LIVRO 2

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LIVRO 2
LIVRO 2 - 2013
1
LINGUAGENS CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
LÍNGUA PORTUGUESA
1.
(G1 - ifsc 2012) Quanto à ortografia e à acentuação, assinale a
alternativa CORRETA.
(A) Após um gesto de comando, os que ainda estão de pé
sentão-se e fazem silencio para houvir o diretor.
(B) Mesmo que sofresse-mos uma repreenção por queixa de
algum professor mais cioso de suas obrigações, a oférta
parecia-nos irrecusável.
(C) Marta nunca deicha o filho sózinho na cosinha, temerosa
de que ele venha a puchar uma panela sobre sí.
(D) À excessão de meu primo, que se mostrava um tanto
pretencioso, todos os garotos eram bastante humildes.
(E) A perícia analisaria a flecha, em busca de vestígios que
pudessem fornecer indícios sobre sua trajetória.
COMENTÁRIO:
Apenas a opção [E] está correta. As demais deveriam ser
substituídas por:
[A] – após um gesto de comando, os que ainda estão de pé
sentam-se e fazem silêncio para ouvir o diretor;
[B] – mesmo que sofrêssemos uma repreensão por queixa de
algum professor mais cioso de suas obrigações, a oferta
parecia-nos irrecusável;
[C] – Marta nunca deixa o filho sozinho na cozinha, temerosa
de que ele venha a puxar uma panela sobre si;
[D] – à exceção de meu primo, que se mostrava um tanto
pretensioso, todos os garotos eram bastante humildes.
RESPOSTA: E
2.
(G1 - ifsc 2011) Assinale a alternativa na qual está correta a
grafia de todas as palavras.
(A) Caso eles viagem em novembro, deicharão o carro
conosco.
(B) A demição do xerife causou grande estranhesa no
povoado.
(C) Com excessão dos arquitetos, todos os proficionais
tinham contrato temporário.
(D) Por causa de uma distensão no ombro, era incapaz de
grandes esforços.
(E) Eles foram avizados de que a greve traria graves prejuísos
ao paíz.
COMENTÁRIO:
Apenas em [D], as palavras apresentam grafia correta. Nas
demais, os termos viajem, deixarão, demissão, estranheza,
profissionais, avisados, prejuízos e país deveriam substituir os
respectivos vocábulos erroneamente grafados.
RESPOSTA: D
Quando o jornalista Otto Lara Resende, diante das câmeras
de TV, pediu ao dramaturgo Nelson Rodrigues que desse um
conselho aos jovens telespectadores, a resposta foi contundente:
“Envelheçam!”. A recomendação foi dada no programa de
entrevistas Painel, exibido pela Rede Globo em 1977. Pelo menos
no quesito trabalho, os brasileiros perto dos 20 anos de idade
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parecem dispensar o conselho. Apesar de começarem a procurar
emprego num momento de otimismo econômico, quase eufórico,
os jovens brasileiros têm expectativas de carreira bem menos
idealistas que os americanos e europeus — e olha que por lá eles
estão enfrentando uma crise brava. É o que revela uma pesquisa da
consultoria americana Universum, feita em 25 países. (...). No
estudo, chamado Empregador ideal, universitários expressam seus
desejos em relação às empresas, em diversos quesitos. O Brasil é o
primeiro país sul-americano a participar -- foram entrevistados
mais de 11 mil universitários no país de fevereiro a abril.
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De acordo com o estudo, dois em cada três universitários
brasileiros acham que o empregador ideal oferece, em primeiro
lugar, treinamento e desenvolvimento — quer dizer, a possibilidade
de virar um profissional melhor. A mesma característica é
valorizada só por 38% dos americanos, que colocam no topo das
3
prioridades, neste momento, a estabilidade no emprego. Os
brasileiros apontaram como segundo maior objetivo a possibilidade
de empreender, criar ou inovar, numa disposição para o risco que
parece estar diminuindo nos Estados Unidos.
O paulista Guilherme Mosaner, analista de negócios de 25
anos, representa bem as preocupações brasileiras. “O trabalho
precisa ser desafiador. Tenho de aprender algo todo dia.”
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Mosaner trabalha há um ano e meio em uma empresa de
administração de patrimônio, mas acha improvável construir a
carreira numa mesma companhia, assim como metade dos
2
estudantes brasileiros entrevistados pela Universum. Entre as boas
qualidades de um empregador, os universitários incluem seu
sucesso econômico e a valorização que ele confere ao currículo. “A
gente sabe que não vai ficar 40 anos em um mesmo lugar, por isso
já se prepara para coisas novas”, diz Mosaner.
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Apesar de mais pragmáticos, os universitários brasileiros,
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assim como os americanos e europeus, consideram como objetivo
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máximo equilibrar trabalho e vida pessoal. Quem pensa em
americanos como viciados em trabalho e em europeus como
cultivadores dos prazeres da vida talvez precise reavaliar as crenças
diante da geração que está saindo da faculdade: o bom balanço
entre trabalho e vida pessoal é a meta número um de 49% dos
brasileiros, 52% dos europeus e... 65% dos americanos.
(ÉPOCA, 21 de junho de 2010)
3.
Os ideais da nossa Geração Y
Uma pesquisa inédita mostra como pensam os jovens que
estão entrando no mercado de trabalho. Eles são bem menos
idealistas que os americanos.
5
Daniella Cornachione
1
(Epcar (Afa) 2011) Assinale a alternativa em que configura
incorreção ortográfica.
(A) ... um de quarenta e nove por cento dos brasileiros,
cinquenta e dois por cento dos europeus e ... sessenta e
cinco por cento dos americanos.
(B) Os ideais de nossa geração ípsilon...
(C) .... uma pesquisa da consultoria americana Universum,
feita em vinte e cinco países e publicada...
(D) ... exibido pela Rede Globo em mil novecentos e cetenta
e sete.
(E) A mesma característica é valorizada só por trinta e oito
por cento dos americanos
COMENTÁRIO:
Letra D. Existe erro de grafia no numeral cardinal 70 (setenta).
RESPOSTA: D
COMENTÁRIO:
O sentido conotativo é aquele que se vale da figuração, ou
seja, a palavra assume uma acepção diferente da que
comumente encontramos em um dicionário. É o que acontece
na alternativa A, quando diz que o “... tem como alicerce a
vontade férrea de nossa gente”.
RESPOSTA: A
Esparadrapo
Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer.
“Esparadrapo”, por exemplo. Quem quebrou a cara fica mesmo
com cara de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobre
sentido, que parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo,
‘incunábulo*’
QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio de
Janeiro, Globo 1987 p. 83.
*Incunábulo: [do lat. Incunabulu: berço] Adj. 1 – Diz-se do livro
impresso até o ano de 1500./S.m. 2 – Começo, origem.
4.
(UFR-RJ) A expressão “quebrar a cara” é largamente
empregada na língua portuguesa com sentido conotativo. O
vocábulo que melhor traduz o emprego conotativo dessa
expressão é:
(A) fracassar;
(B) desanimar;
(C) machucar-se;
(D) desistir;
(E) destruir.
COMENTÁRIO:
é comum o uso dessa expressão no dia a dia, comumente, é
utilizada para significar que a pessoa se “deu mal”, ou seja,
fracassou.
RESPOSTA: A
Em 2008, o Brasil celebra a memória de Joaquim Maria
Machado de Assis, o Bruxo do Cosme Velho, que morreu há cem
anos, no dia 29 de setembro, já reconhecido como o maior escritor
brasileiro. Revisitar a obra de Machado pensada em seu conjunto é
redescobrir um dos estilos mais originais e modernos da literatura
universal.
Esse texto é o último capítulo de Memórias Póstumas de Brás Cubas,
de Machado de Assis, obra que inaugura uma segunda etapa
da produção de Machado.
Capítulo CLX - DAS NEGATIVAS
[...]
1
Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a
celebridade do emplastro, não fui ministro, não fui califa, não
2
conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coubeme a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto.
Mais; não padeci a morte de dona Plácida, nem a semidemência de
3
Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa
imaginará que não houve míngua nem sobra, conseguintemente
4
que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a esse
outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a
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derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não tive filhos,
não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.
(Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis)
5.
(Univali-SC)
6.
Visões de um novo tempo
(...) Mas a cidadania não se constrói apenas com palavras, com
boas intenções. Este edifício tem como alicerce a vontade férrea de
nossa gente, o desejo de interferir ativamente no comando dos
destinos da comunidade. Esta base, cremos, foi a formação moral
herdada de nossos fundadores, que acreditavam poder aqui
edificar uma sociedade livre, participativa e laica, onde cada um
pudesse ter de acordo com suas capacidades e segundo suas
necessidades.
Na construção de uma sociedade justa e democrática,
acreditamos, tem especial relevância a existência da imprensa livre,
pluralista, que possibilite o trânsito correto da informação,
indispensável para a afirmação da cidadania. A continuação do
exercício desta prática jornalística, da difusão da informação de
interesse público, de qualidade e com profunda afinidade com a
realidade, é uma das boas notícias que aguardamos para o próximo
século.
(Ibmecrj 2009) Na seguinte frase retirada do texto "... PORQUE
ao chegar a esse outro lado do mistério, achei-me com um
pequeno saldo,", o conectivo PORQUE está usado
corretamente. Em qual das alternativas a seguir esse conectivo
está sendo usado de forma INCORRETA?
(A) Temos de procurar saber POR QUE as novelas prendem
tanto os telespectadores.
(B) O diretor não compareceu à reunião e nunca soubemos
POR QUÊ.
(C) Se pago, quero saber PORQUE pago.
(D) Não entendo o PORQUÊ da rejeição.
(E) Sabes POR QUE ela não veio?
COMENTÁRIO:
O correto seria: Se pago, quero saber por que pago, por se
tratar de uma frase com pergunta indireta.
RESPOSTA: C
7.
SCHRAMM, Egon José. Jornal de Santa Catarina, 22 de setembro de
1999.
Indique a opção, cuja frase, retirada do texto acima, se vale do
sentido conotativo da linguagem:
(A) Este edifício tem como alicerce a vontade férrea de nossa
gente...
(B) Esta base, cremos, foi a formação moral herdada de
nossos fundadores...
(C) ... tem especial relevância a existência da imprensa livre...
(D) ... onde cada um pudesse ter de acordo com suas
capacidades e segundo suas necessidades.
(E) A continuação do exercício desta prática jornalística, da
difusão da informação de interesse público, de qualidade
e com profunda afinidade com a realidade...
(DASP) Assinale a única alternativa que apresenta erro no
emprego dos "porquês":
(A) Por que insistes no assunto?
(B) O carpinteiro não fez o serviço porque faltou madeira.
(C) Não revelou porque não quis contribuir.
(D) Ele tentou explicar o porquê da briga.
(E) Ele recusou a indicação não sei por quê.
COMENTÁRIO:
há incorreção na letra C, porque é uma frase interrogativa
indireta, portanto, deveria ser grafada “Não revelou por que
não quis contribuir.”
RESPOSTA: C
2
8.
(UNIMEP–SP) “Se você não arrumar o fogão, além de não
poder cozinhar as batatas, há o perigo próximo de uma
explosão.”
As palavras destacadas podem ser substituídas por:
(A) concertar – coser - iminente
(B) consertar – cozer – eminente
(C) consertar – cozer – iminente
(D) concertar – coser – iminente
(E) consertar – coser – eminente
(B)
(C)
(D)
(E)
Sinonímia e homonímia, respectivamente.
Antonímia e paronímia, respectivamente.
Antonímia e sinonímia, respectivamente.
Paronímia e sinonímia, respectivamente.
COMENTÁRIO:
A paronímia designa o fenômeno que ocorre com palavras
semelhantes (mas não odenticas) quanto à grafia ou à
pronúncia, como em "absorver" e "absolver". A sinonímia
refere-se à relação semântica estabelecida entre lexemas da
mesma categoria morfossintática que possuem significado
equivalente, como "egocêntricas" e "personalistas".
RESPOSTA: E
COMENTÁRIO:
Letra C. Consertar – reparo, ato ou efeito de consertar. Cozer –
cozinhar. Iminente – que ameaça acontecer.
RESPOSTA: C
10. (INSPER-2012) Utilize o texto a seguir para responder o teste.
9.
(IFAL-2011)
O gosto da surpresa
Betty Milan
Nada é melhor do que se surpreender, olhar o mundo
com olhos de criança. Por isso as pessoas gostam de viajar.
Nem o trânsito, nem a fila no aeroporto, nem o eventual
desconforto do hotel são empecilhos neste caso. Só viajar
importa, ir de um para outro lugar e se entregar à cena que se
descortina. Como, aliás, no teatro.
O turista compra a viagem baseado nas garantias que a
agência de turismo oferece, mas se transporta em busca da
surpresa. Porque é dela que nós precisamos mais. Isso explica
a célebre frase navegar é preciso, viver não, erroneamente
atribuída a Fernando Pessoa, já que data da Idade Média.
Agora, não é necessário se deslocar no espaço para se
surpreender e se renovar. Olhar atentamente uma flor,
acompanhar o seu desenvolvimento, do botão à pétala caída,
pode ser tão enriquecedor quanto visitar um monumento
histórico.
Tudo depende do olhar. A gente tanto pode olhar sem
ver nada quanto se maravilhar, uma capacidade natural na
criança e que o adulto precisa conquistar, suspendendo a
agitação da vida cotidiana e não se deixando absorver por
preocupações egocêntricas. Como diz um provérbio chinês, a
lua só se reflete perfeitamente numa água tranquila.
O que nós vemos e ouvimos depende de nós. A
meditação nos afasta do clamor do cotidiano e nos permite,
por exemplo, ouvir a nossa respiração. Quem escuta com o
espírito, e não com o ouvido, percebe os sons mais sutis. Ouve
o silêncio, que é o mais profundo de todos os sons, como bem
sabem os músicos. Numa de suas letras, Caetano Veloso diz
que só o João (Gilberto) é melhor do que o silêncio. Porque o
silêncio permite entrar em contato com um outro eu, que só
existe quando nos voltamos para nós mesmos.
Há milênios, os asiáticos, que valorizam a longevidade, se
exercitam na meditação, enquanto nós, ocidentais, evitamos o
desligamento que ela implica. Por imaginarmos que sem estar
ligado não é possível existir, ignoramos que o afastamento do
circuito habitual propicia uma experiência única de nós
mesmos, uma experiência sempre nova.
Desde a Idade Média, muitos séculos se passaram. Mas o
lema dos navegadores continua atual. Surpreender-se é
preciso. A surpresa é a verdadeira fonte da juventude,
promessa de renovação e de vida.
VEJA. São Paulo: Abril, ed. 2184, set. 2010, p. 116
Para criticar a possível aprovação de um novo imposto pelos
deputados, o cartunista adotou como estratégias
(A) polissemia das palavras e onomatopeia.
(B) traços caricaturais e eufemismo.
(C) paradoxo e repetição de palavras.
(D) metonímia e círculo vicioso.
(E) preterição e prosopopeia.
COMENTÁRIO:
A palavra é usada com sentidos diferentes em momentos que
retratam situações distintas. No primeiro, o personagem usa a
palavra "saúde" como substantivo para referir-se de maneira
genérica aos organismos que cuidam do combate a doenças.
No segundo, como uma interjeição para fazer um brinde ou
saudação. Na última fala da charge, a intejeição "tim-tim",
palavra inimatopaica que reproduz o som de taças, é usada
com o mesmo sentido, foneticamente semelhante à expressão
"tim-tim por tim-tim" usada no primeiro enquadramento com
o sentido de "sem omitir nada". Assim, o cartunista adotou
como estratégias a polissemia das palavras e a onomatopéia,
como se afirma em [A].
RESPOSTA: A
11. (IFCE-2011)
O VELHO PAPEL PODE ESTAR COM OS ANOS CONTADOS.
Já imaginou, daqui a algumas décadas, seu neto lhe
perguntando o que era papel? Pois é, alguns pesquisadores já
estão trabalhando para que esse dia chegue logo.
A suposta ameaça à fibra natural não é o desajeitado ebook, mas o papel eletrônico, uma folha que você carregaria
dobrada no bolso. Ela seria capaz de mostrar o jornal do dia –
com vídeos, fotos e notícias atualizadas -, o livro que você
estivesse lendo ou qualquer informação antes impressa. Tudo
ali.
Desde os anos 70, está no ar a ideia de papel eletrônico,
mas as últimas novidades são de duas semanas atrás.
Cientistas holandeses anunciaram que estão perto de criar
No trecho: “...suspendendo a agitação da vida cotidiana e não
se deixando absorver por preocupações egocêntricas”, as
palavras grifadas mantém, com os vocábulos “absorver” e
personalistas”, uma relação de:
(A) Homonímia e sinonímia, respectivamente.
3
uma tela com quase todas as propriedades do papel: leveza,
flexibilidade, clareza, etc.
A novidade que deixa o invento um pouco mais palpável
está nos transistores. No papel do futuro, eles não serão de
silício, mas de plástico – que é maleável e barato.
Os holandeses dizem já ter um protótipo que mostra
imagens em movimento em uma tela de duas polegadas,
ainda que de qualidade meia -boca.
Mas não vá celebrando o fim do desmatamento e do
peso na mochila. A expectativa é que um papel eletrônico
mais ou menos convincente apareça só daqui a cinco anos.
humanos a objetos inanimados ou a seres irracionais. No
trecho fornecido, a figura é utilizada na frase: “A perna coxa se
recusava a ajudá-lo”, uma vez que a decisão de recusar-se a
fazer algo não pode ser atribuída à perna isoladamente.
RESPOSTA: A
13. (UEL-2011) Leia o texto a seguir e responda a questão
1 Triste Bahia! Oh quão dessemelhante
2 Estás, e estou do nosso antigo estado!
3 Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
4 Rica te vejo eu já, tu a mi abundante.
5 A ti trocou-te a máquina mercante,
6 Que em tua larga barra tem entrado,
7 A mim foi-me trocando, e tem trocado
8 Tanto negócio, e tanto negociante.
9 Deste em dar tanto açúcar excelente
10 Pelas drogas inúteis, que abelhuda
11 Simples aceitas do sagaz Brichote.
12 Oh se quisera Deus, que de repente
13 Um dia amanheceras tão sisuda
14 Que fora de algodão o teu capote!
Folha de S.Paulo, 17 de dezembro de 2001.
Folhateen, p.10.
São grafados com Z, pela mesma razão de “leveza” e “clareza”
(A) Rodízio, desprezo
(B) Cafezal, civilização
(C) Beleza, prezado
(D) Frieza, pobreza
(E) Baliza, buzina
COMENTÁRIO:
Os substantivod abstratos derivados de adjetivos devem ser
grafados com "Z", como acontece em d.
RESPOSTA: D
(MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas. 3. ed. São Paulo: FTD,
1998. p. 141.)
Sobre figuras de linguagem no poema, considere as
afirmativas a seguir.
I. A descrição do eu-lírico e da Bahia configura uma antítese
entre o estado antigo e o atual de ambos.
II. A antítese é verificada na oposição entre as expressões
“máquina mercante” e “drogas inúteis”, embora ambas
se refiram à Bahia.
III. Os versos 3 e 4 são exemplos do papel relevante da
gradação no conjunto do poema, pois enumeram estados
de espírito do eu-lírico.
IV. Os versos “Um dia amanheceras tão sisuda / Que fora de
algodão o teu capote!” configuram exemplos de
personificação e metáfora, respectivamente.
INSTRUÇÃO: A questão de número 12 toma por base o fragmento.
[Sem-Pernas] queria alegria, uma mão que o acarinhasse,
alguém que com muito amor o fizesse esquecer o defeito
físico e os muitos anos (talvez tivessem sido apenas meses ou
semanas, mas para ele seriam sempre longos anos) que vivera
sozinho nas ruas da cidade, hostilizado pelos homens que
passavam, empurrado pelos guardas, surrado pelos moleques
maiores. Nunca tivera família. Vivera na casa de um padeiro a
quem chamava “meu padrinho” e que o surrava. Fugiu logo
que pôde compreender que a fuga o libertaria. Sofreu fome,
um dia levaram-no preso. Ele quer um carinho, u’a mão que
passe sobre os seus olhos e faça com que ele possa se
esquecer daquela noite na cadeia, quando os soldados
bêbados o fizeram correr com sua perna coxa em volta de uma
saleta. Em cada canto estava um com uma borracha comprida.
As marcas que ficaram nas suas costas desapareceram. Mas de
dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. Corria na
saleta como um animal perseguido por outros mais fortes. A
perna coxa se recusava a ajudá-lo. E a borracha zunia nas suas
costas quando o cansaço o fazia parar. A princípio chorou
muito, depois, não sabe como, as lágrimas secaram.
Certa hora não resistiu mais, abateu-se no chão.
Sangrava. Ainda hoje ouve como os soldados riam e como riu
aquele homem de colete cinzento que fumava um charuto.
Assinale a alternativa correta.
(A) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
(B) Somente as afirmativas II e III são corretas.
