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Revista Mundo Cerâmico nº 125 – Junho - Julho 2007
EDITORIAL 04
PELO MUNDO 06
EVENTOS 10
FEITEC
VERMELHA
Estudo encomendado pela Fiesp
e pelo Sebrae/SP propõe modelo
teórico para que a cerâmica vermelha agregue valor ao produto
12
A luta pela realização de feiras lembra a época da corrida do ouro, em que ninguém
quer perder a dianteira
28
Anicer realiza seu 36º Encontro
sob a ótica da união, da produtividade e da qualidade com palestra inaugural do navegador
Amyr Klink
ESMALTES
16
EXPORTAÇÕES
O Brasil parte definitivamente
para a conquista de novos mercados e hoje 50 empresas já atuam em 130 países
Eirich apresenta tecnologia
em moagem de esmaltes
30
18
CÂMBIO
Instrumento
fabuloso para
controlar a inflação, o dólar
barato é a menina dos olhos da
política econômica. Duro mesmo é
preparar a saída desta insidiosa armadilha
21
Jorge Martins
propõe um realinhamento
de preços antes
que seja tarde
Acompanhe as novas tecnologias,
máquinas, equipamentos, produtos,
lançamentos e serviços para estar na
vanguarda da indústria
32
ENTREVISTA
22
CONGRESSO ABC
Em nova
fase,
a
ABC visa
estabelecer parcerias com
as outras
entidades que representam a cerâmica brasileira
24
Mundo Cerâmico - Junho - Julho 2007
Peças de artesanto revelam a
importância da
cerâmica artística no nordeste, com o melhor da cultura
baiana.
27
Luis Carlos Barbosa Lima, novo
presidente da Anicer, irá focar
suas ações em mercado, qualidade e meio-ambiente
34
EDITORIAL
circula em agosto 2007
Publisher: Lazzaro Menasce
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(jornalista responsável)
Conselho Editorial
Adriano S. Lima.– pres. da ANFACER
Luis Barbosa Lima – pres. da ANICER
João O. Bergstron – pres. da ASPACER
José O. A. Paschoal – pres. do CCB
Walter G. Felix – pres. do SICCESP/FIESP
Redação
Selma Menasce
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Auxiliar de Pesquisa
Albino Cheganças Junior
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Assistente Administrativo
Caroline Sperandio Florio
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Arte e Diagramação
Oggi Estúdio Gráfico
U
A travessia da vermelha
ma janela de oportunidades se abre para a indústria
cerâmica vermelha. Tudo conspira a seu favor e aqueles
empresários que souberem aproveitar este momento
seguramente não vão ter do que se arrepender.
Em primeiro lugar, o mercado da construção civil finalmente,
após anos e anos de demora, está começando a se aquecer.
Em seqüência, os anos de trabalho de qualificação do setor
criaram uma base para o seu desenvolvimento técnico.
É o que mostra o estudo desenvolvido para a Fiesp que dá a
base teórica para as indústrias que queiram ousar, se unir, e
juntar esforços para lançar produtos melhores e conquistar a
construção civil. E finalmente, ter uma década ganha.
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necessariamente as de seus articulistas.
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Parabenizamos a ótima iniciativa
“os fornecedores do ano” e solicitamos que seja retificado o nome de
nossa empresa, fornecedora de matérias-primas, a Egeminas e não EG
Minas, que tem o mesmo som. Não é
preciso dizer do nosso regozijo pela
colocação em pesquisa voluntária de
grande representatividade.
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de empresas.
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Ricardo
Peço a gentileza de encaminhar
um exemplar para dar uma analisada
com a defesa de mídia para esta edição especial de vermelha.
Roberta
Junho - Julho 2007 - Mundo Cerâmico
Com o pé direito
Nuova Fima e Keda anunciam parceria
Nuova Fima e Keda, líderes no fornecimento de maquinário automatizado para a indústria da cerâmica
de telhas e pisos cerâmicos, decidiram juntar suas forças. Isso porque
em alguns países há uma necessidade forte da automatização a fim
de aumentar a produtividade e reduzir o risco dos defeitos originários
das operações manuais. Conseqüentemente a Keda produzirá uma
A Collore é a nova fábrica de
mosaicos montada há dois
meses em Rio Claro. Maurício Landmann, que atuou na
área industrial da Portobello
e Portokoll, tem agora sua
própria empresa no interior
do estado de São Paulo.
Landmann, diretor da empresa, conta com uma estrutura de designers, uma bem
montada fábrica, com equipamentos atualizados para
a produção de mosaicos
visando atender à crescente demanda por parte das
indústrias do pólo cerâmico
de Santa Gertrudes.
nova escala de máquinas baseadas
na tecnologia e projeto Nuova
Fima, visando especificamente
estes países. O acordo diz que as
linhas Synterpack e Synergy, para
linhas de escolha, e a Maxipack,
para linhas de paletização, da Nuova Fima serão comercializadas pela
Keda para o mercado chinês. Já a
Nuova Fima coordenará as vendas
para o resto do mundo.
Receita na luta contra porcelanato fora de padrão
A Anfacer, Associação Nacional
dos Fabricantes de Cerâmica para
Revestimento, irá treinar até o dia
29 de novembro, técnicos e auditores fiscais da Receita Federal tendo
em vista a identificação e impedimento da entrada no país de porcelanatos que estejam fora do padrão
nacional. Através de palestras e
seminários, que começaram no dia
5 de julho, a associação espera
mostrar e explicar para as equipes
responsáveis pela fiscalização
dos portos e aeroportos do país,
os requisitos da norma brasileira
para porcelanato ABNT 15.463.
“Os treinamentos serão feitos para
Alimentando o dragão
fiscais dos portos de Rio Grande e
Chuí, RS, Vitória, ES, Paranaguá,
PR, São Francisco do Sul e Itajaí,
SC”, informa Antonio Carlos Kieling,
diretor superintendente da Anfacer,
e ressalta que a norma é de grande
importância para o mercado nacional, para reafirmar a alta qualidade
e a competitividade do produto brasileiro, como também de defender a
marca porcelanato e os consumidores. A venda de produtos que não
atendam aos padrões de qualidades do mercado é proibida pelo
Código de Defesa do Consumidor e
atinge os estabelecimentos que os
comercializam como responsáveis.
Junho - Julho 2007 - Mundo Cerâmico
Expositores italianos expressaram sua satisfação na Ceramics
China 2007, em Guangzhou, que
ocorreu entre 30 de Maio e 2 de
junho. Os 1.300 metros de espaço
foram compostos por 40 firmas:
Air Power, Assoprint, BMR, CMF
Technology, Colorobbia - Industrie
Bitossi, Gabtec, ICF & Welko, NBP,
Sacmi, Simec, Siti – B&T Group,
System, Tecno Italia e TSC. Durante a feira Paolo Gambuli, diretor da
Acimac falou sobre a indústria asiática e a presença das empresas
italianas na China, ’’Para operar
nesse mercado, nós pedimos para
trabalhar nas mesmas regras dos
operadores locais. Precisamos de
um debate que não corte nenhum
ponto’’, declarou Gambuli, que
propõe uma discussão sobre originalidade e inovação. No evento,
o diretor da Acimac também falou
sobre o desenvolvimento positivo
desde os anos 70 que incentivaram
as instituições públicas, junto com
as principais associações, a adotarem a legislação européia que é
mais rígida a respeito das emissões
de poluentes. Gambuli lembrou que
a China deve também ser envolvida
neste processo.
Gyotoku anuncia nova parceria e showroom
A Cerâmica
Gyotoku
inaugura em
Salvador, BA,
seu mais novo
showroom.
Neste novo espaço, uma das
maiores cerâmicas do país
irá expor em
primeira mão,
para o público baiano, todos seus
lançamentos e novidades, como
Mundo Cerâmico - Junho - Julho 2007
sua mais nova linha de porcelanato, a Gyotoku by Graniti Fiandre,
que tem como destaque os pisos
Lastra Luminosa que acendem. O
local conta ainda com a estação de
projetos, na qual os visitantes recebem sugestões de paginações em
revestimentos para diversas obras,
sejam comerciais ou residenciais.
O showroom Salvador está localizado no Edifício Empresarial, na
rua Rubens Guelli, 134 – sala 203,
e funciona de segunda a sexta-feira
das 9:00 às 19:00h.
Selo verde
A Juntafácil, empresa localizada em Estiva Gerbi no
interior de São Paulo, iniciou
no dia 11 de julho o fornecimento de espaçadores para
revestimentos cerâmicos,
dentro do conceito de seloverde, para algumas grandes
distribuidoras e redes de varejo do país. De acordo com
Cosmo Pacetta, diretor da
Juntafácil, seguindo orientação das matrizes internacionais, tais redes passam
a disponibilizar uma grade
de produtos ecologicamente
corretos em suas lojas.
Matérias-primas
A Colorminas, fornecedora
de massa atomizada, aumentou para 10 mil ton/mês a sua
capacidade de produção da
matérias-primas, devido ao
início de suas atividades na
mais nova unidade em Estiva
Gerbi, SP. A produção será
voltada somente ao atendimento do mercado paulista,
e a Colorminas espera aumentar seu leque de consumidores. A utilização da
massa atomizada permite um
avanço tecnológico, além de
valorizar os produtos como
porcelanato, nos mercados
interno e externo.
Novo conselheiro
Luis Carlos Barbosa Lima,
novo presidente da Anicer
para o período 2007 -2010 é o
novo conselheiro da revista
Mundo Cerâmico. Lima que
assumiu a presidência da
Anicer no último dia 14 de
abril, está no ramo há cerca
de trinta anos, onde já atuou
na cerâmica Granrio. Atualmente é proprietário da Cerâmica Argiben, e diretor do
Sindicer Médio Paraíba /RJ e
do Conselho Empresarial do
Sistema FIRJAN. Lima afirma
que uma de suas preocupações, além de continuar com
a discussão das questões
de qualidade, mineração
e ambiente, é o desafio de
desenvolver ações técnicocomerciais mais intensas no
setor cerâmico.
