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ANO 5 JUL/AGO/SET 2014 #19 UMA REVISTA DO SISTEMA DE COOPERATIVAS DE CRÉDITO DO BRASIL DESTAQUE Sicoob é a maior instituição financeira privada em três estados e no DF ELEIÇÕES Frencoop, Sebrae e OCB prometem buscar apoio junto aos novos governantes para o cooperativismo Concred Sistema defende integração dos negócios para fortalecer o segmento Uma instituição f inanceira que associa realização pessoal ao desenvolvimento das comunidades. O Sicoob é assim. Campanha produzida com a participação de associados do Sicoob, pessoas que já usufruem o que existe de melhor em soluções financeiras. CARTÕES CONTA CORRENTE POUPANÇA INVESTIMENTOS O Sicoob é uma instituição financeira que associa tecnologia e eficiência ao que existe de melhor nas pessoas: a união, a solidariedade e a igualdade. O Sicoob é a maior instituição financeira cooperativa do Brasil. Por isso, quem se associa ao Sicoob tem todos os produtos e serviços financeiros, mas de um jeito diferente: também participa dos resultados e vê os recursos captados pelas cooperativas investidos na sua própria região, gerando desenvolvimento, empregos e renda para sua comunidade. O Sicoob é assim. e u q o a o d a i c o s s A há de melhor. ê. Associado a voc www.associadoavoce.com.br CRÉDITO CONSÓRCIOS PREVIDÊNCIA Central de atendimento: 0800 642 0000 Ouvidoria: 0800 725 0996 Deficientes auditivos ou de fala: 0800 940 0458 Saiba mais: www.sicoob.com.br 4 Sumário 7 Entrevista O presidente da Frencoop, Osmar Serraglio, fala da atuação junto ao Congresso para aprovação de leis prioritárias ao cooperativismo 11 ConCred Sicoob quer estreitar as parcerias estratégicas em prol da maior união entre os sistemas de cooperativas do país 14 eLEIÇÕES Conheça as expectativas das entidades com relação ao próximo governo 23 6 ABC do cooperativismo Saiba mais sobre temas e expressões próprios do cooperativismo financeiro 6 Números Conheça os destaques mais importantes conquistados pelo Sicoob 10 Ponto de Vista Bento Venturim fala dos 25 anos do Sicoob ES e da participação das cooperativas no mercado financeiro do estado 18 Negócios Plataforma móvel promete revolucionar prestação de serviços do Sicoob 20 Produtos e serviços Cooperativas já podem oferecer a Letra de Crédito do Agronegócio, mais uma opção de investimento 22 Perfil O empresário Nilton Souza viu no cooperativismo a oportunidade de ampliar os negócios em Macapá (AP) 28 Comodidade Débito Automático (DA) e Débito Direto Autorizado (DDA) ganham força entre os associados 30 32 40 Regionalismo O cooperativismo financeiro no Paraná está impresso na origem de sua colonização Legado Fruto da parceria entre Sicoob Central ES e Unimed Vitória, estádio Engenheiro Araripe recebeu a seleção australiana durante a Copa 34 Jurídico O assessor jurídico do Sicoob SP, Douglas Borges Costa, explica a adequada representação sindical do cooperativismo financeiro CAPA Cooperativas de ES, SC, RO e DF lideram o ranking das instituições financeiras privadas nesses locais Segmento Leque completo de produtos e serviços sugere evolução de cooperativismo de crédito para cooperativismo financeiro 35 Responsabilidade Social Solidariedade é prática constante entre cooperativas filiadas ao Sicoob SP 38 Cultura Exposição Cara ou Coroa percorre Santa Catarina e Rio Grande do Sul para contar a história da moeda no Brasil 43 Expansão Sicoob chega a Sergipe após filiação da Federalcred Leste à Central NE 44 Giro Saiba o que acontece no Sicoob em todo o país Editorial 5 Sicoob Confederação Crescimento em números e em território “ Líderes e representantes de importantes entidades ligadas ao cooperativismo ressaltaram os principais desafios e compromissos que o futuro presidente da República deverá assumir ” O Sicoob é uma das instituições financeiras que mais crescem no mercado. Ocupando a 6a posição em pontos de atendimento, inseriu Sergipe no Sistema Cooperativo Financeiro, com a recente inauguração de um Posto de Atendimento (PA) do Sicoob Federalcred na capital, Aracaju. Para estar presente em todos os estados, resta chegar ao Ceará. O avanço também ocorre em participação de mercado, pois já é a maior instituição financeira privada no Espírito Santo, em Santa Catarina, em Rondônia e no Distrito Federal, onde nossas cooperativas lideram em volume de operações de crédito. Por isso, ganharam destaque na capa desta edição. Em importantes estados brasileiros, já estamos à frente de todos os bancos privados, levando produtos e serviços financeiros a milhares de pessoas, com os diferenciais e benefícios do cooperativismo. O bom atendimento, o compromisso com as comunidades, a gestão participativa dos associados, os preços mais atrativos dos produtos e serviços e o portfólio completo de soluções operacionais têm atraído novos cooperados e contribuído para que o Sistema seja ainda mais competitivo. As inovações tecnológicas também agregam mais diferenciais ao Sicoob. Uma nova ferramenta, a Plataforma Móvel de Negócios, ajudará as cooperativas a alavancarem os negócios, além de trazer mais comodidade aos cooperados. A novidade foi lançada oficialmente na 10a edição do Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (Concred), realizado em Manaus (AM), entre os dias 10 e 12 de setembro. Ela possibilitará o cadastramento de pessoas físicas e jurídicas e a abertura de contacorrente, entre outros serviços, fora da cooperativa. Com o tema central Integração do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo: o melhor caminho, o Concred promoveu debates sobre os rumos do cooperativismo financeiro e os esforços para uma maior integração dos diferentes sistemas em prol do crescimento e do desenvolvimento do segmento. O Sicoob marcou presença também com um moderno estande, onde apresentou inovações tecnológicas e um conjunto de soluções financeiras. Em ano eleitoral, a expectativa com relação ao próximo chefe do Executivo mereceu destaque em uma reportagem especial desta edição. Líderes e representantes de importantes entidades ligadas ao segmento, como a OCB e o Sebrae, ressaltaram os principais desafios e compromissos que o futuro presidente da República deverá assumir pelo desenvolvimento do cooperativismo brasileiro. Em entrevista, o presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), o deputado Osmar José Serraglio, ressaltou que as aprovações da lei complementar sobre o Ato Cooperativo e da Nova Lei Geral do Cooperativismo são as atuais prioridades da bancada cooperativista. A atualização do marco regulatório irá impulsionar ainda mais o desenvolvimento das instituições financeiras cooperativas. Henrique Castilhano Vilares Presidente do Sicoob ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 6 ABC DO COOPERATIVISMO números 6 O que é uma instituição financeira cooperativa? Uma instituição financeira cooperativa oferece um portfólio completo de produtos e serviços financeiros para pessoas Física (PF) e Jurídica (PJ), com muito mais vantagens, benefícios e juros mais atrativos que os dos bancos. Na cooperativa, o usuário também é dono e, por isso, ao final de cada exercício, participa dos resultados econômicos e recebe parte dos lucros (chamado de sobras) auferidos pela instituição. Sicoob é a sigla do maior sistema cooperativo financeiro do país, que possui cerca de 2,7 milhões de associados. É formado por uma rede com mais de 2.200 pontos de atendimento, 2.300 caixas eletrônicos e 590 correspondentes. Está presente em 25 estados brasileiros e no DF e é o 6º maior em pontos de atendimento entre as instituições financeiras - bancos públicos e privados - do Brasil. 1 milhão é o valor da quantidade de itens que o associado pode escolher no Sicoobcard Prêmios - programa de recompensas dos cartões Sicoobcard. 24% foi a média de crescimento das cooperativas financeiras brasileiras em 2013, mais que o dobro dos 10% de expansão dos bancos comerciais no mesmo período. 12 a é a posição ocupada pelo Sicoob no ranking de emissão de cartão de crédito no Brasil. 16a é a posição do sistema na comercialização de cotas de consórcios no país. R$ 41,5 bilhões foi o número de ativos combinados que o Sicoob atingiu em 2013, crescimento de 21,9% em relação ao ano anterior. Entrevista 7 Cooperativismo no Congresso Nacional Frencoop trabalha para garantir aprovações do Ato Cooperativo e da nova Lei Geral do Cooperativismo Gustavo Lima / Acervo da Câmara dos Deputados Banco de Conteúdo Secom M estre em Direito do Estado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o advogado e professor universitário Osmar José Serraglio está no quarto mandato como deputado federal. Vice-líder do Governo na Câmara dos Deputados, é o atual presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), uma das mais conceituadas frentes, formada por mais de 200 deputados e 20 senadores. Natural de Erechim (RS), Serraglio foi presidente da Associação dos Professores do Paraná e vice-prefeito da cidade paranaense de Umuarama. Em 2005, destacou-se como relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. É membro em quatro Comissões Parlamentares, entre elas, a de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC). Na entrevista a seguir, o deputado revela qual será a atuação da Frencoop para que o Congresso Nacional aprove as leis prioritárias em prol do cooperativismo. Os resultados que a Frente tem conseguido para o segmento são as principais ferramentas para atrair parlamentares de outros setores ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 Antonio Augusto/Acervo da Câmara dos Deputados Banco de Conteúdo Secom 8 Entrevista A formação profissional e a participação ativa nas discussões do setor agrícola, no Congresso, aproximaram Serraglio das questões cooperativistas REVISTA SICOOB - Quando e como o senhor entrou para a política? Osmar José Serraglio - O primeiro cargo eletivo, político-partidário que ocupei foi o de vice-prefeito de Umuarama (PR), de 1993 a 1996. Entrei para a política por acreditar que eu podia fazer a diferença ou ao menos ser diferente. Acredito que a minha atuação como professor universitário e como advogado, que prestava assessoria para diversos municípios da minha região, contribuiu para isso. Como e quando o senhor iniciou sua militância cooperativista? Desde que assumi uma cadeira de deputado, em 1999. Em razão da minha formação, sempre participei ativamente das discussões do setor agrícola no Congresso, até mesmo colaborando com colegas deputados e orientando juridicamente nas discussões, pareceres, entre outros. Essa atuação me aproximou das questões das cooperativas e acabou me conduzindo à Diretoria de Assuntos Tributários da Frencoop. Pela experiência e pela atuação na área tributária, o marco regulatório para o adequado tratamento tributário ao Ato Cooperativo será uma de suas bandeiras? As minhas prioridades são as prioridades das cooperativas: o Ato Cooperativo e a Nova Lei Geral do Cooperativismo. Acredito que o ordenamento jurídico tem que levar em conta sempre a diferença existente entre as cooperativas e as demais empresas privadas, distinguindo também o tratamento delas. Quais os principais projetos em tramitação no Congresso que beneficiam o cooperativismo financeiro? Diretamente ligados às cooperativas de crédito (ou financeiras), temos, entre outros, o PL 3.067/2011, para autorizar o acesso de instituições financeiras, entre elas, os bancos cooperativos, confederações e Centrais de cooperativas aos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), para fins de concessão de crédito rural, e o PL 5.408/2005, que autoriza estados, Distrito Federal e municípios a depositarem até 5% das respectivas disponibilidades de caixa. Qual é a importância do cooperativismo financeiro para o desenvolvimento econômico e social do país, especialmente o papel do Sicoob, maior Sistema do segmento no Brasil? Acreditamos que o próximo chefe do Executivo federal saberá dar o devido valor aos projetos do cooperativismo. Saberá também ouvir a Frencoop, em razão da sua representatividade O cooperativismo financeiro é um sistema inteligente, em que todos os cooperados são tratados de forma igual. No Sicoob, além de os associados serem usuários dos produtos e serviços, eles são, ao mesmo tempo, os donos do negócio, o que proporciona essa igualdade. A contribuição do Sicoob é fundamental, uma vez que os recursos captados nas cooperativas são praticamente disponibilizados nas 9 Como tem sido o diálogo da Frencoop com as demais bancadas? O que pode ser feito para atrair mais apoio dos parlamentares em favor das causas cooperativistas? Sendo a Frencoop uma das maiores frentes parlamentares do Congresso Nacional, ela já tem um grande poder de convencimento, pois tem integrantes ligados a todos os grupos políticos. De certa forma, isso é uma garantia de apoio. O trabalho que está sendo e sempre foi realizado pela frente e os resultados que ela tem conseguido para o segmento são as nossas principais ferramentas para atrair parlamentares de outros setores. Como será a estratégia de diálogo da Frencoop com o próximo presidente da República para apoio aos projetos de interesse do segmento? A argumentação é quase sempre a melhor forma de convencimento, e o segmento cooperativista representa muita força, abrange diversas áreas fundamentais para o desenvolvimento do país. Nós acreditamos que quem quer