Conferência Anpei de Inovação Tecnológica tem inscrições abertas

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Conferência Anpei de Inovação Tecnológica tem inscrições abertas
Ano XIV - No 1 - janeiro/fevereiro 2008
Conferência Anpei
de Inovação Tecnológica
tem inscrições abertas
Evento será em Belo Horizonte, de 19 a 21 de maio, com o tema
Estruturando e gerindo a inovação tecnológica nas empresas. Pág. 3
Estados criam suas leis de inovação
Em janeiro último, três Estados se somaram ao Amazonas e passaram a ter
suas próprias leis de inovação: Mato Grosso, Minas Gerais e Santa Catarina.
O Distrito Federal e mais 12 unidades da federação também preparam
legislação de estímulo às atividades inovativas. Págs. 4 e 5
Já têm lei de inovação sancionada
Projeto de lei em elaboração ou em discussão
Não há discussão formal ou projeto
Minas Gerais quer estar na ponta
Não se trata de mera coincidência o fato de Minas Gerais sediar a Conferência Anpei deste ano
e já ter criado sua própria lei de inovação. O Estado quer se destacar no cenário nacional da
ciência, tecnologia e inovação. Veja a entrevista com o Alberto Duque Portugal (foto), secretário
de C&T do governo Aécio Neves. Págs.
Artigo faz um retrato
da inovação no Brasil. Págs. 9 e 10
6a8
Brasil-Coréia: cooperação em C,T&I
é tema de simpósio. Pág. 12
Editorial
A oportunidade da VIII Conferência Anpei
Hugo Borelli Resende
Presidente da Anpei
Muito tem sido falado sobre inovação nos últimos
anos, principalmente em relação ao papel essencial
que este tipo de atividade exerce para o sucesso dos
países. Sempre é bom lembrar que a inovação é uma
realização centrada no setor empresarial, visando a inserção no mercado de novos produtos e serviços, ou a
melhoria de produtos e serviços já existentes (tal como
mudanças internas às empresas que permitam reduções
de custo, levando a preços menores e acessibilidade a
fatias maiores da sociedade). Assim, a inovação pode
estar associada a diversas áreas além de Desenvolvimento e Pesquisa, tais como produção, marketing e até
mesmo desenvolvimento organizacional.
O foco da Anpei está na inovação tecnológica e
como tornar essa atividade parte da estratégia de competitividade das empresas. Falando de outra forma, a
Anpei busca reforçar o entendimento no setor empresarial do papel da inovação tecnológica para garantir a
competitividade e crescimento sustentado das empresas no mundo globalizado, assim como a melhoria do
ambiente regulatório para o desenvolvimento de produtos e serviços no País.
Parte essencial desse trabalho passa pela criação
e/ou fortalecimento de equipes de desenvolvimento
dentro das empresas, uma vez que entendemos que a
inovação tecnológica depende intrinsecamente de um
maior envolvimento de pessoas nas empresas que conheçam o mercado e saibam transformar os anseios do
mesmo (conscientes ou não) em produtos e serviços
que gerem satisfação, pelo lado dos clientes e consumidores, e lucratividade, pelo lado dos empregados e
acionistas. Esta é uma forma de atender a sociedade em
geral: um exemplo de como isso se concretiza está no
pagamento de salários justos e distribuição de resultados, que geram maior consumo e maior disponibilidade
das pessoas para atuarem em ações voluntárias, de for-
2
Presidente Hugo Borelli Resende
Vice-presidente Américo Martins Craveiro
Diretores Carlos Camerini, Carlos Eduardo
Calmanovici, Carlos Roberto Rocha Cavalcante, Celso
Barbosa, Flavio Grynspan, Maria Angela Rego Barros,
Martín Izarra, Paulo Roberto Santos Ivo, Raimar Van
Den Bylaardt, Sebastião Lauro Nau, Sonia Tuccori.
Diretor executivo Olívio Ávila
ma complementar às atividades sociais dos governos.
Outro ponto importante na inovação tecnológica é
a questão do tamanho das empresas. É natural que médias e grandes empresas tenham suas próprias equipes
de desenvolvimento, e que micro e pequenas empresas
atuem de forma distribuída, com as equipes de desenvolvimento sendo constituídas principalmente por pesquisadores de institutos de pesquisa e universidades,
por meio de convênios. Meu entendimento é que isto
acontece essencialmente por causa do tamanho das
empresas: por exemplo, uma micro empresa de quatro
pessoas pode requerer uma equipe de desenvolvimento
de mais de dez pessoas em tempo parcial e, do ponto
de vista de sustentabilidade do negócio, não é viável
contratar diretamente essas pessoas extras.
Assim, é preciso ter flexibilidade em estabelecer
modelos de desenvolvimento e trabalhar com os marcos regulatórios de modo a fortalecer o incentivo para
que pequenas empresas se transformem em médias,
e estas consigam ter suas próprias equipes. De forma
semelhante, utilizar uma estratégia direcionada pelo
mercado (“market driven”) ou pela ciência (“science
driven”) para o desenvolvimento de produtos é uma
questão da estratégia de competitividade da empresa, e
não de que um dos modelos é intrinsecamente melhor
do que o outro. Isto pode ser observado quando se lembra que o objetivo final é a satisfação do mercado e a
lucratividade da empresa. Estes são os fatores que vão
permitir que a empresa cresça, pois um mercado satisfeito estará ansioso por novos produtos (que vão trazer
a marca de confiabilidade e segurança construída no
passado) e existirão recursos e credibilidade financeira
que permitam o investimento necessário para esses desenvolvimentos.
A Conferência Anpei deste ano, que acontecerá em
Belo Horizonte no período de 19 a 21 de maio, terá seu
foco justamente nesse aspecto, uma vez que seu lema
é “Estruturando e Gerindo a Inovação Tecnológica nas
Empresas”.
Conselho Editorial Ana Paula Andriello,
Anderson Rossi, Olívio Ávila e Tales Andreassi.
Editor José Roberto Ferreira
Editora executiva Angela Trabbold
Repórter Evanildo da Silveira
Editoração AC Prado
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com produção editorial e gráfica da Acadêmica
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Conferência
Garanta sua vaga
VIII Conferência Anpei de Inovação
Tecnológica está com inscrições abertas.
O site da VIII Conferência Anpei de Inovação Tecnológica já está recebendo inscrições para o evento que ocorrerá em Belo Horizonte (MG), de 19 a 21 de maio, nas
dependências do Expominas. Quem se inscrever até o dia
10 de abril pagará a taxa com preço menor. A ficha de
inscrição, a programação e demais informações estão em
www.anpei.org.br/viiiconferencia.
A Conferência anual da Anpei é o mais tradicional e
representativo evento sobre inovação tecnológica no ambiente empresarial brasileiro. A cada ano é realizada em
uma cidade. A edição de 2007, em Salvador, Bahia, teve
o número recorde de 469 participantes – 220 de empresas, 140 de instituições de ciência, tecnologia e inovação
e 109 de agências governamentais. Confirmando o caráter e a abrangência nacional do evento, os participantes
eram domiciliados em 18 Estados e no Distrito Federal.
