Fichas de Inventário

Transcrição

Fichas de Inventário
Fichas de Inventário
Volume I
Ouro
Projeto Inventário de Bens Culturais Imóveis
Desenvolvimento Territorial dos Caminhos
Singulares do Estado do Rio de Janeiro
Fevereiro 2004
Inepac
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
GOVERNADORA
PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO
Rosinha Garotinho
ESTADUAL
VICE- GOVERNADOR
Paulo Alcântara Gomes
Luiz Paulo Fernandez Conde
SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA
Arnaldo Niskier
DIRETOR SUPERINTENDENTE
Paulo Maurício Castelo Branco
SUBSECRETÁRIAS DE CULTURA
Vânia Bonelli
DIRETORES
Cecília Conde
Celina Vargas do Amaral Peixoto
Maria Eugênia Stein
Evandro Peçanha Alves
INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO
CULTURAL – INEPAC
GERENTES
Marcus Monteiro, Diretor Geral
Juarez de Paula / UDL - NA
DEPARTAMENTO DE PATRIMÔNIO CULTURAL
Heliana Marinho / UDL - RJ
E
NATURAL
Maria Regina Pontin de Mattos, Diretora
DEPARTAMENTO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO
Amauri Lopes Junior, Diretor
DEPARTAMENTO DE APOIO A PROJETOS DE
PRESERVAÇÃO CULTURAL
Augusto Vargas, Diretor
Coordenação Técnica Geral do Projeto / INEPAC
Arquiteta Dina Lerner
Apoio do Departamento do Patrimônio Cultural e Natural / INEPAC
Supervisão Geral de Projeto
Dalva Lazaroni
Coordenação da Equipe Técnica dos Caminhos do Ouro
Arquiteta Flávia Brito
Arquitetos assistentes
Luiz Henrique de Paula
Verônica Natividade
Pesquisa Histórica
Simone Silva
Consultores
Padre José Luís Montezano
Arquiteta Patricia Leão
Agradecimentos
Carlos Cinqüenta
Coronel Antônio Eugênio Toulouis
Coronel Mário Michel
Isabelle Cury
João Bee
Ligia Rodrigues
Marcos e Rachel Ribas
Maria Auxiliadora da Silva
Mario Larrubia
Nielson Bezerra
Regina Pádua
e
Equipe técnica do Departamento de Pesquisa e Documentação / INEPAC
Laura Bahia e Luciano Jesus de Souza, apoio aos trabalhos de programação visual
Lia Motta e equipe do Departamento de Identificação e Documentação do IPHAN
Fevereiro 2004
QUADRO SINÓPTICO DOS BENS INVENTARIADOS
CAMINHOS DO OURO
Município/ Código ficha de
inventário
1. “Caminho Velho do Ouro”
Paraty
PAR-CO-001
PAR-CO-002
PAR-CO-003
PAR-CO-004
PAR-CO-005
PAR-CO-006
PAR-CO-007
PAR-CO-008
PAR-CO-009
PAR-CO-010
PAR-CO-011
PAR-CO-012
PAR-CO-013
Denominação do Bem Imóvel
Fotos
atuais
Fotos
antigas
Desenhos
e plantas
Mapas
252
27
10
15
15
29
15
13
6
47
28
33
14
0
6
0
2
1
1
1
0
1
0
1
0
0
0
0
0
2
3
4
3
6
0
6
3
4
4
1
3
0
0
0
0
0
Igreja N.S. do Pilar
Casa e Capela da Fazenda São Bento
23
57
2
0
4
2
0
0
Conjunto Urbano da extinta Vila de Iguaçu
Igreja de N.S. da Piedade do Iguaçu
45
10
0
1
1
0
1
0
Variante do caminho Novo
Núcleo urbano de Magé
Igreja da Matriz ou N.S. da Piedade de Magé
Fazenda de Magepe Mirim
Fazenda Suruí
Igreja de São Nicolau do Suruí
Igreja de São Francisco de Croará
Igreja de N.S. dos Remédios
Estação Ferroviária da Guia de Pacobaíba
Igreja de N. S. da Guia de Pacobaíba
Vila de Estrela
Capela de N.S. da Estrela
Paiol da Estrela
Estrada Normal da Estrela
Igreja de N.S. da Piedade do Inhomirim
Sede Social da IMBEL
Fazenda da Cordoaria
Fazenda da Mandioca
Chafariz de Raiz da Serra
93
9
3
16
14
39
30
18
24
27
44
39
22
24
39
18
18
34
3
0
6
1
0
0
0
1
0
0
0
0
2
2
1
2
1
0
1
0
0
0
0
0
0
2
4
2
6
4
1
1
1
0
1
1
2
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Núcleo Urbano de Petrópolis
Fazenda do Padre Correia
Fazenda Samambaia
Fazenda Santo Antônio
Núcleo urbano de Pedro do Rio
Núcleo urbano de Secretário
Núcleo urbano de Inconfidência
22
58
53
0
40
4
23
0
0
0
3
0
0
0
0
6
0
0
0
0
0
2
0
0
0
1
1
0
Igreja de Santo Antônio da Encruzilhada
Núcleo urbano de Paraíba do Sul
Ponte Rio Paraíba do Sul
Fazenda Cachoeira Alta
Fazenda Santa Clara do Paiol
7
51
4
5
15
4
1
0
0
0
0
0
0
2
0
0
0
Antiga Estação de Muda / Museu Rodoviário
Ponte Rio Paraibuna
27
5
0
1
2
0
0
0
Caminho Velho do Ouro
Núcleo urbano Paraty
Cais do Porto
Igreja Matriz N.S. dos Remédios
Igreja N.S. do Rosário
Igreja de Santa Rita
Igreja de N.S. das Dores
Santa Casa de Misericórdia
Chafariz da Pedreira
Forte do Defensor Perpétuo
Cadeia
Portão da Cidade e Poço
Casa da Provedoria
0
0
0
1
0
2. “Caminho Novo do Ouro ” - Caminho de Garcia Paes
Duque de Caxias
CAX-CO-014
CAX-CO-015
Nova Iguaçu
IGU-CO-016
IGU-CO-017
3. “Variante do Caminho Novo” - Caminho do Proença
Magé
MAG-CO-018
MAG-CO-019
MAG-CO-020
MAG-CO-021
MAG-CO-022
MAG-CO-023
MAG-CO-024
MAG-CO-025
MAG-CO-026
MAG-CO-027
MAG-CO-028
MAG-CO-029
MAG-CO-030
MAG-CO-031
MAG-CO-032
MAG-CO-033
MAG-CO-034
MAG-CO-035
MAG-CO-036
Petrópolis
PET-CO-037
PET-CO-038
PET-CO-039
PET-CO-040
PET-CO-041
PET-CO-042
PET-CO-043
Paraíba do Sul
PBS-CO-044
PBS-CO-045
PBS-CO-046
PBS-CO-047
PBS-CO-048
Comendador Levy Gasparian
CLG-CO-049
CLG-CO-050
Simão Pereira
SMP-CO-051
Registro de Paraibuna
TOTAL
51
17
0
0
0
1484
42
35
14
PARATY
Inepac
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Secretaria de Estado de Cultura – RJ
I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S
denominação:
código de identificação:
Caminho Velho do Ouro
PAR-CO-001
localização:
município:
Início no bairro dos Penha indo até a divisa do Estado do Rio de Janeiro com São
Paraty
Paulo
época de construção:
1660
estado de conservação:
satisfatório nos trechos recém-recuperados
uso atual:
turístico
uso original:
estrada de tropeiros
proteção existente / proposta:
Proteção que incide sobre o munícipio de Paraty
propriedade:
Diversos
IBGE 1/50.000
situação e ambiência:
O Caminho Velho do Ouro, também conhecido por Caminho da Serra do Facão ou Trilha Goianá, tem várias
ambiências uma vez que parte da cidade de Paraty e segue pela Serra do Facão em direção a São Paulo, percorrendo
dentro do município de Paraty cerca de 13 quilômetros. Do percurso total que parte do Rio de Janeiro, via mar, chegando a
Paraty e seguindo por terra firme até o objetivo final que eram as minas de ouro, há um pequeno trecho aparente. Este se
inicia no bairro dos Penha e vai até o Sítio Histórico e Ecológico do Caminho do Ouro. O trecho inicial dos Penha até o ShEco está em fase de abertura e descobrimento. Após percorrer um trecho mais íngreme, segue por uma região um pouco
mais plana donde se vê belos trechos da Serra do Facão. Ao longo deste trecho, aberto pouco mais de três quilômetros até
o momento deste levantamento, a vegetação está muito transformada, tendo sofrido com as erosões e com o plantio. A
ausência da mata atlântica em grandes segmentos, permite, no entanto, compreender como teria sido o caminho na época
áurea de seu funcionamento, quando três braças de cada lado da estrada eram limpas. No trecho pouco acima onde está o
Sh-Eco, aberto à visitação, a paisagem torna-se mais encerrada em si mesma, possibilitando apenas em alguns pontos de
clareira vistas magníficas da Baía de Paraty. Nos três quilômetros abertos pode-se ver a mata atlântica secundária, e o
modo pelo qual o caminho calçado segue por ela. Sem seguir as curvas de nível, o caminho abre-se em alguns momentos
em até nove metros de largura em meio à vegetação cerrada, sendo íngreme em boa parte do percurso.
levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V.
Natividade
data: 2 7 / 1 1 / 0 3
revisado:
data:
/
/
d esc riçã o arqu it etô nic a
O C amin ho Ve lho do Ouro no q ue se r e fer e a se us e lemen tos c ons tr u ídos , ou s eja ,
a os trec ho s ca lça dos aprese n ta g ran des d i ve r sidad es . F alamos aqu i, d os ves tígios do
c a m inh o e do qu e s e p ode v er h oj e , c om a r e s s al v a de q ue os trab a lhos h is tó r i c os e
a rqu eo lóg i cos es tão a penas n o in ício e so me n te é poss íve l faz er a firmaçõ es ge nera l iza da s.
A pr ime ira ques tã o a s e no ta r é o mod o d e cons tr uir es tr adas e c omo ele d i fer e - s e d o
q ue e n ten d emos co mo es trad as d e r od age m. Os ca minh os era m fe itos para as tro pas d e
h omens e burr os qu e le va va m e b usca vam as r i quez as e , p or tan to , fe ito à pé . Algu mas
p r em is s as bás icas s u r gem de i me dia t o : a e n g e n h aria da es tra da é n ota men t e d is ti n ta . E la
n ão se gue as cur vas d e n íve l do terre no e s u as cur vas n ão sã o pro pr iamen te c ur vas , mas
e ncon tros de re tas . Em cad a um des tes enc o ntros há u m a vala ou c ana le ta pa r a o
esc oa men to das águ a s p lu via is .
A s e gun da que s tã o a no tar é o c a lça men t o . H á b as ic am en te do is ti p os : u m c o m
p edr as me nor es e co lo cadas deso rde namen te e o utro co m pe dras maior es e mais lisas
for ma ndo u m dese nho . Es te tem nas e xtr emidades pedr a s lad ead as e n o me io a linha de
p edr as cha mad a cap is tr ana . Entr e as duas h á p edr as maio res e nca ixad as . Ao que p arece o
ca lça me n to meno r é mais an tigo , de u ma épo ca e m qu e não ha via a inda pó lvor a par a
es tour ar as p edr as em loc o , e o c amin ho , p or tan to , er a feito co m pe dras de mã o. O ou tr o
tipo de ca lçame n to fe ito c o m pedr as ma io res é, talvez , p osterior q u ando já se tin ha o
ins tr ume n tal pa ra a pro veitar as p edr as do pr óprio camin ho e ir es to uran do- a s à medida e m
q ue s e ia c ons tr ui ndo a es tra da . Sa be- s e que em 182 4 é e nc o men d ada u ma r e f or m a da
es tr ad a , pa ra a r ea liz a ção dos co nser tos nec essár ios . Em 184 0 são rea l izad as reformas n a
es tr ad a .
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
p e s qu isa h is tó r ica
A h is tór ia do q ue h oj e c hama mos por C a m inh o V el ho do Our o in ici a - s e m u ito a n tes d a
c h ega da d os po r tug ue s es no Bras i l . E l a era u ti l iz ad a p el os índ ios g o i a n ás o u g o i a m i mins
q ue h ab i ta va m a r eg iã o par a c o m unic ar em- s e com um a " alde ia de c im a" no Va l e do
P a r a íba .
A pr ime ira no tícia da passa ge m d o homem br anco p ela trilh a é d e Anth on y Kn ive t, n o
fina l d o sé culo XVI, fe ito pr is ioneiro pe lo fi lh o do g o vern ad or do R io de Ja ne iro , Mar tim
C o r r ea de Sá . O r e la to do ing lês r efer e- s e à exp ed iç ão do d es br a va dor p el a tri l ha da S er r a
d o F acão , cujos ob je tivos não s ão esc la rec id os.
M as a es t r ada vi r i a a s er e fe t i va m ente u t il iza da p el os po r t u g ueses a par t ir de 1 660 ,
q uan do Sa lva dor de Sá, g o ver nad or ge ra l da s Minas , n a b usca d e o uro e p edr a s prec iosas ,
manda abrir a es tr eita tr ilha dos goianás . Na vir ada do s éculo XVII para o XVIII a notíc ia
a rrasa dor a da desco b erta do ouro nas Minas faz c o m o que ún ico c aminh o já a ber to e
co nhec id o ganh asse impor tâ ncia centr a l no c on te xto c o lonia l . Ele a gora s er viria co mo
ac esso p rincipa l das tr op as qu e c ircula va m p elo pa ís . Mas a p rimaz ia d uro u po uco e em
1 698 , Garc ia R odr igu e s Paes , filh o de F ern ã o D ias , r e c e be a incu mbênc ia d e a brir um
c a m inh o m ais d ir e to e pro te g ido p ar a as M in as , qu e e v i t as s e o i nc ô mod o c am in ho
m ar í t imo . I s t o po r qu e o C a mi nh o Vel ho d e P ar at y inc lu í a u m trech o vi a m ar a té o R i o de
Ja ne iro , c o nsider ad o perig oso já que vulnerá vel a a ta qu es p i r atas.
Ab er to o C amin ho No vo de R odr ig ues Paes p or volta de 170 0 e co m o flu xo de ouro
to ma ndo pr oporçõ es fora do co n tr ole fisca l d a Cor oa Por tugu esa , e sta pro íbe o uso d a
es tr ad a de Pa ra ty. Em 1 71 5 é so licitada pe lo s ver ea dore s da Vila a reabe r tur a do c a min ho,
n o qu e são a ten didos . A es tr ada no va via D u que d e Ca xias er a con sidera da mu ito er ma ,
s e m q ua lq uer i n fra- es t r utura , e a de P ar a t y , j á u t i liz ad a a m ais t em po , o fe r ec ia m a ior es
"co mod id a des" às trop as .
Co m a abe rtura da Var ia n te d o C aminho N o vo o u C a minho do Pro en ça, que en curta va
o c am in ho de R odr i gu es Pa es e m t r ês d ias , p ar t in do d o Por to Es tr el a , a es tr ad a de Par a t y
g anh ou
fo r te
c o ncorr e nte .
Mas
seu
m o vi men t o
nã o
c es s ou .
O
c a m in ho
de
Pa r a t y
prosseguiu sendo utilizado intens a m e n te , s o b r e t u d o a p ó s a s l e is p a r a o f im d a e s c r a vi d ã o ,
se r vindo c omo c amin h o c lan des tino par a os escra vos q u e dese mba r cava m e m Pa r a ty- M ir im
e s egu ia m para as faz endas d e c afé do Va le do Par a íba .
Co m a ins talação das estr adas de fe rro n o Vale d o Para íba e c om o trá fico d e
esc ra vos e scasseand o na s egu nd a me tade d o XIX, inic ia - s e a decadênc ia do C aminh o
V e lh o do O ur o, c onso l ida da em 1 925 c om a a ber tur a da es trad a de r od age m P a r a t y - C u n h a .
registro fotográfico
Trecho inicial do Caminho Velho
Trecho do Caminho Velho
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Aspecto da vala de escoamento
Detalhe do caminho, vendo-se dois tipos de
calçamento de épocas distintas
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Pedra com marca do processo de construção da
calçada, em que se dinamitavam as rochas do
caminho.
