VEJA AQUI - Aenfer – Associação de Engenheiros Ferroviários

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VEJA AQUI - Aenfer – Associação de Engenheiros Ferroviários
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IMPRESSO
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JORNAL
ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DE ENGENHEIROS FERROVIÁRIOS
ANO XVIII - Nº 163 - novembro/dezembro de 2014
Sede: Av. Presidente Vargas, 1733 - 6º andar - CEP 20210-030 - Rio de Janeiro/RJ
-
www.aenfer.com.br
A volta do bonde de Santa Teresa
Bondinho se prepara para ganhar as ruas
Depois do acidente com o bonde
de Santa Teresa, o Governo do
Estado do Rio de Janeiro decidiu
por fazer uma reestruturação completa no sistema de transporte exclusivo desse bairro. Já se passaram três anos e só agora podemos
visualizar as mudanças em curso.
Nesta edição trazemos a você as
últimas notícias sobre a volta do
bonde, assim como as extensas e
importantes mudanças que estão
impactando o bairro. Você também
tem aqui informações técnicas sobre o sistema em implantação. Veja
nas páginas 6 e 7.
Palestra Técnica
Engenheiro encerra o ciclo de
palestra da AENFER e fala sobre
a infraestrutura de transportes
no Brasil
Pág. 9
Linha Férrea da Serra
do Mar
Os 100 anos de duplicação da
linha foi tema de palestra que
aconteceu na AENFER
Pág.10
Almoço de
Confraternização da
AENFER
Veja como foi o encontro com os
associados num restaurante do Rio
de Janeiro. O almoço de
confraternização teve direito a
sorteio de brindes.
Pág. 12
Presidente da AENFER em Brasília
Reunião na CGU foi para tratar da dívida da União Federal com a REFER
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editorial
... e quando vemos o ano está
chegando ao fim. Nos dias que vivemos
esta é a impressão: de que o tempo
está acelerado. Bom então é lembrar
dos tempos em que a mobilidade estava
centrada nos trens de ferro. As
locomotivas tracionavam carros e
vagões com dificuldade, bufando.
Enquanto isso nós, os passageiros,
podíamos contemplar o tempo
passando devagar pelas janelas, à
nossa frente. Hoje falamos de melhorar
a mobilidade, aumentar a oferta, reduzir
os tempos de viagem, alcançar longas
distâncias através do trem-bala.
Necessário, sim, para multiplicarmos
nossas atividades, nossas presenças.
Mas o seu custo é a exata noção de que
tudo passa muito rápido. E
experimentando a sensação de
sermos reféns do tempo...
Encerramos com esta edição os
trabalhos deste ano. Trazemos como
boa notícia a inauguração em breve dos
novos bondes atravessando o bairro de
Santa Tereza, agora renovados e, ao
mesmo tempo, capazes de manter a
antiga tradição do transporte sobre
trilhos nas ruas íngremes e estreitas
daquele bairro e o seu simbolismo para
a cidade do Rio de Janeiro. Neste
momento também são iniciadas as
obras no centro da cidade visando a
implantação de um moderno sistema
de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT),
dentro do plano de revitalização da parte
central e antiga do Rio. Estas obras têm
exigido mudanças no comportamento
dos cidadãos, fazendo-os optar por
deslocamentos através do transporte
público e deixando seus veículos
particulares em desuso, uma vez que
tanto a circulação dos veículos tem sido
afetada como os espaços destinados
ao estacionamento dos mesmos
também. Para nós, que defendemos e
sonhamos com a mobilidade sobre
trilhos, são sinais esperançosos de
mudança na matriz de transporte e
deslocamento das pessoas, mudança
nas políticas de investimento em
infraestrutura, valorização do bem
público sobre o privado.
Desejamos a você, caro leitor,
um Feliz Natal e um início de Ano
Novo renovado de esperanças em
dias melhores, de paz, de sonhos e
boas
companhias
em
suas
andanças e viagens.
Boa leitura e até o próximo ano.
nosso site
Sede: Av. Presidente Vargas, 1733
6º andar - CEP 20210-030
Telefax.: (21) 2221-0350 / 2222-1404 /
2509-0558 - www.aenfer.com.br
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DIRETORIA:
Presidente
Luiz Euler Carvalho de Mello
Vice-Presidente
Jorge Ribeiro
Diretor Administrativo
Antônio Gonçalves Marques Filho
Diretor Financeiro
Aldo Paschoal Gama Signorelli
Diretora Técnica
Maria das Flores de Jesus Ferreira
Diretor de Comunicação
Fernando José Alvarenga de Albuquerque
Diretor Cultural e de Preservação
da Memória Ferroviária
Helio Suêvo Rodriguez
Diretor de Acompanhamento Judicial
Celso Paulo
Diretor Social
Carlo Luciano De Luca
Conselho Editorial
Fernando José Alvarenga de Albuquerque
(presidente), Antônio Gonçalves Marques
Filho, Luiz Fernando Aguiar, Maria da Penha Arlotta, Rubem Eduardo Ladeira
JORNAL
Nossa enquete demonstrou que o interesse da maioria dos associados nas excursões
promovidas pela AENFER se concentra nos passeios:
Qual a sua preferência para as próximas excursões promovidas pela AENFER?
Trem turístico
47%
Hotel fazenda
26%
Cidades históricas do Rio de Janeiro
23%
Praia
2%
Outra (mande sua sugestão através do nosso site)
2%
Fique atento: em nossa página inicial todos os dias você tem em NOTÍCIAS, informações
mais atualizadas sobre o que acontece com a área metroferroviária. Não importa se a
operação é concedida ou não; não importa se o transporte é de passageiros ou de
carga. Também falamos das políticas governamentais para o setor transportes e suas
fontes de financiamento. Além da notícia você também pode fazer o seu comentário.
Participe com a gente!
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também já está no Facebook?
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Jornal de Circulação Bimestral:
Editado pela AENFER
Jornalista Responsável:
Silmara Reis - Reg. Prof. 604 DRT/SE
Diagramação: João Luiz Dias
Fotografia: AENFER
Impressão: Editora Livrobel
Tiragem: 2.000 exemplares
ASSOCIADO
Toda vez que prestar serviço nas
áreas de engenharia, arquitetura ou
agronomia e, portanto, preencher a
ART – Anotação de
Responsabilidade Técnica, não
deixe de indicar a AENFER,
cujo número é 11.
Desta forma você contribuirá com
nossa Associação.
