Curso Educação Ambiental

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Curso Educação Ambiental
Curso Educação Ambiental nas Instituições
Curso Educação Ambiental nas
Instituições
Módulo 1 - Educação e Educação Ambiental:
conceitos básicos
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Curso Educação
Ambiental nas
Instituições conceitos básicos
MÓDULO 1 - Educação
e Educação
Ambiental:






O que é educar
Por que educar
Ecologia
Meio ambiente
Ecopedagogia
Ecodesenvolvimento
Técnicas e recursos em educação ambiental




Sugestões de atividades que podem ser desenvolvidas pelas
instituições que trabalham com crianças
Sugestões de trabalhos que os educadores ambientais das
instituições podem realizar com sucatas
Sugestões de técnicas e recursos didático-pedagógicos em educação
ambiental
Borboleteando sobre espécies animais e vegetais
O material desse módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este programa de
educação do CENED. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo
aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na bibliografia consultada.
Autora: PROFa. Ms. IVONE APARECIDA DIAS
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MÓDULO 1
1 Educação e Educação Ambiental: conceitos básicos
Fonte: http://www.meionorte.com
OBJETIVO DO MÓDULO
- Refletir sobre os seguintes conceitos básicos: educação, ecologia, meio
ambiente, ecopedagogia e ecodesenvolvimento.
O MÓDULO E O CURSO
- É importante pensar as discussões que serão realizadas no módulo a partir
de uma perspectiva de totalidade do curso. Desse modo, é necessário que o
cursista compreenda de maneira cada vez mais aprofundada que os conceitos
discutidos neste módulo são fundamentais para o entendimento de que a
educação ambiental está articulada a diversos outros conceitos que a
sustentam. Assim, se estamos falando de educação ambiental, é preciso,
antes, esclarecer o que é educação e o que é meio ambiente, por exemplo.
ESTRUTURA DO MÓDULO
- Excerto para reflexão;
- Texto-base articulado a indicações de leitura para aprofundamento da
discussão;
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- Exercícios;
- Videoaulas;
- Vídeos para aprofundamento;
- Discussão no Fórum.
Para refletir
A Educação Ambiental é um processo de educação política que possibilita a aquisição
de conhecimentos e habilidades, bem como a formação de atitudes que se
transformam necessariamente em práticas de cidadania que garantem uma sociedade
sustentável (PHILIPPI JUNIOR e PELICIONE, 2002, p. 3).
1.1 O que é educar
Em geral, quando falamos/ouvimos ou pensamos na palavra “educação” logo
nos vem à mente as seguintes ideias e imagens: escolas, livros, cadernos, professores,
alunos. Tal ideia e tais imagens não são de todo equivocadas. Entretanto, é necessário
considerar que a prática da educação não se resume à escola; na verdade, toda nossa
vida está permeada por muitas práticas educacionais.
Larroyo (1982) diz que a educação se faz presente onde quer que existam
homens, independentemente de tempo e espaço.
Para Brandão (2003, p. 7),
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola,
de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com
ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber,
para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida
com a educação.
Desse modo, é possível observar que em todos os espaços estamos envolvidos
com a educação, ensinando e/ou aprendendo. Até mesmo as mínimas ações que, às
vezes, são entendidas como naturais, como comer e beber, na vida em sociedade, tais
ações assumem um caráter cultural, dependente da maneira como os homens vivem
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numa determinada época e, também, de acordo com a posição social que os indivíduos
ocupam na sociedade.
Para Rego (1996, p. 48), “diferentemente do homem, o animal não transmite a
sua experiência, não assimila a experiência alheia, nem tampouco é capaz de
transmitir (ou aprender) a experiência das gerações anteriores”. Portanto, pode-se dizer
que “educar” é uma atividade ou um fazer específico dos seres humanos. Só as
pessoas transmitem aos seus semelhantes as suas experiências, assim como
aprendem com as experiências de seus pares. Nesse processo de troca, de ensino e
aprendizagem, é que a educação se efetiva, se realiza.
De acordo com Leontiev (1978), o ser humano aprende a ser “homem” (pessoa)
a partir das relações que são estabelecidas em um determinado grupo cultural. Para
ele, o que a natureza nos dá não basta para aprendermos a viver em sociedade; é
necessário que os seres mais experientes de nosso grupo cultural nos ensinem os
modos convencionais de nos tornarmos membros de tal grupo. Nesse sentido é que
Pino (2000) afirma que no processo de humanização o homem passa por dois
nascimentos: o biológico e o cultural. Ou seja, nascemos e herdamos as características
genéticas de nossos pais. Contudo, não herdamos pela via biológica os conhecimentos
que a humanidade já produziu. Para essa aquisição torna-se necessária a inserção
ativa do sujeito em um grupo cultural. São os integrantes desse grupo que ensinarão
ao novo membro social as formas de comportamento aceitáveis naquele grupo, na
sociedade; ensinarão a linguagem que lhe é própria entre outras construções ou
elaborações históricas.
Fonte: http://www.planetaeducacao.com.br
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1.2 Por que educar
De acordo com Erasmo de Roterdã (1466-1536), teólogo humanista, se as
aparências fizessem os seres humanos até mesmo as estátuas representativas dos
homens poderiam ser consideradas pessoas, gente. Entretanto, como sabemos as
estátuas não são homens, são imitações das aparências dos seres humanos. Não são
pessoas por não possuírem, por exemplo, a capacidade de raciocinar, de pensar, de
sentir; aliás, as estátuas não possuem nenhuma das características que apenas nós,
seres humanos, podemos desenvolver.
Erasmo (1466-1536)
Fonte: http://pt.wikipedia.org
O que é importante observar na afirmação de Erasmo é que a sua preocupação
não está centrada na simples observação de que as estátuas não são pessoas. Isso
qualquer um de nós pode dizer. Ele está chamando a atenção para o fato de que não
basta a nós, seres humanos termos a aparência humana e não agirmos como
humanos, como pessoas, como gente que pensa, sente, raciocina.
Isso tem tudo a ver com a educação, pois, como salientam os grandes
educadores no decorrer da história, é responsabilidade das gerações mais velhas
ensinar às gerações mais novas as formas de desenvolver a humanidade, de
desenvolver as características que nos humanizam. Eis, portanto, o papel da
educação.
Vygotsky, grande pesquisador russo, cujas obras, atualmente, têm contribuído
enormemente com os estudos em vários campos do conhecimento, mas especialmente
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com a Psicologia e a Pedagogia, também evidencia que a educação tem a tarefa de
gerar a humanidade nos humanos.
Vygotsky (1896-1934)
Fonte: http://www.phillwebb.net
Nesse sentido, em sua carreira de estudos e pesquisas, Vygotsky se preocupou
com o entendimento das chamadas funções psicológicas superiores ou processos
mentais superiores dos homens. Isto é, procurou entender como as funções
psicológicas elementares, básicas – como os reflexos –, pelas mediações culturais dos
sujeitos mais experientes de um determinado grupo se transformam em funções
psicológicas superiores. Tais capacidades podem ser identificadas com a capacidade
de pensar, de agir intencionalmente, de planejar, de pensar em objetos e situações
distantes no tempo e no espaço e, assim, tomar decisões no presente considerando
possíveis consequências para suas ações, entre outras.
As idéias destacadas por Erasmo e Vygotsky apresentam um peso importante
no contexto atual quando consideramos todas as transformações ambientais
resultantes das ações dos homens no decorrer do tempo. Ou seja, somos seres
pensantes, planejamos, podemos medir algumas consequências de nossas ações
entre outras capacidades e, no entanto, a maioria dos homens de nosso tempo está
agindo como as “estátuas de Erasmo”, como meras aparências de homens,
desconsiderando suas possibilidades de humanização. Esse comportamento tem
conduzido à destruição da vida em vários momentos e de diversas formas.
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Fonte: http://www.youngreporters.org
Por fim, é necessário considerar que quando falamos em educação e meio
ambiente, quando refletimos sobre as motivações do educar, devemos partir do
pressuposto de que a intencionalidade educativa aqui salientada deve centrar-se na
necessidade de educar para preservar a vida em sua totalidade.
1.3 Ecologia
A Ecologia é o estudo das interações dos seres vivos entre si e com o
meio ambiente.
A palavra Ecologia tem origem no grego “oikos", que significa casa, e
"logos", estudo. Logo, por extensão seria o estudo da casa, ou de forma
mais genérica, do lugar onde se vive. Foi o cientista alemão Ernst
Haeckel, em 1869, quem primeiro usou este termo para designar o
estudo das relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem,
além da distribuição e abundância dos seres vivos no planeta Terra
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecologia).
De acordo com informações disponíveis no site da USP (Universidade de São
Paulo),
Ecologia é um conceito que a maioria das pessoas já possui
intuitivamente, ou seja, sabemos que nenhum organismo, sendo ele
uma bactéria, um fungo, uma alga, uma árvore, um verme, um inseto,
uma ave ou o próprio homem, pode existir autonomamente sem
interagir com outros ou mesmo com ambiente físico no qual ele se
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encontra. Ao estudo dessas inter-relações entre
organismos e o seu meio físico chama-se Ecologia.
Mas, para termos uma definição histórica: “Pela palavra
ecologia, queremos designar o conjunto de
conhecimentos relacionados com a economia da
natureza - a investigação de todas as relações entre o
animal e seu ambiente orgânico e inorgânico, incluindo
suas relações, amistosas ou não, com as plantas e
animais que tenham com ele contato direto ou indireto,
- numa palavra, ecologia é o estudo das complexas inter-relações,
chamadas por Darwin de condições da luta pela vida”.
Conforme Carvalho (2004, p. 39-40), a ecologia procura
[...] compreender as inter-relações entre os seres vivos, procurando
alcançar níveis cada vez maiores de complexidade na compreensão da
vida e de sua organização no planeta. Assim, do estudo de
ecossistemas singulares (unidades botânicas simples, por exemplo), a
ecologia caminhou para o estudo de totalidades mais complexas e
inclusivas, como é o caso das noções de biosfera e ecossistemas e,
mais recentemente, da controvertida “hipótese Gaia”1.
Devido às transformações operadas pelos homens no mundo por meio do
trabalho, Carvalho (2004, p. 40) afirma que a palavra (assim como a prática) ecologia
transbordou as barreiras da ciência biológica e ecológica e, assim, transitou do campo
das ciências naturais para o campo social. Para ela, no mundo social, por meio dos
movimentos sociais voltados “[...] à utopia de um mundo melhor, ambientalmente
preservado e socialmente justo [...]”, a ecologia se transformou em luta ecológica.
Tais ações constituíram um movimento social, o movimento ecológico,
que se caracteriza pela compreensão holística do mundo e defende a
construção de relações ambientalmente justas com a natureza e entre
os seres humanos. Assim, há o deslocamento da idéia de ecologia, que
passa a denominar não mais apenas um campo do saber científico, mas
também um movimento da sociedade, portador de uma expectativa de
futuro para a vida neste planeta. Mais do que a ciência ecológica, é o
ecologismo que constitui a origem da EA2 e da formação do sujeito
ecológico (CARVALHO, 2004, p. 40).
1
“Esta teoria, datada dos anos 70, foi formulada por James Lovelock em colaboração com a
pesquisadora Lynn Margulis. Lovelock propõe Gaia como um conceito mais amplo do que o de biosfera.
a idéia central da “hipótese Gaia” é a de que a Terra é um ser vivo. No organismo de Gaia os humanos
são como células de um de seus tecidos” (CARVALHO, 2004, p. 40).
2
EA = Educação Ambiental.
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APROFUNDE SUA COMPREENSÃO:

