A hIstórIA O EspErA: prEpArE-sE

Transcrição

A hIstórIA O EspErA: prEpArE-sE
A história o espera:
prepare-se
EDIÇÃO
2015
Sumário
p. 5
Uma viagem no tempo
p. 6
No início, havia… a pré-história
p. 8
A antiguidade
p.12 A Idade Média
p.13 século XII
p.14 século XIII
p.15 século XIV
p.16
O século XVI
p.17
O século XVII
p.20
O século XIX
p.22
O século XX
p.24
2
O século XXI
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Uma
viagem
no tempo
T
emos a lavanda, claro.
Sem esquecer as
cigarras. E também o céu
límpido, frutas maravilhosas,
uma qualidade de vida incrível,
pessoas fantásticas. O mar
também. Claro. Quando se
quer descobrir este incrível
território que é a Provença,
pode-se falar de suas cores,
sabores, fragâncias. Pode-se
apreender este espaço
abençoado pelos deuses,
devido a seu clima ideal, seus
sítios naturais incríveis, seu
radiante savoir-vivre. Mas existe
um elemento menos usitado e
igualmente apaixonante para
atravessar o tempo, percorrer
a região e descobrir o talento
das pessoas daqui: a pedra.
Aliás, as pedras. Deixe-se
levar pelo relato de três
milênios de civilização. Tudo
está aí, ao alcance de nossos
olhos. O programa é rico. E
denso. E sua curiosidade,
fácil de satisfazer. Mesmo
se nossa região apresenta
uma enorme diversidade, seu
território não é tão extenso.
Das fortificações no alto
das montanhas às arenas
romanas, das construções
antigas mais surpreendentes
aos mais incríveis edifícios
contemporâneos, dos
mosteiros mais discretos aos
monumentos mais grandiosos,
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dos museus mais audaciosos
às habitações mais clássicas,
permita-se uma formidável
viagem através dos séculos. A
Provença-Alpes-Côte d’Azur é
uma terra criativa: descubra sua
história por meio das obras de
arte de sua arquitetura. Essas
preciosidades são oferecidas
ao nosso deleite, no portajoias incomparável que é nossa
região. E abri-lo é fácil. Basta
você descobri-lo e se regalar
com o que vai encontrar, assim
como você se regozijaria com
a surpresa de um concerto
antigo encontrado e escutado
pela primeira vez. Ou como
você se sentiria novamente
diante dos sutis sabores de
um prato tradicional, por
muito tempo ignorado, mas
que alimentou sua infância.
Então, claro, temos a lavanda,
o sol e o mar. Mas de todos
os elementos, aqui é a pedra
que eles preferem, sendo os
arquitetos guias formidáveis se
você desejar descobrir a região
Provença-Alpes-Côte d’Azur
e sua história.
A Provença, uma aventura humana
que começa há 1 milhão de anos…
u Verdon
No início havia… a PRÉ-HISTÓRIA
5
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No início havia… a PRÉ-HISTÓRIA…
P
ode-se viver na Provença uma verdadeira viagem no tempo. Em uma
época remota, um mar cobria a região. Para se ter uma melhor ideia disso,
um desvio se impõe na Alta-Provença,
pela Reserva Natural Geológica da
Alta-Provença que possui um patrimônio geológico excepcional. Certos
sítios como o monólito com amonites de
Digne, os sirênios de Castellane ou o estratótipo do Barrémien tornaram o local
famoso no mundo inteiro. A reserva é
visitada como um verdadeiro museu a céu
aberto, graças a seu território preparado
para ensinar a ler a terra.
Ainda na Alta-Provença, o Parque
Regional do Verdon, sítio único na
Europa, conhecido por seus panoramas
vertiginosos, seus vilarejos dispostos nos
flancos das montanhas como sentinelas
e pela prática de esportes de aventura,
tem origem que remonta ao quaternário,
quando se deu a formação dos Alpes.
Esse parque regional protegido propõe
uma descoberta pedagógica notável
da era pré-histórica da região, graças
a seu formidável Museu da Pré-história
em Quinson, concebido pelo arquiteto
Lord Norman Foster. O Homo sapiens
aparece na Provença há um milhão de
anos, durante o paleolítico antigo (idade
6
da pedra lascada). Nas magníficas calanques de Marselha-Cassis, que se
situam na costa mediterrânea, a gruta
submarina Cosquer, declarada monumento histórico em 1991, é a equivalente
da gruta Lascaux do Mediterrâneo - única
no mundo por apresentar uma arte parietal elaborada, com quase 200 pinturas
rupestres, pintadas entre 27.000 e
18.500 anos atrás.
Encontram-se aí impressões de mãos e
representações da fauna desse tempo:
cavalos, cervos, bisões, íbex, focas e
pinguins que testemunham o clima frio
que reinava há 20.000 anos na Provença!
Uma fascinante gravura representando
um homem morto por uma lança constitui
a primeira ilustração do «provençal»! A
entrada da gruta é proibida: ela se situa
a 37 metros abaixo do nível do mar,
acessível unicamente por um longo túnel
de 175 metros, no coração do magnífico
Parque Nacional das Calanques de
Marselha-Cassis. Nesse território protegido, praticam-se hoje trilha, escalada,
bicicross, pesca, barcos de recreação,
vela esportiva ou mergulho submarino no
respeito da natureza.
Na Provença, os 300 últimos milhões
de anos de história da Terra desfilam
diante de seus olhos...
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Henri Cosquer, mergulhador
profissional em Cassis, des-
cobre a entrada de uma gruta em 1985
nas calanques de Marselha-Cassis. Ele
a visitou várias vezes, explorando-a
progressivamente. Entre as cidades de
Marselha e Cassis, o litoral bastante recortado abriga inúmeras calanques. É
neste litoral cheio de recôncavos que
se esconde a fabulosa descoberta de
Henri Cosquer, declarada monumento
histórico em 1991.
Para saber mais:
Reserva Geológica
da Alta-Provença:
www.resgeol04.org
Museu da Pré-história das
Gargantas do Verdon:
www.museeprehistoire.com
Parque Nacional das Calanques:
www.calanques-parcnational.fr
A Antiguidade
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A Antiguidade
Da fundação de Massália pelos gregos
aos romanos da Provença…
A região Provença-Alpes-Côte d’Azur foi modelada pelas culturas greco-romanas.
A arquitetura, a arte, o esporte, a língua, a gastronomia… são herdados dessas civilizações
sempre tão presentes na identidade da Provença.
De Massália à Massília…
M
arselha construiu sua história em
torno da «lenda de Gyptis e
Protis» que, por si só, simboliza a
abertura da cidade ao mundo mediterrâneo
e à civilização grega.
