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Transcrição

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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Fe ve re iro 2010
Conectando
com
Jesus
ARTIGO ESPECIAL
e Muçulmanos:
Adventistas
cinco convicções
Veja página 11
Fe ve re iro 2010
A
IGREJA
EM
AÇÃO
Editorial............................. 3
Notícias do Mundo
3 Notícias & Imagens
F R A N K L I N
F A R I A S
Janela
E S P E C I A L
Adventistas e Maçulmanos
Por William G. Johnsson ............................................................. 11
Quanto mais soubermos uns dos outros, mais fácil
será nosso diálogo.
A R T I G O
D E
C A P A
7 Togo por Dentro
Visão Mundial
8 Mostrando Nossa Mensagem
no YouTube
SAÚDE
NO
MUNDO
Benefícios do
Aleitamento
Materno ........................... 10
Por Allan R. Handysides e
Peter N. Landless
Conectando com Jesus
Por Sandra Blackmer .................................................................. 14
Não é isso que todos nós queremos?
ESPíRITO
DE
PROFECIA
Perdido Estive … Por Ellen G. White .................................. 19
… mas salvo agora sou.
DEVOCIONAL
Por que Crer em Deus Por Limoni Manu.......................... 20
Todos, mesmo os ateus, creem em algo.
CRENÇAS
BÍBLICAS
Órgãos do Corpo
e a Religião do
Coração ............................ 26
Por Angel Manuel Rodríguez
ESTUDO
BÍBLICO
Deus o Criador .............. 27
Por Mark A. Finley
FUNDAMENTAIS
1+1+1= Um Por Norman Gulley ......................................... 22
A pedra fundamental da teologia bíblica.
SERVIÇO
PERGUNTAS
ADVENTISTA
Suprindo uma Necessidade Por Andrew King................. 24
Vivendo onde as necessidades são tão grandes
quanto as oportunidades.
INTERCÂMBIO
MUNDIAL
29 Cartas
30 O Lugar de Oração
31 Intercâmbio de Ideias
O Lugar das Pessoas .... 32
Tradução: Sonete Magalhães Costa
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 6, nº 2, fevereiro de 2010.
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Adventist World | Fevereiro 2010
www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação
EDITORIAL
Permanecendo Alerta
O
travesseiro no qual coloco a
cabeça todas as noites é uma coisa
maravilhosa: generosamente longo,
confortavelmente macio e recheado com uma fibra sintética
que imita, muito bem, as penas do travesseiro de meu avô.
Embora a pressão do trabalho signifique, algumas vezes, que
minha cabeça não passa tempo suficiente sobre ele, esse objeto cumpre sua função provendo-me conforto e apoio por seis
ou sete horas, todas as noites. Gosto do meu travesseiro: na
verdade, após experimentar os que são oferecidos em alguns
dos hotéis em que me hospedo em minhas viagens, eu até
poderia dizer que amo meu travesseiro.
Entretanto, não o levo à igreja comigo. Isso não é de
admirar, uma vez que a experiência de adorar com outros
crentes é tal que é muito difícil eu cair no sono. Deus espera
que eu permaneça reverentemente alerta no ambiente de fé.
Paulo lembra: “já é hora de vos despertardes do sono, porque
a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no
princípio cremos” (Rm 13:11).
Quando me uno a outros crentes para ouvir a Palavra pregada, para estudar as Escrituras, para orar por reavivamento,
para planejar a missão, a maior preocupação não deve ser
o conforto. Espero que meu pastor me lembre de que a hora
está avançada, que meus amigos me incentivem a permanecer
acordado e orar com eles, que meu coração seja desafiado pelo
chamado insistente para que eu siga os passos de Jesus. Espero
lembretes para que eu seja “sóbrio e vigilante. O diabo, vosso
adversário, anda em derredor, como leão que ruge, procurando alguém para devorar” (1Pe 5:8).
Por isso, aplaudo a minha igreja – a comunhão mundial dos
adventistas do sétimo dia – pela iniciativa chamada “Conectando
com Jesus”, em destaque na edição deste mês. A distribuição
das mensagens inspiradas pelo Céu encontradas no Espírito de
Profecia preparará esse povo para os tempos de angústia e dificuldade, sem precedentes, preditos pelas Escrituras, que acompanharão os últimos dias da história da humanidade. O ministério
de Ellen White expresso nesses livros faz um apelo para que
voltemos ao estudo da Bíblia, ao arrependimento, a uma profunda consciência do poder de Cristo e especial urgência para
alcançar aqueles que ainda não estão conectados com Jesus.
O maior conforto que o povo de Deus poderá encontrar,
não será dormindo, mas sabendo que colocaram sua vida,
com segurança, no centro de Sua vontade.
— Bill Knott
NOTÍCIAS DO MUNDO
M I S S Ã O
D A
“Está dando certo”, disse Schneider.
“Tivemos mais batismos neste ano do
que nos últimos anos. E mais pessoas
como Jeannie Ramos estão evangelizando suas comunidades por meio do
ministério de plantar igrejas.”
Em 2003, Ramos ajudou a iniciar
uma igreja chamada FaithStep (Passo de
Fé) em Hagerstown, Maryland. “Nosso
objetivo era atingir de baixo e para
fora”, disse Ramos. “Algumas das pessoas que frequentam estão desabrigadas e
lutam contra muitos vícios.”
S E D E
■ “Precisamos plantar muitas novas
igrejas em nossa divisão para alcançar
diferentes tipos de pessoas”, disse Don
Schneider, na mensagem de abertura
dirigida aos membros da Comissão
Administrativa da Divisão NorteAmericana, no dia 5 de novembro.
Schneider, presidente da Igreja
Adventista do Sétimo Dia na América
do Norte, contou histórias inspiradoras
sobre como o evangelismo, o testemunho pessoal e os plantadores de
igrejas estão levando pessoas a Jesus.
A D V E N T I S TA
América do Norte é Desafiada a Plantar Tantas
Igrejas Quanto o Número de McDonald’s
ORANDO POR PODER: Após convidar os
participantes das reuniões do fim de
ano da Divisão Norte-Americana para
orarem pelo poder do Espírito Santo em
favor da abertura de novas igrejas, Don
Schneider, presidente da divisão, ora com
a plantadora de igrejas Jeannie Ramos.
Fevereiro 2010 | Adventist World
3
A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
Numa entrevista com Ramos,
Schneider riu quando ela se lembrou
de ter ficado preocupada quando ele
visitou o FaithStep vestido de terno
e gravata. “As pessoas que estamos
atendendo vestem-se bem à vontade”,
disse Ramos. “Quando começamos esta
igreja, resolvemos criar um ambiente
em que eles se sentissem à vontade.”
“Quando você pergunta às pessoas
como se sentem no FaithStep, ninguém
diz: Estou bem”, informou Schneider.
“Elas dizem: ‘Estou indo muito bem.
Estou limpo a semana toda’ Ou: ‘Eu caí
do vagão na semana passada, mas agora
estou de volta.’ FaithStep é um lugar
muito real.”
Marti Schneider, esposa de Schneider,
partilha sua paixão pela plantação de
igrejas. Marti é diretora de programas da
Missão da Igreja Adventista do Sétimo
Dia. Ela ajuda a iniciar novos grupos de
crentes em áreas não alcançadas em todo
o mundo. Ainda coordena os projetos
Sementes e Igreja em Ação, que desafiam as pessoas a plantar congregações
com o propósito de atingir novos territórios ou novos grupos de pessoas para
Deus. (Para saber mais sobre o SEEDS
[sementes], visite www.nadei.org.)
No encerramento, Don Schneider
desafiou os participantes a fazer do
estabelecimento de igrejas uma prioridade. “Começamos com cem igrejas por
ano”, disse Schneider, “mas precisamos
de mais. Você sabe onde pode encontrar
um McDonald’s por aqui?* Se você sair
à rua e der alguns passos à direita, ou
à esquerda, para frente ou para trás,
certamente encontrará um. Em seguida,
ande mais uns dois ou três quilômetros,
e encontrará outro. E se tivéssemos a
mesma quantidade de igrejas adventistas? Todos nós precisamos pensar em
como transformar isso em realidade.”
*Referindo-se aos Estados Unidos.
—Reportagem de Laurie Falvo (da sede
da Missão Adventista)
4
Adventist World | Fevereiro 2010
LAR DE ESPERANÇA: Fachada da nova Igreja Adventista do Sétimo Dia no
histórico Quarteirão Latino de Paris, França.
D I V I S Ã O
E U R O - Á F R I C A
Abertas “Casas de Esperança”
na França
■ No fim de semana 27 e 28 de
novembro de 2009, a Associação do
Norte da França, com mais de 8 mil
membros, comemorou a inauguração
oficial da Casa da Esperança, centro
espiritual e cultural localizado em Paris.
Adquirido em 2005, o prédio da
Casa da Esperança foi reformado para
cumprir os regulamentos dos edifícios
públicos e permitir o acesso de pessoas
portadoras de deficiência. Os custos de
aquisição e da reforma da Casa da Esperança totalizaram três milhões de euros.
O projeto foi financiado pelo fundo
de construção da Associação do Norte
da França e por uma oferta especial de
16 milhões de adventistas em todo o
mundo.
A Casa da Esperança é um lugar de
encontro para promover a diversidade
cultural e ajudar as pessoas a descobrir
como chegar a Deus e a outras pessoas.
Todas as manhãs de sábado, quatro congregações adventistas utilizam o mesmo
prédio: Igreja da Esperança de língua
francesa, romena, portuguesa e hispânica. Uma congregação batista aluga o
prédio aos domingos pela manhã. Cada
congregação possui de 80 a 100 membros. O prédio tem espaço para mais de
300 visitantes. Durante a semana, o centro oferece várias alternativas: estudos
bíblicos, atividades sociais, educacionais
e programas de saúde, com diversas
parcerias.
Durante a cerimônia de abertura
no dia 27 de novembro, o vice-prefeito
de Paris, Jean Tiberi, disse: “É bom que
uma igreja como a sua esteja aberta à
sociedade. A criação de um centro cultural e espiritual foi excelente, e estou
muito satisfeito pela existência de uma
casa como essa no Quartier Latin do
quinto distrito de Paris.”
Roger Abotsivia, pastor da comunidade batista que vai utilizar o centro,
expressou sua expectativa de que outras
“casas de esperança” similares sejam
construídas na França. Ele também
agradeceu ao diretor do centro, Philippe
Leduc, por liderar essa iniciativa no
centro de Paris.
O presidente da Igreja Adventista na
região euro-africana, Bruno Vertallier,
declarou: “Queremos viver com a esperança cristã no coração da cidade, em
lugar do estresse que a nossa sociedade,
em geral, sofre.”
No sábado 28 de novembro, os
pastores adventistas da região de Paris
se reuniram no centro para uma cerimônia de dedicação. Líderes da Divisão
Euro-Africana, da União Associação
Franco-Belga e Associação do Norte
da França apresentaram mensagens de
exortação e gratidão. O coral “Crescendo” e outros apresentaram as mensagens musicais.
—Reportagem de Jean-Paul Barquon
(Divisão Euro-Africana)
Adventist World Acrescenta Idiomas
■ A Adventist World, revista internacional dos adventistas do sétimo
dia, está usando mais idiomas em
versão impressa e online, para servir
adequadamente aos mais de 16 milhões de membros batizados da IASD
no mundo.
Seis meses após o lançamento de
uma edição em língua alemã, cerca de
25.000 membros da Igreja Adventista
na Alemanha e Suíça começaram a
receber uma cópia da Adventist World,
cada mês, em sua própria língua. O
lançamento ocorreu em parceria com a
Advent-Verlag, editora adventista sediada em Lueneburg, perto de Hamburgo,
na Alemanha, que está lançando uma
nova revista denominacional para os
membros da sua área ao mesmo tempo.
Capitalizando sobre este desenvolvimento, a União Associacão Austríaca planeja lançar uma nova revista,
inserindo a Adventist World, para ser
distribuída em toda a Áustria.
Esses acontecimentos são importantes nos territórios de língua alemã.
“Nós, da Advent-Verlag, em nome
dos nossos leitores de língua alemã,
estamos animados”, disse o editor da
editora, Eli Diez-Prida. “Temos sempre
publicado notícias sobre o trabalho
em nossa revista. Mas agora a relação
e identificação com a Igreja em nível
mundial será muito mais promovida.
A ampliação do horizonte nacional e
mesmo do europeu será mais proveitosa
para todos nós.”
Na Alemanha, Suíça e Áustria, há
cerca de 45.000 membros da Igreja
Adventista do Sétimo Dia que falam o
alemão.
Outro marco importante foi
alcançado quando a primeira edição
vietnamita online da Adventist World
foi lançada em outubro de 2009. O lançamento foi feito um ano depois que a
Igreja Adventista do Sétimo Dia recebeu
o reconhecimento oficial do governo.
Esse evento abriu novas perspectivas para os 14 mil membros vietnamitas no país, os quais, por várias
décadas, se sentiram marginalizados
pela igreja mundial, porque muito
pouco material podia alcançá-los.
Além disso, segundo fontes do governo, mais de 300 mil guardadores do
sábado se reúnem em casas/ igrejas
em todo o país. Esses crentes também
serão beneficiados, pois muitos serão
capazes de se identificar melhor com
a igreja mundial por ter acesso à
Adventist World em sua língua.
Duas versões adicionais da Adventist
World foram introduzidas na web em
janeiro de 2010. O público-alvo das
novas edições são a Romênia, com cerca
de 100 mil adventistas, e urdu, língua
dominante do Paquistão, com cerca de
12 mil adventistas do sétimo dia. Embora esse grupo seja comparativamente
pequeno, “é um grupo que vale a pena
apoiar”, segundo Claude Richli, diretor
de marketing e editor associado da
revista. “Essas pessoas vivem num ambiente predominantemente muçulmano
e precisam relacionar-se mais com seus
irmãos e irmãs no mundo inteiro, para
que sejam apoiados e incentivados.
Além disso, sabemos de leitores cristãos
não adventistas no Paquistão, que desejam fortalecer sua fé cristã e que teriam
grande interesse em nosso material, se
fosse oferecido em sua língua.”
Juntamente com esses empreendimentos, a Adventist World será publicada
em sete idiomas, em edições impressas e
outros onze diferentes idiomas na web,
incluindo o russo e o chinês. Versões
online da revista podem ser acessadas
no site www.adventistworld.com.
Lançada em 2005 como iniciativa da
Associação Geral, a missão da Adventist
World é “elevar Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todos os
lugares em crenças, missão, vida e esperança”. Os escritórios da redação estão
localizados em Silver Spring, Maryland,
Estados Unidos, e em Seul, República
da Coreia.
—Equipe da Adventist World
Fevereiro 2010 | Adventist World
5
A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
Casa Publicadora Coreana Comemora
Adventistas celebram realizações
de um ministério em expansão
A
s grandes realizações da Igreja
Adventista do Sétimo Dia na
Coreia do Sul e da Divisão
Asiática do Pacífico Norte foram apresentadas em 2009, com a celebração
do centenário da Casa Publicadora
Coreana. Um pouco antes, um grupo
de líderes adventistas do sétimo dia
da Divisão África Centro-Oriental foi
inquirido sobre como o ministério e
evangelismo são feitos naquela região,
onde a igreja cresce rapidamente.