que seja o próximo chefe do Poder Executivo saberá dar o devido valor aos projetos do cooperativismo. Saberá também ouvir a Frencoop, em razão da sua representatividade, que é de fundamental importância também para os projetos do próprio Governo. O senhor é relator da PEC 215, de 2000. Ela reacende a polêmica da delimitação de terras indígenas e a coloca como atribuição do Congresso. Ela prejudica a população indígena? De forma alguma. Não se nega ao indígena o direito à terra. A PEC 215 busca, justamente, garantir o pleno direito dele à terra. Ela vai dar segurança jurídica às próprias comunidades indígenas, muitas delas guiadas por arautos de posições infundadas, boa parte desses a serviço de organizações transnacionais interessadas em brecar o O cooperativismo financeiro estimula a educação financeira no país, pois, ao conceder crédito justo e consciente, proporciona às famílias viverem dentro do seu padrão econômico desenvolvimento do país. O que tem acontecido, falando-se em injustiça, é a correção de um erro do passado com um erro atual, ao retirar, de suas propriedades, famílias possuidoras de títulos legais, em alguns casos, há mais de 100 anos, e mandar para as favelas, sem direito algum, como o que tem acontecido neste país. Arquivo pessoal regiões onde elas estão localizadas, quase que em sua totalidade, o que contribui para o desenvolvimento econômico e social. Em ano eleitoral, como serão desenvolvidos os trabalhos da Frencoop? É uma oportunidade ou um empecilho para aprovação das leis cooperativistas? Acredito que o período não interfere nos trabalhos, pois é completamente possível conciliar as atividades do Legislativo, concentrando esforços, dispensando a devida atenção à agenda parlamentar e adequando-a ao calendário eleitoral. Por que o senhor é a favor da disciplina sobre cooperativismo em escolas públicas? Acredita que cooperativismo financeiro pode estimular a cultura de educação financeira no país? Apoio a ideia do ensino do cooperativismo nas escolas públicas, pois cria o espírito de solidariedade desde criança. Acredito que o cooperativismo financeiro estimula, sim, a educação financeira no país, Serraglio apoia a ideia do ensino do cooperativismo nas escolas públicas pois, ao conceder crédito justo e consciente, proporciona às famílias, indiretamente, viverem dentro do seu padrão econômico, eliminando desperdícios, aproveitando oportunidades, valorizando o que têm, elevando o padrão num ciclo virtuoso dentro do que é possível. ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 Sicoob ES comemora 25 anos de crescimento O Sicoob ES completou 25 anos em setembro. Nesse período, participamos ativamente dos movimentos em prol da profissionalização e do fortalecimento do cooperativismo financeiro, ao lado de outras equipes do país. Algumas ações foram marcantes para configurar nossa atividade até que ela alcançasse o formato atual e pudesse se desenvolver. Quando iniciamos nossos trabalhos, fomos surpreendidos pela extinção do Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC), que dava suporte às instituições financeiras do segmento no Brasil. Constituímos o Conselho Especializado de Crédito da Organização das Cooperativas Brasileiras e, em seguida, a Associação Nacional das Cooperativas de Crédito do Brasil (Ancoop). Nesse fórum, discutíamos os temas que nos angustiavam até a “conquista da alforria”, que foi a autorização do Banco Central para a criação de bancos cooperativos. Instituímos nossos sistemas em três níveis: singulares, centrais e confederações, tendo o Banco Cooperativo como o braço financeiro. Infelizmente, nossa legislação, ainda muito primitiva, nos dava a ideia de que teríamos de ter muitas cooperativas e vários bancos cooperativos, influência da hiperinflação da qual saíamos recentemente e da legislação cooperativista, segmentada e com todos os defeitos que ainda lutamos para acertar. Daí em diante, tivemos o mundo à nossa disposição. Criamos todos os produtos e serviços bancários e os disponibilizamos aos nossos associados. Bento Venturim é presidente do Sicoob Central ES No Espírito Santo não foi diferente. Sempre procurando antecipar os passos dados pelo cooperativismo financeiro, nos colocávamos à disposição e, por várias vezes, fomos acionados para iniciar, ou servir de “piloto”, para o lançamento de produtos e de serviços. Essa disposição e a garra dos nossos dirigentes e da equipe fizeram com que o Espírito Santo, por meio de nossa Central, se tornasse um dos três primeiros estados, junto com Santa Catarina e Rondônia, a ultrapassar os dois dígitos na participação do mercado financeiro (excluindo o crédito imobiliário), enquanto a média do cooperativismo financeiro do Brasil está na casa dos 2,5%. As grandes conquistas vieram com o advento da livre admissão, que permitiu a abertura de nossas cooperativas para o público em geral. A evolução da legislação possibilitou também o início da atuação na Região Metropolitana da Grande Vitória. Nesses anos todos, vimos trabalhando para melhorar a legislação - sempre em parceria com o Banco Central -, a fim de que o cooperativismo financeiro seja um instrumento de desenvolvimento local e nacional, com sustentabilidade. Com a mudança da liderança da nossa Confederação, temos a expectativa de que nossos anseios por ganho de escala possam ser concretizados por meio da união das cooperativas. Vivemos novos tempos. Assim como a sociedade, o Banco Central acredita no Sistema e hoje se apresenta como um de nossos parceiros. É hora de o cooperativismo financeiro evoluir ainda mais. Sicoob Central ES 10 ponto de vista Fotos: Sicoob Confederação cONCRED 11 O presidente do Sicoob, Henrique Castilhano Vilares, durante a 10a edição do Concred Integração cooperativista Sicoob é destaque na 10a edição do Concred Um dos caminhos para fortalecer o cooperativismo é a integração nos negócios. Temos que nos adaptar para promover uma união ainda maior. Quanto mais unidos, mais fortes seremos”. Essa foi a principal mensagem do presidente do Sicoob, Henrique Castilhano Vilares, em sua participação no painel Integração do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo: o melhor caminho, realizado durante a 10a edição do Congresso Brasileiro de Cooperativismo de Crédito (Concred). Vilares ressaltou que o Sicoob trabalha para estreitar o relacionamento em prol da união entre os sistemas e o consequente fortalecimento do cooperativismo financeiro. “Nos últimos anos, uma maior aproximação com outros sistemas tem permitido parcerias em diferentes frentes comerciais, como é o caso do Cartão BNDES, por meio da Cabal Brasil e vários outros negócios envolvendo o Bancoob”, observou. Novidades Sicoob Com foco nos negócios, Vilares destacou alguns números, produtos e serviços do Sistema e anunciou, oficialmente, o lançamento da nova ferramenta do Sicoob: a Plataforma Móvel de Negócios, que possibilitará a realização de operações fora da cooperativa (leia mais na página 18). Também foi apresentado, em primeira mão, o aplicativo Sicoob para Smart TVs, disponível, no momento apenas para Smart TVs Samsung. Em breve, o serviço será estendido aos principais fabricantes do mercado. “Os cooperados poderão acessar a conta deles pelo aparelho, conferir as últimas notícias sobre cooperativismo financeiro e pesquisar as cooperativas e os pontos de atendimento por localidade”, explicou o analista de Relacionamento e Negócios do Sicoob Confederação, Luciano Mesquita. ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 12 Sobre a participação no Concred, o diretor-presidente do Bancoob, Marco Aurélio Almada, disse que foi muito proveitosa e deve resultar em novas parcerias para o Sistema. “É gratificante rever os amigos dirigentes das cooperativas, ouvir sobre como suas cooperativas têm se desenvolvido e entender quais os desafios mais atuais. Isso nos ajuda a direcionar ainda mais as ações no Bancoob em prol daquilo que é importante para as cooperativas. Apresentamos alguns dos nossos produtos e serviços no Concred, com ótima receptividade pelas cooperativas. Temos muitas novidades em desenvolvimento e que deverão estar disponíveis em breve”, comentou. Estande Diretores e técnicos do Sicoob participaram de palestras e de eixos temáticos. O estande do Sistema foi um dos mais visitados durante o evento. Com a temática de sustentabilidade, o espaço fortaleceu a marca e promoveu o portfólio de produtos, serviços e soluções em TI do Sistema, com exibição de vídeos institucionais em um painel de LED e um game interativo da campanha #Liberte o Seu Porquinho. “Esse local apresentou as nossas inovações, mostrando ao mercado o que temos de bom”, comentou o presidente do Sicoob Cocresul, cooperativa sediada em Campo Grande (MS), Jamil Reis, no momento em que utilizava uma das ilhas de telas touch screen. Integração O Concred aconteceu em Manaus (AM), entre os dias 10 e 12 de setembro. Durante os três dias do evento, os cerca de 1.400 participantes – muitos deles representantes de centrais e cooperativas singulares do Sicoob – debateram sobre Integração do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo: o Melhor Caminho, assunto que era tabu entre os líderes do segmento até pouco tempo atrás. “Plantamos a semente da união de todos os sistemas de cooperativas financeiras. O evento também ajudou a despertar, na população da região Norte, a importância do cooperativismo para a economia brasileira”, destacou o presidente do Sicoob Central Norte e anfitrião do evento, Ivan Capra. O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, foi enfático ao dizer que a integração não é uma questão apenas ideológica, mas um caminho para promover a economia e o ganho de escala no cooperativismo. Ele aproveitou para comentar sobre as eleições de outubro, ressaltando a necessidade de as pessoas que militam no cooperativismo se conscientizarem para votar em parlamentares ligados à Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). “É necessário profissionalizar a gestão nas cooperativas, sem esquecer a razão de ser da instituição, que é a de valorizar as pessoas”, concluiu. Para o presidente da Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras), Celso Ramos Régis, os estímulos à cultura cooperativista e às boas práticas criadas e adotadas pelas cooperativas são fatores determinantes para impulsionar o desenvolvimento do segmento. “O cooperativismo financeiro ajuda o Banco Central a desempenhar a missão de promover a inclusão financeira”, completou o secretário executivo do Banco Central, Geraldo Magela Siqueira, representando o presidente Alexandre Tombini, na solenidade de abertura do evento. No último dia do Concred, o diretor técnico do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos, abordou o tema As cooperativas de crédito e os pequenos negócios, e o diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania do Banco Central, Luiz Edson Feltrim, destacou o Futuro do cooperativismo sob Luciano Mesquita (esq.) e Jamil Reis (dir.) conferiram uma das ilhas de telas touch screen no estande do Sicoob 13 Carta de Manaus Como já é tradição, ao fim do congresso, o presidente da Confebras apresentou as diretrizes para a elaboração da Carta de Manaus, documento que será entregue aos representantes dos poderes Executivo e Legislativo com as principais demandas do segmento: Mara Luquet durante apresentação no evento a óptica do Banco Central. Palestras e debates sobre inovação, competitividade, sustentabilidade econômica e governança também integraram a programação, que contou com a presença de profissionais de renome nacional e internacional, como o especialista em Responsabilidade Social Corporativa e Sustentabilidade, Andrew Savitz; a jornalista, comentarista do canal GloboNews, colunista da rádio CBN e do Jornal da Globo, da TV Globo, Mara Luquet; e a consultora em Estratégia Empresarial e Governança Corporativa da Fundação Dom Cabral, Adriana Solé. Durante o evento, foi lançado o livro Cooperativismo financeiro: percurso histórico, perspectivas e desafios, do diretor de Operações do Bancoob, Ênio Meinen, e do presidente da Sicredi Pioneira, Márcio Port. Escrita em linguagem simples, a obra tem 11 capítulos, distribuídos em 550 páginas, apresenta importantes abordagens e reforça, desde o título, a nomenclatura de cooperativismo financeiro, ao invés de cooperativismo de crédito, para designar o segmento (leia mais na página 30). No âmbito do Congresso Nacional: Respeito aos dispositivos constitucionais que estimulam e apoiam o cooperativismo. Acesso à gestão de recursos dos fundos constitucionais de financiamento (FCO, FNE e FNO). Aprovação do PLS 40/2011, que permite o acesso direto das cooperativas financeiras/ dos bancos cooperativos a recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). No âmbito do Poder Executivo Federal: Inserção do cooperativismo como disciplina curricular do Ensino Fundamental. Apoio para que o cooperativismo financeiro esteja ao alcance de todos os brasileiros, tornando-o o principal agente de inclusão financeira, com atenção especial para as regiões Norte e Nordeste. * Vale lembrar que, ao longo de sua história, o congresso possibilitou diversos ganhos ao segmento. Entre as conquistas, a mais significativa é a Lei Complementar (LC) 130, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, aprovada pelo então