Fonte: L. H. de Paula
6Paisagem
/8
do Caminho Velho
Fonte: L. H. de Paula
registro fotográfico
Bica d’água do percurso
Bica d’água do percurso
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Área da bica
Área da bica
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Trecho de calçada de pedra no Sítio Histórico e
Arqueológico do Caminho do Ouro/ Museu Aberto
do Caminho do Ouro
Fonte: L. H. de Paula
Trecho de calçada de pedra no Sítio Histórico e
Arqueológico do Caminho do Ouro/ Museu Aberto
do Caminho do Ouro
Fonte: L. H. de Paula
i n fo r ma ç õ e s c o mp l e m en t a r es / f o nte s
No mo men to e m se fa zia este le van tamen to um pro je to d e a ber tura do Ca minh o do O uro
e m Par aty, c oor den ad o pe lo Se br a e , es ta va em c urso , c om pr e vis ão d e tér mino para 200 4 .
F on t es:
GUR GE L , H ei tor ; A MA R A L , E de lw eiss . Par a r t y , c am in ho d o o ur o . R i o d e J an ei r o: L i vra r i a
São José, 1973
R I B AS , Ma r c os C ae t a no. A his t óri a d o c am in ho d o ou r o em Par a t y . P ar a t y : C o n t e s t
Pro duçõ es Cultur ais , 200 3 .
________. Paraty: Registro do Caminho do Ouro. Paraty: mimeo, 1998.
SANTO S, Márc io . Es tr adas R ea is . In tro duçã o aos c amin hos d o ou ro e do d ia m ante no
B r as i l . B e l o H or iz o n te : Es tra da R eal , 200 1 .
SIL VA, Mo acir . Kilô me tr o zero. C a minhos a n tigos , es tra das mo der n as. R io d e J aneiro : São
Be ned ic to , 193 4 .
Inepac
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Secretaria de Estado de Cultura – RJ
I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S
denominação:
código de identificação:
Núcleo Urbano de Paraty
PAR-CO-002
localização:
município:
Centro Histórico
Paraty
época de construção:
1630
estado de conservação:
bom
uso atual:
uso original:
proteção existente / proposta:
Erigida monumento nacional Dec. 58077 de 1958
propriedade:
http://www.governo.rj.gov.br/municipios.asp
Prefeitura de Paraty
situação e ambiência:
O que chamamos aqui de núcleo urbano de Paraty restringe-se ao bairro Centro Histórico, pois é aquele que
estabelece conexões com o período de importância aurífera.
O centro histórico limita-se ao norte pelo rio Perequê-Açu e está defronte à Baía de Ilha Grande e não se pode
pensar a cidade sem levar em consideração as águas que o circundam. Posta sobre área plana e alagadiça, seu traçado
urbano é ortogonal, com sete ruas correndo do nascente para o poente e seis ruas do norte para o sul. As casas do bairro
histórico são voltadas para as ruas de calçadas de paralepípedos. Entre o mar e a cidade em si há um extensa área
alagada que impediu que a cidade crescesse até beira-mar. Os pontos de encontro entre cidade e mar são promovidos
pelo porto. A Serra do Mar ao fundo é visível de alguns pontos, principalmente para quem chega por via marítima,
oferecendo magnífico contraste com a região de planície onde foi implantada a cidade.
levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V.
Natividade
data: 2 6 / 1 1 / 0 3
revisado:
data:
/
/
d esc riçã o arqu it etô nic a
O c en tro histór ico d e Para ty o fere ce a o trans eun te u ma exper iê n c ia singular no q ue
se r e fer e
núcle os ur b anos co lon i ais , p or d ua s raz ões q ue n ão s ão únic as , mas que
ass ociadas s e tornam singulares : estar tota lmente implantada em te rreno plano junto ao
mar e ter tr açado c ar tesia no . Co m is to , va i s e d escob rin do aos p ou cos, a tra vés do
p er c urs o , o s p on tos e as v is ad as de in t er es s e . N ão há d i fer enç as d e n í ve l , nã o s en do
p os s í ve l d ar des t aqu e aos s í mbo l os do p od er , c om o p or exe mp lo as Igr e j a s , a não s er pe l a
a l tu ra d e s uas torres , que vão n o s gu ia ndo , a os p oucos . A le ve s i nu osid ade qu e as ru as
a pr es en ta m dec or r e pr ova ve lm en t e da n ec es s ida de d e s e d is tr ib uir equ i ta t i v am en te o s ol e
a s om br a em tod as as e d if ic aç õe s e c an al iz ar os ven t os pa r a o s pátios in te r no s das c as a s .
As esq u ina s s ão e m q uase su a to ta lid ade em â ngu lo vivo c om tr ês cunha is n or malmen te
e m ca ntar ia e o qu ar to em r eboc o , po den do este ser u m símbo lo ma çônic o .
O c on ta to com o mar s e faz s u tilmen te , nu m jogo de esc ond e e a par ec e o q ue acab a
p or tor nar o t r aça do o r tog ona l m a is di nâ mic o e in te r es s a n te .
No que s e refere à ar quite tura , a cidad e te m a lgu ns e xe mp lar es de des ta que c omo as
q ua tr o Igr ejas de é po ca (San ta R i ta de Cáss ia, N .S. da s Dor es , N .S. dos R emédios e N .S.
d o Rosá rio ) e d e ter mina dos so bra dos qu e se u tilizam or a de ma ter i ais mais no bres , or a de
e le me n tos de arq ui t e t ura de ma io r des ta que . O va lor arq ui te t ôn ico , c on tud o , r e s id e no
co njun to ur bano e na un ida de q ue se forma a p ar tir des te . As casas de p or ta e ja ne la
ca ia das
em
br anco
e
jus tap os tas
pe las
la ter a is
nas
lon g as
r uas
r eta s
for nece m
impac ta n te s visões de co njun to . O ritmo das fe nes traç õe s o ra é que bra do p ela s a l tura de
cas as asso bra dad as , ora pe lo s ur gimen to de larg o o u pr aça , or a pe lo cr uza me nto de r uas ,
o u a ind a , p elo s ur g i m ento de mur os dos qu in ta is d as c a s as . As c as as tér r eas a l te r na das
co m os so b rados co mple xificam a pa is age m e d ão p erso na lidad e ún ic a à cida d e.
O espaç o u r ban o l i vr e de e d if ic aç ão ma ior e mais s ign i f i c ati vo é o d a Pr aça d a Ma triz ,
b as tan te ar bor izad o , r emen ten do a uma c onc epção ma is ro mâ n tic a de ja rd ins .
A l gu ns po n tos n o tá ve i s a s er e m o bs er va dos :
L ar g o de S an ta R i ta , c om a igr ej a de mes mo nom e e e di f íc io da C as a de C âm a r a e
Ca de ia , d o nde o bser va- s e a Ba ía de Para ty, o c ais do p or to e o an tig o me rcad o d a cidad e ,
h oje tra ns formad o em pous ad a.
R u a D r . Sa mue l C os t a / R ua do R os ár i o , pr inc ip al me n te s eu en tr onc ame n to c o m a R ua
d o Co mérc io, o nde s i tua- s e a Igre ja do R osá rio co ma fa chada pr incipa l vo ltad a par a as
d uas r uas e o ed ifíc io da Pre fe i tu ra d e Para ty.
As Igr ejas de N ossa Senhor a dos Reméd ios , do Rosá rio , de Sa n ta Rita e a Cap elinha
d as Dor es .
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
p e s qu isa h is tó r ica
A re gião d a Ba ía da Ilha Gran de foi d escob er ta em 1 50 2 por Gonç alo Coe lh o n a s u a
se gun da e xpe diç ão a o Bras il, ma s co meç ou a s er po voa da p or vo lta d e 15 30 q uan do a
e xped içã o de Mar tin Afonso de Souza ve m a o Br asil e m direç ão às Minas .
A re gião d e Para ty era ocup ada d esde 16 00 por p au lis ta s vindos de Sã o Vice n te n o
morr o ac ima de o nde é ho je o n úc leo ur ban o . A par tir de 1 630 c om a c ompra d e u ma
ses mar ia p or Mar ia J á come de Melo , um o u tr o po vo ado , es te q ue c hamamos d e Núc le o
Ur ban o de Pa ra ty, co meça a se fo rma r, en tã o co nhec id o como Noss a Senh ora dos
Re mé dios de Pa ra ty. Mar ia Jác o me de Me lo doa o tr ech o de te rra ju n to a o ma r , qu e po uco
a pouc o , c om a imp or tância do po rto , vai s up la ntan do o de São R oq ue , qu e e xistia n o
m or r o do F or te , c onh e c ido t amb é m c omo Mor r o d a V i la Ve lh a . R e la t a P iz ar r o q ue , a o
p assar por lá e m 1 794 , foi in formado pe lo s an tigos h ab i tantes qu e o s p rime iros po vo ado re s
ass en ta ra m vive nda e constru íra m u ma ca pe la s ob a tu tela d e São Roque no a l to do morr o .
O no vo núc leo vai s e consolidan d o e n tre os r ios Pere qu ê-Aç u e Pa titiba . Em 16 44 o
p o voa do in ves te- se do títu lo de Vila , tend o n o mes mo a no voltado à juris diç ão da Ilha
Gr an de . F i nalme n te , e m 16 67 , g a nha o títu lo de Vila de Nossa Sen h ora dos R e méd ios d e
P ar a t y , ten do p or ta nt o , j á troc ado o no me do s a n to d a i n voc aç ão . N es t e mo me n to , ta mbé m ,
c o ns tró i u ma Ig r e ja m a tr iz de pa u - a - p i que.
Co m a des cober ta de ouro nas Minas a vila d e Para ty to rno u- s e p onto ne vr álg i co d a
e x por t aç ão do pr odu t o . Era p el o p or to d e P ar at y que s e embarc a va m r u mo a o R io de
Ja ne iro e d epo is à Eur opa o pr eciso me tal. Is to por qu e o ú nic o camin ho já aber to p a r a o
se rtão do p a ís era o a ntig o ca min ho dos ín dios go ia nás , o qua l fo i a pro veitado pe los
t r o pe ir os p ar a a c ir c u l ação d os pr odu tos c ol o nia is . Em 1 75 1 P ar a t y era o s egu ndo por t o e m
i m por tâ nci a do pa ís , n ão a pen as pel a c ir c ul a ç ão de ouro , mas ta mb ém d e pr o d u t o s como
sa l, escr a vos,
a gu ard en te e um s em n úmero d e ou tros produ tos ag r íco las , fu n dame n ta is
n as troc as comerc ia is do per ío do . Par a ty, co mo er a pr od utura a gr íc ola , abas te cia as vilas
d o Va le d o Para íba , a s tr opas qu e tin ha m na vila u m po n to d e p ara da o b r ig a tório e a
p r ópr ia pro v í nc i a .
A re gião e r a gr and e pr odu tora de aguar de nte , sen do , p o r isso , a c ultura b ás ica d o
mun ic íp io a can a de a çúcar. Em 1 851 e xis tia m cerca de 29 e nge nho s na fre gue sia .
C o m o c r es c ime n to c o mer c ia l d o port o e c o n s eque n tem e nte do C a m i n ho Ve lho do
O uro a Vila va i ta mb é m mud and o as fe içõ es . Surg em ca sas de alve naria de pe dra e c al,
n o vas Ig re jas sã o con str u ídas , c o mpleme n ta- s e o traç ad o urb ano ( mais p ró ximo do q ue se
co nhec e h oje c omo Ce ntr o H is tór ico), abre m- s e novas r uas e é co n str u íd o o fo r te .
Es ta é a descriç ão de Piz arro da vila de Pa raty em fi ns do s éculo XVIII: "C onté m es ta
p o voaç ão ma is de 400 c as as , e di f ica das e m pared es de ped r a e c al , de p au- a - p i q u e , ou
es tuqu e , e ntre as qua is se c on ta vam 4 0 de s obr ado . H á mais d e 2 0 lojas ; a s fa zendas
mo lha das em mais de 14 ; e as s e cas e m mais de 2 5 ( ...) As ruas s ã o d elinea da s co m bo a
d ir eç ão e q uase to das c a lça das . "
N o s éc u lo X I X c o m a e s c as s ez d o our o a c id ade c o n ti nu ou s e ndo u m p os to c o mer c ia l
d e pr odu to s agr íc olas e d e escr a vos. O no vo p r odu to q u e a por ta e passa a s er ta mbé m
c u l t i vad o é o c a fé . Em 184 4 a v il a é e le v ada à c a te gor ia de c ida de , c om o nom e de P ar a t y .
registro fotográfico
Vista geral do centro histórico
Aspectos do centro histórico
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Praça da Matriz no início do século XX
Vista da cidade de Paraty, onde observa-se a Baía,
o Rio Perequê-Açu e a Santa Casa de Misericórdia
Fonte: Estado do Rio de Janeiro, 1922
Fonte: Estado do Rio de Janeiro, 1922
Vista de Paraty, cerca de 1950
Fonte: Strauss e Sene, 1997
Rua da Matriz, cerca de 1950
Fonte: Strauss e Sene, 1997
registro fotográfico
Vista aérea do centro histórico, cerca de 1950
Fonte: Strauss e Sene, 1997
Ilustração de Debret, 1827
Fonte: Strauss e Sene, 1997
registro fotográfico
F o n t e : Bellegarde & Niemeyer, 1857
registro fotográfico
Fonte: Estado do Rio de Janeiro, década 1930.
f o nt es
ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Catálogo do Centenário da Indústria do Brasil. Álbum do Estado do Rio, 1922
MAIA, Tom & MAIA, T hereza . Pa r aty. São Pa u lo : Nac io n al e Edus p , 1975 .
MELLO , D i uner . Par a ty: ro teir o do vis i ta nte . Para ty: 200 2 .
S OU ZA , M ar in a de Me l lo . Par a ti : a c i dad e e as f es tas . R io d e J a n e i r o: U FR J , 1 994 .
S TR AU S S , D ie ter & S EN E , Ma r i a A. J úl ia Ma nn : u ma v id a en tr e du a s c u l tur as. S ão Pau l o :
Es taçã o L i berda de , 1 9 97.
Inepac
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Secretaria de Estado de Cultura – RJ
I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S
denominação:
código de identificação:
Cais do Porto
PAR-CO-003
localização:
município:
Centro histórico
Paraty
época de construção:
1726
estado de conservação:
satisfatório
uso atual:
cais
uso original:
cais do porto de Paraty
proteção existente / proposta:
Proteção que incide no município de Paraty
propriedade:
Pref. Paraty
Prefeitura de Paraty
situação e ambiência:
O cais do porto situa-se na região oposta ao rio Perequê-açu, junto à Casa de Câmara e Cadeia e à
Igreja de N.S. de Santa Rita. Voltado para a Baía de Paraty permite visão privilgiada do mar. No lado da terra
firme, a murada aparente de cerca de 90cm enterrada junto ao mar, é o limite do grande vazio que forma o
largo da Igreja de Santa Rita. Este, embora limitado por um meio-fio e pela rua que segue beira-mar,
visualmente abrange uma grande área que termina no cais do porto.
levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V.