Em outubro, a Casa Publicadora
Coreana celebrou o centenário do
ministério de publicações. Cerca de 500
convidados, incluindo funcionários, colportores e antigos assinantes, participaram das celebrações na Igreja do Hospital
Adventista de Seul, no dia 29 de outubro.
Setenta delegados especiais, entre eles
Pardon Mwansa, um dos vice-presidentes da Associação Geral (AG); Matthew
Bediako e Rajmund Dabrowski, respectivamente secretário executivo e diretor de
comunicação da AG, bem como líderes e
diretores de outros territórios da Divisão,
participaram das comemorações.
“A Casa Publicadora Coreana desempenha importante papel como instituição missionária, com sua própria
história e tradições. Esforçamo-nos para
seguir adiante,” disse Kyu Chul Shin,
presidente da editora, em seu discurso
comemorativo. Também mencionou
que a instituição fornece material impresso para a Tanzânia, Zâmbia, África
do Sul, Cingapura e Sri Lanka, como
parte de seu trabalho na missão.
Jairyong Lee, presidente da Divisão,
elogiou a editora em sua mensagem de
congratulação: “É parte importante do
trabalho da missão transmitir o evangelho eterno às pessoas por meio de pu-
6
Adventist World | Fevereiro 2010
Centenário
Esquerda: SIMPÓSIO DE PUBLICAÇÕES: Bill Knott (centro), editor-executivo da
Adventist World, entre os que compareceram ao simpósio que precedeu a
celebração do centenário da Casa Publicadora Coreana. Direita: ENCONTRO DE
LÍDERES: Dirigido por Jairyong Lee (esquerda), presidente da Divisão Asiática
do Pacífico Norte, e Geoffrey Mbwana (direita), presidente da Divisão África
Centro-Ocidental, delegados de ambas as divisões dialogam durante visita à
Coreia do Sul, em setembro de 2009.
D I V I S Ã O
A S I Á T I C A
D O
PA C Í F I C O
N O R T E
blicações. A Casa Publicadora Coreana
contribuiu grandemente para o desenvolvimento da Igreja Adventista naquele
país e para o trabalho de evangelização
nos últimos cem anos. Esperamos que
continue assim até que Jesus volte.”
Em nome do presidente da AG – Jan
Paulsen –, Bediako agradeceu à editora
pelo sucesso de seu trabalho não só na
Coreia, mas também em muitos outros
países do mundo.
Um representante da Review and
Herald Publishing Association entregou
uma placa especial de agradecimento
à editora, que publica e distribui a
revista Adventist World. A editora tem
planos de estabelecer um sistema de
cooperação com as editoras irmãs, em
outras partes do mundo, e continuar a
promover o “Projeto Folhas de Outono”,
que oferece publicações gratuitas para
países em desenvolvimento.
Precedendo as comemorações, foi
realizado um simpósio internacional sobre
o Ministério de Publicações, sob o tema
“Refletindo sobre os 100 Anos da Casa
Publicadora Coreana”. Bill Knott, editorexecutivo da Adventist Review / Adventist
World; Daegeuk Nam, Sahmyook, expresidente da Universidade Sahmyook, e
outros oradores destacaram a contribuição histórica da editora para a sociedade
coreana e para a Igreja Adventista.
A editora está equipada com um sistema gráfico de alta tecnologia e instalações
modernas, com 70 funcionários que trabalham para o desenvolvimento do ministério
de publicações. Ela produz uma série de
materiais, incluindo livros eletrônicos e
livros de áudio associados à sua tecnologia.
—Reportagem do Departamento de
Comunicação da NSD
JANELA
Togo
W A R
L E T T
A
por Dentro
V
erdes prados entrelaçados por bosques de árvores de
pequeno porte compõem grande parte da paisagem de
Togo. Essa estreita nação do oeste africano está espremida
entre Gana, a oeste, Benin, a leste, Burkina Faso, ao norte, e o
Oceano Atlântico, ao sul. Não há histórico detalhado sobre essa
região, mas a maioria crê que os colonos de Togo vieram de regiões circunvizinhas, especialmente, hoje em dia, de Gana e Nigéria.
O pequeno litoral de Togo, formado por pouco mais de 100
quilômetros de costa do Oceano Atlântico, já foi considerado
o centro do comércio de escravos africanos. Durante quase
duzentos anos, comerciantes europeus invadiram a região em
busca de escravos. Essa prática só terminou, efetivamente, em
1854, quando a França declarou Togo seu protegido soberano.
Em 1905, a França perdeu o controle de Togo para a Alemanha,
que colonizou o país. O domínio alemão foi de curta duração,
uma vez que a França retomou o controle, juntamente com a
Grã-Bretanha, após a derrota da Alemanha na Primeira Guerra
Mundial. Mais tarde, Togo foi dividido em dois e a Inglaterra
tomou a parte oeste integrando-a ao que hoje é Gana, e a França
criou a autônoma Togolândia Francesa.
Em 1960, Sylvanus Olympio, primeiro-ministro de Togo
sob o governo francês, ajudou o país a ganhar sua independência e trocou seu nome para Togo. Ele se tornou o primeiro
presidente de Togo no ano seguinte.
O primeiro missionário adventista conhecido em Togo foi o
colportor evangelista George Vaysse. Chegando em 1956, vendeu livros adventistas e panfletos em língua francesa por dois
anos, antes de voltar para seu país. Como resultado do trabalho
de Vaysse, muitas pessoas ficaram interessadas no adventismo
e começaram a se auto-denominar adventistas do sétimo dia.
Quatro anos mais tarde, H. Kempf, missionário da região da
Costa do Marfim, visitou Togo para ver o que poderia fazer para
ajudar a organizar os poucos membros que havia no país. Ele,
porém, ficou por pouco tempo. Quatro anos mais tarde, retornou com sua família como o primeiro líder da igreja no país.
Kempf ficou os seis anos seguintes organizando oficialmente as
congregações e estabelecendo escolas.
J O S É
A .
Por Hans Olson
TOGO
Capital:
Lomé
Idiomas principais:
Francês (oficial), Ewe, Mina,
Kabye e Dagomba
Religiões:
Cristianismo – 29%; Islamismo – 20%;
crenças indígenas – 51%
População:
6.6 milhões*
Membros adventistas:
10,272*
Adventistas per capita:
641*
*Arquivos Estatísticos da Associação Geral, 145° Relatório Estatístico Anual
Hoje, Togo é um dos onze países que fazem parte da União
Missão Sahel. A União Sahel está localizada no extremo oeste
da janela 10/40, uma região do mundo, no hemisfério Oriental
entre 10 e 40 graus de latitude norte. Essa região abriga mais
de dois terços da população do mundo, muitas das maiores
religiões do mundo, as maiores cidades e as que mais crescem,
mas com poucos cristãos. A União Sahel, em particular,
enfrenta grandes desafios: pobreza, grande variedade de culturas diferentes, idiomas e grupos de pessoas, analfabetismo
e falta de literatura cristã básica. Para vencer esses desafios, a
Missão Global, em parceria com as igrejas adventistas locais,
trabalhou para estabelecer novas congregações, na última década. Durante esse tempo, a Igreja Adventista na União Sahel
dobrou seu número de membros.
Neste mês, a União Sahel, que é parte da Divisão Africana
Centro-Oriental, está sediando o “Siga a Biblia”. Patrocinado pelas
igrejas adventistas do sétimo dia de todo mundo, “Siga a Bíblia” é
uma iniciativa que objetiva encorajar os adventistas a se interessar
no estudo diário das Escrituras. A Bíblia iniciou sua jornada nas
Filipinas, em outubro de 2008, e finalizará na Assembleia da
Associação Geral, em Atlanta, Georgia, em junho próximo.
Para saber mais sobre o trabalho das missões da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, visite: www.AdventistMission.org.
Fevereiro 2010 | Adventist World
7
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
INQUIRIDO: Pastor Jan Paulsen
responde as perguntas de uma jovem
sul-africana no YouTube.
Quando o YouTube surgiu, em 2005,
poucos podiam prever a transformação
que causaria na cultura da Internet e
que, finalmente, atingiria tantas outras
formas de mídia. Em poucos anos,
esse site de compartilhamento da Web
tornou-se um vasto, dinâmico e grande
caldeirão de imagens e ideias, sem censura, as quais vão do profano ao sério, dos
vídeos amadores a produções profissionais
de alta qualidade. O YouTube está em
constante expansão, moldado por milhões
de internautas anônimos de quase todas
as partes do globo.
Há um lugar para a Igreja Adventista
do Sétimo Dia no YouTube? Será esse
um ambiente em que devemos estar
presentes?
A Adventist World dialogou com o
pastor Jan Paulsen, presidente mundial
da Igreja Adventista, sobre sua nova
iniciativa, que visa a divulgar o perfil,
valores e crenças adventistas no YouTube.
O estilo dos clipes do YouTube é muito
diferente do tipo de comunicação que
geralmente vem do seu escritório.
Suas mensagens ali são muito curtas,
cada uma com menos de dois minutos
de duração. O senhor não faz uma
declaração completa sobre nenhum
dos temas. Será essa uma limitação do
YouTube?
Ao contrário, vejo como uma das belezas desse meio. Uma conversa não deve
ser apenas afirmação, mas também algo
que estimule o debate. Ela deve fazer
com que alguém pare, ouça, pense e talvez volte para explorar mais. Há muitos
anos, tive um professor que costumava
dizer: “Deus só fala quando provoca.”
Esse é um modo interessante de pensar
com o qual não concordo plenamente.
8
Adventist World | Fevereiro 2010
Mostrando
Nossa Mensagem
no
Mas quando tudo é dito e feito, Deus
me provoca e, ao me provocar, Ele me
envolve. Ele me faz parar em meus caminhos e chama a minha atenção para
o que é importante.
Dou valor a essa mídia porque ela
alcança os mais jovens. Agora, oro
para que também alcance os de setenta
anos de idade! Sei, porém, que a maior
probabilidade é de alcançar os adolescentes e os que estão entre os vinte e
trinta anos.
Desejo falar com eles num diálogo
aberto, que talvez não resulte em solução perfeitamente embalada para cada
pergunta. Para mim, não há problema
sair de uma conversa
sem a certeza de que resolveu tudo. O
importante, a meu ver, é o sucesso de
simplesmente ter falado um com o outro.
O YouTube permite um
feedback imediato, diferente da maior
parte das comunicações em massa.
Exatamente. O que Deus quis dizer
quando disse: “Vinde, pois, e arrazoemos?” Isso não é um convite? Ele
está dizendo: “Venha, vamos sentar e
conversar!” Comunicação é diálogo.
Deve fluir dos dois lados, e se isso não
acontece, facilmente você acaba falando
para você mesmo.
Como o senhor escolheu os primeiros
três assuntos: “Fé X Ciência”, “Liberdade” e “Integridade”, ao inaugurar
o canal no ano passado? Por que não
começar com algo mais específico das
doutrinas adventistas?
que ver com os desafios da vida
real. Não precisam ser amplamente
explanados ou apresentados. Eu os
escolhi porque todos tratam de valores
fundamentais à identidade da missão
de nossa igreja.
Penso que a resposta a essa questão
nos leva à pergunta: “Por que estamos
fazendo isso?” O evangelismo sempre
estará no topo da agenda da missão de
nossa Igreja. O evangelismo não precisa
ser defendido. Deus diz: “Vá a todo
mundo. Vá e ensine, pregue e batize.”
Portanto, essa é nossa prioridade.
Mas temos que nos lembrar de que
há certas pessoas, talvez muitas, que não
alcançaremos se não tentarmos alguns
outros métodos de comunicação. Será
que a transmissão pelo YouTube é uma
forma de evangelismo? A princípio,
talvez não seja. Para um evangelismo
eficaz, é necessário espaço e tempo para
expor, construir e justificar seus pontos.
No YouTube só há tempo para tocar no
assunto, não para escrever um livro.
Se apenas tocarmos uma corda da
mente das pessoas, estimulando-as a
pensar: “Ei, ele está falando comigo?”
e ao despertar nelas o interesse de explorar o assunto mais profundamente,
estaremos cumprindo o objetivo do
projeto do YouTube.
Desse modo, escolho os assuntos
porque são importantes. Eles têm
Conhecendo
“ o projeto
About
Life
Seu vídeo sobre fé e ciência saiu no
YouTube num momento em que esse
tema era amplamente discutido entre
os adventistas, tanto em publicações
como online. O senhor planeja usar
essa mídia para “entrar na briga” e se
envolver nas discussões atuais?
O YouTube é uma mídia adequada
para chamar a atenção para uma série
de assuntos-chave, possibilitando fazer
uma declaração concisa e dizer: “Isso é
importante para mim como adventista
do sétimo dia.” Portanto, creio que, às
vezes, podemos e devemos fazer isso.
que Deus nos colocou. Aqui vivemos e
respiramos. Usamos o Skype, o Twitter.
Usamos a tecnologia da comunicação
de tantas maneiras diferentes. O que
importa não é o significado específico
da comunicação que usamos. As
questões mais importantes são: “O que
estamos comunicando? Fazemos isso de
forma eficaz? Somos atuais? Não podemos fazer melhor uso do que vai chegar
a mais pessoas? É nossa comunicação
do tipo adequado ao nosso objetivo e
que promove nossa missão?”
O escopo da responsabilidade de
nossa missão abraça todo o mundo, e
para mim, isso inclui “o mundo online”.
Então, o senhor está dizendo que temos
de ir aonde as pessoas estão, em lugar
de esperarmos que façam um esforço e
venham até nós?
Não, não é. Veja, esse é o mundo em
Sim, exatamente. O Deus a quem
servimos é um Deus que está constantemente buscando. Ele não Se assenta
passivamente. Ele sai buscando e chamando os que estão perdidos. Ele nos
procura vezes sem fim. Penso que eu e
a igreja devemos fazer o mesmo. Devemos perguntar a nós mesmos: Como
posso evangelizar? Como devo fazer um
contato? Onde tenho de ir para buscar
quem está perdido? Na verdade, essa é
a dinâmica que está por trás do projeto
do YouTube.
“Ele é importante? É, para mim, como
adventista do sétimo dia.”
Essas palavras se tornaram a assinatura do pastor Jan Paulsen na série de
mensagens em vídeo produzidas para o
novo canal YouTube, “About Life”
(A Respeito da Vida), lançado em outubro
de 2009.
Entre os assuntos abordados por ele
estão integridade, relações raciais, o
sábado, pobreza e a segunda vinda de
Cristo. Seus comentários são pessoais e
os vídeos são rápidos e compactamente
produzidos.
“O mundo da ciência e o mundo da fé
são mundos aparentemente diferentes”,
diz Paulsen em um clip que trafega no
debate sobre o papel da fé versus ciência.
“Esses dois mundos estão em rota de colisão? Ou será que correm paralelamente?”
Você pode ver a série About Life no link
www.youtube.com/adventistsaboutlife.
Os comentários que estão sendo
deixandos no Web site “About Life”
(A Respeito da Vida) são extremamente
positivos, mas há um ou dois comentários negativos também. Uma pessoa
sugeriu que o senhor está usando uma
mídia e estilo muito parecidos com o
do “mundo”, que estamos manchando
nossa mensagem com o método que
estamos tentando transmiti-la. Isso não
é perigoso?
