Março 2012 - A Luz no Caminho
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Março 2012 - A Luz no Caminho
O Encontro Bhagavan Sri Ramana Maharshi A Luz no Caminho - Associação Espiritualista - Distribuição gratuita Devoção Março de 2012 Orientação Por Lêda Fraga E o Senhor da Compaixão revelou todo o Seu poder no coração impuro do devoto. Eis o milagre! O amor que sente pelo seu Mestre é, sim, um milagre! O Mestre planta esse amor no coração humano do devoto como uma isca, uma pista em direção ao verdadeiro amor. De início, o homem não sabe como e porquê, mas, aos poucos, se rende ao fogo do amor que arde em seu Ser pelo Mestre. Este amor o aproxima do Senhor pelas suas características ditas “humanas”, afinal, quem não busca a proximidade com o ser amado? E é a proximidade com o Mestre que irá salvar o devoto. A devoção é, assim, o elo, a ponte segura e firme, entre o devoto e o seu Senhor. Ponte que deve ser percorrida com coragem e determinação. Aproxime-se do Senhor através da benção da devoção. Hare Ramana Hare bhagavan-ramana.org 02 Editorial Daqui a menos de dois meses Por Marcos Garcia Daqui a menos de dois meses A Luz no Caminho fará 40 anos. Estamos cada dia mais perto do dia 3 de maio de 2012. Esta “idade” é o resultado de muitos esforços dos devotos, de superação de dificuldades financeiras e de acreditar. feita por mais pessoas, mais devotos surgirão, mais voluntários para a Casa de Ramana levantarão a mão e dirão: “estou disposto a servir.” E como serão os próximos 40 anos? Hoje, somos ainda tímidos na divulgação da filosofia do Mestre Bhagavan Sri Ramana Maharshi e no trabalho assistencial que prestamos na Casa de Ramana. Como aconteceu no final do mês de fevereiro, quando cerca de dez pessoas se colocaram à disposição para ajudar na Casa de Ramana. A administradora da Casa de Ramana, nossa incansável e doce Marly, já me disse do que precisa e, neste mês, vamos convidar oficialmente essas pessoas. Se para chegarmos aos 40 anos foram necessários tantos braços, tanta união, para continuarmos por mais 40 anos temos que crescer, abrir a Casa para mais devotos, mais voluntários. Assim, a divulgação será Não há limite de vagas. A Casa de Ramana não tem tamanho. E esta “onda” é para atingir todas as “ilhas”, todos os corações que se sentem sós ou querem mais companhia. Que tal a companhia, a pre- sença do Mestre? Que tal divulgar a filosofia do “quem sou eu”? Dar uma guinada na vida para frente e para o alto? Que tal a entrega ao Mestre? Imaginem o quanto podemos fazer para que mais vovós possam ter um lar limpo e decente e serem tratadas com carinho e amor? Como nós queremos ser tratados. Convido vocês a “arregaçarem as mangas” e plantarem para que, a cada ano, haja tanta semente, que Deus, comovido, pedirá para o sol e a lua fazerem um acordo e despejarem sua luz em todos os quintais, na dose certa. Círculo de Estudos Ramayana Uma das mais importantes obras literárias da Índia antiga, o Ramayana é um épico composto de 24 mil slokas (versos), distribuídos em sete skandas (livros): Bala Kanda, Ayodhya Kanda, Aranya Kanda, Kishkindya Kanda, Sundara Kanda, Yuddha Kanda e Uttara Kanda. O nome Ramayana é um composto tatpurusa de “Rama” e “ayana” (indo, avançando), cuja tradução é “A viagem de Rama”. A obra contém os ensinamentos dos antigos sábios hindus e os O Encontro março, 2012 Por Cristina Meireles apresenta através de alegorias na narrativa e a intercalação do filosófico e do devocional. O Ramayana é atribuido ao poeta Valmiki, um lendário sábio hindu, que narra a gloriosa e divina presença do Senhor Ramachandra, descrito como a própria encarnação de Sri Vishnu. Escrito em sânscrito