PROGRAMA AVANÇADO DE TRATAMENTO DA

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PROGRAMA AVANÇADO DE TRATAMENTO DA
PROGRAMA AVANÇADO DE TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Érico Vinícius de Queiroz Brito
Discente em Computação pela Universidade de Brasília
Discente do Grupo GIOS
Estagiário da Procuradoria Geral da República
Maria Letícia Bannwart Ambiel
Enfermeira Especialista em Enfermagem Cardiovascular e Saúde Pública.
Coordenadora de Enfermagem da Hemodinâmica e Centro Cirúrgico
Orientador: Guillermo J. Asper y Valdes
Resumo
O tratamento para Insuficiência Cardíaca evoluiu muito nos últimos anos, porém permanecem
insatisfatórios, pois os pacientes são encaminhados tardiamente para centros especializados em
cardiologia e/ou insuficiência cardíaca.
Para os pacientes com Insuficiência Cardíaca, uma opção de tratamento é o implante de dispositivo de
assistência mecânica circulatória.
Primeiramente estes dispositivos eram somente usados em cirurgias cardíacas com a máquina de
circulação extra corpórea, quando havia falência cardíaca.
Hoje, vem sendo utilizado como ponte para transplante, ponte para recuperação ou terapia de destino.
Introdução
A Assistência circulatória mecânica define-se por qualquer tipo de dispositivo de suporte circulatório para
propulsão sanguínea, no sistema cardiovascular, utilizada para a manutenção da vida em caso e falência
cardíaca aguda ou cônica. A substituição da função cardíaca pode ser total ou parcial, conforme a
gravidade da disfunção cardíaca.
A Insuficiência Cardíaca (IC) tem alta prevalência e grande impacto na morbidade e mortalidade em todo o
mundo, sendo considerada hoje um grave problema de saúde pública de proporções epidêmicas.
No Brasil, a cardiopatia isquêmica ultrapassou a doença de Chagas como etiologia mais frequente de IC.
A incidência e prevalência de falência miocárdica tende a aumentar em todo o mundo.
Consequentemente, aumenta a frequência de reinternações o uso prolongado de drogas de alto custo. O
estágio final de portadores de falência cardíaca está associado a prognóstico reservado e à incapacitação.
O suporte circulatório do ventrículo esquerdo tem atraído o interesse e se mostra uma opção de
tratamento para pacientes em estágio final de falência miocárdica.
O transplante cardíaco é historicamente a única terapia definitiva para a redução da mortalidade, dos
sintomas e aumento da qualidade de vida em casos avançados de IC. Entretanto, o aumento da gravidade
das doenças cardiovasculares e a coexistência de múltiplas comorbidades, restringem a elegibilidade ao
transplante deste grupo de pacientes. Nestes casos, o suporte mecânico circulatório prolongado se mostra
como nova realidade para o tratamento de pacientes com estágio avançado de falência miocárdica.
A assistência circulatória mecânica data dos primórdios da aplicação clínica da circulação extracorpórea
(CEC), na década de 50. Os primeiros modelos de dispositivos de assistência circulatória mecânica ou
ventrículos artificiais (Lef Ventricle Assist Devise - LVADs) foram desenvolvidos e utilizados a partir da
década de 60. Com o advento dos transplantes cardíacos como técnica estabelecida para o tratamento da
doença cardíaca terminal, pacientes em espera de doação de órgãos, que apresentavam falência
circulatória, podiam ser mantidos em assistência circulatória até que o transplante pudesse ser realizado.
Atualmente, existem várias indicações e aplicações das diferentes modalidade de assistência circulatória
mecânica, que tem sido crescente nos centros de cirurgia cardiovascular no Brasil e no Mundo.
1. Modalidades da Assistência Circulatória
a) Ponte para recuperação: Modalidade mais utilizada na prática clínica. Trata-se de um ou mais
recursos de assistência circulatória em situação de falência cardíaca e/ou pulmonar aguda, com
expectativa de recuperação orgânica após um período de assistência temporário.
b) Ponte para transplante: Aplicação da assistência circulatória mecânica para pacientes candidatos a
transplante cardíaco, que apresentam deterioração clínica e risco de morte iminente, sem a
identificação de órgão compatível para a realização do tratamento.
c) Ponte para ponte: Aplicação de alguma modalidade de assistência circulatória escolhida em
situação de falência cardíaca aguda, que não resulte em recuperação cardíaca e que precise ser
substituída por outra modalidade mais eficiente e duradoura de assistência mecânica, ate que haja
a recuperação cardíaca tardia.
d) Terapia de destino: Modalidade de assistência circulatória definitiva ara pacientes com disfunção
cardíaca termina, sem a concomitância de outras doenças graves de prognóstico reservado e que
não sejam candidatos à transplante cardíaco.
