Livro de Resumos - Sociedade Portuguesa De Ginecologia

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Livro de Resumos - Sociedade Portuguesa De Ginecologia
 Livro de
Resumos
Comunicações
Livres e
Posters
COMUNICAÇÕES LIVRES
TIPO
Nº
RESUMO
Nº
CL
1
44
CANCRO DO OVÁRIO DIAGNOSTICADO NA SEQUÊNCIA DE EVENTOS
TROMBOEMBÓLICOS
Evelin Pinto, Mónica Melo, João Gonçalves, Graça Ramalho
CL
2
79
Regras ecográficas simples do grupo IOTA para discriminar entre lesões
anexiais benignas e malignas: determinação da acuidade diagnóstica.
Ana Sofia Fernandes,Teresa Costa-Castro, João Gomes, Luísa Machado, José
Ferreira, Jorge Beires
CL
3
93
Histerectomia totalmente laparoscópica: a obesidade não aumenta o risco de Cristina Nogueira-Silva, Elisa Pereira, Sónia Barata, Conceição Alho, Filipa
complicações
Osório, Carlos Calhaz-Jorge
CL
4
5
Dispositivo Intrauterino de Levonorgestrel e obesidade: ganho de peso, mito
Oliveira N, Rosado V, Machado AI, Marques C
ou realidade?
CL
5
9
Avaliação Endometrial na Pós-menopausa - Poderemos diminuir o número de André Reis Correia, Ana Cristina Nércio, Margarida Enes, Ana Bello, Maria José
procedimentos invasivos?
Bernardo, Fazila Mahomed
CL
6
17
Nódulos da Mama na Adolescente
Joana Rego, Joana Belo, Helena Leite
CL
7
19
Espaço Jovem: 19 anos de Atendimento
Vânia Ferreira; Marcília Teixeira; Mónica Fernandes; Joana Lima Santos; Teresa
Oliveira
CL
8
38
O que diferencia as mulheres com líquen escleroso sintomáticas das
assintomáticas?
João Cavaco-Gomes, Pedro Vieira-Baptista, Joana Lima-Silva, Luísa Machado,
Ana Amaral, Jorge Beires, José Martinez-de-Oliveira
CL
9
66
E QUANDO OS TUMORES DO OVÁRIO NÃO ESTÃO SÓS? TUMORES SÍNCRONOS Lúcia Correia, Vera Mourinha, Ana Marujo, António Gomes, Ana Francisca
OVÁRIO-ENDOMÉTRIO - 10 ANOS DE EXPERIÊNCIA DO IPOLFG
Jorge
CL
10
28
Prevalência de Vulvodinia numa População Jovem Portuguesa
Titulo
Autores
José A. Fonseca-Moutinho 1,2, Helena Monteiro
1
COMUNICAÇÃO LIVRE 1
CANCRO DO OVÁRIO DIAGNOSTICADO NA SEQUÊNCIA DE EVENTOS TROMBOEMBÓLICOS
Evelin Pinto, Mónica Melo, João Gonçalves, Graça Ramalho
Serviço de Ginecologia/Obstetrícia, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho
INTRODUÇÃO
Os eventos tromboembólicos são maioritariamente ocorrências terminais das neoplasias malignas.
Ocasionalmente, verificam-se previamente ao diagnóstico de doença neoplásica. O síndrome de
trousseau é, provavelmente, o síndrome tromboembólico melhor conhecido no doente
oncológico, também designado de trombose migratória ou espontânea recorrente, envolvendo
territórios arteriais e venosos. Neste trabalho os autores descrevem dois casos clínicos em que
eventos tromboembólicos precederam o diagnóstico de neoplasia epitelial do ovário.
CASOS-CLINICOS
1) Doente de 47 anos de idade com diagnóstico de tromboembolismo pulmonar bilateral pouco
tempo depois da ocorrência de dois episódios de trombose venosa profunda do membro inferior.
Estudos imagiológicos complementares demonstraram uma massa anexial e provável
disseminação metastática. Procedeu-se a biópsia da referida massa que permitiu diagnosticar
carcinoma de células claras do ovário.
2) Doente de 52 anos de idade com trombose venosa profunda do membro inferior. Um mês
depois, por algias pélvicas, realizou-se estudo imagiológico complementar que revelou massa
anexial e extensas adenopatias. Efectuou-se laparotomia exploradora com biópsias e o exame
anatomopatológico revelou tratar-se de adenocarcinoma seroso do ovário com extensa
metastização.
CONCLUSÃO
Um evento tromboembólico inexplicado pode ser um indicador precoce de uma neoplasia
maligna. Relativamente às neoplasias malignas do ovário, o diagnóstico primário de evento
tromboembólico associa-se habitualmente a um estádio avançado da doença.
2
COMUNICAÇÃO LIVRE 2
REGRAS ECOGRÁFICAS SIMPLES DO GRUPO IOTA PARA DISCRIMINAR ENTRE LESÕES ANEXIAIS
BENIGNAS E MALIGNAS: DETERMINAÇÃO DA ACUIDADE DIAGNÓSTICA.
Ana Sofia Fernandes 1, Teresa Costa-Castro1,2, João Gomes1, Luísa Machado1, José Ferreira1,
Jorge Beires1
1 Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de São João
2 Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
Objectivo: Determinação da acuidade diagnóstica das 10 regras ecográficas simples (5 sugestivas
de benignidade, 5 sugestivas de malignidade) publicadas pelo grupo iota (international ovarian
tumor analisys) na discriminação entre lesões anexiais benignas e malignas.
Métodos: Estudo retrospetivo com classificação das lesões anexiais de acordo com as regras, de
uma amostra de mulheres submetidas a cirurgia entre janeiro de 2012 e março de 2013. as lesões
foram descritas de acordo com os termos, medidas e definições (padrões morfológicos e
vasculares) estipulados pelo grupo iota. determinou-se a capacidade de discriminação das regras
entre tumores benignos e tumores borderline ou malignos. como teste de referência utilizou-se o
diagnóstico histológico.
Resultados: 169 mulheres com 193 lesões anexiais identificadas por ecografia foram submetidas a
cirurgia. O exame histológico revelou que 168 (87%) eram benignas, 16 (8%) malignas e 9 (5%)
borderline. Foi possível aplicar as regras do grupo IOTA em 88% (170) das lesões, classificando 159
como benignas e 11 malignas.
Neste estudo, as regras do grupo IOTA apresentaram uma sensibilidade de 58%, uma
especificidade de 99%, um valor preditivo positivo de 91% e um valor preditivo negativo de 97%.
Conclusão: A baixa sensibilidade encontrada está provavelmente associada à falha na descrição
adequada das lesões anexiais segundo os padrões do grupo IOTA. Alguns parâmetros são
subjetivos e a classificação está progressivamente a ser instituída na nossa unidade de ecografia
ginecológica estando numa fase de ganho de experiência. No entanto, não invalida a continuação
da sua utilização, dado que permite uniformizar e sistematizar a descrição ecográfica.
3
COMUNICAÇÃO LIVRE 3
HISTERECTOMIA TOTALMENTE LAPAROSCÓPICA: A OBESIDADE NÃO AUMENTA O RISCO DE
COMPLICAÇÕES
Cristina Nogueira-Silva1,2,3, Elisa Pereira, Sónia Barata4, Conceição Alho4, Filipa Osório4,5, Carlos
Calhaz-Jorge4,5
1 Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Hospital de Braga;
2 Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde (ICVS), Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Minho, Braga;
3 ICVS/3B’s – Laboratório Associado do Governo Português, Braga/ Guimarães;
4 Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução do Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte;
5 Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Lisboa
Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte
Introdução: A histerectomia é a cirurgia ginecológica major mais frequentemente realizada nos países
desenvolvidos, sendo amplamente reconhecidas as vantagens da abordagem laparoscópica. Inicialmente a
obesidade foi considerada contra-indicação relativa para laparoscopia. Contudo, vários estudos têm
demonstrado que a histerectomia totalmente laparoscópica (HTL) é segura em mulheres obesas.
Objetivo: Avaliar o efeito do índice de massa corporal (IMC) na taxa de complicações das HTL realizadas no
nosso departamento, entre abril de 2009 e março de 2013 (n=226).
Métodos: Estudo retrospetivo baseado na consulta dos processos clínicos. As caraterísticas das pacientes,
as caraterísticas da cirurgia e a taxa de complicações foram analisadas de acordo com o IMC das doentes
(normal; excesso de peso; obesidade).
Resultados: Foram submetidas a HTL 105 pacientes com IMC normal, 80 com excesso de peso e 41 obesas,
sem diferenças significativas relativamente aos antecedentes cirúrgicos abdomino-pélvicos.
Independentemente do IMC, o principal motivo de cirurgia foi útero miomatoso. O tempo operatório
médio para realização da HTL foi significativamente superior nas pacientes obesas comparativamente com
as pacientes com IMC normal (91,3 ± 37,7 vs. 73,2 ± 25,9 minutos; p<0,05). Não ocorreram diferenças entre
os grupos quanto ao peso médio da peça operatória, duração do internamento após a cirurgia, diferença
entre a hemoglobina pré e pós-operatória, bem como complicações major ou minor (morbilidade global
10,5% vs. 10% vs. 14,6%; p>0,05).
Conclusões: O presente estudo demonstra que a obesidade não aumenta a taxa de complicações das HTL,
embora prolongue o seu tempo operatório. Assim, a HTL é segura independentemente do IMC.
4
COMUNICAÇÃO LIVRE 4
DISPOSITIVO INTRAUTERINO DE LEVONORGESTREL E OBESIDADE: GANHO DE PESO, MITO OU
REALIDADE?
Oliveira N, Rosado V, Machado AI, Marques C
Maternidade Dr. Alfredo da Costa – Centro Hospitalar Lisboa Central
Objetivo: Determinar se o sistema intrauterino de levonorgestrel (SIU) usado no tratamento de
menorragia se associa a aumento de peso, em mulheres obesas e não obesas.
Material e métodos: Estudo caso-controlo prospetivo realizado entre 2002 e 2007 na
Maternidade Dr. Alfredo da Costa, incluindo todas as mulheres com menorragias a quem foi
colocado SIU. Foram definidos 2 grupos: G1- mulheres com índice de massa corporal (IMC)≥ 30 e
G2 – mulheres com IMC <30. Os parâmetros analisados foram: idade, padrão menstrual e ganho
de peso, os quais foram avaliados ao 1º, 3º e 6º mês e anualmente até aos 2 anos.
Resultados: Durante 5 anos foram colocados 282 SIUs em mulheres com menorragias, 27.3%
(n1=53) das quais apresentavam um IMC ≥30. A idade média das utentes foi de: G1 - 44.17±5.4 vs
G2 - 43.52±5.0 (p=0.225).
Ao longo dos 2 anos de vigilância não se observaram diferenças estatisticamente significativas
entre os dois grupos em termos de eficácia, observando-se uma melhoria na diminuição dos dias
de hemorragia (ano 2- mês 1, G1: -0.72±4.82 vs G2: -1.69±6.20, p=0.555) e spotting (ano2-mês 1,
G1: -12.06±9.53 vs G2: -9.98±11.23, p=0.492), não se associando a aumento de peso em ambos os
grupos (ganho de peso após 2 anos, G1: 1.14±3.15 vs G2:-1.13±2.96, p=0.199).
Conclusão: Podemos concluir que o SIU é uma alternativa eficaz em termos de melhoria das
menorragias não se associando a aumento de peso.
5
COMUNICAÇÃO LIVRE 5
AVALIAÇÃO ENDOMETRIAL NA PÓS-MENOPAUSA - PODEREMOS DIMINUIR O NÚMERO DE
PROCEDIMENTOS INVASIVOS?
André Reis Correia, Ana Cristina Nércio, Margarida Enes, Ana Bello, Maria José Bernardo, Fazila
Mahomed
Serviço de Ginecologia/Obstetrícia – Hospital D. Estefânia, CHLC
Introdução: O estudo endometrial por exame histológico é o procedimento gold standard na avaliação
diagnóstica em doentes com suspeita de cancro endometrial ou lesão pré-maligna.
Objectivo: Averiguar a possibilidade de diminuir o número de procedimentos invasivos (histeroscopia,
biópsias/curetagens endometriais), com realização prévia da histerossonografia, nas doentes com suspeita
clínica e/ou ecográfica de patologia endometrial.
Métodos: Estudo retrospectivo que envolveu 487 doentes pós-menopausa submetidas a histerossonografia
por suspeita ecográfica de espessamento endometrial (≥ 4mm) e subsequente histeroscopia nos casos em
que houve confirmação de achados anómalos. Tratamento estatístico SPSS® V19.
Resultados: As 487 doentes incluídas no estudo tinham idade média à admissão hospitalar de 61,3 anos
(39-87) e apenas 78 (16%) queixas de metrorragias pós-menopausa. Os diagnósticos finais foram:
endométrio atrófico (46%), pólipo endometrial (44%), mioma submucoso (7,4%), hiperplasia simples do
endométrio (1,2%), adenocarcinoma (0,8%) e septo uterino (0,6%). O cancro endometrial, em termos
relativos, foi mais frequente no grupo sintomático (2,6 Vs 0,49%) e a hiperplasia endometrial apenas
diagnosticada nas doentes assintomáticas (1,5%).
Discussão: Em mais de metade das doente incluídas no presente estudo, não se justificou a realização de
estudos invasivos para avaliação endometrial, não sendo desprezíveis os riscos e custos que lhes são
imputados. A avaliação diagnóstica deverá ser individualizada e ter em conta as queixas, os factores de
risco e os dados ecográficos (vascularização e colecções líquidas intracavitárias).
6
COMUNICAÇÃO LIVRE 6
NÓDULOS DA MAMA NA ADOLESCENTE
Joana Rego, Joana Belo, Helena Leite
Maternidade Bissaya-Barreto, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Introdução: A maioria da patologia mamária na adolescente é benigna e autolimitada, sendo o
espectro de alterações semelhante à mulher adulta. A diferença reside na frequência relativa,
história natural e abordagem diagnóstica dessas alterações.
Objetivos: Caracterizar as adolescentes da Consulta da MBB com nódulos mamários.
Metodologia: Análise estatística descritiva de 81 adolescentes com nódulos mamários, seguidas
durante 5 anos.
Resultados: A idade média das adolescentes/menarca foi 17,3/12,2 anos, respetivamente. 61,7%
apresentava ciclos regulares e 50,6% tomava estroprogestativos. O nódulo foi auto-detectado em
85,2%, sendo um achado médico em 14,8%. 80,3% não referia qualquer sintoma. 12,4%
apresentava antecedentes familiares de cancro da mama. Das 96,3% que efetuaram ecografia
mamária, o diagnóstico foi fibroadenoma em 85,2% e quisto nas restantes. O nódulo era único em
74,1%, unilateral em 77,8% e ≥3cm em 65,4%. A localização predominante foi QSE. 11,1% efetuou
punção/biópsia aspirativa. 44,4% manteve vigilância e 51,9% exérese terapêutica. Os principais
motivos de excisão foram: aumento do tamanho (24,7%) e dimensão≥3cm (19,8%). 88,1% das que
foram submetidas a cirurgia, a histologia revelou fibroadenoma, sendo que em 4,8% destas surgiu
nova lesão. 89,7% das que ficaram sob vigilância, o nódulo manteve ou diminuiu de tamanho.
Conclusões: Para avaliar a patologia mamária na adolescente é fundamental combinar a clínica
com a ecografia e, quando necessário, confirmar a etiologia através de estudo citológico ou
histológico. Como revelou o nosso estudo (88,1%), os fibroadenomas constituem a quase
totalidade dos nódulos nesta faixa etária, verificando-se uma boa correlação entre os achados
ecográficos e histológicos.
7
COMUNICAÇÃO LIVRE 7
ESPAÇO JOVEM: 19 ANOS DE ATENDIMENTO
Vânia Ferreira; Marcília Teixeira; Mónica Fernandes; Joana Lima Santos; Teresa Oliveira
Centro Hospitalar Porto – Maternidade Júlio Dinis
Introdução: Com base na lei 3/84, foi criado em Março de 1994 o Espaço Jovem (EJ). O EJ é um
centro de atendimento a jovens na área da sexualidade, que funciona diariamente com um
médico, um psicólogo e uma enfermeira. A consulta é anónima, gratuita, confidencial e
desburocratizada, permitindo um acesso fácil a jovens de ambos os sexos, até aos 25 anos.
Material e Métodos: Estudo retrospetivo das consultas efetuadas no EJ entre Março/1994 e
Março/2013 em relação ao número de primeiras/segundas consultas, sexo, idade, via de acesso e
motivo de atendimento.
Resultados: Durante os 19 anos de funcionamento foram efetuadas 66210 consultas, com um
total de 15757 primeiras consultas, verificando-se anualmente uma tendência crescente, com
estabilização em cerca de 800 primeiras consultas/ano, desde 2001. A maioria dos atendimentos
foi procurado pelo género feminino (96,3%) e cerca de 63% dos jovens apresentavam idades
compreendidas entre os 19-23 anos. 74% dos jovens tiveram acesso à consulta através de
familiares e/ou amigos. Os motivos que mais frequentemente levaram à procura da consulta
foram a contraceção (48,4%), as queixas de foro ginecológico (21,6%), o pedido de informação
(15,3%) e o despiste de infeções sexualmente transmissíveis (5,8%).
Conclusões: A existência de uma consulta dirigida a jovens, com características e funcionamento
adequados a esta faixa etária, e cuja maior divulgação é feita pelos próprios utilizadores e seus
familiares/amigos, permite afirmar a sua utilidade e efetividade. O EJ tem como objetivo não só
apoiar e informar, mas principalmente formar esta população.
8
COMUNICAÇÃO LIVRE 8
O QUE DIFERENCIA AS MULHERES COM LÍQUEN ESCLEROSO SINTOMÁTICAS DAS
ASSINTOMÁTICAS?
João Cavaco-Gomes1, Pedro Vieira-Baptista1, Joana Lima-Silva1, Luísa Machado1, Ana Amaral1,
Jorge Beires1, José Martinez-de-Oliveira2, 3
1Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de São João
2Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior
3Departamento de Saúde da Criança e da Mulher, Centro Hospitalar Cova da Beira EPE, Covilhã, Portugal
Introdução: O Líquen Escleroso vulvar (LE) pode ser sintomático ou assintomático. As doentes sintomáticas
apresentam uma variação temporal e mesmo diária da intensidade e frequência dos sintomas. Os autores
procuraram estudar quais os factores implicados nessas diferenças,.
Métodos: Recolheram-se dados demográficos, epidemiológicos e clínicos de 228 pacientes com LE. Foram
comparados os dados das doentes sintomáticas com as assintomáticas e investigados possíveis factores
agravantes dos sintomas.
Resultados: A maioria das doentes (85%) era sintomática e 63% desenvolveram as primeiras queixas após a
menopausa. A probabilidade de ser assintomática diminuiu com a idade. O diagnóstico depois dos 50 anos
ou após a menopausa esteve associado a um maior risco de apresentar sintomas (OR 2.47 e 6.55,
respectivamente).
Outros factores identificados incluiram a incontinência urinária (IU) (OR 5.23), o uso de absorventes (na
ausência de IU) (OR 3,59) e a presença de dispareunia (OR 5.28). Todas as pacientes com história familiar
de LE eram sintomáticas. O agravamento nocturno dos sintomas foi referido por 47% e com o consumo de
determinados alimentos por 26%, sendo a carne de porco o mais frequentemente apontado (52%).
Conclusões: As mulheres com LE sintomáticas, em comparação com as assintomáticas, mostraram ter mais
frequentemente incontinência urinária, usar absorventes, ter dispareunia e história familiar de LE. O
consumo de carne de porco poderá contribuir para o agravamento dos sintomas. Alterações dietéticas,
correcção da incontiência urinária e evicção do uso de absorventes poderão ser úteis no controlo
sintomático desta patologia.
9
COMUNICAÇÃO LIVRE 9
E QUANDO OS TUMORES DO OVÁRIO NÃO ESTÃO SÓS?
TUMORES SÍNCRONOS OVÁRIO-ENDOMÉTRIO - 10 ANOS DE EXPERIÊNCIA DO IPOLFG
Lúcia Correia, Vera Mourinha, Ana Marujo, António Gomes, Ana Francisca Jorge
Serviço de Ginecologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa – Francisco Gentil
Objetivo: Avaliar a incidência, as características e a evolução dos tumores síncronos do ovário e
endométrio.
Metodologia: Estudo retrospetivo dos tumores síncronos diagnosticados entre Janeiro de 2003 e
Dezembro de 2012 (n=28). Características demográficas, histológicas e follow-up foram analisados
e comparados com casos de tumores isolados do ovário (grupo 2) e do endométrio (grupo 3). Para
formação dos grupos 2 e 3 foram selecionados, numa proporção 2:1, os casos diagnosticados nos
dias subsequentes. Foi utilizado SPSS 16.0® e testes não paramétricos para análise estatística.
Resultados: Os tumores síncronos apresentaram uma incidência de 34 casos em 1000 cancros do
ovário. As doentes apresentaram uma idade média de 55,11±11,36 anos (versus 58,38±13,13 anos
no grupo 2 - valor p:0,272 e 67,04±9,74 anos no grupo 3 – valor p<0,001). Histologicamente, os
tumores síncronos eram mais frequentemente do subtipo endometrióide – tumores do ovário:
67,9% versus 12,5% no grupo 2, valor p<0,001; tumores do endométrio: 85,7% versus 82,1% no
grupo 3, valor p:0,937. O diagnóstico foi realizado, sobretudo, em estádios precoces (estádios I e II
– tumores do ovário: 71,4% versus 37,5% no grupo 2, valor p:0,006; tumores do endométrio:
92,9% versus 76,8% no grupo 3, valor p:0,121); sendo a taxa de sobrevivência global de 82,1%
(versus 62,5% no grupo 2 e 73,2% no grupo 3).
Conclusões: Na nossa amostra, os tumores síncronos do ovário e endométrio surgiram em
mulheres mais jovens, sendo o subtipo histológico mais frequente o endometrióide. Foram
diagnosticados em estádios mais precoces e associaram-se a uma maior taxa de sobrevivência.
10
COMUNICAÇÃO LIVRE 10
PREVALÊNCIA DE VULVODINIA NUMA POPULAÇÃO JOVEM PORTUGUESA
José A. Fonseca-Moutinho 1,2, Helena Monteiro 1
1Faculdade de Ciências da Saúde; Universidade da Beira Interior (UBI), Covilhã
2Serviço de Obstetrícia e Ginecologia; Centro Hospitalar Cova da Beira - E.P.E., Covilhã
Introdução: A ISSVD definiu vulvodinia como dor crónica localizada à vulva, com duração superior a 3
meses e sem etiologia aparente. A prevalência da doença é desconhecida em Portugal.
Objectivo: Determinar a prevalência da Vulvodinia em mulheres jovens, assim como fatores
epidemiológicos que lhe estejam associados.
Métodos: Foi usado um questionário anónimo elaborado e validado pelos autores.
O questionário foi distribuído a estudantes da UBI com idades entre os 17 e os 28 anos, aleatoriamente
selecionadas.
Os dados foram analisados no Microsoft Excel® 2007 e SPSS® - versão 20 para o Windows® e consideraramse significativos para um p<0,05.
Resultados: 752 questionários foram considerados válidos. 312 (41,5%) mulheres relataram dor na vulva
em algum momento da sua vida, e 41 (5,5%) preencheram os critérios de vulvodinia definidos pela ISSVD.
A Vulvodinia mostrou ter um impacto negativo na qualidade de vida e na atividade sexual (p<0,05).
Só 23 mulheres (34%) procuraram ajuda médica e 5 (7,4%) consultaram dois ou mais médicos. Em apenas
um caso foi efectuado o diagnóstico de vulvodinia
Conclusão: A prevalência de vulvodinia foi de 5,5% em idades entre os 17 e 28 anos, numa população
universitária. As mulheres tendem a desvalorizar a dor vulvar e os médicos subvalorizar o diagnóstico
clínico de Vulvodinia
11
POSTERS
TIPO
Nº
RESUMO
Nº
Poster
1
1
A Função Reprodutiva da Mulher Obesa - Uma Breve Revisão Teórica
Raquel Maciel, Bruna Vieira, Ana Aroso
Poster
2
2
Trombocitemia Essencial - A Propósito de Um Caso Clínico
Raquel Maciel, Ana Paula Reis, Bruna Vieira, Alexandra Mota, Graça Buchner,
Teresa Oliveira
Poster
3
3
Tromboflebite Pélvica Séptica Puerperal - A Propósito de Um Caso Clínico
Sofia Malafaia, Joana Sampaio, Inês Gonçalves,Cláudio Rebelo, Pedro Tiago
Silva
Poster
4
4
Miocardiopatia Periparto - A Propósito de um caso clínico
Raquel Maciel, Bruna Vieira, Ana Rocha, Patrícia Rodrigues, Sofia Cabral,
Filomena Taborda, Teresa Oliveira
Poster
5
6
Teratomas ováricos gigantes e bilaterais em idade fértil – um caso de sucesso
Sandra Vilar Soares, Margarida Brandão, Patrícia Reis, Manuel Rodrigues,
Maria João Carinhas
Poster
6
7
DESVANTAGENS DA CONIZAÇÃO “A FRIO” - A Propósito de Um Caso Clínico
Carlos Rodrigues, Teresa Fraga
Poster
7
8
CIRURGIA ONCOPLÁSTICA NO TRATAMENTO DO CARCINOMA DA MAMA EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO DE CIRURGIA GERAL
Sousa R., Teixeira A., Martins F
Poster
8
10
Impacto do líquen escleroso e líquen plano na função sexual: como atenuálo?
Joana Lima-Silva, Pedro Vieira-Baptista, João Cavaco-Gomes, Luísa Machado,
Ana Amaral, Jorge Beires, José Martinez-de-Oliveira
Poster
9
11
ENDOMETRIOSE DE CROHN
Filipa Barradas, Vera Sousa, Ana Paula Lopes, Lurdes Ramalho, Isabel Marques
Poster
10
12
Teratoma do Ovário – revisão clínica de 15 casos
Sousa, V; Pinto, P; Lopes, A; Marques I
Poster
11
13
Massas anexiais de origem ovárica no CHBM, experiência de 2 anos
Sousa, V; Barradas, F; Lopes A; Marques I
Poster
12
14
CANCRO DA MAMA NA GRAVIDEZ – CASO CLÍNICO
Evelin Pinto, Ana Nogueira, Claudina Carvalho
Poster
13
15
APRESENTAÇÃO DE LINFOMA DE BURKITT COMO MASSA PÉLVICA
Evelin Pinto, Ana Nogueira, João Gonçalves, Graça Ramalho
Poster
14
16
O VALOR DO “SINAL DO CRESCENTE OVÁRICO” NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE TUMEFACÇÕES ANEXIAIS
Teresa Costa-Castro, Ana Sofia Fernandes, João Gomes, Luísa Machado, José
Ferreira, Jorge Beires
Poster
15
18
Amenorreia Primária e Malformações müllerianas – a propósito de um caso
clínico.
Sandra V. Soares, Inês Vaz, Vânia Ferreira, José Cidade Rodrigues, Teresa
Oliveira, Eugénia Fernandes
Poster
16
20
Quando menstruar se torna um drama!
Vânia Ferreira; Inês Vaz; Teresa Oliveira
Poster
17
21
DOR PÉLVICA AGUDA E TORÇÃO ANEXIAL – a propósito de um caso clínico
Sandra V. Soares, Patrícia Reis, Vânia Ferreira, Maria João Carinhas, Teresa
Oliveira, Rosa Maria Rodrigues
Poster
18
22
Técnicas de conização por electrocirurgia: há diferenças entre elas?
Joana Lima-Silva, João Cavaco-Gomes, Anabela Rocha, Pedro Vieira-Baptista,
Libânia Araújo, Jorge Beires
Poster
19
23
Fibroleiomioma Intramural – complicou a cesariana…
José Miguel Raimundo, Rita Luz, Rubina Mendonça, Rui Leal, Helena Machado,
Benilde Maria, Victor Gabriel, Isabel Matos Canelas
Poster
20
24
Gravidez ectópica tubária após salpingectomia bilateral
Daniela Almeida, Vânia Ferreira, Sandra Soares, Margarida Brandão, Manuela
Leal
Poster
21
25
Tumores borderline do ovário e preservação da fertilidade: a propósito de 1
caso
Martins, AC; Djokovic, D; Sousa, AM; Silva, L; Cirurgião, F
Poster
22
26
Tromboembolismo pulmonar bilateral como forma de apresentação de
neoplasia do ovário
Martins, AC; Djokovic, D; Sousa, AM; Silva, L; Cirurgião, F
Poster
23
27
SonoAVC e VOCAL - Método automático de determinação do volume folicular
J. Tavares; Andreia Rodrigues; Patrizia Vecca
e ovárico
Poster
24
29
Melanoma da vulva – a propósito de um caso clínico
Rosário Gorgal, Almerinda Petiz, Cristina Ramalho, Paulo Ribas
Poster
25
30
ABORDAGEM E OPÇÕES TERAPÊUTICAS NA HIPERTROFIA DOS PEQUENOS
LÁBIOS
Nunes F, Neves F, Geraldes F, Leite HB
Titulo
Autores
12
TIPO
Nº
RESUMO
Nº
Poster
26
31
GRAVIDEZ HETEROTÓPICA – A EMERGÊNCIA DO DIAGNÓSTICO
Lima T, Pinto AR, Dias C, Oliveira T
Poster
27
32
Struma ovarii, um tumor do ovário raro em diferentes idades
L. Ferreira, A. Sofia, M. Rocha, A. Gomes, I. Santana, A. Jorge
Poster
28
33
Tumor do Ovário como manifestação de carcinoma neuroendócrino
apendicular – Caso Clínico
Fátima Silva, Paula Oliveira, Susana Leitão, Soledade Ferreira, Teresa Teles
Poster
29
34
GRAVIDEZ ECTÓPICA PERITONEAL – CASO CLÍNICO
Teixeira da Silva, T.; Rodrigues, A. I.; Paiva, C.; Guedes Martins, L., Marta, S.;
Cabral, J. M.