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A crise do transporte e o gargalo da infraestrutura
Palavra da Diretora
A partir do
momento em
que assumimos a Diretoria Técnica
em setembro
de 2013, nos
empenhamos no desenvolvimento e realização de Palestras Técnicas, abordando, principalmente, os temas: A Implantação do VLT
na Zona Portuária do RJ; Programa de
Investimentos em Logística; Plano Estratégico de Logística de Cargas no RJ;
e Perspectivas Culturais e de Preservação Ferroviária no Estado do Rio de Janeiro.
Outro Tema que gostaria de tratar é
“A crise do transporte e o gargalo da
infraestrutura”, do qual apresento um
breve resumo.
Objetivando padronizar o sistema ferroviário do País, em 1957 foi criada a
Rede Ferroviária Federal S.A.(RFFSA),
porém extinta em 31/05/2007.
A integração do território nacional e
o transporte de grandes volumes de
mercadorias, através dos trens, eram os
resultados esperados pelo Governo, com
a unificação da malha. Chegamos a ter
em 1957 mais de 39 mil km de ferrovias e
54,5 milhões de passageiros/ano transportados pelas ferrovias. Entretanto, desde 1955 abandonou-se o investimento e
a manutenção das ferrovias no País.
Na gestão do governo Juscelino
Kubitschek foi implantado o grupo executivo da indústria automobilística, que
negociou a entrada das montadoras no
Brasil. Com isso ocorreu a suspensão
da expansão ferroviária e a implantação
de estradas e rodovias paralelas às linhas férreas.
Outro fato relevante é que durante os
governos militares todas as escolas técnicas ferroviárias e cursos de engenharia com o viés ferroviário foram fechados.
Na atualidade, o País vive um problema no setor de transporte que atinge
desde as grandes cidades até as rodovias. Em 2013 assistimos o maior movimento de massas insurgir-se contra o
aumento das passagens e o péssimo
estado do transporte público. A mobilidade entre estados e a logística ligada
ao escoamento da produção também
passa por dificuldades, pois temos um
gargalo na infraestrutura que emperra o
crescimento econômico.
As soluções passam por uma diversificação dos modos de transporte. O
transporte ferroviário possui imenso potencial no País, porém, é muito pouco
explorado. Enquanto isso, a produção de
automotivos incha a malha rodoviária, trazendo engarrafamentos monstruosos no
meio urbano e aumento do índice de acidentes nas estradas.
Um dos maiores problemas associados ao “Custo Brasil” é a hegemonia
do
transporte
rodoviário.
As
transnacionais da indústria automobilística e da distribuição de derivados do
petróleo pressionam o Governo a destruir as estradas de ferro existentes na
época para optar pelo modo rodoviário,
que em termos de custos, perde para o
ferroviário. Nas privatizações das malhas
ferroviárias, em vez de expandirmos a
rede, conforme foi prometido, ocorreu o
encolhimento.
Com isto, simplesmente, entregaram
todo o patrimônio ferroviário, sem as mínimas condições de funcionamento.
Maria das Flores de Jesus Ferreira
Diretora Técnica
AENFER participa da 17ª Feira NT ExpoNegócios Nos Trilhos
Ocorreu entre os dias 11 e 13 de novembro em São Paulo a "17ª. Edição
da Feira Expo-Negócios nos Trilhos"
que se consolidou como o principal
evento do setor metro-ferroviário da
América Latina, recebendo mais de
230 marcas expositoras de 23 países.
A Associação de Engenheiros
Ferroviários (AENFER) foi representada pelo diretor Cultural e de Preservação Ferroviária engenheiro Helio Suêvo Rodriguez, que além de
comparecer à Feira participou do encontro "O setor Ferroviário no cenário pós-eleições: expectativas e desafios para aumentar a participação
do modal na matriz de transporte
brasileira" juntamente com a
ANTPTrilhos, A B I F E R , ANTP,
SIMEFRE e AEAMESP. Esteve presente também na Rail Brasil Tech &
Business Summit no dia 11 de novembro para o lançamento do Manual Básico de Engenharia Ferroviária, e do Anuário-2014 da Revista
Ferroviária.
A Feira teve como destaque principal a modernização e avanço
tecnológico do Material Rodante (Locomotivas, Vagões, TUE's e VLT's), assim
como os materiais e equipamentos de
construção e manutenção de Via Permanente e dos Sistemas de Eletrificação, Sinalização e Telecomunicação.
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reflexão
chegada
cheio de folguedos,
cantando nas subidas
assobiando nas descidas.
Em 2015 eu quero um trem
trem de amores,
trem das cores,
trem dos sabores,
trem de odores,
trem de sons,
trem de trancos e barrancos,
mas cuidadoso ao frear,
prudente ao engrenar,
furioso ao enfrentar,
aberto ao parar,
atencioso ao receber,
carinhoso ao entregar.
Em 2015 eu quero um trem:
uma ferrovia inteira,
cruzando com outros trens,
levando o nosso povo a um só destino:
Felicidade!
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Curso de Pós Graduação de
Engenharia Ferroviária na
Universidade Estácio de Sá
Engenharia Ferroviária
Carga Horária; 400h
Público Alvo: Graduados em Engenharia,
Arquitetura, Administração, Logística e
Tecnologia.
Disciplinas:
.Sistemas Gerenciais
.Instalações Fixas
.Material Rodante
.Operação Ferroviária
.Metodologia da Pesquisa Científica
Corpo Docente : Formado por Engenheiros
Ferroviários renomados e de diversas
especialidades.
Os cursos serão ministrados nas cidades
do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte
No Rio de Janeiro as inscrições serão na
Barra II AKXE
Data prevista para início do curso: 11/04/2015
Aulas aos sábados e domingos das 8h às
18h, uma vez por mês
Mais informações e valores do curso
pelo telefone: 0800 0213737 ou no link
abaixo:
http://www.posestacio.com.br/curso-depos-graduacao-presencial/rio-de-janeiro/
engenharia-ferroviaria/2314/6861/93
pela imprensa
Linha do perigo
Viagem de trem pelo ramal de Belford Roxo é pura adrenalina
Quem viaja no Ramal de Belford Roxo
não sofre apenas com os problemas
rotineiros como atrasos, trens
superlotados e problemas técnicos.
Existem outros fatores que tornam
a viagem mais apreensiva e que deixa
o passageiro com uma sensação de
insegurança o tempo todo. O primeiro
susto é quando o trem faz parada na
estação do Jacarezinho. Na plataforma,
“ambulantes” vendem livremente
drogas sem nenhuma cerimônia. A
comercialização é feita aos gritos, ao
ar livre e em plena luz do dia numa
disputa frenética entre os vendedores
que oferecem o “produto”.
Ao prosseguir a viagem os
passageiros se deparam com outros
percalços. É preciso ter cuidado para
não levar uma pedrada. Elas são
jogadas por aqueles que ficam
próximos à linha férrea, muitos deles,
usuários de drogas.
