UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
CURSO DE JORNALISMO
CENTRO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS – CCL
A INFLUÊNCIA DOS BLOGS NAS REVISTAS DE MODA
NATHÁLIA FARIAS
SÃO PAULO
2014
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
CURSO DE JORNALISMO
CENTRO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS – CCL
A INFLUÊNCIA DOS BLOGS NAS REVISTAS DE MODA
NATHÁLIA FARIAS
Projeto de Pesquisa sobre a influência dos
blogs no jornalismo das revistas de moda no
Brasil, Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Orientador: Prof Dr Edson Capoano
SÃO PAULO
2014
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Dedico à minha avó (in memoriam) Luana Legnaioli
Thomazini por me ensinar a ser forte perante todas
as dificuldades da vida. Este trabalho é uma
pequena amostra da persistência e luta que você me
inspira todos os dias.
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Agradecimentos
Primeiramente devo agradecer a toda minha família por ter sempre demonstrado apoio
em todos os meus sonhos, inclusive a realização deste trabalho. Agradeço também a
todos os membros que não estão mais aqui presentes, mas que de alguma forma
moldaram meu caráter.
Também agradeço a todos os meus amigos por me apoiarem e me compreenderem
durante toda esta jornada. Vocês são essenciais e tornaram o resultado especial.
Meu sincero agradecimento à todos os leitores do blog Hey U Go Girl. Durante estes
quatro anos cada um deles tornou possível a compreensão do mercado de moda.
Agradeço o apoio incondicional de cada um deles.
Obrigada a todos os entrevistados e envolvidos na produção do trabalho. Espero que o
trabalho traga orgulho a cada um de vocês e possa criar uma discussão mais séria acerca
do tema.
Minha eterna gratidão ao meu orientador Edson Capoano. Graças a sua paciência e
compreensão este trabalho pode chegar a sua conclusão. Obrigada por toda luz e
otimismo.
Por fim, agradeço ao meu companheiro e melhor amigo, Gabriel Cunha. Ninguém no
mundo me entende melhor que você e este trabalho tem a sua marca.
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“La mode se démodé, le style jamais”
(A moda passa, o estilo permanece)
Coco Chanel
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Sumário
Resumo..............................................................................................................................7
Introdução..........................................................................................................................8
I.
Blogs de moda e sua expansão............................................................................12
II.
O Blogueiro como Gatewatcher..........................................................................15
III.
Consumidores e criadores de conteúdo: prosumers............................................18
IV.
A individualidade................................................................................................19
V.
A Influência dos Blogs nas Revistas de Moda....................................................21
VI.
VI. Apresentação da Peça Jornalística.....................................................................64
Considerações Finais.............................................................................................................74
Referencial Bibliográfico................................................................................................76
Apêndice..........................................................................................................................81
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Resumo: Os blogs de moda têm uma grande importância para o aumento de consumo
na indústria fashion brasileira, alguns chegam a ter maior audiência do que grandes
revistas do meio. Nosso objetivo é analisar como os blogs hoje influenciam o trabalho
de publicações de moda como as revistas Vogue Brasil,Elle Brasil e Glamour
Brasil.Para tal investigação apresentaremos uma pesquisa detalhada sobre conceitos
recentes no jornalismo como a questão do prosumer, gatewatcher, individualidade, a
ascensão da bloguesfera e de seus personagens, além da cibercultura em si. Através
deste estudo será mostrado a crescente influência das it girlsno jornalismo de moda
brasileiro, como uma nova forma de fazê-lo e como uma tendência futura para a
profissão como um todo. Serão discutidas questões sobre credibilidade na web,
linguagem, ética e troca de valores tradicionais. O resultado desta pesquisa será
apresentado com um documentário jornalístico que conterá entrevistas com blogueiras,
editoras das principais revistas de moda e jornalistas do meio.
Palavras-chave: blogs, moda, revistas, comunicação
Abstract: Fashion blogs have a large importance at the increase of consumption in
brazilian Fashion industry, some of them have higher audience ratings than large
magazines. Our objective is to analyse how blogs influence fashion publications such as
Vogue Brasil,Elle Brasil, Glamour Brasil. For this research we present a detailed survey
about new concepts in journalism like the figure of prosumer, gatewatcher,
individuality, the rise of blogosphere and its characters and cyberculture. This study will
show the huge influence of “it girls” in the fashion brazilian journalism as a new way of
making it, and like a new future trend to the profession itself. Questions about
credibility on the web, language, ethics and traditional values will be discussed. The
result of this research will be presented with a journalistic documentary, which will
contain interviews with bloggers, editors from the main brazilian fashion magazines and
journalists.
Keywords: blogs, fashion, magazines, communication
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Introdução
A roupa foi utilizada desde a antiguidade como forma de proteger os indivíduos do frio
e das adversidades climáticas. Após o fim da Idade Média e a ascensão do
renascentismo na Itália, o capitalismo tornou possível o surgimento da moda como
indústria.
Por vários séculos ela foi utilizada como um dos principais sistemas de afirmação
social, até a Revolução Industrial trazer a produção em massa de peças e, no final do
século XIX, por volta de 1860, a alta-costura (Haute Couture) surgir (AVELAR, 2011,
p.50). O costureiro Charles Frederick Worth foi o percussor dessa nova indústria da
moda.
Segundo Blackman (2012) o século XX foi marcado de mudanças para a indústria da
moda. Antes delegada para a elite que tinha acesso à alta-costura, com o passar das
décadas ela se tornou popular, descartável e atingiu o ápice de sua efemeridade. Estas
mudanças foram possíveis por conta de todos os fatos que marcaram o último século,
como guerras e lutas por direitos iguais. Dentro dessas conquistas esteve a definição da
liberdade e igualdade feminina idealizada por Chanel, o New Look de Christian Dior
que devolveu a feminilidade às mulheres após duas grandes guerras e o surgimento de
diversos nomes que consolidaram a indústria e a tornaram acessíveis aos cliques de
qualquer pessoa no mundo.
Hoje a moda passa por radicais mudanças, não iguais àquelas que criaram o conceito do
prêt-à-porter (pronto para vestir), mas sim aquelas que globalizam, democratizam e
tornam a moda acessível à todos, através de suas telas do computador e dos dispositivos
móveis.
Para que a moda se popularizasse não foi necessário só um time de artistas e estilistas,
mas também dos profissionais de imprensa, jornalistas que são presença garantida nas
principais semanas de moda de todo o mundo (PEZZOLO, 2009, p. 69).
O papel mediador da imprensa, entre a passarela e o grande público, é
indispensável para manter o bom funcionamento da indústria da moda,
e o trabalho do jornalista é movido a paixão (PEZZOLO, 2009, p. 69).
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O jornalismo de moda avançou conforme a própria moda, economia (em tempos de
guerra as publicações eram escassas e até mesmo suspensas e em tempos de fartura era
um grande mercado) e a tecnologia.
No Brasil a imprensa de moda se consolidou no século XX, a partir da década de 1930
e, junto com o cinema, se estabeleceu como referência de se vestir para a população
brasileira. Na década de 1970 surgem publicações femininas segmentadas no Brasil,
como revistas para solteiras, para mulheres que já trabalhavam e cada uma dava o
enfoque de suas reportagens segundo o estilo de vida da leitora. As publicações não
acompanharam somente as transformações da moda como uma indústria que passou da
Haute Couture para o Prêt-à Porter (HINERASKY, 2011, p. 4)
Diferentemente de outros países, as revistas com nome de peso demoraram a aparecer
no país, a Vogue Brasil só foi inaugurada em 1975 e a Elle Brasil em 1988, da mesma
forma que a moda brasileira engatinhou por várias décadas até se estabelecer
(AVELAR,2011, p.107).
Lipovetsky alerta que, porém, a moda até a virada do século XX sempre foi tratada de
forma elitista e sempre distante daqueles que não a conheciam
Durante séculos, as modas jamais foram objeto de uma descrição por
si mesmas: nada de revistas especializadas, nada de crônicas redigidas
por profissionais. Quando textos e opúsculos evocavam a moda,
supunha-se que esta era conhecida dos leitores (LIPOVETSKY, 1989,
p.84).
Acredito que a moda como um movimento cultural e social deve ser estudada para que
seja melhor compreendido. Não só por sua importância na arte e no imaginário coletivo,
mas por conta de sua força como indústria. Dados da Associação Brasileira da Indústria
Têxtil e de Confecção só no Brasil a indústria da moda movimenta R$ 56 bilhões todos
os anos, empregando cerca de dez milhões de pessoas no país, além de ser o 2º maior
empregador da indústria de transformação, perdendo apenas para alimentos e bebidas.
Também somos o quarto maior parque produtivo de confecção e o quinto maior
produtor têxtil no mundo, com cerca de 30 mil empresas na área.
Nos últimos anos, com o advento da cultura da internet se solidificou a força que as
blogueiras de moda e beleza atingiram no mercado, hoje competindo com as grandes
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revistas do meio. Este processo se deu também por conta do amadurecimento do blog
como meio de comunicação
Os blogs são sistemas pessoais, automáticos e simples de publicação
que, ao se estenderem, permitiram o nascimento do primeiro grande
meio de comunicação distribuído da história: a blogosfera, um
ambiente informativo no qual se reproduzem os pressupostos, as
condições e os resultados do mundo pluriárquico (UGARTE, 2008, p.
27).
O objetivo da pesquisa é compreender o trabalho destas blogueiras e como elas se
tornaram fonte e inspiração para as reportagens da moda. Nosso intuito é analisar a
influência que o trabalho dessas it girls exercem sobre as revistas de moda no Brasil.
Investigou-se, utilizando como referência, os vinte principais blogs de moda do país,
como Petiscos, Lala e Maria Rudge, Helena Bordon, Fashion Coolture entre outros e as
publicações imprensas mensais Elle Brasil, Glamour Brasil e Vogue Brasil para assim
compreender as transformações e inovações pelas quais passa o jornalismo desde a
difusão das tecnologias digitais de comunicação.
Foi analisado e apresentado as principais diferenças e semelhanças nas coberturas
jornalísticas realizadas pelas revistas Elle Brasil, Glamour Brasil e Vogue Brasil em
comparação com os principais e mais relevantes blogs de moda do país.
A partir desta amostragem foram apontadas as influências dos blogs sobre as
publicações impressas já citadas. Outro objetivo é mostrar a influência que esta recente
cultura da internet exerce sobre o jornalismo de revistas e exibir através de um
documentário o resultado desta pesquisa.
Como produto de análise de toda a pesquisa foi mostrado a partir de um documentário
com depoimentos e histórias de fontes relacionadas ao universo da moda. Editoras de
revistas, blogueiras e outras formadoras de opinião foram entrevistadas. Para compor o
restante do documentário também foram selecionadas imagens de eventos, desfiles e
backstages nacionais e internacionais.
A entrevista, nas suas diferentes aplicações, é uma técnica de
interação social, de interpenetração informativa, quebrando assim
isolamentos grupais, individuais, sociais; pode também servir à
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pluralização, de vozes à distribuição democrática da informação
(MEDINA, 2001, p.8).
Usou-se a técnica de entrevista diálogo, onde entrevistados e entrevistadores trocam
informações sobre determinado assunto, no caso o jornalismo de moda e blogs.
Este diálogo é mais que uma conversação mundana. É uma busca em
comum. O entrevistador e o entrevistado colaboram no sentido de
trazer à tona uma verdade que pode dizer respeito à pessoa do
entrevistado ou a um problema (MEDINA, 2011, p.15).
Julgo que a melhor peça jornalística para apresentar os resultados obtidos pela pesquisa
seja o documentário, pois o mundo da moda é rico em imagens e as fontes entrevistadas
têm o status de celebridades/estrelas da internet, sua imagem tem um apelo muito
grande entre seus seguidores.
Outro ponto relevante a ressaltar é que a imagem no mundo da moda muitas vezes tem
um forte apelo ao público, mesmo que ele seja leigo. Este é o conceito da moda, de
chocar e surpreender as plateias, além de quebrar barreiras de cultura, línguas, credos e
até preconceitos.
Os documentários conduzem seus espectadores a novos mundos e
experiências por meio da apresentação de informação factual sobre
pessoas, lugares e acontecimentos reais, geralmente retratados por
meio do uso de imagens reais e artefatos (BERNARD, 2008, p.2).
Na questão da linguagem trabalhou-se com uma edição jornalística e as imagens serão
apresentadas com base em elementos da moda, que farão o produto ser facilmente
assimilado e acessível mesmo para leigos.
O estudo utilizou conceitos de antropologia e pesquisa qualitativa
Mas que consiste a “abordagem etnográfica”? A rigor, uma etnografia
é o produto de um determinado tipo de trabalho de campo, formado
dentro de uma disciplina específica, a Antropologia. E, para ficarmos
no vocábulo, etnografia significa a descrição dos costumes (cultura)
dos povos. Ampliando um pouco essa definição, podemos identificar
que o produto do trabalho antropológico espera-se que seja uma
etnografia, entendida por muitos segundo a proposta de Geertz (1988),
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ou seja, uma descrição densa de determinada cultura, a que tem acesso
o antropólogo a partir de um intenso contato com essa cultura feita em
um tipo de trabalho de campo que, por sua vez, tem observação
participante como norteadora (BENETTI & LAGO, 2010, p.49).
