Peregrino
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Peregrino
Peregrino das Letras Informação, Cultura e Livre Expressão IMPRESSO DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA www.jperegrino.com.br Ribeirão SP- Ano - Ano - Nº 10 - fevereiro/2006 RibeirãoPreto Preto -- SP IV -VI Nº 41 - Setembro/2003 - R$ 1,00 PREÇO NAS BANCAS R$1,00 “Que a tua sabedoria não seja uma humilhação para o teu próximo”. Omar Khayyan PROPOSTA DE ORTOGRAFIA FONÊMICA PARA A LÍNGUA PORTUGUESA A LÍNGUA PORTUGUESA, nas suas formas falada e escrita, é certamente um patrimônio coletivo de valor inestimável de que desfrutam brasileiros, portugueses e africanos. Contudo, a ortografia de que dispomos, erigida sobre um alfabeto com letras multíssonas, conduz a freqüentes dúvidas ao escrever, tornando muitas vezes obrigatória a consulta a dicionários só por razões de ortografia. Visando eliminar tais irregularidades, propõe-se seja adotada na prática, a ortografia fonêmica definida como: “Cada letra só tem um som, e vice-versa”... PÁGINAS 6 e 7 FEBRE MACULOSA A HORA E A VEZ DA POESIA A Febre Maculosa é uma zoonose (doença que pode ser transmitida de um animal para a espécie humana) somente através da picada de carrapatos da espécie Amblyomma cajennense, popularmente conhecidos como “carrapato estrela” ou “carrapato do cavalo”, seja tanto na forma adulta quanto na forma de larvas ou ninfas (popularmente chamados de “micuins”), portanto não é possível a transmissão direta do homem para o homem e nem de animal para animal... Folheando uma revista de meses atrás, numa sala de espera, encontrei um artigo sobre “poesia na era da pressa”, ou seja, a atual.. O artigo dizia que hoje não se tem tempo mais para ler romances, porque são muito longos. Essa idéia de que o romance consome muito tempo seria de Camile Paglia, também comentada numa edição do “Mais” da Folha de São Paulo. O mundo hoje é da pressa, da televisão, do cinema, do videogame e tantas outras coisas que incluem rapidez. Então é tempo de ler poesia... PÁGINA 3 PÁGINA 5 LIVROS PLANTAS, FRUTAS E ERVAS SÍSIFO NÃO MORREU Begônia Essência de alfazema Amendoeira Abacaxi “Não terei compaixão de seus filhos, pois são filhos da prostituição”. (Oséias – 1,6) Embora todos os pensadores preconizem que, ao longo dos séculos, o homem vem evoluindo e, mais recentemente, o vem fazendo a passos largos em vista dos incontroláveis efeitos da tecnologia de comunicação, a verdade é que, na essência, este homem continua (quase) o mesmo. No livro Ponto de Ruptura e Transformação, Cultrix, 1990, George Land e Beth Jarman afirmam “o que hoje experimentamos não tem precedentes na história registrada. (...) As constantes comutações que se operam sob as manchetes do dia-a-dia assinalam mudanças, não de grau, mas de tipo. O fato que devemos encarar é: a própria mudança mudou!” (p. 16) De que mudança da mudança falam eles?... PÁGINAS 3 e 9 PÁGINA 8 Entre o céu e a terra – Nilva Mariani – Editora Legis Summa Gestão de Recursos Humanos – Gilson José Fidelis, Márcia Regina Banov - Editora Érica Ltda. Dominando a Arte da Guerra – Liu Ji e Zhuge Liang – Grupo Editorial Madras Ninguém morre de trabalhar – Osmar de Almeida Santos – Editora Textonovo PÁGINA 11 Peregrino 2 Informação, Cultura e Livre Expressão Editorial E lá vem carnaval. Parece que foi ontem, não é? O tempo anda passando depressa demais. Ainda bem que as coisas boas não passam. E falando em coisa boa, resolvemos relembrar uma música de carnaval composta por Paulinho da Viola, em 1969, em homenagem à Portela, escola de seu coração. Lá vai a letra. Letra com sentimento dos bons. Música que faz sentir. Bom Carnaval para todos. Foi um rio que passou em minha vida Se um dia Meu coração for consultado Para saber se andou errado Será difícil negar Meu coração tem mania de amor Amor não é fácil de achar A marca dos meus desenganos Ficou, ficou Só um amor pode apagar! Porém, ai, porém Há um caso diferente Que marcou num breve tempo Meu coração para sempre Era dia de carnaval Carregava uma tristeza Não pensava em novo amor Quando alguém que não me lembro Anunciou! Portela, Portela! O samba trazendo alvorada Meu coração conquistou Ah! Minha Portela Quando vi você passar Senti meu coração apressado Todo meu corpo tomado Minha alegria voltar Não posso definir aquela azul Não era do céu Nem era do mar Foi um rio que passou em minha vida E meu coração se deixou levar... Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz [email protected] JPeregrino (16) 3621 9225 / Comunicação Visual Ltda. 9992 3408 e-mail: [email protected] JPeregrino Comunicação Visual Ltda. Peregrino - 1ª edição - Maio / 2000 Direção José Roberto Ruiz - MTb 36.952 Redatora Mariza Helena R. Facci Ruiz [email protected] WebDesign Francisco Guilherme R. Ruiz Impressão Gráfica Spaço Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2006 Envelhecer Envelhecemos todos os dias porque o envelhecer outra coisa não é que a passagem do tempo e Cronos come seus filhos sem dó nem piedade. Envelhecemos mesmo quando não nos damos conta disso, mesmo quando ainda não surgiram os sinais de velhice. Sabemos que somos seres fadados a envelhecer a não ser que morramos antes. No entanto a velhice nos surpreende. Surpreendemo-nos quando nos olhamos no espelho e percebemos, de repente, as primeiras rugas, a flacidez no rosto, a flacidez no corpo. Surpreendemo-nos com as primeiras inseguranças no andar, com a constatação de que já não temos a mesma energia de antes. Não nos preparamos para a velhice, assim como não nos preparamos para a morte. O ficar velho, que faz parte de nossa estadia aqui na Terra, apresenta-se a nós como um castigo. Queremos evitá-lo a qualquer custo. A indústria de cosméticos apregoa que pode adiar a passagem dos dias. Corremos como loucos contra o relógio. Hoje, mascaramos os sinais de velhice no decorrer dos quarenta, dos cinqüenta, dos sessenta. Nada contra tratarmos do corpo, da pele, envelhecermos belos e atraentes. Porém há que ter certeza que a velhice virá. Ela nos concede um tempo e chega calma e tranqüila a nos impor sua presença. Aos setenta não há como enganar ninguém. Por outro lado mesmo que consigamos enganar as pessoas tive uma tia que diminuía de idade a cada década – não podemos nos enganar. Sabemos quantos anos vivemos, sabemos de nossas lutas, de nossos cansaços. Sabemos dos esforços que tivemos de fazer para esconder nossa idade. Nossos olhos refletem nossas experiências, mesmo que o corpo as desminta. A velhice não é aceita porque não nos preparamos para ela. Não se trata de nos tornarmos velhos(as) mocorongos(as). O cuidado com nossa aparência é e deve ser fundamental. Podemos chegar à