo. Alta precipitação e altas temperaturas associadas à alta disponibilidade de N
na primavera induz a crescimento vegetativo. Nessas condições, a planta trabalha contra o acúmulo adequado
de Ca nos frutos. Aplicação de N, quando necessária, em três etapas, no início do outono, primavera e verão,
resulta em maior teor de Ca que em uma única aplicação no final do outono ou no início da primavera. Nitrogênio na forma de amônio é mais prejudicial que N na forma de nitrato para a absorção de Ca.
Carga de frutos na planta e tamanho de frutos: Devem-se evitar práticas que promovam crescimento excessivo dos frutos (raleio excessivo, N em excesso). A concentração de Ca diminui com o aumento do tamanho
da maçã para um dado cultivar. Adicionalmente, quanto maior o tamanho dos frutos, menor é a firmeza de
polpa na colheita e após a armazenagem, mesmo com teores adequados de Ca. Práticas de manejo para aumento do conteúdo de Ca nos frutos podem ser anuladas pelas práticas que aumentam o tamanho dos frutos.
Plantas com baixa carga de frutos frequentemente apresentam excessivo crescimento vegetativo, favorecendo a competição entre fruto e folha pelo Ca. Maçã de planta com baixa carga tende a ter menor concentração de Ca e maior concentração de K e é mais susceptível a distúrbios fisiológicos que maçã do mesmo tamanho crescida em planta com maior carga. Isso possivelmente se deve à menor relação fruto/folha e posição de
frutificação. Assim, o problema de frutos muito grandes é agravado pela baixa carga de frutos por planta. Fica
evidente, portanto, a importância de medidas de controle anual da carga de frutos para controle do vigor das
plantas e o tamanho dos frutos. Ressalta-se que frutos pequenos também podem ter baixa concentração de
cálcio se crescidos em plantas que sofreram poda drástica no inverno ou em plantas fertilizadas com excesso
de N.
Poda: Importante tentar manter um programa de poda anual moderada, prevenindo a necessidade de poda
drástica. A poda drástica pode favorecer crescimento vegetativo, especialmente quando feita no inverno e,
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por isso, pode estimular competição por Ca. Poda de verão, de forma controlada, tem potencial de reduzir a
competição pelo Ca, especialmente em plantas sobre porta-enxerto vigoroso, embora nem sempre se observe
aumento do teor de Ca no fruto.
Polinização: Frutos com maior número de sementes viáveis têm o potencial de drenar mais Ca para si e
crescer mais em tamanho que frutos com menor número de sementes. O efeito do aumento do número de
sementes sobre a mobilização de Ca é maior que o do aumento do tamanho dos frutos. Por isso, melhorias
para polinização (disponibilidade de abelhas, quebra-ventos, plantas polizadoras, etc.) não só aumentam a
produtividade mas também têm o potencial de aumentar a qualidade e conservação das maçãs pelo aumento
do teor de Ca. Importante também reconhecer que condições climáticas como temperatura e vento afetam a
atividade das abelhas e a polinização.
Irrigação: A irrigação das plantas para evitar ou minimizar o estresse hídrico reduz riscos de deficiências de
Ca nos frutos. Um potencial hídrico mínimo no solo é necessário para que as raízes consigam absorver os minerais, incluindo Ca, da solução do solo. A maior parte do Ca chega às folhas e aos frutos pelo fluxo de massa da
solução do xilema (corrente transpiratória). Quando as plantas são vigorosas, o estresse hídrico agrava o risco
de deficiência de Ca nos frutos pela competição entre folhas e frutos. Adicionalmente, estresse hídrico severo
pode reduzir a concentração de Ca nos frutos porque folhas podem drenar a solução (água + Ca) que está nos
xilemas dos frutos.
Pulverização de Ca: A pulverização de Ca às plantas, normalmente, aumenta a concentração de Ca nas
folhas, nem sempre aumenta a concentração de Ca nos frutos e normalmente aumenta o potencial de conservação da qualidade dos frutos após a colheita. Em alguns casos, a pulverização de Ca pode promover aumento
do tamanho dos frutos e por isso não se observa aumento da sua concentração em resposta à pulverização.
Apenas Ca depositado sobre o fruto pode ser absorvido pelo ele. Por isso, o método de pulverização que aumenta a deposição do Ca sobre os frutos favorece sua absorção. O ganho em firmeza da polpa pode variar de
0,2lb (negligenciável) a 1lb, dependendo do cultivar, do número de pulverizações e da concentração de Ca
pulverizado. Cloreto de cálcio (CaCl2) é o composto mais eficaz, embora possa causar fitotoxitez (mancha de
Ca) em folhas e frutos jovens. Nitrato de cálcio (CaNO3) é tão eficaz quanto CaCl2, mas CaNO3 tem o potencial
de aumentar o N das folhas e pode causar mais russeting. Ca em solução (quelatizado) não é mais eficaz que
CaCl2 quanto a sua absorção pelos frutos, mas pode causar menos fitotoxidez e russeting.
Nenhum estádio de desenvolvimento é mais importante que outro para receber pulverização de Ca. Por
isso, normalmente se recomenda CaCl2 periodicamente (a cada 14 dias) ao longo de todo o período de crescimento dos frutos, iniciando 30 dias após a plena floração ou mais cedo, desde que não cause fitotoxidez. A
eficiência da pulverização de Ca aumenta com a concentração. No entanto, a concentração é limitada a 0,4% a
0,6% porque altas concentrações podem causar fitotoxidez. Menores concentrações de CaCl² podem ser usadas nas primeiras semanas após a queda das pétalas e maiores concentrações podem ser usadas nas semanas
que antecedem a colheita. O risco de fitotoxidez aumenta quando se aplica a temperaturas do ar superiores a
30°C e quando não há chuva entre uma pulverização e outra.
1.2. Reguladores de Crescimento na Fisiologia Pós-Colheita
Várias substâncias sintéticas análogas ou não aos hormônios, chamadas de reguladores de crescimento, têm
sido usadas para controlar a concentração endógena ou a ação dos hormônios em macieiras. Essas substâncias
têm sido usadas principalmente para promover ou inibir o florescimento e a abscisão, maturação e senescência
de frutos e promover aspectos da qualidade de frutos. É importante reconhecer que o uso dessas substâncias
pode impactar direta ou indiretamente o potencial de conservação da qualidade durante a armazenagem de
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forma positiva ou negativa.
Pulverização de macieiras com ácido naftaleno acético (ANA) logo após a florada para releio de frutos não
tem afetado negativamente a maturação e conservação pós-colheita de maçãs. No entanto, a aplicação de ANA
7 a 14 dias antes do ponto de colheita comercial para reduzir a queda pré-colheita de frutos tem o potencial de
acelerar a maturação e reduzir o potencial de conservação de maçãs após a colheita. O ANA retarda a senescência de células da região de abscisão dos frutos, mas pode estimular a síntese de etileno neles.
Alguns estudos indicam que aplicações de BA (50 a 100ppm) quando os frutos têm 6 a 12mm podem promover aumento do tamanho dos frutos na colheita de forma adicional ao seu efeito indireto pela redução da
carga (raleio). No entanto, BA estimula a divisão celular em frutos com 6 a 12mm. Isso significa que frutos de
plantas pulverizadas com BA normalmente são maiores não apenas devido à elongação celular, associada ao
releio, mas também devido ao maior número de células. Acredita-se que frutos grandes compostos por maior
número de células tenham maior potencial para manter a qualidade durante a armazenagem que frutos crescidos (grandes) principalmente pelo alongamento celular. Mesmo assim, alguns trabalhos evidenciam o risco
de frutos tratados com BA, quando jovens (6 a 12 mm), apresentarem menor firmeza na colheita e após a armazenagem e maior incidência de escurecimento da polpa após a armazenagem.
Giberelinas (GA4 ou a mistura de BA + GA4 e GA7) sintéticas semelhantes às que ocorrem naturalmente nas
plantas têm sido pulverizadas na florada (10 a 25ppm) para melhoria da aparência de maçãs, reduzindo o
desenvolvimento de russeting e causando ligeiro aumento do tamanho e da relação comprimento/diâmetro.
Não há relatos que comprovem efeitos negativos de GAs aplicadas nessa fase de desenvolvimento, nessas
concentrações sobre a maturação e potências de conservação pós-colheita de maçãs. No entanto, aplicações
de GAs como inibidor do desenvolvimento floral, quando os frutos têm 10 a 20mm, nas concentrações de 200
a 600ppm, aceleram a maturação dos frutos na planta, reduzem a conservação pós-colheita da firmeza e aumentam a incidência de escurecimento senescente da polpa de maçãs.
Inibidores da fotossíntese, fenil ureias Tidiazurom e CPPU (herbicidas) promovem ação citocinina em plantas e em tecidos in vitro quando usados em concentrações muito baixas. Pulverização de Tidiazurom (5 a
10ppm) em macieiras, na floração, para aumento da frutificação efetiva, pode aumentar o tamanho dos frutos
e reduzir o número de sementes e a concentração de cálcio (Ca) na polpa. O risco de desenvolvimento de distúrbios fisiológicos relacionados à senescência de maçãs é diretamente proporcional ao tamanho dos frutos e
inversamente proporcional ao número de sementes e concentração de Ca na polpa. No entanto, os efeitos do
Tidiazurom aplicado na floração se estendem, retardando a degradação do amido, o amarelecimento da epiderme e a perda da firmeza na colheita. Ou seja, TDZ tem o potencial de retardar a maturação e a pigmentação
avermelhada da epiderme. Os poucos estudos já realizados indicam que maçã tratada com esses reguladores
de crescimento apresenta potencial de armazenagem igual ou superior àquele de maçã não tratada quando
ambas são colhidas na mesma data.
Aminoetoxivinilglicina (AVG), substância inibidora da síntese de etileno, retarda a maturação de maçãs na
planta. Quando maçãs tratadas e não tratadas com AVG são colhidas na mesma data, aquelas tratadas com
AVG possuem maior firmeza da polpa na colheita e maior potencial de armazenagem que aquelas não tratadas.
Na pratica, AVG tem sido pulverizado às macieiras para escalonar a colheita, reduzindo os riscos de colheita
de maçã sobremadura e a queda pré-colheita dos frutos. Por isso, normalmente, maçãs tratadas com AVG são
colhidas em estádio de maturação semelhante àquele de maçãs não tratadas. O potencial de conservação
pós-colheita da qualidade de maçãs tratadas com AVG pode ser superior, igual ou inferior àquele de maçãs não
tratadas com AVG, dependendo do estádio de maturação dos frutos na colheita.
Etefon (ácido 2-cloetil fosfônico) é uma substancia que se transforma em etileno depois de ser absorvido
pelas plantas. Pulverizações de etefon antes da colheita aumentam a coloração avermelhada e antecipam a
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maturação dos frutos. Maçãs tratadas com etefon antes da colheita possuem baixo potencial de armazenagem.
Etefon também é usado como tecnologia de raleio de macieiras. Aparentemente, não há efeito residual do
etefon aplicado na primavera, quando os frutos têm de 6 a 12mm, sobre a maturação e qualidade de maçãs
na colheita, nem sobre o potencial de armazenagem, exceto aquele resultante da redução da carga de frutos
na planta.
Além de aumentar a eficiência produtiva, o equilíbrio entre o crescimento vegetativo e o reprodutivo favorece a produção de frutos de maior qualidade e de maior potencial de armazenagem. Por isso, a aplicação de
substâncias redutoras do crescimento de macieiras tem o potencial de favorecer a conservação da qualidade
da maçã durante a armazenagem. O manejo adequado do crescimento das macieiras pode, adicionalmente,
aumentar a eficácia dos tratamentos com fungicidas e, consequentemente, reduzir os riscos de podridões nos
frutos durante a armazenagem.
2. Boas práticas na colheita
A qualidade e o potencial de armazenagem da maçã são influenciados enormemente pelo estádio de maturação dos frutos no momento da colheita. A qualidade da maçã aumenta durante sua maturação na planta pelo
aumento do tamanho, da coloração, do aroma e do sabor e, por isso, pode ser colhida em estádios avançados
de maturação, mas antes de iniciar a senescência quando destinadas ao mercado imediato. Quando destinadas
à armazenagem por longos períodos, a maçã colhida precocemente é mais susceptível ao desenvolvimento de
distúrbios como murchamento, escaldadura superficial e bitter pit. Já maçãs colhidas tardiamente são mais
susceptíveis ao desenvolvimento de podridões, danos por CO2, danos mecânicos e distúrbios relacionados à senescência, tais como polpa amarronzada, polpa farinácea e rachadura. Adicionalmente, maçãs podem ser insípidas, especialmente pelo baixo teor de açúcares e baixa produção de compostos aromáticos, quando colhidas
precocemente, ou apresentar qualidade sensorial desagradável devido à perda de crocância e suculência, e a
relação açúcar/acidez excessivamente alta quando colhidas tardiamente. Por isso, maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’ destinadas à armazenagem devem ser colhidas quando atingirem os índices de maturação adequados, descritos por
Argenta (2002), como estratégia para máxima conservação da qualidade durante a armazenagem. Destaca-se
que a firmeza da polpa, no ponto ideal de colheita da maçã destinada à armazenagem, deve ser superior a 17lb
para ‘Gala’ e superior a 16 para ‘Fuji’, enquanto o índice de amido (escala 1 a 9) deve estar entre 3,0 e 5,5 para
‘Gala’ e entre 4 e 6,5 para ‘Fuji’.
Danos mecânicos por batidas, compressão e vibração são indesejáveis por depreciarem a aparência, provocarem alterações fisiológicas (respiração e produção de etileno) e favorecerem o desenvolvimento de infecções por fungos. Por isso, esses frutos são segregados como de menor categoria e podem ser descartados
em alguma etapa da armazenagem a comercialização devido ao apodrecimento. Os danos mecânicos podem
ocorrer no momento da colheita, no transporte do pomar ao parque de armazenagem, durante a classificação
e durante a comercialização. Recomenda-se treinar os colhedores para uso de sacolas apropriadas de colheita e transporte cuidadoso, especialmente em estradas não pavimentadas; usar máquinas bem reguladas e
modernas para classificação e empacotamento das maçãs; empacotar as maçãs em bandejas; evitar o empilhamento acima do recomendado pelo fabricante de caixas; evitar a exposição a granel das maçãs nos supermercados. De maneira geral, os danos por batidas de maçãs são maiores em frutos de menor calibre (maior
massa) e colhidos tardiamente e diminuem com o tempo de armazenagem. As perdas por podridões ainda são
excessivamente altas no brasil. Nesse sentido, deve-se evitar depósito de folhas e outros detritos das plantas
e resíduos do solo nos bins.
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3. Boas práticas pós-colheita
A redução da temperatura e da concentração de O2 (oxigênio), o aumento da concentração de CO2 (gás
carbônico) da atmosfera de armazenagem e o tratamento com inibidor da ação do etileno (1-metilciclopropeno) são as principais práticas pós-colheita para a conservação da qualidade das maçãs. Essas quatro práticas
agem de forma aditiva, reduzindo o metabolismo (atividades vitais), tradicionalmente quantificado pela taxa
respiratória. Elas também reduzem a síntese e ação do hormônio etileno, o qual regula processos fisiológicos
relacionados a maturação e senescência (deterioração fisiológica) das maçãs. Adicionalmente, a redução da
temperatura eficientemente reduz o crescimento e desenvolvimento de fungos patogênicos que normalmente
contaminam as maçãs antes da colheira e durante, e retarda a deterioração das maçãs por podridões. O controle da umidade relativa (UR) na atmosfera de armazenagem também é essencial para prevenir deterioração
das maçãs por murcha, quando a UR é muito baixa, e por degenerescência da polpa quando a UR é muito alta.
3.1 Resfriamento
Maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’ devem ser resfriadas imediatamente após a colheita. As maçãs devem ser expostas à
sombra com corrente de ar fresco quando não for possível transportá-las ao local de resfriamento logo após
a colheita. O rápido resfriamento é especialmente importante para maçãs ‘Gala’ por apresentarem maior metabolismo e maior produção de etileno que as maçãs ‘Fuji’ e por serem colhidas num período mais quente. O
rápido resfriamento também é especialmente importante para maçãs colhidas tardiamente, as quais podem
apresentar maior contaminação por fungos, além de exibirem maior metabolismo e produção de etileno que
maçãs colhidas precocemente.
O banho de maçãs com água gelada é um método de resfriamento (remoção do calor de campo) rápido
aplicável às maçãs. Apesar de suas vantagens pela alta velocidade de resfriamento, alta eficiência energética
e redução da perda de água durante o resfriamento, esse método pode aumentar riscos de disseminação de
fungos que contaminam a superfície de frutos e de resíduos de solo e plantas aderidos aos bins e frutos.
O resfriamento em câmaras de armazenagem é o método mais empregado para maçãs em todas as regiões
produtoras do mundo. As maçãs devem ser refrigeradas a 1°C, preferencialmente dentro de 24h depois de
carregadas para dentro da câmara. A refrigeração a 1°C pode levar vários dias em câmaras de armazenagem
se não forem tomados os seguintes cuidados: A quantidade de maçãs carregadas para o interior das câmaras
não deve ultrapassar 10% a 20% da capacidade das câmaras a cada 24h, dependendo da capacidade de refrigeração da câmara e da temperatura das maçãs no momento do carregamento. Adicionalmente, bins e paletes
devem estar orientados e alinhados no plano horizontal para favorecer a ventilação na mesma direção do ar
soprado pelos evaporadores. O resfriamento rápido pode ser conseguido destinando cargas de bins para diferentes câmaras de armazenagem para pré-resfriamento. Depois de as maçãs alcançarem 1oC, as cargas de bins
podem ser destinadas para a câmara de armazenagem por longos períodos. Apesar dos gastos e transtornos
para a movimentação de bins, esse procedimento é essencial para o rápido resfriamento das maçãs. Deve-se
reduzir a quantidade de maçãs carregadas para o interior das câmaras quando as maçãs não são refrigeradas
a 1°C em 24h.
3.2 Temperatura de armazenagem
Recomenda-se ajustar os equipamentos de refrigeração para que a temperatura da polpa das maçãs ‘Gala’
e ‘Fuji’ se mantenha entre 0°C e 0,8°C quando armazenadas em atmosfera do ar (AA, frio comum) e entre 0,5°C
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e 1,0°C quando armazenadas em atmosfera controlada (AC), com baixo O2 e alto CO2.
3.3 Temperatura pós-armazenagem
Infelizmente, no Brasil, a maior parte das maçãs é transportada à temperatura ambiente, é mantida refrigerada em entrepostos e exposta à temperatura ambiente nos supermercados e lojas de frutas e verduras. A manutenção da cadeia de frio após a armazenagem é especialmente importante no Brasil porque a temperatura
ambiente média é alta na maior parte do ano e porque a incidência de podridões pós-armazenagem na maçã
produzida no Brasil é maior que em outros países.
3.4 Umidade relativa (UR)
Recomenda-se manter a UR entre 90% e 95% para prevenir desidratação e desenvolvimento de murcha. É
importante considerar que UR muito alta aumenta o risco de escurecimento e rachadura da polpa em maçãs
‘Gala’. A baixa área superficial dos evaporadores, o alto diferencial de temperatura nos evaporadores e a alta
frequência de degelo desfavorecem a manutenção de alta umidade nas câmaras de armazenagem. É mais fácil
manter alta UR nas câmaras de AC que nas câmaras de AA, e é mais fácil manter UR mais alta e uniforme ao
longo do período de armazenagem quando se usam bins de plástico, particularmente quando não se usa resfriamento com banho de água gelada.
3.5 Atmosfera controlada (AC)
A grande maioria dos cultivares de maçã se adapta bem a atmosferas com concentração de O2 inferior a 2%
se mantida entre 0°C e 3°C. Atualmente, os regimes de O2 e CO2 mais empregados comercialmente para armazenagem de maçãs variam de 1% a 2% e <0,5% a 3% respectivamente, dependendo do cultivar. A tolerância
da maçã à redução do O2 e ao aumento do CO2 na atmosfera de armazenagem é afetada principalmente pela
permeabilidade da epiderme e da polpa, pela troca desses gases entre o interior e o exterior das maçãs e pela
sensibilidade metabólica.
A tecnologia de armazenagem sob AC tem evoluído em vários aspectos desde que começou a ser idealizada
e usada comercialmente. Essa evolução resultou de avanços no conhecimento da fisiologia dos frutos e do
desenvolvimento tecnológico para refrigeração, isolamento térmico e redução da flutuação de temperatura na
câmara para geração e manutenção de atmosfera com baixo O2 e alto CO2 e para análises das concentrações
de O2 e CO2.
Atualmente se recomendam três tipos de AC para maçãs ‘Gala’: AC com baixo O2 (1,5% a 1,8% de O2 e 2,5%
de CO2), AC com ultrabaixo O2 (0,8% a 1,2% de O2 e 2% de CO2) e AC Dinâmica com O2 variável entre 0,2% e
0,8% e CO2 de 1%. O uso de AC dinâmica requer que as câmaras tenham estanqueidade superior à de câmaras
construídas para AC convencional (1,5% a 1,8% de O2). Adicionalmente, a armazenagem em AC dinâmica só é
possível comercialmente pelo uso de sistema que monitora a emissão de fluorescência emitida por maçãs ou
pelo uso de sistema que monitora o cociente respiratório das maçãs.
Em câmaras de armazenagem sob AC dinâmica, a concentração de O2 é reduzida, nas primeiras semanas
após a colheita e refrigeração, para níveis mínimos tolerados pela maçã, os quais podem ser de 0,2% a 0,8%,
dependendo do cultivar. O aumento acentuado da fluorescência variável emitida pelas maçãs é usado como
indicador de que o nível mínimo de O2 tolerado pelas maçãs foi atingido. Sob AC dinâmica comercial, as maçãs são mantidas em atmosfera com concentração de O2 0,2% acima do nível de O2 mínimo tolerado. Assim,
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a concentração de O2 na AC dinâmica é aumentada em 0,2% sempre que os frutos atingirem o nível mínimo
tolerado, identificado pelo aumento da fluorescência. Isso normalmente ocorre uma a três vezes durante a
armazenagem de maçãs por longos períodos, dependendo do cultivar.
Recomenda-se regime de O2 entre 1,2% e 1,6% para maçãs ‘Fuji’, que são sensíveis a danos por CO2. Por isso,
a concentração de CO2 deve ser mantida abaixo de 0,8% nos dois primeiros meses de armazenagem, abaixo de
1% entre o 2º e 4º mês de armazenagem e abaixo de 1,5% a partir do 4º mês de armazenagem. Adicionalmente, para minimizar os riscos de dano por CO2, a redução do O2 da atmosfera de armazenagem de maçãs ‘Fuji’
deve ser retardada por uma a quatro semanas, a partir da data de refrigeração das maçãs, dependendo do
estádio de maturação na colheita, da região de produção, da severidade de dano por pingo de mel, dos teores
de N e K na polpa e do ano. O regime de CO2 deve ser 0,3% inferior ao descrito acima quando as maçãs ‘Fuji’
são tratadas com 1-MCP. A armazenagem de maçãs ‘Fuji’ em atmosfera com concentrações de O2 inferiores a
1,2% também é possível, mas deve ser usada com cautela, observando especialmente a susceptibilidade dos
frutos ao dano por CO2.
3.6 Tratamento com 1-MCP
1-MCP é um regulador de crescimento inibidor da ação do etileno que possui modo de ação não tóxico e
que pode ser ativo por vários meses após curta exposição (<24 h). 1-MCP tipicamente retarda as alterações
fisiológicas associadas a maturação e senescência de maçãs, aumentando o potencial de conservação da qualidade após a colheita, durante a armazenagem refrigerada ou à temperatura ambiente. Adicionalmente, 1-MCP
previne o desenvolvimento de escaldadura superficial, considerada o principal distúrbio fisiológico para cultivares de maçãs suscetíveis.
Assim como a AC, 1-MCP não tem efeito direto sobre o desenvolvimento de fungos patogênicos. O tratamento com 1-MCP aumenta o potencial de armazenagem de maçãs em 20% a 100%, dependendo da atmosfera de armazenagem, do cultivar, dos estádios de maturação na colheita, do pomar, etc. Os efeitos do 1-MCP
sobre a conservação da qualidade de maçãs armazenadas em AA (frio comum) é equivalente ao efeito da AC
com baixo oxigênio por 4 a 5 meses para ‘Gala’ e por 5 a 8 meses para ‘Fuji’. Existem efeitos aditivos da AC com
baixo oxigênio e do 1-MCP para aumento da conservação da qualidade de maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’ após a colheita.
3.7 Monitoramento da qualidade durante a armazenagem
Conforme descrito acima, existem muitos fatores pré- e pós-colheita que afetam o potencial de conservação
da qualidade da maçã durante a armazenagem. A análise desses fatores é o principal método para segregar
lotes de maçãs de acordo com o potencial de armazenagem. No entanto, normalmente diferentes fatores prée pós-colheita afetam o potencial de armazenagem de forma não alinhada (em diferentes direções) e, por isso,
a análise desses fatores per se não é suficiente para prever com exatidão o tempo de armazenagem de cada
lote de maçãs. Assim, a análise periódica da qualidade de amostras de frutas durante a armazenagem é mais
eficiente para determinar o tempo de armazenagem (momento de abertura de cada câmara de armazenagem)
que a previsão. A análise periódica de amostras de maçãs permite reduzir riscos de perda da maçã quando,
acidentalmente, ocorrem erros de leitura de temperatura ou concentração de O2 e CO2 da atmosfera. É importante ressaltar que existem normas de segurança do trabalho em ambiente confinado com baixa concentração
de O2 a ser seguidas para evitar acidentes.
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4 Referências
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Métodos de prevenção e estratégias e medidas de controle
para redução das perdas de frutas em pré- e pós-colheita
Rosa Maria Valdebenito Sanhueza15
No Brasil, os patógenos que causam as maiores perdas pós-colheita em maçãs são aqueles associados às
doenças de verão, ou seja, Glomerella cingulata/Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Penz. e Sacc. e C. acutatum J. H. Simmonds (causadores de podridão-amarga), Botryosphaeria dothidea (Moug.: Fr.) Ces & De Not
(sin. B. berengeriana) (causador de podridão-branca) e Cryptosporiopsis perennans (Zeller & Childs) Wollenweber (Kienholz, 1939), causador de podridão olho-de-boi). Esse grupo de patógenos causa infecções latentes nos
frutos. Além desses patógenos citados, outro grupo inicia a infecção após o período de colheita dos frutos; nele
se incluem, em ordem decrescente de importância, Penicillium expansum (Link ex Fries) Thom, Botrytis cinerea
(Pers ex Fries) e Alternaria alternata (Fr.) Keissl (VALDEBENITO-SANHUEZA et al., 2002). Outros patógenos de
ocorrência esporádica pertencem aos gêneros Rhizopus, Marssonina, Neonectria. Há também o complexo de
fungos que causam a fuligem e a sujeira de mosca.
Visto que, para definir as estratégias de controle, se deve conhecer a epidemiologia da doença e, principalmente, onde se encontra o patógeno a ser controlado, são listadas a seguir essas informações para as principais doenças.
a) Podridão olho-de-boi
Entre as podridões que causam maiores danos na fase de pós-colheita da macã no País encontra-se a podridão olho-de-boi, causada por espécies de Cryptosporiopsis, cuja fase sexual (teleomorfo) é, no presente,
posicionada como Neofabraea e não mais como Pezicula e apresenta grande variabilidade morfofisiológica.
Sobrevivência: No Brasil, as estruturas infecciosas podem sobreviver nos frutos que permanecem no chão
após a colheita e, no inverno, em ramos de 1 e 2 anos em cancros superficiais em esporões infectados que
ficam na planta nos burr knotts e nas gemas floríferas. Na primavera, esse inóculo permanece nos frutos e é
detectado de dezembro até o fim da colheita (Figura 1).
Figura 1. Ciclo da podridão olho-de-boi nas macieiras
Engenheira-agrônoma, Dra., Pesquisadora da Proterra Engenharia Agronômica, BR-116, no 7320, Bairro Fátima,
95200-000, Vacaria, RS, Brasil, fone: (54) 3232-1353, e-mail: [email protected].
15
67
Infecção das maçãs: elas podem ser infectadas a partir da última semana de novembro, e o início desse processo pode ocorrer quando as estruturas do fungo colonizam as lenticelas e as áreas entre as lenticelas e a área
dos extremos peduncular ou calicinal. As infecções serão facilitadas se ocorrer aumento da abertura do canal
calicinal causado pelo uso de produtos com ação hormonal no pomar e, na área peduncular, pela criação de
micro- ou macrolesões ao redor do pedúnculo. Estas últimas podem ser causadas por deficiências na formação
da cutícula e pela ocorrência de estresse hídrico.
A colonização será restrita quando a fruta está imatura e será facilitada com o avanço da maturação, pois
então ocorre diminuição da concentração dos componentes da fruta que inibem a infecção dos patógenos. A
qualidade e a forma da cera da epiderme é fundamental para definir o início da infecção. Assim, maçãs com
cera desuniforme na colheita poderão abrigar mais contaminantes em sua epiderme. Nessa condição será
facilitado o fluxo de nutrientes da polpa até a superfície, o que estimulará o patógeno a infectar e colonizar o
fruto. A cutícula sofrerá também modificações durante a frigorificação, e essas mudanças causarão aumento
dos danos se o período de armazenagem seja mais longo. A infeccão direta dos frutos ocorrerá também pelos
ferimentos, visíveis ou não, associados a escaldadura pelo sol, danos por insetos e granizo.
Condições de ambiente necessárias para a infecção: A pesquisa tem mostrado que o molhamento do fruto
por no mínimo 8h a 20ºC pode causar infecção. Essas condições ocorrem facilmente no verão e, em muitos
casos, pode ocorrer na ausência de chuva. Assim, o aumento da incidência da doença associada a chuvas frequentes terá papel importante pela dispersão e disseminação de inóculo e também na remoção dos fungicidas.
É importante lembrar que, se a fruta for molhada antes da frigorificação, ou se o processo de resfriamento for
demorado, a infecção poderá ocorrer dentro das câmaras frias.
Alternativas para o controle da podridão olho-de-boi
Os métodos de controle no Brasil incluem medidas que asseguram a menor suscetibilidade dos frutos às
infecções e o foco é na diminuição do inóculo. Essas medidas incluem fungicidas (Tabela 1) e práticas de controle cultural:
a) Uma pulverização para controle de inóculo inicial nas macieiras na saída do inverno com calda sulfocálcica ou cúpricos logo antes da quebra de dormência pode reduzir 40% do dano causado pela doença na fruta
frigorificada;
b) Tratamentos fungicidas com alto volume de calda associando ou não o tratamento a fosfitos e desinfectantes, na 1a quinzena de dezembro, e outras feitas a partir de 40 dias prévios à colheita para proteger a fruta
no período de maior suscetibilidade;
c) Colheita cuidadosa dos frutos e no estádio de maturação adequado para o cultivar, seu transporte protegido do sol e evitando-se os ferimentos pelo transporte;
d) Uso de produtos listados na grade da produção integrada da maçã (PIM), como desinfetantes da água
de lavagem dos frutos e do ambiente de classificação, e acondicionamento deles. Dar preferência ao uso rotineiro de aspersão de desinfetantes antes da embalagem;
e) Controle dos patógenos que colonizam a superfície das maçãs e das estruturas que estão suspensas na
água, com uso da radiação UV-C na dose de 0,375kJ.m-2;
f) Integração das estratégias de campo e packing e da comercialização quanto ao manejo das doenças e
dos distúrbios.
68
Tabela 1. Eficiência relativa dos fungicidas usados para controle da podridão olho-de-boi
Avaliados em misturas com SDHI.
Avaliados em pós-colheita e para diminuição do inóculo da fruta em pré-colheita.
(3)
Usados em doses baixas e intercalando a pulverização com duas de outros produtos. Sem restrições em doses
baixas no campo após a colheita.
(1)
(2)
b) Podridão-branca das maçãs
A podridão-branca das maçãs (Botryosphaeria dothidea) é mais importante nos anos com verões quentes e
chuvosos. A infecção ocorre por penetração direta, na presença de molhamento, de temperatura ótima para
germinação (28 a 32°C) e durante o ciclo inteiro, enquanto houver inóculo disponível (Figura 2). A infecção fica
latente até a maturação das maçãs, no campo ou na armazenagem.
Figura 2. Ramos de poda da macieira colonizados por Botryosphaeria sp. no fim da primavera
Fontes de inóculo: O patógeno sobrevive em frutos mumificados, gemas, cancro de ramos e troncos e coloniza ramos de poda que ficam no pomar. Na primavera se inicia a liberação de ascósporos ou conídios, os quais
vão infectar os frutos em desenvolvimento. A presença do patógeno no pomar pode vir de plantas nativas de
pomares abandonados, plantas mortas ou ramos com cancro europeu colonizados com B. dothidea. A chuva
contribui com a liberação de conídios e ascósporos, e a disseminação se dá por respingos de chuva e correntes
de vento.
Alternativas para o controle da podridão da podridão-branca
a) Coleta das maçãs que ficam nos pomares após a colheita (no chão e nas plantas) e destruição de ramos
podados;
69
b) Uso de fungicidas protetores a cada 10 dias, ou 50mm a partir do fim da primavera e de benzimidazol
mais captan ou folpet quando ocorrer alerta de risco médio ou severo no sistema de Alerta. Os alertas devem
iniciar-se quando o inóculo estiver presente no pomar. Nos resultados em Vacaria verificou-se que, pulverizando as macieiras com protetores e benzimidazois quando ocorrem riscos médio e severo, se obtém controle do
patógeno, uso mais eficaz dos fungicidas e proteção das macieiras;
c) Os fungicidas eficazes são captan, folpet, chlorothalonil, dithianon mancozeb e fluazinam, benzimidazóis, inibidores do ergosterol e o fosfito de potássio;
d) Método de detecção de infecções latentes: com a premissa de que as estruturas do patógeno estão
presentes na fruta quando colhidas, o método consiste em lavar as maçãs e colocá-las úmidas em sacos plásticos com a metade do volume preenchido com frutas e depois de fechadas mantidas à temperatura de 22 a
25°C por 20 a 30 dias.
c) Patógenos típicos de pós-colheita
Aqui serão apresentados conceitos sobre a epidemiologia e o controle do mofo azul e do mofo cinzento.
Mofo-azul (Penicillium expansum) – O fungo causador do mofo-azul é habitante epífita de frutos e infecta
as maçãs através de feridas abertas e machucaduras de epiderme. O patógeno pode-se desenvolver, esporular
e infectar os frutos em condições de temperatura de 0°C e sem luz, ambiente característico das câmaras frias
onde os frutos são armazenados.
No progresso das doenças de pós-colheita podem seguir-se curvas monomoleculares ou de juros simples,
lineares, exponenciais ou sigmoidais assimétricas. Dessa forma, pela visualização do progresso da doença se
pode definir a estratégia de controle. Assim, se a doença é de juros simples, a estratégia de controle adequada
será reduzir ou eliminar o inóculo inicial para diminuir o dano final. Isso se obtém com o processo de sanitização, que elimina da superfície organismos na quantidade suficiente para reduzir as podridões.
Fontes de inóculo dos patógenos de pós-colheita: O inóculo de P. expansum, no Brasil e em outros países,
encontra-se na superfície da fruta, nas embalagens, na água de lavagem das frutas, nos ambientes onde são
selecionadas e embaladas as maçãs e no solo carregado pelos bins do pomar ao packing (Jones & Aldwinckle,
1990; Amiri & Bompeix, 2003). Já Botrytis cinerea está presente nos restos vegetais que acompanham a fruta,
no solo do pomar e, às vezes, no ar do packing house. Nesse caso, também o inóculo inicial são maçãs vindas
do pomar já infectadas.
Os métodos de controle desses patógenos:
a) fungicidas em pré colheita;
b) colheita no ponto adequado para o cultivar;
c) resfriamento rápido e armazenagem da fruta em condições de atmosfera controlada para retardar a
maturação da fruta;
d) limpeza e desinfecção de embalagens, plásticos-bolha, sacolas de colheita, câmaras frias e das instalações onde se manuseiam as maçãs;
e) tratamento da água de lavagem e do ambiente com produtos desinfetantes;
f) tratamento das maçãs com desinfetantes e UV-C antes da embalagem;
g) lavagens de bins com desinfetante ou água aquecida;
h) determinação periódica da sensibilidade dos patógenos aos fungicidas quando se optar pelo uso desses
produtos em pós colheita.
70
No Brasil, há o tiabendazole e o iprodione para uso em pós-colheita, mas não são amplamente utilizados.
Em outros países, porém, há numerosos produtos biológicos, fungicidas de síntese e produtos alternativos
registrados para tratamento de maçãs em pós-colheita. Contudo, há uma crescente pressão do mercado e dos
consumidores para que esses produtos não sejam utilizados nessa fase da cadeia de produção.
Os desinfetantes utilizados são de diferentes ingredientes ativos e, em geral, têm registros oficiais como sanitizantes para uso em alimentos. Neles podem ser citados: a) os que possuem cloro em moléculas inorgânicas,
como o hipoclorito de sódio e o de cálcio e o dióxido de cloro, os de moléculas orgânicas, como o digluconato
de clorexidina e o dicloro isocianurato de sódio; b) sais de amônia quaternária; c) ozônio; d) água oxigenada; e)
ácido acético e ácido peracético, entre outros.
Entre os fatores que interferem na escolha desses produtos está a recomendação de uso fundamentada em
trabalhos de pesquisa feita na região produtora de maçãs, o potencial corrosivo do maquinário, a inativação
pela baixa temperatura, pelo pH ou pela matéria orgânica, a produção de produtos voláteis prejudiciais aos
funcionários dos packings e a produção de compostos cancerígenos em contato com a matéria orgânica. Essa
escolha pode também ser complicada pela variedade de marcas e formulações que estão no mercado, que
podem ter resultados diferentes quando avaliadas nas maçãs.
Referências
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71
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Pesquisa e Desenvolvimento, 21).
72
El Muro Frutal: Experiencias de
mecanización en fruticultura en el Uruguay
Danilo Cabrera16; Pablo Rodríguez17 y Roberto Zeballos17
Para el logro de rentabilidad en un monte frutal se debe producir fruta en cantidad y calidad optimas, con
cierta eficiencia productiva, la que dependerá de muchos factores. El sistema de conducción es uno de estos
factores, que está ligado al mayor aprovechamiento de la luz, el suelo y la mano de obra, entre otros. Los sistemas de conducción modernos hacen que mayor proporción del árbol intercepte la luz solar, siendo así más
eficiente en producir materia seca (fruta, hojas y madera), lo que determinara una mayor producción en dicha
área. A su vez, en estos nuevos sistemas de conducción la eficiencia de la mano de obra es mayor por la facilidad de realizar determinadas prácticas de manejo, como poda, raleo y cosecha entre otras.
Es sabido que estas prácticas (poda, raleo manual y cosecha) insumen el 80% de las 1000 horas hombre, que
se utilizan por hectárea para mantener un monte frutal (MGAP/DIGEGRA, datos no publicados – 2014). Es por
esto que desde hace un tiempo en el mundo frutícola, se están buscando alternativas, tratando de aumentar
la eficiencia de la mano de obra, así como el disminuir tiempos empleados en ciertas prácticas de manejo mediante la mecanización de las mismas.
En este trabajo se desarrollará el concepto del sistema de conducción Muro Frutal y la experiencia en poda
y raleo mecánico en frutales que se ha llevado adelante en el Uruguay, mediante un Acuerdo de Trabajo entre
el Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria (INIA) y la Dirección General de la Granja (DIGEGRA) del
Ministerio de Ganadería, Agricultura y Pesca (MGAP).
Muro Frutal
El Muro Frutal es un sistema de conducción que fue desarrollado en Francia en la década de los 80 por el
Dr. Alain Masseron, del Centre Technique Interprofessionnel des Fruits et Légumes (CTIFL) de Lanxade. Ese
sistem permite mecanizar ciertas prácticas de manejo, como la poda y el raleo, y surgió como complemento
al proyecto ‘Magali’ de cosecha robotizada de manzana. El Muro Frutal se basa en mejorar el acceso al árbol,
permitiendo una organización más racional de ciertas prácticas manuales (atado de troncos y ramas, raleo de
frutos y cosecha), con la consecuente disminución de costos en mano de obra en estas prácticas de manejo y
manteniendo y/o mejorando los niveles productivos y de calidad de los cultivos (MASSERON, 2002).
Este sistema de conducción consiste en formar paredes frutales de 0,8m en la base y 0,6m en la parte superior (Figura 1), que aseguren la llegada de la luz a toda la copa. Por tratarse de estructuras delgadas y para
mantener el volumen productivo en la unidad de superficie se utilizan menores distancias entrefilas que van
entre los 3m y 3,5m (Figura 2).
Programa de Investigación en Producción Frutícola. INIA Las Brujas. Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria
(INIA), Uruguay. Ruta 48, Km 10, Rincón del Colorado, Canelones. [email protected].
18
Ministerio de Ganadería, Agricultura y Pesca, Dirección General de la Granja (MGAP/DIGEGRA), Uruguay. 16
73
Figura 1. Manzana ‘Gala Baigent’ – Brookfield®, sobre portainjerto M9 Pajam 2, de 12 años de edad, transformada de eje central a Muro Frutal
En el Muro Frutal se pueden utilizar diferentes estructuras de planta, variando la distancia entre plantas. Por
ejemplo, se podrá utilizar tanto un eje central como una palmeta de 3 o 4 ejes, adaptándose ambos al sistema.
Lo que se deberá buscar es un rápido crecimiento de la planta para lograr un llenado rápido de la pared frutal
con los ejes principales y las ramas productivas. Según Masseron (2002), esa tecnología ha dado como resultado un aumento en la eficiencia del uso de la mano de obra por reducir tiempos de poda en dos a tres veces
comparado con un sistema tradicional, y también reducción en los tiempos para el raleo manual.
Figura 2. Corte transversal de árboles en el sistema de Muro Frutal, mostrando distancias y medidas utilizadas
Además, en el Muro Frutal se mejora la exposición de la fruta al sol, la eficiencia de los tratamientos sanitarios, la eficiencia de los raleadores, posibilitando el raleo mecánico, y la eficiencia de la cosecha, tanto por
74
el posible uso de plataformas de cosecha como por facilitar la labor de los cosechadores (ROCHE & CODARIN,
2011). Masseron (2002) cita como desventaja de este sistema su alto costo de inversión en maquinaria.
La poda realizada en el Muro Frutal se basa en el método de Lorette (1914), quie, en manzano, reemplaza
la poda invernal por poda de verano con la finalidad de formar estructuras de fructificación. Según Masseron
(2002), esos cortes en verde (fin de noviembre y principios de diciembre) persiguen tres efectos esenciales:
1- la inducción a yemas florales; 2- la rigidez y largo que se les da a las ramas que soportaran la producción; y
3- la formación de una zona de fructificación que estará en el interior del sistema, debido a que se trata de una
estructura de poco espesor y al que se deberá hacer un buen raleo de frutos en la zona externa de la estructura. El Muro Frutal permite hacer poda en verde mecanizada, la que se aconseja realizar cuando las brindillas
nuevas tienen 12 hojas y que es el momento en que se da la inducción floral, por lo que se trata de una poda
desvigorizante y que induce a la formación de yemas florales (Figura 3).
Figura 3. Inducción de yemas florales al fin de la estación, como resultado de la poda mecánica en verde
Experiencias de mecanización en fruticultura en el Uruguay
En 2012 se inicia una experiencia en montes adultos de duraznero y manzano, por parte de DIGEGRA –
MGAP, en predios de productores, simulando poda mecánica con una máquina corta-cerco, con el objetivo
de convalidar un paquete tecnológico de “transición” hacia el Muro Frutal, aplicable a montes ya instalados,
con entrefilas de 4 a 5m. Los resultados mostraron que mediante la poda mecánica fue posible reducir el uso
de mano de obra, directamente en podas de invierno y desbrotes, en 35% en duraznero y 45% en manzano,
e indirectamente en el resto de las labores, sin afectar rendimiento y calidad de fruta. Dicha reducción sería
menor que la que se podría lograr con montes manejados desde su plantación en sistema de Muro Frutal. Esas
experiencias también demostraron que la poda mecánica es necesaria para posibilitar el uso de la raleadora
75
mecánica y aumentar la eficiencia de las plataformas, prácticas que también redujeron costos de producción
(ZEBALLOS et al., 2014).
A partir de 2014, se firma un Acuerdo de Trabajo entre INIA y la DIGEGRA- MGAP, que posibilitó la introducción de tres máquinas innovadoras para nuestro medio: una podadora de discos o cuchillas, una raleadora tipo
‘Darwin’ y una pulverizadora hidroneumática de flujo tangencial (Figuras 4, 5 y 6).
Figura 4. Máquina podadora de discos
Figura 5. Atomizadora de flujo tangencia máquina
76
Figura 6. Máquina raleadora de flores – Maquinaria adquirida mediante el Acuerdo de Trabajo INIA-DIGEGRA/
MGAP
Dicha maquinaria está siendo utilizada en módulos de validación y ensayos en predios de productores y en
la Estación Experimental ‘Wilson Ferreira Aldunate’ de INIA Las Brujas, repitiendo un mecanismo exitoso de
gestión conjunta donde el productor se encarga del manejo productivo, los técnicos de campo aportan sus
puntos de vista, las instituciones aportan la transferencia tecnológica incluyendo el servicio de maquinaria y
todos comparten los riesgos y los beneficios de la innovación.
El Acuerdo de Trabajo comenzó con la validación de la maquinaria en la transformación de plantaciones
frutales standard a Muro Frutal. Mediante poda mecánica se transformaron plantaciones conducidas en Eje
Central y en Solaxe, poda que se realizó en otoño (abril-mayo).
En la presente temporada ya se estarán haciendo labores de poda mecánica en montes plantados de 3 años
de edad para conducir en Muro Frutal y así poder evaluar el sistema en las condiciones del Uruguay. En la poda
otoñal de transformación se utilizó la podadora mecánica con discos, dados los cortes de madera más gruesa
que se debía hacer en ese momento.
En el invierno se realizó una poda manual liviana (40 horas/hectárea) sacando chupones mal ubicados y alguna rama gruesa que competía con el líder. Se volvió a pasar la podadora mecánica a principios de diciembre
2014 (brindillas con aprox. 12 hojas). En la temporada 2015-2016 se repitieron la poda invernal manual y la
poda mecánica (diciembre 2015). La poda de diciembre se realizó con cuchillas en la podadora mecánica, y se
pasó a una velocidad de 3 kilómetros por hora, insumiendo 1,7 hora por hectárea.
En ambas temporadas se tuvo que realizar raleo químico y manual para ajustar el número de frutos por
planta. La evolución de los rendimientos muestra como bajan el primer año en la parcela transformada a Muro
Frutal, pero en la segunda temporada dichas diferencias ya no son significativas (Figura 5).
Poda mecánica
77
En el 2014 se instaló un ensayo con el objetivo de evaluar la evolución de los rendimientos y calidad de fruta
en un sistema de eje central y otro eje central transformado en Muro Frutal mediante poda mecánica. Dicho
ensayo se realizó en la variedad Gala Baigent ‘Brookfield™’, conducida en eje central, a distancias de 3,5m x
1,2m (2380 plantas/hectárea).
La podadora utilizada es procedencia italiana, marca BMV mod. FL200P con central hidráulica independiente. Cuerpo inferior para corte vertical – 8 discos y/o cuchillas, cuerpo superior para corte vertical a horizontal
– 2 discos y/o cuchillas. Discos de 36cm de diámetro. Largo de corte máximo: 3,53 metros, corte en T de 2,83m
más 0,7m (topping). Tres motores hidráulicos comandan el movimiento de las cuchillas. Hay posibilidad de
movimiento lateral, vertical e inclinado.
La poda mecánica para transformar el Eje Central a Muro Frutal se realizó en mayo de 2014 (Figura 7), no
realizando cortes muy gruesos dado que el eje central se manejaba con poda de renovación produciendo sobre
ramas de 2 a 4 años.
Figura 7. Poda mecánica otoñal para realizar la transformación de un eje central a Muro Frutal
En el invierno se realizo una poda manual liviana (40 horas/hectárea) sacando chupones mal ubicados y alguna rama gruesa que competía con el líder. Se volvió a pasar la podadora mecánica a principios de diciembre
2014 (brindillas con aprox. 12 hojas). En la temporada 2015-2016 se repitieron la poda invernal manual y la
poda mecánica (diciembre 2015).
La poda de diciembre se realizó con cuchillas en la podadora mecánica, a una velocidad de 3 kilómetros
por hora, insumiendo 1,7 hora por hectárea. En esa época se realizó la poda de la parte superior (topping) de
los árboles, delimitando la altura del muro frutal, que fue de 3,5 metros. En ambas temporadas se tuvo que
realizar raleo químico y manual para ajustar el número de frutos por planta. La evolución de los rendimientos
muestra como bajan el primer año en la parcela transformada a Muro Frutal, pero en la segunda temporada
dichas diferencias ya no son significativas (Figura 8).
78
Figura 8. Evolución de los rendimientos de Gala Baigent ‘Brokfield™’ después de la
transformación a Muro Frutal
En este ensayo también se evaluó el peso medio, sobrecolor y maduración de los frutos, no se encontrándo
diferencias significativas entre los sistemas evaluados. En la estructura de Muro Frutal se facilitaron las operaciones de poda invernal, raleo manual y cosecha, por tratarse de una estructura plana que facilita el trabajo
del operario.
Poda mecánica y raleo mecánico
Una de las ventajas comparativas que tiene el Muro Frutal y el mantenerlo con la poda mecánica es la
posibilidad del uso de raleadoras mecánicas. Combinando la poda y el raleo mecánico, se realizaron ensayos
de raleo mecánico en plantaciones transformadas a Muro Frutal. Se utilizó una raleadora tipo ‘Darwin’ marca
BMW mod. TH500E, con rotor de 2,8 metros de largo, tres filas de hilo a densidad de 40 hilos por metro. Esa
raleadora puede alcanzar velocidades de entre 150 a 400rpm.
El raleo mecánico se recomienda realizar entre botón floral y hasta un 80% de flor abierta. El raleo mecánico
se debe ajustar según la variedad, las condiciones de cuajado, y la carga de fruta que se quiera en el árbol. Para
dicho ajuste, esta práctica tiene como ventaja que se pueden variar las velocidades del tractor y del rotor de la
raleadora, logrando así diferencias en las intensidad de raleo.
Se realizaron ensayos de raleo mecánico en plantaciones de Gala Baigent − Brookfield™ y de Cripps Pink −
Pink Lady™, conducidas en eje central y transformadas a Muro Frutal. En dichos ensayos se utilizó la raleadora
con tres filas de hilos y 40 hilos por metro, variando la velocidad del rotor de la raleadora y la del tractor. Los
tratamientos evaluados fueron: Testigo (sin raleo mecánico); 230rpm a 4kph y 250rpm a 3,2kph.
En la Tabla 1 se muestra como el grado de extinción natural de yemas fructíferas fue de un 21% en Gala
Baigent y de un 22% en Cripps Pink. El raleo mecánico dejó suficientes estructuras fructíferas para lograr rendimientos altos con mejor calidad de fruta, comparado con el testigo. Los tratamientos de raleo intenso (250rpm
– 3,2kph) resultaron en menores rendimientos que en el resto de los tratamientos, debido a un menor número
de frutos sobre la planta (Tabla 1). Luego del raleo mecánico, se realizó el raleo manual de frutos, ajustando el
número de frutos por planta. Ese raleo manual de frutos insumió un 38 % menos de tiempo en el tratamiento
con raleo mecánico menos intenso - 230 rpm - 4 kph - comparado con el testigo.
Tabla 1. Resultados de ensayos de raleo mecánico en manzano.
79
Conclusiones:
- El Muro Frutal – sistema con alto potencial productivo, produciendo fruta uniforme en tamaño y color;
- MF – permite mecanizar prácticas como la poda, el raleo y la cosecha, aumentando la eficiencia de la mano
de obra por estar la fruta más al alcance del operario, disminuyéndose los tiempos empleados para realizar las
prácticas de manejo, bajando así los costos de producción.
- Con la poda mecánica se reduce el tiempo de poda manual en horas hombre, por reducción de la poda
invernal (40% en manzano) y la reducción de la poda de verano;
- Con la poda mecánica se reduce el crecimiento vegetativo y aumenta la densidad de flores o frutos;
- La poda mecánica permite aumentar la eficiencia del raleo mecánico, resultando en una menor necesidad
de raleo manual (40% menor);
- Tanto la poda como el raleo mecánico se deben ajustar año a año, en cuanto al momento de realizarlos, dependiendo de la edad de la planta, variedad, crecimiento vegetativo y condiciones climáticas de la temporada.
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80
Mecanização de pomares de maçãs: A situação no Brasil
João Mena Neto18
Os custos de produção de maçã no sul do Brasil variam conforme o tamanho da propriedade e a tecnologia
utilizada na produção. Isso é impactado diretamente pela eficiência do uso da mão de obra. Em média, tem-se
que apenas a colheita representa em torno de 53% do total de horas despendidas em um pomar de maçãs
adulto de alta densidade, seguido de 17% de raleio e 12% a 20% para a poda (Figura 1).
Figura 1. Distribuição de horas/máquinas em um pomar de maçãs
Portanto, com a mecanização de pomares há redução do uso de mão de obra total ou parcial conforme a
atividade a ser desenvolvida. Dependendo da atividade a ser executada, necessita-se adaptar o sistema de condução para que propicie a mecanização. Isso representa um investimento alto e, para tanto, devem-se escolher
corretamente os equipamentos para evitar problemas futuros.
No tocante à escolha do tipo de trator, há uma grande variedade no mercado. Devemos levar em conta
nessa escolha a intensidade de uso, o modelo adequado às atividades a serem executadas e o custo/benefício,
principalmente nos aspectos de consumo de combustível e disponibilidade e manutenção de peças. As principais atividades que envolvem o uso de máquinas na produção de maçãs podem ser elencadas em: tratamento
fitossanitário, limpeza, poda, adubação e colheita.
Tratamento fitossanitário (Pulverizadores)
O modelo mais usado é o turbo-atomizador acionado por trator. Há dois modelos que são utilizados:
• Pulverizador acoplado ao hidráulico, com capacidade de 400 a 600L (Figura 2);
Engenheiro-agrônomo, Fischer S/A Agroindústria, Rodovia SC-355, Km 24,5, 89580-000 Fraiburgo, SC, fone: (49) 32562399, e-mail: [email protected].
18
81
Figura 2. Pulverizador acoplado
• Pulverizador de arrasto, com capacidade de 1.000 a 2.000L (Figura 3);
Figura 3. Pulverizador de arrasto
82
Há também uma adaptação de pulverizadores com uso de extensores (mãozinha). Esse pulverizador é mais
adaptado para áreas com pomares adensados e de pouca profundidade de plantas. Outra tecnologia que está
sendo testada atualmente é a pulverização eletrostática, que consiste na eletrificação das gotas de pulverização (Figura 4).
Figura 4. Pulverização eletrostática
Segundo Chaim (2016), várias pesquisas têm demonstrado que o emprego de pequenas gotas (menores
que 100 micrômetros) apresenta os melhores resultados no controle fitossanitário (Figura 5). Esse sistema de
pulverização permite redução do volume de calda.
Figura 5. Sistema de pulverização permite redução do volume de calda
83
No ciclo 2015-2016, utilizando-se o sistema para eletrificação bico/bico, tivemos resultados semelhantes ao
controle normal com volume de água em torno de 500L.ha-1. Para tanto, há necessidade de adequar o pomar
de modo que facilite a adoção dessa tecnologia (principalmente no tocante à profundidade da planta), e de
pesquisa que comprove esse método nas diversas condições de cultivo (Tabela 2).
Tabela 2. Comparativo de incidência da mancha da gala (Colletotrichum spp.) nas folhas em dois sistemas de
pulverização (% )
Fonte: Fischer (2016).
Limpezas
O principal uso da mecanização na limpeza de pomares é no controle de ervas daninhas com redução do
contato do aplicador com produto químico, bem como a redução significativa da mão de obra no controle dessas ervas daninhas na linha de plantio (Figura 6).
Figura 6. Controle de ervas daninhas com pouco contato do aplicador com
o produto químico
Nas entrelinhas faz-se o uso de roçadeira com opção de direcionamento lateral do material cortado e lançado embaixo da saia da planta (Figura 7).
Figura 7. Uso de roçadeira com direcionamento lateral do material cortado
84
O triturador de galhos da poda é outra opção. Possibilita a trituração do material de poda facilitando sua
decomposição, podendo ser usado também como roçadeira (Figura 8).
Figura 8. Uso de triturador de galhos de poda
O varredor com deslocamento lateral permite limpeza embaixo da planta. Seu objetivo é a redução de fonte
de inoculo (folhas, galhos e frutos), jogando para o meio da fila onde será triturado (Figura 9).
Figura 9. Varredor com deslocamento lateral
Podas
O uso de poda semimecanizada em pomares de maçãs no Brasil tem crescido nos últimos anos. Diversas
modalidades são utilizadas pelos fruticultores no intuito de melhorar os rendimentos da atividade e reduzir
a fadiga. Podemos elencar alguns tipos de ferramentas e máquinas que estão sendo usadas para auxiliar ou
complementar a poda manual.
a) Poda com tesoura pneumática com uso de plataforma: Segundo Dalpiaz (2015), tem-se os rendimentos
85
comparativos de poda tradicional 200HH.ha-1, e com o uso de plataforma rendimentos de 100HH.ha-1. O ganho
de rendimento varia conforme o tipo de poda, com uso de tesourão ou tesoura pneumática (Figura 10).
Figura 10. Poda com uso de tesoura pneumática
b) Poda com tesoura elétrica: Reduz a fadiga e, dependendo do tipo de poda, permite ganhos de rendimento
de 20% a 30%, porém é de custo elevado (Figura 11).
Figura 11. Poda com tesoura elétrica
86
c) Poda com serrote elétrico: Alternativa para áreas com poda sem uso de escada, principalmente em pós-colheita. Os ganhos não são tão expressivos, pois o que limita é o diâmetro dos ramos podados.
d) Poda com podadeira mecânica: Tem como principais benefícios a redução de mão de obra e a diminuição da
profundidade das plantas, facilitando tratamentos fitossanitários e aumentando a coloração dos frutos. Pode
ser empregado no verão em períodos de novembro a janeiro, porém depende da carga da planta e do manejo
de vigor (Figuras 12 e 13). Quando usada em pós-colheita, facilita ou complementa a poda seca. Deve-se alternar seu uso ao longo dos ciclos, conforme a necessidade de detalhamento da poda. É um sistema que se adapta ao sistema de produção de alta densidade. Devem-se evitar áreas onde há problemas com nectria galligena.
Figuras 12 e 13. Poda com podadeira mecânica
Colheita
É a atividade em que o gasto de mão de obra é mais significativo. É um processo basicamente manual, e a
mecanização ou semimecanização visa à redução dessa dependência. Poucos avanços foram feitos nesse sentido, porém nos últimos anos diversas máquinas estão sendo avaliadas, a maioria importadas e de custo elevado. Entretanto, há empresas nacionais que estão desenvolvendo maquinário adaptado à condição da produção
brasileira. Os sistemas tradicionais são com uso de garfo (Figuras 14), carretas com (Figura 15) ou sem (Figura
16) carregamento de bins.
Figuras 14, 15 e 16. Sistema tradicional com o uso de garfos (Fig. 14), carreta com carregamento de bin (Fig. 15) e carreta sem carregamento de bin (Fig. 16)
87
Para sistemas de alta densidade, alguns modelos estão sendo testados como plataformas com mecanização
parcial. Algumas poderão ser adaptadas para o uso da poda, manejo das telas de cobertura, raleio manual, etc.
O uso de plataforma tem sido feito buscando-se uma maior produtividade do trabalho, aumentando a eficiência ou eliminando injúrias (LEWIS, 2015). As plataformas permitem abandonar o uso de escadas e diminuem a
fadiga dos trabalhadores. Há diversos modelos no mercado (Figuras 17 e 18):
Figura 17. Plataforma Pluk-O-track
A colheita nas partes superior e inferior da planta conta com o uso de esteiras (Figura 18).
Figura 18. Colheitadeira com o uso de esteiras
Comparando-se o uso de máquina autopropelida com carreta, tem-se o resultado mostrado na Tabela 2.
88
Tabela 2. Comparativo de colheita tradicional x colheita com máquina de Fuji Suprema
Há algumas desvantagens em relação ao uso de máquians. As principais são:
• preço alto de reposição de peças;
• assistência técnica;
• alimentação do sistema de bins vazios.
Plataforma autopropelida
Há necessidade de sincronia na colheita quando colhida a planta inteira. Está sendo mais usada para colheita na parte superior da planta (Figura 19).
Figura 19. Colheitadeira para colher a planta inteira
Preço menor do que as Pluck-o-Track, porém com os mesmos problemas apresentados pela anterior.
Plataformas nacionais
Há diversos modelos que estão sendo desenvolvidos, alguns deles sendo utilizados em pomares comerciais
(Figura 20, 21 e 22).