(C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
(D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
(E) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
COMENTÁRIO:
Não existe antítese nas expressões "maquina mercante" e
"drogas inúteis", pois ambas traduzem aspextos negativos da
Bahia daquela época, dominada pela l´gica mercantil: (" A ti
trocou-te a máquina mercante"), que beneficia o estrangeiro
ao invés de proteger o nacional: ("Deste em dar tanto açúcar
excelente/ pelas drogas inuteis"). Os versos 3 e 4 ("Pobre te
vejo a ti, tu a mi empenhado, /Rica te vejo eu já, tu a mi
abundante") enumeram características do eu lírico e da
própria cidade, o que contraria a afirmativa III. Assim, apenas I
e IV são corretas.
RESPOSTA: A
(Jorge Amado. Capitães da areia.)
12. (UNIFESP-2011) O emprego da figura de linguagem conhecida
como “prosopopeia” (ou “personificação”) põe mais em
evidência a principal razão pela qual Sem-Pernas é
estigmatizado. O trecho que contém essa figura é
(A) A perna coxa se recusava a ajudá-lo.
(B) Em cada canto estava um com uma borracha comprida.
(C) (…) depois, não sabe como, as lágrimas secaram.
(D) E a borracha zunia nas suas costas (…)
(E) Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela
hora.
COMENTÁRIO:
A prosopopeia ou personificação é uma figura de estilo que
consiste na atribuição de características próprias dos seres
14. (COPEVE) Palavras mal posicionadas na frase podem causar
ambiguidades. Indique a frase que não contém duplo sentido.
(A) Eles conversavam sobre o barco.
(B) Todos aplaudiam o espetáculo do corredor.
(C) O cachorro do meu vizinho morreu.
(D) Os policiais prenderam os bandidos da viatura.
4
(E) Os casos de
aumentando.
violência
dentro
da
escola
estão
Um homem, viajando sem destino, foi parar no velho Oeste. E
mais do que isso. Acabou de sentinela no forte de um general
americano. Um dia, ao raiar do sol, o homem descobre um
bando de índios que se aproximavam rapidamente do forte.
– General, general. Índios à vista!
O general, então, lá de dentro do forte, lhe pergunta:
– São amigos?
– Devem ser, general. Estão todos juntos.
COMENTÁRIO:
A única alternativa que não apresenta ambiguidade, ou seja,
uma dupla interpretação é a letra E, pois as palavras foram
bem posicionadas e estão em sentido denotativo da
linguagem.
RESPOSTA: E
Ziraldo. As melhores anedotas do mundo. Rio de Janeiro: Globo,
1988. (adaptado)
17. A ambiguidade (ou seja, o duplo sentido) aqui é estilística: é
nela que reside o humor do texto. A frase responsável pelo
duplo sentido da anedota de Ziraldo é:
(A) “São amigos?”
(B) “Devem ser, general.”
(C) “Estão todos juntos.”
(D) “Índios à vista!”
(E) “bando de índios que se aproximavam rapidamente do
forte.
COMENTÁRIO:
a ambiguidade está na expressão “São amigos?”, porque ela
pode ser entendida como “amigos do general” ou “amigos
deles próprios”.
RESPOSTA:A
“Já fui loura, já fui morena
Já fui margarida e Beatriz
Já fui Maria e Madalena.”
(Cecília Meireles)
15. O humor presente na charge decorre, principalmente:
(A) do texto não-verbal, já que o rico entrevistado é
retratado de forma irônica.
(B) do fato de o rico entrevistado ter entendido
erroneamente a pergunta do entrevistador.
(C) da ignorância do entrevistado rico em relação à vida dos
pobres.
(D) do modo como o entrevistador refere-se àqueles que têm
baixo poder aquisitivo.
(E) da ausência de proximidade entre os filhos do rico
entrevistado e as pessoas mais pobres.
COMENTÁRIO:
Resolução: O humor se estabeleceu, quando o entrevistador
fez a pergunta ao rico, que interpretou a expressão
“aproximação” de maneira denotativa.
RESPOSTA: B
16. Qual termo ou expressão é responsável pelo mal-entendido
ocorrido entre o entrevistador e o entrevistado?
(A) ricos
(B) pobres
(C) estão vendo
(D) aproximação
(E) sem problemas
“É preciso casar João
É preciso suportar Antonio
É preciso odiar Melquíades
É preciso substituir nós todos.
“Vejo os garotos da escola
Vejo os pés pretos e uns brancos.”
(Carlos D. de Andrade)
18. Observando as estrofes acima, constatamos que a figura de
linguagem que predomina é:
(A) metáfora
(B) gradação
(C) inversão
(D) anáfora
(E) silepse
COMENTÁRIO:
Anáfora consiste na repetição de palavras ou termos no início
dos versos ou das frases é o que acontece em todos os trechos
do poema.
RESPOSTA:D
19. (CEFET-CE) Nesta tirinha há a presença de:
COMENTÁRIO:
A resposta correta é letra D, já que o entrevistado entendeu o
termo “aproximação de maneira denotativa, isto é, no sentido
de chegar próximo.
RESPOSTA: D
(A) uma onomatopeia.
(B) uma antítese
(C) uma prosopopeia
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(D) um assíndeto
(E) um eufemismo
COMENTÁRIO:
Na alternativa B (em adevogados, há um barbarismo); em A, C,
D e E há solecismos (concluídos os relatórios, situada à em vez
de na, dados os resultados, faz vinte dias).
RESPOSTA: B
COMENTÁRIO:
Há palavras presentes na tira que se opõem semanticamente
“otimistas / pessimistas”, portanto, configura-se a antítese.
RESPOSTA: B
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas
20. (UEM) O humor da tira foi estabelecido, pela figura de
linguagem denominada
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
uma metonímia.
uma hipérbole
um paradoxo
uma ironia
um eufemismo
COMENTÁRIO:
O eufemismo consiste em amenizar uma informação
desagradável ou chocante. Foi o que aconteceu na tira.
RESPOSTA: E
Texto 1
23. Neste poema, há algumas figuras de linguagem. Abaixo, você
tem, de um lado, os versos e, do outro, o nome de uma dessas
figuras. Observe:
I. “Minhas mãos ainda estão molhadas / do azul das ondas
entreabertas” (sinestesia)
II. “e a cor que escorre dos meus dedos” (metonímia)
III. “o vento vem vindo de longe” (aliteração)
IV. “a noite se curva de frio” (personificação)
V. “e o meu navio chegue ao fundo / e o meu sonho
desapareça” (polissíndeto)
Considerando-se a relação verso/figura de linguagem, pode-se
afirmar que
(A) apenas I, II e III estão corretas.
(B) apenas I, III e IV estão corretas.
(C) apenas II está incorreta.
(D) apenas I, IV e V estão corretas.
(E) todas estão corretas
Texto 2
COMENTÁRIO:
I. A sinestesia configura-se pelo cruzamento das sensações
táctil (“mãos molhadas”) e visual (“de azul”).
II. Considerado o contexto do poema, há uma relação
metonímica entre “dedos” e “mãos”, com o primeiro
elemento representando uma parte do todo, que é o segundo.
Ainda que se tome o verso isoladamente, como a questão o
apresenta pode-se encontrar metonímia no termo “cor”, pois
não é uma “cor”, e sim, em sentido contíguo, uma “coisa
colorida”, que escorre pelos dedos (as ondas azuis do mar,
levando-se em conta a leitura da estrofe.
III. A repetição expressiva do fonema /v/, no verso, cria o
efeito da aliteração.
IV. A atribuição de valores humanos à noite que “se curva” e
sente “frio” faz que esta, semanticamente, seja personificada.
V. A sequência de conectivos (“e.../e...”) caracteriza o recurso
do polissíndeto.
RESPOSTA: E
MENEZES, Philadelpho. Poesia concreta e visual.São Paulo:
Ática, 1998
21. (UFMT) A palavra Chiclets (texto 1) é marca de uma goma de
mascar. Com o tempo, chiclets passou a designar qualquer
goma de mascar, processo que ocorreu também com a marca
Bom Bril. Esse recurso de alteração de sentido denomina-se:
(A) metonímia.
(B) metáfora.
(C) elipse.
(D) gradação.
(E) antítese
COMENTÁRIO:
Resolução: Esse processo citado no enunciado consiste numa
substituição de um termo por outro, havendo entre eles uma
relação de interdependência. Essa substituição que ocorreu
nos textos evidencia a figura de linguagem chamada
metonímia.
RESPOSTA: A
22. Dentre as frases a seguir, a única que NÃO contém solecismo
é:
(A) Concluído os relatórios, enviaram o material ao Diretor.
(B) Os adevogados desta empresa ganharam todas as causas.
(C) A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro está situada à
Rua Afonso Cavalcanti.
(D) Dado os resultados da última pesquisa, o grupo está
confiante.
(E) fazem vinte dias que ela chegou
24. Observe a frase:
“O vereador cumprimentou o deputado em seu gabinete.” A
frase apresenta:
(A) eco.
(B) barbarismo.
(C) cacofonia
(D) ambiguidade
(E) solecismo
COMENTÁRIO:
Ambiguidade, pois o gabinete é do vereador ou do deputado?
RESPOSTA: D
6
25. Assinale a opção em que ocorre inadequação no uso da
palavra (ou expressão) em destaque.
(A) Ela estava triste com algo, mas não disse o que a
magoava.
(B) Ela estava triste com algo, mas não disse o que.
(C) Você precisa exatamente de quê?
(D) Ninguém sabe dizer por que a violência só vem
aumentando.
(E) Não há soluções simplesmente porque não há problema
algum.
28. (G1 - ifal 2011) Dentre os destaques nos trechos abaixo,
apenas um não sofreu alteração com as novas regras
ortográficas da língua portuguesa. Qual?
(A) “A China impediu, nesta segunda-feira, um encontro
entre autoridades europeias e Liu Xia, ...”
(Gazeta do Povo, 12 out. 2010)
(B) “Abdullah Gul, o presidente turco, diz que, ao mesmo
tempo que a Turquia continua sendo parte do Ocidente,
é cada vez mais influente no Oriente Médio...”
(Revista Época, 07 out. 2010)
(C) “Com a viabilização desses voos para março e abril,
vamos tentar captar outros para o verão europeu, ...”
COMENTÁRIO:
Ela estava triste com algo, mas não disse o quê. A palavra
“que” quando próxima a sinal de pontuação adquire carga
tônica e, de acordo com o padrão ortográfico, deve ser
acentuada.
RESPOSTA: B
(Gazeta de Alagoas, 04 mar. 2010)
(D) “O Brasil está, mais uma vez, inundado de moeda
estrangeira. O valor do dólar ante o real não para de
cair.”
(Jornal O Campista, 19 out. 2010)
(E) “Conforme o definido pelos sindicalistas, a garantia para
o autoatendimento entraria como parte dos 30% de
serviços essenciais previstos em lei.”
26. Assinale a única opção que apresenta erro de grafia:
(A) Isso aconteceu agora há pouco.
(B) Ela chegará daqui há pouco.
(C) O hotel fica a poucos quilômetros do aeroporto.
(D) Há muita gente que não acredita no projeto.
(E) Há muitos anos que não nos vemos.
(Gazeta de Alagoas, 29 set. 2010)
COMENTÁRIO:
Os termos “europeias”, “voos”, “para” e “autoentendimento” sofreram modificações de acordo com as
novas regras ortográficas e encontram-se perfeitamente
representadas em a), c) d) e e). O trema foi abolido, exceto
em nomes próprios estrangeiros e seus derivados, como
acontece em b).
RESPOSTA: B
COMENTÁRIO:
A é indicado para tempo futuro. Sendo a frase: Ela chegará
daqui a pouco.
RESPOSTA: B
27. Observe a propaganda abaixo
29. (Insper 2011) Levando em conta as informações do primeiro
quadrinho, identifique a alternativa que apresenta a palavra
que também sofreu alterações na acentuação gráfica devido à
regra mencionada.
O recurso estilístico utilizado na propaganda que marca a
transição de um status social para outro é a
(A) Metáfora
(B) Metonímia
(C) Catacrese
(D) Gradação
(E) Anáfora
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
COMENTÁRIO:
A transição mostrada na propaganda ocorre de maneira
ascendente, isso configura a ocorrência da gradação.
RESPOSTA: D
plateia
heroico
gratuito
baiuca
caiu
COMENTÁRIO:
A única palavra que obedece ao padrão estabelecido no
primeiro quadrinho da tira é “baiuca”, já que o U é tônico a
antecedido por ditongo.
RESPOSTA: D
7
Quando a rede vira um vício
Com o titulo "Preciso de ajuda", fez-se um desabafo aos
integrantes da comunidade Viciados em Internet Anônimos: "Estou
muito dependente da web, Não consigo mais viver normalmente.
Isso é muito sério". Logo obteve resposta de um colega de rede.
"Estou na mesma situação. Hoje, praticamente vivo em frente ao
computador. Preciso de ajuda." Odiálogo dá a dimensão do
tormento provocado pela dependência em Internet, um mal que
começa a ganhar relevo estatístico, à medida que o uso da própria
rede se dissemina. Segundo pesquisas recém-conduzidas pelo
Centro de Recuperação para Dependência de Internet, nos Estados
Unidos, a parcela de viciados representa, nos vários países
estudados, de 5% (como no Brasil) a 10% dos que usam a web —
com concentração na faixa dos 15 aos 29 anos. Os estragos são
enormes. Como ocorre com um viciado em álcool ou em drogas, o
doente desenvolve uma tolerância que, nesse caso, o faz ficar online por uma eternidade sem se dar conta do exagero. Ele também
sofre de constantes crises de abstinência quando está
desconectado, e seu desempenho nas tarefas de natureza
intelectual despenca. Diante da tela do computador, vive, aí sim,
momentos de rara euforia. Conclui uma psicóloga americana: "O
viciado em internet vai, aos poucos, perdendo os elos com o
mundo real até desembocar num universo paralelo — e
completamente virtual".
Não é fácil detectar o momento em que alguém deixa de fazer
uso saudável e produtivo da rede para estabelecer com ela uma
relação doentia, como a que se revela nas histórias relatadas ao
longo desta reportagem. Em todos os casos, a internet era apenas
"útil" ou "divertida" e foi ganhando um espaço central, a ponto de
a vida longe da rede ser descrita agora como sem sentido.
Mudança tão drástica se deu sem que os pais atentassem para a
gravidade do que ocorria. "Como a internet faz parte do dia a dia
dos adolescentes e o isolamento é um comportamento típico dessa
fase da vida, a família raramente detecta o problema antes de ele
ter fugido ao controle", diz um psiquiatra. A ciência, por sua vez, já
tem bem mapeados os primeiros sintomas da doença. De saída, o
tempo na internet aumenta — até culminar, pasme-se, numa
rotina de catorze horas diárias, de acordo com o estudo americano.
As situações vividas na rede passam, então, a habitar mais e mais
as conversas. É típico o aparecimento de olheiras profundas e ainda
um ganho de peso relevante, resultado da frequente troca de
refeições por sanduíches — que prescindem de talheres e liberam
uma das mãos para o teclado. Gradativamente, a vida social vai se
extinguindo. Alerta outra psicóloga: "Se a pessoa começa a ter mais
amigos na rede do que fora dela, é um sinal claro de que as coisas
não vão bem".
Os jovens são, de longe, os mais propensos a extrapolar o uso
da internet. Há uma razão estatística para isso — eles respondem
por até 90% dos que navegam na rede, a maior fatia —, mas pesa
também uma explicação de fundo mais psicológico, à qual uma
recente pesquisa lança luz. Algo como 10% dos entrevistados
(viciados ou não) chegam a atribuir à internet uma maneira de
"aliviar os sentimentos negativos", tão típicos de uma etapa em
que afloram tantas angústias e conflitos. Na rede, os adolescentes
sentem-se ainda mais à vontade para expor suas ideias. Diz um
outro psiquiatra: "Num momento em que a própria personalidade
está por se definir, a internet proporciona um ambiente favorável
para que eles se expressem livremente". No perfil daquela minoria
que, mais tarde, resvala no vicio se vê, em geral, uma combinação
de baixa autoestima com intolerância à frustração. Cerca de 50%
deles, inclusive, sofrem de depressão, fobia social ou algum
transtorno de ansiedade. É nesse cenário que os múltiplos usos da
rede ganham um valor distorcido. Entre os que já têm o vicio, a
maior adoração é pelas redes de relacionamento e pelos jogos online, sobretudo por aqueles em que não existe noção de começo,
meio ou fim.
Desde 1996, quando se consolidou o primeiro estudo de
relevo sobre o tema, nos Estados Unidos, a dependência em
internet é reconhecida — e tratada — como uma doença. Surgiram
grupos especializados por toda parte. "Muita gente que procura
ajuda ainda resiste à ideia de que essa é uma doença", conta um
psicólogo. O prognóstico é bom: em dezoito semanas de sessões
individuais e em grupo, 80% voltam a niveis aceitáveis de uso da
internet. Não seria factível, tampouco desejável, que se
mantivessem totalmente distantes dela, como se espera, por
exemplo, de um alcoólatra em relação à bebida. Com a rede, afinal,
descortina-se uma nova dimensão de acesso às informações, à
produção de conhecimento e ao próprio lazer, dos quais, em
sociedades modernas, não faz sentido se privar. Toda a questão
gira em torno da dose ideal, sobre a qual já existe um consenso
acerca do razoável: até duas horas diárias, no caso de crianças e
adolescentes. Quanto antes a ideia do limite for sedimentada,
melhor. Na avaliação de uma das psicólogas, "Os pais não devem
temer o computador, mas, sim, orientar os filhos sobre como usálo de forma útil e saudável". Desse modo, reduz-se drasticamente a
possibilidade de que, no futuro, eles enfrentem o drama vivido
hoje pelos jovens viciados.
Silvia Rogar e João Figueiredo, Veja, 24 de março de 2010.
Adaptado.
30. (G1 - col.naval 2011) Marque a opção cuja grafia de todas as
palavras está correta.
(A) Um sinal claro de nossa evazão social é termos mais
amigos na rede do que fora dela.
(B) A proposta do texto não parece estravagante. Há, de
certa forma, a necessidade de se chegar a uma dose ideal
no uso da internet.
(C) Se uma vida mais consciente nos restitui a quase extinta
vida social, que empecilhos mais fortes nos impediriam
de desfrutá-la?
(D) O fato de a dependência em internet ser uma doença não
exclue, é obvio, o empenho de encorporarmos formas
razoáveis de utilização da web.
(E) Quem vive de forma mais displiscente não é capaz de
perceber a drástica situação vivida pelos jovens na era
digital. Mas aquele que atribue importância a essa
realidade procura analisar tudo com cuidado.
COMENTÁRIO:
letra C. “Evasão”, “extravagante”, “exclui” deveriam substituir
as palavras cuja grafia está incorreta em a), b) e c), assim
como em e), “displicente” e “atribui”.
RESPOSTA: C
LITERATURA
31. (Ufpr 2012) Considerando a poesia de Gregório de Matos e o
momento literário em que sua obra se insere, avalie as
seguintes afirmativas:
I. Apresentando a luta do homem no embate entre a carne
e o espírito, a terra e o céu, o presente e a eternidade, os
poemas religiosos do autor correspondem à sensibilidade
da época e encontram paralelo na obra de um seu
contemporâneo, Padre Antônio Vieira.
II. Os poemas erótico-irônicos são um exemplo da
versatilidade do poeta, mas não são representativos da
melhor poesia do autor, por não apresentarem a mesma
sofisticação e riqueza de recursos poéticos que os
poemas líricos ou religiosos apresentam.
III. Como bom exemplo da poesia barroca, a poesia do autor
incrementa e exagera alguns recursos poéticos, deixando
sua linguagem mais rebuscada e enredada pelo uso de
figuras de linguagem raras e de resultados tortuosos.
8
IV. A presença do elemento mulato nessa poesia resgata
para a literatura uma dimensão social problemática da
sociedade baiana da época: num país de escravos, o
mestiço é um ser em conflito, vítima e algoz em uma
sociedade violentamente desigual.
Assinale a alternativa correta.
(A) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
(B) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
(C) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
(D) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
(E) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
COMENTÁRIO:
A obra de Gregório de Matos está vinculada ao movimento
literário do Barroco, estilo que expressa atitudes
contraditórias do autor perante o mundo, a vida, os
sentimentos e ele mesmo. O homem vê-se colocado entre o
céu e a terra, consciente de sua grandeza, mas atormentado
pela ideia de pecado e, nesse dilema, busca a salvação, como
sugere a opção [A].
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
TEXTO
Senhora Dona Bahia,
nobre e opulenta cidade,
madrasta dos naturais,
e dos estrangeiros madre:
COMENTÁRIO:
Apenas a afirmativa 2 é incorreta, pois a poesia erótico-irônica
de Gregório de Matos apresenta a mesma riqueza de recursos
que a utilizada em poemas líricos ou religiosos.
RESPOSTA: C
Dizei-me por vida vossa
em que fundais o ditame
de exaltar os que aqui vêm,
e abater os que aqui nascem?
