Avaliação de Protocolo de Inseminação Artificial

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Avaliação de Protocolo de Inseminação Artificial
Revista Electrónica de Veterinaria REDVET
ISSN 1695-7504
http://www.veterinaria.org/revistas/redvet
Vol. VII, Nº 02, Febrero/2006 –
http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n020206.html
Avaliação de Protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo
utilizando eCG em Vacas Nelore Puras e Paridas (Evaluating a
controlled artificial insemination protocol using eCG (PMSG) in Pure Bred and calved
Nelore cows)
Carrijo Junior, Osmar Alves1 (nick: ocarrijojr); Langer, Jackson2 1) Professor das
Faculdades Integradas do Planalto Central (FIPLAC); 2) Aluno de Graduação das
Faculdades Integradas do Planalto Central (FIPLAC). Endereço correspondência:HIGS 708
bl. A casa 21, Asa Sul, Brasília-DF, cep:72030-100, Brasil. Email: [email protected]
RESUMO
Objetivo deste experimento foi avaliar
protocolo de inseminação artificial em
temo fixo (IATF) em vacas Nelores puras
e registradas. Foram utilizados 35
animais com intervalo de 45-60 dias
pós-parto em 2 grupos, onde o grupo 1
(tratamento)
recebeu
implante
de
progesterona no dia 0 mais 2ml de
benzoato de estradiol, no oitavo dia
receberam 1,5ml Novormon® (eCG,
PMSG). No dia da aplicação do eCG foi
retirado o progestágeno e os animais
receberam
uma
dose
2ml
de
prostaglandina, no dia 9 receberam mais
1ml de benzoato de estradiol, e todas
foram inseminadas no dia 10 com ou
sem a presença do cio. No grupo 2
(controle),
os
animais
foram
inseminados
12
horas
após
a
apresentação do cio durante a estação
de monta da propriedade. Os dados
foram analisados usando o teste de quiquadrado na planilha do programa Excel
(Microsoft Office XP). É importante
ressaltar que apesar do grupo de vacas,
que foram inseminadas do modo
tradicional (grupo controle), ter um
índice
de
prenhez
maior
(12/21,
57,14%) do que o grupo de inseminação
de tempo fixo (6/14, 42,85%), este
aumento não apresentou diferença
significativa (p<0,05). Estes dados
sugerem que o protocolo proposto no
experimento foi eficiente para sincronizar
a ovulação, permitindo a IA em tempo
fixo, melhorando a sincronização das
vacas e a eficiência dentro de uma
estação de monta.
Palavras-chave:
eCG,
Sincronização,
Nelore
Abstract
The objective of this study was to
evaluate
a
controlled
artificial
insemination protocol using eCG (PMSG)
in Pure Bred and calved Nelore cows. A
total of 35 animals, 45-60 days postpartum were divided into 2 groups;
group
1
(treatment)
received
a
progesterone implant on day 0 plus 2ml
of estrogen, in the eight day received
1,5ml of Novormon® (eCG, PMSG). The
day of the eCG application the
progesterone implant was taken out and
all
animals
received
2ml
of
prostaglandin.
Day 9 all animals
received 1ml of estrogen, and were
inseminated in day 10 with or without
the presence of estrous. The second
group (control), the animals were
inseminated 12 hours after estrous
during
the
controlled
reproductive
season. Data was analyzed using quisquare
test
using Excel program
(Microsoft Office XP). It is important to
observe that despite the control group
have a higher rate of gestation (12/21,
57.14%) it was not significantly different
than the treatment group (6/14,
42.85%)
(P<0,05).
These
results
demonstrated that the proposed protocol
was efficient to synchronize ovulation,
permitting artificial insemination at a
controlled time. It gives us a better
result in synchronization of cows and a
better
efficiency
in
a
controlled
reproductive season.
Keywords: eCG, Synchronization, Nelore,
bovine
Carrijo Junior, Osmar Alves; Langer, Jackson. Avaliação de Protocolo de Inseminação Artificial em Tempo1
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1. INTRODUÇÃO
Considerando as dificuldades existentes para a detecção de cio, atualmente
pesquisadores de todo o mundo, vem desenvolvendo protocolos que sincronizam a
ovulação pela aplicação de fármacos e possibilita o emprego da (Inseminação artificial
em tempo fixo) IATF, independente da manifestação de cio. Tais protocolos possibilitam
inseminar um grande número de animais em dias pré-determinados sem a necessidade
de se implantar programas intensivos de detecção de cio.
A sincronização do cio é uma biotécnica reprodutiva que permite a concentração da
inseminação e da parição em épocas desejáveis.
