programa - Companhia Nacional de Bailado
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programa - Companhia Nacional de Bailado
PRÓXIMOS ESPECTÁCULOS LA SYLPHIDE Coreografia Auguste Bournonville Música Herman LØvenskiold Remontagem e Coreografia Adicional Jan Linkens ORQUESTRA SINFÓNICA PORTUGUESA Direcção Musical Osvaldo Ferreira LISBOA, TEATRO NACIONAL DE SÃO CARLOS NOVEMBRO 2010 dias 20, 24, 26 e 27 às 21h; dia 21 às 16h TARDE FAMÍLIA dia 28 às 16h ESPECTÁCULO PARA ESCOLAS dia 25 às 15h DEZEMBRO 2010 dias 3, 10, 11 e 17 às 21h; dia 12 às 16h LES NOCES AS BODAS BRONISLAVA NIJINSKA FAUNO VASCO WELLENKAMP LE SACRE DU PRINTEMPS A SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA CAYETANO SOTO LISBOA, TEATRO CAMÕES Outubro 2010 dias 27, 28, 29, 30 às 21h; dia 31 às 16h Tarde família dia 30 Outubro às 16h ALMADA, TEATRO MUNICIPAL dia 3 Novembro às 21h30 TARDES FAMÍLIA dias 5 e 18 às 16h ESPECTÁCULOS PARA ESCOLAS dias 2, 9 e 15 às 15h Apoio financeiro A Companhia Nacional de Bailado (CNB) foi criada por iniciativa governamental, em 1977, por COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO despacho de David Mourão Ferreira, então Secretário de Estado da Cultura. Marca de um país que se queria moderno e democrático, desejando uma estética diferente (e em parte oposta) à estética do Estado Novo, a CNB pode ser incluída nas conquistas culturais da ‘Revolução dos Cravos’. Tal como aconteceria noutras áreas (da economia à política de negócios estrangeiros e à política nacional), também a CNB revelaria as flutuações de uma época em busca do seu próprio sentido. Qual o quadro institucional de enquadramento da CNB? Como realizar a complexa missão de combinar o repertório internacional com a edificação de um repertório nacional? Como identificar a qualidade estética e técnica dos programas e sobretudo o que fazer para qualificar intérpretes e criadores? Que fazer também para o desenvolvimento dos Texto Daniel Tércio públicos de dança? Entre 1978 e 1993, a Direcção Artística da CNB esteve a cargo de Armando Jorge, a que se seguiu Isabel Santa Rosa nos dois anos seguintes. Genericamente, este período foi marcado pela montagem de grandes obras de repertório internacional. A CNB apresentou então a primeira realização nacional de produções integrais de bailados como La Sylphide, Raymonda, O Lago dos Cisnes, Coppélia, Don Quixote e Romeu e Julieta; recuperou clássicos como Grand Pas-de-Quatre, Giselle, Les Sylphides, Petruchka, La Bayadère, O Pássaro de Fogo, O Quebra-Nozes, A Sagração da Em Maio de 2001, Ana Pereira Caldas foi nomeada Directora combinar o repertório internacional a sua Direcção Artística. Um ano mais tarde, com a com a edificação de um repertório CNB passou a contar com um espaço de exibição altamente nacional? Como identificar a qualidade clássicas com a criação nacional, não excluindo criações estética e técnica dos programas e Deputter – passaria a ser o seu desafio. sobretudo o que fazer para qualificar Simultaneamente, a CNB desenvolveu relações com outras intérpretes e criadores? Que fazer Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Metropolitana também para o desenvolvimento dos Pianos de Amesterdão e ainda com diversos músicos e públicos de dança?» da CNB e em Setembro de 2002 Mehmet Balkan assumiu associação do Teatro Camões como a ‘Casa da Dança’, a qualificado. Combinar a remontagem das grandes peças mais experimentalistas – estas programadas por Mark estruturas de criação, trabalhando nomeadamente com a de Lisboa, Orquestra Nacional do Porto, Quarteto de maestros portugueses. Em Outubro de 2007, Vasco Wellenkamp foi nomeado Primavera, As Bodas e La Fille Mal Gardeé, entre outros. Apresentou também obras de Balanchine, Director Artístico, prosseguindo o desígnio de conjugar Lifar, Lichine, Joos, Limón, van Dantzig, Nebrada e Lubovitch e dos portugueses Armando Jorge, o repertório clássico com a criação contemporânea, Fernando Lima, Carlos Trincheiras e Olga Roriz. incluindo a criação nacional. Em Junho de 1996, Jorge Salavisa foi convidado para reestruturar a CNB, tendo assumido, em Durante o mês de Setembro de 2010, Luísa Taveira Setembro desse ano, o cargo de Presidente do Instituto Português do Bailado e da Dança, exerceu as funções de assessora do OPART, assumindo associação cultural que então tutelava a Companhia. A opção do repertório contemporâneo a Direcção Artística da CNB e do Teatro Camões a 1 de conquistou espaço, através de uma estratégia de convites a coreógrafos de dimensão internacional Outubro do mesmo ano. e da organização dos ‘estúdios coreográficos’. A partir de 1996, sob a sucessiva direcção artística de Salavisa (1996-1999), de Luisa Taveira (1999-2000) e de Marc Jonkers (2001-2002) e Mehmet Balkan (2002-2007), a CNB apresentou obras de criadores como Michael Corder, William Forsythe, Anne Teresa De Keersmaeker (em estreia absoluta), Hans van Manen, Robert North, Heinz Spöerli, Nacho Duato, Renato Zanella, Pierre Wyss, Behyan Murphy, Marco Cantalupo, David Fielding, e dos coreógrafos portugueses Rui Lopes Graça, Olga Roriz e Vasco Wellenkamp. 