Leia um trecho do livro

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Leia um trecho do livro
MARIANNE SAUNORUS BAIRD
SUSAN BETHEL
A NOVA
EDIÇÃO DO
SWEARINGEN
manual de
enfermagem no
cuidado crítico
INTERVENÇÕES EM ENFERMAGEM
E CONDUTAS COLABORATIVAS
TRADUÇÃO DA 6a EDIÇÃO
manual de
enfermagem no
cuidado crítico
INTERVENÇÕES EM ENFERMAGEM
E CONDUTAS COLABORATIVAS
(A NOVA EDIÇÃO DO SWEARINGEN)
manual de
enfermagem no
cuidado crítico
INTERVENÇÕES EM ENFERMAGEM
E CONDUTAS COLABORATIVAS
INTERVENÇÕES EM ENFERMAGEM E
CONDUTAS COLABORATIVAS
(A NOVA EDIÇÃO DO SWEARINGEN)
6a EDIÇÃO
MARIANNE SAUNORUS BAIRD, MN, RN
Clinical Nurse Specialist
Acute Care
Magnet Program Coordinator
Center for Nursing Excellence
Saint Joseph’s Hospital
Atlanta, Georgia
SUSAN BETHEL, MS, RN
Director of Clinical Programs & Research
Greenville Hospital System
University Medical Center
Greenville, South Carolina
© 2012 Elsevier Editora Ltda.
Tradução autorizada do idioma inglês da edição publicada por Mosby, Inc. – um selo editorial Elsevier Inc.
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998.
Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam
quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros.
ISBN: 978-85-352-4410-6
Copyright © 2011, 2005, 2001, 1998, 1995, 1991 by Mosby, Inc., Elsevier Inc. All rights reserved.
This edition of Manual of Critical Care Nursing: Nursing Interventions and Collaborative Management, sixth edition
by Marianne Saunorus Baird and Susan Bethel is published by arrangement with Elsevier Inc.
ISBN: 978-0-323-06376-0
Capa
Folio Design
Editoração Eletrônica
Futura
Elsevier Editora Ltda.
Conhecimento sem Fronteiras
Rua Sete de Setembro, nº 111 – 16º andar
20050-006 – Centro – Rio de Janeiro – RJ
Rua Quintana, nº 753 – 8º andar
04569-011 – Brooklin – São Paulo – SP
Serviço de Atendimento ao Cliente
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NOTA
O conhecimento médico está em permanente mudança. Os cuidados normais de segurança devem ser seguidos, mas,
como as novas pesquisas e a experiência clínica ampliam nosso conhecimento, alterações no tratamento e terapia à
base de fármacos podem ser necessárias ou apropriadas. Os leitores são aconselhados a checar informações mais
atuais dos produtos, fornecidas pelos fabricantes de cada fármaco a ser administrado, para verificar a dose recomendada, o método e a duração da administração e as contraindicações. É responsabilidade do médico, com base na experiência e contando com o conhecimento do paciente, determinar as dosagens e o melhor tratamento para cada um
individualmente. Nem o editor nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventual dano ou perda a pessoas ou a propriedade originada por esta publicação.
O Editor
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
B141m
6.ed.
Baird, Marianne Saunorus
Manual de enfermagem no cuidado crítico : intervenções de enfermagem e condutas colaborativas / Marianne Saunorus Baird, Susam Bethel ; [tradução Maria Inês Corrêa Nascimento...et al.]. 6.ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2012.
1040p. : 21 cm
Tradução de: Manual of critical care nursing
Inclui bibliografia
Apêndice
Índice
ISBN 978-85-352-4410-6
1. Enfermagem de tratamento intensivo. 2. Diagnóstico de enfermagem. I. Bethel, Susam. II.
Título.
11-1242.
CDD: 610.7361
CDU: 616-083.98
SUPERVISÃO DA REVISÃO CIENTÍFICA
Diná de Almeida Lopes Monteiro da Cruz
Professora Titular do Departamento de Enfermagem Médico-cirúrgica da Escola de Enfermagem
da Universidade de São Paulo (EEUSP)
Doutora e Mestre pela (EEUSP)
REVISÃO CIENTÍFICA
Adriana Janzantte Ducci (Cap. 4)
Doutoranda e Mestre em Enfermagem pelo Programa de Saúde do Adulto da EEUSP
Especialista em Enfermagem − modalidade residência − em Unidade de Terapia Intensiva pela Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP)
Consuelo Garcia Correa (Cap. 8 e Apêndice 1 [parte])
Especialista em Cardiologia pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
USP (InCor-HCFMUSP) e EEUSP
Professora Titular do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário Monte Serrat, Santos/SP
Doutora em Enfermagem pela EEUSP
Mestre em Fundamentos de Enfermagem pela EEUSP
Cristina Helena Constanti Settervall (Cap. 3 [parte] e Apêndices 2, 3, 4 e 5 [partes])
Mestre em Ciências da Saúde pela EEUSP
Enfermeira pelo Centro Universitário São Camilo, SP
Diná de Almeida Lopes Monteiro da Cruz (Cap. 1 [parte], Apêndice 8 e Índice)
Erika de Souza Guedes (Cap. 11 e Apêndice 7)
Especialista em Enfermagem em Cardiologia pelo InCor-HCFMUS
Mestranda da EEUSP
Fabiana Gonçalves de Oliveira Azevedo Matos (Cap. 1 [parte])
Professora Adjunta do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE),
Campus Cascavel
Doutora e Mestre em Ciências pela EEUSP
Juliana Nery de Souza Talarico (Cap. 7)
Professora Adjunto do Departamento de Enfermagem Médico-cirúrgica da USP
Doutora e Mestre em Enfermagem na Saúde do Adulto e Idoso pela USP
Katia Grillo Padilha (Cap. 2 [parte])
Enfermeira
Professora Titular do Departamento de Enfermagem Médico-cirúrgica da EEUSP
Coordenadora Geral do Programa de Pós-graduação em Enfermagem na Saúde do Adulto da EEUSP
Doutora em Enfermagem pela EEUSP
Lilia de Souza Nogueira (Cap. 3 [parte] e Apêndices 2, 3, 4 e 5 [partes])
Especialista em Terapia Intensiva pelo Centro Universitário São Camilo e em Enfermagem em
Cardiologia pela UNIFESP
Mestre e Doutoranda pela EEUSP
Maria de Fatima Fernandes Vattimo (Cap. 6)
Professora Livre Docente do Departamento de Enfermagem na Saúde do Adulto e Idoso da EEUSP
Mestre e Doutora em Ciências de Nefrologia pela UNIFESP
Mariana Alvina dos Santos (Cap. 9)
Especialista em Enfermagem Cardiovascular pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de São Paulo
Mestre em Ciências da Saúde pela EEUSP
Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Enfermagem na Saúde do Adulto da EEUSP
Rafaela Andolhe (Cap. 2 [parte])
Enfermeira
Doutoranda em Enfermagem na Saúde do Adulto pela EEUSP
Mestre em Enfermagem pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM), RS
Regina Marcia Cardoso de Sousa (Cap. 3 [parte] e Apêndices 2, 3, 4 e 5 [partes])
Professora Associada do Departamento de Enfermagem Médico-cirúrgica da EEUSP
Professora Permanente do Programa de Pós-graduação em Enfermagem na Saúde do Adulto (PROESA)
Doutora e Mestre em Enfermagem pela USP
Rita de Cassia Gengo e Silva (Cap. 5 e Apêndice 1 [parte])
Enfermeira do Serviço de Educação do InCor-HCFMUSP
Doutora em Ciências (Programa de Cardiologia) pela FMUSP
Mestre em Ciências pela FMUSP
Silvia Regina Secoli (Cap. 10 e Apêndice 6)
Enfermeira
Professora Associada do Departamento de Enfermagm Médico-cirúrgica da EEUSP
Líder do Grupo de Pesquisa “Manejo da Terapia Farmacoógica na Prática Clínica do Enfermeiro” cadastrado no
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
TRADUÇÃO
Alexandre Maceri Midão (Cap. 8)
Professor Auxiliar da Disciplina de Cirurgia Geral da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), RJ
Residência Médica em Cirurgia Geral-vascular pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Cirurgião Vascular do Hospital Municipal Souza Aguiar, RJ
Especialista em Educação Médica pela Faculdade de Petrópolis
Cirurgião-geral do Hospital Geral de Bonsucesso, RJ
Fernando Diniz Mundim (Caps. 3 e 4)
Professor Adjunto do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFRJ
Ione Araújo Ferreira (Cap. 6)
Bacharel em Jornalismo pela UFRJ
Mestre em Comunicação pela UFRJ
Tradutora
Luiz Claudio de Queiroz Faria (Cap. 7)
Tradutor Técnico, RJ
Maria de Lourdes Giannini (Cap. 5)
Tradutora
Maria Inês Corrêa Nascimento (Cap. 2 e Apêndice 8)
Bacharel em Tradução Bilíngue pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
ATA Member 252612 − Portuguese Language and Medical Divisions
Mônia Cláudia Sartoratto (Cap. 11)
Bacharel em Fisioterapia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP)
Visiting Research Fellow da Andrews University, EUA
Monica de Queiroz Telles Spadoni Neves (Cap. 10)
Médica da Disciplina de Endocrinologia e Metabologia do Laboratório de Lípides da FMUSP
Monica Farah Pereira (Cap. 9)
Doutora em Biologia pela UERJ
Mestre em Biologia pela UERJ
Regina Machado Garcez (Cap. 1)
Graduação em Letras (Licenciatura Plena Inglês/Português e Literaturas) pela Universidade do Vale do
Rio do Sinos (UNISINOS), São Leopoldo/RS
Pós-graduação em Inglês pela UNISINOS
Certificado de Michigan (EUA)
Certificado de Proficiência em Inglês (CPE-Cambridge, Reino Unido)
Renata Eloah de Lucena Ferretti (Apêndices 1 a 7)
Profa. Doutora do Departamento de Enfermagem Médico-cirúrgica da EEUSP
Profa. Doutora do Curso de Enfermagem do Centro Universitário São Camilo, SP
Coordenadora das entrevistas clínicas do BEHGEEC-FMUSP-LIM 22
Coordenadora do curso de Graduação em Enfermagem da UniABC, SP
Doutora em Ciências (Patologia no Envelhecimento) pela FMUSP
Especialista em Enfermagem Geriátrica e Gerontológica pela UNIFESP
Enfermeira pela UNIFESP
Tatiana Ferreira Robaina (Índice)
Professora Substituta de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da UFRJ
Doutoranda em Ciências pela UFRJ
Mestre em Patologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), RJ
Cirurgiã-dentista pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), RS
Colaboradores
Jenni Jordan Abel, RN, CME
Staff Nurse
Surgical Intensive Care Unit
University of Colorado Hospital
Denver, Colorado
Carolyn Blayney, BSN, RN
Nurse Manager
Burn Intensive Care Unit
University of Washington Burn Center
Harborview Medical Center
Seattle, Washington
Patrice C. Al-Saden, RN, CCRC
Senior Clinical Research Coordinator
Comprehensive Transplant Center
Feinberg School of Medicine
Northwestern University
Northwestern Memorial Hospital
Chicago, Illinois
Mimi Callanan, MSN, RN
Clinical Nurse Specialist
Department of Neurology
Epilepsy Center
Stanford University Medical Center
Stanford, California
Marianne Saunorus Baird, MN, RN
Gretchen J. Carrougher, MN, RN
Clinical Nurse Specialist
Acute Care
Magnet Program Coordinator
Center for Nursing Excellence
Saint Joseph’s Hospital
Atlanta, Georgia
Clinical Instructor
University of Washington School of Nursing
NIDRR Research Nurse Supervisor
Department of Surgery
University of Washington Burn Center
Harborview Medical Center
Seattle, Washington
Laura Barrett, BSN, MN, RNC
Curriculum Consultant
Greenville HealthCare Simulation Center
Greenville Hospital System
University Medical Center
Greenville, South Carolina
Risa Benoit, MSN, RN, CCRN-CSC, CNS-BC
Clinical Nurse Specialist
Critical Care
Center for Nursing Excellence
Saint Joseph’s Hospital
Atlanta, Georgia
Susan Bethel, MS, RN
Director of Clinical Programs & Research
Greenville Hospital System
University Medical Center
Greenville, South Carolina
Cheryl Bittel, MSN, RN, CCRN
Cardiac Transplant Coordinator
Transplant Services
Piedmont Heart Institute
Atlanta, Georgia
Cynthia Rebik Christensen, MSN, FNP, ARNP-BC
Nurse Practitioner
Mobile Medical Professionals
Des Moines, Iowa
A. Suzanne Cosby, MSN, RN, CCRN
Clinical Nurse Specialist
St. Joseph’s/Candler Health System
Savannah, Georgia
Alice Davis, PhD, APRN, FNP
Assistant Professor, Nursing
University of Hawaii at Hilo
Hilo, Hawaii
Joni Dirks, MSN, RN, CCRN
Critical Care Educator
Providence Sacred Heart Medical Center
and Children’s Hospital
Spokane, Washington
x
COLABORADORES
Carey Freeland, MSN, RN, CCRN
Clinical Manager and Clinical Nurse Specialist
Coronary Care Unit and Intensive Care Unit
St. Joseph’s/Candler
Savannah, Georgia
Laura Leigh Leary, MS, RN-BC, OCN
Beverly George-Gay, MSN, RN, CCRN
Assistant Professor
Department of Nurse Anesthesia
Virginia Commonwealth University
Richmond, Virginia
Lynda Liles, RN, MBA, CCRN
Performance Improvement Specialist
Department of Patient Safety and Quality
Saint Joseph’s Hospital
Atlanta, Georgia
Vicki Good, MSN, RN, CCRN, CENP
Director of Nursing
Cox Health System
Springfield, Missouri
Barbara McLean, MN, RN, CCRN, CCNS-NP, FCCM
Consultant in Critical Care
Atlanta, Georgia
Phyllis Gordon, MSN, RN, CS, APRN-BC
Wound/Ostomy Care Nurse
Greenville Hospital System
University Medical Center
Greenville, South Carolina
Clinical Assistant Professor
School of Nursing
Clinical Nurse Specialist
Department of Surgery, Vascular Division
University of Texas Health Science Center at San
Antonio
San Antonio, Texas
Kathleen Halvey, MN, RN, NP-BC
Nurse Practitioner
Heart Failure Center
Saint Joseph’s Hospital
Atlanta, Georgia
Adina Chaya Hirsch, PharmD
Nutrition Support Pharmacist
Pharmaceutical Care Pharmacist
Saint Joseph’s Hospital of Atlanta
Atlanta, Georgia
Shari Honari, BSN, RN
Burn Research Supervisor
Department of Surgery
University of Washington Burn Center
Harborview Medical Center
Seattle, Washington
Alice Kerber, MSN, RN, AOCN, APNG
Clinical Nurse Specialist
Cancer Screening and Genetics
Saint Joseph’s Hospital
Atlanta, Georgia
Cathie Osika Landreth, BSN, MS, CCRN, CEN
Trauma Program Coordinator
Clinical Nurse Specialist
Greenville Hospital System
University Medical Center
Greenville, South Carolina
Nursing Instructor
Mary Black School of Nursing
University of South Carolina Upstate
Spartanburg, South Carolina
Mary Ann Mullaney, MS, RN, CWCN, CGNP
Barbara Nickles, MN, BSN, RN
Associate Dean, Nursing Specialties and Simulation
Project
Greenville Technical College
Greenville, South Carolina
Paul E. Schmidt, RPh, BCPS
Adjunct Faculty, Pharmacy
University of Georgia
Athens, Georgia;
Mercer University
Atlanta, Georgia;
Clinical Pharmacist
Saint Joseph’s Hospital
Atlanta, Georgia
Elizabeth Scruth, MN, RN, MPH, CCRN, CCNS,
PhD(c)
Assistant Clinical Professor
School of Nursing
University of California
San Francisco, California;
Critical Care Clinical Nurse Specialist
Nursing Education
Kaiser Permanente
San Jose, California
Connie Steed, MSN, RN, CIC
Director, Infection Prevention and Control
Greenville Hospital System
University Medical Center
Greenville, South Carolina
COLABORADORES xi
Joyce C. Warner, MN, RN, CCRN
Nurse Clinician
Surgical Intensive Care Unit
Emory Healthcare
Atlanta, Georgia
Patricia Weiskittel, MSN, RN, CNN, ACNP-BC
Renal/Hypertension Nurse Practitioner
Department of Internal Medicine
Cincinnati Veteran’s Administration Medical Center
Cincinnati, Ohio
Karen Zorn, MSN, RN, ONC
Wellstar School of Nursing
Kennesaw State University
Kennesaw, Georgia;
Clinical Nurse Specialist
Acute Care and Informatics
Center for Nursing Excellence
Saint Joseph’s Hospital
Atlanta, Georgia
REVISORES
Michael D. Aldridge, MSN, RN, CCRN
Assistant Professor of Nursing
Concordia University Texas
Austin, Texas
Earnest Alexander, PharmD, FCCM
Manager, Clinical Pharmacy Services
Program Director
PGY2 Critical Care Residency
Department of Pharmacy Services
Tampa General Hospital
Tampa, Florida
Olga Amusina, MSN, RN, ACNP-BC
Pulmonary/Critical Care Nurse Practitioner
NorthShore University HealthSystem
Highland Park, Illinois;
Doctoral Student
University of Illinois at Chicago
Chicago, Illinois
Patricia N. Bradshaw, MSN, MS, RN, CEN, CCRN,
CCNS
Critical Care Clinical Nurse Specialist
Lieutenant Colonel, United States Air Force
San Antonio, Texas
Marylee Rollins Bressie, MSN, RN, BCCVN, CEN,
CCRN, CCNS
Division of Nursing
Spring Hill College
Providence Hospital
Mobile, Alabama
Beth Broering, MSN, RN, CCRN, CEN, CPEN, FAEN
Director of Nursing
Bokamoso Private Hospital
Gaborone, Botswana
Mary Brune, MS, RN, CNE
Instructor
Division of Nursing
Northwestern Oklahoma State University
Alva, Oklahoma
Denise Buonocore, MSN, RN, CCRN, ACNP-BC
Nurse Practitioner, Heart Failure Service
St. Vincent’s Medical Center
Bridgeport, Connecticut
Diane Byrum, MSN, RN, CCRN, CCNS, FCCM
Clinical Nurse Specialist
Presbyterian Hospital Huntersville
Huntersville, North Carolina
Susan Marie Chioffi, MSN, RN, CCRN, ACNP-BC
Acute Care Nurse Practitioner
Adult Neurosciences ICU
Duke University Medical Center
Durham, North Carolina
Damon Cottrell, MS, RN, CEN, CCRN, CCNS,
ACNS-BC
Assistant Professor
Department of Nursing
Westbrook College of Health Professions
University of New England
Portland, Maine
Heide Rose Cygan, BSN, RN, DNP(c)
Public Health Nurse
NorthShore University HealthSystem
Evanston, Illinois;
Graduate Student
College of Nursing
University of Illinois at Chicago
Chicago, Illinois
Laura Dechant, MSN, RN, CCRN, CCNS
Clinical Nurse Specialist
Christiana Care Health System
Newark, Delaware
Joni L. Dirks, MS, RN, CCRN
Critical Care Educator
Providence Sacred Heart Medical Center
Spokane, Washington
xii COLABORADORES
Sonya Flanders, MSN, RN, ACNS-BC
Robert E. Lamb, PharmD
Clinical Nurse Specialist for Internal Medicine
Baylor University Medical Center
Dallas, Texas
Independent Clinical Consultant
REL & Associates, LLC
Downingtown, Pennsylvania
Joyce Foresman-Capuzzi, BSN, RN, CEN, CCRN,
CTRN, CPN, CPEN, SANE-A, EMT-P
Clinical Nurse Educator
Emergency Department
Lankenau Hospital
Wynnewood, Pennsylvania
Sheryl E. Leary, MS, RN, PCCN, CCRN, CCNS
Clinical Nurse Specialist–Progressive Care
VA San Diego Healthcare System