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa alta piedade me despido,
Porque, quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se o fazeis pelo interesse
de que os estranhos vos gabem,
isso os paisanos fariam
com conhecidas vantagens.
Gregório de Matos, “A Jesus Cristo Nosso Senhor”
Observação:
hei pecado = tenho pecado
delinquido = agido de modo errado
E suposto que os louvores
em boca própria não valem,
se tem força esta sentença,
mor força terá a verdade.
32. (Mackenzie 2012) Na estrofe, o poeta
(A) dirige-se ao Senhor para confessar os pecados e submetese à penitência para obter a redenção espiritual.
(B) invoca Deus para manifestar, com muito respeito e
humildade, a intenção de não mais pecar.
(C) estabelece um diálogo de igual para igual com a
divindade, sugerindo sua pretensão de livrar-se do
castigo e da piedade de Deus.
(D) confessa-se pecador e expressa a convicção de que será
abençoado com a graça divina.
(E) arrepende-se dos pecados cometidos, acreditando que,
assim, terá assegurada a salvação da alma.
O certo é, pátria minha,
que fostes terra de alarves,
e inda os ressábios vos duram
desse tempo e dessa idade.
Haverá duzentos anos,
nem tantos podem contar-se,
que éreis uma aldeia pobre
e hoje sois rica cidade.
Então vos pisavam índios,
e vos habitavam cafres,
hoje chispais fidalguias,
arrojando personagens.
COMENTÁRIO:
Nos dois primeiros versos, o eu lírico reconhece-se pecador e
inicia a exposição da tese de que, mesmo assim, será
abençoado com a graça divina, como se afirma em [D]. Nos
dois últimos, surpreende com a aparente contradição de que
quanto maior for o grau dos delitos, maior será a disposição
de Deus em perdoar-lhe.
RESPOSTA: D
33. (Mackenzie 2012) É traço relevante na caracterização do
estilo de época a que pertence o texto:
(A) a progressão temática que constrói forças de tensão
entre pecado e salvação.
(B) a linguagem musical que sugere os enigmas do mundo
onírico do poeta.
(C) os aspectos formais, como métrica, cadência e esquema
rímico, que refletem o desequilíbrio emocional do eu
lírico.
(D) a fé incondicional nos desígnios de Deus, única via para o
conhecimento verdadeiro e redentor.
(E) a força argumentativa de uma poesia com marcas
exclusivas de ideais antropocêntricos.
Nota: entenda-se “Bahia” como cidade.
Gregório de Matos
Vocabulário

alarves - que ou quem é rústico, abrutado, grosseiro,
ignorante; que ou o que é tolo, parvo, estúpido.

ressábios - sabor; gosto que se tem depois.

cafres - indivíduo de raça negra.
34. (Uff 2011) Todas as afirmativas sobre a construção estética ou
a produção textual do poema de Gregório de Matos (Texto)
estão adequadas, EXCETO uma. Assinale-a.
(A) Existem antíteses, características de textos no período
barroco.
(B) Há uma personificação, pois a Bahia, ser inanimado, é
tratada como ser vivo.
(C) A ausência de métrica aproxima o poema do
Modernismo.
(D) O eu lírico usa o vocativo, transformando a Bahia em sua
interlocutora.
9
(E) Há diferença de tratamento para os habitantes locais e os
estrangeiros.
IV. Na quarta estrofe, o eu lírico conclui que a lamentável
situação da Bahia está em conformidade com a vontade
divina.
COMENTÁRIO:
O poema apresenta métrica regular através do uso de versos
heptassilábicos, ou redondilhos maiores, o que invalida a
afirmação da opção c). Existem antíteses (“madre” X
“madrasta”, “exaltar”X“abater”, ”aldeia pobre”X”rica cidade”)
que expressam o dualismo do estilo barroco, a Bahia é
personificada através do vocativo e interpelada pelo eu lírico
[“Senhora Dona Bahia”(...) “Dizei-me por vida vossa”] e o tema
apresenta forte crítica à desigualdade de tratamento para os
estrangeiros e habitantes locais.
RESPOSTA: C
35. (Uff 2011) Identifique a alternativa em que o pronome
sublinhado retoma e sintetiza, na progressão textual, um
enunciado anteriormente expresso.
(A) Dizei-me por vida vossa em que fundais o ditame (versos
5,6)
(B) de exaltar os que aqui vêm, e abater os que aqui nascem?
(versos 7,8)
(C) Se o fazeis pelo interesse de que os estranhos vos gabem,
(versos 9,10)
(D) isso os paisanos fariam com conhecidas vantagens.
(versos 11,12)
(E) O certo é, pátria minha, que fostes terra de alarves,
(versos 17,18)
COMENTÁRIO:
O pronome demonstrativo “isso” refere-se à expressão
mencionada anteriormente “interesse de que os estranhos vos
gabem”.
RESPOSTA: D
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
1Triste Bahia! Oh quão dessemelhante
2 Estás, e estou do nosso antigo estado!
3 Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
4 Rica te vejo eu já, tu a mi abundante.
Assinale a alternativa correta.
(A) Somente as afirmativas I e II são corretas.
(B) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
(C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
(D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
(E) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
COMENTÁRIO:
A expressão “Oh se quisera Deus” sugere exatamente o
contrário do que se afirma em IV, pois revela o desejo de
castigo divino, uma imprecação, perante os descalabros
morais e políticos pelos quais a Bahia da época era também
responsável. Esta situação contrasta com a da Bahia de
antigamente, saudada nostalgicamente no primeiro verso
(“Triste Bahia!”) e guardada na recordação do eu lírico,
contraste evidente no par de adjetivos “excelente/inútil”,
definidor das duas épocas em questão. Assim, apenas I, II e III
são corretas.
RESPOSTA: D
37. (Uel 2011) Sobre figuras de linguagem no poema, considere
as afirmativas a seguir.
I. A descrição do eu lírico e da Bahia configura uma antítese
entre o estado antigo e o atual de ambos.
II. A antítese é verificada na oposição entre as expressões
“máquina mercante” e “drogas inúteis”, embora ambas
se refiram à Bahia.
III. Os versos 3 e 4 são exemplos do papel relevante da
gradação no conjunto do poema, pois enumeram estados
de espírito do eu lírico.
IV. Os versos “Um dia amanheceras tão sisuda / Que fora de
algodão o teu capote!” configuram exemplos de
personificação e metáfora, respectivamente.
Assinale a alternativa correta.
(A) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
(B) Somente as afirmativas II e III são corretas.
(C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
(D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
(E) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
5 A ti trocou-te a máquina mercante,
6 Que em tua larga barra tem entrado,
7 A mim foi-me trocando, e tem trocado
8 Tanto negócio, e tanto negociante.
COMENTÁRIO:
Não existe antítese nas expressões “máquina mercante” e
“drogas inúteis”, pois ambas traduzem aspectos negativos da
Bahia daquela época, dominada pela lógica mercantil: (“A ti
trocou-te a máquina mercante”), que beneficia o estrangeiro
ao invés de proteger o nacional: (“Deste em dar tanto açúcar
excelente/ pelas drogas inúteis”). Os versos 3 e 4 (“Pobre te
vejo a ti, tu a mi empenhado,/Rica te vejo eu já, tu a mi
abundante”) enumeram características do eu lírico e da
própria cidade, o que contraria a afirmativa III. Assim, apenas I
e IV são corretas.
RESPOSTA: A
9 Deste em dar tanto açúcar excelente
10 Pelas drogas inúteis, que abelhuda
11 Simples aceitas do sagaz Brichote.
12 Oh se quisera Deus, que de repente
13 Um dia amanheceras tão sisuda
14 Que fora de algodão o teu capote!
(MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas. 3. ed. São Paulo: FTD, 1998. p.
141.)
36. (Uel 2011) No que diz respeito à relação entre o eu lírico e a
Bahia, considere as afirmativas a seguir.
I. Na primeira estrofe, o eu lírico identifica-se com a Bahia,
pois ambos sofrem a perda de um antigo estado.
II. Na primeira estrofe, a Bahia aparece personificada, fato
confirmado no momento em que ela e o eu lírico se
olham.
III. Na terceira estrofe, constata-se que a Bahia não está
isenta da culpa pela perda de seu antigo estado.
38. (Unesp 2010)
A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
(...)
Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
10
E eis aqui a Cidade da Bahia.
(Gregório de Matos. “Descreve o que era realmente naquelle tempo
a cidade da Bahia de mais enredada por menos confusa”. In:
Obra poética (org. James Amado), 1990.)
O poema, escrito por Gregório de Matos no século XVII,
(A) representa, de maneira satírica, os governantes e a
desonestidade na Bahia colonial.
(B) critica a colonização portuguesa e defende, de forma
nativista, a independência brasileira.
(C) tem inspiração neoclássica e denuncia os problemas de
moradia na capital baiana.
(D) revela a identidade brasileira, preocupação constante do
modernismo literário.
(E) valoriza os aspectos formais da construção poética
parnasiana e aproveita para criticar o governo.
COMENTARIOS:
Comentário de História: O poema denuncia os governantes e
os mercadores usurários, que abusam do poder e dos
privilégios que possuem, como representantes diretos da
metrópole. Pode ser compreendido como expressão do
nativismo, que antecede a defesa da independência colonial.
Comentário de Literatura: Gregório de Matos, autor inserido
no Barroco brasileiro (1601- 1768), não poderia apresentar
características neoclássicas típicas do estilo subsequente, o
Aracadismo (1768- 1836), muito menos valorizar a estética
parnasiana do final do século XIX ou desenvolver temática
típica do Modernismo brasileiro das primeiras décadas do
século XX, o que invalida as opções c), d) e e). Embora a
preocupação do texto seja claramente a de satirizar a situação
em que na época se encontrava a cidade da Bahia, não se
pode afirmar que o texto faça apologia da independência
brasileira, como é afirmado em b).
RESPOSTA: A
40. (G1 - ifsp 2012) Pode-se afirmar que se destaca no poema
(A) o racionalismo, característica do Barroco.
(B) o conceptismo, característica do Arcadismo.
(C) o cultismo, característica do Barroco.
(D) o teocentrismo, característica do Barroco.
(E) o pastoralismo, característica do Arcadismo.
COMENTARIO:
O Arcadismo, escola literária surgida na Europa no século XVIII
e, por isso, também denominada setecentismo ou
neoclassicismo, valoriza a vida simples, bucólica e pastoril
(locus ameonus), refúgio para quem sentia a opressão dos
centros urbanos dominados pelo regime do absolutismo
monárquico.
RESPOSTA: E
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 5 QUESTÕES:
Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810).
18
Não vês aquele velho respeitável,
que à muleta encostado,
apenas mal se move e mal se arrasta?
Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo,
o tempo arrebatado,
que o mesmo bronze gasta!
Enrugaram-se as faces e perderam
seus olhos a viveza:
voltou-se o seu cabelo em branca neve;
já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo,
nem tem uma beleza
das belezas que teve.
Assim também serei, minha Marília,
daqui a poucos anos,
que o ímpio tempo para todos corre.
Os dentes cairão e os meus cabelos.
Ah! sentirei os danos,
que evita só quem morre.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelo e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha estrela!
Mas sempre passarei uma velhice
muito menos penosa.
Não trarei a muleta carregada,
descansarei o já vergado corpo
na tua mão piedosa,
na tua mão nevada.
(fredb.sites.uol.com.br/lusdecam.htm, adaptado)
As frias tardes, em que negra nuvem
os chuveiros não lance,
irei contigo ao prado florescente:
aqui me buscarás um sítio ameno,
onde os membros descanse,
e ao brando sol me aquente.
39. (G1 - ifsp 2012) A análise do trecho permite afirmar que o eu
lírico
(A) valoriza os trajes ricos da cidade.
(B) despreza a vida humilde.
(C) manifesta preocupação religiosa.
(D) valoriza os benefícios de sua vida no campo.
(E) apresenta a vida na cidade como mais desejável do que a
vida no campo.
Apenas me sentar, então, movendo
os olhos por aquela
vistosa parte, que ficar fronteira,
apontando direi: — Ali falamos,
ali, ó minha bela,
te vi a vez primeira.
COMENTARIO
O eu lírico dirige-se à mulher objeto da sua afeição e enumeralhe as razões pelas quais se considera uma pessoa de sorte: ter
boa aparência e ser dono de uma propriedade rural que lhe dá
boas rendas. Assim, depreende-se que o eu lírico valoriza os
benefícios da vida no campo, como se afirma em [D].
RESPOSTA: D
Verterão os meus olhos duas fontes,
nascidas de alegria;
farão teus olhos ternos outro tanto;
então darei, Marília, frios beijos
na mão formosa e pia,
11
que me limpar o pranto.
Assim irá, Marília, docemente
meu corpo suportando
do tempo desumano a dura guerra.
Contente morrerei, por ser Marília
quem, sentida, chorando
meus baços olhos cerra.
(Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais poesias. Lisboa: Livraria
Sá da Costa Editora, 1982.)
41. (Unesp 2012) Marque a alternativa em que o verso apresenta
acento tônico na segunda e na sexta sílabas:
(A) o tempo arrebatado.
(B) das belezas que teve.
(C) daqui a poucos anos.
(D) e ao brando sol me aquente.
(E) na mão formosa e pia.
COMENTARIO:
No verso “o tempo arrebatado”, a acentuação recai sobre a
segunda e sexta sílabas, pois os termos “tempo” e
“arrebatado” são paroxítonos: o/- tem/- po ar/- re/- ba/- ta-/
(do).
RESPOSTA: A
42. (Unesp 2012) No conteúdo da quinta estrofe do poema
encontramos uma das características mais marcantes do
Arcadismo:
(A) paisagem bucólica.
(B) pessimismo irônico.
(C) conflito dos elementos naturais.
(D) filosofia moral.
(E) desencanto com o amor.
COMENTARIO:
Expressões como “prado florescente”, “sítio ameno” e
“brando sol” reproduzem o cenário idílico característico da
poesia árcade. Inspirados na frase fugere urbem (fugir da
cidade), do escritor latino Horácio, os autores árcades
voltavam-se para a natureza em busca de uma vida simples,
bucólica, pastoril, do locus amoenus (refúgio ameno).
RESPOSTA: A
43. (Unesp 2012) Observe os seguintes vocábulos extraídos da
sétima estrofe do poema:
I. ternos.
II. frios.
III. pia.
IV. pranto.
As palavras que aparecem na estrofe como adjetivos estão
contidas apenas em:
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) I, II e III.
(D) I, II e IV.
(E) II, III e IV.
COMENTARIO:
Os termos “ternos”, “frios” e “pia” são adjetivos, pois
caracterizam os substantivos “olhos”, “beijos” e “mãos”,
respectivamente, enquanto a palavra “pranto” configura um
substantivo, pois designa um ser.
RESPOSTA: C
44. (Unesp 2012) A leitura atenta deste poema do livro Marília de
Dirceu revela que o eu lírico
(A) sente total desânimo perante a existência e os
sentimentos.
(B) aceita com resignação a velhice e a morte amenizadas
pelo amor.
(C) está em crise existencial e não acredita na durabilidade
do amor.
(D) protesta ao Criador pela precariedade da existência
humana.
(E) não aceita de nenhum modo o envelhecimento e prefere
morrer ainda jovem.
COMENTARIO:
Em vários momentos, o eu lírico confessa-se resignado com a
aproximação da velhice e inevitabilidade da morte, momentos
que serão amenizados pela presença e amor de Marília.
RESPOSTA: B
45. (Unesp 2012) Assinale a alternativa que indica a ordem em
que os versos de dez e de seis sílabas se sucedem nas oito
estrofes do poema.
(A) 6, 10, 6, 6, 10, 10.
(B) 10, 6, 10, 10, 6, 6.
(C) 10, 10, 6, 10, 6, 6.
(D) 10, 6, 10, 6, 10, 6.
(E) 6, 10, 6, 10, 6, 6.
COMENTARIO:
A alternativa [B] apresenta a ordem em que os versos de dez e
seis sílabas se sucedem nas estrofes do poema, conforme
exemplificado no excerto abaixo.
Não /vês /a/que/le /ve/lho /res/pei/tá/ (vel) -10
que à /mu/le/ta en/cos/ta/ (do) -6
a/pe/nas/ mal /se /mo/ve e /mal /se ar/ras/(ta) -10
Oh!/quan/to es/tra/go /não /lhe /fez/ o /tem/(po) -10
o /tem/po ar/re/ba/ta/(do) - 6
que o /mês/mo /bron/ze /gas/(ta)-6
RESPOSTA: B
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:
Leia o texto a seguir e responda à questão.
Lira 83
Que diversas que são, Marília, as horas,
que passo na masmorra imunda e feia,
dessas horas felizes, já passadas
na tua pátria aldeia!
Então eu me ajuntava com Glauceste;
e à sombra de alto cedro na campina
eu versos te compunha, e ele os compunha
à sua cara Eulina.
Cada qual o seu canto aos astros leva;
de exceder um ao outro qualquer trata;
o eco agora diz: Marília terna;
e logo: Eulina ingrata.
Deixam os mesmos sátiros as grutas:
um para nós ligeiro move os passos,
ouve-nos de mais perto, e faz a flauta
cos pés em mil pedaços.
— Dirceu — clama um pastor — ah! bem merece
da cândida Marília a formosura.
12
E aonde — clama o outro — quer Eulina
achar maior ventura?
Nenhum pastor cuidava do rebanho,
enquanto em nós durava esta porfia;
e ela, ó minha amada, só findava
depois de acabar-se o dia.
À noite te escrevia na cabana
os versos, que de tarde havia feito;
mal tos dava e os lia, os guardavas
no casto e branco peito.
Beijando os dedos dessa mão formosa,
banhados com as lágrimas do gosto,
jurava não cantar mais outras graças
que as graças do teu rosto.
vale mais que os doces versos/a voz do triste pranto”). Assim,
são incorretas as afirmativas I e IV
RESPOSTA: B
47. (Uel 2010) O ideal horaciano da “áurea mediocridade”, tão
cultivado pelos poetas árcades, faz-se presente pelo registro
(A) de uma existência em contato com seres míticos, como é
o caso dos sátiros.
(B) de uma vida raciocinante expressa por meio de
linguagem elaborada mefaforicamente.
(C) da aceitação obstinada dos reveses da vida impostos pela
política.
(D) do prazer suscitado pelas situações difíceis a serem
disciplinadamente encaradas.
(E) de uma vida tranquila e amorosa em contato com a
natureza sempre amena.
COMENTARIO:
O Arcadismo opõe-se aos exageros e rebuscamentos do
Barroco, expresso pela expressão latina "inutilia truncat"
("cortar o inútil"). O ideal horaciano da “áurea mediocridade”
simboliza a valorização de uma vida tranquila, o cotidiano
simples orientado pela razão, o amor idílico em ambiente
bucólico.
RESPOSTA: E
Ainda não quebrei o juramento;
eu agora, Marília, não as canto;
mas inda vale mais que os doces versos
a voz do triste pranto.
(GONZAGA, T. A. Marília de Dirceu & Cartas Chilenas. São Paulo: Ática,
1997. p. 126-127.)
46. (Uel 2010) Com base no poema de Tomás Antônio Gonzaga,
considere as afirmativas a seguir:
I. Na primeira estrofe do poema, o eu-lírico coloca lado a
lado sua situação de prisioneiro político no presente da
elaboração do poema e sua situação de estrangeiro no
passado vivido em ambiente urbano.
II. Na quinta estrofe do poema, há o registro da “porfia”, ou
seja, da disputa obstinada efetivada por meio de
palavras, de dois pastores: Dirceu (Tomás Antônio
Gonzaga) e Glauceste (Cláudio Manuel da Costa).
III. Nas estrofes de números 7 e 8, depara-se o leitor com
ambiente distinto daquele compartilhado com Glauceste,
pois agora o ambiente é fechado e restrito ao convívio
com a mulher amada.
IV. Na última estrofe do poema, o eu-lírico afirma continuar
cantando as graças de outros rostos, embora só consiga
sentir o ambiente fétido e repugnante da prisão.
Assinale a alternativa correta.
(A) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
(B) Somente as afirmativas II e III são corretas.
(C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
(D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
(E) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
COMENTARIO:
A 2ª parte da obra Liras de Marília de Dirceu, a que pertence a
Lira 83, foi escrita na prisão da ilha das Cobras. Os poemas
exprimem a solidão, a saudade e o temor do futuro de Dirceu.
Na primeira estrofe, o eu lírico, em tom confessional pleno de
pessimismo, dirige-se à amada e informa-a da sua situação de
prisioneiro em um ambiente contrastante com as paisagens
bucólicas em que, no passado, haviam transcorrido os seus
encontros (“dessas horas felizes, já passadas/na tua pátria
aldeia!”).
Na última estrofe, o eu lírico confirma o juramento que havia
feito na anterior (“jurava não cantar mais outras graças/que as
graças do teu rosto”). Apenas constata que a alegria do
passado vivido com ela é substituída pelatristeza da sua
condição de prisioneiro, sensação sugerida pela antítese
“canto”X”pranto” (“eu agora, Marília, não as canto;/mas inda
48. (Uel 2010) Assinale a alternativa que enumera corretamente
as características do Arcadismo brasileiro presentes no poema
de Tomás Antônio Gonzaga.
