1 mês em 10 imagens
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1 MÊS EM 10 IMAGENS Dezembro 2015 Todo mês, a SYZ Wealth Management publica em “1 mês em 10 imagens” um panorama da atividade econômica do mundo. Uma imagem, muitas vezes, vale mais que um longo discurso. A cada mês, escolhemos 10 imagens que mostram os dados chave que marcaram a atualidade financeira e econômica do mês, acompanhado de um breve comentário quanto ao respectivo significado. Index 1. Crescimento mundial – Não se deve esperar nenhuma ajuda por parte das despesas públicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 2. Estados Unidos – Nítida divergência entre o crescimento do emprego e o dos lucros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 3. Zona do euro – A retomada cíclica continuou no terceiro trimestre. . . . . . . 2 4. Japão – Um crescimento ainda modesto, mas no caminho certo. . . . . . . . . 3 5. Economias emergentes : sinais de estabilização da atividade manufatureira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 6. Obrigações – Mergulho da dívida de alto rendimento. . . . . . . . . . . . . . . 4 Publicação da equipe de Pesquisa e Análise Autores : Adrien Pichoud, Chef économiste Wanda Mottu, Analyste senior Maurice Harari, Analyste SYZ Welath Management Tel. +41 (0)58 799 10 00 [email protected] 7. Petróleo – Próximo do nível mais baixo desde 2008. . . . . . . . . . . . . . . . 4 8. Metais preciosos – O ouro cai antes da reunião do Banco Central Americano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 9. Matérias-primas – Excessos na balança corrente dos países do Golfo tendem a desaparecer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 10. Mercado de ações : baixo desempenho do mercado britânico. . . . . . . . . . 6 1. Crescimento mundial – Não se deve esperar nenhuma ajuda por parte das despesas públicas –– Há quatro anos, o crescimento mundial oscila em torno de 3% ao ano, sem chegar a acelerar de maneira decisiva ; e as perspectivas não são mais animadoras para o próximo ano. Este ritmo de crescimento é insuficiente para cobrir os excessos da capacidade de produção e o nível elevado de desemprego existente em diversas economias, condição prévia para o retorno de um ciclo virtuoso “lucro-investimento-emprego”. –– As causas desta situação são múltiplas, mas um aspecto das políticas econômicas se destaca neste contexto : o impacto negativo, na maior parte das grandes economias, das políticas orçamentárias sobre o crescimento. Este freio na atividade, quando um apoio fiscal seria, sem dúvida, bem-vindo, constitui o reverso da medalha de décadas de déficits públicos “estruturais” que levaram o endividamento dos países a níveis muito elevados para dispor, hoje, de uma verdadeira margem de manobra. –– Assim, nos Estados Unidos ou no Reino Unido, a política fiscal teve um impacto globalmente negativo no crescimento desde 2011. Na zona do euro, após um severo tratamento de austeridade, as políticas orçamentárias têm agora um impacto, no melhor dos casos, neutro, enquanto no Japão a flexibilidade monetária iniciada em 2014 foi equilibrada com um claro estreitamento orçamentário. Mesmo no mundo emergente, o momento é de controle das despesas públicas, inclusive na China, onde o governo recentemente manifestou a sua vontade de privilegiar, a partir de agora, as baixas de taxas em detrimento dos planos de estímulo. Por toda a parte, reina uma situação de “predominância monetária”, na qual a responsabilidade de atingir os objetivos de crescimento e de inflação é deixada nas mãos dos bancos centrais. Impacto da política fiscal no crescimento anual do PIB 3.0 2.0 CHI JPN 1.0 UK IND EMU US 0.0 -1.0 BRA -2.0 -3.0 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Source: IMF 1 1 MÊS EM 10 IMAGENS Dezembro 2015 2. Estados Unidos – Nítida divergência entre o crescimento do emprego e o dos lucros –– O ano de 2015 terá sido um ano particular para a economia norte-americana. Se, por um lado, o crescimento do PIB estará próximo do registrado no ano anterior (+2,1% segundo o Banco Central em comparação com +2,4% em 2014), os componentes desse crescimento terão sido muito diferentes. Estados Unidos – Variação anual do emprego e dos lucros das empresas não financeiras –– Com a queda dos preços do petróleo e a valorização do dólar (respectivamente -47% e +12% em valor médio anual em relação a 2014), o setor de Energia, mas também as empresas industriais exportadoras sofreram fortemente em 2015. O que se traduziu em uma perda sensível de velocidade na atividade industrial (o ISM do setor manufatureiro voltando até mesmo a uma retração), mas também