San Diego, California
James Graves, RPh
Licensed Pharmacist
Walgreens
Moberly, Missouri
Joellen W. Hawkins, Phd, RN, WHNP-BC, FAAN,
FAANP
Professor Emeritus
William F. Connell School of Nursing
Boston College
Chestnut Hill, Massachusetts;
Writer-in-Residence
Nursing Department
Simmons College
Boston, Massachusetts
Adina Chaya Hirsch, PharmD, RPH
Nutrition Support Pharmacist
Pharmaceutical Care Pharmacist
St. Joseph’s Hospital of Atlanta
Atlanta, Georgia
Reneé S. Holleran, PhD, RN, CEN, CCRN, CFRN,
CTRN, FAEN
Staff Nurse
Emergency Department
Intermountain Medical Center
Salt Lake City, Utah
Barbara Konopka, MSN, RN, CNE, CCRN, CEN
Instructor, Nursing
Pennsylvania State University, Worthington
Scranton
Dunmore, Pennsylvania
Adisa Tokacha Kudomovic, MSN, RN
Assistant Professor
Allen College
Waterloo, Iowa
Rosemary Koehl Lee, MSN, RN-CS,
CCRN, CCNS, ACNP-BC
Homestead Hospital
Homestead, Florida
Elizabeth A. Mann, RN, PhD(c), CCRN, CCNS
Major (P), United States Army
US Army Institute of Surgical Research
Fort Sam Houston, Texas
Elizabeth M. Mendeloff, MS, RN, FNP-BC
Adjunct Faculty
College of Nursing
University of Illinois at Chicago
Chicago, Illinois;
Faculty Member
College of Medicine
UIC at Rockford
Rockford, Illinois
Joshua J. Neumiller, PharmD, CDE, CGP, FASCP
Assistant Professor
Department of Pharmacotherapy
College of Pharmacy
Washington State University
Spokane, Washington
Christopher T. Owens, PharmD, BCPS
Associate Professor and Chair
Department of Pharmacy Practice
College of Pharmacy
Idaho State University
Pocatello, Idaho
Michaelynn Paul, MS, RN, CCRN
Assistant Professor
School of Nursing
Walla Walla University
College Place, Washington
COLABORADORES
Beth Anne Phelps, MS, RN, ACNP-BC, DNP(c)
Suzanne Sutherland, PhD, RN, CCRN
Assistant Professor
College of Nursing
Illinois State University
Normal, Illinois;
Graduate Student
University of Illinois at Chicago
Chicago, Illinois;
Nurse Practitioner, Otolaryngology
Springfield Clinic
Springfield, Illinois
Staff Nurse, Burn Unit
University of California Davis Medical Center
Professor of Nursing
Sacramento State University Sacramento
Sacramento, California
Jan Powers, PhD, RN, CCRN, CCNS, CNRN, FCCM
Director of Clinical Nurse Specialists and Nursing
Research
Critical Care Clinical Nurse Specialist
St. Vincent Hospital
Indianapolis, Indiana
Candace L. Rouse, MSN, RNC, CNS-BC
Advanced Practice Nurse, Obstetrics
Sinai Hospital of Baltimore
Baltimore, Maryland
Stephen M. Setter, PharmD, DVM, CDE, CGP,
FASCP
Associate Professor of Pharmacotherapy
College of Pharmacy
Washington State University
Elder Services/Visiting Nurse Association
Spokane, Washington
Eva Sheets, BSN, RNC, CCRN, MBA
Critical Care Nurse–Special Staffing Team
Tampa General Hospital
Adjunct Professor
Hillsborough Community College
Tampa, Florida
xiii
Paul Thurman, MS, RN, CNRN, CCRN, CCNS, ACNPC-BC
Clinical Nurse Specialist
University of Maryland Medical Center
Baltimore, Maryland
Jeanne Malcom Widener, PhD, RN, CCRN
Critical Care Float Nurse
King’s Daughters Medical Center
Ashland, Kentucky
Lindy D. Wood, PharmD
Fellow in Geriatrics
Department of Pharmacotherapy
College of Pharmacy
Washington State University
Spokane, Washington
Tresa E. Zielinski, MS, RN, PCCN, PNP-BC
APN Manager Outpatient Cardiology
Children’s Memorial Hospital
Chicago, Illinois
Apresentação
O Manual de Enfermagem no CUIDADO CRÍTICO é uma referência clínica tanto para enfermeiros profissionais no
cuidado crítico quanto para estudantes de enfermagem. Trata-se da obra disponível sobre cuidado crítico mais
abrangente, mas ainda assim concisa e fácil de usar em virtude do seu formato descritivo abreviado e seu tamanho
portátil. Este manual dá informações rápidas sobre mais de 75 fenômenos clínicos encontrados no cuidado crítico
e pode ser usado no contexto clínico para planejar o cuidado de enfermagem.
QUEM SE BENEFICIARÁ DESTE LIVRO?
Enfermeiros iniciantes e experientes encontrarão auxílio para avaliar, tratar e observar a evolução de seus pacientes agudamente enfermos. As informações textuais e as numerosas tabelas servirão para o enfermeiro clínico
fazer revisões rápidas. Os docentes podem usar o livro para ensinar seus alunos a aplicarem conceitos teóricos na
prática clínica. Os estudantes terão no livro uma excelente ferramenta para observar o paciente sistematicamente, bem como para aprender a estabelecer prioridades de intervenções de enfermagem.
POR QUE ESTE LIVRO É IMPORTANTE?
Com o número crescente de pacientes hospitalizados em fase aguda, informações antes consideradas exclusivas
para o cuidado em unidades de terapia intensiva, como o controle do equilíbrio ácido-base e a interpretação da
gasometria do sangue arterial, vão se tornando conhecimento comum em unidades de cuidado progressivo, telemetria, semi-intensivas e em unidades clínico-cirúrgicas com pacientes em fase aguda. Da mesma forma, o cuidado descrito aqui é aplicável por todo o espectro do cuidado intensivo, desde o cuidado clínico-cirúrgico aos
pacientes em fase aguda até o cuidado crítico.
BENEFÍCIOS DE USAR ESTE LIVRO
Nosso principal objetivo é apresentar as informações necessárias à provisão de cuidados centrados no paciente em
um ambiente tecnologicamente avançado em formato rápido e fácil de usar. Ao longo de todo o livro, tentamos
considerar o paciente integral com recomendações que contemplam o sofrimento emocional, mental e espiritual
envolvidos na doença. A prevenção de complicações potencialmente fatais é de importância fundamental e,
portanto, considerada por meio da observação, planejamento, implantação e avaliação do cuidado colaborativo
interdisciplinar e dos planos de cuidado de enfermagem.
Para melhor avaliar as mudanças no estado do paciente, é essencial conhecer a sua condição antes da doença
aguda, crítica. Este livro oferece muitas intervenções para cada distúrbio, mas nem todas as intervenções são
apropriadas para todos os pacientes. Nossa intenção é oferecer uma seleção abrangente de ações prioritárias que
podem ser escolhidas conforme a necessidade no planejamento do cuidado individualizado.
COMO USAR ESTE LIVRO
O Manual de Enfermagem no CUIDADO CRÍTICO foi reorganizado para o acesso rápido e a apresentação lógica.
Informações pertinentes aos conceitos gerais do cuidado do paciente, incluindo os específicos do ambiente de
cuidado crítico, estão apresentadas nos dois primeiros capítulos, Conceitos Gerais no Atendimento do Doente
Crítico e Controlando o Ambiente de Cuidados Críticos. Em seguida, há um capítulo sobre Trauma e distúrbios
relacionados. Os Capítulos 4 a 10 cobrem distúrbios classificados por sistema corporal, e o Capítulo 11 trata de
Situações Complexas Especiais, como altos riscos obstétricos e transplante de órgãos.
Cada capítulo específico sobre um sistema corporal inclui uma avaliação física geral, e diversos capítulos incluem planos de cuidados genéricos aplicáveis a pacientes com todos os processos de doença que afetam aquele
sistema corporal. Cada distúrbio inclui uma breve revisão da fisiopatologia, avaliação física, exames diagnósticos,
condutas colaborativas, diagnósticos aprovados pela NANDA-International (NANDA-I), intervenções de enfermagem, ensino ao paciente e a pessoas próximas, resultados esperados e considerações sobre o planejamento de
alta específico às doenças. Ícones gerontológicos (
) destacam o material relevante ao cuidado de idosos. Resultados esperados e intervenções de enfermagem baseiam-se nos sistemas de Classificação de Intervenções de
xvi
APRESENTAÇÃO
Enfermagem ( NIC ) e de Classificação dos Resultados de Enfermagem ( NOC ) da Universidade de Iowa, e estão destacados por todo o livro. As intervenções de enfermagem estão ligadas a diagnósticos de enfermagem, e os
resultados sugeridos incluem critérios de medida específicos para parâmetros físicos e o tempo estimado para a
consecução dos resultados esperados. As estimativas temporais são diretrizes, pois o tempo de resposta de cada
paciente tanto à doença quanto à intervenção é único e individual.
Para promover a clareza e a consistência ao longo do livro, são apresentados os valores normais para monitoração hemodinâmica e outras medidas. Todos os valores deverão ser individualizados para o estado de saúde
basal de cada paciente.
NOVIDADES NESTA EDIÇÃO
A 6a edição foi revisada extensivamente e reorganizada para refletir a forma como os enfermeiros clínicos conduzem o cuidado do paciente e para permitir o acesso ainda mais fácil às informações. As mudanças incluem:
●
Novas informações sobre segurança do paciente, transplante de órgãos, apoio emocional e espiritual ao paciente e a pessoas próximas, doença vascular periférica, terapia de reposição renal contínua, morte cerebral,
doenças neuromusculares, hiperglicemia e emergências oncológicas.
●
Diretrizes e recomendações atualizadas para ventilação mecânica, monitoração hemodinâmica e controle
da insuficiência cardíaca e respiratória, incluindo novos dispositivos mecânicos.
●
Um capítulo composto refletindo a evolução no controle da hiperglicemia e condições emergenciais
associadas.
●
Informações aprimoradas sobre equilíbrio ácido-base, asma aguda, queimaduras, sepse, choque
cardiogênico, dissecção aórtica e controle de delírios.
●
Avaliação física e planos de cuidados genéricos para distúrbios de cada sistema corporal.
●
Planos de cuidados colaborativos e de cuidados de enfermagem com intervenções e resultados prioritários
com base na Classificação de Resultados de Enfermagem (NOC).
●
Intervenções de reanimação cardiopulmonar apropriadas dentro da seção sobre Disritmias e Distúrbios de
Condução.
Esperamos que profissionais de cuidado crítico, estudantes e docentes concluam que a nova edição do Manual
de Enfermagem no CUIDADO CRÍTICO lhes proporciona um conhecimento rico e de fácil acesso a ser aplicado na
prática e na sala de aula.
AGRADECIMENTOS
Queremos agradecer a muitas pessoas que apoiaram o desenvolvimento desta obra. Somos particularmente gratas
ao tempo e ao trabalho de Laurie Sparks, Developmental Editor, e Jeff Somers. Agradecemos a orientação de
Maureen Iannuzzim, Editor, e Robin Levin Richman, Senior Developmental Editor. Somos gratos a todos os
colaboradores por seu trabalho intenso e sua atenção aos detalhes, bem como aos revisores cujos comentários
ajudaram a orientar nossas revisões. Todas as pessoas envolvidas são reconhecidas como importantes e valiosas
por si só. Tanto a perseverança quanto a paciência são características fundamentais inerentes a cada um dos participantes.
Estendemos nosso reconhecimento especial a Barbara McLean, por ter “ido um pouco mais além” para melhorar o conteúdo; a Phyllis Gordon e Cynthia Rebik Christensen por seu trabalho excelente ao criarem a nova
seção de Doença Vascular Periférica; Patricia Weiskittel por assumir várias seções adicionais; Elizabeth Scruth
pelo aprimoramento generalizado da seção de Choque Cardiogênico; Gretchen J. Carrougher, Shari Honari e
Carolyn Blayney pelo trabalho intensivo na seção de Queimaduras; e Vicki Good por criar a nova seção de Segurança do Paciente.
Marianne Saunorus e Susan Bethel
Agradeço o apoio de minha filha Rachel, de meu marido Thom e de minha mãe Irene Saunorus. Não teria conseguido sem vocês.
MSB
Agradeço o apoio de meu marido Terry e o esforço conjunto de minha equipe de autores dentro do Greenville
Health System. Vocês são o máximo!
SB
Sumário
1 Conceitos Gerais no Atendimento do
Doente Crítico, 1
Desequilíbrios Ácido-base, 1
Barbara McLean
Alterações na Consciência, 24
Alice Davis
Distúrbios de Líquidos e Eletrólítos, 37
Patricia Weiskittel
Monitoração Hemodinâmica, 75
Risa Benoit
Ventilação Mecânica, 99
Barbara McLean
Suporte Nutricional, 117
Adina Chaya Hirsch
Dor, 135
Laura Leigh Leary
Imobilidade Prolongada, 149
Joyce Warner
Sedação e Bloqueio Neuromuscular, 158
Paul E. Schmidt
Cuidado de Pele e Feridas, 166
Mary Ann Mullaney
2 Controlando o Ambiente de Cuidados
Críticos, 178
Bioterrorismo, 178
Cathie Osika Landreth
Infecções Emergentes, 187
Connie Steed
Apoio Emocional e Espiritual ao Paciente e a Pessoas
Próximas, 200
Marianne Saunorus Baird
Considerações Éticas em Cuidados Críticos, 215
Jenni Jordan Abel
Segurança do Paciente, 220
Vicki Good
3 Trauma, 235
Traumas Graves, 235
Cathie Osika Landreth
Traumatismos Abdominais, 245
Barbara McLean
Tamponamento Cardíaco Agudo, 257
Risa Benoit
Lesões Agudas da Medula Espinal, 264
Alice Davis
Queimaduras, 279
Gretchen J. Carrougher, Shari Honari, Carolyn Blayney
Síndrome Compartimental/Miosite Isquêmica, 301
Karen Zorn
Afogamento, 307
Cathie Osika Landreth
Fraturas Pélvicas, 312
Cathie Osika Landreth
Traumas Renais e no Trato Urinário Inferior, 317
Patricia Weiskittel
Traumas Torácicos, 325
Cathie Osika Landreth
Trauma Cranioencefálico, 331
Alice Davis
4 Transtornos Respiratórios, 352
Avaliação Respiratória: Geral, 352
Marianne Saunorus Baird
Exacerbação Aguda da Asma, 354
Marianne Saunorus Baird
Lesão Pulmonar Aguda e Síndrome de Angústia Respiratória
Aguda, 365
Barbara McLean
Pneumonia Aguda, 373
Marianne Saunorus Baird
Insuficiência Respiratória Aguda, 383
Barbara McLean
Pneumotórax, 388
Marianne Saunorus Baird
Embolia Pulmonar, 396
Marianne Saunorus Baird
Hipertensão Pulmonar, 409
Lynda Liles
5 Distúrbios Cardíacos e Vasculares, 418
Avaliação Cardiovascular: Geral, 418
Marianne Saunorus Baird
Insuficiência Cardíaca, 421
Lynda Liles
Síndromes Coronarianas Agudas, 434
Lynda Liles
Endocardite Infecciosa Aguda, 453
Cheryl Bittel
xviii
SUMÁRIO
Pericardite Aguda, 461
Cheryl Bittel
Aneurisma/Dissecção de Aorta, 467
Joni Dirks
Choque Cardiogênico, 472
Elizabeth Scruth
Cardiomiopatia, 482
Kathleen Halvey
Disritmias e Distúrbios de Condução, 492
Barbara Nickles
Emergências Hipertensivas, 531
A. Suzanne Cosby, Carey Freeland
Doença Vascular Periférica, 546
Phyllis Gordon, Cynthia Rebik Christensen
Doença Cardíaca Valvar, 566
Marianne Saunorus Baird
6 Insuficiência Renal, 583
Avaliação Geniturinária: Geral, 583
Marianne Saunorus Baird
Insuficiência Renal/Lesão Renal Aguda, 584
Patricia Weiskettel
Terapias de Reposição Renal Contínua, 603
Patricia Weiskettel
7 Distúrbios Neurológicos, 619
Avaliação Neurológica Geral, 619
Marianne Saunorus Baird
Morte Cerebral, 622
Marianne Saunorus Baird
Aneurisma Cerebral e Hemorragia Subaracnoide, 629
Susan Bethel
Cuidados com o Paciente após a Cirurgia Intracraniana, 638
Susan Bethel
Meningite, 644
Alice Davis
Distúrbios Neurodegenerativos e Neuromusculares, 652
Marianne Saunorus Baird
Estado Epilético, 668
Mimi Callanan
AVC: Isquêmico Agudo e Hemorrágico, 674
Marianne Saunorus Baird
8 Desordens Endócrinas, 695
Avaliação Endócrina, 695
Marianne Saunorus Baird
Insuficiência Adrenal Aguda (Crise Adrenal), 696
Barbara McLean
Diabetes Insipidus, 703
Marianne Saunorus Baird
Hiperglicemia, 711
Marianne Saunorus Baird
Coma Mixedematoso, 725
Barbara McLean
Síndrome de Secreção Inapropiada de Hormônio Antidiurético,
734
Marianne Saunorus Baird
Crise Tireotóxica (Tempestade Tireoidiana), 740
Barbara McLean
9 Alterações Gastrintestinais, 750
Avaliação Gastrintestinal: Geral, 750
Marianne Saunorus Baird
Sangramento Gastrintestinal Agudo, 751
Beverly George-Gay
Pancreatite Aguda, 762
Beverly George-Gay
Fístula Enterocutânea, 778
Beverly George-Gay
Insuficiência Hepática, 785
Patrice C. Al-Saden
Peritonite, 805
Beverly George-Gay
10 Doenças Hematológicas/
Imunológicas, 816
Avaliação Hematológica: Geral, 816
Marianne Saunorus Baird
Choque Anafilático, 817
Marianne Saunorus Baird
Anemia Profunda e Crise Hemolítica, 826
Alice Keber
Sangramento e Doenças Trombóticas, 837
Alice Keber
11 Situações Complexas Especiais, 861
Hipertensão Abdominal e Síndrome Compartimental Abdominal,
861
Barbara McLean
Overdose por Drogas, 868
Paul E. Schmidt
Altos Riscos Obstétricos, 882
Laura Barrett
Emergências Oncológicas, 893
Alice Kerber
Transplante de Órgãos, 906
Cheryl Bittel
Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS), Sepse,
Choque Séptico e Síndrome da Disfunção de Múltiplos
Órgãos (SDMO), 924
Barbara McLean
SUMÁRIO
Apêndices
1 Sons Cardíacos e Respiratórios, 940
2 Escala de Coma de Glasgow, 945
3 Nervos Cranianos: Avaliação e Disfunções, 946
4 Principais Reflexos Tendinosos Profundos (Estiramento
Muscular), 948
5 Principais Reflexos Superficiais (Cutâneos), 949
6 Infusão de Medicamentos Inotrópicos e Vasoativos, 950
7 Exemplo de Técnica de Relaxamento, 952
8 Abreviações Usadas neste Manual, 953
Documentação de Mudanças na
Avaliação, 958
Índice, 961
xix
CAPÍTULO
4
Transtornos Respiratórios
Avaliação Respiratória: Geral, 352
Exacerbação Aguda da Asma, 354
Lesão Pulmonar Aguda e Síndrome de
Angústia Respiratória Aguda, 365
Pneumonia Aguda, 373
Insuficiência Respiratória Aguda, 383
Pneumotórax, 388
Embolia Pulmonar, 396
Hipertensão Pulmonar, 409
AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA: GERAL
OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DO SISTEMA
Avaliar quanto a padrões respiratórios ineficazes, alteração das trocas gasosas e obstrução das vias aéreas.