velhice belos(as), atraentes e plenos mentalmente, intelectualmente, espiritualmente. Não chegaremos, porém, se não a aceitarmos. É como deixar algo guardado no armário por muitos anos a portas cerradas. Um dia a porta será aberta e teremos que olhar o que deixamos de olhar. O impacto será então muito maior. E porque não aceitamos a velhice nos afastamos dela e não respeitamos os velhos e não queremos olhá-los porque revelam o que nos tornaremos. O respeito a meu ver significa tratá-los como pessoas ativas e não como crianças balbuciantes, não como se não entendessem o que dizemos, não como se jamais tivessem vivido experiências como as nossas. E porque não aceitamos a velhice nos tornamos velhos e sentimos culpa por chegarmos a tal fase da vida. E nos recolhemos, e temos medo de que a nossa presença incomode as pessoas. O círculo se torna vicioso. É preciso que nos demos conta disso. É preciso mudar o conceito de que velhice é algo de que temos que nos envergonhar. O velho perde o poder da presença. Só não o perde o velho famoso. Imaginem se alguém vai depreciar um José Saramago! Então como farão os velhos comuns e nós que nos tornaremos ou que estamos nos tornando velhos comuns para fazermos presença, para que nos enxerguem como seres em nova fase de vida, tão importantes quanto cada pequeno ser que habita nosso planeta? Bem, penso que os velhos podem começar a parar de culpar-se porque são velhos, parar de se colocarem na posição de vítimas porque ficaram velhos. É um caminho. No entanto o primeiro passo é começar por informar as crianças sobre os ciclos da vida. Nascemos, vivemos, morremos. Ficamos velhos. Tudo deve ser levado em conta. Tudo tem sua importância. Não somos melhores na infância, nem na juventude. Somos seres que evoluem, para os quais toda fase é importante. Devemos nos desgarrar do que já se foi para vivermos o novo. O novo da adolescência, o novo da maturidade, o novo da velhice. Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz Terapeuta Floral Practitioner pela Dr. Edward Bach Foundation, Escritora e membro da UBE [email protected] Assinatura do Peregrino 06 meses - R$15,00 / 12 meses - R$30,00 As idéias emitidas em artigos, matérias ou anúncios publicitários, são de responsabilidade de seus autores e, não são expressão oficial do informativo, salvo indicação explícita neste sentido. Endereço para correspondência: Av. Guilhermina Cunha Coelho, 350 A6 - City Ribeirão - Ribeirão Preto - SP 14021-520 - Telefone: (0**16) 3621 9225 / 9992 3408 Site: www.jperegrino.com.br / e-mail: [email protected] Telefones (16) 3621 9225 / 9992 3408 e-mail: [email protected] Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2006 Peregrino Febre Maculosa A Febre Maculosa é uma zoonose (doença que pode ser transmitida de um animal para a espécie humana) somente através da picada de carrapatos da espécie Amblyomma cajennense, popularmente conhecidos como “carrapato estrela” ou “carrapato do cavalo”, seja tanto na forma adulta quanto na forma de larvas ou ninfas (popularmente chamados de “micuins”), portanto não é possível a transmissão direta do homem para o homem e nem de animal para animal. O agente causador dessa enfermidade é uma bactéria denominada Rickettsia rickettsii, que necessita do carrapato como hospedeiro intermediário, que a contrai picando um animal portador da doença, denominado “reservatório”, ou seja, que convivem com a bactéria mas não apresentam sinais clínicos da doença (portadores sãos). Dentre esses “animais reservatórios” podemos citar o 3 Informação, Cultura e Livre Expressão coelho, aves, eqüinos, bovinos, além dos silvestres, capivara e roedores. Os cães raramente apresentam sintomas da doença, que são bastante leves quando ocorrem e podem nem ser percebidos pelos proprietários. Em alguns casos podem ocorrer febre alta, inapetência, além de manchas ou pontos avermelhados na pele. Quando o carrapato se fixa à pele, devido a questões metabólicas de seu organismo, o tempo que transcorrerá para ocorrer a infecção será em torno de 4 a 6 horas, portanto é preciso que se fique bastante atento e caso ocorra uma infestação é de fundamental importância que se elimine o mais rápido possível os parasitas da pele. No caso do homem, os principais sinais de infecção são febre bastante alta, além da presença de manchas avermelhadas pelo corpo. O médico deverá ser procurado o mais rápido possível para que se inicie o tratamento, aumentando assim as chances de uma cura mais rápida. No Brasil a incidência dessa enfermidade felizmente é baixa, apresentando maior ocorrência em zonas rurais, muito embora a mídia venha divulgando com muita veemência casos confirmados positivos ocorridos em diversas regiões do país. Portanto, finalizando, caso seu cão apresente infestação por carrapatos, não há motivos para alarde com relação à Febre Maculosa, a não ser que na região haja a presença de algum foco da doença. É de fundamental importância o controle e a erradicação dos carrapatos, que também transmitem outras doenças aos cães, dentre elas a erlichiose, sobre a qual já discorremos há algum tempo neste jornal, além da babesiose e anaplasmose, cujos quadros são bastante parecidos e devem ser diagnosticados com a máxima precocidade pelo clínico veterinário, que também será o melhor consultor para a indicação de produtos com maior eficácia e eficiência para o controle e erradicação dos carrapatos, tanto do meio ambiente quanto dos animais. Deve-se ter em conta que o produto de eleição seja mortal para os parasitas e atóxico para os animais, pois costumamos atender diversos casos de intoxicação, muitas vezes fatais, pelo uso indiscriminado de produtos “vendidos em balcões e indicados por leigos”. Procure sempre um profissional da sua confiança. Dr. Mussi A. de Lacerda Médico Veterinário CRMVSP 3065 Begônia-asa-de-anjo Begonia “Corallina de Lucerna” A begônia-asa-de-anjo fica florida quase o ano todo chamando a atenção também para seus bonitos cachos de flores cor de coral. Como ela cresce vigorosamente e forma densas touceiras, você deve podar pelo menos uma vez por ano. Luz: Média a alta intensidade, próximo a uma janela de face norte ou leste. Temperatura: 18 a 24 ºC, tolerando até 13ºC. Água: Regue generosamente, mas espere o solo do vaso secar, antes de regar novamente. Adubação: A cada 1 ou 2 meses. Propagação: Estacas de ponteiros ou de folhas. Cuidados especiais: Quando a planta atingir cerca de 1,50 m, pode para estimular a brotação, deixando-a com 30 cm. Problemas comuns: Se houver perda excessiva de folhas, diminua a freqüência das regas. Fonte: Flora – Essencial – Um guia prático para a saúde e beleza. Peregrino 4 Informação, Cultura