Rede 342

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Rede 342
Edição de Dezembro 2015 . Semana I
[email protected] www.adjorisc.com.br
são de investimento do
Sescoop em educação,
para 2016?
Entrevista: Marcos Antônio Zordan, presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina
Teremos resultado positivo,
mesmo que em menor escala
Em entrevista à Agência Adjori de Jornalismo, o presidente da Sindicato e Organização das
Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc/Sescoop), falou sobre como a crise afetou o setor em Santa Catarina. Ele destaca que, apesar de não repetir os bons resultados do
ano anterior, as cooperativas não tiveram prejuízos.
Agência Adjori de Jornalismo – O ano foi difícil para diversos setores da economia. Como
foi o desempenho das
cooperativas
catarinenses?
cional bruta das cooperativas cresce entre 6%
e 8%. O crescimento da
inflação, com o aumento
geral dos principais insumos da produção foi nosso maior problema.
Marcos Antônio Zordan - O ano foi difícil
para as cooperativas que,
no mercado, enfrentam
as mesmas dificuldades
e desafios das empresas
mercantis. As cooperativas não repetirão o crescimento de 2014, mas
terão resultado positivo,
mesmo que em menor
escala. A receita opera-
Adjori - Qual foi o setor que mais cresceu
neste ano, no ramo cooperativo? E qual foi o
mais afetado pela crise
econômica?
Zordan - De um modo geral, todos os ramos foram
afetados. As cooperativas agropecuárias e as de
crédito são aquelas com
melhor desempenho. As
cadeias produtivas da avicultura industrial, da suinocultura industrial, do
leite e dos grãos geraram
um grande movimento
econômico,
estimuladas pelas exportações e
pelo comportamento do
câmbio. O aumento geral dos custos, entretanto, reduziu as margens
de resultado. Por outro
lado, as cooperativas de
crédito aumentaram seu
protagonismo no mercado financeiro, com crescimento do número de
associados e no volume
das captações e das operações de crédito.
Adjori - E para 2016,
qual é a previsão?
Zordan - Infelizmente,
as projeções não são
boas. O consumo vai
diminuir e o desemprego vai aumentar. O ambiente de negócios no
Brasil não é bom. O nível de confiança de todos os agentes econômicos – especialmente
dos empresários – está
baixo. Entretanto, quem
estiver operando, trabalhando com uma cooperativa tem chance de
se sair melhor.
Adjori - Qual é a previ-
Zordan - O Sescoop/
SC deve investir R$ 22
milhões. Os principais
programas incluem formação e capacitação
profissional, promoção
social, monitoramento
e desenvolvimento de
cooperativas, ações centralizadas, ações delegadas, auxílio educação,
programa Cooperjovem,
Programa Jovens Lideranças Cooperativistas
(JovemCoop), mulheres
cooperativistas, jovem
aprendiz, auxílio-educação, programa de desenvolvimento da gestão de
cooperativas (PDGC),
formação para conselheiros administrativos
e fiscais para cooperativas de crédito (FORMACRED) e monitoramento
e auditoria em pequenas
cooperativas.
Adjori - Sobre programas voltados a jovens
e mulheres, estão previstas novidades para o
ano que vem?
Zordan - A participação
feminina no quadro social das cooperativas de
Santa Catarina chegou
a 37,2% (são 651.422
mulheres) e deve crescer
mais: até o fim deste ano
de 2015, as mulheres
SC
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representarão cerca de
40% do quadro de associados, com a ampliação
do Programa Mulheres
Cooperativistas . Também é expressiva a participação de jovens: eles
são 14,6% ou 255.400
jovens. Também serão
ampliados os programas
JovemCoop e o Cooperjovem, em parceria com a
rede de escolas públicas.
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A notícia que você lê aqui,
mais de 800 mil pessoas
também leem em toda
Santa Catarina
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pela Fecomércio/SC?
Caio Cezar
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Divulgação
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Santa Catarina
Adjori - Em breves
palavras, qual a mensagem que o senhor
gostaria de deixar aos
milhares de associados
de todo o Estado para o
final deste ano?
Zordan - Nós, os cooperativistas, estamos acostumados com desafios.
Respondemos por 11%
do PIB catarinense. A
força do cooperativismo
barriga-verde está nas
suas 253 cooperativas
que reúnem mais de 1,7
milhão de famílias associadas. Continuaremos
trabalhando de forma
cooperada, para que
sejamos cada vez mais
os protagonistas da mudança. Que o associado,
que é o objetivo da existência das cooperativas,
opere cada vez mais com
elas, que suas diretorias
com a autogestão continuem este trabalho democrático.
Entrevista: Bruno Breithaupt, presidente da Fecomércio/SC e 2° diretor secretário da Confederação Nacional do Comércio
Nossa situação é positiva,
comparada aos outros estados
Em entrevista à Agência Adjori de Jornalismo, o presidente da Federação do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) de Santa Catarina e 2° diretor secretário da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Bruno Breithaupt, faz uma avaliação de 2015 e fala
sobre perspectivas para 2016, para o setor. O catarinense explica que, mesmo com crescimento bem abaixo do esperado, o Estado tem mais condições de se recuperar do cenário de
retração econômica do que os demais estados.