Fevereiro 2010 | Adventist World
9
“
S A Ú D E
N O
M U N D O
Benefícios
do
Aleitamento Materno
Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless
Minha filha está grávida e decidiu que não vai amamentar. Quando lhe disse que estava surpresa, ela não gostou.
Como posso incentivá-la a amamentar?
R
espondo a sua pergunta com apenas três palavras: “Deixe pra lá.”
Pelo que se vê nas entrelinhas, sua filha está tentando ser
independente e a pressão direta faz com
que o tiro saia pela culatra. Ela deve ter
espaço para fazer sua opção e parece que
será mais influenciada sobre esse assunto pelo seu médico e por um grupo de
apoio do que pelos seus protestos.
O aleitamento materno é a forma
mais importante de cuidar do recémnascido. Em lugares como a região rural
da África, essa prática é tão importante
que, quatro entre cinco infantes que não
são amamentados não sobrevivem ao
primeiro aniversário. Crianças alimentadas com leite de vaca também enfrentam
um pequeno mas real e crescente risco de
desenvolver diabetes do tipo I, otite média, doenças gastrointestinais, assim como
pneumonia e obesidade à medida que
crescem, mesmo na sociedade ocidental.
Allan R. Handysides,
M.B., Ch.B., FRCPC,
FRCSC, FACOG, é diretor
do Departamento de
Saúde da Associação
Geral.
Peter N. Landless,
M.B., B.Ch., M.Med.,
F.C.P.(SA), F.A.C.C.,
é diretor-executivo da
ICPA e diretor-associado do Departamento
de Saúde.
10
Adventist World | Fevereiro 2010
Mães que não amamentam também
enfrentam aumento do risco de problemas de saúde. Não são riscos enormes,
mas são estatisticamente importantes e
podem influenciar a mulher a escolher
adequadamente.
As mães que não amamentam correm maior risco de adquirir diabetes. O
aumento da pressão sanguínea também
é visto mais frequentemente em mulheres que não amamentaram. O risco é
dez por cento mais alto do que nas mães
que amamentaram pelo menos por
um ano. Já se sabe que o risco de câncer
de mama é menor nas mulheres que
amamentaram, assim como o risco de
câncer nos ovários.
As evidências começam a demonstrar
que as mulheres que não amamentam
têm maior incidência da síndrome metabólica, que é um fator que predispõe ao
diabetes tipo II e ao ataque cardíaco.
Um estudo nos Estados Unidos
mostrou que o risco de ataque cardíaco
aumentou em 1,3 nas mulheres que
nunca amamentaram.
Por que essas diferenças importantes
entre as que amamentam e as que não
amamentam não são claras? Sugere-se
que o aleitamento materno ajuda a perder
a gordura acumulada durante a gravidez,
com benefícios para a mãe. Outros
sugerem que a ocitocina liberada durante
a amamentação diminui a frequência cardíaca e a pressão sanguínea e que outros
ajustes hormonais podem ser benéficos.
É claro que alguns desses fatores podem estar relacionados com as escolhas
e estilo de vida da mulher que não amamenta. Tais mulheres, frequentemente,
são de grau de instrução baixo ou de
situação socioeconômica mais baixa.
Elas são mais suscetíveis, como um grupo, pois há maior número de fumantes
entre elas. Esses fatores poderiam explicar algumas das diferenças entre os dois
grupos de mulheres.
É muito importante que médicos e
enfermeiros promovam a amamentação
materna e ajudem as mães a tomar a
decisão.
Mas o aumento da infecção por HIV
na África tem levado a sérios questionamentos sobre o aleitamento materno
quando a mãe está infectada; apesar da
disponibilidade de terapia antirretroviral, a situação mudou muito.
No mundo ocidental, há consultores
de lactação. Geralmente são enfermeiras
que estudaram as nuanças, problemas
e possíveis dificuldades que a nova mãe
pode encontrar com a amamentação.
Elas podem aconselhar, demonstrar e,
geralmente, facilitar o processo do aleitamento materno.
Na minha experiência, quanto mais
natural e tranquila for a abordagem
sobre a amamentação, como se vê nos
países em desenvolvimento, maior
vantagem será para nossa sociedade
ocidental, nervosa e tensa.
No caso de sua filha, se ela está
recebendo assistência profissional, tenho
certeza de que será instruída sobre todos
esses fatores que a ajudarão a tomar uma
decisão adequada.
J U S T Y N A
F U R M A N C Z Y K
A RT I G O E S P E C I A L
Por
William G. Johnsson
A dv een t i s ta s
Muçulmanos
C inco C onv i cções
:
Como construir sobre o que temos em comum
H
á três anos, o pastor Jan Paulsen, presidente da
Associação Geral, pediu que eu trabalhasse no
desenvolvimento das relações inter-religiosas
com líderes das grandes religiões do mundo.
Uma vez que os adventistas são dezessete milhões em mais de
duzentos países, isso faz sentido – e, realmente, é isso que nossa missão requer − que nos esforcemos para compreender a fé
de outros povos, para que possamos compartilhar com eles os
nossos valores e a esperança no retorno de Jesus.
Durante esses três anos, tenho me concentrado em fazer
contatos com líderes muçulmanos. Lenta, mas regularmente,
várias convicções criaram raízes profundas em minha mente.
Construindo Blocos
Primeiro, o Senhor está preparando o mundo muçulmano
para Sua segunda vinda.
Há alguns meses, recebi uma mensagem totalmente fora
do meu quadro de referência: um xeique, líder espiritual de
muitos milhares de muçulmanos em vários países, afirmou
que Deus havia lhe dado uma visão sobre os adventistas.
Ele fez contatos com alguns adventistas leigos e agora estava
pedindo para se encontrar com líderes da Associação Geral. O
que o levou a fazer tal pedido?
Após me consultar com o pastor Paulsen e outras pessoas,
foi decidido que alguns de nós, da sede mundial, deveríamos
atendê-lo, esperando entrar em sérias discussões, se eles permitissem. Para me preparar para tal encontro, fiz uma viagem
para conhecer o xeique. As nove horas gastas com ele, ao
longo de dois dias, foram, para dizer o mínimo, memoráveis.
Logo no início do período que passamos juntos, o xeique
me convidou para ir à sua casa. Desde o primeiro momento,
estabelecemos um relacionamento bom e amigável. Estando
nós dois, apenas, sentados em sua sala, quase que imediatamente ele fez uma pergunta a queima-roupa:
H A S I M S YA H
− Você acredita na segunda vinda de
Jesus?
− Sim − respondi.
– Quando Ele virá?
– Em breve.
– Mas quão breve?
– Em breve. Nós, adventistas, não marcamos data para a
Segunda Vinda, mas cremos que será em breve.
− Você acha que Jesus voltará neste século?
− Eu não sei. Pode ser que Jesus volte muito antes do que
muita gente, inclusive os adventistas, espera.
− Eu creio que Jesus voltará neste século − disse ele. − Nos
escritos sagrados, encontro uma série de sinais que indicam
quando Ele voltará, e quase todos os sinais já se cumpriram.
Conversamos, por duas horas, sobre o retorno de Jesus.
Ali estava alguém que, não apenas cria na Segunda Vinda,
mas cria apaixonadamente. Na visão do xeique, o mundo de
hoje é uma terrível confusão que se agrava a cada dia; somente o retorno de Jesus pode consertar as coisas.
No dia seguinte, o xeique e eu nos encontramos para considerar que assuntos deveriam ser a base da discussão com o
grupo maior. Quase imediatamente concordamos na Segunda
Vinda. Decidimos solicitar aos dois lados que preparassem
pequenas dissertações sobre o tema geral da volta de Jesus,
sobre os sinais da Segunda Vinda e sobre o anticristo. Então,
chegou o momento pelo qual eu estava esperando.
William G. Johnsson é assistente do
presidente da Associação Geral para as
relações interdenominacioais.
Fevereiro 2010 | Adventist World
11
A RT I G O E S P E C I A L
− Senhor − perguntei −, é verdade que o senhor recebeu
uma visão sobre os Adventistas do Sétimo Dia?
− Não apenas uma, mas três – foi sua resposta. – As três
continham a mesma mensagem: os Adventistas do Sétimo
Dia são o verdadeiro Povo do Livro (um termo do Corão,
designando os seguidores de Alá, que não são muçulmanos).
Os Adventistas já são o povo de Deus, por isso, não tente
convertê-los. Ao contrário, trabalhe com eles.
Algumas semanas mais tarde, foi convocada a reunião
com o grupo maior. Mais uma vez o xeique abriu as portas
de sua casa para o início do período em que estaríamos
juntos. A hospitalidade e a simpatia foram insuperáveis enquanto participávamos de um generoso banquete. Quando
começamos a apresentação dos trabalhos que havíamos
preparado, o nível de interesse foi intenso; os muçulmanos
absorviam cada palavra de seus convidados adventistas. A
avidez e a expectativa foram palpáveis naquela noite e no
dia seguinte.
Vários meses se passaram desde que nos reunimos com os
muçulmanos. Ainda estou processando aquele evento, tentando descobrir o seu significado e o que o Senhor tem em mente para a Sua igreja. Foi um acontecimento extraordinário. A
avidez para aprender mais e a fervorosa crença de que Jesus
voltará em breve despertaram em mim o desejo de encontrar
tal espírito entre meus irmãos e irmãs adventistas.
Sim, há importantes diferenças de compreensão a respeito
do retorno de Jesus. O básico, porém, o fato essencial, permanece: um grande número de muçulmanos aguarda a volta de
Jesus, e para breve.
comum e apresenta-se como oportunidade para que os adventistas
ofereçam uma instrução esclarecedora de sua compreensão.
O sábado. O Corão menciona o sábado e sob um aspecto
positivo; ele não menciona o primeiro dia da semana como o
dia de culto. Nossa observância do sábado, estampada em nosso
próprio nome, nos distingue como obedientes à revelação divina.
Conflito cósmico. Os muçulmanos compreendem que os
acontecimentos na Terra têm como pano de fundo uma luta
cósmica entre o bem e o mal, em que Lúcifer, Satanás e os seres
caídos desempenham papel importante.
Esse quadro geral tem paralelos óbvios, associado a diferenças importantes, como a compreensão adventista do grande
conflito entre Cristo e Satanás.
A Criação. Tanto muçulmanos como adventistas creem na
doutrina da criação e rejeitam a teoria da evolução.
Saúde. Os muçulmanos têm muito interesse na saúde
e no estilo de vida saudável. Os adventistas e muçulmanos
facilmente fazem parceria para melhorar a qualidade de vida.
No Oriente Médio, os adventistas administram uma série de
hospitais e clínicas em países muçulmanos, e o Centro Médico
da Universidade de Loma Linda tem parceria contínua com o
Reino da Arábia Saudita e com o Afeganistão.
Relação com Israel. O fato de que, como igreja, os adventistas se recusam a se identificar com qualquer lobby geopolítico
é uma enorme vantagem para o mundo muçulmano. Não
fazemos parte do lobby pró-Israel: cremos na justiça para todos
os povos, inclusive para israelitas e palestinos.
Um movimento de reforma. Compreendemos que nossa
mensagem não é nova, mas um retorno aos ensinos da Bíblia.
Os muçulmanos analisam rapidamente uma pessoa, e se julgam
O Que Temos em Comum
Passo agora para uma segunda convicção: os adventistas
do sétimo dia estão excepcionalmente bem posicionados para
levar o evangelho aos muçulmanos.
Os adventistas têm as seguintes vantagens sobre outros
cristãos para levar as boas novas aos muçulmanos:
O lugar das Escrituras. Baseamos nossas práticas e crenças
na Bíblia e na Bíblia somente. Essa devoção e lealdade à Palavra revelada impressionam os muçulmanos, que creem que o
Corão é a revelação de Deus.
Estilo de Vida. Nossa abstinência de carne de porco e álcool
é uma boa surpresa para os muçulmanos que não estão acostumados a associar os cristãos a essas práticas. Isso significa que
cristãos e muçulmanos podem participar de uma refeição juntos,
sem apreensões – fator importante para se estabelecer as bases
de um relacionamento. Além dessas práticas, a ênfase adventista
na simplicidade e modéstia soa sincera aos muçulmanos, cuja
religião é praticada nas 24 horas dos 7 dias da semana.
Preocupação com os últimos dias. O assunto do juízo final, a
segunda vinda de Jesus e a ressurreição desempenham um papel
importante no pensamento islâmico. Para muçulmanos sérios, toda
a vida é vivida em função do julgamento final. Seus ensinos diferem
dos nossos em importantes aspectos, mas o pensamento Central é
12
Adventist World | Fevereiro 2010
Estamos completando a reforma parcial iniciada por Lutero,
Calvino e muitos fiéis do passado. Os muçulmanos também se
consideram parte de uma obra de reforma.
Essas novas características adventistas nos colocam em uma
posição única para estabelecer contato com os muçulmanos em
todos os níveis e para avançar a divina missão a nós confiada.
Não somos, porém, muito conhecidos no mundo muçulmano;
na verdade, não somos nada conhecidos. Quando muçulmanos
ouvem sobre os cristãos, pensam imediatamente em homens e
mulheres consumidores de carne de porco, de álcool, de vida
sem princípios e que são a favor de Israel.
Talvez nosso maior desafio em relação aos muçulmanos é
ensiná-los sobre quem somos e o que defendemos. Quando
isso for feito, a atitude mudará de descrença para admiração,
apreciação e aceitação calorosa.
Quando me encontro com líderes muçulmanos, enfatizo
o fato de que prefiro ser identificado como adventista em vez
de cristão. Para os muçulmanos, o nome “cristão” leva em
si associações negativas, associações que não caracterizam
um adventista do sétimo dia. Por isso, prefiro evitá-las. E
“adventista” sintetiza bem a identidade de quem somos, de
nossa esperança no retorno de Jesus e a consciência do divino
chamado para levar essa mensagem ao mundo.
Papel da Profecia
A terceira convicção resulta diretamente da segunda
convicção: a profecia pode ser uma abordagem útil para despertar o interesse dos muçulmanos.
Esse tem sido o caso com o xeique e seus colegas. Embora o primeiro contato com os muçulmanos tenha vindo
por intermédio de um ato espontâneo de bondade de um
membro leigo adventista, o interesse subsequente veio por
um indivíduo com o qual foram compartilhadas as profecias
bíblicas, primeiro no lar de um muçulmano ajudado por ele
e, posteriormente, a convite do xeique, na mesquita.
Na primeira noite na mesquita, um adventista abordou
uma importante profecia para o mundo todo, incluindo o
islâmico. Ele explicou por que nós, adventistas do sétimo dia,
temos uma compreensão que o resto do mundo não tem. Enquanto falava das profecias da Bíblia, naquela primeira noite,
os muçulmanos responderam sem reservas. Nas apresentações
seguintes, ele seguiu o caminho convencional, começando com
Daniel 2, e mais tarde, abordando o livro do Apocalipse.
As profecias são importantes na conversa com os muçulmanos, pois dão credibilidade à Bíblia. Embora o Corão
aponte para a Bíblia, o muçulmano tradicional defende que
ele está corrompido e grande parte o ignora.
