Número 101 - NOPH Ecomuseu de Santa Cruz

Transcrição

Número 101 - NOPH Ecomuseu de Santa Cruz
NOPH - 30 anos
Valorizando Santa Cruz,
sua gente e sua cultura viva!
Na Sapucaí ou no Bodegão,
SANTA CRUZ, História de amor alegria e paixão.
BATE CORAÇÃO!
Fundado em 1983 por moradores idealistas , O NOPH avançou muito
mais que um simples núcleo de pesquisa histórica. Era desde o começo o
Ecomuseu de Santa Cruz com suas ações socioculturais . Após o reconhecimento como o 1º Ecomuseu da Cidade do Rio de Janeiro,em 1992( ECO
92), mantem-se fiel a sua missão, criando um vínculo de afeto dos moradores com o bairro que se formou da Fazenda Jesuítica , Real , Imperial de
Santa Cruz.
QUARTEIRÃO
2
Março/Abril 2013
PARTICIPAÇÃO
CAMPANHA ‘O POVO QUER
CARNAVAL NA FELIPE CARDOSO’
Em mais de
200 anos de
Carnaval
–
consideramos
que foi introduzido
em
Santa Cruz no tempo de D.
João, como entrudo, é a 1ª vez
que a Felipe Cardoso, a rua
principal do bairro, deixou de
ser o palco da folia.
A chegada do progresso, com
a mudança nos transportes, trazendo a Transoeste e os “ligeirões”, trouxe complicadores
para as grandes festas populares
da tradicional localidade. Desfiles cívicos, feiras populares e o
próprio carnaval mudaram em
função do novo desenho de
trânsito: saíram da Praça Historiador Benedicto Freitas (Antiga
Praça do Rinque) para o Marco
XI em 2012 para finalmente deixar a Felipe Cardoso para se espalhar em outras praças menores,
que não comportam a mesma organização e disciplina nas grandes
aglomerações festivas.
Uma alternativa teria tornado
possível o carnaval da Felipe, bastava um pouco de bom senso: Os
ligeirões
que
passaram
“VAZIOS” os três dias da folia
poderiam ter circulado apenas até
ao Estação de Curral Falso, circulando a praça Santa Cruz e retornariam à Estação Curral Falso.
Quem precisasse usar o BRT
para a Barra era só mudar o ponto de embarque e desembarque
nos três dias. Com isso , o Carnaval continuaria no seu palco tradicional – a Rua Felipe Cardoso,
com o belo Coreto SANTA
CRUZ – UM CASO DE
AMOR , no Marco XI , com o
trânsito desviado para as ruas periféricas para dar vazão aos blocos e à alegria carnavalesca.
Na verdade,
o Coreto do
Largo do Bodegão era uma declaração
de
amor ao bairro,
sintetizado na valorização de alguns de seus patrimônios mais
significativos ali retratados: Ponte
dos Jesuítas, Sede da fazenda Real
e Imperial/ Atual Batalhão Escola de Engenharia, Hangar do
Zeppelin, Ruínas do Matadouro,
Palacete Princesa Isabel, Casa do
Senador Júlio Cesário de Melo...
Viva! Parabéns aos idealizadores!
Afinal esse tema responde ao que
o NOPH/ Ecomuseu de Santa
Cruz prega há 30 anos.
Mas foi uma pena que nem
todos puderam curtir , pois muita
gente desistiu de apreciar a folia
com a mudança para o Bodegão.
O espaço físico e a configuração
da Felipe Cardoso sempre propiciaram um carnaval de primeira
grandeza ; os jardins , arquibancadas naturais, as dimensões da Felipe onde cabe a alegria democrática e diversificada dos blocos, o
Coreto com muito maior visibilidade, convergindo as atenções.
Foi uma pena mesmo ! Só faltou
a extrema unção para um carnaval agonizante!!!
Participemos todos da campanha: CARNAVAL NA FELIPE
PARA 2014!
E que possamos todos cantar:
“Esse ano não vai ser igual aquele que
passou
Eu não brinquei
Você também não brincou!”
Toda a cidade brincou o seu
Carnaval, tudo foi viabilizado
para isso. Mas Santa Cruz teve
que se espremer nas praças menores, pulverizando a alegria
coletiva, sem poder se espalhar
pelos jardins. Que pena!
Movimento Financeiro do NOPH
Período: 25/11/2012 a 08/04/2013
Conta Bancária
Saldo Anterior:..........................
84,71
Créditos no período: .................
5.487,01
Débitos no período:...................
928,86
Saldo Atual: ..............................
4.642,86
EXPEDIENTE
JORNAL QUARTEIRÃO
Conta Caixa
Saldo Anterior:..........................
1,72
Recebido de colaboradores: .....
2.280,00
Pagamento Quart. 100..............
Saldo Atual: ..............................
2.280,00
1.72
Posição do Saldo:
Conta banco:............................
4.642,86
Conta Caixa:.............................
1,72
Saldo Total: .............................. 4.644,58
Santa Cruz, Rio de Janeiro, 26/04/2013
Ramiro Miranda Pereira
Coordenador de Assuntos Financeiros do NOPH
Órgão de divulgação das Ações Culturais desenvolvidas pelo
NOPH e pelo Ecomuseu em Santa Cruz e na Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro, em especial em Santa Cruz. Editado pelo
NOPH-Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica - Santa Cruz,
Localização: Centro Cultural Municipal de Santa Cruz - Dr. Antônio Nicolau Jorge (desde abril de 2000) - Rua das Palmeiras Imperiais, s/n - Santa Cruz - Rio de Janeiro - Brasil - CEP: 23550-020.
Comunicação: Telefones: 3395-0066 / 9618-0672 (Walter/Odalice); 3395-1489 (Ecomuseu/Centro Cultural)
Site: www.quarteirao.com.br
Facebook: noph ecomuseu de santa cruz
E.mails: [email protected]
[email protected]
Publicidade: Bruno Cruz de Almeida
Conselho Editorial: Bruno Cruz de Almeida, Odalice Miranda
Priosti, Paulo Henrique Madeira, Regina Célia Gonçalves França,
Silvia Regina L C Cunha Melo, Pablo Ramoz, Ramiro Miranda Pereira, Tiago de Oliveira Rodrigues e Walter Vieira Priosti. Editoração Eletrônica: Namélio Soares / [email protected].
Impressão: Folha Dirigida.
ECOMUSEU DE SANTA CRUZ
NOPH - REUNIÕES
As reuniões do NOPH acontecem no Centro Cultural Municipal
de Santa Cruz – Dr. Antônio Nicolau Jorge, Rua das Palmeiras Imperiais, s/n, todas as quartas-feiras do
mês, a partir das 18 horas. São
abertas para toda a Comunidade.
Informações: Tel: 3395.1489. Todos estão convidados.
AJUDE O QUARTEIRÃO
O Quarteirão é entregue inteiramente grátis. Ele tem um custo:
circula graças ao apoio de colaboradores e pequenos anunciantes.
Desse modo, você que lê o Jornal
e gosta de suas matérias, pode colaborar com R$ 20,00 ou mais,
depositando na conta do NOPH,
no Itaú, Agência Santa Cruz nº
6312, Conta 16604-1. Envie o
comprovante para o NOPH, endereço acima, para que possamos
colocá-lo como AMIGO DO
QUARTEIRÃO!
É o resultado do trabalho que o NOPH desenvolve desde 1983,
quando de sua criação, reconhecido no I Encontro Internacional
de Ecomuseus, realizado no Rio de Janeiro, em 1992, no decorrer
da ECO.92, que reuniu governantes e participantes de diversos países para tratar das questões relacionadas com o meio ambiente em
nosso planeta.
NOPH
NÚCLEO DE ORIENTAÇÃO E PESQUISA HISTÓRICA
Associação civil, sem fins lucrativos, sem vínculos político-partidários, com o objetivo de realizar pesquisas, divulgar a História Local,
dinamizar a cultura e desenvolver campanhas, visando a preservação dos bens culturais de Santa Cruz e da Zona Oeste. O NOPH é
reconhecido de Utilidade Pública pelas Lei nº 590, de 15 de agosto
de 1984 (Município) e Lei Estadual nº 1207, de 22 de outubro de
1987. Registrado no Ministério da Cultura como Pessoa Jurídica de
Natureza Cultural, no Ministério da Fazenda CNPJ 30.031.223 /
0001-87 e no Município do Rio de Janeiro (ISS), com a Inscrição nº
02.107.368
O acervo do NOPH encontra-se no Palacete Princesa Isabel - Centro Cultural Municipal de Santa Cruz – Dr. Antônio Nicolau Jorge,
situado na Rua das Palmeiras Imperiais, s/nº, Santa Cruz, Rio de
Janeiro, CEP: 23550-020 – Tel. 3395-1489, desde abril de 2000,
onde poderão ser prestadas e pesquisadas as informações sobre a
História de Santa Cruz, de outros bairros da Zona Oeste, da Costa
Verde e da Cidade do Rio de Janeiro.