e Livre Expressão (16) 3621 9225 / 9992 3408 O conteúdo do Site do Peregrino - www.jperegrino.com.br, mudou. Os textos que receberam mais visitas, de acordo com o relatório de nosso provedor Locaweb e, que foram mais comentários por parte de nossos leitores, estão agora disponibilizados para consulta. Em nossa página na internet www.jperegrino.com.br, você encontra : Antroposofia, Arte, Astrologia, Educação, Esperanto, Fauna e Flora, Fitoterapia, I Ching, Literatura, Língua Portuguesa, Poesias, Psicologia, Tai Chi, Tarô, Terapias, Saúde, ... Visite-nos Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2006 Apresentações orais - V: Recursos de oratória No capítulo anterior, vimos a importância da comunicação frente a frente. Independente do aparelho de projeção, retroprojetor ou projetor multimídia, o apresentador deve olhar para o público o máximo de tempo possível. De pé, jamais sentado, o apresentador distribui o seu olhar de modo a varrer todo o público. Nada de estabelecer um ponto fixo ou de priorizar algumas pessoas do auditório. À comunicação frente a frente se adicionam os chamados recursos de oratória. O primeiro deles é a movimentação. De maneira moderada, movimentar-se o tempo todo. Não ficar imóvel, nem preso ao microcomputador. Com a necessidade de clicar o teclado do microcomputador para avançar os slides ou os tópicos de cada slide, muitos apresentadores descuidam e se acomodam junto ao micro. Outro recurso é a gesticulação. Usar sempre uma gesticulação moderada, alternando as duas mãos, entre a linha de cintura e o queixo. Nunca abaixo da linha de cintura, nem acima do queixo. Por último, a voz. Em apresentações orais, obviamente a voz tem importância capital. Não havendo microfone, o volume ou intensidade de voz tem que ser compatível com o tamanho da sala e a sua acústica. Até na última fila tem que ser audível. O ritmo da fala deve ser moderado, nem muito acelerado, como certos nordestinos falam, nem muito devagar como alguns mineiros típicos do interior. A dicção, ou articulação como preferem os fonoaudiólogos, também precisa ser bem exercida para que as palavras sejam pronunciadas claramente. E, para completar, a entonação não pode ser esquecida. É a melodia fala. A ausência da entonação é que estabelece a monotonia (etimologicamente, um único tom). Concluindo essa série de cinco capítulos sobre as apresentações orais, lembremos que as apresentações são sempre oportunidades de sucesso. Para que essas oportunidades não sejam desperdiçadas, basta empregar a técnica de apresentação. A técnica, que desempenha o papel de embalagem do produto (considerando como produto o conteúdo da apresentação), é constituída por uma tríade. A elaboração dos slides, usando de criatividade e fugindo das regras de texto, a utilização do aparelho de projeção, de modo a priorizar a comunicação frente a frente, e o emprego dos chamados recursos de oratória. Muito sucesso nas suas próximas apresentações! O Moço e se bebo da taça gota a gota... Ora! Então pouco se me dá quanta gota resta! quantos versos ouvi, quantos cantei. Não me perguntem quantos anos tenho, e, sim, quantas cartas mandei e recebi. Se mais jovem, se mais velho...o que importa, se ainda sou um fervilhar de sonhos, se não carrego o fardo da esperança morta... Não me perguntem quantos anos tenho, e sim, quantos beijos troquei - beijos de amor! Se a juventude em mim ainda é festa, se aproveito de tudo a cada instante, Não me perguntem quantos anos tenho, mas... queiram saber de mim se criei filhos, queiram saber de mim que obras fiz, queiram saber de mim que amigos tenho, e se alguém pude eu tornar feliz. Não me perguntem quantos anos tenho, mas... queiram saber de mim que livros li, queiram saber de mim por onde andei, queiram saber de mim quantas histórias, Colaboração: José Carlos Cintra Prof. Titular, USP / São Carlos [email protected] E assim, somente assim, todos vocês, por mais brancos que estejam meus cabelos, por mais rugas que vejam em meu rosto, terão vontade de chamar “O Moço!” E, ao me verem passar aqui...alí... não saberão ao certo a minha idade, mas saberão, por certo, que eu vivi! Moacyr José Sacramento O conteúdo do Site do Peregrino mudou. Visite-nos Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2006 Peregrino A hora e a vez da poesia Folheando uma revista de meses atrás, numa sala de espera, encontrei um artigo sobre “poesia na era da pressa”, ou seja, a atual.. O artigo dizia que hoje não se tem tempo mais para ler romances, porque são muito longos. Essa idéia de que o romance consome muito tempo seria de Camile Paglia, também comentada numa edição do “Mais” da Folha de São Paulo. O mundo hoje é da pressa, da televisão, do cinema, do videogame e tantas outras coisas que incluem rapidez. Então é tempo de ler poesia. Curiosa colocação. Está correta, colocando-se o tempo como mediador entre a arte literária e os entretenimentos citados cada vez mais convidativos. Todos, porém, consomem tempo, mais, ou menos, mas consomem. E tempo é uma questão de preferência. Cabe à pessoa decidir se prefere um seriado ruinzinho na televisão, desses importados a granel, um programa de auditório, uma novela ou ler um bom romance ou outro livro mais útil e interessante que tais programas. A poesia ganha espaço nessa competição porque consome menos tempo, a não ser que se queira ler Os Lusíadas ou A Divina Comédia. Hoje não mais se escrevem poemas épicos e epopéias, especialmente tão longas como essas. Mesmo no conceito moderno de épico, em que o “eu” do poeta funciona como uma espécie de grande tela onde se projetam os “eus” da Humanidade, ou, se se quiser, o “eu” essencial de todo homem”, conforme o professor Massaud Moisés; os poemas são mais curtos e seus temas são universais, nascem das inquietudes humanas, dos eternos problemas fundamentais que afligem o ser humano. O mesmo poeta pode ser ora lírico, expressando emoções e sentimentos comuns à maioria das 5 Informação, Cultura e Livre Expressão pessoas, ora épico, mergulhando em profundidade no “eu”, para transcendê-lo e tentar abarcar toda a Humanidade. Poetas como Fernando Pessoa, Cruz e Sousa, Baudelaire, Walt Whitman e tantos outros. São poetas que merecem ser lidos sempre, mesmo que tomem o tempo de um romance, voltando à idéia inicial. Ou então, ler devagarinho, um poema por vez, sentindo-o, impregnando-se dele, sempre que o tempo permitir, mas não deixar de ler. Um antigo mestre dizia que a literatura é a rainha das artes e a poesia a pedra mais preciosa de sua coroa. E literatura é uma arte temporal, não nos esqueçamos. O artigo, a que me referi no início, diz ainda que hoje é o dia D da poesia, como uma vingança