Rituais Especiais 2009 2011 CS3

Transcrição

Rituais Especiais 2009 2011 CS3
RITUAL
RECONHECIMENTO
CONJUGAL
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INSTRUÇÕES ESPECIAIS
A cerimônia de Reconhecimento Conjugal, como o próprio
nome indica, tem em vista referendar em Loja, o casamento já realizado
perante as autoridades civis competentes, de acordo com as leis do país.
É realizada por solicitação do Irmão interessado.
Após a cerimônia, será entregue aos cônjuges um Diploma de
Reconhecimento Conjugal, assinado pelas Luzes.
Todos os Irmãos deverão estar maçonicamente trajados,
preferencialmente com terno preto, portando uma flor branca na lapela
esquerda. O Esposo também estará assim paramentado.
È importante que o Irmão Mestre de Harmonia prepare com antecedência,
as seguintes músicas: Marcha Nupcial – Aleluia e Primavera (de
Vivaldi).
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DECORAÇÃO DE TEMPLO
1º - No Oriente, defronte ao Altar do Venerável Mestre, haverá
um Altar triangular (o Altar da Consagração), coberto com toalha branca,
sobre o qual estará a Bíblia fechada e sobre esta o esquadro e o compasso,
sem disposição ritualística.
2º - À frente deste Altar (da Consagração) estará o Altar dos
Perfumes, também coberto com toalha branca. Sobre ele, estarão
colocados um braseiro, naveta com incenso de boa qualidade, turíbulo,
pequena bandeja com as alianças, cesta de flores, um ramalhete de rosas
vermelhas, uma lembrança a ser oferecida em nome da Loja e o Diploma
de Reconhecimento Conjugal.
Caso esta mesa seja pequena para comportar o material descrito,
poderá ser substituída por uma outra, retangular.
3º - À frente desse Altar ou Mesa e na mesma linha onde se
sentam o Porta-Bandeira e o Porta-Estandarte, deverão ser colocadas
duas cadeiras, frente a frente, para assentos dos esposos, no momento
próprio. (Plano a seguir)
4º - No Ocidente, em ambas as Colunas, a primeira fileira deverá
ser ocupada pelos familiares. As demais, preferencialmente pelos
convidados dos esposos.
5º - O Pavilhão Nacional será introduzi e retirado do Templo, com
as devidas formalidades.
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RITUAL
ABERTURA DOS TRABALHOS
O Mestre de Cerimônias, depois de acompanhar o Venerável ao Trono,
dirige-se para entre Colunas, verifica se todos os Obreiros estão em
seus lugares devidamente paramentados e anuncia: “Os lugares estão
preenchidos, Venerável Mestre”. O Venerável dá um golpe de malhete e
todos se sentam. O Mestre de Cerimônias dirige-se ao seu lugar.
VEN∴
- (!) Em Loja, meus IIr∴
VEN∴ M∴
Meus Irmãos, tratando-se de uma Sessão Especial
destinada ao reconhecimento Conjugal de nosso
Irmão F... e Cunhada F..., somente a simples abertura
e fechamento do Livro da Lei serão processados nos
momentos ritualisticamente previstos. Também não
haverá leitura do balaústre, leitura do expediente e
circulação das Bolsas.
(*) - ATENÇÃO! A partir deste momento ficam
suspensos todos os sinais e posturas maçônicas.
VEN∴ M∴
Irmão Mestre de Cerimônias, ide à sala onde se
encontram os familiares e convidados do nosso Irmão
F....., convidando-os a darem entrada no Templo,
exceto o nosso Irmão e sua digna esposa F..., para os
quais reservamos recepção solene.
(De pé, meus Irmãos, sem estar à ordem.)
M∴ HARM∴
(Inicia a execução musical apropriada.)
M∴ CCER∴
(Sai, faz o convite e vindo à frente dos convidados, dá
uma simples batida na porta do Templo, que lhe será
aberta. Entrando, são os convidados orientados aos
seus lugares.)
(Pausa, até que todos estejam em seus lugares.)
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VEN∴ M∴
(*) Sentemo-nos.
Senhoras e Senhores!