Endereço para correspondência:
Rua das Palmeiras Imperiais, s/nº - Santa Cruz – Rio de Janeiro CEP: 23550-020
Centro Cultural Municipal de Santa Cruz – Dr. Antônio Nicolau
Jorge
Coordenação do NOPH (Biênio 2012/2013): Coordenadoria
Geral: Walter Vieira Priosti; Coordenadoria de Assuntos Administrativos: Regina Célia dos Santos Gonçalves França - Vice: Paulo
Henrique Madeira; Coordenadoria de Estudos e Projetos: Odalice
Miranda Priosti - Vice: Silvia Regina Leite Costa Cunha Melo; Coordenadoria de Divulgação: Bruno Cruz de Almeida - Vice: Tiago
de Oliveira Rodrigues; Coordenadoria de Assuntos Financeiros:
Ramiro Miranda Pereira; Vice: Pablo Ramos Camilo.
Conselho Fiscal do NOPH(2012/2013): Ilza Câmara Rodrigues,
Júlio Queiroga , Raul Ramires Rosa
QUARTEIRÃO
Março/Abril 2013
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PÁGINA DO HISTORIADOR
Atividades agro-industriais, laticínios e lavoura
especializada; Feitoria do Leme; a colônia
chinesa do Morro do Chá; a real fábrica de
tecidos de Santo Agostinho; Olaria e curtume
Muito preocupou os responsáveis pela Fazenda o incremento da
produção agrícola, base de sua existência pela auto suficiência que lhe
era imposta e o desenvolvimento
do conhecido parque industrial,
avultando a Real Fábrica de Tecidos Santo Agostinho. Desde a administração do sargento mór Silva e
Castro, a lavoura de subsistência
havia sido propagada, com o aproveitamento da grande massa de escravos, atirada à ociosidade, mas
necessária aos trabalhos de preparo
do solo e obras de proteção contra
as águas.
Com a presença de D. João em
Santa Cruz, aventou-se a oportunidade do aperfeiçoamento das atividades existentes, dando-se , então, a
designação do controvertido John
Mawe, que em visita à Fazenda oferecera várias sugestões para seu
melhoramento e ato contínuo o Rei
entre nós em 1809, o nomeou para
a direção técnica (?) dos serviços
exigidos, embora fosse ele apenas
“mercador de pedras preciosas” e
por isto, perito avaliador de sua autenticidade, sem embargo de externar opiniões prontamente aceitas
em vários ramos da agricultura e da
indústria mecanizada (1).
Imposta sua permanência em
Santa Cruz, iniciou o inglês a execução de seus planos e do projeto apresentado ao Conde de Linhares e este
a D. João, constava o estabelecimento de um “ Núcleo Modelo” para a
criação de gado selecionado, instalação de coudelarias e especiais, ativas
manufaturas de laticínios, tudo sob a
direção de um Superintendente, “
fosse um Comendador ou militar,
pouco importa”, disse ele em ferina
ironia ao hábito antigo de só nomearem para os altos cargos administrativos da Superintendência, nobres
ou militares, nos tempos da Real e
Imperial Fazenda, quando apenas
um civil e por ser renomado técnico,
ocupou a suprema direção de suas
complexas atividades.
NOTAS
1. Figura curiosa a desse esperto viajante; além
das sugestões para o aproveitamento do rico
manancial agro-pastoril da Fazenda, em Minas
projetou uma pequena siderúrgica (Pedro Calmon, História, volume IV). E ainda elogiado desenhista de “ vistas” do Rio de Janeiro (v. nota
do capítulo deste).
Extraído da obra SANTA CRUZ – Fazenda Jesuítica, Real, Imperial, de Benedicto Freitas,
vol. II, p. 177-178
LOGRADOUROS DE SANTA CRUZ
RUA LOPES MOURA – Possuindo a mais numerosa quão variada
denominação, muitas vezes confundimos sua identificação ao manusearmos a vasta documentação da antiga Superintendência. Sua
origem remonta ao tempo dos Jesuítas,quando simples caminho entre as matas,fazia-se o acesso à “Atalaia dos Padres”, atual Morro do
Mirante. Já foi “Rua Nova da Olaria”, da Pedreira, do Manoel José,
da Alegria, do Mirante, da Matriz e Barão do Ladário”,esta antes da
atual denominação.Dentre os topônimos citados,destaca-se pelo
curioso de sua justificativa revestida de todas as características de
lenda,o de Manoel José.Segundo nos referiu em vida,o falecido industrial santacruzense Luiz Gonzaga Moreira,bisneto de Manoel
José,este passava por abastado negociante lusitano,que em 1879
pretendendo homenagear homenagear D.Pedro II,mandou revestir
o trecho da rua em frente de sua casa com moedas de ouro,para o
Imperador passar sobre elas e assim,tornar-se seu possuidor,o que
não foi consentido,sabido a simplicidade do Soberano,e ainda por
conta da lenda,conter os valiosos dobrões a efígie do Mônarca.Tão
original demonstração que muito sensibilizou o homenageado,valeu
significativa retribuição com o nome dos entusiástico admirador do
imperial governante,aposto na fachada de sua casa,indicando a rua
onde ela estava situada,daí em diante seria “ Rua do Manoel
José”,assim ainda mais popular,embora mais prestigiado aos olhos
do povo pela revelação de tão “pródiga” burra,verdadeira “ árvores
das patacas”,que tanto atraía seus ávidos patrícios.
Quanto à denominação atual, refere-se ao erudito médico Brasileiro, Caetano Lopes de Moura, tradutor do manuscrito inédito, em
rancês, do viajante Milliet de Saint´Adolphé, denominado “Dicio nário Histórico descritivo e geográfico do Brasil”, editado
1845,contendo,com bastante precisão,farta referência a Santa Cruz.
Coordenador da importante edição do “ Castrioto Lusitano”, editado em 1844 pelo livreiro Aillaud,de Paris,estava traduzindo a famosa obra de Barleus, “História dos grandes feitos Holandeses”,conforme foi afirmado pelo poeta Gonçalves Dias, quando em Paris.
Conceituadíssimo, D.Pedro II o admirava e o apoiava e foi lembrado para médico Honorário da Casa Imperial,quando em carta do
Ministro na França ao Imperador, foi considerado “Incontestavelmente uma ilustração Brasileira” (arquivo do Museu Imperial, Petrópolis, coleção de Pedro de Orleans e Bragança, 5.794).
Médico das tropas de Napoleão Bonaparte, foi o único Brasileiro
recebe tão destacada honraria do famoso General e Imperador. Solidamente pavimentada a paralelepípedos, suportando o intenso tráfego como via de escoamento do centro da cidade, com refúgio centrais e bastante centralizada, é um dos logradouros mais em
evidência no sistema topográfico local, por sua excelente posição.
Extraído da obra Santa Cruz Jesuitica , Real , Imperial, de Benedicto Freitas, vol. III
QUARTEIRÃO
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Março/Abril 2013
PARTICIPAÇÃO
AMIGOS DO QUARTEIRÃO
Ailton Novaes / Luzinette Marques; Alain Brodin;
Alcyr de Souza Solé; Aldo Goes de Oliveira; Alice
da Silva Miranda(In memoriam); Antônio Leão de
Jonas; Aurora G. Ferreira Menezes; Carlos Ludovico Crim Valente. CEEANO-Centro Educacional Estações do Ano; Celso de Figueiredo; Denize
Brazil; Édipo Pontes de Mello; Fábio Gonçalves
França; Fabrícia Helena Bittencourt Senna; Dany
Thomaz Gonçalves; Haydée Merola Junger e filhos; Hélio Pinto e Souza/Yedda de Mello e Souza; ldalécio de Carvalho Cintra; Profa. Ilza Câmara; Profª Iracema Ferreira; Israel Blajberg
(BNDES); José Carlos Moreira da Silva; José
MUSEU / ECOMUSEU
Goez da Silva; José Luiz de Moura; José Nilo Ferreira; Laet José dos Anjos; Liliane de O. Martins
da Silva, Luciano Tarchiche Durão; Luiz Antônio
C Abreu; Maria da Graça Cesário de Melo; Maria
Helena Lichote; Maria Leite de Almeida; Marisa
Travassos dos Santos; Mitu Ueoka; Napoleão dos
Santos Nogueira; Odalice Miranda Priosti; Olandi
Pinto da Silva; Ovídio Soares da Silva; Pablo Ramos Camilo; Paulo Henrique Madeira; Paulo Mello Menezes; Paulo R. S. Nogueira; Regina Célia
Gonçalves França; Silvia Regina Leite Costa Cunha Melo e Filhas; Vander Miranda Priosti; Walter
Vieira Priosti;, Yara Mattos.
ECOMUSEU é...
Uma ação museológica consciente da COMUNIDADE com o
objetivo de desenvolver o TERRITÓRIO que habita, a partir da valorização da História Local e do PATRIMÔNIO (natural e cultural)
nele existente.
ECOMUSEU NÃO é ..