04 / 05 « Como realizar a complexa missão de Natural do Porto, começou a estudar dança aos nove anos, com o professor Pirmin Treku. Em Entre 1996 e 2000, a convite de Jorge Salavisa, assume as No âmbito da programação do Centro Cultural de Belém, 1974, juntamente com alguns dos seus colegas, funda o Grupo Experimental de Bailado do Porto, funções de Directora Artística Adjunta e, posteriormente, funda em 2010, a Companhia Maior, um projecto de com o qual desenvolve uma intensa actividade artística, realizando espectáculos no norte do país. de Directora Artística da Companhia Nacional de Bailado. intérpretes com mais de 60 anos, provenientes de todas as Um ano depois, entra na Upper School do Royal Ballet, em Londres, na qualidade de bolseira da áreas artísticas. Fundação Calouste Gulbenkian, e aí finaliza os seus estudos com Maryon Lane, Pamela May, Piers Em 2001, é convidada para assessora da área da dança da Beaumont, Leonid Massine e Ninette de Valois, entre outros. administração da Fundação Centro Cultural de Belém. Encontra-se na fase final do mestrado em Práticas Mais tarde, passa a adjunta para a programação com Culturais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da De regresso a Portugal, ingressa na Companhia Nacional de Bailado – da qual é membro fundador responsabilidades nas áreas da dança, do teatro e da Universidade Nova de Lisboa. – sendo escolhida, logo na temporada inaugural da companhia, para o papel de Odete, do Lago ópera, exercendo também as funções de coordenação da dos Cisnes. Aqui, tem a oportunidade de dançar os papéis principais do repertório clássico e neo- programação das orquestras e formações musicais em Desde Outubro de 2010, é Directora Artística da -clássico e também de interpretar um sem número de criações coreográficas, muitas das quais residência, dos ciclos temáticos e de alguns dos festivais. Companhia Nacional de Bailado e do Teatro Camões. especialmente concebidas para si. Assume, entre 2003 e 2007, as funções de professora Entre 1985 e 1988, é artista convidada de várias companhias europeias com as quais dança em coordenadora do ramo de espectáculo da Escola Superior Inglaterra, Bélgica, França, Alemanha, Suíça, Itália e Áustria, destacando-se a sua participação no de Dança, do Instituto Politécnico de Lisboa. London City Ballet. Durante a temporada de 1986, junta-se, como bailarina principal, ao elenco da LUÍSA TAVEIRA DIRECÇÃO ARTÍSTICA NAPAC Dance Company, a primeira companhia de dança multirracial da África do Sul, sediada na Foi por diversas vezes chamada a fazer parte dos júris de Playhouse de Durban, e com a qual percorre, em digressão, todo o país. apoio à dança e projectos transdisciplinares do Ministério da Cultura, bem como para júri dos prémios Almada e Dos seus “partners” destaca Guilherme Dias (CNB), Michael Corder (Royal Ballet), Anatoli Grigoriev Ribeiro da Fonte. Em 2005, faz também parte do júri (Kirov Ballet) e Phillip Betley (London Festival Ballet). internacional de dança, no âmbito das comemorações do 4º centenário da publicação de D. Quixote, a convite do Em 1982, recebe o prémio de imprensa para a melhor bailarina. Instituto Cervantes, em Madrid. Com um forte desejo de alargar a sua experiência de intérprete a outras facetas da dança para Em 2005, integra a equipa de programação de Faro Capital além da clássica, ingressa no Ballet Gulbenkian em 1988, interrompendo no entanto a sua estadia da Cultura, como responsável artística para as áreas da um ano depois, para ser mãe. Por esta altura, começa a ensinar no Conservatório Nacional, onde dança e do novo-circo. permanece durante 13 anos. Aqui fez também parte da direcção da escola e ajuda a elaborar o curriculum de ensino integrado da escola, numa experiência inédita do ensino artístico em Portugal. Foi também, durante a sua estadia no Conservatório Nacional, responsável pela realização dos espectáculos anuais dos alunos. 