A Augusta e Respeitável Loja Simbólica “..............”
n°......, Jurisdicionada à M∴ R∴ Grande Loja
Maçônica do Estado de Goiás, tem a honra de por meu
intermédio, dar a todos os presentes sua saudação de
Paz, Concórdia e Boa Vontade.
(Pausa)
VEN∴ M∴
Irmão Orador, tende a bondade de explicar o objetivo
de nossa reunião, lendo as Disposições Gerais que nos
regem nestes atos.
ORAD∴
Minhas senhoras e meus senhores: esta cerimônia só
se efetua por solicitação de um Mestre Maçom, com o
objetivo de nos
apresentar sua legítima esposa.
Não pode, nem deve, por conseguinte, ser confundida
com o matrimônio propriamente dito que todo o
Maçom contrai de acordo com nossas leis civis, nem
se trata de substituir o matrimônio; pelo contrário,
nós nos limitamos ao reconhecimento Maçônico deste
matrimônio, e a Loja que o outorga, deve estar satisfeita,
por documentos autênticos e informações testemunhais
indubitáveis, de que o maçom de que se trata, cumpriu
todos os requisitos e formalidades que as leis do país
estabeleçam para a validez no matrimônio.
Só reconhecemos pois, matrimônios legítimos e ao
mesmo tempo compartilhamos com nossos IIrm∴
de sua justa e louvável satisfação, em momento tão
solene e decisivo para a vida dos homens, fazendo
do reconhecimento dos cônjuges, nossos elevados
ensinamentos morais que são a base da Maçonaria
Universal.
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VEN∴ M∴
Irmão Mestre de Cerimônias, componha a abóbada
de aço e após, fazendo-vos acompanhar dos Irmãos
Expertos, ide ao encontro de nosso Irmão F... e sua
digna esposa F..., convidando-os, juntamente com seus
padrinhos, a darem entrada solene em nosso augusto
Templo.
M∴ CCER∴
(Primeiramente compõe a abóbada.)
G∴ TEMP∴
(Abre completamente a porta, mantendo-a assim até a
entrada dos cônjuges.)
M∴ HARM∴
(Prepara a música: “Marcha Nupcial”.)
VEN∴ M∴
(Tendo o cortejo chegado à porta:)
(*) Formai a Abóbada de Aço. Queiram levantar-se,
meus Irmãos e convidados.
(Pausa)
VEN∴ M∴
Adentrai o Templo, Irmão Mestre de Cerimônias e
conduzi o nosso Irmão F... e sua honrada esposa F... até
o Oriente.
M∴ HARM∴
(Inicia a execução musical (Marcha Nupcial),
diminuindo-a em nível de surdina, até a extinção.)
VEN∴ M∴
(*) – Sentemo-nos.
Irmão Mestre de Cerimônias, providenciai a entrada do
Pavilhão Nacional.
(Estando o Pavilhão à porta do Templo:)
VEN∴ M∴
(*) De pé, todos os presentes.
(Terminada a entrada formal do Pavilhão, o Venerável
pede que todos se sentem.)
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(Desce do Trono, toma um ramalhete de rosas
vermelhas, oferece à Cunhada nubente, dando as boas
vindas aos cônjuges, dizendo:)
VEN∴ M∴
Irmão F....... e vós, sua digna esposa; a Respeitável
Loja “.........” nº...., satisfeita de vos haverdes unido
em matrimônio, está disposta a reconhecer-vos como
legítimos esposos, se, aqui diante de nós e de vossa
consciência, ratificais a promessa que haveis feito
perante a autoridade legal, conforme a Lei Civil?
ESPOSOS
Sim, Venerável Mestre.
(O Venerável volta ao Trono.)
M∴ HARM∴
(Faz cessar a música.)
VEN∴ M∴
(*)
1º VIG∴
(*)
2º VIG∴
(*)
VEN∴ M∴
Irmão Mestre de Cerimônias, acompanhai o Irmão past
master, (sem os diáconos), para a abertura do Livro
Sagrado.
(*) De pé, todos os presentes.
(Descobre-se.)