- Museu em um único prédio, mas num TERRITÓRIO;
- Museu de coleção de objetos, mas um conjunto diversificado de
bens coletivos , o PATRIMÔNIO;
- Museu a serviço de um público que o visita por entretenimento e
lazer, mas a serviço do desenvolvimento de uma POPULAÇÃO
(ou COMUNIDADE).
MUSEU/ECOMUSEU
Prédio
à
Coleção de objetos à
Público/Visitante
à
ECOS DOS 445 ANOS DE SANTA CRUZ
Território / Espaço Vivido
Patrimônio
População/Comunidade Participante
Entrega da medalha dos 445 anos de Santa Cruz à D. Oton
Mota Marching Band e ao GRES Acadêmicos de Santa Cruz
Don Oton Mota Marching Band recebe a medalha
No dia 02 de fevereiro, regada
a muito samba e confraternização,
em uma feijoada comunitária do
GRES ACADÊMICOS DE
SANTA CRUZ finalmente foi entregue a MEDALHA DOS 445
ANOS DE SANTA CRUZ à nossa Escola de Samba, considerada
patrimônio pelos santacruzenses
um patrimônio. No SARAU DOS
445 anos do bairro,
A homenagem foi realizada no
final, pelo Coordenador Geral do
NOPH – Walter Vieira Priosti e
devidamente registrada por Tiago
de Oliveira Rodrigues, Vice- Coordenador de Divulgação. Recebeu a
medalha o Presidente Moisés Coutinho – ZEZO que, em nome da
comunidade, agradeceu emocionado, o reconhecimento de Santa
Cruz à sua Escola.
Em dezembro de 2012, com a
quadra do Colégio D. Oton Mota lotada de alunos e responsáveis para a
Festa de encerramento do Ano Letivo, a Campeã sulamericana D.O.M
Marching Band recebeu em grande
estilo a medalha dos 445 anos de
Santa Cruz conferida pelo NOPH/
Ecomuseu de Santa Cruz a todas
personalidades e instituições que
contribuíram para engrandecer o
nome do histórico bairro. Merecida
homenagem à Banda que além de
cultivar nossa tradição musical tornou-se Campeã sulamericana de. Parabéns especial ao Maestro e aos coordenadores, e Antônio Veiga, um
de seus maiores incentivadores.
Tempos áureos da Praia de Sepetiba
Tiago Rodrigues
DOAÇÕES:
Recebemos...
• do Sr. Luiz Carlos Fonseca – morador do Parque das Rosas / Barra da
Tijuca, 27 livros de literatura coleção O Globo e uma bíblia Edições Loyola.
• da Profa. Regina França três pequenas pinturas óleo sobre tela de autoria de Jan Rocha e uma cafeteira
• do Jovem Tiago Rodrigues uma edição da revista Caras onde a Base
Aérea de Santa Cruz foi o palco de lançamento de uma marca de carro famosa.
QUARTEIRÃO
Março/Abril 2013
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PATRIMÔNIO
Walter Priosti
DIA DA ARMA
DE ENGENHARIA
O Comandante do Exército General ENZO e o tetraneto de Villagran Cabrita depositando corbeille de flores
no monumento a Villagran Cabrita
A solenidade comemorativa do
Dia da Arma de Engenharia se realizou no dia 10 de abril às 10:00h
no Batalhão Escola de Engenharia
- Batalhão Villagran Cabrita com a
presença do Comandante do Exercito Brasileiro General Enzo Martins Peri e General de Brigada Décio dos Santos Brasil.
O Batalhão Escola de Engenharia - BEsE está com novo comandante desde o dia 18 de janeiro.
O Ten Cel Jorge Luiz Abreu do
O’ de Almeida Filho assumiu o co-
mando desta importante e histórica unidade escola.
Representaram a Comunidade
de Santa Cruz, o NOPH (com o
Coordenador Geral Walter Vieira
Priosti), o GRES Acadêmicos de
Santa Cruz (Presidente Zezo), o
Colégio D. Oton Mota (pelo Sr.
Antônio Veiga). Estavam presentes
o tetraneto de Villagran Cabrita, o
ex- comandante do BEsE Coronel
Gesiel Saturnino, entre outros.
Fonte: http://santacruzetudodebom.blogspot.com.br
O DIA DA
AVIAÇÃO DE CAÇA
O dia 22 de abril de 1945 é lembrado como a data em que os pilotos do Primeiro Grupo de Aviação
de Caça (1° GAVCA) realizaram o
44 número de missões na Segunda
Guerra Mundial contra as posições alemãs na Itália. Alguns pilotos brasileiros chegaram a fazer
três voos nos caças P-47, com motor de 18 cilindros e armados com
oito
metralhadoras
calibre
12,7mm, bombas e foguetes. Ao
celebrar esta data, nós preservamos a memória daqueles que representaram o país há 68 anos nos
céus da Itália”, explica o Brigadeiro
Fernando de Aguiar, Comandante
da Terceira Força Aérea, organização responsável pelas unidades de
caça e reconhecimento da FAB.
No dia da Aviação de Caça estão programadas demonstrações
operacionais com as aeronaves
F-5EM, A-1 e A-29 Super Tucano,
exposições de aeronaves no Hangar do Zeppelin, homenagem aos
veteranos de guerra no monumento memorial ao 1º GAVCA, além
da entrega da medalha Brigadeiro
Nero Moura aos pilotos mais antigos e de troféus para os destaques
da nova geração de caçadores. O
evento é restrito à imprensa, convidados civis e militares.
Grupo de caça, em formação, sobrevoa o local do cerimonial do Dia de Aviação de Caça, na Base Aérea de
Santa Cruz
A BASE AÉREA
DE SANTA
CRUZ
Logo após o término da Segunda Guerra
Mundial, o 1° GAVCA foi transferido para a
Base no Rio de Janeiro, onde hoje opera jatos
supersônicos F-5EM. Também opera no local
o 1°/16° GAV, equipado com jatos A-1, de fabricação nacional. A Base Aérea de Santa Cruz
se destaca ainda pelo seu imenso hangar, inaugurado em 1936 para apoiar os voos do dirigível Zeppelin.
Fonte : http://santacruzetudodebom.blogspot.com.br
QUARTEIRÃO
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Março/Abril 2013
MEMÓRIA
11ª SEMANA NACIONAL DE MUSEUS
Projeto Implantação
do Salão da Memória
No dia 20 de março, após articu lações do NOPH com a família, rece bemos o Sr. Ney Telles, an ti go mo ra dor da Vila
Ope rá ria do Ma ta dou ro e fun cioná rio por mais de 40 anos na que le aba te douro.
Essa foi a partida para a implantação do projeto SALÃO DA
MEMÓRIA: coleta participativa
de memórias de Santa Cruz.
Como um ritual de passagem, o
Sr. Nei compareceu acompanhado
da filha e da Profa. Carmem Araujo ansioso por narrar sua história
no Matadouro e no Correr de Casa
– Vila Operária do Matadouro. O
depoimento foi gravado e constituirá o acervo de memórias do
NOPH/Ecomuseu de Santa Cruz.
A 2ª parte, onde o Sr. Ney mostrará o antigo matadouro e a Vila
Operaria, será gravada na 11ª
SEMANA NACIONAL DE
MUSEUS, de 13 a 18 de maio,
como parte do Projeto de
Implantação do Salão da Memória.
Depois do Sr. Ney, outros moradores também farão seus depoimentos, deixando para a Santa
Cruz do futuro, fragmentos importantes da memória de um tempo
que testemunharam no bairro.
FALANDO DE SAUDADE
Naquela noite de 08 de março de 2013, na abertura da exposição
de artes plásticas no Centro Cultural, iniciativa do NOPH, para mim
foram momentos de prazer ajudar na arrumação da exposição, pois
sempre me senti atraída por artes plásticas, embora não tenha nenhum talento para tal. Mas me dá um prazer enorme ver as telas, arrumar, analisar... E assim foi... À noite, cheguei um pouco mais tarde, encontrei aquele ambiente de paz, confraternização, harmonia
que me contagiaram. Pessoas que há muito tempo não via e com
quem convivi em determinado momento de minha vida. Uns cresceram e quase nem reconheci. Então me bateu um sentimento de
saudade. Aquelas salas imensas, com altas paredes de pedra... Sim,
saudade... não de pessoas, de fatos, de situações. Saudade de algo
que não sabia bem o que era. Saudade... apenas saudade. Talvez de
uma época, um ciclo fechado de minha vida, sem incluir mais nada.
Enquanto conversava com um e com outros, mais o sentimento se
acentuava. E fui além, chegando a minha fase de adolescência quando ali frequentava, enquanto aluna da então Escola Técnica Princesa Isabel. Era um divagar pelos ciclos de uma vida. Assim foi... e, coincidentemente um amigo me enviou uma mensagem falando de
saudade. Então, copiei algumas frases que achei geniais e aqui deixo
registradas, por considerar que vão ao encontro do sentimento que
me envolveu.
• Para sempre é muito tempo. O tempo não para! Só a saudade é
que faz as coisas pararem no tempo.
