O regresso do pequeno grande som ao vivo - Electro

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O regresso do pequeno grande som ao vivo - Electro
IMPRESSÕES
Electro-Voice Live X
Electro-Voice Live X
O regresso do pequeno
grande som ao vivo
Por António Gil e João Martins | Fotografia: Carlos Mateus de Lima
A Electro-Voice apresentou no final de 2011 o seu mais recente sistema de reforço sonoro compacto, o Live X.
Representando um importante investimento para a marca, o pressuposto é o de um sistema de dimensões
pequenas, contando com duas unidades de topos e uma de sub-graves, que servem para várias aplicações, desde
som de frente, monitores ou side-fill, podendo montar-se o sistema somente com as unidades topo em full-range
ou com os subs. Como sistemas desta gama existem muitos, quisemos perceber melhor o que poderia diferenciar
estes Live X das restantes unidades no mercado, para além de sabermos que contam com componentes modernos
e amplificação Classe D (embora também existam modelos passivos). E foi o que a Produção Áudio fez
na prática, chegando a resultados que nos fazem entender melhor como a tecnologia tem evoluído no bom sentido.
O
Electro-Voice Live X é um sistema
de reforço sonoro de dimensões compactas, capaz de responder a várias aplicações,
desde servir como sistema de som de frente para pequenos eventos, tanto musicais como de apresentações em geral, servir como som para discoteca, servir
como monitor de palco, seja deitado seja em posição
side-fill, com construção em madeira laminada mas
bastante leve, com escolha entre duas unidades de
topo de duas vias, uma com altifalante de
graves de 12” e outra com altifalante de
15”contando ambas com um driver de
agudos de 1,5”, tendo ainda a possibilidade de se ter um subgrave com altifalante
de 18”, disponíveis em versões passivas
ou activas.
Os modelos activos incluem duas colunas full-range (ELX112P, ELX115P) e um
subwoofer ELX118P, todos sistemas equipados com módulos Classe D de 1000 e
700 watts, sendo as colunas de topo de 12
e 15 polegadas instaláveis em varas telescópicas sobre os subgraves ELX118P de 18”.
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A gama passiva inclui colunas de 12 e 15 polegadas
(modelos ELX112, ELX115), semelhantes aos modelos activos e que podem ser usadas como monitores de palco (ângulo de 60 graus com a coluna
deitada), juntamente com um modelo de coluna
com duplo woofer de 15” e um subgrave ELX118.
O modelo ELX215 com dois woofers de 15” e dri-
ver de agudos em titânio é uma coluna de elevada potência (2400 watts em pico, 600 watts em
modo contínuo) que é capaz de reproduzir uma
gama alargada de frequências com graves até aos
38 Hz, alcançando um SPL máximo nos 137 dB.
Aquando da apresentação destes sistemas, tanto
no NAMM como em Frankfurt e posteriormente na
A coluna Live X de 12”, com o seu guia de onda
proprietário e os três buracos existentes na parte
frontal. Repare-se que na parte de trás se nota
o corte angulado que permite à coluna ser colocada
no chão e servir como monitor
apresentação em Portugal, tínhamos ficado com
uma excelente impressão destes sistemas da Electro-Voice, nomeadamente com música ao vivo.
Mas a pergunta que nos ficava no ar era: “Actualmente já muito fabricantes comercializam sistemas
deste tipo e todos alegam ser os melhores existentes. Até que ponto é que estas Live X são realmente
uma boa alternativa para fazermos som ao vivo em
espaços pequenos, sem usarmos a ‘artilharia pesada’
que hoje em dia é norma, como os line arrays?”
Tendo a Produção Áudio já tido ocasião de provar as
colunas da série ZX da Electro-Voice, sabíamos que a
marca não faz as coisas por acaso e que toda a atenção aos pormenores e sobretudo o facto de a marca
desenhar e fabricar os seus próprios drivers resulta
normalmente em produtos que estão sempre um grau
acima na escala, em cada segmento, acima da concorrência. No caso das ZX, talvez dois graus acima...