presidente Lula. Presente na 4ª edição do Concred, que aconteceu em 2002, em Santos (SP), Lula, ainda como presidenciável, demonstrou grande interesse pelo tema. “Ele nos questionou muito sobre o funcionamento das cooperativas e nos indagou onde teríamos gargalos de ordem legal para que ele pudesse agir caso fosse eleito”, lembra o diretor-presidente do Sicoob Central Cecresp e ex-presidente da Confebras, Manoel Messias, que convidou o candidato a participar daquele evento. * Confira o conteúdo da Carta de Manaus em: www.confebras.coop.br/concred/downloads/Carta_de_ Manaus.pdf Márcio Port e Ênio Meinen autografam durante o Concred ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 Nel son Jr./A SIC S/T SE 14 ELEIÇÕES Mais apoio Arquivo pessoal Entidades sinalizam que vão buscar, junto aos eleitos, melhores condições para as cooperativas Q uem for comandar o Executivo no país e nos estados, nos próximos quatro anos, deverá se dedicar mais às demandas do setor cooperativista, sobretudo o financeiro. A Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) prometem cobrar mais apoio dos novos governantes a um dos segmentos que mais cresce no país. Entre as reivindicações, uma carga tributária mais justa para o cooperativismo, cujo projeto de lei aguarda aprovação no Congresso Nacional. “Precisamos votar o projeto de lei complementar que regulamenta o Ato Cooperativo, para evitar que as cooperativas continuem sofrendo tributação como pessoa jurídica e seus cooperados, como pessoa física”, afirma o coordenador do ramo Crédito da Frencoop, deputado federal Arnaldo Jardim (foto). O parlamentar assegurou que continuará buscando o diálogo com o poder Executivo e com outros membros do Legislativo, independentemente da sigla. Um dos objetivos dele, no âmbito do Congresso Nacional, é debater projetos que assegurem às cooperativas financeiras acesso aos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Essas medidas auxiliariam o cooperativismo financeiro, que reúne cerca de 7 milhões de cooperados, segundo a OCB, e movimentou cerca de R$ 60 bilhões em empréstimos no ano passado. Outro dado importante é o papel social do cooperativismo para a inclusão bancária no país. Em 10% das cidades brasileiras, as cooperativas são as únicas instituições financeiras locais. “Vivo enaltecendo os benefícios do cooperativismo por acreditar na capacidade dele de enfrentar os desafios econômicos, urbanos e rurais brasileiros, com as ferramentas da produtividade, da competitividade e da responsabilidade social”, ressalta Jardim. 15 Financiamento para continuar crescendo Arquivo pessoal O Brasil atingiu patamar de desenvolvimento econômico alto e irreversível, na avaliação do diretor técnico do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos (foto). Ele acredita, porém, que há um longo caminho a ser percorrido pelos próximos governantes. O economista, especializado em Política de Desenvolvimento de Pequenas Empresas, elege o crescimento da relação crédito e Produto Interno Bruto (PIB) entre os principais desafios para os eleitos que conduzirão o país, a partir de 2015. Não que Santos considere a relação atual insignificante. Pelo contrário, ressalta que houve um considerável incremento do ano 2000 para cá. De acordo com levantamento do Banco Central, em 2002, as operações de crédito representavam 26% do PIB. Em agosto de 2014, o índice chegou a 56%. “Foi um crescimento vertiginoso, mas ainda é necessário um avanço muito maior para atender a uma economia do tamanho da nossa, principalmente quando falamos do microempreendedor”, observa. Para esse público em especial, o crédito não tem sido muito favorável. Segundo o executivo, embora o país tenha presenciado uma expansão grande das cooperativas financeiras, como provam os números do Sicoob, e os bancos comerciais tenham adotado uma política de financiamento em massa, há muito o que melhorar. Para ele, o sucesso de uma política pública para a expansão do crédito deve passar pelo apoio às cooperativas financeiras. Elas mostram, aos grandes bancos comerciais, que é possível oferecer condições melhores de financiamentos aos pequenos empreendedores. “A microfinança, que inclui esse tipo de crédito, necessita de escala. Não se pode abrir mão da tecnologia e da capilaridade, próprias dos grandes sistemas financeiros cooperativos”, defende. Embora avalie que, via mercado, é possível resolver muitos dos problemas econômicos do país, o diretor defende que os chefes eleitos precisarão aperfeiçoar o arcabouço político e legal para a perpetuação do crescimento, estimulando ainda mais o cooperativismo financeiro. Participação ativa Alexandre Alves Como ocorreu em eleições anteriores, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) não declarará apoio a nenhum candidato, seja no Executivo seja no Legislativo, tanto na esfera federal quanto na estadual. O apartidarismo, no entanto, não se traduz em baixa participação política. A entidade, que está completando 45 anos de existência, em 2014, entregará aos presidenciáveis um documento com as principais demandas e informações sobre o segmento no país. O objetivo é que essa aproximação, de alguma maneira, contribua para que as cooperativas estejam presentes nas propostas do próximo governo. Na visão da OCB, embora as cooperativas financeiras tenham obtido grandes conquistas, desde a década de 1990, com crescimento médio de 20% ao ano, há um espaço amplo para avançar. No Sistema Financeiro Nacional (SFN), elas detêm 2,5% de participação. “É notório que ainda devemos caminhar bastante para obter uma parcela maior de mercado”, reconhece o presidente da entidade, Márcio Lopes de Freitas (foto). “O importante é que as cooperativas tenham consciência dos seus principais problemas e das possíveis soluções para sensibilizar os candidatos sobre os nossos principais pleitos”, completa. ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 16 ELEIÇÕES Lopes prefere não detalhar as demandas que constarão nesse documento, já que está em elaboração. Ele revela, porém, que será cobrado um melhor tratamento tributário para as cooperativas financeiras, de forma que consigam manter recursos para continuarem se expandindo pelo país. “A intenção é entregar esse material a cada um dos principais candidatos à Presidência da República e ao presidente da nossa Frente Parlamentar do Cooperativismo”, revela. A entidade cobrará mais avanços no aspecto legal do segmento. Há questões sobre tributação e acesso pelas cooperativas a fundos gerenciados pelo governo federal, assuntos que precisam ser discutidos. A pressão cooperativista possibilitou, há cinco anos, a criação da Lei Complementar 130. A regulação permitiu que as instituições oferecessem produtos e serviços financeiros similares aos dos bancos comerciais e estabeleceu que as diretorias executivas fossem dissociadas dos conselhos de administração, o que garantiu mais profissionalismo na governança. Aos associados, Lopes afirma que eles podem se orientar sobre como escolher os representantes públicos, na própria OCB, consultando a Agenda Legislativa do Cooperativismo, a cartilha Cooperativismo e Eleições e, principalmente, o perfil parlamentar, que contém o monitoramento da atuação dos parlamentares, suas votações, discursos e principais atividades, com a posterior divulgação às unidades estaduais. OCB lança cartilha Cooperativismo e Eleições Disponível em meio digital, a cartilha Cooperativismo e Eleições – 2014 foi elaborada pelo Sistema OCB para ser encaminhada pelas unidades estaduais às cooperativas. O download pode ser feito no site da entidade (www.ocb.org.br). De acordo com o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, a publicação ressalta como as sociedades cooperativas podem contribuir na orientação dos cooperados em relação à participação efetiva nas eleições. O documento contém informações sobre o papel do cidadão, a importância do voto, a escolha do candidato e os principais números do Congresso Nacional, envolvendo o segmento, entre os anos de 2011 e de 2014. A publicação também apresenta o calendário e as regras eleitorais do que é ou não permitido durante o processo eleitoral, entre outros pontos. Agenda da Frencoop A Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) mantém, no Congresso Nacional, uma agenda positiva para o cooperativismo financeiro. Um dos principais projetos de lei, já citado pelo deputado Arnaldo Jardim, é garantir aos bancos cooperativos acesso direto ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Um dos argumentos da Frencoop, para convencer os parlamentares a aprovarem a nova lei, é que o acesso aumentará o volume de recursos disponíveis às cooperativas, o que auxiliará diretamente o pequeno empreendedor. Mais de 70% dos empréstimos concedidos por essas instituições são de valores abaixo de R$ 5 mil. Outra medida defendida pela Frencoop é a permissão para as cooperativas realizarem operações financeiras, como captar depósitos, com os entes públicos municipais, seus órgãos e entidades controladas. Os parlamentares também defendem a autorização para bancos e confederações de cooperativas receberem e repassarem recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento. 17 Agronegócio contribui para o crescimento econômico do país Arquivo pessoal O agronegócio no Brasil evoluiu bem, nos últimos anos, mas ainda há uma estrada longa de melhorias a ser pavimentada pelos novos governantes. O ex-ministro da Agricultura do governo Lula, entre 2003 e 2006, Roberto Rodrigues (foto), aposta no cooperativismo financeiro como importante ferramenta para que o crescimento prossiga. Ele ressalta que o Produto Interno Bruto (PIB) depende muito dos negócios do campo e cita dados do IBGE para explicar. Em 2013, enquanto a economia do país cresceu 2,3%, o setor subiu 7%, índice muito maior que o da indústria, que ficou em 1,3%, e o de serviços, em 2%. “Mais uma vez, como há muito tempo, nossa economia foi salva pela agropecuária”, afirma. O país é hoje o principal exportador mundial de café, açúcar, etanol e suco de laranja. Detém mais de 20% do mercado de soja e de frango. No primeiro semestre deste ano, o Brasil bateu recorde de embarque de carne bovina, com receita de US$ 3,4 bilhões e volume negociado de 762 mil toneladas, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec). Para Rodrigues, que hoje coordena o Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV ) e preside o Conselho do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), boa parte dos bons resultados é explicada pelos programas de financiamento do homem do campo, que consegue crédito, via bancos públicos e cooperativas, para comprar insumos, maquinário, construir armazéns, silos e outras estruturas. “Há um quadro positivo, quando comparado com os das décadas anteriores, mas nós podemos crescer muito mais”, garante. Para isso, ele cobra uma estratégia mais empreendedora dos próximos governantes. “Falta uma estratégia consistente para o país, com crescimento assegurado em logística, uma política comercial adequada e também uma política de crédito agrícola. Só não avançamos mais por falta de uma estratégia articulada”, critica Rodrigues. Um dos pontos que deverão receber prioridade, na visão do ex-ministro, é a tecnologia. Os avanços proporcionados por entidades como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), afirma ele, trouxeram grande ganhos ao país. “Anos seguidos da aplicação de novas técnicas geradas em nossos órgãos de pesquisa e universidades são os verdadeiros responsáveis por esses saltos espetaculares. O campo foi modernizado de forma incomparável com outros setores”. Ele também exige foco no cooperativismo financeiro, espécie de termômetro de uma sociedade democrática, na visão dele. “Um governo sério deve estimular o cooperativismo como prova de organização da sociedade e para facilitar a implantação de políticas públicas”. Rodrigues destacou a capilaridade de grandes instituições, como o Sicoob, que conseguem chegar a regiões cujo acesso ao sistema bancário é inexistente. “Fortalecer esse segmento é fundamental para a economia agrícola, até pelo fato de o recurso do produtor ser aplicado no mesmo local de seu trabalho”. ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 18 NEGÓCIOS Na palma da mão Plataforma móvel permite negócios fora da cooperativa O Sicoob está sempre em busca de inovação para facilitar o dia a dia das cooperativas e de seus associados. Para isso, está lançando uma ferramenta que promete revolucionar a prestação de serviço, otimizando os negócios e possibilitando ainda mais comodidade. Trata-se da Plataforma Móvel de Negócios. A novidade permite aos empregados de cooperativas, mesmo estando distante da sede ou do posto de atendimento, realizar o cadastramento de pessoas físicas, a captura de imagem de documentos, a abertura de conta-corrente e a associação de pessoas ao quadro social da instituição. Essas facilidades estarão disponíveis na primeira fase da solução, que prevê, ainda, implementações futuras. E tudo isso pode ser feito com segurança e muita comodidade, na palma da mão – em tablet ou smartphone. O gerente de Sistemas da Informação do Sicoob Confederação, Marcelo Augusto Silva, afirma que a Plataforma Móvel de Negócios pode ser acessada de qualquer dispositivo móvel conectado à internet, que funcione na plataforma iOS, da Apple, ou Android, da Google. “Os empregados das cooperativas poderão realizar negócios de onde o cooperado estiver. Eles poderão aproveitar os eventos externos, como feiras e visitas comerciais, para atendimento, fazer negócios e conquistar novos cooperados”, comenta. Segundo o diretor de Tecnologia da Informação do Sicoob Confederação, Ricardo Antônio de Souza Batista, o projeto da plataforma móvel de negócios mostra que a 19 TI do Sicoob está sempre inovando para assegurar a excelência no atendimento. “Com a nova solução, as cooperativas poderão prospectar negócios com mais rapidez e comodidade, pois, mesmo estando fora do posto de trabalho, os funcionários poderão abrir conta-corrente e liberar operações de crédito que foram cadastradas por meio da nova Plataforma de Crédito do Sisbr. Isso proporcionará um atendimento diferenciado e agilizará as atividades, pois as aprovações poderão ser executadas onde e no momento que o cooperado necessitar, independentemente de ele estar ou não em um ponto de atendimento”, destaca. Projeto-piloto Inicialmente, a novidade está em uso nos estados do Paraná e de Santa Catarina, onde cooperativas da região se ofereceram para o estudo piloto, a fim de contribuírem para o desenvolvimento e para a evolução da solução. O gerente de Negócios do Sicoob Central Paraná, José Eduardo Oliveira Pereira, conta que o piloto foi iniciado com a abertura de contacorrente. “Acreditamos que a maior celeridade no fluxo de abertura e na digitalização dos documentos irá contribuir para melhorarmos a informação cadastral dos cooperados, diminuindo a possibilidade de erros e, sobretudo, permitindo atuar com ações de varejo mais assertivas. Outro ganho é a qualidade e a excelência no atendimento aos associados, com mais e bons negócios para a cooperativa”, afirma . Sisbr 2.0 Mobile A Plataforma Móvel de Negócios é parte da iniciativa do Sicoob Confederação de trazer o Sistema de Informática do Sicoob (Sisbr 2.0) para o ambiente móvel. Iniciado em 2012, o projeto de construção do Sisbr 2.0 Mobile prevê um ambiente único para disponibilização de qualquer solução de negócio atualmente existente no Sisbr 2.0. O gerente de Sistemas de Informação do Sicoob Confederação, Márcio Alexandre, acredita que o fenômeno da mobilidade transformará os negócios das cooperativas por meio da ampliação da experiência de seus usuários e associados. "O Sicoob já tem experiência e construiu a mais bem-avaliada solução de mobile banking do Brasil. Esperamos repetir esse resultado com a solução disponibilizada para nossos empregados e dirigentes”, planeja. Benefícios disponíveis Atualização de dados ou cadastro de novos cooperados Captura e armazenamento de imagens de documentos comprobatórios Abertura de conta-corrente Efetivação da associação de pessoa física Consulta online à Receita Federal, à Serasa Experian e ao Banco Central ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 20 PRODUTOS E SERVIÇOS LCA é mais uma opção de investimento A novidade representa incremento em diversificação, segurança e maior rentabilidade para os associados A Sicoob Confederação s cooperativas do Sicoob já podem oferecer mais uma opção em investimentos aos seus associados: a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), cuja principal vantagem é o Imposto de Renda (IR) para pessoa física - tanto na fonte quanto na declaração anual - e a isenção de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pessoa física. A aplicação tem como lastro operações de crédito de custeio, investimento e comercialização no agronegócio. Fábio Mercadante destaca o baixo risco da LCA Cada cooperativa adotará as condições para comercialização do produto de acordo com suas estratégias. Executivos do Bancoob - agente financeiro do Sicoob recomendam o valor mínimo de R$ 100 mil para a operação. “Nossa expectativa é de que as cooperativas do Sicoob possam atingir a captação de R$ 1 bilhão, nos próximos 12 meses. Isso beneficiará os investidores e ampliará a expansão das operações do agronegócio”, acredita o presidente do Bancoob, Marco Aurélio Almada. A LCA é comercializadA no Sicoob Credicitrus desde fevereiro deste ano, como projetopiloto para todo o Sistema ” 21 REDUÇÃO DE CUSTO DE CAPTAÇÃO O investimento é garantido pelo Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop) até o valor de R$ 250 mil, por CPF. A remuneração do produto, oferecido nas cooperativas que operam com crédito rural, pode ser por meio de taxas pré e pós-fixadas do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Portanto, ressalta Almada, a LCA é um excelente investimento, pois amplia o portfólio das cooperativas e fomenta o crescimento da carteira de crédito rural com recursos próprios, o que reduz o custo de captação da cooperativa e gera mais sobras. O gerente de Planejamento Financeiro do Bancoob, Fábio Murilo Grossi Mercadante, reforça que o novo produto permitirá que as cooperativas fomentem o crescimento dos negócios, proporcionando maior rentabilidade às aplicações dos associados devido à isenção do Imposto de Renda. “É uma opção de investimento que beneficia os cooperados, que terão uma remuneração maior em suas aplicações, com baixo risco, reduz o custo de captação de recursos da cooperativa e contribui para o crescimento do agronegócio na sua região”, afirma. O produto desenvolvido é comercializado no Sicoob Credicitrus (cooperativa filiada ao Sicoob SP), desde fevereiro deste ano, como projeto-piloto para todo o Sistema. Até julho, foram emitidos R$ 131 milhões em letras, de acordo com o diretor-presidente da cooperativa, Siguetoci Matusita. “Houve um incremento de 60% na nossa carteira de crédito rural com recursos de RPL para emissão de lastros. A expectativa é de fechar este ano com uma carteira de, no mínimo, R$ 200 milhões”, planeja. LCA Sicoob Características Prazo mínimo: 90 dias Taxa: 85% a 90% do CDI Liquidez: a ser definida na estratégia Imposto de Renda pessoa física: isento Garantia FGCoop: Até R$ 250 mil por CPF Ele afirma que a receptividade do produto está sendo satisfatória, pois possibilita a diversificação dos investimentos dos associados, o que fortalece a cooperativa. “Não tivemos nenhuma dificuldade em implantar o novo negócio, visto que 95% de nossos associados são produtores rurais. A LCA era o produto que faltava para atender às necessidades deles”, comemora. ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 22 perfil Parceria para prosperar U Kitt Foto/Kitt Nascimento m homem de negócios. Assim é conhecido Nilton Ricardo Souza, proprietário da distribuidora Casa do Cozinheiro, expresidente da Associação Comercial e Industrial do estado do Amapá e um dos fundadores da Federação das Associações Comerciais do Amapá (Faceap), instituição que, segundo ele, amplia o apoio ao Sicoob por ter maiores abrangência e penetração no interior do estado do Amazonas. E, claro, associado ao Sicoob Credempresas, cooperativa filiada ao Sicoob Central AM. Este é um detalhe que o empresário faz questão de frisar. “O meu envolvimento com o Sistema começou quando o Sicoob Credempresas dava os seus primeiros passos, em 2011. Eu já estava à frente da distribuidora, há mais de 20 anos, e vi no cooperativismo a chance de ampliar meu negócio e de implantar a cultura da cooperação entre os empresários da região”, recorda. Foi dessa forma que Nilton tornou-se sócio-fundador do Sicoob Credempresas e ajudou a fortalecer a imagem do cooperativismo em Macapá (AP). “No início, organizávamos reuniões com os empresários, para apresentar o que era o Sicoob e como o Sistema poderia contribuir para o nosso desenvolvimento. Assim, fomos construindo a imagem do cooperativismo e conquistando uma gama de cooperados”, afirma. Nilton considera que a presença do cooperativismo em Macapá é de extrema importância. “A principal fonte de economia na região é o comércio, e poder contar com uma cooperativa que nos proporciona todos os serviços financeiros faz com que o nosso desenvolvimento se intensifique e que não dependamos da burocracia imposta pelos bancos”, comenta. Desenvolvimento Mesmo ocupando o cargo de presidente da Associação Comercial e Industrial do Amapá, o maior orgulho do cooperado é a Casa do Cozinheiro. Considerada tradição no estado do Amapá, a empresa é referência na venda e na entrega de produtos das marcas Gelimpo (gelo) e Alta Terra (água mineral), além de ser a única a distribuir sorvetes da Kibon em toda a região. Nilton conta que, antes de o Sicoob chegar a Macapá, havia certa carência por uma boa instituição financeira. “Precisávamos de um parceiro como o Sicoob. Quando abri meu negócio próprio, por exemplo, foi na cooperativa que encontrei a linha de crédito ideal para comprar os veículos de transporte ”, lembra. E acrescenta: “a chegada do cooperativismo ao nosso município trouxe incontáveis benefícios à economia da cidade, proporcionou maior capital de giro e contribuiu para o crescimento de outros empresários da região. Tudo isso interferiu, também, diretamente em meu negócio.” capa 23 No topo do ranking Sicoob já é a maior instituição financeira privada em três estados e no DF A soma das operações de crédito e financiamentos rural e agroindustrial no Sicoob é a maior dentre as instituições financeiras privadas no Espírito Santo, em Santa Catarina, em Rondônia e no Distrito Federal. Com exceção dos bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal), o Sistema já lidera o ranking de instituições financeiras em quatro importantes regiões do país. A informação é do último relatório de Análise de Operações de Crédito (database de junho de 2014), elaborado pela Assessoria de Planejamento e Projetos Corporativos (Asplan) do Sicoob Confederação. O documento, que aponta a movimentação financeira da rede Sicoob em cada unidade federativa, é baseado no Balanço das Cooperativas e no arquivo Saldos de Estatística Bancária por Município (Estban), gerado, mensalmente, pelo Banco Central (BC). “Uma forma de avaliar se uma instituição financeira está cumprindo o seu papel é a análise do volume de crédito que ela tem operado. Não adianta ter milhares de unidades de atendimento em todo o país, por exemplo, sem fazer o crédito girar”, avalia o gerente da Asplan, Hugo Rodrigues Ferreira. O Espírito Santo e Rondônia também lideram as operações de empréstimos e títulos descontados. Nesta última modalidade, Santa Catarina alcançou o 1 o lugar, posição ocupada também pelo Distrito Federal em relação às operações de empréstimos e título descontado. ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 24 capa Espírito Santo As cooperativas do Sicoob localizadas no Espírito Santo alcançaram o 1o lugar nos quatro indicadores analisados. Juntas, as singulares capixabas atingiram R$ 2,39 bilhões, o que representa 50,1% de participação no mercado, quando comparado apenas com os bancos privados. O presidente do Sicoob Central ES, Bento Venturim, atribui esse resultado à atuação sistêmica em todas as regiões do estado, onde o Sicoob administra R$ 3 bilhões em ativos. “O Sicoob ES tem a maior rede de atendimento privado do estado. Nosso diferencial é o atendimento prestado aos cooperados, além dos produtos e serviços adequados às necessidades individuais”, destaca. Operações de crédito (valor bruto): Espírito Santo RANKING INSTITUIÇÃO 1 SICOOB (singulares) JUN/14 PART.% 2.398,5 50,1% 2 ITAÚ UNIBANCO BM S.A. 865,8 18,1% 3 BCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 787,8 16,5% 4 BCO BRADESCO S.A. 337,0 7,0% 5 HSBC BANK BRASIL SA BCO MULTIP 223,5 4,7% 6 BCO SAFRA S.A. 89,1 1,9% 7 BCO BMG S.A. 53,3 1,1% 8 BCO MERCANTIL DO BRASIL S.A. 28,4 0,6% 4.783,3 100% TOTAL * Ranking por valores totais no estado em R$ Milhões Rondônia Na liderança da Região Norte em todos os indicadores, em Rondônia, o Sicoob movimentou mais de R$ 806 milhões em operações de crédito. O valor corresponde a 56,5% das operações realizadas no mercado, quando considerados os números das instituições privadas. Para o presidente do Sicoob Central Norte, Ivan Capra, esses resultados refletem um trabalho iniciado há mais de 15 anos. “Nesse período, conseguimos conquistar a confiança das pessoas e dos empresários, que perceberam o valor do cooperativismo, a solidez e a segurança da nossa instituição, que atualmente está presente em todos os municípios do estado. Os nossos diferenciais são a agilidade, o bom atendimento e as condições que oferecemos aos nossos cooperados", comenta. Capra brinca que “dinheiro é o bicho mais arisco que existe, pois vive na área mais sensível do ser humano, que é o bolso”. “Por tratarem muito bem o dinheiro e com bastante competência, nossas cooperativas ganharam o respeito da sociedade, atendendo a todas as suas demandas financeiras”. 25 Operações de crédito (valor bruto): Rondônia RANKING INSTITUIÇÃO JUN/14 PART.% part.