1 série - WordPress.com

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1 série - WordPress.com
a
1 SÉRIE
ENSINO MÉDIO
Caderno do Professor
Volume 1
EDUCAÇÃO
FÍSICA
Linguagens
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR
EDUCAÇÃO FÍSICA
ENSINO MÉDIO
1a SÉRIE
VOLUME 1
Nova edição
2014 - 2017
São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretário-Adjunto
João Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
Senhoras e senhores docentes,
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colaboradores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que
permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula
de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abordagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orientações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avaliação constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.
Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu
trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar
e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.
Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.
Bom trabalho!
Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
SUMÁRIO
Orientação sobre os conteúdos do volume
Tema 1 – Esporte coletivo: basquetebol
6
9
Situação de Aprendizagem 1 – Apreciar e analisar um jogo de basquetebol
Situação de Aprendizagem 2 – Os sistemas do basquetebol
14
16
Situação de Aprendizagem 3 – Nossas estratégias para jogar basquetebol são...
Atividade Avaliadora
19
21
Proposta de Situações de Recuperação
22
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão
do tema 22
Tema 2 – Corpo, saúde e beleza
24
Situação de Aprendizagem 4 – Espelho, espelho meu...
Situação de Aprendizagem 5 – Balança energética
Atividade Avaliadora
29
34
39
Proposta de Situações de Recuperação
40
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão
do tema 40
Tema 3 – Atividade rítmica: o ritmo no esporte, na luta, na ginástica e na dança
Situação de Aprendizagem 6 – Do ritmo próprio ao ritmo nas manifestações
da Cultura de Movimento 46
Atividade Avaliadora
51
Proposta de Situações de Recuperação
51
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a
compreensão do tema 52
43
Tema 4 – Esporte individual: ginástica rítmica
53
Situação de Aprendizagem 7 – Os aparelhos da ginástica rítmica
56
Situação de Aprendizagem 8 – Aprendendo a apreciar um espetáculo esportivo
Atividade Avaliadora
64
Proposta de Situações de Recuperação
64
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para
a compreensão do tema 64
Tema 5 – Corpo, saúde e beleza
65
Situação de Aprendizagem 9 – A construção histórica e cultural dos padrões
estéticos e a minha beleza 72
Situação de Aprendizagem 10 – Tribunal da beleza
Atividade Avaliadora
78
81
Proposta de Situações de Recuperação
81
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para
a compreensão do tema 81
Quadro de conteúdos do Ensino Médio
83
59
ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME
A Educação Física no Ensino Médio deve
possibilitar que os alunos confrontem suas
experiências de Se-Movimentar no âmbito da
Cultura de Movimento juvenil com outras dimensões do mundo contemporâneo, gerando conteúdos mais próximos de sua vida cotidiana. Assim,
a Educação Física pode se tornar mais relevante
para eles, não só durante o tempo e o espaço da
escolarização, mas, e principalmente, auxiliando-os a compreender a Cultura de Movimento de
forma mais crítica. Isso lhes possibilitará participar e intervir nessa cultura com mais recursos
e de forma mais autônoma. Vale lembrar que
os alunos de Ensino Médio, ao longo dos ciclos
anteriores de escolarização, já vivenciaram um
amplo conjunto de experiências de Se-Movimentar, incluindo o contato com as codificações das
culturas esportiva, gímnica, rítmica e das lutas.
Podemos, então, definir como objetivos gerais da Educação Física no Ensino Médio: a
compreensão do jogo, do esporte, da ginástica,
da luta e da atividade rítmica como fenômenos
socioculturais em sintonia com os temas do
nosso tempo e com a vida dos alunos, ampliando os conhecimentos no âmbito da Cultura de
Movimento; e a ampliação das possibilidades
de significados e sentido das experiências de
Se-Movimentar em jogos, esportes, ginásticas,
lutas e atividades rítmicas, rumo à construção
de uma autonomia crítica e autocrítica.
Tomando-se por base essas considerações,
vislumbra-se o Currículo de Educação Física no
Ensino Médio como uma rede de inter-relações
que partem dos cinco grandes eixos de conteúdo
(jogo, esporte, ginástica, luta e atividade rítmica) e se cruzam com eixos temáticos interdisciplinares relevantes na sociedade, gerando
subtemas a serem tratados como conteúdos ao
longo das três séries. Os eixos temáticos escolhidos (corpo, saúde e beleza; contemporaneidade; mídias; e lazer e trabalho) justificam-se
por estarem relacionados à construção da Cultura de Movimento contemporânea e por serem importantes e atuais para a formação de
um jovem no Ensino Médio.
Neste volume da 1a série, discutem-se os
temas “Esporte” e “Corpo, saúde e beleza”,
os quais não se limitam a esta série ou volume, pois aparecerão ao longo de todo o
Ensino Médio.
Em relação ao tema “Esporte”, pretende-se considerar uma modalidade esportiva coletiva conhecida pelos alunos, ou seja, que já
tenha sido abordada em suas aulas de Educação Física do Ensino Fundamental. Sugere-se
que a escolha da modalidade leve em conta,
entre outros fatores, os interesses dos alunos e
o contexto local. O basquetebol será tomado
como exemplo neste volume. O objetivo, neste
momento, não é apenas repetir um conteúdo já
desenvolvido, mas proporcionar conteúdos
e atividades que facilitem aos alunos a compreensão de que os sistemas de jogo e as táticas
utilizadas pelas equipes permitem uma prática
Entende-se por Cultura de Movimento o conjunto de significados ou sentidos, símbolos e códigos
que se produzem e reproduzem dinamicamente em jogos, esportes, danças e atividades rítmicas, lutas,
ginásticas etc., influenciando, delimitando, dinamizando e constrangendo o Se-Movimentar dos sujeitos, base de nosso diálogo expressivo com o mundo e com os outros.
O Se-Movimentar é a expressão individual e grupal no âmbito de uma Cultura de Movimento; é a relação que o sujeito estabelece com essa cultura com base em seu repertório (informações e conhecimentos,
movimentos, condutas etc.), em sua história de vida, em suas vinculações socioculturais e em seus desejos.
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Educação Física – 1ª série – Volume 1
mais qualificada, bem como contribuem para a
apreciação do espetáculo esportivo.
A importância do tema “Corpo, saúde e
beleza” centra-se no fato de que as doenças
relacionadas ao sedentarismo (hipertensão,
diabetes, obesidade etc.) e, de outro lado, o
insistente chamamento para que se alcancem
determinados padrões de beleza corporal, em
associação com produtos e práticas alimentares e de exercício físico, entre outros fatores,
colocam os alunos do Ensino Médio na “linha
de frente” dos cuidados com o corpo e a saúde.
Esse tema aborda, também, a questão dos
padrões e estereótipos de beleza corporal e
oportuniza o reconhecimento de seus riscos e
benefícios à saúde orgânica, com ênfase no cálculo do balanço energético, relacionando-o ao
consumo de alimentos, ao gasto com exercícios
físicos e à obesidade. O exame dos indicadores
que levam à construção das representações sociais, no que concerne aos estereótipos, permitirá que os alunos elaborem uma perspectiva
crítica e autocrítica sobre esse fenômeno.
Na sequência, são contempladas as relações desses padrões com os diferentes
contextos histórico-culturais que os condicionam e com os interesses mercadológicos
envolvidos. A finalidade é que os alunos percebam as representações da beleza em seu
próprio grupo sociocultural, identifiquem
e critiquem os recursos (exercícios físicos,
produtos e práticas alimentares) voltados à
busca de padrões de beleza.
O tema “Atividade rítmica” partirá do
pressuposto de que o ritmo, entendido como
organização do tempo e considerado em sua etimologia original (aquilo que flui, que se move),
está presente em todos os outros conteúdos e,
ao mesmo tempo, é bem visível nas manifestações da Cultura de Movimento, que se caracterizam pela intenção explícita de expressão por
meio de movimentos e gestos coreografados na
presença de sons, música e canções. Assim, a
Situação de Aprendizagem proposta buscará
fazer que os alunos percebam o ritmo como organização expressiva do movimento, usando,
para fins de exemplificação, algumas modalidades esportivas coletivas.
É também o ritmo que estará em destaque
na retomada do tema “Esporte”, quando a ginástica rítmica será discutida como exemplo de
modalidade individual conhecida dos alunos,
tendo sido abordada nas aulas de Educação
Física no Ensino Fundamental. O objetivo
agora é evidenciar a importância das técnicas
e táticas para o desempenho no esporte, como
também para a apreciação do espetáculo esportivo. Pretende-se que os alunos possam, além
de realizar os diferentes gestos e movimentos
da ginástica rítmica, ser capazes de apreciar e
analisar técnicas e táticas em uma sequência de
exercícios. Contudo, o projeto político-pedagógico da escola poderá optar pelo atletismo ou
pela ginástica artística, com o mesmo enfoque,
levando em conta os interesses dos alunos e o
contexto local.
As estratégias escolhidas – que incluem a
realização de gestos e movimentos, a participação em jogos, a busca de informações, a assistência e análise de vídeos, o debate, a tomada
de medidas corporais, o relato das próprias
percepções e a resolução de situações-problema – procuram ampliar as possibilidades de
aprendizagem e compreensão por parte dos
alunos no âmbito da Cultura de Movimento.
A avaliação é proposta de modo integrado
ao processo de ensino e aprendizagem, sem se
restringir a procedimentos isolados e formais
(como uma prova, por exemplo). Sugere-se privilegiar a proposição de Atividades Avaliadoras
que, vinculadas ao percurso da aprendizagem,
favoreçam a elaboração de sínteses relacionadas
aos temas e conteúdos abordados, bem como a
aplicação, em situações-problema, das habilidades e competências pretendidas para os alunos.
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As Atividades Avaliadoras devem permitir aos alunos a geração de informações ou
indícios, qualitativos e quantitativos, verbais
e não verbais, que serão interpretados pelo
professor, nos termos das competências e
habilidades que se pretende desenvolver em
cada tema/conteúdo. Nesse sentido, professor,
você pode valer-se de observações sistemáticas sobre interesse, participação e capacidade
de cooperação do aluno, autoavaliação, trabalhos e provas escritas, resolução de situações-problema, elaboração e apresentação
de situações táticas nos esportes coletivos,
dramatizações, entre outros recursos.
Por fim, é importante lembrar que a avaliação não tem como finalidade primeira atribuir
conceitos e notas aos alunos, mas conscientizá-los sobre suas aprendizagens, assim como problematizar e aperfeiçoar a prática pedagógica
para que essas expectativas sejam atingidas.
A quadra é o tradicional espaço da aula de
Educação Física, porém algumas Situações
de Aprendizagem aqui sugeridas poderão ser
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desenvolvidas na sala de aula, no pátio externo, na biblioteca, na sala de informática ou de
vídeo, bem como em espaços da comunidade
local, desde que compatíveis com as atividades
programadas. Algumas etapas podem ser também realizadas pelos alunos como atividade
extra-aula (pesquisas, produção de textos etc.).
As orientações e sugestões a seguir objetivam oferecer-lhe subsídios para o desenvolvimento dos temas apresentados. Não
pretendem apresentar as Situações de Aprendizagem como as únicas a serem realizadas,
nem restringir a sua criatividade, como professor, para elaborar outras atividades ou variações de abordagem dos mesmos temas.
As Situações de Aprendizagem aqui propostas também poderão ser enriquecidas
com leitura de textos (adequados ao Ensino
Médio) e exibição de filmes relacionados aos
temas. Sugestões nesse sentido serão apresentadas ao longo deste volume.
Isso posto, professor, bom trabalho!
Educação Física – 1ª série – Volume 1
TEMA 1 – ESPORTE COLETIVO: BASQUETEBOL
Tratar do esporte a partir de seus sistemas
de jogo e de suas táticas não significa que o objetivo da aula deva ser o treinamento esportivo.
Afinal, não é o propósito da Educação Física
escolar especializar os alunos em nenhuma modalidade esportiva. Pretende-se que eles sejam
capazes de compreender que o esporte pode ser
praticado com sistemas de jogo e táticas mais
elaborados, e que isso faz o jogo ser mais bem
estruturado. Ainda mais importante que isso é
mostrar aos alunos que todos podem e devem
praticar esporte e que podem fazer isso com
mais autonomia, consciência e qualidade. Nesse nível, a prática esportiva poderá gerar prazer
em vez de frustração, fazendo as pessoas estabelecerem contato em quadras, parques, clubes
e escolas, em seus momentos de lazer.
© Wilson Dias/ABr
O esporte é um conteúdo importante da
Educação Física e talvez um dos que mais
motivam os alunos. De fato, compreende-se esse interesse pelo esporte em virtude da
dimensão que esse fenômeno alcançou nas
últimas décadas. As mídias (televisão, jornais, internet etc.) ocupam muito espaço e
tempo para difundir notícias do esporte, da
vida dos atletas, dos recordes, das medalhas,
das jogadas espetaculares. Há canais de televisão e jornais exclusivamente esportivos.
Além disso, o esporte difundido pelas mídias tem gerado ídolos e mitos que passam
a ser exemplos para jovens e crianças cujo
sonho é repetir aqueles gestos, ascender na
carreira esportiva e alcançar a desejada mobilidade social.
Figura 1 – Esporte coletivo.
9
David Nenck
Marinescu
P. Henriques
Delmer
Ákos Buzeky
Filipe Alvim
Tonel
Tixier
Zé Castro
Pedro Roma
Dyduch
© Conexão Editorial
Figura 2 – A compreensão das táticas nos esportes coletivos, como o futebol, permite uma prática mais qualificada.
Várias pessoas, em sua vida adulta, relatam
dificuldades com a prática esportiva. Algumas
até detestam qualquer atividade com bola,
relatando traumas originários das aulas de
Educação Física, como a exclusão por parte
dos companheiros, a autoexclusão ou simplesmente a falta de oportunidade para experimentar tais atividades.
Há quem relate o gosto pela prática esportiva, mas sem conseguir realizá-la com um nível mínimo de organização e conhecimento,
atribuindo essa capacidade aos atletas de alto
rendimento. É óbvio que os atletas de nível
elevado praticam alguma modalidade esportiva com mais destreza, em virtude do próprio
tempo de treino, uma vez que a relação que
eles mantêm com o esporte é de trabalho. É
importante que os alunos compreendam, porém, que os sistemas de jogo e as formas táticas de seu desenvolvimento também podem
ser aprendidos, aperfeiçoados e exercitados
nas aulas de Educação Física, gerando melhoria na prática.
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No Currículo de Educação Física, as modalidades esportivas coletivas serão compreendidas a partir da categoria esporte coletivo,
que reúne o futsal, o handebol, o basquetebol, o voleibol, o futebol de campo e outras
atividades menos praticadas. De fato, em
todas elas, duas equipes disputam um implemento (a bola), criando táticas para levá-lo
a um alvo, ao mesmo tempo que devem proteger o próprio alvo das investidas da equipe
adversária (BAYER, 1994).
Nessa abordagem, a técnica não se restringe à execução mecanicamente perfeita de um
movimento específico para o jogo, mas se amplia ao conjunto dos modos de fazer necessários para sua prática; e a tática não se reduz
ao sistema de jogo definido pelo professor, mas
inclui razões do fazer, que orientam as ações
exigidas pela própria situação. A técnica não
existe sem a tática e o contrário é igualmente
verdadeiro. O que deve ser feito numa situação
de jogo (a técnica) é demandado pelas exigências da situação (a tática).
Educação Física – 1ª série – Volume 1
Tradicionalmente, o basquetebol, por exemplo, foi ensinado a partir de seus elementos técnicos, também chamados de fundamentos do
jogo: o drible, o passe, a bandeja, o arremesso, o
jump etc. O voleibol resumia-se à reunião dos fundamentos de toque, manchete, cortada, bloqueio
e saque. O futsal era dividido em recepção, passe,
drible, chute etc. Uma modalidade esportiva era
fragmentada em elementos técnicos, e o seu ensino seguia hierarquicamente as partes do jogo,
que deveriam ser reunidas ao final do processo.
A execução técnica é requerida para se praticar uma modalidade esportiva, mas não garante
uma ação inteligente. É uma condição necessária, porém não suficiente. A questão principal
não é arremessar uma bola com precisão à cesta,
ou chutar forte em direção ao gol, ou cortar uma
bola com força no voleibol – a precisão pode ser
alcançada com a prática repetitiva por aqueles
que assim a desejarem. A questão principal é saber para quê, quando e como executar determinada ação, uma vez que as situações que ocorrem
nas modalidades esportivas coletivas são imprevisíveis e exigem constantes adaptações.
Portanto, cabe à Educação Física estimular
os alunos a compreender a dinâmica tática do
esporte coletivo, a fim de que saibam, numa
situação real de jogo, o que taticamente seria melhor fazer, tanto em termos individuais
como coletivos.
Garganta (1998, apud SILVA e ROSE
JR., 2005) define quatro fases de prática do
esporte coletivo, denominadas em ordem de
organização crescente: (1) jogo anárquico; (2)
descentração; (3) estruturação; e (4) elaboração. Essa classificação não depende somente
do nível técnico dos praticantes, mas de três variáveis indissociáveis: (a) comunicação entre os
jogadores; (b) estruturação no espaço de jogo;
e (c) relação com a bola. Dessa maneira, a forma mais simples de jogo, o anárquico, é aquela
em que os praticantes se aglutinam em torno
da bola, não utilizam adequadamente os espa-
ços da quadra ou do campo, movimentam-se
apenas em torno da bola e comunicam-se prioritariamente de forma verbal. A intenção é que
os alunos possam avançar nas fases do jogo,
compreendendo-o melhor e executando ações
mais inteligentes.
A forma mais elaborada de jogo prevê praticantes mais afinados com a bola, que se movimentam taticamente pelo espaço de jogo,
mesmo que estejam sem a posse dela, já antecipando os passes, tentando se deslocar para
onde ela deverá ir, além de não necessitarem
tanto da linguagem verbal para pedir o objeto
para si. Há uma comunicação e uma movimentação taticamente inteligente não só de cada
jogador, mas do grupo como um todo.
É importante ressaltar que essas quatro fases estão relacionadas aos níveis de compreensão do jogo. Dessa forma, pode haver grupos
de crianças que consigam praticar essa modalidade esportiva de forma mais elaborada e
adultos que ainda estejam presos a modelos
anárquicos de prática.
No caso dos alunos de Ensino Médio,
espera-se que já tenham abandonado o jogo
anárquico e mostrem-se capazes de praticar
o esporte coletivo de forma mais organizada em termos táticos, tanto individual como
coletivamente. Ao professor, cabe fazer que
os alunos compreendam que são capazes de
praticar o esporte em níveis mais qualificados,
chegando a formas elaboradas de jogo, ainda
que não venham a se tornar atletas.
Em relação ao espetáculo esportivo, é importante garantir aos alunos de Ensino Médio
a possibilidade de sua apreciação de forma
mais tática. Isso lhes permitirá uma análise do
jogo esportivo para além do ganhar ou perder
ou do torcer de forma passional para seu time
vencer e, assim, compreender que a dinâmica
tática das equipes é importante para o resultado do jogo.
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© Per Winbladh/Ivy by Corbis/Latinstock
© Bill Bachmann/Alamy/Glow Images
Figura 3 – A compreensão das táticas permite uma apreciação mais qualificada do
esporte televisivo.
Figura 4 – Jovens jogando basquetebol ao ar livre ou na quadra da escola.
Professor, para iniciar o tema, solicite aos alunos que façam a leitura do
texto reproduzido na seção “Para
começo de conversa”, do Caderno
do Aluno, e respondam às questões propostas.
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Este esporte não é inédito na escola, pois já
foi trabalhado no Ensino Fundamental. Talvez
você o pratique em parques, clubes e no intervalo das aulas. Quem sabe até você seja um praticante de streetball (basquetebol de rua) ou um
Educação Física – 1ª série – Volume 1
espectador de jogos de basquete. Quase posso
ouvir seu pensamento: “Tudo de novo...”. Mas
você se engana! No Ensino Fundamental, você
vivenciou diversas situações nas quais aprendeu
noções de técnica e tática, desenvolveu a agilidade (lembra-se dela?) e outras capacidades físicas
relacionadas às diversas modalidades. Agora,
vai dar continuidade à construção e à ressignificação de conceitos para compreender mais e
melhor o basquetebol. Você deve estar se perguntando: “Para que eu deveria saber isso?” Vou
lhe dar um exemplo: Você se lembra de como era
o jogo nas séries iniciais? Aposto que todo mundo se deslocava em direção à bola, sem aproveitar os espaços da quadra – é o que chamamos de
jogo anárquico. Mas isso já faz tempo, não faz?
Hoje você já compreende que deve se deslocar,
mesmo não estando com a posse de bola, e que
toda a equipe precisa se movimentar a fim de
atingir o objetivo (cesta, gol etc.).
Agora, nesta fase, você compreenderá as
táticas defensivas e ofensivas do basquetebol.
Mas, antes, responda a estas questões:
1. O que é marcação individual?
Cada jogador marca um adversário específico.
2. O que é marcação por zona?
Os defensores atuam em determinados setores.
3. O que caracteriza a ação ofensiva de uma
equipe?
A posse de bola por essa equipe.
4. Qual a diferença entre técnica e tática?
Técnica é a execução de um movimento em que, para sua
prática, se considera o conjunto dos modos de fazê-lo. Tática é o conjunto de estratégias adotadas por meio dos sistemas, orientadas segundo as razões do fazer exigidas pela
Figura 5 – Competição oficial.
© Iwan Ahlim/Getty Images
© Wilson Dias/ABr
situação de jogo.
Figura 6 – Jogando no intervalo escolar.
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
APRECIAR E ANALISAR UM JOGO DE BASQUETEBOL
As modalidades esportivas coletivas fazem
parte da vida cotidiana dos alunos e estão na
rua, no clube, na escola, nas matérias televisivas
etc. No entanto, muitos alunos apresentam dificuldades para compreender e analisar técnica e
taticamente a partida de uma modalidade esportiva coletiva. Será que os alunos reconhecem os
motivos que levam uma equipe a vencer outra em
uma modalidade esportiva coletiva pelos aspectos
técnico e tático? Quais são as características táticas
defensivas e ofensivas em um jogo de basquetebol? A sugestão nesta Situação de Aprendizagem
é a apreciação, para posterior análise, de alguns
princípios técnico-táticos de um jogo de basquetebol. Essa apreciação pode ser feita pelos alunos
em conjunto com você, professor.
Conteúdos e temas: sistemas de jogo e táticas em modalidade esportiva coletiva; basquetebol.
Competências e habilidades: analisar, do ponto de vista técnico-tático, um jogo de basquetebol assistido
pela televisão ou presencialmente; valorizar o conhecimento dos sistemas de jogo e das táticas como
fator importante para a apreciação do espetáculo esportivo.
Sugestão de recursos: televisor, DVD; aparelho de DVD; computador.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 1
Etapa 1 – Um jogo de basquetebol
Apresente, em sala de aula, uma partida, um
período ou um quarto de jogo de basquetebol
previamente gravado e solicite aos alunos que
procurem perceber os sistemas de jogo utilizados
pelas equipes, bem como a relação de oposição
entre os sistemas, uma vez que um tenta anular
o outro. Solicite ainda aos alunos que procurem perceber a dinâmica tática apresentada pelas equipes, em termos de ocupação do espaço,
ritmo de jogo, comunicação entre os jogadores,
domínio de bola, transição da defesa para o ataque e retorno para a defesa. Se julgar necessário,
divida a classe em grupos e estabeleça o que cada
grupo pode observar durante o jogo.
Etapa 2 – Registro das observações
analisadas
Com base nas observações dos alunos, resuma os sistemas de jogo verificados na etapa an-
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terior, destacando, posteriormente, os principais
elementos a serem vivenciados na quadra. Procure mostrar também as vantagens obtidas pelas
equipes em cada momento do jogo, em decorrência da realização de determinadas ações táticas.
É importante sensibilizar os alunos para que
percebam que um jogo de basquetebol se constitui em um conjunto de ações táticas, tanto no
plano individual como no coletivo, e que normalmente vence a equipe que realiza essas ações
de forma mais coordenada e elaborada.
