Vamos passear... no Cemitério?
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Vamos passear... no Cemitério?
Vamos passear... no Cemitério? Equipe Cemiteriosp Giane Brandão Cemitério da Consolação – São Paulo Imagem: Giane Brandão Em primeiro lugar, vamos diferenciar. Necroturismo – visita a lugares assombrados (com direito a aparelhos especiais para constatar qualquer tipo de atividade paranormal) pode incluir cemitérios. Turismo Cemiterial – visita a cemitérios visando seu teor cultural, histórico e artístico (pode incluir aspectos lendários, afinal ,todos gostamos de histórias sobrenaturais). Todavia, nada impede que Necroturismo e Turismo Cemiterial se fundam, confundam ou tornem-se sinônimos de grupos de pessoas que atraídas por lendas, celebridades, obras de arte ou simples curiosidade se reúnam e visitem os campos santos mais antigos ou modernos para fotografar, conhecer e... passear. Na Europa, visitar cemitérios como atração turística é bem comum. A França oferece visitas guiadas ao cemitérios mais importantes do país, dentre eles o mais visitado é o “Père-Lachaise”, com cerca de 2 milhões de visitantes anuais, onde encontram-se sepultados muitas celebridades leia matéria aqui no site - http://cemiteriosp.com.br/pdf/Cemiterio do Peresite.pdf Em Portugal o cemitério do Alto São João, um dos maiores de Lisboa e dos mais antigos do mundo, tem a data de sua inauguração em 1840. Em Londres o cemitério Highgate de 1839, também conhecido como St. James é bastante visitado, um dos lugares mais conhecidos é a sepultura de Karl Marx, onde estão sepultados ele, sua esposa e amante. O cemitério de Golders Green Crematorium também em Londres, guarda os restos mortais do psicanallista Sigmund Freud, e disponibiliza passeios cobrando o valor de 2 libras a entrada. Na América do Sul, o país com maior número de visitação a cemitérios, é a Argentina. O cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, atrai milhares de pessoas pelo grande número de esculturas e obras de arte. Neste cemitério estão sepultadas várias celebridades argentinas, sendo possível acompanhar a evolução histórica do país. O túmulo mais famoso e visitado é de Eva Duarte Perón, conhecida como Evita Perón, esposa do ex-presidente da Argentina Juan Domingo Perón, que está sepultado no cemitério de La Chacarita também em Buenos Aires. Faz parte da cultura do país a visita comum aos cemitérios, inclusive pelos estudantes. Visita monitorada ao Cemitério da Consolação – Fevereiro 2010 – S.Paulo Imagem: Kleber Silva No Brasil o turismo cemiterial, explorado há pouco tempo vai aos poucos caminhando. São Paulo é a cidade onde o segmento tem se desenvolvido com mais facilidade. O Cemitério da Consolação, fundado em 1858, abriga inúmeras figuras públicas, artistas e intelectuais. Entre os famosos que estão ali sepultados: os ex-presidentes da república Washington Luiz e Campos Sales, o milionário italiano Francisco Matarazzo (o mausoléu da Família Matarazzo, é tido como o maior da América do Sul), a pintora modernista Tarsila do Amaral, a Marquesa de Santos, Monteiro Lobato, Mario de Andrade e mais recentemente, a ex-primeira dama Ruth Cardoso. Vários trabalhos de escultores famosos estão expostos no local: Victor Brecheret, Francisco Leopoldo e Silva, Bruno Giorgi entre outros. Foi utilizado nas construções muito mármore de Carrara, granito e bronze. O serviço funerário municipal organiza grupos para visitas monitoradas com até 15 pessoas, mensalmente chega-se a uma média de 300 visitantes ao cemitério. Confira fotos da visita monitorada organizada pela Equipe Cemitériosp em 28/02/2010 aqui: http://cemiteriosp.com.br/encontro_cemiteriais/28-022010/visita_consolacao.htm Há outros cemitérios famosos que abrigam celebridades em São Paulo Cemitério do Morumby – estilo parque-jardim - onde estão sepultados Airton Senna (piloto de formula I), Altemar Dutra (cantor), Consuelo Leandro (atriz), Elis Regina (cantora) e Ronald Golias (ator); Santo Amaro, Raul Cortez (ator); São Paulo, Menotti Del Picchia (escritor) e Victor Brecheret (escultor). A partir da década de 80, os cemitérios passam a ser parques ou jardins, sem obras de arte ou mausoléus que pudessem diferenciar pela suntuosidade a pessoa ali enterrada. Pequenas placas de mármore ou bronze identificam a sepultura. Apesar da mudança, continuam recebendo visitantes e turistas, prestando algum tipo de homenagem a um ídolo ali sepultado. Há ainda os cemitérios verticais – leia mais aqui http://cemiteriosp.com.br/pdf/Enterrar_para_cima.pdf A importância do turismo cemiterial Em função dos cemitérios que viraram atrativos, algumas localidades acabam se desenvolvendo turisticamente com esse segmento, por sua importância histórica local. Há, por isso, a necessidade da prestação de serviços turísticos: o deslocamento, a hospedagem, a alimentação, entre outros, assim a localidade se desenvolve. Conforme descrito acima, o cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, um dos mais importantes do país, teve o desenvolvimento ao redor, devido ao cemitério estar ali instalado. Isto revela que muitas pessoas fazem turismo movidas pelas crenças, no caso de cemitérios as pessoas são levadas a conhecerem lugares onde pessoas que fizeram parte da história estão ali enterradas. Este fator não ocorre somente em Buenos Aires, mas em várias partes do mundo. Novos empreendimentos são criados a cada dia, como os cemitérios verticais, trazendo um novo mercado que se abre não somente para os serviços fúnebres, mas também para o desenvolvimento do turismo local, levando a curiosidade de conhecer os empreendimentos aos que gostam deste segmento tão exótico e novo no Brasil. Eduardo Resende e túmulo com decoração em “art-deco”- Cem. Consolação – S.Paulo Imagem – Gislaine Sanchez Nas palavras de Eduardo Resende: “O cemitério é uma fonte de pesquisa geográfica (localização e expansão das cidades), histórica (antigos hábitos de inumar), sociológica (como a sociedade lida com a morte e a memória), antropológica (representação individual da morte), linguística (signos verbais), literária (escritos sobre a morte), artística (escultura), arquitetônico (construções tumulares), arqueológica (antigos túmulos), hidrogeológica (águas subterrâneas cemiteriais) pedológica (solo cemiterial), genealógica e heraldica (famílias, nomes, brasões), demográficas (imigrantes), nobiliarquia (linhagem dos nobres), turística (visita a ilustres) e outras.” Para saber mais http://vidaeestilo.terra.com.br/turismo/interna/0,,OI4076872-EI14045,00NECROTURISMO+OS+CEMITERIOS+MAIS+FAMOSOS+DO+MUND O.html Fontes e referências Artigo em pdf – “Seguimento de Turismo Cemiterial”, encontrado no Google – infelizmente sem nome do autor ou site para identificação – caso leia e saiba a fonte Agradecemos a informação e atualizaremos aqui. http://www.sobrenatural.org/conto/detalhar/11245/necroturismo/ http://cafehistoria.ning.com/group/historiadoscemitrios/forum/topics/pqestudar-cemiterios-o-que http://cemiteriosp.com.br/ “A Pensadora” – Cemitério da Consolação – São Paulo Imagem: Gislaine Sanchez www.cemiteriosp.com.br - todos os direitos reservados - SP - 04/04/2010
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