% 1 SICOOB (singulares) 806,5 56,5% 2 HSBC BANK BRASIL SA BCO MULTIP 178,0 12,5% 12,1% 3 BCO BRADESCO S.A. 172,6 4 BCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 139,0 9,7% 5 ITAÚ UNIBANCO BM S.A. 131,1 9,2% 1.427,2 100% TOTAL * Ranking por valores totais no estado em R$ Milhões Santa Catarina Em Santa Catarina, as cooperativas do Sicoob responderam por R$ 3,63 bilhões em operações de crédito, o que representa 23,3% das operações realizadas pelas instituições financeiras do estado, excetuados os bancos públicos. Para o presidente do Sicoob Central SC/RS, Rui Schneider, a liderança do Sicoob reflete o perfil de um estado que tem uma economia diversificada, na indústria, no comércio, em serviços e na produção agrícola. Ele acredita que, pela topografia e pela colonização (com forte presença de correntes migratórias), Santa Catarina tem como característica a agricultura familiar, de pequenas propriedades - cerca de 85% dos agricultores têm a posse da terra e aproximadamente 90% das propriedades possuem até 50 hectares. “Para ganhar em escala, aos poucos, os trabalhadores do campo buscaram na cooperação a solução para os seus problemas e criaram várias cooperativas de produção e, mais tarde, cooperativas financeiras, que alavancaram os negócios, modernizaram a atividade e aumentaram a produtividade. O Sicoob é hoje o 2 o maior financiador da atividade agrícola catarinense”, afirma. Schneider ressalta o fato de o catarinense trazer, em sua herança cultural, a valorização do trabalho, da poupança, do compromisso de honrar os negócios e de buscar a cooperação para superar obstáculos. “Esses valores e os constantes investimentos em pessoal, tecnologia, comunicação e marketing, capacitação de empregados e dirigentes, implantação de pontos de atendimento diferenciados e de qualidade oferecido aos cooperados são alguns dos quesitos que fazem do Sicoob líder do segmento no estado”, orgulha-se. Operações de crédito (valor bruto): Santa Catarina INSTITUIÇÃO JUN/14 PART.% part.% 1 SICOOB (singulares) 3.635,7 23,3% 2 ITAÚ UNIBANCO BM S.A. 2.671,9 17,1% 3 BCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 2.502,9 16,0% 4 BCO BRADESCO S.A. 1.881,4 12,1% 5 HSBC BANK BRASIL SA BCO MULTIP 1.769,6 11,3% RANKING 6 BCO SAFRA S.A. 1.629,0 10,4% 7 BCO INDUSTRIAL E COMERCIAL S.A. 551,3 3,5% 8 BCO BMG S.A. 339,5 2,2% 9 SICREDI (singulares) 283,8 1,8% 10 BCO VOTORANTIM S.A. 139,8 10,9% TOTAL 15.609,2 99% * Ranking por valores totais no estado em R$ Milhões ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 26 capa Distrito Federal No Distrito Federal, as cooperativas do Sicoob movimentaram R$ 1,46 bilhão em operações de crédito, o que correspondeu a 23,9% do mercado. O presidente do Sicoob Planalto Central, José Alves de Sena, credita esse resultado à grande movimentação que as cooperativas têm junto aos servidores públicos. Outro fator levantado por ele é o acentuado crescimento das três cooperativas de empresários filiadas ao Sicoob Planalto Central. Atingir a liderança no ranking das instituições privadas é, para ele, motivo de orgulho, pois comprova que o cooperativismo financeiro está ganhando, cada vez mais, a confiança da sociedade. “Vejo como um ganho geral para todas as cooperativas, pois a questão filosófica do cooperativismo está sendo ratificada pelos resultados. Estamos saindo do patamar do discurso e partindo para a prática, com resultados efetivos, estatísticos. Tínhamos certeza de que era bom, tentamos fazer porque acreditamos nisso e hoje estamos provando que estávamos certos”, afirma. Operações de crédito (valor bruto): Distrito Federal RANKING INSTITUIÇÃO JUN/14 PART.% part.% 1 SICOOB (singulares) 1.460,9 23,9% 2 BCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 1.405,1 23,0% 3 ITAÚ UNIBANCO BM S.A. 1.242,2 20,3% 4 BCO INDUSTRIAL E COMERCIAL S.A. 384,0 6,3% 5 HSBC BANK BRASIL SA BCO MULTIP 311,2 5,1% 6 BCO BMG S.A. 309,9 5,1% 7 BCO BRADESCO S.A. 254,0 4,2% 8 BCO SAFRA S.A. 197,7 3,2% 9 BCO RABOBANK INTL BRASIL S.A. 192,3 3,1% 10 BCO ALFA A.A. 188,4 3,1% TOTAL 6.119,8 97% * Ranking por valores totais no estado em R$ Milhões Alcance Ainda de acordo com o último relatório de Análise de Operações de Crédito, mesmo nos estados em que o Sicoob não atingiu o 1o lugar do ranking dos bancos privados, sua competitividade é notável. É o caso de Goiás, onde o Sistema ocupa o 3o lugar em operações de crédito, o 2o lugar em empréstimo e título descontado e o 2o lugar em financiamento - sendo o 1o lugar em financiamento rural e agroindustrial. Nesse quesito, Bahia, Maranhão, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo também alcançaram a 1a colocação no ranking, seguidos do Paraná e do Tocantins - ambos na 2a colocação. Tocantins também se destaca com relação a financiamento: é o 3o colocado. A abrangência e o alcance do Sicoob em todo o Brasil também se sobressaem. De acordo com o Banco Central, apenas 4,5% dos 5.564 municípios brasileiros não têm nenhuma pessoa associada a uma cooperativa financeira. Mais uma vez, Santa Catarina é forte exemplo nesse cenário: 40% dos 1.480 pontos de atendimento financeiro pertencem a cooperativas, percentual que faz do estado o representante da maior rede de cooperativas financeiras do Brasil. Só o Sicoob possui 295 desses pontos. 27 Em Rondônia, o Sicoob reúne 8 cooperativas, com 56 postos de atendimento e 94 terminais de autoatendimento. São 725 empregados, cerca de 48 mil cooperados, sendo 39,5 mil pessoas físicas e 8,5 mil pessoas jurídicas, movimentando contas-correntes. * Dados: junho de 2014 No Distrito Federal, há 14 cooperativas do Sicoob, com 18 postos de atendimento e 10 terminais de autoatendimento. São cerca de 159 mil cooperados, sendo 156,5 mil pessoas físicas e 2,5 mil pessoas jurídicas. Ao todo, são mais de 530 empregados. * Dados: junho de 2014 Em Santa Catarina, há 39 cooperativas do Sicoob, 277 pontos de atendimento e 316 terminais de autoatendimento. São 468,5 mil cooperados, sendo 407,5 mil pessoas físicas e 61 mil pessoas jurídicas, que respondem por mais de 443,1 mil contascorrentes ativas. Ao todo, são mais de 2.800 empregados empenhados no crescimento do cooperativismo. * Dados: junho de 2014 No Espírito Santo, há 7 cooperativas do Sicoob, 84 pontos de atendimento e 275 terminais de autoatendimento. Ao todo, são 155,6 mil cooperados: 131,2 mil pessoas físicas e 24,4 mil pessoas jurídicas, movimentando contas-correntes, e mais de 1.000 empregados. * Dados: junho de 2014 ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 28 COMODIDADE Diretamente na conta Bruno Gonzaga Aumenta adesão dos cooperados aos serviços de Débito Automático e de Débito Direto Autorizado Cooperado do Sicoob Credicom, o clínico geral José Augusto Ferreira utiliza o DA há mais de oito anos 29 E Comodidade No Débito Direto Autorizado, o pagamento também é efetuado na conta-corrente, mas os valores são apresentados antecipadamente aos correntistas. O cooperado, então, precisa acessar a conta pelo internet banking e aceitar o débito. É um serviço exclusivo para boletos de cobrança bancária registrada, uma espécie de acordo entre os bancos. Ele permite, por exemplo, que um cliente do Sicoob possa debitar na conta uma fatura proveniente de outra instituição financeira. Para o gerente Operacional de Serviços Bancários do Bancoob, Leonardo Damasceno, o crescimento dos débitos automáticos e autorizados reflete não só o aumento do número de cooperados, mas também das adesões daqueles que já faziam parte do Sistema. “Isso quer dizer que cada vez mais pessoas estão optando por facilitar suas gestões financeiras e aproveitar o tempo com outras prioridades do dia a dia. Estamos sempre empenhados em oferecer essa possibilidade aos associados”, ressalta. Sicoob Confederação ntre os serviços oferecidos pelas cooperativas do Sicoob, dois vêm ganhando cada vez mais força: o Débito Automático (DA) e o Débito Direto Autorizado (DDA). Para se ter uma ideia, em 2013, foram efetivadas cerca de 6 milhões de transações de DA (no primeiro semestre de 2014, o número foi de 3,6 milhões) e 1,1 milhão no DDA (o serviço fechou o primeiro semestre de 2014 com 710 mil operações). Ao todo, quase R$ 2 bilhões foram movimentados durante 2013, graças à comodidade que ambos os serviços oferecem, como facilidade na hora de pagar as contas e maior planejamento – os pagamentos são efetuados por meio de lançamentos diretamente na conta-corrente, sendo que o DA evita atrasos e cobrança de multas e o DDA não exige que o cooperado digite o código de barras ou tenha o boleto em mãos. Embora a finalidade seja a mesma, há diferenças entre eles. No DA, os pagamentos das faturas lançadas só são realizados se houver saldo suficiente na conta, e elas precisam ser de empresas ou de órgãos públicos que mantenham convênio com as cooperativas do Sicoob ou com o Bancoob, atestado por contrato. A vantagem é que há parcerias por todo o Brasil. Os associados podem pagar, via débito automático, tributos estaduais e federais, cobranças de serviços públicos de saneamento e de energia elétrica, por exemplo. Há, também, parcerias com seguradoras, planos de saúde, telefonias, órgãos de trânsito e até entidades filantrópicas. receber representantes da indústria farmacêutica, auxiliar colegas, entre outras tarefas fazem parte da rotina do clínico geral José Augusto Ferreira, de Belo Horizonte (MG). Com tantas atividades, o médico, que é associado ao Sicoob Credicom (cooperativa filiada à Central Cecremge), utiliza o DA há mais de oito anos. “É muito prático, já que não preciso nem agendar esses compromissos com a instituição”. O controle das contas é feito pelo celular e pelo computador, por meio do internet banking do Sicoob. “Consigo monitorar tudo, em alguns minutos, de onde eu estiver”, comenta. Mais tempo Atender, em média, a 20 pacientes por dia e ainda reservar tempo para estudar, ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 30 SEGMENTO Cooperativas de crédito ou instituições financeiras cooperativas? A nomenclatura cooperativismo financeiro ganha força no mercado J á faz tempo que o crédito a juros baixos deixou de ser a única solução financeira oferecida pelas cooperativas brasileiras. Hoje, o cooperado, além de ter acesso a diversas linhas de financiamentos, encontra um portfólio completo de produtos e serviços, como consórcios, seguros, previdência complementar, cartões de crédito e várias opções de aplicações e investimentos. Portanto, as cooperativas - que, no início, ofereciam apenas crédito evoluíram e se transformaram em instituições financeiras completas, que ofertam, praticamente, todos os produtos bancários do mercado, com os diferenciais e as vantagens que só o cooperativismo proporciona. Essa evolução requer também um ajuste de nomenclatura, mais aderente à estratégia atual das cooperativas - a de serem as principais instituições financeiras dos seus cooperados. Diante desse cenário, o Sicoob, outros sistemas e entidades do segmento vêm assumindo o emprego das expressões instituição financeira cooperativa, cooperativa financeira, cooperativismo financeiro e sistema financeiro cooperativo como alternativas para a nomenclatura vigente. Um dos primeiros no país a alertar para a importância da adequação do termo foi o diretor de Operações do Bancoob, Ênio Meinen. Em agosto de 2014, ele escreveu o artigo Instituição financeira cooperativa, por quê?, publicado no Portal do Cooperativismo, no qual recorre à história para justificar a necessidade da mudança da nomenclatura - em março de 2013, ele já havia escrito o artigo Cooperativa de crédito ou instituição financeira cooperativa?, também publicado no Portal do Cooperativismo. Meinen explica que, antigamente, a cooperativa existia apenas para facilitar e melhorar o acesso dos associados ao crédito. Hoje, a função da instituição vai muito além, para atender a todas as necessidades financeiras do cooperado. Assim, falar em cooperativa de crédito, atualmente, destoa da realidade e da necessidade do segmento. A expressão “financeira” na designação das cooperativas seria, portanto, segundo o diretor, mais inclusiva, já que está de acordo com o escopo operacional que se vê nos dias de hoje. O diretor-presidente do Bancoob, Marco Aurélio Almada, concorda com Meinen: “A mudança do termo condiz com a evolução dos serviços e produtos financeiros ofertados por uma cooperativa e sua busca pelo atendimento aos anseios de seus associados. Acompanha também a realidade mundial do modelo cooperativo, que já oferece muito mais do que apenas crédito.” A mudança também ajudará o público a identificar os objetivos da instituição. Uma pesquisa nacional de imagem, realizada pelo Sicoob, no primeiro semestre deste ano, revelou que boa parte das pessoas desconhece que as cooperativas oferecem os 31 mesmos produtos e serviços financeiros que os bancos tradicionais. “Isso nos leva a crer que aquelas pessoas que não estão interessadas em crédito, mas, sim, em outros produtos e serviços, acabam não procurando as cooperativas”, acredita a gerente de Comunicação e Marketing do Sicoob Confederação, Débora Ingrisano. Por outro lado, Meinen ressalta que “há uma grande parcela de pessoas que entra nas cooperativas apenas para tomar empréstimos, preservando, dessa forma, o relacionamento com os bancos e, com eles, realizando a maioria dos serviços financeiros”, completa. Embora a propagação do termo “cooperativas financeiras” seja recente, boa parte dos agentes do segmento e de outros setores voltados ao movimento têm adotado a nova nomenclatura. Oficialização Uma das entidades defensoras da mudança do nome de “cooperativas de crédito” para “cooperativas financeiras” é a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). O órgão máximo de representação do cooperativismo do país já utiliza o termo “financeiro” em divulgações, palestras e comunicados. Porém, o nome oficial ainda permanece cooperativismo de crédito. “A mudança não é protocolar. Por enquanto, é apenas uma forma de expressão, manifestando uma posição que hoje as cooperativas oferecem, com uma gama de serviços, negócios e oportunidades muito além do simples crédito”, explica o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas. A oficialização, no entanto, segundo Freitas, não deve demorar. “O próprio Banco Central tem aceitado isso com muito bons olhos. Se essa adesão for realmente forte, provavelmente, nós traremos à Diretoria da OCB uma proposta para que se faça a mudança, por registro, do nome do ramo”, completa. ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 32 LEGADO Presença na Copa do Mundo Sicoob ES e Unimed Vitória se uniram para reformar estádio que recebeu Seleção da Austrália durante o Mundial Henrique Montovanelli da força do esporte”, disse o presidente do Sicoob Central ES, Bento Venturim. A escolha Seleção australiana durante treino da Copa O futebol do Espírito Santo planeja colher os louros do legado deixado pela Copa do Mundo e usufruir do estádio Engenheiro Araripe, popularmente conhecido como Arena Unimed-Sicoob. As obras, iniciadas em dezembro de 2012, consumiram R$ 2,5 milhões, recursos vindos da parceria entre o Sicoob Central ES e a cooperativa de saúde Unimed Vitória. A previsão era de que as intervenções durassem cinco anos. Mas o interesse da Seleção Australiana de Futebol em utilizar o espaço fez com que tudo ficasse pronto em um ano e meio. Com isso, o estádio recebeu pintura interna e externa, passou a ter novos vestiários, dormitórios, salão de refeição, cozinha industrial, cabines de imprensa, cabine vip e bares. No campo de futebol foram investidos R$ 350 mil, o que possibilitou a implantação de um novo sistema de irrigação e drenagem e a completa reconstituição, com grama certificada pela Fifa. Dono da casa Pertencente à equipe Desportiva Ferroviária, do município de Cariacica, o time, que disputa o torneio estadual, objetiva a 3a divisão do Campeonato Brasileiro. Animado com a nova casa, o presidente do clube, Wilson de Jesus, reafirmou a importância do patrocínio do Sicoob ES e da Unimed para a equipe e para o futebol capixaba. “Nós, da Desportiva, estamos muito felizes por poder hoje apresentar um lindo estádio, graças à parceria com a Unimed e o Sicoob. Sem esses parceiros, não teríamos condições de ter tudo isso”, acredita Wilson. A Arena Unimed tem capacidade para 8 mil torcedores. “Ficamos muito satisfeitos com a vinda da Seleção da Austrália. Entregamos essa arena para a sociedade capixaba com o objetivo de incentivar o futebol regional. Desejamos que esse investimento ajude a promover o nosso estado para todo o Brasil, por meio O Comitê Organizador Local (COL) da Fifa utilizou mais de 100 critérios para elaborar o Catálogo de Centro de Treinamento de Seleções, distribuído para todas as delegações participantes do Mundial. A partir dele, as seleções elegeram o local onde iriam se concentrar durante a Copa no Brasil. Em dezembro de 2013, membros da delegação australiana anunciaram que haviam escolhido o Espírito Santo para abrigar a seleção da Oceania durante todo o período de preparação e disputa da competição, iniciada no dia 12 de junho. “Achamos o clima daqui parecido com o da Austrália. A cidade também é pequena, e o deslocamento é rápido, principalmente entre o hotel e o local de treino. Essa mesma facilidade foi encontrada pelos torcedores australianos”, afirmou, na ocasião, o presidente da Federação de Futebol da Austrália (FFA), David Gallop. Invasão australiana A Austrália foi o 4o país que mais adquiriu ingressos para a Copa de 2014. Jornalistas e técnicos de seis canais de televisão daquele país se hospedaram no Espírito Santo, além dos profissionais de mídia impressa e de web. Ao todo, cerca de 700 profissionais da comunicação esportiva passaram pelo estado para acompanhar, de perto, a Seleção Australiana. Estima-se que mais de 20 mil turistas estiveram no estado durante a Copa. 33 Lembranças de um Brasil verde e amarelo Sonho realizado Meu sonho era poder levar meu filho ao jogo do Brasil, na Copa do Mundo, em nosso país. Fiquei orgulhoso e realizado. Conseguimos assistir a Brasil e Chile, em BH, pelas oitavas de final, e Brasil e Colômbia, em Fortaleza, pelas quartas de final. Dei entrevista para o Pânico na TV, apareci nos telões da Globo, antes do jogo e no intervalo, pois sempre vou bastante caracterizado, como um apaixonado pela Seleção Brasileira Geraldo Alves Pereira, cooperado do Sicoob, em Janaúba (MG) Surpresa inesquecível Faltando menos de 24 horas para o início do jogo das oitavas de final, meu namorado me contou que havia comprado ingresso para eu acompanhá-lo ao jogo entre Brasil e Chile, no Mineirão. Foi a partida mais eletrizante, com empate, prorrogação e pênaltis. Haja coração! Foi um dia perfeito, que eu nunca mais esquecerei! Yvna Cristina Vitor Fagundes, empregada do Sicoob Credcooper, em Caratinga (MG), filiado ao Sicoob Crediminas Pura emoção Foi uma experiência fantástica e inesquecível assistir ao jogo Brasil e Chile pelas oitavas de final, em BH. Foi pura emoção, ouvir milhões de torcedores cantando o Hino Nacional. Valeu cada segundo, cada momento vivido no Mineirão Tatiane Basile, empregada do Sicoob Coopecredi, em Guariba (SP), filiado ao Sicoob SP Unidos na comemoração Eu e minha família tivemos a inesquecível emoção de assistir ao jogo entre Brasil e Chile, no Mineirão. Vivenciamos emoções extremas durante os pênaltis: alegria, erros, tristeza, tensão, muito choro. Gente desconhecida se abraçou e todos se uniram para comemorar Fotos: Arquivo Pessoal Maurilo Vinhal, empregado do Sicoob Crediara, em Araxá (MG), filiado ao Sicoob Central Crediminas ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 34 N ão raras vezes, as cooperativas de crédito (ou financeiras) se veem obrigadas a bater às portas do Poder Judiciário, postulando o reconhecimento de sua diferenciação em relação às demais instituições financeiras, em especial às bancárias, notadamente no que diz respeito a sua forma jurídica e a sua finalidade social. No âmbito do Tribunal Superior do Trabalho (TST), prevalecia a equivocada aplicação analógica da Súmula 55 aos empregados de cooperativas de crédito, segundo a qual, “as empresas de crédito, financiamento ou investimento, também denominadas financeiras, equiparam-se aos estabelecimentos bancários, para os efeitos do artigo 224 da CLT”. Com o tempo, a referida Corte foi deixando de se guiar pela aplicação analógica do precedente citado e, após várias decisões no mesmo sentido, editou a Orientação Jurisprudencial (OJ) de n0 379, que passou a nortear não só suas próprias decisões, mas também as das instâncias inferiores, sedimentando a impossibilidade de equiparação dos empregados de cooperativas de crédito aos bancários, para efeito de aplicação do art. 224 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), especialmente, pela falta de previsão legal e pelas diferenças estruturais e operacionais existentes entre as duas instituições. A edição da OJ 379 produziu reflexos diretos em todas as questões relativas ao relacionamento jurídico-trabalhista das cooperativas financeiras, entre eles, o imprescindível enquadramento sindical. Na organização sindical brasileira, vigora a regra de que o enquadramento sindical dos empregados é fixado de acordo com a atividade preponderante do empregador (art. 570, CLT), sendo que a representação sindical de determinada categoria econômica está vinculada à identidade, à similitude e à conexão de sua respectiva atividade ou profissão (art. 511, CLT). A representação sindical específica das cooperativas financeiras (ressalta-se a necessidade do registro do sindicato no Ministério do Trabalho e Emprego) vem sendo debatida há tempos e acolhida pela maciça jurisprudência do TST, tanto em relação a sindicatos de trabalhadores quanto daqueles organizados sob a forma de sindicatos patronais. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) selou o fim de um conflito, envolvendo representatividade sindical, que se estendia desde 2005, no qual uma federação e um sindicato, representantes de empregados de bancos, ajuizaram dissídio coletivo contra o Sindicato e a Organização das Cooperativas de Crédito do Estado de Minas Gerais (Ocemg), postulando a representação dos empregados dos entes cooperados em suas respectivas bases territoriais. No julgamento do Agravo de Instrumento n0 756.974/MG (relator ministro Gilmar Mendes), a mais alta Corte do Judiciário pátrio entendeu que a decisão do TST, que delimitou a representação da Federação e do Sindicato dos Bancários aos empregados de bancos e conferiu às cooperativas financeiras e aos seus respectivos empregados o direito de serem representados por sindicato específico, não feriu os preceitos legais estabelecidos pela Constituição Federal. Com efeito, a decisão do TST, mantida em sua integralidade pelo STF, respeitou os princípios constitucionais da unicidade e da liberdade sindicais, já que, apesar da similitude de suas atividades, Sicoob SP STF decide em favor do cooperativismo Douglas Borges Costa é assessor jurídico do Sicoob SP os empregados de cooperativas financeiras não se identificam, para fins de representatividade sindical, com empregados de instituições bancárias, devendo, portanto, ser representados por sindicato próprio e correlato. As decisões em questão não têm aplicação direta aos casos ainda não julgados, mas, sem dúvida, seus relevantes fundamentos poderão se refletir em resultados positivos nas futuras decisões das instâncias inferiores, vindo a criar, ainda que indiretamente, a vinculação dessas ao entendimento manifestado pelas Cortes Superiores. Trata-se, indiscutivelmente, de uma importante vitória do cooperativismo financeiro com relação à adequada representação sindical e, principalmente, à incansável busca no sentido de ver chancelada de vez pelo poder Judiciário sua flâmula: Não somos banco! Sicoob Cocred responsabilidade social 35 Voluntariado como prática rotineira Cooperativas filiadas ao Sicoob SP apostam na solidariedade Sicoob Credimota No município de Cândido Mota, o projeto Ecooperação, com diversas ações educativas, espetáculos teatrais e oficinas temáticas, atendeu a mais de 4 mil crianças de escolas públicas, em diversos distritos da área de atuação do Sicoob Credimota. O projeto foi realizado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/SP). O objetivo foi conscientizar os participantes quanto à preservação do meio ambiente, por meio de uma gincana entre as escolas municipais Olga Breve e Helena Pupim e a Escola Estadual Clotilde de Castro Barreira. “A competição entre as instituições de ensino proporcionou momentos de interação, além de trabalhar o cooperativismo e a confraternização entre os participantes”, destaca o coordenador do projeto, Marcos Antônio de Almeida. O primeiro ciclo do Ecooperação foi celebrado com uma grande festa, que teve participação de cerca de 500 pessoas e marcou o encerramento da gincana. “O projeto tem comprovado o quanto o cooperativismo pode contribuir com a educação. A parceria com o Sicoob tem dado certo e vale destacar que as ações terão continuidade”, afirmou a secretária de Educação de Cândido Mota, Rosemeire Aparecida Gonçalves Cassemiro. Sicoob Credimota Q uando o assunto é solidariedade, cooperativas do interior paulista, filiadas ao Sicoob SP, se destacam por apoiar projetos sociais em suas comunidades. Confira as ações que o Sicoob Credimota, o Sicoob Cocred, em parceria com a Copercana e Canaoeste, e o Sicoob Coopercredi estão apoiando em prol de uma sociedade sustentável e justa. Espetáculos teatrais fizeram parte do projeto Ecooperação ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 36 responsabilidade social Sicoob Cocred Há seis anos, o projeto social Sicoob Cocred em Ação apoia iniciativas de entidades assistenciais e educacionais com objetivo de disseminar os valores cooperativistas e integrar cada vez mais pessoas em prol do voluntariado. Para isso, a cooperativa não mede esforços e marca presença em inúmeras cidades de sua abrangência. Sicoob Cocred Serrana Em parceria com a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Copercana) e com a Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste), o Sicoob Concred realizou, pelo segundo ano consecutivo, uma corrida em comemoração ao aniversário da cidade de Serrana. O diretor de Crédito da cooperativa, Francisco César Urenha, conta que o evento reuniu atletas de todas as idades. “É um imenso prazer contribuir com uma iniciativa que promove saúde e lazer, não só para a comunidade serranense, como também para a população de outras cidades que estiveram presentes”, disse. Barretos Como forma de incentivo à capacitação de jovens, a cooperativa realiza, desde 2007, a doação de ferramentas agrícolas para alunos do programa Jovem Aprendiz Rural, que visa certificar adolescentes de 14 a 17 anos para o mercado de trabalho na agropecuária. Neste ano, a cooperativa doou mais de 20 tipos de ferramentas, chegando a quase 500 unidades. A renda do jantar beneficente, com show da dupla Jorge & Mateus, foi revertida para o Hospital de Câncer de Barretos, para custear o tratamento de pacientes carentes. O evento, realizado em abril, foi promovido pelo Sicoob Cocred, com apoio da Copercana e da Canaoeste. Sicoob Cocred Batatais Pontal Em parceria com a empresa Sucatas São José, o Sicoob Cocred e o Sistema Copercana e Canaoeste realizam a Campanha de Arrecadação de Lacres de Latas de Alumínio, que foram trocados por cadeiras de rodas. São necessários 132 quilos de lacres para trocar por uma cadeira de rodas. Toda a comunidade é envolvida e, quando a quantidade é atingida, realizase um sorteio para definir a cidade que receberá o equipamento. É o caso de Pontal, cuja Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) foi contemplada. “A campanha contagia todos. Estamos orgulhosos em poder participar e agradecemos aos que aderiram”, afirma o gerente do Posto de Atendimento da cooperativa no município, Manoel Aleixo. 