Bráquetes Estéticos: Características e
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Bráquetes Estéticos: Características e
Materiais Ortodônticos Bráquetes Estéticos: Características e Comportamento Clínico Cássio Rocha Sobreira*, Lívia Barbosa Loriato*, Dauro Douglas Oliveira** Resumo Com a crescente procura de adultos por tratamento ortodôntico, aumentou também o interesse pela utilização de aparelhos fixos mais discretos e socialmente aceitáveis. Os bráquetes estéticos, plásticos e cerâmicos, apresentam-se como opções de materiais ortodônticos que atenderiam essa demanda. Esses acessórios possuem propriedades físico-químicas e comportamento clínico diferentes dos bráquetes convencionais metálicos, merecendo, portanto atenção adicional do ortodontista. O objetivo deste artigo é realizar uma revisão crítica da literatura sobre os diversos tipos de bráquetes estéticos atualmente disponíveis no mercado, abordando suas principais características, indicações e contra-indicações, destacando como tais propriedades poderiam interferir em sua perfomance clínica. Palavras-chave: Bráquetes estéticos. Bráquetes plásticos. Bráquetes cerâmicos. Ortodontia em adultos. *Mestres em Ortodontia pela PUC Minas – Belo Horizonte – MG. **Mestre em Ortodontia pela Marquette University – Milwaukee – EUA, Doutorando pela FO/UFRJ – Rio de Janeiro – RJ; Professor do Mestrado em Ortodontia da PUC Minas. 94 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 6, n. 1 - fev./mar. 2007 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 Cássio Rocha Sobreira, Lívia Barbosa Loriato, Dauro Douglas Oliveira Introdução A atração pelo que é belo faz parte das características intrínsecas dos seres humanos e a busca pela beleza vem promovendo modificações significativas no comportamento social da população. O aumento do número de adultos procurando tratamento ortodôntico, levou à necessidade de se buscar aparelhos fixos mais discretos e socialmente aceitáveis. A indústria ortodôntica, dessa forma, vem buscando produzir materiais mais estéticos, mas que também possuam boa performance clínica, a fim de atender a demanda tanto dos pacientes, quanto dos ortodontistas. O primeiro passo em direção a um aparelho ortodôntico fixo mais estético foi dado por Newman22, em meados da década de 60, quando este introduziu o condicionamento ácido do esmalte associado à utilização de resinas epóxicas, permitindo a colagem direta de acessórios ortodônticos. Com a evolução da técnica, ocorreu uma progressiva substituição do aparelho com bandas cimentadas em todos os dentes, por aquele com bráquetes colados diretamente à superfície do esmalte. A partir da década de 70, surgiram os bráquetes estéticos plásticos e, posteriormente, os cerâmicos, os quais significaram uma melhora relevante na aparência do aparelho ortodôntico (Fig. 1). No entanto, seu comportamento clínico ainda apresenta algumas desvantagens quando comparados aos bráquetes metálicos tradicionais. Por isso, vários estudos vêm sendo realizados com o intuito de avaliar e desenvolver suas propriedades físicas, a fim de melhorar sua aplicação clínica. Esse processo de evolução histórica resultou em uma situação onde o ortodontista, atualmente, pode escolher entre uma grande variedade de bráquetes estéticos, de diferentes tipos e fabricantes. O objetivo deste artigo é realizar uma revisão crítica da literatura sobre os bráquetes plásticos e cerâmicos, abordando suas características estruturais, vantagens e desvantagens, considerando como essas propriedades podem afetar o desempenho desses materiais na rotina clínica do ortodontista. a b c d Figura 1 - Evolução estética dos aparelhos ortodônticos fixos: A) Bráquetes soldados a bandas cimentadas em todos os dentes, B) Colagem direta de bráquetes metálicos, C) Bráquetes plásticos, D) Bráquetes cerâmicos. Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 6, n. 1 - fev./mar. 2007 95 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 Bráquetes Estéticos: Características e Comportamento Clínico BRÁQUETES PLÁSTICOS Os bráquetes plásticos foram, nos anos 70, os primeiros acessórios ortodônticos lançados no mercado, sendo compostos por um polímero denominado Policarbonato13. Devido ao alto número de desvantagens em sua atuação clínica, esses bráquetes vêm sendo progressivamente substituídos pelos acessórios cerâmicos. Segundo Gottlieb et al.15, entre 1986 e 1990, o uso dos bráquetes plásticos na clínica ortodôntica caiu pela metade, enquanto o dos bráquetes cerâmicos aumentou 15 vezes. Acredita-se que, apesar dos bráquetes cerâmicos representarem a maioria dos aparelhos fixos estéticos utilizados atualmente, os plásticos ainda são comercializados e utilizados por vários ortodontistas. Alguns dos bráquetes plásticos disponíveis no mercado estão listados na tabela 1. Estabilidade estrutural Entre as características desfavoráveis que comprometem o desempenho clínico dos bráquetes de policarbonato, estão sua pigmentação ao longo do tratamento e a conseqüente instabilidade de cor devido à alta capacidade de absorção de água13,24. Uma outra limitação desses materiais, observada clinicamente, é sua deformação estrutural, principalmente após a inserção de dobras de 3a ordem em fios de aço inoxidável. Para tentar solucionar tais problemas, algumas modificações estruturais durante sua fabricação foram realizadas, como por exemplo, reforçá-los com cargas cerâmicas e fibra de vidro3. No entanto, a instabilidade de cor e a distorção continuaram elevadas (Fig. 2), o que continuou contribuindo para o uso cada vez mais limitado desse material16. Dobrin et al.11 foram os primeiros a avaliar quantitativamente a deformação ao torque de bráquetes plásticos não reforçados estruturalmente. Os autores concluíram que tais acessórios apresentaram mudanças dimensionais inaceitáveis do ponto de vista clínico. Mais recentemente, Feldner et al.12 investigaram, além do grau de deformação, o torque obtidos em quatro tipos de bráquetes de policarbonato: não reforçados, reforçados por cargas cerâmicas, com canaleta metálica e reforçado por cerâmica com canaleta metáli- ca, tendo um grupo de bráquetes metálicos como controle. Concluiu-se que, quando comparados aos bráquetes metálicos, todos os bráquetes de policarbonato apresentaram maior deformação e menor expressão do torque inserido, sendo o bráquete com canaleta metálica o de melhor desempenho entre os acessórios plásticos testados. Harzer et al.17, pesquisando as mesmas características em bráquetes com marcas comerciais diferentes das do estudo anterior, encontraram resultados semelhantes. Fricção Os bráquetes plásticos de policarbonato puro apresentam alto coeficiente de fricção causado por irregularidades em sua superfície13. Numa tentativa de se minimizar o atrito com os fios ortodônticos, diminuindo esse efeito indesejável, alguns fabricantes incluíram uma canaleta metálica em sua estrutura. Bazakidou et al.3 mensuraram as forças friccionais geradas por quatro marcas comerciais de bráquetes plásticos, em comparação com duas de bráquetes cerâmicos e uma de aço inoxidável convencional, em conjunto com fios ortodônticos de aço, níqueltitânio e beta-titânio com três diferentes espessuras. Os autores concluíram que os bráquetes plásticos com canaleta metálica ofereceram menor resistência friccional quando comparados aos bráquetes cerâmicos ou metálicos, independentemente da espessura e do tipo de fio avaliados. Forças de Adesão A força de adesão também é uma propriedade muito importante no bom desempenho clínico dos aparelhos ortodônticos fixos. Inicialmente questionou-se a capacidade dos bráquetes plásticos resistirem as forças mastigatórias. Guan et al.16 avaliaram quatro tipos de bráquetes plásticos colados com quatro sistemas adesivos diferentes, bem como, a influência do conteúdo de carga cerâmica na remoção dos acessórios. Os bráquetes plásticos