rascunho - Cursos DAC

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rascunho - Cursos DAC
VESTIBULAR MEIO DE ANO 2015
001. Prova de
Conhecimentos gerais
17.05.2015
Questões de 01 a 90
Confira seus dados impressos neste caderno.
Assine com caneta de tinta azul ou preta a Folha de Respostas apenas no local indicado.
Esta prova contém 90 questões objetivas e terá duração total de 4h30.
Para cada questão, o candidato deverá assinalar apenas uma alternativa na Folha de Respostas,
utilizando caneta de tinta azul ou preta.
Encontra-se neste caderno a Classificação Periódica, a qual, a critério do candidato, poderá ser útil para
a resolução de questões.
O candidato somente poderá sair do prédio depois de transcorridas 3h30, contadas a partir do início da
prova.
Ao final da prova, antes de sair da sala, entregue ao fiscal a Folha de Respostas e o Caderno de Questões.
Nome do candidato
Prédio
Sala
Carteira
Inscrição
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
2
As questões de 01 a 05 tomam por base uma modinha de
Domingos Caldas Barbosa (1740-1800).
Questão 02
Na segunda estrofe, o eu lírico explora, seguindo a tradição
poética, uma concepção sobre a sede dos sentimentos humanos. Segundo tal concepção, o amor
Protestos a Arminda
Conheço muitas pastoras
Que beleza e graça têm,
Mas é uma só que eu amo
Só Arminda e mais ninguém.
(A) situa-se na imaginação dos homens.
Revolvam meu coração
Procurem meu peito bem,
Verão estar dentro dele
Só Arminda e mais ninguém.
(D) localiza-se no coração dos homens.
(B) é um corpo estranho que passa a residir no de quem ama.
(C) mora com a inveja e é irmão gêmeo do ódio.
(E) nasce no paraíso e conduz para lá quem ama.
De tantas, quantas belezas
Os meus ternos olhos veem,
Nenhuma outra me agrada
Só Arminda e mais ninguém.
Questão 03
Assinale a alternativa que indica duas estrofes em que o termo “Arminda” surge como paciente da ação expressa pelo
verbo da oração de que faz parte.
Estes suspiros que eu solto
Vão buscar meu doce bem,
É causa dos meus suspiros
Só Arminda e mais ninguém.
(A) Primeira e terceira estrofes.
Os segredos de meu peito
Guardá-los nele convém,
Guardá-los aonde os veja
Só Arminda e mais ninguém.
(D) Terceira e quarta estrofes.
(B) Sétima e oitava estrofes.
(C) Primeira e oitava estrofes.
(E) Terceira e quinta estrofes.
Não cuidem que a mim me importa
Parecer às outras bem,
Basta que de mim se agrade
Só Arminda e mais ninguém.
Questão 04
Levando em consideração o contexto da estrofe, assinale a
alternativa em que a forma verbal surge no modo imperativo.
(A) “Vão buscar meu doce bem,” (4a estrofe).
Não me alegra, ou me desgosta
Doutra o mimo, ou o desdém,
Satisfaz-me e me contenta
Só Arminda e mais ninguém.
(B) “Parecer às outras bem,” (6a estrofe).
(C) “Conheço muitas pastoras” (1a estrofe).
(D) “Guardá-los aonde os veja” (5a estrofe).
Cantem os outros pastores
Outras pastoras também,
Que eu canto e cantarei sempre
Só Arminda e mais ninguém.
(E) “Procurem meu peito bem,” (2a estrofe).
Questão 05
(Viola de Lereno, 1980.)
Sob o ponto de vista expressivo, a repetição do último verso
de todas as estrofes tem a função de
Questão 01
(A) enfatizar o grande afeto do eu lírico por Arminda.
Além de outras características, a presença de dois vocábulos
contribui para identificar o aspecto neoclássico desta modinha, a saber:
(B) assinalar o caráter inacessível de Arminda.
(C) atribuir um tom fortemente lamentoso à modinha.
(A) “alegra” e “desgosta”.
(D) ironizar a distância do eu lírico em relação a Arminda.
(B) “mimo” e “desdém”.
(E) insistir na ideia do amor como uma fantasia irrealizável.
(C) “suspiros” e “segredos”.
(D) “canto” e “cantarei”.
(E) “pastores” e “pastoras”.
3
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
As questões de 06 a 10 focalizam um trecho de uma crônica
do escritor Graciliano Ramos (1892-1953).
Questão 06
No fragmento da crônica, publicada pela primeira vez em
1921, o cronista considerava que:
Para chegar ao soberbo resultado de transformar a banha em fibra, aí vem o futebol.
Mas por que o futebol?
Não seria, porventura, melhor exercitar-se a mocidade
em jogos nacionais, sem mescla de estrangeirismo, o murro,
o cacete, a faca de ponta, por exemplo?
Não é que me repugne a introdução de coisas exóticas
entre nós. Mas gosto de indagar se elas serão assimiláveis
ou não.
No caso afirmativo, seja muito bem-vinda a instituição
alheia, fecundemo-la, arranjemos nela um filho híbrido que
possa viver cá em casa. De outro modo, resignemo-nos às
broncas tradições dos sertanejos e dos matutos. Ora, parece-me que o futebol não se adapta a estas boas paragens do
cangaço. É roupa de empréstimo, que não nos serve.
Para que um costume intruso possa estabelecer-se definitivamente em um país é necessário, não só que se harmonize com a índole do povo que o vai receber, mas que o
lugar a ocupar não esteja tomado por outro mais antigo, de
cunho indígena. É preciso, pois, que vá preencher uma lacuna, como diz o chavão.
O do futebol não preenche coisa nenhuma, pois já temos
a muito conhecida bola de palha de milho, que nossos amadores mambembes1 jogam com uma perícia que deixaria o
mais experimentado sportman britânico de queixo caído.
Os campeões brasileiros não teriam feito a figura triste
que fizeram em Antuérpia se a bola figurasse nos programas
das Olimpíadas e estivessem a disputá-la quatro sujeitos de
pulso. Apenas um representante nosso conseguiu ali distinguir-se, no tiro de revólver, o que é pouco lisonjeiro para a
vaidade de um país em que se fala tanto. Aqui seria muito
mais fácil o indivíduo salientar-se no tiro de espingarda umbiguda, emboscado atrás de um pau.
Temos esportes em quantidade. Para que metermos o
bedelho em coisas estrangeiras?
O futebol não pega, tenham a certeza. Não vale o argumento de que ele tem ganho terreno nas capitais de importância. Não confundamos.
As grandes cidades estão no litoral; isto aqui é diferente,
é sertão.
As cidades regurgitam de gente de outras raças ou que
pretende ser de outras raças; nós somos mais ou menos botocudos, com laivos de sangue cabinda e galego.
Nas cidades os viciados elegantes absorvem o ópio, a
cocaína, a morfina; por aqui há pessoas que ainda fumam
liamba2.
1 mambembe: medíocre, reles, de baixa condição.
2 liamba: cânhamo, maconha.
(A) nas Olimpíadas de Antuérpia, os brasileiros haviam obtido destaque no futebol.
(B) no sertão, seria recomendável a prática de esportes
genuinamente nacionais.
(C) os brasileiros eram um povo indolente, avesso aos esportes internacionais.
(D) os estrangeirismos eram maléficos ao país e deviam ser
combatidos.
(E) nas capitais, a prática de esportes exóticos resultava do
consumo de drogas.
Questão 07
No contexto da crônica, “transformar a banha em fibra” significa converter
(A) amadores em profissionais.
(B) um esporte em outro.
(C) gordura em músculo.
(D) força em agilidade.
(E) sossego em atividade.
Questão 08
Indique a expressão empregada pelo cronista que ilustra seu
argumento sobre a adoção do futebol no sertão:
(A) “amadores mambembes”.
(B) “roupa de empréstimo”.
(C) “de cunho indígena”.
(D) “broncas tradições”.
(E) “índole do povo”.
Questão 09
A argumentação construída ao longo da crônica estabelece
uma oposição entre
(A) tradição e retrocesso.
(B) amadorismo e profissionalismo.
(C) esporte e conservadorismo.
(Linhas tortas, 1971.)
(D) nacionalismo e estrangeirismo.
(E) cultura e modernização.
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
4
Questão 10
Questão 12
Na oração “O do futebol não preenche coisa nenhuma”
(7 o parágrafo) é omitida, por elipse, uma palavra empregada anteriormente:
Indique a situação existencial de mendigos e cachorros de
rua, implícita na tira, que leva a personagem a equipará-los.
(A) Livre-arbítrio.
(A) país.
(B) Malandragem.
(B) povo.
(C) Conforto.
(C) lugar.
(D) Liberalidade.
(D) costume.
(E) Abandono.
(E) chavão.
Para responder às questões de 11 a 15, leia o poema de
Belmiro Braga (1872-1937) e a tira de André Dahmer.
Questão 13
No contexto do poema, “estrada da vida” é uma imagem que
significa
Ao Príncipe
(A) a existência do eu lírico.
Pela estrada da vida subi morros,
Desci ladeiras e, afinal, te digo
Que, se entre amigos encontrei cachorros,
Entre os cachorros encontrei-te, amigo!
(B) as traições de amigos.
(C) a proximidade da morte.
(D) os trajetos em estradas íngremes.
Para insultar alguém hoje recorro
A novos nomes feios, porque vi
Que elogio a quem chame de cachorro,
Depois que este cachorro conheci.
(E) as decepções do eu lírico.
(Fernando Góes (org.). Panorama da poesia brasileira, vol. 5, 1960.)
Questão 14
Com a frase “a recíproca não é verdadeira”, a personagem
da tira sugere que
Malvados
(A) os cães não são amigos entre si.
(B) a amizade entre homens e cães é ilusória.
(C) os homens são mais egoístas do que os cães.
(D) o homem só é amigo de si mesmo.
(E) o homem não é o melhor amigo do cão.
(www.folha.uol.com.br)
Questão 11
Questão 15
No poema de Belmiro Braga, a diferença expressiva mais
relevante entre as duas ocorrências da palavra “cachorros”
consiste no fato de que:
O tema abordado pela tira é tratado de modo
(A) no terceiro verso, a palavra se encontra no final; no
quarto, no meio do verso.
(B) afetivo.
(A) esperançoso.
(C) sarcástico.
(B) ocorre rima acidental entre os dois empregos “cachorros” /
“cachorros”.
(D) ilógico.
(C) no terceiro verso, a palavra é empregada como núcleo
do objeto direto; no quarto, como núcleo do sujeito da
oração.
(E) otimista.
(D) no terceiro verso, a palavra é empregada metaforicamente; no quarto, em sentido próprio.
(E) no terceiro verso, a palavra não tem significado definido;
no quarto, o significado é claro.
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VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
As questões de 16 a 20 abordam uma passagem da peça
teatral Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett (1799-1854).
gal e aos outros governadores, para nos fazerem esse desacato? Não há por aí outras casas; e eles não sabem que
nesta há senhoras, uma família... e que estou eu aqui?...
(Teatro, vol. 3, 1844.)
Cena V – JORGE, MADALENA E MARIA
1
escapulário: faixa de tecido que frades e freiras de certas ordens
religiosas cristãs usam pendente sobre o peito.
JORGE – Ora seja Deus nesta casa!
(Maria beija-lhe o escapulário1 e depois a mão; Madalena somente o escapulário.)
2
pôr aposentadoria: ficar, morar.
3
MADALENA – Sejais bem-vindo, meu irmão!
terço: corpo de tropas dos exércitos português e espanhol dos séculos
XVI e XVII.
MARIA – Boas tardes, tio Jorge!
JORGE – Minha senhora mana! A bênção de Deus te cubra,
filha! Também estou desassossegado como vós, mana Madalena: mas não vos aflijais, espero que não há de ser nada.
É certo que tive umas notícias de Lisboa...
Questão 16
Ao contradizer a mãe, após ouvir esta dizer “Pois coitados!...”,
a personagem Maria manifesta
MADALENA (assustada) – Pois que é, que foi?
JORGE – Nada, não vos assusteis; mas é bom que estejais
prevenida, por isso vo-lo digo. Os governadores querem sair
da cidade... é um capricho verdadeiro... Depois de aturarem
metidos ali dentro toda a força da peste, agora que ela está,
se pode dizer, acabada, que são raríssimos os casos, é que
por força querem mudar de ares.
(A) uma ingenuidade natural de jovem diante dos problemas
dos adultos.
(B) um conceito do que deveria ser bom e justo no modo de
governar.
MADALENA – Pois coitados!...
(C) a mania costumeira de sempre fazer reparos às opiniões
maternas.
MARIA – Coitado do povo! Que mais valem as vidas deles?
Em pestes e desgraças assim, eu entendia, se governasse,
que o serviço de Deus e do rei me mandava ficar, até a última, onde a miséria fosse mais e o perigo maior, para atender
com remédio e amparo aos necessitados. Pois, rei não quer
dizer pai comum de todos?
(D) um desejo de discutir com o tio e demonstrar que o julgamento deste está errado.
(E) a indignação natural de quem não consegue entender
bem a realidade.
JORGE – A minha donzela Teodora! Assim é, filha, mas o
mundo é doutro modo: que lhe faremos?
MARIA – Emendá-lo.
JORGE (para Madalena, baixo) – Sabeis que mais? Tenho
medo desta criança.
Questão 17
Focalizando eventos do final do século XVI e início do século
XVII português, a passagem procura destacar
MADALENA (do mesmo modo) – Também eu.
JORGE (alto) – Mas enfim, resolveram sair: e sabereis mais
que, para corte e “buen retiro” dos nossos cinco reis, os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela,
que Deus guarde, foi escolhida esta nossa boa vila de Almada, que o deveu à fama de suas águas sadias, ares lavados
e graciosa vista.
(A) os abusos de poder da aristocracia governante.
(B) as sábias e justas decisões dos governantes.
(C) o desejo das pessoas de agradar os poderosos.
MADALENA – Deixá-los vir.
(D) a tranquilidade e a despreocupação da existência.
JORGE – Assim é: que remédio! Mas ouvi o resto. O nosso pobre Convento de São Paulo tem de hospedar o senhor
arcebispo D. Miguel de Castro, presidente do governo. Bom
prelado é ele; e, se não fosse que nos tira do humilde sossego de nossa vida, por vir como senhor e príncipe secular... o
mais, paciência. Pior é o vosso caso...
(E) a admiração indiscriminada dos súditos pelo poder real.
MADALENA – O meu!
JORGE – O vosso e de Manuel de Sousa: porque os outros
quatro governadores – e aqui está o que me mandaram dizer
em muito segredo de Lisboa – dizem que querem vir para
esta casa, e pôr aqui aposentadoria2.
MARIA (com vivacidade) – Fechamos-lhes as portas. Metemos a nossa gente dentro – o terço3 de meu pai tem mais
de seiscentos homens – e defendemo-nos. Pois não é uma
tirania?... E há de ser bonito!... Tomara eu ver seja o que for
que se pareça com uma batalha!
JORGE – Louquinha!
MADALENA – Mas que mal fizemos nós ao conde de SabuVNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
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Leia a charge para responder às questões 21 e 22.
Questão 18
Assinale a alternativa em que a forma de tratamento se enquadra na segunda pessoa do singular.
(A) “Pior é o vosso caso...”
(B) “mas não vos aflijais,”
(C) “A bênção de Deus te cubra, filha!”
(D) “Sabeis que mais?”
(E) “Mas ouvi o resto.”
Questão 19
Ao dizer, em voz baixa, para Madalena, “Tenho medo desta
criança”, Jorge sugere que
(http://keepthemiddleclassalive.com. Adaptado.)
(A) as falas de Maria apresentam indícios de insanidade e
loucura.
Questão 21
(B) as opiniões de Maria revelam uma menina desobediente
e irresponsável.
Segundo a charge, o homem rico
(A) considera que a divisão do bolo é desigual.
(C) Maria começa a manifestar propensão para a carreira
militar.
(B) está feliz por poder compartilhar o bolo com os pobres.
(D) Maria não acredita na religião nem na misericórdia divina.
(C) deixou a maior parte do bolo para os pobres.
(E) as opiniões de Maria podem atrair a ira dos governantes.
(D) representa os 10% mais ricos que detêm 50% da renda.
(E) acredita que 90% da população pobre está satisfeita com
sua parte do bolo.
Questão 20
Questão 22
“Nada, não vos assusteis; mas é bom que estejais prevenida,
por isso vo-lo digo.”
Em relação à forma verbal “digo”, os pronomes oblíquos
átonos “vo-lo” atuam, respectivamente, como
O trecho “What are you, greedy?” indica que o homem rico
(A) desqualifica as reivindicações de 50% da população
pobre.
(A) objeto direto e objeto indireto.
(B) não está disposto a abrir mão de sua parte.
(B) objeto indireto e objeto direto.
(C) convenceu os pobres de que 90% da renda é o suficiente.
(C) objeto direto e predicativo do objeto.
(D) percebeu as necessidades dos pobres.
(D) sujeito e objeto direto.
(E) está aberto a negociações.
(E) sujeito e predicativo do sujeito.
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VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
Leia o texto para responder às questões de 23 a 30.
Questão 23
No título do texto, o termo “likely” indica
Oxfam study finds richest 1% is likely to control
half of global wealth by 2016
(A) certeza.
(B) tendência.
By Patricia Cohen
January 19, 2015
(C) desigualdade.
(D) comparação.
(E) aprovação.
Questão 24
Segundo o texto, o relatório da Oxfam
(A) mostra que a pobreza diminuiu em 2014, mesmo que em
pequena escala.
(B) foi apresentado no Fórum Econômico Mundial na Suíça.
(C) prenuncia o aprofundamento da concentração de riquezas no mundo.
The world’s business elite will meet this week at the annual World
Economic Forum in Davos, Switzerland.
Credit Jean-Christophe Bott/European Pressphoto Agency
(D) causou celeuma entre a elite de empresários em Davos.
The richest 1 percent is likely to control more than half of
the globe’s total wealth by next year, the anti-poverty charity
Oxfam reported in a study released on Monday. The warning
about deepening global inequality comes just as the world’s
business elite prepare to meet this week at the annual World
Economic Forum in Davos, Switzerland.
The 80 wealthiest people in the world altogether own
$1.9 trillion, the report found, nearly the same amount shared
by the 3.5 billion people who occupy the bottom half of the
world’s income scale. (Last year, it took 85 billionaires to
equal that figure.) And the richest 1 percent of the population
controls nearly half of the world’s total wealth, a share that is
also increasing.
The type of inequality that currently characterizes the
world’s economies is unlike anything seen in recent years, the
report explained. “Between 2002 and 2010 the total wealth of
the poorest half of the world in current U.S. dollars had been
increasing more or less at the same rate as that of billionaires,”
it said. “However since 2010, it has been decreasing over that
time.”
Winnie Byanyima, the charity’s executive director, noted
in a statement that more than a billion people lived on less
than $1.25 a day. “Do we really want to live in a world where
the 1 percent own more than the rest of us combined?” Ms.
Byanyima said. “The scale of global inequality is quite simply
staggering.”
Investors with interests in finance, insurance and health
saw the biggest windfalls, Oxfam said. Using data from
Forbes magazine’s list of billionaires, it said those listed
as having interests in the pharmaceutical and health care
industries saw their net worth jump by 47 percent. The charity
credited those individuals’ rapidly growing fortunes in part to
multimillion-dollar lobbying campaigns to protect and enhance
their interests.
(E) teve o apoio de investidores da área farmacêutica e de
saúde.
Questão 25
According to the information presented in the second
paragraph,
(A) 50% of the world’s wealth have been transferred to
emerging middle-class since 2010.
(B) the total number of billionaires in the world decreased
from 85 to 80 last year.
(C) the wealth pyramid has always been stable with the
exception of some small fluctuations.
(D) the richest 1% of the population owns the same amount
as 85 billionaires in the world.
(E) the amount owned by 80 wealthy people is almost
equivalent to the one owned by 3.5 billion poorest people.
Questão 26
No trecho do segundo parágrafo “Last year, it took
85 billionaires to equal that figure.”, “that figure” refere-se a
(A) 1%.
(B) 85.
(C) 50%.
(D) 80.
(E) 1,9 trilhão.
(www.nytimes.com. Adaptado.)
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
8
Questão 27
Questão 31
De acordo com o terceiro parágrafo do texto,
A maior parte das regiões vizinhas [da antiga Mesopotâmia] caracteriza-se pela aridez e pela falta de água, o que
desestimulou o povoamento e fez com que fosse ocupada
por populações organizadas em pequenos grupos que circulavam pelo deserto. Já a Mesopotâmia apresenta uma
grande diferença: embora marcada pela paisagem desértica,
possui uma planície cortada por dois grandes rios e diversos
afluentes e córregos.
(A) a desigualdade entre ricos e pobres no mundo aumentou
a partir de 2010.
(B) a diferença entre a renda dos 50% mais pobres e a dos
50% mais ricos está diminuindo desde 2010.
(C) desde 2010 a crise mundial vem atingindo tanto os pobres como os ricos.
(Marcelo Rede. A Mesopotâmia, 2002.)
(D) o número de bilionários no mundo ficou estável entre
2002 e 2010.
A partir do texto, é correto afirmar que
(A) os povos mesopotâmicos dependiam apenas da caça e
do extrativismo vegetal para a obtenção de alimentos.
(E) em 2010, a renda dos mais pobres foi igual à do ano de
2002.
(B) a ocupação da planície mesopotâmica e das áreas vizinhas a ela, durante a Antiguidade, teve caráter sedentário e ininterrupto.
Questão 28
No trecho do terceiro parágrafo “However since 2010, it has
been decreasing over that time.”, o termo “however” pode ser
substituído, sem alteração de sentido, por
(C) a ocupação das áreas vizinhas da Mesopotâmia tinha características nômades e os povos mesopotâmicos praticavam a agricultura irrigada.
(A) meanwhile.
(D) a ocupação sedentária das regiões desérticas representava uma ameaça militar aos habitantes da Mesopotâmia.
(B) like.
(E) os povos mesopotâmicos jamais puderam se sedentarizar, devido às dificuldades de obtenção de alimentos na
região.
(C) then.
(D) but.
(E) so.