Poster
30
35
Trombofilias
Telma Esteves, Ana Costa, Anabela Ramos, Vítor Caeiro
Poster
31
36
TUMOR DE KRUKENBERG - Diagnóstico diferencial de massa pélvica e
hemorragia uterina pós-menopausa
Rita Luz, Rubina Mendonça, Rui Leal, Helena Machado, José Miguel Raimundo,
Jorge Simões, Ana Martins Silva, Matilde Gonçaves, Isabel Matos
Poster
32
37
TUMOR DA PAREDE ABDOMINAL - Localização incomum de metástase de
adenocarcinoma do endométrio
Rita Luz, Rubina Mendonça, Rui Leal, Helena Machado, José Miguel Raimundo,
Jorge Simões, Matilde Gonçalves, Isabel Matos
Poster
33
39
Púrpura Trombocitopénica Trombótica
Telma Esteves, Ana Rita Codorniz, Anabela Ramos, Vítor Caeiro
Poster
34
40
Estudo Prospetivo de Disfunção Sexual Feminina
Sousa AM, Andrade C, Ferreira C, Damasceno Costa J, Nogueira Martins N
Poster
35
41
Parto Pré-Termo - Casuística
Sousa AM, Martins A, Lilaia C, Cirurgião F
Poster
36
42
Doença inflamatória pélvica grave pós parto - A propósito de um caso clínico
Sousa AM, Martins A, Toller A, Lilaia C, Cirurgião F
Poster
37
43
Nefropatia diabética na gravidez - A propósito de um caso clínico
Sousa AM, Martins A, Djokovic D, Bacalhau D, Lilaia C, Cirurgião F
Poster
38
45
Dermatoses liquenóides e patologia tiroideia: que relação existe?
Ana Amaral, Pedro Vieira-Baptista, João Cavaco-Gomes, Joana Lima-Silva,
Luísa Machado, Jorge Beires, José Martinez-de-Oliveira
Poster
39
46
TROMBOSE VENOSA DO MEMBRO SUPERIOR COMO COMPLICAÇÃO DE
SÍNDROME DE HIPERESTIMULAÇÃO OVÁRICA – CASO CLÍNICO
Ana Beatriz Godinho, Inês Oliveira, Luísa Pinto, Nuno Clode, Ana Paula Soares,
Carlos Calhaz-Jorge
Poster
40
47
Complicações per e pós operatórias do Serviço de Ginecologia – Casuística de
Cardoso A, Almeida D, Leal M.
2012
Poster
41
48
Complicações da cirurgia ginecológica – análise crítica de um sistema de
classificação
Cardoso A, Almeida D, Leal M.
Poster
42
49
GRAVIDEZ EM FALÊNCIA OVÁRICA PRECOCE – A PROPÓSITO DE UM CASO
CLÍNICO
Castro A., Almeida D., Pereira, I.S., Moutinho O., Guimarães, J.M.
Poster
43
50
Útero didelfos como causa de metrorragias
Martins, AC; Sousa, AM; Djokovic, D; Toller, A; Bacalhau, D; Lilaia, C
Poster
44
51
TUMORES DE BRENNER DO OVÁRIO – UM DIAGNÓSTICO CLINICO DESAFIANTE - Ana Teresa Marujo, Lúcia Correia, Mara Rocha, António Gomes, Ana Francisca
10 ANOS DE EXPERIÊNCIA DO IPOLFG
Jorge
Poster
45
52
TUMOR ESTROMAL ESCLEROSANTE DO OVÁRIO - A PROPÓSITO DE UM CASO
CLíNICO
Ana Teresa Marujo, Lúcia Correia, Mara Rocha, António Gomes, Ana Francisca
Jorge
Poster
46
53
TUMOR DE CÉLULAS DA GRANULOSA JUVENIL E PUBERDADE PRECOCE
PERIFÉRICA: UMA CAUSA RARA DE UMA ENTIDADE RARA
Ana Teresa Marujo, Lúcia Correia, Mara Rocha, António Gomes, Gabriela
Canas, Filomena Pereira, Ana Francisca Jorge
Poster
47
54
Massa Anexial no Contexto de Tumores Síncronos do Pulmão e Cólon – Caso
Clínico
Ana Paula Reis, Ana Isabel Rodrigues, Alexandre Morgado, Eugénia Fernandes
Poster
48
55
LINFOMA PRIMÁRIO DO COLO DO ÚTERO: CASO CLÍNICO
Regalo A., Caseiro L., Matias I., Pina F., Fernandes F.
Poster
49
56
LEI DAS SÉRIES - GRAVIDEZ ECTÓPICA
Vieira B., Rocha A., Maciel R., Carvalho S., Teixeira M., Buchner G., Candoso B.,
Taborda F., Costa V.
Poster
50
57
CORRECÇÃO CIRÚRGICA DO PROLAPSO DE ÓRGÃO PÉLVICO APÓS
Castro C, Pereira I, Mendes S, Henriques A, Ribeirinho AL, Lourenço AV.
HISTERECTOMIA – RESULTADOS ANATÓMICOS, COMPLICAÇÕES E FOLLOW-UP
Titulo
Autores
13
TIPO
Nº
RESUMO
Nº
Poster
51
58
Utilização de slings transobturadores sub-uretrais no tratamento da
incontinência urinária – 8 anos de experiência com TVT-O
Pereira I, Castro C, Mendes S, Martins I, Henriques A, Ribeirinho AL, Lourenço
AV
Poster
52
59
Tumores malignos do ovário: casuística de 5 anos - A experiência da ULSAM
Elisabete Gonçalves, Ângela Santos, Sandra Ferreira, Avelina Almeida,
Agostinho Carvalho, Domingos Magalhães
Poster
53
60
O cancro do útero e impacto na vida da mulher: casuística de 5 anos - A
experiência da ULSAM
Elisabete Gonçalves, Sandra Ferreira, João Pedro Prata, Avelina Almeida,
Agostinho Carvalho, Domingos Magalhães
Poster
54
61
CARCINOMA NEUROENDÓCRINO GÁSTRICO COM METASTIZAÇÃO OVÁRICA –
REVISÃO DA LITERATURA A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Vale Fernandes, E.1*; Rodrigues, F.1; Carvalho, L.1; Serrano, P.1; Jardim Pena,
D1
Poster
55
62
QUISTO DO OVÁRIO: CIRURGIA LAPAROSCÓPICA EM ADOLESCENTES E
MULHERES JOVENS
F.Neves, M. Santos, A. Marques e H. Leite
Poster
56
63
HEMORRAGIA UTERINA ANORMAL PERSISTENTE NA PRÉ-MENOPAUSA:
MORBILIDADE E CAUSAS
Filipa Barradas, Vera Sousa, Ana Paula Lopes, Lurdes Ramalho, Isabel Marques
Poster
57
64
Hematometra volumoso pós-menopausa
Isabel de Barros Pereira, Carla Nunes, Alexandra Henriques, Ana Luísa
Ribeirinho, Alexandre Lourenço
Poster
58
65
TUMOR BILATERAL DO OVÁRIO – LESÃO PRIMÁRIA OU SECUNDÁRIA?
Lúcia Correia, Ana Marujo, Vera Mourinha, António Gomes, Ana Francisca
Jorge
Poster
59
67
Torsão isolada da trompa: um caso raro de abdómen agudo em adolescente
Inês Pestana, Anabela Rocha, Ana Margarida Póvoa
Poster
60
68
Gravidez molar ectópica: importância da revisão sistemática dos resultados
histológicos
Inês Pestana, Anabela Rocha, Bruna Melo, Ana Margarida Póvoa
Poster
61
69
Fibromiomas e gravidez, o papel da Miomectomia – a propósito de um caso
clinico
Maria José M. Morais; Catarina Maia; Jorge Castro; Marcelina Carrilho
Poster
62
70
Gravidez após cancro
Carlos-Alves, M.; Neves, F.; Marques, I.; Belo, J.; Leite, H.
Poster
63
71
Tumor do ovário – A dificuldade do diagnóstico
Rodrigues, M.; Quintas, A.; Pereira, A.; Marques, I.
Poster
64
72
Mioma ou Placenta – A importância da vigilância ginecológica regular
Rodrigues, M.; Sarmento, R.; Ramalho, L.; Marques, I
Poster
65
73
Essure: podemos confiar?
M. Barros, T. Carraca, M. Martinho
Poster
66
74
Ginecologia Oncológica no Centro Hospitalar Cova da Beira
M. Barros, C.M. Gomes, J.A. Moutinho, J. Martinez de Oliveira
Poster
67
75
Síndrome de Vestibulite Vulvar
M. Barros, J.A. Moutinho, J. Martinez de Oliveira
Poster
68
76
Tumores borderline do ovário - a propósito de um caso clínico
Poster
69
77
Massas anexiais benignas em idade fértil e pós-menopausa
Poster
70
78
Embolização das artérias uterinas: opção terapêutica?
Sofia Estevinho, Evanira Sousa, Rita Ribeiro, Madalena Nogueira
Poster
71
80
INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ POR OPÇÃO DA MULHER:
MOTIVAÇÕES E CORRELAÇÕES CONTRACETIVAS
Sofia Oliveira do Vale, Teresa Bombas, António Almeida Silva, Miguel Freitas,
José Martinez de Oliveira
Poster
72
81
Disgenesia Gonadal Mista – Orientação Clínica
Vânia Ferreira; Inês Vaz; Eugénia Fernandes
Poster
73
82
Carcinoma do ovário na mulher jovem
Vera Ramos, Zita Ferraz, João Paulo Marques, Cristina Frutuoso, Isabel Torgal
Poster
75
84
Dos antecedentes ao tratamento: comparação de VaIN de baixo e alto grau
Joana Lima-Silva, Pedro Vieira-Baptista, João Cavaco-Gomes, Luísa Machado,
Ana Amaral, Jorge Beires, José Martinez-de-Oliveira
Titulo
Autores
Mendonça, Rubina; Leal, Rui; Luz, Rita; Machado, Helena; Raimundo, José;
Martins, Ana; Simões, Jorge; Martins, Cidália; Matos, Isabel; Gonçalves,
Matilde
Sandra V. Soares; Isabel Sá; Umbelina Ramos, Mª Céu Rodrigues, Maria João
Carinhas
14
TIPO
Nº
RESUMO
Nº
Poster
76
85
Neoplasia intraepitelial vulvar: estamos a utilizar a classificação adequada?
Joana Lima-Silva, Pedro Vieira-Baptista, João Cavaco-Gomes, Luísa Machado,
Ana Amaral, Jorge Beires, José Martinez-de-Oliveira
Poster
77
86
A importância da ecografia para a decisão de histeroscopia
Mendonça, Rubina; Leal, Rui; Luz, Rita; Machado, Helena; Raimundo, José;
Martins, Ana; Simões, Jorge; Martins, Cidália; Matos, Isabel
Poster
78
87
Citologia, teste de HPV e vaginoscopia: qual o seu papel na distinção entre
VaIN de baixo e alto grau?
João Cavaco-Gomes, Pedro Vieira-Baptista, Joana Lima-Silva, Luísa Machado,
Ana Amaral, Jorge Beires, José Martinez-de-Oliveira
Poster
79
88
Apresentação clínica e tratamento das neoplasias intraepiteliais vulvares:
experiência de 15 anos
João Cavaco-Gomes, Pedro Vieira-Baptista, Joana Lima-Silva, Luísa Machado,
Ana Amaral, Jorge Beires, José Martinez-de-Oliveira
Poster
80
89
Massas anexiais na peri e pós-menopausa submetidas a cirurgia – estudo
retrospectivo de 2007 a 2012
Ana Cristina Nércio, André Correia, Ermelinda Pinguicha, Maria José Bernardo,
Ricardo Mira
Poster
81
90
Massa Anexial Suspeita e Nódulos Pulmonares – A propósito de um caso
clínico
Ana Paula Reis, Inês Vaz, Vânia Ferreira, Alexandre Morgado, Eugénia
Fernandes
Poster
82
91
Massas Anexais em Idade Pediátrica - Revisão de 9 anos
André Reis Correia, Ana Cristina Nércio, Margarida Enes, Ana Bello, Maria José
Bernardo, Fazila Mahomed
Poster
83
92
DERMATITE POR DISPOSITIVO DE LIBERTAÇÃO INTRA-UTERINO DE
LEVONORGESTREL
Carla Nunes, Andreia Fonseca, Isabel Pereira, Sandra Sousa, Fátima Alves,
Joaquim Nunes
Poster
84
94
Endometriose torácica: uma rara manifestação da doença
D. Melo Castro, A. Castro, D. Apolinario, Z. Gomes, O. Moutinho
Poster
85
95
STRUMA OVARII – UM CASO CLÍNICO
Gonçalo Dias, Evanira Sousa, Marta Durão, Sofia Saleiro, Jorge Ribeiro
Poster
86
96
ABCESSO PÉLVICO COM DRENAGEM VAGINAL ESPONTÂNEA – A PROPÓSITO DE
Sousa, E; Dias, G; Ribeiro, J
UM CASO CLÍNICO
Poster
87
97
QUISTO OVÁRICO NA ADOLESCÊNCIA: ABORDAGEM CIRÚRGICA EM 5 ANOS
Irina Ramilo, Filipa Caeiro, Fernando Igreja, José Silva Pereira, Antónia Nazaré
Poster
88
98
O papel do estado de imunodeficiência causado pelo VIH (contagem de
linfócitos TCD4+ e carga viral) no rastreio de cancro cervical
Luísa Machado, Ana Amaral, Pedro Vieira-Baptista, Teresa Carraca, Marina
Moucho, Libânia Araújo, Jorge Beires
Poster
89
99
Massa anexial como a apresentação inicial de tumor gastrointestinal: quatro
casos clínicos
Paula Norinho de Oliveira, Rita Caldas, Cátia Rodrigues, Susana Leitão, Mak
KoK, Soledade Ferreira, Teresa Paula Teles
Poster
90
100
Hemorragias uterinas graves na adolescência
Marques, AF; Castro, MG; Leite, H; Geraldes, F; Àguas, F.
Poster
91
101
HEMORRAGIA UTERINA NA PÓS-MENOPAUSA: CASOS OPERADOS EM 2012
Filipa Barradas, Vera Sousa, Ana Paula Lopes, Lurdes Ramalho, Isabel Marques
Poster
92
102
Tratamento conservador do adenocarcinoma do endométrio em mulheres
que desejam a preservação da fertilidade
Jorge Castro, João Abreu Silva, Cátia Lourenço, Sandra Batista, Graça Ramalho
Poster
93
103
Encerramento da Mastectomia com V-Loc™ 180 – Experiência de um Serviço
de Cirurgia Geral
Sousa R., Teixeira A., Martins F.
Poster
94
104
Mamoplastia Vertical de Pedículo Superior num Carcinoma Ductal Invasor
Síncrono em Mama Supranumerária
Sousa R., Teixeira A., Martins F.
Titulo
Autores
15
POSTER 1
A FUNÇÃO REPRODUTIVA DA MULHER OBESA - UMA BREVE REVISÃO TEÓRICA
Raquel Maciel1, Bruna Vieira1, Ana Aroso2
1.Centro Hospitalar do Porto, Maternidade Júlio Dinis
2.Centro Hospitalar da Póvoa do Varzim e Vila do Conde
Vem já desde Hipócrates, cerca de 400 AC, as primeiras observações acerca do impacto negativo da obesidade na
função reprodutiva da mulher: Fatness and flabiness are to blame. The womb is unable to receive the semen and they
menstruate infrequently.
Esta associação negativa inicia-se desde a pré-concepção, com altas taxas de anovulação e de fecundabilidade
reduzida. No entanto, mesmo em mulheres obesas com ciclos menstruais regulares, o tempo para engravidar está
aumentado. Uma vez grávidas, estas mulheres apresentam ainda maior risco de abortamento espontâneo e de
complicações na gravidez (pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, anomalias do crescimento fetal, morte fetal,
anomalias congénitas e maior risco de parto por cesariana).
Neste trabalho, os autores apresentam uma breve revisão teórica sobre a função reprodutiva na mulher obesa.
16
POSTER 2
TROMBOCITEMIA ESSENCIAL - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Raquel Maciel, Ana Paula Reis, Bruna Vieira, Alexandra Mota, Graça Buchner, Teresa Oliveira
A Trombocitémia Essencial (TE), caracterizada por uma elevada produção de plaquetas, é a forma mais rara de doença
mieloproliferativa crónica clonal (0,1/100 000/ano). A sua etiologia é desconhecida embora se saiba que o processo
clonal tem origem ao nível da stem-cell hematopoiética pluripotencial.
Os eventos trombóticos são mais frequentes do que os hemorrágicos e podem ocorrer em cerca de 20 a 50% dos
doentes. As tromboses ocorrem preferencialmente ao nível da microcirculação e território arterial (artérias cerebrais,
coronárias e periféricas). As complicações hemorrágicas graves são raras, afectando menos de 10% dos doentes. A
chave do tratamento da TE reside na profilaxia dos acidentes tromboembólicos.
Sendo uma entidade rara, a bibliografia existente sobre a TE na gravidez é escassa e controversa. Apesar de ser mais
frequente na faixa etária dos 60 anos, verifica-se um pequeno pico de frequência na mulher com cerca de 30 anos e,
por isso, em idade fértil.
Pela sua raridade e pela controvérsia em torno da terapêutica na mulher grávida, apresentamos de caso clínico de
trombocitemia essencial na gravidez com um bom desfecho materno-fetal.
17
POSTER 3
TROMBOFLEBITE PÉLVICA SÉPTICA PUERPERAL - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Sofia Malafaia, Joana Sampaio, Inês Gonçalves, Cláudio Rebelo, Pedro Tiago Silva
Hospital Pedro Hispano, ULS Matosinhos
Introdução: A Tromboflebite Pélvica Séptica (TPS) é a formação de um trombo endotelial nos pequenos vasos pélvicos
com resposta inflamatória associada. Descrita desde o final do século XIX, apresentando elevada morbilidade.
Mantem-se um desafio para os clínicos, sendo geralmente diagnósticada por exclusão. A incidência é de 1/9000 nos
partos eutócicos e de 1/800 nas cesarianas. Com o auxílio da imagiologia e tratamento médico a mortalidade é
inferior a 5%.
Caso Clínico: 34 anos, 1G1P, diabetes gestacional, internada às 37 semanas por rotura de membranas. Efectuada
cesariana por trabalho de parto estacionário. Teve alta ao 4º dia de puerpério. Recorre ao 8º dia ao Serviço de
Urgência com queixas abdominais difusas e pirexia (40.6ºC). Apresentava-se hipotensa, taquicardica, abdómen
distendido e com sinais de irritação peritoneal. Analiticamente sem alterações de relevo à excepção de PCR 254.
Assumida sepsis com ponto de partida abdominal. Laparotomizada de urgência com detecção de peritonite
generalizada, várias locas abcedadas e sem foco visível. Isolado agente microbiológico, inicia antibioterapia. Evolução
favorável no pós-operatório até que ao 4º dia inicia febre e colhe rastreio séptico. Mantém pirexia sustentada por 10
dias apesar de antibioterapia de largo especto. O rastreio séptico é negatico. Pedido angio-TAC que revela trombose
da veia ovárica esquerda. Inicia HBPM 1 mg/Kg 12/12h, revertendo a pirexia em 48 horas. Teve alta orientada para
consulta externa de Obstetrícia e Imunohemoterapia. Cumpriu 6 meses de hipocoagulação.
Conclusão: A TPS puerperal é um diagnóstico de exclusão e a forma mais precoce de a detectar é através de um
elevado índice de suspeição.
18
POSTER 4
MIOCARDIOPATIA PERIPARTO - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Raquel Maciel1, Bruna Vieira1, Ana Rocha1, Patrícia Rodrigues2, Sofia Cabral2, Filomena Taborda1, Teresa Oliveira1
Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar do Porto
Serviço de Cardiologia, Centro Hospitalar do Porto
A Miocardiopatia Periparto é uma doença pouco frequente, de etiologia desconhecida, com maior incidência em
mulheres multíparas, de idade superior a 30 anos. Esta entidade caracteriza-se pela presença de insuficiência cardíaca
congestiva materna no último mês de gravidez ou até cinco meses pós-parto, com disfunção ventricular sistólica
esquerda, na ausência de outras causas identificáveis de insuficiência cardíaca, em mulheres previamente saudáveis.
Os autores apresentam um caso clínico de uma mulher de 34 anos, G1P1, sem antecedentes médicos relevantes que,
durante a 2ª semana pós-parto desenvolveu um quadro de dispneia progressiva, dor torácica tipo peso - de carácter
constante - e astenia. O ecocardiograma transtorácico revelou uma depressão grave da função sistólica ventricular
esquerda. A doente ficou internada no serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar do Porto com o diagnóstico de
insuficiência cardíaca descompensada, para ulterior estudo e estabilização.
A Miocardiopatia Periparto é considerado um desafio clínico uma vez que o seu diagnóstico impõe-se numa doente
com condições fisiológicas alteradas - grávida ou puérpera. Trata-se de um diagnóstico de exclusão e, uma vez
estabelecido, impõe a instituição imediata de terapêutica médica, para optimização do prognóstico. Uma recuperação
total e precoce da função ventricular, assegura uma taxa de recorrência baixa, mantendo-se por isso viável a ideia de
futuras gestações nestas mulheres.
19
POSTER 5
TERATOMAS OVÁRICOS GIGANTES E BILATERAIS EM IDADE FÉRTIL – UM CASO DE SUCESSO
Sandra Vilar Soares, Margarida Brandão, Patrícia Reis, Manuel Rodrigues, Maria João Carinhas.
Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Unidade Maternidade Júlio Dinis – Centro Hospitalar do Porto
Introdução: O teratoma cístico maduro ovárico é um tumor derivado de células germinativas, incluindo tecidos bem
diferenciados das três linhas celulares. Mais de 80% surgem em idade fértil, sendo dos tumores benignos mais
frequentes em mulheres com menos de 40 anos. São bilaterais em cerca de 10-15% dos casos, colocando
frequentemente problemas terapêuticos e de fertilidade em mulheres jovens.
Caso clinico: Mulher com 27 anos, IGIP, queixas de dispareunia profunda com 6 meses de evolução. No RX simples do
abdómen observam-se peças dentárias pélvicas e na ecografia ginecológica imagem sugestiva de teratomas bilaterais
com 8 e 9cm de maior eixo. Efetuámos laparotomia exploradora com incisão de Pfannenstiel e exérese das referidas
massas pélvicas, com preservação de tecido ovárico remanescente bilateralmente. O exame histológico definitivo
confirmou os achados intra-operatórios de teratomas císticos maduros bilaterais. No pós-operatório a doente
manteve ciclos menstruais regulares e uso de preservativo. Por opção do casal verificou-se gravidez espontânea 3
anos após a cirurgia que decorreu sem complicações.
Discussão: Apresentámos um caso de teratomas bilaterais sintomáticos em mulher jovem. A ecografia transvaginal é
o exame de 1ª linha no diagnóstico de massas anexiais. O tratamento cirúrgico conservador (cistectomia bilateral) foi
um verdadeiro desafio pois os teratomas envolviam a quase totalidade do tecido ovárico. Preservou-se o máximo de
tecido ovárico macroscopicamente “normal” para evitar infertilidade e menopausa prematura. Confirmámos o
sucesso desta cirurgia pelo retomar de ciclos menstruais regulares, ausência de recidiva de doença e ocorrência de
gravidez espontânea.
20
POSTER 6
DESVANTAGENS DA CONIZAÇÃO “A FRIO” - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Carlos Rodrigues 1, Teresa Fraga 2
1 Assistente Hospitalar de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital de Santarém. Aluno do Curso prático de colposcopia da
SPG 2013.
2 Assistente Hospitalar Graduada de Ginecologia/Obstetrícia. Responsável da Unidade de Colposcopia do Hospital CUF
Descobertas
Hospital CUF Descobertas - Unidade de Colposcopia
INTRODUÇÃO: A conização “a frio” ainda se realiza em Portugal. Segundo alguns autores consegue-se obter um
cone de maior altura, indicando-a em situações de lesões extensas ou com maior expressão no canal cervical, não
apresentando efeitos flogísticos.
Tem maior risco de hemorragia, obrigando à realização de suturas hemostáticas por vezes invaginantes (sutura de
Sturmdorf). Resultam cicatrizes cervicais retrácteis que impossibilitam a vigilância colposcópica posterior, permitindo
o desenvolvimento de doença “oculta”.
CASO CLÍNICO: Mulher de 40 anos, submetida a conização “a frio” em 2007 (fora de Portugal - motivo e histologia da
peça desconhecidos).
Em 2012 realiza a primeira citologia, cujo resultado foi HSIL.
Foi enviada para a Unidade de Colposcopia do Hospital CUF Descobertas. A colposcopia não foi adequada devido às
sequelas de distorção cervical. Decidiu-se realizar conização com LASER/CO2. A histologia da peça revelou CIN 3.
Está actualmente em seguimento.
DISCUSSÃO/CONCLUSÕES: Os autores apresentam um caso de conização “a frio” em que a distorção cervical
impossibilitou o seguimento colposcópico, existindo CIN 3.
É uma técnica que deveria ser abandonada, pelos riscos que apresenta e pela ausência de vantagem sobre a
realização de conizações com LASER ou com agulha diatérmica.
21
POSTER 7
CIRURGIA ONCOPLÁSTICA NO TRATAMENTO DO CARCINOMA DA MAMA
EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO DE CIRURGIA GERAL
Sousa R.*, Teixeira A.**, Martins F.**
Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim e Vila do Conde - Serviço de Cirurgia Geral
Director de Serviço - Dr. Luís Milheiro da Costa
*Interna Complementar de Ginecologia/Obstetrícia
**Assistente Hospitalar de Cirurgia Geral
Introdução: As técnicas oncoplásticas trouxeram à cirurgia um conjunto de procedimentos que em determinadas
doentes e condições, melhoraram o controle oncológico do processo e favoreceram o resultado estético final,
evitando as deformidades próprias das grandes ressecções oncológicas.
Objectivo: Analisar os resultados oncológicos e estéticos de todas as mulheres submetidas a cirurgia oncoplástica por
cancro da mama.
Material e Métodos: Um estudo retrospectivo foi realizado de todas as doentes submetidas a cirurgia oncoplástica da
mama desde Maio 2009 a Maio de 2012 no serviço de Cirurgia Geral. Foram utilizadas cinco técnicas diferentes de
mamoplastia reconstrutiva quer na mama oncológica, quer em cirurgia de simetrização.
Resultados: Durante 3 anos, 70 doentes foram submetidas a oncoplastia no contexto de cancro da mama. Em 28
casos as doentes foram submetidas a mamoplastia horizontal, sendo 6 destes casos cirurgias de simetrização. Foram
realizadas 14 mamoplastias de pedículo superior, 14 mamoplastias ‘round block’, 8 mamoplastias laterais, 4
mamoplastias de pedículo inferior e 2 técnicas de Grisotti.
Apenas dois casos apresentaram infecção da ferida operatória e um caso deiscência da sutura vertical numa
mamoplastia de Grisotti.
Conclusões: Num serviço onde são realizados cerca de 80 casos de cancro da mama por ano, consideramos os
resultados muito promissores. A cirurgia oncoplástica no tratamento do cancro da mama é neste momento uma
prática corrente neste serviço, realizada com o acordo e satisfação por parte das doentes, apresentado resultados
excelentes tanto no controle do processo oncológico como em termos de resultados estéticos.
22
POSTER 8
IMPACTO DO LÍQUEN ESCLEROSO E LÍQUEN PLANO NA FUNÇÃO SEXUAL: COMO ATENUÁ-LO?
Joana Lima-Silva1, Pedro Vieira-Baptista1, João Cavaco-Gomes1, Luísa Machado1, Ana Amaral1, Jorge Beires1, José
Martinez-de-Oliveira2, 3
1. Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Clínica da Mulher, Hospital de São João, Porto, Portugal
2. Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior
3. Departamento de Saúde da Criança e da Mulher, Centro Hospitalar Cova da Beira EPE, Covilhã, Portugal
Introdução: os líquenes escleroso (LE) e plano (LP) são dermatoses que podem apresentar envolvimento vulvar,
condicionando sintomatologia crónica e alterações anatómicas. Podem interferir negativamente na qualidade de vida,
incluindo a função sexual.
Objectivo: avaliar o impacto do LE e LP vulvares na função sexual e identificar factores de risco para dispareunia, de
forma a estabelecer medidas que possam minimizar este impacto.
Materiais e métodos: estudo retrospectivo transversal; revisão e análise dos dados clínicos de 339 mulheres com
diagnóstico confirmado de LE/LP.
Resultados: a maioria das pacientes foi diagnosticada com LE (76.1%). Dos 258 casos de LE, 60.5% mantinham
actividade sexual e, destas, 51.8% referiam dispareunia. Das 81 com LP, 63.3% eram sexualmente activas, sendo
referida dispareunia por 60.5%. Não foi encontrada diferença na frequência de dispareunia entre os grupos (p=0.382).
