documento - Mobile Policy Handbook
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Este manual pertence a: OCT 2013 Você conhece as questões? Sabe defender uma posição? Quer liderar o debate? Copyright © 2013 GSMA Sobre este manual Abordagem Em qualquer país, o público se beneficia quando os setores privado e público trabalham juntos com um espírito de abertura e confiança mútua. Para promover essa interação, a GSMA está comprometida em apoiar governos e agências reguladoras para introduzir políticas de telecomunicações que favoreçam o investimento. Esta é a segunda edição do Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis. O conteúdo sobre cada tópico foi expandido, e a publicação agora inclui estudos de casos, fatos e números, melhores práticas e um tratamento mais aprofundado e detalhado de determinados aspectos. Também incluímos uma nova seção de Iniciativas em redes móveis, que destaca alguns dos programas da GSMA que repercutem sobre políticas públicas. Este Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis é: O Guia Sobre as Principais Questões é parte dos esforços da GSMA em promover uma colaboração mais ampla. Trata-se de um recurso único, que aborda vários tópicos de políticas públicas, posições e iniciativas do setor de redes móveis em um único volume, servindo como guia prático para as principais questões, referência sobre as perspectivas do setor, referência sobre as melhores práticas regulatórias e portal para mais informações. A GSMA é a associação global de operadoras de redes móveis, uma organização que produz pesquisas e análises objetivas de tendências e desafios no mercado de comunicações em redes móveis. O manual apresenta as perspectivas da organização sobre o setor e apresenta, de maneira prática, para quem quer explorar as questões e entendêlas melhor. A versão online desse recurso é um catálogo continuamente atualizado das posições do setor. Na página web do Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis, o leitor encontrará outros links para materiais relacionados e poderá assinar e solicitar atualizações e novos dados, que são atualizados regularmente. Cada seção do manual aborda a situação atual do mercado e identifica questões que deverão ganhar importância no futuro. Os assuntos são discutidos em profundidade. Após cada discussão, apresentamos a posição da GSMA, os argumentos em que ela é baseada e informações adicionais. Para aprofundar os assuntos, também são apresentadas listas de documentos relacionados. O site e a versão eletrônica (PDF) do manual contêm links para esses recursos. O manual eletrônico pode ser baixado do site. Este recurso foi criado para ser usado como material de apoio em várias atividades, de pesquisa acadêmica à elaboração de políticas pública de governo. Se tiver alguma dúvida ou desejar mais informações, o leitor pode contatar a GSMA. Faremos o que pudermos para ajudar. [email protected] www.gsma.com/publicpolicy/handbook 2 3 Tendências que estão mudando o mundo A importância de políticas eficazes Nas últimas duas décadas, duas tecnologias transformaram as vidas de bilhões de pessoas: a comunicação móvel e a Internet. Embora tenham se desenvolvido separadamente, os caminhos dessas duas tecnologias convergiram. Essa união criou uma nova era, em que a maioria da população mundial não apenas telefonou pela primeira vez usando um celular, mas está usando o aparelho para acessar a internet. A comunicação máquina a máquina criou outra revolução igualmente importante. Embora o processo esteja apenas começando, bilhões de mensagens automáticas já estão sendo trocadas por diversos dispositivos conectados pela Internet, aumentando a produtividade e contribuindo, por exemplo, para melhorar significativamente os serviços de saúde. Atualmente, cerca de metade da população mundial tem acesso a telefone celular. Em uma década, a internet móvel suportará mais de 50 bilhões de conexões entre máquinas. Os ministérios de telecomunicações e agências reguladoras nunca foram tão importante para o sucesso de políticas socioeconômicas dos governos, com repercussões em empresas, educação, saúde, acesso a serviços financeiros e do governo, além de muito mais. Como a internet móvel se tornou uma peça-chave para a transformação de muitos outros setores, os elaboradores de políticas estão em um território totalmente novo, cheio de novos e interessantes desafios. Esperamos que esse manual sirva como bússola para toda essa viagem. Essas são as principais tendências que motivam o trabalho da GSMA junto a elaboradores de políticas, com foco em temas como: Preço acessível e direito de acesso Privacidade e segurança Economias de rede 4 5 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Iniciativas em Redes Móveis Comunicações Futuras Comércio em Redes Móveis Identificação em Redes Móveis Redes Móveis em Veículos Cidades Inteligentes Saúde em Redes Móveis Transações em Redes Móveis para quem não tem Conta Bancária Educação em Redes Móveis Agricultura em Redes Móveis Mulheres e Redes Móveis Resposta a Desastres Energia Ecologicamente Correta para Redes Móveis Eficiência Energética em Redes Móveis 10 12 14 16 18 20 22 24 26 27 28 29 30 84 88 92 96 100 104 108 112 116 120 124 128 132 136 140 Proteção do Consumidor Ambiente Empresarial Localização e Segurança de Estações Base Concorrência Meio-Ambiente e Mudanças Climáticas Liberalização de Gateways Compartilhamento de Infraestrutura Direitos de Propriedade Intelectual Roaming Internacional Taxas de Terminação Móvel Neutralidade da Rede Qualidade de Serviço Tributação Fundos de Universalização de Serviços de Telecomunicações Faixa de Frequência de 2,1 GHz Faixa de Frequência de 2,5 GHz Dividendo Digital Plano de Canalização para o Segundo Dividendo Digital (EMEA) Acesso Compartilhado a Licenças Limitação de Interferências Planejamento do Espectro Futuro Leilões de Espectro Limites de Espectro Harmonização do Espectro Renovação de Licenças Licenciamento de Espectro Comércio de Espectro Neutralidade Tecnológica e Modificações do Uso TV White Spaces 34 38 42 46 50 54 58 62 66 70 74 78 Crianças e Tecnologia Móvel EMF e Políticas de Saúde EMF e Saúde: os Fatos Científicos Acesso de Governos Conteúdo Ilegal Registro Obrigatório de SIMs Pré-pago Segurança de Dispositivos Móveis Furto de Dispositivos Móveis Segurança de Redes Móveis Utilização Indevida de Números e Fraude Privacidade Spam 146 150 154 158 162 166 170 174 178 182 186 190 Apêndice Contatos na GSMA Inteligência da GSMA 6 210 212 7 Procurando atingir todo o potencial das redes móveis O futuro das comunicações Definindo as redes móveis do futuro com redes baseadas exclusivamente em IP ▪ Voz sobre LTE ▪ Rich Communication Services Comércio e vida conectada Usando soluções móveis para mudar o modo como as pessoas vivem Iniciativas em Redes Móveis ▪ Comércio em redes móveis ▪ Identificação em redes móveis ▪ Redes móveis em veículos ▪ Cidades inteligentes ▪ Saúde em redes móveis ▪ Transações financeiras em redes móveis 8 A GSMA lidera vários programas que vêm definindo o crescimento e o desenvolvimento do setor. De cidades inteligentes a novas formas de pagamento, essas iniciativas estão criando a fundação de um modo móvel e cada vez mais conectado. o setor de saúde como o de redes móveis estão sujeitos a leis e normas de proteção de dados, mas será que todas essas regulamentações são compatíveis em um projeto com o mHealth, que envolve ambos os setores. Em outras indústrias reguladas, foi necessário muito trabalho para harmonizar a regulamentação, com participação do setor de redes móveis e de outros setores envolvidos à medida em que surgem novas soluções. Por exemplo, tanto Cada iniciativa afeta as políticas públicas de uma forma própria e está relacionada a uma ou mais das áreas de políticas públicas discutidas neste manual. ▪ Educação em redes móveis Desenvolvimento socioeconômico Facilitando a ação e o bem-estar social ▪ Agricultura em redes móveis ▪ Mulheres e redes móveis Responsabilidade pelo setor Tomar medidas relevantes, responsáveis e de acordo com os valores do setor ▪ Resposta a desastres ▪ Energia ecologicamente correta para redes móveis ▪ Eficiência energética em redes móveis 9 Iniciativas em Redes Móveis Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Comunicações Futuras Introdução As redes móveis vêm se tornando cada vez mais velozes e os serviços estão se disseminando cada vez mais. Com isso, as telecomunicações móveis vêm mudando gradualmente de redes comutadas para voz e SMS para redes de pacotes, que transmitem conteúdo e disponibilizam serviços por meio de redes IP. Portanto, a indústria precisa de um novo modelo para serviços de voz e mensagens que utilize plenamente o protocolo IP para levar serviços e valor aos clientes. Essa iniciativa requer investimentos de grande escala em inovação e instalação de redes. Para contribuir para esta evolução, a GSMA vem trabalhando em três frentes, que produzem benefícios que se complementam. ■■ ■■ 10 Rich Communication Services (RCS) é um conjunto de serviços móveis como mensagens instantâneas, vídeo em tempo real e compartilhamento de arquivos por redes IP ou dispositivos com acesso IP. O novo serviço pode ser integrado em aparelhos, permitindo ao usuário contatar qualquer outra pessoa em qualquer outra rede. O RCS já está disponível em dispositivos móveis que já possuem esse recurso embutido, em apps para baixar e com diversas opções de implementação. Voz de alta definição melhora significativamente a qualidade da comunicação por voz, tornando-a mais clara, com menos ruído de fundo e criando a sensação de que o usuário está falando com uma pessoa ao lado. ■■ Voz sobre LTE (VoLTE) é um novo padrão de voz e mensagens para a tecnologia Long Term Evolution (LTE). O VoLTE define o funcionamento da voz e do SMS considerando a interconexão e o roaming. Os primeiros serviços VoLTE do mundo foram lançados na Coreia do Sul e nos Estados Unidos em agosto de 2012. Metas do Programa da GSMA O programa Future Communications da GSMA visa definir uma plataforma completa, que atenda às necessidades de operadoras de redes móveis à medida em que se adaptam a um mundo baseado exclusivamente em IP. Os clientes receberão um serviço seguro, com ampla cobertura e qualidade garantida. O programa também ajudará operadoras de redes móveis a participar do mercado com este serviço e compartilhar as melhores práticas que forem surgindo. na camada de sessão de dados toda e qualquer interferência no direito à privacidade do usuário deve ser feita dentro da lei. Considerações sobre Políticas Públicas Para suportar o crescimento exponencial do tráfego IP, são necessários grandes investimentos para aumentar a capacidade da rede. Para financiá-los, é preciso um ambiente previsível e com políticas estáveis. Com isso, pode-se alinhar futuros recursos de comunicação desenvolvidos pelas operadoras com exigências regulatórias pertinentes a telecomunicações móveis. As operadoras já possuem os sistemas para garantir a observação de tais exigências. ■■ Padrões abertos. A GSMA e um fórum de vários operadoras definiram a especificação RCS como um padrão aberto baseado em IP e serviços de compartilhamento de arquivos e vídeos, geralmente baseados em IMS (IP multimedia subsystem), que permite a qualquer operadora ou prestadora de serviços se interconectar sem restrições. ■■ Interceptação por exigência legal. As operadoras de redes móveis estão sujeitas a diversas leis e condições de operação que exigem a interceptação de comunicações de seus clientes, o armazenamento grandes quantidades de dados de assinantes e usuários e revelação de tais dados para atender a ordens judiciais. Embora a RCS permita interceptar legalmente tanto na camada de serviço de dados como ■■ Segurança. A infraestrutura IMS permite às operadoras manter os dados no país em que foram gerados controlar o roteamento na rede local. Proteger a privacidade dos clientes é uma das principais preocupações das operadoras. A indústria de redes móveis está comprometida em manter a integridade dos serviços de comunicação que oferece. ■■ Interconexão. A RCS permite que a interconexão ocorra na camada de serviço. A terminação segue os mesmos padrões que nos serviços móveis existentes de voz e dados. As taxas de terminação móvel (TTM) são taxas de atacado, que são reguladas em muitos países por um cronograma de reajustes, que é incluído nos modelos de negócios das operadoras de redes móveis. Bibliografia GSMA Future Communications website Relatório: The Value of Reach in an IP World Relatório: RCS and Joyn: Keeping Operators at the Center of Communications 11 Iniciativas em Redes Móveis Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Comércio em Redes Móveis Introdução O programa Mobile Commerce (Comércio em Redes Móveis) da GSMA vem trabalhando junto a operadoras de redes móveis, comerciantes, lojistas, bancos, redes de pagamentos e com esse ecossistema como um todo para que os consumidores possam utilizar a tecnologia móvel para descobrir e adquirir produtos. A Near Field Communications (NFC) é uma tecnologia sem fio que pode transferir informações entre dois dispositivos colocados a poucos centímetros um do outro. Os chips NFC estão sendo instalados em cartões SIM de telefones celulares, permitindo instalar diversos serviços digitais novos como: ■■ Bilhetagem: Substituir bilhetes de papel em sistemas de transporte público ■■ Pagamentos: Substituir dinheiro e cartões de crédito para comprar bens e serviços ■■ Controle de acesso: Substituir as chaves tradicionais ■■ Cupons: Substituir vales e cupons ■■ Propaganda: Os marcadores NFC podem ser instalados em pôsteres, outdoors ou ao lado de produtos em lojas, dando ao usuário mais informações como mapas, vídeos e URLs. Ao tentar realizar o potencial do NFC, operadoras do mundo inteiro vêm interagindo com os principais participantes de cada mercado, incluindo governos locais ou nacionais, autoridades de transporte, bancos, comerciantes, entre outros. Em alguns casos, as operadoras de redes móveis estão formando jointventures com outras operadoras e bancos. Também vem havendo parcerias baseadas em modelos de negócios que incentivam todos os participantes da cadeia de valor NFC. As operadoras de redes móveis introduziram serviços baseados NFC em diversos mercados. Já existem serviços comerciais diversos países como Canadá, China, República Tcheca, França, Japão, Nova Zelândia, Polônia, Cingapura, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. Metas do Programa da GSMA Para ajudar o ecossistema NFC a ganhar massa crítica, a GSMA vem promovendo a adoção de serviços baseados nessa tecnologia. Mais especificamente, a GSMA vem procurando instalar o NFC móvel de forma padronizada, utilizando o SIM como um provedor seguro de autenticação, segurança e portabilidade em diversos modelos de aparelho. Se o NFC baseado em SIM for adotado como modelo global, isso criará economias de escala e garantirá a interoperabilidade. Esses fatores serão essenciais para a disseminação do NFC, permitindo que pessoas do mundo inteiro utilizem esses serviços na rede de qualquer operadora e usando qualquer tipo de aparelho. Os aparelhos com NFC à base de SIM possuem fortes recursos de segurança, como números PIN para acesso a serviços e técnicas de autenticação fortes para proteger a carteira móvel (p.ex. assinatura digital ou senha). A operadora também pode ativar ou desativar serviços se o telefone for perdido ou roubado e reativá-los apenas depois de fornecer um novo telefone. O SIM também segue normas internacionais de segurança e é resistente a violações. O NFC baseado em SIM reduz a necessidade de carregar dinheiro e cartões de plástico, aumentando a eficiência operacional e reduzindo custos. Em alguns casos, o SIM baseado em NFC também pode ajudar a reduzir fraudes, aumentar o número de clientes que podem ser atendidos de uma vez, ajudar a monitorar estoques e a criar serviços de valor adicionado como recebimento automático de cupons. Em alguns setores de economia, os serviços móveis de NFC podem facilitar a entrada de empresas de menor porte na prestação desses serviços, aumentando a competição, dando mais opções aos consumidores e reduzindo preços. Bibliografia Relatório da GSMA: Socio-Economic Benefits of SIM-Based NFC White Paper da GSMA: Mobile NFC in Retail White Paper da GSMA: Mobile NFC in Transport 12 Considerações sobre Políticas Públicas White Paper da GSMA: Mobile Wallet White Paper da GSMA: Mobile NFC for Air Travel Estudo de caso da GSMA: Mobile NFC in Korea 13 Iniciativas em Redes Móveis Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Identificação em Redes Móveis Introdução Metas do Programa da GSMA Para ser bem-sucedida, a economia digital requer autenticação segura e confiável dos usuários na internet (p.ex. cidadãos, empresas e outras entidades). Os usuários de serviços prestados via internet por bancos, redes sociais e comércio estão cada vez mais preocupados com sua privacidade e com a utilização de suas informações pessoais. Governos, indústria e ONGs estão criando novos parâmetros de identidade digital, que definirão normas regulatórias, técnicas e empresariais para diversas utilizações. Os novos sistemas cobrirão todos os tipos de interação digital, desde um simples login em um website a segurança de alto nível para serviços de e-governo como voto eletrônico e declarações fiscais. O programa de Identificação em redes móveis da GSMA vem ajudando a operadoras de redes móveis (ORM) a implementar serviços de gerenciamento de identidade digital interoperáveis com os de outras operadoras e prestadoras de serviços, permitindo que consumidores, empresas e governos interajam em um ambiente privado, confiável e seguro. A GSMA vem interagindo com outros participantes do ecossistema de redes móveis para saber mais sobre iniciativas de identidade digital já implementadas e criar as melhores práticas para que esses participantes conheçam os benefícios da identidade móvel. Os serviços de identidade permitirão ao consumidor controlar sua identidade digital ao criar transações digitais seguras e fáceis de usar. Por exemplo, o pagamento remoto com um simples PIN e utilizando o ambiente seguro SIM elimina a necessidade de revelar informações de cartão de crédito, dando mais segurança ao consumidor que realiza compras on-line. Considerações sobre Políticas Públicas Alguns governos já estão utilizando tecnologia móvel para prestar serviços de identificação digital em seus planos de informatização, mas o impacto econômico dessa iniciativa só será maximizado se as seguintes questões de políticas públicas forem abordadas: ■■ Identificar e avaliar barreiras e obstáculos jurídicos, regulatórios e de políticas que afetam o desenvolvimento de serviços de identidade móvel ■■ Alavancar as melhores práticas para promover transações e serviços de identificação móvel em grande escala ■■ Interagir com as ORM e com o ecossistema em geral para facilitar a interoperabilidade e a inovação Os governos devem criar um plano de identificação digital que reconheça a importância central dos serviços móveis no mundo digital. A indústria de redes móveis está comprometida em trabalhar junto a governos e outros participantes para tornar a economia digital confiável, segura e conveniente. As ORMs oferecem várias vantagens que podem ajudar os usuários a oferecer serviços de autenticação digital seguros baseados em recursos e procedimentos já estabelecidos. A utilização de SIM com sistemas de autenticação em tempo real, a experiência de suporte ao cliente, registros sólidos e outras políticas de detecção e redução de fraudes. Bibliografia Mobile Identity: A Point of View Paper from the GSMA Mobile Identity: A Regulatory Overview Mobile Signature in Turkey – A Case Study of Turkcell: MobilImza 14 15 Iniciativas em Redes Móveis Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Redes Móveis em Veículos Introdução Metas do Programa da GSMA A integração de comunicações móveis em veículos está mudando a relação das pessoas com o automóvel. Cada vez mais motoristas e passageiros conseguem obter informações sobre a viagem em tempo real (p.ex. engarrafamentos, condições meteorológicas, obras na pista, estacionamento), utilizar serviços de conveniência (p.ex. manutenção do veículo, reservas para eventos, e-mail por voz) e entretenimento a bordo (p.ex. rádio pela internet, redes sociais, jogos e vídeos para passageiros). As soluções de conectividade para carros já estão disponíveis em grande escala em várias partes de mundo. Cada vez mais serviços são oferecidos à medida em que surgem novas opções conectadas de navegação e entretenimento. A GSMA vem trabalhando junto a montadoras de automóveis, operadoras de redes móveis e o ecossistema como um todo para criar novas oportunidades de soluções e dispositivos automotivos conectados. Um importante foco do programa é incentivar as operadoras de redes móveis a desenvolver serviços de valor adicionado. As operadoras de redes móveis, que são tradicionais fornecedoras de conectividade para veículos, estão começando a atuar em outros pontos da cadeia de valor oferecendo suporte de conectividade estendido (p.ex. gerenciamento de aplicativos), novos recursos (p.ex. gestão de serviços, sistemas de faturamento e gestão de fraude) e serviços para setores como telemática, recuperação de desastres e hosting em centros de dados. Para levar essas inovações ao mercado em grande escala, as indústrias automotiva e de redes móveis precisam trabalhar juntar para garantir uma experiência de conexão escalável, segura, interoperável e intuitiva. 16 A principal plataforma para essas atividades é o Connected Car Forum (CCF), um grupo criado pela GSMA que acelerará o desenvolvimento e aceitação de serviços de telemática e entretenimento digital por meio de iniciativas como: ■■ ■■ Identificar novas oportunidades de monetização de serviços e dados oferecidos pelo ‘big data’ obtido de carros e dispositivos conectados Permitir cobrança e faturamento diferenciado para serviços prestados em veículos utilizando tecnologias embarcadas ■■ Gerenciar remotamente os perfis de operadores utilizando cartões SIM embarcados, criando conexões simples e escaláveis para veículos ■■ Promover um marco regulatório apropriado para operadoras de redes móveis e aproveitar todas as oportunidades oferecidas pela regulamentação ■■ Alinhar as tecnologias de conexão em todas as indústrias, como Wi-Fi Direct e comunicação NFC emergência automaticamente em caso de acidente grave na estrada. Mesmo que os passageiros não consigam falar, o eCall cria uma ligação de voz para o ponto de resposta de segurança pública (PSAP) mais próximo e envia uma mensagem de emergência com informações essenciais sobre o acidente. A legislação proposta visa ao desenvolvimento para veículos de passageiros a partir de 2015 até a aprovação do tipo. Considerações sobre Políticas Públicas A prestação de serviços em veículos está sujeita a diversas configurações regulatórias, como as relacionadas a roaming, privacidade, regulamentação do espectro, neutralidade da rede e responsabilidade civil de provedores de internet. O setor automotivo possui características únicas, e as políticas têm implicações diferentes que nos mercados de eletrônicos de consumo ou interações máquina-a-máquina (M2M), como, por exemplo, dispositivos com tempo de vida mais longo, transição de serviços M2M tradicionais para serviços embarcados mais orientados ao consumidor e necessidade de serviços que operem em nível regional ou global. Em algumas regiões, a adoção de soluções automotivas de redes móveis vem sendo incentivadas por políticas públicas que exigem o uso de tecnologias embarcadas. ■■ Na Europa, o eCall é um sistema de chamada de emergência embarcado para veículos que faz uma chamada de Bibliografia GSMA mAutomotive Relatório: Connected Car Forecast Next Five Years White paper: Split Charging and Revenue Management Capabilities for Connected Car Services White paper: Connecting Cars — Tethering Challenges ■■ Na Rússia, o ERA GLONASS tem objetivos semelhantes aos do eCall e se estende também a inspeções de seguro e transportes de cargas perigosas. As primeiras instalações em veículos comerciais estão previstas em lei para o final de 2014. ■■ No Brasil, o SIMRAV vem procurando reduzir os furtos e os prêmios de seguros de automóveis obrigando a instalação de sistemas rastreadores de veículos roubados. Os consumidores podem escolher serviços antirroubo oferecidos por diversos prestadores. A lei ordenou as primeiras instalações para o final de 2014. Relatório: Connecting Cars — the Technology Roadmap White paper: 2025 Every Car Connected White paper: Connected Cars — Business Model Innovation Interactive map: mAutomotive Deployment Tracker 17 Iniciativas em Redes Móveis Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Cidades Inteligentes Introdução O mundo está se urbanizando, e as cidades perceberam que precisam utilizar melhor a tecnologia de informação e comunicação (TIC) para permitir que milhões de pessoas vivam juntas em pequenas áreas geográficas. As cidades inteligentes utilizam inúmeros serviços de informação e comunicação, incluindo redes móveis, para melhorar a qualidade de vida da população conectando meios de transporte, instalando sensores em locais públicos, energia inteligente, conectividade móvel, pagamentos sem contato, disponibilizando serviços do governo em redes móveis e muito mais. A força de uma cidade inteligente reside em sua capacidade de mobilizar o ‘big data’, combinando informações obtidas por infraestrutura e identificando novas perspectivas para tornar a cidade mais eficiente. Embora haja muitas iniciativas de cidade inteligente ou cidade verde em andamento, a utilização de tecnologias móveis em cidades inteligentes ainda é relativamente nova. Mesmo assim, mais de 100 das 150 cidades inteligentes acompanhadas pela GSMA instalaram serviços (além de apps em smartphones) que utilizam redes móveis. As operadoras de redes móveis podem contribuir para cidades inteligentes em quatro aspectos: ■■ Gerenciamento de conectividade. Conexão da infraestrutura da cidade e de aparelhos individuais a servidores e bancos de dados centrais ■■ Agregação e análise de dados. Combinar dados de várias fontes para obter novas perspectivas ■■ Prestação de serviços. Levar informações em tempo real a pessoas e máquinas, permitindo que se adaptem e respondam a eventos dentro da cidade ■■ Interface com o cliente. Fornecer operações de suporte ao cliente, como call-centers e portais na web e mensagens para assinantes Metas do Programa da GSMA A GSMA vem trabalhando diretamente junto a dez cidades para promover testes e projetos em cidades inteligentes. Algumas dessas iniciativas incluem análises de custo e benefício de projetos. Esses estudos são essenciais para justificar investimentos de cidades, do setor privado e de instituições financeiras. Considerações sobre Políticas Públicas Projetos e estratégias de cidades inteligentes podem ajudar os administradores urbanos a atingir metas de grande escala, tornando a cidade mais eficiente e eficaz e promovendo o desenvolvimento urbano sustentável. As soluções móveis para cidades inteligentes podem ser aplicadas em quatro áreas principais: transportes (p.ex. bilhetagem, sistemas de transporte inteligentes e de informação de tráfego), meio ambiente e energia (p.ex. medição inteligente, prédios eficientes e carregamento de veículos elétricos), infraestrutura municipal (p.ex. gerenciamento de águas e resíduos e iluminação pública) e estímulo econômico (p.ex. desenvolvimento de grupos de apps móveis). Todas as estratégias para cidades inteligentes envolvem agregação, integração e utilização de dados. A coleta e o manejo de dados podem estar sujeitos a restrições regulatórias. Os projetos de cidades inteligentes devem incluir sistemas e práticas apropriadas para garantir a privacidade e a proteção das informações pessoais do cidadão. A GSMA também criou o Smart Cities Index para mostrar que as tecnologias móveis agregam valor à infraestrutura e aos serviços públicos, medir o impacto de projetos de cidade inteligente sobre serviços municipais, a economia em geral as e comunidades. Bibliografia Relatório da GSMA: Guide to Smart Cities: The Opportunity for Mobile Operators Smart City Resilience: Learning from Emergency Response and Coordination in Japan Artigo: Smart Home of the Future Estudo de caso: T-City Friedrichshafen, Alemanha 18 19 Iniciativas em Redes Móveis Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Saúde em Redes Móveis Introdução Os sistemas de saúde vêm sofrendo cada vez mais pressões devido a fatores como expectativas crescentes, envelhecimento populacional e, principalmente em países emergentes, os desafios de enfrentar ao mesmo tempo doenças infecciosas e a crescente incidência de doenças crônicas. As soluções móveis para a saúde ajudam os serviços de saúde a trabalharem melhor, com mais consistência e eficiência, facilitando o acesso a serviços de saúde e ajudando todos a cuidarem melhor da própria saúde. Em 2012, a IPSOS realizou uma pesquisa no Brasil, China, Índia e Estados Unidos e constatou elevado nível de confiança no potencial de soluções mHealth para a saúde. O estudo mostrou que 89% dos profissionais de saúde, 75% dos pacientes e 73% dos consumidores acreditam que as soluções mHealth podem contribuir significativamente para a saúde. Uso pelo consumidor (telessaúde) mHealth embutido Paciente Dispositivo Módulo de comunicação Clínico Considerações sobre Políticas Públicas Metas do Programa da GSMA A saúde em redes móveis deve ser sujeita a regulamentação e políticas claras para garantir a segurança, promover a confiança de pacientes e profissionais de saúde e criar um ambiente estável o bastante para que as operadoras possam inovar e introduzir novos produtos e serviços no mercado. O programa mHealth (saúde em redes móveis) da GSMA vem procurando acelerar o desenvolvimento de soluções de saúde em redes móveis fornecendo novos ‘insights’, levantando evidências e educando os participantes, promovendo a interação entre setores diferentes, introduzindo novos atores no mercado e criando estruturas comerciais. Dados Acesso remoto aos dados Rede Atendimento médico – Telemedicina Paciente Muitas propostas de sistemas móveis para a saúde vêm ganhando aceitação e vêm sendo adotadas mais amplamente. O mercado está se desenvolvendo, com rápido aumento do número de soluções capazes de oferecer novas modalidades de tratamento. Portanto, as políticas e ambientes regulatórios pertinentes à promoção e utilização de tais tecnologias vêm ganhando mais atenção. Dispositivos conectados Dispositivo médico Dispositivo móvel Intervenção Paciente As políticas devem cobrir os seguintes aspectos: ■■ Mais escolha para o paciente: Desenvolver políticas que promovam a autonomia dos usuários a fim de incentivar a adoção do mHealth. ■■ Reembolso: Criar esquemas de reembolso que favoreçam bons resultados em saúde e incentivem a inovação. Implementação: Criar programas governamentais que eliminem barreiras do mercado, criem evidências e promovam a implementação. A regulamentação deve cobrir os seguintes aspectos: ■■ Dispositivos médicos: Definir processos para aprovação de dispositivos médicos móveis. Em caso de dispositivos de alto risco, definir protocolos e princípios para projetos, introdução no mercado e rastreamento de produtos. ■■ Sistemas e interfaces: Promover a interoperabilidade e padrões que permitam escalabilidade e uma experiência tipo plug-and-play. ■■ Proteção de dados: Promover a confiança por meio de abordagens apropriadas de proteção de dados. Cuidador Prontuário eletrônico móvel Clínico Fonte: PA Consulting Group 20 O mHealth pode ser usado em diversas situações, de dispositivos médicos que colhem dados de pacientes a aplicativos que levam serviços e informações de saúde. Portanto, as regulamentações das duas áreas podem convergir em diversos pontos. ■■ Bibliografia Declaração de posição da GSMA: Medical Device Regulation Relatório: Policy and Regulation for Innovation in Mobile Health Relatório: Global Views on Potential of Mobile Health Solutions to Address Chronic Disease Challenges Vídeo da GSMA: Transforming Healthcare with Embedded Mobile Joint Statement of the Healthcare Coalition on Data Protection 21 Iniciativas em Redes Móveis Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Transações em Redes Móveis para quem não tem Conta Bancária Introdução Em países em desenvolvimento, 2,5 bilhões de pessoas não têm acesso à rede bancária e dependem de serviços financeiros informais, que geralmente são inseguros, inconvenientes e caros. Entretanto, 1,7 bilhão dessas pessoas tem um telefone celular que permite realizar transações. A tecnologia móvel pode levar serviços financeiros convenientes e baratos a quem tem pouco acesso ao sistema bancário. Os governos têm vários motivos para incentivar a inclusão digital financeira de seus cidadãos, como promover o crescimento econômico, oferecer conveniência e proteção aos consumidores e reduzir a vulnerabilidade do sistema financeiro ao diminuir os riscos associados à economia informal e ao uso disseminado de pagamentos em dinheiro. Com pagamentos móveis, o consumidor pode converter o papel-moeda em um saldo eletrônico (e-dinheiro) ou vice versa e usar pagamentos móveis para realizar transferências ou pagamentos. Bancos que utilizam uma estrutura tradicional de agências têm dificuldades em atender clientes de baixa renda, sobretudo em áreas rurais, mas as operadoras de redes móveis contam com grandes redes sem fio capazes de levar aos clientes uma rede de serviços de pagamentos móveis e serviços de conversão de dinheiro. Em países em desenvolvimento, as grandes operadoras geralmente têm 100 a 500 vezes mais pontos de venda de crédito que todas as agências bancárias juntas. Os pagamentos móveis já se mostraram uma solução viável e sustentável. Serviços como o M-Pesa da Safaricom, no Quênia, e outros serviços instalados por operadoras como MTN, Telenor e Tigo, continuam crescendo rapidamente e poderão atingir grande escala. Metas do Programa da GSMA O programa The GSMA Mobile Money for the Unbanked ajudará a expandir os serviços de pagamentos móveis identificando e compartilhando dados de referência, as melhores práticas em operações e abordagens para interoperabilidade, além de cultivar ambientes regulatórios positivos. Considerações sobre Políticas Públicas Criar uma rede eficiente de pagamentos móveis requer um ambiente regulatório que promova a inovação e reduza riscos de forma proporcional e custo-eficiente. O ambiente precisa ser aberto e justo, para que bancos e outros provedores de serviços possam oferecer serviços de pagamentos móveis. Os riscos associados a prestadores de serviços móveis que não pertencem ao sistema bancário podem ser reduzidos exigindo-se que os recursos que entram no sistema sejam conversíveis em dinheiro à vista. Em uma indústria tão nova, os prestadores de serviços e elaboradores de políticas devem trabalhar juntos para compreender os vários tipos de interoperabilidade, incluindo benefícios, custos e riscos. Os elaboradores de políticas devem promover o diálogo entre os prestadores para garantir que a interoperabilidade traga valor ao cliente, seja comecialmente viável e possa ser instalada no momento apropriado. Os riscos regulatórios devem ser identificados e reduzidos. A interoperabilidade não deve ser exigida. Os pagamentos móveis reduzem os riscos de lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, pois essas transações são mais fáceis de monitorar e rastrear que pagamentos em dinheiro. Os prestadores de serviços precisam ser capazes de terceirizar o registro de clientes e as operações de conversão em dinheiro para reduzir custos e expandir a oferta de serviços financeiros. Bibliografia GSMA: Mobile Money for the Unbanked GSMA: MMU Deployment Tracker GSMA: Mobile Money Regulatory