Questão 32
Os homens da Idade Média estavam persuadidos de que
a terra era o centro do Universo e que Deus tinha criado apenas um homem e uma mulher, Adão e Eva, e seus descendentes. Não imaginavam que existissem outros espaços habitados. O que viam no céu, o movimento regular da maioria
dos astros, era a imagem do que havia de mais próximo no
plano divino de organização.
Questão 29
A partir das informações apresentadas sobre o relatório da
Oxfam, a resposta esperada por Winnie Byanyima à sua
pergunta “Do we really want to live in a world where the 1
percent own more than the rest of us combined?” seria:
(A) Why not?
(Georges Duby. Ano 1000, ano 2000: na pista
de nossos medos, 1998. Adaptado.)
(B) Of course not.
(C) For sure.
O texto revela, em relação à Idade Média ocidental,
(D) Maybe not.
(A) o prevalecimento de uma mentalidade fortemente religiosa, indicativa da força e da influência do cristianismo.
(E) No, she doesn’t.
(B) a consciência da própria gênese e origem, resultante das
pesquisas históricas e científicas realizadas na Grécia
Antiga.
Questão 30
(C) o esforço de compreensão racionalista dos fenômenos
naturais, base do pensamento humanista.
No contexto do último parágrafo, o sentido do termo “windfalls”
em “Investors with interests in finance, insurance and health
saw the biggest windfalls” equivale, em português, a
(D) a construção de um pensamento mítico, provavelmente
originário dos contatos com povos nativos da Ásia e do
Norte da África.
(A) avaliações.
(B) turbulências econômicas.
(E) a presença de esforços constantes de predição do futuro,
provavelmente oriundos das crenças dos primeiros habitantes do continente.
(C) flutuações cambiais.
(D) depreciações.
(E) ganhos rápidos.
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VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
Leia o texto para responder às questões 34 e 35.
Questão 33
A casa-grande, residência do senhor de engenho, é uma
vasta e sólida mansão térrea ou em sobrado; distingue-se
pelo seu estilo arquitetônico sóbrio, mas imponente, que ainda hoje empresta majestade à paisagem rural, nas velhas
fazendas de açúcar que a preservaram. Constituía o centro
de irradiação de toda a atividade econômica e social da propriedade. A casa-grande completava-se com a capela, onde
se realizavam os ofícios e as cerimônias religiosas [...]. Próximo se erguia a senzala, habitação dos escravos, os quais,
nos grandes engenhos, podiam alcançar algumas centenas
de “peças”. Pouco além serpenteava o rio, traçando através
da floresta uma via de comunicação vital. O rio e o mar se
mantiveram, no período colonial, como elementos constantes
de preferência para a escolha da situação da grande lavoura.
Ambos constituíam as artérias vivificantes: por meio delas o
engenho fazia escoar suas safras de açúcar e, por elas, singravam os barcos que conduziam as toras de madeira abatidas na floresta, que alimentavam as fornalhas do engenho,
ou a variedade e a multiplicidade de gêneros e artigos manufaturados que o engenho adquiria alhures [...].
(Joseph Lavallée. História completa das inquisições
da Itália, Espanha e Portugal, 1822.)
A imagem reproduz um auto de fé. Essas cerimônias
(A) ocorreram em todos os países da Europa e nas regiões
colonizadas por portugueses e espanhóis.
(Alice Canabrava apud Déa Ribeiro Fenelon (org.).
50 textos de história do Brasil,1986.)
(B) permitiram a difusão do catolicismo e tiveram papel determinante na erradicação do protestantismo na Europa
central.
Questão 34
Quanto à organização da vida e do trabalho no engenho
colonial, o texto
(C) eram conduzidas por autoridades leigas, pois a Igreja Católica não tinha vínculo com a perseguição e a punição
dos hereges.
(A) destaca a ausência de quaisquer relações de trabalho e
de amizade dos senhores com os seus escravos.
(D) tinham caráter exemplar, expondo publicamente os réus
forçados a pedir perdão, antes de serem encaminhados
para a execução.
(B) demonstra a distribuição espacial das construções e seu
papel no funcionamento e na lógica do poder dentro do
engenho.
(E) visavam a executar os judeus e islâmicos, não atingindo
protestantes nem católicos romanos ou ortodoxos.
(C) enfatiza a predominância do trabalho compulsório e os
lucros obtidos na comercialização de escravos de origem
africana.
(D) denuncia o descaso dos senhores de engenho com a escolha da localização para a instalação do engenho.
(E) atesta a irracionalidade do posicionamento das edificações e os problemas logísticos trazidos pela falta de planejamento espacial.
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
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Questão 35
Questão 37
Quanto à relação do engenho colonial com as áreas externas
a ele, o texto
Não há dúvida de que os republicanos de São Paulo e
do Rio de Janeiro representavam preocupações totalmente
distintas. Enquanto os republicanos da capital, ou melhor, os
que assinaram o Manifesto de 1870, refletiam as preocupações de intelectuais e profissionais liberais urbanos, os paulistas refletiam preocupações de setores cafeicultores de sua
província. [...] A principal preocupação dos paulistas não era
o governo representativo ou direitos individuais, mas simplesmente a federação, isto é, a autonomia estadual.
(A) revela o papel decisivo que a Igreja Católica desempenhou no impedimento da escravização das populações
indígenas.
(B) defende a ideia de que a colonização portuguesa no Brasil, no lugar de explorar as riquezas naturais, privilegiou a
ocupação do território.
(José Murilo de Carvalho. A construção da ordem, 1980.)
(C) caracteriza sua preocupação ambiental, demonstrando
o respeito dos administradores às matas e aos rios que
compunham a paisagem rural.
As diferenças entre os republicanos de São Paulo e do Rio de
Janeiro, nas décadas de 1870 e 1880, podem ser explicadas,
entre outros fatores,
(D) identifica articulações entre as atividades internas e a dinâmica de circulação de mercadorias dentro e fora dos
limites da colônia.
(A) pelo interesse dos paulistas em reduzir a interferência
do governo central nos seus assuntos econômicos e em
concentrar, na própria província, a maior parte dos recursos obtidos com exportação.
(E) sustenta sua autonomia e autossuficiência, mostrando-o
como desvinculado do restante da empresa colonial.
(B) pela disposição dos intelectuais da capital de assumir
o controle pleno da administração política nacional e
de eliminar a hegemonia econômica dos cafeicultores
e comerciantes de São Paulo.
Questão 36
O pensamento iluminista, baseado no racionalismo, individualismo e liberdade absoluta do homem, ao criticar todos
os fundamentos em que se assentava o Antigo Regime, revelava as suas contradições e as tornava transparentes aos
olhos de um número cada vez maior de pessoas.
(C) pela ausência de projetos políticos nacionais comuns aos
representantes de São Paulo e do Rio de Janeiro e pela
defesa pragmática dos interesses econômicos das respectivas províncias.
(Modesto Florenzano. As revoluções burguesas, 1982. Adaptado.)
(D) pelo esforço dos paulistas em eliminar as disparidades
regionais e em aprofundar a unidade do país em torno
de um projeto de desenvolvimento econômico nacional.
Entre as críticas ao Antigo Regime, mencionadas no texto,
podemos citar a rejeição iluminista do
(A) princípio da igualdade jurídica.
(E) pela presença dos principais teóricos ingleses e franceses do liberalismo no Rio de Janeiro e por sua influência
junto à intelectualidade local e ao governo monárquico.
(B) livre comércio.
(C) liberalismo econômico.
(D) republicanismo.
(E) absolutismo monárquico.
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VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
Leia o texto para responder às questões 38 e 39.
Questão 39
A partilha da África entre os países europeus, no final do
século XIX,
A África só começou a ser ocupada pelas potências europeias exatamente quando a América se tornou independente,
quando o antigo sistema colonial ruiu, dando lugar a outras
formas de enriquecimento e desenvolvimento das economias
mais dinâmicas, que se industrializavam e ampliavam seus
mercados consumidores. Nesse momento foi criado um novo
tipo de colonialismo, implantado na África a partir do final do
século XIX [...].
(A) buscou conciliar os interesses de colonizadores e colonizados, valorizando o diálogo e a negociação política.
(B) respeitou as divisões políticas e as diferenças étnicas então existentes no continente africano.
(C) ignorou os laços comerciais, políticos e culturais até então existentes no continente africano.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)
(D) privilegiou, com a atribuição de maiores áreas coloniais,
os países que haviam perdido colônias em outras partes
do mundo.
Questão 38
O “novo tipo de colonialismo”, mencionado no texto, tem, entre suas características,
(E) afetou apenas as áreas litorâneas, sem interferir no Centro e no Sul do continente africano.
(A) a busca de fontes de energia e de matérias-primas pelas
potências europeias, associada à realização de expedições científicas de exploração do continente africano.
Questão 40
(B) a tentativa das potências europeias de reduzir a hegemonia norte-americana no comércio internacional e retomar
posição de liderança na economia mundial.
Entre os fatores que contribuíram para o início da Primeira
Guerra Mundial (1914-1918), podemos citar
(C) o esforço de criação de um mercado consumidor global,
sem hierarquia política ou prevalecimento comercial de
um país ou continente sobre os demais.
(A) a corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética.
(B) o conflito étnico entre sérvios e croatas na região da
antiga Iugoslávia.
(D) a aquisição de escravos pelos mercadores africanos,
para ampliar a mão de obra disponível nas colônias remanescentes na América e em ilhas do Oceano Pacífico.
(C)o confronto entre Áustria e Hungria pelo controle dos
Bálcãs.
(E) o estabelecimento de alianças políticas entre líderes
europeus e africanos, que favorecessem o avanço militar dos países do Ocidente europeu na Primeira Guerra
Mundial.
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
(D) a disputa comercial e industrial entre Inglaterra e Alemanha.
(E) a invasão da Polônia pelas tropas da Alemanha.
12
Questão 41
Questão 42
Brasília simbolizou na ideologia nacional-desenvolvimentista o “futuro do Brasil”, o arremate e a obra monumental
da nação a ser construída pela industrialização coordenada
pelo Estado planificador, pela ação das “forças do progresso”
(aquelas voltadas para o desenvolvimento do “capitalismo
nacional”), que paulatinamente iriam derrotar as “forças do
atraso” (o imperialismo, o latifúndio e a política tradicional,
demagógica e “populista”).
Entre outros desdobramentos provocados pela chamada Primavera Árabe, iniciada no final de 2010, podemos citar
(A) a deposição de governantes na Líbia e no Egito e o início
de violenta guerra civil na Síria.
(B) a democratização política na Argélia e a instalação de regimes militares no Barein e na Jordânia.
(C) o surgimento de regimes islâmicos no Irã e na Tunísia e a
queda do governo pró-Estados Unidos no Líbano.
(José William Vesentini. A capital da geopolítica, 1986.)
Segundo o texto, a construção de Brasília deve ser entendida
(D) o controle do governo da Arábia Saudita por grupos islâmicos fundamentalistas e o fim do apoio russo ao Iraque.
(A) como uma tentativa de limitar a migração para o Centro
do país e de reforçar o contingente de mão de obra rural.
(E) o fim dos conflitos religiosos no Iêmen e no Marrocos e o
aumento do preço do petróleo no mercado mundial.
(B) dentro de um conjunto de iniciativas de caráter liberal,
que buscava eliminar a interferência do Estado nos
assuntos econômico-financeiros.
Questão 43
(C) dentro do rearranjo político do pós-Segunda Guerra Mundial, que se caracterizava pelo clima de paz nas relações
internacionais.
Analise o trecho da canção “Tempo rei”, de Gilberto Gil.
Não me iludo
Tudo permanecerá do jeito que tem sido
Transcorrendo
Transformando
Tempo e espaço navegando todos os sentidos
(D) dentro de um amplo projeto de redimensionamento da
economia e da política brasileiras, que pretendia modernizar o país.
(E) como um esforço de internacionalização da economia
brasileira, que provocaria aumento significativo da exportação agrícola.
Pães de Açúcar
Corcovados
Fustigados pela chuva e pelo eterno vento
Água mole
Pedra dura
Tanto bate que não restará nem pensamento
Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei
Transformai as velhas formas do viver
(www.gilbertogil.com.br)
O trecho faz alusão direta a dois processos geomorfológicos:
(A) meteorização e subsidência.
(B) assoreamento e fraturamento.
(C) erosão e esculpimento.
(D) lixiviação e escarpamento.
(E) abrasão e soerguimento.
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VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
Analise a imagem de satélite meteorológico e os mapas de
precipitação, pressão atmosférica e umidade relativa do ar no
território brasileiro, captados às 12 horas do dia 27 de outubro de 2010, para responder às questões 44 e 45.
Mapa de umidade relativa do ar (%)
Imagem de satélite
(Diego Correia Maia. “Imagens de satélite meteorológico nas aulas de
geografia: uma possibilidade didática”. Revista Brasileira de Educação em
Geografia, julho/dezembro de 2011. Adaptado.)
Questão 44
Considerando conhecimentos sobre a dinâmica atmosférica,
é correto afirmar que os números 1, 2 e 3 na imagem de satélite correspondem, respectivamente, a
(A) massa de ar frio, zona de convergência do Atlântico Sul e
massa de ar quente.
(B) massa de ar quente, frente fria e massa de ar quente.
Mapa de precipitação (mm)
(C) massa de ar frio, frente fria e massa de ar quente.
(D) massa de ar quente, zona de convergência do Atlântico
Sul e massa de ar frio.
(E) massa de ar quente, frente fria e massa de ar frio.
Questão 45
A partir da análise dos mapas, é correto afirmar que, na área
identificada pelo número 2 na imagem de satélite, a dinâmica
atmosférica proporcionou
(A) chuvas.
(B) estiagem.
(C) elevação da temperatura na superfície.
Mapa de pressão atmosférica (mb)
(D) elevação da pressão atmosférica.
(E) diminuição da umidade relativa do ar.
Questão 46
No território brasileiro, petróleo e gás são mais extraídos em
áreas de
(A) rifteamento, sobretudo na depressão sertaneja do Nordeste.
(B) núcleos cristalinos, sobretudo nas planícies costeiras.
(C) cinturões orogenéticos, especialmente nos planaltos residuais da Amazônia.
(D) bacias sedimentares, sobretudo na plataforma continental.
(E) dobramentos modernos, especialmente nos planaltos e
serras do Sudeste.
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14
Questão 47
Questão 48
Observe o mapa e a fotografia.
Analise a tabela.
Variação do percentual de posições de
atendimento das empresas de teleatendimento,
por região brasileira, 2000-2011
Percentual de posições de atendimento
Região
Sudeste
2000
2011
71%
78,1%
Nordeste
5,3%
16%
Sul
16,4%
3,4%
Centro-Oeste
4,6%
2%
Norte
2,7%
0,5%
Brasil
100%
100%
(Marina Castro de Almeida. “Em outros pontos da rede”.
Estudos Geográficos, janeiro/julho de 2014.)
A partir dos dados apresentados na tabela e considerando
as especificidades dos serviços de teleatendimento, é correto
afirmar que, no período analisado, houve
(www.ibge.gov.br. Adaptado.)
(A) redução na representatividade da região Sudeste, explicada pela baixa dinâmica econômica e pela parca disponibilidade de mão de obra qualificada.
(B) redução na representatividade da região Sul, entendida
pelo colapso de suas redes informacionais e pelos altos
impostos cobrados pela administração pública.
(C)aumento na representatividade da região Nordeste,
a­ssociado à disponibilidade de redes técnico-informacionais e aos menores custos de operação.
A partir de conhecimentos cartográficos sobre orientação,
localização e altimetria, é correto afirmar que a fotografia foi
realizada a partir da posição
(D) aumento na representatividade da região Centro-Oeste,
devido ao incremento do agronegócio e à ampliação dos
serviços terceirizados.
(A) 2.
(B) 5.
(E) redução na representatividade da região Norte, explicada
pela raridade de centros urbanos e pelo interesse privado
em oferecer serviços ligados ao campo.
(C) 3.
(D) 4.
(E) 1.
Questão 49
O episódio de espionagem internacional protagonizado pelo
governo estadunidense e denunciado pelo ex-agente do serviço secreto americano, Edward Snowden, permite que se
constatem duas situações intrínsecas à atual ordem mundial,
quais sejam:
(A) o policiamento sobre a circulação de informações exercido pelos EUA e a privacidade das instituições na rede
mundial de computadores.
(B) o monitoramento da circulação de informações exercido
pelos EUA e a ausência de privacidade de indivíduos e
instituições na rede mundial de computadores.
(C) o controle da produção de informações exercida pelos
governos europeus e o monitoramento de indivíduos e
empresas na rede mundial de computadores.
(D) a liberdade de circulação de informações permitida pelos
países ocidentais e a privacidade das instituições na rede
mundial de computadores.
(E) a ausência de instituições capazes de regular a circulação de informações e a liberdade dos indivíduos na rede
mundial de computadores.
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VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
Questão 50
Questão 51
A incorporação de grande parcela da população ao sistema
bancário, a difusão generalizada das operações de crédito
individual, a dispersão de agências bancárias e pontos de
autoatendimento em escala nacional e a difusão de formas
de compra por meio de cartão de crédito são expressões de
um fenômeno que pode ser denominado de “financeirização
da sociedade e do território brasileiro”. A forma como este
processo ocorreu no Brasil esteve associada
Se, até a década de 1980, o conjunto da agropecuária
nordestina permaneceu quase inalterado, a partir de então
se vislumbra a ocupação de novas fronteiras pelo agronegócio globalizado, tomando alguns lugares específicos dessa
região, que passam a receber vultosos investimentos de algumas importantes empresas do setor, difundindo-se a agricultura científica e o agronegócio. Existe hoje no Nordeste,
assim como de resto em todo o país, uma dicotomia entre
uma agricultura tradicional e uma agricultura científica, apresentando-se esta em algumas partes bem delimitadas do território nordestino, constituindo verdadeiros pontos luminosos.
(A) à integração do território nacional através dos sistemas
técnicos de comunicação e informação; à centralização
de capitais e articulação dos agentes do sistema financeiro; à difusão de um modelo de consumo de massa; e
à flexibilização do acesso ao crédito pessoal.
(Denise Elias. “Globalização e fragmentação do espaço agrícola do Brasil”.
Scripta Nova, agosto de 2006. Adaptado.)
É exemplo de espaço nordestino “luminoso”, incorporado aos
circuitos produtivos globalizados do agronegócio, a região
produtora de
(B) à desarticulação das regiões brasileiras em termos de
sistemas de transportes e comunicação; à centralização
de capitais pelos agentes do sistema financeiro; à difusão
de diferentes modelos de produção e consumo; e à flexibilização do acesso ao crédito pessoal.
(A) soja, na Zona da Mata.
(B) mandioca, na Chapada Diamantina.
(C) à integração do território nacional através dos sistemas
técnicos de comunicação e informação; à multiplicidade e
desarticulação dos agentes do sistema financeiro; à difusão de diferentes modelos de consumo; e à restrição do
acesso ao crédito pessoal.
(C) cacau, no Agreste.
(D) cana-de-açúcar, no Sertão.
(E) frutas, no vale do São Francisco.
(D) à integração interna das regiões brasileiras e sua desarticulação em escala nacional; à centralização de capitais
pelos agentes do sistema financeiro; à difusão de um modelo de consumo de massa; e à flexibilização do acesso
ao crédito pessoal.
Leia o texto para responder às questões 52 e 53.
Surgimos da confluência, do entrechoque e do caldeamento do invasor português com índios silvícolas e campineiros e com negros africanos, uns e outros aliciados como
escravos. Nessa confluência, que se dá sob a regência dos
portugueses, matrizes raciais díspares, tradições culturais
distintas, formações sociais defasadas se enfrentam e se
fundem para dar lugar a um povo novo. Novo porque surge como uma etnia nacional, que se vê a si mesma e é
vista como uma gente nova, diferenciada culturalmente de
suas matrizes formadoras. Velho, porém, porque se viabiliza como um proletariado externo, como um implante
ultramarino da expansão europeia que não existe para si
mesmo, mas para gerar lucros exportáveis pelo exercício
da função de provedor colonial de bens para o mercado
mundial, através do desgaste da população. Sua unidade
étnica básica não significa, porém, nenhuma uniformidade,
mesmo porque atuaram sobre ela forças diversificadoras:
a ecológica, a econômica e a migração. Por essas vias se
plasmaram historicamente diversos modos rústicos de ser
dos brasileiros: os sertanejos, os caboclos, os crioulos, os
caipiras e os gaúchos. Todos eles muito mais marcados
pelo que têm de comum como brasileiros, do que pelas diferenças devidas a adaptações regionais ou funcionais, ou
de miscigenação e aculturação que emprestam fisionomia
própria a uma ou outra parcela da população.
(E) à fragmentação do território nacional em termos de sistemas de transporte e comunicação; à multiplicidade e
desarticulação dos agentes dos sistemas financeiros regionais; à difusão de um modelo de consumo de massa;
e à restrição do acesso ao crédito pessoal.
(Darcy Ribeiro. O povo brasileiro, 1995. Adaptado.)
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
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Questão 52
Questão 54
De acordo com o excerto, a gênese do povo brasileiro está
associada
Analise as charges.
(A) ao propósito de ocupação de novos territórios pelos portugueses e à implantação de um empreendimento de povoamento, voltado à construção de um mercado interno
amplo e diversificado.
(B) à conquista de novos territórios pelos povos africanos,
ameríndios e europeus e à implantação de um modelo de
desenvolvimento econômico autônomo, voltado a atender às demandas do mercado externo.
(www.comerciodojahu.com.br)
(C) ao ímpeto pela descoberta de novos territórios pelos
povos ameríndios e africanos e à implantação de um
modelo de desenvolvimento social e econômico de inspiração europeia, dirigido ao progresso técnico e econômico nacional.
(D) ao projeto de colonização de novos territórios e de seus
respectivos povos pelos portugueses e à implantação de
um empreendimento mercantil, voltado a atender às demandas do mercado externo.
(E) ao propósito de conquista de novos territórios pelos europeus e à implantação de um modelo de desenvolvimento
econômico autônomo, voltado a atender às demandas do
mercado local.