Com o tema central Estruturando e Gerindo a Inovação Tecnológica nas empresas, a VIII Conferência Anpei
terá novidades em relação às edições anteriores. A primeira delas logo na manhã do dia 19 de maio: o minicurso Introdução à Inovação. Outra, na tarde do dia 20,
será o workshop Open Inovation. No último dia, será
apresentada uma pesquisa inédita que aponta 101 inovações feitas no Brasil.
Palestras magnas
Outra novidade a ser introduzida na VIII Conferência será a apresentação de duas palestras magnas – uma
internacional, já tradicional, e outra nacional – logo
após a sessão solene de abertura, na tarde de 19 de
maio. A palestra magna internacional será proferida
pelo presidente da Paap Associates (EUA), Jay Paap. Ele
falará sobre As Possibilidades e os Desafios da Inovação
na Economia Global.
Após as palestras, será apresentado um amplo painel
sobre o sistema nacional de inovação, com o perfil da
nova política industrial brasileira, os resultados da aplicação dos incentivos do governo federal (incluindo o
Programa de Subvenção Econômica) e uma avaliação dos
instrumentos de apoio à inovação. O sistema de inovação
de Minas Gerais será apresentado na seqüência.
O segundo dia (20/05) começará com um painel com
a apresentação dos resultados dos trabalhos dos Comitês
Temáticos da Anpei. Os temas estudados por esses comitês são “Atratividade de centros de P&D mundiais para
o Brasil”, “Recursos humanos em P,D&I”, “Inovação nas
PMEs”, “Indicadores de P&D” e “Operacionalização das
relações universidade-empresa”. Na seqüencia, em outro
painel, empresas compartilharão suas experiências no
uso dos instrumentos de fomento à inovação, entre elas
Embraer, Dupont, Natura e Braskem.
Ainda no segundo dia, o coordenador do Grupo de
Estudos em Empresas e Inovação da Unicamp, professor
Ruy Quadros, ministrará a palestra conceitual “Estruturando e Gerindo Atividades de P&D nas Empresas”. Na
sessão seguinte serão apresentados casos de sucesso de
inovação de pequenas, médias e grandes empresas.
Inovação aberta
As atividades do dia 20 terminam com dois workshops
paralelos. Em um deles, o Comitê de Inovação em PMEs coordenará a apresentação de depoimentos e troca de experiências sobre inovação entre empresas de pequeno porte. No
outro workshop, Jay Paap falará sobre inovação aberta, com
tradução simultânea e entrada paga.
Na manhã do último dia (21), estão previstas sessões simultâneas com casos de sucesso de inovação nas áreas de
produtos e de processos. Elas serão divididas em três segmentos: Agronegócio (com casos da Embrapa, Sadia, Dedini e Alellyx), TIC (Ericsson, Motorola e C.E.S.A.R), e Energia
(Eletronorte, Siemens, Cepel e Petrobras).
Haverá ainda o painel Introdução ao Programa Pró-Inova e ao Guia On-line de Inovação,
com a participação de membros da
Anpei e do Ministério da Ciência e
Tecnologia. Antes do encerramento
da Conferência, a Monitor Group
apresentará a pesquisa “As 101 inovações brasileiras”. As atividades do
dia terminam com visitas técnicas.
A VII Conferência,
em Salvador, no
ano passado, reuniu
469 participantes,
de 18 Estados e do
Distrito Federal.
3
Legislação
De Norte a Sul
Depois do Amazonas, agora foram Santa Catarina, Minas
Gerais e Mato Grosso que sancionaram suas leis de inovação.
Três anos depois de o governo federal ter aprovado sua
Lei de Inovação (nº. 10.973, de dezembro de 2004), agora
são os Estados que começam a mostrar interesse em contar
com uma legislação própria na matéria. Depois do Amazonas, que aprovou sua lei de inovação em novembro de 2006,
Minas Gerais, Santa Catarina e Mato Grosso acabam de dar
o mesmo passo. Além disso, em alguns Estados – como São
Paulo, Rio Grande do Sul e Ceará – há projetos em tramitação na Assembléia Legislativa, cuja aprovação é esperada no
curto prazo (ver tabela na página ao lado).
Em comum, os textos aprovados em Minas (Lei nº.
17.348, de 17/01/08), Santa Catarina (nº. 14.328, 15/01/08)
e Mato Grosso (nº. 297, 07/01/08) apresentam muitas semelhanças com a lei nacional, prevendo mecanismos para o incremento de ações de P,D&I nas empresas e estimulando as
instituições de pesquisa para a realização de atividades que
favoreçam a inovação tecnológica no ambiente produtivo.
No que se refere mais diretamente às empresas, Minas,
Santa Catarina e Mato Grosso tomaram decisões semelhantes:
 O governo do Estado poderá contratar empresas para a realização de atividade de P&D que envolva risco tecnológico, seja para a solução de problema técnico específico,
seja para a obtenção de produto ou processo inovador.
 As instituições científicas e tecnológicas (ICTs) públicas
poderão compartilhar seus laboratórios e demais instalações com micro e pequenas empresas, em atividades
voltadas para a inovação tecnológica.
 Os pesquisadores de ICTs públicas poderão solicitar
afastamento de seus cargos para abrir empresas de base
tecnológica (EBTs) ou participar de projetos em empresas
privadas.
 O Estado poderá auxiliar empresas com recursos financeiros, na forma de subvenção econômica. Além
da subvenção, Santa Catarina e Mato Grosso prevêem
incentivos fiscais para quem investir em projetos inovadores. A lei matogrossense possibilita, ainda, a participação acionária minoritária do Estado no capital de
empresas voltadas para P,D&I.
Competitividade
4
A opinião unânime entre os representantes de entidades
ligadas à área de inovação de Minas, Santa Catarina e Mato
Grosso é de que a aprovação das leis regionais estimulará a
competitividade nos Estados, sendo fundamental para alavancar o desenvolvimento tecnológico das empresas locais.
“Um dos pontos muito positivos é a criação de incentivos
para as parcerias público-privadas”, ressalta Marco Antonio
Azambuja, procurador jurídico da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina
(Fapesc). Ele cita como exemplo a possibilidade de funcionários públicos participarem de projetos de inovação em empresas privadas. “Este é um estímulo muito forte tanto para o
pesquisador, que vai ganhar para colaborar com um projeto
privado, quanto para as empresas, que poderão contar com
cientistas gabaritados no desenvolvimento de suas pesquisas
tecnológicas”, diz Azambuja.
No tocante aos investimentos públicos, a lei catarinense assegura a destinação de, pelo menos, dois por cento da
receita do Estado, excluído o montante destinado aos municípios, ao fomento de atividades de ciência, tecnologia e
inovação (C,T& I). Desse porcentual, metade será destinada
à Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de
Santa Catarina e a outra metade à Fapesc.
O Estado de Santa Catarina também fica autorizado a
participar, na qualidade de cotista, em fundos mútuos de investimento destinados à aplicação em empresas inovadoras.