Guide GSMA: Mobile Money: Enabling Regulatory Solutions GSMA: The Kenyan Journey to Digital Financial Inclusion GSMA: Enabling Mobile Money Policies in Sri Lanka – The Rise of eZ Cash 22 23 Iniciativas em Redes Móveis Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Educação em Redes Móveis Introdução Metas do Programa da GSMA Em muitos países, os educadores estão utilizando tecnologias móveis de apoio ao aprendizado, tanto em escolas e universidades como em escolas técnicas, educação continuada, treinamento profissional e nos mais diversos tipos de aprendizado estruturado. Esta prática pode ajudar a personalizar as avaliações, tornando-as mais convenientes e atrativas para os alunos, melhorando a frequência e os resultados. As instituições se beneficiam ao levar a educação de forma mais flexível, reduzir custos, melhorar a comunicação com os alunos e adaptar o ensino às habilidades, necessidades e preferências dos alunos. A iniciativa mEducation da GSMA visa a acelerar a adoção de soluções em educação móvel, especialmente dispositivos portáteis com acesso a redes móveis como e-readers e tablets, incluindo-os em atividades educacionais. Esta iniciativa global busca entender a situação, eliminar barreiras e criar novas oportunidades de colaboração para promover a implementação bem-sucedida de soluções comerciais em mercados emergentes. Embora os benefícios sejam bem conhecidos, alguns educadores e administradores ainda hesitam em usar tecnologias móveis para ensino e aprendizado. Muitas escolas ainda proíbem o uso de telefones celulares dentro da escola. Entretanto, vêm surgindo cada vez mais evidências e novos dados que indicam que instituições e professores podem reduzir riscos e maximizar os benefícios das tecnologias móveis em educação. Considerações sobre Políticas Públicas ■■ Privacidade. A GSMA e seus membros também se dedicam a questões de privacidade relacionadas ao uso de tecnologias móveis, identificar maneiras apropriadas para que os usuários dessas tecnologias possam tomar decisões bem informadas sobre suas informações e privacidade e garantir que os desenvolvedores e criadores de aplicativos móveis respeitem e protejam a privacidade dos usuários. ■■ Saúde. Os possíveis riscos à saúde relacionados a telefones e redes celulares foram amplamente estudados. A maioria dos governos e a Organização Mundial de Saúde concluíram que as orientações atuais sobre limites de exposição a campos eletromagnéticos são suficientes para proteger os usuários e que não são necessárias medidas específicas para crianças. Além de eficazes, as soluções educacionais baseadas em redes móveis podem promover o acesso à educação e melhorar os resultados do aprendizado. Os elaboradores de políticas para o setor devem concentrar-se em questões de segurança, privacidade e saúde. ■■ Segurança. Para educadores, pais e elaboradores de políticas, é importante garantir a segurança de crianças que utilizam serviços on-line oferecidos através de tecnologias de educação móvel. Manter a segurança das crianças requer a eliminação ou redução de vários riscos, como acesso a conteúdo e comunicações ilegal ou inapropriado, bullying via redes móveis ou despesas financeiras excessivas para os estudantes que utilizam os serviços móveis. A GSMA vem trabalhando ativamente junto a diversas organizações dedicadas a esses temas, como Teachtoday, the Family Online Safety Institute e a iniciativa Child Online Protection da UIT. Bibliografia Relatório GSMA e McKinsey: Transforming Learning Through mEducation Relatório da GSMA: Safeguarding, Security and Privacy in Mobile Education Estudo de caso: Red UnX, a Mobile Learning Community for Entrepreneurship in Latin America Estudo de caso: Mobile Education to Improve Spoken English UNESCO: ICT in Education 24 25 Iniciativas em Redes Móveis Iniciativas em Redes Móveis Agricultura em Redes Móveis Mulheres e Redes Móveis Introdução Metas do Programa da GSMA Introdução Mais de 2,3 bilhões de pessoas no mundo vivem na pobreza. A maioria delas ganha a vida em pequenas fazendas em países desenvolvidos. Em muitos desses países, programas de apoio rural instruem esses fazendeiros sobre técnicas de plantio, gestão de plantio e uso de pesticidas. Entretanto, em alguns países cada funcionário do programa precisa atender a até 4.000 fazendeiros. Isso torna os intervalos entre as visitas longos demais. Sem informações oportunas, os fazendeiros ficam sujeitos a fatores como o tempo, pragas e doenças, que podem destruir plantações, prejudicar rebanhos e perpetuar o ciclo de pobreza. O programa mAgri da GSMA vem trabalhando junto a operadores móveis, a comunidade de desenvolvimento e organizações agrícolas para facilitar a criação de serviços escaláveis, reproduzíveis e comercialmente viáveis de informação e consultoria em agricultura. A iniciativa inclui bolsas para prêmios de desafios, fornecimento de conteúdo agrícola digital por meio de um banco de dados on-line, assistência técnica, compartilhamento das melhores práticas e avaliações de impacto. Possuir telefones celulares traz vantagens especiais para mulheres, como melhor acesso a oportunidades educacionais, de saúde, negócios e emprego. Um estudo de 2010 contratado pela GSMA e pela Cherie Blair Foundation for Women entre mulheres em países de renda média e baixa em três continentes constatou que um telefone celular ajuda as mulheres a levar vidas mais seguras, conectadas e produtivas. Como a penetração de telefones celulares no mundo em desenvolvimento é maior que 70% e continua crescendo rapidamente, as tecnologias móveis criaram uma plataforma para eliminar a lacuna de informações e levar informações importantes a pequenos fazendeiros no momento oportuno, para que possam tomar decisões bem informadas e aumentar sua produtividade. Na Índia, por exemplo, serviços comerciais de consultoria móvel vêm sendo usados e aumentaram a produtividade e a renda de pequenos fazendeiros em até 50%. Desde que foi criado em 2009, o programa mAgri da GSMA apoiou dois projetos pilotos na Índia e no Quênia, que beneficiaram mais de 1,5 milhão de pacientes nesses dois países. O programa também forneceu bolsas para quatro operadoras sob a iniciativa mFarmer em parceria com a Fundação Bill e Melinda Gates e a USAID para desenvolver serviços de consultoria e informação agrícola que beneficiarão mais 2 milhões de fazendeiros. Bibliografia GSMA mAgri mFarmer Initiative Estudo de caso: Nokia Life Agriculture Service Infográfico: Agricultural Productivity Gap and the Opportunity for Mobile 26 Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Entretanto, continua havendo uma grande disparidade entre os gêneros. Em todos os países, as mulheres têm 21% menos chances de possuir um telefone celular que os homens. A proporção aumenta para 23% na África Subsaariana, 24% no Oriente Médio e 37% no Sul da Ásia. Os benefícios de se reduzir esta diferença são mais acentuados para mulheres mais pobres e em áreas rurais. Alguns dos motivos que as mulheres mencionam para não ter telefone celular são custo dos aparelhos e dos planos, não precisar de um telefone celular e medo de não conseguir dominar a tecnologia. Questões culturais como os papéis tradicionais de homens e mulheres também influenciam a aquisição de telefones celulares por mulheres e podem atrasar ou até impedir que uma mulher adquira um telefone celular. São necessárias estratégias que abordem essas questões para incentivar mais mulheres a terem telefones celulares. Metas do Programa da GSMA O GSMA mWomen Global Development Alliance é um programa desenvolvido em parceria pela USAID, AusAID, GSMA e Visa. Seus objetivos são incentivar a indústria de redes móveis a atender mulheres com pouco acesso a recursos, oferecendo serviços móveis que melhorem a qualidade de vida e ajudando a superar barreiras ao uso de telefones celulares por mulheres. Trabalhando em toda a indústria de redes móveis, organizações não governamentais (ONGs) e outros parceiros internacionais de desenvolvimento, o programa deseja obter mais conhecimentos e equipar as operadoras de redes móveis e seus parceiros para reduzir a diferença entre gêneros no setor de redes móveis. O GSMA mWomen vem atuando sobre tudo na África, Ásia Pacífico e Oriente Médio, regiões onde a diferença entre os gêneros é mais acentuada. Os eventos, achados, ferramentas e outros recursos do programa podem ser facilmente adaptados para outras regiões. Bibliografia GSMA mWomen Relatório: Women and Mobile — A Global Opportunity Relatório da GSMA: Striving and Surviving — Exploring the Lives of Women at the Base of the Pyramid GSMA mWomen Deployment Tracker 27 Iniciativas em Redes Móveis Iniciativas em Redes Móveis Resposta a Desastres Energia Ecologicamente Correta para Redes Móveis Introdução Metas do Programa da GSMA Introdução No Relatório Mundial de Desastres publicado em 2005 pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), o acesso à informação foi classificado como tendo a mesma importância que o acesso à água, habitação e medicamentos. Isso significa que as redes de serviços móveis são essenciais em iniciativas de resposta a desastres e destaca a excepcional resiliência desse serviço, que pode intermediar comunicações críticas entre agências humanitárias, as populações afetadas e a comunidade internacional. O poder das redes móveis ficou bem evidente após o terremoto no Haiti, em que inúmeras novas estratégias de coordenação e resposta foram desenvolvidas em torno de serviços móveis. As redes móveis serão cada vez mais importantes na resposta a desastres. À medida em que o ecossistema se torna mais complexo, será preciso entender melhor o que a indústria móvel pode fazer para proporcionar suporte. O GSMA Mobile for Development Disaster Response Programme vem trabalhando junto a operadoras de redes móveis para identificar maneiras melhores de preparar as redes e torná-las mais resistentes em caso de desastres, ajudando pessoas afetadas e organizações humanitárias após uma crise. Em regiões em desenvolvimento, as redes móveis enfrentam limites como falta de alcance da rede elétrica do país. Mesmo quando o acesso à eletricidade existe, o suprimento de energia nem sempre é confiável. Por isso, existem mais de 640.000 instalações de redes móveis sem conexão à rede elétrica e que são movidas por geradores a diesel. Em áreas remotas, estações a diesel são caras para operar e manter e possuem pegada de carbono mais elevada que as de estações conectadas. Através de pesquisas e engajamento com organizações do setor e instituições humanitárias, a GSMA vem trabalhando para definir e compartilhar as melhores práticas e criar um mecanismo de resposta robusto e coordenado para redes móveis. Bibliografia GSMA Disaster Response Relatório OCHA: Humanitarianism in the Network Age Estudo de caso nas Filipinas: Designing an Effective Disaster Preparedness and Response Programme Relatório da GSMA: Towards a Code of Conduct: Guidelines for the Use of SMS in Natural Disasters 28 Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Metas do Programa da GSMA Com apoio da International Finance Corporation, o GSMA Green Power for Mobile Programme vem procurando expandir a cobertura das redes de serviços móveis a locais onde a rede elétrica não alcança e, ao mesmo tempo, reduzir custos energéticos e minimizar o impacto ambiental. A GSMA ajuda as operadoras a adotar fontes de energia renovável como energia solar, biomassa, eólica, células de combustível ou biocombustíveis sustentáveis e sistemas de energia híbridos para fornecer energia a cerca de 118.000 estações de base sem conexão à rede elétrica em países em desenvolvimento. Se esta meta for atingida, o consumo anual de diesel será reduzido em cerca de 2,5 bilhões de litros e as emissões de carbono em até 6,8 milhões de toneladas por ano. Ao cobrir grupos de trabalho em toda a indústria, disseminar informações sobre o mercado e oferecer assistência técnica direta, o programa levou à adoção de fontes de energia ecologicamente corretas em mais de 40.000 locais já instalados ou em planejamento. A iniciativa é descrita em detalhes no Green Deployment Tracker. Bibliografia GSMA Green Power for Mobile GSMA GPM Bi-Annual Report, Julho 2013 GSMA Green Power Deployment Tracker 29 Iniciativas em Redes Móveis Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Eficiência Energética em Redes Móveis Introdução O relatório inclui os seguintes destaques: A eficiência energética é uma prioridade estratégica das operadoras de redes móveis do mundo inteiro. À medida em que se expandem, as redes móveis necessitam de mais energia, especialmente para a infraestrutura da rede. Ao mesmo tempo, as tecnologias de redes móveis são importantes para aumentar a eficiência energética em outros setores e na economia global como um todo, ■■ Em 2012, a GSMA publicou o Mobile’s Green Manifesto 2012, um documento que descreve o impacto positivo das iniciativas de redes móveis sobre o gerenciamento de energia e carbono e o progresso das redes móveis em aumentar a eficiência. As comunicações móveis têm potencial de reduzir emissões em pelo menos 900 milhões de toneladas de CO2e até 2020. Isso é cinco vezes mais que as emissões atuais da indústria e corresponde a 1,7% das emissões totais de gases do efeito estufa esperados até 2020 em um cenário em que as coisas continuam como estão. ■■ A análise de 34 redes móveis de todo o mundo mostrou que o consumo total de energia aumentou muito pouco entre 2009 e 2010, apesar de um aumento considerável das conexões móveis e do tráfego. ■■ Entre 2009 e 2010, o consumo total de energia por unidade de tráfego diminuiu em cerca de 20% e o consumo de energia por conexão diminuiu em 5%. ■■ Atualmente, são 26 milhões de conexões móveis entre máquinas no mundo, que estão reduzindo as emissões de gases do efeito estufa em cerca de 3 milhões de toneladas de CO2e por ano. Metas do Programa GSMA O programa Mobile Energy Efficiency (MEE) da GSMA oferece dois serviços aos operadores de redes móveis: MEE Benchmarking e MEE Optimisation. O MEE Benchmarking é uma ferramenta de gestão que ajuda as ORM a medir e monitorar a eficiência relativa de suas redes de acesso por rádio, identificando redes de baixo desempenho e quantificando os possíveis ganhos de eficiência que podem ser obtidos, que geralmente correspondem a 10% a 25% do portfólio de um operador de redes móveis. O MEE Optimisation é um serviço de acompanhamento que desenvolve planos de ação para operadoras de redes móveis par reduzir custos de energia e emissões de gases do efeito estufa em redes com baixo desempenho. O serviço identifica medidas específicas de economia de energia e avalia a necessidade empresarial. Bibliografia GSMA Mobile Energy Efficiency Mobile’s Green Manifesto 2012 Relatório da GSMA: Mobile Energy Efficiency — An Overview GSMA Mobile Energy Efficiency Case Studies 30 31 Ambiente Empresarial Cabe aos governos criar um ambiente empresarial em que a indústria de redes móveis possa avançar e inovar para o bem de todos. Uma regulação leve e flexível é essencial, pois o mercado é o melhor meio de orientar a evolução do setor e políticas rígidas não conseguem acompanhar o avanço das tecnologias e serviços móveis ou as demandas do consumidor. A indústria de redes móveis está em uma fase crítica, pois os consumidores estão migrando de serviços tradicionais e confiando cada vez mais em comunicação de dados por banda larga. Portanto, os modelos de negócios precisam evoluir. A Cisco estima que a transmissão de dados em redes móveis aumentará 78% por ano entre 2011 e 2016, e que o tráfego médio por usuário aumentará de 92 para 1200 megabytes por mês neste período. Estima-se que será necessário investir centenas de bilhões de dólares para atender a esta demanda e que o retorno sobre este investimento é incerto. Arthur D. Little1 observou que os investimentos das operadoras de rede foram responsáveis por 70% do total investido no setor em 2006 e 2011, mas o fluxo de caixa livre total no mesmo período caiu de 57% para 48%, valor que corresponde a menos da metade do total para o setor. O aumento do risco relacionado a investimentos em infraestrutura sustentável foi destacado em uma pesquisa realizada pelo Credit Suisse2 entre 65 investidores em telecomunicações. Mais de 90% dos entrevistados afirmaram que a regulamentação atual das telecomunicações na Europa desincentiva o investimento e que os mercados de redes móveis devem se consolidar deixando apenas três participantes. Entender a indústria é importante tanto para o setor de redes móveis e seus bilhões de clientes como para o setor digital como um todo. Em um artigo recente, Tim Cowen e Annabelle Gawer constataram que as políticas regulatórias e de concorrência inibem a inovação e a prestação de serviços digitais ao nível de acesso à rede, onde limites regulatórios restringem os incentivos das operadoras de rede à inovação. Os autores afirmam que os modelos de negócios com operadoras de redes precisam evoluir para alinhar incentivos ao investimento e expectativas de lucro, mas isso requer que a regulação passe de um modelo baseado 1 2 32 em serviço público para outro voltado para inovação. Os elaboradores de políticas e players da indústria precisam colaborar para definir um novo modelo para a era digital. Um ambiente empresarial eficaz produzirá benefícios significativos e tangíveis. Pesquisas recentes da GSMA, Cisco e Deloitte mostraram causalidades que indicam que dobrar o consumo de dados aumenta o PIB em 0,5%. Garantir incentivos apropriados ao investimento e à inovação pode promover os benefícios econômico-sociais para o investimento e inovação na indústria, seja no Vale do Rift, no Vale do Silício ou no Vale do Yangtzé. Arthur D Little, “TIME Value Growth Tracker 2012,” Novembro 2012 Justin Funnell and Christopher Wright, Credit Suisse, “EU Telecoms Regulation,” 8 de fevereiro de 2012 33 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Localização e Segurança de Estações Base Introdução Debate Posição da Indústria Os serviços móveis são um importante recurso para o desenvolvimento econômico-social. A maioria dos países considera importante adotar políticas que promovam amplo acesso à telefonia móvel. Muitas operadoras de redes móveis estão sujeitas a obrigações de instalar dispositivos em áreas específicas para garantir ampla cobertura em todo o país. Que procedimentos os governos devem adotar para planejar permissões e evitar atrasos desnecessários na instalação de infraestrutura? Governos que facilitam o investimento em redes móveis e eliminam barreiras ao desenvolvimento da estrutura da rede agilizam a prestação de serviços de redes móveis a seus cidadãos. As normas internacionais são as bases mais apropriadas para abordar questões relacionadas à EMF. Para manter cobertura contínua em áreas urbanas densas e em grandes áreas rurais, as operadoras precisam construir e gerenciar diversas estações de base transmissoras e receptoras de rádio, como antenas isoladas, antenas em telhados e pequenas células, que levam serviços de voz e dados aos clientes em cada região. Os limites de exposição a EMF devem ser especificados nas licenças de operadoras de redes móveis? Que referências os governos devem empregar para definir limites seguros de exposição à EMF? Como se pode equilibrar os objetivos de conectividade móvel do país com as decisões tomadas nas cidades? A autorização para instalar estações de base é sujeita a diversas exigências e condições, como limites de exposição a campos eletromagnéticos (EMF). As necessidades podem ser definidas em vários níveis de governo, embora a autoridade local (p.ex. o município) geralmente seja o principal ponto de referência. Em alguns países, esse processo leva a atrasos significativos e flutuações de custos. Segundo estimativas da UIT, em meados de 2011 a cobertura de redes 3G havia chegado a 80% da população em países desenvolvidos e permanecia em menos de 40% em países em desenvolvimento. Esta diferença se explica até certo ponto pela demora no licenciamento do espectro, que retardou investimentos na rede em vários países em desenvolvimento. 34 — União Internacional de Telecomunicações, ‘Measuring the Information Society 2012’ Ao definir processos explícitos de planejamento e aprovação de estações bases de redes móveis, os governos podem evitar atrasos na instalação da rede. Apoiamos o uso de mecanismos que reduzam atrasos devido a entraves burocráticos, incluindo isenções para instalações de p equeno porte, localização conjunta ou determinadas atualizações, procedimentos de licenciamento unificados e aprovação tácita. As diretrizes para exposição a estações base devem ser alinhadas com as normas internacionais recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection (ICNIRP). As normas internacionais devem ser observadas, pois baseiamse em sólidas evidências científicas e opiniões de especialistas. Deve-se evitar impor mais restrições relacionadas ao impacto ambiental. Os custos da infraestrutura impõem grandes dificuldades à entrada do setor privado. Se as políticas forem de curto prazo e os impostos e tarifas forem incompatíveis com a dinâmica do mercado, as operadoras podem não ter os meios ou a disposição de estender novas tecnologias a áreas rurais. Políticas como essas retardarão a chegada de benefícios socioeconômicos de longo prazo aos cidadãos. Bibliografia Relatório da RGSMA: Base Station Planning Permission in Europe International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection (ICNIRP) Organização Mundial de Saúde: Electromagnetic Fields Federal Communications Commission (EUA): Radio Frequency Safety Infográfico GSMA: Mobile Networks for a Better-Connected World European Commission proposal for a regulation on measures to reduce the cost of deploying high-speed electronic communications networks 35 Ambiente Empresarial Localização e Segurança de Estações Base Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Fatos e Números Análise Global dos Limites de Exposição a Redes Móveis A Organização Mundial de Saúde (OMS) apoia as diretrizes da Internacional Commission for Non-Ionizing Radiation Protection (ICNIRP) e incentiva os países a adotá-las. Embora muitos países tenham adotado essas recomendações, alguns optaram por outros limites ou adotaram outras medidas sobre o posicionamento de estações base. O mapa mostra os limites de exposição a radiofrequência (RF) adotados em vários países para antenas de comunicação de redes móveis. A maioria dos países segue as diretrizes de 1998 da ICNIRP ou as da Federal Communications Commission dos EUA. Em alguns casos (p.ex. China e Rússia), limites adotados anteriormente não foram atualizados de acordo com conhecimentos mais atualizados; em outros, os limites de RF pertinentes a redes móveis podem ter sido reduzidos arbitrariamente para responder a demandas do público. LIMITE EFETIVO DE RF ICNIRP 1998 FCC OUTRO NENHUM DESCONHECIDO 36 37 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Concorrência Introdução Nenhuma tecnologia foi adotada pelos consumidores tão rapidamente como o telefone celular. O sucesso do telefone celular pode ser atribuído a vários fatores, como avanços rápidos da tecnologia, inovações no projeto de produtos e serviços e forte demanda latente de bilhões de pessoas que nunca haviam usado um telefone. Alguns desses fatores foram gerados por inovações no projeto das redes e tecnologias, que por sua vez foram geradas por uma ampla política de competição na indústria. Agora, a inovação estendeu-se ao próprio aparelho e aos aplicativos móveis. A causa dessa mudança foi a internet, e a rede móvel é efetivamente parte da internet. Logo no início do processo de concessão de licenças, a maioria dos países procurou autorizar pelo menos duas empresas para garantir que houvesse concorrência. Desde então, novas faixas para serviços móveis foram identificadas e atribuídas e novos concorrentes entraram no ramo de infraestrutura, acirrando a concorrência. Debate Qual o nível de competição em infraestrutura ideal para cada mercado? O que os governos podem fazer para promover a competição sem inibir a inovação? A competição na indústria de redes móveis ocorre sobretudo nas áreas de acesso e serviços. A competição pelo acesso baseia-se sobretudo na infraestrutura, e a competição por serviços ocorre sobretudo entre empresas de telecomunicações tradicionais que já detêm a tecnologia; entretanto, o crescimento de redes móveis digitais baseadas em IP trouxe novos concorrentes com foco em aplicativos e software para os usuários. A competição produziu efeitos salutares no mercado de telefonia celular de voz. Espero que a concorrência agora dissemine o acesso de banda larga, trazendo ainda mais prosperidade, especialmente em regiões sem redes fixas. 38 — Martin Cave, Imperial College Business School Posição da Indústria Os governos devem facilitar a competição no setor de redes móveis em vez de promover regulação excessiva. O excesso de regulação pode inibir a inovação, elevar custos, reduzir investimentos e prejudicar os clientes devido à alocação ineficiente de recursos, em especial do espectro. Em princípio, os mercados de redes móveis devem ser mantidos abertos à entrada de novos concorrentes, por meio de, por exemplo, licenciamento de espectro. Os governos não devem discriminar nem a favor nem contra novos entrantes, mas criar as mesmas condições para todos. A influência sobre o mercado, que geralmente é causada pelo sucesso comercial, só é prejudicial quando sujeita a abuso. A legislação sobre a concorrência deve evitar que um agente dominante no mercado prejudique os clientes. Em vez de interpor barreiras à consolidação do mercado, os governos devem permitir que estruturas de mercado sustentáveis evoluam naturalmente. Qualquer que seja o marco institucional, é preciso escolher entre intervenção ex ante e ex post como principal medida regulatória. Por se tratar de um setor de capital intensivo, as operadoras precisam investir em grande escala para obter rentabilidade e oferecer preços acessíveis ao usuário final. Conceder faixas de frequência a entidades sem recursos para instalar ou investir pesadamente em infraestrutura pode não promover a concorrência. Bibliografia Relatório: Competition and the Mobile Sector in Developed and Developing Countries Relatório: Mobile Broadband, Competition and Spectrum Caps Relatório: Licensing to Support the Broadband Revolution 39 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Concorrência Estudo de Caso Comparação do setor de redes móveis na UE e nos EUA Existe amplo consenso de que o mercado de redes móveis da União Européia vem apresentando desempenho inferior ao de outros países avançados, incluindo os Estados Unidos. A UE está demorando mais a desenvolver infraestruturas de comunicação sem fio de próxima geração e os serviços avançados que elas permitem, piorando a situação dos consumidores no continente. O mercado dos EUA vem superando o mercado da UE: ■■ ■■ ■■ Os consumidores na UE pagam menos por mês que nos EUA por serviços de redes móveis, mas os americanos usam cinco vezes mais minutos de voz e duas vezes mais dados. Nos EUA, a expansão dos investimentos vem tornando as conexão de dados mais rápidas. As velocidades já são 75% maiores que a média da UE e a diferença deve continuar aumentando. Os EUA vêm instalando a tecnologia LTE muito mais rapidamente que a UE. Ao final de 2013, 19% das conexões nos EUA estarão em redes LTE, contra menos de 2% na UE. Uma das causas é a estrutura relativamente ineficiente dos mercados de redes móveis na UE: ■■ ■■ ■■ A fragmentação do mercado impede as operadoras na UE de obterem economias de escala e escopo. Nos EUA, cada uma das duas maiores operadoras é maior que as três maiores operadoras da UE juntas. A fragmentação do mercado limita as escolhas dos consumidores e explica em parte por que a Apple não tornou o iPhone 5 compatível com algumas redes móveis europeias. Uma consolidação eficiente criaria incentivos para investimentos, facilitaria a criação de um ecossistema de redes móveis mais integrado e melhoraria o serviço ao consumidor. O mercado de serviços de redes móveis é extremamente dinâmico. Embora o desempenho do mercado da UE esteja abaixo do potencial, reformas bem conduzidas de políticas poderiam melhorá-la rapidamente, criando benefícios significativos para clientes na região e promovendo o crescimento econômico. Velocidades médias de conexões de dados KBPS 16.000 14.399 14.000 12.000 10.000 8.000 7.013 6.000 4.760 4.000 2.000 0 40 3.036 2.622 1.492 551 316 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Fonte: Cisco VNI Mobile Forecast (2013) Europa Média da UE Estados Unidos Receita mensal por assinatura Média DE 2012, Q1 a Q4 Lituânia Romênia Bulgária Polônia Látvia Estônia Alemanha Hungria Portugal Grécia Chipre Média da UE Eslováquia Malta Itália Espanha República Tcheca Eslovênia Reino Unido Áustria Bélgica Países Baixos Dinamarca França Finlândia Irlanda Suécia Luxemburgo Estados Unidos $38 $69 0 Fonte: GSMA, ‘Mobile Wireless Performance in the EU and the US’, Maio 2013 América do Norte Europa Ocidental Europa Central e Oriental Ásia Pacífico Por região, 2012 e projeções para 2013 a 2017 20 40 60 80 Fonte: Inteligência da GSMA 41 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Meio-Ambiente e Mudanças Climáticas Introdução Debate Posição da Indústria À medida em que se expandem, as redes móveis necessitam de mais energia, especialmente para a infraestrutura da rede. A indústria móvel é responsável por uma pequena parte (cerca de 0,5%) da emissões globais de gases do efeito estufa (GEE), mas a energia é uma despesa significativa para operadoras móveis, sobretudo em mercados emergentes. Além do foco contínuo da indústria de redes móveis em reduzir suas próprias emissões, o setor TIC também deve buscar promover a redução das emissões em outros setores? A indústria de redes móveis reconhece que precisa participar da redução da emissão de gases de efeito estufa, mas acredita que os governos devem incentivar sistemas de comunicação máquina a máquina (M2M) nos setores onde existe mais potencial de reduzir as emissões. Uma análise de 65 redes móveis mostrou que o consumo total de energia aumentou apenas 4% entre 2010 e 2011, apesar de um aumento considerável das conexões móveis e do tráfego. O consumo total de energia por unidade de tráfego diminuiu em cerca de 30% e o consumo de energia por conexão caiu 3%. Qual o papel do governo em utilizar tecnologias móveis para reduzir as emissões geradas pelos serviços públicos (p.ex. promovendo soluções ecologicamente corretas baseadas em TIC)? A contabilidade de carbono obrigatória produz benefícios suficientes se não houver uma metodologia comum e aceita por todos? A indústria móvel tem como meta reduzir suas emissões de GEE por conexão em 40% entre 2009 e 2020. A União Europeia vem mostrando especial interesse em incentivar o setor TIC a adotar uma contabilidade de carbono detalhada para ajudar a UE a atingir suas metas de redução de emissão de GEE. Par criar uma economia mais verde e mais sustentável, é preciso passar da infraestrutura física do século XX, que requer grandes quantidades de recursos, para uma infraestrutura baseada em informação, pronta para o século XXI. A tecnologia de banda larga possui enorme potencial para ajudar o mundo na transição para uma economia de baixo carbono e resolver desafios relacionados a mudanças climáticas. 42 — The Broadband Commission for Digital Development, Abril 2012 Segundo pesquisas, as redes móveis podem contribuir para reduzir a emissão de GEE em outros setores, como transportes, construção civil e energia elétrica, em níveis quatro a cinco vezes superiores à pegada de carbono da tecnologia adotada. A economia origina-se sobretudo da rede inteligente, aplicativos de medição inteligente, transporte e logística aperfeiçoados. A indústria de redes móveis vem adotando medidas para aumentar a eficiência energética de suas redes e reduzir as emissões. Como as operadoras de redes móveis gastam cerca de US$15 bilhões por ano em energia, a eficiência energética e a redução de emissões são prioridades estratégicas para essas empresas. participam desse serviço. Em conjunto, elas operam mais de 200 redes e atendem a mais de metade dos assinantes de redes móveis do mundo. O serviço Mobile Energy Efficiency Optimisation da GSMA utiliza os resultados de benchmarking em conjunto com auditorias locais e testes de equipamentos para analisar os custos e benefícios de medidas energéticas e de redução de energia, além de implementar as melhores soluções. A GSMA vem colaborando com a Comissão Europeia e com a União Internacional de Telecomunicações (UIT) em iniciativas de padronização, incluindo metodologias de avaliação de impacto ambiental. A metodologia Mobile Energy Efficiency foi adotada na recomendação de impacto ambiental da UIT para redes e serviços de TIC. O programa Green Power for Mobile é uma iniciativa conjunta da GSMA e da International Finance Corporation (IFC), um membro do Grupo do Banco Mundial que promove o uso de energias renováveis como a solar e a eólica em torres de redes móveis em áreas rurais afastadas. O serviço Mobile Energy Efficiency Benchmarking da GSMA permite que operadoras de rede avaliem a eficiência energética relativa de suas redes. Atualmente, 35 operadoras de redes móveis Bibliografia Mobile Energy Efficiency on GSMA.com Mobile’s Green Manifesto 2009 and 2012 update GSMA Green Power for Mobile GeSI Smart2020 analysis Broadband Commission: Leveraging Broadband for Sustainable Development Broadband Commission: Linking ICT with Climate Action ITU-T and Climate Change 43 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Meio-Ambiente e Mudanças Climáticas Melhores Práticas Estudo de Caso Eficiência Energética em Redes Móveis Otimização da rede da Telefónica na Alemanha À medida em que continuam a se expandir, as redes móveis necessitam de mais energia, especialmente para a infraestrutura da rede. Para ajudar as operadoras a reduzir seus custos de energia e emissões de gases do efeito estufa, a GSMA oferece dois serviços: o Benchmarking Mobile Energy Efficiency (MEE) e o MEE Optimisation. Em 2011, a rede Nokia-Siemens Network (NSN) da Telefónica e a GSMA criaram um projeto-piloto de otimização de MEE na Alemanha. O trabalho incluiu a reunião de vários especialistas em energia das três organizações e 20 instalações de rede significativas, obtenção e análise dos dados necessários, visitas a algumas instalações, avaliação das informações e relatório dos resultados. ■■ O MEE Benchmarking é uma ferramenta de gestão que ajuda as ORM a medir e monitorar a eficiência relativa de suas redes de acesso por rádio, identificando redes de baixo desempenho e quantificando os possíveis ganhos de eficiência. ■■ O MEE Optimisation é um serviço de acompanhamento que utiliza auditorias locais e estudos de equipamentos para analisar os custos e benefícios de medidas específicas para reduzir o consumo de energia e implementar as melhores soluções. ■■ Atualmente, 35 operadoras de redes móveis participam desse serviço. Em conjunto, elas operam mais de 200 redes e atendem a mais de metade dos assinantes de redes móveis do mundo. O projeto produziu resultados significativos, identificou possibilidades de economizar €2 milhões por ano e recuperação do investimento inicial após 9 a 30 meses. As economias identificadas complementavam medidas que já haviam sido implementadas, como emprego de refrigeração por ar em mais pontos da rede. Alemanha TELEFÓNICA REDE NOKIA-SIEMENS GSMA Medidas de Otimização Atualização com uso de retificadores mais eficientes Instalar refrigeração por ar circulante nas torres de celular Instalar recursos de software que poupam energia Instalar medidores inteligentes Reduzir o consumo de diesel 44 Projeto piloto MEE Optimisation Economia anual de €2 milhões 45 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Liberalização de Gateways Introdução Os gateways internacionais (IGWs) são instalações pelas quais o tráfego de telecomunicações internacionais entre ou sai do país. Na maioria dos países desenvolvidos, os mercados de telecomunicações internacionais são plenamente competitivos, mas muitos países na ÁsiaPacífico, Oriente Médio, África e América Latina ainda não liberalizaram seus IGWs, e isso vem mantendo a oferta e os preços em níveis de monopólio. Em mercados emergentes, empresas operadoras de linhas fixas receberam monopólios sobre os IGWs. A premissa era de que o país poderia gerenciar suas próprias tarifas internacionais e, com isso, ajudar a empresa a financiar a instalação de uma rede em nível nacional. Infelizmente, alguns países introduziram um novo imposto de telecomunicações que incide sobre a chegada de tráfego internacional, que promove tributação dupla das ligações que chegam. O monopólio de gateways internacionais também tende a elevar os preços de serviços de roaming internacional. Debate Qual a melhor estrutura de gateways internacionais para países e cidadãos: a monopolista ou a liberalizada? Entretanto, mudanças na tecnologia e novos serviços baseados em VoIP permitiram contornar esses gateways, aumentando significativamente a concorrência e ajudando a reduzir preços internacionais. As evidências mostram que a liberalização promove o investimento e que a perda de receitas em investimentos estrangeiros n ão ocorre… Combinado com os benefícios econômicos ao país e ao governo, a liberalização dos gateways internacionais (IGW) uma opção regulatória melhor que o monopólio. 