Número 101 - NOPH Ecomuseu de Santa Cruz
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Número 101 - NOPH Ecomuseu de Santa Cruz
NOPH - 30 anos Valorizando Santa Cruz, sua gente e sua cultura viva! Na Sapucaí ou no Bodegão, SANTA CRUZ, História de amor alegria e paixão. BATE CORAÇÃO! Fundado em 1983 por moradores idealistas , O NOPH avançou muito mais que um simples núcleo de pesquisa histórica. Era desde o começo o Ecomuseu de Santa Cruz com suas ações socioculturais . Após o reconhecimento como o 1º Ecomuseu da Cidade do Rio de Janeiro,em 1992( ECO 92), mantem-se fiel a sua missão, criando um vínculo de afeto dos moradores com o bairro que se formou da Fazenda Jesuítica , Real , Imperial de Santa Cruz. QUARTEIRÃO 2 Março/Abril 2013 PARTICIPAÇÃO CAMPANHA ‘O POVO QUER CARNAVAL NA FELIPE CARDOSO’ Em mais de 200 anos de Carnaval – consideramos que foi introduzido em Santa Cruz no tempo de D. João, como entrudo, é a 1ª vez que a Felipe Cardoso, a rua principal do bairro, deixou de ser o palco da folia. A chegada do progresso, com a mudança nos transportes, trazendo a Transoeste e os “ligeirões”, trouxe complicadores para as grandes festas populares da tradicional localidade. Desfiles cívicos, feiras populares e o próprio carnaval mudaram em função do novo desenho de trânsito: saíram da Praça Historiador Benedicto Freitas (Antiga Praça do Rinque) para o Marco XI em 2012 para finalmente deixar a Felipe Cardoso para se espalhar em outras praças menores, que não comportam a mesma organização e disciplina nas grandes aglomerações festivas. Uma alternativa teria tornado possível o carnaval da Felipe, bastava um pouco de bom senso: Os ligeirões que passaram “VAZIOS” os três dias da folia poderiam ter circulado apenas até ao Estação de Curral Falso, circulando a praça Santa Cruz e retornariam à Estação Curral Falso. Quem precisasse usar o BRT para a Barra era só mudar o ponto de embarque e desembarque nos três dias. Com isso , o Carnaval continuaria no seu palco tradicional – a Rua Felipe Cardoso, com o belo Coreto SANTA CRUZ – UM CASO DE AMOR , no Marco XI , com o trânsito desviado para as ruas periféricas para dar vazão aos blocos e à alegria carnavalesca. Na verdade, o Coreto do Largo do Bodegão era uma declaração de amor ao bairro, sintetizado na valorização de alguns de seus patrimônios mais significativos ali retratados: Ponte dos Jesuítas, Sede da fazenda Real e Imperial/ Atual Batalhão Escola de Engenharia, Hangar do Zeppelin, Ruínas do Matadouro, Palacete Princesa Isabel, Casa do Senador Júlio Cesário de Melo... Viva! Parabéns aos idealizadores! Afinal esse tema responde ao que o NOPH/ Ecomuseu de Santa Cruz prega há 30 anos. Mas foi uma pena que nem todos puderam curtir , pois muita gente desistiu de apreciar a folia com a mudança para o Bodegão. O espaço físico e a configuração da Felipe Cardoso sempre propiciaram um carnaval de primeira grandeza ; os jardins , arquibancadas naturais, as dimensões da Felipe onde cabe a alegria democrática e diversificada dos blocos, o Coreto com muito maior visibilidade, convergindo as atenções. Foi uma pena mesmo ! Só faltou a extrema unção para um carnaval agonizante!!! Participemos todos da campanha: CARNAVAL NA FELIPE PARA 2014! E que possamos todos cantar: “Esse ano não vai ser igual aquele que passou Eu não brinquei Você também não brincou!” Toda a cidade brincou o seu Carnaval, tudo foi viabilizado para isso. Mas Santa Cruz teve que se espremer nas praças menores, pulverizando a alegria coletiva, sem poder se espalhar pelos jardins. Que pena! Movimento Financeiro do NOPH Período: 25/11/2012 a 08/04/2013 Conta Bancária Saldo Anterior:.......................... 84,71 Créditos no período: ................. 5.487,01 Débitos no período:................... 928,86 Saldo Atual: .............................. 4.642,86 EXPEDIENTE JORNAL QUARTEIRÃO Conta Caixa Saldo Anterior:.......................... 1,72 Recebido de colaboradores: ..... 2.280,00 Pagamento Quart. 100.............. Saldo Atual: .............................. 2.280,00 1.72 Posição do Saldo: Conta banco:............................ 4.642,86 Conta Caixa:............................. 1,72 Saldo Total: .............................. 4.644,58 Santa Cruz, Rio de Janeiro, 26/04/2013 Ramiro Miranda Pereira Coordenador de Assuntos Financeiros do NOPH Órgão de divulgação das Ações Culturais desenvolvidas pelo NOPH e pelo Ecomuseu em Santa Cruz e na Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro, em especial em Santa Cruz. Editado pelo NOPH-Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica - Santa Cruz, Localização: Centro Cultural Municipal de Santa Cruz - Dr. Antônio Nicolau Jorge (desde abril de 2000) - Rua das Palmeiras Imperiais, s/n - Santa Cruz - Rio de Janeiro - Brasil - CEP: 23550-020. Comunicação: Telefones: 3395-0066 / 9618-0672 (Walter/Odalice); 3395-1489 (Ecomuseu/Centro Cultural) Site: www.quarteirao.com.br Facebook: noph ecomuseu de santa cruz E.mails: [email protected] [email protected] Publicidade: Bruno Cruz de Almeida Conselho Editorial: Bruno Cruz de Almeida, Odalice Miranda Priosti, Paulo Henrique Madeira, Regina Célia Gonçalves França, Silvia Regina L C Cunha Melo, Pablo Ramoz, Ramiro Miranda Pereira, Tiago de Oliveira Rodrigues e Walter Vieira Priosti. Editoração Eletrônica: Namélio Soares / [email protected]. Impressão: Folha Dirigida. ECOMUSEU DE SANTA CRUZ NOPH - REUNIÕES As reuniões do NOPH acontecem no Centro Cultural Municipal de Santa Cruz – Dr. Antônio Nicolau Jorge, Rua das Palmeiras Imperiais, s/n, todas as quartas-feiras do mês, a partir das 18 horas. São abertas para toda a Comunidade. Informações: Tel: 3395.1489. Todos estão convidados. AJUDE O QUARTEIRÃO O Quarteirão é entregue inteiramente grátis. Ele tem um custo: circula graças ao apoio de colaboradores e pequenos anunciantes. Desse modo, você que lê o Jornal e gosta de suas matérias, pode colaborar com R$ 20,00 ou mais, depositando na conta do NOPH, no Itaú, Agência Santa Cruz nº 6312, Conta 16604-1. Envie o comprovante para o NOPH, endereço acima, para que possamos colocá-lo como AMIGO DO QUARTEIRÃO! É o resultado do trabalho que o NOPH desenvolve desde 1983, quando de sua criação, reconhecido no I Encontro Internacional de Ecomuseus, realizado no Rio de Janeiro, em 1992, no decorrer da ECO.92, que reuniu governantes e participantes de diversos países para tratar das questões relacionadas com o meio ambiente em nosso planeta. NOPH NÚCLEO DE ORIENTAÇÃO E PESQUISA HISTÓRICA Associação civil, sem fins lucrativos, sem vínculos político-partidários, com o objetivo de realizar pesquisas, divulgar a História Local, dinamizar a cultura e desenvolver campanhas, visando a preservação dos bens culturais de Santa Cruz e da Zona Oeste. O NOPH é reconhecido de Utilidade Pública pelas Lei nº 590, de 15 de agosto de 1984 (Município) e Lei Estadual nº 1207, de 22 de outubro de 1987. Registrado no Ministério da Cultura como Pessoa Jurídica de Natureza Cultural, no Ministério da Fazenda CNPJ 30.031.223 / 0001-87 e no Município do Rio de Janeiro (ISS), com a Inscrição nº 02.107.368 O acervo do NOPH encontra-se no Palacete Princesa Isabel - Centro Cultural Municipal de Santa Cruz – Dr. Antônio Nicolau Jorge, situado na Rua das Palmeiras Imperiais, s/nº, Santa Cruz, Rio de Janeiro, CEP: 23550-020 – Tel. 3395-1489, desde abril de 2000, onde poderão ser prestadas e pesquisadas as informações sobre a História de Santa Cruz, de outros bairros da Zona Oeste, da Costa Verde e da Cidade do Rio de Janeiro. Endereço para correspondência: Rua das Palmeiras Imperiais, s/nº - Santa Cruz – Rio de Janeiro CEP: 23550-020 Centro Cultural Municipal de Santa Cruz – Dr. Antônio