Metalworking World 1/2009

Transcrição

Metalworking World 1/2009
Facas industriais de qualidade:
SUCESSO ESLOVENO
uma revista de negócios e tecnologia da sandvik coromant
coromant
Daniel Bergerfurth,
gerente de produção da
unidade de fabricação de
peças da Siemens em
Bocholt, Alemanha.
N.º1 2009
A Alemanha dá o exemplo:
ventos da
mudança
Grandes melhorias
à moda chinesa
Hora de colher os
frutos mais cedo
Por que a renda
é tão fascinante
editorial
Agindo certo desde o início
Um novo ano vai começar. Dentre outras coisas, temos à nossa frente um mercado que clama por energias limpas, como a energia eólica.
A primeira edição de 2009 da Metalworking
World destaca a Alemanha, líder mundial em
energia eólica. As empresas alemãs, que já trabalham com níveis máximos de produtividade, fornecem muitos dos equipamentos usados
para construir moinhos de vento. Suas carteiras de pedidos já estão cheias e a demanda por
seus produtos é maior do que nunca.
Atualmente, fabricantes da área de energia
eólica do mundo todo necessitam melhorar
a eficiência, a qualidade e a produtividade. A
Sandvik Coromant assumiu o papel de fornecedor total para um grande número de empresas do setor. Nossa vasta linha de produtos e
nosso know-how nos tornam colaboradores
naturais de todas as empresas que precisam
mudar para melhor.
“O mercado clama por
que ocorrerá o próximo boom.
energias limpas, como
O governo alemão decidiu dar mais um impulso à energia eólica para aumentar sua particia energia eólica.”
pação no mercado. Os parques eólicos existenÉ nessa área
tes deverão ser modernizados e novos parques
terão que ser construídos. Ao mesmo tempo,
muitos outros países aumentaram seus investimentos em energia eólica recentemente, criando novas oportunidades para seus fabricantes
locais – mas geralmente recorrendo às suas
contrapartes alemãs durante o processo.
Se estiver pensando em investir em novas
máquinas, faça a coisa certa desde o início.
Para saber como reduzir drasticamente o
tempo de retorno do investimento, consulte a
página 11.
Mas pode ser que você não precise investir
em novas máquinas por enquanto. Aplicando
o nosso Programa de Incremento da Produtividade, você vai descobrir como maximizar a
produtividade usando os recursos existentes.
A chinesa ZPMC, sediada em Xangai, obteve resultados incríveis graças a algumas sugestões de sua empresa parceira de produtividade, relacionadas a pequenos ajustes, como a
modernização de uma pastilha. Afinal, é para
isso que servem as parcerias. Leia essa história
na íntegra à página 8.
Foto: Mats Jonholt
Desejo a todos vocês um próspero 2009!
Kenneth V Sundh
Presidente da Sandvik Coromant
PS 1: As rigorosas exigências de precisão e
segurança no setor aeroespacial transformaram
nossa gama de produtos Silent Tools no padrão da
indústria. Ao trabalhar em conjunto com a Sandvik
Coromant, os fabricantes desse setor ganham exatamente o que desejam: precisão e produtividade.
2 metalworking world
PS 2: Não perca o artigo sobre a renda à página 28! Símbolo tradicional de poder e excelência, a
renda percorreu um caminho fascinante ao longo
dos séculos – desde a nobreza européia até as
massas globais, passando por astros do rock e
casamentos emblemáticos. O que virá a seguir?
índice
metalworking world N.º 1 2009
Tecnologia
A CoroMill 345 é um avançado conceito de
ferramenta, ideal tanto para usinagem mista
em pequenos lotes como para usinagem dedicada de grandes volumes. Ela oferece possibilidades de otimização de longo alcance,
seja em máquinas menores de baixa
potência, ou em máquinas maiores e mais
potentes.
14 dando conta do recado
O Coromant Capto C10 amplia a linha
standard desse sistema de ferramentas
modulares. O C10 é um acoplamento estável e
robusto, capaz de lidar com forças elevadas
nas exigentes operações de usinagem pesada
em materiais difíceis, como titânio ou HRSA.
23 fresas de topo – a próxima geração
A CoroMill 316 leva o conceito de fresas com
cabeça intercambiável a uma nova geração
de ferramentas. Ela une as vantagens
das ferramentas intercambiáveis e das
ferramentas inteiriças de metal duro na forma
de uma fresa de topo.
32 melhore seu desempenho
Entre as pastilhas intercambiáveis e as
ferramentas inteiriças de metal duro, existe
uma área potencial de otimização, que
proporciona vantagens de ambos os tipos de
ferramentas para fresas de topo com
diâmetros de pequenos a médios.
Christoph Papsch
6 o som do sucesso
16
4 NOTÍCIAS DE USINAGEM
8 melhorias que se
14
pagam rápido
11 tire o máximo do seu
investimento
16 energia eólica
à moda alemã
24 cuidado – soluções
afiadas à frente
27 panorama da usinagem
28 como a renda seduziu
8
o mundo
Metalworking World é uma revista de negócios e tecnologia da AB Sandvik Coromant,
811 81 Sandviken, Suécia. Telefone: +46 (26) 26 60 00. A Metalworking World é publicada três vezes por ano em alemão,
chinês, coreano, dinamarquês, espanhol, finlandês, francês, holandês, húngaro, inglês americano, inglês britânico, italiano, japonês, polonês, português do Brasil, russo, sueco, tailandês e tcheco. A distribuição é gratuita para clientes da
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gao erqang
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metalworking world 3
notícias
Novas habilidades na AMB
educação. Futuros trabalhadores
da indústria alemã de usinagem tiveram a oportunidade de exibir suas habilidades na última exposição AMB
2008 em Stuttgart. Dentre os mais de
80 mil visitantes estavam os participantes da SkillsGermany, competição
nacional para jovens talentos em
usinagem e técnicas CNC.
A Sandvik Coromant participou da
exposição com um Smart Hub, ponto
de encontro onde as pessoas podem
se reunir para discutir assuntos de
negócios com profissionais do
mesmo setor. Além disso, a empresa
foi a fornecedora exclusiva de
ferramentas e conhecimento de
usinagem para as máquinas de
torneamento DMG e máquinas de
fresamento Chiron usadas na
competição SkillsGermany.
“Para nós, é importante apoiar um
evento como o SkillsGermany para
mostrar aos jovens como o nosso
ramo é empolgante e despertar o
interesse deles pela usinagem,”
afirma Kenneth Sundberg, vice-presidente de marketing e desenvolvimento de negócios da Sandvik Coromant
Alemanha.
Os vencedores do SkillsGermany
vão participar do campeonato
internacional WorldSkills, que
ocorrerá em Calgary, Canadá, em
2009. A Sandvik Coromant Alemanha
estará presente para compartilhar
seu know-how com o instrutor
alemão.
A AMB é a segunda maior exposição
da Europa para a indústria de usinagem
e processamento de metais, depois da
EMO. Seu principal alvo são os
fabricantes da Alemanha, França, Suíça
e Itália, mas atrai também fabricantes
de países da Ásia, como a Coréia do
Sul. A AMB 2008 foi realizada no novo
Centro de Convenções de Stuttgart,
situado próximo ao aeroporto.
As garotas competiram
com piões fabricados no
centro de produtividade.
programa técnico para garotas
educação. Aqui está o futuro da
indústria de usinagem.
Em agosto passado, 24 garotas de
14 a 16 anos visitaram a sede da
Sandvik Coromant EUA em Fair Lawn,
Nova Jersey, para aprender mais
sobre usinagem e engenharia.
Conversaram com representantes,
fizeram perguntas e até competiram
em equipes usando piões fabricados
no Centro de Produtividade Sandvik
Coromant.
4 metalworking world
A visita fez parte do Girls Get
S.M.A.R.T., um programa de verão de
uma semana destinado a incentivar
garotas a explorarem carreiras nos
setores de fabricação e conformação
de metais. Realizado em uma colônia
de férias situada no condado de
Ulster, Nova York, o programa é uma
iniciativa conjunta de várias fundações ligadas às indústrias e ao condado, e conta com o apoio da Sandvik
Coromant, entre outras empresas.
O deficiente visual
Santosh Rokade
trabalha como
operador de máquina
na UMA Precision.
Parte de seu trabalho
é inspecionar peças
pequenas.
oportunidade para Deficientes
qualidade. Há seis anos, a UMA
Precision, fornecedora indiana do
setor automotivo, contratou três
trabalhadores com deficiência
visual para sua fábrica de Pune,
a 200 km a sudeste de Mumbai.
Desde então, já aumentou para 21
o número de trabalhadores com
deficiência visual na fábrica.
A iniciativa começou graças à
associação entre o vice-presidente
do conselho de administração BZ
Kankaria e a entidade de assistência
Jagruti. Os funcionários com deficiência visual realizam quase as mesmas tarefas que os funcionários
com visão normal: operam máquinas manuais de furação radial e pequenas máquinas de rosqueamento,
e trabalham em linhas de montagem
e nos departamentos de inspeção e
qualidade. “Todas as indústrias deveriam tomar iniciativas como essa. Em nossa empresa, os deficientes visuais não deixam nada a desejar em relação aos melhores da
indústria”, garante Shashank Shah,
vice-presidente da UMA Precision.
A UMA Precision atende as
principais indústrias da Índia desde
1979 e, recentemente, passou a ser
um fornecedor global. Isso significa
que qualidade e produtividade estão
sempre em foco. O trabalho dos
operadores cegos, porém, não é um
problema quando se trata de melhorar algumas áreas. “A qualidade do
trabalho deles é tão boa quanto a
do trabalho das pessoas com visão,
às vezes até melhor”, afirma Shah.
Em 2003, a UMA Precision rece-
“Os deficientes
visuais não deixam nada a desejar em relação
aos melhores da
indústria.”
Shashank Shah, vice-presidente da UMA Precision.
beu o Prêmio Nacional de Igualdade
de Oportunidades para Deficientes
por sua iniciativa de contratar trabalhadores com deficiência visual.
A Sandvik Coromant é o fornecedor de ferramentas preferido pela
empresa há muitos anos.
“Essa escolha nos ajudará a obter um
retorno mais rápido do investimento.”
Jim Lee, diretor de serviços de fabricação da Mitchel & Scott
Machine Company nos Estados Unidos. Leia mais à página 13.
Olimpíadas CNC Na China
educação. Desde seu início, há
cinco anos, o Campeonato Chinês de
Controle Numérico (CNCC) tornou-se uma das competições mais
importantes e influentes da indústria
de usinagem na China, a ponto de
ser apelidada de “Olimpíadas CNC
da China” em sua terceira edição,
em outubro de 2008.
A final nacional de outubro, chamada de CNCC III, aconteceu em
Dalian, China, a cerca de 900 km a
leste de Pequim. Dos 10 mil participantes originais das competições
regionais, cerca de 600 se classificaram para as finais. As categorias foram “torno CNC”, “fresa
CNC” e “centro de usinagem”. Os
competidores, dentre eles profissionais, professores e alunos,
precisaram demonstrar não só suas
“O campeonato tem um
habilidades práticas
papel fundamental para
em usinagem de
incentivar e treinar
precisão mas também
trabalhadores CNC
seu conhecimento
altamente qualificados”,
teórico, por meio de
afirma Ee Sian Lee,
provas escritas.
gerente da Sandvik
O CNCC começou
Coromant China.
como uma resposta à
“Considerando o nosso
falta de trabalhadores Ee Sian Lee, gerente da
compromisso de longo
qualificados após o
Sandvik Coromant China.
prazo com o desenvolviboom econômico da
mento da indústria de
China e à crescente demanda por
usinagem na China, é natural que a
serviços de fabricação no país. Desde
Sandvik Coromant dê seu apoio.”
então, tornou-se o evento mais significativo da indústria de usinagem
chinesa.
A Sandvik Coromant China é a
patrocinadora exclusiva das ferramentas de corte do evento desde seu
início. Para ajudar os participantes a
se adaptarem melhor à competição,
a Sandvik Coromant China trabalhou de perto com a organização do
CNCC, fornecendo treinamento e
know-how aos participantes, tanto
Fonte:
no nível nacional como regional.
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cinco perguntas para:
...David Andersson, 30,
pesquisador de pós-doutorado
P&D. David Andersson estuda como os modelos por computador
podem ser usados para prever mudanças nas características dos
materiais. Em setembro passado, na IMTS de Chicago, ele foi contemplado com o 18.º Prêmio de Materiais Sandvik Coromant.
1. Você Poderia explicar um pouco do seu trabalho?
“Todos os materiais são formados por cadeias de átomos,
ordenadas de determinada maneira. Na realidade, porém, essas
cadeias sempre contêm irregularidades que alteram as características do material. Eu estudo se é possível usar uma modelagem
teórica por computador, em vez de experimentos práticos, para
prever como essas irregularidades alteram as características, por
exemplo, de óxidos, metais duros e nitretos de titânio.
2. Qual é a sua conclusão?
“Que é possível usar a
modelagem teórica por computador em uma escala mais ampla do
que a atual. O uso do computador
como complemento aos experimentos práticos pode gerar
economia e aprimorar diversos
produtos industriais importantes.”
3. Como você gostaria que
os seus resultados fossem
usados, digamos, daqui a 20
anos?
“Uma perspectiva excelente
seria se as indústrias envolvidas
fizessem mais experimentos
David Andersson
individuais, orientadas por
previsões de simulações por
computador. A modelagem por computador poderia gerar avanços
e descobertas mais freqüentes que, por sua vez, se observarmos
a indústria de usinagem, melhorariam os materiais e as pastilhas e
levariam a uma maior variedade de materiais.”
4. O que você fez com o dinheiro do prêmio?
“O prêmio foi de 35 mil coroas suecas [3,7 mil euros]. Na verdade, usei parte disso para as minhas férias. Sabe como é, preciso
de inspiração para futuras pesquisas...”
5. QUAL É A SUA ATIVIDADE ATUAL?
“Trabalho no Laboratório Nacional Los Álamos, nos EUA,
localizado a cerca de uma hora de Santa Fé, no Novo México.
É um instituto de pesquisa federal, onde trabalho praticamente
com as mesmas coisas de antes – modelagem por computador
e materiais.”
