NarutoCronicas Secretas 01

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NarutoCronicas Secretas 01
Naruto Cronicas Secretas
01
Konoha, País do Fogo.
Era perto do meio dia. O sol já estava a pino e eles ainda esperavam.
Os três estavam cansados, com calor e morrendo de fome. Os gennins da Vila da Folha se remexiam,
andavam pra lá e para cá, observavam os insetos pousarem nas árvores... e continuavam a esperar.
Seu jounnin responsável estava, como sempre, terrivelmente atrasado.
- Tinha que ser o Masaro-sensei... - resmungou Jun, sem esconder o mau humor.
- Não esquenta Jun-san. – disse Jiyo, tentando amenizar a tensão do amigo - Daqui a pouco ele chega.
Enquanto isso, nós estamos de folga. Hehehe!
- Folga? Isso não é folga. Ele poderia ao menos ter avisado. Eu nem tomei café da manhã!
Mal o rapaz terminou a frase e sua barriga gemeu com vontade. Isso poderia se tornar motivo de chacota
para os seus parceiros, mas antes que qualquer risinho se manifestasse, mas gemidos se seguiram, partindo
agora das barrigas dos outros dois.
Silêncio.
- Eu estou com fome... – falou Kensuke por fim, um tanto abatido – Será que ele vai demorar muito?
Quero dizer, será que vai demorar ainda mais?
Os minutos se passaram lentos e dolorosamente. Já deveria ser quase uma hora da tarde. Os jovens se
acomodaram em baixo de uma grande árvore, próximo ao Portão Principal da Vila. Jiyo aproveitou a sombra
refrescante para tirar um cochilo, Jun se sentou próximo, com os braços apoiados nos joelhos, e parecia distante.
Kensuke descontou a frustração em inocentes pedrinhas que estavam em seu caminho.
- Está bem, já chega! – chutou uma pedra longe.
Encaminhou-se para dentro do portão.
- Aonde você vai? – perguntou Jun se levantando.
- Qualquer lugar. O que eu não quero é ficar esperando aqui. – e se misturou à massa de transeuntes que
enchiam a rua principal da Vila.
- Vamos. - Jun cutucou o colega adormecido que levantou num espasmo, pondo-se de pé num pulo –
Esse cara vai aprontar se ficar sozinho.
Os dois correram para alcançar Kensuke, que parecia bastante ocupado parando várias pessoas na rua.
- Mas o que ele está fazendo? – murmurou Jiyo preocupado – Espero que não esteja roubando... outra
vez.
- Eu acho que... ele está pedindo informações... – respondeu Jun com incerteza na voz.
- Desculpe meu jovem, mas eu não conheço ninguém chamado Masaro. – respondeu uma senhora para
Kensuke.
- Obrigado.
- Desista, Akinori-san. – o rapaz olhou para trás e viu os dois companheiros de grupo se aproximando
dele. – Você conhece bem o sensei para saber que ele só aparece quando lhe dá na telha.
- Uma hora ele dá as caras. Não duvido nada que esteja em alguma farra por aí. - complementou Jiyo – E
já que estamos por aqui...
Os três olharam para o outro lado da rua, onde um restaurante intitulado Ichiraku no Ramen se destacava
entre as outras construções. Um coro de barrigas roncando cantou e os garotos apressaram o passo.
Restando poucos metros para adentrarem no estabelecimento, imediatamente dirigiram as atenções para
um jounnin com seu característico colete verde, e o ainda mais característico desgrenhado cabelo vermelho de
Masaro Kotetsu, que se sentava de costas para a entrada.
- Será que a lâmina da minha espada atravessa aquele colete fajuto dele? – pensou alto Kensuke,
dividindo o mesmo sentimento raivoso com Jun, que por alguns segundos ficou imaginando qual seria sua melhor
arma de arremesso para aquela distância. Mentalmente contou o número de shurikens que trazia consigo.
Jiyo Aoku simplesmente se dirigiu ao jounnin e se sentou ao seu lado, como se estivesse disposto a uma
conversa tranquila de fim de tarde.