Mas estas colunas Live X são uma das gamas mais
acessíveis de sempre da marca para aplicações de
palco e PA e, por isso, queríamos realmente verificar se existiam ali razões para admiração, ou se realmente não passava de mais um produto “igual aos
outros”.
Anualmente, o mercado vê aparecer várias dezenas
de sistemas destes, mas depois só um ou dois é que
são os escolhidos pelos utilizadores, porque apesar
das características anunciadas, nem todos são o que
exactamente dizem ser.
E certamente não é mesmo esse o caso dos sistemas Live X da Electro-Voice, que testámos tanto em
ambiente controlado como num espectáculo ao vivo,
como sistema de som de frente, e que se revelaram
uma solução de alta qualidade, aliando um conjunto
de muito boas especificações a uma incrível simplicidade de utilização e a um som mesmo muito bom.
E isto, mesmo depois de termos apanhado um pequeno susto, porque um dos nossos CDs de teste
estava com problemas...
Ideias de partida
O conceito de um sistema de reforço sonoro que possa ser ao mesmo tempo portátil (para músicos ou
bandas que andam de um lado para outro em bares e
clubes), e também o sistema de som fixo de um des-
A coluna Live X de 15” diferencia-se pelo altifalante
maior de 15”, mas também por ter somente duas
aberturas na sua parte frontal. Quando ao resto,
visualmente, é semelhante à unidade de 12”
ses locais, é algo já bastante conhecido e que fez com
que praticamente todos os fabricantes de sistemas
de som criem unidades deste tipo. A Electro-Voice é
um dos mais conhecidos fabricantes de sistemas de
reforço sonoro que assumiu criar colunas deste tipo
quase desde que o conceito apareceu, tendo ao longo
dos últimos anos apresentado algumas das melhores soluções existentes. Contando actualmente com
cinco séries deste tipo de sistemas “Portable PA”,
a série QRx, a Sx, a Tour X, as extremamente bem
conseguidas Zx e ZxA e agora a Live X, a marca disponibiliza assim aos seus utilizadores uma enorme
possibilidade de escolha entre sistemas mais ou menos complexos e com mais ou menos capacidades.
A mais recente série, a Live X, junta algumas das
melhores funcionalidades de praticamente todas as
séries anteriores, contando com funções já bastante
avançadas, mas a um preço acessível. Desta forma,
responde às necessidades de muitos artistas e bandas que actuam nos circuitos de bares e clubes, e que
não podem adquirir sistemas mais caros, mas que
necessitam das funcionalidades e de alta qualidade
sonora. Ao mesmo tempo, as Live X servem também
como solução para essas mesmas bandas quando
chegam a espaços onde já existe um sistema de som
local, podendo utilizá-las como monitores e reforço
em palco.
Por outro lado, o sistema é também ideal para bares
e clubes onde a situação de música ao vivo é algo que
acontece esporadicamente, pelo que o investimento
em sistemas mais caros não é uma solução.
Com a escolha das unidades Live X, estas casas passam a contar com um sistema que responde a todas
as necessidades básicas de sonorização, desde apresentações a festas, mas que servem também perfeitamente para colunas de som com um setup de DJ ou
então para som de frente de uma banda.
Especificações, montagens e afins…
Os sistemas Live X são constituídos por duas unidades de topos, de duas vias, sendo que estas podem
trabalhar em modo stand-alone, em full-range, ou então ligadas a unidades de subgraves, conseguindo-se
assim sistemas de mini PA já bastante respeitáveis.
A primeira unidade é a ELX 112P, que conta com um
A unidade de sub-graves Live X de 18” permite uma maior
pressão na zona das frequências baixas, tendo também
dois buracos na sua zona frontal, para “trabalhar”
a pressão de ar criada, ganhando assim maior SPL
Os dois painéis de controlo e entradas/saídas das colunas
Live X, onde se podem ver as várias entradas, as saídas
de link, os selectores de corte e acerto de frequência,
tudo muito bem delineado por cercaduras
que enquadram cada secção individualmente
driver de agudos de titânio DH-1K de 1,5” e um altifalante de graves de 12” EVS-12K. O driver de agudos está montado num guia de onda que conta com
umas perfurações/recortes no próprio guia, que são,
segundo palavras dos responsáveis da marca, “um
dos truques para o excelente som destas colunas”.