Cuidado com o Preconceito
Uma quarta convicção diz respeito a mudanças que precisam ocorrer entre os adventistas: embora o Senhor tenha
confiado a nós uma mensagem e um estilo de vida que é bem
atrativo aos muçulmanos, devemos nos submeter a uma reno-
simplesmente o termo árabe para Deus, e era tanto usado
por cristãos árabes, antes de Maomé, como o é hoje. Porque
o Islamismo nasceu entre os árabes e o Corão foi escrito
em árabe, inevitavelmente o nome “Alá” foi adotado para
designar Deus.
Por causa de suas altas taxas de natalidade, os muçulmanos,
em breve, superarão os cristãos em número, se tornarão a
religião majoritária em vários países da Europa. Um DVD, que
tem circulado amplamente, assustou alguns adventistas que
aceitaram suas ideias sem subsídio. De fato, o DVD mostra a
invasão sem violência do Ocidente pelos muçulmanos, por
meio de grandes famílias, dominando a cultura, em pouco
tempo. Apesar da apresentação gráfica, o argumento é falho.
São dados coletados ao acaso, com suposições não comprovadas e que ignoram as evidências contrárias à sua tese.
Prontos para a Renovação
A convicção final é, talvez, a mais surpreendente de todas:
o fato de levarmos a sério nossa missão entre os muçulmanos
tem o potencial de renovar e reformar a Igreja Adventista.
Ainda estou impressionado com a paixão do xeique pela
Segunda Vinda e pelo seu senso de iminência. Eu me pergunto: Será que Deus está enviando um chamado ao despertamento do Seu povo adventista?
O evangelismo adventista entre os muçulmanos só
acontecerá quando nos humilharmos, permitindo que o
Senhor amoleça nosso coração e derrube nosso preconceito.
O Senhor precisa colocar dentro de nós um profundo amor
pelos muçulmanos e um desejo ardente de vê-los conosco na
que ele ou ela é genuinamente honesto, respondem com bondade.
vação significativa em nossas atitudes e em nossa vida espiritual, se quisermos que o Senhor nos use como é Seu propósito.
Os muçulmanos sofrem preconceito generalizado no
Ocidente. Inevitavelmente, os adventistas também são
afetados pelos sentimentos expressos pela mídia de massa.
Como resultado, pastores e membros, principalmente, não
se preocupam em trabalhar com muçulmanos; além disso, as
congregações adventistas não estão prontas para recebê-los
em seu meio. De fato, alguns adventistas têm preparado livros
e DVDs que pintam o Islã com traços fortemente negativos.
Entre os estereótipos negativos e mitos sobre os muçulmanos a que nosso povo está sujeito, estão os seguintes:
O islamismo é uma religião violenta e a maioria dos muçulmanos é, portanto, propensa à violência. O islamismo tem um
componente de violência que também pode ser encontrado
em outras religiões. Esse componente, entretanto, representa
apenas uma pequena percentagem dos muçulmanos. O
Instituto Gallup realizou uma pesquisa maciça entre os
muçulmanos de todo o mundo e entrevistou cerca de trinta
mil pessoas. Os resultados mostraram que noventa e três por
cento dos muçulmanos rejeitam a violência.
“Alá” é o nome de uma divindade pagã. Esse mito é rapidamente desmentido pelo simples estudo da etimologia. “Alá” é
caminhada para o Céu. Ele precisa fazer com que nossas igrejas os aceitem calorosamente e de braços abertos. Só Ele pode
fazer isso. Tais mudanças significam uma Igreja Adventista
renovada e reformada.
Minha experiência com os muçulmanos é pequena,
mas já testemunhei o poder do amor. O encontro com o
xeique, que progrediu num ritmo tão surpreendente, estava
enraizado num gesto generoso de um adventista que refletia
abertamente o amor e a boa vontade. Tenho observado que
os muçulmanos analisam rapidamente uma pessoa, e se
julgam que ele ou ela é genuinamente honesto, respondem
com bondade.
Recentemente conheci uma empresária adventista que
sente a responsabilidade de trabalhar com muçulmanos. Isso
nem sempre foi assim; de fato, ela cresceu não gostando desse
povo, mas o Senhor mudou seu coração. Ela confidenciou
que antes usava muitas joias, mas quando começou a se
relacionar com os muçulmanos, por causa da ênfase que dão
à modéstia, sentiu que deveria tirar suas jóias e, mais tarde,
abrir mão delas.
Essa, talvez, seja uma parábola do que pode acontecer
em grande escala com os adventistas, ao evangelizar os
muçulmanos.
Fevereiro 2010 | Adventist World
13
A R T I G O D E C A PA
Por
Sandra Blackmer
Conectando
com
Jesus
Nasce entusiasmo
renovado pelo
Espírito de Profecia
Vivemos no período
mais solene da história
deste mundo. O destino das
imensas multidões da Terra está prestes a decidir-se. Nosso bem-estar futuro e
a salvação de outras pessoas dependem do
caminho que ora seguimos. Precisamos
ser guiados pelo Espírito da verdade …
Cumpre-nos buscar agora uma experiência profunda e viva nas coisas de Deus.
Não temos um momento a perder.
– Ellen G. White, O Grande
Conflito, p. 601.
E
ra sábado à tarde, na Flórida, em
janeiro de 2003. Os líderes da
Associação Geral (AG), incluindo
os membros da comissão administrativa
do Centro White, estavam reunidos
por dois dias, buscando as bênçãos e
a direção do Espírito Santo enquanto
discutiam estratégias para o avanço da
missão da Igreja Adventista. Três dos
presentes, Ted Wilson, vice-presidente
da AG, Mike Ryan, diretor da Missão
Global Adventista (agora, vice-presidente
da AG), e James Nix, diretor do Centro
White, trocavam ideias sobre como
responder à pergunta feita numa reunião anterior: “Como podemos disponibilizar os escritos de Ellen G. White
para os novos membros da igreja, em
todo o mundo, numa linguagem compreensível e a um preço acessível?” O
resultado foi o lançamento do projeto
Conectando com Jesus.
“Com o grande aumento do número de membros em todo o mundo, é de
extrema urgência disponibilizarmos
esse material”, disse Nix à Adventist
World. “Se os novos membros
não forem orientados sobre
a razão pela qual somos
adventistas do sétimo
dia e sobre o que
nos motiva
como
F O T O S :
F R A N K L I N
F A R I A S
igreja, se não compreenderem o tema
do grande conflito, se não tiverem a
visão da ênfase que Deus nos deu nos
escritos de Ellen White, muitos não
compreenderão totalmente o que é
ser adventista do sétimo dia e poderão
não estar preparados para permanecer
fiéis a Deus no tempo do fim.”
As projeções estatísticas indicam
que, em 2020, apenas doze por cento
dos membros da igreja mundial estarão
na igreja por mais de vinte anos. Ela
será uma “nova igreja”, diz Wilson. “O
desafio imediato e urgente que a igreja
enfrenta”, acrescenta, “é que muitos
desses novos membros vivem em regiões do mundo onde os livros são muito
caros (em relação à economia local),
ou onde, geralmente, os livros de Ellen
White ainda não foram traduzidos.”
Uma recente viagem a Moscou
evidenciou a situação para Ryan. Ao
apresentar a mensagem de sábado para
uma congregação de cerca de 6.500
adventistas, Ryan pediu a todos os que
haviam sido batizados nos últimos dez
anos que se levantassem. Ele disse: “Cerca
de seis mil pessoas ficaram em pé.”
uma relação entre uma vida espiritual
robusta, com ênfase na missão, e membros que leem regularmente os escritos
de Ellen G. White. Oficialmente adotado
na Assembleia da Associação Geral de
St. Louis, Missouri (EUA), o CCJ está
desafiando os membros de todo o mundo a retomar a visão, tanto pessoal como
corporativa, de sua missão profética.
“A igreja necessita implementar,
urgentemente, maneiras criativas de,
mais uma vez, encorajar os membros
a ler e estudar não apenas a Bíblia, mas
também os escritos de Ellen White”, diz
Wilson. “Devemos passar às gerações
futuras de membros uma visão contínua
de nossa missão singular: alertar as pessoas sobre o breve retorno de Jesus... Devem ter acesso aos livros de Ellen White
numa linguagem compreensível e por
um preço compatível com sua renda.”
A história confirma, diz Wilson, que
os escritos de Ellen White são “um dos
grandes fatores unificadores” da Igreja
Adventista, tanto do ponto de vista
organizacional como teológico, estimulando o evangelismo.
Detalhes do Projeto
Os líderes da igreja, em todo o
mundo, aparentemente concordam com
a declaração de Wilson. Doze das treze
divisões regionais estão participando do
projeto, embora a ênfase e o entusiasmo
variem. Uma região que abraçou o
conceito imediatamente foi a América
do Sul, imprimindo e distribuindo cerca
de 300 mil conjuntos de dez livros,
mais um livro adicional, O Colportor
Evangelista, em espanhol e português.
“Temos apenas mais dez mil
conjuntos para vender”, diz Erton C.
Köhler, presidente da Divisão SulAmericana (DSA).
Conectando com Jesus (CCJ) é
parte do planejamento quinquenal do
evangelismo global da AG – “Conte
ao Mundo”. O objetivo do projeto é
imprimir e distribuir dois milhões de
conjuntos de dez livros do Espírito de
Profecia (veja quadro) nos principais
idiomas do mundo, por preço acessível
aos adventistas, particularmente para os
novos membros, em todas as divisões.
Guias de estudo e um plano de leitura
da Bíblia estão incluídos em cada livro.
Embora a igreja pretenda alcançar
a meta de 50 milhões de membros em
uma década, recentes pesquisas indicam
declínio na leitura dos escritos de Ellen
White. Contudo, essas pesquisas demonstram que a maioria dos membros
da igreja crê que o Espírito de Profecia
é “uma autoridade para a Igreja
Adventista hoje” e que há
As Divisões Concordam
Sandra Blackmer é
editora assistente da
Adventist World
Fevereiro 2010 | Adventist World
15
A R T I G O D E C A PA
Como resultado do projeto, o
pastor Erton vê crescimento da vida
espiritual e maior ênfase na missão,
porque os membros de sua região
“estão lendo os livros. Eles os leem
durante os cultos, reuniões de oração
e nos estudos bíblicos. Familiares e
amigos leem juntos”, diz ele. “Temos
incentivado continuamente a leitura
desses livros.”
O coordenador do projeto na América do Sul, pastor Alberto R. Timm,
concorda que o apoio tem sido relevante, gerando “um entusiasmo maior
do que jamais poderíamos imaginar.
Ele ajudou, inclusive, a aumentar a
credibilidade administrativa”, acrescenta. “Muitos membros dizem que os
administradores da igreja pedem ofertas, mas, desta vez, estão retribuindo,
disponibilizando material para eles.”
O preço normal de um conjunto de
livros como esse, naquela região, gira
em torno de US$150,00. Os membros
podem adquirir o CCJ com capa
dura, por cerca de US$10,00.
O grande temor do pastor
Timm era que os livros
terminassem “sendo
apenas mais um
souvenir de
um grande
projeto da igreja”, mas a reação dos
membros indica que eles realmente
estão lendo.
“Se eu pudesse mudar alguma coisa
no projeto”, diz Timm, “substituiria o
atual guia de estudos por uma “dinâmica apresentação em PowerPoint.”
Ele acrescenta, entretanto, que já está
vendo resultados muito animadores.
Ryan nota que os líderes da igreja
estão apoiando esse projeto porque
creem que “Ellen White foi muito importante no estabelecimento da singularidade que distingue o Adventismo,
explicando as Escrituras e dando à
Igreja Adventista uma visão de futuro”.
Ele diz que “essa singularidade desaparecerá se uma porcentagem alta de
nossos membros não ler esses livros ou
se esse material não for disponibilizado
no idioma de cada um”.
Mas uma grande preocupação é
conseguir os recursos necessários para
alcançar os objetivos do CCJ. Embora
alguns patrocinadores tenham doado
somas importantes, diz Nix, “o ideal
seria se pudéssemos encontrar muitos
outros doadores, tanto de grandes
como de pequenas quantias, porque
nossa tristeza é que as pessoas que
mais precisam desses livros ainda
não tiveram acesso a eles. Trata-se de
áreas em que a igreja está crescendo
extraordinariamente em número de
membros e em grupos de diversidade
linguística.
Quem está Pagando a Conta?
Os recursos da AG destinados a
patrocinar a promoção do Espírito de
Profecia subsidiam grande parte do
custo do CCJ. Doadores, alguns com
quantias substanciais, contribuem com
o total. As divisões também pagam
parte das despesas. Não está sendo
solicitado que as Associações e Missões
contribuam com dinheiro, mas são
responsáveis por fazer o material chegar
às igrejas e treinar os pastores e líderes
locais a conduzir os estudos.
Qual é o custo total do projeto?
“Cerca de dez milhões de dólares”, diz o
pastor Ted Wilson, acrescentando que
“o custo compensa”.
“As mensagens escritas por Ellen
White não foram produzidas por
alguém que queria apenas influenciar
as pessoas”, diz Wilson. “São mensagens
enviadas pelo Senhor para nos conduzir
a Jesus e à salvação, para Sua Palavra
– a Bíblia – e para esclarecer muitos dos
princípios que encontramos nela. Esses
princípios nunca ficam obsoletos.”
O Que Está Acontecendo nas
Outras Divisões?
O presidente da Divisão Asiática do
Pacífico Norte, D. Jairyong Lee, descreve
os membros de sua região como
“famintos de livros, especialmente os de
Ellen White”. O pastor Lee está particularmente agradecido porque, agora, eles
estão disponíveis no idioma chinês”.
Livros
Para
Distribuição
Os dez livros de Ellen G. White do projeto Conectando com Jesus são:
1. Atos dos Apóstolos
6. O Grande Conflito
2. Serviço Cristão
7. A Ciência do Bom Viver
3. Conselhos para a Igreja
8. Patriarcas e Profetas
4. Conselhos Sobre Mordomia
9. Profetas e Reis
5. O Desejado de Todas as Nações
10. Caminho a Cristo
S A N D R A
B L A C K M E R
S A N D R A
B L A C K M E R
S A N J A
O
G J E N E R
Quando adolescente li o livro Caminho a
Cristo, que foi um marco na minha vida espiritual.
Suas mensagens eram simples, mas repletas de força
e beleza. Para mim, ele evidenciou a Cristo de uma
maneira totalmente convincente. Por meio dos escritos
de Ellen White gerações de adventistas do sétimo dia
encontram um dom inestimável. Suas palavras nos encaminham ao
Salvador. Elas concentram nossa atenção nos valores e crenças que
identificam os Adventistas ao redor do mundo como uma família
espiritual, unida pela fé e pela missão.
A iniciativa Conectando com Jesus tem um potencial tremendo
de abrir essa rica fonte espiritual a milhões de membros da igreja,
especialmente aos novos conversos. Oro para que, como eu, eles sejam
guiados, mais claramente, na direção do Senhor.
— Jan Paulsen,
Presidente da Associação Geral
“Imprimimos cem mil conjuntos”,
diz Lee, “cerca de 40 mil em chinês. Esperamos, em futuro próximo, imprimir
muitos mais, porque hoje temos cerca de
400 mil membros de igreja na China.”