Para finalizar esta etapa, proponha aos
alunos que, em grupos, registrem os aspectos
considerados mais importantes referentes às
ações táticas individuais e coletivas para uma
modalidade coletiva. Vale ressaltar que todos
os aspectos observados pelos alunos dos grupos precisam ser registrados.
Educação Física – 1ª série – Volume 1
Professor, solicite que os alunos
investiguem a classificação da
equipe feminina brasileira de
basquetebol nos Jogos Olímpicos. Para isso, sugira que realizem a atividade descrita na seção “Pesquisa individual”,
do Caderno do Aluno.
O basquetebol feminino brasileiro, que
teve sua época de ouro com a dupla Hortência e Paula, esteve entre as oito melhores
equipes nas Olimpíadas de 1992 a 2008, exceto em uma. Pesquise, conforme o exemplo dado na tabela, e assinale qual foi essa
Olimpíada.
Olimpíada (local)
Ano
Colocação
Barcelona
1992
7o
1996
2000
2004
2008
Que avaliação você faz do desempenho da
seleção brasileira feminina de basquetebol
nesse período? A modalidade está progredindo? Por quê?
Resposta pessoal, mas espera-se que o aluno perceba a queda no desempenho da seleção feminina de basquetebol, o
que possibilitaria a discussão sobre uma possível ausência de
renovação na equipe, bem como pouco investimento nas
categorias de base, além da precária organização da modalidade, baixo investimento financeiro.
1. A seleção brasileira masculina de
basquetebol teve um atleta apelidado de “Mão Santa”, com os seguintes recordes:
f Maior número de Olimpíadas: 5
f Mais pontos em Olimpíadas: 1 093
f Mais pontos totais em campeonatos
mundiais: 893
f Mais pontos em um jogo olímpico: 55,
contra a Espanha em 1988
f Mais pontos em um jogo de campeonato mundial: 52, contra a Austrália
em 1990
Quem é esse jogador?
Oscar Schmidt.
2. Durante as aulas, você teve a oportunidade
de analisar alguns sistemas de jogo. Considerando os conhecimentos abordados
nessas aulas, você consegue lembrar por
que determinados alunos tiveram mais ou
menos facilidade para concretizar suas intenções táticas e técnicas no jogo?
f Maior número de vezes considerado
“cestinha” em Olimpíadas: 3
Espera-se que o aluno consiga perceber que, apesar de de-
f Mais cestas de 3 pontos, 2 pontos e lances livres em Olimpíadas
maior experiência no esporte), o desempenho desses joga-
f Mais minutos jogados em Olimpíadas
terminados alunos dominarem melhor a bola (por terem
dores estará também diretamente relacionado a como ele
age técnica e taticamente diante da equipe adversária, bem
como perante sua própria equipe.
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
OS SISTEMAS DO BASQUETEBOL
Atribuir aos alunos a responsabilidade
de transferir alguns princípios de organização técnica e tática percebidos em um jogo
de basquetebol para uma vivência torna-se
uma tarefa extremamente desafiadora. Isso
exigirá deles capacidade de organização e
compreensão para valorizar e reconhecer a
importância dos sistemas táticos no desempenho esportivo e na apreciação do esporte como espetáculo. Os alunos vivenciarão
algumas situações táticas analisadas na Situação de Aprendizagem anterior com a intenção de perceber os sistemas defensivos e
ofensivos no basquetebol.
Conteúdos e temas: importância dos sistemas táticos no desempenho esportivo e na apreciação do
esporte como espetáculo.
Competências e habilidades: vivenciar e compreender alguns sistemas de jogo e alguns preceitos táticos
inerentes ao basquetebol; compreender os sistemas defensivos e ofensivos no basquetebol; reconhecer
a importância dos sistemas de jogo e das táticas no desempenho esportivo.
Sugestão de recursos: bolas de basquetebol.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 2
Etapa 1 – Vivência dos sistemas de jogo
observados e analisados
Procure “reproduzir” com os alunos algumas situações de jogo observadas por meio
do vídeo apresentado durante a Situação de
Aprendizagem 1 e que já tenham sido discutidas. Destaque algumas situações em que se
observem os claros limites de reproduzir situações de jogo de equipes de alto rendimento. Por
exemplo, o momento em que uma equipe utilizou a defesa por zona 2-1-2 ou a 3-2 ou a 2-3,
a ocasião na qual uma equipe utilizou a defesa
individual, as situações em que o ataque priorizou o jogo próximo à cesta, a transição da
defesa para o ataque etc.
Inicialmente, procure destacar as ações
de defesa e, depois, as de ataque. É importante garantir que todos os alunos passem
16
por todas as posições, tanto de ataque como
de defesa, a fim de que compreendam melhor as características de cada uma delas.
Agora, professor, peça aos alunos
que atentem para a questão 3 da
“Lição de casa”. Observando as
imagens da marcação por zona,
oriente-os a desenhar, no Caderno do Aluno,
as movimentações do sistema 2-1-2 (para isso,
é necessário que interpretem a legenda).
3. Foram discutidas em aula vivências referentes aos sistemas de defesa 2-1-2, 3-2 e
2-3.
Na figura a seguir, observe as elipses em torno dos defensores. Cada uma delas indica
a área que o respectivo jogador deve proteger, mas, como em todo sistema, sempre há
pontos vulneráveis; do contrário, nenhum
time converteria as cestas, não é? Este é um
sistema de fácil execução e, por isso, é muito
utilizado em campeonatos escolares.
ĞĨĞŶƐŽƌ
4
5
3
[
4
3
2
1
[
[
[
5
3
1
© Leopércio de Oliveira Guimarães
4
ĞĨĞŶƐŽƌ
[
3
1
[
[
[
[
Agora observe: quando X1 passa a bola
para X2, o defensor 1 sai para a marcação
de X2; o defensor 3 se desloca do meio do
garrafão para cobrir o defensor 1.
[
5
2
[
[
4
© Leopércio de Oliveira Guimarães
Veja o que acontece quando X2 passa a
bola para X5:
ĞĨĞŶƐŽƌ
2
1
[
Relembre a movimentação:
[
[
5
Ponto
Vulnerável
2
ĞĨĞŶƐŽƌ
© Leopércio de Oliveira Guimarães
© Leopércio de Oliveira Guimarães
Educação Física – 1ª série – Volume 1
Legenda:
X
– trajetória da bola
– jogador da equipe ofensiva
– jogador da equipe defensiva
17
© Leopércio de Oliveira Guimarães
ĞĨĞŶƐŽƌ
ĞĨĞŶƐŽƌ
4
5
2
4
[
5
3
2
[
3
1
Ponto
Vulnerável
© Leopércio de Oliveira Guimarães
Quando X5 recebe o passe, o defensor 1 volta
para o seu lugar na cabeça do garrafão; X5
recebe a marcação do defensor 5 e o defensor
3 cobre a posição do 5. Veja como fica:
1
[
[
[
Pode-se observar que todos os sistemas
apresentam pontos vulneráveis, e a escolha
de um ou outro vai depender das características de sua própria equipe e da equipe
adversária. O importante é que você comece a identificar os sistemas ao assistir aos
jogos ou quando participar deles.
Você vivenciou em aula a movimentação do
sistema 2-1-2. Agora, indique as movimentações nas imagens a seguir e, depois, confira nas páginas anteriores se você acertou.
ĞĨĞŶƐŽƌ
4
Ponto
Vulnerável
5
Ponto de maior
vulnerabilidade
2
3
1
18
Ponto
Vulnerável
© Leopércio de Oliveira Guimarães
© Leopércio de Oliveira Guimarães
Veja agora os sistemas 3-2 e 2-3.
Professor, solicite aos alunos
que respondam à atividade
proposta na seção “Você
aprendeu?”, disponível no Caderno do Aluno. Relativamente à questão 5
dessa atividade, peça-lhes que desenhem
um sistema tático criado por eles e tragam
na próxima aula para que o vivenciem na
Situação de Aprendizagem 3 (relacione as
respostas dos alunos com as etapas dessa
situação).
1. O que indica se uma equipe está no ataque
ou na defesa?
A posse de bola.
© Leopércio de Oliveira Guimarães
© Leopércio de Oliveira Guimarães
Educação Física – 1ª série – Volume 1
2. Quais sistemas de defesa você conhece?
Resposta pessoal. O aluno poderá responder: 2-1-2, 2-3 e/ou 3-2.
3. Quais dos sistemas citados você vivenciou?
A resposta dependerá do conteúdo desenvolvido nas aulas.
4. O que você achou mais difícil nos sistemas?
Resposta pessoal que depende das atividades desenvolvidas.
5. Desenhe um esquema tático que você tenha
vivenciado ou crie outro e justifique cada
posição da defesa ou do ataque.
O aluno deverá representar um esquema tático de defesa ou
de ataque que tenha vivenciado e justificar de modo coerente suas escolhas.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
NOSSAS ESTRATÉGIAS PARA JOGAR BASQUETEBOL SÃO...
Como organizar um time na defesa? Como
partir para o ataque após um bom posicionamento defensivo? As Situações de Aprendizagem anteriores mobilizaram os alunos para a
apreciação, a análise e a “reprodução” de alguns
princípios técnico-táticos no basquetebol.
A tarefa dos alunos nesta Situação de Aprendizagem é organizar as próprias estratégias,
com a intenção de valorizar e reconhecer a
importância dos sistemas táticos. Em grupo,
os alunos elaborarão sistemas táticos para vivenciar diferentes situações no basquetebol.
19
Conteúdos e temas: elaboração de sistemas táticos.
Competências e habilidades: elaborar estratégias táticas para o basquetebol; reconhecer a importância
dos sistemas de jogo e das táticas no desempenho esportivo.
Sugestão de recursos: bolas de basquetebol; folhas de papel sulfite; canetas; lápis; giz.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 3
Com base nas observações feitas e discutidas em sala e nas aplicações realizadas na
quadra, proponha aos alunos atividades que
possam otimizar alguns elementos táticos pretendidos, como:
f jogo de passes com marcação individual: o
objetivo é a disputa de bola por parte de
duas equipes, compostas de quatro jogadores cada, que deverão realizar o maior
número possível de passes num espaço previamente delimitado. Esse jogo pretende
dinamizar a marcação e a fuga da marcação, isolando nesse momento a finalização
na cesta. Procure iniciar a atividade em um
espaço maior, reduzindo-o em seguida, a
fim de dificultar as ações de passe;
f minijogos de basquetebol: jogos em meia
quadra, com número reduzido de participantes, em que algumas ações possam ser
otimizadas. Por exemplo, 3=3, em que há
possibilidade de demonstrar mais facilmente alguns elementos, por haver equilíbrio entre as ações ofensivas e defensivas.
Pode ser variado para 3=2, com vantagem
para o ataque, ou 2=3, com vantagem da
defesa;
f minijogos de basquetebol 5=5: jogos com
a composição normal de cinco jogadores,
mas ainda realizados em meia quadra. A
intenção, com esse tipo de jogo, é que os
alunos atentem para a organização coletiva da equipe, tanto na situação de defesa
como na de ataque;
20
f situações de jogo na quadra toda, 5=5,
que exijam ações para obter a rápida transição da defesa para o ataque e o necessário retorno para a defesa.
É importante, nesta etapa, que os alunos
possam se organizar em grupos e definir as
estratégias para vivenciar as diferentes possibilidades do basquetebol como modalidade esportiva coletiva. Coloque à disposição
dos alunos folhas de sulfite, canetas, lápis,
giz etc., para que eles registrem as estratégias elaboradas.
Etapa 1 – Três contra três, rotativo
Organize os alunos em trios, divididos
equitativamente, para cada meia quadra.
Dois trios iniciam o jogo após definirem a
posse da bola. As equipes tentarão converter
a cesta após passar a bola entre os componentes do grupo. A bola será recolocada em
jogo sempre pelas laterais. O jogo poderá ser
feito com troca de uma equipe a cada cesta
convertida, a cada cesta não convertida, a
cada duas ou três perdas da posse de bola ou
qualquer outra convenção estabelecida entre
professor e alunos. O jogo poderá ser realizado inicialmente apenas com passes para posterior introdução do drible.
Etapa 2 – Três contra dois ou dois contra três?
Organize a classe em grupos de cinco alunos, com uma bola para cada grupo. Divida
os grupos equitativamente nos lados opostos
Educação Física – 1ª série – Volume 1
da quadra, conforme a Figura 7. Os integrantes do grupo devem estar subdivididos em
uma dupla e um trio. Inicialmente os trios farão passes entre si, tentando chegar ao outro
lado da quadra sem perder a bola, enquanto
a dupla tentará interceptá-la. Na execução de
volta, invertem-se os papéis, e o trio passa a
defender enquanto a dupla ataca. Peça que os
alunos façam um rodízio de formação entre
os integrantes do grupo, de tal forma que haja
um rearranjo das duplas e dos trios. Posteriormente peça novas composições. Para variar a
atividade, introduza o drible e a finalização do
percurso com arremesso à cesta.
Figura 7 – Posições ofensivas e defensivas.
ATIVIDADE AVALIADORA
Proponha situações encontradas nos jogos oficiais de basquetebol, apresentadas
como problemas a serem discutidos, vivenciados e solucionados pelos alunos (divididos
em grupos de cinco), por escrito ou mediante demonstração na quadra. Com isso, será
possível avaliar, a princípio, a capacidade dos
alunos de pensar taticamente o jogo de basquetebol e, posteriormente, realizar na quadra
as ações pensadas. Não valorize a execução
perfeita das ações específicas do basquetebol,
nem atente para o fato de a ação proposta ter
culminado ou não na consecução de ponto.
Avalie a compreensão, por parte dos alunos,
da situação de jogo proposta e das iniciativas
para solucioná-la. Alguns exemplos:
f Como uma equipe de basquetebol deveria se
comportar se estivesse perdendo o jogo por
um ponto de diferença e tivesse de repor a
bola em jogo numa lateral no ataque, faltando
apenas cinco segundos para terminar o jogo?
21
f Como uma equipe de basquetebol deveria se comportar se estivesse perdendo o
jogo por vinte pontos e restasse apenas um
quarto de jogo para o seu final?
f Como uma equipe de basquetebol deveria
se comportar se estivesse vencendo o jogo
e sofresse marcação individual?
Ao final de cada situação de jogo proposta,
discuta com os alunos as alternativas apresentadas pelas equipes e realize as correções necessárias. É importante garantir que os alunos
atentem para a organização tática coletiva,
em vez de recorrerem às iniciativas individuais
para a solução das situações propostas.
PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO
Durante o percurso pelas Situações de
Aprendizagem, alguns alunos poderão não
apreender os conteúdos da forma esperada.
Serão necessárias, portanto, outras Situações
de Aprendizagem, que permitam ao aluno revisitar o processo de maneira diferente. Tais
situações podem ser desenvolvidas durante as
aulas ou em outros momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolvendo todos
os alunos ou apenas aqueles que apresentarem
dificuldades. Por exemplo:
f roteiro de estudos com perguntas norteadoras elaboradas por você, professor, para
posterior apresentação das respostas em
registro escrito;
f apreciação e registro, por parte do aluno, de
seus próprios movimentos e dos colegas;
f resolução de outras situações-problema
não contempladas na Atividade Avaliadora, referentes às técnicas e às táticas da
modalidade em questão;
f atividade-síntese relacionada a determinado conteúdo, em que as várias atividades
sejam refeitas numa única aula e discutidas
posteriormente (por exemplo: circuito que
contemple diferentes preceitos e sistemas
táticos da modalidade em questão).
RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR
E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
Livros
ASSIS, Sávio. Reinventando o esporte: possibilidades da prática pedagógica. Campinas:
Autores Associados, 2001. Relata o desenvolvimento de uma pesquisa em que o autor teve
por objetivo a “reinvenção” do esporte na escola, atribuindo outros valores à experiência.
BAYER, Claude. O ensino dos desportos colectivos. Lisboa: Dinalivros, 1994. Discute o processo de ensino dos esportes coletivos, apre-
22
sentando os princípios operacionais comuns
às modalidades esportivas.
PAES, Roberto R.; BALBINO, Hermes F.
Pedagogia do esporte: contextos e perspectivas.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. O
livro é composto por nove capítulos que discutem a pedagogia do esporte sob vários aspectos,
desde a iniciação em modalidades individuais e
coletivas até o treinamento.
Educação Física – 1ª série – Volume 1
Artigos
DAOLIO, Jocimar. Jogos esportivos coletivos: dos princípios operacionais aos gestos
técnicos. Modelo pendular a partir das ideias
de Claude Bayer. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, São Caetano do Sul, v. 10,
n. 4, p. 99-103, 2002. Disponível em: <http://
portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/
article/view/478/503>. Acesso em: 28 maio
2013. O artigo parte das ideias de Claude
Bayer sobre o esporte coletivo e propõe um
modelo para seu tratamento pedagógico.
SILVA, Thatiana A. F.; ROSE JR., Dante
de. Iniciação nas modalidades esportivas
coletivas: a importância da dimensão tática.
Revista Mackenzie de Educação Física e
Esporte, São Paulo, ano 4, n. 4, p. 71-93, 2005.
Disponível em: <http://mackenzie.br/fileadmin/
Graduacao/CCBS/Cursos/Educacao_Fisica/
REMEFE-4-4-2005/art5_edfis4n4.pdf>. Acesso
em: 28 maio 2013. Neste artigo, defende-se a
importância do desenvolvimento da dimensão
tática na iniciação em modalidades esportivas,
levando-se em consideração as características
de cada modalidade e também das crianças.
Sites
Comitê Olímpico Brasileiro. Disponível em:
<http://www.cob.org.br>. Acesso em: 29
maio 2013.
Confederação Brasileira de Basketball. Disponível em: <http://www.cbb.com.br>. Acesso
em: 24 out. 2013.
Confederação Brasileira de Futebol. Disponível em: <http://www.cbf.com.br>. Acesso em:
29 maio 2013.
Confederação Brasileira de Handebol. Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.
br>. Acesso em: 29 maio 2013.
Confederação Brasileira de Voleibol. Disponível em: <http://www.cbv.com.br>. Acesso em:
24 out. 2013.
Confederação Brasileira de Futebol de Salão.
Disponível em: <http://www.futsaldobrasil.
com.br/2009/cbfs/index.php>. Acesso em: 29
maio 2013.
O site do Comitê Olímpico Brasileiro e os sites
das confederações esportivas brasileiras podem auxiliar tanto o aluno quanto o professor em seus estudos e pesquisas, no sentido de
aprofundar o tema esporte coletivo, com informações oficiais sobre competições e transmissões pela televisão. Também apresentam
as regras oficiais das modalidades, algumas
informações históricas, as principais conquistas das seleções nacionais em diversas categorias e acesso para outros sites, bem como para
alguns pequenos vídeos.
23
TEMA 2 – CORPO, SAÚDE E BELEZA
Todo professor de Ensino Médio percebe o
impacto que certos modelos de beleza corporal, insistentemente propagados pelas mídias
(televisão, revistas etc.), exercem sobre os alunos, que, com frequência, se julgam obesos,
querem emagrecer e tornar-se musculosos.
Para isso, aderem a regimes “milagrosos”,
praticam exercícios de forma equivocada e
eventualmente fazem uso de substâncias proibidas, como anabolizantes e remédios que inibem o apetite, com prejuízos para a própria
saúde. Sabemos que muitas vezes os alunos
comunicam tais práticas aos professores de
Educação Física, os quais precisam estar preparados para lidar com isso.
No interior dessas revistas sempre há programas de exercícios ginásticos para diversos grupos
musculares, com a promessa de “diminuir a barriga”, “endurecer o bumbum” etc., ou sugestões
de corridas, caminhadas e prática de esportes
para “perder calorias” e, portanto, emagrecer.
Percebe-se aí como o exercício físico não é associado à saúde ou ao bem-estar, mas a um modelo
estereotipado de beleza corporal caracterizado
pela extrema magreza. Se calcularmos o índice
de massa corpórea – IMC (peso dividido pela
altura ao quadrado) – das modelos e artistas estampadas nas capas, encontraremos valores muito baixos, que indicam magreza, às vezes abaixo
do mínimo para que uma pessoa seja considerada saudável, além de muito distantes da média
nacional.
©Fabio Chialastri/Conexão Editorial
Basta prestar atenção às capas das revistas voltadas para o público adolescente e jovem (em especial para as meninas), à venda
em qualquer banca de jornal, para constatar
o que sugerem ou prometem explicitamente:
“Emagreça comendo de tudo!”, “Defina seus
músculos com apenas 15 minutos de ginástica!”, “Corpo novo em três meses!” etc. A
personagem central das capas é sempre uma
mulher jovem (raramente de etnia negra),
bela, magra e sorridente, em geral trajando
biquíni, fotografada das coxas para cima, em
pose sensual. Também as figuras masculinas
são, em geral, homens jovens e brancos, às
vezes com o torso nu e pernas expostas, para
exibir uma musculatura bem delineada.
Figura 8 – Revistas dirigidas ao público jovem feminino prometem a “beleza-padrão” de modo excessivamente fácil e rápido: “Corpo novo em três meses”, “Emagreça e fique durinha com a dieta antiflacidez” etc.
24
Educação Física – 1ª série – Volume 1
Todavia, para esculpir esse modelo corporal definido pelas mídias (para mulheres e
homens), não basta apenas o exercício físico,
nem mesmo conjugado com dieta. Exige-se
também a intervenção cirúrgica (lipoaspiração,
cirurgia plástica propriamente dita, próteses
de silicone). Tudo isso, com o devido suporte
de supostas evidências científicas, aumenta o
oferecimento de produtos e serviços associados
à busca desse ideal de beleza corporal – massagens, cosméticos, equipamentos de ginástica domésticos, alimentos light e diet etc. – no
contexto do chamado “mercado do corpo e
do fitness”. Contraditoriamente, esse mercado
convive em nossa realidade com bolsões sociais
de pobreza e miséria, nos quais há ainda muitos brasileiros que passam fome!
Esse bombardeio de informações verbais e
visuais fixa um modelo de beleza (o qual contribui decisivamente para a construção das representações sociais do corpo) e, ao propor os
meios para alcançá-lo com facilidade ilusória,
não mais nos dizem: “Você pode...”, mas “Você
deve!”. É muito difícil resistir a essa pressão e,
a partir de certo grau de adesão às práticas alimentares e de exercitação física sugeridas, pode
haver comprometimento da saúde, bem como
constrangimento social decorrente da sensação
de não atingir o padrão idealizado.
Referências desse tipo dificultam o autoconhecimento, o reconhecimento das possibilidades do ser humano e seus limites tal como
é, e restringem as possibilidades do Se-Movimentar em jogos, esportes, ginásticas, lutas e
atividades rítmicas a certos objetivos muito
específicos (emagrecer, delinear a musculatura
etc.), empobrecendo seu potencial formativo.
Em todos os canais de comunicação, e também
nos espaços públicos, ditam-se as regras de cultivo
do corpo. Dentre os exercícios físicos, difundiram-se a musculação, o fisiculturismo, as atividades de
fitness. O corpo belo é aquele sempre “superdefinido”, “durinho”, sem celulite ou estrias.
É importante que os alunos compreendam as relações entre os contextos históricos
e culturais que estabelecem padrões de beleza inalcançáveis pela maioria da população.
Não temos de buscar um “corpo perfeito” ou
ideal. Temos de aprender a cuidar de nosso
“corpo possível”!
Apesar dos avanços em relação à compreensão dos mecanismos pelos quais a alimentação e
o exercício físico podem contribuir para a aquisição e a manutenção de níveis adequados de
saúde, a busca por um determinado padrão
de perfectibilidade da beleza impulsiona o
consumo de produtos, práticas e recursos nem
sempre compatíveis com esse propósito.
Diante da possibilidade (ou ilusão) de obter resultados expressivos em curto espaço de
tempo, muitos jovens passam a adotar condutas por vezes enganosas ou mesmo prejudiciais à saúde, entre as quais se encontram
as dietas “milagrosas” e o uso inadequado de
suplementos alimentares.