(veja entrevista nesta edição)
Seminário mostra importância da reologia
Um seminário de reologia organizado pela Acimac e pela Sociedade
Italiana de Cerâmica atraiu mais de
200 especialistas da indústria em
Fiorano, no último dia 12 de julho
O evento, apresentado por Paolo
Zanini, presidente da Sociedade
Italiana de Cerâmica, reforçou a necessidade de um treinamento e investimento em tecnologia. O evento
contou ainda com uma série de
especialistas públicos e privados:
David Gardini de Faenza, Eugenia Rastelli
do Centro Cerâmico de
Bolonha, Marcello Romagnoli da Universidade de Modena & Reggi,
Giorgio Mojoli, da Italscientifica de Génova,
Mariano Paganelli da
Expert System Solutions e Alan Nappa da
Lamberti. Reologia é a ciência que
estuda as propriedades físicas que
influenciam o transporte de quantidade de movimento num fluído. Ela
é uma peça importante em inúmeras fases de produção relacionadas
à matérias-primas, esmaltes, tintas,
conformação e fogo. A aplicação da
reologia nas cerâmicas pode melhorar a produtividade e o planejamento, reduzir custos operacionais
e eliminar deformações.
Junho - Julho 2007 - Mundo Cerâmico
Tecnargilla 2008 espera mais de 700 expositores
Inovação e criatividade, esse é o
lema da Tecnargilla 2008, Feira Internacional de Exibição de Tecnologia e Suprimentos para a Indústria
de Cerâmica, que vai acontecer no
centro de exibições de Rimini de
30 de setembro até 4 de outubro
de 2008. O espaço será de 90,000
metros, 7,000 mais do que a última
edição. A feira vai receber mais de
700 expositores de todo o mundo. Os dados da próxima edição
confirmam o crescimento da feira
em relação às últimas edições:
o espaço de exibição aumentou
124%, enquanto que o público cresceu em 60,6% no mesmo período.
De acordo com Pierluigi Ponzoni,
presidente da Acimac, que organiza
a feira, a variedade de inovações
tecnológicas exibidas por companhias italianas na edição anterior
de 2006 é uma clara indicação de
sua forte competitividade. “A combinação de igualdade e atenção
com as necessidades dos clientes
é a fórmula de sucesso em mercados globais’’, argumenta Ponzoni.
Em 2008 são esperados mais de
30.000 visitantes.
Mudanças
Josselei Delfini Paulo,
assumiu há pouco a direção comercial da Cerâmica
Porto Ferreira, onde iniciou
sua carreira em cerâmica de
revestimentos, como gerente de exportação. Também
há pouco tempo Léo Fusco Darcadia voltou à Mogi
Guaçu assumindo a direção
comercial da Cerâmica Lanzi.
Léo trabalhou por um bom
período na Cerâmica Chiarelli, como gerente de exportação e depois como diretor
comercial daquela empresa.
Vendas crescem 11% no primeiro trimestre
As vendas de revestimentos cerâmicos para o mercado interno
reagiram no primeiro trimestre de
2007 e compensaram a retração das
exportações. O setor da construção
civil consumiu 128,35 milhões de
m2 de cerâmica de janeiro a março
deste ano, um volume 11,25% maior
que os 115,38 milhões de metros
vendidos nos primeiros três meses
de 2006. As exportações fecharam
em US$ 92,96 milhões no primeiro trimestre com queda de 3,16%
em comparação com os US$ 95,9
milhões do ano anterior. Os embarques para o exterior, em m2, ficaram 5,37% abaixo no trimestre. As
empresas exportaram 24,56 milhões
de m2 de janeiro a março de 2007,
volume menor que os 25,95 milhões
Mundo Cerâmico - Junho - Julho 2007
de m2 vendidos para o mercado
externo no mesmo período em 2006.
Na avaliação da Anfacer, este dado
indica que a estratégia usada pelas
empresas para anular os efeitos do
câmbio sobre as vendas para o exterior pode ter chegado ao limite. No
entanto, esta variação no mercado
não mudou o crescimento da produção brasileira. Os números apurados
pelo setor mostram um aumento de
11,95% em volumes fabricados. As
empresas produziram 153,16 milhões
de m2 de jan/mar 2007 e superaram os 136,82 milhões de 2006. No
mercado externo, a expectativa é
de retração. As exportações devem
fechar 2007 em US$ 416,2 milhões,
receita 3,16% menor que os 429,79%
milhões faturados em 2006.
Novas prensas
A cerâmica chilena Cordillera, que pertence ao Grupo
São Lorenzo cuja a presença
no mercado sul-americano é
representada por diferentes
plantas para a produção de
revestimentos cerâmicas
no Chile, Argentina e Perú,
escolheu o grupo Siti B&T
para a aquisição da nova
linha destinada à produção
de monoqueima com moagem a seco. No Brasil a Siti
B&T está fornecendo duas
prensas de alta performance
para a Villagres que podem
produzir 15.000 m2 /dia de
monoqueima ou 8.000 m2 /dia
para porcelanato esmaltado.
ARMANDO TESTA
EVENTOS
ANICER 2007
de 21 a 24 de agosto
Belo Horizonte, MG
O 36º Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica Vermelha será
realizado em Belo Horizonte, Minas
Gerais. São previstos o Fórum com
painéis e debates, Cursos do Senai,
a Expoanicer, o Encontro Nacional
dos Laboratórios de Cerâmica Vermelha do Senai.
CERSAIE 2007
de 02 a 06 de outubro
Bolonha, Itália
A maior feira de cerâmica do mundo promete muitas novidades na
apresentação de produtos e inovações tecnológicas. O grupo brasileiro
já é bastante tradicional nestes eventos. Consulte os pacotes especiais da
Augustus para este ano.
BATIMAT 2007
de 05 a 10 de novembro
Paris, França
A maior feira de construção do
mundo organizada pela Reed tem uma
área de 225.361 m com 2.700 expositores em 11 pavilhões de exposição,
cada em deles com um setor da construção civil. Recebe mais de 400 mil
visitantes, sendo que 80 mil provenientes de 141 países. A Batimat propõe também debates sobre segurança
na construção, economia de energia e
racionalização em reformas.
SURFACES 2008
de 29 de janeiro a 1 de fevereiro
Las Vegas, Estados Unidos
O evento já virou referência para
o mercado de distribuidores americanos e a cada edição vem atraindo
mais a indústria de revestimentos cerâmicos. Realizada no Sands Expo &
Convention Center e conta também
com um programa de palestras.
CEVISAMA 2008
de 5 a 9 de fevereiro
Valencia, Espanha
Esta é a segunda mais importante
feira para o grupo brasileiro visitar.
Cobre todos os aspectos do revestimento cerâmico indo das matériasprimas, maquinário até o produto
acabado. Neste ano a Cevisama comemora 26 anos, antecendendo a
Qualicer 2008 que vai acontecer entre os dias 10 e 13 de Fevereiro na
cidade de Castellón de La Plana.
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Cer
REVESTIR 2008
de 11 a 14 de Março
São Paulo, SP
A feira brasileira destinada aos
revestimentos cerâmicos e rochas
conquistou também outros tipos
de revestimentos como laminados,
madeiras vai para sua sexta edição.
Acontece no Transamérica Expo
Center juntamente com a terceira
edição da Kitchen & Bath Expo.
DE 2 A 6 DE OUTUBRO DE 2007
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10
Junho - Julho 2007 - Mundo Cerâmico
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vermelha
Quebrando paradigmas
Estudo encomendado pela Fiesp propõe modelo teórico que permita tanto
uma evolução tecnológica quanto de mercado para que a cerâmica vermelha
agregue valor e saia de uma situação de dificuldade para a de prosperidade
Investimento, muque indicavam as cadança de mentalidarências e fragilidades
de e busca de novos
do setor de cerâmica
horizontes, são os
vermelha, em que os
caminhos que a inmotivos, segundo Gidústria de cerâmica
menes, são de ordem
vemelha deve seguir,
cultural e não técnisegundo estudo encoca, o que gera uma
mendado pela Fiesp,
certa acomodação,
Federação das Indúsalém de impedir a
trias de São Paulo, e
busca de novos horipelo Sebrae-SP, ao
zontes. O engenheiro
escritório de arquiteGeraldo Marchi Jr.,
tura Forte, Gimenes
diretor industrial da
& Marcondes Ferraz.
Cerâmica Maristela,
Segundo Lourenço
que esteve na Fiesp,
Gimenes, diretor do
mostrou-se
muito
escritório, o relatóentusiasmado com o
Lourenço Gimenes: estudo encomendado pela Fiesp e pelo Sebrae/SP
rio, “Prospecção de
que viu. Comentou
Novos Caminhos para a Cerâmica ções para que ceramistas e mercado que há muito vem buscando fazer
Vermelha”, que foi apresentado dia revisem seus conceitos acerca desses produtos diferenciados mas não en24 de maio, na Fiesp, é fruto de uma produtos. No estudo foram verifica- contrava um meio de viabilizar esta
pesquisa de dois anos junto a 73 em- das questões como maquinário, pro- idéia. Alguns resultados começam a
presas de dois arranjos produtivos dução, capacitação profissional e di- aparecer, pois, segundo Gimenes, a
locais, APL’s, no interior paulista, vulgação, com o intuito de estabele- Maristela já está preparando um mo– um, composto pelas cidades de cer parâmetros para que as próprias delo de bloco para fachada ventilada,
Vargem Grande e Tambaú e outro, empresas possam se auto-avaliarem. como proposto no estudo, que será
pelas cidades de Tatuí e Itú. O ob- A idéia surgiu através de pesquisas utilizado em seu próprio escritório
jetivo é mostrar ferramentas e solu- de mercado da Fiesp e do Sebrae/SP de arquitetura.
12
Junho - Julho 2007 - Mundo Cerâmico
Três soluções: melhorar o que já existe,
Preconceito interno
Ceramistas preconceituosos, essa
é a constatação de Gimenes que não
culpa apenas o mercado e o governo.
Para ele existe um preconceito em
relação à cerâmica vermelha vindo
dos próprios ceramistas que possuem
conceitos errôneos dos próprios produtos. Para o arquiteto existe uma
mentalidade de que blocos e lajes
existem para serem escondidos e não
mostrados, o que inibe maiores cuidados em acabamentos e processos.