A inseminação artificial é sem dúvida, uma ferramenta extremamente importante no
processo de melhoramento genético do rebanho. No entanto, uma das grandes
limitações à sua expansão têm sido o custo e falhas associados ao trabalho de
observação de cio por longo período de tempo, e assim, fica prejudicada a performance
reprodutiva do rebanho, o intervalo entre partos e a produção do rebanho (MALUF,
2002).
As perdas de cio aumentaram o número de dias improdutivos dos animais, o intervalo
entre partos, e diminuem o número de bezerros nascidos. Ao observarem esses efeitos,
muitos fazendeiros interromperam seus programas de inseminação artificial. Dessa
forma, programas de inseminação em tempo fixo, sem a necessidade de detecção de cio,
colaboram para o aumento da eficiência e do emprego dessa técnica (BARUSELLI, 2004).
A sincronização é uma ferramenta importante quando o objetivo é trabalhar com
inseminação artificial em tempo fixo (IATF), pois se torna mais preciso o momento e o
mecanismo da ovulação nos animais tratados, ou seja, pela aplicação de hormônios os
quais possam promover um mecanismo de feed-back positivo para LH no momento final
do crescimento folicular (MOREIRA, 2002).
Esquemas propostos com a aplicação de hormônios podem estimular e tornar mais eficaz
tal liberação de LH (YAVAS & WALTON, 2000a).
Os implantes de progestágenos oferecem alta porcentagem de animais em estro, num
período bastante curto, o que possibilita a realização da IATF entre 48 e 60 horas após a
retirada do implante. Se isto ocorre é porque o “status” folicular, no final do tratamento é
bastante homogêneo entre os animais, o que possibilita a sincronização da ovulação
mediante a aplicação de drogas que desencadeiam um pico pré-ovulatório de LH
(MADUREIRA, 2000).
Estudos para avaliar diferentes protocolos a base de progesterona mostraram que
tratamentos longos para regressão espontânea do CL (≥14d), sincronizaram o estro. No
entanto, esses tratamentos levam à formação de folículos dominantes de maior tamanho
(persistentes) e de reduzida fertilidade. A baixa fertilidade é atribuída à maturação
espontânea do ovócito presente no folículo persistente. Tratamentos que induzem a
regressão do folículo persistente e levam à emergência de uma nova onda de
crescimento folicular melhoram as taxas de prenhez (BÓ et al., 2004).
O tratamento com estrógeno e progestágeno tem sido cada vez mais empregado em
programas de sincronização do estro em bovinos. O tratamento consiste na inserção de
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um dispositivo contendo progestágeno e na administração de estrógeno no dia 0 (para
emergência de uma nova onda de crescimento folicular e prevenção de folículos
persistentes), na administração de PGF2α no momento da retirada do dispositivo nos
dias 7, 8 ou 9 (indução da luteólise), e subseqüente aplicação de reduzida dose de
estradiol (0,5 a 1,0 mg) após 24 h ou de GnRH após 48 a 54 h para a sincronização da
ovulação (MOREIRA, 2002). As taxas de prenhez com IATF mostraram-se similares às IA
com detecção do estro (BÓ et al., 2004).
O estrógeno pode agir como um agente sincronizador da ovulação, induzindo um pico de
LH através de um feedback positivo ao GnRH (MOREIRA, 2002).
Vale a pena ressaltar que o benzoato de estradiol tem um menor custo em relação ao
GnRH (MOREIRA, 2002).
Também tem sido utilizado para a sincronização da ovulação o eCG/PMSG (Gonadotrofina
sérica da égua prenhe). Esta gonadotrofina está circulante na égua prenhe entre 40º e o
130º dias da gestação (HAFEZ, 1995).
O eCG/PMSG estimula o desenvolvimento de folículos ovarianos. Alguns destes folículos
ovulam, porém a maioria forma um folículo luteinizado devido à ação semelhante à do LH
pelo eCG/PMSG. Este possui ações biológicas de LH e FSH sendo dominantes as ações do
FSH. O eCG/PMSG foi uma das primeiras gonadotrofinas disponíveis comercialmente
sendo utilizada para induzir superovulação (HAFEZ, 1995).
A vantagem de utilizar o eCG/PMSG nos protocolos de sincronização, é que este
hormônio é administrado no momento da remoção do implante de progestágenos,
evitando assim um trabalho a mais de manipulação quando comparado a outros
protocolos (MOREIRA, 2002).