Mário Quintana
• A saudade é nossa alma dizendo para onde ela quer voltar
Rubem Alves
• Sentimos saudades de certos momentos de nossa vida e de pessoas que passaram por ela.
Carlos Drummond de Andrade
• Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração escorrega pelos olhos.
Bob Marley
• Ter saudade é melhor do que caminhar vazio.
Peninha
Ilza Câmara Rodrigues
Professora / Colaboradora e Conselho Fiscal do NOPH
Antigo funcionário do Matadouro e morador da Vila Operária,
Ney Telles narra sua vida para o SALÃO DA MEMORIA
ALCYR SOLÉ - Convocado para uma reunião comunitária em outro plano!
No dia 10 de março de 2013, SANTA
CRUZ perdeu mais uma liderança comunitária : ALCYR DE SOUZA SOLÉ foi
um desses que dedicaram a vida inteira
às causas da comunidade. Uma justa
homenagem foi feita por companheiros e amigos, herdeiros de sua ação
na Santa Cruz desde os anos 40.
Quem não lembra de suas ações junto à Sociedade Musical Francisco
Braga, Grêmio Recreativo Musical 24
de fevereiro, Grêmio Procópio Ferreira, Sociedade Carnavalesca Progressistas, Bloco da Crítica, Clube Campestre
de Santa Cruz, Caixa de Socorros Centro
Familiar, NOPH, Associação Comercial e
Industrial de santa Cruz/ ACISC, Associação de
Moradores e Amigos de santa Cruz /AMASC e o
seu amado ORIENTE Futebol Clube,
não conheceu uma Santa Cruz social e
cultural que em tudo tinha bem próximo a figura daquele empresário
simples, à frente do Cortume Catalão, uma criação de seu pai
Solé, que veio da Catalunha/
Espanha tentar a vida no Brasil.
O comunitário Alcyr Solé
deixa suas marcas e Santa Cruz
louvará sempre sua participação
ativa em diferentes campos de
atuação: música, clubes sociais, teatro, esportes, Sociedades Carnavalescas (PROGRESSISTAS), Bailes e teatro na Sociedade Musical Francisco Braga e
no Grêmio Procópio Ferreira, no carnaval, na
cultura e no esporte dessa região.
NOPH
1983-2013
30 anos trabalhando a
história de Santa Cruz
QUARTEIRÃO
Março/Abril 2013
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CULTURA
TEM SARAU NO CENTRO CULTURAL!
Do erudito ao popular
Em 2011, em meio a um sarau comemorativo da Semana de Santa Cruz, o NOPH lançou o projeto TEM
SARAU NO CENTRO CULTURAL! Naquele ano, pensamos que pelo menos a cada dois meses poderíamos fazer
o sarau, formando plateia para música de qualidade, poesia, dança e teatro em nossa comunidade. Em 2012, não
conseguimos realizar o projeto, mas apenas o SARAU
DOS 445 ANOS DE SANTA CRUZ.
Em 2013, como parte inte grante do Projeto
TRAMACULTURA EM SANTA CRUZ, pa tro ci na do
pela Casa da Moe da do Bra sil, os sara us têm a chance
de acon te cer. A cada dois me ses, alunos do Profes sor
Jú lio Qu e i ro ga e ou tros mú si cos con vida dos se apre sentam com o projeto TEM SARAU NO CENTRO
CULTURAL! Em abril, no dia 20, aconte ceu a 1ª edição com a par ti ci pa ção do Sa xo fo nis ta Ro naldo Mar-
tins e da fla u ta trans ver sa de Jés si ca Ma ri nho, en tre
ou tros.
• Se ra nus, se rão, sa rau, é uma re u nião ou en con tro
an ti go cul ti va do ain da nes ses tem pos. Vem dos tem pos do Impé rio e, como sede cam pes tre do Go ver no
Real e Impe ri al, San ta Cruz tes te mu nhou mu i tos dos
que acon te ce ram com a pre sen ça de D. Pe dro I e D.
Pe dro II.
Fotos Tiago Rodrigues e Paulo Madeira
David Marcos (violão), Lisa Stefanie (voz) e Júlio Queiroga
O saxofonista Ronaldo Martins
Mayara e Tiago, os mestres de cerimônia
Conceição Lins declamou poesia de sua autoria
A participação espontânea de Silvia Priscila
Poesia com Jorge Luis que aproveitou para divulgar seu livro
Anderson Assis autor de "Pré-Mortais"
Sérgio (baixo acústico) e Jéssica Marinho (flauta transversa)
Parte da platéia presente
QUARTEIRÃO
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Março/Abril 2013
NOPH 30 ANOS 1983/2013
MOBILIZAÇÃO COMUNITÁRIA
PELO PATRIMÔNIO
Tramacultura em Santa Cruz: Feita por nós
O NOPH completa, em 2013, trinta
anos de existência, trabalhando com afinco a história de Santa Cruz e lutando pela
melhoria cultural da região. Tudo isso
sempre aconteceu sem que a entidade recebesse apoio e recursos financeiros de
monta. Atualmente, um projeto está em
andamento: o Tramacultura em Santa
Cruz: Fe ita por nós, onde membros da comunidade participam através de 8 oficinas: Teatro, Canto Coral, Dança de Salão
e Dança do Ventre, História Local, Xadrez,
Capoeira e Artesanato – Modelagem e Cartonagem. A Casa da Moeda do Brasil cumpre assim sua participação em apoios à comunidade onde está localizada, exemplo
que deveria ser seguida pelas demais indústrias da região, direcionando seus recursos
para atividades locais.
Parabeniza-se a Casa da Moeda por sua
conduta, priorizando as entidades que batalham pela melhoria da qualidade de vida na
região. Este investimento acaba resultando
em benefícios para todos, pois aqui residem
muitos dos funcionários do Distrito Industrial Local.
Vamos torcer para que os investimentos
comecem a fluir e a melhorar a vida de
todos.
Canto Coral
Dança de salão
Xadrez
Walter V.Priosti
Coordenador Geral do NOPH
Em três décadas de ação sociocultural do NOPH, de 1983 a 2013, muitas pessoas que passaram pela instituição e pelos tantos anos dedicados a ela, merecem ser
lembradas. Da 1ª coordenação à atual, foram nobres ideais que regeram as pesquisas, as campanhas e as lutas pela divulgação e preservação do patrimônio local.
Destacamos in memoriam:
• Dr. Antônio Nicolau Jorge – Líder comunitário 11 anos de NOPH,
• Benedicto Freitas – Historiador de Santa Cruz
• Pe. Guilherme Decaminada- Pároco da Matriz N. Sra. Conceição,
• Pe. Luciano Dal Zoppo
• José FranciscoToffani, Nichol Xavier Aratuba, Eneas Pereira, Jorge Iriarte Kayser,
Onild’ Aquino, Hermínio Ferreira, Hélio de Santa’ Ana, Eurico Pereira, Prof. Leone Augusto, Ercy Bittencourt, Newton da Costa, Prof. Francisco José Antônio, Alcyr de Souza Solé, coordenadores e / ou conselheiros em diversas gestões
SAUDADES DA 1ª COORDENAÇÃO
Antônio Nicolau Jorge, Sinvaldo do Nascimento Souza, José Francisco Toffani,
Márcio Antônio de Azevedo, Jorge Iriarte Kaiser
PASSARAM PELAS COORDENADORIAS
Adinalzir Pereira Lamego, Alda Monteiro, Alexandre Lopes Nogueira, Alexandre
P. Leontisinis Ana Lúcia Monteiro, Antônio Manteigas Veiga, Bruno Cruz de Almeida, Cristine Tenuto, Dorotea Racca da Silva, Edite Moraes da Costa, Fabiana Saraiva Von Abel, Fátima das Neves João, Francisco César Moutinho, Ilza Câmara Rodrigues, Jacob Gribler Neto, José Carlos Moreira da Silva, José Goez da Silva, Marisa
Valente, Júlio César de Queiroga, Margarete de Melo Seabra, Maria José Coelho da
Silva, Odalice Miranda Priosti, Oscar de Moraes, Terezinha Lioi Malachini, Marisa
Travassos dos Santos,, Silvia Regina Leite da Costa Cunha Melo, Luis Antônio da
Costa Abreu, José Postigo Castelon, Sílvia Fernandes, Regina Célia dos Santos
Gonçalves, Leila Maria Moreira R. Marino, Rubens dos Santos Cardoso, Márcio Pinto de Oliveira, Paulo Roberto Madeira, Renata Figueiredo Morais, Paulo Henrique
Madeira, Raul Ramires Rosa, Terezinha de Jesus João Rigger, Pablo Ramos Camilo, Ramiro Miranda Pereira, Tiago de Oliveira Rodrigues, Walter Vieira Priosti, Wilson Coelho da Silva.