- Obrigado por nos fazer esperar de novo, sensei. – disse no tom mais calmo que conseguiu, embora sua
insatisfação fosse mais que evidente – A comida está boa?
O homem pareceu notar a presença dos garotos apenas naquele instante e quase se engasgou com um
pedaço suculento de carne de seu ramen.
- Meus adorados e estimados pupilos! Sim, a comida do Ichiraku é ótima! Espero que vocês tenham tido
um bom café da manhã.
Aquilo foi demais. Os outros dois alunos se reuniram ao redor dele, bufando de raiva.
- Claro, - respondeu Jiyo com a mão tremendo. Sua paciência estava por um fio - o cheiro da grama e do
vento do campo estavam ótimos!
- Ah sim, - o homem pareceu se lembrar de algo importante e se virou para a atendente – traga os ramens
dos meus alunos, por favor. Aqueles que eu pedi mais cedo.
- Ra-ramen?! – os três exclamam a uma só voz, surpresos.
- Sim e do mais caro! Só o melhor para meus alunos!
- O dia está melhorando, veja só! – comentou Kensuke muito alegre, tomando seu lugar no banco ao lado
do jounnin.
- Hmmm, tem alguma coisa errada nisso tudo... – a experiência de vida de Jun dizia para nunca confiar em
nada nem em ninguém, principalmente em comida de graça.
- Tem não, é comida! O que poderia ter de errado, Jun-san?! – exclamou Jiyo muito, mas muito feliz. Seus
olhos brilhavam em satisfação - OBRIGADO SENSEI!
- Continua desconfiado, pequeno "olhos brancos"? – o jounnin deu uma gargalhada, se divertindo.
- Não me chame assim. – Jun dirigiu um olhar tão mortífero ao instrutor, que se de seus olhos saíssem
lâminas afiadas, o homem seria trespassado violentamente.
- Prontinho. - a atendente anunciou com um sorriso simpático, trazendo três enormes tigelas com ramen
fumegante.
Ela os dispôs na frente de cada um dos rapazes, e após um sonoro “Itadakimasu!” dois deles começaram
a comer com uma selvageria assustadora. Masaro Kotetsu ficou a observar com um sorriso paternal os
estudantes esfomeados atacando suas tigelas.
- A propósito sensei... – Jiyo engoliu o que estava mastigando para conseguir terminar a frase – Desde
que horas o senhor está aqui?
- Deixe-me lembrar... Hmmm... Acho que desde essa manhã... Huh? Qual o problema Jun-san?
Todos se voltaram para o garoto, que continuava a encarar a comida com insatisfação. Mesmo
carrancudo, não agüentou aquele cheiro e se sentou cuidadoso, como se esperasse por alguma armadilha. Olhou
para o ramen borbulhando... Parecia uma delícia. Os outros três ficaram observando, na expectativa.
- Vamos Jun-san, a comida na sua casa deve ser uma droga. – disse o jounnin de repente, quebrando o
silêncio. Mais uma vez aquele assunto proibido, mais uma vez aquele olhar assassino.
- Wow, que sutil. – Kensuke soltou um risinho debochado, amenizando o clima chato. Masaro resolveu se
juntar à piada.
- Hahaha! Até parece que não me conhece! – riu alto o homem, dando uma cutucada no pupilo.
Jun, que até agora parecia decidir uma questão de vida ou morte, pegou o hashi próximo, pronunciando
“Itadakimasu” bem devagar. E sem mais delongas, começou a mandar a comida para dentro.
- Bem, já está ficando tarde... – o homem de cabelos vermelhos se levantou, esticando as costas - Me
encontrem no Campo de Treinamento assim que terminarem de comer.
- Treino? – repetiu Jun surpreso, com a boca cheia – Há essa hora? Não está meio tarde?
- Treino de novo? Ah – reclamou Kensuke – Eu pensei que iríamos para uma missão hoje. Já faz um
tempo que não pegamos nada.
- Eu também achei. – pronunciou-se Jiyo desanimado – Mas deve ser importante. Vamos terminar aqui e ir
logo para lá.
- Esperem um minuto! – Jun largou o ramen no balcão com olhos arregalados – Quem vai pagar a conta?!