Natividade
data: 2 6 / 1 1 / 0 3
revisado:
data:
/
/
d esc riçã o arqu it etô nic a
O c ais do por to d e Par aty, no q ue se re fer e a se us asp e ctos co ns tr utivos , é uma
murada em pedras , que s ervia de atrac ad ouro para os navios que aportavam. Em alguns
trec hos a mur ad a fic a aparen te a o trans eun te , mas em q uase tod a exte nsão es tá vo lta da
p ar a o ma r . E mb or a te nha gra nde c omp r i me n to , a mur a d a c ham a m ais a tenç ão pel o vaz io
u rba no q ue co n figur a do que pe lo q ue so bro u cons tr u ído . Os can hõ es ju n to à mur ada s ão o
tes temu nh o da preoc u pação c om a de fes a da vila d as in vasõ es e sa qu es às r iq uesas d o
p er ío do a u r í fer o . I n ter es s an t e no t ar os v az i o s em f or m a de arc o em m e io à mur ada para a
p assag em da á gua no per ío do d a s che ias .
p e s qu isa h is tó r ica
O c ais do por to d e Par at y es tá es t r e i tam en te v inc u lad o à d es c ob er t a d o ou r o n as
M i nas e ao c r esc i men t o do mo v im en to no C a m inh o V el h o. A p ar ti r d e en tã o , na v ir a da d o
séc ulo XVII para o XVIII, a vi la de Paraty cresce s i gnific ativamente em importâ ncia e uma
sé rie de medid as são tomadas pa ra org an iza r a vila e melhora r o s i stema de d efes a da
Ba ía. D en tre es tas me didas es tá a co nstruçã o do For te do D e fens or Per pé tu o , da C asa d e
R e gis t r o d o Our o e a me lh ori a do por t o , c om a c o loc aç ã o de c a n h õ e s de de fes a .
A imp or tâ n cia h is tór ic a d o ca is do por to é gr an de , p ois e ra a pon ta fina l de c on exão
d o C a mi nh o do O ur o c om o mar e , c ons eqü e nte me nte , c om o R io d e J an ei r o . O o b je t i vo
f i na l d o c a mi nho que v in ha d o i n t er ior , do s e r tão , era a t i ngi r o li t or a l e estab el ec er a
c o ne xã o c o mer c ia l c o m a C or t e . O p or to era o c om eç o d o c am in ho para M inas , para
a que les qu e le va va m as r iq uezas como escra vos e sa l, e era o fim do árdu o ca minho de
p edr as per corr id o c om pe las tr op as. A p ar tir do mo men to em qu e s e a tin gia a e m barcação
p ar a t oma r o c a mi nho mar í t i mo , a etap a ma is d ur a , no q ue s e r e fer e ao es for ç o f ís ic o dos
tro pe iros e sta va c ump rida , mu ito embo ra o tr echo por mar fosse o ma is pe rigos o, s ujeito a
sa ques pir atas .
registro fotográfico
Abertura para escoamento das águas
Aspecto da rua
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Murada do porto
—
—
Fonte: L. H. de Paula
Antigos canhões
Fonte: L. H. de Paula
Pedra de atracadouro de embarcações
Fonte: L. H. de Paula
f o nt es
A r q ui v o N o r onh a S an t os/ I PH AN .
IPH AN . In ven tár io N ac iona l d e Be ns Imó ve is . Sítios Urb anos To mba dos - Pe s q u isa
h is tó r ic a ( Para t i , Pe tr ópo l is , Praç a X V) . I PH A N : D ep t o . d e I den t i f ic a ç ão e D oc umen taç ão .
R io d e J an ei r o : m i meo , 200 3 .
Inepac
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Secretaria de Estado de Cultura – RJ
I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S
denominação:
código de identificação:
Igreja Matriz N.S. dos Remédios
PAR-CO-004
localização:
município:
Praça da Matriz/ Praça Monsenhor Hélio Pires - Bairro Histórico, Centro
Paraty
época de construção:
1646
estado de conservação:
satisfatório
uso atual:
religioso
uso original:
religioso
proteção existente / proposta:
IPHAN (655-T-61 Livro Histórico vol.I, nº336, fl.56) 13/02/62
propriedade:
Pref. Paraty
Diocese de Itaguaí
situação e ambiência:
Voltada para a praça arborizada que leva o nome da Matriz, a Igreja tem sua escala monumental
suavizada pela copa das árvores. A grande praça, maior espaço livre de edificação do centro histórico, acolhe
a escala da matriz e permite ao pedestre boas visadas da mesma. Os sobrados do século XIX acompanham
este movimento e dão suporte ao grande volume, que, caso posto em outro local da cidade, estabeleceria
ainda maiores relações de constraste.
Do lado esquerdo da Igreja há um vazio beira-rio Perequê-Açu que permite bom ângulo da fachada
principal e da lateral.
levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V.
Natividade
data: 2 6 / 1 1 / 0 3
revisado:
data:
/
/
d esc riçã o arqu it etô nic a
A fach ad a da Igre ja r e presen ta c o m justiça o long o pr oc esso de co n struçã o e
m ud anças por q ue p as s ou a té s e r c om p le ta d a n a 2ª me t ade d o s éc u l o X I X . E s t e que é um
fe nô meo c omu m às Igr ejas co lo nias br asile ir as , de ve se r e n ten d ido como um fa tor
in te gra n te da pró pr ia obra , em cu ja id ea liz aç ão e r e aliza ção p ar ticipa va m n ão apen as o
a u tor do r i sco o rigina l , mas um s e m n úmero de tra ba lha dor es , mes tres , mecen as de
d i fe ren tes gerações . Por es ta raz ão , com já r essalto u Sand ra Alvim, a ar qu ite tura d as
Igrejas é c apaz de revelar a s ociedade que a originou, bem como s eus process os de
mud ança .
A Igr eja , d e plan ta re tangu lar , c o m na ve c en tral e na ves later ia is , é d e u m per íodo em
q ue as pla ntas vão se comple xific ando e an e xan do aos espaços ess encia is (n a ve , ca pe la e
sac ris tia) o utr os esp a ços sec und á rios , c o mo
cor red ores la tera is , c onsis tó rio , s alas
a di mn is tr a t i vas , en tr e outr os .
Ass im co mo nas Igr eja s do R io de Ja ne iro , c ujo pa drã o caracter ís tico é o con tr as te
e n tr e o bra nc o d a c a ia ç ão e a c an ta r i a , a M a tr iz de N . S . d os R e méd ios de Par a t y pr im a
p elo uso d estes eleme ntos . A fac had a ta mbé m re vela u m pa drão típ ico dos templos do R io
d e J an ei r o : u m c or po c en tr a l c or o ado po r f r o nt ão e la de ado p or d ua s tor r es . A presenç a d e
d uas to rres ind ica va r i queza d a p aróq uia , e , por h ip ótes e, a nã o c o nclus ão d as torr es ,
n es te c as o , dec or r e d e u ma im po s s ib i li dad e s ign i fic a ti v a .
A u t i liz açã o da c a n tar i a n a ar qu i t etu r a r e l ig io s a c o lon ia l c or r es p ond e e m P or tu ga l ao
p er ío do ma neir is ta , qu ando o gos to pe lo uso da can tar ia d esen volve- s e la rgamente . No R i o
d e Jan eiro , d e vido a os c u stos e à fa lta de mão d e ob ra , ela foi emp reg ada nas guar niç ões
d os vãos e , qu and o po ssível, nos ele me n tos estr u tur ais . A p edr a tr aba lha da tra ns for mou se nu m pa drão es té tic o e pro tó tip o for ma l .
A c a ntar ia da M a triz s al t a da f ac h ada e r e ve l a em s e us desen h o s , f risos e f or m as um
g o s to d e é p o c a , t íp i c o d a s e g u n d a m e ta d e d o X V I I I n o R i o d e J a n e i r o , quando a utilização
d a pe dra a umen ta em número em elabor ação .
O aspec t o monu men t a l e qu ase " f ora de es c a la " q ue a pr es en ta a I g r eja deco r r e d a
a usênc ia d as to rres q u e ac irr am a hor iz ona lidade e a impressão de estab ilidad e e ta mbé m
d a aus ênc i a d e eq u il í b r io en t r e os c he ios e v az i os . Es t a r elaç ão n ã o é pro porc i ona l na
f ac had a e os c he ios , a lé m d e s er em e m m ai o r es es t ão a c om pan had os po r c an t ari as .
i d e nt i fic aç ão g r áfica
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
p e s qu isa h is tó r ica
A I gr ej a de N . S . d os R eméd ios t e ve s u a c ons t r uçã o i nic i ada e m 1 64 6, mas p ar al is ad a
e m 1 679 p or fa lta de r ecursos . A cons truç ão de veu - s e à in ic ia tiva d e D . Maria J á c o me d e
Me llo , qu e doou o terr eno e m 16 4 6 para a co nstruçã o da Vila e , log o , de uma n ova Igre ja
q ue s u bs ti t u ís s e a de Sã o R oq ue . Es ta c a pe l a d e pe dra e c a l fo i de mo l ida em 1 66 8, e ou t r a
f o i c o ns tru í da , s en do t er m in ada e m 1 712 , ma s c ons ide r a da pe que n a. Va le le m br ar qu e e s t e
é o pe ríod o em que a vila gan ha no va pos içã o no ce nár io c olon ia l a pós a d esc ober ta do
o ur o e o c o nseq üen t e c r es c im en t o do m o v im en to p or tu ár io . Em 1 78 7 deu - s e i n í cio à obr a
q ue h oj e p ode mos ve r , c uj a c o nst r uçã o fo i te r mi nad a e m 18 73 , q ua s e c em a no s d e p o i s .
Por ter u m a esc ala mu ito gra nde a ob ra d a Ig reja foi par alisa da p or dive rsas ve zes e
ac abo u po r cus tar mu ito c aro à p opulaçã o da c id ade . C o m a in ter ve nção de Do na G e r a ld a
M ar ia d a S il va , f or nec end o d in he i r o e es c r a v os as o br as p ud er a m c ontin uar . Q uan d o d a
ina ugu raçã o , a Igr eja não es ta va comp le ta men te e ncerr ada , faltand o a ind a as duas to rres
e par te dos fu nd os por arre ma tar . A nã o fina lização das tor res e nco ntr a d uas justific a tivas :
1 . a fa l ta d e r ec u r s os para a c ons tr ução ; 2 . u m pro bl em a es tru t ura l : o f r o ntis p í c io h a vi a
ficad o po r dema is pes ad o e a e l e vaçã o das torres ir ia p r ovoc ar u m perigoso ba lanç o
f r o n ta l .
P or s er a ma tr iz a Ig r e ja fo i fre qü en ta da m or men te pe la el i te b r anc a da c id ade que
c o n tr ibu iu por s éc ul os p ar a s u a c onst r uçã o .
A imagem de N.S. dos Remédios de Para ty é obra do século XVIII, provavelmente
o riund a de Po r tug al ( 1 ,4 0m d e a l tura de 70c m em s eu d i âme tr o ma ior) .
registro fotográfico
Lateral da Igreja Matriz
Fonte: Strauss & Sene, 1997
Vista da Igreja
Fonte: Strauss & Sene, 1997
Fachada lateral direita
Fachadas posterior e lateral esquerda
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Detalhe da fachada principal
Detalhe da fachada principal
Fonte:L. H. de Paula
Fonte:L. H. de Paula
registro fotográfico
Detalhe da fachada
Fonte:L. H. de Paula
—
Detalhe da fachada
Fonte:L. H. de Paula
f o nt es
AL VIM, Sa ndra . Arqu itetura r e ligiosa co lo ni al no R io d e Jane iro - p l a n tas, fac h adas e
vo lu mes . R io de Ja ne iro: U FRJ /IPHAN /PMCR J, 19 99 . ( vol.2 ) .
A r q ui v o N o r onh a S an t os - In ve n tá r io d e Par a ty de 1 97 9 (pasta 15 79 , C x 4 11)
CZ AJ KOW SKI, Jor ge ( org .) . Gu ia da ar qu ite tura co lon ia l , n eoc láss ic a e ro mân tica no R io
d e J an ei r o . R io d e J an ei r o : C as a da Pa la v r a / PMC R J , 20 00 .
In ven tá rio de bens tur ístic os - F lumitur .
S TR AU S S , D ie ter & S EN E , Ma r i a A. J úl ia Ma nn : u ma v id a en tr e du a s c u l tur as. S ã o P a u l o:
Es taçã o L i berda de , 1 9 97.
Inepac
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Secretaria de Estado de Cultura – RJ
I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S
denominação:
código de identificação:
Igreja de Nossa Senhora do Rosário
PAR-CO-005
localização:
município:
Rua Samuel Costa (ao final)
Paraty
época de construção:
1756
estado de conservação:
bom
Uso atual:
religioso
uso original:
religioso
proteção existente / proposta:
IPHAN (658-T-61 Livro Histórico vol.I, nº338, fl. 56) 13/02/62
propriedade:
Pref. Paraty
Diocese de Itaguaí
situação e ambiência:
Localizada em meio ao Centro Histórico de Paraty, tem a fachada principal simultaneamente voltada
para duas ruas. A Igreja de N.S. do Rosário insere-se com maestria na malha urbana de Paraty: sua volumetria
não chega a destacar-se com grande contraste das demais construções do entorno, não tendo altura para
competir com os sobrados. Seu destaque maior é estar isolada no tecido, não dividindo parede com nenhuma
outra construção. Não há adro, estando o corpo da Igreja, na fachada principal alinhado com as demais casas.
Na lateral direita o Largo forma um interessante vazio urbano, de formato singular, permite ao transeunte uma
visada dinâmica e inesperada no contexto do renque de casas caiadas.
levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V.
Natividade
Data: 2 6 / 1 1 / 0 3
revisado:
data:
/
/
d esc riçã o arqu it etô nic a
A Igr eja te m qu ase as prop orçõ es de uma c a pela. A fach ada é c omp os ta p or u m cor po
r et an gu lar
li m i tad o
po r
c un ha is
em
t om
al ara nj ado ,
c om
base ,
fus t e
e
c a pi t el .
O
e n tab la me n to e m c an t ar ia s e par a o c or po d a fac h ada do fr on tã o tri a ngu lar , ta m bém
a rre ma ta do e m pe dra . As co lu nas la te ra is en cerra m- s e c om pinácu l os. N a la ter al dir eita d a
I gr e ja a t or r e s in eir a ú nica , c ai ad a em bra nc o, n ão s u pe r a os l i mi t e s em al t ur a da fac had a .
É e ncerr ad a por u m fr on tis p ício tr ian gu lar la dea do p or p equ enos pinácu los . N o tar os
la mp iões d a ilumin açã o púb lica a plica dos à facha da .
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
p e s qu isa h is tó r ica
Em 172 5 , Mano el Ferr eira d os Sa ntos e seu irmão Pedr o der am in íc io à cons tr ução da
Igr e ja co m a a ju da d e escra vos . Deu- s e em 1 750 , a for m ação das ir man dad es de Sã o
Be ned ito d os h ome ns pre tos e de Nossa Sen hora do Ro sár io , os qu ais co nser vara m a
Igr e ja a té 1757 , a no e m qu e fo i to ta lmen te re edific ada .
Q uan to ao culto a Nos sa Sen hora do Ros ár io , d esde o s éculo XVII há re fe rênc ias das
f es t as de n egros e m l ou vo r à s a n t a .
registro fotográfico
Antiga foto da fachada principal
Fonte: Strauss & Sene, 1997
Fachadas lateral direita e posterior
Fonte: L. H. de Paula
—
Fachada principal
Fachadas posterior e lateral esquerda
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
registro fotográfico
—
Detalhe de esquadria
Fonte: L. H. de Paula
—
Detalhe da fachada
Fonte: L. H. de Paula
Fontes
A r q ui v o N o r onh a S an t os - In ve n tá r io d e Par a ty de 1 97 9 ( Pas ta 158 1 C x41 1)
In ven tá rio de bens tur ístic os - Flu m itur .
S TR AU S S , D ie te r & S EN E , Ma r i a A. J úl ia Ma nn : u ma v id a en tr e du a s c u l tur as. S ão Pau l o :
Es taçã o L i berda de , 1 9 97.
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Secretaria de Estado de Cultura – RJ
I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S
denominação:
código de identificação:
Igreja de Santa Rita de Cássia
PAR-CO-006
localização:
município:
Largo de Santa Rita, s/n
Paraty
época de construção:
1722
estado de conservação:
bom
uso atual:
religioso/ Museu de Arte Sacra
uso original:
religioso
proteção existente / proposta:
IPHAN 656-T-61Livro Histórico vol.I, nº 339, fl.56 de
13/02/62.
propriedade:
Pref. Paraty
Diocese de Itaguaí
situação e ambiência:
Voltada para o largo que leva seu nome e para o grande vazio urbano que é formado pela Igreja, pela
casa de Câmara e Cadeia e pelo antigo mercado da cidade e finalmente pelo cais do porto, a Igreja de Santa
Rita de Cássia localiza-se num dos mais singulares pontos do centro histórico. Isto porque a grande área livre
de edificações permite visadas do conjunto urbano que nenhum outro ponto oferece. A Igreja, embora
implantada relativamente distante do mar, estabelece conexões diretas com o mesmo. Destaca-se também em
face ao conjunto construído do centro histórico à sua esquerda. O conjunto formado pela Igreja e todas as
construções que lhe são adjacentes é capaz de sintetizar a essência da urbanidade de Paraty.
levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V.