Desde o ano 600 a.C., gregos da Ásia
Menor, provenientes da cidade de Foceia,
fundam um armazém na calanque do
Lacydon (futuro Vieux-Port). Rapidamente
um embrião de cidade se desenvolve.
Marselha, «Massália», nasceu.
Conquistada por César em 49 a.C.,
a cidade focense se transforma na cidade
romana «Massília», sem renegar sua cultura
grega. Marselha vai adotar o modo de vida
e a cultura de seus invasores: banhos imperiais, um teatro e um fórum são construídos.
O porto se desenvolve com vastos entrepostos como os das docas romanas erguidos ao longo do litoral.
Hoje, a dois passos do Vieux-Port e
ao redor de todo o sítio arqueológico
do Palácio da Bolsa-Porto Antigo, o
Museu de História de Marselha, inteiramente renovado, é um dos maiores
museus de história na França e na Europa.
Ele apresenta a atividade portuária entre
o século VI a.C. e o IV d.C., assim como
objetos oriundos de destroços de navios.
O carro-chefe do museu são os destroços
de um navio romano (fim do século II d.C.).
Nas proximidades, o sítio arqueológico do Porto Antigo (ou Jardim dos
Vestígios) abriga os vestígios das muralhas da cidade grega do século helenístico
(séculos III ao I a.C.) e os do Porto Antigo
(início do século III d.C.).
8
César impressionou-se com a bravura dos marselheses!
A «conquista» de Marselha por César, século I a.C. Durante a guerra civil que abalou
Roma, em 49 a.C., Pompeu, general e homem de Estado romano, formara um triunvirato
com Crasso e César. Após a morte de Crasso e da anarquia que se instalou em Roma, a
rivalidade e a ambição dos dois homens ávidos pelo poder não conseguiram impedir a
guerra civil. Marselha escolheu fechar suas portas a César e apoiou Pompeu, seu rival.
César decidiu, então, investir contra a antiga colônia focense. Ele mandou construir
uma dúzia de galés em Arelate (futura cidade de Arles), que tomara o seu partido, a
fim de assediar a notável Massália. Massália se preparou para resistir ao longo cerco,
mas apesar da coragem e do valor dos marselheses, quase todos os seus navios foram
tomados ou afundados! Todavia os marselheses, insubmissos, mantiveram o bloqueio
ainda por alguns meses. Finalmente a tática romana sai vitoriosa, mas impressionado
pela bravura dos massilienses, César deu-lhes o direito de viver sob suas próprias leis e
de usufruir em paz das vantagens do comércio que exerciam. No entanto, ele tomou-lhes
sua independência, uma vez que os romanos estabeleceram um posto de observação,
em uma colina próxima da cidade, para vigiar Massília. Essa colina é chamada «a colina
da guarda», futuro local estratégico da protetora dos marselheses, a Nossa Senhora da
Guarda, desde 1864.
Para saber mais:
a «Voie historique» de Marselha
oferece uma magnífica viagem no tempo:
http://visite.marseille.fr/promenade_historique
www.marseille-tourisme.com
A lenda de Gyptis e Protis conta que os gregos focenses, conduzidos por
Protis, desembarcaram nas margens do Lacydon, no mesmo dia em que Nann, rei dos
segobrigenses (os segobrigenses são uma das inúmeras tribos lígures instaladas nas
costas do Mediterrâneo), ia casar sua filha, Gyptis. O costume de então era que a própria
noiva designasse o feliz eleito, erguendo-lhe uma taça de vinho ao final de um banquete
ritual. Os navegadores focenses foram amigavelmente convidados para esse banquete;
na hora da sobremesa, foi a Protis que Gyptis, a filha de Nann, ergueu a taça, por ter se
apaixonado à primeira vista. Como presente de núpcias, Nann doou aos recém-casados
uma faixa de litoral, onde Protis funda Massália e que, no decorrer dos séculos, ia se
tornar Massília, depois Marselha.
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A Antiguidade
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A Antiguidade
De Arelate a Arles Romana,
patrimônio mundial da Unesco
H
oje, capital da Camargue enaltecida
por Van Gogh, Arles estende-se
sobre as duas margens do rio
Ródano que lhe proporcionou sua riqueza,
intermediando o comércio entre o centro
da Gália e o Mediterrâneo. Cidade bastante famosa por seu lado festivo, ela tem
a tradição das touradas como principal
atração sua feira anual: abrivados (condução de um touro por cavaleiros, nas ruas
da cidade), touradas camarguesas...
Conhecida como a pequena Roma dos
gauleses, em razão de seu patrimônio
romano excepcional, ela apresenta grandes
conjuntos urbanos antigos, soberbamente
conservados. A cidade romana está organizada em torno do fórum e monumentos
prestigiosos como as arenas, o teatro
antigo ou as termas.
Para melhor compreender o que representava Arles na antiguidade, vá ao museu
departamental da Arles Antiga, onde se
pode ver o célebre busto de César, assim
como uma chalana romana tirada do rio
em 2010: o barco de fundo chato, com 31
A
alguns quilômetros da Pequena
Roma dos gauleses, edificado sob
o imperador Augusto, em 55 a.C.,
o Teatro Antigo de Orange deve sua
reputação à excepcional conservação de
seu muro de cena: 103 metros de largura,
36 de altura, tendo ao centro a estátua de
Augusto que mede 3,50 metros. Inscrito
no patrimônio mundial da humanidade
pela UNESCO, o teatro acolhe 9.000 espectadores. A cada ano, seu mais célebre
encontro, as Coregias, festival lírico de
reputação internacional criado em 1869,
faz ressoar as vozes dos maiores tenores
do mundo. Do nicho central, que se abre
sobre a porta real, o primeiro imperador romano saúda a assembleia, a 21 séculos de
distância. Aos pés do Monte Ventoux, ao
norte da Provença, Vaison-la-Romaine
é o maior campo arqueológico da França.
Também aqui, um teatro antigo reina
na margem direita do Ouvèze, no bairro
Puymin. No verão, há quase 20 anos, o
10
metros de comprimento, mais bem conservado no mundo.
Construídas por volta do ano 90, sobre o
modelo do Coliseu de Roma, as arenas
eram a cena para combates de gladiadores
e corridas de touros, reunindo até 20.000
espectadores, nos 2 níveis. Ainda hoje, a
cada outono ou primavera, os aficcionados
aí se encontram para as touradas.
O anfiteatro construído no final do séc. I
a.C. apresentava tragédias e pantomimas.
Hoje, ele se transformou em local de espetáculos de todo tipo e acolhe 240.000
espectadores por ano.
«Mas este é César!» Em Arles, esse
grito vindo do coração de Luc Long
ainda ressoa nos pensamentos de
todos os que, desde outubro de 2007,
se apressam a estudar a descoberta do
arqueólogo e confirmar - ou não - essa
identificação no mínimo espontânea.