ORAD∴
(De pé, abre o Livro da Lei, faz a leitura em TOBIAS,
Cap. 10, versículos 10 a 12, e deposita o Esquadro
sobre o Compasso, na posição do Grau de Aprendiz
e retornam aos seus lugares. NÃO SE ABRIRÁ O
PAINEL.)
TEXTO.
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¹ºEntão Raquel se levantou, entregou a Tobias sua
mulher Sara e a metade de todos os seus bens: servos
e servas, bois e carneiros, jumentos e camelos, vestes,
prata e utensílios. ¹¹E deixou-os partir contentes. Ao
despedir-se de Tobias, disse: “Felicidades filho, e boa
viagem ! Que o Senhor do céu vos guie, a ti e a tua
mulher Sara, pelo bom caminho, e que eu possa ver
vossos filhos entes de morrer”. ¹²À sua filha Sara ele
disse: Vai para a casa de teu sogro, pois doravante eles
são teus pais, como os que te deram a vida. Vai em paz,
filha. Que eu tenha boas notícias de ti, enquanto viver.
E, saudando-os, despediu-se deles.
VEN∴ M∴
(*) Em nome do Grande Arquiteto do Universo e de
São João, nosso Padroeiro, sob os auspícios da Muito
Respeitável Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás
e em virtudes do poderes de que me acho investido,
declaro aberta a Augusta e Respeitável Loja Simbólica
“.............” nº......., cujos trabalhos nesta Sessão Solene
de Reconhecimento Conjugal tomam plena força e
vigor.
(Cobre-se)
VEN∴ M∴
Sentemo-nos.
VEN∴ M∴
Irmão 1° Vigilante, tende a bondade de dizer-me,
porque suspendemos hoje a austeridade de nossos
trabalhos habituais, e porque o severo e árduo golpear
de nossos instrumentos de trabalho, foi substituído
pela doce harmonia musical, e porque o recolhimento
e o sossego de nossas reuniões cedeu seu lugar a esta
festa de alta significação social?
1° VIG∴
Porque, onde quer que haja um Maçom ali se levanta
um Templo em que se ensina e se pratica o bem, tão
útil é o golpear de nossos malhetes sobre a pedra que
burilamos, como as notas harmoniosas que elevam o
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espírito e moderam os sentimentos nos altos ideais da
vida e do amor, e porque nossos estudos e meditações
fizeram alcançar a nossos Obreiros, o sonhado horizonte
de suas puras aspirações românticas, dando um passo
mais no caminho de seu aperfeiçoamento e de sua
felicidade.
VEN∴ M∴
Dizei-me Irmão 2° Vigilante, algum dos Obreiros que
tem trabalhado debaixo de vossa direção, praticou
nesta época, alguma obra meritória que mereça o nosso
regozijo?
2° VIG∴
Sim Venerável Mestre, nosso prezado Irmão F......
associou sua obra a senhora F....., compreendendo que
ele não era um ser perfeito, visto que a mulher, tão
venerada e respeitada por nós, representa a metade do
ser social. Em união com sua boa companheira, nosso
querido Irmão propõe-se desenvolver suas faculdades
morais e intelectuais, para desempenhar melhor, no
seio da família e da sociedade, todas as funções que lhe
são próprias e que lhe foram outorgadas pela Natureza.
Assim nosso querido Irmão, compenetrado de sua
missão, associa à sua obra a companheira que há de
compartilhar com ele tão magnífico, como edificante
trabalho.
VEN∴ M∴
Irmão Secretário, foi legalizada essa união? Podeis dar
fé disso?
SEC∴
Sim Venerável Mestre, é verdade sem dúvida alguma,
que o querido Ir∴ F............ contraiu matrimônio com
a senhora F............ aqui presente, ajustando-se em tudo
com a lei Civil.
VEN∴ M∴
Em virtude disto, que nos corresponde fazer Irmão
Orador?
ORAD∴
Em vista do testemunho de nosso Irmão Secretário,
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devemos reconhecer que o nosso Irmão F............,
e sua esposa ................, estão unidos em legítimo
matrimônio, de acordo com as leis do país.
(O que segue deve ler-se solene e claramente.)
