Edição 314 - Folha do Fazendeiro

Transcrição

Edição 314 - Folha do Fazendeiro
FOLHA DO
Boi vale
quanto
pesa
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FAZENDEIRO
FEVEREIRO DE 2010 • ANO XXIII – Nº 314 – DISTRIBUIÇÃO REGIONAL E DIRIGIDA
Acesse: www.acrissul. com.br
Expogrande será
lançada oficialmente
no dia 1º de março.
PÁGINA 11
ABCZ reforça campanha
pelo pagamento do boi
gordo pelo kg vivo.
PÁGINA 5
Presidente Lula e ministra Dilma
confirmam presença na Expogrande
Convites foram entregues em Brasília por missão composta pela Acrissul, parlamentares
de várias bancada e outras lideranças. Convite agora será estendido a outros presidentes
da América Latina e Expogrande consolida seu status de feira internacional. NESTA EDIÇÃO
STF enterra Fundersul
nas operações entre
pessoas jurídicas.
PÁGINA 9
Clonagem já é uma
realidade nas fazendas
brasileiras.
PÁGINA 7
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FEVEREIRO 2010
ACRISSUL |
Palavra do Presidente
| Por Francisco Maia
Uma Expogrande para ficar na história
A Acrissul prepara-se para realizar
mais uma grande
feira. Talvez a
maior delas na
história. Com um
design internacional, a Expogrande deste ano difere
totalmente de outras edições desta
tradicional feira agropecuária. Em
2010 investimos no status internacional da festa, convidando além do
presidente Lula, todos os presidentes do Mercosul, notadamente dos países vizinhos, com quem o Mato Grosso do Sul e o Brasil detém melhor e
maior relacionamento e afinidades
comercial e cultural.
EXPEDIENTE
Os produtos de Mato Grosso do
Sul ganharam o mundo, pela sua qualidade, pela sua diversificação e pela
maneira ecologicamente correta em
que o agronegócio é tratado por aqui.
O “brazilian beef” de MS responde
com a maior fatia no mercado de exportações é reconhecido por todos
pela sua qualidade. Na América do
Sul há décadas mantemos um corredor ativo com vários países que consomem tanto a carne como os grãos
e as tecnologias aqui produzidos. Tecnologias que são levadas aos vários
rincões conquistados por produtores
brasileiros, como a Bolívia, por
exemplo.
E a Expogrande deste ano vem con-
Uma publicação da Via Livre Comunicação e
Agromarketing. A Folha do Fazendeiro é
informativo oficial da Acrissul (Associação
dos Criadores de Mato Grosso Sul).
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EDIÇÃO E EDITORAÇÃO GRÁFICA:
José Roberto dos Santos
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Textos: Jefferson da Luz
VIA LIVRE
Comunicação e Agromarketing
CNPJ. 05.212.423/0001-99
Av. Américo C. Costa, 320
Jd. América – CEP 79.080.170
Parque de Exposições Laucídio Coelho
Campo Grande – MS
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DEP. COMERCIAL E ASSINATURAS
ANA RITA BORTOLIN
(67) 3026-5014
9604-6364
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res, das instituições, estamos preparando uma grande festa, à altura do
agronegócio brasileiro. Programamos
a melhor grade de shows, com estilos variados, para agradar a todos os
gostos e a todos os públicos. Não
poupamos esforços para trazer shows de qualidade e a preços populares, além de garantir dois dias com
entrada gratuita para que todas as
famílias sul-mato-grossenses participem desta feira histórica. O parque
de exposições está sendo reformulado, principalmente para abrigarr mais
de 1.200 animais de todas as raças,
durante os 11 dias de exposição, para
que o mundo conheça e reconheça a
qualidade do que aqui é produzido.
CRÔNICA DO MÊS | Por Osvaldo Piccinin
Engenho de pinga
FOLHA DO
FAZENDEIRO
solidar a exposição da marca dos produtos regionais, como um centro do
agronegócio do Mercosul. Essa feira
tem essa função. O convite extensivo aos presidentes sul-americanos,
principalmente da linha da fronteira
não é uma questão ideológica, mas
sim de estratégia de mercado. O Mato
Grosso do Sul em suas várias atividades relativas ao agronegócio há
anos estende os braços para esses
países co-irmãos. E nada mais justo
agora que eles tenham também um
espaço dedicado para expor seus produtos e trocar novas experiências
com o setor brasileiro.
E com o auxílio de patrocinadores, expositores, núcleos de criado-
Havia poesia nas palavras do meu
avô quando versava sobre a produção de cachaça. Sua paixão por esta
centenária bebida, principalmente
aquelas produzidas em engenhos artesanais, era do conhecimento de todos que o cercavam.
Na nossa região, estes alambiques,
mais conhecidos por “engenhos de
pinga”, eram raros, mas os poucos
que existiam, produziam cachaça de
ótima qualidade.
O engenho que ficou em minha
lembrança, situava-se no sítio vizinho
ao nosso, mais conhecido por Sítio
dos Peruchi. Bem junto à fábrica,
entre moendas rangedeiras carcomidas pelo tempo, por onde escorria a
adocicada garapa, ficava o tonel da
cachaça já produzida. Tratava-se de
um enorme barril de carvalho com
capacidade para três mil litros. Uma
enorme torneira de madeira por onde
saia a aguardente o adornava conferindo-lhe grande charme, apesar da
rusticidade.
O cômodo que o abrigava era escuro; apenas um bico de lâmpada
pendente num fio ensebado pelas
fezes de moscas caseiras, nos fornecia lampejos de luminosidade. O telhado sem fôrro tinha visão direta
com as estrelas. Suas paredes de tijolos
sem reboco e cobertas por teias de aranhas completavam o bucólico cenário. O
móvel – um único banquinho de madeira - usado pelo vendedor para sentar-se
enquanto enchia os garrafões de meu avô,
era o que demais luxuoso existia!
Um único copo de vidro que parecia
nunca ter visto sabão, usado na degustação da purinha, passava de mão e mão e
de boca em boca. Gozado que todos os
cachaceiros que conheço, emitem um som
vindo do fundo da garganta atestando a
boa qualidade do produto e quase sempre acompanhado de algum comentário
do tipo: “Boooá”, me dá mais um gole!
Nossa condução era a carroça do
nono. A distância de nosso sítio até ao
engenho era curta, mas parecia demorar
uma eternidade no pacholento andar do
Cigano – seu burrinho de estimação. Saíamos com o sol a pino e voltávamos para
casa ao entardecer, e nessa jornada entremeada por uma soneca, eu me deliciava com as histórias contadas por ele sempre muito engraçadas!
Ele me dizia que, para sabermos se a
cachaça era de boa qualidade ou não, tinha que fazer uma coroa de borbulhas
no copo quando servida, e esta coroa não
poderia se desfazer tão rápido. Descrevia com sabedoria a variedade ideal da
cana a ser utilizada. A Cayana - era
recomendada pela doçura da garapa
e pela maciez de sua casca.
Parece uma piada conhecida, mas
trata-se de um fato verídico: ao perguntar por que não cheirava a pinga
antes de beber, ele, no alto de sua sabedoria etílica, me disse: - Se eu cheirar antes de tomar me dará água na
boca, e como gosto de cachaça pura,
não cheiro - mando pra baixo direto.
Simples assim!
Imagino que aquele ambiente pouco higiênico, sem aconchego e emoldurado numa misteriosa penumbra;
às margens de um riacho rodeado de
frondosos jequitibás e bambuzais,
aguçava o nosso desejo de provar a
“marvada”. No meu caso, era só meio
copo - o mais que suficiente para tontear um guri de dez anos - e matar os
vermes da barriga, segundo meu sábio nono!
Até hoje faço questão de visitar um
engenho de cachaça artesanal. O cheiro de garapa em fermentação e o aroma de cachaça pura e sem produto
químico emanado do velho tonel de
carvalho, me fazem viajar no tempo!
E VIVA O VELHO ALAMBIQUE
DE PINGA!
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FEVEREIRO 2010
Capa
Expogrande 2010 conta com Lula e Dilma
Missão da Acrissul agora é levar convites oficiais para outros presidentes da América do Sul
O presidente Lula e a ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff garantiram no final da tarde do dia 18, durante visita de uma comitiva de Mato
Grosso do Sul a Brasília, que estarão
presentes ou na cerimônia de abertura
da 72ª Expogrande, no dia 19 de março, ou durante a feira, que vai até o
dia 28 de março. Francisco Maia, presidente da Acrissul (Associação dos
Criadores de Mato Grosso do Sul),
entidade que promove a feira, considerou a visita ao Distrito Federal um
sucesso, uma vez que há a garantia de
pelo menos três ministérios de destinação de recursos para a exposição, o
que vai garantir a viabilidade do evento, já considerado histórico pela organização.
Na ocasião, Maia entregou a Lula
Presidente Lula recebe convite levado pela Acrissul e garante que virá à Expogrande
um boné e o convite da Expogrande.
“Vou ter muito prazer em comparecer”,
disse Lula sem confirmar a data exata
de sua presença por causa de sua agenda. “O presidente disse que vai tentar
participar da Expogrande”, comentou
o deputado federal Vander Loubet
(PT).
Por outro lado, a ministra Dilma
Rousseff já garantiu que vai participar
da cerimônia de abertura da 72ª Expogrande. Empresários, vereadores e deputados federais enfatizaram a importância do evento para o setor em nível
nacional, e reforçaram o convite à ministra que, de imediato aceitou. Na ocasião, Dilma também recebeu um boné
com a logomarca da Expogrande escrito na parte de trás: “Ministra Dilma”.
Acompanharam Maia o prefeito de
PRÓXIMOS LEILÕES
• 06 DE MARÇO - Leilão de Gado de Corte
• 03 DE ABRIL - Leilão de Gado de Corte
• 12 DE JUNHO - II Leilão Marca 15
SEMPRE ÀS 12:00 H - NO CORIXÃO - PANTANAL - MS
Marque na sua
agenda:
Todo primeiro
sábado do mês
TAQUARI LEILÕES
NO CORIXÃO
DURANTE A EXPOGRANDE 2010
• 11 de Março | 20 hs | Leilão Taquari de Corte
• 15 de março | 20 hs | Leilão Melhoradores - 50 touros PO
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:
PANTA (67) 9981-1064
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Realização: TAQUARI LEILÕES RURAIS
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FEVEREIRO 2010
grande. Pela manhã, o encontro de Maia foi com o
secretário do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Márcio Portocarrero, quando
foram tratadas questões técnicas de interesse da classe
produtora do Estado.
Logo em seguida, o encontro foi com o ministro de
Relações Institucionais, Alexandre Rocha Santos Padilha, e depois com o ministro do Turismo, Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho. O
assunto foi um só: viabilizar recursos para a realização da 72ª Expogrande (18
a 28 de março).
O governo federal vai
colocar à disposição R$ 1
milhão para a feira. Os recursos vão vir de emendas
ao Orçamento de autoria
dos deputados federais DaLula, Chico Maia (pref. Bela Vista) e Francisco Maia
goberto Nogueira, Vander
Campo Grande, Nelson Trad Filho Loubet, Antonio Carlos Biffi e do se(PMDB); o prefeito de Bela Vista, Chi- nador Delcídio do Amaral. “Ficou deco Maia (PT); os deputados federais finido que serão R$ 250 mil de emenDagoberto Nogueira (PDT), Vander das de cada um dos parlamentares.
Loubet (PT); os vereadores Paulo Pe- Nosso objetivo é garantir uma grande
dra (PDT) e Thais Helena (PT); o presi- festa”, disse Dagoberto, após receber a
dente da Associação Comercial de confirmação do ministro das Relações
Campo Grande, Luiz Fernando Buai- Institucionais, Alexandre Padilha, da
naim; os diretores da Acrissul Cezar liberação dos recursos.
Com a vinda de Lula confirmada, a
Machado, Gilson Pinesso e Luiz da
Costa Vieira; os produtores Roberto Acrissul prepara agora missões que viFolley Coelho, José Carlos Bumlai, sitarão a Bolívia, o Paraguai, entre ouMaurício Bumlai; além de Eliane Detoni. tros países, para convidar os presidenDurante o todo dia a comitiva reu- tes sul-americanos para participarem
niu-se com várias autoridades para tra- também da cerimônia de abertura da
tar de assuntos relacionados à Expo- Expogrande Internacional. Segundo
Ministra Dilma confirmou presença na Expogrande à comitiva de MS, no dia 19.03
Maia, a Expogrande deste ano vem consolidar a exposição da marca dos produtos regionais, como um centro do
agronegócio do Mercosul. “Essa feira
tem essa função”, destacou.
Selo verde
A comissão da Acrissul também
apresentou a Dilma um plano de governo para o agronegócio. Foi mostrado um relatório da Embrapa Pantanal
que mostra que a agropecuária é benéfica na preservação do bioma Pantanal.
Também foi proposto que se crie um
selo para o Gado do Pantanal, espécie
de “selo verde” ao produto, que teria
o preço diferenciado e competitivo no
mercado.
A Expogrande
Para este ano, durante os 11 dias
de feira, está prevista a participação de
12 raças bovinas e ovinas, além de
outras 4 raças de equinos. Serão 1.200
animais de argola, um recorde da Expogrande. Haverá shows todos os dias,
com artistas de renome nacional e regional, com preços populares e dois
dias de entrada gratuita, além de 45
leilões confirmados, que começam já
no dia 8 de março. A previsão é de
que o faturamento da Expogrande bata
a casa dos R$ 100 milhões. Só o Banco do Brasil vai disponibilizar R$ 50
milhões para financiamentos de máquinas e implementos. A feira conta
também com a presença do Bradesco e
do Sicredi.
SERVIÇO:
Mais informações sobre a Expogrande pelo telefone (67) 3345-4200
ou pelo portal www.acrissul.com.br
Acrissul convida Márcio
Portocarrero para Expogrande
Na manhã do dia 18/02, o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia e sua comitiva, encontraram-se com o secretário de Desenvolvimento Agrário e Cooperativismo do
Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Márcio Portocarrero. Na ocasião, ele solicitou recursos do Ministério para a realização da 72ª Expogrande (18 a 28 de
março) e discutiu questões técnicas
sobre a produção no Estado.
Maia, que considera a participação do
Mapa estratégica para a Expogrande, aproveitou a oportunidade e convidou o secretário para comparecer à cerimônia de
abertura da feira, que acontece de 18 a
28 de março.
O Ministério da Agricultura trará para
a Expogrande a exposição dos seus programas de sanidade animal e vegetal,
desenvolvimento agrário, além da presença de técnicos responsáveis por uma série de serviços prestados para a agropecuária.
Diretoria da Acrissul reuniu-se no Mapa, com o secretário Márcio Portocarrero
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FEVEREIRO 2010
Ruralismo
Acrissul e ABCZ defendem pagamento do boi pelo
peso do animal vivo
Campanha ganha força e pode mudar
o comportamento do mercado
O presidente da Acrissul (Associação
dos Criadores de Mato Grosso do Sul),
Francisco Maia, juntamente com o presidente da ABCZ (Associação Brasileira dos
Criadores de Zebu), José Olavo Borges
Mendes, lançou a campanha pelo pagamento do boi pelo peso do animal vivo.
“Com isso o produtor vai ter mais
segurança, porque saberá o quanto vai
receber pelo seu gado na hora em que
deixar a fazenda”, argumenta Maia. Segundo ele, hoje o criador recebe pelo
rendimento de carcaça, ou seja, quantos quilos de carne o boi tem depois de
retirado o couro e outras partes. “Acontece que, quando a carne vai ser destinada
para a França, por exemplo, retira-se mais
a gordura. Quando é para outro mercado, que prefere carne magra, o corte é
diferente. Então o produtor nunca sabe
o quanto vai render o seu gado”, explica.
Uma opção sugerida por Maia para
se dirimir o problema é a classificação
dos animais quando ainda vivos, pagando-se a mais por aqueles que apresentarem melhores condições físicas. Ele lembra que isso já é praticado no Rio Grande do Sul e em outros países como Argentina e Uruguai.
O presidente da ABCZ, ciente da
questão, disse que vai se reunir com os
sindicatos da região do Triângulo Mineiro e com os frigoríficos para discutirem o assunto. “O criador quer produzir com qualidade, e ele faz isso, agora,
precisa ser remunerado adequadamente”, ressalta Mendes.
Maia acrescentou ainda que tem de
haver uma relação de transparência na
cadeia da carne por uma questão de res-
DE 18 A 28 DE
MARÇO
Parque de Exposições
Laucídio Coelho
Campo Grande | MS
José Olavo visitou a Acrissul e defendeu
a nova forma de remuneração pelo boi
peito ao consumidor. “Ele tem de saber o
porquê o produtor recebe R$ 2,40 pelo
quilo do carne, e ele tem de pagar até R$
16,00”, disse sugerindo que os supermer-
cados também façam parte das conversas.
Convite e exemplo
Francisco Maia aproveitou a ocasião
6
FEVEREIRO 2010
para convidar José Olavo para trazer a
ABCZ para a 72ª edição da Expogrande
(que acontece de 18 a 28 de março). Ele
confirmou que não só estará presente,
mas que também terá um estande. “Vamos trazer nosso pessoal para falar de
melhoramento genético, que é a molamestre da pecuária”, adiantou. “Somente com genética de alta qualidade é que
conseguimos ter mais produção”, frisou.
Outro assunto tratado no encontro
entre os dois ruralistas foi a ação vitoriosa que a Acrissul moveu contra a cobran-
DE 18 A 28 DE MARÇO
Ouça e anuncie na
Rádio do Fazendeiro
3042-7587 | 3026-5014
ça do Funrural nas comercializações intermediárias da produção agropecuária.
A entidade conseguiu uma liminar na
qual isenta seus associados da cobrança
do tributo. Maia entregou a José Olavo
uma cópia da decisão da Justiça Federal
para que a mesma medida fosse tomada
em Minas Gerais. “É muito importante
que todos tenham essa mesma atitude.
Somos poucos, mas unidos podemos
fazer muito”, disse, lembrando que o
apoio da CNA (Confederação Nacional
da Agricultura) e das associações é muito importante.
Ele ainda elogiou iniciativa da Acrissul em internacionalizar a Expogrande
e disse que o convite aos presidentes
Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Evo
Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai) e Hugo Chaves (Venezuela) é muito importante. “Mesmo que nós não comunguemos dos mesmos pensamentos
será um orgulho para nós recebê-los.
Acho importante receber os presidentes da Bolívia e do Paraguai, países com
os quais Mato Grosso do Sul tem fronteira, isso vai unindo os elos da cadeia”,
defendeu.
ECT lançará um selo em
homenagem a Laucídio Coelho
A Acrissul
(Associação dos
Criadores de
Mato Grosso do
Sul) vai prestar
uma homenagem
a um dos homens mais relevantes para a pecuária do Estado,
Laucídio Coelho.
No início de fevereiro, o presidente da entidade, Francisco
Maia, esteve reunido com representantes da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos para discutir os
detalhes da impressão de um selo
que terá uma imagem do homenageado.
Segundo Maia, o lançamento do
selo será durante a abertura da 72ª Expogrande (18 a 28 de março), e a peça
filatélica também contará um pouco da
história da Acrissul. “Laucídio Coelho foi um homem que sintetizou es-
sência do trabalho do produtor rural”,
disse Maia. “Essa será uma justa homenagem a uma pessoa que tanto contribuiu para o agronegócio do Estado. Homens como ele têm de ser eternizados, e essa é uma forma de mantermos seu exemplo vivo em nossas
mentes”, comentou.
Da reunião participaram Joaquim
Barbosa de Souza, neto de Laucídio;
Lucia de Fátima e Cleyse Mary, representantes dos Correios.
Chico Maia recebe diretores do JBS, Odair Campos e João Batista Rocha
JBS pronto para discutir o
peso vivo com produtores
O Grupo JBS, maior produtor de
proteína animal do mundo, está aberto
para negociar com os pecuaristas uma
nova forma de venda de gado, na qual
o cálculo para o pagamento é feito pelo
o que o animal pesa enquanto está
vivo.
Na manhã de do dia 3 de fevereiro, o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso
do Sul), Francisco Maia, recebeu os
representantes do JBS, Odair Campos
e João Batista Rocha de Sousa. Na
ocasião, foi dito que o peso vivo é uma
das opções de compra do Grupo, mas
que só são realizadas com pequenos
produtores.
“Para nós evoluirmos na relação
produtor/frigorífico temos todos de
parar e conversar sobre como melhorar o relacionamento comercial”, disse Maia. O Grupo segue a mesma ideia
defendida pelo presidente da Acrissul e, nos próximos meses, vai contratar pessoas especializadas em compra de gado, cada uma delas será responsável pela aquisição de 150 mil
cabeças/ano no Estado. O objetivo é
justamente aproximar a indústria de
seus maiores parceiros, os pecuaristas.
O JBS está experimentando uma
nova forma de comercialização, a entrega de carne em domicílio. Dessa
forma, segundo Maia, também se diminui a influência dos supermerca-
dos. “Que são os que, na cadeia da
carne, ficam com a maior parte do
lucro”, observa.
Sousa lembrou que a compra pelo
peso vivo tem muitas barreiras a serem vencidas, mas que com o diálogo
é possível se implementar esse novo
sistema aquisição de animais para o
abate. “Tem gente que não coloca o
gado em jejum. Outros já desconfiam
da balança. É uma relação complicada, mas com o tempo se pode superar os obstáculos”, acredita. “O que
não pode é um ficar desconfiando do
outro”.
Maia propôs a Campos e a Sousa
que seja realizada uma reunião com
os membros da Acrissul e representantes do JBS para iniciar as tratativas visando à mudança do modelo de
compra, o que foi aceito.
“Tá na hora de sentarmos e discutir claramente o nosso negócio”, finalizou Maia.
JBS na Expogrande
Os representantes do Grupo JBS,
Odair Campos e João Batista Rocha
de Sousa, estiveram na sede da Acrissul (Associação dos Criadores de
Mato Grosso do Sul) no início de fevereiro para discutir a presença do
Grupo na 72ª Expogrande (de 18 a 28
de março). O JBS participou da 1ª
Expo MS, realizada pela Acrissul, no
pavilhão Pantanal orgânico.
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FEVEREIRO 2010
Clonagem de bovinos, o risco da excelência
Experimento sai dos laboratórios e vira uma realidade à disposição das fazendas brasileiras
Por Jeferson da Luz
Em 1º de dezembro de 2009 uma nova
fase na pecuária nacional foi inaugurada. Naquele dia a ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu) fez o primeiro registro de um zebuíno clonado, a
bezerra Divisa Mata Velha TN 1. Na prática isso significa poder perpetuar animais com grandes qualidades genéticas,
uma espécie de backup (cópia de segurança) que o pecuarista pode fazer de seus
melhores exemplares. É como se uma
vaca campeã nunca morresse.
A técnica usada é teoricamente simples, mas até bem pouco tempo era restrita a instituições de pesquisa governamentais, pois o custo era muito elevado.
Mas como tudo que é novo, o tempo passou e o custo caiu. A Divisa Mata Velha
TN 1, cópia, saiu por R$ 50 mil – a original, Divisa Mata Velha, foi comprada por
R$ 2 milhões.
Chegará o dia que a TN (Transferência Nuclear) será uma técnica dominada
nas fazendas, como hoje é a insemina-
Clone da Divisa Mata Velha, com sua mãe de aluguel. Foto: Maurício Faria/ABCZ
ção artificial. Daí nasce a possibilidade
de termos as fazendas cheias de campeões de pista que serão enviados para o
abate, o sonho de todo dono de frigorífico. A melhor carcaça, o melhor acabamento de gordura, o melhor ganho de
peso, tudo isso porque teremos uma
multidão de indivíduos geneticamente
iguais. Mas é justamente aí que pode estar o perigo.
Lembra-se do mal-do-panamá, doença que atinge as bananeiras? No país que
deu nome ao mal levou os plantadores a
ter de exterminar plantações inteiras. Mais
de 40 mil hectares se tornaram impróprias para o cultivo da fruta, trazendo milhões de dólares em prejuízos. E tudo isso
se deu porque essas plantas, na verdade,
são clones naturais, elas não nascem a
partir de uma união de gametas (esperma
e óvulo, no caso animal, micrósporo e
megásporo, no caso vegetal), brotam umas
das outras. Razão pela qual podem ser
suscetíveis a certas doenças, pois sem cruzamento não há melhoramento genético.
Imagine da seguinte forma. Algumas
pessoas têm alergia a camarão, outras a
lactose, se, em uma situação hipotética,
um individuo alérgico for clonado, o clone também terá alergia. Da mesma forma,
se a vaca ou o boi original tiver algum
problema escondido, que só venha a ser
8
desencadeado sob determinadas circunstâncias e essas ocorrerem quando nossos pastos estiverem cheios de clones, o
resultado pode ser devastador para a
pecuária.
Para Ricardo Marchetti, gerente comercial da Geneal Genética Animal, empresa que realiza clonagem comercialmente, esse é um problema que pode
acontecer em qualquer outra situação independentemente de ser ou não uma
população de clones. “As doenças quando atacam, geralmente, atacam uma espécie e não apenas um indivíduo”, argumenta. “Sendo assim, não importa se o
animal é clone ou não”, reforça.
“Mas caso aconteça uma algum problema que ameace uma espécie toda, é
bom se ter um backup dela. Se tivermos
o material genético armazenado poderemos fazer a reposição da população, ela
não será extinta”, completa.
Além disso, na opinião de Marchetti,
a clonagem não deve ser usada em animais de corte, como no cenário hipotético apresentado, mas sim apenas como já
é feita hoje, para prolongar e potencializar
as características únicas de um exemplar,
onde seus gametas são usados em cruzamentos de forma que o resultado sempre
será um filho e não um clone, o que elimina problemas genéticos na geração seguinte.
Outro ponto de vista
Contudo, esse não é o mesmo pensamento do pesquisador Rodolfo Rumpf,
da Embrapa Recursos Genéticos. Para ele,
em mais dez anos, já teremos população
de clones para corte. Segundo disse, esses indivíduos serão sim suscetíveis a
doenças e outros problemas pelo fato de
serem cópias uns dos outros, como no
caso da bananeira. “Isso acontece todas
as vezes que se diminui a variabilidade
genética”, alerta.
Pesquisador Rodolfo Rumpf, da Embrapa
FEVEREIRO 2010
Para evitar a erradicação em massa do
rebanho com a ocorrência de uma enfermidade é fundamental, conforme Rumpf, que o uso da tecnologia seja feito de
forma bem criteriosa sempre obedecendo às estratégias de melhoramentos genéticos.
“E ainda, tem de se criar uma banco de genoplasma, com sêmen, óvulos, embriões para que se preserve a
diversidade genética das raças. Dessa
forma, caso aconteça uma catástrofe
com o rebanho, sempre tem com voltar atrás e começar tudo de novo”, explica.
De acordo com o pesquisador, a clonagem é diferente de tudo o que já foi
feito na bovinocultura: inseminação artificial, congelamento de embriões entre outras formas de reprodução. E a
técnica não está totalmente dominada.
Ele crê que em mais cinco anos, com
índices técnicos melhores, ou seja,
mais eficiência, ela esteja mais acessível para a utilização em animais que
serão destinados ao corte.
Rumpf é um dos defensores de que
as associações de criadores tenham
seus próprios bancos de genoplasma
para garantir a segurança da diversidade de uma raça. A Embrapa já faz
isso, mas somente com animais da fauna brasileira ameaçados de extinção.
Motivos para se investir na clonagem
A clonagem no Brasil data de 2003,
não é novidade. Mas um fato que
aconteceu no fim do ano passado tira
a técnica dos laboratórios de cientistas e a coloca à disposição dos pecuaristas. Em setembro de 2009 nasceu
a bezerra Divisa Mata Velha NT 1, que
foi o primeiro clone registrado pela
ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu).
Isso foi possível graças a uma parceria público privada (PPP) entre a
empresa Geneal Genética Animal e a
Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Para Ricardo
Marchetti, gerente comercial da Genal,
o feito abre caminho para a popularização da Transferência Nuclear (TN)
-mais conhecida como clonagem.
“A tendência é que a técnica fique
cada vez mais barata, chegando sendo acessível para a maioria dos produtores”, prevê Marchetti. “Então,
quem tem três, quatro, cinco animais
de boa capacidade genética vai poder
duplicar a produtividade desses indivíduos sem ter de gastar muito”,
exemplifica.
Além disso, a clonagem também
serve como uma espécie de cópia de segurança em caso de morte ou impossibilidade reprodutiva de um bom exemplar.
Se, por exemplo, acontece um acidente
com um touro e ele perde sua capacidade gerar filhos, ou morre, aquele potencial genético vai continuar vivo em seu
clone.
“Mas, caso o produtor queira pensar
um pouco mais antes de fazer uma clonagem, nós podemos ir à fazenda coletar
o material, que é apenas um centímetro
quadrado de pele, ela é processada e pode
ficar congelada por mais de 60 anos. E
tudo isso tem um custo extremamente
baixo, apenas R$ 2 mil por exemplar”.
Toda a clonagem em si é um pouco
mais cara, cerca de R$ 50 mil. “Mas nós
damos garantia. O bezerro só sai da nossa fazenda com sessenta dias de vida e
capacidade reprodutiva atestada”. Todas
as etapas do procedimento são feitas na
propriedade da Geneal, inclusive a vaca
receptora também é oferecida.
Outra possibilidade que se abriu com
a certificação da Divisa Mata Velha TN 1
foi o fim da clandestinidade de alguns
indivíduos que já foram clonados. “A
gente sabe que tem pecuarista clonando
seus animais, mas os embriões, ou sêmen deles recebem a genealogia do original, agora, será possível registra a
cópia”.
Dentro de pouco tempo a tecnologia deve ficar ainda mais barata se tornando quase que uma prática comum
nas fazendas. Marchetti ainda não sabe
o quanto mais barato isso deve ficar
porque a Transferência Nuclear ainda não está totalmente dominada.
“Nós sabemos o que dá errado, mas
não temos ideia do porquê acontece.
Logo, é muito difícil de se resolver
todos os problemas da clonagem”.
Rodolfo Rumpf, pesquisador da
Embrapa, que integra o grupo de pesquisadores da entidade responsável
pela clonagem de bovinos no Brasil,
disse que por um tempo até foi contra o registro dos animais clonados,
mas percebendo que a prática era inevitável mudou de opinião. “Pelo menos, com o registro, a gente vai ter
como fazer o controle, e é uma forma
dos criadores saírem das sombras.
Hoje sou completamente favorável a
normatização na clonagem e de seu
desenvolvimento”. (JL)
9
FEVEREIRO 2010
Seu Direito
STF derruba Funrural
O STF (Supremo Tribunal Federal) julgou recurso extraordinário na tarde do dia
5 de fevereiro e por 8 votos a zero derrubou a cobrança do Funrural em operações
envolvendo pessoas jurídicas, considerando a cobrança inconstitucional, por ver nas
operações a incidência de cobrança de impostos sobre impostos (bis in idem), inclusive de PIS e Cofins.
Segundo Márcio Torres, advogado da
Acrissul (Associação dos Criadores de
Mato Grosso do Sul), a decisão do STF
cria um precedente jurisprudencial importante para os produtores rurais pessoas físicas de todo o Brasil. Torres é o autor do
primeiro mandado de segurança no País,
impetrado contra a cobrança do Funrural
sobre operações envolvendo pessoas físicas. A ação foi impetrada em novembro do
ano passado, em caráter liminar, e
ainda aguarda pelo julgamento do mérito.
Por enquanto vale a decisão da Justiça Federal de suspender a cobrança.
Torres iniciará uma ação em nome da
Acrissul para reaver os valores pagos para
o Funrural pelos produtores rurais nos
últimos 5 anos. Em todo o Brasil esse montante chega a mais de R$ 11 bilhões, calcula ele. Quem quiser entrar com uma ação
de restituição tem de ter os comprovantes
de que pagou o tributo.
Comentando sobre a decisão do STF o
presidente da Acrissul, Francisco Maia,
lembrou que a entidade foi a primeira do
país a entrar com um recurso contra a cobrança do imposto. “Nós acreditamos na
justiça do Brasil, por isso tomamos essa
medida”. Segundo ele, o percentual que
deixa de ser recolhido , 2%, pode ser pequeno, “mas é muito significativo”, pois
os pecuaristas vão retorná-lo em forma de
investimento na produção. “O que vai movimentar o mercado gerando empregos em
diversos setores e riquezas nas cidades”.
Torres lembra que a argumentação jurídica usada por ele é a mesmo que foi usa-
da pelo Frigorífico Mata Boi (o qual iniciou a ação o STF) e que, portanto, está
muito confiante de que a ação impetrada
pela entidade deve resultar na mesma decisão. Para ele, para o governo federal voltar a cobrar o Funrural -que é uma contribuição para a Previdência Social- somente
com a criação de uma nova lei. “A legislação é bem clara quanto à cobrança para fins
previdenciários: só pode incidir sobre a
folha de pagamento”, esclarece.
Como o julgamento da matéria foi sobre pessoa jurídica, a esperança é de que
um novo julgamento - desta vez tratando
de pessoa física - venha dar ganho definitivo aos produtores em geral, e o STF faça
uma sumula vinculante, dessa forma todos que entrarem com uma ação do mesmo tipo terão a causa ganha já em primeira
instância.
Cai liminar da Famasul no TRF
O juiz Helio Nogueira, do Tribunal
Regional Federal 3ª Região, deferiu um
recurso impetrado pela União o qual
pedia a suspensão da liminar que impedia a cobrança do Funrural dos produtores rurais ligados à Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato
Grosso do Sul). Com isso, a única liminar que continua valendo é a que foi
impetrada pela Acrissul (Associação dos
Criadores de Mato Grosso do Sul).
A decisão do juiz vai contra a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal)
que considerou inconstitucional a cobrança do Funrural para pessoas jurídicas. Nesse caso, o julgamento da questão só valeu para o Frigorífico Mataboi,
de Minas Gerais, contudo, abriu um precedente jurisprudencial sobre o tema.
Entre outras argumentações, os advogados da União disseram que a cobrança do tributo é constitucional e alegam que foi embasada no artigo 195,
da Constituição da Federal.
Em sua decisão o juiz disse que:
“considerando a constitucionalidade da
exação [imposto] debatida nos autos, verifico a presença dos requisitos para a
antecipação da tutela recursal a favor
da agravante [a União]”.
A liminar da Famasul, concedida no
fim do ano passado, amparava todos os
produtores membros de qualquer sindicato rural de MS.
10
FEVEREIRO 2010
Pesquisa avalia tipos
de pastagens nativas
preferidos por ovinos
na região do Pantanal
Embrapa-Pantanal desenvolve pesquisas para caracterizar
a raça em conjunto com a Embrapa Recursos Genéticos
Pesquisa de caracterização do sistema
de criação de ovinos naturalizados do Pantanal avaliou as pastagens nativas preferidas por esse animais. A pesquisadora
Sandra Santos, da Embrapa Pantanal,
constatou que os ovinos preferem as pastagens de menor porte e superpastejadas
que estão localizadas próximo das sedes
das fazendas avaliadas.
As principais forrageiras consumidas
variaram conforme os tipos de pastagens
nativas existentes nas fazendas, tais como
capim-mimoso e capim-mimosinho, geralmente presentes nas áreas mais baixas
e intermediárias do Pantanal.
Próximo às sedes, eles consomem espécies forrageiras comuns de locais perturbados (muito pisoteados) como a grama-de-burro e a grama-forquilha. Das espécies forrageiras exóticas, observou-se
que os ovinos consomem Brachiaria humidocola e Panicum repens, embora prefiram as forrageiras nativas de áreas baixas do Pantanal, como bordas de lagoas e
vazantes. “Em uma das fazendas, observou-se que os animais procuravam avidamente folhas de seriquela, ricas em
proteína”, comentou Sandra.
Amostras de fezes foram colhidas para
análise microhistológica da dieta, que será
feita no laboratório de Dieta Animal da
Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A pesquisa de caracterização das raças foi desenvolvida pela Embrapa Pan-
tanal em parceria com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e avaliou,
além dos hábitos alimentares, o fenótipo
(aparência) das raças, o estado sanitário e
práticas de manejo de ovinos criados no
Pantanal da Nhecolândia, uma das subregiões do Pantanal.
“Estudos preliminares têm mostrado
que a raça naturalizada existente na planície pantaneira é de médio porte, apresentando peso corporal em torno de 60
quilos para machos e 40 quilos para as
fêmeas”, afirmou Sandra.
Em relação ao estado sanitário, a pesquisa constatou que, de maneira geral,
ocorreu um grau muito baixo de infecção
em todas as fazendas durante o período
de amostragem (final da seca). Mas a pesquisadora afirma que essa coleta precisa
ser refeita no período de cheia, quando a
ocorrência de infecções é mais comum.
Adicionalmente será importante realizar
esta coleta de forma comparativa com raças comerciais na região para evidenciar a
rusticidade deste animais.
Ovinos do Pantanal
precisam de planos
de uso e conservação
Pesquisa de caracterização do sistema de criação de ovinos naturalizados do Pantanal indica a necessidade
de ampliação dos planos de conservação para este grupo genético. Estes
animais, com os bovinos e cavalos
Pantaneiros, se estabeleceram no decorrer de centenas de anos de adaptabilidade às condições da região.
Atualmente, grande parte dos núcleos de criação apresenta rebanhos
fechados por algumas gerações com
grau elevado de consanguinidade e
núcleos descaracterizados na aparência em razão de cruzamentos com espécies exóticas ou comerciais na região. A consaguinidade é o grau de
parentesco entre indivíduos descendentes de pais comuns.
Os estudos foram desenvolvidos
pela pesquisadora Sandra Aparecida
Santos, da Embrapa Pantanal, em
conjunto com a Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia (pesquisador Samuel Rezende Paiva) e com
apoio financeiro da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do
Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul).
A Embrapa Pantanal (CorumbáMS), Unidade da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária - Embrapa,
vinculada ao Ministério da Agricultu-
ra, Pecuária e Abastecimento, iniciou
os estudos-piloto de caracterização
destes animais em 2005, pela necessidade de diversificação e de agregar
valor à pecuária bovina.
Os resultados deste projeto atual
foram apresentados em outubro durante o 7º Simpósio de Recursos Genéticos para América Latina e Caribe, realizado no Chile.
Sandra explica que os ovinos pantaneiros são rústicos e resistentes e têm
sido procurados para implementar
essa característica em rebanhos de
outras regiões do país. “No Pantanal
existe variabilidade genética passível
para ser trabalhada tanto em programas de melhoramento como de conservação”, afirmou a pesquisadora.
Dentro deste mesmo projeto, estudos com marcadores moleculares estão sendo finalizados para quantificar a variabilidade genética existente
dos animais amostrados nos rebanhos
bem como para subsidiar uma futura
homologação deste grupo genético
junto ao ministério. Estes resultados
serão comparados com outros em andamento na região.
A pesquisa revelou ainda que animais de um mesmo local de coleta
(mesma propriedade) foram mais semelhantes entre si do que em relação
a outro ponto de amostragem. “Esse
resultado é válido para subsidiar medidas de manejo de troca de animais
entre as propriedades de forma a manter a variabilidade genética deste grupo e reduzir a endogamia (consaguinidade) média local”, explicou.
Estes estudos são essenciais para a
ampliação do programa de conservação deste grupo genético, já em desenvolvimento na Embrapa Pantanal,
bem como para promover no futuro
uma maior integração entre os produtores e instituições de ensino e pesquisa da região e do país que realizam estudos com estes animais que se
mostram como uma alternativa produtiva de potencial para a região pantaneira.
11
FEVEREIRO 2010
Expogrande 2010
Expogrande deve movimentar 15% a mais que
em 2009, prevê Maia
O presidente da Acrissul (Associação
dos Criadores de Mato Grosso do Sul),
Francisco Maia, disse esperar que este
ano a Expogrande supere a edição anterior em até 15% no volume de negócios
e de visitantes. Em janeiro, foi realizado
o pré-lançamento da 72ª Expogrande que acontece de 18 a 28 de março. Na
ocasião, ele lembrou da importância que
a produção de alimentos no Brasil tem
para o mundo e usou isso para justificar
a internacionalização da feira em 2010.
Ele ainda citou os números da exposição no ano passado, que chegou a ter mais
de 350 mil visitantes e fechou mais de R$
100 milhões em negócios. “Isso mostra a
grandeza do agronegócio do Brasil. Dia 1º
de março é o lançamento oficial.
Na presença de dois senadores, Marisa Serrano (PSDB) e Valter Pereira
(PMDB); e três deputados federais, Vander Loubet (PT), Dagoberto Nogueira
(PDT) e Antonio Carlos Biffi (PT), Maia
pediu empenho dos parlamentares em
trazer o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva para fazer parte da cerimônia de
abertura da Expogrande.
O deputado Vander Loubet disse que
é muito importante a mobilização de todos para a realização da Expogrande, pois
ela é uma referência para o setor no Bra-
sil. E pediu a união de todos para trazer
Lula. E lembrou-se do ex-governador
Zeca do PT para juntar-se a essa tarefa.
“Até porque, os dois são amigos”, argumentou.
O vice-prefeito de Campo Grande,
Edil Albuquerque (PMDB), que veio representando o prefeito Nelson Trad Filho (PMDB), disse que é muito grande
sua expectativa quanto ao evento este
ano. “Essa será uma das feiras mais interessantes de todos os tempos”, prevê.
A secretária Tereza Cristina Corrêa da
Costa Dias (Produção e Turismo) parabenizou o presidente da Acrissul pela iniciativa de internacionalizar a Expogrande. E, lembrando da lida do produtor que sempre tem a expectativa de uma safra
melhor do que a anterior-, disse que em
2010 espera uma feira ainda maior.
A senadora Marisa Serrano, que não
é ligada ao meio rural e é uma parlamentar de oposição, aproveitou para
defender os motivos pelos quais ela estava presente ao pré-lançamento. “Não
é uma questão de partido. É uma questão de cidadania, de amor, porque esse
é o setor que mais gera riqueza neste
país. E eu tenho orgulho de fazer parte
da Comissão de Agricultura do Senado”, disse.
Pré-lançamento da Expogrande reuniu lideranças de vários setores de Mato Grosso do Sul
Ao usar a palavra, o senador Valter
Pereira ressaltou que, logo no primeiro
ano à frente da Acrissul, Maia já começa
com inovações e lembrou da realização
da 1ª Expo MS.
Convidados
Também estiveram presentes ao prélançamento o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Paulo Siufi
(PMDB); o vereador da capital Paulo Pe-
dra (PDT); a consulesa do Paraguai em
Mato Grosso do Sul, Elisa Rolón; o cônsul geral da Bolívia, Enrique Garrón Ruiz.
Representando os demais segmentos do
setor rural vieram: José Lemos Monteiro, presidente do Sindicato Rural de
Campo Grande; Oliveira Nantes Coelho,
presidente do Movimento Nacional dos
Produtores e Eduardo Correa Riedel,
vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul.
12
FEVEREIRO 2010
Expogrande 2010
Expogrande abre calendário das exposições de
gado nelore em MS
A 72ª Expogrande, uma das maiores
feiras agropecuárias do País, acontece
entre os dias 18 e 28 de março, em Campo Grande-MS e será a primeira obrigatória do ano no calendário de exposições
do Ranking Oficial MS. “Para a raça Nelore será de grande importância, já que é
obrigatória para o Ranking e já está confirmada a presença de vários criadores
sul-mato-grossenses e de outros Estados
brasileiros. As expectativas são excelentes, principalmente devido à nova data,
que possibilita a presença dos expositores de todo o País.”, afirma Guilherme
Bumlai, presidente da Associação SulMato-Grossense de Criadores de Nelore,
a Nelore MS. Nas edições recentes anteriores, a Expogrande era realizada no final de março e início de abril, e coincidia com a Expolondrina, Exposição Agropecuária de Londrina, no Paraná.
Em 2010, a feira reunirá pecuaristas
do Brasil e do exterior, lideranças de classe e políticas, entre outras autoridades,
e é uma oportunidade para a realização
de bons negócios. Nesta edição, o evento será internacional. “O fato da Expogrande ser oficializada como internacional dá um destaque diferenciado à feira,
abrindo oportunidades de novas fronteiras.”, ressalta Bumlai.
Programação
A Expogrande 2010 contará com 45
leilões, shows em todos os dias de feira,
da manhã, almoço e janta, além de alojamento para até dois peões por expositor.
A Acrissul fornecerá ainda silagem de
milho ao gado presente no pavilhão. Nos
julgamentos da raça Nelore, a associação
distribuirá R$12 mil em dinheiro aos tratadores, distribuídos entre os campeões,
reservados campeões, e 1° e 2° prêmios
de cada categoria.
O Ranking
O Ranking Oficial MS sofreu alterações para o calendário 2009-2010. Ao
Doze raças de bovinos
estarão presentes à Feira
palestras, julgamentos de 12 raças de
bovinos, além de pista de equinos e ovinos. A expectativa de faturamento é de
R$ 100 milhões de reais.
A Associação Sul-Mato-Grossense
dos Criadores de Nelore, Nelore MS, estará presente neste grande evento, apoiando os produtores associados que levarão às pistas do Parque de Exposições
Laucídio Coelho a melhor genética do
país. A entrada dos animais acontecerá
de 17 a 21 de março. No dia 22 de março
será realizada a pesagem, e de 24 a 28
acontecerão os julgamentos da raça Nelore.
Conforme a diretoria da Acrissul, serão disponibilizados aos tratadores café
Nelore Mocho do Paraguai
estará na Expogrande este ano
O presidente a Associação dos Criadores de Nelore Mocho, João Goya, esteve na manhã de do dia 02/02 na sede da
Acrissul (Associação dos Criadores de
Mato Grosso do Sul) para comunicar ao
presidente da entidade, Francisco Maia,
que haverá cerca de cem animais Nelore
Mocho provenientes do Paraguai na 72ª
Expogrande (18 a 28 de março).
De acordo com Goya, as tratativas para
trazer os expositores daquele país, tanto
todo, serão 17 exposições, sendo 5
obrigatórias - uma a menos que na edição passada - e 2 opcionais, das 12
feiras restantes. A maior feira indoor
da raça Nelore do mundo, a Expoinel
MS 2009, foi a primeira exposição obrigatória do Ranking Oficial MS 20092010.
Em outubro, a Exponan - Exposição
Agropecuária de Nova Andradina - marcou o início do ranking, porém, a participação do expositor nas pistas de julgamentos da feira foi opcional.
empresários quanto pecuaristas, não são
complicadas. “Existem muito paraguaios radicados no Brasil que costumam
participar da feira”, esclarece. “Com relação à vinda dos animais, isso também
não é difícil, pois o Paraguai tem o mesmo status sanitário que temos aqui”, detalha.
Maia disse que fará uma visita a Asunción, capital do Paraguai, com o objetivo
de entregar ao presidente do país, Fer-
Neste ano, doze raças de bovinos
terão representantes na Expogrande,
são elas: Nelore, Nelore Mocho, Guzerá, Brahman, Limousim, Bonsmara, Blonde D´Aquitaine, Canchin,
Senepol, Gir, Girolando e Santa Gertrudis.
As inscrições dos animais para os
julgamentos começaram na segundafeira, 1° de fevereiro, e se encerrarão
no dia 15 de março. O valor é de R$
180,00 por argola inscrita em julgamento e R$ 160,00 por animal que
ficará somente para demonstração no
pavilhão.
Os pecuaristas que realizarem os
pagamentos até o dia vinte e seis deste mês terão o desconto de 10% por
animal. Esta é a 72ª edição da Expogrande, uma das maiores feiras agropecuárias do País, que acontecerá entre os dias 18 e 28 de março, em Campo Grande-MS.
O evento reunirá pecuaristas do
nando Lugo, o convite para a cerimônia
de abertura da Expogrande. Nesta ocasião, ele também se reunirá com associações de pecuaristas do país vizinho para
reforçar o convite a eles.
Também foi acertado que serão iniciadas as conversas para trazer a Reunião
da Ficebu (Federação Internacional de
Criadores de Zebu) para a feira. “Uma
Brasil e do exterior, lideranças de classe e políticas, entre outras autoridades, e é uma oportunidade para a realização de bons negócios. A expectativa dos organizadores é que a exposição movimente mais de R$ 100
milhões. A Associação Sul-MatoGrossense dos Criadores de Nelore,
Nelore MS, estará presente neste grande evento, apoiando os produtores
associados que levarão às pistas do
Parque de Exposições Laucídio Coelho a melhor genética do país.
SERVIÇO:
A entrada dos animais acontecerá
de 17 a 21 de março. No dia 22 de
março será realizada a pesagem, e de
24 a 28 acontecerão os julgamentos
da raça Nelore.
Os interessados podem obter mais
informações através do site da Acrissul, www.acrissul.com.br ou através
do telefone (67) 3345-4200.
reunião como essa é muito interessante,
pois trata da regulamentação das raças
no mundo todo”, comenta Goya.
Ele ainda trouxe outra notícia, a de
que o ex-presidente do Paraguai, Juan
Carlos Wasmosy, estará presente na Expogrande como expositor de animais. O
ex-mandatário tem propriedades no Brasil, na Bolívia e no Paraguai.
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FEVEREIRO 2010
Expogrande 2010
SHOWS EXPOGRANDE 2010
Acrissul investe em
shows para todo gosto
O samba rock do cantor e compositor
Seu Jorge vai estar presente na 72ª Expogrande (18 a 28 de março). O show dele
será no dia 20 de março (sábado). Essa
edição da feira terá uma das melhores
grades de atrações musicais de todos os
tempos.
Além
de
Seu
Jorge,
se apresentarão as duplas Victor e Léo
(sexta-feira, 19), Bruno e Marrone (sábado, 27) e Luan Santana (sexta-feira, 26),
entre outros. Ao todo serão doze shows durante a Expogrande.
No primeiro dia do evento (quintafeira,18), subirão ao palco a dupla Munhoz e Mariano e também a cantora
Amanda, neste dia o valor da entrada será
R$ 10,00.
Na segunda e terça-feira -dias 22 e 23
de março- a entrada é gratuita, e o públi-
co que comparecer vai curtir o som do
artista da terra Michel Teló (22) e do grupo Só Modão (23).
A agenda de shows ainda segue com
a apresentação Alex e Ivan (domingo, 21),
Camila Prates e Henrique (quarta-feira,
24), Banda D´javú (quinta-feira, 25) e
para encerrar a festa a dupla Marcos e
Belutti (domingo, 28).
Valor
Os shows das quintas, sextas e sábados custarão R$ 16,00 (inteira) e R$ 8,00
(meia entrada). Nos domingos e na quarta-feira o ingresso será R$ 10,00 (inteira)
e R$ 5,00 (meia). Crianças de até 10 anos
de idade não pagam. Informações pelo
telefone 3029-9033. Postos de vendas de
ingressos: Gugu Lanches, Fest Beer e Ingresso Fácil.
18/03 - Quinta-feira | Munhoz e Mariano | Amanda
19/03 - Sexta-Feira | Victor e Léo
20/03 - Sábado | Seu Jorge
21/03 - Domingo | Alex e Yvan
22/03 - Segunda-feira | Michel Teló
23/03 - Terça-feira | Só Modão
24/03 - Quarta-feira | Camila Prates e Henrique
25/03 - Quinta-feira | Djavú e DJ Juninho Portugal
26/03 - Sexta-feira | Luan Santana
27/03 - Sábado | Bruno e Marrone
28/03 - Domingo | Marcos e Belutti
Segunda e terça-feira - Entrada Gratuita.
Preço especial de abertura (dia 18.03): R$ 10,00.
Ingresso de quinta a sábado: R$ 16,00.
Ingresso domingo a quarta: R$ 10,00
Informações: (67) 3029-9033
FALE CONOSCO: (67) 3388-5000
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FEVEREIRO 2010
Expogrande 2010
ACRISSUL DEDICA AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
A José Carlos Bumlai
Em nome de toda a Diretoria da Acrissul,
o presidente da entidade, Francisco Maia,
dirigiu agradecimentos especiais ao pecuarista José Carlos Bumlai, que não mediu esforços e dedicou tempo e em nome de seu relacionamento pessoal com o presidente Lula
ajudou a Acrissul em sua ida à Brasília, onde
levou convite para participar da Expogrande
ao Presidente e à ministra-Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que confirmaram suas presenças. A iniciativa de José Carlos Bumlai contribui para o engrandecimento do agronegócio e ajuda a consolidar a exposição da qualidade
da pecuária sul-mato-grossense. A ele nosso especial agradecimento.
À bancada federal de MS
A Acrissul aproveita o ensejo também para dirigir agradecimentos especiais à bancada federal de Mato Grosso do Sul, em nome do senador Delcídio
do Amaral e dos deputados federais Vander Loubet, Antônio Carlos Biffi e
Dagoberto Nogueira, que encaminharam emendas e projetos visando apoiar
financeiramente a Expogrande. Mesmo alguns historicamente não tendo relação direta com o setor rural, deixaram a questão ideológica de lado e apostaram no sucesso que será a Expogrande e no seu potencial para o Brasil.
Está pronto o projeto
do Espaço do Produtor
Muita sombra, espaço e uma vista privilegiada da pista de
julgamento, assim
será o Espaço do Produtor. O projeto do
local foi elaborado
pelo arquiteto Artur
Perez e já foi entregue
ao presidente da
Acrissul (Associação
dos Criadores de Mato
Grosso do Sul), Francisco Maia. “Será um
lugar agradável e ventilado para que expositores e produtores possam conversar
com bastante conforto”, afirma Perez.
Antes, o local era os fundos de alguns estandes do Parque, mas era mal
aproveitado, pois tem uma das melhores
vistas da pista de julgamento e,
durante muito tempo, foi usado como
área de estoque dos expositores.
Para a próxima edição da Expogran-
de (18 a 28 de março) será um dos locais
mais nobres. De acordo com Maia, a intenção é criar mais espaços que possam
acomodar as associações de raças, dar
mais visibilidade para pequenos animais
e valorizar lugares subutilizados dando
destaque à arborização existente no local. “E ainda vamos discutir outras possibilidades”, adiantou.
Diplomatas dizem que presença
de presidente Lula é fundamental
Os representantes diplomáticos da
Bolívia e do Paraguai que estiveram
presentes no pré-lançamento da 72ª
Expogrande (18 a 28 de março) disseram que, com a vinda do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva para a cerimônia de abertura da feira, fica mais
provável que os mandatários de seus
países também compareçam ao evento.
Na ocasião, o presidente da Acrissul, Francisco Maia, entregou aos diplomatas convites que serão repassados aos presidentes dos dois países.
“Vou encaminhar este documento
à embaixada, em Brasília, para que o
convite seja feito através do
órgão competente”, disse a consulesa do Paraguai Elisa Rolón. “É grande a possibilidade de que o nosso presidente [Fernando Lugo] venha, porque é uma questão de integração. O
Paraguai é muito parecido com Mato
Grosso do Sul”, comparou.
Enrique Garrón Ruiz, cônsul geral da Bolívia, disse vai entregar o convite também para as associações de
pecuaristas de seu país, e frisou que
é muito importante a presença de
Lula, não só para que os outros chefes de estado compareçam, “mas, sobretudo, porque a pecuária é fundamental para o Brasil”.
CONVITE ENVIADA AOS PRESIDENTES SUL-AMERICANOS
Campo Grande, janeiro de 2010
Excelentíssimo Senhor Presidente,
Os últimos anos têm sido generosos no estreitamento dos laços de amizade, de convergências culturais, estratégicas, econômicas, e até de consanguinidade, que unem as nações sul-americanas.
É nesse contexto de promissor intercâmbio, e sob a inspiração de tratados
regionais, e de acordos e pactos bilaterais, em favor do desenvolvimento econômico comum a povos irmãos, que realizaremos, de 18 a 28 de março de
2010, no Parque ‘Laucídio Coelho’, em Campo Grande, Capital de Mato Grosso do Sul, a 72ª Expogrande Internacional.
Com foco no incentivo ao compartilhamento da qualidade genética, da
sanidade animal e do vigor econômico da pecuária sul-americana, a importância estratégica da Feira, promovida pela Acrissul – Associação dos Criadores
de Mato Grosso do Sul, entidade fundada em 1931 – e patrocinada pelo Governo Federal brasileiro, se amplia a cada edição.
São esses aspectos, que apontam para um cenário de crescente intercâmbio científico e comercial no promissor campo da pecuária, que nos motivam
a convidar Vossa Excelência a nos honrar com sua presença na abertura da
Exposição Internacional, às 18 horas do dia 18 de março próximo.
Com a presença, já assegurada, do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a
participação de Vossa Excelência conferirá à 72ª Expogrande Internacional, a
característica essencial de evento aglutinador dos esforços mais lúcidos do
Paraguai e do Brasil em favor de uma pecuária de vanguarda.
Na expectativa de uma manifestação do Governo de Vossa Excelência, expressamos a nossa esperança de que possa nos honrar com sua presença de
notável chefe de Estado e de altivo e afetuoso amigo do Brasil.
Respeitosamente,
Francisco Maia
Presidente da Acrissul
16
FEVEREIRO 2010
Opinião
| Por Jonathan Pereira Barbosa
Que diferença faz?
Dentre as
pessoas de
bem que conheço e dispenso as maiores considerações, destaco aqui um
tio, que, sempre prodigioso, passa boas
recomendações aos que o são caros.
Uma de suas matizes preferidas para
atingir seus objetivos e metas é a seguinte: nada muda até que se enfrente. É preciso determinação frente a aquilo que se busca, ou fracassamos por
comodidade. Vejamos por exemplo o
que acontece com a decisiva ação empreendida pela atual diretoria da Acrissul contra a cobrança do Funrural. Foi
indiscutivelmente uma providência
justa e correta, que socorreu a todos
os sofridos produtores rurais do nosso Estado, que ainda sem rumos e sem
patronos, ficavam a deriva com mais
esta abusiva carga tributária.
A boa causa foi amplamente debatida sob a coordenação da Acrissul,
culminando com uma reunião noturna na citada associação, com a presença de alguns poucos fazendeiros,
como também do vice-presidente da
Famasul -Eduardo Riedel- e do presidente do sindicato Rural de Campo
Grande, o bom amigo Zeito, dentre algumas outras lideranças representadas.
A falta de um comparecimento maior
se deve a descrença do setor que, acumulando decepções vem deixando de
acreditar nas entidades representativas
e em suas lideranças. Mas, como sempre, lá estávamos: Chico Maia, Cezar
Machado, Luiz Vieira e eu, que levantávamos mais essa bandeira da Acrissul. E não foi fácil passar aos presentes a necessidade de ingressarmos em
juízo com uma ação própria (mandado de segurança) em defesa do direito
líquido e certo dos associados da nos-
sa entidade. Após as argumentações
técnicas do nosso responsável pelo
departamento jurídico, dr. Márcio Torres, oportunas e esclarecedoras, tivemos que insistir enfaticamente nas intervenções para reforçar no encaminhamento da providencial aprovação do
referido procedimento jurídico junta
à Justiça Federal.
Acreditamos, e ingressamos com a
ação. Não recomendamos nenhuma
medida paralela, como um paliativo ou
recurso preventivo. Fomos certos e
seguros do que pretendíamos, fundados na perfeita peça levada a juízo. Não
paramos de convidar e convocar os
ausentes para aderirem ao requerimento, o que em aberto continua na secretaria da Acrissul para quem o desejar.
Pois bem, como já se sabe, a liminar
foi amplamente concedida, dando
amparo aos requerentes para a suspensão do pagamento das operações concernentes à pecuária (gado magro e
gordo) e agricultura. E, enquanto se
aguarda o julgamento do mérito, o STF
já se pronunciou sobre a matéria, declarando inconstitucionais tais cobranças. E, para concluir, hoje, o nosso
advogado encontra-se em Uberaba
(MG), a pedido do presidente da
ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) preparando igual ação
a ser ingressada por aquela entidade
em defesa de seus associados. Aí está
a Acrissul servindo de modelo e referência para todos.
Assim fica mais uma vez comprovado que o mundo impõe a todos a
luta pelos seus direitos. É preciso lutar, acreditar... e mais, unir para combater e sobreviver contra este terrorismo fiscal que tem sido aplicado contra o meio rural brasileiro. Procure se
aproximar da sua associação ou sindicato rural. Prestigie as abnegadas lideranças naquilo em que for convocado,
e lembre que este é um ano eleitoral
onde seu voto e seu apoio valem muito. Está na hora de fazermos uma revi-
são de consciência, de chamarmos o
processo à ordem e mostrarmos nossa
importância e valor. É preciso que seja
bem entendido que só se combate a
fome com a produção de alimentos, e
não de discursos, e quem produz alimentos não está sendo reconhecido e
respeitado. É preciso mudar esta situação urgentemente, antes que o tempo
nos castigue. Trata-se de dignidade
atingida, ou não?
E para avançar a marcha contra o
agronegócio, vem aí, em nome dos direitos humanos mais uma absurda
agressão contra os proprietários rurais.
Como se já não bastassem os abusos
das invasões de terras produtivas no
nosso país, querem impor uma regra
unilateral de proteção ao invasor. Pretendem impedir no Estado de Direito
a iniciativa justa do proprietário invadido buscar a Justiça para garantir sua
reintegração ou retomada do seu imóvel. Ao invés do governo ditar normas
de ordem para os movimentos de invasões, vai ainda na busca de ampliar
estes instrumentos caóticos, injustos
e até inconstitucionais, para fortalecer
a baderna no campo, com isso estimulando a radicalização entre as partes.
Radicalização que já tem levado ao
descaminho tantas ocorrências até a
incontrolável violência. Onde tudo vai
acabar?
Aqui no nosso Estado, por vezes
recebemos abusivas exigências. Vamos
abordar uma que tem incomodado
muito aos pecuaristas. Gostaríamos de
saber quem foi o “gênio” que inventou tamanha incoerência (aberração)
para exigir dos pecuaristas vendedores de seus animais a pecuaristas compradores, o comparecimento à Iagro
para assinarem uma declaração de concordância de efetivação de negócio.
Mas vejam quanta barbaridade! Pergunta-se: para que tamanha desconfiança?
A Iagro tem esse poder? Ao entrave
colocado, quem paga pelos negócios
cancelados, ante a impossibilidade dos
pecuaristas compradores de estarem
presentes? Vale aqui lembrar que o
governador André Puccinelli (PMDB)
é produtor rural, como também a secretária de produção, Tereza Cristina
Corrêa da Costa Dias. Ambos devem
uma explicação até mesmo antes das
próximas eleições.
E, para concluir, lembramos que se
o governo busca um controle nessas
operações internas de gado magro, além
da DAP, possui o estoque por inscrição estadual de cada pecuarista na Iagro, o que por si só seria suficiente.
Como poderia ser lesado em sua arrecadação de ICMS se essas operações
são isentas. O imposto só é devido
quando o gado sai do Estado, e/ou nos
abates de gado gordo. A Acrissul não
concorda também com essa injusta
exigência, e se espera que o governo
estadual suspenda imediatamente essa
infeliz medida.
Ficamos sabendo que está vindo
por aí uma anistia que vai dar ao pecuarista o direito de tornar compatível
o seu saldo atual de rebanhos do campo para o papel. Válido para a Iagro e
Secretaria de Fazenda (MS), o que estaria por acontecer em breve. Como
também que o governador, depois de
ouvir segmentos do setor, deseja devolver ao pecuarista o seu controle das
notas fiscais, as quais seriam eletrônicas, acabando assim com a humilhante situação pela qual vêm passando o
sofrido pecuarista deste Estado. Destaca-se, por fim, que estas também são
duas bandeiras de lutas da nossa entidade, e em sendo confirmadas, QUE
DIFERENÇA FAZ? O que absurdamente vem acontecendo, para o que
daqui uns dias irá acontecer ? Afinal,
não se recomenda complicar ainda
mais aquilo que podemos simplificar
o quanto antes. E, respeitosamente,
tenho dito e escrito.
Jonatan Pereira Barbosa é Vicepresidente da Acrissul
E X P O G R A N D E O N L I N E | w w w. a c r i s s u l . c o m . b r
17
FEVEREIRO 2010
Mercado
Taquari Leilões, solução para
a venda de gado no Pantanal
Empresa inaugura atividades com grandes eventos
A Taquari Leilões Rurais é uma empresa nova no segmento, mas não se engane pensando que isso significa inexperiência. Ela é dirigida por Pantaleão
Flores – mais conhecido como Panta – e
seu irmão Aparício Flores, que têm 25
anos de experiência com leilões. A empresa nasceu voltada para atender produtores da região do Pantanal. “Lá, o
acesso é muito difícil, o que dificulta a
comercialização dos animais. E, por conta
disso, muitos pecuaristas têm de vender
sua produção abaixo do preço justo”,
explica Panta.
E é justamente aí que a Taquari Leilões apresenta uma solução para o criador pantaneiro: a empresa traz o gado das
regiões da Nhecolândia e Paiaguás para
serem comercializados no Leilão do Co-
rixão, e este serviço de pegar o gado e
levar para vender é feito sem nenhum
custo para o vendedor.
“Nós temos duas comitivas que passam pelas fazendas arrebanhando os
animais e levando para o Corixão”, conta. “Não é necessário que o pecuarista
tenha uma grande quantidade de animais, é só falar que quer vender e a gente junta tudo na comitiva e leva para o
leilão”, detalha.
A dificuldade em movimentar o gado
faz com que os preços dos animais na
região sejam abaixo da média do Estado. Ou pelo menos fazia. “A gente vai
lá, pega o gado e vende por um preço
justo e assim todos saem satisfeitos”.
Segundo Panta, os leilões do Corixão também são uma comodidade a mais
to em maio, quando começa a vacinação – e no
ano passado bateu um
recorde para esse tipo
de comercialização no
Estado, vendeu seis mil
animais em um único
evento.
“Para este ano estamos
preparando outro, desta
vez com oito mil cabeças”, adianta. E um dos
motivos para essa previsão é a recém-inaugurada
ponte do rio Taquari, que
vai permitir acesso fácil
dos animais da região do
Pantaleão e Aparício Flores, diretores da Taquari Leilões
Paiaguás.
para os compradores, isso porque eles
“O Corixão já virou um ponto de ennão precisão mais sair pelas fazendas a contro e uma referência na região. Muiprocura dos animais para a reposição, o tos pecuaristas vão para lá para ver os
que era dispendioso e nem sempre resul- amigos e fazer cotação de preços”, afirma
tava em negócio fechado. “Para ir ver o Aparício.
gado em uma propriedade ele tem de reOs próximos leilões serão nos dias 6
servar no mínimo dois dias. No leilão o de março, 3 de abril – ambos de gado de
comprador tem à disposição animais de corte – e 12 de junho será a vez do II
várias fazendas e em grandes quantida- Leilão Marca 15. Recém-nascida e já com
des”, ressalta.
a agenda cheia a fórmula para esse suO Leilão do Corixão é realizado todos cesso, de acordo com Panta, “é a honesos primeiros sábados de cada mês – exce- tidade e o trabalho sério”.
18
FEVEREIRO 2010
Nutrição
Fabricar a própria ração começa pela organização
A atividade pecuária é estreitamente
ligada à nutrição dos animais. Afinal, o
gado responde àquilo que come. Se o
produtor estiver buscando resultados
mais rápidos para se ganhar no giro do
negócio, uma alternativa é fazer a complementação alimentar do rebanho com
ração. Mantendo os custos na ponta do
lápis, quem resolver fazer a própria ração pode aumentar o ganho da fazenda.
A dica do zootecnista e professor da
UCBD (Universidade Católica Dom Bosco), Luis Carlos Vinhas Ítavo, para quem
está pensando em produzir o suplemento e aumentar a produtividade da fazenda, é começar separando os animais por
idade, raça, porte e lactação. Ele explica
que em cada fase os animais têm diferentes necessidades e a ração certa vai ajudar a otimizar os resultados sem haver
desperdício de dinheiro.
“Os novilhos e bezerros de corte, por
exemplo, estão em fase de desenvolvimento dos ossos e músculos, portanto,
necessitam de mais proteína na alimentação. O animal adulto, em fase de acabamento, precisa ganhar gordura, então
um complemento com mais energia tem
de ser dado”, esclarece.
Para animais confinados, uma ração
para gado de corte pode ter, segundo o
professor, entre 12 e 15% de proteína e
70% de NDT (nutrientes digestíveis totais) que estão relacionados com a energia da dieta. Uma boa proporção para a
ração seria de 40 a 60% de volumoso (por
exemplo silagem de milho - planta inteira) e o concentrado com algo entre 45 e
50% milho, 30 a 35% farelo de soja, 10 a
15% casquinha de soja e 5% de minerais, podendo conter uréia.
No caso de suplementos para animais
a pasto, a quantidade diária a ser fornecida aos animais depende da época do
Professor da UCBD, José Carlos Ítavo
ano, das condições da pastagem e da lotação, e varia entre 300 g até 1 kg por dia
por animal. “Quem tem condições de
calcular a quantidade certa é um profissional da área de agrárias, como um zoo-
tecnista, que vai saber o quanto de proteína o gado recebe do pasto e o quanto
precisa ser suplementado”, destaca.
No caso de animais para a produção
de leite uma sugestão para o fornecimento de suplemento concentrado vai ser de
1kg/dia para cada 3 ou 4 litros de leite
produzidos. O professor alerta para que
o produtor faça um controle rigoroso do
crescimento das novilhas leiteiras, porque não podem engordar mais que 700g/
dia. “Se ela ganha mais peso que isso,
há acumulo de gordura no úbere da novilha/bezerra o que, na fase de lactação,
vai significar menos leite. Ela vai ter um
úbere grande e bonito, mas uma produção baixa”, explica.
Tanto para o gado de corte, quanto
para o leiteiro, Ítavo lembra que a complementação tem de ser constante para
se ter resultado. “O ideal é que se use o
tempo todo, mesmo que em menor quantidade, caso contrário, o animal pode não
se adaptar a uma dieta menos rica em
nutrientes”, explica.
Controle
Como a complementação alimentar é um
investimento alto, mesmo quando feito em
pequena escala, o produtor tem de estar atento quanto ao retorno do que está investindo. Para isso o professor Ítavo ressalta que
tem de haver um controle individual dos
animais; disponibilidade de espaço no cocho – mínimo de 15cm por cabeça.
A conservação e administração diária
da ração também são fundamentais. “Não
aconselho que fique estocada por mais que
dois meses. O gado gosta de comida fresca”. Quanto ao fornecimento diário, Ítavo
lembra que é muito importante, pois, caso
se dobre a quantidade de ração em um
dia para evitar trabalho no outro, o gado
pode consumir tudo de forma abrupta, o
que pode produzir ácidos ruminais potencialmente letais para o rebanho.
Na estocagem, tem de se ter o cuidado
de colocar em um galpão arejado, sem
umidade, e que não toque as paredes nem
o chão, uma forma de evitar o surgimento
de fungos. “Se o produtor ver que a ração
mofou, ele tem de descartá-la. Cuidados
para evitar o aparecimento de ratos e pombos também não podem faltar, pois esses
animais podem transmitir leptospirose e
toxoplasmose. O que traz perigo ao rebanho e ao homem”, finaliza.
19
FEVEREIRO 2010
Nutrição
Fabricar ração exige
cuidados para se ter
lucro na ovinocultura
Fabricar a ração para o gado, uma medida que, se bem aplicada, pode representar
corte de custo na hora de se produzir, principalmente no que diz respeito à criação de
ovinos. A suplementação dos animais com
ração resulta em mais precocidade, menos
doenças e também melhor fertilidade do
rebanho. Mas, para conseguir bons resultados nesse sistema de produção, o pequeno
produtor tem de pensar grande, ou seja,
organizar o manejo, e ter muito cuidado com
o que vai dar para a criação.
“Se estamos falando de uma propriedade com quarenta animais, geralmente,
não há nenhuma separação entre eles;
matrizes, reprodutores e cordeiros estão
todos no mesmo piquete”, exemplifica a
professora Camila Celeste Ítavo, que dá
aula nos cursos de veterinária e zootecnia da UFMS (Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul). “Primeiramente
deve-se separar por idade, mas, se não
for possível, a adoção do creep feeding
será suficiente”, continua.
Ela ressalta que o produtor tem
de ter o foco no que chama de “óti-
mo bioeconomico”, ou seja, investir na
proporção do retorno que vai ter. Como
a criação de ovinos é focada, em grande
parte, na produção de carne, o maior cuidado tem de ser com os cordeiros. “Se
você ter ração para a ovelha ela vai te agradecer, mas você não terá lucro algum com
isso”. Logo, o mais correto é suplementar o cordeiro. “Para as matrizes bastam
capim e um mineral”, comenta.
O creep feeding é a suplementação do
animal com ração em sua fase mais jovem, recém-nascido, quando tem melhor
conversão alimentar, aproveita melhor os
nutrientes que ingere. Para evitar que os
animais adultos comam a ração é feita
barreira em volta do cocho de forma que
apenas os cordeiros consigam ter acesso
ao alimento.
Organizada a fazenda, é hora de fazer a ração, o ideal é que ela tenha 22%
de proteína o que é conseguido com
a uma fórmula simples: 36 kg de
farelo de soja, 62 kg de farelo
de milho,1 kg de núcleo mineral e 1 kg de melaço.
Prof. Camila Celeste Ítavo, num dos piquetes da Universidade Federal (UFMS)
Mas, mesmo que o produtor saiba como
fazer a mistura, a professora alerta que tem
de haver o acompanhamento de um profissional da área, pois a adequação dos minerais é feita de fora individual, conforme
a necessidade do rebanho.
Mais cuidados
Outro ponto que merece destaque
aqui é a armazenagem e compra dos
produtos. A professora explica que há
micotoxinas produzidas por fungos,
portanto, tem de se ter muito cuidado
com a conservação do alimento, tanto
a ração já preparada quanto com os ingredientes. “A umidade é a causa principal. A ração mal estocada pode dar
isso, ou o milho que não secou direito
também”, atenta, lembrado que a contaminação pode até matar os animais.
A compra da matéria prima é outro
fator importante. “O produtor tem de
saber a procedência do que dá para os
animais. Milho, tem de diversos tipos,
um para suinocultura, outro para avicultura, o que se encontra baratinho nas ruas
por aí é o que foi rejeitado para outros
animais”, destaca Camila. “Pode-se até
compra o milho do vizinho, mas tem de
se conhecer a qualidade”.
Para obter resultados que sejam economicamente sustentáveis o criador de
ovinos deve estar atento para o controle
zootécnico, que é conhecer a genealogia
dos animais e o resultado que cada cruzamento dá. Isso é fundamental para se
conhecer se a genética do rebanho é adequada para o corte. “Não vai adiantar
nada dar ração para um animal que não
tem boa conversão alimentar, ele não vai
engordar”, explica.
Uma dica para evitar consanguinidade é separar os animais em dois piquetes, colocando um reprodutor em cada,
dessa forma, na estação de monta, basta
inverter os carneiros.
20
FEVEREIRO 2010
Mercado
Leiloboi promove leilão
histórico em junho no MS
A pecuária de corte brasileira se
prepara para um grande leilão, que
vai acontecer no próximo dia cinco
de junho, às 9h, direto do Confinamento Malibú, em Campo Grande/
MS. Trata-se do Mega Leilão Leiloboi 25 anos, com oferta de um número expressivo de animais, entre machos e fêmeas Nelore e cruzamento
industrial.
“Promover um dos maiores leilões
de corte já realizado do Brasil, com a
participação dos nossos amigos, vendedores e compradores de todos os
rincões deste país sempre foi meu
grande sonho”, afirma Carlos Guaritá, titular da Leiloboi, ao comentar a
iniciativa que comemora os 25 anos
da mais tradicional leiloeira de Mato
Grosso do Sul.
Com animais oriundos de todo o
MS, a Leiloboi vai inaugurar o Confinamento Malibu com o Mega Leilão
Leiloboi, com oferta de lotes de 100
animais acima que serão apresentados para revisão dois dias antes do
evento. Cerca de 2.000 criadores, vendedores e compradores de todo país
são esperados. Ao comentar o impacto e grandiosidade do leilão, Guaritá
ressaltou a iniciativa. “É uma tarefa
difícil, mas vou à luta, pois o desafio
faz parte da minha vida”, disse.
Serviço: O Confinamento Malibu
está localizado em Campo Grande, na
Carlos Guaritá, diretor da Leiloboi
saída para São Paulo (BR 163). Quem
não estiver presente no local vai poder
acompanhar o leilão de qualquer parte
do país pelo Canal do Boi e também pela
internet, nos portais www.leiloboi.com
e www.canaldoboi.com
Sobre a Leiloboi
A Leiloboi foi fundada em fevereiro de 1.985 sendo a mais tradicional leiloeira do Mato Grosso do Sul e
uma das mais importantes em todo o
Brasil. No último ano a empresa comercializou mais de 35 mil animais
de corte em leilões de recinto e virtuais, além de 2000 animais puros, para
reprodução. A Leiloboi concentra
suas atividades na capital do estado
do MS, Campo Grande, mas está presente nas principais feiras e eventos
agropecuárias de todo o interior.
Preço de bezerro segue sentido
inverso ao da arroba do boi
Em janeiro, o bezerro seguiu um sentido inverso ao do boi gordo. Enquanto
a arroba do animal pronto para o abate
continuou o movimento de queda – iniciado no ano passado – o bezerro só fez
subir. A última cotação do mês passado
chegou a R$ 619,40, segundo dados do
Cepea (Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada). Em 4 de janeiro, o
bezerro era vendido a R$ 601,95, uma
valorização de 2,29% no mês.
Por outro lado, a arroba do boi gordo
sofreu queda em janeiro, -0,86%, passando de R$ 76,79 para R$ 76,37 (mercado
paulista), diferença pequena, e um dos
motivos foi o movimento de alta nos últimos dias do mês.
Apesar da subida, o preço do bezerro
ainda é bem inferior ao praticado no início de 2009. A primeira cotação registrada naquele ano foi de R$ 644,04; contudo, o decorrer do mês já dava indicações
que seriam tempos de baixa, pois, em 31
de janeiro de 2009 o bezerro já tinha se
desvalorizado 1,96%, e foi vendo a R$
631,40.
No entanto, uma coisa serve de motivo para se acreditar no negócio, a apreciação dos preços neste ano está sendo mais
forte do que a depreciação ocorrida no
ano passado, e em janeiro o bezerro valorizou R$ 17,45, enquanto a desvalorização no mesmo período de 2009 foi de
R$ 12,64. (Da Redação)
Carne brasileira fica mais
competitiva com dólar alto
Nos últimos dois meses, a arroba do
boi caiu 6,49%. Mas dessa vez a notícia
é boa para os pecuaristas, a queda foi em
dólar. Em reais, na praça de Campo Grande (em 2 de fevereiro), o preço continua
o mesmos desde 3 de dezembro do ano
passado, R$ 68,00 a arroba, menos que
os pecuaristas gostariam, no entanto,
parou de cair.
Conforme a cotação de 2 de fevereiro,
a arroba do boi gordo saía por US$ 37,15,
ou seja, US$ 2,58 mais barata do que há
dois meses, quando chegou a custar US$
39,73. Se pegarmos a cotação do dia em
que o dólar atingiu o patamar mais alto
nesta recente subida (27 janeiro), a arroba sairia por US$ 36,75, quase US$ 3,00
a menos que em dezembro.
O bom dessa valorização do dólar é
que a carne fica mais barata do mercado
internacional sem afetar o que o produtor recebe aqui. A Rússia, nosso principal comprador, faz de tudo para compara carne a preço de banana. Ainda não
estamos nesse nível, mas 6,49% a menos é um número expressivo para quem
importa milhares de toneladas de carne.
No ano passado, o produto perdeu
competitividade no mercado externo, em
12 meses subiu 19,29% (em dólar), isso,
aliado a crise financeira internacional,
prejudicou as vendas.
A esperança é que a moeda americana comece a se valorizar novamente.
Contudo, não é esse o cenário projetado pelos analistas; os contratos futuros estão sendo fechados com dólar
a R$ 1,76.
21
FEVEREIRO 2010
A braquiária que podemos ter daqui a 5 anos
são somente para o cerrado. “O ideal seria que os testes fossem feitos também
nos demais biomas, porque eu sei que
essas sementes vão acabar parando longe e o produtor não vai ter informação
de como a planta vai reagir”, esclarece.
Embrapa-Gado de Corte investe no
desenvolvimento de novas cultivares
Uma braquiária alta e volumosa, palatável, com grande valor nutritivo, resistente a cigarrinha e que seria ideal para
a pecuária intensiva, inclusive a leiteira.
Se você nunca viu algo assim, não se
preocupe, ela ainda não existe. Pelo menos não comercialmente. Essa cultivar da
brizantha ainda está em fase de desenvolvimento nos laboratórios e campos da
Embrapa Gado de Corte (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em Campo Grande.
“Até o momento, as vantagens apresentadas por essa planta são: a resistência à cigarrinha e boa produção de sementes”, explica a pesquisadora Cassilda Borges do Valle, responsável pelo projeto.
A nova planta tem essas duas principais características comparativas com relação à variedade que já está no mercado. Sendo que, segundo a pesquisadora, a grande capacidade que tem em produzir sementes deve fazer com que o pro-
duto fique mais barato para o pecuarista.
Entretanto, se a planta passar nos testes restantes, o produtor só vai ter acesso a esse novo tipo de pastagem daqui
uns cinco anos. Conforme Cassilda, a
cultivar está na fase onde são testados os
valores de cultivo e uso a campo e, depois disso, ainda tem o teste de pastejo.
“Nessa etapa verificamos a capacidade que a variedade tem de sustentar os
animais, para isso checamos o peso de
cada um que foi colocado no piquete a
cada 28 dias. Imaginamos que tenha um
alto valor produtivo”, adianta, lembrando que um dos problemas que esse capim tem é o manejo. “Ele se espalha de
maneira não muito uniforme”, revela.
Outra braquiária que está na mesma
fase de testes é um que usa como base a
brizantha e a ruziziensis. Segundo a pesquisadora, já há três tipos de brizantha
no mercado. “Mas ainda é pouco se levarmos em consideração todos os tipos
de clima e sistemas de produção que te-
Pesquisadora Cassilda Borges do Valle
mos no Brasil”, justifica. “Nossa bandeira é a diversificação”.
Todos esses testes pelos quais as potenciais novas pastagens passam são exigências do Mapa (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento) e são uma
garantia de que as variedades vão cumprir aquilo que prometem. São avaliados
a capacidade de produção, resistência a
pragas e intempéries e ainda se são adaptadas a todos os biomas do Brasil.
“Tudo isso demanda tempo e muito
dinheiro”. Contudo, essas novas pastagens que estão sendo produzidas aqui,
Ainda em 2010
Se as duas variedades acima só estarão à disposição em mais cinco anos, há
uma nova variedade de braquiária que
deve ser lançada ainda em 2010, é a Tupi.
Depois da Xaraés e da Piatã, a Embrapa,
em parceria com a Unipasto (Associação
para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras Tropicais) , vai colocar no mercado outra humidícola.
De acordo com a pesquisadora Cassilda Borges do Valle, essa nova pastagem
tem “ótimo crescimento, mais valor nutritivo, resistência a seca, tolerante a cigarrinha e bem adaptada a áreas úmidas”.
A data para o lançamento ainda não
está marcada, mas é provável que esteja
à disposição no comércio ainda este ano.
O certo é que ela é mais uma excelente
opção para a pecuária desenvolvida para
a realidade da pecuária brasileira.
Nova semente de cana promete baratear os custos do plantio
Para precisar replantar os campos
de cana-de-açúcar nas próximas safras
vai ter mais uma opção de semente que
promete baratear os custos em 15%,
ser mais eficiente, preservar o solo e
até emitir menos gases de efeito estufa.
Está é a Plene TM, produzida pela Syngenta. De acordo com a empresa, essa
semente é diferente das tradicionalmente plantadas nos canaviais do país e
do mundo. Invés de ser um ramo de
cana de 30 ou 40 centímetros, a Plene
tem apenas 4 centímetros. Ela ainda é
envolvida por uma camada de nutrientes e defensivos que ajudam a plan-
ta nos primeiros estágios de brotação.
Entre as vantagens comparativas a Syngenta ressalta que o tamanho reduzido da
“semente” requer uma plantadeira de
menor porte também -a qual foi desenvolvida pela fabricante de tratores John Deere- o que reduz a compactação do solo e,
e quebra, a emissão poluentes para a atmosfera. Além disso, a empresa lembra que
não será preciso que as usinas mantenham
viveiros para produção de sementes, sendo que este espaço poderá ser utilizado
para a plantação comercial. Outra vantagem é a maior viabilidade de replantios
mais constantes, o que mantém alta a pro-
dutividade por hectare.
“A cana-de-açúcar é um plantio importante para as indústrias de alimentos e
etanol, e sua demanda deve crescer com
força. Plene ampliará nossa oferta, significativamente, levando aos clientes da área
de cana-de-açúcar um programa integrado de semente, proteção de cultivo e suporte técnico, com benefícios claros de
produtividade e custo”, disse John Atkin,
executivo chefe da Syngenta Proteção de
Cultivos.
Quanto à capacidade de produzir mais
sacarose por tonelada de cana a assessoria de imprensa da empresa disse que as
vantagens se limitam a fase de plantio
da cultura, e que a produtividade de
açúcares por tonelada é a mesma esperada de outras sementes.
O Brasil é o mercado líder na produção de cana-de-açúcar, com cerca
de oito milhões de hectares em cultivo, 2% da terra arável do país. A produção atual de cana é de, aproximadamente, 500 milhões de toneladas. O
aumento da demanda por cana-de-açúcar se deve ao seu uso como açúcar e
como matéria-prima na produção de
biocombustível. Hoje, o país produz
40% do etanol mundial.
22
FEVEREIRO 2010
Um animal que evoluiu para a perfeição
Muitas das atuais características do cavalo árabe resultam de sua
adaptação ao deserto.
São, com certeza, aspectos de sua conformação
primitiva que foram
privilegiados, selecionados e desenvolvidos com grande sabedoria
pelos beduínos. Isso foi realizado com tal maestria através de conceitos e ensinamentos passados de geração para geração durante milênios,
que nenhum hipólogo ou compêndio sobre equinos se recusa ou mesmo titubeia em afirmar
que o Puro Sangue Árabe é o mais perfeito animal e o verdadeiro protótipo do cavalo de sela.
Temperamento: O beduino em suas longas jornadas pelo deserto precisava de um cavalo inteligente que permitisse convivencia
intensa, bom temperamento para que durante
a noite pudesse muitas vezes serem mantidos
nas tendas, mas que ao mesmo tempo mantivesse o espirito alerta e vivaz dos animais selvagens, para que o avisasse da aproximacao de
inimigos ou animais selvagens. É esse e o temperamento ideal para as provas. Seu instinto
original, sua atencao apurada, preserva o conjunto dos percalços da trilha. Sua docilidade
proporcionam um bom relacionamento com
o cavaleiro e seu sangue quente e energético
lhe dá o vigor necessário para enfrentar grandes cavalgadas.
Fibras musculares - As celulas que formam a musculatura do cavalo Árabe são predominantemente brancas, cuja principal característica é a contracao e expansao de forma
regular e prolongada, ao contrário das células
vermelhas que possuem grande explosão mas
com rápida perda de energia por exemplo as
predominantes na raça Quarto de Milha
Pele - A pele negra, por debaixo dos pêlos
do cavalo Árabe é visível devido a delicadeza
ou ausência de pêlos em torno dos olhos e focinho. Essa pele escura em torno dos olhos reduz
o reflexo da luz do sol e também protege contra a queimadura. A fina pele do cavalo Árabe
proporciona a rápida evaporação do suor resfriando o cavalo mais rapidamente.
Irrigação Sanguínea – As veias que se tornam visíveis por saltarem à flor da pele quando o cavalo Árabe enfrenta grande esforço físico resfriam rapidamente a circulação sanguínea em contato com o ar, proporcionando maior conforto em longas jornadas.
Estrutura Óssea – As proporcoes da estrutura do Cavalo Arabe sao harmonicas e adequadas para o trote e galope, andaduras fundamentais para cavalos de esportes. É fato que
muitos cavalos Árabes possuem apenas cinco
vértebras lombares, diferentes das seis comuns
em outras raças. Essa vértebra a menos explica o pequeno lombo e a resultante habilidade
em carregar grandes pesos proporcionalmente ao seu tamanho, por longas distancias
Narinas - As flexiveis narinas do cavalo
Árabe, se dilatam quando ele corre ou está excitado, proporcionando grande captação de ar.
Normalmente as narinas se encontram semicerradas reduzindo a poeira proveniente da respiração nos climas mais secos como no deserto.
Maxilares – O tamanho e a grande separação entre os maxilares ou ganachas no cavalo
Árabe proporcionam um bom espaço para a
passagem de sua desenvolvida traquéia e esse é
um outro fator que aumenta a a captação de ar.
Carregamento de Pescoco - O arqueamento de pescoco, tipico do Cavalo Arabe, nao e
apenas um elemento de grande beleza, mas proporcionam uma suave entrada da traqueia na
garganta, sem pontos de estrangulamento, propiciando maior entrada de ar para os pulmoes.
Carregamento de Cabeça - O carregamento natural de cabeça do cavalo Árabe é
muito mais alto do que qualquer outra raça,
especialmente ao galope. O alto carregamento da cabeça facilita a passagem do ar, abrindo
as flexíveis narinas e alongando a traquéia.
Focinho - O pequeno e cônico focinho também deve ser creditado a sua herança do deserto. A escassez de alimentos devem ter reduzido o focinho para o admirado tamanho e
formato de hoje. Os finos e agéis lábios provavelmente são resultados de ralos pastos do deserto. Os cavalos dos beduínos pastoreavam
apenas esporádicamente comendo poucos
chumaços de grama aqui e ali, enquanto seguiam em suas longas jornadas. Lábios ágeis
podem rapidamente se prover de pequenas
porções de ralas gramas e ervas.
Crina – Os pêlos da crina são normalmente finos e longos, protegendo a cabeça e o pescoço da ação direta do sol. O longo topete na
testa também protege os olhos do reflexo e da
poeira.Outras caracteristicas que definem o
padrao da raca:
Carregamento de Cauda - O alto e natural carregamento de cauda é resultado da singular estrutura óssea do cavalo Árabe. A primeira vértebra da cauda, que se liga à parte
interna da garupa é levemente inclinada para
cima, ao contrário de outras raças que se inclina para baixo.
Os olhos – Os olhos do cavalo Árabe são
típicos de muitas espécimes de animais do
deserto. Grandes e salientes, eles são responsáveis por prover o animal de uma excelente
visão, a qual alertava os primitivos cavalos
Árabes dos ataques de seus predadores.
A Cabeça - A distinta beleza da cabeça do
cavalo Árabe é uma das principais marcas do
tipo da raça. O clássico perfil é marcado por
duas características: jibbah e afnas, muito admiradas pelos beduínos.
Jibbah é a protuberância acima dos olhos.
Nem todos os cavalos Árabes maduros o possuem, mas ele é óbvio nos potros. O Jibbah
aumenta o tamanho da cavidade nasal proporcionando maior capacidade respiratória.
Afnas – O afnas é a chamada “cabeça
chanfrada”. O chanfro é a depressão no osso
frontal da cabeça entre os olhos e o focinho,
ela apresenta uma curva côncava no perfil
da cabeça. Embora o Afnas fosse admirado
pelos beduínos como um aspecto de beleza,
nem todos os seus cavalos possuíam o chanfro pronunciado, da mesma forma que hoje
nem todos os modernos cavalos Árabes possuem esse perfil. Mas uma cabeça é considerada boa e típica quando possui:- olhos
grandes, salientes, bem separados e situados logo abaixo da testa;- testa larga;- narinas grandes e flexíveis;- cabeça descarnada
e seca;-orelhas pequenas, flexiveis e de
grande mobilidade, permitindo a captacao
de sons advindos de todas as direcoes.- a
expressão geral é alerta, inteligente e vivaz.
(Fonte: ABCCA)
23
FEVEREIRO 2010
Rastreabilidade
Sob riscos, o novo
Sisbov pode ampliar
mercado profissional
Uma antiga reivindicação dos médicos veterinários foi ouvida pelo governo federal, a possibilidade deles – e
também zootecnistas e engenheiros
agrônomos – de serem agentes certificadores do Sisbov (Sistema de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos). O que na prática confere a
esses profissionais prerrogativas que
antes eram exclusiva de empresas especializadas: poder inserir dados dentro do Sistema e certificar os animais.
O objetivo principal dessas mudanças
é, segundo o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento), Inácio Kroetz, dar maior segurança ao sistema de rastreabilidade e simplificar as
regras.
Alguns defendem a medida, outros
olham como um potencial perigo para
o trabalho de rastreabilidade que tem
sido desenvolvido no Brasil, o qual
sofreu muitas mudanças nestes mais de
dez anos de existência. No dia 19 de
janeiro encerrou a consulta pública
para o Mapa ouvir sugestões sobre o
novo sistema, mas até o dia 18 de janeiro, conforme o Ministério, só haviam 40 sugestões. O próximo passo é
analisar as propostas enviadas e estabelecer diretrizes e procedimentos. A
data para que os profissionais possam
requerer o privilégio ainda não é certa,
mas, ao que parece ainda vai demorar
um pouco.
“Ora, se o produtor tem, dentro da
fazenda, uma pessoa que sabe todas as
informações do rebanho e tem capacidade técnica para certificar os animais,
por que pagar uma empresa para fazer
o trabalho?”, questiona o médico veterinário Osmar Bastos, lembrando que
há a possibilidade dos veterinários trabalharem como
pessoa física.
Ele disse que
esteve várias vezes
em Brasília – quando era presidente
do
CRMV-MS
(Conselho Regional de Medicina
Veterinária) – re-
querendo do governo federal, senadores e deputados apoio para que as regras do Sisbov fossem alteradas. “Finalmente parece que fomos ouvidos”.
“Isso é uma avanço na pecuária, porque vai agilizar e baratear o processo
de rastreabilidade, já que o produtor
não vai precisar mais pagar uma empresa só para fazer certificação”, argumenta Bastos.
“É claro que, quem pisar na bola [inserir dados falsos], e não corresponder
à confiança vai ser punido. O Ministério da Agricultura vai em cima dele e o
conselho profissional também”, alerta.
De acordo com Bastos, recentemente, o Estado viveu situação curiosa, enquanto Minas Gerais estava com cerca
de 500 propriedades certificadas no
Sisbov, Mato Grosso do Sul, que tem o
segundo maior rebanho do País, tinha
apenas 60, isso porque havia poucas
certificadoras habilitadas. O problema
só foi resolvido depois de uma mobilização dos órgãos de governo para auditar as empresas.
Digo não
Mesmo como muitos pontos positivos há quem não enxergue a nova norma com bons olhos. Para o médico veterinário Armando Pereira da Silva, esta
flexibilização das regras do Sisbov mais
“parece um jeitinho brasileiro que no
fim acaba com os burros n`água”.
“Se for pensar na classe, isso é ótimo, mais espaço de trabalho para todos. Mas não é só isso que está em jogo,
o processo [de certificação da rastreabilidade] é complicado. Quem pode
perder é o Brasil. Haverão recém formados doidos para entrarem nisso, oferecendo preço baixo. E, a maioria, como
todo aquele que acabou de sair de uma
universidade, não tem a firmeza para
dizer não a um cliente. Vai ter fazendeirão por aí dizendo: ‘faz desse jeito
mesmo filho. Eu estou te ajudando’. Vai
ser aí que vamos, mais uma vez, passar vergonha por termos uma rastreabilidade que não pode ser auditada”,
argumenta. “Se não houver formas rigorosas de avaliação e a exigência de
três anos de experiência na área, sou
contra”, enfatiza.
Armando atenta para o fato de que
a flexibilização está ocorrendo na etapa
que mais deu problema em todos estes
anos de rastreabilidade no Brasil, a coleta de dados na fazenda. “Não tem
outra forma séria de se fazer a certificação. A forma como está aí é complicada, eu sei. Mas, sinceramente, é assim.
Podemos melhorar, mas temos der ter
cuidado com o jeito fácil. Esse novo
processo me dá medo”, finaliza.
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24
FEVEREIRO 2010
História de Sucesso
Empresa sul-mato-grossense comemora
25 anos de atuação no mercado
No mês de fevereiro, uma das maiores empresas de nutrição animal do País
e que detém o maior laboratório homeopático da América Latina comemora 25
anos de atuação no mercado.
Fundada em 1985, no município de
Ribas do Rio Pardo (MS), com o nome
de Veterinária Real, a pequena loja veterinária se transformou em uma grande
empresa graças ao trabalho e a determinação de uma família.
Pioneira no segmento da Homeopatia
Populacional, e reconhecida nacional e
internacionalmente por desenvolver e
investir em alta tecnologia capaz de garantir o bem estar dos animais, a empresa é comandada de perto pelo presidente, o médico veterinário homeopata professor dr. Claudio Martins Real, seus filhos, Marcelo Renck Real, Mario Renck
Real, Claudia Leite, e pelo genro Jorge
Alberto Caravajal Leite. Marcelo e Mário
também são médicos-veterinários homeopatas.
Claudio Real afirma orgulhoso que
completar mais de duas décadas no mercado é uma satisfação muito grande.
“Vinte e cinco anos não são cinco, durante este período vimos muitas empresas que eram classificadas como as melhores desaparecerem, por isso chegar até
aqui só nos dá ânimo para continuar em
frente com a mesma política, honestidade e seriedade na produção de produtos
de excelente qualidade para servir a pecuária”.
Detentora do maior laboratório vete-
rinário homeopático da América Latina,
a empresa se consolidou no cenário nacional por criar a possibilidade de incorporar a homeopatia aos produtos de nutrição, técnica denominada “Homeopatia
Populacional”, por tratar o rebanho como
se fosse um único indivíduo.
Presente em todos os estados brasileiros e também no Paraguai e na Colômbia, a empresa conta com mais de 150
funcionários diretos e gera mais de 2000
empregos diretos. A indústria sul-matogrossense pretende em breve fornecer os
produtos homeopáticos para outras nações como
Uruguai, Argentina, Panamá, México e
África do Sul.
Há mais de
20 anos na
empresa, a assistente de gerente Liamar
Nascimento,
se diz orgulhosa em fazer
parte do quadro de funcionários. “Trabalhar na Real H
tem um significado muito
especial, esta é
uma grande família que sempre nos ensina algo novo. É muito bom fazer parte
desta história de sucesso”.
Além da valorização dos seus funcionários, a empresa também se preocupa
com as questões sociais e ambientais, tanto que desenvolve diversos projetos visando o bem-estar do ser humano e a
preservação da natureza.
Marcelo Real, que ocupada o cargo
de diretor comercial enfatiza que completar vinte e cinco anos de história não
foi nada fácil. Para que o sonho se concretizasse foi preciso usar uma boa receita cujos ingredientes são: foco, dedicação, qualidade, decisão, comprometimento, humildade, trabalho, equipe,
compreensão e amor, relata o médicoveterinário.
Mais detalhes desta história de sucesso podem ser conferidos no site
www.realh.com.br.
Mais agropecuária para mais indústria
O setor agropecuário está por trás da monumental
revolução industrial que o Brasil vem experimentando
Roberto Rodrigues
De vez em quando, voltam a circular pela mídia reportagens e comentários criticando o modelo brasileiro
de exportações de produtos primários (minérios e commodities agrícolas), com o procedente argumento de
que deveríamos ampliar a participação dos serviços e produtos industrializados, que têm valor agregado muito maior. Ninguém deseja que o Brasil seja eternamente um país agrícola
apenas. Qualquer pessoa sonha com
a geração de empregos qualificados na
indústria e no setor de serviços, com
renda melhor para a massa trabalhadora. Mas esses itens não são excludentes. Ao contrário, complementamse.
O aumento da área plantada e da
produção agropecuária demandam,
por exemplo, mais máquinas e implementos agrícolas (tratores, arados, grades, subsoladores, sulcadores, retroescavadeiras, aparelhos de irrigação,
carretas, cultivadores, plantadeiras,
calcareadeiras, roçadeiras, colhedeiras, caminhões, vagões, locomotivas,
trilhos), e tudo isso exige uma siderurgia moderna e eficiente; também
demandam mais sementes, corretivos,
defensivos, fertilizantes, e isso exige
tecnologia e uma indústria de insumos competitiva; demandam armazéns e silos, transporte multimodal,
portos, sistemas de transbordo, o que
exige uma construção civil avançada,
escritórios de logística super qualificados e estruturados, bem como a
produção e distribuição adequada de
energia e uma moderna rede de comunicação e informação. Tudo isso é
indústria.
Por outro lado, a crescente produção da matéria-prima agrícola a preços competitivos com o resto do mundo dá margem ao explosivo aumento
da indústria de alimentos, que, aliás,
foi um dos setores que mais evoluíram em nosso país. E não só de alimentos mas também de roupas e calçados, instrumentalizando a indústria
da moda. E a de agroenergia, barateando os custos dos combustíveis e
reduzindo as emissões de CO2. E é
claro que no entorno de todo esse
imenso aparato industrial que depende diretamente da produção agrope-
cuária -e que compõe o agronegócioainda vem a indústria de eletrodomésticos (geladeiras, fogões, micro-ondas,
liquidificadores, batedeiras, centrífugas) e a de pratos, copos, toalhas de
mesa, talheres e tantos mais. Sem esquecer ainda da poderosa indústria
de embalagens... Portanto, o setor
agropecuário está por trás da monumental revolução industrial que o
Brasil vem experimentando. Tanto é
verdade que a participação do agronegócio no PIB do país vem diminuindo: passou de 28,4%, em 1994,
para 26,4% em 2008, embora o valor
absoluto tenha crescido de R$ 555,8
milhões para R$ 764,5 milhões no
mesmo período, a valores de 2008,
segundo os dados do Cepea/USP.
E mais do que isso: o FAO mesmo explica que até 2050 o mundo
precisa ampliar em 70% a sua produção de produtos agrícolas para alimentar e vestir a população exponencialmente crescente, em especial nos países em desenvolvimento. E todo
mundo sabe que as áreas para este
crescimento estão na América do Sul
e na África Subsaariana. Mas todo
investidor sabe que o Brasil é o país
que detêm a melhor condição de atender essa demanda, pela disponibilidade de terra, pela eficiente tecnologia agrícola tropical e por ter um agricultor altamente capacitado. Seguramente, o aumento das exportações
agrícolas ajudará a industrializar ainda mais o nosso país.
Roberto Rodrigues, 67, é coordenador do Centro de Agronegócio
da FGV, presidente do Conselho
Superior do Agronegócio da Fiesp
e professor do Departamento de
Economia Rural da Unesp - Jaboticabal, foi ministro da Agricultura
(governo Lula).
25
FEVEREIRO 2010
Agricultura
Soja inicia movimento
de queda dos preços
A safra brasileira 2009/2010 deve colher
cerca de 65 milhões de toneladas de soja, a
previsão é de que seja a segunda maior safra
da história da agricultura no Brasil. Este ano,
tudo está ajudando não teve seca – aliá, a
chuva tem caído com regularidade – houve
uma ligeira expansão da área plantada e o
resultado final deve ser uma maior produção por hectare. Só uma coisa não deve ajudar os produtores este ano, o preço da saca.
A perspectiva é de baixa, já que os Estados Unidos, maiores produtores do
mundo, e a Argentina, terceiro maior, devem também ter uma safras muito boas,
próximas aos recordes históricos. De acordo com o Departamento de Agricultura
dos Estados Unidos, a safra mundial de
soja deve ficar em torno de 253,4 milhões
de toneladas. É muita soja.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuro) a forte pressão por um movimento de
baixa do produto para contratos futuros já
começou, e registra quedas significativas
desde o início do ano.
De acordo com dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada), no dia 4 de janeiro a saca com
60 kg era negociada a R$ 42,73, uma ligeira valorização se comparada com a cotação anterior. Contudo, no dia seguinte, a
desvalorização teve início e, de 4 a 11 de
janeiro a commodity já acumulava queda
de 2,38%. A saca, no porto de Paranaguá
foi vendida a R$ 40,4 (11/01) e a baixa
naquela praça somava 3,81%.
O conselho de quem entende do assunto é negociar a venda o quanto antes. De
acordo com Leon Dávalo Vilela, corretor de
commodities da Granos, quem deixar para
negociar na safra vai perder dinheiro.
“Ocorre que, os três grandes produtores de soja do mundo estão tendo uma
boa safra. Em comparação com o ano passado, os Estado Unidos vão colher 10
milhões de toneladas a mais, assim como
o Brasil e a Argentina cerca de 23 milhões de toneladas, e o consumo não aumentou”, esclarece. “Dessa forma, o preço deve ceder. Só vai haver um ganho
maior se o dólar subir”.
Há ainda outro problema, a armazenagem. Os silos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) ainda estão cheios
com os produtos da colheita passada. Como
se não bastasse, em Mato Grosso do Sul há
um déficit de espaço de 2,5 milhões de to-
neladas. Não tendo onde colocar, o produtor vai ter de se desfazer rapidamente do
que produziu, o que significa vender mais
barato.
“O produtor pode até reclamar, mas
ainda vai ter lucro”, adianta Vilela. Mesmo vendendo a saca da soja a R$ 30, preço esperado para pico da safra, quem plantou a oleaginosa vai ficar no azul. “Muita
gente vai reclamar porque vai tentar tirar
o prejuízo da safra passada na deste ano”,
prevê.
Para contrabalancear a queda dos preços houve a queda dos custos. De acordo
com uma pesquisa feita pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária)
de Dourados os custos ficaram 24,7% mais
baratos do que na safra 2008/2009. O principal motivo para isso foi a baixa dos insumos, principalmente dos fertilizantes, que
na safra passada chegou a representar 33,6%
do custo total.
Conforme Alceu Richetti, pesquisador
da Embrapa, o motivo da queda brusca no
preço dos fertilizantes se deve a grande quantidade do produto nos armazéns dos comerciantes. “Em 2008, por causa da crise
[financeira mundial] muita gente ficou esperando o financiamento e acabou não comprando adubo, ou comprando menos, e
houve uma grande oferta do produto”, esclarece.
26
FEVEREIRO 2010
Indicadores
Crise global diminui custos da pecuária, mas
a arroba do boi desvaloriza ainda mais
No acumulado de 2009 (janeiro a dezembro), os custos de produção da pecuária de corte caíram, conforme pesquisa realizada pelo Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada (Ce-
pea), da Esalq/USP, em parceria com a
Confederação da Agricultura e Pecuária
do Brasil (CNA). Essa queda esteve atrelada ao desaquecimento mundial da demanda por insumos (petróleo, fertilizantes, adubos,
etc.), por conta
da crise financeira internacional no final de
2008 e início de
2009.
Entre janeiro e dezembro
de 2009, o Custo Operacional
Efetivo (COE)
recuou 3,7%,
considerando a
média Brasil
(GO, MT, MS,
PA, RO, RS,
MG, PR, TO e
SP). Quanto ao
Custo Operacional Total (COT),
houve baixa de
3,4% no mesmo período.
Apesar dessa
redução, a arroba do boi gordo
desvalorizou
ainda mais de
janeiro para dezembro
de
2009: 7,28%,
desanimando
produtores con-
sultados pelo Cepea.
A crise internacional e o regime de
chuvas atípico em 2009 aumentaram a
complexidade das decisões no mercado
pecuário nacional, principalmente do
produtor. Conforme pesquisadores do
Cepea, com a escassez de crédito, caiu a
demanda externa por carne e também as
possibilidades de empresas financiarem
a produção e novos investimentos. Quanto às chuvas, vieram em excesso em boa
parte da região Centro-Sul, aliviando a
estiagem típica de meados do ano, mas,
por vezes, forçando a entrega de lotes de
confinados em momentos não programados.
A maior insatisfação com o desempenho em 2009 é notoriamente do pecuarista que, mesmo em entressafra, enfrentou fortes pressões do segmento industrial, não conseguindo remuneração pretendida para recuperar as margens diminuídas pelos altos custos de 2008.
Suplementação
A suplementação mineral, depois de
ser marcada como a vilã em 2007 e 2008,
foi o insumo que mais influenciou as quedas dos custos de produção da pecuária
de corte em 2009. Isso porque a suplementação mineral corresponde, em média, com 22% dos gastos. No acumulado
de 2009, o insumo registrou queda de
26,56%, ao passo que, em 2007, houve
aumento de 12,75% e em 2008, de expressivos 91,51%. Na seqüência, os insumos que mais desvalorizaram no acumulado de 2009 foram Adubos e Corretivos, que caiu 14,88%, e Compra de ani-
mais para reposição, que recuou 5,35%.
Entre os estados considerados nesta
pesquisa, as maiores quedas no Custo
Operacional Efetivo (COE) no acumulado de 2009 foram verificadas em Goiás (9,13%), Pará (-8,62%) e Paraná (-8,2%) e
Mato Grosso (-7,56%). Os preço pagos
pelo boi gordo, no entanto, caíram com
mais força. Em Goiás, a arroba registrou
desvalorização de 9,21% entre janeiro e
dezembro de 2009. Em Minas Gerais o
recuo foi de 9,85% nas cotações do boi,
em Mato Grosso do Sul, de 8,92%, e, em
São Paulo, de 8,7%.
Por outro lado, alguns itens da cesta
de custo de produção considerados pelo
Cepea registraram altas no acumulado de
2009, como Sementes, Mão-de-obra e
insumos para reprodução animal.
A maior variação positiva, de 17,4%,
foi registrada pelo item Sementes Forrageiras, devido à maior demanda pelo insumo para a formação ou recuperação dos
pastos. A renovação das pastagens indica que pecuaristas estão esperando por
um ciclo melhor da cadeira produtiva,
investindo em ganhos de produtividade.
O item Mão-de-obra subiu 11,7%, por
conta do aumento do salário mínimo.
Para Máquinas e implementos agrícolas
houve alta de 7,8% entre janeiro e dezembro de 2009.
Especificamente de novembro para
dezembro de 2009, foi observado aumento nos custos de produção, considerando a média dos estados pesquisados pelo
Cepea. O COE teve alta de 1,22%, enquanto que a arroba do boi gordo desvalorizou 0,65% no período.
27
FEVEREIRO 2010
16/MARÇO
Hospital do Câncer
realizará leilão
na Expogrande
Dentro da programação da 72ª Expogrande (18 a 28 março) haverá diversos
leilões, mas um vai ser especial, pois a o
dinheiro arrecadado será usado na ampliação do Hospital do Câncer Alfredo
Abrão. E a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) vai ajudar nessa campanha.
No início de fevereiro, o presidente
da Associação, Francisco Maia, apresentou a programação da feira às
representantes da
entidade,
que escolheram o dia 16 de março para
realizar o segundo leilão de gado de corte do Hospital do Câncer, que será organizado pela Pantanal Leilões
e transmitido pelo Canal do Boi, às 20h.
“Em 2008, fizemos o primeiro leilão,
com o dinheiro arrecado, R$ 80 mil, terminamos a construção oncopediatria.
Uma obra que era muito necessária, pois
as crianças não podem receber tratamento no mesmo ambiente que os adultos.
Hoje, elas têm um espaço todo decorado, com brinques, livros e filmes à disposição”, relata Andrea Ostrowsky, da
equipe de comunicação do Hospital.
A ampliação do hospital deve custar
R$ 25 milhões. Conforme Andrea, trezentos pacientes são atendidos por dia
no Alfredo Abrão, e se faz necessário um
espaço maior para atender toda essa demanda.
A expectativa é de que a
arrecadação seja maior nesse evento, e
um dos motivos é que o leilão estará inserido na programação da Expogrande.
Quem comparecer ao evento ainda vai ter
a oportunidade de assistir a um show
do Grupo Tradição, que é o padrinho da
instituição.
Expogrande 2010 já tem 45 leilões confirmados
DATA
HORÁRIO
EVENTO
LOCAL
08/março
09/março
11/março
11/março
12/março
13/março
14/março
14/março
15/março
15/março
16/março
16/março
17/março
18/março
18/março
19/março
19/março
20/março
20/março
20/março
20/março
21/março
21/março
21/março
21/março
21/março
22/março
22/março
22/março
23/março
23/março
23/março
24/março
24/março
24/março
25/março
25/março
26/março
26/março
27/março
27/março
27/março
27/março
28/março
28/março
20h
20h
20h
20h
20h
12h
13h
14h
20h
20h
20h
20h
19h
20h
20h
20h
20h
12h
12h
17h
20h
10h
12h
12h
20h
20h
13h
20h
20h
20
20h
20h
13h
20h
20h
19h
20h
20h
20h
12h
14h
18h
20h
12h
20h
10º Leilão BPW
Leilão Bons Amigos
Leilão Reprodutores P.O.
Leilão Taquari de Corte
6º Leilão Produção LS
3º Leilão Brahman de Peso do MS
Leilão Tropa para Trabalho
35º Leilão LS Nelore a Campo
14º Leilão Melhoradores
8º Leilão Fazendeiro
2º Leilão Hospital do Câncer Dr. Alfredo Abrão
Leilão Ranking Nelore
Leilão de Corte Capitaliza
7º Leilão Bonsmara
Leilão Bezerros do MS
Leilão Progenel Corte/Touro
Leilão Matrizes do Futuro
Leilão Parceiros do Brangus
Leilão Touro Jovem
8º Leilão Comitiva
Leilão Guzera
Leilão Master Ovinos
11º Leilão VR JO
Leilão 3 Barras
Leilão Cavalo Pantaneiro
Leilão Fazenda Reunidas
Leilão Corte Expogrande 2010
Leilão Max QM
Leilão Canchim MS
2º Leilão Matrizes IPB
2º Leilão Goya Galiléia Nelore Mocho
Leilão Fazenda Bartira
Leilão de Corte Fazenda Primavera
Leilão Vip
Leilão Progenal/Corte/Touro
Leilão Nelorão Produção de Corte
Leilão Estrelas do MS
Leilão Toka do Jacaré
2º Leilão Força do Senepol
29º Leilão Nelorão do MS
Leilão Cruzamento – Santa Gertrudes
14º Leilão Girolando Fazendão
Leilão Top MS 2010
Leilão MM e Fronteira
Leilão GPL
Tat.2
Tat.2
Tat. 1
Tat. 2
Tat.2
Tat.2
Tat. 2
Tat.1
Tat.1
Tat.2
Tat. 1
Tat. 2
Tat. 2
Tat.1
Tat.2
Tat.1
Tat. 2
Tat. 1
Est. Orsi
Tat.2
Tat.1
Tat.2
Tat.1
Est. Orsi
Tat.1
Tat.2
Tat. 2
Tat.1
Tat.2
Est. IPB
Tat.1
Tat.2
Tat. 2
Tat.1
Tat.2
Est. Orsi
Tat. 1
Tat.1
Tat.2
Est. Orsi
Tat.2
Tat.2
Tat.1
Tat.1
Tat.2
Fonte: Acrissul
Obs: Programação sujeita a alteração
Bradesco promete fomentar negócios durante a feira
Durante a 72ª Expogrande (18 a
28 de março), o banco Bradesco terá
dentro Parque de Exposições Laucídio Coelho uma estrutura para atender seus clientes e movimentar os
negócios de crédito na feira. “O Bradesco tem essa característica, de ser o
banco do agronegócio, e, em um evento de negócios com é esse, temos de
nos alinhar com nosso público e ga-
rantir presença”, disse o diretor de marketing do Bradesco, Francisco Sebastião dos Santos Filho, que esteve no Parque de Exposições Laucídio Coelho analisando os espaços para locação. Ele foi
recebido pelo presidente da Acrissul
(Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia.
Segundo Santos, os produtores que
quiserem realizar a compra de máquinas
ou fazer qualquer outra transação de crédito, podem contar com toda a estrutura
de uma agência fixa.
“O cliente esta andando pelo parque
e viu uma máquina que ele quer comprar, ele pega o pedido leva até a agência
que teremos aqui. Nós analisaremos o
crédito na mesma hora e, se aprovada
operação, o cliente só vai ter de esperar
o equipamento chegar à fazenda”, disse
lembrando que empresas como o a
Massey Ferguson e a John Deere são
parceiras do banco.
Além disso, haverá um posto de
auto-atendimento para os clientes fazerem saques e outras operações bancárias. “Mas, sobretudo, estaremos na Expogrande porque é o maior evento do
agronegócio do Centro-Oeste e temos
de apoiar essa iniciativa”, concluiu.