Apenas alguns instantes após ter tirado
das águas do Ródano «esta bela, poderosa e expressiva cabeça de mármore»,
que repousava no fundo do rio há mais
de dois milênios, Luc Long reconheceu
o rosto do vencedor dos gauleses, o
único esculpido em vida (-46).
Para saber mais:
www.arlestourisme.com
www.rencontres-arles.com
«Os encontros de Arles»,
de 6 julho a 20 de setembro de 2015
Festival Internacional de Danças de
Vaison se dá nesse teatro.
No verão, a maior sala de ópera ao ar livre tem um participante
fiel: desde 1988, o célebre e carismático tenor franco-italiano Roberto Alagna apresenta-se aos espectadores vindos
do mundo inteiro, para as Coregias. Aos pés do Teatro Antigo,
que Luís XIV considerava como «a mais bela muralha» de seu
reino, sob o olhar de Augusto, igualmente desfilaram os grandes
Montserrat Caballé, Christa Ludwig, Plácido Domingo, Luciano
Pavarotti. www.robertoalagna.net
Para saber mais:
www.otorange.fr/
www.choregies.fr
www.vaison-ventoux-tourisme.com
www.vaison-danses.com, Festival internacional
de danças no grande teatro antigo de Vaison-la-Romaine,
de 10 a 26 de julho de 2015
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A Idade Média
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A Idade Média
Século XII
Na Idade Média do século XII, o cristianismo se organiza na Provença.
Vemos nascer e se desenvolver a vida monástica caracterizada pela construção
de mosteiros. Os mais notáveis na Provença são herdados do estilo cisterciense.
A grande expansão da ordem
cisterciense na Provença.
A
Provença possui três magníficas
abadias fundadas pelos cistercienses: a de Thoronet, a de
Silvacane e a de Senanque, «as três
irmãs provençais»: elas conservaram
um extraordinário conjunto arquitetônico,
que reflete a espiritualidade da ordem
cisterciense. Localizadas nos recônditos
da região, as três irmãs cistercienses incarnam outra Provença, a dos pequenos
vales sombreados e da pedra bruta, a dos
riachos escondidos e das nascentes místicas. Elas acolhem o público com visitas
organizadas, para não perturbar o recolhimento dos monges de tradição cisterciense.
Situado no atual Parque Regional do
Luberon, o vale de Senanque representa
um local de sonho: um vale profundo, silencioso e muito arborizado, com água corrente (o nome de Senanque viria do celta
e significaria «gargantas pantanosas»).
A abadia de Senanque foi edificada em
1148. Em 1544, durante as guerras religiosas, o monastério foi incendiado pelos
valdenses e o prédio dos conversos destruído. Por um tempo abandonada, uma
nova pequena comunidade de monges
(oriunda da abadia mãe da ilha de SaintHonorat de Lérins, em frente de Cannes)
retorna à abadia de Senanque em 1988,
retomando, assim, séculos de tradição
cisterciense. Ela é uma das abadias mais
fotografadas, em virtude do azul dos campos de lavanda que lhe deixam magnífica
durante o período de floração, de meados
de junho a meados de julho.
Edificada em 1146, no interior varois, a
abadia de Thoronet é uma das três
abadias mais notáveis, originária da
ordem de Cister. Pureza das proporções,
simplicidade dos volumes, rigor do emparelhamento das pedras e absoluto despojamento da arquitetura lhe conferem uma
beleza austera e sem artifícios, com seus
30 a 40.000 m³ de pedras. Ela se esconde
12
A espiritualidade cisterciense
Saint-Bernard de Cister chama ao retiro espiritual deste mundo… Este é um tema
básico para a vida monástica, mas corresponde também a um despertar espiritual nos
séculos XI e XII. Não se trata, entretanto, de viver como eremita, mas de escolher
para a comunidade um local mais rústico. Foi com esse conceito que foram construídos
os mosteiros cistercienses da ordem de Cister, ordem monástica cristã reformada que
representou um papel de primeiro plano na história religiosa do século XII. Ela deve seu
desenvolvimento a Bernard de Clairvaux (1090-1153), homem de uma personalidade
e de um carisma excepcionais. Sua expansão e seu prestígio pessoal fizeram dele o mais
célebre dos cistercienses no século XII. Se ele não for o fundador, ele será sempre o
mestre espiritual da ordem. A espiritualidade do personagem é fortemente marcada pela
penitência. Seu gosto pela austeridade é perfeitamente coerente com o despojamento
das igrejas cistercienses.
entre os carvalhos, em um lugar selvagem e isolado que está bem de acordo
com a regra rígida da ordem de Cister.
Fundamentalmente ligada a seu espaço, a
abadia constitui um exemplo extraordinário
de transformação da espiritualidade e da
filosofia em arquitetura, em que é capital
considerar a luz, comedida. Ela foi a fonte
de inspiração para o arquiteto-urbanista
François Pouillon, em suas construções
ao final da Segunda Guerra Mundial. Desde
1991, todo mês de julho, os Encontros
Internacionais de Música Medieval
acolhem em Le Thoronet de 2.000 a 3.000
espectadores.
A abadia de Silvacane está situada na
cidade de La Roque d’Anthéron, a uns trinta
km ao norte de Aix-en-Provence. Ela deve
seu nome às canas do mais importante
rio da Provença, o Durance, nas margens
do qual ela está implantada. Edificada em
1144, é a mais recente das três abadias cistercienses da Provença e a única que não
retomou uma atividade conventual. Desde
1980, todo verão ela acolhe os talentosos
pianistas do mundo inteiro, por ocasião do
Festival Internacional de Piano de La
Roque d’Anthéron.
O número de ouro ou a divina harmonia: a abadia de Boscodon. Situada em
um local muito bonito, nas montanhas dos
Alpes do Sul, próximo a Embrun, a 1.150
m de altitude, a abadia de Boscodon foi
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fundada em 1142 pelos monges da ordem
dos chalais, conduzidos por Guigues de
Revel. Os monges construtores conferiram
uma importância capital ao simbolismo dos
elementos, para esta arquitetura romana
de estilo cisterciense. Tal relevância encontra-se na concepção dos prédios: repetição dos elementos de acordo com os
algarismos-chave (7 abóbadas, como os 7
dias da semana), relações de proporções
em harmonia com o número de ouro 1,618
ou a divina harmonia…
A Idade Média
Século XII
Na visão de um monge construtor, Fernand
Pouillon e a Pedra
Para Fernand Pouillon (1912-1986) arquiteto-urbanista, homem do
sul da França, o material de predileção, aquele que sabe captar a luz e
se torna mais bonito com o passar do tempo, é a pedra. Ele a elogia no
romance «Les pierres sauvages», que ele escreveu e que fala sobre a
construção da abadia de Thoronet na Provença, vista pelos olhos de um
monge construtor do século XI. Parece que foi durante a Segunda Guerra,
quando faltou trabalho, que o jovem arquiteto Fernand Pouillon passou
longas semanas na abadia cisterciense de Thoronet, para dela extrair
minuciosamente os planos, o que lhe serviu de base ao mesmo tempo
para suas práticas futuras e para esse romance que ele já havia planejado.
