Secretaria de Planejamento e Gestão

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Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional
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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Governador  Geraldo Alckmin
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional
Secretário  Julio Semeghini
Secretária-Adjunta  Cibele Franzese
Chefe de Gabinete  Joaldir Reynaldo Machado
CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DAS REGIÕES DO ESTADO DE SÃO PAULO
− REGIÃO ADMINISTRATIVA DE MARÍLIA −
ABRIL, 2013
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O trabalho Caracterização Socioeconômica das Regiões do Estado de São Paulo apresenta um estudo
detalhado das Regiões Administrativas-RAs e Metropolitanas-RMs paulistas no campo econômico,
demográfico, social e de rede urbana. Permite conhecer cada uma dessas regiões, auxiliando o Governo
estadual a adequar suas politicas às principais características regionais.
Na Caracterização, são apresentadas, inicialmente, as caracterizações político-administrativa, histórica e
de infraestrutura viária da região e, a seguir, uma síntese analítica do conteúdo do conjunto do trabalho.
No que diz respeito aos Aspectos Econômicos, foram identificados os principais produtos agropecuários
e industriais e os principais serviços da região, abordando o encadeamento existente entre os setores e
seu papel no desempenho econômico regional no período 1996 a 2008. Foram apresentados, ainda,
dados de infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica, emprego, valor adicionado e valor
adicionado fiscal, exportação e importação de produtos industriais, arranjos e aglomerados produtivos,
entre outros dados e informações considerados relevantes na caracterização da região.
As características sociais das Regiões Administrativas e Metropolitanas são avaliadas a partir do Índice
Paulista de Responsabilidade Social-IPRS, desenvolvido pela Fundação Seade, com o objetivo de
caracterizar os municípios paulistas no que se refere às dimensões de renda, longevidade e escolaridade.
Quanto ao tema da rede urbana, é possível verificar como se organiza a ocupação do território regional
em metrópoles, aglomerações urbanas e centros urbanos. Em demografia, encontram-se informações
como porte populacional dos municípios, taxa de crescimento da população, índice de envelhecimento e
razão de dependência da população potencialmente inativa, além de projeções, até 2020.
Este trabalho auxilia, portanto, os setores público e privado e a população em geral, em seus interesses e
campos de atuação distintos, no conhecimento das regiões do Estado de São Paulo.
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Apresentação .............................................................................................................................. 5
Caracterização ............................................................................................................................ 9
Aspectos Econômicos .................................................................................................................. 13
Agropecuária ........................................................................................................................ 13
Indústria e Serviços .............................................................................................................. 20
Desempenho Econômico, 1996 a 2008 ............................................................................... 43
Aspectos Demográficos .............................................................................................................. 47
Aspectos Sociais e IPRS................................................................................................................ 53
Rede Urbana ............................................................................................................................... 55
Centro Regional de Marília ................................................................................................ 57
Centro Regional de Ourinhos ............................................................................................. 60
Destaques da Região .................................................................................................................. 63
Números da Região ................................................................................................................... 64
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Situada no centro-oeste do Estado de São Paulo, a Região Administrativa de Marília ocupa uma área de
18.458 km2, que corresponde a 7,4% do território paulista, sendo composta por 51 municípios
distribuídos em três Bacias Hidrográficas: Médio Paranapanema (Unidade de Gerenciamento de
Recursos Hídricos-UGRHI 17); Aguapeí (UGRHI 20); e Peixe (UGRHI 21).
RA de Marília
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Álvaro de Carvalho
Alvinlândia
Arco Íris
Assis
Bastos
Bernardino de Campos
Borá
Campos Novos Paulista
Cândido Mota
Canitar
Chavantes
Cruzália
Echaporã
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
Espírito Santo do Turvo
Fernão
Florínia
Gália
Garça
Herculândia
Iacri
Ibirarema
Ipaussu
João Ramalho
Júlio Mesquita
Lupércio
Lutécia
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
Maracaí
Marília
Ocauçu
Óleo
Oriente
Oscar Bressane
Ourinhos
Palmital
Paraguaçu Paulista
Parapuã
Pedrinhas Paulista
Platina
Pompeia
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
Quatá
Queiroz
Quintana
Ribeirão do Sul
Rinópolis
Salto Grande
Santa Cruz do Rio Pardo
São Pedro do Turvo
Tarumã
Timburi
Tupã
Vera Cruz
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A interligação com o restante do território nacional é feita através das rodovias estaduais Abrão Assed
(SP 333) e Comandante João Ribeiro de Barros (SP 294) e da rodovia federal BR 153. Os municípios mais
ao sul são, também, servidos pela Rodovia Raposo Tavares (SP 270) e pela BR 369. Assis, Paraguaçu
Paulista e Quatá são interligados pela SP 284. É servida, ainda, pela ferrovia América Latina LogísticaALL, além dos aeroportos de Marília, Ourinhos, Assis e Tupã.
A formação da RA se deu no contexto da ocupação da região oeste do Estado, que teve, no café e nas
ferrovias, os principais elementos de seu desenvolvimento.
Infraestrutura Viária
Estado de São Paulo e RA de Marília
Fonte: Secretaria de Logística e Transportes. Elaboração: SPDR/UAM.
Com seu solo fértil e a consolidação de uma infraestrutura de transporte, a região passou a atrair
pioneiros interessados no cultivo do café. Paralelamente a essa cultura, foram desenvolvidas lavouras de
subsistência, como arroz, feijão, milho e mandioca, devido à grande dificuldade de transporte e à
facilidade de produzi-las no local. A partir da década de 1940, algodão começou a ser cultivado, atraindo
algumas unidades processadoras para o município de Marília.
A modernização do setor primário, a partir de década de 1970, resultou no aumento de produtividade,
em função da integração com a agroindústria, determinando o perfil econômico que prevalece até os dias
atuais, assentado, principalmente, no setor agroindustrial.
Marília, sede da RA, polariza ampla área do centro-oeste do Estado, com articulações que se estendem a
vários municípios do norte do Paraná. No entanto, seu grau de polarização não é tão acentuado como
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ocorre em outros polos de Regiões Administrativas, visto que as atividades econômicas regionais se
distribuem mais uniformemente entre os demais subcentros regionais: Ourinhos, Assis e Tupã.
Até por isso, a região conta com dois Centros Regionais: Marília e Ourinhos. Como mostra a seção
REDE URBANA, a atividade econômica do município de Marília, principalmente o comércio e os
serviços, atrai pessoas de diversos municípios, tais como: Garça, Assis, Pompeia, Ourinhos etc., para
compras e lazer. Marília é, também, centro universitário e de saúde.
A influência de Ourinhos, por sua vez, se desenvolve num raio de 40 a 50 quilômetros e o fortalecimento
das relações regionais é produzido pelos setores de prestação de serviços e de comércio, com afluxo de
pessoas de cidades vizinhas, do Estado de São Paulo e norte do Paraná. No setor de serviços, destacamse saúde e educação.
A estrutura econômica da RA é caracterizada pela integração entre atividades primárias e secundárias.
Conforme pode ser visto ao longo da seção INDÚSTRIA E SERVIÇOS, a agroindústria é o principal
segmento da indústria de transformação.
As divisões mais representativas são de fabricação de produtos alimentícios, biocombustíveis, têxteis e
confecções, móveis e produtos de madeira que se destacam em termos de geração de empregos e valor
adicionado fiscal-VAF. Adicionalmente, destaca-se a metal-mecânica. Destes segmentos, ocupam posição
importante, nas exportações, o de alimentos, combustíveis e metal-mecânica que, juntos, representaram
63% do total exportado pela região, em 2009.
Em 2008, os municípios que mais concentraram empregos, nos principais segmentos da indústria
regional, foram: Marília, Ourinhos, Assis, Santa Cruz do Rio Pardo, Paraguaçu Paulista, Tupã, Tarumã,
Pompeia, Chavantes, Cândido Mota, Espírito Santo do Turvo, São Pedro do Turvo, Palmital, Canitar,
Ibirarema, Gália e Garça.
O comércio ocupava, em 2008, a primeira posição em número de estabelecimentos, com cerca de 40%
do total regional, enquanto, nos serviços, esse percentual foi de 28%. Já em termos de empregos, a
liderança ficou com os serviços, com 23%, seguido de perto pela indústria de transformação (22%) e o
comércio (21%).
O dinamismo de alguns dos municípios da RA está diretamente ligado ao seu perfil agroindustrial, como
pode ser observado na seção DESEMPENHO ECONÔMICO. Dentre as localidades consideradas
dinâmicas, Bernardino de Campos, Espírito Santo do Turvo, Queiroz e Tarumã devem seu bom
desempenho econômico à expansão do complexo agroindustrial da cana-de-açúcar, com implantação e
ampliação de usinas e destilarias na região, como ressaltado na seção INDÚSTRIA E SERVIÇOS.
Da mesma forma, na seção AGROPECUÁRIA, sobressai o incremento da área ocupada, na RA, com
cana-de-açúcar, entre 1995/96 e 2007/08, que passou de 207 mil hectares para 440 mil, com
crescimento superior a 100%. A cana ocupava, em 2007/08, 25% do total da área da região. Em
1995/96, esse percentual era de 12%. Dentre as culturas da região, também apresentaram expansão de
área: laranja, mandioca e seringueira.
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A seção de DEMOGRAFIA aponta baixo crescimento populacional, de 0,59% ao ano, no período
2000/2010, contra a média estadual de 1,09%. Paralelamente, a taxa de crescimento populacional do
município-sede foi de 0,95%, enquanto outros 17 municípios apresentaram taxas negativas.
Na seção ASPECTOS SOCIAIS, observa-se que a região apresenta condições de escolaridade e
longevidade melhores que as de riqueza, à semelhança de outras regiões do oeste e noroeste paulista.
No ranking estadual do Índice Paulista de Responsabilidade Social-IPRS, ocupa a 13ª colocação na
dimensão de riqueza, a quarta, em escolaridade, e a sétima, em longevidade.
A distribuição dos 51 municípios da região, nos grupos do IPRS, mostra grande concentração nos Grupos
3 e 4. No Grupo 3, encontram-se 24 localidades caracterizadas por exibir bons indicadores sociais, mas
indicador baixo de riqueza. Outros 21 municípios classificaram-se no Grupo 4 que, à semelhança do
anterior, apresenta baixo indicador de riqueza, mas um dos indicadores sociais desfavorável. Apenas o
município de Pedrinhas Paulista foi classificado no Grupo 1, com bons indicadores de riqueza,
longevidade e escolaridade, e cinco municípios foram inseridos, no Grupo 5, com resultados
insatisfatórios nas três dimensões do Índice.
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AGROPECUÁRIA
A economia regional é baseada em diversificada produção agropecuária, com forte integração com a
agroindústria. O Levantamento das Unidades de Produção Agropecuária-LUPA1 apresenta, entre outros
recortes territoriais, informações agrupadas segundo os Escritórios de Desenvolvimento Rural-EDRs2.
Agrupamentos de EDRs possibilitam avaliação da produção das Regiões Administrativas, levando em
conta sua diversidade. No caso da RA de Marília, serão considerados, aqui, os municípios dos EDRs de
Assis3, Marília4, Ourinhos5 e Tupã6. São incluídos: o município de Júlio de Mesquita, que se encontra no
EDR de Lins, mas pertence à RA de Marília; e o de João Ramalho pertencente ao EDR de Presidente
Prudente, mas que se encontra na RA de Marília. Adicionalmente, são excluídos os municípios de Piraju,
Sarutaiá, Taguaí e Tejupá, que fazem parte do EDR de Ourinhos, mas pertencem à RA de Sorocaba. Da
mesma forma, são excluídos os municípios de Inúbia Paulista, Lucélia, Osvaldo Cruz, Pracinha, Sagres e
Salmourão, que fazem parte do EDR de Tupã, mas pertencem à RA de Presidente Prudente.
A área total7 ocupada com atividades agropecuárias, na região, segundo o LUPA, permaneceu estável,
entre 1995/96 e 2007/08. A área ocupada com cana, contudo, cresceu de 207 mil hectares para 440 mil,
ou 113%, no período considerado. Dentre as culturas, também apresentaram incrementos de área:
laranja, mandioca e seringueira. Já o plantio de amendoim, milho e soja tiveram decréscimos expressivos,
pois dos 31 mil ha de amendoim, de 1995/96, por exemplo, passou-se a 15 mil, em 2007/08. Da mesma
forma a área de milho se reduziu, no mesmo período, de 206 mil ha para 149 mil, e a de soja, de 234 mil
ha para 152 mil.
A cana-de-açúcar é predominante, na RA. Em 2010, seu Valor da Produção Agropecuária-VPA foi de
R$ 1,7 bilhão, ou 8,7% do Estado, e a cana contribuiu com 40% do VPA regional8. A cana ocupava, em
2007/08, 25% do total da área da região. Em 1995/96, esse percentual era de 12%. Em termos de
EDRs, os aumentos foram, também, expressivos. No de Assis, por exemplo, a cana ocupava 138 mil ha,
em 1995/96, e, em 2007/08, passou a 252 mil, representando 40% da área total do EDR. No caso do de
Tupã, a cana passou de 17 mil ha, em 1995/96, para 87 mil, em 2007/08, e a cana representou 24% da
área total, no último ano-safra.
1
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. Instituto de Economia
Agrícola. Levantamento censitário de unidades de produção agrícola do Estado de São Paulo - LUPA 2007/2008.
São Paulo: SAA/CATI/IEA, 2008. Disponível em: <http://www.cati.sp.gov.br/projetoLUPA>. Acesso em: 23 mai. 2011.
2
O Levantamento das Unidades de Produção Agropecuária (LUPA) apresenta dados relativos às explorações agropecuária do Estado de São
Paulo. Segundo corte regional, estão disponíveis informações para: o total do Estado; conjuntos de municípios, agrupados segundo os 40
Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDR); e os 645 municípios de São Paulo.
3
Compõem o EDR de Assis: Assis, Borá, Campos Novos Paulista, Cândido Mota, Cruzália, Echaporã, Florínea, Ibirarema, Lutécia, Maracaí,
Palmital, Paraguaçu Paulista, Pedrinhas Paulista, Platina, Quatá e Tarumã.
4
Compõem o EDR de Marília: Álvaro de Carvalho, Alvinlândia, Fernão, Gália, Garça, Lupércio, Marília, Ocauçu, Oriente, Oscar Bressane,
Pompeia, Quintana e Vera Cruz.
5
Compõem o EDR de Ourinhos: Bernardino de Campos, Canitar, Chavantes, Espírito Santo do Turvo, Fartura, Ipauçu, Óleo, Ourinhos, Piraju,
Ribeirão do Sul, Salto Grande, Santa Cruz do Rio Pardo, São Pedro do Turvo, Sarutaiá, Taguaí, Tejupá e Timburi.
6
Compõem o EDR de Tupã: Arco Iris, Bastos, Herculândia, Iacri, Inúbia Paulista, Lucélia, Osvaldo Cruz, Parapuã, Pracinha, Queiroz
Rinópolis, Sagres, Salmorão e Tupã.
7
SEGUNDO o LUPA, a área total compreende: área com cultura perene; área com cultura temporária; área com pastagem; área com
reflorestamento; área de vegetação natural; área em descanso, também conhecida como de pousio; área de vegetação de brejo e várzea; e área
complementar compreende as demais terras da UPA, como aquelas ocupadas com benfeitorias (casa, curral, estábulo), represa, lagoa, estrada,
carreador, cerca, bem como áreas inaproveitáveis para atividades agropecuárias.
8
TSUNECHIRO, Alfredo et al. Valor da Produção Agropecuária e Florestal do Estado de São Paulo em 2010. São Paulo: Informações
Econômicas, volume 41, nº. 5, maio de 2011.
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Na região de Assis, segundo estudo do Instituto de Economia Agrícola-IEA9, o maior número de
fornecedores de cana encontra-se no estrato que entrega menos de 16 mil toneladas de cana à usina. A
maior quantidade da produção entregue representa 43% do total regional e pertence ao estrato acima
de 56 mil toneladas.
Adicionalmente, as operações de plantio e colheita são realizadas pelo produtor fornecedor, não se
utilizando dos serviços fornecidos pelas usinas. O plantio, normalmente, é realizado de forma manual
pela maioria dos produtores. Os produtores de menores áreas trabalham em parceria com a usina que
realiza o corte de mudas e a adubação no plantio, além da colheita manual. Aqueles que possuem
maiores áreas e produção realizam o plantio manual e a colheita por conta própria, de forma manual
e/ou mecânica. Para esse sistema de produção e respectiva matriz de coeficientes técnicos da região de
Assis, a produtividade média dos produtores é de 90 t/ha10.
O estudo Região de Influência das Cidades-Regic 200711 permite conhecer o destino da produção
agropecuária de municípios selecionados do Estado12. Segundo o Regic, na RA, a cana destina-se aos
diversos municípios que possuem uma ou mais usinas e destilarias. Tarumã, por exemplo, possui duas
usinas em operação e recebe cana dos municípios de Cândido Mota, Cruzália, Echaporã, Florínia,
Maracaí, Pedrinhas Paulista e Platina13.
9
OLIVEIRA, Marli Dias Mascarenhas; NACHILUK, Kátia; TORQUATO, Sérgio Alves. Sistemas de produção e matrizes de coeficientes técnicos
da cultura de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo. São Paulo: Informações Econômicas, volume 40, nº. 6, junho de 2010.
10
OLIVEIRA. Op. cit.
11
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Diretoria de Geociências, Coordenação de Geografia. Região de Influência das
Cidades - Regic, 2007. Rio de Janeiro: 2008.
12
DE ACORDO com a metodologia do Regic, foi perguntado, no item “Agropecuária – Distribuição da Produção”, qual o destino da maior
parte da produção local. O seu Banco de Dados, contudo, não contem informações para a totalidade dos municípios do Estado de São Paulo,
sendo, portanto, aqui utilizado o conjunto de informações existentes. O Regic aponta, ainda, que se identificam, pelo menos, cinco padrões
distintos na distribuição da produção: o dos produtos de consumo imediato, para regiões vizinhas; o de produtos para agroindústria, presentes
em pontos específicos do Estado; o de produtos destinados a centros atacadistas; o de produtos para abastecimento de cadeias varejistas; e o de
produtos destinados à exportação, fluindo para cidades portuárias.
13
BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Relação de Fornecedores de Etanol Cadastrados. Disponível
em: www.anp.gov.br. Acesso em: 4 out 2011.
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Distribuição geográfica da área cultivada de cana-de-açúcar 2007/2008
RA de Marília e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
A área ocupada com mandioca, na RA, apresentou aumento de 167%, entre 1995/96 e 2007/08,
passando de 12 mil para 32 mil ha. Em termos de EDRs, os aumentos foram expressivos no de Marília,
por exemplo, onde a lavoura ocupava 517,6 ha, em 1995/96, e passou a 4,3 mil ha, em 2007/08. No caso
do de Assis, a área cultivada passou de 6,2 mil ha, em 1995/96, para 18,9 mil, em 2007/08. Os municípios
de Campos Novos Paulista, Palmital, Echaporã, Ocauçu e São Pedro do Turvo foram responsáveis, em
2007/08, por 53% da área cultivada regional.
Estudo do IEA14 aponta que o destaque na produção estadual de mandioca para a indústria continua
sendo a região de Assis, que concentra 42% do total do Estado. Encontram-se, na região ou próxima a
ela, algumas das principais indústrias processadoras do Estado de São Paulo e do Paraná, o que garante a
demanda necessária para o volume de produção regional, que é a terceira maior produtora de féculas do
país, atrás apenas da região noroeste e do extremo oeste do Paraná.
Além da demanda proveniente das indústrias, a elevada oferta regional também é resultado do
crescimento da produtividade, demonstrando que os produtores têm mantido investimentos em
melhoria da produção, com o objetivo de aumentar os ganhos com a cultura15.
Segundo o Regic, na RA, a mandioca destina-se aos diversos municípios da própria região, com destaque
para Garça, Ocauçu e Palmital16. O município de Ocauçu, por exemplo, possui cinco fábricas de farinha
e, num raio de 100 quilômetros, há mais 17 dessas empresas, além de fecularia17.
14
SANTINI, Giuliana Aparecida; OLIVEIRA, Sandra Cristina; PIGATTO, Gessuir. Análise da relação das variáveis preço e produção da mandioca
tipo indústria no Estado de São Paulo, 1996 a 2008. São Paulo: Informações Econômicas, volume 40, nº. 3, março de 2010.