AVALIAÇÃO DOS SINAIS VITAIS
●
●
●
Frequência respiratória (FR) e profundidade da respiração para se avaliar quanto à taquipneia, bradipneia e
ao trabalho respiratório
Oximetria de pulso para ajudar a identificar leituras baixas refletindo alterações nas trocas gasosas
Frequência cardíaca (FC) para avaliar quanto à taquicardia ou bradicardia; geralmente associadas a
alterações da frequência respiratória
OXIMETRIA DE PULSO CONTÍNUA (MONITORAMENTO DA SpO2)
●
●
●
●
Avaliar quanto a alterações ocorridas com o tempo e/ou desde a última leitura registrada. Os resultados
devem ser correlacionados às leituras da saturação arterial de oxigênio (SaO2) derivadas dos gases arteriais.
A precisão da oximetria de pulso depende da presença de um pulso adequado na área em que foi aplicado o
aparelho de medida.
Assegure que as leituras sejam efetuadas usando um aparelho apropriado colocado no local anatômico com
o melhor pulso e com o mínimo de interferência. Estão disponíveis aparelhos para os dedos, a fronte ou o
lóbulo da orelha.
As leituras devem ser correlacionadas a achados da avaliação física e podem permanecer normais apesar de
sinais de deterioração iminente. Achados da avaliação física como o uso de músculos acessórios ou a
presença de taquipneia são indicativos de dificuldade respiratória, mas podem não se refletir numa
alteração na SpO2. Se uma quantidade crescente de oxigênio (O2) for necessária para a manutenção da
SpO2, isso também é indicativo de deterioração iminente no paciente.
OBSERVAÇÃO
●
●
●
Avaliar quanto ao uso de músculos acessórios, dispneia e sensação de falta de ar .
Assegurar que o paciente seja avaliado quanto à presença de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
antes de aplicar a terapia por O2, de forma que o fluxo de oxigênio (litros) seja determinado para evitar
prejuízo respiratório.
Avaliar a cor da face e dos lábios quanto a uma palidez ou cianose indicativa de hipoxemia.
AUSCULTA
●
●
Auscultar os sons respiratórios para avaliar quanto à presença de ruídos adventícios como reflexo de fatores
que contribuem para a dificuldade respiratória, incluindo aqueles relacionados tanto às obstruções das vias
aéreas como a alterações das trocas gasosas.
Ruídos adventícios: estertores, indicativos de líquido nos alvéolos, bolhas (roncos), indicativas de secreções
nos bronquíolos, sibilos (inflamação), estridor inspiratório (estreitamento das vias aéreas devido a uma
352
Avaliação Respiratória: Geral 353
AVALIAÇÃO DE TRIAGEM POR EXAMES LABORATORIAIS
●
A análise dos gases arteriais pode revelar aumentos ou diminuições no pH; nos níveis de O2, saturação de
O2, CO2 e bicarbonato; excesso de base ou déficit de base indicativo de uma comprensação da insuficiência
respiratória; hiperpneia/taquipneia; e distúrbios metabólicos afetando os padrões respiratórios. A análise
dos gases sanguíneos pode ser efetuada usando-se sangue arterial ou amostras de sangue venoso misto. As
amostras de sangue venoso misto podem ser obtidas unicamente com o uso de um cateter arterial pulmonar
e podem ser utilizadas para se calcular a eficácia tanto do aporte de O2 como do consumo deste. Os gases
arteriais não podem ser usados para se calcular o consumo de O2.
PLANO DE CUIDADOS: ABORDAGENS GERAIS À DIFICULDADE RESPIRATÓRIA
Alteração da ventilação espontânea com ou sem alteração das trocas gasosas
OBJETIVOS/RESULTADOS Dentro de 12 a 24 horas do tratamento o paciente apresenta trocas gasosas adequadas, refletidas por uma
PaO2 acima de 80 mm Hg, PaCO2 de 35 a 45 mm Hg, pH de 7,35 a 7,45, presença de sons respiratórios normais e ausência de ruídos
adventícios. A FR é de 12 a 20 incursões respiratórias/min, com padrão e profundidade normais ou de retorno ao nível basal normal.
NOC Estado Respiratório: Ventilação, Condição dos Sinais Vitais, Estado Respiratório: Trocas Gasosas, Comportamento de Controle dos
Sintomas, Nível de Conforto, Tolerância
Assistência à Ventilação
1. Avaliar quanto à permeabilidade das vias aéreas; na presença de ronco, estridor ou respirações laboriosas, indicativos de obstrução
parcial ou completa das vias aéreas, abrir a via aérea usando a manobra de elevação do queixo ou a manobra de tração mandibular.
2. Inserir uma via aérea oral se o paciente ficar inconsciente e não conseguir manter permeável a via aérea; usar uma via aérea
nasofaríngea se o paciente estiver consciente para evitar vômitos. Paciente pode necessitar de entubação endotraqueal no caso de uma
dificuldade muito grave.
3. Posicionar o paciente de modo a aliviar a dispneia e a assegurar a ventilação máxima; geralmente sentado numa posição ereta, a não
ser que esteja presente uma hipotensão grave.
4. Monitorar as alterações na oxigenação após a mudança de posição: Spo2, Svo2, SvVO2, CO2 exalado, níveis de A-aDo2 e gases
arteriais.
5. Eliminar as secreções das vias aéreas fazendo o paciente tossir vigorosamente ou através de aspiração nasotraqueal, orofaríngea ou no
tubo endotraqueal, conforme o necessário.
6. Fazer o paciente ventilar lentamente ou ventilar manualmente com o ressuscitador manual ou um dispositivo de bolsa-válvula-máscara
lenta e profundamente entre as tentativas de tosse ou aspiração.
7. Auxiliar no uso do espirômetro de incentivo quando apropriado.
8. Virar o paciente a cada duas horas caso ele esteja imóvel. Encorajar o paciente a se virar sozinho, ou a sair da cama tanto quanto
tolerar, se ele for capaz de fazer isso.
9. Administrar medicações mucolíticas e broncodilatadoras por via oral, intravenosa ou por inalador, aerossol ou nebulizador, conforme o
prescrito, para ajudar a fluidificar as secreções e a relaxar os músculos das vias aéreas inferiores.
10. Proporcionar fisioterapia torácica quando apropriado, caso os outros métodos de remoção de secreções se mostrem ineficazes.
Oxigenoterapia
1. Assegurar que seja fornecida umidade ao usar O2 ou um dispositivo de pressão positiva nas vias aéreas em nível duplo (BiPAP) por
mais de 12 horas para ajudar a fluidificar as secreções.
2. Administrar O2 suplementar usando o fluxômetro e um dispositivo em balão quando prescrito.
3. Proibir que o paciente e suas visitas fumem enquanto o O2 estiver sendo usado.
4. Documentar a oximetria de pulso e o fluxo de oxigênio por ocasião da leitura conforme a prescrição. O oxigênio é uma droga; a dose
da droga deve estar associada à saturação de O2, ou a sua leitura não faz nenhum sentido.
5. Obter os gases arteriais se o paciente apresentar alterações de comportamento ou dificuldade respiratória para verificar quanto a
hipoxia ou hipercapnia.
6. Monitorar quanto à hipoventilação, especialmente em pacientes com DPOC.
7. Monitorar quanto a alterações indicativas de toxicidade por O2 em pacientes recebendo concentrações mais altas de O2 (FiO2 maior que
45%) por mais de 24 horas. As alterações vão se evidenciar na radiografia de tórax e nos sons respiratórios. Pode estar presente uma
atelectasia por absorção. Quanto mais alta for a concentração de O2, maior é a chance de toxicidade.
Avaliação Respiratória: Geral
●
inflamação maciça ou à obstrução por secreções ou por corpos estranhos) ou ruído de fricção pleural
(inflamação).
Os pulmões devem ser auscultados anterior e posteriormente em todos os três lobos do pulmão direito, nos
dois lobos do pulmão esquerdo, sobre os brônquios principais direito e esquerdo e sobre a traqueia.
354
TRANSTORNOS RESPIRATÓRIOS
8. Monitorar quanto à ruptura da pele em pontos em que os dispositivos de O2 estiverem em contato com a pele, como nas narinas, em
torno dos ouvidos e em torno das bordas de dispositivos em máscara.
9. Administrar O2 terapia durante o transporte e quando o paciente se levantar da cama.
10. Se o paciente não conseguir manter a leitura da SpO2 acima de 88% sem O2, consultar o profissional/terapeuta de cuidado
respiratório e o médico quanto à necessidade de oxigenoterapia domiciliar.
Monitoramento Respiratório
1. Monitorar a frequência, o ritmo e a profundidade da respiração.
2. Observe o movimento do tórax quanto à simetria da expansão torácica e a sinais de aumento do trabalho respiratório, como uso de
músculos acessórios ou retração de músculos intercostais ou dos supraclaviculares. Considerar o uso de ventilação não invasiva com
pressão positiva para impedir falência respiratória.
3. Monitorar quanto a roncos, tosse e possivelmente respirações do tipo de sufocação, caso os pacientes apresentem um rebaixamento
do nível de consciência, para avaliar se a via aérea foi obstruída pela língua.
4. Monitorar quanto a novos padrões respiratórios que dificultem a ventilação, que podem tornar necessário um tratamento agressivo
num contexto específico altamente especializado.
5. Certificar-se de que a traqueia permanece na linha média, pois o desvio da mesma pode indicar que o paciente apresenta um
pneumotórax hipertensivo.
6. Auscultar os sons respiratórios antes e depois da administração de medicações respiratórias para avaliar quanto a melhoras.
7. Avaliar as alterações na saturação arterial de O2 (SaO2), oximetria de pulso (SpO2), CO2 exalado (ETCO2), ScVO2 e nos gases arteriais
quando apropriado.
8. Monitorar quanto a dispneia e observar atividades/eventos causais.
9. Se ocorrer uma inquietação aumentada ou uma sonolência fora do comum, avaliar o paciente quanto à hipoxemia e hipercapnia
quando apropriado.
10. Monitorar os relatórios das radiografias de tórax quando novas imagens estiverem disponíveis.
NIC Intensificação da Tosse, Controle do Equilíbrio Ácido-base, Ventilação Mecânica, Tratamento por Via Aérea Artificial, Manutenção da
Saúde Oral
EXACERBAÇÃO AGUDA DA ASMA
FISIOPATOLOGIA
O problema da asma afeta mais de 22 milhões de pessoas nos Estados Unidos, incluindo 6 milhões de crianças, o
que a torna uma das doenças da infância mais comuns. A asma manifesta sintomas recorrentes variáveis, relacionados à limitação do fluxo de ar decorrente da inflamação crônica das vias aéreas. Os músculos lisos bronquiolares
apresentam uma broncoconstricção excessivamente ativa e hiper-responsividade a estímulos internos e ambientais. A obstrução do fluxo de ar é total ou parcialmente reversível, mas com a evolução da doença, a inflamação
crônica das vias aéreas causa edema, muco e finalmente tampões de muco, o que diminui ainda mais o fluxo de
ar. Ocorrem finalmente alterações irreversíveis na estrutura das vias aéreas, incluindo fibrose, hipertrofia muscular lisa, hipersecreção de muco, lesão das células epiteliais e angiogênese. As pessoas asmáticas acabam por apresentar “sequestros” de ar (retenção excessiva ou aprisionamento de ar nos pulmões após a expiração), aumento
da capacidade funcional residual e diminuição da capacidade vital forçada. Vários tipos de células e de elementos
celulares são afetados, incluindo mastócitos, células epiteliais, linfócitos T, macrófagos, eosinófilos e neutrófilos,
que, quando deflagrados, podem motivar exacerbações por vezes súbitas e fatais de tosse, sibilos, aperto no tórax
e falta de ar.
As exacerbações da asma com risco de vida para o indivíduo decorrem da contração dos músculos lisos
brônquicos (broncoespasmo), inflamação brônquica ocasionando edema das vias aéreas e tampões de
muco. Quando um episódio de broncoespasmo (estreitamento crítico das vias aéreas) não é revertido depois de 24 horas de doses máximas de agonistas β2-adrenérgicos de ação curta (ABAC) por inalação tradicionais, como albuterol ou levalbuterol, β2-agonistas sistêmicos injetados, como epinefrina, anticolinérgicos
inalados como ipratrópio e a terapia esteroide sistêmica com prednisona, prednisolona ou metilprednisolona,
o paciente refratário pode ser diagnosticado como apresentando um estado do mal asmático. Os deflagradores
comuns de exacerbações de asma incluem infecções do trato respiratório, alérgenos (transmitidos pelo ar ou
ingeridos), poluentes do ar, fumaça e irritantes físicos (p. ex., ar frio, exercício). Ataques de ansiedade ou de
“pânico” e o uso de drogas bloqueadoras β-adrenérgicas e de drogas anti-inflamatórias não esteroidais
(DAINE) podem predispor os pacientes à ocorrência ou à exacerbação de uma asma grave.
Exacerbação Aguda da Asma 355
AVALIAÇÃO
Objetivo da Avaliação do Sistema
●
●
●
Avaliar quanto a padrões respiratórios ineficazes, prejuízo das trocas gasosas e obstrução das vias aéreas.
Determinar o regime de tratamento anterior do paciente: classificar a “etapa” do tratamento que foi
necessária para o controle dos sintomas; o paciente pode ter de passar para uma próxima etapa do
tratamento para manter o controle.
Classificar a gravidade da exacerbação: esta deve ser determinada após a avaliação inicial e os testes
diagnósticos.
História e Fatores de Risco
Em Relação à Asma
●
Sintomas de asma: Tosse (especialmente quando pior à noite), sibilos, dificuldade respiratória recorrente,
aperto recorrente no tórax
●
História familiar: Pacientes com história familiar ou apresentando uma doença atópica têm maior risco
de asma.
●
Desencadeantes comuns: Os sintomas se agravam com infecções respiratórias viróticas, alérgenos
ambientais transportados pelo ar, irritantes na casa (mofo, fungos, fogão a lenha, baratas, ácaro
doméstico, pelos de animais, carpetes colocados sobre concreto), perturbação emocional recente,
exercícios agressivos, medo, frustração, alimentos, novas medicações, mudanças no clima
(especialmente a exposição ao ar frio), compostos químicos ou alérgenos ambientais e alterações
hormonais (ciclo menstrual).
●
Comorbidades: Sinusite, rinite, doença de refluxo gastroesofágico (DRGE), apneia do sono (AS),
aspergilose brocopulmonar alérgica (ABPA)
Em Relação às Exacerbação da Asma
1. Classificar a gravidade da asma: Intermitente (tratamento etapa 1) ou persistente: leve, moderada, grave
(tratamentos etapas 2, 3, 4, 5 e 6); as etapas diferem para crianças com menos de cinco anos, crianças entre
cinco e 12 anos e adultos.
2. Classificar a gravidade da exacerbação: Leve a grave ou acarretando risco de vida para o indivíduo
3. Avaliar o controle: Determinar se o padrão das exacerbações anteriores é inerente ao episódio atual.
4. Aderência/capacidade de controle: Avaliar o conhecimento e a capacidade de autocontrole do paciente.
5. Identificar fatores precipitantes: Situação: exposição no domicílio, no trabalho, na creche ou na escola a
alérgenos ou irritantes inalatórios; horário, estação ou época do ano, relação dos sintomas com as refeições;
deterioração em outras condições de saúde ou na menstruação
6. Identificar comorbidades que possam dificultar o tratamento da asma (p. ex., sinusite, rinite, DRGE, AS,
obesidade, estresse ou depressão).
7. Cirurgia: Os pacientes asmáticos têm um alto risco de exacerbações após entubação endotraqueal, anestesia
geral e a ventilação administrada durante procedimentos cirúrgicos ou outros procedimentos invasivos. A
tosse alterada, a hipoxemia e a hipercapnia podem desencadear exacerbações.