Outro ponto importante da Lei de Inovação catarinense
é a instituição do Sistema Estadual de C,T&I, cujo objetivo
é viabilizar a articulação estratégica das entidades ligadas
à área, a estruturação das instituições de ciência e tecnologia do Estado e a construção de canais de apoio à inovação
tecnológica. Farão parte do sistema, além de instituições públicas como a Fapesc, empresas com atividades relevantes
em inovação. “O sistema dará o dimensionamento político
necessário para o desenvolvimento das ações de inovação
no Estado”, explica Marco Antonio Azambuja.
Subvenção
Da perspectiva das empresas, o ponto de destaque da lei
mineira é a autorização ao Estado para subvencionar projetos de inovação em empresas privadas, recurso que será
viabilizado com a criação do Fundo Estadual de Incentivo à
Inovação Tecnológica (FIIT). “O fundo possibilitará o financiamento de projetos de pesquisa e inovação direto para as
empresas, sem a necessidade de aprovação de crédito ou
de intervenientes”, diz Ediney Neto Chagas, gerente de Propriedade Intelectual da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de Minas Gerais (Fapemig). “São recursos não reembolsáveis, que irão beneficiar principalmente empresas de base
tecnológica”.
O valor do financiamento com recursos do
FIIT está limitado a 90%
do investimento total previsto no projeto, cabendo
ao beneficiário a contrapartida mínima de 10%. O
FIIT deverá estimular a constituição de alianças estratégicas e o desenvolvimento de
Marco Azambuja:
Santa Catarina
acredita na parceria
público-privada
Legislação
projetos de cooperação envolvendo empresas e instituições
públicas e privadas voltadas para as atividades de P&D que
tenham por objetivo a geração de produtos e processos inovadores. O Grupo Coordenador do FIIT será composto por
representantes de secretarias do governo, da Fapemig e da
Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais.
“A lei traz um impacto profundo no sentido de promover a alteração da cultura da inovação nas empresas de
maneira geral, aproximando a pesquisa científica do mercado e gerando desenvolvimento econômico”, diz Alfredo Gontijo, presidente da Fundação Centro Tecnológico
de Minas Gerais.
Estado como parceiro
Já no Mato Grosso, um dos grandes incentivos às empresas promovidos pela lei de inovação será a possibilidade de
o Estado participar como sócio minoritário no desenvolvimento de projetos científicos ou tecnológicos para obtenção
de produto ou processo inovador. “Nesse sentido, quisemos
seguir à risca o que está previsto na lei nacional, pois trata-se
de um instrumento importante para alavancar as empresas
matogrossenses”, explica Janine Ulrich, superintendente de
Desenvolvimento Científico, Tecnológico e de Inovação da
Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado.
Outra forma de incentivo prevista na lei é o disposto
no artigo 3º. O poder público poderá estimular e apoiar a
constituição de alianças estratégicas e o desenvolvimento
de projetos de cooperação envolvendo o governo estadual,
empresas nacionais, ICTs e organizações de direito privado
sem fins lucrativos, voltados para atividades de pesquisa e
desenvolvimento, que objetivem a geração de produtos e
processos inovadores. O apoio previsto no artigo poderá
contemplar as redes e os projetos de pesquisa tecnológica,
bem como ações de empreendedorismo tecnológico e de
criação de ambientes de inovação, inclusive incubadoras,
parques tecnológicos e outras entidades de pesquisa cientifica e tecnológica.
Janine Ulrich salienta que, com a aprovação da lei estadual, um dos principais programas de incentivo à inovação da região, o Programa de Desenvolvimento Científico Tecnológico do
Estado do Mato Grosso (Prodecit),
Janine Ulrich:
criado há cerca de um ano, irá desMato Grosso
lanchar. O programa prevê, entre
poderá reduzir
outros, a redução de 50% a 100%
ICMS da empresa
no ICMS para empresas que inque inovar.
vestirem no desenvolvimento
de novos produtos e processos.
“Com o amparo da nova lei, será
mais fácil fazer valer os termos
do Prodecit”, acredita a superintendente.
Quadro nacional
Veja a situação de cada Estado em relação à criação de leis de inovação
Estado
Situação em fevereiro 2008
Acre
Alagoas
Não há projeto
Projeto em preparação
Amapá
Não há projeto
Amazonas
Bahia
Lei sancionada
Projeto em discussão pelo governo do Estado
Ceará
Projeto em discussão na Assembléia Legislativa
Distrito Federal
Projeto em análise pela Procuradoria Geral
Espírito Santo
Projeto em preparação
Goiás
Projeto em discussão no governo estadual
Maranhão
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Minas Gerais
Pará
Paraíba
Paraná
Pernambuco
Piauí
Rio de Janeiro
Rio Grande do Norte
Rio Grande do Sul
Rondônia
Roraima
Santa Catarina
São Paulo
Sergipe
Tocantins
Projeto em discussão entre órgãos e entidades ligados ao segmento de P,D&I
Lei sancionada
Projeto em discussão pelo governo do Estado
Lei sancionada
Não há projeto
Não há projeto
Anteprojeto em discussão entre órgãos e entidades ligados ao segmento de P,D&I
Não há projeto
Não há projeto
Anteprojeto em preparação
Projeto em discussão entre órgãos e entidades ligados ao segmento de P,D&I
Em tramitação na Assembléia Legislativa
Não há projeto
Não há projeto
Lei sancionada
Em tramitação na Assembléia Legislativa
Não há projeto
Não há projeto
5
Entrevista
Minas Gerais se mexe para inovar
Estado que abrigará a VIII Conferência Anpei
quer se destacar em ciência, tecnologia e inovação.
No final de março de 2007 chegou à sede da
Anpei, em São Paulo, uma carta que causou na
diretoria da entidade uma surpresa agradável. Em
enxutas dez linhas a carta enfatizava os esforços
que vêm ocorrendo em Minas Gerais para
promover a inovação tecnológica e propunha
a realização da VIII Conferência Anpei em
Belo Horizonte. Seus signatários: o presidente
da Federação das Indústrias de Minas Gerais,
Robson de Andrade, o presidente da Fundação de
Amparo à Pesquisa local, José Geraldo Drumond,
e o secretário estadual de C&T, Alberto Portugal.
Nas sete edições anteriores da Conferência,
nunca houve um convite assim à Anpei.
Nesta entrevista de Alberto Duque Portugal,
o leitor entenderá as razões da disposição
articulada dos mineiros em realizar a
Conferência anual da Anpei em seu Estado.
Numa palavra, Minas está se mexendo para
tornar-se um Estado líder em termos de inovação
tecnológica – o que inclui desde a criação de um
arcabouço legal adequado até a idéia de fazer da
região Sudeste do Brasil “uma espécie de Coréia
da América Latina”.
Aliás, a própria escolha de Alberto Portugal para
a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior (Sectes) é reveladora. Engenheiro
agrônomo, ele acumula a experiência de ter
presidido a Embrapa por oito anos, de 1995
a 2002, e trata-se de um dirigente atento a
questões macro da ciência e da tecnologia, como
a sua inclusão no Código Civil Brasileiro.
Veja, abaixo, os principais trechos da entrevista
concedida ao editor do Engenhar, José Roberto
Ferreira.