15
SANTINI. Op. cit.
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Distribuição geográfica da área cultivada de mandioca 2007/2008
RA de Marília e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
A região é importante produtora estadual de café ainda que a área ocupada tenha decrescido 18%,
entre 1995/96 e 2007/08. A produção se concentra nos EDR de Marília e Ourinhos e os municípios de
Álvaro de Carvalho, Gália, Garça, Lupércio, Marília, Ocauçu, Vera Cruz, Fartura e Timburi responderam
por 71% do total regional, em 2007/08.
No planalto de Garça – Marília, a cultura ocupa, principalmente, as áreas mais altas, com os melhores
solos, em uma altitude média de 600 m18, e reúne 13 municípios, posicionando-se, atualmente, como um
dos polos dinâmicos da cafeicultura paulista, que se caracteriza pela preponderância de lavouras novas e
do emprego mais frequente de irrigação 19.
Adicionalmente, há empenho dos cafeicultores em promover salto da produtividade e,
consequentemente, da produção obtida. Os talhões em formação já se aproximam das 3 mil plantas/ha
com aumento substancial na densidade média, frente às áreas atualmente em produção20.
16
BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Relação de Fornecedores de Etanol Cadastrados. Disponível
em: www.anp.gov.br. Acesso em: 4 out 2011.
17
OCAUÇU (Município). Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, 2010 – 2013. Prefeitura Municipal de Ocauçu, Conselho
Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, Casa da Agricultura de Ocauçu, Escritório de Desenvolvimento Rural de Marília. Ocauçu: 15
de dezembro de 2010.
18
CAFEICULTURA. Campinas: Revista Casa da Agricultura, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), ano 13, nº. 3,
julho/agosto/setembro de 2010.
19
LEVANTAMENTO revela previsão para próxima safra de café no estado de São Paulo. Disponível em:
http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=32324. Acesso em: 25 abr. 2012.
20
TORRES, Antonio José et. al. Segunda Estimativa de Safra Cafeeira Paulista, 2011/12. Análises e Indicadores do Agronegócio, v.6, n.5, maio
2011. Disponível em: www.iea.sp.gov.br. Acesso em: 25 abr. 2012.
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A característica marcante da região é a bebida “dura”, o que significa, segundo classificação do padrão do
café, bebida obtida com grãos verdes e pequeno grau de fermentação, que é o padrão da maioria dos
cafés brasileiros21.
Segundo o Regic, o café produzido na RA destina-se, basicamente, a outros municípios da região. Alguns
municípios destinam parte de sua produção a Piraju, na RA de Sorocaba, e outros, diretamente para
Santos.
Distribuição geográfica da área cultivada de café 2007/2008
RA de Marília e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA.
Na RA, a área ocupada por seringueiras passou de 4,5 mil ha, em 1995/96, para 6,3 mil, em 2007/08.
Em termos de EDR, destacam-se os de Marília e Tupã, onde os municípios Garça, Marília, Iacri, Parapuã
e Tupã contribuíram, em 2007/08, com 71% do total da região. Em Parapuã, há uma usina de
beneficiamento do látex, que produz a “folha fumada brasileira”, utilizada pelas indústrias de
pneumáticos, produtos esportivos, calçados, cola e adesivos22.
Na década de 1980, os produtores da região de Marília iniciaram o plantio de seringueiras como cultivo
alternativo ao café que estava com preços muito baixos. As seringueiras são investimento de longo
prazo, por começarem a produzir látex, para extração, só depois de sete anos. Dependendo da
21
CAFEICULTURA. Op. cit.
SERINGUEIRAS: Estado de São Paulo desponta como produtor de látex. CATI on line, 6 a 11 de outubro de 2008. Disponível em:
http://www.cati.sp.gov.br/new/produtos/publicacoes/cationline/62/col62.htm. Acesso em: 27 abr. 2012.
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tecnologia aplicada, contudo, têm uma longa vida útil, e com as novas técnicas de sangria, chegam a
produzir por 35 a 40 anos23.
Distribuição geográfica da área cultivada de seringueira 2007/2008
RA de Marília e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
Em termos de produção animal, a região tem, na pecuária bovina, importante atividade econômica. Os
dados do LUPA indicam que, entre 1995/96 e 2007/08, o plantel de bovinos de corte se reduziu 7%,
enquanto, na bovinocultura mista e de leite, houve queda nos plantéis de 18% e 47%, respectivamente.
Informações do Regic apontam intensa comercialização de bovinos, entre os municípios da região e de
regiões vizinhas. Entre os principais municípios a que se destinam bovinos da RA de Marília, destacam-se:
na RA de Bauru, Lins; e na de Presidente Prudente, Martinópolis, Presidente Prudente e Rancharia.
Na pecuária de corte, o sistema de exploração predominante é o extensivo. Os pecuaristas do
município de Marília, por exemplo, que possui o segundo maior um rebanho do Estado com mais de 95
mil cabeças, têm como tradição explorar a fase de cria, para posterior venda de bezerros para
pecuaristas especializados nas fases de recria e engorda. Para a comercialização de animais destinados à
fase de cria e recria, os pecuaristas recorrem a leilões ou comercializam animais através de
intermediários, na propriedade. Os produtores, que completam o ciclo ou são especializados na fase de
engorda, tem, como opção de comercialização, vários frigoríficos, em um raio de 100 quilômetros24.
23
NOVAS tecnologias aumentam vida útil dos seringais. CATI on line, 14 a 19 de janeiro de 2008. Disponível em:
http://www.cati.sp.gov.br/Cati/_principal/UltimasNoticias.php?codUltimas=123 . Acesso em: 26 abr. 2012.
24
MARÍLIA (Município). Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, 2010 – 2013. Prefeitura Municipal de Marília, Conselho
Municipal de Desenvolvimento Rural de Marília, Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Marília, Casa da Agricultura de
Marília. Marília: 05 de março de 2010.
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Distribuição geográfica da bovinocultura de corte 2007/2008
RA de Presidente Prudente e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
Quanto à avicultura de postura, houve aumento de 25%, em termos regionais. Destacam-se os
municípios de Bastos, Herculândia, Iacri, Parapuã, Queiroz e Tupã, no EDR de Tupã, que respondem por
31% do total estadual. A região de Bastos possui o maior plantel de aves de postura e produção de ovos
do país e sua economia gira em torno do comércio de ovos, desde a década de 1950. Essa região
produtora compreende, além de Bastos, outros 16 municípios que se caracterizam por terem na
avicultura de postura importante fonte de renda25.
25
CORREZOLA, Luis de Macedo. Frequência de reações sorológicas para Mycoplasma gallisepticum em aves de postura de granjas comerciais
localizadas no Estado de São Paulo. Instituto Biológico, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios. São Paulo, 2010.
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Distribuição geográfica da avicultura para ovos 2007/2008
RA de Presidente Prudente e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA
INDÚSTRIA E SERVIÇOS
INVESTIMENTOS INDUSTRIAIS E DE SERVIÇOS NA RA
A RA, como outras regiões do oeste paulista, teve na expansão da ferrovia e na produção do café os
principais elementos de seu povoamento, tendo os trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana atingido
Ourinhos e Salto Grande, ao sul, e os trilhos da Estrada de Ferro Noroeste alcançado Araçatuba, ao
norte da região.
Na segunda metade dos anos de 1910, foi aberto um caminho rodoviário, transversal aos eixos
ferroviários, interligando-os. O município de Marília, na ausência de eixo ferroviário, se apoiou no
transporte por caminhões e ônibus e em uma rede rodoviária, que viria lhe dar vantagens no
abastecimento das localidades não servidas diretamente pelos trilhos da Sorocabana e da Noroeste26.
Nessa época, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro abriu nova estrada rodoviária pelo espigão até o
rio Paraná, estimulando a ocupação da área e demarcando os locais onde iria construir novas estações
ferroviárias. O marco da futura estação de Marília assentava-se próximo ao entroncamento das duas
rodovias que cruzavam a região. Quando os trilhos da Companhia Paulista chegaram a Marília, entre
1928 e 1929, a cidade já polarizava vários municípios, constituindo-se seu principal centro comercial e
prestador de serviços27.
26
ZIMMERMANN, Gustavo. A Região Administrativa de Marília., São Paulo no Limiar do Século XXI, Cenários da Urbanização Paulista, Regiões
Administrativas, 1992.
27
Idem. Ibidem.
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20
A ocupação econômica deveu-se, também, à elevada fertilidade das terras situadas no topo do espigão e
à possibilidade de se destinar as terras baixas aos imigrantes detentores de pequenos capitais, resultando
na plantação de cafezais, na criação da pecuária e na diversificação da produção de alimentos.
A crise de 29 da economia cafeeira atingiu a região e estimulou a produção de algodão, em função da
expansão da indústria têxtil paulista e das exportações do produto. Nessa época, o município de Marília
tornou-se o principal produtor de algodão do Estado e o maior centro populacional do Oeste paulista.
Os pequenos produtores rurais do Oeste paulista contavam com um contingente importante de
imigrantes, que influenciaram na formação e na diversificação produtiva regional. Os imigrantes alteraram
a relação com a terra, aumentando a produtividade e a variedade de produtos e exigindo maior geração
de excedente para o sustento da família, o que fortaleceu a renda local e o comércio. Por outro lado, a
especulação imobiliária e a crise financeira dos grandes produtores rurais do café ajudaram a estabelecer
um processo de parcelamento da terra no campo, atraindo novos habitantes à região. Assim, o mercado
consumidor local se desenvolveu, auxiliando no processo de diversificação produtiva regional28.
Por volta de 1940, o algodão ganhou impulso, na região. Várias agroindústrias se instalaram em Marília,
especialmente as voltadas ao beneficiamento do algodão, como as Indústrias Reunidas Francisco
Matarazzo e Anderson Clayton. Os ramos de produtos alimentícios e têxtil lideravam a produção
industrial e, em segundo plano, os segmentos de madeira, material de transporte e editorial e gráfica.
No entanto, mesmo com a implantação de indústria química, na região, nos anos 50, a estrutura
industrial concentrava-se nos ramos tradicionais, o que acabou fragilizando a interação entre a indústria
de transformação e a produção agrícola e diminuindo a participação econômica e populacional regional,
no contexto estadual29.
Nos anos 50, nas sub-regiões de Marília e Tupã, a estrutura produtiva do campo se alterou com a
ocupação de terras incultas ou improdutivas por pastagens, o que deu impulso à indústria madeireira.
Nos anos 60, as pastagens absorveriam, também, as áreas plantadas com lavouras, de modo que, na
década seguinte, o total das pastagens chegou a representar cerca de 10% do total estadual, ocupando
60% das terras regionais30.
A partir da década de 1960 e, principalmente na década de 1970, o setor primário se modernizou,
utilizando novo arcabouço técnico e mecanização, desde a produção da matéria-prima até seu
processamento, o que resultou no aumento da produtividade da agropecuária e no estreitamento dos
laços com as indústrias químicas e do ramo metalomecânico, dando início ao perfil agroindustrial ainda
vigente. Assim, criou-se a “indústria para a agricultura”, com a produção de implementos agrícolas e
insumos, e a “indústria da agricultura”, responsável pelo processamento da matéria-prima agrícola,
ampliando a dependência recíproca das atividades agropecuárias e industriais31.
Nas décadas de 1960 e 1970, após a crise do algodão, a RA voltou-se, por certo período, à extração do
óleo de amendoim. Com a introdução das culturas da soja e do trigo e de pastagens cultivadas e com o
aumento das culturas da cana-de-açúcar e do café, nos anos 70, intensificou-se o processo de expulsão
28
ROSALINO, Luis Fernando. Perfil econômico e mudanças na estrutura produtiva das Cidades médias paulistas. Universidade Estadual Paulista
- UNESP, Presidente Prudente, 2007.
29
ZIMMERMANN, Gustavo. Op. cit.
30
Idem. Ibidem.
31
ROSALINO, Luis Fernando. Op. cit.
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populacional do campo, refletindo a diminuição da produção das pequenas propriedades e o aumento da
utilização mais intensiva das terras e da mecanização agrícola32.
Com o consequente aumento da urbanização, ganhou vulto, no período, o setor terciário, sobretudo em
Marília e nos principais centros urbanos regionais. No setor industrial, ocorreu a instalação e a expansão
de unidades de produção de bens intermediários e de capital, além da ampliação de seu tradicional ramo
de alimentos33.
Nos anos 80, expandiu-se a pecuária e, em função do Proálcool, o cultivo da cana-de-açúcar. A indústria
se diversificou e contou com a entrada de capitais nacionais ou internacionais de fora, trazendo inovações
para as unidades industriais, embora o capital local ainda mantinha-se forte e importante, na economia
regional34.
A partir daí, a região passa a ampliar sua agroindústria sucroalcooleira e de fabricação de
biocombustíveis. Na década de 1980, foram instaladas novas empresas do setor sucroalcooleiro em
Borá, Parapuã, Espírito Santo do Turvo, Ipaussu e Paraguaçu Paulista. Nos anos 2000, as unidades que
eram especializadas na produção de cachaça ou de açúcar transformaram-se em unidades
sucroalcooleiras, produzindo açúcar e etanol. Hoje, 14 municípios35 possuem unidades sucroalcooleiras36.
Segundo a Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo-PIESP, da Fundação Seade, de
2005 a 2011, a RA continuou recebendo anúncios de empreendimentos predominantemente na indústria
de alimentos e bebidas, tanto para o consumo final como, principalmente, para o setor agroenergético,
este com investimentos que vão da base agrícola à indústria sucroalcooleira e de biocombustíveis.
Segundo a PIESP, a indústria foi alvo da maior parte dos investimentos divulgados, nesse período, com
empreendimentos anunciados nos ramos de:
• alimentos e bebidas, com: a expansão de usina açucareira, em Quatá; a implantação de usina
produtora de açúcar e álcool, em Maracaí; a construção de usina sucroalcooleira, em Tupã; a
expansão de usina sucroalcooleira, em Tarumã; a ampliação e a modernização da fábrica da CocaCola, incluindo a expansão da produção de garrafas PET retornáveis para a mesma fábrica, em
Marília; a implantação e a expansão de usinas sucroalcooleiras, em Rinópolis e Tupã; e a expansão
da fábrica de amido de mandioca e milho, em Palmital;
• metalurgia básica, para a implantação de usina produtora de energia elétrica, em Ourinhos;
• refino de petróleo e álcool, com a construção de usina produtora de biodiesel, em Ourinhos;
• equipamentos médicos, ópticos, de automação e precisão, para a ampliação de linha de
equipamentos cardiovasculares, em unidade instalada em Pompeia;
• produtos farmacêuticos, com a ampliação de empresa produtora de ingredientes naturais
(leveduras) destinados à alimentação humana e à nutrição animal, em Quatá;
• máquinas e equipamentos, com a expansão de fábrica produtora de colheitadeiras para a
lavoura da laranja, em Pompeia; e
• produtos químicos, em Palmital.
32
ZIMMERMANN, Gustavo. Op. cit.
Idem, ibidem.
34
GOMES, Maria Terezinha Serafim . A desconcentração industrial e o crescimento da indústria no interior do Estado de São Paulo-Brasil. In: 12
Encuentro de Geógrafos de América Latina.Caminhando em uma América Latina em transformação., 2009, Montevidéu. 12 Encuentro de
Geógrafos de América Latina.Caminhando em uma América Latina em transformação. Montevideu -Uruguai, 2009.
35
Os quatorze municípios, a maioria localizada na porção sul da região, são: Bernardino de Campos, Borá, Canitar, Espírito Santo do Turvo,
Ibirarema, Ipaussu, Maracaí, Ourinhos, Paraguaçu Paulista, Parapuã, Platina, Quatá, Queiroz e Tarumã.
36
TSUKADA, Claudia Yuri Perereira de Sousa. Os efeitos da expansão do setor sucroalcooleiro sobre o desenvolvimento de municípios da
Região Administrativa de Marília-SP. UNESP, Presidente Prudente, setembro de 2011.
33
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Nos serviços de utilidade pública, destacaram-se os de:
• eletricidade, gás e água quente, para a construção de duas usinas cogeradoras de energia
elétrica, em Paraguaçu Paulista e Tarumã; e
• captação, tratamento e distribuição de água, para a construção de nova Estação de
Tratamento de Água da Sabesp, em Paraguaçu Paulista, e a expansão da rede de abastecimento de
água, também pela Sabesp, em Assis.
No comércio, os empreendimentos anunciados estiveram relacionados a:
• o varejo e à reparação de objetos, com: a implantação de hipermercado e de núcleo comercial,
em Assis; a implantação de supermercado e a expansão de shopping center, em Marília; a instalação
de unidade varejista da rede Walmart, em Marília; a implantação de supermercado, em Santa Cruz
do Rio Pardo; a abertura de novas lojas, em Marília; a construção do supermercado, em Assis; e a
implantação de unidade varejista, em Marília;
• o atacado, com a instalação de unidade atacadista da rede Walmart, em Marília; e
• o comércio e a reparação de veículos automotores e varejo de combustíveis, em Assis, e,
em Marília, com a inauguração de concessionária.
Nos serviços, destacaram-se os segmentos de:
• saúde e serviços sociais, com a ampliação da Santa Casa de Marília e a aquisição de
equipamentos hospitalares e novos leitos para crianças com câncer, além da ampliação do Lar São
Vicente de Paula, também em Marília;
• educação, com ampliação de centro universitário, em Marília;
• alojamento e alimentação, em Marília e Assis;
• atividades jurídicas, de contabilidade e assessoria empresarial, em Marília e Assis; e
• atividades auxiliares da intermediação financeira, em Marília.
Na agropecuária e pesca, houve anúncio de expansão de área de cultivo da cana-de-açúcar, em Quatá.
Assim, a região recebeu, nos últimos anos, anúncios de novos empreendimentos que mantiveram sua
estrutura econômica agroindustrial, com predomínio da fabricação de produtos alimentícios. Neste
segmento, os investimentos anunciados no período de 2005 a 2011, para a expansão de usinas
sucroalcooleiras, refletiram a alta das cotações do açúcar no mercado internacional. O setor de serviços,
nos últimos anos, tendeu a se concentrar no município-polo de Marília, relacionando-se fortemente com
a indústria, como acontece com o setor de saúde e os serviços sociais e a fabricação de equipamentos
médicos, ópticos, de automação e precisão e de produtos farmacêuticos.
EMPREGOS E ESTABELECIMENTOS SEGUNDO A RAIS DE 2008
A região possui forte perfil agropecuário com encadeamento agroindustrial como, por exemplo, a
extração de látex para a fabricação de produtos de borracha, a produção da cana-de-açúcar para a
fabricação de açúcar e álcool e a produção de carne bovina, ovos, amendoim, leite, milho, soja, entre
outros, para a indústria de alimentos.
Na RA de Marília, o comércio ocupa a primeira posição em número de estabelecimentos, com 40,6% do
total de empresas formais, seguido dos serviços (27,9%) e do setor primário (19,5%).
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Participação dos Setores no Total dos Estabelecimentos Formais
RA de Marília − RAIS 2008
Fonte: MTE/RAIS 2008. Elaboração: SPDR/UAM.
Em termos de vínculos empregatícios, a liderança fica com os serviços (22,8%) seguido de perto pela
indústria de transformação (22,1%) e o comércio (21,1%).
Participação dos Setores no Total dos Empregos Formais
RA de Marília − RAIS 2008
Fonte: MTE/RAIS 2008. Elaboração: SPDR/UAM.
Em termos de emprego formal, a principal participação da região no total de cada setor de atividade
econômica estadual é dada pelo setor primário, responsável por 9,6% do total de empregos desse setor
do Estado, enquanto todos os demais setores têm participação menos relevante no total estadual.
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Participação da RA de Marília no Total de Empregos Formais do Estado − RAIS 2008
Fonte: MTE/RAIS 2008. Elaboração: SPDR/UAM.
De acordo com os dados da RAIS 2008, os 51 municípios da RA possuem 23.901 estabelecimentos, que
representam 2,8% do total de empresas do Estado, e empregam 208.497 pessoas, correspondendo a
1,8 % do total de empregos formais estadual.