Este truque, apesar de não nos ter sido explicado de
forma profunda, tem a ver com a forma como o driver de agudos consegue trabalhar com a sua própria
compressão, ganhando uma pressão sonora maior e
ganhando uma maior perceptibilidade na sua resposta de frequência. E na realidade é algo que mesmo
só ouvindo é que se percebe. Fizemos um pequeno
teste “tapando” essas perfurações (só por uns momentos) e quando as “destapámos”, a tal amplitude
sonora, tanto a nível de frequência como de potência
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Electro-Voice Live X
O sistema montado no espaço Musicais para o concerto de apresentação do DVD tutorial de Luiz Arantes: dois subs
de 18” ELX118P e dois topos de 12” Live X ELX112P. Do outro lado do palco um sistema igual
aconteceu algo imediatamente notável. Portanto,
um a zero para esta novidade tecnológica da EV.
A outra unidade de topo é a ELX 115P, que conta
com o mesmo driver de agudos e o mesmo guia de
onda, tendo já um altifalante de 15” EVS-15K. Para
além destas diferenças nos altifalantes de graves,
as outras existentes são somente a nível da pressão sonora debitada, que na unidade de 12” é de
132 dB máximos de SPL, com a unidade de 15” a debitar
134 dB, e a gama de resposta de frequências, que na
unidade de 12” vai dos 50 Hz aos 20 kHz e na unidade de
15” desce até aos 44 Hz, indo depois até aos mesmos
20 kHz. Claro que também estas diferenças se verificam na capacidade de sonorização, com a unidade
de 15” a conseguir um som mais cheio, mas também
esta unidade é mais pesada que a de 12”.
Na realidade a escolha entre uma e outra terá muito
a ver com aquilo que o utilizador pretender. Se necessitarmos de um sistema capaz de uma suficiente
potência e pressão sonora, que seja leve e que possa
servir para umas vezes sonorizar uma sala e outras vezes servir como monitor, talvez a unidade de 12” seja
a escolha. Mas se pensarmos que pode ser necessário
trabalhar (leia-se tocar) numa diversidade de salas de
maior dimensão e que em certas casas se pode encontrar um PA residente já de boa potência, pelo que
o som de palco tem que ser “firme”, então a escolha
recairá certamente na unidade de 15”. Podemos dizer
que já ouvimos todos os modelos da série, incluindo
as ELX215, passivas, com dois woofers de 15 (no caso
alimentados por uma rack da própria EV) e que, ao
contrário do que acontece nas gamas de outras marcas, os modelos de 12 e 15 polegadas são ambos bastante equilibrados e respondem de forma semelhante, salvaguardadas as diferenças de dinâmica e SPL.
Deixando para trás estas considerações, importantes
e a ter em conta por quem vai comprar o sistema,
continuemos com as indicações técnicas fornecidas
sobre as unidades que, para além das diferenças já
indicadas, são no restante semelhantes.
Sendo unidades activas, a amplificação é Classe D,
com um amplificador que serve ambos os drivers, em
desenho de bi-amplificação e que conta com 1000
Watts de potência disponível. Este amplificador tem
ainda a mais-valia de ter um desenho próprio que
lhe permite trabalhar sem necessidade de ventoinhas para o refrescar, o que, por sua vez, vem tornar
o sistema praticamente “invisível” a nível de ruído.
A separação de frequências é feita por um filtro de
24 dB de oitava, que conta ainda com uma protecção
extra para cada altifalante/driver, de forma a que
tudo corra sem problemas.
Comum a ambas as unidades está um filtro seleccionável que faz o corte na zona dos 100 Hz, para quando se utilizam as unidades topo em conjunto com a
unidade de subgraves. Este filtro é accionado por um
pequeno selector que se auto-explica, tendo indicado
de um lado “full range” e do outro “with sub” (com
sub). Assim, torna-se desnecessário fazer contas e
mexer em filtros de crossover, bastando colocar este
selector para um lado ou para o outro.