Natividade
data: 2 6 / 1 1 / 0 3
revisado:
data:
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/
d esc riçã o arqu it etô nic a
A
ar qu i te tu r a
da
Igr e ja ,
bas ica me nt e
s i mp les ,
g an h a
pro porç ões
mo num en ta is
p ro voc ada s pe lo gr an d e a dro fr on ta l. O be lo tra ba lho em c an tar ia d o s c unhais , cimalhas e
o mbr eiras e pinácu los , des tac a- s e na co mpo siçã o . O co r po c en tra l da Igr eja , la deado por
u ma to rre à d ire ita , é marc ado pe la ve r tic alid ade . N o ce ntro d a fach ada , uma p orta em
mad eir a é encima da p or três altas jane las , q ue c orres po nde m a o co ro, c om so b revergas
e m trec ho de arc o , tra balhad as e m can taria . O co rpo c e ntra l é ence rrad o la ter a lme n te p or
c u nha is e m c a n tar ia e é d i vi d ido do fro n tão p or c im al ha em p edr a . O fro n tão e m c u r va d á à
e dificaç ão mo vime n to e qu ebra as lin has ve r ticais d a comp osiç ão , r eveland o u m cer to
b arro qu ismo . A torre latera l é c on stitu íd a de duas par tes . A prime ir a, limita da p ela
co n tinuaç ã o d a cima lh a do c orp o princ ip al, te m u ma ú n i ca jan ela ig ual às de ma is do c orpo
p rincipa l, s endo p oré m, um po uco mais es tre i ta . A p arte ma is a l ta , com os vã o s da torre
s ine ir a , é e nc er r ada p or u ma c úp ula em s em i - e s f era. Ao la do d a tor r e s i ne ira , vê - s e o
p ór tico d e entr ada do cemitér io d a Igr eja , cu jo co rpo principa l é la d eado p or cu nha is
p in tados e encerra do por u m fro n tão tr ia ng ula r .
A sua planta segue uma orga niz a ção c omum às Igrejas do séc ulo XVIII, nave única e
u m cor red o r la ter al qu e liga a sac ris tia e o c ampan ár io , por on de s e che ga ta mbém a o
c e m i tér io e ao p á ti o i n ter no .
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
p e s qu isa h is tó r ica
Da ta de 17 22 a fu ndaç ão d a Igr eja sob a de n ominaçã o d e Me nino D eus , San ta Rita e
Sa n ta Qu itéria . A Igre ja in ic ia lme nte foi c ons tru ída p or liber tos par d os. Es tes , não
co nseg uind o da r pross egu imen to à ob ra d e vido a os cus tos, passa ra m a mesma par a os
h omens br ancos .Por volta d e 17 4 6 a Igre ja p assa por r e for mas e au men ta em tamanh o .
S e gun do M ár c io M ar ia ni , b as ea do n a p in tu r a de D e b ret d e 1827 , o au tor acr e di t a qu e
a f a c h a d a f r o n ta l p r o v a ve l m e n t e data do final do séc ulo XVIII e do iníc io do XIX. Além
d is s o , a p i ntu r a d e D ebre t perm i t e t ir ar ou tr a s h ipó t es es : 1 . a tor r e s ine ira s ó f oi c ons tr u íd a
d epo is d e 1827 ; 2 . o c onsis tó rio foi cons tr u íd o de po is da na ve ; 3 . h avia uma c o nstr ução a o
l ad o do c or po pr inc ip a l que não e r a n em o c e mi té r i o , ne m a to r r e , e o c ons is tó r io er a
ligad o à to rre a tra vés de u m corr e dor la ter al à na ve . Na época da c ons truçã o d o c emitér i o
d ur a n te o s éc u lo X I X o c or r ed or l a ter al f ec ha do d es ap ar ec eu , d and o l uga r a u m pó r ti c o . A
p ar t ir de 1 800 c o meç a r am a s ur g i r c em i tér ios a tr ás o u a o l ado das I gr ej as . Sen do ass im , o
ce mitér io d e San ta Rita da ta de d epois do in ício d o XIX. Aind a n o s écu lo XIX Santa Rita
t or na-s e n ov am en te m atr iz , p or o c asiã o da r e for ma des t a, gan ha o ba t is té r i o e x isten te lá
a t é ho je .
E m 197 3 fo i fir ma do u m c o n vên io para a c r ia ç ão do Mus eu d e A r te Sac r a de n tr o d a
Ig r eja .
registro fotográfico
A Igreja e seu entorno
Vista das fachadas principal e lateral
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Vista das fachadas lateral e principal
Vista das fachadas lateral e posterior
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Detalhe do piso na entrada da Igreja
6Bica
/ 8junto ao largo da Igreja
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
registro fotográfico
—
—
Detalhe da fachada
Sino
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Vista do mercado e Igreja de Santa Rita
Fonte: Strauss e Sene, 1997
—
Detalhe da fachada
Fonte: L. H. de Paula
f o nt es
In ven tá rio de bens tur ístic os - Flu m itur .
A r q ui v o N o r onh a S an t os. H is tó r ic o do I n ven tár io d e To mbame n to . ( Pas ta 27 02 , C x 7 13)
B A R IAN I ,
Már c io
S an t os.
I gr e ja
de
San t a
Rita
de
C ás s i a
em
P ar a t y .
M o n o g r afia
a pres en ta d a à F AU- U SP. São Pa ulo : mime o , 1995 .
S TR AU S S , D ie ter & S EN E , Ma r i a A. J úl ia Ma nn : u ma v id a en tr e du a s c u l tur as. S ão Pau l o :
Es taçã o L i berda de , 1 9 97.
Inepac
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Secretaria de Estado de Cultura – RJ
I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S
denominação:
código de identificação:
Igreja de Nossa Senhora das Dores
PAR-CO-007
localização:
município:
Praça de Santa Rita
Paraty
época de construção:
1800
estado de conservação:
satisfatório
uso original / atual:
religioso / religioso
categoria:
arquitetura religiosa
proteção existente / proposta:
Tombamento IPHAN 13/02/62 (657-T-61 Livro Histórico vol I,
nº 337, fl.52)
propriedade:
Pref. Paraty
Diocese de Itaguaí
Fachada principal da Igreja de N.S. das Dores
Fonte: L. H. de Paula
situação e ambiência:
Voltada para a Baía de Paraty, a Igreja de N.S. das Dores tem contato direto com o mar, estando
resguardada de uma região fronteira alagadiça por murada baixa entorno do adro. A Igreja é uma das
construções-limite do antigo núcelo urbano de Paraty, próxima ao rio Perequê-Açu, onde este desemboca no
mar. Sendo a área alagadiça de acesso difícil, a Igreja, cujos fundos voltam-se para a cidade, fica resguardada
da visão do pedestre, a não ser para os vem por via marítima.
levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V.
Natividade
data: 2 6 / 1 1 / 0 3
revisado:
data:
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d esc riçã o arqu it etô nic a
A Igr eja te m pro porç õ es d elica da s e quas e n ão ap rese n ta e le me n to s d ecora tivos na
fac had a . O cor po p rin cipa l é lad e ado p or cun ha is e m arg amassa d e a m bos os lados . D o
l ad o esq ue r do d i v ide o c un ha l c o m a tor r e s i neir a. Es t a é e nc i ma da por u m c úp ul a bu lb osa
e divid id a em du as pa r tes : no térr eo , on de h a via u ma p o rta , há u ma p equ en a s e te ira e u m a
jan ela qu e se a l in h a à s demais ja ne las da fa chad a . No s egun do a nd ar da torre , s epar ado
d o pr imeiro p or u m cima lh a, uma jane la la de ada pe los c unha is e en cerrad os e m p inác ulos .
O fr on tã o e m c ur va f or ma u m s ó c or po c o m a I gr e ja e dá ac aba me n t o à c omp os ição de u m a
p or ta e du as jane las c om o mbr e ir as e m p edr a.
Na la tera l dire ita , c ola da à u ma e dificaç ão r e sidenc ia l, u m pr enú ncio d a s eg un da
tor re , p oré m sem a pa r te su per ior . N as la ter a is des te , c unh ais em c an tar ia .
I n t er n ame n te , a c ape l a pos s u i a d or nos e m o ur o e pra t a e u ma im ag em d e S ã o
Be ned ito , além d e u m lus tre d e cr is ta l. O te to é de ma de ira apa in elada .
O mur o qu e c er c a o a dr o s e r ve p a r a p r e v in ir a e n tr a da d a ág ua d as enchen t es .
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
d a dos h is t óric os
A c a pe la d e N os s a Se nho r a d as D or es , f o i c o nstr u ída e m 1 80 0 , j un t o ao m ar e é a
m a is r ec e n te d as i gr e j as de Par a t y . S ua c o ns truç ão d e v eu- s e à inic i at i va d o P a dre A n tôn i o
X a v ier da S il v a B r ag a e d e a lgu ns de v o tos , c omo D a . G e r a lda M a r ia d a Si l va . E m 19 0 1 f o i
r efor mad a pelo Pa dre João C ésar Ie ra. Era fr eqü en tada e xclusivamen te p or br a ncos , nã o
s e ndo per mi t id a a e n tr ada d e ne g r os e mu la t os .
registro fotográfico
Vista das fachadas principal e lateral
Vista da fachada lateral
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Vista da fachada lateral
Detalhe da fachada
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Detalhe da fachada lateral
—
Detalhe da esquadria
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
registro fotográfico
Vista antiga da Igreja
Fonte: Strauss e Sene, 1997
f o nt es
A r q ui v o N o r onh a S an t os. I n ven t ár io d e P ar a t y de 1 979 ( P as ta 1 578 , C x 410 )
E s ta do d o R io de J ane iro - Par a t y . R io de J a ne iro , Fl um i tur - C i a . d e Tur is m o d o
Es ta do d o Rio de J ane iro .
S TR AU S S , D ie ter & S EN E , Ma r i a A. J úl ia Ma nn : u ma v id a en tr e du a s c u l tur as. S ão
Pa ulo : Es tação Liber d ade , 19 97 .
Inepac
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
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I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S
denominação:
código de identificação:
Santa Casa de Misericórdia
PAR-CO-008
localização:
município:
Rua São Pedro de Alcântara, esquina com a Rua Nossa Senhora dos Remédios,
s/ nº - Centro
Paraty
época de construção:
1822
estado de conservação:
ruim
uso atual:
religioso
uso original:
religioso
proteção existente / proposta:
IPHAN (563-T-57, livro Belas Artes vol.I, nº inscrição 441,
fl.82 13/02/58. Livro Arqueológico, etnográfico e paisagístico,
nº17, fl. 04 de 13/02/58)
propriedade:
Pref. Paraty
Diocese de Itaguaí
situação e ambiência:
A Santa Casa de Misericórdia situa-se naquela que passou a ser a área de expansão da cidade após a descida da vila
de São Roque para a região junto ao mar. Localizada no lado oposto do rio Perequê-Açu de quem vem da cidade de Paraty
rumo à Praia do Pontal, estava originalmente em posição isolada da vila, como tradicionalmente ficavam os estabelecimentos
de saúde. Hoje a região está ocupada por residências, instituições e estabelecimentos turísticos.
A construção perfaz esquina com as ruas D. Pedro de Alcântara e N.S. dos Remédios, donde se avista a Igreja
Matriz, o rio Perequê-Açu e o centro historico. Entre o rio e a Santa Casa há uma grande área descampada beira-rio que
invoca certo abandono.
A situação do hospital configura o edifício em quase que um objeto isolado em meio às edificações de épocas mais
recentes. O esboço de traçado urbano também é perdido, pois ao contrário do centro histórico onde a linearidade do traçado
é reforçada pelas edificações coladas umas nas outras, neste caso, as construções são espaçadas entre si.
levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V.
Natividade
data: 2 6 / 1 1 / 0 3
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data:
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d esc riçã o arqu it etô nic a
O ed ifício embor a ten ha tido s ua pedr a fun da men tal la nç ada em 18 22 a prese n ta
a lg um as c a r ac t er ís t ic a s d a arq ui t e t u r a c i v i l c olon ia l . Se j am e las : 1 . c unh a l em c an tar i a ; 2 .
a l ve nar ia c aiada ; 3 . te lha do e m q ua tro águ as co m te lhas de ca pa e cana l; 4 . pr oporçõ es
q uad r ad as tan t o do v o lum e ger al , qua n to d as en v as ad ur as .
A p or ta d e aces s o pr in c ip al loc al i z ada n a r u a S ão Pe d r o de Alc ân ta r a te m o mbr eir as e
v e r ga em a r c o a ba t ico e m c an t ar i a e é prec e did a por um a es c a da c om c i nco d e gr aus e m
ca n tar ia de b ordas arr edo nda das . Nes ta fach ada enco n tram- s e q uatorze jan ela s d e
g ui lh o ti na c om c a i x il h os c o m ver g as ta mb ém em arc o ab a ti do .
N a f ac ha da vo l ta da p a r a o c en tr o his tór ico , s ão c inco ja ne las s im e tr icam en te
d is tr ib u ída s. U m muro cola do n es ta fac had a conec ta o e difíc io pr inc ip al à cap e la d a
irmand ade , que nã o mais e xerce a funç ão d e templo re ligioso .
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
p e s qu isa h is tó r ica
Su a cons tr ução foi in iciad a a 1 3 d e ou tubro d e 1 822 , s e ndo co nclu ída em 1 863 . Fo i
f u nda da e m 7 de s e t e mbr o e ma is tar de te v e por pa t r o no Sã o Pedr o , e m ho men ag em a D .
Pedro I.
O c on jun t o poss ui um a c ap el a qu e or ig in al m en te er a no in t er ior d a San t a C as a . A
a tua l cap ela fo i cons tr uíd a 19 52 , quan do o e spaço da an tig a foi apr o ve i tad o co mo ce n tro
c irúr gic o . Em 1 984 , po r ques tão d e seg ura nç a e para fa cilitar o ace sso dos doe n tes , a
ca pe la fo i trans fer id a para as dep end ênc ias inte rnas do hosp i ta l.
registro fotográfico
Fachada correspondente à vista 1
Fachada correspondente à vista 2
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Detalhe da fachada correspondente à vista 1
Fonte: L. H. de Paula
Detalhe da fachada
Fonte: L. H. de Paula
f o nt es
Arq uivo No ronh a San to s. In ven tár io d e To mb amen to ( Pa sta 1 574 C x 409)
CZ AJ KOW SKI, Jor ge ( org .) . Gu ia da ar qu ite tura co lon ia l , n eoc láss ic a e ro mân tica no R io
d e J an ei r o . R io d e J an ei r o : C as a da Pa la v r a / PMC R J , 20 00 .
In ven tá rio de bens tur ístic os F lu m itur .
Inepac
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I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S
denominação:
código de identificação:
Chafariz do Pedreira
PAR-CO-009
localização:
município:
Rua Comendador José Luis
Paraty
época de construção:
1851
estado de conservação:
ruim
uso atual:
desativado
uso original:
chafariz
proteção existente / proposta:
Proteção que incide sobre o município de Paraty
propriedade:
Pref. Paraty
Prefeitura de Paraty
situação e ambiência:
Situado em meio à Praça o chafariz da Pedreira, antes um marco limite da área mais urbanizada da Vila,
é hoje pouco visível ao transeunte desavisado. A praça funciona como uma barreira de entrada do Centro
Histórico, já que a rua Com. José Luís, principal acesso à cidade termina junto à mesma. A Praça, bastante
arborizada, é utilizada por moradores da cidade, estudantes da rede pública (em frente há uma escola estadual)
e turistas que fazem do lugar ponto de parada. No lado oposto da Praça situa-se o Centro de Informações
turísticas da cidade.
levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V.