Também passaram pelo NOPH em outras ações: Ana Lúcia Monteiro (fotógrafa); Jujuba (artesão), Osvwaldo Eduardo Lioi (arquiteto e cenógrafo), Lui Fer (artista
plástico), Onild´Aquino (artista plástica), Semíramis Barros (professora), Profas. Iracema Ferreira e Eliane Sales
Artesanato
História Local
EM ATIVIDADE
Bruno Cruz de Almeida, Silvia Regina Leite C. Cunha Melo, Regina França, Paulo
Henrique Madeira, Odalice Priosti, Walter Priosti, Pablo Ramos Camilo, Ramiro Miranda
Pereira, Tiago de Oliveira Rodrigues, Júlio Queiroga, Raul Ramires Rosa, Ilza Câmara
Rodrigues entre outros.
Dança do Ventre
Teatro
Capoeira
QUARTEIRÃO
10
Março/Abril 2013
CARNAVAL
A PRAÇA É NOSSA!!!!!!!!!!
Foto Tiago Rodrigues
SALVEMOS NOSSO CARNAVAL – Inacreditável!
Mas a foto ao lado é de um domingo de Carnaval na Praça Central de Santa Cruz, atual Praça Historiador Benedicto Freitas, antiga Praça do Rinque, palco de célebres
carnavais do histórico Bairro. Lançamos aqui uma
CAMPANHA PELA VOLTA DO CARNAVAL ao seu
locus histórico, o centro do bairro, como Fênix retornando à vida da comunidade. O progresso não pode matar a
memória local!
Praça Historiador Benedicto Freitas, no Carnava 2013
Conheci Santa Cruz bem próximo a um carnaval. O bairro estava
mobilizado para os dias de festa.
Não sei se numa organizada espontaneidade ou numa espontânea organização, mas me chamaram à
atenção a movimentação e o clima
de alegria e ansiedade.
Chegando o carnaval, uma amiga me convenceu a ir ao centro de
Santa Cruz. A princípio, neguei,
confessei não ser uma foliona muito empolgada, aleguei não ter fantasia, estar cansada, porém nada adiantou. Ela improvisou rapidamente
uma colombina, um tanto estilizada, mas em branco e preto, com
pontas, pompons e maquiagem.
Mais movida pela curiosidade
do que pela animação, lá fui eu junto com o grupo de amigos para a
Praça do Rinque. Mesmo que quisesse, jamais poderia esquecer o impacto que todo aquele ambiente, a
festa, tudo, teve sobre mim. Vim de
um lugar onde o carnaval de rua havia quase desaparecido, e ver todas
aquelas pessoas fantasiadas, em
grupos elegantes ou sujos, brincando na rua foi diferente, era como
ver aquilo que minha avó me contava sobre o carnaval.
Até que, no meio desse deslumbramento solitário, um pierrô
me arrastou e, quando me recuperei do susto, estava no meio do
povo, levada por ele que cantava:
“Foi tão bom te ver outra vez, tá
fazendo um ano, foi no carnaval
que passou. Eu sou aquele pierrô,
que te abraçou, que te beijou meu
amor...” Dali em diante, aquele
tornou-se o melhor carnaval de todos os tempos. De longe minha
amiga me observava na multidão,
mais feliz que pinto no lixo. Eu e o
pierrô com quem brinquei a tarde,
a noite, até ir embora.
Indo para casa, ela me disse que,
para quem não ligava para carnaval,
eu havia me saído bem e diante da
minha empolgação me perguntou
com um risinho provocador quem
era o pierrô. Somente neste mo-
mento me dei conta de que eu não
sabia quem ele era, que não havia
lhe perguntado seu nome. Minha
cara de surpresa diante da pergunta
deve ter sido indescritível, porque o
risinho se transformou numa longa
gargalhada.
Minha amiga foi insensível aos
meus argumentos, quando lhe disse
que ela deveria saber quem ele era,
pois afinal em Santa Cruz, todos se
conheciam. Isso só a fez rir ainda
mais de mim.
O carnaval passou, mas minha
curiosidade não. Quem seria aquele
pierrô? Procurava durante todo o
ano os olhos negros sem encontrar.
Novamente chegou o carnaval.
Integrada à comunidade e ao seu
cotidiano, desta vez fui a primeira a
estar pronta para sair, no entanto
com uma colombina mais bonita. O
pierrô estava lá. Quem ele era? Sei
lá! Isso era só um detalhe.
Assim passaram-se muitos carnavais. Colombina e Pierrô sempre
lembrando do ano que passou, ou
QUARTEIRÃO
Março/Abril 2013
11
CARNAVAL
s
se perguntando por que estavam
tão tristes se eram tão belos, no
meio de tanta alegria. Era impossível ficar triste.
O tempo passou. Santa Cruz foi
incluída na rota das remoções populacionais do centro para a periferia, que precisava se desenvolver.
“Lá há lugar para todos, o Rio cresce para ”lá"", diziam as autoridades.
O modo de vida do lugar foi profundamente alterado, a paisagem, o
espaço, modificados ao extremo,
evidenciando a falta de planejamento e o descaso com aquilo que era
caro a uma comunidade que, distante do centro, aprendera a caminhar com as próprias pernas.
O crescimento desordenado
marcou profundamente o bairro,
alterou relações, gerou desequilíbrios, pôs fim a velhos costumes, provou-nos que éramos anacrônicos e
precisávamos nos modernizar.
O tempo passou. Amadureci.
Estou a caminho do envelhecimento. Na Praça do Rinque não há
mais carnaval. Há uma construção
que serve a milhares, afirmam.
Para que carnaval? Transfira-se a
festa! O progresso precisa deixar
sua pegada. Os faraós do Antigo
Egito acreditavam que conservando seus corpos em grandes túmulos garantiriam a imortalidade de
suas almas, porém foi a pedra que
os tornou eternos. Do mesmo
modo acontece hoje: grandes
obras garantem a mumificação do
espaço urbano e a eternidade a
seus idealizadores. Não importa se
harmonizam ou não com a paisagem geográfica, com o espaço urbano, com a cultura local. Afinal,
periferia é periferia.
No carnaval, fui à Praça do Rinque. Não usava mais uma fantasia
de colombina, mas arrisquei um
preto e branco. Não há mais Praça
do Rinque.
O local onde vi desfilar o Bloco
da Crítica, que satirizava as dificuldades do bairro, os problemas da
saúde, da educação, dos transpor-
tes, o descaso das autoridades, não
pode mais ser usado. O espaço
onde desfilavam blocos de índios
que vinham de outros lugares e rivalizavam com os locais, já não
existe. Por lá também não passam
mais o Bloco do Sereno, que hoje é
escola de samba, mas não tem espaço no seu espaço.
Grupos de clóvis, pequenas
agremiações e seus carros alegóricos, os Acadêmicos de Santa Cruz e
os blocos de sujos já não podem pedir passagem. O Bloco Grêmio do
Amanhã, dirigido por Dr. Antônio
Nicolau, integrado por crianças e
jovens, com fantasias idealizadas
por sua esposa, Dª Lourdes, já não
abre alas querendo passar.
As famílias não se reúnem mais
à frente de suas casas, nos gramados, assistindo à festa, brincando
com suas crianças. Os belos coretos
de João Titio não enfeitam mais a
praça, porque praça já não há e a
banda já passou.
Tudo isso pode parecer retrocesso ou negação do progresso,
mas não é. As mudanças são inevitáveis. Cada história é filha do seu
tempo, conforme já foi dito. Todavia, a cultura de uma comunidade
não pode ser amputada, suas tradições não devem ser subestimadas e
sua voz precisa ser ouvida para que
surjam soluções que adequem o
progresso às tradições.
A comunidade é soberana diante do poder que é apenas temporal e
demonstra ignorar o que de fato é
inestimável ao povo.
Quando este texto de memórias
já estava construído em minha cabeça, li um artigo de um filósofo
francês sobre o holocausto judeu
durante a 2ª Grande Guerra e a sua
preservação histórica, a conservação do que tudo aquilo representou
e representa até hoje. Falou entre
outras coisas sobre quatro fotos tiradas secretamente por um prisioneiro anônimo no Campo de Auschwitz-Birkenau,
com
uma
incipiente máquina, secreta e corajosamente traficada para dentro
destas dependências. Estas fotos
são desfocadas, com muitas sombras e uma delas é apenas um borrão. O governo alemão fez cópias
retocadas para que ficassem mais
nítidas e as colocou em exposição
no Campo que agora é um museu.
O filósofo critica essa intervenção,
pois destaca que a qualidade original das imagens deixa claras a urgência e a gravidade da situação em
que foram feitas. Alterá-las é como
alterar a memória, mudar a história.
Acredito que também seja assim com o carnaval de Santa Cruz.
Alterou-se nossa memória, calou-se
nossa voz, mudou-se nossa história.
Quanto a mim, continuo, depois de tanto tempo, sem saber ao certo quem era aquele pierrô. Mas seria
capaz de reconhecer seus olhos negros sem qualquer fantasia.
Colombina - pseudônimo de
uma apaixonada por Santa Cruz
QUARTEIRÃO
12
Março/Abril 2013
HISTÓRIA
MONTE CASTELLO:
A VITÓRIA DE UM POVO
Curitiba 21 de fevereiro de 2013
Lembrar o 21 de fevereiro de
1945 é manter aceso um alerta em
nossas consciências.É, portanto
lembrar a vitória de um povo.