Exacerbação Aguda da Asma
Foram reconhecidos vários padrões clínicos para a ocorrência de uma exacerbação de asma. Um “ataque” pode ocorrer subitamente (em algumas horas) ou pode levar alguns dias para atingir um nível crítico
de obstrução das vias aéreas. A manifestação inicial gradual, mais comum, se evidencia por sintomas progressivamente crescentes de produção de escarro, tosse, sibilos e dispneia. Com o aumento do aprisionamento de ar após a expiração, a hiperinsuflação do pulmão acarreta um incremento do trabalho respiratório. As expirações rápidas aumentam a perda insensível de água pelo vapor d’água expirado e a diaforese.
A ingestão oral pode estar diminuída, contribuindo para a hipovolemia. Sem uma ingestão oral adequada
para promover a hidratação, o muco se torna espesso e começa a obstruir as vias aéreas. Os bronquíolos
terminais podem ser inteiramente ocluídos pelo edema da mucosa e as secreções persistentes. Há uma
discrepância na ventilação-perfusão ou shunt (derivação) quando alvéolos insuficientemente ventilados
continuam a ser perfundidos, o que leva à hipoxemia. A taquicardia é um mecanismo compensatório inicial para aumentar o aporte de O2 às células corporais, mas ela aumenta a demanda de O2 do miocárdio. As
necessidades de oxigênio e o trabalho respiratório aumentam, ocasionando insuficiência respiratória, hipercapnia e parada respiratória se o quadro não for tratado de maneira rápida e apropriada.
356
TRANSTORNOS RESPIRATÓRIOS
Espirometria ou Fluxo Expiratório Máximo
●
●
●
●
Fluxo expiratório máximo (FEM): Medida da frequência ou da força da expiração; aqueles com respiração mais
fácil vão ter valores mais altos que aqueles em dificuldades. Um fluxômetro de pico é usado em pacientes no
domicílio para se avaliar o controle da asma. Os indivíduos com asma mais grave podem ter dificuldade em
discernir o agravamento dos sintomas e podem usar o FEM várias vezes ao dia para avaliar a proporção de
diminuição da expiração.
Avaliar o grau de obstrução e reversibilidade em pacientes com idade acima de 5 anos.
A espirometria é essencial para o estabelecimento do diagnóstico de asma. As percepções dos pacientes
relacionadas à obstrução das vias aéreas são muito variáveis. A espirometria ou o FEM constitui uma
medida objetiva para ajudar a classificar a gravidade da exacerbação.
Uma redução para menos de 40% do valor predito indica uma exacerbação grave; a redução para menos de
25% do valor predito indica risco de vida para o indivíduo.
Sinais Vitais (da Exacerbação da Asma Grave ao Risco de Vida para o Indivíduo)
●
●
●
●
Presença de febre: A elevação da temperatura ajuda a discernir se a condição do paciente está relacionada a
um micróbio (febre) versus um alérgeno (afebril).
Oximetria de pulso: A saturação de oxigênio está diminuída em relação ao valor basal do paciente.
Taquicardia (FC acima de 140 bpm) e taquipneia (FR acima de 40 incursões respiratórias/min)
Pode estar presente uma hipotensão; a hipotensão é exacerbada pela desidratação subjacente,
frequentemente presente em pacientes com asma grave.
Observação
●
●
●
●
●
●
●
●
●
Ataques graves tornam o paciente incapaz de falar devido à falta de ar.
Uso de músculos acessórios; fatigado, com ou sem diaforese
Face, lábios ou leitos ungueais com coloração cinza/pálida ou cinza/azulada
Expansão torácica pode estar diminuída ou limitada.
Alteração do nível de consciência (confusão mental, desorientação, agitação)
A agitação se associa mais comumente à hipoxemia, enquanto que a sonolência se associa à hipercapnia
(nível de CO2 elevado)
Tosse frequente
Secreções nasais aumentadas, tumefação da mucosa, pólipos nasais
Fase de expiração forçada prolongada
Ausculta
●
●
●
Sons respiratórios brônquicos sibilantes; sibilos à inspiração são mais indicativos de um estreitamento
agudo das vias aéreas, enquanto sibilos à expiração são mais comuns.
Sibilos durante a respiração normal são mais comuns.
O tórax pode estar praticamente silencioso se houver uma obstrução grave ao fluxo de ar.
Palpação
●
●
Apalpar para avaliar a expansão torácica; o tórax pode estar hiperinsuflado ou pode estar assimétrico; a
expansão torácica pode estar diminuída durante a inspiração.
Pode estar presente um frêmito tátil diminuído.
Percussão
●
Pode revelar hiper-ressonância (pneumotórax) como complicação da asma.
Exames Laboratoriais para Avaliação de Triagem
●
●
Hemograma completo (Hemograma completo com contagem diferencial de leucócitos): Avaliar quanto a elevações
dos leucócitos indicativas de uma inflamação crônica devido à resposta alérgica e à infecção, incluindo a
presença de eosinófilos, neutrófilos e células mononucleares
Análise dos gases arteriais: Avalia quanto a hipoxemia e hipercapnia
Exacerbação Aguda da Asma 357
RESUMO DE PESQUISA 4-1
De Etminan M, Sadatsafavi M, Jafari S, et al: Acetaminophen use and the risk of asthma in children and adults. Chest
136(5): 1316-1323, 2009.
Alerta de Segurança
Pacientes com sibilos graves que não sejam diagnosticados como portadores de asma devem
ser avaliados quanto a outras causas de obstrução das vias aéreas superiores e de “asma cardíaca.” Pacientes
com insuficiência ventricular esquerda podem apresentar sibilos, caso o líquido intersticial aumente a ponto de
comprimir os bronquíolos ou o edema intersticial pulmonar seja grave o suficiente para causar um
broncoespasmo. Sons respiratórios assimétricos ou dores torácicas podem indicar que o paciente apresenta um
pneumotórax. O estridor pode indicar que o paciente apresenta uma emergência respiratória iminente versus
uma respiração ofegante e ruidosa, que pode estar presente independentemente da situação em asmáticos
insuficientemente controlados. O estridor é visto comumente em casos de estreitamento agudo das vias aéreas
relacionado a uma reação alérgica aguda ou anafi laxia.
Exames Diagnósticos para Exacerbação Aguda da Asma
Teste
Finalidade
Análise dos gases Avalia quanto a trocas gasosas anormais ou compensação
arteriais
de distúrbios metabólicos. A PaO2 se encontra inicialmente
normal, diminuindo então com o agravamento da
discrepância ventilação-perfusão. Uma PaO2 normal num
paciente de asma em dificuldade respiratória pode indicar a
fadiga respiratória, que causa um padrão respiratório
progressivamente ineficaz, que também pode levar à parada
respiratória. A avaliação da oxigenação difere da avaliação
do equilíbrio ácido-base, em que o valor da PCO2 é usado
como o sinal característico da insuficiência respiratória
induzida por acidose.
Hemograma
completo com
contagem
diferencial de
leucócitos
Achados Anormais
Alterações do pH: A acidose pode refletir insuficiência
respiratória; a alcalose pode refletir a taquipneia.
Dióxido de carbono: O CO2 elevado reflete a
insuficiência respiratória; um CO2 diminuído reflete a
taquipneia; aumento pregressivo da PCO2 indica uma
situação de alerta, por assinalar uma hipoventilação
grave, que pode ocasionar a parada respiratória.
Hipoxemia: PaO2 abaixo de 80 mm Hg
Saturação de oxigênio: SaO2 abaixo de 92%
Bicarbonato: HCO3 abaixo de 22 meq/L
Déficit de Base: abaixo de − 2
A contagem diferencial de leucócitos avalia a potência da
Eosinófilos: aumentados em pacientes que não estão
resposta do sistema imune ao deflagrador da exacerbação e recebendo corticosteroides; indicativos da magnitude
a presença de infecção.
da resposta inflamatória.
Contagem de leucócitos aumentada: um número
acima de 11.000/mm3 é visto nas pneumonias
bacterianas. Os leucócitos podem estar aumentados
pela asma na ausência de infecção. O Hematócrito
(Hct): pode aumentar por hipovolemia e
hemoconcentração.
Continua
Exacerbação Aguda da Asma
Uma série de estudos com resultados conflitantes identificou a possibilidade de um risco aumentado de
asma em associação ao uso de acetaminofeno. Os pesquisadores investigaram todos os principais bancos
de dados médicos para identificar todos os ensaios clínicos e estudos de observação relacionados a essa
correlação desde 1966. Os resultados revelaram 13 estudos em corte transversal, quatro estudos de coorte
e dois estudos de casos-controle, num total de 425.140 indivíduos. A “razão de chance” (RC) – Odds Rattio acumulada para asma entre os indivíduos em uso de acetaminofeno foi de 1,63. O risco de asma na
infância entre os usuários de acetaminofeno durante o ano anterior ao diagnóstico de asma e no primeiro
ano de vida estava elevado (RC: 1,60 e 1,47, respectivamente). Somente um estudo relatou a associação
entre dose alta de acetaminofeno e asma em crianças. O risco de asma e sibilos aumentou ao uso prénatal de acetaminofeno (RC: 1,28 e 1,50, respectivamente). Os resultados foram consistentes com um
risco aumentado de asma e sibilos tanto em crianças como em adultos expostos a acetaminofeno. Estudos
futuros são necessários para se confirmar a correlação..
358
TRANSTORNOS RESPIRATÓRIOS
Exames Diagnósticos para Exacerbação Aguda da Asma — cont.
Teste
Finalidade
Achados Anormais
Testes da função
pulmonar (TFP)/
espirometria
O sinal típico da asma é uma diminuição do VEF1
(volume expiratório forçado no primeiro segundo)/
CVF (capacidade vital forçada). Se a frequência
do FEM não melhorar com os tratamentos
broncodilatadores inalados agressivos iniciais, a
morbidade aumenta.
Volume expiratório forçado (VEF): diminuído
durante episódios agudos; quando abaixo de 0,7,
vias aéreas estreitadas impedem a expiração
vigorosa do volume inspirado (Tabela 4-1).
Razão de fluxo expiratório máximo (FEM):
um fluxo abaixo de 100-125 L/min num adulto
de tamanho normal indica uma obstrução grave do
fluxo de ar.
Oximetria de pulso
(SpO2)
Tecnologia não invasiva que mede a saturação
de oxigênio do sangue arterial de maneira
intermitente ou contínua usando um aparelho
colocado no dedo ou na orelha do paciente. Ao se
usar a oximetria de pulso, é útil obter-se valores dos
gases arteriais para se comparar a saturação de
oxigênio e avaliar a PaO2, a PacO2 e o pH.
SpO2 normal: mais de 95%. A correlação da SpO2
à SaO2 (saturação arterial) está dentro dos 2%
quando a SaO2 está acima de 50%. A temperatura,
o pH, a PacO2, anemia e o estado hemodinâmico
podem reduzir a precisão de medidas da oximetria
de pulso. A presença de outras formas de Hgb no
sangue (carboxi-hemoglobina ou metemoglobina)
pode produzir leituras falsamente altas.
Estudos sorológicos
Títulos agudos e convalescentes são obtidos para
se diagnosticar uma infecção virótica.
Títulos de anticorpos aumentados: um sinal positivo
de uma infecção virótica.
Radiografia de tórax
Avalia a gravidade da retenção anormal de ar nos
pulmões após a expiração; também é útil para se
afastar outras causas de insuficiência respiratória
(p. ex., aspiração de corpos estranhos, edema
pulmonar, embolia pulmonar, pneumonia).
Os raios X mostram geralmente a
hiperisunflação pulmonar causada pelos sequestros
de ar e um diafragma achatado relacionado ao
volume intratorácico aumentado.
ECG (eletrocardiograma) Avalia quanto às disritmias associadas à resposta ao
de 12 derivações
estresse e às medicações para asma.
Taquicardia sinusal: indicador basal importante;
o uso de alguns broncodilatadores (p. ex.,
metaproterenol) pode produzir efeitos estimulantes
cardíacos e disritmias.
Coloração pelo Gram,
cultura e antibiograma
do escarro
A cultura e o antibiograma podem mostrar
micro-organismos se uma infecção for o evento
precipitante.
Os espécimes mais confiáveis são obtidos por
lavagem broncoalveolar (LBA) durante a
broncoscopia ou pelo uso de um cateter telescópico
protegido (míni ou usando a LBA) para se diminuir o
risco de contaminação pela flora oral.
O exame macroscópico pode mostrar um aumento
da viscosidade ou efetivos tampões mucosos.
Coloração Gram positiva: indica a presença de um
micro-organismo.
Cultura: identifica o micro-organismo.
Antibiograma: reflete a eficácia das drogas sobre um
micro-organismo identificado.
Broncoscopia diagnóstica
por aparelho de fibra
óptica usando EPE
(escova protegida para
espécimes) e LBA
Obtém espécimes durante uma broncoscopia
simples sem contaminar o aspirado; técnica
modificada (míni-LBA) também é eficaz sem a
necessidade de uma broncoscopia completa.
Coloração Gram positiva: indica a presença de um
micro-organismo.
Cultura: identifica o organismo.
Antibiograma: Reflete a eficácia das drogas sobre
um organismo identificado.
Nível sérico de teofilina
Indicador basal importante em pacientes que
fazem uso de teofilina regularmente; o nível
terapêutico está próximo do nível tóxico. Se for
administrada teofilina adicional, níveis seriados
devem ser medidos nas primeiras 12-24h do
tratamento e diariamente daí em diante. Os
pacientes são monitorados quanto a efeitos colaterais
(p. ex., náuseas, nervosismo, disritmias).
A faixa terapêutica aceitável é de 10-20 mcg/ml.
Há poucas evidências que apoiam o benefício
clínico da associação de teofilina às drogas
bloqueadoras β-adrenérgicas e esteroides em
pacientes com asma aguda grave que ainda não
utilizavam teofilina regularmente
Exacerbação Aguda da Asma 359
CONDUTAS COLABORATIVAS
O objetivo do tratamento da asma é controlar a doença usando uma abordagem das terapias por
etapas. O controle ideal é obtido quando os pacientes ficam livres de sintomas diurnos, não acordam
com falta de ar ou tossindo à noite, têm pouca ou nenhuma limitação de suas atividades, não usam
regularmente medicações de socorro, não apresentam exacerbações e mantêm um volume expiratório forçado em um segundo (VEF1) e/ou uma razão de fluxo expiratório máximo (RFEM) acima de
80% do valor predito. Quando a prevenção não é eficaz, o potencial de insuficiência respiratória
acarretando risco de vida para o indivíduo é alto nas exacerbações que não respondam ao tratamento
na primeira hora. O tratamento é dirigido à diminuição do broncoespasmo e ao aumento da ventilação. Outras intervenções são dirigidas ao tratamento das complicações (Tabela 4-1).
1. Determinação da gravidade da exacerbação da asma:
a. Aguda grave: A RFEM está abaixo de 40% do nível normal ou do melhor pessoal num paciente
que é incapaz de dizer uma frase completa num só fôlego, com FR acima de 25 incursões
respiratórias/min e FC acima de 110 bpm.
b. Com risco de vida: Num paciente com asma grave, a RFEM está abaixo de 25% do nível normal
ou do melhor pessoal, SpO2 abaixo de 92%, PaO2 menor que 80 mm Hg; PcO2 35 a 45 mm Hg,
tórax silencioso, esforço respiratório fraco, exaustão, cianose, bradicardia, hipotensão,
disritmias, confusão mental, coma.
c. Quase fatal: PcO2 acima de 45 mm Hg e/ou necessitando de ventilação mecânica usando uma
pressão positiva aumentada para superar as pressões inspiratórias; paciente apresenta também
outros achados da exacerbação com risco de vida para o indivíduo.
2. Oxigenoterapia: Os pacientes apresentam uma hipoxia severa e podem tolerar doses altas de
O2 (FiO2), a não ser que retenham CO2 e respirem por pulsão hipóxica. Muitos asmáticos
conseguem tolerar um alto fluxo de O2, ao contrário daqueles portadores de outras doenças
pulmonares obstrutivas, que não são capazes disso. A dose de oxigênio deve ser limitada em
pacientes não entubados, pacientes ventilados mecanicamente, que respiram por pulsão
hipóxica para evitar a hipoventilação e a parada respiratória. A terapia com O2 umidificado é
Tabela 4-1
TESTES DE FUNÇÃO PULMONAR NAS EXACERBAÇÕES DA ASMA
Teste
Descrição
Valores Normais
Valores nas Exacerbações
VEF1
Volume expiratório
forçado
(1 segundo)
Volume de gás exalado
no primeiro segundo de
expiração integral, medido
pela CVF
≥ 75% do normal
predito
Grave: menos de 40% do predito ou do melhor de cada indivíduo
Com risco de vida para o paciente: menos
que 25% do predito ou do melhor de cada
indivíduo
Diminui devido ao estreitamento das vias
aéreas, que são resistentes à passagem de
ar durante a expiração
CVF
Capacidade vital
forçada
Quantidade total de gás
exalada o mais vigorosa e
rapidamente possível após
uma inspiração máxima
≥ 80% do normal
predito
Em exacerbações graves ou com risco
de vida para o paciente, diminuída devido
a retenção anormal de ar nos pulmões após
a expiração
FEF
Fluxo expiratório
forçado
Taxa média do fluxo
durante metade da
manobra de VEF1; uma
estimativa precisa da
resistência das vias aéreas
≥ 80% do normal
predito
Diminuído devido à obstrução dos
bronquíolos; pode voltar ao normal após
a inalação de um broncodilatador do tipo
aerossol
RFEM ou FEM
Razão de fluxo
expiratório máximo
Razão máxima de fluxo de
ar durante a CVF
< 100-125 L/min num
adulto de tamanho
normal indica uma
obstrução grave ao
fluxo de ar.
Diminuída devido à obstrução dos
bronquíolos; pode retornar ao normal
após a inalação de um broncodilatador
do tipo aerossol
Exacerbação Aguda da Asma
Cuidados Prioritários
CAPÍTULO
5
Distúrbios Cardíacos e
Vasculares
Avaliação Cardiovascular: Geral, 418
Insuficiência Cardíaca, 421
Síndromes Coronarianas Agudas, 434
Endocardite Infecciosa Aguda, 453
Pericardite Aguda, 461
Aneurisma/Dissecção de Aorta, 467
Choque Cardiogênico, 472
Cardiomiopatia, 482
Arritmias e Distúrbios de Condução, 492
Emergências Hipertensivas, 531
Doença Vascular Periférica, 546
Doença Cardíaca Valvae, 566
AVALIAÇÃO CARDIOVASCULAR: GERAL
Objetivo da Avaliação do Sistema
Avaliar a redução do débito cardíaco e da perfusão tecidual.
Avaliação dos Sinais Vitais
Verifique a frequência cardíaca (FC), o ritmo cardíaco e a pressão arterial (PA) para avaliar o débito cardíaco e a
perfusão.