Natividade
data: 2 6 / 1 1 / 0 3
revisado:
data:
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desc riçã o arqu it et ônic a
O C ha far iz da Ped re ir a, p or tra tar - s e de u ma obra do sé culo XIX, s i tu ado em u ma das
á reas de e xpans ão d a cidad e , for a do núc leo urba no ma is ad ensa d o, te m car ac ter ís ticas
c lar ame n te d is t in tas d o to do c o lo n ia l do c en t r o his t ór ico . É u m m a r c o de um m omen t o e m
q ue as pra ças e os va zios urb ano s ga nha m mais ader eç os e impor tânc ia . O c h afa riz
d ecor a tivo , e lemen to fund amen ta l d o ur ban is mo ro mâ ntico, é no c a so d e Par aty, um dos
ú l timos e le men tos tes temun hos d e um per íod o de cr escimen to na e ste ir a d o pe ríod o
a ur í fer o .
Em már mor e br anco , d elic ado e p roporc io nad o , poss u i tr ês p ar tes : um e mbas a men to ,
o nde a ág u a é r ec o lh i da , e m f or m a r e t ang ul a r , u m c or po c e n tr a l , u m pr ism a de base
q uad r ad a , de c er c a d e 1 me tro de a l tu r a , te m as inc r içõ es da c ons tr u ç ã o e as t or ne ir as . E ,
fina lmen te , é e ncerr ad o por u m vaso dec ora tivo .
p e s qu isa h is tó r ica
O c ha far iz da Ped r e ir a fo i c o ns tru í do p or oca s iã o da v is i ta d o c o nse lhe iro Lu iz
Pe dre ira d o Co u to F er raz à cidad e d e Para ty e m fe vere ir o d e 1851 .
registro fotográfico
Praça onde está o chafariz
Detalhe do chafariz
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Detalhe do chafariz
Vista antiga do chafariz
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: Strauss e Sene, 1997
f o nt es
A r q ui v o N o r onh a S an t os/ I PH AN .
S TR AU S S , D ie ter & S EN E , Ma r i a A. J úl ia Ma nn : u ma v id a en tr e du a s c u l tur as. S ão Pau l o :
Es taçã o L i berda de , 1 9 97.
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I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S
denominação:
código de identificação:
Forte do Defensor Perpétuo
PAR-CO-010
localização:
município:
Entre as preias do Pontal e da Jabaquara, a cavaleiro da cidade, no morro Pontal
do Forte
Paraty
época de construção:
1703, reforma 1822
estado de conservação:
bom
uso atual:
turístico/ museu
uso original:
forte
proteção existente / proposta:
IPHAN (532-T-55, livro Histórico vol.I, nº318-A, fl.53)
09/01/57
propriedade:
Pref. Paraty
Prefeitura de Paraty
situação e ambiência:
O forte situa-se no morrro da Vila Velha, local onde a cidade de Paraty teve início antes da doação de
terrenos por Maria Jácome de Melo e da consequente descida para a área plana.
A implantação em posição estratégica é evidente. O forte localiza-se na ponta do morro, projetado por
sobre a Baía de Paraty, de onde se vê a vila e o rio Perequê-Açu. Está, entretanto, camuflado pela mata que
cobre o morro, não sendo exatamente visível para os que passam ao longe.
Para se alcançar a fortificação é preciso subir o trecho de morro, progressivamente deixando a cidade ao
longe e adentrando na mata fechada. O percurso traduz a diversidade e a riqueza na natureza na região e
revela com clareza a diferença de implantação entre a primeira vila de São Roque e a definitiva vila de Paraty.
levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V.
Natividade
data: 2 6 / 1 1 / 0 3
revisado:
data:
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d esc riçã o arqu it etô nic a
O For te do D e fens or Perpé tu o c o nstitu i- s e de tr ês ed ific ações d is tin tas , to das
f u nda me n t ais par a o f unci on ame n to d o c on ju n to . A pr i m eir a e d if ic aç ão que s e vê a o c he ga r
no local é o alojamento dos s oldados, uma c onstr ução típic a do s éc ulo XVIII, que traduz
u m tipo r es idenc ia l. Tr ata - s e de u ma cons tru ção térr ea , com te lha d o e m q ua tr o ág uas ,
j an el as de gu i lho t in a c om c ai x i lh o s e p ar ed e s c a iad as . S it ua- s e n u m pla tô lo go à en tr ada
d o co mp le xo, c olocad o p erpend ic ular men te à Ba ía e às trinc he iras .
A se gun da for tificaçã o , mais difíc il de perce b er de imed iato , é o p aiol, loc al de guar da
d a pó lvo ra a s er u tiliz ada nos ca n hões . Situ a - s e nos fu n dos do a lo j ame n to . É c ompos ta po r
u m muro q ue c ircu nda a pe qu ena co n s trução co m u m a varan dad o e m tod os dos la dos e o
c e n tr o c om ple t am en te f ec ha do , a não s er pe l a por t a de aces s o .
F i na lme n te , o t er c e ir o el em en to é e fe t i va men t e o fo r te : as tr inc he ir as c om os
ca nhõ es . As trinche ir a s, trech os de mur alhas q ue ca rac teriz am u ma b a te r ia, s ã o e m p edra s
e mp i lha das o nde s e p ousa m os c anhõ es . Jun to às tr inch eiras for am desco ber to s em 198 4
trec hos de calça men to or ig in al e m pedr a .
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
p e s qu isa h is tó r ica
O for te d o Defe nsor Perpé tuo fo i cons tru íd o em 17 03 co m a fin alid a de de d e fen der a
c ida de d e ata ques p ir atas . A co ns truç ão d o p orto inser e - s e n o con texto de o u tr as o bras na
v i l a qu e bu s c a va m c on tr ol ar e f is c al izar a c ir c ul ação do ouro no p or to de Par a t y, desc e n d o
d o C a mi nh o Ve l ho d o Our o , c om o , po r e xe mp lo , a c as a de r e gis t r o e o por t ão d a c i dad e .
Em 182 2 o for te fo i co mp le ta me n te re mo de la do , rece be n do es ta d e nominaç ão . Es te
for te é o ú nico que ain da es tá d e pé den tr e o s se te qu e for am co ns truídos p ara g uar da d o
o uro que vinha d as Minas.
Em 182 8 fo i des a tivad o e e m 18 3 1 co nsider a do u tilida de p úb lic a . Em 1 971 foi
d esap ropr iado a tra vés de d ecre to pres id enc ial.
registro fotográfico
Vista do alojamento
Vista do alojamento
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Vista da trincheira
Vista da trincheira
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Paiol de pólvora
Vista das trincheiras
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
registro fotográfico
—
—
Detalhe do calçamento
Varanda do paiol
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Detalhe do portão
Fonte: L. H. de Paula
f o nt es
In ven tá rio de bens tur ístic os e lab ora do p ela Flu mitur .
Inepac
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Secretaria de Estado de Cultura – RJ
I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S
denominação:
código de identificação:
Casa da Cadeia
PAR-CO-011
localização:
município:
Largo de Santa Rita, s/n
Paraty
época de construção:
século XVIII
estado de conservação:
bom
uso atual:
Sede do Instituto Histórico de Artístico de Paraty. Biblioteca
Fábio Villaboim
uso original:
Casa da Cadeia
proteção existente / proposta:
Proteção que incide sobre o Município de Paraty
propriedade:
Pref. Paraty
ONG Instituto Histórico e Artístico de Paraty
situação e ambiência:
Voltada para a Baía de Paraty, a construção, atipicamente, é isolada, não tendo paredes divisórias com
nenhuma outra, como seria natural num programa de cadeia. Tal fato permite à edificação uma implantação
singular, pois não se vincula visualmente a nenhum lote. Não há qualquer delimitação de terreno e volume
edificado destaca-se no conjunto, não fosse a presença ainda mais dominante da Igreja de Santa Rita na sua
lateral esquerda, com a qual alinha-se.
A entrada principal ladeada por duas janelas é voltada para a Baía de Paraty e perpendicularmente para
o grande largo de Santa Rita.
levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V.
Natividade
data: 2 6 / 1 1 / 0 3
revisado:
data:
/
/
D esc ri ção arq u it et ôn ic a
O ed ifício da C asa d a Cadeia te m p lan ta re ta ng ular co m par edes de p edr a e ca l e
j an el as e m gu i lho t in a c om om bre i r as em mad e i r a . R emo n ta à arqu i t etura c i v il c ol on ia l do
séc ulo XVIII, reve ladas ta mbém pelo telhado em quatro águas com tel has em c apa e c anal.
As larg as c ima lh as e xternas liga m as p are de s a o te lha d o. A co mpos içã o é mar cada p elos
c h ei os das gross as pa r ed es bra nc as , q u e domin am as q uatr o fac ha das , tor n an do- s e m a i s
e vid en tes no tr echo s o bre as en vasa duras . As g rad es na s ja ne las e xtern as e o s por tõ es d e
fer ro in te rn os r e ve la m o pr opós ito inic ia l d a constr ução .
I d en t if ic a ç ã o g rá f ica
p e s qu isa h is tó r ica
O Quar tel da Pa titiba ( 17 03) faz ia par te de u ma das se te for tific açõ es qu e de fe ndia m
a ba ía de Par a t y . D ur a nte um lon go p er ío do , até 19 80 , f unci ono u c o mo C a de ia Púb l ica .
De po is de res ta urad o em 19 81 , fo i oc upa do pela Secre tar ia Mun ic ip al d e Tu ris mo e
Cu ltu ra . Atualmen te a brig a a Bib lio teca Fá bio Villaboim e o Ins titu to H is tór ico e Ar tís tico d e
Paraty.
registro fotográfico
Vista da fachada lateral e principal
Fachadas laterais
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Entorno
Fonte: L. H. de Paula
—
Vista interna
Fonte: L. H. de Paula
Vista antiga da cadeia e da Igreja de Santa Rita
Fonte: Strauss e Sene, 1997
f o nt es
E s ta do d o R io de J ane iro - Par a t y . R io de J a n e ir o, Fl um i tur - C i a . d e Tur is m o d o Es ta do d o
R io d e J an ei r o .
S TR AU S S , D ie ter & S EN E , Ma r i a A. J úl ia Ma nn : u ma v id a en tr e du a s c u l tur as. S ão Pau l o :
Es taçã o L i berda de , 1 9 97.
Inepac
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Secretaria de Estado de Cultura – RJ
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denominação:
código de identificação:
Portão da Cidade e Poço
PAR-CO-012
localização:
município:
Rua Comendador José Luis, dentro do Camping Portão de Ferro
Paraty
época de construção:
1703
estado de conservação:
ruim
Uso atual:
nenhum
Uso original:
portão da cidade
proteção existente / proposta:
nenhuma
propriedade:
Pref. Paraty
Camping Portão de Ferro
situação e ambiência:
O portão de ferro e o poço situam-se dentro do Camping Portão de Ferro, no fundo e à direita de quem
entra, junto a uma construção que serve de churrasqueira.
A conexão que o portão estabelecia com a cidade foi completamente perdida e o vão onde era o portão
está voltado para um grande muro que divide o terreno do camping com o campo de futebol da cidade. Como o
portão foi incorporado ao espaço privado da área de camping ele deixou de ser um elemento urbano, parte
fundamental do funcionamento da cidade. Perdeu-se a função e a possível imagem de pórtico de entrada para
os tropeiros que desciam do Caminho Velho do Ouro. Quanto ao poço está completamente lacrado, igualmente
perdido em meio ao camping.
levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V.
Natividade
data: 2 7 / 1 1
/ 03
revisado:
data:
/
/
d esc riçã o arqu it etô nic a
Os r emane scen tes do por tã o de ferro c ons is tem em algu ns elemen tos arqu ite tô nicos
cu jo func io namen to , é poca de c o nstr ução e c one xão s ão d i fíce is d e es ta be lece r . São três
co lu nas e m a l ve nar ia de tijolo , co m fris os na par te s upe r ior , enc err and o a co mposiçã o .Nas
l a te r a is da c ol una s ão n í t id os os l oc ais e m q ue s e as s en t a va o por t ão .
En tre d uas das
c o lu nas e x i s te um a j a nela c om o mbre ir as e m c a n tar ia , e nc i ma da n u ma das la t e r ais po r um
t r ec ho c ur v o d e a l ven ar ia e de o u tr a p or u ma v ol u ta e m argam as s a . Os al ice r c es d o por t ã o
e m p edra , indic am s er de uma ép oca a n ter ior a trec hos de mu rad a .
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
p e s qu isa h is tó r ica
Co m a des cober ta do ouro nas Minas Ge ra is aume n ta s i gnifica tivamen te o mo vime nto
n a vi la de Par a t y . Os t r ope iros qu e v ia ja v am pe lo C a m in ho V el ho d o Ou r o p as s ava m q uas e
q ue o br iga toriamen te pe la vila , q uer p ara co meç are m a jornad a , qu er pa ra e mb arcar em os
p rod u tos q ue vinh am d as Min as r umo a o Rio de J ane ir o . Alg umas med idas par a pro teger a
c ida de , co n tro lar a pa ssag em d as trop as e , logo , co ntro lar o pa gamen to do q uin to fo ram
t o ma das . E ntre e las , a c o ns truç ã o d e u ma C as a de R eg i s tr o e de u m p or tão na e n tr a da d a
c ida de .
O por tã o e ra fech ado às 18 :00hs e re aber to na ma nhã d o d ia s egu inte às 6 :00h s após
u m tiro d e canhão . Os trop e iros q ue n ão co n segu iam c h egar a temp o na c id ade ou a te mp o
d e sub ir a Serra , fazia m pous o ju nto ao p or tã o. Por iss o a impor tâ n cia d o poç o ,
f u nda me n t al par a o a b as tec i men t o das tr op a s e d os bur r os q ue a l i p er no i ta v am e m
ac ampame nto .
registro fotográfico
—
—
Vista do portão
Detalhe do portão
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
registro fotográfico
Detalhe do portão
—
Detalhe do portão
Fonte: L. H. de Paula
—
Fonte: L. H. de Paula
Vista do poço
Vista da sede do camping
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
i n fo r ma ç õ e s c o mp l e m en t a r es / f o nte s
Ju n to a o p or tão e xis te uma casa que não pu demos pr ecisar ép oca d e cons truç ão ne m
fu nção . C o ntu do , su a aparê ncia é d e u ma ca sa c o lon ia l , re velad a p elas c oluna s no
a lp end re , p elo te lha do e m te lh as canal e , fin alme n te , p e las jan elas de gu ilho tin a c om as
ve rgas em segmen to d e arc o .
F on t es:
In ven tá rio de bens tur ístic os e lab ora do p ela F l u mitur .
MELLO , D i uner . Par a ty: ro teir o do vis i ta nte . Para ty: 200 2 .
Inepac
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Secretaria de Estado de Cultura – RJ
I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S
denominação:
código de identificação:
Casa da Provedoria
PAR-CO-013
localização:
município:
Sítio Historico e Ecológico do Caminho do Ouro / Museu Aberto do Caminho do
Ouro
Paraty
época de construção:
1807
estado de conservação:
ruínas
uso original / atual:
Casa da Provedoria / Sítio arqueológico
categoria:
arquitetura civil
proteção existente / proposta:
Sujeito ao Tombamento que incide sobre o município de
Paraty / Tombamento como sítio arqueológico e Patrimônio
da Humanidade
IBGE 1/50.000
propriedade:
Marcos Ribas
Ruínas da escada de acesso à Casa da Provedoria
Fonte: L. H. de Paula
situação e ambiência:
A implantação da Casa da Provedoria tem razões funcionalmente determinadas. Como se destinava à fiscalização
das tropas e ao recolhimento dos quintos do ouro havia que se situar estrategicamente na estrada que denominamos
Caminho Velho do Ouro. Desta forma, todos que passassem pela estrada eram vistos pelo provedor e escrivão e,
necessariamente, paravam para a fiscalização. Com efeito, a casa situa-se junto à estrada, no ponto em que esta faz um
grande largo, provavelmente para o movimento das tropas enquanto aguardavam a fiscalização.