46 — GSMA Research report on the Benefits of Gateway Liberalisation, 2007 Posição da Indústria A competição por serviços de gateway internacional deve ser incentivada, pois reduz custos para o consumidor, aumenta a largura de faixa disponível internacionalmente e melhora a qualidade de serviço para as operadoras. A liberação de IGW produz benefícios macroeconômicos ao reduzir os custos dos negócios e facilitar o comércio, atrair investimentos e aumentar a conectividade da economia global. Para participar plenamente do mundo globalizado, os países em desenvolvimento devem liberalizar seus gateways internacionais, estimulando a concorrência e investimentos privados. Para os governos, a manutenção de monopólios de gateways internacionais cria significativos custos regulatórios e de fiscalização para evitar operação ilegal e redução da receita tributária que poderia ser gerada pela prestação de serviços dentro da lei. Os países que estão tentando manter monopólios de IGW estão remando contra a maré, pois até 60% do tráfego ocorre por vias ilegais que contornam o sistema. Embora reduzam os preços para os clientes, essas conexões oferecem serviço de pior qualidade, além do risco de interrupção se serviços locais baseados em tecnologias ilegais forem desligados. Bibliografia Relatório da GSMA: Gateway Liberalisation: Stimulating Economic Growth Relatório da GSMA: Mobile Taxation: Surcharges on International Incoming Traffic 47 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Liberalização de Gateways Aprofundando Percepções que Retardam a Liberalização de Gateways Os governos podem demorar em liberalizar a liberalização de IGW por três motivos: 1. Se a operadora instalada for estatal, o governo pode ser motivado pelos lucros que recebe das atividades internacionais da operadora e, por isso, teme que a liberalização reduza os preços, diminuindo a receita tributária e os lucros distribuídos. 2.O monopólio IGW muitas vezes é visto como uma forma de economizar divisas cambiais, pois muitos países desenvolvidos sofrem de enormes desequilíbrios entre minutos que entram (poucos) e que saem (muitos). Com isso, temem que a liberalização reduza os preços, levando as pessoas a telefonarem mais para outros países. Portanto, uma porção maior do tráfego passará para operadoras estrangeiras e será necessário despender mais reservas cambiais para pagar pela terminação de ligações para fora do país. 3.Alguns defendem que as receitas internacionais são uma fonte de renda importante e que os recursos podem ser utilizados para subsidiar outros segmentos do mercado em países em desenvolvimento. Segundo esse argumento, a receita obtida com ligações que chegam do exterior pode ser utilizada para subsidiar investimentos em infraestrutura de redes ou investir em novos serviços, essas receitas precisam ser protegidas e devem continuar sendo recebidas apenas pela operadora que detém o monopólio sobre o IGW. Na prática, a capacidade dos governos e de monopólios de IGW de manter ou proteger tarifas internacionais artificialmente elevadas vem sendo solapada por operadoras ilegais que contornam o sistema. Tecnologias de baixo custo como VoIP e VSAT dificultam a prevenção e a detecção de conexões de grande porte para o exterior. Monopólios geralmente são uma forma altamente ineficiente de atingir objetivos de políticas e promover o desenvolvimento. Em mercados onde o IGW foi liberalizado, as evidências indicam que os supostos ganhos obtidos com monopólios IGW provavelmente são superados pelo custo mais elevado e qualidade inferior dos serviços internacionais. Situação dos gateways internacionais por região Liberalizado Parcialmente liberalizado* Não liberalizado Desconhecido Número de países 56 31 70 33 África 10 13 23 6 Américas 8 5 13 10 Ásia 12 19 18 7 Europa 24 3 6 10 Oceania 2 1 10 – * A liberalização parcial significa que um país possui mais de um operador de IGW autorizado, mas que ainda existem leis, regulamentos ou políticas restringindo o número de licenças. Isto significa que países com liberalização parcial continuam sujeitos a condições de oligopólio. Fonte: GSMA, ‘Gateway Liberalisation — Stimulating Economic Growth’, 2007 48 49 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Compartilhamento de Infraestrutura Introdução Debate Posição da Indústria Em muitos países, esquemas de compartilhamento de infraestrutura permitem que várias operadoras usem postes, edificações e até antenas para evitar duplicação da infraestrutura. O compartilhamento de infraestrutura pode incentivar a concorrência, reduzir a pegada de carbono das redes e diminuir os custos das operadoras. Os reguladores devem supervisionar, autorizar ou gerenciar acordos de compartilhamento de infraestrutura? Os governos devem manter ambientes regulatórios que permitam às operadoras compartilhar voluntariamente suas infraestrutura. O compartilhamento de infraestrutura pode aumentar a capacidade em áreas congestionadas onde há pouco espaço para instalações e torres, além de facilitar a expansão da cobertura em regiões com atendimento deficiente. Assim como negócios de comércio de espectro, o compartilhamento de infraestrutura de redes móveis geralmente envolve cooperação voluntária entre operadoras autorizadas com base em necessidades comerciais. O que os governos devem fazer para desenvolver e gerenciar os principais elementos da infraestrutura? Embora o compartilhamento de infraestrutura possa ser vantajoso para as operadoras de redes móveis, a instalação de redes ainda é um elemento importante para se obter vantagens competitivas em mercados de redes móveis. O compartilhamento deve ser acertado em negociações comerciais, sem ser imposto nem sujeito a restrições regulatórias ou tarifas. Em alguns casos, o compartilhamento de instalações aumenta a concorrência ao dar às operadoras acesso às instalações de que precisam para competir em qualidade do serviço. Os acordos de compartilhamento de infraestrutura devem ser regidos pela legislação civil e, portanto, sujeitos às leis de defesa da concorrência. O acesso a troncos pertencentes ao governo deve ser disponibilizado em termos comerciais e não discriminatórios, mediante pagamento de preços de mercado. Os governos devem manter estruturas regulatórias que facilitem contratos de compartilhamento de infraestrutura, incluindo compartilhamento ativo e passivo dos vários componentes de cada rede. Bibliografia Relatório da GSMA: Mobile Infrastructure Sharing ITU News: Mobile Infrastructure Sharing Article: Indus Towers — The India Way of Business 50 51 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Compartilhamento de Infraestrutura Estudo de Caso Compartilhamento de Torres por Toda a Índia Benefícios do compartilhamento de infraestrutura entre operadores de redes móveis Em 2007, surgiu uma parceria improvável entre três das principais operadoras de telefonia móvel da Índia. Embora houvesse forte competição no setor, a Bharti, a Vodafone e a Aditya Birla Telecom criaram a Indus Towers, uma joint-venture para gerir coletivamente uma estrutura de torres compartilhada. Seis anos depois, com um portfólio de mais de 110.000 torres, a Indus é a maior operadora independente de torres do mundo. A Indus foi criada inicialmente para que as operadoras participantes pudessem cortar custos, mas o modelo de negócios se expandiu e a empresa passou a alugar espaço para outras operadoras, que obtêm redução das despesas de capital, instalação de redes mais rápida, eficiência operacional devido à capacitação e adoção de melhores práticas pela Indus e a possibilidade de investir recursos em serviços novos e com potencial de geração de receita. Hoje a Indus possui mais de 200.000 usuários de suas torres. Menos Investimento de Capital Chegada mais Rápida ao Mercado Índia A Índia possui três operadoras que lideram o setor de telefonia celular Eficiências Operacionais BHARTI VODAFONE ADITYA BIRLA TELECOM Indus Towers 200.000 usuários de torres 52 Maximização de Receitas 53 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Direitos de Propriedade Intelectual e Direitos Autorais Introdução A emergência da internet como um local em que as pessoas fazem compras, compartilham e adquirem conteúdo criou desafios para os elaboradores de políticas e stakeholders do mercado, como o combate à pirataria, incentivos à demanda de produtos legais, reformas do licenciamento de conteúdo e definição clara dos direitos do consumidor. As indústrias criativas, sociedades de arrecadação e artistas dependem do direito autoral para receber por trabalhos audiovisuais. No debate sobre a pirataria, existe a possibilidade de as operadoras móveis serem responsabilizadas por qualquer conteúdo transmitido por suas redes, obrigadas a assumir custosas obrigações de monitoramento ou a revelar informações sem ordem judicial. Casos envolvendo direitos autorais podem levar a disputas judiciais, e os provedores de acesso a internet geralmente retiram o conteúdo em questão ao receber uma ordem judicial. Em países com leis ou protocolos de resposta progressiva (p.ex. a lei HADOPI na França), os provedores são obrigados e enviar uma série de notificações aos clientes que violam direitos autorais. Inicialmente, o usuário é informado de que está violando o direito autoral. Se a violação persistir, são tomadas outras medidas como, por exemplo, suspensão temporária da conta do cliente. Na União Europeia, o debate sobre pirataria vem ganhando momento. Vários estados membros da UE exigem que os provedores de internet cooperem com os detentores dos direitos no combate à pirataria. A maioria dos estadosmembros introduziu taxas de copyright sobre dispositivos como aparelhos de MP3 e telefones celulares que podem ser usados para copiar e compartilhar conteúdos protegidos. A Comissão Europeia adotou uma proposta de diretiva sobre gestão coletiva de direitos e licenciamento de obras musicais para uso on-line em vários territórios a partir de julho de 2012. O assunto ainda é controverso. Os detentores dos direitos querem leis rigorosas e ajuda dos provedores de internet e empresas de telefonia na luta contra a pirataria. As organizações da sociedade civil defendem os direitos básicos do consumidor, como liberdade de expressão e acesso à internet, e se opõem a medidas de combate à pirataria. As entidades que recebem direitos são contra reformas das políticas de concessão e querem licenciamento em nível nacional. Debate As operadoras de redes móveis devem ser obrigadas a monitorar e combater o uso não autorizado de material sujeito a direitos autorais em suas redes? Uma tarifa sobre os dispositivos é uma maneira apropriada de compensar artistas e editores por suas obras? O que a Europa e outras regiões devem fazer para permitir que assinantes de serviços móveis utilizem propriedade intelectual em vários países? Posição da Indústria Defendemos um modelo multiterritorial de licenciamento de obras audiovisuais, que incentive a competição eficaz entre entidades gerenciadoras de direitos coletivos e ofereça mais opções aos criadores e usuários de propriedade intelectual. A indústria de serviços móveis reconhece a importância de compensar adequadamente os detentores dos direitos e evitar a distribuição não autorizada. Para combater o compartilhamento ilegal de arquivos, é preciso promover atividades legítimas. Os prestadores de serviços de comunicação, incluindo as operadoras de redes de celular e provedores de internet, não devem ser responsabilizadas por conteúdos ilegais ou pirateados em suas redes e serviços se não estiverem cientes de sua presença e seguirem regras específicas para remover ou bloquear o acesso a tais conteúdos assim que forem notificadas pela autoridade judicial competente. O desenvolvimento de novos modelos de licenciamento de conteúdo deve caber aos detentores dos direitos. Os provedores devem ter pouca ou nenhuma responsabilidade em detectar atividades de pirataria. A taxação de celulares e o licenciamento compulsório não são o melhor instrumento para compensar os detentores dos direitos por atividades de pirataria. O licenciamento do conteúdo precisa ser reformado para permitir a criação de novos modelos de negócios para os detentores dos direitos e usuários comerciais e ofertas de conteúdo atraentes para a clientela. As atuais incertezas sobre o rumo que as práticas de licenciamento das entidades que recebem direitos irão tomar e os acordos entre elas inibem a criação de novos modelos de negócios e retardam o lançamento de novos conteúdos no mercado. Bibliografia GSMA consultation response on EU Property Rights Enforcement Directive 54 55 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Direitos de Propriedade Intelectual e Direitos Autorais Aprofundando Estudo de Caso A Importância Econômica do Direito Autoral A Organização Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO) define as indústrias de direito autoral como aquelas em que o direito autoral desempenha um papel bem definido em criar direitos econômicos comercializáveis e receitas a partir do uso desses direitos. Segundo esta classificação, as indústrias de direito autoral são divididas em quatro grupos: ■■ ■■ Indústrias base, que existem para criar materiais sujeitos ao direito autoral Indústrias dependentes, que fabricam equipamentos que facilitam atividades relacionadas ao direito autoral ■■ ■■ Indústrias parciais, que não criam direitos autorais mas dependem deles Indústria de apoio, que distribuem material sujeito a direito autoral A intenção original do direito autoral foi incentivar o desenvolvimento de novas criações. O sistema foi criado para incentivar a produção artística. O direito autoral continua sendo essencial para as indústrias criativas, que são as que mais sofrem com as violações de direito autoral, e em especial com a pirataria em escala comercial. Para as indústrias parciais, o principal problema é a falsificação. A Frontier Economics estimou o valor total global de todos os produtos falsificados ou pirateados entre US$455 e 650 bilhões em 2008, sendo que mercadorias digitais pirateadas correspondem a cerca de 10% desse valor. Classificação Exemplos de indústrias Principais indústrias de direito autoral Literatura, música, teatro, cinema, vídeo, rádio, fotografia Indústrias que dependem do direito autoral Aparelhos de TV ou de CD, jogos, copiadoras Indústrias que dependem parcialmente do direito autoral Bens domésticos, calçados, acessórios, museus, bibliotecas Indústrias de suporte que não dependem do setor Varejo, transporte, telecomunicações A direito autoral continua sendo essencial para a economia digital, pois incentiva a criação de novas obras e produz efeitos mais amplos ao promover a inovação. Portanto, o impacto do direito autoral não se restringe mais a seus efeitos sobre a indústria criativa. O direito autoral pode afetar as tecnologias digitais, as empresas que as exploram e os modelos de negócios que facilitam. 56 Na França a lei HADOPI não Resolveu a Questão do Compartilhamento Ilegal de Arquivos Em 2009, o governo francês promulgou uma lei polêmica, criada para coibir o compartilhamento ilegal de arquivos on-line e incentivar os cidadãos do país a obter produtos sujeitos a direitos autorais de forma legal. Foi criada uma agência do governo encarregada de administrar a lei, conhecida como HADOPI, que impõe uma regra de ‘três infrações’ para violações de direito autoral. A lei requer a participação dos provedores de acesso à internet, incluindo as operadoras de redes móveis. Se um assinante descumprisse a lei, ele recebia um e-mail de advertência e o provedor era obrigado a monitorar a conexão. Se houvesse uma segunda ou terceira violação, o provedor era obrigado a suspender a conexão por até um ano e os outros provedores eram obrigados a não atender os usuários incluídos nessa ‘lista negra’. Embora seus objetivos de proteger os direitos dos criadores e editores fosse louvável, a HADOPI foi cerca de controvérsias, principalmente devido a preocupações com o uso de força excessivo pelo governo e o direito individual à privacidade. Logo após a lei ser lançada, o Conselho Constituicional da França determinou que o acesso a serviços de comunicação on-line é um direito humano básico e não pode ser suspenso sem ordem judicial. O conselho também manifestou preocupações com a utilização da lei HADOPI para monitoramento da utilização da internet. A lei foi revista e aprovada posteriormente em outubro de 2009. A HADOPI foi implementada há mais de três anos. Um relatório do governo indicou que ela não afetou em nada o comportamento dos consumidores e não trouxe nenhum benefício aos detentores dos direitos. Segundo a lei, apenas um usuário de internet foi proibido de usar a rede, e por apenas 15 dias, porque não respondeu às advertências. Mas o custo financeiro de aplicação da lei HADOPI totalizou €12 milhões. O governo anulou a lei em junho de 2013, pois as penas prescritas foram consideradas excessivas. As proteções legais oferecidas pelo Código de Propriedade Intelectual da França não foram afetadas. 57 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Roaming Internacional Introdução O roaming internacional (RI) permite que os clientes continuem usando dispositivos móveis para fazer e receber chamadas de voz, enviar mensagens de texto e e-mail e usar a internet em outros países. Os reguladores e elaboradores de políticas em telecomunicações vêm se preocupando com os preços de RI e a falta de transparência de preços, que pode gerar contas muito mais altas do que os clientes esperam. Na Europa, o roaming é regulamentado desde 2007. Até junho de 2014, a regulamentação mais recente requer que as operadoras europeias forneçam acesso a serviços de roaming em grande escala a outros fornecedores de roaming para que estes possam oferecer serviços de roaming a clientes dentro da Europa. Com essa regulação do roaming, a UE deseja incentivar a concorrência visando a eliminar regulamentações que impõe tetos de preço. Em dezembro de 2012, a ITU reviu os regulamentos internacionais de telecomunicações (ITRs). Vários governos solicitaram que o novo tratado incluísse dispositivos sobre transparência e regulação de preços para roaming em redes móveis. Entretanto, a maioria dos estados-membro da UIT concluiu que os preços do roaming devem ser determinados pela concorrência e não por regulamentos. A redação do tratado foi modificada para incluir esta opinião. 58 Contas inesperadamente altas e serviços de roaming caros também atraíram a atenção de instituições internacionais como a OCDE e a OMC. Outras medidas regulatórias regionais ou bilaterais também estão sendo estudadas. Debate Alguns elaboradores de políticas públicas acreditam que alguns preços de RI são altos demais. A intervenção regulatória é a melhor maneira de resolver este problema? Posição da Indústria O roaming internacional é um serviço importante, oferecido em um mercado competitivo. Não se deve regular os preços, pois o mercado vem apresentando várias soluções inovadoras. O setor de redes móveis propõe uma estratégia em três fases para resolver questões relacionadas ao preço do roaming: ■■ Transparência. Em junho de 2012, a GSMA lançou o esquema de roaming móvel de dados, uma iniciativa de adesão voluntária para tornar as tarifas de roaming internacional e uso de dispositivos de dados móveis mais visíveis para clientes no exterior. ■■ Eliminação de barreiras estruturais. Os governos e agentes regulatórios devem eliminar barreiras estruturais que elevam custos e geram diferenças de preços entre países, como bitributação, monopólios internacionais de gateways e fraudes, que devem ser eliminadas antes de se considerar qualquer tipo de regulamentação dos preços de RI. Que medidas podem ser tomadas para resolver questões relacionadas à transparência de preços, faturas elevadas e determinação de preços? Que outros fatores que afetam os preços de roaming os elaboradores de políticas precisam considerar? ■■ Regulação de preços. Os governos e agências reguladoras devem considerar a regulação de preços como o último recurso depois que medidas de transparência e novos modelos de precificação de RI não tiverem conseguido solucionar queixas dos clientes e depois de se remover barreiras estruturais. Os custos e benefícios da regulamentação devem ser cuidadosamente avaliados, considerando fatores econômicos específicos como variação de renda no país, PIB, inflação, taxas de câmbio, taxas de penetração de redes móveis e porcentagem da população de que realiza viagens internacionais, assim como a incidência de viagens internacionais para países vizinhos. Todos esses fatores podem influenciar os preços do RI. O setor de redes móveis é altamente competitivo e amadurecido. É um dos setores mais dinâmicos da economia global. Na última década, a competição entre operadoras de redes móveis produziu inovações rápidas, preços mais baixos e escolha mais ampla de pacotes e serviços para os consumidores. A imposição de regulamentos sobre roaming em operadores de redes móveis reduzirá a renda, aumentará os custos e inibirá o investimento. Bibliografia GSMA Information Paper: Overview of International Mobile Roaming Press Release: GSMA Launches Data Roaming Transparency Initiative Roaming (GSMA.com) 59 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Roaming Internacional Estudo de Caso Regulamentação do Roaming na UE Após seis anos de pedidos de informação e consultas públicas, a Comissão Europeia propôs a primeira regulamentação de roaming na UE em 2006. O foco do debate foi a necessidade de controles de preços e a legitimidade do uso da estrutura legal da UE para o mercado comum. A regulamentação entrou em vigor em 30 de junho de 2007 e obrigou as operadoras a introduzir uma tarifa europeia (Eurotariff) para roaming na Europa como plano padrão de roaming. A regulamentação definiu a Eurotariff e os tetos de preço de acordo com uma escala descendente. Após esta intervenção, uma segunda regulamentação de roaming foi introduzida em 2009. O novo regulamento ampliou e reduziu os tetos existentes para chamadas de voz e as estendeu para SMS (atacado e varejo) e transferência de dados (apenas atacado). Também implementou uma série de medidas para tornar o faturamento desses serviços mais consistente e transparente, como cobrança por segundo e corte do roaming após €50 de gastos como padrão. Ao viajar para outros estados membro, os clientes recebem uma mensagem automática detalhando as tarifas dos serviços de roaming. A terceira onda de regulamentação veio em julho de 2012 e manteve os limites de preços por um período de transição, além de novos limites de varejo para serviços de dados, mas também criou medidas estruturais para eliminar a regulação de preços por tempo indeterminado e avançar no sentido de uma abordagem sustentável, de longo prazo e voltada para o mercado. As medidas estruturais de incentivo à concorrência garantirão que o mercado será aberto a diversos tipos de fornecedores, que poderão comprar serviços no atacado até 2012. Os consumidores também terão mais opções, pois poderão adquirir o roaming como serviço separado a partir de 2014. A transparência e os mecanismos de proteção foram estendidos a clientes da UE que utilizam roaming fora da região. As evidências indicam que as inovações em roaming tornarão o serviço tão barato como as ligações domésticas em poucos anos, devido principalmente à transição de voz para dados, um serviço cujo preço é mais elástico. Preços de roaming no varejo regulados na UE (€c) DADOS (€c/MB) CHAMADAS DE VOZ FEITAS (€c/MIN) CHAMADAS DE VOZ RECEBIDAS (€c/MIN) SMS 80 70 60 50 40 30 20 10 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Fonte: GSMA 60 61 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Taxas de Terminação Móvel Introdução Debate Posição da Indústria As taxas de terminação móvel (TTMs) são tarifas cobradas pelas operadoras para conectar uma ligação originária de outra rede. Qual a maneira mais apropriada de calcular uma tarifa regulada para terminação de chamadas? As taxas de terminação móvel reguladas devem corresponder ao preço efetivo de prestação do serviço. A promoção de redução constante das taxas de terminação móvel na Europa é uma atividade apropriada para os reguladores? Além de certo ponto, as evidências sugerem que não se deve tentar reduzir mais as TTM. Quando as taxas de terminação caem abaixo de um certo limite, deve-se continuar a regulá-las? A definição de TTMs reguladas é complexa, requer uma análise de custos detalhada e uma avaliação cuidadosa dos efeitos sobre os preços ao consumidor e dos efeitos sobre a concorrência de uma maneira geral. A definição de TTMs reguladas continua atraindo a atenção dos reguladores, tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. Várias abordagem e metodologias foram desenvolvidas para calcular valores apropriados para esse serviço. Em geral, os reguladores concluíram que a prestação de serviços de terminação de chamada em uma rede móvel individual é efetivamente um monopólio. Portanto, como cada operadora exerce grande influência sobre o mercado, os governos desenvolveram vários regulamentos, em especial a exigência de definir preços de terminação com base nos custos do serviço. Qual o função de longo prazo da regulação de taxas de terminação em um ambiente que utiliza exclusivamente o IP? A intervenção em mercados competitivos é muito mais difícil e complexa que a regulamentação tradicional de serviços públicos realizada em monopólios de gás, eletricidade e telecomunicações com linhas fixas. No setor móvel, as medidas precisam ser mais bem calibradas. Os benefícios de intervir são mais ambíguos e os erros são mais caros. 62 — Stewart White, ex-diretor do Grupo de Políticas Públicas da Vodafone Os TTMs são taxas de atacado, que são reguladas em muitos países onde um cronograma de reajuste anual da taxa foi acertado e incluído nos modelos de negócios das operadoras de redes móveis. Mudanças súbitas e sem aviso dessas taxas podem prejudicar a confiança dos investidores. Acreditamos que a determinação de TTMs deve ser realizada em nível nacional, onde as características específicas do mercado local podem ser consideradas; portanto, a intervenção extraterritorial não é recomendada. Bibliografia Relatório: The Impact of Recent Cuts in Mobile Termination Rates Across Europe Relatório: The Setting of Mobile Termination Rates Relatório: Comparison of Fixed and Mobile Cost Structures Relatório: Regulating Mobile Call Termination, Vodafone 63 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Taxas de Terminação Móvel Estudo de Caso Efeitos das Rápidas Reduções das TTM na Europa Em 2009, a Comissão Europeia recomendou que as taxas de terminação móvel fossem reduziras rapidamente e propôs que os estados membros dotassem um modelo baseado apenas no custo incremental de longo prazo (LRIC, long-run incremental cost). A justificativa era que as reduções de TTM diminuiriam os preços do serviço de celular, o que aumentaria o uso e ajudaria operadoras de menor porte a oferecer preços mais competitivos. Em 2012, a Vodafone contratou a Frontier Economics para determinar a política produziu os efeitos desejados de acordo com sua aplicação em países da UE. Alguns dos resultados foram os seguintes: 1. Não existem evidências de que cortes acelerados nas TTM tenham ajudado a reduzir os preços dos serviços de celular. Embora os preços das operadoras de celular na Europa continuem caindo, não há indícios de que isto se deva aos cortes nas TTM. 2. Não existem evidências de que os cortes de TTM tenham aumentado a utilização. MTR MTR MTRMTRMTR 2013 2009 MTR Desde 2009, a utilização não vem se acelerando e o aumento do uso não foi mais acentuado em países onde os cortes da TTM foram maiores. LRIC PREÇOS UTILIZAÇÃO DE REDES MÓVEIS PARTICIPAÇÃO NO MERCADO PENETRAÇÃO 3. Existem poucas evidências de que haja relação entre reduções de TTM e participação de operadoras de menor porte no mercado. Embora quase todas as operadoras de menor porte tenham aumentado sua participação no mercado, não se observou nenhuma correlação com as reduções de TTM. INVESTIMENTO 4. Cortes acelerados de TTM podem inibir investimentos na rede e a penetração de serviços móveis. Embora ainda seja muito certo para concluir que os cortes de TTM vêm sendo prejudiciais, existem indícios de que a penetração e o investimento em redes móveis vêm sendo prejudicados. Fonte: Frontier Economics, ‘The Impact of Recent Cuts in Mobile Termination Rates Across Europe’, Maio 2012 64 65 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Neutralidade da Rede Introdução Em 1973, começou o desenvolvimento de uma rede para integrar outras redes, um projeto de internetworking que se tornou a internet. O objetivo era criar uma rede autossustentável que fosse capaz de executar aplicativos que ainda não haviam sido criados. A solução era simples e baseava-se em duas regras: não pode haver controle central e a rede não pode ser otimizada para uma única finalidade. O debate atual sobre a neutralidade da rede evoluiu a partir dessas duas regras. As redes que foram conectadas à internet precisavam se comunicar utilizando protocolos comuns, em especial o Transmission Control Protocol e o Internet Protocol (TCP/IP), uma arquitetura na qual o desempenho da rede dependia dos intermediários e partia da premissa de que toda a inteligência residiria em aplicativos ou na interface com o usuário (terminais de computador). Embora não haja uma definição uniforme de neutralidade da rede, o termo é muito usado ao se discutir a priorização de tráfego em redes. Alguns defendem que 66 são necessárias leis que obriguem que todo o tráfego em uma rede seja tratado da mesma maneira. Outros propõem um esquema mais flexível, com diversos níveis de serviço para vários aplicativos a fim de levar uma experiência melhor ao usuário. Alguns países adotaram regras de neutralidade da rede. Nos EUA, a Federal Communications Commission (FCC) lançou regras em 2010 segundo as quais o setor móvel foi isento de todas as regras, exceto a exigência de transparência, porque se reconheceu que a tecnologia sem fio possui características únicas. Nem todo o tráfego demanda a mesma funcionalidade da rede. Por exemplo, mensagens de voz precisam ser enviadas a tempo, e vídeo requer mais largura de faixa. Portanto, as redes precisam adotar técnicas de gerenciamento capazes de manejar todos os tipos de tráfego. Na discussão sobre neutralidade da rede, o foco atual vem sendo a promoção da transparência e a competição em vez de regulamentação específica do gerenciamento do tráfego. Da mesma forma que os provedores de conteúdo oferecem vários níveis de serviço (p.ex. conteúdo padrão e premium a preços diferentes), as operadoras de redes celulares oferecem produtos com diferentes larguras de faixa para atender a necessidades diferentes de seus clientes. Essas soluções específicas beneficiam os usuários: apensa quem quer usar serviços mais avançados precisa pagar os custos associados. — GSMA Debate Deve-se permitir que as redes gerenciem o tráfego e priorizem um tipo de tráfego em vez de outro? As regras para redes fixas devem ser impostas também a redes móveis, cuja capacidade é finita? Em alguns casos, regras de neutralidade da rede vêm sendo estudadas para antecipar problemas que ainda não surgiram. Essa é uma abordagem de regulamentação apropriada? Posição da Indústria Para atender às diversas necessidades dos consumidores, as operadoras de redes móveis precisam ser capazes de gerenciar ativamente o tráfego nas redes. Regulamentações que influenciem o processamento de tráfego móvel por operadores de rede são desnecessárias. Regulamentações que não permitam que as operadoras gerenciem a qualidade do serviço de ponta a ponta, criando uma experiência satisfatória e que atenda às preferências dos consumidores, são contraproducentes. Ao considerar a questão, as autoridades reguladoras devem reconhecer as diferenças entre redes fixas e móveis, incluindo diferenças em tecnologia e os efeitos das características da radiofrequência. Os consumidores também devem ser capazes de escolher entre vários provedores de serviços e poder comparar as diferenças entre eles a partir de informações transparentes. Manter a internet aberta é importante, mas também é preciso que ela continue aberta e funcional. As operadoras precisam ser capazes de distinguir entre diversos tipos de tráfego. Entretanto, as operadoras não devem discriminar em favor de um provedor em relação a um tipo específico de tráfego. Bibliografia FCC: Open Internet Net Neutrality on GSMA.com 67 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Neutralidade da Rede Aprofundando O Gerenciamento de Tráfego é um Recurso Eficiente e Necessário O aumento do tráfego, o surgimento de tecnologias de nova geração e o novos tipos de serviço estão criando um enorme desafio para as operadoras de redes móveis. Agora elas precisam gerenciar vários tipos de tráfego ao longo de um mesmo sistema de rede e prestar serviços de qualidade aos assinantes considerando as características dos serviços e as necessidades de cada um. Como a capacidade é finita, as redes móveis sofrem congestão. As operadoras de redes móveis utilizam técnicas de gerenciamento de tráfego para gerenciar com eficiência recursos como o espectro e atender a vários usuários e serviços em suas redes. O gerenciamento de congestão é essencial para evitar que a rede continue funcionando em horários de pico e para garantir o acesso a serviços essenciais. As técnicas de gerenciamento de tráfego são aplicadas em vários níveis da rede, como controle de entrada, programação de pacotes e gerenciamento de cargas. As operadoras também precisam atender às preferências de vários clientes para que eles possam acessar os serviços sob demanda. Portanto, o gerenciamento de tráfego é um recurso eficiente e necessário para as operadoras gerenciarem o tráfego que flui pelas redes e prestar bons serviços a todos os clientes. As operadoras de redes móveis precisam de flexibilidade para experimentar e estabelecer novos modelos de negócios que alinhem incentivos ao investimento com a evolução da tecnologia e do mercado, criando mais valor para seus clientes. À medida que os modelos operacionais e de empresariais das redes evoluem, surgirão diversos serviços e atividades inovadoras. O mercado competitivo vem levando mais opções aos clientes, inovação e mais valor pelo investimento aos clientes. A prestação de serviços baseada em IP não requer mais nenhuma intervenção regulatória. O ambiente comercial, operacional e tecnológico em que esses serviços são oferecidos continua se desenvolvendo e continuará avançando. Eventuais intervenções provavelmente prejudicariam o desenvolvimento desses serviços em um ambiente competitivo. 