O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na

Transcrição

O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na
1ª Edição Fevereiro de 2012
Em Busca das
Tribos Perdidas
de Israel
Capitulo II
O Exílio e o Retorno das Tribos
Perdidas na Literatura Rabínica
Baruch Ben Avraham
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
O Exílio e o Retorno
das Tribos Perdidas na
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na
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O Pseudo Targum Yonathan1 atribuído a Yonathan Ben Uziel 2,
um dos 80 Tannaím,3refere-se ao local para onde o Eterno
despacharia Israel por seus pecados como o mítico Rio Sambatyon.
“Eis que faço aliança que eu não vou mudar este povo para se
tornar um povo estrangeiro, não obstante de ti procede uma multidão
dos justos, e com todo o teu povo farei maravilhas no momento em que
eles entrarem em cativeiro pelos rios de Babilônia, porque eu os farei
subir dali, e vou fazê-los habitar dentro do Rio Sambation...” Pseudo
Targun Yonathan, Shemot/Ex 31-31.
Uma vez que o Rio Sambatyon é recorrente na literatura
rabínica como sendo o local para onde as dez tribos foram exiladas
e confinadas identificá-lo é importante para ajudar a traçar a
caminhada do povo. Flávio Josefo (37-100 DEC) o situa nalgum lugar
entre Beirute no Líbano e a Província Romana de Raphanea na Síria
Atual. O Rabi Moshe ben Naḥman Girondi (1194-1270), mais
conhecido como Nahmanides o identifica como o Rio Khabur.
1
Também chamado de Targum Yerusalami, o Pseudo Targum Yonathan é descrito assim por não haver unanimidade sobre sua
autoria. É um targum ocidental que contrasta com Targum Onkelos de Aquila, o grande prosélito romano do judaísmo.
2
Yonatan Ben Uziel é um dos 80 tannaim ou repetidores da tradição. Discípulo de Hllel o Velho (110 AEC – 10 DEC), o homem
que criou a regra de ouro do período tanaítico: ―Aquilo que é odioso para você, não faça a seu companheiro, isso é toda a Torah,
o resto é comentário...." (Talmud Babilônico , Tratado Shabat 31a.) Hillel não é mencionado na Brit Chadashá, mas muitos dos
seus conceitos estão lá. O próprio Shaul, mais conhecido por Paulo foi educado a seus pés. Atos 22:3. Rabban Gamaliel I (1-50
DEC) O Talmud declara: ―Quando Raban Gamaliel, o velho, faleceu, cessou a glória da Toráh, e pereceram a pureza e a
santidade‖ — Sotah 9:15. O livro de Atos diz que ―certo fariseu chamado Gamaliel, doutor da lei, acatado por todo o povo,‖ (Atos
5:34) interrompeu a perseguição contra os discípulos de Yeshua alegando: ―Agora vos digo: Dai de mão a estes homens, e
deixai-os, porque este conselho ou esta obra, caso seja dos homens, se desfará; mas, se é de Elohim, não podereis derrotá-los;
para que não sejais, porventura, achados até combatendo contra Elohim.‖ Atos 5:38-39. Isso nos dá uma ideia do peso que os
escritos de Yonatan bem Uziel, neto de Gamliel, um dos maiores sábios do judaísmo tem dentro da literatura rabínica.
Tanaim (repetidores ou professores) é a segunda era rabínica de (70 a 200 DEC) do período Chazal, acrônimo de
Hakhameinu Zikhronam Liv'rakha (nossos sábios de abençoada memória), e se seguiu a Era Zugot ou pares (515 AEC a 70
DEC) quando a liderança ficava a cargo de dois rabinos. A terceira é a dos Amoraim ou aqueles que dizem (200 a 500 DEC). A
quarta é a dos Savoraim (500 a 600) quando o Talmud adquiriu sua forma final. A quinta Geonim, orgulho ou pompa (600 a 700),
que discutiu pontos não mencionados no Talmud, época em que um líder ou Resh era aceito durante a dinastia muçulmana dos
abássidas como representando todo o judaísmo. A sexta foi a Rishonim (1000 a 1500). A era atual, a Acharonim se iniciou no
século 16. Os acharonim são estudiosos que podem formular novos conceitos, mas sem desafiar os estudiosos anteriores.
Noutras palavras, são estudiosos da tradição, não reformadores.
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O Rio Khabur com 486 km de
extensão é o mais importante afluente
do Eufrates e desemboca no território
sírio com uma vazão média de 45m³
por segundo, sendo uma das mais
importantes fontes de água perene
numa região semiárida, sendo vital
para a agricultura em toda a sua bacia.
O fato do Rio Khabur desembocar
perto da cidade de Busayra no
nordeste da Síria e próximo ao atual
Iraque uma vez mais nos dá a ideia de
que o caminho das tribos perdidas foi
em direção ao Oriente, e que
terminado o cativeiro assírio elas se
dirigiram para o centro da Ásia.
Menasseh Ben Israel (1604-1657)
o localizou perto do Mar Cáspio em sua
viagem à índia,4 apesar de que sua
descrição contraria a de Josefo. 5
Independentemente das lendas que
cercam o rio Sambatyon que começam
no Talmud, 6 sabe-se que se localiza a
noroeste de Israel, e que as tribos
perdidas estavam para além dele.
4
Enquanto Josefo
identifica o Rio
Sambation entre o
Líbano e a Síria,
Nahmanides o
identifica como o Rio
Khabur, afluente do
Eufrates no Crescente
Fértil.
Rio Khabur, Síria, perto Diga Sheikh Hamad,
Autor: Bertramz, Wikimedia Creative
Commons 3.0.
The Fertile Crescent, Middle East topographic
map-blank.svg, Autor: Sémhur, Wikimedia
Creative Commons 2,5.
Manasseh Ben Israel (1604-1657) também descreve esse rio mítico em seu livro Mikvé Israel (Esperança de Israel) dizendo: "É
de 17 milhas de largura e atira pedras à altura de uma casa no sábado quando está seco. Então não há uma única pedra, e se assemelha a um
lago de areia branca de neve. Os gentios que moram perto do rio não bebem de sua água, nem a dão a seu gado, considerando-o um rio
sagrado. A água tem, além disso, um poder curativo contra hanseníase e outras doenças. O rio deixa de fluir na sexta-feira, duas horas antes do
pôr do sol;.. e durante este intervalo antes do sábado os judeus fazem incursões nas terras vizinhas.‖ Leia mais na Enciclopédia Judaica: Read
more:http://www.jewishencyclopedia.com/view.jsp?artid=113&letter=S#ixzz1ZofESZNI
5
Flavio Josefo (38-100) contraria a visão rabínica e a de Plínio ao descrever a marcha triunfal de Tito a partir de Beirute com os
cativos judeus. ―Encontrou ele em seu caminho um rio, que bem merece dele dizermos alguma coisa. Ele passa entre as cidades de Arcé e de
Rafanéia, do reino de Agripa, e tem algo de maravilhoso. Depois de ter deslizado por seis dias com grande abundância de água e curso rápido,
de repente seca e recomeça no dia seguinte a correr, durante outros seis dias, como antes e a secar no sétimo dia, sem jamais alterar esta
ordem, o que lhe mereceu o nome de Sabático, porque pareceu que ele comemorava o sétimo dia, como os judeus o fazem com o sábado.‖
Flavio Josefo, História dos Hebreus, CPAD, Rio de Janeiro.
6
O Talmud diz que quando Tineius Rufos perguntou ao Rabi Akiba como poderia provar a superioridade do shabat sobre os outros dias, o Rabi
Akiba lhe disse:‖Deixe o Rio Sambation provar.‖ (Sanh. 65b). Segundo o Talmud esse rio carregava e arremessava pedras em sua correnteza
durante toda a semana, menos no sábado. Esta história de um rio que corria por sete dias, mas descansava no sábado é mencionada também
por Plínio, o Velho (23-79 DEC).
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Outra opinião é que houve uma confusão entre o Rio
Sambation mencionado por Yonathan e o rio sabático mencionado
por Josefo. Segundo essa opinião, o Rio Sambatyon era apenas um
rio, um rio normal para além do qual as dez tribos foram exiladas e
nada mais e que nada tem a ver com o rio sabático de Josefo. Com
o passar do tempo os dois rios foram confundidos dando lugar as
mais fantasiosas descrições não só de rabinos, mas também de
escritores medievais.7
O mais ponderado é interpretar as lendas que cercam o Rio
Sambation como uma metáfora criada pelos rabinos para descrever
a forma como Adonay preservaria as dez tribos de tal forma que
elas, confinadas por um poder sobrenatural, não se distanciassem
demasiado da terra santa que já não pudessem voltar. A partir daí, o
esforço desesperado do povo judeu de encontrar seus irmãos
israelitas, e talvez somar forças a eles a fim de conseguirem o poder
para voltar para casa alcançando a tão sonhada redenção alimentou
as lendas sobre o caráter desse rio que impedia o retorno destes. Na
verdade o rio que confinou os efraimitas foi o Rio da Palavra
segundo a qual Efraim não voltaria dentre os gentios para se reunir
com Yehudáh antes que o Maschiach se manifeste.