Este selector está colocado na parte de trás da coluna, onde se encontram os restantes controlos e liga-
As ligações
feitas e os níveis
definidos.
Mas, durante a
tarde, António
Gil e João
Martins foram
responsáveis por
“acertar” o PA
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ções. Por falar nestas, cada coluna de topo tem dois
circuitos de entrada, sendo o primeiro com uma ficha
combo XLR-Jack que permite a ligação balanceada ou
não balanceada a uma mesa de mistura, tendo ainda
em paralelo entradas em duas fichas RCA, que permitem a ligação a sistemas que utilizem estes conectores (para aplicações mais “caseiras”), como por
exemplo ligar um leitor de CD ou um iPod ou qualquer
outro aparelho deste tipo.
A segunda entrada conta também com uma ficha
combo e tem um selector que permite escolher o tipo
de sinal que é colocado nesta entrada, se microfone,
se linha. Ambas estas entradas contam com um potenciómetro rotativo para acerto do nível de sinal de
entrada, indo até + 6dB.
Por cima destas zonas de entradas (já agora, deve-se
dizer que as várias zonas de ligações e controlos estão muito bem delineados por cercaduras desenhadas, que nos permitem saber em que zona estamos,
sem qualquer confusão) está uma ficha XLR macho
que permite fazer o link (ligação que envia o sinal de
entrada dessa coluna em paralelo para outra), permitindo escolher se o sinal vem somente da entrada 1
ou se vem do conjunto formado pelas duas entradas
(1 e 2). Escolhendo-se o primeiro, o sinal enviado é
somente o que vem, por exemplo, da mesa de mistura, podendo ligar-se um microfone independente
à coluna e o som deste microfone estar só disponível nesta coluna e não no sistema todo. Isto pode
ser interessante para situações onde seja necessário termos uma maior pressão sonora e potência do
som que vem da mesa, mas onde é preciso contar-se
com um microfone para apresentações ou avisos que
basta estar somente ligado a uma coluna. Algo que
mostra que a EV sabe muito bem o que faz e que
consegue dar resposta a muitas situações.
Ao lado desta zona da ficha de link, encontram-se os
controlos da coluna, com um potenciómetro para regular o nível de saída, um LED que se ilumina quando
o limitador interno é activado (para proteger sinais
demasiadamente “a estalar” que possam queimar
componentes da coluna), e ainda dois selectores,
o tal que permite escolher se a coluna trabalha em
modo full-range ou com sub e outro que permite criar
uma curva de equalização e que serve para criar um
corte na zona de médios, acentuado mais a separação entre a resposta do subgrave e da coluna, mais
adequado a reprodução de música gravada.
Basicamente, este selector, quando na posição em
que faz o corte, permite que os graves e agudos ganhem realce, dando assim uma percepção mais eficaz
quando se trabalha, por exemplo, com um setup de DJ.
Quando o selector está na posição flat (tipicamente linear), a zona média, e também por isso a voz, torna-se
mais presente. Uma escolha que mais uma vez mostra que a EV sabe bem o que faz e que desenhou este
sistema para “resultar bem” em inúmeras situações.
Ainda na parte traseira encontra-se um último selector que serve unicamente para acender ou apagar
o logótipo com iluminação LED que a Electro-Voice
colocou na parte frontal da grelha de protecção de
cada coluna.
As unidades de topo estão preparadas para trabalhar
tanto em modo stand-alone como com os subs e para
isso vêm equipadas com um copo na sua base que
serve para as colocar montadas numa vara, sendo que
existem dois tipos de varas, uma de tripé, para utilização sozinha e outra que encaixa nas unidades de
sub para utilização conjunta destas duas colunas.