VEN∴ M∴
O matrimônio é conseqüência de uma reciprocidade de
amor e de respeito, tendo em vista esses sentimentos que
ele se efetua. Haveis celebrado um ato auspicioso para
vós, para vossas famílias e para vossos concidadãos.
Formais conosco, e com os filhos que a Natureza vos
der, parte integrante de nossa Grande Família Universal
e haveis alcançado com ele, afetos e vontades que
vos circundam como um elo de felicidade que vos
acompanhará ao lar que ides formar.
A união conjugal eleva os esposos e os estimula à
prática das virtudes. O pai de família, compenetrado
de seus altos deveres, aborrece os vícios e fraquezas,
domina suas paixões para não corar ante seus filhos, e
para não lhes deixar o opróbrio por herança, e quando
esse pai é Maçom, sabe que os filhos são depósitos
sagrados de fecundo amor, que, como os ramos, se
unem ao tronco, donde lhes vem a seiva da educação e
o apoio pelo exemplo da virtude.
Confiamos em que desejais, sinceramente, paz em vosso
futuro lar, e para isso, bastará que vos ameis, estimeis
e respeiteis reciprocamente, pois assim chegareis a
compreender que para os que sabem amar-se, nada
há mais formoso como a vida em que dois seres se
amalgamam, na doce fusão de uma só vontade.
(Pausa)
VEN∴ M∴
Irmão 1° Vigilante, tendes que fazer alguma exortação
ao nosso Irmão F........?
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1° VIG∴
Sim, Venerável Mestre.
Irmão F....., não deveis esquecer jamais, que a mulher
é vossa igual, que deveis tratá-la sempre com respeito,
com moderação e com carinho.
Deveis entender a debilidade feminina, com ternura,
consagração e sacrifício espontâneo. Ela será a vossa
colaboradora mais decidida, vossa fonte sentimental
de apoio nas vicissitudes da vida, fada generosa de
todas as grandezas espirituais, a ela deveis recorrer em
vossas atribulações e em vossas alegrias.
Quem melhor que ela, saberá alimentar uma bela
esperança, e curar, com um beijo, as mais fundas feridas
da alma? Por isso deveis colocá-la na mesma altura
em que estais colocado, instruindo-a, estimando-a,
erguendo-a até à sublimidade de nossos ensinamentos
maçônicos fazer vossa felicidade e contribuir para a
felicidade Universal; mas ao mesmo tempo, deveis
ascender até à cúspide radiosa de sua espiritualidade,
porque a mulher, essência pura dos mais nobres
sentimentos, busca incessantemente, as emanações
da alma e não as encontrando no companheiro que
o destino lhe fez deparar, sofre a nostalgia no reino
do espírito, frente às flores murchas de seus sonhos,
vertendo as lágrimas da decepção.
A Maçonaria, que é a única instituição que vive para
a moralidade, nos recorda e ensina nossos mais altos
deveres, e assim espera conseguir a indissolubilidade
na união de duas existências, feitas à base do amor, e
não de férreas tiranias legais. Procura para isso, forjar
verdadeiras ligas de afeto, de cultura e de compreensão
intelectual e sentimental, pois, é assim como se formam
os laços atrativos e duráveis.
A Maçonaria aperfeiçoa de modo absoluto, o
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matrimônio consagrado pela Lei, porque o eleva com
seus ensinamentos. Nosso código de Moral Maçônica,
ao regular os deveres que temos para com nossos
semelhantes e para conosco, regula igualmente os que
temos para com a mulher, e os que impõem à dupla
personalidade de esposo e pai. Lembrai-vos Irmão
F..........., em vossas horas de triunfo ou de fracasso,
de tranqüilidade ou de exaltação, de prosperidade ou
de pobreza, que tendes uma esposa a quem deveis
atenções e respeito, e que só de vós ela espera o apoio
necessário.
A doçura, a justiça, os bons sentimentos e a candura,
devem prevalecer no trato com vossa esposa, visto que
os homens de nossa Família praticam, como bem o
sabeis, a Virtude, alimentam o Bem e ensinam a Moral.