2. Tipos de dispositivo
a) Balão de contra pulsação intra aórtico: É o dispositivo mais utilizado para assistência circulatória
temporária parcial. Baixo custo e fácil instalação, porém tem eficiência relativa. Possui um potencial
de incremento máximo de 20% da função cardíaca basal. Uso exclusivo intra hospitalar.
b) Oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO): Tem a capacidade substituição temporária e
total da função cardíaca e/ou pulmonar. Tem custo intermediário e pode ser utilizada em centros
de cirurgia cardiovascular. Uso exclusivo intra hospitalar.
c) Dispositivo coaxial intravascular (Impella): Dispositivos miniaturizados totalmente implantáceis,
construíos m forma de cateteres com uma bomba coaxial de alta rotação m uma das extremidades.
Pode promover o fluxo sanguíneo de até 5litros/minuto. Uso exclusivo intra hospitalar.
d) Dispositivos para corpóreos (Centrimag, BiVad): Bombas de assistência circulatória que ficam
posicionas fora da cavidade corpórea que são conectadas ao sistema circulatório cirurgicamente.
Uso exclusivo intra hospitalar.
e) Ventrículo Artificial totalmente implantávem (Heart Mate / Heart Ware / Berlin Heart):
dispositivos com capacidade e substiuição total da função venticular cardíaca. É a modalidade de
assistência com maior crescimento de utilização nos últimos anos. Uso intra e extra hospitalar.
Objetivo
Estruturar um Programa avançado de Tratamento de Insuficiência Cardíaca no Distrito Federal, voltado
inicialmente para a população usuária da suade suplementar , a partir da criação do Cento Avançado de
tratamento da insuficiência cardíaca.
Fluxos
a) Situação Atual
b) Situação Pretendida
c) VOCES
Vantagem comparativa
A situação atual não permite que todos os pacientes com insuficiência cardíaca recebam o tratamento
adequado, pois o número de doadores é menor que o número de receptores. Já na situação pretendida, os
pacientes receptores que não tiverem doadores, ou não forem elegíveis para transplante, podem usar o
Heart Mate, que é o coração artificial.
Observabilidade
Na situação atual, ainda não é visível pela população e até mesmo pelos profissionais de saúde o benefício
do coração artificial. Na situação pretendida, os resultados positivos, o aumento da qualidade e expectativa
de vida promovem uma visibilidade maior sobre os benefícios.
Compatibilidade
A situação atual, e até o início dos implantes é baixa. Pois o custo é alto, e por isso não é disponibilizado à
toda a população. Hoje, a intenção é fornecer este equipamento para os pacientes com condições
financeiras, ou via judicial (liminar). A situação pretendida é que outras empresas façam a concorrência com
a empresa única que vende o Heart Mate no Brasil, e assim, diminuir custo.
Experimentabilidade
Apesar de não podermos experimentar em todos os pacientes este dispositivo, por se tratar de ser humano,
os Estados Unidos, Canadá e vários países da Europa realizam este procedimento há cerca de 10 anos. A
situação atual, é que nos primeiros 10 casos de cada hospital, virá um médico estrangeiro acompanhar o
procedimento e pós operatório. A situação pretendida é que após estes 10 primeiros implantes, possamos
caminhar com a equipe nacional.
Simplicidade
É o processo e procedimento complexo, apesar das vantagens. É mais fácil colocar o ventrículo artificial
(cirurgicamente) do que o transplante cardíaco. A situação pretendida, é que com o avanço de técnicas
cirúrgicas, e evolução do dispositivo, fique cada vez mais fácil a cirurgia para instalação do ventrículo
artificial.
d) IPDCT
Iniciadores
Países Desenvolvidos, principalmente Estados Unidos, Canadá, França e Alemanha.
Pioneiros
Rio de Janeiro (Hospital Pró Cardíaco), São Paulo (Hospital Sírio Libanês) e Fortaleza (Hospital Messajana)
Disponíveis
Brasília (Hospital do Coração)
Continuadores
Serviço Privado (demais hospitais da Rede Privada – particular e convênio)
Tradicionais
Serviço Público (Hospitais Públicos)
Conclusão
Apesar das dificuldades de ser “disponível”, acreditamos no sucesso deste projeto, visando a qualidade de vida e
aumento da expectativa de vida da população com Insuficiência Cardíaca do Centro Oeste. A projeção é que a médio
prazo (4-5 anos), o Hospital do Coração seja referência em insuficiência cardíaca nesta região, e com novas empresas
que fabricam o coração artificial, esperamos que a concorrência diminua custo. Com isso, poderemos estender este
tratamento para toda a população, e não somente a uma população restrita.
Bibliografia:
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