Sugestão de Leitura:
-TEXTO: Ecologia
-DISPONÍVEL: http://ivairr.sites.uol.com.br/ecologia.html
1.4 Meio ambiente
Conforme os Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Profissional de
Nível Técnico (s/d), documento elaborado pela Secretaria de Educação Média e
Tecnológica, o Meio Ambiente pode ser definido como tudo aquilo que nos cerca,
levando-se em consideração os elementos da natureza como a fauna, a flora, o ar, a
água, bem como os seres humanos.
Para Melo (2007), os vocábulos “meio” e “ambiente” nos informam acerca de
algo periférico, ou que está ao redor, em torno de um centro. Para ela, o meio ambiente
é formado por terra, luz, água, pelo ser humano, etc.
De acordo com Rodrigues (apud MELO, 2007), meio ambiente precisa ser
compreendido a partir de uma visão biocêntrica, que considere o homem como um ser
integrado ao meio ambiente e não de modo externo ao mesmo. Assim, o autor sugere
que é necessário contrapor-se à visão antropocêntrica, a qual considera o homem
como o centro em torno do qual tudo gira.
Entende-se, assim, que uma nova concepção de meio ambiente deve ser
desenvolvida. O homem não deve ser considerado como elemento externo à natureza;
ele é um dos elementos componentes do ambiente. O centro é (ou deve ser) a vida,
por isso a idéia defendida pelo autor de que nosso entendimento de natureza deve se
pautar numa visão biocêntrica (vida no centro).
Coimbra (apud MELO, 2007, p.44), defende que
meio ambiente é o conjunto dos elementos abióticos (físicos e químicos)
e bióticos (flora e fauna), organizados em diferentes ecossistemas
naturais e sociais em que se insere o homem, individual e socialmente,
num processo de interação que atenda ao desenvolvimento das
atividades humanas, à preservação dos recursos naturais e das
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características essenciais do entorno, dentro dos padrões da Natureza e
dos padrões de qualidade definidos.
A Lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, no artigo
3º, inciso I, destaca que meio ambiente é “[...] o conjunto de condições, leis, influências
e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas”.
Carvalho (2004, p. 35), por sua vez, afirma que é frequente, ao falarmos em
meio ambiente, pensarmos em “[...] „natureza‟, „vida biológica‟, „vida selvagem‟, „flora e
fauna‟”.
Para ela, pensamos assim porque somos influenciados, educados para
conceber a natureza e meio ambiente a partir de um dado ponto de vista. Desse modo,
salienta que nossas concepções de meio ambiente não são concepções naturais, são
históricas, construídas pelos homens no decorrer da história. Em outras palavras,
desde que nascemos somos educados para nos relacionarmos com os animais (de
pequeno e grande porte), plantas, pessoas etc, de uma determinada maneira.
Crescemos pensando que nossa forma de compreender o mundo à nossa volta é o
correto, o mais verdadeiro. Mas, é preciso observar que pessoas de outros grupos se
relacionam com esses elementos (animais, plantas, terra, pessoas etc) de outras
formas. Portanto, nossa maneira de entendimento não é única e nem necessariamente
a melhor ou a verdadeira. É nesse sentido que podemos dizer que nossa concepção de
natureza é histórica, pois depende da época na qual vivemos, e cultural, devido ao
fato de depender da maneira como nosso grupo cultural (família, escola etc) nos
ensina, nos educa para nos relacionarmos com ela (com a natureza).
A autora acima citada também ressalta que nossa compreensão de natureza, no
contexto atual, deve ser ampliada. Deve captar a questão a partir do ponto de vista que
considera que “[...] a natureza e os humanos, bem como a sociedade e o ambiente,
estabelecem uma relação de mútua interação e co-pertença, formando um único
mundo.” (CARVALHO, 2004, p. 36).
Assim, nesse ponto, a autora chama a atenção para que nossa concepção de
meio ambiente seja construída com base na visão socioambiental. Para ela, essa visão
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nos permite compreender que meio ambiente não é sinônimo de “[...] natureza intocada
[...]”, mas, isso sim, “[...] como um campo de interações entre a cultura, a sociedade e a
base física e biológica dos processos vitais, no qual todos os termos dessa relação se
modificam dinâmica e mutuamente.” (CARVALHO, 2004, p. 37).
Continuando sua defesa, a autora diz que a perspectiva socioambiental
[...] considera o meio ambiente como espaço relacional, em que a
presença humana, longe de ser percebida como extemporânea, intrusa
ou desagregadora (“câncer do planeta”), aparece como um agente que
pertence à teia de relações da vida social, natural e cultural e interage
com ela. Assim, para o olhar socioambiental, as modificações
resultantes da interação entre os seres humanos e a natureza nem
sempre são nefastas; podem muitas vezes ser sustentáveis [...].
(CARVALHO, 2004, p. 37, grifo nosso).
Para Melo (2007), o conceito atual de meio ambiente não é estanque, ou seja,
tal conceito pode mudar acompanhando as transformações operadas pelos homens ao
realizarem suas atividades de trabalho para a manutenção de suas vidas.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br
1.5 Ecopedagogia
Para iniciarmos nossa reflexão sobre ecopedagogia é importante ter em conta o
alerta de Gadotti (s/d, p.1):
Vivemos uma era de exterminismo. Pela primeira vez na história da
humanidade, não por efeito de armas nucleares, mas pelo descontrole
da produção industrial (o veneno radioativo Plutônio 239 tem um tempo
de degradação de 24 mil anos), podemos destruir toda a vida do
planeta. Passamos do modo de produção para o modo de destruição.
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“A possibilidade da autodestruição nunca mais desaparecerá da história
da humanidade. Daqui para a frente todas as gerações serão
confrontadas com a tarefa de resolver este problema” (SchmiedKowarzik, 1999: 6). Só esperamos que as providências sejam tomadas
a tempo para que não cheguemos tarde demais. Por isso precisamos
ecologizar a economia, a pedagogia, a educação, a cultura, a ciência,
etc.
Conforme o autor acima,
O cenário está dado: globalização provocada pelo avanço da revolução
tecnológica, caracterizada pela internacionalização da produção e pela
expansão dos fluxos financeiros; regionalização caracterizada pela
formação de blocos econômicos; fragmentação que divide
globalizadores e globalizados, centro e periferia, os que morrem de
fome e os que morrem pelo consumo excessivo de alimentos,
rivalidades regionais, confrontos políticos, étnicos e confessionais,
terrorismo.
É nesse contexto, nessa travessia de milênio, que devemos pensar a
educação do futuro e podemos começar por nos interrogar sobre as
categorias que podem explicá-la. As categorias “contradição”,
“determinação”, “reprodução”, “mudança”, “trabalho” e “práxis”,