dos lucros das empresas. Assim, pela primeira vez desde a recessão de 2009, os lucros das empresas não financeiras norte-americanas diminuíram em 2015. –– Em contrapartida, o consumo das famílias aumentou apoiado pela continuação da baixa do desemprego, das condições de financiamento sempre muito favoráveis que alimentam o crédito ao consumo, bem como pela baixa dos preços da energia. O setor de serviços apresentou, assim, um forte crescimento, e o ISM do setor não manufatureiro passou a divergir de seu homólogo manufatureiro em proporções inéditas até então. Esta divergência também materializou-se no desligamento (menos incomum, mas de igual maneira espetacular) entre o crescimento do emprego e o dos lucros. O consumo e os serviços foram, em 2015, talvez mais que nunca, os motores da economia norte-americana. Uma situação que deve perdurar em 2016. 3. Zona do euro – A retomada cíclica continuou no terceiro trimestre –– Desde o fim de 2014, a zona do euro finalmente retomou o crescimento. O término dos tratamentos de austeridade orçamentária, a continuação da flexibilidade monetária, a baixa do euro, bem como a queda dos preços da energia, contribuíram para criar um ambiente favorável à atividade. Variação anual do PIB real das 4 principais economias da zona do euro –– A publicação dos PIBs nacionais do terceiro trimestre de 2015 confirmou esta dinâmica : todas as grandes economias registraram um crescimento próximo ou superior a seu potencial. A Espanha mantém seu lugar de economia mais dinâmica da União Monetária, com um crescimento de +0,8% em seu PIB. A Alemanha e a França, por sua vez, apresentaram um aumento de +0,3%, enquanto a Itália (+0,2%) permanece com uma dinâmica modestamente positiva. O PIB da zona do euro teve, assim, um aumento de +1,6% em um ano no fim do terceiro trimestre. –– Contudo, parece difícil imaginar uma aceleração além do ritmo atual para 2016 : o impacto da baixa do euro e dos preços do petróleo vai progressivamente dissipar-se, as taxas de desemprego continuam elevadas e o crédito, ainda que volte a melhorar, continua limitado pelas exigências regulamentares impostas aos bancos. Uma estabilização do crescimento em torno do nível atual (superior ao crescimento potencial da zona do euro) parece, entretanto, realista, o que permitirá reduzir - progressivamente - o déficit de crescimento acumulado nestes últimos anos. Às vezes, é necessário saber se contentar com pouco. 2 1 MÊS EM 10 IMAGENS Dezembro 2015 4. Japão – Um crescimento ainda modesto, mas no caminho certo –– Desde 2008, a economia japonesa oscila entre expansão e contração. O país registrou quatro recessões no período (definidas como 2 trimestres consecutivos de baixa do PIB), mas apresenta um aumento médio anual de seu PIB de +1,5% desde a primavera de 2009, com um PIB que retornou a seu pico do início de 2008. Japão - Variação anual do PIB real e índice Tankan de atividade das empresa –– No terceiro trimestre de 2015, graças ao consumo das famílias, o PIB finalmente aumentou +0,3% (após inicialmente ter sido estimado em -0,2%). Em um ano, o Japão apresenta um crescimento de +1,6%. Se o impacto das políticas econômicas instauradas pelo governo Abe desde 2013 teve efeitos contrastados nos diversos setores da economia, o balanço é, até o momento, globalmente positivo, ainda que, sem dúvida, não esteja à altura das esperanças suscitadas. A dinâmica é particularmente animadora para as empresas, como mostram a nítida melhora em seus lucros e as diversas pesquisas de atividade (Tankan em especial). –– A baixa do iene (aumento de preços dos produtos importados) e o estreitamento da política fiscal (aumento do IVA) pesaram sobre o poder de compra das famílias. A saída da “armadilha” da deflação é, sem dúvida, por esse preço e, no caso de sucesso, ela deve se traduzir em uma alta dos salários, permitindo a participação das famílias no retorno a um ambiente econômico mais favorável no arquipélago. 