A pesquisa é qualitativa, pois interpreta elementos da sociedade e da comunicação.
Foram analisados dados e os vinte principais blogs de moda e beleza do Brail, além das
revistas Elle Brasil, Glamour Brasil e Vogue Brasil. A partir do material coletado foi
possível realizar a interpretação crítica da cultura.
Com base nas autoras, defendo o método de entrevistas qualitativas, com uma coleta de
dados que forneceu uma compreensão acerca dos valores, crenças, cultura e a identidade
desses indivíduos sociais que compõem a blogosfera e da mídia impressa de moda. Essa
escolha deveu-se também pelo fenômeno ainda estar em andamento e ser muito recente.
Foi mais proveitoso analisar a fundo os fenômenos por sua essência e não pela
quantidade.
I.
Blogs de moda e sua expansão
O termo it girls é usado para definir as blogueiras de moda. Elas ganharam espaço nas
revistas de moda quando a jornalista inglesa Plum Sykes começou a transcrever perfis
destas para a Vogue dos Estados Unidos (GARATTONI, 2010, p.18).
Segundo Garattoni (2010) as it girls mais famosas são aquelas que conseguem se
destacar ao criar composições de roupas que inspirem suas leitoras a pelo menos
tentarem repetir seu estilo.
Não é a conta bancária, não é a beleza incontestável, não é o closet
privilegiado, não é a capacidade de fazer diferente: o que define uma
it girl é seu carisma! É aquele “algo mais” indefinível que faz com que
certas pessoas simplesmente brilhem mais do que outras. Claro, a
informação e a dedicação podem ajudar na construção de um estilo
que se destaque, mas é quase certo que as verdadeiras it girls já
nasceram assim. Sabe aquela menina do seu trabalho que joga um
casaco torto nas costas quase que instintivamente – sem nenhuma
pretensão – e, quase como por encanto, transforma isso em mania a
ser copiada por outras? Sabe aquela menina da sua faculdade que tem
um estilo completamente diferente do seu, mas que, por algum motivo
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inexplicável, consegue atrair sua atenção e fazer com que você tenha
vontade até de usar uma peça para a qual sempre torceu o nariz? Pois
bem, ela é uma it girl! E é por ter esse je ne sais quoi que ela
consegue influenciar positivamente outras pessoas, mesmo aquelas
que nem conhece (GARATTONI, 2010, p.18).
Os blogs de moda brasileiros ainda estão em ascensão e o mercado ainda vive o
processo de amadurecimento. Segundo dados da Pesquisa Brasileira de Mídia de 2014,
a Internet é o meio que mais cresce entre os brasileiros (p.48).
O principal medidor de influência de blogs no mundo, o site Signature9, apontou que o
Brasil no quesito blogs de moda mais influentes do mundo fica atrás, apenas, dos
Estados Unidos. No top 99 blogs mais influentes de moda e beleza temos as seguintes
representantes brasileiros:
97ª posição:Coisas de Diva por Sabrina Olivetti, Marina Fabri, Thais Marques
92ª posição: Chata de Galocha por Luísa Ferreira
82ª posição: Blog da Thassia por Thássia Naves
71ª posição: Just Lia por Lia Camargo
64ª posição: Pausa para Feminices por Bruna Tavares
51ª posição:Depois dos Quinze por Bruna Vieira
40ª posição:Petiscos por Julia Petit
14ª posição: Super Vaidosa por Camila Coelho
7ª posição:Garotas Estúpidas por Camila Coutinho
A lista anual da Signature9 de 2014 afirmou uma tendência que se consolida há anos no
mercado: o boom de blogs no Brasil conseguiu quebrar a hegemonia na internet de
países conhecidos por serem importantes figuras na indústria de moda e Fashion Weeks
como França, Reino Unido, Itália, Japão, Alemanha e Espanha. Os dados vão além e
mostram que as it girlsbrasileiras conseguem angariar mais audiência que fashionistas já
conhecidas de anos pelo mercado internacional como Olivia Palermo e Anna Dello
Russo.
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Apesar de a maior parte das blogueiras não ter formação na área de moda, elas
continuam a dar seus conselhos, dicas e ditam regras que são acompanhadas pelas
leitoras e tomadas como uma verdade absoluta. São como uma autoridade para as
pessoas que a acompanham. As blogueiras tornam-se verdadeiras celebridades para as
leitoras. David de Ugarte (2008) defende que blogueiros, em geral, não possuem
formação em alguma faculdade de comunicação, apesar de sua influência na opinião
pública
Os bloggers representam o contrário do jornalista. Como os hackers
de Himanen, raras vezes se especializam, escrevem tanto sobre os
pormenores da sua vida pessoal como sobre temas da atualidade
internacional ou local. O autor é, às vezes, fonte direta, muitas vezes
analista de outros bloggers e fontes e quase sempre selecionadores de
terceiras fontes para seus leitores. Nos blogs, a vida pessoal do autor
não está separada da informação geral e da opinião. E essa nãoseparação entre vida, trabalho e ideias é uma tradução direta da ética
hacker, uma negação prática da divisão do trabalho, própria das redes
hierárquicas descentralizadas (UGARTE, 2008, p. 27)
Não há a necessidade do autor do blog seja formado em jornalismo ou moda para poder
escrever sobre o assunto. Há, por exemplo, advogados e engenheiros escrevendo sobre o
tema e com uma base de conhecimento muito grande. O saber destes blogueiros vem, na
grande parte das vezes, de seu próprio interesse e posteriormente porque cada um deles
sente a necessidade de compartilhar seus conhecimentos com o mundo.
Por conta deste fenômeno, as blogueiras são mais acessíveis ao público do que as
editoras de moda das publicações tradicionais e atraem mais atenção. Isso se torna mais
perceptível ao vermos muitas destas estrelas virtuais em propagandas na T, além de elas
próprias anunciarem produtos em seus blogs, enquanto os profissionais da mídia
impressa não possuem este espaço. Como é apontado na Pesquisa de Mídia de 2014, a
revista é o meio de comunicação que tem menor presença na vida dos entrevistados.
Apenas 1% dos entrevistados afirmam ler todos os dias uma revista e, 85% nunca o
fazem, fora que apenas uma publicação de moda está no ranking das 20 revistas mais
citadas por brasileiros.
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Há alguns anos, para manter-se informado sobre as últimas tendências do mundo da
moda, os leitores tinham que comprar as revistas especializadas sobre assunto, o que se
restringia a um número limitado de publicações. Hoje qualquer pessoa com acesso à
internet pode ter um blog e escrever sobre o assunto que desejar, seja o texto critico ou
informativo.
Os blogs de moda podem ser considerados um dos responsáveis pela
popularização do tema, uma vez que através dos mesmos as pessoas
têm maior acesso a esse mundo antes considerado longe do nosso dia
a dia. Fazendo uma comparação à mídia tradicional, os blogs possuem
uma escrita mais acessível e de linguagem fácil, não seguindo as
normas do jornalismo. Sem mencionar que os textos em sua maioria
são de opinião, retratando o ponto de vista dos autores. Aqui não há o
conceito de imparcialidade e a objetividade do jornalismo, mas sim
certa liberdade, o que termina por atrair leitores. Outro ponto de
destaque é a questão de serem grautuitos, enquanto que as revistas
especializadas são pagas, a não ser a versão online de algumas
(BENINI et all, 2013, p.6).
Portanto, o número de visões de moda, maquiagem e comportamento teve um aumento
significativo e se tornou mais democrático, já que o leitor pode escolher o blog que
melhor se encaixa em seu estilo e orçamento para se inspirar. E com os números cada
vez maiores de pageviews, o prestígio destes novos comunicadores só aumenta. Como
Ugarte aponta (2008, p.27), “o incentivo do blogger, além disso, é o prestígio, o número de
leitores, ou de links e citações publicadas por outros bloggers como ele”.
II.
O blogueiro como Gatewatcher
Há outro fenômeno bem característico da internet que nos faz querer pesquisar a fundo
o tema: o blogueiro sendo constantemente pautado pelo internauta. O tradicional
conceito do Gatekeeper, um editor que escolhe tudo o que será ou não publicado, acaba
perdendo espaço para o Gatewatcher. Como defende Canavilhas (2010) o ecossistema
midiático mudou a partir do surgimento de novas mídias sociais como blogs,
microblogs e redes sociais. A partir dessas novas mídias houve um boom na oferta de
informações que não alterou somente a maneira de se fazer jornalismo, mas também a
forma como o público se relaciona com as notícias.
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Trata-se de um novo tipo de gatekeeping desenvolvido pelos media
nos seus canais sociais, mas também por cidadãos com prestígio
(gatewatchers) em torno dos quais se constroem comunidades virtuais
(CANAVILHAS, 2010, p.1).
Como Barbeiro (1998) já apontou em seus estudos, o processo de comunicação se
fundiu de tal maneira que o receptor também é produtor de conteúdo e, o antigo
jornalista que controlava toda a informação, passa a também ser um consumidor de
mídia, em um processo interminável.
Mazetti (2009, p.3) discute a renegociação dos papéis entre produtores e consumidores
na mídia a partir do surgimento e amadurecimento da internet
O consumidor empoderado está aprendendo a utilizar as ferramentas
digitais para participar mais ativamente da cultura da mídia. Assim,
ele está se tornando capaz de assumir maior controle sobre o conteúdo
midiático que consome e fazendo valer, mais enfaticamente, seu poder
de escolha. Ao estabelecer contato com outros consumidores por meio
de fóruns de discussão e comunidades virtuais, o consumidor
empoderado está experimentando novas formas de sociabilidade,
marcadas por vínculos de pertencimento social diferentes daqueles
experimentados tradicionalmente (ibid.)
Este fenômeno se deu por conta do poder que a Internet concedeu a cada usuário de
produzir o seu conteúdo, de divulgar, de maneira livre, suas ideias, textos, imagens,
vídeos e tudo que seja importante para ele. A blogosfera possibilita um espaço ilimitado
e ferramentas para que este prosumer se torne um novo formador de opinião
a blogosfera é um meio de comunicação distribuído, público, gratuito
e transnacional, a primeira esfera pública democrática real e
praticamente universal. Se a mídia, e sobre tudo a televisão, havia
privatizado a vida pública e o debate político, reduzindo o imaginário
a um espetáculo totalitário, produzido industrialmente segundo os
mesmos padrões da produção das coisas, a blogosfera representa o
começo de uma verdadeira reconquista da informação e do imaginário
como criações coletivas e desmercantilizadas (UGARTE, 2008,
p.30).
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A mudança eminente do trabalho dos jornalistas tem sido apontada durante muito tempo
por diversos profissionais do ramo, porém o mercado de moda tem sido mais afetado
com o surgimento dos blogs
Os jornalistas do século XXI já vêm sendo preparados desde as
universidades que, para atender a mudança de hábitos e expectativas
do mercado, incluem em suas matrizes curriculares disciplinas sobre
jornalismo e as novas mídias. O desafio é preparar estes novos
profissionais não apenas para manusear o aparato técnico, mas para
lidar com a abundância de informação e processos de produção cada
vez mais acelerados” (WEBER, 2010, p.3).
Há um número pequeno de revistas e milhares de blogs no país, isso faz com que o
número de informações disponibilizadas na rede seja muito grande.
O gatewatcher emerge assim como um elemento central num
ecossistema
mediático
onde
a
fragmentação
motivada
pela
multiplicação de fontes e o excesso de informação obrigam os media a
disputarem a atenção dos leitores (CANAVILHAS, João, 2010, p.5).
As leitoras são parte importante desse processo. As autoras dos blogs pedem para que
elas deixem seus comentários nas redes e sugestões de assuntos que lhes interessa.
Desta forma o blog é “pautado” pelas próprias leitoras e adequando o conteúdo para que
as mesmas o consumam.
Outra prática comum e que tem o mesmo efeito é a pesquisa de opinião, feita pela
própria blogger. São feitas perguntas básicas sobre os temas das publicações e o que as
leitoras gostariam de ler. Assim a autora do blog consegue entrar mais em contato com
seu público e entende de uma maneira mais profunda como ele realmente reage ao seu
conteúdo, além de dar uma chance de participação direta entre a leitora e a blogueira.
Este processo cria uma fidelização do público com o blog, além de dar uma maior voz
às leitoras.
Em uma blogosfera saturada de blogs de moda, uma leitora não se sente presa a um site
caso ele não a agrade. Hoje ela já tem o poder de escolher um blog que atenda às suas
necessidades e que faça parte do seu nicho.
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Nesta economia da atenção, o gatewatcher funciona com um analista
de mercados financeiros que aconselha os seus seguidores/amigos a
investirem a sua atenção neste ou naquele tema, publicando os links
para as notícias (CANAVILHAS, 2010, p.5).
Com o advento da internet, os meios de comunicações tradicionais estão estudando
novas maneiras de agrupar a comunicação massiva e interatividade, para que haja a
melhor interação com o receptor.