Minas Gerais acabou de sancionar a sua Lei de Inovação.
O que o senhor destaca como aspectos mais importantes
dessa lei, segundo a perspectiva do incentivo à inovação
nas empresas?
Creio que o aspecto mais importante das leis de inovação, seja a federal, sejam as estaduais como a de Minas, é
o fato de se criar um arcabouço legal para estimular a inovação. Nós sabemos, obviamente, que a inovação depende
das empresas, do estímulo às instituições de pesquisa e do
estoque de tecnologia que se tem, mas se não houver um
arcabouço adequado, que crie um ambiente favorável, a
inovação não avança. Acho que esse é o principal ponto.
6
E os aspectos, digamos, objetivos, de estímulo à inovação?
A lei de inovação de Minas Gerais, à semelhança da lei
Alberto Portugal: “A lógica burocrática da Esplanada dos
Ministérios não é a lógica da ciência, tecnologia e inovação”.
federal, fortalece a parceria da empresa com a universidade e com os institutos de pesquisa, permite que o pesquisador participe diretamente dos resultados dessa parceria e
também o estimula a criar sua própria empresa. Quer dizer,
isso dá uma dinâmica nova de o pesquisador pensar o seu
projeto de pesquisa com a perspectiva de ter um produto
que atenda a uma necessidade de mercado. Outro aspecto
dos mais importantes na nossa lei é a criação do Fundo Estadual de Incentivo à Inovação Tecnológica (FIIT), que permite ao governo subvencionar diretamente as empresas.
Esse fundo será constituído com recursos de que fontes?
Serão recursos do Tesouro estadual, sem uma vinculação previamente estabelecida. Os valores desse fundo serão definidos ano a ano, conforme a decisão política de
alocação de recursos no orçamento do governo do Estado.
O FIIT poderá também contar com recursos de outras fontes e, ainda, receber doações ou legados de pessoas físicas,
públicas ou privadas, nacionais e estrangeiras, como consta na legislação. É muito importante ressaltar que foi criado
o instrumento fundamental para o governo agir no momento em que entender que seja importante estimular determinada área ou atrair determinados tipos de investimentos.
Por exemplo?
Para a atração de centros de P&D em um segmento de
ponta, que tenha impacto significativo como o de microeletrônica ou de nanotecnologia, chamadas áreas portadoras de futuro, o governo já tem um instrumento legal capaz
de permitir a subvenção às empresas, independentemente
dos recursos que a Fapemig [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais] já aloca.
Entrevista
E já está previsto algum aporte inicial para esse fundo?
Não, de imediato não há nenhuma alocação prevista. A
lei agora será regulamentada. Provavelmente haverá recursos para esse fundo no orçamento de 2009; o orçamento
de 2008 já estava sendo executado quando a nossa lei de
inovação foi sancionada.
A lei mineira de inovação não prevê incentivos fiscais.
Essa possibilidade não foi discutida?
Foi discutida sim, mas o governo entende que, nesse
momento, essa não é uma política fiscal a ser adotada. A
modalidade de subvenção econômica pode ser considerada um incentivo maior do que o fiscal, porque é um dinheiro que vai direto para a empresa, sem reembolso. A secretaria que o senhor dirige teve uma relação estreita
com o setor privado no processo que resultou na lei de
inovação de Minas Gerais?
A máxima do governador Aécio Neves é que em Minas
Gerais, quando governo e setor privado sentam para conversar, não há dois lados. Aqui, todos sentamos no mesmo
lado da mesa, olhando numa mesma direção; governo e
setor privado trabalhando juntos. Realmente tem sido muito efetiva essa aliança no plano do governo como um todo;
no caso da nossa Secretaria, trabalhamos muito com a
Fiemg, com o IEL [Instituto Euvaldo Lodi], com a Faemg,
cooperativas, associações de produtores etc. O setor privado continua a pleitear benefícios, o que é natural.
Além da lei de inovação, quais foram ou são outras práticas conjuntas da Sectes com o setor produtivo?
Vou citar três. Uma, se refere aos quatro arranjos produtivos locais, todos de alta densidade tecnológica, que são
de responsabilidade da Secretaria: todo o planejamento envolvendo esses APLs foi feito em parceria com o setor privado. Outra, diz respeito ao Plano Diretor da Secretaria, que
foi amplamente discutido com setores empresariais. Terceira, estamos desenvolvendo vários projetos novos; talvez o
mais simbólico e o mais importante seja exatamente do
Pappe-Subvenção, em que a Finep colocou R$ 14 milhões,
a Fapemig, R$ 5 milhões, e a Fiemg, R$ 4 milhões.
No plano federal, a Lei de Inovação e a Lei do Bem podem
conter elementos que inibem a utilização de seus benefícios. Ao fazer a lei mineira de inovação, vocês levaram
em consideração aspectos relacionados à segurança jurídica dos entes envolvidos na concessão ou na recepção
dos benefícios?
Não houve aqui uma preocupação localizada de se
criar algum instrumento que oferecesse proteção específica
a uma possível insegurança jurídica. No caso da subvenção, desde que o projeto seja bem feito, bem elaborado,
passe por um comitê de análise e que sejam comprovados
todos os gastos, eu creio que isso reduz bastante a insegurança jurídica. De qualquer maneira, penso que a solução
para esses e outros problemas de natureza jurídica seria a
inclusão, no Código Civil Brasileiro, da figura do Instituto
de Pesquisa, ao lado das Associações e das Fundações.
Como seria isso?
A lógica burocrática da Esplanada dos Ministérios ou da
Praça da Liberdade [onde fica a sede do governo de Minas,
em Belo Horizonte] não é a lógica da ciência, tecnologia e
inovação. A lógica burocrática da Esplanada dos Ministérios
é uma lógica processual de gestão de rotina, de gerir escola,
de gerir polícia, de gerir estradas e assim por diante. A lógica
da ciência, tecnologia e inovação é uma lógica completamente diferente, que exige uma agilidade e uma flexibilidade condizentes com seus desafios e suas competências.
A Lei de Inovação avança, a Lei do Bem avança, mas eu
acho que é preciso ainda buscar, dentro do arcabouço legal
do País, um nicho específico para a área de C,T&I. Quando
fui presidente da Embrapa, trabalhei muito em Brasília, no
Congresso Nacional, na época em que se fez a reformulação do Código Civil Brasileiro, para se incluir nele a figura
jurídica do Instituto de Pesquisa. A idéia era exatamente dar
um tratamento diferenciado ao tema e que realmente fosse
criado, dentro do arcabouço legal do Estado brasileiro, um
nicho para a C,T&I. Acho que essa é uma bandeira que não
deve morrer.
