Mulheres e Homens em Moçambique 2013
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Mulheres e Homens em Moçambique 2013
Mulheres e Homens em Moçambique 2013 Av. 24 de Julho, n° 1989, Caixa Postal 493 Maputo, Moçambique Telefone: + 258-21-356700 E-Mail: [email protected] Homepage: www.ine.gov.mz MULHERES E HOMENS EM MOÇAMBIQUE Indicadores Seleccionados de Género, 2013 Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 © 2013 Instituto Nacional de Estatística Reprodução autorizada, excepto para fins comerciais, com indicação da fonte bibliográfica PRESIDÊNCIA João Dias Loureiro Presidente Manuel da Costa Gaspar Vice-Presidente Valeriano da Conceição Levene Vice-Presidente Ficha Técnica Editor: Instituto Nacional de Estatística Direcção de Estatísticas Demográficas, Vitais e Sociais Av. 24 de Julho nº1989, Caixa Postal 493 Maputo Telefone: + 258-21-356700 E-Mail: [email protected] Homepage: www.ine.gov.mz Direcção Cassiano Soda Chipembe Produção: Dionisia Khossa Análise de Qualidade: Cassiano Soda Chipembe Revisão: Laura Duarte e Cecília Vilanculos Design e grafismo: Mário Chivambo Tiragem: 250 exemplares IMPRESSÃO: Oficinas Gráficas do INE Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Índice Prefácio ........................................................................................................................7 ...................................................................................................................9 Introdução Moçambique Divisão Administrativa e Superfície ..................................................................10 Parte 1 Indicadores Demográficos e Agregados familiares .....................................11 POPULAÇÃO ...................................................................................................................13 Gráfico 1.1 Evolução da população (000) por sexo, Moçambique 1975 a 2013 .......................13 Gráfico 1.2 Distribuição percentual da população por sexo e segundo área de residência, Moçambique, 2013............................................................................................................14 Gráfico 1.3 População e distribuição percentual das mulheres por província, 2013 .................14 Gráfico 1.4 Esperança de vida ao nascer por sexo, Moçambique 2007, 2012 e 2013................15 Gráfico 1.5 Taxa de global de fecundidade por área de residência, Moçambique 1997, 2003 e 2011 ....................................................................................15 Agregados Familiares .......................................................................................................16 Gráfico 1.6 Distribuição percentual dos agregados familiares segundo sexo do chefe, Moçambique 1997,2003 e 2011..........................................................................................16 Gráfico 1.7 Distribuição percentual de chefes de agregados familiares adolescentes e jovens por sexo e província, Moçambique 2011....................................................................17 Gráfico 1.8 Índice de Paridade de Género de chefes de agregados familiares adolescentes e jovens (12 a 24 anos) por província, Moçambique 2011 ...............................17 Gráfico 1.9 Distribuição percentual de agregados familiares por sexo do chefe segundo fonte de água para beber, Moçambique 2011 .......................................................18 Quadro 1.1 Distribuição percentual e Índice de Paridade de Género dos agregados familiares com energia eléctrica segundo o sexo do chefe, Moçambique 2011........................19 Gráfico 1.10 Distribuição percentual de agregados familiares por posse de bens duráveis nos agregados familiares segundo sexo do chefe, Moçambique 2011.......................19 Parte 2 Indicadores Económicos .............................................................................21 Gráfico 2.1 Índice de Paridade Género de pessoas com 15 anos e mais Economicamente Activa e Não Economicamente Activa segundo o Índice de Paridade de Género, Moçambique 2012/3 ..........................................................................23 Gráfico 2.2 Índice de Paridade de Género da População Economicamente Activa segundo ramo de actividade, Moçambique 2012/3...............................................................24 Emprego .......................................................................................................................24 Gráfico 2.3 Taxa de Emprego e Desemprego, Moçambique 2012/13 .................................25 2.4 Índice de Paridade de Género segundo a participação nas actividades económicas por idade, Moçambique 2012/13 .....................................................................25 Trabalhadores por Sectores .............................................................................................25 Quadro 2.2 Numero total e Índice de Paridade de Género dos trabalhadores por tipo de sector segundo província, Moçambique 2012......................................................26 Parte 3 Educação .......................................................................................................27 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Alfabetização ....................................................................................................................29 Gráfico 3.1 Percentagem de alfabetizados por sexo e Índice de Paridade de Género, segundo área de residência, Moçambique 2011...................................................................29 Alunos matriculados ..........................................................................................................30 Gráfico 3.2 Taxa especifica de alfabetização por sexo, Moçambique 2011 ..............................30 Quadro 3.1 Matriculados e Índice de Paridade de Género nas escolas públicas do ensino primário e secundário, por sexo e segundo província, Moçambique 2012.....................31 Mapa 3.1 Índice de Paridade de Género de alunos nas escolas públicas do ensino primário por província, Moçambique 2013 ..........................................................................32 Taxa bruta de escolarização ...............................................................................................33 Quadro 3.2 Taxa bruta de escolarização e Índice de Paridade de Género no ensino primário e secundário público, por sexo e segundo província, Moçambique 2012....................33 Taxa líquida de escolarização..............................................................................................34 Gráfico 3.3 Índice de paridade de Género da Taxa Bruta de Escolarização no ensino primário e secundário público segundo província, Moçambique 2013.....................................34 Gráfico 3.4 Índice de Paridade de Género da taxa líquida de escolarização segundo nível de educação, Moçambique 2012-2013 ........................................................................35 Desistência .......................................................................................................................36 Quadro 3.3 Índice de Paridade de Género da taxa líquida de escolarização por província, Moçambique 2013 ............................................................................................................36 Gráfico 3.5 Índice de Paridade de Género de desistência por nível de ensino, Moçambique 2012-2013 ...................................................................................................37 Quadro 3.4 Taxa de desistência anual no ensino primário por sexo segundo província, Moçambique 2012-2013 ....................................................................................................37 Taxa de Conclusão ...........................................................................................................38 Quadro 3.5 Taxa de desistência anual no ensino secundário por sexo segundo província, Moçambique 2012-2013 ....................................................................................................38 Quadro 3.6 Taxa bruta de conclusão no ensino primário público e privado por sexo segundo província, Moçambique 2012-2013.........................................................................39 Quadro 3.7 Taxa bruta de conclusão no ensino secundário público e privado por sexo segundo província, Moçambique 2012-2013 .......................................................................39 Reprovação ......................................................................................................................40 Gráfico 3.6 Índice de Paridade de Género da taxa de reprovação por níveis, Moçambique 2012-2013.....................................................................................................40 Aprovação .......................................................................................................................40 Gráfico 3.7 Índice de Paridade de Género da taxa de aprovação por níveis de ensino, Moçambique 2012-2013 ...................................................................................................41 Ensino superior ................................................................................................................41 Gráfico 3.8 Índice de Paridade de Género de estudantes matriculados e graduados por sexo, Moçambique 2012-2013 ......................................................................................41 Quadro 3.8 Número total e Índice de Paridade de Género de matriculados e graduados por áreas científicas, Moçambique 2012-2013 ....................................................42 Ensino técnico .................................................................................................................42 Gráfico 3.9 Alunos matriculados no ensino técnico por nível, Moçambique 2012-2013 ...........43 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Gráfico 3.10 Índice de Paridade de Género de alunos matriculados no ensino técnico, segundo província, Moçambique 2013 ................................................................................43 Professores .....................................................................................................................43 Gráfico 3.11 Índice de Paridade de Género de professores, segundo nível de ensino que lecciona, Moçambique 2013 .............................................................................44 Quadro 3.9 Numero de professores e Índice de Paridade de Género por nível segundo província, Moçambique 2013 .............................................................................44 Parte 4 Saúde ..........................................................................................................45 Saúde Reprodutiva ...........................................................................................................47 Gráfico 4.1 Índice de Paridade de Género do conhecimento de algum método contraceptivo moderno pelas pessoas casadas /unidades segundo área de residência, Moçambique 2011 ............................................................................................................47 Grafico 4.2 Índice de Paridade de Género de pessoas sexualmente activas que conhecem métodos contraceptivos, Moçambique 2011 ........................................................................48 Profissionais de Saúde .....................................................................................................48 Quadro 4.1 Distribuição percentual de profissionais de saúde por sexo, segundo categoria, Moçambique 2011-2013.....................................................................................................48 Mapa 4.1 Distribuição percentual de médicos por sexo, segundo província, Moçambique 2013.............................................................................................................49 Mapa 4.2 Distribuição percentual de enfermeiros por sexo, segundo província, Moçambique 2013 ...........................................................................................................51 Gráfico 4.3 Índice de Paridade de Género de Pessoas vivendo com o HIV/SIDA por sexo, Moçambique 2013 ........................................................................................................52 Gráfico 4.5 Índice de Paridade de género dos Óbitos por SIDA segundo região e sexo, Moçambique 2013 ............................................................................................................52 Gráfico 4.4 Índice de Paridade de Género da Prevalência do HIV em adultos (15-49 anos) segundo região e sexo, Moçambique 2013 .....................................................53 Parte 5 Justiça ..........................................................................................................54 Gráfico 5.1 Índice de Paridade de Género em relação aos indiciados de crime, detidos e condenados, Moçambique 2012-2013...................................................................56 Gráfico 5.2 Índice de Paridade de Género de indiciados de crimes por segundo comandos provinciais, Moçambique 2013 ..........................................................................57 Gráfico 5.3 Percentagem de detidos nos estabelecimentos prisionais, Moçambique 2013 ............................................................................................................57 Gráfico 5.4 Índice de Paridade de Género de condenados nos estabelecimentos prisionais, Moçambique 2013..............................................................................................58 Violência doméstica .........................................................................................................58 Gráfico 5.5 Distribuição percentual de vítimas de violência doméstica, Moçambique 2012 e 2013 .................................................................................................59 Gráfico 5.6 Distribuição percentual de vítimas de violência doméstica por sexo segundo província, Moçambique 2013 ............................................................................................59 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Parte 6 Lugares de Decisão ......................................................................................60 Quadro 6.1 Lugares de decisão por sexo segundo orgão de poder, Moçambique 2009 e 2013 ................................................................................................62 Quadro 6.2 Distribuição percentual por sexo e número dos funcionários e agentes do estado, segundo cargos governativos, de direcção, chefia e confiança, Moçambique 2009 e 2013 ...............................................................................................63 Gráfico 6.1 Índice de Paridade de Género do global de funcionários e agentes do estado, por província, Moçambique 2009 e 2013 ............................................................................63 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 PREFÁCIO Estatísticas de género ultrapassam a mera desagregação dos indicadores nas categorias de Mulher e Homem, Rapariga e Rapaz. Porém, a desagregação ajuda na percepção do papel, equidade, equilíbrio e integração do género. A palavra sexo na perspectiva de género refere-se a designações masculino e feminino, ou seja, qualidades ou características que a sociedade atribui a cada ser humano no tempo e espaço. As estatísticas de género têm a particularidade de espelhar, de forma evidente, as assimetrias entre homens e mulheres nos diferentes níveis socioeconómicos do País. Elas permitem efectuar diagnósticos da situação de mulheres e homens de forma efectiva e produzir argumentos sólidos para formulação de políticas públicas e tomada de decisões inerentes a igualdade de género. Possibilitam, igualmente, a priorização de acções tendentes ao cumprimento dos compromissos do governo no tocante ao alcance da equidade de género e das metas de desenvolvimento do milénio. Incorporar a perspectiva de género nas estatísticas moçambicanas é valorizar as acções planificadas para mulheres e homens e seu impacto na vida e na sociedade, é fornecer indicadores para monitoria e avaliação das políticas e estratégias concebidas nesse âmbito. Por isso, é importante que os diferentes sectores continuem a recolher, processar, analisar e disseminar informação desagregada por sexo. Muitos sectores registaram progressos consideráveis ao longo dos últimos anos, especialmente o de educação, onde a Meta do Desenvolvimento do Milénio, a universalização do ensino primário do primeiro grau poderá ser alcançada. Foram também identificados progressos na situação económica e da saúde da mulher. No entanto, continuam a existir notáveis discrepâncias entre o meio urbano e o rural e entre as províncias de Moçambique. Assim, espera-se que a informação contida nesta publicação possa permitir aos planificadores de políticas de integração dos assuntos de género, a perceber e analisar a situação actual e seu aprimoramento. Maputo, Novembro de 2014 João Dias Loureiro (Presidente do Instituto Nacional de Estatística) Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 INTRODUÇÃO Esta publicação contém informação estatística recolhida por diferentes ministérios e agências nacionais, vem, de uma forma geral, apresentar uma breve análise acompanhada de dados estatísticos, de modo a mostrar a tendência e a situação actual dos indicadores no que concerne a equidade de género em Moçambique. Os indicadores por sexo e o Índice de Paridade de Género aqui apresentados têm em vista dar a conhecer, de uma forma sistematizada, informações sobre as dinâmicas de género em Moçambique que possam ajudar na concepção e avaliação de políticas públicas em prol da igualdade de género. É uma ferramenta dirigida aos fazedores de políticas, parlamentares, funcionários, académicos, organizações da sociedade civil e ao público em geral, com vista a melhorar e facilitar a planificação, tomada de decisão, justiça social e promoção dos serviços, projectos e realizações dos direitos da mulher e do homem. Esta edição apresenta o cálculo do Índice de Paridade de Género (IPG), que é o indicador que mostra a magnitude da disparidade de género em diferentes áreas. Este indicador é obtido dividindo o valor do indicador de mulheres pelo de homens. O IPG toma valor 1 quando não há disparidade por sexo, quando estiver acima de 1 significará que o valor do indicador de mulheres é maior que de homens e abaixo de 1, mostrará menor valor para mulheres. Se o valor encontra-se no intervalo de 0.95 á 1,04, isso pode significar existir equilíbrio de género pois as diferenças não são significativas. O documento está dividido em 6 capítulos. O primeiro capítulo centra-se na apresentação das características da população, agregados familiares e aspectos demográficos, enquanto os restantes dedicam-se aos assuntos chaves da participação económica e social e análise de género nos sectores de educação, saúde e em questões de empoderamento da mulher. Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Moçambique Divisão Administrativa e Superfície Moçambique fica situado no sudoeste da África, entre os paralelos 10º27’ e 26º52’ de latitude Sul e entre os meridianos de 30º12’ e 40º51’ longitude Este. É limitado ao norte pela Tanzânia, ao este pelo Oceano Índico, oeste por Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e Suazilândia e ao sul pela Republica da África do Sul. Toda a Faixa costeira Este é banhada pelo Oceano Índico numa extensão de 2.470 km. O país tem 11 províncias. Com 799,380 km2 a província mais extensa é Niassa e a menos extensa a Cidade de Maputo. 