Com isso, a idéia de que a cerâmica vermelha é um produto atrasado
interfere nas questões como investimento em tecnologia e mão-de-obra,
divulgação e abastecimento. Tudo
isso evidenciando a falta de ambição
dos ceramistas que não têm coragem
para agregar um maior valor em suas
mercadorias, “Não se pode competir por centavos num bloco, mas sim
criar produtos que agreguem valor de
mercado, principalmente o da construção civil’’, adverte Gimenes.
Construção civil
A construção civil também é uma
das responsáveis pela acomodação
dos ceramistas. No relatório ficou
nítido que essa classe profissional é
Mundo Cerâmico - Junho - Julho 2007
trazer produtos de sucesso de fora,
criar produtos inéditos de construção.
receptiva à novidades em produtos,
porém demora para usá-las em suas
obras, mostrando assim uma acomodação que somada à falta de ambição da indústria gera um bloqueio
em termos de novos conceitos. Para
isso, é necessário que conheçam melhor as vantagens da cerâmica. Gimenes cita, como exemplo, os blocos intertravados de concreto muito
empregados em calçadas públicas,
que bem poderiam ser produzidos
em cerâmica com vantagens: “Se
apenas duas cidades optassem por
usar este tipo de bloco em cerâmica,
a indústria seria abastecida por muitos anos”, conclui. Por isso, cabe aos
sindicatos divulgarem os benefícios
da cerâmica vermelha, como a praticidade, para o grande mercado consumidor da construção civil.
o estudo. Para tanto, seus folhetos
devem conter informações técnicas
com ilustrações, que podem levar a
um maior conhecimento do produto
por parte do cliente, para proporcionar uma maior confiança entre produtor e consumidor. Esses materiais
também são importantes, pois eles
podem ser usados por arquitetos e
decoradores como forma de pesquisa, além de poderem ser expostos
aos clientes. Outra arma a ser usada
para resolver a falta de divulgação
por meio de catálogos é a internet.
No entanto, é necessário que as empresas invistam neste meio tendo
como meta a entrada no mundo globalizado, No estudo, das 73 empresas, apenas 19% possuem páginas
na rede mundial de computadores,
mostrando que poucas conseguem
divulgar seus produtos numa escala
mais ampla. Simplesmente não haverá expansão do mercado consumidor se os ceramistas não divulgarem a importância e a qualidade da
cerâmica vermelha e mudarem suas
antigas mentalidades há muito enraizadas neste setor.
Publicidade e marketing
O método usado pela maioria das
cerâmicas dos APL’s estudados para
alcançarem seu público-alvo é através de catálogos. Esse método é o
mais utilizado pelas empresas, porém não com a devida atenção, como
mostra o estudo realizado com as
73 empresas. Somente 44 possuem
catálogos e dentre essas, apenas 27
delas enviaram seus catálogos para
Concorrência virtuosa
Para o arquiteto Lourenço Gimenes, a função de sindicatos e associa-
13
vermelha
ções é a de organizar investimentos conforme as carências
apresentadas pelo setor e ainda orientar e definir questões
referentes à concorrência. “As
associações devem definir
quem vai concorrer com quem
e em quais termos para se evitar a concorrência predatória”
alerta Gimenes. “Enquanto
uma empresa pode se especializar num produto outra pode
investir em um produto complementar’’, de modo que ambas lucrem com isso. Ele tam- Terreal francesa: uma gama ampla de produtos
bém destaca o papel de órgãos
como o Senai que são úteis para a ob- de 20% de seus funcionários com
tenção de uma mão-de-obra melhor mais de oito anos de estudo; e apequalificada. “Uma boa mão-de-obra nas 30% têm entre 30 e 40% dos funfaz com que a indústria mantenha cionários com segundo ou terceiro
um padrão de qualidade para econo- graus concluídos, sendo que somenmizar processos de gerência com a te duas empresas possuem entre 40
finalidade de corrigir erros desde a e 50% dos trabalhadores com mais
origem. Se não for assim é preciso de oito anos de escolaridade. A pesde um gerente para cada funcioná- quisa ainda mostra que o ambiente
rio’’, exemplifica Gimenes, que afir- fabril não requer grandes qualificama que grande parte das associações ções, porém as estatísticas apontam
existem apenas para esfriar ânimos que a falta de escolaridade de nível
exaltados entre os associados, o que técnico e superior podem dificultar a
é lamentável: “É preciso haver uma implantação de inovações em termos
maior interação para que as cerâmi- tecnológicos, porém não sabemos se
cas juntas possam negociar diversas os funcionários estarão capacitados
questões’’, conclui.
para trabalharem com certos maquinários e processos, especialmente no
Mão-de-obra
controle deles em tempo real.
Quando o assunto é escolaridade
dos funcionários, os índices apresentados são alarmantes. Das 44 empresas que responderam acerca desse
quesito, 66% delas possuem menos
Equipamentos
O relatório mostra que as mudanças precisam ser analisadas casoa-caso, de modo que o maquinário
esteja adequado à
produção. Tomando
como exemplo as marombas (extrusoras),
que constituem o principal equipamento de
uma indústria cerâmica vermelha, o estudo
constata que é difícil
encontrar uma relação
coerente nas empresas dos APL’s estudados, entre a potência
das marombas com a
quantidade de argila
Fakro, Alemanha: aproveitamento de espaços
14
processada. Foram identificadas empresas de pequeno
porte com marombas de alta
potência e vice-versa, o que
denota um mau aproveitamento de capacidade instalada.
Gimenes destaca que o estudo
tem a função de dar as ferramentas necessárias para que as
empresas possam diagnosticar
os problemas e também fazer
as mudanças possíveis: “Para
implementar as mudanças em
diversas questões é preciso
de um acompanhamento, pois
ninguém faz nada sozinho’’,
aconselha. Com base nesses dados
as modificações e inovações devem
ser estudadas e analisadas de forma
individual desde o layout até a toda
linha de equipamentos da indústria
como máquinas de preparação de
matérias-primas, secadores, fornos,
carregamento e automação.
agregado. Essas são as vantagens encontradas nessas peças que precisam
contar com a ajuda de campanhas
publicitárias para receberem uma
melhor aceitação de diversos setores.
Apesar do aspecto da divulgação ser
importante, problemas relacionados
ao controle de qualidade, como peças fora da norma, peças quebradas
e trincadas ainda estão presentes na
cabeça de construtores, inviabilizando uma maior aceitação por parte
desses profissionais. O estudo aponta
ainda que os APL’s precisam investir
em diferentes produtos, como na fabricação dos sistemas de fachada, o
por Lourenço Gimenes
Qualidade
Nessa questão as empresas parecem estar em bom nível, já que 75%
dos ceramistas responderam que suas
empresas possuem esse tipo de preocupação em relação aos produtos.
Desses, 72% afirmaram possuir esse
controle no processo de produção, e
62% afirma ter essa preocupação na
qualidade do produto final. Porém
o controle de qualidade anterior ao
processo de produção, ou seja, controle da matéria-prima não está no
mesmo nível dos demais processos,
visto que só 48% afirmam fiscalizar
esse processo. O relatório lembra
ainda que é preciso uma análise e
fiscalização de profissionais qualificados nessas empresas, tendo como
objetivo uma confirmação real acerca dessas respostas.
Produtos
Facilidade na montagem, facilidade
na aplicação, boa durabilidade, bom
desempenho térmico, fácil aplicação
e leveza, fazem com que blocos, lajes, pisos e outros produtos de cerâmica vermelha possam ganhar valor
Junho - Julho 2007 - Mundo Cerâmico
Novos caminhos para a cerâmica vermelha
Fachada ventilada com bloco
que traria uma maior diversificação
no mercado, além dessas peças possuirem alto valor agregado, que podem ser usadas em diversos tipos de
reformas e construções, mostrando
que podem ser importantes em projetos de arquitetura, através de uma
proposta diferenciada. O estudo propõe ainda um catálogo, em três grandes linhas: A - elementos cerâmicos
fabricados no Brasil; B - elementos
cerâmicos encontrados fora do Brasil e C - elementos que poderiam ser
produzidos em cerâmica. Neste catálogo constam descrições, vantagens,
problemas, ameaças, oportunidades,
fatores que podem ser melhorados
e questões referentes à aceitação de
mercado de diversas peças produzidas ou que podem ser produzidas
em cerâmica. Um verdadeiro achado
para quem, como o engenheiro Geraldo da Maristela, pretende sair deste estado de coisas e precisava de um
modelo teórico que permitisse à sua
empresa ultrapassar este estágio.
Mundo Cerâmico - Junho - Julho 2007
A cerâmica vermelha para a construção civil apresenta, hoje, um cenário muito desfavorável. Com raras
exceções, a realidade mostra produtores competindo fervorosamente entre si pela venda de poucos
produtos de baixo valor agregado.
Dentre os problemas dessa competição canibal, que avilta os preços de
venda, estão a perda da qualidade
dos processos e produtos e a incapacidade de investimento. Mas, sobretudo, induz à falsa impressão de
que a cerâmica vermelha não pode
desempenhar um papel de ponta na
construção civil.
No estudo que elaboramos para
Fiesp e Sebrae, foi feita uma profunda radiografia de 73 empresas
organizadas em dois APLs, além de
uma análise de produtos existentes
e novos e uma pesquisa qualitativa
de mercado. Através da metodologia
que desenvolvemos, combinaram-se
essas variáveis para se chegar a um
instrumento de planejamento precioso para os participantes. Porém,
o ponto mais significativo do estudo,
na nossa opinião, é que o horizonte
de possibilidades para a cerâmica
vermelha na construção civil é positivo e estimulante.
Sim, há uma luz no fim do túnel
para os problemas observados. E
há, também, um cenário macroeconômico capaz de dar sustentabilidade à reestruturação do setor. Numa
economia saudável, a construção
civil movimenta entre 40% e 50% do
PIB. Ora, no Brasil de hoje essa participação não passa de 5%, e vários
fatores levam a crer que esse número deverá aumentar. Entre eles estão
a queda dos juros nos últimos anos,
a facilidade de crédito imobiliário e
uma estabilidade econômica que
lastreia todo esse processo. Ainda
que no futuro a construção civil não
chegue ao nível de uma nação desenvolvida, se ela chegar a modestos 15% do PIB já significará triplicar
a atividade no setor. E isso só tem
uma tradução: haverá muito trabalho
pela frente, e quem estiver preparado poderá participar.