A maioria dos municípios da região tem a agropecuária integrada à agroindústria como base de sua
economia. Embora, o emprego encontre-se bem distribuído entre os setores de serviços, comércio e
indústria de transformação, a participação do setor primário regional é alta (17,2% do total dos
empregos da região), correspondendo à terceira maior participação desse setor na estrutura econômica
regional entre as regiões paulistas, atrás apenas da RA de Barretos (25,8%) e da RA de Registro (19,6%).
Com a base agroindustrial, os serviços exigidos pela economia da região são simples e as atividades mais
modernas de apoio às empresas e às pessoas37, embora desenvolvidas nos principais centros regionais,
não se destacam no conjunto da região.
A indústria de transformação responde por 22,1% do total de vínculos empregatícios e por 7,3% dos
estabelecimentos, tendo como principais participações no emprego as fabricações de: produtos
alimentícios e bebidas (41,7%); produtos do setor metal-mecânico (21,1%); produtos derivados do
petróleo e biocombustíveis (6,9%); produtos têxteis e confecções (6,0%); máquinas, aparelhos e
materiais elétricos (5,4%); móveis e produtos de madeira (4,7%); e produtos de borracha e de material
plástico (4,4%). Assim, a maioria das divisões de destaque na indústria de transformação da RA é
agroindustrial.
37
A RA de Marília não se destaca em atividades de tecnologia da informação, prestação de serviços de informação, seguros e resseguros,
atividades auxiliares dos serviços financeiros, atividades de sedes de empresas e consultoria em gestão empresarial, serviços de arquitetura e
engenharia, P&D científico e publicidade e pesquisas de mercado.
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Produtos Alimentícios − Distribuição de Empregos
RA de Marília
Fonte: MTE/RAIS 2008. Elaboração SPDR/UAM.
Fabricação de Bebidas − Distribuição de Empregos
RA de Marília
Fonte: MTE/RAIS 2008. Elaboração SPDR/UAM.
A fabricação de produtos alimentícios é responsável por 8,3% do total de empregos formais. Além da
produção de açúcar, o aglomerado produtivo de produtos alimentícios de consumo final de Marília é um
dos elementos dinamizadores da economia regional, envolvendo indústrias de biscoitos, doces, balas,
chocolates, snaks, confeitos, carne bovina industrializada, café beneficiado, produtos derivados do leite,
alimentos congelados, farináceos, cereais, condimentos, temperos, açúcar, entre outros.
O setor metal-mecânico regional − sobretudo em seus segmentos de máquinas e equipamentos e
produtos de metal − tem relevante participação na região e no conjunto do Estado, destacando-se, como
principais fabricantes, os municípios de Marília, Pompeia, Ourinhos, Chavantes, Assis, Tupã, Garça, Santa
Cruz do Rio Pardo e Bastos.
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O comércio é responsável por 21,1% dos empregos e por 40,6% dos estabelecimentos, enquanto que
os serviços respondem por 22,8% dos vínculos empregatícios e por 27,9% dos estabelecimentos, o
setor terciário totaliza, portanto, 43,9% dos empregos formais e 68,4% dos estabelecimentos.
Nos serviços de utilidade pública, destacam-se os de captação, tratamento e distribuição de água e os
de eletricidade e gás, pela presença, no rio Paranapanema, de represas e das seguintes usinas
hidrelétricas-UHE: a UHE de Chavantes, localizada no município do mesmo nome; a UHE Canoas I, em
Cândido Mota; a UHE Canoas II, em Palmital; e a UHE Salto Grande ou Lucas Nogueira Garcez, em
Salto Grande.
O quadro a seguir mostra os municípios, por ordem de participação, que mais se sobressaem, em
termos de empregos, nas principais atividades industriais e de serviços da região.
Principais Atividades da RA de Marília, segundo a RAIS de 2008
ATIVIDADE
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO
Produtos Alimentícios
Bebidas
Produtos de Madeira
Biocombustíveis
Máqs., aparelhos e materiais elétricos
Máquinas e equipamentos
Móveis
SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA
Eletricidade e gás
Captação, tratamento e distribuição de água
CONSTRUÇÃO CIVIL
Obras de infraestrutura
COMÉRCIO
Com.e reparaç. de veícs. automotores e motocic.
Comércio varejista
SERVIÇOS
Ativ.de cinema,vídeos,programas tv, som e mús.
Educação
Atenção à saúde humana
Serviços de assistência social s/alojamento
Serviços domésticos
PARTICIPAÇÃO
NO TOTAL
ESTADUAL
PRINCIPAIS MUNICÍPIOS
5,5%
6,6%
2,8%
7,7%
2,5%
2,9%
2,4%
Marília,Sta.Cruz R.Pardo,Ourinhos,Tarumã,Ipaussu,Tupã,Paraguaçu Pta.
Marília, Cândido Mota, Palmital, Assis
Ipaussu, Sta. Cruz do Rio Pardo, Tupã, Gália, Marília, Garça
Parapuã, Canitar, Espírito Sto.Turvo, Tarumã, S.Pedro Turvo, Ibirarema
Garça, Marília
Pompeia, Ourinhos, Marília, Chavantes
Ourinhos, Tupã, Marília, Assis
2,5%
3,4%
Chavantes, Assis, Ourinhos, Marília, Paraguaçu Pta., Tupã, Palmital
Marília, Ourinhos, Garça, Assis, Tupã
1,9%
Marília, Assis, Tupã, Ourinhos, Tarumã
2,2%
2,2%
Marília, Ourinhos, Assis,, Tupã, Sta.Cruz do Rio Prado
Marília, Assis, Ourinhos, Tupã, Sta.Cruz do Rio Pardo, Garça
1,9%
2,0%
2,3%
3,3%
2,3%
Marília, Tupã, Júlio Mesquita, Assis, Ourinhos
Marília, Assis, Ourinhos, Tupã, Garça
Marília, Tupã, Ourinhos, Assis, Garça, Sta.Cruz do Rio Pardo
Ourinhos, Garça, Assis, Marília, Tupã, Sta.Cruz do Rio Pardo
Assis, Marília, Tupã, Paraguaçu Paulista
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, Relação Anual de Informações Sociais - RAIS, 2008. Elaboração SPDR/UAM.
A estrutura industrial − formada por segmentos tradicionais, que não requerem o desenvolvimento de
um setor terciário de vanguarda − explica a predominância de ocupações com baixa exigência de
especialização e/ou escolaridade, conforme apontada na publicação FOCO 2010, da Secretaria do
Emprego e Relações do Trabalho do Estado, tais como: trabalhador da cultura de cana-de-açúcar,
trabalhador agropecuário em geral, tratorista agrícola, faxineiro e alimentador de linha de produção.
Outras ocupações estão associadas ao nível de ensino fundamental, mas com necessidade de algum tipo
de treinamento, normalmente no próprio local de trabalho, como recepcionista, auxiliar de escritório e
vendedor no comércio varejista. Já a ocupação de auxiliar de enfermagem é a que exige dos profissionais
maior nível de escolaridade e qualificação, inclusive com cursos específicos, para que possam exercer
suas atividades38.
38
FUNDAÇÃO SEADE. FOCO 2010. Publicação integrante do Diagnóstico para Ações Regionais da Secretaria do Emprego e Relações do
Trabalho do Estado de São Paulo – Região Administrativa de Marília, 2010.
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A sede e o principal polo regional é Marília, embora divida algumas de suas funções com os subcentros
de Ourinhos, Assis e Tupã, já que suas atividades comerciais e de serviços também atraem população de
municípios do seu entorno. A área de educação é um exemplo disso, pela presença de um campus da
UNESP em cada um desses quatro centros regionais.
Na estrutura econômica de Marília, o setor primário (1,9%)39, os serviços de utilidade pública (0,9%) e a
indústria extrativa (0,02%) têm pouco peso, em termos de empregos formais, enquanto que os serviços
ocupam 33,6% do total dos vínculos empregatícios, o comércio 24,2%, a indústria de transformação
23,4% e a administração pública 9,5%. Em 2008, o setor da construção civil representou 6,5% do total
dos empregos formais do município, envolvidos, principalmente, em obras de infraestrutura.
Apesar de abrigar atividades econômicas diversificadas, é a atividade industrial e, particularmente o ramo
alimentício, que imprime a identidade de Marília40. Na indústria de transformação do município-polo,
destacam-se os ramos de produtos alimentícios, responsável pelo título de “Capital Nacional do
Alimento” e por 54,7% do total dos empregos. Seguem as atividades de fabricação de produtos de
metal, exceto máquinas e equipamentos (15,1%), bebidas (5,4%), máquinas e equipamentos (4,8%),
produtos de borracha e de material plástico (3,6%), confecção de vestuário e acessórios (3,4%), e
produtos químicos (2,7%).
No terciário, a cidade abriga centros de compra no atacado e no varejo e se destaca nas áreas de
educação e saúde. Na área educacional, Marília possui estabelecimentos de ensino de todos os níveis. No
terceiro grau, entre outras instituições, destacam-se: a Universidade Estadual Paulista-UNESP, com
cursos de graduação nas áreas de Arquivologia, Biblioteconomia, Ciências Sociais, Filosofia, Pedagogia,
Relações Internacionais, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional; a Universidade de MaríliaUnimar; a Faculdade de Medicina de Marília-Famema; e o Centro Universitário Eurípedes de MaríliaUnivem.
Na área de atenção à saúde humana, Marília oferece serviços médicos e odontológicos e equipamentos
de alta qualidade, abrigando vários hospitais, entre eles o Hospital das Clínicas de Marília e o
Hemocentro da Famema, o Hospital da Escola de Medicina da Unimar e a Santa Casa.
VALOR ADICIONADO E VALOR ADICIONADO FISCAL
O Produto Interno Bruto-PIB regional foi, em 2009, de R$ 14.849,29 milhões, correspondendo a 1,4%
do PIB estadual. Os maiores PIBs municipais são os de Marília (R$ 3.433,11 milhões), seguido de
Ourinhos (R$ 1.470,18 milhões), Assis (R$ 1.258,17 milhões) e Tupã (R$ 926,17 milhões), que
respondem por 47,7% do PIB regional. Dos 51 municípios da região, 30 tiveram, em 2009, um PIB
inferior a R$ 100,00 milhões e 13 deles apresentaram um valor inferior a R$ 50,00 milhões, sendo o
menor PIB municipal o de Fernão (R$ 15,92 milhões).
O PIB per capita da RA, de R$ 15.878,60, está abaixo da média paulista (R$ 26.567,47) e varia de
R$ 7.457,96, em Júlio de Mesquita, a R$ 70.011,12, em Queiroz. Somente quatro municípios da região
(Queiroz, Borá, Maracaí e Florínia) possuem um PIB per capita superior ao da média estadual. O
município-sede de Marília tem um PIB per capita de R$ 15.994,87, ligeiramente superior ao regional.
39
As condições do relevo e do solo de Marília não são propícias para a agricultura.
BOMTEMPO, Denise Cristina. Dinâmica territorial, atividade industrial e cidade média: as interações espaciais e os circuitos espaciais da
produção das indústrias alimentícias de consumo final instaladas na cidade de Marília – SP. UNESP, Presidente Prudente, 2011.
40
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28
Refletindo, sobretudo, o aumento da produção da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, de 1999 a 2009, a
agropecuária e, principalmente, a indústria cresceram em participação no PIB regional, em detrimento
do setor de serviços, conforme gráfico a seguir.
Fonte: Fundação Seade. Elaboração SPDR/UAM.
De acordo com os dados de valor adicionado -VA utilizados para cálculo do PIB, os Serviços geraram um
VA de R$ 9.094,5 milhões, em 2009, ou 67,6% do VA regional e 1,4% do estadual, tendo a
Administração Pública, com R$ 2.065,05, representado 22,7% desse total. A Indústria contribuiu com
um VA de R$ 3.398,5 milhões, ou 25,3% do VA regional e 1,3% do VA industrial do Estado.
Contrastando com esses dois setores, a Agropecuária, com um VA de R$ 958,3 milhões ou 7,1% do VA
total da região, tem a maior participação no VA total do mesmo setor estadual (6,5%).
Os dados de Valor Adicionado Fiscal41 da Fundação Seade são utilizados, aqui, para avaliar a participação
regional e estadual dos principais ramos da indústria. De acordo com estes, o VAF da RA, em 2009, foi
de R$ 11,53 bilhões.
O setor industrial, com R$ 5,41 bilhões, tem a maior participação setorial no VAF total (46,9%), tendo
como principais contribuições os segmentos de: Produtos Alimentícios (61,3%), Máquinas e
Equipamentos (9,8%), Combustíveis (8,3%), Bebidas (5,8%), Produtos de Metal (3,7%), Produtos
Plásticos (2,2%) e Móveis (2,0%).
A indústria regional contribui com 1,5% do total do VAF industrial do Estado, onde os segmentos de
Produtos Alimentícios (7,0%), Móveis (4,2%) e Bebidas (3,9%) são os que têm maior participação no
total estadual.
A tabela a seguir mostra os municípios da RA que mais contribuem para o VAF das principais atividades
regionais.
41
O Valor Adicionado Fiscal é obtido, para cada município, através da diferença entre o valor das saídas de mercadorias e dos serviços de
transporte e de comunicação prestados no seu território e o valor das entradas de mercadorias e dos serviços de transporte e de comunicação
adquiridos, em cada ano civil. É calculado pela Secretaria da Fazenda e utilizado como um dos critérios para a definição do Índice de Participação
dos Municípios no produto da arrecadação do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços
de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS.
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Principais Atividades da RA de Marília, segundo o Valor Adicionado Fiscal − VAF de 2009
PARTICIPAÇÃO
ATIVIDADE
NO TOTAL
PRINCIPAIS MUNICÍPIOS
ESTADUAL
Assis,Chavantes,Ourinhos,Paraguaçu Pta,Parapuã, Rinópolis,Salto Gde,StaCruzRPardo
Indústria Extrativa
2,1%
Indústria de Transformação
1,5%
Marília,Pompeia,Ourinhos,Tarumã,Sta.CruzR.Pardo,Maracaí,ParaguaçuPta.,Queiroz
Produtos Alimentícios
7,0%
Marília, Maracaí, Ourinhos, Tarumã, Sta.CruzR.Pardo, Queiroz, Quatá, ParaguaçuPta.
Bebidas
3,9%
Palmital, Assis, Marília,Ourinhos, Cândido Mota, Gália, Garça, Campos Novos Pta.
Combustíveis
1,1%
Esp.StoTurvo,Ourinhos,StaCruzRPardo,Ibirarema,S.PedroTurvo,Canitar,Platina,Tarumã
Máquinas e equipamentos
2,2%
Pompeia, Ourinhos, Marília, Chavantes, Assis, Bastos
Produtos de metal
1,3%
Marília, Assis, Oriente, Tupã, Chavantes
Móveis
4,2%
Ourinhos, Tupã, Marília
Produtos plásticos
1,0%
Pompeia, Marília, Ourinhos, Garça
1,5%
Marília, Assis, Ourinhos,ParaguaçuPta., Tupã, Sta,CruzR.Pardo, Garça, Cândido Mota
Comércio atacadista
1,5%
Paraguaçu Pta.,Marília,Assis,Cândido Mota,Ourinhos,Sta.Cruz R.Pardo,Bastos,Maracaí
Comércio varejista
1,5%
Marília, Ourinhos, Assis, Tupã, Sta.Cruz do R.Pardo, Garça, Paraguaçu Pta.
1,4%
Marília,Ourinhos,Assis,Chavantes,Tupã,Cândido Mota,StaCruz R.Pardo,Paraguaçu Pta.
Comércio
Serviços
Fonte: Fundação SEADE. Elaboração SPDR/UAM.
Embora com algumas variações, muitos dos municípios que mais empregam, no setor industrial da
região, também aparecem como os que mais contribuem para o VAF da indústria, como é o caso de
Marília, Ourinhos, Assis, Santa Cruz do Rio Pardo, Paraguaçu Paulista, Tupã, Tarumã, Pompeia,
Chavantes, Cândido Mota, Espírito Santo do Turvo, São Pedro do Turvo, Palmital, Canitar, Ibirarema,
Gália e Garça. Tais municípios encontram-se espalhados no território regional.
O VAF do Setor Terciário regional foi, em 2009, de R$ 5,18 bilhões, ou 44,9% do VAF total da região,
tendo o Comércio contribuído com 56,0% e os Serviços com 44,0%, destacando-se os municípios de
Marília, Ourinhos, Assis, Paraguaçu Paulista, Tupã, Santa Cruz do Rio Pardo, Cândido Mota e Garça.
EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES DA RA
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior-MDIC, a balança
comercial da RA, em 2009, teve um déficit de US$ 14,44 milhões, com exportações de mercadorias e
serviços no valor de US$ 224,89 milhões FOB e importações de produtos e serviços de US$ 239, 33
milhões FOB. As duas tabelas subsequentes referem-se, respectivamente, aos 40 primeiros produtos das
listas dos principais produtos industriais exportados e importados pelos municípios da RA.
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Principais Produtos Industriais Exportados em 2009
Produtos*
Principais Municípios Exportadores
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
AÇÚCAR DE CANA,EM BRUTO
COMPLEMENTOS ALIMENTARES
LEVEDURAS MORTAS,
OUTS.MICROORGAN.MONOCELULS.MORTOS
SUCOS DE LARANJAS,CONGELADOS,NÃO FERMENTADOS
OUTS.AÇÚCARES DE CANA,BETERRABA,SACAROSE
QUÍM.PURA,SOL.
BOMBONS,CARAMELOS,CONFEITOS E PASTILHAS,SEM CACAU
BAGAÇOS E OUTS.RESÍDUOS SÓLIDOS,DA EXTR.DO ÓLEO DE
SOJA
OUTS.CHOCOLATES E PREPARAÇÕES ALIMENTÍCIAS
CONT.CACAU
US$ FOB
69.915.145
Borá, Espírito Sto do Turvo, Tarumã, Ibirarema 30.225.152
14.899.599
Quatá
Santa Cruz do Rio Pardo
Quatá
10.278.928
8.535.260
Tarumã, Maracaí
8.214.161
Marília
7.691.626
Tarumã
6.000.000
Marília, Pompeia
BOLACHAS E BISCOITOS ADICION.DE EDULCORANTES
Marília
3.652.606
2.446.118
"WAFFLES" E "WAFERS"
Marília
2.333.798
AMENDOINS PREPARADOS OU CONSERVADOS
OUTS.FRUTAS DE CASCA
RIJA,OUTS.SEMENTES,PREPARS/CONSERV
Marília
1.958.312
OUTRAS PREPARAÇÕES PARA ALIMENTAÇÃO DE CRIANÇAS
PRODUTOS DERIVADOS DE SUÍNOS
OUTROS ÓLEOS DE ALGODÃO
PRODUTOS METAL-MECÂNICOS
OUTS.APARELHOS P/PULVERIZAR
FUNGICIDAS/INSETICIDAS,ETC.
APARS.MANUAIS P/PROJETAR,ETC.PRODS.P/COMBATE A
PRAGAS
OUTS.MÁQUINAS E APARELHOS MECÂNICOS C/FUNÇÃO
PRÓPRIA
PTES.DE
OUTS.APARS.MECÂN.P/PROJETAR,ETC.LÍQUID/PÓ,ETC.
Marília
1.605.137
Pompeia
1.266.761
Tupã
1.032.839
666.250
Paraguaçu Paulista
53.996.638
Pompeia
25.308.598
Pompeia
12.158.830
Garça, Ourinhos
4.872.956
Pompeia
2.821.240
ANIMAL/VEG.
Ourinhos
1.717.501
OUTS.MÁQUINAS P/LIMPAR OU SELECIONAR OVOS
OUTS.MÁQS.E APARS.DE ELEVAÇÃO,DE CARGA,DE
DESCARGA,ETC.
OUTS.MÁQS.E APARS.
P/AMASSAR,ESMAGAR,MOER,SEPARAR,ETC.
PTES.DE EXTINTORES/APARELHOS
P/PULVERIZAR,ETC.MANUAIS
Rinópolis
1.711.424
Garça
1.537.752
PTES.DE MONTA-CARGAS/ESCADAS ROLANTES
Ipaussu
873.130
Pompeia
809.000
Garça
656.748
ARTS. E EQUIPAMENTOS P/CULTURA FÍSICA,GINÁSTICA,ETC.