Sobre o Prêmio de Materiais Sandvik Coromant
O prestigiado Prêmio de Materiais Sandvik Coromant é oferecido
todos os anos. Foi criado para incentivar as pesquisas na área de
materiais duros. Uma comissão com representantes de universidades e da Sandvik Coromant escolhe os vencedores.
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metalworking world 5
Tecnologia
por christer richt
DESEMPENHO sem meios-termos:
o SOm diz tudo
Desafio: Elevar o nível do faceamento com um novo conceito de fresa, abrindo
espaço para diferentes versões que satisfaçam demandas específicas.
Solução: Uma nova e exclusiva dimensão para as fresas de facear com múltiplas
arestas – Nova ferramenta de corte de alta tecnologia.
Dentre as operações de fresamento, o
faceamento, que consiste na geração de
uma área plana em uma peça, é a tarefa
mais básica e mais freqüente. Embora relativamente simples, ela envolve um elevado número de fatores. O êxito do faceamento é medido em termos de segurança,
produtividade e custos de usinagem, além
de vida útil e versatilidade da ferramenta.
Hoje, a maioria dos fatores do processo
de fresamento foi incorporada no projeto
das fresas, deixando que as fábricas escolham e apliquem as ferramentas. No caso
de uma fresa dedicada ao faceamento
puro, o tipo em 45° é o mais indicado, pois
oferece várias vantagens:
➔ Forças de corte balanceadas, axiais e
radiais
➔ Boas características de entrada e saída
no corte
➔ Aresta de corte robusta para cortes
difíceis
➔ Boa capacidade de acabamento
superficial
➔ Efeito de afinamento dos cavacos,
facilitando faixas de avanço mais altas.
anos 90, os conceitos de
faceamento avançaram em duas direções.
Uma delas dizia respeito ao desempenho,
aos resultados e à confiabilidade, com pastilhas quadradas de quatro arestas de corte em um ângulo de posição de 45°. A outra buscava maximizar o número de arestas
disponíveis, geralmente oito por pastilha.
Mas como os custos das ferramentas repre-
Em meados dos
6 metalworking world
A CoroMill 345 efetuando uma operação de faceamento em aço. Calços com pontos de apoio que
se firmam nos planos das pastilhas deixam as arestas de corte livres e oferecem um apoio rígido
durante a usinagem.
sentavam apenas 3% dos custos de
fabricação, a direção mais adequada foi a
versão com pastilha de quatro arestas,
especialmente devido às limitações
relacionadas ao conceito octogonal na
época.
Com o tempo, o conceito de fresa de
faceamento com quatro arestas CoroMill
245 tornou-se o mais usado e uma referência da indústria, sendo apresentado em
duas versões: uma para profundidades de
corte até 6 mm e outra para profundidades
até 10 mm. Também se adequava a todos
os tipos de materiais e operações, de desbaste a acabamento espelhado, em fresas
de diâmetros pequenos a grandes. Entretanto, sempre é bom incorporar melhorias
também nos custos das ferramentas. Se a
CoroMill 245 fosse dotada de oito arestas
por pastilha, essa questão seria tratada,
mas, segundo o princípio do usuário da
CoroMill, o desempenho e a confiabilidade não deveriam ser comprometidos.
Hoje, extensos trabalhos de P&D
combinaram as duas direções – pastilhas
com oito arestas e desempenho inalterado
– em um único conceito de fresa de facear.
A CoroMill 345 é um novo e exclusivo
conceito de fresa de facear que não compromete a confiabilidade, os resultados, a
produtividade ou o custo da ferramenta.
Essa nova geração de fresas de facear em
45° é equipada com pastilhas dupla face,
com quatro arestas de cada lado.
a CoroMill 345 e
como foi possível unificar todas as
propriedades das fresas de facear?
Assim como a CoroMill 245, a fresa
CoroMill 345 mantém as características de
estabilidade e resistência sem concessões.
A CoroMill 245 permanece como uma
alternativa complementar para algumas
aplicações. A pastilha quadrada do conceito da CoroMill 245 é a base de uma tecnologia de pastilha intercambiável do mais
alto nível, em que a macrogeometria da
fresa e a microgeometria da pastilha se
fundem de forma vantajosa. Com a
CoroMill 345, a aresta de corte da pastilha
tem design avançado, que varia de acordo
com a profundidade de corte. Uma inclinação axial mais positiva em pequenas
profundidades de corte fornece uma ação
Mas o que diferencia
de corte suave, com baixa pressão axial
por meio de forças de corte na peça. Uma
parte mais vertical da aresta entra em ação
sucessivamente conforme a profundidade
aumenta, conferindo à pastilha uma estrutura mais substancial, para maior segurança, especialmente em cortes mais difíceis.
ação de corte inteligente com a duplicação do número de arestas
de corte disponíveis por pastilha foi o desafio da CoroMill 345. Ele foi vencido por
meio da utilização de uma pastilha com
formato básico negativo, com quatro arestas por lado. Calços foram desenvolvidos
com pontos de apoio estratégicos para
combinar com as faces de saída da pastilha, fornecendo suporte completo para a
aresta de corte e estabilidade ao assento da
pastilha. O corpo da fresa foi calculado e
projetado para um balanço correto do suporte e também para acomodar passos
mais finos. A CoroMill 345 tem uma alternativa de passo adicional (HX) que au-
Combinar a nova
menta a capacidade de remoção de metal
com mais dentes no corte. O avanço exclusivo da tecnologia da fresa traz um novo nível de desempenho, como indica o
som produzido durante a usinagem. A
CoroMill 345 é uma digna sucessora da
CoroMill 245, que dominou o faceamento
até agora como a primeira escolha para o
faceamento de uso geral.
resumo
A CoroMill 345 é um avançado conceito de ferramenta, ideal tanto para
usinagem mista em pequenos lotes
como para usinagem dedicada de
grandes volumes. Versátil, tem possibilidades de otimização de longo alcance para operações exigentes de
desbaste até acabamento espelhado
com pastilhas Wiper, seja em máquinas menores de baixa potência ou em
máquinas maiores e mais potentes.
A CoroMill 345 é uma fresa de
facear de uso geral com
possibilidades de realizar
longo alcance.
OBTENDO O MÁXIMO DO FACEAMENTO COM A CoroMill 345
• Procure usar sempre o fresamento concordante, para obter melhor qualidade.
• Escolha o diâmetro mais adequado ao
corte e à potência disponíveis; geralmente, a largura do corte deve ter dois terços
do diâmetro da ferramenta.
• Posicione a fresa corretamente em relação ao corte, considerando a entrada e a
saída da fresa e garantindo que sua linha
de centro não esteja no centro do corte.
• Para áreas de faceamento que sejam
maiores que o diâmetro da ferramenta,
escolha percursos que mantenham a
fresa em contato total, o máximo possível.
• Ao mudar a direção da ferramenta com a
fresa em corte total, inclua o percurso radial da ferramenta para manter o movimento, evitando tendências de contatos e
vibrações.
• Escolha o passo mais adequado à fresa, a
fim de garantir que não haja dentes demais em corte, em termos de disponibili-
dade de potência, bem como para garantir que haja dentes suficientes em contato, considerando o potencial de avanço.
• Selecione o avanço mais adequado por
dente em relação à espessura máxima
recomendada para os cavacos, a fim de
maximizar o avanço da mesa.
• Monitore o desgaste da aresta de corte,
a fim de otimizar a vida útil e a segurança
da ferramenta, a velocidade de corte e o
potencial de avanço.
metalworking world 7
gao erqang
Operador Mao Xiaoming,
da ZPMC: cada
guindaste contém em
média 70 rodas e 40
pórticos.
guindastes, cérebros
e muita ambição
China. Ao concentrar-se em novas tecnologias, a Shanghai Zhenhua Port
Machinery Co melhorou rapidamente suas competências, tornando-se a
n.º 1 do mundo dentre os fabricantes de equipamentos portuários.
No final de 2007, um navio mercante com 800
anos de idade foi içado do fundo do Mar da
China, carregado de artefatos que podem vir a
confirmar a existência de uma antiga rota de
comércio marítimo entre a China e o Ocidente.
A embarcação, apelidada de Nanhai N.º 1,
data da dinastia Song (960–1279). Foi descoberta
em 1987, ao largo da costa, perto da cidade de
Yangjiang, na província de Guangdong,
8 metalworking world
submersa a mais de 20 metros de profundidade.
O antigo navio foi resgatado com um guindaste
flutuante de 4 mil toneladas, fabricado pela
Shanghai Zhenhua Port Machinery Co (ZPMC).
A ZPMC, fundada em 1992 com apenas 10
trabalhadores, progrediu de maneira impressionante nos últimos 16 anos. O guindaste flutuante
usado para resgatar a embarcação de 800 anos
de idade é apenas um exemplo da ampla
variedade de produtos fabricados por ela
atualmente.
Hoje, a Zhenhua – que significa ‘rejuvenescer
a China’ – emprega 40 mil pessoas globalmente e
é considerada a n.º 1 do mundo em fabricação de
maquinário para portos, por nove anos consecutivos. Seus guindastes para contêineres têm mais
de 70% de participação no mercado global. Em
2007, a empresa aumentou seu valor de produção
gao erqang
A ZPMC cresceu de 10
funcionários para 40
mil em apenas 16
anos e detém mais de
70% do mercado
global.
Da esquerda para a direita: Lai Guorong (gerente
de vendas de um distribuidor Sandvik Coromant),
Zhang Jun (chefe da fábrica de usinagem), Joseph
Hu (engenheiro sênior da Sandvik Coromant China
responsável pelo Programa de Incremento da
Produtividade).
As rodas de corrente – peças indispensáveis
para os guindastes – ajudam a distribuir a força,
enquanto os pórticos ajudam a suportar o peso
dos guindastes conforme eles se movem para
frente e para trás para realizar diferentes tarefas
de carregamento e descarregamento.
“Em média, um guindaste pode ter cerca de 70
rodas e 40 pórticos”, destaca Dai Qiwen,
vice-gerente geral do Parque Industrial de
Changxing. “Rodas e pórticos de boa qualidade
garantem o bom desempenho dos guindastes.
Assim, a qualidade das classes de torneamento é
muito importante para a produção. Em 2007,
nossa empresa assumiu o compromisso de que
nossos pórticos e rodas teriam uma garantia
vitalícia. Para isso, é fundamental garantirmos a
qualidade dos produtos.” Atualmente, a ZPMC
está discutindo possíveis melhorias na produção
com a Sandvik Coromant (veja quadro à página
10). Na produção de rodas, por exemplo, o
gao erqang
para mais de RMB 21 bilhões (R$ 5,7 bilhões),
concretizando uma antiga ambição de ampliar
sua presença para os terminais de contêineres do
mundo todo.
Para dar conta desse rápido crescimento, a
gigante estabeleceu bases em Jiangyin, Nantong
e Changzhou, três cidades ao longo do rio
Yangtze, na província de Jiangsu. Em Xangai, a
ZPMC ostenta duas bases em Zhangjiang e na
ilha de Changxing, e um parque industrial na
ilha.
“Com a expansão da ZPMC, fundamos o
parque industrial em 2004, onde produzimos
sobretudo rodas de corrente e pórticos para os
guindastes ZPMC”, explica Yang Xiaohua,
vice-gerente geral do Parque Industrial de
Changxing.
Líder de mercado
no mundo
A Shanghai Zhenhua Port Machinery Co Ltd é
líder mundial em fabricação de guindastes e
grandes estruturas em aço. Seus principais
produtos incluem guindastes para
contêineres portuários, guindastes de pórtico
com pneus de borracha (RTGs), carregadores
e descarregadores de material a granel em
navios, empilhadores e recuperadores de
material com caçambas, guindastes de
pórtico, guindastes flutuantes, embarcações
de engenharia e grandes estruturas para
pontes de aço.
Fundada em 1992, hoje a empresa tem
mais de 40 mil funcionários e seus produtos
estão presentes em mais de 70 países e
regiões. Seu principal produto, o guindaste
para contêineres portuários, tem mais de
70% de participação no mercado global. Em
2007, o valor da produção da ZPMC
ultrapassou RMB 21 bilhões, um aumento de
23% em relação ao ano anterior. A empresa
pretende aumentar esse valor para RMB 35
bilhões até 2010.
❯❯
metalworking world 9
As rodas de corrente
são peças indispensáveis dos guindastes,
ajudando a distribuir
a força.
Otimização
da eficiência
❯❯ parque industrial escolheu a classe de torneamen-
to GC4025 da Sandvik Coromant, dentre várias
empresas candidatas.
“Até agora, ela tem funcionado muito bem,
ajudando a liberar os operadores do trabalho
manual pesado e aumentando a nossa produção”,
conta Zhang Jun, chefe da fábrica de usinagem.
Em 2007, quando Zhang e seus colegas viram
a GC4225 atualizada e a testaram, puderam
perceber que ela ampliaria as aplicações e
preencheria a lacuna entre tenacidade e
operações resistentes ao desgaste. Os trabalhadores só precisam trocar a nova pastilha uma vez
por dia, contra três no caso da pastilha antiga.
“Com a nova pastilha GC4225, o número total
de pastilhas usadas diminuiu drasticamente, assim
como os nossos custos”, observa Zhang. “A nova
pastilha tem desempenho excelente, melhorando a
nossa eficiência e nos ajudando a atender o
aumento do número de pedidos. Excelente!”
“Com a nova pastilha, o número total de pastilhas
usadas diminuiu drasticamente, assim como os
nossos custos.”
Zhang Jun, CHEFE DA fábrica de usinagem da ZPMC
A fábrica de Zhang elevou a produção para
cerca de 3 mil rodas por mês.
Segundo Joseph Hu, engenheiro sênior da
Sandvik Coromant China responsável pelo PIP
(Programa de Incremento da Produtividade), a
novidade da GC4225 está em sua cobertura
especial, que tem excelente adesão ao substrato.
“A nova pastilha atendeu perfeitamente as
exigências da ZPMC por produtos de qualidade,
otimização da eficiência e inovação tecnológica”,
destaca.
gao erqang
Trabalhadores da ZPMC voltando para casa após
um dia de trabalho duro .
10 metalworking world
gao erqang
gao erqang
Todos os meses, a Sandvik Coromant se reúne
com a ZPMC para discutir as necessidades da
empresa, possíveis melhorias e a forma de
utilização das pastilhas.