(A) A presença do ambiente rústico; a transmissão da palavra
poética ao autor; a celebração da vida familiar; a
engenhosa elaboração pictórica do poema de maneira a
dominarem as figuras de linguagem.
(B) A presença do ambiente nacional; a supressão da palavra
poética; a celebração da vida familiar; a construção
pictórica do poema de maneira a dominarem as figuras
de linguagem.
(C) A presença do ambiente urbano; a transmissão da
palavra poética ao autor; a celebração da vida rústica; a
elaboração predominantemente hiperbólica do poema.
(D) A presença de ambiente bucólico; a delegação da palavra
poética a um pastor; a celebração da vida simples; a
clareza, a lógica e a simplicidade na construção do
poema.
(E) A presença do ambiente nacional; a delegação da palavra
poética a um pastor; a celebração da vida em sociedade;
a construção racional do poema enfatizando o decoro e a
discrição.
COMENTARIO:
Tomás Antônio Gonzaga, autor dos mais significativos poemas
do arcadismo luso-brasileiro, expressa suas vivências em uma
trajetória que abrange o período vivido em Vila Rica, Minas
Gerais, e sua reclusão na ilha das Cobras, Rio de Janeiro. A
construção do poema em versos redondilhos menores ou em
decassílabos quebrados, a linguagem simples, a referência
constante a ambientes bucólicos, em que o eu lírico se
mimetiza com a figura de um pastor, são típicas do Arcadismo.
RESPOSTA: D
É a vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.
Gregório de Matos
13
Observação:
1. lisonjeada: envaidecida
2. airosa: elegante
3. presumida: convencida
_____________I______________ so much more to Japanese
cuisine than the sushi that’s so popular today. The simple and
delicate flavors of sauce, miso, sake and mirin (sweet rice
wine) abound in styles of cooking that range from yakitori (in
which ingredients are grilled) to tempura (in which
ingredients are dipped in batter and lightly fried to a delicate
crisp). Since flavor and aesthetics are of great importance in
Japanese cooking, well-prepared Japanese dishes are both
______________II______________and
______________III______________, a real treat for stomach
and the eye.
49. (MACKENZIE-2011) Na estrofe, o poeta
(A) dirige-se a seu interlocutor com o objetivo de caracterizar
um sentimento muito comum entre os homens,
concretizando-o expressivamente por meio de linguagem
metafórica.
(B) alerta Fábio acerca dos perigos da ambição humana,
utilizando-se de processo metonímico: imagens de brilho
e luz são usadas para representar a riqueza.
(C) chama a atenção do leitor para os pecados mundanos
mais comuns, como vaidade, ambição e luxúria, valendose de linguagem rica em analogias e requintes lexicais.
(D) dirige-se ao amigo a fim de exaltar os prazeres da vida,
representados em seu discurso por metáforas antitéticas
e paradoxais.
(E) descreve conotativamente o seu interlocutor, deixando
implícito seu juízo de valor negativo com relação ao
comportamento vaidoso de Fábio.
COMENTARIO:
Neste soneto, o eu lirico enuncia uma advertência moral
contra a vaidade, associando-a, metaforicamente, à imagem
da rosa. Assim como a flor, estimulada pela luz ("da manhã
lisonjeada"), brota ("rompe airosa") e desabrocha ("púrpuras
[pétalas] arrasta presumida"), assim também o homem
vaidoso, uma vez elogiado, eleva-se ambicioso e exibe-se
convencido.
RESPOSTA: A
50. (VUNESP) Considerado o “mais árcade” dos poetas brasileiros
do fim do século XVIII, ele realizou plenamente o ideal áurea
mediocritas (áurea mediana): Dirceu, o pastor, louvou a vida
campestre e a simplicidade; elevou a mulher à categoria de
musa inspiradora constante – como foi comum no
Neoclassicismo europeu – e defendeu a utópica superioridade
do homem natural. O poeta a que se refere o trecho acima é:
(A) Cláudio Manuel da Costa
(B) Castro Alves
(C) Casimiro de Abreu
(D) Tomás Antônio Gonzaga
(E) Gonçalves Dias
COMENTARIO:
Tomás Antônio Gonzaga, o Dirceu (pseudônimo pastoril), é o
mais importante árcade brasileiro.
RESPOSTA: D
INGLÊS
51. (Upe 2012)
(Adaptado de Beyond the sushi: the pleasures of Japanese food. In:
All Set!. DONNINI, Lívia &
PLATERO, Luciana. Boston (MA): Heinly Cengage Learning, 2009.)
Considerando a gramática e o contexto, a sequência cujas
palavras completam corretamente as lacunas I, II e III está na
alternativa
(A) there is — tasty — beautiful
(B) there are — taste — raw
(C) there are — tasty — beauty
(D) there is — health — pleasure
(E) there isn’t — raw — kindly
COMENTARIO:
A primeira lacuna deve ser preenchida pelo verbo existir na terceira
pessoa do singular do simple present (there is), pois refere-se ao
advérbio much. Uma vez que o texto afirma que a culinária
japonesa se importa muito com o sabor (flavor) e a estética
(aesthetics), seus pratos devem ser saborosos (tasty) e lindos
(beautiful).
Resposta: A
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Longevity: Habits May Extend Life Only So Much
By Nicholas Bakalar
August 8, 2011
The eating, drinking and exercise habits of extremely old but
healthy people differ little from those of the rest of us, a new study
has found. Gerontologists at the Albert Einstein College of
Medicine recruited 477 Ashkenazi Jews ages 95 to 112 who were
living independently. The researchers took blood samples, did
physical examinations and obtained detailed personal and medical
histories from each participant. Then they compared them with
1,374 non-Hispanic white adults, ages 65 to 74, from the general
population. For both men and women, consumption of alcohol,
amount of physical activity and the percentage of people on lowcalorie or low-salt diets were almost identical in the two groups.
Long-lived men were less likely to be obese than their younger
counterparts, although no less likely to be overweight. The oldest
women were more likely to be overweight and less likely to be
obese. More men among the oldest were nonsmokers, but smoking
habits were not significantly different among the women.
____1_____ that it all depends on genes, and we might as well eat,
drink and be merry? No, according to the senior author, Dr. Nir
Barzilai, director of the Institute for Aging Research at Albert
Einstein College of Medicine. “For most of us who ___2____ genes
for longevity,” he said, “if you follow the healthy lifestyle the
medical community has put forth, you are ____3_____ to live past
80.”
The study was published online last week in The Journal of the
American Geriatrics Society.
(www.nytimes.com. Adaptado.)
14
52. (Unifesp 2012) Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna 1 do texto.
(A) Do you talk
(B) Have they done
(C) Has it said
(D) Does this mean
(E) Is he showing
COMENTARIO:
[…] ____1_____ that it all depends on genes, and we might as well
eat, drink and be merry?
Quando queremos verificar a veracidade de um fato, usamos o
Simple Present, e como queremos saber o “significado”, o verbo
que devemos utilizar é “mean”.
Resposta: D
53. (Unifesp 2012)
Assinale a alternativa que completa
corretamente a lacuna 2 do texto.
(A) doesn’t express
(B) do not have
(C) had been living
(D) shows
(E) will present
COMENTARIO:
For most of us who ___2____ genes for longevity […].
Para a maioria de nós que não tem genes [...]. (tradução livre)
Quando falamos sobre um fato, usamos o Simple Present e, devido
ao sujeito nós, o auxiliar deve ser “do”.
Resposta: B
Buffalo Springfield, Pearl Jam
Rock Bridge School Benefit
what you aren’t playing,’ ”says Pearl Jam guitarist Stone Gossard.
“We _____(I)_____ an interaction with him that _____(II)_____ a
lesson in the sheer, raw love of rock.”
Rolling Stone
54. (Mackenzie 2012) The right forms of the verbs have and be
which appropriately complete blanks I and II in the text are
(A) had better never have, isn’t
(B) have never had, wasn’t
(C) should never have, hasn’t been
(D) had never had, had been
(E) will never have, is
COMENTARIO:
“We have never had an interaction with him that wasn’t a lesson in
the sheer, raw love of rock.”
Nós nunca tivemos uma interação com ele que não fosse uma lição
pura e crua de amor ao rock. (tradução livre)
Na primeira lacuna, usamos o “Present Perfect”, pois se trata de
uma ação que iniciou no passado e ainda afeta o presente.
Na segunda lacuna, usamos o “Simple Past”, que é o tempo verbal
usado como subjuntivo também.
Resposta: B
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia a letra da música, interpretada por Amy Winehouse.
Tears dry on their own
All I can ever be to you,
Is a darkness that we knew
And this regret I got accustomed to
Once it was so right
When we were at our high,
Waiting for you in the hotel at night
I knew I hadn’t met my match
But every moment we could snatch
I don’t know why I got so attached
It’s my responsibility,
And you don’t owe nothing to me
But to walk away I have no capacity
He walks away
The sun goes down,
He takes the day but I’m grown
And in your way
In this blue shade
My tears dry on their own.
The annual Bridge School Benefit has featured special acoustic sets
by everybody from David Bowie and Paul McCartney to Metallica
and Phish. But for the 24th edition, on October 23rd and 24th,
organizer Neil Young unveiled a stunning finale: the first set since
1968 by his old band Buffalo Springfield. “From my perspective, we
just picked up where we left off many, many years ago,” says singer
Richie Furay. “It was almost like going back in time.”
Over two chilly, wet days at the Shoreline Amphitheater near San
Francisco, baby boomers and local dot-com kids gathered for a
remarkable, eclectic lineup: Jackson Browne and David Lindley
tackled Bruce Springsteen’s 1983 “Brothers Under the Bridge”; Kris
Kristofferson broke out “Me and Bobby McGee”; Billy Idol revved
up the crowd with a sing-along on “Rebel Yell”; and Pearl Jam
blasted through their eighth appearance at the benefit. At the end
of their set, which included “Black” and “Better Man”, Young joined
them on his new tune “Walk With Me.” “We played it for him
backstage, and he said, ‘That’s basically it, but let me show you
I don’t understand
Why do I stress a man,
When there’s so many bigger things at hand
We could have never had it all
We had to hit a wall
So this is inevitable withdrawal
Even if I stopped wanting you,
A perspective pushes through
I’ll be some next man’s other woman soon
[…]
I wish I could say no regrets
And no emotional debts
’Cause as we kissed goodbye the sun sets
So we are history
The shadow covers me
The sky above a blaze
That only lovers see
(http://letras.terra.com.br. Adaptado.)
15
55. (Unesp 2012) Em qual alternativa todas as palavras, conforme
utilizadas na letra da música, são formas verbais?
(A) Accustomed, away, knew, met, was.
(B) Ever, hand, match, waiting, were.
(C) Accustomed, hand, know, owe, was.
(D) Away, ever, met, snatch, waiting.
(E) Attached, knew, met, owe, were.
COMENTARIO:
Os verbos da alternativa [E] são:
to attach (attached) – prender
to know (knew) – saber
to meet (met) – encontrar
to owe – dever
to be (were) – ser/estar
Resposta: E
Read the dialogue from the film “Ratatouille”.
Linguini: Listen, I just want you to know how honored I am to be
studying under such a...
Colette: No, you listen! I just want you to know exactly who you are
dealing with! How many women do you see in this kitchen?
Linguini: Well, I uh...
Colette: Only me. Why do you think that is? Because high cuisine is
an antiquated hierarchy built upon rules written by stupid, old
men. Rules designed to make it impossible for women to enter this
world, but still I'm here. How did this happen?
Linguini: Well because you, because you...
Colette: Because I am the toughest cook in this kitchen! I have
worked too hard for too long to get here, and I am not going to
jeopardize it for some garbage boy who got lucky! Got it?
Linguini: Wow!
Disponível em: <http://www.imdb.com/title/tt0382932/quotes>. Acesso
em: 12 set. 2011.
Glossary:
jeopardize: colocar em risco
And then, Austin suddenly felt a sense of enlightenment unlike
anything he had ever experienced. His sense of individual
existence, of separateness from the physical world around him,
evaporated like morning mist in a bright dawn. "Time was not
present," he says. "I had a sense of eternity. My old yearnings,
2
loathings, fear of death and insinuations of selfhood vanished."
Rather than interpret his instant of grace as proof of a
reality beyond the comprehension of our senses, Austin took it as
"proof of the existence of the brain." As a neurologist, he accepts
that all we see, hear, feel and think is mediated or created by the
brain. Austin's moment in the Underground therefore inspired him
to explore the neurological underpinnings of spiritual and mystical
experience. In order to feel that time, fear and self-consciousness
___(IV)___, he reasoned, certain brain circuits must be interrupted.
Which ones? Activity in the amygdala, ___(V)___ monitors threats
and registers fear, must be damped. Parietal-lobe circuits, which
orient you in space and mark the sharp distinction between self
and world, must go quiet. Frontaland temporal-lobe circuits,
___(VI)___ mark time and generate self-awareness, must
disengage.
More and more scientists ___(VII)___ to "neurotheology",
the study of the neurobiology of religion and spirituality. What all
the new research shares is a passion for uncovering the
neurological underpinnings of spiritual and mystical experiences for discovering, in short, what happens in our brains ___(VIII)___
we sense that we "___(IX)___ a reality different from - and, in some
crucial sense, higher than - the reality of everyday experience", as
psychologist David Wulff of Wheaton College in Massachusetts puts
3
it. In neurotheology, psychologists and neurologists try to pinpoint
which regions turn on, and which turn off, during experiences that
seem to exist outside time and space. Spiritual experiences are so
consistent across cultures, across time and across faiths, says Wulff,
that it "suggests a common core that is likely a reflection of
structures and processes in the human brain."
In "Why God Won't Go Away," published in April, Dr.
Andrew Newberg of the University of Pennsylvania and his late
collaborator, Eugene d'Aquili, use brain-imaging technology to
identify what seems to be the brain's spirituality circuit.
(Adapted from Newsweek)
56. (Ufg 2012) What dialogue line is an example of an
ungrammatical structure in English, which is typical of
colloquial language?
(A) “No, you listen!”
(B) “How many women do you see in this kitchen?”
(C) “Why do you think that is?”
(D) “How did this happen?”
(E) “Got it?”
57. (Mackenzie 2002) As lacunas I, III e VII devem ser preenchidas
respectiva e corretamente por:
(A) is glancing; thinks; are flocking
(B) glances; thought; has flocked
(C) glanced; was thinking; have flocked
(D) has been glancing; have thought; flocks
(E) has glanced; were thinking; had being flocking
Resposta: [C]
COMENTARIO
A alternativa [E] foi usada de modo coloquial. Sua maneira formal
seria: “Did you get it?”.
Resposta: E
RELIGION AND THE BRAIN
In the new field of 'Neurotheology', scientists seek the biological
basis of spirituality. Is God our heads?
BY SHARON BEGLEY
One Sunday morning in March, 19 years ago, as Dr. James
Austin waited for a train in London, he ___(I)___ away from the
tracks toward the river Thames. The American neurologist,
___(II)___ was spending a sabbatical year in England, saw nothing
1
out of the ordinary: the grimy Underground station, a few dingy
buildings, some pale gray sky. He ___(III)___, a bit absentmindedly, about the Zen Buddhist retreat he was headed toward.
58. (Pucpr 2001) Select the best alternative to complete the
sentences below:
I- If they ____ money, they will build a big house.
II- If you _____ out more, you would meet a few people.
III- If he ________ his restaurant, he would have got more
customers.
IV- If she ________ so fast, she wouldn't have crashed her
car.
V- If we _____ a car, we wouldn't have to spend all our time
waiting for buses.
(A) have; went; had cleaned; hadn't been driving; had
(B) have; go; cleaned; wasn't driving; have
(C) had; went; was cleaned; hadn't driven; has
(D) have had; have gone; had cleaned; hadn't been driven;
have had
(E) have; have gone; has cleaned; hadn't driven; have
Resposta: [A]
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8
9
Knowing that Mrs. Mallard was afflicted with a heart trouble,
great care was taken to break to her as gently as possible the
news of her husband's death.
It was her sister Josephine who told her, in broken sentences.
Her husband's friend Richard was there, too, near her. It was
he who had been in the newspaper office when intelligence
of the railroad disaster was received, with Brently Mallard's
name leading the list of "killed." He had only taken the time
1
to assure himself of its truth by a second telegram, and had
hastened to forestall any less careful, less tender friend in
2
bearing the sad message.
She did not hear the story as many women have heard the
same, with a paralyzed inability to accept its significance. She
3
wept at once, with sudden, wild abandonment, in her sister's
arms. When the storm of grief had spent itself she went away
to her room alone. She would have no one follow.
There stood, facing the open window, a comfortable, roomy
armchair. Into this she sank, pressed down by a physical
exhaustion that haunted her body and seemed to reach into
her soul.
She sat with her head thrown back upon the cushion of the
5
chair, quite motionless, except when a sob came up into her
throat and shook her, as a child who has cried itself to sleep
continues to sob in its dreams.
She was young, with a fair, calm face, whose lines bespoke
4
repression and even a certain strength. But now there was a
dull stare in her eyes.
There was something coming to her and she was waiting for
it, fearfully. What was it? She did not know; it was too subtle
and elusive to name. But she felt it, creeping out of the sky,
reaching toward her through the sounds, the scents, the color
that filled the air.
She was beginning to recognize this thing that was
approaching to possess her, and she was striving to beat it
back with her will - as powerless as her two white slender
hands would have been.
When she abandoned herself a little whispered word escaped
her slightly parted lips. She said it over and over under her
breath: "free, free, free!"
(CHOPIN, Kate. The Story of an Hour. From Internet.)
59. (Uece 1998) Em "... this thing that was approaching to possess
her" (par.8), emprega-se o tempo:
(A) simple past
(B) past perfect
(C) past continuous
(D) present perfect
Resposta: [C]
60. (Fei 1997) Preencha os espaços em branco com a forma
verbal correta:
When she _________ I _________ to do my work.
(A) has arrived - had tried
(B) arrived - was trying
(C) arrives - was trying
(D) has arrived - has tried
(E) arrived - try
Resposta: [B]
In the summer of 1926, an English golf enthusiast named Samuel
Ryder (I) a friendly game between some British professionals
and the American players during that year's Open.
When it (II) that these matches be held on a more regular basis,
Samuel Ryder immediately agreed to provide the trophy that bears
his name. "I am sure I have never (III) a (IV) thing than this,"
he declared.
Today, the
(V)
Cup Matches bring
(VI)
the finest
professionals from both sides of the Atlantic.
61. (Uel 1996) Assinale a letra correspondente à alternativa que
preenche corretamente a lacuna (I) da frase apresentada.
(A) is watching
(B) watches
(C) will watch
(D) was watching
(E) has watched
Resposta: D
"The defenders of Normandy were not the best of Hitler's army.
Those were in Russia and Italy, as well as in France, but on the
other side of the Seine, the Pas-de-Calais, which the Germans
thought the more likely invasion target. Most of the soldiers of the
Seventh Army in Normandy Belonged to static divisions. They were
___(I)___ too old ___(II)___ too young for the war elsewhere, or
had been wounded, or were not German at all but Soviet Central
Asians who preferred ___(III)___ coat ___(IV)___ in a prison camp."
(extracted from Time - June 6, 1994)
62. (Ita 1995) As lacunas III e IV devem ser preenchidas
respectivamente por:
(A) to turn - to starve.
(B) turn - than starve.
(C) turning - to starving.
(D) turn - than starving.
(E) to turning - to starving
Resposta: C
THE ECOLOGICAL PROBLEM
Scientists speculate upon the consequences of man's
interference with the natural world in which he lives. And they
sound the alarm at our irresponsible destruction. But men rarely
listen to these warnings - or, if they listen, they even more rarely
act.
Every day we witness the unthinking actions men take which
interfere, sometimes with disastrous consequences, with the
natural actions of the environment. We use various pesticides on
our farms which sometimes leave dead birds along with bigger
tomatoes. We toss the refuse from our industries into our lakes
with solutions which spoil our drinking water and despoil our
swimming water. We sail along our highways dropping cans and
bottles on their surfaces and spreading polluted air all about. We
commit gradual suicide with our cigarettes.
Yet we want a clean environment, a balanced ecology, a
stable population. The dimensions of the problem can be simply
stated: it is a simple matter of life - or death. We live in one ecosystem, on one planet; each of our actions affects that life system.
It is, of course, impossible for us to view our every action in
terms of its relevance to the environment, but it is possible to
understand the importance of our actions in relation to our
environment. The importance of our learning cannot be
overstated; if we do not learn, we have little hope.
De acordo com o texto assinale a alternativa correta.
17
63. (Unesp 1989) Assinale a alternativa correta:
They ______ about art last night.
(A) talks
(B) talk
(C) was talking
(D) talking
(E) were talking
Resposta: E
64. (Unesp 1986) Assinale a alternativa correta:
When John came in ______ a book.