Porém, o processo de transformação de audiências em comunidades
não depende apenas da abertura de canais de retorno do receptor para
o emissor. Para além das questões técnicas, a existência de uma
comunidade implica a existência de algum tipo de relação horizontal
entre receptores que reforce os laços que os unem: ‘a comunidade
virtual parece enfatizar uma comunidade de interesses relacionada
com o assunto em discussão que pode conduzir ao fortalecimento do
espírito comunitário’ (Correia, 2002, 4). Não se trata apenas da
passagem do sistema de “um para muitos” para outro “de muitos para
um”: é preciso que exista também a alternativa “de muitos para
muitos” (CANAVILHAS, João, 2010, p.7).
III.
Consumidores e criadores de conteúdo: prosumers
No livro We Media: How Audiences are Shaping the Future of News and Information
(2003), os autores Shayene Bowman e Chris Willis defendem que o jornalismo vive um
momento único de transição em que a figura tradicional do Gatekeepers ameaçada pelo
antigo público, este que hoje se tornou também autor do que aparece na mídia. Nós
possuímos ferramentas acessíveis para criarmos nossos próprios blogs e sites. Hoje
todos podem desprender um pouco de tempo e escrever sobre os assuntos que gostam
em plataformas interativas.
O público não é mais apenas receptor, ele se tornou ativo na produção e distribuição da
notícia, eles se tornam os prosumers. A internet e os blogs oferecem uma nova
liberdade para que talentos surjam e revolucionem o jornalismo convencional.
A comunidade de blogs, a blogosfera, permite a troca de conhecimentos e ideias e isso
torna essa mídia sempre mais forte, mais complexa além de democrática.
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A cultura da Internet é a cultura dos criadores da Internet. Por cultura
entendo um conjunto de valores e crenças que formam o
comportamento; padrões repetitivos de comportamento geram
costumes que são repetidos por instituições, bem como por
organizações sociais informais. Cultura é diferente de ideologia,
psicologia ou representações individuais. Embora explícita, a cultura é
uma construção coletiva que transcende preferências individuais, ao
mesmo tempo em que influencia as práticas das pessoas no seu
âmbito, neste caso os produtores/usuários da Internet(CASTELLS,
2003, p. 34).
Os blogueiros, os gatewatchers apontam para uma tendência que pode salvar as mídias
impressas: ao invés de fazer o modelo de transmissão em larga escala, em que a mídia
se concentra nas mãos poucas, mas grandes empresas (de um para muitos) para o
modelo em rede, o modelo em que uma pessoa transmite a informação diretamente para
a outra, em que existe uma proximidade e transparência maior.
O papel do prosumer não é somente o de informar, mas o de contar boas histórias, de
engajar o público, de engajar o mundo em fazer um jornalismo melhor, sendo ele na
web ou em mídias tradicionais. Este indivíduo surge em um cenário de relações
horizontais, em que é possível que os papéis do consumidor e do produtor se unam na
figura do prosumer.
IV.
A individualidade
Como aponta David De Ugarte em O Poder das Redes (2008), a blogosfera é um meio
que nasceu a partir da criatividade de cada indivíduo que a integra e que, a partir de uma
série de laços e encontros com outros criadores e/ou consumidores dessa rede, a torna
complexa e dinâmica. Ela nos dá ferramentas suficientes para que cada um de nós
também tenhamos capacidade e poder para que cada usuário crie seu próprio conteúdo.
Ugarte também faz uma observação importante: apesar da valorização da
individualidade que os blogs possibilitam, a blogosfera se demonstra como um espaço
denso e que só existe por conta do fluxo de troca de informações entre bloggers,
leitores, clientes, colaboradores e todos os tipos de usuários da rede.
Os blogs são criadores de discurso pessoal. Eles revelam, de forma
dinâmica, a identidade do seu autor, que aparece como o que se
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adivinha, que se entrevê pelo relato de uma reflexão e de um
aprendizado contínuo. Porém, na medida em que escrevemos
justamente sobre aquilo que aprendemos — quer dizer, o que ainda
não sabemos realmente —, a identidade pessoal aparece na sua
dimensão de fluxo, não na de estoque(UGARTE, 2008, p.65).
O autor vai além e defende que o “um blog não é um meio, porém o conjunto de blogs o
é” (UGARTE, 2008, p.79). Portanto não tratamos de apenas uma tendência da
comunicação, mas também do surgimento e ascensão de um novo meio que permite
uma democratização maior das informações, já que boa parte do conteúdo da web é
produzido por prosumers que antes não tinham voz na mídia.
Mas por que no Brasil e no mundo os blogs de moda se tornaram um fenômeno e ditam
novas regras de mercado? O filósofo francês Gilles Lipovetsky afirma em O Império do
Efêmero (1989)que a moda é uma “celebração mundana da individualidade” (p.60) e
que é um sistema que trabalha com a aura de indivíduos, como estilistas renomados,
jornalistas e, mais recentemente, as blogueiras, as it girls.
Se a moda reina a esse ponto sobre o parecer, é porque ela é um meio
privilegiado da expressão da unicidade das pessoas: tanto um signo de
condição, de classe e de país, a moda foi imediatamente um
instrumento de inscrição da diferença e da liberdade individuais, ainda
que a um nível “superficial” e no mais das vezes de maneira tênue
(LIPOVETSKY, 1989, p.44).
Conforme a lógica de Lipovetsky pode-se entender o porquê o jornalismo de moda
conseguiu se adaptar tão bem à web: a blogosfera coincidentemente é um sistema que
tem como base a individualidade, que valoriza e cultua o eu, a personalidade de um
sujeito. Se antes o eu na moda se concentrava em nomes de estilistas como Chanel e
Dior além de jornalistas como Anna Wintour, editora-chefe da Vogue America, hoje
este estrelato deixa de ter um caráter tão elitista e passa a integrar personagens que
jamais teriam espaço sem os seus blogs.
Além da questão da individualidade e das blogueiras, também é preciso dar atenção ao
novo status de celebridade que estas figuras ganharam. As it girls são o que Morin
(1997) definiu como olimpianos modernos, modelos de comportamento e identificação,
pessoas divinizadas que passam a ser admiradas e seguidas. Entretanto, os olimpianos
20
apresentam características que as tornam humanas, que a aproximam de seus
seguidores. Apesar deste novo status adquirido pelas blogueiras, elas ainda se
comportam como garotas iguais as suas leitoras, já que muitas só ganharam visibilidade
e fama através de seus blogs.
Ter um ídolo: maneira para eles de demonstrar, na ambiguidade, sua
individualidade própria, maneira de chegar a uma forma de identidade
subjetiva e de grupo. Se o fenômeno se manifesta entre os jovens é
porque nessa idade os gostos e as preferências estéticas são os meios
principais de afirmação de personalidade (LIPOVETSKY, 1989,
p.219)
Não por coincidência, a faixa etária que mais dá audiência aos blogs de moda e beleza é
de 13-25 anos. São jovens que encaram as blogueiras como modelos de comportamento
e estilo. Isso pode ser notado graças a grande popularidade das blogueiras na rede e fora
delas. O assédio é tão grande que elas já são tratadas como celebridades.
O culto à individualidade levou essas novas estrelas, as blogueiras olimpianas, ao topo,
porém as afasta de uma das principais características de um bom blogger: a humildade.
Hoje não só o blogueiro tem que ser tão bom como um profissional de mídia, mas ele
precisa manter uma grande proximidade com o público.
V.
A Influência dos Blogs nas Revistas de Moda
De acordo com as concepções defendidas acima, podemos analisar a influência dos
blogs de moda e beleza nas revistas Vogue Brasil, Elle Brasil e Glamour Brasil.
Como podemos verificar no anexo 01, 02, 03 e 04, a blogueira Camila Coelho aparece
em um publieditorial como modelo da marca Shoulder. Assim como no anexo 05 e 06,
retirados do próprio blog de Camila, o Super Vaidosa, a blogueira se tornou modelo e
padrão de beleza e styling, posição antes mantida apenas pelas modelos fotográficas.
Esse é o conceito de It Girl apresentado por Garattoni (2010), uma garota com um
carisma incontestável e que consegue influenciar os outros a se vestirem da forma dela.
Assim como na revista e no blog, Camila veste marcas que usam de sua imagem e status
de celebridade/olimpiano moderno para vender o produto. A influência da blogueira é
21
tanta que as marcas não só anunciam no seu blog, mas também usam o espaço
publicitário da revista.
Anexo 01: A blogueira Camila Coelho participa de um publieditorial na edição de setembro da
Glamour Brasil.
22
Anexo 02: A blogueira Camila Coelho participa de um publieditorial na edição de setembro da
Glamour Brasil.
23
Anexo 03: A blogueira Camila Coelho participa de um publieditorial na edição de setembro da
Glamour Brasil.
24
Anexo 04: A blogueira Camila Coelho participa de um publieditorial na edição de setembro da
Glamour Brasil.
25
Anexo 05: No blog Super Vaidosa Camila também seleciona peças para compor seu look do
dia. Seu blog serve de vitrine para que marcas divulguem seus produtos, usando a blogger como
modelo.
Como afirma Lipovetsky (2005) no livro O Luxo Eterno: da Idade do Sagrado ao
Tempo das Marcas, o luxo deixou de ser uma forma de afirmação social, de status ou de
admissão em um grupo para se tornar uma forma de expressão de originalidade e
individualidade. Hoje as marcas preferem ver suas peças atreladas as novas figuras de
luxo e status da moda, as blogueiras.
É isso que Lipovetsky defende por “luxo emocional”. Compramos e vestimos algo por
ter uma ligação emocional com a marca. Ao usar uma peça a blogueira “democratiza”
esse artigo de luxo e cria uma ligação emocional entre o leitor e o item à venda.
26
Anexo 06: O mercado de luxo que antes anunciava apenas em revistas passa a visar espaço
publicitário também em blogs. As revistas perceberam o potencial de vendas das blogueiras e
passaram a produzir editoriais com elas.
Assim como em seus próprios blogs, as it girls fazem a seleção de styling, isto é,
decidem quais roupas e marcas devem ser usadas por suas leitoras. Como podemos
conferir na matéria Elle Especial Jeans Shopping da revista Elle de julho de 2014, as
blogueiras Thássia Naves (Blog da Thássia Naves), Camila Coutinho (Garotas
Estúpidas) e Lalá Rudge (Blog da Lalá Rudge), selecionaram e apresentaram suas
escolhas (anexo 07, 08 e 09).
A influência dessas três bloggers ultrapassou a web até conquistar as páginas da revista.
As três produzem stylings periódicos em seus blogs, mas sua imagem já se tornou tão
forte com o público que elas não só influenciam os leitores da web, mas se tornam
também formadoras de opinião das revistas.
27
Anexo 07: A blogueira Thássia Naves (Blog da Thássia) faz sua seleção de peças para se usar
com jeans na Elle Brasil de julho de 2014.
28
Anexo 08: A blogueira Camila Coutinho (Garotas Estúpidas) faz sua seleção de peças para se
usar com jeans na Elle Brasil de julho de 2014.
29
Anexo 09: A blogueira Lalá Rudge (Blog da Lalá Rudge) faz sua seleção de peças para se usar
com jeans na Elle Brasil de julho de 2014.
30
Como foi discutido anteriormente, as blogueiras adquiriram o papel de gatewatcher na
mídia: um usuário das mídias sociais e blogs que compartilha o que acredita ser mais
interessante ao seu público.
Assim como em suas próprias páginas (anexo 10 e 11), as blogueiras escolheram o
conteúdo que foi publicado e usaram de sua imagem para alavancar as vendas dos
produtos selecionados. Elas não são mais meras gatewatchers na rede, hoje já se
tornaram formadoras de opinião e são respeitadas até pelas revistas de moda.
Anexo 10: Assim como na Elle Brasil de julho de 2014, Thássia Naves (Blog da Thássia) e
Lalá Rudge (Blog da Lalá Rudge) fazem stylings com lojas parceiras de seus blogs.
31
Assim como nos publieditoriais de seus blogs, elas aparecem nas páginas das revistas
atreladas às marcas que fazem parte de seus estilos pessoais e de suas convicções.
Tanto nas revistas quanto nos blogs de moda a propaganda se associa com a imagem
das celebridades, que neste caso, também são as blogueiras. A partir do momento em
que garotas comuns passaram a integrar as páginas das principais publicações da moda,
espaço antes reservado apenas para modelos e grandes estrelas do cinema e da música.
Podemos considerar que a blogueira se tornou a nova estrela da moda, tendo poder de
venda igual ou até maior que as antigas celebridades.
Anexo 11: As blogueiras Camila Coutinho (Garotas Estúpidas) e Helena Bordon (Blog da
Helena Bordon) também fizeram sua seleção de styling, assim como fizeram na Elle Brasil de
julho de 2014 e Glamour Brasil de setembro de 2014, respectivamente.
32
Assim como na Elle Brasil de julho de 2014, a Glamour Brasil de setembro de 2014, as
blogueiras Helena Bordon e Anna Fasano também prepararam sua seleção de styling.