Não bastassem essas emoções,
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fique por dentro
EM 2015 EU QUERO UM TREM...
Um trem para iniciar nova viagem,
acompanhado de muita gente, muitos
amigos.
Um trem que percorra alegremente 365
estações,
uma por dia.
Um trem que faça 12 paradas
a fim de apreciar, descansar, encontrar.
Um trem que percorra 4 regiões:
passando por zonas quentes, claras,
chuvosas,
chegando a zonas temperadas com dias
e noites mais amenas;
atravessando zonas frias, porém
agradáveis e aconchegantes,
saboreando cafés e comidas quentes.
E encontrando novamente dias amenos,
envoltos em brisas, sol aquecedor e
alegrias nos rostos.
Em 2015 eu quero um trem
cheio de energia,
cheio de esperança na partida e na
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é muito comum o trem trafegar em
alta velocidade. Nesse ramal
circulam na maioria das vezes trens
antigos e a impressão que se tem é
que a qualquer momento vai haver
um descarrilamento, principalmente
nas curvas.
Passageiros
pedem
pela
melhoria daquele ramal e mais
segurança para que a viagem possa
ser tranquila e segura.
oglobo.com
SuperVia
A SuperVia teve projeto enquadrado como
prioritário pelo Ministério dos Transportes
para a emissão de debêntures de
infraestrutura. Segundo portaria publicada
no Diário Oficial da União, o projeto contempla reformas e melhorias no sistema
de transporte ferroviário de passageiros
do Estado do Rio de Janeiro. As debêntures de infraestrutura, possuem incentivos
fiscais e são usadas como fonte de financiamento de projetos.
Fonte: Reuters, 21/11/2014
Ferrovia Peru-Brasil
Os presidentes da China, Xi Jinping, e do
Peru, Ollanta Humala, assinaram um memorando de entendimento para a criação
de um grupo de trabalho trilateral, que permitirá o avanço do projeto de conexão ferroviária bioceânica entre Peru e Brasil com
participação chinesa.
Fontes da delegação peruana indicaram
que, junto ao pacto sobre o corredor ferroviário, os líderes selaram também um acordo sobre cooperação econômica que prevê a doação de US$ 11,5 milhões da China ao Peru, entre outros projetos no setor
de mineração e de petróleo.
Fonte: France Presse, 12/11/2014
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diretoria em foco
Balanço das
Atividades da Diretoria
2013/2014
Concluído o primeiro ano de mandato, a
Diretoria quer agradecer todo o apoio e
compreensão dos associados, sem os
quais mais difícil seria atingir os objetivos
propostos. MUITO OBRIGADO A TODOS!
Relacionamos abaixo as principais realizações da Diretoria nesse primeiro ano
de seu exercício:
- Atualização dos valores dos aluguéis
dos imóveis da AENFER, com base em
pesquisa atual de mercado, estudo dos
contratos, independente dos reajustes
anuais previstos em lei;
- Retomada do processo de regularização de nossas instalações do sexto e do
sétimo andar, do Condomínio do Edifício
Campo de Santana, junto ao Corpo de
Bombeiros;
- Iniciado o processo de encerramento
das contas AMUTREM e FERROVIA 150
ANOS;
- Negociação dos Planos de Saúde com
a AMIL, onde conseguimos reduzir um pedido inicial de 25,9% para 13%, e com a
UNIMED, em que a redução obtida foi de
16,28% para 12%;
- Palestras Técnicas com os seguintes
temas: A Implantação do VLT na Zona Portuária do RJ, Programa de Investimentos
em Logística e Plano Estratégico de
Logística de Cargas no RJ e Perspectivas Culturais e de Preservação Ferroviária no Estado do Rio de Janeiro;
- Lançamento do Manual básico de Engenharia Ferroviária, que contou com a
participação de nosso diretor Cultural e
de Preservação da Memória Ferroviária
na elaboração da Introdução, do capítulo
sobre Superestrutura da Via Permanen-
te e do capítulo sobre os Sistemas;
- Acompanhamento dos assuntos relativos
à REFER de interesse dos ferroviários, questionando ou apoiando as ações
implementadas por sua diretoria, especialmente aquelas voltadas para o recebimento das dívidas da União para com ela;
Acompanhamento dos trabalhos relativos ao
Acordo Coletivo de Trabalho 2014/2015 junto à FNTF, sendo o mesmo assinado em
25/08/2014;
- Acompanhamento dos trabalhos da Comissão Paritária, instituída pela VALEC, através da Portaria 283/VALEC, de 06/05/2014,
com a finalidade de avaliar e sugerir adequações nas tabelas salariais dos empregados do quadro especial da VALEC, oriundos da extinta RFFSA;
- Foram realizadas duas reuniões com o
SENGE a fim de serem analisadas providências pertinentes ao salário mínimo profissional do engenheiro, tendo em conta
que os valores praticados pelas empresas
ferroviárias não estão de acordo com o estabelecido em lei;
- Acompanhamento das questões relativas
ao PLANSFER através da participação em
reuniões para a busca de soluções;
Acompanhamento judicial das ações em
andamento, mantendo permanente contado com os escritórios de advocacia que
atendem à AENFER, e se colocando sempre à disposição para consulta de todos
os associados da nossa Associação, durante todo o primeiro ano de mandato;
- Acompanhamento das questões relativas à estação de Barão de Mauá e seu
entorno, em especial aquelas que tratam
do tombamento da área pelo IPHAN, de
sua utilização para sediar o Museu Nacional Ferroviário, ou de sua utilização como
estação inicial do TAV (Trem de Alta Velocidade);
- Realização do tradicional evento "Um dia
na AENFER" com a palestra "Como enve-
lhecer com qualidade de vida".
- A Diretoria informa que, na busca de
equilíbrio financeiro da instituição, enquanto se consolidavam ajustes nas receitas,
fomos obrigados a reduzir temporariamente alguns eventos, fato que já está
sendo superado e logo retomaremos o
calendário de rotina.
Esperamos continuar contando com o
apoio e compreensão de todos.
Acompanhamento
A Diretoria da AENFER está diligente na
proteção e valorização do seu patrimônio
imobiliário e das suas receitas.
Recentemente foi reajustado para valor
de mercado o aluguel do 5° andar da Av.
Presidente Vargas, 1733.
Por intermédio de advogado contratado,
sob a supervisão da Diretoria de Acompanhamento Judicial, estamos promovendo ações para receber alugueis não
pagos de salas do Edifício CORRFA.
Providências judiciais também estão
sendo adotadas para receber parcela
de pagamento de mensalidade de plano de saúde.