Ainda deveis ter presente, por certo, o momento mais
doce de vosso noivado com a que hoje é vossa esposa:
pois bem, esse momento não o esqueçais nunca, e em
todos os atos de vossa vida, considerai a vossa esposa
como se fosse sempre vossa noiva, vossa noiva muito
amada, que na doce floração de um beijo, deixa em
vossos lábios, como que a gota de um rocio consolador,
imprime a esplêndida luz de sua virtude radiante,
canta a nota do hino eterno da vida, desabrocha a flor
primaveril de seus sonhos e serve ao vosso espírito, o
néctar admirável de seu amor.
VEN∴ M∴
E vós Irmão 2° Vigilante, tendes que dizer alguma
coisa à esposa de nosso Irm∴ F......?
2° VIG∴
Sim, Venerável Mestre.
Senhora, vossa missão no Lar é de paz, de doçura e
de abnegação; a vós compete a parte sentimental da
união que acabais de realizar; mas não é só esta a
vossa missão, pois, que de hoje em diante, sois o ponto
principal de apoio nos êxitos de vosso esposo.
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Não esqueçais jamais, portanto, que quando este não
encontre no lar a franca colaboração, quando nele e
em sua obra, não está identificada a mulher, ele perde
todo o seu esforço e todas as suas nobres ambições se
embotam pelo desconsolo e no silêncio triste dos que
se sentem isolados na luta pela vida.
Para conseguir isto, deveis desenvolver o máximo
esforço para vos pordes no nível natural de vosso esposo;
estudai sempre a vida em todas as suas manifestações,
pois desse modo sabereis levar no momento oportuno,
a luz de vossos conhecimentos ao cérebro nublado de
vosso companheiro.
E assim, como ides até ele, fazei com que ele venha até
vós, à vossa espiritualidade, à sutileza de vossos ideais,
a toda a auréola de sentimentalidade que galhardamente
coroa, todo o cérebro de mulher.
Alguns conselhos são: uma bela administração das
faculdades do homem, um lar limpo, cheio de sol e de
alegria, um sorriso oportuno, uma carícia a tempo, um
doce consolo nos embates da luta e uma fidelidade a
toda a prova, eis os deveres fundamentais que acabais
de contrair com vosso matrimônio.
Confiai sempre em vosso esposo e assim o fareis
confiar em vós e nele mesmo, não deis pasto a línguas
mal intencionadas, que provocam ciúmes, matam todo
o amor e todo respeito; crede sempre mais no que diga
vosso esposo, do que no que disserem os outros e assim
consolidareis vossa felicidade.
VEN∴ M∴
E vós Irmão Orador, tendes alguma coisa a dizer à
esposa de nosso Irm∴ F .......?
ORAD∴
Sim, Venerável Mestre. Se alguma vez, (Que o destino
vos livre desse desgraçado dia) se levantar entre vós
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uma dessas nuvens que fazem escurecer o horizonte
conjugal, e que geralmente se forma por uma exagerada
susceptibilidade, por um amor próprio mal entendido
ou por um orgulho extremado, longe de recorrer para
dissipar essa nuvem, aos conselhos indiscretos ou
apaixonados de vossos parentes, ou de falsos amigos,
ou de frívolos tribunais, vinde a nós, que aqui todos
somos vossos irmãos, vossos melhores parentes, vossos
mais leais amigos e vossos mais discretos confidentes.
Temos a obrigação iniludível de guardar vossos
segredos, de falar imparcialmente e de aconselhar com
maior conhecimento de causa e com maior dose de
sensatez e boa fé.
Entre nós reina uma disciplina estrita e uma retidão
insuspeitável, e, portanto, estamos capacitados para
julgar todos os casos lamentáveis que se apresentem
em vossa vida conjugal.
VEN∴ M∴
E vós Irmão Tesoureiro, tendes alguma coisa a dizer à
esposa do nosso Irm∴ F.......?
TES∴
Sim, Venerável Mestre.
Cunhada, onde quer que haja um maçom, senhora,
e os há em toda a parte do mundo, esse maçom
combaterá a peito descoberto por vossa honra, por
vossa tranqüilidade e por vossa felicidade. Em cada um
de nós, tereis um apoio e um amigo, e se vos encontrais
desamparada, acorrei a nós, que remediaremos
vossos males, nos encarregaremos de vossos filhos,
e satisfaremos vossas mais prementes necessidades.