Mas para essa bandeira não morrer não seria necessário
que ela fosse, ao menos, compreendida pela sociedade
brasileira? Eu tenho certeza que sim. Tanto que uma das quatro
metas do Plano Diretor da nossa Secretaria é colocar a
ciência, tecnologia e inovação na pauta da sociedade. O
assunto avançou muito, mas o brasileiro médio não consegue perceber o que significa ciência, tecnologia e inovação
como instrumento fundamental, da mesma forma que ele
enxerga saúde, educação, transporte e segurança. Mesmo
em nível de prefeitos, vereadores ou de secretarias e lideranças, muitas vezes não se tem uma percepção clara do que
representa a ciência, tecnologia e inovação numa lógica
de desenvolvimento e o que acontece com mudanças tecnológicas e mudanças político-institucionais. Eu entendo
desenvolvimento como um processo de desequilíbrio positivo. A sociedade está em equilíbrio e de repente alguém
cria uma inovação tecnológica e isso gera um desequilíbrio, gera uma nova oportunidade. Isso incomoda porque
alguns começam a andar na frente e a sociedade, então, faz
uma mudança político-institucional na legislação para que
possa usufruir daquela oportunidade. E, às vezes, acontece
o inverso: você tem uma mudança político-institucional e
um incentivo, como foi o caso do cerrado brasileiro, e é necessário se gerar todo um acervo de tecnologia para poder
responder. A sociedade não consegue perceber isso muito
claramente. Então, no nosso Plano Diretor, por exemplo,
nós estamos perseguindo quatro grandes objetivos. Um deles é trabalhar muito fortemente para criar na sociedade a
percepção da ciência, tecnologia e inovação como uma
área estratégica do desenvolvimento.
Esse é um dos objetivos; quais são os outros três?
Um é preparar Minas como Estado líder da economia
do conhecimento. O outro é transformar, efetivamente, o
conhecimento em riqueza, através da inovação na empresa.
E, por último, fazer o permanente alinhamento das ações
da Secretaria ao Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado, que é a proposta maior do governo Aécio Neves.
Qual é a proposta do Sistema Mineiro de Inovação?
7
Entrevista
Ao planejar seu segundo mandato [2007-2010], o governador Aécio Neves tomou a decisão de que ciência,
tecnologia e inovação e ensino superior estariam entre
as áreas estratégicas prioritárias do Estado. Ele resumiu a
preocupação dele com a área em dois conceitos ou duas
palavras-chaves. “Para o ensino superior a palavra-chave
é qualidade; e na área de ciência, tecnologia e inovação,
quero que você priorize a inovação, na lógica de transformar conhecimento em riqueza e emprego”, disse o
governador quando me convidou para assumir a Secretaria. Assim, ele criou o Sistema Mineiro de Inovação,
SIMI, com o objetivo de estreitar a parceria das instituições de pesquisa com as empresas, e criou também um
fórum, que ele preside pessoalmente, com participação
de empresários, lideranças e secretários, para definir a
política de inovação no Estado.
8
O que dá a garantia de recursos para esses programas?
O Tesouro e a Fapemig. O governo, a partir de 2007,
passou a colocar 1% do ICM arrecadado na Fapemig. Foram R$ 160 milhões; neste ano vai para R$ 180 milhões.
Se você somar o que ela captou da Finep e de outras fontes, o orçamento executado em 2007 foi da ordem de R$
210 milhões. Os investimentos do Estado no sistema de
ciência, tecnologia e inovação, em 2007, chegaram a R$
500 milhões. Para 2008, a expectativa é que cheguem a
R$ 575 milhões.
Como se dá a distribuição dos recursos da Fapemig?
Como C,T&I é uma cadeia, 60% dos recursos são
alocados para apoiar projetos na área de ciência e tecnologia, por meio de editais universais, com liberdade
para o pesquisador apresentar propostas, bolsas de pósgraduação etc. Os outros 40% estão sendo direcionados
para a inovação e, aí sim, são projetos induzidos, principalmente dentro desses projetos estruturadores que eu
mencionei.
Na prática, como se dá a prioridade, dentro do Governo, à área de inovação?
O governo tem 57 projetos estruturadores, que fazem
parte do Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado.
Qual a expectativa que o senhor tem com a realização
Desses 57 projetos, três são de responsabilidade direta
da Conferência da Anpei em Belo Hoda Sectes e em um quarto projeto, sobre
rizonte?
certificação, somos colaboradores com a
Secretaria da Agricultura. Os três projetos
O fato de a Anpei fazer sua oitava
Existem até
que estão sob a nossa coordenação são a
reunião aqui é um dado extremamente
algumas idéias
Rede de Inovação Tecnológica (RIT), quapromissor, porque cria uma oportunidade
tro APLs com alta densidade tecnológica
não só de Minas mostrar o que está fazenprovocativas, que
e de inovação [biotecnologia, eletrônica
do, mas de chamar os empresários para
de repente podem
e microeletrônica, softwares e bioenergia]
participar, fortalecer a cultura da inovação,
e a Rede de Formação Profissional Orientrazer idéias novas, trazer o debate, trazer
ser colocadas na
tada pelo Mercado. Os três projetos têm
propostas de outros Estados. E, principalConferência
a inovação como foco principal. Eles remente, Minas quer mostrar claramente o
da Anpei...
ceberam em 2007 R$106 milhões, e reesforço que está fazendo, o interesse que
ceberão do governo, de 2008 a 2011, intem de fazer parcerias. Existem até alguvestimentos de aproximadamente R$360
mas idéias provocativas, que de repente
milhões. Cada um desses projetos tem um gerente, um
podem ser colocadas na Conferência da Anpei...
plano detalhado das ações e, como fazem parte do Plano
Quando o assunto é inovação, provocações costumam
Mineiro de Desenvolvimento Integrado, tem assegurado
ser bem-vindas. O senhor pode nos adiantar quais seos recursos para a execução de suas atividades. Além
riam essas idéias provocativas?
disso, a inovação será um instrumento para ajudar a corrigir os problemas de desigualdades regionais em Minas.
Vamos lá: nós começamos a discutir uma idéia muito
As regiões mais pobres do Estado vão ser contempladas
interessante com os secretários que tratam dos assuntos
com pólos de inovação a partir deste ano. O programa
de ciência, tecnologia e inovação no Rio de Janeiro, Aleque será implantado pela Secretaria visa mudar a realixandre Cardoso, e em São Paulo, Alberto Goldman. E
dade do Norte de Minas e dos vales do Jequitinhonha e
essa idéia é integrar esforços para fazer da região Sudesdo Mucuri. Os pólos de inovação vão concentrar maste do Brasil uma espécie de Coréia da América Latina,
sa crítica e laboratórios para gerar novas tecnologias e
uma grande potência de ciência, tecnologia e inovação.
adaptá-las a essas regiões, gerando o que chamamos de
O Sudeste tem dentre suas universidades algumas que
desequilíbrio positivo e, conseqüentemente, oportunidasão as melhores do mundo, mas a região como um todo
des de emprego e renda.
ainda é pouco significativa na comparação com os principais pontos mundiais de referência em C,T&I, como
Vários Estados apostam em parques tecnológicos. Como
Japão, Coréia, Estados Unidos e Europa. Mas se pudésseMinas Gerais vê essa alternativa?
mos fazer no Sudeste uma grande integração na área de
Estamos trabalhando na organização de três parques
inovação, acredito que teríamos capacidade de gerar um
prioritários: em Belo Horizonte, em parceria com a UFMG,
impacto muito forte no Brasil e na América Latina.
em Itajubá e em Viçosa. Há outros que começam a ser deE como está a discussão dessa idéia? lineados, como em Juiz de Fora, e há uma pressão para
termos um parque, também, na região do sul de Minas,
O processo está um pouco lento, talvez porque há
em Lavras. Mas estamos concentrando esforços em Belo
outras atividades que têm demandado mais tempo. Mas
Horizonte, Viçosa e Itajubá.
acho que é uma idéia que precisa ser trabalhada.