(www.tudoemdia.com)
As charges permitem que se faça uma abordagem ao mesmo
tempo crítica e irônica dos meios de comunicação de massa
e da vida nas cidades no período atual. Dentre os assuntos
que podem ser diretamente associados aos problemas abordados pelas charges estão:
Questão 53
De acordo com Darcy Ribeiro, dois movimentos caminharam
concomitantemente ao longo do processo de formação do
povo brasileiro:
(A) o cumprimento pelos meios de comunicação de seu papel de noticiar o real cotidiano das cidades e o fortalecimento da segurança pública em detrimento da privada.
(A) a produção de uma unidade étnica nacional e a conformação de uma cultura nacional homogênea.
(B) o papel da mídia na propagação da sensação de insegurança junto à população e o surgimento de atividades,
produtos e serviços vinculados à segurança privada.
(B) a produção de uma sociedade nacional multiétnica e a
coexistência de culturas regionais em extinção.
(C) a influência restrita dos meios de comunicação sobre o
cotidiano das cidades e a produção de um novo urbanismo expresso na valorização dos espaços públicos.
(C) a produção de uma sociedade nacional multiétnica e a
conformação de culturas regionais transplantadas de outros países.
(D) a influência passiva da mídia sobre o comportamento e a
vida das pessoas nas cidades e a regressão de produtos,
serviços e atividades ligadas à segurança privada.
(D) a produção de uma unidade étnica nacional e a conformação de diversidades socioculturais regionais.
(E) a produção de uma sociedade nacional multiétnica e a
coexistência de culturas regionais fragmentadas.
(E) a difusão de informações sensacionalistas pela mídia e
a intensificação da convivência entre pessoas na cidade.
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VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
Questão 55
Questão 57
– Qual o pecado mais evidente dos médicos atualmente?
– Os médicos estão muito arrogantes, impondo seu ponto de
vista a todo custo. Parte da culpa é das subespecializações
médicas, um fenômeno recente na medicina. Os médicos
atualmente só sabem falar de questões referentes às suas
subespecialidades. Não do paciente. Quando o paciente
procura ajuda médica, ele é um indivíduo, não uma média – é único. Parece chavão, mas pensar assim faz uma
diferença brutal.
A decisão de uma prefeitura nos arredores de Paris de
distribuir mochilas escolares azuis para os meninos e rosa
para meninas provocou polêmica na França. Nas bolsas distribuídas pela prefeitura de Puteaux, há também um kit para
construir robôs, para os meninos, e miçangas para fazer bijuterias, para as meninas. A distinção causou polêmica no
momento em que o governo implementa na rede educacional
um programa para promover a igualdade entre homens e mulheres e lutar contra os estereótipos.
(Marco Bobbio. “Entrevista”. Veja, 03.12.2014. Adaptado.)
(“Distribuição de mochilas escolares azuis e rosas causa
polêmica na França”. www.bbc.co.uk. Adaptado.)
Na entrevista, a medicina atual é criticada em virtude de
priorizar aspectos
(A) técnicos e estatísticos.
A polêmica citada pela reportagem envolve pressupostos
sobre a sexualidade que podem ser definidos pela oposição
entre fatores
(B) sociais e econômicos.
(A) comunitários e individuais.
(C) políticos e econômicos.
(B) metafísicos e empiristas.
(D) mecanicistas e jurídicos.
(C) teológicos e materiais.
(E) holísticos e alternativos.
(D) antropocêntricos e teocêntricos.
(E) biológicos e sociais.
Questão 56
A crise de abastecimento de água em São Paulo se agravou significativamente a partir de 2002, quando a empresa
pública Sabesp passou a priorizar a obtenção de lucro. Com
essa alteração, a água deixou de ser considerada bem público e recurso essencial para a sociedade, abandonando-se o
foco na universalização dos serviços de saneamento básico.
Nesse mesmo caminho, seguiu uma diretriz estratégica de
atender à expansão econômica, beneficiando-se com a lucratividade do aumento do consumo, ignorando a suficiência
de água para atender a essa crescente demanda. Do ponto
de vista neoliberal, a crise hídrica oferece “grandes e novas
oportunidades” de negócios, tanto para obras como para serviços, especialmente no setor de gestão das águas, uma vez
que se trata de um bem essencial de que todos são obrigados a dispor a qualquer preço e custo.
Questão 58
A fonte do conceito de autonomia da arte é o pensamento
estético de Kant. Praticamente tudo o que fazemos na vida
é o oposto da apreciação estética, pois praticamente tudo
o que fazemos serve para alguma coisa, ainda que apenas
para satisfazer um desejo. Enquanto objeto de apreciação
estética, uma coisa não obedece a essa razão instrumental:
enquanto tal, ela não serve para nada, ela vale por si. As hierarquias que entram em jogo nas coisas que obedecem à razão instrumental, isto é, nas coisas de que nos servimos, não
entram em jogo nas obras de arte tomadas enquanto tais.
Sendo assim, a luta contra a autonomia da arte tem por fim
submeter também a arte à razão instrumental, isto é, tem por
fim recusar também à arte a dimensão em virtude da qual,
sem servir para nada, ela vale por si. Trata-se, em suma, da
luta pelo empobrecimento do mundo.
(Delmar Matter et al. “As obras e a crise de abastecimento”.
www.diplomatique.org.br, 06.02.2015. Adaptado.)
(Antonio Cícero. “A autonomia da arte”.
Folha de S.Paulo, 13.12.2008. Adaptado.)
No texto, o problema do abastecimento de água em São Paulo é abordado sob o ponto de vista
De acordo com a análise do autor,
(A) da crise ética da sociedade e das questões relativas ao
negligenciamento dos valores morais e espirituais.
(A) a racionalidade instrumental, sob o ponto de vista da filosofia de Kant, fornece os fundamentos para a apreciação
estética.
(B) da defesa da necessidade de investimentos públicos
para a construção de novos reservatórios de água.
(B) um mundo empobrecido seria aquele em que ocorre o
esvaziamento do campo estético de suas qualidades intrínsecas.
(C) dos efeitos positivos da racionalidade instrumental ao
converter a natureza em objeto de dominação.
(D) das tendências do sistema capitalista de transformar toda
a realidade em mercadoria disponível no mercado.
(C) a transformação da arte em espetáculo da indústria cultural é um critério adequado para a avaliação de sua condição autônoma.
(E) das consequências do aumento da demanda ocasionado
pela democratização do consumo da água.
(D)o critério mais adequado para a apreciação estética
consiste em sua validação pelo gosto médio do público
consumidor.
(E) a autonomia dos diversos tipos de obra de arte está prioritariamente subordinada à sua valorização como produto
no mercado.
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Questão 59
Questão 61
Para o teórico Boaventura de Sousa Santos, o direito se
submeteu à racionalidade cognitivo-instrumental da ciência
moderna e tornou-se ele próprio científico. Existe a necessidade de repensarmos os direitos humanos. Boaventura nos
instiga a pensar que eles possuem um caráter racional e regulador da vida humana. Esses direitos não colaboram para
eliminar as assimetrias políticas, culturais, sociais e econômicas existentes, especialmente nos países periféricos. Os
direitos humanos, num plano universalista e aberto a todos,
não modificam as estruturas desiguais, mas ratificam a ordenação normativa para comandar uma sociedade.
Estudo confirma que meteorito causou
extinção dos dinossauros
Um estudo publicado na revista Science de 08.02.13 pretende pôr um ponto final na discussão sobre qual foi o evento
que levou à extinção dos dinossauros. Os novos dados obtidos pelos pesquisadores são os mais precisos até agora e
mostram que o meteorito atingiu a Terra há 66.038.000 anos,
pouco antes da extinção.
(http://veja. abril.com.br. Adaptado.)
Um fato ainda pouco divulgado pela mídia é que, nesse mes-
(Adriano São João e João Henrique da Silva. “A historicidade dos direitos
humanos”. Filosofia, ciência e vida, dezembro de 2014. Adaptado.)
mo período, cerca de
das espécies que viviam na Terra
De acordo com o texto, os direitos humanos são passíveis de
crítica porque
também foram extintas, configurando um grande evento de
extinção em massa.
(A) desempenham um papel meramente formal de proteção
da vida.
Dentre os fatores decisivos para essa extinção em massa, é
correto inferir que
(B) inexistem padrões universalistas aplicáveis à totalidade
da humanidade.
(A) os dinossauros ocupavam o topo da cadeia alimentar e
com a sua extinção houve um aumento descontrolado
das populações das espécies que lhes serviam de presa,
causando um colapso nas relações tróficas.
(C) são incompatíveis com os valores culturais de nações
não ocidentais.
(D) sua estrutura normativa carece de racionalidade e de
cientificidade.
(B) o sucesso adaptativo dos dinossauros no papel de predadores levou ao declínio das populações de espécies que
lhes serviam de presa, resultando na redução das fontes
de alimento.
(E) são destituídos de uma visão religiosa e espiritualista de
mundo.
(C) o impacto do meteorito causou a extinção de muitas espécies de produtores, o que contribuiu para o declínio
das populações de consumidores primários, secundários
e, assim, sucessivamente, ao longo da cadeia alimentar.
Questão 60
“A revista Vogue trouxe um ensaio na sua edição kids
com meninas extremamente jovens em poses sensuais. Eu
digo que, enquanto a gente continuar a tratar nossas crianças
dessa maneira, pedofilia não será um problema individual de
um ‘tarado’ hipotético, e sim um problema coletivo, de uma
sociedade que comercializa sem pudor o corpo de nossas
meninas e meninos”, afirmou a roteirista Renata Corrêa. Para
a jornalista Vivi Whiteman, a moda não é exatamente o mais
ético dos mundos e não tem pudores com nenhum tipo de
sensualidade. “A questão é que, num ensaio de moda feito
para vender produtos e comportamento, não há espaço para
teoria, nem para discussão, nem para aprofundar nada. Não
é questão de demonizar a revista, mas de fato é o caso de
ampliar o debate sobre essa questão”.
(D) o impacto do meteorito causou a morte abrupta dos dinossauros, o que disponibilizou imensas quantidades de
matéria orgânica para decomposição, alterando a composição da atmosfera e levando as demais espécies à
extinção.
(E) a extinção das várias espécies de dinossauros resultou
no aumento das populações de outros predadores, o
que alterou as relações tróficas, causando um desequilíbrio no ecossistema e o consequente colapso das
comunidades.
(Maíra Kubík Mano. “Vogue Kids faz ensaio com crianças em poses sensuais
e pode ser acionada pelo MP”. CartaCapital, 11.09.2014. Adaptado.)
No texto, a pedofilia é abordada
(A) segundo critérios relativistas questionadores da validade
de normas absolutas no campo da sexualidade.
(B) de acordo com parâmetros jurídicos que atestam a criminalização desse tipo de comportamento.
(C) a partir dos imperativos de mercantilização do corpo e da
cultura, em detrimento de aspectos éticos e morais.
(D) de acordo com critérios patológicos, que tratam esse fenômeno como distúrbio de comportamento.
(E) sob um ponto de vista teológico, fundamentado na condenação cristã à sexualidade como forma de prazer.
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VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
Plantas xeromórficas e com folhas modificadas que diminuem a evapotranspiração; plantas com rizóforos e pneumatóforos (eficientes na sustentação da planta e na captação do
oxigênio); e plantas epífitas (que vivem sobre outras plantas,
aumentando a eficiência na captação de luz) são típicas dos
biomas identificados, respectivamente, pelos números
Questão 62
As figuras apresentam a vegetação de cinco biomas brasileiros.
Bioma 1
(A) 1, 2 e 4.
(B) 4, 5 e 2.
(C) 3, 1 e 5.
(D) 2, 5 e 3.
(E) 4, 1 e 3.
(www.pensamentoverde.com.br)
Questão 63
Bioma 2
Um químico e um biólogo discutiam sobre a melhor forma de
representar a equação da fotossíntese. Segundo o químico,
a equação deveria indicar um balanço entre a quantidade de
moléculas e átomos no início e ao final do processo. Para o
biólogo, a equação deveria apresentar as moléculas que, no
início do processo, fornecem os átomos para as moléculas do
final do processo.
(www.ecodebate.com.br)
As equações propostas pelo químico e pelo biólogo são, respectivamente,
Bioma 3
(A)
(B)
(C)
(www.biophotos.com.br)
Bioma 4
(D)
(E)
(www.paraibatotal.com.br)
Bioma 5
(www.bluechanel24.com)
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
20
Questão 64
Questão 65
Ação implacável
Fátima tem uma má formação de útero, o que a impede de
ter uma gestação normal. Em razão disso, procurou por uma
clínica de reprodução assistida, na qual foi submetida a tratamento hormonal para estimular a ovulação. Vários óvulos
foram colhidos e fertilizados in vitro com os espermatozoides
de seu marido. Dois zigotos se formaram e foram implantados, cada um deles, no útero de duas mulheres diferentes
(“barrigas de aluguel”). Terminadas as gestações, duas meninas nasceram no mesmo dia.
Pesquisadores descobrem no solo antibiótico natural
capaz de matar bactérias resistentes causadoras de doenças graves, como infecções hospitalares e tuberculose.
(http://cienciahoje.uol.com.br)
O novo antibiótico, a teixobactina, impede a síntese da parede celular de alguns tipos de bactérias por se ligar a substâncias precursoras de lipídios dessa parede. Além de presente
nas bactérias, a parede celular também é encontrada
Com relação ao parentesco biológico e ao compartilhamento
de material genético entre elas, é correto afirmar que as meninas são
(A) nas células animais, nas quais recebe o nome de membrana plasmática que, por ter composição lipoproteica,
poderia sofrer ação do novo antibiótico.
(A) irmãs biológicas por parte de pai e por parte de mãe, pois
compartilham com cada um deles 50% de seu material
genético e compartilham entre si, em média, 50% de material genético.
(B) nos fungos, sobre os quais o novo antibiótico poderia
exercer sua ação, uma vez que a parede celular dos fungos é constituída por quitina, um tipo de lipídio.
(B) gêmeas idênticas, uma vez que são filhas da mesma mãe
biológica e do mesmo pai e compartilham com cada um
deles 50% de seu material genético, mas compartilham
entre si 100% do material genético.
(C) nos protozoários que, por serem unicelulares e aquáticos, apresentam parede celular lipoproteica para contenção do volume celular, razão pela qual poderiam sofrer
ação do novo antibiótico.
(C) gêmeas fraternas, não idênticas, uma vez que foram formadas a partir de diferentes gametas e, portanto, embora compartilhem com seus pais biológicos 50% de seu
material genético, não compartilham material genético
entre si.
(D) nas células vegetais, sobre as quais o novo antibiótico
não teria ação, uma vez que sua parede celular tem o
carboidrato celulose em sua composição.
(E) nos vírus, sobre os quais o novo antibiótico não teria
ação, uma vez que sua parede celular é proteica, razão
pela qual são combatidos com vacinas, mas não com antibióticos.
(D) irmãs biológicas apenas por parte de pai, doador dos
espermatozoides, com o qual compartilham 50% de seu
material genético, sendo os outros 50% compartilhados
com as respectivas mães que as gestaram.
(E) irmãs biológicas por parte de pai e por parte de mãe, embora compartilhem entre si mais material genético herdado do pai que aquele herdado da mãe biológica, uma
vez que o DNA mitocondrial foi herdado das respectivas
mães que as gestaram.
21
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
Questão 66
Questão 67
Na aula sobre morfologia vegetal, os alunos foram levados ao
pátio da escola, para analisar um pé de Mussaenda alicia, ou
mussaenda-rosa-arbustiva. A professora chamou a atenção
dos alunos para algumas características da planta, cuja foto
encontra-se a seguir.
Márcia, Juliana e Ana Cristina são três amigas. Uma delas
está amamentando, outra está entrando em seu período fértil
e a terceira está no final de seu ciclo menstrual.
Os gráficos 1 e 2 apresentam os níveis dos hormônios luteinizante (LH) e ocitocina no sangue dessas mulheres.
Se o gráfico 1 referir-se aos níveis de
Além das folhas e do tronco, os alunos observaram estruturas cor-de-rosa e, no interior delas, as amarelas. A partir da
observação, levantaram hipóteses sobre tais estruturas.
(A) LH e o gráfico 2 aos níveis de ocitocina, Ana Cristina está
entrando em período fértil, Márcia está no final de seu
ciclo menstrual e Juliana está amamentando.
Assinale a alternativa que contém a definição e o argumento
corretos para a hipótese levantada.
(B) LH e o gráfico 2 aos níveis de ocitocina, Juliana está entrando em período fértil, Ana Cristina está no final de seu
ciclo menstrual e Márcia está amamentando.
(A) As estruturas rosa são pétalas; pois, por definição, as pétalas são as estruturas chamativas da flor e se observa
que, nessa planta, essas são as estruturas mais vistosas.
(C) ocitocina e o gráfico 2 aos níveis de LH, Ana Cristina está
entrando em período fértil, Márcia está no final de seu
ciclo menstrual e Juliana está amamentando.
(B) As estruturas rosa são flores; pois, por definição, flores
são os órgãos que atraem os polinizadores e tais estruturas são as mais chamativas da planta.
(D) ocitocina e o gráfico 2 aos níveis de LH, Márcia está entrando em período fértil, Juliana está no final de seu ciclo
menstrual e Ana Cristina está amamentando.
(C) As estruturas amarelas são flores; pois, por definição,
flores contêm os órgãos reprodutivos da planta e foram
observados gineceu e androceu nessas estruturas.
(E) LH e o gráfico 2 aos níveis de ocitocina, Márcia está entrando em período fértil, Juliana está no final de seu ciclo
menstrual e Ana Cristina está amamentando.
(D) As estruturas amarelas são folhas; pois, por definição, folhas protegem os órgãos reprodutivos da planta e foram
observados androceu e gineceu internamente a essas
estruturas.
(E) As estruturas rosa são folhas; pois, por definição, qualquer órgão presente na planta, que não seja raiz, caule
ou flor, independentemente de sua coloração, deve ser
chamado de folha e tem por função principal realizar
fotossíntese.
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
22
Leia o texto para responder às questões 68 e 69.
Questão 70
O ácido etanoico, popularmente chamado de ácido acético,
é um ácido fraco e um dos componentes do vinagre, sendo o responsável por seu sabor azedo. Dada a constante
de ionização, Ka, igual a 1,8×10–5, assinale a alternativa que
apresenta a concentração em mol·L–1 de H+ em uma solução
deste ácido de concentração 2,0×10–2 mol·L–1.
A energia liberada pelo Sol é fundamental para a manutenção da vida no planeta Terra. Grande parte da energia produzida pelo Sol decorre do processo de fusão nuclear em
que são formados átomos de hélio a partir de isótopos de
hidrogênio, conforme representado no esquema:
(A) 0,00060 mol·L–1
(B) 0,000018 mol·L–1
(C) 1,8 mol·L–1
(D) 3,6 mol·L–1
(John B. Russell. Química geral, 1994.)
(E) 0,000060 mol·L–1
Questão 68
Questão 71
A partir das informações contidas no esquema, é correto afirmar que os números de nêutrons dos núcleos do hidrogênio,
do deutério, do isótopo leve de hélio e do hélio, respectivamente, são
Os protetores solares são formulações que contêm dois componentes básicos: os ingredientes ativos (filtros solares) e os
veículos. Dentre os veículos, os cremes e as loções emulsionadas são os mais utilizados, por associarem alta proteção à
facilidade de espalhamento sobre a pele. Uma emulsão pode
ser obtida a partir da mistura entre óleo e água, por meio
da ação de um agente emulsionante. O laurato de sacarose
(6-O-laurato de sacarose), por exemplo, é um agente emulsionante utilizado no preparo de emulsões.
(A) 1, 1, 2 e 2.
(B) 1, 2, 3 e 4.
(C) 0, 1, 1 e 2.
(D) 0, 0, 2 e 2.
(E) 0, 1, 2 e 3.
Questão 69
A partir das etapas consecutivas de fusão nuclear representadas no esquema, é correto afirmar que ocorre
(A) formação de uma molécula de hidrogênio.
(B) emissão de nêutron.
laurato de sacarose
(C)formação de uma molécula de hidrogênio e de dois
átomos de hélio.
(Maurício Boscolo. “Sucroquímica”. Quím. Nova, 2003. Adaptado.)
A ação emulsionante do laurato de sacarose deve-se à
presença de
(D) emissão de pósitron.
(E) emissão de próton.
(A) grupos hidroxila que fazem ligações de hidrogênio com
as moléculas de água.
(B) uma longa cadeia carbônica que o torna solúvel em óleo.
(C) uma longa cadeia carbônica que o torna solúvel em água.
(D) grupos hidrofílicos e lipofílicos que o tornam solúvel nas
fases aquosa e oleosa.
(E) grupos hidrofóbicos e lipofóbicos que o tornam solúvel
nas fases aquosa e oleosa.
23
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
Leia o texto para responder às questões de 72 a 74.
Filtro solar 3
O espectro solar que atinge a superfície terrestre é formado predominantemente por radiações ultravioletas (UV)
(100 – 400 nm), radiações visíveis (400 – 800 nm) e radiações
infravermelhas (acima de 800 nm). A faixa da radiação UV
se divide em três regiões: UVA (320 a 400 nm), UVB (280
a 320 nm) e UVC (100 a 280 nm). Ao interagir com a pele
humana, a radiação UV pode provocar reações fotoquímicas,
que estimulam a produção de melanina, cuja manifestação é
visível sob a forma de bronzeamento da pele, ou podem levar
à produção de simples inflamações até graves queimaduras.
Um filtro solar eficiente deve reduzir o acúmulo de lesões
induzidas pela radiação UV por meio da absorção das radiações solares, prevenindo assim uma possível queimadura.
São apresentados a seguir as fórmulas estruturais, os nomes
e os espectros de absorção de três filtros solares orgânicos.
(Juliana Flor et al. “Protetores solares”. Quím. Nova, 2007. Adaptado.)
Filtro solar 1
Questão 72
Os filtros solares orgânicos absorvem apenas parte da
radiação eletromagnética; dessa forma, deve-se fazer a
combinação entre diferentes filtros a fim de se obter um
bom protetor solar. Na formulação de um protetor solar,
um fabricante necessita escolher um dentre os três filtros
orgânicos apresentados cujo máximo de absorção ocorra
na região do UVA. A molécula do filtro solar escolhido apresenta as funções orgânicas
(A) amina e ácido carboxílico.