No grupo com LE, foram identificados como factores de risco para dispareunia (OR): idade aquando do diagnóstico;
menopausa (3.48); presença de dor vulvar não relacionada com actividade sexual (8.63); doença sintomática (4.50);
agravamento dos sintomas com alimentos (4.89); incontinência urinária (2.41); nunca ter utilizado contraceptivos
orais (2.89); tiroidectomia (2.09); histerectomia (5.18); ausência de eritema vulvar (3.42) e estenose do introito (5.73).
No grupo com LP, apenas foi identificado como factor de risco a presença de sintomas diários (OR=4.13). O
envolvimento vaginal não aumentou o risco.
Conclusões: São vários os factores de risco associados à dispareunia no LE, alguns dos quais modificáveis (incontiência
urinária, estenose do introito e alimentação). O envolvimento vaginal no LP não constitui factor de risco para
dispareunia.
23
POSTER 9
ENDOMETRIOSE DE CROHN
Filipa Barradas, Vera Sousa, Ana Paula Lopes, Lurdes Ramalho, Isabel Marques
Serviço de Ginecologia, Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, EPE
INTRODUÇÃO: A endometriose caracteriza-se pela presença de tecido endometrial em locais extra-uterinos, podendo
atingir os mais variados órgãos. É uma doença prevalente, benigna, crónica, mas de curso muito variável e com
importante morbilidade associada.
CASO CLÍNICO: Senhora de 32 anos, leucodérmica, G1P1, com ciclos regulares sob anticonceptivo oral combinado
(ACO), iniciado pouco tempo após a menarca por dismenorreia intensa e incapacitante. Aparentemente saudável até
então, inicia quadros de dejecções sanguinolentas associadas a dor abdominal intensa, motivando várias idas ao
serviço de urgência. Começa acompanhamento em consulta de Gastroenterologia, onde realiza colonoscopia que
revela lesões compatíveis com provável Doença Inflamatória Intestinal e histologia de biópsia de mucosa cólica “com
alterações suspeitas de Doença de Crohn”. Fica medicada com anti-inflamatórios intestinais (Messalazina) e começa
dieta alimentar adequada, inicialmente com melhoria da sintomatologia. Por indicação médica, abandona a toma de
ACO.
Durante os anos seguintes, apresenta várias agudizações da sintomatologia que motivam alguns internamentos
hospitalares. Quer os exames de imagem, quer os exames histológicos, mantinham a suspeita anterior.
Aos 41 anos, é internada por quadro sub-oclusivo intestinal, sendo então submetida a cirurgia com Ressecção
Segmentar Ileo-cecal. No resultado histológico da peça, vem descrito “nódulo de endometriose”. Desde então, houve
franca melhoria da sintomatologia, sem novos episódios até ao primeiro ano de follow-up.
CONCLUSÕES: A endometriose apresenta-se com sintomas inespecíficos que mimetizam outras entidades clínicas,
entre elas a Doença Inflamatória Intestinal. Tem, portanto, um diagnóstico frequentemente tardio, com uma média de
cerca de 8 anos de investigação, aproximadamente o que ocorreu neste caso clínico.
24
POSTER 10
TERATOMA DO OVÁRIO – REVISÃO CLÍNICA DE 15 CASOS
Sousa, V; Pinto, P; Lopes, A; Marques I
Centro Hospitalar Barreiro Montijo, EPE
INTRODUÇÃO: Os teratomas são tumores do ovário com origem nas células germinativas. Na sua grande maioria são
benignos e surgem habitualmente entre os 10 e os 30 anos.
Podem dividir-se em teratomas maduros (benignos), imaturos (malignos) e monodérmicos ou derivados de tecidos
especializados. Raramente alguns teratomas maduros podem sofrer transformação maligna.
OBJETIVO E MÉTODO: caracterização dos aspetos clínicos, cirúrgicos e histológicos dos teratomas ováricos
diagnosticados entre Janeiro de 2011 e Março de 2013 no Serviço de Ginecologia do CHBM, através do estudo
retrospetivo de processos clínicos.
RESULTADOS: Durante este período foram diagnosticados 15 casos de teratoma ovárico, em mulheres com idades
compreendidas entre os 22 e os 52 anos (média 37). A maioria (67%) realizou contraceção hormonal ao longo da sua
vida e apenas 27% eram nuligestas.
Em 60% dos casos a suspeição diagnóstica teve origem em sinais e sintomas, tratando-se de um achado nos restantes
40%.
Em dois casos verificou-se a presença de teratoma bilateral. 67% dos tumores apresentavam diâmetro acima de 5 cm.
Todas as mulheres com menos de 45 anos foram submetidas a cirurgias conservadoras (com preservação de um
ovário), enquanto nas restantes foi realizada histerectomia e anexectomia bilateral.
Histologicamente confirmou-se um caso de teratoma imaturo (maligno), com necessidade de reintervenção para
estadiamento que não revelou metastização, e um caso de teratoma monodérmico – struma ovarii – os restantes
foram classificados como teratomas quísticos maduros.
CONCLUSÃO: Nesta amostra a idade média de diagnóstico foi superior à descrita na literatura. Os teratomas
apresentaram na maioria grandes dimensões condicionando a opção pela realização de ooforectomia em detrimento
da quistectomia.
25
POSTER 11
MASSAS ANEXIAIS DE ORIGEM OVÁRICA NO CHBM - EXPERIÊNCIA DE 2 ANOS
Sousa, V; Barradas, F; Lopes A; Marques I
Centro Hospitalar Barreiro Montijo, EPE
INTRODUÇÃO: As massas ováricas são um diagnóstico comum ao longo da vida da mulher. Na maioria dos casos são
benignas e assintomáticas, sendo detetadas como massa pélvica num exame ginecológico de rotina ou como achado
imagiológico.
OBJECTIVO: Analisar as massas anexiais de origem ovárica operadas no CHMB durante um período de 2 anos.
MÉTODO: Análise retrospetiva dos processos clínicos das utentes submetidas a intervenção cirúrgica sobre os ovários
entre Janeiro de 2011 e Dezembro de 2012 no CHBM.
RESULTADOS: Foram operadas 99 massas anexiais ováricas. Um diagnóstico prévio de massa anexial constituiu a
indicação cirúrgica em 79% dos casos, tratando-se de um achado cirúrgico nos restantes 21%.
As neoplasias benignas com origem epitelial representam cerca de metade da amostra (Cistadenoma seroso 27%,
citadenoma mucinoso 14%, tumor de Brenner 5%, cistadenofibroma seroso 6%), as de origem nas células
germinativas 12% da amostra. Verificou-se em 9% dos casos a existência de neoplasias malignas com origem epitelial.
Os quistos funcionais e endometriomas representam 15% das massas.
Nas mulheres com menos de 40 anos o teratoma foi o tumor mais frequente. Foi na faixa etária dos 40 aos 50 anos
que se verificou maior incidência de tumores malignos. Nas mulheres com mais de 50 anos o cistadenoma seroso foi o
achado histológico mais frequente.
CONCLUSÃO: Numa percentagem elevada de doentes as massas anexiais ováricas foram achados incidentais,
correspondendo a mulheres com mais de 45 anos operadas por patologia uterina. Na nossa amostra a patologia
maligna do ovário teve um pico de incidência entre os 40 e 50 anos, ao contrário do que se encontra na literatura.
26
POSTER 12
CANCRO DA MAMA NA GRAVIDEZ – CASO CLÍNICO
Evelin Pinto, Ana Nogueira, Claudina Carvalho
Serviço de Ginecologia/Obstetrícia, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho
INTRODUÇÃO
O cancro da mama diagnosticado durante a gravidez, ou no primeiro ano pós-parto, representa 0.2 a 3.8% das
neoplasias da mama e tem reconhecimento clínico difícil, pelas alterações fisiológicas próprias da glândula mamária.
CASO-CLINICO
Grávida de 36 anos de idade, IIGIP. Internada com gestação de 36 semanas por elevação tensional, na sequência de
acidente de viação, sem traumatismo torácico ou abdominal direto. A evolução do quadro hipertensivo foi favorável,
mas, ao 7º dia de internamento, a grávida detetou por auto-exame formação nodular na mama esquerda. Tinha
colostro e apresentava massa com cerca de 3 cm na transição dos quadrantes superiores da mama esquerda, dura,
indolor, pouco móvel, sem sinais inflamatórios ou sufusões hemorrágicas. A imagem ecográfica correspondia a nódulo
com 38x19mm, sólido, de contornos irregulares espiculados associado a duas adenomegalias axilares suspeitas.
Programou-se biópsia, que foi adiada por início de trabalho de parto, com nascimento de recém-nascido com 3110g
de peso e índice de Apgar 9/10. Na primeira semana de puerpério, realizou-se citologia aspirativa guiada por
ecografia. O diagnóstico anatomopatológico revelou carcinoma ductal invasor moderadamente diferenciado, HER2
positivo, com recetores hormonais positivos. Iniciou-se inibição da lactação e instituiu-se quimioterapia citoredutora.
Foi depois submetida a mastectomia radical com esvaziamento axilar, quimio e radioterapia adjuvantes, tratamento
com Transtuzumab e hormonoterapia. Atualmente, no 5º ano de seguimento, não existem sinais de recidiva
locorregional ou metastização à distância.
CONCLUSÃO
O cancro da mama associado à gravidez relaciona-se com a idade materna e tende a apresentar-se num estádio mais
avançado aquando do diagnóstico. Exige, pois, um elevado índice de suspeição para intervenção atempada, que
melhore o prognóstico da mesma.
27
POSTER 13
APRESENTAÇÃO DE LINFOMA DE BURKITT COMO MASSA PÉLVICA
Evelin Pinto, Ana Nogueira, João Gonçalves, Graça Ramalho
INTRODUÇÃO
O Linfoma de Burkitt (LB) é uma neoplasia de células B altamente agressiva que representa menos de 1% dos Linfomas
não-Hodgkin no adulto.
CASO-CLÍNICO
Nulípara de 19 anos de idade que recorreu ao Serviço de Urgência com queixas de astenia, anorexia e aumento do
volume abdominal com dois dias de evolução e hipersudorese de predomínio noturno, dispneia e dor na fossa ilíaca
esquerda com dois meses de evolução. No exame físico apresentava volumosa tumefação na fossa ilíaca esquerda que
por ecografia pélvica e TAC abdomino-pélvica correspondia a uma massa multinodular sólida, retrouterina, ocupando
toda a cavidade pélvica, indissociável dos ovários, associando-se a volumosas adenopatias retroperitoneais e paraaórticas e nódulos sobre o peritoneu, sugerindo tratar-se de carcinomatose peritoneal devida a neoplasia do ovário.
Apresentava derrame pleural, CA 125 3614 U/mL e LDH 1752 U/L. Procedeu-se a laparoscopia diagnóstica com
biópsias múltiplas e o exame anatomopatológico revelou tratar-se de Linfoma de Burkitt. A avaliação pré-tratamento
permitiu excluir envolvimento do SNC e da medula óssea e a doente foi tratada com quimioterapia, com remissão
completa e sem evidências de recorrência da doença aos 7 anos de follow-up.
DISCUSSÃO/CONCLUSÃO
Apesar de o LB ser uma condição rara, deve ser distinguida de outras neoplasias que se apresentam também como
massas abdominais ou pélvicas e a cirurgia laparoscópica pode ser usada como um procedimento minimamente
invasivo para o seu diagnóstico.
O LB é um dos tumores de crescimento mais rápido, mas para pacientes com doença limitada uma sobrevivência a
longo termo pode ser conseguida com a quimioterapia de combinação.
28
POSTER 14
O VALOR DO “SINAL DO CRESCENTE OVÁRICO” NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE
TUMEFACÇÕES ANEXIAIS
Teresa Costa-Castro1,2, Ana Sofia Fernandes1, João Gomes1, Luísa Machado1, José Ferreira1, Jorge Beires1
1Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de São João
2Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
OBJECTIVO
Avaliação do valor da presença de parênquima ovárico normal adjacente a uma tumefacção anexial (“sinal do
crescente ovárico” - SCO) na discriminação entre massas anexiais benignas e malignas.
MÉTODOS
Estudo retrospectivo de uma amostra consecutiva de mulheres com o diagnóstico pré-operatório de tumefacção
anexial, entre Setembro de 2011 e Dezembro de 2012. Os dados obtidos por ecografia transvaginal foram comparados
com o exame histológico final. Foi determinada a capacidade de discriminação do SCO entre tumores benignos e
tumores borderline ou malignos.
RESULTADOS
O SCO foi avaliado em 188 massas anexiais, 163 (87%) das quais benignas, 10 (5%) borderline e 15 (8%) malignas. O
SCO esteve presente em 89 (55%) das tumefacções benignas, 5 (50%) das massas borderline e 4 (27%) dos tumores
malignos. A sensibilidade e especificidade do SCO ausente na identificação de malignidade foi de 64% e 55%,
respectivamente, com um likelihood ratio (LR) positivo de 1.41 e um LR negativo de 0.66. Os valores preditivos
positivo e negativo foram de 18% e 91%, respectivamente.
CONCLUSÕES
Este estudo revelou uma baixa sensibilidade (64%) e especificidade (55%) do SCO ausente, com um LR positivo de 1.41
e um LR negativo de 0.66. Por esse motivo, o SCO parece ser um mau discriminador entre massas anexiais benignas e
malignas.
29
POSTER 15
AMENORREIA PRIMÁRIA E MALFORMAÇÕES MÜLLERIANAS – A PROPÓSITO DE UM CASO
CLÍNICO.
Sandra V. Soares1, Inês Vaz1, Vânia Ferreira, José Cidade Rodrigues2, Teresa Oliveira1 Eugénia Fernandes1,
Serviço de Ginecologia e Obstetrícia1, Serviço de Cirurgia Pediátrica2
Centro Hospitalar do Porto – Unidade Maternidade e Júlio Dinis1 e Unidade Hospital Maria Pia2
Introdução: A amenorreia primária pode dever-se a disfunção do eixo hipotálamo-hipofisário, alterações ováricas ou
malformações do compartimento de saída. Entre as últimas encontra-se o síndrome de Mayer–Rokitansky–Küster–
Hauser, que resulta de uma anomalia do desenvolvimento embrionário das estruturas müllerianas. Estas pacientes
apresentam fenótipo feminino normal, com telarca e pubarca normais, cariótipo 46,XX e amenorreia primária.
Existem inúmeras variantes deste síndrome mas, tipicamente, o útero é rudimentar. Com incidência de 1/5000
mulheres nascidas é a segunda causa de amenorreia primária.
Caso Clínico: Adolescente com 17 anos, queixas de amenorreia primária, dispareunia, sem algias pélvicas.
Desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários adequado à idade e sexo. Ao exame ginecológico, observa-se
vagina hipoplásica com cerca de 3 cm de comprimento e ausência de colo uterino. O toque rectal não foi conclusivo. O
Cariótipo e doseamentos hormonais revelaram genótipo feminino e perfil hormonal adequado à idade e sexo. A
ecografia transvaginal mostrou estrutura uterina hipoplásica, sem endométrio individualizável, aplasia do colo e do
terço superior da vagina e ovários normais. A RMN apresentou resultado concordante, sem malformações do sistema
urinário. Foi diagnosticado Síndrome de Mayer–Rokitansky–Küster–Hauser. A doente manteve vida sexual ativa, sem
necessidade de dilatações vaginais ( método de Frank) ou vaginoplastia.
Discussão: Os autores apresentam um caso de amenorreia primária com características sexuais normais. A história
clínica e o exame físico sugeriam o diagnóstico sendo confirmados com auxílio do estudo analítico e imagiológico. A
adolescente mantém vida sexual satisfatória e foi informada sobre o seu perfil reprodutivo.
30
POSTER 16
QUANDO MENSTRUAR SE TORNA UM DRAMA!
Vânia Ferreira; Inês Vaz; Teresa Oliveira
Centro Hospitalar Porto – Maternidade Júlio Dinis
Introdução: Aproximadamente metade das adolescentes apresentam períodos irregulares e/ou abundantes durante o
primeiro ano após a menarca, e em 20% dos casos podem persistir até cinco anos. A principal complicação é a anemia
que pode ser severa, causando um impacto negativo na qualidade de vida das doentes.
Caso clínico: Adolescente 11 anos; menarca há três meses; antecedentes de internamento por metrorragias há 15
dias, noutra instituição, onde realizou transfusão de concentrado eritrócitos e terapêutica hormonal. Recorreu ao
serviço de urgência por agravamento da metrorragia. Ao exame objectivo: colaborante, consciente e orientada,
palidez muco-cutânea, hipotensão. Ao exame ginecológico: perda hemática abundante. Ecografia pélvica: normal.
Analiticamente: Hb=6,9 g/dl, estudo da coagulação normal. Decidido internamento para estabilização hemodinâmica
e terapêutica hormonal. Teve alta melhorada tendo sido orientada para a Consulta de Ginecologia Pediátrica e da
Adolescência. Na consulta foi medicada com estroprogestativo com 60 µg de EE (8/8h e posteriormente 12/12h), ferro
oral e ácido mefenâmico. Foi avaliada pela Hematologia Clínica tendo realizado doseamentos de Factor de von
Willebrand que apresentavam valores no limite inferior da normalidade, contudo sem critérios de doença. Dois meses
após, estava assintomática e analiticamente estável. Manteve terapêutica com estroprogestativo 30 µg de EE
estabilizando quadro clínico.
Conclusão: Os distúrbios da menstruação ocorrem em 50% das adolescentes, sendo a hemorragia uterina disfuncional
responsável por 90-95% dos casos. Trata-se de um diagnóstico de exclusão, devendo ser despistada gravidez e
patologia orgânica. É comum nos primeiros anos após a menarca e resulta de ciclos anovulatórios decorrentes da
imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-ovário.
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POSTER 17
DOR PÉLVICA AGUDA E TORÇÃO ANEXIAL – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO.
Sandra V. Soares, Patrícia Reis, Vânia Ferreira, Maria João Carinhas, Teresa Oliveira, Rosa Maria Rodrigues.
Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto.
Introdução – A dor pélvica aguda é uma queixa comum na mulher. O diagnóstico diferencial inclui patologia
ginecológica, urológica, músculo-esquelética, gastrointestinal, vascular e metabólica. O factor crítico na avaliação
diagnóstica, reside em distinguir rapidamente condições que colocam a vida da doente em risco, obrigando a
tratamento cirúrgico urgente/emergente, como a hemorragia severa por gravidez ectópica rota ou perfuração
apendicular.
Caso clínico – Mulher com 27 anos, recorre ao Serviço de Urgência com algias intensas na fossa ilíaca direita, febre,
náuseas e vómitos com 3 dias de evolução. Último cataménio há 1 semana e actividade sexual com múltiplos
parceiros. No exame físico verifica-se abdómen doloroso à palpação, leucorreia abundante e colo uterino doloroso à
mobilização. Analiticamente, Bhcg negativa, leucocitose e PCR elevada. A ecografia transvaginal mostrou massa
complexa englobando o ovário direito, com 88x69x94mm, sugestiva de abcesso tubo-ovárico. TAC abdomino-pélvica
revelou massa com 105mm com características de quisto dermóide. Internou-se a doente para vigilância e
antibioterapia endovenosa, verificando-se ligeira melhoria clínica e analítica. Ao 3º dia, optou-se por laparotomia
exploradora. No per-operatório observou-se massa anexial direita com torção completa do pedículo ovárico e
aparente necrose deste procedendo-se a anexectomia direita.
O exame anátomo-patológico mostrou ovário e
quisto dermóide com lesões hemorrágicas e necrose.
Conclusão - A torção anexial apresentando-se como quadro álgico pélvico agudo em jovem com vários factores de
risco para DIP, pode dificultar o correcto diagnóstico. O diagnóstico precoce é fundamental para a preservação da
viabilidade ovárica e a ecografia mantém-se como exame de 1ª linha.
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POSTER 18
TÉCNICAS DE CONIZAÇÃO POR ELECTROCIRURGIA: HÁ DIFERENÇAS ENTRE ELAS?
Joana Lima-Silva, João Cavaco-Gomes, Anabela Rocha, Pedro Vieira-Baptista, Libânia Araújo, Jorge Beires
Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Clínica da Mulher, Hospital de São João, Porto, Portugal
Introdução: a conização por electrocirurgia é uma das técnicas mais frequentemente utilizadas para o tratamento da
neoplasia intraepitelial cervical. Tem como objectivo evitar o desenvolvimento de cancro do colo uterino; tem,
contudo complicações associadas, nomeadamente obstétricas.
Objectivo: comparação de três diferentes técnicas de conização por electrocirurgia (ansa semicircular, ansa de Fischer
e agulha), avaliando as dimensões dos cones obtidos (diâmetro transversal, diâmetro longitudinal e profundidade),
volume dos mesmos e estado das margens.
Métodos: estudo retrospectivo transversal, englobando as 25 conizações mais recentes realizadas com cada uma das
técnicas em estudo (75 no total).
Resultados: o volume dos cones obtidos foi significativamente diferente consoante a técnica utilizada. A conização
com ansa de Fischer apresentou peças cirúrgicas significativamente maiores, seguindo-se a agulha e a ansa
semicircular (4.2 cm3, 3.2 cm3 e 1,5cm3, respectivamente; p=0.000). À semelhança do volume, também foram
encontradas diferenças com significância estatística na altura do cone e diâmetro longitudinal (p=0.000). Não houve
diferença entre os grupos no que diz respeito à presença de margens livres (100%, 89,5% e 85,7% na agulha, ansa de
Fischer e ansa semicircular, respectivamente; p=0,420). O volume dos cones diferiu significativamente consoante a
indicação para a realização da conização (p=0.030), sendo superior quando a indicação era lesão de alto grau (HSIL).
Conclusão: diferentes técnicas de conização por electrocirurgia, condicionam cones com dimensões
significativamente diferentes, sendo a ansa de Fischer a que condiciona excisão de maior volume de colo, sem
diferenças em termos de margens. Independentemente da técnica, a indicação da conização parece influenciar o
tamanho do cone obtido.
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POSTER 19
FIBROLEIOMIOMA INTRAMURAL – COMPLICOU A CESARIANA…
José Miguel Raimundo1*, Rita Luz1, Rubina Mendonça1, Rui Leal1, Helena Machado1, Benilde Maria2, Victor Gabriel2,
Isabel Matos Canelas2
1 Interno de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.
2 Assistente hospitalar, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.
3 Directora de Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.
Introdução: Os Leiomiomas uterinos são os tumores uterinos benignos mais comuns e estão presentes em 20 a 25%
das mulheres em idade reprodutiva. São geralmente múltiplos, cada um com origem monoclonal independente, e as
suas dimensões variam de poucos milímetros a grandes massas, provocando distorção da superfície ou da sua
cavidade. São tumores hormonodependentes, sendo o estrogénio um estimulo ao seu crescimento; crescem mais
durante a gravidez devido à acção da gonadotropina corionaica humana (HCG).
Caso Clínico: Os autores apresentam o caso de uma grávida de 43 anos, B Rh+, índice obstétrico 1001 (parto de termo
eutócico em 1999), saudável com antecedentes familiares irrelevantes. A gravidez decorreu sem intercorrências. As
ecografias obstétricas relataram um volumoso mioma ístmico posterior com 123mm x 99mm x 116,9mm sem
alterações das dimensões durante a gravidez. Ás 39 semanas e 4 dias foi realizada cesarina por sofrimento fetal agudo
e apresentação pélvica dorso anterior direita que complicou em histerectomia total por grave hemorragia. O relatório
anatomo-patológico confirmou: “corpo uterino deformado pela presença de um nódulo intramural, com 9,5 cm de
maior eixo”.
Conclusão: As cesarianas podem complicar em histerectomia em 0.4-0.8%, sendo a maioria dos procedimentos
realizados para controlar hemorragias. Os miomas volumosos podem impedir o encerramento da histerectomia,
sendo considerados causas comuns de histerectomia em cesariana.
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POSTER 20
GRAVIDEZ ECTÓPICA TUBÁRIA APÓS SALPINGECTOMIA BILATERAL
Daniela Almeida, Vânia Ferreira, Sandra Soares, Margarida Brandão, Manuela Leal.
Centro Hospitalar do Porto- Maternidade Júlio Dinis
Introdução: a taxa de recorrência da gravidez ectópica é de 10% após salpingectomia. Na fertilização in vitro (FIV)
existe risco acrescido de gravidez extra-uterina.
Caso clínico: 37 anos, saudável. Antecedentes de duas gravidezes ectópicas tubárias, em fevereiro e junho de 2010, a
primeira à direita e a segunda à esquerda. Submetida a duas laparotomias com salpingectomia.
Submetida a FIV no exterior a 27/10/2012; β HCG a 12/11/2012 200 IU/L.
Recorreu ao Serviço de Urgência a 24/11/2012, com 8 semanas de amenorreia, por perda hemática vaginal escassa e
dor pélvica ligeira com início horas antes. Ao exame ginecológico observou-se metrorragia escassa de sangue escuro,
sem tumefações anexiais palpáveis e sem dor à palpação abdominal ou à mobilização uterina. A ecografia transvaginal
revelou cavidade uterina vazia e imagem anexial à esquerda sugestiva de saco gestacional com vesícula vitelina;
doseamento de β HCG – 1736 IU/L. Diagnosticada gravidez ectópica no coto tubar esquerdo. Administrada dose única
de metotrexato intramuscular. No 7º dia de internamento verificou-se descida da β HCG >15% em relação a D4.
Efetuados doseamentos semanais de β HCG com valores negativos e ecografia sem alterações ao final de um mês.
Conclusão: A elevada resolução ecográfica e os doseamentos mais sensíveis de β HCG permitem o diagnóstico mais
precoce de gravidez ectópica. Cerca de 35% dos casos são elegíveis para tratamento com metotrexato, sendo a taxa
de sucesso próxima de 90%. Não parece existir efeito negativo na fertilidade, sendo aconselhável esperar 4 a 6 meses
antes de ser tentada nova gravidez.
35
POSTER 21
TUMORES BORDERLINE DO OVÁRIO E PRESERVAÇÃO DA FERTILIDADE: A PROPÓSITO DE 1 CASO
Martins, AC; Djokovic, D; Sousa, AM; Silva, L; Cirurgião, F
Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, Hospital S. Francisco Xavier.
Os tumores borderline do ovário, também designados tumores de baixo potencial de malignidade, representam 1020% de todos os tumores epiteliais do ovário. O tratamento clássico consiste no estadiamento cirúrgico completo
mas, uma vez que aproximadamente um terço destes tumores são diagnosticados em mulheres com menos de 40
anos, a cirurgia com preservação de fertilidade tem sido cada vez mais realizada.
Os autores relatam o caso de uma jovem de 20 anos, gesta 0, sem antecedentes relevantes, referenciada à consulta
de ginecologia geral por uma massa sólida com 42 mm no ovário esquerdo, detetada em ecografia de rotina,
apresentando-se sem alterações nos exames geral e ginecológico. Realizou ressonância magnética pélvica, que
revelou uma lesão sólida multiloculada com 47x47x43mm na área anexial esquerda, sendo o restante ovário esquerdo
normal e não mostrando outras alterações. O CA 125 foi de 40.8 U/ml, sem outras alterações laboratoriais. A doente
foi submetida a laparotomia exploradora para exérese da referida massa. O exame extemporâneo foi compatível com
fibroma, pelo que se optou por preservação do restante parênquima ovárico, aparentemente são. A análise
histológica diferida revelou um tumor papilar seroso borderline, com líquido ascítico positivo para células neoplásicas.
A doente atualmente aguarda intervenção cirúrgica para completar o estadiamento, antecipando-se a possibilidade
de conservação do útero e anexo contralateral.
Os autores apresentam discussão sobre o seu plano terapêutico, baseando-se na revisão bibliográfica, que indica que
o tratamento conservador aumenta a taxa de recidiva, mas não altera a sobrevida. A decisão de re-estadiamento deve
ser individualizada, não sendo consensual.
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POSTER 22
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR BILATERAL COMO FORMA DE APRESENTAÇÃO DE NEOPLASIA
DO OVÁRIO
Martins, AC; Djokovic, D; Sousa, AM; Silva, L; Cirurgião, F
Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, Hospital S. Francisco Xavier.
Existe uma associação bem estabelecida entre cancro e tromboembolismo venoso, não sendo o cancro do ovário uma
exceção. A incidência de tromboembolismo venoso em doentes com carcinoma do ovário descrita na literatura é de
16,6%, 15% para trombose venosa profunda e 1,6% para tromboembolismo pulmonar. Estes eventos não são,
contudo, uma forma de apresentação comum destes tumores.
Os autores relatam o caso de uma doente de 53 anos, gesta 0, com menopausa espontânea aos 44 anos, ex-fumadora,
referenciada à Consulta de Ginecologia do nosso Hospital após internamento na Unidade de Cuidados Intensivos
Cardiológicos por trombose venosa profunda da perna esquerda e tromboembolismo pulmonar bilateral, sem outros
antecedentes pessoais ou familiares relevantes No contexto de avaliação deste episódio, foi detetada massa
abdominal com cerca de 20 cm. A doente referia aumento do volume abdominal e redução de 10 Kg nos últimos 4
meses, sem outra sintomatologia. Os exames complementares realizados confirmaram a referida massa, com ponto
de partida anexial direito, de conteúdo não puro e com múltiplas vegetações. Os marcadores tumorais encontravamse alterados (CA 125 163 U/ml; CA 19.9 983 U/ml). A utente foi referenciada para estadiamento cirúrgico de neoplasia
do ovário por subespecialistas em Ginecologia Oncológica.
Para além da apresentação do caso de tromboembolismo venoso como primeira manifestação clínica de cancro do
ovário, os autores trazem uma revisão de critérios de operabilidade nesta complexa situação clínica.