Olhou para o sensei, mas este já tinha sumido na multidão. Olhou para os colegas, buscando apoio.
Encontrou Kensuke igualmente espantado ao perceber que Jiyo tinha desaparecido.
- Cadê o Jiyo-san?! – exasperou-se Jun.
- Obrigada por comerem no restaurante Ichiraku! – disse a atendente cheia de simpatia - O sensei de
vocês já pagou antes de chegarem. Ué... Mas não eram três? Estranho...
- Já pagou? Ufa!
- Já sim. Voltem sempre. - a moça dirigiu um sorriso para o garoto e Jun instantaneamente ficou tão
vermelho quanto um pimentão. Fez uma pequena reverência e saiu do estabelecimento.
- Vamos então, Akinori-san. – disse ao colega que acabava de se juntar a ele do lado de fora.
Kensuke coçou a cabeça com um sorriso malandro nos lábios.
- Só um minuto... eu... alcanço você depois.
- Tudo bem. Mas não demore muito. - resmungou, seguindo o caminho para o local combinado.
- Hehe! – o rapaz esfregou as mãos, contente, enquanto escolhia uma vítima em meio à massa
tumultuosa. Viu uma mulher de costas com uma grande bolsa jogada para trás. Ela parecia muito ocupada
olhando e experimentando pulseiras em uma banquinha do outro lado da rua. – Perfeito!
Aproximou-se com cuidado, tentando se misturar entre os ambulantes. Parou a uma curta distância e suas
mãos ligeiras deslizaram facilmente para dentro da bolsa. Um sorriso de ansiedade encheu seu rosto enquanto
sua mão direita tateava cegamente pelo conteúdo. Entretanto...
- AHHH! – soltou um berro seguido de um pulo quando sua mão fora mordida por uma coisa... rosa.
- Oh! Mas o que está acontecendo?! – a mulher também levou um susto, se remexendo – Tudo bem,
Tonton?
Quando ela se virou, o menino juntou as mãos num jutsu. Em menos de um segundo, sua aparência não
era mais a de Kensuke Akinori, mas sim a de...
- Jun?! O que pensa que está fazendo?
- S-Shizune-san! – balbuciou com a voz emprestada, ainda mais surpreso do que a mulher - Ah eu... eu
achei que esse fosse o meu porquinho! Desculpa!
O garoto se virou todo sem graça e começou a andar, mas antes do segundo passo topou com tudo em
um homem alto, de cabelos vermelhos.
- Masaro-sensei?!
- O que está acontecendo, Jun-san? – perguntou o jounnin desconfiado.
- Desculpe sensei... Eu só queria fazer carinho do porquinho! Já estou indo para o Campo de
Treinamento. – dito isso saiu correndo.
- Eu hein... Moleque esquisito...
Kensuke só parou de correr quando já estava longe do centro da cidade. As árvores substituíram o cenário
urbano, e agora o rapaz parecia próximo a uma floresta. Parou atrás de uma moita razoavelmente grande e
respirou fundo. Apenas após se certificar de que não era seguido nem observado, ele se dispôs a voltar à sua
aparência original.
- Ah... Essa foi por muito pouco. – respirou aliviado, enquanto repassava mentalmente os últimos
acontecimentos.
Enquanto isso, no Campo de Treinamento...
- Então quer dizer que o sensei já tinha pagado a conta? Isso não é muito o feitio dele. – disse Jiyo
achando graça - Por que acha que eu saí de lá correndo? Hahaha!
- De fato... Eu também achei aquilo muito estranho. Mas desde que ele não-- Ugh! – Jun levou a mão à
boca, se sentindo enjoado. Apoiou-se a uma pedra próxima, recurvando a coluna.
- Tudo bem aí?
Jun tentou se acalmar, respirando fundo. Olhou para a mão. Ela tremia muito. Fechou os olhos,
concentrado. Antes que Jiyo ficasse realmente preocupado, o rapaz se endireitou, soltando um suspiro.
- Nunca estive melhor. – mentiu – Você demorou, Akinori-san.