Para isso, os ceramistas deverão
fazer escolhas precisas quanto à
sua organização. Uma união séria
em torno de associações, sindicatos
e outros órgãos determinará o fim
da competição interna predatória e
a criação de estratégias produtivas
e de mercado. Os benefícios podem
ser muitos: treinamento da mão de
obra, negociação com fornecedores,
prospecção de mercados, desenvolvimento de produtos e diálogo profícuo em prol de uma complementaridade saudável entre empresas
outrora rivais.
É necessário reverter a imagem
ruim que o mercado tem da cerâmica através de uma boa comunicação, criar uma nova cultura junto
aos mercados consumidores e demonstrar a qualidade e o potencial
dos produtos. Por fim, sinalizar que
a cerâmica é excelente para os produtos tradicionais, mas pode inovar
e mostrar produtos de ponta.
Em paralelo, deve-se reestruturar a produção através das linhas
créditos disponíveis, consolidar as
associações e colocar no mercado
produtos de qualidade exemplar ou
inovadores. Treinar mão-de-obra,
implantar corretamente controles
de qualidade e desenvolver novos
desenhos são também peças fundamentais nesse processo.
É um trabalho árduo, mas é importante começar já.
Lourenço Gimenes é diretor da
empresa de projetos e consultoria
Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz. Bacharel, mestre e doutorando
em arquitetura e urbanismo pela
FAU USP, é também professor universitário.
15
vermelha
Painéis
Todos no mesmo barco
Anicer realiza seu 36º Encontro sob a ótica da união, da produtividade e da
qualidade sob a batuta de seu novo presidente, Luis Carlos Barbosa Lima, que
espera aumentar ainda mais a presença do ceramista brasileiro no evento
Abertura com Amyr Klink, dia 21
O 36º Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica Vermelha acontece
de 21 até 24 de agosto, paralelamente ao Minascon, no Expominas, em
Belo Horizonte, MG. O evento contará com apoios da Anicer do Sindicer/MG, do Sindicato das Indústrias
de Cerâmica e Olaria do Triângulo e
Alto Paranaíba, da Associação dos
Ceramistas de Monte Carmelo e da
Associação Comercial, Industrial,
Agropecuária e Serviços de Igaratinga. A Anicer destaca que tais associações e sindicatos são fundamentais
para mobilizar os ceramistas locais e
dar a representatividade da indústria
mineira em eventos, como também
para a captação de parceiros. Para
essa edição a capital mineira foi escolhida por causa do grande número de
indústrias no estado, como também
pelo intenso processo de qualificação, com adesões ao Programa Setorial da Qualidade e certificações, que
está sendo vivenciado em Minas Gerais. Nessa edição, o evento terá uma
programação que contará com destaques como o Fórum “A qualidade
como ferramenta para o crescimento
16
sustentável”; o 5º Encontro Nacional
dos Laboratórios de Cerâmica Vermelha do Senai; o 3º Encontro Nacional de Representantes do Sebrae
para Cerâmica Vermelha, as visitas
técnicas, e o prêmio João de Barros.
A abertura oficial terá palestra do navegador Amyr Klink às 20h00min.
Em relação ao público, a feira espera
superar os 1.200 visitantes da edição
do ano passado em Goiás que ainda
contou com 300 participantes no Fórum, 110 no curso Senai.
Meio-ambiente e qualidade
O encontro irá focar a questão
do meio-ambiente e da qualidade
como fatores para a obtenção do
crescimento sustentável. Segundo a
Anicer, o tema é fundamental para
todas as indústrias que querem crescer respeitando os consumidores e
o planeta. Para a associação, a sustentabilidade como tema principal
mostra o empenho da indústria cerâ-
FÓRUM - A Qualidade Como
Ferramenta para o Crescimento Sustentável
mica em planejar o seu crescimento,
desenvolver novas técnicas, apoiar a
preservação dos recursos do planeta
e valorizar os indivíduos.
Clínicas
22 de agosto – Quarta-feira
Meio-ambiente e qualidade
Horário: 8h30min com Maura Núcia Franco, professora do Senai/PI.
Conformação do Produto Cerâmico
Horário:10h30mim com Amando
Alves de Oliveira, professor da Escola Senai Mario Amato/SP.
Painel II: Qualidade e Competitividade. Horário: 15h30mim
Os PSQs como Ferramentas de
Competitividade - Carlos André Fois
Lanna, diretor de qualidade da Anicer e diretor comercial Selecta, e Edvaldo Costa Maia, assessor técnico e
da qualidade da Anicer.
Do Ensino à Qualificação e à Certificação na Cerâmica Vermelha Silvia Helena Carabolante, diretora
da Escola Senai Mario Amato/SP.
Painel I: Meio Ambiente e Mineração. Horário: 13h10mim
A Representação da Indústria em
Fóruns Ambientais - Maria Cristina
Yuan, superintendente do Instituto
Brasileiro de Siderurgia, IBS.
Visitas técnicas
No dia 24 de agosto, vai acontecer
as visitas técnicas, uma ótima oportunidade para visitantes conhecerem
pecularidades da indústria. Os empresários das visitas técnicas foram
indicados pelo Sindicer/MG, anfitrião desta edição do Encontro Nacional. Serão visitadas a Cerâmica
Marbeth/Grupo Braúnas, fabricante
de blocos estruturais e de vedação na
parte da manhã; e a Cerâmica Setelagoana, produtora de telhas e blocos
de vedação, durante a tarde.
22 de agosto – Quarta-feira
A Visão Jurídica da Mineração
- Maria Luiza Werneck dos Santos,
procuradora do estado do Rio de Janeiro e advogada da Confederação
Nacional da Indústria.
Indústria Cerâmica: Reflexões sobre Melhorias e Oportunidades Sustentáveis - Ângelo José Rodrigues
Lima especialista em planejamento ambiental e recursos hídricos da
ONG WWF-Brasil.
As implicações e os Desafios para
a Indústria de Cerâmica Vermelha César Vergílio Oliveira Gonçalves,
diretor de relações institucionais da
Anicer.
Os Avanços e as Conquistas da
Certificação Inmetro no Setor - Maria Luiza Salomé, gerente de certificação do Centro Cerâmico do Brasil,
CCB.
Linhas de crédito do BNDES, representante da instituição.
23 de agosto – Quinta-feira
Painel
III:
Gestão,
Saúde e Responsabilidade Social.
Horário:13h30mim
A Lei Geral das Micro e Pequenas
Empresas: um novo tempo para os
pequenos negócios - Bruno Quick,
gerente de políticas públicas do Sebrae Nacional.
As Mudanças na NR 10 e o Impacto na Indústria de Cerâmica Vermelha - Katyana Aragão Menescal,
analista de negócios sociais do Sesi
Departamento Nacional.
Práticas de Sucesso na Vacinação
- Paulo Soares de Azevedo, especialista em medicina do trabalho da Associação Nacional de Medicina do
Trabalho (ANAT) e da Associação
Médica Brasileira, AMB.
Projeto Morrinho, uma Proposta
de Inserção Social Brasileira - Fábio
Gavião, presidente da ONG Morrinho.
Painel IV: Novos Combustíveis,
Eficiência Energética e a Utilização
de Biomassa. Horário: 15h30min
Os Desafios da Cerâmica Vermelha frente às Dificuldades Energéticas - Luis Carlos Barbosa Lima, presidente da Anicer.
Aumento da Produtividade com o
uso Eficiente da Energia - Ricardo
Wargas de Faria, gerente do Sebrae/
RJ.
O Programa Procel e o Estímulo
à Eficiência Energética na Indústria
- George Alves Soares, gerente do
Procel/Eletrobrás.
A Biomassa e as Mudanças Climáticas - Marcos Freitas, professor da
COPEE/UFRJ.
23 de agosto – Quinta-feira
Secagem e Queima
Horário: 8h30mim com Oscar Rubem Klegues Montedo, técnico do
Senai Criciúma/SC.
Controles de Processo e os Programas de Qualidade
Horário: 10h30mim com Emerson
Marcos Dias, assessor técnico e da
qualidade da Anicer.
Junho - Julho 2007 - Mundo Cerâmico
Mundo Cerâmico - Junho - Julho 2007
17
EXPORTAÇÕES
Novos mercados
Tendo em vista o alcance de novas fatias de
consumidores, as empresas brasileiras estão
participando cada vez
mais das diversas feiras
internacionais. Além da
Coverings nos Estados
Apex
Unidos, mercado em
que o produto nacional
Como o intuito das
compôs 40% das impordiversas feiras é de ditações norte-americanas
vulgar tudo aquilo que
em 2006, as empresas
é produzido em deterbrasileiras também inminado país, o papel da
vestem em outros merAgência de Promoção
Parceria Apex com Anfacer: os resultados estão aparecendo
cados, onde a exportação
de Exportadores e Innacional tem recebido boas respostas 5 em Dubai, Emirados Árabes Uni- vestimento, mais conhecida como
como o mercado latino-americano e dos. Para se ter uma idéia, na última Apex, é de grande importância para
da África do Sul, mostrando a ótima Expovivienda, 12 empresas expuse- a indústria cerâmica nacional. Criacompetitividade de nossas mercado- ram e 3 usaram as salas de negócio da em 1997 por decreto presidencial,
rias. Para o segundo semestre deste da Anfacer. Nesta feira, iniciou-se o quando em 2003 desvinculou-se do
ano os revestimentos cerâmicos bra- projeto Arch Tile Brasil quando o ar- Sebrae, a Apex é um serviço social
sileiros estarão presentes na Cersaie quiteto baiano Fernando Peixoto, fez autônomo ligado ao MDIC, Minisem Bolonha, e na maior feira de a palestra, “O Uso dos Revestimen- tério do Desenvolvimento, Indústria
construção do Oriente Médio, o Big tos Cerâmicos na Arquitetura - Uma e Comércio Exterior. Com isso, seu
Abrindo o leque
Preços médios: menores que nossos concorrentes (jan/jun 07)
18
Junho - Julho 2007 - Mundo Cerâmico
fonte:Anfacer
fonte:Anfacer
O Brasil parte definitivamente para a conquista de novos mercados e hoje 50
empresas já atuam em 130 países. Este resultado, conseguido mesmo na atual
conjuntura adversa, deve ser comemorado e estimulado
Qual a imporprodutos custância da indústria
tam mais por m2
cerâmica nacional
se comparados
em feiras interaos
nossos’’,
nacionais? Quais
explica Kieling.