aparecem freqüentemente na literatura pedagógica contemporânea,
sinalizando já uma perspectiva da educação, a perspectiva da
pedagogia da práxis. Essas são categorias consideradas clássicas na
explicação do fenômeno da educação. Elas se constituem um
importante referencial para a nossa prática. Não podem ser negadas
pois ainda nos ajudarão, de um lado, para a leitura do mundo da
educação atual e, de outro, para a compreensão dos caminhos da
educação do futuro (GADOTTI, s/d, p. 2).
As reflexões do autor sinalizam para o fato de que a natureza (animal, vegetal,
mineral), o homem, a educação, a ecologia devem ser considerados em sua totalidade,
como fenômeno que abrange o todo. Nesse sentido, é necessário compreender que
ecologia e educação, educação ambiental, consciência ecológica e ambiental não
podem ser considerados como elementos desvinculados entre si. Portanto, para
entender o que é ecopedagogia, é preciso refletir sobre uma ampla gama de
fenômenos: o que é a sociedade, o que é/quem é o homem, o que educar, o que é
ecologia, o que é consciência ambiental e social (consciência socioambiental).
De acordo com Gadotti (s/d) ecopedagogia está intrinsecamente vinculada ao
processo de evolução da ecologia – claro que devemos compreender tal evolução a
partir das transformações realizadas pelos homens em suas atividades, assim como
não podemos esquecer os impactos causados por essas atividades.
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Hoje podemos distinguir 4 grandes vertentes da ecologia: a
ecologiaambiental -que se preocupa com o meio ambiente-, a ecologia
social -que insere o ser humano e a sociedade dentro da natureza e
propugna por um desenvolvimento sustentável-, a ecologia mental ou
profunda -que estuda o tipo de mentalidade que vigora hoje e que
remonta a vida psíquica humana consciente e inconsciente, pessoal e
arquetípica-, e a ecologia integral -que parte de uma nova visão da
Terra surgida quando, nos anos 60, ela pôde ser vista de fora pelos
astronautas (Boff, 1996). “A era planetária começa com a descoberta de
que a Terra é apenas um planeta” (Morin e Kern, 1993: 16).
A ecologia natural se referia apenas à preservação da natureza. A
ecologia social integral se refere à qualidade de vida. Como se traduz
na educação o princípio da sustentabilidade? Ele se traduz por
perguntas como: até que ponto há sentido no que fazemos? Até que
ponto nossas ações contribuem para a qualidade de vida dos povos e
para a sua felicidade? A sustentatibilidade é um princípio reorientador
da educação e principalmente dos currículos, objetivos e métodos.
É no contexto da evolução da própria ecologia que surge e ainda
engatinha, o que chamamos de “ecopedagogia”, inicialmente chamada
de “pedagogia do desenvolvimento sustentável” e que hoje ultrapassou
esse sentido. A ecopedagogia está se desenvolvendo seja como um
movimento pedagógico seja como abordagem curricular. (GADOTTI,
sd/d, p.11-12).
O mesmo autor ainda enfatiza que a ecopedagogia não se limita à pedagogia
escolar. Ou seja, visto que a ecopedagogia envolve se volta para o trabalho de
conscientização para um novo modo de viver, de atuar no mundo, ela
[...] não se dirige apenas aos educadores, mas aos habitantes da Terra
em geral. Como afirma Francisco Gutiérrez, “estamos frente a duas
lógicas que de modo algum devemos confundir: a lógica escolar e a
lógica educativa” (1996: 26). A educação para um desenvolvimento
sustentável não pode ser confundida como uma educação escolar. A
escola pode contribuir muito e está contribuindo -hoje as crianças
escolarizadas é que levam para os adultos em casa a preocupação com
o meio ambiente- mas a ecopedagogia pretende ir além da escola: ela
pretende impregnar toda a sociedade.
Colocada neste sentido, a ecopedagogia não é uma pedagogia a mais,
ao lado de outras pedagogias. Ela só tem sentido como projeto
alternativo global onde a preocupação não está apenas na preservação
da natureza (Ecologia Natural) ou no impacto das sociedades humanas
sobre os ambientes naturais (Ecologia Social), mas num novo modelo
de civilização sustentável do ponto de vista ecológico (Ecologia Integral)
que implica uma mudança nas estruturas econômicas, sociais e
culturais. Ela está ligada, portando, a um projeto utópico: mudar as
relações humanas, sociais e ambientais que temos hoje.
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Observamos, assim, que é grandioso o desafio que temos pela frente. Para
enfrentá-lo é fundamental o conhecimento, não de uma disciplina, de um conteúdo
apenas. É necessário conhecer a sociedade, como está estruturada, sobre quais
valores as relações humanas estão assentadas. É necessário conhecer como as
nossas ações interferem – ajudam ou atrapalham – a vida dos outros seres vivos e a
dos próprios homens. É preciso saber como pequenas a atitudes e comportamentos
podem contribuir para melhorar a vida em sua totalidade. Sendo assim, é
importantíssimo que saibamos que a Educação Ambiental tem um papel grandioso a
desempenhar e, desse modo, como educadores ambientais, ou, como “ecopedagogos‟,
devemos ter claro que nosso papel é trabalhar com a educação da consciência; uma
consciência voltada para o cuidado com a vida em todas as suas dimensões e em
todos os espaços e tempo.
Desse modo, a ecopedagogia objetiva, de maneira geral e ampla, educar para o
sentimento de pertencimento à Humanidade. É nesse sentido que vale a pena refletir
sobre a citação seguinte:
“Estrangeiro eu não vou ser. Cidadão do mundo eu sou”, diz uma das
letras de música cantada por Milton Nascimento. Se as crianças de
nossas escolas entendessem em profundidade o significado das
palavras desta canção, estariam iniciando uma verdadeira revolução
pedagógica e curricular. Como posso sentir-me estrangeiro em qualquer
território se pertenço a um único território, a Terra?
Não há lugar estrangeiro para terráqueos, na Terra. Se sou cidadão do
mundo, não podem existir para mim fronteiras. As diferenças culturais,
geográficas, raciais e outras enfraquecem, diante do meu sentimento de
pertencimento à Humanidade (GADOTTI, s/d, p.30).
Fonte: http://upload.wikimedia.org
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Conforme salientam Antunes e Gadotti (s/d, p. 2),
Precisamos de uma ecopedagogia e uma ecoformação hoje,
precisamos de uma Pedagogia da Terra, justamente porque sem essa
pedagogia para a re-educação do homem/mulher não poderemos mais
falar da Terra como um lar, como uma toca, para o “bicho-homem”,
como dizia Paulo Freire. Sem uma educação sustentável, a Terra
continuará apenas sendo considerada como espaço de nosso sustento
e de domínio técnico-tecnológico, objeto de nossas pesquisas, ensaios,
e, algumas vezes, de nossa contemplação. Mas não será o espaço de
vida, o espaço do aconchego, de “cuidado”.
APROFUNDE SUA COMPREENSÃO:

Sugestão de Leitura:
-TEXTO: Carta da ecopedagogia - em defesa de uma pedagogia da terra
-DISPONÍVEL:
http://www.mettaolhar.com.br/bra/manifesto/CARTA%20DA%20ECOPEDAGOGIA.pdf
-TEXTO: Ecopedagogia e educação para a sustentabilidade
- AUTOR: Moacir Gadotti
- DISPONÍVEL:
http://www.pa.gov.br/portal/procampo/downloads/Eco_educacao_sustentabilidade_199
8.pdf
1.6 Ecodesenvolvimento
O conceito de Ecodesenvolvimento foi estruturado nos anos 1970 em um
contexto de grandes embates entre os defensores do desenvolvimento a qualquer
preço e os adeptos das questões ambientais.
Foi como derivação do termo Ecodesenvolvimento que o conceito de
Desenvolvimento sustentável foi elaborado e utilizado em 1987 pela Comissão Mundial
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), presidida pela a então primeiraministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland.
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Observamos, assim, que as relações entre meio ambiente e desenvolvimento
são questões que se apresentam de forma entrelaçadas sendo praticamente
impossível separá-las.
A seguir, apresentaremos essas reflexões de forma mais elaborada.
1.6.1Desenvolvimento e sustentabilidade
Para Martins (2003, p.1),
A preocupação da comunidade internacional com os limites do
desenvolvimento do planeta datam da década de 60, quando
começaram as discussões sobre os riscos da degradação do meio
ambiente. Tais discussões ganharam tanta intensidade que levaram a
ONU a promover uma Conferência sobre o Meio Ambiente em
Estocolmo (1972). No mesmo ano, Dennis Meadows e os
pesquisadores do "Clube de Roma" publicaram o estudo Limites do
Crescimento. O estudo concluía que, mantidos os níveis de
industrialização, poluição, produção de alimentos e exploração dos
recursos naturais, o limite de desenvolvimento do planeta seria atingido,
no máximo, em 100 anos, provocando uma repentina diminuição da
população mundial e da capacidade industrial.
Camargo (apud GONÇALVES, 2009, p.1) também afirma que foi o Clube de
Roma, uma entidade formada por intelectuais e empresários, os quais não eram
militantes ecologistas, que produziu os primeiros estudos científicos a respeito da
preservação
ambiental e
da
necessidade
de
se
repensar o
processo
de
desenvolvimento econômico. Seus estudos foram apresentados entre 1972 e 1974, e
relacionavam quatro grandes questões que deveriam ser solucionadas para que se
alcançasse a sustentabilidade: “[...] controle do crescimento populacional, controle do
crescimento industrial, insuficiência da produção de alimentos, e o esgotamento dos
recursos naturais”.
De acordo com Tayra (2009, p.1),
Em 1983 foi criada pela Assembléia Geral da ONU, a Comissão Mundial
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - CMMAD, que foi presidida
por Gro Harlem Brundtland, à época primeira-ministra da Noruega, com
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a incumbência de reexaminar as questões críticas do meio ambiente e
de desenvolvimento, com o objetivo de elaborar uma nova
compreensão do problema, além de propostas de abordagem realistas.
Segundo o autor acima, essa Comissão
[...] deveria propor novas normas de cooperação internacional que
pudessem orientar políticas e ações internacionais de modo a promover
as mudanças que se faziam necessárias (WCED, 1987, p.4). No
trabalho surgido dessa Comissão, apareceu pela primeira vez de forma
clara, o conceito de "Desenvolvimento Sustentável", embora ele já
estivesse em gestação, com outros nomes, desde a década anterior.
(TAYRA, 2009, p.1).
Seguindo suas reflexões, o autor também afirma que
O relatório “Nosso Futuro Comum”, lançado em 1987 (também
conhecido como "Relatório Brundtland"), veio atentar para a
necessidade de um novo tipo de desenvolvimento capaz de manter o
progresso em todo o planeta e, no longo prazo, ser alcançado pelos
países em desenvolvimento e também pelos desenvolvidos. Nele,
apontou-se a pobreza como uma das principais causas e um dos
principais efeitos dos problemas ambientais do mundo. O relatório
criticou o modelo adotado pelos países desenvolvidos, por ser
insustentável e impossível de ser copiado pelos países em
desenvolvimento, sob pena de se esgotarem rapidamente os recursos
naturais. (TAYRA, 2009, p.1).
Considerando-se esses aspectos foi que o conceito de Desenvolvimento
Sustentável foi elaborado. O mesmo foi sintetizado pela Comissão Mundial sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento que estabeleceu que o desenvolvimento pautado na
sustentabilidade deve ser capaz de atender as “[...] necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias
necessidades" (WCED apud TAYRA, 2009, p. 1).
Tayra (2009, p. 2) também argumenta que
Além de ter aumentado a percepção do mundo em relação aos
problemas ambientais, a comissão de Gro Harlem Brundtland não se
restringiu somente a estes aspectos. O Relatório mostrou que a
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possibilidade de um estilo de desenvolvimento sustentável está
intrinsecamente ligado aos problemas de eliminação da pobreza, da
satisfação das necessidades básicas de alimentação, saúde e
habitação e, aliado a tudo isto, à alteração da matriz energética,
privilegiando fontes renováveis e o processo de inovação tecnológica.
De acordo com Cavalcanti (apud GONÇALVES, 2009), sustentabilidade deve
significar a possibilidade de se obterem de forma contínua condições iguais ou até
superiores de vida para um grupo de pessoas e seus sucessores em um determinado
ecossistema. Esse conceito equivale à idéia de manutenção de nosso sistema de
suporte da vida. Trata-se, basicamente, do reconhecimento do que é biofisicamente
possível em uma perspectiva de longo prazo.
Cavalcanti (apud GONÇALVES, 2009, p. 1) também ressalta que o tipo de
desenvolvimento que o mundo realizou nos últimos duzentos anos, de modo especial
depois da Segunda Guerra Mundial, é insustentável. Para ele,
O desenvolvimento econômico não representa mais uma opção aberta,
com possibilidades amplas para o mundo. A aceitação da idéia de
desenvolvimento sustentável indica que se fixou voluntariamente um
limite para o progresso material, e a defesa da idéia de crescimento
constante não passa de uma filosofia do impossível. Entretanto, adotar
a noção de desenvolvimento sustentável corresponde a seguir uma
prescrição de política. O dever da ciência é explicar como, de que
forma, ela pode ser alcançada, quais são os caminhos para a
sustentabilidade.
Para Wackernagel, Rees e Chambers at alli (apud VAN BELLEN, 2003, p. 6),
[...] o modelo atual de desenvolvimento é autodestrutivo e as diversas
iniciativas para modificar este quadro não têm sido suficientemente
efetivas para reverter o processo de deterioração global. Enquanto isso,
a pressão sobre a integridade ecológica e a saúde humana continua
aumentando. Neste sentido, iniciativas mais efetivas para alcançar a
sustentabilidade são necessárias, incluindo-se o desenvolvimento de
ferramentas que estimulem o envolvimento da sociedade civil e que
avaliem as estratégias de desenvolvimento, monitorando o progresso.
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De acordo com Bezerra e Bursztyn (apud GONÇALVES, 2009, p. 1), as
discussões sobre a sustentabilidade emergiram da crise de esgotamento daquelas
concepções de desenvolvimento que estavam enquadradas nas lógicas da
racionalidade econômica liberal:
Uma racionalidade eufórica associada ao movimento incessante para
frente da razão, da ciência, da técnica, da indústria e do consumo, na
qual o desenvolvimento – uma aspiração imanente da humanidade –
expurgou de si tudo o que o contraria, excluindo de si a existência das
regressões que negam as conseqüências positivas do desenvolvimento.
A partir da clareza que se foi elaborando em torno da necessidade de uma nova
forma de desenvolvimento, pautado na sustentabilidade, encontros e conferências
foram organizados e documentos elaborados. Assim,
A Comissão sobre o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas
(CDS) organizou para dez anos depois da Conferência do Rio a
Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável em
Johannesburgo, África do Sul. Essa conferência reuniu chefes de
Estado e de Governo, organizações não-governamentais e
empresários, que revisaram e avaliaram o progresso do
estabelecimento da Agenda 21, um plano de ação mundial para
promover o desenvolvimento sustentável a uma escala local, nacional,
regional e internacional. A meta geral da Conferência foi revigorar o
compromisso mundial a fim de um desenvolvimento sustentável e a
cooperação Norte-Sul, além de elevar a solidariedade internacional para
a execução acelerada da Agenda 21. Um dos êxitos desta reunião foi o
estabelecimento da necessidade de se criarem metas regionais e
nacionais para o uso da energia renovável (GONÇALVES, 2009, p.1).
Desse modo, podemos observar que é urgente e evidente a necessidade de
estabelecermos uma sociedade pautada em novos valores, em novas atitudes em
relação ao meio ambiente, à vida em sua totalidade. Assim,
[...] o desafio que se coloca [...] é nada menos do que mudar o curso da
civilização, deslocar o seu eixo da lógica dos meios a serviço da
acumulação, num curto horizonte de tempo, para uma lógica dos fins
em função do bem-estar social, do exercício da liberdade e da
cooperação entre os povos. Devemos nos empenhar para que essa
seja a tarefa maior dentre as que preocuparão os homens no correr do
próximo século: estabelecer novas prioridades para a ação política em
função de uma nova concepção do desenvolvimento, posto ao alcance
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de todos os povos e capaz de preservar o equilíbrio ecológico
(FURTADO apud GONÇALVES, 2009, p. 1).
Nesse sentido, Ramos (apud GONÇALVES, 2009) alerta para o fato de que o
problema da insustentabilidade não está apenas no desenvolvimento. Para ele, é
preciso reconhecer que o nosso modo de vida é que se tornou insustentável, e este é
muito mais difícil de mudar, pois implica aperfeiçoamento individual e coletivo, ao
mesmo tempo.
Segundo o autor, é preciso posicionar-se frente aos desafios postos:
[...] ou acreditamos que o ser humano, tal como é, pode construir um
mundo melhor para si, para seus semelhantes, no presente e no futuro,
ou cabe reconhecer o fracasso de nossa existência, e admitir que a
busca de um desenvolvimento sustentável seja ilusória, apenas uma
forma de adiar o inevitável fim. É preciso iniciar um aprendizado
individual e coletivo que nos leve a outras formas de manifestação
concreta de nossa natureza e que possibilite uma perspectiva de
mudança em nosso modo de viver (RAMOS apud GONÇALVES, 2009,
p. 1).
É necessário destacar, ainda, que
A sustentabilidade exige que se passe da gestão dos recursos para a
gestão da própria humanidade. Se o objetivo é viver de uma maneira
sustentável, deve-se assegurar que os produtos e processos da
natureza sejam utilizados numa velocidade que permita sua
regeneração (CHAMBERS apud VAN BELLEN, 2003, p. 6).
Para Mészáros (2002, p. 1, grifos do autor),
O imperativo de eliminação de desperdícios está claramente nos nossos
horizontes como a maior exigência do desenvolvimento sustentável. A
seu ver, a economia a longo prazo deve ir de mãos dadas com um
racional e humano propósito de economia, como é próprio ao núcleo do
conceito.
As discussões realizadas em torno do que é “Desenvolvimento Sustentável” nos
leva à reflexão sobre a necessidade de mudança em nossos padrões de produção e
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consumo. São muitos os estudos que evidenciam a necessidade de mudar, de fazer
diferente, de assumir novas atitudes e desenvolver novos valores.
A história tem nos mostrado que somos seres racionais, pensantes e que
podemos tanto construir quanto destruir. O que vamos fazer do nosso futuro depende
dos posicionamentos que assumirmos no presente.
APROFUNDE SUA COMPREENSÃO:
Sugestão de Leitura:
-TEXTO: Ecodesenvolvimento e Desenvolvimento Sustentável: conceitos
e princípios
- AUTOR: Gilberto Montibeller Filho
-DISPONÍVEL:
http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/economia/article/viewFile/6645/6263.
Acesso em 14/01/2009.
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1 – TÉCNICAS E RECURSOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL
“A maioria das pessoas ainda não aprendeu a respeitar a
vida em suas diversas formas de expressão. É preciso,
portanto, ensinar, primeiramente, a desenvolver a
sensibilidade do olhar, a capacidade de contemplar. Só
quem olha o mistério aprende a contemplar; só aprende a
contemplar quem foi ensinado a fazê-lo. Desse modo, para
cuidar da vida no momento em que nos encontramos, a
Educação Ambiental se apresenta como um processo
indispensável”.
Neste primeiro momento, apresentamos algumas técnicas e recursos que
podem ser utilizados para desenvolver atividades de Educação Ambiental/ ou
Socioambietal em quaisquer espaços. Além disso, há sugestões de sites com trabalhos
feitos com sucatas, entre outras sugestões.
As técnicas e materiais aqui sugeridos podem ser utilizados para desenvolver
quaisquer das demais atividades posteriores.
2 - SUGESTÕES DE ATIVIDADES QUE PODEM SER DESENVOLVIDAS PELAS
INSTITUIÇÕES QUE TRABALHAM COM CRIANÇAS
- Todas as atividades propostas podem ser adaptadas para o trabalho com qualquer
faixa etária.
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O ABC da vida
Responsável: Berenice Gehlen Adams
O ABC da vida
Devemos amar e respeitar...
a Á RVORE que dá sombra, que dá frutos.
a B ALEIA que vive a nadar pelo mar.
a C ACHOEIRA que vive a vida a correr.
o D INOSSAURO que viveu há milhões de anos atrás.
a E COLOGIA que é a ciência que estuda a vida.
a F IGUEIRA que é uma árvore frondosa e faceira.
a G IRAFA que é pescoçuda como uma garrafa.
o H IPOPÓTAMO que é pesado e gosta de água.
o Í NDIO que vive em aldeias na mata.
o J ACARÉ que rasteja devagar e sabe nadar.
a L ARANJA que guarda um suco saboroso.
o M AR que é imenso e tem água salgada.
a N ATUREZA que nos encanta com sua beleza.
o O ZÔNIO que protege a Terra.
o P LANETA que vive a vida a girar.
o Q UATI que tem a cauda comprida com anéis de pêlos pretos.
o R IO que corre para o mar como quem vai se atrasar.
a S ELVA que é um lugar habitado por animais selvagens.
a T ERRA que é o planeta em que vivemos.
o U NIVERSO que é onde existem planetas, estrelas, asteróides.
o V ENTO que é o ar em movimento.
o X AXIM que é planta que tem o tronco formado por raízes.
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E Z ELAR pelo nosso amado Planeta Terra.
Sugestão para trabalhar com as crianças:
- Leitura e interpretação.
- Atividade artística tendo a poesia como inspiração, utilizando uma música
para a realização da atividade (pintura e ou desenho, recorte/colagem).
- Atividade de construção de texto: Que outras palavras e frases poderiam se
formar (explorar elementos do ambiente local), por exemplo:
Devemos amar e respeitar...
o AR (em substituição da palavra ÁRVORE) que possibilita a vida na Terra.
a BANANA que....
- Criação de uma melodia para o poema original/ ou para o criado pelas
crianças através da releitura.
Disponível
em:
http://profgege.blogspot.com/2007/12/o-abc-da-
vida.html.
O QUE NÓS SUGERIMOS A MAIS...

Montagem de quebra-cabeça com figuras de animais, plantas e
outros elementos da natureza;

“O que é, o que é” elaborado a partir do ABC;

Elaboração de um novo ABC;

Produção de um dicionário ecológico;

Dramatização das frases;

Confecção, em grupos, de um livro com elementos naturais que
precisam ser protegidas (conforme o ABC. Ex: um grupo faz da
letra A à letra F; outro grupo da letra G à letra N; e assim
sucessivamente)
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
Pesquisa sobre o habitat de animais diversos e as ameaças a
esses espaços (apresentação – na escola, para a comunidade,
bairro – em forma de cartazes, teatros, dramatizações, músicas);

Pesquisa sobre os animais em extinção (fatores que levam à
extinção, uso comercial dos animais, leis de proteção etc);

Pesquisa sobre árvores da região/local (refletir sobre a
importância das árvores em nossa respiração, alimentação etc;
cuidados com as árvores plantadas nos espaços públicos,
incentivar o conhecimento de leis sobre proteção das árvores);

Pesquisa sobre frutas que consome e frutas que não conhece
(dialogar sobre o processo de produção, colheita, agrotóxicos;
conversar sobre o transporte das frutas e consumo de frutas da
região, refletindo sobre os impactos ambientais; suco de fruta
natural e industrializado – benefícios e vantagens; saúde e
alimentação);

Pesquisa
sobre
os
usos
e
abusos
da
água
(realizar
demonstração e atividades práticas que conduzam à utilização
sem desperdícios; monitorar o uso da água em casa –
escovação dos dentes, banho, lavagem de louça – observar a
conta de água, etc; investigar quanto se gasta para produzir uma
peça de roupa – discutir sobre o consumismo – quanto se gasta
de água para produzir alimentos e outros produtos, como é o
processo de tratamento da água, quanto se gasta para esse
tratamento, poluição das águas e consequências dessa poluição,
custo social da água, aspectos religiosos da água etc);

Realizar trabalhos de compostagem, reciclagem, jardinagem,
separação de lixo;

Visitas a parques e outros espaços voltados para os cuidados
com a natureza (zoológicos, parques, - questionamentos como:
“por que precisamos de parques?, como podemos utilizar esses
espaços para aprender sobre a natureza?, são sempre
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perguntas importantes, que levam à reflexão ou à busca de
respostas3);

Pesquisa sobre trânsito e poluição (formas de poluição, como
poluímos, a poluição causada pelos automóveis, possíveis
soluções, aspectos políticos e legais da poluição, etc);

Elaboração de cartilhas do consumidor responsável (utilizando
materiais reciclados na própria instituição – escola ou outra);

Gravação de pequenos vídeos sobre diversas temáticas
ambientais (enviar por e-mail para os pais, amigos, etc);

Confecção de brinquedos com sucatas (dispensar/diminuir o uso
de brinquedos industrializados na escola; refletir sobre os
impactos ambientais resultantes da produção de brinquedos,
etc);

Pesquisa e divulgação sobre o tempo de decomposição de
materiais, etc;

Investigação sobre as necessidades mais urgentes de uma
determinada comunidade (coleta de lixo, saneamento básico,
elaboração de projetos com essa comunidade visando o
cumprimento dos dispositivos legais da Constituição Federal,
apresentação do projeto aos diversos conselhos municipais –
saúde, meio ambiente, etc – e aos representantes políticos do
município;

Estudo conjunto da Agenda 21 Local
3
Certamente as crianças não farão/apresentarão respostas aprofundadas sobre esses questionamentos.
Aí é que reside o papel do mediador, do educador ambiental, enfim, daquele que conduz, que apresenta
novas informações, indica novos caminhos para a investigação, exemplifica, demonstra, etc.
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3 - SUGESTÕES DE TRABALHOS QUE OS EDUCADORES AMBIENTAIS DAS
INSTITUIÇÕES PODEM REALIZAR COM SUCATAS
1-http://www.recicloteca.org.br/Default.asp?ID=86&Editoria=11&SubEditoria=38&Ver=1
2 – http://ecoamigos.wordpress.com/2007/11/02/sucata-que-vira-brinquedo-reciclotecae-outras-ideias-legais/
3http://www.clicfilhos.com.br/site/display_materia.jsp?titulo=Lixo+que+vira+brinquedo#b
ilbo.
4 – http://educaresonhar.blogspot.com/2008/03/meninas.html.
5 – http://cantinholudicodagre.blogspot.com/2008/01/brinquedos-pedaggicos-desucatas.html.
6 – http://cantinhoalternativo.blogspot.com/search/label/colagem
4 - SUGESTÕES DE TÉCNICAS E RECURSOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS EM
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Sugestões De Técnicas
Existem muitas técnicas didático-pedagógicas que podem ser utilizadas em
diversos espaços e adaptadas às necessidades dos mais variados públicos. Dentre
elas, apresentaremos algumas:

Técnicas para a apresentação de idéias:

Tempestade cerebral (ou brainstorming): o participante pode dizer em voz
alta e de forma livre, espontânea, as idéias que lhe ocorrem diante de uma
questão ou tema proposto. Após as proposições de todos os participantes, o
grupo reflete em conjunto acerca das ideias. Desse modo, podem rever pontos
de vista, mudar de opinião, ampliar a compreensão, etc.

Técnica do Anúncio para o grupo: Quando houver certa dificuldade de
comunicação entre os integrantes de um grupo, pessoas tímidas, é possível, em
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vez de solicitar que falem, até que se conheçam melhor, pedir que escrevam,
que “anunciem” para o grupo o que pensam a respeito de um determinado
assunto. Assim, o educador poderá distribuir um pedaço de folha de papel para
cada participante e solicitar que escrevam suas idéias. O educador recolhe e faz
a leitura, sem identificar o “anunciante” – ou pode solicitar que os participantes
coloquem seus “anúncios” em uma caixa para que alguém do grupo leia.

Técnica do Debate: O debate sobre algum assunto, quando pensado de
maneira planejada, deve ter como suporte a leitura prévia de um texto. Após a
leitura, todos são convidados a opinar a respeito do tema, notícias ou
informações lidos. É importante que haja sempre uma sistematização (síntese
organizada) das discussões realizadas.

Técnica para sistematização de idéias:

Dramatização planejada e dramatização espontânea:
A dramatização pode ser utilizada para diversas finalidades, dentre elas, por
exemplo, para apresentar uma situação e despertar o debate sobre um assunto
ou para sistematizar aprendizagens.
Na dramatização planejada, os participantes têm um tempo para organizar suas
proposições, diálogos e a apresentação em seguida. Na dramatização
espontânea não há planejamento, há espontaneidade, criação imediata e rápida.

Técnica da apresentação musicalizada: os participantes são convidados a
sistematizarem suas aprendizagens em uma letra de música conhecida ou não.

Técnica da mímica: os participantes são convidados a apresentarem com
mímicas as suas aprendizagens a respeito de um tema proposto para debate.
Os demais integrantes devem se esforçar para compreenderem a mensagem.
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
Técnica da frase: os participantes devem sistematizar em uma frase suas
aprendizagens. Pode ser uma atividade oral ou por escrito (cartazes, etc)
(variante: utilizar desenhos)

Técnica do painel integrado: o educador organiza o grupo em três (ou mais)
subgrupos. Solicita que os grupos discutam uma questão proposta. Reorganiza
a distribuição dos grupos, formando novos grupos. Assim, todos os que haviam
recebido o número 1 organizam-se em um novo grupo; do mesmo modo,
aqueles que receberam o número 2, o 3 e assim sucessivamente. Em seguida, o
educador pode sistematizar as reflexões suscitadas pelos temas (pode, também
solicitar a elaboração de um único cartaz ou outro material, considerando, de
forma sintética, as idéias de todos os participantes).
É importante que haja sempre a avaliação tanto dos conteúdos
discutidos (as aprendizagens possibilitadas com a discussão
de um assunto) quanto das técnicas utilizadas.

Sugestões De Recursos Didático-Pedagógicos
Os recursos aqui apresentados terão maior ou menor utilidade de acordo com os
espaços onde forem utilizados.