avaliados apresentaram uma força de adesão mais baixa que a dos metálicos, sendo que o conteúdo de carga correlacionou-se tabela 1 - Diferentes marcas comerciais, empresas fabricantes e características estruturais dos bráquetes plásticos. Bráquete Fabricante Composite Dental Morelli Policarbonato com fibra de vidro Elation GAC Policarbonato com fibra de vidro e canaleta metálica Elegance SL Dentaurum Policarbonato com fibra de vidro e canaleta metálica Silkon Plus American Orthodontics Policarbonato com fibra de vidro Spirit MB Ormco Policarbonato com fibra de vidro e canaleta metálica 96 Característica estrutura Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 6, n. 1 - fev./mar. 2007 Figura 2 - Instabilidade de cor dos bráquetes de policarbonato após 9 meses de uso. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 Cássio Rocha Sobreira, Lívia Barbosa Loriato, Dauro Douglas Oliveira produzido de dois modos: alumina policristalina ou alumina monocristalina. A principal diferença entre essas duas estruturas é a claridade óptica, sendo a monocristalina mais clara e translúcida que a policristalina devido ao maior tamanho dos grãos cerâmicos e ao menor número de impurezas presentes em sua constituição (Fig. 3). No entanto, ambas apresentam boa resistência a alterações de cor19. Bráquetes policristalinos são fabricados com partículas de óxido de alumínio e um aglutinante, de forma que a mistura possa ser moldada e posteriormente cortada até que o formato final do bráquete seja estabelecido. Posteriormente, a mistura moldada é aquecida à temperaturas acima de 1800 ºC para queimar o aglutinante e unir as partículas de óxido de alumínio. Segue-se então, um tratamento térmico para remoção das imperfeições da superfície e liberação de estresses estruturais criados durante a realização dos cortes14. A desvantagem do processo de moldagem da cerâmica policristalina é a presença de imperfeições estruturais ao redor dos grãos, ou de impurezas que funcionariam como uma região suceptível à propagação de linhas de fratura quando o material está sob estresse28. Os bráquetes feitos a partir da cerâmica monocristalina são produzidos por um processo bastante diferente. Cristais individuais de safira são produzidos a partir de uma massa fundida de óxido de alumínio a temperaturas mais elevadas que 2100 ºC. Essa massa é vagarosamente resfriada para permitir uma cristalização controlada. Assim, forma-se um cristal muito mais puro, além de praticamente se eliminar a possibilidade de propagação de fraturas através de áreas que contenham imperfeições ou impurezas. Esse processo de produção é mais complexo e caro que o dos bráquetes policristalinos19, o que leva a uma menor disponibilidade de bráquetes monocristalinos no mercado. positivamente com a força de adesão. Segundo os autores, as cargas expostas na superfície da base dos bráquetes plásticos parecem ter um papel mais importante na adesão do que a forma da superfície da base. Fernandez e Canut13 avaliaram que a resistência à descolagem por cisalhamento dos bráquetes plásticos é menor do que aquela observada nos bráquetes metálicos e maior que os cerâmicos aderidos mecanicamente ao dente. Segundo Guan et al.16, recentes alterações na superfície da base dos bráquetes plásticos, como por exemplo o aumento de micro-retenções, estão sendo testadas para melhorar o potencial de adesão mecânica destes acessórios ortodônticos. BRÁQUETES CERÂMICOS No início dos anos 80, os bráquetes feitos de cerâmica foram introduzidos no mercado para suprir as limitações estéticas e algumas propriedades deficientes dos bráquetes de policarbonato. Atualmente, esse material é o produto mais utilizado em casos que demandam um aparelho fixo estético, havendo diversas marcas comerciais disponíveis ao ortodontista (Tab. 2). Os bráquetes cerâmicos apresentam maior estabilidade de cor, sendo inertes aos fluidos orais, e oferecem maior controle sobre a quantidade de