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POSTER 23
SONOAVC E VOCAL - MÉTODO AUTOMÁTICO DE DETERMINAÇÃO DO VOLUME FOLICULAR E
OVÁRICO
J. Tavares; Andreia Rodrigues; Patrizia Vecca
Centro de Ecografia Joaquina Tavares
Resumo: Os autores pretendem com este trabalho demonstrar a vantagem na avaliação do volume folicular e do
volume total do ovário com a aplicação do software Sonography-based Automated Volume Count (SonoAVC) e do
Virtual Organ Computer- Aided Analysis (VOCAL), na aquisição da imagem em 3D, em relação ao método convencional
em 2D.
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POSTER 24
MELANOMA DA VULVA – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Rosário Gorgal, Almerinda Petiz, Cristina Ramalho, Paulo Ribas
Serviço de Ginecologia, Instituto Português de Oncologia do Porto
Introdução: O melanoma representa a 2ª neoplasia vulvar mais frequente e 3-5% dos melanomas da mulher.
Caso Clínico: Doente de 76 anos submetida a exérese de lesão melânica da vulva em 01/2011 cujo resultado
histológico revelou melanoma maligno. A doente esteve perdida para seguimento e em 04/2012 foi orientada para o
IPOP por recidiva local. Confirmou-se, após revisão de lâminas, o diagnóstico de melanoma lentiginoso em fase de
crescimento vertical, Breslow 3.6mm, com invasão linfovascular/perineural, todas as margens com tumor. Ao exame
ginecológico apresentava várias lesões pigmentadas vulvares bilaterais. A TAC toracoabdominopélvica revelou
adenopatias inguinais e a doente foi submetida a vulvectomia radical com esvaziamento inguinal bilateral em
05/2012. O exame anátomo-patológico revelou melanoma lentiginoso em fase de crescimento vertical com satelitose
(múltiplos nódulos dispersos), espessura de Breslow 2.9mm, com invasão linfovascular/perineural, margens livres de
lesão (menor distância 3mm); 1/3 gânglios metastizados à direita (sem invasão extracapsular) e 2/7 gânglios à
esquerda (com invasão extracapsular) - pT3aN3R0M0 (estadio IIIC). Em 03/2013 apresentava recidiva loco-regional e
metastização sistémica, tendo sido orientada para cuidados paliativos por ausência de condições para quimioterapia.
Conclusão: O melanoma da vulva é uma neoplasia extremamente letal com uma taxa de sobrevivência global aos 5
anos que varia entre 22 e 54% por rápida disseminação generalizada. Todas as lesões vulvares pigmentadas suspeitas,
bem como os nevos vulvares, devem ser excisadas/biopsadas. O tratamento é cirúrgico e consiste na excisão local
radical com margens livres entre 1-3 cm, em todas as direcções, de acordo com índice de Breslow.
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POSTER 25
ABORDAGEM E OPÇÕES TERAPÊUTICAS NA HIPERTROFIA DOS PEQUENOS LÁBIOS
Nunes F, Neves F, Geraldes F, Leite HB
Serviço de Ginecologia da Maternidade Bissaya Barreto (MBB) - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
INTRODUÇÃO
A hipertrofia dos pequenos lábios (HPL) corresponde a uma variante do normal e pode ser uni ou bilateral. Na maioria
dos casos é assintomática, podendo estar associada a infeções vulvovaginais de repetição, dispareunia, desconforto
vulvar e preocupação com a autoimagem. Numa primeira abordagem deve ser explicada a normalidade da situação e
melhorados os cuidados de higiene, ficando a correção cirúrgica reservada para os casos refratários.
MATERIAIS E MÉTODOS
Estudo retrospetivo observacional com revisão de 14 processos de doentes com o diagnóstico de HPL, submetidas a
cirurgia na MBB desde 2009. Realizado inquérito telefónico para apurar o grau de satisfação após a cirurgia.
RESULTADOS
A média de idades na altura da cirurgia foi 25 anos. Os principais sintomas foram o desconforto vulvar (100%),
preocupação com a autoimagem (78,6%) e incómodo com o uso de roupa apertada (71,4%). Foi realizada uma plastia
em “V” em 64,3% dos casos e resseção longitudinal em 35,7%. Houve deiscência parcial da sutura em 14,3% dos casos
(duas doentes), ambos na sequência de plastia em “V”. Em 92,9% dos casos houve um elevado grau de satisfação com
a cirurgia.
CONCLUSÕES
A correção cirúrgica da HPL pode ser realizada por duas técnicas, a resseção parcial em “V” e a resseção longitudinal.
Apesar de na maioria dos casos se tratar de um procedimento simples e com bons resultados, as doentes devem ser
elucidadas que o processo de cicatrização poder resultar em vulvodinia crónica e dispareunia, pelo que a cirurgia deve
ser reservada para casos selecionados.
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POSTER 26
GRAVIDEZ HETEROTÓPICA – A EMERGÊNCIA DO DIAGNÓSTICO
Lima T, Pinto AR, Dias C, Oliveira T
Unidade Maternidade Júlio Dinis – Centro Hospitalar do Porto
Introdução: A gravidez heterotópica é um evento raro, estimando-se que ocorra em 1:30000 gravidezes; no entanto,
desde a introdução das técnicas de procriação medicamente assistida (PMA) a sua incidência tem vindo a aumentar.
Define-se como a existência de duas gravidezes evolutivas simultâneas com implantação intrauterina e ectópica. A
trompa de Falópio é a localização ectópica mais frequente.
Caso clínico: Mulher de 29 anos, primigesta, com antecedentes de infertilidade primária seguida na nossa instituição,
que engravidou após técnica de ICSI (Intra-Citoplasmatic Sperm Injection) com transferência de dois embriões.
Recorre ao Serviço de Urgência, às 7 semanas de gestação, por dor abdominal aguda intensa. A realização de ecografia
transvaginal permitiu observar a presença de dois embriões com vitalidade, um em localização intrauterina e outro na
trompa de Falópio. Após o exame ginecológico, a grávida apresentou um episódio de síncope. Foi submetida de
imediato a laparotomia, identificando-se hemoperitoneu e rotura da trompa de Falópio direita, procedendo-se a
salpingectomia homolateral. A gravidez intra-uterina prosseguiu até ao termo, sem complicações.
Conclusões: Embora a gravidez heterotópica seja um evento raro, a sua incidência está a aumentar com o uso de
técnicas de PMA. O diagnóstico e a intervenção precoces são requisitos fundamentais para reduzir a
morbimortalidade materna e proteger a gravidez intrauterina.
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POSTER 27
STRUMA OVARII, UM TUMOR DO OVÁRIO RARO EM DIFERENTES IDADES
L. Ferreira, A. Sofia, M. Rocha, A. Gomes, I. Santana, A. Jorge
IPO Francisco Gentil Lisboa
Introdução
O Struma ovarii é um tipo raro de tumor do ovário caracterizado pela presença de tecido tiroideu, ocupando este mais
de 50% da massa tumoral. O seu diagnóstico definitivo é anatomopatológico podendo ser classificado como benigno
ou maligno.
Dada a sua raridade apresentamos dois casos clínicos em mulheres com diagnóstico de Struma ovarii em diferentes
fases da vida.
Caso clinico 1
Doente 36 anos, assintomática enviada ao IPO Lisboa por imagem anexial sugestiva de tumor maligno do ovário
observado em ecografia pélvica.
Analiticamente tem um Ca 125 de 2402.
Para melhor caracterização do quisto anexial é realizado uma TAC pélvica onde se descreve presença de formação
multilocular do ovário esquerdo com 90x80x80mm
É submetida a anexectomia esquerda com exame extemporâneo, que foi compatível com tumor benigno do ovário. O
exame anatomopatológico definitivo da peça classificou a massa ovárica como teratoma monodermico com tecido
tiroideu benigno
Caso clínico 2
Doente 72 anos submetida a ecografia endovaginal por dor pélvica. Ecograficamente verifica-se a presença de massa
anexial esquerda com 70x27x50mm.
Antecedentes pessoais irrelevantes, Analiticamente CA 125 dentro de valores normais.
A doente é submetida a histerectomia total abdominal, anexectomia bilateral, linfadenectomia pélvica e
omentectomia. O exame anatomopatológico realizado posteriormente mostra cistadenoma mucinoso com tecido
tiroideu benigno.
Conclusão
Os tumores raros do ovário como Struma Ovarii, são entidades complexas e ainda mal conhecidas. As características
imagiológicas e analíticas sugestivas de malignidade não são aplicáveis à maioria destes tumores.
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POSTER 28
TUMOR DO OVÁRIO COMO MANIFESTAÇÃO DE CARCINOMA NEUROENDÓCRINO APENDICULAR
– CASO CLÍNICO
Fátima Silva, Paula Oliveira, Susana Leitão, Soledade Ferreira, Teresa Teles
Serviço de Ginecologia/Obstetrícia – Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga
Introdução: As neoplasias neuroendócrinas são um grupo heterogéneo e relativamente raro de tumores, com
atingimento preferencial do trato gastrointestinal (dois terços dos casos). O apêndice é sede frequente de neoplasias
neuroendócrinas benignas mas raramente é envolvido por tumores malignos deste grupo, sendo o seu diagnóstico
incidental na maioria dos casos.
Caso Clínico: Paciente de 28 anos de idade, IGIP, observada no Serviço de Urgência com quadro clínico sugestivo de
cólica renal à direita; o estudo ecográfico complementar revelou ureterohidronefrose direita, com atrofia renal e
neoformação anexial direita com cerca de 5 cm de maior diâmetro. Submetida a laparotomia exploradora, na qual se
verificou a existência de tumefacção volumosa a envolver o anexo direito e cólon ascendente, presença de implantes
metastáticos na cavidade pélvica e adenomegalias pétreas nas cadeias ilíacas e a envolver o ureter direito; realizada
anexectomia e hemicolectomia direitas e remoção de implantes metastáticos, tendo permanecido doença residual. O
exame histológico revelou tratar-se de carcinoma neuroendócrino bem diferenciado com provável origem no coto
apendicular.
Atualmente a doente mantém-se em tratamento adjuvante com somatostatina e quimioterapia.
Conclusão: Os carcinomas neuroendócrinos apendiculares são habitualmente diagnosticados intraoperatoriamente
no contexto de suspeita de apendicite aguda. Este caso retrata uma manifestação clínica muito atípica, resultante da
agressividade do tumor e da fase avançada da doença.
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POSTER 29
GRAVIDEZ ECTÓPICA PERITONEAL – CASO CLÍNICO
Teixeira da Silva, T.; Rodrigues, A. I.; Paiva, C.; Guedes Martins, L., Marta, S.; Cabral, J. M.
Centro Hospitalar do Porto – Unidade Maternidade Júlio Dinis
Directora de Serviço de Obstetrícia: Oliveira, T.
Introdução
A gravidez ectópica é aquela na qual o blastocisto se implanta noutro local que não o endométrio. Cerca de 98%
destas, localizam-se nas trompas de Falópio, e apenas 1-2% irão ocorrer na cavidade abdominal.
Caso clínico
Mulher com 35 anos, saudável, III Gesta I Para (parto eutócito) e I Abortamento espontâneo. Sem antecedentes
pessoais e ginecológicos de relevo. Recorreu ao Serviço de urgência da Maternidade Júlio Dinis por astenia e dor
pélvica persistente e intensa, com um dia de evolução. À observação apresentava perda hemática vaginal escassa e ao
toque vaginal, dor intensa à palpação do fundo de saco posterior. Na ecografia transvaginal era evidente a presença
de uma tumefacção heterogénia com cerca de 10 cm e líquido livre no fundo de saco posterior. Analiticamente
apresentava hemoglobina de 8,0 g/dL, hematócrito de 24% e bHCG de 13000. Foi submetida a laparotomia
exploradora, onde se pôde constatar a presença de um saco gestacional inserido na parede posterior do útero, entre
os dois ligamentos útero-sagrados, e coágulos em quantidade abundante. O exame histológico confirmou o
diagnóstico de gravidez ectópica.
Conclusão
A gravidez ectópica de localização abdominal é raríssima. É fundamental o diagnóstico e a intervenção atempada no
sentido de reduzir o risco de graves complicações, incluindo a morte.
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POSTER 30
TROMBOFILIAS
Telma Esteves1, Ana Costa1, Anabela Ramos1, Vítor Caeiro1
1 Hospital do Espírito Santo de Évora, EPE
Introdução: O tromboembolismo venoso (TEV) é actualmente uma das principais causas de morbimortalidade.
Doentes com patologias auto-imunes, cardíacas, oncológicas e trombofilias têm elevado risco tromboembólico;
também na gravidez/pós-parto este risco aumenta 4-20 vezes.
A prevenção e terapêutica, além da estratificação do risco são essenciais para diminuir as complicações.
Descrição de caso: Grávida de 17 semanas (32 anos), com gestação prévia sem intercorrências, dirige-se à Urgência
por edema e dor no membro inferior esquerdo, no contexto de repouso após amniocentese. Por suspeita clínica de
trombose venosa profunda (TVP), realizou Doppler: ‘TVP do território íleo-femoro-poplíteo esquerdo, sem
recanalização.’ Iniciou enoxaparina (1mg/kg 12/12 horas), AAS 100mg, e meias contenção elástica. A RMN confirmou
trombo com extensão do território da veia ilíaca comum esquerda até à femoral. Após três semanas de terapêutica,
tem sinais de recanalização no sector femoro-poplíteo, mas não no femoro-ilíaco.
Realizou estudo de trombofilias: homozigotia para variante C677T da MTFHR e heterozigotia para variante 5G/4G do
PAI-1.
Obstetricamente manteve-se estável – actualmente tem 30 semanas.
Conclusão: Na população geral a TVP pélvica ocorre em <1%, na gravidez em 10%.
A homozigotia para variante C677T, no gene da MTHFR, existe em 10-16% dos europeus, sendo a causa mais comum
de hiperhomocisteinémia; há dados contraditórios sobre o aumento de risco de TEV.
O polimorfismo 4G/5G no gene PAI-1 sozinho não parece aumentar o risco de TEV, mas associado a outras mutações
sim.
Durante o ciclo de vida da mulher, é durante a gravidez (pelas alterações fisiológico-anatómicas) que existe maior
risco de eventos tromboembólicos.
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POSTER 31
TUMOR DE KRUKENBERG – DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE MASSA PÉLVICA E HEMORRAGIA
UTERINA PÓS-MENOPAUSA
Rita Luz1*, Rubina Mendonça1, Rui Leal1, Helena Machado1, José Miguel Raimundo1, Jorge Simões2, Ana Martins
Silva2, Matilde Gonçaves3, Isabel Matos4
1 Interno de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.
2 Assistente Graduado de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E
3 Directora de Serviço de Anatomia Patológica, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.
4 Directora de Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.
INTRODUÇÃO: O tumor de Krukenberg é um adenocarcinoma com células em anel de sinete metastático do ovário.
Corresponde a 1 a 2% de todas as neoplasias do ovário e é bilateral em 80% dos casos. A neoplasia primária é
encontrada no tracto gastrintestinal, geralmente no estômago. A mortalidade é elevada.
CASO CLÍNICO: Mulher de 57 anos, com antecedentes de carcinoma do estômago submetida a gastrectomia total e
quimioterapia três anos antes. Referenciada por massa pélvica e hemorragia uterina pós menopausa, sem outros
sintomas. A tomografia computorizada revelou formação volumosa (115x135x74mm) com aparente ponto de partida
no útero, sem sinais de invasão local, com gânglios patológicos nas regiões inguinal e latero-aórtica esquerda e lesões
ósseas blásticas, sugestivas de envolvimento secundário. Foi realizada biópsia endometrial cujo resultado revelou
pólipo endometrial e eventual mioma submucoso. Foi decidida a realização de histerectomia total e anexectomia
bilateral. Intra-operatoriamente detectou-se presença de volumosa massa sólida do ovário esquerdo. A anatomia
patológica revelou carcinoma de células em anel de sinete no ovário compatível com tumor de Krukenberg e
linfangiose carcinomatosa no paramétrio esquerdo. O pós-operatório decorreu sem intercorrências.
CONCLUSÃO: A presença de massa pélvica e hemorragia uterina pode levantar várias hipóteses. Geralmente, o tumor
de Krukenberg é síncrono com a neoplasia primária ou é diagnosticado posteriormente, mas com um intervalo mais
curto. Uma vez que não existe tratamento curativo, alguns centros sugerem a realização de ooforectomia bilateral
profiláctica no momento da cirurgia da neoplasia primária, mas são necessários mais estudos para estabelecer o seu
benefício.
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POSTER 32
TUMOR DA PAREDE ABDOMINAL – LOCALIZAÇÃO INCOMUM DE METÁSTASE DE
ADENOCARCINOMA DO ENDOMÉTRIO
Rita Luz1*, Rubina Mendonça1, Rui Leal1, Helena Machado1, José Miguel Raimundo1, Jorge Simões2, Matilde
Gonçalves3, Isabel Matos4
1 Interno de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.
2 Assistente Graduado de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E
3 Directora de Serviço de Anatomia Patológica, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.
4 Directora de Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.
INTRODUÇÃO: O carcinoma do endométrio é a neoplasia maligna ginecológica mais frequente. A presença de
metástases na parede abdominal, subcutâneas e umbilicais (nódulo da irmã Maria José) tem sido associada a vários
tipos de tumores e menos frequentemente ao adenocarcinoma do endométrio, mas são extremamente raras.
CASO CLÍNICO: Mulher de 66 anos, com antecedentes pessoais de bócio multinodular tóxico, anemia crónica,
obesidade e dislipidémia, com história de prolapso urogenital grau III desde há cinco anos, cuja cirurgia foi adiada
sucessivamente por mau controlo de co-morbilidades. Foi submetida a histerectomia vaginal, verificando-se intraoperatoriamente a presença de vários leiomiomas uterinos e anexos normais. A anatomia patológica revelou
adenocarcinoma do endométrio pouco diferenciado, com invasão de mais de metade da espessura do miométrio
(estadio IB). Foi decidido, em consulta multidisciplinar, realização de radioterapia externa e braquiterapia, seguida de
vigilância. Foi referenciada, oito meses depois, por aparecimento recente de uma volumosa massa na parede
abdominal, na região periumbilical. A ressonância magnética revelou um tumor com 100x90x90 mm, bem delimitado,
em estreita relação com a parede anterior do abdómen, distensão intestinal e ausência de aspectos de recidiva locoregional ou adenopatias patológicas. Procedeu-se à ressecção do volumoso tumor (130x130x110mm), parcialmente
revestido por tecido adiposo e peritoneu, cujo exame anatomopatológico revelou metástase de adenocarcinoma. A
doente aguarda decisão quanto ao tratamento seguinte.
CONCLUSÃO: Este caso revela uma localização muito rara de metástase de adenocarcinoma do endométrio,
parecendo ter origem na própria parede abdominal e não no umbigo. A presença destas metástases está associada a
um pior prognóstico.
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POSTER 33
PÚRPURA TROMBOCITOPÉNICA TROMBÓTICA
Telma Esteves, Ana Rita Codorniz, Anabela Ramos, Vítor Caeiro
Hospital do Espírito Santo de Évora, EPE
Introdução:
A Púrpura Trombocitopénica Trombótica (PTT) é uma microangiopatia trombótica rara (5-10 casos/1.000.000
pessoas/ano), em que, por agregação plaquetária endotelial, ocorre oclusão difusa de arteríolas e capilares.
Classicamente caracteriza-se por trombocitopénia, anemia hemolítica microangiopática, lesão renal, sintomas
neurológicos e febre.
Causada pela deficiência de ADAMTS13 (proteína clivadora dos multímeros de Factor Von Willebrand [FvW]), quer por
mutação genética, quer, na maioria dos casos, por mecanismos imunológicos (Ac Ig G anti-ADAMTS13) – autoanticorpos ou secundários a medicação. Quando atinge níveis <5-10%, leva a um tamanho inadequado de FvW,
conduzindo à activação/agregação plaquetária intravascular.
Em 10-15% dos casos ocorre na gravidez: por hipercoagulabilidade, diminuição fisiológica dos níveis de ADAMTS13,
aumento dos factores pró-coagulantes, perda da integridade endotelial e diminuição da actividade fibrinolítica. Outros
factores predisponentes: cancro e infecção a HIV-1.
Descrição de caso:
Mulher de 33 anos, IO 1001 – CST há 6 anos (às 37 semanas), seguida de plasmaferese, por PPT. Vigiada desde então
em Nefrologia, sem novos episódios. Gravidez actual de 38 semanas, recorre à Urgência por astenia e adinamia.
Analiticamente: Hb 7.8g/dL, trombocitopénia 11.000µL, LDH aumentada. Ecografia obstétrica e CTG tranquilizadores.
Após 2U de concentrado eritrocitário e 6 de plaquetas, realizou-se CST de urgência; seguida de mais 12U de plaquetas
e duas sessões de plasmaferese. Alta ao oitavo dia, assintomática, com franca melhoria analítica. Aguarda-se
doseamento de ADAMTS13.
Conclusão:
Sendo uma entidade rara, o seu diagnóstico faz-se tardiamente, principalmente na gravidez, pelo diagnóstico
diferencial com outras patologias características. O tratamento adequado é fundamental, por aumentar a sobrevida
de 10 para 80%.
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POSTER 34
ESTUDO PROSPETIVO DE DISFUNÇÃO SEXUAL FEMININA.
Sousa AM1, Andrade C2, Ferreira C2, Damasceno Costa J3, Nogueira Martins N3
1) Interna Complementar de Ginecologia Obstetrícia do Hospital São Francisco de Xavier;
2) Interna Complementar de Ginecologia Obstetrícia do Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV);
3) Especialista Ginecologia Obstetrícia do CHTV
Departamento de Obstetrícia e Ginecologia CHTV, EPE, Hospital de São Teotónio Viseu
Diretor: Dr F. Nogueira Martins
A disfunção sexual abrange 43% das mulheres. Pode ocorrer em diferentes fases do ciclo sexual, sendo mandatório
avaliar a existência de: desejo, excitação, lubrificação, orgasmo, satisfação e dor.
O objetivo deste trabalho consistiu em realizar em estudo prospetivo baseado em questionário a 200 mulheres
frequentadoras das consultas de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Viseu, entre Maio e Junho de 2011 e
caracterizar a disfunção sexual destas. Estabeleceram-se dois grupos: sem patologia conhecida (grupo 1) e com
patologia ginecológica (grupo 2) e realizou-se um inquérito que comparou as características e a disfunção sexual
nestes grupos.
A prevalência da disfunção sexual foi 8,5% (0% no grupo 1 e 17% no grupo 2), 43% tinham índice de massa corporal
(IMC) superior ao normal, (havendo mais mulheres no grupo 2 com IMC superior ao normal), a idade média das
primeiras relações sexuais foi aos 19,6 anos (semelhante nos dois grupos), a idade média da menopausa foi 48 anos,
os anticoncetivos orais não influenciaram a líbido. Relativamente aos parâmetros parciais, o desejo é o parâmetro que
se correlacionou pior com o score total. E, o score total é pior quanto maior é a idade, o IMC, duração da vida sexual e
a menopausa.
Assim neste estudo, a prevalência de disfunção sexual foi inferior à descrita na literatura, provavelmente por se tratar
de uma população jovem. Confirmou-se uma maior taxa de disfunção no grupo das mulheres com patologia, o que
também poderá ser explicado pela diferença de idade média entre os dois grupos.
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POSTER 35
PARTO PRÉ-TERMO - CASUÍSTICA
Sousa AM, Martins A, Lilaia C, Cirurgião F
Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, Hospital São Francisco Xavier
Define-se como parto pré-termo (PPT) aquele que ocorre antes de estar completada a 37ª semana de gravidez e
depois de ser atingida a viabilidade, que se pode situar entre as 22 e 28 semanas. Apesar da prevenção, do diagnóstico
e do tratamento do PPT constituir uma preocupação, este mantém-se em 10% das gestações.
O objetivo deste trabalho é caracterizar uma população de PPT no Hospital São Francisco Xavier. Procedemos a uma
análise restrospectiva, de 717 partos que ocorreram entre 1 de Janeiro e 31 de Março de 2008, dos quais 60 (8%)
terminaram em PPT. Constatámos que 37% dos PPT ocorreram abaixo das 34 semanas. 67% das grávidas tinham
fatores de risco e 15% dos partos, ocorreram por indicação materna ou fetal. Foi realizado corticoterapia em 95% das
gestações inferiores a 34 semanas e ciclo completo em 68% destas. 50% dos partos ocorreram por via vaginal. Foram
internados na neonatologia 50% dos recém-nascidos (RN), dos quais 70% tinham idade inferior a 34 semanas. Metade
dos RN internados na neonatologia apresentaram complicações, sendo a mais frequente, a síndrome de dificuldade
respiratória (SDR).
Assim, a percentagem de PPT do nosso estudo, está de acordo com a literatura. Verificámos que a maioria dos PPT,
apresentavam fatores de risco, 95% das gestações abaixo das 34 semanas realizaram corticoterapia, no entanto
muitos destes RN sofreram de SDR.
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POSTER 36
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA GRAVE PÓS PARTO - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Sousa AM, Martins A, Toller A, Lilaia C, Cirurgião F
Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, Hospital São Francisco Xavier
A DIP no pós-parto é uma entidade bem reconhecida, sendo plausível que as mudanças cervicais, uterinas e imunes da
gravidez e parto, possam facilitar a progressão da doença. Esta infeção é polimicrobiana, sendo o agente Bacterioides
fragilis, um dos responsáveis por infeções tardias e formações de abcessos. São fatores de risco para DIP pós-parto:
anemia, diabetes gestacional, ma-nutrição, cesariana, parto pré-termo e APGAR inferior a 3 e 7 no 1º e 5º minuto,
respetivamente.
Os autores descrevem uma puérpera de 30 anos, primigesta, que 18 dias pós parto eutócico, inicia quadro de febre,
dor na fossa ilíaca direita, náuseas, vómitos e mau estado geral. Tratou-se de uma gravidez vigiada na consulta de
diabetes gestacional, tendo entrado em trabalho de parto espontaneamente às 38 semanas, com extração de recémnascido com 3120 g e APGAR 9/10. A dequitadura foi natural e completa e o puerpério imediato decorreu sem
intercorrências. À admissão no Serviço de urgência, apresentava hemoglobina: 10,7 g/dl, parâmetros laboratoriais de
infeção e a ecografia revelou imagem sugestiva de piossalpinge. Foi internada, tendo iniciado antibioterapia
endovenosa, como não melhorou, foi submetida a laparotomia exploradora. O estudo microbiológico revelou infeção
por Bacteroides fragilis e o diagnóstico anatomo-patológico, peri-salpingite e peri-ooforite.
A DIP nos pós-parto é rara, cerca de 1%, mas pode ser grave. Este caso é exemplo disso, uma DIP pós-parto com baixo
índice de suspeição e complicada por abcesso. A bactéria Bacterioides fragilis foi o agente causador desta infeção,
sendo o mais frequentemente encontrado nos abcessos tubo-ováricos e nas infeções pós-parto.
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POSTER 37
NEFROPATIA DIABÉTICA NA GRAVIDEZ - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Sousa AM, Martins A, Djokovic D, Bacalhau D, Lilaia C, Cirurgião F
Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, Hospital São Francisco Xavier
Grávidas, com doença renal grave, são raras, devido a inúmeros fatores que prejudicam a fertilidade, quando ocorre,
o desfecho com sucesso tem uma baixa probabilidade. No entanto, nos últimos anos tem-se assistido a um aumento
de grávidas submetidas a diálise, verificando-se uma melhoria no desfecho neonatal.
Os autores descrevem uma grávida de 34 anos, com diabetes mellitus tipo 1 com consequente nefropatia e
cardiopatia hipertensiva. Trata-se de uma gravidez espontânea, com antecedentes de morte neonatal às 27 semanas.
O rastreio combinado do 1º trimestre foi positivo mas o cariótipo revelou 46, XY. Por dificuldade no controlo glucídico,
agravamento da função renal e instalação de síndrome urémico, iniciou-se hemodiálise e foi internada às semanas 16
semanas + 5 dias no Serviço de Medicina Materno-Fetal. Contou com visitas diárias da Nefrologia, Cardiologia e
Medicina Interna. O estudo morfológico revelou pé esquerdo boto, sem outras alterações e o ecocardiograma fetal foi
normal. Às 30 semanas e 5 dias verificou-se uma desaceleração do ritmo do crescimento fetal e alterações da
fluxometria, tendo sido submetida a cesariana. Nasceu um recém-nascido, com 1240 g e APGAR 7/9. Foi internado na
neonatologia, durante 48 dias, tendo tido alta clinicamente bem. O puerpério não teve intercorrências.
Segundo a literatura, e como aconteceu neste caso, a sobrevida infantil é superior, nas mulheres que iniciaram diálise
durante a gravidez comparativamente às que concebem em diálise. Este caso clínico reflete ainda, a necessidade de
uma equipa multidisciplinar e de cuidados altamente diferenciados em várias especialidades para conseguir uma
gestação com êxito.
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POSTER 38
DERMATOSES LIQUENÓIDES E PATOLOGIA TIROIDEIA: QUE RELAÇÃO EXISTE?
Ana Amaral1, Pedro Vieira-Baptista1, João Cavaco-Gomes1, Joana Lima-Silva1, Luísa Machado1, Jorge Beires1, José
Martinez-de-Oliveira2, 3
1 Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de São João
2 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior
3 Departamento de Saúde da Criança e da Mulher, Centro Hospitalar Cova da Beira EPE, Covilhã, Portugal
Introdução
Os líquenes escleroso (LE) e plano (LP) são dermatoses inflamatórias com admitido componente autoimune, e por tal,
provável associação com outras afecções com similar fisiopatologia. Neste estudo avalia-se a prevalência de patologia
tiroideia, não exclusivamente autoimune, naquele grupo de doentes.