06 / 07 A estreia de As Bodas dividiu a assistência e a crítica mas marcou um AS BODAS Coreografia Bronislava Nijinska Canto, Música e Argumento Igor Stravinski Cenografia e Figurinos Natalia Gontcharova Remontagem Coreográfica,Cénica e Ensaios Maria Palmeirim momento particularmente significativo na estética diaghileviana e, até, na evolução do ballet. O pequeno escândalo, os entusiásticos aplausos e a frenética pateada com que o bailado foi recebido encheram de alegria Diaghilev que ao contrário do que alguns temiam pôde confirmar a sua aposta no talento de Nijinska; ele sabia que a coreógrafa não iria trilhar o caminho estético inspirador de seu irmão: é que, enquanto Nijinski se inspirava nas atitudes e nos movimentos corporais evidenciados pelos vasos gregos clássicos, Nijinska procurou inspirar-se nas formas da arte medieval e, no caso de As Bodas, numa Idade Média tal como os ícones russos a revelavam. Já pela originalidade da partitura musical de Stravinski e pela concepção modernista dos cenários e figurinos, em que Estreia Absoluta Paris, Teatro da Gaite Lyrique Bailados Russos de Sergei Diaghilev, 13 de Junho 1923 Estreia CNB Lisboa, Centro Cultural de Belém 22 de Junho 1994 Gontcharova conseguira um belíssimo revival dos ícones russos medievais, já pelo geometrismo coreográfico de Nijinska, As Bodas eram para Diaghilev o exemplo máximo de como o expressionismo e a eurítmica dalcrozeana podiam rejuvenescer a dança académica na sua verdadeira essência e de como novas concepções do espectáculo podiam servir o ballet. Texto Tomaz Ribas, 1994 Artistas CNB As Bodas 08 / 09 Nascida em Minsk, em 1891, Bronislava Fominitchna Entre as suas obras destacam-se Renard (1922), Les Noces Nijinska distinguiu-se como bailarina, coreógrafa e maítre (1923), Les Biches e Le Train Bleu (1924), Le Baiser de Ia Fée e de ballet. Tal como seu irmão Nijinski, estudou na Escola Bolero (1928), La Valse e Aubade (1929). do Ballet Imperial de São Petersburgo e pertenceu ao Teatro Mariinski, que também abandonou em 1911. A sua reputação como um dos mais altos expoentes da inovação coreográfica no séc. XX foi confirmada com a Prosseguindo a sua carreira com os Ballets Russes de reposição de Les Noces, pelo Royal Ballet em 1966. Sergei Diaghilev, para quem criara papéis na estreia dos bailados Carnaval e Petruchka, de Fokine, apresentou-se Morreu em Los Angeles, em 1972. em 1914, na Companhia de seu irmão, em Londres, e regressou a Petrogrado no dealbar da I Grande Guerra, onde coreografa o seu primeiro bailado La Tabatière. Em 1921, já depois de ter aberto uma escola em Kiev, onde Serge Lifar foi aluno, regressa definitivamente ao Ocidente e reintegra os Ballets Russes como bailarina e coreógrafa. Nos anos 20, trabalhará sucessivamente BRONISLAVA NIJINSKA COREOGRAFIA na Ópera de Paris, no Teatro Cólon de Buenos Aires e na Companhia de Ilda Rubinstein. Em 1930/31, trabalhou na Ópera Russa de Paris, estabelecendo no ano seguinte a sua própria companhia. Em 1937 é Directora Artística dos Ballets Polonais de Paris e, em 1938, abre uma escola em Los Angeles. A partir de 1945, colabora sobretudo como maítre de ballet nos Grands Ballets do Marquês de Cuevas. Tomislav Petranovic, Artistas CNB As Bodas 10 / 11 Inspirado num poema de Mallermé, Debussy estreou, em 1894, o Prélude à FAUNO Coreografia Vasco Wellenkamp Música Claude Debussy Prélude à l'après midi d'un faune Cenografia e Figurinos Vasco Wellenkamp Desenho de Luz Vitor José e Vasco Wellenkamp Ensaios Patrícia Henriques (ensaiadora convidada) L’Après Midi d’un Faune que muitos especialistas consideram como o prenúncio do modernismo e um dos expoentes do impressionismo. Em 1912, Nijinski, a convite de Diaghilev, coreografou e dançou o seu Prélude à L’Après Midi d’un Faune provocando um escândalo nos meios conservadores da Dança Clássica. A CNB, associando-se ao movimento internacional que comemora os 100 anos da criação da Companhia Ballets Russes de Diaghilev, apresenta este programa que lhe é dedicado. Foi a pensar neste programa que resolvi rever coreograficamente O Prelúdio à Sesta de um Fauno que coreografei no extinto Ballet Gulbenkian, em 1990 e, na Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, em 2001. Nesta Estreia Absoluta Lisboa, Teatro Camões Companhia Nacional de Bailado, 28 de Maio 2009 última versão, intitulada Fauno, inspirei-me na dualidade meio homem meio animal dessa figura mítica. No sonho erótico do animal demoníaco procurei retratar a sua avidez sensual e, na imprecisão da sua humanidade, alcançar a beleza e os sinais irreprimíveis das emoções humanas. Este é, no entanto, um Fauno substancialmente diferente dos que coreografei anteriormente na exacta medida em que as circunstâncias, os intérpretes e a maturidade, que entretanto adquiri, fizeram de mim um coreógrafo igualmente diferente. Dito isto, quero deixar claro que não renego as versões que fiz no passado, muito pelo contrário, mas que o impulso criativo que hoje me motiva corresponde a outro tempo. Texto Vasco Wellenkamp, 2009 12 / 13 Miguel Ramalho Fauno, Festival ao Largo 2010 Vasco Wellenkamp iniciou os estudos de bailado em 1961 de Bailado do Teatro de Zagreb, entre outras. Em Janeiro com Margarida de Abreu e Fernando Lima, no Grupo de 1999 criou a Companhia Portuguesa de Bailado Verde