torque transferida aos dentes24. Entretanto, algumas características apresentam-se indesejáveis como sua alta friabilidade, maior atrito com os fios ortodônticos, possibilidade de causar desgastes em dentes antagonistas ou danos ao esmalte durante sua remoção, além de possuírem uma estrutura mais volumosa que a dos bráquetes metálicos14. Alterações na estrutura desses bráquetes vêm sendo realizadas e seu desempenho clínico melhorou sensivelmente. Sua composição é de óxido de alumínio (Al2O3), podendo ser tabela 2 - Diferentes marcas comerciais, empresas fabricantes e características estruturais dos bráquetes cerâmicos. Bráquete Fabricante Característica estrutural Cerâmico Abzil Policristalino Clarity 3M Unitek Policristalino, com canaleta metálica Fascination 2 Dentaurum Policristalino Inspire Ice Ormco Monocristalino InVu TP Orthodontics Policristalino Mystique GAC Policristalino Signature III Rocky Mountain Policristalino Starfire TMB “A” Company Monocristalino Transcend 6000 3M Unitek Policristalino Virage American Orthodontics Policristalino, com canaleta metálica Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 6, n. 1 - fev./mar. 2007 97 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 Bráquetes Estéticos: Características e Comportamento Clínico a b Figura 3 - Tipos de bráquetes cerâmicos de acordo com seu processo de fabricação: A) Monocristalinos, B) Policristalinos. Dureza, resistência à fratura e friabilidade As cerâmicas são conhecidas por sua dureza, sendo o terceiro material mais duro conhecido pelo homem28. Portanto, os bráquetes cerâmicos são mais duros que os bráquetes metálicos ou o próprio esmalte dentário, o que pode causar abrasão dos dentes que estejam em contato com este tipo de bráquete, quando o paciente oclui. Segundo Ghafari14 esta é principal causa de injúria causada pelos bráquetes cerâmicos. Assim, seu uso pode ser considerado contra-indicado no arco inferior tanto em casos de mordidas profundas, quanto de trespasses horizontais reduzidos4,14. Outra grande desvantagem do material cerâmico é sua friabilidade. Pequenas rachaduras ou poros na estrutura do material levam a uma redução significativa da força requerida para que ele se quebre24. O arranjo das uniões iônicas dos bráquetes cerâmicos não permite mudanças nas ligações atômicas, nem redistribuição de forças, tornando-os muito mais friáveis e menos resistentes à tensão do que os acessórios metálicos. Além do acúmulo de estresse, a presença de imperfeições e impurezas no material facilitam a propagação de tais rachaduras. A capacidade de resistir à falha estrutural é maior nos bráquetes monocristalinos que nos policristalinos19. A forma arredondada e a espessura dos bráquetes cerâmicos são críticos na prevenção de fraturas por fadiga estrutural e também para diminuir os impactos da elevada friabilidade desse material7,18,28. O ortodontista também deve ser cuidadoso ao inserir fios retangulares de aço muito calibroso com dobras de 3a ordem, assim como, ao utilizar ligaduras metálicas muito apertadas. Ambas condições representam um estresse estrutural bastante elevado, o que poderia causar a fratura do bráquete como um todo, ou de parte de sua estrutura14. Segundo Bishara e Fehr4, outra conseqüência dessa alta friabilidade é seu baixíssimo grau de deformação sem que haja fratura. Enquanto os bráquetes metálicos aceitam uma deformação estrutural de até 20% sem apresentar quebras, nos cerâmicos esse per- 98 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 6, n. 1 - fev./mar. 2007 centual não passa de 1%. Uma das áreas de fratura mais comuns no bráquete cerâmico são as aletas ou na interface destas com a base, pois quando um arco é inserido e fixado ao bráquete, essas regiões são submetidas a tensões elevadas. Johnson et al.18 avaliaram alguns bráquetes cerâmicos disponíveis no mercado para comparar a resistência à fratura das aletas, quando submetidas à cargas de tensão. A ordem