89
Figuras 20, 21, 22. Plataformas nacionais usadas em pomares comerciais
A robotização, ou a colheita de fruta feita totalmente mecanizada, ainda é um projeto a longo prazo. O
desenvolvimento dessa tecnologia impactará sensivelmente na redução de mão de obra, bem como na viabilidade da produção de frutas.
Referências
LEWIS, M.K. Labor managent in modern orchards and opportunities for mechanization. Disponível em: <Apal.
org.au//wp-content/upload/2013/04/karen-lewis-future-orchards-mar-2015.pdf>.
SAZO, M.; ROBINSON, T. Measuring and extending the benefits of orchard mechanization in high-density orchards in Western N.Y. New York Fruit Quarterly. v.23, n.2, Verão 2015.
SILVA, F. Solução tecnológica no controle fitossanitário, Da Fruta, 6.ed., dez. 2015.
90
Manejo integrado de la sarna del manzano
Pedro Mondino19 y Sandra Alaniz20
Introducción
En zonas de producción con primaveras frescas y lluviosas, la sarna del manzano es la enfermedad más importante que afecta a este cultivo. Esta enfermedad afecta las hojas disminuyendo el área foliar fotosintética
de la planta, dando como resultando menores rendimientos. Sin embargo, el mayor daño es el que causa sobre
la fruta, donde, no solamente afecta su desarrollo, sino que también desmerece su calidad comercial.
En las regiones de Uruguay y Brasil donde se produce manzana, es común que las condiciones climáticas
sean muy favorables al desarrollo de esta enfermedad. Durante la temporada vegetativa de los manzanos,
existen numerosos períodos en los que ocurren precipitaciones (lluvias) y temperaturas apropiadas para la
infección. Esto implica que el productor y/o técnico deban mantener un estado de atención continua respecto
de las condiciones climáticas.
El organismo causal de la sarna, Venturia inaequalis (Cooke) G. Winter, es un hongo superior, perteneciente
al Phylum Ascomycota, Orden Pleosporales (Agrios, 2005). Este hongo produce ascósporas (esporas sexuales)
durante la primavera en cuerpos fructíferos denominados peritecios y conidios libres (esporas asexuales) sobre
los tejidos verdes atacados durante toda la temporada vegetativa. Se trata de un patógeno saprófita facultativo que sobrevive el invierno en las hojas caídas en el suelo, pero una vez mineralizadas no tiene capacidad de
competir con la microflora saprofítica y muere (JONES, 1976; JONES & ALDWINCKLE, 1991).
V. inaequalis se caracteriza por ser un hongo de lento crecimiento y que necesita temperaturas menores
a 20°C para desarrollarse. En el otoño, el hongo cae al suelo con las hojas infectadas. En estas hojas muertas
sobrevive durante el invierno y allí se reproduce sexualmente formando peritecios. Las ascósporas maduran
escalonadamente durante la primavera y son liberadas gradualmente, con cada evento de lluvia. Cada vez que
llueve las hojas en el suelo se mojan y los peritecios liberan sus ascósporas. Las ascóporas son llevadas por las
corrientes de aire hasta las hojas y frutos jóvenes. Una vez que toman contacto con los tejidos susceptibles,
necesitan la presencia de agua libre sobre ellos para poder germinar, penetrar y producir la infección. Con una
temperatura de 17 a 20oC las ascosporas necesitan un mínimo de 9 horas de hoja mojada para producir infección (MACHARDY, 1996).
Una característica importante de la sarna del manzano es que, el periodo de incubación (desde la infección
hasta la aparición de síntomas), es muy extenso en comparación con otras enfermedades; los síntomas aparecen luego de 9 a 17 días de ocurrida la infección.
Los órganos más jóvenes son más susceptibles y a medida que aumenta su desarrollo se tornan más resistentes (resistencia ontogénica). Debido a esto, la probabilidad de que los frutos puedan ser infectados durante
el verano es prácticamente nula ya que los frutos grandes son resistentes y a su vez las temperaturas altas
durante el verano inhiben el desarrollo del hongo. Alaniz et al, 2014 demostraron que es posible eliminar las
aplicaciones de fungicidas desde mediados de diciembre a la cosecha en las condiciones de producción de
Uruguay.
Ingeniero agrónomo, Dr., Director del Departamento de Protección Vegetal. Facultad de Agronomía. Universidad de la
República (UdelaR). Avenida Garzón 780. CP 12900, Montevideo, Uruguay. Teléfono: 598-2355-1108, e-mail: pmond@
fagro.edu.uy.
20
Ingeniera agrónoma, Dra., Profesora Adjunta de Fitopatología del Departamento de Protección Vegetal. Facultad de
Agronomía. Universidad de la República (UdelaR). Teléfono: 598-2355-1108, e-mail: [email protected].
19
91
Manejo de la sarna del manzano
Durante muchos años, el manejo de la sarna del manzano se basó en la aplicación de fungicidas de manera
secuencial desde el inicio de brotación hasta la cosecha. Se utilizaban fungicidas de contacto en una estrategia
preventiva combinados con la aplicación de fungicidas penetrantes o sistémicos en estrategia curativa. Posteriormente se logró eliminar las aplicaciones una vez finalizado el periodo de descargas de ascosporas (mediados de diciembre) en adelante (ALANIZ et al., 2014).
El uso indiscriminado de fungicidas de alto riesgo de generar resistencia provocó una selección de cepas
de V. inaequalis resistentes a los mismos. Así es que en Uruguay se pudo comprobar que las poblaciones de V.
inaequalis presentaban resistencia generalizada a Estrobilurinas y a fungicidas inhibidores de la biosíntesis del
ergosterol (IBE) (MONDINO et al., 2015).
La baja efectividad de los fungicidas utilizados en post-infección, obligó a un cambio de estrategia en el
manejo de V. inaequalis. Los fungicidas de contacto se comenzaron a aplicar en función del pronóstico meteorológico. La aplicación de Captan o Mancozeb en las 24 a 48 horas previas a cada evento de lluvia, minimiza la
necesidad de aplicaciones curativas (MONDINO & ALANIZ, 2009). Este manejo tiene por objetivo maximizar la
eficiencia del producto aplicado, evitar o retardar la generación de resistencia así como minimizar los efectos
secundarios sobre la salud de aplicadores y consumidores y sobre el medio ambiente.
Como es bien conocida la relación existente entre la biología de V. inaqualis y determinada condición sinóptica, es posible predecir la ocurrencia de los periodos de infección. Es sabido que la liberación de ascosporas
sólo ocurre cuando llueve, por lo que se puede asociar la ocurrencia de períodos de infección con la ocurrencia
de lluvias. Los sistemas de pronóstico meteorológicos han mejorado notoriamente en los últimos años lo que
permite conocer con mayor certeza cuando van a ocurrir precipitaciones. De esta forma si se realizan las aplicaciones de fungicida de contacto en el periodo de 24 a 48 horas previos a la ocurrencia de lluvias, se logrará
una máxima eficiencia en la protección brindada por el fungicida. Estas aplicaciones deben ser interrumpidas
durante el verano ya que la probabilidad de ocurrencia de infecciones en fruto y hojas adultas en este período
es despreciable.
Es así que en la actualidad el manejo de la sarna del manzano se basa en una Estrategia preventiva en
función de los pronósticos meteorológicos. Esta estrategia consiste en la utilización de fungicidas de contacto
aplicados antes de que ocurran las infecciones en función del pronóstico del tiempo, y recurrir a las aplicaciones de tipo curativas cuando sea estrictamente necesario. La incorporación de la información del pronóstico
meteorológico a la estrategia preventiva de manejo de la sarna presenta las siguientes ventajas:
- Se utiliza el fungicida estrictamente necesario. No tiene sentido aplicar un fungicida de contacto en forma
preventiva si no van a ocurrir condiciones de infección.
- La eficiencia del fungicida es máxima.
- Se minimiza la utilización de fungicidas IBE y por lo tanto se maximiza su durabilidad al retardar los procesos de selección que llevan a la aparición de resistencia.
- Se reduce el número de aplicaciones en la temporada ya que si bien en ocasiones se requiere hacer más
de una aplicación semanal, en otros períodos en que no se pronostica la ocurrencia de lluvias no se aplican
fungicidas.
Por otra parte, la aplicación de la estrategia preventiva en función de los pronósticos meteorológicos tiene
algunas desventajas o puntos a tener en cuenta:
- Es necesario que el agricultor tenga correctamente dimensionada su maquinaria de aplicación de forma de
tener capacidad de dar respuesta rápida cuando se pronostican lluvias. Debe cubrir la totalidad de sus montes
con la aplicación preventiva dando tiempo a secar la planta antes de la lluvia.
92
- En ocasiones es necesario realizar las aplicaciones en fines de semana o feriados lo que implica tener personal disponible en tales circunstancias.
- Algunos insecticidas utilizados para el control de insectos no admiten ser aplicados antes de las lluvias por
lo que debe revisarse la estrategia de manejo de insectos para evitar tener que duplicar aplicaciones.
Bibliografía
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EEUU. 1976. 34p.
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MACHARDY, W.E. Apple scab biology, epidemiology, and management. APS Press. 3340 Pilot Knob Road. St.
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MONDINO, P.; ALANIZ, S. Manejo integrado de la sarna del manzano ocasionada por Venturia inaequalis. In:
STADNIK, M. Manejo integrado de doenças da macieira. 1.ed., Florianópolis: Epagri, 2009. p.35-43.
MONDINO, P.; CASANOVA, L.; CELIO, A.; BENTANCUR, O.; LEONI, C.; ALANIZ, S. Sensitivity of Venturia inaequalis to difenoconazole and trifloxystrobin in Uruguay. Journal of Phytopathology. v.163, p.1-10. 2015.
SCHWABE, W.F.S.; JONES, A.L.; JONKER, J.P. Changes in the susceptibility of developing apple fruit to Venturia
inaequalis. Phytopathology. v.71, p.118-121. 1994.
93
Control of Neonectria ditissima infections
in New Zealand apple orchards
Monika Walter (PhD)
The New Zealand Institute for Plant & Food Research Limited
Summary
European canker (EC) caused by Neonectria ditissima is an apple tree health problem in many areas of the
world where frequent rain events occur. The EC research in New Zealand is broad and addresses both fundamental and applied questions in the following areas: pathogen biology, inoculum sources, spore availability
through the season, detection of symptomless infections, disease control in the orchard, the role of nitrogen,
disease monitoring for growers, and plant resistance.
Introduction
Conidia for infection studies can be produced on artificial media or collected from field cankers (SCHEPER
et al., 2014; AMPONSAH et al., 2014). Sporulation on detached field cankers can be induced after brief wetting
and incubation at 80% humidity at 18°C. The rate of spore production on these detached cankers is temperature dependent. Detached cankers readily produce perithecia within 3-6 weeks of incubation, most rapidly at
room temperature than at colder temperatures (MENDES & ALVES, 2013; ALVES et al., 2014). The fecundity
of a N. ditissima lesion is also dependent on cultivar (unpublished data), implying that plant genetics not only
influence the proportion of wounds infected, but also the latent period and the reproductive potential of the
pathogen.
All wounds on an apple tree are potential entry sites for N. ditissima. The larger the wound, the fewer conidia are required for infection and the shorter the latent period (AMPONSAH et al., 2015). In contrast to reports
that >50 conidia are required for leaf scar infections (DUBIN & ENGLISH, 1974), our results showed that >10
conidia/wound caused infections on pruning cuts and rasp wounds (Walter et al 2016). Wound susceptibility
was highest for pruning cut > picking wounds > leaf scars for autumns and summer inoculations (AMPONSAH
et al., 2015).
Neonectria ditissima
Neonectria ditissima inoculum originates mostly from lesions within the tree. In New Zealand the main inoculum sources are conidia. The pathogen is a ‘hot spot’ disease, with rain-splashed conidia travelling metres
and causing infections within the host tree and its immediate neighbouring trees (CAMPBELL et al., 2016).
However, if old cankers (>8 months) are on the tree, these lesions produce both ascospores and conidia and
these are available for causing infection year round if sufficient rainfall occurs (SWINBURNE, 1975; WEBER,
2014). New Zealand’s apple-growing regions have neither the very cold (freezing) temperatures nor the very
hot (>25°C) temperatures to arrest this fungal disease.
There are over 122 hosts for N. ditissima, and some of these are also grown as shelter trees. These require
a wound for infection, but to date we have no evidence in the field that shelter plants are a major source of
infections in New Zealand apple orchards (WALTER et al., 2015a). Neonectria ditissima can infect wounds but
remain latent for several years. In nursery trees, symptom expression can be accelerated using a plant-stress
94
assay, where plants are exposed to wet, cool conditions for several weeks (BART HIJNE, 2012, pers. comm).
However, the New Zealand stress assay rendered treated plants unsuitable for replanting (unpublished data)
therefore other non-destructive methods are required to measure symptomless infections in nursery trees and
propagation material.
Disease control
Disease control in the orchard consists of inoculum control and wound protection, the former being time
consuming, but effective, and the latter being the preferred approach by growers. Wound protection, such as
treating picking wounds and leaf scars with fungicides, requires attention to spray technology for adequate
coverage and deposition. Carbendazim is a highly effective fungicide, but is prone to single gene mutation and
hence resistance, but also its use has been withdrawn in many countries (WALTER et al., 2014). Captan (1.2 to 2
kg ai/ha) and copper-containing fungicides (>1 kg elemental copper/ha) have been the most effective products
controlling leaf scar infections (WALTER et al., 2015b). Approximately 2 µg captan per leaf scar is required to
adequately protect against N. ditissima infections. (Manktelow et al. 2016). Some elicitors have shown potential for reducing the number of leaf scar infections (Walter et al. 2013) but also have been associated with
elevated residues in fruit the following season (MALUSÀ & TOSI, 2005).
The role of foliar-applied nitrogen as used in bud fertilisation and/or scab control was investigated. Nitrogen
applied at early leaf fall (as for scab control) increased leaf scar infections up to nine-fold, whereas nitrogen
applications immediately after picking did not affect leaf scar susceptibility. However, while for some treatments double the numbers of leaf scar infections were observed, these were not significantly different from
numbers in the non-treated control. Nevertheless, this might indicate a shift towards susceptibility, and caution
is recommended (DRYDEN et al., 2016).
Monitoring European canker incidence and severity helps growers to make management decisions. A single-row monitoring through a hot-spot area in a block will provide adequate indication on disease spread and the
need for inoculum removal by, for example, monitoring symptom appearance (CAMPBELL et al., 2016).
The New Zealand research and case studies have shown that European canker can be managed well in our
temperate climate (CAMPBELL et al., 2016). We are currently evaluating the need for wound protection measures v. inoculum management.
Acknowledgements
The New Zealand research team: Tim Herman (Pipfruit New Zealand Inc), Rebecca Campbell, Reiny Scheper,
Nicholas Amponsah, Brent Fisher, Vincent Bus, Richard Volz, Ruth Butler, Peter Alspach (Plant & Food Research),
Dean Rainham, Ulf Kerer (AgFirst Ltd), Greg Dryden, Mike Nelson (Fruition Horticulture), Jason Smith (Horteye
Ltd), David Manktelow (FreshLearn Ltd), Grant Northcott (Northcott Consultants Ltd), and our students during
the summer months: Hildegard von Lutz, Kamla Glaister, Lukas Mackle, Samuel Roy, Nikki Clarke and Zoe Eld.
Funding was provided by Pipfruit New Zealand Inc., Agricultural and Marketing Research Development Trust
(AGMARDT), The New Zealand Ministry for Business Innovation and Employment (MBIE), the New Zealand
Ministry for Primary Industries (MPI) and agrichemical companies.
95
References
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Weber RWS. 2014. Erwerbstobstbau 56: 97-107.
96
Estudos epidemiológicos para manejo
integrado da mancha-foliar de glomerela
Louise Larissa May De Mio21 ; Natasha Akemi Hamada22; Rafaele Regina Moreira23;
Érica Camila Zielinski24; Camilla Castellar24
A mancha-foliar de glomerella (MFG), também conhecida por produtores e técnicos como mancha-foliar da
gala, em macieira, é causada por espécies de Colletotrichum pertencentes a três complexos: acutatum, gloeosporioides e boninense. Essa doença foi relatada nos anos 80 no Brasil (LEITE et al., 1988) e é a principal doença
foliar da cultura em regiões mais quentes. O principal sintoma são manchas foliares necróticas (Figura 1, A)
de tamanho irregular que evoluem, podendo coalescer e atingir áreas superiores a 30% do limbo foliar. Nessa
fase, ou mesmo antes, dependendo das condições nutricionais do pomar, pode ocorrer desfolha antecipada.
No fruto os sintomas são manchas arredondadas de coloração marrom que usualmente não evoluem para
podridões (Figura 1, B).
Para o manejo correto de uma doença o mais importante é conhecer como ela se desenvolve no hospedeiro
em diversas situações de ambiente e manejo da cultura. Para isso, se estuda o ciclo das relações entre o patógeno; nesse caso, o Colletotrichum, e o hospedeiro, a macieira. O ciclo é composto por fases que são muito
importantes para o entendimento e para o controle da doença e são denominadas: sobrevivência: nela se estuda onde o patógeno está quando a planta está em dormência, por exemplo; disseminação: como o patógeno
chega até partes suscetíveis da planta e quais são os mecanismos mais relevantes, por exemplo, vento, água;
infecção: como ocorre no momento exato em que o patógeno está interagindo com a planta, de que fatores
ambientais depende o sucesso desse processo; colonização: como a lesão se forma, em que tempo, de que
forma retira nutrientes da planta; e reprodução: como, quando e em que quantidade novas estruturas do patógeno se formam e são capazes de causar novas lesões, aumentando a doença ou garantindo sua sobrevivência.
Figura 1. Sintomas de mancha-foliar de glomerella (A) em folha e (B) em fruto
Fotos: May De Mio, L.L.
No presente trabalho serão apresentados alguns estudos realizados na Universidade Federal do Paraná em
colaboração com estudantes de agronomia, mestrandos e doutorandos do programa de Produção Vegetal.
Houve a colaboração de produtores da região e foram envolvidos estudos das fases do ciclo e estudos da eficiência de fungicidas e de outros produtos para serem incluídos em propostas de manejo.
Engenheira-agrônoma, Dra., Professora na UFPR/SCA, 80035-050 Curitiba, PR, Brasil, e-mail: [email protected].
Telefone: (41)
22
Bióloga, Dra., Professora no IFPR/Campus Palmas.
23
Engenheira-agrônoma, Doutoranda, UFPR/PPGPV.
24
Alunas de graduação em Agronomia, UFPR.
21
97
Existem muitas dúvidas a respeito da sobrevivência do Colletotrichum em macieira. Em trabalho pioneiro,
Crusius et al. (2002) relataram que o patógeno pode sobreviver em ramos e gemas dormentes durante o inverno, mas não fica em folhas caídas no solo. Essas conclusões foram feitas para a região de Vacaria, no Rio Grande
do Sul. Hamada (2013), em trabalho realizado em pomares com alta pressão de inóculo, no Paraná, avaliou a
sobrevivência desse patógeno em anos consecutivos e sob efeito do tratamento fitossanitário. O estudo avaliou ramos e gemas dormentes, folhas caídas no solo e o próprio solo como possibilidades para a sobrevivência
do Colletotrichum. Além disso, avaliou se o patógeno estava presente em folhas de forma epífita, que significa
sobrevivendo em folhas de forma assintomática, sem causar sintomas ou danos. Na folha de forma epífita e
no solo não foi detectado o patógeno causador da MFG. Nas gemas e ramos dormentes, bem como nas folhas
caídas no solo, o patógeno sobreviveu e, após crescimento em laboratório, foi comprovado que ele era capaz
de causar doença em folhas e frutos, indicando a importância dessas formas de sobrevivência.
Estudos relacionados à dispersão, ou disseminação, do patógeno Colletotrichum são muito comuns e bem
documentados em várias culturas. No geral, a disseminação desse patógeno é dependente principalmente da
água. Isso é devido à formação de uma mucilagem, tipo de gelatina, que envolve os conídios, unidades do patógeno capazes de iniciar um nova infecção e, consequentemente, provocar manchas nas folhas. Para o caso da
macieira, Hamada (2013) monitorou em que parte da planta o patógeno chega primeiro e como ele se espalha
dentro da planta e no pomar. O início da detecção dos conídios no pomar ocorreu entre os meses de novembro
e janeiro (crescimento e maturação de frutos). A partir daí foram observados no campo até a primeira quinzena de abril (início do processo de desfolha natural). Os meses de maior captura de conídios foram janeiro e
fevereiro, exatamente na época de maturação e colheita dos frutos, quando as pulverizações são reduzidas. No
geral, a maior captura de conídios ocorreu próximo ao solo (Figura 2).
Figura 2. Número de conídios de Colletotrichum spp. coletados com armadilhas caça-esporos posicionadas a 0,3, 1,0 e
2,5m de altura em relação ao solo (HAMADA, 2013)
A infecção desse patógeno é favorecida por temperaturas ao redor de 24°C e alta umidade, a partir de 8
horas de molhamento foliar. Diferenças climáticas entre pomares e principalmente entre regiões produtoras
98
do Brasil podem favorecer alguma espécie ou complexo de espécies em detrimento de outro. Na folha, em
experimentos em condições controladas, o patógeno é capaz de formar nova lesão em 48 horas. No fruto,
os sintomas produzidos em laboratório dependem da associação ou não com ferimentos. Já em frutos com
ferimentos a lesão é muito mais rápida para se formar, e na maioria dos casos evolui para sintoma de podridão-amarga. Antes que ocorra a infecção é que o controle químico e também outras formas de controle são
importantes, pois será muito difícil controlar essa doença após o estabelecimento do patógeno. As medidas
devem ser preventivas ou associadas a programas que estimem favorabilidade ou o risco para epidemia iniciar.
Após a infecção, o processo seguinte é a colonização dos tecidos da planta ou a formação dos sintomas da
doença. O tempo entre a infecção e o aparecimento dos sintomas também pode variar entre regiões e é determinante para a área lesionada e, consequentemente, a desfolha da planta.
A reprodução do patógeno ocorre diretamente nas lesões das folhas, e os conídios formados se dispersam
pela água e pelo vento para outras folhas e plantas de forma rápida, provocando avanço da doença (Figura 3).
O tempo para o início da formação desses conídios bem como o período que a lesão se mantém formando
essas estruturas vai influenciar diretamente na velocidade a que a epidemia se forma.
Figura 3. Curvas de progresso da mancha-foliar de glomerella em macieira cv. Gala ao longo do tempo avaliada por
incidência, porcentagem de folhas doentes de um ramo e por severidade, área média de lesões em relação ao total
da folha e desfolha
Como consequência da evolução dos sintomas nas folhas, pode ocorrer a desfolha antecipada (Figura 3) na
planta, o que compromete as reservas para a produção da próxima safra. No final do ciclo da cultura, apesar
de não haver mais frutos na planta, o controle da doença é essencial para manter o patógeno em níveis baixos,
minimizando a sobrevivência para o próximo ano. Além do clima, espécies associadas ao sintoma e hospedeiro
suscetíveis, outros cuidados são essenciais para o manejo da doença. A doença é favorecida por uma arquitetura de planta muito adensada e, portanto, limpeza de galhos e condução de plantas de forma a possibilitar
melhor arejamento são importantes para o controle. Em pomares do Paraná, plantas adensadas tiveram uma
maior quantidade de doença quando comparadas com pomar convencional (Figura 4).
99
Figura 4. Área abaixo da curva do progresso (AACP) da mancha-foliar da gomerella em
dois sistemas de condução: fila dupla e plantio convencional
De um ciclo de cultivo para outro é muito importante a retirada de material vegetal do pomar para evitar a
disseminação da doença e reduzir a quantidade de patógenoS para iniciar o novo ciclo. Apesar disso, a principal forma de controle ainda é o uso de fungicidas, sobre os quais pouco se encontra na literatura em relação a
pesquisas mais recentes. Em trabalho realizado por Hamada et al. (2012), foram testados piraclostrobina+metiram, clorotalonil, metiram, clorotalonil+tiofanato-metílico e tiofanato-metílico comparados ao padrão mancozebe e área sem tratamento nas safras de 2004/05 e 2005/06. Os fungicidas não impediram que os sintomas
da doença aparecessem, mas observou-se redução na severidade da doença de 20,5% e 30,7% com metiram e
mancozebe respectivamente. O tiofanato-metílico reduziu a desfolha. O tratamento com piraclostrobina+metiram reduziu 91,5% da severidade da doença em um dos anos de avaliação. Esses produtos se mostraram uma
alternativa para serem incluídos no manejo da doença.
No campo, a doença é usualmente controlada por fungicidas protetores, especialmente ditiocarbamatos
(mancozebe, manebe e propinebe) e fungicidas sistêmicos tais como o tiofanato metílico (KATSURAYAMA &
BONETI, 2012). Entretanto, a eficácia desses produtos tem sido questionada segundo relato de vários produtores. Em pesquisa recente da UFPR, num estudo com 181 isolados, vários se mostraram resistentes a ambos os
produtos, e isso pode ter impacto no controle da doença. Novos estudos estão sendo realizados para verificar
essa resistência e relação entre os estados no Brasil e espécies ocorrentes.
Outra forma de controle que vem sendo estudada é o controle biológico. Em estudos de laboratório, após
100
ampla prospecção de isolados (ROLLEMBERG, 2008), Moreira et al. (2014) verificaram efeito de bactérias do
filoplano da macieira (Pseudomonas putida, Bacillus alcalophilus e Bacillus spp.) e do produto Serenade® identificando-os como potenciaIs controladores dessa doença (Figura 5). Entretanto, em ensaios de campo o controle esperado não foi o mesmo (MOREIRA & MMAY DE MIO, 2015). Novas pesquisas e ações estão sendo
planejadas para identificar formas para aperfeiçoar e potencializar esta técnica e, assim, ser disponibilizada
como uma nova alternativa a ser incluída no manejo convencional com fungicidas.
Figura 5. Crescimento micelial de Colletotrichum acutatum, agente causal da mancha-foliar de
glomerella, na presença de controladores biológicos
Referências
CRUSIUS, L.U.; FORCELINI, C.A.; SANHUEZA, R.M.V.; FERNANDES, J.M.C. Epidemiology of apple leaf spot. Fitopatologia brasileira, v.27, n.1, p.65-70, 2002.
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MOREIRA, R.R.; NESI, C.N.; MAY DE MIO, L.L. Bacillus spp. and Pseudomonas putida as inhibitors of the Colletotrichum acutatum group and potential to control Glomerella leaf spot. Biological Control, v.72, p.30-37, 2014.
101
MOREIRA, R.R.; MAY DE MIO, L.L. Potential biological agents isolated from apple fail to control Glomerella leaf
spot in the field. Biological Control, v.72, p.30-37, 2015.
ROLLEMBERG, C.L., 2008. Mancha das folhas da macieira: caracterização fisiológica dos agentes causais, controle biológico com bactérias residentes de filoplano e sensibilidade dos antagonistas a fungicidas e inseticidas.
124p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) – Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
102
Moscas-das-frutas na fruticultura de clima temperado: situação
atual e perspectivas de controle através do emprego de novas
formulações de iscas tóxicas e da captura massal
Marcos Botton25, Cristiano João Arioli26, Ruben Machota Jr.27,
Marcelo Zanelato Nunes28, Joatan Machado da Rosa29
Introdução
A ocorrência de Anastrepha fraterculus (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae) é um dos principais fatores
limitantes à produção de diversas frutíferas no sul do Brasil (NAVA & BOTTON, 2010). Os prejuízos são decorrentes da punctura e oviposição realizada pelas fêmeas nos frutos deformando-os ou causando sua queda e
do desenvolvimento das larvas, que os depreciam para o consumo in natura e consequente comercialização.
Entre as frutíferas cultivadas na região Sul, a macieira é a mais afetada pelas restrições quarentenárias, já que
é a principal espécie destinada à exportação.
A principal forma de controle de A. fraterculus é a pulverização com inseticidas organofosforados visando
atingir os adultos nos pomares e as larvas presentes no interior dos frutos. Estima-se que esses produtos sejam aplicados, a cada safra, de cinco a oito vezes nos pomares de macieira; três a quatro vezes nas frutíferas
de caroço e de duas a três vezes na cultura da videira destinada ao consumo in natura (uva de mesa). Esse
manejo tem sido eficaz desde a década de 1970 sem haver relatos de seleção de populações resistentes. No
entanto, a retirada do mercado de diversos inseticidas organofosforados, a indisponibilidade de novos grupos
químicos eficazes no controle de larvas, a implantação da rastreabilidade que detecta inconformidades quando
são empregados inseticidas não autorizados, a diversificação no cultivo das espécies frutíferas possibilitando o
desenvolvimento da praga o ano todo e as previsões de aumento da temperatura levam à necessidade urgente
de um aprimoramento no manejo da praga nos diferentes cultivos.
Monitoramento da mosca-das-frutas nos pomares
A detecção de populações da mosca-das-frutas em pomares comerciais é uma etapa fundamental para implementar um programa de manejo integrado. A estimativa populacional obtida pelo monitoramento é usada
como informação-chave para a tomada de decisão de controle (HICKEL, 2008). Para as frutíferas de clima temperado cultivadas no sul do Brasil, o controle da mosca-das-frutas deve ser iniciado quando a população atingir
0,5 mosca/armadilha/dia quando são empregadas a isca tóxica e a pulverização em cobertura. Os insetos são
monitorados utilizando armadilhas McPhail iscadas com atrativos alimentares, como suco de uva integral (considerado padrão), proteínas hidrolisadas de origem vegetal e animal e a levedura Torula® (Tabela 1). No entan-
Embrapa Uva e Vinho, Rua Livramento, 515, Caixa Postal 130, 95700-000 Bento Gonçalves, RS, Brasil, e-mail: marcos.
[email protected].
26
Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, Rua João F. Nunes, 102, Jardim Caiçara, 88600-000 São Joaquim, SC,
Brasil, e-mail: [email protected].
27
Bolsista de Pós-Doutorado, Programa Capes/Embrapa. Bento Gonçalves, RS, Brasil, e-mail: [email protected].
br.
28
Engenheiros-agrônomos, Doutorandos em Fitossanidade, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário, s/n,
96010-610 Capão do Leão, RS, Brasil, e-mails: [email protected]; [email protected].
25
103
to, dependendo da safra, região e espécie frutífera, tem sido observada uma variação significativa das capturas
nas armadilhas com o uso de diferentes atrativos.
Algumas hipóteses são sugeridas para explicar essa inconsistência de resultados, entre elas: a) dificuldade
de padronizar os atrativos derivados de insumos de origem vegetal (milho e frutas), os quais apresentam variações na composição em função da safra (SCOZ et al., 2006; TEIXEIRA et al., 2010); b) idade do atrativo, que
altera a produção de voláteis e, consequentemente, os índices de captura (MANGAN & THOMAS, 2014); e c)
competição dos atrativos com os odores dos frutos verdes/maduros nos pomares (ARIOLI et al., 2016).
Inconsistências no número médio de indivíduos capturados em armadilhas iscadas com diferentes atrativos
acabam dificultando o avanço do manejo integrado da praga, pois, entre outros efeitos, causam a desconfiança
dos fruticultores quanto ao monitoramento. Por essa razão, com base nos resultados de pesquisa dos últimos
anos, destaca-se a atratividade da proteína hidrolisada de origem animal (CeraTrap®), principalmente na fase
de pré-colheita dos frutos, quando a incidência da praga é maior. No entanto, em função das baixas temperaturas verificadas no início do ciclo das culturas na região Sul, recomenda-se que os produtores ainda utilizem
o suco de uva a 25% nessa fase com o objetivo de detectar a presença dos adultos nos pomares no início da
safra (ARIOLI et al., 2016).
Inseticidas para o controle da mosca-das-frutas
Os sistemas de produção integrada e orgânica de frutas limitam ou não permitem o uso de inseticidas sintéticos (principalmente organofosforados), reduzindo de maneira significativa as ferramentas de manejo disponíveis para os agricultores. Diversos inseticidas foram retirados do mercado nos últimos anos, com destaque para
a fentiona e o triclorfom, amplamente utilizados no cultivo de frutíferas de caroço, macieira e videira. Outros
organofosforados, como o dimetoato, autorizado para uso na cultura da macieira no Brasil, possuem restrições
no mercado internacional, fator importante quando considerada a exportação de suco. A fenitrotiona, anteriormente registrada para pessegueiro e videira, não está mais autorizada para uso nessas culturas. Ademais,
não existem inseticidas organofosforados autorizados para culturas como ameixeira, caquizeiro, videira, dificultado de maneira significativa o manejo da praga nessas culturas.
Trabalhos de pesquisa avaliando novas moléculas de inseticidas foram conduzidos nos últimos anos com o
objetivo de encontrar alternativas para substituir os organofosforados. Com base nesses trabalhos, foi verificado que os inseticidas neonicotinoides (imidacloprido e tiametoxam), piretroides (deltametrina e lambda-cialotrina), espinosinas (espinosade e espinetoram) e a antranilamida (ciantranilipole) apresentam efeito sobre
adultos de forma similar aos organofosforados (NONDILLO et al., 2007; MACHOTA JR. et al., 2012; ARIOLI et
al., 2015). O neonicotinoide acetamiprido apresenta um efeito intermediário sobre larvas entre a malationa
e o fosmete, porém reduzido sobre adultos. Em decorrência dessa dificuldade, surge a necessidade de alteração da estratégia atual de manejo, que tem por base o controle de larvas, para táticas voltadas ao controle de
adultos de moscas-das-frutas.
Iscas tóxicas
Uma alternativa ao controle dos adultos da praga é o emprego de iscas tóxicas. Essa tecnologia tem por princípio a associação de um atrativo alimentar com um inseticida que, quando aplicado em faixas (principalmente
na borda dos pomares ou pontos de entrada da praga) gera uma “barreira química”, reduzindo a quantidade
de adultos de A. fraterculus que se deslocam de áreas externas para a área de produção.
Estudos realizados em diferentes regiões demonstram que o uso de iscas tóxicas auxilia de forma signi104
ficativa na redução de populações da mosca-das-frutas nos pomares (HÄRTER et al., 2010; BORGES, 2012).
Embora eficiente, a isca tóxica não tem sido utilizada de forma rotineira pelos fruticultores, especialmente nas
pequenas propriedades. Entre as principais restrições ao uso de iscas tóxicas destacam-se: a baixa persistência
de formulações à base de açúcares e proteína com necessidade de reaplicações após a ocorrência de chuvas;
a demanda adicional por mão de obra e equipamentos para aplicação e possíveis efeitos deletérios da mistura
de um atrativo (açúcar ou proteína) com inseticidas sobre organismos benéficos (inimigos naturais e insetos
polinizadores). Outro entrave para a aplicação da técnica é a sensação de alguns produtores que manejam
pequenas áreas de cultivo de que as iscas atraem um maior número de adultos de moscas-das-frutas para o
interior dos pomares. No entanto, essa informação não apresenta embasamento científico.
O uso de atrativos à base de açúcares e proteínas hidrolisadas associadas a um inseticida organofosforado
misturados no momento da aplicação praticamente não evoluiu desde a década de 1970. Em 2006, a introdução no mercado brasileiro da formulação de isca tóxica de pronto uso (Success* 0.02CB®) contendo um agente
letal substituto aos organofosforados (espinosade) abriu novas possibilidades de manejo da praga. A formulação destaca-se por controlar os adultos de A. fraterculus com doses reduzidas (concentrações menores que
80ppm), além de apresentar reduzido efeito sobre inimigos naturais e insetos polinizadores. No entanto, o
produto não possui registro para emprego nas frutíferas de clima temperado; é fitotóxica quando aplicado sobre folhas e frutos; necessita de equipamento especial para aplicação em baixo volume (4L.ha-1) e é removida
das folhas pela ação da chuva, mesmo em volumes reduzidos (até 5mm). Apesar desses fatores, a formulação
é a referência internacional, sendo utilizada nos principais programas de supressão populacional de moscas-das-frutas.
Novas formulações de iscas tóxicas estão em desenvolvimento para uso no controle de adultos de moscas-das-frutas como alternativas ao emprego do melaço de cana-de-açúcar. Nesse sentido, merecem destaque
as proteínas hidrolisadas (Biofruit, Isca Samaritá® e Flyral®, por exemplo) e o Anamed®, além da formulação de
pronto uso Gelsura®. Experimentos conduzidos em laboratório e casa de vegetação têm demonstrado excelente controle de adultos da mosca-das-frutas sul-americana com o emprego desses atrativos, com destaque para
o Anamed® e o Gelsura®, os quais apresentam maior resistência à lavagem pelas chuvas em comparação às demais formulações. Experimentos de campo estão em andamento com o objetivo de validar essas formulações,
permitindo definir o potencial de controle da praga com o emprego de iscas tóxicas.
Outro ponto importante com relação ao emprego dessas iscas é a seletividade das formulações ao polinizador Apis mellifera L. Resultados de pesquisa demonstraram que elas não são atrativas às abelhas campeiras,
incluindo as que utilizam melaço até a concentração de 7% como atrativo. Acredita-se que, em função das
características da tecnologia (aplicações em baixo volume e em áreas restritas dos pomares, como bordas e
fileiras alternadas; disponibilidade de inseticidas de baixa toxicidade com efeito sobre os adultos de moscas-das-frutas), haverá incremento no emprego dessa tecnologia nos pomares nos próximos anos.
Captura massal
A elevada capacidade de atração de adultos de A. fraterculus em condições de campo e a estabilidade da
proteína hidrolisada de origem animal CeraTrap® (atratividade por um período de até 60 dias sem necessidade
de troca ou reposição) pode viabilizar o emprego da técnica de captura massal nas frutíferas de clima temperado (MACHOTA JR. et al., 2013). O emprego de elevadas densidades de armadilhas (100 a 120 por hectare) construídas com garrafas PET de 0,6 a 2 litros contendo o atrativo está sendo avaliado em pomares de diferentes
espécies frutíferas. Os resultados mais promissores até o momento foram obtidos em uva de mesa cultivada
sob cobertura plástica na região da Serra Gaúcha, RS (MACHOTA JR. et al., 2013). A tecnologia permite ajustar
105
a densidade de armadilhas para cada local (condições de presença ou ausência de hospedeiros alternativos
e bordas de mata nativa, por exemplo) de modo que as primeiras moscas-das-frutas oriundas de populações
incursoras sejam capturadas, reduzindo a infestação da praga no interior das áreas de produção.
O emprego da captura massal em determinada região, de forma ampla, é uma estratégia que permitirá a
redução significativa de populações de moscas-das-frutas ao longo das safras e, por consequência, os prejuízos
causados aos fruticultores (BOTTON et al., 2014). Ajustes na tecnologia devem ser feitos como a complementação do controle por barreiras físicas (telas de nylon), aplicação de iscas tóxicas nas bordas e, em últimos casos,
aplicação complementar de inseticidas em altas infestações.
Com a retirada dos principais inseticidas organofosforados eficazes no controle da mosca-das-frutas do mercado e a pressão cada vez maior pela ausência de resíduos de produtos fitossanitários nos frutos, a supressão
populacional de adultos da espécie é fundamental para reduzir a infestação da praga nos pomares. O emprego
de iscas tóxicas (Tabela 2) e da captura massal é ferramenta de manejo que, associada ao controle biológico, ao
manejo cultural (destruição de frutos e raleio) e à técnica do inseto estéril, permitirão aos fruticultores manejar
a praga de forma sustentável nas diferentes regiões produtoras.
Tabela 1. Atrativos para o monitoramento de Anastrepha fraterculus na fruticultura de clima temperado
Tabela 2. Principais características de iscas tóxicas disponíveis ou em fase de pesquisa para o manejo da mosca-das-frutas sul-americana Anastrepha fraterculus no Brasil
Seletividade ao parasitoide (P) Diachasmimorpha longicaudata e ao polinizador (A) Apis mellifera: seletividade alta (A),
média (M), baixa (B) e sem informação sobre seletividade (SI). Os dados foram obtidos com inseticidas organofosforados.
A seletividade ao parasitoide é alterada com o emprego de inseticidas de menor toxicidade.
(2)
Resistência à lavagem pela água da chuva (volumes acima de 5mm).
(3)
Sintomas observados em folhas e frutos de frutíferas de clima temperado (macieira e pessegueiro) e videira.
(1)
106
Referências
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mosca-das-frutas Anastrepha fraterculus (Wied, 1830) em goiaba serrana. In: ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO, 14., Fraiburgo. Anais... Florianópolis, 2015.
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108
Avanços na polinização dirigida em pomares
de fruteiras de clima temperado
André Amarildo Sezerino29 e José Luis Petri30
A polinização pode ser definida como a transferência de grãos de pólen das anteras para o estigma, ocorrendo em uma mesma flor ou entre flores distintas (ENDRESS, 1994). Em diversas espécies cultivadas, como
macieira, pereira, mirtilo, pessegueiro, ameixeira, quivi e morango, a polinização cruzada é essencial ou traz
algum benefício, como o aumento da frutificação efetiva e a qualidade dos frutos (GARRAT et al., 2014; ABROL,
2015; SEZERINO & ORTH, 2015a).
Por ser alógama devido à incompatibilidade gametofítica, a maioria dos cultivares de fruteiras de clima
temperado não produz frutos com sementes sem a presença de insetos polinizadores (BENEDEK, 1996). Na
família Rosaceae é comum a ocorrência de autoincompatibilidade, e nas culturas da macieira e da pereira, para
superar a barreira da incompatibilidade gametofítica e proporcionar a fecundação, é necessária a transferência
do pólen entre genótipos compatíveis quanto à série alélica “S”, sendo essa transferência intermediada por
insetos polinizadores (FAORO, 2009; MATSUMOTO, 2014). Delaplane & Mayer (2000) citam que a falta de polinizadores pode reduzir a produção de peras entre 60% e 70% a de maçãs entre 90% e 100%.
A maioria dos cultivares de mirtilo do grupo Rabbiteye é considerada autoincompatível (EL-AGAMY et al.,
1981), porém alguns indícios de autofertilidade nesse grupo têm sido descritos (KREWER & NESMITH, 2006).
Entretanto, para obter boa frutificação é necessário que haja boa polinização e consequente fertilização das
flores. Nessa cultura, mesmo cultivares autocompatíveis apresentam reduzida frutificação efetiva e menor tamanho de frutos quando as flores são autopolinizadas comparativamente à polinização cruzada (EHLENFELDT,
2001; SILVEIRA, 2011).
Para viabilizar a polinização cruzada, existe a necessidade de plantio de cultivares polinizadores que apresentem, além de compatibilidade, período de floração coincidente com o cultivar de interesse econômico.
Atualmente, recomenda-se nas culturas da macieira e da pereira uma porcentagem de plantas polinizadoras
entre 10% e 12% do total das plantas do pomar (FAORO & BRIGHENTI, 2006; PETRI, 2006). Contudo, essa indicação deveria prever a utilização de cultivares com floração coincidente com os cultivares produtores e propiciar a produção abundante de flores com abundância de grãos de pólen. Nos atuais pomares comerciais no Sul
do Brasil, onde existem um ou dois cultivares polinizadores, geralmente não há sincronismo mínimo de 50% a
60% entre o produtor e o polinizador, conforme recomenda Soltész (2003). Além disso, outras vezes, as plantas
polinizadoras produzem poucas flores, e a quantidade de insetos polinizadores é pequena (SEZERINO & ORTH,
2015b), o que acarreta deficit de polinização.
Como maneira de mitigar esses problemas, o manejo da polinização deve ser pensado desde a implantação
do pomar com o correto arranjo e a quantidade suficiente de polinizadoras, a qual nunca deverá ser inferior a
30%. A condição ideal de polinização ocorre quando há a mesma quantidade (1:1) de flores da planta polinizadora em relação à produtora, ou seja, 50% de polinizadoras e 50% de produtoras totalmente intercaladas.
Contudo, quando se pensa no manejo do pomar, tal situação dificulta a realização dos tratos culturais, uma vez
que algumas práticas são realizadas separadamente em cada cultivar. Uma situação “quase ideal” seria o plantio de filas alternadas de diferentes cultivares, onde a proporção continuaria de 1:1, mas com filas contínuas
do mesmo cultivar.
Engenheiro-agrônomo, Dr., Epagri/Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso, Caçador,
SC, e-mail: [email protected].
30
Engenheiro-agrônomo, M.Sc., Epagri/Estação Experimental de Caçador, e-mail: [email protected].
29
109
Em alguns pomares comerciais de macieiras se observa o plantio de duas filas de cultivares do grupo ‘Gala’
e quatro filas do grupo ‘Fuji’, ou vice-versa. Nesse sistema de arranjo a proporção é de 33% de polinizadoras.
Entretanto, quando se plantam quatro filas consecutivas, as duas filas centrais não apresentam nenhuma polinizadora ao redor, o que diminui a probabilidade de ocorrer a polinização cruzada. Uma maneira de manter
o percentual de plantas polinizadoras e otimizar a polinização seria o plantio de uma fila de um cultivar e duas
de outro de maior interesse. Dessa forma, o cultivar produtor sempre terá uma fila de polinizadoras ao lado,
aumentando a probabilidade de ocorrer a polinização cruzada.
Outro fator que afeta a polinização é o número de flores por planta. Em algumas espécies cultivadas, como
a macieira e a pereira, a produção de flores pode ser um fator limitante para a obtenção de produções comercialmente viáveis, e em diversos cultivares é observada a tendência de formação de gemas reprodutivas
bianualmente, provocando a chamada alternância de produção (DENNIS & NEILSEN, 1999).
Um dos principais fatores que afetam o número de flores por planta é o processo de indução floral, o qual
varia de acordo com distintos estímulos ambientais que regulam a expressão de genes associados com a repressão desse processo (KUROKURA et al., 2013), com o balanço hormonal, a nutrição, a área fotossinteticamente ativa e os tratos culturais aplicados às plantas (FACHINELLO et al., 2009). Nas culturas da macieira e da
pereira, dois tratos culturais são de extrema importância para a otimização da indução floral: o raleio31 de frutos e o arqueamento de ramos. O raleio de frutos deve ser realizado no máximo entre 30 e 40 dias após a plena
floração, uma vez que cargas excessivas promovem a alternância de produção, especialmente no cv. Fuji. Já o
arqueamento resulta no controle do crescimento vegetativo e estimula a formação de estruturas reprodutivas,
como esporões ao longo dos ramos arqueados.
Como forma de atrair os polinizadores, as flores oferecem algumas “recompensas” aos visitantes florais,
sendo o néctar o principal componente para a atração dos insetos. Essa atração está diretamente relacionada
com o volume e a concentração de açúcares (BENEDEK, 2003). Segundo Delaplane & Mayer (2000) e Faoro
(2009), as flores da macieira e da pereira não são atrativas para abelhas e isso se deve ao baixo volume de néctar secretado (3µl ou menos) com baixa concentração de açúcares (<20%). Bolten & Feinsinger (1978) citam
que as abelhas preferem néctares concentrados para garantir forrageamento energeticamente eficiente.
Na região serrana catarinense, a floração de espécies nativas com elevada atratividade para as abelhas,
como a bracatinga (Mimosa scabrella) e o vassourão-branco (Piptocarpha angustifolia), ocorre concomitantemente com a floração dos principais cultivares de fruteiras de clima temperado (SEZERINO & ORTH, 2015b).
Stern et al. (2007) citam que a principal razão de uma baixa atividade de abelhas em pomares é a competição
floral do entorno do pomar, uma vez que as abelhas aumentam seu raio de voo gradativamente na busca por
flores mais atrativas.
De acordo com Petri et al. (2001b), é considerado adequado quatro abelhas por minuto em uma área de
100 inflorescências. Stern et al. (2004; 2007) citam que 6 a 7 abelhas.árvore-1.minuto-1 é o suficiente para uma
adequada polinização em pera, enquanto Mayer et al. (1990) citam que 10 a 15 abelhas.árvore-1.minuto-1 é
satisfatório para essa cultura. Sezerino (2015b) observou uma média de 1,06 e 0,48 abelhas.árvore-1.minuto-1
respectivamentenos anos de 2012 e 2013 em Bom Retiro, SC, valores esses bastante abaixo do recomendado
pelos autores anteriormente citados. Essa baixa abundância de abelhas Apis mellifera por árvore por minuto
indica a ocorrência de forte competição floral ou que o número de colmeias por hectare encontrava-se abaixo
do necessário para garantir adequada polinização.
No Brasil, as recomendações técnicas de densidade de colmeias por hectare são baseadas em estudos conduzidos na década de 1970 em pomares de macieira ‘Golden Delicious’, ‘Starkrinson’ e ‘Golden’ no município
Nota do revisor: O termo correto é “raleamento”, mas em agricultura é comum o uso de “raleio”, que será mantido
neste texto por tradição.
31
110
de Fraiburgo, SC (WIESE, 1974). A recomendação para aquela época e ainda utilizada atualmente é entre 0,5
e 3,0 colmeias.ha-1, e os antigos plantios apresentavam densidades de 600 plantas.ha-1, e plantas com uma
média de 330 flores.
Atualmente, a maior parte dos pomares apresenta plantios em alta densidade (>2.500 plantas.ha-1) e plantas com mais de 500 flores, ou seja, a quantidade de flores por área aumentou significativamente, enquanto
a quantidade de abelhas por área se mantêm inalterada desde a década de 1970. Comparativamente, no Chile, recomendam-se pelo menos 10 colmeias.ha-1 em cultivos como a pereira, a macieira, a cerejeira e o quivi
(PALACIOS, 2011). Na Argentina, Gómez (2010) sugere uma densidade de colmeias para polinização de 7 A 8
colmeias.ha-1. Infante (2010) relata que os fruticultores chilenos utilizam cada vez mais uma maior quantidade
de colmeias por hectare como forma de assegurar boa polinização e obter o máximo rendimento com uma
fruta de melhor qualidade. Segundo o autor, não é raro que se coloque até 20 colmeias.ha-1 em cultivos como
de amêndoas e quivi.
Para aumentar a eficiência da polinização, Al Tikrity et al. (1972) sugerem a introdução de colmeias adicionais após uma primeira introdução, uma vez que as abelhas recém-introduzidas realizam o forrageamento
próximo da colmeia (ou seja, nas flores-alvo) antes de descobrirem as espécies silvestres em floração. Stern
et al. (2004) citam que a introdução de 5 colmeias.ha-1 em duas vezes (metade com 10% das flores abertas e
o restante na plena floração) promoveu maior coleta de pólen de pereira pelas abelhas quando comparado
com a introdução de 5 colmeias.ha-1 de uma só vez no início da floração. Salome & Orth (2012) obtiveram incremento de 98,8% na frutificação efetiva de macieiras ‘Fuji Suprema’ em Bom Retiro, SC, com a introdução de
6 colmeias.ha-1 em duas vezes (15% de flor aberta e plena floração) quando comparado com a recomendação
técnica vigente, que é de 3 colmeias.ha-1 introduzidas com 20% das flores abertas. Gómez (2010) cita que para
a polinização de pomares de pereira na província de Río Negro, Argentina, 50% das colmeias são levadas ao
pomar com 10% da floração e 50% na plena floração visando otimizar o processo de polinização.
Além das estratégias acima citadas, algumas alternativas podem ser adotadas como forma de complementar a polinização natural visando ao aumento da frutificação efetiva. Entre essas opções destacam-se a utilização de meliponíneos como alternativas à abelha Apis mellifera, especialmente em áreas com telas antigranizo;
a utilização de buquês; a utilização e de substâncias como o ácido giberélico (GA3), o thidhiazurom (TDZ), o
proexadione cálcio e a aminoetoxivinilglicina (AVG), os quais estimulam diferentes processos metabólicos e
fisiológicos nas plantas, podendo promover o aumento na frutificação efetiva (PETRI et al., 2010).
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87p.
114
Estratégias para aumentar a produtividade de pereiras
Mateus da Silveira Pasa32, Marlise Nara Ciotta33, Carina Pereira da Silva34 e Alberto Fontanella Brighenti33
A pera é a fruta responsável pelo maior montante de importações do Brasil, tanto em quantidade quanto
em valor. Segundo dados da FAO (2015), em 2013 o volume importado dessa fruta foi de aproximadamente
190 mil toneladas (t), representando cerca de 90% do consumo interno. Em 2003 o volume de peras importadas foi de aproximadamente 60.000t, significando acréscimo de 130.000t no período de 10 anos (Figura 1). O
valor dessas importações representou, em 2013, US$196,3 milhões. Os principais fornecedores de pera para o
Brasil foram, em 2013, Argentina (78%) e Portugal (14%) (FAO, 2015).
Figura 1. Evolução das importações brasileiras de pera no período de 2003 a 2013
Fonte: FAO (2015).
A produção de peras no Brasil evoluiu pouco nos últimos anos, reduzindo de 2003 a 2009, com incremento pouco significativo até 2013. De maneira geral, a produção e produtividade dos pomares de pera tem se
mantido estagnada nos últimos anos (Figura 2), principalmente devido a carência de tecnologias de produção
adequadas e baixo investimento em pesquisa com a cultura.
Engenheiros-agrônomos, Drs., Pesquisadores em Fitotecnia, Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, C.P. 81,
88600-000 São Joaquim, SC, fone: (49) 3233-8414, e-mails: [email protected]; albertobrighenti@epagri.
sc.gov.br.
33
Engenheira-agrônoma, Dra., Pesquisadora em Solos e Nutrição de Plantas, Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, fone: (49) 3233-8423, e-mail: [email protected].
34
Bióloga, Dra., Biotecnologia, São Joaquim, SC, e-mail: [email protected].
32
115
Figura 2. Produção e produtividade média dos pomares de pera no Brasil de 2003 a 2013
Fonte: FAO (2015).
Em 2013, a produção doméstica foi responsável pelo suprimento de apenas 10% do consumo interno
(~19.000t) (Figura 1), dos quais 57% foram produzidos pelo Rio Grande do Sul (10.900t), sendo o restante produzido principalmente por SC (28% ou 5.400t) e PR (10% ou 1.900t) (IBGE, 2014). No estado de SC, a região de
São Joaquim é a principal produtora pelo fato de apresentar as melhores condições climáticas para o cultivo
de pereiras, principalmente com relação ao acúmulo de horas de frio (~900h). Entre os principais problemas
condicionantes da baixa produção doméstica destacam-se a falta de conhecimento sobre as melhores combinações entre cultivares copa e porta-enxerto, excesso de crescimento vegetativo, insuficiente formação de
gemas florais (PASA et al., 2011) e baixa fixação de frutas (fruit set) nos principais cultivares.
No Brasil, grande parte dos pomares de pereiras são implantados sobre porta-enxerto de Pyrus sp. originários de sementes ou de estacas, como P. calleryana. Esses materiais reconhecidamente induzem vigor excessivo nas plantas enxertadas, entrada em produção tardia (PASA et al., 2015) e baixa frutificação efetiva. Alguns
estudos têm sido desenvolvidos no intuito de buscar novas alternativas de porta-enxerto para a cultura, mas
os resultados até o momento são inconsistentes e carecem de estudos adicionais. Recentemente, o cultivar
‘Rocha’ tem sido testado por alguns produtores com resultados promissores, porém a produção obtida ainda
é baixa. Nesse contexto, o desenvolvimento de tecnologias para aumentar a produtividade dos pomares é de
grande interesse pela cadeia produtiva. O aumento da formação de gemas florais e da frutificação efetiva nos
pomares é uma alternativa para atingir esse objetivo.
O balanço hormonal é um dos principais fatores no processo de formação de gemais florais (BUBAN, 1996).
Os resultados de pesquisa mostram que existe influência, negativa ou positiva, dos hormônios vegetais no
desenvolvimento floral (DAVENPORT, 2000; JACKSON, 2003). A aplicação de auxinas em baixas doses e etileno
no período de diferenciação floral pode ser uma alternativa para promover maior indução floral em pomáceas.
Einhorn et al. (2014) observaram incremento no retorno da floração de pereiras ‘D’Anjou’ com aplicação de
300mg.L-1 de Etefon aos 87 DAPF (dias após a plena floração), bem como Pasa et al. (2015) com aplicações iso116
ladas de 300mg.L-1 de Etefon aos 40, 60 e 80 DAPF em pereiras ‘Packham’s Triumph’. Resultados semelhantes
foram relatados por Duyvelshoff & Cline (2013) em macieiras ‘Northern Spy’, Bukovac & Sabbatini (2006) em
macieiras ‘Delicious’ e por Elfving et al. (2003) em cerejeiras. Mcartney et al. (2007) observaram incremento
no retorno da floração em macieiras submetidas a quatro aplicações de ácido naftaleno acético (ANA) na dose
de 5mg.L-1, sendo a primeira aos 49 DAPFs. Esses autores observaram efeito semelhante com a aplicação de
Ethrel (etileno) na dose de 444mg.L-1 (35 DAPFs), sugerindo o envolvimento do etileno nos resultados obtidos
com as aplicações de ANA.
A indução floral é negativamente afetada pela ação de giberelinas (GAs). Esse efeito já foi observado em
pereiras (GREENE, 2000), macieiras (MCLAUGHLIN & GREENE, 1991), cerejeiras (LENAHAN et al., 2006) e nectarinas (GARCIA-PALLAS et al., 2001). Logo, a redução nos níveis de GAs durante a diferenciação floral pode ter
efeito positivo na indução floral. A proexadiona cálcio (PCa) (3-oxido-4-propionyl-5-oxo-3-cyclohexene-carboxylate) atua inibindo a síntese de giberelinas (RADEMACHER, 2000) e é utilizada principalmente para o controle
do crescimento vegetativo de macieiras e pereiras. Contudo, trabalhos investigando o efeito desse fitorregulador na indução floral e diferenciação floral são escassos. Dado o efeito inibitório do PCA na síntese de GAs,
espera-se que a redução nos níveis de GAs promovido pela aplicação de PCa no período de indução e diferenciação floral de pereiras aumente a formação de gemas floríferas.
A fixação de frutas em pereiras é um processo dependente de efetiva polinização e fertilização das flores,
as quais são função principalmente da presença de pólen e de vetores de polinização, condições climáticas e
qualidade das flores (WEBSTER, 2002). No entanto, mesmo quando todas essas condições são favoráveis, pode
ocorrer baixa frutificação efetiva. A baixa fixação de frutas tem sido atribuída, em parte, ao etileno, o qual está
envolvido na senescência e abscisão de flores (GREENE, 1980) e de frutas jovens. A aplicação de inibidores
da síntese de etileno, como o AVG (Aminoetoxivinilglicina) tem mostrado resultados promissores para solucionar esse problema. Dussi et al. (2002) observaram aumento da frutificação efetiva de pereiras ‘William’s’
e ‘Packham’s Triumph’ tratadas com 200 e 400mg.L-1 de AVG duas semanas após a plena floração (SAPF). Resultados similares foram encontrados por Sánchez et al. (2011) com a aplicação de 250mg.L-1 de AVG em pereiras ‘Abate Fetel’ e ‘Packham’s Triumph’ duas SAPF e Einhorn et al. (2013) com 80mg.L-1 de AVG em pereiras
‘D’Anjou’ e ‘Comice’. Com base nessas informações, a aplicação de AVG pode ser importante alternativa para
incrementar a frutificação efetiva em pereiras.
O primeiro estímulo para a fixação da fruta é fornecido no momento da polinização. Porém, a continuação
do crescimento da fruta jovem e sua fixação na planta dependem de sua habilidade em competir com ramos
por assimilados e nutrientes (JACKSON, 2003). Essa competição é a provável causa da abscisão de frutas em
plantas muito vigorosas (WEBSTER, 2002). Pasa et al. (2012) observaram relação inversa entre o crescimento
vegetativo e a produtividade de pereiras ‘Carrick’ e ‘Packham’s’. Dessa forma, a aplicação de fitorreguladores
para controle do crescimento vegetativo, como PCa, podem aumentar a frutificação efetiva de pereiras através
da redução na competição entre frutas jovens e ramos em rápido crescimento. Esse efeito foi observado por
Einhorn et al. (2014) em pereiras ‘D’Anjou’ submetidas à aplicação de 250mg.L-1 de PCa 20 DAPFs, momento
em que se observa a maior taxa de crescimento de ramos nesse cultivar (PASA & EINHORN, 2014). Corroborando esses resultados, existem relatos de efeito semelhante em outros cultivares de pereira (SMIT et al., 2005;
ASÍN et al., 2007; VERCAMMEN & GOMAND, 2008). Adicionalmente, tem-se especulado que o efeito positivo
do PCa sobre a frutificação efetiva seja, em parte, devido a uma possível ação inibitória na síntese de etileno
(VERCAMMEN & GOMAND, 2008).
O planejamento estratégico para superar o atual cenário de produção de peras deveria considerar ações
de curto, médio e longo prazos, porém o foco ainda tem sido nas ações de longo prazo, como adaptação e
desenvolvimento de novos cultivares, bem como de porta-enxertos adequados a diferentes situações, as quais
117
são notoriamente importantes e necessárias. No entanto, a cadeia produtiva, para ser fortalecida, necessita de
ações de curto prazo, como a aplicação de fitorreguladores para aumentar a produção dos pomares já existentes. A produção é dependente, além de outros fatores, da existência de gemas florais capazes de florescer e
originar frutas, as quais devem ser fixadas na planta para então se desenvolverem até o momento da colheita.
Logo, tem-se dois momentos chave da produção: indução floral e fixação de frutas (frutificação efetiva). Considerando-se que existem pomares estabelecidos, mas com baixa eficiência, o desenvolvimento de tecnologias
capazes de aumentar a indução floral e frutificação efetiva tornam-se estratégias de curto prazo muito importantes para impulsionar a cultura da pera e atrair investidores.