contra a prosa, mas que é preciso reaprender a ler poesia. De fato. Há gente, entretanto, que nunca leu poesia, gente que se considera razoavelmente culta, boa classe social e educação. Nem sequer imagina o que está perdendo ou deixando de ganhar em aprimoramento do espírito, sensibilidade, beleza, cultura... Uma vez, num curso de reciclagem para professores, li um poema como gosto de fazer, declamando, com toda a sensibilidade que o texto exigia e de que eu era capaz, e disse aos alunos-colegas aos quais fazia a palestra, que assim é que deveriam ler os poemas para seus alunos, expressivamente, para que o entendessem bem, porque os alunos não sabem ler poesia. Uma jovem professora perguntou então: “Mas quem tem coragem?” Francamente...na hora, o impacto foi tão grande que demorei a responder. Assim nunca haverá hora e vez da poesia, nem para essa professora de Português que tem vergonha de ler para seus alunos. Infelizmente, como tudo na vida, há professores e professores. Por isso, conheço outras que até estimulam os alunos a escreverem poemas, orientando-os, fazendo concursos de composição e interpretação e publicando, depois, antologias das turmas. Assim, como dizia um ex-colega e amigo que já se foi para outros planos, “nem tudo está perdido”. Nilva Mariani ARL - Academia Ribeirãopretana de Letras Crianças cuidadas por mãos conscientes e amorosas Conscientizar a sociedade a respeito da importância do cuidado para com a preservação da singularidade que cada criança representa e necessita vivenciar é fundamental. Desta forma ela pode contribuir para o processo criativo da estória de seus filhos. Educar uma criança seja no âmbito familiar ou social, hoje em dia, requer a abertura da percepção amorosa para compreender seu mundo. Na fase da infância (0 –12 anos) a criança apreende o mundo através do imitar, copiar e, portanto ela se espelha em todo e qualquer adulto que com ela se relacione. Portanto, todo adulto com o qual mantém uma relação afetiva, tornase professor, pois a criança o tem como modelo. No mundo atual onde a realização profissional da mulher está cada vez mais sendo solicitada, a criança tem se tornado uma vítima do sistema sendo literalmente desconsiderada em suas necessidades básicas de contato amoroso, íntimo, estável e permanente de uma figura parental (pessoa que se comporta e se relaciona com a criança como um pai ou mãe amorosos e com maturidade emocional adequada) que lhe transmita total segurança, apoio, aceitação, aprovação, consideração, reconhecimento de sua potencialidade e do espaço que veio ocupar dentro da grande família humana à qual todos nós pertencemos. A criança que antes tinha a oportunidade de usufruir um espaço sagrado dentro de seu lar, no qual se sentia segura com seus objetos de amor pessoais (brinquedos, irmãos, pais, avós...) que contribuíam para seu desenvolvimento, hoje se encontra dividindo e sendo dividida logo na primeira infância pulando etapas de amadurecimento o que repercutirá, no futuro, em problemas de adaptação. A primeira infância é reconhecidamente uma fase egóica em que a criança exige ser o centro das atenções amorosas e objetivas, através do qual vai realizando a percepção da própria identidade e aprendendo a amar. Se lhe for solicitada, de forma precoce, a convivência social fora do seu ambiente familiar e se suas necessidades não forem atendidas a contento, torna-se insegura diminuindo o senso de confiança, que é a base para adaptação psicossocial futura. Silvana Cecílio Janeiro Telefones: (16) 3620 7708 ou 9129 2066 PAE – PROTEÇÃO ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO BABÁS CONSCIENTES A empresa PAE - Proteger Através da Educação - visa atender a necessidade do mercado assegurando à família a colocação de profissionais, babás conscientes, previamente preparadas para atender as necessidades básicas da criança em seu desenvolvimento físico, mental e emocional. Levar pessoas conscientes para cuidar da criança evitará muitos contratempos no processo de amadurecimento e desenvolvimento de sua identidade. Telefones: (16) 3620 7708 ou 9129 2066 Silvana Cecílio Janeiro Peregrino 6 Informação, Cultura e Livre Expressão Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2006 Proposta de ortografia fonêmica para a língua portuguesa (brasileira?) (Segundo o KOF - Klube de Ortografia Fonêmika) Introdução A LÍNGUA PORTUGUESA, nas suas formas falada e escrita, é certamente um patrimônio coletivo de valor inestimável de que desfrutam brasileiros, portugueses e africanos. Contudo, a ortografia de que dispomos, erigida sobre um alfabeto com letras multíssonas, conduz a freqüentes dúvidas ao escrever, tornando muitas vezes obrigatória a consulta a dicionários só por razões de ortografia. Visando eliminar tais irregularidades, propõe-se seja adotada na prática, a ortografia fonêmica definida como: “Cada letra só tem um som, e viceversa”. Mudanças propostas para escrita lógica e regular 1- G, com som de GUÊ. Ex: gitarra, gerra, água. 2- J (substituindo o G com som de J). Ex: jente, jirafa. 3- Não há letras mudas. Ex: oje, otel. 4- Dígrafos NH, LH, RR mantidos. Ex: manhã, folha, karro. 5- N antes de qualquer consoante e em sons nasais. Ex: tanbén, tanpa, mantén. 6- K em lugar de C e Q. Ex: kaza, keijo. 7- KS em lugar de X com som de KS. Ex: sekso, táksi. 8- S em lugar de C com som de S. Ex: senoura, sinema, sidade. 9- S em lugar de X com som de S. Ex: esplikar, êstaze. 10- S em lugar de SS. Ex: misa, asado. 11- X em lugar de CH. Ex: xave, xamar. 12- Z em lugar de X com som de Z. Ex: ezenplo, ezame, ezato. 13- Z em lugar de S com som de Z. Ex: fraze, múzika. 14 - Palavras terminadas em A nasal recebem apenas um til (~). Ex: irmã, Irã, rã. 15- ALFABETO: 5 vogais: A, E, I, O, U e 17 consoantes: B(BÊ), D(DÊ), F(FÊ), G(GUÊ), H(AGUÊ), J(JÊ), K(KÊ), L(LÊ), M(MÊ), N(NÊ), P(PÊ), R(RÊ), S(SÊ), T(TÊ), V(VÊ), X(XÊ), Z(ZÊ). Acentuação Os monossílabos tônicos são acentuados. Ex: só, pó, nó, sé, pé. As palavras oxítonas seguidas ou não de S são acentuadas. Ex: kajá, kajás, rapé, rapés. As oxítonas, terminadas em L, R não são acentuadas. Ex: animal, farol, amar, pedir. As paroxítonas não são acentuadas. Ex: estudo, ponte, ponbo, bonito. Toda palavra proparoxítona é acentuada. Ex: gramátika, prédio, krítiko, próprio. Texto exemplo Konplikasão Ortográfika da Antolojia ortofonêmika brazileira – Volume nº1 Ningén ignora, todos senten na pele: a ortografia do Brazil está muito konplikada atualmente. Ningén konsege aprendê-la por konpleto. E os ke aprenden kon serta dezenvoltura fíkan uzando iso para demonstrar status e sabedoria - mas kuando akaba, terminan senpre por nesesitar de ir ao disionário