O CCJ também foi aceito com
entusiasmo no Japão, Taiwan, Coreia e
Mongólia, “onde nosso povo, agora, está
dando mais valor ao estudo e à leitura
dos livros do Espírito de Profecia”, diz
o pastor Lee. “Eles também usam esses
livros no evangelismo, compartilhando
com seus vizinhos”.
O pastor Ted Wilson descreve a
Divisão Asiática do Pacífico Norte como
“a estrada que iniciou tudo isso. Eles
simplesmente agarraram o projeto e
puseram em prática”, diz ele.
Os membros da Divisão Euro-Asiática (DEA)podem escolher adquirir os
dez livros do Espírito de Profecia num
só volume, ou em formato de DVD.
“Nosso alvo é doar esses livros para
cada família recém-batizada”, diz o pastor
Artur A. Stele, presidente da DEA. “Esses
livros são muito valorizados porque, no
tempo da União Soviética, as pessoas não
podiam adquiri-los. Eles eram reproduzi-
dos em máquinas de escrever e, às vezes,
nosso povo – especialmente os jovens
– recebia apenas a décima cópia, que era
quase ilegível. Muitos dos livros de Ellen
White foram copiados a mão, palavra
por palavra. Agora, eles têm todos. É uma
alegria muito grande.”
O presidente da Divisão Sul-Africana Oceano Índico, pastor Paul S. Ratsara, diz que sua região imprimiu cem mil
conjuntos e está promovendo o projeto
CCJ intensamente. “Este é um presente
de Deus”, ele afirma. Ratsara avalia os
escritos de Ellen White como muito
relevantes hoje, porque “se alguém
realmente lê os livros do Espírito de
Profecia, não apenas ouvindo sobre eles,
mas lendo e absorvendo seu conteúdo,
percebe a mudança. Essa é a prova mais
contundente da relevância do Espírito
de Profecia: mudança de vida.”
Abordagem Diferente
Como coordenador do projeto CCJ
na Divisão Norte-Americana (DNA),
Alvin Kibble sabia que o mundo
ocidental requeria uma abordagem
diferente, o que era um desafio.
“Na América do Norte, temos dezessete por cento da população de leitores
dos livros do Espírito de Profecia, e a
maioria desses leitores está acima de
65 anos”, explica Kibble, que é vicepresidente. “Isso é alarmante! E não é
porque não temos acesso aos livros de
Ellen White: simplesmente estamos
escolhendo não ler.”
Os líderes do projeto da DNA
uniram-se à equipe do Centro White
para fazer o que podiam para “garantir
a formação espiritual da nova geração
de adventistas” – os jovens e adultos
jovens.
“Cremos que há uma necessidade
especial de ajudar os jovens a desenvolver uma apreciação pelo Espírito
de Profecia, assim como de estudar as
Escrituras”, diz Kebble, acrescentando
que concluíram que precisam usar
uma abordagem mais contemporânea.
“Nessa geração de tecnologia digital e
de comunicação extremamente rápida,
muitas pessoas não querem receber
informação por meios tradicionais”,
ele acrescenta. “Assim, decidimos
tentar alcançar a nova geração, entre
Fevereiro 2010 | Adventist World
17
A R T I G O D E C A PA
ALGUNS DOS LÍDERES DE DIVISÃO QUE
APOIAM O CCJ:
Acima: Paul Ratsara (SID)
Da esquerda para a direita: Artur Stele (ESD),
Alvin Kibble (NAD), Erton Köhler (SAD)
Abaixo: Jairyong Lee (NSD)
15 e 30 anos, em um formato já aceito
por eles.”
O resultado foram versões em áudio,
em versão contemporânea e narrada
por leitores profissionais, disponíveis na
Internet para ser baixado no computador. As primeiras obras nesse formato
são os três livros do O Conflito dos
Séculos, além de Educação, A Ciência do
Bom Viver e Caminho a Cristo.
“Os jovens podem ouvir os livros
em seus computadores, transferi-los
para aparelhos de MP3, ou mesmo
transferi-los para seus celulares”, diz
Kebble. “Podem “lê-los” no caminho
para o trabalho, ou para a escola, ou
onde estiverem.” Os livros impressos
também estão disponíveis.
O diretor-assistente do Centro White,
Darryl Thompson, foi responsável pela
preparação da edição dos livros. Descrevendo o projeto CCJ como “fenomenal”,
ele diz: “Estou descobrindo que quando
saio para conversar com os jovens, mui-
18
Adventist World | Fevereiro 2010
to poucos sabem alguma coisa sobre
Ellen White. Menos de dez por cento já
leram alguma coisa, mas estão famintos
espiritualmente.”
Na opinião de Thompson, os
escritos de Ellen White são muito
importantes para os jovens adultos,
hoje. Embora tenham sido escritos há
mais de cem anos, “ainda são contemporâneos”, diz ele. “Em alguns casos, são
ainda mais importantes porque muitos
dos assuntos abordados por ela estão
se cumprindo hoje. Quando você lê os
últimos capítulos de O Grande Conflito,
tem a sensação de que está lendo as
manchetes de um jornal de grande
circulação.” E acrescenta: “Temos que
nos lembrar da fonte dessas mensagens
– eles vieram de Deus.”
Para introduzir os novos livros no
mercado, a DNA e o Centro White
contrataram uma empresa australiana, que fez cinco mil faixas de cores
brilhantes e distribuiu gratuitamente,
no Campori Internacional de Desbravadores, realizado em Oshkosh,
Wisconsin, Estados Unidos.
“Eles saíram tão rápido que poderíamos ter distribuído dez vezes mais”,
diz Kibble. “Sobre minha mesa tenho
pedidos de mais faixas. Nossos jovens
estão esperando os livros do Espírito de
Profecia, e esse era nosso sonho!”
Para acessar esses livros online, visite
connectingwithjesusaudio.org.
Por que Ler os Livros?
“Nossa igreja se unirá de modo
mais coeso se estivermos focados nos
eventos que estão levando ao ápice, para
a [culminação da] grande controvérsia”,
diz G. Ralph Thompson, coordenador
de todo o projeto CCJ. “Estamos nos
preparando para enfrentar todos os
desafios futuros. Temos que ter essas
mensagens não apenas em nossa cabeça,
mas no coração.”
Ted Wilson acrescenta: “Parece haver
três categorias de pessoas que não têm
um bom conhecimento dos escritos de
Ellen White: os que simplesmente não
têm o material disponível, os que não
se interessam em lê-lo e um grupo bem
menor que, por qualquer razão, é ativamente contra o Espírito de Profecia.
Para esses digo: ‘Leiam apenas e vejam
se as mensagens não brilham através
de sua beleza, e se o Espírito Santo não
vai tocar seu coração.’ Os conselhos
são tão práticos, tão equilibrados, uma
apresentação equilibrada da verdade
e instruções práticas. Elas vieram do
Senhor.”
Os líderes do projeto Conectando
com Jesus planejam pedir aos delegados
da próxima Assembleia da AG, em
Atlanta, Georgia, EUA (23 de junho a
3 de julho de 2010) para que aprovem
a continuidade do projeto pelos próximos cinco anos. Para saber mais, acesse
www.connectingwithjesus.org.
Perdido
stıve...
E S P Í R I T O
Por
Ellen G. White
E
D E
P R O F E C I A
...mas salvo agora sou
Nota do editor: A seleção que se segue foi retirada da autobiografia de Ellen G. White e descreve eventos que aconteceram
no verão de 1841, quando uma adolescente lutava para se unir
a Jesus e, finalmente, encontrou paz.
N
o verão seguinte (em 1841), meus pais foram às
reuniões campais da igreja metodista, em Buxton,
Maine, e me levaram com eles. Eu estava determinada a buscar honestamente o Senhor ali e, se possível, obter
o perdão de meus pecados. Havia um grande anseio em meu
coração pela esperança cristã e a paz que resulta da crença.
Venha Para o Querido Salvador
Fiquei mais encorajada ao ouvir um discurso sobre as
palavras: “Irei ter com o rei … se perecer, pereci” (Et 4:16).
Em suas considerações, o orador se referia àqueles que estavam oscilando entre a esperança e o medo, o desejo de serem
salvos de seus pecados e receber o amor redentor de Cristo,
mas ainda em dúvida, presos pela timidez e medo do fracasso.
Ele aconselhou tais pessoas a se entregar a Deus e a confiar,
sem demora, em Sua misericórdia. Certamente encontrariam
um Salvador misericordioso pronto para apresentar-lhes o
cetro de misericórdia, como Assuero ofereceu a Ester como
sinal de seu favor. Tudo que é exigido do pecador, trêmulo na
presença do Senhor, é estender a mão da fé e tocar o cetro de
Sua graça. O toque lhe assegura perdão e paz.
Os que estavam esperando para se tornar mais merecedores do favor divino antes de reclamar as promessas de Deus
estavam cometendo grande erro. Só Jesus nos limpa dos pecados; somente Ele pode perdoar nossas transgressões. Ele Se
comprometeu a ouvir o pedido e atender à oração de quem
vai a Ele com fé. Muitos imaginam que precisam fazer algum
sacrifício a fim de obter os favores de Deus. Toda auto-dependência é vã. Apenas conectado a Jesus, pela fé, o pecador se
torna filho de Deus, crente e esperançoso.
Essas palavras me confortaram e me deram a visão do
que deveria fazer para ser salva. Comecei, então, a ver meu
caminho mais claramente e a escuridão começou a diminuir.
Eu buscava, com sinceridade, o perdão de meus pecados,
e me esforçava para me entregar inteiramente ao Senhor.
Constantemente, porém, passava por grande sofrimento, pois
não havia experimentado o êxtase espiritual que, para mim,
mostrava que havia sido aceita por Deus, e eu não ousava
crer que havia me convertido sem esse sentimento. Como eu
precisava de esclarecimento sobre a simplicidade da fé!
Retirado o Fardo
Enquanto prostrada diante do altar com outros que
também buscavam ao Senhor, meu coração gritava: “Socorro,
Jesus; salva-me ou perecerei! Não deixarei de suplicar até que
minha oração seja ouvida e os meus pecados perdoados.”
Compreendi minha condição de indefesa e necessitada, como
nunca antes.
Ainda estava ajoelhada orando quando, de repente, meu
fardo foi tirado de mim e meu coração ficou leve. A princípio,
um sentimento alarmante tomou conta de meu ser, e tentei
retomar meu fardo de aflição. Pareceu-me que eu não tinha o
direito de me sentir alegre e feliz. Jesus, porém, parecia muito
perto de mim; sentia que podia ir a Ele com todas as minhas
tristezas, desgraças e provações, assim como os necessitados
iam a Ele para ser aliviados, quando esteve na Terra. Havia
uma certeza em meu coração de que Ele compreendia meu
sofrimento e simpatizava comigo. Nunca vou me esquecer da
preciosa certeza da ternura e compaixão de Jesus para alguém
tão indigno de Sua atenção. Aprendi mais do caráter divino
de Cristo, como nunca antes, naquele curto período, ao me
inclinar em oração.…
Vez após vez eu disse a mim mesma: “A religião deve ser
assim? Será que não estou enganada?” Parecia muito para
mim, um privilégio extraordinário. Embora muito tímida
para confessar tudo isso abertamente, senti que o Salvador
havia me abençoado e perdoado meus pecados.
Este artigo foi extraído da autobiografia Life Sketches of Ellen G.
White (p. 22-24). Os adventistas do sétimo dia creem que Ellen G.
White (1827-1915) exerceu o dom de profecia bíblico durante mais
de 70 anos de ministério público.
Fevereiro 2010 | Adventist World
19
D E V O C I O N A L
U
ltimamente, presenciamos o ressurgimento de ataques a Deus e à religião, por pessoas como Richard
Dawkins (The God Delusion) [Deus, um Delírio],
Daniel Dennett (Breaking the Spell [Quebrando o Encanto],
Sam Harris (The End of Faith) [O Fim da Fé]) e Christopher
Hitchens (God Is Not Great) [Deus não é Grande].
Como cristãos adventistas do sétimo dia, devemos admitir, inicialmente, que não podemos colocar Deus em um tubo
de ensaio e provar Sua existência por métodos científicos.
Deus está além de provas. Nossa habilidade para compreendê-Lo depende da extensão de Sua auto-revelação.
G.
T E N
S C H O U
D E
J E L
Diz ter criado as criaturas viventes do mar, os pássaros do céu
e todos os animais da terra (Gn 1:20-22) e, finalmente, de ter
criado o ser humano (Gn 1:27; Sl 139:14). Pela fé, aceitamos
a origem divina da vida, baseada no testemunho bíblico de
Deus como Criador e Mantenedor do Universo (Hb 11:1).
Entretanto, muitos hoje escolhem acreditar em outra coisa.
No dia 10 de setembro de 2008, milhares de cientistas de
oitenta países se reuniram na sede da Organização Europeia
de Pesquisa Nuclear (OEPN), na Suíça, para ligar o acelerador
de partículas mais poderoso do mundo, conhecido como o
Large Hadron Collider (LHC). O experimento destinava-se a
Por que
Crerem
deus
Cada pessoa deve
avaliar as evidências
Por Limoni Manu
Entre outras maneiras, Deus Se revela a nós por meio (1)
da Criação (Gn 1:1), (2) do mundo natural (Sl 19:1) (3) em
nosso senso de moralidade e a busca inata pelo que é divino
e (4) por meio de Jesus Cristo, o ápice da auto-revelação de
Deus (Jo 1:14; Hb 1:1-3). Deus não faz apologia de quem
Ele é. Enquanto Ele nos dá liberdade para duvidar de Sua
existência, também nos dá evidências suficientes para crer,
deixando-nos sem desculpas (Rm 1:19, 20).
Deixe-me citar algumas razões por que creio em Deus:
1. Início de todas as coisas
Pense um momento no início da vida. Deus assume a responsabilidade de criar os céus e a Terra (Gn 1:1-3; Is 45:12, 18).
Assume a responsabilidade de ter colocado no lugar os fundamentos da Terra e delimitado suas dimensões (Jo 38:3-5).
20
Adventist World | Fevereiro 2010
provar a teoria do big bang da criação e indiretamente refutar
o ensinamento bíblico de origem divina. Mas o resultado não
foi o esperado pelos cientistas; ao contrário, como alguns
temiam, não houve explosão nem buraco negro engolindo
partes da região, nem foi o fim do mundo.
Para mim, o relato bíblico da criação continua irrefutável.
2. Evidências do mundo natural
A Terra tem mais de onze milhões de espécies de animais,
incluindo a vida humana; trezentas mil espécies de plantas
com flores; vinte mil espécies de pássaros e cinco mil répteis.
O Planeta é um exemplo fascinante de extrema complexidade: ele tinha que ser do tamanho exato e com angulação e
velocidade precisas para garantir que as estações e a proporção entre água e terra estejam em equilíbrio. Se houver uma
*
interferência, por menor que seja, nessa complexa função
cósmica das coisas, isso significará vida ou morte para todos
os organismos vivos.
Quais são as chances para que toda essa complexidade
tenha acontecido por acaso? Remotas! Tem que haver uma
inteligência superior por trás de tudo isso. Para mim, essa
inteligência é DEUS.