O aumento da densidade de plantio é outra alternativa para aumentar a produtividade dos pomares de
pera, visto que atualmente os pomares estão implantados em baixas densidades de plantio, principalmente
devido à utilização de porta-enxertos vigorosos, como P. calleryana (PASA et al., 2015). Em estudo recente com
os cultivares Rocha e Santa Maria enxertados no marmeleiro ‘Adam’s’, Pasa et al. (2015) observaram aumento
da produtividade de ‘Rocha’ em resposta ao aumento da densidade de plantio, porém efeito semelhante não
foi observado no ‘Santa Maria’, o qual apresentou produtividades semelhantes nas densidades de 2 mi e 4 mil
plantas por hectare, demonstrando que cada cultivar deve ser estudado separadamente. Deve-se enfatizar que
o aumento da densidade de plantio, embora geralmente aumente a produtividade, representa maiores custos
de implantação e manutenção. Sansavini et al. (2008) sugerem o limite de 4 mil plantas por hectare para adensamento de pomares de pera, o qual dependerá, entre outros fatores, do potencial de retorno econômico do
investimento.
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120
New training systems for vigour
control and mechanical cultivation
Alberto Dorigoni35
Apple tree architecture influences yield and most cultural practices. While a first level of tree structure is
necessary, there is not strict need for a second level, or large branches that are essential in some training like
centrifugal pruning and solaxe. The principle behind the multi-leader (ML) training is to achieve manageable
narrow canopies that are made by numerous small leaders spaced 30-50 cm apart and carrying tiny fruiting
limbs. Several trials have been carried out on two experimental farms of the Fondazione E. Mach (F.E.M.) in
northeast Italy from 2005 to 2015 with the aim of comparing ML training and spindle to reduce input of labour
and chemicals. The last set of trials (2009-2015) was aimed to achieve semi-pedestrian or even pedestrian orchards with 3, 4, 6, 8 or even more leaders planted at 2.0-2.5 m between rows.
After ten years of trials on the main apple cultivars in the Adige Valley and a lot of transfer to commercial
orchards it was confirmed that almost any pre-determined number of leaders per tree, ranging from 2 to more
than 10, can be obtained on M.9 or MM.106 rootstock. While it is easy to get a 3 leader tree from a spindle,
preformed Bibaum (2 leaders) trees are particularly suitable to achieve a high number of leaders, from 4 to a
vineyard-looking “double Guyot” with 8-16 small leaders. Increasing the number of leaders of a tree, obtaining
a multi-stemmed or ML tree is a powerful tool for building a fruit wall and control tree size. In fact vigor-wise, increasing the n. of axes “looks like” shifting progressively to more dwarfing rootstocks, so the higher the
number of leaders, the more dwarfing the effect (Fig. 1). For example 7 year old MM106 trees trained with 6
or 8 leaders are just 0.85 meters wide and 3.4 meters tall. On M9, with more than 6 leaders usually the secondary structure (branches) is absent and only structural wood remains in apple pedestrian orchards 0.5 meter
wide that resemble modern viticulture. The big trunk section of ML trees shows that vigor of trees is actually
increased by the wider spacing allowed on the row (1.2-2.8 meters) and explains the high productivity per ha
despite the low density of such system that can reach yields of 250 apples and 50 kg per tree or more. Gala
responds more than Fuji to ML training and therefore its size can be easily compressed to extremely narrow
and pedestrian trees.
Unlike with preformed spindle and Bibaum, building the primary structure of ML trees in the field can take
3-4 years and requires on the whole more care and at least 100 hours/ha extra hand labor of summer pruning
to fill the allotted space. No limb bending is needed in ML trees. Particular attention must also be paid to the
trellis system and to the correct spacing of wires. On the contrary, managing adult ML trees saves yearly from
100 to 200 hours/ha and opens up entirely new possibilities (Table 1).
Table 1. Hand labour needed to fill the allotted space (year 1-3) and to manage trees when fully grown
Fondazione Edmund Mach, San Michele all’Adige (TN) – Italy.
35
121
Many fruit growers claim that only 3.5-4 m tall trees can reach high efficiency. In terms of productivity, yields
of pre-formed Bibaum trees were similar to spindle trees. Given the low number of trees per hectare of multi-stemmed trees (<2000), when several leaders (4 to 8) have to be formed in the field, yields were low in the
first 3-5 years, while they reached and surpassed 70 tonnes per hectare after year five with very good quality
of the crop in terms of fruit size and red overcolor (Fig. 3).
The lower precocity of ML orchards is partly compensated by the reduced planting cost due to 20-50% fewer
trees per hectare and by their long life expectancy. ML trees must be planted wider on the row to allow 30 to
50 cm between the leaders, but the row distance can be reduced from 3.5 to less than 3 meters. In fact, the
minimum 1.5 m obstruction-free alley required in modern orchards for the passage of machines can be achieved by keeping the fruit wall 0.5-1.0 meter wide. Therefore ML trees can achieve similar production volume
as standard orchards (350.000-400.000 buds/ha corresponding to 70-80 tonnes per hectare) by changing the
parameters of the planting system from few rows of large, tall trees to many rows of low, narrow fruit walls. In
fact, the inter-row of “Double Guyot” has been reduced from 2.75 of the first planting in 2007 to 2.0 meters
of the 2015 planting with the aim of achieving entirely pedestrian orchards that intercept a lot of light right
from year one and therefore can reach better yields. The Guyot training goes well far beyond the concept of
permanent multi-leader. The geometry of trees is rotated of 90°: what was the central vertical stem becomes
horizontal cordon and forms the primary structure. The Secondary structure is made by upright semi-permanent branches, actually suckers turned into leaders that can be replaced over the orchard life span.
In terms of sustainability, it clearly emerged that increasing the number of leaders resulted in tree shapes
favourable to many techniques that require less use of chemicals. Mechanical pruning and mechanical thinning
with “rope thinners” are examples of techniques that work better on two dimensional canopies, but there is
much more. Compared to spindle, on a short and narrow canopy any other kind of mechanization is thinkable,
including the tunnel sprayers, the weed control machines (Table 2). On fruit walls it is also possible to protect
apple trees from codling moth (Cydia pomonella) and hail with multifunctional nets, that can also be used to
thin most apple cultivars, including Fuji and Gala, by closing them over the trees around bloom to hinder bee
activity and reduce the available light (Fig. 5, 6 and 7). Nets can also be used to reduce drift and control microclimate (anti-rain nets). In a near future replacing standard sprayers with some kind of solid set canopy delivery
system (SSCD) will be a viable option offered by ML trees to spray simultaneously the orchard, that may change
crop defence strategies, by using timely and environmentally safer compounds. Summer mechanical pruning
plays an important role in shaping the desired canopy of ML fruit walls and in reducing the amount of labour
and chemicals (plant growth regulators) needed.
Table 2. Training system and sustainable techniques
122
The advantages of a narrow canopy concern also management. With small semi-pedestrian sized trees,
minimum or no work from platforms or ladders is required, which is safer for the workers. All orchard manual
operations are simplified, from pruning through thinning to harvesting, and can be managed faster, mostly
from the ground. Picking aids can be employed more efficiently. Precision horticulture, a newly introduced concept, will be the next step in ML training. P.H. (Pierce and Nowak, 1999) is defined as: “The application of technologies and principles to manage spatial and temporal variability associated with all aspects of agricultural
production for the purpose of improving crop performance and environmental quality”. In a standard system,
the ample orchard variability within the canopy usually requires monitoring and analysing orchard-derived
information (georeferencing and geostatistical analysis) and decision support systems (DSS) to reduce input
of chemicals and labour. This is the principle of variable rate orchard sprayers and of any other tool based on
Variable Rate Technology (VRT).
Another example of P.H. is the “equilifrut” developed in France together with the concept of taille long or
long pruning, a tool to regulate crop load on large spindle branches. Despite its well built theoretical foundations, the large variability in tree architecture makes it quite difficult to practical use. It seems that in a complex
system like a large spindle tree the numerous interactions between shoots create a major obstacle to order as
opposed to a simple system based on very elementary structure. According to this theory, due to the exponential increase of interactions with linear increasing number of factors that interact, it would be more difficult to
achieve a medium level of order in a complex system than a high level of order in a simple one. With multi-leader and Guyot fruit wall orchards the variability in canopy structure is potentially reduced to such a low level
that requires inexpensive tools to manage it. Besides, ML trees are suitable to segmentation, a first step to P.H.,
a process by which the whole tree can be divided into similar elementary units
Predicting crop potential at pruning and adjusting yield trough thinning becomes much easier than in a standard 3D orchard. For example it is relatively simple to prune to a manageable low number of buds per meter of
leader or “per wire” (with wires spaced 0.5 meters) and hand thinning to a given crop load (Table 3).
Another concept that points toward a simplified tree structure is that it is more simple to adapt (shape)
trees to mechanization than to adapt machines to trees, provided the adaptation process does not contrast to
plant physiology. From a physiological point of view, establishing and maintaining 2D multi-leader vertical trees
seem more sustainable than fighting tree vigor trough bending limbs or using other growth control methods.
After all, ML trees are based on the concept that extra vigor, even watersprouts, can be harnessed to become
leaders and bear crop.
Table 3. Precision horticulture and multi-leader training: ML trees are suitable to segmentation (examples of
how to achieve 70 tons/ha)
123
Conclusions
ML training and summer pruning allow to achieve well balanced orchards by reducing excessive secondary
tree structure. ML Fruiting walls require a change in most orchard parameters that involve different spacing
and cultivation techniques. The last step in the process of tree training change, is to harness the power of
watersprouts and achieve a vineyard-like semi-permanent structure that can be gradually renewed. On pedestrian orchards mechanization and P.H. may become a lot easier, as well as microclimatic modification trough
anti-rain nets and multi-task microsprayers directly on the canopy for crop protection, etc.
After decades of single leader tree training in its various forms (e.g., spindle, solaxe) fruit walls obtained by
ML trees and summer pruning offer a chance to re-think orchards, also introducing more vigorous rootstocks,
by maximizing fruiting wood with little or no secondary tree structure. This suggests that the objective to improve the economic and ecological sides of the fruit industry can be more easily accomplished by changing the
tree shape.
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124
Anexos
Figure 1. TSA of each leader in spindle and multi-leader trees after 7 years Fuji trained with 1-6 leaders
Figure 2. Structure of the canopy and tree training systems
125
Figure 3. TSA os trees trained with diferente number of leaders 7 years after planting
Figure 4. Yield of semi-pedestrian Gala planted in 2012
126
Figure 5. Yield of semi-pedestrian Fuji planted in 2012
127
Qualidade dos frutos de macieiras cobertas
com tela antigranizo
Cassandro Vidal Talamini do Amarante36, Aquidauana Miqueloto37, Milton César Coldebella38,
João Cláudio Vilvert39, Mayara Cristiana Stanger40 e Cristiano André Steffens41
Introdução
Em pomares de macieira, o granizo, dependendo da intensidade, pode ocasionar danos substanciais aos
frutos, reduzindo seu valor comercial e potencial de armazenamento. Quando em intensidade alta, o granizo
pode comprometer produções futuras devido ao dano causado às folhas e aos ramos das plantas, favorecendo
o desenvolvimento de fungos causadores de cancro.
Atualmente, o método considerado mais seguro de proteção contra o granizo é a utilização de telas sobre
o sistema de cultivo (AMARANTE et al., 2012). No entanto, as telas antigranizo reduzem a radiação solar incidente sobre as plantas e podem, por isso, comprometer a fotossíntese, a produção e a qualidade dos frutos. As
telas antigranizo são constituídas de fibras de polietileno de alta densidade, com diâmetro de 288 a 356µm, em
duplo trançado na direção longitudinal e um simples trançado na direção transversal, e recebem tratamento
para proteção contra radiação ultravioleta (BLANK, 2007).
Geralmente, as telas são dispostas no pomar no formato de duas águas, para permitir a queda de pedras
de granizo entre as fileiras de plantas (Figura 1), e podem ser encontradas nas colorações preta, branca, cristal
(translúcida), vermelha, azul, cinza e verde (BLANK, 2007). As telas antigranizo mais utilizadas comercialmente
em pomares de macieiras são nas colorações preta e branca, que apresentam durabilidade em condições de
campo de aproximadamente 15 e 10 anos respectivamente (TASSARA & BATTAGLIA, 1992).
Figura 1. Telas antigranizo utilizadas comercialmente e em fase de testes na região Sul do Brasil,
nas cores (A) preta, (B) branca e (C) vermelha, dispostas no pomar no formato de duas águas
Engenheiro-agrônomo, Dr., Professor da Udesc/CAV/Departamento de Agronomia. Av. Luís de Camões, 2090, 88.520000 Lages, SC, e-mail: [email protected].
37
Engenheira-agrônoma, Dra., Bolsista de Pós-Doutorado, Udesc/CAV/Departamento de Agronomia, e-mail: [email protected].
38
Engenheiro-agrônomo, M.Sc., Doutorando em Ciência do Solo, Udesc/CAV, e-mail: [email protected].
39
Estudante de Agronomia, Udesc/CAV, e-mail: [email protected].
40
Engenheira-agrônoma, M.Sc., Doutorada em Produção Vegetal, Udesc/CAV, e-mail: [email protected].
41
Engenheiro-agrônomo, Dr., Professor da Udesc/CAV/Departamento de Agronomia, e-mail: [email protected].
36
128
Este trabalho tem por objetivos descrever os conhecimentos existentes sobre o emprego de telas antigranizo e seus efeitos na intensidade e qualidade da radiação solar disponibilizada às plantas, bem como sobre a
fotossíntese, o rendimento e a qualidade dos frutos na cultura da macieira.
1 Disponibilidade de radiação no pomar
A utilização de tela antigranizo, dependendo da sua coloração e abertura da malha, pode alterar a quantidade e a qualidade da luz transmitida para o interior do pomar, podendo afetar o desenvolvimento, a produção e
a qualidade dos frutos (BLANK, 2007; AMARANTE et al., 2007; 2009; SOLOMAKHIN & BLANKE, 2010).
Em pomares de macieiras, Blank (2007) reportou, em dias ensolarados, em áreas cobertas com telas de coloração preta (malha de 2,5-3 x 6,5mm) e cristal (translúcida; malha de 3 x 9mm), redução da radiação solar de
25% e 12% respectivamente, enquanto em dias nublados a tela preta pode interceptar até 50% da radiação. Na
região do Alto Valle de Río Negro, na Argentina, ocorrem reduções de 51% e 35,5% na radiação fotossinteticamente ativa (RFA; λ=400-700nm) quantificada ao meio-dia, utilizando-se telas pretas com malhas de 3 x 6mm
e 4,5 x 6mm respectivamente (DUSSI et al., 2005). Em pomares de macieira cobertos com telas antigranizo
de colorações branca, cinza e preta, Widmer (2001) observou reduções nos níveis de radiação de 8% a 12%,
15% a 17% e 18% a 25% respectivamente. Solomakhin & Blanke (2010) reportaram reduções na radiação de
12%, 14%, 18% e 20% com a utilização de telas com fibras branca e com fibras mescladas de vermelho-branco,
vermelho-preto e verde-preto respectivamente. Em pomar comercial de macieiras localizado no município de
Vacaria, RS, coberto com telas antigranizo nas cores branca e preta (ambas com malha de 4 x 7mm), foram
observadas reduções na RFA total incidente às plantas, ao longo de um dia de verão sem nuvens, de 21,2%
e 24,8% respectivamente em relação à área descoberta (AMARANTE et al., 2007). Em pomar localizado em
São Joaquim, SC, a cobertura com tela branca (malha de 4 x 7mm) reduziu em 18,4% a RFA total incidente às
plantas, ao longo de um dia de verão sem nuvens, em relação à área descoberta (AMARANTE et al., 2011). Em
experimento conduzido em pomar localizado no município de Urupema, SC, a cobertura com telas antigranizo
nas cores preta, azul, branca, vermelha e cristal (translúcida), todas com malha de 4 x 7mm, reduziu a RFA total
incidente às plantas, ao longo de um dia de verão sem nuvens, em 21%, 18,9%, 18,4%, 14,8% e 14,4% respectivamente em relação à área descoberta (dados não publicados).
Os resultados mostram que a tela preta apresenta maior redução na RFA transmitida às plantas comparativamente às telas com demais colorações, considerando todas as telas com mesma abertura de malha (4 x
7mm), e comumente utilizadaS em pomares de macieiras.
Reduções adicionais na RFA com a cobertura de pomar de macieira com telas antigranizo ocorrem na região
de entrelinhas e no interior do dossel das plantas (AMARANTE et al., 2012). Na região da entrelinha do pomar,
em áreas cobertas com telas antigranizo nas cores branca e preta, a redução da RFA pode chegar a 32% e 39%
respectivamente em relação à área descoberta. No interior do dossel a redução na RFA pode ser de 8% e 17%,
nas áreas cobertas com tela branca e preta respectivamente em relação à área descoberta.
Segundo Awad et al. (2001), valores da relação nos comprimentos de onda vermelho:vermelho distante
(V:Vd) da radiação inferiores a 1,0 no interior do dossel de macieiras reduzem o conteúdo de antocianina,
quercetina 3-glicosídeo e flavonoides totais, resultando em deficiente coloração vermelha nos frutos. A relação
V:Vd sofre maior redução no interior do dossel das plantas cobertas com tela preta do que com tela branca,
com impactos negativos na coloração vermelha dos frutos (AMARANTE et al., 2012).
2 Temperatura, velocidade do vento e umidade relativa do ar
Segundo Iglesias & Alegre (2006), as telas podem promover uma redução em até 3°C na temperatura diurna
129
em dias quentes. No entanto, em dias com baixa intensidade de radiação luminosa, o ambiente coberto com
tela antigranizo pode apresentar uma elevação de 1°C na temperatura mínima em relação às áreas descobertas
devido ao bloqueio, pela tela, da radiação longa refletida, provocando o efeito estufa. Em Israel, a cobertura de
macieiras com tela reduziu a temperatura do ar durante o dia (máximo de 1,5°C à tarde) e aumentou a temperatura do ar à noite (máximo de 0,5°C) em relação a área descoberta (TANNY et al., 2009). Na Suíça, macieiras
cobertas com tela antigranizo preta apresentaram redução na temperatura do ar no interior do dossel de 0,2 a
0,8°C (KÜHRT et al., 2006). A utilização das telas pode reduzir a velocidade do vento em 9% (TANNY et al., 2009)
e aumentar em 6% a 15% a umidade relativa do ar no interior do pomar (MIDDLETON & McWATERS, 2002).
A alta umidade relativa do ar causada pela utilização de telas antigranizo aumenta o período de molhamento foliar (resultado da redução da radiação solar e da menor velocidade do vento) após a ocorrência de chuvas.
Isso pode ocasionar maior incidência de doenças, como a mancha-foliar da ‘Gala’ (Colletotricum spp.) (LEITE et
al., 2002). O emprego de telas antigranizo reduz a severidade de russeting em maçãs (LEITE et al., 2002; STAMPAR et al., 2002; AMARANTE et al., 2007 e 2009), como resultado da diminuição da radiação solar.
As plantas sob tela podem apresentar menor requerimento de água em decorrência da diminuição das temperaturas máximas, do aumento na umidade relativa no interior do pomar e da redução na temperatura foliar
(em até 3°C), reduzindo assim o deficit de pressão de vapor de água entre a folha e o ar ambiente (TANNY et al.,
2009). A maior eficiência no uso de água em macieiras cobertas com telas antigranizo pode, em alguns casos,
aumentar o peso médio dos frutos (TASSARA & BATTAGLIA, 1992; AMARANTE et al., 2011).
3 Desenvolvimento vegetativo e reprodutivo das plantas
Com o emprego de telas que ocasionam maior sombreamento, como é o caso da tela preta, há maior redução na relação V:Vd no interior do dossel, afetando a fotomorfogênese e o balanço hormonal. Isso promove
maior dominância apical e aumento no vigor das plantas.
O emprego de telas antigranizo que causam excessivo sombreamento (tela preta ou telas com menor abertura de malha) pode reduzir a fotossíntese, comprometendo o acúmulo de reservas e a diferenciação de gemas
reprodutivas e, consequentemente, reduzir a frutificação efetiva (MIDDLETON & McWATERS, 2002). No entanto, o emprego de telas antigranizo no sul do Brasil não tem ocasionado redução no peso médio e no rendimento de frutos em macieiras (AMARANTE et al., 2011).
4 Maturação e qualidade dos frutos
Um dos atributos determinantes da qualidade para a comercialização é a coloração vermelha da epiderme
(casca) em maçãs, que é influenciada pela temperatura e incidência da radiação luminosa no interior do pomar.
A temperatura ótima para a produção de antocianinas em maçãs situa-se entre 15 a 20ºC (ARAKAWA et al.,
1999). A utilização de telas antigranizo, em especial telas pretas, devido às maiores reduções na RFA, na radiação ultravioleta e na relação V:Vd no interior do dossel das macieiras (AMARANTE et al., 2012), resultam em
frutos com menor porcentagem de coloração vermelha (AMARANTE et al., 2007; 2009). No entanto, pomares
com clones/mutações de maçãs ‘Gala’ (‘Royal Gala’, ‘Imperial Gala’, ‘Gala Real’, ‘Galaxy’, ‘Maxi Gala’ e ‘Baigent’)
e ‘Fuji’ (‘Fuji Select’, ‘Fuji Suprema’, ‘Fuji Kiko’ e ‘Mishima’), com maior intensidade de coloração vermelha do
fruto, o emprego de tela antigranizo pode resultar em menor comprometimento da qualidade visual do fruto.
A utilização de clones de maçãs com maior superfície colorida, associada à utilização de porta-enxerto anão
(ou ‘Marubakaido’ com filtro de M.9, para reduzir vigor), com sistema de manejo e condução visando permitir
maior penetração de luz no dossel das plantas, especialmente no que diz respeito a podas, pode tornar o em130
prego de tela antigranizo uma alternativa viável e de baixo impacto no comprometimento da coloração vermelha dos frutos, especialmente em regiões de maior altitude (clima frio) (AMARANATE et al., 2011).
O sombreamento ocasionado pelas telas reduz o desenvolvimento da cor vermelha, ao mesmo tempo que
retarda a degradação de clorofilas nos frutos, preservando a cor de fundo verde intensa (AMARANTE et al.,
2007 e 2009). Isso pode causar problemas na identificação dos frutos a serem colhidos na maturação comercial, haja vista que as cores de fundo (menos verde) e a superfície vermelha (mais intensa) são normalmente
utilizados pelos funcionários de campo para esse fim. O fruto de planta coberta com tela antigranizo pode estar
no estádio de maturação adequado para a colheita, porém não ser colhido por não apresentar a coloração correspondente a uma planta não coberta com tela. Em razão disso, o fruto de planta coberta com tela antigranizo
será colhido em estádio mais avançado de maturação (com menor firmeza de polpa), podendo, assim, reduzir
sua conservação pós-colheita (AMARANTE et al., 2011).
Amarante et al. (2007), em trabalho realizado durante três anos no município de Vacaria, RS, observaram
em macieiras ‘Royal Gala’ cobertas com tela preta, redução na firmeza de polpa em relação às plantas descobertas, o mesmo não ocorrendo com a utilização de tela branca. Amarante et al. (2011), em trabalho realizado
durante três anos na região de São Joaquim, SC, observaram menor firmeza de polpa na colheita e após armazenamento refrigerado em maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’ com o emprego no pomar de tela antigranizo branca. Segundo
Campbell & Martini (1992), essa redução na firmeza de polpa pode ser atribuída à má formação da parede
celular e ao maior influxo de água para as células que formam a polpa em decorrência da baixa incidência de
radiação luminosa no interior do dossel das plantas. No entanto, macieiras ‘Fuji’ cobertas com tela branca e
preta não apresentaram redução na firmeza de polpa em relação às plantas descobertas (AMARANTE et al.,
2009). Em trabalho realizado durante cinco anos, Leite et al. (2002) também não observaram efeito do sombreamento ocasionado por telas antigranizo sobre a firmeza da polpa em maçãs ‘Fuji’ e ‘Gala’.
Os resultados reportados por diversos autores mostram que a firmeza de polpa pode ser reduzida pela utilização de telas antigranizo, porém esse efeito depende do nível de sombreamento (cor e abertura de malha da
tela), do cultivar, do sistema de manejo das plantas, da safra agrícola e das condições edafoclimáticas do local.
A utilização de telas antigranizo sobre o dossel das plantas pode comprometer a fotossíntese, reduzindo o
acúmulo de carboidratos e o teor de SS nos frutos (AMARANTE et al., 2012). Segundo Amarante et al. (2011),
a utilização de tela antigranizo branca não afetou o teor de SS e o índice de iodo-amido dos frutos na colheita
em macieiras ‘Royal Gala’ e ‘Fuji’. No entanto, a utilização de tela preta reduziu o teor de SS e aumentou o
índice de iodo-amido (menor reação de cor do amido com o iodo) em ‘Royal Gala’ (AMARANTE et al., 2007),
mas não em ‘Fuji’ (AMARANTE et al., 2009). Esses dados mostram que o maior sombreamento ocasionado
pela tela preta reduz os teores de carboidratos nos frutos (açúcares solúveis e amido) apenas em maçãs ‘Royal
Gala’, possivelmente refletindo o maior comprometimento da fotossíntese foliar e da capacidade de alocação
de fotoassimilados nos frutos desse cultivar. Como maçãs ‘Fuji’ são colhidas cerca de um mês depois de ‘Royal
Gala’, o maior período de suprimento de fotoassimilados aos frutos de ‘Fuji’ parece compensar a redução na
fotossíntese foliar ocasionada pelo sombreamento da tela.
A utilização de telas antigranizo mostrou-se eficiente para reduzir queimadura de sol em maçãs no Chile
(YURI et al., 1996), na Europa (ANDREWS & JOHNSON, 1996) e Sul do Brasil (AMARANTE et al., 2009), pois reduz a incidência direta de radiação solar, diminuindo também a temperatura do fruto (TASSARA & BATTAGLIA,
1992; LEITE et al., 2002; MIDDLETON & McWATERS, 2002; STAMPAR et al., 2002). Áreas cobertas com telas
preta e cristal (translúcida) podem apresentar redução de até 4°C e 2,5°C na temperatura no fruto respectivamente em relação a áreas descobertas (IGLESIAS & ALEGRE, 2006).
131
5 Ação de insetos no interior do pomar
A utilização de telas antigranizo para a proteção de plantas, parece não interferir na atividade polinizadora
das abelhas, já que o número de sementes por fruto não diferiu entre plantas descobertas e cobertas com telas
(AMARANTE et al., 2007 e 2009). Para assegurar uma adequada polinização e frutificação efetiva nas macieiras
cobertas com tela antigranizo, convém introduzir as abelhas no início da floração (3% a 5% de flores abertas).
Entretanto, se as colmeias forem colocadas antes desse período, as abelhas buscarão fontes alternativas de
pólen e néctar fora da área coberta com telas antigranizo, não atingindo o objetivo desejado. Além disso, é
importante manter adequado espaçamento entre a copa das árvores e a tela antigranizo para assegurar o voo
das abelhas, ou seja, evitando obstrução e uma desigual distribuição das abelhas no interior do pomar.
A barreira física imposta pela tela antigranizo pode reduzir os danos ocasionados aos frutos pela mosca-das-frutas. Em pomar de macieiras ‘Gala’ na região de São Joaquim, SC, a cobertura com tela antigranizo reduziu a
incidência (%) e a severidade (perfurações/fruto) de dano ocasionado por mosca-das-frutas em ano de elevada
infestação da praga (AMARANTE et al., 2011).
Referências
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133
Manejo e condução da ameixeira
André Luiz Kulkamp de Souza42
Introdução
A ameixeira pertence à família botânica Rosaceae, subfamília Prunoideae e gênero Prunus. No Brasil se
destacam duas espécies, Prunus salicina Lindl. (ameixa-japonesa) e Prunus domestica L. (ameixa-europeia).
A primeira é diploide (2n=16) e pode ser cultivada em locais de clima mais ameno, enquanto a segunda é hexaploide (2n=48) e necessita/suporta climas mais frios (CASTRO et al., 2008).
A Ásia produz 58,1% da ameixa do mundo, e os cinco maiores produtores são China (4.228.429t), Sérvia
(580.584t), Estados Unidos (546.052t), Romênia (510.131T) e Montenegro (422.516t) (FAO, 2013). No Brasil,
dependemos do mercado externo devido à baixa oferta de frutos que provêm dos estados de Santa Catarina,
Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. A colheita inicia no final de outubro, com as produções
de Minas gerais, São Paulo e Paraná, estendendo-se até fevereiro, com as de Santa Catarina e Rio Grande do
Sul. No estado de Santa Catarina, maior produtor nacional, a produção se concentra nas regiões do Alto Vale
do Rio de Peixe (Fraiburgo, Videira, Tangará), Planalto Sul (Urubici, São Joaquim e Campo Belo do Sul) e Litoral
Sul (Pedras Grandes e Urussanga) (Tabela 1).
Tabela 1. Número de produtores, área total, produção e valor bruto de produção de ameixeiras no estado de
Santa Catarina
O cultivo de ameixeiras tem sido incrementado nos últimos anos, principalmente na Região do Alto Vale do
Rio do Peixe. É possível notar que, nos últimos anos, o número de produtores diminuiu, mas a área e a produção aumentaram (Tabela 1). O acréscimo de 5 mil toneladas nos dois últimos anos pode ser explicado pela melhoria nas tecnologias de produção (uso de mudas de melhor qualidade fitossanitária, tela antigranizo, controle
de geadas, fitorreguladores), alta produtividade proporcionada pela boa adaptabilidade dos cultivares Fortune
e Letícia e, principalmente, o elevado preço de venda, que torna a ameixeira uma das frutíferas que propiciam
maior retorno econômico ao fruticultor.
Engenheiro-agrônomo, Dr. em Fitotecnia, Pesquisador, Epagri/Estação Experimental de Videira, C.P. 21, 89560-000
Videira, SC, fone: (49) 3533-5627, e-mail: [email protected].
42
134
Em contrapartida, o número de fruticultores diminuiu devido a dificuldades no sistema de produção, como
a ocorrência da doença escaldadura da folha, dificuldade de polinização em alguns anos, falta de produtos
fitossanitários registrados para a cultura e adversidades climáticas (geada, granizo e excesso de precipitação),
fazendo com que apenas os mais especializados permaneçam na atividade.
A escaldadura das folhas, causada pela bactéria Xylella fastidiosa, é uma doença importante e capaz de impossibilitar o cultivo da ameixeira. Transmitido por insetos vetores (cigarrinhas), esse patógeno produz gomas
e tiloses que obstruem o xilema, levando os cultivares susceptíveis à morte. Os sintomas caracterizam-se pela
clorose na região apical das folhas, prolongando-se por suas bordas, evoluindo para áreas necróticas que assumem uma cor acinzentada ou marrom-escura, dando aos ramos aspecto de escaldadura ou sapecamento por
fogo. Com a evolução da doença, os ramos começam a secar de cima para baixo, causando um declínio no vigor
e na produção, culminando no secamento de toda a planta (DUCROQUET et al., 2001).
Variedades como a Santa Rosa podem apresentar sintomas no segundo ano após o plantio. Já em variedades mais tolerantes, como Fortune e Letícia, os sintomas tardam a ser notados. Nesse sentido, atualmente,
pomares de ameixeira têm vida útil restrita, necessitando-se o replantio a cada 10 anos aproximadamente. As
estratégias adotadas para novos plantios de ameixeira em áreas contaminadas são uso de variedades de média
resistência, plantio de material sadio, controle de insetos vetores e manejo adequado para prolongar vida útil
da planta.
Com o objetivo de superar esse entrave, a Epagri/Estação Experimental de Videira tem um programa de melhoramento com foco em gerar variedades resistentes a essa doença e com qualidade de frutos semelhantes
às variedades mais plantadas. Nesse sentido, existem seleções em testes avançados, como SC13 e SC15, que
estão em avaliação final em produtores comerciais. A partir do uso de ambas pretende-se dar um salto de qualidade, principalmente devido ao aumento da vida útil dos pomares, fazendo com que os fruticultores elevem
consideravelmente seus lucros.
Outro fator de possíveis perdas de produção de ameixas é a baixa taxa de polinização em alguns anos e
consequente redução da frutificação efetiva. Como a maioria dos cultivares são autoinférteis e necessitam de
polinizadoras, recomenda-se interplantar 20% de uma ou mais plantas polinizadoras e utilizar correto manejo
de abelhas. A escolha dessas variedades deve levar em conta a coincidência de floração dessa em relação ao
cultivar comercial e, para diminuir riscos, recomenda-se o uso de produtos para superação de dormência.
Os maiores problemas fitossanitários na cultura são o ataque da mosca-das-frutas e da mariposa-oriental
e a incidência de podridões, principalmente a parda. O controle é dificultado pela baixa disponibilidade de
produtos com registro no Ministério da Agricultura para a cultura. Ao longo dos anos, são retiradas do registro
várias moléculas, principalmente as mais antigas, enquanto as mais modernas, menos agressivas ao homem e
ao meio ambiente, só são registradas para culturas com maior cultivo, como é o caso da maçã.
Eventos climáticos como secas, insuficiência de frio, geadas tardias e granizo estão cada vez mais comuns
nas regiões produtoras e têm dificultado o cultivo, pois sua ocorrência compromete a safra. O principal cuidado
deve estar na correta escolha da área onde será implantado o pomar. Observadas as medidas preventivas, é
possível atenuar as condições ambientais desfavoráveis com ações como utilização da irrigação durante as secas eventuais, uso de produtos para superação artificial da dormência, irrigação por aspersão sobrecopa para
controle de geadas e utilização de controle antigranizo.
A maioria dos métodos de defesa contra as geadas consiste no fornecimento de calor para área a ser protegida. Existem vários métodos que vêm sendo empregados, como nebulização, aquecimento, ventilação e
irrigação por aspersão. A maior eficiência tem sido encontrada com a irrigação por aspersão sobre as copas
das plantas, e um grande número de produtores do Estado já aderiu a essa técnica. Quando se dispõe de suficiente volume de água, pode-se dizer que é o método mais eficaz e seguro se comparado aos demais métodos
135
conhecidos. O uso da água para esse fim fundamenta-se no princípio de que, ao esfriar até 0°C e passar para
o estado sólido de gelo, cada grama de água proporciona 80 calorias. Dessa forma, enquanto houver água por
congelar, a temperatura se manterá em 0°C, impedindo que as brotações, flores e frutos atinjam temperaturas
negativas (MONDNI, 2015).
A implantação de telas antigranizo ganha destaque por proteger os pomares contra granizo e danos por
queimadura solar, porém ainda faltam estudos do efeito em outros atributos de ameixeiras, como incidência
de doenças, coloração dos frutos e frutificação efetiva. Apesar do alto custo de implantação, acredita-se que
ele seja economicamente viável a longo prazo, tornando seu uso o método mais seguro e eficiente contra o
granizo.
Cultivares
No Registro Nacional de Cultivares (RNC) existem 72 cultivares registrados. A fim de recomendar os cultivares adaptados para cada condição climática do estado de Santa Catarina, a Epagri anualmente publica um
documento chamado Avaliação de Cultivares, no qual, no caso da ameixeira, a recomendação é feita especificamente para as regiões Meio-Oeste, Sul e Serrana do Estado.
Para a região Meio-Oeste, os cultivares recomendados são Fortune e Letícia, além dos polinizadores Harry
Pickstone (para Fortune), SA-86-13 e Simka (para Letícia). Para a região Serrana indica-se ‘Letícia’ e seus polinizadores ‘Piuna’ (altitudes acima de 1.100m) e ‘SA-86-13’ (altitudes abaixo de 1.100m). E na região Sul os
recomendados são ‘Gulfblaze’, ‘Pluma 7’, ‘Reubenel’, ‘Irati’ e ‘Amarelinha’.
O cultivar Fortune, também conhecido como Italianinha no Rio Grande do Sul, é um das mais importantes
em área plantada no Estado e teve um acréscimo de plantio considerável nos últimos anos devido à alta qualidade dos frutos, à média resistência à escaldadura das folhas e ao fato de a época de maturação coincidir com
as festas de final do ano, proporcionando ao agricultor bom retorno financeiro. Como característica, apresenta
a necessidade de cerca de 400 horas de temperatura abaixo de 7,2°C para brotação, alto vigor, média produtividade e requer polinização cruzada. Na região do Vale do Rio do Peixe, apresenta plena floração no final de
agosto e início de maturação no dia 20 de dezembro aproximadamente. Os frutos são grandes, de cor púrpura
e polpa amarela, e têm de ótimo sabor.
Com a maior área plantada no estado, o cultivar Letícia é importante na região do Vale do Rio do Peixe e
na Serra Catarinense, não sendo plantado em regiões quentes devido à alta necessidade de frio hibernal para
superação da dormência (>600HF). Em locais com temperaturas intermediárias se faz necessária a aplicação
de indutores de brotação para garantir florada uniforme e coincidente com seu polinizador. No Vale do Rio de
Peixe sua plena floração ocorre na segunda quinzena de setembro, e a maturação, em meados de janeiro. Essa
variedade se destaca pela alta produtividade, pela boa capacidade de armazenamento, pelo bom calibre de
seus frutos e pela cor da epiderme púrpura e da polpa amarela.
Com menor expressão em área plantada tem-se os cultivares Gulfblaze, Pluma 7, Reubenel, Irati e
Amarelinha, sendo boas opções para regiões com quantidade de frio inferior a 400 horas, como o litoral sul e o
Oeste do Estado. ‘Pluma 7’ e ‘Reubenel’ se caracterizam por não necessitar do plantio de plantas polinizadoras,
diminuindo, com isso, riscos na produção.
Sistemas de condução
A definição do espaçamento de plantio e do sistema de condução a ser adotado deve atender a alguns requisitos, como facilitar a entrada de radiação solar nos frutos, o que resulta em maior intensidade de cor, faci136
litar os tratamentos fitossanitários e racionalizar a mão de obra, principalmente nos tratos culturais e colheita.
Para ameixeiras, as formas preconizadas de sistemas de condução são aquelas em vaso e ‘Y’.
O sistema em vaso ou taça é o predominante nos plantios antigos e se caracteriza por apresentarem de 3
a 6 ramos principais que sustentam os ramos produtivos. O espaçamento utilizado é de 2,5 a 4 metros entre
plantas e 4,5 a 6 metros entre linhas, com uma população de 400 a 800 plantas por hectare.
O sistema em Y ou V é predominante nos novos plantios por facilitar o adensamento de plantas e, com isso,
proporcionar maior produtividade nos primeiros anos de produção. O espaçamento indicado é de 0,75 a 2m
entre plantas e 4 a 5,5m entre linhas, totalizando de 900 a 3.333 plantas por hectare. Com esse sistema, o período improdutivo do pomar é reduzido, pois precisam-se formar apenas dois ramos principais. Para aumentar
a produtividade e facilitar o manejo, os fruticultores amarram, após a poda de frutificação, os ramos principais
das plantas de filas vizinhas, formando uma espécie de túnel. Com isso, as plantas não atingem altura excessiva, facilitando as práticas culturais e, ao mesmo tempo, mantêm-se altas taxas de produtividade.
O aumento na densidade de plantio deixou de ser tendência e é uma realidade na fruticultura mundial
e brasileira. Todavia, na cultura da ameixeira o adensamento de plantio demorou para tornar-se realidade
principalmente devido ao uso de porta-enxertos vigorosos produzidos por sementes, o que proporciona alto
crescimento vegetativo, dificultando o uso de sistemas como o líder central.
Com intuito de recomendar melhor sistema de condução e espaçamento de plantio do cultivar Letícia no estado de Santa Catarina, a Epagri/Estação Experimental de Videira instalou um experimento numa propriedade
rural no município de Fraiburgo. Lá estão sendo testadas plantas conduzidas no sistema em “Y” com diferente
número de pernadas (2 e 4) e cinco espaçamentos entre plantas (0,75m, 1m, 1,25m, 1,5m, 1,75m e 2m). O
plantio foi realizado em 2010 com espaçamento entre filas de 5m, e os dados das safras de 2014/15 e 2015/16
estão demonstrados na Tabela 2. A determinação de cor foi realizada por uma escala predeterminada, sendo:
1 (>80% de vermelho), 2 (60% a 80% de vermelho), 3 (40% a 60% vermelho) e 4 (20% a 40% vermelho).
Tabela 2. Número de frutos, peso de frutos, produção por planta, produtividade, firmeza de polpa, pH, sólidos
solúveis totais (SST), acidez titulável total (ATT) e cor de ameixeiras plantadas em diferentes sistemas de condução e espaçamento
O peso e a coloração dos frutos não foram afetados pelos tratamentos, demonstrando que a decisão deve
ser feita levando em consideração a produtividade por hectare. Os resultados encontrados demonstram que
as maiores produtividades foram do sistema em Y com espaçamentos de 0,75m (2.667 pl.ha-1) e 1m (2.000
pl.ha-1), e do sistema em vaso nos espaçamentos 1,25m (1.600 pl.ha-1) a 1,5m (1.333 pl.ha-1), demonstrando
que espaçamentos superiores a esses, e normalmente utilizados, comprometem a produtividade dessa va137
riedade. A firmeza de polpa foi menor nos tratamentos com maior produtividade, ou seja, nos plantios mais
adensados. O experimento será conduzido até que as plantas apresentem produção estável (adulta).
Manejo de poda, raleio43 e uso de fitorreguladores
Na cultura da ameixeira a poda é uma prática muito importante, sendo realizada em três épocas distintas.
Na poda de inverno ou de frutificação se faz a seleção de ramos de produção e o desponte (em algumas variedades), retirando-se os doentes e mal posicionados. Deve ser evitada a poda drástica no inverno, pois ela
favorece forte crescimento vegetativo em detrimento do número de gemas de flor. Na poda de primavera ou
verão são retirados ramos ladrões e mal posicionados, que contribuem para a formação mais adequada das
plantas, favorecendo a entrada de luz na sua parte interna, diminuindo a incidência de doenças no pomar e
contribuindo para a melhoria da qualidade dos frutos. No outono, no início da queda de folhas, faz-se o rebaixamento da copa com o objetivo de dar forma às plantas e reduzir seu crescimento. Em pomares adultos se
busca a inversão da intensidade de poda, intensificando a de verão e, principalmente, a de outono, quando
são removidos os ramos ladrões e doentes, e deixando para fazer no inverno apenas a seleção de ramos de
produção. A tendência da poda para o futuro é a busca pela mecanização dessa prática, e o uso de reguladores
de crescimento para diminuição de vigor (Prohexadione cálcio em período de testes para obter registro para a
cultura).
O raleio deve ser feito quando ocorre a frutificação excessiva ou má distribuída na planta, o que é comum
no caso da ameixeira, que normalmente fixa mais frutos do que a planta pode suportar. Devem ser removidos
preferencialmente os frutos de menor qualidade, injuriados, atacados por pragas e doenças ou por danos mecânicos. Cada fruto necessita em torno de 30 a 40 folhas para seu desenvolvimento e geralmente deixa-se uma
distância mínima de 8 a 10cm entre os frutos dos ramos vigorosos e de 12 a 15cm no caso de ramos menos
vigorosos. O período ideal para essa prática é durante o florescimento ou imediatamente após, até 30 dias
depois da queda das pétalas.
Para ameixeiras, o uso de raleio químico está se tornando prática comum, porém o repasse manual continua
sendo indispensável. Os melhores resultados foram encontrados com o uso de ethefon, sendo aplicados quando os frutos atingem 5mm de diâmetro, com queda dos restos florais (limpeza das pétalas). De acordo com Barros Ahrens et al. (2014), a produtividade e a receita líquida foram superiores com o raleio químico empregando
o ethefon, e o raleio manual apresentou maior porcentagem de frutos maiores e de melhor valor comercial. De
acordo com os mesmos autores, os altos custos e a pouca disponibilidade de mão de obra para o raleio manual
indicam o raleio químico como a prática economicamente viável no sistema de produção da ameixeira.
Referências
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43
Nota do revisor: O termo correto é “raleamento”, mas em agricultura é comum o uso de “raleio”, que será mantido neste texto
por tradição.
138
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139
Vitivinicultura de altitude: realidade e perspectivas
Alberto Fontanella Brighenti44, Emilio Brighenti45 e Mateus da Silveira Pasa46
Introdução
A pesquisa em vitivinicultura nas regiões de altitude elevada teve seu início no ano de 1991, com a implantação de um projeto da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), na Estação Experimental de São Joaquim, com o objetivo de avaliar a adaptação de diferentes variedades. Ao final das
avaliações desse projeto, no ano de 1998, chegou-se à conclusão que entre as variedades testadas, a Cabernet
Sauvignon era uma das que apresentavam maior potencial, e seu cultivo era recomendado para regiões acima
de 900 metros de altitude.
A partir do ano 2000 tiveram início os primeiros plantios comerciais, e as empresas pioneiras foram a Quinta
da Neve, em São Joaquim, e a Villa Francioni, em Bom Retiro. Outro marco importante ocorreu em 2002, quando a Villa Francioni iniciou a construção de sua vinícola, a primeira da região, e oficialmente inseriu as regiões
de altitude elevada no cenário do enoturismo.
Uma das principais características que diferem a viticultura das regiões de altitude elevada das demais regiões produtoras do Estado é que ela não está associada com a colonização italiana ou com qualquer tipo de
viticultura tradicional. É uma atividade realizada por empresários voltada para a produção de vinhos finos, com
o uso de alta tecnologia, práticas de manejo modernas e foco na qualidade dos produtos.
Hoje, nas regiões de altitude elevada do Estado, existem 35 empresas em funcionamento, com uma área
plantada superior a 600 hectares de vinhedos e mais de 200 rótulos de vinhos brancos, tintos e espumantes.
Nos vinhedos de altitude elevada de Santa Catarina, as principais variedades plantadas são a Cabernet Sauvignon, com a maior área, seguida por Merlot, Chardonnay e Sauvignon Blanc.
A elaboração de vinhos finos nas regiões catarinenses de altitude elevada é relativamente recente, com
menos de 15 anos de história, quando comparadas com outras regiões produtoras. Portanto, a maioria das
técnicas de manejo empregadas nos vinhedos dessas regiões foram baseadas nas experiências de produtores
e técnicos, bem como nos resultados de pesquisas provenientes de outros países e regiões desenvolvidas na
área enológica. Por outro lado, a aplicação dessas técnicas, como a escolha do sistema de condução, dos porta-enxertos e das variedades, nem sempre corresponde às situações ideais encontradas nas regiões de altitude
(MARCON FILHO, 2016).
Dadas as condições particulares dessas regiões, é importante salientar que os vinhos ali produzidos possuem
qualidade em cor e aroma capaz de diferenciá-los dos produtos obtidos em outras regiões (MALINOVSKI et al.,
2012; MARCON FILHO et al., 2015). Entretanto, para ascender a mercados exigentes e garantir a expansão da
vitivinicultura é fundamental definir estratégias adequadas às condições locais para oferecer um produto que
cumpra com os requisitos de qualidade ao consumidor e que seja viável economicamente para os viticultores
(MARCON FILHO, 2016). Para que o setor vitícola se desenvolva ainda mais, é relevante a identificação de variedades mais bem adaptadas às condições dessas regiões, capazes de produzir uvas e vinhos de alta qualidade
(BRIGHENTI et al., 2013).
Engenheiro-agrônomo, Dr., Pesquisador da Epagri/Estação Experimental de São Joaquim. Rua João Araújo Lima, 102,
88600-000 São Joaquim, SC, e-mail: [email protected].
45
Engenheiro-agrônomo, M.Sc., Pesquisador da Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, e-mail: brighent@epagri.
sc.gov.br.
46
Engenheiro-agrônomo, Dr., Pesquisador da Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, e-mail: mateuspasa@epagri.
sc.gov.br.
44
140
O projeto “Tecnologias para o Desenvolvimento
da Vitivinicultura Catarinense” e seus principais resultados
Em novas regiões vitícolas, as variedades inicialmente plantadas e avaliadas, com poucas exceções, correspondem àquelas de renome internacional, originárias da França e, em menor escala, da Itália e de Portugal.
As principais variedades cultivadas e práticas de elaboração estão amplamente difundidas em todas as regiões
produtoras de vinhos. Isso enfatiza o aspecto global da produção de vinhos e minimiza a contribuição das variedades e do meio onde elas são produzidas, sobre o padrão dos vinhos. Nesse contexto, viticultores em todo o
mundo estão reavaliando o valor enológico e o potencial de marketing do patrimônio varietal local (MANNINI,
2004).
Para oferecer novas opções de variedades aos viticultores, foi realizado, entre 2006 e 2014, o projeto “Tecnologias para o Desenvolvimento da Vitivinicultura Catarinense”, em uma parceria entre Epagri, Universidade
Federal de Santa Catarina e Instituto Agrário de San Michele all’Adige/Fundação Edmund Mach, da Itália. A
finalidade do projeto foi introduzir e avaliar a adaptação de diversas variedades, principalmente italianas, em
quatro regiões de altitude do Estado, com a possibilidade de produção de uvas para vinho com elevada qualidade e tipicidade, que expressassem as características dessa nova região produtora (BRIGHENTI et al., 2014).
Nesse projeto, foram implantadas quatro unidades experimentais em Santa Catarina (São Joaquim, Campos
Novos, Água Doce e Tangará) em 2006, cada uma com 36 variedades de uvas viníferas. Brancas: Chardonnay,
Prosecco, Viognier, Vermentino, Greco di Tufo, Fiano, Manzoni Bianco, Riesling Renano, Verdicchio, Sauvignon
Blanc, Garganega e Coda di Volpe. Tintas: Pinot Grigio, Aglianico, Ancellotta, Primitivo, Barbera, Nebbiolo,
Pinot Nero, Sangiovese, Croatina, Uva di Troia, Lambrusco Grasparossa, Negroamaro, Malvasia Nera, Merlot,
Syrah, Nero D’Avola, Teroldego, Aleatico, Sagrantino, Canaiolo Nero, Lagrein, Montepulciano, Rebo e Cabernet
Sauvignon.
A adaptação das variedades foi avaliada pelas datas de ocorrência dos principais estádios fenológicos (Tabela 1), pela duração cronológica de seu ciclo vegetativo-reprodutivo e pela exigência térmica em graus-dia
(Tabela 2). Também se levaram em conta na avaliação os índices produtivos das plantas (produtividade e regularidade de produção), a qualidade das uvas (maturação tecnológica e fenólica) (Tabela 3) e a qualidade dos
vinhos. Entre as variedades testadas, aquelas que se destacaram na região de São Joaquim foram: Vermentino,
Verdicchio, Manzoni Bianco, Riesling Renano e Viognier (brancas); Sangiovese, Rebo, Montepulciano e Sagrantino (tintas).
Tabela 1. Datas médias de ocorrência dos principais estádios fenológicos de nove variedades de uvas viníferas
em São Joaquim, SC, entre as safras 2011 e 2015
141
Devido às temperaturas amenas em São Joaquim, o ciclo das variedades é mais longo, e o acúmulo térmico
é menor do que o observado em outras regiões produtoras do Brasil (Tabela 2). O acúmulo de radiação solar
global, também é favorecido pela maior duração do ciclo vegetativo/produtivo em São Joaquim (BRIGHENTI et
al., 2015).
Tabela 2. Duração cronológica média (DC, dias), duração térmica média (DT, Graus-dia) e coeficiente de variação (CV, %) das fases do ciclo vegetativo, brotação – floração (Brot. – Flor.), floração – mudança de cor das
bagas (Flor. – Mud. cor), mudança de cor das bagas – maturidade (Mud. cor – Mat.), brotação – mudança de
cor das bagas (Brot. – Mud. cor) e brotação – maturidade (Brot. – Mat.), de nove variedades de uvas viníferas
em São Joaquim, SC, entre as safras 2011 e 2015
Durante o período de maturação, as baixas temperaturas, a amplitude térmica e o elevado acúmulo de radiação solar global são os principais fatores climáticos que diferenciam as regiões de altitude elevada (Tabela
4) e interferem de forma marcante na qualidade da uva. Em São Joaquim, tais condições favorecem o acúmulo
de polifenóis, particularme nte a síntese de antocianinas, mas dificultam a degradação dos ácidos (BRIGHENTI
142
et al., 2015).
Tabela 3. Produtividade, sólidos solúveis, acidez total titulável e pH de nove variedades de uvas viníferas em
São Joaquim, SC, entre as safras 2011 e 2015
Tabela 4. Dados médios das temperaturas máxima, média e mínima (°C), amplitude (°C), ocorrência de geadas
(dias) e precipitação (mm) registradas na estação meteorológica localizada na Estação Experimental de São de
Joaquim entre os anos 2010 e 2015 e a série histórica (S.H.) de um período de 32 anos
143
O projeto “Avaliação vitivinícola de genótipos de videira
nas condições edafoclimáticas de Santa Catarina”
As baixas temperaturas durante a brotação e a elevada taxa e frequência de precipitação pluviométrica (Tabela 4) são os principais fatores climáticos limitantes da cultura da videira nas regiões de altitude elevada do sul
do Brasil (BRIGHENTI et al., 2015). O elevado índice pluviométrico e alta umidade relativa do ar são condições
climáticas que favorecem o aparecimento de doenças fúngicas, que requerem um rigoroso controle fitossanitário e podem causar limitações na produtividade e na qualidade das uvas (DE BEM et al., 2015).
O cultivo das variedades europeias nessas condições ambientais requer aplicações preventivas de fungicidas para o controle das doenças. O controle químico das doenças resulta em problemas como o aumento do
custo de produção e os riscos à saúde humana, animal e ambiental, comprometendo a sustentabilidade do
sistema produtivo. Contudo, outras espécies do gênero Vitis, originadas da Ásia e da América, foram descritas
como parcial ou totalmente resistentes a diversos patógenos (CADLE-DAVIDSON, 2008).
Nesse cenário, a avaliação do potencial de novas variedades adaptadas às condições catarinenses, com resistência às principais doenças e com elevado potencial enológico, torna-se uma meta estratégica para o setor
vitivinícola. No ano de 2014 foi iniciado o projeto “Avaliação vitivinícola de genótipos de videira nas condições
edafoclimáticas de Santa Catarina”, resultado da parceria entre Epagri, Universidade Federal de Santa Catarina,
Instituto Agrário de San Michele all’Adige/Fundação Edmund Mach (Itália) e agora com a inclusão do Institute
for Grapevine Breeding Geilweilerhof (Alemanha). O projeto prevê a instalação de cinco unidades de pesquisa
em cinco regiões vitícolas do estado de Santa Catarina: Urussanga, São Joaquim, Curitibanos, Videira e Água
Doce. Nesses locais serão introduzidas variedades italianas e alemãs, resistentes a doenças produtoras de
vinhos de alta qualidade. Também serão testados genótipos criados e selecionados pelo programa de melhoramento genético da videira estabelecido na Universidade Federal de Santa Catarina, campus Curitibanos, que
combinam genes de resistência ao míldio e ao oídio.
Espera-se com esse projeto selecionar e recomendar para o cultivo as variedades resistentes que apresentem características desejáveis para a produção de vinhos de qualidade. A utilização de variedades resistentes
a doenças proporcionará melhorias significativas no processo produtivo, como aumento da competitividade e
da sustentabilidade do setor, redução no custo de produção, aumento da renda dos vitivinicultores e redução
dos impactos negativos ao meio ambiente e à saúde humana.
Considerações finais
Nas condições de elevada altitude de Santa Catarina os viticultores se deparam com adversidades como baixa produtividade, geadas tardias e elevadas taxas de precipitação pluviométrica ao longo do ciclo. Mas ainda
assim é possível fazer uma viticultura de qualidade em meio a esses problemas, com a escolha de variedades
com duração de ciclo compatível com as condições locais e com a adoção de técnicas de manejo adequadas.
Após anos de avaliações é possível observar as particularidades entre as diferentes zonas de altitude elevada onde a videira é cultivada em Santa Catarina. Também é possível notar que cada terroir específico possui
uma determinada aptidão vitícola. Por exemplo, há um indicativo de uma aptidão especial das regiões mais
frias e de maior altitude para a produção de variedades brancas. Tal aptidão se justifica graças aos elevados
teores de sólidos solúveis, de acidez total, de polifenóis totais e aromas obtidos no momento da colheita das
uvas. Já para as regiões mais quentes e de menores altitudes (entre 900 e 1.200m) há uma aptidão especial
para a produção de variedades tintas, quando se consideram principalmente os aspectos relacionados à maturação tecnológica das uvas.
144
Grande parte dos terroirs tradicionais apresenta grande variabilidade dentro de uma pequena área geográfica. Tal realidade se faz presente também nas regiões de altitude elevada de Santa Catarina. Por exemplo,
possivelmente as variedades mais indicadas para São Joaquim não serão as mesmas para Água Doce ou Campo
Belo do Sul.
Mudanças na paisagem, nos solos e nos mesoclimas ocorrem em pequenas distâncias. Dessa forma, os terroirs devem ser estudados em detalhes, através do zoneamento vitícola, para aperfeiçoar a interação genótipo
x ambiente para caracterizar a resposta das variedades às diferentes zonas de cultivo e para fornecer bases
adequadas para sua escolha, tanto em escala local quanto territorial.
Então, quando se pensa em criar uma identidade vitícola para uma região, não se trata apenas da mera
escolha de uma ou mais variedades. Deve-se promover o conhecimento aprofundado das variedades e do
ambiente onde serão cultivadas, bem como a pesquisa e o desenvolvimento de práticas culturais e enológicas
que otimizem o potencial das variedades escolhidas de modo a obter vinhos que são, em última análise, a expressão de um território.
Referências
BRIGHENTI, A.F.; BRIGHENTI, E.; BONIN, V.; RUFATO, L. Caracterização fenológica e exigência térmica de diferentes variedades de uvas viníferas em São Joaquim, Santa Catarina – Brasil. Ciência Rural, v.43, p.1162‑1167,
2013.
BRIGHENTI, A.F.; SILVA, A.L.; BRIGHENTI, E.; PORRO, D.; STEFANINI, M. Desempenho vitícola de variedades
autóctones italianas em condição de elevada altitude no Sul do Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.49,
p.465-474, 2014.
BRIGHENTI, A.F.; MALINOVSKI, L.I.; STEFANINI, M.; VIEIRA, H.J.; SILVA, A.L. Comparação entre as regiões vitícolas de São Joaquim – SC, Brasil e San Michele All’Adige – TN, Itália. Revista Brasileira de Fruticultura, v.37,
p.281-288, 2015.
CADLE-DAVIDSON, L. Variation within and between Vitis spp. for foliar resistance to the downy mildew pathogen Plasmopara viticola. Plant Disease, v.92, p.1577-1584, 2008.
DE BEM, B.P.; BOGO, A.; EVERHART, S.; CASA, R.T.; GONÇALVES, M.J.; MARCON FILHO, J.L.; CUNHA, I.C. Effect
of Y-trellis and vertical shoot positioning training systems on downy mildew and botrytis bunch rot of grape in
highlands of southern Brazil. Scientia Horticulturae, v.85, p.162-166, 2015.
MALINOVSKI, L.I.; WELTER, L.J.; BRIGHENTI, A.F.; VIEIRA, H.J.; GUERRA, M.P.; SILVA, A.L. Highlands of Santa
Catarina/Brazil: a region with high potential for wine production. Acta Horticulturae, v.931, p.433‑440, 2012.
MANNINI, F. Italian indigenous grapevine cultivars: guarantee of genetic biodiversity and economic resources.
Acta Horticulturae, v.652, p.87‑95, 2004.
MARCON FILHO, J.L. Sistemas de condução na produção de uvas viníferas e composição química e aromática
de vinhos em região de altitude de Santa Catarina. 2016. 188f. Tese (Doutorado) – Universidade do Estado de
Santa Catarina, Lages, SC.
145
MARCON FILHO, J.L.; HIPÓLITO, J.S.; MACEDO, T.A.; KRETZSCHMAR, A.A.; RUFATO, L. Raleio de cachos sobre o
potencial enológico da uva ‘Cabernet Franc’ em duas safras. Ciência Rural, v.45, n.12, p.2150-2156, 2015.
146
RESUMOS
DOS
PÔSTERES
147
1 NOVA SELEÇÃO DA CV. STAR GALA IMUNE À MANCHA DA
GALA (Colletotrichum sp.) COM FRUTOS MAIS AVERMELHADOS. FAORO, I.D.; SARTORI, I.M.; MEDEIROS, H.; ARGENTA, L.C.;
SEZERINO, A.A.; BOMBONATI, L. de P. Epagri/Estação Experimental de Caçador, e-mail: [email protected]
3 A APLICAÇÃO DE AMINOETOXIVILGLICINA (AVG) AUMENTA
A FRUTIFICAÇÃO EFETIVA DE PEREIRAS ‘SANTA MARIA’. SILVA,
C.P.; PASA, M.S.; BRIGHENTI, A.F.; KATSURAYAMA, J.M., CIOTTA,
M.N. Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, e-mail: [email protected]
Uma das principais doenças de verão da macieira é a mancha-foliar da Gala (MFG), causada por Colletotrichum sp., podendo
causar desfolha de até 75% na planta. A resistência genética é a
melhor opção para seu controle, pois o custo é baixo, não causa
impacto ambiental negativo e reduz a aplicação de fungicidas.