Material/Métodos
Análise retrospectiva dos dados 341 doentes com LE e/ou LP, vigiadas na consulta de Patologia Vulvar do Centro
Hospitalar de São João entre Outubro 2009 e Março 2013.
Resultados
A maioria tem LE (75,4%). A média de idades aquando do diagnóstico foi semelhante nos dois grupos (LE 59,1±15,18 e
LP 59,7±15,30 anos; p=0,789), existindo perturbação tiroideia em 26,4% das doentes com LE e 30,9% das com LP
(p=0,474).
Nas doentes com LE e LP diagnosticou-se, respectivamente: hipotiroidismo (21,3 e 56,5%, p<0,01), hipertiroidismo
(3,3 e 0%, p=0,38); presença de nódulos/bócio (eutiroideias) (29,5 e 17,4%, p=0,26), tiroidite (41,0 e 21,7%, p=0,10),
patologia maligna (4,9 e 4,3%, p=0,91) e antecedentes de tiroidectomia (5,7 e 8,6%, p=0,43), existindo disfunção
tiroideia em 13,6 e 10% (p=0,57) e presença de anticorpos anti-tiroideus em 25,2 e 34,4% (p=0,32). Foi referida
patologia tiroideia em familiar de primeiro grau por 8,6 e 13%, p=0,27.
Conclusão
A evidência de associação entre LE e/ou LP vulvar e patologia tiroideia torna recomendável a avaliação desta glândula
nas mulheres com aquelas doenças.
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POSTER 39
TROMBOSE VENOSA DO MEMBRO SUPERIOR COMO COMPLICAÇÃO DE SÍNDROME DE
HIPERESTIMULAÇÃO OVÁRICA – CASO CLÍNICO
Ana Beatriz Godinho, Inês Oliveira, Luísa Pinto, Nuno Clode, Ana Paula Soares, Carlos Calhaz-Jorge
Resumo
A Síndrome de Hiperestimulação Ovárica (SHEO) é uma complicação rara da estimulação ovárica. Caracteriza-se por
aumento do volume dos ovários e redução do volume intravascular por transferência de líquido para o terceiro espaço
e está associado a complicações graves relacionadas com alterações hidroelectrolíticas e fenómenos
tromboembólicos.
Os autores descrevem o caso clínico de uma mulher de 36 anos, saudável, não fumadora, com índice de massa
corporal de 21, submetida a ciclo de fertilização in vitro com transferência de 2 embriões. Doze dias após a
administração da hCG iniciou um quadro clínico, laboratorial e imagiológico compatível com SHEO. Foi internada e
medicada com heparina de baixo peso molecular (HBPM) em dose profilática, tendo tido alta após oito dias,
clinicamente melhorada.
Cinco semanas depois iniciou um quadro de dor, edema e parestesias cervicais e no membro superior esquerdo. A
ecografia pélvica revelou uma gravidez gemelar evolutiva com 9 semanas e 5 dias. O estudo doppler da vascularização
cervical demonstrou trombose venosa do tronco braquiocefálico esquerdo, pelo que iniciou HBPM em dose
terapêutica. A gravidez decorreu sem outras intercorrências.Teve um parto por cesariana às 35 semanas por
alterações fluxométricas do 1º feto, com dois nados vivos saudáveis. A terapêutica com HBPM foi mantida até às 6
semanas de puerpério.
A trombose venosa está descrita como uma complicação rara do SHEO, e em 71% dos casos ocorre nos membros
superiores. Frequentemente ocorre após resolução do quadro clínico, pelo que deve existir um elevado índice de
suspeição para o diagnóstico atempado desta situação potencialmente fatal.
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POSTER 40
COMPLICAÇÕES PER E PÓS OPERATÓRIAS DO SERVIÇO DE GINECOLOGIA – CASUÍSTICA DE 2012
Cardoso A, Almeida D, Leal M.
Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar do Porto – Dir. Prof. António Tomé
Introdução: Qualquer ato cirúrgico é passível de complicações, quer durante a cirurgia, quer no peri-operatório. Este
trabalho tem como objetivo identificar as complicações per e pós operatórias das cirurgias ginecológicas realizadas em
regime de internamento no Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar do Porto no ano de 2012; classificar as
complicações e conhecer o tipo de tratamento instituído.
Métodos: Análise retrospetiva individualizada dos processos clínicos com codificação ICD-9 referente a “Complications
of surgical and medical care” (996-999) de 01 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2012.
Resultados: Das 1672 cirurgias ginecológicas realizadas em regime de internamento, verificaram-se 55 casos de
complicações per ou pós operatórias (3,3%). Os 55 doentes apresentavam uma média de idade de 49,5 anos (±13,4
anos); 36,3% das doentes apresentavam comorbilidades e 56,3% tinham antecedentes de cirurgia abdominal.
Ocorreram 23 casos de complicações hemorrágicas (42%), 15 casos de laceração do trato genitourinário, digestivo ou
muscular (27%), 14 casos de complicações infeciosas e/ou deiscência de ferida operatória (25%), 2 casos de
perfuração uterina (4%) e 1 caso de evisceração (2%). Não houve casos de complicações tromboembólicas nem de
mortalidade cirúrgica. O tratamento instituído foi, em 70,9% dos casos, de suporte/expectante e 29,1% exigiram
correção cirúrgica intraoperatória ou reintervenção cirúrgica. O aumento médio de internamento no Serviço foi de 4
dias.
Conclusão: A taxa de complicações é semelhante à descrita na literatura. A prevenção e a identificação precoce das
complicações cirúrgicas é o mais importante, permitindo o tratamento atempado e adequado.
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POSTER 41
COMPLICAÇÕES DA CIRURGIA GINECOLÓGICA – ANÁLISE CRÍTICA DE UM SISTEMA DE
CLASSIFICAÇÃO
Cardoso A, Almeida D, Leal M.
Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar do Porto – Dir. Prof. António Tomé
Introdução: Todos os procedimentos cirúrgicos estão associados, em maior ou menor grau, à possibilidade de
existência de complicações. Estas devem ter uma classificação que permita a avaliação de diferentes técnicas
cirúrgicas e que contribua para a avaliação da qualidade dos serviços. Este trabalho tem como objetivo classificar as
complicações per e pós operatórias das cirurgias realizadas em regime de internamento do Serviço de Ginecologia do
Centro Hospitalar do Porto no ano de 2012.
Métodos: Análise retrospetiva de 55 casos de complicações per e pós operatórias e classificação das complicações em
sete graus de gravidade (Dindo et al, 2004); análise crítica das vantagens e limitações do sistema de classificação no
âmbito da ginecologia geral.
Resultados: Os 55 casos de complicações per e pós operatórias foram classificados em grau I – 13%; grau II – 40%;
grau IIIb – 43%; grau IVa – 2%; grau IVb – 2%. Não houve casos de complicações grau V.
Discussão e conclusão: Esta classificação é útil para aferir a gravidade das complicações e a sua característica mais
importante é permitir inferir o tipo de tratamento instituído. As limitações desta classificação em sete grupos estão
relacionadas com a incapacidade de distinguir os casos em que a correção cirúrgica é realizada intraoperatoriamente
dos casos em que é a correção é realizada no contexto de uma reintervenção e com o facto de não avaliar as sequelas
decorrentes das complicações cirúrgicas.
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POSTER 42
GRAVIDEZ EM FALÊNCIA OVÁRICA PRECOCE – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Castro A.*, Almeida D., Pereira, I.S., Moutinho O., Guimarães, J.M.
Maternidade Júlio Dinis
*Interna de Ginecologia/Obstetrícia do CHTMAD a realizar estágio de Medicina da Reprodução na Maternidade Júlio Dinis
A falência ovárica precoce (FOP) define-se como menopausa antes dos 40 anos e afeta aproximadamente 1% das
mulheres. Pode ser idiopática ou associada a exposições tóxicas, anomalias cromossómicas ou doenças autoimunes.
Descreve-se um caso clínico de FOP.
Mulher de 36 anos, nulípara, referenciada à consulta de Apoio à Fertilidade para doação de ovócitos por FOP.
Antecedentes pessoais irrelevantes, menarca aos 11 anos, ciclos regulares. Sem história familiar de menopausa
precoce. Suspendeu contracetivo oral em Agosto de 2012 por desejo de engravidar, apresentando-se amenorreica
desde então. Nas análises de Novembro de 2012, apresenta FSH 39,2mUI/mL, LH 20,6mUI/mL e estradiol 13,1pg/mL.
A função tiroideia e os valores de prolactina eram normais. Novo doseamento hormonal revelou FSH 21mUI/mL, LH
17,5mUI7ML e estradiol 53,2pg/mL. No exterior, realizou, em Fevereiro de 2013, estimulação ovárica com
gonadotrofinas (300U de FSH recombinante) durante 6 dias, com desenvolvimento de um folículo de 18mm e sem
posterior avaliação. Em Abril de 2013, nesta consulta, a avaliação ecográfica revelou espessamento endometrial
(14mm), imagem hipoecogénica com halo hiperecogénico, ovários atróficos (sem folículos antrais). Por a imagem ser
suspeita de saco gestacional, pediu-se avaliação analítica, incluindo β-HCG sérico (β-HCG 2652U/L, FSH 0,8mUI/mL, LH
0,2mUI/mL e estradiol 174,9pg/mL). Cinco dias depois, a ecografia revelou saco gestacional intrauterino de 1,31cm,
com vesícula vitelina, compatível com 5 semanas e três dias de gravidez.
Perante um casal infértil e no contexto de FOP, a tentativa de estimulação folicular com doses elevadas de
gonadotrofinas não deve deixar de ser ponderada antes da indicação para doação de ovócitos.
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POSTER 43
ÚTERO DIDELFOS COMO CAUSA DE METRORRAGIAS
Martins, AC; Sousa, AM; Djokovic, D; Toller, A; Bacalhau, D; Lilaia, C
Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, Hospital S. Francisco Xavier.
O aparelho genital feminino diferencia-se a partir dos canais de Müller, que dão origem às trompas, útero e terço
superior da vagina. A aplasia dos canais de Müller, as perturbações da sua fusão e as anomalias de reabsorção do
septo intermülleriano, dão origem a malformações, cuja prevalência se estima entre 0.004 e 3,8%.
Os autores relatam o caso de uma jovem de 25 anos, referenciada à consulta de ginecologia por spotting persistente
com cerca de 6 meses de evolução e sensação de peso ou desconforto pélvicos frequentes. A utente tinha como
antecedentes ginecológicos menarca aos 12 anos, toma de contracetivo oral combinado por curto período (durante a
qual persistiram as queixas) e dois episódios de doença inflamatória pélvica, ambos com internamento noutros
hospitais. No exame ginecológico, apresentava colo sem leões aparentes e, à direita do mesmo, outro orifício vaginal
com saída de muco ensanguentado em pequena quantidade. Ao toque vaginal verificou-se um abaulamento da
vagina, lateralmente, à direita.
Realizou ecografia pélvica endovaginal, que revelou útero bicórneo, sem outras alterações, parecendo ver-se um só
colo e, posteriormente, ressonância magnética pélvica, que revelou a presença de útero didelfos bicoli, sem outras
anomalias associadas.
Este caso mostra que os processos de fusão e de reabsorção no desenvolvimento das estruturas Müllerianas podem
ser afetados a diferentes níveis, podendo resultar em malformações “atípicas”, que não se enquadram em nenhuma
das classificações existentes. A propósito deste caso, os autores fazem uma breve revisão bibliográfica sobre as
malformações Müllerianas e suas possíveis manifestações clínicas.
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POSTER 44
TUMORES DE BRENNER DO OVÁRIO – UM DIAGNÓSTICO CLINICO DESAFIANTE
10 ANOS DE EXPERIÊNCIA DO IPOLFG
Ana Teresa Marujo, Lúcia Correia, Mara Rocha, António Gomes, Ana Francisca Jorge
Serviço de Ginecologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa – Francisco Gentil
Introdução: Os Tumores de Brenner (TB) são tumores raros, constituídos por células epiteliais semelhantes ao urotélio
e células do estroma. Com maior incidência na quinta década de vida, são frequentemente um achado histológico
inesperado. Apesar de maioritariamente serem benignos, podem ser borderline ou, raramente, malignos. Mesmo
quando benignos, podem apresentar características suspeitas nos exames complementares de diagnóstico, motivo
pelo qual constituem um desafio diagnóstico. Os autores pretendem fazer uma revisão dos casos diagnosticados e
tratados na instituição nos últimos 10 anos.
Material e Métodos: Estudo retrospectivo dos TB diagnosticados entre 2003 e 2013 (n=10). Analisámos características
demográficas, clínicas, imagiológicas, analíticas, histológicas e follow-up.
Resultados: A idade média das mulheres foi 55,8±9,2 (44-69) anos sendo que 70% se encontravam na menopausa.
Dos casos identificados, 80% eram TB benignos e 20% borderline. Clinicamente 80% das doentes eram assintomáticas
sendo que as 2 mulheres sintomáticas apresentavam patologia uterina (útero miomatoso e adenocarcinoma
endométrio). Em nenhum caso se verificou aumento dos marcadores tumorais. Na nossa amostra, em 50% dos casos
(n=5), os tumores foram achados ecograficos, sendo que em 4 destes casos a ecografia era suspeita de
malignidade.(só um destes se verificou ser um TB borderline) .Das 5 mulheres em que o diagnostico de tumor do
ovário foi feito apenas após o exame anatomo-patológico, 3 foram operadas por patologia do útero e 2 fizeram
ooforectomia profilática por risco familiar.
Conclusão: Os TB são raros, maioritariamente benignos e assintomáticos sendo frequentemente um achado ao exame
objectivo, na ecografia pélvica ou no exame histológico. É frequente serem suspeitos ao exame imagiologico o que ,
associado à idade de aparecimento, motiva por vezes uma atitude mais interventiva por parte dos clínicos.
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POSTER 45
TUMOR ESTROMAL ESCLEROSANTE DO OVÁRIO - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Ana Teresa Marujo, Lúcia Correia, Mara Rocha, António Gomes, Ana Francisca Jorge
Serviço de Ginecologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa–Francisco Gentil
Introdução: O tumor estromal esclerosante (TEE) é um tipo de tumor dos cordões sexuais/estroma (TCS/E)
extremamente raro, que ocorre predominantemente na segunda e terceira décadas de vida. Apresenta características
histológicas muito especificas que os distingue dos outros tumores do estroma e o seu tratamento é cirúrgico. Os
autores pretendem apresentar um caso clínico de TEE e fazer uma revisão teórica do tema.
Caso clínico: Adolescente de 15 anos de idade, sem antecedentes pessoais relevantes. Menarca 11 anos; Gesta0Para0.
Referenciada à consulta de ginecologia por algias pélvicas e irregularidades menstruais. Ao exame objectivo palpavase massa pélvica, móvel e indolor na área anexial esquerda. Na ecografia pélvica observou-se tumor anexial esquerdo,
com critérios sugestivos de malignidade; Marcadores tumorais normais. Foi submetida a laparotomia com
anexectomia unilateral esquerda com exame extemporâneo sugestivo de benignidade. O diagnóstico histológico foi
TEE. A doente encontra-se actualmente bem, sem sinais clínicos ou imagiológicos de doença.
Discussão: Os TEE são uma entidade benigna rara, representando 2-6% dos tumores do estroma ovárico.
Contrariamente aos outros tumores do estroma, os TEE surgem em idades jovens e os sintomas de apresentação mais
frequentes são as irregularidades menstruais e algias pélvicas, sendo raras as manifestações hormonais. Embora
imagiologicamente estes tumores possam suscitar suspeição de malignidade, não estão descritos na literatura TEE
malignos, sendo a terapêutica indicada a cirurgia conservadora. Neste sentido, é importante ter presente esta
hipótese diagnóstica quando estamos perante uma mulher jovem com tumor anexial suspeito, no sentido de evitar o
sobretratamento.
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POSTER 46
TUMOR DE CÉLULAS DA GRANULOSA JUVENIL E PUBERDADE PRECOCE PERIFÉRICA: UMA CAUSA
RARA DE UMA ENTIDADE RARA
Ana Teresa Marujo, Lúcia Correia, Mara Rocha, António Gomes, Gabriela Canas, Filomena Pereira, Ana Francisca Jorge
Serviço de Ginecologia e Pediatria do Instituto Português de Oncologia de Lisboa – Francisco Gentil
Introdução: Os Tumores de Células da Granulosa Juvenil (TCGJ) representam 5% dos tumores do ovário até aos 20
anos de idade, e estão associados a excelente prognóstico, pelo que a cirurgia conservadora está indicada nos
estádios precoces. Quando surgem na infância, em 80% dos casos actuam como fonte periférica de estrogénios,
levando ao aparecimento de caracteres sexuais secundários(CSS) provocando um quadro de puberdade precoce
periférica (PPP). A PPP é uma entidade rara e o seu tratamento consiste na remoção cirurgica da fonte de estrogénios.
Os autores apresentam um caso clínico de PPP causada por um TCGJ.
Caso Clínico: Criança do sexo feminino, 3 anos de idade, referenciada à consulta de pediatria por algias pélvicas e
episódio de hemorragia uterina com uma semana de duração. À observação apresentava desenvolvimento psicomotor normal, presença de botões mamários e pêlos púbicos que teriam surgido cerca de 2 meses antes da
hemorragia uterina. Ao exame objectivo destacava-se uma massa pélvica lateralizada à esquerda. Ecograficamente
identificou-se um tumor anexial esquerdo (8cm) e analiticamente verificou-se hiperestrogenismo (estradiol 107pg/mL;
restantes valores hormonais normais). Submetida a anexectomia esquerda, com diagnóstico histológico final de um
TCGJ. Aos 2 meses pós cirurgia, verificou-se regressão completa dos CSS e os níveis de estradiol normalizaram
(<10pg/mL). A doente encontra-se bem, 8 anos após a cirurgia, com desenvolvimento pubertário normal.
Discussão: A puberdade precoce é pouco frequente sendo que a PPP representa apenas 20% dos casos. Apesar de ser
uma causa rara, a hipótese de TCGJ deve estar presente quando se faz o diagnostico diferencial, pois a cirurgia é
curativa.
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POSTER 47
MASSA ANEXIAL NO CONTEXTO DE TUMORES SÍNCRONOS DO PULMÃO E CÓLON – CASO
CLÍNICO
Ana Paula Reis, Ana Isabel Rodrigues, Alexandre Morgado, Eugénia Fernandes
Serviço de Ginecologia, Centro Hospitalar do Porto (CHP)
Introdução: As massas anexiais são achados clínicos comuns. Na sua avaliação, a história clínica, os marcadores
tumorais e as imagens de ecografia/tomografia computadorizada (TC) podem ser bastante úteis se a natureza da
massa for incerta. O diagnóstico diferencial entre etiologia ginecológica ou outra representa um verdadeiro desafio
clínico.
Caso Clínico: Mulher de 67 anos, assintomática, referenciada à consulta por tumefacção complexa do anexo esquerdo
com 13x9 cm. Doseamento de Ca125 ligeiramente aumentado (73,4 U/ml) e níveis séricos de CEA normais. Realizou
TC toraco-abdómino-pélvico, evidenciando volumosa lesão quística complexa, multinodular, na região anexial
esquerda com 13x9 cm, ascite de pequeno volume e nódulo pulmonar direito, de aspecto espiculado suspeito, com 17
mm. Efetuada biópsia pulmonar, cujo exame histológico revelou adenocarcinoma primitivo do pulmão (perfil
imunohistoquímico:CK7+;CK20-;TTF-1+). Em reunião multidisciplinar de Oncologia foi decidido abordagem cirúrgica da
massa anexial para exclusão de tumor síncrono do ovário. A doente foi submetida a laparotomia exploradora e
cirurgia citorredutora de cancro de ovário. O exame histológico da massa anexial revelou adenocarcinoma do tipo
intestinal (CK7-;CK20+;TTF-1-). O TC abdómino-pélvico pós-operatório identificou área de estenose luminal entre o
cólon sigmóide e o descendente. Por quadro de oclusão intestinal, foi posteriormente submetida a ressecção tipo
Hartmann da transição recto-sigmóideia, confirmando-se adenocarcinoma intestinal bem diferenciado.
Conclusão: Nem sempre tumefacções anexiais suspeitas têm ponto de partida nos ovários ou trompas. A ocorrência
de tumores de origem intestinal deve ser considerada, uma vez que, aproximadamente 1 a 2 % dos carcinomas do
cólon e do intestino delgado irão metastizar para os ovários.
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POSTER 48
LINFOMA PRIMÁRIO DO COLO DO ÚTERO: CASO CLÍNICO
Regalo A., Caseiro L., Matias I., Pina F., Fernandes F.
Hospital Espírito Santo, Évora
INTRODUÇÃO: O linfoma do colo do útero é uma entidade clinica rara, com apenas cerca de 70 casos reportados até à
data, estimando-se que constituam apenas 0,008% dos tumores primários do colo e 1 a 2% dos linfomas
extraganglionares. O quadro clínico mais comum é a hemorragia uterina anormal. Este caso clínico descreve um caso
de linfoma primário do colo com quadro inaugural de Trombose Venosa Profunda (TVP) do Membro Inferior Direito
(MID).
CASO CLÍNICO: Mulher de 40 anos, com quadro de dor, edema MID e claudicação da marcha. Após realização de TAC
pélvica, que descreveu uma lesão atípica do colo do útero, com vários conglomerados adenopáticos a condicionar
compressão venosa, linfática e hidronefrose à direita, foi internada com o diagnóstico de TVP por bloqueio pélvico
por neoformação do colo do útero, sob enoxaparina e varfarina. O diagnóstico histológico de Linfoma Não Hodgkin
Folicular de grau 2 foi alcançado pela histeroscopia cirúrgica com biópsia dirigida de lesão cervical, tendo inciado
quimioterapia com rituximab. Ao 7º mês de follow up, após 1 ciclo de R-CHOP e 8 de R-CVP em regime de
ambulatório, com redução de 50% da massa tumoral, realizou re-estadiamento com PET, que não detectou
alterações, pelo que iniciou terapêutica de manutenção com rituximab.
CONCLUSÃO: O linfoma primário do colo uterino é uma neoplasia rara mas de importância clínica. Quando do
diagnóstico, a grande maioria dos casos encontra-se no estadio IE. As doentes com doença localizada respondem a
terapêutica cirúrgica, quimioterapia e/ou radioterapia.
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POSTER 49
LEI DAS SÉRIES - GRAVIDEZ ECTÓPICA
Vieira B., Rocha A., Maciel R., Carvalho S., Teixeira M., Buchner G., Candoso B., Taborda F., Costa V.
Centro Hospitalar do Porto – Unidade Maternidade Júlio Dinis (MJD)
Esta descrita que a prevalência de gravidez ectópica entre mulheres que recorrem ao Serviço de Urgência (SU) com
metrorragia no 1º trimestre, dor abdominal ou ambos se encontra entre os 6 e os 16%. O número de casos
diagnosticados e tratados na MJD em 2012 foi de 35.
Os autores apresentam três casos clínicos, diagnosticados no SU no mesmo dia, com amenorreia, metrorragia, dor
abdominal.
Relativamente à primeira utente verificou-se βHCG de 1151U/L e na ecografia transvaginal (ecoTV) constatou-se
tumefacção anexial com 12X12 mm, contendo embrião com 4mm com actividade cardíaca presente. No 2º verificouse βHCG de 471U/L. Na ecoTV constatou-se líquido livre no fundo de saco e uma tumefacção paraovárica com 36 mm
de maior diâmetro. O 3º caso, apresentava-se com βHCG de 3444U/L, e na ecoTV verificou-se tumefacção anexial com
28X26mm.
As doentes ficaram internadas com o diagnóstico de gravidez ectópica tubar, para tratamento. No 1º caso foi
efectuada salpingectomia unilateral laparoscópica, no 2º caso optou-se por atitude expectante, por suspeita de
abortamento tubar e no 3º caso instituiu-se tratamento médico, com metotrexato. Os três casos apresentaram uma
evolução favorável após o tratamento, todos com normalização do valor de βHCG.
O alto nível de suspeição é fundamental para o diagnóstico de gravidez ectópica. O tratamento deverá ser orientado
de acordo com cada situação clínica.
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POSTER 50
CORRECÇÃO CIRÚRGICA DO PROLAPSO DE ÓRGÃO PÉLVICO APÓS HISTERECTOMIA –
RESULTADOS ANATÓMICOS, COMPLICAÇÕES E FOLLOW-UP
Castro C, Pereira I, Mendes S, Henriques A, Ribeirinho AL, Lourenço AV.
Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução – Hospital de Santa Maria, CHLN
Objectivo: Avaliar os resultados da correcção cirúrgica do prolapso de órgão pélvico (POP) após histerectomia
recorrendo à colocação de rede vaginal ou sacrocolpopexia.
Métodos: Estudo retrospectivo que incluiu todas as doentes com POP sintomático após histerectomia, submetidas a
colocação de rede vaginal ou sacrocolpopexia entre 2006 e 2011 na nossa Unidade de Uro-Ginecologia. Analisámos as
características demográficas da população, complicações intra-operatórias, a curto e longo prazo e resultados
anatómicos ao longo de um período de follow-up de 24 meses.
Resultados: Foram avaliadas 53 mulheres. No grupo submetido a sacrocolpopexia (37,7%), os pontos médios do
prolapso previamente à cirurgia, com base na classificação POP-Q, eram 2,19 para o ponto Ba, 4,24 para o ponto C e
2,96 para o ponto Bp. Obteve-se em média uma melhoria de 4,27/4,19 no ponto Ba, 11,56/10,54 no ponto C e
4,29/5,25 no ponto Bp, aos 12/ 24 meses de follow-up.
No grupo submetido a colocação de rede vaginal (62,3%), os pontos médios do prolapso previamente à cirurgia eram
0,93 para o ponto Ba, 1,60 para o ponto C e 1,59 para o ponto Bp. Registou-se igualmente uma melhoria anatómica
aos 12 e 24 meses de follow-up (2,85/2,87 no ponto Ba, 10/10 no ponto C e 6/6 no ponto Bp).
Nas 53 cirurgias realizadas registaram-se 2 casos de perfuração vesical (ambos no grupo da sacrocolpopexia), 1 caso
de hematoma pélvico com resolução espontânea (no grupo da rede vaginal) e 2 casos de erosão da mucosa vaginal,
resolvidos com aplicação tópica de estrogénios (ambos no grupo da rede vaginal).
Conclusão: A sacrocolpopexia e a colocação de rede vaginal, quando efectuadas por Uro-ginecologistas experientes,
são ambas técnicas cirúrgicas eficazes e seguras na correcção de POP após histerectomia.
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POSTER 51
Utilização de slings transobturadores sub-uretrais no tratamento da incontinência urinária
– 8 anos de experiência com TVT-O
Pereira I, Castro C, Mendes S, Martins I, Henriques A, Ribeirinho AL, Lourenço AV
Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução– Hospital de Santa Maria, CHLN
Objectivo: Reportar a experiência da nossa Unidade de Uro-ginecologia no tratamento de incontinência urinária
utilizando o sling transobturador sub-uretral TVT-O.
Métodos: Estudo retrospectivo que incluiu todas as mulheres com incontinência urinária mista (IUM) ou de esforço
(IUE) submetidas a tratamento cirúrgico com TVT-O, entre 2004 e 2012, na nossa Unidade de Uro-ginecologia.
Avaliámos as características demográficas da população, desfecho clínico, complicações intra-operatórias e ao longo
do período de follow-up e impacto na qualidade de vida, utilizando o King’s Health Questionnaire (KHQ).
Resultados: Foram avaliadas 281 mulheres. Previamente à cirurgia, 203 apresentavam IUE e 137 IUM; 217 tinham um
stress teste positivo e em todas as outras o teste foi positivo após a correcção de POP; 121 foram submetidas a
correcção cirúrgica de POP e TVT-O e nas restantes foi efectuado apenas TVT-O.
Verificou-se uma taxa de cura de 95,1% (stress teste negativo) aos 12 meses de follow-up, 93,6% aos 24 meses, 96,2%
aos 36 meses e 95,2% aos 48 meses.
Com base no KHQ registou-se uma melhoria na qualidade de vida de 26 pontos aos 12 meses de follow-up, 27 pontos
aos 24 meses, 28 pontos aos 36 meses e 30 pontos aos 48 meses.
Nas 281 cirurgias realizadas ocorreram 5 casos de perfuração da mucosa vaginal, 3 casos de hemorragia intraoperatória significativa, 1 caso de lesão uretral e 1 caso de hematoma pélvico com resolução espontânea. Durante o
follow-up registaram-se 3 casos de erosão da mucosa vaginal, 1 caso de extrusão da rede, 3 casos de incontinência
urinária de urgência de novo e 1 caso de retenção urinária.
Conclusão: A colocação de TVT-O é um procedimento cirúrgico eficaz e seguro no tratamento da IUE.
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POSTER 52
TUMORES MALIGNOS DO OVÁRIO: CASUÍSTICA DE 5 ANOS - A EXPERIÊNCIA DA ULSAM
Elisabete Gonçalves, Ângela Santos, Sandra Ferreira, Avelina Almeida, Agostinho Carvalho, Domingos Magalhães
Serviço de Ginecologia e Obstetrícia da Unidade Local de Saúde do Alto Minho
Introdução: Os tumores malignos do ovário representam um problema de saúde pública.