de vês en kuando para tirar dúvidas ortográfikas. Mesmo profisionais da palavra kalejados, komo os revizores, tên o disionário komo instrumento de trabalho. Perdemos uma longa parte de noso tenpo e de nosas enerjias eskolares estudando ke ou tal kual palavra se eskreve kon “x” e não kon “z”, kon “ss” e não kon “c”, kon “j” e não kon “g”. E pior akabarnos não aprendendo nunka. Uma konplikasão! Tudo iso porkê? Tudo devido a uma tal “ortografia etimolójika” ke andava em moda na Fransa no fin do sékulo pasado e ke os portugezes adotaran ao fazer sua reforma ortográfika en 1911. A mesma ortografia ke, kon pekenas modifikasões, foi adotada pelo Brazil en 1945 e uzamos oje. A etimolojia, todos saben, ningén duvida, é uma siênsia muito interesante, fasinante mesmo, ke estuda a istória e a orijen das palavras. Mas não konfundamos as koizas. A ortografia etimolójika não estuda koiza nenhuma, apenas atrapalha o estudo. Ou seja: etimolojia é uma siênsia, ortografia etimolójika, não. Porkê ortografia, kualker ke ela seja - é senpre apenas um konvensão, a maneira konven-sional de se pasar o kódigo eskrito da língua. Deve ser o mais sinples posível. Kon efeito - pergunto eu porkê diabos deverian as palavras fikar demonstrando de onde vieran kada vês ke são eskritas? Ke “mesa” se eskreva kon “s” (enbora se pronunsie “z”) porkê ven do latin “mesan”. E ke, ao kontrário, “razão” (kujo “z” pronunsiamos igual ao “s” de “mesa” se eskreve kon “z” por ke ven do latin “rationen” - e kovensionou (veja ben: se konvensionou!) ke o ke en latin se eskreveria kon “t” deve en portugês ser eskrito kon “z”... E asin por diante, en milhares de palavras. (Afinal, kuando falamos, não presizamos demonstrar a Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2006 orijen de palavra nenhuma no son da fala...) E o pior ainda não é iso. Animados kon sua pretensa siênsia, os pretensos sientistas da língua inventaram etimolojias! Estabeleseran, por ezenplo, ke kuando uma palavra ven de linguas nativas de negros afrikanos ou índios brazileiros, o son “j” é eskrito kon “j” mesmo e não kon “g”: “jiló”, “canjica”. Mas akontese, ke não é só a orijen ke konta. A istória da palavra tanbén! Asin, a palavra “girafa”, ke é de orijen afrikana, e deveria pela própria konvensão dos “sientistas ortográfikos” ser eskrita “jirafa” não é, porkê antes de vir para o portugês pasou pelo italiano “giraffa”! Iso é sério? Iso é sientífiko? Siênsia não é brinkadeira, jente! Siênsia é para simplifikar, e não para konplikar! Se os sientistas de verdade fosen konplikados komo eses tais “sientistas orto-gráfikos”, jamais o omen teria seker inventado a roda, kuanto mais pizado na Lua! Ainda ben ke eziste a proposta fonétika kujo lema é a biunivosidade entre as letras e sons: “Os mesmos sons as mesmas letras; as mesmas letras os mesmos sons”. Tudo aplikado sobre uma língua padrão média do falar dos brazileiros. Sonho inposível? Utopia? Não. Os de língua alemã tên ortografia fonétika perfeita, bazeada na língua padrão kuja orijen foi a tradusão feita por Lutero da Bíblia: O hochdeutsch. Os xine-zes bazearan a fonetizasão de sua Peregrino Informação, Cultura e Livre Expressão eskrita no mandarin falado en Pekin. E línguas ben prósimas à nosa, komo o kasteliano e o italiano, são línguas fonétikas. Porkê não deskonplikarmos tanbén nós, a nosa eskrita? Eno Teodoro Wanke Kolaborador do Klube de Ortografia Fonêmika – KOF (fundado en 1983) Vantagens defendidas Escrever é basicamente combinar consoantes com vogais, o que pode ser feito conforme padrões regulares. Assim, acreditamos que tal proposta para ortografia pelo som facilitará a alfabetização das crianças que usarão apenas a lógica ao escrever. Os professores não terão que explicar o inexplicável, supervalorizando a etimologia. E poderão se dedicar, com os alunos, a estudos mais nobres, como análise sintática, redação e interpretação de textos. Para quem está alfabetizado, basta meia hora, ou até menos, para adaptar-se à nova ortografia. A função morfológica das palavras homógrafas seria deduzida do contexto da frase (como a palavra viajen - verbo e substantivo). A Língua Portuguesa ficaria inteiramente preservada, sujeita apenas às flutuações de neologismos ou de semântica, fenômenos dinâmicos independentes desta proposta. A escrita é convencional. A Língua Portuguesa já sofreu reformas ortográficas. Ex: Commissão - Comissão, Phísica - Física, Chímica - Química, Suísso - Suíço (algumas das várias alterações ocorridas na Língua Portuguesa Moderna) Note-se que o comércio é bastante receptivo à nova ortografia fonêmica: Kibon, Kazinha, Sinteko, Kombi, Kalçados, Kodak, Sukita, Skol, S.M. Kato, Kero Dose, Disk,... 7 FALAR BEM... Prezado Leitor, nesta coluna, espero poder esclarecer algumas dúvidas a respeito da Língua Portuguesa. Opinião do gramático Domingos Paschoal Cegalla Sem dúvida, para os brasileiros de hoje o sistema ortográfico de 1943 representa uma reforma muito tímida. Uma simplificação mais audaciosa haveria de ir muito além, eliminando outros signos inúteis, como o h inicial, o s do dígrafo sc, o x do dígrafo xc, etc., e restringindo o mais possível o emprego do hífen e dos acentos gráficos. É sumamente desejável um código ortográfico mais fácil e mais adequado à comunicação moderna. Fonte: Cegalla, Domingos Paschoal; Novíssima Gramática da Língua Portuguesa; página 31; Companhia Editora Nacional. 1. AO NOSSO VER a política brasileira está com sérios problemas. Obs.: Esta proposta foi apresentada no Congresso Brasileiro de Lingüística e Literatura, na SUAM, 1985, Rio de Janeiro, RJ - Brasil. Veja, amigo leitor: ANTÁRDIDA designa o continente. Ex.: Os cientistas foram à Antárdida. Prof. Manoel Moacir Sisccati ALARP – Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto, Delegado de Esperanto ...e a Língua Portuguesa escrita e/ou falada assim também! Prezado amigo leitor, a forma correta é A MEU VER. O mesmo vale para a nosso ver, a seu ver... (formas corretas). 2. Ele disse: - ANSEIO POR um mundo melhor!!! Prezado leitor, todos nós ansiamos por um mundo melhor... Podemos dizer: a) ANSIAR alguma coisa. Ex.: Anseio um mundo melhor. b) ANSIAR POR alguma coisa. Ex.: Anseio por um mundo melhor. 