“Naquele dia a raiz de Yshay (Jessé) será posta por estandarte dos
povos, à qual recorrerão as nações; gloriosas lhe serão as suas moradas.
Naquele dia YHWH tornará a estender a sua mão para adquirir outra vez
o resto do seu povo, que for deixado, da Assíria, do Egito, de Patros, da
Etiópia, de Elão, de Sinar, de Hamate, e das ilhas do mar. Levantará um
pendão entre as nações e ajuntará os desterrados de Israel, e os
dispersos de Yehudáh congregará desde os quatro confins da terra.
Também se esvaecerá a inveja de Efraim, e os vexadores de Yehudáh
serão desarraigados; Efraim não invejará a Yehudáh e Yehudáh não
vexará a Efraim.” Yesahayahú/Is 11:10-13.
7
Talvez a mais fantástica descrição seja a de Edad há-Dani, um comerciante e viajante do século IX que alegava proceder de
um reino da África Oriental dominado pela tribo de Dan. Há-Dani assume que o Rio não era de água, mas de areia, e que não
impedia a dispersão dos Bene Israel, mas dos Bene Musa, ou filhos de Moisés que segundo a tradição foram para a África e lá
ficaram confinados até se converterem ao islã, tema que será tratado no capítulo sobre os judeus negros. ―Os filhos de Moshe
são cercadas por um rio semelhante a uma fortaleza, que não contém água, mas sim rolos de areia e pedras com muita força. Se
ele encontrasse uma montanha de ferro, sem dúvida, poderia transformá-lo em pó. Na sexta-feira, ao pôr do sol, um nuvem
envolve o rio, de modo que nenhum homem é capaz de atravessá-la. No fim do sábado o rio retoma o seu curso normal de
pedras e areia. A largura geral do rio é de 200 varas, mas em certos lugares é de apenas 60 varas de largura, para que
possamos conversar com eles, mas nenhum de nós pode atravessar para o outro do lado. "(A. Epstein 5f.).‖ Leia mais
em:http://www.jewishencyclopedia.com/view.jsp?artid=113&letter=S#ixzz1ZorT152q
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Qualquer que seja este Rio Sambatyon, que bem pode ser o
Khabur um afluente do Eufrates como pensava Nahmanides, ou o
próprio Eufrates, a literatura rabínica é prodiga em falar do retorno
de seus exilados a Israel como pode se ler no Midrash Rabá.8
“No futuro, o Santo, bendito seja, vai trazê-los, uma vez que afirma
em Yeshayahú/Is (49:12): "Eis que estes virão de longe, e eis estes a partir
do norte e do oeste, e estes da terra de Sinim (China). "O exilado virá
com eles, assim como as tribos além do Sambatyon e no interior das
montanhas das Trevas. Todos estes irão se reunir e chegar a
Yerushalaim.” (Rabino Rafael Eisenberg, A Matter of Return p. 132,
citando Midrash Rabba, Sh'lach 16)
A Midrash Rabá também alude a esse retorno das tribos exiladas
para além do Rio Sambatyon por ocasião do Reino do Maschiach
(Messias) a fim de terem parte no mundo vindouro dizendo:
“... A diáspora de Judá e Benjamin vai sair em busca das Dez
Tribos, exiladas por trás do Rio Sambatyon, os trará de volta para que
juntos, participem do reino do Messias, e da vida no Mundo por vir.
(Rabino Rafael Eisenberg, A Matter of Return p. 133, citando Yalkut
Shimoni, Cântico dos Cânticos 1:16)
O fato de que as tribos perdidas estão em toda a parte e que
devem retornar, agita os debates entre os judeus rabínicos ha
muitos séculos. Entre os místicos cabalistas askenazim, é proverbial
o conceito de que as tribos perdidas estão espalhadas por toda a
terra e devem retornar ao fim dos dias, na Era Messiânica. Por essa
razão, eles ainda mais que os outros, têm procurado estabelecer
uma ponte através da qual os integrantes dessas tribos que se
identificam como tal ou que pretendam se converter ao judaísmo,
sejam integrados na comunidade judaica. Organizações como a
Shavei Israel, fornecem informações sobre onde estas tribos podem
estar. Eles lembram que o Talmud apresenta duas visões diferentes.
O Rabi Akiba não cria no seu retorno alegando que foram lançados
numa terra distante até à época. O Rabi Eliezer sustentava que
retornarão como o sol se põe, mas volta pela manhã.
8
Grande Interpretação, uma compilação das interpretações rabínicas dos primeiros séculos.
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“As dez Tribos não retornarão, pois é dito, e os lançou em outra terra,
até o dia de hoje, assim como o dia vai e não volta, então eles também
foram e não voltarão: Isto é dito pelo R. Akiba. O R. Eliezer disse: Assim
como o dia escurece e a luz torna novamente, ainda que as dez tribos
estejam na escuridão elas tornarão a ter luz.” Misnah Sanedrim 110.
Mas por que um Rabino como Akiba cuja memória é
reverenciada como o maior de todos os sábios da era tanaítica
chegou à conclusão extrema de que as dez tribos não mais
retornariam? O professor Klausner adianta uma resposta:
“R. Akiva criou a sua opinião, porque ele tinha proclamado BarKokhba como Messias e estava esperando a redenção de Israel por meio
dele, enquanto o restante das Dez Tribos naquela época ainda não havia
retornado para a Palestina e não tinha intenção de fazê-lo. Este último fato
pode ter sido descoberto por R. Akiva em suas longas viagens para a Gália,
África, Arábia, e particularmente a Media, onde as Dez Tribos tinham sido
exiladas segundo as Escrituras (II Reis 17:6). Por isso ele foi forçado a oporse à opinião de que as Dez Tribos deviam retornar na era messiânica.” (A
idéia Messiânica de Israel, p. 474 citado em Será que as Tribos Perdidas
Voltarão? – United Israel World Union).
O debate sobre o destino das dez tribos prossegue na Guemará
com alguns rabinos dizendo que elas não terão parte nem mesmo no
mundo vindouro e outros dizendo que estão excluídas do mundo
presente, mas não do mundo vindouro.
“Nossos rabinos ensinaram: As dez tribos não têm nenhuma parte no
mundo por vir, como ele diz, e o Senhor os arrancou da sua terra com ira, e
em ira, e com grande indignação: "E o Senhor os arrancou da sua terra ,
refere-se a este mundo, e os lançou em outra terra - para o mundo que virá:
esta é a opinião de R. Akiba. R. Simeon b. Judá, da Kefar de Aco, disse na
autoridade do R. Simeão: Se seus atos continuarem como no dia de hoje,
não voltarão, caso contrário eles voltarão. O rabino disse: Eles entrarão no
mundo vindouro, como se diz: “E será que naquele dia, que a grande
trombeta será tocada, [e virão os que estavam prestes a perecer na terra da
Assíria, e os desterrados na terra do Egito, e adorarão o Senhor no monte
santo de Jerusalém.” ... Surpreendentemente o Rabi Bar Hana repreende
Akiba: “Rabá b. Bar Hana disse em nome de R. Johanan: Aqui o R. Akiba
abandonou seu amor, pois está escrito: Ide, e apregoa estas palavras para o
norte, e diz: Volta, ó pérfida Israel, diz o Senhor, e eu não vou fazer com que
a minha ira caia em cima de você, porque eu sou compassivo, diz o Senhor,
e não vou manter a minha ira para sempre.” Misnah Sanedrim 110.
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Assim,
fica
demonstrado que o tema
do retorno das tribos
perdidas de Israel desde
longe foi debatida entre
os rabinos, a Beit Chabad
defende o retorno dessas
tribos explicando que
elas não se levantarão
mais como uma entidade
independente, mas sim
como
uma
entidade
ligada
a
Casa
de
Yehudáh.
Dessa
maneira
pretendem
os
chassidim harmonizar
Yeshayahú com Amos.
Porque Yeshayahú (Is.
27:13) diz que uma
grande trombeta será
tocada e todos os filhos
de Israel que foram
lançados em terras
distantes,
voltarão
inclusive Ashur (Assíria)
que é uma referência
ao exílio de Israel. E
Amos 5:1-2 diz que a
virgem de Israel caiu
para nunca mais se
levantar.