Há 68 anos, os brasileiros subiram um monte gelado enfrentando
todo o tipo de armadilhas e derrubaram com determinação o poderio
nazifascista incrustado naquela fortaleza. Muitos ficaram no campo de
luta, caíram sob o fogo germânico,
desapareceram do convívio de
seus companheiros, mas surgiram
como heróis na memória de um
povo. Os que voltaram para o Brasil
assumiram a grandiosa missão de
manter acesa a chama daquele mesmo ideal que os fez embarcar para a
Europa.
A guerra que já acontecia na Europa, estendeu-se ao Continente
Americano e surpreendeu dolorosamente aos brasileiros com o traiçoeiro afundamento dos navios mercantes ao longo das nossas costas.
Participar efetivamente do esforço de guerra aliado, já não se
constituía num gesto de solidariedade continental, mas acima de tudo,
num imperativo de consciência nacional: um dever para o qual a Pátria, a
todos convocava.
Há que se evidenciar os fatos:
Na ânsia que estava o 5º Exército
Americano em tomar de assalto a cidade de Bolonha, ultimo baluarte
alemão na Itália, criava-se uma expectativa junto ao comando brasileiro, pois as tropas aliadas estavam impedidas de avançar. Era necessário
desviar o foco do comando alemão.
Do mês de novembro de 1944 em
diante, atacar o Monte Castello tornou-se missão de honra da FEB, no
sentido de minar as forças de outras
tropas inimigas.
Para entender os acontecimentos ocorridos nesta região, os registros históricos e a memória dos soldados
constituem
fontes
obrigatórias. Os brasileiros não eram
mais iniciantes na missão de guerra,
as batalhas ocorridas no vale do rio
Sercchio, haviam transformado es-
No dia 21 de fevereiro, em evento promovido pela 5ª RM, nas dependências do Museu do Expedicionário, em Curitiba, foi comemorada a vitória em
Monte Castello, na 2ª Guerra Mundial . Reproduzimos aqui o discurso da
Profa. Carmen Lúcia Rigoni, doutora em. História Cultural (UFSC), da
AHIMTB e ANVFEB – Seção Curitiba 21, pronunciado no evento.
Em cerimônia realizada no Batalhão-Escola de Engenharia, em Santa
Cruz, o pracinha Ovídio, conhecido como NECO, ao centro, participa
do plantio de uma palmeira-imperial. Neco é o único vivo.
ses homens em verdadeiros combatentes, mas mal empregados nos ataques ao Monte Castelo, pela Task
Force 45 sob o comando americano,
encerrando o ano de 1944 com grandes decepções e infortúnios.
No Brasil, as noticias que vinham do front brasileiro na Itália,
chegavam por meio dos correspondentes brasileiros e estrangeiros.
Nesta fase, o Monte Castello tornou-se uma imagem negativa para
os soldados da FEB, chegando a ser
denominado como “ Monte Maldito” ou “Monte Fantasma” como escreveu Egydio Squeff de O Globo
em janeiro de 1945.
O Monte Castello, protegido
por várias outras elevações, dominava toda a extensão do Vale do Reno.
Sua conquista era de real importância para as tropas aliadas. Do alto de
sua crista, mais de uma divisão germânica tinha os olhos sobre os soldados brasileiros.Não fosse ele con-
quistado,
seria
impossível
prosseguirem em seu avanço.
As primeiras operações no
Reno, resumiram-se em quatro ataques mal sucedidos contra este baluarte.O primeiro e o segundo realizados a 24 e 25de novembro de
1944.O terceiro ataque fora planejado para o dia 29 de novembro, muitos deles realizados sob condições
de extrema dificuldade, seja pelo clima apeninico ou pela topografia
montanhosa. O ataque frustrado realizado no dia 12 de dezembro de
1944 veio demonstrar que eram necessárias novas estratégias para a
conquista do objetivo. O que estava
em jogo era um frente de 15 quilômetros disputada pelos alemães e aliados.
No dia 19 de fevereiro de 1945, a
agitação em torno do Monte Castello foi crescendo com a movimentação dos soldados que iam galgando
as posições inimigas. O ambiente era
de confiança e seguido atentamente
pelos correspondentes de guerra.
O ataque final e decisivo ao Castello iniciou às 5 da manhã do dia 21
de fevereiro. As tropas em ofensiva
constituíam o Primeiro Regimento
de Infantaria, o Sampaio. Três batalhões seguiam na seguinte ordem: O
1º comandado pelo major Olivio
Gondim de Uzeda, seguiu pela esquerda; o 2º,comandado pelo major
Sizeno Sarmento, foi pelo centro e o
3º comandado pelo tenente coronel
Emilio Rodrigues Franklin, partiu à
direita. Os silvos das granadas explodiram sobre todos, formando uma
cortina de fumaça, que caiu sobre o
Castello como uma auréola de
chumbo. Á esquerda do morro, posições norte americanas estavam ao
lado do Belvedere. Cinco ou seis
Thunderbolts desceram em picada,
rápidos como um peso despencado
de cima, metralhando impiedosamente os nazistas em defensiva.
Um dos momentos mais delicados do combate, talvez o mais expressivo aconteceu às 16h e 20 minutos, quando toda a Artilharia
Divisionária concentrou seus fogos
sobre o Castello.
As faldas do monte estavam cavadas e lá em cima o cume ficou
transformado numa cratera de vulcão. O general Cordeiro de Farias,
acompanhando com um binóculo,
num fiapo de voz disse: “ O Monte
Castello caiu.”
Quando o capelão da Força
Expedicionária Brasileira João Soren, saiu a procura dos soldados desaparecidos em ação nos combates
anteriores, não tinha certeza se iria
encontrá-los. As buscas estavam
centradas nas vizinhanças da comune de Gaggio Montano ao sul de Bo-
lonha. No cume do morro, persistiam as buscas. Os soldados foram
encontrados entre os destroços dos
casarios, todos juntos, quase em formação de combate.Os corpos insepultos por dois meses tinham sido
preservados pela neve e causaram
profunda comoção entre os presentes. Nos anais da FEB ficaram conhecidos como os 17 de Abetaia.
Entre os dias 21 e 23 de fevereiro de 1945, o correspondente Joel
Silveira escreveu : “Os caminhos estavam inteiramente intransitáveis,
havia muitas armadilhas, campos e
estradas estavam minados”. Estas
foram as ultimas noticias sobre a
presença de brasileiros, nesta frente
italiana, congeladas pelo tempo nas
palavras do cel. Olívio Gondim Uzeda. Tudo isto aqui era terra deles. É
um dos locais mais belos da frente.
No momento em que aquele
cume foi valentemente conquistado
a Bandeira Brasileira foi desfraldada.
O intrépido gesto não significou
apenas vitória militar de um pais humilde e pacifista, mas assegurou um
lugar de honra na história daqueles
dias que impulsionado pelo espírito
iluminado buscou encontrar o seu
futuro.
Hoje, os locais que cortam o
Monte Castello foram demarcados
por números registrados nos troncos das castanheiras, indicando os
caminhos a serem seguidos por um
visitante curioso, como a lembrar
aos pósteros, que naquele local, um
dia soldados da FEB se bateram pelos ideais democráticos que ajudaram a moldar o mundo. Tal conquista para a história do Exército
Brasileiro, demarcou um tempo, os
dias da Linha Gótica, nas batalhas de
vida e morte durante a 2ª Guerra
Mundial.
Carmen Lúcia Rigoni
FONTE:
Revista O MONTE CASTELLO - ÓRGÃO DE
DIVULGAÇÃO DAS ATIVIDADES DA
ACADEMIA
DE
HISTÓRIA
MILITAR
TERRESTRE DO BRASIL / RJ
Ano II - 2013 - 21 de FEVEREIRO - Nº 01
Enviado por e-mail por Israel Blajberg
QUARTEIRÃO
Março/Abril 2013
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ARTE E CIDADANIA
DIA INTERNACIONAL DA MULHER – 08 de março
PEGADAS COM ARTE, VERSO, MÚSICA e DANÇA
No dia 08 de março passado, o
DIA INTERNACIONAL DA
MULHER foi celebrado em grande
estilo no CENTRO CULTURAL
MUNICIPAL DE SANTA CRUZ
Dr. Antônio Nicolau Jorge. Após
um café com prosa, realizado no
NOPH / Ecomuseu de Santa Cruz,
do qual participaram membros do
NOPH e convidados – O Sr. Fabrício Modesto – Presidente da Fundação Escola Bosque / Belém – PA
e dois assessores, a Coordenadora
do Ecomuseu da Amazônia – Dra
Terezinha Resende e o Técnico cultural Vinícius Pacheco, a Coordenadora de Projetos do Ecomuseu de
Maranguape, Ceará, D. Angela Savastano e Sidnei representantes do
Museu do Folclore e do Ecomuseu
de São José dos Campos entre outros, foi realizada a oficina de
BIOMAPAS pelo Técnico Cultural
Vinícius Pacheco, da equipe do
Ecomuseu da Amazônia.
