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RELAÇÃO ENTRE PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL E DESEMPENHO
EM ATLETAS DE JUDÔ NO CAMPEONATO BRASILEIRO SÊNIOR 2004.
Autores: Ms. Iransé Oliveira Silva e João Henrique de Melo Santos
UniEVANGÉLICA - FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA - LAFE
ANÁPOLIS-GO
Obter um bom desempenho em uma competição é o sonho de todo atleta,
talvez em função do reconhecimento do seu esforço, talvez em função da autoestima, os fatores são os mais variados possíveis.
O Judô é um esporte de origem japonesa que encontrou no Brasil um campo
muito promissor, tornou-se um dos esportes mais praticados em nosso país,
destacar-se nele, assim como na maioria dos esportes individuais, é algo que
depende de uma série de fatores, que vão dês da composição corporal, biotipo,
dedicação, passando por fatores de preparação técnica e chegando ao estado
psicológico.
A capacidade de desempenho esportivo é, devido à sua composição
multifatorial, de difícil treinabilidade. Somente o desenvolvimento harmônico de todos
os fatores determinantes do desempenho possibilita que se obtenha um alto
desempenho individual (WEINECK, 1999).
São várias as qualidades que os judocas adquirem: “a qualidade física”, devido aos
exercícios propostos e a própria técnica, que consegue colocar em atuação todo o
corpo; “o espírito de luta”, através da prática das técnicas do Judô e pela
incorporação dos princípios filosóficos durante os treinamentos, o indivíduo torna-se
mentalmente condicionado a proteger seu próprio corpo em circunstâncias difíceis;
“autocontrole e autoconfiança”, devido à prática regular e princípios naturais do
treinamento, que induzem a humildade, a perseverança, a tolerância, a cooperação,
a generosidade, o respeito, a coragem, a compostura e a cortesia (SUGUIZAKI,
1996).
Foss; Keteyian (2000), relataram que o corpo é constituído de vários
compartimentos, por exemplo, osso, músculo, gordura, etc. e a quantificação desses
compartimentos têm uma grande relação tanto com a saúde quanto com o
desempenho. As pessoas fisicamente ativas possuem menos gordura corporal que
os inativos. Quanto a esta afirmação dos autores citados acima, vale ressaltar que o
judô é uma modalidade em que podem participar atletas com pesos variados, pois
além da subdivisão por idade, existe a divisão por peso, o que teoricamente mantém
os atletas em um mesmo nível. Sendo assim, parece claro que quanto menor o
peso, menor a quantidade de gordura corporal e assim que este peso aumenta,
aumenta também a quantidade de gordura.
Como o judô é dividido em categoria de peso, é importante estimar quanto o
atleta possui de gordura corporal, massa muscular, massa óssea e massa residual.
A predição da composição corporal, principalmente do percentual de gordura,
permite se é possível um atleta reduzir de peso com finalidade de lutar em categoria
de peso mais leve, sem que ocorra diminuição da massa muscular ou desidratação,
mesmo porque se acredita que uma baixa quantidade de gordura seja desejável
para o sucesso na maioria das modalidades esportivas (FRANCHINI; TAKITO,
1997).
O presente estudo, tem por objetivo verificar se existe uma relação entre o
percentual de gordura corporal e o desempenho em atletas do sexo masculino da
classe sênior no Campeonato Brasileiro 2004. O objetivo desta pesquisa foi de
verificar a relação entre o percentual de gordura corporal e o desempenho dos
atletas do sexo masculino no campeonato Brasileiro Sênior 2004. E verificar o perfil
do percentual de gordura por categoria de peso e o perfil de IMC por categoria.
DESEMPENHO
Conforme Weineck (1999 p.22),
A capacidade de desempenho esportivo é, devido à sua
composição multifatorial, de difícil treinamento. Somente o
desenvolvimento harmônico de todos os fatores determinantes
do desempenho possibilita que se obtenha um alto
desempenho individual.
A capacidade de desempenho esportivo representa o grau de
expressão de um determinado desempenho motor e esportivo
e, devido à sua complexidade, é determinada por inúmeros
fatores específicos. Como “ desempenho “ é termo de larga
aplicação, o uso do adjetivo “esportivo” faz-se necessário para
sua diferenciação ( desempenho esportivo, intelectual,
profissional, etc.).
Conforme Bompa (2002), o desempenho atlético e produto final no que se diz
respeito a adaptação a vários tipos e métodos e treinamento do atleta. O
desempenho é evidenciado principalmente na fase competitiva pois, o atleta atinge
as eficiências físicas e psicológicas por motivo da preparação técnico e tático.
O mesmo autor ressalta que os fatores que mais influenciam no desempenho
atlético são o estado biológico que está expressa por meio da rápida adaptação aos
estímulos de treino e sua recuperação e último o estado psicológico que é o período
que o atleta agirá com prontidão e com intensa atuação emocional.
Salienta Weineck (1999), que o desempenho esportivo através da
complexidade de fatores específicos como aptidão para movimentos, capacidades
coordenativas, sociabilidade entre outros, expresso o grau de expressão de um
determinado desempenho motor e esportivo.