10 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Parte 1 Indicadores Demográficos e Agregados familiares 11 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 12 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 POPULAÇÃO Este capítulo retrata indicadores demográficos como tamanho da população, esperança de vida ao nascer, taxa global de fecundidade, e características dos agregados familiares O Gráfico 1.1 mostra evolução da população total e por sexo de 1975 a 2014, que denota uma tendência crescente. A população feminina é maior que a população masculina. Este crescimento da população, pode ser resultado de elevadas taxas de fecundidade e diminuição das taxas de mortalidade. No período entre 1975 a 1980 a diferença por sexo era menor. Porém, após este período verificase que a diferença aumentou e passou a ser mais acentuada. Gráfico 1.1 Evolução da população (000) por sexo, Moçambique 1975 a 2013 30 000 Numero 25 000 20 000 Mulher 5 000 Homem 0 000 Total 5 000 0 1975 980 1997 2007 202 203 Fonte: INE, Projecções 1950-2000; I RGPH 80; II RGPH 97; III RGPH 2007; Projecções da População 2007-2040 O gráfico 1.2 mostra a percentagem da população por sexo e segundo área de residência. As mulheres representam a maioria, com destaque para área rural onde a diferença é mais de quatro pontos percentuais. 13 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Gráfico 1.2 Distribuição percentual da população por sexo e segundo área de residência, Moçambique, 2013 00 Percentagem 80 60 48,9 5, 47,9 52, 48,2 5,8 Homem 40 Mulher 20 0 Urbana Rural Total Fonte: INE, Projecções da População 2007-2040 O Gráfico 1.3 apresenta o tamanho da população e distribuição percentual da população feminina segundo província. As províncias de Nampula e Zambézia são as mais populosas e as menos são Maputo Cidade e Gaza. As províncias de Inhambane e Gaza são as que apresentam a maior percentagem de mulheres, sendo de 55.2% e 54.6%, respectivamente. Esta elevada percentagem de mulheres pode estar associado aos factores como a emigração dos homens Gráfico 1.3 População e distribuição percentual das mulheres por província, 2013 Numero Total 6 000 000 Percentagem % Mulher 00 5 000 000 80 4 000 000 5 52 5 52 5 52 5 55 55 52 52 60 3 000 000 40 2 000 000 20 000 000 0 0 Niassa Cabo Nampula Delagado Zambézia Tete Manica Sofala Inhambane Gaza Maputo Maputo provincia Cidade Fonte: INE, Projecções da População 2007-2040 14 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 O indicador esperança de vida ao nascer representa o número médio de anos que espera viver uma pessoa nascida num determinado ano, se as condições de mortalidade registadas no momento de nascimento continuarem constantes ao longo de tempo. A esperança de vida à nascença apresenta uma tendência crescente para ambos os sexos. Contudo, a população feminina é a que tem esperança de vida mais elevada. Gráfico 1.4 Esperança de vida ao nascer por sexo, Moçambique 2007, 2012 e 2013 Anos de vida 00 80 60 44 53 42 4 49 55 5 5 55 53 5 53 40 20 0 1997 2007 Feminino 202 Masculino 203 Total Fonte: INE, III RGPH 2007; Projecções da População 2007-2040 A Taxa Global de Fecundidade (TGF) indica o número médio de filhos que uma mulher teria ate ao final da sua vida reprodutiva, se as condições do comportamento reprodutivo registado no ano do censo ou da pesquisa se mantiverem constantes. O Gráfico 1.5 apresenta informação sobre a fecundidade no País e mostra que em 2011 a média nacional era de cerca de 6 filhos por mulher. No período em análise observa-se uma ligeira redução na área urbana. Gráfico 1.5 Taxa de global de fecundidade por área de residência, Moçambique 1997, 2003 e 2011 2 Percentagem 0 8 Total Urbana 6 Rural 4 2 0 1997 2003 20 Fonte: INE, IDS 1997; IDS 2003; IDS 2011 15 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Agregados Familiares Considera-se agregado familiar, a pessoa singular ou grupo de pessoas, ligadas ou não por laços de parentesco, que vivem na mesma casa, partilham a alimentação e maior parte das despesas. Em Moçambique, a maior parte dos agregados são chefiados por homens e o tipo de agregado familiar predominante é alargado, isto é, inclui outros parentes para além de mãe, pai e filhos. Chefe do agregado familiar é a pessoa responsável pelo agregado, que deve ser residente, podendo estar presente ou não no momento do recenseamento ou do inquérito, desde que a ausência seja inferior a 6 meses. O Gráfico 1.6 mostra o comportamento da distribuição percentual dos agregados familiares segundo o sexo do chefe. Em 1997 a maioria (cerca de 73%) dos agregados eram chefiados por homens e com uma diferença de cerca de 49 pontos percentuais comparado aos chefiados por mulheres (27%). Ao longo do período em análise verifica-se um aumento dos agregados chefiados por mulheres tendo passado de 27% em 1997 para 36% em 2011. Gráfico 1.6 Distribuição percentual dos agregados familiares segundo sexo do chefe, Moçambique 1997,2003 e 2011 Percentagem 00 80 73,2 71,8 64,4 60 40 Mulher 35,6 26,8 Homem 28,2 20 0 1997 2007 20 Fonte: INE, IDS 1997, 2003, 2011 No País os agregados familiares chefiados por adolescentes e jovens (12-24 anos) correspondem cerca de 11%. Na maioria das províncias, dos agregados familiares chefiados por adolescentes e jovens, são do sexo masculino. Porém, as províncias de Gaza, Inhambane e Manica apresentam uma tendência diferente, pois, as adolescentes e jovens estão em maior percentagem. 16 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Gráfico 1.7 Distribuição percentual de chefes de agregados familiares adolescentes e jovens por sexo e província, Moçambique 2011 Masculino Feminino Maputo cidade 64,1 35,9 Maputo provincia 63,0 37,0 32,3 Gaza 67,7 40,5 Inhambane Sofala 59,5 68,4 31,6 44,8 Manica Tete 55,2 79,4 20,6 Zambezia 69,7 30,3 Nampula 66,8 33,2 5,9 48, Cabo Delgado Niassa 75,9 24, Total 61,5 38,5 0 20 40 60 80 00 Percentagem Fonte: INE, Calculado a partir da base de dados do IDS 2011 O Gráfico 1.8 mostra a disparidade entre chefes de agregados familiares adolescentes e jovens do sexo feminino e masculino. Esta análise é feita com auxílio do IPG que ajuda a perceber a posição da rapariga, na chefia de agregados familiares. No caso concreto, o IPG mostra a diferença existente entre os agregados chefiados por adolescentes e jovens do sexo masculino e feminino. No geral, em cada 2 ou 3 famílias chefiadas por jovens do sexo masculino, existe pelo menos 1 agregado cujo chefe é do sexo feminino. Esta diferença tende a reduzir, existindo já algumas províncias como é o caso de Gaza, Inhambane e Manica com o Índice de Paridade de Género acima de 1. Ë de destacar que a província de Gaza que apresenta maior disparidade a favor do sexo feminino. Gráfico 1.8 Índice de Paridade de Género de chefes de agregados familiares adolescentes e jovens (12 a 24 anos) por província, Moçambique 2011 2,5 Mulheres por homens 2,09 2,0 1,47 ,5 ,0 ,23 0,93 0,63 0,32 0,5 0,50 0,43 0,59 0,46 0,56 0,26 0,0 Total Niassa Cabo Nampula ZamDelgado bezia Tete Manica Sofala Inhambane Gaza Maputo Maputo Provincia Cidade Fonte: Calculado a partir da base de dados do IDS 2011 17 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 O Gráfico 1.9 apresenta distribuição percentual de agregados familiares por sexo do chefe segundo fonte de água para beber. Tanto para as fontes de água para beber melhorada e não melhorada, regista-se diferença entre os agregados familiares chefiados pelos homens e mulheres. As percentagens são elevadas para agregados familiares chefiados pelos homens. Estas percentagens resultam em um IPG é de 0.63 para a fonte de água melhorada e 0.53 da água de fonte não melhorada; isto significa, que em todos tipos de fontes de água para beber os agregados familiares chefiados pelas mulheres estão em desvantagem em relação à aqueles chefiados pelos homens. Gráfico 1.9 Distribuição percentual de agregados familiares por sexo do chefe segundo fonte de água para beber, Moçambique 2011 00 Percentagem 80 60 35,3 40 27,1 22,3 5,3 20 0 Mulher Homem Fonte de agua melhorada para beber Mulher Homem Fonte de agua nao melhorada para beber Fonte: INE, Calculado a partir da base de dados do IDS 2011 O IDS-2011 captou cerca de 3.7 mil agregados familiares com energia eléctrica, sendo 36% de agregados familiares chefiados por mulheres e 64% por homens. A província de Gaza tem maior percentagem de agregados familiares chefiados por mulheres com energia, apresentando o IPG de 1,11, seguido de Inhambane com IPG de 0.96. Enquanto isso as províncias de Tete e Niassa apresentam grande disparidade por sexo do chefe de agregado familiar, com o IPG de 0,20 e 0,36 respectivamente, significando menor percentagem de agregados familiares chefiados por mulheres que tem energia. 18 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Quadro 1.1 Distribuição percentual e Índice de Paridade de Género dos agregados familiares com energia eléctrica segundo o sexo do chefe, Moçambique 2011 Provincia Pais Niassa Cabo Delgado N Mulher Homem Total IPG 3 666 36,2 63,8 100,0 0,57 121 26,4 73,6 100,0 0,36 95 33,7 66,3 100,0 0,51 Nampula 189 29,6 70,4 100,0 0,42 Zambezia 79 39,2 60,8 100,0 0,65 Tete 177 16,9 83,1 100,0 0,20 Manica 244 34,4 65,6 100,0 0,53 Sofala 319 30,4 69,6 100,0 0,44 Inhambane 221 48,9 51,1 100,0 0,96 1,11 Gaza 280 52,5 47,5 100,0 Maputo Provincia 803 35,9 64,1 100,0 0,56 1 138 37,1 62,9 100,0 0,59 Maputo Cidade Fonte: INE, Calculado a partir da base de dados do IDS 2011 A existência ou disponibilidade de bens duráveis é considerada como um dos indicadores socioeconómicos do bem-estar dos agregados familiares. Segundo o IDS-2011, os agregados chefiados por homens apresentam vantagens no que concerne à posse de bens duráveis relativamente aos chefiados por mulheres. O Gráfico 1.10 apresenta a distribuição percentual dos agregados por posse de telefone celular e rádio, segundo o sexo do chefe do agregado. A disparidade é maior para a posse de rádio em relação. Segundo o IPG para cada agregado familiar chefiado por mulher com posse de telefone celular existem dois agregados chefiados por homens. Em relação a posse de rádio, o foço é mais notável onde para cada 1 agregado chefiado por mulher com rádio existem três agregados chefiados pelos homens. Gráfico 1.10 Distribuição percentual de agregados familiares por posse de bens duráveis nos agregados familiares segundo sexo do chefe, Moçambique 2011 Mulher Homem 00 71,9 Percentagem 80 62,2 60 40 37,8 28, 20 0 Posse de telefone celular