O testemunho do mundo natural, mesmo sem palavras,
é eloquente (veja Sl 19:1). Embora envolvido e corrompido
pelo pecado (At 17:27), ainda podemos ver no mundo
natural uma exposição de Deus (Rm 1:19, 20).
3. Moralidade e anseio inato por Deus
As pessoas de todos os tempos e em todos os lugares da
Terra têm algum senso de moralidade, mesmo nos lugares
mais isolados e culturalmente distintos. A lei de Deus está
incrustada em nossa consciência (Rm 2:11-16). Todas sabem,
“instintivamente”, que é errado assassinar outro ser humano.
De onde veio esse senso moral? Creio que veio de Deus. Ele é
a base de toda moralidade.
Como a moralidade, a crença na existência de um mundo
espiritual e de um ser (ou seres) supremo também é um fenômeno universal. As pessoas, em todos os lugares, demonstram
alguma forma de devoção ou culto. Alguns adoram o “Deus
Desconhecido”, como Paulo falou ao povo de Atenas (At
17:22-23). Esse instinto inato, eu creio, é a direta consequência de Deus ter posto “no coração do homem o anseio pela
eternidade” (Ec 3:11, NVI). Somos incuravelmente religiosos
(cf At 17:26, 27).
É atribuído ao famoso matemático, filósofo e médico
francês Blaise Pascal a seguinte declaração sobre o assunto:
“Há um vácuo no formato de Deus no coração de cada
homem que não pode ser preenchido por nada criado, mas
somente por Deus, o Criador, que Se fez conhecido por meio
de Jesus” (Pensées).
4. O testemunho de Jesus
Mesmo que o mundo natural e a vida humana nos apontem para a direção de Deus, são insuficientes para ajudar a
conhecê-Lo plenamente. O auge da revelação de Deus chega
até nós por meio de Jesus Cristo (Hb 1:1-3).
Mais de trezentas referências, apenas no Antigo Testamento,
dão a Cristo as credenciais de Messias. Jesus é a semente da
mulher (Gn 3:15), nascido de uma virgem (Is 7:14), na cidade
de Belém (Mq 5:2; Mt 2:1; Jo 7:42). Ele seria chamado de
Senhor (Sl 110:1; Lc 2:11); Filho de Deus (Sl 2:7; 1Co 17:11-14;
Mt 3:17; 16:16; Mc 9:7) e Emanuel, “Deus conosco” (Is 7:14;
Mt 1:23). A traição, por um amigo (Sl 41:9; cf. Mt 10:4), por
trinta moedas de prata (Zc 11:12; cf. Mt 26:15), foi predita. Ele
seria abandonado pelos Seus discípulos (Zc 13:7; Mc 14:50) e
crucificado entre ladrões (Is 53:12; Mt 27:38). No terceiro dia,
ressuscitaria dos mortos (Mt 16:21; 17:9, 22, 23; 20:18, 19).
As pessoas de todos os
tempos e em todos os
lugares da Terra têm algum
senso de moralidade. A
lei de Deus está incrustada
em nossa consciência.
Sua vida, morte e ressurreição são fatos aceitos pela História. O que, porém, faz de Jesus Cristo único e distinto de todos
os líderes de outras religiões, incluindo Buda, Maomé e Confúcio, é Sua pretensão de ser Deus (Jo 5:17, 18; 8:58; 10:30-33).
O que cremos em relação a Jesus significa vida ou morte
para nós (Jo 3:36).
Temos Alguma Opção?
Há três opções diante de nós: Jesus foi um mentiroso, um
lunático, ou Ele era Deus. Se Jesus deliberadamente mentiu
sobre Sua divindade, então, não era apenas hipócrita, Ele era
mau. Se Jesus acreditava sinceramente ser Ele Deus, quando
não era, então, era um lunático. Mas se Sua afirmação for
verdade, de que era o Filho de Deus de fato, rejeitá-Lo é nossa
conta e risco.
No fim, tudo se resume à fé, que não é estranha a nenhum
de nós. Toda vez que viajamos de avião, por exemplo, exercemos certa medida de fé; fé nas pessoas e máquinas com as
quais não estamos familiarizados. Nossa jornada celestial é
mais segura que qualquer companhia aérea possa ser. Jesus
Cristo é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14:6).
Para mim, as evidências providenciais de Deus e Jesus
são suficientes para justificar um total comprometimento de
minha parte. Crer em Deus e que Jesus Cristo foi enviado por
Ele é vida, vida eterna!
*Uma versão desse artigo foi publicada no South Pacific Division Record, em 4 de julho de 2009.
1
As ideias, a seguir, foram tiradas de Josh McDowell, Evidence That Demands a Verdict: Historical
Evidence for the Christian Faith, v. 1 (San Bernardino, Calif.: Here’s Life Publishers, Inc., 1986), p.
103-107.
2
João 17:3.
Limoni Manu escreve de Wanganui,
Nova Zelândia.
Fevereiro 2010 | Adventist World
21
C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
NÚMERO 2
1 1 1 Um
+ + =
A pedra fundamental da teologia bíblica
Por
Norman R. Gulley
“Não creio na Trindade!” Essa foi a
conclusão de alguns pioneiros adventistas. De fato, os questionamentos sobre
a Trindade continuaram por 87 anos. A
mesma coisa está acontecendo hoje. A
história está se repetindo? “Deus é uma
Trindade?” “Isso é realmente importante?” “As Escrituras não dizem: ‘Ouça, ó
Israel: O Senhor, o nosso Deus, é o único
Senhor’”?* (Dt 6:4, cf. 4-9; 11:13-21;
Nm 15:37-41).
O que perderíamos se Deus fosse
apenas uma Pessoa? Primeiro, Cristo
não poderia ser nosso Salvador. Foi
necessário que o Espírito Santo O
levasse até Maria. Foi necessário que o
Pai respondesse às orações de Cristo e
Lhe desse a ajuda de que necessitava.
Norman R. Gulley é
professor e pesquisador
em Teologia Sistemática
na Universidade
Adventista do Sul, Collegedale, Tennessee,
EUA. Atualmente trabalha no quarto
e último volume de teologia sistemática
de sua autoria, publicado pela Andrews
University Press.
22
Adventist World | Fevereiro 2010
Assim, podemos ver quão importante a
Trindade é para nós. Nossa vida eterna
depende dessa verdade.
O Senhor Nosso Deus é Um
Por que, então, Deus disse: “O
Senhor nosso Deus é um?” No antigo
Oriente Próximo, havia numerosas
divindades que cercavam e ameaçavam
Israel. Deus sabia que Seu povo seria
atraído para esses deuses e O abandonaria. Nesse contexto, Ele disse: “O Senhor
é Deus” (“Não há nenhum outro” –
Dt 4:39). É por isso que o prefácio dos
Dez Mandamentos declara: “Eu sou
o Senhor, o teu Deus, que te tirou do
Egito, da terra da escravidão... Não terás
outros deuses além de Mim” (Êx 20:2, 3).
Só o verdadeiro Deus poderia salvar
por meio do poderoso resgate no Mar
Vermelho! As palavras “nenhum outro”
referem-se à singularidade de Deus, não
à unicidade.
A palavra “um” é usada para traduzir duas palavras do hebraico: yahîd
(único, filho único, Gn 22:2) e ’ehad
(os que são unidos pelo casamento “se
tornarão uma só carne”, Gn 2:24). “O
Senhor nosso Deus é um” traduz ’ehad
significando que Deus não é solitário,
embora seja único (sem igual). Isso
sugere que Deus está unido ou é mais
de uma Pessoa. As Escrituras declaram
que Deus é amor (1Jo 4:8-16). Antes do
início de qualquer criação, havia uma
eternidade onde Deus já existia como
amor. Deus não poderia ser amor se
fosse solitário, pois a quem amaria?
É necessário mais de um para amar.
Assim, a natureza de Deus requer que
Ele seja mais de uma Pessoa.
Alusões à Trindade no Antigo
Testamento
As Escrituras indicam frequentemente que Deus é mais que um. A
pluralidade é indicada nos seguintes
textos: “Então disse Deus: Façamos
(plural) o homem à nossa imagem,
conforme a Nossa semelhança” (Gn
1:26). Após a entrada do pecado no
mundo, “disse o Senhor Deus (singular): ‘Agora o homem se tornou como
um de nós (plural), conhecendo o bem
e o mal’” (Gn 3:22). Em resposta aos
construtores da Torre de Babel, Deus
(singular) disse: “Venham, desçamos
e confundamos (plural) a língua que
falam, para que não entendam mais
uns aos outros”(Gn 11:7). Isaías disse:
As Escrituras Interpretam as
Escrituras
É evidente que o Novo Testamento
ensina sobre a Trindade.
Há, entretanto, muito mais do que
as pessoas pensam sobre a Trindade
no Antigo Testamento. Quando as
Escrituras interpretam as Escrituras,
descobrimos que o Antigo Testamento
contribui para o nosso assunto. Em
Lucas 4:18, 19, Cristo lê Isaías 61:1 e 2,
e assim fazendo, reconhece que os versos falam sobre Sua missão. Em outras
palavras, Cristo faz Seu comentário
sobre esses versos de Isaías, afirmando
que eles falam sobre a Trindade: “O
Espírito (Espírito Santo) do Soberano,
o Senhor (o Pai), está sobre Mim
[Cristo]” (Is 61:1).
Há vários textos em Isaías onde
a Trindade é explícita. A seguir, mais
três exemplos: Primeiro: em Isaías
42:1, lemos : “Eis o Meu servo, a quem
sustento, o Meu escolhido, em quem
tenho prazer. Porei nEle o Meu Espírito, e Ele trará justiça às nações.” Deus
o Pai está falando sobre Seu Filho,
a quem dará Seu Espírito Santo. O
Novo Testamento concorda que essa
passagem de Isaías foi cumprida no
ministério de cura de Jesus (Mt 12:1521), que foi enviado pelo Pai (Jo 3:16,
17) e capacitado pelo Espírito Santo”
(Mt 3:16, 17; Lc 4:18). Segundo: Isaías
48:16 declara: “Aproximem-se de mim
e escutem isto ... E agora o Soberano,
o Senhor [o Pai], Me enviou [o Filho],
Alguns dizem que a Trindade só é
explícita no Novo Testamento, não no
Antigo Testamento. Um bom exemplo
é o Pai falando com Cristo no Seu
batismo e o Espírito Santo descendo
sobre Ele como uma pomba (Mt 3:16,
17). Outro exemplo é a comissão do
evangelho, enviando Seus filhos para
que batizassem em nome dos três (Mt
28:19). Um terceiro exemplo é o final da
segunda epístola de Paulo aos Coríntios:
“A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor
de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês”(2Co 13:14).
Há um só Deus: Pai, Filho e
Espírito Santo, uma unidade
de três Pessoas coeternas.
Deus é imortal, onipotente, onisciente, acima de tudo e sempre presente. Ele é infinito e
está além da compreensão humana, mas é conhecido por meio de Sua autorrevelação.
Para sempre é digno de culto, adoração e serviço por parte de toda a criação. (Dt 6:4;
Mt 28:19; 2Co 13:14; Ef 4:4-6; 1Pe 1:2; 1Tm 1:17; Ap 14:7.)
“Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: ‘Quem enviarei? Quem irá por
nós (plural)?’”(Is 6:8) Ao Se concentrar
em um Deus para manter o Seu povo
longe dos muitos deuses, Ele lhes permitiu vislumbrar que um Deus é mais
que uma Pessoa. Essa, realmente, é
uma dimensão diferente. Se Deus fosse
apenas uma pessoa, quem teria governado o Universo quando Cristo estava
na Terra, e onde estaria Deus quando
Cristo estava no túmulo?
As Escrituras designam a Divindade como Deus o Pai, Filho e Espírito
Santo. Deixe-me dar uma lista de
exemplos poderosos: “No princípio,
Deus criou os céus e a Terra” (Gn1:1)
e criou o Universo por meio de Seu
Filho (Hb 1:1, 2). Após a morte de
Cristo, “Ele Se assentou à direita da
Majestade nas alturas” (Hb 1:3). O
Pai disse a Ele: “O Teu trono, ó Deus,
subsiste para todo o sempre”(verso
8). O Pai chamou Cristo de Deus (cf
Jo 1:1-3, 14) Paulo advertiu os efésios:
“Não entristeçam o Espírito Santo de
Deus” nem por atos ou palavras (Ef
4:30). Pedro disse a Ananias: Você chegou ao ponto de “mentir ao Espírito
Santo” (At 5:3), e fazendo isso “você
não mentiu aos homens, mas sim a
Deus” (verso 4).
com Seu Espírito [o Espírito Santo].
Terceiro: Isaías 63:7-16 faz referência
ao “anjo da Sua presença” que “os salvou” (verso 9, Cristo), o Espírito Santo
(verso 10) e o Pai (verso 16).
Se eu fosse abandonado em uma
ilha e só pudesse levar um livro de cada
um do Antigo e Novo Testamentos,
escolheria Isaías e João. Encontramos a
Trindade em ambos. O Antigo Testamento fala sobre o amor de Deus tanto
quanto o Novo Testamento. Isaías 53
é um dos melhores capítulos da Bíblia
sobre o amor do Salvador por nós.
Isaías apresenta a Trindade com mais
clareza do que qualquer outro escritor
do Antigo Testamento. O Antigo
Testamento nos dá evidências de que
Deus não muda (Ml 3:6), um conceito
que encontra eco no Novo Testamento:
“Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e
para sempre” (Hb 13:8).
O Pai, o Filho e Espírito Santo
amam um ao outro e, assim fazendo,
cada um ama a Deus e ao próximo
(cf Mt 22:37-40). Esse amor é eterno e
recíproco em sua história e transborda
para entrar em vidas humanas para
que possamos refletir esse amor, em
certa medida, por Deus e pelos outros.
Um Deus solitário não poderia ser
um Deus de amor. Que Trindade
impressionante!
*Todas as citações das Escrituras foram tiradas da Nova Versão
Internacional.
Trindade
Fevereiro 2010 | Adventist World
23
S E R V I Ç O
Suprindo
uma
Por
Andrew King
Necessidade
Os membros de todo o mundo
podem fazer muita diferença
Acima: EDUCAÇÃO: A Universidade Adventista da África
Central terá, em breve, um prédio multifuncional onde
serão realizadas as assembleias escolares e os cultos
aos sábados para um grupo de mais de 2.200 alunos.
Direita: SAÚDE: Esse pequeno centro de saúde urbano
será brevemente substituído por um hospital completo,
com maternidade e serviços odontológicos, em
Bujumbura, capital do Burundi.
A
Divisão Africana Centro-Oriental da Igreja Adventista
do Sétimo Dia é composta por nove países: Burundi,
República Democrática do Congo, Eritreia, Etiópia,
Quênia, Ruanda, Somália, Tanzânia e Uganda. A essa divisão,
que cresce rapidamente, pertencem cerca de dois e meio
milhões de adventistas do sétimo dia.
Em cada décimo terceiro sábado, uma oferta especial é
recebida nas igrejas ao redor do mundo. Neste trimestre, essa
oferta ajudará a financiar três projetos especiais em Ruanda e
Burundi.
Ministério Médico
Em Bujumbura, capital de Burundi, a Igreja Adventista
do Sétimo Dia mantém um pequeno centro de saúde urbano.
Sete outros centros de saúde estão espalhados por todo o país.