Gaio. Em 1968, ingressou no Ballet Gulbenkian. De Contemporâneo que dirigiu até Outubro de 2007. Foi 1973 a 1975 foi bolseiro do Ministério da Educação em Nova nomeado Director Artístico do Festival de Sintra, em Iorque, na Escola de Dança Contemporânea de Martha Setembro de 2003. Graham, onde se formou em Dança Moderna. Ainda em Nova Iorque, frequentou o curso de composição Vasco Wellenkamp recebeu por duas vezes o Prémio coreográfica de Merce Cunningham e trabalhou com de Imprensa (1974 e 1981). Foram-lhe ainda atribuídos Valentina Pereyslavec no American Ballet Theatre. Em os Prémios do Semanário Sete (1982), da Revista Nova 1978, como bolseiro da Fundação Gulbenkian, frequentou Gente (1985 e 1987) e da Rádio Antena 1 (1982). Em 1996, o curso para coreógrafos e compositores da Universidade foi galardoado com a medalha de ouro e o prémio para de Surrey em Inglaterra. o melhor coreógrafo, no II Concurso Internacional de Dança do Japão, com a obra A Voz e a Paixão. Em 1994, a 10 VASCO WELLENKAMP COREOGRAFIA De 1977 a 1996 desempenhou as funções de coreógrafo de Junho, dia de Portugal de Camões e das Comunidades residente, professor de Dança Moderna e ensaiador do Portuguesas, foi condecorado com o grau de Comendador Ballet Gulbenkian. Em 1975 foi nomeado professor de da Ordem do Infante D. Henrique, por sua Excelência o Dança Moderna da Escola de Dança do Conservatório Senhor Presidente da República, Dr. Mário Soares. Nacional, e em 1983, professor coordenador da Escola Superior de Dança de Lisboa. Vasco Wellenkamp tem sido Cria em 2005 a sua primeira coreografia para a Companhia convidado por várias companhias estrangeiras a criar Nacional de Bailado tendo sido o seu Director Artístico de novas obras coreográficas: no Brasil coreografou para Outubro de 2007 a Outubro de 2010. o Ballet do Teatro Municipal de São Paulo, o Ballet de Niterói, a CIA Cisne Negro e o Ballet Guaíra, na Argentina coreografou para o Ballet Contemporâneo do Teatro San Martin, na Inglaterra, para o Extemporary Dance Theater, o Dance Theater Comune e a Companhia Focus On, na Suiça para o Ballet du Grand Theatre de Gèneve, em Itália para o Balletto di Toscana e na Croácia para a Companhia Alba Tapia, Miguel Ramalho Fauno, Festival ao Largo 2010 14 / 15 Vera Alves, Artistas CNB A Sagração da Primavera Após o historial de um século de apresentações de A Sagração da Primavera, A SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA e de incontáveis interpretações coreográficas do sacrifício humano pagão, Coreografia Cayetano Soto Torna-se hoje demasiado evidente que não é possível manter o fantasma da Música Igor Stravinski depuração social através do sacrifício de um bode expiatório. A florescente Dramaturgia Nadja Kadel etnologia que emergiu durante a época colonial, no início do séc. XX, projectou Figurinos e Desenho de Luz Cayetano Soto estes mecanismos depurativos para sociedades arcaicas, ultrapassando após um dos maiores escândalos nas artes do espectáculo do século XX, e das inúmeras tentativas de reconstituição da coreografia original, Cayetano Soto pretende reinterpretar a composição de Stravinski integrando o tema do sacrifício humano. deste modo o facto de que a realidade num mundo laico actual é muito Ensaios Cristina Maciel, Rui Alexandre mais complexa. Aos olhos de Soto a sociedade desintegra-se e divide-se em grupos rivais que, de facto, seleccionam inúmeras vítimas, mas que já não se apercebem do efeito redentor destes sacrifícios. Estreia Absoluta Faro, Teatro Municipal de Faro Companhia Nacional de Bailado, 28 de Maio 2010 Texto Nadja Kadel, 2010 16 / 17 "Nada do que foi escrito até hoje acerca dos motins ocorridos durante a estreia de A Sagração da LE SACRE DU PRINTEMPS Primavera se aproxima sequer de longe do que realmente aconteceu. O teatro parecia ter sofrido um terramoto. Tudo parecia tremer. As pessoas gritavam insultos, vaiavam e assobiavam, abafando a música. Agrediam-se umas às outras. Não tenho palavras para descrever a cena.” Valentine Gross-Hugo, uma das críticas de teatro da estreia em Paris de A Sagração da Primavera a 29 de Maio de 1913, mostrou-se claramente transtornada pelos acontecimentos dessa noite. Embora tenha sido uma apoiante da peça revolucionária, ainda não podia saber que a coreografia de Vaslav Nijinski definida para a música de Igor Stravinski iria tornar-se não só num dos maiores Texto Nadja Kadel escândalos teatrais da história, mas também numa das peças mais influentes do século XX. Após a história de quase um século de encenações de A Sagração da Primavera, após um número incontável de interpretações coreográficas e tentativas de reconstrução da coreografia original, Cayetano Soto preocupa-se agora com a reinterpretação do tema do sacrifício humano pagão