●
Verifique a PA nos dois braços.
●
Compare a PA obtida por medida indireta (manguito) com a medida invasiva, se um cateter arterial estiver
inserido; decida qual valor é considerado o mais exato; trate a PA usando esse valor.
●
Registre a pressão de pulso.
Eletrocardiograma de 12 Derivações
Avalie as alterações desde o último eletrocardiograma (ECG) para analisar se houve uma piora na doença cardíaca
(danos ao miocárdio) ou desequilíbrio eletrolítico, que possam diminuir o débito cardíaco; isso deve ser feito em
cada paciente, a fim de usar como comparação.
●
Frequência cardíaca: identifique o tipo de taquicardia, bradicardia ou ritmo irregular
●
Intervalos PR, QRS e QT
●
Alterações no segmento ST e na onda T, tais como depressão ou elevação
●
Ritmo e condução: regular, frequência normal e velocidade
Observação
●
●
●
Avalie a cor da face e dos lábios, a aparência da pele e das unhas e os padrões de edema (principalmente nas
áreas dependentes) para analisar a redução da perfusão tecidual.
Pergunte sobre a presença de desconforto no peito, braço e mandíbula.
Pergunte sobre a adesão ao tratamento prescrito.
Palpação
Análise do pulso para avaliar a redução da perfusão tecidual:
Qualidade e regularidade do pulso, bilateralmente (escala de 0 a 4+)
●
Edema (escala de 0 a 4+): membros, costas e sacro
●
Enchimento capilar
●
Avalie todos os pulsos periféricos em busca de sinais de doença vascular.
●
Ausculta
●
Sons cardíacos para avaliar os fatores que contribuem para a diminuição do débito cardíaco (observe as
alterações de acordo com o posicionamento do corpo e com a respiração):
●
Aórtico, pulmonar, ponto de Erb, tricúspide, mitral
●
418
Avaliação Cardiovascular: Geral 419
●
●
●
●
B1 (tum) e B2 (tá): qualidade, intensidade, altura
Sons extras: B3 (depois de B2), B4 (antes de B1) indicativos de insuficiência cardíaca (IC)
Sons extras: sopros, estalidos (podem indicar doença valvar)
Sons extras: ruído de atrito, indicativo de pericardite
Testes de Laboratório
Os exames de sangue podem revelar as causas de arritmias e de alterações no ritmo/condução ou na FC:
Níveis de eletrólitos: ou de potássio ou magnésio
●
Hemograma completo: anemia, glóbulos brancos
●
Coagulograma
●
Perfil lipídico
●
Enzimas cardíacas
●
Peptídeo natriurético do tipo B (BNP)
●
Níveis de medicamentos cardíacos
●
PLANO DE CUIDADOS PARA DISFUNÇÕES CARDIOVASCULARES GENERALIZADAS
Intolerância à atividade relacionada ao débito cardíaco diminuído
OBJETIVOS/RESULTADOS Dentro do período de 12 a 24 horas antes da alta da unidade de terapia intensiva (UTI), o paciente mostra
Controle de Energia
1. Determine as limitações físicas do paciente.
2. Determine as causas reais e percebidas da fadiga.
3. Monitore a resposta cardiorrespiratória à atividade (taquicardia, outras arritmias, taquipneia, dispneia, diaforese, palidez) e resposta
hemodinâmica (pressão arterial pulmonar [PAP] elevada, pressão venosa central [PVC], ou ausência de alteração/pequeno aumento
do débito cardíaco) se um cateter de artéria pulmonar ou um dispositivo de bioimpedância estiver instalado.
4. Verifique queixas de desconforto no peito durante a atividade.
5. Reduza todas as causas de desconforto, incluindo aquelas induzidas pelo ambiente, como temperatura do quarto ou posição do
paciente desconfortáveis, sede/boca seca e lençóis úmidos ou com dobras.
6. Promova períodos alternados de descanso e atividade.
Assistência no Autocuidado: Atividades Essenciais à Vida Diária (AEVD)
1. Determine a necessidade de assistência nas AEVD, no que concerne a caminhar, cozinhar, fazer compras, cuidar da casa, utilizar meios
de transporte e controlar o dinheiro.
2. Promova métodos de contato com as pessoas de apoio (como atendimento de serviços vitais, serviço de emergências, incluindo
números de telefone de acesso imediato se a área do paciente não for acessível para o 192 ou 193).
3. Determine os recursos financeiros e as preferências pessoais para adaptar o domicílio a qualquer incapacidade do paciente.
Débito cardíaco diminuído relacionado à função alterada da bomba cardíaca.
OBJETIVOS/RESULTADOS Dentro de 24 horas depois desse diagnóstico, o paciente mostra débito cardíaco adequado, evidenciado pela PA
dentro dos limites normais para ele, FC de 60 a 100 bpm, RS no ECG, amplitude dos pulsos periféricos superiores a 2+ na escala de 0 a 4+,
pele quente e com umidade adequada, débito urinário acima de 0,5 mL/kg/hora, débito cardíaco (DC) de 4 a 7 L/min, PVC de 4 a 6 mm
Hg, PAP de 20 a 30/8 a 15 mm Hg, pressão de oclusão da artéria pulmonar (POAP) de 6 a 12 mm Hg, além de ele se mostrar desperto,
alerta, orientado e sem queixa de angina.
NOC Estado Circulatório
Cuidados Cardíacos: Fase Aguda
1. Palpe e avalie a qualidade dos pulsos periféricos, a presença de edema, o enchimento capilar, a cor e a temperatura da pele dos
membros.
2. Monitore o ECG continuamente, observando a FC e o ritmo. Selecione as derivações mais adequadas para monitorar o paciente.
Considere o uso da monitoração do segmento ST se disponível.
Avaliação Cardiovascular: Geral
tolerância cardíaca a níveis crescentes de atividade, conforme evidenciado pela frequência respiratória (FR) inferior a 24 respirações por minuto
(respirações/minuto), ritmo sinusal normal (RS) no ECG, variação da PA em cerca de 20 mm Hg considerando o valor basal do paciente, FC
abaixo de 120 batimentos por minuto (bpm) (ou variação de 20 bpm em relação à FC em repouso para pacientes em tratamento com betabloqueador) e ausência de dor no peito.
NOC Resistência
420
DISTÚRBIOS CARDÍACOS E VASCULARES
3. Compare o ECG atual com os prévios e relate qualquer achado anormal que crie instabilidade ou tenha o potencial de fazê-lo.
4. Use um ECG de 12 ou 15 derivações para identificar alterações no ritmo cardíaco, porque uma ou duas derivações costumam ser
insuficientes para uma avaliação completa das alterações no ECG.
5. Forneça medicamentos antiarrítmicos conforme prescrição médica, para controlar os ritmos cardíacos que levem à hipotensão.
6. Forneça medicamentos inotrópicos positivos conforme prescrição médica para ajudar a aumentar o débito cardíaco, a fim de manter a
PA estável.
7. Monitore os efeitos de medicamentos inotrópicos negativos (p. ex., betabloqueadores) com cuidado, porque a diminuição do trabalho
cardíaco pode levar à hipotensão.
8. Avalie a localização, irradiação, intensidade, duração e fatores precipitadores da dor no peito. Enfatize para o paciente a importância
de relatar todos os episódios de dor e pressão no peito e dor no braço, pescoço e mandíbula.
9. Administre oxigênio quando houver dor no peito, de acordo com as diretrizes do Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (SAVC).
10. Monitore o funcionamento do marca-passo conforme adequado para verificar se ele está detectando, estabelecendo o ritmo e
capturando adequadamente.
11. Ausculte os sons cardíacos: fique alerta ao desenvolvimento de novos ruídos B3 e B4, novos sons de divisão ou ruídos de atrito
pericárdico.
12. Ausculte os pulmões quanto a estertores, estertores crepitantes, sibilos, roncos, ruídos de atrito pleural e outros ruídos adventícios que
indiquem a retenção de líquidos.
13. Monitore a redução do nível de consciência, a qual pode indicar que a perfusão cerebral está comprometida, secundária ao débito
cardíaco reduzido.
14. Ausculte o abdome e monitore os ruídos hidroaéreos reduzidos e/ou a distensão abdominal, que podem indicar que a perfusão
abdominal está comprometida.
15. Registre a ingestão e a eliminação, o débito urinário e o peso diário e avalie a retenção de líquidos, que pode indicar que a perfusão
renal está comprometida.
16. Registre os valores dos eletrólitos, pelo menos, uma vez por dia, monitorando as alterações no potássio e magnésio, que podem
desencadear arritmias; aumento no nitrogênio ureico do sangue (NUS) ou aumento da creatinina, podendo indicar que o DC baixo está
causando insuficiência renal; e hiperglicemia, revelando a possibilidade de o paciente ter diabete.
17. Monitore o aumento da intolerância à atividade, dispneia, fadiga excessiva e ortopneia, que podem indicar que o DC está diminuindo.
18. Mantenha a cabeceira do leito elevada se o paciente não conseguir respirar confortavelmente quando o leito está na horizontal.
19. Realize cateterismo vesical se o paciente for incapaz de urinar sem um nível crescente de atividade, ou se a anúria for observada,
conforme apropriado.
Regulação Hemodinâmica
1. Monitore os valores gerados pelo cateter de artéria pulmonar, para analisar o DC diretamente.
2. Avalie reduções adicionais no DC, observadas pela elevação na pressão de oclusão da artéria pulmonar, PVC elevada e resistência
vascular pulmonar (RVP) elevada.
3. Monitore a sobrecarga hídrica, avaliando a resistência vascular sistêmica (RVS) elevada.
4. Monitore os efeitos de todos os medicamentos nas avaliações hemodinâmicas, incluindo os efeitos de agentes inotrópicos positivos ou
negativos, antiarrítmicos e medicamentos vasodilatadores ou vasoconstritores.
Troca de gases prejudicada relacionada à redução na perfusão pulmonar
OBJETIVOS/RESULTADOS Dentro de 12 a 24 horas do tratamento, o paciente mostra troca gasosa adequada conforme evidenciado pela
PaO2 > 80 mm Hg, PaCO2 entre 35 e 45 mm Hg, pH entre 7,35 e 7,45, presença de sons respiratórios normais e ausência de ruídos adventícios. A FR é de 12 a 20 respirações/minuto com padrão e profundidade normais.
NOC Estado Respiratório: Ventilação
Controle de Vias Aéreas
1. Avalie a via aérea do paciente; se houver ronco, estridor ou respiração forçada, indicando obstrução parcial ou total da via aérea, abra
a via aérea usando a manobra de elevação do queixo ou elevação da mandíbula.
2. Insira um dispositivo de via aérea, oral ou nasofaríngeo, se o paciente não puder manter uma via aérea patente; se houver angústia
respiratória grave, o paciente pode precisar de intubação endotraqueal.
3. Posicione o paciente para aliviar a dispneia e garantir a ventilação máxima ― geralmente sentado e ereto, a menos que uma
hipotensão grave esteja presente.
4. Remova as secreções da via aérea pedindo ao paciente para tossir vigorosamente, ou realize a aspiração do tubo nasotraqueal,
orofaríngeo ou endotraqueal se necessário.
5. Peça ao paciente para respirar de maneira lenta ou ventile manualmente com um dispositivo bolsa-valva-máscara lenta e
profundamente entre as tosses ou tentativas de aspiração.
6. Ajude no uso do espirômetro, se apropriado.
7. Mude o decúbito do paciente a cada duas horas se estiver imóvel. Incentive-o a virar-se sozinho ou sair do leito sempre que tolerável,
se ele for capaz.
Insuficiência Cardíaca 421
8. Forneça medicamentos mucolíticos e broncodilatadores por via oral, intravenosa (IV) ou por inalador, aerossol ou nebulizador conforme
solicitado, para ajudar a fluidificar as secreções e relaxar os músculos das vias aéreas inferiores.
9. Faça a fisioterapia respiratória se adequado, caso outros métodos de remoção da secreção sejam ineficientes.
Oxigenoterapia
1. Umidifique o oxigênio fornecido por cânula nasal ou por dispositivo de pressão positiva nas vias aéreas em dois níveis (BiPAP), se
usado por mais de 12 horas, para ajudar a fluidificar as secreções.
2. Administre oxigênio suplementar usando o fluxômetro e dispositivos solicitados.
3. Impeça o paciente e os visitantes de fumar enquanto o oxigênio estiver em uso.
4. Documente a oximetria de pulso de acordo com o fluxo de oxigênio no momento das leituras, conforme adequado. O oxigênio é um
medicamento; a dose deve ser associada à saturação do oxigênio, ou a leitura é insignificante.
5. Obtenha a gasometria arterial se o paciente apresentar mudanças comportamentais ou angústia respiratória, para verificar se há
hipoxemia ou hipercapnia.
6. Monitore a hipoventilação induzida pelo oxigênio, principalmente nos pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
7. Monitore as alterações na radiografia do tórax e nos sons respiratórios, indicativas de toxicidade do oxigênio e a atelectasia de
absorção dos pacientes que recebem concentrações mais altas de oxigênio (FiO2 acima de 45%) por mais de 24 horas. Quanto mais
alta a concentração de oxigênio, maior a chance de toxicidade.
8. Monitore a integridade da pele quando os dispositivos de oxigenoterapia estiverem em contato com ela, como narinas e nos locais de
pressão das bordas das máscaras.
9. Forneça a oxigenoterapia durante o transporte e quando o paciente sair do leito.
10. Se o paciente não puder manter a saturação periférica de oxigênio acima de 88% sem oxigênio suplementar, consulte o médico sobre
a necessidade da oxigenoterapia domiciliar.
Monitoração Respiratória
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
FISIOPATOLOGIA
A IC é uma síndrome que se origina da função comprometida da bomba cardíaca, resultando em perfusão sistêmica, inadequada para atender as demandas metabólicas do corpo para a produção de energia. Pode ser classificada em IC sistólica ou diastólica. Na IC sistólica, ocorre a redução da contratilidade cardíaca, enquanto na
diastólica, há comprometimento do relaxamento cardíaco e enchimento ventricular anormal. A IC é a principal
causa de morte nos EUA, afetando aproximadamente 5 milhões de pacientes. Um em cada cinco pacientes
morre em um ano após o diagnóstico. O custo médico anual é superior a US$ 30 bilhões. Embora tenha ocorrido
grande progresso no tratamento da doença, o índice de mortalidade anual continua alto (5% a 20%). O maior
número de pacientes morre em decorrência dos sintomas da classe IV da New York Heart Association (NYHA),
incluindo falência progressiva da bomba cardíaca e congestão. Quase metade sofre morte cardíaca súbita. Muitos morrem devido à falência de um órgão-alvo, resultante de perfusão inadequada. Os rins são particularmente
vulneráveis. As pessoas que apresentam um prognóstico cardíaco ruim costumam encontrar-se numa classe
funcional pior de IC da NYHA, têm níveis altos de catecolaminas e BNP, disfunção renal, caquexia, regurgitação
valvar, arritmias ventriculares, fração de ejeção baixa, hiponatremia e dilatação ventricular esquerda (VE). Os
pacientes com disfunção VE sistólica e diastólica possuem um prognóstico pior do que aqueles com uma dessas
condições isoladas.
Insuficiência Cardíaca
1. Monitore a frequência, o ritmo e a profundidade das respirações.
2. Observe os movimentos do tórax para verificar a simetria e os sinais de aumento do trabalho respiratório, como o uso de musculatura
acessória ou a retração dos músculos intercostais ou supraclaviculares. Considere o uso do BiPAP para a insuficiência respiratória
iminente.
3. Verifique se a via aérea não está obstruída pela língua (ronco ou respiração do tipo de sufocamento) e monitore os padrões
respiratórios. Novos padrões que comprometem a ventilação devem ser controlados conforme apropriado para o ambiente.
4. Observe se a traqueia permanece na linha média, pois um desvio pode indicar que o paciente possui um pneumotórax hipertensivo.
5. Ausculte os sons respiratórios após a administração de medicamentos respiratórios, para avaliar a melhora.
6. Observe as alterações na saturação de oxigênio (SaO2), oximetria de pulso (SpO2) e CO2 ao final da expiração (ETCO2) e gasometria
arterial conforme apropriado.
7. Monitore a dispneia e registre atividades ou eventos causadores.
8. No caso de agitação elevada ou sonolência incomum, avalie o paciente em busca de sinais de hipoxemia e hipercapnia, conforme
adequado.
9. Monitore os laudos da radiografia do tórax assim que novos filmes estiverem disponíveis.
422
DISTÚRBIOS CARDÍACOS E VASCULARES
A IC é um processo degenerativo que se manifesta por alterações patológicas progressivas na estrutura e função cardíacas, resultantes da pressão elevada (p. ex., hipertensão, estenose aórtica), volume intracardíaco excessivo (p. ex., regurgitação mitral) ou lesão cardíaca (p. ex., infarto do miocárdio [IM], miocardite ou cardiomiopatia) associadas a alterações neuro-hormonais. A câmara afetada dilata, hipertrofia e torna-se mais esférica ― um
processo chamado de remodelamento. Esse processo aumenta o estresse parietal, causando um remodelamento
adicional. Portanto, reduzir o remodelamento é um objetivo importante da terapia. Há várias estratégias que
podem ser utilizadas para reduzir o remodelamento, incluindo medicamentos (p. ex., inibidores da enzima conversora da angiotensina [IECA], bloqueadores do receptor de angiotensina [BRA], bloqueadores beta-adrenérgicos, agentes neuro-hormonais e diuréticos), dispositivos e cirurgia.
O bombeamento efetivo do coração depende dos elementos do ciclo cardíaco (sístole e diástole), que determinam o DC: pré-carga (volume diastólico final nos ventrículos), a qual alonga as fibras do miocárdio; pós-carga
(resistência à ejeção) e contratilidade do miocárdio. Esta última depende extremamente do transporte de oxigênio e nutrientes para o coração. Os portadores de cardiomiopatia, doença valvar, hipertensão ou doença arterial
coronariana (DAC) podem apresentar redução do aporte de oxigênio em uma parte do miocárdio (local) ou em
todo o ventrículo (global), resultando em alterações no movimento da parede ventricular e na contratilidade. As
áreas com reduzido aporte de oxigênio podem tornar-se hipocinéticas (contratilidade fraca), acinéticas (contratilidade nula) ou discinéticas (movimento oposto ao dos tecidos normais). Os pacientes comprometidos também
podem ter arritmias que afetam a despolarização e a repolarização, acarretadas pelos danos ao sistema de condução. Com menos frequência, o coração não consegue compensar as demandas metabólicas altamente elevadas
causadas por estados patológicos, como a crise tireotóxica. Esses pacientes com distúrbios metabólicos manifestam sintomas da IC como resultado do transporte de oxigênio, que é insuficiente para compensar a taxa metabólica elevada.