Modificações drásticas na dieta que resultam em perdas acentuadas de peso em curto
espaço de tempo são difíceis de serem mantidas. Além disso, a perda de peso observada
decorre principalmente da redução hídrica
(perda de água), bem como da perda de tecido
magro, permanecendo as reservas de gordura
quase inalteradas, especialmente em virtude
da diminuição na taxa metabólica de repouso
(energia gasta para manter o funcionamento
orgânico durante o estado de repouso).
Em verdade, programas saudáveis de emagrecimento preconizam que a perda ponderal
não exceda 1% do peso corporal total por
semana, evitando-se assim prejuízos na regulação metabólica, na função imunológica, na
integridade óssea e na manutenção da capacidade funcional ao longo do envelhecimento.
25
Outros problemas que afetam frequentemente os alunos do Ensino Médio, diante
do forte apelo social em favor de padrões de
beleza caracterizados pela magreza corporal,
são distúrbios alimentares como a anorexia e
a bulimia.
A anorexia nervosa, mais comum entre as
meninas, caracteriza-se pelo desejo obsessivo
de manter o peso corporal abaixo dos níveis
normais para a faixa etária e a estatura em
virtude da preocupação excessiva com a imagem corporal, que se encontra distorcida, pois
pessoas anoréxicas se percebem gordas apesar
de sua magreza. Visando à “magreza”, essas
pessoas se mantêm em jejum por longos períodos e ingerem menos alimento que o necessário para manter o balanço energético, além de
estimularem compulsivamente o maior gasto
energético possível em sessões de exercícios.
A bulimia nervosa caracteriza-se por episódios frequentes de ingestão alimentar em
excesso num curto período de tempo, quase
sempre seguidos por jejum, uso abusivo de
laxantes ou diuréticos, vômitos autoinduzidos ou prática compulsiva de exercícios, numa
tentativa de evitar o aumento de peso após o
exagero alimentar.
Anorexia e bulimia
Quando não tratadas, cerca de 6% a 20%
das pessoas diagnosticadas com anorexia
têm morte prematura por suicídio, por cardiopatia ou por infecções.
A orientação a ser dada aos alunos do
Ensino Médio é que estes vejam com ressalvas a divulgação de estratégias que proponham, em curto espaço de tempo, perda de
peso, redução de medidas, hipertrofia e definição muscular e busquem supervisão adequada antes de modificar hábitos alimentares ou relativos à prática de exercícios físicos.
26
Controle ponderal, níveis de
atividade física e obesidade
A manutenção do nosso peso corporal obedece a um mecanismo regulador encarregado
de equilibrar a ingestão alimentar (influxo
e consumo calórico) com o custo energético (gasto calórico ou produção de energia).
Quando, por qualquer motivo, esse equilíbrio
é rompido, ocorre modificação no peso corporal. Se a quantidade de calorias adquiridas
pela alimentação ultrapassar aquela utilizada
para atender às necessidades diárias de funcionamento do organismo (gastos com metabolismo basal, termogênese e atividade física),
esse excesso será armazenado sob a forma de
gordura no tecido adiposo, ocasionando aumento ponderal (ganho de peso corporal).
Uma ingestão reduzida, por sua vez, associada a um maior gasto energético, promove a
redução ponderal (perda de peso corporal).
A obesidade (acúmulo excessivo de gordura
corporal, acima dos limites de normalidade esperados) é um fenômeno multifatorial complexo, mas se sabe que a alimentação e a falta de
atividade física são fatores importantes, especialmente por sua relação com condições ambientais e aspectos comportamentais diversos.
A redução dos níveis de atividade física
(hipocinesia) é um dos principais responsáveis pelo aumento excessivo de peso a partir
do acúmulo de gordura nas reservas corporais. Muitos estudos sustentam que o aumento da adiposidade, normalmente associado ao
processo de envelhecimento, decorre principalmente do baixo nível de atividade física,
uma vez que, com o passar dos anos, as pessoas apresentam sedentarismo progressivo.
A condição mais adequada para que se
possa estabelecer um controle efetivo sobre o
fenômeno da obesidade requer a associação
entre exercícios e dieta. Em crianças e adultos moderadamente obesos, essa combinação
oferece maior possibilidade de atingir balanço
calórico negativo e, consequentemente, redução da gordura e do peso corporal, comparada ao exercício ou à dieta isoladamente.
Educação Física – 1ª série – Volume 1
Possibilidades interdisciplinares
© Worldwide Features/Barcroft Media/Getty Images
Os temas “Produtos e práticas alimentares e de exercícios físicos associados à busca de padrões de beleza” e “Consumo e gasto calórico: alimentação, exercício físico e obesidade” poderão ser desenvolvidos
de modo integrado com Ciências (organismo humano, composição e estrutura química dos nutrientes) e
Matemática (cálculo do consumo e do gasto calórico). Converse com os professores que ministram essas
disciplinas e auxilie os alunos a refletir sobre os temas de forma multidimensional.
Professor, para iniciar o tema, solicite aos alunos que leiam a seção
“Para começo de conversa”, no Caderno do Aluno, e respondam às
questões 1 e 2.
Nas bancas de jornal existem dezenas de
revistas com dicas de dietas, exercícios físicos
para emagrecer e definir a musculatura e algumas delas abordam até cirurgias estéticas. Na
capa, uma “atriz-cantora-modelo-dançarina”
ou um “bonitão”. Essas publicações sugerem
implicitamente que, seguindo as recomendações nelas descritas, é possível alcançar aquele
corpo magro e definido, aquele cabelo sempre
liso e quase sempre loiro, dentes brancos e
perfeitos etc.
Antes das tecnologias da imagem (fotografia, infografia, vídeo), as figuras humanas eram
retratadas pela pintura, ou seja, o artista procurava reproduzir a imagem da pessoa retratada. E hoje? Existem sessões de maquiagem,
cabelo, fotos (sempre do melhor ângulo) e programas de computador que corrigem qualquer
“imperfeição” do rosto ou do corpo. Aí a imagem está pronta para a capa da revista e para
nos indicar o que é belo. Antes, o desafio era
reproduzir uma imagem fiel ao corpo; hoje, é
transformar o corpo nas imagens produzidas
artificialmente.
Não há mal algum em querer um corpo
bonito, o problema é quando isso se torna
Figura 9 – Imagem de menina anoréxica.
uma obsessão e prejudica a saúde. Nas aulas de Educação Física, será abordada uma
patologia que vem crescendo, especialmente entre as adolescentes, chamada anorexia.
Existem muitos blogs e sites que dizem que a
anorexia não é uma patologia, mas um estilo de vida. Não se engane! As estatísticas informam que 6% a 20% das pessoas com esse
transtorno alimentar, se não tratadas, sofrem
morte prematura por infecção, suicídio ou alguma cardiopatia. Preste atenção se você ou
alguém do seu convívio apresenta as seguintes características:
27
f perda de peso autoinduzida por abstenção
de alimentos;
f vômitos e purgação autoinduzidos, exercícios excessivos, uso de anorexígenos (remédios para tirar o apetite) e/ou diuréticos;
f distorção da imagem corporal (a pessoa
se julga gorda, embora não o seja), pavor
de engordar e amenorreia (suspensão da
menstruação).
Se você se identificou ou conhece alguém
nessas condições, converse com o professor de
Educação Física. Ele lhe dará as informações
necessárias sobre esse assunto e sobre emagrecimento saudável, se necessário.
1. O que você pensa das afirmações desse
texto?
Identificando os padrões de beleza
Procurem imagens de revistas, jornais ou
internet, destinadas ao público jovem feminino e masculino, que mostrem os padrões de
beleza veiculados na sociedade e as estratégias
para alcançá-los.
Com base nas imagens que vocês pesquisaram, respondam às seguintes questões:
1. Quais são os modelos de beleza corporal
predominantes em nossa sociedade?
2. O que vocês pensam sobre esses modelos?
3. Qual é o impacto que esses modelos causam em vocês?
Espera-se que os alunos percebam que as imagens oferecidas pelas diversas mídias não são reais, uma vez que tais
imagens são sempre manipuladas para atender ao padrão de
4. Como vocês se percebem em relação a tais
modelos?
beleza vigente. Espera-se também que eles, a partir do texto,
conheçam as condutas patológicas relacionadas à imagem
corporal e reflitam sobre elas.
2. Você lê esse tipo de publicação descrita no
texto? Com que frequência? Por quê?
5. Vocês julgam que é possível alcançar esses
modelos?
6. De que maneira e por quais meios esses
modelos podem ser alcançados?
Esta questão pretende verificar se os alunos se identificam
que procuram esse tipo de leitura. O importante é fazer uma
7. Observem as respostas dos outros grupos e
vejam se coincidem com as suas. Elaborem
uma síntese das opiniões de todos os grupos.
análise criteriosa desses motivos, evitando-se qualquer tipo
As respostas são de cunho pessoal; no entanto, espera-se
de constrangimento nos alunos.
uma associação lógica entre os padrões de beleza vigentes
com esse tipo de publicação e questioná-los em caso afirmativo ou negativo. Também busca saber os motivos por
e o modo como os alunos se sentem em relação a esses
Professor, antes de desenvolver a
Situação de Aprendizagem 4,
oriente a turma para que realize a
“Pesquisa em grupo”, descrita no
Caderno do Aluno.
28
padrões. Também se espera que os alunos comparem o impacto desses modelos sobre a sua vida às alternativas saudáveis para a manutenção da saúde e do bem-estar. Por fim, os
grupos deverão confrontar suas respostas com as das outras
equipes para enriquecer o debate.
Educação Física – 1ª série – Volume 1
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
ESPELHO, ESPELHO MEU...
Esta Situação de Aprendizagem focaliza
o tema com base na questão: “Como me
percebo em relação aos modelos de beleza
corporal predominantes na sociedade em
que vivo?”. Inicia-se com a identificação
prévia de tais modelos em material proveniente de diversas mídias, acompanhada da
devida discussão sobre o tema. Posteriormente, entre as várias formas de mensuração dos dados corporais, sugere-se o índice
de massa corporal, por exigir a tomada de
medidas simples (peso e estatura) e pela
facilidade de cálculo e utilização. A men-
suração objetiva de certas características
corporais poderá indicar os critérios que
presidem à construção de representações
sociais sobre beleza corporal em nossa sociedade, com base na percepção e na avaliação, por parte dos alunos, de suas próprias
medidas corporais em comparação com
tabelas de referência e com os padrões
propostos pelas mídias. Nesse sentido, as
técnicas de medidas e avaliação e seus resultados não devem ser vistos como fins em
si mesmos, mas como estratégias para provocar reflexões sobre o tema.
Conteúdos e temas: padrões e estereótipos de beleza corporal; indicadores que levam à construção de representações sobre corpo e beleza; medidas e avaliação da composição corporal; índice de massa corporal.
Competências e habilidades: identificar padrões e estereótipos de beleza presentes nas mídias; reconhecer e criticar o impacto dos padrões e estereótipos de beleza corporal sobre si próprio e sobre seus pares; identificar os indicadores que levam à construção de representações culturais sobre corpo e beleza;
selecionar, relacionar e interpretar informações e conhecimentos sobre padrões e estereótipos de
beleza e indicadores de composição corporal para construir argumentação consistente e coerente.
Sugestão de recursos: papéis; canetas; cartolinas; fita métrica ou estadiômetro (balança toesa); calculadoras.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 4
Etapa 1 – Quais são os padrões de beleza
predominantes em nossa sociedade?
Solicite previamente aos alunos que, divididos em grupos, em horário extra-aula,
procurem, em revistas ou em sites, imagens
destinadas ao público jovem que sugiram os
padrões de beleza predominantes em nossa
sociedade e revelem os diversos artifícios recomendados para alcançar esse estereótipo.
Posteriormente, estando os alunos de posse
do material, já em aula, e divididos em pequenos
grupos, estimule-os a identificar as características corporais mais frequentes nas pessoas sugeridas no material coletado (peso, estatura, etnia,
cor e tipo de cabelos, musculatura etc.). Solicite
também que identifiquem as práticas associadas
à busca desse padrão de beleza (dietas, exercícios
físicos, cosméticos, cirurgias etc.).
Em seguida, discuta com os alunos as
questões a seguir, objetivando debater o tema:
29
f Quais são os modelos de beleza corporal
predominantes em nossa sociedade?
f O que vocês pensam disso?
f Reconhecem o impacto que causam em si
próprios e em seus pares?
f Como se percebem em relação a tais modelos?
f Julgam que é possível alcançar tais modelos? Por que meios?
Cada grupo anotará os principais pontos resultantes da discussão, os quais serão
apresentados para o restante da classe em
forma de plenária, na qual se estimulará
o debate entre os alunos. Ao final, busque
elaborar uma síntese, destacando os pontos
comuns e contrastando as diferentes manifestações e opiniões surgidas.
Proponha aos alunos que elaborem cartazes com base nas conclusões a que chegaram, com imagens (pode-se utilizar as já
coletadas) e pequenos textos, procurando
chamar a atenção dos leitores para o apelo
à busca do padrão de traços e formas corporais que representam estereótipos de be-
leza impostos pela sociedade de consumo. O
material elaborado poderá ser exposto para
toda a escola ou apresentado em formato
eletrônico, de acordo com as condições da
instituição de ensino.
Peça aos alunos que tragam, para a aula
seguinte, a medição do seu peso (tomada em
uma balança de farmácia ou de casa) e uma
calculadora. A tomada do peso em aula poderá causar constrangimento em alguns, o que
deverá ser evitado.
Etapa 2 – Como calculo as minhas
medidas?
Utilize uma ou mais fitas métricas pregadas em uma parede ou um estadiômetro
(balança toesa) para realizar a mensuração
da estatura dos alunos. Proponha que cada
um calcule o próprio IMC. Informe-os sobre a fórmula a ser utilizada e apresente a
tabela de classificação. Se houver quantidade insuficiente de calculadoras, os alunos poderão se organizar em grupos para
efetuar o cálculo.
Como calcular o IMC
O índice de massa corporal (IMC) é calculado por meio de uma fórmula matemática que relaciona
peso e altura e, a partir da localização do resultado do cálculo em uma tabela de classificação, indica
se uma pessoa está obesa, acima do peso, abaixo do peso ou no peso ideal, considerado saudável e
reconhecido como padrão internacional para avaliar o grau de obesidade. A vantagem de trabalhar
com esse sistema, utilizado pela Organização Mundial da Saúde, é sua simplicidade, com números
redondos e fáceis de utilizar.
Para calcular o IMC, basta dividir o peso (em quilogramas) pela estatura ao quadrado (em metros):
IMC =
30
peso
(estatura × estatura)
Educação Física – 1ª série – Volume 1
Por exemplo: qual é o IMC de uma pessoa que tenha 1,80 m de estatura e pese 80 kg?
IMC =
80 kg
= 24,69
(1,80 m × 1,80 m)
O índice obtido permite a classificação da pessoa segundo a tabela:
CATEGORIA
IMC
Abaixo do peso
Abaixo de 18,5
Peso normal
Entre 18,5 e 24,9
Acima do peso
Entre 25 e 29,9
Obesidade grau I
Entre 30,0 e 34,9
Obesidade grau II
Entre 35,0 e 39,9
Obesidade grau III
40,0 e acima
Alertas sobre o IMC
O IMC é apenas um indicador e não determina de forma inequívoca se uma pessoa está acima do
peso ou obesa.
Por relacionar apenas peso e estatura, pessoas musculosas podem ter um índice de massa corporal elevado
e não serem gordas. O mesmo pode acontecer com aquelas que visualmente são magras e apresentam um alto
percentual de gordura. É recomendável, então, comparar o IMC com a porcentagem de gordura da pessoa,
que pode ser estimada por medidas da “circunferência corporal”, uma mensuração mais complexa, mas que
pode ser realizada com fita métrica. A esse respeito, consulte os sites da Cooperativa do Fitness.
Disponível em: <http://www.cdof.com.br/avalia1.htm>. Acesso em: 29 maio 2013.
Disponível em: <http://www.cdof.com.br/protocolos2.htm>. Acesso em: 29 maio 2013.
Outro problema é a influência, ainda não suficientemente estudada, das diferenças raciais e étnicas
sobre o IMC. Por exemplo, especialistas apontam que pessoas de origem asiática poderiam ser consideradas acima do peso com um IMC de apenas 23.
As categorias do IMC aqui apresentadas não são aplicáveis para menores de 12 anos, para os quais
existe uma tabela especial.
Depois de os alunos finalizarem os cálculos, recolha as informações de todos e calcule
a média da classe. Deve-se evitar a divulgação
de dados individuais à classe para não causar
constrangimentos.
Sugira a comparação dos dados individuais
com a tabela de classificação já apresentada, com a média da classe e com os padrões
de beleza propostos nas matérias e imagens já
mostradas pelos alunos. Pode-se, por exemplo,
31
calcular o IMC das modelos que posam para
as capas das revistas pesquisadas e verificar
como muitas vezes essas mulheres estão abaixo
do peso mínimo recomendado.
Ao final da Situação de Aprendizagem, apresente uma síntese do tema, levando em conta as
atividades realizadas e as conclusões parciais já
obtidas. Procure estimular, entre os alunos, a reflexão sobre as questões dos padrões e ideais de
beleza difundidos pelas mídias, de modo que obtenham mais autonomia para compreender essas
mensagens. Estimule a discussão em pequenos
grupos sobre as seguintes questões:
f As pessoas perseguem um ideal de beleza
por escolha própria?
f É possível a todas as pessoas alcançarem
tal ideal?
f Quais os significados dessa busca pela beleza?
f Quais os riscos dessa busca?
Professor, uma vez desenvolvida a
Situação de Aprendizagem 4, oriente os alunos para que façam a “Lição de casa”, sugerida no Caderno
vista da saúde, e não da estética) e que há métodos para identificá-las.
De um modo abrangente, podemos dizer
que nossa composição corporal é formada
por massa gorda, representada por todos
os lipídios (gorduras) do corpo, e de massa
magra, isto é, tudo o que estiver livre de gordura, como músculos, ossos, água, órgãos
internos etc. Medir a porcentagem de massa gorda e de massa magra requer procedimentos mais complexos; portanto, deve-se
utilizar o IMC. Veja bem, o Índice de Massa Corporal não avalia as porcentagens de
gordura e massa muscular; trata-se apenas
de um indicador utilizado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) para classificar o
grau de gordura corporal individual.
De acordo com a tabela, a pessoa citada
está com o peso normal.
1. Pese-se em uma farmácia, posto de saúde
ou em algum lugar que ten ha uma balança.
Dê preferência às balanças do tipo A e B.
Como calculo as minhas medidas?
“Eu me acho gordo, eu me acho magro,
acho que estou num peso bom (me dá um
autógrafo?).” Será que não estamos considerando o ideal de beleza que vemos na mídia
para fazer essas avaliações? Você sabia que
em alguns países, para poder desfilar, as modelos devem apresentar um Índice de Massa
Corporal (IMC) mínimo? Como saber então
qual é o peso saudável? Há alguns métodos de
aferição da porcentagem de gordura corporal
e há também padrões percentuais de gordura
corporal para homens e mulheres. Isso quer
dizer que existem faixas de porcentagem de
gordura corporal que indicam se estamos acima ou abaixo do peso desejável (do ponto de
32
A.
© Fernando Favoretto
do Aluno.
B.
C.
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© Fernando Favoretto
Educação Física – 1ª série – Volume 1
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© Fernando Favoretto
Meça agora a sua altura e calcule o seu IMC, usando a fórmula anteriormente descrita:
Anote aqui seu IMC
e a sua classificação
Calcule também o IMC dos seus amigos e familiares. Além do peso e da altura, pergunte
aos entrevistados se eles praticam alguma atividade física regular, especialmente musculação. Essa investigação é importante porque
Nome
Peso
tais pessoas podem ser classificadas como
obesas, de acordo com a tabela do IMC, em
função da quantidade de massa muscular,
uma vez que a balança não faz distinção entre massa gorda e massa magra no peso total.
Altura
Classificação
33
2. Quantos dos entrevistados apresentaram
índice normal?
3. Comente os resultados obtidos, considerando a relação entre IMC e saúde.
4. Calculando o gasto calórico:
A manutenção do nosso peso corporal depende do equilíbrio entre o consumo calórico (ingestão alimentar) e o gasto calórico.
Quando se consome mais do que se gasta,
há o que chamamos de balanço energético
positivo, e esse excedente será armazenado
sob a forma de gordura. De maneira inversa, se consumimos menos do que gastamos,
temos um balanço energético negativo e,
consequentemente, perda de peso. Hoje é
consenso que, a fim de mantermos um peso
saudável, é recomendada uma dieta balanceada associada a exercícios físicos.
Repare, nas embalagens de alimentos que
você costuma consumir (suco em caixinha,
biscoito etc.), um campo intitulado “informação nutricional”. Nele você encontrará
a quantidade de calorias de uma porção
daquele alimento, ou seja, a quantidade de
calorias que você vai ingerir se consumi-lo.
Para saber o gasto calórico numa corrida
ou caminhada, leve em conta que, em média, gasta-se uma caloria por quilograma
de peso corporal por quilômetro percorrido, ou seja, uma aluna de 50 kg que corre
três quilômetros tem um gasto calórico de
150 kcal (1 × 50 × 3). Ah! Isso se a corrida acontecer num terreno plano. Você deve
estar pensando: “Credo! Eu preciso correr
três quilômetros para gastar as calorias de
um iogurte!”
Calma! Além do gasto calórico dos exercícios físicos, também queimamos calorias
com o metabolismo basal, com a manutenção da temperatura do corpo, entre
outras coisas. Uma mulher adulta consome em média 2 200 kcal/dia, e um homem,
2 500 kcal/dia; os homens podem comer
mais porque têm mais massa muscular.
Leve para a escola uma embalagem de alimento em que se possa verificar a quantidade de calorias na informação nutricional. Durante a aula, será proposta uma
prática de corrida. Após a prática, faça o
cálculo do gasto energético da corrida e estabeleça uma relação entre o gasto ocorrido e o alimento ingerido.
Aqui serão feitos os registros da coleta de dados realizada pelos alunos. A intenção é que eles estabeleçam se há ou não
algum risco de saúde para os entrevistados, a partir do IMC.
Na última questão, espera-se que a turma compreenda o
mecanismo do balanço energético por meio da observação
da relação entre gasto e consumo de calorias.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5
BALANÇA ENERGÉTICA
Os alunos devem calcular o gasto calórico
em uma corrida ou caminhada e comparar
esse resultado com o valor calórico conhecido
de um alimento – um pequeno lanche trazido
34
pelos alunos ou a merenda da escola, no todo
ou em partes. Com base nisso, o professor
apresentará informações e conceitos sobre balanço energético, exercício físico e obesidade.
Educação Física – 1ª série – Volume 1
Conteúdos e temas: balanço energético, valor calórico dos alimentos e custo calórico do exercício físico;
alimentação, exercício físico e obesidade.
Competências e habilidades: identificar aspectos referentes à participação da alimentação e do exercício
no desenvolvimento e no controle da obesidade; estimar valores calóricos relacionados ao consumo de
alimentos e ao gasto com exercícios físicos.
Sugestão de recursos: balança; tabela de calorias de alimentos; cones.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 5
Etapa 1 – Quantas calorias ingeri?
Inicialmente, no máximo até um dia antes
da aula, cada aluno deverá registrar seu peso
corporal (em quilogramas), medido em balanças de farmácia ou na própria escola, caso
haja uma balança antropométrica. Oriente os
alunos para que, de preferência, pesem-se com
as roupas que normalmente usam nas aulas de
Educação Física. Essa medida será utilizada
na etapa seguinte.
Calcule o número de calorias de algum
alimento que os alunos possam trazer e consumir na aula (um chocolate, bolachas, suco
em caixinha etc.) ou da merenda da escola (de
preferência a que foi consumida no mesmo
dia ou no dia anterior). Para isso, utilize como
referência tabelas que indicam o valor calórico aproximado dos alimentos.