musicalmente desenvolvido por Stravinski. Ele escreveu o seguinte acerca da sua composição: “Quando escrevi as últimas páginas de O Pássaro de Fogo em São Petersburgo, de repente, um dia, senti-me totalmente dominado, de forma completamente inesperada, já que comecei a pensar noutra coisa, na visão de uma grande cerimónia pagã: um grupo de anciãos sentados em círculo e a observar a dança da morte de uma jovem rapariga, prestes a ser sacrificada em honra do deus da Primavera. Era esse o tema de A Sagração da Primavera.” A nova interpretação de Soto omite propositadamente o motivo do ritual primaveril e a definição cénica pré-histórica russa. As criaturas míticas, como os padres pagãos, os anciãos sábios ou as « Nada do que A primeira parte consiste numa situação de crise que se das vezes estáticas no bailado clássico, movimentam-se vai tornando cada vez mais ameaçadora e numa agressão como se fossem ondas. Em particular, os Pas-de-Deux, foi escrito até crescente, também indicada pelo design cénico no início são tecnicamente exigentes e requerem que os bailarinos da peça. Indivíduos e casais destacam-se da formação dêem o seu máximo, uma vez que executam movimentos hoje acerca dos e formam várias frentes. Os territórios são marcados e rápidos e incomuns e, muitas vezes, quase acrobáticos. deslocados. A tensão aumenta e culmina no confronto Contudo, os bailarinos permanecem frequentemente motins ocorridos entre três grupos rivais. A segunda parte consiste na em plié e quase nunca ocorrem saltos, o que confere ao procura do bode expiatório, cujo sacrifício significa a bailado um ar de ter sido firmemente enraizado no solo, durante a estreia esperança de uma sociedade decadente de reinstaurar não obstante os movimentos dinâmicos. de A Sagração mítico para a auto-purificação como uma ilusão, como A Sagração da Primavera de Soto não insiste em que um uma projecção da etnologia colonial do início do século determinado indivíduo seja a vítima escolhida Em vez disso, da Primavera se XX. Num mundo moderno complexo, que já não possui vários actores, homens e mulheres em fatos idênticos, são uma referência clara a Deus, não é só a eficácia do papel marcados como possíveis vítimas em situações que se vão aproxima sequer do sacrifício, mas também a atribuição tradicional deste alterando. Eles podem ser reconhecidos pela sua postura e papel a certos indivíduos, que se foram tornando cada pelos seus gestos universalmente compreensíveis: os seus de longe do vez mas incertas: hoje em dia, quase qualquer pessoa braços abertos e erguidos são indefesos, as suas cabeças se pode tornar numa vítima e os contextos sociais do baixas dão ênfase à humilhação, à vulnerabilidade e à que realmente sacrifício são infinitos – família, trabalho, igreja, política, fragilidade. Um saco de papel sobre a cabeça é ridículo e guerras, etc. – e, mesmo assim, já não existem certezas provoca o riso e simboliza o peralvilho, o ornamento do aconteceu. » acerca da absolvição. condenado à morte ou a coroa de espinhos. Se, de facto, a sua unidade. Mas Soto expõe este caminho arcaico e terá ou não lugar um sacrifício no final desta encenação virgens puras cujas mortes eram dedicadas aos deuses, têm muito menos interesse para ele do Este drama desesperançado e sem qualquer possibilidade de A Sagração da Primavera, é algo que fica em aberto à que o significado e relevância contemporâneos do tema do sacrifício. No entanto, Soto respeita de catarse, que ameaça tornar-se cada vez mais quente interpretação de cada um. Ou melhor, tem de ficar em em simultâneo a estrutura que Stravinski atribuiu à sua composição. A Sagração da Primavera com as mudanças constantes dos papéis concebidos para aberto, uma vez que, para a sociedade moderna, não existe é composta por duas partes, “A Adoração da Terra” e “O Sacrifício”, consistindo cada qual numa a música agitada de Stravinski, exige uma linguagem de absolvição fora dela própria. introdução e em vários movimentos breves. A sua coreografia retrata estas partes através da movimento com uma forte dinâmica. A dança de Soto é dança, bem como através de um sofisticado conceito de luz, especialmente, na segunda parte construída sobre uma base clássica que, muitas vezes, que, na versão original, ocorre durante a noite. é modificada por pés flectidos e virados para dentro. As partes superiores dos corpos dos bailarinos, na maioria 18 / 19 Cayetano Soto nasceu em Espanha em 1975. Iniciou Em Outubro criou uma coreografia para quatro bailarinos, os estudos de dança na sua terra natal, Barcelona, no inspirado na Missa em Sol Menor de Mozart, tocada ao vivo Instituto del Teatro e prosseguiu no Royal Conservatorium e dançada na igreja St. Egidien, em Nuremberga. em Haia. Após a sua graduação, Cayetano Soto dançou com a IT Dansa, em Barcelona, antes de integrar o Ballet Em 2009 criou Zero in on para o Augsburg Ballet, coreografou Teatro de Munique, no ano seguinte. Aí criou, com o seu primeiro bailado Fugaz em Aspen Santa Fee, sucesso, vários bailados para a companhia. Cayetano apresentou M/C em Dortmund e criou uma nova versão Soto prosseguiu com a criação de Cotidiano para o Festival de Carmen para o Dortmund Ballet. Devido ao sucesso em Internacional de Dança em Veneza, e 24FPS, para o Royal Dortmund, Brno na República Checa decidiu repor esta Ballet de Flandres, pelo qual recebeu o prémio Hapag versão de Carmen, em 2010. A primeira criação de Soto em Lloyd, em Abril 2006. 