fatias de mercado
Segundo
ele,
ainda precisam
ainda falta haser conquistadas?
ver uma maior
Batimat Expovivienda, na Argentina: participação de 15 empresas brasileiras
Onde deve haver
promoção coum maior investimercial, tendo
mento? Qual a importância da Apex? trocas de experiências. Na questão em vista a obtenção de maior valor
Essas são algumas questões impor- de exportação, as feiras são funda- agregado para os nossos revestimentantíssimas para o crescimento das mentais, segundo Antonio Carlos tos cerâmicos. Todo mundo sabe
exportações dos produtos nacionais Kieling, superintendente da Anfacer, que o Brasil é um dos maiores exem tempos de especulações acerca Associação Nacional dos Fabrican- portadores do mundo ocupando a
do dólar, em que as feiras interna- tes de Cerâmica para Revestimento, 4ª posição, quando exportamos 114
cionais são caminhos para obtermos que aponta ainda tais eventos como milhões de metros quadrados de
uma consolidação em novos merca- forma das empresas trocarem experi- revestimentos cerâmicos em 2006.
dos, além de serem propícias para ências tecnológicas, além de estabe- Todavia, para a cerâmica brasileira
lecerem relações ser bem aceita, é preciso, de acordo
para que produto- com o tópico anterior, de uma reares e consumido- firmação das marcas que precisam
res estrangeiros estar mais associadas com diversos
passem a respei- projetos, principalmente de arquitar mais as mer- tetura. “A arquitetura pode ser uma
cadorias nacio- forma de divulgar a cerâmica nanais. “Para eles, cional’’, diz Kieling, que ressalta o
o revestimento projeto Arch Tile Brasil como sendo
brasileiro é bara- importante para a divulgação. Para
to, mas não tem os estrangeiros, a grande atração da
uma marca con- indústria nacional continua sendo a
solidada como dos pisos cerâmicos, que produziu
a italiana, cujos 411 milhões de m2 em 2006.
experiência brasileira”,
no dia 31 de maio. Peixoto é famoso por ter
mudado o cenário das
fachadas em Salvador
com o emprego ousado
de revestimentos cerâmicos.
Exportações Brasileiras em volumes, janeiro a junho de
2007: o principal destino ainda são os Estados Unidos
Mundo Cerâmico - Junho - Julho 2007
19
EXPORTAÇÕES
câmbio
rece um sistema de
estandes coletivos em
dois tamanhos, 10 e
20 m2. Segundo Alaís Coluchi, relações
internacionais da Anfacer, qualquer associado pode participar.
Lançado na Coverings, este modelo fez
sucesso na Batimat
Estandes coletivos viabilizam boa exposição e resultados com investimento razoável da indústria
Expovivienda, quando 10 das 12 empreprincipal objetivo é o de inserir mais agência contribui de grande forma sas expositoras usaram este tipo de
empresas no mercado internacional, nos eventos internacionais através estande. É parte
diversificar a pauta dos produtos ex- de locações de espaços, auxílio para da estratégia da
portados, aumentar o volume vendi- montagem de estandes, projetos e Anfacer maior
do e abrir novos mercados além de acima de tudo incentivo à cultura ex- presença munconsolidar os atuais. Na indústria portadora para que o Brasil, 3º maior dial e este mocerâmica seria quase impossível o produtor mundial saia da 4ª coloca- delo irá viabiliBrasil possuir 50 empresas de re- ção quando o assunto é exportação.
zar uma maior
vestimentos que exportam para 130
participação
países, se não contasse com essa
Modelo de sucesso
das empresas
agência. A Apex ajuda as empresas
ex p o r t a d o r a s Alaís Coluchi:
nacionais através da promoção, na
Para viabilizar e incentivar a parti- brasileiras nos estande coletivo é
participação de eventos e na execu- cipação das empresas brasileiras em próximos even- estratégico para
ção de projetos de divulgação. Essa feiras internacionais, a Anfacer ofe- tos mundiais.
ampliar mercados
Até quando o país agüenta?
Instrumento fabuloso para controlar a inflação, o dólar barato é a menina dos
olhos da política econômica do atual governo, assim como foi no anterior por bom
período. Duro mesmo é preparar a saída desta insidiosa armadilha
No
momento
que atravessamos,
com o dólar valendo menos que R$
2,00, economistas,
dirigentes e membros de diversas associações debatem
os prós e contras
desta conjuntura. De que maneira a
situação do câmbio afeta a indústria
nacional, em especial a de cerâmica? Para isso, apresentamos algumas
opiniões de economistas e especialistas que trazem um panorama das
conseqüências dessa situação segundo seus pontos-de-vista. A avaliação
minuciosa desta conjuntura que tende a permanecer, com suas conseqüências nefastas para a a exportação pode, por outro lado, significar
novas oportunidades em um cenário
de globalização e competição mundial cada vez mais acirradas.
Exportações Brasileiras de janeiro a junho 2007 em
US$: o melhor resultado vem dos Estados Unidos
20
Junho - Julho 2007 - Mundo Cerâmico
fonte:Anfacer
Apocalipse
Infelizmente para muitos, as conseqüências negativas existem em
maior número. Especialistas como
Paulo Nogueira Batista Jr, diretorMundo Cerâmico - Junho - Julho 2007
executivo no FMI, afirmam que a
queda do dólar e a valorização da
moeda brasileira é extremamente
prejudicial para a indústria, pois segundo ele, o real apreciado prejudica
também o nível de atividadade, afetando a competitividade das exportações, além de estimular a substituição da produção nacional por importações. Visão parecida tem Luiz
Carlos Bresser Pereira, ex-ministro
da Fazenda, que possui uma opinião
de certa forma apocalíptica, na qual
a taxa de câmbio sobreapreciada vai
aos poucos matando a indústria nacional. Outra consequência da valorização do real, através da queda do
dólar, é a diminuição drástica dos
volumes exportados, ou seja, a cerâmica sofrerá uma redução em metros
quadrados exportados. O real mais
valorizado também faz com que as
empresas nacionais
invistam no estrangeiro, criando
mais empregos em
outros países, aumentando assim o
crescimento produtivo dos mesmos,
segundo Batista Jr.
É quase unanimidade que tal situação é prejudicial ao setor cerâmico
brasileiro que enfrenta cada dia mais
a invasão de produtos de fora, especialmente dos chineses. Temos como
exemplo as exportações de cerâmica por metros quadrados do pólo de
Santa Gertrudes que aumentaram
15% no primeiro trimestre desse ano
em relação ao mesmo período de
2006. O maior envio em volume não
se traduziu em preços, com o preço médio ficando nos mesmos US$
3.70/m2 desde 2006, o que significa
uma diminuição significativa da receita em reais.
Estímulo interno
Para Paulo Safady Simão, Presidente da CBIC, Câmara Brasileira
da Indústria da Construção, os bene21
câmbio
Realinhamento já!
por Jorge Martins
O crescimento no setor cerâmico apresentou nos últimos anos um aumento significativo. Números referentes às exportações
superaram expectativas no primeiro trimestre do ano com um crescimento de 15% em
relação ao mesmo período de 2006. Estes
números refletem somente o volume em
m2 exportados, mas não se traduzem em
preços. Este crescimento, igualmente, deuse apenas no Pólo de Santa Gertrudes enquanto que no Brasil o volume do primeiro
trimestre foi 6% inferior ao mesmo período
de 2006. Este mesmo crescimento é observado ainda no mês de abril 2007, mas em
nível nacional, enquanto que o pólo teve
notáveis 28% comparados a abril de 2006.
Esta curva começa a se inverter no mês de
maio. O Brasil exportou em maio passado
menos 17% se comparados ao mesmo período de 2006, enquanto que o pólo recuou
5%. No sul do país despencamos estrondosos 35% em maio, comparados a maio de
2006. O que mais chama a nossa atenção
é que o preço médio do Brasil no primeiro
trimestre de 2006 era de US$ 3.70/m2. No
total dos primeiros 5 meses de 2007 o preço
médio nacional é exatamente o mesmo. O
estado de São Paulo manteve os mesmos
US$ 2.70/m2 observados no primeiro trimestre de 2006. Somente a desvalorização do
dólar americano de janeiro do ano passado
até maio de 2007 foi de 21%. Aliado a isto,
houve aumentos generalizados de matériasprimas, gás natural, dissídios coletivos, reajustes de fretes e de pedágios, embalagens,
despesas portuárias, etc. Os números acima demonstram que muitos reclamam, mas
poucos reagem. A previsão de exportação
para o ano de 2007 para o setor é de 118,6
milhões de m2. Com base no realizado até
maio passado, não deveremos chegar a 107
milhões de m2 em exportações. Em outras
palavras, se as exportações não reagirem,
as vendas no mercado interno deverão ser
22
maiores que 11% comparadas a 2006 ante
uma previsão de crescimento de 8%. Apesar de um excelente primeiro trimestre em
2007, estaríamos ainda 5% abaixo do previsto para este ano. Ou seja, para compensar a perda das exportações e não aumentar
os nossos estoques em 25 milhões de m2
este ano, teremos que, necessariamente,
expandir nossas vendas no mercado interno
em 15% em 2007, o que não ocorre na história deste país pelo menos nos últimos 10
anos. A exagerada apreciação do real mostra-nos ainda uma outra ameaça iminente.