(A) she was reading
(B) Mary is reading
(C) will read
(D) should read
(E) reads
Resposta: A
Continuous (to be como auxiliar, seguido de verbo no Present
Participle).
Resposta: B
66. Mark the correct sequence:
(A) run – ran – ran
(B) grow – grew – grow
(C) bear – born – born
(D) weave – wove – woven
(E) get – gotten – got
COMENTARIO:
Apenas o verbo weave (tecer) apresenta as formas primitivas
corretamente.
Resposta: D
67. In the excerpt below:
President Barack Obama has approved a significant troop
increase for Afghanistan, Pentagon officials said Tuesday. The
new troop deployment is expected to include 8.000 Marines
from Camp Lejeuse, North Carolina, as well as 4.000 additional
Armyu troops from Fort Lewis, Washington.
Adapted by Jefferson Celestino from
http://www.cnn.com/2009/POLITICS/02/17obama.troops/inde
x.html.
Earth Cries
By Jean `Binta` Breeze – 2000
She doesn’t cry for water
She runs rivers deep
She doesn’t cry for good
She has suckled trees
She doesn’t cry for cloting
She weaves all that the wears
She doesn’t cry for shelter
She grows thatch everywhere
She doesn’t cry for children
She’s got´more than she can bear
She doesn’t cry for heaven
She knows it’s alwalys there
You don’t know why she’s crying
When she’s got everything
How could you know she’s crying
For just one humane being.
Adapted by Jefferson Celestino from
http://www.poetryarchive.org/childrensarchive/singlepoem.d
o?poemld=1122
65. Considering the verbs in blood, mark the correct sequence of
the verb tenses:
(A) Simple Present – Past Perfect – Simple Present – Present
Perfect – Present Continuous.
(B) Simple Present – Present Perfect – Simple Present –
Present Perfect – Present Continuous.
(C) Simple Present – Present Perfect – Simple Present – Past
Perfect – Present Continuous.
(D) Simple Present – Present Perfect – Simple Present –
Present Perfect – Present Perfect Continuous.
(E) Present Progressive – Past Perfect – Simple Present – Past
Perfect – Present Perfect Continuous.
COMENTARIO:
Os verbos doesn´t cry (não chora) e weaves (tece) estão no Simple
Present (observe a presença do auxiliar does e da desinência –s
junto ao verbo), hás suckled (amamenta) e has got (tem
agüentado) no Present Perfect (to have como auxiliar, seguido de
verbo no Past Participle) e is crying (está chorando) no Present
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
there are two different verb tenses.
there is no auxiliary verb
there are only regular verbs.
there are only irregular verb.
there is only one regular tense.
COMENTARIO:
O exceto em questão apresenta dois tempos verbais distintos:
Present Perfect (has approved – aprovou) e Simple Past (Said –
disseram). A construção is expected (espera-se) é voz (passiva) e
não tempo.
Respota: A
Samuel Eto’o __________________________ Manchester City’s
cash, leaving Chelsea, Liverpool and Inter Milan to fight it out for
his services. City ______________________ ready to offer Eto’o
€160,000 a week to match top earner Robinho but the money
____________________ enough to convince the Barcelona star to
give up Champions League football. The Cameroon striker, who
_________________ around €22m, is likely to end up with Jose
Mourinho at Inter but the lure of the Premier League could
____________________ him move to Chelsea or Liverpool.
Adapted by Jefferson Celestino from
http://www.people.co.uk/football/tm_method=full&objectID=
21439383&sitelD=93463-name_page.html.
68. Fill in the text above with the correct sequence of verb tenses:
(A) has rejected – was – was – would cost – see
(B) has rejected – was – was – would cost – seen
(C) has rejected – were – wasn’t – would cost – see
(D) had rejected – were – was – would cost – see
(E) has rejected – were – wasn’t – would cost – seen.
COMENTARIO:
Observe os tempos verbais utilizados, bem como suas respectivas
traduções e definições/justificativas:
“Samuel Eto´o has rejected...” (Samuel Eto´o rejeitou... – Utiliza-se
o Present Perfect pelo fato da ação ter ocorrido em um tempo
indefinido no passado).
18
The correct sequence is…
(A) called – has…had – weren’t making – were developing –
would…make
(B) called – has…had – wasn’t making – was developing –
would…make
(C) called – has…have – wasn’t made – was developing –
would…make
(D) had called – has…had – wasn’t making – has been
developing – would…make
(E) had called – has…had – wasn’t making – was developing
– would…made
“ City were ready to ofter...” (O [Manchester] City estava disposto e
oferecer... – O Simple Past representa uma ação finalizada no
passado).
“The Cameroon stiker, Who would cost around 22 milion...” (o
atacante camarones, que custaria em torno de 22 milhões de
libras... – No caso, a Simple Conditional está sendo usada para
representar uma estimativa);
“but the lure of the Premier League could see him move to Chelsea
or Liverpool” (mas o chamariz da Premier Legue pode vê-lo
mudando-se para o Chelsea ou o Liverpool – Após Modal Verbs, o
verbo principal deve ser usado no infinitivo sem a partícula to).
Respost: C
We ______________________ our oceans to death at taxpayers’
expense. In the wake of this unprecedented crisis, trade ministers
_____________ a historic move and included fisheries subsidies on
the agenda of the current World Trade Organization’s Doha round
of trade talks. This _______________ the first time that
conservation concerns, specifically the problem of global over
finishing and its implications on economic development and world
trade. ______________ in the launch of a specific negotiation
Adapted by Jefferson Celestino from
http://www.seearoundus.org/newspaper/2007/GlobeMail_Wanttomakear
ealdifference.pdf
69. Fill in the gaps correctly:
(A) were finishing – made – represent – had resulted
(B) were finishing – makes – represent – have resulted
(C) are finishing – made – represent – has resulted
(D) are finishing – makes – represents – have resulted
(E) are finishing – made – represents – have resulted
COMENTARIO:
A sequencia correta dos tempos verbais é: Present Continuous (are
fishing – estamos pescando), Simple Past (made – fizeram), Simple
Present (represents – representa) e Present Perfect (have resulted
– resultaram.)
Respost: E
70. Fill in the text below with the following instructions:
During the same 24 horas that BenQ _______________ [I] it
quits
on
the
digital
camera
market,
Kodak
_________________ reportedly ____________________ [II]
similar thoughts when eying its low-end camera lineup.
According to CNET, Kodak President Antonio Perez shared that
the firm would be “abandoning the low-end of the digital
camera business” at the JPMorgan Technology Conference in
Boston. He also added that while the company”
__________________ [III] much money” in that segment, it
_____________ [IV] its own five-megapixel CMOS sensor to be
used in a (presumably mid-range) Kodak-branded digicam.
More interesting, however, was the addition that this very
sensor ________ also __________ [V] its way into “several
Motorola cell phones by the end of the year”. Unsurprisingly,
Mr.Perez fairly tight-lipped about any further details on the
deal, but it’s about time we saw something more advanced
than a grainy 1.3 megapixel shooter built into mainstream
handsets.
Adapted by Jefferson Celestino from www.engdget.com
I.
II.
III.
IV.
V.
The Simple Past Tense of to call
The Present Perfect Tense of to have
The Past Progressive Tense of to make
The past Progressive Tense of to develop
The Simple Conditional Tense of to make
71. (UEPA) Do you usually _____________ breakfast at seven or at
eight o’clock?
(A) eats
(B) is eating
(C) will eat
(D) eat
(E) are eating
72. (FMU) “The doorbell is ___________.”
(A) ringed
(B) ring
(C) ringing
(D) rung
(E) rang
73. (PUC) Assinale a sequência incorreta:
(A) to feed – fed – fed
(B) to like – liked – liked
(C) to show – showed – shown
(D) to cut – cut – cut
(E) to know – knew – knew
74. (FESP) Supply the most suitable tense:
I (see) you yesterday. You (drink) beer at a pub, but you (not
see) me.
(A) see – drink – don’t see
(B) saw – drunk – weren’t seeing
(C) saw – were drinking – dint see
(D) was seeing – drunk – weren’t seeing
(E) was seeing – drank – didn’t see
75. (UFGO) The warbler ________________ to fly away when the
scientist arrived.
(A) is trying
(B) was trying
(C) tries
(D) try
(E) were trying
Work, e-mail, news, bills...
It is easy to get overloaded by data at this information loaded time
8 TIPS TO FIGHT INFO OVERLOAD
1. spot the signs. Feel alone even as you communicate with
people all day? That´s a signal technology is dominating your
life.
2. Take baby steps. Try being inaccessible for short spurts to see
what happens. The world probably won´t implode.
19
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Repeat these four words: “ I have a choice.” People who say, “
my boss wants me to be reachable after 8p.m.” are likely
exaggerating the control others have over them.
Set limits. Rein in office e-mail and instant mesage traffic. Who
truly needs 35 daily FYIs on the Henderson case?
Give clear instructions. Try na e-mail signature that reads “ I
answer e-mail at 10 a.m., 1 p.m. and 4 p.m. If you need a
quicker response, please call.”
Make a task list. If you´re interrupted, you´ll get back to work
faster if you have one.
Strick to a schedule. Handle recreational Web surfing and email at set times. Dipping in and out is classic self-interruption.
Do a reality check. After five minutes of unplanned surfing, ask
yourself, “ Should I really be doing this now?”
(Mackenzie 2010. Por Ron Geraci, www.readerdigist.com)
78. Na frase “ People who say, ‘ my boss wants me to be
reachable after 8 p.m.´ are likely exaggerating the control
others have over them”, a expressão sublinhada pode ser
substituida, sem alteração de significado, por:
(A) should exaggerate.
(B) may be exaggerating.
(C) must exaggerate.
(D) ought to exaggerate.
(E) may exaggerate.
COMENTARIO:
may be exaggerating (pode estar exagerando).
A expressão are likely indica uma probabilidade que deve ser
indicada pelo verbo modal may be, para se adaptar ao uso do
gerundio (exaggerating).
Resposta: B
Texto para as próximas 5 questões.
ARTS AND ENTERTAINMENT
New art languages are appreciated by a higher number of fans
every year. Even the not-so-new ones, such as comics.
Is technology dominating ytour life
76. (Mackenzie 2010) The tips given in the text apply to people:
(A) who are busy showering babies and giving instructions.
(B) who never really plan ahead of time or are inaccessible.
(C) who tend to exaggerate the amount of information they
supply their VIP clients with.
(D) who will only admit getting 35 daily FYIs on the
Henderson case.
(E) who want to learn how to keep from being overwhelmed
COMENTARIO
Who want to learn how to keep from being overwhelmed (que
querem aprender como evitar ficar sobrecarregado).
O texto apresenta dicas para quem está sobrecarregado com
informações oriundas da internet, exatamente a ideia expressa no
adjetivo overwhelmed.
Resposta: E
.
77. (Mackenzie 2010) Choose the alternative that contains only
adjectives from the text formed by prefixes or suffixes.
(A) inaccessible, reachable, recreational, unplanned.
(B) interrupted, likely, daily, faster.
(C) probably, quicker, really, likely.
(D) exaggerating, dominating, signature, self-interruption.
(E) overload, dominating, dipping, instant.
COMENTARIO:
Inaccessible, reachable, recreational, unplanned (inacessível,
alcançável, recreacional, não planejado).
No texto, essas palavras são adjetivos (no enunciado, cuidado com
a palavra only, que significa “somente”), formados por prefixos e
sufixos.
Resposta: A
Wherther in the Sunday paper or in a critically acclaimed graphic
novel, comics have become a distinctive American art form. Comic
strips, comic books, and the characters that people them, are
th
reflections of the country´s culture from the end of the 19 century
to the present.
In the late 1800,s, many conditions seemed ripe for the arrival of a
new form of communication that was neither merely literature nor
merely graphic art. New and more advanced printing presses were
allowing newspaper to print more copies, better and faster. Also at
that time, the enormous influx of new immigrants from eastern and
southern Europe, with little or no knowledge of the English
Language, gave the medium of visual communication a steady
audience.
The new cultural form was characterized by narrative told in a
sequence of pictures, with continuing casts of characters, and
dialogue or text within the picture frame. At this point, a new
distinction was created that separates most comic strips form the
pictorial narratives of previous centuries. Comic strips were
designed to comple the eye to travel forward from panel to panel,
whereas earlier drawing were static and mainly served as
illustrations for text. This new, kinetic, dimension of American
comic art was a major departure from the cartoons created at that
time in other parts of the world. Many experts designate the “
birthdate” of American comics as 1895, when the Yellow Kid first
appeared.
Among the many comics artists, one of the earliest was Richard
Outcault (1863-1928), who created two of the fields important
characters, the Yellow Kid (1895) and Buster Brown (1902). In the
late 20´s, Walt Disney (1901-1966) created a very influential world
with Mickey Mouse and Donald Duck. Using this childhood
insecurities and failures as material, Charles Schulz (1922-2000)
was the writer and artist of the incomparable Peanuts, which
became the most widely read comic strip in the world, inspiring
animated cartoons, toys, and reprint books.
Gary Trudeau´s (1948- ) Doonesbury made him the most prominent
cartoonist-commentator on the political scene during the 1970s,
bringing him the 1975 Pulitez Prize, the first ever awarded and
drawn by former political cartoonist Bill Watterson (1958 - ), who is
known for having his characters a manic six-year-old and a levelheaded tiger, make abrupt mid-strip shifts from fantasy to reality,
and form one character´s viewpoint to another.
In the approximately 110 year long-life of comics, thay have
encompassed every aspect of American life, from the down-to-
20
earth to the esoteric. Today, due to cutbacks on space for
continuity strips in newspaper, artists no longer have as much size
available to include extensive detail in their work. The impact that
the arrival of the computer age will have on comic artistry remains
to be seen. Clearly, animation of cartoon characters is making a
comeback in movies and on digital entertainment websites. Fans of
“ the funnies” will be waiting to see.
(B)
(C)
(D)
(E)
COMENTARIO:
Irregular no past simple
A forma “made” é passado do verbo irregular “make”.
Resposta: A
(Extraído do vestibular Uerj 2009, www.bpib.com. Adaptado)
79. (PUC-RS 2010 adaptado) Leia o texto na página anterior e
assinale a alternativa correta.
-> Duas situações fundamentais para o reconhecimento dos
quadrinhos como manifestações artística foram:
(A) O surgimento dos desenhos animados e o aumento do
publico leitor de jornais.
(B) A entrada de imigrantes europeus e o surgimento dos
desenhos animados.
(C) O aumento do público leitor de jornais e os avanços na
tecnológica na impressão gráfica.
(D) Os avanços na tecnologia da impressão gráfica e a
entrada de imigrantes europeus.
(E) O surgimento dos desenhos animados e os avanços na
tecnologia da impressão gráfica.
COMENTARIO:
os avanços na tecnologia da impressão gráfica e a entrada de
imigrantes europeus.
A resposta correta esta no trecho: “New and more advanced
printing presses were allowing newspaper to print more copies,
better and faster, making it possible to easily reach na everincreasing public. Also at that time, the enormous influx of new
immigrants from eastern and southern Europe (…) gave the
medium of visual communication a steady audience.”
(Impressoras novas e mais avancadas permitiam que os jornais
imprimissem mais exemplares, de forma melhor e mais rápida,
tornando possível alcançar facilmente um publico em expansão.
Também nessa época, um grande fluxo de novos imigrantes do
leste e do sul da Europa ... deu ao meio de comunicação visual uma
audiência fixa.)
Resposta: D
80. (PUC-RS 2010) A partir da leitura do texto podemos afirmar
que Charles Schulz:
(A) É famoso por ter criado Yellow Kid.
(B) Escreveu histórias em quadrinhos de sucesso
internacional.
(C) Tem por inspiração o cenário político de seu país.
(D) Mistura realidade e fantasia em suas historias.
(E) Foi o pioneiro na publicação de quadrinhos em jornais.
COMENTARIO:
escreveu historias em quadrinhos de sucesso internacional.
A resposta esta no trecho: “...which became the most widely read
comic strip in the world, inspiring animated cartoons, toys, and
reprint books.” (…que se tornou a tirinha mais lida do mundo,
inspirando desenhos animados, brinquedos e a reedição de livros).
Uma dica é observar que Schulz morreu em 2000 e que somente as
alternativas (B) e (E) apresentam verbos no passado.
Resposta: B
81. Na frase “Gary Trudeau´s (1948- ) Doonesbury made him the
most prominent cartoonist-commentator on the political
scene during the 1970s”, a palavra destacada é exemplo de
um verbo:
(A) irregular no past simple.
Regular no past perfect.
Irregular no past perfect.
Regular no past simple.
Irregular no present perfect.
82. (PUC-RS 2010) As palavras que estão associadas ao assunto do
texto são:
(A) comics-eye-cartoonist-Sunday.
(B) cartoonist-chidhood-Sunday-comics.
(C) comics-art-cartoonist-narrative.
(D) narrative-eye-knowledge-Sunday.
(E) art-Sunday-chidhood-comics.
COMENTARIO:
comics – art – cartoonist – narrative
A única alternativa que apresenta explicamente palavras
relacionadas ao mundo das historias em quadrinhos é a letra (C):
comics (quadrinhos), art (arte), cartoonist (cartunista) e narrative
(história).
Resposta: C
83. No trecho “a new form of communication that was neither
merely literature not merely graphic art…”, a expressão em
destaque indica a idea de:
(A) adição
(B) exclusão
(C) consequência
(D) concessão
(E) reforço
COMENTARIO:
exclusão.
A expressão neither nor (nem ... nem) indica exclusão, ou
seja, “nem uma coisa nem outra”. A tradução da frase é: uma
nova forma de comunicação que não eram nem apenas
literatura nem somente arte gráfica.
Resposta: B
84. De acordo com o texto, no fim do século 19, surgiu (iram):
(A) O Prêmio Pulitzer, nos Estados Unidos.
(B) Os quadrinhos, com Yellow Kid, no leste Europeu.
(C) Os quadrinhos com Doonesbury, nos Estados Unidos.
(D) Os quadrinhos, com Yellow Kid, nos Estados Unidos.
(E) O trabalho de Charles Schulz.
COMENTARIO:
os quadrinhos, com Yellow Kid, nos Estados Unidos.
A resposta surge em dois trechos: “In the late 1800s, many
conditions seemed ripe for the arrival of a new formo of
communication” (no fim dos anos 1800, muitas condições pareciam
propicias para a chegada de uma nova forma de comunição) e
“Many experts designate the “birthdate” of American comics as
1895, when the Yellow Kid first appeared. (muitos especialistas
designam o nascimento dos quadrinhos americanos em 1895,
quando Yellow Kida surgiu.)
Resposta: D
21
(D) o impacto psicológico das mascotes sobre os seus donos
tem sido investigado não só na Europa e nos Estados
Unidos.
(E) entre as pessoas entrevistadas pelos sociólogos da
Universidade de Warwick, 44 pediram para incluir seus
animais de estimação como membros de sua família.
ESPANHOL
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES
TEXTO
Hace ya tiempo que las mascotas se han sumado a la vida
familiar, pero ahora muchas personas las consideran prácticamente
miembros de la familia. Este tema se disparó casi al azar, cuando un
grupo de sociólogos de la Universidad de Warwick hizo una
encuesta sobre cómo las personas consideraban que estaba
formada su familia. Lo curioso es que los sociólogos empezaron a
recibir, con mucha frecuencia, la siguiente pregunta de sus
encuestados: ¿puedo incluir a mis mascotas en la estructura
familiar? Y nada menos que 44 de los consultados, o sea, casi un
20%, espontáneamente sumaron a sus mascotas en la encuesta de
descripción de su familia. Nickie Charles, profesor de la
Universidad, señaló que los límites usualmente construidos entre la
sociedad y la naturaleza se van desdibujando con las mascotas. “De
hecho”, continuó el experto, “tiene sentido que cuando se describe
a la familia y a los amigos se incluya a las personas más cercanas y
útiles a la estructura, y las mascotas tienen su lugar en esa
construcción, ya que, sea como compañía o como auxiliar, los
animales suelen generar una cercanía emocional mayor que un
pariente lejano al que sólo llamanos o vemos un par de veces al
año”.
El impacto psicológico que las mascotas pueden tener sobre
sus dueños, es algo investigado en profundidad en muchos países
occidentales como Estados Unidos, Inglaterra, Australia, Francia y
España, aunque hay datos también de estudios serios en países
latinoamericanos como Colombia, México, Venezuela, Argentina,
Guatemala, Costa Rica y Chile.
Lo cierto es que los animales domésticos aportan compañía,
devuelven sobradamente el afecto que reciben e introducen en
niños y jóvenes los necesarios conceptos de rutina y
responsabilidad.
COMENTARIO:
Segundo o texto, o impacto psicológico dos animais de
estimação em seus donos tem sido estudado também em
países latino-americanos, como Colômbia, México, Venezuela,
Argentina, Guatemal, Costa Rica e Chile.