5. Economias emergentes : sinais de estabilização da atividade manufatureira –– Globalmente, a atividade mundial cresce a um ritmo moderado. As economias emergentes não são mais, como no passado recente, o principal motor de crescimento, ainda que certos países desfrutem de uma tendência positiva ou situem-se em território de expansão (Rússia e Índia). Os últimos números do mês de novembro mostram tímidos sinais de estabilização em níveis abaixo do seu potencial (exceto para o Brasil, que continua a mergulhar na recessão). O dinamismo encontra-se, por conseguinte, neste momento, no campo das economias desenvolvidas. PMI do setor manufatureiro das economias emergentes (Brasil, Rússia, Índia e China) –– De forma geral, as recentes fraquezas do setor manufatureiro provêm da queda dos preços das matérias-primas, de um crescimento frouxo na zona emergente e da diminuição do volume do comércio mundial. –– O setor de serviços, por sua vez, demonstra, assim como as economias desenvolvidas, maior resiliência, sustentado por uma robusta demanda interna, sobretudo na China. Isso faz parte do processo de transição da economia chinesa, na qual a importância relativa do setor manufatureiro vai progressivamente apagar-se em prol do setor terciário 3 1 MÊS EM 10 IMAGENS Dezembro 2015 6. Obrigações – Mergulho da dívida de alto rendimento –– O índice BofAML US High Yield registrou um desempenho negativo de -2,3% durante o mês de novembro, marcando o quinto mês de seis em território negativo. O desempenho do índice HY no ano situa-se também no vermelho, com -2,1%. Desempenho YTD da dívida de alto rendimento –– Comparativamente, nos Estados Unidos, as ações (+0,3%), a dívida empresarial (-0,2%) e a dívida governamental (-0,4%) tiveram todas desempenhos superiores à dívida de alto rendimento. –– Do ponto de vista setorial, todos os setores terminaram o mês em território negativo, liderando a lista a Energia (-4,0%), as Telecomunicações (-3,8%) e os Materiais industriais (-3,2%). –– Os dois fatores que mais contribuíram para essa queda durante o mês são a forte probabilidade do fim da política monetária de taxas de juro zero nos Estados Unidos e a aceleração do desmoronamento do preço das matérias-primas (-13,2% para o WTI no mês e -6,7% para os metais industriais). Além disso, os fluxos de saída desta classe de ativos somente agravaram a situação (USD -2,4 bilhões em novembro e USD -3,5 bilhões desde o início do ano). Como frequentemente nessa classe de ativos, a fuga gerada pelo pânico acabou causando tantos estragos como o próprio fogo : as portas de saída (ou seja, a liquidez) nunca são grandes o bastante quando precisamos delas. 7. Petróleo – Próximo do nível mais baixo desde 2008 –– Conforme antecipado em nossa publicação do mês de setembro, o salto do preço do petróleo foi de curta duração. Os fluxos do petróleo bruto voltaram a baixar no mês de novembro com uma queda nos preços de 10%, tanto para o WTI como para o barril de Brent, ou seja, um desempenho de -20% desde o início do ano. Preço do petroles : Brent & WTI –– No essencial, a situação, até então, não evoluiu : a oferta continua a ser superabundante. A OPEC, até agora, tem recusado ajustar os níveis de produção apesar do pedido insistente de certos países-membros para segurar os preços (Irã, Venezuela, Equador e Argélia). A política da Arábia Saudita, maior produtora de petróleo do cartel, é clara : não reduzirá a produção e está pronta para suportar uma baixa de preços adicional a fim de defender sua parcela no mercado petrolífero mundial (sobretudo contra o petróleo russo e americano). No lado da demanda, a diminuição do ritmo econômico dos mercados emergentes, e mais particularmente da China, continua a pesar sobre os fluxos, da mesma maneira que os níveis elevados das reservas de petróleo por toda a parte no mundo. –– No contexto atual, é difícil dizer qual será a trajetória dos fluxos petrolíferos nos próximos meses. O temor de ver esta guerra de preços seguir adiante em 2016 continua bem presente nos mercados. 4 1 MÊS EM 10 IMAGENS Dezembro 2015 8. Metais preciosos – O ouro cai antes da reunião do Banco Central Americano –– O ouro não foi poupado pela queda das matérias-primas e pelas expectativas de um início de normalização da política monetária. Com isso, o ouro foi a USD 1066, o seu nível mais baixo desde 2009. O mergulho do preço do metal acentuou-se a partir de meados de outubro, após declarações do Banco Central, deixando subentendido que os juros poderiam subir a partir de dezembro. Gold vs Dollar Index –– Ativo refúgio por excelência, o ouro sofre com o iminente aumento das taxas nos Estados Unidos, bem como com um ambiente de (muito) baixa inflação. Como todas as matérias-primas, o metal tende a perder valor quando o dólar ganha força e vice-versa. O mercado começou, no início do ano, a contar com um aumento das taxas de juro americanas em breve, o dólar foi fortemente valorizado este ano em relação à maior parte das moedas (Dólar Índice +11%), enquanto o ouro perdeu 10% de seu valor no mesmo período. Ativo privilegiado no caso de crise econômica, de perda de confiança no sistema monetário, mas também no caso de temores de pressões inflacionistas, o ouro perdeu parte de sua atratividade para certos investidores. –– No entanto, embora o contexto atual não seja favorável