Nicolau Jorge Coordenação do NOPH (Biênio 2012/2013): Coordenadoria Geral: Walter Vieira Priosti; Coordenadoria de Assuntos Administrativos: Regina Célia dos Santos Gonçalves França - Vice: Paulo Henrique Madeira; Coordenadoria de Estudos e Projetos: Odalice Miranda Priosti - Vice: Silvia Regina Leite Costa Cunha Melo; Coordenadoria de Divulgação: Bruno Cruz de Almeida - Vice: Tiago de Oliveira Rodrigues; Coordenadoria de Assuntos Financeiros: Ramiro Miranda Pereira; Vice: Pablo Ramos Camilo. Conselho Fiscal do NOPH(2012/2013): Ilza Câmara Rodrigues, Júlio Queiroga , Raul Ramires Rosa QUARTEIRÃO Março/Abril 2013 3 PÁGINA DO HISTORIADOR Atividades agro-industriais, laticínios e lavoura especializada; Feitoria do Leme; a colônia chinesa do Morro do Chá; a real fábrica de tecidos de Santo Agostinho; Olaria e curtume Muito preocupou os responsáveis pela Fazenda o incremento da produção agrícola, base de sua existência pela auto suficiência que lhe era imposta e o desenvolvimento do conhecido parque industrial, avultando a Real Fábrica de Tecidos Santo Agostinho. Desde a administração do sargento mór Silva e Castro, a lavoura de subsistência havia sido propagada, com o aproveitamento da grande massa de escravos, atirada à ociosidade, mas necessária aos trabalhos de preparo do solo e obras de proteção contra as águas. Com a presença de D. João em Santa Cruz, aventou-se a oportunidade do aperfeiçoamento das atividades existentes, dando-se , então, a designação do controvertido John Mawe, que em visita à Fazenda oferecera várias sugestões para seu melhoramento e ato contínuo o Rei entre nós em 1809, o nomeou para a direção técnica (?) dos serviços exigidos, embora fosse ele apenas “mercador de pedras preciosas” e por isto, perito avaliador de sua autenticidade, sem embargo de externar opiniões prontamente aceitas em vários ramos da agricultura e da indústria mecanizada (1). Imposta sua permanência em Santa Cruz, iniciou o inglês a execução de seus planos e do projeto apresentado ao Conde de Linhares e este a D. João, constava o estabelecimento de um “ Núcleo Modelo” para a criação de gado selecionado, instalação de coudelarias e especiais, ativas manufaturas de laticínios, tudo sob a direção de um Superintendente, “ fosse um Comendador ou militar, pouco importa”, disse ele em ferina ironia ao hábito antigo de só nomearem para os altos cargos administrativos da Superintendência, nobres ou militares, nos tempos da Real e Imperial Fazenda, quando apenas um civil e por ser renomado técnico, ocupou a suprema direção de suas complexas atividades. NOTAS 1. Figura curiosa a desse esperto viajante; além das sugestões para o aproveitamento do rico manancial agro-pastoril da Fazenda, em Minas projetou uma pequena siderúrgica (Pedro Calmon, História, volume IV). E ainda elogiado desenhista de “ vistas” do Rio de Janeiro (v. nota do capítulo deste). Extraído da obra SANTA CRUZ – Fazenda Jesuítica, Real, Imperial, de Benedicto Freitas, vol. II, p. 177-178 LOGRADOUROS DE SANTA CRUZ RUA LOPES MOURA – Possuindo a mais numerosa quão variada denominação, muitas vezes confundimos sua identificação ao manusearmos a vasta documentação da antiga Superintendência. Sua origem remonta ao tempo dos Jesuítas,quando simples caminho entre as matas,fazia-se o acesso à “Atalaia dos Padres”, atual Morro do Mirante. Já foi “Rua Nova da Olaria”, da Pedreira, do Manoel José, da Alegria, do Mirante, da Matriz e Barão do Ladário”,esta antes da atual denominação.Dentre os topônimos citados,destaca-se pelo curioso de sua justificativa revestida de todas as características de lenda,o de Manoel José.Segundo nos referiu em vida,o falecido industrial santacruzense Luiz Gonzaga Moreira,bisneto de Manoel José,este passava por abastado negociante lusitano,que em 1879 pretendendo homenagear homenagear D.Pedro II,mandou revestir o trecho da rua em frente de sua casa com moedas de ouro,para o Imperador passar sobre elas e assim,tornar-se seu possuidor,o que não foi consentido,sabido a simplicidade do Soberano,e ainda por conta da lenda,conter os valiosos dobrões a efígie do Mônarca.Tão original demonstração que muito sensibilizou o homenageado,valeu significativa retribuição com o nome dos entusiástico admirador do imperial governante,aposto na fachada de sua casa,indicando a rua onde ela estava situada,daí em diante seria “ Rua do Manoel José”,assim ainda mais popular,embora mais prestigiado aos olhos do povo pela revelação de tão “pródiga” burra,verdadeira “ árvores das patacas”,que tanto atraía seus ávidos patrícios. Quanto à denominação atual, refere-se ao erudito médico Brasileiro, Caetano Lopes de Moura, tradutor do manuscrito inédito, em rancês, do viajante Milliet de Saint´Adolphé, denominado “Dicio nário Histórico descritivo e geográfico do Brasil”, editado 1845,contendo,com bastante precisão,farta referência a Santa Cruz. Coordenador da importante edição do “ Castrioto Lusitano”, editado em 1844 pelo livreiro Aillaud,de Paris,estava traduzindo a famosa obra de Barleus, “História dos grandes feitos Holandeses”,conforme foi afirmado pelo poeta Gonçalves Dias, quando em Paris. Conceituadíssimo, D.Pedro II o admirava e o apoiava e foi lembrado para médico Honorário da Casa Imperial,quando em carta do Ministro na França ao Imperador, foi considerado “Incontestavelmente uma ilustração Brasileira” (arquivo do Museu Imperial, Petrópolis, coleção de Pedro de Orleans e Bragança, 5.794). Médico das tropas de Napoleão Bonaparte, foi o único Brasileiro recebe tão destacada honraria do famoso General e Imperador. Solidamente pavimentada a paralelepípedos, suportando o intenso tráfego como via de escoamento do centro da cidade, com refúgio centrais e bastante centralizada, é um dos logradouros mais em evidência no sistema topográfico local, por sua excelente posição. Extraído da obra Santa Cruz Jesuitica , Real , Imperial, de Benedicto Freitas, vol. III QUARTEIRÃO 4 Março/Abril 2013 PARTICIPAÇÃO AMIGOS DO QUARTEIRÃO Ailton Novaes / Luzinette Marques; Alain Brodin; Alcyr de Souza Solé; Aldo Goes de Oliveira; Alice da Silva Miranda(In memoriam); Antônio Leão de Jonas; Aurora G. Ferreira Menezes; Carlos Ludovico Crim Valente. CEEANO-Centro Educacional Estações do Ano; Celso de Figueiredo; Denize Brazil; Édipo Pontes de Mello; Fábio Gonçalves França; Fabrícia Helena Bittencourt Senna; Dany Thomaz Gonçalves; Haydée Merola Junger e filhos; Hélio Pinto e Souza/Yedda de Mello e Souza; ldalécio de Carvalho Cintra; Profa. Ilza Câmara; Profª Iracema Ferreira; Israel Blajberg (BNDES); José Carlos Moreira da Silva; José MUSEU / ECOMUSEU Goez da Silva; José Luiz de Moura; José Nilo Ferreira; Laet José dos Anjos; Liliane de O. Martins da Silva, Luciano Tarchiche Durão; Luiz Antônio C Abreu; Maria da Graça Cesário de Melo; Maria Helena Lichote; Maria Leite de Almeida; Marisa Travassos dos Santos; Mitu Ueoka; Napoleão dos Santos Nogueira; Odalice Miranda Priosti; Olandi Pinto da Silva; Ovídio Soares da Silva; Pablo Ramos Camilo; Paulo Henrique Madeira; Paulo Mello Menezes; Paulo R. S. Nogueira; Regina Célia Gonçalves França; Silvia Regina Leite Costa Cunha Melo e Filhas; Vander Miranda Priosti; Walter Vieira Priosti;, Yara Mattos. ECOMUSEU é... Uma ação museológica consciente da COMUNIDADE com o objetivo de desenvolver o TERRITÓRIO que habita, a partir da valorização da História Local e do PATRIMÔNIO (natural e cultural) nele existente. ECOMUSEU NÃO é .. - Museu em um único prédio, mas num TERRITÓRIO; - Museu de coleção de objetos, mas um conjunto diversificado de bens coletivos , o PATRIMÔNIO; - Museu a serviço de um público que o visita por entretenimento e lazer, mas a serviço do desenvolvimento de uma