JUDÔ
O Judô teve sua origem no Japão por volta de 1882, quando o professor Jigoro
Kano procurou sistematizar as técnicas de uma antiga arte marcial japonesa
conhecida como “Jiu-jitsu”. Ele fundamentou a sua prática em princípios físicos e
filosóficos bem definidos, tornando-a um meio eficaz para o aprimoramento físico,
técnico, tático e do caráter do praticante, num processo de aperfeiçoamento do ser,
cabendo a ele o título de pai da Educação Física no Japão.
São várias as qualidades que os judocas adquirem: “a
qualidade física”, devido aos exercícios propostos e a própria
técnica, que consegue colocar em atuação todo o corpo; “o
espírito de luta”, através da prática das técnicas do Judô e pela
incorporação dos princípios filosóficos durante os treinamentos,
o indivíduo torna-se mentalmente condicionado a proteger seu
próprio corpo em circunstâncias difíceis; “autocontrole e
autoconfiança”, devido à prática regular e princípios naturais do
treinamento, que induz a humildade, a perseverança, a
tolerância, a cooperação, a generosidade, o respeito, a
coragem, a compostura e a cortesia (SUGUIZAKI, 1996).
O espírito final do Judô, por conseguinte, é de incutir no íntimo do homem o
respeito pelos princípios da máxima eficiência, da prosperidade e benefícios
mútuos, bem como da suavidade para poder atingir, individualmente e
coletivamente seus estados mais elevados e ao mesmo tempo mais desenvolvidos
na arte de ataque e defesa.
O professor Jigoro Kano afirmou: “Ainda que eu considere o Judô
dualisticamente, a prosperidade e benefícios mútuos podem ser vista como sua
última finalidade e a máxima eficiência como meio para atingir esse fim” (VIRGÍLIO,
1997).
O Judô tem uma importante função educacional enraizado em seus
fundamentos, difundida por todo o mundo. Seu fundador deixou diversos
pensamentos para serem transmitidos a todos os praticantes como, por exemplo:
“Procure alcançar aquilo que está sempre acima de seu alcance, não tendo em
mente que o que sabe é o suficiente, pois, isto é o início da decadência” (SILVA,
2000). O autocontrole, a paciência e o respeito mútuo são elementos sempre
presentes em uma aula de Judô.
O judô é um esporte muito difundido em nosso país, aonde vem sendo
realizado um número crescente de competições e aumentando o número de
praticantes em todas as categorias, tanto por peso, idade e sexo. O judoca, além
da técnica necessária para a aplicação dos golpes, deve possuir algumas
qualidades físicas que são essenciais para uma melhor performance na
modalidade.
O nível de desempenho esportivo depende de um conjunto de potenciais
físicos, psicológicos, intelectuais, táticos e técnicos. Para que se atinja um nível alto
e equilibrado entre estes componentes, há necessidade de um planejamento
minucioso do processo de treinamento (SANTOS; MELO, 2000).
O processo de aprendizado do Judô envolve o treinamento tático e técnico
conforme segue.
O Judô, assim como outros esportes de luta, vêm acumulando com o passar
dos anos um componente tático cada vez maior em competições de alto nível.
Conforme Weineck (1999), o emprego da tática somente é possível quando o atleta
dispõe da técnica necessária, de capacidade cognitiva e capacidade psicofísica.
Pode-se afirmar que um treinamento tático foi eficiente quando o atleta consegue
atingir na competição um comportamento ideal, mobilizando todo o seu potencial
individual.
O treinamento tático no Judô deve ser iniciado o quanto antes, juntamente com
a técnica, sendo que na formação esportiva, durante as fases pré-escolar e escolar
tardia, deve ser feito de forma lúdica através de jogos. Quanto ao treinamento
técnico vale ressaltar que técnicas esportivas são os processos desenvolvidos,
geralmente pela prática, para resolver mais racional e economicamente um
problema motor determinado. A técnica de uma modalidade esportiva corresponde a
um certo tipo motor ideal que, mesmo conservando os seus caracteres motores,
pode sofrer uma modificação que corresponde aos dados individuais (WEINECK,
1999).
Segundo Silva (2000), técnica é o conjunto de movimentos realizados em uma
seqüência determinada pela biomecânica e por leis da física. Djakov apud Silva
(2000), afirma que o caminho para a perfeição técnica no esporte é definido em
primeiro lugar pelo nível inicial da técnica e pelas experiências motoras adquiridas.
O Judô teve sua origem no Japão por volta de 1882, quando o professor Jigoro
Kano procurou sistematizar as técnicas de uma antiga arte marcial japonesa
conhecida como “Jujitsu”. Ele fundamentou a sua prática em princípios físicos e
filosóficos bem definidos, tornando-a um meio eficaz para o aprimoramento físico,
técnico e do caráter do praticante, num processo de aperfeiçoamento do ser,
cabendo a ele o título de pai da Educação Física no Japão. São várias as
qualidades que os judocas adquirem: “a qualidade física”, devido aos exercícios
propostos e a própria técnica, que consegue colocar em atuação todo o corpo; “o
espírito de luta”, através da prática das técnicas do Judô e pela incorporação dos
princípios filosóficos durante os treinamentos, o indivíduo torna-se mentalmente
condicionado a proteger seu próprio corpo em circunstâncias difíceis; “autocontrole
e autoconfiança”, devido à prática regular e princípios naturais do treinamento, que
induz a humildade, a perseverança, a tolerância, a cooperação, a generosidade, o
respeito, a coragem, a compostura e a cortesia (SUGUIZAKI, 1996).