(B) cetona e éter.
(C) amina e éster.
Filtro solar 2
(D) amida e éter.
(E) cetona e álcool.
Questão 73
A energia da radiação solar aumenta com a redução de seu
comprimento de onda e a torna mais propensa a induzir
reações fotoquímicas. Analisando os espectros de absorção apresentados e utilizando os dados da Classificação
Periódica, assinale a alternativa que apresenta a massa
molar, em g·mol–1, do filtro solar orgânico que tem o máximo
de absorção de maior energia.
(A) 273.
(B) 133.
(C) 310.
(D) 277.
(E) 137.
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
24
Questão 74
Questão 76
Dentre os três filtros solares orgânicos citados, apresentam
tautomeria e isomeria óptica, respectivamente:
João mora em São Paulo e tem um compromisso às 16 h em
São José dos Campos, distante 90 km de São Paulo. Pretendendo fazer uma viagem tranquila, saiu, no dia do compromisso, de São Paulo às 14 h, planejando chegar ao local
pontualmente no horário marcado. Durante o trajeto, depois
de ter percorrido um terço do percurso com velocidade média
de 45 km/h, João recebeu uma ligação em seu celular pedindo que ele chegasse meia hora antes do horário combinado.
(A) PABA e octildimetilPABA.
(B) BMDM e PABA.
(C) BMDM e octildimetilPABA.
(D) PABA e BMDM.
(E) octildimetilPABA e BMDM.
Questão 75
A fotografia mostra um avião bombardeiro norte-americano
B52 despejando bombas sobre determinada cidade no Vietnã
do Norte, em dezembro de 1972.
(www.google.com.br. Adaptado.)
Para chegar ao local do compromisso no novo horário, desprezando-se o tempo parado para atender a ligação, João
deverá desenvolver, no restante do percurso, uma velocidade
média, em km/h, no mínimo, igual a
(A) 120.
(B) 60.
(C) 108.
(www.nationalmuseum.af.mil. Adaptado.)
(D) 72.
Durante essa operação, o avião bombardeiro sobrevoou, horizontalmente e com velocidade vetorial constante, a região
atacada, enquanto abandonava as bombas que, na fotografia
tirada de outro avião em repouso em relação ao bombardeiro,
aparecem alinhadas verticalmente sob ele, durante a queda.
Desprezando a resistência do ar e a atuação de forças horizontais sobre as bombas, é correto afirmar que:
(E) 90.
(A) no referencial em repouso sobre a superfície da Terra,
cada bomba percorreu uma trajetória parabólica diferente.
(B) no referencial em repouso sobre a superfície da Terra, as
bombas estavam em movimento retilíneo acelerado.
(C) no referencial do avião bombardeiro, a trajetória de cada
bomba é representada por um arco de parábola.
(D) enquanto caíam, as bombas estavam todas em repouso,
uma em relação às outras.
(E) as bombas atingiram um mesmo ponto sobre a superfície
da Terra, uma vez que caíram verticalmente.
25
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
Questão 77
Questão 78
Enquanto movia-se por uma trajetória parabólica depois de
ter sido lançada obliquamente e livre de resistência do ar,
uma bomba de 400 g explodiu em três partes, A, B e C, de
massas mA = 200 g e mB = mC = 100 g. A figura representa
as três partes da bomba e suas respectivas velocidades em
relação ao solo, imediatamente depois da explosão.
A figura representa uma cisterna com a forma de um cilindro
circular reto de 4 m de altura instalada sob uma laje de concreto.
(www.fazfacil.com.br. Adaptado.)
Considere que apenas 20% do volume dessa cisterna esteja
ocupado por água. Sabendo que a densidade da água é igual
a 1 000 kg/m3, adotando g = 10 m/s2 e supondo o sistema em
equilíbrio, é correto afirmar que, nessa situação, a pressão
exercida apenas pela água no fundo horizontal da cisterna,
em Pa, é igual a
(A) 2 000.
(B) 16 000.
(C) 1 000.
Analisando a figura, é correto afirmar que a bomba, imediatamente antes de explodir, tinha velocidade de módulo
igual a
(D) 4 000.
(E) 8 000.
(A) 100 m/s e explodiu antes de atingir a altura máxima de
sua trajetória.
(B) 100 m/s e explodiu exatamente na altura máxima de sua
trajetória.
(C) 200 m/s e explodiu depois de atingir a altura máxima de
sua trajetória.
(D) 400 m/s e explodiu exatamente na altura máxima de sua
trajetória.
(E) 400 m/s e explodiu depois de atingir a altura máxima de
sua trajetória.
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
26
Questão 79
Questão 80
Dois copos de vidro iguais, em equilíbrio térmico com a temperatura ambiente, foram guardados, um dentro do outro,
conforme mostra a figura. Uma pessoa, ao tentar desencaixá-los, não obteve sucesso. Para separá-los, resolveu colocar em prática seus conhecimentos da física térmica.
Dois raios luminosos monocromáticos, um azul e um vermelho, propagam-se no ar, paralelos entre si, e incidem sobre
uma esfera maciça de vidro transparente de centro C e de
(http://dicas-para-poupar.blogs.sapo.pt)
Considerando que o índice de refração absoluto do ar seja
, nos pontos A e V. Após atravessarem
índice de refração
a esfera, os raios emergem pelo ponto P, de modo que o ângulo entre eles é igual a 60°.
De acordo com a física térmica, o único procedimento capaz
de separá-los é:
igual a 1, que sen 60° =
e que sen 30° =
, o ângulo α
indicado na figura é igual a
(A) mergulhar o copo B em água em equilíbrio térmico com
cubos de gelo e encher o copo A com água à temperatura
ambiente.
(A) 90°.
(B) 165°.
(B) colocar água quente (superior à temperatura ambiente)
no copo A.
(C) 120°.
(C) mergulhar o copo B em água gelada (inferior à temperatura ambiente) e deixar o copo A sem líquido.
(D) 135°.
(E) 150°.
(D) encher o copo A com água quente (superior à temperatura ambiente) e mergulhar o copo B em água gelada
(inferior à temperatura ambiente).
(E) encher o copo A com água gelada (inferior à temperatura
ambiente) e mergulhar o copo B em água quente (superior à temperatura ambiente).
27
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
Questão 81
Questão 82
Em um experimento de eletrostática, um estudante dispunha
de três esferas metálicas idênticas, A, B e C, eletrizadas, no
ar, com cargas elétricas 5Q, 3Q e –2Q, respectivamente.
O poraquê é um peixe elétrico que vive nas águas amazônicas. Ele é capaz de produzir descargas elétricas elevadas pela ação de células musculares chamadas eletrócitos.
Cada eletrócito pode gerar uma diferença de potencial de
cerca de 0,14 V. Um poraquê adulto possui milhares dessas
células dispostas em série que podem, por exemplo, ativar-se quando o peixe se encontra em perigo ou deseja atacar
uma presa.
Utilizando luvas de borracha, o estudante coloca as três esferas simultaneamente em contato e, depois de separá-las,
suspende A e C por fios de seda, mantendo-as próximas.
Verifica, então, que elas interagem eletricamente, permanecendo em equilíbrio estático a uma distância d uma da outra.
Sendo k a constante eletrostática do ar, assinale a alternativa
que contém a correta representação da configuração de equilíbrio envolvendo as esferas A e C e a intensidade da força de
interação elétrica entre elas.
(A)
(www.aquariodesaopaulo.com.br. Adaptado.)
A corrente elétrica que atravessa o corpo de um ser humano
pode causar diferentes danos biológicos, dependendo de sua
intensidade e da região que ela atinge. A tabela indica alguns
desses danos em função da intensidade da corrente elétrica.
intensidade de corrente
elétrica
(B)
dano biológico
até 10 mA
apenas formigamento
de 10 mA até 20 mA
contrações musculares
de 20 mA até 100 mA
convulsões e parada respiratória
de 100 mA até 3 A
fibrilação ventricular
acima de 3 A
parada cardíaca e queimaduras graves
(C)
(José Enrique R. Duran. Biofísica: fundamentos
e aplicações, 2003. Adaptado.)
Considere um poraquê que, com cerca de 8 000 eletrócitos,
produza uma descarga elétrica sobre o corpo de uma pessoa. Sabendo que a resistência elétrica da região atingida
pela descarga é de 6 000 Ω, de acordo com a tabela, após o
choque essa pessoa sofreria
(D)
(A) parada respiratória.
(B) apenas formigamento.
(C) contrações musculares.
(D) fibrilação ventricular.
(E)
(E) parada cardíaca.
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
28
Questão 83
Questão 84
Em 2014, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) implantou duas faixas para pedestres na diagonal de um cruzamento de ruas perpendiculares do centro de São Paulo.
Juntas, as faixas formam um ‘X’, como indicado na imagem.
Segundo a CET, o objetivo das faixas foi o de encurtar o tempo e a distância da travessia.
Os polígonos ABC e DEFG estão desenhados em uma malha formada por quadrados. Suas áreas são iguais a S1 e S2,
respectivamente, conforme indica a figura.
Sabendo que os vértices dos dois polígonos estão exatamente sobre pontos de cruzamento das linhas da malha, é correto
afirmar que
(http://ciclovivo.com.br. Adaptado.)
Antes da implantação das novas faixas, o tempo necessário
para o pedestre ir do ponto A até o ponto C era de 90 segundos e distribuía-se do seguinte modo: 40 segundos para atravessar
, com velocidade média v; 20 segundos esperando
; e
o sinal verde de pedestres para iniciar a travessia
30 segundos para atravessar
, também com velocidade
média v. Na nova configuração das faixas, com a mesma velocidade média v, a economia de tempo para ir de A até C, por
meio da faixa
, em segundos, será igual a
é igual a
(A) 5,25.
(B) 4,75.
(C) 5,00.
(D) 5,50.
(E) 5,75.
Questão 85
(A) 20.
Em uma floricultura, os preços dos buquês de flores se diferenciam pelo tipo e pela quantidade de flores usadas em sua
montagem. Quatro desses buquês estão representados na
figura a seguir, sendo que três deles estão com os respectivos preços.
(B) 30.
(C) 50.
(D) 10.
(E) 40.
De acordo com a representação, nessa floricultura, o buquê 4,
sem preço indicado, custa
(A) R$ 15,30.
(B) R$ 16,20.
(C) R$ 14,80.
(D) R$ 17,00.
(E) R$ 15,50.
29
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
Questão 86
Questão 87
Quando os meteorologistas dizem que a precipitação da chuva foi de 1 mm, significa que houve uma precipitação suficiente para que a coluna de água contida em um recipiente
que não se afunila como, por exemplo, um paralelepípedo
reto-retângulo, subisse 1 mm. Essa precipitação, se ocorrida
sobre uma área de 1 m2, corresponde a 1 litro de água.
O esquema representa o sistema de captação de água da
chuva que cai perpendicularmente à superfície retangular
plana e horizontal da laje de uma casa, com medidas 8 m
por 10 m. Nesse sistema, o tanque usado para armazenar
apenas a água captada da laje tem a forma de paralelepípedo reto-retângulo, com medidas internas indicadas na figura.
A figura indica um mecanismo com quatro engrenagens
(A, B, C e D), sendo que o eixo da engrenagem D é diretamente responsável por girar o ponteiro dos minutos do
mostrador de um relógio convencional de dois ponteiros
(horas e minutos). Isso quer dizer que um giro completo do
eixo da engrenagem D implica um giro completo do ponteiro dos minutos no mostrador do relógio.
Estando o tanque de armazenamento inicialmente vazio,
uma precipitação de 10 mm no local onde se encontra a laje
da casa preencherá
(A) 40% da capacidade total do tanque.
(Science Scope, setembro de 2014. Adaptado.)
(B) 60% da capacidade total do tanque.
Quando os ponteiros do relógio marcaram 8h40min, foram
dados 5 giros completos no eixo da engrenagem A, no sentido indicado na figura, o que modificou o horário indicado no
mostrador do relógio para
(C) 20% da capacidade total do tanque.
(D) 10% da capacidade total do tanque.
(A) 3h52min.
(E) 80% da capacidade total do tanque.
(B) 8h44min.
(C) 12h48min.
(D) 12h40min.
(E) 4h40min.
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
30
Questão 88
Questão 89
A tabela indica o gasto de água, em m3 por minuto, de uma
torneira (aberta), em função do quanto seu registro está aberto, em voltas, para duas posições do registro.
Uma chapa retangular de alumínio, de espessura desprezível, possui 12 metros de largura e comprimento desconhecido (figura 1). Para a fabricação de uma canaleta vazada de
altura x metros, são feitas duas dobras, ao longo do comprimento da chapa (figura 2).
Figura 1
(www.sabesp.com.br. Adaptado.)
Sabe-se que o gráfico do gasto em função da abertura é uma
reta, e que o gasto de água, por minuto, quando a torneira
está totalmente aberta, é de 0,034 m3. Portanto, é correto
afirmar que essa torneira estará totalmente aberta quando
houver um giro no seu registro de abertura de 1 volta completa e mais
Figura 2
(A)
Se a área da secção transversal (retângulo ABCD) da canaleta fabricada é igual a 18 m2, então, a altura dessa canaleta,
em metros, é igual a
(B)
(A) 3,25.
(C)
(B) 2,75.
(C) 3,50.
(D)
(D) 2,50.
(E) 3,00.
(E)
Questão 90
As urnas 1, 2 e 3 contêm, respectivamente, apenas as letras
das palavras OURO, PRATA e BRONZE. Uma a uma são retiradas letras dessas urnas, ordenadamente e de forma cíclica,
ou seja, a primeira letra retirada é da urna 1, a segunda é da
urna 2, a terceira é da urna 3, a quarta volta a ser da urna 1,
a quinta volta a ser da urna 2, e assim sucessivamente. O
número mínimo de letras retiradas das urnas dessa maneira
até que seja possível formar, com elas, a palavra PRAZER é
igual a
(A) 8.
(B) 6.
(C) 10.
(D) 9.
(E) 7.
31
VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva
CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA
1
1
18
2
H
He
2
13
14
4
5
6
Li
Be
B
6,94
11
9,01
12
Na
Mg
23,0
19
24,3
1,01
3
N
O
F
Ne
10,8
13
12,0
14
14,0
15
16,0
16
19,0
17
20,2
18
Si
P
S
Cl
Ar
26
28,1
32
31,0
33
32,1
34
35,5
35
39,9
36
Mn
Fe
Co
Ni
Cu
Zn
Ga
Ge
As
Se
Br
Kr
54,9
43
55,8
44
58,9
58,7
63,5
65,4
69,7
72,6
74,9
79,0
79,9
83,8
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
Mo
Tc
Ru
Rh
Pd
Ag
Cd
In
Sn
Sb
Te
I
Xe
92,9
95,9
(98)
72
73
74
75
101
76
103
77
106
78
108
79
112
80
115
81
119
82
122
83
128
84
127
85
131
86
Hf
Ta
W
Re
Os
Ir
Pt
Au
Hg
Tl
Pb
Bi
Po
At
Rn
178
104
181
105
184
106
186
107
190
108
192
109
195
110
197
111
201
204
207
209
(209)
(210)
(222)
Rf
Db
Sg
Bh
Hs
Mt
Ds
Rg
(261)
(262)
(266)
(264)
(277)
(268)
(271)
(272)
20
21
22
23
24
25
K
Ca
Sc
Ti
V
Cr
39,1
37
40,1
38
45,0
39
47,9
40
50,9
41
52,0
42
Rb
Sr
Y
Zr
Nb
85,5
87,6
88,9
91,2
55
56
Cs
Ba
133
87
137
88
Fr
Ra
(223)
(226)
o
10
C
4,00
27,0
31
8
( ) = n. de massa do
isótopo mais estável
9
Al
7
Símbolo
8
12
30
6
Massa Atômica
7
11
29
5
Número Atômico
17
10
28
4
89 -103
Série dos
Actinídios
16
9
27
3
57-71
Série dos
Lantanídios
15
Série dos Lantanídios
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
La
Ce
Pr
Nd
Pm
Sm
Eu
Gd
Tb
Dy
Ho
Er
Tm
Yb
Lu
139
140
141
144
(145)
150
152
157
159
163
165
167
169
173
175
Série dos Actinídios
89
91
90
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
Ac
Th
Pa
U
Np
Pu
Am
Cm
Bk
Cf
Es
Fm
Md
No
Lr
(227)
232
231
238
(237)
(244)
(243)
(247)
(247)
(251)
(252)
(257)
(258)
(259)
(262)
(IUPAC, 22.06.2007.)
Versão 1
1-E
11 - D
21 - D
31 - C
41 - D
51 - E
61 - C
71 - D
81 - B
2-D
12 - E
22 - B
32 - A
42 - A
52 - D
62 - E
72 - B
82 - D
VNSP1501
3-C
13 - A
23 - B
33 - D
43 - C
53 - D
63 - B
73 - E
83 - E
4-E
14 - E
24 - C
34 - B
44 - E
54 - B
64 - D
74 - C
84 - A
5-A
15 - C
25 - E
35 - D
45 - A
55 - A
65 - A
75 - A
85 - A
6-B
16 - B
26 - E
36 - E
46 - D
56 - D
66 - C
76 - D
86 - C
7-C
17 - A
27 - A
37 - A
47 - B
57 - E
67 - E
77 - B
87 - D
8-B
18 - C
28 - D
38 - A
48 - C
58 - B
68 - C
78 - E
88 - E
9-D
19 - E
29 - B
39 - C
49 - B
59 - A
69 - D
79 - E
89 - B
10 - D
20 - B
30 - E
40 - D
50 - A
60 - C
70 - A
80 - C
90 - A
VESTIBULAR MEIO DE ANO 2015
Prova de
Conhecimentos Específicos
e Redação
13.06.2015
002. Ciências Humanas
(Questões 01 – 12)
Confira seus dados impressos neste caderno.
Assine com caneta de tinta azul ou preta apenas no local indicado. Qualquer identificação fora do local
indicado acarretará a atribuição de nota zero a esta prova.
Esta prova contém 12 questões discursivas e terá duração total de 4h30.
A resolução e a resposta de cada questão devem ser apresentadas no espaço correspondente, utilizando
caneta de tinta azul ou preta. Não serão consideradas questões resolvidas fora do local indicado.
O candidato somente poderá sair do prédio depois de transcorridas 3h30, contadas a partir do início da
prova.
Ao final da prova, antes de sair da sala, entregue ao fiscal o Caderno de Questões.
Nome do candidato
Prédio
Sala
Carteira
Assinatura do candidato
Inscrição
Assinaturas
1.ª vez
Polegar direito
2.ª vez
2
VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas
Questão 01
Indique duas características da democracia antiga, a partir da experiência ateniense, que não se encontram na democracia
contemporânea, e duas características da democracia contemporânea que não estavam presentes na democracia antiga.
O
H
N
U
C
S
A
R
RESolução e resposta
3
VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas
Questão 02
No concernente à mão de obra, a economia colonial hispano-americana baseou-se em variadas formas de trabalho
compulsório [...].
(Ronaldo Vainfas. Economia e sociedade na América Espanhola, 1984.)
Cite e caracterize duas formas de trabalho compulsório presentes na América Hispânica colonial.
O
H
N
U
C
S
A
R
RESolução e resposta
VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas
4
Questão 03
Examine a charge do cartunista Pestana.
(Renato Lemos (org.). Uma história do Brasil através da caricatura, 2001.)
Como a charge representa a abolição da escravidão? Justifique sua resposta com um elemento extraído da imagem. Identifique um resultado da abolição, ocorrida em 1888, e caracterize, exemplificando, a condição da população afro-brasileira
cem anos depois.
O
H
N
U
C
S
RA
RESolução e resposta
5
VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas
Questão 04
Preço do barril de petróleo, em dólares
(Celso Ming. “O petróleo derrete”. http://economia.estadao.com.br)
A partir do gráfico, que mostra a tendência do preço do barril de petróleo no mercado internacional, entre julho de 2014 e
janeiro de 2015, indique o impacto dessa tendência na exploração do Pré-Sal brasileiro e nas economias da Venezuela
e da Rússia.
O
H
N
U
C
S
RA
RESolução e resposta
VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas
6
Questão 05
Em meio à crise de abastecimento de água, o estado de São Paulo criou um conflito hídrico com o Rio de Janeiro
acerca da captação e da utilização das águas do Rio Paraíba do Sul. O rio nasce em São Paulo, na Serra da Bocaina,
e corta cidades paulistas, mineiras e fluminenses, até desaguar no Oceano Atlântico, em São João da Barra, no Rio de
Janeiro. A principal fonte de água para a região metropolitana do Rio de Janeiro hoje é o Rio Paraíba do Sul e não há
outro manancial capaz de reforçar o abastecimento. No entanto, para São Paulo, o rio é o que oferece solução no mais
curto prazo.
(http://ultimosegundo.ig.com.br, 25.03.2014. Adaptado.)
Cite dois fatores técnicos que explicam a disputa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro em relação ao uso da
água do Rio Paraíba do Sul e indique duas medidas que poderiam ser tomadas com o intuito de solucionar este problema
em torno da gestão territorial dos recursos hídricos.
U
C
S
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N
RESolução e resposta
7
VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas
Questão 06
Cite duas características essenciais do latifúndio no Brasil e indique duas consequências (uma social e outra econômica)
da sua perpetuação para a sociedade brasileira.
U
C
AS
R
O
H
N
RESolução e resposta
VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas
8
Questão 07
Em dezembro de 2014, os presidentes Raúl Castro e Barack Obama anunciaram a retomada das relações entre a
República de Cuba e os Estados Unidos da América. Cite duas características do contexto geopolítico mundial no qual
se deu o início do embargo estadunidense à Cuba. Explique, com dois argumentos, por que tal embargo se tornou
obsoleto.
U
C
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R
O
H
N
RESolução e resposta
9
VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas
Questão 08
O circuito inferior da economia urbana é resultado da modernização seletiva e incompleta que caracteriza a urbanização dos países subdesenvolvidos e coloca grande parte da população praticamente à margem do usufruto do processo
de acumulação. Enquanto uns se preocupam em acumular capital para a renovação das atividades produtivas modernas,
outros se preocupam apenas em garantir a sobrevivência da família, buscando formas alternativas de trabalho e renda.