A mata fechada não permite revelar com justiça a situação e ambiência de época, quando trechos de cada lado da
estrada eram completamente desmatados. Desta forma, o entorno da Casa e do largo da estrada se faziam visíveis a boa
distância. A mata secundária que se pode ver na situação atual, mesclada às ruínas da casa, dão ao local ar circunspeto.
levantado:F. Brito, L. H. de Paula, V.
Natividade
data: 2 8 / 1 1
revisado:
/ 03
data:
/
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d esc riçã o arqu it etô nic a / id ent if ic ação gráf ic a
A e qu ipe d e p es qu is a arq ueo ló gic a or gan iza da p el o Pro j eto P ar a t y - R e g i str o d o
C a m inh o d o Our o , r e v elo u i mp or t ante s h ipó t e s es s o bre c omo pod er i a s e r a C as a da
Pro vedo ria . Pouco s e sabe da arq uite tur a de ste tipo d e constr ução , mes mo se q uer se
co n figur ou- se em um tipo . Segu n do Pa tric ia Sada , emb o ra não tenh a sido p oss íve l pr ecis a r
a f or m a e o uso d os e s paços , c o n s ider o u - s e que a cons truçã o nã o fugiu aos p a drões d e
in íc ios d o século , qua nd o fo i c ons tr u ída . O p eríme tr o da ru ín a qu e hoje e xis te perfaz u ma
á r ea de 4 4 ,8m 2 .
A casa , as sentad a s ob re a lic erce s de p edr a como er a co mum à ep o ca, tinh a pa redes
e x t er n as d e t ai pa , in te r nas d e pa u- a - p i que e por tas , jan el as , frec ha i s e es tr u tu r a do
t e lh ado f ei t o e m ma de ira c ane la p r eta ou f ed or en ta , c om uns à r eg iã o.
Dos tr ês c ômod os da casa , u m se ria do p ro vedor , o u tro do escr ivã o e u m terc eiro q ue
se r via de e scritór io p a ra ve rificaç ão d a docu men taç ão e pag amen to dos q uin to s. Um
p equ eno c orre dor in te rno con ec ta va a par te de res idê ncia co m o e xterior . No e ntor no n ão
co ns tru ído e imed ia me nte ad jac e nte à casa e sta va m s i tu adas as ár eas des tina das às
tar e fas
d o més tic as
e
à
higiene ,
o
que
ho je
d e nomin amo s
coz inh a
e
banh eiro ,
r es pec t i va men t e .
D o is mur os c or r ia m j u nto à c as a , um q ue d el i mi t a va e pr oteg ia a c a s a d a es tra da ,
i nd o e m pa r al e lo a est a e u m o u tr o ma is l ong o qu e i a pe r pe nd ic u lar me nt e a es t e .
Algu mas
h i pó teses
for am
des en volvid as
sobr e
as
feiçõ e s
da
c asa ,
todas
a pres en ta n do um p a vimen to . Des tas h ipó tes es e la bor ad as pe la Pro j eto Para ty - R e g i s tro
d o Ca minh o do O uro , não co ns ta m ed ificaçõ e s e m s obr a do ou mes mo maiores . Es tas , no
e n tan to , nã o es tã o de scar ta das c omo h ip ó tes es. A c asa poder ia te r tido uma ár ea maior
cu jos ves tígios fo ram desa par ece ndo a pós a nos d e ab an don o .
F on t e: R i b as , 2 002
d a dos h is t óric os
Impor tan te s aspec tos da his tór ia da Casa de Regis tr o o u Casa da Provedor ia fora m
r e ve lad os após a cr iaç ão d o Sítio His tór ic o e Eco lóg ico do Ca minh o do Our o . Para a
ins ta laç ão e func ion a men to do me smo , fo i e mpre end id o o Pro j eto Paraty - R e g i s tro do
Ca minh o d o Ouro , que c ons is tiu d e e xte nsas pesqu isas te xtua is e d e ca mpo .
As casas d e r eg is tro o u d os qu in tos no Br asil c o lônia tin ha c en tr al pap el nas tr ocas
ec onô mica s, p ois era atra vés de las q ue se r e colh ia m os quin tos , o u se ja , impo sto de 2 0 %
q ue inc id ia s o bre t odo our o e x tra í do d as m in as . C om a d es c obe r ta do our o , l og o f ez - s e
n ecessá ria uma fisc alização ma is con tund en te d a extraç ão das r i qu ezas da terr a, que
" s a ngra v a m" a ol hos v is tos . A tr a v és de um a C ar ta R ég ia d e 9 d e m ai o de 170 3 a C o r oa
P or t ugu esa man da ins ta la r c as as de R e gis tr o e m P ar a t y e em Sa n to s , p or tos i mpor t an tes
d o pe r íod o , l emb r an do q ue n es te mom en to ai nda n ã o es ta va i nau gu r ado o c am i nho d e
G arc ia Ro d rigues Pae s. Já ha via nes te momen to um r eg i stro em T a uba té que s e
e ncarr ega va de c un ha r e fund ir o ouro . Este , con tud o, ja ma is co nse guiu sub ir a pr ecár ia
tr ilha da Serra do Fac ão , n ão fu n ciona ndo a conten to .
O R eg is tro de Par aty foi ins ta lad o na Se rra d o F acão pa ra c obr ar o ped ág io e o
impos to s o bre our o e dema is mer cador ias e fundir o o ur o e m b arre tas . Em 1 71 0 c om a
a ber tura
do
Ca minho
No vo ,
a
C or oa
ma nda
fecha r
a
es tr ada
de
Par a ty
e
c o nseq üen t em en te o r egis t r o da v i la . Es te c e s s ou d e q u i n tar o o ur o , mas não d e fu nci ona r .
Ap ós cinco a nos a C â mara d e Par aty ped e a o R ei que a estr ada fos se re abe r ta , n o qu e é
a t end id a .
É pr ecis o e sclar ecer q ue h a via u ma G uar da do Reg is tro (a q ua l mu do u por dive rsas
vez es de p osição ao longo de su a e xis tênc ia ), ins titu içã o militar cu ja funçã o er a fisca lizar
o mo v im en to da Pro v e dori a , es ta uma ins t i tu i ç ão c i v i l c e di da a tr a vé s d e has t a púb lic a a
p ar t icu lare s .
Em 179 0 a pro ve dor ia de Para ty a cabou fica ndo aba ndo nad a , se m provedo r , e a s
fu nções do Pro vedo r s endo e xerc i das pe lo C oman da n te da Vila .
Em
180 7 ,
a pós
inspeç ões
a
ma nd o
do
vice- r e i
da
Pro vín cia ,
de termina- s e
a
co ns truç ão d e uma no va casa par a a Pro ved oria , ord ena ndo a ind a , que escr ivã o e
p ro ve dor d e ver ia m res id ir no Re gistr o n a Ser ra do F acã o e nã o n a c i dad e . Seg undo Marc o s
R ibas , ao invés de se cons tr uir n ova c asa , a aba nd ona d a pr o ve dor ia fo i r e for m ada e
h ab i tad a p elos no vos donos . A o cupaçã o da casa n es te e xa to p er ío do p or u ma pr o ve dor ia
s e c om pr o va a tr a v és d e ar te fa t os arqu e o lógi c os .
Es ta p ro ve dor ia func io nou a té 18 43 /4 4 qu and o fo i fina lmen te tr ans ferida , a pós mu itas
s o l ic i t aç õe s , v al e r e f o r ç ar, para u m loc al de ma is f ác i l a c es s o, pró x i mo da v i la , n um tr ech o
j un t o à es t r ad a c on he c ido por Ba nan al e a c a s a da S er r a f oi desm o n t a d a .
registro fotográfico
Vista dos alicerces do corredor e do quarto do
escrivão
Fonte: L. H. de Paula
Situação da casa em relação ao Caminho do Ouro
Fonte: L. H. de Paula
Vista dos alicerces do muro
Fonte: L. H. de Paula
registro fotográfico
Hipótese 1: casa com telhado de duas águas, um
“puxado”, assobradada
Hipótese 2: casa com telhado de três águas, um
“puxado”, varanda e alpendre
Fonte: Ribas, 2001
Fonte: Ribas, 2001
Hipótese 3: casa com telhado de quatro águas e
dois “puxados”
Fonte: Ribas, 2001
Fontes
R IBAS, Ma rcos Cae ta no. A H is tór ia do ca min ho do our o e m Para ty. Par a ty: Co ntes t
Pro duçõ es Cultur ais , 200 3 .
_ ___ ___ . Para ty - R eg is tro d o Ca minho do O uro . Par a ty: mimeo , 2 0 02.
DUQUE DE CAXIAS
Inepac
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Secretaria de Estado de Cultura – RJ
I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S
denominação:
código de identificação:
Igreja de Nossa Senhora do Pilar
CAX-CO-014
localização:
município:
Praça N.S. do Pilar
Av. Pres. Kennedy com Av. N.S. do Pilar
Duque de Caxias
época de construção:
1696
estado de conservação:
ruim; preservado parcialmente
uso atual:
religioso
uso original:
religioso
proteção existente / proposta:
IPHAN (160-T, insc. nº76, Livro das Belas Artes, fls. 14)
25/05/38
propriedade:
Diocese de Duque de Caxias
situação e ambiência:
Situada num grande largo com nome da Igreja, é possível perceber vestígios de imponência, perdidos em meio à
configuração urbana atual. Voltada para o rio Pilar, tornado hoje quase uma vala, está apenas esboçada a implantação
original, perdendo-se quase que por completo a importante relação que se estabelecia com o rio que lhe dá nome. A Av.
Pres. Kennedy, um dos eixos de circulação da Baixada Fluminense, passa pela lateral esquerda da Igreja. A Av. N.S. do
Pilar, que tem início na Av. Pres. Kennedy, era onde o Caminho Novo aberto por Garcia Rodrigues Paes tinha início e seguia
pela Serra do Tinguá, até atingir Minas Gerais. Trata-se hoje de uma rua de paralelepípedos, que leva ao bairro residencial
de Pilar, de casas simples e comércio local. Da entrada da Igreja avista-se bom trecho da paisagem da Baixada Fluminense,
com mangues e, ao longe, as montanhas da Serra do Tinguá.
levantado: F . B r i t o , L . H . d e
Paula, V. Natividade
data: 2 0 / 1 1 / 0 3
revisado:
data:
/
/
d esc riçã o arqu it etô nic a
Exter na me nte é s imp les, des tac a ndo- s e a tor re com peq ue no car rilh ão e ncima do p or
cú pu la oc togo na l. Co n stituída em pedr a e ca l, d e um c or po só , o p r e sbité rio se gue q uase o
m es m o a li n hame n to d as pa r ed es l a ter a is d a nav e . Pos s ui arc o c r uz ei r o d e des enh o
s imples , se m orn ame n tos . Co ber tura d e mad eir a com tir an tes na n a ve , e m ab ó bada d e
b er ç o , e, n o p r esb i té r i o , em ga me la . Os al tar es, so bre tu do o da Vir gem d o Pila r, s ão
b as tan te or namen ta do s.
Q uan to à fachad a , a r obus tez ins pirad a e m u ma vis ta ge ra l é q ueb r ada pe las volu tas
d o fro nt ão , q ue dão ao c o nj un to c er ta le vez a . A tor r e l a t er al e nc ima da p or u ma c ú pu la
oc t ogo na l , s ign i fic a ti v am en te ma i s a l ta que o c or p o pr in c ip al , c on fe r e u m c ar á t er d e
v e r t ic al id a de à c om po s içã o .
Se gun do D ina Ler ner , quan do se compara es ta Ig re ja co m as o u tras da re g ião ,
n ormalme n te meno res , co m pr opo rções de ca pe la , ve mo s q ue es ta possui um “ p o r te
ma ior” , dec orren te da dimens ão d as n a ves , e ta mb ém da pr esenç a da c an ta ria de ped ra e m
p ra ticamen te todos s e us vã os .
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
p e s qu isa h is tó r ica
Se gun do Mar lúc ia So u za, a Freg u esia do Pilar fo i das mais an tig as e d as mais
i m por ta n te s d e tod o o per ío do c ol oni al . Er a u ma d as ma i s b em s uc e did as freg u es ias da
Vila de Igu açu , graç as a u m e nge nho de aç ú car, à pro du ção de agu ard en te , milho , fe ijão e
c a f é . C om a ab er tur a do C am in ho N o v o d e R odr ig ues Pa es en tr e 16 99- 1 7 0 4 , a fr egu esi a d e
Pilar po de prosp erar e g a nhar ma io r impo r tâ ncia no ce n ário das tro cas co lon i ais. O Por to
d e Pilar e xerce impo r tante funç ão n os pr imeiros a nos d o esco ame n to d o o uro vind o das
M i nas G er ais . E m 1 78 9 o po v oad o de P i lar c on ta v a c om 3 .89 5 ha bi t an tes e u m a C as a de
R e gis t r o , c hama da G u ard a d o P i l ar . Ap ós a a ber t ur a da Var ia n te d o C am in ho N o vo , o u
Ca minh o d o Pr oenç a tendo in íc io no Por to Estr ela , o Por to de Pilar deixa de te r
p rep ond erâ ncia no esc oamen to d o our o , mas c on tin ua fu nda men tal na r o ta d os de ma is
p rod u tos c olo niais . N ã o fo i p oss íve l a ve rigua r prec isa me n te , mas h á in d ícios d e que após a
a ber tura d a Var ian te d o Pr oenç a em 17 25 a Gua rda do Pila r de ixo u de func ion ar e o trech o
n o vo e r a v i s tor iad o po r gu ard as a mbu lan t es , ta mbé m c h ama dos p or p at r u lhe ir o s .
Em 161 2 já e xis tia no loc al
da atua l u ma ca pe la , co ns tr uída n as ter ras do adas por
Do ming os Nunes Sard inha ch ama da C ape la N.S. das Ne ves . Te ndo es ta d esab ado , ou tr a
fo i e rgu id a às marg en s d o rio Pila r , c ha mad a Igr eja N .S. do Pilar . Segund o Piz arro , u m
n o vo te mp lo em p edr a e ca l te ve in íc io em 1 697 e as obr as fina liz a das em 176 7 . A ma tr iz
d o Pi lar po s s uí a c o mo f il ia is N . S . R os ár i o ( à s mar g ens d o R io S a r a c uruna ) d e 1 730 e a
I gr e ja d e S an ta R i ta d e C ás s ia .
Es ta é a d escriç ão d a Igr eja fe ita por Monse nhor Pizar ro : “ Alta res tem 5 com o Maior .
N es t e es tá c ol oc ad a a I mag em d e N . S . do P il ar , Pad r oe i r a e o Sac r ár io , d a par t e do
E v a nge lh o . 1º de N . S . d o R os ár io ; 2º de N . S . da C once i ç ão . D a par t e da e p ís to la , 3 º d e
Sã o Migu el, 4º de S. Ana; to dos e les de mad eira ta lh ada e do ir ada , men os o d e S.Migu e l ,
q ue a in da se c onse r va p or d oir ar e do g os to an tigo , à e xceção do d a Co nce içã o. Ima gens :
d o San t o C r uci fi x o ; do S enh or do s P as s os ; d e S ão Fran c is c o ; de Sã o J oã o ; da Se nho r a d a
C o nce iç ão ; do Esp ír i to S an to ; de San t a Ana ; de São J oa qui m ; d e S ão J os é ; do M e n i n o
Deus .
T ombad a p elo IPH AN em 1 938 pa ssou na oc asião por r e stau raçõ es , das qua is não
s a be d e ta l hes t éc n ico s . Em 194 4 é r ea liz ada um a gra nd e r es ta ur aç ão d a I gr e ja s ob a
co ord enaç ão d o ar qu iteto Pa ulo Barre to . O c ritér io u tiliz ado fo i o da re tir ada d os e l e m e n to s
d i tos per tu rbador es , visand o de vo lver a o mo nu men to se u aspec to o rig in al. Imp or tan tes
“ desco ber tas” fora m fe itas dura n te es ta res ta uração , se ndo a mais e viden te as vo lu tas do
f r o n tã o qu e es ta v am c omp le t ame n te esc ond i das .
Ap ós es tas o bras toda s as d emais q ue se s u cedera m vis ara m à ma nutenç ão .