O espírito final do Judô, por conseguinte, é de incutir no íntimo do homem o
respeito pelos princípios da máxima eficiência, da prosperidade e benefícios
mútuos, bem como da suavidade para poder atingir, individualmente e
coletivamente seus estados mais elevados e ao mesmo tempo mais desenvolvidos
na arte de ataque e defesa. O professor Jigoro Kano afirmou: “Ainda que eu
considere o Judô dualisticamente, a prosperidade e benefícios mútuos podem ser
vista como sua última finalidade e a máxima eficiência como meio para atingir esse
fim” (VIRGÍLIO, 1997). O Judô tem uma importante função educacional enraizado
em seus fundamentos, difundida por todo o mundo. Seu fundador deixou diversos
pensamentos para serem transmitidos a todos os praticantes como, por exemplo:
“Procure alcançar aquilo que está sempre acima de seu alcance, não tendo em
mente que o que sabe é o suficiente, pois, isto é o início da decadência” (SILVA,
2000), o autocontrole, a paciência e o respeito mútuo, são elementos sempre
presentes em uma aula de Judô.
O judô é um esporte muito difundido em nosso país, aonde vem sendo realizado
um número crescente de competições e aumentando o número de praticantes em
todas as categorias, tanto por peso, idade e sexo. O judoca, além da técnica
necessária para a aplicação dos golpes, deve possuir algumas qualidades físicas
que são essenciais para uma melhor performance no Judô.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DE JUDOCAS
COMPOSIÇÃO CORPORAL
Como o judô é dividido em categoria de peso, é importante estimar quanto o
atleta possui de gordura corporal, massa muscular, massa óssea e massa residual.
A predição da composição corporal, principalmente do percentual de gordura,
permite se é possível um atleta reduzir de peso com finalidade de lutar em categoria
de peso mais leve, sem que ocorra diminuição da massa muscular e/ ou
desidratação, mesmo porque se acredita que uma baixa quantidade de gordura seja
desejável para o sucesso na maioria das modalidades esportivas (FRANCHINI;
TAKITO, 1997).
Um estudo com atletas de elite do sexo masculino que os melhores
posicionados no ranking dos Estados Unidos possuíam menor quantidades de
gordura corporal (5,1 ± 0,6%) quando comparados com atletas com posição
inferiores no ranking (CALLISTER et al. 1991). Uma pessoa comum, saudável, do
sexo masculino tem cerca de 15 % de gordura corporal e 4% é apontado como valor
mínimo de gordura corporal para pessoas saudáveis, enquanto para mulheres
valores em torno de 25% são consideráveis normais e valores abaixo de 12%
costumam esta associados a problemas hormonais e no ciclo menstrual (MCARDLE
et al.,1991). Pela avaliação da composição corporal também pode verificar quando o
atleta pode ir para a categoria mais pesada pelo o aumento de massa muscular
(FRANCHINI; TAKITO, 1997).
Há Várias maneiras de avaliar a composição corporal, como: Densitometria,
espectometria, hidrometria, escreção urinária, ativação de nêutrons, absortometria,
resonância magnética, radiografia, tomografia, impedância elétrica, tobec, infra
vermelho e antropometria (DOMINGUES FILHO, 1998).
O estudo de Lobo et al. (1996) verificou existir elevada correlação entre técnicas
de determinação do percentual de gordura. A correlação entre a hidrodensitometria
e a antropometria pelo modelo de Lohmam (1992) foi significativa. Um individuo, cujo
resultado do percentual de gordura determinado pela avaliação antropométrica fosse
10% poderia apresentar um percentual de gordura entre 8,53% e 11,47% caso essa
fosse determinada pela hidrodensitometria. Vale ressaltar que existem diferenças na
estimativa do percentual de gordura corporal, em função do método utilizado.
A maior parte dos estudos com atletas de alto nível aponta para um baixo
percentual de gordura (menos de 10%) excetuando as categorias, meio-pesado e
pesado. Portanto, um baixo percentual de gordura corporal parece ser desejável
para o alto desempenho no judô, provavelmente em razão da divisão por categorias
de peso. A avaliação da composição corporal tem sido muito utilizada no
acompanhamento dos resultados do treinamento e constitui um bom indicador do
nível de treinamento e da característica genético do atleta (HEBBELINCK, 1989;
WILMORE, 1983). Franchini (2001) apresenta uma tabela com diversos autores os
quais desenvolveram relação entre percentual de gordura corporal nas diferentes
faixas de peso e etária em diversos países, como podemos observar na tabela 1.
Tabela 1 – Estudos de composição corporal com judocas do sexo masculino.