O objetivo deste trabalho foi avaliar as seleções SG-14-M3V1-1,
SG-14-M3V1-2 e SG-14-M3V1-3, todas oriundas da mutação espontânea da ‘Star Gala’ imune à MFG, ante os genótipos ‘Fuji
Suprema’, ‘Imperial Gala’, ‘Galaxy’, ‘Royal Gala’, ‘Brookfield’,
‘Star Gala’. Os dados foram transformados para Raiz+0,5 e analisados pelo método de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Os
cvs. Imperial Gala, Galaxy, Royal Gala e Brookfield foram suscetíveis à MFG. Já os cvs. Fuji Suprema, Star Gala e as seleções
mutantes SG14-M3V1-1, SG14-M3V1-2 e SG14-M3V1-3 foram
imunes. Frutos dessas três seleções mutantes apresentaram
maior percentagem de vermelho na casca (65,4%) que o cv.
Star Gala normal (27,7%), indicando aumento na qualidade comercial dos frutos e cuja percentagem de cor vermelha ficou
próxima dos cvs. Imperial Gala e Royal Gala, mas inferior aos
cvs. Brookfield, Maxi Gala, Galaxy e Real Gala. Na safra 2014/15,
a redução no uso de fungicidas entre novembro e abril, foi de
52,4% no número de aplicações e 48% em recursos financeiros.
Agradecimento à Fapesc pelo apoio financeiro parcial.
A aplicação de inibidores da síntese de etileno tem mostrado
resultados promissores para aumentar a frutificação efetiva de
pereiras. Objetivou-se a avaliação do efeito da aplicação de AVG
na frutificação efetiva de pereiras Santa Maria. O experimento
foi realizado na safra 2015/16, na Estação Experimental de São
Joaquim/EPAGRI. Foram utilizadas plantas do cultivar Santa Maria enxertadas em ‘BA29’, plantadas em 2010, em espaçamento
de 4 x 1m. Foram testadas as concentrações de 40, 60, 80 e
120mg.L-1 i.a. de AVG. Como fonte de AVG foi utilizado o produto comercial Retain® (15% i.a.). Os tratamentos foram aplicados uma semana após a plena floração, sendo esta considerada
quando aproximadamente 70% das flores estavam abertas. Em
todos os tratamentos (exceto a testemunha) foi adicionado o
adjuvante Breakthru® (0,05%). Foram utilizadas três repetições
de três plantas cada uma, e a planta central foi utilizada para as
avaliações. Foi realizada análise de regressão com o programa
R. No momento da colheita todos os frutos foram contados. Os
resultados mostram claramente que o número de frutos aumentou linearmente com o aumento da dose de AVG. O número médio de frutos por planta foi de 3,3, 6,0, 7,7, 13,3 e 17
para os tratamentos testemunha, 40, 60, 80 e 120mg.L-1 de AVG
respectivamente.
2 A APLICAÇÃO DE ETEFON AUMENTA O RETORNO DA PRODUÇÃO DE PEREIRAS ‘PACKHAM’S TRIUMPH’. PASA, M.S.; SILVA, C.P.; BRIGHENTI, A.F., CIOTTA, M.N.; CARRA, B. Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, e-mail: mateuspasa@epagri.
sc.gov.br
4 DESEMPENHO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE AMOREIRA-PRETA. CROGE, C.P.; CUQUEL, F.L.; BIASI, L.A.; DE BONA,
C.; PINTRO, P.T.M. Rua Simeão Alves de Almeida, 413, Centro,
89370-000, Papanduva - SC. [email protected]
Entre as fruteiras de clima temperado, a amoreira-preta tem
despertado o interesse de produtores por seu alto valor econômico agregado, possibilidade de retorno rápido e rusticidade
das plantas. Todavia, antes de escolher o cultivar a ser explorado, é importante a realização de estudos que tornem disponíveis informações sobre a adaptação nas condições e manejo
locais, os períodos de concentração da colheita e o potencial de
produção e comercialização dos frutos. Assim, objetivou-se com
este trabalho avaliar o comportamento fenológico de cultivares
de amoreira-preta, bem como determinar a qualidade sensorial
de seus frutos com foco na recomendação de cultivares que sejam mais adaptados e na indicação da melhor destinação dos
frutos produzidos, seja para consumo in natura, seja para a industrialização. Os cultivares estudados foram Tupy, Guarani, Xavante e Cherokee nos ciclos de 2012/13 e 2013/14 no município
da Lapa,PR, onde o clima é temperado propriamente dito (Cfb)
e onde se realizou o manejo suplementado com irrigações. Observou-se potencial produtivo elevado para todos os cultivares
e o Tupy apresentou-se como o mais produtivo. Contudo, não
foi possível o escalonamento da produção com esses cultivares e manejo adotados. Devido às características sensoriais do
Xavante (cultivar sem espinhos), indica-se a destinação de seus
frutos como matéria-prima para a industrialização. Frutos dos
cultivares Tupy, Guarani e Cherokee são recomendados para
consumo in natura.
A aplicação de etileno no período de diferenciação floral pode
ser uma alternativa para promover maior formação de gemas
floríferas em pereiras europeias, conforme já observado em outros estudos com pereiras ‘d’Anjou’ e ‘Packham’s Triumph’. O
objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da aplicação de
Ethrel® no retorno da produção de pereiras ‘Packham’s Triumph’. O experimento foi realizado nas safras 2014/15 e 2015/16
na Epagri/Estação Experimental de São Joaquim. Foram utilizadas plantas do cultivar ‘Packhams Triumph’ enxertadas em
Pyrus betulifolia, com 25 anos de idade, em espaçamento de
4 x 6m. Foi testada a concentração de 300mg.L-1 i.a. de etefon.
Os tratamentos consistiram de diferentes épocas de aplicação:
40, 60 e 80 dias após a plena floração (DAPF), os quais foram
aplicados na safra anterior, ou seja, 2014/15. Em todos os tratamentos (exceto a testemunha) foi adicionado o adjuvante Breakthru® (0,05%). Foram utilizadas três repetições de três plantas
cada uma, e a planta central foi utilizada para as avaliações. Na
safra seguinte a aplicação, os frutos foram contados e pesados,
e calculada a produtividade (Mg.ha-1). Independentemente da
época de aplicação, os tratamentos com etefon aumentaram o
retorno da produção em relação à testemunha. O incremento
na produtividade foi de 4,87, 5,94 e 4,96Mg.ha-1 em relação a
testemunha (3,27Mg.ha-1), para as aplicações de 300mg.L-1 de
etefon aos 40, 60 e 80 DAPF respectivamente.
148
5 FOSFITOS DE POTÁSSIO, FERTILIZANTES FOLIARES E AMINOÁCIDOS NO CONTROLE DA SARNA DA MACIEIRA. ARAUJO,
L.; ARAÚJO FILHO, J.V. Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, e-mail: [email protected]
O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito dos fosfitos de
potássio (FOS) e fertilizantes foliares (FF) aplicados em mistura
com aminoácidos (AA) para controle da sarna da macieira (Venturia inaequalis) em condições de campo. O experimento foi
realizado na Epagri/Estação Experimental de São Joaquim no ciclo 2014/2015 em um pomar de maçã de ‘Gala’ enxertada sobre
o porta-enxerto Marubakaido com 4 anos de idade. Foi avaliado
o efeito dos seguintes tratamentos: 1 = Controle negativo (não
foi realizada nenhuma pulverização); 2 = FOS 1 (Fosfito Cobre®)
+ AA 1 (Aminoquelant-K®); 3 = FOS 2 (Fosfito Mg®) + AA 1; 4 =
FOS 3 (Scudero PHOS K®) + AA 1; 5 = FF 1 (Phyto-SAR®) + AA 1;
6 = FF 2 (Micromar-B®) + AA 1; 7 = FOS 1 + AA 2 (Fitamin-CaBplus®); 8 = FOS 2 + AA 2; FOS 3 + AA 2; 9 = FOS 3 + AA 2; 10 = FF
1 + AA 2 ; 11 = FF 2 + AA 2; 12 = Controle positivo (Captan®). Os
produtos foram aplicados em quatro estádios fenológicos: gema
inchada, pontas verdes, queda de pétalas e frutificação efetiva.
Na avaliação da doença foram selecionados 10 ramos terminais
ao acaso/planta e foi determinada a incidência da sarna em 10
folhas/ramo e 30 frutos/planta. Utilizou-se o delineamento em
blocos casualizados, com quatro repetições. Os tratamentos 2,
3, 4, 5, 7, 8, 9 e 10 reduziram a incidência da sarna em folhas
de 54% a 77% em comparação à testemunha e não diferiram
estatisticamente do controle positivo. Nas avaliações em frutos,
nenhum tratamento reduziu significativamente a incidência da
sarna em comparação à testemunha.
6 TRATAMENTO COM FRIO E ÁCIDO GIBERÉLICO PARA A OTIMIZAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MACIEIRA. HAWERROTH, M.C.; YOSHIKAWA, E.R.; BRANCHER, T.L; KVITSCHAL,
M.V.; HAWERROTH, F.J. Epagri/EECD, R. A. Franco, 1500 C.P. 591,
89500-000, Caçador-SC. E-mail: [email protected].
gov.br
Sementes de macieira apresentam dormência em função da
presença de inibidores, que podem ser degradados pelo efeito
de baixas temperaturas. Logo, o objetivo do trabalho foi otimizar a germinação de sementes de macieira mediante o tratamento com frio e ácido giberélico. O delineamento foi inteiramente casualizado, com quatro repetições, formadas por 40
sementes por gerbox. Sementes do cultivar Gala foram embebidas em água por 24h e então mantidas a 4°C em BOD por 0, 21,
42, 63, 84 e 105 dias. Ao final de cada período foram tratadas
por 12h com solução de 0 e 750mg.L-1 de ácido giberélico (GA3,
ProGibb® i.a. 400g.kg-1), e submetidas à germinação a 20°C. A
cada sete dias foi mensurada a germinação das sementes (radícula ≥ 2mm), até completar 120 dias da implantação do experimento. O tratamento com GA3 proporcionou o aumento
em 5,4% na germinação média das sementes. Houve aumento
linear da germinação com o maior tempo em 4°C. Com base
nas equações de regressão ajustadas, estimou-se que ao menos
50% de germinação ocorreu mantendo-se por 49 dias a 4°C as
sementes tratadas com 750mg.L-1 de GA3, e por 54 dias em 4°C
as sementes não tratadas com GA3. Verificou-se o aumento em
0,92% e 1% da germinação a cada dia em 4°C em sementes não
tratadas e tratadas com GA3 respectivamente. O tratamento
com frio (4°C) associado ao uso de GA3 estimulou a germinação
das sementes de macieira.
149
7 AUMENTO DO RETORNO DA FLORAÇÃO EM PEREIRAS ‘ROCHA’ SUBMETIDAS A DIFERENTES ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE
ETEFON. CARRA, B.; SPAGNOL, D.; ABREU, E.S.; PASA, M.S.; FACHINELLO, J.C. Universidade Federal de Pelotas/Fruticultura de
Clima Temperado, e-mail: [email protected]
A baixa formação de gemas floríferas é um dos principais fatores limitantes da produção de pereiras no Brasil, e a aplicação
de etileno no período de diferenciação floral pode ser uma alternativa para promover maior formação de gemas floríferas.
O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da aplicação de
etefon em diferentes épocas no retorno da floração de pereiras ‘Rocha’. O experimento foi realizado na safra 2014/2015 no
Centro Agropecuário da Palma, UFPel. Foram utilizadas pereiras ‘Rocha’ com 5 anos de idade, enxertadas sobre marmeleiro
‘Adams’. Foi testada a concentração de 300mg.L-1 i.a. de etefon.
Os tratamentos consistiram de aplicação aos 40, 60 e 80 dias
após a plena floração (DAPF). Em todos os tratamentos (exceto
o controle) foi adicionado o surfactante Silwet® L-77 Ag (0,05%).
O delineamento experimental utilizado foi o de casualização por
blocos, com quatro repetições de quatro plantas cada uma. Na
plena floração seguinte à aplicação, foi contabilizado o número
total de cachos florais por planta. A aplicação de etefon aumentou o número total de cachos florais por planta em todas as
épocas em relação ao controle, não variando entre si. Plantas
tratadas aos 40, 60 e 80 DAPF apresentaram média de 12,83, 14
e 15,25 cachos florais respectivamente e plantas controle uma
média de 5,68 cachos florais. A aplicação de etefon na dose de
300mg.L-1, 40, 60 e 80 DAPF, aumenta o retorno da floração de
pereiras ‘Rocha’.
8 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE VINHOS BRANCOS ORIGINADOS DE NOVAS VARIEDADES EM SÃO
JOAQUIM, SC. BRIGHENTI, E.; BRIGHENTI, A.F.; MARCON FILHO,
J.L.; WÜRZ, D.A.; DE BEM, B.P. Epagri/Estação Experimental de
São Joaquim, e-mail: [email protected]
O objetivo deste trabalho foi realizar a caracterização físico-química e sensorial dos vinhos de diferentes variedades brancas
com potencial para cultivo em São Joaquim, SC. O experimento
foi conduzido na safra de 2015, as uvas foram produzidas na
Epagri/Estação Experimental de São Joaquim (28°16’30,08” S,
49°56’09,34” O, altitude 1.400m) e as microvinificações foram
realizadas na Cantina Experimental do Centro de Ciências Agroveterinárias da Udesc. Foram avaliadas as variedades brancas
Chardonnay, Pinot Grigio, Riesling Renano, Sauvignon Blanc,
Viognier, Greco di Tufo, Garganega e Manzoni Bianco. Os vinhos
foram analisados quimicamente ao final do período de estabilização para as variáveis: acidez total titulável (Meq.L-1), pH, polifenóis totais (Mg.L-1), intensidade da cor (Abs 420nm). Foram
também analisados sensorialmente, com o uso de ficha quantitativa/descritiva, para os aspectos visual, olfativo, gustativo e
global. Dados físico-químicos e sensoriais foram analisados por
estatísticas descritivas e Análise de Componentes Principais. Os
menores valores de acidez e os maiores valores de pH foram
observados nos vinhos das variedades Viognier e Pinot Grigio.
Já a maior intensidade de cor e os maiores teores de polifenóis
totais foram observados nas variedades Garganega e Greco di
Tufo. Do ponto de vista sensorial, os vinhos que apresentaram
o maior destaque foram Manzoni Bianco, Greco di Tufo, Sauvignon Blanc e Viognier.
9 LEVANTAMENTO DE PLANTAS DANINHAS DURANTE O PERÍODO VEGETATIVO DA MACIEIRA NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE SÃO JOAQUIM – 2015/16. SOUZA, Z.S. Epagri/Estação
Experimental de São Joaquim, e-mail: [email protected]
11 DESEMPENHO AGRONÔMICO DO CULTIVAR DE MACIEIRA
SCS426 VENICE EM SÃO JOAQUIM, SC. BRIGHENTI, A.F.; PASA,
M.S.; KATSURAYAMA, J.M.; VARELA, A.R.; KVITSCHAL, M.V.
Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, e-mail: [email protected]
A identificação das principais espécies de plantas daninhas e
suas características são importantes na escolha da melhor alternativa de manejo e controle. Este trabalho objetivou o levantamento das plantas infestantes durante o período vegetativo
da macieira em pomares manejados com três aplicações de
herbicidas na Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, São
Joaquim, SC. Foram realizadas avaliações mensais de setembro
a abril de 2015/16, total de oito épocas, cinco repetições, método do quadrado inventário, amostras de 1m2, sorteada em cada
época. As espécies de plantas daninhas presentes foram identificadas, quantificadas e, após, calculadas a porcentagem, densidade (D), frequência (F) e abundância (A). Foram quantificados
total de 5.986 exemplares de 49 espécies. A flora de plantas
daninhas variou durante os períodos de avaliação. As espécies
com maior percentual de ocorrência foram: picão-branco (Galinsoga ciliata (Raf.) Blake) (16,10%, D=24,05, F=0,80, A=30,10),
orelha-de-urso (Stachys arvensis L.) (13,40%, D=20,05, F=0,65,
A=30,80), esparguta (Stellaria media (L.) Vill. (11,40%, D=17,0,
F=0,35, A=48,60), pastinho-de-inverno (Poa annua L.) (7,40%,
D=11,13, F=0,20, A=55,60), trevo-branco (Trifolium repens L.)
(6,20%, D=9,25, F=0,85, A=10,90), orelha-de-rato (Cerastium
glomeratum Thuill) (5,60%, D=8,45, F=0,30, A=28,20), azevém
(Lolium multiflorum Lam.) (5,40%, D=8,03, F=0,40, A=20,10), roseta (Soliva pterosperma (Juss) Less.) (5,30%, D=7,95, F=0,33,
A=24,50) e milhã (Digitaria horizontalis Willd.) (4,60%, D=6,95,
F=0,43, A=16,40).
O cv. SCS426 Venice foi desenvolvido pela Epagri e é resultado de um cruzamento entre Imperatriz e Baronesa. Tem médio
requerimento de frio hibernal, alta resistência à mancha foliar
de glomerella, frutos com longa conservação frigorífica e alta
qualidade visual e organoléptica O objetivo deste trabalho foi
determinar o desempenho agronômico do cv. Venice em São
Joaquim, SC. O experimento foi conduzido na safra de 2016, na
Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, (28°16’30,08” S,
49°56’09,34” O, altitude 1.400m). O pomar foi implantado em
2009, no espaçamento 4,0 x 1,5m, e as plantas estão enxertadas sobre CG 814. O cv. Venice foi comparado com ‘Fuji Suprema’ e ‘Gala Galaxy’. Foram avaliadas as datas de ocorrência dos
principais estádios fenológicos, a produtividade por planta e as
características físico-químicas de seus frutos. Na safra 2016 o
cv. Venice iniciou a brotação em 13 de agosto, em média 19 dias
antes de ‘Gala’ e ‘Fuji’. Sua floração ocorreu entre 30/8 e 24/9.
Sua colheita ocorreu na segunda quinzena de março, entre os
cvs. Gala e Fuji. O cv. Venice produziu 22kg por planta e 37t por
hectare, 56% superior aos demais. Do ponto de vista qualitativo, no momento da colheita, o cv. Venice apresentou 77% de
coloração vermelha, 13°Brix, acidez de 66,7Meq.L-1 e firmeza de
polpa de 91,7N. Os resultados de pesquisa da safra 2016 apontam que SCS426 Venice pode ser uma opção para a diversificação de cultivares de macieira na região de São Joaquim.
10 RESISTÊNCIA DE DIFERENTES ACESSOS DE VITIS SPP. À ANTRACNOSE MENON, J.K.; PIVA, C.A.G.; BOGO, A.; WELTER, L.J.
Udesc/CAV, Lages, SC, e-mail: [email protected]
12 COMPARAÇÃO DE DIFERENTES PROTOCOLOS DE EXTRAÇÃO DE DNA DE MACIEIRA (Malus domestica Borkh). BRANCHER, T.L.; HAWERROTH, M.C.; KVITSCHAL M.V.; MANENTI, D.C.;
SCHUH, F.S. Udesc/CAV, Lages, SC. (PG). Av. Luís de Camões,
88520-000 Lages, SC. E-mail: [email protected]
A videira (Vitis spp.) é uma das fruteiras mais produzidas mundialmente, porém a incidência de doenças fúngicas, como a
antracnose (Elsinoe ampelina (de Bary) Shear), pode acarretar
perdas drásticas na produção. A melhor alternativa de controle
dessa doença é o melhoramento genético. Este trabalho teve
o objetivo de avaliar a resposta à doença de 14 acessos de um
banco de germoplasma nos ciclos 2014/15 e 2015/16 no município de Curitibanos, Santa Catarina. O delineamento utilizado
foi de blocos casualizados com três repetições, avaliando-se as
lesões presentes em folhas de três ramos por planta. Os dados
foram avaliados pelos parâmetros: início do aparecimento dos
sintomas (IAS), tempo para atingir a máxima severidade da
doença (TAMSD), valor máximo de severidade (Smax) e área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD). Os dados foram
comparados pela análise de variância (ANOVA) e as médias foram comparadas com o teste de Tuckey a 5%. Houve diferenças
significativas entre os acessos avaliados. O acesso de Gropel
(V. bourquiniana) foi o que apresentou maior IAS. Os acessos
V. berlandieri, Baco 1 (V. vinifera x V. riparia), V. girdiana, Gropel, V. shuttleworthii, V. doaniana e V. monticola foram os que
apresentaram o maior TAMSD. O acesso V. candicans apresentou o menor Smáx. Os acessos que apresentaram a menor AACPD
foram V. girdiana, Baco 1, V. berlandieri, V. shuttleworthii e V.
candicans. Esses resultados indicam a possibilidade de uso desses acessos no melhoramento genético da videira voltado para
a resistência à antracnose.
Diferentes protocolos são utilizados para a extração de DNA
vegetal, podendo proporcionar concentrações e qualidade variáveis do DNA em função da interação entre os componentes
do protocolo e os compostos do tecido vegetal que afetam a extração, como polifenóis e proteínas. O objetivo do trabalho foi
testar a eficiência de diferentes protocolos de extração de DNA
de macieira. Foram utilizadas folhas jovens de dois genótipos:
cultivar Imperatriz e seleção 185/35. Foram testados três protocolos de extração de DNA, representados por três amostras
de cada genótipo, sendo eles: 1) Adaptação a partir do Kit FastDNA® SPIN da MP Biomedicals; 2) Adaptação a partir do Mini
Kit DNeasy® Plant da Qiagen; 3) Adaptação do protocolo CTAB
para macieira. A pureza e a concentração do DNA foram analisadas em espectrofotômetro UV/Vis. Realizou-se o tratamento
do DNA extraído com 2µg e 3µg de RNase por µl de DNA extraído. Realizou-se a eletroforese das amostras de DNA em gel de
agarose 0,8% para verificar a qualidade após o tratamento com
a RNAse. As maiores concentrações de DNA foram proporcionadas pelo protocolo 3 (≈679,93ng.µl-1). Já quanto à pureza, consideraram-se satisfatórios os protocolos 2 e 3 (260/230 ≈ 2,258
e 260/280 ≈ 2,134). Logo, o protocolo 3 demonstrou ser o mais
adequado para a extração de DNA de macieira em função do
rendimento e da pureza do DNA extraído. O tratamento com
2µg de RNase por µl de DNA extraído apresentou resultado visualmente superior.
150
13 USO DE ADUBO DE LIBERAÇÃO LENTA PARA A FORMAÇÃO
DE MUDAS EM MACIEIRA (Malus domestica Borkh). VARGAS,
K.C.; YOSHIKAWA, E.R.; HAWERROTH, M.C.; KVITSCHAL, M.V.;
HAWERROTH, F.J. Epagri/Estação Experimental de Caçador, acadêmica de graduação ITI-A/CNPq, R. Abílio Franco, 1500, 89500000 Caçador-SC, e-mail: [email protected]
15 SISTEMA DE MONITORAMENTO E DIFUSÃO DE INFORMAÇÕES AGROMETEOROLÓGICAS EM APOIO À FRUTICULTURA
TEMPERADA. BLAINSKI, É.; VIEIRA, H.J.; ALMADA. P.C.P.A; MISZINSKI, J. Epagri/Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia (Ciram), e-mail: evertonblainski@
epagri.sc.gov.br
A adubação com fertilizante de liberação lenta possibilita a disponibilidade contínua de nutrientes, resultando em menores
perdas em relação ao uso de fertilizantes de alta solubilidade.
O objetivo do trabalho foi avaliar a eficiência de doses de adubo de liberação lenta na formação de seedlings de macieira. O
delineamento foi em blocos ao acaso, com quatro repetições
representadas por 18 tubetes (288cm3, e substrato Turfa Fértil®). Foram testadas cinco doses do adubo Basacote® Plus 9M
[NPK 16-8-12(+2)]: 0, 4, 8, 12 e 16kg.m-3 de substrato. Foram
semeadas duas sementes pré-germinadas do cultivar Gala por
tubete (radícula com 3 a 10mm). Após 22 dias foi avaliado o índice de sobrevivência (un.), e realizado o desbaste, deixando-se
1 plântula por tubete. Aos 60 dias após a semeadura, mensurou-se a altura de planta (cm), o diâmetro de caule a 1,5cm do
colo da planta (mm) e o número de folhas por planta (un.). O
aumento da dose de adubo apresentou relação inversa à taxa
de sobrevivência das plântulas formadas a partir de sementes
pré-geminadas, diminuindo-se em 1,52% a sobrevivência a
cada quilograma de adubo adicionado. As doses mais eficientes
estimadas foram de 14,5kg de adubo para a altura de planta
(18,9cm), 11,3kg para o diâmetro de caule (2,76mm) e 13,5kg
para o número de folhas (17,29 folhas). Logo, doses de 11 a
14kg do adubo por metro cúbico de substrato foram eficientes
para o desenvolvimento de seedlings de macieira.
O estado de Santa Catarina se destaca nacionalmente na produção de frutas temperadas. Entre as boas práticas de manejo
das culturas, o monitoramento de pragas, doenças e condições
atmosféricas são de extrema importância para aumentar a produtividade. O monitoramento meteorológico tem destaque
nessa cadeia produtiva. Informações como horas de frio, chuva,
temperatura e umidade relativa do ar, radiação solar, graus-dia,
molhamento foliar e velocidade do vento são estratégicas para
o planejamento das práticas culturais. Nesse sentido, a Epagri/
Ciram instalou um sistema de monitoramento e difusão de informações agrometeorológicas nas principais regiões produtoras de Santa Catarina. Esse sistema é composto por equipamentos automatizados para monitoramento de tempo, com coleta e
transmissão de dados a cada hora. Após o registro, os dados são
enviados à central de processamento, onde são avaliados e disponibilizados para consulta via internet. Desde março de 2015
a plataforma de visualização foi acessada por mais de 52.000
usuários. Como resultado, tem-se constatado redução dos custos de produção, principalmente na economia com insumos
agrícolas. Além disso, identificou-se melhor controle das principais doenças associadas a cada cultura. Isso se dá em função do
monitoramento de condições atmosféricas favoráveis ao desenvolvimento dos patógenos, possibilitando a adoção de medidas
de controle mais eficientes e menos onerosas ao produtor.
14 GENOTIPAGEM DOS ALELOS S DOS CULTIVARES DE MACIEIRA SCS426 VENICE E SCS427 ELENISE. KVITSCHAL, M.V.;
HAWERROTH, M.C.; BRANCHER, T.L; MANENTI, D.C.; VARGAS,
K.C. Epagri/Estação Experimental de Caçador, Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso, C.P. 591, 89500-000, Caçador-SC.E-mail:
[email protected]
16 DINÂMICA DOS TEORES DE AMIDO EM RAMOS DE MACIEIRAS. SILVA, C.D.S.; SCHVEITZER, B.; BIANCHI, V.J.; FENILI, C.L.;
GABARDO, G.C. UFS, e-mail: [email protected]
Na macieira ocorre a autoincompatibilidade gametofítica, governada por um gene multialélico – S, o que exige a fecundação
cruzada para a formação natural de frutos. Nesse sentido, o objetivo do trabalho foi genotipar os alelos S de incompatibilidade
gametofítica de novos cultivares de macieira da Epagri. Foram
avaliados os cultivares SCS426 Venice e SCS427 Elenise e respectivos genitores, Imperatriz e Baronesa, e Imperatriz e Cripps
Pink. As extrações de DNA foram realizadas utilizando o Kit FastDNA® SPIN da MPBiomedicals. As reações de polimerização em
cadeia (PCR) foram realizadas adotando cinco pares de iniciadores associados aos alelos S2 (OWB122 e OWB123), S3 (FTC177
e FTC226), S5 (FTC10 e FTC11), S9 (OWB154 e OWB155) e S23
(FTC222 e FTC224). Os iniciadores foram selecionados a partir
da realização da validação da genotipagem dos alelos S dos genitores dos cultivares em avaliação: SCS426 Venice – Imperatriz
(♀), S3S5/ Baronesa (♂), S3S9; SCS427 Elenise – Imperatriz (♀),
S3S5/Cripps Pink (♂), S2S23. Após a eletroforese dos produtos
amplificados em agarose 3%, os géis foram fotodocumentados
e avaliados. Com base na amplificação ou não de marcas específicas para os alelos S testados, foi identificada a presença
dos alelos S3S9 para o cultivar SCS426 Venice, e os alelos S3S23
para o cultivar SCS427 Elenise, concordando com a herança esperada.
151
A macieira acumula reservas nos ramos e nas raízes, principalmente na forma de amido, que, juntamente com outros carboidratos, representam até 30% da matéria seca da planta adulta.
Essas reservas servirão, no inverno, como suporte à manutenção celular e, posteriormente, para o desenvolvimento inicial do
próximo ciclo. O objetivo deste estudo foi analisar a dinâmica do
teor de amido em brindilas de dois cultivares de macieiras. O estudo foi realizado com sete macieiras ‘Imperial Gala’ e ‘Fuji Suprema’ em pomar comercial no município de São Joaquim, SC,
de novembro de 2012 a agosto de 2013. Mensalmente, foram
coletadas quatro brindilas, localizadas nos quatro quadrantes
de cada planta. As análises foram feitas no Laboratório de Ensaio Químico da Epagri/Caçador. Os açúcares solúveis foram extraídos com etanol 80%, o amido foi determinado pelo método
Antrona, e os resultados expressos em porcentagem da massa
seca. Realizou-se ANOVA e comparação das médias pelo teste
de Scott-Knott (p≤5) com auxílio do SISVAR. Ambos os cultivares apresentaram incremento de amido nos ramos de novembro a abril, quando teores foram diminuindo gradativamente,
até agosto no ‘Fuji Suprema’, e até julho no ‘Imperial Gala’. Não
houve diferenças nos teores de amido entre os cultivares até
fevereiro. A partir de março os teores no ‘Imperial Gala’ foram
superiores aos teores no ‘Fuji Suprema’. Verificou-se também
que ‘Imperial Gala’ tem incremento maior no teor de amido em
relação a ‘Fuji Suprema’ a partir do mês de março.
17 FONTES DE LUZ E CONCENTRAÇÕES DE SACAROSE NA
MICROPROPAGAÇÃO DO PORTA-ENXERTO DE MACIEIRA,
CULTIVAR M.9. MANENTI, D.C.; VIEIRA, R.L.; KVITSCHAL, M.V.;
SCHUH, F.S. Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá,
PR, E-mail: [email protected]
19 POTENCIAL DE ARMAZENAMENTO DE MAÇÃS ‘VENICE’
SUBMETIDAS A DIFERENTES TECNOLOGIAS DE ARMAZENAGEM. MARTIN, M.S.; ARGENTA, L.C.; BETINELLI, K.S.; AMARANTE, C.V.T.; KVITSCHAL, M.V. Epagri/Estação Experimental de Caçador, e-mail: [email protected]
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de fontes de luz x
concentrações de sacarose no cultivo in vitro de porta-enxertos
do cv. M.9 de macieira. O trabalho foi realizado no Laboratório de Cultura de Tecidos e Plantas da Epagri em Caçador em
2013. Utilizou-se o meio de cultura MS (Murashige & Skoog,
1962) contendo 6-benzilaminopurina (1mg.L-1), suplementado
com diferentes concentrações de sacarose (0, 15, 30 e 45g.L1
) e geleificado com ágar (0,6%). Os explantes utilizados foram
segmentos caulinares de plantas matrizes mantidas in vitro. Os
tratamentos foram constituídos pela combinação de três fontes
de luz (fluorescente, LED e Grow-lux) e quatro concentrações de
sacarose (0, 15, 30 e 45g.L-1). Foram avaliados o número médio
de brotações por planta, o comprimento médio das brotações
e os teores médios de clorofila a, b e total. O delineamento foi
inteiramente casualizado, arranjado em esquema fatorial (3x4),
com dez repetições. A interação entre fonte de luz e concentração de sacarose foi significativa para todas as características
analisadas. A fonte de luz que proporcionou maior número médio de brotações e maior comprimento médio de brotações foi
a fluorescente, e as concentrações de sacarose que proporcionaram as maiores médias estiveram entre 20 e 25g.L-1. A lâmpada Grow-lux proporcionou os maiores teores de clorofila a, b e
total quando em situações de menor concentração de sacarose
no meio de cultura.
Este estudo teve como objetivo avaliar o potencial de conservação de maçãs ‘Venice’ submetidas a diferentes tecnologias de
armazenagem. Os frutos foram colhidos em fevereiro de 2013
e de 2014 em um pomar experimental localizado no município
de Fraiburgo, SC, e, em seguida, armazenados por até 8 e 10
meses, para os anos de 2013 e 2014 respectivamente. As maçãs
foram tratadas ou não com 1-metilciclopropeno (1-MCP) e armazenadas em atmosfera do ar (AA; 0,5±0,5°C e UR de 85±5%)
ou em atmosfera controlada (AC; 1,5 kPa O2 e 1,5 kPa CO2 a
0,7±0,5°C e UR de 93±3%). A maturação e a qualidade dos frutos foram analisadas um dia após a colheita, e a cada dois meses
de armazenagem, na saída da câmara e após 7 dias em condição
ambiente (23±0,3°C). O armazenamento de maçãs ‘Venice’ sob
AA e sem aplicação de 1-MCP não deve estender-se além de 6
meses. Nessa condição de armazenagem, as maçãs apresentam
maior incidência de podridões e maiores taxas respiratória e de
produção de etileno, bem como coloração da epiderme mais
amarela, menor firmeza de polpa e menor acidez titulável e teor
de sólidos solúveis em comparação às demais condições de armazenamento. Maçãs ‘Venice’ tratadas com 1-MCP ou armazenadas sob AC apresentam potencial de armazenagem superior
a 8 meses, mantendo firmeza superior a 14lb e baixo índice de
distúrbios mesmo após 10 meses de armazenagem.
18 EFEITO DO ÁCIDO ABSCÍSICO SOBRE GENE FaCHLH EM FRUTOS DE MORANGUEIRO (Fragaria x ananassa) CV. CAMIÑO
REAL. BOSETTO, L.; REIS, L.; LOPES, P.Z.; AYUB, R.A. Universidade Estadual de Ponta Grossa, e-mail: [email protected]
20 EFEITO DE BIOESTIMULANTES NO AUMENTO DA COR VERMELHA E OUTROS PARÂMETROS DE QUALIDADE DOS FRUTOS
DE MACIEIRA. SCAPIN, V.L.V.; PETRI, J.L.; YOSHIKAWA, E.R.; SEZERINO, A.A.; ESPERANÇA, C.F. Epagri/Estação Experimental de
Caçador, e-mail: [email protected]
O morango é um fruto não climatérico de grande importância
comercial, mas altamente perecível, sofrendo perdas pós-colheita. A maturação desse fruto é um processo complexo que
ainda não foi completamente elucidado e que envolve, além
do etileno, outros reguladores de crescimento, como o ácido
abscísico (ABA). Visando entender o comportamento da síntese
de ABA ao longo da maturação, o objetivo deste trabalho foi
analisar a expressão do gene FaCHLH, que codifica para um receptor de ABA. Para isso, os frutos foram tratados com 100µL de
ABA 1mM (etanol 2%) nos estádios de desenvolvimento verde,
branco, rosa e vermelho e avaliados na pós-colheita após 0, 4
e 24h, sendo o controle a ausência do fitorregulador. Os frutos
foram congelados à -80°C e o RNA total foi extraído (100mg com
Plant RNA Reagent), tratado (TURBO DNA-free™) (Ambion®) e
convertido em cDNA (1μg comprimer oligod Te RevertAid™ H
Minus Reverse Transcriptase-Thermo Scientific®). A análise da
expressão relativa foi realizada por RT-q PCR (LightCycler® Nano-Roche) e FaActin e Fa26S18S foram adotados como genes de
referência. A expressão relativa do gene FaCHLH foi maior nos
frutos verde, branco e rosa, demonstrando que esse gene atua
positivamente sob o estímulo ocasionado pelo tratamento nos
estádios iniciais da maturação. Seu pico deu-se no fruto rosado
após 24h de tratamento, indicando o aumento desse fitormônio
no decorrer do amadurecimento e evidenciando sua atuação
no processo de maturação dos frutos não climatéricos.
Altas temperaturas noturnas próximo da maturação dos frutos
podem inibir a produção de antocianinas, pigmentos responsáveis pelo desenvolvimento da coloração vermelha nos frutos
da macieira. Dependendo da época de maturação do cultivar,
fatores climáticos podem ser limitantes para o desenvolvimento
da coloração, principalmente nos cultivares precoces. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de bioestimulantes no desenvolvimento da coloração vermelha dos frutos em cultivares
de meia estação. Foram utilizadas macieiras dos cultivares Monalisa, Luiza e a Seleção 11/00 em experimento conduzido em
blocos casualizados, com cinco tratamentos e seis repetições.
Os tratamentos foram constituídos pelo controle e pelos bioestimulantes: Potássio King® (4L.ha-1), Mover® (3L.ha-1) e Sulfato
de Potássio (1%) aplicados em quatro vezes e Potássio King®
(4L.ha-1) em duas vezes na pré-colheita dos frutos. As avaliações
consistiram na percentagem de coloração vermelha da epiderme dos frutos, na resistência da polpa (lb.cm2) e nos sólidos solúveis totais (SST). Nos cultivares Monalisa e Luiza não houve
diferenças entre os tratamentos nas diferentes classes de coloração vermelha da película dos frutos, enquanto na Seleção
11/00, os tratamentos com Potassio King® e Mover® aumentaram os percentuais de frutos nas classes 100% e 80% da película
vermelha e reduziram na classe menor que 50%. No cv. Monalisa e na Seleção 11/00 houve aumento de SST pela aplicação de
Potássio King® e Mover®.
152
21 EFEITO DO RALEIO DE CACHOS FLORAIS NA FRUTIFICAÇÃO
E PRODUÇÃO DA MACIEIRA CV. GALA. FAGUNDES, E.; PETRI,
J.L; COUTO, M.; KRETZSCHMAR, A.A.; FENILI, C.L. Udesc/CAV,
Lages, SC, e-mail: [email protected]
23 INDUÇÃO DA BROTAÇÃO DA MACIEIRA COM DUPLA APLICAÇÃO DE ÓLEO MINERAL. PETRI, J.L.; SEZERINO,A.A.; GABARDO, G.C.; FENILI, C.L.; ESPERANÇA, C.F. Epagri/Estação Experimental de Caçador, e-mail: [email protected]
Na macieira a floração é o momento em que a planta utiliza as
reservas acumuladas durante o crescimento vegetativo, principalmente as acumuladas em pós-colheita. No período de floração, o crescimento vegetativo pode ser um competidor por
carboidratos com a floração e, portanto, pode influenciar negativamente na frutificação efetiva, pois todo o crescimento inicial
de ramos e flores é suportado pelas reservas de carboidratos
armazenados. Em determinadas condições de clima, como algumas regiões do sul do Brasil, a floração vem acompanhada
da brotação, o que pode levar a uma maior competição por carboidratos entre crescimento vegetativo e floração. O objetivo
do estudo foi avaliar o efeito do raleio de flores e a desfolha
do cacho floral na frutificação e produção da macieira cv. Gala
visando identificar possíveis efeitos de competição por carboidratos entre crescimento vegetativo e floração. O delineamento
foi em blocos ao acaso, com seis tratamentos e seis repetições,
durante o ciclo 2014/15. Avaliou-se o efeito do raleio de 20%,
40%, 60% e 80% dos cachos florais da planta no estádio de balão rosado e a desfolha do cacho floral. Foram avaliados: a frutificação efetiva (%), o número de frutos por cacho floral e por
planta; a produção e número de sementes dos frutos. A redução
do número de cachos florais e a desfolha aumentaram a frutificação efetiva, o que permite formular a hipótese que a baixa
frutificação efetiva ocasionada pela alta densidade de floração
pode ser influenciada por deficit temporário de carboidratos.
A indução da brotação na cultura da macieira está incorporada
no sistema de produção nas principais regiões produtoras do
Brasil. O tratamento padrão é óleo mineral (OM) em mistura de
tanque com cianamida hidrogenada (CH), embora outras alternativas já sejam recomendadas. O objetivo do trabalho foi comparar a dupla aplicação de OM em diferentes concentrações ao
tratamento padrão e o controle na indução da brotação da macieira. O experimento foi realizado com os cvs. Maxi Gala e Fuji
Suprema, conduzido em blocos ao acaso com sete tratamentos
e cinco repetições, avaliando-se a brotação de gemas axilares
e terminais aos 30 e 60 dias após a quebra de dormência e a
fenologia das plantas. A plena floração e seu final foram antecipadas nos tratamentos de dupla aplicação de OM em relação
ao tratamento testemunha, porém não diferiu em relação ao
tratamento padrão em ambos os cultivares. Nos tratamentos
de dupla aplicação, na ‘Maxi Gala’ o período de início ao final
de floração variou de 12 a 18 dias comparado a 30 dias no tratamento testemunha. OM 5,0% + OM 3,0% 10 dias após a primeira aplicação foi superior aos demais tratamentos na brotação
das gemas axilares, porém não houve diferenças na brotação
das gemas terminais. Na ‘Fuji Suprema’ todos os tratamentos
de dupla aplicação de OM foram superiores ao tratamento testemunha e não diferiram do tratamento padrão na brotação das
gemas axilares e terminais. De acordo com os resultados, OM
em dupla aplicação mostra-se como uma alternativa da indução
da brotação da macieira.
22 EFICIÊNCIA DA TECNOLOGIA ELETROSTÁTICA NA INDUÇÃO
DA BROTAÇÃO DA MACIEIRA. SEZERINO, A.A.; PETRI, J.L.; GABARDO, G.C.; ESPERANÇA, C.F.; FENILI, C.L. Epagri/Estação Experimental de Caçador, e-mail: [email protected]
No tratamento de indução da brotação da macieira é necessário
que a pulverização atinja todos os ramos da planta, visto que
o efeito é localizado. A tecnologia de pulverização eletrostática
propicia maior eficiência operacional, melhorando a deposição
e a retenção dos produtos aplicados, reduzindo o volume de
calda e, consequentemente, o tempo de aplicação. O trabalho
teve por objetivo avaliar a eficiência do uso de diferentes concentrações de óleo mineral (OM) e cianamida hidrogenada (CH)
aplicados com pulverizador eletrostático em comparação com
pulverização tipo turboatomizador na indução da brotação da
macieira cv. Daiane. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com cinco repetições, sendo os tratamentos: 1.
Controle; 2. OM 3,5% + CH 0,35% (padrão); 3. OM 3,5% + CH
0,35% eletrostático; 4. OM 1,75% + CH 0,17% eletrostático; 5.
OM 7,0% + 0,7% CH eletrostático. No tratamento padrão foi
utilizado um volume de calda de 1.200L.ha-1 e no eletrostático 300L.ha-1. Foram avaliadas a brotação das gemas axilares e
terminais e a fenologia das plantas. Em todos os tratamentos
com eletrostático a brotação e a floração foram adiantadas em
relação ao tratamento controle, porém não diferiram do tratamento padrão. Nos tratamentos com eletrostático com concentração igual ou o dobro do padrão, as brotações das gemas
axilares e terminais foram superiores ao tratamento padrão. A
tecnologia de pulverização eletrostática mostrou-se efetiva na
indução da brotação da macieira mesmo com a redução no volume de calda.
153
24 ÉPOCAS DE PODA EM PERA ‘AFRICANA’. ESPERANÇA, C.F.;
SEZERINO, A.A; PETRI, J.L.; GABARDO, G.C.; FENILI, C.L. Pós-Graduação em Produção Vegetal, Udesc/CAV. Lages, SC, e-mail: [email protected]
A poda de plantas caducifólias geralmente é realizada no inverno, porém há a necessidade de intervir frequentemente
com poda verde durante o período de crescimento vegetativo.
A finalidade principal das intervenções nessa época do ano é
regular o desenvolvimento dos novos ramos na planta no decorrer do ciclo, pois a poda drástica de inverno favorece forte
crescimento vegetativo e reduz o número de gemas floríferas.
O objetivo deste trabalho foi estudar o comportamento vegetativo em plantas adultas da pereira cv. Africana enxertada sobre
Pyrus calleryana e submetida a duas épocas de poda. Foram
realizados dois tratamentos: 1) plantas podadas no inverno e
no verão; e 2) plantas podadas apenas no verão, sendo avaliado
em cada período de poda o número de ramos podados. O número médio de ramos retirados em plantas podadas somente
no verão foi de 72,7, enquanto nas plantas que receberam poda
no inverno e verão foi de 178,3. As plantas podadas apenas no
verão tiveram 59,2% menos ramos retirados do que as plantas
podadas no inverno e posteriormente em poda verde. De acordo com os resultados, foi possível observar que a poda realizada
somente no verão promoveu maior controle do crescimento e
diminuiu o número de ramos retirados no processo, enquanto
a poda de inverno estimulou o crescimento de brotações vigorosas que foram retiradas posteriormente, consequentemente,
aumentando a demanda por mão de obra.
25 BAIXAS CONCENTRAÇÕES DE PRO-HEXADIONE DE CÁLCIO
NO CONTROLE DO CRESCIMENTO DA MACIEIRA. GABARDO,
G.C.; PETRI, J.L.; SEZERINO, A.A.; KRETZSCHMAR, A.A. Programa
de Pós-Graduação em Produção Vegetal, Udesc/CAV, Lages/SC,
e-mail: [email protected]
27 USO DE BIOESTIMULANTES NA INDUÇÃO DE COLORAÇÃO
VERMELHA DOS FRUTOS DA MACIEIRA. YOSHIKAWA, E.R.; PETRI, J.L.; SEZERINO, A.A.; GABARDO, G.C.; FENILI, C.L. Universidade Alto Vale do Rio do Peixe, Caçador-SC, e-mail: ventus693@
hotmail.com
Para controlar o crescimento vegetativo da macieira o Pro-hexadione Cálcio (PCa) tem-se mostrado uma ferramenta eficaz,
porém a planta pode retomar o crescimento em algumas situações, sendo necessária nova aplicação do produto. O presente
estudo visou avaliar o efeito de baixas dosagens de PCa, aplicado em intervalos de 10 dias sucessivamente ao longo do ciclo,
no controle do crescimento vegetativo da macieira ‘Castel Gala’
no ciclo 2015/16. Como fonte de PCa utilizou-se o produto comercial Viviful® (27,7% i.a). As aplicações foram iniciadas nos
estádios fenológicos de brotação (D), plena floração (F2) e queda de pétalas (H), e os tratamentos foram: Testemunha (sem
aplicação); 27,7g PCa.100L-1 (H) (Padrão); 13,85g PCa.100L-1 (H)
+ 13,85g PCa.100L-1 30DAA (dias após a aplicação); 5 aplicações
sequenciais de 5,54g PCa.100L-1 repetidas a cada dez dias a partir de D, F2 e H; 12 aplicações sequenciais de 5,54g PCa.100L-1
repetidas a cada dez dias a partir de D. O crescimento dos ramos
foi medido mensalmente ao longo do ciclo. Com exceção das
cinco aplicações de 5,54g PCa.100L-1 a partir de (H), todos os
demais tratamentos reduziram o crescimento em comparação
ao controle. Baixas concentrações de PCa aplicadas sucessivamente a partir dos estádios de brotação e plena floração não
diferem do tratamento padrão, visto que promovem o controle
do crescimento vegetativo, e a redução do crescimento pode
chegar a 47% em comparação com as plantas testemunha.
Devido às condições de clima do sul do Brasil, o desenvolvimento da coloração vermelha dos frutos pode ser retardada ou ficar
abaixo da característica do cultivar, podendo acarretar perda
de valor comercial. Entre as práticas que melhoram a coloração
destacam-se o uso de reguladores de crescimento e de bioestimulantes, e os de ação nutricional têm-se destacado. O objetivo
do trabalho foi avaliar o efeito de bioestimulantes no desenvolvimento da coloração vermelha dos frutos em diferentes cultivares de macieira. Foram utilizadas plantas dos cultivares Daiane, Venice, Elenise, Fuji Standard e Baronesa em experimento
conduzido em blocos casualizados, com cinco tratamentos e
seis repetições, sendo os tratamentos constituídos dos bioestimulantes Potassio King® (4L.ha-1), Mover® (3L.ha-1) + Holder®
(2L.ha-1), Sunred® (4L.ha-1) e Sulfato de K (2%) aplicados em quatro vezes na pré-colheita dos frutos. As avaliações consistiram
na porcentagem de coloração vermelha da epiderme dos frutos
nas classes de 100% de cobertura vermelha, >80%, 50% a 80%
e <50%. Os resultados na coloração dos frutos foram variáveis,
e somente no cultivar Daiane houve aumento no percentual de
frutos com 100% da epiderme vermelha nos tratamentos com
Potássio King®, Mover® + Holder® e Sunred®, os quais aumentaram entre 3,3% e 9,6% em relação à testemunha. Novos estudos devem ser realizados visando correlacionar as condições
climáticas com o efeito dos produtos avaliados.
26 TRINEXAPAC-ETHYL NA FORMAÇÃO DE POMAR DE MACIEIRAS. FENILI, C.L.; PETRI, J.L.; SEZERINO, A.A.; GABARDO, G.C.;
ESPERANÇA, C.F. Universidade Alto Vale do Rio do Peixe, Caçador, SC, e-mail: [email protected]
28 EFEITO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE DORMEX® E
ERGER NA SUPERAÇÃO DA DORMÊNCIA DA VARIEDADE PINOT
NERO EM SÃO JOAQUIM, SC. OLIVEIRA, L.F.F.; BRIGHENTI, A.F.;
PASA, M.S.; BONIN, B.F.; CASSÃO, F.I. Instituto Federal de Santa Catarina/Campus Urupema e-mail: luizfilipetecenologia@
outlook.com
A macieira apresenta crescimento vegetativo vigoroso nas condições do Sul do Brasil. Tal crescimento é indesejável, pois exige elevada demanda por mão de obra, aumentando os custos
de produção. O uso de reguladores de crescimento que inibem
a ação das giberelinas é uma alternativa no controle do crescimento. O trabalho teve como objetivo estudar o efeito de
concentrações de trinexapac-ethyl (60, 90, 120, 150mL.100 L-1)
comparativamente com o Proexadione cálcio (120g.100 L-1) no
controle do crescimento de plantas de macieira ‘Maxi Gala’ e
‘Fuji Suprema’ em formação, durante os quatro primeiros ciclos
após o plantio (2012/2013 a 2015/2016). Foi medido mensalmente o comprimento de cinco brindilas em cada planta (seis
plantas por tratamento). Na primeira avaliação, verificou-se
que as plantas controle em ambos os cultivares apresentaram
crescimento superior. Na ‘Fuji Suprema’ o tratamento com
Proexadione cálcio mostrou-se mais eficiente no final do ciclo,
enquanto na ‘Maxi Gala’ os tratamentos de trinexapac-ethyl
nas concentrações de 60 e 150mL.100 L-1 foram mais eficazes
na redução do crescimento das brindilas. Na ‘Maxi Gala’ os tratamentos não afetaram a eficiência produtiva das plantas (Kg.
cm-2 e frutos.cm-2); já na ‘Fuji Suprema’ as plantas tratadas com
trinexapac-ethyl (60, 90 e 120mL.100 L-1) obtiveram eficiência
produtiva menor no terceiro ciclo. Trinexapac-ethyl é eficiente
no controle do crescimento da ‘Maxi Gala’ e ‘Fuji Suprema’ e
não afeta a eficiência produtiva da ‘Maxi Gala’.
A videira é uma planta de clima temperado, com fisiologia dependente da superação de dormência e das condições climáticas. Produtos sintéticos são comumente usados para auxiliar a
superação de dormência, resultando em melhor padronização
da brotação e floração e, consequentemente, da produção. O
objetivo do trabalho foi avaliar a eficiência da aplicação de Dormex® e Erger na superação da dormência da variedade Pinot
Nero. O experimento foi realizado na Epagri/Estação Experimental de São Joaquim (28°16’30,08” S, 49°56’09,34” O, altitude 1.400m) na safra 2016. O vinhedo tem 10 anos de plantio,
e as plantas estão enxertadas em 1103 P, o espaçamento é de
3m entre linhas e 1,5m entre plantas. O sistema de condução é
do tipo espaldeira. Os tratamentos consistiram na aplicação de
Dormex® nas concentrações de 1%, 2% e 3%; e na aplicação de
Erger + Nitrato de Ca nas concentrações de 3%, 5% e 7%. A testemunha recebeu apenas a aplicação de água. Para a avaliação
da brotação e fertilidade de gemas foram feitas contagens do
número de gemas após a poda, gemas brotadas, gemas férteis
e número de cachos. A partir dos resultados obtidos, pôde-se
concluir que a aplicação de Dormex® e Erger não interferiu na
superação da dormência da variedade Pinot Nero em São Joaquim.
154
29 DIFERENTES PRÁTICAS DE MANEJO PARA A REDUÇÃO DA
PODRIDÃO-CINZENTA NA VARIEDADE SAUVIGNON BLANC.
SOUZA, M.P.; BRIGHENTI, A.F.; PASA, M.S.; BONIN, B.; OLIVEIRA, L.F.F. Instituto Federal de Santa Catarina/Campus Urupema,
e-mail: [email protected]
31 DESEMPENHO PRODUTIVO DAS PEREIRAS ‘ROCHA’, ‘SANTA MARIA’ E ‘PACKHAM’S TRIUMPH’ SOBRE O PORTA-ENXERTO DE MARMELEIRO BA-29, SAFRA 2015/16. KATSURAYAMA,
J.M. Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, e-mail: [email protected]
A podridão-cinzenta influencia na produtividade do vinhedo.
Variedades de cachos compactos são mais suscetíveis à tal
doença. O raleio de bagas tem como finalidade reduzir a compacidade dos cachos, tornando-os menos sensíveis às podridões. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes
práticas de manejo para o controle da podridão por Botrytis na
variedade Sauvignon Blanc em São Joaquim, SC. O experimento
foi realizado no ciclo de 2015/2016 na Vinícola Villa Francioni,
localizada em São Joaquim, SC, (28°17’38” S e 49°55’54” O, altitude 1.250m) com a variedade Sauvignon Blanc. Os tratamentos
consistiram no corte da ponta do cacho realizado durante o período de compactação do cacho; na aplicação de 1000mg.L-1 de
Pro-hexadiona de cálcio na plena florada e 15 dias após a plena
florada; aplicação de 30mg.L-1 de ácido giberélico. Para obter a
incidência de podridão-cinzenta, foi observada a presença ou
ausência da doença em pelo menos uma baga em relação ao
total de cachos. A severidade foi obtida através da porcentagem
de bagas atacadas pela doença em relação ao total de bagas do
cacho. Os resultados mostraram que o corte da ponta do cacho
foi eficaz na redução da incidência e severidade de podridão-cinzenta. A aplicação de 1000mg.L-1 de Pro-hexadiona de cálcio
15 dias após a plena florada reduziu a severidade, enquanto o
ácido giberélico não foi eficaz na redução da severidade e incidência da doença.
Atualmente, o mercado brasileiro é abastecido com 90% de
peras importadas. A baixa oferta de peras nacionais decorre
da inexpressiva área cultivada, da baixa produtividade dos pomares e da alternância de produção observada nos cultivares
dessa fruta. Recentes estudos mostram o aumento da eficiência
produtiva com uso de porta-enxertos ananizantes, aumento da
densidade de plantio e recomendação de cultivares adaptados
às condições climáticas do sul do Brasil. O experimento avaliou
o desempenho produtivo das pereiras ‘Rocha’, ‘Santa Maria’ e
‘Packham’s Triumph’ sobre o porta-enxerto de marmeleiro BA29 implantadas em 2010, em alta densidade (2.500 plantas.ha1
), conduzido em líder central e com tutoramento. A área foi delineada em blocos ao acaso, com três tratamentos (cultivares) e
três repetições. Foram avaliados os dados da safra 2015/16: a
produção (kg.planta-1), o número de frutos por planta, a massa
fresca média dos frutos (kg) e a produtividade (t.ha-1). Em relação à safra 2014/15, observou-se a redução da produtividade
nos três cultivares, com maior redução no cultivar P. Triumph.
Na safra 2015/16, a maior quantidade de frutos por planta
no cultivar Rocha proporcionou a maior produção por planta,
consequentemente o mais produtivo entre os três cultivares,
enquanto o número de frutos, a produção por planta e a produtividade do cv. Santa Maria não diferiu significativamente da
pereira ‘P. Triumph’. O peso médio do fruto diferiu entre os cultivares, tendo o maior peso médio dos frutos sido observado no
cultivar P. Triumph.
32 DESCRIÇÃO VARIETAL E PERFIL AROMÁTICO DO VINHO
SAUVIGNON BLANC PRODUZIDO NA REGIÃO DE SÃO JOAQUIM, SC. FELIPPETO, J.; PEREIRA, E.C.; BRIGHENTI, A.F.; CIOTTA, N.C. Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, e-mail:
[email protected]
30 EFEITO DA PRO-HEXADIONA DE CÁLCIO NA MATURAÇÃO
DA VARIEDADE SAUVIGNON BLANC (Vitis vinifera L.) EM SÃO
JOAQUIM, SC. CASSÃO, F.I.; BRIGHENTI A.F.; PASA, M.S.; SOUZA,
M.P.; DEMOZZI, H.N. Instituto Federal de Santa Catarina/Campus Urupema, e-mail: [email protected]
O fitorregulador Pro-hexadiona de cálcio (ProCa) é um inibidor
da biossíntese de giberelinas que reduz o crescimento vegetativo e pode ser uma alternativa de rápida resposta para equilibrar o vigor de plantas de videira. O objetivo deste trabalho foi
avaliar o efeito da ProCa na maturação da variedade Sauvignon
Blanc. O experimento foi realizado no ciclo de 2015/2016 na Vinícola Villa Francioni, localizada em São Joaquim, SC (28°17’38”
S e 49°55’54” O, altitude 1.250m) com a variedade Sauvignon
Blanc. As plantas têm 10 anos de plantio, são conduzidas em espaldeira e foram plantadas no espaçamento de 3 x 1,5m e foram
enxertadas sobre Paulsen 1103. Os tratamentos consistiram na
aplicação de Viviful® com 27,5% de ProCa nas concentrações de
500, 1000 e 1500mg.L-1 na plena florada e 15 dias após a plena
florada. Foram avaliados os sólidos solúveis totais (oBrix), a acidez total (Meq.L-1), o pH e os polifenóis totais (mg.L-1). As doses
e épocas de aplicação não interferiram nos teores de sólidos
solúveis totais, na acidez total e no pH. Para os polifenois totais,
independentemente da concentração, a aplicação de Po-hexadiona de cálcio na plena florada resultou em maior acúmulo nas
bagas da variedade Sauvignon Blanc.
155
A Sauvignon Blanc é uma variedade originária da região francesa de Bordeaux e, atualmente, uma uva bastante difundida
no Brasil. Produz vinhos com características aromáticas predominantemente minerais, vegetais e notas de frutas tropicais.
Entretanto, essas características são fortemente influenciadas
pelas condições dos locais de produção. Várias pesquisas têm
demonstrado a boa adaptabilidade dessa variedade aos vinhedos de altitude e, de modo particular, à região vitivinícola de
São Joaquim, SC. O objetivo do trabalho foi descrever o perfil
aromático do vinho Sauvignon Blanc elaborado em São Joaquim
na safra de 2015. Foram utilizados 18 descritores referenciais
feitos a partir de frutas, flores, folhas e sucos em infusão com
vinho da variedade Trebbiano, de acordo com o protocolo utilizado pelo CNPUV-Embrapa. Previamente à avaliação do vinho,
12 degustadores tiveram acesso, em taças de degustação, aos
descritores aromáticos. Sequencialmente, o vinho foi avaliado
quanto à presença ou ausência dos descritores, além das suas
intensidades olfativas, considerando uma pontuação de 1 a 10.
Em média, as análises apontaram como principais descritores
para o Sauvignon Blanc as notas de frutas e herbáceo (maçã,
vegetal, abacaxi e cidreira). O vinho também foi avaliado quanto a seus aspectos visual e olfativo, obtendo notas de 9,2 e 8,5
respectivamente. Foram observadas notas de pimentão verde
(descritor ausente na análise), o que denota possível presença
de metoxi-pirazinas em quantidades consideráveis nesse vinho.
33 EFEITO DE ISCAS TÓXICAS EMPREGADAS NO MANEJO DE
MOSCA-DAS-FRUTAS SOBRE DUAS ESPÉCIES DE INIMIGOS
NATURAIS DE OCORRÊNCIA EM FRUTÍFERAS TEMPERADAS.
CASTILHOS, R.V.; PASINI, R.A.; GRÜTZMAHER, A.D.; BOTTON, M.
Epagri/Cepaf. Rua Servidão Ferdinando Tusset s/n, bairro São
Cristóvão, 89801-970 Chapecó, SC, e-mail: rodolfocastilhos@
epagri.sc.gov.br
35 MATURAÇÃO TECNOLÓGICA DAS VARIEDADES CABERNET
CORTIS E MUSCARIS EM SÃO JOAQUIM, SC. CAMPOS, E.P.;
BRIGHENTI, A.F.; FELIPPETO, J.; VARELA, A.R.; BRIGHENTI, E.