POPULAÇÃO (ou COMUNIDADE). MUSEU/ECOMUSEU Prédio à Coleção de objetos à Público/Visitante à ECOS DOS 445 ANOS DE SANTA CRUZ Território / Espaço Vivido Patrimônio População/Comunidade Participante Entrega da medalha dos 445 anos de Santa Cruz à D. Oton Mota Marching Band e ao GRES Acadêmicos de Santa Cruz Don Oton Mota Marching Band recebe a medalha No dia 02 de fevereiro, regada a muito samba e confraternização, em uma feijoada comunitária do GRES ACADÊMICOS DE SANTA CRUZ finalmente foi entregue a MEDALHA DOS 445 ANOS DE SANTA CRUZ à nossa Escola de Samba, considerada patrimônio pelos santacruzenses um patrimônio. No SARAU DOS 445 anos do bairro, A homenagem foi realizada no final, pelo Coordenador Geral do NOPH – Walter Vieira Priosti e devidamente registrada por Tiago de Oliveira Rodrigues, Vice- Coordenador de Divulgação. Recebeu a medalha o Presidente Moisés Coutinho – ZEZO que, em nome da comunidade, agradeceu emocionado, o reconhecimento de Santa Cruz à sua Escola. Em dezembro de 2012, com a quadra do Colégio D. Oton Mota lotada de alunos e responsáveis para a Festa de encerramento do Ano Letivo, a Campeã sulamericana D.O.M Marching Band recebeu em grande estilo a medalha dos 445 anos de Santa Cruz conferida pelo NOPH/ Ecomuseu de Santa Cruz a todas personalidades e instituições que contribuíram para engrandecer o nome do histórico bairro. Merecida homenagem à Banda que além de cultivar nossa tradição musical tornou-se Campeã sulamericana de. Parabéns especial ao Maestro e aos coordenadores, e Antônio Veiga, um de seus maiores incentivadores. Tempos áureos da Praia de Sepetiba Tiago Rodrigues DOAÇÕES: Recebemos... • do Sr. Luiz Carlos Fonseca – morador do Parque das Rosas / Barra da Tijuca, 27 livros de literatura coleção O Globo e uma bíblia Edições Loyola. • da Profa. Regina França três pequenas pinturas óleo sobre tela de autoria de Jan Rocha e uma cafeteira • do Jovem Tiago Rodrigues uma edição da revista Caras onde a Base Aérea de Santa Cruz foi o palco de lançamento de uma marca de carro famosa. QUARTEIRÃO Março/Abril 2013 5 PATRIMÔNIO Walter Priosti DIA DA ARMA DE ENGENHARIA O Comandante do Exército General ENZO e o tetraneto de Villagran Cabrita depositando corbeille de flores no monumento a Villagran Cabrita A solenidade comemorativa do Dia da Arma de Engenharia se realizou no dia 10 de abril às 10:00h no Batalhão Escola de Engenharia - Batalhão Villagran Cabrita com a presença do Comandante do Exercito Brasileiro General Enzo Martins Peri e General de Brigada Décio dos Santos Brasil. O Batalhão Escola de Engenharia - BEsE está com novo comandante desde o dia 18 de janeiro. O Ten Cel Jorge Luiz Abreu do O’ de Almeida Filho assumiu o co- mando desta importante e histórica unidade escola. Representaram a Comunidade de Santa Cruz, o NOPH (com o Coordenador Geral Walter Vieira Priosti), o GRES Acadêmicos de Santa Cruz (Presidente Zezo), o Colégio D. Oton Mota (pelo Sr. Antônio Veiga). Estavam presentes o tetraneto de Villagran Cabrita, o ex- comandante do BEsE Coronel Gesiel Saturnino, entre outros. Fonte: http://santacruzetudodebom.blogspot.com.br O DIA DA AVIAÇÃO DE CAÇA O dia 22 de abril de 1945 é lembrado como a data em que os pilotos do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1° GAVCA) realizaram o 44 número de missões na Segunda Guerra Mundial contra as posições alemãs na Itália. Alguns pilotos brasileiros chegaram a fazer três voos nos caças P-47, com motor de 18 cilindros e armados com oito metralhadoras calibre 12,7mm, bombas e foguetes. Ao celebrar esta data, nós preservamos a memória daqueles que representaram o país há 68 anos nos céus da Itália”, explica o Brigadeiro Fernando de Aguiar, Comandante da Terceira Força Aérea, organização responsável pelas unidades de caça e reconhecimento da FAB. No dia da Aviação de Caça estão programadas demonstrações operacionais com as aeronaves F-5EM, A-1 e A-29 Super Tucano, exposições de aeronaves no Hangar do Zeppelin, homenagem aos veteranos de guerra no monumento memorial ao 1º GAVCA, além da entrega da medalha Brigadeiro Nero Moura aos pilotos mais antigos e de troféus para os destaques da nova geração de caçadores. O evento é restrito à imprensa, convidados civis e militares. Grupo de caça, em formação, sobrevoa o local do cerimonial do Dia de Aviação de Caça, na Base Aérea de Santa Cruz A BASE AÉREA DE SANTA CRUZ Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, o 1° GAVCA foi transferido para a Base no Rio de Janeiro, onde hoje opera jatos supersônicos F-5EM. Também opera no local o 1°/16° GAV, equipado com jatos A-1, de fabricação nacional. A Base Aérea de Santa Cruz se destaca ainda pelo seu imenso hangar, inaugurado em 1936 para apoiar os voos do dirigível Zeppelin. Fonte : http://santacruzetudodebom.blogspot.com.br QUARTEIRÃO 6 Março/Abril 2013 MEMÓRIA 11ª SEMANA NACIONAL DE MUSEUS Projeto Implantação do Salão da Memória No dia 20 de março, após articu lações do NOPH com a família, rece bemos o Sr. Ney Telles, an ti go mo ra dor da Vila Ope rá ria do Ma ta dou ro e fun cioná rio por mais de 40 anos na que le aba te douro. Essa foi a partida para a implantação do projeto SALÃO DA MEMÓRIA: coleta participativa de memórias de Santa Cruz. Como um ritual de passagem, o Sr. Nei compareceu acompanhado da filha e da Profa. Carmem Araujo ansioso por narrar sua história no Matadouro e no Correr de Casa – Vila Operária do Matadouro. O depoimento foi gravado e constituirá o acervo de memórias do NOPH/Ecomuseu de Santa Cruz. A 2ª parte, onde o Sr. Ney mostrará o antigo matadouro e a Vila Operaria, será gravada na 11ª SEMANA NACIONAL DE MUSEUS, de 13 a 18 de maio, como parte do Projeto de Implantação do Salão da Memória. Depois do Sr. Ney, outros moradores também farão seus depoimentos, deixando para a Santa Cruz do futuro, fragmentos importantes da memória de um tempo que testemunharam no bairro. FALANDO DE SAUDADE Naquela noite de 08 de março de 2013, na abertura da exposição de artes plásticas no Centro Cultural, iniciativa do NOPH, para mim foram momentos de prazer ajudar na arrumação da exposição, pois sempre me senti atraída por artes plásticas, embora não tenha nenhum talento para tal. Mas me dá um prazer enorme ver as telas, arrumar, analisar... E assim foi... À noite, cheguei um pouco mais tarde, encontrei aquele ambiente de paz, confraternização, harmonia que me contagiaram. Pessoas que há muito tempo não via e com quem convivi em determinado momento de minha vida. Uns cresceram e quase nem reconheci. Então me bateu um sentimento de saudade. Aquelas salas imensas, com altas paredes de pedra... Sim, saudade... não de pessoas, de fatos, de situações. Saudade de algo que não sabia bem o que era. Saudade... apenas saudade. Talvez de uma época, um ciclo fechado de minha vida, sem incluir mais nada. Enquanto conversava com um e com outros, mais o sentimento se acentuava. E fui além, chegando a minha fase de adolescência quando ali frequentava, enquanto aluna da então Escola Técnica Princesa Isabel. Era um divagar pelos ciclos de uma vida. Assim foi... e, coincidentemente um amigo me enviou uma mensagem falando de saudade. Então, copiei algumas frases que achei geniais e aqui deixo registradas, por considerar que vão ao encontro do sentimento que me envolveu. • Para sempre é muito tempo. O tempo não para! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo. Mário Quintana • A saudade é nossa alma dizendo para onde ela quer voltar Rubem Alves • Sentimos saudades de certos momentos de nossa vida e de pessoas que passaram por ela. Carlos Drummond de Andrade • Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração escorrega pelos olhos. Bob Marley • Ter saudade é melhor do que caminhar vazio. Peninha Ilza Câmara Rodrigues Professora / Colaboradora e Conselho Fiscal do NOPH Antigo funcionário do Matadouro e morador da Vila Operária, Ney Telles narra sua vida para o SALÃO DA MEMORIA ALCYR SOLÉ - Convocado para uma reunião comunitária em outro plano! No dia 10 de março de 2013, SANTA CRUZ perdeu mais uma liderança comunitária : ALCYR DE SOUZA SOLÉ foi um desses que dedicaram a vida inteira às causas da comunidade. Uma justa homenagem foi feita por companheiros e amigos, herdeiros de sua ação na Santa Cruz desde os anos 40. Quem não lembra de suas ações junto à Sociedade Musical Francisco Braga, Grêmio Recreativo Musical 24 de fevereiro, Grêmio Procópio Ferreira, Sociedade Carnavalesca Progressistas, Bloco da Crítica, Clube Campestre de Santa Cruz, Caixa de Socorros Centro Familiar, NOPH, Associação Comercial e Industrial de santa Cruz/ ACISC, Associação de Moradores e Amigos de santa Cruz /AMASC e o seu amado ORIENTE Futebol Clube, não conheceu uma Santa Cruz social e cultural que em tudo tinha bem próximo a figura daquele empresário simples, à frente do Cortume Catalão, uma criação de seu pai Solé, que veio da Catalunha/ Espanha tentar a vida no Brasil. O comunitário Alcyr Solé deixa suas marcas e Santa Cruz louvará sempre sua participação ativa em diferentes campos de atuação: música, clubes sociais, teatro, esportes, Sociedades Carnavalescas (PROGRESSISTAS), Bailes e teatro na Sociedade Musical Francisco Braga e no Grêmio Procópio Ferreira, no carnaval, na cultura e no esporte dessa região. NOPH 1983-2013 30 anos trabalhando a história de Santa Cruz QUARTEIRÃO Março/Abril 2013 7 CULTURA TEM SARAU NO CENTRO CULTURAL! Do erudito ao popular Em 2011, em meio a um sarau comemorativo da Semana de Santa Cruz, o NOPH lançou o projeto TEM SARAU NO CENTRO CULTURAL! Naquele ano, pensamos que pelo menos a cada dois meses poderíamos fazer o sarau, formando plateia para música de qualidade, poesia, dança e teatro em nossa comunidade. Em 2012, não conseguimos realizar o projeto, mas apenas o SARAU DOS 445 ANOS DE SANTA CRUZ. Em 2013, como parte inte grante do Projeto TRAMACULTURA EM SANTA CRUZ, pa tro ci na do pela Casa da Moe da do Bra sil, os sara us têm a chance de acon te cer. A cada dois me ses, alunos do Profes sor Jú lio Qu e i ro ga e ou tros mú si cos con vida dos se apre sentam com o projeto TEM SARAU NO CENTRO CULTURAL! Em abril, no dia 20, aconte ceu a 1ª edição com a par ti ci pa ção do Sa xo fo nis ta Ro naldo Mar- tins e da fla u ta trans ver sa de Jés si ca Ma ri nho, en tre ou tros. • Se ra nus, se rão, sa rau, é uma re u nião ou en con tro an ti go cul ti va do ain da nes ses tem pos. Vem dos tem pos do Impé rio e, como sede cam pes tre do Go ver no Real e Impe ri al, San ta Cruz tes te mu nhou mu i tos dos que acon te ce ram com a pre sen ça de D. Pe dro I e D. Pe dro II. Fotos Tiago Rodrigues e Paulo Madeira David Marcos (violão), Lisa Stefanie (voz) e Júlio Queiroga O saxofonista Ronaldo Martins Mayara e Tiago, os mestres de cerimônia Conceição Lins declamou poesia de sua autoria A participação espontânea de Silvia Priscila Poesia com Jorge Luis que aproveitou para divulgar seu livro Anderson Assis autor de "Pré-Mortais" Sérgio (baixo acústico) e Jéssica Marinho (flauta transversa) Parte da platéia presente QUARTEIRÃO 8 Março/Abril 2013 NOPH 30 ANOS 1983/2013 MOBILIZAÇÃO COMUNITÁRIA PELO PATRIMÔNIO Tramacultura em Santa Cruz: Feita por nós O NOPH completa, em 2013, trinta anos de existência, trabalhando com afinco a história de Santa Cruz e lutando pela melhoria cultural da região. Tudo isso sempre aconteceu sem que a entidade recebesse apoio e recursos financeiros de monta. Atualmente, um projeto está em andamento: o Tramacultura em Santa Cruz: Fe ita por nós, onde membros da comunidade participam através de 8 oficinas: Teatro, Canto Coral, Dança de Salão e Dança do Ventre, História Local, Xadrez, Capoeira e Artesanato – Modelagem e Cartonagem. A Casa da Moeda do Brasil cumpre assim sua participação em apoios à comunidade onde está localizada, exemplo que deveria ser seguida pelas demais indústrias da região, direcionando seus recursos para atividades locais. Parabeniza-se a Casa da Moeda por sua conduta, priorizando as entidades que batalham pela melhoria da qualidade de vida na região. Este investimento acaba resultando em benefícios para todos, pois aqui residem muitos dos funcionários do Distrito Industrial Local. Vamos torcer para que os investimentos comecem a fluir e a melhorar a vida de todos. Canto Coral Dança de salão Xadrez Walter V.Priosti Coordenador Geral do NOPH Em três décadas de ação sociocultural do NOPH, de 1983 a 2013, muitas pessoas que passaram pela instituição e pelos tantos anos dedicados a ela, merecem ser lembradas. Da 1ª coordenação à atual, foram nobres ideais que regeram as pesquisas, as campanhas e as lutas pela divulgação e preservação do patrimônio local. Destacamos in memoriam: • Dr. Antônio Nicolau Jorge – Líder comunitário 11 anos de NOPH, • Benedicto Freitas – Historiador de Santa Cruz • Pe. Guilherme Decaminada- Pároco da Matriz N. Sra. Conceição, • Pe. Luciano Dal Zoppo • José FranciscoToffani, Nichol Xavier Aratuba, Eneas Pereira, Jorge Iriarte Kayser, Onild’ Aquino, Hermínio Ferreira, Hélio de Santa’ Ana, Eurico Pereira, Prof. Leone Augusto, Ercy Bittencourt, Newton da Costa, Prof. Francisco José Antônio, Alcyr de Souza Solé, coordenadores e / ou conselheiros em diversas gestões SAUDADES DA 1ª COORDENAÇÃO Antônio Nicolau Jorge, Sinvaldo do Nascimento Souza, José Francisco Toffani, Márcio Antônio de Azevedo, Jorge Iriarte Kaiser PASSARAM PELAS COORDENADORIAS Adinalzir Pereira Lamego, Alda Monteiro, Alexandre Lopes Nogueira, Alexandre P. Leontisinis Ana Lúcia Monteiro, Antônio Manteigas Veiga, Bruno Cruz de Almeida, Cristine Tenuto, Dorotea Racca da Silva, Edite Moraes da Costa, Fabiana Saraiva Von Abel, Fátima das Neves João, Francisco César Moutinho, Ilza Câmara Rodrigues, Jacob Gribler Neto, José Carlos Moreira da Silva, José Goez da Silva, Marisa Valente, Júlio César de Queiroga, Margarete de Melo Seabra, Maria José Coelho da Silva, Odalice Miranda Priosti, Oscar de Moraes, Terezinha Lioi Malachini, Marisa Travassos dos Santos,, Silvia Regina Leite da Costa Cunha Melo, Luis Antônio da Costa Abreu, José Postigo Castelon, Sílvia Fernandes, Regina Célia dos Santos Gonçalves, Leila Maria Moreira R. Marino, Rubens dos Santos Cardoso, Márcio Pinto de Oliveira, Paulo Roberto Madeira, Renata Figueiredo Morais, Paulo Henrique Madeira, Raul Ramires Rosa, Terezinha de Jesus João Rigger, Pablo Ramos Camilo, Ramiro Miranda Pereira, Tiago de Oliveira Rodrigues, Walter Vieira Priosti, Wilson Coelho da Silva. Também passaram pelo NOPH em outras ações: Ana Lúcia Monteiro (fotógrafa); Jujuba (artesão), Osvwaldo Eduardo Lioi (arquiteto e cenógrafo), Lui Fer (artista plástico), Onild´Aquino (artista plástica), Semíramis Barros (professora), Profas. Iracema Ferreira e Eliane Sales Artesanato História Local EM ATIVIDADE Bruno Cruz de Almeida, Silvia Regina Leite C. Cunha Melo, Regina França, Paulo Henrique Madeira, Odalice Priosti, Walter Priosti, Pablo Ramos Camilo, Ramiro Miranda Pereira, Tiago de Oliveira Rodrigues, Júlio Queiroga, Raul Ramires Rosa, Ilza Câmara Rodrigues entre outros. Dança do Ventre Teatro Capoeira QUARTEIRÃO 10 Março/Abril 2013 CARNAVAL A PRAÇA É NOSSA!!!!!!!!!! Foto Tiago Rodrigues SALVEMOS NOSSO CARNAVAL – Inacreditável! Mas a foto ao lado é de um domingo de Carnaval na Praça Central de Santa Cruz, atual Praça Historiador Benedicto Freitas, antiga Praça do Rinque, palco de célebres carnavais do histórico Bairro. Lançamos aqui