Autor
Procedência dos Atletas
N
Peso (kg)
% Gordura
Seleção húngara
4
60 - 71
Farmosi (1980
8,87 ± 0,84
4
Acima de 71 14,02 ± 7,34
Taylor
&
Brassard Seleção canadense –1979
19 60,4 – 115,0 12,27 ± 3,93
(1981)
13 63 – 125
13,49 ± 5,75
Kawamura et al. (1984) Japoneses
Franceses
10 64,5 – 94
9,96 ± 1,51
Japoneses
12 66,4 – 94
Ohyabu et al. (1987)
13 ± 1,7
17 78,4 ± 4,5
15,6 ± 3,9
22 104,5 ± 11,5 27,2 ± 9,2
Franceses
10 68,7(59
– 11,5
±(7,978)
Vidalin et al. (1998)
13,6)
28 68,7 ± 10,0 8,7 ± 2,5
Erp-baart et al. (1988) Vários paizes
Seleção
canadaense
–
1987
22 75,4 ± 12,3 9,3 ± 2,1
Thomas et al.(1989)
Norte- americanos de elites
8
Callister et al. (1990)
91,5 ± 2,7
10,8 ± 1,19
Norte- americanos de elites
18 83,1 ± 3,8
Callister et al. (1991)
8,3 ± 1,0
Brasileiros de 12-15 anos
16 46,0 ± 5,4
Freitas (1985a)
11,1 ± 2,6
Little (1991)
Canadenses
Juvenil-A
17 55,53
± 10,17 ± 1,64
Takito et al. (1996a)
Pérez
(1996)
&
Junior
Sênior
9
17
S.P (nivel metropolitano)
Juvenil –B
Juvenil- A
11
32
Junior
8
Sênior
12
Sanagua Mundial juvenil
Lobo et al. (1996)
Franchini et al.(1997b)
Ate- 66 kg
60-65 kg
65-71 kg
71-78 kg
78-86 kg
86-95 kg
Junior e senior
Antropometria
Hidrodensiometria
Acima de 95 kg
10
10
12
13
9
8
9
6
Seleção
brasileira 6
universitária ( masc)
Seleção gaúcha
11
Seleção brasileira Jogos Pan- 7
Silva et al
americano (99)
FONTE: Franchici, 2001 p88.
Castro (1998)
13,36
67,17 ± 7,24
79,29
±
14,64
±
47,92 ± 5,41
62,09
±
12,28
77,49
±
10,56
70,86
±
10,91
±
60,64 ± 1,36
65,75 ± 2,08
70,08 ± 1,62
77,70 ± 2,64
85,27± 2,07
93,39 ± 2,86
68,4 ± 12,5
111,67
10,86
86,88
34,43
±
85,4 ± 25,6
10,4 ± 1,95
10,45 ± 0,94
17,67 ± 5,41
13,23 ± 3,34
14,21 ± 3,19
11,06 ± 2,64
8,03 ± 1,26
8,19 ± 0,67
8,75 ± 1,63
8,34 ± 1,06
10,10 ± 3.18
9,49 ± 1,90
7,1 ± 4,08
7,5 ± 3,70
± 12,15 ± 3,26
± 11,12 ± 5,08
10,83 ± 2,85
8,0 ± 6,8
Um trabalho que merece destaque é o realizado por Iida et al. apud Franchini
(2001), com 729 judocas tiveram seus percentuais de gordura determinados a partir
da mensuração de dobras cutâneas.
Os resultados encontrados por Iida et al. apud Franchini (2001), exemplificam
muito bem o que ocorre normalmente: as categorias meio-pesado e pesado
apresentam percentual de gordura quase duas vezes maior do que encontrado em
atletas das categorias menores, como podemos observar na figura 2.
Figura 2 – Percentual de gordura em judocas masculino de diferentes categorias de
peso.
30
24,3
% Gordura
25
20
15
11
12
13
-60
-65
-71
15
17
19
%GC
10
5
0
-78
-86
-95
acima
95
Categoria
FONTE: Franchini, 2001 p 89.
É preciso atentar para o fato de que alguns atletas da categoria pesado
apresentam percentual de obesidade para o sexo masculino (acima de 25%),
indicando a necessidade de diminuição deste quadro não só pela vantagem
associada ao desempenho como também para evitar problemas de saúde
associados a esse nível elevado de gordura corporal (MCARDLE et al., 1991).
Embora as categorias de peso tenham sido alteradas a partir de 1998, o
percentual de gordura em cada uma delas deve ter se modificado muito pouco, dado
que os atletas continuam tentando manter sua massa corporal no limite superior da
categoria e com o maior percentual possível de massa muscular e menor possível
de gordura (WAKAYAMA et al., 1998).
Pieter et al. (1998) avaliaram 19 judocas Filipinas de nível nacional, mas
expressaram os valores em termos de somatórias de dobras cutâneas, o que tem
sido outro meio de indicar a gordura corporal das atletas de judô encontra-se na
região do tronco, o que, segundo os autores, pode beneficiar a estabilidade do
centro de gravidade.