Adequação
A AENFER juntamente com suas co-irmãs ligadas à FAEF, vem buscando nesses últimos anos uma possibilidade de
reconhecimento do ferroviário no Mercado de Trabalho, principalmente no que
se refere à questão da Adequação Salarial. Na sua posição técnica cumpre seus
objetivos e os trabalhos foram desenvolvidos com o apoio de entidades representativas da classe e órgãos governamentais. A AENFER convida, a você associado, a participar de seus eventos no
intuito de estar sempre atualizado. Pedimos, também, que traga sua sugestão
para a Diretoria que iremos buscar mecanismos e meios para concretização.
coluna do conselho
Assuntos debatidos e abordados na 268ª Reunião Ordinária do Conselho
Deliberativo da AENFER, realizada em 21 de outubro de 2014
- Cartas enviadas à REFER, arguindo sobre a realização de leilão para venda de
dois bens imóveis da REFER e sobre a
falência do Banco BVA.
- Tombamento federal da estação Barão
de Mauá (área de 130 mil metros quadrados).
- Custo do TAV voltou a aumentar, passando de 34 bilhões para 40 bilhões de reais
e que a cada seis meses os orçamentos
têm que ser atualizados, segundo o TCU.
- Expansão ferroviária: duplicação da Es-
trada de Ferro Carajás a um custo de 8
bilhões de reais. Do total de 892 km existentes, 570 km tiveram um custo de 14 milhões de reais por km e que atualmente
os construtores estão cobrando 10 milhões de reais por km, em média.
- Movimento para a retomada dos trens de
Japeri a Miguel Pereira.
- Reunião do SENGE na CBTU, a respeito
do andamento do processo sobre salário
mínimo profissional do engenheiro.
- Déficit das provisões matemáticas da
REFER. Se a dívida não for honrada pela
União (RFFSA e CBTU), a REFER inicia
um processo de venda dos ativos para
poder pagar os assistidos.
- Atuação da AENFER na questão da dívidas da União com a REFER: a AENFER já
cobrou documentos sobre esse e outros
assuntos à REFER, o que gerou a ida da
diretoria à Fundação.
- Teor da Nota Técnica emitida pela VALEC
sobre a finalização do Relatório da Comissão Paritária.
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Contagem regressiva para
Em breve uma nova frota de b
As aparências enganam e às vezes é
melhor que seja assim. Pelo menos no
caso do centenário bondinho de Santa
Teresa, depois do grave acidente ocorrido em agosto de 2011 e que saiu de
cena desde aquela época, ele volta agora
em grande estilo.
Nos trilhos
Para preparar esta edição a AENFER esteve nas instalações de manutenção do
bonde de Santa Teresa e, acompanhada pelo engenheiro da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e
Logística (Central) Carlos Roberto
Monteiro Rommes, percorreu todo o trecho entre as Paradas Curvelo e Portinha, Arcos da Lapa e a Rua Francisco
Muratori.
De acordo com o Diretor de Engenharia
e Operação da Companhia Estadual de
Engenharia de Transportes e Logística
(Central), Marcelo Nery Costa, ao todo
serão 14 bondes. O novo modelo levou
cerca de um ano para ser desenvolvido
e aprovado. Os trilhos também estão
sendo trocados totalizando cerca de
17,5 km de reforma, além da subestação
e rede aérea.
Novos tempos
As obras de reestruturação dos bondes
de Santa Teresa na verdade não se
restringiram ao próprio Sistema. A parte mais visível é e será a circulação de
novos bondes pelo bairro, mas para
isto ser possível exigiu uma completa
reformulação de todos os serviços públicos do bairro. Isso resultou em trabalho conjunto da CEDAE, CEG, Light,
Operadoras de Telefonia, Secretaria
Municipal de Obras, dentre outras. As
redes de água foram modernizadas. O
mesmo com a rede de gás. A rede elétrica e de telefonia passaram por mudanças, reformas e substituições.
Postes foram trocados. Pavimentação
das ruas também. Desta forma podemos dizer que Santa Teresa está nova
e com equipamentos urbanos totalmente renovados.
Quanto ao Sistema de bondes, estão
sendo adquiridos 14 novos bondes, implantada nova infraestrutura de Via Permanente com substituição dos antigos
conjuntos de trilhos e contra-trilhos por
trilhos bilabiados (específicos para bondes), reforma da Rede Aérea e da
Subestação, implantação na Estação
Terminal da Carioca do Centro de Controle Operacional (CCO), além de
melhorias na Oficina, Paradas e Estação Carioca, dentre outras medidas.
A população, conforme pudemos constatar diretamente, está intranquila e cobrando resultados, principalmente no
que se refere ao retorno do transporte
público. Ainda não consegue vislumbrar
que, além do novo transporte, terá muitos outros ganhos em serviços.
O Novo Bonde
Com as mesmas características do antigo bonde: mesmo padrão de cor, os
detalhes dos pequenos corações vermelhos, assentos de madeira e o inconfundível "tímpano", o sino que tem
função de buzina, o bonde novo, um dos
principais cartões postais do Rio de
Janeiro, deu seu ar da graça em Santa
Teresa no dia 30 de setembro, iniciando os testes nos trilhos do bairro, passando pelos Arcos da Lapa.
A diferença do novo bonde está na segurança e modernidade. Sua estrutura
é toda feita de aço e oferece mais segurança aos passageiros. Com os estribos retráteis, não será mais permitido viajar em pé. Sua lotação é de 32
pessoas
sentadas.
Espelhos
retrovisores darão melhor visibilidade
ao condutor para controlar o embarque
e desembarque.
Além do freio elétrico, o novo modelo
possui mais três sistemas de
frenagem: pneumático, magnético e de
estacionamento.
O Sistema
Terá ao final da reestruturação uma extensão de 10,5 km, com a reativação do
seu traçado original, possibilitando a
integração com o trem do Corcovado,
através da Estação Silvestre, além da
Rua Francisco Muratori.
O seu traçado tem rampa máxima de
14% e raio mínimo de 12 metros. A energia é distribuída por cabos aéreos com
600Vcc, que chegam aos veículos através da catenária e lança de captação de
energia. Cada bonde é equipado com
micro câmeras de vídeo para gravação
de imagens internas e sistema de transmissão de dados e rastreamento, via
GPS, de forma a fornecer informações
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a o bonde de Santa Teresa
bondes estará em circulação
os Arcos da Lapa. Daqui se tem uma
bonita visão de parte da cidade, hoje
revitalizada, na qual se destacam modernos prédios onde estão instaladas
grandes empresas. Este cenário acaba
sendo o símbolo do próprio bonde. Podemos ter uma ideia mais precisa desta construção e sítio histórico, tão ligado também à história do bairro de Santa Teresa, vendo uma pintura dos Arcos
da Lapa, retratada em 1790, quando
então era chamado do Aqueduto da Carioca. O bonde segue ladeiras acima e
percorre ruas estreitas do bairro de Santa Teresa, hoje famoso também por abrigar casas e feiras de artes plásticas.