A extensão do anestro pós-parto em vacas amamentando, pode ser explicado pela baixa
secreção de LH (HENAO et al., 2000), ou seja, nestes animais há uma redução na
freqüência dos pulsos de secreção de LH evitando a maturação e ovulação do folículo
dominante (MOREIRA, 2002).
É possível, portanto, não só sincronizar o estro, mas também a ovulação pelo uso de
GnRH, benzoato de estradiol, ou eCG e realizar a IATF (MOREIRA, 2002).
Os avanços tecnológicos observados na pecuária durante os últimos anos, indicam a
necessidade de obtermos um rebanho lucrativo, e as fazendas produtoras de gado de
corte, não podem se dar o luxo de trabalhar com índices baixos de fertilidade do
rebanho, por isso é que estão sendo muito utilizados os programas de IATF, com objetivo
de maximizar o número de bezerros nascidos na propriedade.
Esse trabalho realizado em vacas Nelore PO mostra um dos métodos existentes para
IATF, comparando com o uso da IA convencional, mostra também que a IATF só ajuda
melhorar os índices, que ainda necessita do complemento da IA ou uso de touros de
repasse para aproveitamento de retorno do cio, dos animais que não ficaram gestantes
com a IATF.
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2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Local
O experimento foi realizado na Fazenda Phoenix, localizada na região centro-oeste do
Brasil, na cidade de Cristalina, no estado de Goiás.
O período de execução da IATF foi entre os dias 23 de janeiro e 1º de fevereiro do ano
de 2005, e foi feito o diagnóstico de gestação dos animais que não retornaram ao cio
através de ultra-sonografia no dia 1º de maio, 30 dias após o final da estação de monta
da propriedade.
O grupo controle permaneceu na estação de monta do dia primeiro de dezembro até o
dia primeiro de abril.
2.2 Animais
Foram utilizadas 35 vacas registradas da raça nelore com intervalo de parto entre 45 e
90 dias, onde foi dividido por sorteio em dois grupos, onde o primeiro lote ficou como
grupo controle e o segundo lote recebeu o protocolo de Inseminação Artificial em Tempo
Fixo.
Estes animais permaneceram todo tempo, pós-parto, desde o início do experimento até o
diagnóstico de gestação, no término do experimento, sempre no mesmo lote, em
pastagens de andropogon gayanus.
2.3 Tratamentos
2.3.1 Tratamento 01 (Inseminação Artificial em Tempo Fixo)
Dia 0 = Implante Intravaginal de Progesterona + Benzoato de Estradiol 2ml
Dia 8 (08:00 horas) = Retirada do implante + 1,5ml de Novormon® (eCG, PMSG) +
2ml de PGF2α
Dia 9 (08:00 horas) = 1ml de Benzoato de Estradiol
Dia 10 (14:00 horas) = Inseminação com ou sem presença de cio
Todas as vacas foram inseminadas artificialmente 54-55 horas após a retirada dos
implantes. O sêmen utilizado no experimento foi 100% do mesmo touro, com qualidade
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reconhecida e oriunda de uma empresa idônea. O inseminador foi o mesmo para todas
as vacas.
As vacas que retornaram ao cio foram inseminadas, e entraram para o grupo de animais
não prenhe, foi feito o diagnóstico de gestação somente nos animais que não retornaram
ao cio.
2.3.2 Tratamento 02 (Grupo Controle)
As vacas deste grupo foram inseminadas somente com cio natural, durante a estação de
monta da propriedade, e feito diagnóstico de gestação trinta dias após a estação de
monta.
2.4 Lotes
•
Grupo Controle (21 vacas)
BO 4731, CB 4649, PEPE 4803, MIK 1557, CB 4659, KT 2972, KT 2961, BJ 4385, KT
2967, BO 4718, KM 419, KT 2962, KT 2963, EBVR 255, RUI 2272, EC 6, EC 25, BO 4713,
BO 4715, KM 1153 e BO 4736.
•
Inseminação Artificial em Tempo Fixo (14 vacas)
PEPE 4813, PEPE 4948, MIK 1570, CB 4658 PEPE 4782, BJ 4389, EC 139, BO 4733, KT
2955, KT 2959, SMJ 1947, BO 4710, BJ 4397 e KT 2969.
2.5 Análise Estatística
Os dados foram analisados usando o teste de qui-quadrado na planilha do programa
Excel (Microsoft Office XP).
3. RESULTADOS
A tabela 1 mostra o efeito dos tratamentos sobre a porcentagem de prenhez das vacas
utilizadas no experimento. Pode se observar que apesar do grupo de vacas, que foram
inseminadas do modo tradicional, ter um índice de prenhez maior do que o grupo de
inseminação de tempo fixo, este aumento não apresentou diferença significativa
(p<0,05).