“Conversamos com os operadores e os
responsáveis pela fábrica e organizamos
treinamentos no próprio local. Ao mesmo
tempo, introduzimos produtos que julgamos
adequados para eles”, explica Joseph Hu, da
Sandvik Coromant China em Xangai.
“Como já estavam muito satisfeitos com a
antiga pastilha GC4025, no início ficaram
relutantes quando introduzimos a nova
GC4225”, relembra Lai Guorong, gerente de
vendas de um importante distribuidor Sandvik
Coromant. “Porém, após um período de testes,
conseguiram perceber a excelência da nova
pastilha.”
Segundo Hu, a novidade da GC4225 é a
cobertura especial do substrato.
“Além disso, a GC4225 pode garantir alta
qualidade de usinagem, gerando mais
benefícios econômicos”, acrescenta.
“Se os trabalhadores precisam trocar as
pastilhas com freqüência, a eficiência da
produção e o controle da qualidade são
afetados.”
Yang Xiaohua (esq.)
e Dai Qiwen (dir.),
ambos do Parque
Industrial Changxing,
ZPMC.
O foco da empresa em novas tecnologias e
inovação impulsionou a rápida expansão da
ZPMC. Segundo seu balanço anual de 2007, mais
de 2% do faturamento anual foram alocados para
pesquisa e desenvolvimento. Esse compromisso
com P&D permitiu que a ZPMC superasse seus
concorrentes com tecnologias inovadoras, como
sistemas de GPS precisos e sistemas de
acionamento que economizam energia.
A ZPMC é responsável pelo projeto e pela
fabricação do primeiro conjunto de guindastes
para contêineres portuários capazes de movimentar contêineres de 12 metros com grua dupla,
algo que causou uma reviravolta mundial, por
melhorar a eficiência portuária em mais de 60%.
Conforme o relatório anual, até 2007 a ZPMC
tinha recebido 251 pedidos desses guindastes.
Em 2007, um guindaste da ZPMC no porto de
Yangshan, em Xangai, quebrou o recorde
mundial de carregamento e descarregamento de
contêineres, elevando o número para 97 por hora.
Os guindastes tradicionais conseguem carregar e
descarregar somente de 30 a 40 contêineres por
hora.
No mesmo ano, a ZPMC criou um sistema de
carregamento e descarregamento de contêineres
totalmente automatizado em sua base na ilha de
Changxing, em Xangai, substituindo o tradicional motor a gás por um acionamento elétrico para
a transferência de contêineres, reduzindo muito a
poluição. Espera-se que o novo sistema aumente
a produtividade em pelo menos 50%, reduzindo
os custos operacionais de maneira significativa.
Agora a ZPMC está adentrando um novo
mercado, desenvolvendo equipamentos para
exploração de petróleo no mar. “Precisamos ser
inovadores e desenvolver novas tecnologias para
alcançar uma rápida expansão e melhorar ainda
mais”, afirma Dai.
rita yao
petter lönegård
Você compraria um
carro potente sem
pensar nos pneus que
vai colocar neles?
investindo certo
DESDE O INÍCIO
Como preparar suas máquinas para o sucesso
Na maioria dos casos, uma nova máquina significa um grande investimento. Com
os critérios de produção ideais, que incluem custos com ferramentas, você pode
reduzir o tempo de retorno do investimento em 25%. É mais fácil do que se pensa.
Se, alguma vez, você já ficou responsável por
um grande investimento em máquinas, conhece a cilada: você tem um orçamento para investir em máquinas que não inclui o custo com
as ferramentas. Porém, a máquina deve, necessariamente, ser ferramentada, o que demanda,
por sua vez, empenho e recursos para tal.
Se a questão da ferramentação de uma nova
máquina, normalmente cara, não for levada
em conta no momento do investimento, a
empresa que adquiriu a máquina não
conseguirá usá-la de forma ideal, acarretando
perda de produtividade e tempos de retorno do
investimento desnecessariamente longos.
terão um aumento de produtividade de 10% a
“Na realidade, as ferramentas representam
15%, geralmente até mais. “Essa produtividaapenas de 3% a 4% do custo de produção de
de extra pode valer muito”, afirma Björn Petuma empresa e uma pequena parcela de um
tersson, gerente sênior de processos de vendas
determinado investimento em máquinas”, obda Sandvik Coromant. “De fato,
serva Joakim Westin, agente de nenossos cálculos mostram que, se
gócios, Sandvik Coromant. “Mas, ao
você conseguir vender todos os proescolher as ferramentas certas, é posdutos fabricados com esse aumento
sível economizar muito mais do que
de produtividade de 10% a 15%, o
isso com o aumento de produção.”
tempo de retorno do investimento
Experiências do mundo todo mospode cair em 25% – por exemplo,
tram que as empresas que fazem a
três anos em vez de quatro.”
coisa certa desde o início – ou seja,
A redução do tempo de retorno
que pensam nas ferramentas ao comdo investimento é cada vez mais
prar uma máquina – provavelmente Joakim Westin
❯❯
metalworking world 11
Entendendo a economia da manufatura
valor
O aumento de produtividade aumenta seus ganhos – duas vezes. Este gráfico
mostra o custo de produção típico de uma peça. Aumentando a sua produtividade,
você produz uma maior quantidade de peças, o que aumenta o custo variável. O
custo fixo, porém, permanece o mesmo, aumentando muito o lucro bruto
adicional.
petter lönegård
Lucro bruto
Será que eles tornariam
o carro mais gostoso
de dirigir?
Lucro
bruto
adicional
custo fixo
custo variável
custo
variável
adicional
Produção
❯❯
importante, devido ao crescimento da concorrência mundial. “O uso de máquinas mais avançadas, ou de alta tecnologia, requer, no mínimo, três anos de retorno sobre o investimento. E não adianta investir em novas máquinas
e continuar com processos antigos, incluindo
ferramentas e métodos de usinagem, pois você
não conseguirá o retorno desejado, podendo
comprometer todo o investimento realizado”,
afirma Pettersson. Tempos de retorno mais
longos reduzem a liberdade de escolha para
investir naquilo que é necessário no momento.
por outro lado, aumentar as vendas usando
os recursos existentes pode ser uma tacada comercial brilhante. “Você pode dobrar seu faturamento com a venda das peças adicionais
produzidas”, explica Westin. “Mais vendas
geram mais receita. O custo variável também
cresce, já que acompanha a quantidade de peças produzidas, mas o custo fixo permanece o
12 metalworking world
mesmo, independentemente da taxa de produção. Isso significa que é possível produzir
mais peças com um menor custo por peça.”
(Veja quadro acima.)
Mesmo que você não consiga vender um
maior número de peças de imediato, uma taxa
Perguntas que devem
ser respondidas –
antes de investir
•Tempo de retorno esperado
•Quantidade de horas de operação na
máquina ao ano
•Quantidade de turnos
•Relação custo fixo/variável
•Custo da máquina por hora.
de produção mais alta é nitidamente vantajosa.
“Não se pode negar que será difícil, por exemplo, para um fornecedor terceirizado da indústria automotiva, contratado para fabricar 1.000
peças em determinado período, passar a fabricar e vender 1.200 peças de uma hora para outra, só porque é possível”, ressalta Westin. “Se
um cliente encomenda 1.000 peças, é porque
quer essa quantidade. Mas um incremento de
produtividade pode ser vantajoso em outros
aspectos. Se você terminar antes do prazo, poderá alocar pessoas e recursos para outros projetos. Poderá pegar mais trabalho ou até fazer
o mesmo trabalho usando menos máquinas,
ficando livre para vender as redundantes.”
“Além disso, você estará disponível quando
o cliente tiver um pico de produção e fizer um
pedido maior”, acrescenta Pettersson.
A Sandvik Coromant oferece uma ferramen-
ta de cálculo on-line para ajudar os fabricantes
“Atingimos a meta fixada”
“Você pode dobrar seu
faturamento com a
venda das peças
adicionais produzidas.”
que estão em vias de fazer grandes investimentos. Você começa respondendo algumas perguntas sobre o investimento planejado e sobre
a estrutura de produção da empresa. As respostas são usadas para calcular o tempo de usinagem que pode ser economizado em cada peça.
Em seguida, o resultado é apresentado em termos das possibilidades de aumento de produtividade, de melhora de resultados e de redução
do tempo de retorno do investimento.
“A calculadora é fruto de pesquisas feitas
em conjunto por nossos economistas e
técnicos, que trabalham com as máquinas de
nossos clientes diariamente”, enfatiza Westin.
“Ela é útil para quem
quer ter uma idéia
inicial daquilo que um
investimento em
máquinas vai produzir
e das melhorias que
precisam ser feitas para
se aumentar a
produtividade.”
Björn Pettersson
Mas por que fazer
uma parceria com a
Sandvik Coromant? “Você conhece bem o seu
próprio negócio”, Westin responde. “Mas a
Sandvik Coromant tem grande conhecimento
sobre produtividade e processos de usinagem
semelhantes no mundo todo. Analisando a sua
situação por vários ângulos, podemos ajudá-lo
a fazer o melhor investimento.”
Como diz Pettersson, não importa como
você vai tirar proveito da produtividade ideal.
A questão é a flexibilidade. “Pode ser que você
não venda muito mais de uma vez, mas a produtividade ideal lhe dá liberdade para aplicar o
tempo e os recursos da sua empresa em outras
coisas”, destaca. Por que amarrar os seus
recursos a uma produção desnecessariamente
lenta?”
johan andersson
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Luigi Ardesi é responsável pelo departamento de engenharia de aplicações e pela divisão de
máquinas em operação da Innse Berardi,
fabricante de máquinas da Itália. “Fabricamos
uma ampla gama de produtos, incluindo linhas
de transferência, centros de usinagem horizontais High Speed, tornos horizontais de grande
porte e centros de fresamento e torneamento.
Trabalhamos com uma variedade de setores,
como aeroespacial, de energia, equipamentos
de terraplenagem e aplicações automotivas.
Recentemente você trabalhou em um
projeto interessante com um cliente russo.
Como foi?
“É uma empresa que produz vagões ferroviários. Para implementar a produção, a empresa
precisava instalar três máquinas de mandrilar
horizontais e as respectivas mesas rotativas. A
Sandvik Coromant forneceu todas as ferramentas e também desenvolveu algumas ferramentas
especiais para resolver problemas relacionados
à usinagem de aços difíceis e escoamento de
cavacos grandes. Nós e os técnicos da Sandvik
Coromant tivemos várias reuniões, tanto na Rússia como aqui na Itália.”
Como você e a Sandvik Coromant se
uniram nesse projeto?
“Tanto nós como a Sandvik Coromant temos
uma parceria de longo prazo com o cliente. Já
temos uma excelente cooperação há anos.”
Esse não é seu único projeto com um
cliente russo.
“É verdade. Uma empresa russa que fabrica
carcaças para turbinas está prestes a comprar
uma máquina nossa equipada com ferramentas
da Sandvik Coromant. Esse é outro projeto em
que nós e os técnicos da Sandvik Coromant nos
reuniremos várias vezes na fábrica do cliente.”
Qual é o impacto dessa cooperação?
“O que permitiu que o projeto da Rússia
funcionasse bem foi a grande ajuda da Sandvik
Coromant de lá. A cooperação entre a Innse-
Berardi, a Sandvik Coromant e o cliente final
ajudou a atingir a meta de ferramentas, que é
especialmente crítica para um insumo tão
importante com um número tão grande de
ferramentas especiais.”
Como vocês usam essa parceria com o
fornecedor de ferramentas de corte ao
investir em novas máquinas?
“Pedimos para compartilhar o método e as
ferramentas analisadas para a peça a ser
usinada. As ferramentas são escolhidas de
acordo com os dados técnicos de torque/
potência da máquina e outros dados relacionados, a fim de melhorar a produtividade.”
De que forma essa parceria com o
fornecedor de ferramentas pode melhorar
seus investimentos?
“Com a crescente demanda por máquinasferramenta, a cooperação torna-se vital. Sempre
requisitamos os métodos de usinagem mais variados e recentes – desde estruturas de escavadeiras até carcaças de turbinas, passando por
rotores e detalhes do setor automotivo. Pedimos
às empresas com as quais temos parcerias respostas e estudos sobre tópicos bem específicos. Em regiões como a China e a Rússia, por
exemplo, essa parceria é fundamental.”
Luigi
Ardesi
“retorno muito mais rápido do investimento.”
Jim Lee é diretor de serviços de fabricação
da Mitchel & Scott Machine Company em
Indianapolis, Indiana, nos Estados Unidos.
“Há bem pouco tempo, compramos um torno
Wasino JJ1, robotizado com fuso duplo, no qual
estamos fazendo operações de torneamento e
mandrilamento em materiais mais
duros para produção de peças para
motores a diesel. Usamos a Sandvik
Coromant para analisar os nossos
processos e ajudar a melhorar o
desempenho das nossas ferramentas.”
Qual foi o impacto dessa
cooperação?
“Reduzimos os tempos de ciclo,
prolongamos a vida útil das ferramentas, diminuímos os custos gerais Jim Lee
com ferramentas e chegamos a um processo
muito mais consistente.”
Você recomendaria a outras pessoas que
fizessem o mesmo?
“Sim! Com essa parceria, o setup inicial e a
fase decisiva não poderiam ter dado mais certo.
Essa escolha nos ajudará a obter um
retorno muito mais rápido do
investimento.”
Descreva a sua empresa.
“Trabalhamos com o mercado de
caminhões pesados com motores a
diesel e peças de transmissão, e
também com alguns segmentos das
indústrias automotiva, hidráulica, de
controle do movimento, naval, médica e de energia.”
metalworking world 13
TecnologIA
por Elaine McClarence
surpreendente!
Desafio: Como lidar de maneira eficiente com aplicações que exigem usinagem
pesada ou difícil?
Solução: Utilizando o acoplamento Coromant Capto C10 – o maior da série.
recente em termos de fabricação tem sido o aumento dos dados de
corte para atender o crescimento das demandas de produtividade. Isso vale especialmente para uma série de operações de
usinagem pesada, que representa um negócio crescente em vários setores da indústria. Para ajudar a alcançar melhorias
de produtividade, a Sandvik Coromant
ampliou a linha standard de seu sistema
de ferramentas modular, acrescentando o
acoplamento Coromant Capto de tamanho
C10. Ele foi projetado para beneficiar as
empresas que precisam realizar operações
de usinagem pesada e/ou têm aplicações
que envolvam materiais difíceis de usinar.
A introdução do tamanho C10 oferece
uma plataforma de ferramentas estável
que aceita dados de corte mais altos. Ele
também oferece as mesmas vantagens do
conceito de ferramentas modulares,
enquanto proporciona novos níveis de
desempenho sob condições difíceis.
Uma tendência
Como sugere sua designação, o C10 é
um acoplamento com 100 mm de diâmetro
que supera a linha anterior de acoplamentos C8 e oferece aos fabricantes a oportu-
14 metalworking world
nidade de usar as soluções de ferramentas
modulares Coromant Capto em novas
áreas de aplicação. Para operações de
usinagem com pastilhas intercambiáveis
grandes, oferece uma solução de ferramental mais eficiente, aliada a grande
rigidez, alta precisão nas trocas e fácil
manuseio. O diâmetro aumentado tem um
importante papel nesse sentido, já que
confere maior rigidez de deflexão.
O C10 é um importante complemento
da linha standard, pois muitas vezes é
necessário usar ferramentas com longos
balanços combinadas com dados de corte
benefícios
• Estável
• Resistente
• Melhor transmissão de torque e
forças de deflexão
• Capacidade de aceitar dados de
corte elevados
• Batimento radial mínimo e altura de
centro garantida
• Maior produtividade.
elevados. Neste caso, os acoplamentos C8
não conseguem atender as exigências de
resistência das operações que exigem
maior transmissão de torque ou maior
rigidez de deflexão.
na indústria aeroespacial, o
aumento do uso de materiais tais como
titânio e superligas resistentes ao calor
(HRSA) para atender as exigências de
aplicações extremas criou uma classe de
materiais mais duros, mais difíceis de se
trabalhar, menos sensíveis ao calor e/ou
mais resistentes à corrosão e à fadiga.
Reiterando, eles são mais difíceis de
usinar, o que exige que os fabricantes
vençam o desafio de usinarem peças com
dados de corte elevados e, ao mesmo
tempo, aumentem a produtividade. O C10
é um acoplamento estável e resistente que
consegue suportar potência, graças à sua
maior e inerente rigidez de deflexão. Por
esse motivo, pode ser usado quando há
necessidade de ferramentas muito longas
e/ou muita rigidez.
Assim como os outros acoplamentos
standard da família, o C10 se baseia em
um acoplamento com face de contato que
Além disso,
Estudo de caso
O Coromant Capto C10 já está sendo
instalado em tornos verticais, normalmente com troca automática de
ferramentas, mas também com sistemas de fixação manual. Em particular,
o C10 está sendo usado por diversas empresas que fornecem peças
para os setores ferroviário, de
geração de energia e aeroespacial. Em uma aplicação para produção de conjuntos de rodeiros
em máquinas Hegenscheidt, houve necessidade de usinagem pesada com pastilhas intercambiáveis grandes. Embora as ferramentas modulares requeiram um
maior investimento inicial do que
as ferramentas convencionais, a considerável economia gerada pelo aumento da
produção e pela melhor utilização dos
equipamentos mais do que compensou o
investimento.
Desde a introdução do Coromant Capto,
ficou mais fácil usinar as peças, sem flutuações de qualidade e com excelente repetibilidade. São usados conjuntos de ferramentas intercambiáveis, o que dispensa
medir as ferramentas repetidamente, embora as máquinas também permitam isso.
O acoplamento C10 foi escolhido porque,
mesmo usando 100 kW de potência, oferece reservas de estabilidade suficientemente grandes para permitir a geração de
forças de corte acima da média.
resumo
posiciona as ferramentas por meio de um
polígono cônico autocentrante. O acoplamento oferece estabilidade máxima, graças às duas faces de contato e à conexão
por interferência. Apesar de ter sido projetado para fabricar peças grandes ou pesadas, as mesmas vantagens da troca rápida
e da modularidade das ferramentas valem
para as operações de furação, fresamento
e torneamento. De fato, a troca de ferramentas é cinco vezes mais rápida do que a
das ferramentas convencionais, além de
exigir menos tempo para correção de
ferramentas e cortes de referência.
O Coromant Capto C10 é um acoplamento
de 100 mm que supera os acoplamentos
Coromant Capto anteriores.
Aspectos técnicos
• 100 mm de diâmetro
• Polígono cônico autocentrante
• Duas faces de contato
• Encaixe de pressão evita folga no
acoplamento
• Disponibilidade de troca automática de ferramentas.
O acoplamento C10 amplia a linha
standard do sistema de ferramentas
modulares Coromant Capto,
permitindo que os fabricantes
realizem a maioria das operações de
usinagem de maneira mais eficiente
em materiais difíceis, como titânio ou
HRSA, ou oferecendo uma plataforma
para aplicações de usinagem pesada,
como nos setores aeroespacial, de
geração de energia e de ferrovias. O
C10 é um acoplamento estável e
robusto, capaz de lidar com forças
elevadas nas exigentes operações de
usinagem pesada.
O Coromant Capto C10 oferece a
mesma flexibilidade, troca rápida,
modularidade e padronização de
ferramentas que o conceito
tradicional de ferramentas modulares
e amplia essas vantagens para todas
as máquinas envolvidas em
aplicações pesadas.
metalworking world 15
getty images
ESPECIAL ALEMANHA:
PIONEIROS da energia eólica
Girando
ao vento
Alemanha. A participação da energia eólica na quantidade total de
energia produzida no mundo está crescendo constantemente. A Alemanha,
pioneira no setor, hoje fornece turbinas e experiência tecnológica. Esse
boom, porém, criou uma falta acentuada de capacidade de produção.
por Luise Steinberger
quando um novo moinho de
vento surgia na paisagem, geralmente ele havia sido instalado por algum fazendeiro que,
não raramente, era taxado de “ecologista louco”. Naquela época, dificilmente alguém pensaria que, em duas décadas, a energia eólica se
tornaria uma das áreas mais promissoras para
a engenharia industrial ou que a Alemanha
seria uma das principais inovadoras do setor.
As turbinas eólicas em uso atualmente no
mundo todo têm uma capacidade total instalada de cerca de 93.849 MW (2007). Quase um
quarto dessa capacidade – 22.250 MW – está
na Alemanha. Agora, o primeiro boom no país
pioneiro em energia eólica terminou. Em
2007, EUA, Espanha e China (quadro ao lado)
quebraram o recorde de nova capacidade instalada estabelecido pela Alemanha em 2002.
Entretanto, a modernização de antigas
turbinas eólicas com os modelos mais novos e
potentes deve produzir um segundo boom da
energia eólica na Alemanha.
Há vinte anos,
16 metalworking world
“Há um enorme potencial aqui”, relatou
Ralf Bischof, diretor-executivo da Associação
Alemã de Energia Eólica. “Vai levar alguns
anos até que a modernização alcance seu
boom eólico
NO MUNdo
• O recorde alemão de instalação de nova
capacidade de energia eólica (3.244 MW)
foi quebrado por três países em 2007. Naquele ano, os EUA agregaram 5.244 MW, a
Espanha, 3.515 MW e a China, 3.499 MW.
• Os mercados que cresceram mais rápido de
2006 a 2007 foram a China, com 127% de
crescimento, e os EUA, com taxa de
crescimento de 45%.
• Outros países com forte crescimento no
período foram a França e a Índia.
pleno potencial.” Também se espera que outro
importante elemento no desenvolvimento da
energia eólica seja a expansão de turbinas
off-shore, ou parques eólicos.
Segundo especialistas do setor, hoje há uma
falta acentuada de capacidade de fabricação de
peças cruciais de grande formato, como rolamentos, caixas de câmbio e geradores.
se dedica a apoiar o desenvolvimento de empresas de fabricação no
setor eólico, afirma Kenneth Sundberg, vicepresidente de marketing e desenvolvimento de
negócios da Sandvik Coromant Alemanha.
“Somos especializados em produtividade e agora estamos trabalhando em soluções que levarão não só a uma maior utilização da máquina como também a uma vida útil mais longa”.
A empresa tem apostado na usinagem de
rodas de engrenagens como uma aplicação
fundamental na produção de peças para a
indústria de turbinas eólicas e formou uma
A Sandvik Coromant
A 100 metros do solo, trabalhadores instalam o maquinário de uma
turbina eólica de 2,3 MW em um
campo eólico próximo de Halle, no
leste da Alemanha.
“Vai levar alguns anos até que a modernização
alcance seu pleno potencial.”
Ralf Bischof, diretor executivo da Associação Alemã de Energia Eólica
rede global de especialistas para reunir experiências e chegar a novas soluções.
Devido à capacidade de produção limitada
em países como a Alemanha, espera-se que o
desenvolvimento de novos mercados e produtos resulte em novas unidades de produção.
Por exemplo, as turbinas eólicas instaladas
atualmente geralmente têm capacidade para 2
a 3 MW, embora modelos de 5 a 6 MW, principalmente para parques eólicos off-shore, estejam quase prontos e os fabricantes já estejam
trabalhando em turbinas ainda mais potentes.
De acordo com as previsões mais recentes,
até o ano de 2017, a capacidade instalada no
mundo deve chegar a cerca de 718.000 MW.
Os governos estão criando regulamentações
consistentes, ajudando a eliminar fatores de
desestabilização no mundo todo. Nos EUA,
decisões sobre se os incentivos fiscais devem
ser ampliados a longo prazo e terão um
impacto decisivo na quantidade de turbinas
eólicas instaladas nos próximos anos.
será preciso criar regras de longo
prazo para dar aos investidores a segurança
necessária para garantir o desenvolvimento
estável da energia eólica no país. Na Alemanha, a recente reformulação da lei de compensações para produtores de energia eólica levou
a um impulso repentino de otimismo no setor.
Na Índia,
metalworking world 17
Christoph Papsch
ESPECIAL ALEMANHA:
Christoph Papsch
PIONEIROS da energia eólica
O operador Juergen
Kamien manuseia um
estator acabado que
será usado em caixas de
câmbio de turbinas
eólicas.
Novas máquinas,
processos otimizados
A virada do século trouxe uma nova era para a Lenz Zerspanungstechnik,
fabricante de peças de grande porte para turbinas eólicas.
18 metalworking world
a 1.850 mm. Em seguida, a peça
caixa de câmbio gire junto com o
é solta da fixação e precisa
eixo. Para fabricar essas peças,
repousar durante 24 horas, para
que medem mais de 2.500 mm de
que a tensão da peça fundida
uma ponta à outra, são necessárias
seja liberada. Depois disso, a
pelo menos duas operações,
peça é acabada na segunda
envolvendo duas montagens.
operação. O segundo lado é
“Primeiro, o blank fundido é
fresado, furado e alargado por
desbastado de um lado. Em
completo. Todos os encaixes e
seguida, a peça é alinhada sobre
superfícies de referência são
um dispositivo, para compensar
Michael Becker, gerente de
concluídos com uma única
variações produzidas na fundiprodução.
fixação, para que não ocorra um
ção”, explica Becker.
erro em cima do outro”, completa.
“Durante o processo, é importante evitar
qualquer deformação no blank. Então, o
primeiro lado é fresado com todos os furos do
Quando a Lenz começou a trabalhar com
encaixe tendo sido usinados previamente.
contratos de energia eólica, as peças de 2,5
Estamos falando de diâmetros que vão de 500
toneladas precisavam ser transportadas por
Christoph Papsch
(Lenz Tecnologia de Usinagem) é uma autêntica empresa
familiar que cresceu muito nos últimos anos.
Em 2000, o gerente de produção Michael
Becker entrou para a empresa, com uma longa
experiência em produção seriada, e as coisas
começaram a acontecer muito rapidamente.
Um contrato de fornecimento de peças em
produção seriada para a indústria automobilística gerou mais contatos e, em 2002, fabricantes de turbinas eólicas bateram à porta. Hoje, a
empresa passa parte de seu tempo usinando
estatores para um grande fabricante alemão de
caixas de câmbio para turbinas eólicas.
Porém, ela fabrica principalmente braços de
torque de reação – a peça que absorve a energia que vem das pás do rotor e evita que a
Lenz Zerspanungstechnik
tudo começou com
um único homem
A Lenz Zerspanungstechnik nasceu em
Colônia em uma estufa. “É assim que as
empresas cresciam naquela época, quando
meu pai começou”, conta Peter Lenz, atual
dirigente da empresa. Helmut Lenz, seu
pai, comprou uma máquina de torneamento em meados da década de 1960 e abriu
um negócio. Logo comprou outra máquina
de torneamento e os negócios continuaram
crescendo, pouco a pouco. Em 1990, a empresa se mudou para Godorf, área industrial de Colônia, onde comprou seu primeiro centro de usinagem CNC. Em 2000,
lançou-se pela primeira vez na produção
em série para a indústria automobilística.
Em 2002, a Lenz começou a fabricar braços de torque de reação para turbinas eólicas. Hoje a empresa tem 40 funcionários.
O operador Andre Schneider
trabalhando em uma
máquina de medição 3D
ultramoderna, comprada
para simplificar a fabricação
dos braços de torque de
reação de 2,5 toneladas.
Desde o início, era vital que o investimento
Christoph Papsch
nas três máquinas gerasse os aumentos de produtividade desejados e planejados. Para garan- lhando nisso passo a passo. Prosseguiremos da
mesma forma quando tivermos novas peças”.
tir isso, a empresa decidiu limitar-se a dois
fornecedores de ferramentas. “Antes, tínhamos que dar muitos telefonemas para obter as
Como as peças são grandes e os tempos de
peças de reposição de muitos fornecedores
usinagem são longos, ainda há um potencial
diferentes”, relembra Peter Lenz, diretor da
considerável para maior otimização. “Em uma
Lenz. A empresa estreitou o contato com o redas peças, conseguimos reduzir o tempo de
presentante autorizado da Sandvik Coromant,
usinagem de oito para cinco horas”, destaca
a PPW Handel, em Marienheide.
Peter Lenz. Para uma empresa
Por recomendação da PPW, a
pequena como a Lenz, otimizaLenz também pediu que a
ção e aumento de produtividade
Sandvik Coromant otimizasse o
representam praticamente as
desempenho das máquinas Pama
únicas maneiras de expandir.
recém-compradas. “Começamos
“Não podemos pensar em
seis meses antes da entrega das
expandir para instalações
máquinas”, conta Peter Pflitsch,
maiores”, assinala Peter Lenz.
diretor da PPW. Klaus Bussmann,
“Mesmo considerando somente
gerente de vendas técnicas da
a duração da mudança, as nossas
PPW, explica: “As ferramentas
máquinas ficariam ociosas por
Peter Lenz, diretor da Lenz
Zerspanungstechnik.
foram escolhidas e projetadas
algumas semanas e um fornececom as especificações de corte e
dor do nosso porte não pode
todo o necessário para as peças específicas que permitir isso.”
seriam fabricadas nas máquinas”. Logo depois
Mas o futuro parece cor-de-rosa. “Na atual
de instaladas, as máquinas foram equipadas
situação de mercado, uma entrada de pedidos
com as ferramentas mais adequadas e, em
estável para os próximos dois anos deve ser
seguida, otimizadas. “Continuamos trabaviável”, prevê Becker.
Christoph Papsch
300 km até a cidade de Boxberg, para serem
medidas em uma máquina CNC. Durante três
anos, a empresa esforçou-se além de seus li
mites. Era preciso uma mudança fundamental
para que ela pudesse organizar melhor seus
processos de produção e atender os padrões de
qualidade cada vez mais rigorosos e os pedidos cada vez mais numerosos e volumosos. A
Lenz deu um salto importante e adquiriu duas
máquinas de mandrilar horizontais Pama e
uma máquina de medição 3D ultramoderna.
lenz zerspanungstechnik
O desafio
A necessidade:
Equipar duas máquinas de mandrilar Pama
recém-adquiridas para fabricar braços de torque
de reação para turbinas eólicas.
A solução:
Furação: CoroDrill 880, bom desempenho e, ao
mesmo tempo, a estabilidade necessária.
Mandrilamento: CoroBore 820, uma ferramenta
com três arestas.
Fresamento: Praticamente todas as ferramentas
de fresar da Sandvik Coromant foram utilizadas,
especialmente a CoroMill 365 e a CoroMill 390,
com novas classes, como a GC1020, e a CoroMill
245 com uma pastilha Wiper para acabamento.
Sistema de fixação: Coromant Capto.
O resultado:
Redução dos tempos de usinagem e otimização
da estabilidade, tanto com as ferramentas como
com o Coromant Capto. A estabilidade proporciona menores níveis de desgaste e, como
conseqüência, vida útil mais longa para as
pastilhas.
metalworking world 19
Christoph Papsch
ESPECIAL ALEMANHA:
PIONEIROS da energia eólica
caçadores de
produtividade
Fornecedora de peças de unidades de câmbio para turbinas eólicas
e outras aplicações, a Siemens Mechanical Drives de Bocholt precisa
atender uma demanda crescente em termos de entregas e padrões
de qualidade.
de peças Flender
AG em Bocholt (do setor Indústria da Divisão
Drive Technology da Unidade de Negócios
Mechanical Drives da Siemens AG) fica localizada perto de Düsseldorf, no noroeste da
Alemanha. Ela foi integrada à Siemens há apenas três anos.
A unidade de Bocholt fornece peças principalmente para unidades de montagem dentro
do Grupo Siemens, mas atende clientes externos também. O desenvolvimento da unidade
está alinhado com a crescente necessidade de
infra-estrutura, energia e preservação do meio
ambiente. A Mechanical Drives oferece equipamentos de transmissão de energia mecânica
e elétrica, usados na indústria de engenharia
mecânica, no processamento de matérias-primas, em tecnologias de transporte e na
produção de energia. A linha de produtos da
unidade se concentra em tecnologias para
unidades de câmbio e abrange desde acoplamentos e unidades de câmbio para turbinas
eólicas e outras aplicações industriais até
motores com engrenagens e unidades de
câmbio de grande porte para navios. A planta
de Bocholt é especializada na fabricação de
peças de transmissão de torque, com diâmetros de até 3 metros, incluindo peças com
engrenagens, tais como engrenagens helicoidais, engrenagens de dentes retos, eixos de
pinhão e engrenagens internas.
Como a unidade de Bocholt fabrica peças
para um setor industrial crescente, medidas
para aumentar a produtividade fazem parte da
20 metalworking world
Christoph Papsch
A unidade de fabricação
A equipe avalia um anel com dentes internos. A partir
da esquerda: Rudolf Kloos, líder da equipe de produtividade, Sandvik Coromant; Udo Stoehler, programador CNC; Michael Garcia, responsável pelo processo
de melhoria contínua; Ahmet Cinar, operador de
máquina, e Daniel Bergerfurth, gerente de produção.
rotina. Para aliviar um gargalo na pré-usinagem de engrenagens internas, a unidade optou
por uma parceria com a Sandvik Coromant
para um Programa de Incremento da Produtividade (PIP). “A Sandvik Coromant trabalha
conosco há muito tempo e temos tido muito
sucesso com ela em outras áreas usando esse
tipo de projeto. Não tínhamos dúvida de que
aproveitaríamos esses êxitos anteriores”,
afirma Daniel Bergerfurth, gerente de
produção.
OS DENTES internOs são feitos a partir de
anéis laminados, que são torneados e man-
drilados antes que os dentes da engrenagem
existentes sejam fresados e retificados em preparação para o acabamento. O Programa de
Incremento da Produtividade focou as primeiras etapas do processo de usinagem, precedendo o corte efetivo das peças, explica Bergerfurth. “Examinamos nossos processos nos centros de usinagem DoerriesScharman”, diz. As pessoas envolvidas se
conheceram pela primeira vez em novembro
de 2007. Depois disso, a Sandvik Coromant
passou uma semana analisando in loco os
processos de produção, agindo inicialmente
como observadora silenciosa.
Líder em produção
A Siemens Mechanical Drives é líder global
na fabricação de peças para equipamentos
de transmissão de energia mecânica.
A empresa foi fundada em 1899 como
A Friedr Flender & Co em Düsseldorf. Em
2005, o Grupo Flender foi comprado pela
Siemens AG. Agora, a unidade sediada em
Bocholt é conhecida como unidade de
negócios Mechanical Drives e é uma das
cinco unidades que formam a divisão de
Tecnologia da Siemens AG, que por sua vez
pertence ao setor de Indústria da empresa.
Rudolf Kloos, líder da equipe de produtividade da Sandvik Coromant, explica: “Começamos um Programa de Incremento da
Produtividade como esse com uma análise de
especialistas. Descrevemos como as coisas
estão e, em seguida, desenvolvemos idéias e
conceitos sobre como o processo pode ficar
depois de algumas mudanças. Em seguida,
apresentamos tudo isso para o cliente.”
Junto com a gerência da fábrica, a equipe da
Sandvik Coromant estabeleceu que havia potencial para aumentar a produtividade. “Iniciamos o projeto com a meta de aumentar a produtividade em 20%”, explica Bergerfurth. “No
Daniel Bergerfurth,
gerente de produção
da unidade de
negócios fabricação
de peças.
final, alcançamos um aumento de 22%, que
ocorreu graças à redução dos tempos de setup e
do tempo necessário para usinagem e também
por meio da otimização das áreas de trabalho”.
Além de alterações nas máquinas, a equipe conseguiu diminuir a quantidade de etapas realizadas pelos operadores, por exemplo. Antes do
início da fase experimental e de testes, as
possíveis melhorias foram detalhadas em um
workshop com todos os funcionários envolvidos. Cinco operadores da máquina em questão, juntamente com programadores e o chefe
do departamento, discutiram as mudanças planejadas ao longo de três dias – tudo sob orien-
tação de Michael Garcia, responsável pelo
processo de melhoria contínua. “A questão era
convencer nossos colegas de que eles não trabalhariam mais, e sim de forma mais eficiente”, conta Garcia. “Mudanças como essas só
podem ser realizadas quando todos os funcionários estão no mesmo barco, e é claro que a
Sandvik Coromant precisava nos dar as
ferramentas adequadas.”
Em um processo desses, é importante que
os operadores da máquina em questão vejam
uma melhora no ambiente de trabalho deles.
Neste caso, uma unidade Polo que fornecia
água resfriada para a máquina foi movida, eli- ❯❯
metalworking world 21
❯❯
minando odores desagradáveis que incomodavam os operadores, sobretudo no verão. Essa
mudança deixou mais espaço para o setup da
máquina e para o manuseio das peças.
Após a fase do workshop veio uma fase de
testes práticos. Durante seis semanas, as
mudanças sugeridas nas ferramentas e nos
processos foram testadas sistematicamente.
“Via de regra, são necessárias seis semanas para
realizar testes em quantidade suficiente”,
esclarece Bergerfurth. “Passo a passo, determinamos as áreas em que os dados de corte com
relação à faixa de avanço, velocidade de corte e
desgaste são tais que podemos obter um
patamar de otimização geral. Embora nem todos
os testes tenham obtido um resultado positivo,
toda a experiência ganha foi necessária para
estabelecer os limites dos nossos processos.”
Nenhuma grande alteração foi feita nas ferramentas utilizadas. As ferramentas disponíveis
foram atualizadas para os padrões tecnológicos mais recentes e equipadas com pastilhas intercambiáveis poderosas, dotadas da
geometria mais eficaz. Usando esses novos
materiais de corte, foi possível obter velocidades de corte e faixas de avanço mais altas.
Christoph Papsch
A visão perspicaz das pessoas de fora proporcionou outra chance inesperada de otimização, assinala Bergerfurth. “Projeto e engenharia
O operador Johannes Lamers
trabalha em uma engrenagem
com anéis internos.
22 metalworking world
que levem em conta a fabricação e a funcionalidade são elementos muito importantes
das nossas medidas na área de produtividade e
melhoria. As conversas com os engenheiros de
projeto nos deram a idéia de adaptar determinadas qualidades de superfície às exigências e,
assim, otimizar os valores de corte.”
Combinando melhorias no ambiente de
trabalho, alterações de projeto e, sobretudo,
novas pastilhas intercambiáveis e novos
materiais de corte, a fábrica pôde aumentar
ainda mais os níveis de eficiência.
Claro que o trabalho não pára por aí. Em um
setor industrial em expansão, como é o caso do
setor de energias renováveis, há uma constante demanda por novas habilidades e maior
capacidade. “Para nós, aumentar a produtividade está sempre em pauta”, afirma Bergerfurth.
“Para concluir projetos no setor de energia
eólica, é necessário um conhecimento bastante
aprofundado. Foi por isso que chamamos a
Sandvik Coromant. Queremos poder contar
com um fornecedor competente, que tenha a
qualificação de que precisamos em tecnologias
de ferramentas, além de extensos conhecimentos e longa experiência, para que possamos levar adiante esses projetos em curto espaço de tempo e a longo prazo.” Isso já está
acontecendo de certa forma. Por sugestão de
Rudolf Kloo, a fábrica introduziu uma planilha
para registrar ocorrências anormais, que
relaciona cada interrupção na operação de três
máquinas, a fim de identificar a raiz de falhas
que são pequenas, mas continuam acontecendo
repetidamente. “A principal lição que tiramos
desse projeto é que devemos registrar os dados
das nossas máquinas continuamente”, destaca
Bergerfurth. “Se deixarmos vários pequenos
detalhes passarem na nossa rotina diária,
estaremos permitindo a perda de potencial aqui
e ali, o que no final pode se transformar em algo
grande.”
SIEMENS MECHANICAL DRIVES
O desafio
A necessidade:
Otimizar as operações de torneamento e mandrilamento na primeira etapa da produção de
dentes internos para unidades de câmbio de
turbinas eólicas.
A solução:
Alterar a disposição das máquinas umas em relação às outras. Usar novas pastilhas intercambiávei e novos materiais de corte. Pequeno ajuste
no projeto.
O resultado:
Aumento de produtividade de 22%.
Tecnologia
por christer richt
CoroMill 316:
versatilidade
para um mundo
em transformação
A CoroMill 316 leva o
conceito de fresas com
cabeça intercambiável a
uma nova geração de
ferramentas.
Desafio: Melhorar a produtividade e a versatilidade do fresamento de topo em
operações com ferramentas de diâmetros pequenos a médios.
Solução: Um novo acoplamento exclusivo para a ferramenta, destaque de uma nova
linha de fresas de topo com cabeça intercambiável.
O conceito de fresa de topo com cabeça
intercambiável está começando a se difundir por vários motivos. Primeiro, cada vez
mais operações de fresamento de topo precisam de fresas de tamanho médio para operar em máquinas de baixa potência. Outro motivo é que as fábricas estão valorizando a versatilidade das ferramentas e
um número crescente de operações de
fresamento exige alcance com estabilidade. Além disso, algumas ferramentas com
pastilhas intercambiáveis precisam da
ação de corte das ferramentas inteiriças de
metal duro. Finalmente, a maioria das
fábricas deseja minimizar o manuseio, o
custo com ferramentas e o estoque.
Por isso foi desenvolvida a nova linha
de fresas CoroMill 316. Com um histórico
de desenvolvimento de acoplamentos para
ferramentas – foi pioneira em pastilhas intercambiáveis para ferramentas modulares
– agora a Sandvik Coromant introduziu
um sistema de fresa de topo com cabeça
intercambiável, com um acoplamento
exclusivo.
Baseado no consagrado e moderno programa de fresas de topo inteiriças de metal
duro CoroMill Plura, o conceito de cabeça
intercambiável é dotado de tecnologia de
ponta. Trata-se de uma linha de fresas com
capacidade comprovada para otimizar a
maioria dos tipos de operações com fresas
de topo ao longo de toda a usinagem.
Porém, uma fresa inteiriça de metal duro é
uma unidade relativamente grande, feita de
um material caro na aresta de corte, que
precisa ser projetada como um todo.