Epagri/Estação Experimental de São Joaquim (EESJ), e-mail: [email protected]
Uma alternativa mais racional para o controle da mosca-das-frutas em pomares é o uso de iscas tóxicas, porém insetos benéficos podem ser impactados por essa medida. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de formulações de iscas
tóxicas sobre o parasitoide de ovos Trichogramma pretiosum e
o predador Chrysoperla externa em bioensaios de laboratório.
As iscas avaliadas foram melaço de cana (7%) em combinação
com os inseticidas malationa e espinosade, e a formulação comercial Success 0,02 CB®, que foram ofertadas a adultos de
ambas as espécies na forma de gotas (4mm de diâmetro). No
tratamento testemunha foi ofertada dieta para adultos. Em função da redução na capacidade de parasitismo de T. pretiosum
e da mortalidade de C. externa, as iscas foram classificadas de
acordo com escala de toxicidade da IOBC em: 1- inócuas (<30%),
2- levemente nocivas (30-79%), 3- moderadamente nocivas (8099%) e 4- nocivas (>99%). A isca tóxica à base de melaço de cana
em mistura com malationa foi nociva a ambos os inimigos naturais, enquanto a isca contendo melaço de cana + espinosade foi
nociva somente para T. pretiosum, sendo inócua a C. externa, na
qual causou mortalidade de 23,1%. Já Success 0,02 CB® reduziu
em 87,1% o parasitismo e foi considerado moderadamente nocivo a T. pretiosum, ao passo que se mostrou levemente nocivo
a C. externa, com mortalidade de 60%.
Este trabalho teve por objetivo estabelecer as curvas de maturação tecnológica e, assim, subsidiar a tomada de decisão sobre
o ponto de colheita de uvas das variedades Cabernet Cortis e
Muscaris produzidas na região de São Joaquim, SC, durante o
ciclo 2015/16. As amostras foram coletadas semanalmente, em
20 plantas de cada variedade, a partir da mudança de cor de
50% das bagas (desde 10/1/16 para Cabernet Cortis e 24/1/16
para Muscaris), e analisadas no laboratório de Enoquímica e
Microvinificação da Epagri/EESJ. Foram avaliados o peso de
50 bagas, os sólidos solúveis, o pH e a acidez total titulável. A
maturação tecnológica foi caracterizada quando observadas as
tendências de estabilização em todos os parâmetros por 7 dias
consecutivos. As datas de colheita das variedades ocorreram
em 16/3/16 para Cabernet Cortis e 29/2/16 para Muscaris. Os
resultados obtidos durante o período da avaliação foram agrupados e submetidos ao cálculo das médias (md) e desvios-padrão (dp), obtendo-se os seguintes resultados respectivamente
para as variedades Cabernet Cortis e Muscaris: peso de 50 bagas
(md= 66,64 g e 80,56 g; dp= 1,28 e 9,04); sólidos solúveis (md=
20,57°Brix e 18,32°Brix; dp= 1,83 e 1,59); pH (md= 2,85 e 2,74;
dp= 0,25 e 0,33); acidez total titulável (md= 103,86Meq.L-1 e
116,59Meq.L-1; dp= 20,92 e 61,69). Os resultados obtidos sugerem que a maturação tecnológica, verificada no final do ciclo
de 2015/16, atende plenamente os requisitos necessários à obtenção de vinhos de qualidade.
34 PARASITOIDES ASSOCIADOS À MOSCA-DAS-FRUTAS-SUL-AMERICANA: PRIMEIRO REGISTRO DE Aganaspis nordlanderi
(HYMENOPTERA: FIGITIDAE) EM SANTA CATARINA. SANTOS,
J.P.; GUIMARÃES, J.A. Epagri/Estação Experimental de Caçador,
e-mail: [email protected]. Apoio: Embrapa/CNPH.
36 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE FRUTOS DE AMEIXA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ÉPOCAS DE RALEIO. SILVA,
C.M.; BAUCHROWITZ, I.M.; AUER, F.W.; SCHVIECZRSKI, W.; HOFFMANN, C.R. Pesquisador na Área de Melhoramento e Genética
Vegetal, Iapar, e-mail: [email protected]
No sul do Brasil, a mosca-das-frutas-sul-americana, Anastrepha
fraterculus (Diptera: Tephritidae) é a principal praga das frutíferas de clima temperado, e os parasitoides são importantes
agentes de controle biológico dessa praga. Este trabalho objetivou realizar o levantamento dos parasitoides associados a A.
fraterculus em frutos nativos. Avaliaram-se frutos de cereja-do-rio-grande, amora-preta, pitanga, araçá-vermelho e guabiroba,
coletados na Epagri/Estação Experimental de Caçador, SC, de
outubro/2015 a março/2016. De cada espécie frutífera coletaram-se 200 frutos, que foram mantidos em sala climatizada, em
recipientes plásticos contendo areia esterilizada. Após 7, 14 e
21 dias, a areia foi peneirada para a contagem de pupários, que
foram acondicionados em gaiolas para a emergência de moscas ou parasitoides. Os insetos foram identificados com chaves
dicotômicas específicas. Emergiram parasitoides apenas em
araçá-vermelho e guabiroba. Em araçá-vermelho, registraram-se Doryctobracon brasiliensis, D. areolatus (Braconidae), Aganaspis nordlanderi e, A. pelleranoi (Figitidae). Em guabiroba, registrou-se apenas A. nordlanderi. Até o momento, no Brasil, A.
nordlanderi apresenta registro somente no Amazonas, em Mato
Grosso do Sul e em São Paulo. Dessa forma, para a confirmação
da espécie, um exemplar do parasitoide foi encaminhado a um
taxonomista especialista em Figitidae. Trata-se, portanto, do
primeiro registro de A. nordlanderi no estado de Santa Catarina.
Considerando a importância social e econômica que a ameixeira
japonesa (Prunus salicina) representa para a região Sul do Brasil, alguns tratos culturais são de grande importância durante
o desenvolvimento dos frutos. Entre esses tratos o raleio apresenta-se como um dos mais importantes para garantir a qualidade e o padrão de comercialização dos frutos. Por esse motivo,
o presente trabalho teve como objetivo avaliar as características físico-químicas de frutos de ameixa em função de diferentes
épocas de raleio manual. Para a realização deste trabalho foi
utilizado o acesso 1.804 de ameixa do banco de germoplasma
do Iapar, localizado na Estação Experimental de Ponta Grossa,
PR. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com
quatro repetições e cinco tratamentos: testemunha (planta sem
raleio); raleio no florescimento; raleio no estádio de chumbinho; raleio com frutos com 1cm de diâmetro e raleio com frutos com 1,5cm de diâmetro. As características avaliadas foram:
peso dos frutos, peso dos caroços, massa dos frutos, sólidos
solúveis totais, acidez total titulável e ratio. Com os resultados
obtidos, pode-se afirmar que as épocas mais indicadas para a
realização do raleio manual nesse genótipo são quando os frutos atingem 1 e 1,5cm de diâmetro, pois eles apresentam as
melhores características físico-químicas.
156
37 INFLUÊNCIA DO DEFICIT HÍDRICO NA COMPOSIÇÃO DA
UVA CABERNET SAUVIGNON CULTIVADA NA REGIÃO SERRANA
DE SC. VIEIRA, J.M.S.S.; BRITO, E.S.; WARMILING, M.I.; SANTOS,
M.F.S.; LEMOS, R.C. Universidade do Estado de Santa Catarina/
CAV, Av. Luís de Camões, 2090, Bairro Conta Dinheiro, 88.520000 Lages, SC, e-mail: [email protected]
O deficit hídrico na fase de maturação tem efeito positivo na
cultura da uva, pois favorece o incremento de açucares na baga.
O objetivo deste estudo foi quantificar o efeito do estresse hídrico na composição da uva Cabernet Sauvignon. O experimento foi conduzido em São Joaquim com a variedade Cabernet
Sauvignon, enxertada sobre Paulsen 1103 (Vitis berlandieri x
Vitis rupestris) no sistema de condução espaldeira. O estudo foi
conduzido em blocos casualizados com quatro tratamentos e
cinco repetições, nas quais foi avaliado o efeito da irrigação com
deficit regulado e diferentes percentuais de umidade com base
na capacidade de campo do solo durante a fase de pós-veraison
(maturação). Os tratamentos consistiram em: T1- tratamento
controle (100% precipitação normal para a safra); T2- solo com
umidade de 100% da capacidade de campo; T3- solo com 85%
da capacidade de campo; T4- solo com 70% da capacidade de
campo. As variáveis analisadas foram: sólidos solúveis (oBrix),
acidez titulável (AT) e potencial de hidrogênio (pH). Os maiores
teores de sólidos solúveis foram encontrados no T2, com média
de 20,84 (oBrix) em relação aos demais tratamentos. No tratamento T2 também foram verificados maiores valores de pH e
acidez titulável. A umidade do solo mantida a 100% da capacidade de campo favoreceu a produção de açúcares na Cabernet
Sauvignon.
38 SEGREGAÇÃO PARA AUSÊNCIA DE TRANSMISSÃO DE Xylella fastidiosa POR INSETOS VETORES EM DIFERENTES CRUZAMENTOS DE AMEIXEIRA. DALBÓ, M.A.; FURCKEL, S. Epagri/Estação Experimental de Videira, e-mail: [email protected]
A introdução da bactéria Xylella fastidiosa no Brasil, na década de 1960, dizimou os pomares de ameixeira. Com o plantio
de cultivares de média resistência, como Fortune e Letícia, foi
possível conviver com a doença, porém a vida útil dos pomares
é reduzida. Recentemente, foram identificados genótipos que
não são infectados pela bactéria, o que abre a possibilidade
de obter cultivares com resistência total. No caso da seleção
SC7, há uma aparente imunidade. Nas demais, observa-se a
ausência de transmissão por insetos vetores, porém ela ocorre
através de enxertia com material contaminado. Neste trabalho,
estudamos a segregação genética para infecção natural com X.
fastidiosa em dois cruzamentos de ameixeira. As plantas dos indivíduos descendentes foram analisadas para presença de Xylella por testes de PCR. A presença de sintomas de escaldadura foi
avaliada por análise visual. No cruzamento Fortune x SC7, 100%
dos descendentes tiveram resultados negativos para Xylella nos
testes de PCR e não foram observados sintomas nas plantas.
No cruzamento Fortune x Rebelatto (Amarelinha x Carazinho),
ambos os parentais são infectados naturalmente com a bactéria, porém mostram resistência à doença. Nesse cruzamento,
observou-se que parte da progênie (63%) se mantém isenta da
doença pelos testes de PCR e sem sintomas, em plantas de 7 a
9 anos de idade, indicando que o bloqueio da transmissão pode
ser encontrado mesmo em descendentes de parentais que não
apresentam essa característica.
157
39 ESTÁDIO DE MATURAÇÃO PARA COLHEITA DE MAÇÃS ‘VENICE’. BETINELLI, K.S.; ARGENTA, L.C.; MARTIN, M.S.; AMARANTE, C.V.T.; KVITSCHAL, M.V. Epagri/Estação Experimental de Caçador, e-mail: [email protected]
Este trabalho teve como objetivo identificar índices de maturação para o ponto ideal de colheita de maçãs ‘Venice’ destinadas
à comercialização imediata ou ao armazenamento. Os frutos foram colhidos semanalmente, em Fraiburgo, SC, no período de
144 a 172 dias após a plena floração (DAPFs). Eles foram avaliados imediatamente após a colheita e após armazenagem por
240 dias sob atmosfera do ar (AA) a 0,5±0,5°C e 265 dias sob atmosfera controlada (AC; 1,5 kPaO2 e 1,5 kPa CO2) a 0,7±0,5°C.
Maçãs ‘Venice’ destinadas à comercialização imediata devem
ser colhidas entre 158 e 172 DAPFs por apresentarem maior tamanho, epiderme mais avermelhada e maior teor de sólidos solúveis (SS) em relação àquelas de colheitas precoces (144 e 151
DAPFs). Os índices de maturação para frutos colhidos de 158 a
172 DAPF variaram de 15,3 a 16,5lb para firmeza de polpa, de
12,9% a 13,4% para SS, de 0,291% a 0,338% para acidez titulável
(AT), de 8,2 a 9,0 para índice de amido (escala 1 a 9) e de 3,7 a
4,3 para índice de cor de fundo (escala 1 a 5). O ponto ideal de
colheita de maçãs ‘Venice’ destinadas à armazenagem ocorreu
entre 144 e 151 DAPFs, quando apresentam maior firmeza de
polpa e menor desenvolvimento de podridões e escurecimento
da polpa após o armazenamento em relação aos frutos colhidos de 158 a 172 DAPFs. Os índices de maturação para frutos
colhidos entre 144 e 151 DAPFs variaram de 17,2 a 18,0lb para
firmeza de polpa, 11,8% a 12,5% para SS, 0,350 a 0,356% para
AT, 3,0 a 5,5 para índice de amido e 2,1 a 3,1 para índice de cor
de fundo.
40 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DA COBERTURA PLÁSTICA NO
CONTROLE DE PODRIDÕES DE CACHOS DA VIDEIRA. ANDRADE,
E.R.; WESP, C.L. Epagri/Estação Experimental de Videira, 89.560000 Videira, SC, e-mail: [email protected]
Em Santa Catarina, e em especial no Vale do Rio do Peixe, a produção de uvas destinadas ao consumo in natura tem ganhado
espaço em decorrência da agregação de valor obtida, podendo
ser um dos segmentos mais rentáveis para o produtor rural. Entretanto, as condições climáticas observadas nessa região são
muito favoráveis à ocorrência de diversas doenças da videira,
como as podridões de cachos. Nessas condições, o cultivo de
uvas de mesa, como a Poloske, requer a aplicação preventiva
e frequente de fungicidas. Para reduzir ou até eliminar a aplicação desses produtos, uma das alternativas é o uso da cobertura plástica. Com o objetivo de verificar a eficiência da cobertura plástica na ocorrência de podridões de cachos no cultivar
Poloske, avaliou-se a incidência de podridões em 125 cachos
maduros de 12 plantas cultivadas com e sem cobertura plástica em área da Epagri/Estação Experimenta de Videira na safra
2015/2016. A incidência de podridões foi de 27,72%, nas plantas com cobertura e 68,99% nas sem cobertura. Nas plantas em
cobertura, as podridões detectadas e suas respectivas porcentagens foram: Botrytis spp. (45,92%); podridão ácida (44,29%);
Penicillium spp. (9,27%) e Glomerella spp. (0,52%). Nas plantas
cultivadas sem cobertura a incidência foi de: 86,02% para Botrytis spp.; 13,71% para podridão ácida; 0,18% para Penicillium
spp. e apenas 0,09% para Glomerella spp. Os resultados do
trabalho evidenciam a eficiência do uso da cobertura plástica
como alternativa ao controle de podridões de cachos da videira.
41 EFEITO DE REGULADORES DE CRESCIMENTO NA MATURAÇÃO DOS FRUTOS DO CV. GALA STANDARD. VARELA, A.R.;
BRIGHENTI, A.F.; PASA, M.S.; WÜRZ, D.A.; RUFATO, L. Universidade Federal de Santa Catarina/Campus Curitibanos, e-mail:
[email protected]
43 EFEITO DO SILÍCIO NA REDUÇÃO DE PODRIDÕES DE MAÇÃ
‘GALAXY’ EM PÓS-COLHEITA. ANESE, R.O.; OLIVEIRA, L.F.F.;
CASSÃO, F.I.; SOUZA, M.P.; MACHADO, B.D. Instituto Federal de
Santa Catarina/Campus Urupema, Estr. Senadinho, sn, 88625000 Urupema, SC, e-mail: [email protected]
A coloração da casca da maçã é um fator importante para determinar a aceitação da fruta no mercado. Ela ocorre devido à síntese de pigmentos (antocianinas, carotenoides e flavonoides).
A biossíntese de antocianinas é regulada por interação de estímulos internos e externos, variáveis ambientais e hormônios
vegetais. Trabalhos recentes têm mostrado o efeito dos jasmonados para a promoção de mudanças da cor de maçãs. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de diferentes reguladores de
crescimento no aumento da coloração de maçãs da cv. Gala em
São Joaquim, SC. O estudo foi realizado em um pomar comercial
em São Joaquim (28°11’43” S e 49°59’41” O) com o cultivar Gala
Standard enxertado sobre Marubakaido. Foram avaliados três
tratamentos, todos aplicados aproximadamente 20 dias antes
da colheita: T1: 400ppm de Jasmonados (50g.L-1 prohidrojasmon); T2: 400ppm de Ácido Abscísico; T3: 300ppm de Ethrel®
− controle positivo; T4: Controle (água). A colheita foi realizada
quando os frutos da testemunha atingiram a maturação comercial. Foram avaliados a firmeza de polpa (N), os sólidos solúveis
(SS), a intensidade da cor vermelha (ângulo Hue H°), a cor vermelha (%) e o índice de degradação da clorofila (IDA). A aplicação
dos fitorreguladores melhorou a coloração dos frutos quando
comparada com o controle. Frutos tratados com ácido abscísico
apresentaram maiores teores de sólidos solúveis, enquanto a
aplicação de Ethrel® resultou em menor firmeza de polpa.
As podridões são as principais causas de perdas de maçãs durante o período pós-colheita. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da aplicação de silício no controle de podridões em
maçã do cultivar Galaxy. O experimento foi realizado no ciclo de
2015/2016 na agrícola Fraiburgo S/A, localizada em Urupema,
SC. Os tratamentos consistiram em aplicações de silício (silicato
de sódio neutro) em diferentes doses T1 (0ml.L-1), T2 (0,4ml.L-1),
T3 (0,8ml.L-1) e T4 (1,2ml.L-1). Após a colheita os frutos permaneceram em ambiente com temperatura média de 19°C e umidade relativa média de 98%. Foi avaliada a incidência de podridões, sendo expressa em porcentagem, e a severidade, obtida
pelo índice de podridão, em que: índice 0= 0% da superfície do
fruto podre; índice 1= 1% a 10% da superfície do fruto podre; índice 2= 10% a 30%, índice 3= 30% a 70%; índice 4= 70% a 100%.
O tratamento com a dose mais baixa de silício (0,4ml.L-1) reduziu tanto a incidência quanto a severidade de podridões até os
45 dias após a colheita. Na dose mais elevada (1,2ml.L-1) houve
maior incidência e severidade de podridões. Esse resultado é
explicado pelo fato de o silício ter aumentado a produção de
etileno, o que estimulou o amadurecimento e, provavelmente,
reduziu a resistência natural às podridões. A dose de 0,4ml.L1
de silício reduz a incidência e a severidade de podridão em
pós-colheita. Doses elevadas de silício estimulam o amadurecimento dos frutos.
42 FENOLOGIA, VISITANTES FLORAIS E FRUTIFICAÇÃO DE
Acca sellowiana (MYRTACEAE) EM LAGES, SANTA CATARINA.
SOUZA, F.P.; MENEGUZZI, A.; VEFAGO, B.M.; MANTOVANI, A.;
RUFATO, L. Udesc/Centro de Ciências Agroveterinárias, e-mail:
[email protected]
44 ÉPOCAS DE PODA E O EFEITO NO PERÍODO DE BROTAÇÃO
DO CULTIVAR DE UVA CHARDONNAY. LAMELA, S.P.; MACIEL,
S.M.; ELOY, J.; HERTER, F.G.; MALGARIM, M.B. Universidade Federal de Pelotas, e-mail: [email protected]
A vitivinicultura é uma atividade de grande importância na Serra do Sudeste Gaúcho, sendo o Chardonnay um dos principais
cultivares de uva branca produzidos. Pelo fato de o período de
brotação ser muito sensível a baixas temperaturas e ao clima
ter forte influência sobre a videira, as geadas tardias podem
causar a destruição dos órgãos da planta. Portanto, o objetivo
do experimento foi avaliar o efeito no período de brotação do
cultivar Chardonnay submetido a épocas diferentes de poda. O
experimento realizou-se em um vinhedo comercial de 4 anos do
cultivar Chardonnay enxertado sobre o porta-enxerto SO4 com
espaçamento de 2,5m x 1m no município de Pinheiro Machado,
RS. A poda foi feita em duas épocas no sistema guyot duplo com
varas de 6 gemas e dois esporões de 2 gemas. O delineamento
foi inteiramente casualizado com dois tratamentos (épocas de
poda) e 12 repetições, totalizando 24 plantas. A primeira poda
foi feita em 18 de maio e a segunda em 1º de julho, no ano
de 2015. A poda realizada em 1º de julho teve 50% das gemas
brotadas em 21 de agosto de 2015, enquanto a poda feita em
18 de maio teve 50% das gemas brotadas em 3 de setembro
de 2015. Portanto, a poda realizada no tratamento 1 em 18 de
maio atrasou a brotação, evidenciando que a poda antecipada
é uma ferramenta para atrasar a brotação e evitar danos por
geadas tardias, como também distribuir o serviço de poda em
diferentes épocas do ano.
Acca sellowiana é uma frutífera nativa, conhecida como goiaba-serrana, com alto potencial comercial. Estudos sobre fenologia
reprodutiva geram conhecimentos para o manejo da planta. As
observações foram realizadas em 28 plantas oriundas de propagação seminal, distribuídas em seis blocos em um pomar de frutíferas nativas em Lages, SC. A avaliação fenológica foi realizada
quinzenalmente de setembro a dezembro/2015 pelo Índice de
Fournier. Os visitantes florais foram observados visualmente
nas árvores em dias não consecutivos durante os meses de outubro e novembro, registrando a frequência e o horário das visitas. Para a análise da frutificação efetiva foram selecionados
três ramos por planta de forma aleatória, em três posições diferentes e também foram observadas a frutificação em flores que
estavam destituídas de suas pétalas. Os eventos reprodutivos
de A. sellowiana foram detectados entre os meses de setembro e dezembro de 2015. O maior índice de plantas em plena
floração foi em outubro e o início da frutificação em dezembro.
Houve diversidade de ordens nos visitantes florais observados:
coleópteros (15%), passeriformes (20%), hymenoptera (25%) e
dípteros (40%). A frutificação não foi influenciada pela destituição das pétalas das flores e não houve diferença para a posição
dos ramos da planta. Foi observada uma frutificação efetiva de
30% das plantas de A. sellowiana.
158
45 INCIDÊNCIA DA PODRIDÃO PARDA EM GENÓTIPOS DE PESSEGUEIROS E NECTARINAS EM PELOTAS, RS, SAFRA 2015-2016.
DINI, M.; SCARIOTTO, S.; RASEIRA, M.C.B. UFPel/FAEM/PPGA,
Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, e-mail: [email protected]
No Brasil, o estado de Rio Grande do Sul é o principal produtor
de pêssego e nectarina, com 63% da produção nacional, sendo o município de Pelotas o maior produtor. A principal doença
dessas culturas é a podridão-parda (Monilinia fructicola), causadora de grandes perdas econômicas. As condições climáticas
das regiões produtoras brasileiras são muito variáveis, sendo alguns anos muito favoráveis ao desenvolvimento da doença (alta
umidade e temperaturas amenas), como foi a safra de 2015/16.
O objetivo do estudo foi avaliar a incidência da podridão parda
no campo, em diferentes genótipos de pessegueiros e nectarinas na referida safra. O experimento foi realizado na Embrapa
Clima Temperado em Pelotas, RS. O delineamento utilizado foi
completamente casualizado, considerado cada genótipo (cultivar ou seleção) como tratamento, totalizando 87 genótipos.
Foi avaliada a incidência da podridão-parda em três plantas por
genótipo, cada uma delas considerada uma repetição. A porcentagem média de incidência para todos os genótipos foi de
45,9±31,5%, com ampla variabilidade quanto à data da colheita.
De forma geral, as nectarinas e os pessegueiros mais precoces
e mais tardios foram os que apresentaram maior susceptibilidade à doença. As seleções Conserva 657, Cascata 700 e Cascata
1055 apresentaram os menores valores de incidência (<2,8%).
Observaram-se nessa safra genótipos de comportamento similar ou superior ao cv. `Bolinha´, considerado como tendo resistência à M. fructicola.
46 MICROPROPAGAÇÃO DE SEGMENTOS NODAIS DE SETE CAPOTES. MENEGUZZI, A.; CAMARGO, S.S.; SANTOS, K.V.T.; SILVA,
A.C; RUFATO, L. Udesc/CAV, e-mail: alinemeneguzzi@yahoo.
com.br
Popularmente conhecido como sete-capotes, Campomanesia
guazumifolia é uma frutífera nativa com alto potencial comercial devido aos frutos comestíveis e interesse melífero na região Sul do Brasil. Sobre a propagação dessa espécie, há relatos de problemas como baixo vigor, recalcitrância e dormência
das sementes, e não há estudos científicos sobre métodos de
propagação vegetativa. O objetivo deste trabalho foi avaliar a
desinfestação de segmentos nodais de sete-capotes estabelecidos in vitro. Foram testados a aplicação fitossanitária (0,3g.L-1
de Frexus®, 4ml.L-1 de Kasumin® e 1ml.L-1 de Rovral®) nas plantas matrizes do campo, que forneceram o material vegetal, e
no laboratório a adição de diferentes doses (0; 1; 2 e 4ml.L-1)
do biocida PPM® (Plant Preservative Mixture) nos meios de
cultura WPM. O delineamento foi inteiramente casualizado,
em esquema fatorial 2x4, com 6 repetições. Foram avaliadas:
contaminação fúngica e bacteriana, oxidação e sobrevivência
dos explantes. Não houve diferença estatística na interação
(aplicação x doses) para todas as variáveis avaliadas. A contaminação bacteriana foi maior em explantes oriundos de plantas
matrizes sem a aplicação fitossanitária, bem como para doses
menores do biocida PPM® no meio de cultura. Para as variáveis
contaminação fúngica, oxidação e sobrevivência não houve diferença estatística. Para diminuir a contaminação bacteriana de
segmentos nodais de sete-capotes in vitro indica-se aplicação
fitossanitária na planta matriz e adição de 4ml.L-1 de PPM® no
meio de cultura.
159
47 TRATAMENTO FITOSSANITÁRIO DE PLANTAS MATRIZES E
DE EXPLANTES IN VITRO DE PITANGUEIRA. SANTOS, K.V.T.; MENEGUZZI, A.; SOUZA. M.N.; ARRUDA, A.L.; KRETZSCHMAR, A.A.
Udesc/CAV, e-mail: [email protected]
A cultura de tecidos é uma forma rápida de multiplicar indivíduos, porém a desinfestação dos explantes é um dos entraves
na etapa inicial dessa técnica. Um dos problemas diagnosticados na propagação in vitro da pitangueira (Eugenia uniflora L.),
através de segmentos nodais de plantas oriundas do campo, é
a contaminação endógena e exógena dos explantes por fungos
e bactérias. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar
o efeito do tratamento fitossanitário das plantas matrizes e a
assepsia de explantes sobre diferentes concentrações de biocidas no meio de cultura. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x4, sendo o fator
1: com e sem aplicação (Frexus® 0,3g.L-1, Kasumin® 4ml.L -1, Rovral® 1ml.L-1) nas plantas matrizes, e o fator 2: concentrações de
0, 1, 2 e 4ml.L-1 do biocida PPM® (Plant Preservative Mixture).
Foram avaliadas as contaminações fúngicas e bacterianas dos
explantes. Não houve diferença estatística na interação para as
duas variáveis avaliadas. Com relação à análise de regressão, a
contaminação fúngica foi influenciada pelas doses do biocida
PPM®, e quanto maior a dose, menor o número de contaminações dos explantes. Já para a contaminação bacteriana não
houve diferença estatística. Para uma menor contaminação dos
explantes de pitangueira é recomendado adicionar 4ml.L-1 do
biocida PPM no meio de cultura.
48 CONTROLE DO DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DE MUDAS DE MACIEIRA ‘MAXI GALA’ PELO USO DE INIBIDORES DA
BIOSSÍNTESE DE GIBERELINAS. MACEDO, C.K.B.; HAWERROTH,
F.J.H.; AMARANTE, C.V.T.; OLIVEIRA, L.V.; GOULARTE, N.A.A. Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria, RS, e-mail: [email protected]
As condições climáticas do sul do Brasil favorecem o desenvolvimento vegetativo de macieiras. Isso, aliado a altas temperaturas
e altos índices pluviométricos, pode resultar em crescimento
excessivo. Em tais condições, o uso de fitorreguladores insere-se como técnica eficiente para controlar o vigor das plantas. O
objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes concentrações de proexadione cálcio (PCa), etil-trinexapac (ETP) e
paclobutrazol (PBZ) no controle do desenvolvimento vegetativo
em mudas de macieira. Foram utilizadas mudas de macieiras do
cultivar ‘Maxi Gala’ enxertadas sobre M9. Como tratamentos foram usadas concentrações de PCa (110 e 220g.ha-1), ETP (110 e
220g.ha-1) e PBZ (110 e 220g.ha-1). O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com sete tratamentos e
quatro repetições de três plantas. O comprimento dos ramos foi
afetado significativamente pela aplicação de fitorreguladores
quando comparados à testemunha, que apresentou crescimento superior ao longo das avaliações. O tratamento PBZ na concentração 220g.ha-1 reduziu drasticamente o crescimento dos
ramos, apresentando redução de 57%. A redução do crescimento afetada pela aplicação de fitorreguladores não apresenta relação com a redução do número total de folhas. Comparando-se
o uso de ETP e PCa, não foram verificadas diferenças entre esses
tratamentos no crescimento de ramos.
49 ANÁLISE DE DIFERENTES PORÇÕES DAS PLANTAS DE ‘FUJI
KIKU’ NOS ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DA
PRODUÇÃO SOB TELA ANTIGRANIZO. MAGRIN, F.P.; HAWERROTH, F.J.H.; VARGAS, M.B.; MACEDO, C.K.B.; GOULARTE, N.A.A.
Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Fruticultura de
Clima Temperado, Vacaria, RS, e-mail: [email protected]
51 RELAÇÃO DOS NÍVEIS DE BROTAÇÃO DE GEMAS DE MACIEIRA ‘GALA’ E ‘FUJI’ COM PARÂMETROS DE FRUTIFICAÇÃO.
MAUTA, D.S.; HAWERROTH, F.J.H.; GOULARTE, N.A.A.; VARGAS,
M.B.; OLIVEIRA, L.V. Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria, RS, e-mail: [email protected]
O emprego do cultivo protegido com tela antigranizo em pomares de macieira encontra-se em ampla expansão. Entretanto,
ocorre uma modificação no microclima do ambiente que pode
interferir na produção e qualidade dos frutos. O objetivo deste
estudo foi avaliar os parâmetros qualitativos e quantitativos de
frutos localizados em diferentes porções da copa de macieiras
‘Fuji Kiku’ sob tela antigranizo. O delineamento foi em blocos
casualizados, com dez repetições, sendo uma planta em cada
repetição. Foram avaliados: número total de frutos, massa fresca total de frutos, massa média fresca dos frutos, diâmetro e
comprimento médio dos frutos bem como sua relação, categoria por tamanho, coloração da epiderme, porcentagem de
frutos com russeting e com dano de sol. No ciclo 2014/15, a
maior proporção de frutos, em número e massa fresca total, foi
verificada na porção de 1 a 2m. Os parâmetros de massa média
fresca dos frutos, comprimento médio dos frutos, categoria por
tamanho, coloração da epiderme, porcentagem de frutos com
0, 2 e 3 graus na escala de russeting e a porcentagem de frutos
com dano de sol leve e severo diferiram significativamente entre as diferentes porções da copa das plantas avaliadas. Os frutos de maior massa média fresca concentraram-se nas porções
de 2 a 3m e 3 a 4m. Maçãs ‘Fuji Kiku’ apresentam diferenças
produtivas qualitativas e quantitativas entre as diferentes porções da copa.
Em macieiras a brotação e o florescimento são etapas importantíssimas no ciclo produtivo do ponto de vista econômico,
visto que nesse momento será definida a frutificação. Para
que isso ocorra de forma precisa e significativa, a utilização de
produtos químicos para a quebra de dormência é incorporada
ao sistema de produção. Assim, o presente trabalho teve por
objetivo relacionar os níveis de brotação de gemas de macieira
‘Galaxy’ e ‘Fuji Suprema’ com parâmetros de frutificação. O experimento foi conduzido em pomar experimental de macieira
em Vacaria, RS, no ciclo 2015/16. Foram avaliadas as características: porcentagem de brotação de gemas axilares e terminais,
porcentagem de cachos florais/gemas brotadas; número médio
de frutos por cacho floral; número total de frutos; massa média
de frutos; massa de frutos por planta; calibres e massa fresca de
cada calibre avaliado. Com os dados obtidos, foram estimados
coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis avaliadas. Os coeficientes de correlações obtidos para o cultivar ‘Fuji
Suprema’ não foram significativos para a porcentagem de brotação de gemas axilares e terminais em relação aos níveis de
frutificação. Para o cultivar ‘Galaxy’, o aumento da porcentagem
de brotação de gemas terminais reduziu a produção de frutos
com menor calibre. Os parâmetros de brotação não apresentaram relações significativas com parâmetros de frutificação no
ciclo 2015/16.
50 MÉTODO NÃO DESTRUTIVO PARA ESTIMATIVA DA ÁREA
FOLIAR DA MACIEIRA COM DIFERENTES NÍVEIS DE IRRIGAÇÃO.
OLIVEIRA, L.V.; HAWERROTH, F.J.H.; NACHTIGALL, G.R.; SIMÕES,
F.; MAUTA, D.S. Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de
Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria, RS, e-mail: [email protected]
52 AUMENTO DA FRUTIFICAÇÃO DE MACIEIRAS ‘GALAXY’
E ‘FUJI SUPREMA’ PELO USO DE PROEXADIONA DE CÁLCIO.
GOULARTE, N.A.A.; HAWERROTH, F.J.H.; MACEDO, C.K.B.; MAGRIN, F.P.; SIMÕES, F. Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria, RS, e-mail: [email protected]
Em culturas perenes, o conhecimento da variação temporal do
índice de área foliar pode ser útil na avaliação de várias práticas culturais, sendo, muitas vezes, necessária sua mensuração
várias vezes em uma planta durante o mesmo ciclo produtivo,
além de demandar a utilização de métodos não destrutivos para
sua estimativa. O objetivo deste trabalho foi estimar a área foliar dos cultivares de macieira com diferentes níveis de irrigação
pelas dimensões lineares do limbo foliar. Foram mensuradas as
dimensões comprimento e largura de amostras de 200 folhas de
macieiras ‘Galaxy’ e ‘Fuji Suprema’, em condições de sequeiro e
irrigado, juntamente com área foliar obtida através de integrador de área foliar. Foram utilizadas as equações linear (Y = a +
bx), linear sem intercepto (Y = bx), geométrica (Y = axb) e exponencial (Y = abx) para estimar a área foliar pelo comprimento e
pela largura do limbo foliar e do produto das duas dimensões.
Em função do formato diferenciado das folhas entre cultivares e
níveis de irrigação estudados, houve a necessidade de elaborar
equações específicas para cada tratamento. As equações para
estimativa da área foliar foram mais precisas quando utilizado
o produto das dimensões lineares. Em termos de modelos matemáticos para área foliar, a estimativa da área foliar com maior
precisão foi obtida com o uso do modelo linear, seguido do modelo geométrico e do exponencial.
A utilização de práticas culturais que aumentem a frutificação
da macieira e diminuam sua irregularidade ao longo dos anos
é importante para a obtenção de alta produtividade. A diminuição da competição entre desenvolvimento vegetativo e frutos
em formação pelo uso de fitorreguladores pode contribuir com
o aumento da frutificação da macieira. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de aplicações de proexadiona de cálcio
(PCa) no aumento da frutificação de macieiras ‘Galaxy’ e ‘Fuji
Suprema’. O experimento foi conduzido em pomar comercial
de macieiras ‘Galaxy’ e ‘Fuji Suprema’ sobre porta-enxerto M9
no ciclo 2015/16. Foram avaliados os seguintes tratamentos:
1) testemunha (sem aplicação), 2) PCa 82,5g.ha-1 + PCa 82,5g.
ha-1aos 21 dias após a primeira aplicação (DAPs); 3) PCa 110g.
ha-1 + PCa 110g.ha-1aos 30 DAPs; 4) PCa 165g.ha-1 + PCa 165g.
ha-1aos 30 DAPs. A primeira aplicação foi realizada quando os
ramos apresentavam 5cm de comprimento. Foi efetuada a avaliação da frutificação efetiva (%), número de cachos florais com
fruto e número de frutos por cacho floral. O uso de PCa se mostrou mais eficaz no aumento da frutificação no tratamento PCa
82,5g.ha-1 + PCa 82,5g.ha-1 aos 21 DAPs, apresentando aumento
no número de frutos por planta e número de cachos florais com
fruto em comparação à testemunha.
160
53 BROTAÇÃO DE GEMAS DE MACIEIRAS ‘MAXI GALA’ E ‘FUJI
SUPREMA’ PELO USO DE INDUTORES DE BROTAÇÃO. VARGAS,
M.B.; HAWERROTH, F.J.H.; MACEDO, C.K.B.; MAGRIN, F.P.; MAUTA, D.S. Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria, RS, e-mail: mauriciov761@
gmail.com
55 AREA FOLIAR EM MACIEIRAS ‘MAXI GALA’ E ‘FUJI SUPREMA’ EM FUNÇÃO DA IRRIGAÇÃO E FERTIRRIGAÇÃO. CHAGAS,
Y.P.; ZAGO, M.C.; ROVEDA, L.M.; NACHTIGALL, G.R.; HAWERROTH, F.J. Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria, RS, e-mail: yanpinter@
hotmail.com
A inserção de novas alternativas para indução que agregue
alta eficiência na brotação de gemas, baixa toxicidade e menor
custo de utilização é fundamental ao setor produtivo da maçã.
O objetivo do estudo foi avaliar a brotação de gemas de macieiras ‘Maxi Gala’e ‘Fuji Suprema’ em resposta à aplicação de
diferentes indutores de brotação. O experimento foi delineado
em blocos ao acaso, com três repetições de uma planta, em pomar experimental da Embrapa Uva e Vinho, Vacaria, RS, com
os cultivares Maxi Gala e Fuji Suprema sobre porta-enxerto
M9 no ciclo 2015/16. A aplicação foi realizada em 20/8/2015,
sendo avaliados os seguintes tratamentos: 1. Testemunha (sem
aplicação); 2. Óleo mineral 3,5%; 3. Óleo mineral 3,5% + Erger®
1%; 4. Óleo mineral 3,5% + Erger® 2%; 5. Óleo mineral 3,5% +
Dormex® 0,4%; e 6. Óleo mineral 3,5% + Dormex® 0,8%. Foram
avaliadas: brotação de gemas axilares (%), brotação de gemas
terminais (%), porcentagem de cachos florais por gemas brotadas e número médio de frutos por floral. Aos 21 dias da aplicação o tratamento com óleo mineral 3,5% + Erger® 2% aumentou
a brotação de gemas axilares de ambos os cultivares e terminais
em ‘Maxi Gala’ em comparação com a testemunha. Aos 45 dias
todos os tratamentos aumentaram a brotação de gemas axilares em relação ao tratamento-testemunha. Para a brotação de
gemas terminais, o tratamento com óleo mineral 3,5% + Dormex® 0,8% foi mais eficaz em ‘Maxi Gala’, e óleo mineral 3,5%
+ Dormex® 0,4% foi mais eficaz em macieiras ‘Fuji Suprema’
quando comparados à testemunha.
A folha é o principal órgão no processo transpiratório, responsável pelas trocas gasosas entre a planta e o ambiente, razão pela
qual o conhecimento da superfície foliar é de grande utilidade
para a avaliação da eficiência do manejo da cultura. O objetivo
deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento da área foliar em
macieiras cvs. Maxi Gala e Fuji Suprema enxertadas sobre o porta-enxerto M9 em função da aplicação de irrigação (baseada em
tensiometria) e fertirrigação, ambas por gotejamento. Foram
avaliados os seguintes tratamentos: 1) adubação convencional;
2) adubação convencional mais irrigação; 3) fertirrigação mais
irrigação; 4) fertirrigação. O delineamento experimental foi em
blocos casualizados com quatro tratamentos e oito repetições.
Na safra 2015/16, de cada planta foram colhidas 60 folhas, localizadas em ramos do ano, de ambos os lados e a meia altura
da planta. Foram medidos a largura e o comprimento da folha
e o comprimento do pecíolo com régua, bem como obtida a
área foliar, utilizando integrador de área foliar. Após isso, as folhas foram secadas em estufa a 65°C até peso constante. A área
média de folhas, a área foliar específica e a massa seca foliar
não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos
aplicados. Na comparação de cultivares, a área foliar específica
do cv. Maxi Gala apresentou maior média em comparação com
o cv. Fuji Suprema.
54 INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO EM PARÂMETROS DE DESENVOLVIMENTO FOLIAR EM MACIEIRAS ‘GALAXY’ E ‘FUJI SUPREMA. NUNES, G.F.; HAWERROTH, F.J.H.; NACHTIGALL, G.R.; OLIVEIRA, L.V.; GOULARTE, N.A.A. Embrapa Uva e Vinho/Estação
Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria, RS,
e-mail: [email protected]
A irrigação é uma técnica utilizada na fruticultura, porém muitas
das informações sobre esse sistema são restritas à cultura da
macieira. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da irrigação sobre parâmetros de desenvolvimento foliar em macieiras ‘Galaxy’ e ‘Fuji Suprema’. Foram avaliadas macieiras ‘Galaxy’
e ‘Fuji Suprema’ sobre porta-enxerto M9 no plantio 2013/14 em
condições de sequeiro (sem irrigação) e com irrigação. A irrigação foi realizada por gotejamento sempre que atingida a tensão
de 7,5kPa. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com quatro repetições, sendo cada parcela composta por
dez plantas. Foi coletada no terço médio das plantas uma amostragem de 60 folhas por parcela e mensurados comprimento e
largura média do limbo foliar, comprimento médio do pecíolo,
e estimadas as relações comprimento do limbo/comprimento
do pecíolo e comprimento/largura do limbo foliar. A área média das folhas foi obtida utilizando integrador de área foliar e,
posteriormente, as amostras foliares foram secadas em estufa
a 65°C até peso constante, obtendo-se a massa seca média de
folha e a área foliar específica. Macieiras ‘Galaxy’ apresentaram
menor área média das folhas no sistema irrigado, assim como
menor comprimento e largura do limbo foliar. A área foliar específica foi alterada pelo uso da irrigação apenas para o cultivar
Fuji Suprema.
161
56 EFEITO DA IRRIGAÇÃO SOBRE A FRUTIFICAÇÃO DE MACIEIRAS CVS. GALAXY E FUJI SUPREMA. ROVEDA, L.M.; CHAGAS,
Y.P.; ZAGO, M.C.; NACHTIGALL, G.R.; HAWERROTH, F.J. Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Fruticultura de Clima
Temperado, Vacaria, RS, e-mail: [email protected]
As variações climáticas verificadas nos últimos anos têm constituído motivo de preocupações para os produtores de maçã no
sul do Brasil, principalmente a irregularidade e a má distribuição
das chuvas, que podem afetar a qualidade e a produtividade de
macieiras. Diante desse cenário, a irrigação e a fertirrigação são
técnicas capazes de amenizar a situação. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da irrigação sobre a frutificação de dois
cultivares de macieira. O experimento foi realizado em pomar
comercial implantado em 2013 em Vacaria, RS, utilizando o delineamento experimental inteiramente casualizado, com cinco
repetições, com dois tipos de manejo: sequeiro e irrigação (por
gotejamento), com os cultivares Galaxy e Fuji Suprema enxertados sobre o porta-enxerto M9. Na safra 2015/16, foram avaliados o número de frutos por planta, o número de cachos florais
com frutos e o número de frutos por cacho floral. O número
de cachos florais com fruto e o número de frutos por planta
foram significativamente maiores no cv. Galaxy em comparação
o cv. Fuji Suprema. Estas mesmas variáveis apresentaram valores significativamente maiores no tratamento com irrigação se
comparado com o manejo convencional (sequeiro). O perentual
de cachos florais com dois, três e quatro ou mais frutos foi significativamente superior com a presença da irrigação. A irrigação
por gotejamento aumenta a eficiência da frutificação em pomares jovens de macieira na região de Vacaria, RS.
57 EFEITO DA IRRIGAÇÃO SOBRE O CRESCIMENTO DE MACIEIRAS CVS. GALAXY E FUJI SUPREMA. ZAGO, M.C.; CHAGAS, Y.P.;
ROVEDA, L.M.; NACHTIGALL, G.R. Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria,
RS, e-mail: [email protected]
51 RELAÇÃO DOS NÍVEIS DE BROTAÇÃO DE GEMAS DE MACIEIRA ‘GALA’ E ‘FUJI’ COM PARÂMETROS DE FRUTIFICAÇÃO.
MAUTA, D.S.; HAWERROTH, F.J.H.; GOULARTE, N.A.A.; VARGAS,
M.B.; OLIVEIRA, L.V. Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria, RS, e-mail: [email protected]
O cultivo da macieira na região sul do Brasil tem sido efetuado,
em geral, sem o uso da irrigação. Entretanto, têm ocorrido períodos frequentes de deficit hídrico durante o ciclo, afetando, principalmente, o crescimento inicial das plantas. O objetivo deste
trabalho foi avaliar o efeito da irrigação sobre o crescimento das
plantas de dois cultivares de macieira. O experimento foi realizado em pomar comercial implantado em 2013 em Vacaria, RS,
utilizando o delineamento experimental inteiramente casualizado, com cinco repetições e dois tipos de manejo: sequeiro e
irrigação, com os cultivares Galaxy e Fuji Suprema, enxertados
sobre o porta-enxerto M9. Na safra 2015/16 foram avaliados
a altura de plantas, o diâmetro e a circunferência de troco e o
número e o comprimento total de ramos. A altura das plantas, o
diâmetro e a circunferência do tronco, o número total de ramos,
o comprimento total e médio dos ramos e o npúmero de ramos
abaixo e acima de 1m foram significativamente maiores com a
irrigação. Com a irrigação, o cv. Fuji Suprema apresentou altura
de plantas, diâmetro e circunferência do tronco, número total
de ramos e comprimento total de ramos significativamente superior ao cv. Galaxy. Para a condição de sequeiro, o cv. ‘Galaxy’
apresentou altura de plantas, número total de ramos e número
de ramos acima de 1m significativamente superior ao cv. Fuji
Suprema. A irrigação por gotejamento aumenta o crescimento
das plantas em pomares jovens de macieira na região de Vacaria, RS.
Em macieiras a brotação e o florescimento são etapas importantíssimas no ciclo produtivo do ponto de vista econômico,
visto que nesse momento será definida a frutificação. Para
que isso ocorra de forma precisa e significativa, a utilização de
produtos químicos para a quebra de dormência é incorporada
ao sistema de produção. Assim, o presente trabalho teve por
objetivo relacionar os níveis de brotação de gemas de macieira
‘Galaxy’ e ‘Fuji Suprema’ com parâmetros de frutificação. O experimento foi conduzido em pomar experimental de macieira
em Vacaria, RS, no ciclo 2015/16. Foram avaliadas as características: porcentagem de brotação de gemas axilares e terminais,
porcentagem de cachos florais/gemas brotadas; número médio
de frutos por cacho floral; número total de frutos; massa média
de frutos; massa de frutos por planta; calibres e massa fresca de
cada calibre avaliado. Com os dados obtidos, foram estimados
coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis avaliadas. Os coeficientes de correlações obtidos para o cultivar ‘Fuji
Suprema’ não foram significativos para a porcentagem de brotação de gemas axilares e terminais em relação aos níveis de
frutificação. Para o cultivar ‘Galaxy’, o aumento da porcentagem
de brotação de gemas terminais reduziu a produção de frutos
com menor calibre. Os parâmetros de brotação não apresentaram relações significativas com parâmetros de frutificação no
ciclo 2015/16.
58 QUALIDADE DA MAÇÃ CV. FUJI SUBMETIDA AO ARMAZENAMENTO REFRIGERADO. KIRINUS, M.B.M.; BARRETO, C.F.;
SILVA, P.S.; FANTE, G.S.; CANTILLANO, R.F.F. Universidade Federal de Pelotas/Programa de Pós-Graduação em Agronomia,
e-mail: [email protected]
60 ENRAIZAMENTO DE MINIESTACAS HERBÁCEAS DE VIDEIRA
‘CABERNET SAUVIGNON’ SUBMETIDAS A DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE AIB. NASCIMENTO, D.C.; SCHUCH, M.W., Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS, e-mail: dcn.biologia@
gmail.com
A macieira (Malus domestica) é uma frutífera de clima temperado em expansão produtiva no Brasil, e seus frutos são armazenados para regular o mercado. Neste trabalho objetivou-se
dimensionar as perdas de qualidade de maçãs cv. Fuji em armazenamento refrigerado. Foram utilizadas maçãs provenientes
do pomar comercial da empresa Randon Agrossilvopastoril S.A.,
em Vacaria, RS. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro repetições de 15 frutos de maçãs.
Para determinar as perdas, realizaram-se quatro avaliações em
20, 80, 140 e 200 dias de armazenamento com temperatura de
1±0,5°C e sob umidade relativa de 85% a 95% com monitoramento computadorizado. Foram avaliados os parâmetros qualitativos: coloração da epiderme (L* e Ângulo Hue); firmeza de
polpa (N); sólidos solúveis (SS) (°Brix); pH; acidez titulável (AT)
(% ácido málico). Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA), e as médias foram comparadas pelo teste Tukey (p≤0,05). A coloração apresentou melhores índices de qualidade para os 20 e 80 dias de armazenamento refrigerado em
frutos de maçãs. A firmeza apresentou diminuição acentuada
no decorrer dos dias de armazenamento. Obteve-se aumento
nos índices de SS e do pH dos frutos com o tempo armazenamento em contraponto aos resultados da AT, os quais decresceram. Nas condições deste experimento, concluiu-se que as
maçãs cv. Fuji apresentaram boa conservação nas condições
estabelecidas, principalmente até 80 dias de armazenamento
refrigerado.
Com o aumento da procura por mudas de videira de qualidade e a necessidade de produção em larga escala, há um estudo
sobre a utilização de técnicas como a miniestaquia, que pode
ser uma alternativa promissora na obtenção de mudas para
formação de minijardim clonal. Este estudo objetivou avaliar
o enraizamento de miniestacas herbáceas de videira ‘Cabernet
Sauvignon’ utilizando diferentes concentrações de AIB (ácido
indol-butírico). Miniestacas herbáceas contendo duas gemas e
duas folhas foram submetidas aos tratamentos com AIB (0, 500,
1000 e 1500mg.L) e acondicionadas em embalagens plásticas
contendo vermiculita. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com quatro tratamentos, contendo quatro
repetições compostas por 15 miniestacas. Aos 30 dias foram
avaliados: porcentagem de sobrevivência, porcentagem de enraizamento, número de raízes, comprimento médio das raízes
e número de brotações. Para todas as variáveis analisadas, os
melhores resultados foram obtidos utilizando-se a concentração de 1000mg.L de AIB, alcançando índice de 38,33% de enraizamento das miniestacas, diferindo significativamente do tratamento controle (18,33%). Mesmo no melhor tratamento, houve
perda de 51,66% de material devido à contaminação fúngica.
Miniestacas herbáceas de videira ‘Cabernet Sauvignon’ podem
ser enraizadas utilizando 1000mg.L de AIB, mas o manejo com
fungicidas pode otimizar o processo, reduzindo a perda de material por contaminação.
162
61 DESFOLHA PRECOCE REDUZ A OCORRÊNCIA DE PODRIDÃO-CINZENTA NA VARIEDADE SAUVIGNON BLANC EM REGIÃO DE
ALTITUDE. WÜRZ, D.A.; BRIGHENTI, A.F.; FILHO, J.V.; RUFATO, L.;
DE BEM, B.P. Udesc, e-mail: [email protected]
63 DESINFESTAÇÃO E CONDIÇÕES DE LUZ NA GERMINAÇÃO
IN VITRO DE ARAÇAZEIRO-VERMELHO. CAMARGO, S.S.; MENEGUZZI, A.; BISOL, L.; GRIMALDI, F.; RUFATO, L. Universidade do
Estado de Santa Catarina/CAV, e-mail: [email protected]
Um dos entraves na produção de variedades viníferas brancas
nas regiões de altitude de Santa Catarina é a ocorrência da
podridão-cinzenta causada pelo fungo Botrytis cinerea. Como
medida de controle preventivo, deve-se manter boa aeração e
exposição dos cachos, principalmente por um adequado manejo do dossel vegetativo. O objetivo do trabalho foi avaliar a
influência de diferentes épocas de desfolha na região dos cachos na ocorrência de podridão-cinzenta na variedade Sauvignon Blanc em regiões de altitude. O experimento foi conduzido
em vinhedo comercial, localizado no município de São Joaquim,
SC. Os tratamentos consistiram na desfolha realizada nos estádios fenológicos de plena florada, grão chumbinho, grão ervilha,
virada de cor, 15 dias após a virada de cor, e um tratamento
controle, sem desfolha. Verificou-se menor incidência de podridão-cinzenta na desfolha realizada na plena florada e no grão
chumbinho, com uma redução de tantos por cento em relação
ao tratamento controle. Para a severidade de podridão-cinzenta observaram-se as menores porcentagem para as desfolhas
realizadas na plena florada (11%), grão chumbinho (11%) e grão
ervilha (19%), enquanto para as plantas sem desfolha a severidade foi de 39%. Esses resultados evidenciam a importância
da desfolha precoce da videira ‘Sauvignon Blanc’ em regiões de
altitude para a redução dos danos causados pelo fungo Botrytis
cinerea.
A propagação de araçazeiro (Psidium cattleyanum) dá-se por
sementes, porém poucas são ainda as informações sobre métodos para promover sua germinação. Devido à escassez de estudos com frutíferas nativas, o objetivo do estudo foi verificar
a germinação de sementes de araçazeiro-vermelho na técnica
de cultivo in vitro. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com um fatorial 2x2, compreendendo quatro
tratamentos com cinco repetições de quatro sementes cada
um: duas condições luminosas, no escuro e na presença de luz
(radiação de 27µmol.m-2.s-1), e dois tempos no hipoclorito de
sódio, 15 e 30 minutos. Os dados foram submetidos à análise
de variância, e as médias pelo teste de Tukey com 5% de probabilidade de erro. Não ocorreram contaminações bacterianas
e não houve diferença estatística para a presença de fungos.
Houve interação entre os fatores para as variáveis oxidação e
germinação. Independentemente do tempo de desinfestação, o
maior índice de oxidação foi na condição de luz, e a maior taxa
de germinação ocorreu no escuro, com 30 minutos de desinfestação no hipoclorito de sódio. Entretanto, as sementes germinadas no escuro apresentaram grande índice de estiolamento,
diferindo estatisticamente das mantidas na luz. Conclui-se que
a luz e o escuro apresentam grande influência na germinação de
sementes de araçá, tanto na oxidação quanto na germinação e
no estiolamento delas.
62 DESEMPENHO AGRONÔMICO DA VARIEDADE ‘BRONNER’
EM SÃO JOAQUIM, SC. DE BEM, B.P.; BRIGHENTI, A.F.; BRIGHENTI, E.; ARAUJO, L.; BOGO, A. Universidade do Estado de Santa
Catarina/CAV, Lages, SC, e-mail: [email protected]
A alta intensidade das principais doenças da videira, como o
míldio (Plasmopara viticola) e a podridão-cinzenta (Botrytis
cinerea) podem ser um entrave na produção vitícola nas regiões de altitude de Santa Catarina. Uma alternativa é o uso
de variedades resistentes. A variedade Bronner apresenta alta
resistência ao míldio e resistência intermediária ao oídio e à podridão-cinzenta. O objetivo do trabalho foi avaliar a adaptação
agronômica através dos estádios fenológicos e das características físico-químicas da variedade Bronner nas condições edafoclimáticas de São Joaquim, SC. O experimento foi realizado na
Epagri/Estação Experimental de São Joaquim (28°16’30,08” S,
49°56’09,34” O, altitude 1.400m), nas safras 2013, 2014 e 2015
para avaliação dos estádios fenológicos e safras 2014 e 2015
para avaliações fisico-químicas, realizadas no momento da colheita. O vinhedo tem três anos de plantio, e as plantas estão
enxertadas em 1103 P. Na média das safras avaliadas, a poda
ocorreu em 17/8, o início da brotação em 7/9, a plena florada em 13/11, a mudança de cor das bagas (50%) em 20/1 e a
colheita em 3/3. A produtividade média foi de 2,13kg.planta-1,
as uvas apresentaram teores de SST de 19°Brix, acidez total de
76,2 meq.L-1 e pH de 3,03. Os resultados comprovam que, nas
safras avaliadas, a variedade Bronner cultivada em São Joaquim
apresentou características fenológicas típicas da variedade, e os
índices de maturação se mostram adequados para a elaboração
de vinhos brancos de qualidade.
163
64 PÓS-COLHEITA DE MARACUJÁ-AMARELO COLHIDO ANTECIPADAMENTE EM REGIÕES TROPICAIS DE ALTITUDE. STROKA,
M.A.; AYUB, R.A. Universidade Estadual de Ponta Grossa, e-mail:
[email protected]
As baixas temperaturas próximas à maturação plena dos frutos
inviabilizam o cultivo do maracujá em regiões tropicais de altitude. Visando definir a possibilidade de colheita antecipada,
antes da chegada do inverno, evitando, assim, injúrias por frio,
avaliou-se a qualidade físico-química de frutos de maracujá-amarelo durante a maturação, armazenados em temperatura
ambiente durante 17 dias, com e sem aplicação de ethephon na
região de Ponta Grossa, PR. Para isso, determinaram-se sólidos
solúveis (SS), pH, acidez titulável (AT), ratio, perda de massa,
rendimento de polpa, espessura e índice de cor da casca (ICC)
e de polpa (ICP), produção de CO2 e etileno. O delineamento
experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial
com frutos tratados ou não com etileno e cinco períodos de armazenamento. Os frutos tratados com ethephon apresentaram
mudança significativa no ICC após 7 dias e cor da casca 100%
amarela após 14 dias (três dias antes do tratamento controle).
Cor da polpa, espessura da casca, perda de massa e pH não diferiram entre os tratamentos. Após 17 dias, os resultados para
o controle e tratamento com etileno, respectivamente, foram:
AT (2,48% e 1,49%); SS (14,26 e 13,9 °Brix); ratio (3,1 e 4,9);
e rendimento de polpa (50% e 41%). O rendimento de polpa
obedeceu ao nível requerido pela indústria em ambos os casos. Com isso, frutos de maracujá-amarelo podem ser colhidos
antecipadamente sem perdas significativas das características
comerciais e propiciando sua produção em áreas marginais à
cultura.
65 DESEMPENHO VITÍCOLA DA VIDEIRA ‘CABERNET SAUVIGNON’ NOS SISTEMAS DE CONDUÇÃO ÍPSILON E ESPALDEIRA
EM REGIÕES DE ALTITUDE DE SANTA CATARINA. MARCON FILHO, J.L.; OUTEMANE, M.; MACEDO, T.A.; MELO, A.; RUFATO, L.
UDESC/CCA, e-mail: [email protected]
67 CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE PERA ‘ROCHA’ TRATADA
COM DIFERENTES DOSES DE 1-METILCICLOPROPENO (1-MCP).
AMARANTE, C.V.T.1; ARGENTA, L.C.2 1Udesc/CAV, Lages, SC,
e-mail: [email protected]. 2Epagri/Estação Experimental de Caçador, e-mail: [email protected]
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito dos sistemas de sustentação ípsilon (Y) e espaldeira conduzidos em
cordão esporonado na eficiência produtiva e nas características
químicas e aromáticas da uva e do vinho da variedade Cabernet
Sauvignon cultivadas em regiões de altitude elevada de Santa
Catarina. O experimento foi conduzido durante as safras 2011
a 2015 em três vinhedos comerciais localizados nos municípios
de Painel (27°59’ S, 50°07’ O, 1.200m), São Joaquim (28°14’ S,
49°58’ O, 1300m) e Urubici (27°56’ S, 49°34’ O, 1.150m). Para a
‘Cabernet Sauvignon’ o sistema Y resultou, em média, no incremento de produtividade de 106 % para o vinhedo de Painel, de
42 % para São Joaquim e de 69 % para Urubici em relação ao
sistema espaldeira. A maturação tecnológica e fenólica das uvas
foi similar entre os sistemas de sustentação ípsilon e espaldeira
em cordão esporonado. A composição química e aromática do
vinho é influenciada pelo sistema de sustentação utilizado. Os
vinhos de Cabernet Sauvignon em Y estão relacionados com o
composto β-damascenona, enquanto os vinhos de espaldeira
com os de flavonoisquercetina, campferol e antocianinas. Os
resultados deste estudo evidenciam que o sistema de sustentação Y é uma alternativa de utilização nas regiões de altitude
de Santa Catarina por proporcionar aumento da produtividade
sem comprometer a composição das uvas e do vinho em relação à utilização do sistema espaldeira.