Jiyo olhou para trás e viu o terceiro companheiro chegando ao campo aberto. Logo atrás vinha Masaro
Kotetsu, com a expressão de alguém intrigado.
- Algum problema? – perguntou o Hyuuga à Kensuke, que sorria com a maior cara lavada.
- Comigo não. Mas obrigado por perguntar.
Masaro passou por Jun, observando-o de canto de olho, numa feição inquisitiva. O rapaz encarou
também, sem entender. O jounnin deu alguns passos para longe dos gennins e se virou para eles, com a mão na
cintura.
- Vocês estão esquisitos hoje. – resmungou segundos depois de correr os olhos pelos três - De qualquer
forma, acho que um pouco de exercício fará bem para nós.
- Eu vim correndo até aqui. Já estou morto, sensei. – disse Jiyo sem a menor empolgação, querendo tirar
o corpo fora.
- E vocês bem sabem o que quero dizer com “exercício”, não é? – Masaro dirigiu um olhar assustador para
os pupilos, que estremeceram onde estavam.
O jounnin começou a executar selamentos com a mão direita, tão rápido que os jovens não conseguiram
acompanhar. A única coisa que perceberam foi a kunai vindo em sua direção...
Kensuke soltou um grito. A arma parou a centímetros de sua testa. O Hyuuga a agarrou com maestria
antes que a kunai acertasse o alvo.
- P-puxa... Valeu Jun! – uma gota de suor frio escorreu por sua face – Espera! Tem um selo nessa kunai!
Ela vai explo-E antes que o garoto pudesse terminar a frase, a arma explodiu em uma fumaça roxa, cobrindo a todos
num raio de cinco metros. Era impossível ver um palmo à frente devido sua densidade.
- Cof, cof, cof! Cuidado! Ele pode atacar de qualquer direção! – ouviram a voz de Jiyo dizer.
- Não se eu puder prever seus movimentos... – resmungou Jun, juntando as mãos num selo – BYAKUG-ugh! – o rapaz sentiu uma rajada elétrica percorrer o corpo – Droga... Ainda não consigo utilizar essa técnica
corretamente...
Kensuke correu até sair da área coberta pela fumaça. Olhou para todas as direções, mas não viu Masaro
em lugar algum.
- MIZU BUNSHIN NO JUTSU! – escutou alguém gritar lá de dentro; segundos depois, três Jiyos saíram da
fumaça, cada um de uma direção diferente, com o mesmo olhar investigativo.
- Perdeu seu tempo. O sensei está lá dentro ainda.
- Droga. Temos que arranjar um jeito de trazer ele pra cá. – respondeu um dos Jiyos.
- Espera... Que barulho é esse?
Ficaram todos em silêncio tentando decifrar o som. Parecia que alguém estava lutando...
- JUN!!! – os quatro concluíram, a uma só voz.
- ARGH! – o adolescente levou um chute tão forte no estômago que por pouco não foi arremessado de
costas ao chão.
- O que foi, Jun-san? Você parece meio caidinho hoje. – falou Masaro em tom de deboche.
O rapaz se sentiu um idiota e aquilo só o fez ter mais raiva. Avançou para o instrutor, e tentou cinco
golpes, que saíram desengonçados e tortos. Os três primeiros foram facilmente defendidos, o quarto esquivado e
o quinto, contra-atacado. Jun caiu de traseiro no gramado.
Dois clones de Jiyo apareceram do nada e surpreenderam Masaro, que se desequilibrou com a rasteira de
um deles, mas se endireitou a tempo de esquivar do golpe que o outro, vindo de cima, preparava. No segundo
seguinte, os clones desapareceram na furtividade com que chegaram. O jounnin se levantou e olhou a redor. Jun
também não estava mais por perto.
Kensuke e Jiyo original, do lado de fora, escutam passos e avistam o terceiro membro do grupo correndo
até eles. Os três se colocaram um de costas para o outro, formando um triângulo, a fim de se defenderem melhor.
- Onde está o sensei? – perguntou Jiyo.
- Ficou lá dentro. - respondeu Jun - Alguém tem algum plano brilhante?