À tarde, a realização da
ASSEMBLEIA GERAL DA
ABREMC, com eleição e posse da
nova gestão 2013/2016, não deixou margens para dúvidas sobre a
participação da mulher no campo
da Museologia comunitária, Com
uma diretoria composta predominantemente por 05 mulheres- e
um Conselho Fiscal que valoriza a
presença masculina, a nova Gestão eleita e empossada, é contemplada por coordenadoras ou responsáveis por 05 Ecomuseus
brasileiros:
PRESIDENTE : – Terezinha
Resende – Ecomuseu da Amazônia- PA; VICE-PRESIDENTE :
Yara Mattos –Ecomuseu da Serra
de
Ouro
Preto
–MG;
SECRETÁRIA: Odalice Miranda
Priosti- NOPH/ Ecomuseu de
Santa Cruz-RJ; TESOUREIRA: Bianca de Moura Wild – Ecomuseu
de Sepetiba – RJ; DIRETORA DE
COMUNICAÇÕES : Nádia Helena Almeida – Ecomuseu de Maranguape – CE
E para finalizar o dia, a inauguração da belíssima Exposição
PEGADAS NA ARTE, com obras
de duas artistas da região- Jan Rocha(in memoriam) e Margot Carvalho, que se estende até 08 de maio
de 2013.
Fotos Tiago Rodrigues
JAN ROCHA
Dança do Ventre
Representante de Jam Rocha e a artista Plástica
Margot recebem flores pela exposição
Professora
de Educação Física
na Prefeitura do da
Cidade
do Rio
de Janeiro, exerceu o magistério
na abrangência da 10ª. CRE.
Multivalente, a professora
criava coreografias para inúmeras apresentações de seus
alunos.Nos anos 90, desenvolvia com eles o senso crítico,
mostrando a desigualdade social e o estigma dos favelados
com a coreografia Alagados.
Seus dotes artísticos foram
logo reconhecidos pelos colegas de profissão e mais tarde
entre os próprios artistas, tendo recebido prêmios por suas
criações.
MARGOT
CARVALHO
Mãe,Professora e Artista, Jan Rocha deixou suas
pegadas para sempre
Recebidos os convidados no hall
com maravilhosa apresentação musical do trio formado por Júlio Queiroga (violão), Sérgio Andrade (Baixo
acústico), Jéssica Marinho (flauta
transversa), e da dupla Lisa Stefannie
(Voz) e David Marcos (Violão) e homenageando-se mulheres que se
destacam na participação comunitária com a Medalha dos 445 anos de
Santa Cruz, a exposição foi aberta
com a emoção da família da Jan Rocha e da doce presença de Margot
Carvalho, seguindo-se um fino e ele-
Música na abertura da exposição
gante coquetel. A festa se encerrou
com belos números de dança do
ventre realizados pelas professoras
Ana Lúcia de Souza e Alix Bonfim.
HOMENAGEM
À MULHER
Receberam a medalha 445 Anos de
Santa Cruz:
• Pela ABREMC - Maria Angela
Savastano (membro fundador) –
Fundação Cassiano Ricardo/ Museu do Folclore e Ecomuseu de S.
José dos Campos – SP
• Pela ARTE- as ar tistas plásti -
cas Jan Ro cha ( re pre sen ta da por
sua filha Elia ne) e Margot Carvalho
• Pelo IV EIEMC 2012 - Profa.
Terezinha Resende, Presidente eleita da ABREMC
• Pela participação nas Feiras da
Cultura Viva e EM Princesa Isabel
- Profa. Regina Celi Tieppo
• Pelo NOPH - Profa. Regina Célia dos S. Gonçalves França ( Coordenadora de Assuntos Administrativos do NOPH)
Professora, escritora e poetisa, tem inúmeras publicações dirigidas ao público infanto-juvenil e em geral, como
poemas, crônicas, romances.
Participou de várias Bienais do
Livro. É ligada a várias instituições culturais na Zona Oeste e
em todo o Brasil. Artista plástica premiada, expõe em salões
nacionais e internacionais:
Estados Unidos, Suiça, Bélgica, França, Itália e Argentina.
Criou um estilo próprio,
uma forma única de pintar paisagens de sonho, marinas,
campos floridos... E mais !
http://www.margotcarvalho.com/Principal.htm
QUARTEIRÃO
14
Março/Abril 2013
EDUCAÇÃO E ECOMUSEU
Bairro Educador Santa Cruz promove visita
de Escolas ao Centro Cultural de Santa Cruz
O Bairro Educador é um projeto do CIEDS que entre muitas
ações de valorização do bairro e inclusão social promove visitas a museus e outros centro de cultura e
arte. Aproveitando antiga parceria
com o NOPH e com a 10ª CRE, os
gestores de Santa Cruz organizaram
uma ação importante de conhecimento do bairro e não poderia faltar a visita mediatizada pelo
NOPH/ Ecomuseu de Santa Cruz
ao Palacete Princesa Isabel. Ou seja,
começaram a descoberta do mundo
pela descoberta do próprio bairro, a
sua história e seu patrimônio. E
após uma sensibilização (visita de
membros do NOPH às turmas
contempladas), a EM Marinheiro
João Candido (Conjunto Guandu)
Adriana Fernandes
e a EM Sílvia de Araújo Toledo
(Cesarão/ Vila Paciência) organizaram a aula – passeio de reconhecimento do seu espaço vivido. Uma
lição de inclusão.
Parabéns ao Bairro Educador
Santa Cruz pela bela iniciativa e aos
coordenadores pedagógicos das
duas Unidades por aceitarem o desa-
fio !!! É preciso mostrar aos alunos o que
há de melhor em
Santa Cruz e certamente esse Amor ào
seu lugar e o respeito
à sua história e ao
patrimônio é um
dos caminhos.
É preciso conhecer primeiro sua
casa, seu quarteirão, seu bairro
para então conhecer o que há de
melhor em Santa Cruz e certamente ensinar esse amor ao seu lugar
E assim confirmar o que o
NOPH proclama há 30 anos:
INTERAÇÃO NAVE DO
CONHECIMENTO e NOPH/
ECOMUSEU DE SANTA CRUZ
No dia 16 de abril, alunos do Curso TECNOLOGIAS E
COMUNIDADES 7 (INTEL) da Nave do Conhecimento Tim Lopes estiveram no Palacete Princesa Isabel/ Centro Cultural Municipal de Santa Cruz Dr. Antônio Nicolau Jorge para visitar o NOPH /
Ecomuseu de Santa Cruz e suas exposições (Rastros de História e
de Memória : Santa Cruz feita com as mãos e “ Pegadas na Arte”).
Articulada pela pedagoga Simone, alunos e professores puderam
conhecer a riqueza histórica do bairro e a arte em dois estilos de Jan
Rocha e Margot Carvalho.
Um povo só preserva aquilo que ama!
Um povo só ama aquilo que conhece!
Serviço Social da UFRJ visita o
NOPH/Ecomuseu de Santa Cruz
Tiago Rodrigues
Turma de 45 alunos do Curso
de Serviço social da UFRJ - fez
pesquisa de campo em Santa Cruz
para a disciplina Políticas Urbanas
e Habitação, ministrada pela Profa.
Gabriela Icasuriaga ?????. Acompanhou o grupo a Profa. Rosemere
Maia. Recebidos pelo Coordenador Geral do NOPH, visitaram a
exposição
RASTROS
DE
HISTÓRIA E DE MEMÓRIA e
participaram de uma rodada de
conversa no auditório do CCMSC
Dr. Antônio Nicolau Jorge.
Oficina de Biomapas
No dia 08 de março realizou-se
no NOPH a OFICINA DE
BIOMAPAS, ministrada pelo Técnico Cultural do ECOMUSEU
DA AMAZÕNIA Vinícius Pacheco
A ação inovadora de fazer o
mapa de um território pela própria
comunidade é o conteúdo trazido
de Belém, Pará, onde os agentes dinamizadores do Ecomuseu da
Amazônia conseguiram elaborar o
BIOMAPA de cada comunidade,
com base nos mapas feitos pelos
próprios membros dessa comunidade.
Tiago Rodrigues
Vinícius Pacheco/Ecomuseu da Amazônia
Alunos do Projeto Tecnologias e Comunidade Intel 7 da Nave do
Conhecimento
QUARTEIRÃO
Março/Abril 2013
15
PESQUISA HISTÓRICA
ESCOLA MIXTA DA IMPERIAL FAZENDA DE SANTA CRUZ: UMA
PROPOSTA EDUCACIONAL DE D. PEDRO II PARA SEUS SÚDITOS
1ª parte:
O século XIX foi um período
de mudanças nas esferas política,
econômica e social que incidiu também na instituição escolar, repercutindo no processo de institucionalização da mesma. Neste contexto, a
Escola Mixta da Imperial Fazenda
de Santa Cruz foi inaugurada em 25
de agosto de 1885, com o nome de
Escola Imperial Dom João VI. Mas
ela também era conhecida como
“Colégio Grande”, devido às dimensões de seu prédio.