Posse de radio Fonte: INE, Calculado a partir da base de dados do IDS 2011 19 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 20 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 PARTE 2 INDICADORES ECONÓMICOS 21 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 22 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 População Economicamente Activa (PEA) – compreende todas as pessoas de quinze e mais anos, empregadas ou desempregadas, disponíveis para realizar qualquer actividade económica. A população de 15 anos e mais que não faz parte da força de trabalho é conhecida como População Não Economicamente Activa (PNEA). O Gráfico 2.1 mostra o Índice de Paridade de Género da PEA e também da PNEA. A tendência do índice indica não haver disparidade de género da PEA, tanto na área urbana como na rural verifica-se um certo equilíbrio. Em relação a PNEA, nota-se um número elevado de mulheres visto que o IPG em todas as áreas de residência é maior que 1. Gráfico 2.1 Índice de Paridade Género de pessoas com 15 anos e mais Economicamente Activa e Não Economicamente Activa segundo o Índice de Paridade de Género, Moçambique 2012/3 Mulheres por Homens ,4 ,2 ,2 ,0 ,0 0,98 ,00 ,00 ,03 0,8 PEA 0,6 PNEA 0,4 0,2 0,0 Total Urbana Rural Fonte: calculado com base em dados do INCAF 1˚ trimestre, 2012/3 Segundo os dados do INCAF 2012, a distribuição da população economicamente activa ocupada por ramos de actividade mostra que a maioria da população (cerca de 73%), encontra-se no ramo da agricultura/silvicultura/pescas. O IPG é de cerca de 1.39, o que mostra existirem mais mulheres neste ramo. Segundo o gráfico 2.2 o ramo de comércio e finanças também alberga número considerável de mulheres se comparado aos restantes ramos. 23 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Gráfico 2.2 Índice de Paridade de Género da População Economicamente Activa segundo ramo de actividade, Moçambique 2012/3 Mulheres por Homens 1,6 ,4 ,39 ,2 0,88 0,8 0,6 0,33 0,4 0,2 0,2 0,09 0 Agricultura 0 0 Energia Construção Indus- tria extra- ctiva 0,17 0,05 Transporte e comunicação Serviços de Indústria Comercio e admitransfinancas nistração formadora Outros Fonte: calculado com base em dados do INCAF 1˚ trimestre, 2012/3 Emprego A taxa de emprego ou taxa de ocupação é a relação entre as pessoas de 15 e mais anos de idade que, no período de referência, se encontravam na situação de empregadas e o total da população em idade de trabalhar (isto é, 15 ou mais anos). A taxa de desemprego é a relação entre as pessoas desempregadas e o total da população economicamente activa. Segundo o gráfico 2.3, a taxa média de ocupação ou de emprego é 61.8%, sendo 63% para as mulheres e 61% para os homens, o que representa um IPG de cerca de 1.03, que significa que há equilíbrio do género. Em relação a taxa de desemprego as mulheres apresentam percentagem superior que a dos homens, com cerca de 25% e 20% respectivamente, representando um IPG de cerca de 1.24. 24 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Gráfico 2.3 Taxa de Emprego e Desemprego, Moçambique 2012/13 00 Percentagem 80 61,0 63,0 60 Homem 40 Mulher 9,9 20 24,6 0 Taxa de emprego Taxa de desemprego Fonte: INE, INCAF – Relatório do 1˚ trimestre, 2012/3 De uma forma geral a participação nas actividades económicas por sexo, tem o rácio acima de 1.0, o que significa existir maior participação de mulheres com a excepção dos grupos etários 25-29, 60-64 e 65 e mais como mostra o Gráfico 2.4. À medida que a idade avança, há uma tendência de redução da participação das mulheres nas actividades económicas, contrariamente ao grupo de 15-19 anos onde as mulheres estão em maior número na força de trabalho. 2.4 Índice de Paridade de Género segundo a participação nas actividades económicas por idade, Moçambique 2012/13 Mulheres por Homens 1,6 ,2 0,8 0,4 0,0 5 - 9 20 - 24 25 - 29 30 - 34 35 - 39 40 - 44 45 - 49 50 - 54 55 - 59 60 - 64 65+ Grupos de idade Fonte: INE, INCAF – Relatório do 1˚ trimestre, 2012/3 Trabalhadores por Sectores A seguir apresenta-se informação referente ao número de trabalhadores de empresas dos diferentes sectores cadastradas no Ficheiro de Unidades Estatísticas do INE em 2012. O Quadro 2.2 é referente ao número total de trabalhadores e também o Índice de Paridade de Género por sectores de alojamento e restauração, transporte e armazenagem, comércio grossista e a retalho, reparação de veículos e motociclos, por província. Segundo o IPG, em todos os 25 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 sectores a maioria dos trabalhadores são do sexo masculino. Dos 26.388 trabalhadores empregues no sector de Alojamento e Restauração existem cerca de 43 mulheres para 100 homens, sendo por sinal o sector com maior número de mulheres em relação aos outros. No sector de Transporte e Armazenagem existem 11 mulheres para 100, e no sector do Comercio Grossista e a Retalho, Reparação de Veículos e Motociclos, encontram-se 30 mulheres. Por províncias, Gaza, Sofala e Maputo tem menor disparidade por sexo no sector de Alojamento e Restauração com o rácio de 0.60,0.56 e 0.53 respectivamente. Na área dos transportes onde a disparidade por sexo é acentuada, a Província de Gaza apresenta menor diferença em relação as restantes províncias. Na área do comércio as províncias com menor disparidade são Gaza e Inhambane. A Província de Zambézia apresenta o IPG de 1, o que representa a igualidade de género na area de Transporte e Armazenagem. Quadro 2.2 Numero total e Índice de Paridade de Género dos trabalhadores por tipo de sector segundo província, Moçambique 2012 Alojamento Transporte e e restauracao Armazenagem Provincia Total Niassa Comercio Grossista e a Retalhos, Reparação de Veículos e Motociclos Total IPG Total IPG Total IPG 26 388 0,43 12 441 0,11 54 543 0,30 853 0,29 77 0,13 1 378 0,26 Cabo Delgado 1 101 0,25 123 0,13 1 644 0,12 Nampula 2 082 0,24 1 044 0,05 3 252 0,17 Zambézia 988 0,37 66 1,00 1 766 0,15 Tete1 243 0,49 55 0,20 2 233 0,28 Manica 0,38 77 0,04 2 466 0,39 1 682 Sofala 3 142 0,56 3 161 0,11 8 083 0,22 Inhambane 2 083 0,27 46 0,07 2 341 0,47 Gaza 1 751 0,60 41 0,32 3 308 0,49 Maputo provincia 2 108 0,53 1 622 0,03 4 174 0,33 Maputo cidade 9 355 0,47 6 129 0,13 23 898 0,32 Fonte: INE, FUE - Ficheiro de Unidades Estatísticas, 2012 26 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 PARTE 3 EDUCAÇÃO 27 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 28 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Este capítulo apresenta a informação referente ao sistema nacional de educação (SNE) nos seguintes níveis de ensino: alfabetização, primário, secundário, técnico e superior. Segundo os resultados do IDS-2011 Moçambique atingiu a meta 3 dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio ao eliminar a disparidade de género no ensino primário. Com base nas taxas liquidas, em 2011 o índice de paridade de género foi de 1.01, que mostra não haver disparidade de género no ensino primário, e com tendência de existir maior número de raparigas em relação ao número de rapazes. Alfabetização A Alfabetização é a aquisição e aplicação de habilidades de leitura, escrita e cálculo. Em Moçambique os programas de alfabetização têm contribuído para o declínio da taxa de analfabetismo, apesar de ser ainda elevada para o sexo feminino. O Gráfico 3.1 apresenta informação de alfabetizados por sexo, segundo área de residência. No geral a maioria da população alfabetizada é do sexo masculino. Nota-se uma assinalável disparidade entre os sexos. No país o IPG mostra que para 2 ou 3 indivíduos do sexo masculino alfabetizados existe um do sexo feminino. A disparidade de género é maior na área rural que na urbana. Gráfico 3.1 Percentagem de alfabetizados por sexo e Índice de Paridade de Género, segundo área de residência, Moçambique 2011 00 Percentagem 80 60 40 20 0 Total Urbano Rural Mulheres 40,2 67,8 25,5 Homens 67,8 86,7 59,8 IPG 0,59 0,78 0,43 Fonte: INE, IDS 2011 29 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 O Gráfico 3.2 apresenta percentagem de alfabetizados em cada grupo de idade por sexo, mostrando que a maior parte da população alfabetizada concentra-se nas idades mais jovens para ambos sexos e decresce com a idade. Em todos grupos de idade o sexo masculino tem taxas mais elevadas. Gráfico 3.2 Taxa especifica de alfabetização por sexo, Moçambique 2011 Feminino 00 Masculino Percentagem 80 60 40 20 0 5-24 5-9 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idade Fonte: INE, IDS 2011 Alunos matriculados Alunos matriculados são alunos existentes no início do ano lectivo e registados no levantamento escolar nacional que é realizado a 3 de Março de cada ano. Esta informação, é referente ao curso diurno e nocturno. O Quadro 3.1 mostra informação sobre alunos matriculados nas escolas públicas por província. O IPG no ensino primário indica uma tendência positiva na medida em que para algumas províncias há paridade de género e outras províncias estão próximas de 1. A diferença entre os sexos é reduzida, em média para 100 rapazes a frequentar o nível primário existem 90 raparigas. A maioria das províncias tem maior número de alunos matriculados do sexo masculino tanto no ensino primário assim como no secundário. No ensino secundário os índices das províncias das regiões centro e norte estão ainda distantes de alcançar os ODM (objectivos 3). A região Sul apresenta índices acima de 1 para ambos níveis, em particular o ensino secundário tem IPG acima de 1.04, o que mostra haver mais alunos do sexo feminino, enquanto nas restantes províncias a disparidade é favorável aos alunos do sexo masculino . Os resultados mostram tendência de equilíbrio do género, este comportamento pode derivar dos esforços que o País tem feito para melhorar o acesso ao ensino. 