Antes que alguém pudesse responder ou pensar em alguma coisa, uma shuriken voou em direção à Jiyo,
que tentou rebatê-la, mas falhou...
- Ouch! – um filete de sangue manchou a roupa do ninja quando ele retirou a lâmina do ombro.
- É uma distração! Cuidado! – berrou Kensuke, se atirando para bem longe no momento que uma rajada
forte de vento atingiu os outros dois.
O Hyuuga conseguiu se manter de pé, apesar de ser impelido fortemente para trás, mas seu amigo não
teve tanta sorte. Jiyo saiu rolando pela grama, e num solavanco, estava de pé novamente. Olhou para o lado e
percebeu que fora Jun que o havia puxado pelo braço bom, erguendo-o. Viram o sensei metros à frente. A fumaça
tinha desaparecido devido ao súbito deslocamento de ar.
- Eu vou fazer um genjutsu e atacar ele por trás-- Não! Dêem-me cobertura! – dito isso Jun disparou na direção de Masaro.
- Um ataque direto?! Ficou maluco?!
O jounnin de cabelos vermelhos mal terminou seu Jutsu de Vento e viu um dos pupilos correndo em sua
direção.
- Um ataque direto, huh? Pode vir com tudo, Jun! – deu um risinho debochado, mas foi surpreendido pelo
olhar do aluno. Havia fogo em seus olhos, algo que apenas um guerreiro absolutamente convicto de sua vitória
carregaria.
E existia outro detalhe com relação aos olhos do garoto... Eles estavam brancos.
- Opa...
- Juuken Ryuu!
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Juuken Ryuu (Estilo de Punho Suave)
O primeiro baque veio com força. As pontas dos dedos do rapaz tocaram o tronco do jounnin como
agulhas incandescentes, empurrando-o para trás. O homem mal recuperou o fôlego do primeiro ataque e logo em
seguida veio o segundo, e o terceiro, e o quarto, o quinto e o sexto... Parecia impossível se esquivar ou defender.
Aquelas mãos eram muito ágeis.
- Incrível... – murmurou um impressionado Kensuke observando o estilo diferente de luta do colega.
Masaro era empurrado para trás à medida que os ataques do Hyuuga se seguiam, um após o outro,
ritmados. Mas então algo aconteceu. A seqüência foi interrompida antes da hora. Jun parecia exausto e suas
mãos baixaram. Os olhos voltaram ao tom castanho escuro. O instrutor cambaleou alguns passos para trás,
tentando firmar o corpo.
- Essa é a minha chance! – Kensuke pegou um impulso frenético da corrida e pulou.
A voadora atingiu Masaro em cheio, fazendo com que fosse ao chão instantaneamente.
Não foi preciso nenhum especialista para dizer que a luta tinha acabado.
- Ugh! Essa doeu de verdade! – disse o jounnin massageando o pescoço sem graça, agora em pé, de
frente para os três alunos – Ok, eu desisto!
- Que bom que desistiu sensei, porque o Jun teria te arrebentado! – disse Jiyo achando graça.
- Pois é, o Jun é Junbo! Hahahaha! – completou Kensuke, rindo alto.
Masaro foi perdendo a mansidão, ao passo que o Hyuuga ficava cada vez mais acanhado.
- Ainda estou surpreso de o sensei conseguir ficar de pé. Porque eu vou te contar, receber todos aqueles
golpes e ainda se endireitar... tem que ser muito forte mesmo.
- Gente... por favor... – murmurou Jun altamente sem graça.
- Mas não estamos mentindo. Não é verdade, Kensuke-kun?
- Sim, é. - confirmou o outro.
- Tudo bem! Já chega! Vamos dançar, Jun! – bradou o jounnin, claramente revoltado.
- Er... eu não.
- PREPARE-SE!
O golpe veio tão rápido que o garoto nem conseguiu se defender. Tomou uma espalmada no meio da
testa. Os olhos do menino giraram nas órbitas, indo a nocaute.
- Assim você nos cansa, sensei. Tudo bem aí, Jun-san? – perguntou Jiyo, ajudando o amigo a se levantar.
- Hm. Está bem, está bem. Vamos finalizar por hoje. – Masaro respirou fundo e se acalmou.
