Fichas de Inventário
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Fichas de Inventário
Fichas de Inventário Volume I Ouro Projeto Inventário de Bens Culturais Imóveis Desenvolvimento Territorial dos Caminhos Singulares do Estado do Rio de Janeiro Fevereiro 2004 Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural GOVERNADORA PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO Rosinha Garotinho ESTADUAL VICE- GOVERNADOR Paulo Alcântara Gomes Luiz Paulo Fernandez Conde SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA Arnaldo Niskier DIRETOR SUPERINTENDENTE Paulo Maurício Castelo Branco SUBSECRETÁRIAS DE CULTURA Vânia Bonelli DIRETORES Cecília Conde Celina Vargas do Amaral Peixoto Maria Eugênia Stein Evandro Peçanha Alves INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO CULTURAL – INEPAC GERENTES Marcus Monteiro, Diretor Geral Juarez de Paula / UDL - NA DEPARTAMENTO DE PATRIMÔNIO CULTURAL Heliana Marinho / UDL - RJ E NATURAL Maria Regina Pontin de Mattos, Diretora DEPARTAMENTO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO Amauri Lopes Junior, Diretor DEPARTAMENTO DE APOIO A PROJETOS DE PRESERVAÇÃO CULTURAL Augusto Vargas, Diretor Coordenação Técnica Geral do Projeto / INEPAC Arquiteta Dina Lerner Apoio do Departamento do Patrimônio Cultural e Natural / INEPAC Supervisão Geral de Projeto Dalva Lazaroni Coordenação da Equipe Técnica dos Caminhos do Ouro Arquiteta Flávia Brito Arquitetos assistentes Luiz Henrique de Paula Verônica Natividade Pesquisa Histórica Simone Silva Consultores Padre José Luís Montezano Arquiteta Patricia Leão Agradecimentos Carlos Cinqüenta Coronel Antônio Eugênio Toulouis Coronel Mário Michel Isabelle Cury João Bee Ligia Rodrigues Marcos e Rachel Ribas Maria Auxiliadora da Silva Mario Larrubia Nielson Bezerra Regina Pádua e Equipe técnica do Departamento de Pesquisa e Documentação / INEPAC Laura Bahia e Luciano Jesus de Souza, apoio aos trabalhos de programação visual Lia Motta e equipe do Departamento de Identificação e Documentação do IPHAN Fevereiro 2004 QUADRO SINÓPTICO DOS BENS INVENTARIADOS CAMINHOS DO OURO Município/ Código ficha de inventário 1. “Caminho Velho do Ouro” Paraty PAR-CO-001 PAR-CO-002 PAR-CO-003 PAR-CO-004 PAR-CO-005 PAR-CO-006 PAR-CO-007 PAR-CO-008 PAR-CO-009 PAR-CO-010 PAR-CO-011 PAR-CO-012 PAR-CO-013 Denominação do Bem Imóvel Fotos atuais Fotos antigas Desenhos e plantas Mapas 252 27 10 15 15 29 15 13 6 47 28 33 14 0 6 0 2 1 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 2 3 4 3 6 0 6 3 4 4 1 3 0 0 0 0 0 Igreja N.S. do Pilar Casa e Capela da Fazenda São Bento 23 57 2 0 4 2 0 0 Conjunto Urbano da extinta Vila de Iguaçu Igreja de N.S. da Piedade do Iguaçu 45 10 0 1 1 0 1 0 Variante do caminho Novo Núcleo urbano de Magé Igreja da Matriz ou N.S. da Piedade de Magé Fazenda de Magepe Mirim Fazenda Suruí Igreja de São Nicolau do Suruí Igreja de São Francisco de Croará Igreja de N.S. dos Remédios Estação Ferroviária da Guia de Pacobaíba Igreja de N. S. da Guia de Pacobaíba Vila de Estrela Capela de N.S. da Estrela Paiol da Estrela Estrada Normal da Estrela Igreja de N.S. da Piedade do Inhomirim Sede Social da IMBEL Fazenda da Cordoaria Fazenda da Mandioca Chafariz de Raiz da Serra 93 9 3 16 14 39 30 18 24 27 44 39 22 24 39 18 18 34 3 0 6 1 0 0 0 1 0 0 0 0 2 2 1 2 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2 4 2 6 4 1 1 1 0 1 1 2 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Núcleo Urbano de Petrópolis Fazenda do Padre Correia Fazenda Samambaia Fazenda Santo Antônio Núcleo urbano de Pedro do Rio Núcleo urbano de Secretário Núcleo urbano de Inconfidência 22 58 53 0 40 4 23 0 0 0 3 0 0 0 0 6 0 0 0 0 0 2 0 0 0 1 1 0 Igreja de Santo Antônio da Encruzilhada Núcleo urbano de Paraíba do Sul Ponte Rio Paraíba do Sul Fazenda Cachoeira Alta Fazenda Santa Clara do Paiol 7 51 4 5 15 4 1 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 Antiga Estação de Muda / Museu Rodoviário Ponte Rio Paraibuna 27 5 0 1 2 0 0 0 Caminho Velho do Ouro Núcleo urbano Paraty Cais do Porto Igreja Matriz N.S. dos Remédios Igreja N.S. do Rosário Igreja de Santa Rita Igreja de N.S. das Dores Santa Casa de Misericórdia Chafariz da Pedreira Forte do Defensor Perpétuo Cadeia Portão da Cidade e Poço Casa da Provedoria 0 0 0 1 0 2. “Caminho Novo do Ouro ” - Caminho de Garcia Paes Duque de Caxias CAX-CO-014 CAX-CO-015 Nova Iguaçu IGU-CO-016 IGU-CO-017 3. “Variante do Caminho Novo” - Caminho do Proença Magé MAG-CO-018 MAG-CO-019 MAG-CO-020 MAG-CO-021 MAG-CO-022 MAG-CO-023 MAG-CO-024 MAG-CO-025 MAG-CO-026 MAG-CO-027 MAG-CO-028 MAG-CO-029 MAG-CO-030 MAG-CO-031 MAG-CO-032 MAG-CO-033 MAG-CO-034 MAG-CO-035 MAG-CO-036 Petrópolis PET-CO-037 PET-CO-038 PET-CO-039 PET-CO-040 PET-CO-041 PET-CO-042 PET-CO-043 Paraíba do Sul PBS-CO-044 PBS-CO-045 PBS-CO-046 PBS-CO-047 PBS-CO-048 Comendador Levy Gasparian CLG-CO-049 CLG-CO-050 Simão Pereira SMP-CO-051 Registro de Paraibuna TOTAL 51 17 0 0 0 1484 42 35 14 PARATY Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: Caminho Velho do Ouro PAR-CO-001 localização: município: Início no bairro dos Penha indo até a divisa do Estado do Rio de Janeiro com São Paraty Paulo época de construção: 1660 estado de conservação: satisfatório nos trechos recém-recuperados uso atual: turístico uso original: estrada de tropeiros proteção existente / proposta: Proteção que incide sobre o munícipio de Paraty propriedade: Diversos IBGE 1/50.000 situação e ambiência: O Caminho Velho do Ouro, também conhecido por Caminho da Serra do Facão ou Trilha Goianá, tem várias ambiências uma vez que parte da cidade de Paraty e segue pela Serra do Facão em direção a São Paulo, percorrendo dentro do município de Paraty cerca de 13 quilômetros. Do percurso total que parte do Rio de Janeiro, via mar, chegando a Paraty e seguindo por terra firme até o objetivo final que eram as minas de ouro, há um pequeno trecho aparente. Este se inicia no bairro dos Penha e vai até o Sítio Histórico e Ecológico do Caminho do Ouro. O trecho inicial dos Penha até o ShEco está em fase de abertura e descobrimento. Após percorrer um trecho mais íngreme, segue por uma região um pouco mais plana donde se vê belos trechos da Serra do Facão. Ao longo deste trecho, aberto pouco mais de três quilômetros até o momento deste levantamento, a vegetação está muito transformada, tendo sofrido com as erosões e com o plantio. A ausência da mata atlântica em grandes segmentos, permite, no entanto, compreender como teria sido o caminho na época áurea de seu funcionamento, quando três braças de cada lado da estrada eram limpas. No trecho pouco acima onde está o Sh-Eco, aberto à visitação, a paisagem torna-se mais encerrada em si mesma, possibilitando apenas em alguns pontos de clareira vistas magníficas da Baía de Paraty. Nos três quilômetros abertos pode-se ver a mata atlântica secundária, e o modo pelo qual o caminho calçado segue por ela. Sem seguir as curvas de nível, o caminho abre-se em alguns momentos em até nove metros de largura em meio à vegetação cerrada, sendo íngreme em boa parte do percurso. levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V. Natividade data: 2 7 / 1 1 / 0 3 revisado: data: / / d esc riçã o arqu it etô nic a O C amin ho Ve lho do Ouro no q ue se r e fer e a se us e lemen tos c ons tr u ídos , ou s eja , a os trec ho s ca lça dos aprese n ta g ran des d i ve r sidad es . F alamos aqu i, d os ves tígios do c a m inh o e do qu e s e p ode v er h oj e , c om a r e s s al v a de q ue os trab a lhos h is tó r i c os e a rqu eo lóg i cos es tão a penas n o in ício e so me n te é poss íve l faz er a firmaçõ es ge nera l iza da s. A pr ime ira ques tã o a s e no ta r é o mod o d e cons tr uir es tr adas e c omo ele d i fer e - s e d o q ue e n ten d emos co mo es trad as d e r od age m. Os ca minh os era m fe itos para as tro pas d e h omens e burr os qu e le va va m e b usca vam as r i quez as e , p or tan to , fe ito à pé . Algu mas p r em is s as bás icas s u r gem de i me dia t o : a e n g e n h aria da es tra da é n ota men t e d is ti n ta . E la n ão se gue as cur vas d e n íve l do terre no e s u as cur vas n ão sã o pro pr iamen te c ur vas , mas e ncon tros de re tas . Em cad a um des tes enc o ntros há u m a vala ou c ana le ta pa r a o esc oa men to das águ a s p lu via is . A s e gun da que s tã o a no tar é o c a lça men t o . H á b as ic am en te do is ti p os : u m c o m p edr as me nor es e co lo cadas deso rde namen te e o utro co m pe dras maior es e mais lisas for ma ndo u m dese nho . Es te tem nas e xtr emidades pedr a s lad ead as e n o me io a linha de p edr as cha mad a cap is tr ana . Entr e as duas h á p edr as maio res e nca ixad as . Ao que p arece o ca lça me n to meno r é mais an tigo , de u ma épo ca e m qu e não ha via a inda pó lvor a par a es tour ar as p edr as em loc o , e o c amin ho , p or tan to , er a feito co m pe dras de mã o. O ou tr o tipo de ca lçame n to fe ito c o m pedr as ma io res é, talvez , p osterior q u ando já se tin ha o ins tr ume n tal pa ra a pro veitar as p edr as do pr óprio camin ho e ir es to uran do- a s à medida e m q ue s e ia c ons tr ui ndo a es tra da . Sa be- s e que em 182 4 é e nc o men d ada u ma r e f or m a da es tr ad a , pa ra a r ea liz a ção dos co nser tos nec essár ios . Em 184 0 são rea l izad as reformas n a es tr ad a . i d e nt i fic aç ão g ráf ica p e s qu isa h is tó r ica A h is tór ia do q ue h oj e c hama mos por C a m inh o V el ho do Our o in ici a - s e m u ito a n tes d a c h ega da d os po r tug ue s es no Bras i l . E l a era u ti l iz ad a p el os índ ios g o i a n ás o u g o i a m i mins q ue h ab i ta va m a r eg iã o par a c o m unic ar em- s e com um a " alde ia de c im a" no Va l e do P a r a íba . A pr ime ira no tícia da passa ge m d o homem br anco p ela trilh a é d e Anth on y Kn ive t, n o fina l d o sé culo XVI, fe ito pr is ioneiro pe lo fi lh o do g o vern ad or do R io de Ja ne iro , Mar tim C o r r ea de Sá . O r e la to do ing lês r efer e- s e à exp ed iç ão do d es br a va dor p el a tri l ha da S er r a d o F acão , cujos ob je tivos não s ão esc la rec id os. M as a es t r ada vi r i a a s er e fe t i va m ente u t il iza da p el os po r t u g ueses a par t ir de 1 660 , q uan do Sa lva dor de Sá, g o ver nad or ge ra l da s Minas , n a b usca d e o uro e p edr a s prec iosas , manda abrir a es tr eita tr ilha dos goianás . Na vir ada do s éculo XVII para o XVIII a notíc ia a rrasa dor a da desco b erta do ouro nas Minas faz c o m o que ún ico c aminh o já a ber to e co nhec id o ganh asse impor tâ ncia centr a l no c on te xto c o lonia l . Ele a gora s er viria co mo ac esso p rincipa l das tr op as qu e c ircula va m p elo pa ís . Mas a p rimaz ia d uro u po uco e em 1 698 , Garc ia R odr igu e s Paes , filh o de F ern ã o D ias , r e c e be a incu mbênc ia d e a brir um c a m inh o m ais d ir e to e pro te g ido p ar a as M in as , qu e e v i t as s e o i nc ô mod o c am in ho m ar í t imo . I s t o po r qu e o C a mi nh o Vel ho d e P ar at y inc lu í a u m trech o vi a m ar a té o R i o de Ja ne iro , c o nsider ad o perig oso já que vulnerá vel a a ta qu es p i r atas. Ab er to o C amin ho No vo de R odr ig ues Paes p or volta de 170 0 e co m o flu xo de ouro to ma ndo pr oporçõ es fora do co n tr ole fisca l d a Cor oa Por tugu esa , e sta pro íbe o uso d a es tr ad a de Pa ra ty. Em 1 71 5 é so licitada pe lo s ver ea dore s da Vila a reabe r tur a do c a min ho, n o qu e são a ten didos . A es tr ada no va via D u que d e Ca xias er a con sidera da mu ito er ma , s e m q ua lq uer i n fra- es t r utura , e a de P ar a t y , j á u t i liz ad a a m ais t em po , o fe r ec ia m a ior es "co mod id a des" às trop as . Co m a abe rtura da Var ia n te d o C aminho N o vo o u C a minho do Pro en ça, que en curta va o c am in ho de R odr i gu es Pa es e m t r ês d ias , p ar t in do d o Por to Es tr el a , a es tr ad a de Par a t y g anh ou fo r te c o ncorr e nte . Mas seu m o vi men t o nã o c es s ou . O c a m in ho de Pa r a t y prosseguiu sendo utilizado intens a m e n te , s o b r e t u d o a p ó s a s l e is p a r a o f im d a e s c r a vi d ã o , se r vindo c omo c amin h o c lan des tino par a os escra vos q u e dese mba r cava m e m Pa r a ty- M ir im e s egu ia m para as faz endas d e c afé do Va le do Par a íba . Co m a ins talação das estr adas de fe rro n o Vale d o Para íba e c om o trá fico d e esc ra vos e scasseand o na s egu nd a me tade d o XIX, inic ia - s e a decadênc ia do C aminh o V e lh o do O ur o, c onso l ida da em 1 925 c om a a ber tur a da es trad a de r od age m P a r a t y - C u n h a . registro fotográfico Trecho inicial do Caminho Velho Trecho do Caminho Velho Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Aspecto da vala de escoamento Detalhe do caminho, vendo-se dois tipos de calçamento de épocas distintas Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Pedra com marca do processo de construção da calçada, em que se dinamitavam as rochas do caminho. Fonte: L. H. de Paula 6Paisagem /8 do Caminho Velho Fonte: L. H. de Paula registro fotográfico Bica d’água do percurso Bica d’água do percurso Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Área da bica Área da bica Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Trecho de calçada de pedra no Sítio Histórico e Arqueológico do Caminho do Ouro/ Museu Aberto do Caminho do Ouro Fonte: L. H. de Paula Trecho de calçada de pedra no Sítio Histórico e Arqueológico do Caminho do Ouro/ Museu Aberto do Caminho do Ouro Fonte: L. H. de Paula i n fo r ma ç õ e s c o mp l e m en t a r es / f o nte s No mo men to e m se fa zia este le van tamen to um pro je to d e a ber tura do Ca minh o do O uro e m Par aty, c oor den ad o pe lo Se br a e , es ta va em c urso , c om pr e vis ão d e tér mino para 200 4 . F on t es: GUR GE L , H ei tor ; A MA R A L , E de lw eiss . Par a r t y , c am in ho d o o ur o . R i o d e J an ei r o: L i vra r i a São José, 1973 R I B AS , Ma r c os C ae t a no. A his t óri a d o c am in ho d o ou r o em Par a t y . P ar a t y : C o n t e s t Pro duçõ es Cultur ais , 200 3 . ________. Paraty: Registro do Caminho do Ouro. Paraty: mimeo, 1998. SANTO S, Márc io . Es tr adas R ea is . In tro duçã o aos c amin hos d o ou ro e do d ia m ante no B r as i l . B e l o H or iz o n te : Es tra da R eal , 200 1 . SIL VA, Mo acir . Kilô me tr o zero. C a minhos a n tigos , es tra das mo der n as. R io d e J aneiro : São Be ned ic to , 193 4 . Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: Núcleo Urbano de Paraty PAR-CO-002 localização: município: Centro Histórico Paraty época de construção: 1630 estado de conservação: bom uso atual: uso original: proteção existente / proposta: Erigida monumento nacional Dec. 58077 de 1958 propriedade: http://www.governo.rj.gov.br/municipios.asp Prefeitura de Paraty situação e ambiência: O que chamamos aqui de núcleo urbano de Paraty restringe-se ao bairro Centro Histórico, pois é aquele que estabelece conexões com o período de importância aurífera. O centro histórico limita-se ao norte pelo rio Perequê-Açu e está defronte à Baía de Ilha Grande e não se pode pensar a cidade sem levar em consideração as águas que o circundam. Posta sobre área plana e alagadiça, seu traçado urbano é ortogonal, com sete ruas correndo do nascente para o poente e seis ruas do norte para o sul. As casas do bairro histórico são voltadas para as ruas de calçadas de paralepípedos. Entre o mar e a cidade em si há um extensa área alagada que impediu que a cidade crescesse até beira-mar. Os pontos de encontro entre cidade e mar são promovidos pelo porto. A Serra do Mar ao fundo é visível de alguns pontos, principalmente para quem chega por via marítima, oferecendo magnífico contraste com a região de planície onde foi implantada a cidade. levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V. Natividade data: 2 6 / 1 1 / 0 3 revisado: data: / / d esc riçã o arqu it etô nic a O c en tro histór ico d e Para ty o fere ce a o trans eun te u ma exper iê n c ia singular no q ue se r e fer e núcle os ur b anos co lon i ais , p or d ua s raz ões q ue n ão s ão únic as , mas que ass ociadas s e tornam singulares : estar tota lmente implantada em te rreno plano junto ao mar e ter tr açado c ar tesia no . Co m is to , va i s e d escob rin do aos p ou cos, a tra vés do p er c urs o , o s p on tos e as v is ad as de in t er es s e . N ão há d i fer enç as d e n í ve l , nã o s en do p os s í ve l d ar des t aqu e aos s í mbo l os do p od er , c om o p or exe mp lo as Igr e j a s , a não s er pe l a a l tu ra d e s uas torres , que vão n o s gu ia ndo , a os p oucos . A le ve s i nu osid ade qu e as ru as a pr es en ta m dec or r e pr ova ve lm en t e da n ec es s ida de d e s e d is tr ib uir equ i ta t i v am en te o s ol e a s om br a em tod as as e d if ic aç õe s e c an al iz ar os ven t os pa r a o s pátios in te r no s das c as a s . As esq u ina s s ão e m q uase su a to ta lid ade em â ngu lo vivo c om tr ês cunha is n or malmen te e m ca ntar ia e o qu ar to em r eboc o , po den do este ser u m símbo lo ma çônic o . O c on ta to com o mar s e faz s u tilmen te , nu m jogo de esc ond e e a par ec e o q ue acab a p or tor nar o t r aça do o r tog ona l m a is di nâ mic o e in te r es s a n te . No que s e refere à ar quite tura , a cidad e te m a lgu ns e xe mp lar es de des ta que c omo as q ua tr o Igr ejas de é po ca (San ta R i ta de Cáss ia, N .S. da s Dor es , N .S. dos R emédios e N .S. d o Rosá rio ) e d e ter mina dos so bra dos qu e se u tilizam or a de ma ter i ais mais no bres , or a de e le me n tos de arq ui t e t ura de ma io r des ta que . O va lor arq ui te t ôn ico , c on tud o , r e s id e no co njun to ur bano e na un ida de q ue se forma a p ar tir des te . As casas de p or ta e ja ne la ca ia das em br anco e jus tap os tas pe las la ter a is nas lon g as r uas r eta s for nece m impac ta n te s visões de co njun to . O ritmo das fe nes traç õe s o ra é que bra do p ela s a l tura de cas as asso bra dad as , ora pe lo s ur gimen to de larg o o u pr aça , or a pe lo cr uza me nto de r uas , o u a ind a , p elo s ur g i m ento de mur os dos qu in ta is d as c a s as . As c as as tér r eas a l te r na das co m os so b rados co mple xificam a pa is age m e d ão p erso na lidad e ún ic a à cida d e. O espaç o u r ban o l i vr e de e d if ic aç ão ma ior e mais s ign i f i c ati vo é o d a Pr aça d a Ma triz , b as tan te ar bor izad o , r emen ten do a uma c onc epção ma is ro mâ n tic a de ja rd ins . A l gu ns po n tos n o tá ve i s a s er e m o bs er va dos : L ar g o de S an ta R i ta , c om a igr ej a de mes mo nom e e e di f íc io da C as a de C âm a r a e Ca de ia , d o nde o bser va- s e a Ba ía de Para ty, o c ais do p or to e o an tig o me rcad o d a cidad e , h oje tra ns formad o em pous ad a. R u a D r . Sa mue l C os t a / R ua do R os ár i o , pr inc ip al me n te s eu en tr onc ame n to c o m a R ua d o Co mérc io, o nde s i tua- s e a Igre ja do R osá rio co ma fa chada pr incipa l vo ltad a par a as d uas r uas e o ed ifíc io da Pre fe i tu ra d e Para ty. As Igr ejas de N ossa Senhor a dos Reméd ios , do Rosá rio , de Sa n ta Rita e a Cap elinha d as Dor es . i d e nt i fic aç ão g ráf ica p e s qu isa h is tó r ica A re gião d a Ba ía da Ilha Gran de foi d escob er ta em 1 50 2 por Gonç alo Coe lh o n a s u a se gun da e xpe diç ão a o Bras il, ma s co meç ou a s er po voa da p or vo lta d e 15 30 q uan do a e xped içã o de Mar tin Afonso de Souza ve m a o Br asil e m direç ão às Minas . A re gião d e Para ty era ocup ada d esde 16 00 por p au lis ta s vindos de Sã o Vice n te n o morr o ac ima de o nde é ho je o n úc leo ur ban o . A par tir de 1 630 c om a c ompra d e u ma ses mar ia p or Mar ia J á come de Melo , um o u tr o po vo ado , es te q ue c hamamos d e Núc le o Ur ban o de Pa ra ty, co meça a se fo rma r, en tã o co nhec id o como Noss a Senh ora dos Re mé dios de Pa ra ty. Mar ia Jác o me de Me lo doa o tr ech o de te rra ju n to a o ma r , qu e po uco a pouc o , c om a imp or tância do po rto , vai s up la ntan do o de São R oq ue , qu e e xistia n o m or r o do F or te , c onh e c ido t amb é m c omo Mor r o d a V i la Ve lh a . R e la t a P iz ar r o q ue , a o p assar por lá e m 1 794 , foi in formado pe lo s an tigos h ab i tantes qu e o s p rime iros po vo ado re s ass en ta ra m vive nda e constru íra m u ma ca pe la s ob a tu tela d e São Roque no a l to do morr o . O no vo núc leo vai s e consolidan d o e n tre os r ios Pere qu ê-Aç u e Pa titiba . Em 16 44 o p o voa do in ves te- se do títu lo de Vila , tend o n o mes mo a no voltado à juris diç ão da Ilha Gr an de . F i nalme n te , e m 16 67 , g a nha o títu lo de Vila de Nossa Sen h ora dos R e méd ios d e P ar a t y , ten do p or ta nt o , j á troc ado o no me do s a n to d a i n voc aç ão . N es t e mo me n to , ta mbé m , c o ns tró i u ma Ig r e ja m a tr iz de pa u - a - p i que. Co m a des cober ta de ouro nas Minas a vila d e Para ty to rno u- s e p onto ne vr álg i co d a e x por t aç ão do pr odu t o . Era p el o p or to d e P ar at y que s e embarc a va m r u mo a o R io de Ja ne iro e d epo is à Eur opa o pr eciso me tal. Is to por qu e o ú nic o camin ho já aber to p a r a o se rtão do p a ís era o a ntig o ca min ho dos ín dios go ia nás , o qua l fo i a pro veitado pe los t r o pe ir os p ar a a c ir c u l ação d os pr odu tos c ol o nia is . Em 1 75 1 P ar a t y era o s egu ndo por t o e m i m por tâ nci a do pa ís , n ão a pen as pel a c ir c ul a ç ão de ouro , mas ta mb ém d e pr o d u t o s como sa l, escr a vos, a gu ard en te e um s em n úmero d e ou tros produ tos ag r íco las , fu n dame n ta is n as troc as comerc ia is do per ío do . Par a ty, co mo er a pr od utura a gr íc ola , abas te cia as vilas d o Va le d o Para íba , a s tr opas qu e tin ha m na vila u m po n to d e p ara da o b r ig a tório e a p r ópr ia pro v í nc i a . A re gião e r a gr and e pr odu tora de aguar de nte , sen do , p o r isso , a c ultura b ás ica d o mun ic íp io a can a de a çúcar. Em 1 851 e xis tia m cerca de 29 e nge nho s na fre gue sia . C o m o c r es c ime n to c o mer c ia l d o port o e c o n s eque n tem e nte do C a m i n ho Ve lho do O uro a Vila va i ta mb é m mud and o as fe içõ es . Surg em ca sas de alve naria de pe dra e c al, n o vas Ig re jas sã o con str u ídas , c o mpleme n ta- s e o traç ad o urb ano ( mais p ró ximo do q ue se co nhec e h oje c omo Ce ntr o H is tór ico), abre m- s e novas r uas e é co n str u íd o o fo r te . Es ta é a descriç ão de Piz arro da vila de Pa raty em fi ns do s éculo XVIII: "C onté m es ta p o voaç ão ma is de 400 c as as , e di f ica das e m pared es de ped r a e c al , de p au- a - p i q u e , ou es tuqu e , e ntre as qua is se c on ta vam 4 0 de s obr ado . H á mais d e 2 0 lojas ; a s fa zendas mo lha das em mais de 14 ; e as s e cas e m mais de 2 5 ( ...) As ruas s ã o d elinea da s co m bo a d ir eç ão e q uase to das c a lça das . " N o s éc u lo X I X c o m a e s c as s ez d o our o a c id ade c o n ti nu ou s e ndo u m p os to c o mer c ia l d e pr odu to s agr íc olas e d e escr a vos. O no vo p r odu to q u e a por ta e passa a s er ta mbé m c u l t i vad o é o c a fé . Em 184 4 a v il a é e le v ada à c a te gor ia de c ida de , c om o nom e de P ar a t y . registro fotográfico Vista geral do centro histórico Aspectos do centro histórico Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Praça da Matriz no início do século XX Vista da cidade de Paraty, onde observa-se a Baía, o Rio Perequê-Açu e a Santa Casa de Misericórdia Fonte: Estado do Rio de Janeiro, 1922 Fonte: Estado do Rio de Janeiro, 1922 Vista de Paraty, cerca de 1950 Fonte: Strauss e Sene, 1997 Rua da Matriz, cerca de 1950 Fonte: Strauss e Sene, 1997 registro fotográfico Vista aérea do centro histórico, cerca de 1950 Fonte: Strauss e Sene, 1997 Ilustração de Debret, 1827 Fonte: Strauss e Sene, 1997 registro fotográfico F o n t e : Bellegarde & Niemeyer, 1857 registro fotográfico Fonte: Estado do Rio de Janeiro, década 1930. f o nt es ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Catálogo do Centenário da Indústria do Brasil. Álbum do Estado do Rio, 1922 MAIA, Tom & MAIA, T hereza . Pa r aty. São Pa u lo : Nac io n al e Edus p , 1975 . MELLO , D i uner . Par a ty: ro teir o do vis i ta nte . Para ty: 200 2 . S OU ZA , M ar in a de Me l lo . Par a ti : a c i dad e e as f es tas . R io d e J a n e i r o: U FR J , 1 994 . S TR AU S S , D ie ter & S EN E , Ma r i a A. J úl ia Ma nn : u ma v id a en tr e du a s c u l tur as. S ão Pau l o : Es taçã o L i berda de , 1 9 97. Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: Cais do Porto PAR-CO-003 localização: município: Centro histórico Paraty época de construção: 1726 estado de conservação: satisfatório uso atual: cais uso original: cais do porto de Paraty proteção existente / proposta: Proteção que incide no município de Paraty propriedade: Pref. Paraty Prefeitura de Paraty situação e ambiência: O cais do porto situa-se na região oposta ao rio Perequê-açu, junto à Casa de Câmara e Cadeia e à Igreja de N.S. de Santa Rita. Voltado para a Baía de Paraty permite visão privilgiada do mar. No lado da terra firme, a murada aparente de cerca de 90cm enterrada junto ao mar, é o limite do grande vazio que forma o largo da Igreja de Santa Rita. Este, embora limitado por um meio-fio e pela rua que segue beira-mar, visualmente abrange uma grande área que termina no cais do porto. levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V. Natividade data: 2 6 / 1 1 / 0 3 revisado: data: / / d esc riçã o arqu it etô nic a O c ais do por to d e Par aty, no q ue se re fer e a se us asp e ctos co ns tr utivos , é uma murada em pedras , que s ervia de atrac ad ouro para os navios que aportavam. Em alguns trec hos a mur ad a fic a aparen te a o trans eun te , mas em q uase tod a exte nsão es tá vo lta da p ar a o ma r . E mb or a te nha gra nde c omp r i me n to , a mur a d a c ham a m ais a tenç ão pel o vaz io u rba no q ue co n figur a do que pe lo q ue so bro u cons tr u ído . Os can hõ es ju n to à mur ada s ão o tes temu nh o da preoc u pação c om a de fes a da vila d as in vasõ es e sa qu es às r iq uesas d o p er ío do a u r í fer o . I n ter es s an t e no t ar os v az i o s em f or m a de arc o em m e io à mur ada para a p assag em da á gua no per ío do d a s che ias . p e s qu isa h is tó r ica O c ais do por to d e Par at y es tá es t r e i tam en te v inc u lad o à d es c ob er t a d o ou r o n as M i nas e ao c r esc i men t o do mo v im en to no C a m inh o V el h o. A p ar ti r d e en tã o , na v ir a da d o séc ulo XVII para o XVIII, a vi la de Paraty cresce s i gnific ativamente em importâ ncia e uma sé rie de medid as são tomadas pa ra org an iza r a vila e melhora r o s i stema de d efes a da Ba ía. D en tre es tas me didas es tá a co nstruçã o do For te do D e fens or Per pé tu o , da C asa d e R e gis t r o d o Our o e a me lh ori a do por t o , c om a c o loc aç ã o de c a n h õ e s de de fes a . A imp or tâ n cia h is tór ic a d o ca is do por to é gr an de , p ois e ra a pon ta fina l de c on exão d o C a mi nh o do O ur o c om o mar e , c ons eqü e nte me nte , c om o R io d e J an ei r o . O o b je t i vo f i na l d o c a mi nho que v in ha d o i n t er ior , do s e r tão , era a t i ngi r o li t or a l e estab el ec er a c o ne xã o c o mer c ia l c o m a C or t e . O p or to era o c om eç o d o c am in ho para M inas , para a que les qu e le va va m as r iq uezas como escra vos e sa l, e era o fim do árdu o ca minho de p edr as per corr id o c om pe las tr op as. A p ar tir do mo men to em qu e s e a tin gia a e m barcação p ar a t oma r o c a mi nho mar í t i mo , a etap a ma is d ur a , no q ue s e r e fer e ao es for ç o f ís ic o dos tro pe iros e sta va c ump rida , mu ito embo ra o tr echo por mar fosse o ma is pe rigos o, s ujeito a sa ques pir atas . registro fotográfico Abertura para escoamento das águas Aspecto da rua Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Murada do porto Fonte: L. H. de Paula Antigos canhões Fonte: L. H. de Paula Pedra de atracadouro de embarcações Fonte: L. H. de Paula f o nt es A r q ui v o N o r onh a S an t os/ I PH AN . IPH AN . In ven tár io N ac iona l d e Be ns Imó ve is . Sítios Urb anos To mba dos - Pe s q u isa h is tó r ic a ( Para t i , Pe tr ópo l is , Praç a X V) . I PH A N : D ep t o . d e I den t i f ic a ç ão e D oc umen taç ão . R io d e J an ei r o : m i meo , 200 3 . Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: Igreja Matriz N.S. dos Remédios PAR-CO-004 localização: município: Praça da Matriz/ Praça Monsenhor Hélio Pires - Bairro Histórico, Centro Paraty época de construção: 1646 estado de conservação: satisfatório uso atual: religioso uso original: religioso proteção existente / proposta: IPHAN (655-T-61 Livro Histórico vol.I, nº336, fl.56) 13/02/62 propriedade: Pref. Paraty Diocese de Itaguaí situação e ambiência: Voltada para a praça arborizada que leva o nome da Matriz, a Igreja tem sua escala monumental suavizada pela copa das árvores. A grande praça, maior espaço livre de edificação do centro histórico, acolhe a escala da matriz e permite ao pedestre boas visadas da mesma. Os sobrados do século XIX acompanham este movimento e dão suporte ao grande volume, que, caso posto em outro local da cidade, estabeleceria ainda maiores relações de constraste. Do lado esquerdo da Igreja há um vazio beira-rio Perequê-Açu que permite bom ângulo da fachada principal e da lateral. levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V. Natividade data: 2 6 / 1 1 / 0 3 revisado: data: / / d esc riçã o arqu it etô nic a A fach ad a da Igre ja r e presen ta c o m justiça o long o pr oc esso de co n struçã o e m ud anças por q ue p as s ou a té s e r c om p le ta d a n a 2ª me t ade d o s éc u l o X I X . E s t e que é um fe nô meo c omu m às Igr ejas co lo nias br asile ir as , de ve se r e n ten d ido como um fa tor in te gra n te da pró pr ia obra , em cu ja id ea liz aç ão e r e aliza ção p ar ticipa va m n ão apen as o a u tor do r i sco o rigina l , mas um s e m n úmero de tra ba lha dor es , mes tres , mecen as de d i fe ren tes gerações . Por es ta raz ão , com já r essalto u Sand ra Alvim, a ar qu ite tura d as Igrejas é c apaz de revelar a s ociedade que a originou, bem como s eus process os de mud ança . A Igr eja , d e plan ta re tangu lar , c o m na ve c en tral e na ves later ia is , é d e u m per íodo em q ue as pla ntas vão se comple xific ando e an e xan do aos espaços ess encia is (n a ve , ca pe la e sac ris tia) o utr os esp a ços sec und á rios , c o mo cor red ores la tera is , c onsis tó rio , s alas a di mn is tr a t i vas , en tr e outr os . Ass im co mo nas Igr eja s do R io de Ja ne iro , c ujo pa drã o caracter ís tico é o con tr as te e n tr e o bra nc o d a c a ia ç ão e a c an ta r i a , a M a tr iz de N . S . d os R e méd ios de Par a t y pr im a p elo uso d estes eleme ntos . A fac had a ta mbé m re vela u m pa drão típ ico dos templos do R io d e J an ei r o : u m c or po c en tr a l c or o ado po r f r o nt ão e la de ado p or d ua s tor r es . A presenç a d e d uas to rres ind ica va r i queza d a p aróq uia , e , por h ip ótes e, a nã o c o nclus ão d as torr es , n es te c as o , dec or r e d e u ma im po s s ib i li dad e s ign i fic a ti v a . A u t i liz açã o da c a n tar i a n a ar qu i t etu r a r e l ig io s a c o lon ia l c or r es p ond e e m P or tu ga l ao p er ío do ma neir is ta , qu ando o gos to pe lo uso da can tar ia d esen volve- s e la rgamente . No R i o d e Jan eiro , d e vido a os c u stos e à fa lta de mão d e ob ra , ela foi emp reg ada nas guar niç ões d os vãos e , qu and o po ssível, nos ele me n tos estr u tur ais . A p edr a tr aba lha da tra ns for mou se nu m pa drão es té tic o e pro tó tip o for ma l . A c a ntar ia da M a triz s al t a da f ac h ada e r e ve l a em s e us desen h o s , f risos e f or m as um g o s to d e é p o c a , t íp i c o d a s e g u n d a m e ta d e d o X V I I I n o R i o d e J a n e i r o , quando a utilização d a pe dra a umen ta em número em elabor ação . O aspec t o monu men t a l e qu ase " f ora de es c a la " q ue a pr es en ta a I g r eja deco r r e d a a usênc ia d as to rres q u e ac irr am a hor iz ona lidade e a impressão de estab ilidad e e ta mbé m d a aus ênc i a d e eq u il í b r io en t r e os c he ios e v az i os . Es t a r elaç ão n ã o é pro porc i ona l na f ac had a e os c he ios , a lé m d e s er em e m m ai o r es es t ão a c om pan had os po r c an t ari as . i d e nt i fic aç ão g r áfica i d e nt i fic aç ão g ráf ica p e s qu isa h is tó r ica A I gr ej a de N . S . d os R eméd ios t e ve s u a c ons t r uçã o i nic i ada e m 1 64 6, mas p ar al is ad a e m 1 679 p or fa lta de r ecursos . A cons truç ão de veu - s e à in ic ia tiva d e D . Maria J á c o me d e Me llo , qu e doou o terr eno e m 16 4 6 para a co nstruçã o da Vila e , log o , de uma n ova Igre ja q ue s u bs ti t u ís s e a de Sã o R oq ue . Es ta c a pe l a d e pe dra e c a l fo i de mo l ida em 1 66 8, e ou t r a f o i c o ns tru í da , s en do t er m in ada e m 1 712 , ma s c ons ide r a da pe que n a. Va le le m br ar qu e e s t e é o pe ríod o em que a vila gan ha no va pos içã o no ce nár io c olon ia l a pós a d esc ober ta do o ur o e o c o nseq üen t e c r es c im en t o do m o v im en to p or tu ár io . Em 1 78 7 deu - s e i n í cio à obr a q ue h oj e p ode mos ve r , c uj a c o nst r uçã o fo i te r mi nad a e m 18 73 , q ua s e c em a no s d e p o i s . Por ter u m a esc ala mu ito gra nde a ob ra d a Ig reja foi par alisa da p or dive rsas ve zes e ac abo u po r cus tar mu ito c aro à p opulaçã o da c id ade . C o m a in ter ve nção de Do na G e r a ld a M ar ia d a S il va , f or nec end o d in he i r o e es c r a v os as o br as p ud er a m c ontin uar . Q uan d o d a ina ugu raçã o , a Igr eja não es ta va comp le ta men te e ncerr ada , faltand o a ind a as duas to rres e par te dos fu nd os por arre ma tar . A nã o fina lização das tor res e nco ntr a d uas justific a tivas : 1 . a fa l ta d e r ec u r s os para a c ons tr ução ; 2 . u m pro bl em a es tru t ura l : o f r o ntis p í c io h a vi a ficad o po r dema is pes ad o e a e l e vaçã o das torres ir ia p r ovoc ar u m perigoso ba lanç o f r o n ta l . P or s er a ma tr iz a Ig r e ja fo i fre qü en ta da m or men te pe la el i te b r anc a da c id ade que c o n tr ibu iu por s éc ul os p ar a s u a c onst r uçã o . A imagem de N.S. dos Remédios de Para ty é obra do século XVIII, provavelmente o riund a de Po r tug al ( 1 ,4 0m d e a l tura de 70c m em s eu d i âme tr o ma ior) . registro fotográfico Lateral da Igreja Matriz Fonte: Strauss & Sene, 1997 Vista da Igreja Fonte: Strauss & Sene, 1997 Fachada lateral direita Fachadas posterior e lateral esquerda Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Detalhe da fachada principal Detalhe da fachada principal Fonte:L. H. de Paula Fonte:L. H. de Paula registro fotográfico Detalhe da fachada Fonte:L. H. de Paula Detalhe da fachada Fonte:L. H. de Paula f o nt es AL VIM, Sa ndra . Arqu itetura r e ligiosa co lo ni al no R io d e Jane iro - p l a n tas, fac h adas e vo lu mes . R io de Ja ne iro: U FRJ /IPHAN /PMCR J, 19 99 . ( vol.2 ) . A r q ui v o N o r onh a S an t os - In ve n tá r io d e Par a ty de 1 97 9 (pasta 15 79 , C x 4 11) CZ AJ KOW SKI, Jor ge ( org .) . Gu ia da ar qu ite tura co lon ia l , n eoc láss ic a e ro mân tica no R io d e J an ei r o . R io d e J an ei r o : C as a da Pa la v r a / PMC R J , 20 00 . In ven tá rio de bens tur ístic os - F lumitur . S TR AU S S , D ie ter & S EN E , Ma r i a A. J úl ia Ma nn : u ma v id a en tr e du a s c u l tur as. S ã o P a u l o: Es taçã o L i berda de , 1 9 97. Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: Igreja de Nossa Senhora do Rosário PAR-CO-005 localização: município: Rua Samuel Costa (ao final) Paraty época de construção: 1756 estado de conservação: bom Uso atual: religioso uso original: religioso proteção existente / proposta: IPHAN (658-T-61 Livro Histórico vol.I, nº338, fl. 56) 13/02/62 propriedade: Pref. Paraty Diocese de Itaguaí situação e ambiência: Localizada em meio ao Centro Histórico de Paraty, tem a fachada principal simultaneamente voltada para duas ruas. A Igreja de N.S. do Rosário insere-se com maestria na malha urbana de Paraty: sua volumetria não chega a destacar-se com grande contraste das demais construções do entorno, não tendo altura para competir com os sobrados. Seu destaque maior é estar isolada no tecido, não dividindo parede com nenhuma outra construção. Não há adro, estando o corpo da Igreja, na fachada principal alinhado com as demais casas. Na lateral direita o Largo forma um interessante vazio urbano, de formato singular, permite ao transeunte uma visada dinâmica e inesperada no contexto do renque de casas caiadas. levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V. Natividade Data: 2 6 / 1 1 / 0 3 revisado: data: / / d esc riçã o arqu it etô nic a A Igr eja te m qu ase as prop orçõ es de uma c a pela. A fach ada é c omp os ta p or u m cor po r et an gu lar li m i tad o po r c un ha is em t om al ara nj ado , c om base , fus t e e c a pi t el . O e n tab la me n to e m c an t ar ia s e par a o c or po d a fac h ada do fr on tã o tri a ngu lar , ta m bém a rre ma ta do e m pe dra . As co lu nas la te ra is en cerra m- s e c om pinácu l os. N a la ter al dir eita d a I gr e ja a t or r e s in eir a ú nica , c ai ad a em bra nc o, n ão s u pe r a os l i mi t e s em al t ur a da fac had a . É e ncerr ad a por u m fr on tis p ício tr ian gu lar la dea do p or p equ enos pinácu los . N o tar os la mp iões d a ilumin açã o púb lica a plica dos à facha da . i d e nt i fic aç ão g ráf ica p e s qu isa h is tó r ica Em 172 5 , Mano el Ferr eira d os Sa ntos e seu irmão Pedr o der am in íc io à cons tr ução da Igr e ja co m a a ju da d e escra vos . Deu- s e em 1 750 , a for m ação das ir man dad es de Sã o Be ned ito d os h ome ns pre tos e de Nossa Sen hora do Ro sár io , os qu ais co nser vara m a Igr e ja a té 1757 , a no e m qu e fo i to ta lmen te re edific ada . Q uan to ao culto a Nos sa Sen hora do Ros ár io , d esde o s éculo XVII há re fe rênc ias das f es t as de n egros e m l ou vo r à s a n t a . registro fotográfico Antiga foto da fachada principal Fonte: Strauss & Sene, 1997 Fachadas lateral direita e posterior Fonte: L. H. de Paula Fachada principal Fachadas posterior e lateral esquerda Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula registro fotográfico Detalhe de esquadria Fonte: L. H. de Paula Detalhe da fachada Fonte: L. H. de Paula Fontes A r q ui v o N o r onh a S an t os - In ve n tá r io d e Par a ty de 1 97 9 ( Pas ta 158 1 C x41 1) In ven tá rio de bens tur ístic os - Flu m itur . S TR AU S S , D ie te r & S EN E , Ma r i a A. J úl ia Ma nn : u ma v id a en tr e du a s c u l tur as. S ão Pau l o : Es taçã o L i berda de , 1 9 97. Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: Igreja de Santa Rita de Cássia PAR-CO-006 localização: município: Largo de Santa Rita, s/n Paraty época de construção: 1722 estado de conservação: bom uso atual: religioso/ Museu de Arte Sacra uso original: religioso proteção existente / proposta: IPHAN 656-T-61Livro Histórico vol.I, nº 339, fl.56 de 13/02/62. propriedade: Pref. Paraty Diocese de Itaguaí situação e ambiência: Voltada para o largo que leva seu nome e para o grande vazio urbano que é formado pela Igreja, pela casa de Câmara e Cadeia e pelo antigo mercado da cidade e finalmente pelo cais do porto, a Igreja de Santa Rita de Cássia localiza-se num dos mais singulares pontos do centro histórico. Isto porque a grande área livre de edificações permite visadas do conjunto urbano que nenhum outro ponto oferece. A Igreja, embora implantada relativamente distante do mar, estabelece conexões diretas com o mesmo. Destaca-se também em face ao conjunto construído do centro histórico à sua esquerda. O conjunto formado pela Igreja e todas as construções que lhe são adjacentes é capaz de sintetizar a essência da urbanidade de Paraty. levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V. Natividade data: 2 6 / 1 1 / 0 3 revisado: data: / / d esc riçã o arqu it etô nic a A ar qu i te tu r a da Igr e ja , bas ica me nt e s i mp les , g an h a pro porç ões mo num en ta is p ro voc ada s pe lo gr an d e a dro fr on ta l. O be lo tra ba lho em c an tar ia d o s c unhais , cimalhas e o mbr eiras e pinácu los , des tac a- s e na co mpo siçã o . O co r po c en tra l da Igr eja , la deado por u ma to rre à d ire ita , é marc ado pe la ve r tic alid ade . N o ce ntro d a fach ada , uma p orta em mad eir a é encima da p or três altas jane las , q ue c orres po nde m a o co ro, c om so b revergas e m trec ho de arc o , tra balhad as e m can taria . O co rpo c e ntra l é ence rrad o la ter a lme n te p or c u nha is e m c a n tar ia e é d i vi d ido do fro n tão p or c im al ha em p edr a . O fro n tão e m c u r va d á à e dificaç ão mo vime n to e qu ebra as lin has ve r ticais d a comp osiç ão , r eveland o u m cer to b arro qu ismo . A torre latera l é c on stitu íd a de duas par tes . A prime ir a, limita da p ela co n tinuaç ã o d a cima lh a do c orp o princ ip al, te m u ma ú n i ca jan ela ig ual às de ma is do c orpo p rincipa l, s endo p oré m, um po uco mais es tre i ta . A p arte ma is a l ta , com os vã o s da torre s ine ir a , é e nc er r ada p or u ma c úp ula em s em i - e s f era. Ao la do d a tor r e s i ne ira , vê - s e o p ór tico d e entr ada do cemitér io d a Igr eja , cu jo co rpo principa l é la d eado p or cu nha is p in tados e encerra do por u m fro n tão tr ia ng ula r . A sua planta segue uma orga niz a ção c omum às Igrejas do séc ulo XVIII, nave única e u m cor red o r la ter al qu e liga a sac ris tia e o c ampan ár io , por on de s e che ga ta mbém a o c e m i tér io e ao p á ti o i n ter no . i d e nt i fic aç ão g ráf ica i d e nt i fic aç ão g ráf ica i d e nt i fic aç ão g ráf ica p e s qu isa h is tó r ica Da ta de 17 22 a fu ndaç ão d a Igr eja sob a de n ominaçã o d e Me nino D eus , San ta Rita e Sa n ta Qu itéria . A Igre ja in ic ia lme nte foi c ons tru ída p or liber tos par d os. Es tes , não co nseg uind o da r pross egu imen to à ob ra d e vido a os cus tos, passa ra m a mesma par a os h omens br ancos .Por volta d e 17 4 6 a Igre ja p assa por r e for mas e au men ta em tamanh o . S e gun do M ár c io M ar ia ni , b as ea do n a p in tu r a de D e b ret d e 1827 , o au tor acr e di t a qu e a f a c h a d a f r o n ta l p r o v a ve l m e n t e data do final do séc ulo XVIII e do iníc io do XIX. Além d is s o , a p i ntu r a d e D ebre t perm i t e t ir ar ou tr a s h ipó t es es : 1 . a tor r e s ine ira s ó f oi c ons tr u íd a d epo is d e 1827 ; 2 . o c onsis tó rio foi cons tr u íd o de po is da na ve ; 3 . h avia uma c o nstr ução a o l ad o do c or po pr inc ip a l que não e r a n em o c e mi té r i o , ne m a to r r e , e o c ons is tó r io er a ligad o à to rre a tra vés de u m corr e dor la ter al à na ve . Na época da c ons truçã o d o c emitér i o d ur a n te o s éc u lo X I X o c or r ed or l a ter al f ec ha do d es ap ar ec eu , d and o l uga r a u m pó r ti c o . A p ar t ir de 1 800 c o meç a r am a s ur g i r c em i tér ios a tr ás o u a o l ado das I gr ej as . Sen do ass im , o ce mitér io d e San ta Rita da ta de d epois do in ício d o XIX. Aind a n o s écu lo XIX Santa Rita t or na-s e n ov am en te m atr iz , p or o c asiã o da r e for ma des t a, gan ha o ba t is té r i o e x isten te lá a t é ho je . E m 197 3 fo i fir ma do u m c o n vên io para a c r ia ç ão do Mus eu d e A r te Sac r a de n tr o d a Ig r eja . registro fotográfico A Igreja e seu entorno Vista das fachadas principal e lateral Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Vista das fachadas lateral e principal Vista das fachadas lateral e posterior Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Detalhe do piso na entrada da Igreja 6Bica / 8junto ao largo da Igreja Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula registro fotográfico Detalhe da fachada Sino Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Vista do mercado e Igreja de Santa Rita Fonte: Strauss e Sene, 1997 Detalhe da fachada Fonte: L. H. de Paula f o nt es In ven tá rio de bens tur ístic os - Flu m itur . A r q ui v o N o r onh a S an t os. H is tó r ic o do I n ven tár io d e To mbame n to . ( Pas ta 27 02 , C x 7 13) B A R IAN I , Már c io S an t os. I gr e ja de San t a Rita de C ás s i a em P ar a t y . M o n o g r afia a pres en ta d a à F AU- U SP. São Pa ulo : mime o , 1995 . S TR AU S S , D ie ter & S EN E , Ma r i a A. J úl ia Ma nn : u ma v id a en tr e du a s c u l tur as. S ão Pau l o : Es taçã o L i berda de , 1 9 97. Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: Igreja de Nossa Senhora das Dores PAR-CO-007 localização: município: Praça de Santa Rita Paraty época de construção: 1800 estado de conservação: satisfatório uso original / atual: religioso / religioso categoria: arquitetura religiosa proteção existente / proposta: Tombamento IPHAN 13/02/62 (657-T-61 Livro Histórico vol I, nº 337, fl.52) propriedade: Pref. Paraty Diocese de Itaguaí Fachada principal da Igreja de N.S. das Dores Fonte: L. H. de Paula situação e ambiência: Voltada para a Baía de Paraty, a Igreja de N.S. das Dores tem contato direto com o mar, estando resguardada de uma região fronteira alagadiça por murada baixa entorno do adro. A Igreja é uma das construções-limite do antigo núcelo urbano de Paraty, próxima ao rio Perequê-Açu, onde este desemboca no mar. Sendo a área alagadiça de acesso difícil, a Igreja, cujos fundos voltam-se para a cidade, fica resguardada da visão do pedestre, a não ser para os vem por via marítima. levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V. Natividade data: 2 6 / 1 1 / 0 3 revisado: data: / / d esc riçã o arqu it etô nic a A Igr eja te m pro porç õ es d elica da s e quas e n ão ap rese n ta e le me n to s d ecora tivos na fac had a . O cor po p rin cipa l é lad e ado p or cun ha is e m arg amassa d e a m bos os lados . D o l ad o esq ue r do d i v ide o c un ha l c o m a tor r e s i neir a. Es t a é e nc i ma da por u m c úp ul a bu lb osa e divid id a em du as pa r tes : no térr eo , on de h a via u ma p o rta , há u ma p equ en a s e te ira e u m a jan ela qu e se a l in h a à s demais ja ne las da fa chad a . No s egun do a nd ar da torre , s epar ado d o pr imeiro p or u m cima lh a, uma jane la la de ada pe los c unha is e en cerrad os e m p inác ulos . O fr on tã o e m c ur va f or ma u m s ó c or po c o m a I gr e ja e dá ac aba me n t o à c omp os ição de u m a p or ta e du as jane las c om o mbr e ir as e m p edr a. Na la tera l dire ita , c ola da à u ma e dificaç ão r e sidenc ia l, u m pr enú ncio d a s eg un da tor re , p oré m sem a pa r te su per ior . N as la ter a is des te , c unh ais em c an tar ia . I n t er n ame n te , a c ape l a pos s u i a d or nos e m o ur o e pra t a e u ma im ag em d e S ã o Be ned ito , além d e u m lus tre d e cr is ta l. O te to é de ma de ira apa in elada . O mur o qu e c er c a o a dr o s e r ve p a r a p r e v in ir a e n tr a da d a ág ua d as enchen t es . i d e nt i fic aç ão g ráf ica i d e nt i fic aç ão g ráf ica d a dos h is t óric os A c a pe la d e N os s a Se nho r a d as D or es , f o i c o nstr u ída e m 1 80 0 , j un t o ao m ar e é a m a is r ec e n te d as i gr e j as de Par a t y . S ua c o ns truç ão d e v eu- s e à inic i at i va d o P a dre A n tôn i o X a v ier da S il v a B r ag a e d e a lgu ns de v o tos , c omo D a . G e r a lda M a r ia d a Si l va . E m 19 0 1 f o i r efor mad a pelo Pa dre João C ésar Ie ra. Era fr eqü en tada e xclusivamen te p or br a ncos , nã o s e ndo per mi t id a a e n tr ada d e ne g r os e mu la t os . registro fotográfico Vista das fachadas principal e lateral Vista da fachada lateral Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Vista da fachada lateral Detalhe da fachada Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Detalhe da fachada lateral Detalhe da esquadria Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula registro fotográfico Vista antiga da Igreja Fonte: Strauss e Sene, 1997 f o nt es A r q ui v o N o r onh a S an t os. I n ven t ár io d e P ar a t y de 1 979 ( P as ta 1 578 , C x 410 ) E s ta do d o R io de J ane iro - Par a t y . R io de J a ne iro , Fl um i tur - C i a . d e Tur is m o d o Es ta do d o Rio de J ane iro . S TR AU S S , D ie ter & S EN E , Ma r i a A. J úl ia Ma nn : u ma v id a en tr e du a s c u l tur as. S ão Pa ulo : Es tação Liber d ade , 19 97 . Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: Santa Casa de Misericórdia PAR-CO-008 localização: município: Rua São Pedro de Alcântara, esquina com a Rua Nossa Senhora dos Remédios, s/ nº - Centro Paraty época de construção: 1822 estado de conservação: ruim uso atual: religioso uso original: religioso proteção existente / proposta: IPHAN (563-T-57, livro Belas Artes vol.I, nº inscrição 441, fl.82 13/02/58. Livro Arqueológico, etnográfico e paisagístico, nº17, fl. 04 de 13/02/58) propriedade: Pref. Paraty Diocese de Itaguaí situação e ambiência: A Santa Casa de Misericórdia situa-se naquela que passou a ser a área de expansão da cidade após a descida da vila de São Roque para a região junto ao mar. Localizada no lado oposto do rio Perequê-Açu de quem vem da cidade de Paraty rumo à Praia do Pontal, estava originalmente em posição isolada da vila, como tradicionalmente ficavam os estabelecimentos de saúde. Hoje a região está ocupada por residências, instituições e estabelecimentos turísticos. A construção perfaz esquina com as ruas D. Pedro de Alcântara e N.S. dos Remédios, donde se avista a Igreja Matriz, o rio Perequê-Açu e o centro historico. Entre o rio e a Santa Casa há uma grande área descampada beira-rio que invoca certo abandono. A situação do hospital configura o edifício em quase que um objeto isolado em meio às edificações de épocas mais recentes. O esboço de traçado urbano também é perdido, pois ao contrário do centro histórico onde a linearidade do traçado é reforçada pelas edificações coladas umas nas outras, neste caso, as construções são espaçadas entre si. levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V. Natividade data: 2 6 / 1 1 / 0 3 revisado: data: / / d esc riçã o arqu it etô nic a O ed ifício embor a ten ha tido s ua pedr a fun da men tal la nç ada em 18 22 a prese n ta a lg um as c a r ac t er ís t ic a s d a arq ui t e t u r a c i v i l c olon ia l . Se j am e las : 1 . c unh a l em c an tar i a ; 2 . a l ve nar ia c aiada ; 3 . te lha do e m q ua tro águ as co m te lhas de ca pa e cana l; 4 . pr oporçõ es q uad r ad as tan t o do v o lum e ger al , qua n to d as en v as ad ur as . A p or ta d e aces s o pr in c ip al loc al i z ada n a r u a S ão Pe d r o de Alc ân ta r a te m o mbr eir as e v e r ga em a r c o a ba t ico e m c an t ar i a e é prec e did a por um a es c a da c om c i nco d e gr aus e m ca n tar ia de b ordas arr edo nda das . Nes ta fach ada enco n tram- s e q uatorze jan ela s d e g ui lh o ti na c om c a i x il h os c o m ver g as ta mb ém em arc o ab a ti do . N a f ac ha da vo l ta da p a r a o c en tr o his tór ico , s ão c inco ja ne las s im e tr icam en te d is tr ib u ída s. U m muro cola do n es ta fac had a conec ta o e difíc io pr inc ip al à cap e la d a irmand ade , que nã o mais e xerce a funç ão d e templo re ligioso . i d e nt i fic aç ão g ráf ica i d e nt i fic aç ão g ráf ica i d e nt i fic aç ão g ráf ica i d e nt i fic aç ão g ráf ica p e s qu isa h is tó r ica Su a cons tr ução foi in iciad a a 1 3 d e ou tubro d e 1 822 , s e ndo co nclu ída em 1 863 . Fo i f u nda da e m 7 de s e t e mbr o e ma is tar de te v e por pa t r o no Sã o Pedr o , e m ho men ag em a D . Pedro I. O c on jun t o poss ui um a c ap el a qu e or ig in al m en te er a no in t er ior d a San t a C as a . A a tua l cap ela fo i cons tr uíd a 19 52 , quan do o e spaço da an tig a foi apr o ve i tad o co mo ce n tro c irúr gic o . Em 1 984 , po r ques tão d e seg ura nç a e para fa cilitar o ace sso dos doe n tes , a ca pe la fo i trans fer id a para as dep end ênc ias inte rnas do hosp i ta l. registro fotográfico Fachada correspondente à vista 1 Fachada correspondente à vista 2 Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Detalhe da fachada correspondente à vista 1 Fonte: L. H. de Paula Detalhe da fachada Fonte: L. H. de Paula f o nt es Arq uivo No ronh a San to s. In ven tár io d e To mb amen to ( Pa sta 1 574 C x 409) CZ AJ KOW SKI, Jor ge ( org .) . Gu ia da ar qu ite tura co lon ia l , n eoc láss ic a e ro mân tica no R io d e J an ei r o . R io d e J an ei r o : C as a da Pa la v r a / PMC R J , 20 00 . In ven tá rio de bens tur ístic os F lu m itur . Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: Chafariz do Pedreira PAR-CO-009 localização: município: Rua Comendador José Luis Paraty época de construção: 1851 estado de conservação: ruim uso atual: desativado uso original: chafariz proteção existente / proposta: Proteção que incide sobre o município de Paraty propriedade: Pref. Paraty Prefeitura de Paraty situação e ambiência: Situado em meio à Praça o chafariz da Pedreira, antes um marco limite da área mais urbanizada da Vila, é hoje pouco visível ao transeunte desavisado. A praça funciona como uma barreira de entrada do Centro Histórico, já que a rua Com. José Luís, principal acesso à cidade termina junto à mesma. A Praça, bastante arborizada, é utilizada por moradores da cidade, estudantes da rede pública (em frente há uma escola estadual) e turistas que fazem do lugar ponto de parada. No lado oposto da Praça situa-se o Centro de Informações turísticas da cidade. levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V. Natividade data: 2 6 / 1 1 / 0 3 revisado: data: / / desc riçã o arqu it et ônic a O C ha far iz da Ped re ir a, p or tra tar - s e de u ma obra do sé culo XIX, s i tu ado em u ma das á reas de e xpans ão d a cidad e , for a do núc leo urba no ma is ad ensa d o, te m car ac ter ís ticas c lar ame n te d is t in tas d o to do c o lo n ia l do c en t r o his t ór ico . É u m m a r c o de um m omen t o e m q ue as pra ças e os va zios urb ano s ga nha m mais ader eç os e impor tânc ia . O c h afa riz d ecor a tivo , e lemen to fund amen ta l d o ur ban is mo ro mâ ntico, é no c a so d e Par aty, um dos ú l timos e le men tos tes temun hos d e um per íod o de cr escimen to na e ste ir a d o pe ríod o a ur í fer o . Em már mor e br anco , d elic ado e p roporc io nad o , poss u i tr ês p ar tes : um e mbas a men to , o nde a ág u a é r ec o lh i da , e m f or m a r e t ang ul a r , u m c or po c e n tr a l , u m pr ism a de base q uad r ad a , de c er c a d e 1 me tro de a l tu r a , te m as inc r içõ es da c ons tr u ç ã o e as t or ne ir as . E , fina lmen te , é e ncerr ad o por u m vaso dec ora tivo . p e s qu isa h is tó r ica O c ha far iz da Ped r e ir a fo i c o ns tru í do p or oca s iã o da v is i ta d o c o nse lhe iro Lu iz Pe dre ira d o Co u to F er raz à cidad e d e Para ty e m fe vere ir o d e 1851 . registro fotográfico Praça onde está o chafariz Detalhe do chafariz Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Detalhe do chafariz Vista antiga do chafariz Fonte: L. H. de Paula Fonte: Strauss e Sene, 1997 f o nt es A r q ui v o N o r onh a S an t os/ I PH AN . S TR AU S S , D ie ter & S EN E , Ma r i a A. J úl ia Ma nn : u ma v id a en tr e du a s c u l tur as. S ão Pau l o : Es taçã o L i berda de , 1 9 97. Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: Forte do Defensor Perpétuo PAR-CO-010 localização: município: Entre as preias do Pontal e da Jabaquara, a cavaleiro da cidade, no morro Pontal do Forte Paraty época de construção: 1703, reforma 1822 estado de conservação: bom uso atual: turístico/ museu uso original: forte proteção existente / proposta: IPHAN (532-T-55, livro Histórico vol.I, nº318-A, fl.53) 09/01/57 propriedade: Pref. Paraty Prefeitura de Paraty situação e ambiência: O forte situa-se no morrro da Vila Velha, local onde a cidade de Paraty teve início antes da doação de terrenos por Maria Jácome de Melo e da consequente descida para a área plana. A implantação em posição estratégica é evidente. O forte localiza-se na ponta do morro, projetado por sobre a Baía de Paraty, de onde se vê a vila e o rio Perequê-Açu. Está, entretanto, camuflado pela mata que cobre o morro, não sendo exatamente visível para os que passam ao longe. Para se alcançar a fortificação é preciso subir o trecho de morro, progressivamente deixando a cidade ao longe e adentrando na mata fechada. O percurso traduz a diversidade e a riqueza na natureza na região e revela com clareza a diferença de implantação entre a primeira vila de São Roque e a definitiva vila de Paraty. levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V. Natividade data: 2 6 / 1 1 / 0 3 revisado: data: / / d esc riçã o arqu it etô nic a O For te do D e fens or Perpé tu o c o nstitu i- s e de tr ês ed ific ações d is tin tas , to das f u nda me n t ais par a o f unci on ame n to d o c on ju n to . A pr i m eir a e d if ic aç ão que s e vê a o c he ga r no local é o alojamento dos s oldados, uma c onstr ução típic a do s éc ulo XVIII, que traduz u m tipo r es idenc ia l. Tr ata - s e de u ma cons tru ção térr ea , com te lha d o e m q ua tr o ág uas , j an el as de gu i lho t in a c om c ai x i lh o s e p ar ed e s c a iad as . S it ua- s e n u m pla tô lo go à en tr ada d o co mp le xo, c olocad o p erpend ic ular men te à Ba ía e às trinc he iras . A se gun da for tificaçã o , mais difíc il de perce b er de imed iato , é o p aiol, loc al de guar da d a pó lvo ra a s er u tiliz ada nos ca n hões . Situ a - s e nos fu n dos do a lo j ame n to . É c ompos ta po r u m muro q ue c ircu nda a pe qu ena co n s trução co m u m a varan dad o e m tod os dos la dos e o c e n tr o c om ple t am en te f ec ha do , a não s er pe l a por t a de aces s o . F i na lme n te , o t er c e ir o el em en to é e fe t i va men t e o fo r te : as tr inc he ir as c om os ca nhõ es . As trinche ir a s, trech os de mur alhas q ue ca rac teriz am u ma b a te r ia, s ã o e m p edra s e mp i lha das o nde s e p ousa m os c anhõ es . Jun to às tr inch eiras for am desco ber to s em 198 4 trec hos de calça men to or ig in al e m pedr a . i d e nt i fic aç ão g ráf ica i d e nt i fic aç ão g ráf ica p e s qu isa h is tó r ica O for te d o Defe nsor Perpé tuo fo i cons tru íd o em 17 03 co m a fin alid a de de d e fen der a c ida de d e ata ques p ir atas . A co ns truç ão d o p orto inser e - s e n o con texto de o u tr as o bras na v i l a qu e bu s c a va m c on tr ol ar e f is c al izar a c ir c ul ação do ouro no p or to de Par a t y, desc e n d o d o C a mi nh o Ve l ho d o Our o , c om o , po r e xe mp lo , a c as a de r e gis t r o e o por t ão d a c i dad e . Em 182 2 o for te fo i co mp le ta me n te re mo de la do , rece be n do es ta d e nominaç ão . Es te for te é o ú nico que ain da es tá d e pé den tr e o s se te qu e for am co ns truídos p ara g uar da d o o uro que vinha d as Minas. Em 182 8 fo i des a tivad o e e m 18 3 1 co nsider a do u tilida de p úb lic a . Em 1 971 foi d esap ropr iado a tra vés de d ecre to pres id enc ial. registro fotográfico Vista do alojamento Vista do alojamento Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Vista da trincheira Vista da trincheira Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Paiol de pólvora Vista das trincheiras Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula registro fotográfico Detalhe do calçamento Varanda do paiol Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Detalhe do portão Fonte: L. H. de Paula f o nt es In ven tá rio de bens tur ístic os e lab ora do p ela Flu mitur . Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: Casa da Cadeia PAR-CO-011 localização: município: Largo de Santa Rita, s/n Paraty época de construção: século XVIII estado de conservação: bom uso atual: Sede do Instituto Histórico de Artístico de Paraty. Biblioteca Fábio Villaboim uso original: Casa da Cadeia proteção existente / proposta: Proteção que incide sobre o Município de Paraty propriedade: Pref. Paraty ONG Instituto Histórico e Artístico de Paraty situação e ambiência: Voltada para a Baía de Paraty, a construção, atipicamente, é isolada, não tendo paredes divisórias com nenhuma outra, como seria natural num programa de cadeia. Tal fato permite à edificação uma implantação singular, pois não se vincula visualmente a nenhum lote. Não há qualquer delimitação de terreno e volume edificado destaca-se no conjunto, não fosse a presença ainda mais dominante da Igreja de Santa Rita na sua lateral esquerda, com a qual alinha-se. A entrada principal ladeada por duas janelas é voltada para a Baía de Paraty e perpendicularmente para o grande largo de Santa Rita. levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V. Natividade data: 2 6 / 1 1 / 0 3 revisado: data: / / D esc ri ção arq u it et ôn ic a O ed ifício da C asa d a Cadeia te m p lan ta re ta ng ular co m par edes de p edr a e ca l e j an el as e m gu i lho t in a c om om bre i r as em mad e i r a . R emo n ta à arqu i t etura c i v il c ol on ia l do séc ulo XVIII, reve ladas ta mbém pelo telhado em quatro águas com tel has em c apa e c anal. As larg as c ima lh as e xternas liga m as p are de s a o te lha d o. A co mpos içã o é mar cada p elos c h ei os das gross as pa r ed es bra nc as , q u e domin am as q uatr o fac ha das , tor n an do- s e m a i s e vid en tes no tr echo s o bre as en vasa duras . As g rad es na s ja ne las e xtern as e o s por tõ es d e fer ro in te rn os r e ve la m o pr opós ito inic ia l d a constr ução . I d en t if ic a ç ã o g rá f ica p e s qu isa h is tó r ica O Quar tel da Pa titiba ( 17 03) faz ia par te de u ma das se te for tific açõ es qu e de fe ndia m a ba ía de Par a t y . D ur a nte um lon go p er ío do , até 19 80 , f unci ono u c o mo C a de ia Púb l ica . De po is de res ta urad o em 19 81 , fo i oc upa do pela Secre tar ia Mun ic ip al d e Tu ris mo e Cu ltu ra . Atualmen te a brig a a Bib lio teca Fá bio Villaboim e o Ins titu to H is tór ico e Ar tís tico d e Paraty. registro fotográfico Vista da fachada lateral e principal Fachadas laterais Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Entorno Fonte: L. H. de Paula Vista interna Fonte: L. H. de Paula Vista antiga da cadeia e da Igreja de Santa Rita Fonte: Strauss e Sene, 1997 f o nt es E s ta do d o R io de J ane iro - Par a t y . R io de J a n e ir o, Fl um i tur - C i a . d e Tur is m o d o Es ta do d o R io d e J an ei r o . S TR AU S S , D ie ter & S EN E , Ma r i a A. J úl ia Ma nn : u ma v id a en tr e du a s c u l tur as. S ão Pau l o : Es taçã o L i berda de , 1 9 97. Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: Portão da Cidade e Poço PAR-CO-012 localização: município: Rua Comendador José Luis, dentro do Camping Portão de Ferro Paraty época de construção: 1703 estado de conservação: ruim Uso atual: nenhum Uso original: portão da cidade proteção existente / proposta: nenhuma propriedade: Pref. Paraty Camping Portão de Ferro situação e ambiência: O portão de ferro e o poço situam-se dentro do Camping Portão de Ferro, no fundo e à direita de quem entra, junto a uma construção que serve de churrasqueira. A conexão que o portão estabelecia com a cidade foi completamente perdida e o vão onde era o portão está voltado para um grande muro que divide o terreno do camping com o campo de futebol da cidade. Como o portão foi incorporado ao espaço privado da área de camping ele deixou de ser um elemento urbano, parte fundamental do funcionamento da cidade. Perdeu-se a função e a possível imagem de pórtico de entrada para os tropeiros que desciam do Caminho Velho do Ouro. Quanto ao poço está completamente lacrado, igualmente perdido em meio ao camping. levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V. Natividade data: 2 7 / 1 1 / 03 revisado: data: / / d esc riçã o arqu it etô nic a Os r emane scen tes do por tã o de ferro c ons is tem em algu ns elemen tos arqu ite tô nicos cu jo func io namen to , é poca de c o nstr ução e c one xão s ão d i fíce is d e es ta be lece r . São três co lu nas e m a l ve nar ia de tijolo , co m fris os na par te s upe r ior , enc err and o a co mposiçã o .Nas l a te r a is da c ol una s ão n í t id os os l oc ais e m q ue s e as s en t a va o por t ão . En tre d uas das c o lu nas e x i s te um a j a nela c om o mbre ir as e m c a n tar ia , e nc i ma da n u ma das la t e r ais po r um t r ec ho c ur v o d e a l ven ar ia e de o u tr a p or u ma v ol u ta e m argam as s a . Os al ice r c es d o por t ã o e m p edra , indic am s er de uma ép oca a n ter ior a trec hos de mu rad a . i d e nt i fic aç ão g ráf ica i d e nt i fic aç ão g ráf ica p e s qu isa h is tó r ica Co m a des cober ta do ouro nas Minas Ge ra is aume n ta s i gnifica tivamen te o mo vime nto n a vi la de Par a t y . Os t r ope iros qu e v ia ja v am pe lo C a m in ho V el ho d o Ou r o p as s ava m q uas e q ue o br iga toriamen te pe la vila , q uer p ara co meç are m a jornad a , qu er pa ra e mb arcar em os p rod u tos q ue vinh am d as Min as r umo a o Rio de J ane ir o . Alg umas med idas par a pro teger a c ida de , co n tro lar a pa ssag em d as trop as e , logo , co ntro lar o pa gamen to do q uin to fo ram t o ma das . E ntre e las , a c o ns truç ã o d e u ma C as a de R eg i s tr o e de u m p or tão na e n tr a da d a c ida de . O por tã o e ra fech ado às 18 :00hs e re aber to na ma nhã d o d ia s egu inte às 6 :00h s após u m tiro d e canhão . Os trop e iros q ue n ão co n segu iam c h egar a temp o na c id ade ou a te mp o d e sub ir a Serra , fazia m pous o ju nto ao p or tã o. Por iss o a impor tâ n cia d o poç o , f u nda me n t al par a o a b as tec i men t o das tr op a s e d os bur r os q ue a l i p er no i ta v am e m ac ampame nto . registro fotográfico Vista do portão Detalhe do portão Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula registro fotográfico Detalhe do portão Detalhe do portão Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Vista do poço Vista da sede do camping Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula i n fo r ma ç õ e s c o mp l e m en t a r es / f o nte s Ju n to a o p or tão e xis te uma casa que não pu demos pr ecisar ép oca d e cons truç ão ne m fu nção . C o ntu do , su a aparê ncia é d e u ma ca sa c o lon ia l , re velad a p elas c oluna s no a lp end re , p elo te lha do e m te lh as canal e , fin alme n te , p e las jan elas de gu ilho tin a c om as ve rgas em segmen to d e arc o . F on t es: In ven tá rio de bens tur ístic os e lab ora do p ela F l u mitur . MELLO , D i uner . Par a ty: ro teir o do vis i ta nte . Para ty: 200 2 . Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: Casa da Provedoria PAR-CO-013 localização: município: Sítio Historico e Ecológico do Caminho do Ouro / Museu Aberto do Caminho do Ouro Paraty época de construção: 1807 estado de conservação: ruínas uso original / atual: Casa da Provedoria / Sítio arqueológico categoria: arquitetura civil proteção existente / proposta: Sujeito ao Tombamento que incide sobre o município de Paraty / Tombamento como sítio arqueológico e Patrimônio da Humanidade IBGE 1/50.000 propriedade: Marcos Ribas Ruínas da escada de acesso à Casa da Provedoria Fonte: L. H. de Paula situação e ambiência: A implantação da Casa da Provedoria tem razões funcionalmente determinadas. Como se destinava à fiscalização das tropas e ao recolhimento dos quintos do ouro havia que se situar estrategicamente na estrada que denominamos Caminho Velho do Ouro. Desta forma, todos que passassem pela estrada eram vistos pelo provedor e escrivão e, necessariamente, paravam para a fiscalização. Com efeito, a casa situa-se junto à estrada, no ponto em que esta faz um grande largo, provavelmente para o movimento das tropas enquanto aguardavam a fiscalização. A mata fechada não permite revelar com justiça a situação e ambiência de época, quando trechos de cada lado da estrada eram completamente desmatados. Desta forma, o entorno da Casa e do largo da estrada se faziam visíveis a boa distância. A mata secundária que se pode ver na situação atual, mesclada às ruínas da casa, dão ao local ar circunspeto. levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V. Natividade data: 2 8 / 1 1 revisado: / 03 data: / / d esc riçã o arqu it etô nic a / id ent if ic ação gráf ic a A e qu ipe d e p es qu is a arq ueo ló gic a or gan iza da p el o Pro j eto P ar a t y - R e g i str o d o C a m inh o d o Our o , r e v elo u i mp or t ante s h ipó t e s es s o bre c omo pod er i a s e r a C as a da Pro vedo ria . Pouco s e sabe da arq uite tur a de ste tipo d e constr ução , mes mo se q uer se co n figur ou- se em um tipo . Segu n do Pa tric ia Sada , emb o ra não tenh a sido p oss íve l pr ecis a r a f or m a e o uso d os e s paços , c o n s ider o u - s e que a cons truçã o nã o fugiu aos p a drões d e in íc ios d o século , qua nd o fo i c ons tr u ída . O p eríme tr o da ru ín a qu e hoje e xis te perfaz u ma á r ea de 4 4 ,8m 2 . A casa , as sentad a s ob re a lic erce s de p edr a como er a co mum à ep o ca, tinh a pa redes e x t er n as d e t ai pa , in te r nas d e pa u- a - p i que e por tas , jan el as , frec ha i s e es tr u tu r a do t e lh ado f ei t o e m ma de ira c ane la p r eta ou f ed or en ta , c om uns à r eg iã o. Dos tr ês c ômod os da casa , u m se ria do p ro vedor , o u tro do escr ivã o e u m terc eiro q ue se r via de e scritór io p a ra ve rificaç ão d a docu men taç ão e pag amen to dos q uin to s. Um p equ eno c orre dor in te rno con ec ta va a par te de res idê ncia co m o e xterior . No e ntor no n ão co ns tru ído e imed ia me nte ad jac e nte à casa e sta va m s i tu adas as ár eas des tina das às tar e fas d o més tic as e à higiene , o que ho je d e nomin amo s coz inh a e banh eiro , r es pec t i va men t e . D o is mur os c or r ia m j u nto à c as a , um q ue d el i mi t a va e pr oteg ia a c a s a d a es tra da , i nd o e m pa r al e lo a est a e u m o u tr o ma is l ong o qu e i a pe r pe nd ic u lar me nt e a es t e . Algu mas h i pó teses for am des en volvid as sobr e as feiçõ e s da c asa , todas a pres en ta n do um p a vimen to . Des tas h ipó tes es e la bor ad as pe la Pro j eto Para ty - R e g i s tro d o Ca minh o do O uro , não co ns ta m ed ificaçõ e s e m s obr a do ou mes mo maiores . Es tas , no e n tan to , nã o es tã o de scar ta das c omo h ip ó tes es. A c asa poder ia te r tido uma ár ea maior cu jos ves tígios fo ram desa par ece ndo a pós a nos d e ab an don o . F on t e: R i b as , 2 002 d a dos h is t óric os Impor tan te s aspec tos da his tór ia da Casa de Regis tr o o u Casa da Provedor ia fora m r e ve lad os após a cr iaç ão d o Sítio His tór ic o e Eco lóg ico do Ca minh o do Our o . Para a ins ta laç ão e func ion a men to do me smo , fo i e mpre end id o o Pro j eto Paraty - R e g i s tro do Ca minh o d o Ouro , que c ons is tiu d e e xte nsas pesqu isas te xtua is e d e ca mpo . As casas d e r eg is tro o u d os qu in tos no Br asil c o lônia tin ha c en tr al pap el nas tr ocas ec onô mica s, p ois era atra vés de las q ue se r e colh ia m os quin tos , o u se ja , impo sto de 2 0 % q ue inc id ia s o bre t odo our o e x tra í do d as m in as . C om a d es c obe r ta do our o , l og o f ez - s e n ecessá ria uma fisc alização ma is con tund en te d a extraç ão das r i qu ezas da terr a, que " s a ngra v a m" a ol hos v is tos . A tr a v és de um a C ar ta R ég ia d e 9 d e m ai o de 170 3 a C o r oa P or t ugu esa man da ins ta la r c as as de R e gis tr o e m P ar a t y e em Sa n to s , p or tos i mpor t an tes d o pe r íod o , l emb r an do q ue n es te mom en to ai nda n ã o es ta va i nau gu r ado o c am i nho d e G arc ia Ro d rigues Pae s. Já ha via nes te momen to um r eg i stro em T a uba té que s e e ncarr ega va de c un ha r e fund ir o ouro . Este , con tud o, ja ma is co nse guiu sub ir a pr ecár ia tr ilha da Serra do Fac ão , n ão fu n ciona ndo a conten to . O R eg is tro de Par aty foi ins ta lad o na Se rra d o F acão pa ra c obr ar o ped ág io e o impos to s o bre our o e dema is mer cador ias e fundir o o ur o e m b arre tas . Em 1 71 0 c om a a ber tura do Ca minho No vo , a C or oa ma nda fecha r a es tr ada de Par a ty e c o nseq üen t em en te o r egis t r o da v i la . Es te c e s s ou d e q u i n tar o o ur o , mas não d e fu nci ona r . Ap ós cinco a nos a C â mara d e Par aty ped e a o R ei que a estr ada fos se re abe r ta , n o qu e é a t end id a . É pr ecis o e sclar ecer q ue h a via u ma G uar da do Reg is tro (a q ua l mu do u por dive rsas vez es de p osição ao longo de su a e xis tênc ia ), ins titu içã o militar cu ja funçã o er a fisca lizar o mo v im en to da Pro v e dori a , es ta uma ins t i tu i ç ão c i v i l c e di da a tr a vé s d e has t a púb lic a a p ar t icu lare s . Em 179 0 a pro ve dor ia de Para ty a cabou fica ndo aba ndo nad a , se m provedo r , e a s fu nções do Pro vedo r s endo e xerc i das pe lo C oman da n te da Vila . Em 180 7 , a pós inspeç ões a ma nd o do vice- r e i da Pro vín cia , de termina- s e a co ns truç ão d e uma no va casa par a a Pro ved oria , ord ena ndo a ind a , que escr ivã o e p ro ve dor d e ver ia m res id ir no Re gistr o n a Ser ra do F acã o e nã o n a c i dad e . Seg undo Marc o s R ibas , ao invés de se cons tr uir n ova c asa , a aba nd ona d a pr o ve dor ia fo i r e for m ada e h ab i tad a p elos no vos donos . A o cupaçã o da casa n es te e xa to p er ío do p or u ma pr o ve dor ia s e c om pr o va a tr a v és d e ar te fa t os arqu e o lógi c os . Es ta p ro ve dor ia func io nou a té 18 43 /4 4 qu and o fo i fina lmen te tr ans ferida , a pós mu itas s o l ic i t aç õe s , v al e r e f o r ç ar, para u m loc al de ma is f ác i l a c es s o, pró x i mo da v i la , n um tr ech o j un t o à es t r ad a c on he c ido por Ba nan al e a c a s a da S er r a f oi desm o n t a d a . registro fotográfico Vista dos alicerces do corredor e do quarto do escrivão Fonte: L. H. de Paula Situação da casa em relação ao Caminho do Ouro Fonte: L. H. de Paula Vista dos alicerces do muro Fonte: L. H. de Paula registro fotográfico Hipótese 1: casa com telhado de duas águas, um “puxado”, assobradada Hipótese 2: casa com telhado de três águas, um “puxado”, varanda e alpendre Fonte: Ribas, 2001 Fonte: Ribas, 2001 Hipótese 3: casa com telhado de quatro águas e dois “puxados” Fonte: Ribas, 2001 Fontes R IBAS, Ma rcos Cae ta no. A H is tór ia do ca min ho do our o e m Para ty. Par a ty: Co ntes t Pro duçõ es Cultur ais , 200 3 . _ ___ ___ . Para ty - R eg is tro d o Ca minho do O uro . Par a ty: mimeo , 2 0 02. DUQUE DE CAXIAS Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: Igreja de Nossa Senhora do Pilar CAX-CO-014 localização: município: Praça N.S. do Pilar Av. Pres. Kennedy com Av. N.S. do Pilar Duque de Caxias época de construção: 1696 estado de conservação: ruim; preservado parcialmente uso atual: religioso uso original: religioso proteção existente / proposta: IPHAN (160-T, insc. nº76, Livro das Belas Artes, fls. 14) 25/05/38 propriedade: Diocese de Duque de Caxias situação e ambiência: Situada num grande largo com nome da Igreja, é possível perceber vestígios de imponência, perdidos em meio à configuração urbana atual. Voltada para o rio Pilar, tornado hoje quase uma vala, está apenas esboçada a implantação original, perdendo-se quase que por completo a importante relação que se estabelecia com o rio que lhe dá nome. A Av. Pres. Kennedy, um dos eixos de circulação da Baixada Fluminense, passa pela lateral esquerda da Igreja. A Av. N.S. do Pilar, que tem início na Av. Pres. Kennedy, era onde o Caminho Novo aberto por Garcia Rodrigues Paes tinha início e seguia pela Serra do Tinguá, até atingir Minas Gerais. Trata-se hoje de uma rua de paralelepípedos, que leva ao bairro residencial de Pilar, de casas simples e comércio local. Da entrada da Igreja avista-se bom trecho da paisagem da Baixada Fluminense, com mangues e, ao longe, as montanhas da Serra do Tinguá. levantado: F . B r i t o , L . H . d e Paula, V. Natividade data: 2 0 / 1 1 / 0 3 revisado: data: / / d esc riçã o arqu it etô nic a Exter na me nte é s imp les, des tac a ndo- s e a tor re com peq ue no car rilh ão e ncima do p or cú pu la oc togo na l. Co n stituída em pedr a e ca l, d e um c or po só , o p r e sbité rio se gue q uase o m es m o a li n hame n to d as pa r ed es l a ter a is d a nav e . Pos s ui arc o c r uz ei r o d e des enh o s imples , se m orn ame n tos . Co ber tura d e mad eir a com tir an tes na n a ve , e m ab ó bada d e b er ç o , e, n o p r esb i té r i o , em ga me la . Os al tar es, so bre tu do o da Vir gem d o Pila r, s ão b as tan te or namen ta do s. Q uan to à fachad a , a r obus tez ins pirad a e m u ma vis ta ge ra l é q ueb r ada pe las volu tas d o fro nt ão , q ue dão ao c o nj un to c er ta le vez a . A tor r e l a t er al e nc ima da p or u ma c ú pu la oc t ogo na l , s ign i fic a ti v am en te ma i s a l ta que o c or p o pr in c ip al , c on fe r e u m c ar á t er d e v e r t ic al id a de à c om po s içã o . Se gun do D ina Ler ner , quan do se compara es ta Ig re ja co m as o u tras da re g ião , n ormalme n te meno res , co m pr opo rções de ca pe la , ve mo s q ue es ta possui um “ p o r te ma ior” , dec orren te da dimens ão d as n a ves , e ta mb ém da pr esenç a da c an ta ria de ped ra e m p ra ticamen te todos s e us vã os . i d e nt i fic aç ão g ráf ica i d e nt i fic aç ão g ráf ica i d e nt i fic aç ão g ráf ica p e s qu isa h is tó r ica Se gun do Mar lúc ia So u za, a Freg u esia do Pilar fo i das mais an tig as e d as mais i m por ta n te s d e tod o o per ío do c ol oni al . Er a u ma d as ma i s b em s uc e did as freg u es ias da Vila de Igu açu , graç as a u m e nge nho de aç ú car, à pro du ção de agu ard en te , milho , fe ijão e c a f é . C om a ab er tur a do C am in ho N o v o d e R odr ig ues Pa es en tr e 16 99- 1 7 0 4 , a fr egu esi a d e Pilar po de prosp erar e g a nhar ma io r impo r tâ ncia no ce n ário das tro cas co lon i ais. O Por to d e Pilar e xerce impo r tante funç ão n os pr imeiros a nos d o esco ame n to d o o uro vind o das M i nas G er ais . E m 1 78 9 o po v oad o de P i lar c on ta v a c om 3 .89 5 ha bi t an tes e u m a C as a de R e gis t r o , c hama da G u ard a d o P i l ar . Ap ós a a ber t ur a da Var ia n te d o C am in ho N o vo , o u Ca minh o d o Pr oenç a tendo in íc io no Por to Estr ela , o Por to de Pilar deixa de te r p rep ond erâ ncia no esc oamen to d o our o , mas c on tin ua fu nda men tal na r o ta d os de ma is p rod u tos c olo niais . N ã o fo i p oss íve l a ve rigua r prec isa me n te , mas h á in d ícios d e que após a a ber tura d a Var ian te d o Pr oenç a em 17 25 a Gua rda do Pila r de ixo u de func ion ar e o trech o n o vo e r a v i s tor iad o po r gu ard as a mbu lan t es , ta mbé m c h ama dos p or p at r u lhe ir o s . Em 161 2 já e xis tia no loc al da atua l u ma ca pe la , co ns tr uída n as ter ras do adas por Do ming os Nunes Sard inha ch ama da C ape la N.S. das Ne ves . Te ndo es ta d esab ado , ou tr a fo i e rgu id a às marg en s d o rio Pila r , c ha mad a Igr eja N .S. do Pilar . Segund o Piz arro , u m n o vo te mp lo em p edr a e ca l te ve in íc io em 1 697 e as obr as fina liz a das em 176 7 . A ma tr iz d o Pi lar po s s uí a c o mo f il ia is N . S . R os ár i o ( à s mar g ens d o R io S a r a c uruna ) d e 1 730 e a I gr e ja d e S an ta R i ta d e C ás s ia . Es ta é a d escriç ão d a Igr eja fe ita por Monse nhor Pizar ro : “ Alta res tem 5 com o Maior . N es t e es tá c ol oc ad a a I mag em d e N . S . do P il ar , Pad r oe i r a e o Sac r ár io , d a par t e do E v a nge lh o . 