Um ventrículo costuma falhar antes do outro; portanto, a falha da bomba cardíaca pode ser descrita como
esquerda, direita ou ambas (biventricular).
Insuficiência Cardíaca Esquerda
Os pacientes podem ter IC esquerda, resultante de problemas na sístole ou diástole ventricular. A DAC é a causa
da IC esquerda em cerca de dois terços dos pacientes com disfunção sistólica do VE. Com a contração inadequada
do coração durante a sístole, o sangue não pode se mover para a frente de forma efetiva ao longo do sistema arterial para transportar o oxigênio e os nutrientes aos demais sistemas corporais. Os problemas da diástole são relacionados à falha do ventrículo para “relaxar” durante a diástole, ocasionando enchimento inadequado. Qualquer
causa da IC pode resultar em congestão vascular pulmonar e edema.
Insuficiência Cardíaca Direita
A falha no lado direito do coração resulta da resistência elevada à ejeção ventricular direita (VD), frequentemente
devido à IC esquerda, hipertensão pulmonar ou doença pulmonar. O infarto do VD, cardiomiopatia ou trauma
resultam na maioria das vezes em um movimento ineficaz e anormal da parede do VD, provocando diminuição
da ejeção de sangue na circulação pulmonar, com subsequente congestão no sistema venoso (veias cavas inferior
e superior e ramificações dos vasos). A perfusão para o ventrículo esquerdo também é comprometida, porque o
sangue não flui em quantidade normal do ventrículo direito para a vasculatura pulmonar e desta para o lado esquerdo do coração.
Insuficiência Cardíaca Direita e Esquerda
Os pacientes que sofrem infarto do miocárdio, o qual afeta ambos os ventrículos (uma combinação observada
com frequência no IM da parede inferior), apresentam um estado hemodinâmico extremamente complexo e de
difícil manejo. O ventrículo direito comprometido precisa da infusão de volume para promover uma expansão
melhor, ou “mais estiramento” do ventrículo, enquanto o ventrículo esquerdo pode ser incapaz de acomodar um
volume normal ou pré-IM e exige redução de volume. O desvio do septo intraventricular associado à IC direita,
causado pela distensão do ventrículo, pode reduzir de modo significativo o tamanho do ventrículo esquerdo. Por
fim, a falência em qualquer lado do coração afetará os dois lados, porque os ventrículos são interdependentes.
Insuficiência Cardíaca 423
AVALIAÇÃO CARDIOVASCULAR: INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Objetivo da Avaliação do Sistema
Avalie o DC reduzido e a diminuição da perfusão tecidual inicialmente com a Avaliação Cardiovascular: Geral, p.
418. Se o paciente desenvolveu IC secundária à síndrome coronariana aguda, consulte Síndromes Coronarianas
Agudas, p. 434.
História e Fatores de Risco
Histórico de IC, DAC e IM; histórico familiar de DAC; idade acima de 65 anos; tabagismo; uso de álcool; hipercolesterolemia; hipertensão; diabete; obesidade; arritmia; ganho de peso; tolerância reduzida à atividade. A fadiga pode ser o único sintoma presente. Outros dados importantes incluem a compreensão e a adesão à restrição
ao consumo de sódio e líquidos ou aos medicamentos e tolerância reduzida ao exercício.
Consulte os testes diagnósticos nas Síndromes Coronarianas Agudas, p. 434.
Avaliação na Insuficiência Cardíaca
Insuficiência Cardíaca
Edema Pulmonar
Congestão
Insuficiência Cardíaca Direita
Cor Pulmonale e Congestão
Sistêmica
Insuficiência Cardíaca Bilateral
Congestão Pulmonar e Sistêmica
Apresentação Clínica
Retenção de líquidos, edema
periférico, ganho de peso, diminuição
do débito urinário, distensão
abdominal, náusea, vômito,
constipação e anorexia. Uma vez que
o edema da insuficiência cardíaca é
dependente da ação da gravidade, os
pacientes em repouso no leito podem
ter edema nos pés, tornozelos,
pernas, mãos e/ou sacro.
Todos os sinais de insuficiência cardíaca
direita e esquerda, conforme mencionado,
associados com possíveis sinais de choque
cardiogênico em pacientes com doença
aguda: cianose periférica, fadiga, diminuição
da perfusão tecidual, redução no
metabolismo e diminuição do débito urinário.
Hepatomegalia, esplenomegalia,
edema dependente da gravidade,
distensão da veia jugular, reflexo
hepatojugular positivo e ascite.
Hipotensão, taquicardia, taquipneia, edema
pulmonar, edema dependente da gravidade,
hepatoesplenomegalia, distensão das veias
do pescoço, palidez e cianose.
Arritmias, Pressão do átrio direito
(PAD) e PVC elevadas, queda abrupta
na SvO2 com atividade mínima e
possivelmente redução do débito e do
índice cardíacos, causada pela falha
do ventrículo direito para bombear o
sangue adequadamente através da
vasculatura pulmonar, a fim de
manter volumes adequados de
enchimento ventricular esquerdo e
manter o débito cardíaco normal.
PAP, POAP e RVS, resistência vascular
pulmonar (RVP), PAD e PVC elevadas,
redução do débito e do índice cardíacos,
arritmias e diminuição da SpO2 e SvO2,
apesar do aumento na administração de
oxigênio.
Avaliação Física
PA reduzida, hipotensão ortostática (queda
na PA ao sentar e ficar em pé),
taquicardia, arritmia, taquipneia, estertores
ou roncos bibasais (ou dependentes), B3
ou galope.
Monitoração
Redução do débito e do índice cardíacos,
SpO2 e SvO2; elevação da PAP, POAP e
RVS; arritmias.
Insuficiência Cardíaca
Ansiedade, falta de ar, taquipneia,
dispneia noturna, dispneia durante o
esforço, ortopneia, tosse úmida com
escarro espumante, taquicardia, diaforese,
cianose ou palidez, insônia, palpitação,
fraqueza, fadiga, anorexia e alterações no
estado mental.
424
DISTÚRBIOS CARDÍACOS E VASCULARES
Testes Diagnósticos para a Insuficiência Cardíaca Aguda
Teste
Objetivo
Achados Anormais
Avaliação da doença cardíaca isquêmica e do
infarto do miocárdio agudo ou mais antigo
(IM); pode revelar hipertrofia atrial e/ou
ventricular, arritmias como a fibrilação atrial,
que podem precipitar a insuficiência cardíaca,
devido à redução do débito cardíaco, e
arritmias associadas ao desequilíbrio de
eletrólitos.
Presença da depressão do segmento ST ou de inversão da onda T (isquemia miocárdica) ou ondas
Q patológicas (IM resolvido) em 2 derivações contíguas ou relacionadas Derivações contíguas indicam
a localização da isquemia ou IM antigo:
V1 e V2: septo intraventricular
V3 e V4: parede anterior do ventrículo esquerdo
V5 e V6: parede lateral do ventrículo esquerdo
V7−V9: parede posterior do ventrículo esquerdo
II, III, AVF: parede inferior do ventrículo esquerdo
V1, V1R−V6R: ventrículo direito
Nível sérico de digitais
Frequentemente, é difícil controlar os níveis de
digitais em pacientes com insuficiência
cardíaca, portanto os níveis devem ser medidos
diariamente se a dosagem estiver sendo
alterada.
A insuficiência cardíaca crônica predispõe o paciente
à intoxicação digitálica, por causa do estado de
baixo débito cardíaco, que também causa redução
na excreção renal do medicamento.
Hemograma completo
Hemoglobina (Hb)
Hematócrito (Ht)
Contagem de glóbulos
vermelhos
Contagem de glóbulos
brancos
Avaliação da anemia, inflamação e infecção;
é útil no diagnóstico diferencial do desconforto
no peito e do equilíbrio dos líquidos.
Pode revelar níveis reduzidos de Hb e Ht na
presença de anemia ou hemodiluição.
Eletrólitos
Potássio (K+)
Magnésio (Mg2+)
Cálcio (Ca2+)
Sódio (Na+)
Avaliação das possíveis causas de arritmias
e/ou insuficiência cardíaca.
Níveis anormais de K+, Mg2+ ou Ca2+ podem causar
arritmia; a elevação do Na+ pode indicar
desidratação (o sangue é mais coagulável); pode
revelar hiponatremia (de diluição), assim como
hipocalemia, que pode resultar do uso de
diuréticos, ou hipercalemia, se a filtração
glomerular estiver reduzida. A hipercalemia
também pode ser um efeito colateral dos inibidores
da enzima conversora de angiotensina (IECA) e
dos diuréticos poupadores de potássio.
Perfil de coagulação
Tempo de protrombina (TP)
com índice normalizado
internacional (INR)
Tempo de tromboplastina
parcial (TTP)
Fibrinogênio
Dímero D
Avaliação da eficácia da anticoagulação nos
pacientes com insuficiência cardíaca que
recebem tratamento com varfarina; também
auxilia a avaliar a presença de choque
cardiogênico ou hipoperfusão.
TP reduzido com INR baixo promove a coagulação
e reflete a anticoagulação inadequada; níveis
elevados promovem a hemorragia; o fibrinogênio e
o dímero D elevados refletem que uma coagulação
anormal está presente.
Cardiologia não Invasiva
Eletrocardiograma
ECG de 12, 15 ou 18
derivações
Exames Sanguíneos
Insuficiência Cardíaca 425
Testes Diagnósticos para a Insuficiência Cardíaca Aguda — cont.
Objetivo
Achados Anormais
Peptídeo natriurético do
tipo B (BNP)
O BNP, um hormônio secretado pelos
ventrículos, pode ser útil para distinguir a
dispneia, devido à insuficiência cardíaca,
daquela provocada por causas pulmonares e
para monitorar a resposta ao tratamento.
Níveis > 100 pg/ml suportam o diagnóstico de
insuficiência cardíaca. No entanto, embora o nível
de BNP diminua com o tratamento efetivo, pode
permanecer cronicamente > 100, mesmo que o
paciente deixe de apresentar sintomas.
Análise dos gases sanguíneos
arteriais
Avaliação das alterações no pH e dos
problemas na oxigenação.
Pode revelar hipoxemia causada pela reduzida
disponibilidade de oxigênio nos alvéolos cheios de
líquido. O pH reduzido pode estar presente,
refletindo a hipoperfusão no nível celular e
resultando na acidose láctica. O nível de lactato
pode ser medido adicionalmente aos gases
sanguíneos arteriais, para avaliar se o choque
está iniciando. Se o nível de lactato for acima
de 4, o paciente pode estar em choque
cardiogênico.
Enzimas hepáticas e níveis
séricos de bilirrubina
Os níveis séricos de transaminase glutâmico
oxalacética/aspartato aminotransferase
(TGO/AST), transaminase glutâmico pirúvica
/alanina aminotransferase (TGP/ALT) e
bilirrubinas podem estar elevados devido à
congestão venosa hepática.
A elevação reflete a congestão vascular resultante
da insuficiência cardíaca, que causou diminuição
do fluxo sanguíneo anterógrado do fígado para o
coração. O fígado torna-se obstruído pelo sangue,
o que resulta no aumento das enzimas hepáticas e
da bilirrubina.
Níveis de nitrogênio ureico
sanguíneo (NUS) e creatinina
O aumento de NUS e creatinina indica uma
resposta renal indesejável à terapia com
diuréticos.
A elevação do NUS e da creatinina coloca o
paciente em risco mais alto de insuficiência renal
secundária à doença cardíaca.
Radiografia do tórax
(RX do tórax)
Avaliação do tamanho do coração, da caixa
torácica (fraturas), da aorta torácica
(aneurismas) e dos pulmões (pneumonia,
pneumotórax); auxilia no diagnóstico
diferencial do desconforto no peito e
intolerância à atividade.
Pode revelar edema pulmonar, densidade intersticial elevada, infiltrados, vasculatura pulmonar
obstruída e cardiomegalia.
Nota: o RX do tórax portátil deve ser obtido com o
paciente centralizado na placa e com a cabeceira
do leito elevada sempre que possível.
Ressonância magnética
cardíaca (RNM)
Avaliação do tamanho ventricular,
morfologia, função, estado das valvas
cardíacas e circulação.
Coração aumentado, remodelamento cardíaco,
valvas cardíacas incompetentes ou estenóticas,
artérias coronárias estreitadas ou ocluídas, que
podem ser a causa da insuficiência cardíaca.
Tomografia computadorizada
cardíaca (TC)
Avaliação do tamanho ventricular,
morfologia, função, estado das valvas
cardíacas e circulação.
Coração aumentado, remodelamento cardíaco,
valvas cardíacas incompetentes ou estenóticas,
artérias coronárias estreitadas ou ocluídas; a
acurácia da tecnologia está aumentando; pode
reduzir a necessidade do cateterismo cardíaco.
Ecocardiografia cardíaca (eco)
Avaliação das anormalidades mecânicas e
estruturais relacionadas ao bombeamento
efetivo do sangue a partir dos dois lados do
coração.
Pode revelar uma fração de ejeção reduzida
(< 40%), distúrbios no movimento da parede
ventricular, disfunção valvar, aumento da câmara
cardíaca, hipertensão pulmonar ou outras
disfunções cardíacas.
Radiologia
Continua
Insuficiência Cardíaca
Teste
426
DISTÚRBIOS CARDÍACOS E VASCULARES
Testes Diagnósticos para a Insuficiência Cardíaca Aguda — cont.
Teste
Objetivo
Achados Anormais
Eco transesofágico
Avaliação de anormalidades mecânicas e
estruturais relacionadas ao bombeamento
efetivo do sangue a partir dos dois lados do
coração, usando um transdutor acoplado a um
endoscópio.
Igual ao eco, mas pode fornecer imagens de
melhor qualidade, particularmente da parede
posterior do coração.
Tomografia cardíaca por
emissão de pósitrons
(PET scan)
Isótopos são usados para avaliar a viabilidade
do tecido cardíaco.
O tecido viável captura mais intensamente o
rastreador de glicose e menos o rastreador do
fluxo sanguíneo (amônia).
Avaliação da presença e da extensão da DAC,
função ventricular esquerda e doença valvar
cardíaca, usando um cateter radiopaco,
inserido através de um vaso periférico que
chega ao coração e às artérias coronárias.
As obstruções coronarianas passíveis de
tratamento são uma causa importante da IC de
início recente. A fração de ejeção baixa indica
insuficiência cardíaca, valvas cardíacas estenóticas
ou incompetentes podem reduzir o DC, as artérias
coronárias estreitadas ou ocluídas causam a dor
no peito, a pressão anormal nas artérias
coronárias principais indica circulação
comprometida, pressões elevadas dentro das
câmaras do coração indicam insuficiência
cardíaca, o movimento anormal da parede
ventricular diminui o DC e a pressão elevada da
artéria pulmonar indica insuficiência cardíaca.
Cardiologia Invasiva
Angiografia coronariana/
cateterismo cardíaco
Ver testes diagnósticos em Síndromes Coronarianas Agudas, p. 434.
CONDUTAS COLABORATIVAS
Cuidados Prioritários
1. Trate a causa subjacente e os fatores precipitantes.
O tratamento inicial se concentra em estabilizar o estado hemodinâmico e respiratório e em procurar as causas
reversíveis da IC. Os objetivos do tratamento de longo prazo incluem melhorar a qualidade de vida e ajustar os
mecanismos compensatórios que causam os sintomas do paciente. Foi demonstrado que os IECA e os betabloqueadores reduzem a mortalidade e a morbidade e, atualmente, são recomendados como a terapia padrão.
●
Doenças/condições que causam a IC esquerda: doença cardíaca aterosclerótica, infarto agudo do miocárdio
(IAM), arritmias, cardiomiopatia, volume circulante elevado, hipertensão sistêmica, estenose aórtica,
regurgitação aórtica, regurgitação mitral, coarctação da aorta, defeito do septo atrial, defeito do septo
ventricular, tamponamento cardíaco e pericardite constritiva.
●
Doenças/condições que causam a IC direita: IC esquerda, hipertensão pulmonar, doença cardíaca
aterosclerótica, IAM, arritmias, embolia pulmonar, sobrecarga hídrica ou excesso de ingestão de sódio,
DPOC, estenose mitral, estenose pulmonar e contusão miocárdica.
●
Doenças/condições que causam IC direita e esquerda: qualquer combinação entre as doenças que causam a
IC de ambos os lados do coração.
2. Forneça oxigenoterapia e suporte ventilatório.
O oxigênio suplementar é necessário para otimizar a saturação de oxigênio do paciente.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
CAPÍTULO
11
Situações Complexas Especiais
Hipertensão Abdominal e Síndrome
Compartimental Abdominal, 861
Overdose por Drogas, 868
Altos Riscos Obstétricos, 882
Emergências Oncológicas, 893
Transplante de Órgãos, 906
Síndrome da Resposta Inflamatória
Sistêmica (SIRS), Sepse, Choque
Séptico e Síndrome da Disfunção de
Múltiplos Órgãos (SDMO), 924
HIPERTENSÃO ABDOMINAL E SÍNDROME COMPARTIMENTAL
ABDOMINAL
“...o resultado final do aumento progressivo e descontrolado da pressão intra-abdominal proveniente de uma miríade de
doenças pode eventualmente levar à disfunção de múltiplos órgãos.”
John Hunt, MD
FISIOPATOLOGIA
A hipertensão intra-abdominal (HIA) ocorre quando a quantidade do conteúdo intra-abdominal (proveniente
do intestino edematoso ou do líquido acumulado na cavidade) excede a capacidade de distensibilidade da fáscia.
O resultado é um estado de hipertensão intra-abdominal que pode levar à síndrome compartimental abdominal
(SCA). À medida que o líquido se acumula (devido a sangramento, ascite, hipervolemia e outras causas), há aumento na pressão (variação na complacência/variação no volume) que inicialmente afeta o fluxo sanguíneo regional, resultando em perfusão tecidual prejudicada, a qual é então associada à resposta inflamatória sistêmica. A
isquemia resultante e a resposta inflamatória adicional provocam o extravasamento capilar e a compressão das
vísceras intra-abdominais. Se não tratada, a elevação contínua do líquido livre e da pressão mensurada começa a
comprimir os vasos sanguíneos, provocando disfunção orgânica, tanto dentro como fora do abdome, levando à
síndrome compartimental abdominal. A resposta inflamatória promove a liberação de citocinas, causando vasodilatação e disfunção da membrana celular. A membrana celular perde integridade, o que provoca mais inflamação, edema intenso e, finalmente, morte celular. A pressão elevada na cavidade abdominal gerada pelo aumento
intenso da carga de fluido extravascular aumenta o conteúdo intra-abdominal (água livre) e prejudica ainda mais
a perfusão tecidual intestinal com a compressão contínua das artérias e veias. Esse processo destaca os efeitos
multiorgânicos do aumento da pressão intra-abdominal (PIA). Quando a PIA aumenta acima do nível crítico, o
fluxo sanguíneo para as vísceras e órgãos abdominais diminui e a SCA é iminente.