Etapa 2 – Quanto gasto na corrida?
Proponha a realização de uma corrida com duração entre 15 e 20 minutos, em local plano, com
distância conhecida (com aquecimento e alongamento prévios). O percurso pode ser delimitado
por cones ou por outras marcações. Ao término
da corrida, os alunos registrarão as distâncias percorridas (em quilômetros). Os valores obtidos e os
pesos corporais registrados serão utilizados para
calcular, de modo estimativo, o gasto energético
individual despendido durante a corrida.
Explique aos alunos que durante a corrida em plano horizontal o custo energético
(gasto) é, em média, de aproximadamente
uma caloria por quilograma de peso corporal para cada quilômetro percorrido, ou
seja, 1 kcal/kg/km. Por exemplo, um aluno
com 50 kg que corresse 3 km teria um gasto
calórico estimado de 150 kcal/kg/km (150 =
50 = 3). A partir dessas informações, solicite
aos alunos que calculem o gasto provocado
pela corrida.
Opcionalmente, no caso de alunos com
baixo nível de condição física, proponha uma
caminhada, em lugar de corrida. Considere,
para esse caminhar, a velocidade entre 3 e 6
km/hora, que produzirá um gasto energético
de 0,6 kcal por quilômetro percorrido. Agora,
a partir da fórmula indicada, calcule o gasto
energético dessa caminhada:
0,6 kcal × distância (km) × peso corporal (kg)
Por exemplo, um aluno com 60 kg, ao caminhar 1,5 km, consumirá 54 kcal:
0,6 × 1,5 × 60 = 54.
De posse do resultado, cada aluno comparará as calorias gastas na corrida (ou caminhada)
com o número de calorias presente no alimento
tomado como referência. Aproveite para apresentar outros exemplos de valor calórico de
alimentos, bem como a quantidade e o tipo de
exercício físico que seria necessário realizar para
consumi-lo.
35
4. Um colega da escola pratica musculação
e todos acham que ele é “sarado”; no entanto, ao calcular o IMC, sua classificação foi Obesidade grau I. Isso está correto?
Por quê?
Professor, antes da Atividade
Avaliadora, solicite aos alunos
que realizem as atividades propostas na seção “Você aprendeu?”, do Caderno do Aluno.
O que caracteriza a condição de obesidade é o excesso
1. As pessoas perseguem um ideal de beleza por escolha própria?
de gordura corporal e, neste caso, o peso elevado refere-se à grande quantidade de massa muscular. Este é um
caso em que o IMC é inadequado para classificação de
2. Quais os significados dessa busca pela
beleza?
obesidade.
Professor, oriente os alunos a realizarem a
tarefa proposta no quadro “Desafio!” e a lerem a seção “Aprendendo a aprender”, que
traz dicas de alimentação saudável. Retome o
conteúdo do “Aprendendo a aprender”, associando-o ao tema desenvolvido.
3. Quais os riscos dessa busca?
As respostas têm caráter pessoal. Contudo, espera-se que os
alunos compreendam que o padrão de beleza é sempre uma
construção cultural. Na atualidade, como consequência do
rigor desse padrão, as práticas adotadas para atingi-lo podem
representar prejuízos para a saúde.
Desafio!
Encontre oito palavras que se referem ao tema “Corpo, saúde e beleza”. As palavras
podem estar invertidas, na diagonal, na vertical ou na horizontal. Ao encontrar a palavra
no quadro, risque-a da lista:
Beleza – Composição – IMC – Mídia – Massa corporal – Balança – Massa gorda – Massa magra
X C V B N M H
P
J
J
B E
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36
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B G Ç N H T X B Q U A Q W O X O
A C O R P O R A L M L O B N H T X A C
Educação Física – 1ª série – Volume 1
Coma menos gordura
Além dos conteúdos vivenciados
em aula, o Caderno do Aluno
apresenta dicas de alimentação e
postura para você e toda sua família. Assim, você poderá contribuir para
a saúde de todos. Neste volume a nossa
dica é sobre alimentação. Observe se seus
hábitos alimentares estão corretos.
Certamente você já ouviu falar que as
gorduras fazem mal à saúde. Porém, nosso
organismo precisa delas para funcionar
bem. Entre outras coisas, as gorduras nos
dão energia, servem de transporte para
algumas vitaminas entrarem no corpo, fazem-nos sentir satisfeitos após uma refeição e ajudam a nos proteger contra o frio.
Se as gorduras são tão importantes, o que
há de errado com elas? O problema está na
quantidade que comemos.
Então, qual a quantidade de gordura
que podemos comer por dia sem que ela
nos faça mal?
No máximo uma porção. O que é isso? É
uma colher de sopa de azeite ou uma colher
de sopa de óleo de soja, milho ou outros óleos
vegetais ou meia colher de sopa de margarina.
f diminua o consumo de frituras. Prefira
alimentos cozidos, assados, ensopados
ou grelhados;
f se estiver em dúvida entre dois alimentos, compare a quantidade de gordura
citada em seus rótulos e escolha o produto com a menor quantidade de gordura
total. Veja como é fácil:
Bolacha de amido de
milho (50 gramas =
5 bolachas)
Bolacha recheada
de chocolate (60
gramas = 5 bolachas)
Gordura total:
7 gramas
Gordura total:
12,6 gramas
Gordura saturada:
2 gramas
Gordura saturada:
6 gramas
Por exemplo, 5 bolachas de amido de milho têm cerca de 7 gramas de gordura total,
enquanto 5 bolachas recheadas de chocolate têm 12,6 gramas dessa mesma gordura.
Portanto, a escolha mais saudável é a bolacha de amido de milho, já que a recheada
tem quase o DOBRO de gordura total.
Evite:
Dicas importantes:
f troque a gordura animal (banha, bacon,
manteiga) por gordura vegetal (margarina e óleos de soja, milho ou outros
óleos vegetais);
f em vez de carne vermelha (de boi),
prefira as carnes brancas (de peixe ou
frango);
f retire sempre a capa de gordura da carne ou a pele do frango;
f salgadinhos industrializados e batatas
fritas;
f bolachas recheadas ou do tipo wafer;
f salgadinhos fritos (como coxinhas,
bolinhas de queijo, croquetes, quibes,
rissoles) e assados (como pão de queijo, empadas, minicroissants);
f pipoca, especialmente se ela for preparada com muito óleo;
f alimentos com maionese ou creme de
leite.
37
© Iara Venanzi/Kino
© Iara Venanzi/Kino
© Marcos André/Opção Brasil Imagens
Figura 10 – Alimento
Figura 11 – Produto
Figura 12 – Produto gorduroso e
gorduroso.
industrializado.
industrializado.
Curiosidade
Você consegue comer apenas UMA bolacha recheada e guardar o restante do pacote? É
difícil, não é? Sabe por quê? Porque esse tipo de bolacha tem no seu recheio uma mistura
de gordura e açúcar. Esses dois ingredientes juntos fazem o seu cérebro achar esse alimento
muito gostoso e demorar para avisar que você já está satisfeito. Conclusão: o aviso chega
tarde demais e, quando percebemos, já comemos mais gordura e açúcar do que deveríamos.
Para refletir:
Com que frequência você consome os alimentos que estão na lista dos que sugerimos evitar?
Você deve saber
f Quando você troca um alimento com grande quantidade de gordura por outro com quantidades menores, você está fazendo uma escolha mais saudável.
f Exagerar sempre na gordura aumenta o risco de doenças do coração, obesidade, hipertensão arterial e diabetes.
38
Educação Física – 1ª série – Volume 1
ATIVIDADE AVALIADORA
Com base nos conteúdos desenvolvidos nesta Situação de Aprendizagem, solicite aos alunos que produzam individualmente um texto no qual comentarão e interpretarão os seguintes
versos do poeta Carlos Drummond de Andrade:
Meu corpo ordena que eu saia em busca do que não quero, e me nega, ao se afirmar como senhor do
meu Eu convertido em cão servil.
Quero romper com meu corpo, quero enfrentá-lo, acusá-lo, por abolir minha essência, mas ele sequer me escuta e vai pelo rumo oposto.
ANDRADE, Carlos Drummond de. As contradições do corpo.
In: Corpo. São Paulo: Companhia das Letras (com futuro lançamento).
Carlos Drummond de Andrade © Granã Drummond. Disponível em: <http://www.carlosdrummond.com.br>.
f Será que, como bem expressou o poeta
Carlos Drummond de Andrade, os interesses da sociedade de consumo não nos têm
ordenado a busca do que não queremos
em relação ao corpo, à saúde e à beleza,
e assim nega nossos próprios desejos, interesses e necessidades, dificultando o autoconhecimento?
f Procure avaliar, nos textos produzidos, se os
alunos obtiveram, ao longo do desenvolvimento da Situação de Aprendizagem, mais
argumentos para discutir a questão da difusão, pelas mídias, de padrões ideais de beleza.
Verifique como se percebem imersos nessa
dinâmica e observe se notam os riscos da busca desenfreada por um corpo supostamente
belo e perfeito.
Proponha aos alunos que, divididos em duplas ou trios, identifiquem e entrevistem duas
a três pessoas que tenham se valido de dietas
“milagrosas” ou de suplementos alimentares
aliados a exercícios físicos intensos ou, ainda,
que tenham adquirido e utilizado equipamentos
domésticos de ginástica (esteira-rolante, aparelhos para exercitação abdominal, aparelhos de
eletroestimulação muscular etc.). Eles devem solicitar aos entrevistados informações como: (1)
sexo, idade e profissão; (2) tempo de utilização
do produto ou gasto com essa prática; (3) motivo de adesão a esse produto ou tempo dedicado
a essa prática; (4) existência ou não de supervisão durante esse período; (5) custos da utilização e aquisição ou da prática; (6) resultados
observados e percebidos; (7) possíveis queixas
associadas à adoção desse produto ou prática.
Peça aos alunos que, em grupos de cinco,
leiam seus textos para os colegas, estimulando
a discussão entre eles. Após essa fase, peça que
cada grupo faça uma síntese para os demais
colegas sobre os argumentos apresentados.
É importante sua intervenção no sentido de
destacar os argumentos mais consistentes relacionados à percepção das influências da mídia
e aos padrões ideais de beleza, como também
as ações dos alunos no sentido de agir criticamente em relação a tais influências e padrões.
Oriente os alunos para que esclareçam
às pessoas a finalidade da entrevista. O produto das entrevistas poderá ser entregue em
registro escrito ou filmado, quando houver
condições para tal. Com base nas entrevistas, os alunos deverão elaborar um texto no
qual realizem uma reflexão sobre pelo menos um dos casos relatados, selecionando,
relacionando e interpretando informações e
conhecimentos sobre padrões e estereótipos
de beleza, bem como produtos e práticas ali-
39
mentares associados à busca desses padrões.
Solicite aos alunos que omitam o nome real
das pessoas entrevistadas.
Ao avaliar os textos, verifique se apresentam argumentação consistente e coerente, que
vá além dos discursos de senso comum.
PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO
Durante o percurso pela Situação de
Aprendizagem, talvez alguns alunos não
apreendam os conteúdos da forma esperada. É necessário, portanto, que outras Situações de Aprendizagem sejam propostas,
permitindo ao aluno revisitar o processo de
maneira diferente. Tais situações podem ser
desenvolvidas durante as aulas ou em outros
momentos, individualmente ou em pequenos
grupos, envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades.
Por exemplo:
f roteiro de estudos com perguntas norteadoras elaboradas por você, professor, para
posterior apresentação em registro escrito;
f pesquisa em sites ou em outras fontes para
posterior apresentação;
f apreciação e análise de filmes ou documentários sugeridos pelo professor;
f reapresentação da Atividade Avaliadora, desenvolvida em outra linguagem (por exemplo,
dramatizar a argumentação contida em um
texto escrito, ou apresentá-la com imagens
extraídas de diversas mídias).
RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR
E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
Livros
BOUCHARD, Claude. Atividade física e obesidade. São Paulo: Manole, 2003. Reúne informações sobre a relação entre (in)atividade
física e obesidade e sua influência sobre o estado de saúde, dando ênfase aos determinantes
biológicos e comportamentais da obesidade,
bem como à participação da atividade física na
prevenção e no tratamento dessa patologia em
grupos diversos, como crianças e adolescentes,
adultos, idosos e gestantes.
CURY, Augusto. A ditadura da beleza e
a revolução das mulheres. Rio de Janeiro:
Sextante, 2005. Alerta para um problema
do mundo moderno: a ditadura da beleza,
que mantém crianças, adolescentes e adultos tristes e frustrados. Parte da história de
uma famosa modelo de 16 anos que, obcecada pela aparência física perfeita, tornou-se
40
amarga e depressiva e se submeteu a tratamento psiquiátrico.
GUEDES, Dartagnan P.; GUEDES, Joana E.
R. P. Controle do peso corporal: composição
corporal, atividade física e nutrição. Londrina:
Midiograf, 1998. Expõe as causas e consequências do excesso de peso/gordura corporal, bem
como aborda aspectos associados à orientação
dietética e à prescrição de exercícios físicos com
vista à prevenção e ao tratamento do sobrepeso e da obesidade, com base em princípios que
norteiam a elaboração de programas voltados
ao controle do peso corporal.
McARDLE, William D.; KATCH, Frank I.;
KATCH, Victor L. Fundamentos de fisiologia
do exercício. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2002. Destina o Capítulo 13 à abordagem sobre a relação entre equilíbrio energético, exercício físico e controle do peso corporal,
Educação Física – 1ª série – Volume 1
destacando a participação dos níveis de atividade física e da dieta no balanço energético e
consequente interferência sobre a composição
corporal e a regulação do peso corporal associada à sua redução ou ao seu aumento.
McARDLE, William D., KATCH, Frank I.,
KATCH, Victor L. Nutrição para o desporto e o exercício. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2001. Destina o Capítulo 7 ao gasto
energético durante o repouso e o exercício físico, propondo estimativas para o dispêndio de
energia tanto em repouso quanto em diferentes atividades como caminhada, corrida etc. O
Capítulo 19 trata da relação entre obesidade,
exercício e controle do peso, reforçando a importância do exercício e da dieta para a manutenção do equilíbrio energético.
POWERS, Scott K.; HOWLEY, Edward T.
Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao
condicionamento e ao desempenho. 3. ed. São
Paulo: Manole, 2000. Contém informações relacionadas à prescrição de exercícios voltados
à saúde e ao condicionamento físico, além de
destacar a influência de aspectos nutricionais
sobre o estado de saúde, de acordo com sua
interferência em relação à composição corporal, ao gasto energético e ao controle do peso.
SILVA, Ana Beatriz B. Mentes insaciáveis:
anorexia, bulimia e compulsão alimentar. Rio
de Janeiro: Ediouro, 2005. Trata das dificuldades de celebridades e anônimos com os transtornos alimentares, apresentando uma abordagem multidisciplinar e prática sobre o tema.
Artigos
BETTI, Mauro. Corpo, cultura, mídias e educação física: novas relações no mundo contemporâneo. Lecturas: Educación Física y Deportes, Buenos Aires, v. 10, n. 79, p. 1-9, 2004.
Disponível em: <http://www.efdeportes.com/
efd79/corpo.htm>. Acesso em: 29 maio 2013.
Este artigo objetiva analisar as relações entre
mídias, cultura corporal de movimento e Educação Física no mundo contemporâneo.
MATTHIESEN, Sara Q. Espelho, espelho meu...
Existe alguém mais perfeita do que eu? Motriz, Rio Claro, v. 8, n. 1, p. 25-26, abr. 2002.
Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/ib/
efisica/motriz/08n1/Matthiesen.pdf>. Acesso
em: 29 maio 2013. O artigo aborda os excessos
presentes hoje na relação com o próprio corpo, em busca de padrões de beleza e perfeição.
Sites
Cooperativa do Fitness. Disponível em: <htttp://
www.cdof.com.br/nutri1.htm>. Acesso em: 29
maio 2013. Disponibiliza o valor calórico referente a várias categorias de alimentos em quantidades diversas e possibilita o cálculo online do
gasto calórico de várias atividades físicas.
Instituto de Metabolismo e Nutrição. Disponível
em: <http://www.nutricaoclinica.com.br/content/
view/162/16/>. Acesso em: 29 maio 2013.
Saúde em Movimento. Disponível em: <http://
www.saudeemmovimento.com.br>. Acesso em:
29 maio 2013. Disponibiliza cálculo online de
ingestão e gasto calórico diários.
Tabela de calorias dos alimentos mais servidos
em nossa mesa. Disponível em: <http://www4.
faac.unesp.br/pesquisa/nos/bom_apetite/
tabelas/cal_ali.htm>. Acesso em: 5 set. 2013.
Apresenta uma tabela com grupos de alimentos reunidos por total de calorias fornecidas,
indicando a quantidade de alimentos ingeridos
e uma medida caseira equivalente (por exemplo, duas colheres de sopa).
Universidade Federal de Pelotas. Disponível
em: <http://minerva.ufpel.edu.br/~holanda/
index.htm>. Acesso em: 29 maio 2013. Permite acesso a uma tabela (em Excel) na qual se
pode verificar o valor calórico referente a 100
g de vários alimentos. É possível também con-
41
sultar em outra tabela o número de gramas e
de determinados alimentos obter o total de
calorias correspondente.
Filmes
Miss Simpatia (Miss congeniality). Direção:
Donald Petrie. EUA, 2000. 110 min 12 anos.
Na busca de um criminoso, uma policial se
infiltra em um concurso de beleza (Miss Estados Unidos). A policial escolhida nunca se
preocupou com a sua aparência física ou com
etiqueta social e, por isso, um consultor de beleza é contratado para transformá-la em uma
candidata com chances de chegar à final do
concurso e garantir o sucesso da investigação.
Muito além do peso: obesidade a maior epidemia infantil da história. Direção: Estela
Rinner. Brasil, 2012. 85 min. O documentário brasileiro analisa não só as consequências
da obesidade infantil, como também questões econômicas e sociais.
O amor é cego (Shallow hal). Direção: Peter
e Bobby Farrelly. EUA, 2001. 113 min Livre.
42
Homem que só se interessa pela “beleza exterior” feminina, ao ser hipnotizado por um
guru de autoajuda, passa a ver apenas a “beleza interior” das mulheres; apaixona-se então
por uma jovem muito obesa, que para seus
olhos é magra e linda.
O professor aloprado (The nutty professor).
Direção: Tom Shadyac. EUA, 1996. 107 min
Livre. Um obeso e atrapalhado professor
universitário descobre, por acaso, uma fórmula química que o torna charmoso e encantador. Ele tenta então conquistar o amor
de uma estudante, mas às vezes a poção perde o efeito, criando situações embaraçosas
e divertidas.
Simone (S1m0ne). Direção: Andrew Niccol.
EUA, 2002. 117 min Livre. Diretor de cinema
decadente recebe de um gênio da computação
um software capaz de criar uma atriz virtual,
perfeita em todos os sentidos, e que se torna rapidamente uma estrela de cinema e símbolo sexual. No entanto, o sucesso gera sentimento de
culpa no diretor, e tudo se complica quando ele
resolve destruir sua criação.
Educação Física – 1a série – Volume 1
TEMA 3 – ATIVIDADE RÍTMICA: O RITMO NO ESPORTE,
NA LUTA, NA GINÁSTICA E NA DANÇA
Se consultarmos o significado de “ritmo” em
alguns dicionários, encontraremos um termo derivado do grego rhytmos e que mantém seu sentido em alguns idiomas (como em
espanhol, inglês e português), designando tudo
aquilo que se move, que flui de modo sequencial ou que tem movimento regulado. O ritmo
que envolve os movimentos corporais pode ser
definido como a compreensão original do
tempo que nós marcamos com o corpo, antes
mesmo de representá-lo com o pensamento
(HELLER, 2003 apud KUNZ, 2003). Por isso,
consideramos que o ritmo está presente em
todas as manifestações de nossa vida e abrange
tudo o que conhecemos, incluindo nós mesmos
e o modo como percebemos nossos movimentos no ambiente.
Há bastante associação entre música e
ritmo, pois a música provoca uma sensibilidade maior sobre nossos órgãos sensoriais
e, ao ampliarmos a intensidade da audição,
aumentamos a concentração, de modo que o
processo de transformar o ritmo musical em
movimento torna-se espontâneo. De acordo
com essa concepção, os movimentos produzidos não tendem a seguir uma orientação
determinada, fazendo a pessoa se libertar de
movimentos corriqueiros e padronizados. E
quando a sensibilidade estética e a concentração melhoram, seja para ouvir música ou
se expressar, é possível desenvolver atividades rítmicas sem a participação da música.
Para aprofundarmos a compreensão sobre
o ritmo, dois conceitos apresentados por
Laban (1978) são importantes: o tempo e o
acento rítmicos. O tempo rítmico em uma
série de movimentos pode ser percebido na
combinação de durações iguais ou diferentes
de unidades de tempo. Como exemplos, no
caso do esporte, há dois tempos rítmicos
na bandeja do basquetebol e três tempos
rítmicos para o deslocamento no handebol,
ou para preparar uma cortada no voleibol.
Quanto ao acento rítmico, ele consiste em
uma ênfase que acentua a importância
de um movimento, um tipo de tensão que
pode surgir de forma abrupta ou gradual.
No caso da luta, temos o exemplo de um
golpe efetivo no boxe após uma sequência
de movimentos de esquiva ou, no caso da
ginástica, o momento de transferência de
energia e peso em um salto realizado com o
apoio das mãos.
Laban também propôs uma organização
do espaço para analisar o ritmo objetivamente, apresentando quatro elementos para
a observação e descrição dos movimentos –
direções, planos, extensões e caminhos. As
direções podem ser para a frente, para trás,
para a esquerda ou para a direita; os planos
podem ser alto, médio ou baixo; as extensões
podem ser perto, pequena, normal, grande
ou longe; os caminhos podem ser direto, angular ou curvo. No caso do esporte, da luta,
da ginástica e da dança, realizados formalmente em um espaço restrito (quadra com
demarcações, tatame, ringue, solo demarcado ou tablado), os elementos citados podem
ser relevantes para que sejam identificados e
analisados como atividades rítmicas.
No entanto, essas tentativas de classificação não são mais importantes do que as
possibilidades de expressividade, criação
e coeducação que os alunos podem viven-
43
ciar nas aulas. Por exemplo, para Saraiva e
Fiamoncini (1998), a coeducação em dança
permite que alunos e alunas estejam juntos
para elaborar seus pensamentos, sentimentos e movimentos em um processo significativo e valorativo, sem ações estereotipadas
e evitando a demarcação de movimentos
masculinos e femininos.
Na Situação de Aprendizagem sugerida a
seguir, propõe-se que os alunos se expressem
ritmicamente em variados movimentos.
Possibilidades interdisciplinares
Professor, o tema “Atividade rítmica: o ritmo no esporte, na luta, na ginástica e na dança” poderá
ser desenvolvido de modo integrado com a disciplina de Arte, na medida em que envolve conteúdos
como a dança e sua apreciação estética. Converse com o professor responsável por essa disciplina em
sua escola. Essa iniciativa facilitará a compreensão dos conteúdos de forma mais global e integrada
pelos alunos.
Professor, para iniciar o desenvolvimento do tema, proponha que a turma realize a atividade “Para começo
de conversa”, do Caderno do Aluno.
O mundo que nos cerca é cheio de diferenças e similaridades. Vamos analisar algumas
cenas e tentar estabelecer uma relação entre
elas.
1. Observe atentamente as imagens a seguir
e relacione cada uma ao tema que vamos
trabalhar.
44
B.
© Terry Vine/Stone/Getty Images
© Rubens Chaves/Pulsar Imagens
A.
Educação Física – 1a série – Volume 1
© Blaine Franger/UpperCut Images/
Getty Images
D.
tinuidade, assim como a fonte pode emitir
jatos de água contínua ou alternadamente
e pode mantê-los a uma mesma altura, à
mesma distância ou variá-los. Isso traz uma
mudança na dinâmica, no movimento, ou
seja, tem relação com ritmo. Afinal, ritmo
está associado à fluência, a fracionamento
do tempo, a movimento.