“As dez Tribos não retornarão,
pois é dito, e os lançou em outra
terra, até o dia de hoje, assim
como o dia vai e não volta, então
eles também foram e não
voltarão: Isto é dito pelo R.
Akiba. O R. Eliezer disse: Assim
como o dia escurece e a luz torna
novamente, as dez tribos - ainda
que estejam na escuridão,
tornarão a ter luz para elas.”
Misnah Sanedrim 110
A complete set of the Babylonian Talmud (Coleção Completa do
Talmud Babilônico). Wikimedia Commons – Wikipedia. Autor
Reuvenk.
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Talmud_set.JPG
Através do profeta Hoshea (Oseias) o Eterno lembra que
apesar de sua origem separada dos gentios, Efraim misturou-se com
eles perdendo sua identidade, mantendo-se parcialmente assado
pelo fogo da verdade e parcialmente cru pelo distanciamento desta.
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“Efraim se mistura com os povos; Efraim é um bolo que não foi
virado.” Hoshea (Oseias 7:8).
A Beit Chabad insinua que a dificuldade de Rabi Akiva em
entender o retorno de Efraym decorreu de interpretar a declaração
contida em Amós sem considerar a declaração contida em
Yeshayahú e que isso resultou na grave distorção de considerar
irremissíveis as tribos perdidas de Israel. 9 A solução para o enigma é
que as tribos perdidas não voltam para estabelecer um Estado
próprio e independente sediado em Shiken (Siquem) ou em
Shomeron (Samaria) ou para terem um reino próprio, mas para ser
parte do Grande Israel sediado em Yerushalaim e sob a condução de
Maschiach há Melech (Rei Messias) que há de governar sobre terra e
mar. Esta perspectiva é claramente revelada nos profetas.
Zecharayah (Zacarias) diz:
“Assim diz YHWH dos Exércitos: “Naqueles dias, dez homens de
todas as línguas das nações agarrarão firmemente a barra das vestes de
um judeu e dirão: „Nós vamos com você porque ouvimos dizer que Elohim
está com vocês.” Zechariah 8:23.
Não resulta difícil entender quem são estes dez homens dentre
os gentios. São as dez tribos perdidas de Israel, vivendo entre os
gentios, comportando-se como gentios, e não obstante israelitas.
Possivelmente seria essa a fundamentação do Rabi Eliezer, ainda que
o Talmud não chegue a tanto, ou seja, não deixa as coisas
detalhadas e perdeu a áurea oportunidade de revelar que a missão
do Maschiach é buscar suas ovelhas dispersas, e fazer das outras
ovelhas parte de um único rebanho sob a condução de um único
pastor.
Como elas retornarão, ainda é um mistério. Uma parte das fontes
rabínicas acredita que deverão retornar, no entanto alguns desses que
retornam nem sabem que são israelitas e alguns nem mesmo querem
retornar; esse retorno será um ato de força sobrenatural e irresistível da
parte do Criador, mas outros pensam numa ação espiritual.
9
Para acessar o artigo da Chabad sobre as dez tribos visite a página da Beit Chabad:
http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/10tribos/home.htm
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Nossa excursão pela
literatura rabínica prossegue
da era talmúdica para a
Espanha Medieval. Uma das
mais impressionantes figuras
do judaísmo, o Rambam
(1194-1270) que é um
acróstico para Rabi Moshe
Ben Nahman conhecido
como
Nahmanides
se
dedicou a cuidadoso estudo
da questão das tribos
perdidas, mais que nenhum
outro antes dele. Não quero
avançar sem mencionar sua
posição
que
é
um
verdadeiro estudo bíblico
que prova que as dez tribos
ainda estavam perdidas na
sua época, desfazendo o
mito de que a promessa de
retorno já tinha se cumprido.
Este mito que contaminara
alguns interpretes judeus
hoje quase domina o
cristianismo por causa de
investigações tendenciosas
ou superficiais e da pouca
vontade de ver Israel
alcançando os propósitos
para os quais foi erguido.
Convencido que as dez
tribos estavam perdidas, mas
voltariam à comunidade de
Israel, ele escreveu sobre
isso no Sefer há Gueulah
(Livro da Redenção) de 1260.
Nahmanides (1194-1270)
prova que as dez tribos
ainda estavam perdidas na
sua época.
Rambam, Auditório do Acre, Autor Yuval Y, Wikimedia Commons
3.0
“Os dois reinos, (Yehudá e
Israel), se unirão em um
único reino sob a Casa de
David. Os israelitas foram
para o exílio e desde então
Efraim e todas as dez tribos
do norte nunca retornaram
novamente para
a Terra de Israel...
Isso não era condicional, o
que significa dizer, sob a
condição de que se
arrependessem, então
teriam sido resgatados. Esta
não é a forma de falar das
profecias fazendo tais
condições limitadas.“
Nahmanides, Sefer há
Gueulah ou Livro da
Redenção.
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
De fato, um dos argumentos usados pelos opositores ao israelismo
britânico e outros buscadores das tribos perdidas de Israel entre os
gentios é que para os dias de Ezra (Esdras), quando os judeus voltaram
para Yerushalaim graças ao mandato de libertação expedido por Kurosh
(Ciro) em 538 AEC, elas já haviam voltado. Nahmanides refutou esse
argumento há 750 anos. Estudassem melhor o tema, aqueles que se
apressam em refutá-lo, veriam que não existe base alguma para a
suposição de que as dez tribos já voltaram e recobraram sua identidade
judaica. Recorro aqui a uma fonte citada pela Brit Am,10 onde Nahmanides
aponta a profecia que diz claramente que Yehudáh (Judá) e Yosef (José)
ou Efraim devem se reunir de novo, deixando claro sua compreensão de
que isso ainda não aconteceu, mas está reservado para o futuro, já que o
resgate dos dias de Ezra (Esdras) foi parcial, e referia-se a Yehudáh,
principalmente.
“Além disso, ó filho do homem, toma um pau, e escreve nele: Por
Yehudáh e pelos filhos de Israel, seus companheiros: Depois toma outro
pau, e escreve nele: Por Yosef, vara de Efraim, e por toda a casa de Israel,
seus companheiros:” Ycheskiel/Ez. 37:16 Aqui ele fala de uma redenção
futura para ambos Yehudáh e Israel. Onde diz: "...Para Yehudáh, e para os
filhos de Israel seus companheiros...” por filhos de Israel seus companheiros,
significa que Bynyamin foi anexado a Yehudáh. Da mesma forma, diz: "...Por
Yosef, vara de Efraim, e por toda a casa de Israel seus companheiros."
A questão é bastante simples. Os dois reinos se unirão em um único reino
sob a Casa de David. Os israelitas foram para o exílio e desde então, Efraim
e todas as dez tribos do norte nunca retornaram novamente para
a Terra de Israel. Em relação ao futuro, diz: "E as nações saberão que eu sou
o Eterno que santifico a Israel, quando puser o meu santuário no meio
deles para sempre." Ez.37.28. Lembro-me de uma matéria que é
expressamente mencionada muitas vezes nas Escrituras. Sabe-se que com
o retorno dos exilados sob Ezra, apenas as tribos de Yehudáh e Byniamin
(Judá e Benjamim) retornaram. Estes tinham sido exilados para
Babilônia por Nabucodonosor. Isso é o que diz sobre o início desse
resgate, Ezra (Esdras 1:5). “Então se levantaram os chefes dos pais de
Yehudah e Byniamin, e os sacerdotes e os levitas, com todos aqueles cujo
espírito Elohim despertou, para ir a edificar a casa de Adonay que está em
Yerushalaim". Rabi Moshe ben Nahman, Sefer há Gueuláh ou Livro da
Redenção.
10
O artigo completo pode ser consultado na página de Brit Am: “THE TEN TRIBES WILL RETURN!
The Bible Says So! ( AS DEZ TRIBOS VOLTARÃO! A Bíblia diz isso!” http://britam.org/ShortRETURN.htm
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Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo II
O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
Nesse ponto, Nahmanides sabe que o estudo do regresso nos
dias de Ezra, pode sugerir que a profecia do reajuntamento das duas
casas esteja cumprida, que, aliás, é o que crê a esmagadora maioria
dos cristãos que se negam a investigar o contexto amplo das
profecias. Essa situação não era diferente entre seus irmãos judeus
do século XIII e muitos de fato criam que a reunião já tinha se dado,
faltando apenas o retorno sob a identidade de Yehudáh. Então ele
argumenta de forma mais do que convincente que os cerca de
12.000 que vieram com os judeus, nos dias de Ezra, nem mesmo
foram arrolados por tribos, mas reunidos com a Casa de Yehudáh e
Byniamin (Benjamim), considerando que já estavam vivendo entre
eles mesmo antes do cativeiro de Babilônia, tendo vindo a Yehuda
ao negar-se a adorar o bezerro de ouro que Yaroveam (Jeroboão)
erigiu no ano 920, ao dividir a nação.