Resenha
Um painel da inovação no Brasil
No artigo “A inovação tecnológica, políticas
públicas e o futuro da indústria no Brasil”, o
economista Jackson de Toni apresenta um apurado
resumo da evolução da inovação no País, reunindo
os fatos mais marcantes e as principais fontes de
informação sobre o assunto.
Em função também de suas reflexões e de
seu aspecto didático, trata-se de um texto
aconselhável tanto para iniciados como para
iniciantes no assunto.
Jackson de Toni é economista e mestre em
Planejamento Urbano e Regional, professor
da Faculdade de Economia da Ulbra (RS) e
coordenador técnico da Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI).
A íntegra do artigo pode ser lida em www.anpei.org.
br/download/abdiininovacao.pdf.
O consultor da Anpei e seu primeiro presidente,
Mario Barra, preparou para os leitores do Engenhar
um resumo do trabalho. Veja abaixo.
“A inovação tecnológica, políticas públicas e o futuro da indústria no Brasil”.
O comportamento inovador é cada vez mais o diferencial que separa economias menos dinâmicas das
mais dinâmicas no mundo globalizado. O artigo procura
apresentar os principais avanços, obstáculos e desafios
do Brasil.
1) Inovação e tecnologia; conceitos básicos.
O autor resume conceitos, classificando a evolução
da inovação tecnológica em três períodos:
1) Operacional: surgiu nos anos 1950, quando a inovação tecnológica é entendida como processo linear.
2) Turbulência: foco concentra interesse no estoque de
capacidades que uma empresa deve ter para ser bem
sucedida na sua estratégia tecnológica.
3) Inovação: combinação de recursos tecnológicos, visando maximizar a sistemática de inovação, e a sua
transformação em novos processos e produtos, com
valor para o mercado.
Identifica as condições necessárias para sustentar um
processo de inovação e aponta o mérito da interpretação
do crescimento econômico baseado na adoção de inovações proposto por Schumpeter. Lembra que o processo de
inovação não segue uma linearidade que inicia no laboratório do cientista e termina na linha de montagem da
fábrica (science push), ou se limita aos meros incentivos
operados pelo mercado (market-pull). Conclui que o conceito de inovação deve ser alargado para abranger toda e
qualquer forma de melhoria produtiva e que a inovação é
sempre um processo coletivo que envolve múltiplos atores em ambiente de incerteza.
2) A inovação no tecido industrial brasileiro
contemporâneo
A indústria brasileira prosperou durante quase trinta
anos à sombra da política de substituição de importações. A abertura comercial encontrou uma indústria
despreparada para novos paradigmas tecnológicos. A
reação inicial da indústria combinou medidas de racionalização radical (downsizing, reengenharia), com
o fechamento de setores ineficientes, a fusão e a concentração empresarial.
As estratégias utilizadas pelas empresas para sobreviver e se modernizar nos últimos quinze anos foram:
(a) Inovação e diferenciação de produtos, para praticar um preço-prêmio;
(b) Especialização em produtos padronizados, centradas na redução de custos através da boa gestão da
produção, da qualidade de conformação e logística;
(c) Empresas que não diferenciam produto e têm
produtividade menor.
Considerando os dados do IBGE para o ano 2000,
1,7% das empresas se enquadrariam no primeiro grupo,
21,3% no segundo e 77,1% no terceiro grupo. Este último grupo responde apenas por 11,5% do faturamento
do setor e 38,2% da mão-de-obra empregada, enquanto
que as do primeiro grupo faturam uma fatia de 25,9%
e empregam 13,2% da força de trabalho. A inovação e
a diferenciação de produto garantem melhores salários
e condições de trabalho; a escolaridade é maior nas
empresas que inovam e o tempo de permanência no
emprego também. A remuneração média é 23% maior
que nas empresas que não inovam.
As empresas que inovam e diferenciam produtos
são mais produtivas e têm maiores parcelas de mercado,
seu faturamento médio anual é de R$ 135,5 milhões,
contra apenas R$ 1,3 milhão do terceiro grupo e R$ 25
milhões do segundo, registrando que a intensidade tecnológica das exportações brasileiras é muito menor que
a média mundial. Nossa concentração em commodities
primárias (40% da pauta exportadora) é muito superior
à média internacional (13%).
O estudo constatou que a busca da inovação é uma
estratégia generalizada em todos os setores industriais,
um fenômeno de natureza fundamentalmente horizontal.
3) Políticas públicas para inovação
No enfoque neoclássico o Estado é tratado como
agente exógeno ao mercado, com autonomia e racionalidade para corrigir as “falhas de mercado”. A
idéia-chave é a da racionalidade limitada dos agentes econômicos cuja rotina é a base comportamental.
Ou seja, Estado, mercado e empresa são instituições
dependentes de sua trajetória histórica, configurando
contextos mais ou menos favoráveis à dinâmica da inovação econômica. Entretanto, o Estado brasileiro não
age conforme as “falhas de mercado” em busca de uma
9
Resenha
10
“política econômica ótima”, mas está condicionado à
base organizacional e à trajetória da burocracia pública, submetido à incerteza dos atores sociais. Conclui
que a política pública deve criar um sistema nacional
de inovação capaz de preservar o estímulo à empresa e
à difusão da tecnologia inovadora.
Registra que as políticas de apoio à inovação adotadas na OCDE e UE foram: ênfase das políticas a blocos
agregados de desenvolvimento; ênfase no investimento
em capacitação dos recursos humanos; estímulo ao sistema de redes de inovação e apoio efetivo ao processo
de internacionalização das empresas.
As bases da política industrial do Governo Lula foram divulgadas em 2003, no texto “Roteiro para Agenda
de Desenvolvimento”. Em novembro de 2004 produziu
o documento “Diretrizes de Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior”. A Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE) foi anunciada
em março de 2005.
O foco da política industrial é a criação de condições para aumento da competitividade sistêmica, definida como aumento da eficiência econômica e melhoria
da competição no comércio internacional. Os principais instrumentos da política foram o direcionamento
dos fundos públicos para projetos com conteúdo de
inovação tecnológica; a criação de marcos reguladores
adequados e a reorganização das linhas de crédito de
bancos oficiais. Setores denominados “portadores de
futuro” foram escolhidos, como a nanotecnologia e a
biotecnologia.
A característica geral da PITCE é a orientação para
aumentar a capacidade de inovação das empresas,
particularmente naquelas cadeias produtivas e nos setores voltados para exportação.
Seguindo estas diretrizes gerais, as linhas de ação
definidas pela PITCE são:
3.1 - Inovação e Desenvolvimento Tecnológico: A
proposta é consolidar um “Sistema Nacional de Inovação” capaz de articular organicamente empresas,
universidades e centros de pesquisa.