Geralmente, só a parte cortante é necessária. É isso que está por trás do conceito.
o conceito de fresa com
cabeça intercambiável funcione bem, é necessário um acoplamento muito confiável
e preciso entre o topo de metal duro e a
haste de aço. O desempenho, a segurança
e os resultados dependem diretamente da
qualidade do acoplamento. Na CoroMill
316, o acoplamento é baseado em uma
nova rosca de parafuso autocentrante,
patenteada. Isso mantém firme a cabeça
Porém, para que
intercambiável contra a face do suporte
axial vital e também contra o suporte
radial cônico. O acoplamento é único em
resistência e manuseio, com capacidade de
corte de canal em cheio, precisão de
poucos centésimos de milímetro e
posicionamento fácil e seguro.
resumo
A ferramenta CoroMill 316 une as
vantagens das ferramentas intercambiáveis e das ferramentas inteiriças
de metal duro na forma de uma fresa
de topo. A haste de aço funciona
como um porta-ferramenta, enquanto
a cabeça da fresa é a parte
“intercambiável” da ferramenta.
Vários topos podem ser conectados à
haste da ferramenta, proporcionando
versatilidade operacional e dedicação, além de melhorar os custos e o
manuseio da ferramenta.
metalworking world 23
Tratamento térmico de
facas longas na Ravne
Knives, um dos
principais fabricantes
mundiais de facas
industriais.
Richard Surman
SOLUÇÕES
de ponta
Eslovênia. Com produtos feitos sob medida para um público global, a
Ravne Knives busca melhorar constantemente a qualidade e a produtividade. Seus avanços mais recentes foram obtidos com o uso da CoroMill 490.
Localizada na Eslovênia, região com 400
anos de história na produção de aço, a Ravne
Knives é hoje um dos líderes mundiais na fabricação de facas industriais. A empresa faz
parte do SIJ (Grupo Siderúrgico da Eslovênia), o qual, por sua vez, pertence à IMH – Industrial Metallurgical Holdings. O SIJ engloba
24 metalworking world
seis diferentes empresas, cujos produtos e
serviços vão desde placas de aço longas de
alta qualidade até materiais consumíveis para
solda, facas industriais e treinamento de
trabalhadores com deficiência.
A Ravne Knives produz facas para a indústria da madeira. Suas aplicações incluem facas
para laminados de madeira, facas para trituração de madeira e celulose e para a indústria
metalmecânica – facas para corte de metais e
lâminas de cisalhamento, facas para as indústrias de papel e gráfica e para as indústrias de
borracha, couro e plásticos. A empresa é capaz
de fabricar facas retas com até seis metros de
Richard Surman
Richard Surman
Facas acabadas com
canais abertos
fresados. Mais de 40%
das facas Ravne
precisam de canais,
sejam abertos ou
fechados.
Simon Kupljen, representante da Sandvik
Coromant (esq.), e Maks
Klemenčič, programador
CNC da Ravne Knives,
discutem possibilidades
de fresamento.
A fabricação de facas industriais requer os
mais altos níveis de especificação e produção.
Egidij Hudrap, responsável por tratamento térmico, mostra com orgulho o moderníssimo
forno a vácuo da empresa. Ele enfatiza que a
Ravne Knives é um bom exemplo de “síntese
entre alta tecnologia e habilidade artesanal”.
O diretor comercial Janko Miklavc reforça
Depois disso, começamos a olhar
essa idéia: “Estamos sempre
mais para o ocidente”, conta
buscando o ponto ótimo entre
Miklavc.
dureza e tenacidade. Para nosso
As vendas aumentaram
diretor executivo, Darko Ravlan, é
rapidamente para os mercados da
o tratamento térmico que dá alma à
Alemanha, Itália, Escandinávia,
faca.”
Grã-Bretanha e Ásia, além dos
Em 1991, a Eslovênia votou
EUA. Mais recentemente, a
pela independência e, após um breRússia também se tornou um
ve impasse militar com o exército
grande cliente. Miklavc fala da
iugoslavo, foi reconhecida como
importância da posição da emestado independente pela União
Janko Miklavc, diretor
presa dentro do grupo SIJ em um
Européia e admitida como estacomercial da Ravne
Knives.
momento de maior demanda por
do-membro das Nações Unidas.
produtos de aço. “Há uma imporDesde então, as vendas da Ravne
tante sinergia por pertencermos ao grupo, uma
Knives mudaram radicalmente. “Esse período
força resultante da troca de conhecimentos e
significou um ajuste do compasso comercial
experiências. Na Ravne temos uma longa
para nós. Antes de 1991, o leste era respontradição de conhecimento sobre fabricação e ❯❯
sável por quase 80% das nossas vendas.
Richard Surman
comprimento e facas circulares com um diâmetro máximo de 1.500 mm. Máquinas CNC,
aços de classe alta, tecnologia avançada de
tratamento térmico e uma força de trabalho
altamente qualificada e motivada permitem
que a Ravne Knives produza algumas das
melhores facas industriais disponíveis no
mercado e seja um importante fabricante e
fornecedor do setor.
novo patamar para faceamento e fresamento de cantos a 90°
No final de 2003, a Ravne Knives estava
diante de um desafio: aumentar sua produtividade, mantendo a qualidade dos canais fresados e dos furos que fornecem
os pontos de fixação para suas facas industriais. Embora os concorrentes estivessem oferecendo ferramentas mais baratas à Ravne Knives, a Sandvik Coromant
propôs uma ferramenta que pudesse fazer a função de uma fresa e de uma broca, dispensando a necessidade de duas
ferramentas separadas. O representante
da Sandvik Coromant, Simon Kupljen, explica: “Em 2006, apresentamos à Ravne
Knives o novo e eficiente método de trabalho de usinagem em rampa com a
CoroMill 390. Na época, foi uma ótima
solução da Sandvik Coromant, que au-
mentou a produtividade e reduziu custos.” Este ano, a empresa começou a usar
a CoroMill 490, novo membro da família
CoroMill. “A CoroMill 490 coloca o faceamento e o fresamento de cantos a 90°
em um novo patamar de precisão e produtividade. Em vez de pastilhas com duas
arestas, a CoroMill 490 tem quatro, e
estamos usando materiais novos e aprimorados no corpo e na cobertura. Além
disso, ela apresenta forças de corte mais
leves, parâmetros mais altos e vida útil
ainda mais longa. Trata-se de uma ferramenta de última geração que já está trazendo melhorias de produtividade e qualidade para a Ravne Knives”, completa.
Marjeta Krof, da Ravne Knives, concorda.
“É uma excelente solução, que reduz
significativamente os custos de produção
e diminui a necessidade de acabamento,
gerando aumento de qualidade. A nossa
equipe de produção também agradece pela redução nos níveis de ruído.”
Além da CoroMill 390 e da CoroMill
490, a Sandvik Coromant apresentou
à Ravne Knives a CoroDrill 880, uma
broca de precisão para furação
curta com quatro arestas de corte,
capaz de dobrar a produtividade. A
eficácia das ferramentas é medida
com o software Productivity
Analyzer (PA) da Sandvik
Coromant, que permite uma
avaliação precisa da economia
de produção.
CoroMill 490
metalworking world 25
aços-ferramenta. Isso nos permite produzir as
melhores facas industriais de aço do mundo”,
afirma.
Esse sentimento de orgulho e compromisso
Richard Surman
❯❯ metais, além de tratamento térmico de
de um acordo de parceria aberta. Para Krof, “é
uma ótima parceria – verdadeiramente simbiótica e única nessa área de ferramental. O
acordo de parceria melhorou a gestão de dados
e nos permite trabalhar com a Sandvik
Coromant, testando, avaliando e desenvolvendo a ferramenta certa para cada trabalho.
Consideramos muito fácil fazer negócios com
a Sandvik Coromant. Eles são inovadores,
ágeis e eficientes.”
com uma qualidade cada vez mais alta de seus
produtos se reflete em toda a empresa. “Todos
os dias precisamos melhorar e temos como
objetivo sermos sempre os melhores”, observa
Miklavc. Essa atitude pode ser notada em toda
a empresa, desde vendas até fabricação. Todos
Mais de 40% das facas produzidas pela Ravne
os produtos – exceto as facas para papel – são
Knives precisam de canais, sejam abertos ou
feitos sob medida, portanto é vital
fechados. A CoroMill 390 e,
prever tendências e demandas
neste ano, a CoroMill 490 têm
futuras, assim como manter a
um importante papel no
qualidade e a produtividade.
processo de fabricação. Simon
Enquanto a Ravne Knives prevê os
Kupljen, da Sandvik Coromant,
desafios para atender as futuras
destaca que suas fresas
necessidades dos clientes, os
permitiram que a Ravne Knives
fornecedores também têm um papel
tivesse uma economia de cerca
importante ao ajudar a empresa a sade 15% de seu faturamento
tisfazer as expectativas dos clientes.
anual.
“Damos grande importância ao
O relacionamento da Ravne
nosso relacionamento com os
Knives
e da Sandvik Coromant
Marjeta Krof, gerente
de compras da Ravne
fornecedores”, afirma Marjeta Krof,
é construído sobre respeito
Knives.
gerente de compras. “Com a
mútuo e vontade de sucesso.
introdução das máquinas CNC há 14 anos, a
Ambas as empresas têm uma paixão pela
qualidade e a durabilidade das nossas
excelência e isso se nota nas conversas entre
ferramentas tornou-se ainda mais importante.
representantes da Sandvik Coromant e o
A Sandvik Coromant teve um papel histórico
pessoal da Ravne Knives, em todos os níveis,
e fundamental como fornecedor de ferramendesde a gerência e a administração até os
tas para nós.” A natureza do relacionamento
supervisores de produção e operadores de
entre as duas empresas se desenvolveu
máquina.
consideravelmente em 2006, com a assinatura
Richard Surman
Richard Surman
A Ravne Knives fica situada em uma das belas
regiões rurais da Eslovênia.
Ponto de Encontro
para o comércio
Richard Surman
Rado Polenik,
supervisor da linha de
facas curtas (esq.), e
Stanko Vogel, gerente
técnico, junto a uma
retificadora.
26 metalworking world
Em 1945, a Eslovênia foi incorporada à República Popular Federal da Iugoslávia. A década
seguinte foi mais favorável e, já sob a República Federal Socialista da Iugoslávia, a Eslovênia teve um nível de desenvolvimento econômico mais alto do que o de outros estados-membros. Beneficiada por uma força de trabalho
qualificada, a Eslovênia aproveitou sua forte
tradição industrial e, em meados da década de
60, sua economia começava a se assemelhar a
uma economia de mercado. Em 1990, ocorreram as primeiras eleições democráticas e, no
mesmo ano, mais de 80% dos eslovenos votaram pela independência soberana. Em 1991,
foi feita uma declaração unilateral de independência, seguida de um ataque do exército
iugoslavo. Após aquela que ficou conhecida
como “a guerra dos 10 dias”, foi declarado um
armistício e, em outubro de 1991, a Eslovênia
adotou uma nova constituição. O reconhecimento pela União Européia veio logo depois.
Situada em uma encruzilhada da Europa, a
Eslovênia sempre esteve muito bem localizada
geograficamente para o comércio tanto com o
oriente quanto com o ocidente. Embora os eslovenos representassem somente 8% da população iugoslava, a Eslovênia era responsável
por mais de um terço das exportações da
Iugoslávia. Desde a guerra dos 10 dias, reformas fiscais e trabalhistas, aliadas a privatizações, deram impulso às exportações da Eslovênia. A perda dos mercados da antiga federação foi mais do que compensada pela mudança para mercados da Europa Ocidental e do
resto do mundo. Mais recentemente, o boom
energético da economia russa também abriu
grandes mercados de exportação. Cerca de
60% do PIB da Eslovênia é gerado pelo setor de
serviços, sobretudo os setores financeiro, turístico e imobiliário, que estão se tornando parte significativa da economia. Já a indústria é
responsável por mais de 30% do PIB, notadamente os setores de aço, madeira, produtos
químicos, borrachas, plásticos, equipamentos
elétricos e ópticos, fabricação de máquinas e
montagem de veículos.
panorama
Leveza e BELEZA para o interior de aeronaves
aeroespacial. Em breve, um
material novo e leve pode desafiar o
alumínio no setor de interiores de
aeronaves. Comercializado como
Decobrix, esse material foi desenvolvido em conjunto pela empresa sueca
Lamera – ligada à Volvo – e pela
Sandvik Materials Technology. “O
interessante é que conseguimos um
peso baixo e uma superfície
atraente”, explica Christina Berardi,
responsável por marketing e vendas
de Surface Technology dentro da
Sandvik Materials Technology.
O Decobrix é uma combinação do
Hybrix, material em aço inoxidável da
Lamera, com o Decorex, superfície
para decoração da Sandvik Materials
Technology. O Hybrix é formado por
milhões de fibras microscópicas de
aço inoxidável, posicionadas
verticalmente contra a superfície.
Isso o torna extraordinariamente
forte, além de fino e moldável.
A superfície Decorex da Sandvik
Materials Technology permite que o
material seja fabricado em diversas
cores e texturas, que não são afetadas por pressionamento ou deflexão.
“Esse revestimento colorido é obtido por meio de um processo patenteado, no qual o aço é coberto com metais em escala nanométrica”, explica
Berardi. “Isso dá um efeito visual e
torna o material super fino e durável.”
A combinação de durabilidade e
design torna o Decobrix ideal para a
indústria aeroespacial, que necessita
constantemente de materiais cada
vez mais leves, mas com visual
arrojado.
Na realidade, o Decobrix pode
representar uma dupla vitória para
esse setor. Aviões mais leves usam
menos combustível, o que reduz os
custos e as emissões de poluentes.
Além disso, a produção do Decobrix
respeita o meio ambiente.
“Hoje se fala em design ‘ecológico’, isto é, fabricar os produtos da
maneira menos prejudicial ao meio
ambiente”, destaca Berardi.
O Decobrix é um material
novo e leve, com uma
superfície atraente.
Processos melhores em muitos aspectos
P&D. Para muitos fabricantes, espeparceira da Sandvik Coromant em
cialmente os de peças em grandes
porta-ferramentas acionados, tamséries, as máquinas multifusos torbém participou. Durante quatro dias,
nam a usinagem mais eficiente. No
os clientes viram como obter o máxiinício de junho, a Sandvik
mo das máquinas multiCoromant Alemanha se
fusos. “Enfatizamos a
juntou à Index, importante
importância de se olhar
fabricante de máquinas
o processo como um tomultifusos, para demonsdo ao investir em máquitrar que o investimento
nas”, destaca Kenneth
em uma nova máquina
Sundberg, vice-presidesse tipo pode se tornar
dente de marketing e
um negócio ainda melhor
desenvolvimento de
quando combinado com o
negócios da Sandvik
acoplamento de troca
Coromant Alemanha.
Kenneth Sundberg
rápida da Sandvik
As máquinas multiCoromant, o Coromant Capto.
fusos são otimizadas para produção
Cerca de 200 clientes das duas
em massa. Vários fusos – até seis –
empresas, sobretudo do sul da Aleoperam simultaneamente, aumenmanha, foram convidados para o
tando a produtividade em muitas
Centro de Aplicação Automotiva da
vezes. “Mas as máquinas são relatiSandvik Coromant em Bietigheim,
vamente complexas e caras, portanto
próximo a Stuttgart. A WTO, empresa
é importante otimizar completamente
o processo de usinagem para que o
investimento seja aproveitado
plenamente”, ressalta Sundberg.
“A melhor forma de se conseguir
isso é por meio de uma cooperação
estreita entre o cliente, o fabricante
da máquina e o fornecedor das ferra-
jornalistas especializados foram convidados para uma sessão sobre como
a Sandvik Coromant oferece soluções
totais para clientes do mundo todo,
combinando soluções de usinagem
recém-desenvolvidas no Centro de
Aplicação Automotiva da Sandvik
“É importante otimizar completamente o
processo de usinagem para que o investimento seja aproveitado plenamente.”
mentas”, aponta. Assim, a Index preparou uma de suas máquinas mais
modernas, para que os clientes pudessem ver em condições reais como
a troca de ferramentas é muito mais
fácil – portanto, mais produtiva – com
o Coromant Capto.
Além do evento para os clientes,
Coromant e implementando-as por
meio do exclusivo conceito OTS
(Original Tooling System - Serviços
aos Fabricantes de Máquinas).
“No centro, desenvolvemos novas
soluções, que depois tentamos
multiplicar e espalhar pelo mundo”,
declara Sundberg.
metalworking world 27
getty images
“Na Itália, as pessoas
não podiam usar
renda antes de
completarem
25 anos.”
Durante o século XX,
a renda sintética se
tornou um item de
praxe nos
tradicionais
vestidos de noivas
no Ocidente.
28 metalworking world
A renda
se renova
Durante séculos, a renda foi um poderoso símbolo de status para as
classes dominantes na Europa. Hoje, é usada no mundo todo, dando
um toque especial até às roupas mais simples.
projetou-se internacionalmente com o
álbum e o filme Purple Rain, em 1984. Na capa, ele aparecia em cima de uma moto, com o cabelo armado, cheio de
maquiagem, camisa com babados e – para completar – luvas de rendas. No ano seguinte, a banda de heavy metal
Mötley Crüe lançou seu terceiro álbum, Theatre of Pain,
cuja capa trazia o vocalista e líder da banda Vince Neil em
uma das primeiras versões do penteado estilo poodle, que
se tornaria um clássico, blush, batom e cintas-ligas de
renda branca por cima de calças de lycra cor-de-rosa.
Na época, a atitude dos astros em relação à moda causou
espanto, mas nem Prince nem Vince Neil foram tão pioneiros quanto se pensava. “O visual ostentado por Prince,
especialmente, foi bastante influenciado pela Europa do
século XVIII”, explica Ann-Margret Fyregård, figurinista
da Ópera Real Sueca, do Teatro Nacional e de vários sets
de filmagem, e também responsável pelos programas de
figurino de palco do Dramatiska Institutet da Suécia.
Como figurinista profissional, Fyregård está acostumada
a trabalhar com figurinos que evocam diferentes épocas.
Como regra, a renda é usada como um detalhe decorativo.
“Quando enfeitamos as roupas de um personagem com
renda, isso mostra que a pessoa é rica. A renda [durante muito tempo, feita somente à mão] podia ser o detalhe
mais caro de toda a indumentária. Ela indica abundância e
serve apenas para embelezar.
“Uso a renda sobretudo para criar figurinos europeus
dos séculos XVII e XVIII. No século XVII, a renda era
rígida e grossa, usada principalmente em golas grandes,
O astro pop Prince
chapéus e punhos, e ocasionalmente para adornar botas
masculinas.”
Tecidos semelhantes a rendas foram usados em muitos
lugares bem antes disso, mas o que chamamos de renda
hoje é o material que foi desenvolvido e refinado no século
XVI, originário de diversas técnicas européias de bordado.
quando a renda estava bem estabelecida
na Europa – especialmente na França e em Flandres – surgiu um estilo diferente. A renda se tornou mais macia e
passou a ser usada nos babados ou camadas dos vestidos.
Os homens ainda a utilizavam, afirma Fyregård, “mas
desde o século XIX, a renda é usada somente nas vestes
femininas, particularmente em golas e punhos”.
Quando a fabricação de rendas se tornou uma indústria e
deixou de ser feita à mão, a renda perdeu um pouco do
charme. Se antes era privilégio dos ricos e poderosos, de
repente ficou disponível para todos, especialmente quando
a renda sintética foi introduzida no final do século XIX. No
século XX (e até agora, no XXI), a renda tem sido usada
tipicamente em roupas íntimas e em vestidos de noivas.
Apesar de seu baixo preço atual, a renda ainda chama
atenção. Em seu livro Support and Seduction – A History
of Corsets and Bras (Apoio e sedução – Uma história de
espartilhos e sutiãs), Beatrice Fontanel conta que a atriz
Janet Leigh usou um sutiã preto de renda durante os ensaios de Psicose, de Hitchcock. Mais tarde, ele foi trocado
por um sutiã branco, numa tentativa de evitar a censura.
Rendas pretas em lingeries tendem a ser vistas como mais
No século XVIII,
❯❯
metalworking world 29
❯❯
provocantes, observa Fyregård. “A renda branca é vista
como mais pura, mais inocente. Porém, xales pretos de
renda fazem parte de muitas roupas típicas e, nesse
contexto, são vistos como belos em vários países”, ressalta.
tem um papel importante nos vestidos
de noiva dos países ocidentais. A maior parte da produção
européia foi interrompida durante a Segunda Guerra
Mundial, mas foi retomada após o seu fim, em 1945. Um
ótimo exemplo de extravagância com rendas foi o
casamento de Grace Kelly com o Príncipe Rainier de
Mônaco em 1956. O vestido de Kelly continha 275 metros
de tecido rendado, além de um véu de renda e seda de 125
anos de idade com 1.000 pérolas costuradas. Inspiração
para estilistas, o vestido se encontra no Museu de Arte da
Pensilvânia, nos EUA.
A renda branca
Príncipe Rainier
de Mônaco e
Grace Kelly em
seu casamento.
Nos 500 anos desde que a renda conquistou a Europa,
seu apelo se espalhou pelo mundo. Quando o estilista sueco Lars Nilsson foi nomeado estilista-chefe da grife francesa Nina Ricci em 2003, sua primeira coleção estava repleta
de renda. E a tendência não mostra sinais de enfraquecimento. Casas de moda e grifes como Stella McCartney,
Chanel, Miu Miu, Prada, Roberto Cavalli e Christian Dior
mostraram muita renda em suas coleções outono 2008.
Quem sabe? Talvez daqui a alguns anos os homens
voltem a usar renda. “Seria engraçado”, diz Fyregård.
“Consigo imaginar uma gola de renda ou uma gravata
borboleta sendo usada por homens jovens, pois eles
costumam enfeitar mais suas roupas.” Dito isso, os
primeiros da fila para adotar a renda seriam provavelmente
dois veteranos – Prince e Vince Neil.
Henrik emilson
O vestido de Grace Kelly
continha 275 metros de tecido
rendado, além de um véu de
renda e seda de 125 anos de
idade com 1.000 pérolas
costuradas.
A longa trajetória da renda
Algumas pessoas dizem que a renda chegou à Europa vinda do Oriente no século XIV. O certo é que sua
posterior produção ficou baseada
na Itália. Em pouco tempo, a renda
ganhou popularidade e se espalhou
por toda a Europa ocidental. Ainda
que técnicas de bordado semelhantes à renda tenham aparecido na
América Latina, na Ásia e no Oriente Médio, foi a renda européia que
30 metalworking world
se transformou na definição da
palavra nos tempos modernos. Na
Europa, a renda se tornou um
fenômeno comercial, às vezes tão
valorizado como uma jóia.
Ao industrializarem a fabricação
de renda no final do século XVII, os
franceses ganharam impulso e se
tornaram líderes europeus no século XVIII. Mas a renda também era
fabricada na Inglaterra, Espanha e
Alemanha. Mesmo que não fossem
os maiores produtores, os belgas
foram os mais apaixonados pela
renda e desenvolveram uma compreensão aprimorada de sua técnica e de sua história. Quando deu o
pontapé inicial em sua indústria de
renda, a França trouxe 200 mulheres de Flandres (e 30 da Itália) para
treinar as rendeiras francesas.
No século XXI, a Bélgica continua
sendo uma das capitais mundiais
da fabricação de renda, além de
preservar sua história. O país conta
com uma escola de renda, um museu da renda e a famosa sociedade
Les amies de la dentelle, ou Amigas
da renda. Outros importantes fabricantes de renda hoje são a França,
Inglaterra, Irlanda e Itália. Na Ásia,
a renda é fabricada principalmente
na Índia e na China.
Karl Mayer
getty images
Esta máquina de
fabricação de renda é
produzida pelo fabricante
alemão Karl Mayer.
getty images
Quando falamos em
renda hoje, geralmente
nos referimos à
variedade européia.
do egito antigo às passarelas de hoje:
Mil anos de luxo
A origem exata da renda não é
bem conhecida. Trabalhos em
ouro, prata ou fios de seda em
forma de renda foram encontrados em túmulos egípcios por
volta de 1000 a.C. Restos de
tecidos bordados de mil anos
atrás com adornos em renda
tecida ou tricotada também foram
encontrados no Peru.
em renda hoje,
nos referimos à variedade
européia, que teve sua origem
provavelmente em diferentes
técnicas de bordado, como o
macramê, para enfeitar artigos de
cama, mesa ou mobília, que se
desenvolveram em paralelo. Um
antecessor da renda é a técnica do
point coupé (“ponto cortado”). Os
espaços vazios que apareciam no
tecido quando um fio era
removido eram cobertos com
pontos decorativos. O point
coupé evoluiu e se transformou no que costuma ser
chamado de renda
Quando falamos
costurada ou renda veneziana.
O interesse pela produção de
renda cresceu no século XVI e os
primeiros livros de padrões foram
publicados na Europa. O trabalho
com agulha é muito demorado, e
o embelezamento de roupas, mobílias e tapetes de parede tornouse uma demonstração de riqueza
que, em alguns casos, ameaçava
arruinar seus proprietários.
“Consta que a nobreza se arruinou ao competir pelas roupas
mais belas, sobre as quais as rendas feitas de fios de linho, ouro e
prata eram um detalhe crucial”,
escreve LW van der Meulen-Nulle, autor do livro Lace.
Na Espanha, isso provocou a
proibição das rendas no século
XVI. Na Itália, as pessoas não
podiam usar renda antes de
completarem 25 anos.
sob Luís XIV, a
França se tornou a senhora das
rendas no mundo. Jean-Baptiste
Colbert, ministro das finanças,
tentou industrializar a produção
da renda e obteve o direito exclusivo de fabricá-la na França por
dez anos. Além disso, a importação de rendas foi proibida. No
final do século XVIII, várias
pessoas tentaram lançar máquinas de fabricar rendas. Mas foi
somente com o método inovador
de John Leavers, em 1813, que
a primeira máquina de rendas
No século XVII,
getty images
getty images
Homem vestindo
trajes da corte
elisabetana.
realmente entrou em operação.
Ela era limitada em termos de
padrões, mas com o acréscimo da
tecnologia de cartões perfurados
do fabricante francês de teares
Joseph-Marie Jacquard, as rendas
fabricadas à máquina finalmente
começaram a ficar parecidas com
as fabricadas à mão. Com isso, o
preço da renda caiu e ela se
popularizou.
Existem muitas máquinas de
renda em operação atualmente,
fabricadas por fornecedores tais
como Prominent Technologies, da
Índia, Zhangjiagang Victor Textile Machinery Co Ltd, da China,
Raschel Machines, da Alemanha,
e Jacob Muller, da Suíça. As máquinas originais Leavers, porém,
não são mais fabricadas. As que
ainda estão em operação são muito lentas, comparadas com uma
máquina contemporânea, o que
torna cara sua utilização.
Ironicamente, isso transformou as
“rendas Leavers” em um tipo
luxuoso, bastante caro.
metalworking world 31
Tecnologia
por Christer Richt
Eliminando desvantagens,
agregando benefícios
Desafio: Oferecer às operações de fresamento de topo as vantagens das
ferramentas inteiriças de metal duro e com pastilhas intercambiáveis.
Solução: Uma nova geração de ferramentas com cabeça intercambiável.
intercambiáveis e as
ferramentas inteiriças de metal duro, existe uma área potencial de otimização, que
proporciona vantagens de ambos os tipos
de ferramentas para fresas de topo com
diâmetros de pequenos a médios. Até agora, foram feitas apenas algumas incursões
marginais nessa área, mas um novo conceito está prestes a explorá-la de forma
mais completa.
Embora a tecnologia de pastilhas intercambiáveis tenha muito a oferecer, a ação
de corte das modernas ferramentas inteiriças de metal duro, com arestas de corte
longas e radiais e capacidade de avanço
axial completo, proporciona, principalmente com ferramentas de diâmetros
menores, importantes vantagens tais
como: altos níveis de precisão, acabamento superficial, contato dos dentes e capacidade de cortes leves. Porém, voltando aos
benefícios das ferramentas com pastilhas
intercambiáveis, que possibilitam a troca
rápida e fácil somente da parte que efetivamente corta, sem necessidade de troca
de toda a ferramenta, vale ainda destacar a
possibilidade de usar pastilhas com cobertura que não poderiam ter sido introduzidas e aprimoradas sem tal conceito.