RESPOSTA D
86. Os dois enunciados “los limites usualmente construídos entre
la sociedad y la naturaleza se van desdibujando con las
mascotas” e “de hecho podem ser corretamente traduzidos,
respectivamente, por:
(A) “Os limites usualmente construídos entre a sociedade e a
natureza estão perdendo a precisão com as mascotes” e
“de fato”.
(B) “Os limites usualmente construídos entre a sociedade e a
natureza estão sendo redesenhados com as mascotes” e
“de fato”.
(C) “Os limites usualmente construídos entre a sociedade e a
natureza foram ficando mais tolos com as mascotes” e
“além disso”.
(D) “Os limites usualmente construídos entre a sociedade e a
natureza se perderam com as mascotes” e “além disso”.
(E) “Os limites usualmente construídos entre a sociedade e a
natureza estão sendo repensados com as mascotes” e
“de fato”.
COMENTARIO:
A chave para responder a esta questão está no significado da
locução verbal “se van dedibujando” (estão se tornando
menos claros, precisos). “De hecho” (de fato) é uma expressão
lingüística que introduz uma constatação.
RESPOSTA: A
(Extraído de PUC-RS 2009, http://www.saludyciencias.com.ar, 28/03/2008,
adaptado.
87. No mesmo texto, a expressão sublinhada “esa construcción”
(final do primeiro parágrafo) faz referência à palavra:
(A) sociedad
(B) naturaleza
(C) família
(D) macotas
(E) personas
COMENTARIO:
O uso da expressão “esa construcción” corresponde a uma
estratégia de referência seqüencial de substituição (“esa
construcción” por “família”)
RESPOSTA: C
Los animales domésticos aportan compañía devuelven
sobradamente el afecto que reciben e introducen en niños y
jóvenes los necesarios conceptos de rutina y responsabilidad.
Com base nas informações apresentadas pelo artigo da página
anterior, responda as quatro perguntas desta página.
85. De acordo com o texto, é correto afirmar apenas que:
(A) as mascotes sempre foram consideradas membros das
famílias
(B) os sociólogos da Universidade de Warwick perguntaram
aos seus entrevistados se consideravam as mascotes
membros da sua família
(C) os sociólogos da Universidade de Warwick perguntaram a
20% dos seus entrevistados se consideravam as mascotes
como parte da sua família.
88. A forma verbal “suelen”, sublinhada no texto (fim do primeiro
parágrafo), poderia ser trocada, sem prejuízo de sentido, pela
forma:
(A) parecen
(B) acostumbran
(C) pueden
(D) permiten
(E) logran
22
COMENTARIO:
O verbo “soler” tem o significado de “costumar”, no
português, e confere ao verbo ao qual acompanha uma idéia
de habitualidade.
RESPOSTA: B
90. Los corridos, según el texto, son:
(A) canciones sobre la vida de narcotraficantes
(B) “periódicos con música” que cantan y mitifican historias
(C) un tipo de subversión frecuente en la cultura mexicana
(D) un género musical de las afueras de Culiacán.
COMENTARIO:
A resposta a essa questão está no trecho “Se narra, se mitifica,
y de preferência, se canta. Desde hace más de un siglo los
corridos son ‘um periódico con música’ para el pueblo llano, la
voz de aquellos que no tienen voz”. Não cantam somente
histórias do narcotráfico, não somente um gênero musical dos
arredores de Culiacán e nem sempre são suvversivos.
RESPOSTA: B
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES
La canción del bandido
El llamado “narcocorrido” ha venido haciendo carrera en la
industria musical
La subversión es elemento frecuente en la cultura
mexicana. Ejemplo de ello es el caso del bandido quien, admirado
por el pueblo, representa – para bien o para mal – la contrapartida
de las instituciones omnipotentes. Actualmente son ante todos los
capos (1) del narcotráfico los que atizan la fantasía anarquista.
Ejemplo de ello es el llamado “narcocorrido”, un género que desde
hace algunos años ha venido haciendo carrera en la industria
musical.
En las afueras (2) de Culiacán, capital del Estado Federal
de Sinaloa, en el noroeste de México, se encuentra una capilla.
Antes era más pequeña y se encontraba supuestamente sobre la
tumba de “San” Jesús Malverde. Pero este lugar de peregrinación
constituía un dolor de muelas para las autoridades sinaloenses;
debía de desaparecer y con ella el recuerdo de un personaje al que
la Iglesia nunca hizo proceso de santificación. La medida levantó un
huracán de protestas, así que se tornó una decisión “a la
mexicana”, surreal y paradójica. Se demolió la capilla y se
construyó una nueva, más hermosa.
“Ahora queda una tumba / de aquel hombre tan querido,
/ que todo lo que robaba / lo repartía entre los pobres, / por eso es
que hoy en día / se le hacen grandes honores” dice el texto de “La
muerte de Malverde” de Severino Valladares, uno de los muchos
corridos acerca de este Robin Hood en versión mexicana, que
compartía su dinero con los pobres, como afirman algunos,
mientras que las malas lenguas murmuran que con el botín (3)
mantenía el buen negocio de las cantinas. La temeridad y descaro d
Malverde no se detenían ante nadie, tampoco ante las fuerzas del
gobierno. Así que no es de asombrar que a causa de sus correrías
se tornara el santo de los zares (4) de la droga y el patrón de sus
cronistas, los corridistas.
La historia, en doble sentido, ha impresionado y
apasionado siempre a los mexicanos. Se narra, se mitifica, y de
preferencia, se canta. Desde hace más de un siglo los corridos son
“un periódico con música” para el pueblo llano, la voz de aquellos
que no tienen voz. Los orígenes del corrido no son claros y
constituyen un tema de debate entre musicólogos. Los
nacionalistas pretenden enraizarlo en la cultura azteca; más
plausible es la suposición de que llegó con los conquistadores
españoles y la tradición del romance.
ESSL, Andréas. La Canción Del Bandido. Revista Humbolt, n.
141, 2004. (Texto adaptado)
89. (UFMG, 2006, adaptado) Señale la opción en que la
correspondecia entre la palabra y su sinónimo enrre corchetes
está incorrecta:
(A) zares (ref.4) = [USUARIOS]
(B) afueras (ref.2) = [ALREDEDORES]
(C) botín (ref.3) = [DESPOJO]
(D) capos (ref.1) = [JEFES]
COMENTARIO:
Essa palavra não faz referência aos usuários de drogas, mas
sim aos capôs, chefes do narcotráfico. Ela significa, em
português, “czar”, antigo soberano russo.
RESPOSTA: A
91. En “Desde hace más de un siglo los corridos son un periódico
con música” para el pueblo llano, la voz de aquellos que no
tienen voz, la expresión subrayada significa:
(A) narcotraficantes
(B) todos os mexicanos
(C) autores dos corridos
(D) mexicanos mais simples
COMENTARIO:
Nesse contexto, a palavra “llano” significa que não goza de
privilégios.
RESPOSTA: D
92. De acordo com o texto, são corretas as afirmações:
I. O mais provável é que os corridos tenham se originado na
tradição do romance trazida pelos espanhóis ao México.
II. Jesús Malverde era um dos capôs do narcotráfico
mexicano.
III. Jesús Malverde é o patrono dos corridistas.
IV. O narcocorrido é um tipo de corrido que surgiu faz
poucos anos.
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
Todas
I, II e IV
I, III e IV
II, III e IV
Nenhuma.
COMENTARIO:
A única alternativa incorreta é a II: no texto, não se afirma que
Jesús Malverde era um dos capôs do narcotráfico mexicano,
apesar da possibilidade de que participasse de contravenções.
RESPOSTA: C
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES
Estratégia de leitura – Locuções verbais
Hora do jantar
Acompanhe o humor de uma charge publicada no jornal espanhol
El País
23
93. (UFRJ 2010, adaptado) ¿Qué inadecuación en el habla de uno
de los personajes nos produce la risa?
(A) A forma como o marido faz sua pergunta à esposa.
(B) O tom da resposta da esposa.
(C) A total coerência entre a fala do homem com o local onde
ele está entrando.
(D) A resposta da esposa, que não é clara e tira a graça da
charge.
(E) A forma artificialmente polida como o marido se dirife à
esposa.
(B) El chico de la segundo viñeta les contesta a Mafalda y a
sus amigos lo mismo que a los clientes del almacén donde
trabaja.
(C) Los chicos están acostumbrados a jugar juntos.
(D) El chico de la segundo no viñeta está acostumbrado a que
lo roben
(E) Mafalda y su compañero no son buenos ladrones.
RESPOSTA: B
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES
COMENTARIO:
Essa forma corresponde ao que vemos em questões de
múltipla escolha em provas, ou pode fazer referência ao
trabalho do marido, no qual ele pode orientar os clientes a
preencher formulários.
RESPOSTA: A
94. (UTFPR 2007) ¿Quiere conseguir nuevos clientes? ¿Necesita
dar a conocer Nuevos Servicios y Productos? Utilice los
servicios de marketing de axesor, tenga exclusivas ventajas y
consiga establecerse en el mercado.
(Adaptado de: elpais.es)
La forma de gerundio para los verbos que aparecen en
imperativo es:
(A) utilizando, tenendo, consiguendo
(B) utilizando, teniendo, consiguiendo
(C) utilizando, teniendo, consiguendo
(D) utiliziando, teniendo, consiguiendo
(E) utiliziando, tenendo, consiguiendo
COMENTARIO:
Para entender a resposta dessa questão, leia a seguinte
informação sobre a formação do gerúndio: usamos o gerúndio
para expressar uma ação anterior ou simultânea à de outro
verbo, nunca posterior à ação expressa por ele.
RESPOSTA: B
TEXTO
Con la masificación de internet, no sólo aumenta el número de
parejas que nacen aquí, sino que también están las que mueren por
culpa de una conexión defectuosa o por una ciber pelea amorosa,
con ciber celos.
“Es raro, pero muchas veces peleo con mi pololo por lo celoso que
se pone en el Messenger. Si me demoro en responder, cree que
estoy hablando con otro. Él es súper tranquilo, relajado, casi
tímido, por mensajes es más atrevido, más jugado. Pero también es
celoso… Si veo que se conecta, me pongo invisible para no pelear”,
cuenta Byota, sicóloga que trabaja en selección de personal.
Para Loi, chef que se dedica al cartering, internet es un infierno
para los celosos. “Es fácil conocer más gente o comunicarme con
los ex que le caen mal a mi pololo. Con uno no me deja ni juntarme,
así que para no perderlo de vista nos escribimos por e-mail. A veces
siento que igual es infidelidad. Pero es la única forma en que no sea
una pelea más”.
Definitivamente, la tecnología ha cambiado la forma de
relacionarnos, es como si en internet los conflictos estuvieran a un
clic de distancia. Como si lo que pasara en la pantalla no fuera más
de lo mismo que se vive en carne y hueso, sino que un terreno
pantanoso y difícil, donde es fácil hundirse si no se sabe desde
antes donde estás pisando. Las extrañas e indefinidas reglas del
romance 2.0.
(Extraído de vestibular da UFCG, 2006. ALDANA, Claudia. Amor en
Tiempos de Intenet: Romance 2.0. Revista Ya El Mercurio, nº 1056,
2003, p. 31)
95. (UFMS 2008)En el primer bocadillo de la tira de Mafalda
aparece el demostrativo neutro esto. Teniendo en cuenta la
forma y el uso de los demostrativos de la lengua española,
señale la opción incorrecta.
¡Esto es
un robo!
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
¡Pues si no le
gustan los precios
vaya a otro
almacén, señora!
Es la costumbre,
perdón
AQUELLO que me contaste ayer me dejó muy contenta.
ESTES pantalones te caen muy bien.
No estoy de acuerdo con AQUÉL que me dijiste.
ESTO me huele a timo.
AQUEL chico está muy enfermo.
COMENTARIO:
Somente esta opção está incorreta, pois o demonstrativo que
a completaría adequadamente é estos.
RESPOSTA: B
96. De acuerdo con el diálogo de la tira, podemos afirma que.
(A) El chico de la segundo viñeta está acostumbrado a que lo
roben
Internet es un infierno para los celosos. “Es fácil conocer más
gente o comunicarme con los ex que le caen mal a mi pololo.
24
97. (UFCG 2006) O artigo destina-se às (aos):
(A) agências de aconselhamento matrimonial, pois trata de
relações amorosas
(B) psicólogos, uma vez que analisa o comportamento de
relações amorosas
(C) sexólogos, tendo em vista que mostra o despertar das
paixões dos adolescentes
(D) usuários de salas de bate-papo, porque trata dos
possíveis riscos desse meio.
(E) provedores de internet, pelo número crescente de
interessados no assunto em questão.
COMENTARIO:
Uma pista de que o destinatário do texto são usuários está no
último parágrafo, no qual o próprio autor se coloca como
usuário ao empregar o plural nosotros: “Definitivamente, la
tecnología ha cambiado la forma de relacionarnos, es como si
en internet los conflictos estuvieran a un clic de distancia”.
RESPOSTA: D
98. (UFCG 2006) As assertivas a seguir apresentam idéias
relacionadas ao texto. Assinale se são verdadeiras (V) ou falsas
(F).
( ) A internet promove a realização de muitos casamentos.
( ) Os serviços oferecidos pela internet facilitam as relações
amorosas.
( ) A internet é um instrumento que produz fantasia.
( ) O ciúme de alguns parceiros estimula a busca de de novos
relacionamentos pela internet.
( ) A internet tem mudado as formas de convivência social.
100. Com o uso da forma verbal no trecho “Le tecnologia há
cambiado la forma de relacionarmos”, o autor mostra que
considera essa mudança:
(A) habitual no passado e no presente
(B) sem nenhuma relação com o presente
(C) passageira e sem continuidade no presente
(D) anterior a outras mudanças que ocorrerão no presente
(E) como algo relacionado ou que perdura no presente.
COMENTARIO:
como algo relacionado ou que perdura no presente.
O verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo revela
que se trata de uma ação do passado cujos efeitos perduram
no presente.
Resposta: E
101. De acordo com o texto, a palavra pololo significa:
(A) namorado
(B) computador
(C) mensagem
(D) marido
(E) conflito.
COMENTARIO:
namorado
No Chile, onde foi publicado originalmente o artigo que abre este
capítulo, a palavra pololo corresponde a palavra espanhola navio,
que significa namorado.
Resposta: A
A TIRA ABAIXO APLICA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES
A sequência correta é:
(A) V – F – V – F – V
(B) V – V – V – F – V
(C) F – F – V – F – V
(D) V – F – V – F – F
(E) F – F – F – V – V
Nadie escucha a los niños…
Señora Carcoma, mi
Dice que desde entonces
padre dice que cuando
no ha vuelto a usar una
iba a la escuela, le
porque se compró una
enseñaron matemáticas calculadora barata que
con una regia de cálculo. puede hacer más opera-
COMENTARIO:
Segundo o texto, a internet não promove casamentos, mas
sim ajuda a formar novos pares ou a destruí-los. Não são os
serviços oferecidos que facilitam as relações amorosas. Além
disso, segundo o texto, as relações pela internet causam
ciúmes entre os casais.
RESPOSTA: C
ciones de las que
imaginaba
99. (UFCG 2006) A idéia principal sugerida no terceiro parágrafo é
que a(os):
(A) infidelidade nas relações via internet não existe
(B) internet é um excelente meio para manter contato com
ex-amigos
(C) parceiros ciumentos têm muitas dificuldades para usar a
internet
(D) internet permite que os namorados se comuniquem com
mais freqüência
(E) insegurança pode gerar problemas de relacionamentos
por meio da rede.
Dado el actual ritmo de
evolución de la tecnologia, prolongo que
dejemos las matemáticas para las máquinas
y que nos vayamos
a jugar al patio
Mis propuestas nunca
pasan de los
subcomités
COMENTARIO:
De acordo com o texto “interet es un infierno para los celosos”
(internet é um inferno para os ciumentos). Ou seja, quem é
ciumento pode ver esse sentimento aumentar pelas relações
que seu par mantém com outras pessoas pela internet.
RESPOSTA: E
102. El niño de la viñeta expone en su proposición que las
calculadoras:
(A) serán rechazadas por las delegaciones de los alumnos
25
(B) se utilizarán en los juegos de los recreos de los niños
(C) desplazarán a las matemáticas como asignatura escolar
(D) impedirán a su padre familiarizarse con la tecnología.
COMENTARIO:
desplazarán a las matemáticas como asignatura escolar
A resposta a esta questão está no terceiro quadrinho, na fala do
personagem Calvin: “Propongo que dejemos las matemáticas para
las máquinas y...” O verbo dejar tem ali o sentido de “”abandonar”.
Resposta: C
103. La profesora del niño:
(A) no acepta la propuesta que él le hace
(B) orienta al niño a presentar su propuesta a un subcomité
(C) acepta la propuesta del niño
(D) acepta la propuesta que él le hace y lo manda ir a jugar al
patio.
COMENTARIO:
no acepta la propuesta que él le hace
A resposta a essa questão está no último quadrinho: “Mis
propuestas nunca pasan por los subcomitês”. Calvin expressa a
negativa da professora a sua proposta de maneira figurada, ao
fazer referência a ela mediante o uso da expressão subcomité. Ou
seja, a proposta não foi aprovada pela professora.
Resposta: A
104. En el enunciado “dicen que desde entonces no ha vuelto a
usar una…”, el verbo subrayado está conjugado en el:
(A) pretérito perfecto de indicativo
(B) pretérito imperfecto de indicativo
(C) pretérito pluscuamperfecto de indicativo
(D) pretérito indefinido de indicativo
COMENTARIO:
pretérito perfecto de indicativo
Resposta: A
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
Casa de Pensão (fragmento)
Às oito horas, quando entrou em casa tinha já resolvido não ficar ali
1
nem mais um dia. − Era fazer as malas e bater quanto antes a bela
plumagem!
Mas também, se por um lado não lhe convinha ficar em companhia
do Campos; por outro, a ideia de se meter na república do Paiva
2
não o seduzia absolutamente. Aquela miséria e aquela desordem
3
lhe causavam repugnância. Queria liberdade, a boêmia, a pândega
− sim senhor! tudo isso, porém, com um certo ar, com uma certa
distinção aristocrática. Não admitia uma cama sem travesseiros,
4
um almoço sem talheres e uma alcova sem espelhos. Desejava a
bela crápula, − por Deus que desejava! mas não bebendo pela
garrafa e dormindo pelo chão de águas-furtadas! − Que diabo! −
não podia ser tão difícil conciliar as duas coisas! ...
5
Pensando deste modo, subiu ao quarto. Sobre a cômoda estava
uma carta que lhe era dirigida; abriu-a logo:
6
"Querido Amâncio.
Desculpe tratá-lo com esta liberdade; como, porém, já sou seu
amigo, não encontro jeito de lhe falar doutro modo. Ontem,
quando combinamos no Hotel dos Príncipes a sua visita para
8
domingo, não me passava pela cabeça que hoje era dia santo e
que fazíamos melhor em aproveitá-lo; por conseguinte, se o amigo
não tem algum compromisso, venha passar a tarde conosco, que
nos dará com isso grande prazer. Minha família, depois que lhe
7
falei a seu respeito, está impaciente para conhecê-lo e desde já fica
à sua espera."
9
Assinava "João Coqueiro" e havia o seguinte post-scriptum: "Se
não puder vir, previna-mo por duas palavrinhas; mas venha.
Resende n ... "
Amâncio hesitou em se devia ir ou não. O Coqueiro, com a sua
figurinha de tísico, o seu rosto chupado e quase verde, os seus
olhos pequenos e penetrantes, de uma mobilidade de olho de
pássaro, com a sua boca fria, deslabiada, o seu nariz agudo, o seu
todo seco egoísta, desenganado da vida, não era das coisas que
mais o atraíssem. No entanto, bem podia ser que ali estivesse o
que ele procurava, − um cômodo limpo, confortável, um pouquinho
de luxo, e plena liberdade. Talvez aceitasse o convite.
10
− Esta gente onde está? perguntou, indicando o andar de cima a
um caixeiro que lhe apareceu no corredor, com a sua calça
domingueira, cor de alecrim, o charuto ao canto da boca.
11
− Foram passear ao Jardim Botânico, respondeu aquele, descendo
as escadas.
− Todos? ainda interrogou Amâncio.
− Sim, disse o outro entre os dentes, sem voltar o rosto. E saiu.
− Está resolvido! pensou o estudante. − Vou à casa do Coqueiro. Ao
menos estarei entretido durante esse tempo!
E voltando ao quarto:
− Não! É que tudo ali em casa do Campos já lhe cheirava mal!...
Olhassem para o ar impertinente com que aquele galeguinho lhe
havia falado! ... E tudo mais era pelo mesmo teor. − Uma súcia
d'asnos!
12
Começou a vestir-se de mau humor, arremessando a roupa,
atirando com as gavetas. O jarro vazio causou-lhe febre, sentiu
venetas de arrojá-lo pela janela; ao tomar uma toalha do cabide,
porque ela se não desprendesse logo, deu-lhe tal empuxão que a
fez em tiras.
− Um horror! resmungava, a vestir-se furioso, sem saber de quê.