e utilizando uma linguagem refinada, é de um lirismo dos mais sublimes. Os personagens de Rama, Sita, Lakshmana, Bharata, Hanuman e Rávana (o vilão da peça) são todos fundamentais à consciência cultural da Índia. Próxima palestra Tema: Puja para Ganesha e Recitação dos 108 Nomes de Ramana Palestrante: Malini Kumar Data: 24 de março, às 19h 03 Filosofia O único obstáculo é a mente A doutrina da não-dualidade, junto com caminho da autoinquirição (através da pergunta “quem sou eu?”), era tradicionalmente reconhecida como adequada apenas àqueles que renunciavam à vida no mundo. Então, é natural que os seguidores de Bhagavan lhe perguntassem se eles deviam renunciar à vida no mundo. Mas o Maharshi sempre negava permissão. O trabalho era interno e deveria ser feito na mente, independentemente das condições exteriores da vida. Bhagavan: Por que você se considera uma pessoa do mundo? Se você se tornar um sannyasin (renunciante) você será perseguido pelo pensamento de que é um sannyasin. Sua mente irá persegui-lo, quer você viva em casa, quer você renuncie ao mundo para viver numa floresta. O ego é a fonte do pensamento; ele cria o corpo e o mundo, e faz você acreditar que é uma pessoa do mundo. Se você renunciar, o ego simplesmente substitui a ideia “sou uma pessoa mundana” pela ideia “sou um renunciante”, e o ambiente da casa pelo da floresta. Mas os obstáculos mentais estarão lá, à sua espera. Eles até aumentam bastante em novos ambientes. Mudar de ambiente não ajuda. O único obstáculo é a mente, e essa precisa ser superada, em casa ou na floresta. Se você pode vencê-la na floresta, por que não em casa? Então, para que mudar de ambiente? Os seus esforços podem ser feitos agora mesmo, qualquer que seja o ambiente. Devoto: Pode um homem casado alcançar a compreensão do Eu Real? B.: Com certeza. É uma questão de aptidão mental. Casado ou não, o homem pode realizar o Eu Real, de vida de cada pessoa é determinada por seu prarabdha. Meu prarabdha é desta maneira; o seu desta. D.: O Bhagavan faria a gentileza de dar a sua opinião a respeito do futuro do mundo, já que estamos vivendo em tempos de crise? B.: Por que se preocupar com o futuro? Você nem conhece o presente direito. Cuide do presente e o futuro cuidará de si próprio. D.: Eu deveria tentar ajudar esse mundo miserável? B.: O Poder que criou você também criou o mundo. Se Deus criou o mundo, é tarefa Dele cuidar do mundo e não sua. D.: Então nós não deveríamos trabalhar pelo bem social? www.desicolours.com pois este está aqui e agora. Se não estivesse, mas fosse apenas atingível em um tempo futuro por meio de um esforço especial, se fosse algo novo a ser ganho, então, não valeria a pena buscá-lo, porque aquilo que não é natural não pode ser permanente. O que estou dizendo é que o Eu está aqui e agora e que apenas Ele é. D.: Então eu devo continuar em casa? B.: Você deve continuar no seu verdadeiro estado. D.: Então, por que você deixou sua casa quando era tão jovem? B.: Esse era meu prarabdha–karma (destino nesta vida). A trajetória B.: Primeiro cuide de si mesmo. Depois o resto surge naturalmente. Isso não significava que o ensinamento de Ramana incentivava a frieza ou indiferença ao sofrimento humano. Aqueles que sofriam deveriam ser ajudados, mas ajudados num espírito de humildade. O que era desaconselhado era o sentimento de autoimportância inerente ao esforço de tentar fazer o papel da Providência. B.: O seu dever é Ser, e não ser isso ou aquilo. “Eu sou o que sou” resume toda a verdade. E o método é a quietude. Os Ensinamentos de Ramana Maharshi em suas Próprias Palavras, Artur Osborne, páginas 99 a 110. Tradução de Niraj. março, 2012 O