Nakajima et al. (1998), ao avaliarem 87 judocas universitárias japonesas,
também observaram aumento do percentual de gordura com o aumento da
categoria. Esse aumento do percentual de gordura estava associado à diminuição
da força isométrica de tração lombar e escapulo-umeral, flexibilidade da articulação
do quadril (teste de sentar alcançar), equilíbrio e de potência aeróbia ( mensurada
pelo teste de corrida de 1.600 m ).
1.3.2 - IMC (Índice de Massa Corporal): Como medir? Por que medir? Qual o ideal?
Segundo Foss; Keteyian (2000), o corpo é constituído de vários
compartimentos, por exemplo, osso, músculo, gordura, etc. e a quantificação desses
compartimentos têm uma grande relação tanto com a saúde quanto com o
desempenho. As pessoas fisicamente ativas possuem menos gordura corporal que
os inativos.
Os autores compreendem alguns termos básicos e definem a Densidade como
sendo a massa de uma substância por unidade de volume, o corpo livre de gordura
como sendo o peso de todos os tecido do corpo menos a gordura extraível e a
massa corporal magra representando um compartimento ligeiramente maior que o
corpo livre de gordura. Eles apresentam o corpo como se fosse constituído pelo
corpo livre de gordura e a divisão adiposa. A avaliação da composição corporal pode
ser feita tanto por pesagem hidrostática como pelo método das pregas cutâneas,
podendo assim ser calculado o percentual de gordura corporal que corresponde ao
tecido gorduroso ou gordura relativa e a gordura corporal absoluta.
Continuando o raciocínio de Foss; Keteyian (2000), o valor verdadeiro para
percentual de gordura corporal situa-se dentro de uma determinada variação de
valores. Assim a composição e o peso corporal desejável estabelece como objetivo
obter uma aptidão ótima considerando endomorfia, mesomorfia e ectomorfia,
componentes adiposo, muscular e magro respectivamente, e respeitando a estrutura
corporal de cada indivíduo.
Oliveira (1998), afirma que, as tabelas que correlacionam peso e altura não são
confiáveis, porque o metabolismo das células de um indivíduo é diferente do outro. A
determinação do peso ideal através da medida da espessura das dobras cutâneas é
bem aceitável, mas é um método de domínio só de avaliadores bem treinados. O
autor defende que, o índice de massa corporal (IMC), bem aceito e de cálculo fácil, é
obtido por uma simples conta de dividir; IMC.= peso em kg/altura em metros ao
quadrado, onde pessoas normais ficam abaixo de 25, pesadas entre 25,1 e 29,9,
sobrepeso e acima de 30 são classificadas como obesas.
Contudo Morrow Jr et al. (2003), chamam a atenção para este cálculo, pois
pode servir como um substituto aceitável para as medidas de dobra cutânea em
pessoas obesas, mas, não devem ser utilizadas em pessoas com grande volume
muscular, para as quais as medidas de dobra cutânea são mais precisas. Outro fator
a considerar é a distribuição da gordura corporal, as pessoas com gordura excessiva
no tronco em relação com a parte inferior do corpo tem alto risco de doença
coronariana, uma medida simples desse fator de risco é a relação entre a
circunferência da cintura e a do quadril (RCQ). Relações maiores que 1,0 para
homens e 0,80 para mulheres estão associadas a um risco significativamente maior
de doença coronariana.
Nos estudos realizados por McArdle; Katch (2001), eles apontam que: A
avaliação precisa da composição corporal é um componente importante para um
programa completo de nutrição total e aptidão física. A avaliação da composição
corporal quantifica os principais componentes da estrutura corporal fornecendo
informações sobre a composição relativa do corpo. Existe um limite biológico do qual
a massa corporal de uma pessoa não pode ser reduzida nem aumentada, o que
poderia trazer riscos para a saúde ou alterar as funções biológicas normais.
Continuando o raciocínio de McArdle; Katch (2001), o que deve determinar o peso
corporal ideal e uma avaliação adequada da composição corporal e não do peso
corporal.
“ A meta para o peso corporal deve coincidir com a
otimização das medidas da capacidade funcional e
desempenho nos exercícios, específicas para os
respectivos desportos” (McARDLE; KATCH, 2001,
p. 386).
Maughan; Burke (2004), defendem que a composição e a massa corporal
deveriam ser determinadas apenas para o próprio indivíduo, levando em
consideração o ótimo desempenho e a boa saúde a longo prazo. Nem todos os
métodos para avaliação corporal apresentam as mesmas respostar para um mesmo
indivíduo, embora os valores médios de um grupo possam ser os mesmos.
Para os mesmos autores a massa muscular e os níveis de gordura corporal são
determinados pela genética e por alterações resultantes do efeito condicionado de
um nível de treinamento físico. Embora alguns praticantes de atividades físicas
alcancem peso e composição corporal adequados com facilidade, outros podem
precisar modificar características como massa muscular e gordura corporal por meio
de alterações na dieta e no treinamento. É importante que se estabeleça objetivos
adequados e reais, tome as devidas medidas para alcançá-los e disponha de meios
apropriados para monitorar o andamento das mudanças.