68 As técnicas de gerenciamento de tráfego são necessárias e apropriadas em uma série de situações operacionais e comerciais: Integridade da rede Proteger a rede e os clientes contra ameaças externas, como malware e ataques de negação de serviço Proteção de crianças Aplicação de filtros para limitar o acesso a conteúdos inapropriados para a idade Serviços iniciados por assinatura Tomar medidas apropriadas quando o cliente superar a utilização de dados permitida pelo contrato ou oferecer modelos de recarga que permitam ao cliente escolher o serviço ou aplicativo que deseja Chamadas de emergência Rotear serviços de chamadas de emergência Exigências de envio de tráfego Priorizar serviços de tempo real como chamadas de voz e considerar a importância da velocidade de serviços como monitoramento remoto de alarmes 69 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Qualidade de Serviço Introdução Debate Posição da Indústria A qualidade de um serviço de dados móveis pode ser caracterizada por alguns poucos parâmetros essenciais, como velocidade, perda de pacotes e jitter, e é afetada por fatores como intensidade do sinal da rede, carga da rede, dispositivos dos usuários e projetos dos aplicativos. Os reguladores precisam definir metas específicas de qualidade do serviço de rede em mercados sujeitos à concorrência? Mercados competitivos com o mínimo de intervenção regulatória são a melhor maneira de levar serviços de qualidade que os clientes de redes móveis esperam. Regulamentos que exijam uma qualidade mínima de serviço são desproporcionais e desnecessários. As operadoras de redes móveis precisam gerenciar padrões de tráfego dinâmicos e evitar congestões que afetam a percepção da qualidade de serviço pelo consumidor. Algumas autoridades reguladoras consideram as taxas de conexão uma característica importante da qualidade do serviço, mas também é a mais difícil de definir e informar aos usuários de serviços móveis. A velocidade de acesso móvel pode variar dramaticamente o longo do tempo e não é a única característica do produto que influencia a escolha do cliente. É possível garantir níveis mínimos de qualidade em redes móveis, que podem variar com o tempo de acordo com o volume de tráfego na rede e as condições locais de propagação do sinal? Qual abordagem regulatória é mais eficaz em proteger os interesses de usuários de redes móveis sem causar distorções no mercado? A percepção da qualidade do serviço pelo cliente é influenciada por diversos fatores, e nem todos eles estão sob o controle das operadoras. Definir metas de qualidade específica não é proporcional nem prático. Alguns dos fatores que afetam a qualidade do serviço estão fora do controle das operadoras, como os tipos de dispositivo, os aplicativos e o ambiente de propagação. As redes de comunicação móvel são tecnicamente diferentes das redes fixas, pois utilizam mais recursos compartilhados e são mais sensíveis ao volume de tráfego. As operadoras precisam lidar com padrões de tráfego que mudam constantemente, problemas de congestão e limites impostos pela capacidade limitada da rede. Às vezes, o tráfego de um único usuário pode afetar significativamente o desempenho de toda a rede. O ambiente comercial, operacional e tecnológico em que esses serviços são oferecidos continua se desenvolvendo e progredindo. As operadoras de rede precisam de liberdade para gerenciar e priorizar o tráfego em suas redes. Regulamentos que impõem parâmetros rígidos de qualidade de serviço são desnecessário e provavelmente prejudicarão o desenvolvimento de tais serviços. Mercados competitivos com várias ofertas comerciais e informações que permitam aos clientes tomar decisões bem informadas produzem os melhores resultados. Se estão preocupadas com a qualidade do serviço, as autoridades reguladoras devem buscar um diálogo com o setor para encontrar soluções que ofereçam o melhor equilíbrio entre transparência e qualidade do serviço. Bibliografia GSMA América Latina QoS GSMA Response to the EC Consultation on Traffic Management, Transparency and Switching QoS Brochure (espanhol e português) 70 71 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Qualidade de Serviço Aprofundando Uma Rede de Interconexões Trajeto dos dados de rede móvel As operadoras de redes móveis dão prioridade a oferecer serviços confiáveis, pois isso permite que se diferenciem de seus clientes e atendam às expectativas de seus clientes. Entretanto, as operadoras exercem muito pouca influência sobre muitos dos fatores que influenciam as experiências dos assinantes. REDE DE ACESSO PROVEDOR DE INTERNET INTERNET PÚBLICA Provedor de Conteúdo Gateway tráfego Gateway Mudanças nos padrões de uso de redes móveis em uma rede celular em diferentes horas do dia Comunicação O tipo de dispositivo e aplicativo sendo utilizados Internet Móvel Alguns fatores fora do controle das operadoras são: Movimentação e atividades de usuários de redes móveis, como viagens, eventos ou acidentes Obstáculos e distâncias entre o terminal e as antenas O tempo, em especial a chuva Além disso, a qualidade do acesso à internet dos usuários também depende da qualidade do fluxo de dados oferecido. O provedor de internet controla a qualidade do serviço apenas no segmento da rede que ocupa. 72 Por esses motivos, regulamentações sobre a qualidade de serviços de internet móvel podem ser contraproducentes. Se não levar em conta a natureza das redes móveis e a competição desses serviços entre si, a regulamentação pode criar dificuldades ao seu desenvolvimento, aumentando a exclusão digital e gerando utilização ineficiente do capital investido nas redes. 73 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Tributação Introdução Debate Posição da Indústria O setor de telecomunicações móveis produz efeitos positivos sobre o desenvolvimento econômico-social ao criar empregos, aumentar a produtividade e melhorar a vida dos cidadãos. A tributação específica do setor produz receita a curto prazo para o governo às custas da receita tributária que o país poderia obter no futuro com um crescimento econômico mais elevado? Os governos devem reduzir ou eliminar tributos específicos sobre redes móveis porque os efeitos de longo prazo sobre o PIB e, portanto, a receita fiscal, são mais importantes que receitas de curto prazo para o governo. Muitos países tributam especificamente usuários e operadoras de serviços móveis por meio de impostos sobre telecomunicações, que incidem, por exemplo, sobre a compra de aparelhos celulares, o uso do espectro ou a receita das operadoras móveis. Alguns países também impõem tarifas mais elevadas sobre o recebimento e terminação de tráfego internacional (RTTI), que funcionam como tributos sobre cidadãos e residentes de outros países. É bom constatar que muitas autoridades tributárias vêm reconhecendo que os serviços TIC não são como os outros, pois são capazes de estimular o crescimento econômico e o desenvolvimento social... Os governos comprometidos com as melhores práticas em regulação de TIC vêm reduzindo ou até eliminando impostos específicos do setor. A UIT gostaria que todos os governos adotassem essas medidas. 74 — Dr. Hamadoun Touré, Secretário Geral da UIT A adoção de impostos discriminatórios e específicos para o setor inibe a utilização de serviços móveis, reduzindo a adoção de tecnologias de informação e comunicação (TIC). A redução dos impostos beneficiaria os usuários, as empresas e promover o desenvolvimento socioeconômico. As economias emergentes devem alinhar a tributação da banda larga móvel com os objetivos nacionais de TIC. Se a conectividade de banda larga for um importante objetivo econômico e social, a tributação não deve constituir um obstáculo ao investimento e adoção de sistemas de banda larga. Reduzindo a tributação do setor, o serviço se dissemina mais rapidamente, criando efeitos multiplicadores por toda a economia. Os impostos sobre ligações internacionais atingem consumidores, empresas e cidadãos de outros países, prejudicando a competitividade do país. Muitos governos adotam impostos específicos para financiar despesas em setores onde há pouco investimento privado, mas essa é uma abordagem ineficiente. Políticas fiscais que empregam um imposto específico para o setor de telecomunicações causam distorções que afastam o investimento privado e, com isso, diminuem o bem-estar geral. Bibliografia Mobile taxation research and resources, GSMA Mobile taxation on GSMA.com Relatório: Mobile Taxation — Surtaxes on International Incoming Traffic Relatório: Taxation and the Growth of Mobile Services in Sub-Saharan Africa Relatório: The Impact of Taxation on the Development of the Mobile Broadband Sector 75 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Tributação Aprofundando Peso da tributação sobre o custo total de propriedade de dispositivos móveis 48,23% Turquia 37,20% Gabão Bélgica 21,00% Guiné 18,74% Bolívia 13,37% Lituânia 21,00% Chade 18,59% Equador 12,77% Paquistão 31,61% Látvia 21,00% Nepal 18,41% Samoa 12,50% Grécia 30,44% Uzbequistão 20,68% Média 18,14% Filipinas 12,43% 12,42% Rep. Dem. Congo 29,14% Quênia 20,53% Tunísia 18,00% Guatemala Madagáscar 28,33% Camarões 20,37% Espanha 18,00% Venezuela 12,40% Uganda 28,17% Bangladesh 20,21% Sérvia 18,00% Sri Lanka 12,26% Croácia 27,93% Congo 20,18% Malta 18,00% Cazaquistão 12,00% Tanzânia 27,80% Marrocos 20,04% Burkina Fasso 17,84% Gâmbia 11,80% 27,68% Reino Unido 20,00% Moçambique 17,58% Síria 10,67% Áustria 20,00% Argélia 17,00% Índia 10,35% 10,29% República Dominicana 26,23% Zâmbia Brasil 25,15% Ucrânia 20,00% Montenegro 17,00% Laos Suécia 25,00% Eslovênia 20,00% Malaui 16,97% Camboja 10,26% Noruega 25,00% Estônia 20,00% Etiópia 16,96% Indonésia 10,22% Dinamarca 25,00% República Tcheca 20,00% Colômbia 16,15% Paraguai 10,10% Hungria 25,00% Bulgária 20,00% México 16,01% Austrália 10,00% Ruanda 24,47% Albânia 20,00% Malásia 15,95% Botsuana 10,00% Itália 24,38% França 19,60% Trindade e Tobago 15,73% Angola 10,00% Serra Leoa 23,82% Peru 19,19% Mauritânia 15,54% Vietnã 10,00% Jordânia 23,40% Chile 19,07% Nova Zelândia 15,00% Papua Nova Guiné 10,00% Níger 23,29% Países Baixos 19,00% Zimbábue 15,00% Butão Finlândia 23,00% Alemanha 19,00% Maurício 15,00% Suíça Argentina 22,49% Eslováquia 19,00% Egito 15,00% Tailândia 7,10% 10,00% 8,00% Gana 22,01% Romênia 19,00% Nicarágua 15,00% Irã 6,20% Polônia 22,00% Costa do Marfim 18,90% Luxemburgo 15,00% Iêmen 6,02% Senegal 21,21% Azerbaijão 18,89% Chipre 15,00% Lesoto 5,95% Portugal 21,00% Federação Russa 18,76% Suazilândia 14,00% Nigéria 5,40% Irlanda 21,00% Geórgia 18,75% África do Sul 14,00% China 0% 10% 20% 30% 40% 50% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 0% 3,30% 10% 20% 30% 40% 50% Fonte: GSMA e Deloitte, ‘Global Mobile Tax Review 2011’ 76 77 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Fundos de Universalização de Serviços de Telecomunicações Introdução Debate Posição da Indústria Muitos governos adotaram uma política de promover o acesso universal, que consiste em tornar os serviços de telecomunicações disponíveis e acessíveis a preços baixos. Os FUSTs são meios eficazes de levar recursos de conectividade de dados e voz a cidadãos menos favorecidos? Os governos devem eliminar os fundos de universalização de serviços de telecomunicações e parar de recolher contribuições. Os recursos em FUSTs já existentes devem ser devolvidos às operadoras e utilizados para levar serviços de redes móveis a áreas remotas. Alguns países criaram fundos de universalização de serviços de telecomunicações (FUST) porque creem que as operadoras não conseguiriam atender determinadas regiões sem incentivos financeiros. Os FUSTs geralmente são financiados por tributos sobre o setor de telecomunicações. Nesses casos, as operadoras continuam sendo obrigadas a contribuir, embora os serviços já tenham chegado à grande maioria dos cidadãos do país e haja recursos retidos nos fundos. Segundo um relatório solicitado pela GSMA em 2013, menos de um oitavo dos 64 FUSTs estudados atingiram suas metas e mais de um terço não liberou nada dos recursos que arrecadaram. Mesmo assim, o setor continua sujeito ao pagamento desses tributos. Que outras estratégias poderiam ser mais eficazes? Qual a relevância dos FUSTs em mercados amadurecidos? A grande maioria da população mundial já vem recebendo serviços através de mercados liberalizados e investimento do setor privado. O setor acredita que essa tendência continuará. Os FUSTs já existentes devem ser revistos, ter sua duração limitada e ser geridos de forma transparente. Os recursos devem ser alocados de forma competitiva, com neutralidade técnica e em parceria com a indústria. Os governos devem considerar incentivos que facilitem a disseminação de soluções de mercado. Eliminando tributos específicos para o setor, incentivando a demanda e desenvolvendo a infraestrutura de apoio. Em vez dos FUSTs, outras possibilidades como as parcerias público-privadas devem ser exploradas para estender as comunicações a regiões rurais ou afastadas. Poucos FUSTs conseguiram expandir o acesso a telecomunicações como se pretendia, mas continuam acumulando grandes volumes de recursos. Existem poucas evidências de que os FUSTs sejam eficazes em universalizar os serviços. Muitos deles mostraram-se contraproducentes, pois requerem um tributo sobre consumidores de serviços de telecomunicações, mesmo os que residem em áreas rurais, e acabam dificultando o investimento em áreas rurais. Bibliografia Relatório: Survey of Universal Service Funds, Key Findings 78 79 Ambiente Empresarial Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Fundos de Universalização de Serviços de Telecomunicações Fatos e Números Estimativas dos Volumes de Recursos em FUSTs Embora tenham sido criados com objetivos admiráveis durante o início da liberalização das telecomunicações, existem hoje sérias dúvidas sobre se os FUSTs são práticos e eficazes. Grande parte dos recursos retidos em FUSTs ainda não foram desembolsados, e a estrutura de muitos desses fundos é rígida demais para responder à rápida evolução tecnológica e às demandas da sociedade. Ásia Pacífico Afeganistão Estimativa dos volumes de recursos em fundos em 2010/2011 100,0 Austrália 0,0 3900,0 Índia África Estimativa dos volumes de recursos em fundos em 2010/2011 350,0 Indonésia 2,5 Malásia Burkina Fasso 259,9 32,7 Mongólia Costa do Marfim 0,2 12,5 Nepal República Democrática do Congo 54,1 63,2 Nova Zelândia 0,0 Gabão 2,5 Paquistão Gana Lesoto 0 0,6 Madagáscar 1000 3000 2000 4000 10,0 Maurício América Latina 1,7 Marrocos 139,0 Moçambique Brasil 28,0 160,0 1,8 Togo 5,1 Uganda 7,0 Zimbábue Equador 4,4 Guatemala 0,4 202,0 Peru 24,4 Venezuela 20,0 0 12,3 República Dominicana 2,9 Suazilândia 53,5 Colômbia 28,8 Ruanda 4700,0 Chile 0,0 Nigéria África do Sul Estimativa dos volumes de recursos em fundos em 2010/2011 220,0 Argentina 32,7 Níger 80 550,0 10,5 0 50 100 150 200 1000 2000 3000 4000 5000 Fonte: GSMA, ‘Survey of Universal Service Funds’, Abril 2013 81 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Atualmente a vida é cada vez mais móvel e dependente dos dispositivos e serviços oferecidos pela banda larga móvel, como e-mail, entretenimento, mapas, mensagens, web, internet banking, redes sociais e compartilhamento. As pessoas estão consumindo mais conteúdo e querem mais multimídia nas redes móveis. Para atender a essa explosão de demanda, as operadoras precisam de mais acesso ao espectro. Espectro em quantidade suficiente e harmonizado mundialmente é essencial para garantir a qualidade de 82 serviços de redes móveis que consumidores e empresas esperam e precisam. A GSMA vem atuando ativamente em níveis nacional, regional e global para promover a identificação oportuna e liberação de mais faixas de espectro para banda larga móvel. Para isso, trabalhamos junto a governos, agências reguladoras, organizações regionais e a União Internacional de Telecomunicações (UIT). Todas as atribuições de espectro em nível internacional são realizadas por tratados no âmbito da Conferência Mundial de Radiocomunicações (CMR) da UIT, que é realizada a cada 3 ou 4 anos. Com isso, pode levar mais de dez anos entre o início do processo junto à UIT e a implementação de novas faixas de frequência para uso comercial em vários países. Portanto, as faixas identificadas em razão da decisão da CMR-2015 não serão usadas comercialmente antes de 2025 ou 2030. é multifacetado, incluindo problemas como interferência, leilões de faixas e processos de licenciamento, a GSMA contribuiu, em nome das operadoras, para o trabalho dos reguladores fornecendo projeções de mercado, análises, orientação regulatória e recomendações de políticas públicas baseadas em dados objetivos e melhores práticas. Este manual menciona vários desses relatórios. A GSMA também serve como repositório de pesquisas e dados sobre o mercado do setor. Como o gerenciamento de espectro 83 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Faixa de Frequência de 2,1 GHz Introdução Debate Posição da Indústria Espectro pareado são faixas de frequência com atribuições separadas para uplink e downlink, como, por exemplo, a faixa de 2,1 GHz. A faixa de 2,1 GHz deve ser usada exclusivamente para redes móveis? A faixa de 2,1 GHz deve ser licenciada para uso por redes móveis em todos os mercados, preferencialmente em blocos de mais de 2x10 MHz por operador. Na maioria dos mercados, a faixa de 2,1 GHz, referindo-se a 1,7/2,1 GHz (banda 3GPP 4: 1710–1755 MHz pareada com 2110–2155 MHz) (na maioria dos países das Américas) e 1,9/2,1 GHz (banda 3GPP 1: 1920–1980 MHz pareada com 2110–2170 MHz) (em outros países) foram licenciadas para uso por serviços móveis de 3G, mas vários países ainda não autorizaram a utilização de serviços móveis nesses faixas. O custo por MHz é excessivo em alguns mercados por causa de governos que tentam racionar o espectro a fim de obter maior receita nos leilões. Como as licenças devem ser distribuídas para maximizar o valor para a sociedade? A autorização do uso da faixa de 2,1 GHz para redes móveis é essencial para governos que desejam criar uma economia digital e evitar a exclusão digital. Os governos não devem priorizar as receitas ao autorizar o uso da faixa de 2,1 GHz, pois isso limita artificialmente a demanda e pode prejudicar a disseminação da rede, aumentar os preços cobrados dos usuários e limitar os benefícios econômicos. Preços excessivos também podem fazer com que as faixas não sejam vendidas, dificultando ainda mais o fornecimento de banda larga móvel a todos. Em alguns mercados sujeitos à instabilidade política ou incertezas regulatórias, as operadoras de redes móveis e os investidores em geral podem não solicitar o licenciamento imediato. Nesses casos, o momento da atribuição do espectro depende de fatores locais. Bibliografia Relatório: Licensing to Support the Broadband Revolution Resposta da GSMA Europe à consulta pública sobre a introdução de requisitos técnicos harmonizados para a faixa de 2 GHz para serviços terrestres. Relatório: Momentum Building in the AWS Band (GVP) 84 85 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Faixa de Frequência de 2,1 GHz Aprofundando As Tecnologias de Redes Móveis Continuam Evoluindo A história das redes móveis é de investimento contínuo da indústria para melhorar as tecnologias móveis, proporcionando mais velocidade para os clientes e utilização mais eficaz do espectro móvel. Esta evolução permitiu passar de serviços básicos de voz e mensagens à enorme gama de serviços de internet e aplicativos móveis disponíveis hoje. E a evolução continua. O progresso ocorre a ritmos diferentes e de maneiras diferentes dependendo das condições do mercado. Em muitos países, os serviços 2G ainda não chegaram a todas a comunidades, e muitos ainda consideram prioridade expandir o acesso a serviços 3G. Entretanto, todas as estradas levarão ao LTE (Long Term Evolution), que é o futuro da tecnologia móvel. Facilitando o progresso dos serviços móveis VOZ Telefone, mensagens DADOS E-mail, web GSM GPRS VÍDEO YouTube, conferências EDGE HSPA HSPA+ LONG TERM EVOLUTION APPS INTELIGENTES mMoney, mHealth CDMA, EV-DO, WIMAX, TD-SCDMA e outras tecnologias 86 87 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Faixa de Frequência de 2,6 GHz Introdução Debate Posição da Indústria A União Internacional de Telecomunicações (UIT) identificou a faixa de 2,6 GHz (2500– 2690 MHz) para uso em telecomunicações em nível global. A faixa de 2,6 GHz deve ser licenciada em conjunto com o dividendo digital (700 MHz/800 MHz) para cobrir áreas rurais e urbanas e atender às necessidades de capacidade da banda larga móvel? Defendemos a opção 1 da UIT para utilização como faixa de capacidade de 2,6 GHz harmonizada no mundo inteiro. A faixa de 2,6 GHz é de alta capacidade para banda larga móvel e apropriada para a próxima geração de tecnologias móveis, respondendo à crescente demanda de conteúdo com grandes quantidades de dados (p.ex. vídeos). Essa faixa foi designada para redes móveis em todas as regiões e poderá ser utilizada de forma harmonizada no mundo inteiro. O uso harmonizado levará a economias de escala para a indústria e a preços menores para os usuários, além de aumentar a flexibilidade para o roaming. A UIT propôs diversos possíveis arranjos de frequência, como: ■■ Opção 1: 2x70 MHz para FDD com TDD de 50 MHz no intervalo central ■■ Opção 2: Somente FDD ■■ Opção 3: Arranjos flexíveis de TDD/FDD Que tipo de plano é a melhor opção? O momento global pela faixa de 2,6 GHz está por trás da opção 1 da UIT. Países como Brasil, Chile, Qatar, EAU e Reino Unido licenciaram recentemente esta faixa a operadoras de celular de acordo com este plano de canalização. Em casos onde os leilões foram mais flexíveis, os mercados optaram por arranjos de frequência padronizados. A faixa de 2,6 GHz será essencial para atender os requisitos de capacidade de banda larga móvel. A opção 1 da UIT é neutra quanto à tecnologia e suporta tanto TDD como FDD (p.ex. LTE e Wi-MAX). O espectro disponível na faixa de 2,6 GHz dá às grandes operadoras a possibilidade de adotar um arranjo de 2x20 MHz, que é ideal para implementação de LTE. ■■ Melhorar o desempenho da rede, oferecendo maior taxa de transmissão de dados e mais capacidade ■■ Reduzir custos de instalação ■■ Melhorar o desempenho dos aparelhos Faixas mais elevadas (p.ex. 2,6 GHz) são mais adequadas para as altas taxas de transmissão de dados necessárias em áreas urbanas, aeroportos e outras áreas de alta densidade. Os governos não devem priorizar as receitas ao autorizar o uso da faixa de 2,6 GHz, pois isso limita artificialmente a demanda e pode retardar o desenvolvimento da rede, aumentar os preços cobrados dos usuários e limitar os possíveis benefícios econômicos. O excesso de tarifas pode impedir que sejam atingidas metas de universalização do acesso de banda larga. O custo por MHz é excessivo em alguns mercados por causa de governos que tentam racionar o espectro a fim de obter maior receita nos leilões. Bibliografia Prospecto: The 2.6GHz Spectrum Band: An Opportunity for Global Mobile Broadband Relatório: Taiwan — Economic Impact of Wireless Broadband Relatório: The Socio-Economic Benefit of Allocating Harmonised Spectrum in the Kingdom of Saudi Arabia Relatório: The Benefits of Releasing Spectrum for Mobile Broadband in Sub-Saharan Africa Relatório: Arab States Mobile Observatory 2013 88 89 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Faixa de Frequência de 2,6 GHz Aprofundando Características de Capacidade e Cobertura de Faixas de Frequências Nem todas as frequências são iguais. As operadoras de redes móveis precisam de acesso a frequências para oferecer um serviço eficiente e de alta qualidade a diversos locais com diferentes densidades populacionais e níveis de demanda da rede. Em geral, sinais de frequência mais baixa possuem alcance mais longo, podem ultrapassar a linha do horizonte e penetram melhor pela chuva ou por prédios. Essas frequências menores são às vezes chamadas faixas de cobertura, pois, de maneira geral, a operadora pode usar uma única estação para atender a uma área maior. Efeitos da frequência sobre a área de cobertura A capacidade de uma conexão sem fio de dados e voz geralmente depende da quantidade de espectro utilizada (a largura de faixa). Em frequências mais elevadas, adisponibilidade de faixas mais largas é maior. Em muitas aplicações sem fio, o melhor equilíbrio entre esses fatores ocorre em frequências entre 400 MHz e 5 GHz. Existe grande demanda por este segmento do espectro. Um aspecto importante é que a instalação de redes capazes de suportar frequências mais elevadas requer mais estações base para cobrir a mesma área e, portanto, um investimento muito maior. Raio da célula <700 MHz 700 MHz 850 MHz 2100 MHz 5800 MHz Estação base de rede móvel Em geral, redes que utilizam frequências mais elevadas precisam de mais estações base para cobrir a mesma área que redes de frequência mais baixa. 90 91 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Dividendo Digital Introdução Debate Posição da Indústria O dividendo digital é o espectro disponibilizado para outras aplicações depois que a televisão passou de analógica para digital terrestre, que utiliza o espectro de forma mais eficiente. Para que serviços o espectro do dividendo digital deve ser licenciado após a transição para televisão digital terrestre? O dividendo digital deve ser reservado para redes móveis de acordo com planos de distribuição de espectro harmonizados em nível regional. Em redes móveis, a liberação do espectro disponibilizou duas faixas: 790–862 MHz (faixa 800), que é usada na Região 1 do UIT-R (Europa, África e Oriente Médio) e 698–806 MHz (faixa 700), adotada nas Regiões 2 e 3 do UIT-R (Américas e ÁsiaPacífico, respectivamente). Que arranjo de frequências deve ser adotado? A Região 1 da UIT deve adotar uma segunda faixa de dividendo digital, que estenderia o dividendo digital até 694 MHz? Frequências abaixo de 1 GHz são ideais para redes móveis, pois oferecem boas características de área de cobertura, melhor cobertura no interior de edificações, capacidade razoável e blocos em quantidade suficiente para uso eficiente do espectro para banda larga. A transição para TV digital dá às estações terrestres mais capacidade de adicionar canais de TV de alta definição, mesmo se o dividendo for utilizado por redes móveis. Os benefícios econômicos do licenciamento do dividendo digital para redes móveis são muito maiores que com qualquer outro tipo de serviço. A harmonização regional dessa faixa permitirá obter economias de escala, reduzir o custo dos aparelhos e reduzir interferências ao se transitar por fronteiras. Os governos não devem priorizar as receitas ao autorizar o uso da faixa do dividendo digital, pois isso limita artificialmente a demanda e pode atrasar o desenvolvimento da rede, aumentar os preços cobrados dos usuários e limitar os possíveis benefícios econômicos. O excesso de tarifas pode impedir que sejam atingidas metas de universalização do acesso de banda larga. É razoável impor obrigações de cobertura para garantir o uso eficiente deste espectro. O dividendo digital é um dos principais elementos de promoção do acesso universal à banda larga, que trará benefícios socioeconômicos tanto em cidades como em áreas rurais ou remotas. Os governos precisam colocar a banda larga no topo de suas agendas de desenvolvimento para implementá-la rapidamente e levar seus benefícios ao maior número de pessoas possível. 92 — Dr. Hamadoun Touré, Secretário geral da UIT Bibliografia Declaração de posição da GSMA: Dividendo digital Declaração de posição da GSMA: Asia Pacific Digital Dividend/UHF Band Plans Relatório: Economic Benefits of the Digital Dividend for Latin America Relatório: The Economic Benefits of Early Harmonisation of the Digital Dividend Spectrum and the Cost of Fragmentation in Asia GSMA Digital Dividend Toolkit Relatório: Licensing to Support the Broadband Revolution 93 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Dividendo Digital Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Fatos e Números Liberando o Espectro do Dividendo Digital* para Redes Móveis O mapa mostra o progresso de diferentes países em atribuir e licenciar o espectro do dividendo digital para redes móveis. O espectro do dividendo digital foi licenciado às operadoras móveis de acordo com um plano de canalização harmonizado em nível regional Um plano de canalização harmonizado regionalmente foi anunciado, mas o espectro ainda não foi licenciado para as operadoras móveis O espectro do dividendo digital foi separado para redes móveis e o plano de canalização ainda não foi anunciado Plano de canalização não harmonizado foi anunciado O espectro do dividendo digital não foi atribuído para redes móveis Não há informações disponíveis * Neste mapa, o dividendo digital corresponde à faixa de 800 MHz para a Europa, Oriente Médio e África e 700 MHz para outras regiões. 94 95 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Plano de Canalização para o Segundo Dividendo Digital (EMEA) Introdução Debate Posição da Indústria Em fevereiro de 2012, a Conferência Mundial de Radiocomunicações (CMR-12) concordou em atribuir a faixa de frequências de 694 a 790 MHz, conhecida como faixa de 700 MHz, para serviços de redes móveis após a CMR-15. Esta atribuição aplica-se à Europa, incluindo Rússia, Oriente Médio e África, a chamada Região 1 da União Internacional de Telecomunicações (UIT). Como existe sobreposição entre as faixas de 800 MHz e APT 700 MHz, qual deve ser o plano de canalização preferido para a região? As operadoras de redes móveis apoiam a proposta de um plano de canalização de 2 x 30 MHz com uplink a 703733 MHz pareada com downlink a 758788 MHz, pois a faixa de 700 MHz é a preferida na África, Oriente Médio e Europa. A CMR-12 tomou esta decisão com base em um compromisso da maioria das partes em buscar harmonizar as faixas de 700 e 800 MHz (3GPP Band 20) na Região 1. A atribuição só entrará em vigor na CMR-15, o que permitirá tempo suficiente para realizar estudos técnicos e para os países daptarem seu modelo de utilização de frequências. Existem várias opções e abordagens possíveis para o plano de canalização de 700 MHz na Região 1 da UIT. Quais seriam os benefícios da harmonização regional na Região 1? Além do plano de canalização harmonizado, as condições técnicas e regulatórias pertinentes ao uso da faixa também precisam ser harmonizadas. A GSMA acredita que os fornecedores apoiam a mesma opção em razão da posição pública que adotaram sobre o arranjo para a faixa de 700 MHz. Se os governos e regiões não adotarem uma abordagem comum e consistente, pode haver planos de canalizações conflitantes na África e no Oriente Médio e entre a Europa e o resto da região. Planos de canalizações fragmentados podem criar problemas de interferência para operadoras, aumentar os custos e atrasar a disponibilidade e a instalação dos equipamentos. Bibliografia GSMA Public Policy Position on the Preferred Band Plan for Digital Dividend 2 in ITU Region 1 GSMA Welcomes UAE’s Decisive Step to Lead Regional Surge in Mobile Broadband 96 97 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Plano de Canalização para o Segundo Dividendo Digital (EMEA) Aprofundando Harmonização do Segundo Dividendo Digital na Europa, Oriente Médio e África Plano de canalização para 800 MHz 791 MHz 821 MHz 832 MHz 862 MHz O plano de canalização de 700 MHz preferido para a região 1 da UIT é o mesmo que o da APT, com um duplex inferior que permite harmonização quase total da faixa. Plano de canalização para Ásia Pacífico 718 MHz 748 MHz 803 MHz 773 MHz Duplex superior 703 MHz 733 MHz 758 MHz 788 MHz Duplex inferior Plano de canalização preferido para 700 MHz na EMEA 703 MHz 98 733 MHz 758 MHz 788 MHz 99 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Acesso Compartilhado a Licenças Introdução Debate Posição da Indústria O Acesso compartilhado a licenças (LSA) é um conceito que permite que o espectro atribuído para IMT seja utilizado por mais de uma entidade. Em teoria, isto permitiria utilizar o espectro compartilhando o acesso com o detentor da licença, que não é uma empresa do setor móvel e não está utilizando as frequências designadas. As operadoras podem depender do conceito de LSA para compartilhar espectro com usuários já instalados? O conceito de LSA pode dar acesso a mais espectro a operadoras de redes móveis para prestação de serviços de banda larga, mas o acesso exclusivo por meio de licenciamento baseado em princípios de mercado deve continuar sendo a principal abordagem regulatória. O acesso compartilhado a licenças complementa outros processos autorizados de acesso a espectro, como utilização licenciada (exclusiva) ou não sujeita à licença (não licenciada). O LSA pode ser utilizado para resolver questões regulatórias e de defesa da concorrência (p.ex. evitar que uma operadora obtenha acesso a todo o espectro de LSA)? O que se deve fazer para aplicar o LSA de forma eficaz e sem retardar a liberação de faixas para acesso exclusivo? Se houver um contrato comercial e uma estrutura regulatória apropriada, o LSA pode permitir que parte do espectro seja utilizado por um usuário LSA (p.ex. uma operadora de redes móveis). À medida em que a demanda por espectro vem se tornando cada vez mais intensa, estratégias regulatórias como essa vêm atraindo cada vez mais interesses e sendo estudadas mais profundamente. O excesso de zelo em buscar novos modelos regulatórios não pode eliminar um modelo comprovadamente capaz de promover investimentos, inovação e empregos. 100 — Joan Marsh, Vice Presidente de Assuntos Regulatórios Federais, AT&T A LSA não elimina a necessidade urgente de se obter mais espectro harmonizado e para uso exclusivo de serviços móveis de banda larga. Esse continua sendo o principal objetivo em nível regional e internacional. A autorização de acesso a mais espectro por meio de LSA deve ser concedida por autoridades reguladoras nacionais após consulta pública e por meio de contratos comerciais entre a concessionária do espectro e a operadora da rede móvel. Bibliografia GSMA Public Policy Position on Licensed Shared Access (LSA) and Authorised Shared Access (ASA) Qualcomm: The 1000x Data Challenge v 101 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Acesso Compartilhado a Licenças Aprofundando Modelos de Compartilhamento de Espectro O licenciamento de espectro em caráter exclusivo é uma abordagem comprovadamente capaz de garantir que os usuários, incluindo operadoras de redes móveis, sejam capazes de prestar serviços de alta qualidade a seus clientes sem sofrer interferência. Com a proliferação das tecnologias de redes móveis, a demanda por acesso ao espectro de rádio vem se intensificando e produzindo discussões e propostas de novas abordagens ao gerenciamento de espectro. Espectro não licenciado TV White Spaces: Faixas de frequência que podem ser utilizadas por vários sistemas e serviços se atenderem a determinados ‘protocolos de etiqueta’ e padrões técnicos. O Wi-Fi é uma tecnologia que utiliza espectro não licenciado. Espectro de TV UHF que não é utilizado em determinados períodos ou em algumas regiões e que, por isso, permite que serviços não licenciados possam usar o espectro para serviços de banda larga. Esses serviços dependem de tecnologias e técnicas de gerenciamento dinâmico de espectro. Espectro com licença compartilhada Acesso compartilhado a licenças (ou compartilhamento autorizado de licenças): É o espectro compartilhado por vários usuários licenciados. O compartilhamento pode ser acertado em bases comerciais entre entidades licenciadas ou ser uma das condições do processo de licenciamento. Um esquema proposto de compartilhamento que permite ao detentor de licenças de espectro concedidas para outro serviço mas que são pouco utilizadas. O acesso compartilhado a licenças (LSA) é uma forma proposta de garantir um serviço de alta qualidade em vez dos serviços dependentes de implementação fornecidos pelo espectro isento de licença. Embora essas inovações possam encontrar um nicho viável no futuro, a GSMA acredita que a busca de tais opções pode desviar a atenção da necessidade de licenciamento de espectro em quantidade suficiente e em caráter exclusivo para banda larga móvel. 