O circuito inferior da economia urbana ocupa bairros, ruas, becos, terminais rodoviários e metroviários, praças e porões,
fundos de quintal, vans, motocicletas, permeando o tecido urbano. À margem dos circuitos oficiais, uma multiplicidade de
atores econômicos de porte modesto preenche os interstícios dos grandes negócios, preservando o espaço urbano como
um território de cultura, vida e liberdade – uma resposta à segregação social da metrópole capitalista.
(Mônica Arroyo. “A economia invisível dos pequenos”. www.diplomatique.org.br, 04.10.2008. Adaptado.)
O circuito inferior da economia urbana revela a existência de uma economia popular nas cidades, ajustada às condições
econômicas e às restrições de consumo da população mais pobre.
Considerando a dinâmica do mercado de trabalho e o processo de urbanização nos países subdesenvolvidos, cite duas
razões que explicam a expansão do chamado circuito inferior da economia urbana nas últimas décadas e cite dois exemplos de atividades econômicas que correspondam a esse circuito econômico.
O
H
N
U
C
AS
R
RESolução e resposta
VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas
10
Questão 09
Do ponto de vista do Iluminismo, a ilusão deixa de ser uma simples deficiência subjetiva, e passa a enraizar-se em
contextos de dominação, de onde a ilusão deriva e se incumbe de estabilizar. O preconceito – a opinião falsa, não controlável pela razão e pela experiência – revela seu substrato político. É no interesse do poder que a razão é capturada
pelas perturbações emocionais, abstendo-se do esforço necessário para libertar-se das paixões perversas, e para romper o véu das aparências, que impedem uma reflexão emancipatória. Deixando-se arrastar pelas interferências, a razão
não pode pensar o sistema social em sua realidade. Prisioneira do dogmatismo, que nem pode ser submetido ao tribunal
da experiência nem permite a instauração desse tribunal, a razão está entregue, sem defesa, às imposturas da religião
e de todos os outros dogmas legitimadores.
(Sérgio Paulo Rouanet. A razão cativa, 1990. Adaptado.)
Considerando o texto e o título sugestivo do livro de Rouanet, explique as implicações políticas do cativeiro da razão e
defina o que significa a reflexão emancipatória referida pelo autor.
U
C
S
A
R
O
H
N
RESolução e resposta
11
VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas
Questão 10
A ciência é uma atividade na sua essência antidogmática. Pelo menos deveria sê-lo. A ciência, em particular a física,
parte de uma visão do mundo que é, de acordo com a terminologia utilizada por Arquimedes, um pedido que se faz. É assim
porque pedimos para que se admita, à escala a que pretendemos descrever os fenômenos, que o mundo assuma uma
determinada forma. Os outros pedidos e postulados têm de se inserir, tão pacificamente quanto possível, nesse pedido
fundacional. Mas nunca perderão o estatuto de pedidos. Transformá-los em dogmas é perturbar a ciência com atitudes que
lhe deveriam ser totalmente estranhas.
(Rui Moreira. “Uma nova visão da natureza”. Le Monde Diplomatique, março de 2015. Adaptado.)
Baseando-se no texto, explique qual deve ser a relação entre ciência e verdades absolutas. Explique também a diferença
entre uma visão de mundo baseada em “pedidos” e uma visão de mundo dogmática.
O
H
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C
S
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RESolução e resposta
VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas
12
Questão 11
O regime democrático cumpre um papel conhecido e alardeado, que é a menina dos olhos de quem o defende: ele aceita um teor de conflito na sociedade. Admite como normal que haja tensões entre pessoas ou grupos. Pela primeira vez na
história do mundo, desobriga os homens de viver num todo harmônico, equilibrado. Porque a harmonia é uma empulhação.
No Ocidente, a comparação do Estado a um corpo harmônico e saudável autorizou considerar o divergente um membro
gangrenado ou doente, que deve ser amputado. Quem não obedece ao amor do príncipe não é apenas um divergente,
uma pessoa livre para pensar de outra forma: é um traidor, um ingrato, um infame.
(Renato Janine Ribeiro. “A democracia acalma conflitos”. Revista Filosofia, setembro de 2014. Adaptado.)
Baseando-se no texto, nomeie e explique o que seria um regime político oposto à democracia. Explique também por que a
democracia, de acordo com o texto, é o regime político mais adequado para expressão das diferenças de natureza étnica,
religiosa, sexual e política.
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RESolução e resposta
13
VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas
Questão 12
Seja como termo, seja como conceito, a filosofia é considerada pela quase totalidade dos estudiosos como criação própria do gênio dos gregos. Sendo assim, a superioridade dos gregos em relação aos outros povos nesse ponto específico é
de caráter não puramente quantitativo, mas qualitativo, porque o que eles criaram, instituindo a filosofia, constitui novidade
que, em certo sentido, é absoluta. Com efeito, não é em qualquer cultura que a ciência é possível. Há ideias que tornam
estruturalmente impossível o nascimento e o desenvolvimento de determinadas concepções – e, até mesmo, ideias que
interditam toda a ciência em seu conjunto, pelo menos a ciência como hoje a conhecemos. Pois bem, em função de suas
categorias racionais, foi a filosofia que possibilitou o nascimento da ciência, e, em certo sentido, a gerou. E reconhecer isso
significa também reconhecer aos gregos o mérito de terem dado uma contribuição verdadeiramente excepcional à história
da civilização.
(Giovanni Reale e Dario Antiseri. História da filosofia, vol. 1, 1990. Adaptado.)
Baseando-se no texto, explique por que a definição apresentada de “filosofia” pode ser considerada eurocêntrica. Explique
também que tipo de ideias apresentaria a característica de impedir o desenvolvimento do conhecimento científico.
U
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RESolução e resposta
VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas
14
Os rascunhos não serão considerados na correção.
O
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R
NÃO ASSINE ESTA FOLHA
15
VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas
VESTIBULAR MEIO DE ANO 2015
Prova de
Conhecimentos Específicos
e Redação
13.06.2015
003. Ciências da Natureza
e Matemática
(Questões 13 – 24)
Confira seus dados impressos neste caderno.
Assine com caneta de tinta azul ou preta apenas no local indicado. Qualquer identificação fora do local
indicado acarretará a atribuição de nota zero a esta prova.
Esta prova contém 12 questões discursivas e terá duração total de 4h30.
A resolução e a resposta de cada questão devem ser apresentadas no espaço correspondente, utilizando
caneta de tinta azul ou preta. Não serão consideradas questões resolvidas fora do local indicado.
O candidato somente poderá sair do prédio depois de transcorridas 3h30, contadas a partir do início da
prova.
Ao final da prova, antes de sair da sala, entregue ao fiscal o Caderno de Questões.
Nome do candidato
Prédio
Sala
Carteira
Assinatura do candidato
Inscrição
VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat
2
Questão 13
Considere a ilustração publicitária, publicada na revista Almanaque do Biotônico, de 1935.
(https://historiadesaopaulo.wordpress.com)
Na ilustração, Monteiro Lobato diagnostica o caipira com a doença conhecida popularmente como “amarelão”.
Cite um dos vermes que causa essa doença e uma medida para sua prevenção, justificando-a. Explique a razão do nome
popular da doença e o que isso tem a ver com a “canseira do caipira”, tal como retratado por Monteiro Lobato.
U
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RESolução e resposta
3
VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat
Questão 14
Leia o trecho da sentença condenatória de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
Portanto condenam ao Réu Joaquim José da Silva Xavier por alcunha o Tiradentes Alferes que foi da tropa paga da
Capitania de Minas a que com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra morte
natural para sempre, […] e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se
edifique […].
(http://bd.tjmg.jus.br)
Como se verifica, além da condenação à morte, a sentença determinava ainda que a casa em que o inconfidente vivia
fosse demolida e a terra salgada, tornando-a assim improdutiva.
Referindo-se aos processos de transporte de substâncias através da membrana, os quais permitem às células dos pelos
absorventes das raízes obterem água e minerais do solo, explique por que salgar a terra torna o solo improdutivo.
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RESolução e resposta
VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat
4
Questão 15
A microbiota normal do homem é colonizada por diversos microrganismos que estão de forma comensal, sendo a
Candida spp. o fungo oportunista mais comum, podendo assim se tornar patogênica, caso ocorram alterações nos mecanismos de defesa do homem.
(www.revistaapi.com)
O texto afirma que vários microrganismos interagem com o ser humano de forma comensal. No contexto das relações
ecológicas interespecíficas, explique o que isso significa e dê mais um exemplo desse tipo de interação.
No caso da Candida spp. se tornar patogênica, como se denomina a relação interespecífica entre esse fungo e o ser
humano? Justifique sua resposta.
U
C
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O
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RESolução e resposta
5
VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat
Leia o texto para responder às questões 16 e 17.
Chama-se titulação a operação de laboratório realizada com a finalidade de determinar a concentração de uma substância
em determinada solução, por meio do uso de outra solução de concentração conhecida. Para tanto, adiciona-se uma solução-padrão, gota a gota, a uma solução-problema (solução contendo uma substância a ser analisada) até o término da reação,
evidenciada, por exemplo, com uma substância indicadora. Uma estudante realizou uma titulação ácido-base típica, titulando
25,0 mL de uma solução aquosa de Ca(OH)2 e gastando 20,0 mL de uma solução padrão de HNO3 de concentração igual a
0,10 mol · L–1.
O
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VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat
6
Questão 16
Para preparar 200 mL da solução-padrão de concentração 0,10 mol · L–1 utilizada na titulação, a estudante utilizou uma
determinada alíquota de uma solução concentrada de HNO3, cujo título era de 65,0% (m/m) e a densidade de 1,50 g · mL–1.
Admitindo-se a ionização de 100% do ácido nítrico, expresse sua equação de ionização em água, calcule o volume da
alíquota da solução concentrada, em mL, e calcule o pH da solução-padrão preparada.
Dados:
• Massa molar do HNO3 = 63,0 g · mol–1
• pH = – log [H+]
O
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C
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RESolução e resposta
7
VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat
Questão 17
Utilizando os dados do texto, apresente a equação balanceada de neutralização envolvida na titulação e calcule a concentração da solução de Ca(OH)2.
O
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C
S
A
R
RESolução e resposta
VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat
8
Questão 18
Em um laboratório, nas condições ambientes, uma determinada massa de carbonato de cálcio (CaCO3) foi colocada para
reagir com excesso de ácido nítrico diluído. Os valores do volume de gás liberado pela reação com o transcorrer do tempo
estão apresentados na tabela.
tempo (min)
volume de gás (cm3)
1
150
2
240
3
300
Escreva a equação balanceada da reação e calcule a velocidade média da reação, em mol · min–1, no intervalo entre
1 minuto e 3 minutos.
Dado:
• Volume molar do CO2 nas condições ambientes = 25,0 L · mol–1
O
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RESolução e resposta
9
VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat
Questão 19
O assento horizontal de uma banqueta tem sua altura ajustada pelo giro de um parafuso que o liga à base da banqueta.
Se girar em determinado sentido, o assento sobe 3 cm na vertical a cada volta completa e, no sentido oposto, desce 3 cm.
Uma pessoa apoia sobre o assento uma lata de refrigerante de 360 g a uma distância de 15 cm de seu eixo de rotação e
o fará girar com velocidade angular constante de 2 rad/s.
Se a pessoa girar o assento da banqueta por 12 s, sempre no mesmo sentido, e adotando g = 10 m/s2 e π = 3, calcule o módulo da força de atrito, em newtons, que atua sobre a lata enquanto o assento gira com velocidade angular
constante, e o módulo da variação de energia potencial gravitacional da lata, em joules.
O
H
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U
C
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RESolução e resposta
VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat
10
Questão 20
Em ambientes sem claridade, os morcegos utilizam a ecolocalização para caçar insetos ou localizar obstáculos. Eles
emitem ondas de ultrassom que, ao atingirem um objeto, são refletidas de volta e permitem estimar as dimensões desse
objeto e a que distância se encontra. Um morcego pode detectar corpos muito pequenos, cujo tamanho seja próximo ao do
comprimento de onda do ultrassom emitido.
(http://oreinodosbichos.blogspot.com.br. Adaptado.)
Suponha que um morcego, parado na entrada de uma caverna, emita ondas de ultrassom na frequência de 60 kHz, que
se propagam para o interior desse ambiente com velocidade de 340 m/s. Estime o comprimento, em mm, do menor inseto
que esse morcego pode detectar e, em seguida, calcule o comprimento dessa caverna, em metros, sabendo que as ondas
refletidas na parede do fundo do salão da caverna são detectadas pelo morcego 0,2 s depois de sua emissão.
O
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RESolução e resposta
11
VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat
Questão 21
Em muitos experimentos envolvendo cargas elétricas, é conveniente que elas mantenham sua velocidade vetorial constante. Isso pode ser conseguido fazendo a carga movimentar-se em uma região onde atuam um campo elétrico
e um campo
magnético , ambos uniformes e perpendiculares entre si. Quando as magnitudes desses campos são ajustadas convenientemente, a carga atravessa a região em movimento retilíneo e uniforme.
A figura representa um dispositivo cuja finalidade é fazer com que uma partícula eletrizada com carga elétrica q > 0
atravesse uma região entre duas placas paralelas P1 e P2, eletrizadas com cargas de sinais opostos, seguindo a trajetória indicada pela linha tracejada. O símbolo × representa um campo magnético uniforme B = 0,004 T, com direção
horizontal, perpendicular ao plano que contém a figura e com sentido para dentro dele. As linhas verticais, ainda não
orientadas e paralelas entre si, representam as linhas de força de um campo elétrico uniforme de módulo E = 20 N/C.
Desconsiderando a ação do campo gravitacional sobre a partícula e considerando que os módulos de
sejam ajustados para que a carga não desvie quando atravessar o dispositivo, determine, justificando, se as linhas de força do campo
elétrico
devem ser orientadas no sentido da placa P1 ou da placa P2 e calcule o módulo da velocidade v da carga, em m/s.
O
H
N
U
C
S
RA
RESolução e resposta
VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat
12
Questão 22
Um dado viciado, que será lançado uma única vez, possui seis faces, numeradas de 1 a 6. A tabela a seguir fornece a
probabilidade de ocorrência de cada face.
número na face
1
2
3
4
5
6
probabilidade de
ocorrência da face
Sendo X o evento “sair um número ímpar” e Y um evento cuja probabilidade de ocorrência seja 90%, calcule a probabilidade de ocorrência de X e escreva uma possível descrição do evento Y.
O
H
N
U
C
S
RA
RESolução e resposta
13
VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat
Questão 23
O cálculo aproximado da área da superfície externa de uma pessoa pode ser necessário para a determinação da dosagem de algumas medicações. A área A (em cm2) da superfície externa de uma criança pode ser estimada por meio do seu
“peso” P (em kg) e da sua altura H (em cm) com a seguinte fórmula, que envolve logaritmos na base 10:
log A = 0,425 log P + 0,725 log H + 1,84
(Delafield Du Bois e Eugene Du Bois.
A formula to estimate the approximate surface
area if height and weight be known, 1916. Adaptado.)
Rafael, uma criança com 1 m de altura e 16 kg de “peso”, precisa tomar uma medicação cuja dose adequada é de 1 mg
para cada 100 cm2 de área externa corporal. Determine a dose adequada dessa medicação para Rafael.
Adote nos seus cálculos log 2 = 0,30 e a tabela a seguir.
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RESolução e resposta
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Questão 24
Um bloco maciço com a forma de paralelepípedo reto-retângulo tem dimensões 8 m, 12 m e 10 m. Em duas de suas faces,
indicadas por A e B na figura, foram marcados retângulos, de 2 m por 3 m, centralizados com as faces do bloco e com lados
paralelos às arestas do bloco. Esses retângulos foram utilizados como referência para perfurar totalmente o bloco, desde
as faces A e B até as respectivas faces opostas a elas no bloco.
Calcule o volume e a área total do novo sólido, que resultou após a perfuração do bloco.
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RESolução e resposta
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VESTIBULAR MEIO DE ANO 2015
Prova de
Conhecimentos Específicos
e Redação
14.06.2015
004. Linguagens e Códigos
(Questões 25 – 36)
Confira seus dados impressos na capa e na última folha deste caderno, a qual é destinada à realização do
texto definitivo de sua redação.
Assine com caneta de tinta azul ou preta o Caderno de Questões e a Folha de Redação apenas nos locais
indicados. Qualquer identificação fora dos locais indicados acarretará a atribuição de nota zero a esta prova.
Esta prova contém 12 questões discursivas e uma proposta de redação, que deverá ser redigida com
caneta de tinta azul ou preta na Folha de Redação, no espaço destinado ao texto definitivo.
A resolução e a resposta de cada questão devem ser apresentadas no espaço correspondente, utilizando
caneta de tinta azul ou preta. Não serão consideradas questões resolvidas fora do local indicado.
Esta prova terá duração total de 4h30 e o candidato somente poderá sair do prédio depois de transcorridas
3h30, contadas a partir do início da prova.
Ao final da prova, antes de sair da sala, entregue ao fiscal a Folha de Redação e o Caderno de Questões.
Nome do candidato
Prédio
Sala
Carteira
Assinatura do candidato
Inscrição
Assinaturas
1.ª vez
Polegar direito
2.ª vez
2
VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação
As questões de 25 a 28 tomam por base um poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).
Fuga
De repente você resolve: fugir.
Não sabe para onde nem como
nem por quê (no fundo você sabe
a razão de fugir; nasce com a gente).
05 É preciso FUGIR.
Sem dinheiro sem roupa sem destino.
Esta noite mesmo. Quando os outros
estiverem dormindo.
Ir a pé, de pés nus.
10 Calçar botina era acordar os gritos
que dormem na textura do soalho1.
Levar pão e rosca; para o dia.
Comida sobra em árvores
infinitas, do outro lado do projeto:
15 um verdor
eterno, frutescente (deve ser).
Tem à beira da estrada, numa venda.
O dono viu passar muitos meninos
que tinham necessidade de fugir
20 e compreende.
Toda estrada, uma venda
para a fuga.
Fugir rumo da fuga
que não se sabe onde acaba
25 mas começa em você, ponta dos dedos.
Cabe pouco em duas algibeiras2
e você não tem mais do que duas.
Canivete, lenço, figurinhas
de que não vai se separar
30 (custou tanto a juntar).
As mãos devem ser livres
para pesos, trabalhos, onças
que virão.
Fugir agora ou nunca. Vão chorar,
35 vão esquecer você? ou vão lembrar-se?
(Lembrar é que é preciso,
compensa toda fuga.)
Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?
Você não vai saber. Você não volta
40 nunca.
(Essa palavra nunca, deliciosa.)
Se irão sofrer, tanto melhor.
Você não volta nunca nunca nunca.
E será esta noite, meia-noite.
45 em ponto.
Você dormindo à meia-noite.
(Menino antigo, 1973.)
1
soalho: o mesmo que “assoalho”.
2
algibeira: bolso de roupa.
3
VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação
Questão 25
Que fase da vida é explorada pelo poema? Explicite o plano descrito pelo poema e o que sugere o verso 42.
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RESolução e resposta
VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação
4
Questão 26
Esclareça o motivo do emprego de letras maiúsculas na palavra “fugir”, no verso 5, da repetição da palavra “nunca”, no
verso 43, e explique o que há de comum entre esses dois recursos expressivos.
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RESolução e resposta
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VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação
Questão 27
Explicite a decisão contida no verso 9 e explique o que se sugere nos versos 10 e 11 a respeito dessa decisão.
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RESolução e resposta
VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação
6
Questão 28
Identifique uma forma verbal e um substantivo que, bastante retomados ao longo do poema, ilustram seu tema. Em
seguida, valendo-se dessa informação, explique a oposição entre o último verso e o restante do poema.
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RESolução e resposta
7
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As questões de 29 a 32 focalizam um trecho de uma crônica do escritor Eça de Queirós (1845-1900) e uma tira da cartunista Ciça (Cecília Whitaker Alves Pinto).
XXIV
O Parlamento vive na idade de ouro. Vive nas idades inocentes em que se colocam as lendas do Paraíso – quando o
mal ainda não existia, quando Caim era um bom rapaz, quando os tigres passeavam docemente par a par com os cordeiros, quando ninguém tinha tido o cavalheirismo de inventar a palavra calúnia! – e a palavra mente! não atraía a bofetada!
Senão vejam! Todos os dias aqueles ilustres deputados se dizem uns aos outros: É falso! É mentira! E não se esbofeteiam, não se enviam duas balas! Piedosa inocência! Cordura1 evangélica! É um Parlamento educado por S. Francisco de
Sales!
O ilustre deputado mente!
Ah, minto? Pois bem, apelo...
Cuidam que apela para o espalmado da sua mão direita ou para a elasticidade da sua bengala? – Não, meus caros
senhores, apela – para o País!
Quanta elevação cristã num diploma de deputado! Quando um homem leva em pleno peito, diante de duzentas pessoas
que ouvem e de mil que leem, este rude encontrão: É falso! – e diz com uma terna brandura: Pois bem, apelo para o País!
– este homem é um santo! Não entrará decerto nunca no Jockey-Club, donde a mansidão é excluída, mas entrará no reino
do Céu, onde a humildade é glorificada.
É uma escola de humildade este Parlamento! Nunca em parte nenhuma, como ali, o insulto foi recebido com tão curvada paciência, o desmentido acolhido com tão sentida resignação! Sublime curso de caridade cristã. E veremos os tempos
em que um senhor deputado, esbofeteado em pleno e claro Chiado2, dirá modestamente ao agressor, mostrando o seu
diploma: –“Sou deputado da Nação Portuguesa! Apelo para o País! Pode continuar a bater!”
(Uma campanha alegre. Agosto, 1871.)
1
cordura: sensatez, prudência.
2
Chiado: um bairro tradicional de Lisboa e importante área cultural em meados do século XIX.
(Ciça. Pagando o pato, 2006.)
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Questão 29
Indique os dois planos de significação que o fragmento de crônica apresenta, identifique a figura de linguagem utilizada
para produzir um deles e explique qual dos dois planos corresponde à opinião real do cronista.