− Um horror!
E, quando passou pela porta da rua, teve ímpetos de esbordoar o
caixeiro, que nesse dia estava de plantão.
AZEVEDO, Aluísio. Casa de Pensão. São Paulo: Ática, 2009, p.59-60.
105. (Ufpb 2012) No fragmento “– Esta gente onde está?
perguntou, indicando o andar de cima a um caxeiro que lhe
apareceu no corredor, com a sua calça domingueira, cor de
alecrim, o charuto ao canto da boca.” (ref.10), ocorrem
sequências textuais
(A) narrativas e descritivas.
(B) dissertativas e narrativas.
(C) argumentativas e descritivas.
(D) injutivas e argumentativas.
(E) dissertativas e injutivas.
COMENTARIO:
O fragmento apresenta sequência de ações caracterizadoras de
narração (“perguntou”, “apareceu”) e descrição (“com a sua calça
domingueira, cor de alecrim, o charuto ao canto da boca”).
Resposta: A
7
De repente voltou-me a ideia de construir o livro. (...)
Desde então procuro descascar fatos, aqui sentado à mesa da sala
de jantar (...).
Às vezes, entro pela noite, passo tempo sem fim acordando
lembranças. Outras vezes não me ajeito com esta ocupação nova.
3
Anteontem e ontem, por exemplo, foram dias perdidos. Tentei
debalde canalizar para termo razoável esta prosa que se derrama
como a chuva da serra, e o que me apareceu foi um grande
8
desgosto. Desgosto e a vaga compreensão de muitas coisas que
sinto.
1
26
9
Sou um homem arrasado. Doença? Não. Gozo perfeita saúde. (...)
Não tenho doença nenhuma.
10
O que estou é velho. Cinquenta anos pelo S. Pedro. Cinquenta
anos perdidos, cinquenta anos gastos sem objetivo, a maltratar-me
e a maltratar os outros. O resultado é que endureci, calejei, e não é
um arranhão que penetra esta casca espessa e vem ferir cá dentro
a sensibilidade embotada.
Cinquenta anos! Quantas horas inúteis! Consumir-se uma pessoa a
vida inteira sem saber para quê!
2
Comer e dormir como um porco! Como um porco! Levantar-se
4
cedo todas as manhãs e sair correndo, procurando comida! E
depois guardar comida para os filhos, para os netos, para muitas
gerações. Que estupidez! (...)
5
Coloquei-me acima da minha classe, creio que me elevei bastante.
6
Como lhes disse, fui guia de cego, vendedor de doce e trabalhador
alugado. Estou convencido de que nenhum desses ofícios me daria
os recursos intelectuais necessários para engendrar esta narrativa.
Magra, de acordo, mas em momentos de otimismo suponho que
há nela pedaços melhores que a literatura do Gondim. Sou, pois,
superior a mestre Caetano e a outros semelhantes. Considerando,
porém, que os enfeites do meu espírito se reduzem a farrapos de
conhecimentos apanhados sem escolha e mal cosidos, devo
confessar que a superioridade que me envaidece é bem
mesquinha.
(...)
Quanto às vantagens restantes – casas, terras, móveis,
semoventes, consideração de políticos, etc. – é preciso convir em
que tudo está fora de mim.
11
Julgo que me desnorteei numa errada.
GRACILIANO RAMOS
São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 2004.
106. (Uerj 2011-MODIFICA) Comer e dormir como um porco! Como
um porco! (ref. 2)
A repetição das palavras, neste contexto, constitui recurso
narrativo que revela um traço relativo ao personagem.
Esse traço pode ser definido como:
(A) carência
(B) desespero
(C) inesperiência.
(D) inabilidade
(E) intolerância
COMENTARIO:
A repetição dos termos enfatiza o estado de desespero do narrador
que senta a inutilidade de muitos gestos e ações do passado e a
impossibilidade de refazer a sua vida. Na obsessão de enriquecer e
ter prestígio, incapaz de verbalizar os seus sentimentos por
Madalena e sem capacidade de entender as diferenças ideológicas
que os separavam e se refletiam nas desavenças e constantes crises
de ciúmes, Paulo Honório se desespera e considera-se “um homem
arrasado”. A autocrítica vai ao ponto de aproximar o seu
comportamento ao de um “porco”, num processo de zoomorfismo,
recurso recorrente no estilo neorrealista em que se enquadra
Graciliano Ramos.
Resposta: B
Embaixo, o rumor da água pipocando sobre o pedregulho; vagalumes retouçando no escuro. Desci, dei-me com o lugar onde havia
estado; tenteei os galhos do sarandi; achei a pedra onde tinha
posto a guaiaca e as armas, corri as mãos por todos os lados, mais
pra lá, mais pra cá...; nada... nada!...
Então, senti frio dentro da alma. . . o meu patrão ia dizer que eu
havia roubado!... roubado... Pois então eu ia lá perder as onças!...
Qual! Ladrão, ladrão, é que era!...
E logo uma tenção ruim entrou-me nos miolos: eu devia matar-me,
para não sofrer a vergonha daquela suposição.
É, era o que eu devia fazer: matar-me... e já, aqui mesmo!
Tirei a pistola do cinto: amartilhei o gatilho... benzi-me, e encostei
no ouvido o cano, grosso e frio, carregado de bala...
Ah! patrício! Deus existe!... No refilão daquele tormento, olhei para
diante e vi... as Três-Marias luzindo na água... o cusco encarapitado
na pedra, ao meu lado, estava me lambendo a mão... e logo, logo, o
zaino relinchou lá em cima, na barranca do riacho, ao mesmíssimo
tempo que a cantoria alegre de um grilo retinia ali perto, num oco
de pau!... Patrício! não me avexo duma heresia; mas era Deus que
estava no luzimento daquelas estrelas, era ele que mandava
aqueles bichos brutos arredarem de mim a má tenção...
O cachorrinho tão fiel lembrou-me a amizade da minha gente; o
meu cavalo lembrou-me a liberdade, o trabalho, e aquele grilo
cantador trouxe a esperança...
Eh-pucha! patrício, eu sou mui rude... a gente vê caras, não vê
corações...; pois o meu, dentro do peito, naquela hora, estava
como um espinilho ao sol, num descampado, no pino do meio-dia:
era luz de Deus por todos os lados!...
E já todo no meu sossego de homem, meti a pistola no cinto.
Fechei um baio, bati o isqueiro e comecei a pitar.
(LOPES NETO, J. S. Contos gauchescos. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2008. p.
21-22.)
107. (Uel 2011) É correto afirmar que a história é narrada
(A) em primeira pessoa, por João Simões Lopes Neto, que,
num tom autobiográfico, conta fatos da época em que
atuou na Revolução Farroupilha.
(B) em terceira pessoa, por uma personagem textualmente
nomeada Patrício, que relata todo o seu arrependimento
por ter roubado as onças do patrão.
(C) por um narrador testemunha, mais precisamente o
patrão do protagonista, que registra as qualidades morais
de seu empregado.
(D) em primeira pessoa, pelo vaqueano Blau Nunes, que
relata como e onde perdeu as onças do patrão.
(E) por um narrador onisciente, não nomeado, que registra
fatos relacionados à agitada e violenta época do cangaço
rio-grandense.
COMENTAIO:
O narrador em 1ª pessoa, Blau Nunes, vaqueano típico dos
pampas, relata um episódio marcante em sua vida. Ele perdera
uma bolsa carregada de moedas de ouro que seu patrão lhe tinha
confiado e, perante a hipótese de ser considerado ladrão, resolve
cometer suicídio. No entanto, no último momento, as sensações
provocadas pelo cenário sugestivo devolvem-lhe o apego à vida,
incutem-lhe a razão, fazendo com que se arrependa do gesto
tresloucado que ia fazer, enfrente o problema e busque outra
solução.
Resposta: D
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES
Pau de Dois Bicos
Um morcego estonteado pousou certa vez no ninho da coruja, e ali
ficaria de dentro se a coruja ao regressar não investisse contra ele.
– Miserável bicho! Pois te atreves a entrar em minha casa, sabendo
que odeio a família dos ratos?
– Achas então que sou rato? Não tenho asas e não voo como tu?
Rato, eu? Essa é boa!...
A coruja não sabia discutir e, vencida de tais razões, poupou-lhe a
pele.
Dias depois, o finório morcego planta-se no casebre do gato-domato. O gato entra, dá com ele e chia de cólera.
27
– Miserável bicho! Pois te atreves a entrar em minha toca, sabendo
que detesto as aves?
– E quem te disse que sou ave? - retruca o cínico - sou muito bom
bicho de pelo, como tu, não vês?
– Mas voas!...
– Voo de mentira, por fingimento...
– Mas tem asas!
– Asas? Que tolice! O que faz a asa são as penas e quem já viu
penas em morcego? Sou animal de pelo, dos legítimos, e inimigo
das aves como tu. Ave, eu? É boa...
O gato embasbacou, e o morcego conseguiu retirar-se dali são e
salvo.
Moral da Estória:
O segredo de certos homens está nesta política do morcego. É
vermelho? Tome vermelho. É branco? Viva o branco!
(LOBATO, José Bento Monteiro. Fábulas. 45. ed. São Paulo: Brasiliense,
1993. p. 49.)
(E) à postura submissa da pomba e do morcego diante dos
olhares arregalados do caçador e do gato.
COMENTARIO:
O fato de o morcego ter pelo e a pomba estar em posição invertida
contradizem as características de ave, que o gato odiava e o
caçador perseguia.
Resposta: A
110. (Uel 2011) O texto Pau de dois bicos é uma fábula,
(A) pelo predomínio do discurso direto, com consequente
apagamento da figura do narrador.
(B) pois o tempo cronológico é marcado pela expressão
“certa vez” e pelos verbos no passado.
(C) pois apresenta trama pouco definida e trata de
problemas cotidianos imediatos, o que lhe confere
caráter jornalístico.
(D) por utilizar elemento fantástico, como o fato de os
animais falarem, para refletir sobre problemas humanos.
(E) por resgatar a tradição alegórica de representação de
seres heroicos que encarnam forças da natureza.
COMENTARIO:
Por se tratar de uma composição literária em que os personagens
são animais que apresentam características humanas, tais como a
fala e os costumes, encerrada com uma reflexão moral de caráter
instrutivo, o texto Pau de dois Bicos é classificado de “fábula”.
Resposta: D
108. (Uel 2011) A charge de Sassá refere-se a um problema que
afeta a cidade de Londrina e muitas outras cidades brasileiras:
o risco de contrair doenças transmitidas pelas pombas que
vivem na região urbana. O que permite ao morcego, da fábula,
e à pomba, da charge, disfarçarem sua condição é
(A) o fato de suplicarem pela vida e pela misericórdia de seus
inimigos.
(B) a postura corporal, visto que um imita o comportamento
do outro.
(C) o uso de recursos argumentativos presentes na fala.
(D) a confiança na consciência ambiental dos interlocutores.
(E) a esperteza simbolicamente atribuída a esses animais.
COMENTARIO:
O uso de recursos argumentativos permite ao morcego e à pomba
disfarçarem sua condição, como sugere a moral que encerra a
narrativa: ”... O segredo de certos homens está nesta política do
morcego. É vermelho? Tome vermelho. É branco? Viva o branco!”
Resposta: C
109. (Uel 2011) A hesitação do gato, na fábula, e do caçador, na
charge, deve-se
(A) à contradição existente entre a fala do morcego e a da
pomba e suas características físicas.
(B) à tentativa frustrada do morcego e da pomba em
disfarçarem sua condição apelando para o fingimento e a
mentira.
(C) ao medo de serem agredidos pelas garras afiadas do
morcego e pelo bico semiaberto da pomba.
(D) à aversão do gato e do caçador em relação à aparência
física dos morcegos.
111. (Uel 2011) Considerando o trecho em negrito no texto Pau de
dois bicos, assinale a alternativa correta. Nos dois casos, a
palavra “mas”
(A) opõe-se ao argumento “sou muito bom bicho de pelo”.
(B) revela a causa do “voo de mentira”.
(C) expressa a consequência dos fatos narrados.
(D) marca a condição do “voo de mentira”.
(E) explica o argumento “sou muito bom bicho de pelo”.
COMENTARIO:
A conjunção adversativa “mas” estabelece oposição ao argumento
“sou muito bom bicho de pelo”, pois o fato de o morcego ter asas e
voar induz o gato a pensar que se trata de uma ave.
Resposta: A
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES
Nasce um escritor
O primeiro dever passado pelo novo professor de português foi
7
uma descrição tendo o mar como tema. A classe inspirou, toda ela,
nos encapelados mares de Camões, aqueles nunca dantes
5
2
navegados. O episódio do Adamastor foi reescrito pela meninada.
4
Prisioneiro no internato, eu vivia na saudade das praias do Pontal
onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de Ilhéus foi o tema
de minha descrição.
Padre Cabral levara os deveres para corrigir em sua cela. Na aula
seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existência de uma
vocação autêntica de escritor naquela sala de aula. Pediu que
1
escutassem com atenção o dever que ia ler. Tinha certeza,
afirmou, que o autor daquela página seria no futuro um escritor
3
conhecido. Não regateou elogios. Eu acabara de completar onze
anos.
Passei a ser uma personalidade, segundo os cânones do colégio, ao
lado dos futebolistas, dos campeões de matemática e de religião,
28
6
dos que obtinham medalhas. Fui admitido numa espécie de
9
8
Círculo Literário onde brilhavam alunos mais velhos. Nem assim
deixei de me sentir prisioneiro, sensação permanente durante os
11
dois anos em que estudei no colégio dos jesuítas. Houve, porém,
10
sensível mudança na limitada vida do aluno interno: o padre
Cabral tomou-me sob sua proteção e colocou em minhas mãos
livros de sua estante. Primeiro "As Viagens de Gulliver", depois
clássicos portugueses, traduções de ficcionistas ingleses e
franceses. Data dessa época minha paixão por Charles Dickens.
Demoraria ainda a conhecer Mark Twain: o norte-americano não
figurava entre os prediletos do padre Cabral.
Recordo com carinho a figura do jesuíta português erudito e
amável. Menos por me haver anunciado escritor, sobretudo por me
haver dado o amor aos livros, por me haver revelado o mundo da
criação literária. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de
internato, a fazer mais leve a minha prisão, minha primeira prisão.
AMADO, Jorge. O menino Grapiúna. Rio de Janeiro. Record. 1987. p. 117-20.
112. (G1 - ifce 2011) Para realizar o trabalho que Padre Cabral lhes
impôs, os alunos deviam possuir um saber, que era
(A) ter a inspiração.
(B) conhecer as praias do Pontal.
(C) saber descrever o mar e ter conhecimento das técnicas
de construção de um texto descritivo.
(D) ter grande conhecimento da língua portuguesa.
(E) ser um bom narrador.
COMENTARIO:
Para realizar o trabalho, os alunos deveriam reunir algumas
competências, como o uso adequado de técnicas para uma
composição descritiva e capacidade imaginativa para compor um
texto original que prendesse a atenção do leitor.
Resposta: C
113. (G1 - ifce 2011) Todos os alunos apresentaram seus trabalhos,
mas só um foi elogiado. O que esse trabalho revelava, para
distinguir-se dos demais, era
(A) o conhecimento superior das praias do Pontal.
(B) a originalidade da descrição.
(C) o conhecimento superior da língua portuguesa.
(D) os elogios demasiados ao Padre Cabral.
(E) o conhecimento do narrador acerca da literatura
brasileira.
COMENTARIO:
Todos os trabalhos exploravam conteúdos assimilados durante as
aulas de Português (“…mares de Camões, aqueles nunca dantes
navegados. O episódio do Adamastor foi reescrito pela meninada”),
apenas o do narrador escapou do lugar comum ao evocar
literariamente um ambiente oriundo das suas próprias vivências e,
portanto, original.
Resposta: B
7
4
Domingo ela acordava mais cedo para ficar mais tempo sem fazer
nada.
5
O pior momento de sua vida era nesse dia ao fim da tarde: caía em
2
3
meditação inquieta, o vazio do seco domingo. Suspirava. Tinha
saudade de quando era pequena – farofa seca – e pensava que fora
6
feliz. Na verdade por pior a infância é sempre encantada, que
susto. Nunca se queixava de nada, sabia que as coisas são assim
1
mesmo e – quem organizou a terra dos homens? [...] Juro que não
8
posso fazer nada por ela. Afianço- vos que se eu pudesse
melhoraria as coisas. Eu bem sei que dizer que a datilógrafa tem o
corpo cariado é um dizer de brutalidade pior que qualquer
palavrão.
Clarice Lispector, A hora da estrela
114. (Mackenzie 2010) Assinale a alternativa correta.
(A) Um narrador de terceira pessoa, observador, descreve, “de
fora”, a figura feminina; essa distância justifica o seguinte
comentário: Juro que não posso fazer nada por ela [...] se eu
pudesse melhoraria as coisas (ref. 1).
(B) O relato põe em evidência traços caracterizadores da
personagem: o rancor (meditação inquieta, o vazio do seco
domingo – ref. 2) e a frustração (Tinha saudade – ref. 3).
(C) O tempo da narração coincide com o tempo dos
acontecimentos vivenciados pela personagem, como prova o
uso do imperfeito – acordava (ref. 4) – e do pronome “esse”
(nesse, ref. 5).
(D) Há segmentos que expressam a fusão das vozes no fluxo
narrativo, como, por exemplo, que susto (ref. 6).
(E) Embora o narrador deixe no relato índices de sua rejeição às
atitudes da personagem – a referência à preguiça (ref. 7), por
exemplo – evita tratá-la de forma desrespeitosa, como prova o
uso do pronome vos (ref. 8).
COMENTARIO:
Os segmentos apresentados no texto que expressam a fusão de
vozes do narrador e da personagem são os segmentos de discurso
indireto livre, como no trecho: que susto, que é uma expressão da
personagem “embutida” no discurso do narrador.
Resposta: D
1
6
Eu troteava, nesse tempo. De uma feita que viajava de escoteiro,
9
12
15
com a guaiaca empanzinada de onças de ouro, vim varar aqui
24
neste mesmo passo, por me ficar mais perto da estância onde
7
devia pousar. Parece que foi ontem! Era fevereiro; eu vinha
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18
abombado da troteada.
2
16
Olhe, ali, à sombra daquela mesma reboleira de mato que está
nos vendo, desencilhei; e estendido nos pelegos, a cabeça no
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lombilho, com o chapéu sobre os olhos, fiz uma sesteada
morruda.
Despertando, ouvindo o ruído manso da água fresca rolando sobre
o pedregulho, tive ganas de me banhar; até para quebrar a
22
3
lombeira... E fui-me à água que nem capincho! Depois, daquela
19
10
vereda andei como três léguas, chegando à estância cedo, obra
assim de braça e meia de sol.
4
25
Ah! Esqueci de dizer-lhe que andava comigo um cachorrinho
brasino, um cusco muito esperto e boa vigia. Era das crianças, mas
26
às vezes dava-lhe para acompanhar-me, e depois de sair da
11
27
porteira, nem por nada fazia caravolta, a não ser comigo.
Durante a troteada reparei que volta e meia o cusco parava na
17
estrada e latia, e troteava sobre o rastro - parecia que estava me
chamando! Mas como eu não ia, ele tomava a alcançar-me, e logo
recomeçava...
20
Pois nem lhe conto! Quando botei o pé em terra na estância e já
8
dava as boas tardes ao dono da casa, aguentei um tirão seco no
coração... não senti o peso da guaiaca! Tinha perdido as trezentas
onças de ouro.
E logo passou-me pelos olhos um darão de cegar, depois uns
14
29
coriscos... depois tudo ficou cinzento... De meio assombrado me
fui repondo quando ouvi que indagavam:
- Então, patrício? Está doente?
5
28
- Não senhor, não é doença; é que sucedeu-me uma desgraça;
perdi uma dinheirama do meu patrão...
23
- A la fresca!
- É verdade... antes morresse que isso!
Nisto o cusco brasino deu uns pulos ao focinho do cavalo, como
querendo lambê-lo, e logo correu para a estrada, aos latidos. E
olhava-me, e vinha e ia, e tornava a latir...
29
Adaptado de Simões Lopes Neto. Trezentas onças. In: BETANCUR, P. (Org.).
Obra completa de Simões Lopes Neto. Porto Alegre: Sulina, 2003. p. 307308.
115. (Ufrgs 2010) Há, no texto, indicações de que a história está
sendo contada pelo narrador em uma conversa com outra
pessoa em um lugar onde a história também se passou.
Assinale a alternativa que contenha um trecho que indique
isso.
(A) Eu troteava, nesse tempo (ref. 1)
(B) Olhe, ali, à sombra daquela mesma reboleira de mato
que está nos vendo (ref. 2)
(C) Depois, daquela vereda andei como três léguas (ref. 3)
(D) Ah! Esqueci de dizer-lhe que andava comigo um
cachorrinho brasino (ref. 4)
(E) Não senhor, não é doença; é que sucedeu-me uma
desgraça (ref. 5)
COMENTARIO:
As únicas alternativas que indicam uma conversa entre o
narrador e outra pessoa são: B, D e E. No entanto, a única que
permite a interpretação sobre o lugar onde a história se passou é
a B, em virtude de elementos como: “olhe”, “ali” e “que está nos
vendo”, que dão indicações de lugar.