decrescente da resistência à fratura de tensão foi a seguinte: Inspire (Ormco), Fascination (Dentaurum), Mystique (GAC), InVu (TP), Clarity (3M Unitek), Virage (American Orthodontics) e o Luxi (Rocky Mountain). Os bráquetes com estrutura semi-geminada, com aletas de dimensões maiores e com superfície mais lisa, apresentaram resistência à fratura por tensão significativamente maior que os bráquetes geminados, com aletas de dimensões menores e superfície topograficamente mais rugosa. Aknin et al.1 avaliaram a resistência à fratura de oito marcas comerciais de bráquetes cerâmicos através da aplicação de forças de torção e torque lingual de raiz, avaliando o local onde as fraturas ocorreram. Os autores concluíram que todos os bráquetes cerâmicos avaliados apresentaram resistência suficiente para suportar as magnitudes de força de torção normalmente usadas durante o tratamento ortodôntico e que o local predominante de fratura foi a porção incisal do material. Força de adesão Os primeiros bráquetes cerâmicos lançados na década de 80 apresentavam adesão química ao dente. Como o óxido de alumínio é um material quimicamente inerte, esses bráquetes não apresentam adesão às resinas rotineiramente utilizadas para colagem. Assim, utilizava-se uma camada de selante, seguida de um agente silano para união com a resina, permitindo a colagem. No entanto, devido à grande força de adesão, clinicamente notou-se uma extrema dificuldade na remoção dos bráquetes colados dessa forma. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 Cássio Rocha Sobreira, Lívia Barbosa Loriato, Dauro Douglas Oliveira Não bastasse tal dificuldade, em vários pacientes, houve danos ao esmalte no momento de sua remoção, uma vez que a falha na adesão ocorreu na junção resina/esmalte e não entre resina e bráquete, o que seria mais seguro14,19,28. Em decorrência desses problemas, os fabricantes adicionaram retenções mecânicas às bases dos bráquetes cerâmicos para permitir maior área de contato com a resina e, conseqüentemente, maior embricamento gerando retenção mecânica24. A força de adesão também pode ser afetada pelo tipo de resina utilizada, por diferentes tempos de condicionamento ácido, pelo tamanho da base do bráquete e também pela condição clínica em que o dente se encontra14,19. Foi sugerida a colocação de uma base metálica que aumentasse a retenção mecânica na colagem dos bráquetes cerâmicos. No entanto, essa incorporação trouxe um resultado antiestético7. Como alternativa, o autor recomendou um condicionamento ácido do esmalte por 30 segundos, o que permitiria forças de adesão e remoção satisfatórias. Olsen et al.25 realizaram um estudo para determinar a força e o tipo de falha de união na remoção de um tipo de bráquete cerâmico (Trascend 6000, 3M Unitek), variando o tempo de condicionamento ácido de 30, 20, 15, 10, 5 e 0 segundos com ácido fosfórico a 37%. O grupo de 5 segundos e o não submetido ao condicionamento apresentaram os menores valores de adesão. Não houve diferenças significativas entre os grupos de 10 a 30 segundos, sendo todos os resultados clinicamente aceitáveis. Mundstock et al.21 mensuraram e compararam a resistência e os locais das falhas de colagem de bráquetes cerâmicos com adesão mecânica, com e sem canaleta metálica (Clarity e Transcend 6000, 3M Unitek). Avaliaram também a presença ou não de danos ao esmalte após a descolagem. Os resultados mostraram que a resistência à descolagem do bráquete cerâmico com canaleta metálica foi inferior ao bráquete cerâmico convencional, mas com valor aceitável clinicamente. Ambos os bráquetes apresentaram maior índice de falha da colagem na junção resina/bráquete (75%), não sendo verificada nenhuma fratura de grande proporção no esmalte em qualquer grupo. Resistência friccional Quando a mecânica de deslize é utilizada, a resistência friccional é um fator que dificulta a movimentação dentária, uma vez que, quanto mais elevado o atrito, maior a