Este estabelecimento de ensino
tinha uma particularidade que a diferenciou das demais que existiam
na Corte, que era o fato de ser uma
escola particular do Imperador D.
Pedro II, isto é, ela era mantida pelo
Imperador e não por particulares
ou mesmo pela municipalidade.
Conjugava ainda o ensino elementar e o profissional.
Para Pires de Almeida, no folheto Offina na Escola (1886), o
Imperador reconhecia a eficácia de
exemplos práticos para convencer
os espíritos mais obstinados e assim
tomou para si a incumbência de
empreender a criação de escolas
para o ensino profissional. Através
do exemplo do monarca e não do
Estado Brasileiro, procurava-se difundir e organizar o ensino profissional.
Para além do ensino profissional, foram oferecidas disciplinas
elementares como o Francês, a música, a escrita e a história natural. Ou
seja, a proposta educacional estava
contida na concepção iluminista de
“derramar as luzes” por meio da escola e por este motivo ampliar a
oferta da instrução primária tornando-a popular, no sentido de ampliação do número de pessoas atendidas
pela
mesma.
Mas
principalmente profissional visto
que “surgia no horizonte” a possibilidade de crise em relação a mão
de obra com o fim da escravidão e
aos primeiros embates culturais
com os imigrantes.
A Escola Mixta foi criada no
período de discussões e ações
acerca da educação, principalmente em relação à educação do negro, pois a sociedade brasileira es-
Oleo sobre tela da Escola Mixta Imperial de Santa Cruz (Colégio Grande) , de Lui Fer (Acervo NOPH). Foto de Adriana Beaklini
Sinos Imperiais cunhados na Escola Mixta Imperial de Santa Cruz
(Acervo NOPH )
tava debatendo sobre o fim da
escravidão. Fonseca, no livro A
educação dos negros: uma nova
face do processo de abolição da
escravidão no Brasil (2002), afirma que
Nos debates que ocorreram entre 1867 e 1871, encontramos a va-
lorização da educação dos negros e
toda a contradição oriunda dessa
valorização, pois expressava o posicionamento de uma sociedade em
que a educação em moldes escolares, por si só, era um privilégio.
(p.45)
A educação foi eleita nas discussões como o instrumento privilegiado capaz de construir o perfil ideal
para os negros em uma sociedade livre, introduzindo-os nas regras de
civilidade e garantindo sua permanência nos postos de trabalho mais
baixos e que não subverteriam a ordem social já instalada. Talvez por
este motivo esta instituição tenha
um caráter de aprendizagem voltada para o trabalho, para a formação
de mão de obra. Os trabalhadores
seriam iniciados nas regras da sociedade elitista, hierarquizada e com
elites brancas como no caso do Brasil, procurando diminuir os conflitos que poderiam gerar a grande
quantidade de negros ou mesmo
brancos pobres nas cidades.
Poderíamos dizer que D. Pedro
II procurava através da criação dessas escolas difundir um padrão de
civilização, impregnado da ideia da
importância do trabalho para a formação do futuro cidadão brasileiro.
As escolas particulares do Imperador deveriam estabelecer civilidades e dar visibilidade a uma nova
configuração social em construção
com o processo de libertação dos
escravos.
Adriana Valentim Beaklini
Bacharel e licenciatura em História
na UFRJ e Mestrado em Educação
na Unirio
QUARTEIRÃO
16
Março/Abril 2013
CULTURA E RELIGIOSIDADE
Fotos Tiago Rodrigues
Yemanjá é presenteada em Sepetiba
SALVE JORGE DA CAPADÓCIA
E DE SANTA CRUZ!
Tarde de outono, noite enluarada foram palco e cenário para a
Festa de São Jorge no dia dele- 23
de abril. Desde as 17 horas, o povo
se aglomerava nas calçadas, nas
frentes das casas e varandas para esperar a procissão.Sentia-se no ar a
aura do Santo da Capadócia nas
pessoas trajando o vermelho sagrado, nas sacadas enfeitadas e nas velas acesas.
Aos poucos foi chegando gente
e mais gente, para ver passar a cinquentenária procissão ou para juntar –se a ela misturando-se às alas de
cavaleiros de branco e vermelho
com suas belas montarias preciosamente engalanadas. Os fogos anun-
ciavam a proximidade do cortejo.
E eis que surge e dessa vez ainda
mais concentrado com o povo erguendo suas velas e palmas.
Surge o andor, rodeado por
centenas de devotos, crianças, jovens ,adultos, idosos,, em pares ou
solitários. À frente , abrindo passagem os cavaleiros, as autoridades
religiosas, as bandeiras e estandartes. O carro de som apenas orientava nos cânticos e orações. Os fogos de artifício competiam entre si
em luz e som. E mais uma vez sentimos a força da fé pelo Santo nas
ruas de Santa Cruz.
Odalice Priosti
No dia 03 de fevereiro, Sepetiba esteve em
festa para celebrar o dia da Rainha do mar. Os
festejos começaram cedo com um café da manhã
comunitário realizado no clube Recôncavo, com
apresentação da BAMBA ARÔ. Em seguida, começou a roda de exu para abrir os caminhos e pedir passagem para o evento. Ao término deu início a procissão pelas ruas do bairro em direção a
tenda montada na praia. Por onde passava, notava-se a demonstração de fé e carinho dos que
prestigiavam. Muitos saíam de suas casas para pedir bênçãos dos defumadores e água de cheiro
que eram levadas na caminhada. Logo as calçadas e ruas estavam lotadas de pessoas emocionadas e contritas com a manifestação de fé que presenciavam. Ao chegar a praia, todos se dirigiram
a tenda Paulo d´Oxossi, que possui o nome do
saudoso idealizador do evento. O local estava tão
cheio de admiradores e adeptos da umbanda e
candomblé, que depositaram em frente a uma
pequena imagem de Yemanjá, seus balaios e oferendas que ao som dos atabaques ministrados
pelos Ogãs,bailaram ao ritmo e cantos da religião.
No término todos se dirigiram à beira do mar e
depositaram suas oferendas demonstrando respeito e principalmente fé. Muitos emocionados
saíram de lá leves e felizes com todo o ocorrido.
Num dia ensolarado, de brisa suave e aconchegante, de um mar sereno, Yemanjá recebeu
de bom agrado todas as oferendas e abençoou
todos que ali estavam para lhe homenagear.
Odoyá.
Tiago Rodrigues
Vice-coordenador de Divulgação do NOPH
Procissão em homenagem a Yemanjá
Exposição de Presépios Sustentáveis encantam Campo Grande
A igreja Nossa Senhora do
Desterro, realizou no mês de Dezembro, sua primeira exposição
de presépios. A temática Sustentável fez os artesãos e artistas
plásticos da redondeza usar e
abusar da criatividade mostrando
o potencial artístico presente na
Zona Oeste. Presépios feitos de
carcaça de monitor antigo de televisão, lacre de latinhas de refrigerante, caixas de fósforos, caixas
de sucos, casca de ovos além de
contar com os produtos vindos
da própria natureza, como: cabelo de milho, raízes de árvores, rizoma de bananeira e muitos outros, que com a unificação de
criatividade, vontade e satisfação,
fez nascer um belo exemplo de fé
natalina e principalmente o grande foco, que é o local representativo do nascimento de Jesus Cris-
to. Ao deparar-se com as peças
expostas, não percebemos qual
material foi utilizado de tão bem
feitos que ficaram,só percebemos
ali a Sagrada Família em meio a
maravilhosa criação.Se não fosse
pela lista anexada abaixo com as
especificações do que foi usado,não
teria
como
ser
identificado.
O NOPH esteve presente,
sendo lá representado pela Artesã
Janaína Botelho e o membro da
coordenação Tiago Rodrigues.
”Isso é um exemplo, aqui por essas áreas existe muitos artesãos
desconhecidos que sabem seu valor, mas não conseguem mostrá-los por falta de oportunidade.
Esse incentivo da igreja é muito
positivo, pois abriu as portas para
mostrar a capacidade desses
talentosos artistas” diz Janaína.
A exposição ficou aberta ao
público até o dia 25 de Dezembro, onde uma equipe julgadora
escolheu os vencedores, sendo
premiado o primeiro, o segundo e
o terceiro colocado.
Valeu a pena conferir essas
obras de arte, que muito encantaram e mostraram o espírito natalino. Parabéns a todas as pessoas
envolvidas nesse evento que, com
certeza deu certo e pelo esforço
que tiveram por ser primeira edição, já foi um espetáculo. Contamos desde já com as próximas.
Isso é uma forma de mostrar o
trabalho artístico e principalmente cultivar, fazer brotar, mostrar,
ensinar, dá um pouco de cultura
para essas áreas que muitas vezes
possuem carência nesse sentido.
Tiago Rodrigues/NOPH
O presépio vencedor