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RESolução e resposta
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Questão 30
A sentença cristã “Oferece a outra face” pode ser entendida em um aspecto físico e em um aspecto moral. Transcreva a
frase do último parágrafo da crônica em que um político alude a essa sentença, aponte qual aspecto quer realmente ressaltar e com que intenção o faz.
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10
Questão 31
Comprovando com informações extraídas da tira, determine o que representa a personagem que faz as solicitações, o que
deseja e em que medida o balão maior do último quadrinho revela uma frustração desse desejo.
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Questão 32
Indique a semelhança e a diferença entre a tira de Ciça e a crônica de Eça de Queirós, no que diz respeito aos alvos da
crítica que fazem, e identifique a intenção dessa crítica nos dois textos.
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RESolução e resposta
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Leia o texto para responder, em português, às questões 33 e 34.
Brazil finds coffee protein with morphine effect
January 26, 2015
Brazilian scientists have discovered a protein in coffee that has effects similar to pain reliever morphine, researchers at
the state University of Brasilia (UnB) and state-owned Brazilian Agricultural Research Corporation Embrapa said Saturday.
Embrapa said its genetics and biotech division, teaming up with UnB scientists, had discovered “previously unknown
protein fragments” with morphine-like effects in that they possess “analgesic and mildly tranquilizing” qualities. The company
added tests on laboratory mice showed that the opioid peptides, which are naturally occurring biological molecules, appeared
to have a longer-lasting effect on the mice than morphine itself.
Embrapa said the discovery has “biotechnological potential” for the health foods industry and could also help to alleviate
stress in animals bound for the slaughterhouse. In 2004, Embrapa managed to sequence coffee’s functional genome, a
major step towards efforts by the firm and UnB to combine coffee genes with a view to improving grain quality.
(www.news.com.au. Adaptado.)
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Questão 33
Quais os efeitos da proteína descoberta no café?
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Questão 34
Quais são as possíveis aplicações práticas da descoberta?
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RESolução e resposta
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Leia o texto para responder, em português, às questões 35 e 36.
The value of celebrity endorsements
December 11, 2014
By Rob Boffard
Singer Sophie Ellis-Bextor has had her Danz Spas hot tub since 2011
The glamorous world of celebrities can seem a very long way away if you are a small business in the East Midlands
with just four members of staff. So you can understand why Daniel Thomas, founder of Nottingham-based Danz Spas,
was somewhat surprised three years ago when he was approached by a representative for pop star Sophie Ellis-Bextor.
The singer was said to be looking to buy a hot tub, and was wondering if she and Danz Spas could come to a business
relationship – she would be happy to endorse and promote the company, if it could offer her a good deal.
Mr Thomas, 26, was quick to realise that he had just been offered a fantastic opportunity. “We knew that having someone
like that associated with the name would do good things,” he says. “We’re effectively a business nobody has ever heard
of, and we’re trying to convince people to spend £5,000 without ever seeing us. That’s an incredibly hard thing to do. We
thought that having Sophie would help with some of the credibility issues.”
And so, in return for Ms Ellis-Bextor discussing how much she likes her hot tub in a video on Danz’s website, and also
praising the firm on her Twitter feed, she received a significant discount. Mr Thomas, who launched the business when he
was 18, says that having the endorsement from the singer helped the company see its annual turnover go above £1m.
(www.bbc.com. Adaptado.)
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Questão 35
Que acordo comercial o representante da cantora pop ofereceu ao fundador da empresa Danz Spas?
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Questão 36
Por que o acordo foi benéfico para ambas as partes?
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RESolução e resposta
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Os rascunhos não serão considerados na correção.
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NÃO ASSINE ESTA FOLHA
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REDAÇÃO
Texto 1
O advogado Carlos Velloso, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, diz que a redução da maioridade penal vai
inibir jovens e criminosos: “O jovem de hoje é diferente do jovem de 1940, quando essa maioridade penal de 18 anos foi
instituída. Agora, ele é bem informado, já compreende o que é uma atitude delituosa. Muitos jovens de 16 anos já estão
empregados no crime organizado. A redução vai inibir os adolescentes e criminosos que aliciam menores.”
(“Para ex-ministro do STF, redução da maioridade penal diminuiria crime”. www.folha.uol.com.br, 01.04.2015. Adaptado.)
Texto 2
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que a redução da maioridade penal, debatida
atualmente no Congresso Nacional, não deve diminuir a violência no país: “Não vamos dar uma esperança vã à sociedade,
como se pudéssemos ter melhores dias alterando a responsabilidade penal. Cadeia não conserta ninguém.”
(“‘Cadeia não conserta ninguém’, diz ministro sobre redução da maioridade”. http://g1.globo.com, 01.04.2015. Adaptado.)
Texto 3
A presunção de que ao adolescente de 16 anos falta o entendimento pleno da ilicitude da conduta que pratica podia
encontrar justificativa décadas atrás, quando o Brasil era uma sociedade agrária e atrasada socialmente. Hoje, com a
densificação populacional, o incremento dos meios de comunicação e o acesso facilitado à educação, esse adolescente
amadurece muito mais rápido.
O jovem de 16 anos já possui maturidade para votar. E o Código Civil, atento ao fato de que o jovem amadurece mais
cedo, permitiu a emancipação aos 16 anos de idade. Emancipado, poderá constituir família, com os pesados encargos daí
decorrentes como manutenção do lar e criação e educação da prole. Poderá também constituir uma empresa e gerenciá-la,
respondendo, sem interferência de terceiros, por todas as obrigações inerentes ao exercício do comércio.
É notório que os adolescentes se valem conscientemente da menoridade para praticar ilícitos infracionais, sabendo
quanto são brandas as medidas passíveis de serem aplicadas a eles.
Uma das causas da delinquência juvenil é a falta de políticas públicas voltadas à criança e ao adolescente. Mas a sociedade não pode esperar indefinidamente que essas políticas sejam implementadas. O problema deve ser enfrentado de
duas formas: criando políticas sociais de trabalho, educação e emprego, mas simultaneamente fazendo jovens entre 16 e
18 anos responderem penalmente pelos seus atos.
(Cláudio da Silva Leiria (promotor de justiça). “Questão de maturidade”. O Estado de S.Paulo, 05.04.2015. Adaptado.)
Texto 4
Confrontado com situações extremas de violência e criminalidade, nas quais há adolescentes envolvidos, o Congresso
Nacional de novo discute o rebaixamento da idade de responsabilidade penal de 18 para 16 anos como uma das soluções
para o problema.
No entanto, leve-se em conta que a maioria esmagadora dos criminosos são jovens entre 19 e 25 anos e adultos. Atrás
do adolescente infrator, há sempre adultos. O núcleo duro da criminalidade violenta são organizações comandadas por
adultos, que a polícia não consegue desbaratar por incompetência na coleta de informações, fraqueza da investigação e
por manter, a despeito da consagrada impunidade, a concepção sabidamente equivocada de “guerra contra o crime”.
O rebaixamento da idade penal é um logro que não terá nenhum efeito para aumentar a segurança dos cidadãos. Se
as instituições brasileiras de tratamento de crianças e adolescentes infratores não educam nem regeneram, sendo masmorras disfarçadas apenas pelo nome, trancafiá-los em prisões de adultos seria condená-los à tortura, à violência sexual
e à solitária.
Está mais do que na hora de ir além do atual debate relativo ao estabelecimento arbitrário de uma idade mínima de
responsabilidade pela infração das leis penais. Mas, enquanto não atingirmos essa etapa, o esforço do Estado democrático
não deve ser de despejar mais e mais adolescentes miseráveis, pobres e afrodescendentes no sistema penal de adultos.
O esforço deve ser no sentido de aperfeiçoar as atuais instituições de tratamento das crianças e adolescentes, para evitar
que eles, tornados adultos, entrem naquele sistema.
(Paulo Sérgio Pinheiro (ex-secretário de Estado de Direitos Humanos). “Adolescentes: o elo mais fraco”. Folha de S.Paulo, 11.01.2013. Adaptado.)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma redação de gênero dissertativo,
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
A redução da maioridade penal contribuirá para a diminuição da criminalidade no Brasil?
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Os rascunhos não serão considerados na correção.
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VESTIBULAR MEIO DE ANO 2015
folha de redação
Confira seus dados impressos nesta página.
Assine apenas no local indicado. Qualquer identificação no verso desta folha acarretará a
DOBRE NA SERRILHA ANTES DE DESTACAR
atribuição de nota zero à Redação.
O texto definitivo deverá ser redigido com caneta de tinta azul ou preta, no espaço reservado
para tal.
Destaque esta folha com cuidado, ela deverá ser entregue ao fiscal, ao término de sua prova,
juntamente com o Caderno de Questões.
Os rascunhos não serão considerados na correção de sua redação.
Nome do candidato
Prédio
Sala
Carteira
Inscrição
USO EXCLUSIVO DO FISCAL
ausente
Assinatura do candidato
14.06.2015
REDAÇÃO
Texto definitivo
VNSP1501 | FolhaRedação
NÃO ASSINE ESTA PÁGINA
1
Indique duas características da democracia antiga, a partir
da experiência ateniense, que não se encontram na
democracia contemporânea, e duas características da
democracia contemporânea que não estavam presentes na
democracia antiga.
Resolução
Diferentemente da democracia atual, a democracia na
Antiguidade era direta (cabia à assembleia dos
cidadãos decidir sobre as questões de interesse
público), excluía as mulheres da vida política e
coexistia com a prática do escravismo. A democracia
contemporânea, por sua vez, é indireta (os cidadãos
delegam o poder decisório a representantes eleitos) e
abrange um número maior de membros da população,
incluindo as mulheres.
2
No concernente à mão de obra, a economia colonial
hispano-americana baseou-se em variadas formas de
trabalho compulsório [...].
(Ronaldo Vainfas. Economia e sociedade
na América Espanhola, 1984.)
Cite e caracterize duas formas de trabalho compulsório
presentes na América Hispânica colonial.
Resolução
Encomienda: trabalho compulsório indígena executado na agricultura, a serviço de um particular, praticado em caráter permanente e não remunerado, em
troca de assistência religiosa.
Mita: trabalho compulsório indígena executado na
mineração e em obras públicas, a serviço da Coroa,
praticado em caráter temporário, mediante pequena
remuneração, por trabalhadores sorteados nas
comunidades nativas.
Escravismo: trabalho compulsório executado por
mão-de-obra negra (a escravidão indígena foi
proibida pela Coroa Espanhola em 1542), obtida por
meio do asiento – autorização para a importação de
escravos procedentes da costa africana.
UNESP – Junho/2015
3
Examine a charge do cartunista Pestana.
(Renato Lemos (org.). Uma história do Brasil
através da caricatura, 2001.)
Como a charge representa a abolição da escravidão?
Justifique sua resposta com um elemento extraído da
imagem. Identifique um resultado da abolição, ocorrida
em 1888, e caracterize, exemplificando, a condição da
população afro-brasileira cem anos depois.
Resolução
A charge critica a pouca efetividade da Abolição em
relação à comunidade afrodescendente brasileira. Tal
interpretação é corroborada pela condição de miséria
do menino negro, reduzido a exercer uma atividade
subalterna, e cuja inferioridade é acentuada pela
desproporção física existente entre os personagens do
cartum.
A abolição de 1888 limitou-se a libertar os escravos,
sem no entanto lhes proporcionar condições para ter
uma ascensão econômica e social. Essa situação se
reflete atualmente em dados como a pequena presença
de negros em cargos políticos ou de direção em
empresas públicas e privadas, no maior percentual de
negros como vítimas da violência e por seu predomínio
numérico na população carcerária brasileira. Todavia,
algumas medidas recentes têm sido implementadas
com o objetivo de alterar esse quadro, como a fixação
de cotas para o ingresso na universidade e no serviço
público, a caracterização do racismo como crime
inafiançável e imprescritível e a obrigatoriedade do
ensino de História da África.
UNESP – Junho/2015
4
Preço do barril de petróleo, em dólares
(Celso Ming. “O petróleo derrete”. http://economia.estadao.com.br)
A partir do gráfico, que mostra a tendência do preço do
barril de petróleo no mercado internacional, entre julho
de 2014 e janeiro de 2015, indique o impacto dessa
tendência na exploração do Pré-Sal brasileiro e nas
economias da Venezuela e da Rússia.
Resolução
Em relação ao Pré-Sal, os preços do petróleo em
queda no mercado internacional não justificam, pelo
menos momentaneamente, os elevados investimentos
de exploração do petróleo em águas profundas – no
caso, profundidade superior a 6.000 metros. Em suma,
o petróleo importado é mais barato que o petróleo
obtido internamente em águas profundas.
No caso das economias da Venezuela – membro da
OPEP (Organização dos Países Exportadores de
Petróleo) – e da Rússia, maior fornecedor de petróleo
para a União Europeia, a situação é muito mais
delicada, pois são economias dependentes do petróleo.
O petróleo com preço em ascensão – nas últimas
décadas – fortaleceu as economias desses países, que
puderam projetar-se no cenário político-econômico
internacional. Com a queda nos preços de seu principal produto de exportação, a tendência é que sofram
uma retração em sua influência política e passem a
uma situação de crise econômica, que alguns já
experimentam, acentuada.
UNESP – Junho/2015
5
Em meio à crise de abastecimento de água, o estado de
São Paulo criou um conflito hídrico com o Rio de Janeiro
acerca da captação e da utilização das águas do Rio
Paraíba do Sul. O rio nasce em São Paulo, na Serra da
Bocaina, e corta cidades paulistas, mineiras e
fluminenses, até desaguar no Oceano Atlântico, em São
João da Barra, no Rio de Janeiro. A principal fonte de
água para a região metropolitana do Rio de Janeiro hoje
é o Rio Paraíba do Sul e não há outro manancial capaz de
reforçar o abastecimento. No entanto, para São Paulo, o
rio é o que oferece solução no mais curto prazo.
(http://ultimosegundo.ig.com.br, 25.03.2014. Adaptado.)
Cite dois fatores técnicos que explicam a disputa entre os
estados de São Paulo e Rio de Janeiro em relação ao uso
da água do Rio Paraíba do Sul e indique duas medidas
que poderiam ser tomadas com o intuito de solucionar
este problema em torno da gestão territorial dos recursos
hídricos.
Resolução
1) Problemas técnicos:
a) A maior parte da água do Rio Paraíba é destinada ao abastecimento da região metropolitana
do Rio de Janeiro, sendo, inclusive, fundamental na produção hidroelétrica desse estado.
b) Para São Paulo, o Rio Paraíba seria uma
alternativa para suprir a escassez hídrica pela
qual passa o estado.
2) Medidas para solucionar este problema concernente à gestão territorial dos recursos hídricos:
a) Aumento da capacidade dos sistemas de
captação de água para os reservatórios da
RMSP, incluindo a captação fluvial da Serra do
Mar e do Sul de Minas Gerais.
b) Ampliação da produção de energia alternativa,
como a eólica e até nuclear, com a conclusão das
obras de Angra 3, para melhor suprir as
necessidades energéticas da RMRJ, ou, até
mesmo, a dessalinização da água do mar.
UNESP – Junho/2015
6
Cite duas características essenciais do latifúndio no Brasil
e indique duas consequências (uma social e outra econômica) da sua perpetuação para a sociedade brasileira.
Resolução
Essencialmente, os latifúndios, desde os primórdios,
com as capitanias hereditárias, concentram enormes
quantidades de terra na mão de poucos proprietários
(concentração de terras). Também se eternizaram
como produtores de monocultura destinados a
mercados específicos, sobretudo externos.
Consequências: conflitos pela posse da terra, com a
pressão popular pela reforma agrária, movimento esse
canalizado pelo MST desde a década de 1980 (social).
A reafirmação do Brasil no mercado internacional
como produtor de matérias-primas, principalmente
agrícolas, como, por exemplo, cana-de-açúcar, vem
perpetuando a importância desse produto na
economia nacional (econômica).
UNESP – Junho/2015
7
Em dezembro de 2014, os presidentes Raúl Castro e
Barack Obama anunciaram a retomada das relações entre
a República de Cuba e os Estados Unidos da América.
Cite duas características do contexto geopolítico mundial
no qual se deu o início do embargo estadunidense à Cuba.
Explique, com dois argumentos, por que tal embargo se
tornou obsoleto.
Resolução
O embargo estabelecido pelos Estados Unidos a Cuba
decorreu do alinhamento de Havana com o bloco
socialista, liderado pela URSS – União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas. Isso aconteceu no contexto da
Guerra Fria, fato que foi agravado pela Crise dos
Mísseis, a qual intensificou as disputas entre EUA e
URSS, levando ao embargo econômico imposto pelos
EUA a Cuba. A obsolescência desse embargo a Cuba
dá-se por motivos variados, quais sejam, a Guerra
Fria acabou – em tese, o governo cubano, que era
exercido por Fidel Castro, era considerado inimigo de
Washington e de seus interesses; o bloqueio, a rigor,
não mais é acatado por um grande número de países,
incluindo países aliados dos EUA; a importância
estratégica de Cuba como “exportadora da revolução”
deixou de existir quando o país mergulhou em uma
crise econômica sem precedentes, com o fim da URSS;
além disso, tem o governo Obama interesse em
ampliar negócios com o país.
Há um entendimento de que a abertura econômica
que se seguirá ao estreitamento de laços econômicos
será mais efetiva para a mudança do regime cubano
do que o embargo.
UNESP – Junho/2015
8
O circuito inferior da economia urbana é resultado da
modernização seletiva e incompleta que caracteriza a
urbanização dos países subdesenvolvidos e coloca grande
parte da população praticamente à margem do usufruto
do processo de acumulação. Enquanto uns se preocupam
em acumular capital para a renovação das atividades
produtivas modernas, outros se preocupam apenas em
garantir a sobrevivência da família, buscando formas
alternativas de trabalho e renda. O circuito inferior da
economia urbana ocupa bairros, ruas, becos, terminais
rodoviários e metroviários, praças e porões, fundos de
quintal, vans, motocicletas, permeando o tecido urbano. À
margem dos circuitos oficiais, uma multiplicidade de
atores econômicos de porte modesto preenche os
interstícios dos grandes negócios, preservando o espaço
urbano como um território de cultura, vida e liberdade –
uma resposta à segregação social da metrópole capitalista.
(Mônica Arroyo. “A economia invisível dos pequenos”.
www.diplomatique.org.br, 04.10.2008. Adaptado.)
O circuito inferior da economia urbana revela a existência
de uma economia popular nas cidades, ajustada às
condições econômicas e às restrições de consumo da
população mais pobre.
Considerando a dinâmica do mercado de trabalho e o
processo de urbanização nos países subdesenvolvidos,
cite duas razões que explicam a expansão do chamado
circuito inferior da economia urbana nas últimas décadas
e cite dois exemplos de atividades econômicas que
correspondam a esse circuito econômico.
Resolução
O circuito inferior da economia teve sua expansão
otimizada nos últimos tempos, pois a economia, como
um todo, não é capaz de absorver todos igualmente. A
marginalização de parte da população é a principal
causa desta expansão.
O denominado circuito inferior da economia surge
acessoriamente ao circuito superior, que conta com
visibilidade, aporte de investimentos e tecnologias e
atende aos grandes mercados, que se ajustam às
restrições de consumo da população mais pobre na
forma de um comércio popular que satisfaz os desejos
e necessidades de consumo desse segmento.
Exemplos de atividades do circuito inferior: comércio
de produtos populares, como réplicas de marcas
famosas, venda de lanches, bolos e café em tendas nas
calçadas, pequenas oficinas de conserto de aparelhos
eletrônicos (as quais não fazem parte de redes
autorizadas), além de serviços como mototáxi e
lotação em peruas (ou vans).
UNESP – Junho/2015
9
Do ponto de vista do Iluminismo, a ilusão deixa de ser
uma simples deficiência subjetiva, e passa a enraizar-se
em contextos de dominação, de onde a ilusão deriva e se
incumbe de estabilizar. O preconceito – a opinião falsa,
não controlável pela razão e pela experiência – revela seu
substrato político. É no interesse do poder que a razão é
capturada pelas perturbações emocionais, abstendo-se do
esforço necessário para libertar-se das paixões perversas,
e para romper o véu das aparências, que impedem uma
reflexão emancipatória. Deixando-se arrastar pelas
interferências, a razão não pode pensar o sistema social
em sua realidade. Prisioneira do dogmatismo, que nem
pode ser submetido ao tribunal da experiência nem
permite a instauração desse tribunal, a razão está
entregue, sem defesa, às imposturas da religião e de todos
os outros dogmas legitimadores.
(Sérgio Paulo Rouanet. A razão cativa, 1990. Adaptado.)
Considerando o texto e o título sugestivo do livro de
Rouanet, explique as implicações políticas do cativeiro
da razão e defina o que significa a reflexão emancipatória
referida pelo autor.
Resolução
A condição humana de tutelagem das ideologias, das
concepções equivocadas e produzidas pela classe
dominante e outras formas de ilusão em que a razão
permanece submersa e impotente, impossibilita a
emancipação da consciência e permite formas de
poder ilegítimas, a serviço de interesses de uma
minoria que lucra, de alguma forma, com esse estado
de coisas. Sob tal cativeiro, fica impossível traçar vias
para consolidar valores democráticos, acessíveis a
todos, assim como o de construir uma sociedade
menos desigual, mais equitativa. O papel das
ideologias é dar um sentido legitimador das
contradições sociais, para que pareçam coerentes e até
desejáveis.
A reflexão emancipatória é alcançada quando se
percebe que ideologias não coincidem com a realidade.
Deixando as verdades dogmáticas de lado, superando
tabus, transcendendo preconceitos, seria possível perceber a realidade social e suas contradições, e somente
assim, a razão se emancipa, condição prévia para se
propor projetos políticos honestos e democráticos.
UNESP – Junho/2015
10
A ciência é uma atividade na sua essência antidogmática. Pelo menos deveria sê-lo. A ciência, em particular a
física, parte de uma visão do mundo que é, de acordo com
a terminologia utilizada por Arquimedes, um pedido que
se faz. É assim porque pedimos para que se admita, à
escala a que pretendemos descrever os fenômenos, que o
mundo assuma uma determinada forma. Os outros
pedidos e postulados têm de se inserir, tão pacificamente
quanto possível, nesse pedido fundacional. Mas nunca
perderão o estatuto de pedidos. Transformá-los em
dogmas é perturbar a ciência com atitudes que lhe
deveriam ser totalmente estranhas.