Eles disseram no Midrash Seder Olam: daqueles que vieram para a
Terra no tempo de Ezra, toda a comunidade juntamente numerada
totalizava 42.360, cujos nomes estão registrados. No entanto,
apenas 30.360 foram numerados. O que aconteceu, portanto, com os
12.000 que estão faltando? Estes foram os de outras tribos que vieram
acima com Ezra.
Deixe-me esclarecer o assunto para você ... O Reino de Israel incluí
as dez tribos do norte. Estes foram exilados pelo Senaquerib (Sancherib
em Literatura Rabínica) é uma figura tomada para representar todos os
monarcas assírios como se diz: "Porque ele separou Israel da casa de
Davi, e eles fizeram rei a Yaroveam (Jeroboão) filho de Nebate, que
desviou Israel de seguir ao Eterno, e os fez cometer um grande pecado"
(2 Reis 17.11). "Até que o Eterno tirou Israel da sua vista ... assim foi Israel
exilado para fora da sua terra, à Assíria, até este dia" (2 Reis 17.12). Esta é
uma prova de que todas as tribos do Reino de Israel foram exiladas à
Assíria, mas
o
Reino de David permaneceu
como
era
até Nabucodonosor exilá-los para Babilônia. O Reino de David incluídos
Yehudáh e Bynyamin. Ela diz: "Ele as removeu de sua vista e nada ficou
senão a tribo de Yehudáh apenas "(2 Reis 17.18 ). Isso indica o Reino da
Tribo de Yehudáh, que incluía as duas tribos de Yehudá e Bynyamin (Judá
e Benjamim). Também aparece a partir do significado simples do texto,
que antes do exílio do Norte do país por Senaqueribe lá estavam
reunidos nas cidades de Yehudáh, pessoas das tribos vizinhas de
Menashe (Manassés), Efraim, e de Shimeon (Simão) e estes então
habitavam na herança de Yehudáh.
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36
O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
No período do rei Asa foi escrito: "E congregou todo Yehudáh e
Bynyamin, e com eles os estrangeiros de Efraim e Menashe, e de
Shimeon, porque vieram para ele, de Israel em abundância quando viram
que o Eterno seu Elohim era com ele "(2 Crônicas 15; 9).
Estes das tribos de Efraim, Manashê e Shimeon descrito acima, que
estavam presentes com Yehudáh, foram os que habitavam
na Terra de Yehudáh ou talvez até certo ponto também aqueles que
haviam habitado em seus próprios territórios adjacentes a Yehudáh e
fugiram para Yehudáh. Eles são referidos em um sentido geral como "os
que estavam presentes de Israel" (Em 2 Crônicas 35.18 ) e não por suas
tribos específicas, uma vez que representavam apenas uma pequena
parte de sua tribo . “Estes são os que voltaram com Ezra com os judeus
de Babilônia. Eles não foram expressamente mencionados por suas
tribos, uma vez que foram anexados a Yehudáh. Todos eles, nas cidades
de Yehudáh. Não houve Redenção para as Dez Tribos que permaneceram
no exílio...” Rabbi Moshe ben Nahman, Sefer há Gueuláh ou Livro da
Redenção.
Dito isso, o grande erudito judeu espanhol demonstra que
estes poucos de Efraim, não eram suficientes nem mesmo para se
organizarem como tribos em Israel e foram divididos em Yehudáh.
“Temos explicado nesta seção, em conformidade com o parecer de
nossos sábios de abençoada memória. Estes disseram que no tempo do
Segundo Templo alguns refugiados de outras tribos também vieram à
tona. Eles não vieram de todas as outras tribos, mas somente a partir
de
Efraim
e Menashe.
Porém, Tosefot,
outra
autoridade,
em Arakin 32 diz que: „de cada tribo poucos voltaram‟. Estes poucos não
foram suficientes para ter o direito de ser chamado de uma tribo, ou
mesmo parte de uma tribo. Devido à sua posição minoritária, foram
incluídos entre as duas tribos de Yehudáh e Bynyamin e habitaram nas
suas cidades. Segundo este a Redenção não foi feita para as outras tribos
...” (Rabi Moshe ben Nahman, Sefer há Gueuláh ou Livro da Redenção).
Nesse ponto, Nahmanides trata de explicar o cumprimento futuro de
uma gloriosa profecia que aponta para a vitória da Casa de Yosef sobre os
idumeus seus inimigos que reúnem os jordanianos e palestinos.11
11
A tradição rabínica afirma que Esav (Esaú) é o pai dos romanos a quem chamam de Edom em sua literatura. Uma posição em
que já cri no passado, e que, contudo se revela completamente falaciosa. O Reino de Edom, vizinho a Israel tinha em Petra na
Jordânia o seu centro principal. Durante a República Judaica, e mais precisamente durante o governo de Yochanan Hyrcanus
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
“E a casa de Yakov será um fogo, e a casa de Yosef uma chama, e a casa
de Esav (Esaú) palha; e estes se acenderão contra eles, e irão devorá-los, e já
não restará ninguém da CASA DE ESAV (Esaú), porque o Eterno o disse”
Abdias/Ob. 1:18.
Ele indica que isso jamais ocorreu.
“Quando é que elas (as Dez Tribos) voltaram e quando esses
grupos exilados foram massivamente trazidos para herdar as cidades de
Efraim e Shomeron (Samaria)? Quando foram salvadores subindo o
Monte Tzion (Sião) para julgarem o monte de Esav (Esaú)? No tempo de
Ezra apenas alguns haviam retornado como pombos para os seus
pombais. La diz: "o reino será de Adonay" Abdiah/Ob 1:21. Naquela
época, todo mundo vai reconhecer abertamente o Reino de Elohim. "E
Yah será Rei sobre toda a terra" (Zacarias 14.9 ). Isso também vai
acontecer no futuro. O princípio geral sobre estes e todos os versos
semelhantes em relação a Redenção de Israel e a queda de Edom e
similares é que tudo é para o futuro. "O castigo da tua iniqüidade está
terminado filha de Tizion, Ele nunca mais te levará para o cativeiro. Ele
visitará a tua iniqüidade, filha de Edom, Ele vai descobrir seus pecados.”
´Eichah (Lamentações 4.22 ). Isso tudo é para o futuro. "Ele não vai mais
te levar para o cativeiro", está instruindo-nos sobre a futura redenção. Se
fosse de outra forma, qual seria o motivo de dizer aos exilados que eles
deixariam de ser exilados, a menos que isso significasse que eles
realmente estão destinados a ser resgatados a partir do exílio que se
encontram?
(175-104 AEC) que reinou de 135 a 104 AEC os judeus travaram uma guerra que só cessou com a submissão dos idumeus.
―Hircano tomou ainda aos idumeus as cidades de Adora e Maressa e, depois de subjugar toda essa grande província, permitiulhes lá ficar, contanto que se fizessem circuncidar e adotassem a religião e as leis dos judeus. O temor de serem expulsos de seu
país levou-os a aceitar essas condições, e desde então eles foram para sempre considerados judeus.‖ (Josefo, Historia dos
Hebreus, CPAD) Logo depois, ―Hircano enviou em seguida embaixadores a Roma para renovar a aliança, e o senado, depois de
ler as suas cartas, mostrou-se favorável,‖ (Josefo, Historia dos Hebreus, CPAD) o que evidencia o mito de que os idumeus e
romanos sejam o mesmo povo. Parece que a lenda rabínica se inicia em virtude de Herodes ter chegado ao poder acabando
com a Dinastia Asmoneana com o apoio de Roma, no entanto, a conversão dos idumeus a princípio forçada, logo conveniente já
que Herodes, O Grande (73 a 4 AEC) reinou sobre Samaria, Judéia e Edom (seu próprio povo) de 37 a 4 AEC sendo substituído
por Herodes Antipas (4 AEC a 39 DEC) veio a ser uma questão de fé para seus descendentes 200 anos depois da conversão
forçada de seus pais. Durante a revolta judaica contra Roma, Hananyah chamou os idumeus para defenderem o Templo, pois
segundo Josefo este é um ―povo tão brutal e tão amigo das novidades, que nada é mais fácil do que induzi-los à guerra e ele vai
com a mesma alegria para um combate como os outros, para uma festa,‖ (Josefo, História dos Hebreus, CPAD) e assim, os
idumeus não se bateram menos contra os romanos e em favor do templo do que os romanos os haviam apoiado para tomar o
poder nos dias de Herodes permitindo-lhe construir o Templo. É impossível determinar o número exato dos idumeus convertidos
ao judaísmo, mas nas forças combinadas que lutaram contra Roma segundo Yosef (Josefo) era de 23.400 homens e incluía
10.000 do exército de Shimon (42,74%), 5.000 do exército idumeu comandados por Sosa e Catlas (21,37%), 6.000 do exército de
Yochanan (25,64%) e 2.400 zelotes comandados por Yair (10,26%). Sabe-se que havia ainda um número estimado de 66.600
milicianos que se empenharam na luta contra Roma. Assim, se o número de solados idumeus refletir a representatividade destes
dentro do judaísmo da época, cerca de 20% dos judeus eram descendentes de Esav, inimigos e não amigos de Roma. A verade
é que apesar das mágoas judaicas contra Roma, as terríveis profecias contra Edom dizem respeito a um povo irmão que por
breve período se uniu ao judaísmo. Em minha opinião grande parte dos idumeus não suportando a pressão das perseguições
aos judeus ocorridas depois das guerras judaicas abandonou ao judaísmo, se reestabeleceu na Jordânia, terra de seus
antepassados e foi islamizada no século VII participando da tomada do Monte do Templo ao lado dos árabes. Isso explica por
que os jordanianos que são em sua grande maioria palestinos são os mais figadais inimigos de Israel. A Jordânia e os Palestinos
são os que estão destinados a se tornar finalmente a palha que será queimada pela chama de Israel.