E continuam o raciocínio citando que, o nível ótimo de gordura corporal deve ser
obtido a partir da análise de um histórico individual obedecendo critérios como: bons
desempenhos, boa saúde evitando o excesso de treinamento e permitindo a
ingestão de energia e nutrientes para atender os objetivos.
Katch; McArdle (1996), citam que existem pesquisas indicando que o aumento
de percentual de gordura e conseqüentemente de peso pela ação da idade pode ser
combatido com o aumento da atividade física e da massa muscular. Indivíduos que
mantem um estilo de vida fisicamente ativo ou que se envolvem em programas
apropriados de exercício geralmente mantem um nível desejável de composição
corporal.
Para Fox et al. (1991), diferenças no desempenho entre homens e mulheres
podem ser explicadas pelo maior percentual de gordura contido no corpo feminino, o
que conseqüentemente diminui o desempenho devido às células gordurosas não
produzirem energia para ser usada pelos músculos, a sua finalidade consistem em
armazenar lipídeos gastando mais energia para deslocar a gordura. Assim pessoas
fisicamente ativas possuem muito menos gordura corporal total do que os inativos e,
tanto homens quanto mulheres quando ativos podem atingir a meta ideal de gordura
corporal de forma a conseguir bons desempenhos e ótimos resultados no sentido de
melhorar e aprimorar suas reservas e gastos energéticos.
O aumento da atividade física ao longo do tempo é essencial para se obter um
índice de massa corporal adequado para a promoção e manutenção de atividades
do dia-a-dia levando ao equilíbrio físico e a percepção da própria imagem corpórea
de forma positiva e inalterada.
METODOLOGIA
CASUÍSTICA
O estudo foi realizado com os atletas que participaram no campeonato brasileiro
sênior de judô 2004 na cidade de Belo Horizonte-MG, após a autorização da
Confederação Brasileira de Judô (CBJ) e da federação mineira de judô (FMJ) com
intermédio da federação goiana de judô (FEGOJU)
A escolha se deu a facilidade de acesso aos atletas e pela falta de informações
sobre a relação entre o desempenho e a composição corporal nesse grupo.
A amostra foi composta por 80 atletas do sexo masculino da classe sênior que é
composta por atletas de 20 a 35 anos e com abertura para atletas de 15 a 19 anos,
diversificados em oito categorias de peso sendo, super ligeiro –55 kg (n = 11),
ligeiro-60 kg (n = 11), meio-leve –66 kg (n = 10), leve –73 kg (n = 13), meio-médio 81 kg (n = 11), médio – 90 kg (n = 7), meio-pesado – 100 kg (n = 8) e no pesado +
100 kg (n = 9), visto que esses atletas são de vários estados (anexo I) que
participaram no campeonato brasileiro de judô na classe sênior masculino.
COLETA DE DADOS
Foi montado um posto para avaliação dos atletas, com um estadiômetro, uma
balança e uma fita métrica na hora da pesagem oficial do evento.
Os atletas primeiramente passavam na balança para aferir o peso, depois
para o estadiômetro aferindo a sua altura e por fim passava para medir as
circunferências necessárias para aferir a composição corporal.
PESO: O peso foi aferido utilizando-se uma balança da marca Filizolla
(Indústria Filissola SA, Brasil) eletrônica, com precisão de 0,01Kg e carga máxima de
150Kg. Os atletas foram pesados em pé, posicionados no centro da plataforma,
descalço e de roupa intima.
ESTATURA: Foi determinada com estadiômetro de pé, graduado com fita
métrica precisão de 2m/0,01, 1cm, presa numa barra de madeira vertical e fica
utilizando-se esquadro móvel para posicionamento sobre a cabeça da criança. Os
mesmos foram colocados de costas para o marcador, postura ereta, com os pés
unidos, olhando para frente. A leitura foi feita milímetro mais próximo quando o
esquadro móvel que acompanha a haste vertical encostar à cabeça dos atletas. No
momento da media a cabeça do atleta foi ajustada ao plano de Frankfurt (plano
horizontal passado pelo ponto da borda inferior do orifício orbitário e borda superior
do canal auditivo externo), estando em inspiração profunda. A mesma foi feita em
triplicata para obtenção da média.
IMC (Índice de Massa Corporal): Foi determinado a partir da relação entre o
peso em (KG) e o quadrado da estatura em (m).
PERÍMETRO DA CINTURA: Foi a média o valor em metro da circunferência
da cintura. Com o avaliado em posição PO, com abdômen relaxado, no ponto de
menor circunferência, abaixo da ultima costela, colocar a fita num plano horizontal.
PERÍMETRO DO QUADRIL: Foi mediado o valor em metro da circunferência
do quadril. Com o avaliado em posição PO, braços levemente afastados, pés juntos
e glúteos contraídos, colocar a fita métrica num plano horizontal, no ponto de maior
massa muscular da nádegas, as medidas são tomadas lateralmente.
PERÍMETRO DO ABDOMEM: Foi a média o valor em metro da circunferência
da abdômen. Com o avaliado em posição PO, colocar a fita num plano horizontal,
passando sobre a cicatriz umbilical.