Encontro 04 Nossa História A sagrada missão de servir Em comemoração pelos 40 anos de A Luz no Caminho, O Encontro vem relatando, desde a edição de maio de 2011, a transformação que o contato com o Maharshi promoveu na vida de alguns devotos. Com exceção da edição de janeiro deste ano, com a Irmã Flor, foram apresentadas as experiências daqueles que assumiram a missão de presidir a instituição. Este mês, apresentamos o depoimento de João Marcus Mirilli, o Irmão Joaquim, quando estava prestes a assumir a presidência da associação (relato resumido do livro Nossa História). “Em agosto de 1975, fui trazido, pela Graça do Guru e por intermédio da Verinha, à associação A Luz no Caminho. Adentrando o salão da associação espírita Francisco de Paula, onde, à época, nos reuníamos, tive a graça de ser reconhecido, através dos olhos da amada Dona Daura, como devoto do Mestre, dela Casa de amigos Em 1991, houve uma proposta para que A Luz no Caminho assumisse o abrigo de anciãs Casa de Amigos. Não houve consenso quan- recebendo o retrato que, até hoje, guardo junto ao coração. De Bhagavan já havia ouvido falar, pois meu pai, Rubem (in memoriam), frequentava, desde 1961, o Grupo Arunachala e eu havia lido alguns livros, em especial “A Índia Secreta”. Desde que comecei a frequentar a associação, aprendi que Bhagavan é a Força viva, atuante, que, como o buril do ourives, vai lapidando com infinita ternura e paciência cada um de nós, anteriormente pedras soltas, desgarradas, a rolar no rio das ilusões que é o mundo de Maya. Todo longo aprendizado foi ministrado a mim e a muitos irmãos pelos amados instrutores, tendo como instrumentos a Favorita (Dona Daura), Verinha (Senhora Dona da Casa) e outros irmãos. Eu bendigo esse aprendizado, esta preparação! Mas, agora, é chegada a hora de assumir com maior entusiasmo e disciplina a função de fiéis instrumentos, abrindo-nos a esta Luz Bendita para que, atravessados por raios luminosos de pura energia, possamos aclarar nossos caminhos e os dos irmãos de jornada. Assumirei em 3 de maio (de 2004), com destemor, amparado na fé que nos impulsiona e sob a proteção de nossos instrutores, a sagrada missão de servir - sempre!” Casa de Ramana to a essa assunção e o assunto seguiu pendente. Nova oferta nos foi feita após três anos, em razão das dificuldades enfrentadas por seu fundador, Sylvio Pasqualette, já idoso e com saúde debilitada. O abrigo foi, então, assumido por um grupo de jovens da associação. Em 1994, a vice-presidente da Casa de Amigos, Andrea de Deus, convidada a participar de reunião de Diretoria de A Luz no Caminho, exortou todos para conhecerem a obra assistencial. Entre 1994 e 1995, conseguimos vender os imóveis da Rua Conde de Bonfim e da Rua Maxwell. Com isso, pudemos adquirir, em 1995, um imóvel na Rua Juiz de Fora, 55, onde vimos instalada a Casa de Ramana. Em setembro, foram firmados, entre as Diretorias da associação, da Casa de Ramana e da Casa de Amigos um Protocolo de Colaboração Mútua e Integração Administrativa, além de um Convênio de Internação, que possibilitaram a internação de uma vovó atendida pela associação na Casa de Amigos. A Luz no Caminho - Associação Espiritualista | Rua Maxwell, 145 - Vila Isabel - Rio de Janeiro, RJ - CEP 20541-100 | (21) 2208 5196 | Horário de funcionamento (inclusive dias santos e feriados): segundas e quartas, das 14h30 às 20h30 - terças e quintas, das 14h30 às 21h00 - sábados, das 14h00 às 20h00 | Mais informações no site: www.aluznocaminho.org.br | Site da Casa de Ramana: www.casaderamana.org.br | Notícias da Casa: www.casaderamana.blogspot.com O Encontro março, 2012
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