102 103 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Limitação de Interferências Introdução Debate Posição da Indústria A radiotransmissão pode interferir em sistemas de rádio que operam em faixas de frequência adjacentes porque os transmissores e a filtragem do receptor nem sempre funcionam perfeitamente. As bandas de guarda são a única maneira de evitar interferências entre as faixas utilizadas por serviços móveis e outros sistemas que utilizam faixas adjacentes? A interferência pode ser limitada usando-se técnicas adequadas de planejamento e mitigação. Algumas novas tecnologias são mais eficazes em reduzir interferências, mas podem ser mais caras porque os equipamentos são mais complexos e consomem mais energia. A possibilidade de interferência deve ser resolvida antecipadamente pelas agências reguladoras antes de atribuir o espectro ou o problema deve ser abordado pelas operadoras? A solução é definir parâmetros para radiotransmissores e receptores para garantir a compatibilidade entre sistemas que operam na mesma faixa ou em faixas adjacentes. Entretanto, esta abordagem não pode ser aplicada a tecnologias para as quais não existem padrões. O método tradicional de gerenciar interferências é manter 'bandas de guarda'. Entretanto, essa solução reduz a eficiência espectral. Outras técnicas podem ser usadas para reduzir a interferência tanto quanto possível a fim de minimizar a perda de espectro utilizável. O crescente congestionamento dos céus requer gestão e monitoramento cuidadosos em escala global, com cooperação e discussão para evitar riscos de interferência. Esse é um dos principais componentes do trabalho da UIT, que é a agência global encarregada de gerenciar o espectro eletromagnético e recursos orbitais em nível mundial. 104 — Dr. Hamadoun Touré, Secretário Geral da UIT A melhor maneira de evitar interferências entre comunicações móveis ao longo de fronteiras com outros países é a harmonização regional das faixas atribuídas. Problemas de interferência transfronteiriça geralmente são abordados por tratados bi ou multilaterais entre países vizinhos. Para minimizar a largura das bandas de guarda e os custos para mitigar interferência, são necessárias normas que definam padrões para sistemas transmissores e receptores de RF. As estações de TV temem que a introdução de serviços móveis na faixa de UHF possa interferir na recepção de sinais de televisão, algo que as operadoras móveis também querem evitar. Um padrão para recepção de sinais de televisão melhoraria a situação. Bibliografia Technical paper: Managing Radio Interference GSMA briefing paper on WRC Agenda Item 1.17 — broadcast interference Fact sheet: Potential for Interference to Electronics 105 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Limitação de Interferências Estudo de Caso Experiências Práticas com Coexistência de LTE a 800 MHz Como o espectro do dividendo digital é, por definição, adjacente às faixas de frequências que continuam sendo usadas para televisão, os reguladores e a indústria continuam trabalhando para garantir que os serviços móveis que utilizam a faixa de 800 MHz do dividendo digital não interfiram em transmissões de televisão. Mesmo assim, continua havendo preocupações na maioria dos mercados antes da instalação do serviço de redes móveis. Agora que operadoras de redes móveis de vários países começaram a instalar redes LTE utilizando o espectro do dividendo digital, esses problemas passaram a ser parte do passado. Na Alemanha, mais de 4.600 estações base operando em 800 MHz haviam sido instaladas em áreas urbanas, suburbanas e rurais até outubro de 2012. Houve poucos incidentes de interferência no país. Foram comunicados seis casos interferência com sinais de televisão terrestre. O caso mais grave envolveu o bloco inferior do espectro LTE e o canal 60, lançado pela O2 em Nuremberg em julho de 2012. Houve também 22 casos envolvendo microfones sem fio (que o regulador já havia solicitado que passassem a utilizar outras frequências) e 6 casos envolveram interferências em outros serviços e aplicativos. Na Suécia, centenas de estações base de 800 MHz foram instaladas, e as operadoras de redes móveis foram responsáveis pela primeira resposta a queixas de interferência. No primeiro trimestre de 2012, houve cerca de 40 casos de interferência em televisores, dos quais 30 foram rapidamente resolvidos fornecendo aos telespectadores um filtro para o sinal de televisão. Até agora, houve menos casos de interferência em sinais digitais terrestres por serviços móveis na faixa de 800 MHz que o previsto, mas a incidência pode variar de acordo com a proporção da população que utiliza a plataforma de TV digital e a topologia da rede de televisão digital. Os amplificadores de radiofrequência (RF) se mostraram um fator mais significativo que o esperado, mas filtros de RF podem resolver a maioria dos casos de interferência. Até agora não houve nenhuma interferência em redes cabeadas. Até agora, houve menos casos de interferência em sinais digitais terrestres gerados por serviços móveis na faixa de 800 MHz em serviços de televisão que o previsto. Alemanha Mais de 4.600 estações base operando em 800 MHz já foram instaladas em áreas urbanas, suburbanas e rurais 6 casos de interferência em sinais digitais terrestres de televisão 22 6 incluíram microfones sem fio Suécia Centenas de estações de base operando em 800 MHz foram instaladas 40 30 casos de interferência em transmissões de televisão, das quais… foram rapidamente resolvidos fornecendo aos telespectadores um filtro para o sinal de televisão casos envolveram interferência em outros serviços e aplicativos Fonte: Vodafone 106 107 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Planejamento do Espectro Futuro Introdução O número de conexões móveis e o volume de dados em redes móveis continuam crescendo rapidamente. O tráfego de dados em redes móveis já superou o tráfego de voz e vem crescendo exponencialmente, impulsionado pelo consumo de vídeo, pelos smartphones e por novos equipamentos como os tablets. Antes da Conferência Mundial de Radiocomunicações 2015 (CMR-15), grupos de estudo da UIT vêm estudando os requisitos de espectro necessários para atender à demanda por serviços móveis no futuro. A GSMA e seus membros vêm trabalhando de acordo com os procedimentos normais da UIT para garantir a identificação de espectro adequado para IMT. Na maioria dos países, o espectro atribuído atualmente e utilizado pela indústria de redes móveis está entre 300 e 550 MHz. Até 2020, a indústria precisará de 1600 a 1800 MHz de espectro para atender a demandas futuras e disseminar todos os benefícios dos serviços móveis de banda larga. O espectro precisa ser harmonizado em nível internacional e regional e em faixas de frequência abaixo de 5 GHz, que são apropriadas para serviços em grandes áreas. A harmonização global de faixas é geralmente definida pela CMR, e a indústria móvel vem participando ativamente deste programa. Debate De quanto espectro o setor móvel precisará até 2020 ou 2025? Como serão as redes móveis do futuro e o que devemos fazer para planejar seu crescimento explosivo? Que novas aplicações de banda larga surgirão no futuro? Com base no crescimento observado entre 2008 e 2010, a Analysys Mason espera que o tráfego em redes móveis cresça mais vigorosamente até 2015 que nos anos anteriores… Segundo previsões recentes, estimamos que o tráfego em redes móveis crescerá a uma taxa anualizada de 42%, atingindo 28.000 PB por ano em 2015. 108 — Analysys Mason, Junho 2011 Posição da Indústria A indústria móvel precisará de cada vez mais espectro harmonizado para disseminar os benefícios socioeconômicos da banda larga. As redes móveis terão papel cada vez mais importante em levar serviços de banda larga para todos, sobretudo em países em desenvolvimento com baixa penetração de linhas fixas. Embora as necessidades de espectro variem de mercado para mercado, o setor terá cada vez mais dificuldade em prestar serviços de qualidade e levar aos clientes as taxas de transmissão de dados que desejam a preços acessíveis se não houver atribuição de espectro apropriado e comercialmente viável para redes móveis. Se não forem tomadas medidas para acomodar o aumento da demanda de dados, o setor móvel passará muitos anos restringido, pois leva tempo para se obter consensos internacionais sobre a utilização do espectro. A indústria precisa de faixas de tamanho razoável (100 a 200 MHz) que possam ser padronizadas em nível nacional. À medida em que planejam o uso do espectro, os governos devem considerar o impacto econômico por sua utilização. O setor móvel mostrouse consistentemente capaz de gerar o máximo de benefícios em termos de contribuição para o PIB, empregos e impacto social. A GSMA apoia a transição das operadoras para serviços LTE utilizando implementações TDD ou FDD, conforme seja melhor para a interoperabilidade local e as necessidades do mercado. Bibliografia Relatório: Global Mobile Network Traffic: A Summary of Recent Trends Briefing paper: GSMA Suggested Suitable Frequency Bands Briefing paper: WRC Agenda Item 8.2 — Spectrum for IMT União Internacional de Telecomunicações (UIT) 109 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Planejamento do Espectro Futuro Fatos e Números Previsões Sobre Tráfego Global de Várias Fontes O volume crescente de tráfego que percorre redes de banda larga cria desafios significativos para a indústria. A GSMA estima que haverá escassez de espectro de 900 MHz até 2025. Isso demonstra a importância de se obter mais espectro para utilização de longo prazo. Caso contrário, pode haver aumento dos custos para a indústria, redução da qualidade do serviços, aumento da pressão regulatória e, enfim, aumentos de preço para o consumidor. Muitas organizações acreditam que o volume de tráfego em redes móveis irá aumentar. O gráfico ao lado mostra as previsões para o aumento da demanda de vários players do setor de redes móveis e observadores da indústria. Um detalhe interessante é que as previsões da Analysys Mason, Ericsson e Orange para 2015 são idênticas. Os dados do Cisco VNI incluem dados em redes Wi-Fi e, portanto, suas previsões parecem ser mais agressivas. Previsões para o tráfego de dados móveis ANALYSYS MASON ERICSSON ORANGE CISCO VNI Petabytes de dados 60000 50000 40000 30000 20000 10000 0 2012 2013 2014 2015 Fontes: Analysys Mason, Global Mobile Network Traffic, Junho 2011; Ericsson Mobility Report, Novembro 2012; Orange Global Forecast 2010-2020; Cisco VNI Mobile Forecast 2013. 110 111 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Leilões de Espectro Introdução O gerenciamento de espectro para comunicações móveis vem se tornando cada vez mais complexo à medida que governos liberam mais espectro nas faixas existentes, gerenciam a renovação de licenças que estão perto do vencimento e liberam espectro em outras faixas para vários serviços de banda larga. O gerenciamento eficiente e eficaz desses processos é essencial para que continuem os investimentos e o desenvolvimento de serviços de redes móveis. Os leilões são uma forma eficiente de atribuir o espectro quando há competição por recursos de espectro escassos e se espera que a demanda seja maior que a oferta. Existem várias opções de tipos de leilão, e todas elas têm pontos fortes e limitações. Embora leilões com várias rodadas geralmente sejam preferidos, a melhor opção depende da situação do mercado e dos objetivos dos governos e agências reguladoras. Bibliografia Relatório: Licensing to Support the Broadband Revolution Declaração de posição da GSMA: Leilões de espectro Declaração de posição da GSMA: Spectrum Licensing 112 Ao distribuir espectros em leilões, os governos geralmente procuram atingir metas como as seguintes: ■■ Maximizar o valor da utilização do espectro para a economia e a sociedade ■■ Implementação técnica eficiente dos serviços ■■ Investimento suficiente para instalar as redes e novos serviços ■■ Geração de receita para o governo ■■ Promover a concorrência no mercado ■■ Criar um processo de distribuição justo e transparente Debate Posição da Indústria Para se obter todos os benefícios econômicos e sociais das redes móveis, o espectro precisa ser atribuído de forma eficiente. Nenhum tipo de leilão de espectro é adequado para todas as situações. Cada leilão precisa ser projetado de acordo com as condições do mercado e para atingir objetivos específicos definidos pelo governo. Os leilões devem ser projetados para maximizar os benefícios econômicos e sociais de longo prazo da utilização do espectro e não para maximizar a receita de curto prazo para os governos. Os reguladores devem trabalhar junto aos participantes para garantir que o leilão seja justo, transparente e próprio para as condições do mercado. Os leilões não são a única maneira de o governo gerenciar a atribuição do espectro e deve ser utilizados apenas em situações apropriadas. Qual a melhor maneira de determinar o valor do espectro? Quais os principais fatores para projetar um leilão capaz de atingir as metas do governo? Os governos devem projetar os leilões de modo a obter o máximo de recursos no curto prazo ou para criar um mecanismo economicamente eficiente de alocar um recurso escasso? Os países que implementam políticas públicas corretas de licenciamento de espectro promovem acesso amplo a serviços de banda larga acessíveis e inovadores. Por sua vez, uma estrutura forte de telecomunicações traz benefícios econômicos muito mais amplos, elevando a produtividade e a qualidade de vida. — Competition Economists Group, 2012 113 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Leilões de Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Estudo de Caso Preços de Reserva em Leilões de Espectro Austrália: O primeiro espectro de dividendo digital a não ser vendido Os preços de reserva são parte importante do projeto de leilões de espectro, pois evitam lances frívolos e garantem um preço mínimo pelas licenças se não houver muita disputa pelo espectro. Entretanto, nem sempre é necessário definir preços de reserva elevados se houver competição intensa pelo espectro móvel. Pois isso pode afastar os participantes e pode levar a falha do leilão, deixando o espectro — que é um recurso valioso — sem utilização. Em vez de procurar maximizar as receitas, os governos devem focar nos benefícios socioeconômicos de longo prazo gerados pela disseminação dos serviços móveis e, ao mesmo tempo, garantir um nível apropriado de concorrência na indústria. Leilões com preços de reserva mais baixos e mais realistas permitem que o mercado determine o valor do espectro vendido. Listamos a seguir três leilões em que os preços de reserva foram importantes: Em maio de 2013, a Austrália encerrou o leilão do dividendo digital, deixando um terço da faixa de 700 MHz sem ser vendida. O leilão também incluiu partes do espectro de 2,6 GHz e gerou A$1 bilhão (US$780 milhões), valor inferior ao que o governo esperava. Foi a primeira vez em que uma faixa do espectro do dividendo digital ficou sem ser vendida. Desde então, o governo australiano foi criticado por definir um preço de reserva elevado demais a US$1,43/MHz/habitante. Das três operadoras móveis do país, a Telstra e a Optus compraram uma parte menor do espectro de 700 MHz do que o permitido pelas regras do leilão, e a Vodafone Hutchison Australia não fez nenhum lance. República Tcheca: Leilão de espectro tem lances altos demais Índia Fixação em preços de reserva elevados Em março de 2013, a agência reguladora de telecomunicações da Índia (TRAI) leiloou o espectro de 1800 MHz em quatro dos ‘círculos’ definidos no país, o espectro de 900 MHz em três círculos e uma licença para todo o país para o espectro de 850 MHz. As empresas reagiram mal à oferta e os preços de reserva foram considerados altos demais devido à natureza do mercado, onde as tarifas são baixas. Os preços de reserva para os lotes de 900 MHz foram definidos como o dobro dos preços de reserva para 1800 MHz para o mesmo ciclo. No final, apenas uma empresa, a MTS, participou do leilão e adquiriu espectro de 850 MHz para apenas 8 das 22 áreas atendidas. Em março de 2013, a agência reguladora de telecomunicações da República Tcheca, a CTU, realizou um movimento surpreendente e suspendeu o leilão de espectro do país porque os lances haviam superado em muito o preço de reserva. A CTU estipulou um preço mínimo de CZK 7,4 bilhões (US$377 milhões) para três faixas de frequência (800 MHz, 1800 MHz e 2,6 GHz), mas os lances chegaram a CZK 20 bilhões e o regulador optou por interromper o leilão. Em vez de aproveitar a nova receita, a agência reguladora julgou que os custos elevados do espectro seriam repassados aos consumidores e atrasariam o investimento em redes 4G. Segundo a Diretora da GSMA Anne Bouverot, “a aquisição do espectro é apenas a primeira etapa antes de investir e instalar as redes para levar serviços móveis aos consumidores. Preços de reserva altos demais podem fazer com que o espectro não seja vendido, atrasar o fornecimento de serviços móveis e, enfim, aumentar os preços para os consumidores.” 114 115 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Limites de Espectro Introdução Debate Posição da Indústria Limites de espectro são limites à quantidade de espectro que pode ser concedida a uma única operadora de redes móveis. Alguns governos e reguladores adotaram limites de espectro por operadora para gerenciar a quantidade de espectro em leilões a fim de promover a concorrência entre as operadoras e evitar que elas utilizem sua capacidade econômica para se apoderar de grandes segmentos de espectro capazes de lhes proporcionar vantagens sobre a concorrência. O uso de limites de espectro por operadora produz os melhores resultados sociais e econômicos? Em mercados onde não existe concorrência efetiva, o uso de limites de espectro pode ser eficaz, mas deve-se tomar cuidado com as consequências não pretendidas e com a possibilidade de resultados desfavoráveis para os consumidores. Os reguladores vêm recorrendo cada vez mais aos limites de espectro por operadora ao definir regras de leilões a fim de distribuir melhor o espectro e equilibrar os portfólios das operadoras. Participantes novos e ou que dispõem de pouco espectro geralmente são favoráveis à adoção de limites, enquanto as operadoras já instaladas acreditam que esse método prejudica a qualidade dos serviços que podem prestar a seus clientes. Os limites de espectro por operadora são a uma maneira apropriada de limitar a dominância do mercado por uma única operadora? As operadoras não devem ser penalizadas pela utilização bem-sucedida das faixas de frequência que possuem ou ser impedidas de prover novos serviços. As operadoras com maior participação no mercado são aquelas que mais precisam de espectro para atender às demandas de seus clientes. Quando aplicados sem discriminar entre operadoras, os limites de espectro distribuem o espectro entre as operadoras e potencialmente a outros que vierem a participar do mercado no futuro. Se forem impostos, os limites devem ser usados de forma a permitir a todos os participantes instalem redes de forma eficiente do ponto de vista técnico e econômico. As regras de leilão e licenciamento pertinentes precisam dar aos operadores a capacidade de manter um portfólio de espectro suficiente para fornecer serviços de banda larga a preços acessíveis. A utilização de limites de espectro visando especificamente a facilitar a entrada novos participantes no mercado pode causar fragmentação do espectro e ineficiências de mercado, que podem prejudicar os clientes e as empresas que utilizam serviços de redes móveis. O uso de condições de licenciamento condicionadas ao desenvolvimento da rede e utilização do espectro pode produzir melhores resultados para os clientes. Antes de aplicar limites de espectro por operadora, os reguladores devem analisar rigorosamente o mercado para garantir que existem outras operadoras capazes de usar o espectro de forma a proporcionar mais benefícios à sociedade. A dominância do mercado não deve ser abordada através de limites espectro, mas pela legislação de defesa da concorrência. Bibliografia Relatório: Licensing to Support the Broadband Revolution Relatório: Mobile Broadband, Competition and Spectrum Caps Artigo: Forbes.com, “Sending the Wrong Signals to the Wireless Marketplace” 116 117 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Limites de Espectro Estudo de Caso Avaliando os Efeitos de Limites de Espectro no Chile Em setembro de 2009, a agência reguladora chilena Subtel licenciou 90 MHz da banda AWS (1,7 a 2,1 GHz) em três blocos para prestação de serviços de redes móveis no país. Com isso, o Chile tornou-se o primeiro país latinoamericano a licenciar esta faixa. A Corte Suprema do Chile autorizou a Subtel a impor um limite de 60 MHz de espectro por operadora, o que efetivamente excluiu as três operadoras já instaladas (Movistar, da Telefónica, Entel e Claro, da América Móvil), que já possuíam este montante ou um valor próximo em seus portfólios de espectro. A empresa de televisão a cabo ganhou o bloco A do espectro AWS com uma oferta de US$3,02 milhões, e a Nextel ganhou os blocos B e C por US$14,7 milhões. Ambas as operadoras foram obrigadas a instalar os serviços em um ano. “A entrada de duas novas empresas aumentará a competição nas áreas de telefonia móvel e negócios pela internet, o que é uma boa notícia para 15 milhões de chilenos”, afirmou o ministro de telecomunicações René Cortázar à imprensa na época. Mas, em retrospecto, os limites de espectro foram uma estratégia eficaz para aumentar a concorrência e levar benefícios aos cidadãos? Não necessariamente. Apesar da exigência de instalar os serviços rapidamente, os novos participantes não conseguiram lançar o serviço 3G antes de maio de 2012, um ano e meio depois do prazo final em outubro de 2010. A concorrência também não aumentou, pois a VTR e a Nextel juntas controlam apenas 1,3% do mercado quase três anos após a primeira concessão das licenças de AWS. O governo agora está estudando a possibilidade de permitir um mercado secundário para o espectro, pois as empresas não estão utilizando todo o espectro de que dispõem. Empresa Assinantes Participação no mercado Espectro licenciado Q3 2009 Q2 2013 Q3 2009 Q2 2013 Antes Depois Entel 6.126.037 10.141.135 36,64% 37,36% 60 MHz (35,0%) 60 MHz (23%) Claro 3.302.000 6.275.000 19,75% 23,12% 55 MHz (32,5%) 55 MHz (21%) Movistar 7.255.400 10.377.100 43,39% 38,23% 55 MHz (32,5%) 55 MHz (21%) 38.000 208.100 0,23% 0,77% – 60 MHz (23%) – 140.100 – 0,52% – 30 MHz (12%) Nextel VTR * A faixa de 2,6 GHz foi concedida em junho de 2012 (40 MHz para a Entel, 40 MHz para a Claro e 40 MHz para a Movistar). Fonte: GSMA Intelligence, Agosto 2013 118 119 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Harmonização do Espectro Introdução A harmonização de espectro é a atribuição uniforme de faixas de frequência sob regimes técnicos e regulatórios comuns em várias regiões. Ao aderir a faixas reconhecidas internacionalmente, um país pode obter diversasvantagens: ■■ Menor custo para os clientes, pois os fabricantes podem produzir dispositivos e em grande escala, que funcionam em uma mesma faixa em vários países ■■ Maior disponibilidade de dispositivos, pois o mercado internacional é maior ■■ Roaming (capacidade de usar o dispositivo móvel em outros países) ■■ Menos problemas de interferência transfronteiriça O número de faixas que um determinado dispositivo móvel pode suportar é limitado. Cada nova faixa aumenta o custo dos dispositivos, reduz a sensibilidade do receptor e requer mais bateria. As faixas para IMT são definidas por um processo multilateral rigoroso, que considera os aspectos técnicos e práticos de cada escolha. O ponto alto do processo é a Conferência Mundial de Radiocomunicações, realizada a cada dois ou três anos, onde são tomadas decisões finais sobre a utilização de espectro no mundo inteiro. Debate Que grau de harmonização uma faixa precisa ter para se obter todos os benefícios da harmonização? O mercado de um único país pode ser grande o suficiente para que os benefícios de harmonizar o espectro sejam irrelevantes? No futuro, as tecnologias cognitivas permitirão que os dispositivos selecionem dinamicamente qualquer faixa, eliminando a necessidade de os países harmonizarem sua utilização? A harmonização de faixas proporciona enormes economias de escala, ajudando a disseminar as telecomuncações móveis pelo mundo. Bibliografia Relatório: The Economic Benefits of Early Harmonisation of the Digital Dividend Spectrum and the Cost of Fragmentation in Asia Relatório: The Benefits of Releasing Spectrum for Mobile Broadband in Sub-Saharan Africa Relatório: Economic Benefits of the Digital Dividend for Latin America 120 Posição da Indústria Os governos que alinharem a utilização do espectro com faixas harmonizadas em nível internacional levarão mais benefícios aos consumidores e evitarão interferências ao longo de suas fronteiras. As tecnologias de rádio cognitivo não reduzirão a necessidade de harmonizar o espectro de redes móveis em um futuro próximo. A única maneira de obter grandes economias de escala é aderir a planos de canalização reconhecidos internacionalmente. A harmonização de faixas em nível regional é o mínimo imprescindível. Mesmo pequenas variações nos planos de canalização podem levar os fabricantes a desenvolver dispositivos específicos para determinados mercados, o que impõe preços maiores para os consumidores. Todos os mercados devem adotar a harmonização regional sempre que possível, pois isso beneficia todo o ecossistema global de redes móveis. Fazer tudo sozinho não traz nenhuma vantagem. Na África Subsaariana, existe uma grande demanda de espectro harmonizado para fornecer capacidade suficiente a preços acessíveis aos usuários. Na maioria dos países da região, as operadoras de telefonia móvel geralmente dispõem de apenas 360 MHz de espectro para serviços móveis, enquanto em muitos países desenvolvidos existem 550 MHz de espectro utilizável disponível. — Plum Consulting, 2011 121 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Harmonização do Espectro Aprofundando Distribuição Internacional de Espectro de Redes Móveis — Ásia Pacífico A distribuição internacional das faixas para IMT podem variar de uma região para outra. Por exemplo, as faixas do dividendo digital na região Ásia Pacífico são diferentes das usadas na Europa, Oriente Médio e África. Faixas de capacidade (>1GHz) 1710 1785 1805 1880 20 MHz Faixas de cobertura (<1 GHz) 703 Faixa de 1800: 2x75 MHz 748 824 758 803 1920 1980 2110 10 MHz 30 MHz Faixa de 700: 2x45 MHz Faixa de 2100: 2x60 MHz 849 869 894 2300 2170 2400 20 MHz Faixa de 850: 2x25 MHz 880 122 915 925 Faixa de 2300: 100 MHz 960 2500 2570 2620 2690 10 MHz TDD Faixa de 900: 2x35 MHz Faixa de 2500: 2 x 70 MHz com TDD não emparelhado de 50 MHz 123 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Renovação de Licenças Introdução Debate Posição da Indústria Muitas das licenças de espectro 2G concedidas originalmente deverão ser renovadas nos próximos anos. As agências reguladoras responsáveis pelos novos leilões precisarão determinar como os direitos de espectro das operadoras serão afetados à medida em que as concessões iniciais chegam ao fim. Qual abordagem ao processo de renovação de licenças de espectro será mais benéfico para os clientes e para a sociedade? É essencial que governos e reguladores implementem um processo claro e rápido para renovação de licenças de espectro. A possibilidade de vencimento da licença cria muitas incertezas para as operadoras móveis. Portanto, a renovação deve ser um processo transparente, previsível e coerente para que as operadoras possam tomar decisões de investimento de longo prazo bem fundamentadas. Não existe uma abordagem padrão para relicenciamento de espectro. Cada mercado precisa ser analisado separadamente, e todos os participantes do setor devem se envolver em todas as etapas do processo decisório. Se os processos não forem gerenciados de forma eficaz, pode haver atraso de investimentos em novos serviços, o que pode prejudicar a oferta do serviços de redes móveis para milhões de consumidores. Os detentores de licenças devem presumir que poderão renovar a licença quando ela expirar, exceto se os termos de licenciamento indicarem o contrário? Os governos devem modificar livremente as atribuições de espectro, modificar larguras de faixa ou as condições para renovação de licenças? Para os consumidores, a manutenção do serviço de redes móveis é crítica. Para garanti-la, os procedimentos de renovação de licenças devem ser acertados pelo menos três ou quatro anos antes do vencimento. Os governos e agentes reguladores devem poder presumir que a licença do detentor atual será renovada. As únicas exceções devem ser casos de violações graves das condições de licenciamento antes da renovação. Se um governo decidir reavaliar a estrutura do mercado no momento da renovação, as prioridades devem ser manter o serviço para uso dos consumidores e garantir que os investimentos não deixem de ser feitos. Os governos não devem discriminar nem a favor nem contra novos entrantes, mas criar as mesmas condições para todos. As novas licenças devem ser garantidas por períodos de 15 a 20 anos para que os investidores tenham tempo suficiente para obter um retorno razoável sobre o investimento. As licenças de redes móveis renováveis devem ser neutras quanto a tecnologias e serviços. Bibliografia Declaração de posição: Renewal of Spectrum Usage Rights Relatório: Licensing to Support the Mobile Broadband Revolution 124 125 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Renovação de Licenças Melhores Práticas O Processo de Renovação de Licenças Renovação de Licenças e Portfólios com Várias Faixas Para minimizar a perturbação dos mercados, os governos e agências reguladoras devem levar em consideração o seguinte ao renovar as licenças: Quando desejam aumentar a competição no setor móvel, os governos devem optar pelo licenciamento de novas faixas de frequência em vez de licenciar faixas já ocupadas por redes móveis a outras operadoras. Tal licenciamento deve ser utilizado apenas se puder produzir resultados melhores no mercado. Nesses casos: Consultar operadoras de redes móveis e outros participantes do mercado Embora possam preferir uma determinada abordagem, as operadoras conhecem profundamente os benefícios e riscos de qualquer medida proposta. Um processo de consulta bem executado ajuda a diminuir problemas capazes de reduzir a eficiência na utilização do espectro. Um processo claro e aberto Como a maioria dos relicenciamentos é realizada através de procedimentos administrativos, é importante que os processos sejam claros e que as decisões sejam tomadas de forma aberta e transparente. Planejamento de espectro Sem um plano claro em nível nacional para identificar o espectro de redes móveis e conhecimento dos planos de licenciamento, a determinação do valor das licenças existentes está sujeita a grandes riscos. Um planejamento de espectro ajuda as operadoras a tomarem decisões bem fundamentadas sobre a renovação de licenças. Minimizando incertezas O detentor da licença deve manter direitos suficientes sobre o espectro para continuar atendendo a seus clientes. O novo licenciado deve possuir recursos técnicos e financeiros para gerar valor utilizando o espectro. Se um espectro for retirado de um operador e dado a outro, e não for utilizado, isso tem custos econômicos e sociais significativos. Os governos não devem impor obstáculos a investimentos em redes móveis modificando os termos de licenciamento de modo a impedir as operadoras de manter ou desenvolver seus serviços. O ideal é que a renovação das licenças coincida com a liberação de novas faixas. Isso permite a empresas que entram no mercado garantir um portfólio de espectro que garanta capacidade e cobertura suficientes para prestação de serviços. As operadoras precisam de informações completas sobre seus direitos, obrigações e custos de licenças para uso do espectro para determinar se vale a pena adquiri-las. 126 127 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Licenciamento de Espectro Introdução Debate Posição da Indústria O licenciamento de espectro é um poderoso recurso que as agências reguladoras podem utilizar para influenciar a estrutura competitiva e o comportamento do setor de telecomunicações móveis. A quantidade de espectro disponibilizada e os termos da concessão influenciam de forma decisiva os custos, a abrangência e a disponibilidade dos serviços móveis. Qual a melhor maneira de conceder licenças de espectro? Os direitos de espectro devem ser concedidos para serviços e operadoras capazes de gerar o máximo benefício para a sociedade a partir da utilização do espectro. O setor de redes móveis é intensivo de capital e requer grandes investimentos em infraestrutura. Quando apoiada por um regime regulatório estável, previsível e transparente, a política governamental de licenciamento de espectro pode tornar os mercados muito mais atrativos para investimentos. O gerenciamento de espectro em telecomunicações móveis vem se tornando cada vez mais complexo à medida que governos liberam mais espectro nas faixas existentes, gerenciam a renovação de licenças que estão perto do vencimento e liberam novas faixas para vários serviços de banda larga. Que condições devem ser exigidas de quem adquirir as licenças? A regulamentação do licenciamento são a melhor maneira de garantir um setor de redes móveis sadio e funcional, ou o desenvolvimento da indústria deve ser determinado principalmente por forças de mercado? As autoridades reguladoras devem promover um modelo de licenciamento transparente e estável, que priorize direitos de acesso exclusivo, promova serviços de alta qualidade de incentive os investimentos. As autoridades reguladoras devem publicar um cronograma da liberação planejada de novas faixas para maximizar os possíveis benefícios da utilização do espectro. O planejamento deve considerar um horizonte de 5 a 10 anos e incluir uma análise abrangente e detalhada da utilização atual do espectro. O espectro deve ser, tanto quanto possível, identificado, atribuído e licenciado de acordo com faixas espectrais para redes móveis harmonizadas globalmente para permitir economias de escala internacionais, reduzir a interferência transfronteiriça e facilitar serviços internacionais. Para atribuir novas faixas, as abordagens de mercado para licenciamento (p.ex. leilões) são a forma mais eficiente de distribuir o espectro entre os participantes que lhe atribuirão o maior valor. As taxas de licenciamento devem cobrir os custos administrativos de se liberar o espectro para novas aplicações de maior valor agregado, licenciamento e gerenciamento do espectro para se obter benefícios socioeconômicos de longo prazo. Os leilões não devem ser utilizados para maximizar a receita do governo. O licenciamento sob condições restritivas restringe a capacidade das operadoras de usar plenamente seus recursos de espectro e pode retardar o investimento em novos serviços. Mais especificamente, as restrições sobre serviços e tecnologias das