Podemos encontrar produtos cerâmicos da
China oferecidos para exportação a preços
aviltantes até mesmo para a nossa realidade
de mercado. Imaginem um produto cerâmico chinês vendido a US$ 2,00 para exportação? Com o dólar no mesmo patamar de
1999, ou seja, R$ 1,80, este produto entraria
em franca briga em nosso mercado que tem
faixas de preço para o varejo entre R$ 4,50 e
R$ 13,00. O que fazer nesta situação? Normatizar e fazer cumprir a nossa produção de
cerâmicos? Vale lembrar que o porcelanato
chinês já representa 12% do mercado brasileiro de porcelanato. O destino de mais de
45% de nossas exportações são os Estados
Unidos que vêm enfrentando um forte ajuste
em seu ramo imobiliário desde o início de
ano. Na onda deste ajuste vieram tantos outros que, acredito, beneficiarão sobremaneira o setor cerâmico brasileiro. Desde o início
de junho passado os produtores espanhóis
reajustaram seus preços 13% em média. Os
fretes marítimos, em face de forte demanda
mundial, também sofreram reajustes médios
na casa de 20%. Os fretes rodoviários não
ficaram atrás e também foram reajustados
em até 38%. Até os produtores chineses
estão reajustando os seus preços em 10%
agora em julho, o que representa mais de
30% de aumento nos últimos 3 anos. Observem que os ajustes de preços promovidos
pelos nossos concorrentes aplicam-se a
seus preços na fábrica, ou seja, ao valor da
cerâmica. Insistimos em exportar na modalidade Fob-Porto e com isso perdemos mais
competitividade no mercado, pois sacrificamos ainda mais as nossas margens para
cobrir despesas inerentes ao transporte
da carga. Apenas para que se tenha uma
idéia, em 2004 as despesas de transporte,
despachante e demais despesas portuárias
de uma exportação proveniente do Pólo de
Santa Gertrudes representava em média
US$ 0.40/m2. Hoje, este mesmo custo gira
em torno de US$ 0.85/m2. Fazendo uma
análise mais profunda da situação, vemos
que no início dos anos 2000 exportávamos
com preços superiores a US$ 5.00/m2 os
produtos de via úmida e US$ 3.70/m2 os
produtos de via seca. No final do ano 2000
tínhamos a mesma taxa de câmbio que temos hoje. A única diferença é que nossas
despesas internas eram bem menores em
reais. A taxa de câmbio encontrou o seu
ápice em 2002 e já a partir de 2004 iniciou
a sua curva de descendência. Nossos recursos energéticos, transportes internos e
custos de reposição de matéria-prima, foram
fortemente reajustados durante o período de
real fraco e jamais recuaram um milímetro
neste período de excesso de liquidez no
mercado. Na eminência de nos tornarmos
o terceiro maior produtor mundial de cerâmica, constatamos que ganhamos muita
gordura, mas nenhuma saúde, pois quanto
mais produzimos - incremento de 50% em 7
anos - menos competitivos nos tornamos no
mercado internacional. Certamente ninguém
duvida que um volume de 20% de nossa
produção sendo exportado anualmente não
representa um negócio de oportunidade,
mas sim um negócio estratégico para nossas pretensões futuras. Investimos muitos
milhões de dólares promovendo nosso produto no exterior, hoje, infelizmente, estereotipado de produto barato. Sair do mercado
internacional significa perder investimentos,
aprendizados importantes e escalas, e permanecer exige margens que o justifiquem.
Soubemos, com maestria, reduzir nossos
preços no exterior quando a taxa de câmbio
nos foi favorável. Não creio que tenhamos
outra oportunidade como esta de realinhar
nossos preços à nossa realidade cambial. A
decisão demanda rever a atuação externa e
responder diversas perguntas, tais como: É
impossível aumentar os preços nos países
para os quais vendemos? Nossos agentes
estão capacitados para tal? Quais os preços
praticados no mercado? Podemos adequar
nossos produtos para segmentos de maior
valor agregado? Dentro das várias estratégias para políticas de preços e métodos para
cálculo de preço para exportação, o que estamos adotando é o mais adequado? Parafraseando um empresário de muito sucesso
em nosso país, diríamos que para se construir um negócio de sucesso é preciso inovar, ousar e aprender constantemente. Assumir riscos é fundamental para sobreviver
nos dias de hoje. Sem dúvida aprendemos
bastante com os nossos equívocos. Resta
agora correr os riscos necessários para não
caminhar na contramão da história, aprendendo definitivamente a vender e deixar de
ser comprado.
fícios criados por causa do real mais
forte têm origem na política cambial
brasileira que vem desempenhando
bom papel ao estabilizar a economia, na qual o câmbio valorizado é
decorrência de uma boa conjuntura.
Segundo ele, o país está bem, pois
está atraindo recursos. Ele ressalta
ainda que a atual situação da economia é sólida, com reservas cambiais
elevadas e boa presença no cenário
internacional, fatores que devem ser
aproveitados pelas empresas. Para
isso afirma que estamos no momento certo para que nossos produtos se
tornem mais competitivos. Também
ressalta que o atual momento está
gerando um ambiente favorável de
negócios, com maior segurança e
menor risco. Temos agora a oportunidade de focalizar nossa economia
doméstica, em especial setores como
o da construção civil que estão reafirmando uma presença mais marcante
no cenário nacional, fato que impulsiona, cada vez mais, o crescimento
e aperfeicoamento da indústria cerâ-
mica no mercado interno. Jorge Martins, gerente de comércio exterior da
Villagres (veja artigo ao lado), enfatiza que a indústria de cerâmica deve
mesmo priorizar o mercado interno
para compensar a crescente perda
das exportações, na ordem de 15%
em 2007, fato que, segundo ele, não
ocorre na história do país pelo menos nos últimos dez anos.
Reajuste de preços
Jorge Martins também avisa que é
preciso que ocorra um reajustamento
dos preços, pois nossos concorrentes
já tomaram tal medida. Temos como
exemplo a Espanha, cujos produtores reajustaram seus preços 13% em
média. Até os produtores chineses
estão reajustando os seus preços em
10%, o que representa mais de 30%
de aumento nos últimos 3 anos. Martins ainda pede para observar que os
preços promovidos pelos nossos concorrentes aplicam-se a seus preços
na fábrica, não postos no porto. Para
ele, a insistência das exportações na
modalidade Fob-Porto, por parte das
indústrias, faz com que percam competitividade no mercado ao sacrificar as margens para cobrir despesas
relacionadas com o transporte de
carga. Além disso, o Brasil tem condições desfavoráveis para competir
na exportação, em especial, com a
América Central. Enquanto que o
México paga de frete de US$ 1.500
a 1.600 por um conteiner de 20 pés
que chega em 7 dias a esta região,
e com um imposto, Arancel, de 6%,
o Brasil demora 35 dias para colocar sua mercadoria pagando de US$
3.000 a 3.300 pelo mesmo conteiner
e pagando um imposto de importação de 15%. A recente aquisição da
Porcelanite pela Lamosa do México,
que produzirá 11 milhões de m2, fará,
segundo Martins, com que o Brasil
diga adeus ao mercado da América
Central. Para ele, este é um momento especial, em que as oportunidades
de realinhamento são únicas e devem
ser feitas agora ou nunca.
Jorge Martins é gerente de exportação da
Villagres Revestimentos Cerâmicos
Junho - Julho 2007 - Mundo Cerâmico
Mundo Cerâmico - Junho - Julho 2007
23
CONGRESSO ABC
Sincretismo tecnológico
Em sua nova fase, a ABC visa estabelecer parcerias com as outras
entidades que representam a cerâmica brasileira buscando essencialmente
trabalhar no âmbito tecnológico dos vários segmentos desta indústria
Lepri ressaltou as parcerias
tecnológicas com o setor
De 3 a 6 de junho aconteceu
na capital baiana
a 51ª edição do
Congresso Brasileiro de Cerâmica, evento realizado pela ABC,
Associação Brasileira de Cerâmica, que reuniu
instituições de
ensino e pesquisa, indústrias fabricantes de produtos cerâmicos
e fornecedores de
matérias-primas,
equipamentos e
insumos. Realizado no Bahia
Othon
Palace
Hotel, o evento
que contou com
diversas palestras e painéis, foi
realizado paralelamente com o I
Seminário Internacional de Cerâmica Vermelha
e com o Seminário de Cerâmica
Artística. Através
24
Congresso na Bahia: buscando maior apoio dos empresários e fornecedores
do Congresso, diversos setores puderam conhecer
um pouco mais
as potencialidades do nordeste,
além de debaterem questões
primordiais para
o setor, através
de especialistas
brasileiros e estrangeiros. Entre
os temas, foram
debatidos assuntos recorrentes na
imprensa como o
gás natural e os
créditos de carbono. As cerâmicas
de revestimento,
estrutural e artística mantiveram
seus
espaços.
O evento teve a
apresentação de
417
trabalhos
da acadêmicos
que foram elaboradas por 529
pesquisadores.
O 51º Congresso
foi acima de tudo
importante para
Junho - Julho 2007 - Mundo Cerâmico
o fechamento parcerias visando um
crescimento mútuo das diversas associações e empresas. Na inauguração,
José Lepri Neto, presidente da ABC,
informou que a associação deverá
sofrer uma mudança, que vem sendo preparada ao longo do ano, para
que eventos já programados como
este e outros não sejam afetados. Em
seu pronunciamento Lepri ressaltou
ainda a importância da capacitação
de recursos junto aos órgãos governamentais tendo em vista a realização dos tão esperados programas de
desenvolvimento acelerado, onde
o âmbito tecnológico será enfatizado. No discurso, ele também alertou
que as empresas não podem se dar
ao luxo de esperarem o alcance do
progresso, pois segundo ele, a in-
Mundo Cerâmico - Junho - Julho 2007
Lima afirmou que o setor deve
se mexer se quiser sobreviver
dústria precisa mais do que nunca da
reciprocidade e dos conhecimentos
científicos para alcançar essa meta, e
espera a ajuda do governo para viablizar um maior avanço tecnológico:
ABC e Anicer: apoio para a vermelha
Edison Toledo agradeceu a
homenagem ao Dr. Forjaz
“Não acreditem que foi um ano fácil
dessa cinquentenária instituicão, e
nem difícil. Foi um ano de conhecer
as possiblidades de um nível de vôo
a ser alçado”. O presidente da ABC,
afirma ainda que a maior barreira
para a indústria está na direção das
empresas, que preferem importar e
revender para conseguirem um lucro
rápido. Lepri refere-se à invasão do
porcelanato chinês, trazido sobretudo pelas indústrias instaladas neste
país, que significam um tiro no próprio pé a longo prazo. Sobre a relação com as diversas associações do
setor, ele afirma que a maioria delas
trata da parte comercial, - enquanto
que a ABC trabalha focada na questão tecnológica nas diversas áreas
da cerâmica – mas que todas podem
25
CONGRESSO ABC
Roberto
Zullino, da
Future Trends,
assume a
secretaria
executiva da
ABC
trabalhar em cooperação: “Amados
ceramistas companheiros, este é meu
convite: nós vamos decolar!”, exultou Lepri, que convocou todos para
enfrentar mercados globalizados
sem mais demora.