2010 foi Kiss me goodnight para a Introdans em Arnhem, seguido de um solo para a primeira solista do Ballet Estatal Criou a sua versão de Sonho de uma Noite de Verão, que da Baviera, Lisa-Maree Cullum, criado para a apresentação estreou em Julho 2006 em Lübeck. Na primavera de 2007 da nova colecção da marca Talbot Runhof na semana da criou Dependent Behaviour para o Ballet de Staatstheater moda de Paris. Braunschweig e em Julho desse ano foi convidado a CAYETANO SOTO COREOGRAFIA coreografar a peça Not Yet, para o Northwest Pacific Esta é a sua primeira criação para a Companhia Dance Project, em Oregon o qual, pelo sucesso obtido, Nacional de Bailado. integrou de imediato o reportório dessa Companhia. No Outono de 2007 a sua nova criação M/C, sobre a relação de Marilyn Monroe com Truman Capote, estreou no Royal Ballet de Flandres. Na primavera de 2008 criou Two at a Time, para o Ballet de Estugarda, e no verão desse ano Last but not Least para o Northwest Pacific Dance Project. Em Julho, criou Canela Fina produzida em parceria com o Grand Teatre del Liceu de Barcelona, que estreou no Ballet da Cidade de São Paulo. Samuel Retortillo, Alvaro Dule A Sagração da Primavera 20 / 21 IGOR STRAVINSKI NATALIA GONTCHAROVA CLAUDE DEBUSSY VITOR JOSÉ NADJA KADEL AS BODAS / A SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA MÚSICA AS BODAS CENÁRIO E FIGURINOS FAUNO MÚSICA FAUNO DESENHO DE LUZ A SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA DRAMATURGIA Nascido em Oranienbaum, em 1882, Igor Fedorovi- Nasceu na aldeia de Nagaevo, na Rússia, em 1881. Claude Achille Debussy (1862-1918) nasceu em Saint- Iniciou a sua carreira profissional na empresa Euro- Nadja Kadel nasceu em Estugarda e reside em tch Stravinski ocupa um lugar único no mundo da Estudou escultura na Academia de Arte de Moscovo, -Germain-en-Laye e faleceu em Paris, vítima de can- som exercendo funções de técnico de iluminação. Berlim. Após a sua graduação em ciências da criação de música para bailado, ultrapassando o de mas enveredou pela pintura em 1904. Inspirou-se pro- cro. Aos dez anos entrou no Conservatório Superior de Destacam-se os trabalhos realizados para a Academia educação, terapia da dança e gestão de artes na Tchaikovski (com quem tem sido frequentemente fundamente nos aspectos primitivos da arte popular Paris, e em 1880, inscreve-se num curso de composi- de Dança de Lisboa, Serenim Cultural Dona Maria I e os Alemanha, Holanda e Estados Unidos, Nadja Ka- comparado). russa e tentou reproduzi-la no seu trabalho, incor- ção, ganhando em 1884 o concurso “Prix de Rome”. Foi concertos de Bruce Springestein Wourld Tour 93 e U2 Zoo del cooperou com Marco Goecke, e representa O interesse de Stravinski pelo bailado começou mui- porando nela elementos do fauvismo e do cubismo. contratado para pianista da baronesa Von Meck, pro- Europa. actualmente alguns coreógrafos, o legado coreo- to cedo e acompanhou-o até à sua morte, em 1971. Junto com o seu marido Mikhail Larionov foi pioneira tectora de Tchaikovski, o que lhe valeu viagens pela Em 1996 ingressou no curso de iluminação da empresa gráfico de Uwe Scholz, várias companhias e pro- Foi Diaghilev quem descobriu todo o potencial coreo- no desenvolvimento do Raionismo. Foram os prin- Europa, conhecendo nessa época Wagner e Liszt. Vi- Luzeiro, tendo entre vários formadores o Eng. Siamanto fissionais da dança em assuntos organizacionais e gráfico da sua música, ao ouvir Scherzo Fantástico e cipais progenitores da Rússia vanguardista da pré- sitou Bayreuth pela primeira vez em 1888 tendo sido Ismaily. A formação prática foi realizada nos estúdios da artísticos. Fogos de Artifício num concerto em São Petersburgo, -revolução, organizando a exposição Donkey’s Tail de influenciado pela música de Wagner. Sofreu grande estação de televisão SIC e no Teatro Nacional São Carlos. Em dramaturgia da dança trabalhou com Marco em 1909. Já radicado nos Estados Unidos da América, 1912, e expondo com Der Blaue Reiter (O Cavaleiro influência dos pintores impressionistas franceses, A convite do chefe do sector de iluminação – Pedro