3. Dúvida que muitos questionam... E agora ANTÁRDIDA ou ANTÁRTICA? ANTÁRTICA é o adjetivo que se refere à Antárdida. Ex.: Ele está estudando sobre a região antártica. (região é substantivo e antárdida é o adjetivo). Renata Carone Sborgia Advogada e Profª de Português e Inglês [email protected] O CONTEÚDO do Site do Peregrino mudou. Visitem-nos: www.jperegrino.com.br Peregrino 8 Informação, Cultura e Livre Expressão Sísifo não morreu “Não terei compaixão de seus filhos, pois são filhos da prostituição”. (Oséias – 1,6) Embora todos os pensadores preconizem que, ao longo dos séculos, o homem vem evoluindo e, mais recentemente, o vem fazendo a passos largos em vista dos incontroláveis efeitos da tecnologia de comunicação, a verdade é que, na essência, este homem continua (quase) o mesmo. No livro Ponto de Ruptura e Transformação, Cultrix, 1990, George Land e Beth Jarman afirmam “o que hoje experimentamos não tem precedentes na história registrada. (...) As constantes comutações que se operam sob as manchetes do dia-a-dia assinalam mudanças, não de grau, mas de tipo. O fato que devemos encarar é: a própria mudança mudou!” (p. 16) De que mudança da mudança falam eles? A pergunta que intriga a todos nós e desafia nosso poder de raciocínio é: o homem mudou mesmo?! Ousamos uma pequena reflexão a partir do livro de Oséias, do Velho Testamento, que profetizou entre os anos 750 e 722 a.C., no mesmo tempo do Profeta Isaías, portanto a fonte não é nova. O Eclesiastes, 250 a.C., nos alerta que “geração vai, geração vem, e a terra permanece sempre a mesma”. (1,4) Oséias amava de todo o coração e de todo o seu ser sua esposa, mas essa o traiu com vários amantes. A dor dele foi tanta que a prostituição tornouse um símbolo e incorporou-se à sua linguagem. Para ele, todo tipo de traição e idolatria metaforizava-se em prostituição: as alianças políticas e espúrias para preservar o poder das minorias, as articulações para manter o autofavorecimento, a concentração de riquezas e flagelamento das camadas sociais menos favorecidas. Tudo era denunciado por esse profeta a partir de sua amarga experiência pessoal, porque, na essência ele era um profundo conhecedor da alma humana e sabia que todas as suas atitudes estavam entrelaçadas e interrelacionadas. A idolatria denunciada – para ele um tipo de prostituição – há quase trinta séculos ia além da simples adoração fundamentalista de imagens. “Há juramento falso e mentira, assassínio e roubo, adultério e violência; e sangue derramado se ajunta a sangue derramado”. (4,2) Como são atuais suas palavras, frente a tudo que está acontecendo! O que a mídia tem-nos mostrado nos bastidores podres da política brasileira não é diferente de “juramento falso e mentira”; nossos homens públicos hoje são, em grande parte, a vergonha nacional, um teatro de prostitutos, que chafurda todo o país no que há de mais desprezível no homem: a autolocupletação descabida, sem levar em conta quem quer que seja, nivelando por baixo toda a alma nacional. Numa dimensão maior, o mesmo acontece com o discurso bushniano quando interfere na autodeterminação de outros povos e tenta impor os valores americanos aos deles. Isso se repete com Blair, com Putim... Os noticiários dão-nos conta, a todo o momento, de “assassínio e roubo” e estes, que causavam comoção na po- O conteúdo do Site do Peregrino - www.jperegrino.com.br, mudou. Os textos que receberam mais visitas, de acordo com o relatório de nosso provedor - Locaweb e, que foram mais comentários por parte de nossos leitores, estão agora disponibilizados para consulta. Em nossa página na internet - www.jperegrino.com.br, você encontra : Antroposofia, Arte, Astrologia, Educação, Esperanto, Fauna e Flora, Fitoterapia, I Ching, Literatura, Língua Portuguesa, Poesias, Psicologia, Tai Chi, Tarô, Terapias, Saúde, ... Visite-nos. Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2006 pulação já não escandalizam mais – nós corremos o risco de perder a capacidade de nos indignar com tamanho descalabro, tal a freqüência com que ocorrem, seguidos pela impunidade. A inversão de valores essenciais chegou a tal ponto que “adultério e violência” são justificados a partir da relativização das liberdades pessoais e dos direitos humanos; por trás de procedimentos imorais e violentos há sempre alguma argumentação, travestida de sociologismo, para amenizar os seus efeitos perniciosos e preservar o direito (discutível) de se fazer o que se quiser, a ponto de a sociedade moderna transformar-se no paraíso dos advogados expertos em defender homens endinheirados de má-índole, bandidos de colarinho branco. As guerras entre os povos e as guerrilhas urbanas são exemplos acabados de “sangue derramado” se juntando a mais “sangue derramado”, fazendo um círculo vicioso interminável, justificado por conceitos convenientes e relativos de democracia ou justiça social, que camuflam fortes interesses de impérios ou grupos econômicos – estes, sim, verdadeiros deuses adorados, cuja idolatria tomou conta da mente e do coração do homem moderno. Ah, Oséias, moderno profeta de quase trinta séculos, como suas palavras teimam em não calar! Os Baais do século XXI estão vivos como nunca. Se o homem continua tão-omesmo, de que mudanças então falam Land e Jarman? Talvez de um homem novo que deva mudar o paradigma de suas buscas. Menos procura externa e mais interna. Menos busca atrás de ter e mais do ser, o caminho de volta para dentro de si mesmo, para a sua essência. Talvez o homem novo deva ser menos relativizado e mais absolutizado, mais voltado para os valores eternos como amor e justiça. Como nos aconselha o próprio Oséias: “Semeiem conforme a justiça e colham o fruto do amor”. (10,12a). Buscar a essência de si mesmo para se renovar no que temos de mais eterno exige criatividade e esforço cooperativo constante. Nas palavras de Land e Jarman, emprestadas de Teillard de Chardin: “Um dia, depois de dominarmos os ventos, as ondas, as marés e a gravidade, teremos de subjugar, para Deus, as energias do amor. Então, pela segunda vez na história do mundo, o homem terá descoberto o fogo”. Ser ou não ser, e sua paráfrase ter ou não ter, são as questões que se colocam. Ser, sim, da forma mais absoluta possível; ser cada vez mais. E ter, também sim, mas não absolutamente; somente o que se puder de forma lícita e honesta, levando em conta a relação com o outro. Ser e ter, conceitos eternos, talvez seja o caminho do homem novo, que exigem criatividade... e amor. Eclesiastes nos questiona sobre “que proveito tira o homem de todo o trabalho com que se afadiga debaixo do sol”. Tomara que, em meio a tantas atrapalhadas, pelo menos o Anjo Torto de Garanhuns tenha razão: que a esperança vença o medo e o brasileiro continue com forças para subir com seu fardo nas costas. Sísifo não morreu. Sísifo não morre. Sísifo é teimoso. Sísifo salvará o homem? Waldomiro W. Peixoto ARL – Academia Ribeirãopretanta de Letras [email protected] Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2006 Peregrino 9 Informação, Cultura e Livre Expressão Essência de Alfazema Amendoeira (Amygdalus communis) Abacaxi Máscara Rejuvenescedora O clima