30 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Quadro 3.1 Matriculados e Índice de Paridade de Género nas escolas públicas do ensino primário e secundário, por sexo e segundo província, Moçambique 2012 Provincia Ensino primário* Ensino secundário** N IPG N IPG 5 326 255 0,90 855 180 0,88 Niassa 322 039 0,91 42 178 0,75 Cabo Delgado 362 898 0,89 34 476 0,74 Nampula 956 044 0,88 117 113 0,68 Zambézia Total 1 251 560 0,85 109 042 0,67 Tete 452 713 0,93 56 902 0,79 Manica 395 589 0,89 68 899 0,70 Sofala 431 830 0,86 73 560 0,71 Inhambane 341 484 1,00 83 750 1,12 Gaza 304 639 1,00 64 028 1,31 Maputo Província 314 789 1,01 76 263 1,20 Maputo Cidade 192 670 1,01 128 969 1,18 Fonte: MINED, Levantamento Escolar 2012 Notas: *6-12 Anos; **13-15 Anos O mapa 3.1 apresenta o IPG de alunos matriculados em 2013. A semelhança da informação de 2012, no ensino primário verifica-se equilíbrio de género nas províncias da região sul do País, e a maior disparidade encontra-se nas províncias localizadas no Centro e Norte com a excepção das províncias de Tete e Niassa. 31 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Mapa 3.1 Índice de Paridade de Género de alunos nas escolas públicas do ensino primário por província, Moçambique 2013 0.89 0.92 0.88 0.93 0.86 0.90 0.86 0.99 1.01 1.00 I P G - dis pa rida de 1.00 Maior Media Equilibrio Fonte: Calculado com base em dados do MINED, Levantamento Escolar 2013 32 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Taxa bruta de escolarização A Taxa bruta de escolarização é um indicador de cobertura do sistema de educação e é definido como sendo a proporção entre o total de alunos frequentando um nível de ensino e a população do grupo etário oficial para frequentar o mesmo nível. Este indicador ajuda a avaliar se a oferta de matrícula no ensino é suficiente para atender a demanda na faixa etária de 6 a 17 anos. O Quadro 3.2 apresenta taxas brutas de escolarização no ensino primário, secundário público e o IPG por província. O ensino primário tem taxas acima de 100% com a excepção da província de Tete que conta com cerca de 98%. As taxas acima de 100 podem estar associadas a existência de alunos com idade superior à oficial para frequentar este nível. O IPG mostra ligeiras diferenças entre os sexos no ensino primário, há mais rapazes em quase todas provinciais com a excepção das províncias da região sul, onde as raparigas são a maioria. No ensino secundário as diferenças são também reduzidas, apesar das províncias de Nampula, Zambézia e Manica apresentarem maiores disparidades com IPG de 0.67, 0.65 e 0.69 respectivamente. Quadro 3.2 Taxa bruta de escolarização e Índice de Paridade de Género no ensino primário e secundário público, por sexo e segundo província, Moçambique 2012 Provincia Ensino Primário* Ensino Secundário** Total IPG Total IPG Total 113,8 0,90 31,3 0,86 Niassa 114,0 0,89 25,2 0,76 Cabo Delgado 106,7 0,87 18,3 0,72 Nampula 106,7 0,87 22,7 0,67 Zambézia 138,8 0,85 21,8 0,65 97,7 0,92 21,8 0,79 Manica Tete 107,8 0,91 32,6 0,69 Sofala 108,9 0,87 31,5 0,70 Inhambane115,31,02 48,91,08 Gaza 111,0 1,01 38,4 1,27 Maputo Província 115,7 1,03 43,3 1,16 Maputo Cidade101,41,03 93,81,14 Fonte: MINED, Levantamento Escolar 2012 Notas: * 6-12 Anos ** 13-17 Anos A Taxa Bruta de Escolarização no País em 2013 foi de 113.1% no ensino primário e 22.4% no ensino secundário, sendo cerca de 119% para os rapazes e 107% para as raparigas no ensino primário, enquanto no secundário são cerca de 24% para os rapazes e 21% para as raparigas. O Gráfico 3.3 apresenta o IPG das taxas brutas no Ensino Primário (EP) e secundário (ES) por província, onde a linha contínua representa o índice igual a 1. Todas províncias do Norte e Centro do País encontram-se abaixo e distante da linha representando assim disparidade entre os sexos. As províncias do Sul mostram o equilibro de género no EP. No País a média ronda aos 0.90 para ambos níveis. A Província de Zambézia apresenta maior disparidade no ESG e a de Sofala no EP. Taxas calculadas com base na informação do Levantamento Escolar do MINED 1 33 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Gráfico 3.3 Índice de paridade de Género da Taxa Bruta de Escolarização no ensino primário e secundário público segundo província, Moçambique 2013 Raparigas por Rapazes EP ESG ,3 ,4 1,16 ,2 ,0 0,8 0,73 0,75 0,71 0,80 0,63 0,90 0,88 0,88 0,86 Nampula Zambezia 0,92 ,23 0,90 0,74 0,75 0,6 0,4 1,26 0,88 0,85 Manica Sofala 0,97 ,0 Inhambane Gaza 0,98 0,99 0,90 0,2 0,0 Niassa Cabo Delgado Tete Maputo Maputo Provincia Cidade Total Fonte: Calculado com base em dados do MINED, Levantamento Escolar 2013 Taxa líquida de escolarização A Taxa Líquida de Escolarização (TLE) corresponde à razão entre o número de alunos matriculados com idade oficial para estar frequentar determinado nível e a população total na mesma idade. É um indicador importante para avaliar a eficiência do sistema de ensino, o crescimento da taxa líquida é um indicador que permite identificar a parte da população com idade escolar fora do sistema. Segundo o Gráfico 3.4, O IPG das taxas líquidas de escolarização por sexo ainda apresenta comportamento desigual. No EP1 verifica-se mais alunos do sexo masculino do que do sexo feminino a frequentar este nível, enquanto no EP2 e ESG1 verifica-se o inverso com o IPG acima de 1.04, com a excepção do ESG2 em 2012 que apresenta um equilíbrio de género por ter um índice de 1.04. Há tendência em aumentar o número de alunos do sexo feminino, visto que de 2012 para 2013 há crescimento do índice em quase todos níveis. 34 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Gráfico 3.4 Índice de Paridade de Género da taxa líquida de escolarização segundo nível de educação, Moçambique 2012-2013 ,4 Raparigas por Rapazes ,2 ,08 0,94 ,09 1,07 ,3 ,8 ,04 0,94 0,8 202 0,6 203 0,4 0,2 0 EP EP2 ESG ESG2 Fonte: Calculado com base em dados do MINED, Levantamento Escolar 2013 O Quadro 3.3 apresenta o IPG da taxa líquida de escolarização no nível primário e no secundário. No EP1, as províncias do Niassa, Cabo Delgado, Nampula, Manica e Sofala apresentam índices que indicam existir a disparidade de género em favor dos rapazes, e a província de Zambézia mostra haver mais raparigas, enquanto nas restantes províncias verifica-se paridade e também equilíbrio de género. O EP2 tem índices acima de 1.04 na maior parte das províncias, há portando mais alunos do sexo feminino, enquanto a província de Zambézia mostra situação contrária. Em Niassa e Cabo Delgado há equilíbrio de género. No ESG1 há a maioria das províncias tem maior número de raparigas. Verifica-se ainda a paridade nas províncias de Cabo Delgado e Manica, também há equilíbrio nas restantes províncias com a excepção de Zambézia e Sofala onde há disparidade em favor dos rapazes. No ESG2 existem 5 províncias com maior numero de raparigas, e 5 províncias com índices no intervalo considerado equilíbrio de género. A província de Zambézia apresenta maior número de alunos do sexo masculino. 35 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Quadro 3.3 Índice de Paridade de Género da taxa líquida de escolarização por província, Moçambique 2013 Provincia EP1 EP2 ESG1 ESG2 1,18 Total 0,94 1,09 1,13 Niassa 0,94 0,99 0,99 0,98 Cabo Delgado 0,92 0,96 1,00 1,04 0,97 Nampula 0,93 1,00 1,05 Zambézia 1,05 0,82 0,81 0,79 Tete 0,97 1,06 1,02 1,11 Manica 0,93 1,06 1,00 0,99 Sofala 0,90 0,92 0,93 0,96 Inhambane 1,00 1,35 1,29 1,36 Gaza 1,04 1,51 1,54 1,56 Maputo 1,00 1,27 1,37 1,53 Cidade de Maputo 1,01 1,24 1,27 1,41 Fonte: Calculado com base em dados do MINED, Levantamento Escolar 2013 Desistência Desistência escolar é um fenómeno que carece de atenção, várias são as consequências resultantes do abandono, e de alguma forma tem afectado de forma negativa o desenvolvimento do País. Os alunos que não completam a escolaridade básica reduzem, as possibilidades de obter um emprego formal. Os que não conseguem prosseguir com os estudos estão em desvantagem na sociedade e no mercado de trabalho, pois à medida que a economia cresce, maior será competitividade e especialização no mercado de emprego. A taxa de desistência é a proporção entre alunos que abandonaram o ensino, e os matriculados no início desse mesmo ano. Segundo os inquéritos do INE, geralmente aponta-se como principais causas de desistência a falta de condições materiais, financeiras, distância até a escola, casamento, gravidez, emprego. As taxas desistências podem ter valor negativo quando o número de alunos no fim do ano é superior ao número de alunos no início, ocorre principalmente quando há entrada de alunos depois do levantamento escolar realizado a 3 de Março. O Gráfico 3.5 mostra o IPG de desistência por nível de ensino. No nível primário as raparigas tem menor número de desistências em relação aos rapazes e o IPG encontra-se abaixo de 1, enquanto no ensino secundário, no ano de 2012 verifica-se equilíbrio de género. Em 2013 o índice está muito acima da linha, representando disparidade a favor das raparigas. 36 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Gráfico 3.5 Índice de Paridade de Género de desistência por nível de ensino, Moçambique 2012-2013 2,0 Raparigas por Rapazes 1,66 1,6 ,2 1,06 0,90 0,9 0,9 0,90 EP EP2 ,00 202 0,97 203 0,8 0,4 0,0 ESG ESG2 Fonte: calculado com base em dados do MINED 2012, 2013 As províncias com taxas de desistências mais elevadas no EP1 e EP2 são Niassa e Tete. Os índices de paridade de género no EP1 assim como no EP2 demonstram diferenças por sexo, com destaque para o EP1. As províncias Zambézia, Tete e Sofala apresentam igualdade de género em 2012, e para 2013 somente Zambézia e Sofala apresentam a igualdade. Quadro 3.4 Taxa de desistência anual no ensino primário por sexo segundo província, Moçambique 2012-2013 2012 EP1 Provincia 2013 EP2 EP1 EP2 Total IPG Total IPG Total IPG Total IPG Total 7,3 0,90 8,8 0,91 7,0 0,91 8,8 0,90 Niassa 12,2 0,94 14,5 1,13 11,3 0,94 13,6 0,98 Cabo Delgado 7,3 0,91 13,3 0,99 7,7 0,90 11,7 0,99 Nampula 8,0 0,85 9,5 0,96 8,1 0,84 11,5 0,97 Zambézia 6,6 0,97 9,3 1,00 5,8 1,04 9,3 1,00 Tete 9,2 0,9514,1 0,94 8,8 0,9111,9 0,95 Manica 7,9 0,87 10,6 1,00 7,0 0,92 10,8 0,95 Sofala 8,2 0,97 8,0 0,77 7,8 1,01 9,0 0,91 Inhambane 5,3 0,79 7,7 0,80 4,2 0,83 6,2 0,80 Gaza 5,5 0,68 7,8 0,86 6,3 0,78 7,4 0,76 Maputo Província 4,6 0,89 3,8 0,96 4,3 0,83 3,3 1,02 Maputo Cidade 2,9 0,74 1,9 0,69 3,3 0,71 2,5 0,72 Fonte: calculado com base em dados do MINED 2012, 2013 O Quadro 3.5 faz menção às taxas de desistência para os dois ciclos do ensino secundário para 2012 e 2013. As taxas de desistência são elevadas no ESG1 com destaque para Manica e Sofala em 2012, Sofala e Zambézia em 2013, enquanto para o ESG2 o destaque vai para a Província de Sofala em 2012 e Inhambane em 2013. 