MÁQS.E APARS.P/DESOBSTRUÇÃO TUBULAÇÃO DE JATO
ÁGUA
Pompeia
547.840
Pompeia
497.418
OUTS.BOMBAS VOLUMÉTRICAS ROTATIVAS
Pompeia
484.201
OUTROS PRODUTOS
ÁLCOOL ETÍLICO N/DESNATURADO
Tarumã
17.311.275
14.706.093
OUTRAS MADEIRAS SERRADAS/CORTADAS EM FOLHAS
Marília
2.010.094
OUTROS LINTERES DE ALGODÃO
Paraguaçu Paulista
595.088
Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Elaboração SPDR/UAM.
* O 2º (outros grãos de soja, exportados por Ourinhos), o 7º (algodão simplesmente debulhado, exportado por Paraguaçu
Paulista), o 23º (café não torrado nem descafeinado em grão, exportado por Garça) e o 28º (outros grãos de amendoim
descascados não torrados nem cozidos, exportados por Tupã) principais produtos de exportação da RA de Marília foram
considerados agrícolas e, por isso, foram substituídos pelos quatro produtos industriais subsequentes.
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As exportações da RA mostram a importância da indústria de produtos alimentícios, seguida da indústria
de produtos metal-mecânicos, estes desenvolvidos como apoio à agricultura e à indústria regional e, por
isso, destinados, em grande parte, a esses mesmos setores.
Principais Produtos Industriais Importados em 2009
Produtos*
PRODUTOS QUÍMICOS
OUTROS CLORETOS DE POTÁSSIO
NITRATO DE AMÔNIO,MESMO EM SOLUÇÃO AQUOSA
Principais Municípios Importadores
US$ FOB
122.439.635
Ourinhos, Canitar, Assis
56.785.520
Ourinhos, Canitar
20.204.808
Canitar, Ourinhos, Assis
17.610.376
DIIDROGENO-ORTOFOSFATO DE AMÔNIO
Ourinhos, Canitar
9.801.781
HIDROGENO-ORTOFOSFATO DE DIAMÔNIO
Ourinhos, Canitar
6.156.851
SUPERFOSFATO,TEOR DE PENTOXIDO DE FÓSFORO>45%
Ourinhos, Canitar
3.539.837
SULFATO DE AMONIO
Ourinhos, Canitar
2.476.475
1.924.361
URÉIA COM TEOR DE NITROGÊNIO>45% EM PESO
ÁCIDOS NUCLÊICOS E SEUS SAIS
ADUBOS OU FERTILIZANTES C/NITRATO E FOSFATO
ÁCIDO METACRÍLICO
OUTS.REAGENTES DE DIAGNÓSTICO OU DE LABORATÓRIO
Quatá
Canitar, Ourinhos
Palmital
Marília
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
1.958.954
1.115.508
865.164
78.477.285
ARROZ ("CARGO",CASTANHO),DESCASCADO,NÃO PARBOILIZADO
Santa Cruz do Rio Pardo
36.003.345
ARROZ SEMIBRANQUEADO,ETC.N/PARBOILIZADO,POLIDO
FILÉ/MERLUZA,OUTS.FILÉS DE PEIXES,TUBARÕESAZUIS,CONGELADOS
GORDURAS E
ÓLEOS,VEGETAIS,HIDROGENS.INTERESTERIFS.ETC.
Santa Cruz do Rio Pardo
28.377.960
Marília
6.853.267
Marília, Pompeia
Marília
3.687.675
1.806.298
Ourinhos
1.748.740
OUTROS CORTADORES DE GRAMA
Pompeia
10.145.173
2.696.074
AVIÕES A TURBOÉLICE,ETC.MULTIMOTORES
OUTS.APARELHOS/DISPOSIT.P/PREPAR.DE BEBIDAS
QUENTES,ETC
Palmital
1.720.000
Marília
1.286.603
Marília
1.085.665
Garça
1.903.012
AVELÃS FRESCAS OU SECAS,SEM CASCA
FARINHA DE TRIGO
PRODUTOS METAL-MECÂNICOS E ELÉTRICOS
MÁQUINAS E APARS.P/IND.DE PANIFICAÇÃO,PASTELARIA,ETC.
MÁQSFERRAM.P/ENROLAR,ARQUEAR,ETC.METAIS,C/CMDO.NUM.
MÁQS.E APARS.P/ENCHER/FECHAR LATAS,CAPSULAR
VASOS,ETC.
Ourinhos
926.176
OUTROS MOTORES HIDRÁULICOS,DE MOVIMENTO RETILÍNEO
Pompeia
527.643
PRODUTOS PLÁSTICOS
5.764.994
GARRAFÕES,GARRAFAS,FRASCOS, DE PLÁSTICOS
5.764.994
Marília
Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Elaboração SPDR/UAM.
* O 38º principal produto importado pela RA (trigo e trigo com centeio, importado pelo município de Marília) não foi incluído na
tabela, por ser considerado agrícola, tendo sido substituído pelo 41º principal produto industrial importado da lista.
As principais importações regionais, por sua vez, referem-se a insumos e ao apoio, principalmente, à
agricultura e a agroindústria de produtos alimentícios e bebidas, envolvendo produtos importados dos
segmentos de produtos químicos, produtos alimentícios, máquinas e equipamentos e embalagens para
bebidas.
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ARRANJOS OU AGLOMERADOS PRODUTIVOS
Vários municípios da RA destacam-se pelo desenvolvimento de alguns ramos industriais e de serviços,
como: Ourinhos, na produção de bebidas e álcool etílico, madeira e mobiliário, produtos metalmecânicos, químicos e de minerais não-metálicos; Assis, na fabricação de bebidas e produtos metalmecânicos; Tupã − estância turística, que possui o Museu Índia Vanuíre, com grande acervo indígena, e as
Termas de Tupã −, na agroindústria processadora de carne, leite, amendoim, soja etc., e na fabricação de
produtos minerais não-metálicos, metalúrgicos e de madeira e mobiliário; Cândido Mota, na fabricação
de bebidas alcoólicas e no processamento da mandioca; Palmital, pelos alambiques e o processamento
de subprodutos da mandioca; Paraguaçu Paulista − estância turística que tem como atrativos o Parque
Aquático Benedicto Benício, o jardim japonês e as Termas de Paraguaçu −, também pelos alambiques e o
beneficiamento de cereais; Gália, na fabricação de bebidas, produtos de madeira e fios de seda,
beneficiando-se da sericultura local; e Pompeia, na fabricação de máquinas e equipamentos agrícolas.
Assim como Tupã e Paraguaçu Paulista, Campos Novos Paulista, com rios, lama medicinal e fonte de
água mineral, é outra estância turística42.
No entanto, alguns municípios possuem arranjos ou aglomerados produtivos mais desenvolvidos,
recebendo apoio de instituições públicas e/ou privadas. Na RA, a Secretaria do Desenvolvimento, Ciência
e Tecnologia do Estado implementa ações voltadas ao fortalecimento dos aglomerados produtivos de
produtos alimentícios de consumo final de Marília e de eletroeletrônicos de segurança de Garça e do
Arranjo Produtivo Local-APL de couros e calçados de Santa Cruz do Rio Pardo.
• Aglomerado Produtivo de Produtos Alimentícios de Consumo Final de Marília43
Embora Marília se destaque nos ramos de metalurgia, artigos de vestuário, plásticos e bebidas, o
aglomerado produtivo mais característico do município é o do ramo alimentício, voltado à
fabricação de produtos alimentícios de consumo final. Nesse segmento, existem, na cidade, 57
estabelecimentos industriais produtivos instalados, sendo 28 microempresas, 17 pequenas
empresas, sete médias empresas e cinco grandes empresas, envolvendo 5.605 empregos diretos,
em 2008.
A atividade industrial do ramo alimentício de consumo final está, em números absolutos,
concentrada na metrópole paulistana, mas tem especial destaque, segundo os coeficientes de
localização, concentração e especialização, no município de Marília, tanto em termos de
estabelecimentos como de empregos ou valor adicionado fiscal. Depois dos municípios de São
Paulo e Campinas, Marília concentra o maior número de estabelecimentos industriais de
alimentos, ficando à frente de Campinas com relação aos empregos ocupados diretos.
O movimento migratório campo-cidade, característico de meados do século XX, imprimiu
necessidades de consumo de produtos industrializados à população. Marília, por estar distante da
metrópole paulistana, além de concentrar atividades articuladas à agricultura e ao comércio,
desenvolveu atividades industriais para abastecer o mercado local e regional com produtos que
não chegavam ao interior paulista. Assim, a ausência de concorrentes, o desenvolvimento urbano e
42
FUNDAÇÃO SEADE. FOCO 2010. Publicação integrante do Diagnóstico para Ações Regionais da Secretaria do Emprego e Relações do
Trabalho do Estado de São Paulo, 2010.
43
Esta seção foi elaborada com base na seguinte tese de doutorado:
BOMTEMPO, Denise Cristina. Dinâmica Territorial, Atividade Industrial e Cidade Média: as interações espaciais e os circuitos espaciais da
produção das indústrias alimentícias de consumo final instaladas na cidade de Marília – SP. UNESP, Presidente Prudente, 2011.
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33
a existência de um amplo mercado e a proximidade da matéria-prima permitiram que as empresas
industriais alimentícias de consumo final se desenvolvessem, no município.
A indústria de alimentos de Marília teve sua origem na década de 1940. As primeiras empresas
industriais surgiram a partir dos investimentos de empresários locais, que haviam acumulado
excedente na agricultura. A origem da atividade industrial da cidade está atrelada a: formação das
atividades econômicas locais; investimentos dos imigrantes italianos e japoneses que se
estabeleceram na cidade e se tornaram agentes da atividade industrial; situação geográfica do
município, em especial devido à distância da metrópole paulistana; e disseminação do
conhecimento adquirido pelos trabalhadores da indústria alimentícia, já que os funcionários que
tinham experiência em indústrias maiores e saíam delas, acabavam montando seu próprio negócio,
muitas vezes no ramo de alimentos. No início, a fabricação era de apenas um produto, por
exemplo, amendoim japonês, pé-de-moleque, goma, balas, pirulitos, aumentando, paulatinamente,
a diversidade produtiva.
Com o cultivo existente de café, algodão, mamona, cana-de-açúcar e, a partir de 1950, do
amendoim, junto com as empresas de capital local, foram instaladas agroindústrias beneficiadoras,
de capital nacional e internacional, como a Anderson Clayton, a Sanbra, a J.P. Duarte, a Novaes, a
Matarazzo, entre outras, que, em sua maioria, produziam óleos de mamona, algodão etc. Nas
décadas de 1950 e 1960, a produção do algodão foi substituída pela cultura do amendoim,
iniciando-se a produção de óleo de amendoim e seus subprodutos. Em fins da década de 1960, o
amendoim entrou em declínio e o óleo de amendoim, aos poucos, foi substituído pelo de soja. A
partir daí, a indústria alimentícia de Marília mudou de perfil, destacando a produção de bens não
duráveis de consumo final.
Ao longo dos anos, os empresários reinvestiram o capital acumulado na expansão da capacidade
produtiva da indústria, por meio da compra de máquinas, equipamentos e da ampliação do espaço
físico da fábrica. Se, primeiramente, os produtos alimentícios de Marília foram destinados a
atender às necessidades da população local e regional, num segundo momento, devido a esses
investimentos, a escala de distribuição se ampliou, chegando às regiões do Centro-Oeste, do
Norte e do Nordeste do Brasil.
A emergência e a importância do ramo alimentício de consumo final, ocorrida na década de 1970,
resultaram da ação desenvolvida por agentes locais nas décadas anteriores, envolvendo a criação e
a ampliação de empresas e a inovação tecnológica através da aquisição de novos equipamentos,
que ampliaram e diversificaram a produção. Durante os anos 60, contribuíram para o crescimento
da produção de alimentos na cidade: a fundação, em 1957, da Marilan, que começa produzindo
balas, macarrão e biscoito; a produção de macarrão da indústria Novaes, criada em 1963; a
compra, pela Ailiram, de um forno italiano para iniciar a fabricação de biscoitos e de equipamento
automático para a fabricação de balas, permitindo o lançamento das balas Sete Belo e Campeão,
que passaram a puxar as vendas dos demais produtos da fábrica; e o surgimento de várias
pequenas indústrias de doces e outros tipos de alimentos, como a Dori, Adriam, a Guidi e Cia etc.
Até a década de 1980, as indústrias alimentícias de consumo final instaladas na cidade, fossem elas
pequenas, médias ou grandes empresas, eram, majoritariamente, de capital local. Nessa década, as
empresas locais ampliaram o território de atuação e, sobretudo as grandes, passaram a competir
no mercado com indústrias instaladas na metrópole paulistana. Nesse período, empresas de capital
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nacional e transnacional foram atraídas a Marília, seja para instalar uma unidade produtiva do grupo
ou para adquirir empresas locais, devido à proximidade da matéria-prima, em especial o
amendoim cultivado na região, à existência de mão de obra e serviços qualificados, aos incentivos
do poder público, com doação de terrenos e diminuição de impostos, e à boa localização do
município no território paulista, permitindo a articulação com os Estados do Paraná, Mato Grosso
do Sul e Minas Gerais.
A chegada de empresas tecnologicamente avançadas a Marília intensificou a concorrência com as
empresas locais que, para continuar no mercado, tiveram que se reestruturar e intensificar os
investimentos. Grande parte das empresas industriais do ramo alimentício instaladas na cidade
passou por processos de reestruturação.
Marília se beneficia da atuação de uma rede organizada de agentes que dão suporte à indústria
alimentícia, formada por associações, cooperativas, sindicatos e setor público, que concorrem para
o aprimoramento empresarial e da mão de obra e contribuem para a consolidação das empresas
industriais do ramo alimentício de consumo final, como a Associação Comercial e Industrial de
Marília – ACIM44, a Associação das Indústrias Alimentícias de Marília-ADIMA45, a Cooperativa
Agrícola Mista da Alta Paulista-CAMAP - Unidade de Tupã46, o Sindicato dos Trabalhadores das
Indústrias Alimentícias-STIAM47, a Secretaria da Indústria e Comércio de Marília-SICM48, o Banco
do Povo Paulista - Unidade de Marília49, o Centro Incubador de Empresa de Marília Miguel Silva50,
o Centro Integração Empresa – Escola-CIEE de Marília51, o Ministério do Trabalho e EmpregoGerência Regional do Trabalho de Marília52, o Posto de Atendimento ao Trabalhador-PAT53, o
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas-SEBRAE de Marília54, entre outros.
O município-polo possui uma rede estruturada de empresas e equipamentos prestadores de
serviços e instituições de ensino públicas e privadas diretamente articuladas com o ramo industrial
alimentício, incluindo: universidades, faculdades de tecnologias e escolas técnicas; transportadoras;
laboratórios de análise; empresas de desenvolvimento de embalagens; empresas importadoras e
44
A Associação Comercial e Industrial de Marília – ACIM presta serviços a empresários, em geral sob a forma de treinamentos, seminários,
cursos, consultoria e promoções, e dispõe de Cooperativa de Crédito, que oferece serviços bancários com menores custos.
45
A Associação das Indústrias Alimentícias de Marília – ADIMA, criada com o apoio do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo/Unidade
Marília (CIESP), proporciona estrutura física e espaço de discussão e articulação entre os empresários, fornecedores e profissionais do ramo
industrial de alimentos. Trabalha em parceria com instituições como SENAI, SEBRAE, CIESP, FIESP, SECEX, universidades públicas e privadas,
além dos poderes públicos municipal e estadual, com foco especial voltado à pequena e média empresa.
46
A Cooperativa Agrícola Mista da Alta Paulista (CAMAP) Unidade de Tupã presta serviços aos agricultores da região (armazenamento de grãos,
industrialização e comercialização de gêneros agrícolas etc.). Sua atuação em todas as fases do cultivo à pós-colheita do amendoim - seguindo
normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA - contribui para que o produto não tenha aflotoxina, sendo utilizado com
segurança pelas grandes indústrias alimentícias de Marília ou exportado.
47
O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Alimentícias – STIAM representa trabalhadores da indústria de alimentos de 32 cidades da RA de
Marília, atuando para que programas de qualificação de mão de obra sejam implantados.
48
A Secretaria da Indústria e Comércio de Marília – SICM elabora políticas públicas de desenvolvimento industrial para o município, relacionadas
à formação de mão de obra, a realização de obras de infraestrutura, a articulação das autarquias e entidades representativas do setor e a
disponibilização de lotes nos distritos industriais para empresas que desejem se instalar, no município.
49
O Banco do Povo Paulista – Unidade de Marília é um programa de microcrédito da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho
desenvolvido em parceria com as prefeituras.
50
O Centro Incubador de Empresa de Marília “Miguel Silva”, mantido financeiramente pelo SEBRAE, fornece estrutura física para a incubação de
micro e pequenas empresas, nos dois primeiros anos de vida.
51
O Centro Integração Empresa – Escola - CIEE/Marília recruta estagiários para trabalhar nas empresas e, juntamente com o Centro Paula
Souza (FATEC) e a Escola SENAI, oferece cursos técnicos.
52
O Ministério do Trabalho e Emprego mantém uma Gerência Regional do Trabalho, em Marília, composta por 59 municípios e com agências
em Assis, Bastos, Paraguaçu Paulista, Tupã, Ourinhos e Santa Cruz do Rio Pardo, desenvolvendo atividades de auditoria, orientação, fiscalização,
notificação e interdição de máquinas ou locais de trabalho.
53
O Posto de Atendimento ao Trabalhador – PAT, unidade de Marília, mantido pelos governos estadual e federal, atende trabalhadores e
reivindicações do poder público local em conjunto com empresários do comércio e da indústria.
54
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE/Marília desenvolve projetos e parcerias com o Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial – SENAC/Marília, a ACIM, entre outras, com o objetivo de apoiar os empresários do setor, em especial os que
almejam abrir ou reestruturar pequenas e microempresas.
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exportadoras; supermercados responsáveis pela distribuição direta ao consumidor; serviços de
alimentação, limpeza e vigilância; consultoria financeira e jurídica etc.
No município, existem dois grandes grupos de empresas alimentícias: a) as originárias do capital
local, sejam micro e pequenas empresas que atuam em escala local e regional ou médias e grandes
empresas que, nas décadas de 1970 e 1980, saíram de uma escala de distribuição local e regional,
para atuar em escalas mais amplas (nacional e global); e b) as originárias de capital externo
(nacional e transnacional), que se instalaram na cidade, no final da década de 1980.
Hoje, a cidade abriga grandes empresas de capital local, como a Dori Alimentos Ltda. e a Marilan
S/A, e de capital externo de outro país, como a Nestlé S/A Unidade de Marília, médias empresas
de capital externo nacional como a Yoki Alimentos S.A., com duas unidades na cidade, e de capital
local, como a Carino Ingredientes, a Maritucs e a Bel S/A.
Marília concentra grande parte da produção de biscoitos do território brasileiro. Nesse segmento,
além da Marilan S/A, originada na cidade, destaca-se, também, unidade produtiva da Nestlé S/A,
ambas com vendas no território brasileiro e no exterior. Marília é o município que mais produz
biscoitos (em quantidade), doces e confeitos de amendoim, no território brasileiro.
As empresas de chocolates, derivados de cacau, balas e aperitivos salgados sólidos também têm
presença de grupos nacionais, como a Yoki S/A (São Bernardo do Campo - SP)55, a Fritex S/A (São
Paulo - SP) e a Dori Ltda. (Marília – SP), e multinacionais, como a Pepsico Co. (Estados Unidos) e a
Iracema Ltda. (Estados Unidos e Inglaterra). A Pepsico Co. e a Yoki S/A estão presentes em todo o
território brasileiro. A Fritex S/A concentra suas vendas em Minas Gerais, Espírito Santo, interior
do Rio de Janeiro, Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e a Dori
Ltda. vende para o interior de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Por fim, a
Iracema Ltda. concentra suas vendas em Minas Gerais, Espírito Santo e interior do Rio de Janeiro.
As duas grandes empresas industriais de capital local estão instaladas perto de eixos rodoviários: a
Marilan S/A, produtora de biscoitos, encontra-se instalada às margens da Rodovia Estadual SP-333;
e a Dori Ltda., produtora de confeitos de amendoim, gomas, balas, pirulitos e chocolates
granulado, localiza-se próximo à Rodovia Estadual SP-294. A empresa multinacional Nestlé S/A,
por sua vez, comprou a fábrica de biscoitos da Beatrice Food Corporation S.A., antiga Airilam Ltda.,
em 1981, localizada no anel central da cidade. As empresas de médio porte encontram-se
instaladas nos distritos industriais e as empresas de pequeno porte encontram-se dispersas no
espaço intraurbano do município.