força ortodôntica requerida para que o dente se mova. Dickson e Jones10 observaram alta resistência friccional em mecânicas de deslize utilizando bráquetes cerâmicos. Afirmaram ainda que, apesar da fricção ser determinada primariamente pelo tipo de material usado, a angulação entre bráquete e fio também a influencia. Bishara e Fehr4 afirmaram que os bráquetes cerâmicos geram micro-asperezas no fio ortodôntico durante o deslizamento, o que aumentaria progressivamente o atrito. A fim de reduzir a resistência friccional, os fabricantes ten- taram melhorar a lisura superficial das canaletas, ou inseriram uma canaleta metálica aos acessórios. Dickson e Jones10 compararam a resistência friccional de um bráquete cerâmico com a inserção de uma canaleta metálica (Clarity, 3M Unitek) com a de um bráquete cerâmico convencional (Trancend 6000, 3M Unitek) e de um bráquete metálico (Twin-Torque, TP Orthodontics Inc.). Todos os bráquetes foram montados de forma a fornecer uma angulação fio-bráquete de 0, 5 ou 10º. Os resultados demonstraram que o bráquete cerâmico com canaleta metálica apresentou resistência friccional mais próxima à do bráquete metálico do que o cerâmico convencional, quando as angulações entre fio e bráquete foram mais baixas (0 e 5º). Por outro lado, com uma angulação de 10º, os dois tipos de bráquetes cerâmicos não apresentaram diferenças de resistência friccional relevantes entre si, mas ambos apresentaram valores maiores que os dos bráquetes metálicos. O aumento da fricção na angulação de 10º pode ser explicado pela visível rugosidade presente na borda da canaleta metálica desse tipo de bráquete cerâmico. Em estudos semelhantes, Cacciafesta et al.6, Nishio et al.23 e Braga et al.5 confirmaram tais resultados. Dessa forma, os bráquetes cerâmicos com canaleta metálica, além de estéticos, apresentam-se como uma alternativa viável aos bráquetes cerâmicos convencionais. Remoção A remoção de bráquetes cerâmicos é invariavelmente considerada mais difícil que a dos bráquetes metálicos, seja pelo histórico de danos ao esmalte nas primeiras gerações desses acessórios, seja pelo risco de quebra das aletas. Nessa segunda condição, o restante da cerâmica que permanece aderida ao dente deve ser removido com brocas de alta rotação, aumentado as possibilidades de injúria ao paciente e gerando dificuldades adicionais ao ortodontista. A técnica de remoção mecânica é a mais utilizada, podendo ser empregado um alicate próprio para remoção, ou de corte reto, aplicando-se uma força de compressão na base do bráquete, sobre sua junção com o adesivo. A remoção de bráquetes cerâmicos com adesão mecânica não parece oferecer nenhum tipo de resistência excessiva, no entanto, alguns cuidados devem ser observados, como evitar a compressão das aletas, o que poderia causar sua fratura devido à friabilidade da cerâmica. Em bráquetes com adesão química, não se recomenda movimentos de torção e tensão para sua remoção, pois isso aumentaria a carga de força na interface esmalte-adesivo e o risco de dano ao esmalte28. A remoção de bráquetes com adesão química é um procedimento extremamente difícil devido à grande força de união entre adesivo e cerâmica, mediada pelo silano. Arici e Minors2 mensuraram os níveis de força gerados por quatro técnicas de descolagem mecâ- Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 6, n. 1 - fev./mar. 2007 99 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 Bráquetes Estéticos: Características e Comportamento Clínico nica de bráquetes cerâmicos colados quimicamente. Os bráquetes foram submetidos à descolagem simulando a aplicação clínica de alicates comumente usados para remoção. Verificou-se que a força de descolagem gerada pelo alicate com pontas largas, aplicadas diagonalmente, foi 40% menor do que os alicates com pontas largas aplicadas horizontalmente e 25% inferior àquela observada quando alicates com pontas estreitas com aplicação horizontal. A falha na