Agência Adjori de Jornalismo - O ano de 2015
foi difícil para diversos
setores da economia.
Como foi para os setores de comércio, bens,
prestação de serviços e
turismo?
Bruno Breithaupt - No
aspecto econômico, o
ano de 2015 foi de dificuldades. Vivemos uma
desaceleração do consumo, que se expressa na
queda das receitas e na
retração das vendas no
comércio. Atualmente, as
vendas no Estado crescem a uma taxa mínima
de 0,4% no acumulado de
12 meses. Esse resultado
é muito pequeno comparado ao período de 2012
e 2013, quando as vendas cresciam a uma taxa
de 9%, 10%. No entanto,
nossa situação em Santa
Catarina ainda é positiva,
quando comparada com
os demais estados, que
já apresentam números
muito negativos. O que
explica esse resultado é
que aqui os fatores que
determinaram a queda
no consumo, como a desaceleração da renda e
aumento do desemprego, tiveram um impacto
mais reduzido do que
no resto do país. O desemprego, por exemplo,
ainda continua sendo o
mais baixo do Brasil. Isso
é importante, pois dá
condições para o Estado
se recuperar deste cenário de retração econômica, antes que os demais
estados.
Adjori - O anúncio de
cortes no Sistema S
ameaça a prestação de
serviços por programas
como o Sesc e o Senac
em todo o país. Como
estão as negociações
com o governo federal?
Breithaupt - A Fecomércio/S esc /S enac ,
bem como os sindicatos
de nossa base, trabalharam exaustivamente
no combate ao possível
confisco dos 30% do Sistema S. Obtivemos uma
grande vitória não só
no Sistema S, mas para
o país. Por meio desta
proposta aventada pelo
governo federal, abriu-se uma conjuntura em
que pudemos reforçar à
sociedade catarinense o
belo trabalho que nos-
sas estruturas executam
em todas as regiões do
Estado. A pressão social
e a empresarial fizeram
com que o governo desistisse do confisco naquele momento. Este
recrudescimento
do
governo não foi enviado
ao Congresso conforme
prometido, e abriu-se
uma negociação, que até
o momento não avançou.
No processo de diálogo,
a última reforma ministerial também chegou ao
Ministério da Casa Civil,
alterando os atores que
até aquele momento faziam este diálogo.
Adjori - Diante das dificuldades encontradas
pelos comerciantes em
2015, que tipo de ações
estão sendo propostas
Breithaupt - O Brasil só
irá progredir se grandes
reformas forem realizadas, entre elas uma
reforma tributária, que
reduza e simplifique os
impostos pagos, e uma
trabalhista, que equalize os ganhos salariais
com os crescimentos
da produtividade. É necessário aprofundar a
desburocratização (reduzir tempo para abrir
uma empresa) e realizar
mais investimentos em
inovação, infraestrutura
e educação para aumentar a produtividade da
economia brasileira e reduzir os juros no médio
prazo, o maior gargalo
da economia brasileira
atualmente.
Portanto, a solução passa invariavelmente por
gerar maior incentivo
aos investimentos privados, melhorar a infraestrutura dos transportes
e das telecomunicações
e incentivar uma maior
concorrência dentro dos
setores, para estimular
investimentos em tecnologia e elevar a produtividade, que historicamente permanece estagnada,
nos impedindo de atingir
melhores níveis de desenvolvimento econômico e social.
Adjori - O que os comerciantes e prestadores de serviço podem
esperar para o ano que
vem? A expectativa
é de crescimento ou
mais dificuldades para
o setor?
Breithaupt - O ano de
2016 será um ano com
um resultado no PIB
ainda negativo, mas que
poderá nos apontar para
períodos melhores, uma
SC
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vez que os fundamentos
da economia brasileira retornem aos trilhos. Tudo
indica que no próximo
ano a inflação perderá
força, proporcionando a
recuperação do poder de
compra das famílias. Neste cenário, o comércio
terá papel fundamental
na recuperação do país,
especialmente em nosso
Estado, que já apresenta
sinais de crescimento.
Adjori - Que mensagem
o senhor gostaria de
deixar para os comerciantes e prestadores
de serviço catarinenses
neste final de 2015?
Breithaupt - Apesar de
preocupante, o ano de
2016 abre espaço para
o avanço de muitas bandeiras históricas do setor
produtivo,
superando
a agenda de ajustes recessivos para entrada
em um círculo virtuoso
na economia. O setor de
comércio e serviços é capaz de superar os atuais
desafios e liderar o nascimento de um novo Brasil.
Os números provam e eu
acredito no empresário
catarinense, no seu DNA
do empreendedorismo e
da inovação.
A despeito de todas as dificuldades que possamos
encontrar em nosso dia
a dia, nossas habilidades
como comerciantes e
prestadores de serviços
fazem com que estejamos sempre aptos a pensar em uma saída criativa
para qualquer adversidade. É desta forma que
encerraremos este ano e
inauguramos o próximo,
cumprindo e reforçando nossa função social
como empresários, empregadores, geradores
de renda e motores dessa economia.

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