Goecke na produção de Sweet Sweet Sweet para o o compositor manteve uma estreita colaboração Azul) em Munique, no mesmo ano. cruciais no desenvolvimento do seu estilo musical. Em Martins – ingressou no Teatro Nacional de São Carlos Ballet de Estugarda e Ballet de Leipzig, Bravo Char- com Balanchine, que conhecera quando este traba- A influência do Futurismo russo é muito evidente 1890, compôs os Nocturnes, Prélude à l'après midi d’un no ano de 1997. Em 2000 assumiu as funções de Che- lie, Supernova e Pierrot Lunaire para o Ballet de lhava com Diaghilev. nas obras posteriores de Goncharova. Inicialmente faune e Suite Bergamasque. Apesar de serem considera- fe de Iluminação na Companhia Nacional de Bailado Scapino, e Espectro da Rosa para os Ballets de Mon- Para bailado, Stravinski compôs, expressamente, as dedicada à pintura de ícones e da arte popular ét- das três obras-primas, Debussy só alcançaria algum adaptando desde essa data os desenhos de luz do re- te Carlo. Cooperou ainda com Tomi Paasonen para partituras de O Pássaro de Fogo, e Petruchka (Fokine, nica russa, Goncharova tornou-se famosa na Rússia respeito como compositor após a estreia em Paris portório da Companhia, onde se destacam os coreó- a produção Best Before em Berlim e com Cayetano 1910 e 1911), A Sagração da Primavera (Nijinski, 1913), O pela sua obra Futurista, de que é exemplo O Ciclista da sua ópera Pélleas e Mélisande. A música de piano grafos Nacho Duato, Forsythe, Cranko, Kylián, Balan- Soto em M/C, no Royal Ballet da Flandres, Cane- Canto do Rouxinol e Pulcinella (Massine, 1920), As Bodas e obras posteriores Raionistas. Envolveu-se também de Debussy permanece famosa e os seus dois livros chine, Bigonzetti, Spoerli. la Fina no Ballet da Cidade em São Paulo, Carmen (Nijinska, 1923), Apollo Musageta (Bolm, 1928), Jeu de no desenho gráfico, na escrita e ilustração de livros de prelúdios contêm o melhor das suas composi- Realizou vários desenhos de luz para bailados do repor- com o Ballet Dortmund e Kiss me goodnight com a Cartes, Orfeu e Agon (Balanchine, 1937, 1948 e 1957) e em estilo Futurista. Foi membro do grupo vanguar- ções.Parece incontestável afirmar que as suas com- tório da CNB, tais como: Anfractus de Filipe Portugal, Introdans. Scènes de Ballet (Dolin, 1944). dista Der Blaue Reiter desde 1991. Em 1915 começou posições influenciaram outros compositores, seus Bach a l`Oriental e Lago dos Cisnes de Memhet Balkan Nadja Kadel é também conferencista nos Festivais A propósito da substância russa que impregna a obra a desenhar figurinos e cenários para bailado, em contemporâneos ou posteriores, tais como: Ravel, e Fauno do coreógrafo Vasco Wellemkamp. Realizou de Baden, na Alemanha, e colabora em publica- de Stravinski, sobretudo no período dos Ballets Rus- Genebra, nomeademente para o bailado Liturgia, Satie, Stravinski e Bartók. Assim como os pintores em 2009 o desenho de luz para Sete Pecados Mortais de ções de bailado e dança. ses, refira-se Debussy quando, em 1915, escrevia ao encomendado por Diaghilev a Goncharova, Léonide impressionistas nos levam a pensar na França do sé- Bertolt Brecht. autor da Sagração: "Caro Stravinski, você é um grande Massine e Igor Stravinski. Estabeleceu-se em Paris culo XIX, a música de Debussy remete-nos à França A actividade profissional é complementada pela do- artista. Seja, empenhadamente, um grande artista em 1921 onde desenhou inúmeros cenários para os dos primeiros anos do século XX, marcando o fim da cência no ensino profissional na área do espectáculo e russo. É tão belo ser-se do seu próprio país, estar li- Ballets Russes de Sergei Diaghilev. Adquiriu cidadania era wagneriana. é mestrando no ISCTE na área da Gestão Cultural. gado à terra como o mais humilde dos camponeses." francesa em 1939. 22 / 23 24 / 25 ELENCO ARTÍSTICO 22 30 11 12 13 14 23 24 33 47 Iva Vitic 21 46 Isabel Frederico 10 45 Henriette Ventura 09 44 Helena Marques 08 43 Florencia Siciliano 07 42 Filipa Pinhão 28 41 Elsa Madeira 27 40 Charmaine Du Mont 20 39 Catarina Grilo 19 37 38 39 29 40 41 42 31 32 43 44 45 34 35 46 47 36 38 Carla Pereira 18 37 Anabel Segura 06 36 África Sobrino 05 CORPO DE BAILE 04 35 Xavier Carmo 26 34 Tom Colin 25 33 Pedro Mascarenhas 17 32 Freek Damen 16 31 Armando Maciel 15 30 Marta Sobreira 03 29 Maria João Pinto 02 28 Irina de Oliveira 27 Catarina Lourenço 26 Annabel Barnes 25 Andreia Pinho CORIFEUS 24 Rui Lopes Graça 23 Luis d'Albergaria 22 Brent Williamson 21 Solange Melo 20 Roberta Martins 19 Paulina Santos 18 Mariana Paz 17 Isabel Galriça 16 Fátima Brito 15 Alba Tapia SOLISTAS 14 Tomislav Petranovic 13 Mário Franco 12 Filipe Portugal 11 Fernando Duarte 10 Didier Chazeau 09 Carlos Pinillos 08 Alexandre Fernandes 07 Peggy Konik 06 Inês Amaral 05 Filomena Pinto 04 Filipa