Em ambas as revistas a linguagem utilizada pelas meninas é leve e despojada, assim
como em seus blogs.
Anexo 12: A blogueira Helena Bordon (Blog da Helena Bordon) fez sua seleção de styling para
a revista Glamour Brasil de setembro de 2014 com peças Michael Kors.
33
Anexo 13:Assim como Helena, a blogueira Anna Fasano (Blog da Anna Fasano) selecionou
peças do estilista Michael Kors para compor seu styling na revista Glamour Brasil de setembro
de 2014.
34
O boom dos blogs de moda gera a discussão até por parte das revistas e jornalistas. Em
matéria da Elle Brasil de agosto de 2014, o mercado de blogs é dissecado e a
publicação, que afirma: os blogs já chegaram no ápice mas precisam pensar em algo
estável em um momento de amadurecimento desse tipo de meio de comunicação.
Segundo a reportagem há dois caminhos certos para se manter forte na internet. O
primeiro é o de profissionalizar o blog, a ponto de virar uma revista virtual. Já o
segundo é de voltar para suas raízes e se tornar o diário pessoal de antes.
A revista aponta quatro maneiras de sustentar a empresa blog nos dias atuais, já
seguidas por algumas blogueiras brasileiras.
Na primeira alternativa, a blogueira deve associar o seu site a um e-commerce, usando
da curadoria e dos conhecimentos da autora para vender uma marca, que até pode ser
desenvolvida pela própria. Helena Bordon (Blog da Helena Bordon) é o exemplo mais
fiel a essa ideia. Outro blog que investe na ideia de e-commerce associado a um
conteúdo curatorial é o blog Steal The Look. Ao acessar a página é possível adquirir as
peças das fotos em lojas variadas na internet.
Outra proposta oferecida pela Elle é a de um blog que mescla conteúdo de revista com o
pessoal. Esse tipo de blog visa o conteúdo, investe em um layout parecido com a de
publicações impressas e pensa em um design que lembra de revista. Camila Coutinho
(Garotas Estúpidas) já aposta nessa tendência, investindo em reportagens e entrevistas
em seu blog.
Outra tendência que a revista apontou é a de blogueiras que fazem mais sucesso nas
mídias sociais do que no próprio site. Blogueiras como Camila Coelho (Super Vaidosa)
conseguem atrair mais views em seu Youtube do que até no próprio blog. Isso
demonstra que a blogueira não só tem força na blogosfera, mas consegue competir com
páginas e mídias sociais de grandes revistas do meio.
E por fim, a revista pontuou a profissionalização de grandes blogs como The Blonde
Salad (escrito pela italiana Chiara Ferragni), o Man Repeller (escrito pela americana
Leandra Medine) e o Garotas Estúpidas. Todos esses blogs já contam com uma equipe
de profissionais por trás, assim como uma redação de revista. A demanda de trabalho de
um blog exige que a blogueira delegue seu trabalho e, visando uma
qualidadecomparável a de uma revista, contrate uma equipe para preparar o conteúdo. O
35
primeiro blog a pensar e montar uma redação foi o Petiscos, escrito pela publicitária
Julia Petit.
Anexo 14: Em matéria da Elle Brasil de agosto de 2014, os blogs são discutidos de maneira
séria. A publicação aponta para a profissionalização cada vez maior dessa mídia.
36
Anexo 15: No dossiê apresentado pela Elle Brasil de agosto de 2014, alguns caminhos para a
sobrevivência pós-boom dos blogs são apresentados.
37
Pensando na união entre jornalismo impresso e blogs (Anexo 16, 17, 18), algumas
editoras já investem na parte digital como uma nova forma de fazer jornalismo de
revistas. Eles possuem a mesma qualidade que seus trabalhos impressos, mas possuem a
liberdade criativa e editorial da internet. O maior exemplo disso é a editora de beleza da
Vogue Brasil Victoria Ceridono. Autora do blog Dia de Beautè, Vic expandiu seu
trabalho e conhecimentos para a rede e compartilha muitas extensões da própria Vogue
de forma gratuita para suas leitoras.
O Dia de Beauté é um dos melhores exemplos brasileiros de jornalismo que consegue
transitar no mundo dos blogs e das revistas sabendo fazer um trabalho de qualidade em
ambos os meios. Vic, como é conhecida por suas leitoras, posta stylings de beleza,
resumos de fashion weeks, red carpets, swatches de novas coleções, além de vídeos
tutoriais e reality shows ao lado de Camila Coutinho (Garotas Estúpidas).
Mesmo sendo uma blogueira de sucesso, Vic sabe equilibrar a dose de narcisismo e
exibicionismo necessários para uma blogueira com a ética e qualidade jornalística.
Fora isso, novos talentos surgem unindo blogs e revistas de uma forma natural. Na Elle
Brasil de junho de 2014 (Anexo 19), a blogueira/editora-chefe Tavi Gevinson é
apontada como nome prodígio no jornalismo de moda. A garota criou seu blog com 11
anos de idade, o Style Rookie, e hoje comanda a revista RookieMag.com, uma união de
sua experiência com blogs com jornalismo de revista. A publicação está disponível
online.
É possível notar que blogs escritos por comunicadoras sociais como Dia de Beauté,
Petiscos, Pausa para Feminices, 2Beauty, Passando Blush, etc, possuem uma maior
qualidade na questão da técnica de escrita e apuração. Entretanto, também é possível
notar que os outros blogs analisados nesta pesquisa também possuem uma boa
qualidade de texto e edição. A facilidade que um blogueiro tem para produzir conteúdo
também impulsionou que pessoas que não sejam formadas nessa área possam produzir
conteúdo de qualidade, graças a facilidade de publicação e edição que a plataforma blog
permite a estes usuários.
38
Anexo 16: Assim como no blog Dia de Beauté, Victoria Ceridono escolhe seus produtos
prediletos de beleza. A blogueira é a mais jovem editora de beleza da história da Vogue.
39
Anexo 17: A editora de beleza Victoria Ceridono faz uma seleção de produtos de beleza, assim
como seus stylings no blog Dia de Beauté.
40
Anexo 18: Assim como na revista Vogue Brasil, Victoria Ceridono faz sua seleção de styling de
beleza no blog Dia de Beauté.
41
Anexo 19: A blogueira e editora-chefe Tavi Gevinson é apontada pela Elle Brasil como futuro
do jornalismo de moda. Tavi já foi vista pelas grandes publicações de moda como uma ameaça
por conta de seu alto número de seguidores na rede.
42
Diferentemente dos blogs, revistas como Vogue Brasil e Elle Brasil investem mais em
grandes reportagens escritas no formato de jornalismo literário, perfis de figuras
históricas da moda, entrevistas com estilistas, modelos e estrelas do cinema e da música.
Blogs possuem uma voz mais curatorial e pessoal das autoras e investem em textos com
uma linguagem mais simples e muitas vezes divididos em várias partes, para não cansar
o leitor.
Entretanto, as blogueiras já atingiram status de celebridades e figuras de alta influência
no mundo fashion. Isso pode ser visto, por exemplo, na matéria Abre-te Sésamo (Anexo
20, 21, 22 e 23) a vida e carreira da blogueira Thássia Naves (Blog da Thássia) é
mostrado a partir de seu closet. Na edição da revista o perfil da blogueira ganhou mais
páginas e destaques que de outras celebridades do ramo.
Outro exemplo de perfil de blogueira na revista de moda é a matéria Laços de Família
(Anexo 24), na qual a família Rudge é o centro das atenções. Entre as garotas perfiladas
estão as irmãs Lala e Maria Rudge, autoras do Blog da Lala Rudge.
Em ambos os perfis as blogueiras são retratadas de uma maneira bastante positiva e o
trabalho delas é sempre associado com as altas vendas que essas garotas geram. Na
matéria Embaixada Brasileira (Anexo 25 e 26), por exemplo, Thássia Naves aparece
como uma das grandes impulsionadoras das vendas do e-commerce Farfetch. Graças a
parceria da loja com a blogueira mineira uma jaqueta Balmain de R$ 10, 000 vendeu em
poucas horas.
Podemos ver outros exemplos diferentes de como a blogueira se tornou a nova
celebridade na moda, por exemplo, nos looks do dia da italiana Chiara Ferragni (The
Blonde Salad) publicados na revista (Anexo 27 e 28). Antes estas fotos de streetstyle
apareciam apenas nos blogs das garotas, mas hoje já foram aceitas até pelas próprias
revistas, que enaltecem as blogueiras como símbolos de bom gosto e elegância.
Um exemplo mais leve de perfil de blogueira na revista pode ser visto na edição de
outubro da revista Glamour de 2014 (Anexo 29, 30, 31, 32). Seis Youtubers de grande
sucesso (Nina Santina, aka Niina Secrets; Priscila Paes, aka Pripoka; Taciele Alcolea;
Flavia Calina; Maddu Magalhães e Rayza Nicácio) estampam as páginas da revista e
contam como lidam com a fama, como ganham suas vidas através dos blogs e os
desafios por trás do trabalho.
43
Anexo 20: Na matéria Abre-te Sésamo a jornalista Barbara Migliori faz um perfil da blogueira
Thássia Naves.
44
Anexo 21:Em perfil para a revista Vogue Brasil Thássia fala sobre o sucesso do blog.
45
Anexo 22: A blogueira Thássia Naves abre seu closet em entrevista para a Vogue Brasil.
46
Anexo 23: Assim como outras estrelas da moda, a blogueira mineira Thássia Naves ganhou
páginas da revista Vogue Brasil.
47
Anexo 24: A família das blogueiras Lala e Maria Rudge teve sua história contada nas páginas
da revista Vogue Brasil.
48
Anexo 25: Na matéria Embaixada Brasileira a blogueira Thássia Naves é apontada como
impulsionadora das vendas do e-commerce Farfetch.
49
Anexo 26: Thássia se tornou a embaixadora oficial do e-commerce graças ao grande sucesso de
vendas.
50
Anexo 27: No canto superior esquerdo está a blogueira Chiara Ferragni (The Blonde Salad),
considerada ícone de streetsyle.
51
Anexo 28: No canto superior esquerdo está a blogueira italiana Chiara Ferragni considerada
ícone de streetsyle. A matéria em questão não era relacionada diretamente com moda, mas sim
com viagem.
52
Anexo 29: A revista Glamour de outubro de 2014 dedicou um perfil para seis youtubers
brasileiras de sucesso.
53
Anexo 30: Diferentemente dos perfis das outras revistas, a Glamour perfilou as garotas de uma
forma mais leve e mais próxima do público.
54
Anexo 31: Seis blogueiras/youtubers de sucesso foram entrevistadas para a matéria, entre elas
Priscila Paes, Nina Santina, Rayza Nicácio, Maddu Magalhães, Taciele Alcolea e Flávia Calina.
55
Anexo 32: Para compor o perfil das garotas a Glamour preferiu criar um editorial vintage,
diferentemente da Vogue que exaltou e glamourizou as entrevistadas.
56
Anexo 33: A blogueira se torna um ícone do novo comércio da moda, graças a sua influência no
meio digital como foi publicado na Elle Brasil.
57
A blogueira tornou-se a nova celebridade do mundo da moda e exalta isso nas redes
sociais, porém, como foi observado pela editora-chefe da Vogue Brasil, Daniela Falcão
(Anexo 33)
Desde que li uma entrevista de Franca Sozzani dada ao The Telegraph
por conta de seus 25 anos à frente da Vogue italiana, passei a ver esse
dilema com outra ótica. “Não somos celebridades”, disse Franca sobre
as editoras de revista que cada vez mais ocupam os holofotes. “Somos
mensageiras entre a moda e os leitores” (FALCÃO, 2014, p. 53).
Daniela apresentou um dos maiores dilemas das editoras de moda atualmente: lutar para
manter uma publicação focada em conteúdo em um universo que foi invadido pelos
looks do dia e vlogs pessoais. A editora-chefe brasileira afirma que deve-se priorizar o
conteúdo da revista e não o status, que o papel do jornalista não é ser celebridade. Essa
é a linha editorial adotada pela Vogue e Elle Brasil.
Na matéria Famosa #Fail da Elle Brasil de julho de 2014 (Anexo 35) a escritora
Rebecca Harrington segue a receita de sucesso das blogueiras: muitas selfies, grifes de
luxo, ostentação no Instagram. Diferentemente do que ela esperava, sua experiência não
dá certo e ela acaba passando despercebida na web. A mesma admite que não é tão fácil
se tornar famosa e querida na rede e que o sucesso das blogueiras não deve ser
subestimado. Na matéria Estilo Brasilis é possível entender que o caso de sucesso das
blogueiras no Brasil também se deve ao fato antropológico que as brasileiras não se
importam em serem copiadas e se sentem bem por isso (Anexo 36).
Ambos os exemplos ilustram bem a diferença entre o papel de cada meio de
comunicação. A função da revista ainda é informar os leitores sobre moda e cultura.
Esse papel também cabe, em teoria, aos blogs, porém nota-se que no Brasil as
blogueiras ainda se ocupam mais em preparar um material que não agrega tanto
conteúdo sobre a moda, mas que atende a necessidade do público que as acompanham.
A blogueira possui um forte papel em vender produtos de empresas e até de suas
próprias linhas, graças ao seu poder publicitário (Anexo 33).
Os números nas redes sociais das revistas e blogs apontam que o tipo de leitor não é o
mesmo. Como é possível notar nos media kitsda Vogue e Elle Brasil, o seu público
corresponde à classe A-B, o mesmo que atende blogs como Helena Bordon, Thássia
Naves, Glam4You, Lala Noleto, todos os blogs que são retratados por ambas as revistas.
58
Anexo 34: Em editorial para à Vogue Brasil de maio de 2014, Daniela Falcão discute o papel
das editoras de revista na atualidade.
59
Anexo 35: Na matéria Famosa #Fail a escritora Rebecca Harington descreve sua experiência
como uma it girl.
60
Anexo 36: Em matéria para a Elle Brasil, a jornalista Lenita Assef afirma que o sucesso dos
blogs de moda no Brasil se deve ao fato que a mulher brasileira busca ser imitada pelas outras.
61
Diferentemente da visão apresentada por Franca Sozzani e Daniela Falcão, Mônica
Salgado, editora-chefe da Glamour Brasil, abraçou o fenômeno dos blogs e as tornou
figuras marcadas da publicação.
A Glamour Brasil nasceu em 2012, no auge dos blogs de moda e beleza e desde o
princípio adotou as blogueiras como colunistas, formadoras de opinião e estrelas do
streetstyle. Mônica assumiu a figura de editora/celebridade e a publicação decidiu
investir em peso nas mídias sociais, desde o início.
Essa estratégia se mostrou benéfica para as vendas, a Glamour se tornou a revista
feminina com maior crescimento nos últimos anos.
Anexo 37: A revista Glamour é a publicação feminina que mais cresce em vendas no Brasil.
O caso de sucesso da Glamour Brasil levanta alguns questionamentos: as outras
publicações devem adotar uma linha editorial parecida para conseguir sobreviver ou não
devem mudar o seu perfil? As revistas devem abraçar mais o sucesso das blogueiras ou
devem se distanciar? Qual é o melhor caminho de renovação para cada uma destas
publicações?
Visto toda essa análise é possível notar que as revistas e blogs de moda se conversam no
país. Não só as blogueiras se tornaram pauta e fazem parte constante da cobertura, mas
hoje as it girls também integram as redações, escrevem suas próprias colunas, opinam
também na revista. Elas são as novas formadoras de opinião do universo da moda e essa
voz curtarial se abrange até mesmo nas páginas das revistas.
62
Essa convergência não se dá apenas na pauta, mas também no design. É possível
observar que a revista Glamour adota uma editoração mais leve e parecida com os blogs
nas páginas em que elas aparecem estampadas. Como foi dito acima, a Glamour foi uma
das revistas que nasceu junto com o boom da blogsfera e assim ela também adotou uma
linguagem mais próxima do digital.
Outro ponto a se observar da convergência entre das blogueiras e das jornalistas é o
caso que algumas delas estão se tornando editoras de revistas, como é o caso da jovem
Tavi Gevinson, que já lançou sua própria revista online. O futuro de ambos os meios é o
de se unir e cada um aproveitar as vantagens que tem. Por um lado a blogueira já possui
um público que se identifica com ela e também pode expressar sua opinião. Já a revista
possui a credibilidade e o espaço para que exista essa convergência.
Outra forma que as blogueiras influenciam nas revistas é a forma delas de fazer digital.
A revista Elle Brasil foi a primeira a investir em aplicativo para tablets e androids e
possui um público um pouco mais próximo ao de leitores de blogs, na faixa dos 20 a 34
anos de idade. As revistas estão aprendendo a traduzir o digital de uma forma
semelhante a das blogueiras: investindo em perfis nas mídias sociais, criando versões
leves do próprio site para serem carregadas em celulares e tablets, no investimento de
perfis das próprias jornalistas no Instagram, Twitter e Facebook. A influência da
blogueira neste caso é positiva, pois ela mostra caminhos para que as revistas se tornem
mais jovens e atraentes nos meios digitais. As top blogueiras como Thássia Naves e
Camila Coutinho já estavam consolidadas na época em que as publicações começaram a
pensar e investir no digital.
A convergência destes dois mundos acontece de forma bem visível no Brasil, como
pode ser visto acima. A partir do momento em que as blogueiras se profissionalizaram
passaram a ter a credibilidade suficiente para conseguir um espaço na revista.
Uma tendência que já acontece entre estes dois mundos é da revista incorporar blogs ao
site da revista, o maior exemplo disso é o Dia de Beauté, escrito pela editora de beleza
da Vogue Victoria Ceridono. A Glamour Brasil também possui seu time de blogueiros e
outras revistas investem na fórmula, como é o caso da Nova Cosmopolitan.
Como foi representado na matéria Famosa #Fail, o papel da jornalista de moda não é se
tornar celebridade nas redes porque isso torna a revista rasa.
63
Outro ponto a ser debatido é o da formação destas blogueiras. As top blogueiras são
formadas em sua grande maioria em comunicação ou moda, portanto elas possuem
conhecimentos das técnicas de jornalismo. Também por conta da formação que muitas
conseguem espaço para suas próprias colunas nas revistas, como é o caso da blogueira
Bruna Tavares, autora do blog Pausa Para Feminices, que também escreve para a revista
Nova Cosmopolitan e, mais antigamente, para a Gloss.
A blogueira influencia também as fotografias dessas publicações que hoje buscam nas
garotas “comuns”, nas it girls as tendências mais recentes de streetstyle. Essas garotas
se tornaram ícones da fotografia de moda quando passaram a integrar a primeira fila dos
desfiles e consequentemente atraíram atenção dos fotógrafos.
Outra maneira que a blogueira influencia a revista é nas suas descobertas no meio
fashion. Muitos estilistas hoje são descobertos e impulsionados porque as it girls os
vestem. Isso também auxilia a revista a sempre manter um frescor e a procurar novos
nomes, que antes sentiam mais dificuldade de chegar até os holofotes.
As it girls promovem a diversidade na moda já que cada uma sobrevive a partir da sua
imagem, sua individualidade. Assim como foi apontado por Lipovetsky em o Império
do Efêmero, é a partir desta individualidade, antes mantida apenas para grandes
estilistas e editoras, que as it girls dão voz a uma moda mais democrática e próxima do
público.
Sabendo disso entende-se que a blogueira não apenas influencia a revista mas que sua
forma de enxergar e retratar a moda é necessária para que as revistas se atualizem e
conquistem um público jovem.
Portanto a influência da blogueira não se dá apenas na cobertura e pauta das revistas,
mas também na questão de posicionamento, visão e linha editorial que elas tomam
perante a moda. A blogueira se tornou a nova formadora de opinião e empresária da
moda e ambos os universos se unem gradativamente.
VI. Apresentação da Peça Jornalística

Concepção (pré produção): Desde o princípio a proposta deste trabalho era
apresentar um documentário que conseguisse debater o universo dos blogs e das revistas
64
de moda de uma forma madura. Pensando em um maior dinamismo o tempo inicial
estipulado para o vídeo era de 20 minutos, o que foi concretizado ao final da pesquisa.
Pensando em uma intertextualidade e complexidade, o documentário também foi
pensado como uma forma de responder as perguntas propostas pelo relatório teórico,
mas de uma maneira mais leve e rápida.
As pautas propostas para o vídeo foram semelhantes a alguns tópicos discutidos aqui,
como a individualidade do sujeito na moda, o blogueiro como o novo gatewatcher, a
relação entre jornalistas e este novo mundo, além da própria influência dos blogs no
meio impresso.
As fontes foram selecionadas a partir de pesquisa com meios de comunicação confiáveis
do ramo e também por conta da bagagem profissional de cada entrevistado.
Visualmente o documentário It Girl foi concebido para ser leve, dinâmico como os
vídeos da internet, divertido, mas sobretudo informativo. O objetivo do trabalho é
levantar questões sobre um tema que é tratado de forma muitas vezes superficial.
Além da pesquisa de personagens, também existiu a análise das revistas Elle, Vogue e
Glamour Brasil, todas do ano de 2014. Para que a análise da influência fosse completa,
durante toda a pesquisa 20 dos maiores blogs do país fizeram parte da leitura diária, ao
lado das publicações impressas. Os blogs analisados foram os seguintes:
1.) Petiscos: (40º blog mais influente do mundo segundo a Signature9). Em 2005 a
publicitária Julia Petit foi convidada a escrever uma coluna de moda na revista Contigo!
Após a experiência, Petit criou o blog Petiscos, um misto de notícias de moda,
comportamento e cultura. Grande parte de seu sucesso veio por conta do seu canal no
Youtube. Petit é considerada uma das maiores blogueiras de moda no país e um ícone
na questão de ética na blogosfera brasileira.
Facebook: 180K seguidores
Twitter: 194K seguidores
Instagram: 258K seguidores
Youtube: 243 K seguidores
2.) Lalá e Maria Rudge: As irmãs Lala e Maria Rudge escrevem um dos blogs mais
acessados do país. Lala largou a faculdade de direito para se dedicar em seu trabalho na
65
Daslu. O blog surgiu como um passatempo e se tornou o trabalho full time da blogueira.
Com a demanda cada vez maior, Lala pediu para sua irmã Mariacriar conteúdos e ajudála na administração do site.
Desde 2012 Lala comanda sua própria marca de lingeries, a La Rouge Belle.
Facebook: 148K
Twitter: 47K
Instagram: 741K
3.) Helena Bordon: Filha de Donata Meireles, editora de moda da Vogue Brasil,
Helena teve contato com o universo fashion desde pequena. Formada em moda pela
FAAP de São Paulo, a blogueira morou em Nova York na época que estagiava na grife
italiana Valentino. Hoje ela compartilha em seu blog looks do dia e notícias das
principais fashion weeks.
Facebook: 55K
Twitter: 72K
Instagram: 37K
4.) Fashion Coolture: A advogada Flávia Desgrandes van der Linden se tornou uma
das blogueiras mais influentes de street style do mundo. Um dos nomes mais famosos
do Brasil na rede social Lookbook.nu, Flávia dedica todos seus posts com fotos de seus
looks do dia. No blog ela compartilha as inspirações que ela teve para cada criação.
Eleito pela Fohr Card (empresa de marketing especializada em blogs) como o quinto
mais influente do mundo em 2013.
Facebook: 251K
Twitter: 4k
Instagram: 237K
5.) 2Beauty: Formada pela PUC/RS em publicidade, Marina Smith começou um dos
primeiros blogs de beleza do país, o 2Beauty, em 2007. Após anos de sucesso com suas
resenhas e tutoriais de maquiagem, Marina lançou sua própria linha de maquiagem em
parceria a Sephora. Marina já foi colunista de beleza no Petiscos e hoje se dedica
totalmente ao blog e sua linha de maquiagem na Sephora.
66
Facebook: 60K
Twitter: 39K
Instagram: 60K
Youtube: 33K
6.) Blog da Thássia: (82º blog mais influente do mundo segundo a Signature9) A
mineira Thássia Naves angariou a fama de ser uma das blogueiras com mais acessos no
país por conta de seus looks do dia. Sua influência no consumo das leitoras é tanta que
ela fechou parceria com o e-commerce Farfetch, tornando-se a embaixadora oficial da
empresa em todo o mundo.
Facebook: 367K
Twitter: 46K
Instagram: 1,2 M
7.) Chata de Galocha: (92º blog mais influente do mundo segundo a Signature9). A
designer Luísa Ferreira lançou o blog como uma forma de conversar com o público
sobre alguns de seus amores: moda e beleza. Hoje a blogueira cobre as principais
Fashion Weeks do mundo e já participa da lista de 99 blogs mais influentes do mundo
pela Signature9 desde 2012. Lu também dedica o espaço para abordar viagens,
culinária, livros e cultura.
Facebook: 188K
Twitter: 34 K
Instagram: 210K
8.) Coisas de Diva: (97º blog mais influente do mundo segundo a Signature9) Criado
pela designer Sabrina Olivetti e pelas jornalistas Thais Marques e Marina Fabri, o
Coisas de Divas tornou-se uma das principais referências na internet brasileira de blogs
de beleza e moda. Com o grande sucesso, o CDD passou a integrar o time de blogs da
revista Nova Cosmopolitan, da Editora Abril.
Facebook: 140K
Twitter: 44K
Instagram: 61K
Youtube: 15K
67
9.) Dia de Beautè: Escrito pela editora de beleza da Vogue Brasil, Victoria Ceridono, o
blog é uma extensão de seu trabalho na revista. Lá ela cria posts sobre beleza,
maquiagem e moda. Vic é a mais jovem editora da história da Vogue no mundo e por
conta de seu trabalho tem acesso a desfiles e backstages com exclusividade. Junto com a
blogueira Camila Coutinho (aka Garotas Estúpidas) criou o primeiro reality show de
blogueiras, onde ambas mostram os bastidores das fashion weeks.