ideal para o plantio da alfazema é o das regiões frias e nevoentas, como as da Inglaterra, onde ela se espalha formando lindos campos perfumados e é colhida como matéria-prima para excelentes lavandas. No calor brasileiro, porém, a alfazema não costuma florir sendo cultivada mais para fins medicinais. É um remédio eficaz para combater asma, cólicas intestinais, enxaquecas, falta de apetite, nervosismo, tonturas e outros males. A lavandula spica - ou alfazema começou a ser cultivada na região do Mediterrâneo, nas ilhas Canárias e na Índia. Com ela fabricou-se a primeira loção para lavar os cabelos. Mas, antes disso, já era largamente usada pela nobreza européia como água-de-colônia. E sua responsabilidade não era pouca: ela devia substituir os banhos, que só aconteciam uma vez por mês. Dos palácios, seu perfume intenso e suave ganhou lentamente as ruas das principais cidades européias, onde era jogada para perfumar o ar. Hoje, em sachês, ela perfuma as roupas nos armários e gavetas, funcionando também no combate a traças e baratas. A alfazema é um pequeno arbusto da família das labiáceas, com pequenas flores azuladas. Embora seja originária de regiões quentes, ela só floresce quando cultivada em regiões de clima frio. Mas mesmo sem flores seu perfume não é menos intenso: ele está presente em todas as partes da planta. Como remédio, suas aplicações são muitas: a alfazema é antiespasmódica, estimulante do cérebro, excitante do sistema nervoso e tônico do estômago. É recomendada também para combater vertigens, leucorréia e paralisação da língua. A receita é simples: ferva um punhado de folhas secas de alfazema em 2 copos de água, abafe e deixe esfriar. Está pronto. Da alfazema também é extraído o óleo de aspic, um líquido incolor utilizado como inseticida e desinfetante, além de ter larga aplicação em veterinária. Fonte: Flora – Essencial – Um guia prático para a saúde e beleza. Árvore frutífera com flores cor-de-rosa e frutos alongados, de cor verde-acinzentado, dos quais se consome a semente (amêndoa). Originária da África e da Mesopotâmia, a amendoeira foi trazida ao Brasil pelos europeus. Há variedades doces e amargas. O óleo de amêndoas doces é utilizado em produtos de beleza. As essências de amêndoas amargas servem para preparar pomadas e ungüentos, contra o reumatismo. As amêndoas doces são usadas na culinária, no preparo de pratos doces e salgados. Parte utilizada: amêndoa. Ajuda a tratar de: Tosse, falta de ar, reumatismo, dores musculares. Fonte: Flora – Essencial – Um guia prático para a saúde e beleza. Lembrança de uma canoa (*) É simples deslizar corrente abaixo em uma canoa. Assim também é no mundo. Mas não esqueças de pensar no leme Descasque metade de um abacaxi e corte a polpa em pedacinhos. Coloque quatro colheres (sopa) da fruta em um recipiente, com duas colheres (sopa) de farinha de trigo e quatro colheres (sopa) de farinha de arroz. Amasse até formar um creme bem pastoso. Passe no rosto, deixe agir por meia hora e depois retire com água morna. Atenção: evite aplicar a máscara na região dos olhos. Fonte: Flora – Essencial – Um guia prático para a saúde e beleza. Água (*) Que pena! Mesmo quando a fonte é clara e pura, a água se suja ao encontrar um riacho poluído. Diplomados (*) Bacharel: tu podes pensar que, por fim, o deixaste para trás. Não, o aprendizado não tem fim! (*) Poemas recomendados por Mikao Usui - REIKI -Editora Madras Peregrino 10 Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2006 Informação, Cultura e Livre Expressão Pri kio ni plej suferas O que mais sofremos Ni plej suferas en la mondo — Ne pro la malfacilajxo, sed pro la senkuragxeco superi gxin. Ne pro la provo, sed pro la malespero antaux la sufero. Ne pro la malsano, sed pro la timego gxin ricevi. Ne pro la malfelicxa parenco, sed pro la cxagreno familie kunvivi kun li. Ne pro la malsukceso, sed pro la obstino ne rekoni niajn erarojn. Ne pro la maldankemo, sed pro la nekapablo ami sen egoismo. Ne pro la propra nenobleco, sed pro la ribelemo kontraux alies supereco. Ne pro la ofendo, sed pro la vundita memestimo. Ne pro la tento, sed pro la volupto sekvi gxiajn sugestojn. Ne pro la kadukigxo de la korpo, sed pro la pasio al gxiaj sxajnoj. Kiel facile oni perceptas, cxe la solvo de ajna problemo, la plej grava problemo estas la sxargxo de afliktoj, kiun ni kreas, disvolvas kaj tenas kontraux ni mem. O que mais sofremos no mundo – Não é a dificuldade. É o desânimo em superá-la. Não é a provação. É o desespero diante do sofrimento. Não é a doença. É o pavor de recebê-la. Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar. Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros. Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo. Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros. Não é a injúria. É o orgulho ferido. Não é a tentação. É a volúpia de experimentar-lhe os alvitres. Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências. Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflições que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós. El la libro “Passos da Vida”— Eldono IDE Livro: “Passos da Vida” - Edição IDE Notícia sobre o Esperanto Tatu-bola Porto - O Museu Nacional da Imprensa lançou, a versão em Esperanto do Museu Virtual do Cartoon que além do Português contava já com uma versão em Inglês. A nova versão foi vista em primeira-mão pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, durante a inauguração da exposição «Bordallo Pinheiro: um génio sem fronteiras», no átrio do Ministério das Finanças, em Lisboa. Criado em 1887 por Ludwik Zamenhof, o Esperanto tinha como objectivo tornar-se a linguagem universal de todo o mundo, sendo actualmente falado por mais de três milhões de pessoas em cerca de 100 países. «Esta latitude geográfica está na base da escolha do Esperanto como terceira língua deste Museu Virtual», adianta o Museu da Imprensa em nota informativa. O Museu Virtual do Cartoon (*), que passou agora a ser trilingue, foi lançado em Novembro de 2005 durante a abertura oficial do VII PortoCartoon-World Festival. Insere-se no quadro da Galeria Internacional do Cartoon que está a ser criada e visa a divulgação global de um conjunto de referências que assinalam a importância do desenho de humor no mundo. De acordo com os seus responsáveis, o Museu Virtual deve ser visto como “um espaço dinâmico que pretende valorizar a linguagem universal do cartoon”, na “linha de excelência do humor” que tem marcado o PortoCartoon. Está dividido em vários «espaços», dos quais se destacam a Galeria de Honra, onde se podem encontrar vários marcos da história da caricatura, a partir do século XIX, e outro dedicado especialmente