Quadro de giz /pincel
É um recurso audiovisual muito conhecido e apresenta importantes vantagens
quando utilizado de forma adequada:
- possibilita a visualização, por escrito, de ideias abstratas em discussão;
- permite que se dê destaque aos conceitos essenciais;
- facilita a anotação;
- dinamiza a apresentação;
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- permite alterações e correções de forma rápida

Álbum seriado
Um álbum seriado é uma série de cartazes utilizados para ensinar
pequenos grupos sobre um assunto em particular. Cada idéia principal é
mostrada em um cartaz. Sua utilização faz com que ensinar se torne
mais fácil, pois cada cartaz lembra o treinador/ formador de todos os
pontos importantes e transmite a mensagem à audiência de maneira
inesquecível e vital. Os cartazes devem ser feitos em papel de boa
qualidade, para que durem bastante tempo. Podem-se utilizar também
folhas de plástico colorido (como o plástico amarelo, muitas vezes
utilizado para secar cereais e grãos de café). Estas permitem que os
aluno copiem os cartazes e façam seus próprios álbuns seriados.
Os cartazes devem ser presos em conjunto, formando um bloco.
Reforce
a
parte
superior
com
uma
fita
forte,
se possível. Faça orifícios na fita e una os cartazes com anéis, cordão
ou tiras de madeira.
Fonte: http://tilz.tearfund.org

Quadros de pano (ou flanelógrafo)
São quadros – de madeira, ou papelão – recobertos por tecidos de flanela.
As figuras podem ser rapidamente fixadas e facilmente movidas e
removidas do quadro. Elas são muito úteis para contar histórias ou
descrever situações que estão sempre mudando. Quando bem
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utilizadas, elas incentivam o interesse e estimulam a discussão de
questões. [...]
A preparação de gravuras para o flanelógrafo requer tempo, mas, com
cuidado, elas durarão muitos anos. Utilize gravuras que sejam
apropriadas para a cultura local. Desenhe gravuras ou recorte-as de
revistas. Algumas palavras e sinais, tais como flechas, podem ser úteis.
Cole as gravuras em um papelão fino. Cole pequenos pedaços de lixa
de madeira no verso das gravuras, para que elas se fixem no tecido.
Uma outra alternativa, é aplicar cola, ou uma pasta de farinha e
água, e salpicar areia ou debulho de arroz. Certifique-se de que as
gravuras sejam grandes o suficientes para serem bem visíveis..
A fabricação de gravuras e materiais de treinamento pode ser um
exercício em grupo muito útil para os treinadores/formadores. Os
flanelógrafos são ideais para sessões de treinamento em escolas e
mercados, porque eles chamam e mantém a atenção das pessoas.
Cuide bem das gravuras e mantenha-as na ordem correta,
prontas para serem utilizadas novamente. Os flanelógrafos
podem ser simplesmente um pedaço de flanela ou cobertor
afixado na parede com alfinetes, o qual pode ser enrolado, quando não
estiver em uso. Faça quadros permanentes pregando ou colando um
tecido ou flanela sobre uma tábua. (http://tilz.tearfund.org).
É possível utilizar o flanelógrafo sem quadro, apenas o tecido de flanela, no
próprio quadro de sala de aula ou em uma parede. Pode-se fixá-lo na parede
com fitas adesivas e, após o uso, dobrá-lo e guardar em uma sacola com as
gravuras.

Imantógrafo
- É um quadro de chapa metálica sobre a qual podem ser aplicadas peças que
contenham ímãs. As peças podem ser deslizadas pelo quadro e, assim,
possibilita a dinamização da exposição.
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
Cartaz
Segundo Santos (2005, p. 451)
Uma característica do cartaz é atrair o olhar do espectador para, em
seguida, transmitir-lhe a idéia desejada. Em educação, o cartaz pode
servir para motivar, instruir ou simplesmente informar.
[...]
O cartaz educativo deve ser empregado sempre que possível como
parte integrante de um programa ou de uma campanha planejada [...].

Folheto
O folheto, assim como outros materiais impressos, é útil para o trabalho educativo.
Reforça mensagens que já aprendemos de outro modo, fornece informações adicionais
que se tornam práticas para os que têm especial interesse; mostra os passos a serem
seguidos a fim de atingi um objetivo educativo. (SANTOS, 2005, p. 452).

Avental
- A exemplo do flanelógrafo, é possível utilizar um avental de flanela e enquanto
apresenta o tema, o assunto em pauta, cola-se no próprio avental gravuras ou
frases, personagens de histórias, etc.
Também há a variante abaixo, com as personagens guardadas no bolso do
avental.
Fonte: http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/
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
Tv, vídeo, DVD, data-show, computadores
- Com a tecnologia avançada, esses recursos podem ser explorados de diversas
formas pelo educador ambiental.

Histórias
- Há muitos livros de histórias infantis que podem ser utilizados pelo educador
ambiental para trabalhar com todos os públicos.

Fantoches
- Há uma grande variedade de fantoches de mão e de dedo que podem ilustrar
histórias educativas.
Fonte: http://farm1.static.flickr.com
Fonte: http://www.brinqmania.com.br
- Também podem ser confeccionados fantoches com varetas e sucatas (latas,
copos de iogurte, recortes de figuras de revistas).
Fonte: http://4.bp.blogspot.com
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
Insetário
Fonte: http://farm2.static.flickr.com

Há um insetário virtual, com vídeos, no site da Universidade Estadual de
Maringá
(UEM),
no
seguinte
endereço:
http://www.insetario.uem.br/videos/index.htm.

Sucatas
- Muitos jogos e materiais para brincadeiras educativas podem confeccionados a
partir da utilização de materiais considerados sucatas.
Fonte: http://cantinholudicodagre.
Existem diversos sites, hoje, bem estruturados e sérios que apresentam
sugestões variadas de recursos didáticos. Com sua criatividade e conhecimento, o
educador ambiental pode adaptá-los à realidade e aos sujeitos com os quais trabalha.
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REFERÊNCIAS
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pedagogia apropriada ao processo da carta da terra. Disponível em:
http://www.paulofreire.org/twiki/pub/Institucional/MoacirGadottiArtigosIt0039/Ecopedago
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BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica.
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Profissional de Nível Técnico. Área profissional: meio ambiente. s/d. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/meioambi.pdf. Acesso em 12/01/2009.
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http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Leis/L6938.htm. Acesso em 12/01/2009.
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GONÇALVES, Daniel Bertoli. Desenvolvimento sustentável: o desafio da presente
geração. In: Revista Espaço Acadêmico. Disponível em:
http://www.espacoacademico.com.br/051/51goncalves.htm. Acesso em 14/01/2009.
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LEONTIEV. A. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Livros Horizonte, 1978.
MARTINS, Taís. O conceito de desenvolvimento sustentável e seu contextohistórico: algumas considerações. 2003. Disponível em:
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5490. Acesso em 14/01/2009.
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bem de uso comum do povo. Caxias do Sul: Universidade de Caxias do Sul. 2007
(Dissertação de Mestrado).
MÉSZÁROS, István. O desafio do desenvolvimento sustentável e a cultura da
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