Andrea Marshall 23.4.2014 Manta Espião

Andrea Marshall
23.4.2014
Manta Espião
Para o mês de abril 2014, Paul Rose, o líder da expedição da National Geographic Mares
Límpidos, comandará um grupo de cientistas importantes e cinematógrafos em conjunto com a
National Geographic Emerging Explorer Andrea Marshall e a Marine Megafauna Foundation
para explorar, pesquisar e registrar o que esperam ser um dos recifes mais saudáveis do Leste
Africano, onde residem gigantes do oceano incluindo arraias-manta, dugongos e mais.
Por Andrea Marshall
Há tantos mistérios ainda a serem revelados quando se trata do oceano. Um destes, que é muito
especial pra mim, é compreender mais sobre a vida secreta da arraia-manta, um dos maiores e mais
majestosos peixes do mundo. Passei a última década tentando aprender mais sobre este animal
evasivo, o que tem provado ser um grande desafio já que são uma espécie altamente móvel que
nunca para de nadar. Então como se faz para aprender mais sobre o estilo de vida e hábitos dela?
Por sorte minha, tenho a tecnologia ao meu lado, o que é uma vantagem enorme para pesquisadores
de campo nos dias de hoje.
Uma das ferramentas que atualmente usamos para acompanhar estas arraias gigantes é a telemetria
acústica, um sistema que funciona através da colocação de pequenos transmissores acústicos nas
costas delas. Estas pequenas etiquetas pinger são encontradas por estações de recepção colocadas
embaixo nos nossos recifes costeiros. Em Moçambique, usamos esta tecnologia por muitos anos e
aos poucos estamos montando a história de vida destes animais ao longo da costa sul.
A arraia manta costeira, a qual diferenciei da arraia manta gigante em 2009, parece residir ao longo
da nossa costa. Esta arraia magnífica, que nada como um pássaro subaquático gigante, possui um
ritmo de vida bastante distinto. Pela manhã, ela chega próximo a costa onde visita as estações de
limpeza e é atendida pelos peixes pequenos. As arraias-manta, que nunca param de nadar, estão
constantemente se movendo ao longo das grandes estradas do oceano, migrando de uma área de boa
alimentação à outra em busca de locais ricos em zooplâncton, os pequenos animais suspensos na
coluna d'água que servem de alimento para elas. Quando fazem uma parada limitada em uma
dessas estações de limpeza, é como se estivessem passando por um lava rápido, e representa uma
atividade diária importante para a manutenção da saúde delas. Pequenos peixes removem o
acúmulo de algas e parasitas da pele das arraias, e ajudam a curar quaisquer lesões que elas possam
ter (de mordidas de tubarão, por exemplo).
Após o pôr-do-sol, a maioria das arraias-manta partem da área da costa e vão em direção a águas
mais profundas em busca de alimentos. Hoje, com a equipe de Mares Límpidos, coloquei o meu 50º
dispositivo acústico em Moçambique. Espero que os nossos esforços contínuos ao longo desta costa
proporcionem uma compreensão maior sobre este gigante gentil para que possamos melhor
administrar uma das populações mais importantes do mundo para esta espécie e proteger uma das
suas últimas fortalezas na África.
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A expedição Mares Límpidos: Moçambique é patrocinado pela Blancpain e Davidoff Cool Water.