ao metal amarelo, é um pouco cedo para virar definitivamente as costas para ele. O ambiente econômico certamente melhorou desde o início da crise de 2008, mas as incertezas em relação ao crescimento chinês e seu impacto na economia global permanecem um dos fatores suscetíveis de gerar uma fuga para os valores refúgios, como o ouro. 9. Matérias-primas – Excessos na balança corrente dos países do Golfo tendem a desaparece –– De 2011 ao fim de 2013, o preço da energia evoluiu dentro de uma margem relativamente grande. Desde o ano passado, esta tendência diminuiu, para, finalmente, os preços desmoronarem abaixo de USD 40. Arábia Saudita : orçamento/PIB e balança corrente/PIB (%) x preço do petróleo –– Em um contexto de oferta superabundante (elevados níveis de estoque, produção estável), a vontade dos países do Golfo de enfraquecer (ou mesmo de expulsar) os pequenos produtores e os que produzem petróleo de xisto teve um grande peso nos preços. Este desequilíbrio entre a oferta e a procura deve acentuar-se com provável retorno do Irã ao mercado internacional no próximo ano. –– Mesmo quando o preço do petróleo oscilava em torno dos USD 100, já não era mais suficiente para equilibrar o orçamento de um país como a Arábia Saudita, que depende essencialmente do mercado petrolífero… e, no entanto, estes custos de extração estão entre os menores no mundo. O orçamento saudita começou a deteriorar-se em 2012 para passar de um grande superavit (acima de +10% do PIB) a um déficit significativo (abaixo de -10% do PIB). Assim, pela primeira vez desde 2007, a Arábia Saudita financiou-se este ano, no mercado de dívida, no qual levantou o equivalente a USD 25 bilhões para cobrir parcialmente seu déficit... Como os desempenhos passados não prognosticam desempenhos futuros, esta nova trajetória orçamentária preocupa. 5 1 MÊS EM 10 IMAGENS Dezembro 2015 10. Mercado de ações : baixo desempenho do mercado britânico –– O desempenho, desde o início do ano, do índice de ações britânicas (-3,2%) situa-se em território negativo, junto com as ações de países emergentes (-6,8%). Assim, ficam abaixo do desempenho as ações globais (+2,5%) e europeias (+12,5%). Desempenho YTD do FTSE 100, MSCI EM e MSCI Mundo –– Uma grande parte deste subdesempenho provém do desmoronamento dos preços das matérias-primas. De fato, com 12,8% de empresas petrolíferas e 4,5% no setor de materiais industriais, há uma hipertrofia destes valores no índice inglês em relação ao índice europeu (respectivamente 5,1% e 1,7%). A ponderação acumulada desses dois setores excede amplamente a dos bancos do FTSE 100. Além disso, a exposição das empresas britânicas aos mercados emergentes, em termos de capitalização de bolsa, atinge cerca de 40%. Por último, o efeito da moeda também não ajudou as empresas exportadoras inglesas, que sofreram com a valorização da GBP perante o EUR (+10,6% YTD). –– Consequentemente, títulos como Anglo American, BHP Billiton, Glencore ou Rio Tinto perderam, respectivamente, no mês de novembro : -25,2% (-66,0% YTD), -23,4% (-38,5%), -14,0% (-67,5%), -6,4% (-26,4%). –– Além disso, o subdesempenho desse índice provavelmente ainda não terminou. Os investidores poderiam continuar a sancionar as ações inglesas que oferecem valorização elevada face aos riscos sempre presentes : referendo sobre um possível “Brexit”, medidas monetárias cada vez menos adaptadas e déficit de conta corrente digno de um país emergente. 6 Este documento de marketing foi emitido pelo Grupo SYZ (doravante denominado «SYZ»). Não se destina à distribuição a pessoas físicas ou jurídicas ou uso por tais pessoas que sejam cidadãos ou residentes de um estado, país ou jurisdição em que as leis e regulamentos aplicáveis proíbam sua distribuição, publicação, emissão ou uso. Os usuários são os únicos responsáveis por verificar se estão legalmente autorizados a consultar as informações aqui contidas. Este material destina-se a fins meramente informativos, e não deve ser interpretado como uma oferta ou solicitação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro, nem como um documento contratual. As informações contidas neste documento não se destinam a constituir assessoria jurídica, tributária ou contábil, e podem não ser adequadas a todos os investidores. As avaliações, condições e cálculos de mercado contidos neste documento são meras estimativas, e estão sujeitas a alteração sem aviso prévio. As informações fornecidas são consideradas confiáveis; contudo, o Grupo SYZ não garante sua integridade ou exatidão. O desempenho passado não é uma indicação de resultados futuros.
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