licenças já concedidas devem ser eliminadas. Bibliografia Relatório: Licensing to Support the Broadband Revolution Declaração de posição da GSMA: Spectrum Licensing 128 129 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Licenciamento de Espectro Melhores Práticas Um Modelo de Licenciamento que Promove o Crescimento Termos de Licenciamento Justos As políticas de licenciamento devem suportar os modelos de negócios já existentes. como as tecnologias móveis continuam evoluindo rapidamente, uma abordagem flexível ao licenciamento pode proporcionar mais inovação e investimento. Para promover a eficiência, devem-se usar licenças que reflitam as condições básicas do mercado e não impor outros termos além dos necessários para a finalidade intrínseca da licença Tornar o licenciamento de espectro mais transparente Direitos sobre o espectro bem definidos e respaldados por fiscalização vigorosa criam um mercado estável e previsível. Eliminar restrições ao licenciamento Restrições ao uso do espectro criam uma escassez artificial desse recurso. As autoridades licenciadoras devem eliminar as restrições atuais e permitir que as empresas utilizem o espectro de acordo com tendências do mercado, apoiando o desenvolvimento da tecnologia e atendendo a demandas do mercado. A neutralidade quanto a serviços e tecnologia e a possibilidade de os operadores migrarem faixas utilizadas para serviços 2G poderá gerar benefícios econômicos significativos. Identificar uma abordagem de licenciamento que maximize o valor da utilização do espectro Os direitos de espectro devem ser concedidos para serviços e operadoras capazes de gerar o máximo benefício para a sociedade a partir da utilização do espectro. Se o espectro disponível for escasso e sujeito à demanda elevada, o licenciamento por meio de procedimentos de mercado evita que as faixas fiquem ociosas. Em vez disso, elas são licenciadas para implementação dos serviços mais valorizados e para as operadoras mais qualificadas para fornecê-las. Definir termos de licenciamento que permitam a compensação comercial As autoridades licenciadoras devem introduzir termos de licenciamento para operadoras móveis que correspondam, pelo menos aproximadamente, ao tempo necessário para recuperar os investimentos. Estudar a utilização de outras políticas para promover a universalização do acesso Em vez de usar obrigações vinculadas à licença para atingir metas de políticas, os governos devem estudar a possibilidade de usar outros tipos de regulamentação para modificar as condições de atuação das empresas que entram no mercado ou ampliar o acesso aos serviços, por exemplo. Evitar obrigações rígidas de cobertura e nível de serviço Impor às operadoras obrigações rígidas de cobertura ou serviço pode sair caro, principalmente para as empresas que entram no mercado, e forçar as operadoras as instalar redes que não são comercialmente viáveis. Em vez disso, remover obstáculos à entrada e liberar faixas mais baixas pode ser suficiente para se obter cobertura em áreas rurais. Limitar as taxas de licenciamento a valores suficientes para cobrir custos administrativos Se forem muito elevadas, as taxas de licenciamento (incluindo despesas iniciais e anuais) podem restringir o número de participantes no mercado, reduzir a capacidade das operadoras de investir na expansão das redes e encarecer os serviços de redes móveis. Se forem usados preços de reserva conservadores, os preços pagos corresponderão ao valor de mercado do espectro e não aumentarão excessivamente os custos dos serviços. Embora as comparações internacionais possam servir de parâmetro, os preços de reserva devem ser definidos de acordo com as condições do mercado local, considerando fatores como competição no mercado, população, disponibilidade de espectro e PIB. Fonte: GSMA and CEG, ‘Spectrum Licensing to Support the Broadband Revolution’, Junho 2012 130 131 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Comércio de Espectro Introdução Debate Posição da Indústria O comércio de espectro é um mecanismo em que as operadoras de rede podem trocar recursos de espectro em transações comerciais voluntárias. Acordos de troca de espectro entre redes de telefonia móvel devem ser permitidos? Os países devem adotar um marco regulatório que permita às operadoras comercializar voluntariamente o espectro. O comércio de direitos de uso do espectro é um fenômeno relativamente novo. Na Europa, a maioria dos países que permitem essa prática a autorizaram em 2002 ou depois. Cada país criou regras diferentes para orientar a prática. As regras de comércio podem facilitar transferências parciais de um direito de utilização, permitindo que um licenciado utilize apenas uma uma determinada faixa em um local específico por um período predeterminado de tempo. Isso pode contribuir para intensificar a utilização do espectro, que é um recurso limitado. Como as agências reguladoras devem supervisionar esses acordos? Que procedimentos regulatórios devem ser adotados para garantir a transparência e o registro de venda de espectro? O comércio de espectro pode aumentar a flexibilidade do planejamento empresarial, garantir que o espectro não fique inutilizado e levar bons serviços aos cidadãos. Para os governos, exigir notificação do comércio de espectro e sujeitálo à aprovação pode fazer sentido. A exigência de notificação preserva a transparência e mostra quais entidades são proprietárias de que partes do espectro, garantindo assim que não haja prejuízo à concorrência. Os governos devem implementar procedimentos apropriados e eficazes para processar notificações de contratos de comércio de espectro. As restrições ao comércio de espectro devem ser utilizadas apenas se houver outros problemas relacionados à competição ou motivos prementes. Os contratos de comércio de espectro são regidos pelas leis de comércio e sujeitos às regras pertinentes a tais contratos e à legislação de defesa da concorrência. Bibliografia Declaração de posição: Comércio de espectro GSM Europe consultation response: Secondary trading of rights to use spectrum Relatório CEPT/CEE: Description of Practices Relative to Trading of Spectrum Rights of Use 132 133 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Comércio de Espectro Aprofundando Critérios de Comércio de Espectro na Europa A aprovação da utilização de uma faixa por uma autoridade reguladora ou governo é fundamental. A necessidade de aprovação implica que existem situações em que a concessão pode ser negada. Os motivos para recusa podem ser, entre outros, os seguintes Prejuízo à concorrência (Áustria, República Tcheca, Finlândia, França, Lituânia, Noruega, Portugal, Romênia, Eslovênia, Suécia, Eslováquia, Suíça) A concessionária não reúne as condições para obter a licença (Romênia, Reino Unido) Risco de interferência (Finlândia) Risco à segurança nacional (Finlândia, Reino Unido) Transferência de espectro separado para proteção do interesse público, como defesa, segurança e outras funções não comerciais do estado (Lituânia) Uso eficaz e eficiente do espectro (Portugal, Eslovênia) Observação das leis sobre radiodifusão (Portugal, Romênia) A concessionária violou a licença (Reino Unido) Cumprimento de obrigações internacionais (Reino Unido) Modificação inaceitável da utilização (Romênia, Suécia), incluindo de frequências harmonizadas em nível internacional (República Tcheca, Portugal, Eslováquia) Falta de pagamento da licença após o leilão (Dinamarca, Suécia) ou não pagamento de tarifas de uso do espectro (Romênia) Em resumo, as transações só são realizadas se atenderem a dois tipos de exigência. Primeiro, existem as exigências administrativas que o licenciado e a concessionária devem cumprir e que o governo pode verificar facilmente (p.ex. não violar a licença). Depois vêm critérios mais qualitativos, como impacto sobre a concorrência, que podem exigir avaliação mais aprofundada. Este tipo de avaliação pode ser viável apenas em faixas para as quais o número de transações é pequeno. A concessionária não pôde garantir obrigações relacionadas à licença (Eslováquia, Suíça), como cobertura geográfica mínima ou prestação de serviços com o restante do espectro (Dinamarca) Fonte: CEPT, ‘ECC Report 169: Description of Practices Relative to Trading of Spectrum Rights of Use’, Maio 2011 134 135 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Neutralidade Tecnológica e Modificação de Uso Introdução Debate Posição da Indústria A neutralidade tecnológica é uma política que permite a utilização de qualquer tecnologia que não cause interferência, em qualquer faixa. Na prática, isto significa que o governo atribui e licencia faixas para serviços específicos (p.ex. radiodifusão, redes móveis, satélite), mas não especifica a tecnologia a ser utilizada (p.ex. 3G, LTE ou WiMAX). O governo deve definir parâmetros técnicos para utilização das faixas ou o mercado deve decidir? Defendemos uma abordagem de licenciamento que permita que tecnologias compatíveis que não interfiram umas nas outras sejam usadas em faixas de frequências dedicadas a serviços de redes móveis. Muitas das primeiras licenças de redes móveis foram concedidas para uso de tecnologias específicas como GSM ou CDMA. Isso limita a possibilidade de reaproveitar a faixa e utilizar outras tecnologias mais eficientes. Qual a melhor maneira de gerenciar a interferência entre serviços e operadoras que utilizam tecnologias diferentes? As condições de licenciamento devem restringir a capacidade das operadoras de empregar tecnologias mais eficientes e adaptar-se a mudanças no mercado? A adoção de planos de canalização harmonizados em nível regional para redes móveis garante que as interferências entre serviços podem ser gerenciadas. Os governos devem permitir que as operadoras instalem qualquer tecnologia móvel que possa coexistir tecnicamente com o plano de canalização internacional. O reaproveitamento significa modificar a utilização de faixas de frequência usadas para serviços móveis 2G (com tecnologia GSM) para uso com novas tecnologias, incluindo serviços móveis de terceira geração (UMTS) ou de quarta geração (LTE). A neutralidade tecnológica incentiva a inovação e promove a concorrência, permitindo que os mercados determinem quais tecnologias continuarão em uso, beneficiando os consumidores e a sociedade. Os governos devem adaptar as tecnologias específicas para cada licença de modo a permitir a instalação de novas tecnologias, permitindo às operadoras atender mais assinantes e disseminar serviços melhores e mais inovadores por unidade de largura de faixa. Os detentores das licenças ao espectro devem ser autorizados a modificar a tecnologia utilizada no serviço (processo conhecido como refarming), pois isso gera benefícios socioeconômicos. A atribuição de espectro para TIM deve ser tecnologicamente neutra. As tecnologias TIM (GPRS, EDGE, UMTS, HSPA, LTE e WiMAX) são padronizadas de modo a permitir a coexistência técnica. Escolher o padrão errado pode levar a longos períodos de mau desempenho econômico, enquanto soluções de mercado vêm se mostrando capazes de criar um ambiente melhor para a escolha de tecnologias. 136 — Comissária Europeia Viviane Reding, 4 de dezembro de 2006 Bibliografia Declaração de posição: Change of Use of Spectrum Relatório: Licensing to Support the Broadband Revolution 137 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Neutralidade Tecnológica e Mudança de Uso Aprofundando Eliminando restrições à utilização de espectro As autoridades podem melhorar a utilização de espectro eliminando restrições ao uso que trazem mais custos do que benefícios. Muitas das restrições atuais ao uso do espectro criam uma escassez artificial desse recurso. Ao permitir que as operadoras realizem o refarming de faixas de frequência (p.ex. as utilizadas para serviços 2G), pode-se obter benefícios econômicos significativos: Redução do custo de fornecimento A migração para tecnologia 3G, e em especial a evolução para LTE, tornam o uso do espectro muito mais eficiente, permitindo prestar mais serviços utilizando a mesma quantidade de recursos de espectro. A flexibilização de restrições ao uso de espectro não significa que os padrões de utilização serão completamente diferentes em cada país. A utilização das faixas de espectro de redes móveis deverão ser bem harmonizadas em nível mundial para se obter economias de escala e reduzir custos de equipamentos e roaming. Embora as tecnologias 3G e LTE possam trazer muitos benefícios, a grande base instalada de dispositivos 2G significa que essa tecnologia continuará sendo importante durante muitos anos. Na Finlândia, a empresa Elisa constatou que a instalação de serviços 3G a 900 MHz requer a metade do número de instalações que o 3G a 2,1 GHz em áreas rurais e suburbanas. Isso produziu economias de 50-70% em opex e capex. Cobertura geográfica mais ampla A necessidade de menos instalações de rede torna a expansão de serviços de banda larga para regiões rurais ou remotas mais econômica e permite estender a cobertura a essas regiões mais rapidamente. Melhor cobertura em ambientes internos No Reino Unido, o Ofcom constatou que redes 3G operando 900 MHz proporcionam pelo menos 8 Mbps a 70% dos ambientes internos, enquanto o 3G a 2,1 GHz produz essa taxa de dados em apenas 45% de tais ambientes. 138 139 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis TV White Spaces Introdução Debate Posição da Indústria A expressão White Spaces é usada para se referir a partes do espectro que não são utilizadas em determinados momentos e locais. Que tipo de aplicações pode utilizar o White Spaces da TV? A utilização de White Spaces de TV não deve prejudicar a utilização futura da faixa de UHF, sobretudo se houver refarming de partes significativas para uso exclusivo por celular. O White Spaces de TV geralmente consiste em espectro não utilizado nas faixas de radiodifusão (p.ex. 470-790 MHz na Europa e 470-698 MHz nos Estados Unidos). Esse espectro não é utlizado principalmente devido à necessidade de separação geográfica entre estações de televisão do mesmo canal e a necessidade de assignar partes do espectro a estações regionais que não são utilizadas em determinadas áreas. Qual a disponibilidade real de White Spaces de TV? Qual o esquema de licenciamento mais apropriado para se obter o benefício máximo dos recursos de espectro utilizados para banda larga móvel? Alguns players de internet vêm propondo o uso global do White Spaces de TV para serviços não sujeitos a licença como, por exemplo, o Wi-Fi. É importante notar que regiões comercialmente desejáveis como grandes centros urbanos e suburbanos com alta densidade populacional e muitas empresas geralmente apresentam pouco ou nenhum White Spaces de TV. Acredito que os White Spaces provavelmente não serão um espectro de boa qualidade. Logo, as pessoas provavelmente vão procurar outras faixas não licenciadas que já estão disponíveis, como as de 900 MHz, 2,4 GHz e 5 GHz. — Bill McFarland, Vice Presidente de Tecnologia da Qualcomm (Mobile Europe, 1º de julho de 2013) 140 A utilização do White Spaces de TV não deve levar a distorções do mercado devidas a regulamentação inapropriada. Considerando os custos de adquirir espectro licenciado para fornecer serviços de celular, isto pode criar uma vantagem indevida. O gerenciamento de interferências deve continuar sendo a principal prioridade. A utilização do White Spaces de TV em caráter secundário requer medidas especiais para evitar a interferência em usuários primários como estações de TV e serviços que operam em faixas adjacentes. Deve-se procurar utilizar o espectro do dividendo digital de uma forma que beneficie aos cidadãos e empresas. As discussões sobre o White Spaces de TV não devem ser um obstáculo a este processo. O White Spaces de TV é criado pela utilização do espectro de acordo com dados de geolocalização, e, portanto, não pode oferecer qualidade de serviço ou disponibilidade de serviço de forma previsível. No White Spaces de TV, não é possível saber com antecedência qual espectro será acessado. Bibliografia GSMA Public Policy Position on TV White Space GSMA Europe response to Radio Spectrum Policy Group 2010 Work Programme GSMA Europe response to the draft RSPG opinion on cognitive technologies, 14 de janeiro de 2011 AT&T Public Policy blog: The Power of Licensed Spectrum 141 Gerenciamento e Licenciamento do Espectro TV White Spaces Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Aprofundando Como funciona Vários países estão realizando estudos para determinar a viabilidade de serviços em redes móveis que utilizam o White Spaces não licenciado de TV, principalmente como um meio de expandir o acesso à banda larga em países em desenvolvimento. Como o espectro latente em frequências de teledifusão não está disponível continuamente e em todos os lugares, seria necessário um banco de dados para coordenar a utilização de White Spaces de TV disponível por outros serviços em uma determinada hora e local. Levar serviços em nuvem a novos clientes usando o White Spaces de TV Direto para o White Spaces de TV Conectividade de banda larga usando PC ou laptop, smartphone ou outro dispositivo com WI-Fi ACESSO 142 Link de microondas ou fibra White Spaces de TV Wi-Fi Aplicativos de internet e serviços em nuvem Conversor de espaço morto para Wi-Fi TRANSPORTE Aplicativos de internet e serviços em nuvem TRANSPORTE SERVIÇOS 143 Ambiente Empresarial Onde quer que morem, as pessoas levam telefones celulares nas mãos, bolsos e bolsas, sejam profissionais urbanos, lojistas, estudantes, operários ou fazendeiros. A adoção disseminada de dispositivos móveis é um resultado direto de seu valor na prática, tanto par cidadãos da maioria dos países desenvolvidos como por todo o mundo em desenvolvimento. Entretanto, assim como outros produtos que mudaram o mundo, sua proliferação também pode criar riscos. A indústria de redes móveis tem um papel essencial a desempenhar no combate a atividade criminosas como furto de dispositivos e acesso ilegal a informações particulares de seus clientes. A indústria deve responder a preocupações sobre riscos à saúde de transmissões de radiofrequência e garantir a segurança das tecnologias móveis. Os problemas relacionados a conteúdo ilegal on-line e proteção de crianças on-line também estão chegando ao espaço móvel à medida em que as operadoras de rede 144 levam a conectividade a clientes que possuem smartphones ou tablets. Problemas relacionados à proteção de consumidores geralmente envolvem diversos participantes e não podem ser totalmente resolvidos pelo setor privado. A GSMA e seus membros trabalham junto a governos, organizações multilaterais e organizações não governamentais para resolver ameaças aos cidadãos que chegam através de redes móveis. A GSMA realiza as seguintes atividades: ■■ ontratar pesquisas para obter informações C e evidências do mundo real ■■ Construir e participar de coalizões que reúnem vários setores ■■ Liderar iniciativas técnicas ■■ efinir e promover as melhores D práticas globais Por exemplo, a GSMA publicou uma série de documentos e pesquisas sobre privacidade em redes móveis incluindo os Princípios de Privacidade em Redes Móveis, que explicam como a privacidade dos clientes deve ser respeitada e protegida. Também foram publicadas Diretrizes de Projeto para Privacidade em Desenvolvimento de Aplicativos Móveis, que proporcionará aos usuários mais transparência, opções e controle sobre como suas informações pessoais são utilizadas. A Mobile Alliance Against Child Sexual Abuse Content vem procurando dificultar o uso indevido de redes e serviços móveis para hospedagem, acesso ou lucro envolvendo conteúdo de abuso sexual infantil. Na América Latina, operadoras de redes móveis de toda a região se comprometeram em trabalhar juntas para bloquear o uso de equipamentos roubados trocando informações sobre esses dispositivos pela banco de dados IMEI da GSMA. A GSMA e seus membros estão comprometidos com iniciativas de autorregulação que permitam criar um ambiente móvel mais saudável para crianças e jovens. Na Europa, a GSMA e apoia a ICT Coalition for a Safer Internet for Children and Young People. Em 2012, o grupo publicou um conjunto de diretrizes para desenvolvimento de produtos e serviços capazes de promover ativamente a segurança online de crianças e jovens. Em resposta à imposição de zonas de exclusão de estações base por alguns governos, a GSMA conduziu uma análise de 23 países e constatou que, independentemente do país, ano ou tecnologia celular, a exposição a sinais de rádio ao nível do solo correspondia a uma pequena fração do limite estabelecido e o nível de exposição não aumentou desde que os serviços 3G foram introduzidos. As próximas páginas descrevem um pouco do trabalho realizado pelo setor de dispositivos móveis para garantir que os clientes sejam bem protegidos e informados enquanto desfrutam de todos os benefícios que a tecnologia de redes móveis oferece. 145 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Crianças e Tecnologia Móvel Introdução Crianças pequenas e adolescentes gostam de tecnologias de redes móveis. Muitos deles saber mais sobre aplicativos e plataformas móveis que seus pais, responsáveis ou professores. A utilização de tecnologias móveis permite que as crianças aprendam de novas maneiras, as expõe a pessoas de outros segmentos da sociedade e incentiva a criatividade. Alguns benefícios são: ■■ Conhecimentos profissionalizantes ■■ Melhor educação e aprendizado formal e informal ■■ Informação e serviços para promover a saúde e o bem-estar ■■ Mais engajamento social ■■ Oportunidades de ser criativo Os dispositivos móveis vêm ajudando cada vez mais na educação formal e no aprendizado informal. Em regiões em desenvolvimento ou rurais ou lugares em que alguns indivíduos (especialmente meninas) são excluídos da educação formal, a conectividade móvel oferece novas oportunidade de aprendizado. Assim como qualquer outro recurso, os dispositivos móveis podem ser utilizados de forma nociva; portanto, as crianças precisam de orientação e de um ambiente seguro para se beneficiarem das tecnologias móveis. A indústria de redes móveis vem atuando ativamente na proteção de crianças. A GSMA vem liderando o lançamento de novas iniciativas regulatórias em áreas como controle parental, educação e conscientização. Debate A que riscos as crianças podem ser expostas em ambientes on-line? Até que ponto a tecnologia pode proteger os jovens contra ameaças on-line e qual a importância da conscientização e educação do consumidor? A indústria de TIC vem fazendo o suficiente para proteger as crianças no ambiente online? Qual papel de pais e professores? — John Carr OBE, eNacso Posição da Indústria Os dispositivos e serviços móveis melhoram as vidas dos jovens. Essa perspectiva precisa ser aceita, incentivada e melhor compreendida por todos os participantes para garantir que os jovens recebam o máximo de benefícios das tecnologias móveis. Com seu programa mYouth, a GSMA lidera diversas iniciativas para promover o uso seguro de dispositivos móveis por indivíduos jovens, produzir pesquisas úteis sobre segurança on-line de crianças e obter evidências sobre como os jovens utilizam dispositivos móveis em diferentes partes do mundo. Os jovens criticam a evolução do setor de redes móveis, pois são as primeiras gerações que cresceram em um mundo sempre conectado. Eles são os futuros consumidores e inovadores, que trarão a próxima onda de inovação do setor. A melhor abordagem para proteger crianças online requer a participação de vários agentes. A GSMA participa de iniciativas internacionais relacionadas à proteção online de crianças, incluindo o Programa de Proteção à Criança da UIT, e atuando junto a governos e reguladores para abordar essa questão. Os governos devem impor regulamentação exigindo que as operadoras de redes móveis adotem medidas para proteger crianças contra riscos on-line? Sempre cito as redes móveis como exemplo de um setor em que a autorregulação pode produzir resultados. 146 As preocupações sobre a possibilidade de riscos on-line podem prejudicar o aprendizado on-line e impedir que as oportunidades educacionais sejam plenamente aproveitadas? Bibliografia GSMA: mYouth European Framework for Safer Mobile Use GSMA and NTT DOCOMO research: Children’s Use of Mobile Phones 147 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Children and Mobile Technology Fatos e Números Medindo a Utilização de Redes Móveis por Crianças Tipos de conteúdo da internet a que crianças tem acesso pelo celular (% de crianças que acessam a internet pelo celular) Em 2013, a GSMA e a NTT DoCoMo publicaram suas pesquisas mais recentes sobre a utilização de telefones móveis por crianças, com foco no Chile, Egito, Índia, Indonésia e Japão. O trabalho foi financiado pelas operadoras desses países. A GSMA contribuiu com o trabalho e o apoiou por intermédio do Mobile Society Research Institute. Os dados do relatório foram obtidos por meio de uma série de pesquisas realizadas nesses países entre julho e agosto de 2012. Exceto se indicado o contrário, todos os dados constantes deste relatório baseiam-se nessas pesquisas. Taxas de propriedade de smartphones por idade Japão Índia Indonésia Egito Chile Obter notícias, previsões do tempo, transporte, esportes, entretenimento, filmes, hobbies e viagens 26,6 69,1 21,3 18,5 22,1 24,7 Utilizam a internet para estudo ou trabalho 18,2 25,8 19,4 19,9 13,4 19,9 Acesso a ringtones, toques, descansadores de tela, jogos, música e vídeos 59,0 58,1 77,2 81,5 39,0 53,8 22,6 42,6 21,1 11,9 15,6 44,7 Assistir a vídeo clipes 19,6 27,1 25,3 9,5 16,1 34,6 Jogar jogos pela internet com outras pessoas 10,7 11,0 12,1 9,7 12,0 7,6 Comunicação por e-mail (Hotmail, Gmail, etc.) 26,1 22,3 16,9 18,8 34,4 29,5 Utilização de serviços de telefone via internet (Skype, etc.) 5,6 17,2 1,1 3,6 4,5 7,6 Compras Os amigos começaram a adquirir telefones celulares 5,5 13,4 7,6 4,5 4,9 1,0 Outro Necessidade de um telefone celular para estudo ou trabalho 0,2 1,7 – – – – Informação Indonésia Chile Japão Egito Índia Média (% de crianças que utilizam telefone celular) Total 60% Jogar jogos na internet Entretenimento (individuais ou contra o celular) 50% 40% Comunicação 30% 20% 10% 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Idade (anos) Fonte: GSMA and NTT Docomo, ‘Children’s Use of Mobile Phones: An International Comparison 2012’ 148 149 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Campos Eletromagnéticos e Políticas de Saúde Introdução Debate Posição da Indústria Em alguns países, existe preocupação sobre se os sinais de radiofrequência utilizados em comunicações móveis são seguros. Existe algum benefício em se adotar políticas restritivas de emissões eletromagnéticas (EMF) de redes ou dispositivos móveis? As autoridades governamentais devem implementarem políticas relacionadas a EMF com embasamento científico e compatíveis com as recomendações e normas técnicas internacionais. Segundo diversos grupos de especialistas e agências de saúde pública, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), o consenso é que a exposição aos sinais de rádio de baixa intensidade usados em comunicações móveis não traz riscos à saúde. Que limites de exposição a EMF devem ser especificados para estações base? O que os governos devem fazer para responder às preocupações do público? A OMS vem realizando um estudo de avaliação dos riscos relacionados a sinais de radiofrequência. Os resultados deverão ser publicados em 2014 e incluirão recomendações de políticas para governos. A indústria móvel vem trabalhando junto a governos nacionais e locais para abordar as preocupações do público com as comunicações móveis. Para dar garantias ao público, é possível adotar políticas públicas nacionais baseadas em evidências para limites de exposição, localização de antenas, consultas e fornecimento de informações relevantes. A avaliação científica dos riscos e limites de exposição definidos cientificamente não deve ser substituída por precauções arbitrárias. 150 — Organização Mundial de Saúde A OMS e a União Internacional de Telecomunicações (UIT) recomendam que os governos adotem limites de exposição à radiofrequência (RF) baseados nas diretrizes da Comissão Internacional para Proteção contra Radiações Não Ionizantes (ICNIRP). A consistência é essencial. Os governos devem: ■■ Basear suas políticas de EMF em informações confiáveis de fontes como a OMS, autoridades de saúde confiáveis e cientistas reconhecidos, ■■ Definir uma política nacional para instalação de torres, que equilibre a implementação eficaz da rede com outros fatores importantes para o público, ■■ Confirmar que as operadoras atingem níveis de RF relevantes e compatíveis com normas internacionais, buscando declarações de compatibilidade baseadas em normas internacionais publicadas por organizações como a Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC) e, talvez, medindo periodicamente por amostragem de estações, ■■ Comunicar-se ativamente e usar as posições da OMS como base para responder a questionamentos do público. Se um país impõe limites muito diferentes dos prescritos em diretrizes internacionais, isso pode criar confusão e provocar ansiedade no público geral. Bibliografia GSMA: Mobile and Health WHO overview: Electromagnetic Fields OMS: EMF Standards and Guidelines OMS: Communicating About EMF ICNIRP — International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection Relatório: Implications for Mobile Communications Infrastructure of Arbitrary Radio Frequency Exposure Limits Artigo: India Reduces Exposure Limits for Base Stations 151 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis EMF e Políticas Públicas de Saúde Fatos e Números Políticas de Radiofrequência em Países Específicos País Limite de RF Exigências para a 900 MHz licenciamento (W/m2) de RF África do Sul 4,5 Declaração de cumprimento das normas Alemanha 4,5 Aprovado Arábia Saudita 4,5 Declaração de cumprimento das normas Austrália 4,5 Declaração de observação das normas Brasil Canadá 4,5 6 Aprovado Aprovado Chile 4,5/1 Aprovado Egito 4 Aprovado 4,5 Aprovado Espanha Estados Unidos 6 Aprovado Isenção ou procedimentos simplificados em casos de – Antenas pequenas, mudanças – Antenas pequenas, mudanças – Antenas pequenas, mudanças Antenas pequenas, mudanças Restrições à localização Consulta durante a escolha do local Exigências para licenciamento de RF Isenção ou procedimentos simplificados em casos de Restrições à localização Consulta durante a escolha do local Antenas pequenas, mudanças Voluntário, para minimizar a exposiçãod Local – Nenhuma Não Local França 4,5 Aprovado Nenhuma Sim Índiae 0,45 Declaração de observação das normas Nenhuma Não Itália 1/0,1 Aprovado Antenas pequenas Limites menoresf Sim Japão 6 Aprovado Antenas pequenas Nenhuma Local Nenhuma Sim Malásia 4,5 Aprovado Antenas pequenas Nenhuma Sim Nova Zelândia 4,5 Declaração de cumprimento das normas Antenas pequenas, mudanças Nenhuma Local Países Baixos 4,5 Declaração de cumprimento das normas Antenas pequenas, mudanças Nenhuma Sim Quênia 4,5 Declaração de cumprimento das normas Mudanças Nenhuma Sim Reino Unido 4,5 Declaração de cumprimento das normas Antenas pequenas, mudanças Nenhuma Sim Turquiag 1,5 Aprovado – Nenhuma Local 50ma Nenhuma Local Sim Sim 20mc Não Antenas pequenas, mudanças Nenhuma Local Antenas pequenas, mudanças Nenhuma Local a b c d e f g 152 Limite de RF a 900 MHz (W/m2) Nenhuma >50mb – País 50 m em torno de hospitais, escolas e lares para idosos ICNIRP com limite menor em áreas urbanas ou sensíveis Proibido a 20 m de escolas ou playgrounds Recomendação para reduzir a exposição em escolas, creches ou instituições de saúde localizadas a uma distância de 100 m Adotou os valores da ICNIRP em 2008 e mudou para 10% do ICNIRP em 1º de setembro de 2012 Limites mais baixos em playgrounds, residências, escolas e áreas onde as pessoas passam mais de 4 horas por dia Uma instalação Fonte: GSMA 2013 153 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Campos Eletromagnéticos e Saúde: a Ciência Introdução Debate Posição da Indústria A segurança dos sinais de rádio vem sendo pesquisada há mais de 50 anos. Será que usar o telefone celular regularmente ou viver próximo de uma estação base tem algum efeito sobre a saúde? Segundo grupos de especialistas e agências de saúde pública, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), o consenso geral é que a exposição aos sinais de rádio de baixa intensidade usados em comunicações móveis não traz riscos à saúde. Os resultados desses estudos serviram de base para a elaboração das normas sobre exposição humana, incluindo fatores de segurança para proteção contra todos os riscos demonstrados. A Organização Mundial de Saúde (OMS) criou o International EMF Project em 1996 para avaliar os efeitos da exposição a campos eletromagnéticos (EMF) de qualquer fonte sobre o meio ambiente e a saúde. A OMS analisa pesquisas em andamento e emite recomendações de pesquisa para fundamentar a avaliação de riscos à saúde. Deve haver alguma restrição específica para proteger crianças, mulheres grávidas ou outros grupos possivelmente mais vulneráveis? Como é possível saber mais sobre os riscos de longo prazo? Segundo a OMS, mais de US$200 milhões foram gastos desde 1997 para realizar as pesquisas recomendadas sobre o tema. Segundo as evidências atuais, a exposição a campos eletromagnéticos de baixa intensidade não produz nenhum efeito sobre a saúde. 