Nos países desenvolvidos já constituem o tumor ginecológico mais frequente, sendo também o mais letal, com uma
sobrevida aos 5 anos de 45%.
Objetivo: Avaliar o outcome das doentes com diagnóstico de tumor maligno do ovário tratadas e vigiadas na nossa
Instituição.
Metodologia: Estudo retrospetivo que incluiu 44 doentes com o diagnóstico de tumor maligno do ovário entre o
período de 2000 a 2005 com análise do tipo histológico, estadio FIGO, tratamento efetuado e follow-up.
Resultados e discussão: A idade média ao diagnóstico foi de 62.5 anos, sendo que 11.1% eram pre-menopáusicas.
O tipo histológico mais frequente foi o adenocarcinoma seroso. Relativamente ao estadiamento 48.8% apresentavam
estadio III, 28.8% o estadio I e 17.7% estadio IV; 1 caso correspondeu a metástase de tumor de Krukenberg. 86.3 % das
doentes foram consideradas para laparotomia exploradora como abordagem inicial. 86.4% realizaram quimioterapia
com taxol e cisplastina ou carboplatina.
13.6% das doentes ficaram sem vigilância por debilidade física, desistência ou mudança de área de residência.
Ao final de 5 anos 27.2% das doentes estavam vivas sem evidência de doença, 11.4% apresentavam doença, 27.2%
apresentaram óbito e 13.6% abandonaram a consulta.
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POSTER 53
O CANCRO DO ÚTERO E IMPACTO NA VIDA DA MULHER: CASUÍSTICA DE 5 ANOS - A
EXPERIÊNCIA DA ULSAM
Elisabete Gonçalves, Sandra Ferreira, João Pedro Prata, Avelina Almeida, Agostinho Carvalho, Domingos Magalhães
Serviço de Ginecologia e Obstetrícia da Unidade Local de Saúde do Alto Minho
Introdução. O cancro do endométrio representa o tumor ginecológico mais frequente nos países desenvolvidos.
Ocorre essencialmente na pós-menopausa com pico de incidência na década dos 70.
A apresentação com sintomatologia precoce no curso da doença explica o prognóstico favorável, ainda que a taxa de
mortalidade tenha vindo a aumentar.
Objetivo: Avaliar o outcome das doentes com diagnóstico de cancro do útero tratadas e vigiadas na nossa Instituição.
Metodologia: Estudo retrospetivo que incluiu 80 doentes com o diagnóstico de tumor maligno do útero entre o
período de 2000 a 2005 com análise do tipo histológico, estadio FIGO, tratamento efetuado e follow-up.
Resultados e discussão: A idade média ao diagnóstico foi de 66.0 anos, sendo que 6.2% se encontravam na
perimenopausa. Cerca de 50% das doentes apresentavam pelo menos um fator de risco para adenocarcinoma do
endométrio.
O tipo histológico mais frequente foi o adenocarcinoma endometróide; 4 casos representavam sarcoma do estroma
endometrial e 2 casos carcinossarcomas. 7.6% dos tumores apresentavam G3 de grau diferenciação. Relativamente ao
estadiamento 84.8% apresentavam estadio I, 2.5% o estadio II, 10.1% o estadio III e 1.2% estadio IV.
Todas foram submetidas a laparotomia exploradora: 1 caso foi considerado inoperável; foi efetuada abordagem
ganglionar em 20.3% dos casos. 29.1 % das doentes realizaram radioterapia complementar.
6.3% doentes não mantiveram vigilância na nossa Instituição.
Ao final de 5 anos 74.7% das doentes estavam vivas sem evidência de doença, 12.7% apresentavam doença ou
encontram-se em vigilância por recidiva, 1.2% apresentou carcinoma da vulva e 5.1% apresentaram óbito.
68
POSTER 54
CARCINOMA NEUROENDÓCRINO GÁSTRICO COM METASTIZAÇÃO OVÁRICA – REVISÃO DA
LITERATURA A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Vale Fernandes, E.1*; Rodrigues, F.1; Carvalho, L.1; Serrano, P.1; Jardim Pena, D1
.
1 Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Braga, Braga, Portugal.
INTRODUÇÃO: Os tumores carcinóides (TC) são tumores neuroendócrinos raros que podem surgir em vários locais do
corpo. A maioria é proveniente do trato gastrointestinal (55%) e sistema broncopulmonar (30%). O seu potencial
metastático é elevado. No ovário os TC podem ser primários (frequentemente unilaterais e associados a um tumor de
células germinativas) ou metastáticos (raros, habitualmente bilaterais e resultantes de tumores primitivos do tubo
digestivo).
CASO CLÍNICO: Paciente de 47 anos referenciada ao Hospital de Braga com o diagnóstico de carcinoma de pequenas
células do ovário com diferenciação neuroendócrina (realizara laparotomia exploradora por quisto anexial esquerdo,
com anexectomia esquerda com rotura intra-operatória do quisto). Realizou TAC tóraco-abdómino-pélvica que
evidenciou envolvimento secundário do parênquima hepático e ovário contra-lateral e conglomerado adenopático
volumoso, superior ao tronco celíaco. Os marcadores tumorais revelaram enolase neuronal específica e cromogranina
elevadas com restantes marcadores normais. Por provável tumor neuroendócrino metastizado, completou estudo
com endoscopia digestiva, que revelou neoplasia gástrica ulcerada na grande curvatura do antro (carcinoma
neuroendócrino de células pequenas). Decidiu-se realização de quimioterapia com 6 ciclos de cisplatina e etoposídeo.
CONCLUSÃO: Este caso clínico raro corrobora que os TC podem metastizar para o ovário, sendo que nestes casos,
tipicamente, são bilaterais, originam-se do tubo digestivo e podem ocorrer com metástases síncronas envolvendo o
parênquima hepático.
69
POSTER 55
QUISTO DO OVÁRIO: CIRURGIA LAPAROSCÓPICA EM ADOLESCENTES E MULHERES JOVENS
F.Neves, M. Santos, A. Marques e H. Leite
Maternidade Bissaya Barreto, CHUC
Introdução: O tratamento conservador do quisto do ovário consiste na enucleação do quisto do ovário, de modo a
preservar, tanto quanto possível, a função reprodutora. Nos últimos anos a laparoscopia tem sido usada com sucesso
no tratamento conservador de massas ováricas de características benignas em adolescentes e mulheres jovens.
Material e métodos: Estudo cross-sectional retrospetivo de 49 casos de mulheres entre os 10 e 25 anos submetidas a
cirurgia por diagnóstico de quisto do ovário benigno. Os dados foram retirados dos processos clínicos, desde 2008 a
2012 e foram analisados SPSS 20. O objetivo deste trabalho é avaliar a orientação clínica de adolescentes e mulheres
jovens com diagnóstico de quisto do ovário.
Resultados: Das 49 doentes, 31% (n=15) tinham idades compreendidas entre 20-25 anos e 69% (n=34) eram
adolescentes. Nas adolescentes o sintoma mais frequente foi dor pélvica (37%) e a maioria (53%) das mulheres jovens
era assintomática. Na maioria dos casos, o diagnóstico foi ecográfico, sendo nas adolescentes mais frequentes os
quistos simples (42%) e no outro grupo os quistos complexos (71%). Não se observou benefício diagnóstico aquando
da requisição de outros exames de imagem. O estudo anatomo-patológico confirmou em 98% dos casos a
benignidade das lesões, já referidas como tal pela ecografia. O Ca-125 foi normal em todos os casos. A dimensão
média dos quistos operados foi de 6,5 cm. A cirurgia de eleição foi a quistectomia laparoscópica (adolescentes,90% Vs
mulheres jovens, 73%), não havendo referência de nenhuma complicação intra ou pós-operatória.
Conclusão: A Laparoscopia é a abordagem mais consensual no tratamento cirúrgico de massas ováricas benignas na
população adulta e seu valor tem sido demonstrado, em alguns estudos, como preferível em grupos mais jovens, por
ter melhor impacto na fertilidade, ficando a laparotomia, geralmente, reservada quando há suspeita de malignidade.
70
POSTER 56
HEMORRAGIA UTERINA ANORMAL PERSISTENTE NA PRÉ-MENOPAUSA: MORBILIDADE E CAUSAS
Filipa Barradas, Vera Sousa, Ana Paula Lopes, Lurdes Ramalho, Isabel Marques
Serviço de Ginecologia, Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, EPE
INTRODUÇÃO: A Hemorragia Uterina Anormal (HUA) representa cerca de 1/3 dos motivos de consulta ginecológica. É
na sua maioria, causada por patologia uterina estrutural, sendo, por vezes, difícil de controlar apenas com
terapêuticas médicas.
OBJECTIVO: Caracterizar a população de mulheres pré-menopáusicas operadas durante o ano de 2012 com o
diagnóstico de HUA, avaliar a gravidade da hemorragia e a histologia da peça operatória.
MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo observacional descritivo com avaliação das pacientes
pré-menopáusicas operadas durante o ano de 2012 por HUA persistente refractária a terapêutica médica (sendo
excluídas outras indicações cirúrgicas). Caracterizou-se a população de acordo com a idade e paridade. Foi avaliado o
nível de Hemoglobina (Hg) pré-operatório e o resultado histológico da peça.
RESULTADOS: Foram estudadas 55 mulheres, com mediana de idades de 46 anos (P25-75, 43-49), sendo a grande
maioria multíparas (83%). Pre-operatoriamente, 22% destas mulheres apresentavam Hg normal, 36% entre 10 e
12g/dL, 36% entre 7-10g/dL e 6% inferior a 7g/dL. Em termos histológicos, 40% das peças operatórias mostraram
miomas submucosos (MSM), 7% adenomiose, 11% polipos endometriais, em 31% havia presença em simultâneo de
MSM e adenomiose, em 7% de polipos e MSM, e em 2% a presença dos três. Apenas em 2% das situações foi
detectada a presença de Hiperplasia Simples sem atipia.
CONCLUSÕES: A HUA pré-menopáusica refractária a terapêutica médica é frequente e tem importante morbilidade,
causando anemia em 78% das doentes operadas. A grande maioria é causada por patologia estrutural uterina (98%). É
importante encontrar alternativas terapêuticas sem aumentar a morbilidade.
71
POSTER 57
HEMATOMETRA VOLUMOSO PÓS-MENOPAUSA
Isabel de Barros Pereira, Carla Nunes, Alexandra Henriques, Ana Luísa Ribeirinho, Alexandre Lourenço
Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução, Centro Hospitalar Lisboa Norte - Hospital de
Santa Maria
Introdução: O hematometra é uma condição rara causada por obstrução do trato genital feminino inferior e consiste
na acumulação de fluxo menstrual na cavidade uterina. Apesar do predomínio das causas congénitas, em mulheres
mais velhas, a obstrução é geralmente adquirida e ocorre ao nível do colo. A incidência global de hematometra tanto
primário como secundário é baixa.
Caso Clínico: Mulher de 56 anos, raça negra, G5P5 (5 partos eutócicos) com menopausa espontânea aos 46 anos, sob
terapêutica hormonal desde há 2 anos e antecedentes de conização há 4 anos. Por dor pélvica com irradiação lombar,
com 3 dias de evolução e agravamento progressivo, recorreu ao serviço de urgência. À entrada apresentava útero
globoso, colo atrófico, com orifício externo encerrado, dor à mobilização e fundos-de-saco laterais abaulados.
Ecograficamente constatou-se volumoso hematometra de 63,6 mm de maior espessura na região ístmica. Foi
submetida a drenagem cirúrgica do hematometra e histeroscopia diagnóstica. Para exclusão de etiologia do foro
neoplásico foram realizadas biópsias do endocolo e do endométrio que não revelaram alterações.
Conclusão: A conização e a ocorrência de um período prolongado de hipoestrogenismo podem ocasionar estenose do
canal cervical. Nestas doentes, a administração de terapia hormonal de substituição pode resultar no aparecimento de
hematometra. A exclusão de patologia neoplásica é um componente essencial da conduta diagnóstica.
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POSTER 58
TUMOR BILATERAL DO OVÁRIO – LESÃO PRIMÁRIA OU SECUNDÁRIA?
Lúcia Correia, Ana Marujo, Vera Mourinha, António Gomes, Ana Francisca Jorge
Serviço de Ginecologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa – Francisco Gentil
Introdução: Os ovários são um local frequente de metastização, sendo o trato gastro-intestinal a principal localização
dos tumores primitivos. Os autores apresentam um caso exemplificativo desta realidade.
Caso clínico: Mulher caucasiana de 61 anos, gesta:1 para:1, com queixas de aumento do volume abdominal, diarreia e
hemorragia vaginal pós-menopausa. Realizou tomografia computorizada abdominal que revelou tumor misto bilateral
do ovário (à direita com 5,9x4cm e à esquerda com 13,4x11,4 cm, com critérios radiológicos de malignidade e sem
critérios de irressecabilidade), útero sem alterações e lesão estenosante da sigmóide. Foi pedida colonoscopia que
identificou, a 25 cm da margem anal, uma lesão vegetante circunferencial que se biopsou (diagnóstico histológico:
displasia de alto grau). A ecografia abdominal evidenciou a existência de três lesões nodulares hepáticas compatíveis
com metástases. Analiticamente apresentava CA125:1198,9U/mL, CEA:4,9ng/mL, HE4:80,8pmol/L e ROMA:84,16%.
Face às hipóteses diagnósticas de tumores síncronos ovário-sigmóide versus tumor primitivo da sigmóide com
metastização ovárica, foi submetida a cirurgia de estadiamento para o tumor do ovário e a resseção segmentar da
sigmóide e apendicectomia. A análise histológica e imunohistoquímica concluíram tratar-se de um adenocarcinoma de
baixo grau da sigmóide, com metástases ováricas (CK7-, CK20+), estádio pT4aN1M1, pelo que foi proposta para
quimioterapia paliativa.
Discussão: A distinção entre tumor primário e secundário do ovário constitui um dos maiores desafios
oncoginecológicos, uma vez que uma percentagem significativa de casos tem uma apresentação clínica e radiológica
semelhante. Perante a existência de lesões ováricas bilaterais deve ser ponderada a hipótese de patologia primária
extra-ovárica.
73
POSTER 59
TORÇÃO ISOLADA DA TROMPA: UM CASO RARO DE ABDÓMEN AGUDO EM ADOLESCENTE
Inês Pestana, Anabela Rocha, Ana Margarida Póvoa
Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar de S. João
A torção da trompa é uma situação extremamente rara, sendo o diagnóstico feito, na maioria das vezes, no decurso
da cirurgia. O caso apresentado refere-se a uma adolescente de 14 anos que recorreu ao serviço de urgência por dor
abdominal intensa com cerca de 48 horas de evolução, inicialmente epigástrica e peri-umbilical e posteriormente
localizada na fossa ilíaca direita. Referia diarreia com 12 horas de evolução, náuseas e vómitos.
A doente apresentava temperatura auricular de 38ºC. O abdómen era doloroso à palpação na fossa ilíaca direita, com
Blumberg positivo e sinais de irritação peritoneal.
Analiticamente apresentava leucocitose com neutrofilia, PCR de 113 mg/l. Realizou ecografia abdominal que revelou,
em localização retrouterina e com provável origem no ovário direito, tumefação compatível com cisto simples, com
7,7 cm de maior diâmetro. O útero era normal e o parênquima ovárico estava preservado com fluxo normal. O
apêndice não apresentava alterações ecográficas.
Decidiu-se realizar laparoscopia em face do possível diagnóstico de apendicite aguda. Durante a cirurgia constatou-se
a presença de apêndice de características normais e tumefação volumosa, violácea a nível da trompa direita que se
encontrava torcida. Foi efetuada a salpingectomia direita e apendicectomia profilática.
O resultado histológico revelou trompa com cisto revestido internamente por epitélio simples, sem atipia, ambos com
congestão, hemorragia e infiltrado polimórfico.
Embora a torção da trompa seja rara, o diagnóstico diferencial nas situações de dor abdominal aguda deve ser
equacionado, porque e possibilidade de preservar a trompa, não comprometendo a fertilidade, depende da
precocidade do diagnóstico.
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POSTER 60
GRAVIDEZ MOLAR ECTÓPICA: IMPORTÂNCIA DA REVISÃO SISTEMÁTICA DOS RESULTADOS
HISTOLÓGICOS
Inês Pestana, Anabela Rocha, Bruna Melo, Ana Margarida Póvoa
Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar de S. João
A gravidez molar ectópica é uma situação rara. O caso clínico apresentado, refere-se a uma mulher de 35 anos que
recorreu ao serviço de urgência por algias abdominais intensas, associadas a vómitos, com duas horas de evolução.
Referia um teste de gravidez positivo e uma amenorreia de 7 semanas.
O exame ao espéculo era normal. O toque vaginal era globalmente doloroso não permitindo exploração detalhada.
Realizou ecografia transvaginal constatando-se a presença de saco gestacional, com embrião com 9,4 mm com
batimentos cardíacos a nível da trompa esquerda.
Analiticamente apresentava 12,4g/dl de hemoglobina e B-hCG de 62950 mUI/ml.
A doente foi submetida a laparoscopia face ao diagnóstico de gravidez ectópica. Intraoperatoriamente constatou-se a
presença de dilatação marcada da trompa esquerda a nível ampular compatível com gravidez ectópica e pequena
quantidade de sangue no fundo de saco. O ovário esquerdo e anexo direito estavam normais. Foi realizada
salpingectomia sem intercorrências. O exame anatomopatológico revelou: gravidez ectópica na trompa uterina
"esquerda", com aspetos morfológicos enquadráveis no diagnóstico de mola hidatiforme parcial, com hiperplasia
exuberante do trofoblasto vilositário.
Após o resultado histológico a doente fez novo doseamento de B-hCG que foi negativo e mantém vigilância em
consulta externa.
Conclusão: A gravidez molar na trompa é uma situação rara, cujo diagnóstico só é possível após o resultado
histológico da peça cirúrgica. É por isso fundamental a revisão sistemática dos resultados anatomopatológicos e o
elevado índice de suspeição face a valores elevados de B-hCG.
75
POSTER 61
FIBROMIOMAS E GRAVIDEZ, O PAPEL DA MIOMECTOMIA – A PROPÓSITO DE UM CASO CLINICO
Maria José M. Morais1; Catarina Maia1; Jorge Castro1; Marcelina Carrilho2
1 Interno Complementar de Ginecologia/Obstetrícia; Centro hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, E.P.E.
2 Assistente Hospitalar de Ginecologia/Obstetrícia; Centro hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, E.P.E.
Introdução: A prevalência dos fibromiomas na gestação varia entre 1,6-10,7%.
A maioria das gestações em mulheres com fibromiomas cursa sem qualquer complicação relacionada com o mesmo.
Das complicações possíveis, a dor é a mais frequente com 5-15% das mulheres necessitando hospitalização para
controlo da mesma.
A gravidez tem sido considerada como contraindicação para Miomectomia. No entanto, vários estudos de casoscontrolos têm apontado para a sua segurança quando realizada no 1ª e 2ª trimestre. A sua indicação mais comum é a
dor incontrolável.
Caso clinico: 35 anos, IIGOP. Antecedentes de labilidade tensional. Encaminhada para a consulta externa por idade
materna avançada com 14s+3d. Ecograficamente é constatada volumosa formação de aspecto heterogéneo medindo
19x17x9cm. Foi pedida RMN abdomino-pélvica que revelou volumosa massa que ocupa parcialmente a cavidade
abdominal com 20x19x13cm com características predominantemente sólidas e extensas áreas de conteúdo cístico
internas. Admite-se tratar-se de mioma subseroso com extensa degenerescência cística.
Ás 15s +4d recorre ao Serviço de Urgência por queixas de dor abdominal. Proposto internamento para analgesia. Por
refractariedade da dor, foi proposta Miomectomia, procedimento cirúrgico que decorreu sem complicações
imediatas. O exame histológico confirmou tratar-se de um Fibromioma.
Gestação decorreu sem complicações até as 38s+3d altura em que foi proposto internamento por elevação tensional.
Cesariana por trabalho de parto estacionário. Puerpério sem intercorrências.
Conclusão: Apesar de múltiplos estudos revelarem a segurança da realização de Miomectomia durante o 1º e 2º
trimestre , esta deve ser apenas considerada como alternativa no caso de refractariedade ao tratamento médico
conservador.
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POSTER 62
GRAVIDEZ APÓS CANCRO
Carlos-Alves, M.; Neves, F.; Marques, I.; Belo, J.; Leite, H
Maternidade Bissaya-Barreto (MBB) – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Diretora: Dra. Fernanda Águas
Introdução: O carcinoma da mama é a neoplasia maligna mais comum na mulher ocorrendo em cerca de 12% dos
casos entre os 24-34 anos. A sobrevida tem aumentado, razão pela qual os potenciais efeitos do tratamento e o
impacto na qualidade de vida se têm tornado particularmente importantes. O aumento da concentração de
estrogénios e progesterona inerente à gravidez poderá eventualmente acarretar maior risco de recorrência da
doença. Os autores descrevem um caso de carcinoma da mama em jovem submetida a mastectomia e quimioterapia
(QT), que engravida 8 anos após conclusão do tratamento.
Caso clínico: JIBO, 32 anos, G1P0, carcinoma da mama aos 24 anos (2004), submetida a mastectomia radical
modificada e QT neo-adjuvante e adjuvante. A gravidez foi espontânea, sem intercorrências obstétricas, vigiada em
Consulta de Risco Obstétrico da MBB. Durante a gravidez não se verificou recorrência da doença. O parto foi distócico
(ventosa) de termo, com recém-nascido saudável com 2860g e Índice Apgar 9/10/10.
Conclusão: A QT pode ter como consequência a falência ovárica precoce, pelo que atualmente se advoga o recurso à
criopreservação de embriões/ovócitos previamente à terapêutica antineoplásica. Neste caso não houve compromisso
da fertilidade, com gravidez espontânea 8 anos após conclusão da QT. O eventual impacto negativo da gravidez na
evolução da doença implica uma vigilância multidisciplinar no sentido de detetar atempadamente uma recorrência.
No caso descrito, a gravidez e o pós-parto decorreram sem intercorrências, mantendo-se livre de doença até à data.
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POSTER 63
TUMOR DO OVÁRIO – A DIFICULDADE DO DIAGNÓSTICO
Rodrigues, M*.; Quintas, A**.; Pereira, A.;*** Marques, I.****
*Interna de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta – Almada
** Assistente Graduada do Serviço de Ginecologia do Hospital Nossa Senhora do Rosário - Barreiro
***Chefe de Serviço de Ginecologia do Hospital Nossa Senhora do Rosário - Barreiro
****Directora do Serviço de Ginecologia do Hospital Nossa Senhora do Rosário – Barreiro
Introdução: Os tumores do ovário estão entre os dez cancros mais frequentes na mulher, afectando cerca de 225000
novas pacientes todos os anos1. Estes tumores apresentam-se clinicamente com sintomatologia vaga não existindo
um teste, laboratorial ou imagiológico, totalmente fiável para o seu diagnóstico. Sendo assim, a maioria é
diagnosticada em estadio III ou IV, sendo apenas 30% diagnosticados em estadio I2. Apesar dos avanços no
tratamento desta patologia a sobrevivência aos 5 anos têm-se mantido estável.
Existem de alguns marcadores tumorais para o cancro do ovário no entanto tratam-se de marcadores inespecíficos
sendo por vezes difícil efectuar o diagnóstico diferencial entre tumor benigno ou maligno.
Caso clínico: Mulher de 27 anos, IO: 2002, referenciada à consulta de Ginecologia do Centro Hospitalar Barreiro e
Montijo por massa anexial direita acompanhada de dor abdominal de aparecimento recente.
Foi efectuada ecografia que revelou massa anexial complexa de conteúdo sólido e quistico, com cerca de 75x62mm. A
doente apresentava Ecografia com cerca de 1 ano sem alterações relevantes.
Foi efectuada RM AP que confirmou as características da massa revelando aumento progressivo do tumor. Achados
compatíveis com provável cistadenocarcinoma. Os resultados analíticos não mostravam alterações, excepto o valor do
CA 125 que se encontrava francamente aumentado.
Foi proposta terapêutica cirúrgica. Verificou-se a existência de uma massa anexial com múltiplas aderências ao colon e
apêndice, sugestiva de endometrioma com torção do pedículo ovárico. Este diagnóstico foi confirmado pelo exame
anatomo-patológico.
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POSTER 64
¿¿MIOMA OU PLACENTA?? – A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA GINECOLÓGICA REGULAR
Rodrigues, M.*; Sarmento, R.**; Ramalho, L.***; Marques, I.****
*Interna de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta – Almada
**Assistente de Obstetrícia do Hospital Nossa Senhora do Rosário – Barreiro
***Assistente Graduada de Ginecologia do Hospital Nossa Senhora do Rosário – Barreiro
****Directora do Serviço de Ginecologia do Hospital Nossa Senhora do Rosário – Barreiro
Introdução: A ecografia constitui um exame de rotina efectuado em ginecologia,. Trata-se de um exame pouco
dispendioso e de fácil acesso dando informação útil e rápida acerca de múltiplas patologias da cavidade pélvica. No
entanto, o diagnóstico diferencial pode ser dificultado numa doente que não apresenta qualquer exame ou
seguimento prévio, pois diferentes massas/patologias podem apresentar ao exame ecográfico a mesma
ecogenicidade.
Caso Clínico: Doente de 38 anos, obesidade mórbida, GIPI, que se dirigiu ao SU de Ginecologia e Obstetrícia do
Hospital Nossa Senhora do Rosário por dor, tipo cólica, com aumento ligeiro do volume abdominal. Sem patologia
ginecológica conhecida. À observação verificou-se a presença de útero aumentado de volume, compatível com
gestação avançada (desconhecida pela doente).
Efectuou ecografia que revelou feto com biometrias de 36 semanas sem batimentos cardíacos. Não apresentava
alterações analíticas.
Procedeu-se à indução do trabalho de parto com o nascimento de um feto morto do sexo masculino com 2250g, IA
0/0. Por retenção placentar foi efectuada dequitadura manual com revisão instrumental. Verificou-se persistência de
útero volumoso e perdas hemáticas abundantes tendo efectuado nova curetagem guiada por ecografia que mostrou:
persistência de uma massa de grandes dimensões na parede posterior e cornoal direita com ecogenicidade igual à
placenta, sem plano de clivagem com o miométrio e com extensão à serosa. Efectuou-se cuidadosa exploração da
massa com cureta verificando-se a saída de material compatível com miométrio. O exame anatomo-patológico
confirmou a presença de leiomioma em degenerescência.
79
POSTER 65
ESSURE: PODEMOS CONFIAR?
M. Barros 1, T. Carraca1, M. Martinho 1,2
1Serviço de Ginecologia e Obstetrícia; Centro Hospitalar de São João - E.P.E., Porto.
2Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto.
Introdução: A esterilização tubária por via histeroscópica com recurso aos dispositivos intratubáricos (DIT) Essure®
permite a esterilização feminina em regime de ambulatório sem recurso a anestesia geral ou incisões. É actualmente o
método de esterilização mais eficaz com uma eficácia contraceptiva de 99,8% e apresenta uma taxa de expulsão
baixa, de 2,2% sendo que a ainda mais rara e improvável após o período de três meses em que ocorre a reacção
tecidular que integrando os dispositivos produz a oclusão tubária.
Caso Clínico: Doente de 41 anos, sob terapêutica anticoagulante por trombose venosa central e com indicação médica
para contracepção definitiva tendo-lhe sido nesse contexto, proposto a esterilização por colocação de DIT (Essure®)
em Agosto de 2008. O procedimento decorreu sem intercorrências no dia 25/08/2008 tendo-se confirmado
radiograficamente o seu correcto posicionamento bilateral no segundo mês após a intervenção. Decorridos 26 meses
da sua colocação, a doente iniciou quadro de algias abdominais moderadas e metrorragia intensa. Cerca de 15 dias
após o inicio do quadro clínico, referiu perda vaginal de “peça metálica”. Por suspeita de exteriorização do Essure®
realizou ecografia transvaginal (2D e 3D) e radiografia pélvica que demonstraram o posicionamento correcto à
esquerda mas a sua ausência à direita. Reavaliada a situação optou-se por colocação de sistema intra-uterino
(Mirena®).
Conclusão: Apesar da esterilização histeroscópica por colocação de Essure® ser actualmente considerado o método
contraceptivo permanente mais eficaz, este caso clínico demonstra a possibilidade da expulsão tardia dos DIT.
80
POSTER 66
GINECOLOGIA ONCOLÓGICA NO CENTRO HOSPITALAR COVA DA BEIRA
M. Barros1, C.M. Gomes1,2, J.A. Moutinho1,2, J. Martinez de Oliveira 1,2
1 Serviço de Obstetrícia e Ginecologia; Centro Hospitalar Cova da Beira - E.P.E., Covilhã
1,2 Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, Covilhã.
Introdução: As taxas de mortalidade femininas por 100000 habitantes publicadas em 2008 para o distrito onde se
encontra inserido o Centro Hospitalar Cova da Beira-E.P.E (CHCB) são 205.7 para todos os tumores malignos, 28.6 para
tumores malignos da mama e 20 para tumores malignos génito-urinários.
Objectivo: Apresentar a actividade de ginecologia oncológica realizada num hospital distrital durante os últimos oito
anos.
Métodos: Análise retrospectiva do número de casos do foro da ginecologia oncológica acompanhados desde Janeiro
de 2005 até Junho de 2012.