O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de doses de
1-MCP sobre a conservação da qualidade de pera ‘Rocha’. Os
frutos foram tratados após a colheita com 0, 100, 200, 300, 400
ou 500nl.L-1 de 1-MCP (por 24 horas), depois acondicionados
em caixas (com capacidade para 18kg revestidas com filme de
polietileno de baixa densidade de 20µm), e deixados em armazenamento refrigerado (AR; 1±1°C) por 40, 80 e 120 dias. Após
remoção do AR, seguido de 5 ou 10 dias de vida de prateleira
(20±2°C), os frutos foram avaliados quanto a firmeza da polpa,
cor da casca, teor de sólidos solúveis (SS; %), acidez titulável
(AT; %) e incidência e severidade de escurecimento de polpa e
podridões. Após 40, 80 e 120 dias de AR, as doses efetivas de
1-MCP para preservar a firmeza de polpa durante 10 dias de
vida de prateleira foram de ≥200nl.L-1, ≥300nl.L-1 e ≥400nl.L-1
respectivamente. Frutos tratados com 1-MCP apresentaram
retardo no amarelecimento da epiderme quando mantidos em
AR durante até 80 dias, após 5 ou 10 dias de vida de prateleira. Frutos tratados com 1-MCP apresentaram maiores valores
de AT e SS e menor incidência de doenças e de escurecimento
de polpa. Após 40 e 80-120 dias de AR, seguidos de 10 dias de
vida de prateleira, os maiores valores de AT foram obtidos com
1-MCP nas doses ≥200nl.L-1 e ≥300nl.L-1 respectivamente. Doses
de 1-MCP ≥200nl.L-1 foram eficazes em preservar o teor de SS,
independentemente do período de RA e de vida de prateleira.
66 DIFERENCIAÇÃO DE GEMAS FLORÍFERAS DOS CULTIVARES
DE PESSEGUEIRO BONÃO E AURORA I. ROSA, A.A.; CAMARGO, R.R.; RASEIRA, M.C.B. Acadêmicos do curso de Agronomia,
UFPel/FAEM, Pelotas, e-mail: [email protected]
68 REGULADORES DE CRESCIMENTO E MATURAÇÃO DE VARIEDADES VINÍFERAS AUTÓCTONES ITALIANAS. SOUZA, D.S.;
ALLEBRANDT, R.; WÜRZ, D.A.; BRIGHENTI, A.F.; RUFATO, L.
Udesc/CAV, e-mail: [email protected]
Uma das fases importantes do ciclo das frutíferas de clima temperado é a diferenciação floral. Condições climáticas e nutricionais, nessa fase, terão impacto sobre a floração seguinte e, consequentemente, sobre a produção. Com o objetivo de estimar a
data de diferenciação de gemas floríferas de dois cultivares de
pessegueiro de maturação precoce, Bonão e Aurora I, foram colhidas amostras de gemas do terço médio de ramos produtivos.
Essas gemas foram colocadas em fixativo FAA e, posteriormente, observadas em microscópio estereoscópico, avaliando-se
conforme escala proposta por Monet e Bastard (1968). Os estádios 1 e 2 correspondem a estádios não visíveis externamente;
3 corresponde à visualização do domo apical arredondado; no
estádio 4 há presença de sépalas; no 5, já podem ser vistas pétalas; no estádio 6 são visualizados rudimentos dos estames, e
no estádio 7 pode ser visto rudimento do pistilo. A primeira data
de coleta foi 4 de fevereiro, e os dois cultivares já apresentavam os rudimentos de sépalas e algumas até pétalas, indicando
que a diferenciação iniciara em janeiro. Duas semanas depois,
podiam ser vistos em algumas gemas rudimentos de estames
(estádio 6). Ao final de março todas as gemas amostradas já
estavam no estádio 7, isto é, apresentavam pistilos. Apesar de
os dois cultivares estudados produzirem frutas para diferentes
finalidades (um deles, consumo fresco, e o outro, processamento), ambos são considerados precoces e não diferem quanto à
época de diferenciação de gemas floríferas.
A utilização de fitorreguladores é uma alternativa para melhorar ou acelerar a maturação de diferentes variedades de uvas
viníferas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do ácido
abscísico na maturação de diferentes variedades de uvas viníferas destinadas à elaboração de vinhos tintos. O experimento
foi realizado no município catarinense de São Joaquim, na Epagri/Estação Experimental. Foram aplicados três tratamentos: 1.
Testemunha – água; 2. 400mg.L-1 de ácido abscísico (ABA); 3.
300mg.L-1 de Ethrel®, aplicados com pulverizador costal na zona
dos cachos em seu período de mudança de cor. A unidade de
pesquisa foi implantada em agosto de 2006, com espaçamento
de 3m entre linhas e 1,5m entre plantas e sistema de condução
tipo espaldeira. As variedades avaliadas foram Rebo, Sagrantino
e Malvasia Nera. Foram avaliados sólidos solúveis totais (oBrix),
acidez total titulável (meq.L-1), pH, conteúdo de polifenóis totais
e teores de antocianinas monoméricas totais. O delineamento
experimental foi de blocos ao acaso, com três blocos e cinco
plantas por parcela. Os dados foram submetidos à análise de variância e comparados pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
de erro. Os diferentes tratamentos não aceleraram a maturação
das diferentes variedades; a maturação fenólica e a coloração
da uva e do mosto foram beneficiadas pela aplicação de ácido
abscísico e Ethrel®.
164
69 ESTABELECIMENTO in vitro DE EXPLANTES DE PESSEGUEIRO CV MACIEL E PORTA-ENXERTO OKINAWA COM E SEM A
UTILIZAÇÃO DE LIMONENO. MACIEL, S.M.; BECKER, T.; SCHUCH, M.W.; TIMM, C.R.F.; FAGUNDES, C.M. Universidade Federal
de Pelotas, e-mail: [email protected]
71 AUMENTO DE PRODUTIVIDADE E REDUÇÃO DE VIGOR NO
CULTIVAR SANTA MARIA (Pyrus communis L.). AUGUSTIN, C.A.;
SOUZA, D.S.; LUZ, A.R.; OLIVEIRA, L.G.; KRETZSCHMAR, A.A.
Universidade do Estado de Santa Catarina, e-mail: carlosrux@
hotmail.com
As frutas de caroço têm grande valor na região Sul do Brasil e
exigem vários métodos de propagação, sendo um deles a micropropagação in vitro, que vem sendo desenvolvida para elevar
a taxa de multiplicação. Todavia, a fase de estabelecimento é
muito complexa devido aos altos níveis de contaminação dos
tecidos. O objetivo do trabalho foi avaliar o percentual de contaminação por bactérias e fungos e a oxidação dos explantes de
segmentos nodais dos cultivares de pessegueiro Maciel e Okinawa com e sem a utilização do limoneno. O experimento foi
conduzido em 2015 com delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram com e sem a presença de limoneno na concentração
de 3ml na etapa de desinfestação. Os explantes foram inoculados no meio de cultura MS e acondicionados no escuro. As avaliações foram realizadas aos 7 e aos 14 dias de cultivo quanto
às contaminações fúngica, bacteriana e explantes oxidados. Os
resultados mostram que a maior contaminação por bactérias
ocorreu com a presença do limoneno para todos os tratamentos. O cultivar Okinawa teve maior contaminação fúngica com a
presença do limoneno e o cultivar Maciel sem a presença desse
elemento. Os explantes sem a presença do limoneno tiveram
maior taxa de oxidação em todos os tratamentos. Portanto, a
presença do limoneno não favoreceu a obtenção de material livre de bactérias, mas foi mais eficiente na eliminação de fungos
e na oxidação dos explantes.
O Brasil é um grande importador de peras devido à baixa produção e grande demanda da fruta no país. Entre os problemas
encontrados no cultivo da pereira estão os relacionados à baixa
produtividade devido ao excessivo vigor das plantas. O experimento foi realizado na safra 2014/15 em pomar comercial localizado no município de Vacaria, RS, com os objetivos de reduzir
o vigor e aumentar da produtividade. O cultivar avaliado foi o
Santa Maria, enxertado sobre o porta-enxerto Pyrus calleriana,
com espaçamento de 5 x 2m. O sistema de condução utilizado
foi o líder central. Os tratamentos realizados foram: anelamento
simples; anelamento duplo; corte de tronco simples (um corte
até a metade do diâmetro do tronco); corte de tronco duplo
(dois cortes de 1/3 do diâmetro do tronco, realizados em posições opostas) – tratamentos realizados na plena florada; aplicação dos fitorreguladores Moddus® (1.600ppm por hectare) e
Viviful® (1.500ppm por hectare), sendo realizada 15 dias após a
plena florada, além do tratamento testemunha. Os tratamentos
anelamento duplo, corte simples e crte duplo demonstraram
maior eficiência de controle de vigor, reduzindo o crescimento
vegetativo em relação aos demais. Verificou-se maior frutificação efetiva nas plantas submetidas ao anelamento simples,
corte de tronco simples e Viviful®. Além disso, o uso de anelamento simples proporcionou a maior produtividade entre os
tratamentos testados.
70 CONCENTRAÇÕES DE SAIS E PRESENÇA DE CARVÃO ATIVADO NO ESTABELECIMENTO IN VITRO DE PITANGUEIRA. SILVA,
A.C.; FLORIANI, T.O.; PAIANO, G.M.; GONÇALVES, M.J.; KRETZSCHMAR, A.A. Universidade Estadual de Santa Catarina, Centro
de Ciências Agroveterinárias (Udesc/CAV), e-mail: [email protected]
A pintangueira (Eugenia uniflora L.) é uma frutífera nativa
da Mata Atlântica que possui frutos muito apreciados por sua
polpa macia e agridoce e seu aroma peculiar. Além do uso na
indústria alimentícia, também é usada como ornamental e fitoterápica. Diante desse potencial comercial, aliado à carência de
mudas de qualidade dessa espécie, a produção de mudas in vitro é um método eficaz de multiplicação vegetal, porém ela vem
sendo relatada com alto índice de oxidação in vitro. O objetivo
deste trabalho foi avaliar a oxidação de explantes de pitangueira
sobre diferentes concentrações de minerais no meio de cultura
WPM (100%, 75%, 50% e 25% da composição original de sais)
e a presença do carvão ativado (2mg.L-1) no estabelecimento
dessa cultura. O delineamento foi inteiramente casualizado em
esquema fatorial 2x4, com seis repetições de cada tratamento.
Após 21 dias de cultivo in vitro, foram avaliadas a oxidação e a
sobrevivência dos explantes. Não houve diferença estatística na
interação (concentração sais x carvão ativado) para as variáveis
avaliadas. A oxidação dos explantes foi influenciada pela concentração de sais do meio de cultura, e as concentrações de
50% e 25% tiveram menos explantes oxidados e maior número
de sobreviventes. Esses resultados indicam a possibilidade de
maior sobrevivência de explantes no cultivo in vitro da pitangueira através da diminuição na concentração de sais do meio
de cultura WPM.
165
72 ESTADO NUTRICIONAL E CRESCIMENTO DE VIDEIRAS JOVENS ‘CHARDONNAY’ E ‘PINOT NOIR’ SUBMETIDAS À ADIÇÃO
DE FÓSFORO EM SOLO ARENOSO. CIOTTA, M.N.; BRUNETTO,
G.; CERETTA, C.A.; SILVA, L.S.; TASSINARI, A. Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, e-mail: [email protected]
Solos sob campo natural da Campanha Gaúcha desde a década
de 70 são incorporados ao sistema de produção de uvas. Porém,
não é conhecida a melhor dose de P que deve ser adicionada na
adubação de pré-plantio de videira em solos arenosos. O trabalho objetivou avaliar o estado nutricional e o crescimento de
videiras Chardonnay e Pinot Noir submetidas a doses de P no
solo. O experimento foi implantado em 2011, em um Argissolo
Vermelho. Os tratamentos foram doses crescentes de P: 0, 10,
20, 40, 60 e 100kg.P2O5.ha-1.ano-1 aplicadas nos cultivares Chardonnay e Pinot Noir, com delineamento experimental de blocos
ao acaso. Foram avaliados o teor de P disponível no solo, P nas
folhas e parâmetros de crescimento nas safras de 2011/12 até
2014/15. No cultivar Chardonnay os maiores teores de P disponível no solo foram observados com adição de 60 e 100kg.
P2O5.ha-1. O diâmetro do caule e a massa de material podado
nas safras 2011/12 e 2012/13, bem como o comprimento de
ramos na safra 2011/12 não foram afetados pela adição da adubação fosfatada. No cultivar Pinot Noir os maiores teores de P
disponível no solo foram verificados no solo com adição de 40,
60 e 100kg.P2O5.ha-1. Os teores de P nas folhas diminuíram apenas nas safras 2013/14 e 2014/15. A adubação fosfatada nos
cultivares Chardonnay e Pinot Noir aumentou os teores de P
disponível no solo, porém não impactaram os parâmetros de
crescimentos dos dois cultivares.
73 TEOR DE CÁLCIO NO SOLO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE
PLANTIO EM MACIEIRAS ‘FUJI SUPREMA’ E ‘MAXI GALA’. ROCCO, M.A.; CIOTTA, M.N.; PASA, M.S.; SILVA, C.P. Epagri/Estação
Experimental de São Joaquim, e-mail: [email protected]
75 ÂNGULO DE INSERÇÃO DE RAMOS E MASSA DE PODA EM
MACIEIRA ENXERTADA SOBRE DISTINTOS PORTA-ENXERTOS.
OLIVEIRA, L.G.; SANTOS, A.M.; AUGUSTIN, C.C; MACEDO, T.A.;
RUFATO, L. Udesc/CAV, Av Luís de Camões, 2090, Conta Dinheiro, Lages, SC, [email protected]
O aumento da densidade de plantio é uma das estratégias para
incrementar a produtividade na cultura da maçã e talvez influenciar a disponibilidade de nutrientes para a planta. O objetivo deste estudo foi avaliar a disponibilidade de Ca no solo
em função de diferentes espaçamentos de plantio da maçã,
cvs. Maxi Gala e Fuji Suprema. O experimento foi conduzido na
safra 2015/16 e consta de quatro densidades de plantio: 1,0,
1,2, 1,4 e 1,6m (2.500, 2.083, 1.786 e 1.563 plantas.ha-1 respectivamente) na Fuji Suprema e 0,8, 1,0, 1,2 e 1,4m (3.125,
2.500, 2.083 e 1.786 plantas.ha-1 respectivamente) na cv. Maxi
Gala, com 4m entre linhas para todos os tratamentos. O delineamento de blocos ao acaso, com quatro repetições (parcelas). Foi coletado o solo na camada de 0-20cm e determinado o
teor de Ca (extrator KCl 1M), segundo Tedesco et al. (1998). Os
dados foram comparados pelo teste de Tukey (p<0,05%). No cv
Fuji Suprema o teor de Ca foi menor no tratamento com maior
espaçamento entre plantas (1,6m). Isso ocorreu em função do
maior volume de área explorada pela planta, o que promoveu a
absorção do nutriente e sua diminuição no solo. Para o cv. Maxi
Gala não houve diferença nos teores de Ca no solo com o aumento do espaçamento entre plantas. Um dos mecanismos de
absorção do Ca é via interceptação radicular, o que depende do
volume de solo explorado pelas raízes. Esses resultados evidenciam a importância do manejo diferenciado da adubação para
os cvs. nas diferentes densidades de plantio.
O grau de abertura natural dos ramos secundários da macieira
influencia na distribuição da radiação solar no dossel da planta. Ramos mais arqueados em relação ao tronco favorecem a
luminosidade no interior da copa, a formação de estruturas
reprodutivas e propiciam frutas de maior coloração. Também
possibilitam a redução de custos com arqueamento manual. O
objetivo do experimento foi avaliar o ângulo de inserção de ramos secundários e a massa de poda de plantas de ‘Maxi Gala’
enxertada sobre os porta-enxertos G.213, M.9 e Marubakaido
(Maruba) com interenxerto de M.9 de 20 e 30cm. O experimento foi realizado no município de Vacaria, RS, e o pomar foi
implantado em 2011 com densidade de 2.500 plantas.ha-1. Foi
medido o ângulo de inserção do ramo no segundo ano após o
plantio. ‘Maxi Gala’ enxertada sobre G.213 proporcionou ramos
com ângulo 6 graus mais abertos do que sobre M.9 e Maruba
com interenxerto de 20 e 30cm. As plantas foram podadas no
inverno de 2013 e no outono de 2014 e 2016. O peso acumulado de poda dos três anos foi de 4,8, 7,7, 17,3 e 17,5t.ha-1 para
‘Maxi Gala’ sobre G.213, M.9 e Maruba com interenxerto de 20
e 30cm respectivamente. Considerando o tempo gasto na poda
de 2016, um trabalhador com uma carga horária de oito horas
diárias, precisaria de 3,8 dias para podar um hectare de ‘Maxi
Gala’ sobre G.213, M.9 e 8,6, e 7,1 dias para podar um hectare
sobre Maruba com interenxerto de M.9 de 20 e 30cm respectivamente.
74 AÇÃO DE BRASSINOSTEROIDE NA QUALIDADE DE MAÇÃS
‘PINK LADY’. RAMOS, A.P.; MIQUELOTO, A.; AMARANTE, C.V.T.;
HEINZEN, A.S.T.; STEFFENS, C.A. Universidade do Estado de Santa Catarina, e-mail: [email protected]
76 O ETHREL® NÃO INTERFERE NA FERTILIDADE DE GEMAS DE
VARIEDADES VINÍFERAS. LIMA JUNIOR, E.A.; BRIGHENTI, A.F.;
MARCON FILHO, J.L.; ALLEBRANDT, R.; RUFATO, L. Instituto Federal de Santa Catarina/Campus Urupema, e-mail: edson.ifsc@
gmail.com
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da catasterona (um
brassinosteroide) sobre os atributos físico-químicos em maçãs
‘Pink Lady’ produzidas no sul do Brasil. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com dois tratamentos de catasterona na concentração 10-6 M e água destilada (controle) e três
repetições, sendo cada repetição constituída de cinco plantas.
Os tratamentos foram aplicados no pedúnculo dos frutos por
um período de 145 a 175 dias após a plena floração (DAPF), a
cada sete dias, utilizando um volume de 300µL por pedúnculo.
Os frutos foram colhidos aos 175 DAPF e avaliados quanto a taxas respiratórias e de produção de etileno, coloração da epiderme, firmeza de polpa, acidez titulável, teor de sólidos solúveis
e quantidade de antioxidantes. As aplicações da catasterona no
pedúnculo dos frutos promoveram redução na produção de etileno e na coloração vermelha (maior °h) no lado mais exposto
a luz. Além disso, aos 175 DAPF, a quantidade de antioxidantes
em frutos tratados com catasterona foi 67% maior do que no
tratamento controle. Para as demais variáveis avaliadas não foram verificadas diferenças significativas entre os tratamentos.
Dessa forma, é possível concluir que a catasterona aplicada a
partir dos 145 DAPF no pedúnculo dos frutos de maçãs ‘Pink
Lady’ induz a síntese de compostos antioxidantes e retarda a
maturação dos frutos devido à menor produção de etileno, o
que pode contribuir para a manutenção da qualidade pós-colheita de maçãs desse cultivar.
A alternância no volume de produção da videira é um grande
problema, e um dos fatores que podem influenciar essa situação é a variação na fertilidade de gemas. Por isso, o presente
trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência do Ethrel® no
aumento da fertilidade das gemas nas variedades de uvas viníferas Lagrein, Nebbiolo, Viognier e Greco di Tufo. O trabalho
foi realizado no município catarinense de São Joaquim, no ciclo
de produção 2015/16, na Epágri/Estação Experimental de São
Joaquim (28°16’30,08” S, 49°56’09,34” O, altitude 1.400m). A
unidade de pesquisa foi implantada em agosto de 2006, com
espaçamento de 3m entre linhas e 1,5m entre plantas, e sistema de condução tipo espaldeira. Para avaliação do experimento
foram usados dois tratamentos: testemunha – água e 300mg.L-1
de Ethrel®, com aplicações no mês de janeiro durante o período
de diferenciação de gemas. Para a avaliação da brotação e fertilidade de gemas foram feitas contagens do número de gemas
após a poda, gemas brotadas e gemas férteis. O delineamento
experimental foi de blocos ao acaso, com 3 blocos e 5 plantas
por parcela. Os dados foram submetidos à análise de variância a
5% de probabilidade de erro. Após as avaliações realizadas, conclui-se que o uso de Ethrel® na concentração de 300mg.L-1 não
foi eficaz no aumento da fertilidade das gemas das variedades
Lagrein, Nebbiolo, Greco di Tufo e Viognier.
166
77 AVALIAÇÃO DO POTENCIAL PRODUTIVO DE UVAS DE MESA
APIRÊNICAS CULTIVADAS SOB COBERTURA PLÁSTICA NO
MEIO-OESTE CATARINENSE. WESP, C.L. NETTO, A.C.M.; ABATI,
E.; DALLAZEM, S.; ANDRADE, E.R. Epagri/Estação Experimental
de Videira, e-mail: [email protected]
79 CONCENTRAÇÕES DOS MEIOS MS E WPM NO ESTABELECIMENTO IN VITRO DO MIRTILO ´TIFF BLUE´. ARRUDA, A.L; GRIMALDI, F.; SILVA, A.C; SANTOS, K.V.T; KRETZCHMAR, A.A. Universidade do Estado de Santa Catarina, e-mail: analuiza1arruda@
hotmail.com
Este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial produtivo
de dois cultivares de uvas de mesa sem sementes, cultivados
sob cobertura plástica, de modo a identificar cultivares com
bom desempenho e adaptação para cultivo na região vitícola
do Vale do Rio do Peixe, SC. O trabalho foi conduzido na Epagri/Estação Experimental de Videira, em coleção de campo
previamente implantada no ano de 2012. Os cultivares avaliados foram Centennial Seedless e Crimson Seedless. Os dados
referentes à produtividade (kg.ha-1), ao número de cachos por
planta (NCP; nº.pl-1), produção por planta (PP; kg.pl-1), peso de
cachos (PC; g.cacho-1), comprimento (CC; mm) e largura de cachos (LC; mm) foram coletados de 4 plantas de cada cultivar,
avaliadas em triplicata. Os resultados obtidos para as variáveis
avaliadas no primeiro ano produtivo foram superiores em Centennial Seedless. A produtividade observada na primeira safra
foi de 8.474kg.ha-1 em Centennial Seedless e de 5.405kg.ha-1 em
Crimson Seedlees. Para as demais variáveis obteve-se respectivamente: NCP = 12,75 cachos.pl-1 e 9,67 cachos.pl-1; PP = 5,09kg.
pl-1 e 3,24kg/pl-1; PC = 489,11g.cacho-1 e 255,95g.cacho-1; CC =
223,54mm e 167,7mm e LC = 114,97mm e 109mm. Conclui-se,
mediante dados de primeira safra, que o cv. Centennial Seedless
apresenta potencial produtivo superior ao Crimson Seedless.
O mirtilo, pertencente à família Ericaceae e ao gênero Vaccinium, é uma espécie frutífera de clima temperado e umas das
culturas mais promissoras para a região Sul do Brasil, devido
às condições edafoclimáticas favoráveis à adaptação de muitos
cultivares. A técnica da micropropagação possibilita a obtenção
de plantas em larga escala, em um curto período de tempo e
com alta qualidade genético-sanitária. O objetivo deste trabalho foi avaliar o resultado das diferentes concentrações dos sais
do meio de cultura MS e WPM no estabelecimento in vitro de
explantes de mirtilo cv. Tiff Blue. O experimento foi realizado no
Laboratório de Micropropagação Vegetal (Udesc/CAV) e foi delineado inteiramente ao acaso, com quatro tratamentos: meio
MS 50% e 100%, meio WPM 50% e 100%, com cinco repetições,
com dez tubos de ensaio cada uma. Após o estabelecimento
in vitro, os tratamentos foram colocados no escuro por um período de sete dias e após esse período foram avaliados: contaminação fúngica e bacteriana, oxidação e sobrevivência dos
explantes. Os resultados obtidos foram submetidos à análise
de variância, e as médias dos tratamentos comparadas estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% pelo programa estatístico
Winstat. Não houve diferença significativa entre os tratamentos. Conclui-se que para o estabelecimento in vitro de mirtilo
‘Tiff Blue’ pode ser usado tanto o meio MS 50% quanto o meio
WPM 50%, não sendo necessária a utilização de 100% dos sais,
o que reduz os custos de produção.
78 SUSCETIBILIDADE DE PERAS ‘ROCHA’ À ENTOMOSPORIOSE EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO. NUNES, C.C.; ALVES, S.A.M.; ANTONIOLLI, L.R. Embrapa Uva e Vinho/EFCT, Caixa Postal 177, 95200-000 Vacaria, RS,
e-mail: [email protected]
A entomosporiose, causada pelo fungo Diplocarpon mespili
(anamorfo: Entomosporium mespili), é a principal doença da
pereira no Brasil, afetando folhas e frutos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento da entomosporiose em peras ‘Rocha’ no período pré-colheita. O experimento foi realizado em pomar de pereiras ‘Rocha’, com espaçamento 4m x 1m,
implantado em 2011. As filas foram divididas em blocos de dez
plantas e em cada bloco foram inoculados, semanalmente, 30
frutos, com suspensão de 2 x 104 conídios.mL-1. As inoculações
foram feitas por aspersão com borrifador manual. Os frutos do
bloco testemunha foram pulverizados com água destilada. Após
a inoculação, os frutos foram cobertos com papel-toalha umedecido, o qual foi removido após 24 horas. As inoculações foram
feitas entre os dias 30/11/15 e 18/1/16, totalizando oito inoculações. Cada semana de inoculação foi considerada um tratamento, e cada fruto inoculado foi considerado uma repetição.
Após a colheita, os frutos foram avaliados quanto à incidência
de entomosporiose. Frutos testemunha não apresentaram
sintomas da doença. Houve relação entre a incidência da entomosporiose e o estádio de maturação do fruto no momento
da inoculação. Essa relação pôde ser descrita pela equação y =
-0,083x2 -5,397x -35,476 (R²=0,69). De acordo com o modelo,
a máxima incidência ocorre cerca de 32 dias antes da colheita.
Assim, espera-se melhor controle da doença se métodos forem
intensificados entre quatro e seis semanas antes da colheita.
167
80 PROPAGAÇÃO DE FRAMBOESEIRA UTILIZANDO DIFERENTES TIPOS DE ESTACAS. HERPICH, C.H.; PICOLOTTO, L.; ANTUNES, L.E.C. UFSC/Curitibanos, SC, e-mail: claudemarherpich@
hotmail.com
Objetivou-se no trabalho avaliar em framboeseira o efeito das
estacas herbáceas e lenhosas, com e sem folhas no enraizamento através da estaquia. Implantou-se o experimento em
novembro de 2015 em estufa da UFSC/Campus Curitibanos.
Utilizaram-se os cultivares Polana e Fall Gold. As estacas foram
padronizadas em comprimento (7cm) e diâmetro (7mm). Na
base das estacas realizou-se uma lesão superficial e no ápice
manteve-se 50% com folhas e 50% sem. Após, realizou-se o estaqueamento em vermiculita fina acondicionada em bandejas
plásticas perfuradas. A irrigação foi através do sistema de aspersão. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três repetições contendo 10 estacas. Avaliaram-se
aos 70 dias após a implantação do experimento: enraizamento
(%), sobrevivência (%), brotação (%) e calo (%). De acordo com
os resultados, a porcentagem do enraizamento das estacas herbáceas com folha foi de 51,39%, diferindo dos demais tipos de
estacas. Quanto à sobrevivência, as estacas herbáceas com folha tiveram 22,22% de estacas mortas diferindo das estacas sem
folhas (88,89%) e lenhosas (86,67%). Nas brotações, as estacas
com folha tiveram um percentual mais elevado (33,33%), diferindo das estacas herbáceas sem folhas e lenhosas. Para porcentagem de calos, as estacas herbáceas com folhas chegaram
a 77,78%, superior e diferindo das herbáceas sem folha e lenhosas. Entre os cultivares não se observaram diferenças significativas nas variáveis avaliadas. Assim, conclui-se que manter as
folhas e utilizar estacas herbáceas é benéfico no enraizamento
de framboeseiras Fall Gold e Polana.
81 REDUÇÃO DE VIGOR NO CULTIVAR PACKHAM’S TRIUMPH
(Pyrus communis L.). MEDEIROS, D.I.; SOUZA, D.S.; HIPÓLITO,
J.S.; RODRIGUES, J.R.; RUFATO, L. Universidade do Estado de
Santa Catarina, e-mail: [email protected]
83 EFICIÊNCIA DO SILÍCIO NO CONTROLE DA Mycosphaerella fragariae EM CULTIVAR ITALIANO DE MORANGUEIRO. RODRIGUES, J.R.; CORRÊA, D.; ZANIN, D.S; BOGO, A.; RUFATO, L.
Udesc/CAV, e-mail: [email protected]
A pereira europeia no Brasil tem baixa produtividade comparada com outros países produtores devido a diversos fatores, e
entre eles está o excesso de vigor nas plantas, que influencia no
baixo número de frutos e na dificuldade do manejo na cultura.
O objetivo deste trabalho foi testar tratamentos químicos e físicos na redução de vigor em pereira europeia. O experimento
em questão foi realizado na cidade de Vacaria, RS, com o uso
do cultivar Packham’s Triumph enxertado sobre o porta-enxerto Pyrus calleryana na safra 2014/15, no espaçamento 5 x 2m,
com o sistema de condução em líder central. Os tratamentos
testados foram: anelamento simples; anelamento duplo; corte de tronco simples (um corte até a metade do diâmetro do
tronco); corte de tronco duplo (dois cortes de 1/3 do diâmetro
do tronco, realizados em posições opostas). Esses tratamentos
foram realizados na plena floração. Houve aplicação dos fitorreguladores Moddus® (1.600ppm por hectare) e Viviful® (1.500
ppm por hectare), e as aplicações foram realizadas 15 dias após
a plena floração, além de plantas não tratadas. Os tratamentos anelamento simples e Viviful® (1.500ppm por hectare) não
diminuíram o vigor em relação à testemunha. Os tratamentos
corte simples, corte duplo e Moddus® (1.600ppm por hectare)
diferiram estatisticamente dos demais, sendo eficientes na redução de vigor nas condições do estudo.
A Mycosphaerella fragariae é uma das principais doenças foliares do morangueiro. O objetivo deste trabalho foi avaliar a
eficiência do silício no controle de Mycosphaerella fragariae em
cultivar italiano de morangueiro. O experimento foi conduzido
no Centro de Ciências Agroveterinárias da Udesc, Lages, na safra agrícola 2015/16. O cultivar Pircin foi cedido pelo CRA-FRF,
Forlì, Itália. Os tratamentos foram compostos por: 1- 250g de
silício.ha-1; 2- 96g de amistar alternado com 1,2L de mythos.
ha-1; e 3- testemunha. Foram avaliadas a incidência e a severidade da mancha de M. fragariae em folhas de morangueiro
semanalmente durante 74 dias. A incidência foi avaliada pela
presença ou ausência de sintomas, e a severidade conforme escala diagramática, em 0,11%, 0,51%, 2,4%, 10,2% e 34,9%. O
delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições. A partir dos dados obtidos foi confeccionada a área abaixo da curva do progresso da severidade
da doença (AACPSD). Os resultados foram submetidos à análise
de variância por comparação de médias pelo teste Tukey a 5%
de probabilidade. Para incidência máxima e a AACPSD de M.
fragariae os tratamentos compostos por silício e fungicida não
apresentaram diferença significativa entre si, porém diferiram
da testemunha. Para severidade máxima, o tratamento composto por silício apresentou melhores resultados de controle da
doença em relação ao tratamento com fungicida e a testemunha. Portanto o silício foi eficiente no controle de Mycosphaerella fragariae.
82 COMPORTAMENTO DA MATURAÇÃO DE FRUTOS DE MACIEIRA ‘MAXI GALA’ COM MÉTODO NÃO DESTRUTIVO. BRUN,
T.M; SANTOS, A.M.; COSTA, M.M.; MAGRO, M.; RUFATO. L.
Universidade do Estado de Santa Catarina/ Centro de Ciências
Agroveterinárias, Av. LuÍS de Camões, 2090, 88520-000 Lages,
SC, e-mail: [email protected]
84 QUALIDADE DE FRUTOS EM MACIEIRAS ‘MAXI GALA’ COBERTAS COM DIFERENTES TELAS ANTIGRANIZO. COLDEBELLA,
M.C.; AMARANTE, C.V.T.; VILVERT. J.; SANTOS, A.; GERBER, J.M.
Universidade do Estado de Santa Catarina, e-mail: [email protected]
Os métodos destrutivos tradicionais para acompanhamento da
maturação de frutos nos pomares tornam esSe processo lento e
oneroso. A utilização de método não destrutivo feita no pomar
acelera a obtenção de resultados e auxilia na tomada de decisões para colheita indicando diferentes padrões de maturação
dentro do pomar. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi
acompanhar a maturação de frutos de macieira ‘Maxi Gala’ enxertados sobre porta-enxerto Marubakaido com filtro de M.9,
utilizando método não destrutivo para análise de frutos, com o
uso do equipamento portátil DA-Meter. O experimento foi conduzido em dois pomares comerciais no município de Vacaria,
RS, localizados a 920m de altitude. As amostras foram coletadas
em cinco pontos diferentes, constituídas de 10 frutos em cada
ponto, e feitas semanalmente durante a safra 2015/16, no período de seis semanas antes da colheita, início de janeiro até a
segunda semana de fevereiro. Os frutos foram avaliados quanto
a sua maturação pelo método destrutivo (análise de firmeza de
polpa, teste do iodo amido, teor de sólidos solúveis) e não destrutivo (DA-Meter). De acordo com os resultados, a análise não
destrutiva proporciona relação significativa com os parâmetros
destrutivos tradicionalmente utilizados, podendo ser uma ferramenta para o acompanhamento da maturação e determinação
do período de colheita de forma mais ágil e prática.
O objetivo do trabalho foi avaliar o uso de telas antigranizo de
diferentes colorações sobre a qualidade de frutos de macieiras.
O experimento foi conduzido em pomar comercial localizado
em Vacaria, RS, durante o ciclo produtivo 2013/14. Foram utilizadas macieiras ‘Maxi Gala’ não cobertas (controle), cobertas
com tela antigranizo nas cores branca e preta, ambas com malha de 4 x 7mm, e na cor vermelha com malha de 2,1 x 5,3mm.
Os frutos foram avaliados quanto a firmeza de polpa, sólidos
solúveis (SS) e acidez titulável (AT) na colheita, após 4 meses
de armazenamento refrigerado e após 7 dias simulando o período de prateleira. A cobertura com telas, independentemente
da coloração, não teve efeito na firmeza de polpa dos frutos,
tanto na colheita quanto após o armazenamento. Apenas em
macieiras cobertas com tela preta houve redução no teor SS
dos frutos em relação ao controle (~10%), na colheita e após o
armazenamento. A AT dos frutos produzidos sob tela vermelha
foi 21% menor em relação ao controle na colheita. Após o armazenamento refrigerado, mais 7 dias de vida de prateleira, frutos
oriundos de plantas cobertas com tela preta e vermelha apresentaram, respectivamente, reduções na AT de 14% e 11% em
relação a frutos de plantas descobertas. A tela branca, em relação às demais, é a mais indicada para a cobertura de pomares
de maçã, pois não compromete a qualidade interna dos frutos.
168
85 RALEIO QUÍMICO EM PLENA FLORAÇÃO DE MACIEIRAS DO
CULTIVAR FUJI KIKU. TEMPASS, C.R.; RUFATO, A.R; FRANCESCATTO, P.; RUFATO, L.; CARMINATTI, J.F. Embrapa Uva e Vinho/
Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria, RS, e-mail: [email protected]
O raleio químico na macieira tem-se tornado uma prática bastante viável, pois permite aos produtores uma economia considerável de mão de obra se comparado ao raleio manual.
Portanto, alguns trabalhos têm sido desenvolvidos a fim de
determinar o raleante mais adequado para cada cultivar e as
prováveis épocas de aplicação. Partindo desse pressuposto,
objetivou-se com este trabalho avaliar no campo a eficácia dos
seguintes tratamentos: calda sulfocálcica (1%), calda sulfocálcica (2%), promalina (2ml.L-1), maxcel (40ppm), ANA (7,5ppm),
óleo vegetal (0,5%), óleo vegetal (1,5%), cloreto de cálcio (1%),
contendo uma parcela como testemunha sem aplicação de nenhum princípio ativo. O experimento foi realizado no município
de Vacaria, RS, nas safras 2014/15, em plena floração em maçãs
do cultivar Fuji Kiku. Pôde-se concluir que os princípios ativos
avaliados reduziram a taxa de pegamento dos frutos, e a aplicação de óleo mineral na dose de 1,5% apresentou maior redução
no número de frutos e, consequentemente, na produção por
planta. O peso médio dos frutos foi incrementado pela aplicação dos raleantes químicos quando comparado à testemunha.
86 SUBSTRATO E CONCENTRAÇÕES DE SAIS NO ESTABELECIMENTO IN VITRO DE OLIVEIRA ´ASCOLANO´. BISOL, L.; PAIANO, G.; GRIMALDI, F.; CAMARGO, S.S.; RUFATO, L. Udesc/CAV,
e-mail: [email protected]
Apesar de os frutos de oliveira (Olea europaea L.) possuírem sementes viáveis, a reprodução sexual não é desejada no estabelecimento de plantios comerciais em razão de as plantas obtidas
serem distintas da planta-mãe e apresentarem longo período
juvenil. A propagação vegetativa é a técnica mais viável e, para
a maioria dos cultivares de oliveira, a micropropagação é mais
apropriada do que a propagação tradicional. Desse modo, objetivou-se avaliar a influência do substrato com meio de cultura
líquido e meio de cultura sólido, em diferentes concentrações
de WPM, no estabelecimento in vitro de oliveira ‘Ascolano’. O
delineamento experimental foi inteiramente casualisado, com
quatro tratamentos e dez repetições cada uma. As variáveis
analisadas foram: incidência de fungos e bactérias, oxidação e
número de explantes sobreviventes. Os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias comparadas pelo teste
de Tukey a 5%. Entre os tratamentos estudados não houve interação entre os fatores. Para as variáveis oxidação e número de
sobreviventes não houve efeito significativo. O uso de meio de
cultura líquido com substrato proporcionou menores porcentagens de contaminação bacteriana e fúngica, já a concentração
de WPM 50% ocasionou menor índice de fungos. Pode-se concluir que a não utilização de ágar e a menor concentração de
sais no meio de cultura reduziram o desenvolvimento de microorganismos favorecendo a sobrevivência e o estabelecimento dos explantes.
169
87 EFEITO DA DESFOLHA E APLICAÇÃO DO ÁCIDO ABSCISÍCO
NA QUALIDADE DE UVAS CV. PRIMITIVO. PESSENTI, I.L.; BOTELHO, R.V.; AYUB, R.A., Universidade Estadual de Ponta Grossa,
PR, e-mail: [email protected]
A desfolha pode proporcionar melhores condições ao dossel
vegetativo da videira, favorecendo o arejamento e a insolação
na região dos cachos, o que proporciona melhores condições
para sua maturação. O uso de reguladores vegetais, como o
ABA (ácido abscísico), também vem sendo estudado visando
antecipar a época de colheita e aumentar as concentrações
de antocianinas e proantocianidinas na casca das uvas tratadas, melhorando sua coloração. Com o objetivo de verificar o
efeito da desfolha e a aplicação do ácido abscísico na qualidade de uvas para vinificação, um experimento foi conduzido em
vinhedo comercial com o cv. Primitivo em Água Doce, SC. Os
tratamentos foram os seguintes: T1- testemunha; T2- desfolha
no início da maturação; T3- desfolha 21 dias antes da colheita;
T4- aplicação de ABA 200mg.L-1 no estádio de “pintor”; T5- aplicação de ABA 400mg.L-1 no estádio de “pintor”; T6- aplicação de
ABA 600mg.L-1 no estádio de “pintor”. Foram realizadas as seguintes avaliações por ocasião da colheita comercial: SST (°Brix),
ATT (% de ácido tartárico) e teor de antocianinas (mg.100mg-1).
Não houve diferenças significativas para o teor de SS. A menor
acidez foi verificada para o tratamento T6, que diferiu estatisticamente do tratamento T4. Os tratamentos T4, T5 e T6 aumentaram significativamente o teor de antocianinas, entre 40% e
60% em relação ao tratamento testemunha.
88 EFEITO DA INCISÃO ANELAR E DO CORTE DE TRONCO NO
VIGOR DE MACIEIRAS ‘IMPERIAL GALA’ NA REGIÃO DO PLANALTO CATARINENSE. MACHADO, B.D.; SOUZA, M.S.; OLIVEIRA,
L.F.F.; PAIM, M.; CASSÃO, F.I. Instituto Federal de Santa Catarina/Campus Urupema, e-mail: [email protected]
O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito do anelamento e do
corte de tronco na redução do crescimento vegetativo das plantas de macieira cv. Imperial Gala na região do Planalto Catarinense. O experimento foi conduzido em pomar comercial localizado a 1.353m de altitude, com coordenadas geográficas 28°17’
S e 49°55’ O, durante o ciclo de cultivo 2014/15. Os tratamentos consistiram de diferentes intensidades de corte de tronco,
sendo: controle; corte duplo em 1/3 do tronco; corte simples
em ½ do tronco; anelamento simples e anelamento duplo. O
primeiro corte foi efetuado à altura de 20cm do nível do solo,
e o segundo a 10cm acima da primeira secção. O tratamento
controle foi o que propiciou maior crescimento em termos de
volume de copa e diâmetro do tronco do cultivar copa. Em relação ao crescimento anual da copa, verificou-se maior vigor
para o tratamento controle, não diferindo significativamente do
corte simples em ½ do tronco. Em termos percentuais, observou-se que o anelamento duplo propiciou redução de vigor de
aproximadamente 41% comparado à testemunha. A prática do
corte de tronco e anelamento em pomares adultos de macieira
cv. Imperial Gala reduz o crescimento vegetativo das plantas.
Entre os tratamentos avaliados, conclui-se que o anelamento
duplo propicia maior redução de vigor em plantas de macieira
cv. Imperial Gala sobre porta-enxerto Marubakaido.
89 TRATAMENTO COM VAPOR DE ETANOL CONTROLA O ESCURECIMENTO DE POLPA E O AMADURECIMENTO DE AMEIXAS ‘LAETITIA’ ARMAZENADAS EM REFRIGERAÇÃO. SANTOS,
E.S.; STEFFENS, C.A.; AMARANTE, C.V.T.; ESPINDOLA, B.P.; HEINZEN, A.S. Udesc/CAV, Av. Luís de Camões, 2090, 88520-000 Lages, SC, e-mail: [email protected]
91 PREFERÊNCIA DE ABELHAS MELÍFERAS POR FONTE DE
ÁGUA COM E SEM SÓDIO. BIZOTTO, L.A.; SANTOS, R.S.S. Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Fruticultura de
Clima Temperado, C.P. 177, 95200-000 Vacaria, RS, e-mail: [email protected]
O escurecimento da polpa (EP), um distúrbio causado pelo frio,
e o amolecimento do fruto são os principais problemas no armazenamento refrigerado de ameixas. Estudos mostram que o
tratamento com vapor de etanol inibe a produção de etileno e
prolonga a vida pós-colheita em alguns frutos. O objetivo deste
trabalho foi avaliar o efeito do tratamento com vapor de etanol sobre o amadurecimento e manutenção da qualidade de
ameixas ‘Laetitia’ durante o armazenamento refrigerado, especialmente o EP. Os tratamentos foram o controle (sem vapor de
etanol) e o tratamento com vapor de etanol (0,5% e 1,5% v/v).
Os frutos foram avaliados após 20 dias de armazenamento refrigerado (0,5±0,1°C e 96±2% de UR) mais 4 dias de exposição dos
frutos em condições ambiente (20±2°C e 60±5% de UR) quanto
a taxas respiratória e de produção de etileno, cor da epiderme,
firmeza de polpa, sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT), cor
da polpa (L) e incidência e severidade de EP. As duas concentrações de vapor de etanol avaliadas reduziram a produção de etileno, respiração e a evolução da cor da epiderme e mantiveram
maior firmeza de polpa, SS, AT e o valor de L da polpa, em relação ao controle. A incidência e severidade do EP foram inibidas
pelos tratamentos com vapor de etanol em ambas as concentrações. As concentrações também foram eficazes no controle
do escurecimento da polpa e no retardo do amadurecimento
de ameixas ‘Laetitia’ armazenadas em refrigeração por 20 dias.
A macieira é uma frutífera cuja frutificação é dependente da
polinização realizada por insetos, especialmente por abelhas.
O entendimento dos serviços de polinização fornecidos pela
diversidade de polinizadores nos ecossistemas agrícolas bem
como dos fatores que influenciam seu declínio e atividade são
de extrema importância. O uso de sódio em água foi uma recomendação no passado, porém sem informações científicas
sobre o comportamento de busca e oferta da suplementação
desse mineral em água. O presente trabalho teve como objetivo
avaliar a preferência de abelhas melíferas por diferentes concentrações de sódio em água. O estudo foi conduzido no período
de 16/12/2014 a 14/2/2015 no apiário da Estação Experimental
de Fruticultura de Clima Temperado da Embrapa Uva e Vinho
em Vacaria, RS. Para o estudo foram disponibilizadas bandejas
de 30x7x40cm contendo água com diferentes concentrações de
sódio. O delineamento experimental foi de blocos casualizados
com cinco tratamentos (água pura, 0,5%, 1%, 2% e 4% de sódio
dissolvidos em 5 litros de água) e três repetições. Foram coletadas imagens fotográficas diárias das bandejas e analisado o
número de A. mellifera em cada tratamento. As maiores médias
foram observadas em água sem adição de sódio, com média de
9,98±1,97 abelhas, havendo redução no número de abelhas em
função do aumento na concentração de sódio na água. Não foram observadas abelhas coletando água nas fontes com sódio
igual ou superior a 2%.
90 PRIMEIRO REGISTRO DE DANOS DE Oiketicus kirbyi (GUILDING, 1927) (LEPIDÓPTERA: PSYCHIDAE) EM MAÇÃS. KLESENER, D.F.; SANTOS, R.S.S.; BIZOTTO, L.A. Embrapa Uva e Vinho/
Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, C.P.
177, 95200-000, Vacaria, e-mail: [email protected]
92 DETERMINAÇÃO DOS GRADIENTES MINERAIS DE Ca, Mg
E K NAS FRAÇÕES TOTAL E SOLÚVEL EM MAÇÃS ‘GALA’. SANTOS, A.; AMARANTE, C.V.T.; MIQUELOTO, A.; COLDEBELLA. M.C.;
VILVERT. J.C. Universidade do Estado de Santa Catarina, e-mail:
[email protected]
A exploração econômica da cultura da macieira é exemplo de
sucesso no Brasil. No entanto, o ataque de novas pragas pode
ser fator limitante à produção da cultura. No período que correspondeu ao raleio da macieira, safra 2015/16, foram detectados danos de raspagens e perfurações em maçãs nas áreas experimentais da Embrapa, incomuns até aquele momento para a
fruteira. Foram vistoriadas as plantas próximas aos danos e encontradas lagartas de bicho-do-cesto, Oiketicus kirbyi (Lepidoptera: Psychidae). Para confirmação dos danos foram coletadas
20 lagartas da praga e levadas ao Laboratório de Entomologia
da Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperados
da Embrapa Uva e Vinho em Vacaria, RS. Um total de 20 frutos de maçãs foi imerso em solução de hipoclorito a 10% por
um período de 10 minutos para descontaminação, lavados em
água corrente e ofertados, individualmente, às lagartas. Os frutos foram observados por um período de 24 horas. Após quatro horas foram constatados os primeiros danos nos frutos. Ao
final do período de observação, 80% dos frutos apresentavam
danos característicos por raspagem superficial da epiderme e
perfurações. Todos os danos observados no laboratório eram
semelhantes àqueles encontrados no campo.
O bitter pit (BP) é um dos principais distúrbios fisiológicos em
maçãs e está relacionado à baixa concentração de Ca nos frutos,
assim como à alta concentração de outros nutrientes, como Mg,
K e N. O objetivo deste trabalho foi determinar o gradiente de
Ca, Mg e K existente nas diferentes regiões de maçãs ‘Gala’. Os
frutos foram colhidos em pomar comercial localizado no município de Fraiburgo, SC, na safra 2013/14. Os frutos foram cortados em fatias longitudinais de 10mm de espessura, separando
os tecidos de casca por região do fruto (proximal, mediana e
distal) e os tecidos de polpa separados em seções longitudinais
e radiais, totalizando 12 diferentes seções. As amostras obtidas
do fracionamento do fruto foram submetidas às análises de Ca,
Mg e K nas frações total e solúvel. O tecido da casca apresentou
maiores concentrações de Ca, Mg e K na fração total. As concentrações de Ca, Mg e K na fração total da polpa apresentaram um
gradiente longitudinal, reduzindo da região proximal à região
distal dos frutos, e um gradiente transversal, sendo menor na
porção mediana da polpa, entre a casca e a parte central do
fruto. As relações Mg/Ca, K/Ca e (K+Mg)/Ca foram superiores,
nas frações total e solúvel, na região distal. A ocorrência de um
gradiente na concentração de Ca total no fruto, sendo inferior
na polpa (logo abaixo da casca), na região distal, parece explicar
a manifestação de BP nessa porção do fruto.
170
93 COMPORTAMENTO GENOTÍPICO DE CINCO CULTIVARES DE
MORANGUEIRO SUBMETIDOS A DOIS SISTEMAS DE COBERTURA DE SOLO. CERUTTI, P.H.; COLLI, M.P.; MELO, R.C.; TREVISANI,
N.; BERNARDY, J.P.F. Universidade do Estado de Santa Catarina/
Centro de Ciências Agroveterinárias, e-mail: paulohcerutti@
gmail.com
O cultivo de morangueiro (Fragaria x ananassa Duch) apresenta
relevância socioeconômica em propriedades familiares, características da região Oeste Catarinense. O objetivo do trabalho
foi inferir sobre a produção de cinco cultivares de morangueiro
(Albion, Aromas, Monterey, Portola e San Andreas) cultivados
em túnel baixo em dois sistemas de cobertura de solo (bagaço
de cana e polietileno preto) no município de Xanxerê, SC. O delineamento foi blocos ao acaso com três repetições. O modelo
estatístico utilizado foi: yjkl= blocj + genk+ scl + gen*sckl+ejkl. A
análise de variância indica a inexistência da interação genótipo*sistema de cobertura de solo. Isso demonstra que o sistema
de cobertura não influenciou no desempenho genotípico dos
cultivares avaliados. As médias dos genótipos foram 2.895g (Albion), 3.438g (Aromas), 1.320g (Monterey), 4.145g (Portola) e
2.707g (San Andreas). Sendo assim, foram executados contrastes para comparação entre os genótipos quanto à produção a
5% de probabilidade de erro pelo teste t. O genótipo Portola
apresenta maior produção de frutos em gramas quando comparado com os demais, não diferindo significativamente apenas
de Aromas prob (0.0785). Desse modo, independentemente da
cobertura de solo adotada, a utilização do genótipo Portola promoveu rendimentos superiores aos outros genótipos e torna-se
um cultivar com potencial de utilização por produtores na região Oeste de Santa Catarina.
94 CAPTURA DE Drosophila suzukii EM DIFERENTES PERÍODOS DO DIA. OLIVEIRA, A.S.; PEGORARO, C.B.; SANTOS, R.S.S.;
FURLANI, G.F.; BIZOTTO, L.A. Universidade Estadual do Rio
Grande do Sul, Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de
Fruticultura de Clima Temperado, Caixa Postal 177, 95200-000,
Vacaria, RS, e-mail: [email protected]
Drosophila suzukii (Matsumura, 1931) é uma espécie nativa
da Ásia com elevada capacidade de ocasionar danos em uma
diversidade de espécies vegetais, especialmente os pequenos
frutos. O presente estudo teve como objetivo avaliar os períodos do dia em que adultos de D. suzukii estão mais ativos. O
estudo foi conduzido na área experimental de amora-preta da
Estação de Fruticultura de Clima Temperado da Embrapa Uva
e Vinho em Vacaria, RS. O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso com quatro tratamentos (horários) e
10 repetições. Os tratamentos constituíram-se de avaliações de
capturas de adultos em quatro horários do dia (8h, 11h, 13h e
17h) ao longo de 10 dias em armadilhas de monitoramento. As
armadilhas utilizadas foram confeccionadas com garrafas PET
de 250ml de capacidade contendo cinco orifícios simétricos de
0,5mm, iscadas com atrativo à base de fermento biológico, água
e açúcar. No experimento foram capturados 107 insetos, sendo
90 fêmeas e 50 machos de D. suzukii. A maior ocorrência correspondeu ao período entre as 17h e as 8h, quando houve 98% das
capturas. Não houve capturas entre as 11h e as 17h. A coleta
de machos e fêmeas foi semelhante nos horários avaliados. Os
resultados evidenciam a maior atividade da praga nos períodos
mais amenos do dia.
171
95 DESEMPENHO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE MORANGUEIRO NO SUL DO BRASIL. MARTINS, R.; TILLWITZ, K.V.;
FAGHERAZZI, A.F.; ZANIN, D.S; KRETZSCHMAR, A.A. Universidade do Estado de Santa Catarina/Centro de Ciências Agroveterinárias, e-mail: [email protected]
Atualmente, o morangueiro é o pequeno fruto de maior importância econômica no Brasil. Os principais cultivares utilizados
pelos produtores são originários de programas de melhoramento genético dos Estados Unidos e da Espanha. O estudo tem por
objetivo avaliar o desempenho agronômico do cultivar italiano
Pircinque nas condições do sul do Brasil. O experimento foi realizado no município de Vacaria, RS, de abril de 2014 a março de
2015, utilizando o sistema de cultivo semi-hidropônico. O delineamento experimental adotado foi de blocos ao acaso, com
quatro repetições e unidade experimental de 10 plantas. Foram
avaliados os cultivares Albion e Pircinque, os quais constituíram
os tratamentos. As variáveis analisadas foram: teor de massa
fresca dos frutos (g.fruto-1), produtividade comercial e produtividade total (g.planta-1) e teor de sólidos solúveis (°Brix). Não se
observaram diferenças significativas nas variáveis massa fresca
média dos frutos e produtividade comercial. Foi verificado no
cultivar Pircinque maior produção total (762g.planta-1), 28% superior a ‘Albion’. Para o teor de sólidos solúveis foi observado
em ‘Pircinque’ (8°Brix) o melhor desempenho, sendo 22,6% superior a ‘Albion’. Conclui-se que ‘Pircinque’ pode se tornar uma
nova opção de cultivo para a região Sul do Brasil.
96 PRODUÇÃO E PREÇO DAS PRINCIPAIS FRUTAS DE CLIMA
TEMPERADO EM SANTA CATARINA EM 2014-15. GOULART JR.,
R.; MONDARDO, M.; REITER, J.M.W. Epagri/Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola, Rod. Admar Gonzaga, 1347,
Itacorubi, 88034-901 Florianópolis, SC, e-mail: rogeriojunior@
epagri.sc.gov.br
Em Santa Catarina (EPAGRI-CEPA, 2015), as principais lavouras
permanentes de frutas representam mais de 55 mil hectares
colhidos com 14 mil produtores e produção de 1,5 milhão de
toneladas gerando cerca de R$1 bilhão de valor bruto da produção frutícola no Estado. Assim, o objetivo do estudo foi verificar
a caracterização estadual das principais frutas de clima temperado na safra 2014/15. O método utilizado foi a pesquisa documental e o levantamento de dados de número de produtores,
produção, área e preço referentes às principais produções comerciais. Nos resultados da pesquisa, a maleicultura, com 3.016
produtores, representou 41% da produção da fruticultura catarinense e 51% do VBP estadual frutícola. A maçã ‘Gala’ apresentou área em produção de 7.937 hectares, com produtividade
média de 39.936kg.ha-1 e com preço médio ao produtor na safra
de R$0,86 o quilo. A maçã ‘Fuji’ colhida na safra ocupou uma
área de 7.889 hectares, com rendimento médio de 35.988kg.
ha-1 e preço médio na safra de R$0,83 o quilo. A viticultura, com
2.954 produtores, participou com 3,5% da produção estadual,
gerando 6% do VBP. A uva comum, com 3,3% da produção estadual de frutas, foi colhida em 3.197 hectares com rendimento
médio, entre as uvas híbridas, em torno de 15.500kg.ha-1, enquanto o preço médio ficou entre R$0,72 e R$2,43 o quilo.
97 MANEJO DA COBERTURA DO SOLO DURANTE A MATURAÇÃO DA UVA ‘MERLOT’ EM REGIÃO DE ALTITUDE DE SANTA
CATARINA. DAL MOLIN, D.M.; MARCON FILHO, J.L.; BASTOS, F.;
ANTUNES, F.; KRETZSCHMAR, A.A. Udesc/Centro de Ciências
Agroveterinárias, e-mail: [email protected]
99 INFLUÊNCIA DO ENRAIZAMENTO IN VITRO NA ACLIMATIZAÇÃO DE EXPLANTES DE Pyrus communis L. GRIMALDI, F.;
SOUZA, M.N.; BISOL, L.; PAIANO, G.M.; RUFATO, L. Udesc/CAV,
e-mail: [email protected]
A utilização da cultura de tecidos em seleções de Pyrus communis com potencial para porta-enxerto visa contribuir para a expansão e melhoria na produção da cultura na região Sul do Brasil. O objetivo deste estudo foi verificar a influência do estádio
de enraizamento in vitro na aclimatização e formação da muda
de pereira. Foi testada a influência dos fatores tempo de enraizamento, número de raízes e comprimento de raízes na aclimatização. Foram aclimatizados 120 explantes em copos plásticos
com tampa contendo substrato comercial + vermiculita + fibra
de coco (2:2:1). O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, arranjado em fatorial, com cinco repetições. A sobrevivência foi avaliada aos 15 e aos 40 dias após o
transplante, os dados foram submetidos à análise de variância e
as médias comparadas por Tukey 5%. Aos 15 e 40 dias do transplantio, foi observado que o fator tempo de enraizamento teve
efeito sobre o percentual de explantes vivos. Os explantes aclimatizados após 120 dias de exposição ao meio de enraizamento in vitro apresentaram menor sobrevivência que os explantes
aclimatizados após 60 dias de exposição. O tamanho da raiz dos
explantes aclimatizados também apresentou influência no percentual de sobrevivência dos explantes, porém somente 40 dias
após o transplantio. Foi observada maior sobrevivência nas raízes de tamanho pequeno e médio. A menor sobrevivência nas
raízes grandes pode ter sido ocasionada por danos mecânicos
que muitas vezes acontecem na raiz durante o transplantio.
O manejo da cobertura do solo é essencial para adequar um
bom desenvolvimento em vinhedos, pois além de proteger a
superfície do solo, interage com a disponibilidade de água, nutrientes e temperatura à videira. O presente trabalho teve como
objetivo avaliar a maturação tecnológica e fenólica da variedade Merlot em dois sistemas de manejo da cobertura do solo. O
experimento foi conduzido na safra 2015 em um vinhedo comercial localizado em São Joaquim, Santa Catarina, sendo o delineamento de blocos inteiramente casualizados, com 10 plantas por parcela. Os tratamentos foram: presença da cobertura
vegetal nas linhas de cultivo e retirada da cobertura vegetal na
virada de cor das bagas, através da capina manual, mantendo o
solo descoberto até a colheita. As plantas de cobertura caracterizaram-se por plantas espontâneas e nas entrelinhas foram
controladas por roçadas nos dois tratamentos. Para avaliação
da maturação da uva foram avaliados parâmetros tecnológicos
(sólidos solúveis, acidez, pH, diâmetro de baga e massa de baga)
e parâmetros fenólicos (polifenóis totais, antocianinas e intensidade de cor). O manejo da cobertura avaliada não influenciou
na maturação tecnológica da variedade Merlot. No entanto, a
retirada de plantas de cobertura na linha de plantio durante a
fase de maturação das bagas da variedade Merlot resultou em
incremento na concentração de antocianinas, com 1.563mg.L-1,
enquanto o cultivo em solo com cobertura vegetal apresentou
1.354mg.L-1.
98 QUALIDADE DE PÊSSEGOS ‘SENSAÇÃO’ APÓS SIMULAÇÃO
DE COMERCIALIZAÇÃO. SILVA, P.S.; BARRETO, C.F.; KIRINUS,
M.B.M.; REZEMINI, F.; MALGARIM, M.B. UFPel/Programa de
Pós-Graduação em Agronomia, e-mail: pricilassilva@hotmail.
com
100 AUMENTO DA PRODUTIVIDADE COM APLICAÇÃO DE
PROEXADIONA CÁLCICA NA PLENA FLOR EM ‘MAXI GALA’.