Logo após a guerra, frente às necessidades imensas de reconstrução
apesar da escassez dos materiais, a pedra continua sendo competitiva.
É, pois, de pedra que ele construirá 50.000 alojamentos na França, na
Argélia e no Irã. Pode-se perceber seu estilo, admirando os prédios do
pós-guerra conhecidos como «Pouillon», no Vieux-Port de Marselha. A ele
devemos igualmente o edifício que abriga o atual Musée Regards de
Provence (Museu Olhares sobre a Provença), antiga estação sanitária,
que servia para controlar a chegada da mão-de-obra colonial nos anos
do pós-guerra e que era chamada «consigne Pouillon».
Para saber mais:
www.senanque.fr
www.abbaye-silvacane.com
e www.festival-piano.com
http://thoronet.monuments-nationaux.fr/
Festival Internacional de Músicas Medievais,
de 23 a 30 julho de 2015
http://musique-medievale.fr
www.abbayedeboscodon.eu
www.tourisme-embrun.com
Musée Regards de Provence
Exposição permanente
Memória da Estação Sanitária
www.museeregardsdeprovence.com
Século XIII
A
o norte de Arles, abre-se o Vale
de Les Baux e de Les Alpilles.
Aqui reinam hoje a oliveira e a
vinha. A cadeia de Les Alpilles, suas rochas
calcárias brancas e o reino dos príncipes
da Provença que fizeram sua reputação na
Idade Média cativam os visitantes. Situada
no coração de Les Alpilles, num maciço
rochoso - de 900 metros de comprimento e 200 metros de largura - a
cidade de Les Baux-de-Provence impera
sobre Arles e a Camargue e oferece um
panorama excepcional. O vilarejo fica no
meio de uma vasta fortaleza edificada
no século XIII, hoje em ruínas. Na Idade
Média, os príncipes de Les Baux controlaram a Provença por muitos anos e aí ganharam uma forte reputação. A fortaleza
teve uma história militar agitada e foi alvo
de inúmeros ataques. A sólida torre mestra, ainda hoje de pé, lembra a importância
desse castelo, objeto de tantas cobiças…
um testemunho único da história medieval. Restaurada pacientemente, a pequena
cidade considerada um dos «mais belos
vilarejos da França» impõe-se novamente,
com um patrimônio histórico e arquitetural
de 22 monumentos classificados. O nome
13
da cidade deriva da bauxita, minério de
alumínio, que aí foi explorada pela primeira
vez, até seu esgotamento no século XX. A
exploração das minas de bauxita deixou
lugar a imensas galerias ocas na rocha do
Vale do Inferno, com gigantescas áreas
de paredes de pedras calcárias imaculadas, salas altas e pilares. Albert Plécy,
fotógrafo, encontrou aí em 1976, um es-
paço para sua pesquisa da «imagem total»
e criou sua «Catedral de Imagens».
Vários artistas foram seduzidos pela beleza do lugar que os inspirou. No Vale do
Inferno, Jean Cocteau filmou «O testamento de Orfeu», em 1959.
Criado em 1976 com o nome de Catedral de Imagens, hoje Carrières de Lumières
(Minas de Luzes) é um espetáculo permanente, durante o qual são projetadas grandes
imagens luminosas nas paredes de pedras brancas das imensas galerias ocas, nas rochas
do Vale do Inferno, em Les Baux-de-Provence. A cada ano, um novo espetáculo é criado
sob medida para as Carrières, servindo de tela em três dimensões, para uma projeção
feérica e grandiosa onde o espectador é imerso em um universo visual e musical. De 6
de março de 2015 a 3 de janeiro de 2016, está programado o espetáculo «Leonardo,
Rafael e Miguel Ângelo, os gigantes da Renascença».
www.carrieres-lumieres.com
Les Baux-de-Provence e o rochedo monegasco
O feudo de Les Baux-de-Provence fora passado a marquesado em 1641, em benefício
de Hércules de Grimaldi, então príncipe soberano de Mônaco. Se hoje o título de
marquês é puramente honorífico, o vilarejo e o principado continuam mantendo seus
elos: o príncipe Albert de Mônaco usa o título de Marquês de Les Baux.
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A Idade Média
Século XIV
A Provença dos papas, simbolizada pela imponente arquitetura
gótica do Palácio dos Papas de Avignon, ao mesmo tempo
fortaleza e palácio suntuoso, é o símbolo do poder da
cristandade e do poder temporal e espiritual exercidos pelo
papado na Idade Média, estabelecido em Avignon, que se
tornou capital da cristandade no século XIV.
A
vignon, cidade de arte e de
história, é uma das cidades
culturais emblemáticas da região
Provença-Alpes-Côte d’Azur. Ela possui
o mais belo conjunto gótico da Europa, o
Palácio dos Papas e a Ponte SaintBénezet, classificados no Patrimônio
Mundial da Humanidade pela UNESCO.
Ruas medievais e belos palacetes fazem também parte do cenário. Quanto aos museus,
a cidade oferece muitos: o museu Calvet,
o museu Angladon, a Coleção Lambert…
Por ser fortaleza e também palácio, a residência pontifical foi durante o século XIV a
sede da cristandade do Ocidente e o Palácio
dos Papas se estabeleceu na parte norte
de Avignon intramuros. Ele está construído
em uma protuberância rochosa ao norte
da cidade, no Rochedo dos Doms, em
destaque sobre a margem esquerda do
Ródano. Sua construção durou 20 anos
e 7 papas aí se sucederam: Bento XII em
1335, Clemente VI em 1342, Inocêncio VI
em 1352, Urbano V em 1362, Gregório XI
em 1370 e Bento XIII em 1394, até em 1377.
O palácio, que se estende em 15.000
m2, é a imbricação de dois prédios, o
Palácio Antigo de Bento XII, verdadeira
fortaleza assentada no inexpugnável
Rochedo dos Doms, e o Palácio Novo
de Clemente VI, o mais fastuoso dos
pontífices de Avignon. Ele é o fruto do
trabalho conjunto dos melhores arquitetos franceses, Pierre Peysson e Jean
du Louvres, este conhecido como
Loubières, e os maiores afresquistas da
escola sienense italiana, Simone Martini
e Matteo Giovanetti. Hoje, ele está entre
os 10 monumentos mais procurados da
França e recebe anualmente 600.000 visitantes. Há 3 anos, assim que anoitece,
os muros de pedra do palácio vestem-se
com luzes e imagens em alta resolução
para apresentar o espetáculo histórico e
monumental «As Luminescências». No
forte verão da região, o pátio do palácio
14
e todos os recantos da cidade se transformam em salas de espetáculo, com o
Festival Internacional de Teatro de
Avignon que ocorre há quase 70 anos.