Facebook: 104K
Twitter: 80K
Instagram: 202K
Youtube: 59K
10.) Garotas Estúpidas: (7º blog mais influente do mundo segundo a Signature9)
Considerado por muitos como o maior blog de moda do Brasil, Camila Coutinho foi
precursora no país em pensar em blog como uma empresa e uma forma de trabalho.
Formada em Moda, a nordestina hoje concentra o blog mais acessado do país, além de
ser figura marcada nas principais revistas de moda no país, como a Vogue, Elle e
Glamour. Também foi a primeira blogueira que criou um reality show sobre o tema. A
própria deve seu sucesso pela forma descontraída em que escreve e leva as coisas.
Facebook: 592K
Twitter: 100K
Instagram: 843K
Youtube: 60K
11.) Glam4You: Natalia Vozza criou o blog após terminar a faculdade de Moda e não
encontrar um emprego na área. No espaço ela compartilha dicas de moda e posta seus
looks do dia. Em 2012 foi eleito o 94º blog mais influente do mundo pela Signature9.
Facebook: 114K
Twitter: 51K
Instagram: 284K
12.) Justlia: (71º blog mais influente do mundo segundo a Signature9) Lilian Camargo
(aka Lia Camargo) começou sua história na blogosfera criando sites para o público
infantil. Por conta de seu conhecimento com html e programação, a blogueira focou seu
diário pessoal e criou um dos primeiros blogs de moda e beleza do país, o Justlia.
68
Formada em comunicação social, ela já foi editora chefe da revista Gloss, trabalhou
para a Capricho e já teve seu blog linkado com a MTV. Hoje Lia ministra palestras
sobre o universo dos blogs de moda e beleza.
Facebook: 170K
Twitter: 45K
Instagram: 152K
Youtube: 70K
13.) Blog da Lalá Noleto: Apesar de ser formada em Direito, Marcela Noleto sempre
se interessou por moda. A blogueira já teve coluna sobre o tema na revista Contigo!. No
tempo em que trabalhou na revista, a blogueira percebeu que grande parte do conteúdo
deixava de ser publicado porque já não era mais novidade. Assim surgiu a ideia de criar
um blog para que ela postasse todas essas informações.
Facebook: 120K
Twitter: 48K
Instagram: 464K
14.) Pausa Para Feminices: (64º blog mais influente do mundo segundo a Signature9)
O blog foi criado no mesmo ano em que Bruna Tavares se formou em jornalismo, 2009.
Com dificuldades para encontrar emprego na área, a blogueira criou o PPF cpmo forma
de montar um portfolio na área de moda. Meses depois ela passou a escrever sobre
beleza, assunto que lhe rendia mais visitas. Por conta do blog, Bruna teve oportunidade
de trabalhar em grandes revistas femininas como a Gloss e Nova Cosmopolitan.
Facebook: 1.6M
Twitter: 35K
Instagram: 206K
Youtube: 125K
15.) Steal the Look: Catharina Dieterich e Maniela Bordasch criaram o primeiro blog
vitrine do país. A ideia é que as leitoras possam "roubar" o look das principais
blogueiras e fashionistas de street style. O trabalho é semelhante ao que foi
desenvolvido pelo Net-A-Porter.
Facebook: 200K
Instagram: 54K
69
16.) Super Vaidosa: (17º blog mais influente do mundo segundo a Signature9). Camila
Coelho se tornou uma das blogueiras mais famosas do meio, tanto no Brasil quanto no
exterior. Seu sucesso se deve aos seus tutoriais de maquiagem no Youtube e aos looks
do dia. Camila hoje participa do grupo The Plataform, um dos canais mais populares de
beleza no Youtube e já criou uma coleção de roupas com a fast-fashion brasileira
Riachuelo.
Facebook: 643K
Twitter: 171K
Instagram: 2.2M
Youtube: 1.6M
17.) Depois dos Quinze: (51º blog mais influente do mundo segundo a Signature9)
Bruna criou o blog após um término. Por conta de sua timidez, o espaço se tornou uma
forma da blogueira se comunicar com o mundo. Após o sucesso do blog, Bruna
escreveu dois livros, A Menina que Colecionava Borboletas e De Volta aos Quinze.
Facebook: 545K
Twitter: 195K
Instagram: 453K
Youtube: 286K
18.) Truques de Maquiagem: Criado em 2007 pela beauty artist Paola Gavazzi, o blog
se tornou um dos maiores do segmento de beleza. Em 2010 a blogueira fundou o
programa Beauty Drops no Youtube. Devido ao grande sucesso, seus vídeos passaram a
ser transmitidos pela Band News. O sucesso do blog se deu graças ao jeito descontraído
da blogueira.
Facebook: 224K
Twitter: 21K
Instagram: 9k
Youtube: 82K
19.) Passando Blush: A publicitária Priscila Paes (aka Pripoka) criou o blog em seu
último ano na faculdade de publicidade. Graças ao sucesso do blog, a blogueira passou a
ser uma das maiores figuras do gênero no país
70
Facebook: 1M
Twitter: 35K
Instagram: 80K
Youtube: 145K
20.) Shame on You, Blogueira: Criado em 2011 como uma forma de contestação ao
boom dos blogs de moda e beleza. Escrito pro Priscila Rezende, o Shame on You é
focado em denunciar publieditoriais não sinalizados, mostrar erros de português
inaceitáveis e vazar casos chocantes do mundo das blogueiras. O blog teve seu auge em
2011/2012.
Facebook: 86K
Twitter: 26K
Mesmo pertencendo ao trabalho escrito, a leitura dos blogs foi essencial para aprofundar
o olhar crítico sobre o tema e auxiliou a produção do documentário. A teoria
apresentada pelo relatório escrito tinha uma profunda conexão com tudo relacionado ao
trabalho em vídeo.

Execução (produção): As entrevistas foram realizadas durante o mês de maio
até setembro de 2014. Foram onze entrevistados, entre eles jornalistas com passagem
nas revistas Elle, Vogue e Glamour, além da voz das próprias blogueiras.
Personagens do Documentário
Bruna Bauer: Formada em Jornalismo pela FUMEC, Bruna começou sua carreira no
jornalismo de moda ao ingressar na revista ELLE. Ela foi responsável por reestruturar o
site da publicação e decidir uma nova linguagem para a área digital do veículo. Também
foi editora dos sites da Manequim, Estilo, Modaspost e atualmente é a editora de moda
do M de Mulher.
Bruna Tavares: Formada em Jornalismo pela PUCCAMP, Brunacriou o blog Pausa
Para Feminices como forma de mostrar todo seu conhecimento na área de moda. Graças
ao espaço ela conseguiu uma vaga como editora de beleza da extinta revista Gloss, e
71
hoje trabalha na Nova Cosmopolitan. A blogueira criou sua própria linha de maquiagem
com a Tracta Cosméticos.
Cecilia Maresca Gautier: Jornalista italiana formada pela Libera Università di Lingue
e Comunicazione IULM de Milão. Cecilia trabalhou para a Vogue Italia, foi relações
públicas da Vivienne Westwood em Londres. Atualmente trabalha como consultura
criativa da Amaro Fashion, Farfetch e já trabalhou como styling da Chanel.
Fernanda Quint: Formada em Jornalismo, Fernanda criou sua própria empresa de
gestão de redes sociais e a partir de seus conhecimentos sobre mídias digitais, decidiu
criar seu blog, o Bloglovers.
Helen Macedo: Em formação pela PUC/SP, Helen é estagiária de mídias sociais da
revista Glamour Brasil. Seu trabalho é produzir o conteúdo que sobre para o Facebook,
Twitter, Instagram. A jornalista também cuida da interação com o público nas páginas
da revista.
Igor Zahir: Formado em Moda em Recife, Igor começou a trabalhar com jornalismo de
moda logo após o final da faculdade. Já trabalhou no site oficial da São Paulo Fashion
Week, o FFW e também passou a colaborar em revistas de moda como Marie Claire,
GQ, Casa Vogue e Glamour Brasil.
Nana Caetano: Formada em Jornalismo pela UFMG, Nana sempre trabalhou em
revistas. Já foi editora de lifestyle da Vogue Brasil e recentemente é editora de lifestyle
da Elle Brasil.
Paola Deodoro: Graduada em Jornalismo pela PUC/RS, Paola estudou Fashion Trends
Fashion, Pop Culture and the 20th Centuryna Parsons, Nova York. Hoje ela é editora
online da revista Glamour Brasil e comanda todas as estratégias digitais da publicação.
Paola Gavazzi: Graduada em Moda pela Santa Marcelina, Paola dedicou sua vida
inteira ao mundo da beleza. A Beauty Artist já trabalhou em filmes, clipes e para
editoriais de revistas no Brasil. Desde 2007 escreve o blog Truques de Maquiagem,
além de ter produzido o Beauty Drops, programa de beleza hoje televisionado pela Band
News.
Priscila Paes: Graduada em Publicidade pela ESAMC, Priscila criou o seu blog, o
Passando Blush, no último ano da faculdade. Graças ao seu trabalho, a blogueira
72
conseguiu trabalhar na Sanrio com a área de redes sociais. Desde 2010 ela decidiu se
focar no blog e se tornou um dos principais nomes da área de beleza.
Thais Denapoli: Graduada em pedagogia, Thais Denapoli é professora de maquiagem
do Senac Santo André e graças ao seu conhecimento da área criou o blog Tudo
Chiquérrimo. Hoje além de dar aulas e trabalhar com o blog, Thais inaugurou sua
própria franquia da Sweet Hair e escreve para a revista de beleza Valentina.
Grande parte das gravações aconteceu na cidade de São Paulo, apenas a entrevista com
a blogueira Fernanda Quint foi gravada em Florianópolis, Santa Catarina.
Para criar o dinamismo da peça, duas câmeras eram utilizadas por filmagem, cada uma
com um ângulo diferente do entrevistado. Para criar uma variedade de imagens de
apoio, eventos do ramo da moda e da beleza foram cobertos para gerar boas imagens de
apoio ao documentário.
A decupagem e transcrição demandaram bastante tempo já que todas as entrevistas eram
longas e detalhadas. Todos os áudios foram transcritos por completo e a decupagem
facilitou a concepção do roteiro.
Para criar um roteiro dinâmico foi extremamente necessário olhar para outros
documentários da área, como The September Issue (2007), Marc Jacobs & Louis
Vuitton (2007), Valentino-O Último Imperador (2008), além de outros filmes já
conhecidos por fashionistas como O Diabo Veste Prada (2006), Yves Saint Laurent
(2014), Coco Before Chanel (2009). Esses filmes ajudaram a estimular a criatividade na
edição e na forma de contar a história através das imagens.
Após um trabalho extenso e metódico das decupagens e transcrições o roteiro surgiu de
forma natural e com bastante detalhes e complexidade, também para facilitar a leitura de
do roteiro para quem não viu o vídeo.
O documentário não poderá ser exibido na televisão por conta de contrato da blogueira
Paola Gavazzi. A beauty artist já trabalha com a rede Bandeirantes de Televisão e não pode
ceder sua imagem para outras emissoras. Também por conta disso o trabalho não poderá ser
exibido em festivais. Entretanto nenhuma fonte foi contrária a exibição do documentário na
internet.

73

Finalização (Pós-Produção): O vídeo só começou a ser editado com o roteiro
completamente pronto. Os programas utilizados para a edição do trabalho foram o
Adobe Premiere Pro CC (edição do vídeo), Adobe After Effects CC (pós produção) e
Adobe Photoshop CC (correção das imagens).
Para criar o dinamismo apresentado no conceito foi necessário o uso de imagens com
cortes rápidos, uma edição mais leve, efeitos sonoros, músicas jovens e que combinam
com o humor que o documentário ditava.
Sabendo que o documentário não poderia ser apresentado na televisão, as músicas
utilizadas eram de artistas que permitiam a sua reprodução em casos de trabalhos sem
fins lucrativos.
It Girl foi o nome escolhido para o documentário já que o universo abordado neste
trabalho é das blogueiras, as chamadas it girls.
A intenção do trabalho é que ele seja exibido em mídias sociais como o Youtube e o
Vimeo para levar as informações à outros interessados no tema.
A maior dificuldade do documentário foi gerenciar as muitas tarefas para que ele se
tornasse possível em um curto prazo de tempo.
Considerações Finais
Perante toda a pesquisa pode-se concluir que a blogueira tornou-se a nova formadora de
opinião do universo da moda graças a liberdade de ferramentas e ideias que a internet
oferece a cada uma dessas it girls. É através de seus blogs que elas conseguem
manifestar sua individualidade e visão da moda. Os leitores buscam em cada um desses
blogs uma imagem da moda que seja parecida com suas convicções.
Diante de um mercado tão heterogêneo é possível entender que as blogueiras
representam uma voz curatorial e opinativa sobre um tema ainda elitizado pelas
publicações impressas. Porém a blogueira surgiu como representante de uma figura
nova na mídia, os gatewatchers e prosumers. Elas não são apenas consumidoras de
moda, mas também fazem parte de uma forma de imprensa independente, nova e ainda
em formação.