Além disso, os trilhos chegam aos pés
do monumento do Cristo Redentor.
precisas, em tempo real, ao Centro de
Controle Operacional, que será implantado junto à Estação Terminal Carioca.
Benefícios Esperados com o Projeto de
Reestruturação
- Preservação do Patrimônio Histórico;
- Segurança operacional;
- Conforto para os usuários;
- Modernização da operação;
- Revitalização do bairro e a recuperação da autoestima dos moradores.
Atores Envolvidos
Estão atuando diretamente nos projetos e nas obras a Casa Civil, ligada diretamente ao Governo do Estado, a
CENTRAL e a Carris de Lisboa, empresa responsável pelos bondes de Lisboa,
a qual tem atuado como consultora nesta
reestruturação.
Arcos da Lapa
Assim que parte da estação Carioca, no
centro da cidade, o bonde passa sobre
Santa Teresa
O bairro de Santa Teresa nasceu nos
arredores de um convento no Morro do
Desterro no Rio de Janeiro no século
XVIII. O nome se justifica porque ali morava o Sr. Antônio Gomes do Desterro,
que construiu no local uma Ermida em
louvor a Nossa Senhora do Desterro,
em 1629. Em 1710 residiu no local o
Padre Francisco de Meneses, depois
abrigou os Frades Marianos e os
Capuchinos Italianos até 1742. No local da Ermida surge então o Convento
das irmãs Jacinta e Francisca
Rodrigues Aires. As irmãs da família
eminente resolvem dedicar-se à vida
religiosa e constroem o Convento de
Santa Teresa, dando origem ao nome
do bairro. O convento de Santa Teresa
da Ordem das Carmelitas Descalças é
o primeiro convento feminino que surge na época.
O Bonde surge como transporte no bairro em 1872 e se torna um símbolo de
Santa Teresa, sendo a única linha de
Bonde em funcionamento no Rio de Janeiro. Santa Teresa era habitada pela
alta classe, dando origem a casarões
e mansões inspirados na arquitetura
francesa que até hoje dão um charme
ao bairro.
O bairro sempre foi sinônimo de requinte. Em 1920, época áurea do Parque
das Ruínas, como é conhecido hoje o
casarão onde residiu a Sra. Laurinda
Santos Lobo, uma das mais importantes personalidades da sociedade carioca, promoviam-se festas e eventos
onde reuniam-se artistas e intelectuais
em encontros dos mais concorridos da
época. O palacete foi abandonado, sa-
queado e invadido, contrastando com
a sua época de grande glamour. Em
1993 ele foi restaurado e transformado
no Parque das Ruínas, um espaço cultural do bairro.
Santa Teresa sempre foi frequentada
por intelectuais e hoje, além deles, é
também um refúgio de artistas.
Por que parou?
Vale lembrar que no dia 27 de agosto
de 2011, um acidente com o bondinho
de Santa Teresa deixou seis mortos (turistas franceses, americanos e portugueses) e 60 feridos. Uma falha no sistema de freios fez o bonde, que seguia
para a Lapa, bater num poste, na Rua
Joaquim Murtinho, e tombar.
Referências:
www.santa t e r e s a 1 0 . c o m
www.wikipedia.com.br
História das Ruas do Rio - Gerson Brasil
Laurinda Santos Lobo: Mecenas, Artistas e Outros Marginais em Santa Teresa - Hilda Machado. Editora Casa da
Palavra.
Participe da nossa enquete
no site www.aenfer.com.br
Você já andou no bonde de Santa Teresa?
( ) SIM, algumas vezes
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Ferrovia de primeiro mundo
AMTRAK - Um Exemplo de Ferrovia Estatal de Transporte de Passageiros
National Railroad Passenger Corporation
ou Amtrak é o nome da Empresa Estatal
Federal de Transporte Ferroviária de passageiros dos Estados Unidos, com sede
na capital americana. Sua sigla surge a
partir da junção das palavras "American" e
o "track", sugerindo assim a ideia de "carril americano".
A Amtrak opera uma rede ferroviária que
serve a mais de 500 destinos, em 46 estados da federação, através de 33.800 quilômetros de extensão com mais de 20.000
funcionários.
Tem como área de operação além dos Estados Unidos o Canadá em Montreal, Toronto e Vancouver.
A empresa surgiu como uma resposta do
governo dos EUA ao declínio do transporte ferroviário de passageiros entre 1920 e
1970 e consequente desinteresse das
empresas particulares pelo setor. Desde
que iniciou as suas operações, em 01 de
maio de 1971, perdeu US$ 29 bilhões, e
continua a ser deficitária. Anualmente, recebe recursos da ordem de US$ 1 bilhão
para se manter funcionando.
Em 2011, obteve receita de US$ 2,71 bilhões e teve despesa de aproximadamente US$ 3,95 bilhões, cobrindo 79% dos
seus custos operacionais. Foram transportados cerca de 30,2 milhões de passageiros nesse ano, resultando em uma
média diária de 82.000 passageiros.
A sua origem remonta um período de
declínio ocorrido entre 1920 e 1970 no
Estados Unidos, no qual as empresas ferroviárias privadas atuantes no setor diminuíram gradualmente as rotas e
frequências que atendiam ao transporte
de passageiros. Em 1970, como resposta a esse declínio, o congresso americano e o presidente à época, Richard Nixon
criaram a Amtrak, a qual iniciou suas operações em 1º de maio de 1971. Foram incorporadas 20 (vinte) companhias ferroviárias para a sua formação.
Cada uma delas contribuiu com o seu
material rodante (locomotivas, vagões e
carros de passageiros), bem como com
capital financeiro para a nova entidade governamental. Como contrapartida, essas
companhias privadas receberam do governo a permissão para encerrar suas atividades de transporte de passageiros que,
até então, eram contratualmente obrigadas a manter.
Praticamente todos os envolvidos na criação da empresa previam que esta teria
pouco tempo de vida. O governo Nixon
enxergava essa experiência como um
meio de transparecer à opinião pública
uma boa vontade do governo em
Leandro Castro
implementar um ressurgimento das ferrovias de passageiros. Com o esfriamento
do interesse público no assunto após a
sua implementação, a empresa também
poderia aos poucos desaparecer. Os envolvidos na criação da empresa também
esperavam que a intervenção governamental no transporte ferroviário viesse a
ser breve, como consequência de uma
possível lucratividade da empresa. No
entanto, até hoje isto não acontece. Apesar disso, as pressões populares e a alta
demanda por esse tipo de transporte vem
mantendo a Amtrak como empresa pública e não-lucrativa.