Grandes diretores e atores ou amadores
do mundo inteiro se apresentam aí.
A Ponte Saint-Bénézet, a da música
popular «Sur le Pont d’Avignon», foi
construída no século XII, em 1177, reconstruída e restaurada até o século XVII. Ela
media originalmente 900 m e contava 22
arcos, dos quais restam apenas 4 hoje, pois
o Ródano e suas terríveis enchentes acabaram por levar a maior parte. Essa ponte, na
fronteira entre o Estado pontifical e o território
da França, era um das únicas para atravessar o Ródano, por quilômetros em direção à
nascente ou à foz, um bom meio de coletar
taxas na forma de um pedágio ou de uma
esmola a Saint-Bénézet, seu construtor.
Bento XII,
primeiro papa em Avignon
Antigo monge cisterciense, impregnado
dos valores da ordem monástica, conservou o hábito branco de sua ordem, o que
lhe valeu o apelido de Cardeal Branco.
Humildade e rigor caracterizam seu pontificado, à diferença dos hábitos da cúria
até então. Ele dá início à construção do
Palácio dos Papas apenas algumas
semanas após sua eleição. O «Antigo
Palácio» leva 20 anos para ser erguido.
Mais que um palácio, é uma fortaleza
inatacável, de fachadas austeras, paredes espessas, e cujas torres imensas
impõem respeito. A residência pontifical erguida acima da cidade provençal
marca a vontade de independência do
papado face ao rei da France.
Para saber mais:
www.avignon-tourisme.com
www.festival-avignon.com, julho
www.lesluminessences-avignon.com,
de 12 de agosto a 3 de outubro de 2015.
Gérard Philipe
«o Príncipe de Avignon»
«Eu nasci duas vezes: a primeira em 4 de
dezembro de 1922; a segunda em julho
de 1951, em Avignon, onde conheci,
graças a Jean Vilar, o verdadeiro teatro...». O ator Gérard Philipe ficará
famoso tanto por suas interpretações no
pátio do Palácio dos Papas de Avignon,
quanto por seus animados filmes de
capa e espada. Seu nome e o de Jean
Vilar, fundador do Festival de Avignon
em 1947, estão vinculados ao renascimento do teatro, nacional e popular, logo
após a Segunda Guerra Mundial.
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O século XVI
15
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O século XVI
A Provença praça-forte, a engenhosidade de Vauban no reinado de Luís XIV. A
obra de Vauban foi recentemente classificada patrimônio mundial da UNESCO,
e Briançon e Mont-Dauphin fazem parte das 12 maiores obras de Vauban.
Obras de arte da fortificação
de montanha: Briançon e
Mont-Dauphin
H
oje estação de esqui e a estação
climática mais alta da França, situada no coração dos Alpes do
Sul, Briançon, cidade fortificada, idealizada
pelo Marechal Vauban, ocupa uma área
privilegiada entre o Parque Nacional dos
Ecrins e o Parque Regional do Queyras.
Em seu centro, gárgulas, fontes, afrescos,
relógios de sol e capelas colocam em cena
os arquivos de uma história apaixonante,
que despertam a cada passagem do Tour
de France.
Ocupando uma posição estratégica na
intersecção de 5 vales, a cidade de
Briançon, no alto de um rochedo a 1.326
metros de altitude, impõe-se como um
local único. O projeto de Vauban para essa
área era encerrar a cidade em um escalonamento vertical de muralhas e coroá-la
com fortes, para assim torná-la inatacável.
Partindo do princípio que a ofensiva seria
obrigatoriamente cristã, Vauban coloca
uma majestosa igreja colegial no ponto
mais exposto, assegurando dessa forma
que seu inimigo não ousaria atacá-lo.
De 1713 a 1734, as prescrições deixadas pelo célebre engenheiro são aplicadas rigorosamente: a muralha da cidade
desenha um semicírculo de quase três
quilômetros e o alto cidade é coberto por
fortes e obras de proteção (forte do
Randouillet, forte de Trois-Têtes, forte
Dauphin, reduto das Salettes). A circulação dos homens também é calculada,
com a construção da ponte de Asfeld e
da comunicação Y (galerias cobertas de
200 metros). Esse sítio majestoso e imponente permite compreender uma parte do
espírito de adaptação que Vauban revelou
ter, rompendo então totalmente com qualquer sistema de fortificação jamais realizado. Mont-Dauphin fica entre o vale do
16
Guil e do Durance, nos Alpes do Sul, entre
as estações de esqui de Vars e Risoul, as
geleiras do maciço dos Ecrins.
Coroando um planalto glacial, a praça-forte
de Mont-Dauphin tem conservado uma
arquitetura militar admirável desde sua
construção, a partir de 1693. Formidável
conjunto construído com pedra de cantaria
rosa de Guillestre, essa praça-forte alia as
fortificações a um vilarejo com população
residente o ano todo. Construída em forma
de estrela sobre as falésias de um planalto
desértico chamado de «mil ventos», ela
defendia a Provença e o Delfinado
trancando o acesso ao vale do Durance
desde a Itália.
Atrás de suas muralhas de mármore rosa,
descobrimos as casernas em que viviam os
soldados de Luís XIV, as guaritas sobre o
penhasco de onde vigiavam o paiol - depósito de pólvora, arsenal onde guardavam
armas e pólvora. Podemos imaginar os
soldados do rei em túnica, tricórnio e
longos mosquetes surgirem das fortalezas!
Construído por ordem de Francisco I,
entre 1527 e 1529, o castelo de If foi a
primeira fortaleza real de Marselha. Em
1702, Vauban acrescentou um posto de
guarda, «a caserna Vauban». Essa antiga
prisão, edificada no alto-mar de Marselha
e classificada como monumento histórico,
tornou-se famosa em todo mundo pelo romance de Alexandre Dumas, «O Conde
de Monte Cristo».
Para saber mais:
www.sites-vauban.org
www.ot-briancon.fr
www.montdauphin-vauban.fr
http://if.monuments-nationaux.fr/
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Engenheiro, arquiteto militar, urbanista, engenheiro hidráulico
e ensaísta francês, Sébastien Le
Prestre, marquês de Vauban (16331707), é nomeado marechal da França
por Luís XIV.