(Rui Moreira. “Uma nova visão da natureza”.
Le Monde Diplomatique, março de 2015. Adaptado.)
Baseando-se no texto, explique qual deve ser a relação
entre ciência e verdades absolutas. Explique também a
diferença entre uma visão de mundo baseada em
“pedidos” e uma visão de mundo dogmática.
Resolução
A ciência propõe teorias e hipóteses: uma forma de se
produzir conhecimento a partir do exercício da
observação da realidade empírica e da experimentação. Tal forma de produção de conhecimento não se
situa nas fórmulas prontas e dogmáticas que interpretam o mundo. Arquimedes foi de fato um físico e
matemático que desconfiava das verdades dogmáticas
e absolutas. A ciência “pede” que se admita que o
mundo assuma uma determinada forma, e isso
significa que o conhecimento científico tem um caráter
hipotético e dinâmico, diferente da visão dogmática
que impõe uma intepretação inflexível, não baseada
em experimentos dos fenômenos. Um pedido na
concepção metodológica da ciência soa como um
“suponhamos”, abrindo assim portas para o
levantamento de hipóteses capazes de se aproximar do
mundo real.
UNESP – Junho/2015
11
O regime democrático cumpre um papel conhecido e
alardeado, que é a menina dos olhos de quem o defende:
ele aceita um teor de conflito na sociedade. Admite como
normal que haja tensões entre pessoas ou grupos. Pela
primeira vez na história do mundo, desobriga os homens
de viver num todo harmônico, equilibrado. Porque a
harmonia é uma empulhação. No Ocidente, a comparação
do Estado a um corpo harmônico e saudável autorizou
considerar o divergente um membro gangrenado ou
doente, que deve ser amputado. Quem não obedece ao
amor do príncipe não é apenas um divergente, uma pessoa
livre para pensar de outra forma: é um traidor, um ingrato,
um infame.
(Renato Janine Ribeiro. “A democracia acalma conflitos”.
Revista Filosofia, setembro de 2014. Adaptado.)
Baseando-se no texto, nomeie e explique o que seria um
regime político oposto à democracia. Explique também
por que a democracia, de acordo com o texto, é o regime
político mais adequado para expressão das diferenças de
natureza étnica, religiosa, sexual e política.
Resolução
Renato Janine Ribeiro, atual Ministro da Educação,
filósofo e reconhecido intelectual, refere-se ao panorama político em que vive o Brasil. As manifestações
públicas fazem parte do regime democrático.
O regime oposto ao democrático é a ditadura, em que
não se reconhecem ou admitem a participação
popular, as diferenças de opinião, o direito ao voto,
tampouco manifestações de oposição.
A democracia é um regime que resulta da construção
de consensos parciais, não manipulados. Ao mesmo
tempo, é um regime que dialoga com a participação
política da sociedade civil, evocando-a inclusive, para
que se construa uma sociedade pluriforme, de muitas
vozes, contudo, capaz de prezar e defender os
interesses da maioria, na concepção iluminista do
conceito de democracia. A evolução política, no
entendimento do governo do povo, deve incluir a
convivência e a tolerância plena entre as diversas
etnias, religiões, opções sexuais e políticas.
UNESP – Junho/2015
12
Seja como termo, seja como conceito, a filosofia é
considerada pela quase totalidade dos estudiosos como
criação própria do gênio dos gregos. Sendo assim, a
superioridade dos gregos em relação aos outros povos
nesse ponto específico é de caráter não puramente
quantitativo, mas qualitativo, porque o que eles criaram,
instituindo a filosofia, constitui novidade que, em certo
sentido, é absoluta. Com efeito, não é em qualquer cultura
que a ciência é possível. Há ideias que tornam estruturalmente impossível o nascimento e o desenvolvimento
de determinadas concepções – e, até mesmo, ideias que
interditam toda a ciência em seu conjunto, pelo menos a
ciência como hoje a conhecemos. Pois bem, em função
de suas categorias racionais, foi a filosofia que
possibilitou o nascimento da ciência, e, em certo sentido,
a gerou. E reconhecer isso significa também reconhecer
aos gregos o mérito de terem dado uma contribuição
verdadeiramente excepcional à história da civilização.
(Giovanni Reale e Dario Antiseri.
História da filosofia, vol. 1, 1990. Adaptado.)
Baseando-se no texto, explique por que a definição
apresentada de “filosofia” pode ser considerada eurocêntrica. Explique também que tipo de ideias apresentaria
a característica de impedir o desenvolvimento do
conhecimento científico.
Resolução
Vários historiadores da filosofia afirmam que esse
ramo do conhecimento teve um nascimento na Grécia,
como um acidente histórico de um povo genial que
sentiu a insatisfação intelectual de entender o mundo
exclusivamente pelas explicações de mitos e dogmas.
Assim, a Europa teria herdado o fio histórico desse
debate iniciado pelos clássicos gregos. Nesse sentido,
deve-se tomar certo cuidado ao usar o conceito de
filosofia ao referir-se às doutrinas religiosas ou às
intepretações místicas do Oriente, por exemplo.
Sendo a filosofia e a ciência formas de conhecimento
não ideológicas, de caráter reflexivo e investigatório,
são obstáculos ao desenvolvimento livre da ciência as
doutrinas
dogmáticas,
as
mitologias
não
interpretadas, as ideologias e o senso comum.
UNESP – Junho/2015
13
Considere a ilustração publicitária, publicada na revista
Almanaque do Biotônico, de 1935.
- Jeca, porque não
trabalhas?
Pergunta Monteiro
- Não é preguiça ´´seu´´ Lobato.
Lobato, o autor de
Urupês, a Jéca Tatú. É uma dôr na cacunda, palpitação,
uma canceira que não acaba nunca!...
- Sim, eu sei, Jéca Tatú amigo.
Soffres de AMARELLÃO (ou opilação).
Tens no sangue e nas tripas um jardim
zoologico da peor especie.
É essa bicharia que te faz papudo,
feio, molengo e inerte.
Só tens um remedio, o verdadeiro
específico do amarellão:
(https://historiadesaopaulo.wordpress.com)
Na ilustração, Monteiro Lobato diagnostica o caipira com
a doença conhecida popularmente como “amarelão”.
Cite um dos vermes que causa essa doença e uma medida
para sua prevenção, justificando-a. Explique a razão do
nome popular da doença e o que isso tem a ver com a
“canseira do caipira”, tal como retratado por Monteiro
Lobato.
Resolução
O amarelão é causado por dois nematelmintos:
Necator americanus e Ancylostoma duodenale.
A medida de prevenção mais citada é o uso de calçados, pois os vermes formam larvas que penetram
ativamente pela pele dos pés.
A doença provoca anemia, levando a uma redução no
transporte de oxigênio, daí a “Canseira do caipira”.
UNESP – Junho/2015
14
Leia o trecho da sentença condenatória de Joaquim José
da Silva Xavier, o Tiradentes.
Portanto condenam ao Réu Joaquim José da Silva Xavier
por alcunha o Tiradentes Alferes que foi da tropa paga da
Capitania de Minas a que com baraço e pregão seja
conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela
morra morte natural para sempre, […] e a casa em que
vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca
mais no chão se edifique […].
(http://bd.tjmg.jus.br)
Como se verifica, além da condenação à morte, a sentença
determinava ainda que a casa em que o inconfidente vivia
fosse demolida e a terra salgada, tornando-a assim improdutiva.
Referindo-se aos processos de transporte de substâncias
através da membrana, os quais permitem às células dos
pelos absorventes das raízes obterem água e minerais do
solo, explique por que salgar a terra torna o solo improdutivo.
Resolução
O salgamento do solo torna hipertônico o meio. Em
consequência, a tendência das células dos pelos absorventes é perder água para o solo, impedindo o crescimento dos vegetais.
UNESP – Junho/2015
15
A microbiota normal do homem é colonizada por diversos
microrganismos que estão de forma comensal, sendo a
Candida spp. o fungo oportunista mais comum, podendo
assim se tornar patogênica, caso ocorram alterações nos
mecanismos de defesa do homem.
(www.revistaapi.com)
O texto afirma que vários microrganismos interagem com
o ser humano de forma comensal. No contexto das
relações ecológicas interespecíficas, explique o que isso
significa e dê mais um exemplo desse tipo de interação.
No caso da Candida spp. se tornar patogênica, como se
denomina a relação interespecífica entre esse fungo e o
ser humano? Justifique sua resposta.
Resolução
– Em ecologia o termo comensal é utilizado quando
um organismo obtém alguma vantagem de outro, sem
prejudicá-lo.
A relação conhecida por comensalismo ocorre entre os
tubarões e o peixe rêmora que utiliza restos de
alimento capturado por aqueles peixes, sem prejuízos
para os tubarões.
– O fungo Candida spp pode desenvolver patogenias
(infecções) nos humanos, relação denominada
parasitismo.
UNESP – Junho/2015
Leia o texto para responder às questões 16 e 17.
Chama-se titulação a operação de laboratório realizada
com a finalidade de determinar a concentração de uma
substância em determinada solução, por meio do uso de
outra solução de concentração conhecida. Para tanto,
adiciona-se uma solução-padrão, gota a gota, a uma
solução-problema (solução contendo uma substância a ser
analisada) até o término da reação, evidenciada, por
exemplo, com uma substância indicadora. Uma estudante
realizou uma titulação ácido-base típica, titulando 25,0 mL
de uma solução aquosa de Ca(OH)2 e gastando 20,0 mL
de uma solução padrão de HNO3 de concentração igual a
0,10 mol . L–1.
16
Para preparar 200 mL da solução-padrão de concentração
0,10 mol . L–1 utilizada na titulação, a estudante utilizou
uma determinada alíquota de uma solução concentrada
de HNO3, cujo título era de 65,0% (m/m) e a densidade
de 1,50 g . mL–1.
Admitindo-se a ionização de 100% do ácido nítrico,
expresse sua equação de ionização em água, calcule o
volume da alíquota da solução concentrada, em mL, e
calcule o pH da solução-padrão preparada.
Dados:
• Massa molar do HNO3 = 63,0 g . mol–1
• pH = – log [H+]
Resolução
Equação de ionização do HNO3:
HNO3 (aq) + H2O (l) → H3O+ (aq) + NO3– (aq)
ou
HNO3 (aq) → H+ (aq) + NO3– (aq)
Cálculo do volume da alíquota da solução concentrada:
1 mL ⎯→ 1,50 g
1 L → 1 000 mL ⎯→ 1 500 g (solução)
UNESP – Junho/2015
65%
975 g
1 500 g ⎯⎯⎯→ 975 g ⎯→ ⎯⎯⎯⎯⎯ = 15,5 mol
63,0 g/mol
HNO3
[HNO3] = 15,5 mol/L
MCVC = MPVP
15,5 mol/L VC = 0,1 mol/L . 200 mL
VC = 1,29 mL
C = concentrada
P = padrão
Cálculo do pH da solução-padrão preparada:
100%
HNO3 ⎯⎯→ H+ + NO–3
0,1 mol/L
0,1 mol/L
+
pH = –log [H ]
pH = –log 10–1
pH = 1
17
Utilizando os dados do texto, apresente a equação
balanceada de neutralização envolvida na titulação e
calcule a concentração da solução de Ca(OH)2.
Resolução
Ca(OH)2 (aq) + 2 HNO3 (aq) → Ca(NO3)2 (aq) + 2 H2O (l)
1mol ––––––– 2 mol
nB ––––––– nA
nA = 2 nB , como n = M . V, temos:
MAVA = 2MBVB
0,1 mol/L . 20 mL = 2 . MB . 25,0 mL
MB = 0,04 mol/L
UNESP – Junho/2015
18
Em um laboratório, nas condições ambientes, uma
determinada massa de carbonato de cálcio (CaCO3) foi
colocada para reagir com excesso de ácido nítrico diluído.
Os valores do volume de gás liberado pela reação com o
transcorrer do tempo estão apresentados na tabela.
tempo (min)
volume de gás (cm3)
1
150
2
240
3
300
Escreva a equação balanceada da reação e calcule a
velocidade média da reação, em mol. min–1, no intervalo
entre 1 minuto e 3 minutos.
Dados:
• Volume molar do CO2 nas condições ambientes =
= 25,0 L . mol–1
Resolução
CaCO3 + 2 HNO3 → Ca(NO3)2 + H2CO3
instável
CaCO3 (s) + 2 HNO3 (aq) →
→ Ca(NO3)2 (aq) + CO2 (g) + H2O (l)
Cálculo da velocidade média da reação, em mol/min,
no intervalo entre 1 minuto e 3 minutos.
1 minuto: VCO = 150 cm3 = 0,15 L
2
25 L –––– 1 mol
0,15 L –––– n
∴ n = 0,006 mol
3 minutos: VCO = 300 cm3 = 0,30 L
2
25 L –––– 1 mol
0,30 L –––– n’
∴ n’ = 0,012 mol
Δn
vm = ––––
Δt
(0,012 – 0,006) mol
vm = ––––––––––––––––––
(3 – 1) min
vm = 0,003 mol/min
UNESP – Junho/2015
19
O assento horizontal de uma banqueta tem sua altura
ajustada pelo giro de um parafuso que o liga à base da
banqueta. Se girar em determinado sentido, o assento
sobe 3 cm na vertical a cada volta completa e, no sentido
oposto, desce 3 cm. Uma pessoa apoia sobre o assento
uma lata de refrigerante de 360 g a uma distância de
15 cm de seu eixo de rotação e o fará girar com
velocidade angular constante de 2 rad/s.
Se a pessoa girar o assento da banqueta por 12 s, sempre
no mesmo sentido, e adotando g = 10 m/s2 e π = 3, calcule
o módulo da força de atrito, em newtons, que atua sobre
a lata enquanto o assento gira com velocidade angular
constante, e o módulo da variação de energia potencial
gravitacional da lata, em joules.
Resolução
1) A força de atrito fará o papel de resultante centrípeta
Fat = m ␻2 r
Fat = 360 . 10–3 . (2)2 . 0,15 (N)
Fat = 0,36 . 0,60 (N) ⇒
Fat = 0,216N
2) Em 12s, o ângulo total descrito ⌬␸ é dado por:
⌬␸ = ␻ ⌬t = 2 . 12 (rad) ⇒ ⌬␸ = 24 rad
3) O número de voltas realizadas é dado por:
⌬␸ = n 2π ⇒ 24 = n . 6 ⇒
n=4
4) Em cada volta, a variação de altura é de 3cm, e
portanto 兩Δh兩 = 4 . 3cm = 12cm
UNESP – Junho/2015
5) A variação de energia potencial (aumentando ou
diminuindo) terá módulo dado por:
兩ΔEpot兩 = mg ΔH = 360 . 10–3 . 10 . 0,12 (J)
兩ΔEpot兩 = 0,432J
Respostas: Fat = 0,216N
兩ΔEpot兩 = 0,432J
UNESP – Junho/2015
20
Em ambientes sem claridade, os morcegos utilizam a
ecolocalização para caçar insetos ou localizar obstáculos.
Eles emitem ondas de ultrassom que, ao atingirem um
objeto, são refletidas de volta e permitem estimar as
dimensões desse objeto e a que distância se encontra. Um
morcego pode detectar corpos muito pequenos, cujo
tamanho seja próximo ao do comprimento de onda do
ultrassom emitido.
(http://oreinodosbichos.blogspot.com.br. Adaptado.)
Suponha que um morcego, parado na entrada de uma
caverna, emita ondas de ultrassom na frequência de
60 kHz, que se propagam para o interior desse ambiente
com velocidade de 340 m/s. Estime o comprimento, em
mm, do menor inseto que esse morcego pode detectar e,
em seguida, calcule o comprimento dessa caverna, em
metros, sabendo que as ondas refletidas na parede do
fundo do salão da caverna são detectadas pelo morcego
0,2 s depois de sua emissão.
Resolução
1) O comprimento do menor inseto é da ordem do
comprimento de onda do ultrassom que o morcego
emite e portanto:
V
340
Lmín = λ = ––– = ––––––3 (m)
f
60 . 10
Lmín 艑 5,7 . 10–3m
Lmín 艑 5,7mm
2) A distância total percorrida pelo ultrassom corresponde ao dobro do comprimento L da caverna:
2L
2L
VS = ––– ⇒ 340 = ––– ⇒
Δt
0,2
L = 34m
Respostas: Comprimento do inseto: 5,7mm
Comprimento da caverna: 34m
UNESP – Junho/2015
21
Em muitos experimentos envolvendo cargas elétricas, é
conveniente que elas mantenham sua velocidade vetorial
constante. Isso pode ser conseguido fazendo a carga
movimentar-se em uma região onde atuam um campo
→
→
elétrico E e um campo magnético B, ambos uniformes e
perpendiculares entre si. Quando as magnitudes desses
campos são ajustadas convenientemente, a carga
atravessa a região em movimento retilíneo e uniforme.
A figura representa um dispositivo cuja finalidade é fazer
com que uma partícula eletrizada com carga elétrica
q > 0 atravesse uma região entre duas placas paralelas P1
e P2, eletrizadas com cargas de sinais opostos, seguindo
a trajetória indicada pela linha tracejada. O símbolo × representa um campo magnético uniforme B = 0,004T, com
direção horizontal, perpendicular ao plano que contém a
figura e com sentido para dentro dele. As linhas verticais,
ainda não orientadas e paralelas entre si, representam as
linhas de força de um campo elétrico uniforme de módulo
E = 20N/C.
Desconsiderando a ação do campo gravitacional sobre a
→ →
partícula e considerando que os módulos de B e E sejam
ajustados para que a carga não desvie quando atravessar
o dispositivo, determine, justificando, se as linhas de
→
força do campo elétrico E devem ser orientadas no
sentido da placa P1 ou da placa P2 e calcule o módulo da
velocidade v da carga, em m/s.
Resolução
1) De acordo com a regra da mão esquerda, a força
magnética será vertical e dirigida para cima.
2) Para que a velocidade da partícula eletrizada seja
constante, a força eletrostática deverá equilibrar a
força magnética e, portanto, deverá ser vertical e
dirigida para baixo. Como a carga da partícula é
positiva, o campo elétrico terá o mesmo sentido da
força elétrica e as linhas de força do campo serão
orientadas da placa P1 para a placa P2.
3) Resultante nula:
Fmag = FE
UNESP – Junho/2015
qVB=qE ⇒
E
V = ––––
B
20
V = ––––– (m/s) ⇒
0,004
V = 5,0 . 103m/s
Respostas: Linhas de força orientadas de P1 para P2
V = 5,0 . 103m/s
UNESP – Junho/2015
22
Um dado viciado, que será lançado uma única vez, possui
seis faces, numeradas de 1 a 6. A tabela a seguir fornece
a probabilidade de ocorrência de cada face.
número na face
1
2
3
4
5
6
probabilidade de
ocorrência da face
1
––
5
3
––
10
3
––
10
1
––
10
1
––
20
1
––
20
Sendo X o evento “sair um número ímpar” e Y um evento
cuja probabilidade de ocorrência seja 90%, calcule a
probabilidade de ocorrência de X e escreva uma possível
descrição do evento Y.
Resolução
1) P(X) = P(sair um número ímpar) =
1
3
1
11
= ––– + ––– + ––– = ––– = 55%
5
10
20
20
2) O evento Y, cuja probabilidade de ocorrência é
9
18
90% = ––– = –––, pode ser “sair um número
10
20
menor ou igual a 4”, pois
1
3
3
1
18
––– + ––– + ––– + ––– = –––
5
10
10
10
20
Resposta: a) 55%
b) sair um número menor ou igual a 4
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23
O cálculo aproximado da área da superfície externa de
uma pessoa pode ser necessário para a determinação da
dosagem de algumas medicações. A área A (em cm2) da
superfície externa de uma criança pode ser estimada por
meio do seu “peso” P (em kg) e da sua altura H (em cm)
com a seguinte fórmula, que envolve logaritmos na base
10:
log A = 0,425 log P + 0,725 log H + 1,84
(Delafield Du Bois e Eugene Du Bois.
A formula to estimate the approximate surface area if height and
weight be known, 1916. Adaptado.)
Rafael, uma criança com 1 m de altura e 16 kg de “peso”,
precisa tomar uma medicação cuja dose adequada é de
1 mg para cada 100 cm2 de área externa corporal.
Determine a dose adequada dessa medicação para Rafael.
Adote nos seus cálculos log 2 = 0,30 e a tabela a seguir.
x
10x
3,3
1995
3,4
2512
3,5
3162
3,6
3981
3,7
5012
3,8
6310
3,9
7943
Resolução
Sendo log A = 0,425 . log P + 0,725 . log H + 1,84 com
P = 16 e H = 100, temos:
log A = 0,425 . log 16 + 0,725 . log 100 + 1,84 ⇔
⇔ log A = 0,425 . 4 . log 2 + 0,725 . 2 + 1,84 e, portanto,
log A = 0425 . 4 . 0,3 + 0,725 . 2 + 1,84 ⇔
⇔ log A = 0,51 + 1,45 + 1,84 ⇔
⇔ log A = 3,8 ⇔ A = 103,8 ⇔ A = 6310 (da tabela)
Assim, a dose adequada para Rafael é de
6310
––––– mg = 63,1mg
100
Resposta: 63,1mg
UNESP – Junho/2015
24
Um bloco maciço com a forma de paralelepípedo retoretângulo tem dimensões 8 m, 12 m e 10 m. Em duas de
suas faces, indicadas por A e B na figura, foram marcados
retângulos, de 2 m por 3 m, centralizados com as faces
do bloco e com lados paralelos às arestas do bloco. Esses
retângulos foram utilizados como referência para perfurar
totalmente o bloco, desde as faces A e B até as respectivas
faces opostas a elas no bloco.
Calcule o volume e a área total do novo sólido, que
resultou após a perfuração do bloco.