Definições
A PIA se refere à pressão presente dentro da cavidade abdominal. A pressão dentro da cavidade abdominal reflete
a presença dos fluidos extravasculares, os quais comprimem os vasos sanguíneos e órgãos na cavidade abdominal,
como também deslocam o diafragma para dentro da caixa torácica, limitando a expansão pulmonar. Elevada
pressão intravesical reflete indiretamente alta pressão dentro da cavidade abdominal.
A HIA foi definida pela World Society of Abdominal Compartment Syndrome (WSACS) como PIA igual ou
maior que 12 mm Hg, registrada três vezes, utilizando-se métodos padronizados de mensuração com 4 a 6 horas
de intervalo e/ou pressão de perfusão abdominal (PPA) inferior a 60 mm Hg (pressão arterial média [PAM] menos pressão intra-abdominal [PIA]), registrada através de duas mensurações padronizadas, realizadas em 1-6 horas de intervalo. Essas medidas devem ser avaliadas no contexto da sintomatologia clínica.
861
862
SITUAÇÕES COMPLEXAS ESPECIAIS
Uma PIA maior que 20 mm Hg indica, quase universalmente, HIA significativa.
Uma PIA de 18 mm Hg indica alta probabilidade de comprometimento orgânico.
Uma PIA de 15 mm Hg indica probabilidade moderada de comprometimento orgânico.
Uma PIA de 12 mm Hg indica baixa probabilidade de comprometimento orgânico.
A PIA elevada pode significar um achado importante em pacientes com síndrome da disfunção de múltiplos
órgãos (SDMO) ou com falência multissistêmica, a qual contribui para hipoperfusão global, agravando os efeitos
da PIA elevada (Tabela 11-1).
A SCA é definida como “hipertensão intra-abdominal com aumento gradual e consistente nos valores da
PIA de [igual ou superior a] 20 mm Hg”, registrados por meio de pelo menos três mensurações padronizadas,
aferidas em um intervalo de 1-6 horas e em conjunto com pelo menos o surgimento de uma nova disfunção orgânica. A SCA pode ser fatal e, muitas vezes, se agrava ou resulta em uma condição clínica refratária ao tratamento. O médico perspicaz suspeita da HIA e da SCA quando a SDMO está em evolução e/ ou quando o paciente
apresenta acidose lática persistente.
Historicamente, a crença dos prestadores de cuidados intensivos era de que a HIA e a evolução mais grave
dessa condição, a SCA, estavam exclusivamente relacionadas a lesões traumáticas do abdome, incluindo as cirurgias. Na última década, a compreensão da fisiopatologia envolvida no desenvolvimento da HIA e da SCA tem
sido reforçada por estudos que revelaram a prevalência delas nos pacientes críticos, tanto em pacientes com
problemas clínicos, como cirúrgicos e trauma. As condições progressivas foram divididas em duas categorias: transtorno da hipertensão abdominal primária e secundária. As causas podem ser diferentes, porém os resultados serão semelhantes se qualquer uma dessas condições não for devidamente tratada.
A SCA primária é uma condição associada a lesões ou a doenças na região abdominopélvica que frequentemente requerem precoce intervenção cirúrgica ou angiorradiológica. Qualquer evento anormal que eleve a
pressão abdominal poderá induzir a HIA aguda, incluindo traumas abdominais penetrantes ou fechados, aneu-
Tabela 11-1
GRAUS PRESSÓRICOS E DE SINTOMAS PARA HIPERTENSÃO
INTRA-ABDOMINAL
Graduação da
Mensuração
Medida Pressórica e
sua Relevância
Eventos Fisiológicos
e Sinais Clínicos
Pressão Grau
12 a 15 mm Hg
Significativa na presença
de disfunção orgânica
Liberação de citocinas e extravasamento capilar.
Líquido de ressuscitação volêmica no terceiro espaço.
Diminuição do retorno venoso e da pré-carga.
Efeitos iniciais na PIC e PPC.
Diminuição de 42% da perfusão da parede abdominal.
Acentuada redução do fluxo sanguíneo intestinal e de órgãos
intra-abdominais levando à acidose regional e à formação de radicais livres.
Pressão Grau II
16 a 20 mm Hg
Significativa para a maioria
dos pacientes
Marcada diminuição do retorno venoso, do DC e da perfusão esplênica.
Elevação de RVS, PVC, PCP
Diminuição da pressão arterial, pressão de pulso e, em especial, da
pressão arterial sistólica
Diminuição de CPT, CRF e VR.
Aumento da pressão ventilatória, hipóxia e hipercapnia.
Redução de 61% do fluxo sanguíneo da mucosa basal e crescente acidose
intestinal.
Oligúria, anúria.
Elevação da PIC e redução da PPC.
Pressão Grau III
21 a 25 mm Hg
Significativa para todos os
pacientes
Colapso hemodinâmico, piorando acidose, hipóxia, hipercapnia, anúria.
Incapacidade de oxigenar, ventilar ou reanimar.
Pressão Grau IV
> 25 mm Hg
Significativa para todos os
pacientes
Colapso hemodinâmico, piorando acidose, hipóxia, hipercapnia, anúria.
Incapacidade de oxigenar, ventilar ou reanimar.
Se tanto a pressão como os sintomas clínicos se enquadram no grau III e/ou no IV, o paciente apresenta síndrome
compartimental abdominal.
Hipertensão Abdominal e Síndrome Compartimental Abdominal 863
AVALIAÇÃO
Objetivo de Avaliação
Avaliar rapidamente a presença de HIA significativa, primária ou secundária, e correlacionar à redução do fluxo
sanguíneo para os outros órgãos.
História e Fatores de Risco
Pacientes com história de trauma abdominal, cirurgia abdominal, infecção intra-abdominal, laparotomia para
controle de danos com “packing” intra-abdominal, infecção severa, sepse, peritonite, fraturas pélvicas hemorrágicas, sangramento pós-operatório, hematoma retroperitoneal maciço, transplante hepático, ruptura de AAA,
edema tecidual visceral, pneumoperitônio, choque hipovolêmico ou vasogênico ou qualquer paciente com ressuscitação volêmica agressiva, ascite aguda e/ou pancreatite.
Sinais Vitais e Outros Valores
Os seguintes valores podem se apresentar elevados:
●
Frequência cardíaca e respiratória
●
Pressão intracraniana (PIC)
●
Valores hemodinâmicos: Pressão venosa central (PVC), pressão de oclusão da artéria pulmonar (POAP),
resistência vascular sistêmica (RVS), pressão da veia cava inferior (VCI)
●
Respiratório: pressão pleural, pico de pressão inspiratória
●
Avaliação laboratorial: PaCO2, creatinina sérica, ureia nitrogenada sanguínea (UNS)
Os seguintes valores podem se apresentar reduzidos:
●
Pressão arterial sistólica (PAS)
●
Respiratório: volume corrente, PaO2
●
Débito cardíaco (DC)
●
Débito urinário
●
Pressão de perfusão cerebral (PPC)
●
Taxa de filtração glomerular (TFG)
●
Pressão de perfusão abdominal (PPA)
Observação
Observar as tendências de aumento nas frequências respiratória e cardíaca (FR e FC, respectivamente) e diminuição no débito urinário. Os sinais e sintomas são inespecíficos e sutis, e podem ser atribuídos a outras condições
clínicas (Tabela 11-1). A PIA elevada afeta os sistemas cardiovascular, pulmonar, neurológico e renal.
Hipertensão Abdominal e Síndrome Compartimental Abdominal
rismas da aorta abdominal (AAA), pancreatite hemorrágica, obstrução gastrintestinal (GI), cirurgia abdominal
resultando em sangramento retroperitoneal ou peritonite secundária e com o fechamento apertado de incisões
abdominais. A SCA primária também inclui pacientes com lesões de órgãos sólidos abdominais, que de início
foram tratados clinicamente e em seguida desenvolveram SCA. Tal circunstância tem sido relativamente bem
compreendida pelos cirurgiões e seus colegas, mas é frequentemente pouco diagnosticada e /ou não tratada até
que a intervenção cirúrgica seja necessária.
A SCA secundária inclui condições que não provêm de lesão abdominal que produzem HIA, incluindo sepse
ou qualquer outra condição que provoque extravasamento capilar (p. ex., grandes queimaduras e condições que
exijam grande reposição volêmica). Um grande estudo multicêntrico (Malbrain et al., 2005) encontrou prevalência da HIA de 54% entre pacientes internados em UTI clínica e em 65% dos pacientes internados em UTI cirúrgica. Esse achado foi marcante pelo fato de a maioria dos pacientes clínicos não ser avaliada ou considerada sujeita
a HIA e SCA.
Os tratamentos para SCA são os mesmos, independentemente da causa; no entanto, o cuidador deve ter
muito cuidado no controle da SCA secundária. A oportunidade para a intervenção precoce pode ser perdida com
a evolução sutil dos sinais e sintomas da HIA e da SCA. A falta de sinais definitivos leva muitas vezes a reconhecimento tardio e atraso no diagnóstico, fazendo com que uma condição de urgência clínica torne-se uma situação
de emergência cirúrgica. Aumento da falência de órgãos, aumento da mortalidade, aumento na utilização de recursos e períodos de permanência mais longos na UTI podem ser resultantes dessa situação. De modo similar aos
casos de sepse e sepse grave, o maior desafio é o reconhecimento e diagnóstico precoce. A monitoração de todos
os pacientes de alto risco permitirá que os clínicos avaliem a tendência da PIA, facilitando a realização de intervenções precoces e apropriadas no momento em que a síndrome está mais suscetível a responder à terapia médica.
A melhor estratégia de controle para se evitar a síndrome compartimental abdominal é por meio da monitoração
e intervenções médicas realizadas precocemente, e a rápida descompressão cirúrgica, se necessário.
864
SITUAÇÕES COMPLEXAS ESPECIAIS
Cardiovascular: A hipotensão pode resultar da redução do DC, o qual por sua vez resulta da vasoconstrição
induzida pela HIA. Os sinais de choque, incluindo palidez, taquicardia, pele fria e úmida, podem estar presentes.
O retorno venoso fica diminuído devido à compressão da VCI, resultando em perda da complacência (aumento
da pressão na VCI) e diminuição da pré-carga (volume), o que reduz ainda mais o DC. O aumento da PIA leva à
compressão da aorta, resultando em elevação da RVS (pós-carga aumentada), a qual reduz o DC. A vasoconstrição
compensatória afeta o fluxo sanguíneo para as veias hepáticas e renais, levando a comprometimento renal,
oligúria e hipoperfusão hepática, os quais, se não tratados, podem resultar em insuficiência hepática.
Pulmonar: O desconforto respiratório resulta da pressão abdominal elevada, a qual impede o movimento
diafragmático, forçando o diafragma para cima, o que diminui a capacidade residual funcional, promove atelectasias e diminui a área de superfície do pulmão. Taquipneia e aumento do esforço respiratório podem estar presentes. O agravamento da hipoxemia promove a elevação do pico de pressão inspiratória, com hipoxemia refratária e baixa relação ventilação/perfusão (V/Q), semelhante à síndrome do desconforto respiratório agudo
(SDRA). O suporte ventilatório é muitas vezes necessário, a fim de manter a oxigenação e a ventilação.
Neurológico: Alterações no estado mental resultam da obstrução do fluxo venoso cerebral, levando à congestão vascular e a aumento da PIC. A PIA elevada promove o aumento da pressão intratorácica, a qual por sua
vez leva à compressão das veias no interior da cavidade torácica, tornando difícil para as veias cerebrais a realização correta da drenagem. A combinação da redução do DC e do aumento da PIC pode levar à diminuição da PPC,
promovendo deterioração ainda maior do nível de consciência (NC).
Renal: A disfunção renal ocorre quando o aumento da pressão abdominal comprime a bexiga e a uretra, bem
como as artérias e veias renais. O débito urinário diminui, e o nível de creatina (Cr) sérica e do UNS aumentam,
embora não o façam em proporção um ao outro (relação Cr/UNS).
TESTES DIAGNÓSTICOS
Métodos de Mensuração da Pressão Intra-abdominal
O melhor método para a aferição da PIA é controverso. O método mais comum é a mensuração da resposta da
complacência intravesical por meio da instilação de 25 ml de líquido estéril e a aferição da pressão resultante.
Mensuração direta intraperitoneal: O método mais preciso requer a inserção de um cateter intraperitoneal
dentro do abdome com uma coluna de água ou transdutor de pressão ligados a ele para aferir a pressão. Esse método exige a colocação do cateter por especialistas, devido ao alto risco de infecções.
Métodos indiretos: A pressão da bexiga é comumente usada, enquanto os outros métodos são raramente utilizados. Os métodos indiretos incluem aferição da pressão gástrica por meio de gastrostomia ou de uma sonda nasogástrica, aferição da pressão intrarretal utilizando um cateter esofágico ou mensuração da pressão vesical através de um cateter urinário.
Mensuração da pressão vesical: Um cateter urinário é conectado a uma coluna de água ou a um manômetro de
líquidos a fim de aferir a pressão. As leituras são mais confiáveis e mais fáceis de ser executadas do que a aferição
direta intraperitoneal.
A bexiga urinária normalmente apresenta uma parede complacente. Muitos estudos revelam que a complacência diminui quando há presença de grande quantidade de fluidos intra-abdominais, os quais aumentam a
pressão na cavidade abdominal e comprimem a bexiga, aumentando a resistência. Quando o fluido é injetado
dentro do sistema de pressão da bexiga, qualquer redução na complacência da bexiga é refletida através do aumento da pressão intravesical. Tal procedimento será geralmente mais fácil e seguro se um sistema fechado de
mensuração de pressão vesical for utilizado. Se o sistema fechado de mensuração não estiver disponível, pode-se
utilizar um cateter de Foley com orifício de aspiração ou infusão:
1. O enfermeiro*1deve conectar o sistema de infusão de solução estéril a um transdutor por meio de uma torneira de três vias.
2. O cabo de comunicação do sistema para o monitor deve permitir a visualização de uma pequena pressão
(escala automática ou em 30 mm Hg).
3. O transdutor será conectado ao cateter de Foley.
4. O enfermeiro deve clampear a bolsa de drenagem, logo abaixo do orifício de infusão/aspiração do sistema.
Em seguida, deve zerar o sistema (transdutor na sínfise púbica), e a torneira de três vias deve ser fechada
para o paciente.
5. Usando a torneira, o sistema deve ser fechado para o monitor, e 25 ml de líquido estéril (solução IV é ideal)
devem ser injetados rapidamente dentro do orifício de infusão no cateter urinário. A torneira deve ser então fechada para o orifício injetor, deixando o sistema de pressão conectado do paciente para o monitor.
6. A pressão da bexiga deve ser lida durante o final da expiração, e o paciente deve estar deitado na posição
mais plana possível, a fim de facilitar a exatidão na mensuração. Não há nenhuma forma de onda dinâmica
associada com a pressão da bexiga. Deve-se observar o nível de pressão nos primeiros 10 a 20 segundos após
a instilação do líquido.
*
Nota da Revisão Científica: A monitoração da PIA é um procedimento de indicação médica. O ato médico é indicar o procedimento,
cabendo ao enfermeiro a realização da monitoração. Decreto no 94.406/87.
Hipertensão Abdominal e Síndrome Compartimental Abdominal 865
7. Um valor normal deve ser geralmente considerado entre 0-5 mm Hg; porém, valores altos como 15 mm Hg
não são incomuns nas primeiras 24 horas após cirurgias abdominais (Tabela 11-1). Se as pressões estiverem
elevadas, deve-se registrar os valores e repetir o procedimento na próxima hora utilizando as mesmas técnicas. Informar o médico ou profissional especializado se ambas as medidas mantiverem-se elevadas.
8. A oclusão da bolsa de drenagem deve ser então liberada e o líquido drenado para a bolsa coletora de urina.
Deve-se subtrair a quantidade total de líquido infundido do débito urinário.
CONDUTAS COLABORATIVAS
Cuidados Prioritários
Quadro 11-1 CONTROLE DA SÍNDROME COMPARTIMENTAL ABDOMINAL
1. Melhora da complacência da parede abdominal
Sedação
Alívio da dor (Não usar Fentanil!)
● Bloqueio neuromuscular
● Posicionamento corporal
● Balanço hídrico negativo
● Separação percutânea dos componentes da parede abdominal
2. Eliminação do conteúdo intraluminal
● Aspiração nasogástrica
● Enema/tubo retal
● Agentes pró-cinéticos gastro/colônicos
● Paracentese
● Drenagem percutânea de abscessos/hematomas
3. Eliminação dos fluidos abdominais e peri-intestinais
● Eliminação da ascite na cirrose
● Aspiração do abscesso guiada por US ou TC
● Aspiração de hematoma guiada por US ou TC
● Drenagem percutânea de coleções (sangue)
4. Correção do extravasamento capilar e do balanço hídrico positivo
● Líquidos hipertônicos/coloides/diuréticos
● Hemodiálise/ultrafiltração
● Dobutamina (Não usar dopamina!)
● Ácido ascórbico em pacientes queimados
●
●
TC, tomografia computadorizada, US, ultrassonografia
Modificado de Ivatury et al: In Vincent JL, editor: Yearbook of intensive care and emergency medicine. Berlin, 2008, Springer,
p. 554.
Hipertensão Abdominal e Síndrome Compartimental Abdominal
1. Prevenir a síndrome compartimental abdominal: Pacientes que apresentam alto índice de propensão devem ser submetidos ao monitoramento da pressão intravesical, a fim de identificar HIA precocemente e
possivelmente evitar a laparotomia descompressiva, a única terapia baseada em evidências documentadas
para a SCA (Quadro 11-1). Há várias abordagens que podem ser usadas para reduzir a HIA. Essas estratégias
são direcionadas para a redução do volume aumentado da cavidade abdominal ou para a complacência abdominal reduzida. As terapias incluem:
Drenagem do líquido intraperitoneal livre: A paracentese deve ser realizada por médico experiente. Algumas
instituições costumam colocar um cateter de drenagem peritoneal e deixá-lo no local quando o acúmulo de
líquido abdominal for grave e persistente.