Os serviços mais utilizados, bem como os
de maior frequência, ocorrem em duas
regiões específicas:
- Northeans Corridor, primariamente servido pelas linhas Northeast Regional e a
Acela Express, as quais a megalópole
de BosWash. Nesta região encontramse as cidades com estações mais movimentadas em termos de embarques e
desembarques: Nova Iorque, Washington e Philadelphia. Em 2011, foram transportados cerca de 10.900.000 de passageiros no segmento Boston - Nova
York - Washington do Corredor Nordeste. A Amtrak possui ainda, nesse corredor, uma participação majoritária em percursos que foram outrora dominados
pelos transportes aéreos.
- Califórnia, primariamente servido pelas
linhas Capitol Corridor, Pacific Surfliner e
San Joaquin, as quais somaram 5,5 milhões de passageiros anuais em 2011,
totalizando mais de um sexto do total
transportado pela Amtrak. Três das dez
estações mais movimentadas da rede
situam-se em: Los Angeles, Sacramento e San Diego.
Também merece destaque a cidade de
Chicago, de cuja Union Station partem
16 das 44 rotas em operação, ou seja,
mais de um terço do total. Essa estação
é a quarta mais movimentada da rede.
Leandro Castro
Colaboração
Engº Roberto Flávio Brasil Pereira associado da AENFER e ex- diretor
Técnico Cultural da AECB.
Engº Helio Suêvo Rodriguez diretor Cultural e de Preservação Ferroviária da AENFER
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Palestra Técnica
Infraestrutura de Transportes no Brasil:
cenários para uma nova configuração
organo institucional
Sergio Iaccarino em sua apresentação
As dificuldades em que o país passa em
relação ao que é oferecido nos transportes. Baseado nesse enfoque, o engenheiro Sergio Iaccarino falou sobre
Infraestrutura de Transportes no Brasil:
cenários para uma nova configuração
organo-institucional.
A apresentação do tema, com riqueza de
detalhes aconteceu na manhã do dia 30 de
outubro no auditório da AENFER e contou com
a presença de um público seleto.
Sergio Iaccarino, que é especialista em
Infraestrutura Sênior do Ministério do Planejamento, atualmente em exercício no Ministério dos Transportes, questionou se é mito
ou realidade o rodoviarismo brasileiro. Em
sua análise não é mito e os números comprovam, porém, não é bem utilizado, haja
vista os 62% de transportes de cargas feitos por rodovia. Ele diz que essa opção é
mais por falta de alternativas e que não represe um ganho logístico. Segundo o
palestrante, dados do Sistema Nacional de
Viação (SNV) revelam que apenas 202.589
km são pavimentados, o que representam
11,8% da malha.
Iaccarino mostrou dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), em que
60,8% das estradas pavimentadas se en-
contram em uma das seguintes condições:
péssima, regular ou ruim. E segue, apontando que o custo médio de manutenção de 1
km de estrada é de R$ 180 mil, o de restauração R$ 420 mil e o de reconstrução é de R$
750 mil.
O engenheiro fez algumas comparações
internacionais de repartições intermodais
usando conceitos conhecidos: eficiência, eficácia e efetividade, com os conceitos modernos que são produtividade, competitividade
e qualificação, para apresentar uma nova
matriz intermodal, sustentável e otimizada
com os modos de transporte.
Durante sua apresentação, ele questionou se será uma utopia pensarmos em uma
matriz intermodal de transporte equilibrada
no Brasil, hoje notoriamente desbalanceada.
aquaviário, o palestrante salientou que esses meios de transportes apresentam maior eficiência econômica e ambiental.
Segundo o engenheiro, o transporte
multimodal surge como uma exigência de
modernidade. Para ele, é necessário elaborar cenários que posicionem os modos de
transportes rodo, ferro e aquaviário no âmbito de suas devidas faixas de eficiência, com
vistas a assumir o papel de protagonistas e
não coadjuvantes da sustentabilidade.
No final de sua apresentação, Sergio
Iaccarino ouviu e respondeu os
questionamentos do público a respeito do
tema.
O trabalho apresentado pelo palestrante
está disponível em nosso site:
www.aenfer.com.br
Sistema Ferroviário
Sobre o sistema ferroviário no país, o engenheiro disse que atualmente cerca de 30
mil km - 94%, são concedidos. Destes, 75%
estão com três empresas: ALL do Brasil, FCA
(Ferrovia Centro-Atlântica) e MRS Logística.
São mais de 100 mil vagões e 3.200 locomotivas em circulação. A velocidade média
operacional é de apenas 25 km/h. Comparativamente, nos EUA é de 80 km/h.
Defensor dos sistemas ferroviário e
A palestra atraiu um público seleto
Dir. Téc. Maria das Flores e pres. Luiz Euler fazem a entrega de certificado de participação ao palestrante
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meio ambiente
Tem água de graça em Paris – e, talvez, no Rio
Ambientalistas criaram uma das primeiras iniciativas que tentam limitar o uso do plástico
Turistas brasileiros que visitam a França costumam ficar surpresos quando o garçom de um
café ou restaurante coloca uma jarra de água
sobre a mesa. A pergunta mais frequente é: “dá
para beber isso?” O costume de servir água de
graça, juntamente com a refeição, é muito comum por lá. Muitas vezes o cafezinho vem com
um copo de água e, quando isso não ocorre, o
cliente pode pedir esse acompanhamento. A
água não é cobrada e isso, evidentemente, evita o uso excessivo do plástico. Mais estranho
ainda para um brasileiro é descobrir que, na rua
ou em parques, pode-se beber a água das fontes localizadas nos jardins e nas praças.
Um mapa editado pela Eau de Paris (Água
de Paris), empresa pública responsável pelo fornecimento de água na capital francesa, mostra
a localização de mais de 1.200 bebedouros públicos na cidade.
Perguntamos a Elisabeth Thieblemont, assessora de comunicação da Eau de Paris, qual
era o custo do serviço para a empresa. “Não
sabemos. A gente nunca se questionou sobre
isso, nem fizemos esse cálculo. Oferecer água
na rua é parte de um serviço público. Não vemos a água como uma mercadoria”, respondeu.
De acordo com um estudo realizado a pedido da
Eau de Paris em outubro de 2011, 90% dos
parisienses entrevistados declararam que “têm
Foto: Eau de Paris / Emile Luider
Detalhe da fonte Wallace
plena confiança na água da torneira e que a
bebem durante as refeições”.