descolagem foi predominantemente na interface adesivo-bráquete, não ocorrendo danos macroscópicos à superfície dos bráquetes ou do esmalte. É importante ressaltar que, quase todos fabricantes de materiais ortodônticos já interromperam a produção de bráquetes cerâmicos que aderiam quimicamente ao esmalte. Para Carter7, o maior problema durante a descolagem não é a adesão esmalte-adesivo, mas a falta de flexibilidade do bráquete. Assim, a aplicação de uma força que não cause sua flexão é preferida para minimizar os riscos de fratura. Karamouzos et al.19 enfatizaram que, com a fratura do bráquete, a remoção dos fragmentos cerâmicos remanescentes no esmalte se torna um processo demorado, com risco tanto de aquecimento e dano à polpa, quanto ao esmalte dentário. Bishara e Fehr4 afirmam que a possibilidade de danos ao esmalte na descolagem é maior em dentes com restaurações amplas, trincas no esmalte ou tratados endodonticamente, devendo ser evitadas as colagens de bráquetes cerâmicos nestes casos. Sinha e Nanda27, estudando diferentes técnicas de colagem e descolagem de bráquetes cerâmicos, verificaram que a melhor combinação foi a colagem indireta com resina ativada termicamente e a descolagem mecânica através de alicates com pontas finas posicionadas entre o bráquete e o dente. A dificuldade de remoção mecânica dos bráquetes cerâmicos com adesão química, sem danificar o esmalte dentário, fez com que algumas abordagens alternativas fossem sugeridas, como a remoção eletrotérmica e ultra-sônica, que devido a uma série de desvantagens, não atingiram popularidade entre os ortodontistas9,24. Reciclagem Devido à dureza do material cerâmico, este tipo de bráquete está mais propenso à fratura do que à distorção durante o processo de sua remoção do dente. Dessa forma, bráquetes removidos intactos não perderiam sua angulação, torque e contorno da base19, o que permitiria sua reutilização. Santos-Pinto et al.26 afirmaram que, com o uso do aparelho jateador de óxido de alumínio, o aumento na retenção ocorre pela produção de micro-asperezas na superfície da base do bráquete, aumentando sua área de adesão à resina. Este processo é de fácil execução e baixo custo, o que o torna uma excelente ferramenta de trabalho para o ortodontista. Um estudo conduzido por Martina et al.20 avaliou a efetividade do processo de reciclagem de bráquetes cerâmicos em comparação com novos após 1, 5 e 10 processos, além de examinar o local da falha de adesão. Os resultados desse estudo mostraram que as mudanças na largura e profundidade da canaleta, assim como as alterações verificadas na área da base dos bráquetes reciclados não foram estatisticamente significativas, mesmo após 10 ciclos de reciclagem. A força de adesão dos bráquetes reciclados apresentouse clinicamente adequada, com falhas ocorrendo principalmente na interface adesivo-bráquete, não causando danos ao esmalte. Dessa forma, os bráquetes cerâmicos mostram-se passíveis de reciclagem, tanto nos casos de recolagem quanto de reposicionamento. Chung et al.8 avaliaram a força de adesão mecânica de bráquetes cerâmicos recolados, utilizando acessórios novos e recolados, submetidos a diferentes tipos de tratamento na base. Os bráquetes novos apresentaram as maiores forças de adesão. Estatisticamente, apenas o grupo de bráquetes jateados e recolados com aplicação de selante apresentaram adesão comparáveis aos bráquetes novos. Uma comparação das características e desempenho clínico dos bráquetes estéticos em relação aos bráquetes metálicos convencionais está listada na tabela 3. tabela 3 - Comparação das características e desempenho clínico entre os bráquetes estéticos e metálicos convencionais. Característica - Bráquetes Metálicos Cerâmicos Estética Ruim Ótima Boa Custo Baixo Alto Baixo Estabilidade estrutural Boa Boa Ruim a Regular Resistência à fratura Ótima Ruim Regular Estabilidade de cor - Boa Ruim Fricção Baixa Baixa (CM*) / Alta Baixa (CM*) / Alta