PERÍMETRO DO PUNHO: Foi medido o valor em metro da circunferência do
punho. Com o avaliado em posição PO, braços ao longo do corpo palma da mão
voltada para frente e relaxada, colocar a fita métrica ao redor do punho nos
processos estilóides radial e ulnar.
MATERIAL ULTILIZADO PARA PERIMETRIA: Fita métrica metálica com
precisão de 0,1 cm da marca Sanny.
ADIPOSIDADE (% de Gordura Corporal): Foi estimada a partir das equações
propostas por Penroe; Nelson; Fisher (1985) e o protocolo para pessoas obesas de
WELTMAN et al, que considera as medidas de perimetria de algumas partes
especificas do corpo humano podem ser usadas para prognosticar o % G onde se
supõe que estas medidas tenham uma relação positiva. Portanto, quando as
perimetrias corporais aumentam se supõe que os níveis de %G também aumentam.
As equações encontram-se todas abaixo:
Protocolo de Penroe, Nelson e Fisher (1985)
Homens
Calcule a LBM – ( Cote e Wilmore):
LBM (kg) = 41,955+ (1,038786 x PC) – [(0,82816 ) x (CA – CP)]
Depois calcule o %G através da formula:
%G= ( PC – LBM / PC ) x 100
Protocolo para pessoas obesas de Weltman (1988)
Homens
%G= [ 0,31457 x ( CA )] – [ 0,10969 x (PC)] + 10,8336
onde:
PC= peso corporal
EST= estatura (cm)
CA= circunferência do abdomem
CP= circunferência do punho
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com a proposta do estudo, apresentamos a seguir, os valores
médios, desvio padrão, assim como valores mínimo e máximo de cada variável em
estudo, tabela 2
Tabela 2 – Peso, altura, imc,
cintura, abdomem, quadril, punho, rcq e gordura
corporal por categoria de peso, com suas respectivas médias, desvio padrão,
mínimo e máximo, dos atletas brasileiro classe sênior 2004.
Categoria
PESO
ALTURA IMC
Super Ligeiro (n = 11)
Média e dp 54,8
±1,63
0,26
0,03
Mínimo
54,3
1,57
Máximo
55
1,69
Ligeiro (n = 11)
Média e dp 59,53 ±1,65
0,55
0,04
Mínimo
58
1,6
Máximo
60
1,72
Meio Leve (n = 10)
Média e dp 65,63 ±1,71
0,32
0,04
Mínimo
65
1,63
Máximo
66
1,76
Leve (n = 13)
Média e dp 72,09 ±1,73
1,13
0,03
Mínimo
69,25
1,67
Máximo
73
1,77
CINTURA ABDOMEM QUADRIL PUNHO
RCQ
GORDUR
A
± 20,66
0,92
19,12
22,31
±67,90
1,37
65
70
± 69,54
1,15
68
71,5
±81,81
2,43
79
85
± 15,81
0,51
15
16,5
± 0,83
0,25
0,8
0,87
±5,37
0,27
5,33
5,4
±
± 21,74
1,04
20,18
23,44
±65,45
19,46
7
73,5
± 72,13
2,91
64
74,5
±84,36
2,33
81
88
± 16,40
0,43
16
17
± 0,84
0,03
0,78
0,9
±5,84
0,56
5,7
5,9
±
± 22,30
0,97
21,15
24,46
±72,1 ± 2,72 74,45
2,06
67
70
76
77
±87,75
2,49
85
92
± 16,9
0,40
16
17,5
± 0,82
0,03
0,77
0,87
±6,46
0,32
6,4
6,5
±
± 24,04
0,88
22,95
25,51
±76 ± 2,34
±90,30
2,72
84
95
± 17,38
0,56
16,5
18
± 0,84
0,02
0,82
0,88
±7,11
0,12
6,82
7,21
±
72
80
77,26
2,68
72
81
Meio Médio (n = 11)
Média e dp 79,75 ±1,78
1,20
0,04
Mínimo
77
1,71
Máximo
80,7
1,85
Médio (n = 7)
Média e dp 87,13 ±1,79
2,74
0,05
Mínimo
82
1,72
Máximo
89,3
1,86
Meio Pesado (n = 8)
Média e dp 97,69 ±1,83
1,55
0,06
Mínimo
94
1,69
Máximo
99
1,88
Pesado (n = 9)
Média e dp 127,05 ±1,85
16,13
0,07
Mínimo
112,7
1,75
Máximo
162,35 1,96
± 24,99
1,34
22,5
27,06
±79 ± 1,26
± 26,97
1,48
25,12
28,83
±84,42
3,86
80
89
± 85 ± 3,96
± 29,15
2,30
27,17
34,31
±91,81
4,07
86
99
± 95,68
5,99
87
107
±104,68
5,63
92
110
± 36,74
3,74
30,77
44,97
±110,66
9,43
99
130
± 117,33
9,39
106
137
±119,5
8,44
104
131
77
81
80,81
1,76
78
83
81
91
±93,90
2,98
91
99,5
± 17,72
0,56
16,5
18,5
± 0,84
0,03
0,8
0,9
±7,87
0,12
7,6
7,98
±
96,5 ± 3,90 17,85
0,69
91
17
100
19
± 0,88
0,04
0,81
0,93
±8,61
0,27
8,11
8,83
±
± 18,37
0,79
17,5
20
± 0,87
0,05
0,8
0,96
±12,54
5,41
9,32
22,91
±
± 19,61
0,92
18
21
± 0,92
0,04
0,86
0,99
±22,97
1,51
20,51
25,29
±
Verificamos na literatura algumas compatibilidades de dados em relação a
atletas de elite em outros países em relação aos atletas brasileiros, vale ressaltar
que o protocolo que utilizamos para determinar composição corporal foi através de
perimetria. Kawamura et al (1984), verificou que atletas de elite da França tinham um
percentual médio de 9,96% ± 1,51, enquanto que os dados encontrados no presente
estudo em relação a mostra total é de 9,18 ± 3,57, verificamos aqui uma semelhança
no perfil de composição corporal dos atletas de elite do Brasil em relação aos atletas
Franceses.