uma CAMPANHA PELA VOLTA DO CARNAVAL ao seu locus histórico, o centro do bairro, como Fênix retornando à vida da comunidade. O progresso não pode matar a memória local! Praça Historiador Benedicto Freitas, no Carnava 2013 Conheci Santa Cruz bem próximo a um carnaval. O bairro estava mobilizado para os dias de festa. Não sei se numa organizada espontaneidade ou numa espontânea organização, mas me chamaram à atenção a movimentação e o clima de alegria e ansiedade. Chegando o carnaval, uma amiga me convenceu a ir ao centro de Santa Cruz. A princípio, neguei, confessei não ser uma foliona muito empolgada, aleguei não ter fantasia, estar cansada, porém nada adiantou. Ela improvisou rapidamente uma colombina, um tanto estilizada, mas em branco e preto, com pontas, pompons e maquiagem. Mais movida pela curiosidade do que pela animação, lá fui eu junto com o grupo de amigos para a Praça do Rinque. Mesmo que quisesse, jamais poderia esquecer o impacto que todo aquele ambiente, a festa, tudo, teve sobre mim. Vim de um lugar onde o carnaval de rua havia quase desaparecido, e ver todas aquelas pessoas fantasiadas, em grupos elegantes ou sujos, brincando na rua foi diferente, era como ver aquilo que minha avó me contava sobre o carnaval. Até que, no meio desse deslumbramento solitário, um pierrô me arrastou e, quando me recuperei do susto, estava no meio do povo, levada por ele que cantava: “Foi tão bom te ver outra vez, tá fazendo um ano, foi no carnaval que passou. Eu sou aquele pierrô, que te abraçou, que te beijou meu amor...” Dali em diante, aquele tornou-se o melhor carnaval de todos os tempos. De longe minha amiga me observava na multidão, mais feliz que pinto no lixo. Eu e o pierrô com quem brinquei a tarde, a noite, até ir embora. Indo para casa, ela me disse que, para quem não ligava para carnaval, eu havia me saído bem e diante da minha empolgação me perguntou com um risinho provocador quem era o pierrô. Somente neste mo- mento me dei conta de que eu não sabia quem ele era, que não havia lhe perguntado seu nome. Minha cara de surpresa diante da pergunta deve ter sido indescritível, porque o risinho se transformou numa longa gargalhada. Minha amiga foi insensível aos meus argumentos, quando lhe disse que ela deveria saber quem ele era, pois afinal em Santa Cruz, todos se conheciam. Isso só a fez rir ainda mais de mim. O carnaval passou, mas minha curiosidade não. Quem seria aquele pierrô? Procurava durante todo o ano os olhos negros sem encontrar. Novamente chegou o carnaval. Integrada à comunidade e ao seu cotidiano, desta vez fui a primeira a estar pronta para sair, no entanto com uma colombina mais bonita. O pierrô estava lá. Quem ele era? Sei lá! Isso era só um detalhe. Assim passaram-se muitos carnavais. Colombina e Pierrô sempre lembrando do ano que passou, ou QUARTEIRÃO Março/Abril 2013 11 CARNAVAL s se perguntando por que estavam tão tristes se eram tão belos, no meio de tanta alegria. Era impossível ficar triste. O tempo passou. Santa Cruz foi incluída na rota das remoções populacionais do centro para a periferia, que precisava se desenvolver. “Lá há lugar para todos, o Rio cresce para ”lá"", diziam as autoridades. O modo de vida do lugar foi profundamente alterado, a paisagem, o espaço, modificados ao extremo, evidenciando a falta de planejamento e o descaso com aquilo que era caro a uma comunidade que, distante do centro, aprendera a caminhar com as próprias pernas. O crescimento desordenado marcou profundamente o bairro, alterou relações, gerou desequilíbrios, pôs fim a velhos costumes, provou-nos que éramos anacrônicos e precisávamos nos modernizar. O tempo passou. Amadureci. Estou a caminho do envelhecimento. Na Praça do Rinque não há mais carnaval. Há uma construção que serve a milhares, afirmam. Para que carnaval? Transfira-se a festa! O progresso precisa deixar sua pegada. Os faraós do Antigo Egito acreditavam que conservando seus corpos em grandes túmulos garantiriam a imortalidade de suas almas, porém foi a pedra que os tornou eternos. Do mesmo modo acontece hoje: grandes obras garantem a mumificação do espaço urbano e a eternidade a seus idealizadores. Não importa se harmonizam ou não com a paisagem geográfica, com o espaço urbano, com a cultura local. Afinal, periferia é periferia. No carnaval, fui à Praça do Rinque. Não usava mais uma fantasia de colombina, mas arrisquei um preto e branco. Não há mais Praça do Rinque. O local onde vi desfilar o Bloco da Crítica, que satirizava as dificuldades do bairro, os problemas da saúde, da educação, dos transpor- tes, o descaso das autoridades, não pode mais ser usado. O espaço onde desfilavam blocos de índios que vinham de outros lugares e rivalizavam com os locais, já não existe. Por lá também não passam mais o Bloco do Sereno, que hoje é escola de samba, mas não tem espaço no seu espaço. Grupos de clóvis, pequenas agremiações e seus carros alegóricos, os Acadêmicos de Santa Cruz e os blocos de sujos já não podem pedir passagem. O Bloco Grêmio do Amanhã, dirigido por Dr. Antônio Nicolau, integrado por crianças e jovens, com fantasias idealizadas por sua esposa, Dª Lourdes, já não abre alas querendo passar. As famílias não se reúnem mais à frente de suas casas, nos gramados, assistindo à festa, brincando com suas crianças. Os belos coretos de João Titio não enfeitam mais a praça, porque praça já não há e a banda já passou. Tudo isso pode parecer retrocesso ou negação do progresso, mas não é. As mudanças são inevitáveis. Cada história é filha do seu tempo, conforme já foi dito. Todavia, a cultura de uma comunidade não pode ser amputada, suas tradições não devem ser subestimadas e sua voz precisa ser ouvida para que surjam soluções que adequem o progresso às tradições. A comunidade é soberana diante do poder que é apenas temporal e demonstra ignorar o que de fato é inestimável ao povo. Quando este texto de memórias já estava construído em minha cabeça, li um artigo de um filósofo francês sobre o holocausto judeu durante a 2ª Grande Guerra e a sua preservação histórica, a conservação do que tudo aquilo representou e representa até hoje. Falou entre outras coisas sobre quatro fotos tiradas secretamente por um prisioneiro anônimo no Campo de Auschwitz-Birkenau, com uma incipiente máquina, secreta e corajosamente traficada para dentro destas dependências. Estas fotos são desfocadas, com muitas sombras e uma delas é apenas um borrão. O governo alemão fez cópias retocadas para que ficassem mais nítidas e as colocou em exposição no Campo que agora é um museu. O filósofo critica essa intervenção, pois destaca que a qualidade original das imagens deixa claras a urgência e a gravidade da situação em que foram feitas. Alterá-las é como alterar a memória, mudar a história. Acredito que também seja assim com o carnaval de Santa Cruz. Alterou-se nossa memória, calou-se nossa voz, mudou-se nossa história. Quanto a mim, continuo, depois de tanto tempo, sem saber ao certo quem era aquele pierrô. Mas seria capaz de reconhecer seus olhos negros sem qualquer fantasia. Colombina - pseudônimo de uma apaixonada por Santa Cruz QUARTEIRÃO 12 Março/Abril 2013 HISTÓRIA MONTE CASTELLO: A VITÓRIA DE UM POVO Curitiba 21 de fevereiro de 2013 Lembrar o 21 de fevereiro de 1945 é manter aceso um alerta em nossas consciências.