37 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 No ESG1 o IPG do país é de 0.95 o que significa existir equilíbrio de género se considerar o intervalo óptimo de 0.95 á 1.04. Em 2012, Nampula e Sofala apresentaram igualdade de género, e nas restantes províncias com a excepção de Zambézia e Gaza, houve disparidade com as raparigas a apresentarem o maior número de desistências. Em Maputo Cidade verificou-se equilíbrio de género em 2013 e a Província de Gaza teve o menor índice. No ESG2 do ano de 2012, o índice médio foi de 0.85 e a maior parte das províncias apresentaram índices acima de 1, com a excepção de Tete, Manica, Sofala e Maputo Província que apresentaram-se sem disparidade de género. Quadro 3.5 Taxa de desistência anual no ensino secundário por sexo segundo província, Moçambique 2012-2013 2012 ESG1 Provincia 2013 ESG2 ESG1 ESG2 Total IPG Total IPG Total IPG Total IPG Total 7,3 0,95 4,7 0,85 6,9 1,00 4,5 1,66 Niassa 8,8 1,78 5,4 1,77 2,8 -83,16 4,3 1,43 Cabo Delgado 6,0 1,26 -0,5 2,34 4,9 1,45 4,8 1,13 Nampula 6,2 0,97 1,4 1,33 9,1 1,10 8,3 1,37 Zambézia 8,4 0,63 4,7 1,18 11,0 1,05 6,2 1,41 7,9 1,17 7,4 0,40 2,3 1,68 0,8 -3,11 Manica Tete 11,8 1,16 8,3 0,76 6,9 1,05 3,8 1,43 Sofala 11,0 0,97 11,2 0,62 12,7 1,11 4,9 … 8,8 0,89 8,4 1,07 9,9 1,07 10,8 1,17 Inhambane Gaza 5,7 0,68 5,1 1,64 8,6 0,51 6,1 1,83 Maputo Província 3,4 1,42 5,7 1,02 7,4 1,13 -1,5 3,44 Maputo Cidade 3,7 1,80 1,1 0,14 2,7 0,96 4,2 2,67 Fonte: calculado com base em dados do MINED 2012,2013 Taxa de Conclusão Taxa bruta de conclusão é a relação entre alunos graduados de cada nível de ensino e a população com idade oficial de graduar nesse nível de ensino, multiplicado por 100. De 2012 à 2013 a média de conclusão no País é cerca de 62% para o EP1 e no EP2 é de cerca 47% e 45% respectivamente. Segundo o IPG a nível nacional há disparidade por sexo dos alunos que concluíram o ensino primário. Por províncias, verifica-se disparidade na região Norte e Centro, havendo mais alunos do sexo masculino a concluir os níveis, enquanto nas da região Sul há maior número de alunos do sexo feminino. A província de Zambézia é a que apresenta o menor índice, mostrando assim número reduzido de alunos do sexo feminino a concluir os níveis. As províncias da região sul têm as taxas de conclusão mais elevadas em todos níveis, e o IPG mostra disparidade acima de 1.04 no Ensino Primário, (Quadro 3.6). 38 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Quadro 3.6 Taxa bruta de conclusão no ensino primário público e privado por sexo segundo província, Moçambique 2012-2013 2012 EP1 Provincia 2013 EP2 EP1 EP2 Total IPG Total IPG Total IPG Total IPG Total 62,4 0,89 47,3 0,88 62,3 0,90 45,1 0,89 0,82 Niassa 51,2 0,82 35,6 0,79 48,9 0,91 48,9 Cabo Delgado 54,2 0,80 33,9 0,80 52,6 0,83 52,6 0,78 Nampula 53,8 0,84 38,4 0,75 52,2 0,86 52,2 0,75 Zambézia 57,5 0,77 34,9 0,66 59,0 0,77 59,0 0,67 Tete 51,2 0,90 31,9 0,81 52,2 0,88 52,2 0,80 0,79 Manica 67,8 0,86 49,8 0,75 68,8 0,84 68,8 Sofala 62,5 0,78 55,0 0,80 64,4 0,80 64,4 0,79 Inhambane 80,4 1,09 70,0 1,10 83,3 1,06 83,3 1,08 Gaza 73,4 1,15 57,4 1,18 70,2 1,16 70,2 1,25 Maputo Província 87,5 1,07 78,8 1,16 88,7 1,09 88,7 1,17 Maputo Cidade 91,3 1,08 95,9 1,17 85,0 1,09 85,0 1,11 Fonte: calculado com base em dados do MINED 2012,2013 Segundo o Quadro 3.7, as taxas de conclusão no ensino secundário são baixas, sendo no ESG1 inferiores a 20% em 2012, tendo aumentado para mais de 23% em 2013. No ESG2 verificou-se um ligeiro aumento de 9,5% para 10,4%. O IPG mostra existência de disparidade com tendência a reduzir, sendo as regiões Norte e Centro com maior número de alunos do sexo masculino e as províncias do Sul para o sexo feminino, com a excepção da Província de Inhambane que tem mais rapazes a concluir o ESG2. Quadro 3.7 Taxa bruta de conclusão no ensino secundário público e privado por sexo segundo província, Moçambique 2012-2013 2012 ESG1 Provincia 2013 ESG2 ESG1 ESG2 Total IPG Total IPG Total IPG Total IPG Total 19,8 0,83 9,5 0,81 23,2 0,91 10,4 0,82 Niassa 17,8 0,76 10,3 0,73 16,6 0,78 10,0 0,71 Cabo Delgado 16,5 0,71 7,7 0,67 15,4 0,67 9,2 0,62 Nampula 15,5 0,67 9,5 0,66 16,1 0,71 9,0 0,73 Zambézia 15,7 0,68 5,0 0,66 15,8 0,70 7,7 0,64 Tete 14,5 0,81 5,6 0,71 15,2 0,79 5,4 0,66 Manica 22,8 0,65 7,6 0,56 20,6 0,68 9,8 0,59 Sofala 17,8 0,71 9,2 0,75 27,5 0,76 10,2 0,80 Inhambane 23,8 0,97 8,9 0,75 35,8 1,13 12,2 0,93 Gaza 21,8 1,15 10,8 1,15 22,6 1,26 9,3 1,05 Maputo Província 21,7 1,08 10,5 1,07 39,8 1,30 12,0 1,05 Maputo Cidade 56,3 1,19 33,0 1,17 70,6 1,26 34,0 1,17 Fonte: calculado com base em dados do MINED 2012,2013 39 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Reprovação Taxa de reprovação é a diferença entre os alunos que chegam ao final do ano lectivo e os alunos aprovados, dividido pelo número de alunos que chegaram ao fim do ano lectivo e multiplicado por 100. O Gráfico 3.6 apresenta IPG da taxa de reprovação por sexo segundo o nível de ensino em 2012 e 2013. Há igualdade de género no ensino primário. Verificou-se o maior número de reprovação de raparigas no ESG1 em 2013 com o IPG de 1,07, acontecendo o mesmo no ESG2 com o IPG de 1,07 em 2012 e 1,08 em 2013. Gráfico 3.6 Índice de Paridade de Género da taxa de reprovação por níveis, Moçambique 2012-2013 Raparigas por Rapazes ,2 0,8 202 203 0,4 0,0 EP EP2 ESG ESG2 Fonte: calculado com base em dados do MINED 2012, 2013 Aprovação É a relação entre os alunos aprovados e os alunos que chegam no fim do ano lectivo, passando pela avaliação e obtêm notas que lhes permitem a passagem da classe ou de um nível para o seguinte, incluindo os dispensados aos exames multiplicado por 100., O Gráfico 3.7 mostra que há paridade de género em todos os níveis, onde os valores situam-se entre 0,95 e 1.04. 40 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Gráfico 3.7 Índice de Paridade de Género da taxa de aprovação por níveis de ensino, Moçambique 2012-2013 Raparigas por Rapazes 1,6 ,2 202 203 0,8 0,4 0,0 EP EP2 ESG ESG2 Fonte: calculado com base em dados do MINED 2012, 2013 Ensino superior O acesso ao ensino superior melhorou no País com o aumento do número de instituições superiores de educação, proporcionando assim maior acesso. Existem no País mais instituições privadas em relação as públicas. O gráfico 3.8 apresenta o Índice de Paridade de Género no ensino superior público e privado. Há grande disparidade por sexo, a maioria dos estudantes matriculados como para os graduados são do sexo masculino. Nota-se uma tendência na redução da disparidade de 2012 para 2013 em relação aos matriculados apesar de ser pequena variação, enquanto em relação aos graduados há um aumento IPG de cerca de 0.28, o que mostra um aumento considerável do número de estudantes graduados do sexo feminino. Gráfico 3.8 Índice de Paridade de Género de estudantes matriculados e graduados por sexo, Moçambique 2012-2013 Mulheres por Homens 2,0 1,6 ,2 0,8 0,65 0,8 0,70 202 203 0,53 0,4 0,0 Matriculados Graduados Fonte: Estatísticas do ensino superior, 2012-2013 41 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 A maior parte das áreas apresentam disparidade por sexo tanto para matriculados como para graduados. As áreas de saúde e bem-estar e ciências naturais apresentam equilíbrio do género em relação aos estudantes matriculados, enquanto a área de engenharias, industrias e comercio tem maior disparidade com índices em torno de 0.24 e 0.18 em 2012 e 2013 respectivamente. A mesma tendência verifica-se entre os estudantes graduados, sendo as áreas de saúde e bemestar com paridade de género em 2012 e nas ciências sociais, gestão, direito nota-se a paridade em 2013. Quadro 3.8 Número total e Índice de Paridade de Género de matriculados e graduados por áreas científicas, Moçambique 2012-2013 Matriculados Área Cientifica 2012 N Total 123 779 IPG Graduados 2013 N 2012 IPG N 2013 IPG N IPG 0,65 128 073 0,70 11 288 0,53 10 255 0,81 Educação 16 798 0,61 30 617 0,66 1 839 0,60 2 891 0,72 Letras e Humanidades 10 815 0,58 5 753 0,63 1 951 0,29 386 0,78 Ciências sociais, gestão, direito 54 421 0,94 58 975 0,98 4 877 0,65 4 841 1,04 Ciências naturais 15 413 0,31 6 663 0,32 1 196 0,44 205 0,55 Engenharias, Indústrias e Construção 10 770 0,24 12 155 0,18 473 0,24 384 0,54 Agricultura 0,53 6 129 0,48 307 0,57 475 0,68 6 888 Saúde e bem-estar 6 052 1,04 5 597 1,02 386 1,03 559 0,90 Serviços 2 622 0,58 2 184 0,38 259 0,51 514 0,21 Fonte: Estatísticas do ensino superior, 2011-2012 Ensino técnico O ensino técnico em Moçambique é de forma geral frequentado na sua maioria pelos estudantes do sexo masculino. Segundo o Gráfico 3.9, a disparidade é muito elevada nos três níveis de ensino com IPG que varia de 0.40 á 0.54. Este facto pode estar associado a complexidade do currículo do ensino técnico, para 100 alunos do sexo masculino matriculados pode-se encontrar cerca de 50 do sexo feminino. 42 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Gráfico 3.9 Alunos matriculados no ensino técnico por nível, Moçambique 2012-2013 Mulheres por Homens ,2 0,8 0,54 0,45 0,4 0,50 0,46 0,40 202 0,53 203 0,0 Elementar Basico Medio Fonte: calculado com base em dados do MINED 2012, 2013 O Gráfico 3.10 apresenta o IPG dos alunos matriculados no ensino técnico. Há no geral uma fraca participação feminina em todas províncias, havendo províncias com maior disparidade de género. A província de Gaza apresenta diferença mínima por sexo com o IPG de cerca de 0.72. Gráfico 3.10 Índice de Paridade de Género de alunos matriculados no ensino técnico, segundo província, Moçambique 2013 MUlheres por Homens ,0 0,72 0,8 0,6 0,60 0,57 0,5 0,40 0,4 0,35 0,44 0,4 Manica Sofala 0,56 0,59 0,28 0,2 0,0 Niassa Cabo D. Nampu. Zambézia Tete Inhamb. Gaza Maputo P Maputo C Fonte: MINED, Levantamento Escolar 2013 Professores O professor é um componente indispensável em uma sociedade. No País a maioria dos professores encontram-se a ministrar o ensino primário. O gráfico 3.11 apresenta o IPG de professores de acordo com o nível de ensino que lecciona. Segundo os dados e sem dispensar o desempenho efectuado para reduzir o foço entre o número de professores do sexo feminino e masculino, verifica-se que a paridade de género ainda esta longe de ser alcançada, o índice mais elevado ronda a 0.69 e é referente ao ensino primário. A medida que aumenta os níveis de ensino há maior tendência em aumentar a disparidade de género. 