O movimento nos esportes é caracterizado como cíclico quando o gesto realizado se
repete sucessivamente, ou seja, é contínuo.
O movimento também pode ser acíclico, isto é,
ter um início, uma acentuação rítmica e uma
finalização; nesse caso, o mesmo movimento
não se repete sucessivamente.
3. Agora, para cada figura, indique se o movimento é cíclico ou acíclico.
© Krebs Hanns/Alamy/Glow Images
© André Seale/Pulsar Imagens
C.
Que efeito há em comum nessas imagens?
Som.
Corrida feminina.
a) Cíclico.
© Wilson Dias/ABr
2. Se cada imagem pudesse emitir um som,
ele seria alternado, forte, suave, repetitivo,
agudo, grave? Utilize essas informações e
associe-as às imagens.
As respostas podem variar segundo a interpretação.
Imagem A: suave, repetitivo.
Imagem B: suave, repetitivo.
Imagem C: forte, alternado, grave.
Imagem D: forte, alternado, grave.
Como você pode perceber, há intensidade, movimento e um tempo envolvido
na natureza e no cotidiano do ser humano.
Há uma fração de tempo entre uma onda
e outra, entre um raio (que vem seguido de
um trovão) e outro. O músico pode tocar o
violino, emitindo o som com ou sem con-
Arremesso a gol no handebol.
b) Acíclico.
45
© Philippe Roy/Alamy/Glow Images
© David Madison/Getty Images
Bloqueio no voleibol.
c) Acíclico.
Pedalada no ciclismo.
d) Cíclico.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6
DO RITMO PRÓPRIO AO RITMO NAS MANIFESTAÇÕES
DA CULTURA DE MOVIMENTO
Inicia-se esta Situação de Aprendizagem
partindo-se da percepção do ritmo do próprio
corpo e do corpo do colega, com e sem música.
Em seguida, sugere-se uma atividade em que
a percepção rítmica é solicitada visando à
organização expressiva do movimento. Com
isso, pretende-se que os alunos compreendam
as noções de tempo rítmico e acento rítmico.
Finalmente, trabalha-se a noção de ritmo em
atividades características do esporte coletivo.
Conteúdo e temas: o ritmo vital; o ritmo como organização expressiva do movimento; tempo e
acento rítmicos; o ritmo no esporte, na luta, na ginástica e na dança.
Competências e habilidades: reconhecer a importância do ritmo no esporte, na luta, na ginástica e na
dança; identificar o ritmo vital e perceber o ritmo como organização expressiva do movimento; perceber noções de tempo e acento rítmicos nas manifestações da Cultura de Movimento; identificar características do ritmo ao assistir ou vivenciar manifestações do esporte, da luta, da ginástica e da dança.
Sugestão de recursos: folhas de papel sulfite; caneta ou lápis; bolas de futebol; bolas de basquetebol ou
de borracha.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 6
Etapa 1 – O ritmo vital
Organize os alunos em um grande círculo
e questione: O que é ritmo? Como o ritmo é
percebido no próprio corpo? O ritmo está presente nas atividades do cotidiano? Na movi-
46
mentação das pessoas? Na movimentação dos
automóveis? Na movimentação dos animais?
Nos elementos da natureza? O objetivo desta
etapa, que não precisa exceder 15 minutos, é
investigar o conhecimento prévio dos alunos
sobre o assunto, possibilitando, ao final do
percurso de aprendizagem, avaliar os avanços obtidos e as dificuldades surgidas com
o tema proposto.
Educação Física – 1a série – Volume 1
Em seguida, sugira aos alunos que
percebam e identifiquem o ritmo presente no
próprio corpo com e sem deslocamento –
no piscar dos olhos, na respiração, nos batimentos cardíacos, na articulação das palavras
etc. Sugira também que, organizados em duplas, percebam o ritmo do corpo do colega,
com e sem deslocamento.
Cada grupo deve expor suas conclusões
e organizar uma nova sequência expressiva
com características semelhantes ao que fizeram antes, representando outra manifestação da Cultura de Movimento. Por exemplo, quem se expressou em uma luta, como
o boxe ou o judô, poderia se expressar com
a capoeira.
Posteriormente, peça aos alunos que se deitem no solo, formando um círculo, preferencialmente intercalando meninos e meninas,
de modo que cada um possa colocar uma das
mãos sobre o abdome dos dois colegas ao lado.
Oriente cada aluno a perceber sua própria respiração e a respiração dos colegas, procurando
notar se é possível alcançar um ritmo comum
para todos. Ainda com os alunos deitados em
círculo, utilize músicas de tipos variados (lenta
ou rápida) para que eles verifiquem em si mesmos se há alterações no ritmo da respiração ou
dos batimentos cardíacos.
Etapa 3 – Tempo e acento rítmicos
Etapa 2 – O ritmo como organização
expressiva do movimento
Escritos em pedaços de papel, apresente aos
alunos os nomes de algumas manifestações da
Cultura de Movimento referentes à dança, à ginástica, à luta, ao esporte e a atividades do cotidiano. Por exemplo: samba, frevo, ginástica
aeróbica, alongamento, boxe, judô, futebol,
basquetebol, varrer uma casa, subir e descer
escadas, tomar banho etc. Cada aluno deve
receber um papel contendo essa informação e representá-la por meio de movimentos. Incentive os alunos a perceber quais são
os colegas que estão fazendo movimentos
semelhantes aos seus e peça para que se agrupem sem que conversem entre si. Depois de se
agruparem, eles devem dialogar e se organizar
para identificar as características rítmicas dos
movimentos que realizaram e perceber como
foi possível identificá-las.
Solicite aos alunos que criem sequências de movimentos utilizando cada uma
das articulações, movendo, por exemplo,
primeiro os cotovelos, depois os ombros
e os punhos ou as articulações dos membros inferiores, como os joelhos, depois os
tornozelos e o quadril. Os alunos podem
usar as diversas articulações (ombro, cotovelo, punho, joelho, tornozelo, quadril)
de forma simultânea ou sequencial. Proponha que, na sequência dos movimentos,
estabeleçam um momento que deverá ser
enfatizado e repetido ocasionalmente. Por
exemplo, eles podem movimentar de forma diferente todas as demais articulações,
mas repetirão sempre o movimento realizado com o cotovelo.
Peça aos alunos que se organizem em grupos mistos, formados por meninos e meninas,
para que os mesmos movimentos possam ser
combinados entre os componentes de cada
grupo, sem que conversem entre si. Os alunos poderão elaborar uma sequência comum
contendo tempo e acento rítmicos para que
todos os componentes do grupo realizem os
mesmos movimentos, expressando-se ritmicamente sem usar a fala. Enquanto um grupo
estabelece uma sequência de movimentos, os
demais identificam o tempo rítmico (quantos
movimentos são feitos até que o acento apareça) e o acento rítmico (qual movimento é
constantemente repetido) estabelecido.
47
Etapa 4 – O ritmo no esporte
Peça aos alunos que se organizem em
grupos, cada grupo com pelo menos uma
bola de futebol ou uma de basquetebol (ou
bolas de borracha). Cada grupo deve realizar movimentos específicos das modalidades esportivas futebol ou basquetebol que
evidenciem uma atividade rítmica, de modo
que todos no grupo consigam realizá-los.
Por exemplo, controlar o ritmo dos chutes
em direção a uma parede ou trocar passes
com os colegas em um mesmo ritmo, ou
driblar com uma bola de basquetebol, alternando as mãos cada vez mais rapidamente.
As bolas devem ser trocadas entre os grupos
para que todos possam vivenciar movimentos do futebol e do basquetebol.
Sugira aos alunos que criem jogos de fútbol
callejero (futebol de rua) e de streetball (basquete de rua), em que algumas regras enfatizem a importância do ritmo nos movimentos.
Por exemplo, quem estiver fazendo “embaixadinhas” no futebol ou driblando a bola alternadamente entre as pernas (cross-over) no
basquetebol não pode ter a bola tirada por
outros alunos. Assim o aluno tem a garantia
de que permanecerá com a bola enquanto dominar essas sequências rítmicas.
Principais características do fútbol callejero e do streetball
Fútbol callejero
O jogo é organizado em três tempos. No primeiro tempo, há a elaboração de regras pelos
participantes; no segundo, ocorre a vivência com o jogo, de acordo com as regras estabelecidas
inicialmente; e, no terceiro, a análise do jogo e das condutas dos jogadores pelos próprios participantes, com a mediação do professor.
Streetball
As regras devem ser combinadas inicialmente pelos jogadores. A apreciação estética das jogadas,
tanto no ataque quanto na defesa, é o principal aspecto enfatizado durante o jogo. A música rap
acompanha as partidas de streetball, e o envolvimento dos jogadores aumenta quando conseguem
relacionar o ritmo musical com o ritmo das suas jogadas em quadra.
Professor, peça aos alunos que realizem as atividades propostas nas
seções “Pesquisa individual”, “Lição de casa” e “Você aprendeu?”.
1. Como você já sabe, as atividades realizadas em nosso cotidiano têm ritmo e existe ritmo na natureza. Pesquise que ritmos
há no nosso corpo e verifique como e em
48
que circunstâncias eles se modificam. Por
exemplo: ritmo respiratório – acelera
quando corremos; diminui quando dormimos. Agora é a sua vez. Se precisar de
ajuda, consulte outras pessoas, converse
com professores, parentes ou amigos que
fazem diferentes atividades diariamente
e, se preferir, pesquise também na internet. Coloque suas respostas no quadro:
Educação Física – 1a série – Volume 1
Ritmo
ções de ritmo no corpo humano, tais como as envolvidas nos
movimentos cardíaco e peristáltico, no piscar dos olhos, na
fala, no caminhar etc.
Se analisarmos cuidadosamente
as questões rítmicas envolvidas
nas práticas esportivas, verificaremos que o ritmo pode ser observado também em fatores espaciais, como a
direção do movimento (direita, esquerda,
frente, trás), a sua extensão (longe, perto, pequeno, grande), o plano ou nível (alto, baixo)
e a trajetória ou caminho (direto, curvo, anguloso). Vejamos um exemplo, que pode ser
usado como referência para esta atividade.
f trajetória – angulosa (a proximidade do
jogador adversário, que tenta impedir a
progressão da jogada, obriga o jogador
atacante a realizar movimentos de zigue-zague, procurando sair por um dos lados,
o que é típico no movimento da finta);
f extensão – perto (a bola e o oponente estão
próximos, o que obriga a um movimento
rápido e curto).
© Jan Greune/LOOK/Getty Images
Espera-se que o aluno consiga identificar outras manifesta-
Alterações e circunstâncias
Na imagem a seguir temos um jogador
aplicando uma finta sobre o adversário. Do
ponto de vista espacial, esse movimento envolve os seguintes fatores:
f direção – desvio para a esquerda (ao fintar, o jogador desvia para a esquerda, levando o adversário a uma movimentação
em zigue-zague para acompanhar a sua
jogada);
f plano – baixo (a proximidade do adversário exige a posição de marcação, com
flexão dos joelhos);
Figura 13.
49
© David Madison/Getty Images
1. Agora, com um ou dois colegas, faça o
mesmo exercício, escolhendo pelo menos uma das situações ilustradas nas
fotos. Registre as suas conclusões no
quadro.
1. Quando um jogador dribla a
bola seguidamente por entre as
pernas, no basquete de rua,
esse movimento é:
( ) acíclico.
( ) bicíclico.
( X ) cíclico.
( ) reduzido.
2. O movimento das ondas do mar, ao quebrarem na praia, é exemplo de tempo:
( X ) rítmico.
( ) útil.
( ) reduzido.
Figura 14.
a) Situação de jogo: Bloqueio.
Análise:
direção – direita (bola); esquerda (defesa).
plano – alto.
trajetória – direita.
extensão – perto.
© Wilson Dias/ABr
f
f
f
f
( ) cronometrado.
3. Ocorre acento rítmico quando, durante a
realização de um movimento, surge uma
tensão que pode alterar de maneira abrupta
ou gradual a forma como esse movimento
vem sendo realizado. É o que acontece, por
exemplo, na cortada no voleibol. Assinale
em quais movimentos isso também ocorre:
( ) corrida de 10 000 m, no atletismo.
( X ) cabeceio, no futebol.
( ) pular corda.
( ) andar na esteira ergométrica.
( ) levantamento de peso, no halterofilismo.
( X ) jump, no basquetebol.
Figura 15.
b) Situação de jogo: Arremesso ao gol.
Análise:
f direção – frente.
f plano – alto.
f trajetória – direita
houver uma finta).
f extensão – longe.
4. Quando jogamos, o ritmo cardíaco e o ritmo respiratório, respectivamente:
( ) diminui; diminui.
(podendo variar se
( ) aumenta; diminui.
( ) diminui; aumenta.
( X ) aumenta; aumenta.
50
Educação Física – 1a série – Volume 1
ATIVIDADE AVALIADORA
portante não é avaliar a execução perfeita
dos movimentos, mas sim a compreensão,
por parte dos alunos, do tempo e do acento rítmicos nas atividades selecionadas para
apresentação.
© Mitch Diamond/Alamy/Otherimages
Solicite aos alunos que, em grupos compostos por oito membros, realizem uma coreografia construída com base em elementos
rítmicos característicos dos esportes, das
lutas ou de atividades do cotidiano. O im-
Figura 16 – Streetball.
PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO
Durante o percurso pelas várias etapas da
Situação de Aprendizagem, alguns alunos poderão não apreender os conteúdos da forma
esperada. É necessário, então, professor, que
outras Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o processo de outra maneira. Tais situações podem ser
desenvolvidas individualmente ou em pequenos
grupos, durante as aulas ou em outros momentos, envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo:
f roteiro de estudos com perguntas norteadoras elaboradas por você, professor,
para posterior apresentação das respostas
em registro escrito;
f apreciação e registro, por parte do aluno, dos próprios movimentos e dos movimentos dos colegas;
f elaboração e apresentação (pode-se optar
pelo registro com uso de palavras, desenhos,
audiovisual etc.) de atividades rítmicas com
base em referenciais e elementos sugeridos
por você, professor;
f atividades que sintetizem determinado
conteúdo, em que as várias atividades
sejam refeitas numa única aula e discutidas posteriormente (por exemplo,
circuito que contemple diversas atividades rítmicas).
51
RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR
E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
Livros
KUNZ, Elenor. Os movimentos ritmados no
futebol. In: ______ (org.). Didática da Educação
Física 3: futebol. Ijuí: Unijuí, 2003. p. 13-40. No
contexto da teoria do Se-Movimentar, apresenta considerações sobre a importância do
ritmo no futebol, com exemplos práticos.
LABAN, Rudolf. Domínio do movimento. São
Paulo: Summus, 1978. Obra clássica no estudo do ser humano em movimento, levando em
consideração as dimensões cultural, física e
psíquica. Propõe exercícios e descreve e analisa
ações corporais, com base nos quatro fatores
de movimento (peso, espaço, tempo e fluência).
SARAIVA, Maria C.; FIAMONCINI, Luciana. Dança na escola: a criação e a coeducação
em pauta. In: KUNZ, Elenor (org.). Didática da
Educação Física 1. Ijuí: Unijuí, 1998. p. 95-120.
Apresenta princípios educativos para o trabalho com a dança na escola, com destaque para
o ritmo e o processo criativo.
Site
Streetfootball: futebol de rua internacional.
Disponível em: <http://streetfootballworld.
org>. Acesso em: 19 jul. 2013. Fotografias,
vídeos, regras, torneios e reportagens sobre o
52
futebol de rua no Brasil e em outros países, enfatizando a integração da modalidade na América Latina.
Filmes
ATL: o som do gueto (ATL). Direção: Chris
Robinson. EUA, 2006. 106 min. 14 anos. Grupo de estudantes do Ensino Médio que moram na
periferia de Atlanta, Estados Unidos, dedica-se a
elaborar coreografias em um rinque de patinação.
A amizade entre eles é ameaçada quando surgem
questões envolvendo lealdade, romance, permanência no emprego e comércio de drogas.
Honey: no ritmo dos seus sonhos (Honey). Direção: Bille Woodruff. EUA, 2003. 94 min. 14
anos. Dançarina trabalha como instrutora de
streetdance (dança de rua) para jovens em um
centro comunitário, utilizando coreografias com
movimentos de modalidades esportivas e do cotidiano. Quando recebe convite para trabalhar
na indústria do entretenimento com videoclipes
musicais, surge o dilema quanto à continuidade
de seu convívio com os jovens alunos.
Jump in! (Jump in!). Direção: Paul Hoen. EUA,
2007. 85 min. Um adolescente que está se preparando para lutar boxe se aproveita das técnicas
rítmicas do pular-corda e descobre que o boxe
não é sua atividade predileta.
Educação Física – 1a série – Volume 1
TEMA 4 – ESPORTE INDIVIDUAL: GINÁSTICA RÍTMICA
O universo da Cultura de Movimento no qual
estão inseridos os adolescentes é caracterizado
por diferentes elementos. Eles saltam e giram
em uma coreografia de streetdance; pulam corda nas ruas, com velocidades variadas; lançam e
recuperam objetos com precisão; assumem posições invertidas nas rodas de capoeira; realizam
rolamentos nas lutas; frequentam academias de
ginástica em busca de força, resistência, saúde e
beleza. Tais movimentos, além de tomarem parte
no cotidiano dos jogos e de modalidades esportivas, podem e precisam ser identificados e contextualizados no universo gímnico.
A ginástica rítmica (GR) requer do praticante uma combinação de movimentos variados,
associados à manipulação de aparelhos como
corda, arco, fita, bola e maças, com acompanhamento musical. A GR praticada no âmbito
esportivo envolve características técnicas de alto
grau de dificuldade atreladas à beleza artística, à
leveza e à elegância na utilização dos aparelhos,
o que desafia os adolescentes em seus limites individuais e coletivos (SCHIAVON, 2003).
Coordenar ritmicamente com harmonia e
expressividade diferentes movimentos e objetos que constituirão uma sequência da coreografia individual ou em grupo permite aos
alunos melhor percepção das possibilidades
do Se-Movimentar. Ao mesmo tempo, também permite perceber com maior clareza a
necessidade e a importância da repetição de
gestos para obter melhor desempenho técnico
e tático no esporte, o que facilita a compreensão e a apreciação do espetáculo esportivo.
É necessário redimensionar e ressignificar
a maneira pela qual os temas “esporte” e “ginástica” são abordados nas aulas. Não é preciso “inventar” outros temas ou conteúdos, mas
tratá-los pedagogicamente na intenção de tornar
as aulas de Educação Física no Ensino Médio
um espaço de produção de cultura a partir das
manifestações humanas que podem ser vivenciadas, apropriadas e reinventadas individual e
coletivamente (PIRES e NEVES, 2005).
Alguns alunos acreditam que as modalidades de ginástica esportiva não podem ser
aprendidas por qualquer pessoa. Tal entendimento pode fazer que essas modalidades não
sejam incluídas nas aulas de Educação Física,
principalmente no Ensino Médio. Movimentos
muito difíceis e o apelo ao espetáculo esportivo
(já que, para a maioria dos alunos, o contato
com a GR só é possível por meio da televisão,
por ocasião da transmissão de grandes eventos
esportivos) devem ser desmistificados. Desse
modo, os alunos poderão compreender que a
apropriação e a eficácia dos gestos técnicos dependem, em qualquer modalidade, de treino, e
não podem ser vistas como fatores limitantes
para a aprendizagem de novos esportes.
Os alunos precisam compreender que, nas
aulas de Educação Física, a GR pode apresentar
códigos e regras menos rígidos do que aqueles
observados no universo competitivo do esporte, mediante critérios elaborados e estabelecidos
pelo professor e pelos próprios alunos, respeitando as características individuais e interpessoais.
Assim, no decorrer das Situações de Aprendizagem da GR, caberá ao professor motivar
os alunos para que percebam a necessidade das
técnicas de manipulação dos diferentes implementos. Provavelmente, durante os anos do
Ensino Fundamental, os alunos associaram a
GR às modalidades de ginástica exclusivamente
femininas. Contudo, embora ainda não reconhecidas oficialmente pela Federação Internacional
de Ginástica (FIG), apresentações e competições
de GR masculina são realizadas em vários países,
fato pouco explorado pelas mídias e que deve ser
destacado aos alunos do Ensino Médio.
53
Professor, para introduzir o tema,
solicite aos alunos que leiam o texto da seção “Para começo de conversa”, do Caderno do Aluno, e
façam as atividades nela descritas.
a) Nos Jogos Olímpicos, nas competições
da modalidade GR participam:
( ) apenas homens.
( X ) apenas mulheres.
( ) homens e mulheres.
No universo dos esportes individuais existem muitas modalidades, dentre as quais encontramos a ginástica rítmica (GR). Sendo
uma das versões competitivas da ginástica,
essa modalidade se destaca pela beleza e pela
plasticidade dos movimentos que a compõem.
O nível técnico dos movimentos, as exigências
corporais de flexibilidade, de coordenação, de
movimentos e a criatividade das composições
impressionam o público que assiste às competições dessa modalidade.
b) Nas competições de GR:
( X ) são utilizados os aparelhos: corda, arco,
fita, maças e bola.
( ) são utilizados os aparelhos: trave, paralelas, barras, cavalos e argolas.
( ) não são utilizados aparelhos.
c) A GR tem apresentações:
( ) somente individuais.
( ) somente em grupo (conjunto).
( X ) individuais e em grupo (conjunto).
© Issei Kato/Reuters/Latinstock
© Redlink Production/Corbis/Latinstock
© Mike Powell/Allsport Concepts/Getty Images
1. O que você sabe a respeito dessa modalidade? Quer conferir? Então vejamos.
Figuras 17 a 19.
54
Educação Física – 1a série – Volume 1
A ginástica rítmica como modalidade esportiva é praticada com aparelhos, todos de
pequeno porte, que devem ser manuseados de
diferentes formas, com movimentos corporais
variados, conforme um ritmo musical, numa
unidade perfeita entre movimentos e música.
Os aparelhos oficiais da GR são a bola, a
corda, o arco, as maças e a fita. Os exercícios
que compõem o programa de competição são
individuais (duração: de 1min15s a 1min30s) e
de conjunto (duração: 2min15s a 2min30s). A
ginasta que compete individualmente tem de
se apresentar em quatro dos cinco aparelhos,
que são determinados pela organização. Da
mesma forma, as equipes (cinco ginastas) que
participam da competição devem apresentar
dois exercícios de conjunto distintos (o primeiro com cinco aparelhos iguais e o segundo com
dois aparelhos diferentes).
Com base nas figuras a seguir, pesquise os
movimentos que podem ser realizados com cada
aparelho. Você poderá valer-se da experiência
obtida nas aulas de Educação Física e de pesquisas na internet, em livros, revistas ou jornais;
poderá, ainda, conversar com pessoas que praticam ou conhecem a modalidade.
a) Bola: de borracha; 18 a 20 centímetros de diâmetro; peso
mínimo de 400 gramas.
Movimentos:
Quicadas, rolamentos livres sobre o corpo ou sobre o solo, manejos (impulsos, balanceios,
circunduções, movimentos em oito, reversão com ou sem movimentos circulares dos bra-
© Conexão Editorial
Professor, para o desenvolvimento
da Situação de Aprendizagem 7,
peça aos alunos que realizem a
“Pesquisa individual” proposta
no Caderno do Aluno.
b) Fita: de cetim; mínimo de 6 metros de comprimento; peso de
35 gramas; largura de 4 a 6 centímetros. A fita é presa a um
estilete que tem de 50 a 60 centímetros de comprimento e cuja
base tem no máximo 1 centímetro de diâmetro.
Movimentos:
Serpentinas (4 a 5 ondas), espirais (4 a 5 voltas), manejos (impulsos, balanceios, circun-
© Conexão Editorial
ços, com o aparelho em equilíbrio sobre uma das mãos ou sobre uma parte do corpo).
duções, movimentos em oito), lançamentos, soltadas do aparelho e passagem através ou
c)
Corda: de sisal ou material sintético; comprimento variando de
acordo com a estatura da ginasta.