Anicer
Quem também discursou foi o atual presidente da Anicer, Luis Carlos
Barbosa Lima, que fez uma alusão
ao hino nacional ao dizer que o setor
não deveria dormir em berço esplendido, para que produtos concorrentes
não ameaçem nosso
mercado. Lima alertou ainda que falta um
maior conhecimento
por parte dos próprios
ceramistas acerca dos
produtos, inviabilizando assim a divulgação
das qualidades que eles
oferecem. Ele também
falou da importância
da reaproximação da
Anicer com a ABC, e
considera que as duas
associações irão fazer
Cerâmica artística
Peças de artesanto revelam a importância da
cerâmica artística no nordeste. No 51º Congresso
ela foi uma atração à parte, através de esculturas
regadas com o melhor da cultura baiana.
CBPM: atraindo investimentos para a Bahia
e imprimir um cunho
profissional a uma das
mais antigas cerâmicas
do Brasil.
Sorteio
Além de conhecer diversos trabalhos científicos e de participar de
palestras e painéis, o
público teve a oportunidade de conhecer um
pouco mais da cerâmica artística, que não
Hospitalidade baiana e soul americano com Billy Paul poderia ser esquecida
um trabalho coperativo e sem ne- no congresso, através de uma feira
nhuma concorrência. Edison Corrêa que mostrou o melhor do artesanade Toledo, presidente da Cerâmica to baiano e nordestino, em que se
Porto Ferreira, agradeceu emociona- destacaram as famosas garrafas de
do à homenagem que a ABC prestou cachaça (veja ao lado). No jantar de
ao seu sogro, Nicolau Vergueiro For- encerramento, a agência de viagens
jaz, falecido em 02 de janeiro deste Augustus sorteou uma passagem
ano. Toledo, que tem profunda ad- para a próxima Cersaie na Itália. O
miração por este ceramista admirado vencedor foi o Peter Pal Kalmar, da
por todos, procura usar estas lições Dncer Indústria e Com. Ltda.
Paulo Zanardi e Stefano
Merlin, da Ecológica
Assessoria, mostraram
os avanços no trabalho
de substituição energética nas indústrias de
cerâmica estrutural e
na obtenção de créditos de carbono, com
projetos adiantados em
vários estados do Brasil
26
Junho - Julho 2007 - Mundo Cerâmico
Mundo Cerâmico - Junho - Julho 2007
27
100
FEITEC
95
75
Feiras em ebulição
A luta pela realização da Feitec a da recém-lançada Forn&Cer lembra a
época da corrida do ouro, em que ninguém quer perder a dianteira. Resta
perguntar ao mercado se julga este movimento relevante
A Feitec 2007, feira da Alvo
Brasil, que nessa última edição
foi organizada sob licença pela
Aspacer, aconteceu no pavilhão
de exposições que a entidade administra, entre os dias 26 e 29 de
junho, na cidade de Santa Gertrudes, principal pólo cerâmico do
estado. O evento teve uma visitação de mais de 15 mil pessoas,
considerada excessiva pela AspaManchester: presença institucional da equipe
cer e por boa parte dos expositores. Para João Oscar Bergstron Neto José Serra, dando um cunho polítiisto se deve ao fato de que mais de co ao evento. A excessiva visitação
30.000 convites foram entregues in- acabou prejudicanto o ciclo das 17
distintamente, o que não privilegiou palestras técnicas oferecidas por ala qualificação de profissionais para o guns expositores.
Ruptura
Euromec trouxe a Silicon Vertical
evento. Mesmo assim, o evento proporcionou pontos positivos aos seus
105 expositores que, se não conseguiram fazer apresentações técnicas,
ao menos tiveram bons contatos pessoais com seus clientes. Um dos destaques foi a apresentação da Silicon
Vertical, novidade da Tecno Itália
representada pela Euromec no Brasil, que trouxe também outras máquinas de aplicação a seco e úmido
de decorações. A Aspacer caprichou
na organização e conseguiu trazer o
governador do estado de São Paulo
28
Mal se apagaram as luzes do evento, a Aspacer se apressou em lançar
sua nova feira, Forn&Cer, e a Alvo
Brasil em continuar com a Feitec.
Durante o evento o clima já estava
azedo entre os organizadores e levava
a crer neste desfecho. Para Rogério
Nascimento, da Alvo Brasil, o evento
se tornou político quando a Aspacer
mudou a proposta inicial da feira que
visa o lado comercial. Bergstron, da
Smalticeram: filial Araras inaugurada
a tacada certa
25
5
0
Aspacer afirma que sua nova feira, que contou com um grande
estudo de marketing, na verdade
será um encontro internacional de
toda a cadeia produtiva de cerâmica, e pleiteia para a Aspacer o
controle deste processo, como a
entidade forte do setor. O lançamento oficial da Forn&Cer se deu
no dia 7 de agosto, e a feira será
realizada de 24 a 27 de junho de
2008, em Santa Gertrudes. Bergstron promete um evento mais focado
para indústria, uma feira “européia”
como diz. A Feitec também está sendo preparada para 2008 e retoma seu
modelo clássico com apresentadores
famosos, em Rio Claro. A reação da
maioria dos expositores ouvida por
Mundo Cerâmico é de que esta divisão não interessa ao setor e irá acabar enfraquecendo ambas as feiras.
É esperar para ver.
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Eventos paralelos
Por ocasião da Feitec foram realizados alguns eventos paralelos.
No hotel Cretta, a palestra de Heinz
Günter Hessling, engenheiro de vendas da matriz da Eirich sobre moagem de esmaltes (veja artigo na página 30), no dia 28 de junho. Também neste dia a Smalticeram fez o
lançamento oficial de sua nova filial
em Araras em que foram apresentadas as novas instalações e o processo
novo Colormix da empresa Tema,
que já se encontra em funcionamento na Cerâmica Portobello, e que
permite grande economia e mistura
precisa de formulações de corantes.
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ESMALTES
Moagem a úmido e a seco
Eirich apresenta duas tecnologias em moagem fina de esmaltes
por Heinz Günter Hessling
A Eirich oferece, basicamente, duas
tecnologias diferentes para a aplicação
requerida, “Moagem fina de esmaltes”:
1.
2.
Moagem por via úmida
Moagem por via seca
manho pequeno dos elementos moedores e a geração de uma grande superfície
de produto, é possível moer o material
a finuras de 1 – 3 % > 44 µ, de maneira
muito econômica.
Preparação de esmaltes - via úmida
Em um processo de moagem úmido o
esmalte se moe previamente pelos moinhos existentes a tambor a uma finura de
< 200-300 µ. Após esvaziar os moinhos
a tambor o esmalte pré-moído é alimentado no moinho MaxxMill® para a moagem fina.
Moinho a tambor + MaxxMill®
- moagem fina de esmaltes
Caso o processo de moagem anterior
entregue partículas de tamanho variado,
será fácil compensar essas flutuações
aumentando ou diminuindo o volume de
esmalte que passa pelo MaxxMilll®. O
esmalte será então moído mais fino ou
mais grosso.
Vantagens:
Para cerâmica sanitária se usa muitas
vezes o que chamam “esmalte crú”. Esse
esmalte é entregue pré-moído em tamanhos inferiores a aprox. 200 µ. Esse material necessita passar por um processo
de dispersão.
Os passos de processamento seguintes
são os mesmos que se realizam com esmaltes pré-moídos no moinho a tambor.
O processo seguinte ao moinho a tambor será de regime contínuo.
O MaxxMill® é perfeitamente apropriado para tais aplicações. Graças ao ta30
•
O consumo de energia para a
moagem fina é menor utilizando-se um
MaxxMill® que quando se usa um moinho a tambor (ver exemplo de cálculo).
•
O MaxxMill® é apropriado
para moer esmaltes com densidades
mais altas que as que podem ser obtidas
nos moinhos a tambor. Essa capacidade
pode resultar vantajosa quanto à aplicação do esmalte. Depende, sem dúvida,
da intenção de uso e da tecnologia disponível na fábrica.
•
Ao trocar a fórmula de esmalte,
se perde muito menos produto na máquina moedora se usar um MaxxMill® em
comparação com um moinho a tambor
(economia em esmalte significa menos
gastos).
•
É fácil limpar o MaxxMill® ao
trocar a fórmula de esmalte.
Para esmaltes de formulação parecida,
se bombeia água pelo moinho depois da
moagem e se descarrega o esmalte residual. A água de limpeza se agrega ao
esmalte moído. As quantidades residuais
que permanecem na máquina são muito
pequenas, não se perde nada de esmalte. Para evitar uma redução inadmissível
da densidade do produto, pode moer-se
o esmalte com uma densidade mais alta,
compensando assim de antemão a água
de limpeza que se adicionará.
Para uma limpeza a fundo do MaxxMill® depois de enxaguá-lo com água,
se levanta a parte superior da máquina,
se descarregam os elementos moedores
e se lava bem a câmara de moagem, as
ferramentas de moagem e o equipamento de extração.
As bolas podem ser limpas separadamente. Os tubos de esmalte se limpam
também e é possível trocá-los. Trocar os
tubos de esmalte não é nada incomum.
Com a limpeza se perde aprox. 20 kg
de esmalte que ficam no meio das bolas
quando se está limpando o MaxxMill®.
Este esmalte se descarrega do MaxxMill® junto com as bolas. As quantidades de esmalte perdidas são mínimas,
comparando-as com as perdas ocasionadas na limpeza de um moinho a tambor.
•
Por se perder muito pouco esmalte com a limpeza, este sistema de
moagem é muito flexível e se presta para
ser usado também com lotes de esmalte
pequenos.
•
Os rejeitos de peneira podem
regular-se rapidamente adaptando-se o
volume que passa pelo MaxxMill®. A
adaptação é imediata e verificável por
medição (câmara de moagem de pequeno volume).
•
A comprovar se tão pouca
quantidade de resíduos não resulta inócua para alguns tipos de esmalte. Se
assim for, não faria falta descarregar
Junho - Julho 2007 - Mundo Cerâmico
as bolas da máquina depois de lavar-la.
Nesse caso, não se perde quase nada de
esmalte. Supõe-se que tal procedimento
só é factível para quantidades grandes de
esmalte e com fórmulas de esmalte compatíveis.