1º de N . S . d o R os ár io ; 2º de N . S . da C once i ç ão . D a par t e da e p ís to la , 3 º d e Sã o Migu el, 4º de S. Ana; to dos e les de mad eira ta lh ada e do ir ada , men os o d e S.Migu e l , q ue a in da se c onse r va p or d oir ar e do g os to an tigo , à e xceção do d a Co nce içã o. Ima gens : d o San t o C r uci fi x o ; do S enh or do s P as s os ; d e S ão Fran c is c o ; de Sã o J oã o ; da Se nho r a d a C o nce iç ão ; do Esp ír i to S an to ; de San t a Ana ; de São J oa qui m ; d e S ão J os é ; do M e n i n o Deus . T ombad a p elo IPH AN em 1 938 pa ssou na oc asião por r e stau raçõ es , das qua is não s a be d e ta l hes t éc n ico s . Em 194 4 é r ea liz ada um a gra nd e r es ta ur aç ão d a I gr e ja s ob a co ord enaç ão d o ar qu iteto Pa ulo Barre to . O c ritér io u tiliz ado fo i o da re tir ada d os e l e m e n to s d i tos per tu rbador es , visand o de vo lver a o mo nu men to se u aspec to o rig in al. Imp or tan tes “ desco ber tas” fora m fe itas dura n te es ta res ta uração , se ndo a mais e viden te as vo lu tas do f r o n tã o qu e es ta v am c omp le t ame n te esc ond i das . Ap ós es tas o bras toda s as d emais q ue se s u cedera m vis ara m à ma nutenç ão . Du que de Caxias c res ce in tensa m en te n os a nos 19 60 a par tir d o fe nômeno de me tro po liz ação do R io de Ja ne iro e a re alid a de da r eg iã o tr ans fo rma- s e s i gnificativa men te , tornando-s e agora, z o na de moradia dos trabalhadores urbanos . Com isso, o monumento fo i se ndo a bando na do até rece be r em 1 978 u m an te- p r o jeto de res tauraçã o e la bora do p ela a rqu ite ta D ina Lern er . Em 1 986 a Igre ja fo i r esta ura da c om o fina nc iamen to da Fund açã o R o ber t o M ar i nho : s ubs t i tu íra m- s e os te lha do s d a s ac r is t i a e do b a ti s t ér io , a lé m de t er e m s ido res titu íd as a iluminaç ão , o c alç amen to e xter no , os pis os , as es cadar ias e os r e ves time n tos . U ma c asa fo i c ons tr u ída nos fundos da Igre ja p ara a br iga r vigia s. registro fotográfico Fachada principal em 1978 Fonte: Lerner, 1995 Fachada principal antes da restauração de 1944 realizada por Paulo Barreto Fonte: Lerner, 1995 Fachadas correspondentes às vistas 1 e 2 A Igreja e seu entorno Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Fachada lateral correspondente à vista 2 Detalhe da fachada Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula registro fotográfico Portão de acesso Fonte: L. H. de Paula Fachada lateral correspondente à vista 3, vendo-se a sacristia Fonte: L. H. de Paula f o nt es ARQU IVO NORONH A SAN TOS / IPH AN . L ER N ER , D ina . “ Igre ja de N os s a Sen hor a do P il ar ” . I n: I n for maçõ es s obr e o p a tr im ôn io c u l tu r a l do s mun ic íp io s da Ba i xa d a Fl um ine n s e e ad jac ê ncias . R io d e J an ei r o : I N EPAC / mimeo , 19 95 . P E R ES, G uil her me . B ai xa da F lu m ine ns e – o s c amin hos do o ur o . D u que de C a x i as: Grá f ica Re gis ter , 1 993 . PIZ ARRO & AR AÚJO , José d e So uza Az e ved o . Me mór ia s his tór ica s d o Rio de Jane ir o . Rio d e J an ei r o : Im pre ns a N ac io na l , 1 945 . FU NDAÇ ÃO RO BER T O MAR INHO . Res tauraç ão d a Igr eja de N ossa Se nhor a do Pilar . Volume I/II. SOU ZA, Marlúc ia . Ec o nomia e s o cieda de ig u açuana . T rabalho a pre sen ta do a o mes trad o e m H is tór ia na UF F . N iter ói: mimeo , 200 0 . Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: CAX-CO-015 Casa e Capela da Fazenda São Bento localização: município: Rua José Pinto, 6 (Virar à direita na Av. Pres. Kennedy, na altura no nº9422, junto à FEUDUC) Duque de Caxias época de construção: Casa (1760-1757) Capela (1645) estado de conservação: arruinado uso atual: abandonado uso original: Convento dos monges beneditinos e engenho de açúcar proteção existente / proposta: IPHAN (564-T, insc. nº439, Livro das Belas Artes, fls. 82) 10/07/57 propriedade: Terras pertencem ao INCRA e edifícios pertencem à Diocese de Duque de Caxias IBGE 1/50.000 situação e ambiência: A capela e a fachada contígua da sede da fazenda voltam-se para uma rua asfaltada de relativo movimento de carros, estando ambas as fachadas bastante próximas da passagem dos veículos. Com isto, se perde a ambiência rural da implantação original. A fachada que dá a imagem do conjunto, onde está o grande avarandado, tem a sua visualização bastante prejudicada pelo muro que se ergueu junto à mesma. Apenas é possível vê-la por completo de dentro da propriedade, uma instituição religiosa de caridade. A fachada que seriam os fundos da residência dos monges tem no térreo um corredor aberto e com pilares, formando um pátio interno. Esta guarda aspectos de claustro religioso, acirrado pelas grandes mangueiras que recolhem o ambiente e completam visualmente o polígono esboçado pelas demais paredes do conjunto. levantado:F. Brito, L.H. de Paula, V. Natividade data: 2 0 / 1 1 / 0 3 revisado: data: / / d esc riçã o arqu it etô nic a Se gun do Paulo San tos , nen hu m o utr o tipo d e ed ificaçã o exp rimiu tã o be m a vid a í n t im a e o c ar á t er r e gi ona l d a ar q ui te tur a d os pr im eir os mor ad or es d o q u e é ho je o R io de Ja ne iro qu an to as "ca sas de c hác ara " o u "c a sas d e ca mpo". Es tas , ao qu e pa re ce, der iva m d as casas de e nge nh o qu e se es p alhar am pe lo r ecônc a vo d a Gu ana bar a dur an te o pe r íod o co lo nial. A casa d a fa zenda Sã o Ben to é u m dos be los e a ind a e xis tente e xe mp lar es des te tipo arq uite tôn ico . N ã o foss e sua impor tânc ia ec onô mica , p ois era d os maiores eng enh os d e s ua épo c a , bas t a va c o mo e xe mpl ar d id á ti c o de arq ui t e tura bras i l eira c ol on ia l . S u a c ar ac t er ís tic a ime di a ta men t e iden t i f ic á v el é a var an da c o m t elh ado e m te lh a v ã , sa nca e be ira l d e te lh ados a par en tes pos tos sobre as co lu nas tosca nas . Jo aq uim Car doso , e m es tu do sobre as ca sas alpen d radas , mos tra que es te tipo de cas a co m vara nda no R io d e Jan eiro , te ve in ício por volta d e 175 0 , e , sendo es ta c o n s truída en tre 1 75 4 e 1 760 , é p oss íve l q ue ten ha s id o a pr ime ir a d a sér ie . Nes te cas o o a lp endr e não é alc an çado p or u ma gran d e esc ada e sim p os to s obre u m cor red or d e e xte nsas arc adas . A f ac h ad a v ol t ad a pa r a a r ua d e as fa l to , al é m d o fro n ti s p íc i o da I g r e j a tem , e m c ad a c a n to , d ua s jan el as - po r tas d e s ac ada ( do is g r and es s a lõ es) , f ic a nd o no me io a s s eis jan elas da s resp ec tiva s ce las . A disp osiç ão o bed ece , p o r cons eg uin te , à c ons tr ução d e ca da lanç o do mos teir o de São Bento d o R i o . i d e nt i fic aç ão g rá fica i d e nt i fic aç ão g ráf ica p e s qu isa h is tó r ica Marco in ic ial da c o lon i zação d o Vale d o rio Iguaçu , a faz enda Sã o Ben to or ig in ou- s e d e terr as d oadas pe la Marq ues a Ferre ira ao Mos te iro de São Ben to em 1 591 , c uja escr itur a f o i p as s ad a e m 15 96 . A M ar qu es a e r a h er d ei r a de C r is t ó vão Mon t ei r o , pr i me ir o prop r i e tár i o d e ses mar ias o ferec id as por Es tá cio de Sá e m 156 5 . Co m a mor te do sesmeir o a Marq uesa doa as terr as par a os mon ge s b ene ditin o s, e mb or a h aj a ta mbé m a ve r s ão de que os mo n g e s a ter ia m c om pr a d o. D e t odo mod o , p assa m a ocupar a faz enda que s er ia u m d os marc os fu nda men tais da p rime ira ocup ação da Ba ixad a F lu minens e . Os e nge nhos c ons tr u ídos nas fr egues ias de Ig uaçu er am p red omina n te men te de peq uen o e méd io por te, mas fund amen ta is n o fornecime n to d o p r od u to p a r a o R io de J ane iro . A Faz e nda S ã o Ben t o fi g ur a- s e n es te q uad r o c o mo a ma io r e ma is imp or ta n te pr o dutora do p er íod o , e m ui to s imb ó li c a do t ip o de ocup ação c a r ac ter ís t i c a da r eg iã o da Ba i xa da a té o s éc ul o X X . A p ar ti r da 2ª ½ d o s é culo X V I II q uan do o o uro das minas to rna - s e de finitiva men te escas so , a r eg iã o c on tinu a p roduz in do aç úcar e a guard en te , send o esc o ados pe los por tos de Estre la e Pilar. L oca liz ad a nu ma d as fregues ias n ão mu ito p r ósperas da Ba ixad a , a d e San to An tôn io de Jacutinga, se des ta cava em ta manho e em produtividade. A partir do século XVII, iniciase o cu ltivo da c ana n a p ropr ie da de . É qu and o os mon g es b ene ditin os a mp liam s eus limites , inc reme n tan do o plan tio e a pr oduç ã o aç ucar eir a , a lé m de a umen ta ram a pec uár ia e a a vicu l tura , trans fo rmand o- s e a faze nda n uma d as mais impor ta n tes fo rnec e doras de aç úcar da Pro víncia . Dentr o da fa zenda fo i c ons tru ída u ma o la ria q ue for nec ia tijolos pa ra as obr as i n ter n as e a t é m es mo pa r a as tro pa s d a c i dad e . Em 164 5 é cons tru ída a C ape la d e N .S. das Cand e ias q ue , a par tir do sécu lo XVIII r eceb e a d eno minaç ão d e N .S. do Ros ár io d e Igu açu . A par tir de 1 6 00 fora m a crescidas d i visór ias do e nge nho e cons tru íd o um s obr a do nas pr o ximida des d a Cap e la . Os mon ges co ns tru ír a m um so bra do e n tr e 17 54 e 1 757 , nas pr o ximidades d a C ape la p ara imped ir que es ta desmoron a sse, e dific a ram uma o l aria e um e ngenh o de far inh a . E s te , q ue é o a tu al c o nju n to ar qu i te tô nic o , te m a for ma de m os te ir o , c om p á ti o e c laus t r o , e f oi c ons tr uído pe lo F r e i Ma noe l do E s p ír i to Sa n to . Sob r e o s obra d o s a be- s e q u e na par t e d e cima for am ins ta lad os os q uar tos dos b en ed i tinos e u m va r a ndão. N o pavimento térr eo f i c a va um a o f ici na , a c oz i nha c om fo gão e for no a le nha , um r e fe itó rio e um de pósito de mantim entos. E m 192 2 a an ti ga p r op r ie da de d o Mos t ei r o d e S ão Be n to fo i a dqu ir i da pe la E m presa d e Melhora me n tos d a Baixad a F lu minens e . Em 1 933 , c o m a org an iz ação do s er viço o fic ia l d o san ea m ento da ba ixad a , a p ro prie dad e fo i incor por ad a aos pr ópr ios nac ion a is. Lo te ad o s os terre nos d a a ntig a fazenda , c o nstr u íra m- s e casas de stin ad as os colo nos . T om bad a e m 19 57 p el o IPH AN , o c onju n to ar qu i te t ôn ico abri go u o P atr ona t o S ão Be n to , d a Ass ociação Bene fice n te d e Me nor e s, ad min is trado pe la D i ocese de Petr ópo lis . registro fotográfico Vista da fachada lateral interna Vista da fachada da capela Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Vista da fachada Detalhe da fachada da capela Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Vista da fachada 6Vista / 8 da fachada Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula registro fotográfico Vista da fachada com avarandado Fonte: L. H. de Paula 6 / 8da fachada lateral da capela Vista Fonte: L. H. de Paula Pátio interno Barroteamento do avarandado Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Varanda Vista interna da capela Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula registro fotográfico Vista da antiga entrada da sede da Fazenda Fonte: L. H. de Paula Vista da pia batismal da capela Fonte: L. H. de Paula Vista da antiga entrada da sede da Fazenda, hoje edifício administrativo da Faculdade de Duque de Caxias. Vista dos fundos da antiga entrada Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula f o nt es C ARDO SO , J oaq uim. "Um tipo de casa rur a l no D is tr i to Fed era l". In :F AU/USP - IPH AN . Arq uite tur a Civil II. Sã o Pa ulo : F AU/U SP, 19 75 . GÊNESIS, Ney A.; PERES, Guilherme & TORRES, Ro gér io . Cu rso d e His tória d a Baixada F l um ine ns e d a C o mis s ão d e R es g a te d a H is t ór ia . 1 998 . S A N TO S , N or on ha . N ú c l eo C o lo ni al S ão Ben t o . Mu n ic íp i o d e Igu as s ú – E s t a do do R i o de Ja ne iro . Agos to , 1 940 . S A N TO S , Pa ul o . Qu a tr o s éc u los de arq u it e tu r a . R i o de J ane ir o : IA B , 1 98 1 . N IGR A , D o m C lem en t e M . d a S i l v a. “ A an ti ga faz en da d e S ã o B e nto e m Igu aç u ” . R e v i sta d o Ser viço do Pa tr imôn io His tór ic o e Ar tís tic o N acion a l , nº 7 , 19 43 . NOVA IGUAÇU Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: Conjunto urbano da extinta Vila de Iguaçu IGU-CO-016 localização: município: Estrada dos Palmares, direção Vila de Cava. Virar à direita na Estrada Velha de Minas Nova Iguaçu época de construção: fim XVI estado de conservação: arruinado uso atual: abandonado uso original: núcleo urbano proteção existente / proposta: Tomb. Prov. INEPAC (E-03/02 453/78) 08/04/83 / Levantamento arquitetônico e prospecção arqueológica. propriedade: IBGE 1/50.000 Município de Nova Iguaçú e Diocese de Duque de Caxias. situação e ambiência: A vila de Iguaçu situa-se no vale entre pequenos morros e a grande área alagada que restou do rio Lavapés. Os morros servem de pasto para as pequenas criações de sitiantes da região. A rua extensa que ligava as extremidades da Vila e lhe dava a configuração urbana está desaparecida em meio à vegetação que cresce desordenadamente. Ao fundo vê-se a Serra do Tinguá, por onde passavam os viajantes e de onde vinham os produtos a serem embarcados no porto. Um pequeno trecho de estrada calçada em pedras denominada Estrada do Comércio é bastante visível e marca o acesso ao porto. Este situa-se em meio a um grande pasto, com poucos vestígios de água, estando o leito apenas delineado por uma vala, antes um braço de rio que ligava o rio Iguaçu ao porto de Iguaçu. Um pequeno poço de água junto ao porto propriamente dito é testemunho dos tempos em que funcionava como tal. levantado: F. Brito, L.H. de Paula e V. data: 2 0 / 1 1 / 0 3 Natividade revisado: data: / / d esc riçã o arqu it etô nic a Os elementos urbanos da Vila de Iguaçu que restam como vestígios são o Porto de Iguaçu (um dos portos existentes na Vila) e a torre da Igreja de N.S. de Iguaçu acompanhada de dois cemitérios. A Fr egu es ia d e Igu açu , e m te mpo s de fu ncio namen to , e ng lob a va 1 .305 ,47km2 e su a se de , o nde ho je es tá a e xtin ta Vila de Ig uaçu , era co ns titu ída por u ns p oucos a rruamen tos e c amin hos q ue a barc avam algu mas c enten a s de ed ifícios re lig ioso s, c ome rciais e r esidenc ia is. Sua ar tér i a pr inc ipa l e ra a R ua do Co mérc io q ue co me ça va n o La r go do L a vap és e segu ia a té o Por to de Iguaç u . No cen tro da vila , seg und o Wa ld ick Pereir a , per to d o po r to d e pass age ir os enc on tra vam- s e os edifí c ios da câmar a , ca deia , fór um, a rmaz éns e c asas co merc ia is . A o lo ngo d o r io Ig uaçu , em dir eç ã o à Ser r a , encon tr a va m- s e o s port os do P in to , d o Vian a e o do Soa