É, portanto lembrar a vitória de um povo. Há 68 anos, os brasileiros subiram um monte gelado enfrentando todo o tipo de armadilhas e derrubaram com determinação o poderio nazifascista incrustado naquela fortaleza. Muitos ficaram no campo de luta, caíram sob o fogo germânico, desapareceram do convívio de seus companheiros, mas surgiram como heróis na memória de um povo. Os que voltaram para o Brasil assumiram a grandiosa missão de manter acesa a chama daquele mesmo ideal que os fez embarcar para a Europa. A guerra que já acontecia na Europa, estendeu-se ao Continente Americano e surpreendeu dolorosamente aos brasileiros com o traiçoeiro afundamento dos navios mercantes ao longo das nossas costas. Participar efetivamente do esforço de guerra aliado, já não se constituía num gesto de solidariedade continental, mas acima de tudo, num imperativo de consciência nacional: um dever para o qual a Pátria, a todos convocava. Há que se evidenciar os fatos: Na ânsia que estava o 5º Exército Americano em tomar de assalto a cidade de Bolonha, ultimo baluarte alemão na Itália, criava-se uma expectativa junto ao comando brasileiro, pois as tropas aliadas estavam impedidas de avançar. Era necessário desviar o foco do comando alemão. Do mês de novembro de 1944 em diante, atacar o Monte Castello tornou-se missão de honra da FEB, no sentido de minar as forças de outras tropas inimigas. Para entender os acontecimentos ocorridos nesta região, os registros históricos e a memória dos soldados constituem fontes obrigatórias. Os brasileiros não eram mais iniciantes na missão de guerra, as batalhas ocorridas no vale do rio Sercchio, haviam transformado es- No dia 21 de fevereiro, em evento promovido pela 5ª RM, nas dependências do Museu do Expedicionário, em Curitiba, foi comemorada a vitória em Monte Castello, na 2ª Guerra Mundial . Reproduzimos aqui o discurso da Profa. Carmen Lúcia Rigoni, doutora em. História Cultural (UFSC), da AHIMTB e ANVFEB – Seção Curitiba 21, pronunciado no evento. Em cerimônia realizada no Batalhão-Escola de Engenharia, em Santa Cruz, o pracinha Ovídio, conhecido como NECO, ao centro, participa do plantio de uma palmeira-imperial. Neco é o único vivo. ses homens em verdadeiros combatentes, mas mal empregados nos ataques ao Monte Castelo, pela Task Force 45 sob o comando americano, encerrando o ano de 1944 com grandes decepções e infortúnios. No Brasil, as noticias que vinham do front brasileiro na Itália, chegavam por meio dos correspondentes brasileiros e estrangeiros. Nesta fase, o Monte Castello tornou-se uma imagem negativa para os soldados da FEB, chegando a ser denominado como “ Monte Maldito” ou “Monte Fantasma” como escreveu Egydio Squeff de O Globo em janeiro de 1945. O Monte Castello, protegido por várias outras elevações, dominava toda a extensão do Vale do Reno. Sua conquista era de real importância para as tropas aliadas. Do alto de sua crista, mais de uma divisão germânica tinha os olhos sobre os soldados brasileiros.Não fosse ele con- quistado, seria impossível prosseguirem em seu avanço. As primeiras operações no Reno, resumiram-se em quatro ataques mal sucedidos contra este baluarte.O primeiro e o segundo realizados a 24 e 25de novembro de 1944.O terceiro ataque fora planejado para o dia 29 de novembro, muitos deles realizados sob condições de extrema dificuldade, seja pelo clima apeninico ou pela topografia montanhosa. O ataque frustrado realizado no dia 12 de dezembro de 1944 veio demonstrar que eram necessárias novas estratégias para a conquista do objetivo. O que estava em jogo era um frente de 15 quilômetros disputada pelos alemães e aliados. No dia 19 de fevereiro de 1945, a agitação em torno do Monte Castello foi crescendo com a movimentação dos soldados que iam galgando as posições inimigas. O ambiente era de confiança e seguido atentamente pelos correspondentes de guerra. O ataque final e decisivo ao Castello iniciou às 5 da manhã do dia 21 de fevereiro. As tropas em ofensiva constituíam o Primeiro Regimento de Infantaria, o Sampaio. Três batalhões seguiam na seguinte ordem: O 1º comandado pelo major Olivio Gondim de Uzeda, seguiu pela esquerda; o 2º,comandado pelo major Sizeno Sarmento, foi pelo centro e o 3º comandado pelo tenente coronel Emilio Rodrigues Franklin, partiu à direita. Os silvos das granadas explodiram sobre todos, formando uma cortina de fumaça, que caiu sobre o Castello como uma auréola de chumbo. Á esquerda do morro, posições norte americanas estavam ao lado do Belvedere. Cinco ou seis Thunderbolts desceram em picada, rápidos como um peso despencado de cima, metralhando impiedosamente os nazistas em defensiva. Um dos momentos mais delicados do combate, talvez o mais expressivo aconteceu às 16h e 20 minutos, quando toda a Artilharia Divisionária concentrou seus fogos sobre o Castello. As faldas do monte estavam cavadas e lá em cima o cume ficou transformado numa cratera de vulcão. O general Cordeiro de Farias, acompanhando com um binóculo, num fiapo de voz disse: “ O Monte Castello caiu.” Quando o capelão da Força Expedicionária Brasileira João Soren, saiu a procura dos soldados desaparecidos em ação nos combates anteriores, não tinha certeza se iria encontrá-los. As buscas estavam centradas nas vizinhanças da comune de Gaggio Montano ao sul de Bo- lonha. No cume do morro, persistiam as buscas. Os soldados foram encontrados entre os destroços dos casarios, todos juntos, quase em formação de combate.Os corpos insepultos por dois meses tinham sido preservados pela neve e causaram profunda comoção entre os presentes. Nos anais da FEB ficaram conhecidos como os 17 de Abetaia. Entre os dias 21 e 23 de fevereiro de 1945, o correspondente Joel Silveira escreveu : “Os caminhos estavam inteiramente intransitáveis, havia muitas armadilhas, campos e estradas estavam minados”. Estas foram as ultimas noticias sobre a presença de brasileiros, nesta frente italiana, congeladas pelo tempo nas palavras do cel. Olívio Gondim Uzeda. Tudo isto aqui era terra deles. É um dos locais mais belos da frente. No momento em que aquele cume foi valentemente conquistado a Bandeira Brasileira foi desfraldada. O intrépido gesto não significou apenas vitória militar de um pais humilde e pacifista, mas assegurou um lugar de honra na história daqueles dias que impulsionado pelo espírito iluminado buscou encontrar o seu futuro. Hoje, os locais que cortam o Monte Castello foram demarcados por números registrados nos troncos das castanheiras, indicando os caminhos a serem seguidos por um visitante curioso, como a lembrar aos pósteros, que naquele local, um dia soldados da FEB se bateram pelos ideais democráticos que ajudaram a moldar o mundo. Tal conquista para a história do Exército Brasileiro, demarcou um tempo, os dias da Linha Gótica, nas batalhas de vida e morte durante a 2ª Guerra Mundial. Carmen Lúcia Rigoni FONTE: Revista O MONTE CASTELLO - ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DAS ATIVIDADES DA ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL / RJ Ano II - 2013 - 21 de FEVEREIRO - Nº 01 Enviado por e-mail por Israel Blajberg QUARTEIRÃO Março/Abril 2013 13 ARTE E CIDADANIA DIA INTERNACIONAL DA MULHER – 08 de março PEGADAS COM ARTE, VERSO, MÚSICA e DANÇA No dia 08 de março passado, o DIA INTERNACIONAL DA MULHER foi celebrado em grande estilo no CENTRO CULTURAL MUNICIPAL DE SANTA CRUZ Dr. Antônio Nicolau Jorge. Após um café com prosa, realizado no NOPH / Ecomuseu de Santa Cruz, do qual participaram membros do NOPH e convidados – O Sr. Fabrício Modesto – Presidente da Fundação Escola Bosque / Belém – PA e dois assessores, a Coordenadora do Ecomuseu da Amazônia – Dra Terezinha Resende e o Técnico cultural Vinícius Pacheco, a Coordenadora de Projetos do Ecomuseu de Maranguape, Ceará, D. Angela Savastano e Sidnei representantes do Museu do Folclore e do Ecomuseu de São José dos Campos entre outros, foi realizada a oficina de BIOMAPAS pelo Técnico Cultural Vinícius Pacheco, da equipe do Ecomuseu da Amazônia. À tarde, a realização da ASSEMBLEIA GERAL DA ABREMC, com eleição e posse da nova