154 — Organização Mundial de Saúde Os conhecimentos científicos disponíveis atualmente sobre este tema são mais extensos que os disponíveis para a maioria dos produtos químicos. A OMS identificou áreas onde devem ser realizadas novas pesquisas para fundamentar análises futuras sobre o risco à saúde. A GSMA vem trabalhando junto a governos e apoiando ativamente projetos de pesquisa independentes orientados por recomendações da OMS para abordar questões relacionadas a possíveis riscos à saúde causados pelos sinais de rádio usados para prestar serviços móveis. A GSMA aprova a realização de estudos de alta qualidade para apoiar as necessidades de avaliação de riscos, elaborar normas de segurança e fornecer informações para embasar o desenvolvimento de políticas públicas. Os estudos devem seguir as boas práticas laboratoriais de pesquisa em EMF e ser realizados sob contratos que incentivam a publicação aberta na literatura científica sujeita a revisão por pares. A GSMA acredita que os pais devem receber informações precisas para que possam decidir sobre se e quando seus filhos devem usar telefones celulares. A posição atual da OMS é que as diretrizes internacionais de segurança são suficientes para proteger toda a população com um amplo fator de segurança e que não existe base científica par se restringir o acesso de crianças a telefones celulares ou a localização de estações base. Bibliografia GSMA: Mobile and Health resources World Health Organization International EMF Project EMF-Portal research database Infográfico: EMF and Health – The Growing Body of Scientific Evidence 155 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Campos Eletromagnéticos e Saúde: a Ciência Melhores Práticas Considerando Evidências de Pesquisas sobre Saúde e EMF A maneira mais confiável de expandir nossos conhecimentos é o método científico. Entretanto, assim como qualquer atividade humana, a pesquisa científica é sujeita a erros, vieses pessoais e incertezas. Isso vale tanto para pesquisas sobre possíveis efeitos de ondas de rádio, também chamadas campos eletromagnéticos (EMF) de radiofrequência (RF) sobre a saúde, como para outras áreas da ciência. Ao considerar as evidências de possíveis efeitos sobre a saúde, os cientistas precisam analisar vários aspectos antes de chegar a conclusões. As perguntas a seguir e as fontes adicionais listadas ao final dessas informações ajudarão a avaliar estudos de pesquisa e os possíveis efeitos sobre a saúde descritos até agora. Os efeitos descritos possuem alguma significância para a saúde? Os efeitos descritos apresentam relação entre dose e resposta? A análise estatística dos resultados foi realizada corretamente? Existe alguma explicação mais evidente para os resultados descritos? Os efeitos foram descritos na literatura científica revista por pares? Os efeitos relatados foram reproduzidos por pesquisadores independentes? Existe um mecanismo de ação plausível para os efeitos descritos? Qual a intensidade do efeito descrito? Fonte: GSMA and Mobile Manufacturers Forum, Weighing the Evidence in EMF Health Research, Março 2010 156 157 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Acesso de Governos Introdução As operadoras de redes móveis estão sujeitas a diversas leis e condições de licenciamento que exigem que elas colaborem com iniciativas de combate ao crime e segurança nos países onde operam. As exigências variam de país para país e influenciam diretamente a privacidade dos clientes de redes móveis. Quando são utilizados, tias leis e condições de licenciamento geralmente exigem que as operadoras armazenem dados sobre a utilização de redes móveis por seus clientes e os revele, incluindo dados pessoais dos clientes, a agências policiais ou de segurança nacional quando a lei exigir. Também podem exigir que as operadoras tenham recursos par interceptar as comunicações de clientes por demanda judicial. Essas leis criam uma estrutura para o combate ao crime e vigilância por serviços de segurança, além de orientar as operadoras sobre as interações que são obrigadas a manter com tais serviços. Entretanto, em alguns países as leis que regulam a revelação de dados ou a interceptação legal das comunicações de clientes são pouco claras. Isso cria desafios para o setor em relação à privacidade das informações de seus clientes. A legislação muitas vezes não acompanha o desenvolvimento da tecnologia. Por exemplo, em muitos casos leis que se 158 aplicam a operadoras de telecomunicações já estabelecidas não cobrem empresas mais novas, como provedores de internet, serviços de voz sobre IP (VoIP), vídeo ou mensagem instantânea. Devido ao debate público sobre quanto acesso os governos devem ter aos dados dos consumidores, várias grandes empresas de internet publicam relatórios de transparência com estatísticas sobre solicitações de acesso a dados que recebem de governos. Debate Qual a melhor estrutura legal para equilibrar a obrigação dos governos de garantir que as agências de polícia e segurança protejam os cidadãos e os direito à privacidade dos cidadãos? Todos os serviços de comunicação devem ser sujeitos à mesma legislação de interceptação, retenção e revelação qualquer que seja a tecnologia utilizada? Posição da Indústria Os governos devem garantir uma estrutura legal proporcional, que indique claramente quais são os poderes de vigilância dos agentes da lei e serviços de segurança. Toda e qualquer interferência no direito à privacidade de usuários de telecomunicações deve ser feita dentro da lei. A retenção e revelação de dados e a interceptação de comunicações para fins de policiamento ou segurança deve ser realizada sempre sob leis claras, com o devido processo e autorização prescritos pela legislação. Os prestadores de serviços de telecomunicação devem dispor de um processo legal para contestar solicitações que acreditem não ser devidas nos termos da legislação em vigor. A legislação deve ser transparente, proporcional, justa e compatível com princípios de direitos humanos e com as obrigações contraídas em virtude de convenções internacionais de direitos humanos cabíveis, como a Convenção Internacional sobre Direitos Civis e Políticos. Como os serviços de comunicações vêm se expandindo, a legislação deve ser a mesma para qualquer tecnologia. Os governos devem limitar a responsabilidade ou indenizar as prestadoras de serviços de telecomunicações em caso de disputas legais decorrentes do cumprimento de solicitações de obrigações de retenção, revelação ou interceptação de dados e comunicações. Os governos devem arcar com os custos de cumprir a legislação pertinente à interceptação de telecomunicações, retenção e revelação de dados. Tais custos e suas bases de cálculo devem ser definidos com antecedência. Se houvesse mais transparência sobre o número e a natureza das solicitações dos governos a prestadoras de serviços de comunicação, isso ajudaria a promover o debate, isso ajudaria a fiscalizar o governo mais e aumentaria a confiança do consumidor? Bibliografia Guiding Principles on Business and Human Rights: Implementing the United Nations “Protect, Respect and Remedy” Framework Malone v. The United Kingdom, Application No. 8691/79, Julgamento da CEJ em 2 de agosto de 1984 Google Transparency report 159 Proteção do Consumidor Acesso de Governos Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Estudo de Caso Agências Reguladoras e Acesso de Governos Vários países criaram leis para regular o acesso de governos a dados de comunicações e conteúdo pertencente ao setor privado. Essas leis buscam equilibrar o direito à privacidade dos cidadãos e, ao mesmo tempo, garantir que o governo seja capaz de enfrentar o terrorismo e o crime organizado. Em cada vez mais países (Reino Unido, Austrália e Canadá), vêm sendo propostas novas leis que exigiriam que os provedores armazenassem dados de comunicação e garantissem acesso sistemático ao governo. Reino Unido No Reino Unido, os prestadores de serviços de comunicação são obrigados a armazenar dados de acordo com uma diretiva de retenção de dados da União Europeia e pela lei Regulation of Investigatory Powers Act (RIPA) para garantir que os dados possam ser revelados de forma oportuna aos agentes da lei, serviços de segurança e outras autoridades públicas competentes. Algumas agências também podem obter um mandado do Secretário de Estado para interceptar mensagens. Os dois principais objetivos da lei RIPA são regular o poder de investigação do estado e definir expectativas razoáveis de privacidade para os cidadãos. Como a RIPA é fiscalizada pelo Surveillance Commissioner e pelo Interception Commissioner, os cidadãos podem solicitar compensação em caso de acesso ilegal a seus dados ou mensagens. Os prestadores de serviços que operam no Reino Unido podem contestar a validade das solicitações. A RIPA permite aos provedores de serviço recuperarem os custos de cumprir as solicitações 160 Austrália Na Austrália, o Telecoms Act permite que as agências policias exijam dados de comunicações sem um mandado. O governo australiano analisou os procedimentos de coleta de dados por agências policiais em 2005, mas não houve nenhuma mudança significativa. Em junho de 2013, o Procurador geral da Austrália afirmou que os mandados seriam desnecessários e argumentou que o policiamento pararia por completo se os agentes fossem obrigados a pedir um mandado a cada vez que desejassem obter acesso a dados de telecomunicações dos cidadãos do país. Entretanto, alguns membros do governo e da polícia desejam que os prestadores de serviços armazenem os dados de comunicação e deem aos agentes do governo acesso sistemático aos dados armazenados. Canadá No Canadá, as agências de combate ao crime pedem às empresas que revelem voluntariamente os dados nos termos da lei Personal Information Protection and Electronic Documents Act ou buscam um mandado. O governo propôs mudar as leis sobre telecomunicações para obrigar as operadoras a armazenar os dados e dar acesso sistemático aos agentes do governo. Entretanto, a mídia criticou os planos de expansão do monitoramento pelo governo e os planos foram adiados. O assunto continua sendo debatido, e o Ministro da Justiça deverá propor novamente a lei. Além disso, a agência de inteligência do Canadá, a Communications Security Establishment Canada (CSEC), vem monitorando mensagens transmitidas para dentro ou fora do Canadá desde 2001 para identificar possíveis riscos de segurança. 161 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Conteúdo Ilegal Introdução As redes móveis hoje oferecem tanto os serviços tradicionais de mensagens e voz como acesso a praticamente todas as formas de conteúdo digital via internet. Neste sentido, as operadoras de redes móveis oferecem os mesmos serviços que outros provedores de internet. Isto significa que as redes móveis acabam sendo usadas para acessar conteúdo ilegal, incluindo conteúdo pirateado que viola direitos de propriedade intelectual, conteúdos ou imagens racistas ou imagens de abuso sexual infantil (pornografia infantil). As leis sobre conteúdo ilegal variam bastante. Alguns conteúdos (p.ex. abuso sexual infantil) são ilegais no mundo inteiro, outros (p.ex. reivindicações de reformas políticas) são proibidos em alguns países e protegidos pelas leis de liberdade de expressão em outros. Os prestadores de serviços de comunicação, incluindo as operadoras de redes de celular e provedores de internet, geralmente não são responsabilizados por conteúdos ilegais em suas redes e serviços se não estiverem cientes de sua presença e seguirem certas regras (p.ex. procedimentos de notificação e retirada) para remover ou bloquear o acesso a tais conteúdos assim que forem notificadas pela autoridade judicial competente. Bibliografia Mobile Alliance against Child Sexual Abuse Content Website INHOPE 162 As operadoras de redes móveis geralmente recebem denúncias sobre conteúdos ilegais por linhas de denúncia ou agências do governo. Quando o conteúdo é denunciado, as operadoras seguem os procedimentos cabíveis da legislação sobre proteção de dados, privacidade e revelação. Em casos envolvendo conteúdo de abuso sexual infantil, as operadoras impõem termos contratuais, processos de notificação e retirada e mecanismos de relatório para eliminar esse tipo de conteúdo de seus serviços. Debate As obrigações de denúncia e retirada da rede devem ser iguais para todo e qualquer tipo de conteúdo ilegal (violações de propriedade intelectual, conteúdo de abuso sexual infantil, etc.)? Quais são as responsabilidades dos governos, agentes da lei e empresas do setor em policiar e remover conteúdos ilegais? Posição da Indústria A indústria de redes móveis está comprometida em trabalhar junto a agências de combate ao crime e as autoridades competentes e em manter processos robustos que permitam remover rapidamente ou desabilitar casos confirmados de conteúdo ilegal hospedados em seus serviços. Os provedores de internet não são qualificados para determinar qual conteúdo é ilegal ou não, e a definição de legalidade varia de país para país. Portanto, não se deve esperar que os provedores sejam capazes de julgar materiais de terceiros que vierem a ser hospedados ou acessados em suas redes. A indústria de redes móveis não aprova a utilização de seus serviços para compartilhamento de conteúdo envolvendo abuso sexual infantil. A Mobile Alliance Against Child Sexual Abuse Content da GSMA vem liderando esforços e combatendo de forma proativa o uso indevido de redes e serviços móveis por criminosos que querem acessar ou compartilhar conteúdo de abuso sexual infantil. Quanto a violações de direitos autorais e pirataria, a indústria de serviços móveis reconhece a importância de compensar adequadamente os detentores dos direitos e evitar a distribuição não autorizada. (Ver Direitos de propriedade intelectual e direitos autorais.) Cabe aos governos decidir quais conteúdos são ilegais em cada país. Deve-se definir de forma aberta e transparente o que é ilegal ou não antes de transferir a responsabilidade a serviços de linhas de denúncia, agências de combate ao crime e empresas do setor. Os provedores de internet e as ORM devem ser obrigados a bloquear o acesso a conteúdo ilegal? A Mobile Alliance é um grande exemplo das medidas proativas que a indústria pode adotar, com apoio do governo e de agentes da lei, para progredir na luta global contra abuso sexual infantil on-line. — Dr. Hamadoun Touré, Secretário Geral da União Internacional de Telecomunicações 163 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Conteúdo Ilegal Aprofundando Mobile Alliance Against Child Sexual Abuse Content A GSMA criou a Mobile Alliance Against Child Sexual Abuse Content, uma associação voluntária de empresas do setor que vem procurando dificultar a hospedagem, acesso ou lucro envolvendo conteúdo de abuso sexual infantil por meio de redes ou serviços móveis. Atualmente, seus membros incluem 15 operadoras de redes móveis e quatro empresas independentes, cobrindo 1,2 bilhão de assinantes de serviços móveis em 67 países. Usando uma combinação de medidas técnicas, cooperação e compartilhamento de informações, a equipe da Mobile Alliance vem buscando reduzir e reverter a proliferação de conteúdo de abuso sexual infantil pelo mundo Os membros da aliança assumiram os seguintes compromissos: Modo de Avaliação de Denúncias de Conteúdo de Abuso Sexual Infantil Quando um usuário da internet denuncia uma suspeita de conteúdo de abuso sexual infantil (diretamente ou ao seu provedor de internet ou operadora de rede móvel) Uma linha direta nacional ou agência policial avalia o conteúdo Conteúdo é ilegal Conteúdo não é ilegal PAÍS DE HOSPEDAGEM IDENTIFICADO FIM Implementar mecanismos técnicos para evitar acesso a URLs identificadas por uma agência internacional reconhecida como hospedagem de conteúdo de material envolvendo abuso sexual infantil. Implementar procedimentos de notificação e retirada para permitir a retirada de conteúdos de abuso sexual infantil postado em seus sistemas. Apoiar e promover linhas diretas e outros mecanismos para que clientes denunciem conteúdo de abuso sexual infantil encontrados na internet ou em dispositivos de conteúdo móvel. A Mobile Alliance também contribui para esforços mais amplos para erradicar o conteúdo de abuso sexual infantil publicando diretrizes e kits de ferramentas que podem ser utilizados por toda a indústria de redes móveis. Foi produzido, por exemplo, um guia para criar e manter 164 uma linha direta para denúncias em colaboração com o INHOPE, a organização geral responsável por essas linhas. Também foi desenvolvida uma colaboração com a European Financial Coalition and the Financial Coalition Against Child Pornography. Se o conteúdo for hospedado no mesmo país que a linha ou a agência policial, um procedimento de notificação é iniciado e o conteúdo é retirado. Se o conteúdo estiver em outro país, o relatório é encaminhado à INHOPE ou à agência policial competente. Alguns países também acrescentam a URL a uma lista de links bloqueados para uso de provedores de operadoras de redes móveis. 165 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Registro Obrigatório de Usuários de Cartões SIMs Pré-pagos Introdução Em muitos países, planos com fatura mensal (pós-pagos) são comuns. Nesses casos, o consumidor apresenta uma identidade e comprovante de renda antes de assinar um contrato com uma operadora de redes móveis. No serviço pré-pago, o consumidor compra créditos para ativar um cartão SIM (subscriber identity module). O processo é anônimo e normalmente não requer registro. Entretanto, cada vez mais governos vêm introduzindo o registro obrigatório de cartões SIM pré-pagos. Os principais objetivos são combater o terrorismo e aumentar a eficiência das atividades policiais. O registro de usuários de cartões SIM pode promover a utilização de serviços de comércio em redes móveis e e-governo, pois permite que o usuário verifique sua identidade e acesse os serviços usando um dispositivo móvel. Entretanto, o registro obrigatório frequentemente cria problemas de implementação e consequências imprevistas, sobretudo em países em desenvolvimento, onde a maioria dos usuários utiliza cartões SIM pré-pagos. Alguns desafios seriam: ■■ 166 Incapacidade de alguns usuários de entender que cartões SIM podem ser desativados, às vezes sem aviso, se não forem registrados dentro do prazo. ■■ Barreiras físicas ao registro de alguns usuários (p.ex. distância de um centro de registro). ■■ Limitações dos canais de distribuição de SIM pré-pago devido à necessidade de registro. ■■ O custo de implementação, que pode ser significativo e elevar os preços para os usuários de redes móveis. ■■ ■■ O surgimento de um mercado negro de cartões SIM roubados ou adulterados para alguns usuários, inclusive criminosos, que desejam permanecer anônimos. Preocupações dos usuários com acesso, segurança e armazenamento dedados pessoais, principalmente se não houver leis de defesa da privacidade e da liberdade de expressão. Alguns governos como os do Reino Unido e da Romênia decidiram não exigir o registro de usuários de SIM prépago, pois concluíram que as possíveis brechas e dificuldades de implementação superariam as vantagens. Posição da Indústria O registro de SIMs pré-pagos pode trazer benefícios para cidadãos e clientes, mas os governos não devem torná-lo obrigatório. Até agora, não existem evidências de que o registro obrigatório de SIMs pré-pagos ajude a reduzir a criminalidade. A eficácia do registro de usuários de SIM pré-pago depende das condições locais do mercado, como a capacidade do governo de manter bons registros de identidade dos cidadãos. Acreditamos que os governos que vêm considerando adotar tal política devem examinar as condições do mercado local, interagir com a indústria e realizar avaliações de impacto antes de introduzir novas regulamentações. Em nossa opinião, os governos que optarem pelo registro obrigatório de usuários de SIM pré-pago devem considerar as melhores práticas globais e criar mecanismos flexíveis e proporcionais. Embora o registro de usuários de SIM pré-pago possa criar valor e experiências positivas para os clientes, os operadores de redes móveis e governos têm um incentivo para oferecer serviços que incentivam seus clientes a se registrar voluntariamente. Debate Os benefícios de exigir registro de SIM pré-pago superam os custos e riscos? Que fatores os governos devem ponderar antes de adotar tal política? Bibliografia White paper da GSMA: Registro obrigatório de usuários de SIM pré-pago Artigo acadêmico: The Rise of African SIM Registration: Mobility, Identity, Surveillance & Resistance, London School of Economics, Novembro 2012 Artigo acadêmico: Implications of Mandatory Registration of Mobile Phone Users in Africa, Deutsches Institut für Wirtschaftsforschung, 2012 Artigo acadêmico: Privacy Rights and Prepaid Communication Services, Simon Fraser University, Março 2006 Artigo: Assessing the Impact of SIM Registration on Network Quality (Nigeria), Julho 2013 Artigo: Global Crackdown on Phone Anonymity, Kosmopolitica, Maio 2013 167 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Registro Obrigatório de Usuários de SIMs Pré-pagos Melhores Práticas Avaliação de Fatores de Impacto Fatores Relacionados à Implementação Os prós e contras do registro de SIMs pré-pagos variam de mercado par mercado. Os governos que desejam adotar uma política de registro de SIM pré-pago devem investigar cuidadosamente vários fatores como: Ao exigir registro de SIMs pré-pagos, os governos devem adotar as melhores práticas globais e considerar o seguinte: Questões relacionadas ao consumidor A proporção da população que possui um documento de identidade válido Pontos de venda regulados (Onde os clientes podem comprar cartões SIM pré-pagos?) Se o governo dispõe de um registro atualizado e completo dos documentos de identidade de que os consumidores precisarão para registrar um SIM Conscientização do público (Os consumidores sabem como registrar o SIM?) Se alguma característica geográfica, demográfica ou cultural pode afetar a disposição dos consumidores de registrar fisicamente um SIM em seu próprio nome (em especial pessoas deficientes, que moram em áreas rurais ou que sofrem de outras privações) Identificar os canais de verificação de registro (O que os usuários de SIM pré-pago precisam fazer para confirmar suas identidades?) Os canais de registro atendem a todos os grupos de consumidores (p.ex. os que moram em áreas remotas?) Consequências para consumidores que não registrarem os SIMs dentro do prazo (As regras permitem prorrogar o prazo em situações especiais?) Questões relacionadas à indústria A necessidade de informar todos os clientes que seus cartões de SIM pré-pago podem ser desativados se não forem registrados até um determinado prazo Cronogramas de implementação de processos de registro pelas operadoras de redes móveis (São práticos e realistas?) Os efeitos de leis de proteção de dados e privacidade sobre a coleta, armazenamento e utilização de dados pessoais dos clientes por provedores de serviço e operadoras de redes móveis Utilização, compartilhamento e armazenamento de informações de registro dos usuários (As políticas impõem exigências razoáveis e respeitam a privacidade do consumidor?) Se o procedimento de registro impõe exigências excessivas das operadoras de redes móveis Se os consumidores podem obter com facilidade e usar um SIM estrangeiro para contornar a obrigatoriedade de registro locais 168 Quem é responsável por registrar cartões SIM de empregados (A empresa ou o próprio empregado?) Melhor adesão regulatória e flexibilidade O alcance do regulador (as agências reguladoras podem modificar prazos e penalidades se necessário ou se forem consideradas muito rígidas?) Consequências de descumprimento por operadoras de redes móveis (O que acontece se as operadoras ou distribuidoras não cumprirem as regras da regulamentação?) 169 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Segurança de Dispositivos Móveis Introdução Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os sinais de rádio de dispositivos móveis que atendem às recomendações internacionais de segurança não criam nenhum risco à saúde. Entretanto, pesquisas mostraram a possibilidade de aumento do risco de tumores cerebrais em pessoas que usam telefones celulares por períodos prolongados. Devido a esse achado, até maio de 2011 os sinais de rádio foram classificados como um possível carcinógeno humano pela Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer. As autoridades de saúde informaram que esta classificação significa que mais pesquisas são necessárias e recomendaram aos usuários de telefones celulares que é possível tomar algumas medidas para reduzir a exposição, como usar telefones sem as mãos (“hands-free”) ou optar por mensagens de texto. A observação das regras pelo setor de telefones móveis baseia-se na taxa de absorção específica (SAR), que é a quantidade de energia de radiofrequência (RF) absorvida pelo corpo. Os telefones celulares utilizam controle adaptativo de energia para transmitir usando o mínimo de energia necessário para manter a qualidade da ligação. Quando a cobertura é boa, a emissão de RF é semelhante a de um telefone sem fio doméstico. 170 Alguns pais se preocupam com a possibilidade de riscos relacionados a telefones móveis ou instalação de bases próximo a escolas, creches ou residências. Em alguns países, as autoridades recomendam cautela no uso de telefones celulares por crianças jovens; em outros (p.ex. a Food and Drug Administration dos EUA) concluíram que a evidência científica atual não justificaria outras medidas além das diretrizes internacionais de segurança. A OMS está realizando uma avaliação completa dos riscos de saúde causados por sinais de rádio, incluindo os produzidos por telefone celulares. As conclusões deverão ser publicadas em 2014. Posição da Indústria Os governos devem adotar o limite de SAR de RF internacional recomendado pela OMS e exigir dos fabricantes de dispositivos declarações de conformidade baseadas em normas técnicas internacionais. Nós incentivamos os governos a fornecer informações e orientações práticas a consumidores e pais com base nas posições da OMS. Indivíduos preocupados com a exposição podem limitá-la fazendo chamadas mais curtas, usando mensagens de texto ou dispositivos usados sem as mãos que podem ser mantidos afastados da cabeça e do corpo. Os fones de ouvido com Bluetooth utilizam pouquíssimas emissões de rádio e reduzem a exposição. A SAR é o nível de energia mais elevado detectado em condições de laboratório, mas a SAR produzida pelos telefone durante a operação pode ser muito mais baixa que o nível máximo. Valores diferentes de SAR não significam mais segurança. A GSMA acredita que os pais devem receber informações precisas para que possam decidir sobre se e quando seus filhos devem usar tecnologias de comunicação móvel. Debate Existe justificativa científica para os usuários de telefones celulares limitarem sua exposição? Sinais de rádio de telefones celulares criam riscos par crianças? Onde é possível encontrar as pesquisas e recomendações mais recentes? Bibliografia World Health Organization EMF Project International Agency for Research on Cancer Monograph on radiofrequency fields GSMA — Mobile Communications and Health SAR Tick Programme Artigo: Dutch Health Authority Finds No Clear Evidence Mobiles Increase Brain Tumour Risk 171 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Segurança de Dispositivos Móveis Aprofundando Autoridades de Saúde Discutem Aspectos Científicos Nas últimas duas décadas, muitos estudos forma realizados para avaliar se os telefones móveis criam riscos à saúde. Até agora, não se demonstrou nenhum efeito adverso causado pela utilização de telefones celulares. – WHO Fact Sheet 193, Junho 2011 Os dados globais sobre tumores cerebrais e telefonia móvel não indicam que o uso de telefones celulares aumente o risco de tumores, sobretudo quando comparado com as estatísticas sobre câncer em vários países. Os dados disponíveis sobre o uso prolongado de telefones celulares ainda são poucos, mas a duração de uso já passou a ser 13 a 15 anos, um período maior que na publicação anterior. Portanto, ainda há incertezas científicas sobre a utilização regular de telefones celulares durante mais de 13 a 15 anos. Além disso, ainda é cedo para se tirar conclusões definitivas sobre tumores cerebrais em crianças e adolescentes, mas a literatura disponível não indica que haja aumento do risco. – Agência de Segurança Antirradiação da Suécia, 2013 Controle Pessoal da Exposição Os usuários de telefones celulares que continuarem preocupados com os efeitos de EMF podem adotar pequenas medidas para reduzir significativamente a exposição. Os telefones celulares aumentam a potência de transmissão quando o sinal está fraco, quando estão em movimento ou em áreas rurais. Para reduzir a exposição, o usuário pode preferir usar o telefone em ambientes externos, em um ponto fixo e em áreas urbanas. Se o celular for utilizado com o usuário... Ambientes externos 172 Na cidade os níveis de exposição são… 68% menores As pesquisas publicadas ainda sofrem de limitações e, portanto, não permitem uma avaliação definitiva. Mas o conjunto de evidências não demonstrou nenhum efeito adverso sobre a saúde da exposição a campos de RF em níveis inferiores aos indicados em diretrizes internacionalmente aceitas. – Agência de Proteção à Saúde (Reino Unido), 2012 Parado 45% menores 10% menores que em… ambientes internos ao viajar no campo 173 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Furto de Dispositivos Móveis Introdução Infelizmente, alguns criminosos exploram o comércio de celulares roubados, criando um mercado negro de aparelhos obtidos em assaltos e outros crimes. Em muitos países, os elaboradores de políticas vêm se preocupando com o furto de celulares, principalmente quando o crime organizado começa a exportar grandes cargas de aparelhos roubados para outros mercados. Em 1996, a GSMA lançou uma iniciativa para bloquear telefones roubados baseada em um banco de dados compartilhado de identificadores únicos de aparelhos para os quais se comunicou furto ou perda. A GSMA mantém uma lista central de números de identificação de aparelhos individuais, os International Mobile Equipment Identifier (IMEI) em uma base de dados que contém todos os telefones perdidos ou roubados por clientes de operadoras. O sistema de bloqueio é eficiente, baseia-se em Equipment Identity Registers (EIRs) e requer uma implementação segura do IMEI em todos os aparelhos móveis. Os principais fabricantes de equipamentos do mundo concordaram em adotar uma série de medidas para fortalecer a segurança do IMEI, e a GSMA vem monitorando o progresso. Debate O que a indústria pode fazer para evitar furtos de telefones celulares? Quais as implicações para as políticas públicas dessa crescente tendência? Os reguladores devem exigir registro de telefones celulares? “O uso de telefones celulares vem aumentando significativamente em anos recentes, e os aparelhos estão atraindo a atenção de ladrões. Cada aparelho roubado causa problemas, risco de violência e repercussões psicológicas para os usuários.” 174 — James Moran, Diretor de Segurança da, GSMA Posição da Indústria A indústria de redes móveis liderou diversas iniciativas e fez grandes progressos na luta global contra furto de dispositivos móveis. Embora não tenha criado o problema de furto de aparelhos, a indústria pode contribuir para a solução. Quando são inutilizados, aparelhos perdidos ou roubados não têm nenhum valor no mercado negro, eliminando assim os incentivos para os ladrões. A GSMA incentiva seus membros a instalar EIRs em suas redes para evitar a conexão de dispositivos roubados. As operadoras devem conectar o banco de dados de IMEIs da GSMA para garantir que dispositivos roubados dos clientes possam ser bloqueados nas redes que utilizam esse banco de dados. As autoridades governamentais são peças importantes para combater a criminalidade e devem interagir com a indústria de forma construtiva para evitar a distribuição de dispositivos móveis por canais escusos e tomar medidas contra indivíduos envolvidos em furto ou distribuição de aparelhos roubados. Uma abordagem coerente de compartilhamento de informações de todos os participantes tornaria essas medidas mais eficazes. Algumas autoridades do governo vêm propondo ‘listas brancas’ nacionais para combater o furto de dispositivos móveis. A GSMA é contra essa medida, que dificultaria o deslocamento de aparelhos pelo mundo e seria ilegal em alguns países. Embora o bloqueio de IMEI tenha tido impacto positivo em vários países, uma campanha antifurto realmente eficaz requer várias medidas, sendo que algumas delas estão fora do alcance do setor móvel. Bibliografia OAS briefing paper on the theft of mobile terminal equipment IMEI Database Security Principles Related to Handset Theft IMEI Security Weakness Reporting and Correction Process Estudo de caso: Mobile Phone Theft in Costa Rica Q&A: Consumer precautions against mobile phone theft Comunicado à imprensa: Latin American Mobile Operators Commit to Combat Mobile Device Theft 175 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Furto de Dispositivos Móveis Aprofundando Recursos de Segurança na Fabricação de Dispositivos Móveis Princípio 4 Desde 1996, a GSMA vem promovendo o uso de identificadores de equipamentos (EIR, Equipment Identity Register) por operadoras de redes móveis para garantir que aparelhos roubados possam ser bloqueados pelo número IMEI para que não sejam utilizados em outras redes. Entretanto, a eficácia do EIR depende de uma implementação segura do IMEI. Para complementar a instalação de EIRs, os fabricantes de aparelhos devem garantir que todos os aparelhos fornecidos ao mercado incluam recursos apropriados de segurança. Os seguintes princípios de segurança podem ajudar fabricantes de aparelhos a proteger a plataforma em que o IMEI é armazenado. Proteger o código executável e dados sensíveis contra ataques externos Princípio 5 Evitar o recebimento de versões anteriores do software Princípio 6 Princípio 1 Implementar salvaguardas para enviar, baixar e armazenar código executável e dados sensíveis sobre a implementação do IMEI Princípio 2 Proteger o código executável e dados sensíveis dos componentes relacionados à implementação do IMEI Princípio 3 Evitar a troca de dados e software entre dispositivos Detectar e reagir a alterações não autorizadas Princípio 7 Aplicar metas de qualidade de software para todas as funções mais sensíveis Princípio 8 Evitar que áreas ocultas acessem ou modifiquem o código executável ou dados sensíveis relacionados à implementação de IMEI Princípio 9 Evitar substituição de componentes de hardware Fonte: GSMA and EICTA, Security Principles Related to Handset Theft, Julho 2005 176 177 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Segurança de Redes Móveis Introdução Todas as formas de TIC estão sujeitas a ameaças de segurança, incluindo as tecnologias móveis. Os celulares e outros dispositivos voltados para consumidores são visados por diversos motivos, como mudar o número IMEI do celular para reabilitá-lo após furto, extração de dados ou uso de malware para executar funções a fim de prejudicar os usuários. As redes móveis utilizam criptografia para evitar que criminosos escutem as ligações ou interceptem os dados em trânsito. As barreiras legais para utilização de criptografia foram reduzidas em anos recentes, facilitando o emprego de algoritmos e protocolos melhores e mais robustos em aplicações móveis. O tema continua despertando enorme interesse, tanto entre hackers como entre equipes de segurança. O surgimento do Near Field Communications (NFC) criou a possibilidade de furto eletrônico, ou seja, aproximar-se fisicamente de alguém para invadir uma conta NFC. Essa possibilidade vem ganhando mais atenção à medida em que aplicativos NFC ganham espaço no mercado. A GSMA desempenha importante papel em coordenar a resposta da indústria a incidentes de segurança, atuando junto às operadoras que fazem parte da associação e de vários outros stakeholders como fabricantes de aparelhos e fornecedores de infraestrutura para responder de maneira apropriada e oportuna. Debate As tecnologias móveis de voz e dados são seguras? Qual o significado da ameaça de malware móvel e o que está sendo feito para reduzir esses riscos? As novas tecnologias e serviços criam novas oportunidades para os criminosos roubarem informações, invadir contas de usuários ou comprometer de outras formas a segurança das redes e de seus usuários? Posição da Indústria A proteção da privacidade dos clientes é uma das principais preocupações das operadoras. A indústria de redes móveis sempre procura, dentro do razoável, proteger a privacidade e a integridade das comunicações dos clientes e das redes. Superar a segurança de redes móveis geralmente é muito difícil, e as pesquisas sobre vulnerabilidades são geralmente de natureza acadêmica. Embora nenhuma tecnologia de segurança possa ser considerada invulnerável, ataques a sistemas de GSM são raríssimos na prática, pois exigem recursos como equipamentos especializados, computadores com enorme poder de processamento e conhecimentos profundos de tecnologia, recursos que não estão disponíveis para a maioria das pessoas. Embora relatos de escuta de GSM não sejam incomuns, eles não vêm ocorrendo em grande escala e não há casos conhecidos de escuta de redes UMTS ou LTE. Embora o malware móvel não tenha se tornado a epidemia que alguns previam, a GSMA sabe que as ameaças existem e criou o Mobile Malware Group para coordenar as respostas das operadoras a ameaças identificadas. O grupo facilita a troca de informações entre participantes da indústria e incentiva as melhores práticas de combate e eliminação de malware emitindo diretrizes detalhadas para seus membros. A GSMA promove padrões globais de segurança para novos serviços e reconhece que elementos com segurança baseada em SIM têm seu papel como alternativa a recursos de segurança embutidos ou aparelho ou por cartão digital externo (microSD), pois os cartões inteligentes vêm se mostrando resistentes aos ataques. A GSMA monitora continuamente as atividades de grupos de hackers e emprega pesquisadores, inovadores e vários outros stakeholders para melhorar a segurança das redes de comunicação móvel. A capacidade de aprender e se adaptar