Movimentos:
Saltos e saltitos por dentro do aparelho, lançamentos e recuperações, soltadas de uma
ponta, rotações, manejos (balanceios, circunduções, movimentos em oito, voiles ou véus).
© Conexão Editorial
por cima do desenho do aparelho, com todo o corpo ou apenas uma parte dele.
55
Movimentos:
Rolamentos (sobre o corpo e sobre o solo), rotações (ao redor de uma mão ou outra par-
© Conexão Editorial
d) Arco: de madeira ou material sintético; 80 a 90 centímetros de
diâmetro; peso mínimo de 300 gramas.
te do corpo, ao redor do eixo do aparelho, estando em apoio sobre o solo ou sobre uma
parte do corpo), lançamentos e recuperações, passagem através do aparelho, elementos
e)
Maças: duas peças de madeira ou material sintético; 40 a 50
centímetros de comprimento; peso mínimo de 150 gramas cada
uma.
Movimentos:
© Conexão Editorial
por cima do aparelho e manejos (balanceios, circunduções, movimentos em oito).
Pequenos círculos, molinetes, lançamentos com ou sem rotação durante o voo do aparelho (uma ou duas peças) e respectivas recuperações, batidas, manejos (impulsos, balanceios, circunduções dos braços, impulsos, circunduções do aparelho, movimentos
em oito, movimentos assimétricos).
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7
OS APARELHOS DA GINÁSTICA RÍTMICA
Nesta Situação de Aprendizagem, o objetivo é verificar o conhecimento prévio dos
alunos, pois alguns movimentos característicos da GR podem não ser conhecidos ou
vivenciados pelos alunos: quicar a bola, executar saltitos com passagem da corda, rolar
ou fazer rotações do arco, entre outros. Os
alunos serão desafiados a realizar diferentes
movimentos combinados utilizando os aparelhos característicos da GR: maças, corda,
fita, bola e arco, com e sem acompanhamento musical. Os “movimentos obrigatórios”
característicos da GR são associados às exigências competitivas para qualquer composição e constituem os fundamentos básicos de
cada aparelho.
Conteúdo e temas: a importância das técnicas e táticas no desempenho esportivo.
Competências e habilidades: reconhecer e analisar as técnicas da GR; realizar e combinar diferentes
movimentos que constituem a GR.
Sugestão de recursos: aparelhos de GR (bolas, cordas, arcos, fitas e maças) ou material adaptado (sugerido neste volume).
56
Educação Física – 1a série – Volume 1
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 7
Etapa 1 – A bola na GR
Divida a turma em cinco grupos e solicite que realizem diferentes movimentos utilizando bolas de vários tamanhos e pesos.
Organize os alunos de maneira que possam
vivenciar situações diversas: sozinhos, em
duplas, trios, quartetos e assim por diante.
Sugira alguns movimentos característicos da
GR: lançar a bola com uma das mãos e receber com a outra; lançar a bola a certa altura
acima da cabeça e dar um giro; rolar a bola
no solo e realizar um rolamento para a frente, recebendo-a com uma das mãos; quicar
a bola com uma das mãos e elevar a perna
contrária etc. Solicite que os alunos rolem
a bola sobre o próprio corpo – esse é um
dos movimentos fundamentais utilizados na
GR. Proponha que realizem os movimentos
com mudança de direção, em diferentes planos e níveis ao som de músicas com ritmos
variados. Sem o acompanhamento musical,
a percussão rítmica pode ser feita com as
“batidas” da própria bola; por exemplo, enquanto um grupo realiza os movimentos, os
outros fazem a percussão rítmica com bolas
ou palmas. Procure atender às necessidades
dos alunos conforme elas aparecerem e aproveite para pedir a colaboração daqueles que
possuem controle maior do aparelho para
que auxiliem os demais colegas. Sugira que
percebam e escolham o tamanho e o peso da
bola mais adequados para as características
de cada um. É importante chamar a atenção
dos alunos para que utilizem as duas mãos,
e não apenas a dominante. Essa orientação
serve também para as outras etapas. Caso
você não tenha a quantidade suficiente de
bolas para todos os alunos, uma alternativa
é sugerir a eles, com antecedência, a confecção de bolas com folhas de jornal, revestidas
por uma sacola plástica ou fita adesiva.
Etapa 2 – A corda na GR
Mantenha, se possível, a mesma organização dos grupos da etapa anterior. Solicite que
cada aluno pegue uma corda adequada à sua
estatura (o comprimento adequado é medido
pisando-se no centro da corda com os dois pés
e trazendo as extremidades até a altura das axilas) e que cada grupo apresente diferentes possibilidades de movimentos, utilizando a corda
individualmente, em duplas, trios, quartetos
e assim por diante. Proponha alguns desafios
(percepção do tempo e do espaço ao pular
corda): Quantos passos você consegue dar entre
uma passagem da corda e outra? É possível saltar
ou pular corda e ao mesmo tempo realizar giros?
E saltar ou pular corda com impulsão em um
dos pés? E girar a corda fechada, posicionando-se lateralmente ao corpo e realizando diferentes
movimentos corporais: giros, saltitos, ondulações
etc.? É possível girar a corda utilizando somente
uma das mãos? É possível lançar a corda com
uma das mãos e receber com a outra sem deixá-la cair no chão? Todos os grupos devem vivenciar os movimentos propostos pelos outros
grupos. Proponha a combinação de dois dos
movimentos realizados isoladamente. Amplie
a proposta para três, quatro ou mais movimentos. Depois sugira que cada grupo elabore uma
sequência de movimentos de 8, 16 ou 32 tempos, conforme as possibilidades de seus componentes, utilizando algumas das combinações
expostas. Apresente uma música com compasso binário ou quaternário e solicite aos grupos
que criem sequências de movimentos dentro de
seu ritmo. Pode-se solicitar que cada grupo traga a música considerada mais adequada para a
sua sequência de movimentos.
Etapa 3 – O arco na GR
O arco permite uma variedade de combinações. Solicite aos grupos que identifiquem
as diferentes possibilidades de lançar e recuperar um arco; rolar o arco no solo com dife-
57
rentes formas de recuperação e movimentos
corporais durante a trajetória do aparelho;
girar o arco no solo ou não; rodar o arco
ao redor de diferentes partes do corpo (mão,
cintura, pé etc.), entre outras. Depois apresente desafios: Que tipo de movimento pode
ser feito enquanto o arco está no ar, durante o
lançamento? E girando no solo? O arco pode
ser lançado somente com as mãos? É possível transpor um arco em movimento? Solicite
combinações de movimentos, como realizado nos aparelhos anteriores.
Etapa 4 – A fita na GR
Solicite aos alunos que manuseiem as fitas
e identifiquem diferentes figuras geométricas
durante a exploração. Sugira que, inicialmente, não se desloquem. Alguns exemplos:
movimentar a fita de modo que ela “desenhe”
uma circunferência no ar ou delineie o número oito no solo; fazer a fita simular o movimento de uma cobra ou serpentina etc. Após
descobrirem uma maneira de manter a figura
“sustentada” por certo tempo, proponha que
tentem realizar movimentos como circunduções, serpentinas, espirais; procurem ultrapassar, transpor ou saltar a fita individualmente,
em duplas, trios, quartetos e assim por diante.
Sugira que os alunos realizem a movimentação da fita em diferentes planos e níveis, com e
sem deslocamento.
Etapa 5 – As maças na GR
O manuseio das maças é mais difícil, pois
exige coordenar e combinar movimentos utilizando as duas mãos. No entanto, as etapas
anteriores já permitem que os alunos ajustem
os aparelhos às suas características. Solicite
que façam um movimento de circundução
do punho segurando a “cabeça” (ponta) da
maça com os dedos, primeiro com a mão dominante e depois com a outra, realizando o
gesto com as maças dispostas sobre o solo e
depois suspensas no ar. Desafie os alunos: É
58
possível realizar esse mesmo movimento com
as duas maças simultaneamente? Podemos
variar o sentido das maças (mesmo sentido,
sentidos opostos, defasadas)? As maças, assim
como a bola, o arco, a corda e a fita, podem
ser lançadas? Elevando à frente uma das pernas, é possível realizar que tipo de movimentos com as maças nas mãos? A necessidade de
resolver situações-problema quando estiverem utilizando os objetos em ambas as mãos
requer controle principalmente da mão não
dominante. O lançamento das maças demanda cuidados especiais, sobretudo em relação
à segurança dos alunos. Outro cuidado a ser
observado é a preservação do material, seja
ele oficial ou adaptado.
Etapa 6 – Fazendo as próprias escolhas
e elaborando os códigos de pontuação
Nas etapas anteriores, os alunos adquiriram alguma experiência no manuseio dos
aparelhos característicos da GR. Agora,
cada grupo será responsável por apresentar uma lista de “movimentos obrigatórios”
para cada aparelho, com base nos movimentos vivenciados anteriormente, que se
constituirão como exercícios de dificuldade
a serem realizados pelos grupos. Por exemplo: lançamento da bola ao alto, seguido
de salto com giro de 180º, e recuperação da
bola no plano baixo. Defina tais movimentos com os alunos, por meio de um “código
de regras”, conhecido na GR como Código
de Pontuação.
Com base no Código de Pontuação elaborado, os alunos escolhem um determinado
aparelho da GR e apresentam uma sequência
de movimentos. Conforme o número de alunos por turma, a apresentação pode ser feita
em grupos, possibilidade existente nas competições de GR. Outra alternativa é propor a
apresentação em um momento em que toda
a comunidade escolar esteja reunida, como
em um festival de GR, por exemplo.
Educação Física – 1a série – Volume 1
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8
APRENDENDO A APRECIAR UM ESPETÁCULO ESPORTIVO
Os alunos assistirão a um vídeo com sequências de exercícios em vários aparelhos da GR e
procurarão identificar e analisar: as técnicas e táticas utilizadas, as características pessoais
e interpessoais dos ginastas, a influência do tipo da música, a combinação e coordenação
de movimentos e materiais.
Conteúdo e temas: a importância da técnica e da tática na apreciação do espetáculo esportivo.
Competências e habilidades: apreciar e analisar as técnicas e as táticas da GR em uma sequência de
exercícios.
Sugestão de recursos: vídeos ou DVDs de GR; aparelho de DVD ou de vídeo; televisão ou computador.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 8
Providenciar antecipadamente vídeos ou
DVDs de GR que contenham apresentação
do maior número possível de aparelhos. Espera-se que a Situação de Aprendizagem anterior tenha sensibilizado os alunos para que
apreciem sequências de exercícios de GR exibidas em vídeo. Conforme a disponibilidade
de tempo e de vídeos ou DVDs, pode-se também eleger, de acordo com a preferência dos
alunos, apenas um ou dois aparelhos.
Os exercícios de ginástica rítmica são composições que devem incluir os movimentos típicos
que cada aparelho possibilita, combinados com
movimentos e capacidades corporais, como saltos, equilíbrios, pivôs (não os do basquete, claro, mas giros sobre um pé, de pelo menos 360o),
flexibilidade, entre outros. Quando o exercício
é em conjunto, as cinco ginastas devem variar
as formações (posições em que se organizam no
espaço), trocar os aparelhos entre si (geralmente utilizam os lançamentos) e mostrar que há
harmonia e sincronismo na equipe. Todas essas
ações devem estar ajustadas à música escolhida
para a composição, valorizando e realçando os
movimentos selecionados.
© Mike Powell/Allsport
Concepts/Getty Images
Apresentar os vídeos ou DVDs aos alunos e propor que identifiquem e analisem as
técnicas e táticas utilizadas, as características pessoais e interpessoais dos ginastas, a
influência do tipo de música, a combinação
e coordenação de movimentos.
Para encerrar, estimule os alunos a comentar os vídeos e associar aquilo que perceberam às próprias experiências na Situação de
Aprendizagem proposta.
Figura 20 – Salto e flexibilidade.
Professor, para auxiliar a aprendizagem do conteúdo, instrua os alunos
a fazer as atividades propostas na
seção “Lição de casa”, disponível
no Caderno do Aluno.
1. Veja as ilustrações a seguir e anote quais
movimentos e capacidades corporais estão associados ao movimento do aparelho: equilíbrio, salto, saltito, flexibilidade,
giro. Veja o exemplo:
59
e) Salto, flexibilidade.
60
© Conexão Editorial
d) Equilíbrio.
© Conexão Editorial
© Conexão Editorial
c) Equilíbrio, flexibilidade.
b) Giro, equilíbrio.
© Conexão Editorial
© Conexão Editorial
© Conexão Editorial
a) Equilíbrio, flexibilidade.
f) Equilíbrio, flexibilidade.
Educação Física – 1a série – Volume 1
Professor, para auxiliar a aprendizagem do conteúdo, instrua os alunos a fazerem as
atividades propostas na seção “Lição de casa”, disponível no Caderno do Aluno.
Você sabia que a ginástica rítmica só foi reconhecida como desporto pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) em 1962? Até então as competições eram realizadas apenas
entre alguns países da Europa. Passou a esporte olímpico, em 1984, nos Jogos Olímpicos de
Los Angeles. De 1962 até 1984, a competição mais expressiva era o Campeonato Mundial
da modalidade.
No Brasil, começou a ser praticada na década de 1950, com a chegada da professora Ilona
Peuker, que veio ministrar cursos no Rio de Janeiro, onde criou o primeiro grupo de ginástica
rítmica, chamado Grupo Unido de Ginastas (GUG). Foi Daise Barros a primeira representante brasileira em competições internacionais, integrante do GUG, ao participar do Campeonato Mundial em 1971, na cidade de Copenhague, Dinamarca. A participação do Brasil
nessa modalidade vem crescendo, e os resultados dos atletas nacionais vêm melhorando nas
competições das quais participam, o que se reflete na paulatina adesão do povo brasileiro a
essa prática esportiva altamente desafiadora.
O primeiro resultado expressivo do Brasil em competições internacionais foi a medalha de
ouro nas provas de conjunto nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, em 1999.
A GR masculina é bastante
expressiva, valorizando a força e a resistência e combinando movimentos da ginástica e
das artes marciais. No Japão,
por exemplo, as apresentações
são feitas sem aparelhos, ou
com aparelhos como dois bastões longos, duas maças e dois
arcos menores e a corda. Já na
Europa, os homens realizam
os exercícios com a corda, o
bastão, a bola, as maças e dois
arcos menores, com composições mais próximas da GR
feminina. Há apresentações
individuais e em grupos.
© Danilo Marques
Apesar de ser uma das poucas modalidades ainda disputadas oficialmente apenas por
mulheres, há muitas competições masculinas ocorrendo em vários países e a modalidade
é praticada por homens no Japão, na Rússia, no Canadá, nos EUA, na Coreia do Sul, na
Malásia e no México. Mas será que essa prática é como a feminina?
Ginástica rítmica masculina.
61
Professor, antes da avaliação,
proponha aos alunos que façam as atividades sugeridas
na seção “Voce aprendeu?” e
no quadro “Desafio!”.
Aparelho
1. Trace linhas para relacionar os aparelhos
ao grupo de movimentos característicos
realizados com eles.
Grupo de movimentos fundamentais
Fita t
r 4BMUPTFTBMUJUPTQPSEFOUSPEPBQBSFMIPMBOÉBNFOUPTFSFDVQFSBÉ×FTTPMtadas de uma ponta; rotações; manejos (balanceios, circunduções, movimentos em oito, voiles ou véus).
Arco t
r 2VJDBEBT SPMBNFOUPT MJWSFT TPCSF P DPSQP PV TPCSF P TPMP F NBOFKPT
(impulsos, balanceios, circunduções, movimentos em oito, reversão com
ou sem movimentos circulares dos braços, com o aparelho em equilíbrio
sobre uma das mãos ou sobre uma parte do corpo).
t Rolamentos (sobre o corpo e sobre o solo); rotações (ao redor de uma
Corda t
mão ou outra parte do corpo; ao redor do eixo do aparelho, estando em
apoio sobre o solo ou sobre uma parte do corpo); lançamentos e recuperações; passagem através do aparelho; elementos por cima do aparelho e
manejos (balanceios, circunduções, movimentos em oito).
Maças t
r 4FSQFOUJOBTBPOEBT
FTQJSBJTBWPMUBT
NBOFKPTJNQVMTPTCBlanceios, circunduções, movimentos em oito), lançamentos; soltadas do
aparelho e passagem através ou por cima do desenho do aparelho, com
todo o corpo ou apenas uma parte dele.
Bola t
r 1FRVFOPTDÎSDVMPTNPMJOFUFTMBOÉBNFOUPTDPNPVTFNSPUBÉÈPEVSBOUFPWPP
do aparelho (uma ou duas peças) e respectivas recuperações; batidas e manejos
(impulsos, balanceios, circunduções dos braços; impulsos, balanceios, circunduções do aparelho; movimentos em oito, movimentos assimétricos).
2. Assinale se a afirmação é verdadeira ou falsa:
a) A GR é uma modalidade feminina, mas
há vários países que têm competições de
GR masculina.
( ) Falsa
( X ) Verdadeira
b) São cinco os aparelhos oficiais de competição da GR feminina e os exercícios
de conjunto são apresentados com cinco ginastas, cada uma trabalhando com
um dos aparelhos.
( ) Verdadeira
( X ) Falsa
62
c) A música é obrigatória nas competições de GR.
( ) Falsa
( X ) Verdadeira
d) O trabalho com os aparelhos é combinado com os movimentos corporais de salto,
pivô, equilíbrio e flexibilidade, além de outros como giros, ondas, deslocamento etc.
( ) Falsa
( X ) Verdadeira
e) Os aparelhos da GR feminina são o
arco, a bola, a corda, a fita e o bastão.
( ) Verdadeira
( X ) Falsa
Educação Física – 1a série – Volume 1
Desafio!
Escreva no diagrama as palavras em destaque, respeitando os cruzamentos.
Por dentro da ginástica rítmica
3 letras
FIG
CBG
4 letras
Fita
Arco
Bola
Véus
5 letras
Maças
Corda
Price
Girar
Rolar
10 letras
Serpentina
Balanceios
Individual
8 letras
Molinete
Rotações
Impulsos
Conjunto
9 letras
Ginástica
Exercício
6 letras
Manejo
Quicar
Saltar
7 letras
Espiral
Árbitro
Tablado
Rítmica
11 letras
Lançamentos
P
R
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L
A
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A
O
S
A
S
A
63
ATIVIDADE AVALIADORA
Solicite aos alunos que apresentem, por
escrito, as dificuldades encontradas para realizar os movimentos nos diversos aparelhos e
peça para explicitarem os motivos pelos quais
julgam que isso ocorreu. Uma “roda de conversa” também poderia servir para esse propósito,
com a vantagem de trazer a reflexão coletiva
sobre as possíveis razões das dificuldades.
Avalie as respostas considerando se os alunos levam em conta, nos motivos explicitados, as características pessoais (preferência,
coordenação, força etc.), as características
dos aparelhos, o tipo e o nível de dificuldade dos movimentos e a necessidade de treino
para melhorar o desempenho.
PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO
Durante o percurso pelas Situações de
Aprendizagem, alguns alunos poderão não
apreender os conteúdos da forma esperada. É
necessário, então, professor, que outras Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o processo de outra
maneira. Tais estratégias podem ser desenvolvidas individualmente ou em pequenos
grupos, durante as aulas ou em outros momentos, envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades.
Por exemplo:
f elaboração e apresentação (pode-se optar
pelo registro com uso de palavras, desenhos, audiovisual etc.) de sequências de
movimentos, com base em referenciais e
elementos sugeridos por você, professor;
f reapresentação da Atividade Avaliadora,
desenvolvida em outra linguagem. Por
exemplo: apresentá-la com imagens extraídas de diversas mídias, desenhos etc.
RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR
E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
Livros
SCHIAVON, Laurita M.; NISTA-PICOLLO,
Vilma L. Desafios da ginástica na escola.
In: MOREIRA, E. C. (Org.). Educação Física escolar: desafios e propostas 2. Jundiaí:
Fontoura, 2006. p. 35-60. Apresenta sugestões de como viabilizar estratégias de ensino
e recursos materiais para as aulas de GR na
Educação Física.
Dissertação
SCHIAVON, Laurita M. O projeto crescendo com a ginástica: uma possibilidade na escola. Dissertação (Mestrado em Educação
64
Física) − Universidade Estadual de Campinas,
Campinas, 2003. Disponível em: <http://libdigi.
unicamp.br/document/?code=vtls000300852>.
Acesso em: 24 out. 2013. Aponta alternativas para
as dificuldades encontradas no desenvolvimento
das modalidades de ginástica artística e ginástica
rítmica nas aulas de Educação Física, em termos
de infraestrutura, materiais e estratégias de ensino.
Site
Confederação Brasileira de Ginástica. Disponível em: <http://cbginastica.com.br/web/>.
Acesso em: 19 jul. 2013. Apresenta informações sobre o processo histórico e as regras da
ginástica rítmica.
Educação Física – 1a série – Volume 1
TEMA 5 – CORPO, SAÚDE E BELEZA
A Grécia Antiga foi o berço das reflexões
filosóficas mais reconhecidas sobre estética
e beleza que passaram a nortear a nossa
civilização. O tema da beleza foi associado aos
conceitos de harmonia, proporção, simetria e
esplendor. Relacionava-se também à ideia de
justiça e de conhecimento. As formas perfeitas e as medidas simétricas solidificaram um
modo “matemático” de ver a beleza.
Na mitologia grega, o deus que representa
a beleza masculina é Apolo, considerado o
mais belo do Olimpo e também o deus protetor das artes (poesia, música, dança etc.)
e da medicina. Outro mito greco-romano
muito conhecido é Narciso, jovem de singular beleza, cuja vida seria longa desde que
não contemplasse, jamais, a própria imagem.
Conta o mito, porém, que, no dia em que viu
seu rosto refletido nas águas de uma fonte,
Narciso se apaixonou tão perdidamente por
sua própria imagem que, de tanto contemplá-la, morreu afogado.
A civilização grega também difundiu a
ginástica como o elemento da formação
integral do indivíduo, cultuando a harmonia
da forma física e o desenvolvimento do espírito.
A educação, segundo o filósofo Platão, deveria
proporcionar ao corpo e à alma toda a perfeição e a beleza de que são capazes. Ao lado da
preparação física, os poemas homéricos eram
a base dessa educação, que se pautava em
heróis e na virilidade guerreira.
Entretanto, ao final do século IV a.C.,
as manifestações religiosas do politeísmo
grego (inclusive os Jogos Olímpicos) foram proibidas. Gradativamente, a cultura
religiosa e a ideia de transitoriedade do corpo
mudaram o foco da beleza mundana para
a celestial. Com o avanço da religião cristã,
evidenciou-se a compreensão do corpo feminino como aquele da beleza contemplativa e
inalcançável, ao passo que o corpo masculino
trazia a marca da força e da invencibilidade.
Os homens eram os defensores dos princípios
e das virtudes, responsáveis pelo trabalho na
terra e pelo sustento das famílias.
Na Idade Média, o corpo passou a identificar-se como o lugar de encarceramento do
espírito. Como as formas físicas eram consideradas passageiras, o cuidado do corpo era
considerado pecado. Esse moralismo medieval fortaleceu o dualismo entre a beleza interna e a externa, entre a beleza espiritual e
a física. No século XI, a beleza feminina foi
espiritualizada. Houve uma respeitosa adoração à mulher, idolatrada num amor platônico e inatingível, pela voz dos trovadores e
dos romances cavalheirescos. Enaltecia-se a
beleza da mulher angelical, de traços delicados, pele clara e cabelos em requintados
penteados.
Com o cristianismo, alteraram-se os princípios que norteavam o sentido de beleza. As
coisas belas se revelavam na alma, e não fora
dela. Os exercícios físicos, que antes eram
difundidos para expressar a beleza interior,
passaram a ser condenados por desviar o homem do encontro com Deus.