Havei-vos casado com um Maçom, com um Irmão
nosso e tendes direito à nossa ajuda e à nossa proteção
decidida.
VEN∴ M∴
Irmão Chanceler, dizei mais alguma coisa à esposa do
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nosso Irm∴ F........?
CHANC∴
Sim, Venerável Mestre.
Cunhada, alguém disse que o homem é parte de um
todo, que isolá-lo é mutilá-lo e que uní-lo, devidamente,
é completá-lo. Outro tanto pode dizer-se da mulher.
Para que a união conjugal possa produzir tudo o que a
sociedade tem direito a esperar dela, é necessário que a
mulher se ilustre, e que possua uma educação suficiente
para que compreenda a seu marido, e que tenha desejos
de progresso, tudo dentro dos sublimes ensinamentos
que a Maçonaria prodigaliza.
Sê pois uma verdadeira e completa esposa de Maçom,
para que toda a vossa vida esteja iluminada pela luz da
Razão, que, como a flama sempre acesa, faz distinguir
a verdade do erro, e dissipa as preocupações e os
temores.
Fugi da mera moral convencional, mas governai-vos
pelas noções claras e compreensíveis ao cérebro e
satisfatórias para vosso coração; Moral que por estar
baseada na Natureza, não pode senão ser absoluta.
VEN∴ M∴
(Após pequena pausa)
Cunhada F...., sede bem vinda ao nosso meio.
Aproveitai nossa prédica e contribui com vosso trabalho
para o engrandecimento da Obra que realizamos como
obreiros do Bem. Cuidai de vossa felicidade, dessa
felicidade que só uma vez passa por nossa vida ao
alcance de nossas mãos, e que deixamos escapar por
condenável inconsciência ou por execrável egolatria.
Ide ao encontro dessa felicidade que agora bateu
à vossa porta, levando em sua áurea cornucópia os
sutis enfeites de um vestido de noiva, guardai entre
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as filigranas desse véu a recordação de que fostes
noiva, amada, e segui amando, segui sentindo, segui
esperando, segui sonhando como noiva.
Como recordação desse amor, dessa sensação, dessa
esperança e desse sonho, sede sempre a noiva, a noiva
muito amada e que muito ama, e que vai ao encontro
da felicidade.
(Pausa)
Já sabeis Irmão F.......... e vós sua digna esposa, qual
é o ato que estamos celebrando e as idéias que temos
sobre ele e sobre vossos deveres futuros?
ESPOSOS
Sim, Venerável Mestre, é para mim uma grande honra,
haverdes permitido que apresentasse à Respeitável
Loja “.........” n°....., a minha esposa legítima, a senhora
F........, com quem me uni em matrimônio, e somente
me resta suplicar-vos que sejamos reconhecidos no
estado que voluntariamente procuramos.
VEN∴ M∴
Estais de acordo, senhora F......, com os desejos que o
vosso esposo nos expressou?
ESPOSA
...........
(Se a resposta da esposa for afirmativa, o Venerável
com um golpe de malhete, põe os presentes de pé,
e, descendo do Trono, coloca-se atrás do Altar da
Consagração, voltado para o Ocidente, continua
solenemente.)
VEN∴ M∴
Felicito-vos por vossa decisão e agora só me falta,
diante desta Respeitável Loja “.......” n°...... subordinada
à M∴ R Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás e
em presença da Grande Família Maçônica Universal
que representam os Irmãos aqui reunidos, que digais a
palavra mais harmoniosa de nossa linguagem, e quem
em vossos lábios pôs a Natureza. - Dizei Irmão F.....
283
amais a vossa esposa?
ESPOSO
..............
VEN∴ M∴
Dizei-me senhora F.......... amai o vosso esposo, o nosso
Irmão............?
ESPOSA
...............