Reposição volêmica com pequenos volumes de líquidos EV de alto gradiente osmótico: Soluções EV altamente
concentradas (p. ex., salina hipertônica [3%], plasma, coloides, hemoderivados) podem muitas vezes facilitar a estabilização de líquidos no interior da vasculatura por longos períodos de tempo, mais do que as
soluções isotônicas.
Terapia de reposição renal contínua (TRRC): Permite o controle minuto a minuto da remoção e reposição
dos fluidos intravasculares. Na TRRC, a administração de fluidos é mais exata, e pensava-se que a TRRC
beneficiava o paciente pela remoção de citocinas, mas evidências mais recentes indicam que ela pode não se
apresentar tão benéfica (ver Terapia de Reposição Renal Contínua, p. 603).
866
SITUAÇÕES COMPLEXAS ESPECIAIS
Outras opções: Incluir a administração da sedação e da analgesia nos pacientes e, por último, considerar o
bloqueio neuromuscular ou paralisia química.
2. Realizar a laparotomia descompressiva para aliviar a SCA: A redução repentina da pressão abdominal
pode levar a outras complicações, incluindo lesão de isquemia-reperfusão, vasodilatação aguda, disfunção e
parada cardíaca. As artérias e veias do interior do abdome são capazes de subitamente se expandirem até
seus tamanhos normais e ser “repreenchidas” até seus volumes normais de sangue. Se o paciente não possuir volume sanguíneo suficiente para acomodar dentro do novo espaço, no interior da vasculatura, ocorrerá hipotensão. Os pacientes devem ser hidratados com pelo menos dois litros de líquido por via
endovenosa (EV), podendo incluir um “coquetel de proteção celular”, tal como 25 g de Manitol 12,5% administrado juntamente com duas ampolas de bicarbonato por litro. Os vasopressores e fluidos (EV) devem
ser imediatamente disponibilizados nos casos em que ocorre hipotensão grave após a descompressão abdominal.
Depois de abrir o abdome deve-se realizar o fechamento temporário. O objetivo é fechar o abdome de
forma permanente o mais rápido possível. A maioria dos pacientes com SCA que necessitam da abertura de
emergência do abdome pode receber um dispositivo de fechamento assistido a vácuo (FAV) (FAV na incisão
abdominal) conectado a um dispositivo de pressão negativa. Um abdome aberto pode precipitar a perda de
litros de volume. A pressão negativa modificada na incisão com o FAV facilita o controle dos fluidos da ferida aberta, auxilia o tecido de granulação e a perfusão local, facilitando assim o eventual fechamento da ferida.
RESUMO DE PESQUISA 11-1
Tremblay e colegas acompanharam 181 pacientes com abdome aberto durante um período de quatro
anos de controle que utilizavam para fechamento do abdome bolsas (silos), somente pele, pinça fechada
para campo, embalagem visceral modificada e packing aberta, sem terem utilizado o dispositivo de fechamento assistido a vácuo (FAV). As taxas de complicações e de mortalidade foram extremamente elevadas
nesse grupo quando comparado àqueles que fizeram uso do FAV, sendo que 14% desenvolveram fístulas
enterocutâneas, 5% sofreram deiscência da ferida e quase metade dos pacientes do estudo desenvolveu
grandes hérnias incisionais no período da alta hospitalar. O estudo concluiu que alguns métodos da técnica de assistência a vácuo deveriam ser aplicados na maioria desse tipo de pacientes.
Tremblay LN, Feliciano DV Schmidt J, et al: Skin only or silo closure in the critically ill patient with an open abdomen.
Am J Surg 182:670, 2001.
PLANO DE CUIDADOS PARA SÍNDROME COMPARTIMENTAL ABDOMINAL E À
HIPERTENSÃO INTRA-ABDOMINAL
Volume de líquidos deficiente: está relacionado tanto à perda ativa de fluido intravascular, secundária à lesão física,
como a uma condição que resulte na síndrome de extravasamento capilar com acúmulo de líquido no terceiro espaço.
OBJETIVOS/RESULTADOS Dentro de 12 horas após esse diagnóstico, o paciente deve se tornar normovolêmico, evidenciado pela PAM de,
no mínimo, 70 mm Hg, FC de 60-100 batimentos/min (bpm), ritmo sinusal normal no ECG, PVC de 6-12 mm Hg, IC de pelo menos 2,5 l/
min/m2, medida da pressão vesical menor que 15 mm Hg, PPA de pelo menos 60 mm Hg, variação do volume sistólico (VVS) menor que
15%, débito urinário de pelo menos 0,5 ml/kg/h, extremidades aquecidas, preenchimento capilar adequado (menos de 2 segundos) e os
pulsos distais em pelo menos 2+ dentro de uma escala de 0-4+. Embora os parâmetros hemodinâmicos sejam muito úteis a fim de determinar a adequação da ressuscitação, o lactato sérico e o déficit de base são necessários para avaliar a perfusão celular.
NOC Equilíbrio Hídrico; Equilíbrio Eletrolítico e Ácido-base
Controle Hídrico/Eletrolítico
1. Monitorar a PA de hora em hora ou com maior frequência, na presença de instabilidade dos sinais vitais. Estar atento a mudanças na
PAM acima de 10 mm Hg. Mesmo uma pequena diminuição súbita da PA sinaliza a necessidade de consultar o médico ou o profissional especializado, principalmente quando for desconhecida a extensão da lesão no paciente com trauma.
2. Uma vez estável, monitorar a PA pelo menos de hora em hora ou com maior frequência, na presença de sinais vitais instáveis. Estar
atento a mudanças na PAM acima de 10 mm Hg.
Hipertensão Abdominal e Síndrome Compartimental Abdominal 867
Perfusão tissular gastrintestinal ineficaz: relacionada à interrupção do fluxo sanguíneo arterial ou venoso ou à hipovolemia secundária a lesão física ou a qualquer outra condição que resulte em acúmulo de fluidos no terceiro espaço ou no desenvolvimento de ascite.
OBJETIVOS/RESULTADOS Dentro de 12 horas após o diagnóstico, o paciente deve se tornar normovolêmico, evidenciado pela PAM de pelo
menos 70 mm Hg, FC de 60 a 100 batimentos/min (bpm), ritmo sinusal normal no ECG, PVC de 6 a 12 mm Hg, pressão vesical menor que
15 mm Hg, PPA de pelo menos 60 mm Hg, IC de no mínimo 2,5 L/min/m2, VVS menor que 15%, débito urinário de pelo menos 0,5 ml/
kg/h, extremidades aquecidas, preenchimento capilar adequado (inferior a 2 seg) e pulsos distais em pelo menos 2+ dentro de uma escala
de 0-4+. O bicarbonato e o CO2 sérico total devem apresentar-se normais. No momento da alta hospitalar, o paciente deve apresentar perfusão
tissular abdominal adequada, evidenciada por ruídos intestinais normais; o abdome deve estar macio, sem distensões, e deve haver retorno
da eliminação intestinal.
NOC Perfusão Tissular: Órgãos Abdominais
Cuidado Circulatório: Insuficiência Arterial
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Identificar os pacientes que apresentam alto risco para HIA.
Monitorar a PA no mínimo a cada hora e com maior frequência na presença de instabilidade dos sinais vitais.
Monitorar a FC, o ECG e o estado cardiovascular a cada 15 minutos até que os sinais vitais estejam estáveis.
Auscultar os ruídos intestinais de hora em hora durante a fase aguda do trauma abdominal e em intervalos de 4-8 horas durante a
fase de recuperação. Registrar a ausência prolongada ou súbita dos ruídos intestinais durante o período pós-operatório, pois esses sinais
podem indicar isquemia intestinal ou infarto mesentérico, os quais requerem intervenção cirúrgica imediata.
Avaliar se o paciente apresenta sinais de peritonite (Quadro 3-3), a qual pode ocorrer inicialmente como resultado de alguma lesão ou
pode também desenvolver-se até dias ou semanas mais tarde, se ocorrerem complicações causadas por sangramento lento ou outros
mecanismos.
Assegurar um volume intravascular adequado.
Avaliar os dados laboratorias buscando evidências de sangramento (p. ex., Htc sérico) ou isquemia de órgãos (p. ex., TGO/AST, TGP/
ALT, lactato desidrogenase [LDH]). Os valores desejados são os seguintes: Htc maior do que 28-30%, AST/TGO entre 5-40 UI/L, ALT/
TGP de 5-35 UI /L e LDH de 90-200 U/l.
Medir a pressão da bexiga manualmente: Ver em Testes Diagnósticos, Mensuração da Pressão Vesicol, p. 864.
Sistema fechado de monitoramento da pressão da intravesical: Sistemas prontos e completos de monitoramento da pressão intravesical
tornaram-se disponíveis a partir de 2004. O sistema permanece completamente fechado durante a injeção de líquido na bexiga, tornando-o mais desejável como parte da prevenção de infecções do trato urinário associada à colocação de cateteres.
Avaliar mudanças no nível de consciência, possivelmente resultantes do aumento da PIA, a qual pode inadvertidamente afetar a
drenagem das veias cerebrais.
Hipertensão Abdominal e Síndrome Compartimental Abdominal
3. Se grande reposição volêmica for necessária para pacientes com trauma ou com fluido no terceiro espaço, tais pacientes apresentarão
alto risco de HIA e devem ser cuidadosamente observados para os sinais de diminuição da perfusão, dificuldade respiratória e deterioração do nível de consciência.
4. Nos pacientes com evidências de depleção de volume ou perda ativa de sangue, deve-se rapidamente administrar fluidos pressurizados
através de vários cateteres de grande calibre (calibre 16 ou maior). Utilizar tubos EV curtos e de grande calibre (tubo de trauma) para
maximizar o fluxo de infusão. Evitar o uso de conectores tipo “torneiras” porque eles diminuem a velocidade de infusão. Os líquidos
devem ser aquecidos para evitar hipotermia.
5. Medir pressões centrais e o DC continuamente, se possível, ou pelo menos a cada duas horas se a perda de sangue for contínua. Calcular RVS e RVP pelo menos a cada oito horas, se os dados estiverem disponíveis, principalmente nos pacientes instáveis. Deve-se estar
alerta para baixa ou diminuição da PVC e PCP. Estar ciente também de que a taquicardia (> 120 bpm) vai diminuir a complacência
cardíaca e, portanto, as leituras de pressão normal nesse caso podem ser enganosas. Deve-se também antecipar a presença de hipertensão pulmonar leve a moderada, especialmente nos pacientes com lesão torácica simultânea, tais como contusão pulmonar, inalação de fumaça ou SDRA precoce. O desenvolvimento da SDRA é uma preocupação para os pacientes que sofreram grande lesão abdominal, na medida em que existem muitas fontes potenciais de infecção e sepse, as quais fazem o desenvolvimento da SDRA mais
provável (ver Lesão Pulmonar Aguda e Síndrome de Angústia Respiratória Aguda, p. 365).
6. Deve-se medir o débito urinário pelo menos a cada duas horas. Débito urinário inferior a 0,5 ml/kg/h geralmente reflete volume intravascular inadequado nos pacientes com trauma abdominal. A diminuição da produção de urina pode significar também a compressão
das artérias renais na SCA.
7. Monitorar os indicadores físicos de hipovolemia arterial, que podem incluir: extremidades frias, repreenchimento capilar superior a
2 segundos, ausência ou diminuição da amplitude dos pulsos distais, elevação do lactato sérico e déficit de base.
8. Estimar a perda contínua de sangue. Deve-se medir todo o débito de sangue dos drenos e cateteres, observando a cor da drenagem
(p. ex., borra de café, bordô, vermelho brilhante). Observar a frequência da troca de curativos como resultado da saturação de sangue,
a fim de estimar a quantidade de perda de sangue pela abertura do local da ferida.
NIC Controle de Eletrólitos; Controle Hídrico; Monitoramento Hídrica; Controle da Hipovolemia
868
SITUAÇÕES COMPLEXAS ESPECIAIS
Risco para infecção: relacionado a uma defesa primária inadequada e decorrente de trauma físico, cirurgia, infecção
subjacente, fechamento temporário do abdome ou inserção de cateter urinário para a mensuração da PIA; relacionado a uma
defesa secundária inadequada causada pelo estado de debilidade, pela diminuição da hemoglobina, por uma resposta imune
inadequada, pela destruição de tecidos e exposição ambiental (especialmente do conteúdo intestinal); e relacionado a múltiplos
procedimentos invasivos
OBJETIVOS/RESULTADOS: O paciente estará livre da infecção quando apresentar temperatura central ou retal inferior a 37,7° C (100° F),
contagem de células brancas do sangue normal e sem excesso de células brancas imaturas; FC inferior a 100 bpm; deve apresentar orientação
no tempo, espaço e pessoa; ausência de hiperemia, calor ou de líquido de drenagem nos locais de incisões cirúrgicas.
NOC Estado Imunológico; Gravidade da Infecção
Proteção contra Infecção
1. Observar cor, característica e odor de toda drenagem. Relatar a presença de mau cheiro ou qualquer anormalidade da drenagem. Consultar a Tabela 3-2 para uma descrição das características comuns das drenagens GI.
2. Administrar a vacina pneumocócica de acordo com a prescrição, em pacientes com esplenectomia total a fim de minimizar o risco de
sepse pós-esplenectomia.
3. Caso a evisceração ocorra inicialmente ou posteriormente, não reinserir os órgãos ou tecidos. Deve-se colocar uma gaze embebida com
solução salina sobre a evisceração e cobrir com uma toalha estéril até que a evisceração possa ser avaliada pelo cirurgião.
4. Para outras intervenções, consultar esse diagnóstico em Trauma Abdominal (p. 245).
NIC Controle de Infecção
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM ADICIONAIS
Consultar também Traumas Graves, p. 235. Para obter informações adicionais, consultar os diagnósticos de enfermagem e intervenções nas seguintes seções: Monitorização Hemodinâmica (p. 75), Imobilização Prolongada (p. 149),
Apoio Emocional e Espiritual ao Paciente e a Pessoas Próximas (p. 200), Peritonite (p. 805), Fístula Enterocutânea (p. 778),
SRIS, Sepse e SDMO (p. 927) e Desequilíbrios Ácido-Base (p. 1).
OVERDOSE POR DROGAS
VISÃO GERAL/EPIDEMIOLOGIA
Overdose por drogas e intoxicações acidentais são eventos comuns, variando amplamente com relação à classe de
drogas, perfil da vítima e cenário clínico. Mais de dois milhões de casos de exposição humana a tóxicos são relatados aos centros de controle de envenenamento por ano (nos Estados Unidos). O total de cinco milhões de casos
notificados em todos os locais é provavelmente uma subestimação devido à subnotificação e mau diagnóstico. A
maioria dos casos não é intencional, envolvem um único agente e podem ser tratados no local com a ajuda de um
centro de controle de intoxicação; no entanto, 5 a 10% das visitas no setor de emergência e 5% das internações na
UTI envolvem a exposição a substâncias tóxicas.
O tipo, a quantidade e a via de uso da droga é que determinarão os efeitos, o tratamento, o resultado, o
prognóstico e a apresentação física. Cada droga possui um limiar para a ocorrência de efeitos tóxicos graves. As
drogas ilícitas de abuso são mais perigosas do que as drogas de prescrição, uma vez que são incontroláveis e não
regulamentadas, com a natureza aleatória da administração. A história do paciente é muitas vezes indisponível
ou de má qualidade. O tempo é crítico para o sucesso do tratamento. É essencial uma abordagem séria, gradual e
detalhada com relação aos testes laboratoriais, as intervenções médicas e de enfermagem, ao apoio farmacológico
e às medidas gerais de suporte. Nenhum sistema ou órgão do corpo está protegido contra os efeitos prejudiciais
de overdose de drogas.
INGESTÃO DE SUBSTÂNCIAS DESCONHECIDAS
Muitos pacientes com overdose de drogas chegam para a primeira avaliação com estado mental alterado e sem
história útil ou confiável. É difícil a identificação da substância ingerida. A triagem laboratorial é feita para drogas
comuns de abuso, incluindo anfetaminas, barbitúricos, benzodiazepínicos, cocaína, opiáceos, fenciclidina e canabinoides. Níveis de drogas específicas estão disponíveis para os salicilatos, Paracetamol, Digoxina, teofilina, ferro
e lítio. Quando uma dessas drogas não é o agente agressor, uma série de sinais e sintomas deve ser observada, e
outros testes devem ser aplicados a fim de determinar os potenciais agentes de ofensa.
manual de
enfermagem no
cuidado crítico
MARIANNE SAUNORUS BAIRD
SUSAN BETHEL
6a EDIÇÃO
A NOVA EDIÇÃO DO SWEARINGEN.
UM GUIA DE REFERÊNCIA RÁPIDA PARA AJUDAR ENFERMEIROS
NA AVALIAÇÃO E NA CONDUTA DE CONDIÇÕES DE CUIDADO CRÍTICO!
Compacto e fácil de usar, este guia clínico apresenta informações essenciais a
respeito de aproximadamente 80 distúrbios e condições, bem como conceitos
relevantes ao cuidado de pacientes criticamente enfermos e o funcionamento no
ambiente de cuidado crítico. O material é separado primeiro por sistema corporal e
depois por distúrbio. Os distúrbios incluem descrições sucintas da fisiopatologia,
avaliação, testes diagnósticos, condutas colaborativas, diagnósticos de enfermagem, resultados desejados, intervenções de enfermagem, bem como orientações
e reabilitação do paciente.
Principais características:
• Um formato revisado espelha uma abordagem prática de enfermagem ao cuidado do
paciente, facilitando a busca de informações.
• Exclusivo! Os planos de cuidados empregam diagnósticos de enfermagem aprovados pela NANDA-International, aumentando a familiaridade com a terminologia
NANDA-I.
• Exclusivo! Novas tabelas de Exames Diagnósticos destacam a definição, finalidade
e achados anormais de cada teste.
• A nova formatação dos planos de cuidados incorpora diagnósticos de enfermagem,
intervenções NIC e resultados desejados NOC.
• Novidade! Tabelas de condutas colaborativas resumem pontos-chave e incorporam
diretrizes reconhecidas em âmbito nacional.
• Novos alertas de segurança do paciente e avisos importantes chamam a atenção
para questões essenciais à segurança do paciente.
• Os sumários dos capítulos proporcionam acesso fácil aos distúrbios.
• Exclusivo! Ícones gerontológicos (
) destacam considerações relacionadas
ao cuidado de idosos.
• Exclusivo! Resumos de pesquisa em quadros especiais discutem estudos de pesquisa selecionados para o cuidado do paciente baseado em evidências.
Classificação de Arquivo Recomendada
ENFERMAGEM
ENFERMAGEM DE CUIDADO CRÍTICO
UTI
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