Poucos estudos foram desenvolvidos no Brasil quanto à composição corporal de
atletas de judô por categoria de peso. Observamos na figura 2 a seguir a média e
desvio padrão do percentual de gordura corporal encontrado em cada categoria de
peso em estudo.
Figura 2 – Média e dp do percentual de gordura corporal de atletas Brasileiros classe
sênior, no Campeonato Brasileiro Sênior 2004.
% GORDURA
30
20
10
0
N=
11
11
10
13
11
7
8
9
SL
LI
ML
LE
MM
ME
MP
PE
Categoaria
Os dados apresentados na figura anterior observamos um aumento do
percentual de gordura corporal em função do aumento do peso, categoria. Nakajima
et al (1998), em estudo desenvolvido com judocas japonesas observou a mesma
relação.
Na figura 3, encontramos os dados referentes a relação entre índice de
massa corporal e categoria de peso no grupo em estudo, onde podemos identificar
um aumento do IMC em função da mudança da categoria, vale ressaltar que apenas
no peso pesado encontramos uma amostra tipicamente obesa (IMC > 30).
Figura 3 – IMC em relação às categorias de peso em judocas da classe sênior 2004.
50
IMC
40
30
20
10
N=
11
11
10
13
11
7
8
9
SL
LI
ML
LE
MM
ME
MP
PE
Categoria
Quanto a relação entre percentual de gordura corporal e desempenho,
encontramos no teste t, valores não significativos em todos os pesos, como
podemos observar na figura 4 que retrata o peso meio-médio (– 81kg), vale ressaltar
que na literatura existem poucos relatos quanto a esta comparação, no entanto
parece não haver uma relação direta entre percentual de gordura corporal e
desempenho em atletas deste nível, em função de apresentarem valores muito
próximos da média e sem dúvida alguma por trata-se dos melhores atletas do país
onde teoricamente as chances se igualariam.
Figura 4 – Relação entre percentual de gordura e desempenho em atletas de judô
da categoria meio médio (– 81kg)
9
8,5
8
7,5
7
7,92
7,96
7,77
7,95
% GC
6,5
6
5,5
5
1°
2°
3°
4°
Verificamos neste peso assim como nos outros pessos, que não existe um
padrão de composição corporal que se relacione diretamente com o desempenho do
atleta, vale ressaltar que nesta competição encontravam-se os melhores atletas do
Brasil e como podemos observar, as diferenças de composição corporal entre eles
era muito pequena. No caso específico do peso meio médio, a média de %GC era
de 7,89%, com um mínimo de 7,60% e um máximo de 7,98%, observa-se no gráfico
acima que não existe uma relação clara, pois três medalhistas ficaram acima da
média e apenas um ficou abaixo da média. Este fato aconteceu com todos os pesos
em função disto não colocamos todos os pesos.
Com este estudo podemos verificar a força do judô nacional, o nível é muito
bom os atletas para vencerem precisam somar vários fatores, não nos resta dúvidas
que a composição corporal seja importante, mais com o nosso referido objetivo a
composição corporal não exerceu influência. Precisamos estudar muito mais a fim
de trazermos subsídios a técnicos e atletas no que diz respeito a este maravilhoso
esporte que a cada dia cresce e auxilia de uma maneira ímpar na educação de
crianças e jovens em nosso país.
CONCLUSÃO
Depois de analisados e discutidos os dados concluímos:
1. Na amostra estudada não apresentou um nível de significância entre o
percentual de gordura corporal do atleta e seu desempenho na competição,
parece não haver uma relação direta, talvez a composição corporal atue como
coadjuvante;
2. À medida que o atleta mudo de categoria de peso, tende a aumentar o
percentual de gordura corporal;
3. O IMC na amostra de judocas de sexo masculino do Campeonato Brasileiro
de Judô sênior 2004 tende a aumentar de acordo com a categoria de peso,
partindo do menor para o maior, sendo caracterizado obeso o peso pesado;
4. Percebemos no presente estudo que parece haver uma relação entre
perímetro do pulso com o desempenho;
5. Para melhor esclarecimento no que se refere a desempenho, propomos que
novos estudos sejam desenvolvidos em judocas a fim de conhecermos
melhor as variáveis referentes ao desempenho nesta modalidade.
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