O Renascimento, movimento intelectual,
estético e social ocorrido nos séculos XIV e
XV, retomou a cultura física, as artes, a música, a ciência e a literatura tão valorizadas
na Antiguidade ocidental. Houve mais investimentos na educação e na saúde. A mulher,
antes inspirada na imagem de “Maria”, virgem, pura, angelical e inalcançável, passou a
ser adorada por suas formas físicas. A beleza
do corpo foi novamente explorada.
65
© Bettmann/Corbis/Latinstock
O corpo passou a ser dissecado, dividido e
analisado em sua composição biológica para ser
compreendido pela ciência. Destaca-se o trabalho de Leonardo da Vinci (1452-1519), que estudou os movimentos dos músculos e das articulações, criou as regras de proporção do corpo
humano e produziu um dos primeiros tratados
de biomecânica. Seu “homem vitruviano” simbolizava as proporções corporais ideais: face
medindo 1/10 do comprimento total do corpo,
a cabeça 1/8 desse comprimento e o tórax 1/4.
A chamada proporção áurea definiu os cânones
para que a beleza fosse revelada pela simetria.
Havia, por exemplo, uma medida-padrão entre
as duas orelhas ou os dois olhos. Quanto mais
igual, perfeita, simétrica e equilibrada a forma,
maior a contemplação da beleza.
Figura 21 – O homem vitruviano, desenho de Leonardo da
Vinci, de 1492.
No século XVIII, marcado pela Revolução Industrial, estabeleceu-se uma nova
concepção de beleza. A ciência difundiu a ideia
de modelagem e adestramento do corpo, por
meio dos aparelhos que ajudavam a corrigir e
melhorar posturas consideradas inadequadas
do ponto de vista médico, ortopédico e estético. Surgiram as “séries de exercícios físicos”
para trabalhar grupos musculares específicos.
A ginástica, prática “comprovadamente científica”, anunciada como meio de potencializar
66
as ações e os gestos, estava relacionada ainda
à noção de economia de tempo, à ideia de gasto de energia e ao conceito de cultivo à saúde.
A partir do século XIX, a ideia de beleza
se modificou. O corpo humano foi explorado
em seu caráter terreno, tátil, sensual, sede do
pecado e do prazer.
Nos anos 1920 e no início da década de
1930, evidenciou-se mais a beleza do corpo
feminino que do masculino. Houve mais liberdade para mostrar os seios em decotes,
vestir saias curtas e expor a sensualidade. No
final dos anos 1930 até a década de 1950, o
puritanismo vulgarizou a mulher que demonstrava sua sensualidade: a beleza do
corpo precisava ser discretamente revelada,
em vez de escandalosamente exibida.
Na década de 1960, vários movimentos
pregaram a liberdade sexual e a emancipação
da mulher. Muitas protestaram contra sua
histórica submissão. O corpo, antes modelado
e preso no espartilho, ganhou liberdade. Até
mesmo as mulheres grávidas começaram a
mostrar a barriga em público.
A exibição do corpo belo passou a ter
cada vez mais valor comercial. A nova beleza
do século XX unia, ainda mais, as forças da
ciência, da indústria e do comércio. A beleza,
agora exibida nos meios de comunicação de
massa, passou a ser “produto” de consumo,
vendido como imagem e como bem. Cresceu
a venda de roupas curtas, sensuais e exóticas.
Maquiagens, sutiãs, lentes de contato...
Além disso, maneiras de andar e sentar ditaram regras da postura feminina. Investiu-se
numa nova cultura estética, que instaurou a
“ditadura da beleza”. Os estereótipos foram
definidos para cada detalhe: cabelos (surgiu
uma variedade de cosméticos e aumentou
o número de pessoas que mudavam a cor e
os cachos), olhos (coloridos, fortes, marcados pelo delineador e pelo rímel), pele (sem
© Private Collection/The Stapleton Collection/
The Bridgeman Art Library International/Keystone
Educação Física – 1a série – Volume 1
Figura 22 – Aparelhos de ortopedia, 1868.
manchas, sem estrias, sem celulite), roupas
(justas, com decotes e “na moda”) e seios
(com silicone, muito à mostra). A indústria
químico-farmacêutica produz cremes e remédios que prometem modificar tudo: pele,
contornos e pesos.
Se nos últimos anos o investimento mercadológico na beleza expandiu seu foco, a exigência da beleza deixou de ser apenas sonho
para modelos e manequins e tornou-se um
atributo essencial a pessoas de todas as idades.
Ser belo e aparentar juventude tornou-se um
dever, uma busca a qualquer preço e risco.
Na modernidade, o corpo foi redescoberto,
despido e modelado pelos exercícios físicos.
Novos espaços e práticas gímnicas/esportivas
passaram a convocar as pessoas para modelar
o corpo. Multiplicaram-se os locais públicos
e privados para práticas físicas: academias de
ginástica, salas de musculação, praças, parques e clínicas estéticas.
A ciência aperfeiçoou suas técnicas para
que homens e mulheres inovassem no visual.
Tornou-se possível alterar a cor da pele, mudar de rosto, aumentar os seios ou as nádegas, conquistando assim o padrão de beleza vigente, construído com botox, silicone,
tintas, cirurgias plásticas, dietas arriscadas
e muita maquiagem. Com a crescente mercantilização do corpo feminino, a beleza natural foi desaparecendo, naturalizando-se a
beleza produzida artificialmente.
Se inicialmente a principal referência de
beleza eram as mulheres europeias e nórdicas,
esse conceito foi se alargando. Ao longo da
história, ora o corpo belo tem seios grandes,
cabelos longos e cacheados, cinturinha desenhada com espartilho e quadril largo, ora o
corpo belo tem cabelos lisos, seios delineados,
quadril estreito, pernas longas, braços finos,
com medidas quase anoréxicas.
Todavia, é preciso ressaltar que os diferentes
grupos culturais podem ver a beleza de
maneiras distintas − por exemplo, os grupos
indígenas ou afrodescendentes –, tanto a sua
própria como a dos outros grupos.
Embora a exploração da beleza feminina
seja mais enfatizada, também os padrões de
beleza para os homens têm sofrido transformações. Muitos homens começaram a dedicar-se aos cuidados estéticos. Chamados de
“metrossexuais”, eles passaram a frequentar
salões de beleza, fazer as unhas, pintar os cabelos e/ou depilar os pelos do peito.
67
Em todos os canais de comunicação e também nos espaços públicos, ditam-se as regras de
cultivo do corpo. Dentre os exercícios físicos,
difundiram-se a musculação, o fisiculturismo,
as atividades de fitness. O corpo belo é aquele
sempre “superdefinido”, “durinho”, sem celulite ou estrias.
Além da “boa forma”, valorizam-se o tipo
de pele, o bronzeado, mesmo que artificial, e
as medidas corporais − alteradas tanto com
os recursos das roupas íntimas com enchimentos quanto com as cirurgias. Os salões de
beleza prometem alisamentos progressivos e
permanentes. Os cabelos modificados (com
escovas “revolucionárias” de formol, chocolate etc.) deixaram até de ser uma característica
para identificar alguém. A beleza vem sendo
tão artificializada, que os cabelos naturais são
apontados como falsos. Como você ainda não
pintou? Fez chapinha hoje? As perguntas cotidianas declaram: não sabemos mais o que foi
alterado com recursos da beleza.
A doentia busca pela beleza deve ser um
assunto discutido também na escola, inclusive
nas aulas de Educação Física. Deve-se alertar
os alunos de que a “beleza” é um tema complexo, influenciado por interesses religiosos, políticos, ideológicos e comerciais que direcionam
nosso modo de vê-la e buscá-la. Por isso, é
primordial compreender que a “beleza” depende do contexto histórico em que estamos
inseridos ou de quais referenciais nos valemos
para interpretar a realidade.
Vale destacar que, apesar de identificarmos alguns padrões em determinadas épocas
históricas, vários padrões coexistem numa
mesma época.
Apesar dos avanços na compreensão dos
mecanismos pelos quais a alimentação e o
exercício físico podem contribuir para a aquisição e a manutenção de níveis adequados de
saúde, a busca de um determinado padrão
68
de perfectibilidade da beleza impulsiona o
consumo de produtos, práticas e recursos nem
sempre compatíveis com esse propósito.
Comumente nos deparamos com a divulgação de dietas milagrosas (receitas de sopas,
saladas etc., associadas, às vezes, a laxantes e
diuréticos) que permitem redução acentuada
de peso corporal em poucos dias ou semanas,
sem, contudo, haver maiores esclarecimentos
a respeito dos efeitos sobre a saúde em geral
ou acerca da eficácia na manutenção dessa
perda a longo prazo.
A perda de peso por meio de dietas que
preconizam a ingestão excessiva ou restrita
de um ou mais macronutrientes (carboidratos, gorduras ou proteínas) pode ser prejudicial à saúde humana, uma vez que promove
sobrecarga das estruturas orgânicas durante a
absorção e/ou excreção dos nutrientes ou carência de alguns deles.
Uma ampla variedade de suplementos alimentares encontra-se disponível no mercado
do “corpo perfeito”, dentre eles os lipolíticos
ou fat burners (queimadores de gorduras), os
energéticos, os anabolizantes (aminoácidos e
precursores), os complementos vitamínicos e
minerais e os famosos sports drinks (bebidas
esportivas). Entretanto, seu uso indiscriminado, em detrimento de uma alimentação convencional adequada, pode expor o organismo
a situações de risco, visto que muitos produtos
comercializados como suplementos, incluindo
alguns precursores hormonais (DHEA – deidroepiandrosterona), não possuem comprovação científica quanto ao uso seguro e eficaz.
Por vezes, a suplementação de alguns
nutrientes e substâncias já presentes no organismo em quantidades normais ou próximas
do normal eleva sua proporção em relação a
outros nutrientes e substâncias, deixando o
organismo suscetível a distúrbios diversos, incluindo doenças como diabetes.
Educação Física – 1a série – Volume 1
Possibilidades interdisciplinares
O tema “Corpo e beleza em diferentes períodos históricos” poderá ser desenvolvido de modo
integrado com as disciplinas de História, Filosofia e Arte ou outras, na medida em que envolvem
conteúdos afins.
Outra prática comum no mercado da beleza é a difusão de propagandas relacionadas a
programas e/ou produtos que envolvem exercícios físicos. Em geral, propõem modificações
nas formas corporais (hipertrofia ou definição
muscular, redução de medidas) em curto espaço de tempo, metas difíceis de serem atingidas
quando o exercício é utilizado isoladamente.
Notadamente a região abdominal constitui um dos principais alvos desse mercado,
cujo propósito − definição muscular − impulsiona o lançamento de vários modelos
de equipamentos e rotinas de exercícios direcionados à aquisição de um abdome bem
definido. Entretanto, o que a grande maioria
dos anúncios não informa é que, sendo essa
região um dos principais sítios de acúmulo
de gordura corporal, a obtenção de resultados semelhantes àqueles mostrados pelos
modelos utilizados em propagandas só se
torna possível mediante a adoção, simulta-
neamente, de dietas que favoreçam a redução da gordura corporal total e a utilização
dos equipamentos e exercícios propostos.
Mediante uma restrição calórica induzida
pela dieta, a realização de exercícios aeróbios
vinculados ao treinamento de força resulta na
manutenção do peso corporal magro ou mesmo num pequeno aumento deste, de tal forma
que o nível de metabolismo basal é mantido
ou ainda aumentado, reduzindo a tendência
orgânica para acumular calorias. É importante destacar que tais processos também
exigem fornecimento adequado de nutrientes
por meio de uma dieta equilibrada. Vale dizer
também que esses não são os únicos determinantes do gasto energético. Se uma pessoa
gasta, em repouso, “x” calorias durante um
dia inteiro, deve ingerir um mínimo de “x” calorias diárias, mais as calorias relativas aos demais componentes do gasto energético diário,
conforme quadro a seguir.
Determinantes do gasto energético diário
Metabolismo basal: a taxa metabólica basal (TMB) ou de repouso (TMR) representa o gasto mínimo
de energia necessário à manutenção das funções corporais no estado de jejum ou de repouso. Representa
o principal determinante do gasto energético diário, correspondendo a 60%-75% do gasto total humano.
Termogênese induzida pela dieta: representa o gasto de energia que acompanha a ingestão alimentar, decorrente das reações sofridas durante a digestão, a absorção e a conversão de nutrientes.
Termogênese facultativa: conhecida como termogênese sem calafrio, manifesta-se mediante a redução da temperatura ambiente quando precisamos gastar energia especificamente para produzir calor.
Atividade física: é responsável por aproximadamente 15% (para indivíduos sedentários) e 30% (para
pessoas que se exercitam regularmente) do gasto diário total, distribuído entre gastos com: (1) a atividade
física espontânea, relacionada ao gasto com movimentos irrequietos e nervosos, normalmente inconscientes e sem propósitos; e (2) a atividade física intencional, relacionada ao gasto no trabalho ocupacional ou em exercícios físicos intencionais.
69
Professor, para introduzir o tema,
solicite aos alunos que leiam e analisem o texto apresentado na atividade “Para começo de conversa”.
Em seguida, oriente-os a realizar a “Pesquisa
em grupo”.
Você é daquelas pessoas que, em dias de
chuva, quer morrer porque vai estragar o cabelo ou não tira o boné porque o cabelo “tá
zoado”? Você deixa de ir à praia, piscina ou
festa porque acha que está acima do peso? Em
caso afirmativo, você está deixando de aproveitar a vida porque incorporou o padrão de
beleza da sua época! Estou falando “da sua
época” porque o conceito de belo foi mudando ao longo da história. E também é pouco
criativo todo mundo ter o cabelo, as roupas e
tudo mais do mesmo jeito, não acha?
Se pensarmos no conceito de belo tal
como entendido desde a civilização grega até
os dias de hoje, veremos que ele foi sofrendo
modificações sempre atreladas ao contexto
histórico-cultural vigente. Os movimentos
de emancipação feminina que eclodiram na
década de 1960, por exemplo, trouxeram
maior liberdade em expor o corpo, o que antes era reprimido.
Essa exibição do corpo incrementou a
“indústria da beleza”. Cosméticos, roupas e
acessórios, a indústria de material esportivo,
tratamentos estéticos e a medicalização da
beleza (por meio das intervenções cirúrgicas)
contribuíram para a transformação do belo
em produto e forneceram material para a
criação dos estereótipos.
Hoje o padrão de beleza busca a perfeição exibida nas imagens “retocadas” por
softwares. Nada de celulite, estrias ou “gordurinhas extras”. Homens fortes, mulheres
magras, sem rugas e com dentes perfeitos
– ainda que para atingir esse padrão sejam
70
necessárias dietas restritivas, anabolizantes,
remédios para emagrecer e exercícios exaustivos. Os prejuízos à saúde advindos dessas
práticas, como as lesões e o “efeito sanfona”
(que é a perda e a recuperação, reincidentes,
do peso perdido), são justificados pelos objetivos estéticos contemporâneos.
As propagandas que prometem efeitos rápidos de emagrecimento e de aumento de massa
muscular vinculam essas conquistas ao consumo de seus produtos. Mas a adoção de uma
dieta equilibrada, com todos os macronutrientes (carboidrato, proteína e gordura) e fibras,
aliada aos exercícios aeróbios e aos de força, é
a melhor forma de atingir esse resultado.
Com base nas informações do texto, discuta em sala de aula a influência do padrão de
beleza, veiculado pelas mídias, na sua imagem
corporal. Analise as seguintes proposições
para sua resposta:
a) Você está satisfeito com a sua imagem corporal? Por quê?
b) Você adota estratégias recomendadas em
revistas e sites para modificar sua imagem
corporal? Por quê? Quais?
c) Essas estratégias têm, predominantemente, apelo estético ou de saúde e bem-estar?
Pode exemplificar?
d) Você adota comportamentos como jejum
prolongado, consumo de remédios sem
prescrição médica, exercícios físicos exaustivos e sem orientação profissional e dietas
oferecidas por revistas para atender exigências estéticas? Em caso afirmativo, você
acredita que vale a pena? Por quê?
Espera-se que o aluno reflita sobre sua imagem corporal e
identifique se as estratégias adotadas para a melhoria dessa
imagem atendem aos apelos estéticos ou aos de saúde e
bem-estar.
Educação Física – 1a série – Volume 1
Identificando os padrões de
beleza
1. Pesquise em revistas, jornais ou sites
imagens de atletas olímpicos ou atores e
atrizes que mostrem os padrões de beleza no decorrer da história. Compare as
modificações no corpo, nos cabelos e nas
roupas. Feito isso, elabore cartazes ou, se
houver disponibilidade de equipamento
na escola, providencie uma apresentação
digital e associe as imagens ao contexto
sociocultural. Por exemplo: ao longo da
história, nos momentos em que o cristianismo teve uma representação maior,
o conceito de beleza estava relacionado
às questões da alma, e não às do corpo.
Assim, os exercícios físicos tão valorizados na antiga cultura grega assumiam,
nessas fases de valorização do sagrado,
um caráter de afastamento do divino.
Veja a seguir você tem uma tabela com
sugestões do que pode ser observado na
pesquisa:
Período
Cabelo
Roupa
Corpo
Década de 1960
Tipo de cabelo
usado na época
Tipo de roupa
usada na época
Homem – menos musculoso do que na atualidade.
Mulher – menos magra do
que na atualidade.
acessórios nos diversos períodos. Houve
mudanças? Quais?
Espera-se que os alunos percebam, por meio da pesquisa,
que a beleza é uma construção sócio-histórica e que, por
isso, se modifica ao longo do tempo. As mudanças são observadas também no corpo dos atletas, nas vestimentas e nos
acessórios utilizados.
Figura 23 – Atleta realiza salto triplo (1960).
Figura 24 – Atleta em prova de salto
triplo (1972).
© Jim Cummins/Taxi/Getty Images
© Bettmann/CORBIS/Latinstock
© Tony Duffy/Getty Images
2. Se você preferir pesquisar atletas, escolha uma modalidade esportiva, acesse
o site da federação correspondente aos
esportes indicados nas imagens a seguir
e observe os atletas dessa modalidade
ao longo da história. Preste atenção ao
corpo dos atletas, às vestimentas e aos
Figura 25 – Atleta da atualidade, no momento da largada.
71
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 9
A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA E CULTURAL DOS PADRÕES
ESTÉTICOS E A MINHA BELEZA
Os alunos coletarão imagens de atletas em vários períodos históricos para
estabelecer comparações com obras de
arte ou fotos de atores e atrizes que ilustram, ao longo do tempo, padrões de beleza predominantes, buscando identificar
quais categorias (formas corporais, tipos e
penteados dos cabelos etc.) contribuem
para estabelecer tais padrões. Com base
nisso, propõe-se a elaboração de cartazes
sobre o tema e uma vivência para que os
alunos atentem para a própria imagem corporal e beleza, nas suas relações com o contexto sociocultural.
Conteúdos e temas: padrões de beleza em diferentes períodos históricos.
Competências e habilidades: identificar padrões e estereótipos de beleza nos diferentes contextos históricos e culturais; perceber as representações da beleza em seu grupo sociocultural.
Sugestão de recursos: papel e cartolinas de cores variadas; pincel atômico; corda ou barbante.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 9
Etapa 1 – A beleza ao longo do tempo
Previamente, solicite aos alunos que, em
grupos e em horário extra-aula, procurem
fotos de atletas olímpicos em situações de
competição. Para ilustrar padrões de beleza
de diferentes épocas históricas, sugira a pesquisa sobre as obras de arte, fotos de modelos
72
e atrizes. Os grupos podem ser divididos entre
os dois assuntos.
Nas páginas que se seguem, apresentamos
um quadro em que se retratam alguns padrões
de beleza, representados por obras de arte, até
o século XIX. O mesmo pode ser feito em relação aos modelos de beleza masculina.
Educação Física – 1a série – Volume 1
Época
Obra de arte (representação feminina)
© Album/DEA/G. DAGLI ORTI/Album Art/Latinstock
Século IV a.C.
Vênus de Cnido.
iStockphoto/Thinkstock/Getty Images
Século II a.C.
Vênus de Milo.
73
1540
74
©The Bridgeman Art Library International/Keystone
1509
© Staatliche Kunstsammlungen Dresden/
The Bridgeman Art Library International/
Keystone
1503-1506
© Gianni Dagli Orti/Corbis/Latinstock
Época
Obra de arte (representação feminina)
Mona Lisa, obra de Leonardo da Vinci.
Vênus adormecida, obra de Giorgione.
A Bela, obra de Ticiano Vecellio.
Educação Física – 1a série – Volume 1
Obra de arte (representação feminina)
© Erich Lessing/Album/Latinstock
Época
1650
Vênus no espelho, obra de Diego Velázquez.
© The Bridgeman Art Library
International/Keystone
1797-1800
1833
© Alfredo Dagli Orti/The Art Archive/ Corbis/Latinstock
Maja desnuda, obra de Francisco Goya y Lucientes.
Madalena penitente, obra de Francesco Hayez.
75
460-450 a.C.
Obra de arte (representação masculina)
© Pirozzi/Album/akg-images/Latinstock
Época
Século I d.C.
© iStockphoto/Thinkstock/Getty Images
Discóbolo, obra de Míron.
1842
© The Bridgeman Art Library International/Keystone
Apolo de Belvedere.
Sansão e o leão, obra de Francesco Hayez.
76
Educação Física – 1a série – Volume 1
Peça aos alunos que organizem as imagens
pesquisadas e estimule-os a identificar algumas categorias que estabelecem padrões de
beleza (formas corporais, definição muscular,
cabelos, roupas etc.), relacionando-as ao contexto histórico.
Etapa 2 – A história da própria
beleza
Distribua pedaços de papel de cores e formatos variados (medida aproximada de 5 cm
× 10 cm). Peça que os alunos escrevam as palavras que melhor representam seus sentimentos
sobre a própria beleza. Por enquanto, cada
aluno guarda suas palavras e é convidado para
a fase seguinte da Situação de Aprendizagem.
Solicite aos alunos que se dividam em
pequenos grupos (de quatro a seis pessoas).
Cada grupo recebe uma corda ou barbante
(com 6 metros de comprimento, no mínimo). Os integrantes do grupo definem uma
pose e escolhem alguém para representá-la,
isto é, para ser a “estátua”. Com a corda ou
barbante, o grupo deve desenhar no chão o
contorno do corpo da “estátua” apenas pela
observação (não é permitido deitar no chão
para servir de “molde”).
Quando terminarem, o aluno que serviu
de “estátua” se deita sobre o molde. Todos
analisam se as partes do corpo ficaram proporcionais ou muito diferentes do modelo. Se
houve diferenças, discutem os motivos. Por
exemplo: O colega é mais gordo ou mais magro,
mais alto ou mais baixo do que achamos ou do
que aparenta? Por que será que o “enxergamos”
assim? Depois tentam “arrumar” o molde com
o colega posicionado dentro dele. Quando concluírem, o colega se levanta, evitando, ao máximo, desmanchar o molde.
A seguir, os grupos sentam em redor do
molde e cada aluno apresenta as palavras que
escreveu no início da aula. Convide os grupos a identificar se escreveram sobre temas
semelhantes ou diferentes, se apareceram
mais referências ao formato do corpo, ao
tipo de cabelo, à cor da pele, ao biotipo ou às
partes do corpo de que mais gostam ou que
queriam que fossem diferentes. Estimule-os a
relacionar as maneiras como olharam para
a própria beleza com os contextos histórico-culturais explicitados na etapa anterior. Em
seguida, solicite a cada grupo a distribuição
dessas palavras no molde. Por exemplo, as
palavras referentes aos tipos de cabelo poderão ser colocadas na região da cabeça, e
assim por diante.
Quando todos os grupos terminarem, devem formar um grande círculo em torno dos
moldes e analisar os diferentes sentimentos
sobre a beleza, expressos pelas palavras escolhidas e distribuídas nos diferentes moldes. Estimule os alunos a pensar nos possíveis significados das palavras, estabelecer
relações, fazer comparações, refletir sobre
as causas desses sentimentos etc., sempre
considerando os contextos histórico-culturais vistos na etapa anterior.
Professor, antes da Situação de
Aprendizagem 10, é necessário
que os alunos preparem a “Lição
de casa”, para organização do
“tribunal da beleza”.