As fresas de topo com pastilhas intercambiáveis são fabricadas com diâmetros
a partir de 12 mm, já que abaixo dessa medida seu manuseio e sua fixação tornam-se
Entre as pastilhas
32 metalworking world
impraticáveis. Por outro lado, as fresas de
topo inteiriças de metal duro têm diâmetros de décimos de milímetro. A faixa de
diâmetro de 10 e 25 mm abrange os dois
tipos de fresas de topo e representa uma
ampla área, que emprega muitas ferramentas de ambos os tipos. É aqui que as fresas de topo com cabeça intercambiável demonstram seu valor, sem excluir as pastilhas intercambiáveis (melhores para desbaste ou semi-acabamento de alta produtividade) nem as fresas de topo inteiriças de
metal duro (melhores para semi-acabamento ou acabamento fino) de suas operações mais adequadas. A terceira opção são
as fresas de topo com cabeça intercambiável, que oferecem um potencial de otimização ao longo de toda uma área que se
sobrepõe às duas.
Entretanto, para realizar esse potencial
nessa área intermediária do fresamento de
topo, o conceito de cabeça intercambiável
precisa atender alguns critérios, sobretudo
o acoplamento da ferramenta e o programa
de cabeças. É isso que está no cerne do
novo conceito de fresa de topo com cabeça
intercambiável CoroMill 316.
entre a cabeça intercambiável e a haste da ferramenta precisa ser
robusto, preciso e fácil de operar.
As cabeças intercambiáveis – as ferramentas de corte – assim como a gama de
O acoplamento
hastes da ferramenta precisam ser de última geração e oferecer as vantagens reais
do conceito de cabeça intercambiável. As
ferramentas e as áreas de aplicação devem
ter o respaldo do conhecimento da
aplicação.
O centro do acoplamento da CoroMill
316 é um parafuso autocentrante com uma
rosca patenteada, especialmente desenvolvida. Ele foi projetado para puxar e reter a
cabeça na haste e não permitir nenhuma
folga. A face de apoio axial é generosa, assim como a face de apoio radial ao longo
do cone. A extremidade interna da cabeça
fica apoiada dentro da haste, para oferecer
a máxima resistência possível à deflexão.
A cabeça intercambiável da ferramenta
de corte é posicionada e apertada com facilidade, girando-se levemente uma chave.
As várias características resultam em uma
interface única entre a cabeça e a haste,
que proporciona rigidez para desbaste de
canais em cheio, assim como alta exatidão
em operações de acabamento de precisão.
A CoroMill 316 tem repetibilidade no
comprimento axial da ferramenta e batimento radial limitado a poucos centésimos
de milímetro.
de cabeças de ferramentas
de corte CoroMill 316 baseia-se na tecnologia de última geração CoroMill Plura,
com sua ampla gama de fresas de topo
O programa
Linha versátil
A linha inicial da CoroMill 316 baseia-se
nas fresas CoroMill Plura:
• Uma fresa de uso geral multicanais,
adequada para desbaste leve até semiacabamento.
• Uma fresa multicanais, dedicada ao
acabamento, capaz de altos avanços
da mesa.
• Uma fresa com geometria Kordell para
desbaste efetivo – com ação de corte
de alta tecnologia para forças de corte
mais baixas e bom controle de cavacos.
• Uma fresa de desbaste com altos
avanços, indicada para pequenas
profundidades de corte combinadas
com altos avanços por dente, ideal
para longos balanços de ferramentas.
• Uma fresa Ball Nose para perfilamento
com dois ou quatro dentes, adaptável
para fornecer a ação de corte correta,
de acordo com diferentes exigências
de perfilamento.
• Uma fresa com lâminas duplas, com
uma gama de ângulos para contatos
com menos dentes e para operações
de chanframento e de rebarbação.
inteiriças de metal duro. A gama CoroMill
316 será baseada nessas geometrias, que
incluirão fresas com lâminas duplas e multicanais.
Em alguns casos, o número de dentes
de uma fresa de topo precisa ser limitado a
dois, geralmente devido às tendências à
vibração e/ou à falta de potência da máquina. Esse número também é mais adequado a muitas aplicações de chanframento. As fresas com vários dentes, porém,
elevam produtividade, já que são adequadas a grandes avanços da mesa, graças ao
maior número de dentes efetivos e aos
valores mais altos de avanço por dente.
inclui as cabeças
inteiriças de metal duro CoroMill Plura,
com ângulos de hélice de 40° e 50°, que
A GAMA CoroMill 316
Para fábricas pequenas, com uma ou
poucas máquinas, o conceito da
CoroMill 316 oferece grande versatilidade e maior velocidade de produção,
graças à capacidade de alternar entre
ferramentas com rapidez e facilidade,
permitindo assim usar a ferramenta
ideal para a operação em questão.
oferecem boa estabilidade de usinagem e
minimizam as tendências à deflexão da
ferramenta. Para manter as tendências à
vibração em um valor mínimo, as fresas
terão ainda passos diferenciais. Capacidade de alta produtividade e segurança são
prioridades para as cabeças intercambiáveis da CoroMill 316.
Elas serão dotadas da mais recente tecnologia de cobertura PVD, por meio da
classe GC1030. Essa importante classe do
programa de fresamento com pastilhas
intercambiáveis CoroMill formará a base
da linha inicial de cabeças da CoroMill
316. Classes com cobertura PVD, como a
GC1030, são ótimas para arestas de corte
vivas, que oferecem a tenacidade adequada às arestas de corte de diâmetros de fresas menores. A GC1030 é, acima de tudo,
uma classe para fresamento de aços em
aplicações que exigem uma pastilha robusta e positiva, principalmente para aplicações com fresas de topo. Ela também é
considerada uma classe de uso geral. Geralmente, as classes com cobertura PVD
são a melhor solução quando as profundidades de corte são menores, os balanços
das ferramentas mais longos, o escoamento de cavacos complexo e a entrada/saída
da fresa exige uma aresta de corte robusta.
O conceito de fresa de topo com cabeça
intercambiável é especialmente vantajoso
por facilitar a troca da cabeça na própria
máquina, sem precisar remover a haste da
ferramenta e sem exigir pré-ajuste adicional da aresta de corte. Qualquer atividade
na sala de ferramentas também é facilitada
por meio da precisão e do manuseio.
❯❯
metalworking world 33
por elaine mcclarence
A maioria das operações de fresamento de
topo são candidatas ao
programa de cabeças
intercambiáveis
CoroMill 316, incluindo
escareamento,
usinagem em rampa,
interpolação,
fresamento em
mergulho e usinagem
com altos avanços.
vantagens das fresas de topo com cabeça intercambiável
• O balanceamento do alcance da ferramenta com estabilidade é facilmente
otimizado. A escolha da haste de ferramenta mais adequada adapta a fresa à
melhor combinação de alcance de
ferramenta e rigidez para a operação.
• A versatilidade também é facilmente
balanceada. As cabeças podem ser
facilmente trocadas para vários tipos de
ferramentas de corte, com alta capacidade
para otimização.
❯❯ Uma gama de hastes de aço CoroMill 316 ofe-
rece flexibilidade para acomodar ferramentas
de curtas a longas, retas ou cônicas, para ênfase em resistência ou alcance. A haste maior
com a cabeça relativamente pequena oferece
resistência e estabilidade, sendo que, em muitos casos, uma haste cônica em aço é tão estável como uma haste reta feita de metal duro.
As hastes também podem ser cortadas para o
comprimento ideal, em uma determinada
operação.
O conceito de ferramenta com cabeça intercambiável e haste tem as vantagens das fresas
de topo inteiriças de metal duro sem a necessidade de uma ferramenta totalmente em metal
duro, que representa custos mais altos, nem de
uma aresta de corte longa em espiral com canais para cavacos, que tem um núcleo longo,
fino e relativamente fraco. Uma única ferramenta permite alternar entre cabeças minimizadas para diferentes tipos de fresas, em que a
profundidade de corte máxima costuma ser
0,55 vezes o diâmetro da cabeça; no caso da
34 metalworking world
• O potencial de produtividade é mais alto do que com as fresas inteiriças de metal
duro convencionais, enquanto o potencial de
acabamento superficial de precisão e a
capacidade para cortes leves são mais altos
do que com as fresas com pastilhas
intercambiáveis. No caso de diâmetros
menores, é possível acomodar mais canais
em uma fresa inteiriça de metal duro, em
comparação com ferramentas com pastilhas
intercambiáveis.
cabeça com lâminas duplas, o valor é de 0,8.
A CoroMill 316 possui mais dentes do que
uma fresa com pastilha intercambiável. Assim,
ela produzirá um melhor acabamento superficial e avanços mais altos da mesa, graças ao
maior número de dentes efetivos, embora não
alcance o acabamento fino de algumas fresas
convencionais dedicadas ao acabamento fino
do programa CoroMill Plura.
CoroMill 316 são balanceadas pelo desenho, tendo assim capacidade para
velocidades do fuso relativamente altas. A
combinação entre altas velocidades e opções
de cabeça multidentes permite faixas de avanço muito altas, além de altas velocidades de
corte. O conceito de cabeça intercambiável
também torna mais fácil adaptar a geometria
da fresa ao material da peça, sem muita preocupação com a estabilidade da ferramenta, devido ao diâmetro do núcleo, que é como o de
uma fresa inteiriça de metal duro convencional.
As ferramentas
resumo
A CoroMill 316 é uma nova fresa de
topo com cabeça intercambiável para
diâmetros de pequenos a médios (10
a 25 mm). As vantagens das ferramentas inteiriças de metal duro, tais
como mais dentes em contato, ação
de corte leve, arestas de corte radiais
precisas e a possibilidade de avanço
axial, podem melhorar o desempenho
e reduzir o estoque de ferramentas.
Além disso, é possível obter as vantagens das ferramentas intercambiáveis por meio das classes de pastilhas. O princípio de diferentes cabeças e hastes, para atender diferentes
operações, pode ser explorado,
proporcionando grande versatilidade.
Com a CoroMill 316, a troca de ferramentas é consideravelmente mais
fácil e pode ser aplicada em operações típicas, tanto com fresas inteiriças de metal duro quanto com fresas
com pastilhas intercambiáveis, ao
longo de uma variedade de aplicações. O novo conceito confere grande
robustez às operações de desbaste e
alta rigidez às operações de acabamento, especialmente quando há
necessidade de variação no alcance
da ferramenta.
Níveis mais altos de produtividade,
versatilidade, estoque, qualidade e
custos com ferramentas são
vantagens que podem ser obtidas
com a CoroMill 316.
PANORAMA
Trens de pouso exigem silent tools
aeroespacial. A demanda pela
linha de produtos antivibratórios
Silent Tools da Sandvik Coromant
está aumentando, impulsionada pelo
crescimento global das viagens
aéreas previsto para os próximos 20
anos – taxa de 5% ao ano no tráfego
de passageiros e de 6% no tráfego de
cargas (MWW edição n.º 3, 2008).
“Com o crescimento da indústria
aeroespacial e da necessidade por
novos aviões, aumenta também a necessidade de usinar furos profundos”,
explica Francis Richt, gerente de
produtos para usinagem da Sandvik
Coromant, que trabalha com fabricantes aeroespaciais no Canadá.
Segundo ele, a indústria aeroespacial precisa de barras de mandrilar
maiores, com diâmetros de 16 mm a
220 mm e balanços de 10 a 16 vezes
o diâmetro. “Com ferramentas convencionais, normalmente não é possível ter balanços com comprimento
superior a quatro vezes o diâmetro da
ferramenta sem criar vibrações. Mas
com as Silent Tools, sim”.
Em um caso recente no Canadá, o
tempo de produção na operação de
torneamento de um grande trem de
pouso para as maiores aeronaves de
passageiros do mercado foi reduzido
de 24 para 7 horas. “A aplicação da
barra de mandrilar Silent Tools com a
pastilha e a classe corretas, além do
ótimo conhecimento do processo por
parte da Sandvik Coromant, gerou
economias substanciais para os
clientes no tempo de produção e de
entrega, mantendo, obviamente, a
qualidade e a funcionalidade do trem
de pouso ”, ressalta Richt.
Esse aumento de produtividade fez
das Silent Tools um padrão não-oficial
para a fabricação dos trens de pouso,
operação que exige ligas modificadas
de aço temperado, devido ao ambiente de grandes tensões a que o equipamento é submetido ao longo de sua
vida útil. “A combinação de materiais,
design do trem de pouso e comprimento do furo exige grande estabilidade da ferramenta, sem vibração”,
complementa Richt.
O novo padrão não-oficial
para fabricação de trens de
pouso.
produtividade
sobre rodas
A van, mostruário de produtos sobre rodas, visita a
Okuma Corporation.
aeroespacial. “É um novo tipo de
Relações Públicas.” “Que variedade
de ferramentas!” “Não é formidável?!”
Esses são alguns dos comentários
dos clientes quando os representantes de vendas da Sandvik Coromant
Japão chegam com “a Corovan”, a
minivan da empresa. O veículo é um
mostruário de produtos ambulante, a
partir do qual os representantes de
vendas podem apresentar grande
parte da linha de produtos da Sandvik
Coromant. A van também é usada
para eventos locais de marketing.
“De qualquer forma, os engenheiros de vendas têm que ir até os clientes. Trazer a van cria uma espécie de
‘clima de evento’, mesmo em visitas
de rotina”, explica Mitsuhiro Kokubo,
representante da Sandvik Coromant.
As fotos foram tiradas em uma
visita à planta de Oguchi da Okuma
Corporation, na cidade de Aichi,
Japão. “Gosto de poder tocar os produtos e ver a variedade de ferramentas aqui nas minhas próprias instalações”, afirma Fumihiko Andoh, gerente-adjunto de usinagem de peças do
departamento de Produção – 2.
metalworking world 35
Nossos clientes sempre valorizaram o Coromant Capto®
como norma para a indústria de usinagem, mas agora é
oficial.
O Coromant Capto® foi adotado como norma ISO (ISO26623)
para sistemas de fixação de ferramentas. E há boas razões
para isso. Independentemente de ser usado para torneamento, furação ou fresamento, a tecnologia modular desse
sistema ajuda a melhorar a estabilidade e a utilização das
ferramentas de corte. Podemos até mesmo dizer que o
Coromant Capto® é tão universal que é exclusivo.
Coromant Capto®
– The original
www.coromant.sandvik.com
Think smart | Work smart | Earn smart.
Peça ao seu representante Sandvik Coromant para
lhe mostrar como será o futuro. 
Print n:o C-5000:531 POR/01
© AB Sandvik Coromant 2009:1
Muitos dizem seguir a norma.
Nós na verdade criamos uma.

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