74
A blogueira influencia as revistas de forma a criarem uma nova linguagem e a forma de
fazer digital, matéria que as it girls já dominam com bastante facilidade. A blogueira
também se tornou o novo ícone de streetstyle e tendência de moda. Essa sua visão digna
de cool hunters estampa as páginas das revistas e dita o que está in e out da próxima
temporada.
A tendência é de que as blogueiras e revistas se unam já que as it girls estão em busca
da consolidação de sua imagem e credibilidade perante o público da moda. As revistas
procuram nessas garotas um respiro jovem de renovação para publicações que sofrem
dia a dia a queda de vendas do meio impresso.
O documentário It Girl tornou possível uma discussão mais profunda e sem o senso
comum que ronda a moda. O vídeo traz a tona questões discutidas anteriormente como
o papel das blogueiras como prosumers, gatewatchers, a importância da individualidade
delas para a sobrevivência da revista. O vídeo vai além e não apenas discute sobre a
influência dessas garotas nas publicações impressas, como também apresenta o debate
sobre a ética e a questão da publicidade nos blogs.
Todas as entrevistas foram necessárias para unir os conceitos da teoria com o produto de
uma forma crossmidiática e mais analítica. Essa convergência foi necessária para criar o
resultado mais apurado acerca do assunto.
Tanto o relatório de pesquisa e documentário devem ser analisados juntamente para que
se alcance uma compreensão mais clara de todos os temas debatidos.
A prática (o documentário It Girl) consolidou-se a partir dos conceitos apresentados na
teoria. A linguagem, produção e edição do documentário foram idealizadas para criar
um projeto audiovisual capaz de atingir tanto leigos no tema quanto as pessoas que já
apreciam o mundo dos fashions e beauty blogs.
O documentário e o trabalho escrito foram fundamentais para minha formação como
jornalista e blogueira. Ambos aprofundam o debate sobre novas mídias versus “velha”
imprensa e apresentam visões do futuro para ambos os meios.
Graças ao extenso estudo teórico e ao conhecimento das entrevistadas foi possível
aumentar a minha compreensão sobre os temas debatidos além de criar um dos
trabalhos mais extensos sobre a influência das blogueiras na revistas de moda no Brasil.
75
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AUTORIZAÇÃO PARA CESSÃO DE USO DE IMAGEM E ÁUDIO
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demais veículos de comunicação, sejam eles eletrônicos ou impressos, desde que respeitem a
finalidade educacional do trabalho para o qual assino esta autorização.
Para que surta os efeitos legais e estando de pleno acordo com esta autorização, firmo a
presente, juntamente com duas testemunhas.
São Paulo, ____ de _________________ de ____ / ____ / ______ .
Cedente
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83
ROTEIRO- #ItGirl
Legenda: Tempo
Narração
Imagens de apoio
Créditos
Trilha Sonora
Texto
Capítulo nº1:Introdução e Ascensão dos blogs de moda(06 minutos)
Capítulo nº2:Imagem, credibilidade e publieditorial (04:40 minutos)
Capítulo nº3: Qual é o papel da blogueirahoje? (03 minutos)
Capítulo nº4: A influencia dos blogs nas revistas e o futuro
Créditos (45 segundos)
Imagem
1. Homem pré-histórico
(ilustração)
Podington Bear- Happiness
Tempo Locução
0:06
No princípio os homens utilizavam as roupas
como forma de proteção contra o frio.
2. Moda na renascença
(ilustração)
0:06
3. Nobreza e moda (ilustração)
0:06
A renascença italiana e o capitalismo
permitiram o surgimento da moda como
indústria.
Por vários séculos a moda era uma maneira
is
de afirmação de status das classes sociais
elevadas.
4. Haute Couture (ilustração)
0:12
Por volta de 1860, Charles Frederic Worth
84
foi precursor de uma nova indústria da
moda: a alta costura ou haute couture.
5. Croquis dos respectivos
estilistas (ilustração)
0:12
No século 20 surgiram grandes ícones da
moda
como
Chanel,
Dior,
Armani,
Valentino, Yves Saint Laurent.
6. Produção de roupas em larga
escala (ilustração)
0:06
Junto com esses nomes de peso surgiu o
prêt-à-porter, uma forma mais democrática
de fazer moda.
7. Pilhas de revistas, algumas
abertas e outras fechadas
(ilustração)
0:06
As revistas de moda transmitiram ao mundo
todas essas mudanças sociais e culturais do
século 20.
8. Blogueiras de moda
(ilustração). Fade Out.
0:06
9. Tela Preta
0:15
#blog #moda #itgirl
0:25
Segundo dados da Associação Brasileira da
Painel Modelos Osklen (3
formadoras
de opinião
surgiram, as blogueiras de moda. (1 minuto)
seg)
Detalhe
E hoje novas
Indústria Têxtil e de Confecção, o setor de
moça
moda no Brasil gera faturamento de 53
passando
bilhões de dólares, emprega cerca de 10
roupa (2 seg)
milhões de funcionários, além de ser o
Detalhes Desfile Osklen ( 9
quarto maior parque produtivo de confecção
seg)
do mundo, com mais de 30 mil empresas no
Detalhes
equipe
ramo.
Osklen
trabalhando (8 seg)
10. DSCN3517 (3 seg)
11. 00050 (Camila Coelho
tirando selfie). Imagem
congela e aparece a legenda
‘It Girl’
12. Cenas do filme It
0:05
Recentemente o mundo da moda foi
invadido pelas It Girls.
0:15
A primeira aparição do termo It Girl
aconteceu no filme It, de 1929. Clara Bow
interpreta uma garota que conquista todos
85
com seu charme inexplicável.(2 minutos)
13. DSCN4520- blogueira
fotografando (4 seg)
DSCN3286- blogueira na
0:15
Desde 2010 a indústria fashion observa a
ascensão dos blogs de moda como um novo
meio de comunicação. Hoje as blogueiras
tablet (3 seg)
dividem a primeira fila junto com grandes
DSCN4495fotografando
blogueira
a
editoras de revistas e já possuem status de
outra
celebridade.
segurando o produto (2 seg)
Cenas desfile Osklen (5 seg)
14. 00013 (entrevista Bruna
Bauer, câmera mack)
0:10
“As editoras estavam tratando a internet
como um filho bastardo, como um patinho
feio”.
15. Shutter, três imagens,
00013 (entrevista Bruna
Bauer,
câmera
mack,
principal)
DSCN3707 (câmera Nikon)
1:35
“As editoras não queriam ficar fotografando
os desfiles porque elas tinham vergonha, não
fazia parte do trabalho delas. O trabalho
delas era olhar, para selecionar, para fazer
uma curadoria, irem no backstage antes, para
produzirem um editorial com as roupas do
Cenas do filme Diabo Veste
Prada.
desfile, para sair vinte dias depois do desfile.
Produzir um texto para o próprio site, mas
nem acessar o site do próprio título. E tinha
aquela coisa do networking, de estar sempre
próximo do mercado.
As blogueiras lá fora começaram a bombar,
as meninas daqui viram essa história, essa
independência e elas começaram a ir porque
elas mesmas fotografavam, se fotografavam.
Falavam daquela história com uma visão
mais pessoal. Nem posso culpar tanto o
editor de moda nesse sentido porque não
dava com os recursos, espaço para que as
86
pessoas pudessem de fato opinar. Mas as
revistas pediam para que as suas editoras
tivessem blogs e elas mesmas não sabiam
muito bem como lidar com aquilo. Ou às
vezes não tinham paixão, exatamente pela
internet ser esse buraco negro.
As meninas começaram a fazer e levar um
negócio que as pessoas entendiam melhor.
Os leitores, as pessoas leigas em moda
conseguiam absorver aquilo melhor”. (4
minutos e cinco segundos)
16. Cena do Diabo Veste Prada
0:04
“Don’t be silly Andrea, everybody wants this
life”
17. 00073 (entrevista Nana
Caetano, câmera mack)
0:22
“Acho que o surgimento dos blogs e
surgimento dos blogs de moda mudou não só
as revistas de moda como o universo da
moda.
Acho
que
a
velocidade
de
apresentação das roupas e das tendências e
do que elas acham, do que elas querem, essa
chancela que as meninas dão, sobretudo para
consumo mudou muito o mercado como um
todo”.
Shutter, três imagens,
18. 00073 (entrevista Nana
Caetano, câmera mack)
DSCN3953 (câmera Nikon)
Backstage Osklen SPFW
0:37
“Elas também estão passando por um
momento de transição. Elas surgiram como
uma
voz
muito
independente,
muito
curatorial do que de fato elas gostavam. Mas
elas também acabaram caindo no mercado,
elas também são assediadas pelas assessorias
87
Backstage NYFW
Lane
Crawford
de imprensa, pelas próprias marcas. Elas
também estão no limite do que é publicidade
presents
e o que é editorial. Elas também passam por
Anna dello Russo
Backstage
um momento de se pensar o que vai
Schumacher
acontecer com os blogs. Mas acho que elas
Berlon Fashion Week
mudaram mesmo os desfiles, a indústria da
moda, as revistas, o jeito como a gente se
apresenta. E eu acho que é uma mudança que
veio para ficar”. (5 minutos)
19. 00146 (entrevista Cecilia
Maresca, câmera mack)
0:24
O que a blogueira hoje, especialmente no
Brasil, faz e que é muito importante é
humanizar a moda, no sentido que essas
meninas, apesar que algumas blogueiras que
são grandes já vem de famílias ricas, são
bonitas, até elas parecem modelos.
20. Shutter, três imagens
00146 (entrevista Cecilia
Maresca, câmera mack)
DSCN4472
0:37
Mas na verdade a blogueira aqui no Brasil
ela ajuda as mulheres, as pessoas jovens a se
indentificar um pouco mais com elas. No
sentido que elas não são tão aspiracionais
como pode ser uma modelo de uma revista.
00012
E também o jeito que elas interpretam a
DSCN4166
00010
moda é mais perto das pessoas do que uma
revista. Acho muito importante para as
blogueiras continuarem fazendo isso. (6
Backstage nyfw
minutos)
DSCN3823
00047
88
21. Desfile John Galliano
00081
0:15
Apesar da ascensão meteórica no meio
fashion,
muitas
blogueiras
lutam
para
construir a credibilidade do blog em um
00085
universo de narcisismo e ostentação
00109
22. 00000 (entrevista Bruna
Tavares, câmera mack)
0:18
“Do que eu conheço de jornalismo, e de tudo
que eu acompanho ai, imagem cansa. Cansa
todo mundo. Tudo é renovação e no
jornalismo é renovação. As redações estão
mudando tudo e eu acho assim, a blogueira
que se divulga muito talvez, não sei como é
o futuro desse blog. Esse blog que é muita
imagem”
Shutter, três imagens,
0:15
as fãs para sempre. Vai ter sempre aquele
23. 00000 (entrevista Bruna
Tavares, câmera mack)
DSCN3689
Imagens
de
cobertura
“Claro que tem uma leitora fiel, que vão ter
grupo. Mas eu acho na questão de conteúdo
o lance é focar em conteúdo mesmo, deixar o
nome do blog mais forte do que a pessoa. A
a
pessoa é só editora.
definir
A blogueira é pessoal, seu blog é pessoal.
000001
Então, quem gosta de você, gosta de você,
gosta do seu blog, entra por causa do seu
conteúdo, do seu jeito. Senão você fica só
uma no meio da multidão.
24. 00001 (entrevista Paola
Deodoro, câmera mack)
0:38
O maior ensinamento, é uma coisa que a
gente aprendeu aqui, que a gente tirou de
lição delas é relacionamento. Tem uma coisa
muito forte de jornalista, um ranço de
jornalista que é, “não precisa falar, não
89
precisa se relacionar, não preciso conhecer
ninguém, eu sei as minhas fontes, não
circulo, não preciso, não vou em coquetel
nenhum, não saio de casa, não levanto da
cama por menos de não sei quantos mil
dólares”. Uma postura bem antiga que a
gente aprendeu com essa galera que circula
muito. (7 minutos)
25. (audio da entrevista da Paola
Deodoro)
Imagens Hair Brasil
0:53
E o que acontece: dá muita vontade de uma
marca anunciar num lugar onde uma menina
vai fazer alguma coisa e todas as amigas
DSCN3943
dela, que são muito legais, vão estar lá. E vai
ser um coquetel super animado, vai ter
00004
artista, vai ter gente legal. Quem não quer
00001
anunciar em um evento desses, sabe?
00032
Na verdade as leitoras buscam nas blogueiras
00035
as mesmas coisas que elas buscam na gente
que é a vida real, sem muita encenação. As
00033
26. Imagens de cobertura a
definir
blogueiras representam isso. (8 minutos)
0:20
Os blogs de moda surgiram como espaços
em que garotas compartilhavam dicas de
moda e beleza com suas amigas. Com o
tempo as blogueiras se profissionalizaram e
passaram
a
sobreviver
a
partir
de
publicidade, os chamados publieditoriais.