é evidente nas melhoras de segurança observadas de uma geração de tecnologia móvel para outra. Bibliografia GSMA Statement on Media Reports Relating to the Breaking of GSM Encryption The European Mobile Manifesto GSMA Security Accreditation Scheme GSMA Security Advice for Mobile Phone Users 178 179 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Segurança de Redes Móveis Aprofundando Vigilância do Setor para Proteger os Clientes de Redes Móveis A GSMA gerencia diversos grupos de trabalho que contam com especialistas em vários assuntos de empresas associadas à GSMA. Cada grupo de trabalho dedica-se a um tema que requer cooperação de toda a indústria. Um desses temas é a segurança em redes móveis. O Grupo de Segurança da GSMA é responsável por assuntos técnicos de segurança, manutenção e desenvolvimento de algoritmos de segurança, melhoramento de soluções técnicas para combater fraudes e disseminar avisos de segurança e consultoria para membros do GSMA. Subgrupos do Grupo de Segurança Grupo de Usuários Técnicos do CEIR Responsável por desenvolver e promover o banco de dados Central Equipment Identity Register da GSMA para facilitar o compartilhamento de dados sobre equipamentos roubados entre redes Grupo de Malware em Redes Móveis Atividades do grupo de segurança Identificar e analisar riscos à segurança a que as operadores de redes estão expostas Aconselhar as operadoras de redes sobre as melhores práticas adotadas em tecnologia de segurança Encaminhar as necessidades das operadoras a organismos internacionais de normatização Responsável por coordenar as respostas de operadoras a novas ameaças criadas por malware para dispositivos móveis e vulnerabilidades dos dispositivos Grupo de Orientação sobre Segurança de Dispositivos Responsável por ameaças à segurança relacionadas a dispositivos que chamem a atenção ou despertem preocupação em reguladores, mídia ou usuários interessados Aconselhar sobre soluções técnicas de combate à fraude Manter e melhorar os níveis de segurança de redes móveis Com sua ampla gama de atribuições e devido às constantes mudanças da natureza da segurança em tecnologia de informação e comunicação (TIC), o Grupo de Segurança responde ativamente a eventos de segurança e a possíveis novos riscos. Por exemplo, quando o pesquisador Karsten Nohl alertou recentemente a GSMA sobre uma possível fraqueza na criptografia do SIM, a GSMA investigou a afirmação, emitiu uma série de informativos a seus 180 membros e deu orientações sobre as contramedidas que as operadoras poderiam adotar. Nesse caso, apenas alguns poucos SIMs produzidos de acordo com normais mais antigas apresentavam vulnerabilidade. O Grupo de Segurança da GSMA promoveu uma resposta rápida e abrangente ao problema. Grupo de Segurança de Sinalização Responsável por promover a conscientização sobre riscos relacionados a protocolos de sinalização e reduzir a possibilidade de fraquezas conhecidas investigando e recomendando contramedidas e estratégias para reduzir os riscos Grupo de Segurança de Mensagens Responsável por ajudar a indústria a entender melhor e se defender contra o spam e outras ameaças aos serviços de mensagens móveis e, servir como repositório de informações para promover a ação e a educação 181 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Utilização Indevida de Números e Fraude Introdução Debate Posição da Indústria Muitos países vêm se preocupando com a utilização indevida de números, uma prática abusiva em que a ligação nunca chega ao destino correspondente ao código do país e é encerrada devido a um arranjo entre a operadora e o provedor de conteúdo com valor adicionado sem conhecimento do detentor do número atribuído pelo UIT-T. Como as agências reguladoras, proprietários de sequências de números e outros players da indústria podem colaborar para evitar esse tipo de uso incorreto e as fraudes associadas? A utilização indevida de números produz impactos econômicos significativos em vários países; portanto, é preciso que todos os agentes colaborem. Este tipo de abuso elimina todos os controles regulatórios de países sobre ligações mais caras e contratos de partilha de receita e são um dos principais fatores que contribuem para a fraude de partilha de receita internacional (IRSF, International Revenue Share Fraud) praticada contra redes de telefonia e seus clientes. Os praticantes de IRSF são motivados a gerar tráfego para serviços que possuem sem intenção de pagar a rede que originou a chamada. Em seguida, eles recebem o pagamento muito antes das outras partes do acordo. O uso indevido também prejudica o tráfego de telefonia ao bloquear números de telefone considerados de alto risco. A utilização indevida de números é um dos temas abordados no GSMA Fraud Forum, um fórum que vem discutindo as melhores práticas para eliminar fraudes para operadoras de redes móveis. O principal foco do Fraud Forum é identificar e analisar técnicas utilizadas para cometer fraudes contra redes dos membros e recomendar soluções práticas e custo-eficientes. Até março de 2013, o Fraud Forum havia denunciado à UIT-T mais de 200 casos de suspeita de uso indevido. O Fraud Forum apoia uma iniciativa da União Europeia em que as agências reguladoras de países podem cancelar pagamentos a fornecedores de tráfego em casos de suspeita de fraude ou uso indevido. O Fraud Forum acredita que os reguladores podem ajudar os prestadores de serviços de comunicação a reduzir os riscos de uso indevido de números impondo regras mais rígidas para os recursos de numeração no país. Mais especificamente, os reguladores podem: ■■ Garantir que os planos nacionais de numeração sejam amplamente disponibilizados, precisos e completos. ■■ Implementar controles mais rígidos sobre a atribuição de intervalos de numeração aos solicitantes e garantir que os intervalos sejam utilizados apenas para o objetivo para que foram designados. ■■ Implementar controles mais rigorosos sobre a concessão de intervalos de numeração a terceiros. O Fraud Forum compartilha entre seus membros e com outras entidades do setor de gestão de fraudes os intervalos de numeração usados indevidamente. O Fraud Forum trabalha junto aos principais transmissoras de tráfego internacional para reduzir riscos de fraude decorrentes de utilização incorreta de recursos de numeração. Bibliografia UIT-T: Misuse of an E.164 International Numbering Resource Os recursos de gestão de fraude da GSMA estão disponíveis apenas para membros. 182 183 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Utilização Indevida de Números e Fraude Fatos e Números Principais Dez Países onde Ocorre Utilização Indevida de Números Melhores Práticas Controles Recomendados para Operadoras Reduzirem a Exposição a Fraudes Relacionadas a Uso Indevido de Recursos de Numeração Implementar controles no ponto de aquisição pelo assinante para impedir a captura de contas 1. França Eliminar recursos de conferência ou chamadas múltiplas das conexões móveis, a não ser que sejam explicitamente solicitados, pois os criminosos podem utilizar este recurso para fazer até seis ligações simultâneas 2. Látvia 3. Argélia 4. Serviço Globalstar de acesso via satélite Utilizar a lista de intervalos de alto risco publicada pela GSMA para identificar padrões incomuns de chamadas e emitir alarmes ou bloquear destinos fraudulentos 5. Zimbábue 6. Haiti Garantir que relatórios de uso de roaming recebidos de outras redes sejam monitorados 24 horas, preferencialmente por um sistema automático 7. Maldivas Garantir que relatórios de uso de roaming recebidos de outras redes sejam monitorados 24 horas, preferencialmente por um sistema automático 8. Áustria 9. Somália Garantir que as tarifas atualizadas sejam aplicadas em contratos de roaming, sobretudo para números premium 10. Serra Leoa Fonte: Operator reports to the GSMA, 2013 184 Eliminar o recurso de roteamento de chamada para destinos internacionais, sobretudo para países em que os planos de numeração vêm sendo usados indevidamente Implementar a função de bloqueio de chamadas internacionais para outros países que não o de origem (Implement the Barring of International Calls Except to Home Country, BOIEXH) em assinaturas novas ou de alto risco 185 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Privacidade Introdução O crescimento da internet móvel, proporcionado pelo sucesso dos smartphones e da tecnologia de banda larga móvel, vem trazendo amplos benefícios e oportunidades para pessoas no mundo inteiro, mas também vem criando novos desafios relacionados à segurança e privacidade das informações pessoais de usuários de redes móveis. Pesquisas mostraram que muitos clientes de redes móveis estão preocupados com sua privacidade e querem opções claras e simples para controlar suas próprias informações. Um dos principais desafios criados pelo crescimento da internet móvel é o contraste entre o sistema histórico de regulamentação de privacidade, que é definida separadamente por cada país, e um serviço de internet móvel que é internacional por definição. O ecossistema da internet apresenta uma discrepância entre leis nacionais e padrões globais, que cria dificuldades para as operadoras que desejam criar uma experiência consistente para seus usuários. Tais discrepâncias também podem causar incertezas jurídicas para as operadoras, e isso pode inibir investimentos e inovação. Debate Qual a melhor maneira de os elaboradores de políticas criarem um ambiente internacional harmonizado para regulamentação e legislação sobre privacidade? O ambiente de redes móveis deve ser tratado de forma diferente de tecnologias mais tradicionais de acesso à internet? Que papeis as operadoras e governos devem desempenhar para proteger a privacidade e as informações pessoais de seus usuários? Acreditamos que a privacidade é importante. Com a Mobile Privacy Initiative (MPI), a GSMA publicou um conjunto de princípios de privacidade em redes móveis (Mobile Privacy Principles) em 2011, que descrevem como a privacidade dos clientes desse serviço deve ser respeitada e protegida. A GSMA também publicou diretrizes de privacidade para o desenvolvimento de apps móveis (Privacy Design Guidelines for Mobile Application Development), que os membros da entidade estão implementando. 186 — Pat Walshe, Director of Privacy, GSMA Qual o equilíbrio correto entre informar os usuários sobre riscos à privacidade, as opções para gerenciá-los e os benefícios de criar uma experiência eficiente e intuitiva de internet móvel? Posição da Indústria A ampla gama de serviços disponíveis atualmente por meio de dispositivos móveis oferece diversos graus de proteção à privacidade. Para que os consumidores tenham certeza de que seus dados pessoais serão bem protegidos em todo e qualquer serviço ou dispositivo, é preciso fornecer um nível de proteção consistente. As operadoras de redes móveis acreditam que a confiança do consumidor só pode ser conquistada se ele achar que sua privacidade está sendo bem protegida. Devido ao nível elevado de inovação nos serviços de redes móveis, a legislação deve concentrar-se nos riscos à privacidade do usuário e não tentar criar dispositivos para tipos específicos de dados. Por exemplo, a lei deve contemplar riscos a que um indivíduo pode ser exposto a partir de diversos tipos de dados e contextos e não em subtipos específicos de dados. A indústria de redes móveis deve garantir que os riscos à privacidade sejam considerados ao projetar novos aplicativos e serviços, desenvolvendo soluções que deem aos clientes maneiras simples de compreender as opções de privacidade e controlar seus dados. A GSMA assumiu o compromisso de trabalhar junto a participantes de todo o setor para desenvolver uma abordagem consistente para proteger a privacidade e promover a confiança em serviços de redes móveis. As proteções necessárias devem incluir uma combinação de procedimentos acertados em nível internacional, leis nacionais e medidas tomadas pela indústria. Os governos devem garantir que a lei trate todas as tecnologias igualmente e que as regras sejam aplicadas de forma consistente a todos os participantes do ecossistema da internet. Bibliografia Mobile and Privacy on GSMA.com Privacy Design Guidelines for Mobile Application Development Briefing Papers on EU Data Protection Regulation (GDPR) 187 Proteção do Consumidor Privacidade Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Melhores Práticas Controle e escolha do usuário Os usuários deverão ter oportunidades de fazer escolhas significativas e controlar suas próprias informações pessoais. Fonte: GSMA Principais áreas de preocupações sobre a privacidade de dados em redes móveis os Objetivo e utilização Deve-se coletar, acessar e ou usar apenas o mínimo necessário de informações pessoais para finalidades legítimas da empresa. As informações pessoais não devem ser armazenadas por mais tempo que o necessário para tais finalidades ou para atender a exigências legais. Segurança As informações pessoais devem ser protegidas com salvaguardas apropriadas para o sigilo necessário. Educação Os usuários devem receber informações sobre privacidade, segurança e modos de gerenciar e proteger sua privacidade. ão Para que meus dados serão usados? Serão usados para fins comerciais? Para anúncios? Minha opinião influencia este processo? 83% Os entrevistados acham que terceiros devem pedir permissão antes de usar seus dados pessoais Meus dados estão seguros? Como eles estão sendo protegidos? O que faço se eles forem comprometidos? 88% Os entrevistados consideram muito importante a privacidade das informações pessoais Se Os usuários devem ser informados e dispor de meios fáceis de usar para exercer seus direitos sobre suas informações pessoais. Minimização e retenção de dados Utiliza ç dados Respeito aos direitos dos usuários O acesso, coleta, compartilhamento, utilização e uso posterior de informações pessoais deve ser limitado o objetivos empresariais legítimos, como fornecer aplicativos ou serviços solicitados pelos usuários e para cumprir exigências legais. s Captura de Todos os indivíduos responsáveis devem garantir que esses princípios sejam observados. o ad de d Responsabilidade e fiscalização de d a d Os indivíduos responsáveis (p.ex. fornecedores de aplicativos ou prestadores de serviços) devem informar a seus clientes de forma aberta, clara, visível e oportuna quais são suas práticas de proteção de identidade e privacidade de dados. Aplicativos e serviços para crianças e adolescentes devem garantir que a coleta, acesso e utilização de informações pessoais seja sempre apropriada e observe sempre a legislação em vigor. ça ran Abertura, transparência e notificação Crianças e adolescentes gu Princípios de Privacidade em Redes Móveis O que acontece com meus dados pessoais quando uso meu celular Que dados são coletados? Quem usará esses dados? Por quanto tempo eles ficarão gravados? 72% Os entrevistados estão preocupados com a revelação do local onde estão pelo celular Fonte: Futuresight, GSMA – 'User perspectives on mobile privacy' (2012) 188 189 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Spam Introdução Debate Posição da Indústria ‘Spam’ significa grandes volumes de mensagens não solicitadas. A maioria das mensagens desse tipo procura fraudar ou enganar o destinatário. Como as ameaças relacionadas ao spam devem ser abordadas no âmbito dos serviços móveis? Estamos comprometidos em combater o spam em redes móveis compartilhando dados de inteligência e colaborando com os agentes da lei sempre que possível. As técnicas de ataque mudam constantemente à medida que os geradores de spam identificam novas oportunidades em um ambiente tecnológico, social, político e econômico em constante mudança. Os geradores de spam atuam à margem das leis locais e internacionais. As soluções promovidas pela indústria são a abordagem mais eficaz? As técnicas de detecção e prevenção de spam precisam evoluir continuamente para se manter à frente dos perpetradores. A única maneira eficaz de prevenir o spam é evitar que as mensagens sejam entregues. O spam vem sendo discutido em muitas conferências internacionais de agentes da lei e por várias organizações como a Internet Engineering Task Force e o Internet Governance Forum. A tecnologia permite que os geradores de spam cruzem fronteiras facilmente, contornando as leis e a polícia. Uma abordagem eficaz do problema requer colaboração global em policiamento e tecnologia. O spam em redes móveis prejudica a indústria ao aumentar os custos para operadores e reduzir a confiança dos consumidores. As operadoras de redes móveis devem ser defender contra essas ameaças, protegendo sempre a qualidade dos serviços móveis e reforçando a confiança de seus clientes. A GSMA criou o Mobile Spam Code of Practice, um esforço coordenado das operadoras para prevenir o spam via SMS em redes móveis. A GSMA criou também o serviço de denúncia de spam (Spam Reporting Service, SRS), que permite aos consumidores denunciar a prática usando um código curto universal (7726), que soletra a palavra ‘spam’ na maioria dos teclados. As denúncias ajudarão as operadoras participantes a tomar medidas apropriadas para encerrar ataques de spam e melhorar suas táticas de defesa antispam. Atividades em nível nacional coordenadas pela indústria devem ser incentivadas para maximizar o efeito de atividades preventivas. Acreditamos que os tratados internacionais de telecomunicações não são o melhor instrumento para combater o spam, pois eles envolvem questões sensíveis de comércio e de liberdade de expressão política. Medidas regulatórias formais devem ser consideradas o último recurso para combater o problema. Quando usadas, devem ter abrangência nacional e ser implementadas apenas após avaliações detalhadas de seu impacto. Apps que podem ser baixados para smartphones criaram outra maneira de os spammers disseminarem mensagens indesejadas e conteúdo fraudulento. O GSMA Spam Reporting Service ajudará a proteger contra ataques lançados hoje e agirá de forma proativa para proteger os clientes e as redes de ameaças atuais e futuras. 190 — Ed Amoroso, Chief Security Officer da AT&T Bibliografia GSMA spam reporting services Cloudmark spam-reporting clearing house GSMA Mobile Spam Code of Practice 191 Proteção do Consumidor Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis Spam Melhores práticas Práticas Código de Práticas Antispam em Redes Móveis O Código de Práticas Antispam em Redes Móveis foi elaborado para proteger o ambiente seguro e confiável dos serviços de redes móveis e garantir que os clientes recebam o mínimo possível de spam pelos serviços de SMS ou MMS. O código adota uma posição firme sobre como ligar com mensagens de spam de natureza fraudulenta ou conteúdo comercial não solicitado em redes móveis. A participação das operadoras é voluntária e aplica-se especificamente a três tipos de mensagem SMS ou MMS não solicitada: Mensagens comerciais enviadas a consumidores sem seu consentimento Nos termos do código, as operadoras de redes móveis signatárias se comprometem a: Incluir dispositivos sobre antispam em todos os contratos com fornecedores Criar um mecanismo que garanta que o consumidor possa autorizar e controlar conforme deseje as mensagens de marketing de sua operadora Trabalhar em conjunto com outras operadoras de redes móveis, incluindo as que não são signatárias do código Mensagens comerciais enviadas a consumidores incentivando-os direta ou diretamente a ligar ou enviar uma mensagem para um número pago Envio em massa de mensagens ilegais ou fraudulentas a consumidores (p.ex. identidades falsas, spoofing ou esquemas) Levar informações e recursos aos clientes para ajudá-los a minimizar os níveis e os efeitos do spam em dispositivos móveis Realizar outras atividades antispam, como garantir que políticas antispam sejam adotadas, proibir o uso de redes móveis para lançar ou enviar spam e adotar técnicas recomendadas pela GSMA para detectar e combater a transmissão internacional de spam fraudulento para redes móveis Incentivar governos e agências reguladoras a apoiar esta iniciativa do setor 192 193 Contatos na GSMA A equipe de assuntos regulatórios e de governo da GSMA representa o setor móvel perante governos e agências reguladoras do mundo inteiro, incentivando a criação de ambientes regulatórios que maximizem o investimento, a inovação e as oportunidades para operadoras, o setor móvel como um todo e os usuários de redes móveis. Interagindo diretamente com os governos, podemos influenciar a agenda regulatória global. Tom Phillips Isabelle Mauro John Giusti Diretor de assuntos regulatórios e governamentais [email protected] Diretora de assuntos externos [email protected] Diretor de espectro [email protected] Natasha Jackson Gabriel Solomon Belinda Exelby Diretora de assuntos relacionados ao consumidor [email protected] Diretor de políticas regulatórias [email protected] Diretora de relações institucionais [email protected] Sebastián Cabello Martin Whitehead Irene Ng Diretor, GSMA América Latina [email protected] Diretor, GSMA Europa [email protected] Diretora, GSMA Ásia [email protected] Se tiver alguma dúvida ou comentário sobre o Manual de Políticas Públicas em Redes Móveis, escreva para [email protected] Peter Lyons Diretor, GSMA Oriente Médio [email protected] 210 211 GSMA Intelligence O GSMA Intelligence é um recurso amplo e cada vez mais importante oferecido pela GSMA a seus membros, associados e outras organizações interessadas em saber mais sobre redes móveis. O produto foi criado a partir da fusão de dois produtos anteriores: o Wireless Intelligence, que é a principal fonte de dados sobre o setor, e o Mobile for Development Intelligence, que contém informações sobre como as redes móveis vêm transformando economias e sociedades no mundo inteiro. Cobertura global O GSMA Intelligence publica dados e informações sobre 236 países, mais de 800 operadoras de redes móveis e mais de 1.000 operadoras virtuais de redes móveis (MVNOs). Com cerca de 15 milhões de pontos de dados sobre 520 métricas diferentes, o GSMA Intelligence reúne dados históricos e de previsões para o período de 1979, quando o setor surgiu, até previsões para cinco anos. Novos dados são adicionados diariamente. Dados de diversos tipos Os dados incluem métricas sobre assinantes e conexões móveis, dados operacionais e financeiros, e indicadores socioeconômicos que complementam os principais conjuntos de dados. A pesquisa básica realizada pela GSMA já contribuiu com informações para mais de 3.500 instalações de rede e mais de 450 leilões de espectro até hoje. O serviço também oferece white papers, relatórios de toda a GSMA e os boletins semanais. Poderosos recursos de dados As informações do GSMA Intelligence são fáceis de usar porque vêm com várias ferramentas de seleção de dados, como pesquisa mutiparâmetro, listas de classificação, painéis e dados em tempo real e feed de notícias, além de recursos de exportação para Excel ou criação de gráficos e tabelas para apresentações. https://gsmaintelligence.com [email protected] 212 213 Lista de operadoras de redes móveis por número de conexões e faturamento em 12 meses, Q1 2013 Conexões globais por geração de tecnologia, 2000–2017 Fonte: GSMA Intelligence, company reports Fonte: GSMA Intelligence Renda Aumento com redes Aumento Conexões anual do móveis em anual do Variação (milhões)1 número de 12 meses faturaanual mento conexões (US$ bilhões) Nº. País 1 China Mobile 726,31 8% 90,44 6% – 2 Grupo Vodafone 381,75 – 54,50 -8% – 3 Grupo América Móvil 262,91 6% 34,53 9% – 4 Grupo Telefónica 247,31 3% 46,84 1% – 5 China Unicom 250,71 16% 21,03 17% 2 6 Verizon Wireless 114,45 5% 65,05 7% -1 7 Grupo VimpelCom 211,86 4% 19,58 2% -1 8 Grupo Orange 140,20 28% 26,24 7% 4 9 Grupo Bharti Airtel 259,84 7% 12,58 6% – 10 AT&T Mobility 107,25 3% 59,68 4% -2 11 China Telecom 168,04 19% 14,792 21% 2 12 Deutsche Telekom 111,10 4% 33,37 -3% -2 13 Grupo MTN 153,53 13% 13,96 -10% -2 14 Grupo Telenor 145,25 -2% 10,47 3% – 15 Grupo Telecom Italia 103,09 3% 16,15 -10% – 16 NTT DOCOMO 61,54 2% 40,31 -17% – 17 Sprint Nextel 55,21 -2% 29,15 4% 1 18 Grupo Sistema 106,12 -8% 10,04 – -1 19 Telkomsel 120,61 9% 5,56 3% 1 20 au (KDDI) 37,71 7% 19,65 17% -1 A s conexões são agregadas de acordo com a soma para as subsidiárias de cada grupo em que a participação é de pelo menos 50% mais uma ação 2 Baseado em dados fornecidos para o ano fiscal de 2012 1 214 100% 80% 60% 40% 20% 0% 2G: cdmaOne, CDMA2000 1X, GSM, PDC, PHS, iDEN, TDMA 3G: CDMA2000 1xEV-DO, CDMA2000 1xEV-DO Rev. A, CDMA2000 1xEV-DO Rev. B, WCDMA, WCDMA HSPA, TD-SCDMA 4G: LTE, TD-LTE, AXGP, WiMAX, LTE Advanced, TD-LTE Advanced, WiMAX 2. Observação: Como as operadoras classificam tanto LTE como TD-LTE como tecnologias 4G, nós seguimos esta convenção, que difere da definição rígida da UIT, que distingue entre 4G transicional e 4G verdadeiro. 215 Faturamento em leilões de espectro, 2013 Comparação de preços do espectro do dividendo digital 1,0 20,0 25.280.000,00 < 0,01 Hong Kong 2600 Mar 2013 50,0 198.567.600,00 0,10 Uruguai 1900 Mar 2013 70,0 – – Uruguai 1700/2100 Mar 2013 60,0 – – Polinésia Francesa 900 Mar 2013 25,0 – – Islândia 800 Mar 2013 60,0 1.431.710,00 < 0,01 Islândia 1800 Mar 2013 50,0 348.989,20 < 0,01 Indonésia 2100 Mar 2013 20,0 – – Ilhas Turks e Caicos 700 Fev 2013 46,0 – – Reino Unido 800 Fev 2013 60,0 – – Reino Unido 2600 Fev 2013 190,0 – – Polônia 1800 Fev 2013 50,0 302.893.500,00 Belarus 2100 Jan 2013 – 12.548.170,00 0,08 – Comparação de preços do espectro 1800/1900 MHz 0,4 Cingapura Polônia 0,3 Irlanda Bulgária Grécia 0,2 0,1 Portugal Suíça Índia Islândia 0,0 Jul 13 Mar 2013 Mai 13 1800 Jun 13 Sri Lanka Mai 13 – Abr 13 97.497.812,75 Abr 13 – Islândia Fev 13 Mai 2013 0,0 Mar 13 2500 Croácia Japão Mar 13 0,85 Austrália Suíça 0,1 Jan 13 1.852.086.696,66 0,08 Fev 13 60,0 296.505.951,69 Jan 13 Mai 2013 50,0 Dez 12 700 Jun 2013 Dinamarca 0,2 Nov 11 Austrália 1800 0,3 Nov 12 < 0,01 Dez 12 64.797.767,64 Nov 12 30,0 Set 12 Jun 2013 Out 12 2500 Set 12 Colômbia 0,4 Out 12 < 0,01 Jul 12 270.601.183,51 Ago 12 90,0 Ago 12 Jun 2013 Jun 12 1700/2100 Jul 12 Colômbia Irlanda 0,5 Mai 12 0,15 Jun 12 96.126.000,00 Mai 12 120,0 Abr 12 Jul 2013 Abr 12 2500 Fev 12 Cingapura Portugal 0,6 Mar 12 0,23 Mar 12 192.252.000,00 França 0,7 Jan 12 150,0 0,8 Fev 12 Jul 2013 Austrália Jan 12 1800 0,9 Dez 11 US$ MHz/Pop (PPP) Dez 11 Preço (US$) Nov 11 Bloco (MHz) Preço/MHz/População, US$, ajustado pela PPP Data Cingapura Polônia 216 Frequência do país (MHz) Preço/MHz/População, US$, ajustado pela PPP País 217 Penetração total no mercado (%), 2010–2012 Relação entre o total de conexões móveis e a população total Fonte: GSMA Intelligence 26,53 31,11 28,71 Maiote 86,89 89,19 88,80 Malaui 21,73 26,48 30,52 Mali 44,08 67,29 88,17 Marrocos 99,59 112,70 119,09 Maurício 90,51 95,07 107,08 Mauritânia 75,91 84,60 94,63 Moçambique 26,27 29,36 36,86 África 2010 2011 2012 África do Sul 98,91 118,05 132,13 Angola 50,78 60,25 71,08 Namíbia 94,27 107,39 115,76 Argélia 91,76 98,30 104,16 Níger 22,66 27,22 32,09 Benin 78,31 83,23 88,09 Nigéria 54,24 57,68 66,67 125,04 145,82 152,71 Quênia 60,81 66,57 70,91 Burkina Fasso 33,86 44,60 56,24 República Centro-Africana 30,18 32,68 35,25 Burundi 19,65 22,86 27,98 República Democrática do Congo 17,35 21,96 28,46 Cabo Verde 77,40 81,64 85,63 Reunião 107,08 107,16 104,13 Camarões 42,24 51,86 63,44 Ruanda 31,56 36,74 46,55 Chade 27,14 34,84 39,97 São Tomé e Príncipe 61,51 67,57 75,45 Comores 22,70 26,12 29,37 Seicheles 100,97 102,69 103,97 Congo 92,22 92,80 100,11 Senegal 66,22 72,08 86,37 Costa do Marfim 79,45 86,24 87,15 Serra Leoa 41,02 46,76 56,59 Djibuti 18,46 21,70 24,71 Somália 26,37 33,44 40,73 Egito 85,72 102,02 116,33 Suazilândia 60,77 63,29 65,59 Eritreia 4,05 4,62 5,13 Sudão 50,28 66,90 74,18 Etiópia 10,26 16,22 24,11 Sudão do Sul 10,42 15,23 21,69 Gabão 147,37 153,01 178,44 Tanzânia 42,35 49,98 55,56 Gâmbia 105,30 117,76 128,60 Togo 40,26 50,04 57,40 Gana 68,97 82,17 96,97 Tunísia 106,43 118,68 126,68 Guiné 41,98 51,82 62,12 Uganda 40,87 46,59 48,32 Guiné Equatorial 62,77 71,75 75,84 Zâmbia 43,36 59,76 81,02 Guiné-Bissau 55,13 61,18 69,93 Zimbábue 60,32 69,86 94,62 Lesoto 39,22 45,30 58,49 Libéria 38,37 48,49 56,30 168,64 124,36 129,29 Botsuana Líbia 218 Madagáscar 219 Américas 2010 2011 2012 Anguila 189,35 174,71 Antígua e Barbuda 155,80 Argentina Ilhas Virgens Britânicas 111,37 116,39 120,49 183,37 Jamaica 120,34 119,84 120,10 148,20 154,21 Martinica 131,24 140,98 143,16 128,20 136,68 141,26 México 80,11 82,18 86,63 Aruba 121,59 123,37 125,13 Montserrat 80,01 86,99 93,78 Bahamas 112,46 88,77 89,31 Nicarágua 61,41 83,32 100,10 Barbados 117,31 117,19 122,72 Panamá 133,73 142,92 132,75 90,64 94,41 97,18 Paraguai 93,69 100,11 107,47 101,18 101,86 104,63 Peru 79,76 90,26 99,44 71,73 81,86 90,55 Porto Rico 81,29 85,36 88,42 Bonaire, Sint Eustatius e Saba 211,90 219,16 225,39 República Dominicana 93,73 88,08 91,59 Brasil 105,34 124,73 133,35 Saint Martin 30,10 33,01 33,09 73,12 77,20 80,31 Saint Pierre e Miquelon 60,88 61,32 60,50 123,89 141,31 152,34 Santa Lúcia 119,52 122,41 124,11 Colômbia 93,78 95,74 100,34 São Bartolomeu 31,26 34,29 34,40 Costa Rica 68,19 84,79 95,78 São Cristóvão e Névis 171,77 175,41 177,58 8,91 12,49 15,49 São Vicente e Granadinas 125,37 130,81 134,98 Curaçao 108,84 112,49 115,70 Sint Maarten 172,84 176,41 179,45 Domínica 150,54 137,57 142,23 Suriname 116,50 121,32 125,01 El Salvador 126,92 139,60 144,90 Trindade e Tobago 120,35 123,03 121,56 Equador 104,20 107,26 113,88 Turks e ilhas 85,18 87,13 89,20 Estados Unidos da América 100,36 107,86 109,49 Uruguai 130,84 140,51 145,67 Granada 126,74 136,09 144,12 Venezuela 101,48 104,13 109,38 Groenlândia 101,06 105,51 108,82 Guadalupe 132,30 145,74 146,07 Ásia 2010 2011 2012 Guatemala 89,26 97,09 103,71 Afeganistão 46,87 55,60 59,59 Guiana 83,96 81,89 84,68 Arábia Saudita 193,22 199,78 210,96 109,65 119,22 121,79 Armênia 119,42 105,87 109,45 Haiti 32,87 51,67 60,06 Azerbaijão 86,92 91,67 95,00 Honduras 93,30 94,73 99,36 Bahrein 121,28 126,25 155,77 Ilhas Caimãs 195,68 196,17 196,15 Bangladesh 48,82 61,19 70,09 Ilhas Malvinas 109,20 117,12 124,08 Brunei Darussalam 137,31 147,90 156,12 Ilhas Virgens Americanas 139,56 149,52 158,31 Butão 51,70 66,11 74,15 Belize Bermuda Bolívia Canadá Chile Cuba Guiana Francesa 220 221 69,80 107,56 133,93 Quirguistão 97,22 117,38 127,22 107,56 134,79 163,26 Síria 53,13 60,04 62,94 China 62,63 72,24 81,85 Sri Lanka 84,57 93,35 104,71 Chipre 132,56 138,49 138,64 Tadjiquistão 72,01 93,77 126,33 Cingapura 142,05 148,70 152,91 Tailândia 102,95 109,85 119,44 1,77 3,82 6,84 Taiwan 119,39 124,80 129,76 Coreia do Sul 106,67 110,69 113,08 Timor-Leste 41,52 51,26 52,18 Diego Garcia 25,00 40,00 50,00 Turcomenistão 60,49 36,83 91,22 157,07 162,73 165,84 Turquia 84,42 88,14 90,12 Filipinas 92,40 98,83 106,70 Uzbequistão 74,33 83,94 69,99 Geórgia 105,87 117,51 125,22 Vietnã 127,59 130,13 136,54 Hong Kong 152,17 167,15 181,97 Iêmen 43,43 51,75 55,87 Europa 2010 2011 2012 Índia 61,00 71,51 68,26 Albânia 141,71 159,43 173,88 Indonésia 86,62 100,93 114,34 Alemanha 132,40 139,08 138,21 Irã 96,54 111,35 130,33 Andorra 75,52 74,27 74,34 Iraque 72,84 75,80 83,88 Áustria 143,62 151,39 159,15 Israel 130,68 128,68 128,16 Belarus 111,78 120,42 118,55 Japão 95,82 104,03 113,15 Bélgica 120,60 128,75 124,14 Jordânia 106,50 121,54 139,00 Bósnia-Herzegóvina 80,23 83,24 85,77 Kuwait 160,19 178,92 201,13 Bulgária 143,79 159,24 167,47 Laos 60,27 70,19 85,99 Croácia 118,27 117,19 114,09 Líbano 66,96 80,31 87,19 Dinamarca 148,79 159,23 164,61 Macau 204,16 222,75 239,84 Eslováquia 12,71 117,34 118,83 Malásia 122,54 126,84 135,32 Eslovênia 98,91 99,57 102,36 Maldivas 141,04 157,31 171,72 Espanha 122,28 124,44 113,43 Mianmar 3,22 7,20 11,12 Estônia 128,33 134,69 144,83 Mongólia 73,02 83,55 89,52 Federação Russa 153,88 160,23 162,60 Nepal 30,93 44,45 55,24 Finlândia 165,06 173,41 180,11 Omã 160,51 165,31 177,71 97,43 100,39 106,73 Palestina 63,76 68,62 73,64 Gibraltar 124,71 129,78 133,48 Paquistão 59,09 63,76 67,74 Grécia 139,08 136,43 138,46 154,95 150,52 164,01 98,51 103,06 106,59 Camboja Cazaquistão Coreia do Norte Emirados Árabes Unidos Qatar 222 França Guernsey 223 Hungria 113,56 113,67 113,39 Oceania Ilha de Man 118,83 124,91 130,13 Austrália Ilhas Åland 95,93 103,31 110,51 Ilhas Faroe 121,85 119,41 Irlanda 118,12 Islândia 2010 2011 2012 125,25 130,38 133,29 Fiji 91,05 97,98 106,92 119,35 Guam 75,02 77,20 79,01 117,88 115,53 Ilha Norfolk 42,02 49,33 54,26 116,50 118,30 120,75 Ilhas Cocos (Keeling) 40,27 37,92 39,43 Itália 149,31 151,82 151,94 Ilhas Cook 37,29 38,35 39,39 Jersey 117,74 125,64 130,86 Ilhas Marianas do Norte 40,55 42,03 43,05 Kosovo 49,92 47,28 50,33 Ilhas Marshall 5,17 6,08 7,05 Látvia 111,94 117,97 122,82 Ilhas Salomão 21,18 49,14 52,67 37,95 40,38 38,30 Kiribati 13,41 16,16 18,03 Lituânia 142,72 144,78 145,16 Micronésia 58,67 67,32 75,17 Luxemburgo 144,11 146,06 148,04 Nauru 58,36 87,05 105,55 Macedônia 106,61 112,55 113,43 Niue 73,46 80,64 87,77 Malta 115,87 127,83 142,39 Nova Caledônia 84,65 86,18 87,01 Moldávia 84,86 96,46 109,14 Nova Zelândia 117,40 119,45 113,71 Mônaco 72,22 79,72 86,46 Palau 44,22 47,53 50,72 Montenegro 193,26 181,79 157,10 Papua Nova Guiné 25,61 32,15 36,13 Noruega 125,70 128,16 131,15 Polinésia Francesa 79,33 80,95 81,82 Países Baixos 115,81 119,49 119,06 Samoa 105,76 112,49 117,36 Polônia 122,46 131,85 141,28 Samoa Americana 62,83 66,35 69,44 Portugal 164,47 165,99 167,31 Tonga 77,27 82,85 88,10 Reino Unido 121,30 122,16 123,21 Tuvalu 8,51 12,82 15,95 República Tcheca 129,23 130,31 133,08 Vanuatu 70,29 74,44 63,27 Romênia 137,63 129,31 128,34 21,81 21,98 22,09 Sérvia 100,62 104,45 108,22 Suécia 138,41 147,45 155,66 Suíça 122,91 127,10 129,42 Ucrânia 118,85 125,47 135,49 Liechtenstein San Marino 224 225 Pesquisas e Análises A GSMA Intelligence produz continuamente pesquisas e análises relevantes sobre a situação da indústria de redes móveis, como os relatórios e recursos abaixo. O site e a versão em PDF do Manual de Políticas Públicas contêm links para esses recursos. Painel: Mapa global de lançamento de redes 4G-LTE Mobile technology lifecycle: the future of 2G networks Para expandir as redes LTE na América Latina, é preciso alocar o espectro com mais rapidez Bangladesh Oportunidade de crescimento inexplorada na Ásia Esta publicação discute a necessidade aumentar a capacidade de espectro na América Latina para permitir que operadoras de redes móveis introduzam serviços LTE e explica algum dos motivos por que a América Latina está ficando para trás do resto do mundo na instalação de redes LTE. Dados sobre utilização de celular no Oriente Médio Este conjunto de mapas mostra a progressão das redes 4G-LTE pelo mundo entre 2010 e 2013. M2M e MVNOs aumentam número de conexões nos EUA As operadoras virtuais de redes móveis (MVNO) e os serviços máquina a máquina (M2M) estão contribuindo significativamente para o aumento do número de conexões nos EUA, compensando a evolução mais lenta em serviços de celular tradicionais. Este relatório da GSMA Intelligence apresenta alguns dos principais fatores que influenciam o ciclo de vida das redes 2G em mercados desenvolvidos e em desenvolvimento. Com 154 milhões de pessoas, o Bangladesh é um dos mercados de celular que cresce mais rapidamente do mundo. Com cada vez mais instalações 3G e 4G em todo o Oriente Médio, as operadoras precisam garantir que poderão gerar receita com seus investimentos em redes enquanto competem com rivais dos setores de mensagens pela internet, que se tornarão mais populares à medida em que aumenta a penetração de smartphones. O smartphone LTE ‘mundial’ está chegando? Um smartphone LTE que funcionasse no mundo inteiro melhoraria economias de escala para fabricantes de equipamentos e operadoras, contribuiria para desenvolver o roaming LTE mundial e aceleraria a adoção de serviços LTE. 226 https://gsmaintelligence.com [email protected] 227 http://www.gsma.com/publicpolicy/handbook