gestão 2013/2016, não deixou margens para dúvidas sobre a participação da mulher no campo da Museologia comunitária, Com uma diretoria composta predominantemente por 05 mulheres- e um Conselho Fiscal que valoriza a presença masculina, a nova Gestão eleita e empossada, é contemplada por coordenadoras ou responsáveis por 05 Ecomuseus brasileiros: PRESIDENTE : – Terezinha Resende – Ecomuseu da Amazônia- PA; VICE-PRESIDENTE : Yara Mattos –Ecomuseu da Serra de Ouro Preto –MG; SECRETÁRIA: Odalice Miranda Priosti- NOPH/ Ecomuseu de Santa Cruz-RJ; TESOUREIRA: Bianca de Moura Wild – Ecomuseu de Sepetiba – RJ; DIRETORA DE COMUNICAÇÕES : Nádia Helena Almeida – Ecomuseu de Maranguape – CE E para finalizar o dia, a inauguração da belíssima Exposição PEGADAS NA ARTE, com obras de duas artistas da região- Jan Rocha(in memoriam) e Margot Carvalho, que se estende até 08 de maio de 2013. Fotos Tiago Rodrigues JAN ROCHA Dança do Ventre Representante de Jam Rocha e a artista Plástica Margot recebem flores pela exposição Professora de Educação Física na Prefeitura do da Cidade do Rio de Janeiro, exerceu o magistério na abrangência da 10ª. CRE. Multivalente, a professora criava coreografias para inúmeras apresentações de seus alunos.Nos anos 90, desenvolvia com eles o senso crítico, mostrando a desigualdade social e o estigma dos favelados com a coreografia Alagados. Seus dotes artísticos foram logo reconhecidos pelos colegas de profissão e mais tarde entre os próprios artistas, tendo recebido prêmios por suas criações. MARGOT CARVALHO Mãe,Professora e Artista, Jan Rocha deixou suas pegadas para sempre Recebidos os convidados no hall com maravilhosa apresentação musical do trio formado por Júlio Queiroga (violão), Sérgio Andrade (Baixo acústico), Jéssica Marinho (flauta transversa), e da dupla Lisa Stefannie (Voz) e David Marcos (Violão) e homenageando-se mulheres que se destacam na participação comunitária com a Medalha dos 445 anos de Santa Cruz, a exposição foi aberta com a emoção da família da Jan Rocha e da doce presença de Margot Carvalho, seguindo-se um fino e ele- Música na abertura da exposição gante coquetel. A festa se encerrou com belos números de dança do ventre realizados pelas professoras Ana Lúcia de Souza e Alix Bonfim. HOMENAGEM À MULHER Receberam a medalha 445 Anos de Santa Cruz: • Pela ABREMC - Maria Angela Savastano (membro fundador) – Fundação Cassiano Ricardo/ Museu do Folclore e Ecomuseu de S. José dos Campos – SP • Pela ARTE- as ar tistas plásti - cas Jan Ro cha ( re pre sen ta da por sua filha Elia ne) e Margot Carvalho • Pelo IV EIEMC 2012 - Profa. Terezinha Resende, Presidente eleita da ABREMC • Pela participação nas Feiras da Cultura Viva e EM Princesa Isabel - Profa. Regina Celi Tieppo • Pelo NOPH - Profa. Regina Célia dos S. Gonçalves França ( Coordenadora de Assuntos Administrativos do NOPH) Professora, escritora e poetisa, tem inúmeras publicações dirigidas ao público infanto-juvenil e em geral, como poemas, crônicas, romances. Participou de várias Bienais do Livro. É ligada a várias instituições culturais na Zona Oeste e em todo o Brasil. Artista plástica premiada, expõe em salões nacionais e internacionais: Estados Unidos, Suiça, Bélgica, França, Itália e Argentina. Criou um estilo próprio, uma forma única de pintar paisagens de sonho, marinas, campos floridos... E mais ! http://www.margotcarvalho.com/Principal.htm QUARTEIRÃO 14 Março/Abril 2013 EDUCAÇÃO E ECOMUSEU Bairro Educador Santa Cruz promove visita de Escolas ao Centro Cultural de Santa Cruz O Bairro Educador é um projeto do CIEDS que entre muitas ações de valorização do bairro e inclusão social promove visitas a museus e outros centro de cultura e arte. Aproveitando antiga parceria com o NOPH e com a 10ª CRE, os gestores de Santa Cruz organizaram uma ação importante de conhecimento do bairro e não poderia faltar a visita mediatizada pelo NOPH/ Ecomuseu de Santa Cruz ao Palacete Princesa Isabel. Ou seja, começaram a descoberta do mundo pela descoberta do próprio bairro, a sua história e seu patrimônio. E após uma sensibilização (visita de membros do NOPH às turmas contempladas), a EM Marinheiro João Candido (Conjunto Guandu) Adriana Fernandes e a EM Sílvia de Araújo Toledo (Cesarão/ Vila Paciência) organizaram a aula – passeio de reconhecimento do seu espaço vivido. Uma lição de inclusão. Parabéns ao Bairro Educador Santa Cruz pela bela iniciativa e aos coordenadores pedagógicos das duas Unidades por aceitarem o desa- fio !!! É preciso mostrar aos alunos o que há de melhor em Santa Cruz e certamente esse Amor ào seu lugar e o respeito à sua história e ao patrimônio é um dos caminhos. É preciso conhecer primeiro sua casa, seu quarteirão, seu bairro para então conhecer o que há de melhor em Santa Cruz e certamente ensinar esse amor ao seu lugar E assim confirmar o que o NOPH proclama há 30 anos: INTERAÇÃO NAVE DO CONHECIMENTO e NOPH/ ECOMUSEU DE SANTA CRUZ No dia 16 de abril, alunos do Curso TECNOLOGIAS E COMUNIDADES 7 (INTEL) da Nave do Conhecimento Tim Lopes estiveram no Palacete Princesa Isabel/ Centro Cultural Municipal de Santa Cruz Dr. Antônio Nicolau Jorge para visitar o NOPH / Ecomuseu de Santa Cruz e suas exposições (Rastros de História e de Memória : Santa Cruz feita com as mãos e “ Pegadas na Arte”). Articulada pela pedagoga Simone, alunos e professores puderam conhecer a riqueza histórica do bairro e a arte em dois estilos de Jan Rocha e Margot Carvalho. Um povo só preserva aquilo que ama! Um povo só ama aquilo que conhece! Serviço Social da UFRJ visita o NOPH/Ecomuseu de Santa Cruz Tiago Rodrigues Turma de 45 alunos do Curso de Serviço social da UFRJ - fez pesquisa de campo em Santa Cruz para a disciplina Políticas Urbanas e Habitação, ministrada pela Profa. Gabriela Icasuriaga ?????. Acompanhou o grupo a Profa. Rosemere Maia. Recebidos pelo Coordenador Geral do NOPH, visitaram a exposição RASTROS DE HISTÓRIA E DE MEMÓRIA e participaram de uma rodada de conversa no auditório do CCMSC Dr. Antônio Nicolau Jorge. Oficina de Biomapas No dia 08 de março realizou-se no NOPH a OFICINA DE BIOMAPAS, ministrada pelo Técnico Cultural do ECOMUSEU DA AMAZÕNIA Vinícius Pacheco A ação inovadora de fazer o mapa de um território pela própria comunidade é o conteúdo trazido de Belém, Pará, onde os agentes dinamizadores do Ecomuseu da Amazônia conseguiram elaborar o BIOMAPA de cada comunidade, com base nos mapas feitos pelos próprios membros dessa comunidade. Tiago Rodrigues Vinícius Pacheco/Ecomuseu da Amazônia Alunos do Projeto Tecnologias e Comunidade Intel 7 da Nave do Conhecimento QUARTEIRÃO Março/Abril 2013 15 PESQUISA HISTÓRICA ESCOLA MIXTA DA IMPERIAL FAZENDA DE SANTA CRUZ: UMA PROPOSTA EDUCACIONAL DE D. PEDRO II PARA SEUS SÚDITOS 1ª parte: O século XIX foi um período de mudanças nas esferas política, econômica e social que incidiu também na instituição escolar, repercutindo no processo de institucionalização da mesma. Neste contexto, a Escola Mixta da Imperial Fazenda de Santa Cruz foi inaugurada em 25 de agosto de 1885, com o nome de Escola Imperial Dom João VI. Mas ela também era conhecida como “Colégio Grande”, devido às dimensões de seu prédio. Este estabelecimento de ensino tinha uma particularidade que a diferenciou das demais que existiam na Corte, que era o fato de ser uma escola particular do Imperador D. Pedro II, isto é, ela era mantida pelo Imperador e não por particulares ou mesmo pela municipalidade. Conjugava ainda o ensino elementar e o profissional. Para Pires de Almeida, no folheto Offina na Escola (1886), o Imperador reconhecia a eficácia de exemplos práticos para convencer os espíritos mais obstinados e assim tomou para si a incumbência