Resultados: No período de tempo em estudo ocorreu um aumento gradual e significativo do número de mulheres
com neoplasia ginecológica assistidas no CHCB (Tabela 1). Quinze casos necessitaram de tratamento noutra instituição
e dezassete vinham referenciados doutro hospital. Realce ainda para alguns casos raros diagnosticados: carcinoma
primitivo da trompa, sarcoma ovárico, tumor filóide gigante da mama, carcinoma ovárico endometrióide desenvolvido
em adenofibroma endometrióide, neoplasia maligna mesenquimatosa com diferenciação muscular do útero,
carcinoma bilateral da mama, doença de Paget do mamilo e carcinoma microinvasivo do colo uterino com extensão
endometrial.
Conclusão: O número de casos de ginecologia oncológica assistidos no CHCB tem vindo a aumentar progressiva e
significativamente.
Tabela 1: Estatística de 2005 a Junho de 2012
Ginecologia oncológica
Carcinoma da mama
Carcinoma do endométrio
Carcinoma do ovário
Carcinoma do colo
Carcinoma da vulva
Carcinoma da vagina
2005-2006
2007-2008
50
35
9
2
2
1
0
94
55
23
8
2
4
0
2009-2010
128
80
24
12
3
4
1
2011-2012
92
50
24
8
6
2
1
81
POSTER 67
SÍNDROME DE VESTIBULITE VULVAR
M. Barros1, J.A. Moutinho1,2, J. Martinez de Oliveira 1,2
1 Serviço de Obstetrícia e Ginecologia; Centro Hospitalar Cova da Beira - E.P.E., Covilhã
1,2 Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, Covilhã.
Introdução: O Síndrome de Vestibulite Vulvar/vestibulodinia (SVV) define-se como dor vestibular provocada pela
pressão ou pelo coito e acompanhada de eritema vestibular de grau variável. Tende a surgir em mulheres prémenopáusicas, caucasianas em uso de contraceptivos orais, sendo inicialmente descrito como associado a processo
inflamatório crónico sub-clínico e hipersensibilidade do epitélio do vestíbulo à Candida albicans. Em casos
selecionados, e na ineficácia da terapêutica médica, está indicada a vestibulectomia.
Objectivo: Avaliar a eficácia de vestibulectomia em mulheres com SVV resistente à terapêutica médica.
Métodos: Análise retrospectiva de dez casos de doentes submetidas a vestibulectomia por SVV durante um período
de oito anos (2005-2012). Para avaliar o resultado da terapêutica instituída foi utilizada uma escala visual analógica de
dor para quantificação desta antes e depois da vestibulectomia.
Resultados: A média de idade foi 36,6 anos (18-54). Como métodos contraceptivos faziam uso de ACO (cinco),
implante progestativo (uma), preservativo (três) e nenhum (uma, menopáusica). Quatro doentes tinham partos
eutócicos prévios, com ocorrência de lacerações vaginais em dois e nascimento de recém-nascido macrossómico em
um. As queixas tinham uma duração média de 1,8 anos, não tendo melhorado com fluconazol (nove) ou
antidepressivos (quatro). O grau de dor era máximo antes da vestibulectomia (grau 5). Após a cirurgia todas revelaram
melhoria da intensidade da dor sendo que em seis casos desapareceu, e nas restantes diminuiu: em uma para grau 1,
em duas para grau 2 e noutra para grau 3.
Conclusão: A vestibulectomia revelou-se eficaz na regressão ou redução do grau de vestibulodinia.
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POSTER 68
TUMORES BORDERLINE DO OVÁRIO - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Mendonça, Rubina; Leal, Rui; Luz, Rita; Machado, Helena; Raimundo, José; Martins, Ana; Simões, Jorge; Martins,
Cidália; Matos, Isabel; Gonçalves, Matilde*
Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.
Serviço de Ginecologia/Obstetrícia
*Serviço de Anatomia Patológica
Introdução: Os tumores borderline/de baixo potencial de malignidade do ovário, caracterizam-se por um
comportamento histopatológico e biológico intermédios entre a benignidade e a malignidade. Representam cerca de
10 a 20% de todas as neoplasias epiteliais do ovário, sendo a maioria (75%) diagnosticada no estadio I.Aparece
geralmente em mulheres mais jovens e tem sobrevida global muito boa contrariamente ao cancro invasivo.
Caso clínico: Mulher de 47 anos, referenciada por massa pélvica volumosa de aparecimento recente (2 meses de
evolução). Nos antecedentes, referia salpingooforectomia direita. A ecografia ginecológica mostrou formação no
ovário 175x160mm multiseptada no ovário, útero normal, fundo de saco posterior livre; a ressonância magnética
pélvica confirmou os achados da ecografia e a ausência de lesões secundárias. O CA125 era 59.4UI/mL. A doente foi
submetida a laparotomia tendo-se encontrado uma volumosa massa anexial esquerda (peso=4352g). Procedeu-se a
colheita de líquido ascítico, histerectomia total, anexectomia esquerda, omentectomia e apendicectomia. O exame
histopatológico final foi de “tumor mucinoso de baixo potencial de malignidade/borderline. pTis pN0 pM0. O líquido
ascítico foi negativo para células neoplásicas. Foi decidida a vigilância clínica.
Discussão: Neste caso, o volume tumoral seria mais a favor de patologia benigna do ovário, mas a sua velocidade de
crescimento poderia apontar para um tumor invasivo. Uma vez que o exame extemporâneo não excluiu malignidade,
apesar do impacto do estadiamento nos tumores borderline não estar claramente definido, optou-se por realizar
estadiamento cirúrgico completo. Dado o seu prognóstico favorável, a vigilância sem tratamento adjuvante, parece
ser uma conduta adequada.
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POSTER 69
MASSAS ANEXIAIS BENIGNAS EM IDADE FÉRTIL E PÓS-MENOPAUSA.
Sandra V. Soares1; Isabel Sá1; Umbelina Ramos2, Mª Céu Rodrigues1, Maria João Carinhas1
1Serviço de Ginecologia e Obstetrícia,
2Serviço de Anatomia Patológica, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto.
Introdução – A massa anexial (ovárica, tubar ou envolvendo tecido conjuntivo circundante) é um problema comum
em Ginecologia. Podem ser sintomáticas ou descobertas incidentalmente em exames realizados por outros motivos.
Algumas regridem espontaneamente e outras requerem intervenção cirúrgica para o seu diagnóstico histológico e
tratamento.
Objectivo – Revisão de casos de massas anexiais benignas tratadas cirurgicamente na nossa Instituição, num período
de 2 anos.
Materiais e Métodos: Incluímos 154 doentes consecutivas, com massas anexiais benignas, tratadas cirurgicamente.
Analisámos os seus registos clínicos, considerando dados epidemiológicos, clínicos, analíticos, imagiológicos e
histológicos.
Resultados: A média da idade das doentes foi 43.8 anos (SD 14.1), sendo 43% multíparas, 74% em idade fértil e 26%
em menopausa. Cerca de 52% das doentes eram sintomáticas e as algias pélvicas a queixa mais frequente,
encontrando-se em 87.5%. Nas doentes assintomáticas, o seu diagnóstico foi maioritariamente incidental em
ecografia de rotina. 9% tinham antecedentes cirúrgicos por patologia uterina ou anexial. Em 83.5% dos casos a massa
anexial tinha origem ovárica. Os achados histológicos mais frequentes foram, endometrioma e teratoma cístico
maduro nas doentes em pré-menopausa, cisto simples e cistadenofibroma nas doentes em menopausa.
Conclusões: No grupo estudado verificou-se que a maioria das doentes encontravam-se em idade fértil, eram
sintomáticas, tinham massas de origem ovárica e os tipos histológicos mais frequentes foram os endometriomas e
teratomas císticos benignos.
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POSTER 70
EMBOLIZAÇÃO DAS ARTÉRIAS UTERINAS: OPÇÃO TERAPÊUTICA?
Sofia Estevinho1, Evanira Sousa1, Rita Ribeiro1, Madalena Nogueira2
Serviço de Ginecologia- Obstetrícia, Hospital de Santarém
1 Interna de Ginecologia/Obstetrícia,
2 Assistente graduada em Ginecologia/Obstetrícia
Introdução: Os miomas uterinos são os tumores ginecológicos mais comuns na mulher em idade reprodutiva. As
opções terapêuticas incluem o tratamento médico (análogos da GnRH, contracetivos hormonais e progestagénios) e a
terapêutica cirúrgica (miomectomia vs histerectomia por laparotomia ou laparoscopia, ressetoscopia). Outra opção
terapêutica, tantas vezes esquecida, é a embolização das artérias uterinas (EAU). Esta técnica tem como objetivo
primordial induzir necrose isquémica dos miomas, sem grandes efeitos adversos. O sucesso desta técnica é avaliado
pela melhoria dos sintomas de dor, menorragia, qualidade de vida e rápida recuperação pós-procedimento.
Caso clinico: Utente de 44 anos,G1P1, enviada à consulta de Ginecologia por anemia e menorragias/ hipermenorreia,
com um ano de evolução. Ao exame objetivo palpava-se um útero globoso. Ecograficamente apresentava útero
aumentado de volume (160 mm no eixo longitudinal) com 2 formações sugestivas de miomas: uma intramural com
130x100mm e outra, fúndica, com 30mm. Foi proposta como terapêutica a histerectomia, que a utente recusou, uma
vez que era seu desejo preservar o útero. Desta forma, foi sugerida EAU que realizou um mês depois. Após 5 anos de
follow-up a utente encontra-se assintomática, com melhoria significativa da qualidade de vida, do quadro clinico e
diminuição acentuada do volume uterino.
Conclusão: A EAU representa um procedimento opcional efetivo no tratamento dos miomas sintomáticos. Pode ser
oferecida às pacientes a quem é proposta como única opção terapêutica a histerectomia e que desejam preservar o
útero.
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POSTER 71
INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ POR OPÇÃO DA MULHER:
MOTIVAÇÕES E CORRELAÇÕES CONTRACETIVAS
Sofia Oliveira do Vale1, Teresa Bombas2, António Almeida Silva3, Miguel Freitas1, José Martinez de Oliveira1,4
1Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior, Covilhã
2 Centro Hospitalar de Leiria Pombal, EPE
3 Unidade de Famalicão do Centro Hospital do Médio Ave, EPE
4 Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE
OBJETIVOS: Caracterizar a população que recorre a interrupção voluntária da gravidez por opção da mulher (IVG)
identificando as suas motivações e a contraceção utilizada antes e escolhida para depois da IVG.
MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo prospetivo, observacional, descritivo, transversal e quantitativo, baseado num
questionário anónimo, elaborado para o efeito, preenchido na consulta prévia da IVG. Foram incluídas 114
participantes. Na análise estatística foram realizados testes não paramétricos, de normalidade e de qui-quadrado.
RESULTADOS: A idade média das utentes que recorreram a IVG foi 28,8 ± 7,70 anos. A maioria das utentes ou não
utilizava nenhum método contracetivo (31,1%) ou usava preservativo masculino (36,3%) e/ou contracetivo oral
(30,1%), isoladamente ou em associação a outro método. A quase totalidade (99,1%) mostrou intenção de recorrer a
anticoncepção pós IVG escolhendo um método mais eficaz do que aquele que anteriormente usava. A motivação para
a IVG foi diversificada, tendo sido as principais motivações: dificuldades financeiras (44,4%), não querer ter (mais)
filhos (36,1%) e compromissos profissionais (28,7%).
CONCLUSÕES: A gravidez não planeada e o recurso a IVG relacionaram-se mais com o uso inconsistente de
contraceção do que com a sua não utilização, independentemente da idade. Condicionantes financeiras e
profissionais como o não querer (mais) filhos foram as motivações mais determinantes para a sua solicitação. Após a
IVG a escolha contracetiva privilegiou métodos com eficácia superior aos utilizados anteriormente.
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POSTER 72
DISGENESIA GONADAL MISTA – ORIENTAÇÃO CLÍNICA
Vânia Ferreira; Inês Vaz; Eugénia Fernandes
Centro Hospitalar Porto – Maternidade Júlio Dinis
Introdução: A Disgenesia Gonadal Mista caracteriza-se por mosaicismo com linhagem celular 45,X0 associada a uma
ou mais linhagens com o cromossoma Y (normal ou estruturalmente anómalo). A alteração gonadal pode traduzir-se
por gónadas de aspecto indiferenciado/rudimentares em fita (streak gonads) ou disgenesia gonadal uni/bilateral. A
apresentação fenotípica é variável. Os genitais podem ser femininos ou masculinos, ou pode existir algum grau de
ambiguidade genital.
Caso Clínico: Jovem de 18 anos, referenciada à consulta de Ginecologia Pediátrica e Adolescência (CGPA) por
disgenesia gonadal bilateral (cariótipo: mos 45,X0[27]/46, XY [23]). Submetida a gonadectomia bilateral, há dois anos,
cujo estudo histológico revelou disgenesia gonadal bilateral com gonadoblastoma à direita. Por apresentar estigmas
de Síndrome Turner (baixa estatura) realizava hormona de crescimento há quatro anos e tinha iniciado terapêutica
hormonal (TH) para indução do desenvolvimento pubertário desde há 2 anos. Realizou Ressonância Magnética que
revelou útero rudimentar e cavidade vaginal sem alterações. Por apresentar quadro de amenorreia primária foi
medicada com estroprogestativo de baixa dose, cerca de três meses antes de ser orientada para a CGPA. Nesta
consulta foram abordadas as implicações da alteração cromossómica no âmbito da sexualidade, saúde reprodutiva
(gravidez/infertilidade) e importância da manutenção da TH.
Conclusão: Em jovens de sexo feminino com cariótipo 45,X0/46,XY deve ser considerada a gonadectomia bilateral em
idades precoces pelo risco aumentado de malignização das gónadas. A instituição de TH assume um papel importante
na indução da puberdade. As implicações desta alteração deverão ser esclarecidas às doentes, permitindo um bom
desenvolvimento psicossocial das mesmas.
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POSTER 73
CARCINOMA DO OVÁRIO NA MULHER JOVEM
Vera Ramos, Zita Ferraz, João Paulo Marques, Cristina Frutuoso, Isabel Torgal
Introdução: O carcinoma do ovário é o 2º cancro ginecológico mais comum atingindo, sobretudo mulheres pósmenopáusicas. O diagnóstico é efetuado, frequentemente, em estádios avançados (75%). Cerca de 90-95% têm uma
origem no epitélio de superfície. Nas mulheres jovens esta patologia é incomum e associa-se a um melhor
prognóstico.
Objetivo: Caraterizar o cancro do ovário em mulheres jovens considerando a clínica de apresentação, antecedentes,
diagnóstico, histologia, tratamento e prognóstico.
Material e métodos: Estudo retrospectivo dos casos de carcinoma do ovário em mulheres com idade inferior a 45
anos assistidos no nosso Serviço entre 2007-2011. Resultados: Foram encontrados 26 casos de cancro do ovário em
idades inferiores a 45 anos. A média das idades foi de 35±9[13-45] anos. Considerando os antecedentes, 11,5% tinham
sugestão de endometriose e 11,5% tiveram um episódio de tromboembolismo venoso prévio. Cerca de 38,5% das
mulheres foram referenciadas por achados ocasionais à ecografia e 61,5% apresentavam sintomas e/ou sinais
designadamente dor pélvica, distensão abdominal, massa abdomino-pélvica ou ascite. Realizaram cirurgia
conservadora 34,6%. Cerca de 58% enquadravam-se nos estádios iniciais da FIGO (IA a IC). Considerando o estudo
histológico 76,9% (n=20) eram epiteliais, e 23,1% (n=6) não epiteliais, destes últimos 4 com origem germinativa e 1
com origem em células da granulosa e 1 tumor de pequenas células.
Conclusão: Nesta amostra os carcinomas do ovário não epiteliais são, relativamente, mais frequentes do que na
generalidade da população, com cerca de metade diagnosticados em estádios iniciais. Destaca-se a possibilidade de
cirurgia conservadora nas mulheres com desejo de futura gravidez.
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POSTER 74
TUMORES DO OVÁRIO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: REVISÃO DE 10 ANOS
V. Mourinha; L. Correia; L. Ferreira; A. Gomes; A.F. Jorge.
Instituto Português de Oncologia de Lisboa
Introdução: Os tumores do ovário são raros antes da idade adulta. No entanto, perante uma suspeita clínica, é
essencial estabelecer precocemente um diagnóstico e terapêutica de forma a evitar desfechos indesejáveis.
Objectivo: Avaliar as principais características, terapêutica e evolução de tumores do ovário na infância e
adolescência.
Material e Métodos: Estudo retrospectivo de todos os casos de tumores do ovário diagnosticados em idades
inferiores a 19 anos, entre 1998 e 2008, no IPOLFG, num total de 32 casos. Foram avaliados: Idade aquando do
diagnóstico, sintomatologia, histologia, tratamento realizado, estadiamento e follow-up aos 5 anos.
Resultados: A média de idades aquando do diagnóstico foi 11,9 anos (1-18 anos). Os tumores malignos de células
germinativas representaram 68,8% dos casos, destacando-se os teratomas imaturos, disgerminomas e os tumores
mistos. Em 12,5% dos casos constatou tratar-se de tumores dos cordões sexuais/estroma, 9,4% tumores com
potencial de malignidade e 9,4% tumores benignos. Em 19 casos (59,4 %) a abordagem passou por cirurgia e
quimioterapia, em 31,2% apenas foi realizada cirurgia e em 9,4% apenas quimioterapia. A taxa de sobrevivência aos 5
anos para tumores malignos foi 93,8%.
Conclusão: Ao contrário dos tumores malignos do ovário em mulheres de idade adulta, antes dos 18 anos os tipos
histológicos não-epiteliais são os mais frequentes. O diagnóstico é frequentemente feito em estadios precoces da
doença e o prognóstico global é bom.
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POSTER 75
DOS ANTECEDENTES AO TRATAMENTO: COMPARAÇÃO DE VAIN DE BAIXO E ALTO GRAU
Joana Lima-Silva1, Pedro Vieira-Baptista1, João Cavaco-Gomes1, Luísa Machado1, Ana Amaral1, Jorge Beires1, José
Martinez-de-Oliveira2,3
1. Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Clínica da Mulher, Hospital de São João, Porto, Portugal
2. Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior
3. Departamento de Saúde da Criança e da Mulher, Centro Hospitalar Cova da Beira EPE, Covilhã, Portugal
Introdução: As VaIN (Vaginal Intraepithelial Neoplasia) estão intimamente ligadas à infecção por HPV, mas também a
outros co-factores. Compararam-se os antecedentes de mulheres com VaIN de baixo (VaIN-BG) e alto grau (VaIN-AG),
sua evolução e opções terapêuticas.
Métodos: Revisão dos processos de todas as doentes com diagnóstico de VaIN entre Janeiro 2005 e Março 2013.
Resultados: Foram diagnosticados 39 casos de VaIN (VaIN-BG 67%; VaIN-AG 32%). A idade média nas VaIN-BG e VaIN–
AG foi de 49 e 53 anos, respectivamente (p=0,347). Relativamente a antecedentes (VaIN-BG vs VaIN–AG):
imunodepressão (17% vs 20%; p=0,471); tabagismo (33% em ambos os grupos); CIN1 (apenas um caso de VaIN-BG);
CIN2/CIN3 (42% vs 46%; p=0,819); conização (31% em ambos os grupos), histerectomia (63% vs 85%; p=0,160); cancro
do colo (23% vs 39%; p=0,314); VIN/cancro vulvar (4% vs 0%; p=0,649); radioterapia pélvica (27% vs 31%; p=0,560). As
lesões foram multicêntricas em 46% das VaIN-BG e 70% das VaIN–AG (p=0,197); preferencialmente no terço superior
da vagina (95% vs 89%; p=0,532). Nas VaIN-BG optou-se por vigilância, com persistência em 29%. Nas VaIN-AG
trataram¬se 58% dos casos; verificou-se remissão em 100% (tratados e não tratados). Não houve casos de progressão
para invasão. O tempo médio de seguimento foi de 22 meses.
Conclusões: Apesar do seu postulado diferente significado biológico, não houve diferenças entre os antecedentes nas
mulheres com VaIN-BG e VaIN–AG. A vigilância é uma opção segura nas VaIN-BG; poderá ser uma hipótese a
considerar nas de alto grau, dado o aparente baixo risco de progressão
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POSTER 76
NEOPLASIA INTRAEPITELIAL VULVAR: ESTAMOS A UTILIZAR A CLASSIFICAÇÃO ADEQUADA?
Joana Lima-Silva1, Pedro Vieira-Baptista1, João Cavaco-Gomes1, Luísa Machado1, Ana Amaral1, Jorge Beires1, José
Martinez-de-Oliveira2, 3
1. Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Clínica da Mulher, Hospital de São João, Porto, Portugal
2. Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior
3. Departamento de Saúde da Criança e da Mulher, Centro Hospitalar Cova da Beira EPE, Covilhã, Portugal
Introdução: As VIN (Vulvar Intraepithelial Neoplasia) são lesões displásicas do epitélio escamoso, com potencial de
progressão para carcinoma invasivo. Existem actualmente três classificações em uso corrente.
Objectivos: Caracterizar clinicamente as mulheres com VIN e a adequação da classificação histológica da OMS
(VIN1/VIN2/VIN3).
Materiais e métodos: Análise retrospectiva dos dados clínicos das doentes com diagnóstico histológico confirmado de
VIN2/VIN3 (Março de 1998 a Março de 2013); excluídos diagnósticos concomitantes com lesão invasiva.
Resultados: Foram diagnosticados 18 casos de VIN2/VIN3. Foram identificadas dermatoses liquenóides (DL) em 27,8%
(16,7% líquen plano; 11,1% líquen escleroso). As mulheres do grupo com DL tiveram idade média de 64 anos e as
restantes 45. As doentes do grupo DL mais frequentemente foram sintomáticas (80% vs 60%); não apresentaram
lesões castanhas (30% no outro grupo) nem nos grandes lábios/sulcos interlabiais (31%/15% no outro grupo); tiveram
lesões elevadas menos frequentemente (20% vs 58%); a área mais frequentemente envolvida foi o vestíbulo (80% vs
69%); não se associaram a imunossupressão (0 vs 38%) ou hábitos tabágicos (0 vs 37%). No grupo com DL não houve
nenhum caso com história de outra lesão intraepitelial do tracto genital inferior; nas restantes tal foi verificado em
62%.
Conclusões: Os dados confirmam a existência de dois subgrupos dentro das lesões de VIN, com factores de risco e
formas de apresentação diferentes. Tal evidencia a necessidade de adopção da classificação da ISSVD (VIN tipo usual e
diferenciada).
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POSTER 77
A IMPORTÂNCIA DA ECOGRAFIA PARA A DECISÃO DE HISTEROSCOPIA
Mendonça, Rubina; Leal, Rui; Luz, Rita; Machado, Helena; Raimundo, José; Martins, Ana; Simões, Jorge; Martins,
Cidália; Matos, Isabel
Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.
Serviço de Ginecologia/Obstetrícia
Introdução: A histeroscopia é a técnica de diagnóstico de eleição para avaliação da cavidade uterina. A suspeita
ecográfica de alterações endometriais é uma das principais indicações para histeroscopia. Este trabalho visa avaliar o
impacto da ecografia na decisão da histeroscopia em mulheres sintomáticas/assintomáticas e os respectivos
resultados anatomopatológicos.
Material/Métodos: Foram avaliadas as histeroscopias de ambulatório realizadas no serviço de Ginecologia/Obstetrícia
do Centro Hospitalar de Setúbal durante doze meses. Nesse período, foram realizadas 102 exames e avaliaram-se:
idade da mulher, estado hormonal, sintomatologia, ecografia ginecológica, indicação para histeroscopia e resultado
anatomo-patológico.
Resultados: Excluindo os casos de oclusão tubária histeroscópica (26), a maioria estava em idade pré menopausa51.3%. De todas as mulheres avaliadas, 50% da população encontrava-se assintomática, no entanto apresentavam
alterações ecográficas; 17% apresentava hemorragia vaginal pós menopausa; 33% tinha alterações do padrão
menstrual habitual. O resultado anatomopatológico mais frequente foi de polipo glandular/fibroglandular do
endométrio, seguindo-se a hiperplasia glandular do endométrio (HGE) e a maturação irregular do endométrio. Não foi
diagnosticado nenhum caso de neoplasia maligna.
Discussão/Conclusão: Não foi possível apurar diferença nos resultados anatomopatológicos no grupo com
sintomatologia e alterações ecográficas comparativamente ao grupo com ausência de sintomatologia e alterações
ecográficas. A ecografia ginecológica permitiu o diagnóstico de patologia intracavitária assintomática, uma indicação
que foi mais relevante na pós menopausa comparativamente à pré menopausa (62% versus 37%).
Com este trabalho, reitera-se a ideia de que a ecografia é um método pouco específico para diagnóstico de patologia
endometrial grave e não deve ser utilizada como método de rastreio.
Nas mulheres em idade pré menopausa, a sintomatologia e as alterações ecográficas estão presentes em 71% dos
casos, sendo a HGE e o polipo endometrial os diagnósticos mais frequentes.
A hemorragia pós menopausa teve boa associação com o diagnóstico de pólipo endometrial - 69% dos casos
(diagnóstico anatomo-patológico mais frequente), no entanto .
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POSTER 78
CITOLOGIA, TESTE DE HPV E VAGINOSCOPIA: QUAL O SEU PAPEL NA DISTINÇÃO ENTRE VAIN DE
BAIXO E ALTO GRAU?
João Cavaco-Gomes1, Pedro Vieira-Baptista1, Joana Lima-Silva1, Luísa Machado1, Ana Amaral1, Jorge Beires1, José
Martinez-de-Oliveira2, 3
1 Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de São João
2 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior
3 Departamento de Saúde da Criança e da Mulher, Centro Hospitalar Cova da Beira EPE, Covilhã, Portugal
Introdução: As VaIN (Vaginal Intraepithelial Neoplasia) são lesões raras, sendo as de alto grau (VaIN-AG) precursoras
de carcinoma da vagina. Os autores avaliaram o papel da citologia, do teste de HPV e da vaginoscopia na sua
diferenciação das de baixo grau (VaIN-BG).
Métodos: Revisão dos processos de todas as pacientes com diagnóstico de VaIN entre Janeiro 2005 e Março 2013.
Resultados: Foram diagnosticados 39 casos de VaIN (VaIN-BG 67%; VaIN-AG 32%). A média de idades foi de 51 anos
(VaIN-BG 49 anos, VaIN-AG 53 anos, p=0,347). Antecedentes de histerectomia total em 70% (VaIN-BG 63%; VaIN-AG
85%; p=0,160).
Globalmente, o resultado citológico mais frequente foi LSIL (47%); em 22% destes casos a biópsia foi VaIN-AG.
Partindo de citologias NILM HPV positivo/ASC-US/LSIL, foram detectados 21% de casos de VaIN-AG; se ASCH/HSIL/carcinoma, este resultado foi de 78% (p= 0,002).
Todas as pacientes com VaIN-AG e 84% das com VaIN-BG tinham teste de HPV positivo (p=0,246).
Nenhum achado da vaginoscopia permitiu distinguir seguramente VaIN-BG de VaIN-AG.
Conclusões: LSIL foi o diagnóstico citológico mais frequentemente associado a VaIN, tendo sido realizado em cerca de
um quarto dos casos de VaIN-AG.
O teste de HPV não teve um papel discriminatório entre VaIN-BG e VaIN-AG.
Não se encontraram aspectos vaginoscópicos específicos de VaIN-AG, salientando-se o interesse da biópsia em todas
as lesões suspeitas ou duvidosas.
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PORTER 79
APRESENTAÇÃO CLÍNICA E TRATAMENTO DAS NEOPLASIAS INTRAEPITELIAIS VULVARES:
EXPERIÊNCIA DE 15 ANOS
João Cavaco-Gomes1, Pedro Vieira-Baptista1, Joana Lima-Silva1, Luísa Machado1, Ana Amaral1, Jorge Beires1, José
Martinez-de-Oliveira2, 3
1. Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Clínica da Mulher, Hospital de São João, Porto, Portugal
2. Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior
3. Departamento de Saúde da Criança e da Mulher, Centro Hospitalar Cova da Beira EPE, Covilhã, Portugal
Introdução: Dadas a sua crescente incidência, heterogeneidade clínica e história natural incerta, o diagnóstico precoce
e tratamento adequado das VIN (Vulvar Intraepithelial Neoplasia) são essenciais. Analisam-se as características
clínicas destas lesões e a sua abordagem terapêutica.
Métodos: Revisão e análise dos processos clínicos das doentes vigiadas na Consulta de Patologia Vulvar do CHSJ com
diagnóstico de VIN2/VIN3, nos últimos 15 anos.
Resultados: Das 18 pacientes com diagnóstico de VIN, 33,3% encontravam-se assintomáticas. Os sintomas mais
frequentes foram prurido (46,7%), ardor (26,7%) e dor (6,7%). Na maioria dos casos as lesões eram únicas (76,5%),
mais frequentemente vermelhas (46,7%) e elevadas (47.1%), havendo ulceração em 23,5% dos casos. A localização
mais frequente foi o vestíbulo (72,2%).
A vulvectomia parcial superficial foi a terapêutica primária em 82,4% (75% com margens livres). Em três pacientes foi
utilizado o imiquimod (em média 14 semanas) com duas respostas parciais e uma total. Uma paciente foi submetida
inicialmente a criocirurgia. O tempo médio de seguimento após o tratamento foi de 19,3 meses, com 16,7% de
recidivas (tempo médio tratamento-recidiva de 16,1 meses). Houve dois casos de progressão para doença invasiva.