37 Sicoob Coopecredi Fotos: Sicoob Coopecredi Já o Sicoob Coopecredi apoiou iniciativas de sucesso em Guariba e Jaboticabal. Uma delas foi o 90 Dia Nacional do Campo Limpo, cujo objetivo foi sensibilizar a sociedade sobre o trabalho de logística reversa de embalagens de defensivos e a preservação ambiental. Participaram mais de 1.500 estudantes do Ensino Fundamental das redes pública e privada. Em Jaboticabal, cerca de 500 pessoas assistiram ao espetáculo A Bruxinha, da Cia. Truks, que arrecadou doações para o Fundo Social de Solidariedade. A peça integra o Programa Mosaico Teatral na região, com apoio da cooperativa. O 100 Concurso Calendário do Agronegócio foi uma realização conjunta de Sicoob Coopecredi, Coplana e Socicana. O tema foi Mais alimento para o mundo, e a ideia era avaliar as melhores ilustrações sobre o assunto e estabelecer um diálogo sobre questões que influenciam a vida em sociedade. ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 38 CULTURA Cara ou Coroa? De volta ao tempo, exposição conta a história da moeda no Brasil E Sérgio Vignes la é usada para dar início a uma partida de futebol, definir apostas ou escolher entre duas alternativas. A expressão “cara ou coroa” está incorporada a várias situações do dia a dia e agora também é tema de exposição fotográfica, realizada pelo Sicoob Central SC/RS com apoio do Banco Central (BC). São 18 painéis coloridos, que reproduzem as primeiras moedas metálicas, de ouro, de prata e de cobre, utilizadas no Brasil. Durante dois anos, a mostra Cara ou Coroa irá percorrer vários municípios de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Além das cooperativas do Sicoob dessas regiões e da sede do BC, em Brasília (DF), também deverá circular pelas seguintes regionais do órgão regulador: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Produzida pela empresa Humanum Design e Comunicação, a primeira mostra de Cara ou Coroa foi montada no mês de julho, em São José, na grande Florianópolis. Na sequência, seguiu para as instalações do Sicoob Credicampos, no município de Campos Novos (SC), depois para o Sicoob Credinorte, em Mafra (SC), e o Sicoob Credimoc (SC), em Xanxerê (SC). “Outras cooperativas ainda estão analisando a melhor data, neste ou no próximo ano, para receber a exposição, que deve continuar a percorrer municípios onde o Sicoob Central SC/ RS possui postos de atendimentos”, diz o idealizador da exposição, Celso Vicenzi. O presidente do Sicoob Central SC/RS, Rui Schneider da Silva, considera que a moeda foi uma das maiores invenções da humanidade, pois permitiu que a sociedade se organizasse economicamente. “Acredito que a mostra amplia a compreensão sobre como o dinheiro foi utilizado em diferentes épocas para alavancar os negócios, promover a circulação de mercadorias e ajudar a desenvolver 39 Curiosidades Estágios da moeda Desde seu surgimento, a moeda passou por cinco diferentes fases até a completa adaptabilidade, como é mostrado a seguir. :: Pré-economia ou escambo: corresponde à fase de trocas esparsas e esporádicas, na qual a atividade produtiva ainda não estava voltada para o mercado. :: Moeda-mercadoria: as trocas eram indiretas. O produtor trocava seu produto pela moeda-mercadoria e, depois, a trocava pelo que desejasse. :: Moeda simbólica: as dificuldades em pesar e em avaliar o metal foram superadas e, a partir das moedas cunhadas, foram estabelecidos valores para o metal. :: Moeda escritural: as instituições depositárias recebiam os depósitos, que eram negociados como substitutos da moeda física. :: Moeda sofisticada: a moeda torna-se, basicamente, um conjunto de registro eletrônico, que representa uma diversidade de ativos, como nos dias atuais. comunidades e até mesmo países”, afirma. Essa é a 4ª exposição itinerante promovida pela Central. A mostra anterior, Nomes que Valem uma Nota!, realizada em parceria com o Sicoob Maxicrédito, abordou a história de portugueses e brasileiros que já estamparam a cédula brasileira e foi vista por milhares de pessoas em mais de 50 municípios catarinenses e gaúchos. Educação financeira Além da exposição Cara ou Coroa, o Sicoob Central SC/RS planejou duas iniciativas de cunho cultural e educacional. A primeira foi a entrega de uma cartilha às cooperativas filiadas, para distribuição em escolas, bibliotecas e aos cooperados; e a segunda será a publicação de um livro. O conteúdo da cartilha, de 52 páginas, aborda como as mercadorias eram utilizadas como moeda de troca, como o surgimento do dinheiro passou a substituir esses produtos e quais :: As primeiras moedas a circularem em solo brasileiro foram cunhadas em Portugal, e, a partir do século XVII, o governo português, instalado no Brasil, criou as Casas das Moedas nos principais estados do país. :: Durante o domínio holandês no Nordeste brasileiro (1630-1654), surgiram as primeiras moedas fabricadas no Brasil, os “florins” e os “soldos”, que traziam a marca da Companhia de Comércio das Índias Ocidentais. Foi a primeira vez que a palavra Brasil apareceu escrita em uma moeda. :: As “patacas” foram moedas que circularam por mais tempo, de 1695 a 1834. :: A elevada produção de ouro no país permitiu lançar a série de dobrões, todos feitos com o precioso metal. O dobrão de 20 mil réis, com 53,78 gramas, foi uma das moedas de maior peso em ouro que já circularam em todo o mundo. :: Em 1642, Dom João IV, rei de Portugal, mandou aplicar carimbos sobre moedas portuguesas e espanholas que estavam em circulação, para aumentar o valor de cada uma delas. são as moedas raras encontradas no Museu de Valores do Banco Central, na sede do BC, em Brasília. O livro, que contará com mais de 100 páginas, abordará, também, a narrativa das primeiras moedas metálicas em uso no Brasil e a evolução delas. “Essas atividades, cumprem mais uma vez, os princípios do cooperativismo, que são os de educar, formar e informar, além de fazer a intercooperação e contribuir com as comunidades, levando informação e cultura”, ressalta a supervisora de Marketing do Sicoob Central SC/RS, Camile Silva. A origem da expressão A expressão “cara ou coroa” foi trazida pelo governo de Portugal, com as primeiras moedas portuguesas que circularam pelo Brasil. Elas possuíam a figura do rei de Portugal, Dom João V, em uma das faces, e as armas da Coroa Portuguesa, na outra. Portanto, tinham “cara” e “coroa”. 40 regionalismo Herança bem-aplicada O teatro Ópera de Arame, um dos principais cartões postais de Curitiba, inaugurado em 1992, no Parque das Pedreiras O Paraná tem o cooperativismo impresso em sua história, marcada pela colonização europeia Semelhante ao mar, grande como o mar”. Esse é o significado, no idioma tupi, da palavra Paraná, que dá nome a um dos três estados da região Sul do país, segundo o escritor e linguista brasileiro Francisco Filipak. Dono de natureza exuberante, como as mundialmente conhecidas Cataratas do Iguaçu, e cultura múltipla, o estado carrega, entre as principais contribuições de sua colonização, particularmente europeia, a prática do cooperativismo, que hoje já responde por 16% de toda a riqueza gerada no território paranaense, segundo a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). No estado, já há quase 1 milhão de cooperados, atualmente, também conforme a Ocepar, que possui 231 filiadas. Dessas, 62 cooperativas atuam no ramo financeiro em 300 municípios. “Considerando-se o núcleo familiar mais a geração de empregos, o segmento está presente na vida de mais de 2,6 milhões de pessoas, ou seja, mais de um quarto da população do estado”, orgulha-se o superintendente da instituição, José Roberto Ricken. O Paraná possui 399 municípios e cerca de 11 milhões de habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o 6o maior estado em população do país. Outro indicador de destaque é o Produto Interno Bruto (PIB), que, no ano passado, cresceu 5%, valor acima da média nacional (2,3%). 41 Além da presença na capital, Curitiba, considerada um dos principais cartões-postais do estado, Maringá merece destaque, pois é onde está localizado o Sicoob Central PR. Fundada em 2001, com o objetivo de atender às necessidades de expansão do cooperativismo financeiro no estado, a Central soma, atualmente, 16 filiadas. Ao todo, o Sicoob Central PR possui 202 postos de atendimento e está presente em 121 municípios. São cerca de 192 mil cooperados; mais de R$ 2,2 bilhões de ativos totais; R$ 301 milhões em patrimônio líquido e R$ 1,4 bilhão de operações de crédito (segundo os dados cadastrais de junho de 2014 e os dados financeiros de março de 2014). O presidente da instituição, Jefferson Nogaroli, ressalta que as cooperativas financeiras são o principal estímulo da economia local, já que permitem a circulação do dinheiro na região, contribuindo para o crescimento de todos, inclusive, das próprias comunidades. Para ele, ainda que consolidado, o ramo tem espaço para crescer no estado. “Queremos chegar, em 2020, com 300 postos de atendimento. Consequentemente, planejamos ampliar nosso quadro de associados, bem como as transações e as sobras, dando um retorno concreto a todos que acreditam no cooperativismo”, afirma. Sicoob Metropolitano Cerca de seis meses após ser implantado, o Sicoob Central PR recebeu a quarta filiada, o Sicoob Metropolitano. Cooperativa de grande projeção dentro do Sistema, a instituição nasceu na Associação Comercial e Empresarial de Maringá, com a missão de ser uma alternativa de acesso ao crédito, além de ter a tarefa de evitar a fuga de recursos da comunidade, gerando mais emprego e renda para a população. Presidindo a cooperativa desde a fundação dela, em 1999, Luiz Ajita conta que, para prosperar, o Sicoob Metropolitano enfrentou muitos entraves, como legislação restritiva com relação ao quadro social, capital inicial insuficiente para as instalações e equipamentos (algo em torno de R$ 35 mil) e desconhecimento por parte dos dirigentes. Com muita determinação, a cooperativa conseguiu reverter esse cenário e, atualmente, possui mais de 34 mil cooperados, cerca de R$ 530 milhões em ativos, um patrimônio líquido acima de R$ 71 milhões e operações de crédito em torno de R$ 373 milhões (os dados são de junho de 2014). Seus 28 postos de atendimento estão distribuídos nas cidades de Maringá, Astorga, Campo Mourão, Cianorte, Goioerê, Marialva, Mandaguari, Mandaguaçu, Paiçandu, Pitanga, Sarandi e Ubiratã. Os serviços mais demandados pelos cooperados são empréstimos, cobrança bancária e seguros patrimoniais. Ajita ressalta, como diferencial da cooperativa, a manutenção contínua da excelência operacional, da solidez patrimonial e do atendimento de qualidade. “Queremos ser a maior rede de atendimento de Maringá e região. Por isso, investimos pesado na melhoria de processos e na qualificação dos nossos colaboradores. Mantemos um clima organizacional excelente, e isso se reflete na autoestima de todos”, comenta. Prova disso é que o Sicoob Metropolitano foi considerado a 37a melhor empresa entre 50 e 500 colaboradores para se trabalhar na América Latina, segundo a Great Place ToWork. A premiação aconteceu em Miami (EUA), em junho deste ano. Responsabilidade Social Divulgação Presença do Sicoob Também no Paraná está uma das principais ações de responsabilidade social de todo o Sistema. Criado em 2004, por iniciativa do Sicoob Metropolitano, o Instituto Sicoob PR tem como missão difundir a cultura cooperativista, promovendo o desenvolvimento sustentável das comunidades. Por meio do Instituto, busca-se instruir as comunidades sobre os valores do cooperativismo e sobre o papel dele na comunidade. Com atuação em todo o estado, o instituto promove ações conjuntas nas cooperativas. O projeto Expresso Instituto Sicoob - um ônibus equipado com notebooks, televisores, impressora e acesso à internet - leva o universo da tecnologia da informação e da comunicação às pessoas. Para participar da iniciativa, é preciso ter mais de 7 anos de idade e pertencer às comunidades em que estão inseridas as cooperativas do Sicoob no Paraná. Conheça mais sobre o Instituto Sicoob Paraná e suas ações no site www.institutosicoobpr.org.br. ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 Ocepar 42 regionalismo Sicoob no Paraná (*) 16 cooperativas singulares filiadas Sicoob Central PR O superintendente da Ocepar, José Roberto Ricken 202 191.221 121 R$ 301 R$ 2,2 R$ 1,4 postos de atendimento municípios de atuação bilhões em ativos totais Sicoob Metropolitano O presidente do Conselho de Administração do Sicoob Central PR, Jefferson Nogaroli cooperados milhões em patrimônio líquido bilhões em operações de crédito *Data-base: dados cadastrais de junho de 2014 e dados financeiros de março de 2014 Gestão profissionalizada Predomínio urbano O cooperativismo financeiro no Paraná é predominantemente urbano. “O DNA das cooperativas do estado é empresarial, pois elas nasceram junto às associações comerciais e em parceria com a Federação das Associações Comerciais do Paraná (Faciap). Esse processo foi iniciado, justamente, devido à dificuldade de acesso ao crédito e às condições desfavoráveis oferecidas aos pequenos empreendedores pelos bancos tradicionais”, explica o coordenador estadual de Acesso a Serviços Financeiros do Sebrae Paraná, Flavio Locatelli Junior (foto). A experiência no meio empresarial reflete o profissionalismo que as cooperativas financeiras vêm alcançando ao longo do tempo. O Sebrae PR é um parceiro estratégico nesse processo, ao considerá-las fundamentais para a inclusão financeira e para a promoção de um verdadeiro círculo virtuoso do crédito. “O grande desafio do futuro do cooperativismo financeiro no Brasil é, sem dúvida, ampliar a participação no mercado. Em alguns municípios do Paraná, por exemplo, as cooperativas financeiras que apresentaram crescimento acentuado, nos últimos anos, conseguiram maior participação do mercado local, beneficiando e impactando positivamente sua região de atuação”, observa Locatelli. Sebrae PR O presidente do Sicoob Metropolitano, Luiz Ajita Em crescimento vertiginoso, com alto grau de profissionalização e segurança. É assim que o superintendente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, avalia o cooperativismo financeiro no Paraná. Ele considera que os excelentes resultados do segmento foram possíveis em função do forte trabalho, ao longo da última década, voltado à profissionalização da gestão, da formação e da qualificação dos integrantes e ao monitoramento constante do desempenho. “O cooperativismo financeiro do estado vem, ao longo dos últimos anos, mudando o perfil, adotando uma postura mais competitiva, profissionalizada e antenada com as tendências tecnológicas, que chegam cada vez mais velozes, exigindo aperfeiçoamento constante de todos os integrantes”, afirma. EXPANSÃO 43 Sicoob Federalcred Sicoob em quase 100% do território brasileiro A expansão do Sicoob pelo Brasil segue em ritmo acelerado. Prova recente é a inserção do Sistema em Sergipe, com a inauguração do posto de atendimento (PA) do Sicoob Federalcred, na capital Aracaju. Fincar sua bandeira em mais um estado do Nordeste faz com que o Sicoob atinja quase 100% de abrangência nacional, faltando apenas o estado do Ceará. O início das operações na capital sergipana resultou da filiação da Federalcred Leste ao Sicoob Central NE, em abril deste ano. Fundada em junho de 1998, a cooperativa financeira tem como alvo os servidores públicos. “Será um marco ímpar para a nossa cooperativa e para o Sicoob, já que poderemos atender, principalmente, o povo alagoano e o sergipano, que tanto sente falta do acesso ao crédito e a produtos e serviços financeiros competitivos, com taxas módicas e excelência no atendimento. Será a realização de um grande sonho”, comenta o diretor-presidente da instituição, Nivaldo do Nascimento. Com sede em Maceió (AL) e pontos de atendimento em Salvador (BA) e Aracaju (SE), o Sicoob Federalcred possui cerca de 2 mil cooperados e fechou o primeiro semestre de 2014 com R$ 30,1 milhões em ativos, R$ 25, 6 milhões em operações de crédito e patrimônio líquido de R$ 12,7 milhões. O evento de inauguração com a marca Sicoob aconteceu no dia 26 de julho, com a presença de lideranças cooperativistas, como o presidente do Sicoob Confederação, Henrique Vilares, o diretor financeiro do Bancoob, Ricardo Simone, o presidente do Sicoob Central NE, José Evaldo Campos, e o presidente do Sicoob Federalcred, Nivaldo do Nascimento. “Com a vinda da Federalcred, o Sicoob Central NE passa a ter 40 pontos de atendimento no Nordeste. Nosso objetivo é chegar ao Ceará, permitindo a presença do Sistema em todo o país”, afirma Campos. Goiás e Amazônia Duas outras importantes ações de expansão do Sicoob aconteceram no primeiro semestre deste ano, com a integração da Unicred Brasil Central, em Goiás, e da Unicred Central Amazônia Ocidental, no Amazonas. Com a união, dez cooperativas filiadas e um total de 49 pontos de atendimento e cerca de 31 mil novos cooperados foram inseridas no Sistema. Dados corporativos do Sicoob 1 Banco cooperativo 1 Confederação 17 509 Centrais Cooperativas financeiras (singulares) 1.726 Postos de atendimento (PAs) 2.235 Pontos de atendimento (singulares + PAs) 1.395 Terminais de autoatendimento (ATMs) 814 Correspondentes bancários 2.754.930 Associados 7.047 Dirigentes estatutários 22.063 Empregados * Data-base: junho de 2014 ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 44 GIRO Bancoob tem novo diretor financeiro Mais de 60 cooperativas do Sicoob participam da campanha do Dia C Cooperativas do Sicoob de todo o Brasil participaram da campanha nacional Dia de Cooperar (Dia C) 2014, com a promoção de diversas ações sociais (arrecadação de alimentos e brinquedos, incentivo à doação de sangue, lazer para idosos e crianças, entre outros). Sob a coordenação do Sistema OCB, o Dia C foi realizado por 950 cooperativas em 24 estados, além do Distrito Federal. Neste ano, as atividades da campanha foram consolidadas e celebradas no dia 6 de setembro. Na ocasião, todas as cooperativas realizaram uma grande mobilização nacional, com diversas atividades de lazer, integração, cultura, promoção da saúde e conscientização ambiental, entre outras, em benefício do próximo e da qualidade de vida. Educação financeira Prêmio efinance 2014 “Quem poupa coopera com o futuro!”. Esse é o tema do projeto de educação financeira Maxi Poupe, desenvolvido pelo Sicoob MaxiCrédito, que está percorrendo todas as escolas de Educação Fundamental dos 24 municípios da área de atuação da cooperativa. Até junho deste ano, já atendeu a 6 mil alunos das redes municipal e estadual, em 29 instituições de ensino da região. Já o Projeto de Educação Financeira e Sustentabilidade do Sicoob Credisulca atendeu a 5 mil crianças de Turvo (SC) e demais cidades onde a cooperativa atua. As crianças receberam kits de educação financeira e ambiental. O Sicoob conquistou dois troféus, na 13a edição do Prêmio efinance, com os cases: Nova Plataforma de Crédito do Sicoob e Cloud Corporativa do Sicoob Confederação. O evento aconteceu em junho, em São Paulo. A Nova Plataforma de Crédito irá reduzir custos para o Sistema, eliminar etapas manuais de análise e aprovação de crédito e proporcionar a realização de novos negócios pelas cooperativas. Já a Cloud Corporativa tem objetivo de transformar a TI do Sicoob em um provedor de serviços de tecnologia, gerador de receitas e capaz de auxiliar no desenvolvimento de novas linhas de negócio. Divulgação Bancoob O novo titular da Diretoria Financeira do Bancoob é Ricardo Simone Pereira. Com mais de 30 anos de experiência no mercado financeiro, Ricardo Simone é formado em Engenharia Civil e em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo (USP), tendo atuado em mercados locais e internacionais. Ricardo foi diretor financeiro, de Câmbio e de Relações com Investidores e também ocupou posições executivas nas áreas de Tesouraria Internacional, Capital Markets e Leasing. 45 Parceria Sicoob e Aerotáxi A Cooperativa Aerotáxi, dos Motoristas Profissionais Autônomos do Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais (PR), firmou parceria com o posto de atendimento do Sicoob local para beneficiar 158 taxistas. O Sistema oferece financiamento para renovação da frota de táxis, por meio do Fomento Paraná, reduções dos custos de movimentações das contas e das maquinetas de cartão de crédito. Workshop de Negócios Reginaldo Vargas, que trabalha no Sicoob Crediforte, cooperativa filiada ao Sicoob Goiás Central, foi o grande vencedor do Concurso Orgulho de Ser Sicoob. Crislaine Ferreira, do Sicoob Credipontal (Ituiutaba/MG), ficou em 2o lugar, e Lucas Jacques da Silva, do Sicoob CentroSerrano (Santa Maria de Jetibá/ES), em 3o. Os ganhadores receberam as premiações e conheceram, em primeira mão, o livro “Orgulho de Ser Sicoob”, composto pelas 20 histórias escolhidas pela comissão julgadora, no dia 28 de maio, durante cerimônia no Centro Corporativo Sicoob (CCS), em Brasília (DF). Para conhecer as histórias vencedoras e os mais de 300 relatos de vida de dirigentes e empregados, acesse www.sicoob.com.br/orgulhodeser. Crédito Rural Painéis sobre seguro rural, perspectivas para o café, cana-de-açúcar e agroenergia no Plano Safra 2014/2015, agricultura familiar, perspectivas de mercado, aspectos de controle e fiscalização do Banco Central e aspectos operacionais do crédito rural para os executivos das cooperativas do Sicoob. Esses foram os temas abordados durante o 5 o Workshop de Crédito Rural, que aconteceu, em junho, no Centro Corporativo Sicoob (CCS), em Brasília (DF). Sicoob Credisudeste Sicoob Confederação Concurso Orgulho de Ser Sicoob O Sicoob Central Crediminas promoveu, em julho, em Domingos Martins (ES), o I Workshop de Negócios, com foco na formação de líderes para coordenação de equipes, visando negócios e resultados. Os objetivos foram despertar nos gerentes e gestores a necessidade de exercer a função de líder dos postos de atendimento e das carteiras de produtos e serviços; disseminar boas práticas para gerenciamento de cartões e seguros; apresentar e discutir habilidades necessárias para gerar resultados; promover a integração entre as Unidades Administrativas Regional 2 (UAR 2) e ações conjuntas para fortalecimento do Sistema na região. ANO 5 No19 JUL/AGO/SET 2014 46 Coordenação Geral Confederação Nacional das Cooperativas do Sicoob Ltda. – Sicoob Confederação SIG Quadra 6 – Lote 2.080 – 70.610-460 – Brasília – DF Conselho de Administração Henrique Castilhano Vilares – Sicoob São Paulo Francisco Greselle – Sicoob Central SC Jadir Giroto – Sicoob Central MT/MS José Alves de Sena – Sicoob Planalto Central Manoel Messias da Silva – Sicoob Central Cecresp Comitê Editorial Jadir Girotto – Diretor-presidente do Sicoob Central MT/MS José Alves de Sena – Diretor-presidente do Sicoob Planalto Central Henrique Castilhano Vilares – Presidente do Sicoob Francisco Silvio Reposse Junior – Diretor Operacional do Sicoob Confederação Ricardo Antonio de Souza Batista – Diretor de Tecnologia da Informação do Sicoob Confederação Marco Aurélio Borges de Almada Abreu – Diretor-presidente do Bancoob Ênio Meinen – Diretor de Operações do Bancoob Cláudio Halley David Pereira – Superintendente de Gestão Estratégica do Bancoob Ricardo Belízio de Faria Senra – Gerente jurídico do Bancoob Débora Márcia Bruno Ingrisano – Gerente de Comunicação e Marketing do Sicoob Confederação Flaviana Garcia Gouvea – Supervisora de Comunicação do Sicoob Confederação Elisa Gregória Abarca Guimarães – Analista de Comunicação do Sicoob Confederação Correspondentes Ana Carolina Oliveira – Bancoob Alessandra Del Nero – Sicoob Central Cecresp Carlos Edilson Santana dos Santos – Sicoob Central Amazônia Celso Vicenzi – Sicoob Central SC/RS Cristiane Lopes Orso – Sicoob Central MT/MS Edivaldo Alves de Oliveira – Sicoob Planalto Central Emannuelle Marques de Ramalho – Sicoob Central NE Fernanda Lopes – Sicoob Central Crediminas Graziella Campos Bagneti - Sicoob Central ES Karla Brandão Lage – Sicoob Central Cecremge Luiz Augusto Araújo – Sicoob Goiás Central Pedro Sérgio Carmo - Sicoob SP Priscilla F. Binhardi – Sicoob Central PR Rebeca Brandão Matos de Souza – Sicoob Central BA Rodrigo Neves de Alencar – Sicoob Central Norte Sheila Rego – Sicoob Central Rio Coordenação Editorial Débora Márcia Bruno Ingrisano – Sicoob Confederação Luiz Augusto Araújo – LHC Comunicação Coordenação de Produção Flaviana Garcia Gouvea – Sicoob Confederação Elisa Gregória Abarca Guimarães – Sicoob Confederação Produção Editorial Press Comunicação Empresarial (www.presscomunicacao.com.br) Jornalistas Responsáveis Luiz Augusto Araújo/Ana Paula de Oliveira Edição: Luciana Neves Redação: Ana Paula de Oliveira e Thiago Silvério Colaboração: Isabela Diniz, Maysa Souza, Nathália Araújo e Rayane Dieguez Projeto Gráfico e Editoração Press Comunicação Empresarial Designer Laura Fahel Revisão Cláudia Rezende FALE CONOSCO Envie sua opinião e/ou suas sugestões sobre as matérias da Revista Sicoob. Envie seu comentário para jornalismo@sicoob. com.br ou deixe sua mensagem no Twitter, no Facebook ou no blog do Sicoob. As cartas podem ser enviadas para: SIG Quadra 6 - Lote 2.080 - CEP 70.610-460 - Brasília - DF www.facebook.com/Fanpage.Sicoob www.twitter.com/SICOOB_oficial www.blogsicoob.com.br Impressão BR Supply Tiragem 20 mil exemplares *Em razão do espaço reservado à coluna, a Revista Sicoob se reserva o direito de editar as cartas. sicoob.com.br/atendimento CANAIS DE ATENDIMENTO SICOOB. Mais rapidez e comodidade para você resolver sua vida f inanceira. Aqui tem Sicoob Aqui tem Sicoob Os Canais de Atendimento Sicoob foram criados para facilitar sua vida. Com o Internet Banking, Mobile Banking e Caixa Eletrônico, você faz transações e consultas financeiras de onde estiver. É mais comodidade e economia de tempo, com toda segurança. Acesse os Canais de Atendimento do Sicoob e faça seu tempo render mais. Para encontrar uma cooperativa Sicoob mais perto de você, ligue 0800 642 0000.
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