SANTOS, A.M.; OLIVEIRA, L.G; LIMA, K.P.; SANDER, G.F; KRETZSCHMAR, A.A. Universidade do Estado de Santa Catarina/ CAV,
Av. Luís de Camões, 2090, Conta Dinheiro, Lages, SC, [email protected]
Os pêssegos são muito perecíveis; sua qualidade é facilmente
prejudicada após a colheita. O objetivo do trabalho foi avaliar
a qualidade das características físico-químicas dos pêssegos
‘Sensação’ após simulação de comercialização. Os frutos originaram-se de um pomar comercial no município de Morro
Redondo, RS. O experimento foi conduzido durante a safra de
2014/15. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três repetições de 15 frutos. Avaliaram-se os frutos
no momento da colheita (Dia 0) e três dias após a colheita (Dia
0+3), em temperatura ambiente (24±0,5°C) para simulação de
comercialização. Analisaram-se perda de massa (%), podridões
(%), coloração da epiderme (°Hue), índice de maturação (DA) e
sólidos solúveis (°Brix). Foi realizada a análise de variância pelo
teste F e, quando significativo, efetuou-se o teste de comparação de médias (Tukey) (p<0,05). Os pêssegos ‘Sensação’ no dia
0+3 apresentaram 3,33% de podridão. A perda de massa para
os frutos no dia 0+3 apresentou valores médios de 1,03%. A coloração da epiderme dos pêssegos ‘Sensação’ no dia 0 foi de
89,58°Hue, e após os dias de simulação de comercialização, diminuiu para 87,57°Hue (dia 0+3). O DA do dia 0 (0,80) diminuiu
quando comparado ao dia 0+3 (0,74) devido ao processo de
maturação dos frutos. Os sólidos solúveis apresentaram no dia
0 7,6°Brix e aumentaram no dia 0+3 para 8°Brix). As características físico-químicas dos pêssegos ‘Sensação’ foram influenciadas
pela simulação de comercialização em temperatura ambiente.
A utilização de reguladores de crescimento faz-se presente nas
técnicas modernas de manejo de pomares comerciais, sendo
utilizada em distintos momentos e estádios fenológicos, com diferentes intuitos. No Brasil, as regiões produtoras de macieiras
não têm características climáticas ideais. Assim, os reguladores
de crescimento tornam-se ferramentas úteis na produção da
fruta. A proexadiona cálcica (Pro-Ca) é um regulador de crescimento inibidor do crescimento vegetativo. No momento da
plena floração existe uma competição por fotoassimilados entre a parte vegetativa e a reprodutiva da planta. A partir desse
contexto, aplicou-se Pro-Ca em plena flor com o objetivo de evitar o crescimento vegetativo, diminuindo a competição entre
estruturas vegetativas e reprodutivas, almejando o aumento de
produtividade pela maior quantidade de frutos. O experimento
foi conduzido em um pomar comercial na região de Lages, SC,
na safra 2015/16. Utilizou-se o cv. Maxi Gala enxertado sobre
M.9, com densidade de plantio de 4.166plantas.ha-1. Os tratamentos consistiram em aplicação de Pro-Ca na concentração de
110g por hectare no estádio de plena flor e não aplicação do
produto. A área que recebeu Pro-Ca teve produtividade estimada de 33,3t.ha-1. Já na área que não recebeu Pro-Ca, estimou-se
15,7t.ha-1. Esses dados são de apenas um ciclo, porém pode-se
verificar que a Pro-Ca pode ser uma ferramenta útil para aumento de produtividade.
172
101 APLICAÇÃO DE PROEXADIONA DE CÁLCIO NO CONTROLE
DO VIGOR DA VIDEIRA ‘CABERNET SAUVIGNON’. AMARAL, L.,
WÜRZ, D.A.; ALLEBRANDT, R.; MARCON FILHO, J.L.; RUFATO, L.;
Universidade do Estado de Santa Catarina/Centro de Ciências
Agroveterinárias, e-mail: [email protected]
103 CORRELAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS NA
CULTURA DA FISALE (Physalis peruviana L.). BERNARDY, J.P.F.;
COLLI, M.P.; BILCK, M.; MELLO, R.C.; CERUTTI, P.H. Universidade
do Estado de Santa Catarina/Centro de Ciências Agroveterinárias, e-mail: [email protected]
O excesso de vigor é um fator que pode afetar negativamente
o desenvolvimento vegetativo e produtivo da videira. A proexadiona de cálcio é um inibidor da biossíntese de giberelinas que
pode reduzir o crescimento vegetativo e contribuir na obtenção
do equilíbrio entre partes vegetativas e reprodutivas da planta,
além de facilitar o manejo do vinhedo. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da aplicação de proexadiona de cálcio no
controle do crescimento da variedade Cabernet Sauvignon cultivada em regiões de altitude. O experimento foi realizado em
vinhedo comercial da variedade Cabernet Sauvignon enxertada
sobre Paulsen 1103. Utilizou-se o produto Viviful® como fonte
de proexadiona de cálcio. Os tratamentos consistiram em doses
e épocas de aplicação de Viviful®: Testemunha (sem aplicação);
250mg.L-1 Viviful® aplicado na plena florada (PF); 250mg.L-1 Viviful® aplicado 30 dias após a plena florada (DAPF) e 250mg.L-1 Viviful® PF + 250mg.L-1 Viviful® 30 DAPF. A aplicação de 250mg.L-1
de Viviful® aos 30 DAPF e a aplicação da dupla dose (250 PF +
250 30 DAPF) proporcionaram o melhor controle no crescimento dos ramos. As plantas sem aplicação apresentaram, no final
do ciclo, o maior comprimento de entrenós dos ramos, com média de 7,4cm. A aplicação de proexadiona de cálcio é uma alternativa para controlar o vigor da variedade Cabernet Sauvingon
em regiões de altitude.
A fisale é um pequeno fruto cujo potencial de utilização vem
crescendo ao longo do tempo devido ao valor agregado na sua
comercialização. Objetivou-se correlacionar as características
biométricas de frutos em diferentes espaçamentos e épocas de
colheita. O delineamento foi de blocos ao acaso com três repetições no município de Xanxerê, SC, em esquema fatorial, sendo
espaçamentos (2, 3 e 4m) entre filas e seis níveis populacionais
(Fraiburgo, Caçador, Lages, Camboriú, Colômbia e Peru). A análise de correlação foi realizada com base nas variáveis: rendimento total (RT); rendimento de frutos acumulados (RFA) para
aqueles que apresentavam aspectos comerciais; número de
frutos acumulados (NFA) por contagem; massa média de frutos
(MMF) por dedução; diâmetro polar (DP); diâmetro equatorial
(DE) e porcentagem de frutos rachados (PFR) do total produzido. A análise de variância indicou que apenas a variável RT não
foi significativa para o fator população. Com a análise de correlação de Pearson pôde-se observar que o rendimento total (RT)
se relacionou significativamente com todas as demais variáveis.
A maior correlação é obtida quando realizada entre as variáveis
RT e RFA, destacando-se a importância de maiores números de
frutos colhidos. Contudo, correlações negativas entre RT e PFR
são observadas, demonstrando que a quantidade de frutos rachados reduz o rendimento total de frutos.
102 EVOLUÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO DE ESPUMANTES NO
BRASIL. ZAMIN, A.; WÜRZ, D.A.; OUTEMANE, M.; SOUZA, D.S.;
KRETZSCHMAR, A.A. Universidade do Estado de Santa Catarina/Centro de Ciências Agroveterinárias, e-mail: andrey.zamin@
hotmail.com
104 PRODUTIVIDADE E QUALIDADE DA AMOREIRA-PRETA NO
PLANALTO SUL CATARINENSE. COSTA, M.M.; BORTOLINI, A.J.;
SOUZA, M.P.; BRUN, T.M.; KRETZSCHMAR, A.A., Universidade
do Estado de Santa Catarina, e-mail: [email protected]
Passados cem anos do início da elaboração de espumantes no
Brasil, um conjunto de viticultores e vinícolas se especializaram
na elaboração de espumantes e vêm a cada ano se destacando no setor vitivinícola. Tendo em vista a importância do espumante para o setor vitivinícola brasileiro, este trabalho tem
como objetivo determinar a evolução de comercialização de
espumantes nos últimos 20 anos. A coleta de dados foi realizada no acervo bibliográfico da Universidade do Estado de Santa
Catarina, bem como levantamento de dados em instituições
responsáveis pela elaboração e divulgação dos dados de produção e comercialização de uva e vinho, como: Ibravin, Mapa e
Embrapa Uva e Vinho. De acordo com dados da comercialização
de espumantes, ao analisar 20 anos de dados referentes à comercialização de espumantes, verifica-se incremento de 644%
de vendas nesse período. No entanto, foi a partir de 2005 que
houve aumentos significativos na comercialização. Atualmente, do volume total de espumantes comercializados, 26,5% são
referentes ao espumante moscatel, sendo um dos produtos vitícolas de maior crescimento nos últimos 10 anos, num total
de 600% de aumento de vendas. De acordo com esses dados,
conclui-se que o espumante é produto vitivinícola com grande
potencial de mercado, que está em franca expansão, na qual
empresas do setor vitivinícola devem considerar tais informações para explorar esse promissor mercado.
173
A amoreira-preta é uma planta nativa do Brasil, apesar de ser
pouco cultivada no País. No Brasil, a amoreira-preta é produzida
desde a região Sul até a região Centro-Oeste. Com isso, a cultura
pode ser uma alternativa de renda e diversificação das pequenas propriedades devido, principalmente, ao retorno econômico satisfatório em um curto período de tempo. O presente
estudo tem como objetivo avaliar o comportamento produtivo
e qualitativo dos cultivares de amoreira-preta Xavante e Tupy na
região do Planalto Sul Catarinense. O delineamento experimental foi blocos ao acaso, com cinco blocos e três repetições de
nove plantas para cada cultivar. Foram coletados dados produtivos e qualitativos referentes ao ciclo produtivo de 2015 e foram
estimados em produtividade por hectare (kg.ha-1), teor de sólidos solúveis totais (°Brix) e acidez titulável (meq.L¹), e os dados
foram submetidos à análise de variância (teste F). Verificou-se
maior produtividade no cultivar Tupy em relação ao cultivar
Xavante, e alcançou produtividade total de 8.101,31kg.ha-1. O
teor de sólidos solúveis totais foi igual para ambos os cultivares, e a acidez titulável foi diferente; o cultivar Xavante obteve
211,9meq.L¹ e o cultivar Tupy 180,2meq.L¹. O cultivar Tupy foi
mais produtivo e obteve menor acidez, sendo o mais indicado
para o plantio no Planalto Sul Catarinense.
105 RESPOSTA DA PEREIRA À ADUBAÇÃO POTÁSSICA. SILVA,
M.S.R.; SETE, P.B.; CIOTTA, M.N.; LOURENZI, C.R.; BRUNETTO,
G. UFSC/CCA, Acadêmica em Agronomia, C.P 476, 88034-001
Florianópolis, SC, e-mail: [email protected]
107 CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE AMEIXAS ‘LAETITIA’
PELA INIBIÇÃO DA AÇÃO DO ETILENO COM 1-MCP. VEZARO, D.;
MARTIN, M.S.; ARGENTA, L.C.; BETINELLI, K.S. Universidade Alto
Vale do Rio do Peixe, e-mail: [email protected]
No sul do Brasil há escassez de estudos sobre adubação potássica na cultura da pereira (Pyrus communis L.) e seu incremento em produção. O objetivo do trabalho foi avaliar a resposta
da pereira à adubação potássica. O experimento foi realizado
em um pomar com o cv. Rocha enxertado sobre Pyrus caleriana em São Joaquim, SC, com densidade de 1.250 plantas.ha-1.
O sistema de condução das plantas foi líder central, e a poda
de inverno foi realizada anualmente. Os tratamentos, implantados em outubro de 2010, foram as aplicações anuais de 0,
40, 80, 120 e 160kg.K2O.ha-1 em delineamento experimental de
blocos ao acaso com quatro repetições. A parcela útil foi composta por cinco plantas dispostas sequencialmente na linha de
plantio, sendo somente as três plantas centrais utilizadas para
fins de avaliação. Em fevereiro de 2016, que coincidiu com a
colheita, folhas foram coletadas, secadas, preparadas e submetidas à análise de K. Também foi feita a contagem dos frutos e
estimada a massa e a produção por planta e por hectare. Os
resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e,
quando significativos a 5% de probabilidade de erro, foram ajustadas equações de regressão. A aplicação de doses de K no solo
durante seis anos não afetou o teor de K nas folhas, o número e
peso médio de frutos por planta nem a produtividade.
‘Laetitia’ é um dos cultivares de ameixa mais plantados no
sul do Brasil devido à boa produtividade e qualidade dos frutos, bem como à baixa suscetibilidade às doenças. A inibição
da ação do etileno pelo 1-metilciclopropeno (1-MCP) promove
aumento da conservação da qualidade pós-colheita de frutos
climatéricos, incluindo ameixas. O objetivo do presente trabalho foi analisar o efeito de diferentes doses de 1-MCP sobre a
qualidade de ameixas ‘Laetitia’ após a armazenagem refrigerada. Os frutos foram colhidos em São Joaquim, SC, e resfriados
a 1°C em 24 horas após a colheita. As ameixas foram tratadas
com zero, 250, 500, 1000, 2000 ou 4000ppb de 1-MCP por 12
horas, 4 dias após a colheita. Após a aplicação dos tratamentos,
as ameixas foram embaladas em bandejas plásticas e acondicionadas em caixas de papelão revestidas internamente com bolsa
plástica de polietileno de baixa densidade de 0,02mm de espessura. As ameixas foram armazenadas a 1±1°C por 20 dias e, em
seguida, mantidas à temperatura de maturação (20±2°C), por
zero, 3, 5 ou 7 dias. O tratamento com 1-MCP retardou a maturação e a deterioração pós-colheita dos frutos. Esses efeitos do
1-MCP foram evidenciados por retardamento do amolecimento
da polpa, perda da acidez e redução da severidade de dano por
frio expresso pelo escurecimento da polpa. As doses de 250ppb
e 500ppb de 1-MCP são as mais eficazes para conservação da
qualidade das ameixas ‘Laetitia’ armazenadas a 1oC.
106 RESPOSTA DA PEREIRA À ADUBAÇÃO NITROGENADA.
SETE, P.B.; SALUME, J.A.; CIOTTA, M.N.; COMIN, J.J.; BRUNETTO,
G. UFSC/CCA, Pós-Graduação em Agroecossistemas, C.P. 476,
88034-001 Florianópolis, SC, e-mail: [email protected]
108 RELAÇÃO DO ÍNDICE DE IODO-AMIDO COM A CONCENTRAÇÃO DE AMIDO EM MAÇÃS ‘FUJI’. ARGENTA. L.C.; MARTIN,
M.S., AMARANTE, C.V.T.; MIQUELOTO, A. Epagri/Estação Experimental de Caçador, e-mail: [email protected]
A pereira (Pyrus communis L.) é cultivada em solos do Planalto
Catarinense, porém ainda não é suficientemente conhecida a
resposta da cultura para adição de adubo nitrogenado ao solo.
O trabalho objetivou estabelecer a resposta da pereira à adubação nitrogenada. O experimento foi implantado em outubro
de 2010 em um pomar de pereiras cv. Rocha enxertado sobre o
porta-enxerto Pyrus caleriana em São Joaquim, SC. Anualmente
as pereiras foram submetidas à aplicação de 0, 40, 80, 120 e
160kg.N.ha-1 em delineamento experimental de blocos ao acaso com quatro repetições. A parcela útil foi composta por cinco
plantas dispostas sequencialmente na linha de plantio, sendo
somente as três plantas centrais utilizadas para fins de avaliação. Em fevereiro de 2016 foram coletadas folhas completas no
terço médio da planta, preparadas e submetidas à análise de
N. Também foi feita a contagem dos frutos e estimada a massa
e a produção por planta e por hectare. Os resultados obtidos
foram submetidos à análise de variância e, quando significativos
a 5% de probabilidade de erro, foram ajustadas equações de
regressão. A aplicação de N durante seis anos não afetou seu
teor nas folhas nem o número e peso médios dos frutos na safra
de 2015/16. Porém, nessa mesma safra, a produção de frutos
por planta e hectare diminuiu com o incremento da dose de N
aplicada, sendo as maiores produções observadas nas plantas
submetidas à adição de até 120kg.N.ha-1.
Este trabalho teve por objetivo avaliar as relações do índice de
iodo-amido com a concentração de amido e do teor de sólidos
solúveis totais (SS) com a concentração de açúcares solúveis ao
longo da maturação de maçãs ‘Fuji’. Maçãs ‘Fuji’ foram colhidas
semanalmente em pomar comercial de Fraiburgo, SC. Os frutos
foram avaliados em relação ao índice de iodo-amido (escala de
1 a 9), teor de sólidos solúveis (SS) e concentrações de amido,
amilose e açúcares solúveis. O aumento do índice de iodo-amido, ao longo da maturação das maçãs, se relacionou significativamente com os declínios das concentrações de amido. O teor
relativo de amilose reduziu de 62% para 34% com o aumento
do índice de iodo-amido de 3 para 9. Os aumentos dos teores
de açúcares redutores e não redutores foram assintóticos, mas
se relacionaram significativamente com os teores de SS medido por refratometria. A concentração de açúcares redutores na
polpa de maçãs ‘Fuji’ foi aproximadamente duas vezes maior
que a de açúcares não redutores, independentemente da data
de colheita. Os resultados evidenciam que o incremento no índice de iodo-amido está mais associado à redução do teor de
amilose do que com a do amido total. O índice de iodo-amido
tem uma forte relação com as mudanças no conteúdo de amido, especialmente amilose e, por isso, é um método adequado
para monitorar a evolução da maturação de maçãs ‘Fuji’.
174
109 DESEMPENHO AGRONÔMICO DE VIDEIRAS ‘CABERNET
SAUVIGNON’ ADUBADAS COM DEJETOS SUÍNOS COMPOSTADOS EM SANTA CATARINA. BASTOS, F.E.A.; PENTER, F.; BOGO,
A.; AUGUSTIN, C.A.; ZAGO, C. Universidade do Estado de Santa Catarina/Centro de Ciências Agroveterinárias, Lages, e-mail:
[email protected]
Este trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho produtivo da videira ‘Cabernet Sauvignon’ submetida às adubações
convencional e orgânica em São Joaquim, SC. O experimento foi
realizado em um vinhedo comercial (28o13’34” S e 49o59’04”
O e 1.282m de altitude) durante os ciclos 2012/13, 2013/14 e
2014/15. Os tratamentos constituíram de um controle e duas
formas de adubação: convencional e orgânica. Na adubação orgânica, foi testada a formulação de acordo com o recomendado
pelo Manual de Adubação e Calagem para a cultura da videira
(100%), além de duas dosagens: 50% e 150% das doses de nutrientes recomendados. O adubo orgânico foi elaborado com
composto de dejeto suíno, cinza e rocha fosfatada. A produção
média por planta foi maior no adubo convencional (1,08kg) em
relação ao controle (0,56kg). Na adubação orgânica, as doses
de 50% e 100% (0,67 e 0,64kg respectivamente) foram semelhantes ao controle, mas não diferiram estatisticamente do convencional. A adubação orgânica aumentou o número de bagas
por cacho, e a massa de cacho em relação ao controle, mas sem
alterar a composição química das bagas. O adubo orgânico à
base de dejetos de suínos compostados, além de servir como
alternativa de adubação, pode ser formulado considerando-se
50% das doses de nutrientes recomendadas.
110 GERMINAÇÃO IN VITRO DE SEMENTES DE UVAIA. FLORIANI, O.T.; MENEGUZZI, A.; GONÇALVES, M.J.; ARRUDA, A.L.;
RUFATO, L. Universidade do Estado de Santa Catarina/Centro de
Ciências Agroveterinárias, e-mail: [email protected]
A uvaia (Eugenia pyriformis) é uma frutífera nativa da Mata
Atlântica e ocorre de São Paulo ao Rio Grande do Sul. Contudo, apesar da elevada porcentagem de germinação, a produção
de sementes dessa espécie é insuficiente para a produção de
mudas em escala comercial. O objetivo do estudo foi avaliar a
presença de GA3 (ácido giberélico) e do carvão ativado, além do
tamanho da semente, na germinação in vitro de sementes de
uvaia. As sementes, oriundas de árvores do pomar de frutíferas
nativas da Udesc/CAV, foram coletadas após a maturação visual
(mudança na coloração), despolpadas dos frutos, separadas em
sementes grandes (>1cm) e sementes pequenas (<1cm), lavadas em água corrente e desinfestadas em álcool 70% (1min) e
em solução de hipoclorito de sódio (2,5%) + Tween 20® (15min).
Em seguida, foram inoculadas em diferentes meios de cultura:
MS 50% com e sem carvão ativado e meio MS 50% com e sem
GA3. Depois, armazenadas em sala de crescimento com temperatura de 25 ± 2°C e fotoperíodo de 16 horas. O experimento foi
delineado em blocos inteiramente casualizados com cinco repetições por tratamento e duas sementes cada um. A germinação
das sementes foi avaliada semanalmente. Não houve germinação in vitro das sementes de uvaia em nenhum dos tratamentos após 1 mês de cultivo. Em algumas espécies de Eugenia, o
tegumento exerce influência sobre a germinação da semente,
frequentemente ocasionando atraso. Há necessidade de mais
tempo para se obter o sucesso da germinação da uvaia.
175
111 ALTERNATIVAS AO USO DA CIANAMIDA HIDROGENADA
NA INDUÇÃO DA BROTAÇÃO EM MACIEIRAS. UBER, S.C.; PETRI,
J.L.; KRETZSCHMAR, A.A.; FENILI, C. Universidade do Estado de
Santa Catarina, e-mail: [email protected]
Indutores de brotação são utilizados comercialmente para compensar a falta de frio, sendo o tratamento padrão o óleo mineral e a cianamida hidrogenada. Nos últimos anos estão sendo
desenvolvidos novos produtos como alternativa ao tratamento
tradicional. O objetivo do trabalho foi comparar novos indutores de brotação em alternativa à cianamida hidrogenada em
macieiras ‘Maxi Gala’. Os experimentos foram conduzidos durante os ciclos agrícolas 2014/15 e 2015/16 em blocos ao acaso
com 11 tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos utilizados foram: 1- Controle; 2- Óleo mineral 3,5%; 3- Óleo mineral 3,5% + espalhante siliconado 0,03%; 4- Óleo mineral 3,5% +
Dormex® 0,7%; 5- Óleo mineral 3,5% + Syncron® 1%; 6- Erger®
1% + Óleo mineral 3,5%; 7- Óleo mineral 3,5% + Bluprins® 1%;
8- Óleo mineral 3,5 % + Brotex® 1%; 9- Syncron® 2% + nitrato de
cálcio 3%; 10- Erger® 3% + nitrato de cálcio 3%; e 11- Óleo mineral 3,5% + nitrato de cálcio 3% + nitrato de amônio 3%. Foram
avaliadas fenologia, porcentagem de brotações de gemas axilares, terminais e de esporão (30, 45 e 60 dias após a aplicação
dos indutores de brotação) e produção. Os tratamentos Erger®
1% + óleo mineral 3,5%, Syncron® 2% + nitrato de cálcio 3%, Erger® 3% + nitrato de cálcio 3% e óleo mineral 3,5% + nitrato de
cálcio 3% + nitrato de amônio 3% foram similares ao tratamento
convencional (Dormex® 0,7% + OM 3,5%) para os ciclos avaliados na antecipação e uniformização de brotações e superiores
ao tratamento controle.
112 A ADUBAÇÃO ORGÂNICA COM DEJETOS SUÍNOS COMPOSTADOS AUMENTA A PRODUTIVIDADE DE MACIEIRAS ‘ROYAL GALA’. PENTER, F.; BASTOS, F.E.A.; BOGO, A.; ALLEBRANDT,
R.; BONIN, B.F. Universidade do Estado de Santa Catarina/CAV,
Lages, e-mail: [email protected]
Atualmente há a necessidade de aumentar a sustentabilidade
na cadeia produtiva agrícola. O sistema de produção orgânico
de maçãs no Brasil é ainda recente, havendo poucas informações sobre seus benefícios quanto à produtividade nos pomares. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho produtivo do cultivar Royal Gala submetido à adubação
convencional ou orgânica no Planalto Sul de Santa Catarina.
O experimento foi realizado em um pomar comercial localizado em São Joaquim, SC, durante os ciclos 2012/13, 2013/14
e 2014/15. Os tratamentos constituíram-se de um controle e
duas formas de adubação: convencional e orgânica, sendo ambas realizadas de acordo com a recomendação do Manual de
Adubação e Calagem para os estados do RS e de SC. O adubo
orgânico foi formulado com composto de dejetos suínos, cinza
e rocha fosfatada. Observou-se, ao longo dos três anos de estudo, que a adubação orgânica (75,3t.ha-1) aumentou, na média,
28% a produtividade da macieira em relação à adubação convencional (58,8t.ha-1). Esse aumento esteve relacionado com o
maior número de frutos por planta (259) e à maior eficiência
produtiva (0,93kg.cm-2 área da seção transversal do tronco) que
a adubação orgânica proporcionou em comparação com a convencional (197 frutos por planta; 0,76kg.cm-2).
113 ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE PÊSSEGOS CULTIVAR
BRS KAMPAI ENSACADO E NÃO ENSACADO NA CIDADE DE
PETROLÂNDIA, SC. HOTZ, D.; SILVA, E.C.; BERRI, J.; KESKE, C.;
NEVES, L.O. IFC/Estação Experimental de Rio do Sul, e-mail:
[email protected]
115 ÉPOCA DE PODA DA VIDEIRA: IMPACTOS NA FENOLOGIA
E NA COMPOSIÇÃO DA VARIEDADE MERLOT. DEMOZZI, H.N.;
BRIGHENTI, A.F.; BRIGHENTI E.; DE BEM, B.P.; LIMA JUNIOR, E.A.
Instituto Federal de Santa Catarina/Campus Urupema, e-mail:
[email protected]
O pessegueiro Prunus persica (L.) é uma das espécies frutíferas
de clima temperado que apresentam alta atratividade devido
à procura por frutos in natura. Apesar da mão de obra necessária para o ensacamento, essa prática permite a obtenção de
um produto final melhor, com frutos de excelente qualidade,
aspecto visual, consistência e sabor, além da redução do uso de
defensivos. Segundo a Embrapa, a variedade BRS Kampai, originária do cruzamento dos cultivares Chimarrita e Flordaprince,
apresenta boas características, sendo indicada para consumo in
natura. O objetivo deste trabalho foi observar a diferença de
parâmetros físico-químicas da variedade de pêssego BRS Kampai entre frutos ensacados e não ensacados. Foram ensacados
com papel-manteiga cristal frutos da variedade BRS Kampai,
em cinco repetições, 25 frutos por repetição. Após a colheita se
avaliou: massa dos frutos (g); diâmetro dos frutos (mm); sólidos
solúveis (oBrix) e resistência da polpa (Kgf). Os frutos ensacados apresentaram maiores valores de peso e diâmetro, 126,5g
e 6,14mm respectivamente, comparados com frutos não ensacados. Já os valores médios de oBrix (12,1°B) e resistência da
polpa (4,31kgf) não apresentaram diferença estatística entre os
tratamentos estudados. Os frutos ensacados apresentaram-se
com maior valor de peso e diâmetro, apresentando maior rendimento comparado ao não ensacado.
Acredita-se que a antecipação da poda da videira possa antecipar em uma ou mais semanas sua data de brotação. A antecipação da brotação seria acompanhada da antecipação da
maturação. Dessa forma, seria possível obter um incremento
na qualidade das uvas e, consequentemente, dos vinhos produzidos. Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de diferentes épocas de poda na fenologia e na composição química
da variedade Merlot. O trabalho foi realizado no município catarinense de São Joaquim, na Estação Experimental da Epagri de
São Joaquim (28°16’30,08” S, 49°56’09,34” O, altitude 1.400m)
e foi conduzido no ciclo 2015/16. O experimento foi realizado
em um vinhedo de ‘Merlot’ implantado no ano 2006 no espaçamento 3 x 1,5m e conduzido em espaldeira. As podas foram
realizadas nas datas de 29 de maio, 25 de junho, 23 de julho, 21
de agosto e 8 de setembro. Na fenologia foram avaliadas datas
de ocorrência da brotação, folhas separadas e inflorescência visível. Na composição da uva foram avaliados teores de sólidos
solúveis, pH, acidez total e polifenóis totais. Concluiu-se que,
com a antecipação da poda para o final do mês de maio, houve
antecipação na brotação em aproximadamente 1 mês. Houve
aumento nos polifenóis totais e no peso das bagas nas datas de
poda de 29 de maio e 23 de julho. Os sólidos solúveis e o pH não
foram afetados pela época de poda, enquanto a poda realizada
na primeira data reduziu acidez total.
114 AVALIAÇÃO DA ADAPTABILIDADE DA NOZ-PECÃ NO ALTO
VALE DO ITAJAÍ, SC. IELER, J.; SILVA, E.C.; BERRI, J.; KESKE, C.;
NEVES, L.O. e-mail: [email protected]
116 EFEITO DA ALTURA DE ENXERTIA DO PORTA-ENXERTO
EM-9 EM RELAÇÃO AO SOLO NO CRESCIMENTO VEGETATIVO
DA MACIEIRA. GIROLA, W.B.; MACHADO, B.D.; KUNTZE, N.N.;
LIMA JUNIOR, E.A.; DEMOZZI, H.N. Instituto Federal de Santa
Catarina/Campus Urupema, e-mail: [email protected]
O objetivo deste trabalho foi avaliar a adaptabilidade de três
variedades de nogueira-pecã na região do Alto Vale do Itajaí.
Atualmente, está sendo buscada alternativa que substitua a cultura do tabaco, principal fonte de renda agrícola da região. A
fruticultura vem sendo uma opção viável, especialmente a nogueira-pecã (Carya illinoensis), pertencente à família Junglandaceae. O pomar foi implantado no Instituto Federal Catarinense
(IFC)/campus Rio do Sul, no ano de 2011. Foram utilizadas três
variedades: Imperial, Barton e Melhorada, com quatro repetições cada uma. Os dados de precipitação foram obtidos na
estação meteorológica do IFC. Foram avaliados: diâmetro da
base (cm), diâmetro do ramo principal (cm), tamanho da planta (m), número de gemas e época de floração. Os resultados
foram submetidos ao teste de Tukey (5%) através do programa
Assistat. Os resultados encontrados mostraram que não houve
diferença significativa para a altura de planta, sendo as médias
4,2m, 4,9m e 5,1m para a variedade Melhorada, Barton e Imperial respectivamente. Já para o diâmetro da base houve diferença significativa entre os tratamentos, sendo a maior média
alcançada pela Imperial (8,7cm). Todos os cultivares apresentaram potencial de floração peloelevado número de gemas,
porém o acúmulo de precipitação durante o período de floração em setembro (291,8mm), outubro (437,9mm) e novembro
(267,7mm) possivelmente foi a causa do aborto das flores. O
cultivar Imperial tem-se destacado em sua adaptação na região,
porém são necessários mais estudos do comportamento dos
cultivares avaliados.
O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de diferentes alturas
da zona de enxertia em relação ao nível do solo no crescimento
vegetativo da macieira cv. Fuji Mishima sobre o porta-enxerto
EM-9. O experimento foi conduzido em pomar comercial localizado a 1.264m de altitude durante o ciclo de cultivo 2015/16. Os
tratamentos consistiram de diferentes alturas da zona de enxertia em relação ao nível do solo, sendo: 1- zona de enxertia 5cm
acima do nível do solo; 2- 10cm acima do nível do solo; 3- 15cm
acima do nível do solo; 4- 20cm acima do nível do solo; 5- 10cm
abaixo do nível do solo. O aumento da distância da zona de enxertia em relação ao nível do solo promoveu decréscimo significativo no vigor das plantas. Entre as diferentes alturas avaliadas,
o tratamento 5 foi o que propiciou maior crescimento vegetativo em termos de altura de plantas, diâmetro do tronco do cultivar copa, número de ramificações laterais e peso de poda. Já no
tratamento 4, as plantas obtiveram o menor vigor quando comparado aos demais tratamentos para as mesmas variáveis supracitadas. Em relação à altura de plantas, para o primeiro ano
de avaliação, é possível observar, em termos percentuais, que o
tratamento 4 propiciou redução de vigor de aproximadamente
18% quando comparado ao tratamento 5. A altura da zona de
enxertia de 20cm acima do nível do solo tem maior potencial na
redução de vigor do porta-enxerto EM-9 sobre ´Fuji Mishima´.
176
117 BIOLOGIA REPRODUTIVA DA OLIVEIRA VAR. KORONEIKI
NO MUNICÍPIO DE RANCHO QUEIMADO, SANTA CATARINA.
SOUZA, J.M; BORGHEZAN, M.; ORTH, A.I.; SILVA, A.L. Pós-graduação em RGV, Universidade Federal de Santa Catarina/CCA,
Florianópolis, SC, e-mail: [email protected]
119 POTENCIAL PRODUTIVO DE POPULAÇÕES DE FISALE CULTIVADAS NA REGIÃO OESTE CATARINENSE. TREVISANI, N.; DE
MELO, R.C.; CERUTTI, P.H.; BERNARDY, J.P.F.; COLLI, M.P. Univiersidade do Estado de Santa Catarina/CAV, Lages, SC, e-mail:
[email protected]
O cultivo da oliveira é recente em Santa Catarina e há carência
de informações sobre manejo e comportamento das variedades.
Objetivou-se avaliar variáveis relacionadas à biologia reprodutiva de Olea europaea L. var. Koroneiki, cultivada no município
de Rancho Queimado, SC. O estudo foi realizado em outubro
de 2015 em plantas com 5 anos de idade, localizadas a 1.000m
de altitude, em clima classificado como Cfb de Koeppen. Foram avaliados a distribuição das flores na planta, o número de
grãos de pólen por antera e a receptividade do estigma durante
a plena floração. A viabilidade do pólen foi avaliada por teste
colorimétrico (Carmim acético) e em meio de cultura (10% de
sacarose, 40mg.L-1 de ácido bórico, 10g.L-1 de ágar e pH 5,8),
incubados em câmara BOD a 25oC por 48 horas. Observou-se,
em média, 16 flores por inflorescência e 5,8 inflorescências por
ramo. As flores apresentaram um estigma contendo dois carpelos biloculares e quatro óvulos, e duas anteras, contendo em
média 50.850 grãos de pólen cada uma. Estimou-se uma razão
pólen/óvulo de 29.585, sugerindo um sistema reprodutivo preferencialmente xenogâmico, ou seja, de polinização cruzada. A
receptividade do estigma foi de 98% na plena floração. A viabilidade do pólen no teste colorimétrico foi de 85%, e no teste de
germinação in vitro de 20%. Mais estudos são necessários para
avaliar o comportamento reprodutivo da variedade Koroneiki
cultivada na região Serrana Catarinense.
A fisale (Physalis peruviana L.) é uma espécie frutífera com
cultivo recente por produtores rurais da região Sul do Brasil.
Nesse sentido, pouco se conhece a respeito do potencial produtivo dos genótipos disponíveis. O objetivo foi avaliar características relacionadas à produção de frutos em populações de
fisale. O experimento foi conduzido na cidade de Xanxerê, SC.
Foram avaliadas seis populações, oriundas de diferentes regiões (Fraiburgo, Caçador, Lages, Camboriú, Colômbia, Peru).
Os caracteres foram: rendimento de frutos acumulados (RFA),
número de frutos acumulados (NFA), massa média dos frutos
(MMF), diâmetro dos frutos (DDF) e percentual de frutos rachados (PFR), avaliados em seis épocas (colheitas). Mediante a
análise de variância, houve diferença significativa para o fator
população para os caracteres MMF, DDF e PFR, demonstrando
variação entre as populações para esses caracteres. O efeito da
interação população*época foi significativo (p<0,05) para NFA
e PFR, permitindo o ajuste da regressão quadrática. Por meio
dos coeficientes, notou-se que as populações apresentam comportamento crescente para NFA, e Caçador apresentou a maior
produção de frutos (1.675). Para o PFR, houve comportamento
decrescente ao longo das épocas de colheita, sendo Lages com
menor percentual. Os genótipos apresentam variações, possivelmente de ordem genética, para os caracteres em estudo,
permitindo a seleção de populações com características promissoras ao cultivo.
118 COMPARAÇÃO FENOLÓGICA DE QUATRO CULTIVARES DE
MACIEIRA NA REGIÃO DE PALMAS, PR. EILER T.J.B.; SILVA, C.M.;
BUENO, P.M.C.; SCHVIECZRSKI, W.; QUEIROZ, N.M. IFPR/Campus Palmas, PR, e-mail: [email protected]
120 EFICIÊNCIA DO SILÍCIO NO CONTROLE DO MOFO AZUL EM
FRUTOS DE MAÇÃ CV. SUPREMA. CORRÊA, D.; RODRIGUES, J.R.;
MACEDO, T.A.; BOGO, A.; RUFATO, L. Universidade do Estado de
Santa Catarina/CAV, e-mail: [email protected]
Os cultivares IAPAR 75 (Eva), IAPAR 76 (Ana Bela), IAPAR 77 (Carícia) e IPR Julieta têm baixa exigência em frio, característica
essa que permite o plantio dessas macieiras em regiões mais
quentes e que suas frutas sejam colhidas anteriormente aos
cultivares Gala e Fuji, que são os mais produzidos no Brasil. Isso
permitiria ao produtor a comercialização dessas frutas por um
preço melhor e mais competitivo. O presente trabalho teve por
finalidade comparar a fenologia dos quatro cultivares de maçã
registrados no programa de melhoramento do Iapar presentes
no banco de germoplasma da Estação Experimental de Palmas,
PR. Foram realizadas avaliações semanais da fenologia das macieiras, segundo descrição de Fleckinger (1953), durante dois
anos. A macieira é dependente de unidades de frio para quebra
de dormência natural, e em ambos os anos essas unidades de
frio acumuladas foram suficientes para a quebra da dormência
natural das macieiras avaliadas, que necessitam de 100 a 450
unidades de frio. Para a região de Palmas, que possui invernos
rigorosos, esses cultivares se mostram muito precoces, sendo
um fator limitante para a produção, que se torna de risco. Isso
se comprovou com a ocorrência de forte geada tardia que ocorreu durante a avaliação, em setembro de 2015. Dessa forma,
esses cultivares de macieiras são recomendados para regiões
mais quentes, onde o risco com as geadas tardias é menor.
O mofo azul (Penicillium spp.) é uma das principais doenças que
ocasionam perdas em frutos de maçã no período pós-colheita.
O silício surge como alternativa ao uso de fungicidas para o controle de doenças na pós-colheita. O objetivo deste trabalho foi
avaliar a eficiência do silício no controle do mofo azul em frutos de maçã em pós-colheita. O experimento foi conduzido na
Udesc/CAV, com frutos de maçã cv. Suprema após a colheita da
safra 2015/16. Os tratamentos foram diferentes doses de silício:
0, 0,5, 1,0, 1,5 e 2,0g.L-1. Os frutos de maçã foram desinfestados
com hipoclorito de sódio (1%) e, após, foram realizados os ferimentos com auxílio de agulha histológica em dois pontos equidistantes. Os frutos foram submersos em cada tratamento durante três minutos e, após a secagem natural, inoculados com
suspensão de Penicillium spp. 104 conidios.ml-1. Os frutos foram
armazenados em câmara de crescimento a 22°C e fotoperíodo
de 12h. Foram avaliadas a incidência (%) e a severidade (mm)
das lesões diariamente, por 7 dias. A incidência e a severidade
foram analisadas por regressão quadrática. Pelos resultados obtidos, foi possível verificar que os tatamentos com as doses 1,5
e 2,0g.L-1 de silício apresentaram as menores taxas de incidência
e severidade da doença, com 7% e 2% de infecção nos frutos,
que apresentaram lesões de 18 e 12mm respectivamente. Portanto, neste trabalho, o silício demonstrou ser eficiente para o
controle do mofo azul em frutos de maçã em pós-colheita.
177
121 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE POPULAÇÕES DE
FISALE (Physalis peruviana L.). MELO, R.C.; TREVISANI, N.; CERUTTI, P.H.; BERNARDY, J.P.F.; COLLI, M.P. Udesc/CAV/Instituto
de Melhoramento e Genética Molecular, Avenida Luís de Camões, 2090, Lages, SC, e-mail: [email protected]
123 ÁCIDO SALICÍLICO EM PÊSSEGOS ‘CHIRIPÁ’ E ARMAZENAMENTO REFRIGERADO. FARIAS, R.M.; BARRETO, C.F.; KIRINUS,
M.B.M.; SILVA, P.S.; FACHINELLO, J.C. Universidade Federal de
Pelotas, e-mail: [email protected]
Para os pêssegos, buscam-se métodos alternativos para o controle de podridão-parda, sendo o ácido salicílico (AS) uma alternativa, pois atua como sinalizador de resistência induzida. O
objetivo foi avaliar o efeito da aplicação do AS em armazenamento refrigerado e simulação de comercialização de pêssegos
‘Chiripá’ visando à conservação dos frutos na pós-colheita. O
delineamento foi inteiramente casualizado, com esquema fatorial, três repetições de quinze frutos, compostas por doses de
AS (0, 1 e 3mM) na pós-colheita e períodos de armazenamento
no dia da colheita e 7 dias em câmara fria (0,5±1°C e 85-90%
UR) e três dias à temperatura ambiente (24±1°C). Os frutos foram inoculados com o fungo Monilinia fructicola após 24 horas
da aplicação do AS, com diluição de 2,4.105 esporos.ml-1. Avaliou-se a porcentagem de frutos com lesão de podridão, perda
de massa e coloração da epiderme. Foi realizada a análise de
variância pelo teste F e, quando significativo, realizou-se o teste
de comparação de médias (Tukey) ao nível de 5% de probabilidade de erro. A podridão dos frutos foi maior na testemunha
(sem aplicação de AS) em relação à dose de 3mM de AS. A perda
de massa nos pêssegos foi maior quando aplicado 1mM de AS.
O °Hue não foi alterado com a aplicação de AS nos frutos. Contudo, o AS na dose de 3mM contribuiu para a menor incidência
de podridão-parda em frutos de pêssego.
O objetivo do trabalho foi caracterizar populações de fisale de
diferentes origens (Fraiburgo, Caçador, Lages, Camboriú, Colômbia e Peru) quanto à variação genética mediante caracteres
morfológicos. O delineamento experimental utilizado foi o de
blocos ao acaso com três repetições. Os caracteres morfológicos
avaliados foram: rendimento total (RT), rendimento de frutos
acumulados (RFA), número de frutos acumulados (NFA), massa
média de fruto (MMF), diâmetro polar (DP) e equatorial (DE)
e percentual de fruto rachados (PFR). Para testar as hipóteses,
foi realizada análise de variância multivariada e, posteriormente, contrastes multivariados (entre populações). Para verificar
a contribuição das variáveis utilizaram-se os coeficientes canônicos padronizados. A análise multivariada revelou existência
de variabilidade genética entre as populações avaliadas. A segunda função discriminante canônica captou 83% de variância
acumulada nos autovalores e foi significativa (pr<0,05). Todas as
populações, quando comparadas, revelaram diferenças significativas, exceto a população de Lages vs. Colômbia e Camboriú
vs. Peru. Esse fato pressupõe que as populações mencionadas
possuem caracteres morfológicos semelhantes em virtude de
suaa constituição genética. As variáveis que predominantemente contribuíram para distinção das populações foram: NFA,
MMF e DP. Já RFA e DE não contribuíram para a distinção das
populações neste estudo.
124 NOVA TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE ÁCIDO NAFTALENO ACÉTICO PARA O ATRASO DA BROTAÇÃO DA VARIEDADE
CHARDONNAY. ALLEBRANDT, R.; RUFATO, L.; BORGES, R.; MARTINS, R.; OLIVEIRA, L.G. Universidade do Estado de Santa Catarina/CAV, Lages, e-mail: [email protected]
122 PORTA-ENXERTO NA CONCENTRAÇÃO DE COMPOSTOS
FENÓLICOS E COLORAÇÃO DOS PÊSSEGOS ‘MACIEL’ NO ARMAZENAMENTO REFRIGERADO. BARRETO, C.F.; KIRINUS, M.B.M.;
SILVA, P.S.; SCHIAVON, C.R.; FACHINELLO, J.C. Universidade Federal de Pelotas, e-mail: [email protected]
A ocorrência de danos causados por geadas tardias é um fator
limitante ao cultivo de variedades de brotação precoce na viticultura de altitude. Isso acontece especialmente em anos atípicos, em que são registradas, no inverno, temperaturas muito
acima da média história, causando adiantamento da brotação e
aumentando o risco de danos por geadas tardias. Nesses casos,
surge a demanda por tecnologias que possibilitem o atraso da
brotação de variedades precoces. Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de uma nova forma de aplicação de ácido naftaleno acético (ANA) sobre o retardo da brotação da variedade
Chardonnay. O experimento ocorreu em um vinhedo comercial
de São Joaquim (28°17’38” S e 49°55’54” W, 1.250m) durante o
ciclo 2015/16. As plantas foram pré-podadas em 20 de agosto,
deixando-se de 8 a 10 gemas por ramo. Após isso, aplicou-se
sobre os cortes 1g de uma pasta-base inerte de liberação lenta, desenvolvida pela empresa Isca Tecnologias, contendo ANA
em doses que variaram entre 0 e 2.000ppm. Observou-se que o
ANA (1.000ppm) atrasou em 10 dias o início da brotação (10%
de gemas brotadas) em relação ao controle. Em 7 de setembro,
observou-se que as plantas do tratamento controle já apresentavam 40% de brotação, enquanto na dose 1.000ppm de ANA,
24,3% das gemas haviam brotado. Esses dados revelam o potencial dessa nova tecnologia na proteção de videiras precoces
contra os danos causados por geadas tardias.
É amplamente conhecido que o porta-enxerto pode influenciar a qualidade dos frutos. O objetivo do trabalho foi avaliar
a concentração de compostos fenólicos (CF) e a coloração da
epiderme nos frutos de pêssego ‘Maciel’ sobre diferentes porta-enxertos após o armazenamento refrigerado e simulação de
comercialização. Os frutos foram provenientes do pomar do
Centro Agropecuário da Palma, Universidade Federal de Pelotas, RS. Os frutos foram colhidos no ano de 2014. O delineamento experimental foi em blocos casualisados, constituído de
três porta-enxertos (‘Nemaguard’, ‘Okinawa’ e ‘Tsukuba’), com
três repetições de 20 frutos. Os frutos foram acondicionados
em câmara fria por 14 dias (0,5±1°C e 85-90% UR) e três dias
em temperatura ambiente a 24±1°C. Avaliou-se: CF (100-1 mg
de AG) e coloração da epiderme (a* e L*, sendo coordenada de
vermelho a verde e luminosidade respectivamente). Foi realizada a análise de variância pelo teste F e, quando significativo,
realizou-se o teste de comparação de médias (Tukey) ao nível de
5% de probabilidade. Nos pêssegos ‘Maciel’ a concentração de
CF e o parâmetro a* foram maiores no porta-enxerto ‘Okinawa’
em relação ao ‘Nemaguard’. Nos frutos, o L* não apresentou
diferença entre os porta-enxertos. Os porta-enxertos interferem na coloração da epiderme e na concentração de CF após
14 dias de armazenamento refrigerado seguido de simulação
de comercialização.
178
125 GERMINAÇÃO IN VITRO DE SEMENTES DE PITAIA-VERMELHA EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE MEIO MS E DE GA3.
PAIANO, G.M.; SANTOS, K.V.T.; ARRUDA, A.L.; FLORIANI, T.O.;
KRETZCHMAR, A.A. Universidade do Estado de Santa Catarina/
CAV, e-mail: [email protected]
127 INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO E DA FERTIRRIGAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE MACIEIRAS ‘KINKAS’ EM
SOLOS DE SÃO JOAQUIM. CECHINEL, J.H.; CIOTTA, M.N.; ERNANI, P.R.; ROCCO, M.A. Udesc/CAV, Lages, e-mail: jucechinel@
yahoo.com.br
Atualmente, há uma crescente demanda pelo consumo de pitaia. Além disso, o valor comercial é alto, tornando rentável a
produção, mas há pouca informação disponível ao produtor sobre o cultivo e a produção de mudas. Por essa razão, o objetivo
deste estudo foi avaliar a germinação in vitro de sementes de
pitaia-vermelha, (Hylocereus undatus), em função de diferentes
concentrações do meio de cultura MS (50% e 100%) e do regulador de crescimento GA3 (0, 0,5 e 1mg.L-1). Dessa maneira, o
experimento foi delineado de forma inteiramente casualizada,
totalizando seis tratamentos com 10 repetições cada um. Os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Tukey com 5% de probabilidade de erro.
Não foram encontrados problemas com contaminação fúngica
ou bacteriana relevante. Não ocorreu interação entre os fatores estudados. O meio de cultivo com a metade da concentração de sais (MS 50%) se mostrou mais eficiente na germinação
das sementes. Não houve diferença estatística na germinação
de sementes entre as concentrações 0,5 e 1mg.L-1 de GA3, porém houve entre o uso ou não do regulador de crescimento. É
recomendada, portanto, a utilização de GA3 na concentração
0,5mg.L-1, pois se torna mais viável em função da redução dos
custos e além disso, a utilização do meio de cultivo MS 50%,
para a germinação in vitro de pitaya vermelha.
O deficit hídrico pode afetar o desenvolvimento e a produtividade de macieira, principalmente quando ocorre nos estádios de
maior desenvolvimento das plantas e crescimento dos frutos. O
objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento das plantas e o rendimento de maçãs em função da irrigação e da forma
física de aplicação de adubos no solo. O experimento foi conduzido na safra 2014/15 em um pomar instalado em um Cambissolo Húmico na Estação Experimental da Epagri de São Joaquim,
SC, com o cultivar Kinkas. Os tratamentos foram: adubação sólida convencional (ASC), adubação sólida convencional + irrigação (ASC+I), fertirrigação + irrigação (F+I) e fertirrigação (F). Utilizou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso, com
oito repetições. Foram determinados a altura das plantas e o
diâmetro do tronco; quantificadas as estruturas reprodutivas:
brindilas curtas e longas e esporões; e avaliados os componentes do rendimento: número de frutos por planta e peso total de
frutos. O número médio de brindilas longas, curtas e esporões
foi de 20, 39 e 35 respectivamente. A altura média das plantas
foi 3,16m, e o diâmetro médio do tronco 4,6cm, não diferindo entre os tratamentos. O peso médio total de frutos foi de
173,2g, e o rendimento total foi 16t.ha-1. A ausência de efeito
dos tratamentos sobre os parâmetros avaliados se deve à ocorrência de períodos não prolongados de deficit hídrico, além de
serem plantas jovens e em início de produção.
126 QUALIDADE DE MAÇÃ ‘FUJI’ COM A APLICAÇÃO DE FÓSFORO AO SOLO. GERBER, J.M.; COLDEBELLA. M.C.; ERNANI,
P.R.; NAVA, G.; CIOTTA, M.N. Universidade do Estado de Santa
Catarina, e-mail: [email protected]
O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito da adubação fosfatada na qualidade de frutas de maçã ‘Fuji”. O experimento foi
conduzido no município de São Joaquim, SC, no ciclo produtivo
de 2014/15, utilizando o cultivar Fuji suprema em Cambissolo
Húmico. Os tratamentos consistiram de doses de P (0, 40, 80,
120 e 160kg.ha-1 de P2O5), aplicados na forma de superfosfato
triplo sobre a superfície do solo e sem incorporação. Na colheita foram coletadas duas amostras de 15 frutos cada uma. Uma
amostra foi avaliada logo após a colheita, e a outra armazenada em atmosfera controlada por seis meses. Os parâmetros de
qualidade de frutos avaliados tanto na colheita quanto após 6
meses de armazenamento foram: sólidos solúveis totais (SST),
acidez titulável (AT), firmeza de polpa e intensidade da cor vermelha na epiderme da fruta estimada através do ângulo hue
(h°) no lado mais vermelho do fruto. As características avaliadas relacionadas com a qualidade dos frutos, como SST, AT e
firmeza de polpa, não foram afetadas pelo incremento da taxa
de aplicação de fósforo no solo, independentemente da época
de avaliação. Todavia, a intensidade da cor vermelha ângulo h°
apresentou redução com o incremento da taxa de aplicação de
fósforo no solo na avaliação realizada na colheita, mas após o
período de armazenamento não houve diferença. Assim, a aplicação de doses crescentes de P ao solo reduziu a coloração dos
frutos na safra avaliada, mas não afetou os demais parâmetros
de qualidade.
179
128 EFEITO DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES FONTES E DOSES
DE NITROGÊNIO EM MIRTILO. AMARAL, L.O.; CONTE, E.D.; GOLIN, E.S.; SCHENKEL, V.O. Universidade de Caxias do Sul/CAMVA, Av. Dom Frei Cândido Maria Bampi, 2800, 95200-000 Vacaria, RS, e-mail: [email protected]
Devido às suas distintas exigências edáficas e nutricionais, o
manejo da adubação em mirtilo se torna diferenciado em relação às demais espécies frutíferas. O trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da adubação nitrogenada na cultura, com
diferentes doses e fontes de nitrogênio (N). O experimento foi
conduzido em um pomar comercial localizado no município de
Vacaria, RS, com avaliação no ciclo produtivo de 2015/16, sendo
utilizado o cultivar Bluecrop com cinco anos de implantação. Os
tratamentos consistiram na aplicação de duas fontes de N: ureia
nas doses de 50kg.ha-1 (T1), 100kg.ha-1 (T2) e 150kg.ha-1 (T3) e
sulfato de amônio nas doses de 50kg.ha-1 (T4), 100kg.ha-1 (T5) e
150kg.ha-1 (T6), ambas em cobertura, além de testemunha (T0),
a qual não recebeu adubação nitrogenada. Foram avaliados,
após três anos consecutivos de aplicação dos tratamentos, produção média por planta (g.planta-1), produtividade por hectare
(kg.ha-1), diâmetro longitudinal dos frutos (mm), peso médio
dos frutos (g) e número de frutos por planta. O peso médio e o
diâmetro médio dos frutos apresentaram efeito quadrático com
o aumento da dose de ureia utilizada, havendo aumento apenas
até a dose de 50kg.ha-1 de N e com posterior decréscimo. Os
resultados demonstraram redução linear significativa na produtividade e no número de frutos por planta com o incremento
nas doses de nitrogênio, independentemente da fonte utilizada.
129 LEVANTAMENTO DE PARASITOIDES DA MOSCA-DAS-FRUTAS-SUL-AMERICANA EM HOSPEDEIROS SILVESTRES. MENEZES-NETTO, A.C.; ANDRIK, J.; SANTOS, J.P.; ARIOLI, C.J. Epagri/
Estação Experimental de Videira, e-mail: alexandrecmn@gmail.
com
131 PRODUÇÃO E MATURAÇÃO DA UVA ‘CABERNET SAUVIGNON’ SÃO INFLUENCIADAS PELO PORTA-ENXERTO. OUTEMANE, M.V.P.; ALLEBRANDT, R.; RODRIGUES, J.R.; KAULING, A.;
RUFATO, L. Universidade do Estado de Santa Catarina, e-mail:
[email protected]
O manejo integrado da mosca-das-frutas-sul-americana, Anastrepha fraterculus, tem sofrido alterações relevantes nos últimos anos. A principal razão para a ocorrência dessas mudanças
consistiu na retirada da comercialização dos principais inseticidas (fentiona, triclorfom, metidationa e dimetoato) para o controle dessa praga. Muito se discute a respeito de táticas alternativas de manejo dessa importante espécie-praga associada
às frutíferas de clima temperado e tropical no Brasil. O uso de
barreiras químicas (iscas tóxicas) e físicas (ensacamento), controle cultural, sistemas de monitoramento e de alerta, macho
estéril e de inimigos naturais, especialmente de parasitoides,
são possíveis ferramentas a serem consideradas nessa estratégia. Nesse contexto, coletas de frutos silvestres hospedeiros de
A. fraterculus foram realizadas em 11 localidades (ambientes
urbano e rural) do município de Videira, SC, com o objetivo de
levantar possíveis ocorrências de parasitoides. Entre novembro
e dezembro de 2015, foram coletados frutos maduros de guabiroba, pitanga e uvaia, retirados da planta e caídos no solo.
Dos 356 pupários obtidos, 224 originaram moscas (Anastrepha
spp.), 33 originaram parasitoides e 99 foram inviáveis. Os parasitoides ocorreram em quatro das 11 localidades amostradas,
com índices de 2%, 7%, 31% e 40% de parasitismo. Vinte e sete
exemplares pertencem a Aganaspis pelleranoi; cinco, a Doryctobracon brasiliensis; e um, a Utetes anastrephae.
No estado de Santa Catarina, a produção de Vitis vinífera L. em
zonas de altitude é muito recente, e nessas regiões os estudos
referentes a porta-enxertos são escassos. Este trabalho teve por
objetivo avaliar a influência de três porta-enxertos em dois sistemas de sustentação sobre o desempenho produtivo e a maturação tecnológica da variedade Cabernet Sauvignon na safra
2016. O estudo foi realizado em um vinhedo comercial localizado no município de Painel-SC (28°01’ S, 50°08’ W e 1.200m
de altitude). Os tratamentos consistiram de três porta-enxertos
(1103, 3309 e 101-14) e dois sistemas de sustentação (ípsilon e
espaldeira). Foram avaliadas a produção por planta (kg) e a maturação tecnológica (sólidos solúveis, pH e acidez titulável). A
produção de uvas ‘Cabernet Sauvignon’ foi maior nos porta-enxertos 1103 e 3309 (3,2 e 3,1kg respectivamente) em relação ao
101-14 (1,8kg), independentemente do sistema de sustentação.
No sistema ‘Y’, houve maior produção (3,1kg) em relação ao espaldeira (2,3kg), e esse resultado foi isento da influência de porta-enxerto. Todavia, as uvas produzidas em ambos os sistemas
foram semelhantes quanto à maturação tecnológica. Por outro
lado, um efeito principal de porta-enxertos sobre a maturação
foi constatado, pois em 3309 e 101-14 houve redução na acidez
das bagas em relação ao 1103, e em 101-14 foi observado maior
teor de sólidos solúveis.
130 DESENVOLVIMENTO DE UMA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA
CONTROLADA A DISTÂNCIA. MACIEL, K.J.A.; PASTERNAK, W.D.;
AYUB, R.A. Universidade Estadual de Ponta Grossa, e-mail: [email protected]
132 ENRAIZAMENTO DE MINIESTACAS DE MIRTÁCEAS PROVENIENTES DE PLANTAS MATRIZES MANTIDAS EM DIFERENTES
AMBIENTES DE CULTIVO. MOREIRA, R.M.; TIMM, C.R.F; RAMM,
A.; SCHUCH, M.W.; SILVA, J.B. Universidade Federal de Pelotas,
e-mail: [email protected]
Tendo em vista os avanços das atividades agrícolas e a necessidade de dados climáticos para cálculos, como a montagem
de modelos de quebra de dormência para frutíferas de clima
temperado, esta pesquisa teve por objetivo comparar dados
meteorológicos obtidos em estação convencional (EMC) e automática (EMA) procurando detectar possíveis diferenças nas
suas medições e estimativas em Ponta Grossa, PR (25o05’42” S,
50o09’43” W e altitude de 969m), nos meses de junho a agosto
de 2015. As correlações entre os valores obtidos pela EMC e pela
EMA foram através da análise de regressão e do índice de concordância (d) (Willmont et al., 1985). Com base nos resultados,
verificou-se boa correlação entre as estações, principalmente
para o elemento umidade relativa, que obteve alto índice de
concordância e amplitudes parecidas. Os dados de temperatura
do ar da EMC e da EMA tiveram médias e amplitudes diferentes,
com baixo índice de concordância. O comportamento diferente
da captação dos dados gerados pelas duas estações indica que a
calibração original dos sensores da estação automática foi satisfatória para umidade relativa do ar, mas não para temperatura.
Logo, deve-se submeter a EMA a revisões e manutenções para
operação ideal e confiável ao longo do tempo.
A capacidade de enraizamento pode ser influenciada por diversos fatores, entre eles, a condição da planta matriz. Sendo assim, objetivou-se avaliar o enraizamento de miniestacas
provenientes de plantas matrizes de goiaba-serrana e uvaia
mantidas em estufa agrícola e no campo. O delineamento foi
inteiramente casualizado, em esquema bifatorial: ambientes de
cultivo (plantas matrizes mantidas em estufa agrícola x plantas
matrizes mantidas no campo) e espécies de mirtáceas (goiaba-serrana x uvaia) totalizando quatro tratamentos, com quatro
repetições e vinte miniestacas por repetição. Foram utilizadas
miniestacas herbáceas com duas gemas e duas folhas reduzidas
a 50% do seu tamanho. Realizaram-se duas lesões na base da
miniestaca e esta foi imersa por dez segundos em ácido indolbutírico 2.000ppm e colocadas em embalagens plásticas com
vermiculita. Após 80 dias acondicionadas em casa de vegetação a 25±2°C, avaliou-se porcentagem de sobrevivência, enraizamento, número de raízes e de brotações e comprimento de
raízes e de brotações. Não houve interação entre os fatores de
tratamentos. As variáveis sobrevivência, número de brotações e
enraizamento apresentaram diferença significativa entre as espécies estudadas. Plantas matrizes mantidas em estufa agrícola
apresentaram maior porcentagem de sobrevivência e número
de brotações para as miniestacas de uvaia e maior porcentagem
de enraizamento (20%) para a goiaba-serrana. Houve baixa porcentagem de enraizamento para ambas as espécies.