de empreender a criação de escolas para o ensino profissional. Através do exemplo do monarca e não do Estado Brasileiro, procurava-se difundir e organizar o ensino profissional. Para além do ensino profissional, foram oferecidas disciplinas elementares como o Francês, a música, a escrita e a história natural. Ou seja, a proposta educacional estava contida na concepção iluminista de “derramar as luzes” por meio da escola e por este motivo ampliar a oferta da instrução primária tornando-a popular, no sentido de ampliação do número de pessoas atendidas pela mesma. Mas principalmente profissional visto que “surgia no horizonte” a possibilidade de crise em relação a mão de obra com o fim da escravidão e aos primeiros embates culturais com os imigrantes. A Escola Mixta foi criada no período de discussões e ações acerca da educação, principalmente em relação à educação do negro, pois a sociedade brasileira es- Oleo sobre tela da Escola Mixta Imperial de Santa Cruz (Colégio Grande) , de Lui Fer (Acervo NOPH). Foto de Adriana Beaklini Sinos Imperiais cunhados na Escola Mixta Imperial de Santa Cruz (Acervo NOPH ) tava debatendo sobre o fim da escravidão. Fonseca, no livro A educação dos negros: uma nova face do processo de abolição da escravidão no Brasil (2002), afirma que Nos debates que ocorreram entre 1867 e 1871, encontramos a va- lorização da educação dos negros e toda a contradição oriunda dessa valorização, pois expressava o posicionamento de uma sociedade em que a educação em moldes escolares, por si só, era um privilégio. (p.45) A educação foi eleita nas discussões como o instrumento privilegiado capaz de construir o perfil ideal para os negros em uma sociedade livre, introduzindo-os nas regras de civilidade e garantindo sua permanência nos postos de trabalho mais baixos e que não subverteriam a ordem social já instalada. Talvez por este motivo esta instituição tenha um caráter de aprendizagem voltada para o trabalho, para a formação de mão de obra. Os trabalhadores seriam iniciados nas regras da sociedade elitista, hierarquizada e com elites brancas como no caso do Brasil, procurando diminuir os conflitos que poderiam gerar a grande quantidade de negros ou mesmo brancos pobres nas cidades. Poderíamos dizer que D. Pedro II procurava através da criação dessas escolas difundir um padrão de civilização, impregnado da ideia da importância do trabalho para a formação do futuro cidadão brasileiro. As escolas particulares do Imperador deveriam estabelecer civilidades e dar visibilidade a uma nova configuração social em construção com o processo de libertação dos escravos. Adriana Valentim Beaklini Bacharel e licenciatura em História na UFRJ e Mestrado em Educação na Unirio QUARTEIRÃO 16 Março/Abril 2013 CULTURA E RELIGIOSIDADE Fotos Tiago Rodrigues Yemanjá é presenteada em Sepetiba SALVE JORGE DA CAPADÓCIA E DE SANTA CRUZ! Tarde de outono, noite enluarada foram palco e cenário para a Festa de São Jorge no dia dele- 23 de abril. Desde as 17 horas, o povo se aglomerava nas calçadas, nas frentes das casas e varandas para esperar a procissão.Sentia-se no ar a aura do Santo da Capadócia nas pessoas trajando o vermelho sagrado, nas sacadas enfeitadas e nas velas acesas. Aos poucos foi chegando gente e mais gente, para ver passar a cinquentenária procissão ou para juntar –se a ela misturando-se às alas de cavaleiros de branco e vermelho com suas belas montarias preciosamente engalanadas. Os fogos anun- ciavam a proximidade do cortejo. E eis que surge e dessa vez ainda mais concentrado com o povo erguendo suas velas e palmas. Surge o andor, rodeado por centenas de devotos, crianças, jovens ,adultos, idosos,, em pares ou solitários. À frente , abrindo passagem os cavaleiros, as autoridades religiosas, as bandeiras e estandartes. O carro de som apenas orientava nos cânticos e orações. Os fogos de artifício competiam entre si em luz e som. E mais uma vez sentimos a força da fé pelo Santo nas ruas de Santa Cruz. Odalice Priosti No dia 03 de fevereiro, Sepetiba esteve em festa para celebrar o dia da Rainha do mar. Os festejos começaram cedo com um café da manhã comunitário realizado no clube Recôncavo, com apresentação da BAMBA ARÔ. Em seguida, começou a roda de exu para abrir os caminhos e pedir passagem para o evento. Ao término deu início a procissão pelas ruas do bairro em direção a tenda montada na praia. Por onde passava, notava-se a demonstração de fé e carinho dos que prestigiavam. Muitos saíam de suas casas para pedir bênçãos dos defumadores e água de cheiro que eram levadas na caminhada. Logo as calçadas e ruas estavam lotadas de pessoas emocionadas e contritas com a manifestação de fé que presenciavam. Ao chegar a praia, todos se dirigiram a tenda Paulo d´Oxossi, que possui o nome do saudoso idealizador do evento. O local estava tão cheio de admiradores e adeptos da umbanda e candomblé, que depositaram em frente a uma pequena imagem de Yemanjá, seus balaios e oferendas que ao som dos atabaques ministrados pelos Ogãs,bailaram ao ritmo e cantos da religião. No término todos se dirigiram à beira do mar e depositaram suas oferendas demonstrando respeito e principalmente fé. Muitos emocionados saíram de lá leves e felizes com todo o ocorrido. Num dia ensolarado, de brisa suave e aconchegante, de um mar sereno, Yemanjá recebeu de bom agrado todas as oferendas e abençoou todos que ali estavam para lhe homenagear. Odoyá. Tiago Rodrigues Vice-coordenador de Divulgação do NOPH Procissão em homenagem a Yemanjá Exposição de Presépios Sustentáveis encantam Campo Grande A igreja Nossa Senhora do Desterro, realizou no mês de Dezembro, sua primeira exposição de presépios. A temática Sustentável fez os artesãos e artistas plásticos da redondeza usar e abusar da criatividade mostrando o potencial artístico presente na Zona Oeste. Presépios feitos de carcaça de monitor antigo de televisão, lacre de latinhas de refrigerante, caixas de fósforos, caixas de sucos, casca de ovos além de contar com os produtos vindos da própria natureza, como: cabelo de milho, raízes de árvores, rizoma de bananeira e muitos outros, que com a unificação de criatividade, vontade e satisfação, fez nascer um belo exemplo de fé natalina e principalmente o grande foco, que é o local representativo do nascimento de Jesus Cris- to. Ao deparar-se com as peças expostas, não percebemos qual material foi utilizado de tão bem feitos que ficaram,só percebemos ali a Sagrada Família em meio a maravilhosa criação.Se não fosse pela lista anexada abaixo com as especificações do que foi usado,não teria como ser identificado. O NOPH esteve presente, sendo lá representado pela Artesã Janaína Botelho e o membro da coordenação Tiago Rodrigues. ”Isso é um exemplo, aqui por essas áreas existe muitos artesãos desconhecidos que sabem seu valor, mas não conseguem mostrá-los por falta de oportunidade. Esse incentivo da igreja é muito positivo, pois abriu as portas para mostrar a capacidade desses talentosos artistas” diz Janaína. A exposição ficou aberta ao público até o dia 25 de Dezembro, onde uma equipe julgadora escolheu os vencedores, sendo premiado o primeiro, o segundo e o terceiro colocado. Valeu a pena conferir essas obras de arte, que muito encantaram e mostraram o espírito natalino. Parabéns a todas as pessoas envolvidas nesse evento que, com certeza deu certo e pelo esforço que tiveram por ser primeira edição, já foi um espetáculo. Contamos desde já com as próximas. Isso é uma forma de mostrar o trabalho artístico e principalmente cultivar, fazer brotar, mostrar, ensinar, dá um pouco de cultura para essas áreas que muitas vezes possuem carência nesse sentido. Tiago Rodrigues/NOPH O presépio vencedor