- Mas já?! Eu queria usar o meu jutsu de fogo! – reclamou Kensuke - É a única coisa em que eu sou bom
de verdade!
- Hahaha! – riu alto o homem - Quem sabe então uma última fagulha. Vamos Kensuke-kun! Mande sua
melhor bola de fogo para encerrar isso! – o instrutor tomou distância e começou a executar selamentos com as
mãos.
- Beleza! – Kensuke se posicionou também.
Jiyo e Jun se entreolharam assustados e trataram de ficar o mais distante possível daqueles dois malucos.
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- KATON: ENDAN! - finalizando o jutsu com o selo do tigre, Kensuke lançou uma gloriosa esfera
incandescente na direção de Masaro, que parecia intrigado com alguma coisa.
O homem executou os mesmos selamentos, mas algo deu errado.
- Seus pontos de chakra estão temporariamente trancados, sensei. – murmurou Jun ao lado de Jiyo,
observando os outros dois ao longe.
- Trancados? Ah sim... Juuken Ryuu. Você fechou a circulação de chakra dele.
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Katon: Endan (Libertação do Fogo: Bola de Fogo)
- Droga... – praguejou o jounnin suando frio, com um riso nervoso – Maldito Hyuuga...
Sem muito mais o que fazer, e com aquele globo brilhante vindo em sua direção, o homem de cabelos
vermelhos apenas se atirou para o lado, desviando por muito pouco de ser publicamente conhecido pela
expressão “cabelos flamejantes”.
- Hahaha! Isso foi divertido! - disse o sensei minutos depois, quando todos se reuniram a sua volta para as
considerações finais – Sabem de uma coisa? Notei que deixar vocês esperando realmente causa uma frustração
tremenda. Não sei como não fui esfaqueado hoje!
No instante seguinte, uma kunai foi atirada em sua direção. Masaro a segurou no ar com dois dedos.
- Exibido...
- Não dessa vez, Jiyo-kun.
- Não pense que por eu ter errado, a vontade de esfaquear você tenha passado, sensei.
- Não duvido. Mas nós devemos ser mesmo muito perturbados para fazer piadas com bolas de fogo e
esfaqueamentos! Hahahaha!
Jun, que até agora permanecia imóvel, começou a ficar com ares estranhos. A respiração ficou ofegante,
e sem conseguir mais se conter, sua coluna foi levemente recurvada. Apenas quando sua barriga soou alta e
estrondosamente, foi que os outros voltaram suas atenções para ele, percebendo o quão pálido o garoto estava.
- Muito bem, meus pequenos rebeldes, acho que todos precisamos de uma pequena visita ao hospital
agora, principalmente o Jun-san aqui.
- Sensei... – a voz de Jun foi perdendo a força, no momento que ele se ajoelhou, segurando a barriga e
sentindo muita dor - Acho que tinha alguma coisa errada com aquele... ramen...
O adolescente abriu a boca para falar mais alguma coisa, mas o que saiu de dentro dela foi um líquido
espesso, verde e gosmento. Sujou todo o gramado ao seu redor e fez Masaro Kotetsu arregalar os olhos.
- ELE ESTÁ MORRENDO! – gritou Jiyo em desespero.
O Jounnin colocou o garoto doente nas costas com rapidez e saiu correndo.
- Depressa, seus molengas! Para o hospital!
Em menos de dois minutos, chegaram ao hospital local fazendo alvoroço. A atendente levou um susto
quando o homem bateu no balcão para chamar sua atenção.
- Rápido enfermeira! Eles estão intoxicados! - às suas costas, Jun estava completamente verde.
- Eu também? Mas eu me sinto ótimo, sensei. – resmungou Jiyo.
- Todos os dois? – a mulher perguntou espantada.
- Dois? – Masaro olhou para trás e só viu Jiyo – Cadê o Kensuke?
- Tô aq-O menino chegou por último, já sujando o chão impecável do hospital com parte do almoço.
- Céus! – exclamou a atendente – Parece uma epidemia. Os quatro serão internados por motivo de
segurança.
Continua.

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