Em Bujumbura, as necessidades são muito grandes e o centro
se esforça para acompanhar a alta demanda por seus serviços.
Além de servir a população em geral, o centro de saúde também trabalha com empresas da redondeza.
“Atualmente, temos uma parceria com nove empresas privadas que solicitaram nossos serviços para seus funcionários”,
diz Evariste Sindayigaya, diretor de Saúde e Temperança da
Associação de Burundi.
24
Adventist World | Fevereiro 2010
A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem uma rica história
na obra médica. Por muito tempo, médicos missionários suprem as necessidades do povo na área da saúde, assim como
Jesus fazia. Na maioria das vezes, é assim que as pessoas têm o
primeiro contato com um adventista do sétimo dia.
Num dia normal, mais de quarenta pessoas visitam a clínica para variados tipos de atendimentos. A pequena equipe
é forçada a encaminhar muitos dos pacientes a outros centros
de atendimento da cidade. A perda de receita causada pelo
encaminhamento de pacientes pode causar um sério impacto
sobre os outros oito centros médicos no Burundi, porque a
renda gerada nessa clínica ajuda a financiar as outras, localizadas em zonas rurais.
Para atender à necessidade de melhores instalações, a igreja planeja substituir o centro de saúde por um hospital com
equipe completa e com maternidade e serviço odontológico
completos. No passado, os pacientes que necessitavam de assistência dentária tinham que viajar grandes distâncias, indo
a países vizinhos para tratamento. O novo hospital vai prestar
atendimento médico completo de qualidade para o povo de
Bujumbura. Também financiará o crescimento contínuo dos
centros menores, centros de saúde rurais e centros de atendimento por todo o Burundi.
Ministério Educacional
Bem ao norte de Burundi está Ruanda, país conhecido
como a terra das mil colinas. A Universidade Adventista da
África Central foi inicialmente localizada em um cenário
idílico entre colinas verdejantes e longe da agitação da cidade.
Entretanto, durante o violento genocídio, no início dos anos
1990, grande parte da universidade foi destruída e muitas
pessoas que se refugiaram nos edifícios universitários perderam a vida.
Após a paz ter sido restabelecida, foi dado à universidade
apoio financeiro como parte do esforço para reconstruir
o país e restaurar o que foi perdido. Embora o local em
que a universidade foi originalmente construída fosse
maravilhoso, as memórias do genocídio fizeram com que a
reconstrução fosse muito difícil. Os líderes da Universidade
decidiram reconstruí-la no topo de uma colina, na capital,
Kigali. Em 2006, após muito trabalho, começaram as aulas
no prédio acadêmico central, recém-terminado. Esse novo
prédio cobre mais de quarto mil metros quadrados e oferece
educação superior cristocêntrica e de qualidade para mais
de 2.200 alunos.
A universidade está ganhando reputação, rapidamente,
pela excelência. “Neste semestre, o ministro da defesa decidiu
enviar cerca de cem oficiais militares para estudar em nossa
instituição”, diz Jozsef Szilvasi. “O ministro do trabalho usa
nossa instituição para o treinamento de quem perde o emprego; eles financiam esses alunos. O ministro da educação
concedeu cerca de vinte bolsas de estudos para alunos de
nossa instituição. Não somos marginalizados por ser uma
instituição adventista do sétimo dia no país. Realmente contribuímos com a sociedade e isso é apreciado.”
Além dos cursos que se concentram nos ensinamentos
de Jesus, história bíblica e crenças adventistas, a universidade
realiza duas semanas de oração a cada ano. Quase metade dos
alunos que frequentam a universidade não é adventista do
sétimo dia. Assim, a universidade provê uma oportunidade
perfeita para compartilhar a fé adventista.
A universidade necessita de um local onde os alunos
possam se reunir para assembleias, programas especiais,
como semanas de oração e, mais importante, para os cultos
da igreja. As obras de um prédio multifuncional para atender
a essa necessidade já começaram.
“O prédio terá assento para, pelo menos, 2.500 alunos,”
diz o arquiteto Dominic Padarigan, “(incluindo) uma galeria
com mais trezentos assentos.”
O prédio, construído com parte da oferta do décimo
terceiro sábado deste trimestre, será um local mais do que
necessário para os alunos se reunirem para o culto.
Aparência Padrão
A guerra civil e o genocídio devastaram Ruanda de muitas
formas. Um dos maiores desafios que o país enfrenta agora é
a reconstrução do sistema educacional do ensino fundamental e médio.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia dirige várias escolas de
ensino fundamental em todo o país. Essas escolas oferecem
cursos de alfabetização para a vasta população jovem. Quarenta por cento do povo de Ruanda tem menos de 14 anos de
idade. Isso provoca uma incrível pressão sobre os professores
que assumiram o desafio de educar a nova geração.
Os professores adventistas em toda a Divisão África CentroOriental nem sempre estão equipados para lecionar todas as matérias. Parte da oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre
ajudará a financiar educação contínua para nossos professores,
para ajudá-los a adquirir o conhecimento que necessitam para
oferecer uma educação cristocêntrica a seus alunos.
“Não podemos ajudar essas crianças se os professores não
forem treinados”, diz Joyce Musabe, diretora de Educação e
do Ministério Infantil da União Missão de Ruanda. “Temos
professores em nossas escolas, inclusive professores da Escola
Sabatina, mas precisam de treinamento.”
Após o genocídio de 1994, muitas crianças ficaram órfãs.
Tradicionalmente, o governo de Ruanda obriga que todos
os alunos usem uniforme para frequentar a escola. Como
os órfãos não podem comprar uniforme, é permitido que
ignorem a lei e frequentem as aulas sem ele. Mesmo assim, os
professores adventistas observaram como o fato de não ter
um uniforme afeta esses alunos.
“Quando estão iguais aos colegas de classe, há um tipo
de motivação, um sentimento de que não estão sozinhos, o
sentimento de que estão integrados com outros alunos da
sala de aula”, afirma Musabe. “Assim, quando estão diferentes
dos outros, certamente pensam: ‘Por que estamos aqui? Quem
somos? Por que somos diferentes dos outros?”
Para ajudar os alunos a sentir que não estão sozinhos, parte da oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre ajudará
na compra de uniformes para os órfãos que frequentam as
escolas adventistas de Ruanda.
Muito obrigado por seu constante apoio por meio de
ofertas missionárias e a do décimo terceiro sábado. Graças a
membros de igreja como você em todo o mundo, esses projetos especiais ajudam a tocar vidas com o amor de Jesus.
Para mais informação sobre a Missão Adventista, visite:
www.AdventistMission.org.
Andrew King é escritor e editor da Missão
Adventista.
O terceiro projeto deste trimestre está centralizado em
Ruanda, mas ajudará toda a Divisão Africana Centro-Oriental.
Fevereiro 2010 | Adventist World
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P E R G U N TA S B Í B L I C A S
P E R G U N TA : O
que significa Deus sondar
“mentes e corações” (Ap 2:23)?
“meus rins estavam perfurados”, significando que ele estava
com distúrbio emocional e em profunda angústia. A imagem
é de uma pessoa que foi traspassada por uma flecha nos
rins e está com muita dor, temendo a morte, agonizando
Bíblia associa certas experiências emocionais e
psicológicas com órgãos do corpo. Isso não difere
emocinalmente. De fato, Jó descreve sua angústia emocional
totalmente do modo de expressarmos a linguagem
usando a imagem de arqueiros que lhe atiravam flechas,
perfurando seus rins (Jó 16:12, 13; cf Lm 3:13). Seu íntimo
emocional. O coração é o centro das emoções. Dizemos ao
estava emocionalmente arruinado.
nosso cônjuge: “Eu te amo de todo coração.” Obviamente, a
referência não é ao órgão dentro de nosso peito. Estamos di3. Centro do Caráter: Segundo Jeremias, o povo de Israel
zendo que nosso amor vem do mais profundo de nosso ser, e, falava constantemente sobre Deus com seus lábios, mas Ele
no entanto, é genuíno. Na Bíblia, essa prática é mais comum.
estava “longe do coração [rins]” (12:2), como dizendo que a
O termo “mente”, na Bíblia
mensagem de Deus não haem português, é a tradução da
via transformado o interior
palavra grega cujo significado
daquelas pessoas. Aqui os
literal é “rins”. Vou me ater
rins estão associados com o
apenas ao uso desse termo.
caráter. Em casos como esse,
eles se tornam sinônimos do
1. Um Órgão do Corpo:
Os israelitas sabiam da existermo bíblico “coração”, que
tência dos órgãos do corpo
representa, entre outras coiconhecidos como rins. Os
sas, o racional, as qualidades
rins dos animais sacrificados
morais de uma pessoa. Referem-se, simbolicamente, à
eram queimados sobre o altar
auto-consciência humana ou
de sacrifícios, provavelmente
porque eram cobertos de
o íntimo profundo. Poderia,
Por
então, designar a consciência.
gordura (Êx 29:13; Lv 3:4), e
Angel Manuel
O salmista poderia ter isso
os israelitas eram proibidos
Rodríguez
em mente quando escreveu:
de consumir a gordura dos
“na escura noite o meu coraanimais. O pensador judeu
ção me ensina!” (16:7).
Philo de Alexandria (20 a.C –
45 d.C) parece sugerir que os rins eram oferecidos a Deus
4. Objeto da Análise Divina: Uma vez que os rins estão
porque eles purificavam o sangue (Leis Especiais 1:216). Nos
associados com o desenvolvimento do caráter, é fácil concluir
rituais de adivinhação da Babilônia, os rins de alguns animais que Deus o examina. A frase citada – Deus sonda “mentes
eram usados para predizer o futuro. De modo que, para os
(rins) e corações” – é usada várias vezes no Antigo Testaisraelitas, queimá-los no altar era a rejeição de tal prática
mento. Assume-se que Deus vê o íntimo do ser humano e
pagã. Como muitas outras partes do corpo, os rins eram usapode fazer justas decisões baseadas na sabedoria (Jr 11:20;
dos para designar a pessoa como um todo (a parte do corpo
17:10). O salmista não tem nada a esconder; por isso, ele diz
representava a totalidade do corpo de uma pessoa). O salmisao Senhor: “Sonda-me, Senhor, e prova-me, examina o meu
ta escreve: “Tu criaste o íntimo do meu ser [kelayôth, ‘rins’]”
coração e a minha mente [leb, ‘coração’] (26:2). Ao examinar
(139:13, NVI), significando “meu corpo”. Uma vez que os rins os rins, Deus pode identificar o pecador e levá-lo a deixar a
eram localizados na parte mais interna do corpo humano, era violência (Sl 7:9). A combinação dos rins (mente) e coração
fácil usá-los metaforicamente para designar o aspecto íntimo
indica que Deus examina a totalidade de uma pessoa.
da personalidade humana.
O uso dos órgãos do corpo humano em relação às
emoções humanas revela que os escritores bíblicos tinham
2. Centro das Emoções: Os israelitas compreendiam que
uma compreensão de totalidade da natureza humana. O
as emoções não podiam ser separadas do corpo físico. O pai
diz ao filho: “Exultará o meu íntimo [rins], quando os teus
corpo físico não era separado do lado espiritual e emocional
das pessoas.
lábios falarem coisas retas” (Pv 23:16). Nesse caso, não foi
feita a tradução literal para mostrar que o termo “rins”está
*Todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova Versão Internacional.
sendo usado metaforicamente, indicando que essa alegria
é profunda e toma conta de todo o indivíduo. Emoções
negativas também eram associadas com os rins. Quando
o salmista escreveu “Quando o meu coração estava
Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas
Bíblicas da Associação Geral.
amargurado” (Sl 73:21), ele estava dizendo literalmente:
A
do Corpo
Órgãos
ea
R edol i g i ã o
Coração
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Adventist World | Fevereiro 2010
Deus
E S T U D O
B Í B L I C O
Criador
o
Por Mark A. Finley
Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, revela verdades eternas para gerações sucessivas. Foi
escrito por Moisés durante sua peregrinação no deserto, cerca de mil e quinhentos anos
antes de Cristo. Os assuntos abordados por ele ainda tocam nosso coração, no século XXI.
Nas próximas doze lições, estudaremos os princípios transformadores do Gênesis.
Embora iniciemos cada estudo com o primeiro livro da Bíblia, faremos uma jornada por toda
ela, seguindo o caminho das Escrituras iniciado em Gênesis. Em cada lição não apenas
descobriremos a verdade, mas compreenderemos como essa verdade, em particular, diz
respeito à nossa vida pessoal. O propósito do estudo da Bíblia não é meramente preencher
nossa mente com fatos; é mudar nosso coração. Vamos começar essa jornada juntos.
1.
Qual é o primeiro ato de Deus, registrado na Bíblia?
“No princípio, criou Deus os céus e a Terra” (Gn 1:1).
Ele
os céus e a Terra.
A criação é uma verdade de vital importância na Bíblia. O primeiro verso do primeiro livro
da Bíblia declara que Deus é o Criador. Se Deus não criou o mundo, como esse verso diz
que Ele criou, toda a Bíblia se torna questionável.
Leia todo o primeiro capítulo de Gênesis e conte o número de vezes em que as
expressões “Deus disse”, “Deus fez”, “Deus criou” são usadas. Escreva
sua resposta.
2.
Após criar o mundo e tudo o que nele há, como Deus completou Sua obra criativa?
“Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1:27).
A coroação do ato criativo de Deus foi a criação do
e da
.
A criação fala de nosso valor aos olhos de Deus. Uma vez que Ele nos criou, temos valor.
Segundo o Salmo 33:15, Deus nos formou individualmente. Seja qual for a circunstância de
nossa vida, somos especiais para Deus. Aquele que nos criou nunca irá nos esquecer.
3.
Como Deus criou a Terra?
“Os céus por Sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de Sua boca, o exército deles.… Pois Ele falou, e tudo se fez;
Ele ordenou, e tudo passou a existir” (Sl 33:6, 9).
“Pela
“Ele
do Senhor os céus foram criados.”
, e tudo passou a
.”
A palavra de Deus é poderosa, tão poderosa que, quando Ele fala, mundos vêm à existência.
Se Sua palavra falada é tão poderosa, pense no poder de transformar vidas que há em Sua
Palavra, quando estudamos seus ensinamentos.
Fevereiro 2010 | Adventist World
27
4.
A partir de que Deus criou o mundo?
“Pela fé, entendemos que foi o Universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir
das coisas que não aparecem” (Hb 11:3).
Deus fez as coisas
das que eram
.
5.
O que a Criação nos revela sobre o caráter e a natureza de Deus? Leia a passagem da
Bíblia abaixo e liste todas as coisas que são ditas sobre Deus.
“Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o Seu exército de estrelas, todas
bem contadas, as quais Ele chama pelo nome; por ser Ele grande em força e forte em poder, nem uma só vem
a faltar.. . . . Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem Se cansa,
nem Se fatiga? Não se pode esquadrinhar o Seu entendimento” (Is 40:26, 28).
O Deus criador nos chama pelo
, pela grandeza do Seu
e da Sua
. Não se pode esquadrinhar Seu
.
Nosso Deus é grandioso, todo-poderoso, cheio de conhecimento e sabedoria. Ele cuida de
nós individualmente. Sabe nosso nome e nos ama como indivíduos.