O guia de onda de agudos permite uma cobertura
lateral de 45º e uma cobertura vertical de 90º, razão
porque quando se utilizam as colunas como monito-
João Bruno foi o homem responsável pelo som de frente
(visto que não se chegou a montar monição) e foi também
responsável pelo muito bom som que o sistema Live X
da EV teve nessa noite
res, estas ganham imediatamente as características
necessárias de cobertura. Outro pormenor importante é o desenho das caixas, que tem um corte angulado de um dos lados (na parte traseira) pelo que quando se coloca a coluna no chão esta imediatamente
passa a ser um monitor típico de chão, com uma
inclinação de 60º.
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Electro-Voice Live X
O sistema montado ao fim
da tarde, preparado para
tocar antes do concerto e
a equipa técnica a postos
para tudo acontecer
A caixa, como aliás já referimos, é construída em laminado de madeira, com 9 mm de espessura, sendo leve
e de fácil manuseamento, devido às pegas laterais e
ao peso de 16,8 kg para a unidade de 12”, e 22,5 kg para
a unidade de 15” .
Um pormenor interessante nestas duas unidades
são uns buracos existentes na parte frontal da coluna, sendo que a unidade de 12” conta com três buracos (dois na base e um entre o altifalante de graves
e o driver de agudos) e a unidade de 15” conta com
dois buracos (situados entre o altifalante de graves
e o driver de agudos). Segundo a EV, isto serve para
compensar a pressão de ar criada internamente na
caixa, ao mesmo tempo que serve também como
entrada de ar, para arrefecer o amplificador digital e
restantes componentes.
Estando assim explicadas as unidades de topo, passemos à unidade de subgraves, a coluna ELX 118P, que
é activa, conta com um altifalante de 18” e um amplificador de Classe D que debita 700 W, respondendo
dos 32 Hz aos 130 Hz, com um SPL máximo de 134 dB.
Trabalhando em conjunto com as unidades de topo,
este sub vem trazer graves mais fortes e cheios ao
sistema, contando com uma ficha combo de entrada
na sua traseira, uma ficha XLR macho (link) para envio
do sinal de entrada em paralelo, sendo que neste caso
a entrada não tem potenciómetro de nível de sinal.
O controlo de nível é feito somente no estágio de saída, com um potenciómetro para regular este nível,
onde está também presente um limitador de protecção e um selector de filtro que permite escolher colocar a unidade em flat, que é a posição mais comum,
ou então criar uma protecção de graves, fazendo
um corte mais pronunciado, dando assim mais corpo a determinado conjunto de frequências graves, o
que vai fazer com que se sintam mais os subgraves.
Novamente, esta situação pode ser ideal para aplicações tipo DJ, sendo que a colocação em modo flat é
mais adequada para aplicações de música ao vivo ou
voz. Na zona frontal estão dois buracos para expulsão
da pressão do ar que se forma dentro da coluna.
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Também a caixa desta unidade de graves é feita no
mesmo laminado de madeira, tendo, tal como as
outras duas unidades de topo, uma finalização em
pintura texturada, preparada para andar na estrada.
No topo da caixa de graves está um copo que permite lá colocar a vara onde se vão instalar as unidades
de topo. As dimensões são de 661 mm de altura, 507
mm de largura, e 574 de profundidade, para um peso
de 31,3 kg.
Um subwoofer extremamente compacto mas extremamente poderoso que surpreende desde logo pela
diferença dinâmica que cria com qualquer uma das
colunas de topo.
Teste, som, teste...
Para o teste a estes sistemas a Audium, representante da Electro-Voice, disponibilizou à Produção Áudio
dois pares de colunas 12” ELX112P e quatro unidades
subgrave ELX118P. A ideia era aproveitar a situação do
teste para colocar os sistemas em aplicação real, num
evento em que a Produção Áudio colaborou, a apresentação do DVD “Melodia, Textura & Groove” de Luiz
Arantes, um trabalho tutorial de guitarra, cujo lançamento decorreu no espaço Musicais, em Lisboa.