Resposta: B
TEXTO:
É por causa do meu engraxate que ando agora em plena desolação.
Meu engraxate me deixou. Passei duas vezes pela porta onde ele
trabalhava e nada. Então me inquietei, não sei que doenças
mortíferas, que mudança pra outras portas se passaram em mim,
resolvi perguntar ao menino que trabalhava na outra cadeira. O
menino é um retalho de hungarês, cara de infeliz, não dá simpatia
alguma. E tímido, o que torna instintivamente a gente muito
combinado com o universo no propósito de desgraçar esses
desgraçados de nascença.
“Está vendendo bilhete de loteria”, respondeu antipático, me
deixando numa perplexidade penosíssima: pronto! Estava sem
engraxate! Os olhos do menino chispeavam ávidos, porque sou um
dos que ficam fregueses e dão gorjeta. Levei seguramente um
minuto pra definir que tinha de continuar engraxando sapatos toda
a vida minha e ali estava um menino que, a gente ensinando, podia
ficar engraxate bom.
(Mário de Andrade, Os Filhos da Candinha.)
116. A desolação por que passa o narrador resulta
(A) do sumiço do engraxate, por quem o narrador, ao valerse dos serviços, criara certa afeição.
(B) da ausência do engraxate, de cujos serviços, mesmo
precários, aquele se valia.
(C) da presença do menino hungarês, pouco aberto ao
diálogo, em substituição obrigatória ao antigo engraxate.
(D) do sumiço do engraxate com quem ele evitava a todo
custo criar laços afetivos.
(E) da necessidade dos serviços do tímido menino hungarês,
que certamente não chegaria a ser bom engraxate.
COMENTARIO:
Dentre as alternativas apresentadas não há nenhuma
completamente satisfatória. Aquela que melhor expressa o
conteúdo do texto é a A, mas é importante ressalvar que não se
encontra no texto qualquer marca de afeição entre o narrador e o
engraxate. Embora haja essa sugestão no início, “… ando agora em
plena desolação.”, no decorrer do texto fica claro que os laços
estabelecidos entre os dois não ultrapassam aqueles considerados
utilitários e habituais — idéia reforçada pelo final, quando o
narrador se convence de que mesmo o menino “hungarês” de olhar
antipático poderia, se bem ensinado, tornar-se um engraxate bom.
Resposta: A
117. A timidez do engraxate despertava no narrador um
sentimento de
(A) pena dele e daqueles que, como ele, também viviam mal.
(B) repulsa por ele e pelos de sua condição de mal-nascido.
(C) enternecimento por ele e pelos mal-nascidos, por sua
natural infelicidade.
(D) distanciamento dele e daqueles que o viam com
interesse.
(E) indignação com ele e com aqueles que pouco faziam para
progredir.
COMENTARIO:
A idéia de que o narrador cria um sentimento de repulsa pelo
menino “hungarês” e por todos aqueles que, como ele, provêm de
classe social desfavorecida fica clara em “... o que torna
instintivamente a gente muito combinado com o universo no
propósito de desgraçar esses desgraçados de nascença.”
Resposta: B
118. É correto afirmar que
(A) o narrador ficou sem engraxate, mas queria encontrar o
menino para agradecer pelos bons serviços que recebera.
(B) o menino hungarês é antipático, pois se refere, com
ironia, ao outro que, um dia, já esteve trabalhando ao seu
lado como engraxate, prestando serviços ao narrador.
(C) a possibilidade de ficar definitivamente sem seu
engraxate, que poderia lograr êxito no novo emprego,
perturbava demais o narrador.
(D) o espírito generoso do narrador com o engraxate, ficando
freguês e dando gorjetas, não foi suficiente para evitar
ser maltratado pelo menino.
(E) a forma dissimulada como o menino hungarês trata o
narrador naquele momento difícil mostra-o como se
estivesse se divertindo com a situação.
COMENTARIO:
O narrador de fato mostra-se muito perturbado com a
possibilidade de ficar definitivamente sem engraxate, estado que
pode ser comprovado pelo uso de expressões como: “ando agora
em plena desolação” e “me deixando numa perplexidade
penosíssima”.
Resposta: C
TEXTO: Que se chama solidão
Chão da infância. Algumas lembranças me parecem fixadas nesse
chão movediço, as minhas pajens. Minha mãe fazendo seus
cálculos na ponta do lápis ou mexendo o tacho de goiabada ou ao
piano; tocando suas valsas. E tia Laura, a viúva eterna que foi
morar na nossa casa e que repetia que meu pai era um homem
instável. Eu não sabia o que queria dizer instável mas sabia que
ele gostava de fumar charutos e gostava de jogar. A tia um dia
explicou, esse tipo de homem não consegue parar muito tempo
no mesmo lugar e por isso estava sempre sendo removido de
uma cidade para outra como promotor. Ou delegado. Então
minha mãe fazia os tais cálculos de futuro, dava aquele suspiro e
ia tocar piano. E depois, arrumar as malas.
— Escutei que a gente vai se mudar outra vez, vai mesmo?
perguntou minha pajem Maricota. Estávamos no quintal
30
chupando os gomos de cana que ela ia descascando. Não
respondi e ela fez outra pergunta: Sua tia vive falando que agora
é tarde porque a Inês é morta, quem é essa tal de Inês?
Sacudi a cabeça, não sabia. Você é burra, Maricota resmungou
cuspinhando o bagaço. (...)
— Corta mais cana, pedi e ela levantou-se enfurecida: Pensa que
sou sua escrava, pensa? A escravidão já acabou!, ficou
resmungando enquanto começou a procurar em redor, estava
sempre procurando alguma coisa e eu saía atrás procurando
também, a diferença é que ela sabia o que estava procurando,
uma manga madura? Jabuticaba? Eu já tinha perguntado ao meu
pai o que era isso, escravidão. Mas ele soprou a fumaça para o
céu (dessa vez fumava um cigarro de palha) e começou a recitar
uma poesia que falava num navio cheio de negros presos em
correntes e que ficavam chamando por Deus. Deus, eu repeti
quando ele parou de recitar. Fiz que sim com a cabeça e fui
saindo, Agora já sei.
(Lygia Fagundes Telles, Invenção e Memória.)
119. De acordo com o texto, entende-se que o chão da infância da
narradora é marcado
(A) pela incômoda viuvez da tia.
(B) pela ausência do pai.
(C) pelo convívio com família e pajens.
(D) pelo medo da escravidão.
(E) pela indiferença das pajens.
COMENTARIO:
O primeiro período do texto apresenta uma frase nominal (“Chão
de infância”) que remete às relações da narradora com suas
“pajens”, com sua “mãe fazendo seus cálculos”, com sua “tia
Laura” e com seu “pai”, que “gostava de fumar charutos”.
Resposta: C
TEXTO: Estigma
Os gregos, que tinham bastante conhecimento de recursos visuais,
criaram o termo estigma para se referirem a sinais corporais com
os quais se procurava evidenciar alguma coisa de extraordinário ou
mau sobre o status moral de quem os apresentava. Os sinais eram
feitos com cortes ou fogo no corpo e avisavam que o portador era
um escravo, um criminoso ou traidor — uma pessoa marcada,
ritualmente poluída, que devia ser evitada, especialmente em
lugares públicos. Mais tarde, na Era Cristã, dois níveis de metáfora
foram acrescentados ao termo: o primeiro deles referia-se a sinais
corporais de graça divina que tomavam a forma de flores em
erupção sobre a pele; o segundo, uma alusão médica a essa alusão
religiosa, referia-se a sinais corporais de distúrbio físico.
Atualmente, o termo é amplamente usado de maneira um tanto
semelhante ao sentido literal original, porém é mais aplicado à
própria desgraça do que à sua evidência corporal. Além disso,
houve alterações nos tipos de desgraças que causam preocupação.
(...)
Podem-se mencionar três tipos de estigma nitidamente diferentes.
Em primeiro lugar, há as abominações do corpo — as várias
deformidades físicas. Em segundo, as culpas de caráter individual,
percebidas como vontade fraca, paixões tirânicas ou não naturais,
crenças falsas e rígidas, desonestidade, sendo essas inferidas a
partir de relatos conhecidos de, por exemplo, distúrbio mental,
prisão, vício, alcoolismo, homossexualismo, desemprego, tentativas
de suicídio e comportamento político radical. Finalmente, há os
estigmas tribais de raça, nação e religião, que podem ser
transmitidos através de linhagem e contaminar por igual todos os
membros de uma família. Em todos esses exemplos de estigma,
entretanto, inclusive aqueles que os gregos tinham em mente,
encontram-se as mesmas características sociológicas: um indivíduo
que poderia ter sido facilmente recebido na relação social
quotidiana possui um traço que pode-se impor à atenção e afastar
aqueles que ele encontra, destruindo a possibilidade de atenção
para outros atributos seus. Ele possui um estigma, uma
característica diferente da que havíamos previsto. Nós e os que não
se afastam negativamente das expectativas particulares
em questão serão por mim chamados de normais.
As atitudes que nós, normais, temos com uma pessoa com um
estigma, e os atos que empreendemos em relação a ela são bem
conhecidos na medida em que são as respostas que a ação social
benevolente tenta suavizar e melhorar. Por definição, é claro,
acreditamos que alguém com um estigma não seja completamente
humano. Com base nisso, fazemos vários tipos de discriminações,
através das quais, efetivamente, e muitas vezes sem pensar,
reduzimos suas chances de vida.
(GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade
deteriorada. Rio de Janeiro: LTC, 1988. p. 11-15.)
120. Segundo o texto, é correto afirmar:
(A) Os estigmas físicos e os ligados à personalidade atingem
todos os membros de uma família.
(B) As pessoas “normais” devem evitar a convivência com as
estigmatizadas, para evitar a contaminação.
(C) Embora diferentes, os três tipos de estigma levam à
rejeição do indivíduo pelo grupo social.
(D) Os portadores de características estigmatizantes não têm
qualidades que possibilitem sua integração social.
(E) As três formas de estigma são transmitidas
hereditariamente de uma geração a outra.
COMENTARIO:
O texto é explícito ao afirmar que “em todos esses exemplos de
estigma ... um indivíduo ... possui um traço que pode ... afastar
aqueles que encontra”, causando, portanto, a rejeição pelo grupo
social.
Resposta: C
121. Entre os diversos conceitos de “estigma” apresentados no
texto, assinale a alternativa que sintetiza o uso mais amplo
que o termo adquiriu na atualidade.
(A) Marcas corporais ocasionadas intencionalmente para
indicar características morais do portador.
(B) Sinais produzidos no corpo das pessoas para restringir
sua circulação em espaços públicos.
(C) Marcas observadas na pele de alguns indivíduos,
atribuídas ao dom divino.
(D) Indícios físicos que levam ao julgamento de que certos
indivíduos seriam seres imperfeitos.
(E) Características pessoais usadas socialmente como
critérios para a discriminação de alguns indivíduos.
COMENTARIO:
O texto mostra que, atualmente, os estigmas podem ser fundados
em traços físicos, comportamentais ou étnico-sociais, em qualquer
das hipóteses uma característica do indivíduo é adotada pelo grupo
social como suficiente para ensejar a discriminação e o isolamento
dos estigmatizados.
Resposta: E
122. A partir do texto, é INCORRETO afirmar:
(A) O conceito de estigma e o conceito de “pessoas normais”
são construídos por oposição um ao outro.
31
(B) Características inerentes ao indivíduo dão origem a
estigmas diversos e facilitam a aceitação dele pelos
demais.
(C) Políticas de ação afirmativa buscam aumentar a
integração social de pessoas a que se atribuem diversos
tipos de estigma.
(D) Um único estigma basta para obscurecer as qualidades de
um indivíduo.
(E) Obras sociais de atendimento a grupos estigmatizados
não eliminam o estigma, mas procuram reduzir seus
efeitos.
COMENTARIO:
As características estigmatizantes em nada favorecem a aceitação
do seu portador pela comunidade, ao contrário, dão origem à sua
marginalização.
Resposta: B
TEXTO: Os tempos são outros
Dentre as muitas coisas intrigantes deste mundo, poucas há tão
misteriosas quanto o tempo. A ironia é que mal nos damos conta
disso. Estando desde o nascimento submetidos a uma mesma
noção de tempo, aceita por todos à nossa volta em termos sempre
idênticos e inquestionáveis, tendemos a achar que ela é a única
possível e corresponde à própria realidade. Causa um grande
choque saber que outras culturas têm formas diferentes de
perceber e compreender o tempo e também de representar o
curso da história. E ainda assim a nossa defesa automática é
acreditar que elas estão erradas e nós certos. Ledo engano. Na
nossa própria cultura o tempo foi percebido de formas diferentes.
Os gregos antigos tinham uma noção cíclica do tempo. Ele se
iniciava com as prodigiosas eras de ouro e dos deuses, declinava
depois para as eras de bronze e de ferro, dos heróis, chegando à
crise final com a fraqueza e penúria da era dos homens, após a qual
o ciclo reiniciava. Para os romanos, o tempo se enfraquecia na
medida em que se afastava do mais sagrado dos eventos, a
fundação de Roma. Na Idade Média prevalecia o tempo recursivo,
pelo qual os cristãos acreditavam percorrer uma via penitencial,
desde a expulsão do Jardim do Éden até a salvação e o retorno ao
Paraíso.
Foi só com a consolidação do capitalismo, a partir do
Renascimento, que passou a prevalecer uma noção de tempo
quantitativo, dividido em unidades idênticas e vazias de qualquer
conteúdo mítico, cujo símbolo máximo foi o relógio mecânico, com
seu incansável tique-taque. Essa foi também a época em que a
ciência ea técnica se tornaram preponderantes. Nesse contexto, o
maior dos cientistas modernos, sir Isaac Newton formalizou o
conceito do tempo como sendo absoluto. “O tempo matemático,
verdadeiro e absoluto flui homogeneamente, sem nenhuma
relação com qualquer coisa externa”. Como pertencemos a esse
tempo moderno, é ele que aprendemos em casa, na escola e nos
relógios ao redor. E achamos, como Newton, que ele é o único
verdadeiro!
Mas o mundo moderno foi se complicando e esse conceito fixo e
fechado se tornou cada vez menos satisfatório. Assim, já no início
do século XX, o filósofo Henry Bergson mudava de novo o conceito
declarando: “Ou o tempo é uma invenção ou ele é nada.” O amplo
conhecimento de outras culturas e as grandes transformações
científicas e técnicas do Ocidente forçaram a admitir que cada povo
cria as noções de tempo e história que correspondam às suas
formas de vida, suas necessidades e expectativas. O que é claro no
caso da cultura moderna é que nossa percepção do tempo ficou
coligada ao desenvolvimento tecnológico. Assim, das pás dos
moinhos de vento ao velame das caravelas, às máquinas a vapor, às
ferrovias, aos veículos automotores, aos transatlânticos, aviões,
telégrafos, cinema, rádio e tevê, sentimos um efeito de aceleração
permanente. Foi o que Machado de Assis previu profeticamente ao
dizer que, ”após a Guerra do Paraguai, os relógios passaram a
andar mais depressa“.
O último e mais dramático episódio nesta saga da aceleração foi
assinalado pela revolução da microeletrônica a partir dos anos 70.
Num repente fomos invadidos por inúmeros prodígios técnicos: fax,
bips, PCs, celulares, TVs a cabo, modems, e-mail... Tudo parece
convergir para tornar as comunicações mais rápidas, o trabalho
mais produtivo e a vida mais fácil. Mas, por outro lado, nossa
privacidade é mais rápida e facilmente invadida, os espaços
públicos se encheram de gente falando sozinha e quem trabalha
não só pode ser solicitado a todo e qualquer momento como deve
estar sempre disponível.
(SEVCENKO, Nicolau. ISTOÉ, Edição especial: Vida digital, 1999.)
123. Segundo o texto, é correto afirmar:
(A) A concepção satisfatória de tempo no século XX é
determinada pela tecnologia e independe das formas de
vida, necessidades e expectativas de cada povo.
(B) Dois fatores são fundamentais na determinação da
percepção atual do tempo: transporte e comunicação.
(C) A declaração do filósofo Bergson ratifica a concepção de
tempo absoluto de Newton.
(D) Os ciclos de tempo previstos pelos gregos na Antigüidade
completaram-se antes do surgimento da visão de tempo
autônomo.
(E) O tempo, no século XX, deixou de interferir na vida dos
povos a partir da constatação de Bergson de que o tempo
é nada.
COMENTARIO:
No texto, a enumeração das conquistas tecnológicas às quais a
moderna percepção do tempo estaria coligada inclui sobretudo
meios de transporte (caravelas, ferrovias, veículos automotores,
transatlânticos, aviões) e meios de comunicação (telégrafos,
cinema, rádio e tevê), o que permite concluir que o progresso dos
meios de transporte e de comunicação colaboraram de forma
decisiva para a percepção de aceleração permanente do tempo.
Resposta: B
124. Para o autor, o conceito mais adequado de tempo é o que o
caracteriza como:
(A) mítico, ligado a valores religiosos.
(B) autônomo e quantitativo.
(C) vinculado a cada cultura.
(D) cíclico, marcado por reinícios periódicos.
(E) recursivo, marcado pelo retorno ao ponto de origem.
COMENTARIO:
Já no primeiro parágrafo, o texto afirma ser enganosa a concepção
de que só haja um conceito de tempo. Ao contrário, cada época e
cada cultura concebe o tempo de modo diverso, de acordo com
suas necessidades, vivências e valores.
Resposta: C
TEXTO: O campo e a cidade
“Campo” e “cidade” são palavras muito poderosas, e isso não é de
se estranhar, se aquilatarmos o quanto elas representam na
vivência das comunidades humanas. O termo inglês country pode
significar tanto “país” quanto “campo”; the country pode ser toda a
sociedade ou só sua parte rural. Na longa história das comunidades
humanas, sempre esteve bem evidente esta ligação entre a terra
da qual todos nós, direta ou indiretamente, extraímos nossa
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subsistência, e as realizações da sociedade humana. E uma dessas
realizações é a cidade: a capital, a cidade grande, uma forma
distinta de civilização. Em torno das comunidades existentes,
historicamente bastante variadas, cristalizaram-se e generalizaramse
atitudes emocionais poderosas. O campo passou a ser associado a
uma forma natural de vida — de paz, inocência e virtudes simples.
À cidade associou-se a idéia de centro de realizações — de saber,
comunicações, luz. Também constelaram-se poderosas associações
negativas: a cidade como lugar de barulho, mundanidade e
ambição; o campo como lugar de atraso, ignorância e limitação. O
contraste entre campo e cidade, enquanto formas de vida
fundamentais, remonta à Antigüidade clássica.
A realidade histórica, porém, é surpreendentemente variada. A
“forma de vida campestre” engloba as mais diversas práticas — de
caçadores, pastores, fazendeiros e empresários agroindustriais —,
e sua organização varia da tribo ao feudo, do camponês e pequeno
arrendatário à comuna rural, dos latifúndios e plantations às
grandes empresas agroindustriais capitalistas e fazendas estatais.
Também a cidade aparece sob numerosas formas: capital do
Estado, centro administrativo, centro religioso, centro comercial,
porto e armazém, base militar, pólo industrial. O que há em comum
entre as cidades antigas e medievais e as metrópoles e
conurbações modernas é o nome e, em parte, a função — mas não
há em absoluto uma relação de identidade. Além disso, em nosso
próprio mundo, entre os tradicionais extremos de campo e cidade
existe uma ampla gama de concentrações humanas: subúrbio,
cidade dormitório, favela, complexo industrial. (...)
(WILLIAMS, Raymond. O campo e a cidade: na história e na literatura. São
Paulo: Companhia das Letras, 1989. p. 11-12.)
125. Segundo o texto, é correto afirmar:
(A) Práticas historicamente constituídas em torno do campo
e da cidade contrapõem-se a avaliações cristalizadas de
origem emocional, que se associam a esses espaços.
(B) Subúrbios e favelas comprovam que o limite entre cidade
e campo é bem definido.
(C) As mais diferentes comunidades campestres constituídas
no decorrer da história reafirmam a visão do campo
como lugar de atraso e ignorância.
(D) Na Antiguidade Clássica ainda não havia uma
diferenciação entre vida urbana e vida rural.
(E) Latifúndios, empresas agroindustriais capitalistas e
fazendas estatais evidenciam as avaliações do senso
comum em relação ao campo.
COMENTARIO:
No segundo parágrafo, o texto admite que em torno das
comunidades existentes no campo e na cidade cristalizaram-se
“atitudes emocionais poderosas”, mas demonstra que essa visão
estereotipada não corresponde à surpreendente variação das
práticas históricas reais, ou seja, a realidade histórica contrapõe-se
às avaliações de caráter emocional.
Resposta: A
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