Resolução
a) O volume V do sólido solicitado é equivalente a
duas vezes o volume do paralelepípedo
5
PQRSTUVX de dimensões ––– m, 10 m e 12 m
2
mais quatro vezes o volume do paralelepípedo
QIJOMLKN de dimensões 3 m, 4 m e 5 m. Assim,
em metros cúbicos, temos:
V = 2VPQRSTUVX + 4VQIJOMLKN =
5
= 2 . 10 . 12 . ––– + 4 . 3 . 4 . 5 = 840 m3
2
b) A área da superfície total do sólido formado é
equivalente a duas vezes a área total do
paralelepípedo PQRSTUVX mais quatro vezes a
área lateral do paralelepípedo QIJOMLKN e
menos oito vezes às áreas dos retângulos QONM
de 4m por 5m, bases deste último paralelepípedo.
UNESP – Junho/2015
Assim, em metros quadrados, temos:
5 + 12 . 5
S = 2 . 2 10 . 12 + 10 . –––
–––
2
2
冤 冢
冣冥+
+ 4 . [2(3 . 5 + 3 . 4)] – 8 . 4 . 5 =
= 4(120 + 25 + 30) + 8(15 + 12) – 160 =
= 4 . 175 + 8 . 27 – 160 = 756
Resposta: 840 m3 e 756 m2
UNESP – Junho/2015
As questões de 25 a 28 tomam por base um poema de
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).
Fuga
De repente você resolve: fugir.
Não sabe para onde nem como
nem por quê (no fundo você sabe
a razão de fugir; nasce com a gente).
05
10
15
20
25
30
35
40
É preciso FUGIR.
Sem dinheiro sem roupa sem destino.
Esta noite mesmo. Quando os outros
estiverem dormindo.
Ir a pé, de pés nus.
Calçar botina era acordar os gritos
que dormem na textura do soalho1.
Levar pão e rosca; para o dia.
Comida sobra em árvores
infinitas, do outro lado do projeto:
um verdor
eterno, frutescente (deve ser).
Tem à beira da estrada, numa venda.
O dono viu passar muitos meninos
que tinham necessidade de fugir
e compreende.
Toda estrada, uma venda
para a fuga.
Fugir rumo da fuga
que não se sabe onde acaba
mas começa em você, ponta dos dedos.
Cabe pouco em duas algibeiras2
e você não tem mais do que duas.
Canivete, lenço, figurinhas
de que não vai se separar
(custou tanto a juntar).
As mãos devem ser livres
para pesos, trabalhos, onças
que virão.
Fugir agora ou nunca. Vão chorar,
vão esquecer você? ou vão lembrar-se?
(Lembrar é que é preciso,
compensa toda fuga.)
Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?
Você não vai saber. Você não volta
nunca.
(Essa palavra nunca, deliciosa.)
Se irão sofrer, tanto melhor.
Você não volta nunca nunca nunca.
E será esta noite, meia-noite.
UNESP – Junho/2015
45
em ponto.
Você dormindo à meia-noite.
(Menino antigo, 1973.)
1soalho:
o mesmo que “assoalho”.
2algibeira:
bolso de roupa.
25
Que fase da vida é explorada pelo poema? Explicite o
plano descrito pelo poema e o que sugere o verso 42.
Resolução
A fase da vida explorada pelo poema é a infância. O
plano em que se descreve a fuga do menino é o do
futuro próximo (E será esta noite, meia-noite/em
ponto.)
O verso 42, “Se irão sofrer, tanto melhor”, sugere o
desejo de que o menino quer vingar-se dos que pretende abandonar. Se a fuga ferir os parentes, isso será
perfeito, eles bem o merecem.
26
Esclareça o motivo do emprego de letras maiúsculas na
palavra “fugir”, no verso 5, da repetição da palavra
“nunca”, no verso 43, e explique o que há de comum entre
esses dois recursos expressivos.
Resolução
A palavra fugir, escrita em letras maiúsculas, conota
o valor absoluto desse vocábulo. Há maiúsculas alegorizantes, intensificadoras da ação de se evadir. A reiteração do advérbio de tempo nunca, três vezes repetido
no mesmo verso, denota a ruptura intensa, absoluta
com o lugar e com as pessoas deixadas para trás no
tempo e no espaço. O elemento comum entre esses dois
recursos expressivos é a ruptura total, derivada do ato
de fugir. A fuga é para sempre, o ser nunca, em tempo
algum, deve retroceder.
UNESP – Junho/2015
27
Explicite a decisão contida no verso 9 e explique o que se
sugere nos versos 10 e 11 a respeito dessa decisão.
Resolução
O verso “ir a pé, de pés nus” conota o total despojamento de quem foge. Parte sem nada, seja meio de
locomoção, seja calçado, enfim, sem qualquer elemento material que o proteja, como, inclusive,
evidenciam os versos anteriores.
Os versos 10 e 11 conotam que a decisão de fugir pode
ser perturbada não só pela demora do ato de calçar
botina, mas principalmente pela reflexão de quem se
evade. A demora e o barulho, “os gritos que dormem
na textura do soalho”, podem fazer o menino titubear
ou, talvez, mudar de ideia.
28
Identifique uma forma verbal e um substantivo que,
bastante retomados ao longo do poema, ilustram seu
tema. Em seguida, valendo-se dessa informação, explique
a oposição entre o último verso e o restante do poema.
Resolução
São retomados ao longo do texto o verbo fugir, que
aparece seis vezes, e o substantivo fuga, que consta no
título e é retomado três vezes no poema. Fuga e fugir
ilustram, portanto, o tema desenvolvido nesses versos
de Carlos Drummond de Andrade.
O último verso, “Você dormindo à meia-noite”,
mostra a inércia, o repouso do menino. Esse sentido
que denota o aspecto estático do fecho do poema
contrasta com o tom dinâmico, arrojado de quem foge
para nunca retornar.
UNESP – Junho/2015
As questões de 29 a 32 focalizam um trecho de uma
crônica do escritor Eça de Queirós (1845-1900) e uma
tira da cartunista Ciça (Cecília Whitaker Alves Pinto).
XXIV
O Parlamento vive na idade de ouro. Vive nas idades
inocentes em que se colocam as lendas do Paraíso –
quando o mal ainda não existia, quando Caim era um bom
rapaz, quando os tigres passeavam docemente par a par
com os cordeiros, quando ninguém tinha tido o
cavalheirismo de inventar a palavra calúnia! – e a palavra
mente! não atraía a bofetada!
Senão vejam! Todos os dias aqueles ilustres deputados
se dizem uns aos outros: É falso! É mentira! E não se
esbofeteiam, não se enviam duas balas! Piedosa
inocência! Cordura1 evangélica! É um Parlamento
educado por S. Francisco de Sales!
O ilustre deputado mente!
Ah, minto? Pois bem, apelo...
Cuidam que apela para o espalmado da sua mão direita
ou para a elasticidade da sua bengala? – Não, meus caros
senhores, apela – para o País!
Quanta elevação cristã num diploma de deputado!
Quando um homem leva em pleno peito, diante de
duzentas pessoas que ouvem e de mil que leem, este rude
encontrão: É falso! – e diz com uma terna brandura: Pois
bem, apelo para o País! – este homem é um santo! Não
entrará decerto nunca no Jockey-Club, donde a mansidão
é excluída, mas entrará no reino do Céu, onde a
humildade é glorificada.
É uma escola de humildade este Parlamento! Nunca em
parte nenhuma, como ali, o insulto foi recebido com tão
curvada paciência, o desmentido acolhido com tão sentida
resignação! Sublime curso de caridade cristã. E veremos
os tempos em que um senhor deputado, esbofeteado em
pleno e claro Chiado2, dirá modestamente ao agressor,
mostrando o seu diploma: –“Sou deputado da Nação
Portuguesa! Apelo para o País! Pode continuar a bater!”
(Uma campanha alegre. Agosto, 1871.)
1cordura:
sensatez, prudência.
2Chiado:
um bairro tradicional de Lisboa e importante área cultural
em meados do século XIX.
UNESP – Junho/2015
(Ciça. Pagando o pato, 2006.)
29
Indique os dois planos de significação que o fragmento
de crônica apresenta, identifique a figura de linguagem
utilizada para produzir um deles e explique qual dos dois
planos corresponde à opinião real do cronista.
Resolução
O texto tem dois planos: o literal e o irônico.
A partir da metáfora irônica “O Parlamento vive na
idade de ouro”, o autor desenvolve uma série de
ironias que exemplificam sua opinião sobre os
políticos portugueses. A ironia é, portanto, a figura de
linguagem que percorre o texto. Para Eça de Queirós,
os homens públicos apresentam um comportamento
oposto à “piedosa inocência”, “cordura evangélica”,
“elevação cristã”, “terna brandura”, “curvada
paciência”, são cínicos, corruptos. São o avesso do que
sugere a metáfora “idade de ouro”, estão na “idade do
bronze”, a mais vil.
UNESP – Junho/2015
30
A sentença cristã “Oferece a outra face” pode ser
entendida em um aspecto físico e em um aspecto moral.
Transcreva a frase do último parágrafo da crônica em que
um político alude a essa sentença, aponte qual aspecto
quer realmente ressaltar e com que intenção o faz.
Resolução
A frase que se refere à sentença cristã “oferece a outra
face” ocorre na passagem “pode continuar a bater”. A
intenção do parlamentar é dissimular modéstia e
humilde honestidade, dispondo-se a oferecer a outra
face para receber “injustas” bofetadas.
31
Comprovando com informações extraídas da tira,
determine o que representa a personagem que faz as
solicitações, o que deseja e em que medida o balão maior
do último quadrinho revela uma frustração desse desejo.
Resolução
A personagem que faz os pedidos representa o povo,
como comprovado pelo vocativo da frase “Calma
povo!”. Essa personagem exige dos políticos posicionamento claro e imediato quanto aos interesses urgentes
do país.
Isso é frustrado pela resposta da personagem atrás da
porta, o político da oposição, que afirma que seu
grupo está preocupado com questões pessoais e
partidárias, enfim, é uma visão política fisiológica,
para se manter no poder e usufruir os benefícios e
privilégios dessa condição. Não há nenhum interesse
em satisfazer as demandas da população.
32
Indique a semelhança e a diferença entre a tira de Ciça e
a crônica de Eça de Queirós, no que diz respeito aos alvos
da crítica que fazem, e identifique a intenção dessa crítica
nos dois textos.
Resolução
A semelhança entre a tira de Ciça e a crônica de Eça
de Queirós é a crítica à desonestidade dos políticos. A
diferença reside no seguinte ponto: na tira, é o povo
que critica os políticos; na crônica, um político critica
o outro político, enfim, os políticos difamam-se.
A intenção dessa crítica nesses dois textos é mostrar
como os políticos estão desvinculados do interesse
público, são cínicos, corruptos e visam somente à
própria manutenção no poder, haja o que houver.
UNESP – Junho/2015
Leia o texto para responder, em português, às questões 33
e 34.
Brazil finds coffee protein with morphine effect
January 26, 2015
Brazilian scientists have discovered a protein in coffee
that has effects similar to pain reliever morphine,
researchers at the state University of Brasilia (UnB) and
state-owned Brazilian Agricultural Research Corporation
Embrapa said Saturday.
Embrapa said its genetics and biotech division,
teaming up with UnB scientists, had discovered
“previously unknown protein fragments” with morphinelike effects in that they possess “analgesic and mildly
tranquilizing” qualities. The company added tests on
laboratory mice showed that the opioid peptides, which
are naturally occurring biological molecules, appeared to
have a longer-lasting effect on the mice than morphine
itself.
Embrapa said the discovery has “biotechnological
potential” for the health foods industry and could also
help to alleviate stress in animals bound for the
slaughterhouse. In 2004, Embrapa managed to sequence
coffee’s functional genome, a major step towards efforts
by the firm and UnB to combine coffee genes with a view
to improving grain quality.
(www.news.com.au. Adaptado.)
33
Quais os efeitos da proteína descoberta no café?
Resolução
A proteína descoberta no café tem efeitos semelhantes
à morfina, ou seja, qualidades analgésicas e levemente
tranquilizantes.
UNESP – Junho/2015
34
Quais são as possíveis aplicações práticas da descoberta?
Resolução
A descoberta, de acordo com a Embrapa, tem “potencial biotecnológico” para a indústria de alimentos
saudáveis e poderia também ajudar a aliviar o estresse
em animais prestes a serem abatidos.
UNESP – Junho/2015
Leia o texto para responder, em português, às questões 35
e 36.
The value of celebrity endorsements
December 11, 2014
By Rob Boffard
Singer Sophie Ellis-Bextor has had her Danz Spas hot tub since 2011
The glamorous world of celebrities can seem a very
long way away if you are a small business in the East
Midlands with just four members of staff. So you can
understand why Daniel Thomas, founder of Nottinghambased Danz Spas, was somewhat surprised three years
ago when he was approached by a representative for pop
star Sophie Ellis-Bextor. The singer was said to be
looking to buy a hot tub, and was wondering if she and
Danz Spas could come to a business relationship – she
would be happy to endorse and promote the company, if
it could offer her a good deal.
Mr Thomas, 26, was quick to realise that he had just
been offered a fantastic opportunity. “We knew that
having someone like that associated with the name would
do good things,” he says. “We’re effectively a business
nobody has ever heard of, and we’re trying to convince
people to spend £5,000 without ever seeing us. That’s an
incredibly hard thing to do. We thought that having
Sophie would help with some of the credibility issues.”
And so, in return for Ms Ellis-Bextor discussing how
much she likes her hot tub in a video on Danz’s website,
and also praising the firm on her Twitter feed, she
received a significant discount. Mr Thomas, who
launched the business when he was 18, says that having
the endorsement from the singer helped the company see
its annual turnover go above £1m.
(www.bbc.com. Adaptado.)
UNESP – Junho/2015
35
Que acordo comercial o representante da cantora pop
ofereceu ao fundador da empresa Danz Spas?
Resolução
O representante da cantora afirmou ao fundador da
empresa que Sophie Ellis-Bextor gostaria de comprar
uma banheira e que ficaria feliz de selar um acordo
comercial com a empresa Danz Spas, apoiando-a e
promovendo-a se lhe fosse oferecido um bom negório.
36
Por que o acordo foi benéfico para ambas as partes?
Resolução
O acordo foi benéfico para a cantora porque ela
conseguiu a banheira com um desconto significativo.
Por meio de divulgação em um vídeo no site da
empresa e também elogios feitos por Sophie em seu
Twitter, a empresa viu seu capital de giro anual
ultrapassar 1 milhão de libras.
UNESP – Junho/2015
REDAÇÃO
Texto 1
O advogado Carlos Velloso, ex-presidente do Supremo
Tribunal Federal, diz que a redução da maioridade penal
vai inibir jovens e criminosos: “O jovem de hoje é
diferente do jovem de 1940, quando essa maioridade
penal de 18 anos foi instituída. Agora, ele é bem
informado, já compreende o que é uma atitude delituosa.
Muitos jovens de 16 anos já estão empregados no crime
organizado. A redução vai inibir os adolescentes e
criminosos que aliciam menores.”
(“Para ex-ministro do STF, redução da maioridade penal diminuiria
crime”. www.folha.uol.com.br, 01.04.2015. Adaptado.)
Texto 2
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal
Federal, afirmou que a redução da maioridade penal,
debatida atualmente no Congresso Nacional, não deve
diminuir a violência no país: “Não vamos dar uma
esperança vã à sociedade, como se pudéssemos ter
melhores dias alterando a responsabilidade penal. Cadeia
não conserta ninguém.”
(“‘Cadeia não conserta ninguém’, diz ministro sobre redução da
maioridade”. http://g1.globo.com, 01.04.2015. Adaptado.)
Texto 3
A presunção de que ao adolescente de 16 anos falta o
entendimento pleno da ilicitude da conduta que pratica
podia encontrar justificativa décadas atrás, quando o
Brasil era uma sociedade agrária e atrasada socialmente.
Hoje, com a densificação populacional, o incremento dos
meios de comunicação e o acesso facilitado à educação,
esse adolescente amadurece muito mais rápido.
O jovem de 16 anos já possui maturidade para votar. E
o Código Civil, atento ao fato de que o jovem amadurece
mais cedo, permitiu a emancipação aos 16 anos de idade.
Emancipado, poderá constituir família, com os pesados
encargos daí decorrentes como manutenção do lar e
criação e educação da prole. Poderá também constituir
uma empresa e gerenciá-la, respondendo, sem interferência de terceiros, por todas as obrigações inerentes ao
exercício do comércio.
É notório que os adolescentes se valem conscientemente da menoridade para praticar ilícitos infracionais,
sabendo quanto são brandas as medidas passíveis de
serem aplicadas a eles.
Uma das causas da delinquência juvenil é a falta de
políticas públicas voltadas à criança e ao adolescente.
Mas a sociedade não pode esperar indefinidamente que
essas políticas sejam implementadas. O problema deve
ser enfrentado de duas formas: criando políticas sociais de
UNESP – Junho/2015
trabalho, educação e emprego, mas simultaneamente
fazendo jovens entre 16 e 18 anos responderem
penalmente pelos seus atos.
(Cláudio da Silva Leiria (promotor de justiça). “Questão de
maturidade”. O Estado de S.Paulo, 05.04.2015. Adaptado.)
Texto 4
Confrontado com situações extremas de violência e
criminalidade, nas quais há adolescentes envolvidos, o
Congresso Nacional de novo discute o rebaixamento da
idade de responsabilidade penal de 18 para 16 anos como
uma das soluções para o problema.
No entanto, leve-se em conta que a maioria
esmagadora dos criminosos são jovens entre 19 e 25 anos
e adultos. Atrás do adolescente infrator, há sempre
adultos. O núcleo duro da criminalidade violenta são
organizações comandadas por adultos, que a polícia não
consegue desbaratar por incompetência na coleta de
informações, fraqueza da investigação e por manter, a
despeito da consagrada impunidade, a concepção
sabidamente equivocada de “guerra contra o crime”.
O rebaixamento da idade penal é um logro que não terá
nenhum efeito para aumentar a segurança dos cidadãos.
Se as instituições brasileiras de tratamento de crianças e
adolescentes infratores não educam nem regeneram,
sendo masmorras disfarçadas apenas pelo nome,
trancafiá-los em prisões de adultos seria condená-los à
tortura, à violência sexual e à solitária.
Está mais do que na hora de ir além do atual debate
relativo ao estabelecimento arbitrário de uma idade
mínima de responsabilidade pela infração das leis penais.
Mas, enquanto não atingirmos essa etapa, o esforço do
Estado democrático não deve ser de despejar mais e mais
adolescentes miseráveis, pobres e afrodescendentes no
sistema penal de adultos. O esforço deve ser no sentido de
aperfeiçoar as atuais instituições de tratamento das
crianças e adolescentes, para evitar que eles, tornados
adultos, entrem naquele sistema.
(Paulo Sérgio Pinheiro (ex-secretário de Estado de Direitos
Humanos). “Adolescentes: o elo mais fraco”. Folha de S.Paulo,
11.01.2013. Adaptado.)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios
conhecimentos, escreva uma redação de gênero dissertativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa,
sobre o tema:
A redução da maioridade penal contribuirá para a
diminuição da criminalidade no Brasil?
UNESP – Junho/2015
Comentário à proposta de Redação
A Unesp propôs como tema uma pergunta: A
redução da maioridade penal contribuirá para a
diminuição da criminalidade no Brasil? Caberia
responder a essa questão num texto de gênero
dissertativo. Dos quatro textos apresentados pela
Banca Examinadora, dois defendiam a redução da
idade penal, enquanto os demais se posicionavam
contra a diminuição. Entre os defensores, está o expresidente do STF, Carlos Velloso, que acredita ser o
jovem de hoje “diferente do jovem de 1940”, estando
portanto apto a compreender “o que é uma atitude
delituosa”. Acompanhando a opinião de Velloso, o
promotor Cláudio da Silva Leiria credita a fenômenos
como “densificação populacional, o incremento dos
meios de comunicação e o acesso facilitado à
educação” o amadurecimento dos adolescentes, que
“se valem conscientemente da menoridade para
praticar ilícitos infracionais”. Na contramão dessas
opiniões, está o ministro Marco Aurélio Mello, do
Supremo Tribunal Federal, que acredita ser a redução
da maioridade penal “uma esperança vã”, já que
“cadeia não conserta ninguém”. Partilhando de ponto
de vista semelhante, Paulo Sérgio Pinheiro, exsecretário de Estado de Direitos Humanos, afirma que
“o rebaixamento da idade penal é um logro que não
terá nenhum efeito para aumentar a segurança dos
cidadãos”.
Caso o candidato optasse por posicionar-se a favor
da redução da idade penal, caberia, por exemplo,
observar a capacidade de discernimento da maioria
dos adolescentes, estimulada pelo grande número de
informações disponíveis na atualidade. Assim, haveria
uma grande possibilidade de que o menor acabasse se
prevalecendo de sua condição inimputável para
praticar quaisquer delitos. Seria apropriado, ainda,
mencionar os aliciadores de menores, que, aproveitando-se da lei vigente, ficam à vontade para cometer
crimes cuja responsabilidade é imputada aos menores.
Em suma, a redução teria como reflexo a diminuição
da criminalidade.
Caso, porém, o candidato não enxergasse na redução da maioridade a solução para a criminalidade,
cumpriria lembrar que o cérebro do adolescente ainda
não está totalmente formado, o que o tornaria vulnerável a influências tanto positivas quanto negativas.
Outro aspecto importante a ser destacado estaria na
precariedade das instituições teoricamente voltadas à
ressocialização de menores infratores. Em vez de
oferecer-lhes ensino de qualidade, cursos profissionalizantes e ajuda psicológica, tais instituições
estariam apostando, na maioria das vezes, na reclusão
e na repressão, gerando revoltas e rebeliões, abrindo
dessa forma caminho para a reincidência. Quanto à
UNESP – Junho/2015
proposta de trancafiá-los em presídios superlotados
isso só contribuiria para o aperfeiçoamento de
condutas que, se fossem devidamente corrigidas,
evitariam o aumento de criminosos no País.
Independentemente do ponto de vista adotado
pelo candidato, seria importante sugerir a criação, por
parte do Estado, de políticas sociais de trabalho,
educação e emprego – formas comprovadamente
eficazes de prevenção da criminalidade.
UNESP – Junho/2015

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