A Audium ainda nos disponibilizou uma mesa digital
DiGiCo SD11 e uma unidade D Rack, o que nos permitiu assim garantir a resposta a qualquer necessidade. Até porque o “briefing” da apresentação do DVD
– que contaria naturalmente com momentos em que
se projectaram vídeos do trabalho assim como testemunhos gravados de diferentes pessoas no mercado
– iria incluir também uma pequena actuação de Luiz
Arantes, com temas instrumentais seus, acompanhado de uma banda de mais três elementos: guitarra ritmo, baixo e bateria.
A situação parecia perfeita para o sistema Live X que
tínhamos à disposição, tendo-nos sido explicado que
o Musicais era um espaço essencialmente de discoteca, com um pequeno palco e sem PA residente.
Como a equipa da Produção Áudio ocupa o seu tempo normalmente a escrever, não tínhamos tido oportunidade de visitar o espaço Musicais, na Doca do
Jardim do Tabaco, em Lisboa...
Lá chegados, deparámo-nos com uma sala de dimensões muito maiores do que aquilo que imaginámos
(suficiente para ter um mini line-array residente, sem
problemas), com uma acústica complicada embora
não excessivamente reverberante e com um palco
que, na verdade, era um “corredor”, mais comprido
do que profundo mas também maior do que aquilo
que imaginávamos.
Enfim... Para complicar a coisa, em vez de um dia de
montagem e testes ao sistema em ambiente relaxado, o Musicais estava reservado para uma festa privada na véspera do evento, o que nos deixou apenas
o próprio dia para fazer tudo. It’s rock and roll...
Além disso, a visita na véspera ao local serviu pelo
menos para percebermos que Luiz Arantes trazia
Luiz Arantes entrou em palco com a sua banda e mostrou porque é actualmente um dos mais consagrados guitarristas em Portugal. Tocando com alguns dos mais conceituados artistas
nacionais, tanto em estúdio como ao vivo, Luiz Arantes é um mestre na arte da guitarra eléctrica, razão que o levou a criar este projecto de um DVD tutorial, de modo a mostrar
a outros como tudo pode começar, sem no entanto fazer “um bicho-de-sete-cabeças” com o que a aprendizagem da guitarra deve ser
consigo não apenas uma banda para “tocar uns temas”, mas sim um verdadeiro backline de sonho,
composto por alguns dos seus modelos de amps
favoritos e que a sua “banda” era na verdade uma
super-banda que tocava em palco como tal, gerando
um nível de decibéis que se faria sentir num grande
festival ao ar livre, sem precisar de PA.
Felizmente, contávamos com a preciosa colaboração
de João Bruno, um técnico de som que aceitou “fazer
a perninha” à apresentação de Luiz Arantes e que,
no dia seguinte, em conjunto com o nosso experiente
António Gil, lá se encarregou de colocar microfones e
DIs para garantir a dinâmica necessária para actuar
uma banda de rock, ocupando praticamente todas as
vias disponíveis na rack de palco da SD11.
No dia seguinte, qualquer pessoa que, ao início da tarde, se aproximasse do complexo de edifícios do Musicais (que felizmente fica junto ao rio) poderia pensar
que se estavam a fazer testes de som para mais um
festival de Verão, porque a música já se ouvia ao pé da
Gare de Santa Apolónia, tal era o volume de decibéis
gerado simplesmente pelo backline da banda de Luiz
Arantes, com a ajuda das Electro-Voice Live X.
Depois de feitas as misturas adequadas para o conjunto, tiveram lugar algumas ‘negociações’ com a
banda, durante as quais Luiz Arantes teve que tocar a sua guitarra por momentos na zona de som de
frente, para perceber que tinha que haver um compromisso. A banda teria que baixar o seu nível em
palco, de forma a que o PA pudesse tocar alto, criando um reforço adequado à sala, mas sem afugentar o
público convidado para essa noite.
Experiente nestas coisas, Luiz Arantes, apesar da
emoção e do sentido de responsabilidade de saber
que iria apresentar um trabalho desenvolvido ao lon-
go de um ano, acedeu a “limitar” o som.
Curiosamente, enquanto decorriam os testes de som
nessa tarde – onde os níveis atingidos foram os mais
altos de sempre – o sistema Live X da EV esteve
sempre com uma ampla margem de manobra e poderia ter soado bem mais alto do que soou.