Du que de Caxias c res ce in tensa m en te n os a nos 19 60 a par tir d o fe nômeno de
me tro po liz ação do R io de Ja ne iro e a re alid a de da r eg iã o tr ans fo rma- s e s i gnificativa men te ,
tornando-s e agora, z o na de moradia dos trabalhadores urbanos . Com isso, o monumento
fo i se ndo a bando na do até rece be r em 1 978 u m an te- p r o jeto de res tauraçã o e la bora do p ela
a rqu ite ta D ina Lern er . Em 1 986 a Igre ja fo i r esta ura da c om o fina nc iamen to da Fund açã o
R o ber t o M ar i nho : s ubs t i tu íra m- s e os te lha do s d a s ac r is t i a e do b a ti s t ér io , a lé m de t er e m
s ido res titu íd as a iluminaç ão , o c alç amen to e xter no , os pis os , as es cadar ias e os
r e ves time n tos . U ma c asa fo i c ons tr u ída nos fundos da Igre ja p ara a br iga r vigia s.
registro fotográfico
Fachada principal em 1978
Fonte: Lerner, 1995
—
Fachada principal antes da
restauração de 1944 realizada por
Paulo Barreto
Fonte: Lerner, 1995
Fachadas correspondentes às vistas 1 e 2
A Igreja e seu entorno
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Fachada lateral correspondente à vista 2
Detalhe da fachada
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
registro fotográfico
Portão de acesso
Fonte: L. H. de Paula
Fachada lateral correspondente à vista 3, vendo-se
a sacristia
Fonte: L. H. de Paula
f o nt es
ARQU IVO NORONH A SAN TOS / IPH AN .
L ER N ER , D ina . “ Igre ja de N os s a Sen hor a do P il ar ” . I n: I n for maçõ es s obr e o p a tr im ôn io
c u l tu r a l do s mun ic íp io s da Ba i xa d a Fl um ine n s e e ad jac ê ncias . R io d e J an ei r o : I N EPAC /
mimeo , 19 95 .
P E R ES, G uil her me . B ai xa da F lu m ine ns e – o s c amin hos do o ur o . D u que de C a x i as: Grá f ica
Re gis ter , 1 993 .
PIZ ARRO & AR AÚJO , José d e So uza Az e ved o . Me mór ia s his tór ica s d o Rio de Jane ir o . Rio
d e J an ei r o : Im pre ns a N ac io na l , 1 945 .
FU NDAÇ ÃO RO BER T O MAR INHO . Res tauraç ão d a Igr eja de N ossa Se nhor a do Pilar .
Volume I/II.
SOU ZA, Marlúc ia . Ec o nomia e s o cieda de ig u açuana . T rabalho a pre sen ta do a o mes trad o e m
H is tór ia na UF F . N iter ói: mimeo , 200 0 .
Inepac
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Secretaria de Estado de Cultura – RJ
I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S
denominação:
código de identificação:
CAX-CO-015
Casa e Capela da Fazenda São Bento
localização:
município:
Rua José Pinto, 6 (Virar à direita na Av. Pres. Kennedy, na altura no nº9422,
junto à FEUDUC)
Duque de Caxias
época de construção:
Casa (1760-1757) Capela (1645)
estado de conservação:
arruinado
uso atual:
abandonado
uso original:
Convento dos monges beneditinos e engenho de açúcar
proteção existente / proposta:
IPHAN (564-T, insc. nº439, Livro das Belas Artes, fls. 82)
10/07/57
propriedade:
Terras pertencem ao INCRA e edifícios pertencem à Diocese
de Duque de Caxias
IBGE 1/50.000
situação e ambiência:
A capela e a fachada contígua da sede da fazenda voltam-se para uma rua asfaltada de relativo movimento de
carros, estando ambas as fachadas bastante próximas da passagem dos veículos. Com isto, se perde a ambiência rural da
implantação original. A fachada que dá a imagem do conjunto, onde está o grande avarandado, tem a sua visualização
bastante prejudicada pelo muro que se ergueu junto à mesma. Apenas é possível vê-la por completo de dentro da
propriedade, uma instituição religiosa de caridade.
A fachada que seriam os fundos da residência dos monges tem no térreo um corredor aberto e com pilares,
formando um pátio interno. Esta guarda aspectos de claustro religioso, acirrado pelas grandes mangueiras que recolhem o
ambiente e completam visualmente o polígono esboçado pelas demais paredes do conjunto.
levantado:F. Brito, L.H. de Paula, V.
Natividade
data: 2 0 / 1 1 / 0 3
revisado:
data:
/
/
d esc riçã o arqu it etô nic a
Se gun do Paulo San tos , nen hu m o utr o tipo d e ed ificaçã o exp rimiu tã o be m a vid a
í n t im a e o c ar á t er r e gi ona l d a ar q ui te tur a d os pr im eir os mor ad or es d o q u e é ho je o R io de
Ja ne iro qu an to as "ca sas de c hác ara " o u "c a sas d e ca mpo". Es tas , ao qu e pa re ce, der iva m
d as casas de e nge nh o qu e se es p alhar am pe lo r ecônc a vo d a Gu ana bar a dur an te o pe r íod o
co lo nial. A casa d a fa zenda Sã o Ben to é u m dos be los e a ind a e xis tente e xe mp lar es des te
tipo arq uite tôn ico . N ã o foss e sua impor tânc ia ec onô mica , p ois era d os maiores eng enh os
d e s ua épo c a , bas t a va c o mo e xe mpl ar d id á ti c o de arq ui t e tura bras i l eira c ol on ia l .
S u a c ar ac t er ís tic a ime di a ta men t e iden t i f ic á v el é a var an da c o m t elh ado e m te lh a v ã ,
sa nca e be ira l d e te lh ados a par en tes pos tos sobre as co lu nas tosca nas . Jo aq uim Car doso ,
e m es tu do sobre as ca sas alpen d radas , mos tra que es te tipo de cas a co m vara nda no R io
d e Jan eiro , te ve in ício por volta d e 175 0 , e , sendo es ta c o n s truída en tre 1 75 4 e 1 760 , é
p oss íve l q ue ten ha s id o a pr ime ir a d a sér ie . Nes te cas o o a lp endr e não é alc an çado p or
u ma gran d e esc ada e sim p os to s obre u m cor red or d e e xte nsas arc adas .
A f ac h ad a v ol t ad a pa r a a r ua d e as fa l to , al é m d o fro n ti s p íc i o da I g r e j a tem , e m c ad a
c a n to , d ua s jan el as - po r tas d e s ac ada ( do is g r and es s a lõ es) , f ic a nd o no me io a s s eis
jan elas da s resp ec tiva s ce las . A disp osiç ão o bed ece , p o r cons eg uin te , à c ons tr ução d e
ca da lanç o do mos teir o de São Bento d o R i o .
i d e nt i fic aç ão g rá fica
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
p e s qu isa h is tó r ica
Marco in ic ial da c o lon i zação d o Vale d o rio Iguaçu , a faz enda Sã o Ben to or ig in ou- s e
d e terr as d oadas pe la Marq ues a Ferre ira ao Mos te iro de São Ben to em 1 591 , c uja escr itur a
f o i p as s ad a e m 15 96 . A M ar qu es a e r a h er d ei r a de C r is t ó vão Mon t ei r o , pr i me ir o prop r i e tár i o
d e ses mar ias o ferec id as por Es tá cio de Sá e m 156 5 .
Co m a mor te do sesmeir o a Marq uesa doa as terr as par a os mon ge s b ene ditin o s,
e mb or a h aj a ta mbé m a ve r s ão de que os mo n g e s a ter ia m c om pr a d o. D e t odo mod o ,
p assa m a ocupar a faz enda que s er ia u m d os marc os fu nda men tais da p rime ira ocup ação
da
Ba ixad a
F lu minens e .
Os
e nge nhos
c ons tr u ídos
nas
fr egues ias
de
Ig uaçu
er am
p red omina n te men te de peq uen o e méd io por te, mas fund amen ta is n o fornecime n to d o
p r od u to p a r a o R io de J ane iro . A Faz e nda S ã o Ben t o fi g ur a- s e n es te q uad r o c o mo a ma io r
e
ma is
imp or ta n te
pr o dutora
do
p er íod o ,
e
m ui to
s imb ó li c a
do
t ip o
de
ocup ação
c a r ac ter ís t i c a da r eg iã o da Ba i xa da a té o s éc ul o X X . A p ar ti r da 2ª ½ d o s é culo X V I II
q uan do o o uro das minas to rna - s e de finitiva men te escas so , a r eg iã o c on tinu a p roduz in do
aç úcar e a guard en te , send o esc o ados pe los por tos de Estre la e Pilar.
L oca liz ad a nu ma d as fregues ias n ão mu ito p r ósperas da Ba ixad a , a d e San to An tôn io
de Jacutinga, se des ta cava em ta manho e em produtividade. A partir do século XVII, iniciase o cu ltivo da c ana n a p ropr ie da de . É qu and o os mon g es b ene ditin os a mp liam s eus
limites , inc reme n tan do o plan tio e a pr oduç ã o aç ucar eir a , a lé m de a umen ta ram a pec uár ia
e a a vicu l tura , trans fo rmand o- s e a faze nda n uma d as mais impor ta n tes fo rnec e doras de
aç úcar da Pro víncia . Dentr o da fa zenda fo i c ons tru ída u ma o la ria q ue for nec ia tijolos pa ra
as obr as i n ter n as e a t é m es mo pa r a as tro pa s d a c i dad e .
Em 164 5 é cons tru ída a C ape la d e N .S. das Cand e ias q ue , a par tir do sécu lo XVIII
r eceb e a d eno minaç ão d e N .S. do Ros ár io d e Igu açu . A par tir de 1 6 00 fora m a crescidas
d i visór ias do e nge nho e cons tru íd o um s obr a do nas pr o ximida des d a Cap e la .
Os mon ges co ns tru ír a m um so bra do e n tr e 17 54 e 1 757 , nas pr o ximidades d a C ape la
p ara imped ir que es ta desmoron a sse, e dific a ram uma o l aria e um e ngenh o de far inh a .
E s te , q ue é o a tu al c o nju n to ar qu i te tô nic o , te m a for ma de m os te ir o , c om p á ti o e c laus t r o ,
e f oi c ons tr uído pe lo F r e i Ma noe l do E s p ír i to Sa n to . Sob r e o s obra d o s a be- s e q u e na par t e
d e cima for am ins ta lad os os q uar tos dos b en ed i tinos e u m va r a ndão. N o pavimento térr eo
f i c a va um a o f ici na , a c oz i nha c om fo gão e for no a le nha , um r e fe itó rio e um de pósito de
mantim entos.
E m 192 2 a an ti ga p r op r ie da de d o Mos t ei r o d e S ão Be n to fo i a dqu ir i da pe la E m presa
d e Melhora me n tos d a Baixad a F lu minens e . Em 1 933 , c o m a org an iz ação do s er viço o fic ia l
d o san ea m ento da ba ixad a , a p ro prie dad e fo i incor por ad a aos pr ópr ios nac ion a is. Lo te ad o s
os terre nos d a a ntig a fazenda , c o nstr u íra m- s e casas de stin ad as os colo nos .
T om bad a e m 19 57 p el o IPH AN , o c onju n to ar qu i te t ôn ico abri go u o P atr ona t o S ão
Be n to , d a Ass ociação Bene fice n te d e Me nor e s, ad min is trado pe la D i ocese de Petr ópo lis .
registro fotográfico
Vista da fachada lateral interna
Vista da fachada da capela
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Vista da fachada
Detalhe da fachada da capela
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Vista da fachada
6Vista
/ 8 da fachada
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
registro fotográfico
Vista da fachada com avarandado
Fonte: L. H. de Paula
6 / 8da fachada lateral da capela
Vista
Fonte: L. H. de Paula
Pátio interno
Barroteamento do avarandado
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Varanda
—
Vista interna da capela
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
registro fotográfico
Vista da antiga entrada da sede da Fazenda
Fonte: L. H. de Paula
—
Vista da pia batismal da capela
Fonte: L. H. de Paula
Vista da antiga entrada da sede da Fazenda, hoje
edifício administrativo da Faculdade de Duque de
Caxias.
Vista dos fundos da antiga entrada
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
f o nt es
C ARDO SO , J oaq uim. "Um tipo de casa rur a l no D is tr i to Fed era l". In :F AU/USP - IPH AN .
Arq uite tur a Civil II. Sã o Pa ulo : F AU/U SP, 19 75 .
GÊNESIS, Ney A.; PERES, Guilherme & TORRES, Ro gér io . Cu rso d e His tória d a Baixada
F l um ine ns e d a C o mis s ão d e R es g a te d a H is t ór ia . 1 998 .
S A N TO S , N or on ha . N ú c l eo C o lo ni al S ão Ben t o . Mu n ic íp i o d e Igu as s ú – E s t a do do R i o de
Ja ne iro . Agos to , 1 940 .
S A N TO S , Pa ul o . Qu a tr o s éc u los de arq u it e tu r a . R i o de J ane ir o : IA B , 1 98 1 .
N IGR A , D o m C lem en t e M . d a S i l v a. “ A an ti ga faz en da d e S ã o B e nto e m Igu aç u ” . R e v i sta d o
Ser viço do Pa tr imôn io His tór ic o e Ar tís tic o N acion a l , nº 7 , 19 43 .
NOVA IGUAÇU
Inepac
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Secretaria de Estado de Cultura – RJ
I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S
denominação:
código de identificação:
Conjunto urbano da extinta Vila de Iguaçu
IGU-CO-016
localização:
município:
Estrada dos Palmares, direção Vila de Cava. Virar à direita na Estrada Velha de
Minas
Nova Iguaçu
época de construção:
fim XVI
estado de conservação:
arruinado
uso atual:
abandonado
uso original:
núcleo urbano
proteção existente / proposta:
Tomb. Prov. INEPAC (E-03/02 453/78) 08/04/83 /
Levantamento arquitetônico e prospecção arqueológica.
propriedade:
IBGE 1/50.000
Município de Nova Iguaçú e Diocese de Duque de Caxias.
situação e ambiência:
A vila de Iguaçu situa-se no vale entre pequenos morros e a grande área alagada que restou do rio
Lavapés. Os morros servem de pasto para as pequenas criações de sitiantes da região.
A rua extensa que ligava as extremidades da Vila e lhe dava a configuração urbana está desaparecida
em meio à vegetação que cresce desordenadamente. Ao fundo vê-se a Serra do Tinguá, por onde passavam
os viajantes e de onde vinham os produtos a serem embarcados no porto. Um pequeno trecho de estrada
calçada em pedras denominada Estrada do Comércio é bastante visível e marca o acesso ao porto. Este
situa-se em meio a um grande pasto, com poucos vestígios de água, estando o leito apenas delineado por
uma vala, antes um braço de rio que ligava o rio Iguaçu ao porto de Iguaçu. Um pequeno poço de água junto
ao porto propriamente dito é testemunho dos tempos em que funcionava como tal.
levantado: F. Brito, L.H. de Paula e V. data: 2 0 / 1 1 / 0 3
Natividade
revisado:
data:
/
/
d esc riçã o arqu it etô nic a
Os elementos urbanos da Vila de Iguaçu que restam como vestígios são o Porto de Iguaçu (um dos
portos existentes na Vila) e a torre da Igreja de N.S. de Iguaçu acompanhada de dois cemitérios.
A Fr egu es ia d e Igu açu , e m te mpo s de fu ncio namen to , e ng lob a va 1 .305 ,47km2 e su a
se de , o nde ho je es tá a e xtin ta Vila de Ig uaçu , era co ns titu ída por u ns p oucos a rruamen tos
e c amin hos q ue a barc avam algu mas c enten a s de ed ifícios re lig ioso s, c ome rciais e
r esidenc ia is. Sua ar tér i a pr inc ipa l e ra a R ua do Co mérc io q ue co me ça va n o La r go do
L a vap és e segu ia a té o Por to de Iguaç u . No cen tro da vila , seg und o Wa ld ick Pereir a , per to
d o po r to d e pass age ir os enc on tra vam- s e os edifí c ios da câmar a , ca deia , fór um, a rmaz éns
e c asas co merc ia is .