A Eau de Paris tem boa reputação por vários
motivos. Primeiro, porque a gestão da água retornou
ao setor público depois de 20 anos no setor privado, que aumentou os preços e não conseguiu bons
resultados. Em segundo lugar, porque, ao contrário de outras empresas, a Eau de Paris parou de
usar o sulfato de alumínio no tratamento há mais
de 20 anos – justamente por causa do potencial
risco à saúde dos habitantes, especialmente o
relacionado à doença de Alzheimer.
No Brasil
Sem nenhuma ajuda, duas ambientalistas criaram
a iniciativa “Água na Jarra”, uma das primeiras que
tentam limitar o uso do plástico. O projeto defende
que os restaurantes assumam o compromisso de
oferecer água da torneira para os consumidores,
em vez de garrafas de água mineral. “É incrível ver
que todos os restaurantes vendem garrafinhas
de água somente para ganhar mais dinheiro, sem
se preocupar com o meio ambiente”, explica
Leyticia Janot, uma das criadoras do Água na Jarra. Todos os estabelecimentos que até hoje aderiram à iniciativa estão em São Paulo.
No Rio de Janeiro, a Lei Estadual 2424, de
1995, diz que “é obrigatório o fornecimento de
água potável, filtrada e não mineral, gratuitamente, para uso dos consumidores no Estado do Rio
de Janeiro” nos restaurantes. Isso é confirmado
pelo Procon-RJ.
Qualquer restaurante é obrigado a ter água
filtrada, mesmo que os garçons digam que não
podem oferecê-la. Esses estabelecimentos também precisam limpar regularmente a caixa d’água.
À medida que os consumidores se habituarem a
pedir água filtrada, menor será a quantidade de
plástico que acabará em rios, praias e aterros. E
os donos de restaurantes poderão entender, aos
poucos, os danos que as garrafas provocam ao
meio ambiente.
O Brasil, como muitos outros países, ratificou que a água é um direito humano. Isso, porém,
ainda não ocorre na prática.
Por: Anne Vigna, Site: http://apublica.org/2014/03/agua-de-graca-existe-em-paris-e-talvez-rio/
Palestra da AFL na AENFER
Centenário de duplicação da linha férrea da Serra do Mar (1914-2014)
Com o apoio da Associação de Engenheiros Ferroviários (AENFER), a Academia
Ferroviária de Letras (AFL) promoveu no dia
27 de outubro duas apresentações importantes para a categoria ferroviária. A primeira foi mais uma oportunidade para aqueles que perderam o lançamento do Manual
Básico de Engenharia Ferroviária, recentemente realizado nesta Associação, cujos
autores são os engenheiros Carlos
Serman, Cássio Carmo, Cláudio Delorenci,
Helio Suêvo, João Bosco Setti, Jorge Cunha, José A. Duba, Rui Nabais e Wilson T.
Shimura. O diretor Cultural e de Preservação Ferroviária da AENFER aproveitou o
momento para falar um pouco sobre o
manual. São 8 capítulos escritos versados
em Estudos Básicos e Operacionais, Obras
de Arte Especiais, Superestrutura da Via
Permanente, Orçamento, Material Rodante, Manutenção e Coordenação.
Os interessados em adquirir o livro devem entrar em contato com Shoshana
Signer, Diretora da "Oficina do Texto", (21)
99122-5676;
ou
pelo
e-mail:
[email protected]. O livro contém 350
páginas e o preço deve ser de R$100,00. A
obra pode também ser encontrada na livraria Consequência, Rua Alcântara Machado, 36 - sobreloja 210 - Centro-RJ.
Centenário de duplicação da linha férrea
da Serra do Mar
O segundo momento da apresentação ficou por conta do presidente da Associação Fluminense de Preservação Ferroviária, Antonio Pastori, que na ocasião, trouxe o tema: Centenário de duplicação da
linha férrea da Serra do Mar(1914-2014).
Pastori ressaltou a grande importância do patrono da engenharia, engenheiro
Paulo de Frontin, e de seu projeto de duplicação de pontes e túneis na Serra do
Mar. Ele falou da duplicação dos 46 km da
linha férrea daquela região, entre Japeri e
Barra do Piraí e da grandiosa obra realizada pelo patrono da engenharia, com um
tempo recorde para a época, 17 meses,
sem prejudicar as operações normais dos
trens que circulavam naquele trecho, nas
direções Rio-SP e Rio-Minas Gerais, em
1914, com a linha ativa até os dias de hoje.
O trecho foi inaugurado pelo então presidente da República Hermes da Fonseca
Sávio Neves entrega certificado de participação a
Antônio Pastori e Helio Suêvo pelas apresentações
em 10/11/1914, cinco dias antes de encerrar o mandato. Segundo Pastori, a obra
continua sendo um exemplo de engenharia nacional.
As duas apresentações aconteceram
na sede da AENFER com a presença do
presidente da AFL Sávio Neves. Ele confirmou que o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
concluiu o processo licitatório de concessão pelos próximos 20 anos da exploração do Trem do Corcovado. O serviço continuará nas mãos da Esfeco, empresa
que já atua desde 1979, mas ela terá a
companhia da Cataratas do Iguaçu, que
opera atualmente no Parque Nacional do
Iguaçu. As duas formaram o consórcio
vitorioso da concorrência.
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opinião
A volta dos Bondes
O primeiro bonde brasileiro surgiu em
1859, no Rio de Janeiro, puxado a burro,
fazendo a ligação entre o Largo do Rocio e
o Alto da Boa Vista. Em 1862, com a
substituição da tração animal pelas
máquinas a vapor, os bondes se
espalharam pela cidade. Trinta anos mais
tarde, em 1892, foi inaugurada a primeira
linha de bondes movidos à energia
termoelétrica e, em 1896, foram
eletrificadas as primeiras linhas, a
começar por Santa Teresa e, em seguida,
houve uma grande expansão dos bondes
na cidade.
Após o advento da eletrificação dos
bondes cariocas, cerca de 40 cidades
brasileiras passaram a contar com
sistemas de bondes, tais como Porto
Alegre, Pelotas, Rio Grande, Curitiba,
São Paulo, Santos, Itatinga, Guarujá,
Campinas, São Carlos, Sorocaba,
Campos do Jordão, Piracicaba, Niterói,
Petrópolis, Belo Horizonte, Juiz de Fora,
Recife, Fortaleza, São Luís, Manaus,
entre outras. Em São Paulo, por
exemplo,
os
bondes
elétricos
circularam de 1900 até 1968.