Primeira conclusão a tirar. Mesmo para um espaço de
amplas dimensões como é o Musicais, as Live X em
dupla configuração ELX112P/ELX118P por lado, chegavam e sobravam. Aliás, se a música fosse jazz ou
acústica, nem seriam precisos os quatro subgraves,
bastando dois.
A instalação Live X ao vivo
Para este desafio de uma apresentação que afinal foi
um verdadeiro concerto de rock, as colunas Live X foram montadas em cima do “palco”, dois conjuntos de
cada lado, sendo que as unidades de topos ELX112P
foram colocadas nas varas em cima dos subs de 18”.
O sinal da mesa vinha directamente da D-Rack a uma
das colunas de graves (sendo o sinal Esquerdo enviado para uma coluna do lado esquerdo e o do lado
Direito enviado para uma coluna do lado direito),
tendo-se feito o link em cascata para as restantes
colunas.
Depois de várias movimentações e colocações, analisando a extensão da sala do Musical, optou-se por
colocar as duas colunas que estavam a fazer os extremos laterais direito e esquerdo um pouco direccionadas para fora, com as outras duas colunas a ficarem centradas para o meio da sala. Ligámos todas as
unidades à corrente, com todos os potenciómetros
em baixo e depois de termos escolhido em todas as
unidades de topo o selector “with sub”, começámos
a abrir volumes. O acerto entre o correcto nível de
entrada e o nível de saída levou alguns minutos, até
se chegar a um consenso de nível correcto, tendo-se
colocado as entradas a três quartos, as saídas ao máximo, e o nível dos subs a três quartos.
Com tudo ligado e tendo estado a ouvir já algumas
músicas e ligado alguns microfones, passámos para
a fase de testes e foi aí que apanhámos o nosso susto. De repente, assim que se passava os 3 ou 4 kHz de
frequência as colunas começavam a emitir um ruído
estranho, cliques e estalos, e pensámos que tínhamos descoberto um erro... na realidade o que estava
errado era o nosso velho e bem-amado CD de testes,
que ao fim de vários anos começou a acusar a sua
idade e utilização. Logo que podemos testar com um
CD novo e em boas condições, o sistema mostrou estar perfeitamente à vontade em todas as gamas de
frequências, mesmo as que não ouvíamos, mas que
o nosso medidor indicava que estavam lá. Por isso,
deixamos aqui também um aviso: acreditem nos
vossos ouvidos e também no que um bom medidor
mostra, mas sempre que possível testem o material
com fontes que tenham a total certeza que estão em
perfeitas condições. No nosso caso, se nos tivéssemos deixado levar pelo que o nosso velho CD fazia,
teríamos ficado com uma ideia totalmente errada do
que este sistema Live X permitia. Se acontecer algo
semelhante ao que nos aconteceu, antes de culparem as colunas (ou outro equipamento) verifiquem
a 100% que a culpa não é da fonte. Numa conversa
que posteriormente tivemos com o Eng. Filipe Santos, responsável técnico da Audium, ele próprio nos
confirmou que também já passou por situações semelhantes pelo que actualmente anda sempre com
um leitor de CD de sua total confiança e um conjunto
de CDs de igual confiança.
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Electro-Voice Live X
Um muito bom espectáculo
de um grande guitarrista,
que com o seu DVD
“Melodia, Textura & Groove”
mostra que para além de
saber tocar, também
é importante saber passar
o conhecimento
Aquilo que, na ocasião, nos fez perceber que algo estava errado, era precisamente o facto de que, quando se passava para a música ao vivo, nada de errado existia na reprodução e a banda de Luiz Arantes
proporcionava uma ampla resposta em frequências,
com o baixo de Pedro Martinho bastante sólido e lim-
po, a bateria tocada pelo experiente David Jerónimo a
soar excelente e as guitarras competentes e brilhantes de Marco Reis e Luiz Arantes a oferecerem-nos
toda uma ampla palete de sons. Nada de errado podia haver com as colunas...