Entre os motivos elencados pelas empresas industriais alimentícias para continuarem investindo no
município encontram-se: a boa localização no Estado, associada à boa qualidade de vida e
infraestrutura de educação, saúde e consumo; a disponibilidade de mão de obra qualificada e a boa
infraestrutura de transportes; a valorização do que é produzido ali, por se tratar da “Capital
Nacional do Alimento”; a concentração de várias empresas da mesma área produtiva, criando
sinergia industrial; e a economia diversificada do município, que permite que a renda seja
internalizada na cidade.
55
Em 2012, a Yoki, foi adquirida por grupo estrangeiro.
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As micro e pequenas empresas alimentícias de Marília adquirem matérias-primas, insumos e
máquinas e equipamentos, sobretudo, de municípios próximos ou de municípios paulistas. As
médias empresas industriais possuem um circuito espacial produtivo mais complexo, adquirindo
matérias-primas, insumos, serviços de múltiplas escalas e comercializando seus produtos tanto em
pequenos estabelecimentos comerciais como em redes de hipermercados e supermercados
atuantes no território brasileiro ou em outros países. Para tanto, as médias empresas tiveram que
se reestruturar, organizando a gestão da empresa, adquirindo novas máquinas para o processo
produtivo, fazendo investimentos em novas embalagens, lançando novas linhas de produtos e
adotando normas de fabricação e controle de qualidade segundo padrões internacionais.
Já o circuito espacial produtivo das grandes empresas envolve não apenas o território regional e
nacional, como, também, o internacional. A Nestlé, unidade produtiva de Marília, por meio do
centro de distribuição de Cordeirópolis, distribui em escala planetária para países do continente
americano (Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai, Bolívia, Colômbia, países da América Central e
México) e para Portugal, Sri Lanka e Hong Kong, e recebe matérias-primas para fabricação de
biscoitos da França e da Suíça. Sua unidade de Marília deixou de produzir balas e doces e se
especializou na produção de biscoitos. A organização da produção e do trabalho segue os
preceitos da produção flexível e do modelo just-in-time, envolvendo e dinamizando todos os
setores da economia mariliense, desde a agricultura, até os serviços articulados à produção
industrial.
Várias empresas industriais são subcontratadas da Nestlé, como é o caso da Carino Ingredientes,
uma empresa de capital local de médio porte, que fornece matérias-primas processadas
(castanhas, crocantes, recheios, caldas, geleias, pastas, mix e farinhas). Além do fornecimento de
ingredientes processados, a Carino desenvolve e fabrica produtos de consumo final com rótulos
das empresas compradoras atuantes no território brasileiro − como Kraft Foods, McDonalds,
Unilever, Arcor, Bauducco, Hershey’s e Lacta – ou no exterior (Alemanha, Argentina, Chile, Peru,
Venezuela e Marrocos), adequando sua produção às necessidades de cada cliente.
A Marilan Alimentos S/A cresceu em Marília e tem hoje capacidade produtiva para fabricar 305
toneladas de biscoitos por dia. Fabrica, atualmente, 92 itens, sendo que, em média, 48 cumprem
normas de exportação. Todos os produtos são fabricados em Marília e enviados para as filiais, que
controlam a distribuição na respectiva região e mantêm relação direta com o escritório central de
Marília. Por seu intermédio, Marília não é apenas um “ponto”, como acontece no caso da Nestlé,
mas é o local onde as normatizações relacionadas ao processo produtivo são elaboradas e
difundidas para os agentes articulados à atividade industrial, ocorrendo o controle de todos os
processos relacionados ao circuito espacial da produção e da distribuição de biscoitos, além da
gestão e da regulação da empresa. A distribuição dos biscoitos ocorre em todos os estados
brasileiros e a empresa exporta para mais de 50 países de todos os continentes.
A Dori Alimentos Ltda., empresa do ramo alimentício originada em 1995 de capital local, passou, a
partir de 1988, por mudanças tecnológicas substanciais e pela definição de sua especialização
produtiva: confeitos de amendoim e chocolate, balas, gomas, pirulitos e granulados. A empresa
possui 117 produtos e é a quarta empresa que mais vende aperitivos salgados sólidos, no Brasil. As
vendas para o mercado externo correspondem a 25% de toda sua produção e destinam-se,
sobretudo, a países dos continentes americano, africano e asiático. A empresa possui
representantes de distribuição em vários países da África, Europa, continente americano, Oceania,
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Ásia e Oriente Médio. O principal comprador dos produtos da Dori, no exterior, é a rede
americana Walmart. Para produzir de acordo com as determinações do cliente, a Dori investe
constantemente em tecnologia, no processo produtivo e no desenvolvimento de novos produtos.
Assim como acontece com a Marilan, a Dori, através de sua matriz localizada no município,
articula inúmeros lugares envolvidos no circuito espacial produtivo da empresa, elaborando e
controlando as normatizações, por meio de rede informacional.
As médias e grandes empresas alimentícias de consumo final dinamizam a economia regional de
várias formas, seja através de contratação de serviços de apoio a suas atividades, como de
subcontratação de outras empresas industriais, compra de insumos agrícolas e industriais,
aquisição de máquinas e equipamentos para o processo produtivo, emprego para trabalhadores de
cidades menores do entorno de Marília etc.
Em Marília, as grandes empresas da indústria de capital local do ramo alimentício de consumo final
desenvolvem atividades de gestão, pesquisa e desenvolvimento, elaboram normas junto às
instituições articuladas diretamente ao ramo alimentício e ao poder público e tomam decisões
relevantes para todo o circuito espacial da produção, da distribuição e do consumo de seus
produtos. Apesar de Marília ser uma cidade média, distante 443 quilômetros da metrópole
paulista, o uso de redes técnicas materiais e imateriais, a partir da década de 1980, permitiu a
algumas de suas empresas alimentícias a centralização, no município, do capital gerado na indústria
e do comando do processo produtivo e distributivo, articulando lugares e agentes envolvidos nas
diversas etapas do circuito da produção, da distribuição e do consumo.
• Polo de Calçados de Santa Cruz do Rio Pardo
A primeira fábrica de calçados de Santa Cruz do Rio Pardo foi fundada em meados da década de
1940. O polo calçadista se desenvolveria na década de 1950, primeiro, com a fabricação de botas
e sapatos estilo country e casual e avançando, posteriormente, na produção de linha feminina para
o dia-a-dia56.
Segundo informações da Prefeitura Municipal, o município possui 32 indústrias de calçados, com
produção diária de 25 mil pares de sapatos ou cerca de cinco milhões de pares/ano, constituindose o quarto polo calçadista do Estado de São Paulo. Destaca-se, hoje, na fabricação de calçados
femininos e masculinos e emprega, diretamente, cerca de dois mil profissionais e, indiretamente,
cerca de mil trabalhadores57. De acordo com a Abicalçados, o setor calçadista do município
exporta seus produtos para países do Mercosul, Espanha, Portugal e Chile.
Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais-RAIS, o polo de couros e calçados de
Santa Cruz do Rio Pardo tem forte predomínio do grupo de calçados, onde havia registro, em
2008, de 470 vínculos empregatícios. O único outro grupo de atividades do setor de couros e
calçados era o de produtos de viagem e artefatos de couro, onde havia o emprego formal de
apenas 20 trabalhadores.
56
SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE CALÇADOS, ARTEFATOS DE COURO E VESTUÁRIO DE SANTA CRUZ DO RIO PARDO.
Agosto/2005. Em: http://www.abicalcados.com.br/polos-produtores.html&est=3. Entrada em 09 de janeiro de 2013.
57
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA CRUZ DO RIO PARDO. Em:
http://www.santacruzdoriopardo.sp.gov.br/perfil.htm. Entrada em 09 de janeiro de 2013.
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Hoje, o polo conta com mão de obra qualificada e oferece produtos de alta qualidade e design
arrojado. Desde agosto de 2004, conta com o Centro de Treinamento SENAI Geraldo Vieira
Martins, uma unidade de 1.603 m2 focada na profissionalização do setor calçadista, implantada no
município através de parceria entre Prefeitura Municipal, Federação das Indústrias do estado de
São Paulo-Fiesp/Centro das Indústrias do Estado de São Paulo-CIESP e Sindicato das Indústrias de
Calçados, Artefatos em Couro e Vestuário de Santa Cruz do Rio Pardo.
Além de oferecer cursos de aprendizagem industrial nas áreas de calçado e vestuário, desde sua
fundação, o SENAI participa ativamente na elaboração de cadernos contendo as tendências da
moda do setor, colaborando, desse modo, no lançamento das novas coleções. O SENAI de Santa
Cruz do Rio Pardo possui certificado na norma ISO 9001 e recebeu várias premiações em
concursos, como o Francal Top de Estilismo 2005 e 2006 e o INOVA SENAI 2005, 2006 e 200758.
Outra parceria importante para o desenvolvimento do polo calçadista é realizada com o SEBRAE
que, junto com o SENAI, desenvolve programas de melhoria das indústrias.
O Sindicato das Indústrias de Calçados, Artefatos de Couro e Vestuário de Santa Cruz do Rio
Pardo e as empresas do polo calçadista do município vêm participando e expondo modelos de
calçados em feiras, como: a Couromoda − a segunda feira de calçados e acessórios mais influente
do mundo −, realizada no Parque de Exposições do Anhembi, em São Paulo, da qual participam
compradores de todos os continentes; a feira realizada no Centro de Convenções Frei Caneca,
em São Paulo, onde a indústria santacruzense Dedmar Calçados firmou vários contratos em
âmbito nacional; e a FIMEC-Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes,
Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes, realizada em Novo Hamburgo – RS, que
teve a participação das indústrias santacruzenses Mauber, Dedmar, Botinas Peão e Erminio
Paulim59.
• Eletroeletrônicos de Segurança de Garça
O parque industrial de Garça tem no setor de eletroeletrônicos seu principal destaque. Por seu
intermédio, o município tornou-se referência nacional na fabricação de produtos eletroeletrônicos
e ficou conhecido como a “Capital da Eletroeletrônica”. O setor engloba aproximadamente 70
empresas, especialmente dos segmentos de iluminação, automatização e segurança, que
empregam cerca de dez mil trabalhadores. A maioria dessas empresas é de micro, pequeno ou
médio portes, requerendo apoio tecnológico para seu desenvolvimento.
O município, durante dezenas de anos, teve sua economia baseada, sobretudo, no agronegócio do
café. No entanto, essa atividade econômica perdeu força nos anos 70, com a ocorrência de uma
forte geada. Em 1983, foi criada no município, no fundo de uma oficina mecânica, a Portal, uma
empresa voltada à automatização de portões que, posteriormente, mudou de nome para PPAPortas e Portões Automáticos e − com o crescimento do número de produtos e marcas do grupo
− trabalha com a denominação Motoppar/Eletroppar e exporta seus produtos para 25 países. Esta
primeira iniciativa, ainda na década de 1980, deu origem à abertura de outros estabelecimentos
industriais fabricantes de produtos eletroeletrônicos, como portões eletrônicos, motores elétricos,
segurança eletrônica, iluminação, reatores, no-breaks etc.
58
POLO CALÇADISTA-SP, SANTA CRUZ DO RIO PARDO. Em http://www.polocalcadista.com.br/index.htm. Entrada em 09 de janeiro de
2013.
59
Idem, ibidem.
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Com a implantação dessas indústrias, a cidade encontrou no setor eletroeletrônico uma alternativa
econômica. Hoje, seu parque industrial possui várias empresas que atuam em segmentos
correlatos, permitindo a geração de um número expressivo de empregos e o aumento da receita
municipal. Segundo dados da RAIS de 2008, o município se destaca, entre outras, em atividades do
setor metalomecânico, de fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e
ópticos e, sobretudo, de fabricação de máquinas, aparelhos e material elétrico. Esta última divisão
industrial, sozinha, respondia, em 2008, por 23% do total dos empregos formais do município.
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio de Garça, entre as
empresas atuantes no segmento eletroeletrônico do município, quatro são de grande porte (PPAPortas e Portões Automáticos, RCG-Tecnologia Eletromecânica, Garen Automação S/A e
ECP-Eletromatic Controle e Proteção), cerca de 30% das demais empresas exercem atividades
como “terceiras” para as quatro maiores, em áreas como ferramentaria, injeção plástica, usinagem
etc., e a maioria atua como fornecedora de materiais diversos60. Boa parte da matéria-prima
utilizada pela indústria eletrônica local é importada.
Em setembro de 1996, foi inaugurado o Núcleo de Desenvolvimento Empresarial "Alfeu Rosário" /
Incubadora de Empresas de Garça, graças aos esforços da FIESP/CIESP e da Prefeitura Municipal.
A incubadora está voltada, prioritariamente, para empreendimentos da cadeia produtiva da
eletroeletrônica, embora também atenda a empreendimentos industriais e de serviços diversos.
Em setembro de 2007, a FIESP/CIESP retirou-se do projeto e, em novembro do mesmo ano,
assumiu em seu lugar o Sebrae, em parceria com a Associação Comercial e Industrial de GarçaACIG e a Prefeitura Municipal.
Desde outubro de 2008, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica-ABINEE vem
apoiando o processo de desenvolvimento do polo eletroeletrônico, tendo realizado esforços para
a instalação de unidade do SENAI, no município; a elaboração, por comissão de estudos no âmbito
do Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica e Iluminação-COBEI/ABNT, de normas técnicas
para os sistemas de alarmes, um dos destaques da indústria local; e a discussão com empresas
locais sobre a questão do lixo eletrônico61.
A Prefeitura Municipal, por intermédio de sua Secretaria de Indústria e Comércio, desde o início
de 2009, está empenhada em organizar, desenvolver e expandir o polo eletroeletrônico do
município, envolvendo todos os elos da cadeia produtiva62.
Devido à ausência de organização dos agentes, empresários e entidades envolvidos no polo
eletroeletrônico, em março de 2009, a Prefeitura Municipal/Secretaria de Indústria e Comércio
promoveu evento visando atrair novos investimentos para o setor, aumentar a competitividade do
segmento e desenvolver o arranjo produtivo local. O evento foi organizado pelo Sebrae de Marília
e pela ABINEE, tendo a participação da Associação Comercial e Industrial de Garça, da FATEC, do
CIESP-Marília e do BNDES. Na ocasião, foi anunciada a construção de novo distrito industrial na
cidade, para abrigar novos empreendimentos63.
60
PORTAL VIGOR ECONÔMICO. Garça se firma como polo brasileiro da eletro-eletrônica Edição nº 1, outubro de 2007. Em:
http://www.vigoreconomico.com.br/VIGORnews/newsDetail.asp?id=67. Entrada em 17 de janeiro de 2013.
61
ABINEE – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica . Revista Abinee, Ano XI – Nº 51, maio de 2009.
62
PREFEITURA MUNICIPAL DE GARÇA. Prefeitura dá suporte à organização do setor eletroeletrônico de Garça. 11 de março de 2009. Em:
http://www.prefgarca.sp.gov.br/html/modules/news/makepdf.php?storyid=1094. Entrada em 17 de janeiro de 2013.
63
Idem, ibidem.
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Segundo o projeto proposto nesse evento, o empresário interessado em participar do APL
preenche uma ficha de adesão ao grupo e participa de um diagnóstico que verifica a necessidade
tecnológica de sua empresa, a gestão empresarial e a participação em ações de mercado, como
feiras e missões do setor eletroeletrônico. Num segundo momento, envolve-se no trabalho de
organização estrutural da empresa e do APL de Eletroeletrônica, com o Comitê Gestor, integrado
pela Prefeitura Municipal, a Fatec, a Etec Monsenhor Antonio Magliano, a ABINEE, o Sebrae, a
ACIG, a Incubadora de Empresas, o CIESP, a Patrulha Juvenil Garcense e todas empresas
envolvidas na cadeia produtiva.
No município, funciona a unidade da Fatec do Centro Paula Souza, responsável pela qualificação
de profissionais do polo eletroeletrônico e o apoio tecnológico a empresas do setor, com cerca de
700 alunos matriculados nos cursos de Mecatrônica Industrial, Análise e Desenvolvimento de
Sistemas e Gestão Empresarial64.
A Fatec disponibiliza laboratórios de produção e mecatrônica industrial e de ensaios de materiais
de qualidade da energia elétrica para as empresas do APL, já que boa parte destas não dispõe de
recursos financeiros, físicos e humanos para manter equipamentos e laboratórios ou desenvolver
novas tecnologias. Nos laboratórios da Fatec, são desenvolvidos ensaios, pesquisas, análises,
aperfeiçoamento de produtos, estudos de viabilidade técnica e econômica, serviços de engenharia,
documentação, informação, metrologia, normalização e certificação de conformidade, além de
assessoria à propriedade industrial.
A proposta desses laboratórios surgiu da articulação do Comitê Gestor e teve o aporte de
recursos do Programa Estadual de Fomento aos Arranjos Produtivos Locais, da Secretaria de
Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado65.
No Brasil, existem somente três polos industriais considerados competitivos e concorrentes ao de
Garça: um em Brasília/DF, outro em Santa Rita do Sapucaí/MG e um terceiro em Porto Alegre/RS.
A Associação Comercial e Industrial de Garça considera que o APL eletroeletrônico se destaca
pela abrangência de mercado, a mão de obra qualificada e o lançamento de novos produtos.
CARACTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA E DOS SERVIÇOS DA RA
Na RA, a forte sinergia existente entre as atividades primárias e secundárias dinamiza a economia
regional. A indústria tem um perfil agroindustrial marcado, sobretudo, pela presença de uma importante
indústria de alimentos − que engloba a produção sucroalcooleira e de produtos alimentícios de consumo
final −, que se beneficia da proximidade da produção agropecuária local. Nos últimos anos, tanto o setor
primário como o secundário vem crescendo em participação no PIB regional, refletindo, principalmente,
o aumento da produção da cadeia produtiva da cana-de-açúcar.
A oferta recíproca de insumos entre os setores agropecuário e industrial acaba por fortalecê-los. A
integração existente entre estes setores responde, em grande parte, pelo desenvolvimento do setor
64
JORNAL COMARCA DE GARÇA. Geraldo Alckmin inaugura novo bloco da Faculdade de Tecnologia em Garça. Garça, 22 de fevereiro de
2010. Em: http://www.portaldegarca.com.br/noticias-de-garca/25536-geraldo-alckmin-inaugura-novo-bloco-da-faculdade-de-tecnologia-emgarca. Entrada em 17 de janeiro de 2013.
65
Idem, ibidem.
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metal-mecânico regional, sobretudo em seus segmentos de máquinas e equipamentos e produtos de
metal, que têm relevante participação na região e no conjunto do Estado.
Embora o emprego encontre-se mais concentrado e distribuído entre os setores de serviços, comércio e
indústria de transformação, o setor primário tem grande presença na estrutura econômica regional,
respondendo, em 2008, por 17,2% do total dos vínculos empregatícios, a terceira maior participação do
setor na estrutura econômica entre as regiões paulistas, atrás apenas das RAs de Barretos e de Registro.
A indústria de transformação responde por 22,1% do total de vínculos empregatícios e por 7,3% dos
estabelecimentos da região, tendo como principais participações no emprego as fabricações de: produtos
alimentícios e bebidas (41,7%); produtos do setor metal-mecânico (21,1%); produtos derivados do
petróleo e biocombustíveis (6,9%); produtos têxteis e confecções (6,0%); máquinas, aparelhos e
materiais elétricos (5,4%); móveis e produtos de madeira (4,7%); e produtos de borracha e de material
plástico (4,4%), sendo a grande maioria agroindustrial.
Com relação ao valor adicionado fiscal, o setor industrial é o que tem a maior participação setorial no
VAF total (46,9%), devido às contribuições dos segmentos de: Produtos Alimentícios (61,3%), Máquinas
e Equipamentos (9,8%), Combustíveis (8,3%), Bebidas (5,8%), Produtos de Metal (3,7%), Produtos
Plásticos (2,2%) e Móveis (2,0%). Embora a indústria da RA de Marília contribua com apenas 1,5% do
total do VAF industrial do Estado, os segmentos de Produtos Alimentícios (7,0%), Móveis (4,2%) e
Bebidas (3,9%) têm importante participação no total estadual.