27. 00075 (entrevista Fê Quint,
câmera mack)
0:43
Eu acho que a internet ganhou uma
credibilidade muito grande, coisa que já não
existia uns tempos atrás por ser nova, por
90
estar surgindo. As pessoas confiavam muito
mais em um anúncio na TV, no jornal do que
na internet. Hoje em dia se sabe o poder da
internet, você consegue abranger o mundo
inteiro com um anúncio, coisa que você
dificilmente vai conseguir em uma televisão
ou jornal. (9 minutos)
28. Shutter, três imagens
00075 ( entrevista Fê câmera
0:23
Eu acho que a publicidade no blog é
necessária, afinal a gente trabalha com isso,
mack)
tem que tirar o dinheiro de algum lugar. Mas
eu acho que quando a coisa é muito demais
DSCN4055
eu já não concordo.
Imagens
de
cobertura
a
Acho que você tem que trabalhar com
definir
marcas que você se identifica. Não adianta
você querer fazer propaganda de algo que
você não usaria ou que você não gosta. Isso
eu acho bem primordial.
29. 00016 (entrevista Priscila
Paes, câmera mack)
0:30
No blog é minha opinião. Eu tenho a
liberdade de falar o que eu quiser, a minha
opinião. Revista não, revista é um negócio
mais abrangente, “lançamentos”, “dicas de
produtos para pele oleosa”. Mas a redatora
nunca vai falar, “olha esse produto é ruim
para mim, olha esse produto não é bom”.
E uma coisa que eu vejo diferença é que o
blog é muito específico o público. É um
nicho muito específico. Não é só mulheres
que gostam de beleza, ela se identifica
comigo, ela tem os mesmos gostos, frequenta
os mesmos lugares, tem o mesmo tipo de
cabelo, tem o mesmo tipo de pele, sabe? Ela
91
se identifica. (10 minutos)
30. 00016 (entrevista Priscila
Paes, câmera mack)
Imagens de cobertura
0:30
Então é muito mais específico, além de ser
muito mais barato para a empresa, porque é
a
mais barato anunciar em um blog do que na
definir
revista, o nicho já está específico, ela já
atinge as pessoas que quer atingir.
Ao invés dela massificar tudo, para atingir
uma ou outra pessoa. Eu sinto que isso está
mudando demais, demais, demais. Grandes
empresas estão investindo muito mais em
blog do que mídia mesmo, outdoor. É
importante, mas eu vejo que elas estão dando
muito mais valor ao blog.
31. 00004 (entrevista Helen
Macedo, câmera mack)
0:35
Se não fosse o marketing pessoal delas, elas
não teriam chegado onde chegaram. Saber se
vender da melhor forma e eu acho assim, as
que eu mais levo em conta são aquelas que
realmente vendem os produtos, porque a
gente sabe assim, que hoje em dia blogueira
virou profissão. (11 minutos)
32. 00004 (entrevista Helen,
câmera mack, apenas audio)
Imagens de campanhas
0:14
Para mim, as que eu levo mais em
consideração são as que realmente atrelam o
produto que elas estão vendendo, através de
estreladas por blogueiras
publi e essas coisas com a pessoa delas. Isso
também faz parte do marketing pessoal.
33. 00003 (entrevista Igor Zahir,
câmera mack)
0:24
Eu acho que elas têm que aprender mais
sobre informação. Saber distinguir o joio do
trigo, porque não adianta você pegar uma
publicidade, pode estar te pagando o que for
92
pela publicidade, se você não acreditar
naquilo, cadê a credibilidade que você passa
para a sua leitora?
Eu acho que elas têm que ter mais esse filtro
34. Imagens de cobertura a
definir
0:15
Diante dessas questões nos resta algumas
perguntas: qual é o papel da blogueira no
cenário da moda? Qual é o limite entre
publicidade e informação?(12 minutos)
35. 00149 (entrevista Paola
Gavazzi, câmera mack)
0:33
Eu, Paola, sou uma profissional. Quando o
leitor entra para ler, para assistir meu
conteúdo, ele quer aprender alguma coisa.
Então eu preciso ter liberdade em falar o
meu truque, em falar o que isso aqui me
ensinou pare ele, de maneira que ele
aproveite isso no dia a dia. Eu quero facilitar
a vida dele. Esse é meu objetivo.
00149
(audio
Paola
Gavazzi,
entrevista
câmera
mack)
36. Imagens de cobertura a
definir
0:38
Blog é vitrine, faça dela o seu melhor.
Aproveite esse seu espaço para se mostrar,
para falar, “ó, eu estou aqui para te ajudar, eu
estou aqui com você”.
Porque o leitor está com você para sempre.
Se essa comunicação é feita, como eu fiz.
Hoje essa é minha certeza. Eu fiz essa
comunicação.
Então esse é meu ego, isso é o que me pega,
o porquê escrevo, o porquê de tudo isso.
Siga, não faça mais do mesmo, o mais do
mesmo você vai estar lá e vai morrer. Na
93
internet tudo passa, entendeu? E é tudo
muito rápido. (13 minutos)
Shutter, três imagens
0:28
Independentemente de ser uma blogueira ou
uma jornalista, acho muito importante que
37. 00016 (entrevista Bruna
Bauer, câmera mack)
DSCN3709
ela tenha algo para passar para sua leitora.
Às vezes é mais importante se você tem
cinco leitoras, mas cinco leitoras que de fato
DSCN3291
assimilam o que você está passando do que
DSCN3281
ter um milhão de leitoras que olham para
00031
aquilo mas não assimilam.
00063
00070
38. 00001 (entrevista Thais
Denapoli, câmera mack)
0:49
Eu divido o segmento de blogs como
determinadas funções. Temos uma blogueira
que só fala sobre moda, eu tenho outra
blogueira que só fala sobre maquiagem e
tenho outra que fala sobre a vida pessoal,
então ela se abre ao mundo, ela mostra a casa
dela, mostra o dia a dia dela.
E isso faz com que aconteça um funil.
Aquela que tem um conhecimento sobre
moda, as pessoas vão exigir cada vez mais
um conhecimento dela. As de maquiagem
vão exigir cada vez mais e aquela que está
mostrando a casa dela, ela vai ter que abrir
ainda mais a vida dela pessoal, porque hoje
em dia as pessoas estão querendo saber mais,
querendo saber tudo sobre a vida da
blogueira.(14 minutos)
94
39. DSCN4384
DSCN3490
0:25
No Brasil as blogueiras sacudiram o mercado
das revistas de moda, antes detentoras de
grande parte da infomação sobre o tema. As
DSCN3422
publicações que mais crescem atualmente
são aquelas que abraçaram o sucesso da
blogueiras e seguem a fórmula das it girls de
sucesso na internet, como por exemplo a
revista Glamour.
40. 00014 (entrevista Bruna
Bauer, câmera mack)
0:48
Os blogueiros abriram a nossa atenção para
uma eficácia na internet. E dois: dessa
história de tentar se aproximar mais do leitor.
Mas o jornalista, principalmente o que
trabalha em empresas com maior estrutura,
tem condições de entender o que o leitor
quer. E dai tem aquela história que o
jornalista tem que pensar um pouco menos
no mercado e se ele vai ser convidado para a
festa moderninha que vai rolar no roof top de
não sei onde ou no bar badaladinho, hype
hoje do centro da cidade para pensar se ele
vai entregar um serviço para o leitor dele.
(15 minutos)
41. 00001 (entrevista Paola
Deodoro, câmera mack)
00001 ( audio entrevista
Paola
Deodoro,
mack)
DSCN3489
DSCN3508
DSCN3505
câmera
0:10
Na verdade a Glamour, ela tem uma ligação
muito grande com o mundo digital.
0:38
Ela sempre teve essa pegada meio leve
assim, ela nunca foi uma revista muito
densa, muito pesada. Ela sempre foi uma
revista mais leve. Mas ela chegou ao Brasil
como o auge das redes sociais, ela já chegou
com um mercado pronto, ela já tem essa
cara. A Glamour está indo contra a maré
porque ela tem outra cara. E eu acho muito
95
DSCN3504
mais fácil, como te falei, uma revista que
nasceu ontem, já tem essa cara, do que uma
DSCN3486
revista de cem anos absorver isso de uma
DSCN3513
maneira nova. Mas vai ter que ser, porque as
pessoas não conseguem mais e dificilmente
DSCN3511
vai retroceder.
Shutter, três imagens,
0:26
eu noto, da influência da blogueira na
42. 00073 (entrevista Nana
Caetano, câmera mack)
DSCN3953 (câmera Nikon)
Imagens
de
cobertura
Nas revistas especificamente uma coisa que
revista, é que existe cada vez mais uma
demanda por personalização. Eu como
jornalista, por exemplo nunca tinha tido tanta
a
demanda de saber quem eu era. Hoje em dia
definir
a gente tem mais essa personalização. Acho
que a gente tem mais textos em primeira
pessoa, inclusive nas revistas também porque
existe uma demanda pela personalização (16
minutos)
43. 00146 (entrevista Cecilia
Maresca, câmera mack)
0:23
Eu acho que as revistas deveriam abraçar o
sucesso dos blogs e acho que já acontece no
Brasil porque às vezes você vê a blogueira
na capa da revista, então eu acho que os dois
mundos estão se falando, no Brasil.
O que as revistas podem aprender das
blogueiras é o que essas pessoas realmente
querem ver, querem comprar
44. 00146 (entrevista Cecilia
Maresca, câmera mack)
DSCN4472
0:34
As blogueiras abraçaram esse mundo digital,
essa mídia e as blogueiras acharam o melhor
jeito de aproveitar da mídia digital, dos
00096
DSCN4156
blogs, das midias sociais, coisa que as
revistas ainda hoje não conseguiram fazer
muito bem.
96
00037
Então acho que as revistas poderiam
aprender a fazer um pouquinho mais do
DSCN4526
digital do jeito que as blogueiras conseguem
DSCN4533
fazer, dando tipos de informações diferentes.
Osklen SPFW
(17 minutos)
Backstage
New
York
Fashion Week
00099
DSCN4505
45. 00016 (entrevista Priscila
Paes, câmera mack)
0:21
Acho que o que tende é os dois a se unirem.
A blogueira tem um espaço dentro da revista,
ou às vezes, até o que tem muito hoje, a
revista virou um portal que tem blogs dentro
para pegar conteúdos dos blogs.
Acho que tem que ser assim. Acho que esse
que vai ser o futuro. Os dois vão ficando
cada vez mais próximos.
46. 00016 (entrevista Priscila
Paes, câmera mack)
Capas de revista da Glamour
0:10
Que nem, hoje em dia tem muita blogueira
que vai trabalhar dentro de revista, eu acho
que vai ter que ser assim, sabe? Vai ter que
se unir, sabe? Formar uma coisa só, um
aceitar o outro, não ficar naquela guerrinha.
47.
“Apesar das diferenças entre revistas e
blogueiras, ambas devem deixar a guerrinha
de lado para oferecer uma moda mais
democrática ao público
Uma moda sem preconceitos, elitismo e
97
futilidade. A it girl representa a voz dessa
democratização.”
48. Créditos
Podington Bear-By Grace
0:60
“As pessoas mandam o família TDM no
Instagram, eu olho todos. E um dia eu
mostrei para a minha mãe e eu abri ali as
fotos das pessoas e o que eu falei para minha
mãe foi o seguinte, emocionada, como estou
agora, “o que mais me emociona é que todas
essas pessoas são elas. Ninguém aqui está
querendo ser eu, você entende?”.
Eu não gosto dessa coisa do tipo, “ai que
diva, quero ter seu cabelo”, porque isso é
raso, entendeu? (entrevista Paola Gavazzi)
“A minha leitora é muito inteligente. Ela
pode ter 12 anos, eu tenho meninas
novinhas, tenho leitoras de 50 anos, mas é
uma leitora muito esclarecida. Ela quer
entender tudo, não quer conversação. Não
interessa a idade, é o perfil de leitora que
quer conteúdo e eu adoro a minha leitora,
isso é muito bom” (entrevista Bruna
Tavares)
O
blog
me
trouxe
oportunidades,
primeiramente, na minha vida pessoal. Eu
era uma pessoa super tímida, não conversava
com ninguém, ficava no meu mundinho e lá
eu ficava.
O blog me proporcionou a chance de mostrar
98
todo meu talento, tudo que estudei, tudo que
me empenhei para que isso viesse a
acontecer. Forjou meu caráter. (entrevista
Thais Denapoli)
#ItGirl
Direção, Edição, Produção e Roteiro
Nathália Farias
Ilustração
Gabriel Cunha da Silva
Orientação
Prof Dr Edson Capoano
Entrevistados
Bruna Bauer
Bruna Tavares
Cecilia Maresca
Fernanda Quint
Helen Macedo
Igor Zahir
Nana Caetano
Paola Deodoro
Paola Gavazzi
Priscila Paes
Thais Denapoli
99
Trilha Sonora
Autumn Leaves-Podington Bear
By Grace-Podington Bear
Happiness is- Podington Bear
In Your Eyes- Kylie Minogue
Keep Dancing- Podington Bear
Me Plus One- Annie
My Love Is Better- Annie
Paris-Friendly Fires
Whitby-The Octopus Project
Agradecimentos
Cadu Padula
Equipe CRT
Redações Elle e Glamour Brasil
100

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