De 1950 a 1967, ocorreu a decadência
e a desativação dos bondes no Rio de
Janeiro, bem como no restante do país e,
a partir de 1968, os bondes passaram a
circular apenas no bairro de Santa
Teresa.
Após um longo e tenebroso inverno
de quarenta anos, os bondes estão
ressurgindo nas cidades brasileiras,
agora sob a denominação moderna de
Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Os VLT
também são conhecidos por Streetcar ou
Light Rail Vehicle, nos EUA e Canadá;
Elétrico, em Portugal; e Tram, abreviação
de tramway, em países da Europa. Na
realidade, todos são bondes modernos,
que podem ser encontrados em mais de
200 cidades da Europa, EUA e Canadá.
Cabe esclarecer que o VLT é uma
forma de transporte público sobre trilhos
com capacidade de transporte e
velocidade inferiores aos metrôs e trens
urbanos, que, usualmente, utiliza tração
elétrica e pode conviver na rua com os
outros modos de transporte ou utilizar vias
segregadas. Os VLT atuam numa faixa de
capacidade entre 10 e 25 mil passageiros/
hora/sentido, ou seja, média capacidade
de transporte. São veículos seguros,
rápidos e confortáveis, integram-se,
facilmente, com os sistemas de ônibus e
metrô, não poluem o meio ambiente,
quando elétricos, e possuem um ciclo de
vida de mais de 30 anos.
A volta dos bondes no Brasil começou
em 2009, com a inauguração do Trem
(VLT) do Cariri, no Ceará, que interliga as
cidades de Crato e Juazeiro do Norte, numa
extensão de 13,6 km, com 9 estações e
composições de 2 carros movidos a
diesel, fabricados pela empresa nacional
Bom Sinal Indústria e Comércio Ltda. Em
seguida, os VLT surgiram em Recife,
Fortaleza e Maceió, com investimentos do
Governo Federal, por meio da CBTU. Os
VLT dessas cidades são movidos a
biodiesel e trafegam em vias segregadas,
e igualmente fabricados pela Bom Sinal.
Nessa onda, a cidade de Cuiabá, em
Mato Grosso, está construindo seu VLT,
cuja inauguração deverá acontecer em
breve. Ainda no Centro Oeste, o Governo
de Goiás construirá o VLT de Goiânia, por
meio de uma PPP, em 2015. Podemos citar
também as construções em andamento
dos VLT de Santos, em São Paulo, e de
Sobral, no Ceará.
No Rio de Janeiro, como a grande
vedete dos Jogos Olímpicos de 2016, a
prefeitura municipal está construindo o
vanguardista VLT do Porto Maravilha, que
abrangerá o Centro e Região Portuária da
cidade, com trens elétricos alimentados
pelo solo e por supercapacitores, ou seja,
sem rede aérea. O sistema terá 28 km de
extensão, com seis linhas, 38 paradas e
4 estações, e integrações com o metrô,
trens suburbanos, barcas, teleférico,
BRT, ônibus convencionais e aeroporto
Santos Dumont.
Ainda no Rio de Janeiro, os famosos
bondinhos de Santa Teresa, que se
encontram com os serviços paralisados
desde o grave acidente de 2011, também
estão voltando. O governo estadual está
recuperando os trilhos e a rede aérea de
toda a rede de Santa Teresa e
apresentará os quatorze novos bondes
elétricos no início de 2015, para que o
serviço de transporte de passageiros do
bairro seja restabelecido.
Tudo isso nos transmite um grande
otimismo pela volta triunfal dos bondes nas
cidades citadas e nos enche de esperança
com os projetos que estão sendo
pensados para tantas outras cidades
brasileiras que possuem corredores de
transporte com carregamentos de média
capacidade de transporte de passageiros.
Marcus Quintella - engenheiro civil
com doutorado em engenharia de
produção e mestrado em transportes
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Almoço de Confraternização de Natal da AENFER
Para celebrar o final de mais um ano a AENFER
realizou o almoço de confraternização no dia 04
de dezembro num restaurante do Centro do Rio
de Janeiro.
Estiveram presentes associados e diretores da
entidade. A associada Marlina Paixão era a aniversariante do dia e foi parabenizada por todos. O
ponto alto do almoço foi o sorteio de brindes feito
pela Diretoria com tablets, máquina digital, telefone
sem fio, aparelho de som, DVD e duas lindas cestas da Kopenhagen. Quem garantiu o prêmio foram: Stella Martins, Aldo Paschoal, Ramiro Ramos,
Fátima Assis, Vera Monteiro, Celso Paulo, Domivaldo
Pimenta e Genésio Pereira.
Os participantes do almoço receberam um conjunto personalizado da AENFER (caneta e lapiseira).
Os amigos Roosevelt, Marlina Paixão, Glória Marins,
Maria de Oliveira, Ziléa e Luiz Lourenço
Dividiram a mesa o dir. Fernando Albuquerque, Alexandre Júlio, Jair José, Marco André (REFER), Luiz Cosenza
(CREA- RJ) e amigos
As associadas Magdalena, Vera, Fátima Jurema
e convidada
Lucy, Domivaldo e os diretores De Luca e Jorge Ribeiro
Genésio e seu filho Márcio à mesa com Iaccarino,
Jonair,Vera e Stella,
Dir. Aldo Paschoal sorteado com um aparelho de som
Gabriel de Souza Lino, Roosevelt Lima, Agostinho
Coelho e Rubem Ladeira,
Francisco Bottino e sua esposa Maria Helena com os
dir. Jorge Ribeiro e De Luca
Confraternizações em Juiz de Fora e na AENFER
No dia 09 de dezembro, a AENFER e AEEFL promoveram a confraternização de Natal com os associados que residem em Juiz de Fora
(MG) e adjacências. O evento reuniu um grande número de participantes na Churrascaria Potência do Sul e contou também com a presença
de associados do
Rio de Janeiro.
Dia 11 de dezembro
a AENFER abriu as
portas do Espaço
Cultural
Carlos
Lange de Lima e recebeu seus associados para a confraternização de Natal.
Na ocasião, vários
brindes foram sorteados. A Diretoria agradeceu a presença de todos e encerrou o ano
desejando um 2015 com muita paz, harmonia e alegria.
AENFER participa de encontro com
representantes em Brasília
O presidente da AENFER, engº Luiz Euler esteve em Brasília no dia
04/12, em companhia de representantes de diversas entidades ferroviárias e do diretor financeiro da Fundação REFER, Sr. Carlos de
Lima Moulin,
para encontro
com o Sr. Valdir
Agapito Teixeira,
Secretário Federal de Controle
Interno
da
Controladoria
Geral da União CGU, para tratar
da dívida da
União Federal
para com a
REFER.