Força de adesão Boa Boa (AM**) / Muito alta (AQ***) Boa Descolagem Fácil Regular (AM**) / Difícil (AQ***) Fácil Reciclagem Possível Possível Não recomendável *CM – Canaleta metálica; **AM – Adesão mecânica; ***AQ – Adesão química 100 Plásticos Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 6, n. 1 - fev./mar. 2007 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 Cássio Rocha Sobreira, Lívia Barbosa Loriato, Dauro Douglas Oliveira CONCLUSÃO O conhecimento das propriedades e do comportamento clínico dos bráquetes plásticos e cerâmicos se tornou imprescindível para o ortodontista, uma vez que a demanda por procedimentos estéticos no consultório é cada vez maior, devido à grande procura de tratamento por pacientes adultos. Os bráquetes plásticos se mostram um material deficiente uma vez que sua instabilidade estrutural permite absorção de água, pigmentação excessiva, distorção acentuada e quebra freqüente. Mesmo quando carga cerâmica, fibra de vidro e/ou canaleta metálica são incorporados como reforço estrutural, seu uso deve restringirse àqueles casos em que o material cerâmico é contra-indicado e quando há restrições financeiras por parte do paciente. Os bráquetes cerâmicos são a primeira opção em casos de procu- ra por aparelhos fixos estéticos, pois apresentam maior estabilidade de cor e beleza que os acessórios plásticos. Mesmo optando pelos bráquetes com adesão mecânica, o ortodontista pode enfrentar um maior índice de quebras ao longo do tratamento devido à grande friabilidade da cerâmica. Muito cuidado deve ser tomado para evitar contato deste bráquete com dentes antagonistas, sob pena de desgaste do esmalte. Também deve-se estar preparado para enfrentar maiores dificuldades durante a remoção desses acessórios. Uma vez que a única vantagem dos bráquetes estéticos sobre os metálicos é sua aparência mais agradável, outros estudos devem ser realizados para que a melhora de suas propriedades continue acontecendo, seu custo possa ser reduzido e, conseqüentemente, sua utilização seja facilitada para os profissionais, sem prejuízo aos resultados finais do tratamento. Esthetic brackets: Characteristics and clinical behavior Abstract The increasing number of adults seeking for orthodontic treatment resulted in a greater demand for more socially acceptable fixed appliances. Plastic or ceramic brackets represent a viable alternative as an orthodontic accessory to fulfill this purpose. They present different properties and clinical behavior from those observed with the conventional metallic brackets. Therefore, the orthodontist who decides to use esthetic brackets must have a clear understanding of their advantages and disadvantages. The purpose of this article is to critically review the literature about the esthetic brackets currently available, discussing their main characteristics and how these may influence their clinical performance. key words: Esthetics brackets. Plastic brackets. Ceramic brackets. Adult orthodontics. Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 6, n. 1 - fev./mar. 2007 101 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 Bráquetes Estéticos: Características e Comportamento Clínico Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. AKNIN, P. C. et al. Fracture strength of ceramic brackets during arch wire torsion. Am J Orthod Dentofac Orthop. Saint Louis. v. 109, n. 1, p. 22-27, 1996. ARICI, S., MINORS, C. Theforce levels required to mechanically debond ceramic brackets: an in vitro comparative study. Europ J Orthod. Oxford. v. 22, n. , p. 327-334, 2000. BAZAKIDOU, E. et al. Evaluation of frictional resistance in esthetic brackets. Am J Orthod Dentofac Orthop. Saint Louis. v. 112, n. 2, p. 138-144, Aug. 1997. BISHARA, S. E., FEHR, D. E. Ceramic brackets: Something old, something new, a review. Sem Orthod. Philadelphia. v. 3, n. 3, p. 178-188, Sep. 1997. BRAGA, C. P. et al. 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