Ações em curso: (1) “Lei da Inovação”: aprovada
pelo Congresso Nacional em 11/11/04. Em debate a
regulamentação dos incentivos previstos nessa lei; (2)
Restruturação do Instituto Nacional de Propriedade
Industrial; (3) Modernização e implantação de laboratórios; (4) apoio às Empresas de Base Tecnológica
(EBTs) e ao setor de venture capital.
3.2 - Inserção Externa: Propõe a ampliação sustentada das exportações.
Ações nessa área: (1) Desoneração tributária; (2)
Desenvolvimento do Programa “Brasil Exportador”;
(3) Criação de Centros de Distribuição e Logística no
Exterior, com a inauguração do primeiro em Miami;
(4) Reforço da imagem do Brasil no exterior e prospecção de novos mercados.
3.3 - Modernização Industrial: O tema é tratado
a partir de três abordagens combinadas: Ações de
capacitação produtiva; Prioridade aos arranjos produtivos locais; Orientação para evitar a atomização
empresarial.
Ações em curso: (a) programas de incentivo à modernização de equipamentos; (b) incentivos tributários
para importação de bens de capital sem similar nacional; (c) apoio aos APLs e (d) fundos constitucionais
para o desenvolvimento regional.
3.4 - Capacidade e escala produtiva: Superar a limitação da capacidade instalada dos setores mais intensivos em capital: mudança do perfil das garantias,
promoção de consórcios e novos arranjos competitivos e o estímulo à fusão de empresas.
Ações em curso: (1) desoneração tributária: prazo
de arrecadação, modernização portuária, desoneração
para empresas exportadoras e incentivos fiscais à inovação; (2) incentivo ao investimento e crédito; (3) melhoria do marco legal: nova lei de Falências, reforma do
Código de Processo Civil, reforma do Sistema Brasileiro
de Defesa da Concorrência, parcerias público-privadas;
aprimoramento das agências reguladoras; Lei de Inovações e reforma do mercado de resseguros; (4) melhoria
do ambiente de negócios: simplificação de registro e fechamento de empresas; (5) projetos nas áreas de infraestrutura; (6) criação de uma “Sala do Investidor”.
3.5 - Opções estratégicas: Escolhidas pelo seu potencial de dinamismo, capacidade de atração de investimentos, novas oportunidades de negócios e intensivas em inovação. Nesses requisitos estão os setores
de semicondutores, software, fármacos, medicamentos e bens de capital.
4) Problemas atuais da política para inovação
A cultura da inovação ainda é recente no País.
Somente em outubro de 2005, por exemplo, a CNI
organizou seu primeiro Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, em São Paulo, com cerca de 400
participantes. O evento refletiu o desconhecimento
por parte dos empresários sobre os mecanismos atuais de estímulo à inovação e a fragilidade dos marcos
reguladores, destacando: (a) Principais fragilidades do
sistema de inovação brasileiro; (b) Regimes macroeconômicos desfavoráveis: câmbio, tributação, custo
de capital, juros e contenção de gastos públicos em
C,T&I; (c) Modelo de financiamento não funcional; (d)
Formação de recursos humanos escassos e de baixa
qualificação: poucos cursos na área das engenharias
e ciências exatas e o baixo domínio do idioma inglês;
(e) Fragilidade do sistema de proteção à propriedade
intelectual; (f) Precariedade na área de Tecnologia Industrial Básica (TIB) como: metrologia, normalização,
avaliação de conformidade, certificações, inspeção,
ensaios, etc.; (g) Sistema de incentivos fiscais insuficientes, descontínuos e pulverizados.
A origem de boa parte dos problemas está relacionada, de fato, à inexistência de um “sistema nacional
de inovação” articulado, planejado estrategicamente e
coordenado nacionalmente. Na mesma linha registra
o estudo da Anpei: “O governo brasileiro precisa fazer
um esforço no sentido e reconstruir a sua capacidade
em planejamento (detalhamento de ações estratégicas
e diretrizes em programas prioritários) e na definição
de prioridades”.
Notícias
Anpei integra Comitê Gestor do Sibratec
O diretor da Anpei Sebastião Lauro Nau está entre os 18
nomes anunciados para integrar o Comitê Gestor do Sistema
Brasileiro de Tecnologia. O Sibratec conta com orçamento, até
2010, de R$ 677 milhões para aplicação em iniciativas que visem à implantação de redes de centros de inovação, extensão
tecnológica e serviços tecnológicos no País. Além do diretor da
Anpei, o Comitê conta com representantes de sete ministérios,
de várias agências do governo federal, da CNI e do Sebrae.
A criação do Sibratec está prevista no Plano de Ação
de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento
Nacional, o PAC da C,T&I. O Sibratec funcionará como
um conjunto de institutos de pesquisa tecnológica e centros universitários, organizados na forma de redes temáticas, em todo o território nacional. O objetivo do Sistema é
apoiar o desenvolvimento de empresas industriais e de serviços, mediante a realização de atividades de P,D&I, prestação de serviços tecnológicos, extensionismo tecnológico,
assistência e transferência de tecnologia.
As redes do Sibratec serão organizadas de acordo com
as principais atividades e áreas de atuação das entidades
de pesquisa. O governo vai identificar as instituições existentes, detectar as competências de cada uma e as vocações produtivas das regiões em que estão inseridas.
Dentre as metas para o Sibratec em 2008 estão a implementação das redes “centro de inovação” de, pelo menos,
cinco cadeias industriais;
da rede de serviços tecnológicos em, no mínimo,
15 Estados; e da rede de
extensão tecnológica também em, pelo menos, 15
estados.
Sebastião Nau é gerente
do Departamento de
P&D do produto na Weg
Indústrias S.A.
Governo vai acompanhar Lei de Inovação
O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) criou em
fevereiro, por meio de portaria, o Comitê Permanente
para Acompanhamento Articulado e Sistêmico das Ações
Decorrentes da Lei de Inovação (sancionada pelo presidente da República em dezembro de 2004).
O comitê é presidido pelo secretário
de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCT, Guilherme Henrique Pereira,
e conta com a participação de Reinaldo
Dias Ferraz, também do MCT, Jorge Almeida Guimarães e Emídio Cantídio de
Oliveira Filho, do Ministério da Educação,
e Francelino Lamy de Miranda Grando e
Marcos Vinicius de Souza, do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. De acordo com Guilherme Pereira, o
primeiro trabalho do comitê, iniciado antes mesmo da reunião de posse do grupo,
está sendo a realização de um amplo levantamento que
reunirá as opiniões sobre a Lei de Inovação emanadas
dos vários fóruns em que ela foi discutida. “A idéia, como
ponto de partida do nosso trabalho, é identificar junto às
entidades e órgãos representativos na área de inovação os
pontos positivos e negativos da Lei, para,
em seguida, propor mudanças onde for
necessário”, informou Pereira.