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
Além disso, "...ele visitará a tua iniqüidade, filha de Edom, Ele vai
descobrir seus pecados", deve ser para o futuro. Não poderia estar
falando do passado, pois foram eles [os judeus israelitas], que foram
espancados
por
Herodes,
o edomita no
tempo
do
Segundo Templo. Tudo deve pertencer ao futuro. É impossível que tudo
isso seja condicional, que não mereça mais crédito, e que as profecias
foram ditas para nada. É pertinente que, na época de seu exílio
Israel estava pecando e transgredindo. Mesmo assim, foi profetizado, "O
castigo da sua iniqüidade está acabado Filha de Tzion; Ele nunca mais te
levará para o cativeiro..." ´Eichah (Lamentações 4.22 ). Isso não era
condicional, o que significa dizer, sob a condição de que se
arrependessem, então teriam sido resgatados. Esta não é a forma de falar
das profecias fazendo tais condições limitadas. Pelo contrário, todas
pertencem ao futuro.
Zecharyah viveu no período do Segundo Templo. Zecharyah 14.1
diz: "Eis que o dia do Senhor está vindo," e assim por diante, em grande
medida, sem dúvida só pode estar se referindo a algum dia futuro. Assim
também, foram essas passagens explicadas pelos comentaristas e pelos
nossos santos e sábios, de abençoada memória. (Rabbi Moshe bem
Nahman, Sefer há Gueuláh ou Livro da Redenção).
A Brit Am, arremata então, derrubando a ideia de que a profecia
possa ter sido cumprida de uma outra maneira e noutro tempo com um
argumento que achei pertinente incluir aqui:
“Há quem diga que esta profecia de Ovadyah (Obadias) está se
referindo ao rei Ezequias no período do Segundo Templo, mas aqueles
que pensam assim estão em erro. É óbvio a partir das Escrituras, que
esse termo, isto é, Casa de Yosef, aplica-se ao Reino de Israel que são as
Dez Tribos. Eles deveriam se envergonhar de não reconhecer este fato! O
versículo acima comprova isso! Quando foi que a casa de Yosef se tornou
como uma chama que devora o restolho de Esaú? Não nos tempos
bíblicos! As Dez Tribos já haviam sido exilados e elas ainda estão no
exílio, na área dos kenanim (cananeus), até Sarepta:” "E este primeiro
exílio dos filhos de Israel que estão agora desde Canaã até Sarepta"
Ovadyah (Obadias 1:20). Rashi , Iben Ezra, Radak e outros dizem
que Sarepta significa França, Abarbanel diz: isso significa França e GrãBretanha. Estes lugares estão nos extremos do norte. O versículo
continua, "e os cativos de Yerushalaim, que estão em Sefarad , possuirão
as cidades do sul Ovadyah (Obadias 1:20). Aqueles que foram exilados
para Sefarad (ou seja, Espanha), foram os judeus de Yerushalaim que
foram levados por Tito e Vespasiano, quando o Segundo Templo foi
destruído pelos romanos, e não antes disso.
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Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo II
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
Os outros, foram as Dez Tribos que foram exiladas no primeiro
exílio. Estes não têm retornado como tem sido alegado.” (THE TEN
TRIBES WILL RETURN! The Bible Says So!) AS DEZ TRIBOS VOLTARÃO! A
Bíblia diz isso! http://britam.org/ShortRETURN.htm)
Nahmanides não foi o único dos grandes rabinos a comentar o
assunto das tribos perdidas. Outros se somaram nessa questão,
procurando inclusive ir além, esforçando-se por identificar o lugar
onde estão as ditas tribos. Esta é afinal a pergunta que não quer
calar. Assim começamos por Rashí (Rabbi Shlomo ben Ytzchak
(1040-1105) de Champagne, França que declara:
"No primeiro exílio dos filhos de Israel em que foram levadas
cativas as dez tribos à terra dos cananeus em direção a Sarepta. Os
exegetas dizem que Sarepta significa o Reino chamado de frança na
língua ordinária.”
Abraham Iben Ezra, (1089-1164) nascido em Tudela, Navarra,
na Espanha vai além, ele não só identifica Sarepta com a França, mas
também a Alemanha com os cananeus. Será por isso que a maioria
do povo alemão fechou os olhos para o extermínio dos judeus?
“Dos cananeus: Temos escutado de grandes homens da terra de
Allemagne (Alemanha), são os cananeus que fugiram diante dos filhos de
Isarel, quando chegaram a terra. Assim, Sarepta também, significa
França.”
Num testemunho mais recente temos Don Isaac ben Yehudah
Abravanel, (1437-1508), nascido em Lisboa, Portugal, e falecido em
Veneza na Itália, de quem o Senhor Abravanel (1930 -) mais
conhecido como Silvio Santos, empresário e apresentador de TV é
descendente direto. O grande rabino, estadista e filósofo judeu,
trabalhou para a Casa Real Portuguesa, onde foi ministro das
finanças do Rei Alfonso V (1432-1481), até ser arrolado como
participante de um complô liderado pelo Duque de Bragança, Dom
Fernando II (1430-1483), degolado em Évora. 12
O Tal complô nunca foi definitivamente provado, mas Abarbanel avisado a tempo deixou rapidamente as terras
portuguesas e a enorme fortuna que acumulara, apesar de ter gasto quantias consideráveis comprando a liberdade
de seus irmãos judeus que haviam sido feitos escravos após a campanha portuguesa, contra Arzila no Marrocos.
12
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
Após sua fuga em 1483, o Rabino Don Isaac ben Yehudah
Abravanel, vai para Toledo na Espanha, onde durante seis meses se
dedica a comentar a Bíblia, mas pouco depois já está a serviço das
finanças espanholas administrando as receitas para o exército de
Isabel I (1451-1504), mais conhecida como Isabel de Castela que
acabaria por decretar a expulsão dos judeus da Espanha. Negandose a converter ao catolicismo, o ilustre Rabino deixou a Espanha
indo para Nápoles, e finalmente para Veneza na Itália, onde morreu
aos 71 anos de idade.
O Rabino Don Isaac ben Yehudah Abravanel,
(1437-1508), ministro das finanças do Rei
Alfonso V de Portugal de quem o empresário e
apresentador Silvio Santos (1930) é
descendente direto declara:
D. saac Abrabanel (1490-1508),autor
desconhecido, Domínio Público.
Brasília - O empresário Silvio Santos deixa o Palácio do Planalto, após
reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Antonio Cruz/ABr)
“Sarepta é França e também os exilados de Sefarad na
Espanha e não te deixes enganar unicamente porque
Sarepta (França) é mencionada e a Anglaterre
(Inglaterra) não é citada, por que para ali também
foram os exilados, por que essa ilha é considerada
como uma parte de Sarepta. “ (França)
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Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo II
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
Entre seus comentários escritos na Espanha, um deles nos
interessa sobremaneira, o Comentário sobre Ovadyah (Obadias),
onde fala que Sefarad, região mencionada na bíblia e de onde deriva
o termo sefaradita que refere a um dos ramos mais importantes dos
grupos étnicos do judaísmo,13 França e Inglaterra.