(Se as respostas forem afirmativas, o Venerável,
dirigindo-se aos presentes diz:)
VEN∴ M∴
Que todos aqui presentes dêem fé destas palavras, e
vós, (dirigindo-se aos esposos) regozijai-vos se haveis
falado a verdade, mas tremei se haveis guardado
pensamentos contrários aos que dissestes; que vossas
consciências sejam juízes e testemunhas de vossas
palavras, as quais ides assinar perante nós, e com o ato
que sublima os espíritos até ao supremo ideal, com um
beijo que será o selo que o Amor põe em vossa união.
VEN∴ M∴
Venerável Irmão F........., beijai vossa esposa.
(Cumprida a ordem, o Venerável toma as alianças e
diz:)
VEN∴ M∴
Trocai entre vós, os anéis que simbolizam a vossa
união, e que ela seja mais firme que o metal de que elas
foram feitas.
(Os esposos fazem a troca das alianças. Após, o
Venerável apanha o Compasso que está sobre a
Bíblia no Altar da Consagração, entrega-o ao esposo,
dizendo:)
VEN∴ M∴
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Tomai um momento em vossas mãos Irmão F.......... este
Compasso e que ele vos recorde, que, assim como ele
assinala espaços com toda a exatidão, assim vós deveis
assinalar todos os atos de vossa vida com a Razão a
Justiça e a Verdade.
(Tomando o Esquadro, entrega-o à esposa, dizendo:)
VEN∴ M∴
E vós, Senhora, tomai este esquadro e tende sempre
presente, que, assim como ele tem a inalterável
severidade de sua retidão, assim vos deveis sujeitar
todas as vossas ações à fidelidade, ao Amor e à
Virtude.
M∴ HARM∴
(Inicia a execução, em baixo volume, de “Primavera”
de Vivaldi.)
M∴ CCER∴
(Levanta-se e dirige-se para o Altar dos Perfumes,
aguardando o momento de levantar o turíbulo com o
braseiro ativo para apresenta-lo ao Venerável logo em
seguida.)
VEN∴ M∴
Cunhada, recebemo-vos entre flores, música e perfumes,
para expressar nosso regozijo por vê-los entre nós, e
disposta a compartilhar com um de nossos obreiros,
o Irmão F......., a tarefa incessante que deve conduzir
a humanidade para o aperfeiçoamento espiritual; as
flores, os perfumes e a música vos são oferecidas como
homenagem à vossa candura, à vossa dignidade e à
vossa virtude.
(Lançando incenso no turíbulo em quantidade
que produza boa quantidade de fumaça, continuará
falando:)
VEN∴ M∴
O incenso que se eleva às alturas, é o símbolo dos
sinceros votos que elevamos ao G∴ A∴ D∴ U∴
para que vos conceda a felicidade que mereceis e que
desejais para o nosso querido Ir.´. que o destino quis
oferecer-vos como vosso apoio e vosso guia, na estrada
da vida.
285
(O Mestre de Cerimônias deposita o turíbulo no Altar
dos Perfumes e retorna ao seu lugar.)
VEN∴ M∴
Ao percorrerdes o espaço que vos trouxe a este altar,
pelo braço de vosso esposo e nosso Irmão, tomastes
posse completa do que é vosso; este Templo é dos
Irmãos, de vosso esposo e à porta dele podereis bater,
nas boas e más circunstâncias da vida, certa de que
sempre encontrareis nele carinhosa acolhida, apoio
desinteressado, auxílio oportuno e eficaz conselho,
assim como a amável recordação deste dia em que
haveis sido o mais belo e apreciado ornamento.
TODOS
Assim seja!
(O Venerável recolhe dos esposos o esquadro e o
compasso e os coloca novamente sobre a Bíblia,
sem posição ritualística, no Altar da Consagração,
aguarda a troca da música.)
M∴ HARM∴
(Cessa a música “Primavera” e substitui rapidamente
pela “Aleluia”, cujo início deve ser logo após a fala
do Venerável)
VEN∴ M∴
Cunhada F...., em nome de todos os Maçons desta Loja,
eu vos entrego esta singela, mas sincera e carinhosa
lembrança desta memorável noite.
VEN∴ M∴
(Volta ao Trono.)
M∴ HARM∴
(Se prepara para tocar a Primavera, à saída de
todos.)