43 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Gráfico 3.11 Índice de Paridade de Género de professores, segundo nível de ensino que lecciona, Moçambique 2013 Mulheres por Homens ,2 0,8 0,69 0,4 0,26 0,27 0,30 ESG ET ES 0,0 EP Fonte: MINED, Levantamento Escolar 2012 e Ensino superior 2013 O EP1 apresenta IPG acima de 1.04 na região Sul, há portanto maior número de professores do sexo feminino. Nos restantes níveis verifica-se índices muito baixos. No EP1 a província de Nampula apresenta o menor índice, e no EP2, ESG1 e ESG2 a província de Cabo Delgado tem índices mais baixo. No ET a maior diferença entre os sexos encontra-se na província de Sofala com o IPG de 0.10, mostrando que para 100 professores do sexo masculino existem 10 professores do sexo feminino, (Quadro 3.9). Quadro 3.9 Numero de professores e Índice de Paridade de Género por nível segundo província, Moçambique 2013 Província Total EP1 N 74 331 IPG EP2 N IPG ESG1 N IPG ESG2 N IPG ET N IPG 0,83 24 223 0,39 13 387 0,26 4 427 0,26 2 152 0,27 Niassa 4 351 0,67 1 351 0,35 647 0,17 737 0,22 178 0,25 Cabo Delgado 4 996 0,60 1424 0,14 583 0,13 197 0,15 180 0,32 Nampula 12 128 0,59 4 421 0,27 1 957 0,24 284 0,30 188 0,20 Zambézia 16 852 0,66 4 664 0,36 1 789 0,17 316 0,17 129 0,36 Tete 6 463 0,88 1 689 0,49 1 086 0,21 312 0,22 242 0,26 Manica 6 539 0,63 2 061 0,31 1 295 0,18 540 0,29 294 0,30 Sofala 5 806 0,92 1 715 0,48 1 120 0,29 220 0,18 103 0,10 Inhambane 5 605 1,48 1 976 0,48 1 462 0,33 346 0,26 83 0,23 Gaza 5 000 1,47 1 617 0,52 1 080 0,35 512 0,41 463 0,38 Maputo provícia 4 399 1,50 2 087 0,59 942 0,37 340 0,17 130 0,20 Maputo cidade 2 192 2,55 1 218 0,70 1 426 0,39 623 0,34 162 0,19 Fonte: MINED, Levantamento Escolar 2013 44 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 PARTE 4 SAÚDE 45 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 46 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Saúde Reprodutiva Em Moçambique segundo o IDS-2011, a Taxa Global de Fecundidade é de cerca 5.9, e o número ideal de filhos desejados pelas mulheres casadas é 5, e pelos homens é 6 aproximadamente. Em relação ao conhecimento de algum método contraceptivo moderno é universal entre os homens enquanto entre as mulheres ainda prevalece uma minoria que não tem o conhecimento. O Gráfico 4.1 apresenta índice de paridade de género sobre o conhecimento de algum método contraceptivo entre mulheres e homens casados ou unidos por área de residência. Segundo O IPG, não há diferenças significativas entre os sexos, apesar de os homens terem percentagem ligeiramente acima, o índice é de cerca de 0.95, e está dentro do intervalo considerado equilíbrio de género. A área urbana apresenta menor diferença por estar muito próximo de 1. Gráfico 4.1 Índice de Paridade de Género do conhecimento de algum método contraceptivo moderno pelas pessoas casadas /unidades segundo área de residência, Moçambique 2011 ,4 Mulheres por Homens ,2 ,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 Total Urbana Rural Fonte: INE, Calculado com base em dados do IDS 2011 O Gráfico 4.2 mostra informação sobre o conhecimento de método contraceptivos modernos e tradicionais entre mulheres e homens. Como já referido no gráfico anterior, o maior conhecimento sobre os métodos está entre os homens, por apresentar o IPG abaixo de 1. Em relação ao conhecimento de métodos tradicionais verifica-se diferenças acentuadas entre os sexos, sendo cerca de 40 mulheres para 100 homens. 47 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Grafico 4.2 Índice de Paridade de Género de pessoas sexualmente activas que conhecem métodos contraceptivos, Moçambique 2011 Coito interropido 0,40 Abstinencia periodica Moderno 0,40 contraceptivo de emergência 0,36 Amenorreia por lactância Tradicional 0,46 Diafragma, espuma 0,45 Preservativo feminino 0,53 Preservativo masculino 0,88 Implantes 0,94 Injecções 0,96 DIU 0,96 Pílula 0,90 Esterilizacao masculina 0,29 Esterilização feminina 0,45 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 ,0 ,2 Fonte: INE, Calculado com base em dados do IDS 2011 Profissionais de Saúde Os recursos humanos são cruciais para o melhoramento da qualidade dos serviços de saúde. Segundo os dados do MISAU, nota-se um ligeiro aumento do número do pessoal de saúde de 2011 para 2013. Este número é ainda inferior para responder à procura dos serviços em uma população de mais de 23 milhões (2013). Há mais profissionais do sexo masculino, e segundo o IPG facilmente se pode ver a diferença entre os sexos tanto para médicos como para enfermeiros. Quadro 4.1 Distribuição percentual de profissionais de saúde por sexo, segundo categoria, Moçambique 2011-2013 Categoria de Profissionais 2011 N 2012 H M Total IPG N H M Total IPG 2013 N H M Total IPG Medicos 1 268 56 44 100 0,79 1 358 57 43 100 0,76 1 452 54 46 100 0,84 Enfermeiros 5 387 59 41 100 0,70 5 836 59 42 100 0,71 6 395 52 48 100 0,91 Fonte: MISAU, Calculado com base em Informação sumaria 2011, 2012 e 2013 No Mapa 4.1 está ilustrada a distribuição percentual de médicos por províncias e sexo. Em Maputo Cidade concentra-se o maior número, por incluir os dos que estão no trabalho no ministério e dos hospitais existentes na capital. Depois de Maputo Cidade, seguem as províncias de Maputo, Sofala, Zambézia e Nampula. Quanto a distribuição por sexo, com a excepção de Maputo Cidade, nas restantes províncias, no geral tem maior número de médicos do sexo masculino. As percentagens apresentadas permitem perceber a disparidade por sexo em todas províncias, e também verifica-se que a província de Niassa tem maior disparidade com o IPG de cerca de 0.14. Maputo província e Cidade são as que apresentam a disparidade favorável aos médicos do sexo feminino, por apresentar percentagens superiores a dos médicos do sexo masculino, correspondendo assim IPG acima de 1.0. 48 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Mapa 4.1 Distribuição percentual de médicos por sexo, segundo província, Moçambique 2013 Fonte: MISAU, Calculado com base em Informação Sumaria, 2013 49 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 As províncias de Cabo Delgado, Niassa, Manica e Maputo Província apresentam menor número de enfermeiros no País. A distribuição de enfermeiros por sexo, indica que nas regiões Norte e Centro, existe maior número de enfermeiros do sexo masculino, e enquanto na região Sul predomina os do sexo feminino, como de ilustra através de percentagens apresentadas no mapa.. Por exemplo, na Província de Niassa, regista-se grande diferença percentual por sexo, sendo a percentagem de enfermeiras de apenas 25%, correspondendo a um IPG de 0.30, enquanto, Maputo Província e Cidade tem os índices o acima de 2, correspondente ao maior número de enfermeiras (Mapa 4.2). 50 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Mapa 4.2 Distribuição percentual de enfermeiros por sexo, segundo província, Moçambique 2013 Fonte: MISAU, Calculado com base em Informação Sumaria, 2013 51 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Segundo a Ronda Epidemiológica de HIV/SIDA 2012, em Moçambique existiam em 2007 aproximadamente 1.2 milhões de pessoas vivendo com HIV/SIDA, e houve um aumento de 18%, passando a 1.5 milhões em 2013. Nos dois anos em análise a população feminina é a mais vulnerável a esta pandemia. O Gráfico 4.3 apresenta o IPG de pessoas vivendo com o HIV/SIDA, verifica-se grande disparidade entre os sexos. Para 100 pessoas do sexo masculino vivendo com o HIV/SIDA estão cerca de 156 do sexo feminino. Gráfico 4.3 Índice de Paridade de Género de Pessoas vivendo com o HIV/SIDA por sexo, Moçambique 2013 Mulheres por Homens 2,0 1,56 1,56 2007 203 ,5 ,0 0,5 0,0 Fonte: MISAU, Vigilância epidemiológica do HIV e seu Impacto Demográfico em Moçambique: Actualização, Ronda, 2012 A prevalência do HIV entre pessoas de 15-49 anos de idade no país é cerca de 11%. A região Sul tem a taxa mais elevada com cerca de 18% e a região Norte com a mais baixa de cerca de 5%. Segundo o IPG que varia de 1.49 a 1.53, a prevalência é maior para as mulheres, não havendo grandes variações por região. A prevalência é maior entre a população feminina em todas regiões. 52 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Gráfico 4.4 Índice de Paridade de Género da Prevalência do HIV em adultos (15-49 anos) segundo região e sexo, Moçambique 2013 Mulheres por Homens 2,0 ,5 ,49 ,5 ,53 ,49 Sul Centro Norte Pais ,0 0,5 0,0 Fonte: MISAU, Vigilância epidemiológica do HIV e seu Impacto Demográfico em Moçambique: Actualização, Ronda, 2012 O Gráfico 4.5 mostra o IPG de óbitos por SIDA. Os índices estão acima de 1 para todas regiões e a média do País é de 1.38 o que significa que para 100 óbito do sexo masculino há 138 do sexo feminino. Gráfico 4.5 Índice de Paridade de género dos Óbitos por SIDA segundo região e sexo, Moçambique 2013 Mulhersb por Homens 2,0 ,5 ,34 ,38 ,43 Sul Centro Norte ,38 ,0 0,5 0,0 Pais Fonte: MISAU, Vigilância epidemiológica do HIV e seu Impacto Demográfico em Moçambique: Actualização, Ronda, 2012 53 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 PARTE 5 JUSTIÇA 54 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 55 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Neste capítulo apresenta-se informação sobre os indiciados de crimes, detidos e condenados, por sexo nos anos 2012 e 2013. De um modo geral há mais homens envolvidos em crimes segundo os dados reportados. A cadeia provincial de Maputo e a penitenciária agrícola de Mabalane albergam somente reclusos do sexo masculino e o centro reclusão feminina de Ndlavela reclusos de sexo feminino. Segundo o Gráfico 5.1 os três estágios (indiciados, detidos e condenados) apresentam um comportamento similar, sem variação significativa de um ano para outro. A disparidade entre os sexos é maior e com índices muito abaixo de 1, variando de 0.02 a 0.08, mostrando assim um menor número de mulheres indiciadas, condenadas e detidas. Gráfico 5.1 Índice de Paridade de Género em relação aos indiciados de crime, detidos e condenados, Moçambique 2012-2013 ,0 Mulheres por Homens 0,8 0,6 202 203 0,4 0,2 0,08 0,06 0,04 0,02 0,02 0,03 0,0 Indiciados Detidos Condenados Fonte: calculado com base em estatísticas correntes 2012, 2013 O Gráfico 5.2 mostra o IPG de indiciados por vários crimes em 2013. Existe um número menor de mulheres envolvidas em crimes comparativamente aos homens. As províncias de Maputo, Manica e Zambézia têm índices ligeiramente maiores em relação as restantes. 