Se o esmalte moído for enviado a outros lugares de destino, será homogeneizado e granulado sucessivamente. O
esmalte granulado logo será embalado
em lotes apropriados. Os componentes
da mistura não se segregarão.
Preparação de esmaltes - via seca
Moagem a seco de esmaltes.
A moagem a seco oferece grande flexibilidade a nível de gastos muito baixos
para a preparação de esmaltes.
Nossa tecnologia se baseia no seguinte processo:
Todas as matérias primas (fritas, feldspato, quartzo) são moídas secas no
MaxxMill® para logo ser armazenadas
em silos. Os pigmentos que se entregam
já moídos e secos são também armazenados em silos.
Se supõe que no MaxxMill® se moe
somente matérias-primas, fritas, com
propriedades similares que não se prejudiquem mutuamente. É necessário
acordar com o Cliente sobre o grau de
contaminação que é tolerável para cada
uma das matérias primas.
Matérias-primas que se prejudicam
uma com a outra terão que ser moídas,
possivelmente em sistemas de moagem
diferentes ou, em sistemas de moagem
com filtros cambiáveis ou que tenham
dois filtros.
Os componentes individuais do esmalte serão pesados automaticamente.
As matérias-primas que não necessitem
ser moídas ou que já estejam moídas,
por exemplo argila, caulim ou pigmentos, serão também armazenadas em silos
e pesadas secas.
O esmalte logo se mistura homogeneamente.
Para processar o esmalte in situ, é possível dispersar-lo em um misturador de
dissolução (blunger) e transportá-lo às
unidades de vidrado. Todos os aditivos
podem agregar-se no misturador de dissolução (ver diagrama nº 2-22-5233-2).
Mundo Cerâmico - Junho - Julho 2007
Dessa forma é possível dispersar somente partes de uma carga inteira.
Também com lotes parciais é seguro
que a composição do esmalte será constante (ver diagrama nº 2-22-5154-2).
Este processo oferece grande flexibilidade na fabricação de esmaltes. Todo
tipo de esmalte pode ser fabricado individualmente, com máxima precisão.
Outra vantagem consiste em moer os
componentes individuais tendo a possibilidade de obter a finura específica
requerida para cada um. Assim, não se
consome mais energia para moer cada
componente do que é necessário para
obter o produto final.
As formulações de esmalte podem ser
mudadas em muito pouco tempo. Tudo
implica, supostamente, uma inversão
bastante mais alta, porém o preço mais
alto se justifica com os gastos operacionais mais baixos e a maior flexibilidade.
Colocamos em operação, em condições industriais um pequeno sistema que
funciona segundo o processo descrito.
Nesse caso, sem dúvida, o esmalte não
se dispersa, se não se homogeneizar por
via seca para logo embalalá-lo.
Vantagens
Economia em gastos de energia.
•
Cada componente básico do
esmaltes será moído individualmente a
exatamente a finura necessária para sua
aplicação.
•
Para moer cada componente de
esmalte não se consome mais energia do
que é necessário, segundo as características de moagem.
•
Esmaltes moídos a seco não
necessitam secar, portanto, gasto zero.
•
Graças à granulação, não se
descompõe o esmalte durante o transporte. Pode processar lotes parciais de
uma carga grande.
•
Pode produzir quantidades de
esmalte com a precisão de um quilo, não
haverá nada ou muito pouco material de
sobra.
•
É possível entrega de esmaltes
sobre demanda.
•
Minimização de estoque de esmaltes prontos para uso.
•
É possível a fabricação econômica de pequenos lotes.
Qualidade
•
Cada um dos componentes de
um esmalte pode ser preparado individualmente.
•
Ao trocar as matérias-primas
em um moinho, as quantidades a rejeitar
são mínimas.
•
A limpeza do sistema de moagem é fácil e causa nada ou pouca contaminação.
•
A fabricação de esmalte é independente da moagem.
•
Sistemas de dosagem e pesagem automáticos asseguram uma composição precisa e reproduzível de esmaltes.
A moagem de modo contínuo facilita
a verificação da qualidade em cada momento e permite intervir rapidamente no
caso que tenham trocado os parâmetros
de qualidade. Curto tempo de reação do
sistema.
Transcrição da palestra técnica proferida por Engº Heinz Günter Hessling,
Engenheiro de Vendas do Depto. de
Vendas Técnicas da Maschinenfrabrik
Gustav Eirich, matriz do Grupo Eirich
sediada em Hardhein na Alemanha, em
28 de junho 2007 em Santa. Gertrudes
no Cretta Hotel.
31
Mercado Cerâmico - Ano 05 - nº 35 Jun/Jul 2007
Máquina de corte
Rebolo para retífica
Moinho micronizador
SUPORT
DEC
EIRICH
A Máquina de corte manual
da Suport tem as seguintes
características técnicas:
Diâmetro do Disco:300mm.
Capac id ad e d e Cor te : até
450mm. Potência do Motor: 3
cv. Tensão:220380 v –Trifásico.
Rotação do Motor:3.400 rpm.
Dimensões :1.150 x 1.10 0 x
1.500 mm. Peso: 150 Kg. É um
equipamento utilizado para corte
de diversos tipos de produtos
como: porcelanato, mármore,
vidro e grês.
Os rebolos em liga metálica fabricados pela Dec Superabrasivos são ideais para retífica de
porcelanato, vitrificado e monoporosa em diversos formatos,
apresentando um alto poder de
corte, baixo Set-up de máquina
com uma excelente relação de
custo e benefício.
O moinho micronizador MaxxMill
é empregado para moagem
contínua a seco ou úmido de
material granulado obtendo
produto fino ou ultra fino. O
material é moído em meio a
bolas de pequeno diâmetro
movimentadas por agitador de
alta energia revestido de acordo
com a aplicação. Em via seca,
a extração é pneumática e, em
via úmida, bombeada através
de filtro.Sua alta flexibilidade
permite atender aplicações
específicas
Motoredutor
Esfera de alumina
Rebarbador automático
SEW Eurodrive
rpa
SERVITECH
A SEW Eurodrive oferece uma linha
completa de motoredutores com
diversas opções de engrenagens
como: helicoidais, helicoidais com
eixos paralelos, cônicas, de rosca
sem fim, ortogonais e para monovias
eletrificadas. Esses equipamentos
possuem acabamento ondulado
em sua carcaça, um projeto
que os distinguem dos demais,
alta capacidade de sobrecarga,
potência superior admissível e uma
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cerâmica, o Rebarbador Via
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tubulares no revestimento de
componentes da maromba reduz
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Junho - Julho 2007 - Mercado Cerâmico
Mercado Cerâmico - Junho - Julho 2007
33
ENTREVISTA
Aumentando o giro
Luis Carlos Barbosa Lima pretende imprimir um ritmo ainda mais acelerado à
Anicer, da qual sempre participou ativamente e agora preside. Suas ações serão
focadas em mercado, qualidade e meio-ambiente
“O Conama
tem uma visão
preconceituosa
a nosso respeito.
Não agredimos o
meio-ambiente”
Luis Carlos Barbosa Lima,
49, presidente da Anicer, Associação Nacional da Indústria
Cerâmica, fala para a revista
Mundo Cerâmico sobre os
avanços, problemas e perspectivas do segmento da cerâmica
estrutural, ou vermelha, como
querem alguns, bem como sobre os
propósitos de seu mandato frente à
uma das principais associações do
setor. Casado, com uma filha, Luis
gosta de futebol, motocicletas, livros
e música. Este ecletismo irá ajudá-lo
a reunir as diversas realidades desta
importante indústria.
energia e isolamento térmico.
MC - Quais as prioridades de sua
gestão?
Luis - Minha prioridade está na
questão de mercado e na qualidade,
em que ainda temos a dificulade de
especificar e mostrar as vantagens e
funções de nossos produtos. Irei também buscar uma maior união de todos para ações técnico-comerciais.
MC- E a questão do meio-ambiente?
Luis – A importância é grande,
mas precisamos mudar a imagem de
que somos agressores do ambiente.
Infelizmente a imagem é negativa.
Para isso, temos que mostrar que
nosso impacto é pequeno e se dá
em áreas recuperáveis. Então esse
preconceito tem que acabar através
de ações que mostrem a nossa preocupação social e em temas como a
saúde, por exemplo. A respeito do
Conama ele é preconceituoso em relação a nós, por não ser igualitário.
Temos que ter o direito de trabalhar
onde as matérias-primas existem.
MC – Que melhorias o setor teve?
Luis – As melhorias aconteceram
principalmente na gestão e em equipamentos. Hoje temos um melhor
controle de qualidade que tem feito
com que nossas empresas modernizem seus equipamentos. Mas ainda
é preciso colocar isso na cabeça de
alguns ceramistas que não perceberam a importância de questões como
MC- Como sabemos o mercado
da construção civil está exigindo um
aprimoramento crescente nos produtos e processos. Como isso influencia
a indústria cerâmica?
Luis – O processo de crescimento da construção civil precisa ser
melhorado e racionalizado, porém
ele faz com que as exigências sejam
maiores, e a indústria cerâmica está
34
acompanhando.as mudanças
em termos de processos e
equipamentos.
MC- Qual sua opinião
acerca do estudo realizado
pela Fiesp e Sebraes/SP?
(veja matéria à página 12)
Luis – Esse trabalho reflete a realidade do mercado, que precisa se
expandir, principalmente tendo em
vista os construtores que devem conhecer melhor as qualidades de produtos de cerâmica vermelha.
MC- O que é esperado da relação
da Anicer com a ABC?
Luis – Espero que possamos desempenhar um papel cientificamente
importante, que deve ser priorizado.
Mas também vamos tentar resolver
problemas que podem surgir no setor cerâmico, como o da resolução
do Conama 369. As parcerias precisam existir pois não deve haver concorrência entre parceiros que lutam
pelos mesmo objetivos.
MC- Qual sua expectativa para o
próximo o 36º Encontro da Anicer?
Luis - Essa vai ser a melhor edição do encontro, quando espero que
2.000 pessoas irão visitá-lo. Os painéis são bons e as clínicas trarão um
conhecimento maior para todos, e
com certeza muitos negócios serão
realizados durante o evento.
Junho - Julho 2007 - Mundo Cerâmico

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