ao PortoCartoon-World Festival. Nas outras secções pode aceder-se a informação sobre cartunistas, concursos e festivais, museus e galerias, organizações de cartoon e notícias. (*) (http://www.cartoonvirtualmuseum.org/) (c) PNN Portuguese News Network. Fonte: http://www.jornaldigital.com/ noticias.php?noticia=9042 A ficha do bicho Nome popular: Tatu-bola Nome científico: Tolypeutes tricinctus Quanto mede: 50 centímetros Onde vive: Na caatinga do Nordeste O que come: Formigas, escorpiões, frutas, ovos Filhotes: Um, no máximo dois filhotes O tatu-bola é o menor tatu brasileiro, o único tatu endêmico, isto é, que existe apenas no nosso Brasil e o mais ameaçado, porque, como não cava bem como os outros tatus, é mais fácil de ser caçado na região de seca, onde há pouca comida. Para se defender, esse tatu se enrola completamente, formando uma bola, daí o nome popular, e o rabo e a cabeça se adaptam como num quebra-cabeça, protegendo o corpo do tatu, o que não o defende do homem, porém, porque fica fácil pegar a bola que é o tatu e enfiar num saco. Por ser ainda muito caçado, o tatu-bola desapareceu em Sergipe e no Ceará, mas ainda existe na Bahia, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte, nas regiões ainda despovoadas. Apesar de protegido por lei, esse animalzinho é caçado até dentro do Parque Nacional da Serra da Capivara e da Estação Ecológica do Raso da Catarina, áreas de conservação, onde no passado o tatu-bola existia em quantidade. Para salvar essa espécie, os cientistas estão propondo estudos para criação em cativeiro e principalmente programas de educação ambiental para a população da área onde ainda sobrevive esse tatu. O problema é que esse bicho vive justamente na região mais pobre e carente do Brasil e, sem educação, nunca se conseguirá que um caboclo com fome deixe de pegar o tatu para comê-lo, se tiver oportunidade. Fonte: 100 Animais Brasileiros publicados no Estadão Luiz Roberto de Souza Queiroz. Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2006 Peregrino 11 Informação, Cultura e Livre Expressão O conteúdo do site do Peregrino mudou. Visite-nos. Dominando a Arte da Guerra – Liu Ji e Zhuge Liang Entre o céu e a terra – Nilva Mariani A China, uma das civilizações mais antigas da Terra, já se preocupava com a luta da humanidade pela sobrevivência. Por isso, a literatura clássica chinesa já examinava a guerra e seu impacto sobre a sociedade e das implicações éticas resultantes. Este livro reúne comentários das estratégias do clássico de Sun Tzu e ensinamentos sobre a disputa e ação militar delineados no I Ching, um livro a respeito de avaliações estratégicas, cujo desígnio seria o de ajudar o indivíduo a levar uma vida mais racional e efetiva. Grupo Editorial Madras Tel.: (11) 6959 1127 – Fax: (11) 6959 3090 www.madras.com.br As narrativas apresentam características marcantes: personagens contidas, castradas pelo cotidiano... a vida pregando peças, ironizando. (...) Os finais são quase sempre abertos, temse a idéia de que a autora quer obrigar o leitor, o fruidor a tornar-se seu co-autor. (Ely Vieitez Lisboa) – Nilva leva sempre sua “mensagem a Garcia” (...) no servir espontaneamente e no transformar em crônicas os sentimentos mais profundos do ser humano na busca incansável do seu Deus interior. (Prof. Antônio Carlos Tórtoro) Editora Legis Summa Tel/Fax: (16) 3626 0492 Gestão de Recursos Humanos – Gilson José Fidelis, Márcia Regina Banov O conjunto de conhecimentos e práticas de gestão, em linguagem coloquial, é a composição desta obra que aborda os processos inerentes à área de recursos humanos e aplicável no cotidiano acadêmico e profissional. Sua didática facilita a utilização em faculdades, universidades, empresas e profissionais da área. Oferece um panorama da gestão de recursos humanos, detalha a integração gerada pelo processo de socialização e trata a avaliação de desempenho como instrumento estratégico dos gestores. Editora Érica Ltda. Tel.: (11) 2295 3066 / Fax: (11) 6197 4060 www.editoraerica.com.br Ninguém morre de trabalhar – Osmar de Almeida Santos O livro pretende ser uma ferramenta de ajuda, contribuindo para que se fique menos preocupado em relação ao estresse e, por conseqüência, menos vulnerável a ele. Escrito em linguagem clara e direta, não perde o vigor científico que um assunto dessa natureza requer. É dirigido a todas as pessoas que se sentem estressadas e, às que, na indústria, no comércio e no ramo de serviços, se sentem responsáveis pelo bem-estar, saúde e moral de seus subordinados. Editora Textonovo Tel.: (11) 3085 4879 / 3088 6221 – Telefax: (11) 3088 0130 www.editoratextonovo.com.br Peregrino 12 Informação, Cultura e Livre Expressão Assinar / Anunciar Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2006 Os elixires de cristais e os animais (16) 3621 9225 / 9992 3408 traumas físicos e psicológicos, a recuperação é efetiva. Minha experiência é caseira, moro em chácara e tenho muitos animais de várias espécies e sempre com a orientação de amigos veterinários tratamos saudáveis após o uso dos elixires de cristais que podem ser aplicados topicamente (na pele ou no pêlo) ou ingeridos através da água do bebedouro. Temos a responsabilidade de cuidar bem de nossos amigos todos os nossos animais com os elixires de cristais. E sempre observamos impressionados as grandes e rápidas evoluções. Até no caso de infestação por carrapatos ou pulgas, podemos controlar e evitar através de um tratamento para aumentar a resistência (imunidade) dos animais infestados, afastando naturalmente os parasitas. Observamos nitidamente mudanças comportamentais animais que tanto nos ajudam em nossa evolução pessoal. Quero deixar bem claro o quanto nossos amigos animais se beneficiam com o uso dos elixires de cristais. Por serem muito mais puros em sua natureza e com muito menos defesa psicológica do que nós humanos, as respostas ao tratamento vibracional são muito mais rápidas e nítidas. Tanto nos casos de disfunções orgânicas, como nos Dr. Osvaldo Coimbra Junior Sintonizador do Sistema de elixires Cristais de Oz Médico Clínico Geral Radiestesista Holístico CRM: 54.243 (16) 3941 6116 [email protected] O conteúdo do Site do Peregrino - www.jperegrino.com.br, mudou. Os textos que receberam mais visitas, de acordo com o relatório de nosso provedor - Locaweb e, que foram mais comentários por parte de nossos leitores, estão agora disponibilizados para consulta. Em nossa página na internet - www.jperegrino.com.br, você encontra : Antroposofia, Arte, Astrologia, Educação, Esperanto, Fauna e Flora, Fitoterapia, I Ching, Literatura, Língua Portuguesa, Poesias, Psicologia, Tai Chi, Tarô, Terapias, Saúde, ... Visite-nos.