As exportações regionais também mostram a importância da indústria de produtos alimentícios, seguida
da indústria de produtos metal-mecânicos. As principais importações regionais, por sua vez, referem-se a
insumos e ao apoio à agricultura e à agroindústria de produtos alimentícios e bebidas, envolvendo
produtos importados dos segmentos de produtos químicos, produtos alimentícios, máquinas e
equipamentos e embalagens para bebidas.
Assim, apesar da relativa diversificação industrial ocorrida a partir de meados da década de 1960, a
indústria de alimentos – formada, em grande parte, por fabricantes de produtos sucroalcooleiros e
alimentícios de consumo final − é o segmento industrial mais relevante da região, tanto do ponto de vista
do emprego como do VAF e da participação no comércio exterior.
O aglomerado produtivo de produtos alimentícios de consumo final de Marília é um dos elementos
dinamizadores da economia regional, envolvendo indústrias de biscoitos, doces, balas, chocolates, snaks,
confeitos, carne bovina industrializada, café beneficiado, produtos derivados do leite, alimentos
congelados, farináceos, cereais, condimentos, temperos, açúcar, entre outros. Destaca-se no contexto
estadual, tanto em concentração de estabelecimentos e empregos como de valor adicionado fiscal.
O valor adicionado da indústria regional tem forte contribuição das atividades das usinas hidrelétricas de
Chavantes, Canoas I, Canoas II e Lucas Nogueira Garcez, localizadas ao sul da região, que produzem
cerca de 6% de toda a energia gerada no Estado.
A indústria encontra-se relativamente espalhada pelas quatro sub-regiões da RA, em função da natureza
de seu parque industrial estar voltada à transformação de matérias-primas locais. Embora com algumas
variações, muitos dos municípios que mais empregam, no setor industrial, também aparecem como os
que mais contribuem para o VAF da indústria, como é o caso de Marília, Ourinhos, Assis, Santa Cruz do
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Rio Pardo, Paraguaçu Paulista, Tupã, Tarumã, Pompeia, Chavantes, Cândido Mota, Espírito Santo do
Turvo, São Pedro do Turvo, Palmital, Canitar, Ibirarema, Gália e Garça.
Alguns aglomerados produtivos industriais são apoiados por entidades públicas e privadas por seu
potencial de adensamento e desenvolvimento regional, destacando-se o de produtos alimentícios de
consumo final de Marília, o de eletroeletrônicos de segurança de Garça e o APL de couros e calçados de
Santa Cruz do Rio Pardo.
Com a base agroindustrial, os serviços exigidos pela economia da região são simples e as atividades mais
modernas de apoio às empresas e às pessoas, embora desenvolvidas nos principais centros regionais, não
se destacam no conjunto da RA.
A região foi alvo, nos últimos anos, de anúncios de empreendimentos que mantiveram sua estrutura
econômica agroindustrial e o predomínio da fabricação de produtos alimentícios, cujos investimentos
anunciados no período de 2005 a 2011, refletindo a alta das cotações do açúcar no mercado
internacional, foram destinados à expansão de usinas sucroalcooleiras. Por outro lado, o setor de
serviços, no mesmo período, tendeu a se concentrar no município-polo de Marília.
Grande parte das empresas da região é de capital local e está ligada às atividades econômicas de ramos
tradicionais, que têm como foco o mercado local. Daí, o predomínio, de empresas de menor porte. Já as
empresas maiores, nas últimas décadas, vêm recebendo capital de fora da região, de origem nacional ou
internacional.
Grande parte das maiores e mais sofisticadas indústrias está localizada nos principais municípios da
região, ganhando destaque Marília, dada sua condição de entroncamento rodoviário e município-sede
regional. Apesar de abrigar atividades econômicas diversificadas e vir se consolidando como centro
comercial atacadista e varejista e de serviços, é a atividade industrial e, particularmente o ramo
alimentício, que imprime a identidade de Marília66, respondendo por 54,7% do total dos empregos do
município e pelo título de “Capital Nacional do Alimento”.
Apesar da importante participação da agropecuária e da indústria de alimentos da RA no contexto
estadual, de abranger um grande número de municípios, que representam 7,9% do total de municípios
paulistas, e de sua população representar 2,3% da população do Estado de São Paulo, a região possui um
PIB que representa apenas 1,3% do PIB estadual, apontando para a necessidade de adensar suas cadeias
produtivas e investir em atividades que agreguem maior valor aos produtos.
DESEMPENHO ECONÔMICO, 1996 A 2008
Esta seção tem como objetivo analisar o desempenho econômico regional a partir do comportamento do
PIB municipal, ao longo do período de 1996 a 2008. Para tanto, é utilizada a taxa média geométrica de
crescimento do PIB ao ano (em %) e a metodologia proposta por Azzoni67, que permite a identificação
66
BOMTEMPO, Denise Cristina. Dinâmica territorial, atividade industrial e cidade média: as interações espaciais e os circuitos espaciais da
produção das indústria alimentícias de consumo final instaladas na cidade de Marília – SP. UNESP, Presidente Prudente, 2011.
67
AZZONI, C. R. Identificação Empírica de Áreas Dinâmicas, Áreas Estagnadas e Áreas em Retrocesso: Possível Alternativa Metodológica. Ciclo
de Seminários - Políticas Públicas em Debate. São Paulo: Fundap, 27 de junho de 2008.
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de municípios dinâmicos, estagnados e daqueles que acompanharam o ritmo de crescimento do conjunto
do Estado68.
A utilização de ambas busca uma avaliação mais completa, já que a metodologia adotada evita um
problema geralmente encontrado em estudos que utilizam apenas a taxa geométrica de crescimento
anual: municípios menores e mais pobres, com um pequeno incremento no PIB, podem apresentar
crescimento excessivamente elevado69.
A taxa geométrica de crescimento anual do PIB, por sua vez, capta a expansão dos municípios maiores e
mais ricos que, em geral, na metodologia de Azzoni, sempre estão entre aqueles com maior PIB. Desta
forma, não lhes é possível migrar para um grupo com valor do PIB superior, o que caracteriza o
dinamismo na metodologia proposta.
Em seu conjunto, a RA apresentou uma taxa média geométrica de crescimento real do PIB de 2,34% ao
ano, inferior a média estadual de 3,58% ao ano, entre 1996 e 2008. Logo, a participação de municípios
dinâmicos, nesta região, é relativamente baixa. Dentre seus municípios, 22,4% apresentaram dinamismo,
enquanto 42,9% cresceram próximos a média do Estado e 34,7% apresentaram estagnação. Dentre as
localidades consideradas dinâmicas, destacam-se Bernardino de Campos, Espírito Santo do Turvo,
Queiroz, Ribeirão do Sul e Tarumã, com taxas médias geométricas de crescimento do PIB superiores a
5,0% ao ano.
Em Ribeirão do Sul, o bom desempenho econômico está relacionado ao seu perfil agropecuário e ao
setor industrial, com destaque para o segmento metalúrgico fabricante de acessórios para banheiro e
para móveis, confeccionados em alumínio e latão.
No setor primário, o município possui tradição na produção de grãos, gado de corte e de leite,
mandiocultura, cafeicultura, fruticultura entre outras, no qual atuam grandes produtores e até pequenos
produtores familiares. A fruticultura vem se destacando no município, com a produção de banana70 e
amora preta71, nas quais são empregadas maior tecnologia nas lavouras72. Existem, ainda, projetos
desenvolvidos com o objetivo de adequar a fruticultura às atuais exigências do mercado externo, que
demandam produtos seguros e produzidos de forma sustentável73.
O crescimento expressivo do PIB municipal em Bernardino de Campos, Espírito Santo do Turvo,
Queiroz e Tarumã deve-se à expansão do complexo agroindustrial da cana-de-açúcar na região. A
implantação e a ampliação de usinas e destilarias, nestes pequenos municípios, representa grande
68
Todos os valores referentes ao PIB, apresentados nesta seção, estão expressos segundo preços de 2000, ajustados pelo Deflator Implícito do
PIB Nacional, conforme disponibilizado no site www.ipeadata.gov.br. Importante ressaltar que a serie histórica do PIB, utilizada neste estudo,
tem algumas ressalvas por iniciar-se em 1996. A atual série oficial do PIB dos municípios brasileiros, calculada pelo IBGE em parceria com as
instituições estaduais de estatística (em São Paulo, com a Fundação Seade), inicia-se em 1999. Como sua metodologia sofre frequentes
mudanças, cada vez que isso ocorre, os dados pretéritos do PIB são recalculados, de modo a permitir sua comparabilidade temporal.
69
AZZONI. Op. cit.
70
LEONEL, Sarita; DAMATTO Jr., Erval Rafael. Caracterização das áreas de cultivo da bananeira ‘maçã’ na região de Ribeirão do Sul/SP. Ciência
e Agrotecnologia. Lavras (MG); v. 31, n. 4, p. 958-965. agosto 2007.
71
DONÁ, Sergio, et. al. Rentabilidade econômica da amoreira preta na região paulista do Médio Paranapanema. Pesquisa & Tecnologia.
Departamento
de
Descentralização
do
Desenvolvimento
APTA
Regional.
2011.
Disponível
em:
<http://www.aptaregional.sp.gov.br/index.php/component/docman/doc_download/1148-rentabilidade-economica-da-amoreira-preta-naregiao-paulista-do-medio-paranapanema?Itemid=275>. Acesso em: 28 jun. 2012.
72
RIBEIRÃO DO SUL (Município). Plano municipal de desenvolvimento rural sustentável. Prefeitura Municipal de Ribeirão do Sul, Conselho
Municipal de Desenvolvimento Rural, Casa da Agricultura de Ribeirão do Sul, Escritório de Desenvolvimento Rural Ourinhos, Período de
vigência: 2010 a 2013. Ribeirão do Sul, 10 de setembro de 2009.
73
Idem, ibidem.
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44
potencial de crescimento econômico, pois aumenta as oportunidades de emprego e de expansão dos
rendimentos locais, traduzindo-se na ampliação do PIB municipal.
Estudos74 indicam que o movimento acentuado de instalação de destilarias e usinas, nas diversas regiões
do Estado, favoreceu o crescimento do emprego75 e das economias locais76. Este quadro deve-se ao seu
elevado potencial de geração de empregos industriais e agrícolas77 que alimentam a demanda agregada e
dinamizam a economia do município como um todo. Em Espírito Santo do Turvo, por exemplo, uma
única unidade do setor sucroalcooleiro gera mais de três mil empregos diretos78, figurando como a maior
empregadora do município que abrigava 4.301 habitantes, em 201179.
O emprego no setor terciário é ampliado de forma indireta, através da utilização de serviços de apoio às
atividades da usina (manutenção, transporte, assistência técnica, informática, segurança) e de serviços
pessoais e urbanos por seus trabalhadores, contribuindo com a expansão do emprego e das atividades do
setor terciário e configurando-se como elemento adicional de expansão do PIB.
Outra fonte de dinamismo consiste no arrendamento de terras e na compra da cana-de-açúcar de
produtores independentes. Neste último caso, o processo ocorre mediante contratos que podem
envolver o financiamento dos custos de implantação da cultura e dos custos de produção, para
pagamento posterior em produto80. O arrendamento das terras e a compra da cana de produtores
independentes representam a entrada de novos recursos na economia municipal e, portanto, um
estímulo ao crescimento local.
As pesquisas sobre a distribuição regional da produção de açúcar e álcool, no território paulista, apontam
o crescimento expressivo da produção em áreas consideradas não tradicionais nesta cultura, como o
oeste e o noroeste do Estado, em simultâneo ao adensamento da produção nas regiões pioneiras, como
Ribeirão Preto81. As regiões consideradas não tradicionais apresentaram-se como alternativa viável a sua
expansão, devido à presença de terras disponíveis82 e à melhoria da infraestrutura de transporte no
Estado, que facilitou sua condução até as usinas, as refinarias e o porto de Santos83.
74
CHAGAS, André Luis Squarize; TONETO Jr, Rudinei; AZZONI, Carlos Roberto. A expansão da cana-de-açúcar e seu impacto nas receitas
municipais: uma aplicação de painéis espaciais dinâmicos para municípios do estado de São Paulo. In: SOBER-Sociedade Brasileira de Economia,
Administração e Sociologia Rural, 2009, Porto Alegre. Anais... XLVII Congresso SOBER-Sociedade Brasileira de Economia, Administração e
Sociologia Rural, 2009.
75
Vale lembrar que sua maior parte, no estado de São Paulo, é de trabalhadores formais. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD), no Estado de São Paulo, o maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil, a formalização passou de 80,4%, em 1992, para
93,8%, em 2005. Ver MORAES, Márcia Azanha Ferraz Dias. Indicadores do Mercado de Trabalho do Sistema Agroindustrial da Cana-de-Açúcar
do Brasil no Período 1992-2005. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 37, n. 4, p. 875-902, out-dez. 2007.
76
VIAN, Carlos E.F.; BELIK, Walter. Os desafios para a reestruturação do complexo agroindustrial canavieiro do Centro-Sul. ECONOMIA,
Niterói (RJ), v. 4, n. 1, p. 153-194, jan./jun. 2003.
77
Sobre o emprego agrícola na lavoura canavieira, vale destacar que a mecanização crescente da colheita e, portanto, da redução da demanda
por trabalhadores, representa muito mais uma predominância da demanda por mão de obra mais especializada (tratoristas, operadores de
máquinas, motoristas, técnicos, engenheiros agrônomos, etc.) e uma queda no contingente de migrantes sazonais ocupados nesta tarefa, do que
uma diminuição dos postos de trabalho para a população local. No estado de São Paulo, 100% do cultivo, do carregamento e do transporte cana
são mecanizados, enquanto, na colheita, a mecanização é de 35%, e, ainda assim, é relevante o emprego nestas atividades (MORAES, 2007). Ver
também NOVAES, José Roberto Pereira; et al. Jovens migrantes canavieiros: entre a enxada e o facão. Relatório de situação-tipo para a pesquisa
Juventude eIntegração Sul-Americana. Rio de Janeiro, 2007.
78
RIBEIRO, Helena; PESQUERO, Célia. Queimadas de cana-de-açúcar: avaliação de efeitos na qualidade do ar e na saúde respiratória de
crianças. Estudos Avançados, v.24, n. 68, p.255-271,2010.
79
FUNDAÇÃO SEADE. Informações dos Municípios Paulistas, 2012. Disponível em: <http://www.seade.gov.br/produtos/imp/>. Acesso em:
29 mai. 2012.
80
SEVERÍNIA (Município). Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, 2010-2013. São Paulo: Prefeitura Municipal de Severínia,
Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, Casa da Agricultura. 2010.
81
CHAGAS, A.L.S.; TONETO Jr, R.; AZZONI, C.R. op. cit. Ver também OLIVETTE, Mário Pires de Almeida; NACHILUK, Kátia; FRANCISCO,
Vera Lúcia Ferraz dos Santos. Análise comparativa da área plantada com cana-de-açúcar frente aos principais grupos de culturas nos municípios
paulistas, 1996-2008. Informações Econômicas, SP, v.40, n.2, fev. 2010.
82
BINI, Danton Leonel de Camargo. Mudanças na Composição das Culturas Agrícolas e a Urbanização na Região de Araçatuba, Estado de São
Paulo. São Paulo: Informações Econômicas, volume 39, nº. 5, maio de 2009.
83
VIAN, C.E.F.; BELIK, W. Op. cit.
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45
O contexto positivo do setor, iniciado nos anos 2000, incentivou a expansão da agroindústria canavieira
nas regiões consideradas não tradicionais, com reflexos sobre o PIB de seus municípios. No entanto, o
fato do dinamismo econômico destas pequenas localidades estar, em muitos casos, associado à expansão
do complexo agroindustrial da cana-de-açúcar não indica que apenas a instalação de usinas e destilarias
provoca o crescimento econômico, mas que foi esta a tendência dos últimos anos, em função da
conjuntura vivida pelo Estado.
Esta conjuntura caracteriza-se pela maior demanda por açúcar no mercado externo, pela mudança no
paradigma energético mundial, pela possibilidade de cogeração de energia elétrica a partir do bagaço e
da palha da cana-de-açúcar e pelo crescimento do consumo interno de álcool, desde 2003, com
introdução dos carros flexfuel no Brasil. Somados a estes elementos, a elevação do preço do petróleo e a
crise energética recente também incentivaram o aumento da produção de etanol84, representando novas
oportunidades de crescimento para o setor, que se refletiram na instalação e na ampliação de usinas e
destilarias no Estado85.
Deste modo, é possível observar que o desempenho econômico positivo dos municípios da RA é
explicado pelo contexto de expansão do complexo agroindustrial da cana-de-açúcar pelo interior do
Estado, abrangendo as regiões oeste e noroeste, consideradas não tradicionais nesta cultura, e pelo
incremento das atividades relacionadas à integração dos setores primário e secundário, características da
estrutura econômica regional.
Taxa média geométrica de crescimento do PIB ao ano (em %)
RA de Marília e Estado de São Paulo – 1996 a 2008
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Elaboração: SPDR/UAM.
84
85
CHAGAS, et al. Op. cit.
Idem, ibidem; VIAN, BELIK. Op. cit.; OLIVETTE; et al. Op. cit.
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A população da RA de Marília, em 2010, era de aproximadamente 941 mil habitantes, representando um
valor próximo 2,3% do total estadual, de acordo com dados do Censo Demográfico 2010.
Observa-se que, nas últimas décadas, a RA, assim como outras regiões, vem seguindo a tendência
estadual de decréscimo das taxas anuais de crescimento. Nota-se também que entre 1980 e 2010, a
participação da população regional, em relação à estadual, diminuiu e suas taxas de crescimento foram
inferiores às do Estado.
Evolução da População Total
Estado de São Paulo e RA de Marília – 1980 a 2010
Anos
1980
1991
2000
2010
População Total
Distribuição
RA de
Estado de
Relativa
Marília
São Paulo
RA/ESP (%)
680 928 25 042 074
2,72
789 503 31 588 925
2,50
887 745 37 035 456
2,40
940 814 41 262 199
2,28
Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1980 a 2010.
Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População
Estado de São Paulo e RA de Marília – 1980 a 2010
Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1980 a 2010.
Grande parte dos municípios da RA apresentou taxas de crescimento na faixa entre 0% e 1% ao ano, no
período 2000/2010 (26 municípios). A taxa mais elevada foi observada em Queiroz (2,6%). Destaque
para o fato de que 17 municípios, de um total de 51 da região, apresentaram taxas de crescimento
negativas. O município de Marília registrou taxa de crescimento de 0,94%.
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Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População (% ao ano)
Estado de São Paulo e RA de Marília – 2000 a 2010
Fonte: IBGE. Censos Demográficos 2000 e 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
Em 2010, a RA apresentou grau de urbanização de 92,26%, abaixo da média estadual de 95,9%. No
total, 18 municípios da região registraram urbanização acima de 90%.
Observa-se que a região possuía, em 2010, maior concentração de municípios na faixa com até cinco mil
habitantes (43,1%). Dentre os mais populosos, além do município de Marília, com mais de 216 mil
habitantes, a RA contava com três municípios com população superior a 50 mil habitantes (Assis,
Ourinhos e Tupã).
Proporção de Municípios segundo Faixas de Tamanho da População
Estado de São Paulo e RA de Marília – 2010
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010.
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Municípios segundo Faixas de Tamanho da População
Estado de São Paulo e RA de Marília – 2010
Fonte: IBGE. Censos Demográficos 2000 e 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
A razão de dependência da população potencialmente inativa (43,8%) em relação a 100 pessoas em
idade disponível para as atividades econômicas era, em 2010, superior à média estadual (41,5%). Este
dado indica o contingente populacional potencialmente inativo a ser sustentado pela parcela da
população potencialmente produtiva. O aumento da longevidade ocorrido nas últimas décadas na
população paulista e brasileira influência diretamente nesse índice.
Razão de Dependência e Índice de Envelhecimento
Estado de São Paulo e RA de Marília – 2010
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010.
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49
Razão de Dependência
Estado de São Paulo e RA de Marília – 2010
Fonte: IBGE. Censos Demográficos 2000 e 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
A quantidade de idosos para cada 100 crianças, expressa pelo índice de envelhecimento, em 2010, era de
48,1%, superior à média estadual (36,5%). Destaca-se que o grupo etário com mais de 14 e menos de
65 anos representava quase 70% do total da população regional, percentual igual ao apresentado pelo
Estado.