Tabela 1. Efeito dos tratamentos sobre a porcentagem de prenhez nas vacas
utilizadas no experimento.
Tratamentos
Controle
(IATF)
Total de animais
Nº de prenhez
% de prenhez
21
12
57,14
14
6
42,85
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100,00%
80,00%
60,00%
57,14%
42,85%
% de prenhez
40,00%
20,00%
0,00%
Controle
IATF
Primíparas + Multíparas
Gráfico 1. Representação gráfica do efeito dos tratamentos sobre a porcentagem de
prenhez nas vacas utilizadas no experimento.
4. DISCUSSÕES
Este estudo descreve a comparação da eficiência de duas técnicas de inseminação
artificial em um rebanho nelore puro.
A aplicação de eCG em vacas com bezerro ao pé incrementou o aparecimento da onda de
LH, pois este hormônio em Bos taurus indicus reduz a variabilidade do surgimento da
onda de LH pré-ovulatória e quando administrada no final do tratamento de progesterona
mais estrógeno tem aumentado a resposta ao estro em animais em anestro no início do
tratamento (CAVALIERI et al., 1997).
No presente trabalho, foi observado um menor número de prenhez em vacas que foram
submetidas ao protocolo de IATF com eCG. Os resultados de prenhez com IATF foram
semelhantes ao encontrado por MOREIRA (2002), que encontrou 40,5% de prenhez de
vacas com bezerro ao pé. Em outro estudo, os autores chegaram a resultados
semelhantes aos encontrados neste trabalho, pois em vacas com bezerro ao pé
obtiveram 44,8% de prenhez (BO & BARUSELLI, 2002).
DUARTE (2005) encontrou em seu experimento 53,5% de prenhez em vacas nelore
lactantes com 65 dias pós-parto. SOTO BELLOSO et al. (2002), encontraram uma taxa de
prenhez em vacas cruzadas zebus com bezerro ao pé de 61% no primeiro serviço com a
observação do estro.
Em um experimento, GONÇALVEZ (2001) verificou a diferença de resultados de prenhez,
comparando diferentes doses de eCG no dia da retirada do implante e encontrou
resultados variando entre 33,3% e 50% de prenhez, em vacas com 150-155 dias pósparto.
Ainda, MOREIRA (2002), demonstrou que vacas com bezerro tratadas com eCG tendem a
ter um índice de prenhez menor do que vacas sem bezerro ao pé. Isto é explicado, pois o
efeito de opióides hipotalâmicos ativados pelo mecanismo de percepção inguinal na hora
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da mamada, podem inibir a onda de LH (alteração da pulsatilidade) (YAVAS & WALTON,
2000b; DRIANCOURT, 2001).
Este fato ainda pode ser explicado, pois SOTO BELOSO et al. (2002) afirmaram que a
inibição do eixo-hipotalamo-hipófise-ovário pode continuar por mais de 90 dias no
período pós-parto quando estas fêmeas estão em lactação, mesmo que este processo
ainda não esteja totalmente compreendido, existe uma indicação de que a resposta ao
estro é dependente do grau de maturidade do folículo e provavelmente retardada pela
presença do bezerro.
5. CONCLUSÕES
Com o uso da IATF, conseguimos inseminar um número maior de vacas no início da
estação de monta, as vacas que não ficaram gestantes, dentro de no máximo 30 dias
estarão retornando cio, podendo ser inseminadas novamente, ou podem ser utilizados
touros de repasse. Com isso conseguimos diminuir o número de dias de inseminação. No
caso de usarmos touros de repasse, o inseminador poderá fazer seu serviço em até
mesmo um único dia, diminuindo muito a mão-de-obra da propriedade.
Pode ser observada uma diferença nos resultados de prenhez, onde o grupo controle foi
superior, mas quando analisado estatisticamente não há diferença entre os tratamentos,
isto evidencia a necessidade de realizar um novo experimento com um número maior de
animais.
Agradecimento: agradecemos à Fazenda Piscamba, localizada em Cristalina-Go Brasil
pela disponibilização de seus funcionários e animais Nelore PO Registrados para a
realização deste trabalho.
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Trabajo recibido el 28/11/2005, nº de referencia 020616_REDVET. Enviado por su autor principal.
Publicado en Revista Electrónica de Veterinaria REDVET®, ISSN 1695-7504 el 01/02/06.
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1695-7504, Vol. VII, nº 01, Enero/2006, Veterinaria.org ® - Comunidad Virtual Veterinaria.org ® - Veterinaria
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