res e Me lo . Atrá s da Ig re ja de N .S. da Pied ade em fr en te ao c emitér io d e N . S . do R o s ár io ( c on h ec ido por C em i tér io do s R ic os ) a R ua d a Igr ej a s e b i fur c a va : u ma ia p ar a Ma xa mb omb a e o u tr a era o C am in ho d a s Pa lme ir as , a ind a i de nt i f ic á ve l . Se gun do Pizarro , em 179 5 a re g iã o em to rno da ma tr iz r eve la va u m “ vis to so ar raia l” , co m res id ê ncias q uas e tod as c ob er tas p or te lhas , to ta liz ando 7 00 fogos e 6 .14 2 ha bitan te s, 2 eng enh o s , 4 fá br ica s d e ag uar d ente e a lg u mas ol ar ias . Ho je , pouc o há o qu e descre ve r d a Vila , e é prec iso boa dose de a b straçã o es p acia l p ara c omp r eende r a c onfiguraç ão u rba na a n terio r . O ca min ho que ligava o p or to d e Igu açu e a Igre ja está de linea do , mas po uco vis íve l. O p or to s i tua- s e n um sítio de p ar ticulares , d elimitado , inc lus ive , por c ercas de ar ame fa rpado . A a u sência do r io que c on figura va o p or to di f ic u l ta a l oc a li z aç ão e c o m p r eensão d o s eu es qu ema de fu n c iona me n to , m as a tes t a , p or o u tro lado , as g ra ndes o bras que s e faziam nos te mpos c o lon ia i s p ara via bilizar o esc oa men to das r iq ue zas do Bras il. O por to de Ig uaçu era o ma is imp ortan tes do s p or tos d a Vila , s er vid o p or u m c ana l d e 0 1km de e xtensã o a té o rio Igu aç u. O por to p ropr iamen te dito é u m grand e re tâ ngulo fe ito e m p edras de vin te e dois me tros de co mpr i men to por o nze de lar gu ra , com par edes a u to p or ta n tes d e o i ten t a c ent í me tr os de lar gur a . Est á c i r c un dad o por ár eas a lag a d a s d e três l ad os e d e ter r a fi r me em ou tro . E s ta que é a e n tr a da d o po r to é ac es s ada p or bela esc ada ria em c an ta ria a tra vés de um tr echo calç ad o em ped ras q ue se liga à Estrad a do C o mér c io . A in da s e gu ndo W aldick P er ei r a , a t é o pr inc í pi o des t e s éc ul o o p or t o c o n serv a va a c obe r tur a de te lh as , suste n tad a po r co lun a s de tijo los . A o utra e xtremid ade d a Vila on de se loc aliza a Igr eja ta mbé m apr es enta p ouco s ves tígios d os tempos de func io na men to . D ois c emitér i os nos morr os la ter ais à Igre ja t es t emu nh am a c on f ig ur a ção urb a na , j un ta m ente c o m a Es tra da d os P al mar es . O c emitér i o dos r icos , ofic ia lmen te den omi n a do de Ce mitér io d e N .S. do R osár i o, te m um p ór tic o de en tr ada com co lu na s de p edra e d i vers as láp ides , uma de las de e xpress i vid ade a rqu ite tôn ica . O c emitér io do s p obres ap resen ta co mo ves tíg io gra nde esc ada ria em tijo los a ssen tados a o co mpr i d o , for man do belo acess o , co m uma certa m on ume n t ali da de inc r eme n tad a p elo gra nde aba ndo no q ue r ei na n o en t or n o . i d e nt i fic aç ão g ráf ica Planta da Vila de Iguaçu em 1837 F o n t e : IHGNI/FENIG, 1980. Porto de Iguaçu – Planta Esquemática p e s qu isa h is tó r ica A Vila de Iguaçu foi considerada uma das mais importantes dos períodos colonial e imperial brasileiro. Ela se fazia presente no cenário do Rio de Janeiro colonial com a produção agrícola, com os portos e trapiches chegando a figurar como a quarta arrecadação dentre as freguesias, abaixo apenas de Niterói, Campos e Macaé. Em 1833 foi elevada à categoria de Vila, abrangendo as seguintes freguesias: Iguaçu, Inhomirim, Santo Antônio de Jacutinga, São João de Meriti, Marapicu e Pilar. Por questões políticas a vila foi extinta em 13 de abril de 1835. Em dezembro de 1836 outro decreto restabeleceu a vila, porém sem a Freguesia de Inhomirim que passava a pertencer a Estrela. A economia de Iguaçu integrava-se à da metrópole portuguesa, importando escravos e fornecendo produtos agrícolas. Abastecia a cidade do Rio de Janeiro com alimentos, madeira, lenha e tijolos. É preciso lembrar que um dos mais importantes engenhos do período, o da Fazenda São Bento, localizava-se nesta freguesia. Nas margens de seus principais rios localizavam-se diversos portos. Isso porque a geografia da região favorecia o escoamento da produção para o Rio de Janeiro através de pequenas embarcações nos portos. Para se ter uma idéia, a Freguesia de Meriti possuía quatorze portos, a de Jacutinga e Pilar nove portos cada uma, a de Piedade do Iguaçu dois, boa parte destes instalados nas proximidades dos engenhos. O trajeto da produção agrícola era basicamente o seguinte: da fazenda aos pequenos rios, dos rios aos portos e destes para o Rio de Janeiro. Quanto aos engenhos, aqueles construídos nas Freguesias de Iguaçu eram de pequeno e médio porte. A Freguesia de Jacutinga era a principal produtora de açúcar. Pilar destacava-se na produção de farinha e Piedade na produção de arroz. Além destes produtos, fabricava aguardente e cultivava feijão, milho e, mais tarde, café. A partir do século XVIII, com a escassez do ouro nas Minas, a região não cai em declínio. Ela continua produzindo açúcar e aguardente. Mas, mais importante, continua servindo como entreposto para escoamento de produtos agrícolas e cresce em importância, agora servindo como entreposto para o café. O declínio da Vila acontecerá a partir de meados do século XIX com o surgimento das estradas de ferro e as sucessivas pestes que se encarregaram de dizimar boa parte da população. O trem a vapor de 1854 deu início à mudança de eixo econômico e com o trem de 1848 indo da Estação Pedro II até Queimados corrobora quase que em definitivo o novo meio de transporte como preferencial. O transporte de cargas fluvial perde tanto pelo aspecto temporal quanto econômico e Vila de Iguaçu composta por muitos armazéns vai pouco a pouco decaindo. Como mostra Segadas Viana, este não foi o único motivo que levou à decadência deste porto e de tantos outros da região do recôncavo da Guanabara. Antes mesmo do estabelecimento da era ferroviária no país a produção agrícola da região já tinha entrado em decadência. A concorrência da produção canavieira de Campos, principalmente após a construção da Usina de Quissamã, já tinha se tornado insustentável, bem como a de café do Vale do Paraíba. Em 1891 a sede do município e da comarca foi transferida da Vila de Iguaçu para Maxambomba e esta elevada no mesmo ano à categoria de cidade. Neste momento, Iguaçu compreendia 1.527km2 distribuídos pelos distritos de Santo Antônio de Jacutinga, Marapicu, Piedade, Meriti, Santana das Palmeiras e Pilar. A estrada de ferro era agora eleita como o veio de passagem e a portadora da urbanização e ocupação do território. Vila de Iguaçu foi sendo passo a passo abandonada e esquecida. registro fotográfico Local onde passava o braço de rio do porto Iguaçu Escada do porto Iguaçu Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Estrada do comércio Antigo porto Iguaçu Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Antigo porto Iguaçu Antigo porto Iguaçu, vista interna Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula registro fotográfico Vista geral da localidade da Vila de Iguaçu Fonte: L. H. de Paula Vista de um jazigo do cemitério de N.S. do Rosário Fonte: L. H. de Paula Entorno da Vila de Iguaçu Fonte: L. H. de Paula Escadaria de acesso ao cemitério dos pobres Fonte: L. H. de Paula i n fo r ma ç õ e s c o mp l e m en t a r es / f o nte s Em 197 6 , e m c omemo ração ao an ivers ár io d o mu nic ípio de N o va Ig uaç u, N e y Barros e W aldick Pere ira proc eder am uma busca arq ueo ló gic a n a regiã o do Po r to d e Iguaçu e e nc on t r ar a m u ma fa lu a , ba r c aça d e fu ndo c h ato u ti l iz ad a na na ve ga ç ão f lu v ia l de en tã o , e n terr ada j un to a o Por to . F on t es: BEZ ERR A, Nie lson R o sa. A Vila Iguaç u - s éc. XIX. Tr ab alh o de C on clusã o de Curso FEUDUC . Duque de C a xi as: mimeo, 2000. I H GN I / F EN IG . Vi la de Ig uaçu : I gu aç u V e lha . C ol eç ão Pa t r i mô ni o C u l tura l , n º2 . N o va Ig uaçu :Pr e fe i tur a de N o va Ig uaçu , 198 0 P E R ES, G uil her me . B ai xa da F lu m ine ns e – o s c amin hos do o ur o . D u que de C a x i as: Grá f ica Re gis ter , 1 993 . SO AR ES, M.T. de Seg adas . “ N ova Igu açu . Absorção de uma cé lu la urb ana pe lo G ran de R i o d e J an ei r o” . Se para t a da R e v is t a Bras i le ir a d e Ge ogr a fi a , nº 2 , an o XXI V , a b r / j u n 1 9 6 2 . Inepac Instituto Estadual do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado de Cultura – RJ I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S denominação: código de identificação: Igreja de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu IGU-CO-017 localização: município: Av. dos Palmares, entrada à direita a 1,2mts após a fazenda São Bernardino Nova Iguaçu época de construção: 1699 estado de conservação: ruínas uso atual: abandonado uso original: religioso proteção existente / proposta: Tomb. Prov. INEPAC (E-03/02 453/78) 08/04/83 propriedade: IBGE 1/50.000 Dicocese de Duque de Caxias Situação e ambiência: A torre da Igreja, única remanescente do antigo templo religioso, está situada em meio a três morros baixos. Os dois lateriais, servem como balizadores da área plana que seria o largo e a Igreja propriamente dita. Nestes dois morros pode-se ainda ver os cemitérios da extinta Vila de Iguaçu. Os morros baixos abrigam o sítio e dão, no que seria a parte posterior da Igreja, acesso ao restante da Vila. Os morro da frente, maior e mais alto limita a vista de quem está no Largo, tornando a sensação de isolamento, abandono e desvastação ainda mais intensa. Ademais, ao restringir as visadas e não permitir maiores vistas da região, os morros do entorno acirram o aspecto circunspecto do local. Difícil é, para o observador mais desavisado, imaginar que este local foi sede de umas das freguesias mais economicamente ativas do período colonial brasileiro. O vestígio da Igreja, a bela torre, pontua a paisagem e marca em definitivo a existência de civilização entre pastos e gado. levantado:F. Brito, L.H. de Paula, V. Natividade data: 2 0 / 1 1 / 0 3 revisado: data: / / d esc riçã o arqu it etô nic a Embor a a torre d a Igre ja de Noss a Sen hora d a Pied ade de Ig uaçu s eja u ma p e quena p orçã o res man escen te da impor ta nte Igre ja d a re gião , é capaz de r e ve la r infor mações s o bre o c o nju n to . A a l t a to r r e te m três qua tr o pa r tes c o mpo ne n tes : a p r i me ir a , j un to a o c h ão , é t od a f ec ha da , s em fen es tr as ç ões a n ão s er n o l a do que s e vo l ta va par a a Igr ej a , p or o nde s e faz ia o ac es s o ao s in o; a s eg und a , l ogo aci ma , é s e p a r a da dest a p or um p equ eno friso , e n a fa ce voltada para o an tig o es paço a berto ou la r go, apres e nta um óc ul o ; a te r c e ir a , a l tu r a e m qu e fi c a va o s in o , c o mo é c o mum e m ou t r as Igr ej as , te m jan elas en cerr adas po r a rcos p le n os. F in almen te , a quar ta e ú l tima p a r te da tor re, o co roa men to , ap rese n ta u m fr iso c om muitos elemen tos e enc imad a por uma cú pula p ir am ida l . Re pro duz imos a seg u i r a d escr içã o que faz Monsen hor Pizar ro d o in ter ior da Ig reja : " Or nam o i n ter io r des t a I gr e ja , 5 al tar es , c om o Ma i or . N es te v ê - s e c o loc ado o Sacr ár io , e a imag em da Pad roe ir a. D a p ar te do en vang elho es tão : 1º - o d a senh ora d o Ros ár io ; 2 º - o da Sen hor a da C o nceiçã o . Da p ar te da Epís to la , 3º - d e São Miguel. 4º - o d a Sen hor a do Ter ç o , que ai nd a e s ta v a por c onc lu ir , e p or is s o n ã o s e via ne le c o l oc ad a a Imag em p r ópria . À e xc eção do Altar Ma ior , e m to dos ac h ei toa lh as pouco asse adas , p rincipa lmen te as infe rior es , e a l guns , u ma s ó toa lha . N o da Sr a . d o R osár io , a Cruz n ão t i nh a i ma g em de C r is t o: no d e S ã o Mi gue l , e s t a va a im a gem d e C r i s t o mui t o i m per fe i ta p el a a n tigu ida d e de su a do iradur a . So bre tod as e stas necess id ades , de i as n ecessá rias p r o v idê nc i as . Imag ens : d e Nossa Se nho ra d a Pieda de ; d e Cristo ." p e s qu isa h is tó r ica A Igr eja de N .S. d a Pieda de d e Ig uaçu tem s ua or ige m n a fun daçã o da par óqu ia em 1 699 qua n do o a l fer es J os é D ias de Ara új o c onst r ó i um a c ap e la d ed ic ad a a N . S . da P i ed ade . C omo era c o mum n o per í od o, a pr i me ir a Ig r e ja r uiu e o me s mo a l fer e s a li ado ao s e u fi lh o d oam 40 br a ç as d e ter r a s pa r a a c o n s t r ução d a n o va Igr ej a . Em 1 755 , a pa r óq ui a p assou à c ondiç ão d e perpé tua , s endo s eu p rime iro pro p rie tár io o p adre Jo ão Fur ta do de Men donç a . A Igre ja er a ta mb ém c onhec ida p or Nossa Se nhora d a Pieda de d o Caminho V e lh o . A t é 1 96 3 a ind a e x is ti a , em r u ín as , o c o rpo p r inc i pa l da I gr e ja . registro fotográfico Igreja de N. S. da Piedade de Iguaçu em 1948 Fonte: IHGNI/FENIG, 1980 Vista da torre remanescente Vista da torre remanescente Detalhe da torre remanescente Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula Detalhe da torre remanescente Fonte: L. H. de Paula Fonte: L. H. de Paula f o nt es ARQU IVO NORONH A SAN TOS / IPH AN . I H GN I / F EN IG . Vi la de Ig uaçu : I gu aç u V e lha . C ol eç ão Pa t r i mô ni o C u l tura l , n º 2 . N o va I g uaçu : Pr e fe i tur a de N o va Ig uaçu , 198 0 . PIZ ARRO & AR AÚJO , José d e So uza Az e ved o . Me mór ia s his tór icas d o Rio de Jane ir o . Rio d e J an ei r o : Im pre ns a N ac io na l , 1 945 .