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50
Índice de Envelhecimento
Estado de São Paulo e RA de Marília – 2010
Fonte: IBGE. Censos Demográficos 2000 e 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
Proporção da população total por grandes grupos etários
Estado de São Paulo e RA de Marília – 1980 a 2020
Fonte: IBGE. Fundação Seade.
O mesmo pode ser observado nas pirâmides etárias da população, que mostram que a RA apresentou
acentuado envelhecimento da população entre 1980 e 2010, com provável prosseguimento desta
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tendência até 2020. Verifica-se, também, redução do contingente de crianças e adolescentes com até 14
anos de idade em razão da queda das taxas de fecundidade e natalidade.
Pirâmides Etárias
Estado de São Paulo e RA de Marília – 1980 a 2020
Estado de São Paulo
RA de Marília
Fonte: IBGE. Fundação Seade.
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52
O estudo dos aspectos sociais da RA de Marília é desenvolvido a partir do IPRS, criado pela Fundação
Seade, com o objetivo de proporcionar uma ferramenta analítica que traduza a situação de cada
município paulista nas dimensões centrais do desenvolvimento humano. Desta forma, o índice é
composto por diversos indicadores que medem a situação dos municípios em termos de renda,
escolaridade e longevidade, apresentando uma tipologia, constituída de cinco grupos86, que resumem a
situação de cada um, segundo as três dimensões citadas87.
De modo geral, a RA apresenta condições de escolaridade e longevidade melhores que as de riqueza, à
semelhança de outras regiões do oeste e noroeste paulista. No ranking estadual, a região ocupa a 13ª
colocação na dimensão de riqueza, a quarta, em escolaridade, e a sétima, em longevidade.
A maior parte de seus municípios enquadra-se nos Grupos 3 e 4 do Índice. No Grupo 3, encontram-se
24 localidades caracterizadas por exibir bons indicadores sociais, mas indicador baixo de riqueza. Outros
21 municípios classificaram-se no Grupo 4 que, à semelhança do anterior, apresenta baixo indicador de
riqueza, mas um dos indicadores sociais desfavorável. Apenas o município de Pedrinhas Paulista foi
classificado no Grupo 1, com bons indicadores de riqueza, longevidade e escolaridade, e cinco municípios
foram inseridos, no Grupo 5, com resultados insatisfatórios nas três dimensões do Índice.
No que se refere às variáveis que compõem a dimensão de riqueza, a RA teve ampliação no rendimento
médio do emprego formal (8%), em ritmo superior ao do Estado (4%). Da mesma forma, o valor
adicionado fiscal per capita cresceu (11%) mais acentuadamente que a média estadual (3%), resultado
que se repetiu em cerca de 80% de seus municípios. A despeito dos avanços, a RA permanece entre as
três regiões mais pobres do Estado.
Na dimensão de longevidade, observa-se o seguinte movimento: a taxa de mortalidade infantil e a taxa
de mortalidade das pessoas com mais de 60 anos permaneceram estáveis, enquanto a taxa de
mortalidade perinatal e a taxa de mortalidade das pessoas entre 15 e 39 anos reduziram-se.
É importante lembrar, todavia, que a taxa de mortalidade peritanal da região (15,0 por mil nascidos
vivos) permanece acima da média do conjunto do Estado (13,9 por mil nascidos vivos). Segundo a
Fundação Seade, esta taxa pode ser reduzida mediante aprimoramento das políticas e serviços de saúde
materno-infantil, fatores associados à vulnerabilidade no período perinatal88.
86
Grupo 1 do IPRS: agrega municípios com elevados indicadores na dimensão de riqueza, escolaridade e longevidade.
Grupo 2 do IPRS: engloba municípios que, embora apresentem indicadores de riqueza elevados, não exibem bons indicadores de escolaridade
e longevidade.
Grupo 3 do IPRS: grupo dos municípios com nível de riqueza baixo, mas com bons indicadores nas demais dimensões.
Grupo 4 do IPRS: formado por municípios que apresentam indicadores de riqueza baixos e indicadores de longevidade e/ou escolaridade
intermediários.
Grupo 5 do IPRS: grupo dos municípios mais desfavorecidos em termos de riqueza, escolaridade e longevidade.
87
O ÍNDICE PAULISTA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL - IPRS tem como finalidade caracterizar os municípios paulistas no que se refere ao
desenvolvimento humano, através de indicadores sensíveis a variações de curto prazo e capazes de incorporar informações relevantes
referentes às diversas dimensões de renda, longevidade e escolaridade. Cada uma destas dimensões é expressa por meio de um indicador
sintético que pode assumir valores entre 0 e 100. Os indicadores sintéticos são constituídos da combinação linear de um conjunto de variáveis,
com ponderações específicas. A estrutura de ponderação foi obtida de acordo com um modelo de análise fatorial, em que se estuda o grau de
interdependência entre diversas variáveis. Para maiores informações sobre a metodologia de cálculo dos indicadores, variáveis selecionadas,
ponderações atribuídas a cada variável, entre outras informações, consultar http://www.seade.gov.br/projetos/iprs/
88
FUNDAÇÃO SEADE, ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS, 2010.
Disponível em: <http://www.seade.gov.br/projetos/iprs/>. Acesso em: 14 mai. 2012.
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53
Deste modo, os esforços regionais devem se concentrar nas ações de saúde para melhorar a atenção no
pré-natal, no parto e ao recém-nascido. Vale ressaltar que o setor público vem trabalhando por isso, uma
vez que a proporção de mães, com sete ou mais consultas no pré-natal, foi superior à média do conjunto
do Estado, em 70% dos municípios da RA89.
Em termos de escolaridade, os resultados são mais positivos, de modo que a região ocupa a quarta
colocação no ranking. A taxa de atendimento escolar das crianças de 5 e 6 anos de idade, no entanto,
reduziu-se de 89,4% para 86,9%, entre 2006 e 2008. Diferentemente, houve expansão da proporção de
pessoas de 18 a 19 anos que concluíram o ensino médio (61,4%) e do percentual de pessoas de 15 a 17
anos que concluíram o ensino fundamental (79,1%).
Estes bons resultados são confirmados por outros indicadores que não compõem o IPRS, como a taxa de
distorção idade-série90, no ensino fundamental (8,0%) e no ensino médio (11,7%), que estão abaixo da
média estadual de 10,2% e de 17,3%, respectivamente91. Do mesmo modo, no Índice de
Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo-Idesp, mais de 70% dos municípios da região
tiveram pontuação acima da média paulista, nas etapas fundamental e média92.
Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS
RA de Marília e Estado de São Paulo – 2008
Fonte: Fundação Seade/Alesp, 2010.
89
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Fundação Seade, Painel SP, 2011. Os dados referem-se ao
ano de 2008.
90
As taxas de distorção idade-série indicam o percentual de alunos com pelo menos dois anos a mais que a idade adequada para cursar uma
série de um determinado nível de ensino, em relação ao total de alunos dessa série e nível.
91
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Fundação Seade, op. cit. Os dados referem-se ao ano de
2009.
92
Idem, ibidem. É importante lembrar que os resultados do Idesp referem-se apenas a rede estadual de ensino. Os dados apresentados são do
ano de 2008.
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54
A Região Oeste do Estado foi ocupada no início do século XX. Sua exploração se intensificou nas
décadas de 1920 a 1940, quando matas eram derrubadas para exploração de madeira e implantação de
lavouras93.
O café deu impulso ao desenvolvimento da região. Nas zonas mais antigas, as terras já apresentavam
esgotamento, com consequente declínio de produção. Os agricultores passaram a buscar novas áreas
que lhes propiciassem melhores rendimentos. A perspectiva da continuidade da construção da estrada
de ferro e as matas inexploradas provocaram uma rápida valorização do solo, que estava sendo loteado e
para onde se dirigiram não só antigos plantadores de café como novos imigrantes94.
O panorama do uso de terras, das décadas de 1940 e 1950, aponta que o Estado estava quase
totalmente ocupado, na forma de uma mancha entrecortada, como resultado das diversas frentes de
desmatamento, concentrando-se junto ao rio Paraná e ao trecho final dos seus principais afluentes
(Paranapanema, Peixe, Aguapeí e Tietê). Esta configuração justifica-se pelo próprio processo de
ocupação, que se iniciou, principalmente, a partir dos principais espigões divisores de bacias95.
O aumento da ocupação da região e a crise econômica de 1929 modificaram as atividades econômicas
que lá se desenvolviam. Assim, o café deixou de ser o único motivo do avanço dos pioneiros e,
juntamente com ele, aparecem o algodão, amendoim etc., além da implantação das fazendas de gado, na
faixa dos solos menos nobres, fora dos espigões96.
O algodão considerado, até então, cultura marginal, relegada às terras pobres e a uma classe de
lavradores descapitalizada, adquiriu importância. Com seu desenvolvimento, expandiram-se, também,
outras lavouras temporárias, cujo plantio era realizado de forma consorciada, entre as fileiras do
cafezal97. A indústria de processamento do algodão, por sua vez, propiciou o desenvolvimento de outras
culturas, com destaque para o amendoim98.
Ao mesmo tempo em que a ocupação da bacia dos rios Peixe e Paranapanema crescia, houve
implantação de rodovias, em complementação às ferrovias, potencializando a utilização do transporte
rodoviário, com a utilização de caminhões para transportar produtos agrícolas, entre fazendas e estações
ferroviárias99.
93
VIEIRA, Camilo Plácido; SALDANHA, Osvaldo Alves; CAMBRAIA, Luiz Antonio. Avaliação de cultivares de soja sobre braquiária no sistema
plantio direto, safra 1998/99, em Piacatu, SP. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Agropecuária Oeste, Ministério da
Agricultura
e
do
Abastecimento
Comunicado
Técnico,
Nº
11,
dez./99,
p.1-3.
Disponível
em:
http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/242260/1/COT111999.pdf. Acesso em: 13 abr. 2012.
94
RENOVAÇÃO de reconhecimento do curso de relações internacionais. Relatório Síntese. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita
Filho,
Faculdade
de
Filosofia
e
Ciências
–
UNESP
–
Campus
de
Marília
–
SP.
Disponível
em:
http://www.marilia.unesp.br/Home/Graduacao/RelacoesInternac/projeto.pdf. Acesso em: 25 abr. 2012.
95
OLIVEIRA, Edenis César. O Comitê de Bacia e a gestão das águas no Médio Paranapanema: Um Estudo Sob a Perspectiva do
Desenvolvimento Sustentável. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Tecnologia - UNESP - Campus de
Presidente Prudente. Presidente Prudente, 2009.
96
OLIVEIRA. Op.cit.
97
OLIVEIRA. Op.cit.
98
OLIVEIRA. Op.cit.
99
OLIVEIRA. Op.cit.
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55
As primeiras estradas, utilizadas como continuação dos trilhos férreos, foram as responsáveis pela
ampliação, lateralmente ao eixo ferroviário, da área cultivada. Essas estradas também procuravam servir
as pequenas lavouras distantes dos núcleos habitacionais que se desenvolveram junto às estações100.
Mancha Urbana da RA de Marília
Fonte: Google Maps. Elaboração: SPDR / UAM.
100
OLIVEIRA. Op.cit.
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56
Em termos de Rede Urbana, a RA conta com os Centros Regionais de Marília e Ourinhos.
• Centro Regional de Marília
Marília originou-se da junção de três patrimônios101 e foi ocupada, na década de 1920, em
consequência da expansão cafeeira. Por encontrar-se no espigão ocidental da Serra dos Agudos,
possui uma altitude que varia de 550 a 700 metros. Em 1919, a Companhia Paulista de Estradas de
Ferro alcançava Piratininga, com projetos de avançar pelo espigão, nas vertentes do divisor de
águas dos rios Peixe e Aguapeí. Ainda 1916, os engenheiros da empresa haviam deixado um marco
onde está, hoje, a cidade de Marília102.
Já de início, o município passou a constituir-se como centro regional, situação reforçada pela
condição de ponta de trilhos da estrada de ferro, cuja empresa construía estradas de rodagem
para se antecipar aos trilhos, a oeste, além de transversais, para fazer concorrência às estradas de
ferro Sorocabana e Noroeste103.
Se o surgimento de Marília esteve associado à última etapa da expansão do cultivo de café, sua
agricultura não se concentrou só nessa cultura, pois em meio às plantações de café eram
cultivados milho, arroz etc. Esta característica tornou-se marco primordial para seu crescimento
econômico, mesmo com a crise cafeeira de 1929104.
Em meados da década de 1930, diversas fábricas de beneficiamento de algodão se instalaram na
cidade ao lado das de beneficiamento de café, arroz, amendoim etc. Paralelamente, durante o
período da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), houve crescimento do cultivo de amoreiras e
da sericicultura com o objetivo de produzir seda para a confecção de paraquedas105.
Entre os anos de 1940 e 1950, as indústrias instaladas na cidade ligavam-se ao primeiro
processamento da produção agrícola. Contudo, houve necessidade de diversificar o parque
industrial e, na década de 1960, surgiram indústrias de massas alimentícias e as fábricas de bebida e
vinagre106. Em 1970, o gênero de alimentos era o de maior destaque no município, relacionado à
produção de massas, balas e doces e não mais o de beneficiamento de produtos agrícolas para
produção de óleo107.
Na década de 1940, houve aumento de atividades artesanais para garantir o abastecimento do
contingente populacional que chegava à cidade. Estes primeiros artesãos, que atendiam aos
colonos da região, vão se expandir e especializar na produção de alguns tipos de alimentos, de
101
OS CHAMADOS patrimônios de Alto Cafezal, Marília e Vila Barbosa constituíam-se por proprietários particulares e sua posse foi registrada
Paróquias de Igrejas, como era usual, no século XIX.
102
RENOVAÇÃO de reconhecimento do curso de relações internacionais. Relatório Síntese. Op.cit.
103
BALESTRIERO, Geraldo Élvio. Capital de Alta Paulista: uma história do município de Marília. Universidade Estadual de Campinas, Instituto de
Filosofia e Ciências Humanas. Campinas, 1984.
104
BALDASSARINI, Jéssica de Sousa; HESPANHOL, Rosangela Ap. de Medeiros. Importância do município de Marília no cenário do centro
oeste paulista. Em VI Encontro de Grupos de Pesquisa, Agricultura, Desenvolvimento Regional e Transformações Socioespaciais. Presidente
Prudente, 23 a 26 de maio de 2011. Disponível em: http://www4.fct.unesp.br/encontros/engrup/Resumos/GEDRA%20%20Grupo%20de%20Estudos%20Din%E2mica%20Regional%20e%20Agropecu%E1ria%20-%20UNESP%20%20Presidente%20Prudente/GEDRA_Baldassarini_Importancia%20do%20munic%EDpioMar%EDlia.pdf. Acesso em: 04 mai.2012.
105
BALDASSARINI. Op.cit.
106
Renovação de reconhecimento do curso de relações internacionais. Relatório Síntese. Op. cit.
107
BALDASSARINI. Op. cit.
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57
utensílios agrícolas etc., tornando-se fonte de iniciativas da criação de diversas indústrias, como
serrarias, olarias e máquinas de beneficiamento de arroz etc.108.
Nesse período, Marília já possuía um setor de comércio e serviços bem estruturado. Havia
também agências bancárias e eficaz sistema de transportes, além das serrarias, olarias, fábricas de
bala e massas que abasteciam toda a região. Na cidade, surgiram algumas empresas, no setor
terciário, que estão entre as maiores do país como: o Banco Brasileiro de Descontos-Bradesco e a
empresa de Transportes Aéreos Marília-TAM109.
O espaço físico da cidade apresenta característica que interfere em seu uso, na medida em que a
existência de escarpas íngremes separa o topo do relevo dos fundos de vale e define as áreas
próprias à expansão urbana. Assim, a organização espacial da malha urbana é particular,
principalmente pelo fato da estrada de ferro ter sido inaugurada após a formação da cidade,
localizando-se no espigão, cercada de paredões íngremes110.
Dessa forma, no divisor de águas, foi reservada uma faixa para a futura passagem da linha férrea e
as ruas que iriam formar o novo município se espalharam por ambos os lados da ferrovia, não
havendo continuidade entre elas. A área comercial não se concentrou em pontos tradicionais já
tendo nascido dispersa pela área central111.
O processo de crescimento envolveu três momentos. O primeiro abrange a fundação da cidade e
vai até a segunda guerra, quando ocorreram os primeiros loteamentos. O segundo durou até a
década de 1970 e, nele, e se deu passo a passo com o crescimento populacional. E o terceiro
iniciou-se a partir de então, com a aceleração do crescimento da área urbana e a criação de grande
número de loteamentos112.
A localização das atividades econômicas, principalmente a industrial, ocorreu, já na década de
1940, no eixo criado pela ferrovia e as avenidas que faziam a interligação da cidade com os
municípios vizinhos. Essa localização era procurada, pois, além da facilidade de transportes, se
caracterizava como entrada e saída da cidade e propiciava instalação das unidades industriais em
terrenos com topografia plana. Neste período, surgiram várias empresas com localizações
dispersas pela área central, em sua maioria de pequeno porte, instalando-se em residências
adaptadas ou pequenos barracões113.
A partir de 1950, intensificou-se a expansão urbana em direção aos eixos norte e sul da cidade,
acompanhando os contornos da ferrovia114, ao mesmo tempo em que seu crescimento seguia,
também, o eixo rodoviário para Assis, a oeste, e ferroviário para Pompeia e Tupã, a norte e a
noroeste115.
108
BALDASSARINI. Op. cit.
BALDASSARINI. Op. cit.
110
NUNES, Marcelo. Produção do espaço urbano e exclusão social em Marília – SP. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho,
Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNESP - Campus de Presidente Prudente. Presidente Prudente, 2007.
111
NUNES. Op. cit.
112
NUNES. Op. cit.
113
ZANDONADI, Júlio César. Novas centralidades e novos habitats: caminhos para a fragmentação urbana em Marília (SP). Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNESP - Campus de Presidente Prudente. Presidente Prudente,
2008.
114
NUNES. Op. cit.
115
ZANDONADI. Op. cit.
109
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58
Contudo, entre meados da década de 1960 e o início da década de 1970, a expansão territorial da
cidade começou a se efetuar em níveis superiores ao do crescimento populacional, quando as
descontinuidades territoriais passaram a ser tendência. O ritmo de crescimento, nas décadas
posteriores, registrou mudanças no sentido da expansão que foi se direcionando para noroestesudeste116.
Durante a década de 1970, a expansão se intensificou nas direções dos eixos rodoviários para
Pompeia (noroeste), Lins (norte), Assis (oeste) e ao longo a rodovia Perimetral (sudeste). Os
loteamentos, implantados em descontínuo a malha urbana já constituída, eram destinados aos
segmentos sociais de menor poder aquisitivo, com lotes de pequenas dimensões e muitas unidades
habitacionais117.
Posteriormente, os eixos rodoviários em direção a Tupã, Garça, Assis, Lins e Ourinhos passaram a
definir os vetores de expansão e a implantação das novas áreas industriais que surgiram em
direção aos extremos leste e noroeste da cidade118.
Ainda a partir da década de 1970, com o crescimento das empresas e a necessidade de áreas
maiores, devido principalmente ao plano de ruas estreito da área central e ao aumento do preço
dos imóveis neste setor, a maioria das empresas buscou novas instalações. A ocupação das
indústrias atingiu, então, as rodovias, tendo sido criado o primeiro distrito Industrial, margeando a
rodovia BR-153 em direção a Lins, na zona norte, que teve sua ocupação constituída a partir dos
anos de 1980119.
Outra área de concentração industrial já havia começado a se articular, desde os anos de 1960,
com a pavimentação da rodovia que liga Marília a Bauru, nas saídas para Bauru e Ourinhos, a
sudeste. Adicionalmente, a partir da década de 1990, a área margeando rodovia, na saída para
Assis, a oeste, vem recebendo instalações industriais120.
O crescimento territorial de Marília, entre os anos de 1970 e 1980, é explicado também pela
regularização de loteamentos já existentes e pela ampliação do mercado imobiliário, sendo que,
em meados da década de 1970, em boa parte do espaço urbano, a urbanização já havia atingido os
limites impostos pela topografia e a formação de novos bairros, de mais difícil acesso, acentuou a
mobilidade populacional121.
Na década de 1990, iniciou-se a implantação de loteamentos fechados, sobretudo, na zona leste,
seguindo a direção das vias principais de acesso à cidade, localizando-se nas extremidades do
perímetro urbano122. No setor comercial, a abertura de novos estabelecimentos de pequeno porte
e de Shopping Centers ocorreu, principalmente, na zona sul123.