"Sarepta é França e também os exilados de Sefarad na Espanha e
não te deixes enganar unicamente porque Sarepta (França) é
mencionada e a Anglaterre (Inglaterra) não é citada, por que para ali
também foram os exilados, por que essa ilha é considerada como uma
parte de Sarepta (França), ainda que mais tarde se separou de Sarepta
(França), e se converteu num reino de domínio próprio. E assim pode ser
também, a intenção destes filhos de Israel que abandonaram
completamente a Religião devido aos problemas e perseguições, e
seguem na França e na Espanha por milhares e por dezenas de milhares
em grandes comunidades. Eles voltarão e implorarão ao Eterno seu
Elohim.” (Don Isaac ben Yehudah Abarbanel sobre Abdías).
Este testemunho de que Inglaterra e a França são parte de
Israel juntamente com a Espanha e que Sefarad inclui grande parte
de toda a Europa Ocidental, talvez seja a única resposta para um dos
mais enigmáticos estudos da atualidade em comparação entre os
resultados das mais avançadas pesquisas científicas, baseadas no
exame de DNA das populações ibéricas, tanto portuguesas como
espanholas e a historiografia até agora elaborada. Estas pesquisas
apontam que 20% dos espanhóis são portadores do DNA sefardita
quando era de se esperar não mais de 1%. 14
13
Os Sefaradim são os descendentes de judeus da Península Ibérica que abrange Portugal, Espanha, Gibraltar, Andorra e
Pirineus na França. As estimativas mais conservadoras apontam para 370 mil judeus vivendo na Espanha por ocasião do
Decreto de Alhambra emitido em 1492 quando os reis católicos, Felipe e Isabel decretaram sua expulsão do país sob a ameaça
de pena de morte caso ficassem, a menos que se convertessem. Este contingente equivalia a 5,3% da população espanhola na
época que era de 7 milhões. Acredita-se que Portugal recebeu 32,43% deles (120 mil), a Turquia 24,32% (90 mil), a Espanha
ficou com 18,92% (70 mil) que se converteram para escapar a expulsão, a Holanda recebeu 6,76% (25 mil), o Marrocos recebeu
5,41% (20 mil), outros 5,41% (20 mil) morreram enquanto enfrentavam as intempéries buscando um porto seguro, a França
acolheu 2,7% (10 mil), a Itália abrigou outros 2,7% (10 mil) e a América foi o destino de 1,35% (5 mil). De acordo com esses
dados a população judaica de 370 mil e que equivalia a 5,3% dos espanhóis viu-se reduzida a apenas 70 mil ou exatamente 1%
da população do país. No entanto, alguns estudiosos falam que a expulsão fez com que 800 mil judeus deixassem a Espanha.
Se estas estimativas forem corretas os judeus presentes no país até a efetivação do Decreto de Alhambra saltariam para 12,43%
ou 870 mil já descontados os cerca de 70 mil que se converteram.
14
Uma vez que a população espanhola em 1500 era de 7 milhões, e que presume-se que entre 50 e 70 mil judeus se converteram para poder
permanecer na Espanha e que a população atual do país é de 47 milhões, era de se esperar que a ciência comprovasse a história e que até 470
mil espanhóis, reservadas as mesmas proporções de ha cinco séculos, portassem o DNA sefardita. NO entanto pesquisa conduzida pela
Universidade de Leicester, uma das mais prestigiosas do Reino Unido (21,6 mil alunos), junto com a Universidad Pompeu Fabra de Barcelona na
Catalunha, dão conta de que 19,8% dos espanhóis tem DNA sefardita, isso além dos 10,6% que possuem DNA proveniente da África
Subsaariana onde floresceram três reinos judaicos.
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
O resultado dessa pesquisa surpreenderam o mundo ibéroamericano, pois revelaram que o povo israelita aportou seu DNA
numa proporção muito maior do que jamais se imaginou e
fornecem dados para uma longa discussão acerca de como uma
civilização que parecia ter sido eliminada da Espanha pode influir
tanto em sua formação genética. 15
Ao falar das tribos perdidas na Espanha, considerando que o
DNA semítico está presente em 20% dos espanhóis, abre-se o leque
para considerarmos a extensão desse povo noutras latitudes, já que
poucas civilizações influenciaram tanto o mundo como a espanhola.
Se alguém pensa que o povo espanhol se confinou à Espanha com
seus 47 milhões de habitantes e 40 milhões destes sendo espanhóis,
está redondamente enganado.
A expansão da Espanha, mesmo considerado que era uma
potência católica e inimiga do judaísmo, não deixou de ser também
uma expansão da massa israelita por outras latitudes, se levarmos
em conta o DNA de 1/5 de seu povo e se considerarmos a hipótese
de que nas colônias espanholhas que se estenderam do México ao
Chile e do Chile às Filipinas, vê se repetir o mesmo fenômeno da
progressão do DNA compatível com o dos judeus sefarditas. Hoje
mais de 150 milhões de pessoas descendem de espanhóis, inclusive
15 milhões aqui no Brasil, ainda que a presença do DNA sefardita no
Brasil proceda principalmente de Portugal, nosso colonizador.
15
O estudo trouxe resultados que confrontam a ciência e a história tal como a conhecemos e sugere intrigantes perguntas:
Como os 70 mil judeus (1%) que permaneceram no país após a conversão em 1.492 legaram a marca do seu DNA paterno a
9,31 milhões de espanhóis da população atual? Como a população com DNA judaico cresceu 133 vezes (de 70 mil para 9,3
milhões), enquanto os demais espanhóis cresceram 5,4 vezes, passando de 6,93 milhões para 37,7 milhões e o conjunto da
população da Espanha cresceu 6,71 vezes passando de 7 para 47 milhões? Como uma massa judaica que nas estimativas mais
otimistas chegava a pouco mais de 12% pode depois de ser reduzida a quase nada pela expulsão de Alhambra, recuperar sua
presença ultrapassando todas as estimativas? Três hipóteses podem ser levantadas: A primeira é que o Eterno cumprindo sua
promessa a Avraham de que sua semente seria multiplicada como o pó da terra, assistiu de tal forma as famílias portadoras da
zeráh ou semente de Avraham que as fez multiplicar muito mais e dessa forma enquanto os demais espanhóis cresceram 5,4
vezes e a Espanha em conjunto cresceu 6,71 vezes, os descendentes de Israel cresceram 133 vezes. A segunda exposta por
críticos da pesquisa é que o DNA considerado judaico provém de outros povos que ocuparam a Espanha além de judeus e
mouros (fenícios, árabes, eslavos). A terceira é que muito antes da chegada dos judeus, as tribos perdidas já tinham ido parar na
Espanha e que estas para o judaísmo perdidas, abraçaram a fé messiânica que os conduziu de volta à Bíblia e mais tarde
pressionados, adotaram primeiro o cristianismo ariano (não trinitário) e finalmente o catolicismo que as assimilou, o que explicaria
o pequeno percentual dos judeus religiosos em comparação com os judeus étnicos que só viriam a reaparecer no século XXI por
amostragem de DNA. Esta última é minha opinião.
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
Sabe-se que depois da expulsão dos judeus da Espanha, em
1492, muitos deles se juntaram aos seus irmãos que viviam em
Portugal. Alguns historiadores chegaram a afirmar que a população
judaica do país ascendeu então a ¼ dos portugueses. Considerando
que então Portugal tinha 1,2 milhão de habitantes, é possível
imaginar que os judeus portugueses e espanhóis em terras lusitanas
somassem 300 mil, por volta do ano 1.500.
Tal proporção era considerada até pouco tempo um exagero.
Há 2 anos atrás quando a mesma pesquisa revelou que 20% dos
espanhóis eram portadores do DNA sefardita, mostrou que no sul
de Portugal esta proporção chegou a 36%. O que isso representa
para o Brasil, descoberto e colonizado por Portugal, especialmente
quando a maioria dos imigrantes
brancos vieram ao Brasil
procedendo do sul de Portugal, será abordado noutro tema.
Mas duma coisa podemos estar certos, o Brasil com seus 192
milhões de habitantes, é a extensão maior do sefardismo mundial e
há muito mais descendentes de sefarditas no Brasil do que todos os
judeus reconhecidos no mundo inteiro,16 um contingente que pode
ultrapassar os 40 milhões de indivíduos.17 Isso faria de Silvio Santos,
ou melhor do Senhor Abravanel, não o representante de uma
minoria - os sefarditas - dentro de outra minoria - os judeus 18-, mas
o representante do maior grupo étnico do Brasil. Depois dessa
ponte, na qual paramos para olhar as implicações do fato de Sefarad
ser a Inglaterra, a França e a Espanha, devido à influência que os
judeus exerceram em Portugal, após a expulsão dos judeuespanhóis, prosseguiremos com a literatura rabínica.