Assim, o sistema Live X fez de PA principal na noite
de concerto de Luiz Arantes no espaço Musicais que
era bem maior do que aquilo que tínhamos pensado. A mesa digital DiGiCo SD11 serviu como mesa de
frente, operada pelo João Bruno. O sinal enviado para
as primeiras colunas (subs) que depois distribuíam o
sinal via link, vinha directamente da D-Rack, garantindo-se assim que o sinal que chegava às colunas
não tinha nenhuma outra interferência ou adultera-
Os companheiros de palco e de música de Luiz Arantes. Na guitarra está Marco Reis, no baixo Pedro Martinho e na bateria David Jerónimo. Houve ainda uma surpresa
com a intervenção nas teclas do convidado Nuno Louro
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ção externa. Todo o processamento foi feito internamente na mesa e o resultado final foi perfeito.
O sistema Live X da Electro-Voice portou-se totalmente à altura, tendo sido utilizado tanto para as
várias apresentações feitas no local, como para a
apresentação do DVD e das várias entrevistas gravadas, assim como logo a seguir foi o sistema que
serviu como PA para todo o espectáculo do mestre
Luiz Arantes e da sua excelente banda.
O espaço Musicais conta com uma zona de mezzanine frontal ao “palco” e com uma zona lateral toda envidraçada, mas com a colocação/montagem que se
fez e com as muito boas capacidades que o sistema
permite, foi possível criar uma cobertura quase uniforme de todo o espaço. A única zona que se deixou
“em branco” foi a tal mezzanine, que estava fechada. Mas, mesmo assim, tivemos acesso a essa zona
durante momentos do concerto e até aí o som era
totalmente perceptível com muito boa pressão sonora. A zona por baixo da mezzanine seria uma zona
que criaria algumas dificuldades, visto que o rebaixamento do tecto nessa zona poderia criar zonas de
cancelamento e/ou reflexões, mas nada disso aconteceu. A projecção e potência das Live X e a mistura
de João Bruno soavam uniformes em todo o espaço
por onde o público se distribuiu, inclusivamente na
zona de bar, bem ao fundo.
Durante perto de duas horas, as mais de cem pessoas presentes puderam apreciar a espectacular técnica de Luiz Arantes na guitarra e ouvir alguns incríveis
temas instrumentais, tanto tocados individualmente
pelo guitarrista, como acompanhado pela sua banda.
No fim da noite, outro pormenor importante também se revelou neste sistema: a facilidade de desmontagem. Bastou simplesmente desligar as colunas, desligar os cabos, enrolá-los e o palco ficou
Já no fim da noite, Luiz Arantes e Vicky, um guitarrista
e um baterista, ambos com os seus DVD tutoriais
lançados pela Dread Monkey. Dois bons amigos
e dois excelentes músicos
limpo. Cada músico arrumou o seu equipamento,
nós arrumámos o sistema de som e em menos de
15 minutos a sala estava pronta para qualquer outro
evento. Mais-valias que sistemas deste tipo trazem.
10 em Live X
Como dizíamos, o sistema Live X é o mais acessível
da Electro-Voice neste tipo de sistemas de PA portáteis e é actualmente uma das melhores soluções
que conhecemos, para o preço. Bastante simples de
montar, com cada caixa suficientemente leve para
uma pessoa transportar e montar sozinha, simples
de perceber nas ligações, onde e quais são as entradas, simples de escolher se trabalha sozinha ou com
sub e, finalmente, basta rodar dois potenciómetros
para se pôr a tocar. E mesmo a situação de trabalhar
em link e com sub é extremamente simples de perceber pelo que reconhecemos neste sistema a qualidade típica dos equipamentos Electro-Voice.
Outros haverá da marca que permitem ainda muito
mais, mas este é ideal para o tipo de utilizadores que
fomos referindo. Certamente que qualquer banda de
bares, músicos que trabalhem a solo em clubes, ou
mesmo casas deste tipo que necessitem de um sistema de reforço sonoro frontal, têm no sistema Live
X uma séria escolha.
www.electrovoice.com
Distribuição: www.audium.pt

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