O município, por ocasião de sua fundação, percorria a faixa entre a margem direita do rio Peixe e
o espigão Peixe – Tibiriçá124. Marília está localizada próxima às nascentes dos rios que formam as
116
ZANDONADI. Op. cit.
ZANDONADI. Op. cit.
118
NUNES. Op. cit.
119
ZANDONADI. Op. cit.
120
ZANDONADI. Op. cit.
121
NUNES. Op. cit.
122
NUNES. Op. cit.
123
BALDASSARINI. Op. cit.
124
BALESTRIERO. Op. cit.
117
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59
bacias hidrográficas dos rios Aguapeí e Peixe (UGRHI 20 e 21). O rio Tibiriçá, localizado ao norte
da sede do município, é um dos principais formadores da Bacia Hidrográfica do Rio Aguapeí. Já a
do Rio do Peixe, localizada ao sul da sede do município, tem diversos afluentes que possuem
nascentes no centro urbano125.
Marília abrigava 217 mil habitantes, em 2010, ou 23% do total da região. Sua taxa anual de
crescimento populacional, entre 2000 e 2010, de 0,94% ao ano, foi superior à da RA, de 0,58%,
mas inferior à média do Estado, de 1,09%. Destaque-se que o município registrou saldo
migratório anual de 456 pessoas, enquanto o da região foi negativo (-895 pessoas)126.
Atualmente, o município tem como destaques a indústria alimentícia, o setor de metalurgia, o
comércio e a prestação de serviços127. No setor comercial, sobressaem: novos corredores
comerciais, que atendem as áreas periféricas da cidade; e abertura de novos supermercados e
Shopping Centers, que atraem pessoas de diversos municípios como Garça, Assis, Pompeia,
Ourinhos etc., para compras e lazer128.
A cidade é, também, um centro universitário e de saúde. No Hospital das Clinicas da Faculdade de
Medicina, por exemplo, grande parte dos pacientes é de outras cidades da região, como Vera
Cruz, Pompeia, Oswaldo Cruz, Oriente, e, até mesmo, de cidades mais distantes do Estado. Da
mesma forma, a Santa Casa de Misericórdia de Marília auxilia no atendimento de pacientes de
Getulina, Echaporã, Guaimbê, Osvaldo Cruz etc.129.
• Centro Regional de Ourinhos
Ourinhos surgiu de uma vila de trabalhadores que, em 1905, atuava no desmatamento das terras
destinadas ao assentamento dos trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana. Em 1908, foi criado o
posto da estrada de ferro, que quatro anos mais tarde seria transformado em estação, estendendo
seus trilhos até Assis. Com isso, passou a ser localidade estratégica, por sua ligação com o norte do
Paraná130.
A Fazenda das Furnas daria origem ao núcleo urbano de Ourinhos e seu proprietário conseguiu
que a criação da estação da Estrada de Ferro se situasse dentro de suas terras e fez com que o
loteamento do local próximo à estação, com ruas largas e traçado retilíneo, se diferenciasse do
padrão urbano predominante àquela época131.
Com a chegada da estrada de ferro, a cidade tornou-se a porta de entrada para o norte do Paraná,
onde a cafeicultura se expandia para novas áreas de colonização da Companhia de Terras Norte
125
MARÍLIA (Município). Op. cit.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Economia e Planejamento, Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade. Tendências
Recentes da Migração nas Regiões Administrativas do Estado de São Paulo. Sumário Executivo. Resenha de Estatísticas Vitais do Estado de São
Paulo, ano 11, nº 7. São Paulo, novembro 2011.
127
MARÍLIA (Município). Op. cit.
128
BALDASSARINI. Op. cit.
129
BALDASSARINI. Op. cit.
130
IZIDORO, Kivam Arruda; SILVEIRA, Márcio Rogério. O impacto socioespacial da ferrovia em Ourinhos/SP e a atuação do poder público
municipal. Anais do II Ciclo de Idéias e Debates do GEDRI – 15 a 19 de outubro de 2007 – UNESP/Ourinhos. São Paulo. Disponível em:
www.ourinhos.unesp.br. Acesso em: 21 mai. 2012.
131
SELANI, Reinaldo Luiz. A Evolução da cana-de-açúcar no Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) de Ourinhos e o papel das esferas
públicas e das agroindústrias do açúcar e do álcool no processo de organização do espaço. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho,
Instituto de Geociências e Ciências Exatas. Rio Claro, 2005.
126
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60
do Paraná, atraindo a população e investimentos para o município, que se desenvolvia de forma
bastante rápida132.
Na formação socioespacial de Ourinhos, podem ser delineados três períodos. No primeiro, que
compreende as primeiras quatro décadas, em que destacam-se a economia cafeeira e o avanço do
transporte ferroviário, com o crescimento urbano polarizado em torno da estação ferroviária,
onde se concentravam hotéis, comércio atacadista, armazéns etc. Nos bairros ao norte da
ferrovia, situavam-se a população de menor renda e atividades industriais como serralherias e
outros empreendimentos. Ao sul e ao oeste da cidade, a população de mais alta renda e
instituições e serviços públicos se instalaram133.
Nesse período inicial, a partir da década de 1920, desenvolveram-se, também, olarias em
decorrência da extração de argila de uma área do Rio Paranapanema. A produção dessas empresas
tinha como principal mercado a própria cidade e o norte do Paraná. Desde os anos de 1980, no
entanto, o setor entrou em crise, resultado do crescimento da concorrência, do barateamento do
preço de seus produtos e de sua defasagem tecnológica134.
No segundo período, aproximadamente dos anos de 1950 e 1980, a economia cafeeira e o
transporte ferroviário são sobrepujados pelo avanço da agroindústria sucroalcooleira e do
transporte rodoviário. Aparecem indústrias locais e há crescimento urbano, com a incorporação
de novas áreas e criação de loteamentos, gerando expansão, de início, no sentido norte-sul e,
posteriormente, leste-oeste. A população de mais alta renda intensifica a ocupação de novas áreas
incorporadas a oeste da cidade, onde são construídos loteamentos mais modernos e bem
estruturados135.
Nessa fase, ainda, instalam-se unidades de armazenagem e distribuição de combustíveis, no
município, pela sua localização estratégica na rede de transportes, com petróleo e seus derivados
sendo movimentados através da ferrovia, armazenados na cidade e, posteriormente, redistribuídos
através das rodovias136.
No terceiro e último período, da década de 1980 até os primeiros anos da de 2000, houve a saída
de diversas empresas do município. A retirada da ferrovia do centro da cidade, prevista no plano
diretor de 1982, não se concretizou, continuando a diminuir a fluidez do espaço urbano, onde
surgiram condomínios fechados e edifícios, em áreas centrais e arredores137.
A área do município de Ourinhos é plana e delimitada por três cursos de água, principalmente. O
maior, o Rio Paranapanema138, separa Ourinhos da cidade de Jacarezinho, no Paraná, ao Sul. O
segundo, Rio Pardo, afluente do Paranapanema, impõe-se como barreira à expansão da área
urbana, a leste e, também, a norte, quando faz a curva em direção ao Paranapanema, dividindo o
132
SELANI. Op. cit.
BOSCARIOL, Renan Amabile; SILVEIRA, Márcio Rogério. Formação socioespacial e expansão urbana do município de Ourinhos. Anais do II
Ciclo de Idéias e Debates do GEDRI – 15 a 19 de outubro de 2007 – UNESP/Ourinhos. São Paulo. Disponível em: www.ourinhos.unesp.br.
Acesso em: 21 mai. 2012.
134
BOSCARIOL. Op. cit.
135
BOSCARIOL. Op. cit.
136
BOSCARIOL. Op. cit.
137
BOSCARIOL. Op. cit.
138
OURINHOS encontra-se na Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema, Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) 17.
133
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61
município em duas partes. E o terceiro, Rio Turvo, que corta a parte leste do município, no
sentido leste-oeste139.
O município abrigava 103 mil habitantes, em 2010, ou 11% do total da RA. Sua taxa anual de
crescimento populacional, entre 2000 e 2010, de 0,95% ao ano, foi superior à da região, de
0,59%, mas inferior à média do Estado, de 1,09%. Destaque-se que o município, à semelhança da
sede regional registrou saldo migratório anual positivo, de 108 pessoas, enquanto o da RA foi
negativo (-895 pessoas)140.
A influência de Ourinhos se desenvolve num raio de 40 a 50 quilômetros e o fortalecimento das
relações regionais é produzido pelos setores de prestação de serviços e de comércio. De inicio, o
comércio restringia-se apenas a estabelecimentos de pequeno porte como casas de secos e
molhados, por exemplo, suficientes para atender a demanda local. Posteriormente, o setor se
ampliou e boa parte de seus clientes passaram a vir das cidades vizinhas, no Estado de São Paulo e
norte do Paraná. No setor de serviços, destacam-se saúde e educação. Na saúde, Ourinhos conta
com três hospitais e, na educação, quatro universidades, no centro e na periferia da cidade.
Ressalte-se que um número expressivo de alunos matriculados não reside no município ou vem
especialmente para estudar, o que reforça seu papel como centro regional141.
139
BOSCARIOL. Op. cit.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional, Fundação Seade. Informações recentes revelam redução da
migração no Estado de São Paulo e em suas metrópoles. São Paulo: SP Demográfico, ano 11, nº. 7, novembro de 2011.
141
OLIVEIRA FILHO, Altair Aparecido; SILVEIRA, Marcio Rogério. Ourinhos-SP: Formação socioespacial e dinâmica econômica no contexto
regional. Anais do II Ciclo de Idéias e Debates do GEDRI – 15 a 19 de outubro de 2007 – UNESP/Ourinhos. São Paulo. Disponível em:
www.ourinhos.unesp.br. Acesso em: 21 mai. 2012.
140
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63
Números da Região
ASPECTOS ECONÔMICOS
ASPECTOS
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS
Agropecuária
Estado de São Paulo,
RA de Marília e
Municípios
Álvaro de Carvalho
Alvinlândia
Área Total Pop. Total
2010 (km²)
2011
Indústria e Serviços
Cana de
Taxa de
Mandioca - Bovinocult
Crescim. Grau de Açúcar Área Tot. ura corte Nº de
Populac. Urbaniz. Área Tot.
Ocupada
n. de
Estabelec.
2010
Ocupada
2000 a
2007/2008
cabeças
2008
(% )
2007/2008
2010 (%
(ha)
2007/2008
(ha)
a.a.)
Produto Interno Bruto - PIB
Nº de
PIB 2008
Empregos
(em R$
2008
milhões)
SOCIAIS
Taxa média
PIB per geométrica
capita de crescim.
1996 a
2008
2008 (em
(em R$)
%)
IPRS 2008
152,6
4.703
1,26
63,5
16,6
-
15.086
26
454
38,30
7.806,09
2,54
Grupo 4
85,0
3.016
0,57
89,8
15,7
132,4
8.248
34
68
26,47
9.231,13
3,50
Grupo 5
Grupo 4
Arco Íris
263,2
1.905
-1,17
57,0
5.191,9
725,7
23.491
17
34
40,15
19.817,06
-
Assis
461,7
95.908
0,88
95,6
16.107,2
377,9
3.707
2.392
16.654
1.093,82
11.192,79
1,59
Grupo 3
Bastos
170,5
20.433
-0,06
86,1
2.703,6
42,8
12.246
434
2.697
301,48
14.138,90
3,90
Grupo 3
Bernardino de Campos
244,0
10.781
0,06
89,6
7.887,7
1,6
9.166
177
1.299
116,76
10.830,85
6,05
Grupo 4
Borá
118,7
806
0,13
77,9
4.258,0
130,8
7.279
12
22
21,60
25.896,30
7,39
Grupo 3
Campos Novos Paulista
484,6
4.573
0,82
77,7
6.240,1
5.947,0
17.869
39
136
65,12
13.182,02
8,54
Grupo 4
Cândido Mota
596,3
29.944
0,22
94,0
21.507,5
1.561,2
635
552
2.817
431,56
14.074,60
3,09
Grupo 3
Canitar
57,4
4.462
2,31
94,7
3.953,4
0,1
41
23
964
30,15
6.512,29
5,40
Grupo 5
Chavantes
188,2
12.108
-0,06
92,0
11.213,1
93,7
1.520
199
1.432
175,86
13.899,50
2,26
Grupo 4
Cruzália
149,2
2.246
-1,36
66,4
2.775,9
-
185
35
85
57,00
23.927,48
3,91
Grupo 3
Echaporã
514,6
6.274
-0,76
79,6
8.329,3
3.794,4
31.059
67
228
68,57
10.886,37
-1,31
Grupo 3
Espírito Santo do Turvo
191,3
4.301
1,45
85,5
5.702,0
45,3
7.784
48
363
93,37
21.410,56
6,23
Grupo 4
Fernão
100,3
1.575
0,86
54,4
178,7
70,5
4.508
19
65
17,82
11.770,73
-
Grupo 3
Florínia
227,4
2.803
-0,99
88,8
10.233,9
14,5
235
32
70
95,75
33.211,26
1,89
Grupo 4
Gália
355,8
6.939
-1,13
74,5
91,9
240,4
18.438
107
573
64,88
9.606,03
-5,02
Grupo 5
Garça
555,8
43.112
-0,01
90,9
123,1
235,4
36.879
941
7.979
574,46
13.237,91
1,97
Grupo 3
Herculândia
365,1
8.764
0,85
91,1
7.747,3
526,8
35.278
95
552
94,54
10.472,53
2,58
Grupo 4
Iacri
324,0
6.387
-0,55
78,7
7.970,9
460,6
20.658
86
324
59,75
8.691,22
0,47
Grupo 4
Ibirarema
228,5
6.827
1,66
92,4
11.426,5
1.880,4
2.060
101
720
88,13
12.418,48
2,42
Grupo 5
Ipaussu
209,1
13.769
0,85
92,1
12.924,0
-
5.339
224
2.569
152,14
11.252,21
1,06
Grupo 4
João Ramalho
416,0
4.180
0,79
85,4
15.709,3
1,5
25.678
37
82
40,47
9.409,99
-2,60
Grupo 4
Júlio Mesquita
128,2
4.455
0,62
95,1
304,0
-
9.281
34
68
29,19
6.474,33
4,16
Grupo 4
39
250
44,14
10.068,01
3,02
Grupo 3
_________________________________________________________________________________________________________________________
Lupércio
155,0
4.365
0,29
88,8
66,5
364,2
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional
9.684
64
Números da Região
ASPECTOS ECONÔMICOS
ASPECTOS
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS
Agropecuária
Estado de São Paulo,
RA de Marília e
Municípios
Área Total Pop. Total
2010 (km²)
2011
Taxa de
Cana de
Crescim. Grau de Açúcar Populac. Urbaniz. Área Tot.
2000 a
2010
Ocupada
2010 (%
(% )
2007/2008
a.a.)
(ha)
Indústria e Serviços
Mandioca - Bovinocult
Área Tot. ura corte Nº de
Estabelec.
Ocupada
n. de
2007/2008
cabeças
2008
(ha)
2007/2008
Produto Interno Bruto - PIB
Nº de
PIB 2008
Empregos
(em R$
2008
milhões)
SOCIAIS
Taxa média
PIB per geométrica
capita de crescim.
2008
1996 a
2008 (em
(em R$)
%)
IPRS 2008
Lutécia
474,6
2.698
-0,64
79,5
7.971,8
465,2
31.535
20
94
40,67
14.216,81
4,88
Grupo 3
Maracaí
533,0
13.363
0,25
90,6
18.291,9
190,9
2.805
219
1.447
365,41
26.760,06
5,94
Grupo 3
1.170,1
218.641
0,95
95,5
2.463,8
802,4
95.090
5.170
46.165
3.056,84
13.679,94
0,92
Grupo 3
300,3
4.163
0,00
79,9
1.627,7
2.302,1
13.724
45
164
43,40
10.027,66
4,95
Grupo 3
Marília
Ocauçu
Óleo
198,0
2.646
-1,11
66,0
1.949,0
-
9.069
13
20
31,10
11.396,97
4,46
Grupo 3
Oriente
217,8
6.116
0,34
93,4
3.063,2
-
15.110
63
477
49,23
7.764,19
6,74
Grupo 4
Oscar Bressane
221,4
2.536
-0,06
82,7
796,9
72,6
19.000
30
147
26,39
10.390,04
1,81
Grupo 3
Ourinhos
296,2
103.930
0,95
97,4
11.646,8
77,5
4.406
2.303
17.223
1.420,25
13.704,90
4,00
Grupo 4
Palmital
Paraguaçu Paulista
Parapuã
Pedrinhas Paulista
Platina
Pompeia
Quatá
Queiroz
Quintana
Ribeirão do Sul
Rinópolis
Salto Grande
Santa Cruz do Rio Pardo
São Pedro do Turvo
Tarumã
Timburi
Tupã
Vera Cruz
RA de Marília
549,0
21.233
0,24
91,7
24.336,5
2.104,7
1.671
392
2.460
360,27
16.235,87
4,34
Grupo 3
1.001,1
365,2
152,2
327,8
786,4
652,7
235,5
319,8
203,4
358,5
189,1
1.116,4
731,0
303,5
197,2
629,1
247,9
42.535
10.820
2.947
3.223
20.136
12.909
2.875
6.058
4.442
9.906
8.819
44.209
7.226
13.100
2.639
63.494
10.741
0,66
-0,24
0,28
1,07
0,94
0,94
2,59
0,98
-0,09
-0,32
0,40
0,72
0,44
1,83
-0,32
0,03
-0,29
90,6
82,0
84,4
78,7
93,0
93,9
84,9
91,5
74,1
86,9
90,3
91,4
71,6
94,1
72,7
96,0
87,0
55.750,6
11.013,3
795,8
7.895,3
8.161,9
30.868,9
7.105,4
5.155,6
3.857,3
8.332,7
3.609,0
23.844,6
7.069,0
25.165,1
300,5
6.421,2
42,5
693,2
164,1
1.588,2
40,6
116,4
1,2
1.329,2
161,4
615,5
1.398,2
2.796,5
4,0
855,8
28,0
25.383
21.217
1.051
1.640
54.171
24.368
16.052
28.730
1.863
28.263
4.579
39.634
36.326
829
9.506
47.044
21.245
731
168
33
19
419
193
23
72
60
144
112
950
49
285
20
1.699
114
4.076
2.272
210
154
5.823
1.237
296
542
359
672
810
6.580
440
3.521
52
10.738
579
600,21
139,55
70,30
55,13
429,18
239,33
101,03
56,01
64,90
76,63
109,43
708,52
80,16
272,72
28,93
790,21
92,92
13.564,44
12.259,30
24.049,40
16.411,14
21.461,06
19.197,44
35.939,97
9.484,32
13.955,06
8.089,15
12.259,44
16.371,00
10.842,20
20.737,74
11.271,14
12.331,93
9.232,48
3,59
2,89
4,21
4,64
2,68
4,75
15,88
3,83
7,22
1,07
2,91
4,45
3,19
5,32
4,95
2,18
-10,34
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 1
Grupo 4
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 4
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 3
Grupo 5
Grupo 3
Grupo 3
Grupo 3
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 4
18.519,7
946.041
0,59
92,3
440.214,4
32.454,9
860.665
19.116
147.063
13.130,20 13.690,77
2,34
N.A.
779.414 11.337.758 1.003.015,76 24.457,00
65
3,58
N.A.
_________________________________________________________________________________________________________________________
Estado de São Paulo
248.209 41.692.668
1,09
95,9 5.497.139,1
61.591,8
Secretaria
Planejamento
e Desenvolvimento
Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional
Fonte:de
Fundação
Seade,
2011.
5.762.945
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional
Unidade de Articulação com Municípios
Planejamento Regional
Marcelo Sacenco Asquino
Ivani Vicentini
Maria Angélica Campello Pasin Portella Pereira
Carmen Célia Granziera Miyake
Leila Tendrih
Manuela Santos Nunes do Carmo
Pablo March Frota de Miranda Lima
Sandra Matsuzaki Costa
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional
Alameda Jaú, 389
Jardim Paulista
CEP: 014020-000
São Paulo-SP
Tel.: (11) 2575-5054
_________________________________________________________________________________________________________________________
www.planejamento.sp.gov.br
[email protected]
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional
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