6.
Qual é a base para o verdadeiro culto?
“Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas Tu criaste,
sim, por causa da Tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Ap 4:11).
Deus é digno de nosso culto porque Ele
todas as coisas.
Se nós simplesmente evoluímos, por que adorar a Deus em tudo? Se somos produto do
acaso, realmente não há razão para adorarmos a Deus. Mas se Ele nos criou, é digno de
nossos maiores louvores e profunda adoração.
7.
Por que nossa compreensão sobre o Criador nos dá esperança em relação ao futuro?
“Pois vejam! Criarei novos céus e nova terra, e as coisas passadas não serão lembradas. Jamais virão à mente!
Alegrem-se, porém, e regozijem-se para sempre no que vou criar” (Is 65:17,18, NVI).
Uma vez que, no princípio, Deus criou este mundo, podemos nos alegrar porque um dia Ele irá
novos
e nova
.
A verdade bíblica sobre a criação é repleta de esperança. Deus nos criou. Ele se importa
conosco. Um dia Ele criará novos céus e nova terra onde reinará a justiça para sempre.
A Terra será restaurada a seu esplendor original e viveremos com Ele para sempre. Isso é
algo que deve nos alegrar hoje.
No próximo mês, estudaremos
“A Criação e as
Verdades
do Tempo do Fim”.
28
Adventist World | Fevereiro 2010
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Mudando
Meu Futuro
Graças a Deus
pelo artigo “O Que
Nós Fizemos?”
por Thurman C.
Petty Jr. (dezembro 2009).
Por meio dele, Deus mudou meu
dia, minha semana e, com certeza, toda
a minha vida.
Joseph Tamo Fewman
Yaoundé, Camarões
Ouvintes
Fui grandemente abençoado pelo
editorial “Auditório de Uma Pessoa”,
por Bill Knott (novembro de 2009). Ele
me alertou sobre os momentos fugazes
da experiência humana em que somos
invadidos por uma grande sensação
de euforia, desenvolvendo um orgulho
de resultados duradouros. O desejo de
obter uma plateia de algumas pessoas
ou de uma multidão e o sentimento de
que somos dignos de ser notados são
inúteis. Isso me lembra de que devemos refletir em cada ação, pensamento
ou palavra, por mais insignificante
que pareça.
Kithaka Mutegi
Nyeri, Quênia
Primeiro o
Servo de Deus
Li a maravilhosa
notícia de que
(“Pastor Allen
Governa a Jamaica”,
julho de 2009).
Sua vida fará a
diferença nesse
cargo. Vou orar
para que ele continue a ser uma luz nas
trevas deste mundo que caminha para o
fim, quando veremos Aquele por quem
nossa alma tanto almeja, Jesus, nosso
bendito Salvador. Aleluia!
Lourenço Gonzalez
Rio de Janeiro, Brasil
Criação
Na edição de julho de 2009 (“Honrando
o Deus Criador”, de Angel Manuel
Rodríguez) e de agosto de 2009
(“Maravilhas da Criação”, por John T.
Baldwin, Leonard R. Brand, Arthur
Chadwick e Randall W. Younker)
referem-se a uma divisão que tende a
surgir entre os filhos de Deus, irmãos
em Cristo, sobre o assunto da Criação.
Estou orando para que todos olhemos
para Jesus, a fonte da luz. Também
tenho aconselhado os responsáveis por
diferentes escolas a ponderar nas
palavras de Paulo em Romanos 12:2, 3.
Nguimbous Dieudonné
Yaoundé, Camarões
Relativo
aos Jovens
e Jovens
Adultos
Obrigado pela
revista Adventist
World. Li o artigo
escrito pelo pastor Jan Paulsen
intitulado “Cinco
Coisas que Aprendi” (maio de 2009).
Ele escreveu: “Ficar continuamente centrados em nós mesmos pode ser desencorajador. Se formos honestos, veremos
muitas falhas em nossa igreja.” Concordo
completamente com sua declaração, mas
podemos escolher criar algumas situações para ajudar os jovens, os líderes de
amanhã, como o Senhor nos instruiu.
Sugiro que os jovens adultos sejam
incluídos em nossos programas em vez
de serem considerados imaturos. Do
mesmo modo, sempre deveria ser permitido aos jovens dirigir a Escola Sabatina.
Há muitas coisas para nós fora do
santuário. Não podemos colher o que
já foi colhido, nem podemos seguir Jesus
sem uma missão. Nossa missão não deve
girar em torno de programas organizados por nós mesmos. Que a nossa visão
cresça para ver o retorno de Cristo.
B. Ogunjimi
Via e-mail
Questionando a Resposta
A meu ver, a coluna “Mãos
Levantadas em Adoração”, de Angel
Manuel Rodríguez (fevereiro de 2009)
foi injusta. Quando o Espírito Santo
toca nosso coração através da música,
é quase impossível para alguns de nós
não responder de forma física, embora
reflexiva, levantando as mãos para Deus
como uma afirmação do nosso amor
por Ele. A música toca nossa alma.
Algumas músicas têm o poder de
nos levar às lágrimas. Essas lágrimas
são simplesmente uma resposta física
de nosso coração para o nosso Criador
maravilhoso. O mesmo acontece com os
braços levantados em louvor. Por favor,
não coloquem defeito nessa forma
simples, porém significativa de expressar
nosso amor por nosso Pai celestial.
Shirley Karls
Chico, California, Estados Unidos
Compartilhando a Fé
Gostei da história “Um Daniel em
Moscou”, por Andrew McChesney
(julho de 2008). Vou usá-lo em minha
classe de “Vida e Ensinamentos de
Jesus” na Universidade Adventista
Dominicana. Vai ser uma bênção para
os alunos. Deus abençoe o autor.
Joel Alonzo
Santo Domingo,
República Dominicana
Fevereiro 2010 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Adventist World Evangeliza
Eu estava caminhando em nossa cidade
com um dos meus irmãos congoleses
e encontrei a revista Adventist World.
Ela me incentivou a escrever. Peço
brochuras, uma Bíblia e um livro de
história bíblica.
Ngweji Koji
Kasaji, Congo
Apreciação Expressa
Saudações de todos os membros da
Igreja Adventista do Sétimo Dia:
Afirmo o bom trabalho que estão
fazendo, ao proclamar o verdadeiro
evangelho de Jesus Cristo por meio
da Adventist World.
Bright Okine
Kumasi, Gana
Devemos refletir em cada ação,
pensamento ou palavra, por mais
insignificante que pareça.
– Kithaka Mutegi
Nyeri, Quênia
Sou secretário de ministério da saúde
da igreja do distrito de Makindye,
em Kampala, Uganda. Gostamos
muito de ler e apreciar os artigos
inspiradores da Adventist World, especialmente as histórias missionárias, nas
quais vemos o poder de Deus mudando a vida das pessoas. Isso nos encoraja
a continuar pregando e nutrindo
nossos amigos.
Robert Mutalya
Kampala, Uganda
A vida de um jovem é muito tentadora.
Suas orações fortalecem minha fé em
Deus. A Adventist World realmente
encoraja nossa vida.
Martin Mswaili
Nairóbi, Quênia
Cartas para o Editor – Envie para: [email protected]
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
O LUGAR DE ORAÇÃO
Muito obrigado por terem orado por
mim quando realizei meus exames.
Deus esteve comigo, como sempre o
faz. Dou graças a Ele, todos os dias, por
pessoas como vocês.
Malcolm, Índias Ocidentais
Por favor, lembrem-se de mim em suas
orações. Estou no último estágio no Spicer
Memorial College. Enfrento dificuldades
financeiras para pagar o colégio e planejo
me casar no início do próximo ano.
Tintin, Índia
Sou estudante adventista e planejo
continuar minha pós-graduação na
França. Orem para que minha inscrição
seja aceita e para que Deus me ajude a
encontrar uma família que me acolha.
Oba, Costa do Marfim
Peço oração por meus queridos pais.
Eles enfrentam problemas de saúde.
Vanessa, Chile
Orem por mim e minha família,
pois estamos enfrentando problemas
financeiros. Meus esposo, que é bom
mecânico, está desempregado. Também
estou orando por uma casa, mesmo que
seja apenas um quarto.
Ethel, Zâmbia
Por favor, orem por minha saúde e por
minha família. Muito obrigado.
Marti, Estados Unidos
Trabalhei como professor nos últimos
três anos, mas fui dispensado por gastar
muito do tempo servindo minha igreja.
Orem para que eu consiga recursos ou
uma bolsa de estudos, a fim de cursar
teologia. Desse modo, poderei realizar
esse tipo de trabalho.
Habiyakale, Uganda
30
Adventist World | Fevereiro 2010
Orem para que Deus intervenha em
minha vida, mostrando-me uma saída.
Sinto-me perdida com tantos problemas.
Dorice, Camarões
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem
todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome
e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material:
envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio
Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring,
Maryland 20904-6600 EUA.
B E N J A M I N
E A R W I C K E R
“Eis que cedo venho…”
INTERCÂMBIO
DE IDEIAS
Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Firme
Esperança
em
Seu Sangue
Uma leitora fala como o amor e a misericórdia
de Cristo podem lavar nossos pecados
E
nvergonhados pelos muitos erros (pecados) cometidos e o arrependimento
relativo a cada mancha que parece não desaparecer, todos os dias caímos e, quando
nos levantamos, cometemos conscientemente os mesmos erros outra vez, buscando
algo mais, procurando por um pouco de prazer que possa preencher o vazio e a solidão
interior, algo para satisfazer a alma, o espírito e a carne. Tudo, porém, termina como
destruição da própria alma e, certamente, contaminação do templo de Deus.
Certa vez, ao cair, fui levantada pelo Espírito de Jesus, pela certeza de Seu perdão,
pelo conhecimento do Seu grande amor. Preenchida por Sua graça, por Sua maravilhosa misericórdia e por Sua preciosa aceitação, sou aceita como estou, um ser
enganador e manchado como eu, que sempre trai o perdão concedido por Jesus…
Quem entende isso? Eu não me compreendo completamente.
Precisamos tomar a decisão de andar no caminho certo; de nos manter do lado
de Jesus; de não olhar para trás; de manter nossa mente e alma em Jesus e Seu amor.
Essa é uma decisão. Precisamos de Sua ajuda; todos os dias precisamos muito de
Deus – não apenas do conhecimento de Seu amor, mas de Sua força para vencer o
mal com o bem, para preencher, com Ele, todos os espaços vazios e todas as necessidades, para afastar os desejos da carne e negar a nós mesmos, para purificar nossa
mente todos os dias com Sua Palavra e em silêncio ouvir Sua voz.
Mesmo assim, Ele nos aceita e perdoa como estamos, agora. Ele tem misericórdia.
Agora, Ele apaga e joga todos os nossos fardos no mar e decide nos dar um dia completamente novo para recomeçar, um novo caminho. É agora que Ele está nos dando
uma nova oportunidade de conhecê-Lo, de estar ao Seu lado, de ser quem devemos
ser: Seus filhos, que O louvam.
Nós somos abençoados. Vamos clamar pelo Seu nome e acreditar. Não olhe para
a sujeira; não olhe para o buraco negro, para os tropeços ou erros. Olhe apenas para
o Seu amor, olhe em Seus olhos; concentre-se em Seu amor e sinta-O em seu coração.
Ele procurou por sua alma e agora você se sente arrependido e Ele o está lavando
com Seu sangue e tornando-o limpo todos os dias.
A partir de agora, buscaremos Seu reino em primeiro lugar; vamos encontrá-Lo,
nos apegarmos a Ele e reparti-Lo com todas as pessoas. É assim que seremos salvos,
ao sermos lavados pelo Seu sangue.
“Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem
impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões,
nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de
Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes
justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.” (1Co 6:9-11).
– Rosse Mesa Diaz, psicóloga clínica, República Dominicana
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela
Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte.
Editor Administrativo
Bill Knott
Editor Associado
Claude Richli
Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
Comissão Editorial
Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente;
Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K.
Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C.
Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith;
Karnik Doukmetzian, assessor jurídico
Comissão Coordenadora da Adventist World
Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Clyde Iverson;
Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk
Editor-Chefe
Bill Knott
Editores em Silver Spring, Maryland
Roy Adams, Gerald A. Klingbeil (editores associados),
Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner,
Kimberly Luste Maran
Editores em Seul, Coréia
Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan
Editor Online
Carlos Medley
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voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser
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A menos que indicado de outra forma, todas as referências
bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida,
Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do
Brasil, 1993.
Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente
na Coréia, Argentina, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos.
Vol. 6, No. 2
Fevereiro 2010 | Adventist World
31
O Lugar Das
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“A linda verdade do sábado
é o destino lógico de uma reforma
prorrogada.”
—John Paulson, extraído de seu sermão “O Dom
Profético”, referindo-se ao contínuo trabalho
para o avanço da “Grande Reforma” do povo
de Deus; na Igreja Adventista do Sétimo Dia de
Pipestone, Minnesota, Estados Unidos.
VIDA ADVENTISTA
Tenho o privilégio de morar numa região de lindos campos e córregos, entre as montanhas majestosas do estado de Washington, EUA, onde muitos
gostam de pescar, especialmente nas proximidades
do rio Yakima.
Recentemente, durante a Escola Sabatina, um
membro contou que um amigo capturou mais
peixes do que era permitido. O guarda apareceu,
pegou todos os peixes e foi embora. Mais tarde, ele
encontrou o pescador, devolveu todos os peixes
limpos e disse: “Nunca mais faça isso!”
Meu amigo disse: “Quando penso na atitude
daquele guarda, não poderia nem mesmo pensar em
quebrar a lei novamente.”
O apóstolo Paulo escreveu: “Porque o pecado
não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo
da lei, e sim da graça. E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? …
Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como
servos para obediência, desse mesmo a quem
obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte
ou da obediência para a justiça?” (Rm 6:14-16).
—Dick Rentfro, Thorp, Washington, Estados Unidos
CONHEÇA SEU VIZINHO
“Eis-me aqui, envia-me’,* orou April Cabuena, quando se formou
no Mountain View College, nas Filipinas. O Senhor não deixou de
atender-lhe o pedido. Ele a enviou à Ucrânia, como voluntária, onde
dá aulas de inglês como segunda língua e ajuda, às sextas-feiras à
noite, no curso bíblico para os alunos de línguas. Para Cabuena,
a melhor coisa, além de ser voluntária, são as pessoas a quem ela
serve. “Os sorrisos dos novos amigos me levam a ser grata a Deus”,
diz ela.
Embora admita que o trabalho voluntário tenha seus desafios,
Cabuena está feliz com sua equipe na Ucrânia e encoraja outros a
servir também. “Há uma necessidade de voluntários para Cristo”, diz
ela. “Una-se ao bom combate e termine a carreira, para que todos possamos ir ao nosso lar no Céu. Esse dia será maravilhoso!”
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—Cortesia do Serviço Voluntário Adventista; para obter mais informações, visite www.adventistvolunteers.org.
*Veja Isaías 6:8.
RESP O S TA : Na Coreia do Sul, crianças oram com líderes adultos no programa KID (Kids In Discipleship [Crianças no Discipulado]),
na igreja Baekseok. Tanto as crianças da igreja quanto as crianças da vila (não adventistas) gostam muito do programa.

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