Estima-se que até 15% dos judeus do mundo (cerca de 2 milhões) sejam sefarditas. A maior comunidade
sefaradim está em Israel, onde são cerca de 1,5 milhões, são 27% dos judeus do país. Segue-se a França com 350
mil sefarditas (72%), Argentina com talvez 90 mil sefarditas (50%). Outras comunidades menores são Suíça 30 mil,
Turquia 25 mil, Uruguai 10 mil, Venezuela 10 mil, Marrocos 5 mil e Grécia 4 mil..
16
Se apenas o DNA dos 15 milhões de descendentes de espanhóis no Brasil espelhar o que ocorre na Espanha,
então 3 milhões de hispano-brasileiros serão israelitas. Se 36% 115,5 milhões dos descendentes de portugueses
portarem o DNA sefardita, como ocorre no sul de Portugal, 41,5 milhões de luso brasileiros serão israelitas.
17
A população judaica de 96.000 pessoas, representa 0,05% da população brasileira estimada em 192.376.496. Os
judeus se concentram principalmente em São Paulo (44,6 mil), Rio de Janeiro (29 mil), Rio Grande do Sul 8,3 mil,
Paraná (2,4 mil), Minas Gerais (1,6 mil) e Pernambuco (1,3 mil). Os sefarditas, entre os quais se inclui Silvio Santos
são estimados em 1.000 pessoas em torno de 1% frente a uma esmagadora maioria de asquenazim.
18
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
Esta
literatura
recebeu
importante acréscimo durante o
século XVI, especialmente por meio
de Menasseh Ben Israel (1604-1657)
e cujo nome de nascimento recebido
na Ilha da Madeira, uma possessão
portuguesa, foi Manuel Dias Soeiro.
Como
tantos
outros
judeus
portugueses, seus familiares foram
obrigados a se converterem ao
cristianismo, batizando-se ainda que
por formalidade, mediante um
decreto de Dom Manuel (1469-1521)
Rei de Portugal, que primeiro
ordenou a expulsão dos judeus, e
depois, vendo perigar a fazenda real
e a influência de Portugal na Europa
quando se iniciavam as grandes
navegações, fechou-lhes os portos de
saída.
Quando
as
suspeitas
de
judaísmo recaíram sobre sua família,
Manuem Soeiro chegou à Holanda
em
1610,
onde
o
governo
protestante não impunha restrições
ao judaísmo empenhado em fazer da
Holanda uma grande potência, coisa
que conseguiu principalmente com o
apoio dos banqueiros judeus. Assim,
Manuel frequentou a escola onde foi
um aluno notável, casou-se com uma
descendente do Grande Rabino Dom
Isaac Abravanel, que também foi
ancestral de Silvio Santos e amigo do
grande pintor holandês, Rembrandt
Harmenszoon van Rijn (1606-1669).
Menasseh Ben Israel
(1604-1657) nascido na
ilha portuguesa da
Madeira como Manuel
Dias Soeiro, tornou-se
rabino dos judeus
portugueses da Holanda
onde escreveu sua mais
famosa obra “MIkveh
Israel” que em espanhol
se chamou Esperanza de
Israel”, no qual expôs
sua crença de que as
tribos perdidas vieram
para a América.
Menasse Ben Israel, de Rembrandt (1609-1699).
Wikimedia Commons, Domínio Público.
Túmulo de Menasseh ben Israel, Joaotg ,
Wikipedia, Wikimedia Commons 3.0
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
Eloquente, foi a Inglaterra e convenceu a Oliver Cromwell
(1599-1658), a abrir a Inglaterra ao retorno dos judeus que haviam
sido expulsos em 1290, pelo Rei Eduardo I (1239-1307). Tornou-se
famoso por sua obra Miḳṿeh Yisraʾel que foi publicada em espanhol
sob o título que evocava seu próprio nome hebraico, Esperanza de
Israel.
Nessa obra, o grande rabino judeu português, discorre sobre
sua esperança do retorno das dez tribos, sobre o fato de que elas
ainda não haviam retornado, e finalmente sobre sua trajetória que
se iniciou ao cruzar o Eufrates e segundo ele findou no Perú, então
chamado de Nueva España em plena América. Essa trajetória teria
sido possível depois de terem vencido o Estreito que separa a
Groelandia do Canadá de onde foram descendo até povoar uma
série de nações ao Sul.
“Apresento juntamente, que assim como as dez Tribos foram
expulsas de suas terras, por diversas vezes; assim estão por diversas
províncias espalhadas; e que estas são a America, Tartaria, China, Média,
rio Sabático e Etiópia. Provo que as dez tribos não voltaram ao segundo
Templo, E que ainda violam a Lei de Moshe, e nossos ritos sagrados. E
que no final e infalivelmente, serão redimidos à patria junto com os de
Yehudáh e Binyamin, debaixo de uma só cabeça o Messias ben David: e
como se deve crer, que este século feliz já se aproxima, por diversas
consideraçoes, nas quais menciono muitas histórias dignas de memória, e
brevemente várias profecias, com particular atenção e propósito. A
excelência deste escrito, e quanto a este trabalho me deve a minha
nação, deixo à ponderação dos justos e doutos, aos quais dirijo meus
escritos....
O primeiro fundamento desta opinião procede do IV livro de
Esdras, o qual ainda que seja Apochryfo, citamos como autor antigo. Diz
pois ele que as dez Tribos, que Salmanasser levou cativas no tempo do
Rei Hoshea (Oseas), transladados para a outra margem do rio Eufrates,
decidiram entre si que passassem a outra região remota, onde nunca
habitou o gênero humano, para guardar ali melhor sua Lei. E assim
entrando por uns lugares estreitos do Eufrates, o Altíssimo Adonai usou
com eles de maravilhas, detendo a corrente do rio até que passassem,
cuja região, se chama Arsareth: De cujo texto se pode coligir, que parte
deles se foi a nova Espanha e ao Perú, povoando estes dois Reinos que
até então havian sido desabitados.” (Genebrardo, lib, i, Chron, pag, 150)
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
“Depois de haver referido a viagem das dez Tribos, que Esdras
conta, diz que Arsareth, é a Tartária Maior, e que dali foram à Ilha de
Groenlândia: por que daquela parte está a America descuberta e sem
mar, e das outras banhadas pelo mar, e feita quase ilha: e da Groelândia,
pelo Estreito de Davis, podiam passar à Terra do Labrador, que já é Terra
das Índias, que dista somente 50 léguas, como testifica Francisco Lopes
de Gomara en sua Historia.” (i.p.fol.7) .
No século XVIII,
em 1836, o Rabino
judeu
marroquino,
Moses ben Isaac Edrehi
(1744-1842), escreve An
Historical Account of the
Ten
Tribes
Settled
Beyond
the
River
Sambatyon
in
the
East (Uma História das
Dez Tribos Localizadas
além do Rio Sambation
no Oriente) e declara
que as tribos perdidas
estão localizadas nos
confins da Europa.
Moses ben Isaac Edrehi (17441842), declara que as tribos
perdidas estão localizadas nos
Confins da Europa.
Orteleus, que é grande geógrafo,
Em sua obra em
dando a descrição da Tartária,
que historia sobre as
menciona o reino de Arsareth,
dez tribos perdidas,
onde as Dez Tribos, repousando
depois
de
analisar
entre outros habitantes citas,
outros
historiadores,
tomou o nome Gauther [godos],
Moses ben Isaac Edrehi
porque eles eram muito zelosos da
declara
acerca
da
glória de Got (Elohim).
localização das tribos do
norte, depois de terem
abandonado a região
que ele chama de Arsareth com base no livro de Ezra, uma obra, que
apesar de apócrifa sempre foi considerada com respeito pelos
rabinos judeus da Era Medieval e do Período da Renascença:
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
“... Orteleus, que é grande geógrafo, dando a descrição da Tartária,
menciona o reino de Arsareth19, onde as Dez Tribos, repousando entre
outros habitantes citas, tomou o nome Gauther [godos], porque eles
eram muito zelosos da glória de D´us. Em outro lugar, ele encontrou a
Naftali, que tiveram seus acampamentos por lá. Ele também descobriu a
tribo de Dan, no norte, que tem preservado o seu nome. ... Ele ainda
acrescentou, que os restos do antigo Israel eram mais numerosos ali do
que em Moscou e na Polônia - a partir do qual se concluiu, que a sua
habitação se fixou na Tartária [Cítia] de onde eles passaram por lugares
vizinhos ... não é nenhuma maravilha poder encontrar as Dez Tribos
dispersas por lá, uma vez que houve grande caminho a percorrer da
Assíria, para onde foram transplantadas, tendo apenas a Armênia entre
eles.” Moses ben Isaac Edrehi (1744-1842) Historical Account Of The Ten
Tribes, (1836), p. 92
Edrehi recorre ao apócrifo pseudoepigráfico conhecido como
II Esdras, que fala da partida das tribos para além do Eufrates, que se
abriu para que o ultrapassassem ao sair de Israel e se abrirá de novo
ao final para que retornem. 20
“E enquanto viste que ele reuniu uma outra multidão pacífica a ele; essas
são as dez tribos, que foram levados presos para fora da sua terra no
tempo do Rei Hoshea, a quem Salmanasar, rei da Assíria levou cativo, e
ele levou-os sobre as águas, e assim foram para outra terra. Mas eles
tomaram este conselho entre si, que deixariam a multidão dos gentios, e
iriam adiante para um país ainda mais distante onde nunca a
humanidade havia habitado, para que eles pudessem lá manter seus
estatutos, que nunca haviam mantido em sua própria terra.