Para o levantamento, estão sendo ouvidas entidades como a Anpei, a CNI e o
Sebrae, além de responsáveis por órgãos
públicos. O presidente do comitê adianta
que, de maneira geral, a Lei de Inovação
foi muito bem recebida e, no levantamento que está sendo feito, não deverá haver
pontos de conflito.
Pereira: comitê poderá propor
mudanças na Lei de Inovação
Campeãs em inovação
A Petrobras e a Vale estão entre
as empresas que mais investem em
pesquisa e desenvolvimento no planeta, segundo estudo divulgado pela
consultoria Booz Allen Hamilton. A
pesquisa, com dados de 2006, aponta
Ford, Pfizer e Toyota como as campeãs em gastos com P&D. O montante
aportado por elas foi de, respectivamente, US$ 8 bilhões, US$ 7,4 bilhões
e US$ 7,1 bilhões. Já as duas brasileiras investiram em projetos na área de
inovação US$ 384 milhões (Petrobras)
e US$ 276 milhões (Vale). O levantamento foi realizado com mil grandes
empresas.
Os gastos globais com P&D entre
essas empresas foi de US$ 407 bilhões
em 2006. O setor de Computação e Eletrônica foi o responsável pela maior fatia dos gastos, US$ 105 bilhões (ou 26%
do total), seguido pelo de Saúde, que
investiu US$ 87,4 bi (22% do total), e
o de Automóveis, responsável por 17%
dos gastos globais (US$ 70 bilhões).
Outros setores que aparecem entre os
que mais investiram com inovação são:
Química e Energia, Tecnologia, Indústria, Software e Internet, Aeroespacial e
Defesa, Consumo e Telecom.
A China e a Índia lideram entre os
países onde houve maior crescimento
nos gastos com P&D: entre 2.000 e
2.005, chineses e indianos elevaram
seus investimentos na área em 17%.
No Japão, o crescimento foi de 3,8%,
na América do Norte, 5,2% e na Europa, 2,3%. Os dados da América do Sul
não são citados.
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Notícias Anpei
Cooperação Brasil-Coréia em C,T&I
é tema de simpósio em São Paulo
O 2º Simpósio Brasil-Coréia de inovação tecnológica: estratégias e alianças será realizado no dia 25 de março, em São
Paulo, na sede da Fiesp (Avenida Paulista 1313). O evento,
organizado pela Anpei, ocorre no âmbito de um convênio
entre os dois países no campo da ciência, tecnologia e inovação. O primeiro encontro foi realizado em julho de 2005,
em Brasília.
O 2º. Simpósio tem como objetivo estimular a cooperação
nas áreas de tecnologia industrial e de ciência e tecnologia entre o Brasil e a Coréia. Atuarão como palestrantes dirigentes de
instituições empresariais, governamentais e de C&T, dos dois
países. O público-alvo do encontro são empresários, dirigentes
de instituições de pesquisa e funcionários de órgãos públicos
e profissionais vinculados às empresas associadas à Anpei. As
inscrições, gratuitas, devem ser feitas pelo telefone (11) 38423533 ou [email protected] As vagas são limitadas.
Veja a programação do Simpósio
09h00 Credenciamento
09h15 Abertura
09h30 Painel I: Promovendo a cooperação tecnológica
e industrial entre Coréia e Brasil.
• A inovação como ferramenta estratégica para o
crescimento e a competitividade industrial.
• Incentivos governamentais à inovação: as experiências brasileira e coreana do ponto de vista
industrial.
• Oportunidades de cooperação tecnológica
industrial.
• Ambiente de negócios para as pequenas e
médias empresas.
12h30 Brunch
14h00 Painel II – Fortalecendo a cooperação em áreas
estratégicas da ciência e tecnologia: Biotecnologia, Aeroespacial, Energia Nuclear, Pesquisa
Básica.
17h40 Debates e conclusões
18h00 Encerramento
Bem-vindos à Anpei
Mais cinco empresas e uma universidade se associam à Anpei
Angelus
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Serasa
As atividades de P&D da Angelus Indústria de Produtos
Odontológicos S.A., localizada em Londrina (PR), iniciaram-se em
1994. No primeiro ano de existência, a empresa depositou sua
primeira patente, demonstrando seu caráter inovador. Em 1996,
com o primeiro produto lançado no mercado, a Angelus recebeu
o “Prêmio Inovação Tecnológica” da Federação das Indústrias do
Estado do Paraná. A empresa desenvolve atividades nas áreas de
polímeros, cerâmicas, metais e compósitos. Conta com equipe
de 53 pessoas, sendo nove pesquisadores.
A Serasa S.A. é uma das maiores empresas do mundo em
análises e informações para decisões de crédito e apoio a negócios. A empresa desenvolve as mais avançadas soluções de
classificação de risco, tanto sobre pessoas jurídicas quanto físicas,
agregando, continuamente, as atuais conquistas da tecnologia
mundial de crédito aos seus modelos matemáticos, criados com
foco nas particularidades do mercado brasileiro. A Serasa responde a 3,5 milhões de consultas por dia, demandadas por mais de
300 mil clientes diretos e indiretos.
Aselco
Studyoke
A Asel-Tech Tecnologia e Automação é um dos maiores fornecedores mundiais de tecnologias acústicas para detecção de
vazamentos em dutos de óleo, gás e multifásicos. Fundada em
1983, começou produzindo equipamentos de medição de nível
e discos de ruptura. A partir de 2000, a Aselco passou a desenvolver tecnologias próprias, como os de detecção de vazamentos
para dutos, sistemas para condicionamento de amostras para
termoelétricas, de medição fiscal e de monitoramento de guindastes para plataformas de petróleo.
Fundada em 2000, em Franca, no interior paulista, a Studyoke Comércio de Equipamentos Eletrônicos se dedica ao desenvolvimento de projetos de soluções tecnológicas para som e
imagem. A empresa presta serviços tanto aos profissionais da
construção civil como para clientes diretos, em espaços residenciais, comerciais e corporativos. Oferece soluções completas, desde a criação de projetos técnicos e visuais até a administração da
obra para implementação dos sistemas tecnológicos, instalação
dos equipamentos e treinamentos.
PUCRS Vlados
A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS) é uma instituição de ensino reconhecida por também
investir em pesquisa. Por meio da rede INOVAPUC, que congrega o conjunto de ações e mecanismos relativos ao processo de
inovação e empreendedorismo da universidade, foram gerados,
no ano passado, 59 projetos de pesquisa. Integra a INOVAPUC o
Parque Cientifico e Tecnológico (TECNOPUC), espaço dentro do
campus preparado para receber empresas interessadas em interagir com os grupos de pesquisas da PUCRS.
Fundada em 1953, a Equipamentos Industriais Vlados Ltda.
se destaca como uma das maiores empresas latino-americanas
no mercado de válvulas para transporte e uma das líderes mundiais em tecnologia para fabricação de válvulas para o transporte
de biocombustíveis. A empresa foi a primeira a fornecer válvulas
flexfuel para o mercado de transporte de líquidos, aumentando
a eficácia e reduzindo os custos operacionais de seus clientes. A
Vlados baseia seu trabalho nos princípios da melhoria contínua e
no investimento em inovação.

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