Vauban reflete, em muitos de seus escritos, os filósofos do século das Luzes: ele
tem uma visão científica, mesmo matemática da realidade e faz uso disso em
suas atividades. Perito em poliorcética
(isto é, a arte de organizar o ataque ou
a defesa quando uma cidade, um lugar
ou uma praça-forte são sitiados), ele
dá ao reino da França um «cinturão
de ferro» para fazer da França um pré
carré – para usar sua expressão -, um
território bem delimitado e protegido por
um cinturão de cidadelas. Ele concebe
ou faz melhorias numa centena de praças-fortes. O engenheiro não tem a
ambição de construir fortalezas inexpugnáveis, pois a estratégia consiste então
em ganhar tempo obrigando o invasor a
imobilizar um número de efetivos dez
vezes superior aos efetivos do sitiado.
Ele dota a França de uma zona de proteção que a torna quase inviolável durante
todo o reinado de Luís XIV, até o final do
século XVIII, século em que as fortalezas
tornam-se obsoletas face aos progressos da artilharia.
O século XVII
17
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O século XVII
Da Renascença da Provença aos monumentos do
impressionismo e das luzes à urbanização das cidades,
o melting pot dos estilos.
C
apital histórica da Provença, Aixen-Provence, devido à sua riqueza arquitetural, foi chamada no
século XVIII de «a pequena Versalhes».
Ela conservou sua suntuosidade e convida
o visitante a descobri-la ao longo de sua
história. Nela encontramos, ao fazer um
desvio de uma rua, de uma praça, os traços
dos romanos, do bom rei Renato, do revolucionário Mirabeau e, claro, de Cézanne!
Da praça de La Rotonde e sua magnífica
fonte, subimos a Cours Mirabeau admirando os palacetes dos séculos XVII e
XVIII, que margeiam os dois lados da
avenida.
O Pavillon Vendôme, a mais sedutora das «loucuras» herdadas do Grande
Século, foi construído em 1665 a mando
do Duque de Vendôme, para abrigar sua
relação apaixonada com «a Bela do Canet».
O duque queria se casar com «sua querida», mas esse plano contrariaria o rei Luís
XIV… Tornou-se, então, amante da dama
e contratou o arquiteto Antoine Matisse
para construir essa «casa de veraneio».
Cercada de um suntuoso jardim à francesa
do século XVII, a fachada principal do palácio sobrepõe as três ordens clássicas e é
ornada com soberbos atlantes barrocos, guirlandas de frutas e de uma efígie
que teria, dizem, os traços da «Bela do
Canet». Hoje museu, o Pavillon Vendôme
reúne coleções constituídas de inúmeros
retratos dos séculos XVII e XVIII e de mobília
provençal. Nele também exposições de
arte moderna e contemporânea são igualmente programadas.
Quanto a Marselha, em 1640, o Conselho
da cidade decide, segundo a política real de
«grande isolamento dos pobres», de «isolar, em um lugar limpo a ser escolhido, os
pobres nascidos em Marselha». Em 1670,
é confiada a Pierre Puget, arquiteto
18
do rei e nascido no bairro, a realização de um Hospital Geral para acolher
os mendigos e os pobres. E em 1671 é
lançada a primeira pedra do que será uma
das mais belas realizações arquiteturais de
Pierre Puget. O conjunto, terminado em
1749, compõe-se de quatro alas de prédios
fechados para o exterior e abertos por uma
galeria de 3 níveis, para um pátio retangular
interno, que se ligam a amplos espaços coletivos de trabalho e de estar, separando as
mulheres dos homens. No centro do pátio,
a capela, construída entre 1679 e 1707, é
uma obra arquitetural notável, com
cúpula ovóide, perfeito exemplo do puro
barroco italiano. A fachada atual, deixada
para ser concluída depois, data de 1863 e
retoma o tema da Charité.
Após a Revolução e até o final do século
XIX, a Charité torna-se um abrigo reservado
aos idosos e às crianças. Em 1905, o prédio é ocupado pelo exército e passa a servir
de abrigo aos mais necessitados. Em total
abandono após a Segunda Guerra Mundial
e destinado à demolição, finalmente em
1951 ele é decretado monumento histórico,
com o incentivo do arquiteto Le Corbusier.
Restaurada, a Vieille Charité tornou-se,
desde 1986, um centro pluridisciplinar de
vocação científica e cultural, no coração
do mais antigo bairro da França,
o Le Panier. Ele abarca o Museu de
Arqueologia Mediterrânea, o Museu das
Artes Africanas, Oceânicas e Ameríndias
(M.A.A.O.A), assim como salas de exposições temporárias.
Para saber mais:
www.aixenprovencetourism.com
www.marseille-tourisme.com
http://vieille-charite-marseille.com
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Pierre Puget nasceu e morreu em
Marselha (1620-1694). Ao mesmo tempo
escultor, desenhista, pintor e arquiteto do século XVII, ele foi reconhecido
por vários autores dos séculos XVIII e XIX,
como «o Miguel Ângelo da França», um
dos representantes do espírito clássico
francês do grande século na escultura,
com o foi Nicolas Poussin para a pintura.
Ele é um dos introdutores da arte barroca
na França, bem ilustrada por suas realizações arquiteturais. É um dos artistas
mais famosos do reinado de Luís XIV.
Em vida, era muito admirado em Roma
ou em Paris e suas grandes esculturas
de mármore, tanto em Versalhes quanto
em Gênova, valeram-lhe sua reputação.
O século XIX
19
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O século XIX
A urbanização de Marselha e seu porto, o melting pot dos
estilos. A atividade florescente da cidade impõe em Marselha
profundas modificações no século XIX…
Q
uem chega à cidade pelo leste ou
pelo norte, avista «Nossa Boa
Mãe», Nossa Senhora da Guarda,
colocada a 160 metros de altura na colina
da Guarda. De lá se tem uma magnífica
vista de 360°, que permite admirar a cidade
focense, as Illhas do Frioul, o castelo de If
e mais longe, em direção ao interior, as
colinas do Garlaban, tão caras ao escritor
e cineasta provençal Marcel Pagnol.
Antigo posto de vigia marítima, erguida durante o período romano, tendo se transformado em capela, depois em forte, a basílica
foi construída pelo arquiteto HenryJacques Espérandieu, de acordo com
uma inspiração romano-bizantina e
consagrada em 1864.
A riqueza dos materiais e o refinamento
dos cenários de mosaicos criaram um santuário precioso dedicado ao culto do mar;
aí encontramos sua coleção de ex-votos,
barcos suspensos ofertados pelos marinheiros fiéis. Uma Virgem dourada de
11,20 metros de altura coroa o edifício.
Marselheses de todo nível e de todos os
credos vêm aí pedir a proteção da Virgem,
até mesmo para o time fetiche de futebol,
o OM, o Olympique de Marselha! Em 2013,
um museu consagrado à história de Nossa
Senhora e sobretudo a seus inúmeros
ex-votos é inaugurado no local.
Em 1862, sob o reinado de Napoleão III,
a cidade de Marselha decide construir um
20
canal para fazer um desvio das águas do
Durance para o centro da cidade, visando
à edificação de um castelo de água com
cascatas abundantes. Verdadeira cenografia de pedras e de água, o Palácio
Longchamp, obra do arquiteto HenriJacques Espérandieu, apresenta uma
colunata semicircular, com 19 colunas. O
lugar encerra, desde sua construção, o
Museu de Belas Artes, o Museu de História
Natural e é cercado por um jardim público.
O Palácio Longchamp é um verdadeiro
«Hino à água»: a chegada das águas
é representada por uma carroça central,
puxada por touros da Camargue. A glória
da água é marcada por uma moça e suas
amigas, e o trigo e a vinha simbolizam a
fertilidade. Atrás, crianças bochechudas, feixes de trigo, cachos de uva e os
baixos-relevos da cena dos tritões lembram
o barroco.
Em 1855, para agradecer Luís Napoleão
Bonaparte por sua política que contribuía para o desenvolvimento da cidade,
Marselha satisfez seu desejo e construiu
«uma residência» para a imperatriz Eugênia:
é o Palácio do Pharo, cujo arquiteto,
Henri-Jacques Espérandieu, conduziu uma
parte dos trabalhos. O lugar tornou-se hoje
um centro de congressos com um jardim
público, um sítio excepcional, bem aberto
para a enseada, os portos, a catedral e o
Forte Saint-Jean.
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Henri-Jacques Espérandieu é conhecido pela realização de Nossa Senhora
da Guarda, do Palácio Longchamp e por
um bom número de outros monumentos
célebres de Marselha (como o Palácio
das Artes e a Virgem Dourada) e é diretor dos trabalhos na Catedral de La
Major. Podemos medir, então, toda a
extensão do talento desse genial arquiteto, que modelou Marselha, dando-lhe
suas mais belas joias arquiteturais de
hoje. O estilo «romano-bizantino» é, talvez, pela contribuição de Espérandieu,
o que melhor caracteriza Marselha:
um estilo aberto para outros países do
Mediterrâneo, um estilo novo ao gosto
antigo, um melting pot de culturas, tal
como a cidade focense.
Um período do século XX
21
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Um período do século XX
A Grande Guerra termina, é necessário reconstruir. Arquitetos
como Le Corbusier e seu discípulo Pouillon dão à região uma
fisionomia contemporânea.
Cité Radieuse de Le Corbusier,
Label «Patrimônio do século XX»
C
oloquialmente chamada pelos
marselheses de «La Maison du
fada» («fada» significando «louco»
na linguagem coloquial), a Cité Radieuse,
reconhecida e admirada por todos os
amantes de arquitetura pelo mundo afora,
foi edificada em Marselha, entre 1947 e
1952 por Le Corbusier.
A
o final da Segunde Guerra Mundial,
a França precisa ser reconstruída.
Nessa época a falta de habitação
social é, portanto, um problema para o
qual se deve rapidamente dar uma solução.
Nesse contexto o Estado francês contrata
Le Corbusier. Construída em forma de
barra sobre pilotis (como os pés de um
móvel dispostos em evasê de aspecto brutalista), o conjunto procura concretizar um
novo modelo de cidade, um «vilarejo vertical» chamado de «unidade de habitação».
Ela conta 337 apartamentos de 23 tipos
22
diferentes, separados por «ruas internas»
(o apartamento «padrão» é um duplex). A
Cité Radieuse de Marselha é concebida
pelo princípio do Modulor, sistema de medidas ligado à morfologia humana, baseado
no número de ouro e na sequência de
«Fibonacci», calculado pelo quociente de
sua altura (1m83) pela altura de seu umbigo (1m13), resultando em 1,619, como o
número de ouro com ajustes de milésimos.
Este é, aliás, ilustrado por uma marca no
concreto, na base do prédio, assim como
em um pequeno vitral. Cinco unidades de
habitação foram realizadas com as mesmas plantas, quatro na França e uma na
Alemanha, em Berlin.
Em 2013, o teto-cobertura é transformado
em lugar de exposição pelo designer francês Ora-Ito, que aí instala uma fundação
artística, o MaMo (Marselha Modulor). De
lá, os olhos alcançam o território MarselhaProvença em 360°.
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Arquiteto, urbanista, designer,
pintor e escritor, Charles-Edouard
Jeanneret-Gris, conhecido como
Le Corbusier, (1887-1965), de origem
suíça, formula os «cinco pontos» de
uma nova arquitetura: pilotis, teto-jardim, planta livre, janela em fita e
fachada livre. Para ele, a unidade de
habitação perfeita é o «cabanon» (uma
cabana a servir como casa de férias);
ele oferece uma para sua esposa, em
Roquebrune-Cap-Martin, na Côte d’Azur.
Em janeiro de 2015, a França registra,
em nome de 7 estados, a candidatura da
obra arquitetural de Le Corbusier, junto
à UNESCO, como Patrimônio Mundial da
Humanidade.
Para saber mais:
http://fondationlecorbusier.fr
http://mamo.fr
Período do século XXI
23
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Período do século XXI
Consagrada Capital Europeia da Cultura em 2013, a região
oferece todos os estilos e os maiores construtores do
mundo inteiro lhe dão todas as honras: os italianos Vittorio
Gregotti, Paolo Colao e Stefano Boeri, a libanesa Zaha Hadid,
o japonês Kengo Kuma, o francês Jean Nouvel, o provençal
Rudy Riccioti, o inglês Norman Foster, o americano Frank
Gehry, o designer francês Ora Ito…
I
naugurado em 29 de junho de 2007,
com a ópera «A Valquíria» de Richard
Wagner, o Grande Teatro da Provença foi
concebido pelos arquitetos italianos Vittorio
Gregotti e Paolo Colao, para apresentar
óperas e concertos em Aix-en-Provence.
Ultramoderno, o Grande Teatro tem a particularidade de ser montado sobre molas!
Trata-se do único meio de eliminar as vibrações da estrada de ferro situada próxima
ao prédio. Um símbolo da região de Aix foi
utilizado para a concepção dos volumes:
a montanha Santa Vitória, lembrada especialmente pelas pedras de diferentes cores
na superfície.
O Pavillon Noir do arquiteto provençal
Rudy Ricciotti acolhe o Balé Preljocaj,
a companhia de dança contemporânea de
Angelin Preljocaj, que escolheu se estabelecer em Aix-en-Provence, no âmbito de
um centro coreográfico nacional e
das companhias locais. O prédio destaca-se por sua originalidade arquitetural, que
contrasta com o restante da cidade. Esse
cubo de 3.000 m² tem 27 metros de altura
e 18 metros de largura. O palco (de 17 m
× 14,5 m) no subsolo está em uma sala
que pode receber até 386 espectadores.
O prédio é composto de concreto armado
bruto, de cor preta, e de vidro.
O Museu das Civilizações da Europa
e do Mediterrâneo, MuCEM, primeiro
grande museu nacional do século XX consa-
grado às civilizações do Mediterrâneo, abriu
suas portas em 2013. É o único museu
nacional fora de Paris. Essa nova e monumental obra do arquiteto Rudy Ricciotti
forma um cubo de 15.000 m², com 3.700
m2 de espaços para exposição. O Forte
Saint-Jean restaurado (construído sob Luís
XIV) é ligado ao J4 por uma passarela alta,
de 130 metros de comprimento. O público
é convidado a passear por um novo jardim
mediterrâneo. Pode-se também aproveitar
para assistir a espetáculos ao ar livre, para
ir a um café e a uma butique-livraria. Uma
segunda passarela liga o forte ao bairro
de Le Panier, partindo da porta Royale do
forte, em direção à igreja Saint-Laurent.
O MuCEM constitui um lugar aberto a todos
e pluridisciplinar, em que Antropologia,
História, Arqueologia, História da arte e
Arte contemporânea se cruzam.
Próxima daí e inaugurada em abril de 2013,
está a Villa Méditerranée, prédio anfíbio
de verdadeira proeza arquitetural, distinguindo-se por seu espetacular cantiléver,
o mais longo do mundo, elevando-se a 19
metros acima de um reservatório de água
de 2.000 m2. Concebido pelo arquiteto
e urbanista milanês Stefano Boeri,
o lugar se destina a receber diferentes formas de expressão da bacia mediterrânea.
O FRAC, Fundo Regional de Arte
Contemporânea em Marselha, idealizado
pelo arquiteto japonês Kengo Kuma,
foi inaugurado em 2013. Verdadeiro farol
Uma personalidade bem marcante: Rudy
Ricciotti ou o segredo do concreto e da curva
Filho de um operário da construção de origem italiana, Rudy Ricciotti cresceu e estudou
entre Camargue e Marselha. Grande Prêmio Nacional de Arquitetura em 2006, reconhecido em 2013 por seu museu das civilizações da Europa e do Mediterrâneo (MuCEM), o
artista se engaja com uma arquitetura profundamente generosa, aberta às culturas do
mundo. www.rudyricciotti.com
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aberto sobre a cidade, o Frac representa
uma marca arquitetural de 5.400 m2, com
uma superfície de exposição de 1.009 m2.
Aberto para a cidade por suas fachadas de
vidro e no coração da ilha, o Frac constitui um prédio «transparente», apagando
a arquitetura para se perceber melhor as
redondezas mais próximas, oferecendo aos
visitantes pontos de vista e perspectivas
internas e externas surpreendentes, brincando com os volumes e níveis, em uma
dinâmica interna inesperada. Utilizando
uma paleta de materiais limitada (concreto
e vidro), criando espaços aéreos, volumosos, abertos e banhos de luz, Kengo Kuma
traz a tradição japonesa até o limiar mais
contemporâneo. Aliás, os espaços de circulação chamam a atenção, evocando o
princípio de rua interior da Cité Radieuse
de Le Corbusier.
Arte, arquiteto e vinho no Château
La Coste, na zona rural de Aix-enProvence. O Château La Coste não se
parece com nenhum outro domínio viticultor. Símbolo da renovação, os dois prédios
de vinificação, semicilindros de vidro e aço,
foram desenhados por Jean Nouvel, a
estrela da arquitetura francesa. Uma dinâmica enoturística acompanha a abertura
de um Art Center, um restaurante, um
magnífico lugar de exposição consagrado
à arte contemporânea a ser descoberto
no ritmo de um passeio pelos bosques,
colinas, vinhas e oliveiras, as obras e instalações de artistas e de arquitetos tais
como: Tadao Ando, Louise Bourgois,
Frank O. Gehry, Liam Gillick, Andy
Goldsworthy, Tatsuo Miyajima,
Tunga, Franz West...
Para saber mais:
www.lestheatres.net/fr/
www.preljocaj.org
www.mucem.org
villa-mediterranee.org
www.fracpaca.org
www.chateau-la-coste.com
COPYRIGHTS
Capa:
Teatro antigo de Orange © L.Boudereaux/Culturespaces
N. Sra. da Guarda Marselha © CRTPACA
Vieille Charité Marselha © V.Lucas Mucem J4 Marselha © Lisa Riciotti
Página 4:
Abadia de Senanque- Gordes © V.Lucas
Forte Saint-Jean Marselha © V.Lucas
Vista La Major Mucem © C.Chillio CRTPACA
Claustro Saint-Trophime Arles © V.Lucas / Arenas de Arles © V.Lucas
Pavillon Vendôme Aix © C.Chillio CRTPACA
Página 6:
Calanques de En Vau © Philippe Leroux
Gargantas do Verdon © C.Duranti
Página 8:
Vista sobre o Forte Saint-Jean Marselha - CRTPACA
Página 10:
Arenas de Arles© JC.Flaccomio WEGO PRODUCTION
Teatro antigo de Orange © L.Boudereaux
Teatro antigo Vaison-la-Romaine Teatro antigo de Orange © L.Boudereaux Fotolia
Vestígios Vaison la Romaine © C.Chillio CRTPACA
Página 12:
Abadia de Senanque- Gordes © V.Lucas / Abadia do Thoronet ©P.Leroux
Claustro de Ganagobie © CRTPACA / Palácio dos Papas Avignon©V.Lucas
Les Baux-de-Provence © Fotolia
Palácio dos Papas Avignon © JC.Flaccomio WEGO PRODUCTION
Página 16:
Vista fortaleza de Briançon © C.Chillio CRTPACA
Igreja de Briançon © C.Chillio CRTPACA
Vista Montdauphin © JC.Flaccomio WEGO PRODUCTION / Castelo de If©ADD
Página 18:
Vieille Charité Marselha ©C.Chillio CRTPACA
Interior Vieille Charité © V.Lucas / Jardim do Pavillon Vendôme ©V.Lucas
Palácio de Caumont Aix-en-Provence © DeFrance.de
Página 20:
N. Sra. da Guarda Marselha © CRTPACA
Palácio Longchamp Marselha © C.Chillio CRTPACA
Interior palácio Longchamp © V.Lucas
Página 21:
Exposição Le Corbusier © C.Chillio CRTPACA J1
Cité Radieuse Le Corbusier teto © OTCM/FLC.JPG / Cité Radieuse © ADD
Página 24:
Mucem J4 Marselha©Lisa Riciotti / © Frac / Pavillon Noir © Sophie Spiteri
Pavillon Noir © Cintas / Castelo Lacoste © C.Chillio / Villa Méditerranée © C.Chillio
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Concepção gráfica: Pierre-Marie Gély / [email protected]
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