Em hebraico Dez é Atseret, pelo que ao recorrer a citação de Abraham Ortelius (1527-1598), grande cartógrafo e
geógrafo flamengo, nascido em Antuérpia na Bélgica e autor do famoso quadro conhecido como Theatrum Orbis
Terrarum (Teatro da Urbe Terrena), o rabino Edrehi procura dar à sua obra uma sustentação que vai além da crença
espiritual no retorno das tribos perdida. Ele dá como fato sustentado por geógrafos do seu tempo que as dez tribos
estabeleceram um reino.
19
O livro é considerado canônico pela Igreja da Etiópia, apócrifo pelos protestantes, e fonte de consulta para
estudiosos judeus. A datação, nomenclatura e autoria de II Ezra é incerta. Algumas versões latinas o denominam III
Esdras, Jerônimo e autores medievais o chamam de IV Esdras, mas em tempos recentes as bíblias em inglês que o
incluem o denominaram II Esdras, que é o que faço aqui. Os primeiros dois capítulos são atribuídos por diversos
críticos a um crente messiânico já que menciona ao filho de Elohim (2:47-48). Os capítulos XIII e XIV são
consideradas judeo-apocalíptico. Não se preservou nenhuma cópia em hebraico ou grego. A maioria dos críticos
aceita que o livro foi escrito originalmente em hebraico e depois traduzido para grego, latim, armênio, etíope e
georgiano. O livro parece ter sido escrito em época de grande aflição, talvez a destruição do II Templo, ou final do
primeiro século embora alguns dizem que data do início do terceiro século. Quanto a autoria, pela unidade do texto
alguns sustentam que é de um único autor, um crente messiânico que teria recebido visões celestiais, é o mais
plausível, mas outros atribuem a obra a até cinco autores diferentes.
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
E entraram no Eufrates por lugares estreitos do rio. Então o Eterno fez
para eles um milagre e deteve as águas do rio até que pudessem passar.
Este país está à distância de um ano e meio e seu nome é a Arsareth. Eles
habitarão ali até os últimos dias e logo quando estiverem de volta o
Altíssimo de novo deterá as fontes do rio para que possam passar em
paz. Quando tenha destruído a multidão de nações que se uniram contra
eles, então defenderá o restante de seu povo. E então lhe mostrará seus
grandes sinais.” Ezra Beit/2 Ed. 13:39-50.
É interessante notar que bem antes de Nahmanides afirmar
que o Rio Sambatyon é o Rio Khabur, um dos afluentes do Eufrates,
o autor do pseudoagiógrafo de Ezra, já sugeria que o exílio de Israel
se relacionava diretamente com o próprio Eufrates, o rio que Israel
cruzou ao partir de sua terra e voltará a cruzar ao retornar para ela
dos confins da Europa. A declaração de Moses ben Isaac Edrehi se
junta a de Maimônides que teria dito: “Creio que as dez tribos estão
em várias partes da Europa.” Mas outros rabinos tratarão de definir
o enigmático destino das tribos perdidas.
Pode-se citar ainda o erudito judeu convertido ao cristianismo
através da Igreja da Inglaterra, o Dr. Moisés Margoliouth (18181881), nascido de pais judeus em Sulwaki na Polônia, converteu-se a
Yeshua aos 19 anos, mas jamais perdeu o vínculo de amor com seu
povo, o que incluía não só os judeus, mas também os dispersos do
norte, onde ninguém sabia onde estavam. Formado em Teologia em
Dublin foi ordenado em 1844, assumindo diversos cargos na Igreja
Episcopal.
Dois anos depois, em 1846, o erudito judeu messiânico
escreveu a sua The History of the Jews in Great Britain (História dos
Judeus na Grã Bretanha), a obra em três volumes foi publicado em
1851.21 Depois de apresentar diversos dados de prova ele conclui
dizendo: ... “Os israelitas devem ter visitado os países ocidentais (da
Europa) nos dias de Shlomo (Salomão).” Mas ele não foi o único
judeu a se apaixonar pela tese de que Israel esteve na Grã-Bretanha.
A Obra de Moisés Margoliouth pode ser consultada on line em Google Books.
http://books.google.com/books?id=VcUCAAAAQAAJ&printsec=frontcover&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=on
epage&q&f=false
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O israelismo britânico, apaixonaria a outro judeu messiânico,
Elieser Basin (1840-1898), um judeu russo, nascido em Mogilev na
atual Bielo-Rússia e convertido a Yeshua aos 29 anos de idade, veio
a ler o trabalho de Edward Hine e se tornou um convicto defensor
do israelismo britânico. Escreveu várias obras sobre o tema, entre
elas: “O hebraico moderno, e os cristãos hebreus (1882). Fraternidade
Entre Britânicos e Judeus (1884). Dez Tribos Perdidas. Anglo-Israel por
um Judeu (1884). Um dedo Pós-ao caminho da Salvação. Uma
Exposição dos Livros Bíblicos e Rabínicos (1887). A Páscoa, Celebrada
Hoje Pelos Judeus, Comparada com a Celebrada por Cristo e seus
Discípulos (1889). A síntese de sua crença sobre o israelismo
britânico pode ser dada nestas palavras:
“As Escrituras hebraicas apontam para as ilhas britânicas como a
casa dos primogênitos nascidos de Elohim (isto é, Efraim, o nome
coletivo para as Dez Tribos, Jeremias 31:9) ... É minha convicção de que a
Grã-Bretanha é a nação com a qual Elohim tem se identificado do
princípio ao fim. Eu, um israelita da Casa de Yehudáh com israelitas da
casa de Efraim (A Casa de Israel). Como crentes na fidelidade da
manutenção do pacto de Elohim eu o chamo para despertar de seu
sono.” Elieser Basin 1884, Fraternidade Entre Britânicos e Judeus.
Depois da proclamação de Basin, muitos judeus acreditaram
de fato que a o povo da Inglaterra e por extensão os angloamericanos são descendentes de judeus. A tese é comentada na
Enciclopédia Judaica.
“A identificação dos Sacae, ou citas, com as Dez Tribos ocorre
porque eles aparecem na história, ao mesmo tempo, e quase no mesmo
local em que os israelitas são transportados por Shalmanesar. Isso é um
dos principais sustentáculos da teoria que identifica o povo Inglês, e de
fato toda a raça germânica, com as dez tribos." ( Enciclopédia Judaica ,
1901, vol. 12, p. 250).
Não há dúvidas que os judeus tinham noção há vários séculos
da presença de seus irmãos por onde eles passavam e a convicção
de seu retorno à verdadeira adoração, apesar de haverem
abandonado a fé de seus pais.
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O Exílio e o Retorno das Tribos Perdidas na Literatura Rabínica
À medida, porém, que os ingleses se voltavam cada vez mais
para Elohim, abandonando a idolatria ancestral herdada da Igreja de
Roma e de seu passado pré-cristão, parece ter ficado cada vez mais
evidente a sua origem. Esta mesma evidência foi sendo fornecida em
muitas outras terras onde o evangelho penetrou com inusitada força
arrancando da idolatria ou de um culto não dirigido ao Eterno uma
imensidão de almas. A questão de como Israel quanto mais atacado
e perseguido, e quanto mais vagueia longe de casa mais cresce, é
nosso próximo capítulo.
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Nosso Próximo Número
Multipliquem-se Como Peixes no Meio da
Terra
Yakov Profetisa a Multiplicação de Efraym Entre os Gentios
Antes de partir desta vida Yakov adotou seus netos Efraim e Menassh como
filhos, abençoou-lhes para que se multiplicassem como peixes no meio da
e disse que Efraym se tornaria a plenitude dos gentios.
Acompanhe-nos nesse fascinante estudo que desvenda as profecias e nos
revelam que muitos dos chamados gentios são filhos e filhas descendentes de
Israel.
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