56 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Gráfico 5.2 Índice de Paridade de Género de indiciados de crimes por segundo comandos provinciais, Moçambique 2013 Mulheres por Homens ,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,00 0,0 0,02 Niassa Cabo Delgado Nampula 0,06 0,04 0,07 0,05 0,02 0,04 Zambézia Tete Manica Sofala Inhambane Gaza 0,09 0,05 0,0 Maputo Maputo Província Cidade Fonte: calculado com base em estatísticas correntes 2013 O Gráfico 5.3 ilustra a informação de detidos em estabelecimentos prisionais. Em 2012, foram registados18225 detidos dos quais cerca de 96% são reclusos do sexo masculino e 4% do sexo feminino. Os índices apresentados são muito baixos, o que significa haver diferença por sexo. A cadeia provincial de Tete apesar de albergar reclusos de ambos sexos, o IPG é muito baixo, por apresentar um número muito reduzido de mulheres envolvidas em crimes. A maior parte de mulheres detidas foi registada na cadeia provincial de Inhambane, com um rácio de 9 mulheres para cada 100 homens detidos. Gráfico 5.3 Percentagem de detidos nos estabelecimentos prisionais, Moçambique 2013 Mulheres por Homens ,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,03 0,0 0,02 0,02 0,00 0,03 0,0 Niassa Cabo Delgado Nampula Zam bézia Tete Manica Sofala 0,0 0,09 0,09 Inhambane Gaza 0,04 Maputo Província Fonte: calculado com base em estatísticas correntes, 2013 57 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 À semelhança do Gráfico 5.3, o IPG é muito baixo, havendo mais condenados do sexo masculino. O IPG encontra-se no intervalo de 0.01 na Província de Niassa á 0.10, em Nampula. Para cada 100 condenados do sexo masculino existe 1 a 2 condenados do sexo feminino em Niassa e cerca de 10 em Nampula (Gráfico 5.4). Gráfico 5.4 Índice de Paridade de Género de condenados nos estabelecimentos prisionais, Moçambique 2013 Mulheres por Homens ,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 0,02 0,0 0,0 0,00 0,02 0,0 0,03 0,06 Zambézia Tete Manica Sofala Inhambane Gaza 0,0 Niassa Cabo Nampula Delgado 0,02 Maputo Província Fonte: calculado com base em estatísticas correntes 2012 Violência doméstica A maioria das pessoas que reportaram serem vítimas de violência doméstica é do sexo feminino. De acordo com o IDS-2011, foi recolhida informação sobre três tipos de violência, a física, sexual e emocional. E os resultados mostram que a violência física é a mais comum, sendo as mulheres principais vítimas. Segundo a informação reportada pela polícia nos gabinetes de atendimento às vítimas de violência doméstica, o número de casos de violência reportados é ainda muito reduzido no País cerca de 10 em cada 10 000 habitantes O Gráfico 5.5 mostra a distribuição percentual de vítimas de violência doméstica reportada no País. Mais de 50% de mulheres, 28% de crianças e 12% de homens declararam ser vítimas de violência. De 2012 à 2013 verifica-se um ligeiro aumento de homens e crianças vítimas de violência doméstica, e uma redução nas mulheres. 58 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Gráfico 5.5 Distribuição percentual de vítimas de violência doméstica, Moçambique 2012 e 2013 56,1 Mulheres 57,9 28,8 Crianças 203 28,2 202 5, Homens 3,9 0 0 20 30 40 50 60 70 Percentagem Fonte: PRM, Calculado com base em dados da Polícia 2012, 2013 Como ilustra o Gráfico 5.6, a maior parte de vítimas de violência doméstica é do sexo feminino. Com a excepção da província de Nampula, as restantes províncias apresentam elevadas diferenças percentuais entre os sexos, com destaque para a província de Niassa onde a percentagem das vítimas do sexo feminino atinge cerca de 91%. Gráfico 5.6 Distribuição percentual de vítimas de violência doméstica por sexo segundo província, Moçambique 2013 Percentagem 00 90,8 Mulher 88,2 Homem 82, 80 82,0 8,5 84,8 83,5 85,9 70,9 67,3 57,6 60 42,4 40 20 32,7 9,2 29, 17,9 ,8 8,0 8,5 Sofala Inhambane 5,2 16,5 4, 0 Niassa Cabo Delgado Nampula Zambézia Tete Manica Gaza Maputo Maputo Província Cidade Fonte: PRM, Calculado com base em dados da Polícia 2012, 2013 59 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 PARTE 6 Lugares de decisão 60 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 61 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Este capítulo retrata informação sobre funcionários e agentes de estado com cargos governativos, de direcção, de chefia e confiança, discriminados por sexo. O direito á participação da mulher moçambicana na política, em órgãos governativos esta garantida pela Constituição da Republica, embora ao longo do tempo ainda tenham uma baixa representatividade nos órgãos de poder. Segundo o Quadro 6.1 houve um aumento percentual da participação feminina nos lugares de decisão de 2009 para 2013 com a excepção das categorias de Vice-Ministras (os) e Secretarias (os) Permanentes Ministeriais. A igualdade de género ainda esta longe de ser alcançada de acordo com os dados apresentados no quadro, o IPG encontra-se abaixo de 1 em todos os lugares de decisão. Quadro 6.1 Lugares de decisão por sexo segundo orgão de poder, Moçambique 2009 e 2013 Orgão 2009 Total %M %H 2013 IPG Total %M %H IPG Governo Ministras (os) Vice-Ministras (os) Secretarias (os) Permanentes Ministeriais *27 25,9 74,1 0,35 *30 26,7 73,3 0,36 22 31,5 68,5 0,46 25 20,0 80,0 0,25 0,43 23 31,5 68,5 0,46 20 30,0 70,0 Administradores Distritais 115 18,4 81,6 0,23 128 26,6 73,4 0,36 Deputadas (os) no Parlamento 250 37,2 62,8 0,59 250 39,2 60,8 0,64 Presidentes da Assembleia Municipal 43 11,6 88,4 0,13 Vereadores 237 30,4 69,6 0,44 Orgao Judicial Magistradas (os) 213 29,3 70,7 0,41 234 31,2 68,8 0,45 Juizes 255 30,5 69,5 0,44 488 31,6 68,4 0,46 Advogadas (os) 464 30,0 70,0 0,43 464 30,2 69,8 0,43 Fonte: Calculado com base em dados do Anuario Estatistico dos funcionarios e Agentes de Estado, 2013 *Incluindo o Primeiro Ministro Segundo o Quadro 6.2 houve um aumento do número de funcionários de 4 850 em 2009 para mais de 8 378 em 2013 o que represente um incremento de 78%. A maioria dos funcionários é do sexo masculino, representando mais de 67% nos dois anos em análise. O IPG de 2013 mostra que a disparidade por sexo diminuiu passando de 44 para cerca de 50 funcionários do sexo feminino para 100 funcionários do sexo masculino de 2009 à 2013 respectivamente. Em cargos governativos existem mais de 70% de funcionários do sexo masculino nos dois anos. De acordo com o IPG nota-se uma grande disparidade por sexo de 0.37 em 2009 e 0.29 em 2013. Com a excepção dos cargos de confiança que têm maior representação de mulheres e o IPG de 1.38 e 1.60 em 2009 e 2013 respectivamente, os restantes cargos apresentam comportamento inverso. 62 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Quadro 6.2 Distribuição percentual por sexo e número dos funcionários e agentes do estado, segundo cargos governativos, de direcção, chefia e confiança, Moçambique 2009 e 2013 “Cargo em exercicio“ 2009 2013 N %H %M IPG N %H %M IPG 4 850 69,3 30,7 0,44 8 378 67,6 32,4 0,48 “Funcionário e Agentes de Estado com cargos governativos” 52 73,1 26,9 0,37 58 77,6 22,4 0,29 “Funcionário e Agentes de Estado com funções de direcção, chefia e confiança a nível central“ 1 819 67,4 32,6 0,48 2 664 63,8 36,2 0,57 Total Funcionário e Agentes de Estado que exercem cargos de confiança 269 42,0 58,0 1,38 314 38,5 61,5 1,60 “Dirigentes e quadros de direcção e chefia a nível provincial” 2 074 70,3 29,7 0,42 3 248 67,2 32,8 0,49 Dirigentes e quadros de direcção e chefia a nível de distrital 636 82,5 17,5 0,21 2 152 77,4 22,6 0,29 Fonte: Calculado com base em dados do Anuário Estatístico dos Funcionários e Agentes do Estado, 2013 O Gráfico 6.2 apresenta informação sobre a disparidade por sexo dos funcionários e agentes do estado nos órgãos centrais e por província. Há diferenças em quase todas provinciais nos anos em análise, com maior ênfase nas províncias da região norte e centro. Há no geral uma tendência em reduzir a disparidade de sexo de um ano para outro em quase todas províncias, com excepção de Maputo Cidade que apresentava igualdade de género 2009 e verificou-se uma redução de funcionários do sexo feminino. Gráfico 6.1 Índice de Paridade de Género do global de funcionários e agentes do estado, por província, Moçambique 2009 e 2013 Mulheres por Homens ,2 2009 ,0 ,0 0,8 0,6 203 0,76 0,79 0,63 0,85 0,87 0,8 0,80 0,71 0,59 0,61 0,46 0,4 0,50 0,38 0,59 0,45 0,53 0,39 0,45 0,30 0,39 0,26 0,46 0,34 0,2 0,0 Orgao Maputo Maputo Central Cidade Província Gaza Inhambane Sofala Manica Tete Zambézia Nampula Cabo Niassa Delgado Fonte: Calculado com base em dados do Anuário Estatístico dos Funcionários e Agentes do Estado, 2013 63 Instituto Nacional de Estatística - Indicadores Selecionados de Género, Mulheres e Homens em Moçambique, 2013 Mulheres e Homens em Moçambique 2013 Av. 24 de Julho, n° 1989, Caixa Postal 493 Maputo, Moçambique Telefone: + 258-21-356700 E-Mail: [email protected] Homepage: www.ine.gov.mz