180
133 DINÂMICA DE ENRAIZAMENTO DE MINIESTACAS DE PORTA-ENXERTOS DE PESSEGUEIRO. TIMM, C.R.F.; MOREIRA, R.M.;
TOMAZ, Z.F.P.; SCHUCH, M.W.; RAASCH, C.G. Universidade Federal de Pelotas, e-mail: [email protected]
A miniestaquia é uma alternativa viável, pois a técnica tem origem na inovação da estaquia convencional, que em determinadas espécies frutíferas tem possibilitado aumento de produtividade, uniformidade e porcentagem de enraizamento. Desse
modo, associadas ao tempo de enraizamento estão alternativas
promissoras para a produção de mudas homogêneas, com baixo
custo, rapidez e manutenção de características agronômicas importantes. Visando otimizar a utilização desse tipo de procedimento, o objetivo deste trabalho foi determinar o tempo ótimo
de enraizamento de miniestacas de porta-enxertos de pessegueiro. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente
casualizado com fatorial de cinco datas de avaliação: 20, 30, 40,
50, e 60 dias e três porta-enxertos: Flordaguard, Okinawa e Capdeboscq e cada tratamento constituído por quatro repetições
de 15 miniestacas, sendo avaliada a porcentagem de enraizamento. As miniestacas foram confeccionadas contendo meia
folha com quatro gemas, sendo a base imersa por dez segundos em solução hidroalcoólica de ácido indolbutírico (AIB) na
concentração de 2000mg.L-1. Elas foram, depois, colocadas em
caixas plásticas com vermiculita fina para enraizar, permanecendo em casa de vegetação. Houve interação entre as diferentes
datas de avaliação e os porta-enxertos. A maior porcentagem
de enraizamento foi observada no cultivar Flordaguard (70%),
enquanto os cultivares Capdeboscq e Okinawa enraizaram 57%
e 25% respectivamente, com mesmo tempo de cultivo.
134 MULTIPLICAÇÃO IN VITRO DE VIDEIRA ‘PAULSEN 1103’
E ‘MERLOT’ EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE BAP. SILVA,
J.B; NASCIMENTO, D.C.; SCHUCH, M.W. MOREIRA, R.M.; OLIVEIRA, B.A.S. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS, e-mail:
[email protected]
A micropropagação constitui uma ferramenta importante na
propagação de material vegetativo da videira, já que por meio
desSa técnica é possível eliminar um dos principais problemas
fitossanitários da cultura, as viroses. Diversas citocininas podem ser utilizadas na etapa de multiplicação visando aumentar
o número de explantes in vitro. Entre elas o BAP (6-benzilaminopurina) vem sendo mais utilizado. Sendo assim, objetivou-se
avaliar o efeito do BAP na multiplicação in vitro de explantes
de videira dos cultivares Paulsen 1103 e Merlot. O trabalho foi
realizado no Laboratório de Propagação de Plantas Frutíferas da
Universidade Federal de Pelotas. Foram inoculados segmentos
nodais contendo uma gema em meio de cultura MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962) com a metade da concentração de sais e
três concentrações de BAP (0, 0,5 e 1mg.L-1). Os explantes foram
mantidos em sala de crescimento com fotoperíodo e temperatura controlados. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com seis tratamentos, contendo cinco repetições, compostas por quatro explantes cada uma. Aos 60 dias
foram avaliados o número de gemas, o número de brotações,
a porcentagem de contaminação bacteriana e a porcentagem
de contaminação fúngica. De acordo com os dados, não houve
interação entre os fatores, e para as variáveis analisadas não
ocorreu diferença estatística.
181
135 INCIDÊNCIA DE Nectria galligena EM FUNÇÃO DE QUEDA
DE FOLHAS E ATAQUES DE Grapholita molesta EM POMAR DE
MACIEIRA. FURLANI. G.F.; SANTOS, R.S.S.; ALVES. S.A.M. Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Embrapa Uva e Vinho, Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, e-mail:
[email protected]
A infecção de macieiras pelo fungo N. galligena tem incidência elevada após a queda natural de folhas. Contudo, sabe-se
que aberturas ocasionadas por lagartas de G. molesta podem
propiciar a entrada do fungo. O objetivo do estudo foi avaliar
a suscetibilidade de plantas de macieira a N. galligena por ferimentos de queda de folhas e ataque de lagartas de G. molesta.
O estudo foi iniciado em 15/6/15 em pomar de macieira (‘Gala
standard’), localizado na EEFCT, Embrapa Uva e Vinho, em Vacaria, RS. O experimento foi conduzido em delineamento fatorial, combinando dois ferimentos (queda de folhas e ataque por
G. molesta); cinco tempos de exposição (1, 2, 3, 7 e 14 dias) e
40 repetições (ramos). Houve infecção do fungo tanto em ferimentos de queda de folha como de ataque de G. molesta, independentemente do tempo de exposição. O maior percentual
de infecção do fungo (45%) foi em dano por queda de folhas,
obtido com um dia de exposição. Já com relação a lagartas, o
maior percentual (10%) foi constatado no tempo de 14 dias de
exposição. Os resultados sugerem que o ferimento ocasionado
por G. molesta leva mais tempo para a cicatrização em relação
à queda de folhas, deixando a planta susceptível por maior período de tempo.
136 DESEMPENHO AGRONÔMICO DA VARIEDADE RIESLING
RENANO (Vitis vinifera L.) EM SÃO JOAQUIM, SC. KAULING,
A.; BRIGHENTI, E.; VARELA, A.R.; DE BEM, B.P.; BRIGHENTI, A.F.
Universidade do Estado de Santa Catarina/Centro de Ciências
Agroveterinárias, e-mail: [email protected]
A variedade Riesling Renano é originária da Europa Central,
onde era cultivada desde o século 15 ao longo do vale do Reno
e na Alsácia. Acredita-se que ela possa ser uma variedade com
potencial para cultivo na região de São Joaquim. O objetivo deste trabalho foi determinar a época de ocorrência dos principais
estádios fenológicos e as características físico-químicas da variedade Riesling Renano em cinco safras consecutivas. O experimento foi realizado na Estação Experimental da Epagri de São
Joaquim (28°16’30,08” S, 49°56’09,34” O, altitude 1.400m) entre as safras 2011 e 2015. Para a definição dos estádios fenológicos, foi utilizada a metodologia descrita por Baillod & Baggiolini.
No momento da colheita foi determinada a produtividade por
planta, o teor de sólidos solúveis (°Brix), a acidez total titulável
(meq.L-1) e o pH. Na média das quatro safras avaliadas, o início da brotação ocorreu em 3/9, a plena florada em 20/11, a
mudança de cor das bagas (50%) em 3/2 e a colheita em 28/3.
A produtividade média foi 2,3kg.planta-1, as uvas apresentavam
teores de SS de 18°Brix, acidez total de 140meq.L-1 e pH 3. Os
resultados comprovam que nas cinco safras avaliadas a variedade Riesling Renano cultivada em São Joaquim apresentou desenvolvimento vitícola adequado. As características fenológicas
observadas foram típicas da variedade, e os índices de maturação foram adequados para a elaboração de vinhos brancos de
qualidade.
137 QUANTIDADE DE MEIO DE CULTURA NA MICROPROPAGAÇÃO DE AMOREIRA-PRETA (Rubus spp.) EM BIORREATOR AUTOMATIZADO. SANTOS, J.N.; ZANLORENSI JUNIOR, L.A.; MENDES, D.; REIS, L.; AYUB, R.A. Universidade Estadual de Ponta
Grossa, e-mail: [email protected]
139 EFEITO DO GA3 NO CRESCIMENTO VEGETATIVO DO MORANGUEIRO. DALMOLIN, L.G.; FAGHERAZZI, A.F.; ZANIN, D.S.;
SANTOS, A.M.; RUFATO, L. Universidade do Estado de Santa Catarina/CAV, e-mail: [email protected]
Na produção comercial de morango, o principal regulador de
crescimento utilizado e pesquisado é o ácido giberélico (GA3).
Todavia, informações sobre o efeito da aplicação de GA3 em
condições de viveiro ainda são incipientes. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da pulverização de diferentes doses de
GA3 nas características vegetativas em plantas de morangueiro do cultivar Pircinque. Os tratamentos se constituíram nas
diferentes doses de GA3 exógeno: 0mg.L-1, 40mg.L-1, 80mg.L-1
e 160mg.L-1. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com cinco repetições. As variáveis avaliadas
foram: número total de rizomas e de estolões por planta e altura da planta (cm). Para número de rizomas não se verificou
diferença entre as doses de GA3. Para altura das plantas e número total de estolões emitidos por planta, a maior concentração
de GA3 promoveu incremento das variáveis. Conclui-se que a
pulverização foliar com elevadas concentrações de GA3 promove alterações nas características vegetativas do morangueiro e
contribui para a produção de estolões.
A produção de amoreira-preta vem aumentando no Brasil devido ao alto retorno econômico. Os maiores custos na implantação dessa frutífera são oriundos das mudas, sendo então necessário reduzir o valor agregado e preservar a sanidade. Neste
trabalho o objetivo foi avaliar a quantidade ideal de meio de
cultura no desenvolvimento de mudas de amoreira-preta cv.
Tupy em biorreator automatizado. Foram testados três tratamentos compostos por três frascos duplos de um litro, e cada
conjunto representou um tratamento (150ml, 175ml e 200ml
de meio de cultura), contendo 18 repetições cada um (explantes fixados em espuma fenólica). O meio foi composto por meio
básico MS líquido suplementado com sacarose (30g.L-1), mio-inositol (0,01g.L-1) e BAP (5,1μm). O tempo de imersão foi de 2
minutos, com intervalo de 2 horas sem o meio de cultivo. Aos
35 dias, avaliou-se o número de folhas e brotações e o comprimento e a massa fresca das brotações. Não houve diferenças
significativas para número de folhas e massa fresca, mas para o
número e comprimento das brotações a quantidade de 175ml
de meio de cultura foi superior aos demais tratamentos. Essa
diferença pode ser explicada pelo equilíbrio gerado na umidade
relativa dentro do frasco, pois os frascos mais externos (150ml e
200ml) tiveram problemas com a falta e o excesso de água respectivamente, concluindo que a quantidade de 175ml de meio
de cultura foi mais eficiente para a micropropagação de amoreira-preta em biorreator automatizado.
140 GERMINAÇÃO IN VITRO DE SEMENTES DE PITAIA-BRANCA COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE SACAROSE E CARVÃO ATIVADO. GONÇALVES, M.J.; FLORIANI, T.; SOUZA, M.N.;
SILVA, A.C.; KRETZSCHMAR, A.A. Universidade do Estado de
Santa Catarina/CAV, Lages, e-mail: [email protected]
A pitaia, que significa “fruta escamosa”, é um fruto muito saboroso e pouco conhecido, de várias espécies de cactos epífitos
do gênero Selenicereus. O cultivo da pitaia pode ser uma fonte
de diversificação da atividade agrícola e é espécie promissora,
pois agrega rusticidade de cultivo e beleza dos frutos aliada a
uma composição rica em compostos funcionais, trazendo benefícios a quem a consome. Este trabalho teve como objetivo avaliar a germinação de sementes de pitaia estabelecidas in vitro,
com diferentes concentrações de sacarose e carvão ativado. O
experimento foi realizado no Laboratório de Micropropagação
Vegetal (Udesc/CAV). Foi avaliado o efeito de diferentes concentrações de sacarose (15 e 30g.L-1) e carvão ativado (0, 3 e 5g.L-1),
totalizando 6 tratamentos de 10 repetições de 2 sementes cada
um. Após o estabelecimento in vitro, as sementes foram acondicionadas no escuro por um período de 7 dias e, após esse período, foram mantidas em sala de crescimento, com condições
controladas. O protocolo para assepsia utilizado foi eficiente,
não havendo registro de contaminação nas unidades experimentais. De modo semelhante, não foi verificada oxidação dos
meios de cultura nem das sementes. Houve interação entre
sacarose e carvão ativado, e os melhores resultados encontrados para germinação com 15g.L-1 de sacarose foram de 3g.L-1
de carvão ativado, e para 30g.L-1 de sacarose foi de 0 e 5g.L-1 de
carvão. Conclui-se que 15g.L-1 de sacarose e 3g.L-1 de carvão
ativado são indicados para germinação in vitro de pitaia-branca.
138 CULTIVARES PIRCINQUE E JONICA SE TORNAM NOVAS
OPÇÕES PARA PRODUTORES DE MORANGO. FAGHERAZZI, A.F.;
GRIMALDI, F.; ZANIN, D.S.; KRETZSCHMAR, A.A.; RUFATO, L. Universidade do Estado de Santa Catarina/CAV, e-mail: antonio.
[email protected]
Devido ao elevado custo de implantação e elevado valor agregado no produto final, a escolha das cultivares apresenta fundamental importância à cadeia produtiva do morango. Atualmente, os cultivares mais utilizados são originários dos programas
de melhoramento genético dos Estados Unidos e da Espanha.
Todavia, quando cultivados aqui no Brasil, em sua maioria não
é verificado desempenho satisfatório. A pouca disponibilidade
de cultivares que sejam aptos aos diferentes locais de cultivo e
que supram as exigências dos produtores fez com que o Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de
Santa Catarina (Udesc/CAV) elaborasse uma ‘Convenção para a
experimentação e difusão do material genético de morangueiro
italiano no Brasil’. O acordo foi firmado em 2012 entre Udesc/
CAV e CREA-FRF da Itália. Desde 2013 já foram testados 11 genótipos italianos em campos experimentais distribuídos pelos
principais polos de produção brasileiros. Durante esse período
de avaliação, foi verificado em dois cultivares italianos a aptidão
ao cultivo nas principais regiões produtoras do Brasil, permitindo que o registro para comercialização dos cultivares Pircinque
e Jonica fosse estendido ao território brasileiro, e as mudas
disponibilizadas aos produtores no ciclo 2016/17. As principais
características dos novos cultivares são: resistência a patógenos
de solo e produtividade e qualidade dos frutos, sobretudo sabor, firmeza de polpa e doçura.
182
141 PRODUÇÃO DE FRAMBOESEIRA EM DIFERENTES SISTEMAS DE CONDUÇÃO EM LAGES, SC. BORTOLINI, A.J.; COSTA,
M.M.; SANTOS, A.M.; SOUZA, M.P.; KRETZSCHMAR, A.A. Universidade do Estado de Santa Catarina/CAV, e-mail: [email protected]
143 PROPAGAÇÃO ASSEXUADA DE OLIVEIRA (Olea europeae
L.) EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE AUXINA. MATOS, D.P.;
ROCHA, G.; BERVANGER, S.; MUNHOZ, B.; SILVA, A.L. Universidade Federal de Santa Catarina, Rod. Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi, 88034-001, e-mail: [email protected]
O estado de Santa Catarina apresenta condições climáticas
adequadas para o cultivo de framboesa, mas faltam estudos
relacionados a cultivares e manejos adequados para a cultura,
podendo ela servir como impulso para o desenvolvimento regional. O presente trabalho objetivou avaliar quatro diferentes
sistemas de condução no cultivo da framboeseira para verificar
o comportamento produtivo nos diferentes sistemas em Lages,
SC. Em 2016, avaliou-se a produtividade por hectare da framboeseira cultivar Autumbliss em quatro sistemas de condução:
sistema em V, sistema em espaldeira, sistema de fios duplos e
sistema de cruz de lorena invertida. A quantidade de canas foi
dividida conforme o sistema de condução. Os dados foram submetidos à análise de variância e, quando verificada diferença,
foram submetidos ao teste de Tukey a 5% de probabilidade de
erro. Verificou-se maior produtividade nas plantas conduzidas
em cruz de lorena invertida (1142,4kg.ha-1) e sistema de fios duplos (1059,42kg.ha-1) quando comparados com as plantas conduzidas em sistema em V (614,69kg.ha-1). Isso se deve ao fato
de esses sistemas proporcionarem maior área para condução
do dossel vegetativo. O sistema em espaldeira não diferiu dos
demais (842,98kg.ha-1). Os sistemas de condução em cruz de
lorena invertida e fios duplos obtiveram maior produtividade na
safra de 2016, sendo recomendados para o manejo produtivo.
Apesar de a oliveira (Olea europeae L.) produzir sementes e
ter viabilidade para propagação sexual, seu uso não é interessante por originar um longo período juvenil. Sendo assim, para
consolidar a cadeia produtiva dessa cultura, a propagação por
estaquia torna-se uma boa opção. O objetivo foi avaliar o efeito do AIB sobre o enraizamento de estacas da variedade Koroneiki. Foram utilizadas 72 estacas por tratamento, totalizando
216 estacas de ramos semilenhosos, sendo coletadas no dia
24/4/2015 no município de Rancho Queimado, SC. As estacas
foram homogeneizadas em segmentos de 15cm de comprimento, mantendo-se dois pares de folhas e tratadas com 0, 1.000
e 3.000ppm de AIB por um período de sete segundos. O experimento foi realizado em um delineamento experimental inteiramente casualizado. As avaliações foram realizadas aos 55
(18/6/2015) e aos 356 dias (15/4/2016) após a instalação do
experimento. Aos 55 dias, observou-se apenas a formação de
calos na base das estacas. Após 356 dias, foi verificado que o
tratamento com 0ppm resultou em 15,74% de estacas enraizadas, seguido do tratamento de 1.000ppm (11,57%) e 3.000ppm
(9,26%). O tratamento com 3.000ppm obteve o maior comprimento médio das raízes (25,93cm). Já para o número e comprimento das brotações, o tratamento com 1.000ppm obteve
maior média em ambos (0,25 e 4,74cm respectivamente). Mais
estudos serão necessários para estabelecer um procedimento
de propagação eficiente para a cultura.
142 PODA ANTECIPADA NA VIDEIRA ‘ISABEL’. LATTUADA, D.S.;
STRASSBURGER, A.S.; BÜTTOW, M.V.; COSTA, C.J.; SILVA, C. Fepagro Serra do Nordeste, Caxias do Sul, e-mail: [email protected]
No RS, o uso da poda antecipada em videiras pode distribuir
o trabalho ao longo do ano e propiciar a colheita em época
mais rentável economicamente. O objetivo deste trabalho foi
verificar a influência da poda antecipada em parreirais de ‘Isabel’ (V. labrusca) conduzida em Caxias do Sul. Os tratamentos
consistiram de podas realizadas nas datas 6/5/2015, 4/6/2015,
4/7/2015 e 4/8/2015. Avaliou-sea fenologia, produção por
planta (g), número de cachos por planta, massa dos cachos (g),
número de bagas por cacho, dimensões das bagas (cm/cm), pH,
teor de sólidos solúveis da polpa (SS), acidez total (AT) e relação
SS/AT. O delineamento experimental adotado foi o completamente casualizado, com três repetições de quatro plantas por
tratamento. Após a análise de variância, as médias foram separadas pelo teste Tukey a 5%. A poda antecipada influenciou na
fenologia das plantas, antecipando cada estádio em até 15 dias
(poda de junho) em relação à poda de agosto. A produção por
planta de uvas foi de 755g, 729g, 975,6g e 499,90g por planta
para maio, junho, julho e agosto respectivamente, sem diferença estatística entre os tratamentos. A poda de julho antecipou
a colheita e, por consequência, atingiu maiores valores de sólidos solúveis (16,61°Brix) e menor acidez total (1,12) em relação
SS/AT, de 15,04. O manejo do dossel é intimamente influenciado pelas condições climáticas. Logo, os resultados obtidos são
preliminares, e este trabalho segue em andamento na Fepagro
Serra do Nordeste.
183
144 RESPOSTA DA PEREIRA À ADUBAÇÃO FOSFATADA. SALUME, J.A.; CADONÁ, E.A.; LIMA, A.P.; NAVA, G.; BRUNETTO,
G. UFSC/CCA, Pós-Graduação em Agroecossistemas, C.P. 476,
88034-001 Florianópolis, SC, e-mail: jamilli.almeida@hotmail.
com
As pereiras (Pyrus communis L.) em produção são submetidas
anualmente à aplicação de fósforo (P), pois são cultivadas, em
geral, em solos ácidos que possuem baixo teor de P disponível.
Contudo, não é conhecida a real resposta das pereiras à adição de adubo fosfatado no solo. O trabalho objetivou avaliar
a resposta das pereiras à adição de P no solo. O experimento
foi implantado em outubro de 2010 em um pomar pereiras cv.
Rocha enxertado sobre o porta-enxerto Pyrus caleriana em São
Joaquim, SC, com densidade de 1.250 plantas.ha-1. O sistema de
condução das plantas foi líder central, e a poda de inverno foi
realizada anualmente. Anualmente foi aplicado 0, 40, 80, 120 e
160kg de P2O5.ha-1 em delineamento de blocos ao acaso com
quatro repetições. A parcela útil foi composta por cinco plantas
dispostas sequencialmente na linha de plantio, sendo somente
as três plantas centrais utilizadas para avaliação. Em fevereiro
de 2015, que coincidiu com a maturação dos frutos, folhas foram coletadas, secadas, preparadas e submetidas à análise de P.
Também foi feita a contagem dos frutos e estimada a massa e a
produção por planta e por hectare. Os resultados obtidos foram
submetidos à análise de variância e, quando significativos a 5%
de probabilidade de erro, foram ajustadas equações de regressão. A aplicação de doses de P no solo durante seis anos não
afetou o seu teor nas folhas, o número e peso médio de frutos,
tampouco a produtividade.
145 INCISÃO ANELAR E INDUTOR DE BROTAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE RAMOS LATERAIS EM PLANTAS JOVENS DE
MACIEIRA ‘CASTEL GALA’. ABREU, E.S.; CARRA, B.; SPAGNOL, D.;
HERTER, F.G. Universidade Federal de Pelotas, e-mail: [email protected]
147 AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO VEGETATIVO DE ‘SAUVIGNON BLANC’ NA SERRA CATARINENSE. ROECKER JUNIOR,
D.; ALMEIDA, V.; NAVARRO, B.B.; PESCADOR, R.; BRIGHENTI,
A.F. Universidade Federal de Santa Catarina/Centro de Ciências
Agrárias, e-mail: [email protected]
A formação de mudas representa fator importante para o estabelecimento de pomares. Em locais onde há baixo número
de horas de frio, as plantas podem apresentar diversas anomalias em sua arquitetura, as quais futuramente trarão prejuízos
à produção desse pomar. Assim, o presente trabalho tem por
objetivo avaliar a eficácia do uso de indutores de brotação e
incisão anelar no desenvolvimento de ramos laterais em plantas jovens de macieira do cultivar ‘Castel Gala’. O delineamento
experimental foi inteiramente casualizado com quatro repetições e quatro tratamentos. Os tratamentos foram: testemunha,
incisão anelar, indutor de brotação (Dormex® 1% + óleo mineral
3%) e a combinação de incisão anelar + indutor de brotação. No
final do período de dormência, quando as gemas se encontravam no estádio fenológico ‘B’, as plantas dos respectivos tratamentos foram submetidas à incisão anelar e ao indutor de brotação. Depois disso, foi realizada a contagem do número total
de gemas laterais. Após 60 dias, foi avaliado o número total de
gemas brotadas e obtida a percentagem de ramos brotados. Os
resultados foram submetidos à análise de variância e, quando
significativos, a comparação das médias foi realizada pelo teste
de Tukey a 5%. Houve incremento de brotação nos tratamentos
em relação à testemunha, e a combinação de incisão anelar e
indutor de brotação apresentou melhores resultados que ambos os tratamentos aplicados separadamente.
São Joaquim, no Planalto Catarinense, destaca-se como uma região de produção de vinhos finos em zonas de altitude acima de
1.200 metros. Essa região apresenta terroir distinto e seus vinhos
apresentam tipicidade própria. Sabendo que o comportamento vegetativo reflete a adaptação das variedades ao ambiente,
este trabalho teve como objetivo caracterizar o crescimento de
ramos e área foliar da variedade Sauvignon Blanc (Vitis vinifera
L.) na vinícola Villa Francioni, a 1.293m no ciclo 2015/16. A área
foliar foi estimada pela medição dos comprimentos da nervura
central das folhas pela equação y = 1,0968x2,1628. As medições
foram iniciadas 7 dias após a brotação, com ramos de aproximadamente 15cm e mantiveram-se quinzenalmente até o desponte. Foram avaliadas oito plantas em quatro blocos. Aos 30
dias, os ramos apresentaram crescimento de aproximadamente
52cm e área foliar de 3,5m2 por planta, chegando a 134cm e
9,88m2 por planta aos 60 dias. O desponte foi realizado 7 dias
antes da mudança de cor, aos 112 dias, quando os ramos se encontravam com 254cm e 20m2 por planta. Após o desponte, os
ramos mantiveram-se com 211cm e 14m2 por planta. Os dados
demonstraram vigor excessivo durante todo o ciclo, podendo
ser uma resposta adaptativa da variedade. Nesse sentido, alternativas de manejo do dossel podem minimizar a influência do
excesso de vigor na qualidade da produção.
148 ATRIBUTOS DE COR DE FRUTOS DE MACIEIRAS COBERTAS COM DIFERENTES TELAS ANTIGRANIZO. VILVERT, J.C.; COLDEBELLA, M.C.; AMARANTE, C.V.T.; SANTOS, A.; STEFFENS, C.A.
Universidade do Estado de Santa Catarina, e-mail: jcvilvert@
gmail.com
146 QUANTIFICAÇÃO DO TEOR DE CLOROFILA EM ‘SAUVIGNON BLANC’ MEDIANTE MÉTODO NÃO DESTRUTIVO. ALMEIDA, V.; ROECKER JUNIOR, D.; NAVARRO, B.B.; PESCADOR, R.;
BRIGHENTI, A.F. Universidade Federal de Santa Catarina/Centro
de Ciências Agrárias, e-mail: [email protected]
O objetivo deste estudo foi avaliar atributos de cor dos frutos em
macieiras cobertas com telas antigranizo de diferentes colorações. Este estudo foi conduzido em pomar comercial localizado
em Vacaria, RS, utilizando-se macieiras ‘Maxi Gala’ e ‘Fuji Kiku8’
não cobertas (controle), cobertas com tela antigranizo nas cores
branca e preta, ambas com malha de 4 x 7mm, e na cor vermelha com malha de 2,1 x 5,3mm. Foi avaliada a densidade de
fluxo de fótons fotossinteticamente ativos (DFFFA) abaixo das
telas, e os frutos foram avaliados na colheita comercial quanto
ao índice de cor vermelha, à luminosidade e ao ângulo hue. Em
relação ao controle, as telas branca, preta e vermelha reduziram
a DFFFA em 17%, 32,5% e 29,2% respectivamente. No cultivar
Maxi Gala, o uso de telas, principalmente a preta, reduziu a porcentagem da cor vermelha dos frutos quando comparados ao
controle. No cultivar Fuji Kiku8, apenas a tela vermelha reduziu
a porcentagem da cor vermelha dos frutos em relação ao controle. No lado do fruto mais exposto à luz, as telas vermelha e
preta aumentaram a luminosidade em ‘Maxi Gala’, mas não em
‘Fuji Kiku8’. No lado do fruto menos exposto à luz, o uso da tela
preta para ‘Maxi Gala’ e da vermelha para ‘Fuji Kiku’ aumentou
o ângulo hue, indicando uma coloração de fundo mais verde. O
emprego da tela antigranizo branca é mais indicado por disponibilizar maior radiação às plantas, não afetando os atributos
de coloração dos frutos em relação ao controle (plantas descobertas).
Santa Catarina se destaca na elaboração de vinhos finos de
altitude, com produção de 1 milhão de garrafas de vinho por
ano. Um dos principais fatores climáticos decorrentes da elevada altitude é a alta radiação solar, que influencia diretamente
no comportamento fotossintético da cultura. Nesse sentido, o
teor dos pigmentos fotossintéticos nas folhas tem sido utilizado como um indicativo da adaptação das plantas nessa região.
Equipamentos capazes de gerar grandezas relacionadas com
os teores de clorofila permitem uma medição rápida e prática,
ainda em campo e a um custo baixo. Nesse segmento, este trabalho teve como objetivo comparar o teor de clorofila quantificado em laboratório (método destrutivo) com o obtido através
de um clorofilômetro portátil Minolta SPAD-502 (método não
destrutivo). Foram utilizadas 30 repetições de folhas de seis diferentes tamanhos (0 a 2,5, 2,6 a 5, 5,1 a 7,5, 7,6 a 10, 10,1 a
12,5 e maiores que 12,5cm) durante a floração, mudança de cor
e colheita. Análises de correlação linear mostraram um coeficiente de correlação de 0,98 entre os dois métodos. Não houve
diferença estatística entre as médias dos três estádios fenológicos, o que evidencia manutenção do aparato fotossintético,
bem como eficiência fotossintética das folhas durante os ciclos
vegetativo e reprodutivo. Devido à alta relação entre os teores
de nitrogênio e clorofila, o clorofilômetro portátil também pode
ser utilizado para estimar o teor de nitrogênio da folha.
184
149 QUALIDADE DE FRUTOS DE MORANGUEIRO EM DIFERENTES FORMAS DE DESINFECÇÃO DO SOLO. SOUZA, M.P.; ZANIN,
D.S.; COSTA, M.M.; KRETZSCHMAR, A.A.; RUFATO, L. Universidade do Estado de Santa Catarina/CAV, e-mail: marissa.pra@
outlook.com
151 CARACTERIZAÇÃO DE FRUTOS DE GOIABA-SERRANA NO
PLANALTO CATARINENSE. MORO, L.; PAULINO, P.S.; BORGES
JÚNIOR, W.S.; VECHIA, N.D.; MAFRA, A.L. Udesc/CAV, Av. Luís
de Camões, 2090, 88520-000 Lages, SC, e-mail: leticia_moro@
hotmail.com
O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade de frutos de
morangueiro de três genótipos submetidos a diferentes tratamentos para desinfecção do solo, em cultivo sucessivo, nas condições do Planalto Sul Catarinense. O experimento foi realizado na safra 2015/16, utilizando-se delineamento inteiramente
casualizado, em esquema fatorial 4x3, com quatro repetições.
Um dos fatores foi constituído por quatro diferentes formas de
desinfecção do solo: 1- aplicação de Fluazinam (3g.L-1) via solo;
2- solarização; 3- cobertura do solo com nabo-forrageiro (Raphanus sativus L.) e 4- aveia-preta (Avena strigosa Schreb.). O
outro fator consistiu na avaliação dos genótipos de morangueiro ‘Pircinque’, ‘San Andreas’ e a seleção pré-comercial CRA.FRF
CE 56. Os dados foram submetidos à análise de variância, e as
médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
de erro. Não foi encontrada diferença significativa entre os diferentes métodos para desinfecção do solo. Todavia, entre os
genótipos, observaram-se os frutos mais firmes (455g) em ‘CRA.
FRF CE 56’. Em ‘Pircinque’ se observaram as maiores médias
para teor de sólidos solúveis (10°Brix) e ratio (12,6), diferindo-se de ‘San Andreas’. ‘Pircinque’ e ‘CRA.FRF CE 56’ produziram
frutos com qualidade físico-química adequada para comercialização nas condições estudadas.
Apesar de a goiaba-serrana ser nativa do planalto meridional
brasileiro, é mais cultivada em outros países, sendo pouco conhecida no mercado brasileiro. Objetivando a aquisição de informações sobre características dos frutos de Acca sellowiana
cv. Alcântara no Planalto Catarinense, foram coletados, em março de 2016, em São Joaquim, 20 frutos de 10 árvores aleatoriamente em 4 áreas denominadas Postinho, Gabriel, Epagri1 e
Epagri2, estes povoamentos com idades respectivas de 14, 11, 9
e 9 anos. Na área Postinho, o solo é um Neossolo Litólico e nas
demais Cambissolo Húmico. Foram determinados peso, teor de
sólidos solúveis totais (oBrix) e acidez titulável. Além disso, foram contados o número de frutos por árvore. Os dados foram
submetidos à análise de variância (ANOVA) a 5% de probabilidade de erro pelo teste F. Havendo significância entre as áreas,
foi utilizado o teste de Scott Knott a 5% de probabilidade de erro
para comparação entre as médias. O peso médio dos frutos foi
de 152,6g, os teores de sólidos solúveis totais tiveram média
9°Brix na casca e 8,6 na polpa, e os maiores valores para esSas
variáveis foram encontrados no Postinho, com 174,9g, 10,5°Brix
na casca e 9,8 na polpa. A acidez titulável na casca, em média,
foi de 3,3%, com valores maiores no Postinho (3,6%) e Epagri2
(3,9%), e na polpa 1,8%, com valores maiores no Gabriel (2%) e
no Epagri2 (2,3%). Em média, as árvores continham 211 frutos,
e na área Gabriel havia mais frutos por árvore (311).
150 ADUBAÇÃO POTÁSSICA VIA SOLO E FOLIAR NA QUALIDADE DE PÊSSEGO. MEZAVILA, E.S.; CONTE, E.D.; AMARAL, L.O.;
DAL MAGRO, T.; Universidade de Caxias do Sul/CAMVA, Av. Dom
Frei Cândido Maria Bampi, 2800, 95200-000 Vacaria, RS, e-mail:
[email protected]
A cultura do pessegueiro tem grande importância para o estado
do RS, principalmente nas atividades socioeconômicas rural e
urbana da região. Entretanto, a qualidade dos frutos ainda está
muito aquém do potencial da cultura. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da adubação potássica via solo e foliar
na qualidade de pêssego cultivar Eragil. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com nove tratamentos e três repetições, tendo sido cada parcela composta por
seis plantas distribuídas ao longo da linha de plantio. Os tratamentos consistiram da aplicação de cinco doses de potássio via
solo na forma de cloreto de potássio, além de três tratamentos
de potássio via foliar com o uso de diferentes produtos e a testemunha. Avaliaram-se os parâmetros de diâmetro, intensidade e percentagem de coloração vermelha da epiderme, acidez
total titulável, sólidos solúveis e firmeza de polpa dos frutos,
além dos teores de nutrientes na folha. Os valores obtidos para
diâmetro, acidez total titulável, sólidos solúveis e firmeza de
polpa não apresentaram variação em função dos tratamentos
utilizados. A aplicação de doses excessivas de K não afetou a
absorção de Ca e Mg pela planta, e a adubação foliar com diferentes fontes de potássio não aumentou a coloração vermelha
dos frutos nem o teor de K na folha.
185
152 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE COMPOSTOS VOLÁTEIS
DE VINHOS DA VARIEDADE SANGIOVESE. CALIARI, V.¹; ARCARI,
S.G.² ³; GODOY, H.T.²; SOUZA, E.L.; SOUZA, A.L.K.¹ ¹Epagri/Estação Experimental de Videira. CP. 21, 89560-000 Videira; ²Unicamp; ³IFSC; [email protected]
Sangiovese é uma variedade de uva tinta de aroma delicado e
agradável. No estado de Santa Catarina essa variedade foi recentemente implantada no Planalto Catarinense, apresentando
potencial para elaboração de vinhos tintos. Por se tratar de uma
variedade bastante conhecida mundialmente, bem como seus
descritores, é importante o conhecimento acerca da composição volátil dos vinhos elaborados com uvas ‘Sangiovese’ nas regiões de altitude de Santa Catarina. O objetivo deste estudo foi
determinar o perfil de voláteis e quantificar os principais compostos de interesse para o aroma de vinhos tintos Sangiovese,
produzidos na região de altitude de Marari. Para determinação
do perfil de voláteis foi empregada a técnica de HS-SPME-GC-MS/MS. Para avaliação quantitativa, a HS-SPME-GC-FID foi
usada. Foram identificados 108 compostos voláteis, dos quais
41 foram quantificados. Os componentes majoritários foram
os álcoois 2-feniletanol (90,98mg.L-1), 2-butanol (33,93mg.L1
), os ésteres succinato de dietila (25,4mg.L-1), acetato de etila
(5,35mg.L-1) e isovalerato de etila (6,81mg.L-1); a lactona γ-nonalactona (0,18mg.L-1) e o norisoprenoide β-damascenona (0,61
mg/L). Os valores de odor ativo evidenciaram os compostos de
maior contribuição para o aroma dos vinhos analisados, sendo
eles β-damascenona, α-ionona, γ-nonalactona, 2-metilbutanoato de etila, 2-feniletanol e hexanoato de etila.
153 IMPACTO DAS PROJEÇÕES CLIMÁTICAS NA ANÁLISE DE
RISCO DE GEADA EM FRUTÍFERAS DE CLIMA TEMPERADO.
MALINOVSKI, L.I.; CAMPOS, C.G.; VIEIRA, H.J.; BORGHEZAN, M.;
SILVA, A.L. UFSC/CCA/RGV e EPAGRI/Ciram, Florianópolis, SC,
e-mail: [email protected]
155 DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DE VIDEIRAS CV. CARMEM EM SISTEMA ORGÂNICO E BIODINÂMICO. PIVA, R.; BOTELHO, R.V.; LIMA, P.C.G.; ROMBOLÀ, A.D. Universidade Estadual
do Centro Oeste/Departamento de Agronomia, Rua Simeão Camargo Varella de Sá, 3, Guarapuava, PR, e-mail: raffaelepiva@
gmail.com
As mudanças climáticas têm causado preocupações para o setor
de frutas de clima temperado devido aos eventos extremos de
temperaturas do ar e precipitações. O objetivo deste trabalho
foi avaliar o efeito do aumento na temperatura do ar previsto
por modelos de projeções climáticas sobre o risco de geada em
videiras e macieiras em Santa Catarina. Consideraram-se séries
diárias da temperatura do ar observadas (estações meteorológicas) e projetadas (Modelo Climático Regional HadRM3P).
Foram avaliadas implicações climáticas decorrentes dos cenários SRES A2 e B2, projetadas regionalmente (2071-2100), com
referência à média climática de 1961-1990. A análise de risco
de geada baseou-se na probabilidade decendial de ocorrência
de temperaturas mínimas inferiores a 1, 2 e 3°C (critério mais e
menos exigente), de julho a setembro. Observou-se efeito do
aquecimento da temperatura do ar na redução do risco de geada. A menor probabilidade de ocorrência de geada ficou caracterizada no mês de setembro, nos três limiares, correspondendo ao maior aquecimento projetado. Com essas projeções, as
regiões de elevada altitude e baixo vale de Santa Catarina, onde
se cultivam variedades de brotação precoce, poderão sofrer
menos danos. Contudo, esse cenário impacta negativamente,
reduzindo áreas aptas ao cultivo de variedades mais exigentes
em horas de frio.
A maior procura por alimentos sem resíduos tem demandado o
conhecimento sobre o desenvolvimento das plantas cultivadas
em sistemas sustentáveis. Videiras do cv. Carmem enxertados
sobre Paulsen ‘1103’ no segundo ano após o plantio foram avaliadas no ciclo 2014/15 no campo experimental do Cedeteg-Unicentro em Guarapuava, PR, onde foram comparados os sistemas orgânico e biodinâmico. Ambos os sistemas receberam o
manejo padrão de campo e a mesma dose de adubo orgânico,
tendo o composto biodinâmico recebido os preparados 502
(Achilleamille folium), 503 (Matricaria recucitata), 504 (Urtica
dioeca), 505 (Quercus robur), 506 (Taraxacum officinale) e 507
(Valeriana officinalis) 15g.25m-3 de composto. Além disso, foram aplicados no solo e na planta, em forma de aspersão, os
seguintes preparados: 500 (preparado chifre esterco) e Fladen
100g.80L água-1.ha-1, 501 (preparado chifre sílica) 4g.80L água-1.
ha-1. O delineamento experimental foi em blocos casualizados
com dois tratamentos (sistema orgânico e biodinâmico) e seis
repetições com seis plantas por parcela experimental. As plantas biodinâmicas apresentaram maior comprimento e diâmetro
dos ramos desde a primeira avaliação, e foi possível observar
diferença estatística desde a segunda avaliação. O diâmetro de
tronco e o índice SPAD também diferiram estatisticamente no
segundo ano de avaliação.
154 A APLICAÇÃO DE THIDIAZURON (TDZ) AUMENTA A FRUTIFICAÇÃO EFETIVA DE PEREIRAS ‘HOUSUI’. BRIGHENTI, L.M.;
PASA, M.S.; SILVA, C.P.; BONIN, B.; CIOTTA, M.N. Epagri/Estação
Experimental de São Joaquim, e-mail: liviabrighenti@zipmail.
com.br
156 CONCENTRAÇÃO DE MICRONUTRIENTES EM FRUTOS DE
ACCA SELLOWIANA (GOIABA-SERRANA) NO PLANALTO CATARINENSE. PAULINO, P.S.; MAFRA, A.L.; MORO, L.; BORGES
JUNIOR, W.S.; VECHIA, N.D. Universidade do Estado de Santa
Catarina, Av. Luís de Camões, 2090, Lages, 88520-000, e-mail:
[email protected]
O Thidiazuron (TDZ) é uma fenilureia que mostra atividade citocinínica, que tem mostrado efeito positivo na frutificação
efetiva de várias frutíferas de clima temperado, como macieira
e pereira. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da
aplicação de TDZ na frutificação efetiva de pereiras ‘Housui’. O
experimento foi realizado na safra 2015/16 em pomar comercial no munícipio de São Joaquim, SC. Foram utilizadas plantas do cultivar ‘Housui’ enxertadas em Pyrus calleryana, com
17 anos de idade, em espaçamento de 2 x 5m. Foram testadas
as concentrações de 20, 40 e 60mg.L-1i.a. de TDZ, aplicados na
plena floração. A plena floração foi considerada quando aproximadamente 70% das flores estavam abertas. Em todos os
tratamentos (exceto a testemunha) foi adicionado o adjuvante Breakthru® (0,05%). Foram utilizadas três repetições de três
plantas cada uma, e a planta central foi utilizada para as avaliações. Aproximadamente 40 dias após a plena floração, os frutos
foram contados e a frutificação efetiva calculada (%; número de
frutos/número de inflorescências*100). Todas as doses de TDZ
testadas aumentaram a frutificação efetiva. Observou-se efeito positivo linear do aumento da dose na frutificação efetiva,
com aumento linear em função da dose. A frutificação efetiva
foi de 22,9%, 41,5%, 69,6% e 70,9% para a testemunha, 20, 40 e
60mg.L-1 de TDZ respectivamente.
O consumo da goiaba-serrana, essência nativa do Brasil, vem
aumentando nos últimos anos, possibilitando a maximização da
produção. O objetivo é obter informações sobre características
do fruto. O estudo foi realizado no município de São Joaquim,
em quatro pomares em produção, denominadas Postinho, com
14 anos de idade; Gabriel, com 11 anos de idade; Epagri1 e
Epagri2, ambas com 9 anos de idade. Foram selecionadas 10
plantas por área numa amostragem aleatória, com a variedade
Alcântara, sendo coletados 20 frutos por planta. O solo da área
Postinho é um Neossolo Litólico e nas demais áreas é Cambissolo Húmico. As amostras foram avaliadas quanto à concentração
de micronutrientes na polpa através do método de digestão,
conforme metodologia descrita por Tedesco et al. (1995). Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) a 5% de
probabilidade de erro pelo teste F. Havendo significância entre
os tratamentos, foi utilizado o teste de Scott Knott a 5% de probabilidade de erro para comparação entre as médias. O teor de
cobre variou de 3,31 a 8,91mg.kg-1. A concentração de zinco variou entre 4,56 e 5,51mg.kg-1. O nível de ferro variou entre 8,93
e 17,9mg.kg-1. O teor de manganês variou de 2,81 a 5,31mg.
kg-1. Deve ser observada a proporção do que a planta necessita
de cada nutriente. Sugere-se que as práticas de adubação da
cultura sejam próximas às encontradas nos frutos.
186
157 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUIMICAS DOS FRUTOS EM
MACIEIRAS ‘FUJI SUPREMA’ TRATADAS EM PRÉ-COLHEITA
COM ÁCIDO ABSCÍSICO E PROEXADIONA DE CÁLCIO. DENARDI,
V.; AMARANTE, C.V.T.; MOTA, C.S; SCHUERNE, I.D.; FARIAS, M.
Universidade do Estado de Santa Catarina, e-mail: [email protected]
O trabalho objetivou avaliar os efeitos da aplicação pré-colheita de ácido abscísico (ABA) e proexadiona de cálcio (ProCa) em
macieiras ‘Fuji Suprema’ nas características físico-químicas dos
frutos. O experimento foi conduzido em pomar comercial no
município de São Joaquim, SC, consistindo de quatro tratamentos: ABA (300mg.L-1), ProCa (100mg.L-1), ABA+ProCa; e testemunha. Foram feitas oito aplicações de cada tratamento em
intervalos de 10 dias, iniciadas 11 dias após a plena floração.
Em todos os tramentos foi adicionado espalhante adesivo não
iônico (Break-Thru®; 0,1%, v/v). O delineamento experimental
utilizado foi de blocos ao acaso, com quatro repetições, com
cada repetição correspondendo a quatro plantas. Vinte frutos
por unidade amostral foram avaliados na colheita, e outros
20 frutos avaliados após 4 meses de armazenamento refrigerado (0°C±0,5°C e 90-95% UR), seguido de 7 dias em condição
ambiente (20°C e 60-70% UR). Os dados foram submetidos à
análise de variância e ao teste de Tukey (p<0,05). Frutos do tratamento ABA+ProCa apresentaram maior índice de iodo-amido
na colheita. Não houve diferença entre os tratamentos quanto aos teores de sólidos solúveis e a acidez titulável nos frutos,
avaliados na colheita após o armazenamento. Nas condições e
dosagens utilizadas no experimento, não se recomenda a aplicação de ABA e ProCa com a finalidade de ganhos na qualidade
físico-química dos frutos em ‘Fuji Suprema’.
158 DANOS CAUSADOS POR Eudocima spp. (LEPIDOPTERA:
NOCTUIDAE) EM FRUTOS DE MAÇÃ. NUNES, M.Z.; ARIOLI, C.J.;
ROSA, J.M.; PADILHA, A.C.; SPECHT, A.; BOTTON, M. Departamento de Fitossanidade, UFPel. E-mail: [email protected]
Recentemente, uma espécie de mariposa perfuradora de frutos,
Eudocima spp., foi encontrada ocasionando danos em frutos de
maçã em áreas de produção da Serra Catarinense. Trata-se de um
inseto nativo da América do Sul. Os adultos medem aproximadamente 10cm de envergadura, possuindo asas anteriores de coloração marrom e posteriores amarelo-alaranjadas. Apresentam
o aparelho bucal esclerotizado com espinhos que conferem ao
inseto a capacidade de perfurar os frutos. Habitam áreas de mata
próximas de onde se deslocam, no período noturno, para se alimentar nos pomares. A mariposa prefere frutos em fase de maturação, sendo possível observar, na casca deles, uma perfuração
circular ocasionada pela introdução do aparelho bucal. Quando
o ataque ocorre durante o crescimento, é possível visualizar deformações no local de alimentação, o que não é visível quando
os frutos estão maduros. Internamente, os tecidos apresentam
aspecto de cortiça devido à morte de células pela sucção da polpa. Os sintomas de deformação podem ser confundidos com a
picada de oviposição da mosca-das-frutas-sul-americana Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae). Porém, a polpa do fruto
atacado por Eudocima spp. apresenta aspecto seco, enquanto a
do fruto atacado por A. fraterculus apresenta-se amolecida, com
a presença de galerias oriundas do desenvolvimento larval. Este é
o primeiro registro de uma mariposa perfuradora de frutos causando danos em maçã no Brasil.
Apoio: Epagri e Embrapa.
187
159 AVALIAÇÃO DO SISTEMA TRAPVIEW NO MONITORAMENTO DE ADULTOS DE Grapholita molesta (LEPIDOPTERA:
TORTRICIDAE) EM POMARES DE MACIEIRA. ARIOLI, C.J.; ROSA,
J.M.; MENEZES-NETTO, A.C.; SANTOS, J.P.; BOTTON, M. Epagri/
EESJ, e-mail: [email protected]
O monitoramento de pragas tem sido um grande desafio pela
reduzida disponibilidade de mão de obra no campo. Este trabalho objetivou avaliar o desempenho de um sistema automático
para o monitoramento de Grapholita molesta, comparando-o
ao sistema convencional. Os experimentos foram conduzidos
nas safras 2014/15 e 2015/16. Armadilhas foram instaladas
em três pomares comerciais. Em cada pomar foram instaladas
quatro armadilhas, sendo duas convencionais (modelo Delta)
e duas do sistema Trapview, composto de um dispositivo fotográfico (hardware) adaptado que, uma vez ao dia, capturava
imagem do fundo da armadilha e a encaminhava, via sinal telefônico, a uma plataforma web, na qual se fazia a identificação
e a contagem dos insetos. As armadilhas Delta convencionais
eram vistoriadas in loco pelos monitores semanalmente. Em
cada uma das armadilhas foi adicionado um septo de feromônio
sexual específico para atração dos machos, sendo substituídos
a cada 30 dias. Com os dados de captura, foi possível concluir
que os sistemas não apresentaram diferenças entre si (r > 0,90
em todos os pomares). Assim, com o sistema Trapview é possível acompanhar os níveis populacionais da praga nos pomares
de forma semelhante ao sistema convencional, sem vistorias in
loco. Como principais entraves à implantação prática da tecnologia estão o custo de implantação e a manutenção dos equipamentos devido à frequência de problemas técnicos.
Apoio: SC Rural.
160 AVALIAÇÃO DA REPELÊNCIA DE ACARICIDAS BOTÂNICOS
SOBRE APIS MELLIFERA EM CONDIÇÕES DE CAMPO. PADILHA,
A.C.; ROSA, J.M.; AGOSTINETTO, L.; ROSA, T.D.; ARIOLI, C.J., Universidade Federal de Pelotas/Departamento de Fitossanidade,
e-mail: [email protected]
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de repelência de
acaricidas botânicos sobre o polinizador Apis mellifera (Hymenoptera: Apidae). O estudo foi conduzido no Apiário Experimental da Epagri de São Joaquim em fevereiro de 2016. A 30m
do apiário, foram instaladas estações artificiais compostas por
uma placa de isopor de 10cm de diâmetro, coberta com papel-filtro. Sobre elas foram aplicados, com pulverizador costal, os
acaricidas, simulando aplicação no campo. Dois dias antes da
instalação, realizou-se o treinamento das abelhas com sacarose a 20% para reconhecimento do local. No centro da placa
foi utilizado mel puro (1,42g) para estimular o forrageamento.
Os acaricidas testados foram: Cadmus (150ml e 400ml.100L-1),
Terpex (200ml e 500ml.100L-1) e mistura de Cadmus e Terpex
(75ml+100ml.100L-1) e Sanmite (75ml.100L-1). Água destilada foi
utilizada como controle. Avaliou-se a visita às estações a cada
10 minutos através de cinco fotografias diárias por tratamento.
O experimento foi repetido por seis dias favoráveis ao forrageamento. O número de abelhas visitantes foi contado em cada
intervalo e em cada tratamento. Os resultados demonstraram
que não houve efeito de repelência dos acaricidas (p<0,005),
indicando que a aplicação desses produtos não interfere no
forrageamento do polinizador A. mellifera. Estudos deverão ser
conduzidos para verificar o efeito de contato ou ingestão desses
produtos sobre o referido polinizador.
Apoio: Epagri, CNPq, Capes.
161 VISITANTES FLORAIS EM POMARES DE MACIEIRA CONDUZIDOS EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO NA SERRA
CATARINENSE. ROSA, J.M.; ARIOLI, C.J.; NUNES-SILVA, P.; BLOCTHEIN, B.; BOTTON, M. UFPel/Campus Capão do Leão, 96010900, Pelotas, RS, e-mail: [email protected]
163 DANOS DURANTE O ARRANQUE DE MUDAS DE PEREIRA-JAPONESA ENXERTADAS SOBRE MARMELEIRO ‘BA29’. BOMBONATI, L.P.; FAORO, I.D.; SEZERINO, A.A. Epagri/Estação Experimental de Caçador, C.P. 591, 89500-000 Caçador, SC, e-mail:
[email protected]
O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento dos visitantes florais e potenciais polinizadores em pomares de macieira conduzidos no sistema orgânico de produção. O estudo foi
conduzido em dois pomares de macieiras no município de São
Joaquim, SC. O pomar ‘A’ está localizado em região de campo
nativo com menor diversidade vegetal em seu entorno, enquanto o pomar ‘B’ é circundado por mata nativa preservada. As coletas foram realizadas na florada 2014/15 com auxílio de redes
e frascos entomológicos às 10h, às 13h e às 16h em quatro dias
ensolarados com temperatura superior a 15°C. Em cada horário
de coleta, um transecto de 50m foi percorrido por 30min para
a coleta dos insetos. Os espécimes capturados foram montados
e identificados. Foram coletados 408 e 534 insetos nos pomares ‘A’ e ‘B’ respectivamente. O Pomar ‘B’, circundado por mata
nativa, apresentou maior riqueza de espécies. Abelhas nativas
representaram 6,9% e 41,7% do total de insetos coletados, enquanto A. mellifera representou 72,3% e 37,6% nos pomares
‘A’ e ‘B’ respectivamente. Conclui-se que áreas de cultivo circundadas de mata nativa estão mais propensas a se beneficiar
de potenciais polinizadores nativos, os quais podem contribuir
de forma complementar aos serviços de polinização realizados
por abelhas gerenciadas em pomares de macieira da Serra Catarinense.
Apoio: Embrapa Uva e vinho, Epagri-EESJ, PUCRS, CNPq, Capes.
O porta-enxerto marmeleiro ‘BA29’ é uma seleção para melhor
afinidade para alguns cultivares copa, mas, geralmente, não
apresenta boa compatibilidade de enxertia com os cultivares
copa de pereira-japonesa, podendo causar rompimento na região da enxertia por qualquer dano mecânico. Em 2011, ramos
de ‘BA29’ foram enraizados, e em 8/2012 foram enxertados com
os cvs. Housui, Kikusui e Syuugioku e plantados no campo. Em
22/8/2013 as mudas foram arrancadas do viveiro, tendo sido
passada antes uma lâmina a cerca de 40cm de profundidade
com a ajuda de trator, e procedeu-se à avaliação de eventuais
danos, objetivo deste trabalho. Os dados foram analisados pelo
teste do Qui-quadrado a 5% de probabilidade, comparando-se
os cultivares dois a dois. As mudas produzidas apresentavam
desenvolvimento de raízes muito bom. O problema mais grave foi relacionado à incompatibilidade entre o marmeleiro cv.
BA29 e os cultivares copa da pereira-japonesa na soldadura deficiente entre ambos, o que favoreceu a quebra ou o descolamento na região da enxertia. Nesse quesito, todos os cultivares
diferiram significativamente entre si, apresentando o cv. Housui
a maior percentagem de plantas quebradas (61,5%), seguido
do cv. Syuugioku (46,1%) e do ‘Kikusui’ (30,8%). A causa dessa
quebra na região da enxertia está ligada aos problemas de baixa
afinidade entre os tecidos do porta-enxerto e do cultivar copa.
Não é indicado o uso do marmeleiro ‘BA29’ como porta-enxerto
para os três cultivares testados.
162 AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE GENÓTIPOS DE MORANGUEIRO NO SUL DO BRASIL. ZANIN, D.S.; FAGHERAZZI, A.F.; MARTINS, R.; KRETZSCHMAR, A.A; RUFATO, L. Universidade do Estado de Santa Catarina/Centro de Ciências Agroveterinárias, Av.
Luís de Camões, 2090, Conta Dinheiro, Caixa Postal 281, 88520000 Lages, SC, e-mail: [email protected]
164 DIAGNÓSTICO DA MATURAÇÃO E QUALIDADE DE MAÇÃS
NO PERÍODO DE COLHEITA EM NÍVEL COMERCIAL. GONÇALVES, M.W.; ARGENTA, L.C.; MARTIN, M.S. Universidade do Estado de Santa Catarina, e-mail: [email protected]
Um banco de dados foi construído pela análise de 62.807 amostras de maçã ‘Gala’ e 29.053 amostras de maçã ‘Fuji’, em empresa comercial, durante 11 anos, para identificar a variabilidade
dos índices de maturação e qualidade de maçãs no momento
da colheita, em nível comercial. Verificou-se que o período da
colheita comercial se estendeu da 3ª à 15ª semana do ano para
‘Gala’ e da 10ª à 22ª semana do ano para ‘Fuji’, embora cerca de 70% da produção de ‘Gala’ e ‘Fuji’ tenham sido colhidos
num período de quatro e seis semanas respectivamente. As
variações entre anos das médias anuais de firmeza da polpa,
índices de amido, sólidos solúveis e acidez foram, respectivamente, de 15,7 a 18,2lb, 4,1% a 6,4%, 11,9% a 13,3% e 4,2 a
6,1mEq.100ml-1 para ‘Gala’ e de 14,5 a 16,8lb, 3,9% a 5,9%,
12,8% a 15,4% e 4,3 a 5,3mEq.100ml-1 para ‘Fuji’. O calibre médio anual e o índice de russeting variaram entre anos de 138 a
174 e 1,1 a 1,7 para a ‘Gala’ e de 120 a 145 e 1,1 a 1,8 para a
‘Fuji’. Os índices de maturação e qualidade também variaram ao
longo do período de colheita em cada ano. No início do período
de colheita (1ª semana), a firmeza média (média de 11 anos) foi
de 17,9 e 17,1lb, os sólidos solúveis de 12,2% e 12,9%, o índice
de amido de 4.0 e 3.9 e a acidez de 5,7 e 6,2mEq.100ml-1 para
‘Gala’ e ‘Fuji’ respectivamente. No final do período da colheita
(última semana), a firmeza média foi de 14,2 e 14,3lb, os sólidos
solúveis de 13,1% e 14,4%, o índice de amido de 6,1 e 6,4 e a
acidez de 3,9 e 3,8mEq.100ml-1 para ‘Gala’ e ‘Fuji’ respectivamente.
O objetivo deste trabalho foi avaliar e selecionar novos genótipos de morangueiro (Fragaria vs. ananassa Duch.) visando
aptidão ao cultivo na região Sul do Brasil. Foram realizados 27
cruzamentos distintos, envolvendo parentais caracterizados
como produtivos ou com frutos de boa qualidade. Desses cruzamentos, obtiveram-se 4.227 plantas, as quais foram avaliadas no Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do
Estado de Santa Catarina (Udesc/CAV), no município de Lages,
SC, na safra 2015/16. Utilizou-se sistema de cultivo no solo, em
canteiros com 1m de largura. As plantas de cada cruzamento
foram dispostas em linhas contínuas. Essa forma de plantio foi
escolhida devido ao fato de o objeto em estudo ser a geração
F1, na qual cada planta (genótipo) constitui um tratamento.
Durante o período produtivo, os genótipos foram avaliados semanalmente, com base nos seguintes aspectos: vigor da planta,
produtividade, qualidade dos frutos e resistência a doenças. Os
cruzamentos com maior porcentagem de plantas selecionadas
foram ITA 13,081; ITA 13,077; ITA 13,072 e ITA 13,079; com 22,2,
15, 14,3 e 13% de genótipos selecionados dentro de cada cruzamento respectivamente. Foram selecionados, ao todo, 192 genótipos (4,5% do total), os quais demonstraram potencial para
utilização em novos programas de melhoramento voltados para
as condições ambientais do sul do Brasil.
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165 RELAÇÃO ENTRE O CONTEÚDO DE MATÉRIA SECA DE MAÇÃS ‘GALA’ NA COLHEITA COM A FIRMEZA E O ESCURECIMENTO DE POLPA APÓS A ARMAZENAGEM. VIEIRA, M.J.; ARGENTA,
L.C.; MATTHEIS, J.P.; VIEIRA, A.M.F.D. Epagri/Estação Experimental de Caçador, e-mail: [email protected]
Maçãs ‘Gala’ foram colhidas em estádio de maturação ideal ou
avançado em dois pomares comerciais em Washington, EUA.
Após a colheita, frutos de dois tamanhos (calibre 75 e 100) foram armazenados por 50, 107 e 194 dias a 1°C e analisados após
cada período mais 7 dias a 23°C. Na colheita, o CMS variou de
14,6% a 15,1%. Efeito de calibre sobre o CMS foi restrito a um
dos pomares e em frutos colhidos tardiamente. Na colheita, a
firmeza da polpa (FP) (maturação ideal) foi significativamente
maior (1,3lb) no calibre 100 e não diferiu entre os calibres com
o atraso da colheita. A taxa de perda de FP ao longo da armazenagem não foi afetada pelo calibre dos frutos, mas foi ligeiramente maior (1,5lb/30 dias) em frutos colhidos em estádio ideal
em relação ao estádio avançado de maturação (1,4lb/30 dias).
Houve relação positiva significativa entre CMS na colheita e FP
após a armazenagem (R2 = 0,25* a 0,54* em função do pomar e
da colheita). O distúrbio fisiológico escurecimento de polpa (EP)
só ocorreu após 194 dias de armazenagem mais 7 dias a 23°C
e não variou com o calibre, mas tendeu a ser maior em frutos
colhidos tardiamente. Relação significativa entre o CMS e EP só
foi verificada na colheita tardia e no pomar 2 (R2 = -0,26*). O
EP se relacionou com a FP (R2 = 0,55* a 0,62* em função do
pomar e colheita). Os resultados indicam que, embora pomares
com maior CMS na colheita possam possuir maior FP após a
armazenagem, a FP é mais adequada para prever os riscos de
perdas por EP.
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