Conclusões: Uma vez que uma proporção significativa das doentes com VIN é assintomática, no exame ginecológico
de rotina deve ser realizada sistematicamente a inspecção vulvar, especialmente naquelas que têm factores de risco.
Ainda que não existam sinais ou sintomas patognomónicos de VIN, a doença tem sempre lesões clinicamente
identificáveis, as quais,. pelo risco de progressão, devem ser sempre tratadas.
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POSTER 80
MASSAS ANEXIAIS NA PERI E PÓS-MENOPAUSA SUBMETIDAS A CIRURGIA – ESTUDO
RETROSPECTIVO DE 2007 A 2012
Ana Cristina Nércio1, André Correia, Ermelinda Pinguicha, Maria José Bernardo, Ricardo Mira
Departamento de ginecologia – Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central
As massas anexiais são comuns nas mulheres na peri e pós-menopausa e na maioria das situações são achados
acidentais em exames de rotina. Embora o cancro do ovário seja uma causa significativa de mortalidade na mulher
menopáusica, os grandes estudos populacionais demonstram que a maioria das massas anexiais é benigna. Ainda
assim, o aparecimento de uma massa anexial é um motivo de preocupação para a doente e um desafio para o
ginecologista que recorrendo às características ecográficas da massa, aos valores séricos dos marcadores tumorais, à
idade da doente e às suas co-morbilidades opta por vigilância periódica ou por cirurgia.
Este estudo foi realizado para avaliar as massas anexiais nas mulheres na peri e pós-menopausa, tendo sido incluídas
doentes com mais de 45 anos submetidas a cirurgia por massa anexial entre 2007 e 2012 – um total de 182 doentes,
77 (42%) operadas por laparoscopia, uma por via vaginal e as restantes 104 (57%) por laparotomia. De entre os
resultados histológicos, apenas 8 (4%) foram malignos, incluindo: cistadenocarcinoma seroso, tumor seroso
borderline, tumor mucinoso borderline e mestástases. O achado histológico mais frequente foi o de neoplasia benigna
de origem epitelial, seguido dos de origem nas células germinativas. De entre as variáveis estudadas encontra-se a
idade, marcadores tumorais e achados ecográficos.
O estudo comprovou que a maioria das massas anexiais nesta faixa etária é benigna. A combinação das características
ecográficas com os marcadores tumorais permite aumentar a precisão diagnóstica de malignidade e optimizar a
abordagem conservadora versus cirúrgica.
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POSTER 81
MASSA ANEXIAL SUSPEITA E NÓDULOS PULMONARES – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Ana Paula Reis, Inês Vaz, Vânia Ferreira, Alexandre Morgado, Eugénia Fernandes
Serviço de Ginecologia, Centro Hospitalar do Porto (CHP)
Introdução: As massas anexiais na pós-menopausa têm uma maior probabilidade de serem malignas. O cancro do
ovário é o tumor com maior mortalidade dentro do grupo das neoplasias invasivas do aparelho genital feminino. A
metastização pulmonar desta neoplasia é rara, e normalmente associada a uma manifestação tardia da doença.
Caso Clínico: Mulher de 69 anos, assintomática, referenciada à consulta por massa pélvica complexa com 22 cm de
diâmetro, com provável ponto de partida anexial, sugestiva de teratocarcinoma, e nódulos pulmonares compatíveis
com lesões secundárias. Analiticamente sem alterações e níveis séricos de marcadores tumorais (AFP, Ca125, CA19.9 e
CEA) normais. Efectuada biópsia pulmonar, cujo exame histológico revelou carcinoma neuroendócrino do pulmão,
pouco diferenciado, de grandes células. Decidido em reunião multidisciplinar de Oncologia abordagem cirúrgica da
massa pélvica para definição de estratégia terapêutica. Foi submetida a laparotomia exploradora com histerectomia
total e anexectomia bilateral, tendo-se identificado volumosa massa com cerca de 40 cm de diâmetro, nodular,
nacarada e vascularizada com origem no anexo/ovário direito. O estudo histológico da peça operatória revelou ovário
direito ocupado por teratoma cístico maduro, benigno. O lavado peritoneal foi negativo para células malignas. Iniciou
ciclo de quimioterapia com docetaxel e carboplatina para tratamento da neoplasia pulmonar.
Conclusão: O diagnóstico de tumor neuroendócrino do pulmão, prévio à laparatomia exploradora, obrigou ao
diagnóstico diferencial entre metastização do tumor primitivo do pulmão, tumor síncrono do ovário e tumor
neuroendócrino do ovário com metastização pulmonar.
96
POSTER 82
MASSAS ANEXAIS EM IDADE PEDIÁTRICA - REVISÃO DE 9 ANOS
André Reis Correia, Ana Cristina Nércio, Margarida Enes, Ana Bello, Maria José Bernardo, Fazila Mahomed
Serviço de Ginecologia/Obstetrícia – Hospital D. Estefânia, CHLC
Introdução: As massas anexiais em idade pediátrica são raras e geralmente assintomáticas. O diagnóstico é
habitualmente realizado no contexto de sintomatologia clínica, principalmente dor / massa pélvica ou como achado
ecográfico. Em idade pós-menarca, a maioria das massas anexiais são benignas, mas a probabilidade de se tratar de
uma neoplasia maligna aumenta na pré-puberdade.
Objectivo e Métodos: Estudo retrospectivo que se baseou na consulta dos processos clínicos das doentes com idade
<18 anos e diagnóstico de massa anexial, operadas no Serviço entre 2004-2012. Variáveis analisadas: idade,
sintomatologia, achados ecográficos, cirurgia e diagnóstico histológico.
Resultados: No período em análise foram operadas 17 pacientes, com idade média de 15,8 anos (13-17). Em 1/3 das
doentes, o diagnóstico pré-operatório foi estabelecido na sequência de algias / massa pélvicas; nas restantes
constituiu um achado ecográfico. A ecografia mostrou a presença de massas anexiais complexas em
aproximadamente 2/3 dos casos. Do ponto de vista cirúrgico, apenas uma doente foi intervencionada por
laparotomia, tendo sido as restantes submetidas a procedimentos laparoscópicos. Procedeu-se a tumorectomia em 16
doentes; em uma realizou-se anexectomia. Relativamente aos diagnósticos histológicos mais frequentes: teratoma
maduro (41%), quisto seroso do para-ovário/tubário (35%) e cistadenoma seroso (12%). A registar um caso de tumor
de células da granulosa.
Conclusão: No presente estudo, a maioria das doentes encontrava-se assintomática, tendo-se estabelecido o
diagnóstico por achado ecográfico. Na sua quase totalidade, foi possível a realização de cirurgia laparoscópica, com
preservação ovárica, tratando-se maioritariamente de massas anexiais benignas.
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POSTER 83
DERMATITE POR DISPOSITIVO DE LIBERTAÇÃO INTRA-UTERINO DE LEVONORGESTREL
Carla Nunes, Andreia Fonseca, Isabel Pereira, Sandra Sousa, Fátima Alves, Joaquim Nunes
Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução
Hospital Santa Maria – CHLN
Introdução: As hormonas exógenas, como o Levonorgestrel, podem ser responsáveis pelo aparecimento de alguns
efeitos adversos sistémicos pouco frequentes. Alterações do tecido cutâneo e subcutâneo, nomeadamente urticária,
rash, eczema ou dermatite, podem constituir um efeito secundário raro relacionado com o dispositivo de libertação
intra-uterino de Levonorgestrel. Estima-se que possa ocorrer entre 0,01 a 0,1% das utilizadoras. O diagnóstico pode
ser difícil, dado este tipo de sintomatologia ser primordialmente atribuído a alergias alimentares, alergias de contacto
ou doenças subjacentes.
Caso Clínico: Mulher de 25 anos, G1 P1, antecedentes de uso de contracepção oral combinada sem intercorrências,
referenciada ao Serviço de Urgência pelo médico assistente, por aparecimento de exantema maculo-papular
pruriginoso exuberante, nos membros inferiores, após a colocação de dispositivo de libertação intra-uterino de
Levonorgestrel 4 dias antes. Foi avaliada no Serviço de Urgência de Ginecologia e Dermatologia, e na ausência de
outros factores causais, decidiu-se retirar o dispositivo e instituir terapêutica sintomática, ocorrendo subsequente
regressão completa do quadro. A doente negou qualquer antecedente clínico relevante, nomeadamente alergias ou
doenças auto-imunes, bem como qualquer outro episódio semelhante no passado. A investigação clínica e analítica
posteriores não revelaram qualquer patologia subjacente.
Conclusão: Estão descritas alterações cutâneas e subcutâneas relacionadas com o dispositivo de libertação intrauterino de Levonorgestrel, mas são muito raras. É importante estar alerta para identificar este tipo de dispositivos
como possível factor desencadeante das mesmas, no sentido de optimizar as condições de abordagem clínica e
terapêutica.
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POSTER 84
ENDOMETRIOSE TORÁCICA: UMA RARA MANIFESTAÇÃO DA DOENÇA
D. Melo Castro¹ , A. Castro¹, D. Apolinario², Z. Gomes¹, O. Moutinho¹
¹ Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro
² Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro
Abstract
A endometriose é uma doença benigna comum caraterizada pela presença de glândulas endometriais e estroma
noutra localização que não o útero. É geralmente encontrada no peritoneu pélvico mas pode ter localização extraperitoneal. A endometriose torácica é uma rara manifestação de endometriose ectópica e pode-se apresentar de duas
formas: pleural (a mais frequente) e pulmonar. O mecanismo subjacente ao seu desenvolvimento não está totalmente
esclarecido, pelo que não existe um tratamento padrão. Além disso, o diagnóstico é muitas vezes tão difícil quanto o
tratamento, pelo que a suspeita clínica e o reconhecimento temporal entre os sintomas da doente e o cataménio são
essenciais para estabelecer o diagnóstico. Desta forma, é crucial a cooperação entre pneumologistas, ginecologistas e
cirurgiões torácicos.
Os autores apresentam um caso clinico de uma doente de 37 anos, 0G0P, com dismenorreia e, 4 pneumotórax e 3
episódios de hemoptises relacionados com o cataménio. Após o diagnóstico de endometriose torácica e pélvica iniciou
tratamento médico, sem recorrência da sintomatologia.
99
POSTER 85
STRUMA OVARII – UM CASO CLÍNICO
Gonçalo Dias*, Evanira Sousa**, Marta Durão***, Sofia Saleiro***, Jorge Ribeiro***
*Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca;
**Hospital Distrital de Santarém;
***Centro Hospitalar do Oeste Norte – Hospital das Caldas da Rainha
Introdução: O struma ovarii é um teratoma quístico maduro composto por tecido derivado de um único folheto
germinativo, predominantemente (mais de 50%) por tecido tiroideu. É a forma mais frequente de teratoma
monodérmico e representa cerca de 5% de todos os teratomas ováricos. Pode ser classificado como benigno ou
maligno.
Caso Clínico: Mulher de 39 anos, multípara, com antecedentes de hipertensão arterial e valvuloplastia aórtica com
prótese mecânica, hipocoagulada, que recorre ao Serviço de Urgência do Hospital das Caldas da Rainha por dor
localizada aos quadrantes inferiores do abdómen, de início súbito e com um dia de evolução, acompanhada de
náuseas e vómitos. A doente encontrava-se apirética e hemodinamicamente estável. O exame ginecológico revelou na
área anexial direita uma formação de consistência elástica, com cerca de 8 cm de maior eixo, dolorosa à mobilização.
A ecografia ginecológica revelou útero e anexo esquerdo sem alterações, identificando-se no anexo direito um ovário
de dimensões muito aumentadas, à custa de formação heterogénea, com 9 cm de maior diâmetro. Das análises
efectuadas, constatou-se leucocitose com neutrofilia. Procedeu-se a laparotomia com anexectomia direita, tendo o
exame anatomo-patológico revelado um teratoma cístico benigno monodermal e o estudo imunohistoquímico
positividade para tiroglobulina.
Conclusão: Dado ser um tumor habitualmente confinado ao ovário e de baixo potencial maligno, o tratamento de
primeira linha é a sua remoção cirúrgica. O prognóstico é difícil de determinar dada a raridade da situação clínica. No
caso da nossa doente, não houve aparecimento de sintomatologia de hiperfunção tiroideia.
100
POSTER 86
ABCESSO PÉLVICO COM DRENAGEM VAGINAL ESPONTÂNEA – A PROPÓSITO DE UM CASO
CLÍNICO
1Sousa, E; 2Dias, G; 3Ribeiro, J
1 - Interna de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Santarém
2 -Interno de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Fernando da Fonseca
3 -Director Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar Oeste Norte
INTRODUÇÃO: A ocorrência de abcessos pélvicos já não é tão frequente, na prática clínica de ginecologia e obstetrícia,
como foi no passado. Contudo, quando ocorrem, são secundários a cirurgia abdomino-pélvica, traumatismo ou
processo infeccioso. A sua taxa de ocorrência foi estimada em 0,6 a 1,8%. A causa mais frequente é a doença
inflamatória pélvica.
CASO CLÍNICO: mulher de 27 anos, GII PII (2 cesarianas), portadora de DIU desde há 2 meses, que recorreu ao serviço
de urgência do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha com um quadro de dor pélvica com 10 dias evolução,
acompanhado de febre e leucorreia abundante. O exame ginecológico revelou: marcado abaulamento do fundo saco
posterior (FSP), contendo uma solução de continuidade através da qual se verificou drenagem de abundante
conteúdo purulento; fios de DIU não visíveis; ao toque volumosa massa pélvica estendendo-se até a cicatriz umbilical.
A ecografia revelou massa heterogénea, ovóide, preenchendo o FSP e estendendo-se para o anexo esquerdo.
Analiticamente apresentava leucocitose (19000/mm3) e PCR aumentada (27 mg/dL). Após drenagem espontânea de
cerca de 300-400 cc de pús, iniciou antibioterapia endovenosa de largo espectro. A doente teve alta ao 6º dia de
internamento.
CONCLUSÃO: os abcessos pélvicos estão associados a elevada morbilidade. Muitos casos são resolvidos com
antibioterapia, mas em determinadas situações podem conduzir a complicações graves como a rotura ou sepsis. A
drenagem espontânea (vaginal ou rectal) só ocorre ocasionalmente mas melhora significativamente o desfecho,
dispensando a necessidade de uma drenagem cirúrgica ou guiada por ecografia/TAC.
101
POSTER 87
QUISTO OVÁRICO NA ADOLESCÊNCIA: ABORDAGEM CIRÚRGICA EM 5 ANOS
Irina Ramilo, Filipa Caeiro, Fernando Igreja, José Silva Pereira, Antónia Nazaré
Serviço de Ginecologia
Departamento da Mulher – Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca, EPE
Introdução: A abordagem de quistos anexiais é caracterizada por dificuldades diagnósticas e particularidades no seu
tratamento. Essas vertentes tornam-se mais exuberantes quando nos defrontamos com quistos anexiais na
adolescência. O medo da paciente e dos seus familiares em relação ao risco de vida e às consequências reprodutivas,
conferem maior grau de apreensão à conduta médico-cirúrgica.
Objectivo: Avaliar os aspectos clínicos, achados laboratoriais e imagiológicos pré-operatórios, abordagem cirúrgica e
diagnóstico histológico em adolescentes com quisto do ovário.
Material e Métodos: Estudo retrospectivo de 5 anos (2008-2012) de adolescentes (10-19A) tratadas cirurgicamente
por quisto anexial no HFF.
Resultados: 25 adolescentes (mediana 15; 12-19A). Intervenção cirúrgica: anexectomia 11 (44%); quistectomia 9
(36%) - uma das quais bilateral; ooforectomia 3 (12%); quistectomia do para-ovário 2 (8%). Abordagem cirúrgica:
laparoscopia 14 (56%) – uma das quais convertida em laparotomia por processo aderencial extenso; laparotomia 11
(44%). Tipo de lesão: benigna 21 (84%) das quais o principal diagnóstico histológico foi teratoma (11/21); borderline 2
(8%) e maligna 2 (8%).
Das 14 intervenções cirúrgicas não conservadoras (ooforectomia/anexectomia), 6 foram por torção anexial e 3 por
patologia borderline/maligna.
Conclusões: A indicação cirúrgica deve ser precisa e com preocupação com o futuro reprodutor da adolescente,
evitando-se dissecções e exéreses desnecessárias. Embora 14 intervenções tenham sido não conservadoras, o
contexto clínico assim o justificava (torção anexial ou malignidade). A via laparoscópica, quando possível, deve ser
aplicada, dadas as vantagens em relação à laparotomia, sobretudo na abordagem de tumores anexiais na
adolescência.
102
POSTER 88
O PAPEL DO ESTADO DE IMUNODEFICIÊNCIA CAUSADO PELO VIH (CONTAGEM DE LINFÓCITOS
TCD4+ E CARGA VIRAL) NO RASTREIO DE CANCRO CERVICAL
Luísa Machado1, Ana Amaral1, Pedro Vieira-Baptista1, Teresa Carraca1, Marina Moucho1, Libânia Araújo1, Jorge
Beires1
1-Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de S.João
Introdução: A infecção pelo VIH é um factor de risco independente para cancro cervical, facto que motivou a
recomendação de um rastreio mais apertado nesta população. Os autores pretenderam avaliar a relação das
alterações citológicas e da infecção pelo HPV de alto risco (HPV-AR) com a carga vírica e contagem de linfócitos T CD4+
(LTCD4+).
Material e métodos: Estudo retrospectivo incluindo 256 mulheres com diagnóstico de infecção VIH, observadas em
consulta de Ginecologia durante dois anos (2011-2012).
Resultados: A idade média foi de 47±13,0 anos, sendo a de diagnóstico 36±13,8 anos. A maioria referiu 2-5 parceiros
sexuais (57,3%); 33,1% consumo de tabaco; 12,1% toma de anticoncepcional oral e 87,9 HAART. 9% Apresentavam
antecedentes de CIN2+. A infecção por HPV-AR foi de 20,3% (Captura Híbrida 2®) e 20,6% apresentaram alterações
cervicais ≥ASC-US. O diagnóstico de CIN2+ foi efectuado em 1,2% durante o período referido. Mulheres com LTCD4+
<200/mm3 mais frequentemente apresentaram infecção por HPV-AR (45,8% vs 17,4%, p=0,003) e citologias alteradas
(58,3% vs 16,3%, p=0,000). Carga vírica detectável (PCR-VIH) também se associou a teste de HPV-AR positivo (34,5% vs
16,4%, p=0,015) e a alterações citológicas (40,0% vs 14%, p=0,002).
Conclusões: Este estudo evidencia a relação das alterações cervicais e da infecção por HPV-AR com contagem de
LTCD4<200/mm3 e/ou carga vírica detectável. Na população VIH os estudos são escassos, e as recomendações de
rastreio mantêm-se inalteradas desde 1995 (citologia anual), independentemente do controlo imunológico. Em plena
era HAART, as estratégias de rastreio do cancro do colo deveriam considerar o estado de imunodepressão.
103
POSTER 89
Massa anexial como a apresentação inicial de tumor gastrointestinal: quatro casos clínicos
Paula Norinho de Oliveira, Rita Caldas, Cátia Rodrigues, Susana Leitão, Mak KoK, Soledade Ferreira, Teresa Paula Teles
Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, EPE.
Abstract:
Apresentamos quatro casos clínicos de pacientes submetidas a cirurgia por suspeita de carcinoma do ovário.
Mulher de 49 anos apresenta massa anexial esquerda diagnosticada por ecografia transvaginal e ressonância
magnética (RMN). Os marcadores tumorais foram positivos (CEA e CA 19.9) e foi realizada laparotomia diagnóstica
(LD). Procedeu-se a histerectomia total com anexectomia bilateral, linfadenectomia, omentectomia, apendicectomia e
biópsias peritoneais. Foi diagnosticado por exame histológico um adenocarcinoma gástrico com células em anel de
sinete com metastização para ambos os ovários. Adenocarcinoma gástrico com menos de 1 cm foi mais tarde
detetado por endoscopia.
Mulher de 69 anos, apresenta-se com distensão abdominal e perda de peso. A tomografia computadorizada mostrou
um tumor anexial esquerdo de 12 cm. Marcadores tumorais foram positivos (CA 125 e CEA) e foi realizada LD. Foi
realizada histerectomia total com anexectomia bilateral, foram realizadas várias biópsias peritoneais e
apendicectomia. Um adenocarcinoma mucinoso bem diferenciado do apêndice foi diagnosticada em associação com
pseudomixoma peritoneal.
Mulher de 37 anos, com história prévia de colectomia por carcinoma colo-retal, apresenta-se com tumefação ovárica
esquerdo detetada por RMN. Marcadores tumorais foram positivos (CEA e CA 19.9) e LD foi realizada. Procedeu-se a
histerectomia total com anexectomia bilateral, ressecção de um nódulo no septo reto-vaginal e na parede abdominal.
Metástases de adenocarcinoma carcinoma colo-retal foram encontradas no ovário esquerdo.
Concluindo, o carcinoma do ovário é a neoplasia ginecológica mais comum. Cerca de 5 a 6% dos tumores de ovário
são tumores metastáticos.
104
POSTER 90
Hemorragias uterinas graves na adolescência
Marques, AF; Castro, MG; Leite, H; Geraldes, F; Àguas, F.
Serviço de Ginecolgia, Maternidade Bissaya Barreto
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Introdução: As hemorragias uterinas anormais (HUA), correspondem a qualquer hemorragia uterina que não se
integre no padrão menstrual normal, podendo provocar anemia ou necessidade de hospitalização. Nas adolescentes,
a causa disfuncional representa cerca de 85-95% das HUA, sendo classificadas como graves se hemorragia abundante
ativa e/ou hemoglobina <10g/dL. As doenças hematológicas assumem particular relevo tendo-se constatado uma
incidência de coagulopatias em 12-33% das jovens avaliadas por HUA.
Objetivos: Analisar a abordagem diagnóstica, etiológica e terapêutica dos casos de HUA nas adolescentes com
necessidade de internamento.
Material e Métodos: Estudo das adolescentes com HUA internadas no nosso Serviço no período compreendido entre
2002 e 2012. Foram analisados os dados inerentes à história clínica, exame físico, estudo etiológico e tratamento
destes casos.
Resultados: Nos 10 anos em estudo foram internadas 7 adolescentes com HUA grave, com idades compreendidas
entre os 11-16 anos. Em todos os casos tinham decorrido menos de 5 anos após a menarca e nenhuma havia iniciado
vida sexual. À entrada, detetaram-se valores de hemoglobina entre 4,5 e 10,9 g/dL; 5 apresentavam rebate
hemodinâmico, com necessidade de suporte transfusional. Nos 7 casos houve boa resposta à administração de
estrogénios em altas doses, com redução progressiva da dose. Etiologicamente, uma das adolescentes apresentava
Doença de Von Willebrand, sendo os restantes casos de causa disfuncional.
Conclusões: Apesar da reduzida dimensão da amostra, o estudo está em concordância com a literatura, sendo a causa
disfuncional responsável pela maioria das HUA neste grupo etário. A terapêutica médica é uma medida eficaz no
tratamento da hemorragia grave de causa disfuncional.
105
POSTER 91
HEMORRAGIA UTERINA NA PÓS-MENOPAUSA: CASOS OPERADOS EM 2012
Filipa Barradas, Vera Sousa, Ana Paula Lopes, Lurdes Ramalho, Isabel Marques
Serviço de Ginecologia, Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, EPE
INTRODUÇÃO: A Hemorragia Uterina na Pós-Menopausa (HUPM) é motivo de consulta em 5% dos casos. Cerca de
10% destas mulheres apresentam carcinoma do endométrio, motivo pelo qual é obrigatória a sua avaliação
diagnóstica.
OBJECTIVO: Caracterizar a população de mulheres operadas durante o ano de 2012 com o diagnóstico de HUPM.
MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo observacional descritivo com avaliação das pacientes
operadas durante o ano de 2012 por HUPM.
Caracterizou-se a população de acordo com a idade, paridade e factores de risco para adenocarcinoma do
endométrio. Foi avaliada a indicação cirúrgica pré-operatória e a histologia da peça operatória.
RESULTADOS: Foram estudadas 16 pacientes operadas por HUPM, com uma mediana de idades de 65 anos. Em
termos de factores de risco presentes para adenocarcinoma do endométrio: todas com idade superior a 45 anos, 25%
nulíparas, 63% obesas, 38% com Diabetes Mellitus e 13% com menopausa tardia. Tiveram como indicação cirúrgica
alterações histológicas na biópsia do endometrio 75%, enquanto 25% foram intervencionadas por patologia orgânica
detectada em ecografia transvaginal e/ou histeroscopia diagnóstica. Em termos de resultado histológico, 12.5% (2)
apresentavas miomas, 12.5% (2) pólipos endometriais, 12.5% (2) Hiperplasia Endometrial Simples, 6.25% (1)
Hiperplasia Simples com Atipia, 6.25% (1) Hiperplasia Complexa com Atipia e 50% (8) Adenocarcinoma do endométrio.
Houve concordância entre o diagnóstico pré e pós-operatório em 62.5% das mulheres.
CONCLUSÕES: Na nossa casuística foram estudadas as mulheres com HUPM com indicação cirúrgica, justificando-se o
elevado número de alterações histológicas de relevo encontradas. Serão necessárias amostras de maior dimensão
para retirar conclusões válidas.
106
POSTER 92
Tratamento conservador do adenocarcinoma do endométrio em mulheres que desejam a
preservação da fertilidade
Jorge Castro, João Abreu Silva, Cátia Lourenço, Sandra Batista, Graça Ramalho
Abstract
O carcinoma do endométrio é, atualmente, a neoplasia maligna ginecológica mais frequente nos países
industrializados, representando cerca de 6% dos cancros no sexo feminino. O tratamento standard do
adenocarcinoma do endométrio é a histerectomia total e anexectomia bilateral, com ou sem linfadenectomia pélvica
e lombo-aórtica. O adenocarcinoma do endométrio tem vindo a ser diagnosticado em idades cada vez mais precoces,
em que a questão da preservação da fertilidade poderá ser colocada. Alguns casos selecionados poderão ser alvo de
abordagem conservadora, apesar dos riscos consideráveis de evolução da doença. Foram pesquisados na base de
dados Medline todos os artigos de revisão com as expressões “ endometrial carcinoma” , “ conservative treatment” e
“medical treatment”, publicados entre Janeiro de 1970 e Janeiro de 2013. O objetivo deste texto é rever a experiência
existente no diagnóstico, tratamento conservador e seguimento do adenocarcinoma do endométrio em pacientes
jovens que desejam preservar a fertilidade, bem como averiguar os resultados existentes em termos de desfechos
reprodutivos. Neste trabalho é apresentada uma abordagem prática para condução terapêutica, advogada por alguns
autores recentemente.
107
POSTER 93
Encerramento da Mastectomia com V-Loc™ 180 – Experiência de um Serviço de Cirurgia Geral
Sousa R.*, Teixeira A.**, Martins F.**
Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim e Vila do Conde - Serviço de Cirurgia Geral
Director de Serviço - Dr. Luís Milheiro da Costa
*Interna Complementar de Ginecologia/Obstetrícia
**Assistente Hospitalar de Cirurgia Geral
Tradicionalmente o encerramento da ferida operatória da mastectomia era realizada com uma sutura em dois planos.
No primeiro plano era utilizado um fio multifilamento reabsorvível seguido de uma sutura intradérmica com fio
monofilamento reabsorvível.
A prática corrente realizada neste serviço para o encerramento da ferida operatória da mastectomia, é utilizar o fio VLoc™ 180 - Dispositivo Absorvível para Encerramento de Feridas (DAEF). É efectuada uma sutura num plano único
(sem sutura de aproximação) e sem necessidade de retirar qualquer ponto no pós-operatório.
Até à data, 75 doentes foram submetidas a este tipo de sutura, não havendo nenhum caso descrito de infecção
cirúrgica e apenas um caso de deiscência parcial da ferida operatória numa doente que apresentava um tumor
previamente ulcerado.
O aparecimento deste DAEF, que implica alguns pormenores de execução técnica, possibilitou a diminuição do tempo
operatório, sem aumento das complicações, com resultados muito satisfatórios.
108
POSTER 94
Mamoplastia Vertical de Pedículo Superior num Carcinoma Ductal Invasor Síncrono em Mama
Supranumerária
Sousa R.*, Teixeira A.**, Martins F.**
Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim e Vila do Conde - Serviço de Cirurgia Geral
Director de Serviço - Dr. Luís Milheiro da Costa
*Interna Complementar de Ginecologia/Obstetrícia
**Assistente Hospitalar de Cirurgia Geral
Caso Clínico
A presença de polimastia, segundo a literatura, varia de 0,6 a 6% na população geral. A presença de doença maligna
neste tecido ectópico é rara, no entanto quando presente, trata-se de um carcinoma ductal invasor em cerca de 79%
dos casos.
Apresentamos um caso de uma mulher de 43 anos de idade sem antecedentes pessoais ou familiares de relevo, que
ao realizar o autoexame mamário detectou um nódulo no sulco mamário direito.
Ao exame mamário, para além do nódulo de cerca de 2 cm, apresentava também uma outra pequena tumefacção
sugestiva de mama supranumerária.
Foi submetida a uma microbiópsia do nódulo que revelou tratar-se de um carcinoma ductal invasor.
Durante a cirurgia foi efectuado exame extemporâneo da mama supranumerária que revelou também um carcinoma
ductal invasor.
Procedeu-se a tumorectomia em bloco das duas neoplasias e reconstrução mamária através de uma mamoplastia
vertical de pedículo superior.
A cirurgia oncoplástica permitiu uma exérese cirúrgica dos dois tumores com margens de segurança e com um
excelente resultado estético.
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