A o lo ngo d o r io Ig uaçu , em dir eç ã o à Ser r a , encon tr a va m- s e o s port os do P in to , d o
Vian a e o do Soa res e Me lo . Atrá s da Ig re ja de N .S. da Pied ade em fr en te ao c emitér io d e
N . S . do R o s ár io ( c on h ec ido por C em i tér io do s R ic os ) a R ua d a Igr ej a s e b i fur c a va : u ma ia
p ar a Ma xa mb omb a e o u tr a era o C am in ho d a s Pa lme ir as , a ind a i de nt i f ic á ve l .
Se gun do Pizarro , em 179 5 a re g iã o em to rno da ma tr iz r eve la va u m “ vis to so ar raia l” ,
co m res id ê ncias q uas e tod as c ob er tas p or te lhas , to ta liz ando 7 00 fogos e 6 .14 2 ha bitan te s,
2 eng enh o s , 4 fá br ica s d e ag uar d ente e a lg u mas ol ar ias .
Ho je , pouc o há o qu e descre ve r d a Vila , e é prec iso boa dose de a b straçã o es p acia l
p ara c omp r eende r a c onfiguraç ão u rba na a n terio r . O ca min ho que ligava o p or to d e Igu açu
e a Igre ja está de linea do , mas po uco vis íve l. O p or to s i tua- s e n um sítio de p ar ticulares ,
d elimitado , inc lus ive , por c ercas de ar ame fa rpado . A a u sência do r io que c on figura va o
p or to di f ic u l ta a l oc a li z aç ão e c o m p r eensão d o s eu es qu ema de fu n c iona me n to , m as a tes t a ,
p or o u tro lado , as g ra ndes o bras que s e faziam nos te mpos c o lon ia i s p ara via bilizar o
esc oa men to das r iq ue zas do Bras il.
O por to de Ig uaçu era o ma is imp ortan tes do s p or tos d a Vila , s er vid o p or u m c ana l d e
0 1km de e xtensã o a té o rio Igu aç u. O por to p ropr iamen te dito é u m grand e re tâ ngulo fe ito
e m p edras de vin te e dois me tros de co mpr i men to por o nze de lar gu ra , com par edes a u to p or ta n tes d e o i ten t a c ent í me tr os de lar gur a . Est á c i r c un dad o por ár eas a lag a d a s d e três
l ad os e d e ter r a fi r me em ou tro . E s ta que é a e n tr a da d o po r to é ac es s ada p or bela
esc ada ria em c an ta ria a tra vés de um tr echo calç ad o em ped ras q ue se liga à Estrad a do
C o mér c io . A in da s e gu ndo W aldick P er ei r a , a t é o pr inc í pi o des t e s éc ul o o p or t o c o n serv a va
a c obe r tur a de te lh as , suste n tad a po r co lun a s de tijo los .
A o utra e xtremid ade d a Vila on de se loc aliza a Igr eja ta mbé m apr es enta p ouco s
ves tígios d os tempos de func io na men to . D ois c emitér i os nos morr os la ter ais à Igre ja
t es t emu nh am a c on f ig ur a ção urb a na , j un ta m ente c o m a Es tra da d os P al mar es .
O c emitér i o dos r icos , ofic ia lmen te den omi n a do de Ce mitér io d e N .S. do R osár i o, te m
um
p ór tic o
de
en tr ada
com
co lu na s
de
p edra
e
d i vers as
láp ides ,
uma
de las
de
e xpress i vid ade a rqu ite tôn ica . O c emitér io do s p obres ap resen ta co mo ves tíg io gra nde
esc ada ria em tijo los a ssen tados a o co mpr i d o , for man do belo acess o , co m uma certa
m on ume n t ali da de inc r eme n tad a p elo gra nde aba ndo no q ue r ei na n o en t or n o .
i d e nt i fic aç ão g ráf ica
Planta da Vila de Iguaçu em 1837
F o n t e : IHGNI/FENIG, 1980.
Porto de Iguaçu – Planta Esquemática
p e s qu isa h is tó r ica
A Vila de Iguaçu foi considerada uma das mais importantes dos períodos colonial e imperial
brasileiro. Ela se fazia presente no cenário do Rio de Janeiro colonial com a produção agrícola,
com os portos e trapiches chegando a figurar como a quarta arrecadação dentre as freguesias,
abaixo apenas de Niterói, Campos e Macaé. Em 1833 foi elevada à categoria de Vila, abrangendo
as seguintes freguesias: Iguaçu, Inhomirim, Santo Antônio de Jacutinga, São João de Meriti,
Marapicu e Pilar. Por questões políticas a vila foi extinta em 13 de abril de 1835. Em dezembro de
1836 outro decreto restabeleceu a vila, porém sem a Freguesia de Inhomirim que passava a
pertencer a Estrela.
A economia de Iguaçu integrava-se à da metrópole portuguesa, importando escravos e
fornecendo produtos agrícolas. Abastecia a cidade do Rio de Janeiro com alimentos, madeira,
lenha e tijolos. É preciso lembrar que um dos mais importantes engenhos do período, o da Fazenda
São Bento, localizava-se nesta freguesia.
Nas margens de seus principais rios localizavam-se diversos portos. Isso porque a geografia
da região favorecia o escoamento da produção para o Rio de Janeiro através de pequenas
embarcações nos portos. Para se ter uma idéia, a Freguesia de Meriti possuía quatorze portos, a
de Jacutinga e Pilar nove portos cada uma, a de Piedade do Iguaçu dois, boa parte destes
instalados nas proximidades dos engenhos. O trajeto da produção agrícola era basicamente o
seguinte: da fazenda aos pequenos rios, dos rios aos portos e destes para o Rio de Janeiro.
Quanto aos engenhos, aqueles construídos nas Freguesias de Iguaçu eram de pequeno e
médio porte. A Freguesia de Jacutinga era a principal produtora de açúcar. Pilar destacava-se na
produção de farinha e Piedade na produção de arroz. Além destes produtos, fabricava aguardente
e cultivava feijão, milho e, mais tarde, café.
A partir do século XVIII, com a escassez do ouro nas Minas, a região não cai em declínio. Ela
continua
produzindo
açúcar
e
aguardente.
Mas,
mais
importante,
continua
servindo
como
entreposto para escoamento de produtos agrícolas e cresce em importância, agora servindo como
entreposto para o café.
O declínio da Vila acontecerá a partir de meados do século XIX com o surgimento das
estradas de ferro e as sucessivas pestes que se encarregaram de dizimar boa parte da população.
O trem a vapor de 1854 deu início à mudança de eixo econômico e com o trem de 1848 indo da
Estação Pedro II até Queimados corrobora quase que em definitivo o novo meio de transporte como
preferencial. O transporte de cargas fluvial perde tanto pelo aspecto temporal quanto econômico e
Vila de Iguaçu composta por muitos armazéns vai pouco a pouco decaindo. Como mostra Segadas
Viana, este não foi o único motivo que levou à decadência deste porto e de tantos outros da região
do recôncavo da Guanabara. Antes mesmo do estabelecimento da era ferroviária no país a
produção agrícola da região já tinha entrado em decadência. A concorrência da produção
canavieira de Campos, principalmente após a construção da Usina de Quissamã, já tinha se
tornado insustentável, bem como a de café do Vale do Paraíba.
Em 1891 a sede do município e da comarca foi transferida da Vila de Iguaçu para
Maxambomba e esta elevada no mesmo ano à categoria de cidade. Neste momento, Iguaçu
compreendia 1.527km2 distribuídos pelos distritos de Santo Antônio de Jacutinga, Marapicu,
Piedade, Meriti, Santana das Palmeiras e Pilar. A estrada de ferro era agora eleita como o veio de
passagem e a portadora da urbanização e ocupação do território. Vila de Iguaçu foi sendo passo a
passo abandonada e esquecida.
registro fotográfico
Local onde passava o braço de rio do porto Iguaçu
Escada do porto Iguaçu
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Estrada do comércio
Antigo porto Iguaçu
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Antigo porto Iguaçu
Antigo porto Iguaçu, vista interna
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
registro fotográfico
Vista geral da localidade da Vila de Iguaçu
Fonte: L. H. de Paula
Vista de um jazigo do cemitério de N.S. do Rosário
Fonte: L. H. de Paula
Entorno da Vila de Iguaçu
Fonte: L. H. de Paula
Escadaria de acesso ao cemitério dos pobres
Fonte: L. H. de Paula
i n fo r ma ç õ e s c o mp l e m en t a r es / f o nte s
Em 197 6 , e m c omemo ração ao an ivers ár io d o mu nic ípio de N o va Ig uaç u, N e y Barros
e W aldick Pere ira proc eder am uma busca arq ueo ló gic a n a regiã o do Po r to d e Iguaçu e
e nc on t r ar a m u ma fa lu a , ba r c aça d e fu ndo c h ato u ti l iz ad a na na ve ga ç ão f lu v ia l de en tã o ,
e n terr ada j un to a o Por to .
F on t es:
BEZ ERR A, Nie lson R o sa. A Vila Iguaç u - s éc. XIX. Tr ab alh o de C on clusã o de Curso
FEUDUC . Duque de C a xi as: mimeo, 2000.
I H GN I / F EN IG . Vi la de Ig uaçu : I gu aç u V e lha . C ol eç ão Pa t r i mô ni o C u l tura l , n º2 . N o va
Ig uaçu :Pr e fe i tur a de N o va Ig uaçu , 198 0
P E R ES, G uil her me . B ai xa da F lu m ine ns e – o s c amin hos do o ur o . D u que de C a x i as: Grá f ica
Re gis ter , 1 993 .
SO AR ES, M.T. de Seg adas . “ N ova Igu açu . Absorção de uma cé lu la urb ana pe lo G ran de R i o
d e J an ei r o” . Se para t a da R e v is t a Bras i le ir a d e Ge ogr a fi a , nº 2 , an o XXI V , a b r / j u n 1 9 6 2 .
Inepac
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Secretaria de Estado de Cultura – RJ
I N V E N T Á R I O D E I D E N T I F I C AÇ Ã O D E B E N S I M Ó V E I S
denominação:
código de identificação:
Igreja de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu
IGU-CO-017
localização:
município:
Av. dos Palmares, entrada à direita a 1,2mts após a fazenda São Bernardino
Nova Iguaçu
época de construção:
1699
estado de conservação:
ruínas
uso atual:
abandonado
uso original:
religioso
proteção existente / proposta:
Tomb. Prov. INEPAC (E-03/02 453/78) 08/04/83
propriedade:
IBGE 1/50.000
Dicocese de Duque de Caxias
Situação e ambiência:
A torre da Igreja, única remanescente do antigo templo religioso, está situada em meio a três morros baixos. Os
dois lateriais, servem como balizadores da área plana que seria o largo e a Igreja propriamente dita. Nestes dois morros
pode-se ainda ver os cemitérios da extinta Vila de Iguaçu. Os morros baixos abrigam o sítio e dão, no que seria a parte
posterior da Igreja, acesso ao restante da Vila. Os morro da frente, maior e mais alto limita a vista de quem está no Largo,
tornando a sensação de isolamento, abandono e desvastação ainda mais intensa. Ademais, ao restringir as visadas e não
permitir maiores vistas da região, os morros do entorno acirram o aspecto circunspecto do local. Difícil é, para o
observador mais desavisado, imaginar que este local foi sede de umas das freguesias mais economicamente ativas do
período colonial brasileiro.
O vestígio da Igreja, a bela torre, pontua a paisagem e marca em definitivo a existência de civilização entre pastos e
gado.
levantado:F. Brito, L.H. de Paula, V.
Natividade
data: 2 0 / 1 1 / 0 3
revisado:
data:
/
/
d esc riçã o arqu it etô nic a
Embor a a torre d a Igre ja de Noss a Sen hora d a Pied ade de Ig uaçu s eja u ma p e quena
p orçã o res man escen te da impor ta nte Igre ja d a re gião , é capaz de r e ve la r infor mações
s o bre o c o nju n to . A a l t a to r r e te m três qua tr o pa r tes c o mpo ne n tes : a p r i me ir a , j un to a o
c h ão , é t od a f ec ha da , s em fen es tr as ç ões a n ão s er n o l a do que s e vo l ta va par a a Igr ej a ,
p or o nde s e faz ia o ac es s o ao s in o; a s eg und a , l ogo aci ma , é s e p a r a da dest a p or um
p equ eno friso , e n a fa ce voltada para o an tig o es paço a berto ou
la r go, apres e nta um
óc ul o ; a te r c e ir a , a l tu r a e m qu e fi c a va o s in o , c o mo é c o mum e m ou t r as Igr ej as , te m
jan elas en cerr adas po r a rcos p le n os. F in almen te , a quar ta e ú l tima p a r te da tor re, o
co roa men to , ap rese n ta u m fr iso c om muitos elemen tos e enc imad a por uma cú pula
p ir am ida l .
Re pro duz imos a seg u i r a d escr içã o que faz Monsen hor Pizar ro d o in ter ior da Ig reja :
" Or nam o i n ter io r des t a I gr e ja , 5 al tar es , c om o Ma i or . N es te v ê - s e c o loc ado o
Sacr ár io , e a imag em da Pad roe ir a. D a p ar te do en vang elho es tão : 1º - o d a senh ora d o
Ros ár io ; 2 º - o da Sen hor a da C o nceiçã o . Da p ar te da Epís to la , 3º - d e São Miguel. 4º - o
d a Sen hor a do Ter ç o , que ai nd a e s ta v a por c onc lu ir , e p or is s o n ã o s e via ne le c o l oc ad a a
Imag em p r ópria . À e xc eção do Altar Ma ior , e m to dos ac h ei toa lh as pouco asse adas ,
p rincipa lmen te as infe rior es , e a l guns , u ma s ó toa lha . N o da Sr a . d o R osár io , a Cruz n ão
t i nh a i ma g em de C r is t o: no d e S ã o Mi gue l , e s t a va a im a gem d e C r i s t o mui t o i m per fe i ta p el a
a n tigu ida d e de su a do iradur a . So bre tod as e stas necess id ades , de i as n ecessá rias
p r o v idê nc i as .
Imag ens : d e Nossa Se nho ra d a Pieda de ; d e Cristo ."
p e s qu isa h is tó r ica
A Igr eja de N .S. d a Pieda de d e Ig uaçu tem s ua or ige m n a fun daçã o da par óqu ia em
1 699 qua n do o a l fer es J os é D ias de Ara új o c onst r ó i um a c ap e la d ed ic ad a a N . S . da
P i ed ade . C omo era c o mum n o per í od o, a pr i me ir a Ig r e ja r uiu e o me s mo a l fer e s a li ado ao
s e u fi lh o d oam 40 br a ç as d e ter r a s pa r a a c o n s t r ução d a n o va Igr ej a . Em 1 755 , a pa r óq ui a
p assou à c ondiç ão d e perpé tua , s endo s eu p rime iro pro p rie tár io o p adre Jo ão Fur ta do de
Men donç a . A Igre ja er a ta mb ém c onhec ida p or Nossa Se nhora d a Pieda de d o Caminho
V e lh o .
A t é 1 96 3 a ind a e x is ti a , em r u ín as , o c o rpo p r inc i pa l da I gr e ja .
registro fotográfico
Igreja de N. S. da Piedade de Iguaçu em 1948
Fonte: IHGNI/FENIG, 1980
Vista da torre remanescente
Vista da torre remanescente
Detalhe da torre remanescente
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
Detalhe da torre remanescente
Fonte: L. H. de Paula
Fonte: L. H. de Paula
f o nt es
ARQU IVO NORONH A SAN TOS / IPH AN .
I H GN I / F EN IG . Vi la de Ig uaçu : I gu aç u V e lha . C ol eç ão Pa t r i mô ni o C u l tura l , n º 2 . N o va
I g uaçu : Pr e fe i tur a de N o va Ig uaçu , 198 0 .
PIZ ARRO & AR AÚJO , José d e So uza Az e ved o . Me mór ia s his tór icas d o Rio de Jane ir o . Rio
d e J an ei r o : Im pre ns a N ac io na l , 1 945 .