VEN∴ M∴
Tenham a bondade de vos sentar.
(Pausa)
VEN∴ M∴
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Irm∴ Secretário tende a bondade de fazer a leitura da
ata que haveis escrito, dando fé, desta cerimônia.
SEC∴
(De pé, procede à leitura da ata finda esta, será enviada
pelo Irmão Mestre de CCer.´. aos esposos para que a
assinem, ao Venerável, ao Orador e Secretário depois
do que poderão assiná-la também os demais IIrm∴ e
profanos que o desejarem.)
VEN∴ M∴
Queiram se levantar, senhoras, senhores, meus
Irmãos.
VEN∴ M∴
Em nome da Respeitável Loja Simbólica “...........”
n°...., e da Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás,
declaro solenemente que reconhecemos e aceitamos
como matrimônio legítimo, o contraído por nosso Ir.´.
F........... com a senhora F........... . Celebremos este
acontecimento, com uma forte salva de palmas.
VEN∴ M∴
Levantai-vos.
VEN∴ M∴
Irmão Orador, concedo-vos a palavra, para que
dirijais aos esposos uma curta alocução, e as nossas
felicitações.
ORAD∴
(Faz uso da palavra, de forma objetiva, sobre a
cerimônia.)
(O Venerável desce do Trono, e dirigindo-se aos
esposos diz:)
VEN∴ M∴
Senhoras, Senhores e meus Irmãos, estão findos os
trabalhos desta noite em que realizamos solenemente
o reconhecimento conjugal do casa aqui presente.
Agradecemos a presença de todos.
A Cerimônia terminou, mas antes de nos retirarmos,
permita-me Irmão F...... que vos dê em vossa fronte o
ósculo da paz. (Beija-o na fronte) – Permita-me, ainda
felicitar vossa esposa pela resolução de ajudar-vos a
trabalhar na Obra de nosso melhoramento coletivo.
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(Inclinando-se, beija a mão direita da desposada,
entregando-lhe o Diploma de Reconhecimento
Conjugal, dizendo:)
VEN∴ M∴
Ide em paz, e não vos esqueçais que a Maçonaria deseja
que a Boa Sorte vos acompanhe. Assim Seja!.
TODOS
Assim seja.
(O Ven∴ volta ao trono.)
VEN∴ M∴
Senhoras, senhores e meus Irmãos, estão findos os
nossos trabalhos desta noite. Agradecemos a presença
de todos.
VEN∴ M∴
Irmãos M∴ CCer e Expertos, com as mesmas
formalidades de início, acompanhai na sua retirada do
Templo, os esposos e respectivos padrinhos e a todos
os presentes, exceto os IIrm.´. do Quadro.
M∴ CCER∴
(Convida a todos para que o acompanhem, os cônjuges
saem primeiro, depois os convidados. Os Expertos
seguem na retaguarda do cortejo. Após a saída de todos
o M∴ de CCer∴ e os Expertos retornam ao Templo.)
G∴ TEMP∴
(Fecha a Porta.)
VEN∴ M∴
(*)
1º VIG∴
(*)
2º VIG∴
(*)
VEN∴ M∴
Irmão Mestre de Cerimônias, convidai os IIrm∴ past
master (sem os Diáconos) para o fechamento do Livro
da Lei.
(*) - De pé e à ordem, meus Irmãos.
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(Descobre-se.)
ORAD∴
(Posta-se ante o Altar dos Juramentos, ajoelha e
aguarda.)
VEN∴ M∴
Irmão 1º Vigilante, tendes minha permissão para fechar
a Loja.
1º VIG∴
(*) Em nome do Grande Arquiteto do Universo e
de São João, nosso Padroeiro, estão encerrados os
trabalhos desta Augusta e Respeitável Loja Simbólica
“........... nº....., em Sessão Solene de Reconhecimento
Conjugal.( *)
(O Venerável cobre-se.)
(Os Irmãos que foram fechar o Livro da Lei
retornam aos seus lugares.)
Venerável
Meus Irmãos, retiremo-nos em paz.
Todos
Assim Seja!
(Providencia-se o apagamento das luzes e o fechamento do Templo.)
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