Colete propagandas ou matérias jornalísticas sobre cosméticos, aparelhos de ginástica,
suplementos, programas de exercícios físicos
e dietas recomendados como produtos que
auxiliem na conquista do padrão de beleza.
Observe essas matérias e propagandas: Elas
falam apenas dos benefícios ou trazem informações sobre algum risco na utilização
desses produtos? Elas prometem “satisfação
garantida ou seu dinheiro de volta” ou alertam sobre resultados diferentes conforme a
individualidade ou o comportamento do con-
77
sumidor? Por exemplo: digamos que você precisa e quer emagrecer! Muito provavelmente,
seu comportamento alimentar é inadequado,
concorda? Então, você compra um DVD com
exercícios para emagrecer. A pergunta é: Na
propaganda eles alertam que você deverá adquirir hábitos alimentares mais saudáveis ou
simplesmente afirmam que, se você praticar
aqueles exercícios, vai emagrecer?
Por fim, elabore cartazes ou uma apresentação digital com imagens e textos que chamem atenção para os aspectos mais relevantes
da discussão.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 10
TRIBUNAL DA BELEZA
Os alunos farão um levantamento dos produtos, práticas alimentares e programas de
exercícios com finalidades estéticas presentes
em diferentes mídias (revistas, internet etc.) e
discutirão os riscos e benefícios à saúde associados à utilização desses recursos.
Conteúdo e temas: produtos, práticas alimentares e programas de exercícios associados à busca de
padrões de beleza.
Competências e habilidades: identificar recursos voltados ao alcance de padrões de beleza corporal;
reconhecer e criticar o impacto dos estereótipos de beleza corporal na opção por exercícios físicos,
produtos e práticas alimentares; reconhecer riscos e benefícios que a utilização de produtos, práticas
alimentares e programas de exercícios pode trazer à saúde orgânica.
Sugestão de recursos: matérias de jornais; revistas; sites e propagandas.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 10
Etapa 1 – Coletando provas
Previamente solicite aos alunos que, divididos em grupos, pesquisem − em revistas, jornais e sites (indicados ou não por você, professor) − textos, matérias jornalísticas, imagens
e propagandas sobre produtos (cosméticos,
remédios, equipamentos de ginástica etc.),
práticas alimentares e/ou programas de exercícios físicos voltados ao alcance de padrões de
beleza corporal. Opcionalmente, você mesmo,
professor, poderá trazer material sobre a temática, incluindo propagandas e matérias jornalísticas gravadas da programação televisiva.
78
Auxilie os alunos, ainda em grupos, a
analisar e dividir o material coletado em
termos dos produtos e práticas tratados e
das respectivas abordagens em relação a
bene fícios e/ou riscos à saúde. Por exemplo, se uma matéria jornalística sobre
determinado programa de exercícios ou
prática alimentar enfatiza apenas os benefícios dele decorrentes ou também alerta
para riscos à saúde e/ou limitações nos resultados em função da individualidade do
usuário.
Educação Física – 1a série – Volume 1
Etapa 2 – Culpado ou inocente?
Divida os alunos em três grupos, sendo que
o maior grupo (cerca de metade da turma) será
o júri e os outros dois grupos, os advogados de
acusação e defesa, respectivamente. O réu é o
“Mercado do corpo e dos padrões de beleza”.
Um aluno fará o papel de juiz, organizando os
trabalhos. Os grupos de acusação e de defesa
deverão, com base no material coletado e com
sua assistência, professor, encontrar argumentos para atacar ou defender o réu. Cada grupo
terá um tempo estipulado para expor seus argumentos, e o outro grupo terá um tempo para
a réplica. Ao final, o júri dará seu veredito.
a) dieta hiperproteica e abstenção de carboidratos, ou seja, pode-se ingerir carnes,
ovos, leite, mas nada de farinhas, batatas,
arroz e açúcar.
b) dieta balanceada, com a presença de
todos os macronutrientes (carboidrato, proteína e gordura) e fibras, aliada
a exercícios físicos.
c) exercícios físicos.
d) fazer jejum e tomar remédios.
2. O que é “efeito sanfona”?
É a recuperação de peso experimentada, em geral, pelas pessoas que perderam peso muito rapidamente. As consequências do emagrecimento acelerado são perda de massa magra
e queda do metabolismo.
3. Os padrões de beleza na humanidade:
Professor, solicite que a turma
realize a atividade descrita na
seção “Você aprendeu?” e leia
o texto de “Aprendendo a
aprender”, disponíveis no Caderno do Aluno.
1. Para emagrecer com saúde, precisamos de:
a) variam de acordo com o contexto social
e histórico.
b) são os mesmos desde que o mundo é
mundo.
c) variam: entre os atletas, o padrão é um;
entre os artistas, é outro; para os que não
sofrem exposição da imagem, é outro.
d) são ditados pela medicina.
© Karl Newedel/Stock Creative/Getty Images
Na conclusão, procure evidenciar a existência de argumentos divergentes em relação aos
produtos e práticas e aos interesses econômicos
envolvidos na venda desses produtos e serviços,
além da indução ao consumo estimulada pelas propagandas. Apresente informações mais
aprofundadas em relação aos produtos, práticas
e exercícios físicos citados, de modo a fundamentar seus possíveis riscos e benefícios à saúde.
Diminua a ingestão de refrigerantes
e refrescos artificiais
Como você costuma matar a sua sede? Se respondeu “bebendo água”, ótimo! Essa é mesmo a
melhor opção. Mas se você respondeu “bebendo
refrigerantes e refrescos artificiais”, é importante
lembrar que, para termos uma alimentação mais
saudável, devemos ingerir essas bebidas com moderação. Existem pelo menos oito razões para isso,
destacadas no texto a seguir:
Figura 26.
79
© Nicolas Rigg/Photographer’s
Choice/Getty Images
Figura 27.
f Refrigerantes e refrescos artificiais têm
pouco ou nenhum valor nutritivo. O
refrigerante é uma bebida feita à base de
água com gás, suco de fruta ou extrato
vegetal, açúcar (ou adoçante), adicionado de várias substâncias artificiais ou
naturais que servem para dar cor e sabor. O refresco artificial (em pó) é feito
de maneira parecida, porém, quando é
preparado, a água utilizada é sem gás.
Ao contrário dos sucos naturais, os refrigerantes e refrescos não têm vitaminas e minerais importantes.
f Os refrigerantes e bebidas à base de cola
contêm cafeína. Essa substância é acrescentada para aumentar o sabor da bebida; porém, se for consumida em grande
quantidade, pode afetar o sono e causar
agitação e irritação.
f Os refrescos artificiais também possuem
aditivos que podem causar alergia se a
pessoa for sensível a essas substâncias.
f Já que um dos grandes problemas dos
refrigerantes e refrescos artificiais é o
açúcar, você pode estar se perguntando
se as versões dessas bebidas sem esse ingrediente são aconselháveis. Não exatamente. Mesmo que não haja açúcar, elas
continuam sem nutrientes importantes,
e o uso de adoçante em excesso pode ter
efeito laxativo, ou seja, “soltar” o intestino. Além disso, a grande quantidade
de sódio (presente em alguns adoçantes)
pode afetar quem tem pressão alta ou se
acumular nos rins.
f A grande quantidade de energia (açúcar)
adicionada aos refrigerantes e refrescos
artificiais pode levar ao aumento de peso.
f Os refrigerantes e refrescos artificiais não
matam a sede completamente. Como você
já deve ter percebido, quando tomamos
esse tipo de bebida, depois de pouco tempo queremos tomar mais, porque continuamos com sede. Não se engane! Para a
hidratação, não existe nada mais saudável,
barato e fácil de encontrar do que a água
(que deve ser filtrada ou fervida!). Água
de coco, chás e sucos naturais também são
excelentes opções!
f Refrigerantes e bebidas artificiais
também demoram a nos satisfazer. Se
80
estamos com fome e tomamos essas
bebidas, o açúcar nelas contido será
absorvido rapidamente, dando-nos
energia. Porém, em pouco tempo nosso cérebro sentirá falta de outra “carga” de açúcar. O que acontece então?
Acabamos bebendo uma quantidade
muito grande de refrigerantes ou refrescos até nos sentirmos satisfeitos.
f Os refrigerantes também têm uma
substância que pode fazer nosso
organis mo armazenar menos cálcio.
Isso prejudica não só a formação
dos ossos, mas, com o tempo, pode
torná-los mais frágeis.
Depois de tudo isso, você deve estar pensando que nunca mais deve tomar refrigerante e refresco artificial, não é? Também não é
assim. Essas bebidas podem fazer parte de
uma alimentação saudável se forem consumidas de forma equilibrada. Isso significa
somente nos fins de semana e, no máximo,
uma latinha.
Educação Física – 1a série – Volume 1
Você deve saber
Você sabia que
a quantidade de
açúcar presente em
uma latinha de refrigerante (350 ml)
é igual à de 1 colher
e meia (de sopa) de
doce de leite?
© Ivania Sant’Anna/Kino
Curiosidade!
f Refrigerantes e refrescos possuem pouco
ou nenhum nutriente.
f O melhor líquido para matar a sede é a
água, que deve ser filtrada ou fervida.
f O suco de fruta contém nutrientes, como
vitaminas e minerais, e o mais importante:
de forma natural.
ATIVIDADE AVALIADORA
A partir dos conteúdos desenvolvidos
nesta Situação de Aprendizagem, proponha
que, em grupos, os alunos elaborem cartazes
com base nas identificações e relações que
estabeleceram sobre os diferentes padrões
de beleza ao longo da história. Além de
imagens, os cartazes podem conter pequenos textos que chamem atenção para os aspectos mais importantes relativos ao tema,
segundo a opinião dos próprios alunos. O
material elaborado poderá ser exposto para
toda a escola.
PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO
Durante o percurso pelas Situações de
Aprendizagem, alguns alunos poderão não
apreender os conteúdos da forma esperada.
É necessário, então, que outras Situações de
Aprendizagem sejam propostas, permitindo
ao aluno revisitar de outra maneira o processo. Tais estratégias podem ser desenvolvidas
durante as aulas ou em outros momentos, envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles
que apresentaram dificuldades. Exemplos:
f roteiro de estudos com perguntas norteadoras elaboradas por você, professor, para
posterior apresentação em registro escrito
ou outra forma;
f criação de história em quadrinhos ou
colagem com imagens de revistas;
f produção de um texto autobiográfico
sobre a construção da própria beleza,
relacionada com o contexto histórico-cultural.
RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR
E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
Livros
CURY, Augusto. A ditadura da beleza e
a revolução das mulheres. Rio de Janeiro:
Sextante, 2005. Alerta para um problema do
mundo moderno − a ditadura da beleza − que
mantém crianças, adolescentes e adultos tristes e frustrados. Parte da história de uma famosa modelo de 16 anos que, obcecada pela
aparência física perfeita, torna-se amarga e
depressiva e tem de se submeter a tratamento
psiquiátrico.
81
ECO, Umberto. História da beleza. Rio de
Janeiro: Record, 2004. Retrata, por meio de
imagens de obras de arte, a construção das
ideias de beleza desde a Grécia Antiga até os
dias atuais. Ricamente ilustrado, o livro facilita
a compreensão sobre os padrões de beleza que
ditaram modos de ver as pessoas e o mundo.
Dissertação de Mestrado − Faculdade de
Educação Física, Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, 2001. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/
document/?code=vtls000228730>. Acesso em:
17 dez. 2012.
Artigo
QUEIROZ, Renato S. O corpo do brasileiro:
estudo de estética e beleza. São Paulo: Senac,
2000. Coletânea de textos que abordam o
fato de que a diversidade racial e cultural é
pressionada pela padronização de beleza vigente nos meios de comunicação de massa.
Os autores discutem os diferentes atributos
da beleza, os riscos da exaltação de um tipo
de beleza, a questão do corpo europeu e o
corpo nacional.
SILVA, Ana B. B. Mentes insaciáveis: anorexia, bulimia e compulsão alimentar. Rio de
Janeiro: Ediouro, 2005. Trata das dificuldades
de celebridades e anônimos com os transtornos alimentares, apresentando uma abordagem multidisciplinar e prática sobre o tema.
TAVARES, Maria C. F. Imagem corporal:
conceito e desenvolvimento. Barueri: Manole,
2003. Apresenta conceitos básicos e aborda o
processo de formação e desenvolvimento da
imagem corporal.
Dissertação
BARROS, Daniela D. Estudo da imagem corporal da mulher: corpo (ir)real × corpo ideal.
82
ESTEVÃO, Adriana; BAGRICHEVSKY,
Marcos. Cultura da “corpolatria” e bodybuilding: notas para reflexão. Revista Mackenzie
de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.
3, n. 3, p. 15-27, 2004. Disponível em: <http://
editorarevistas.mackenzie.br/index.php/remef/
article/view/1316/1010>. Acesso em: 24 out.
2013. Discorre sobre a cultura da “malhação”,
em especial o fisiculturismo, cujo objetivo é
desenvolver grande volume muscular, com
padrão estético peculiar, mesmo à custa de
ultrapassar limites fisiológicos humanos. Para
tal, analisa subjetividades e engendramentos
que perpassam o assunto, buscando identificar
a contextualização de alguns paradoxos.
Filme
O preço da perfeição (Dying to be perfect).
Direção: Jan Egleson. EUA, 1997. 100 min
Classificação etária não informada. História verídica, narra a vida de uma ex-corredora estadunidense que, pressionada desde
cedo a vencer, precisou emagrecer para obter melhor desempenho e conseguir classificação para os Jogos Olímpicos. A atleta
quase morreu ao atingir um estado crítico
de bulimia.
Educação Física – 1a série – Volume 1
QUADRO DE CONTEÚDOS DO ENSINO MÉDIO
1a série
Volume 1
Esporte
– Modalidade coletiva: basquetebol
– Sistemas de jogo e táticas em uma
modalidade coletiva já conhecida dos
alunos
Corpo, saúde e beleza
– Padrões e estereótipos de beleza
corporal
– Consumo e gasto calórico: alimentação, exercício físico e obesidade
Atividade rítmica
– Ritmo vital e ritmo como organização
expressiva do movimento
– Tempo e acento rítmicos
Esporte
– Modalidade individual: ginástica
rítmica
Ginástica
– Práticas contemporâneas em academias:
ginástica aeróbica, ginástica localizada
e/ou outras
Mídias
– Significados/sentidos no discurso das
mídias sobre a ginástica e o exercício
físico
– O papel das mídias na definição de modelos hegemônicos de beleza corporal
Corpo, saúde e beleza
– Capacidades físicas: conceitos e avaliação
Esporte
– Modalidade individual: tênis
– Técnicas e táticas em uma modalidade
ainda não conhecida pelos alunos
3a série
Luta
– Modalidade de luta pouco conhecida
pelos alunos: boxe
Contemporaneidade
– Corpo, Cultura de Movimento, diferença,
preconceito e expectativas de desempenho
físico e esportivo como construções
culturais
Corpo, saúde e beleza
– Princípios do treinamento físico:
individualidade biológica, sobrecarga e
reversibilidade
Atividade rítmica
– Manifestações rítmicas ligadas à cultura
jovem: hip-hop e street dance
Lazer e trabalho
– Ginástica laboral: saúde e trabalho
Corpo, saúde e beleza
– Corpo e beleza em diferentes períodos
históricos
Corpo, saúde e beleza
– Efeitos fisiológicos, morfológicos e
psicossociais do treinamento físico
– Exercícios resistidos (musculação):
benefícios e riscos à saúde nas várias
faixas etárias
Contemporaneidade
– Esportes radicais: criatividade sobre
rodas
Esporte
– Sistemas de jogo e táticas em uma modalidade coletiva ainda não conhecida
dos alunos
Esporte
– Modalidade “alternativa” ou popular
em outros países: beisebol, badminton,
frisbee ou outra
Atividade rítmica
– Manifestações e representações da
cultura rítmica nacional ou de outros
países
Corpo, saúde e beleza
– Atividade física, exercício físico e saúde
Corpo, saúde e beleza
– Fatores de risco à saúde: sedentarismo,
alimentação, dietas e suplementos alimentares, fumo, álcool, drogas, dopping
e anabolizantes, estresse e repouso
– Doenças hipocinéticas e relação com
a atividade física e o exercício físico:
obesidade, hipertensão e outras
Lazer e trabalho
– O lazer como direito do cidadão e dever
do Estado
Ginástica
– Práticas contemporâneas: ginástica aeróbica, ginástica localizada e/ou outras
Volume 2
2a série
Luta
– Princípios orientadores, regras e técnicas de uma luta ainda não conhecida
dos alunos
Mídias
– A transformação do esporte em espetáculo televisivo e suas consequências
Ginástica
– Ginástica alternativa: alongamento,
relaxamento ou outra
Corpo, saúde e beleza
– Atividade física/exercício físico e
prática esportiva em níveis e condições
adequadas
Contemporaneidade
– Corpo, Cultura de Movimento, diferença
e preconceito
Contemporaneidade
– A virtualização do corpo na contemporaneidade
Esporte, ginástica, luta e atividade rítmica
– Organização de eventos esportivos e/ou
festivais (apresentações) de ginástica,
luta e/ou dança
Lazer e trabalho
– Espaços, equipamentos e políticas
públicas de lazer
– O lazer na comunidade escolar e em seu
entorno: espaços, tempos, interesses e
estratégias de intervenção
Corpo, saúde e beleza
– Estratégias de intervenção para promoção da atividade física e do exercício
físico na comunidade escolar
83
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL
NOVA EDIÇÃO 2014-2017
COORDENADORIA DE GESTÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB
Coordenadora
Maria Elizabete da Costa
Diretor do Departamento de Desenvolvimento
Curricular de Gestão da Educação Básica
João Freitas da Silva
Diretora do Centro de Ensino Fundamental
dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação
Profissional – CEFAF
Valéria Tarantello de Georgel
Coordenadora Geral do Programa São Paulo
faz escola
Valéria Tarantello de Georgel
Coordenação Técnica
Roberto Canossa
Roberto Liberato
Smelq Cristina de 9lbmimerime :oeÅe
EQUIPES CURRICULARES
Área de Linguagens
Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos
Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli
Ventrela.
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria
Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt,
Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto
Silveira.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e
Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire
de Souza Bispo, Marina Tsunokawa Shimabukuro,
Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes
Nogueira.
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria
Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos
Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa,
Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli
Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
Área de Matemática
Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros,
Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio
Yamanaka, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge
Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley
Aparecido Cornatione.
Área de Ciências da Natureza
Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth
Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e
Rodrigo Ponce.
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli,
Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e
Maria da Graça de Jesus Mendes.
Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio
Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade
Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte.
Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos
Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João
Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus.
Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares
Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda
Meira de Aguiar Gomes.
Área de Ciências Humanas
Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e
Teônia de Abreu Ferreira.
Área de Ciências da Natureza
Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro
Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende
Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara
Santana da Silva Alves.
Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso,
Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria
Margarete dos Santos e Walter Nicolas Otheguy
Fernandez.
Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de
Almeida e Tony Shigueki Nakatani.
PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO
PEDAGÓGICO
Área de Linguagens
Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine
Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel
Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes
e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali
Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da
Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes,
Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves
Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia
Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,
Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana
Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela
dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba
Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina
dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,
Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista
BomÅm, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia
Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza,
Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena
Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato
José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de
Campos e Silmara Santade Masiero.
Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene
Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves
Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M.
de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz,
Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina
Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda
Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso,
Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar
Alexandre Formici, Selma Rodrigues e
Sílvia Regina Peres.
Área de Matemática
Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis
Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi,
Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia,
Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,
Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan
Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes
Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello,
Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina
Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi,
Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro,
Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio
de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline
de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto
Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson
Luís Prati.
Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
Vieira Costa, André Henrique GhelÅ RuÅno,
Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes
M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio
Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael
Plana Simões e Rui Buosi.
Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila
Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S.
Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura
C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko
S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M.
Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Área de Ciências Humanas
Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson
Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio
Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,
Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,
Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,
Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de
Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,
Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato
e Sonia Maria M. Romano.
História: Aparecida de Fátima dos Santos
Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete
Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina
de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso
Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana
Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de
Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo,
Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria
Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves,
Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e
Tânia Fetchir.
Apoio:
Fundação para o Desenvolvimento da Educação
- FDE
CTP, Impressão e acabamento
Esdeva Indústria GráÅca Ltda.
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO
EDITORIAL 2014-2017
FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI
Presidente da Diretoria Executiva
Antonio Rafael Namur Muscat
Vice-presidente da Diretoria Executiva
Alberto Wunderler Ramos
GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS
À EDUCAÇÃO
Direção da Área
Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão Editorial
Denise Blanes
Equipe de Produção
Editorial: Amarilis L. Maciel, Angélica dos Santos
Angelo, Bóris Fatigati da Silva, Bruno Reis, Carina
Carvalho, Carla Fernanda Nascimento, Carolina
H. Mestriner, Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão,
Eloiza Lopes, Érika Domingues do Nascimento,
Flávia Medeiros, Gisele Manoel, Jean Xavier,
Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Leandro
Calbente Câmara, Leslie Sandes, Mainã Greeb
Vicente, Marina Murphy, Michelangelo Russo,
Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Paula
Felix Palma, Priscila Risso, Regiane Monteiro
Pimentel Barboza, Rodolfo Marinho, Stella
Assumpção Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e
Tiago Jonas de Almeida.
CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS
CONTEÚDOS ORIGINAIS
Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís
Martins e Renê José Trentin Silveira.
COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS
CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS
CADERNOS DOS ALUNOS
Ghisleine Trigo Silveira
Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu
Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e
Sérgio Adas.
CONCEPÇÃO
Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo,
Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini
coordenadora! e Ruy Berger em memória!.
AUTORES
Linguagens
Coordenador de área: Alice Vieira.
Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins,
Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami
Makino e Sayonara Pereira.
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza,
Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana
Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti,
Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.
LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges,
Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini
Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles
Fidalgo.
LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel
Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues
Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia
González.
História: Paulo Miceli, Diego López Silva,
Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e
Raquel dos Santos Funari.
Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,
Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina
Schrijnemaekers.
Ciências da Natureza
Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes.
Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo
Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene
Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta
Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana,
Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso
Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo.
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite,
João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,
Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida
Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria
Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo
Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,
Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,
Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,
José Luís Marques López Landeira e João
Henrique Nogueira Mateos.
Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol,
Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo
de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti,
Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell
Roger da PuriÅcação Siqueira, Sonia Salem e
Yassuko Hosoume.
Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca
Micsik, Érica Marques, José Carlos Augusto, Juliana
Prado da Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida
Acunzo Forli, Maria Magalhães de Alencastro e
Vanessa Leite Rios.
Matemática
Coordenador de área: Nílson José Machado.
Matemática: Nílson José Machado, Carlos
Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz
Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério
Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e
Walter Spinelli.
Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse
Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe
Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa
Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda
Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião.
Edição e Produção editorial: R2 Editorial, Jairo Souza
Design GráÅco e Occy Design projeto gráÅco!.
Ciências Humanas
Coordenador de área: Paulo Miceli.
Caderno do Gestor
Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de
Felice Murrie.
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são
indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados
e como referências bibliográficas. Todos esses endereços
eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é
um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da
Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites
indicados permaneçam acessíveis ou inalterados.
* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de
terceiros e mantêm as características dos originais, no que
diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos
elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos).
* Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no
Caderno do Professor para apoiar na identificação das
atividades.
S239m
São Paulo Estado! Secretaria da Educação.
Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; educação
física, ensino médio, 1a série / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe,
Adalberto dos Santos Souza, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti,
Sérgio Roberto Silveira. - São Paulo : SE, 2014.
v. 1, 88 p.
Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino
Médio e Educação ProÅssional ¹ CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB.
ISBN 978-85-7849-581-7
1. Ensino médio 2. Educação física 3. Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês. II. Souza,
Adalberto dos Santos. III. Daolio, Jocimar. IV. Venâncio, Luciana. V. Neto, Luiz Sanches. VI. Betti,
Mauro. VII. Silveira, Sérgio Roberto. VIII. Título.
CDU: 371.3:806.90
Validade: 2014 – 2017

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