de Castro 03 Barbora Hruskova 02 Ana Lacerda 01 Adeline Charpentier PRINCIPAIS 01 69 E 64 65 66 67 70 71 F * Prestação de Serviços ** Interina 68 Jan Linkens* Arkady Nikolaev* Sandor Nemethy* Vladimir Petrunin* 63 PROFESSORES CONVIDADOS 62 João Soares * Jorge Silva* Sérgio Cruz * Viviena Tupikova * 61 PIANISTAS CONVIDADOS 60 Maria Luisa Carles ** 59 G Filipa Rola 58 COORDENADORA ARTÍSTICA EXECUTIVA 57 F Junko Hikasa 56 ASSISTENTE DO DIRECTOR ARTÍSTICO 55 E Ana Paula Ferreira 52 C COORDENADORA MUSICAL D Rui Alexandre C Isabel Fernandes 51 A ENSAIADORES B Maria Palmeirim A Cristina Maciel (coordenadora) 50 54 MESTRES DE BAILADO * Licença sem vencimento 71 Yuhi Yonekura 49 53 70 Shang-Jen Yuan 69 Sun Gongwei 68 Inês Moura ESTAGIÁRIOS 67 Samuel Retortillo 66 Ricardo Limão 65 Nuno Fernandes 64 Miguel Ramalho 63 Maxim Clefos 62 José Carlos Oliveira 61 João Carlos Petrucci 60 Frederico Gameiro 59 Filipe Macedo 58 Christian Schwarm 57 Can Arslan * 56 Yurina Miura 55 Victoria Monge 54 Vera Alves 53 Susana Matos 52 Sílvia Santos 51 Mónica Garcia 50 Marina Figueiredo 49 Maria Santos 48 Margarida Pimenta 48 52 B D G FICHA TÉCNICA CNB OPART E.P.E. – CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DIRECÇÃO DE MARKETING DIRECÇÃO DE RECURSOS HUMANOS PRESIDENTE Jorge Salavisa DIRECTOR Mário Gaspar DIRECTORA Sofia Dias VOGAL César Viana Cristina de Jesus (coordenadora) Manuel Alves, Sofia Teopisto, Vânia Guerreiro, VOGAL Rui Catarino Laura Pinto (assistente) Zulmira Mendes DIRECÇÃO DE ESPECTÁCULOS DESENVOLVIMENTO COMERCIAL GABINETE DE GESTÃO DO PATRIMÓNIO DIRECTORA Margarida Mendes Bruno Silva, Diogo Faro Nuno Cassiano (coordenador) Carla Almeida (coordenadora) CANAIS INTERNET João Mendonça, José Luís Costa António Silva, Daniel Lima, João Alegria, Natacha Fernandes (assistente) VIDEO E ARQUIVO DIGITAL Marco Arantes Manuel Carvalho Lurdes Almeida (assistente administrativa) DESIGN João Campos* DIRECÇÃO TÉCNICA PATROCÍCNIOS / MARKETING DIRECTO GABINETE DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Venâncio Gomes Pedro Penedo (coordenador) DIRECTORA Cristina Piedade João Carlos Andrade (coordenador técnico) DIRECÇÃO DE CENA Henrique Andrade (coordenador) João Filipe Reis, Luis Miguel Costa BILHETEIRA Luísa Lourenço, Rita Martins, Susana Clímaco, GABINETE JURIDICO Mário Oliveira Fernanda Rodrigues (coordenadora) Vanda França (assistente) Juliana Mimoso*, Sandra Correia MAQUINARIA Alves Forte (chefe) DIRECÇÃO FINANCEIRA E ADMINISTRATIVA Miguel Osório, Carlos Reis DIRECTORA Sónia Teixeira SECRETÁRIAS DO CONSELHO DE SOM E AUDIOVISUAIS Bruno Gonçalves (chefe) Albano Pais (tesoureiro), Ana Maria Peixeiro, ADMINISTRAÇÃO Paulo Fernandes António Pinheiro, Edna Narciso, Fátima Ramos, Regina Sutre, Gabriela Metello LUZ Vítor José (chefe) João Pereira, Marco Prezado (técnico oficial de Pedro Mendes contas), Rui Amado PALCO Ricardo Alegria ASSESSOR DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Egídio Heitor* EXPEDIENTE E ARQUIVO Susana Santos ATELIER DE COSTURA Adelaide Marinho (mestra) Carlos Pires, Miguel Vilhena MOTORISTA Artur Raposo LIMPEZA E ECONOMATO Lurdes Mesquita CONSULTOR EM ORTOPEDIA E Maria Conceição Pereira, Maria de Lurdes Branco, TRAUMATOLOGIA Ricardo Telles de Freitas CONSERVAÇÃO DO GUARDA-ROUPA Maria de Lurdes Moura, Maria do Céu Cardoso, MASSOTERAPEUTA Paulo Pavão Maria José Pardal (coordenadora) Maria Isabel Sousa, Maria Teresa Gonçalves OSTEOPATA Vasco Lopes da Silva * Adelaide Pedro Paulo, Antónia Costa, Conceição Miranda, Glória Bento, Paula Marinho Carla Cruz (assistente) * Prestação de Serviços 26 / 27 CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO EDITORIAL INFORMAÇÕES AO PÚBLICO Direcção de Marketing Não é permitida a entrada na plateia enquanto o espectáculo de bailado está a decorrer (dec. lei nº315/95 de 28 de DESIGN João Campos / xiiistudios.com Novembro); É expressamente proibido filmar, fotografar ou gravar CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS durante os espectáculos; ESPECTÁCULOS Ricardo Brito É proibido fumar e comer/beber dentro da sala ELENCO ARTÍSTICO André Brito de espectáculos; DIRECTORA ARTÍSTICA Rodrigo de Souza Não se esqueça de, antes de entrar no auditório, desligar o seu telemóvel; CONTACTOS Os menores de 3 anos não poderão assistir ao espectáculo Teatro Camões, Passeio do Neptuno, nos termos do dec. lei nº116/83 de 24 de Fevereiro; Parque das Nações, 1990 - 185 Lisboa O programa pode ser alterado por motivos imprevistos. Tel.: 21 892 34 70 TIRAGEM 500 Ex. BILHETEIRAS/RESERVAS PREÇO DE VENDA AO PÚBLICO 5€ TEATRO CAMÕES 21 892 34 77 M/3 TEATRO NACIONAL DE SÃO CARLOS 213 253 045/6 // [email protected] Apoios à divulgação: www.cnb.pt www.youtube.com/cnbportugal twitter.com/cnbportugal www.facebook.com/cnbportugal Patrocínio: