2 - Jornal Bombeiros de Portugal
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2 - Jornal Bombeiros de Portugal
Foto: Marques Valentim BARCELINHOS DUPLA DE MÉRITO Maio de 2014 E dição : 332 A no : XXXI 1,25€ Página 5 D irector : R ui R ama da S ilva NÚCLEO MUSEOLÓGICO PERPETUAR O PASSADO ALMOÇAGEME Páginas 24 e 25 TORRES VEDRAS Página 15 VALONGO Páginas 8 e 9 Página 7 SEVER DO VOUGA Página 14 Página 11 VILA REAL – CRUZ VERDE Página 12 Páginas 16 e 17 PENICHE LEGADO JOAQUIM REBELO MARINHO apresentou candidatura EXEMPLAR Página 10 2 MAIO 2014 Como explicar este fenómeno A s escolas de infantes e cadetes são, neste momento, uma realidade palpável em muitas associações de bombeiros voluntários. Nalguns casos, com números que desafiam a própria lógica e um discurso comum, precisamente de sinal contrário, que aponta para a falta de novos bombeiros. Salvaguardando o facto do país ser cada vez mais uma realidade social diversa, ditada por muitos factores e contingências, incluindo a nova emigração, matizada e reforçada pela tradicional dicotomia entre as várias regiões, também marcadas pela proximidade do litoral ou interior, certo é que há uma realidade emergente nos bombeiros que ameaça desafiar todas as lógicas e teses pessimistas dominantes. Como sabemos, tornou-se comum nos últimos anos o apelo ao ingresso de novos bombeiros e à afirmação de que, em vários casos, os existentes, ou já quase não garantem a resposta operacional ou tendem a esforçar-se desumanamente para salvaguardar essa mesma resposta. Acredito que, ao lançar o alerta e ao fazer o apelo para o ingresso de novos elementos os comandantes dos corpos de bombeiros e os dirigentes das respectivas associações mais não estão que a agir em consciência, cientes das suas responsabilidades para com a comunidade. Eu próprio já testemunhei situações dessas, bem evidentes, onde a falta de meios humanos constitui uma enorme preocupação e um risco, que comandantes e directores não têm qualquer rebuço em assumir, denunciando mas, apesar de tudo, provando como é ainda possível fazer muito com pouco. Como analisar e avaliar em paralelo, a manifesta carência de operacionais e, por outro, a vaga crescente de cadetes e infantes? Será que podemos concluir estar perante uma mera coincidência? Ou estamos perante uma capacidade de resposta pronta e eficaz a um problema, conforme os bombeiros também souberam reagir no passado a outras questões? A seu tempo, com certeza, iremos conseguir traçar exactamente qual foi o percurso feito entre o problema e a solução. Para já, fica-nos a certeza de que, pese embora as dificuldades que se irão continuar a fazer sentir no curto prazo, não só está garantido o futuro dos bombeiros como até será enriquecido com novas competências. Dirão alguns, a viver o problema da carência de meios humanos no presente, que estou a delirar. Dirão outros, por que já os oiço dizer, que esta oferta massiça de novos elementos, dado que, como é previsível, alguns deles nem irão ficar, permitirá sempre refrescar o quadro activo e também valorizá-lo ainda mais. Há sinais que nos fazem crer que, onde têm surgido e crescido as escolas de infantes e cadetes, algo já mudou ou está a mudar. E que, também por isso, quase como corolário, então surgiram essas escolas. Mudaram as posturas, as abordagens, as estratégias. Falo de associações onde a mudança surge por imperativo próprio sem imposições de fora, como reacção lógica à própria dinâmica social, interna e em curso no exterior. Mais do que nunca, e até por que emergiram sempre da sociedade, as associações de bombeiros não podem ficar indiferentes à evolução da sociedade. Se não o fizerem correm o risco de, em determinado momento, despertarem do torpor e verificarem que tudo à volta mudou. E que, se não o fizerem, correm o risco de ver até questionada a sua própria missão e desígnio. As escolas de infantes e cadetes constituem, sem dúvida, uma verdadeira mola para a mudança. É a própria sociedade, as comunidades educativas e os próprios pais que reconhecem aos bombeiros o mérito e a capacidade, não só na missão principal do socorro, mas também a função educativa, de formação dos jovens em cidadania activa. Cavalguemos a onda, como dizem os surfistas. E façamos mais uma coisa espectacular. Num universo, em que a conflitualidade ou divórcio entre jovens e idosos quase parece uma imagem de marca, os bombeiros voltam a marcar mais uma vez a diferença ao, precisamente ao contrário, fazerem crescer as suas escolas de cadetes e infantes com o apoio de jovens elementos dos quadros activos mas também com velhas glórias do Quadro de Honra. A simbiose perfeita para fazer verdadeiros cidadãos. Asso- ciar novas práticas pedagógicas e de conteúdos à possibilidade de ouro de fruir dos conhecimentos e experiência dos velhos bombeiros. Todos sabemos como é bom num processo educativo fazer pontes entre o passado, o presente e o futuro. E as escolas de infantes e cadetes são o modelo materializado disso. E, melhor assim se, como é desejável e previsível, muitos desses infantes e cadetes venham a ingressar efectivamente nos corpos de bombeiros. A semente está sem dúvida lançada. A colheita promete ser farta e de boa qualidade. A sociedade não deixará de reconhecer aos bombeiros, mais uma vez, o mérito e a eficácia das soluções que vão encontrando para os seus problemas como também, no fundo, para os da própria comunidade. Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia CACILHAS JORNAL@LBP Bombeiros fazem recolha de sangue Viatura centenária anfitriã de concentração O Grupo Benévolo de Dadores de Sangue (GBDS) da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas, em parceria com o Instituto Português do Sangue e da Transplantação, realizam recolhas de sangue, na Costa de Caparica nos dias 14 de junho (das 14.30h. às 20h) e 19 de julho (das 9 às 13h.). Está ainda agendada uma outra ação no a 27 de setembro, desta feita, no quertel-sede em Cacilhas, das 9 às 13h. Para além da recolha de sangue, quem desejar, poderá ainda inscrever-se como dador de medúla óssea, bastado para isso ter entre 18 e 45 anos, peso mínimo de 50 kg, altura superior a 1,50 m, ser saudável e nunca ter recebido nenhuma transfusão de sangue após 1980. Para dar sangue, as “regras” são semelhantes. Os doadores devem ter bom estado de saúde, hábitos de vida saudáveis, peso igual ou superior a 50kg e idade compreendida entre os 18 e os 65 anos. Para uma primeira dádiva, o limite de idade é aos 60 anos. O s Bombeiros Voluntários de Alverca estão a programar um conjunto de iniciativas para assinalar o centenário da sua mais antiga viatura de socorro. Nesse sentido, querem organizar uma concentração e desfile de “velhas-glórias” no próximo dia 28 de junho, desafiando todas as associações e corpos de bombeiros proprietárias de veículos antigos para se associarem ao evento. O veículo de combate a incêndios (auto pronto socorro Nº 1) foi um automóvel descapotável da marca Renault, modelo 1914, adquirido em 22 de março de 1928 a Ana Vale do Rio, residente em Sintra, por 5 mil escudos (25 euros). Antes a viatura tinha pertencido a uma firma luso-inglesa. A viatura foi transformada nos Bombeiros de Alverca em pronto-socorro por uma equipe coordenada pelo futuro dirigente José Ferreira Cera, mestre carpinteiro da CP. As rodas traseiras foram substituídas por outras de menor diâmetro e os pneus passaram a ser mais largos, para melhor poderem suportar o aumento da carga. Está equipada com material de sapador e possuía uma moto-bomba de combate a incêndios da marca Magirus. A transformação custou 24.767$96. Os custos da adaptação do veículo foram suportados, com donativos da Câmara Municipal, da Companhia de Seguros Fidelidade, das atividades económicas locais e da população de Alverca. O pronto – socorro foi inaugurado em 1932, com a matrícula AA-1989 e batizado com o nome “Velho Matos”. Consome 50 litros de Gasolina aos 100 km. A redação 3 MAIO 2014 Foto: Marques Valentim C om o início da Fase Bravo arrancou o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais 2014 (DECIF). De novo, os bombeiros portugueses vão empenhar-se na defesa das populações e da floresta e no combate aos incêndios que a vierem a fustigar. Todos sabemos que, ao longo do ano, o trabalho dos bombeiros não se esgota no esforço que é desenvolvido e no sacrifício que é assumido por essas mulheres e homens no período de vigência do DECIF, longe disso. Todos os dias, nas mais diversas missões, os bombeiros darão o seu melhor. E, em abono da verdade, o combate aos incêndios florestais, pese embora os enormes riscos que acarretam, só correspondem a cerca de 6 por cento da atividade global das associações e corpos de bombeiros ao longo dos 365 dias do ano. Este DECIF fica marcado por um envolvimento financeiro maior assumido por parte do Governo no contexto das suas responsabilidades do Estado. Saudamos naturalmente essa situação, fazendo-o na convicção de que apenas vencemos mais um patamar na perspetiva de, mesmo tendo em conta a crise, continua a ser para nós cada vez mais prioritário aproximar os apoios recebidos dos custos assumidos pelos bombeiros nesse duro combate. A questão, aliás, assume hoje maior relevância tendo em conta as dificuldades vividas pelos bombeiros, decorrentes das circunstâncias ditadas pela crise, no esforço de garantir a sustentabilidade das suas estruturas e, por essa via, salvaguardar a prestação do socorro. Verificamos que, ao nível do Governo, continuam a surgir recomendações no sentido de reforçar meios e eficácia no combate. Não desvalorizamos essas recomendações e as vantagens em que isso possa traduzir-se em mais apoio aos bombeiros. A esse propósito, convicta e teimosamente, continuamos a apontar o dedo a áreas onde sempre defendemos e continuamos a defender que, a par, há muito deveria incidir também a atenção e o investimento do Estado. Falo da reforma estrutural da floresta e, em particular, da prevenção. É certo que timidamente começamos a ver aflorar aqui e ali algumas iniciativas. No entanto, entendemos que ainda falta a vaga de fundo que, de uma vez por todas, permita valorizar o património ambiental e florestal, salvaguardar a segurança das populações e dos seus bens e evite, nomeadamente, que os bombeiros tenham que correr riscos acrescidos, como aconteceu no ano transato, e que infelizmente se saldou na O sol da meia-noite perda de oito dos nossos em circunstâncias trágicas. Em mais este período de vigência do DECIF, temos consciência plena do nosso papel na sociedade e na defesa de pessoas e bens, e assim iremos continuar, fiéis aos nossos princípios e valores de “Vida por Vida”.. Mas que não se estabeleça qualquer confusão entre a assunção desse esforço e qualquer sentimento de submissão ao Governo ou pertença indevida a outrem que se lhe queira associar. Nunca acreditei em soluções milagrosas nem encarei os problemas como insolúveis. Acreditei e continuo a acreditar na agregação de vontades, no reforço da nossa identidade, visível e palpável, em torno de ideias concretas, como tenho procurado sempre concretizar. Acreditei e continuo a acreditar, particularmente pelo vínculo que nos une a todos bombeiros, que é possível reforçar o diálogo e a unidade, passando à frente de ideias “tóxicas” que alguns querem fazer pairar entre nós, ou dos “sonhos” cultivados por alguma “velha ordem” embeiçada na restauração de qualquer coisa que os mais novos mal conheceram, outros conheceram e desfrutaram e, ainda outros, apesar de terem conhecido entendem ser coisa do passado. A história dos bombeiros não se reduz a um mero e redutor enunciado cronológico. É muito mais do que isso. A história dos bombeiros é, acima de tudo, conteúdos que, contextualizando a própria cronologia, saibam testemunhar para memória futura o alcance de muitas medidas tomadas e do papel dos atores envolvidos, todos eles sem exceção. Esse saudável exercício poderá evitar que se guardem esqueletos nos armários. Nesse sentido, quero afirmar, perentoriamente, o meu profundo respeito que me mereceram e merecem todos os que estiverem por bem e derem o melhor de si pela nossa tão nobre e respeitada causa. Um grupo de bombeiros com quem outro dia trocava impressões dava-me conta que, entre os incêndios registados este ano na sua zona, muitos continuavam a surgir estranhamente de madrugada, ou seja, “com o sol da meia-noite”. Neste caso, como sempre, continuamos a defender que haja uma atitude dura e clara por parte das autoridades competentes. Independentemente dos muitos ou poucos incêndios que venhamos a combater durante o DECIF 2014 importa que acima de tudo, saibamos dar o nosso melhor mas, também, saibamos de forma aberta e direta continuar a fazer-nos respeitar. Desde logo, pelos parceiros com quem somos chamados a interagir, quer no âmbito do DECIF, quer em qualquer outro domínio. Depois, pela própria sociedade e por alguns dos seus grupos, desiludindo os que ainda pensem transformar-nos em meras ferramentas utilitárias de certos interesses. Desiludam-se os que pensarem assim. 4 MAIO 2014 TRANSPORTE DE DOENTES ATINGIU META DA TROIKA A Estado poupa quase 50 milhões região do Alentejo foi a mais atingida pelos cortes no acesso ao transporte de doentes não urgentes. Já a região Centro do país foi a que menos conseguiu travar nos gastos com este tipo de serviço, uma situação que em muito tem atingidos de forma negativa os cofres das associações e corpos de bombeiros. Olhando para os números agora tornados públicos, verifica-se que em 2013 o Estado gastou menos 49,5 milhões de euros no transporte de doentes não urgentes, menos um terço do que em 2012. Portugal atinge desta forma os objetivos fixados pelo Programa de Ajustamento imposto ao nosso país nesta área. Estes dados constam dos relatórios das Administrações Regionais de Saúde e descrevem a evolução da despesa e atividades nas principais áreas de missão dos centros de saúde. Em 2011, antes mesmo de serem postas em prática as novas regras de comparticipação de transportes não urgentes em ambulância, o Estado gastou 72 milhões de euros nesta área. Olhando para os números verifica-se que foi no Alentejo que a despesa neste setor mais baixou, passando de 4,8 milhões de euros em 2011 para 1,9 milhões em 2013, o que significa um corte de quase dois terços. A região Centro foi onde se conseguir reduzir menos. Mais há mais cortes, sendo que ao nível da comparticipação de análises clínicas e exames radiológicos solicitados através dos centros de saúde a redução na despesa é mais ligeira. Em 2011, ano em que se registarem reduções nos preços pagos às clínicas privadas com acordo com o SNS, a despesa rondou os 399,8 milhões de euros e no ano passado cifrou-se nos 302,7 milhões, ou seja menos 11 por cento. Já a despesa com fisioterapia baixou de 78,5 milhões de euros em 2011 para 73,3 milhões em 2013. Na hemodiálise a despesa baixou de 244 milhões de euros no ano da chegada da Troika para 224 milhões em 2013. PC FPF AFASTOU LINDA-A-PASTORA A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) decidiu atribuir a operação de socorro da final Taça de Portugal deste ano à Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) e aos Bombeiros Voluntários do Dafundo, pondo fim a uma colaboração de vários anos com os voluntários de Linda-a-Pastora. Em declarações ao ‘BP’, Jorge Vicente não critica a mudança de parceiros, mas antes o modo como todo o processo foi conduzido. “A Federação pôs fim a uma colaboração com mais de uma dezena de anos sem para isso ter tido a cordialidade e o respeito por este parceiro que, penso, inovou no planeamento do dispositivo safety a instalar num evento ou nos “Não merecíamos este tipo de tratamento” eventos desportivos considerados de risco, substituindo-o por outro (Cruz Vermelha Portuguesa), sem previamente avisar. Limitaram-se a informar a câmara e o coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil”, lamenta Jorge Vicente. Ainda segundo o responsável operacional de Linda-a-Pastora, a resposta do socorro e recursos inerentes não devem “limitar-se” ou “cingir-se” apenas ao palco do evento mas, pela particularidade local e de se tratar de uma Final de Taça que junta milhares de adeptos na noite anterior para além da manhã do próprio dia, justifica um “dispositivo integrado prevendo articulação entre as várias entida- des que concorrem para o seu sucesso”. A pouco tempo da realização da final da Taça, e perante a ausência de solicitação de serviço por parte da FPF, os voluntários de Linda-a-Pastora questionaram por carta a Federação so- bre o facto de não terem sido contactados para elaborar o plano de operação. Ao ‘BP’, Jorge Vicente garante que nunca recebeu qualquer resposta à missiva e que veio a saber por “terceiros” que este ano seria a CVP e os Bombeiros Voluntários do Dafundo os responsáveis pelo socorro no evento desportivo. “Não merecíamos este tipo de tratamento”, conclui indignado sublinhando que esta não é de todo uma posição contra os agentes de socorro “escolhidos”, apenas contra a FPF. Questionada pelo ‘BP’ sobre esta mudança ‘silenciosa’, a Federação responde por escrito com o argumento de que “a CVP está implementada em todo o território nacional e presta um serviço de excelência no apoio médico sanitário a grandes eventos, quer pela experiência quer pela capacidade dos seus meios Humanos. Questionada ainda sobre a capacidade operacional para garantir esta operação numa área de intervenção operacional que pertence aos corpos de bombeiros e que carece da vertente de luta contra incêndios, a FPF esclareceu: “A CVP não só tem capacidade operacional para prestar e garantir o apoio de serviços no âmbito médico sanitário a esta operação no Estádio Nacional, assim como meios de reserva para alguma situação de exceção. O corpo de bombeiros do Dafundo vai prestar serviço anti-incêndio”, informou a FPF. Às críticas de falta de diálogo com os voluntários de Linda-a-Pastora, a Federação Portuguesa de Futebol não respondeu. Patrícia Cerdeira PORTO Batalhão recebe presidente da ENB Foto: Subchefe António Oliveira N o passado dia 15 de maio, o presidente da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), José Maria Ferreira, visitou o quartel do Batalhão de Sapadores Bombeiros (BSB), onde foi recebido pelo comandante tenente coronel Rebelo de Carvalho e pelo vereador da Proteção Civil, Manuel de Sampaio Pimentel, e Na ocasião o presidente da ENB assistiu a demonstrações com escadas, na casa-escola, e a um simulacro de incêndio urbano com o salvamento de várias “vítimas”. José Maria Ferreira ficou também a conhecer a história e a organização do Batalhão, bem como todo o plano de formação dos operacionais. A apresentação esteve a cargo do comandante do BSB. Por seu turno, José Ferreira apresentou o Plano Estratégico de Formação do Bombeiros Portugueses revelando-se favorável ao desenvolvimento de parcerias com o Município do Porto, nomeadamente para o desenvolvimento de formação dos bombeiros. VIDAGO F oi num ambiente singular e também num misto de saudade que teve lugar em Lanzburg na Suíça, uma festa de angariação de fundos para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vidagomigos. Lotação mais que esgotada numa comovente cerimónia fruto de um convívio dos Amigos da Comunidade Portuguesa em Lenzburg. O presidente da direção dos Bombeiros de Vidago Francisco Oliveira, e o bombeiro de 1.ª classe José Pinto, deslocaram-se à Suíça, participando nesta festa de afetos animada pelos valores da amizade, da fraternidade e da soli- Festa apoia projetos dos bombeiros dariedade que aproximam as pessoas generosas, altruístas, sempre disponíveis, para apoiar com as associações das suas terras de origem. Assim para além do jantar principescamente servido, destaque para a animação a cargo de Fernando Correia Marques vindo de Portugal, Carlos Santos e Tiago Rodrigues do Luxemburgo, Sofia Portela e Filipe Almeida e ainda o Jafpt Grupo musical da Suíça. A organização da festa foi assinada pelos inexcedíveis Nuno Couto, bombeiro no quadro de reserva, imigrante em Wohlen no Cantão de Argau, onde continua a exercer o voluntariado nos bombeiros locais, Manuel Carneiro e Maria Soalhos e o Grupo Desportivo e Cultural Português de Lenzburg, nomeadamente o presidente José Palma. Este evento permitiu entregar aos Bombeiros Voluntários de Vidago, 9037 francos suíços. O presidente Francisco Oliveira já deu conta que a verba será aplicada na concretização de um dos três projetos inscritos no orçamento para 2014, designadamente a aquisição de uma nova Ambulância de Socorro, de um Veiculo Florestal de Combate a Incêndios ou para a requalificação do telhado do quartel. 5 MAIO 2014 PRÉMIO BOMBEIRO DE MÉRITO 2013 Barcelinhos tem dupla de mérito Fernando Oliveira e Carla Neto, dos Voluntários de Barcelinhos são os vencedores do Prémio Bombeiro de Mérito 2013, galardão instituído da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). Arriscando a vida, os dois operacionais assinaram com êxito, o resgate de uma idosa que se lançou ao Rio Cávado, no dia 7 de julho. Numa luta contra a “lei das probabilidades”, Fernando e Carla salvaram uma vida e inscreveram os seus nomes na galeria dos heróis que cumprem com coragem e abnegação o lema “Vida por Vida”. Emocionados, mas, certamente, realizados Fernando e Carla dedicam o prémio aos oito bombeiros falecidos no combate aos incêndios no verão do ano passado. Texto: Sofia Ribeiro – Fotos: Marques Valentim J á se passaram nove meses, mas Fernando Oliveira e Carla Neto, ainda conseguem reconstituir todos os momentos de uma manhã que lhes mudou a vida. O salvamento de uma mulher no Rio Cávado ainda está assim bem presente e a “surpresa” pela distinção com o Prémio Bombeiro de Mérito fomenta o reavivar de todas as emoções. Para que se perceba a ação desta dupla de mérito, importa recordar que no dia 7 de julho de 2013 uma mulher saltou para a morte da Ponte Nova, em Barcelos, “de uma altura de 24 metros”. Após o alerta, os bombeiros perceberam que o sucesso da operação dependia da celeridade e eficácia na resposta, de forma a impedir que a vítima fosse arrastada para o açude, onde as hipóteses de sobrevivência eram escassas. Numa luta contra o tempo, Fernando e Carla identificaram o local onde seria possível intercetar o corpo, um caminho percorrido em parte de ambulância que, depois, tiveram de aban- O donar, para a pé, por trilhos sinuosos, alcançarem o rio. Fernando lançou-se à água e, no limite, conseguiu devolver a vida a quem parecia ter desistido de viver. “Sabíamos que tínhamos feito um bom trabalho, mas não estávamos à espera que fosse reconhecido, assim… a nível nacional” diz-nos Fernando Oliveira, denunciando todo o orgulho, nos olhos rasos de água. Da mesma forma, também Carla Neto fala com a humildade de um ser maior, assegurando que a missão dos bombeiros é “ajudar os outros sem esperar nada em troca”, mas desaba na emoção quando dá conta da alegria que a “notícia do prémio provocou em Barcelos”. Por estes dias a exposição mediática destes dois operacionais é um facto. Todas as atenções se voltam para a dupla de heróis, que ainda que pouco à vontade com tanto protagonismo, agradece cada um dos momentos vividos e que têm permitido fortalecer e unir a grande família dos Voluntários de Barcelinhos, afinal este é “um prémio de todos”. Não há quem não queira saudar os dois bombeiros, por toda a cidade, mas também no quartel, afinal não é todos os dias que a cidade de Barcelos dá um herói ao país “quanto mais dois”, consideram José Carlos Real e António pereira dois dirigentes desta instituição, de “gente muito generosa”. O vice-presidente José Carlos Real, um dos dirigentes mais antigos da associação, garante que não contava reviver as emoções sentidas no início da década de 90 do século passado, quando um outro bombeiro de Barcelinhos conquistou distinção semelhante. Já António Pereira, há apenas quatro anos na instituição, mas completamente rendido à causa que agora lhe ocupa muito tempo, fala de um gratificante felicidade, que afinal premeia o trabalho desenvolvido por toda a equipa. “Eu gostava de dedicar este prémio à minha mãe, à minha irmã, aos anteriores e atuais Prémio e menções honrosas júri do “Prémio Bombeiro de Mérito” presidido pelo presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, integrou o Diretor Nacional de Bombeiros, Pedro Lopes, os presidentes da Escola Nacional de Bombeiros, José Ferreira, da Reviver Mais, Lourenço Baptista e ainda Fátima Marques da empresa Sarah Trading (mecenas), e um representante do Montepio Geral (mecenas honorário). Para além do galardão máximo atribuído aos dois bombeiros dos Voluntários de Barcelinhos, o júri distinguiu ainda, na categoria “menção honrosa – câmara municipal” por propostas Federações Distritais dos Bombeiros de Santarém, Évora e Portalegre, a Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo. A “menção honrosa – dirigente associativo” foi atribuída a Avelino Almeida Machado da Silva Reis, presidente da assembleia-geral da direção da Associação de Bombeiros de Vila Nova de Famalicão, e, por fim, a Digal, S.A com a “menção honrosa – personalidade empresarial”. Os prémios serão entregues na cidade do Barreiro, no próximo dia 1 de junho, por ocasião das comemorações do Dia do Bombeiro Português, presididas pelo ministro da Administração Interna. Na mesma cerimónia, em parada, os oito bombeiros mortos em serviço no ano transato no combate aos incêndios florestais serão homenageados pela LBP com a entrega do crachá de ouro aos seus familiares. As cerimónias do Dia do Bombeiro Português, realizam-se a par dos 33.º Concursos Nacionais de Manobras para Bombeiros e 32.º Concursos Nacionais de Manobras para Cadetes, a decorrer em 31 de maio e 1 de junho no Complexo Municipal de Atletismo Carla Sacramento, no Seixal. comandantes e diretores e bombeiros dos Voluntários de Barcelinhos, ao bombeiro Licínio Cunha, recentemente falecido e, em particular, a todos os companheiros que perderam a vida nos incêndios do ano passado… este prémio é deles!”, faz questão de ressaltar Fernando Oliveira. Da mesma forma, também Carla partilha o galardão com os soldados da paz que tombaram no combate às chamas em 2013, estendendo a homenagem a “todos os bombeiros, comandante e diretores de Barcelinhos” e em especial ao pai, que perdeu a ainda menina, mas por quem se fez bombeira. Visivelmente orgulhoso o comandante José Beleza começa por considerar que o prémio instituído pela Liga dos Bombeiros Portugueses, engradece as associações porque dá visibilidade aos homens e mulheres que nelas servem. “É um importante incentivo, embora os bombeiros não esperem nada em troca quando cumprem a sua missão”, defende o responsável operacional, declarando que a distinção atesta “a atitude, a postura e o empenho para que tudo corra da melhor forma, demonstrados pelo Fernando e pela Carla, mas também por todos os outros mais de cem operacionais que integram este corpo de bombeiros”. O presidente, José Costa diz que esta é a uma enorme recompensa para os dirigentes “que cumprem de forma voluntária, um trabalho diário, que fazem tudo o que podem pela instituição e verificam que esse esforço tem repercussões a nível operacional”. “Reconheço que não teria a coragem destes dois bombeiros”, declara o presidente da direção, que sublinha o feito dos seus bombeiros, mas também a humildade com que encaram a distinção e a partilham com os companheiros mortos no combate aos incêndios do verão passado. Esta instituição tem vivido um período de ouro da sua história. Em escassos três anos esta enorme família alcançou enormes conquistas. Investiu na preparação e formação dos seus operacionais, na aquisição de equipamentos e viaturas, reforçou o contingente operacional e o número de associados e, ainda assim, conseguiu começar a concretizar um sonho antigo que em breve se traduzirá num novo moderno e operacional quartel. O projeto, o terreno e os fundos estão garantidos e até ao final do ano a obra deverá ter início. A vontade de fazer, para servir melhor, o empenho do corpo ativo, do comando e de todos os dirigentes foram reconhecidos e traduziram-se no providencial apoio da população, da Câmara Municipal, do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, do Diretor Nacional de Bombeiros e do ministro da Administração Interna, entidades que, no entender de José Costa, em muito colaboram na realização de uma antiga e justa aspiração dos Voluntários de Barcelinhos. Há uns meses, Fernando Oliveira em declarações ao Jornal Bombeiros de Portugal, dias após o salvamento perpetrado no Cávado, defendia que “nesta instituição são todos heróis” e que “o sucesso da intervenção foi apenas o resultado de um trabalho de equipa, que inclui, também, comando e direção” palavras simples mas reveladoras da humildade, do “espírito” que sustentam esta enorme instituição. No próximo dia 1 de junho, no Barreiro, por ocasião das comorações do Dia do Bombeiro Português, os Voluntários de Barcelinhos voltam a reunir-se porque todos os momentos da associação são vividos em família. 6 MAIO 2014 Espinho/36: “Blitz” à portuguesa Pesquisa/Texto: Luís Miguel Baptista Assinala-se este ano o Centenário da Aviação Militar, cujas comemorações tiveram início no dia 14 de Maio e estender-se-ão até 2016. A razão pela qual registamos a efeméride prende-se com um facto histórico: a realização, em 11 de Julho de 1936, na então vila de Espinho, quando do V Congresso Nacional de Bombeiros, de um aparatoso exercício de ataque aéreo onde intervieram seis corpos de bombeiros (Bombeiros Voluntários da Covilhã, Bombeiros Municipais de Santarém, Bombeiros Voluntários de Carcavelos, Bombeiros Voluntários de Vila do Conde, Bombeiros Voluntários Espinhenses e Bombeiros Voluntários de Espinho) e uma esquadrilha, autorizada para o efeito pelo Ministério da Guerra, composta por sete aparelhos, seis da Base de Tancos e um do Centro de Aviação de Espinho, sendo quatro deles “Morranes” e três “Tigers”. Efectuada no âmbito de outras actividades práticas, a simulação viu-se consubstanciada num autêntico teatro de guerra. O comandante Álvaro Valente, dos Bombeiros Voluntário do Montijo, em livro de sua autoria sobre a reunião magna, refere-se minuciosamente às operações, descrevendo, nestes termos, o plano geral do exercício: “Pelas 11 horas do dia 11 de Julho as sereias de alarme ouvem-se insistentemente, anunciando um provável ataque aéreo. Na linha do horizonte surgem dois aèroplanos inimigos que se dirigem para o Centro de Aviação de Espinho, o qual procuram atingir com bombas incendiárias. Sobem aèroplanos Bombeiro com máscara anti-gás Os aviões voando sobre Espinho Transporte de gaseado do Centro de Aviação para a defêsa activa. Trava-se um duelo nos ares. A artilharia anti-aérea faz ouvir seus canhões e metralhadoras. As sereias de alarme continuam com pequenos intervalos seus avisos. Então, um dos aèroplanos inimigos sobrevoa Espinho e lança granadas de gases asfixiantes e mais bombas incendiárias. Manifestam-se incêndios no Casino e outros edifícios. Há gaseados pelas ruas e vítimas nos prédios atingidos. Os aèroplanos inimigos em face da defesa anti-aèrea e do contra-ataque do Centro de Aviação, retiram-se e desaparecem ao longe. As sereias calam-se e o perigo desaparece também.” Aos elementos dos corpos de bombeiros envolvidos coube, por sua vez, a extinção de hipotéticos focos de incêndio em diferentes pontos da localidade, o transporte de gaseados aos postos de socorros e a desinfecção das áreas atingidas. Pessoal interveniente A imprensa registou a melhor impressão. Um dos exemplos partiu do jornal “O Primeiro de Janeiro”, que testemunhou: “Todos os Bombeiros que intervieram na defêsa portaram-se com uma correcção e aptidões dignas de registo, merecendo porém, referências especiais os Voluntários de Carcavelos. Dos próprios casacos improvisaram macas; e no final do exercício simularam haverem sido atingidos na sua totalidade, pelo que tiveram que ser transportados para o hospital dos Bombeiros Voluntários de Espinho.” Recorde-se que, ao tempo, não existia em Portugal qualquer estrutura oficial de protecção civil. Somente no ano de 1942, durante a II Guerra Mundial, seria criada a Defesa Civil do Território, na dependência do Ministério da Defesa e sob o comando da Legião Portuguesa, encarregue de “assegurar em tempo de guerra, ou de grave emergência em tempo de paz, a protecção das populações e do património público e privado”. Por conseguinte, é de valorizar a importância histórica deste exercício conjunto e a ocupação com um tema caro à Humanidade, a guerra química e aérea, no âmbito exclusivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), atenta aos problemas da vida moderna e do socorro. Essencialmente vocacionada “para o pessoal se treinar e familiarizar com as máscaras, não desconhecer amanhã, em absoluto, como há-de proceder e intervir”, a iniciativa permitiu tirar diferentes ilações, nomeadamente, a necessidade de promover mais acções do género e de consciencializar a população no tocante a novos perigos. Além disso e de certos percalços, foi notória, conforme o relato do evento, a falta de material e alguma hesitação dos bombeiros, sublinhe-se, chamados, pela primeira vez, a responder a tamanho desafio. Porém, saldando positivamente as condições de realismo em que se processaram as operações, o comandante Álvaro Valente escreveu no seu livro: “No entanto, apesar de se Oficiais aviadores que tomaram parte no exercício tratar de um ataque aéreo simulado, leio nos jornais que chegou a haver pânico e correria, e que, se não se deram desastres, foi derivado à intervenção serena, calma e rápida da Polícia e da Guarda Republicana.” De realçar que, já em 1934, Álvaro Valente havia sido autor de um trabalho de fundo sobre a guerra química, muito apreciado e divulgado na época, o qual, cremos bem, surtiu vários efeitos de opinião, mormente acerca da rudimentaridade dos meios que então proviam os bombeiros, limitando-se, por exemplo, a protecção individual, ao uso da máscara anti-gás, equipamento que somente uma minoria detinha, e mesmo assim numa quantidade reduzida que não chegava a cobrir um Corpo Activo. Segundo especialistas, era necessário e adequado, no contexto da prestação do socorro, entre outros recursos, o uso de máscaras e de escafandros impermeáveis. Sabe-se que, no caso de Espinho, a LBP pediu, ao respectivo delegado distrital, 52 máscaras e 16 macas para quatro equipas de oito homens cada, número considerado suficiente a fim das demonstrações. Consta, de resto, que foram os bombeiros portugueses, no país, os primeiros a tratar do assunto em público, experimentando, a propósito, com a colaboração da firma H. Vaultier & C.ª, de Lisboa, as potencialidades técnicas da novel espuma atmosférica e das célebres agulhetas marca “Cometa”, conhecidas por serem “superiores na extinção de fogos de productos inflamaveis”. Decididamente não satisfeita e malgrado o ambiente de paz vivido em Portugal, viria ainda a surgir, no seio da Liga, a ideia de se realizar cursos de defesa civil, destinados tanto aos bombeiros como às populações, merecendo o apoio do ministro do Interior e do presidente da comissão nomeada pelo Governo para os assuntos de defesa passiva, que concordaram com a “patriótica iniciativa”. Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia Site do NHPM da LBP: www.lbpmemoria.wix.com/ nucleomuseologico porque entendia que o bombeiro devia perseguir a solidariedade, mas, também, a cultura. O escritor João de Araújo Correia tomou contacto com a biblioteca no antigo quartel, “situado ali em baixo, na Chafarica, no Largo dos Aviadores”, com uns 12 anitos na companhia de seu pai, também ele bombeiro. Foi o 1.º contacto com a Biblioteca dos e o “regalo seria abrir aquela estante e colher de lá um livro para o folhear e ler antes de me deitar”. Em 1960 a Biblioteca passou a ter a denominação de “Maximiano de Lemos”, um reguense ilustre, médico e “historiador da Medicina Portuguesa”. Uns anos mais tarde, em 1963, com a plena cooperação de João de Araújo Correia. e pela sua mão, este espaço de cultura conquista o estatuto de biblioteca fixa da Fundação Gulbenkian. A explanação do orador foi acompanhada por uma apresentação em PowerPoint, , elaborado por um grupo de bombeiros, coordenado pelo adjunto Rui Lopes. No final do evento cultural, os participantes puderam deleitar-se com a visita à biblioteca, comprovando-se todo o empenho do insigne escritor neste espaço de excelência. RÉGUA Evento cultural nos bombeiros O salão nobre da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua acolheu uma sessão cultural subordinada ao tema “João de Araújo Correia na Biblioteca dos Bombeiros”, iniciativa que surge de uma parceria desta instituição com a Tertúlia João de Araújo Correia. A presidir à mesa José Alberto Marques, presidente da assembleia geral dos bombeiros reguenses, e, para além do orador, José Alfredo Almeida, destaque para as presenças estavam do vice-presidente da câmara, José Manuel Gonçalves, de Helena Gil, presidente da di- reção da tertúlia, João Correia, neto do escritor, e o comandante Joaquim Teixeira, representante da Liga Portuguesa dos Bombeiros. Usaram da palavra todos os elementos da mesa, que coinci- diram na perspicácia e paixão que o escrito João de Araújo Correia tinha pelos livros, realçando-lhe o gosto precoce pelos livros, que num dos melhores contistas do século XX. Registe-se que a biblioteca dos bombeiros data de 1885, fruto da acutilância de um Afonso Soares, que exerceu a atividade de jornalista, de escritor, de desenhador, de gravador, de modelador e de pintor, que foi o impulsionador da iniciativa, 7 MAIO 2014 PARCERIA BANCO BIG COM LBP O Obter o maior número de EPI possível Banco de Investimento Global (BIG), em parceria com a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) arrancou com uma campanha de recolha de fundos a nível nacional para a aquisição de equipamento de proteção individual (EPI) destinados aos bombeiros voluntários portugueses designada por “Vamos proteger quem nos protege”. No arranque desta ação ficou estabelecido entre o BIG e a LBP que só serão adquiridos equipamentos que obedeçam às certificações nacionais e internacionais. A iniciativa de recolha de fundos, agora alargada em termos nacionais por sugestão da LBP, nasceu com a decisão do BIG em apoiar os Bombeiros Voluntários de Carregal do Sal na obtenção do mesmo tipo de equipamentos. Essa colaboração inicial permitiu, inclusive, introduzir melhoramentos nos próprios equipamentos solicitados por aquela associação. A sessão de apresentação da campanha contou com a presença da administração do BIG, do presidente do conselho executivo da LBP, comandante Jaime Soares, outros elementos daquele órgão, do Diretor Nacional de Bombeiros da ANPC, Pedro Lopes, do presidente da federação de bombeiros de Viseu, Rebelo Marinho, distrito da associação apoiada, do presidente da Câmara de Carregal do Sal, outros autarcas e dirigentes dos bombeiros locais, o presidente e o comandante dos Voluntários Lisbonenses. Agora, a iniciativa iniciada a favor dos Bombeiros de Carregal do Sal pelo presidente do Banco, Carlos Rodrigues, ao tes- O Banco de Investimento Global (BIG) lançou inicialmente uma campanha de solidariedade a favor dos Bombeiros Voluntários de Carregal do Sal. A campanha, já designada por “Ajude-nos a proteger aqueles que nos protegem!”, pretendeu colmatar a falta de meios da corporação ao nível dos equipamentos de proteção individual (EPI) de última geração para combate a incêndios florestais. Estes equipamentos foram apurados com a participação do próprio comando dos Voluntários de Carregal do Sal no sentido de satisfazer as necessidades dos bombeiros no teatro de operações, quer em termos operacionais, quer no domínio da sua segurança pessoal. “Consciente desta realidade, o BiG decidiu temunhar em direto o arranque do pavoroso incêndio do Caramulo, está agora alargada a favor de todos os restantes bombeiros portugueses. Para tal, o BIG abriu uma conta (NIB 006100500057299750021) para recolher os donativos, garantindo dobrar o valor dos apoios recolhidos até meio milhão de euros. O Banco compromete-se ainda a doar 20 euros por cada conta aberta por novos clientes, até 30 de setembro próximo. As federações distritais de bombeiros, segundo o presidente da LBP, comandante Jaime Soares, “ vão ter um papel importante nesta campanha já que queremos em sintonia com elas proceder ao levantamento exaustivo das necessidades de equipamentos e salvaguardar que as ajudas irão ser dadas onde de facto se façam mais sentir”. Segundo aquele dirigente, “esta iniciativa constitui uma parceria no âmbito da responsabilidade social que não nos cansaremos de divulgar perante outras entidades, como exemplo a ser seguido e que não deixaremos de aproveitar”. Conforme referiu o comandante dos Voluntários de Carregal do Sal, Miguel Ângelo, na busca de melhores equipamentos, “temos o privilégio de ter encontrado no Banco BIG um parceiro que nos catapultou a um nível superior de negociações que sozinhos jamais conseguiríamos”. Segundo aquele responsável, será de salientar a própria postura assumida pelo banco, “quando nos bateram à porta e disseram que nos queriam ajudar”. “Ao senhor presidente da LBP agradeço a constante disponibilidade e abertura em ter aceite as nossas sugestões, proporcionou-nos a possibilidade de reunirmos com os diferentes grupos de trabalho a quem explicámos o projeto de Carregal do Sal, que poderá agora ser adotado por todos os bombeiros portugueses”, referiu o comandante Miguel Ângelo sublinhando que, referindo-se ainda ao comandante Jaime Soares, “é da mais elementar justiça referi que sem a sua ajuda e contributo todo este processo teria sido bastante mais difícil”. A apresentação da campanha “Vamos proteger quem nos protege” decorreu no salão nobre dos Bombeiros Voluntários Lisbonenses, cedido para o efeito pela direção e comando da instituição. Campanha começa em Carregal do Sal efetuar uma doação que permite equipar todos os 95 elementos da corporação de bombeiros de Carregal do Sal com equipamentos de proteção individual de última geração para o exercício das suas funções”, defende aquela instituição bancária. A par disso, o banco convidou os seus clientes a juntarem-se à mesma causa. As doações continuam a poder ser feitas via internet em www.bigonline.pt/Campanhas/DonativosBombeiros. Por cada montante doado a esta corporação, o BiG contribuirá com um montante igual, até um limite máximo de 50.000 euros para o total das doações; Outra forma de doação encontrada foi a transferência bancária com recurso ao NIB da conta dos Bombeiros Voluntários de Carregal do Sal: 0061 0050 00569182500 88. 8 MAIO 2014 TORRES A mística mantém Chamam-lhe “mística” à característica intrínseca, quase inata, que distingue os homens e as mulheres, dirigentes e operacionais da Associação dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras, unidos pelo desejo maior de servir exemplarmente o próximo. Hoje, como ontem, os bombeiros torreenses evidenciam-se pelo culto da excelência e do rigor a todos os níveis, dando assim um cunho indelével ao movimento do voluntariado. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim U m peculiar bairrismo, mas também especificidades territoriais, sociais, económicas e até culturais determinam a matriz das associações de bombeiros, traçam-lhe o perfil e, talvez por isso, não existam duas instituições iguais. Assumidamente diferente das congéneres, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras já conquistou o estatuto de referência, que começou a ser trabalhado no início do século XX, com a fixação na cidade do escalabitano Emílio Maria da Costa, “uma alma generosa e solidária” que, a bem do seu semelhante, elegeu como desígnio a criação de um corpo de bombeiros devidamente equipado e preparado para garantir a proteção e socorro da populações. Norteado pelo lema “os homens só unidos podem chegar ao fim das boas causas”, Emílio Maria da Costa contou para a concretização de tão nobre e abnegado projeto com o apoio da câmara municipal que, para além de ajuda financeira, cedeu ainda material de combate a incêndios, dando assim o incremento necessário à criação do corpo de bombeiros e à colocação da pedra basilar de uma instituição impar que, ao longo de 110 anos sucessivas gerações, de dirigentes e bombeiros que a serviram. Movidos por idêntica determinação e entrega dos pioneiros, o presidente Gonçalo Patrocínio e o comandante Fernando Barão fazem questão de valorizar tão preciosa herança, honrando a história da instituição que entre outras singularidades se distingue por estar na génese da criação da Liga dos Bombeiros Portugueses, sendo mesmo a associada número 1 da confederação que representa o setor a nível nacional. O peso do passado não desequilibra ou compromete o pre- sente e o futuro da associação, pelo contrário é uma motivação para fazer mais e melhor em prol da de uma população fixa de 70 mil habitantes, sem esquecer as condições de trabalho e os meios que importa garantir aos 160 operacionais que prestam serviço no quartel-sede na cidade e nas seções destacadas do Maxial e da Silveira Em mais de um século, os voluntários torreenses tiveram apenas seis comandantes, um facto que Fernando Barão faz questão de destacar, referindo esta “estabilidade que deu espaço ao desenvolvimento da instituição”. Muitos são os fatores que concorrem para a vitalidade desta instituição que escreve e sua história sem episódios de sobressalto, contudo Fernando Barão refere que continua a ser a “mística” que alimenta a tradição e mantém viva a chama. “Mesmo no verão, conseguimos ter a um domingo no quartel 30 bombeiros em regime de voluntariado” afiança, sublinhando que “em Torres Vedras as noites e os fins de semana são assegurados apenas por voluntários”, factos que segundo o comandante são reveladores da paixão e da entrega que move os operacionais. “A excelência traz discípulos. Aplicamos competência, exigência, exemplo e rigor em tudo o que fazemos, por isso atraímos e contamos com os melhores”, reforça o presidente. Torres Vedras dispõe de um quartel bastante operacional e bem equipado e conta um cor- ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL O Água – primeiro salva vidas, só depois apaga fogos! corpo humano é composto por cerca de 60% de água, que perde através de quatro meios básicos: na urina, nas fezes, durante a expiração, e através da transpiração. Durante os períodos de trabalho extremos ou quando exposto a altas temperaturas, a maioria da água perdida é através da transpiração. É o resultado da tentativa de regulação da temperatura corporal pelo próprio organismo, e varia dependendo de uma série de fatores do Bombeiro, incluindo: • Nível de aptidão física; • Níveis de esforço e de temperatura a que está exposto; • Quantidade e tipo de vestuário/equipamento de proteção utilizado. A adrenalina, o stresse e ritmo acelerado de trabalho faz com que por vezes o Bombeiro se esqueça de repor os níveis de hidratação, podendo perder até um litro de transpiração. A perda de água (desidratação) é prejudicial à saúde e bem-estar e tem impacto negativo no seu desempenho. Uma dor de cabeça ou reduzida produção de urina, baça e escura, são sinais precoces de desidratação. Esta pode também afetar o Bombeiro ao nível psicológico, influen- ciando negativamente a sua capacidade de pensamento e a tomada de decisões acertadas. Uma hidratação adequada é a chave para o bem-estar do bombeiro durante e após as operações de socorro em geral e especialmente para a época de incêndios florestais para evitar a degradação muscular, desmaios e até mesmo danos no sistema renal. O processo de hidratação deve iniciar-se antes da própria operação de socorro, através da ingestão de água (cerca de dois copos) quando a equipa ainda permanece no Corpo de Bombeiros aguardando a sua ativação, ou idealmente cerca de 2 horas antes de iniciar as operações. Durante as operações, o Bombeiro deve efetuar uma contínua hidratação bebendo cerca de meio litro por cada hora de combate. Os Chefes de Equipa devem incentivar os seus Bombeiros a repor os níveis de hidratação, pois se apenas ingerirem líquidos quando tiverem sede aumenta significativamente a probabilidade de ficarem desidratados (num cenário extremo como os incêndios florestais o bom- beiro pode ficar desidratado mesmo sem chegar a sentir sede). Após a desmobilização do teatro de operações, deve ser ingerida de forma gradual e espaçada a água necessária para repor os níveis de hidratação. É de evitar o consumo de grandes quantidades de cafeína (ao contrário que é prática comum) e de bebidas alcoólicas, pois dificultam o restabelecimento dos níveis de hidratação do Bombeiro. Ao contrário de outras medidas promotoras da segurança operacional, a hidratação é de fácil resolução e depende de cada uma das Equipas e de cada Bombeiro. Não esqueças: “A primeira vida a proteger é a tua...!” [email protected] – Núcleo de Segurança e Saúde da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC) 9 MAIO 2014 VEDRAS viva a chama po de bombeiros bem preparado, aliás só assim é possível dar resposta “ao enorme volume de serviço”, fazer face às solicitações de um território com uma mancha florestal que ronda 20 mil hectares, onde a estatística aponta como média 400 incêndios anuais, e continuar a assegurar que a “esmagadora maioria destas ocorrências são resolvidas com meios próprios”, conforme faz questão de frisar o comandante. Por outro lado, no parque viaturas uma “frota equilibrada e ajustada à sua área de intervenção” dá garantias de eficácia. Tendo em linha de conta, que “a segurança dos bombeiros é prioritária”, o responsável operacional regista com natural satisfação os investimentos nesta área, nomeadamente no que concerne a Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para fogo florestal, sendo que para em matéria de fogos urbanos “o corpo de bombeiros está bem equipado”. Conscientes que não basta garantir os meios, direção e comando, muito investem na preparação dos operacionais: “Desenvolvemos um plano de formação muito rigoroso, porque acreditamos que só a exigência, pode assegurar a eficiência”, refere o comandante, salientando que nesta área não existem problemas de absentismo, pois “ninguém falta às diferentes ações de formação, estão sempre disponíveis para saber mais, para serem os melhores”. “Damos todas as condições aos nossos bombeiros,”, refere convicto o comandante dando conta da “caixa de socorros”, que mediante o pagamento de uma quota simbólica garante o pagamento de todas as despesas que os subsistemas de saúde não cobrem “taxas moderadoras, exames médicos, óculos, medicamentos, tudo”, sublinha. Provando que o voluntariado goza de vitalidade plena, Fernando Barão fala, também com particular entusiasmo, dos 20 elementos que, em breve, vão reforçar o contingente dos soldados a paz. Uma situação financeira muito estável, é apanágio de uma instituição que “desde sempre impôs rigor financeiro na gestão e nunca deu passos maiores que a perna”, como faz questão de propalar Gonçalo Patrocínio. Tanta audácia e dinamismo são recompensados e reconhecidos pela Câmara Municipal de Torres Vedras, desde sempre “um parceiro importantíssimo”, consciente da importância dos bombeiros no sistema de proteção civil, na proteção e no socorro das populações. As juntas de freguesia, com menores recursos, não negam contudo ajudas pontuais e ainda recentemente viabilizaram a aquisição de desfibrilhadores para equipar as ambulâncias de socorro das secções do Maxial e da Silveira. Da mesma forma, também a população se rende à “mística” dos voluntários torreenses, participando ativamente nas iniciativas promovidas pela associação. Por estes dias, decorre na cidade uma campanha de angariação de associados, atualmente cerca de sete mil, número que Gonçalo Patrocínio acredita poderá aumentar substancialmente, até porque a iniciativa está a “correr muito bem”. Também as empresas estão “sempre disponíveis a satisfazer as necessidades do corpo de bombeiros”, mas, os Voluntários Torreenses pretendem reforçar apostas nesta área e fomentar novas parcerias. Para além de toda a atividade do corpo de bombeiros, há ainda espaço para a dinamização de uma banda de música, que muito envaidece os bombeiros. Cerca de 70 instrumentistas garantem a qualidade do agrupamento que muitos músicos de excelência tem dado às bandas militares do País, um feito que enche de vaidade direção, comando e corpo de bombeiros e os torreenses em geral. Destaque ainda para o museu da instituição que conta afinal uma história com quase 111 anos, tendo como protagonistas entre muitos outros Joaquim José de Bastos, José Maria de Miranda e mais recentemente José Manuel Barreira Abrantes e o Padre Vitor Melícias. Também Fernando Barão, com mais anos 40 de bombeiro e 23 de comandante conquistou o estatuto de figura emblemática desta vetusta instituição. “Andei nos carros todos que agora estão no nosso museu” revela com o orgulho estampado no rosto, lembrando que já aos 14 anos ao toque da sirene não havia quem o segurasse na escola ou na catequese. Passaram os anos, mas a paixão não esmoreceu, o que aliás tem permitido fortalecer os laços que unem esta grande família. Comando e direção falam a uma só voz, “resolvem os problemas em equipa” projetam o futuro em parceria, sempre apoiados pela máxima “é no dar que se recebe” que norteou os fundadores e ainda hoje inspira dirigentes e bombeiros. 10 MAIO 2014 PENICHE Decano inspira novas gerações A poucos dias de celebrar 85 anos de idade o comandante Jacinto Pedrosa é uma das figuras mais queridas e respeitadas do universo dos bombeiros. Na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários foi presidente, comandante, fez de tudo pela instituição, deixou o seu cunho, mas sobretudo o exemplo que perdura e, certamente, se perpetuará. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim C arismático, reto na postura, mas dócil no trato, Jacinto Teodósio Ribeiro Pedrosa, o Comandante Pedrosa, é, sem dúvida, uma das mais emblemáticas individualidades dos bombeiros de Portugal. O decano resigna ao posto da antiguidade, para se assumir como um ponderado irreverente, sempre com uma palavra dizer, com argumentos de peso na defesa do setor. “Entrei para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Peniche como presi- dente da direção, depois convidaram-me para assumir a estrutura de comando, aceitei e, ainda hoje, por aqui ando”, justificando assim um percurso que encetou com mais de 50 anos de idade, uma paixão tardia, mas ainda assim intensa que o enriqueceu como homem a todos os níveis. Recorda com nostalgia outros tempos, fala da sua experiência enquanto presidente da direção, cargo que ocupou por duas ocasiões, nas décadas 70 e de 80, mas detém-se nos momen- tos vividos, intensamente, enquanto comandante do corpo de bombeiros, funções que desempenhou durante quase duas décadas. Quando lhe pedimos um episódio marcante de uma vida pejada de grandes momentos, tem dificuldade na seleção, talvez porque o saudosismo não faça parte da natureza deste homem singular, que granjeia o respeito exigido a uma espécie de comandante honorário, mas ao mesmo tempo um carinho quase paternal. Hoje longe nos teatros de operações, faz questão de manter a proximidade, até porque décadas de trabalho em prol de causa não se anulam com a “reforma”. Nesta “segunda família”, conforme faz questão de dizer, encontra atenção e carinho e se re-encontra, com o passado, do qual garante guardar “muito gratas” recordações. A entrega e dedicação à causa extravasou os limites do quartel de Peniche, tendo em conta que Jacinto Pedrosa, para além de dirigente e responsável operacional e de percorrer todo o país em nome dos soldados da paz, foi ainda presidente da Federação dos Bombeiros dos Distrito de Leiria, conselheiro regional, delegado distrital e membro de um sem número de comissões ligadas ao setor. Num currículo extenso não faltam as distinções e louvores que agraciaram o percurso deste homem que, no entanto, exibe com peculiar vaidade o crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses, que lhe foi outorgado em 1996 e a Fénix de Honra que recebeu em 2011, por ocasião do 82.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Peniche. Impecavelmente ataviado, com uma postura e uma vitalidade invejável, o comandante Pedrosa assume-se ainda como um bombeiro interessado, informado e conhecedor das questões que importam aos seus pares, afinal o digno representante de uma geração de operacionais, que continua a inspirar os mais jovens que com novo estilo, dispondo de outros meios, sabem tirar partido da experiência, da tarimba de que os antecederam. 11 MAIO 2014 CANDIDATURA DE JOAQUIM REBELO MARINHO Incluir e construir F oram muitos, mais de uma centena, os dirigentes e comandantes que se deslocaram aos BV de Torres Vedras, para assistirem à sessão pública de apresentação da candidatura “ Com os Bombeiros, pelo Futuro!”, aos órgãos sociais da Liga, liderada por Joaquim Marinho. Numa sala completamente cheia, com as pessoas de pé, Joaquim Marinho fez a sua 1ª intervenção, referindo que o modelo adoptado de “ Programa participado” era intencional, procurando estimular o debate, mobilizar vontades e valorizar contributos. Referindo-se à estratégia que vai seguir, sublinhou que pretende uma Liga proactiva, capaz de liderar processos transformadores e desenvolver projectos mobilizadores, uma Liga inclusiva, aberta, de discurso abrangente, e virada para a concertação institucional, com independência e sem seguidis- C mos, não dispensando nenhuma entidade na prossecução de interesses que sejam comuns e transversais. Seguidamente, teve a oportunidade de se referir à equipa, profundamente renovada, que apresentará ao congresso, abordando os critérios que vão presidir à sua constituição. A funcionalidade, devendo os seus elementos incorporar competências e saberes, a disponibilidade de tempo para tra- balhar os problemas, a sensibilidade, que permita uma análise lúcida e presente do sector, a representatividade, que é sempre preciso acautelar, e a convicção, e não qualquer outra razão, à volta do projecto comum. Quanto aos compromissos programáticos, reservou a sua apresentação para mais tarde, invocando, precisamente, os contributos que esperava reunir nessa tarde, dizendo, no entanto, que eles deverão ser estruturantes, mexendo no que é, de facto, fundamental e prioritário, e nacionais, não colocando de fora os bombeiros das Regiões Autónomas. Com a assistência concordante, referiu que os futuros conteúdos irão ser coerentes com a identidade, que tem que se respeita, e com a modernidade, que tem que se adoptar, mas devem ser consequentes, isto é, ter um efeito modificador junto das nossas estruturas. Frisou que, se fôr eleito, se propõe fazer rupturas com métodos, práticas e medidas, sem fazer fracturas com a matriz dos bombeiros e os seus valores fundadores. Na parte central do seu discurso, destacou os 5 objectivos estratégicos, que vão inspirar o programa: 1. FINANCIAMENTO e SUSTENTABILIDADE das entidades detentoras de CBs; 2. ESTRUTURA OPERACIONAL PRÓPRIA; 3. INCENTIVO AO VOLUNTARIADO; 4. REGIME ESPECÍFICO DE CONTRATOS DE TRABALHO PARA ASSALARIADOS DAS AHB; 5. REVISÃO ESTATUTÁRIA. Na sua opinião, estes são os objectivos à volta dos quais todos se devem entender, por serem essenciais ao futuro dos bombeiros, sendo a sua realização atingível no triénio. Sabendo que para bem eleger é melhor esclarecer, informou que se vai bater pela realização de um debate entre os candidatos sobre os problemas reais dos bombeiros portugueses. Na parte final, focou as palavras-chave, que caracterizam a sua campanha e a vão acompanhar, nestes meses, até ao congresso de Coimbra: FUTURO – IDEIAS – IDENTIDADE. É à volta destas palavras e GOVERNO GARANTE COBERTURA NACIONAL ENB Distribuídos mais 1300 terminais Novo guião de formação om a época crítica de incêndios florestais já no terreno, o executivo escolheu o mês de maio para realizar mais duas cerimónias de entrega de novos equipamentos portáteis para a operação na rede SIRESP. A mais recente entrega realizou-se no dia 18 de maio, no Alentejo. Foram entregues um total de 276 terminais destinados aos distritos de Faro, Évora e Beja, num total de 46 Corpos de Bombeiros, incluindo municipais e voluntários. Em cerimónia idêntica, realizada a 11 de maio, na Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Amares, distrito de Braga, o ministro da Administração Interna distribuiu rádios para a rede de segurança interna aos corpos de bombeiros do Agrupamento Norte, abrangendo os distritos de Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real. Outros 726 rádios foram também já distribuídos às associações do Agrupamento Centro Norte (Aveiro, Coimbra, Guarda e Viseu). Com estas entregas de novos rádios SIRESP, a Autoridade Nacional de Proteção Civil diz que “estão já disponíveis” para operação, nomeadamente no contexto do Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais (DECIF) do corrente ano, um total nacional de 6 244 rádios SIRESP. Através da definição de grupos de segurança, o SIRESP permite que cada entidade utilize o sistema como se trata-se de uma rede privativa, mas também, em caso de necessidade de coordenação, que todos os grupos que concorram para a resolução de uma determinada situação de A emergência, sejam facilmente colocados em conversação, de acordo com regras predefinidas ou a serem estabelecidas em cenários específicos. Segundo nota tornada pública pela ANPC, os corpos de bombeiros, enquanto primeiro pilar na condução das ações de proteção e socorro, partilham com a Autoridade toda a configuração SIRESP, estando integrados no mesmo grupo de segurança e utilizando os mesmos grupos de conversação. “Garante-se, desta forma, uma permanente unidade de comando, controlo e de comunicações”, conclui o organismo do Estado. A exploração da rede pela ANPC e pelos corpos bombeiros, iniciada em 2007, num projeto-piloto que envolveu os corpos de bombeiros do distrito de Santarém, tem hoje uma expressão absolutamente nacional, lembra a ANPC. Escola Nacional de Bombeiros (ENB) acaba de lançar o primeiro módulo - Introdução ao Serviço de Bombeiro - do novo Guião do Curso de Formação para Ingresso na Carreira de Bombeiro Voluntário. Este novo produto pedagógico vem atualizar, no conteúdo e no formato, o guia que a ENB disponibilizou aos corpos de bombeiros em 2009 e, através do qual, foi possível uniformizar, a nível nacional, os materiais de suporte pedagógico dedicados à primeira formação que um bombeiro recebe. Este novo guião inclui a atualização de conteúdos decorrente das alterações que, entretanto, foram efetuadas na legislação dos bombeiros e da proteção civil. Foram ainda incorporadas novas abordagens técnicas relativas às matérias que fazem parte do plano de formação dos estagiários. Uma das novidades do novo modelo - a ALGARVE s bombeiros algarvios integrados no Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais (DECIF 2014) vão contar mais uma vez com um reforço financeiro garantido pelas autarquias de 15 euros por dia. Assim, ao valor assegurado pelo Estado (45 euros/24 horas) os municípios acrescentam os 15 euros, totalizando 60 euros/24 horas. A Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) celebrou recentemente com os bombeiros o protocolo que garante esse apoio, à semelhança do ocorrido no ano transato. A AMAL adianta que os municípios assumirão o valor diário de 15 euros aos 716 bombeiros integrados no DECIF, num valor total de 317.760 euros. Reforço de verbas para bombeiros A AMAL sublinha que a medida pretende combater a dificuldade no recrutamento de bombeiros para o DECIF, uma vez que o Algarve “oferece oportunidades de emprego sazonais no setor turístico com condições remuneratórias mais aliciantes”, razão pela qual foi decidido, em reunião realizada há um mês, reforçar o pagamento àqueles profissionais. O protocolo de reforço financeiro no âmbito do DECIF 2014 no distrito de Faro resulta da parceria entre as câmaras municipais, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), a Federação dos Bombeiros do Algarve (FBA) e todas as entidades detentoras dos corpos de bombeiros associativos e voluntários ou municipais. Foto: Marques Valentim O neste terreno, das ideias e do futuro, porque só eles são mobilizadores, que vai querer travar o duelo eleitoral, dispensando a intriga e o boato. Com ideias e com políticas de futuro, queremos UNIR e CONSTRUIR. Na parte final, e conforme constava do programa-convite, foi feito o anúncio dos candidatos às presidências dos órgão sociais. DUARTE CALDEIRA – Mesa dos Congressos: CARLOS BATISTA – Conselho Fiscal; AZUIL CARNEIRO – Conselho Jurisdicional. É com estes rostos, e com os demais, que virão enriquecer a equipa, que a candidatura “ COM OS BOMBEIROS, PELO FUTURO!” vai, com confiança e segurança, MOBILIZAR vontades CONQUISTAR apoios ACREDITAR na vitória abranger todos os módulos do curso de formação - é a criação de fichas de equipamento, fichas de manobra e fichas de exercício, destinadas, não só a complementar as sessões teóricas do respetivo módulo, mas também, a servir de base para o desenvolvimento das sessões de treino e instrução contínua do corpo de bombeiros. O guião deste módulo é constituído por um texto de apoio, nove unidades, mais uma que na versão anterior, a que correspondem 17 sessões teóricas, seis sessões práticas e três visitas de estudo. 12 MAIO 2014 SEVER DO VOUGA Depois de mais de meio século dedicados à proteção e socorro das populações, missão assente no voluntariado de dirigentes e bombeiros. A Associação dos Bombeiros Voluntários de Sever do Vouga continua a honrar a iniciativa de “um conjunto de 34 personalidades” que, em 1960, fundou a instituição. “Humanitarismo e paixão desde 1960” Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim É com natural orgulho que António Bispo Rodrigues, o presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários de Sever do Vouga dá a conhecer à equipa do jornal “Bombeiros de Portugal”, uma instituição de homens e mulheres movidos pelo dinamismo e a iniciativa que permitem garantir, mesmo em tempos difíceis, o pleno funcionamento da instituição. O quartel erigido há cerca de 30 anos, começa a acusar lacunas operacionais, nomeadamente de áreas destinadas à formação, não obstante os recentes investimentos na ordem dos 255 mil euros em obras de requalificação dos balneários e instalações sanitárias e ampliação do parque de viaturas. Encravado no casario, o complexo cessou a capacidade de crescimento, pelo que deixou de ser operacional, pelo que a construção de um novo quartel se torna urgente. A ideia já terá sido ponderada há uns anos, mas acabou por não passar disso mesmo, tanto que em 2012 a associação acabou por avançar com uma candidatura a fundos comunitários para pelo menos travar a degradação das instalações. “De facto, agora já conseguimos dar algum conforto aos 46 elementos do corpo de bombeiros, mas não dispomos de um campo de treinos, nem tão pouco de áreas para a instrução dos operacionais”, sustenta o comandante Sebastião Lourenço. “Não desistimos, continuamos junto da autarquia a tentar encontrar uma solução”, refere o presidente. E enquanto o novo quartel não passa de uma aspiração, outras prioridades surgem, nomeadamente o reforço do corpo de bombeiros, até porque são grandes as exigências. Refira-se que em Sever do Vouga a floresta ocupa 85 por cento do território, acresce que os 12 mil habitantes estão a vários quilómetros de distâncias das unidades de saúde de referência situadas em Aveiro, Águeda ou Coimbra, pois o centro de saúde local há muito que deixou de dar qualquer tipo de resposta. Estes são desafios que os bombeiros se sentem na obrigação de vencer em prol população. A comunidade severense sente-se cada vez mais isolada e as preocupação da associação em servir mais e melhor é reconheci da, acarinhada e apoiada. Felizmente, registam comando e direção, uma nova dinâmica permite encarar o futuro com otimismo. O regresso ao ativo de alguns elementos do quadro de reserva, os 10 estagiários prestes a ingressar no corpo de bombeiros e uma escola com outros tantos elementos dão garantias de reforço e renovação no quartel severense. Por outro lado, o sucesso da escola de infantes e cadetes prova que a causa do voluntariado não esmoreceu, essa é pelo menos a convicção do chefe Júlio Cruz, que também deixou a tranquilidade do Quadro de Honra para, todos os sábados, se entregar de corpo e alma à formação de bombeiros de palmo-e-meio. O dirigente não esconde dificuldades e dá conta das “preocupações diárias com a sustentabilidade de uma instituição que emprega 22 pessoas e tem por isso despesas certas” e compromissos que precisam ser honrados. A autarquia vai dando o apoio possível, tendo recentemente comparticipado financeiramente nas obras de requalificação do quartel bem como na aquisição de Veículo Urbano de Combate a Incêndios (VUCI), conforme faz questão de salientar o presidente da direção. Da mesma forma também a população, o tecido empresarial e as instituições do concelho fazem questão de marcar presença no dia a dia da instituição, contribuindo para o sucesso do seu desempenho da sua missão. Neste âmbito, também o movimento rotário da região se uniu à causa dos bombeiros com a dinamização de uma campanha que visa dotar os Voluntários de Sever do Vouga com uma ambulância de socorro, suprindo assim uma necessidade há muito identificada. Paralelamente, uma gestão de rigor, a reestruturação de serviços, a angariação de associados e a dinamização de iniciativas várias permitem “equilibrar as contas” e dar resposta às necessidades do corpo de bombeiros em matéria de formação e equipamento dos operacionais, questões consideradas fundamentais para que a associação continue a trilhar o caminho encetado a 15 de outubro de 1960, por um grupo de notáveis severenses norteados pelo lema “humanitarismo e paixão”. 13 MAIO 2014 RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO DA AR PARA OS INCÊNDIOS FLORESTAIS Foto: Marques Valentim Florestas e combate numa entidade única O grupo de trabalho da Assembleia da República sobre incêndios florestais recomendou “mais qualificação”, no dispositivo de combate, e defendeu “maior coordenação” de comando, “em função do risco”. O deputado do PS Miguel Freitas, relator do Relatório do Grupo de Trabalho para Análise da Proble- mática dos Incêndios Florestais, vincou a necessidade de “uma maior racionalidade do sistema e maior estabilidade e qualificação no dispositivo de combate”. O so- Recomendações legislativas e operacionais – Acompanhar de forma permanente na Assembleia da República todo o sistema associado à política florestal; – Rever o edifício legislativo florestal e a sua relação com a proteção civil; – Concentrar numa única entidade a coordenação operacional de prevenção e de combate, mantendo o planeamento na responsabilidade das entidades que atualmente a detêm; – Ponderar a criação de incentivos fiscais que promovam a gestão florestal, o emparcelamento, a regularização da situação predial, o associativismo florestal e a reflorestação de áreas ardidas; – Proceder à alteração da competência na instrução dos autos no âmbito do da Defesa da Floresta Contra Incêndios; – Rever a legislação contraordenacional no âmbito florestal; – Definir Autoridade Política, Autoridade Técnica e Autoridade Operacional, clarificando-as nos diferentes níveis nacional, regional e local, abrindo-se a possibilidade para novas formas de intermunicipalidade nos patamares técnico e operacional. – Prever a possibilidade de o Comandante Operacional Municipal (COM) poder ser o mesmo para vários municípios adjacentes e a constituição de serviços municipais de proteção civil, que envolvam municípios adjacentes; – Ajustar a lei do financiamento dos corpos de bombeiros, estabelecendo critérios rigorosos e objetivos que envolvam, por um lado, o histórico de ocorrências e o quadro de cada Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários e, por outro, os riscos específicos de cada município; – Adotar iniciativa legislativa que clarifique o momento e a forma como os municípios são efetivamente envolvidos, o ressarcimento das despesas efetuadas e impondo a convocatória das comissões municipais e distritais de proteção civil, com vista à obrigação de ativar os planos municipais de emergência até ao máximo de 16 horas de incêndios florestal municipal, e os planos distritais de emergência até ao máximo de 48 horas de incêndio florestal; – Clarificar as competências e a capacidade de intervenção da autoridade municipal de proteção civil e redefinir o conceito e funções do COM, equacionando a própria redefinição da sua designação. – Reforçar o programa de sapadores florestais e aumentar e profissionalizar as equipas GAUF (Grupos de Análise e Uso do Fogo); – Avaliar a possibilidade de aquisição por parte do Estado, de aviões pesados anfíbios – Canadairs – recorrendo a fundos comunitários; – Prever o acionamento imediato de um elemento de comando após destacamento de meios para uma ocorrência e, por consequência, a montagem do posto de comando para que se estabeleça toda a cadeia logística de aconselhamento e de estado-maior; – Difundir, nos postos de comando, uma base sustentada de informação científica de apoio à decisão operacional; – Delinear um planeamento logístico para repouso de bombeiros com mais de 6 horas de combate; – Estudar e melhorar a estratégia usada no combate a grandes incêndios; – Consolidar a cooperação com as Forças Armadas para a utilização das máquinas de rasto; – Reforçar as ações de vigilância pós-fogo e de rescaldo; – Criar uma carreira de gestores de emergência e o respetivo modelo formativo que possa facilitar o recrutamento de pessoal de comando; – Apostar na formação e treino dos bombeiros no combate a incêndios florestais (técnicas de combate) e no comando (gestão de operações), bem como na formação de comandantes para a gestão de grandes ocorrências; – Criar condições para a realização de ações de treino operacional dos bombeiros; – Reorganizar e recriar um centro integrado de formação especializada em incêndios florestais na Lousã; – Promover a abrangência e cobertura de todo o território continental por parte da Força Especial de Bombeiros; – Estimular o voluntariado adotando medidas para o tornar mais atrativo, criando os incentivos que se tenha por mais adequados ao necessário reconhecimento e valorização do Estatuto do Bombeiro. – Garantir que o caderno de encargos para a aquisição dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) seja o mesmo para a compra e para a entrega aos corpos de bombeiros, criando uma central de compras; – Aumentar a fiscalização da atividade dos corpos de bombeiros a realizar por parte da ANPC, quer na componente do equipamento existente, na formação, treino e instrução ministrada, quer no financiamento. cialista salientou que o grupo de trabalho, que reuniu os contributos de deputados de todos os partidos com assento parlamentar, defendeu ainda que se “deve concentrar numa única autoridade” a prevenção e o combate aos incêndios florestais, que, no ano passado, provocaram nove mortos, entre os quais oito bombeiros. Miguel Freitas frisou ainda que os deputados recomendam também “uma maior racionalidade” no combate aos incêndios florestais, apontando que é preciso “mais estabilidade, desde logo, e assegurar uma estrutura orgânica”. No debate do plenário da Assembleia da República, o deputado salientou que o grupo de trabalho sugere que se devam evitar “as rotações da direção e do comando” da Autoridade Nacional de Proteção Civil, de forma a “garantir estabilidade” e “criar um sistema que permita maior resposta”. “Para que o dispositivo de combate aos incêndios florestais tenha mais estabilidade, é necessária a componente profissional”, disse. O grupo de trabalho propôs igualmente a criação de “uma carreira de gestor de emergência” e sublinhou a importância da “prevenção” e dos meios aéreos, além de recomendar que é preciso “uma autoridade única”, que congregue a pre- venção e o combate aos incêndios florestais. O Relatório do Grupo de Trabalho para Análise da Problemática dos Incêndios Florestais, subscrito por todos os partidos com assento parlamentar, foi votado por unanimidade e será agora convertido em projeto de resolução da Assembleia da República. Presente no debate sobre as conclusões deste relatório, Miguel Macedo, ministro da Administração Interna saudou a iniciativa e lembrou que algumas das propostas contidas neste documento foram já “inseridas na Diretiva Operacional Nacional 2 deste ano”. PC 14 MAIO 2014 VALONGO As solicitações dos bombeiros “são prioridades” A assinalar o 121.º aniversário, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Valongo revela-se uma instituição adaptada às exigências de uma nova era. O presente não dá margem à letargia e o futuro indica caminhos de modernidade que a instituição já se orgulha de trilhar. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim A rmando Guimarães Pedroso, o presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Valongo, assume o papel de anfitrião numa visita ao passado e ao presente de uma das mais antigas e prestimosas instituições deste concelho do distrito do Porto. O dirigente apresenta uma casa financeiramente sustentável e operacionalmente bem organizada, que tudo aposta nas condições de trabalho, na segurança, na formação do corpo de bombeiros e na qualidade do socorro prestado às populações. “Não obstante os incumprimentos e atrasos do Estado, continuamos a poder investir em meios e nos nossos bombeiros e, assim, dar uma resposta eficaz às solicitações das gentes de Valongo”, conforme ressalta Armando Pedroso, com a tão característica frontalidade nortenha. A prosperidade da atualidade contrasta com a penúria de um passado recente. No final da década de 80 a associação enfrentava problemas financeiros e estruturais graves, tanto que o então determinado bombeiro voluntário Armando Pedrosa saiu do corpo ativo para ocupar a cadeira da presidência da associação: Contingências tremendas obrigaram o dirigente a acumular ainda funções de comandante. “Juntei um grupo de amigos e assumimos a gestão da casa… Fomos eleitos numa sexta-feira e no sábado de manhã já tinha a guarda à mi- nha porta para formalizar a penhora de uma viatura e à tarde o proprietário do posto de combustíveis a cobrar as dívidas da associação”, confidencia, dando conta de uma situação muito complicada que só a entrega, o trabalho e a determinação permitiam ultrapassar. “A obra do quartel estava parada e não havia dinheiro para dar continuidade aos trabalhos, os subsídios estatais estavam esgotados”, método e rigor e alguns apoios permitiram terminar a empreitada. Nos finais da década de 90 do século passado os Bombeiros de Valongo dispunham de instalações condignas, que aliás tem merecido várias intervenções, com intuito de dar resposta às exigências do setor. “Antigamente, prestávamos socorro em condições muito precárias, não tínhamos equi- pamento nem viaturas adequadas, tudo se fazia com boa vontade e muitas vezes corria bem, mas eu não quero isso para os meus homens até porque a responsabilidade que lhes damos todos os dias deve ser acompanhada de meios”, defende Armando Pedroso, acentuando que as solicitações dos bombeiros “são sempre prioritárias”. “Na verdade, a nossa direção está sempre disponível para dar resposta às necessidades do corpo de bombeiros”, realça o 2.º comandante Bruno Fonseca que fala de um quartel bem apetrechado, de um conjunto de viaturas adaptadas às especificidades do território que servem. Neste momento, a associação volta-se para a aquisição de Equipamento de Proteção Individual, pois o existente “ainda é de uso coletivo” e direção e comando acordam em que “cada um dos operacionais deverá ter o seu fardamento”. Trata-se de um investimento avultado, mas que não pode ser adiado, essa é a convicção de Bruno Fonseca. Para breve, a aguardar fundos comunitários, estão pre- vistas obras de beneficiação do quartel. O projeto de substituição do telhado de fibrocimento, intervenção prioritária, compreende ainda a renovação das camaratas femininas, bem como a instalação de posto médico e de uma nova secretaria. “Houve uma candidatura há mais de três anos que acabou por não se concretizar. Aguardamos agora o novo quadro comunitário para avançar pelo pelos com a substituição do telhado, um investimento de ascende os 60 mil euros”, explica o presidente, dando conta que as intervenções se destinam a conferir maior operacionalidade às instalações. “Um quartel de bombeiros tem que ter umas boas camaratas, uns gabinetes, uma secretaria, uma central, um bom parque de viaturas e condições para os operacionais, não precisa de grandes aparatos. Para quê grandes salões? Só se for para se encherem de teias de aranha”, enfatiza o dirigente. Há mais de meio século ligado aos Bombeiros de Valongo, Armando Pedroso está há quase três décadas na direção da instituição, sendo que ainda assumiu responsabilidades na estrutura de comando durante 18 anos, diz sentir-se realizado, mas defende que a renovação é importante, tanto mais porque a sua “missão está cumprida”. Conta-nos que já pensou “entregar a pasta”, mas uma equipa jovem, muito ativa, entusiasta da causa, travou essa intenção, algo que se percebe muito bem, pois este “dirigente-bombeiro” não esconde a paixão pela causa que serve há 53 anos e pela casa que ajudou a re-erguer. Integram as fileiras os Voluntários de Valongo 83 operacionais a que em breve se juntarão mais 25 estagiários, sendo que o futuro começa a ser assegurado com a dinamização de uma escola de infantes e cadetes onde 35 crianças e jovens aprendem a ser bombeiros e a assumir com brio e determinação a renovação do corpo ativo. 15 MAIO 2014 NÚCLEO MUSEOLÓGICO DA LBP Liga dá vida à história E stá à vista o aturado e minucioso trabalho de recuperação do acervo histórico da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), outrora integrado no ex-Museu Júlio Cardoso. Esse trabalho está em curso desde junho de 2012, após decisão tomada pelo atual conselho executivo da confederação. Para tal, foi assegurada a contratação de Luís Miguel Baptista, jornalista e antigo colaborador do nosso jornal, estudioso da matéria, gestor de um site precisamente sobre a história dos bombeiros e antigo dirigente associativo. A intervenção tem compreendido a instalação do Núcleo de História e Património Museológico (NHPM), iniciativa assumida pelo atual conselho executivo da LBP como fundamental, “com a finalidade de impedir a degradação de todo um conjunto de incalculável valor afetivo que durante anos não conheceu adequado trata- mento”, referiu-nos o comandante Jaime Marta Soares, presidente daquele orgão da LBP. O “BP” visitou as instalações do NHPM e ficou a conhecer “uma parte, apenas, das peças existentes, muitas quais originárias dos finais do século XIX, ou seja, anteriores à fundação da própria Liga dos Bombeiros Portugueses”, referiu-nos Luís Miguel Baptista, responsável pela gestão operacional do Núcleo. Apostada em ver preservada e divulgada a história dos bombeiros portugueses, o próximo passo a dar pela LBP neste domínio vê-se consubstanciado, a par da consolidação das condições técnicas e físicas do próprio Núcleo,” na sua abertura ao público, inclusive contemplando uma sala para exposições temáticas temporárias para mostrar o espólio existente e aquele que nos quiserem ceder, como testemunhos da rica história dos bombeiros portugueses”, conforme defendeu o comandante Jaime Soares, numa recente visita ao local. Luís Miguel Baptista referiu ainda, a propósito, que “é nossa ambição ver aumentada a coleção da LBP, de modo a compensar a significativa perda de peças, decorrente de várias vicissitudes relacionadas com o processo de desativação do Museu Júlio Cardoso”. Esta situação ocorreu após a saída da LBP das antigas instalações na Rua Barata Salgueiro, na Baixa de Lisboa, e a sua transferência para a atual sede. Houve desde logo a intenção de proceder à reinstalação do Núcleo mas, na realidade, só agora se tornou possível começar a fazê-lo com resultados já muito palpáveis. Na sequência do trabalho desenvolvido, Luis Miguel Baptista deixa o apelo às associações e corpos de bombeiros para que “sem desguarnecerem as suas coleções, concorram com ofertas para o NHPM, à semelhança do que aconteceu no passado com o Museu, nomeadamente, peças de fardamento, equipamento de radiocomunicações, sirenes, rotativos, material sapador e instrumentos musicais, entre muitos outros objetos, mesmo dos anos 60, 70 e 80, que importa reunir e dar visibilidade, desde logo através do nosso Guia Informativo, disponível na Internet”. 16 MAIO 2014 GOUVEIA Remodelar à vista Passado e futuro m A direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Gouveia anunciou, este mês, que prevê investir mais de 404 mil euros no projeto de ampliação e remodelação do atual quartel. O presidente da direção dos bombeiros de Gouveia, José Pereira, referiu publicamente que o anúncio do concurso público foi já publicado em Diário da República, mas o mesmo “não passa de um ato administrativo”, uma vez que a obra ainda terá que ser candidatada a fundos comunitários. “O lançamento do concurso público é o corolário de muitos passos que compreendem uma caminhada. Vai ser feita uma candidatura a fundos comunitários e estamos a preparar-nos para nos podermos candidatar”, disse. “Já temos os projetos de arquitetura e de especialidade feitos e preparados e estamos a aguardar que abram candidaturas a fundos comunitários para nos candidatarmos e sermos contemplados com as verbas que pretendemos”, disse José Pereira. A comparticipação será de 85 por cento do valor total da obra e a associação assegurará os 15 por cento da componente nacional, no valor de 60 mil euros, indicou. O dirigente explicou que a melhoria das condições do edifício do quartel dos bombeiros sempre foi um dos objetivos da direção e do corpo ativo. O quartel foi inaugurado em 1975 e, apesar de ter sido ampliado em 2004, está a precisar de obras, estando prevista a sua remodelação total, ao nível da cobertura, das instalações elétricas, das janelas, do aquecimento, do refeitório e das salas de formação. VIEIRA DO MINHO Foto: Marques Valentim Casa nova em 2015 O s Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho vão finalmente ter um novo quartel, depois dos sucessivos avanços e recuos e das várias polémicas que este assunto mereceu, admitindo-se agora que possa estar concluído em 2015. A informação chega através do presidente do município de Vieira do Minho, António Cardoso, ao garantir junto do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, o financiamento para que a obra possa finalmente arrancar, concretizando desta forma um sonho antigo de todos os Vieirenses. Refira-se que a construção do novo quartel foi um compromisso que o presidente da Câmara assumiu com os vieirenses durante a campanha eleitoral, por considerar que o atual quartel apresenta um estado de degradação avançado. Situação grave que o nosso jornal recentemente teve oportunidade de testemunhar. Para além da degradação que é visível no exterior, é no interior que, porventura, se fazem sentir as mais graves patologias, com infiltrações, a humidade generalizada, assim como inúmeros problemas ligados à instalação elétrica e rede de esgotos, tornando o quartel desprovido de condições para que os soldados da paz possam desenvolver o seu trabalho com dignidade. Perante a garantia obtida do membro do Governo, o presidente da câmara municipal, António Cardoso, salientou que está dado o primeiro passo que vai devolver a dignidade à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho. O edil vieirense frisou que a construção do novo quartel estará finalizada em 2015. A colocação da primeira pedra está prevista para breve e deverá contar com a presença do próprio ministro da Administração Interna, Miguel Macedo. Fundada no primeiro dia do longínquo ano de 1891, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real – Cruz Verde, puxa pelos galões de um passado riquíssimo, honrando, sempre, um valioso legado, que serve de estímulo e inspiração aos que na atualidade assumem a missão de servir exemplarmente as populações. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim “E sta associação fez-se de gente valorosa, determinada, ousada, sonhadora e é nessa nossa gente e com esses valores que todos, ao longo dos tempos, procuramos prosseguir… Nos 123 anos da nossa “Casa”, a prestar serviço e socorro de toda a população importa destacar a ação e os contributos dos fundadores, de tantos e tantos bombeiros e das suas famílias, dos comandantes, diretores, associados, beneméritos, amigos, da cidade, do concelho, do distrito, do País”, desta forma comando e direção apresentam a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real – Cruz Verde, uma instituição, que pelo mérito e pela excelência, importa conhecer e dar a conhecer. Tendo como cicerones o presidente Manuel Carlos Moreira o responsável operacional Luís Miguel Fonseca, o jornal “Bombeiros de Portugal” viajou pela profícua história da associação, com paragem num presente auspicioso, marcado por muita atividade. Longe vão os tempos dos famosos bailes da Carolina, das récitas, das projeções de filmes ou as pioneiras sessões televisivas, que animavam a comunidade em torno dos seus bombeiros. Hoje, apenas, o grupo coral e a fanfarra, também “alfobre de novos bombeiros” marcam a atividade cultural no C emblemático e imponente edifício do centro da cidade que há muito de assume como símbolo da operacionalidade dos bombeiros, Esta é uma casa arrumada, que “goza de saúde financeira” assegura o presidente, situação confortável, sustentada “num projeto estruturante que comando e direção e corpo de bombeiros seguem à risca e que não permite desvios ou caminhos alternativos”. “Há uns anos tivemos que definir um rumo, porque importava adaptarmo-nos aos novos desafios, definimos a estratégia e uma linha de rumo”, adianta o comandante exibindo uma espécie de cartilha pela qual todos se regem e orientam. Esta é uma associação com passado, mas com os olhos postos no futuro, com intuito de dar respostas às exigências do concelho de Vila Real onde dois corpos de bombeiros garantem o socorro a cerca de 50 mil pessoas. As preocupações são muitas, sobretudo com os meios humanos, todos parecem poucos, para fazer face às solicitações da população, ainda assim o comandante Luís Miguel Fonseca regista com natural agrado o sucesso das escolas de recrutas, que todos os anos têm permitido renovar e reforçar o corpo ativo. “Preparamos o ingresso de 16 estagiários e entretanto já estamos a formar mais 22”, informa, dando conta do crescente interesse das mulheres, uma tendência que vem, aliás, a acentuar-se. Atualmente, são cerca de 40 as bombeiras que integram o corpo ativo, podendo a instituição orgulhar-se de contar no quartel com “as primeiras e únicas mulheres graduadas do distrito”, como nos diz o responsável operacional. De resto, o comandante salienta não ter grandes dificuldades “recrutar jovens para a causa” dando conta do trabalho Um pouco de história onsta, em atas da Câmara Municipal de Vila Real, que em 1856 foi criada uma associação de cidadãos para acudir aos incêndios, que origem posteriormente, em junho de 1864, à “Companhia de Bombeiros Municipais”. Em 27 de março de 1890, o presidente da autarquia, Avelino Patena, propunha a demissão de vários elementos dos municipais que a maior parte das vezes não compareciam “às intimações do seu comandante”. A 10 de maio de 1890, perante esta realidade, Avelino Patena reúne uma Comissão Iniciadora de um Corpo de Bombeiros Voluntários e cinco dias depois é criado o primeiro corpo de bombeiros voluntários, tendo como comandante Avelino Patena, apoiado por António Gomes Névoa (2.º Comandante) e pelo adjunto Jayme Coelho. O pedido dos voluntários a Câmara Municipal deliberou emprestar-lhes a 1.ª bomba dos “municipais”. A 1 de dezembro de 1890, foram aprovados os estatutos, em Assembleia Geral e em janeiro de 1891 a autarquia vila-realense extingue oficialmente o serviço municipal de incêndios. 17 MAIO 2014 VILA REAL moram “Casa” da Cruz Verde C Bombeiros com nova ambulância om o patrocínio da Caixa de Crédito Agrícola os Bombeiros V. de Vila Real – Cruz Verde, no passado sábado dia 24 de maio, inaugurou uma nova ambulância de transporte de doentes, uma viatura com tração integral (4x4), preparada para intervir em situações ou territórios mais adversos. A cerimónia da bênção da viatura foi presidida pelo pároco de S. Pedro, Padre José Correia, apadrinhada por Mafalda Sanfins, na presença de responsáveis da Caixa de Credito Agrícola do Douro, Corgo e Tâmega, e de sensibilização desenvolvido nas escolas da região. “Em boa hora a instituição abriu as portas do quartel à comunidade, saiu da zona de conforto procurou, ainda, dar-se a conhecer fora de portas, uma política de comunicação que de facto permitiu captar a atenção e o interesse dos mais jovens para a causa”, explica o comandante. “Nos últimos tempos, por razões de vária ordem, perdemos cerca de 60 operacionais, baixas que temos conseguido compensar com novos ingressos”, adianta o presidente. Trabalho e mais trabalho permitem mobilizar mais de 110 operacionais que cumprem a sua missão no quartel sede, no centro da cidade, mas também na secção destacada de Justes. Curiosamente esta instituição emprega apenas 19 pessoas, sendo que o maior volume de serviço é assegurado por voluntários, mesmo durante a semana. Tanto empenho e dedicação à causa são recompensados com instalações modelares. O imóvel do início do século XX foi ampliado e recebeu trabalhos de beneficiação de um núcleo mais antigo, em 2012, garantindo todas as condições de operacionalidade mas também de conforto aos bombeiros, como nos revela Manuel Carlos Moreira. “Estamos muito bem instalados, dentro da cidade, perto de quem precisa de nós. Estamos em pleno centro histórico, mas sem quaisquer constrangimentos, aliás acabamos por ser uma mais-valia numa zona que pelo seu perfil é um barril de pólvora. Não teríamos noutra localização tantas condições de trabalho como aqui”, realça o comandante O apoio da autarquia “sempre atenta às solicitações dos bombeiros”, é acompanhado pela atenção que os vila-realenses dedicam aos soldados da paz e pelos apoios das empresas locais, que não obstante a negra conjuntura económica, se mostram sempre disponíveis para colaborar com a causa, segundo dá conta o comandante. A formação, a instrução e preparação dos elementos do corpo ativo são, obviamente, apostas constantes e incessantes. O departamento responsável por esta área está atento a todas as necessidades articulando internamente mas também com entidades externas o plano de formação de todos os elementos do corpo de bombeiros. “Temos uma certa autonomia nesta área, pois contamos com formadores em todas as áreas, menos em incêndios urbanos. Disponibilizamos cerca de duas mil horas de formação por ano. Nenhum pedido feito à direção, nesta matéria, é negado”; faz de representantes da Associação, autoridades locais, Bombeiros e população. questão de referir, com notória vaidade o comandante. Esta organização tem origem, certamente, num passado distante, mas que as sucessivas direções e comandos souberam preservar. Aliás, reflexo disso é o imponente museu que acolhe com enorme dignidade e bom gosto, pedaços da história desta instituição, documentos e A direção da associação afirma-se “extremamente grata à entidade bancária pela generosa comparticipação, que vai permitir uma melhor resposta ás solicitações diárias dos utentes e ao mesmo tempo reforçar a frota de ambulâncias”. O Comando do Corpo de Bombeiros durante a cerimónia, que integrou as comemorações do Dia do Bombeiro, procedeu á promoção de elementos do corpo de bombeiros e promoveu um desfile pelas ruas da cidade. símbolos de uma história muito rica, marcada por muitos episódios mais e menos rocambolescos que contam por exemplo que os Bombeiros da Cruz Verde foram excomungados pelo bispo D. João Evangelista, mercê dos ideais republicanos que animavam, no início século passado, a associação. A punição foi levantada, o clero perdoou os “valorosos bombeiros”, mas o acontecimento fica para os anais. Hoje, como noutras épocas, coragem e ousadia continuam a mobilizar um punhado de homens e mulheres, determinados, obstinados em servir mais e melhor as populações, dignificando a instituição e o lema “vida por vida”. 18 MAIO 2014 AVIS Intervenção na Barragem do Maranhão N o passado dia 27 de abril, pelas 11h. um veículo ligeiro, entrou nas águas da Barragem do Maranhão, na zona da “carapeta”, eventualmente por ter ficado mal travado. Surpreendido, o proprietário nada mais pode fazer que solicitar apoio dos bombeiros. À chegada da primeira equipa dos Bombeiros de Avis o tejadilho do veículo ainda era visível, contudo os operacio- D nais já tiveram tempo para fixar um cabo que permitisse evitar a submersão nas águas da barragem. O Núcleo de Mergulho dos Bombeiros do Distrito de Portalegre (NMERG 12), que se encontrava em treino no concelho de Sousel, enviou de imediato para o local três mergulhadores para localização e resgate do veículo. Contudo, não obstante a experiência da equipa, as opera- ções iniciais não tiveram sucesso. O supervisor do NMERG 12 deslocou então mais 10 bombeiros mergulhadores e dois condutores de embarcação, apoiados por um bote de resgate dando seguimento às operações que acabaram por ser interrompidas às 21 horas. As buscas foram reiniciadas na manhã do dia seguinte, mas só por volta das 22 foi possível trazer para terra a viatura. -sucedida” e do “excelente desempenho dos mergulhadores e elementos de apoio.” Na operação estiveram envolvidos 15 mergulhadores e dois condutores de embarcação, dos corpos de bombeiros de Avis, Alter do Chão, Campo Maior, Gavião, Nisa, Ponte de Sor, Portalegre e Sousel, com o apoio de outros operacionais dos Voluntários de Avis. MONTIJO GONDOMAR Parto bem sucessido Nascimento no parque de viaturas ois elementos dos Bombeiros Voluntários do Montijo, Paula Santos e Ricardo Oliveira, foram os parteiros de um bebé dentro de uma ambulância da corporação, poucos metros após terem arrancado com a parturiente, Ana Sofia Correia, da Rua Cidade de Évora, no Montijo, em marcha de urgência a caminho do Hospital do Barreiro. Em jeito de balanço, Ricardo Oliveira, interveniente no segundo parto, e Paula Santos, estreante, dizem que, “apesar do stress daquele momento”, “é uma alegria quando uma situação destas acaba em bem”. O alerta chegou ao quartel dos Voluntários do Montijo ao raiar da manhã. Cinco minutos depois, os dois bombeiros a bordo de uma ambulância já estavam a apoiar a parturiente, preparando-se para rumar com destino ao Hospital do Barreiro. Mas o Ruben trocou-lhes as voltas e, no final, escolheu a ambulância dos bombeiros para vir ao mundo. Os bombeiros apontam que “foi tudo muito rápido” . Segundo Paula Santos, a situação precipitou-se e “nem deu tempo de chegar à autoestrada”. A bombeira deu-se então conta que o bebé já estava com a cabeça de fora. “Parámos a ambulância e fizemos o parto ali, na avenida Infante D. Henrique”, relata Paula Santos. “A mãe estava com contrações constantes, foram conduzidos depois à Maternidade Júlio Dinis no Porto na ABSC 04 acompanhados pela tripulação da viatura SIV/INEM sediada em Gondomar. ÁGUAS DE MOURA amparámos a criança a nascer, o Ricardo cortou o cordão umbilical, aspirámos as vias aéreas do bebé e entregámo-lo enrolado numa mantinha ao colo da mãe, não demorou mais do que cinco a sete minutos”, recorda a bombeira Paula Santos. Então, o recém-nascido Ruben e a sua jovem mãe, colega de escola do bombeiro Ricardo Oliveira, foram então conduzidos bem de saúde ao Hospital do Barreiro. O pai do Rúben acompanhou tudo sossegadamente a um canto da célula sanitária da ambulância. Incêndio provoca prejuízos avultados m incêndio destruiu, no passado dia 6 de maio, uma oficina de reparação de automóveis, localizada na Zona Industrial de Albergaria-a-Velha. As chamas de origem desconhecida consumiram dois veículos ligeiros que se encontravam dentro no interior da oficina, causaram N o dia 17 de abril às 5.45 os Voluntários de Gondomar receberam à porta do quartel o pedido de auxilio de um condutor para a sua esposa que entrou em trabalho de parto a caminho da maternidade. Os bombeiros verificaram que o bebé já estava a nascer ali mesmo “no parque de veículos junto da Nossa Senhora Mãe dos Homens”. Por volta das 5.50 nasce um menino, “após um parto bastante tranquilo e abençoado”, conforme revelam os bombeiros. O parto foi assistido pelo chefe Abel Ferreira, o bombeiro de 2.ª Ricardo Oliveira e os bombeiros de 3.ª Patrícia Martins e Tiago Costa. Mãe e filho ALBERGARIA-A-VELHA U Segundo Simão Velez, supervisor do NMERG 12, “o veículo deslocou-se mais de oitenta metros da margem e, inclusive, lateralizou o seu trajecto em cerca de quarenta metros, só tendo parado no lodo existente no leito deste braço da barragem, a 19 metros de profundidade”. Este responsável salientou a complexidade da operação, dando conta, no entanto, uma missão “muitíssimo bem- danos noutras quatro e estiveram na origem do abatimento de parte do telhado. Os trabalhos de combate e ventilação duraram cerca de uma hora, mobilizando nove operacionais, apoiados por três viaturas dos Bombeiros de Albergaria-a-Velha e por um piquete da Guarda Nacional Republicana (GNR). O Exercício em dia municipal exercício “Ensinex”, integrado nas comemorações do Dia Municipal do Bombeiro de Palmela, permitiu no dia 6 de maio e testar o plano de segurança da Escola Básica de Cajados. Esta ação envolveu o Corpo de Bombeiros de Águas de Moura, o Serviço Municipal de Proteção Civil e GNR do Poceirão. 19 MAIO 2014 AGUDA Teste operacional com balanço positivo O s Bombeiros Voluntários da Aguda, no âmbito da sua política de proximidade com todas as empresas e unidades fabris instaladas na sua área de intervenção, realizaram recentemente um teste ao plano de segurança interno da empresa “SKELT”. O cenário testado, foi de um foco de incêndio no armazém da matéria prima, que acionou o sistema de alarme levando os cerca de 80 colaboradores presentes na empresa a dirigirem-se para o ponto de encontro, e à ação dos meios de primeira intervenção internos, de seguida apoiados pelos Bombeiros da Aguda. O exercício durou cerca de 40 minutos. O balanço final permitiu concluir pelo bom entrosamento entre as equipas de emergência da empresa e as equipas de intervenção dos bombeiros. Foram envolvidos, 10 Operacionais e 3 veículos, respeitando o organigrama de saída dos Bombeiros da Aguda (1 VUCI, 1 ABSC, 1 VCOT) SIMULACRO O Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho em exercício s Bombeiros da Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho realizaram, um exercício conjunto, que visou testar os meios de socorro, tendo como “guião” o acidente com um camião de transporte de troncos de madeira, que ao passar a ponte que liga as freguesias de Oliveira e Serzedelo, perde parte da carga atingindo duas viaturas e deixando quatro pessoas encarceradas. O exercício, promovido pela 2.ª secção do Corpo de Bombeiros da Póvoa de Lanhoso, de elevado grau de exigência obrigou a trabalhos de remoção dos troncos, bem de desencarceramento envolvendo 17 elementos dos Bombeiros Póvoa de Lanhoso, apoiados por cinco viaturas, e 11 operacionais e três viaturas do quartel de Vieira do Minho. No final desta ação os responsáveis fazem um balanço positivo de um exercício que permitiu reforçar “o bom relacionamento” entre estes dois corpos de bombeiros, que garante uma bem-sucedida articulação de meios LOURES LOUSÃ Bioterrorismo motiva ação conjunta Resgate em ponte ferroviária D U m ataque com um agente bioquímico em instalações policiais no concelho de Loures, serviram de mote a um exercício que envolveu várias equipas especiais, com o intuito de testar procedimentos e a interação entre os diversos agentes, nomeadamente o Grupo de Intervenção Proteção e Socorro da GNR, Policia Judiciária, INEM e Bombeiros Voluntários de Loures. Sérgio Santos urante os trabalhos de manutenção de uma ponte ferroviária, na Lousã ocorre uma explosão num dos pontos da edificação provocando múltiplos ferimentos e queimaduras em quatro pessoas, este foi o cenário criado na Lousã e que envolveu no exercício conjunto vários corpos de bombeiros e que permitiu exercitar operações no âmbito do salvamento em grande ângulo e condução de embarcações de socorro. Participaram neste exercício operacionais da Lousã, Pampilhosa da Serra, Coja, Penacova e Vila Nova de Poiares, que contaram com o apoio do CDOS de Coimbra e Guarda Nacional Republicana da Lousã. Sérgio Santos 20 MAIO 2014 DECIF U Treino reúne diferentes operacionais m conjunto significativo de bombeiros participou num treino operacional em Almeidinha, Mangualde, promovido pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). O treino realizado, no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF 2014), reuniu, além dos bombeiros, elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB), da GNR e do Exército. A ação desenvolveu-se a partir de um cenário fictício de incêndio florestal com diversos desafios que proporcionaram às forças presentes o desenvolvimento de práticas de ataque e supressão, transposição de obstáculos com recurso a ferramentas manuais e mecânicas, abertura de faixas de contenção incluindo a mobili- zação de uma máquina de rasto. Refira-se que neste âmbito a ANPC pretende este ano envolver mais de 4 mil operacionais em 182 ações de treino operacional. A iniciativa contou com a presença do secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soares, do diretor Nacional de Bombeiros (DNB), Pedro Lopes, do comandante nacio- nal de operações de socorro, José Manuel Moura, do vogal da Escola Nacional de Bombeiros, Vitor Reis, do presidente da direção dos Bombeiros Voluntários de Mangualde, João Soares, e do comandante distrital da ANPC, Rui Esteves. BARREIRO O Formação diferenciada em Espanha comando do Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste, participou, já neste mês de maio, numa ação de formação diferenciada denominada “curso de intervencion y extinción en incidentes con gpl”, que decorreu no Campo de Treinos da TEPESA, em Madrid. A ação visou aperfeiçoar competências ao nível da prevenção e técnicas de combate em incêndios envolvendo combustíveis da família dos Gases de Petróleo Liquefeitos (GPL), mediante a realização de exercícios teóricos e práticos de dificuldade e intensidade crescentes, ao longo de 3 dias de formação. A realização do Curso, que abrange diversos Corpos de Bombeiros do país, insere-se no Plano de Formação para Bombeiros da empresa DIGAL GÁS, que exerce a sua atividade do ramo da comercialização e distribuição de combustíveis. Refira-se que esta empresa, no âmbito de uma política de responsabilidade social, tem garantido a formação diferenciada de bombeiros na área da prevenção e técnicas de combate em incêndios envolvendo combustíveis líquidos e gasosos, através de um programa de formação em quatro níveis sequenciais, de que o Curso realizado em Espanha corresponde ao nível mais elevado. A colaboração entre o Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste e a DIGAL GÁS remonta a maio de 2013, tendo permitido formar num ano, nos diferentes níveis de formação disponibilizados por aquela empresa, um total de 102 elementos do Corpo de Bombeiros, num total de 583 horas de formação. BARREIRO S. PEDRO DO SUL Mais 16 operadores de telecomunicações O Corpo Voluntario Salvação Pública de S. Pedro do Sul conta com mais 16 operadores de telecomunicações, ampliando para 40 o número de bombeiros com formação nesta área. Desta forma, a instituição continua a investir na formação Instrução noturna de orientação 2.ª Secção Operacional do Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste realizou durante a noite de 10 de maio um Treino Operacional de Orientação, ação englobada no plano de instrução interna e que visou aperfeiçoar competências dos operacionais ao nível da orientação com recurso a cartas militares, a progressão em terreno acidentado em período noturno, quer na forma apeada quer com recurso a veículos, a utilização de meios de comu- nicação rádio e o desenvolvimento dos princípios do Sistema de Gestão de Operações. Participaram na instrução um total 17 elementos, tendo a organização, preparação e desenvolvimento da referida ação ficado a cargo do chefe António Dionísio, apoiado pelo subchefe Raul Boleto, enquanto responsáveis operacionais da 2.ª Secção Operacional do Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste. O compromisso em servir mais e melhor as populações, com operacionais s preparados mantém-se, assim como a intenção de aumentar o numero de efetivos no corpo ativo, que, nos últimos três anos reforçado com cerca de três dezenas de novos elementos. AGUDA O A dos 90 operacionais que servem o quartel de S. Pedro do Sul, um esforço que nos últimos três anos se traduziu na promoção de 21 cursos em várias áreas, sendo que, ainda este ano, estão previstas mais quatro formações em incêndios florestais, urbanos e industriais. Colaboradores de empresa em formação s Bombeiros Voluntários da Aguda, no decurso do mês de maio, e no âmbito da política de proximidade com as empresas da sua área de atuação, levaram a efeito no “Continente” de São Félix da Marinha, em Vila Nova de Gaia, formação para os seus colaboradores, seguido de teste ao plano de segurança interno com a realização de um simulacro. O cenário testado, foi de um foco de incêndio no armazém de produtos não alimentares, que originou um ferido queimado, levando á evacuação de clientes (simulados por colaboradores em horário de folga) e outros colaboradores para o respetivo ponto de encontro. A primeira intervenção foi efetuada pela equipa do próprio estabelecimento comercial, tendo sido complementada pelos meios dos Bombeiros da Aguda. 21 MAIO 2014 Quartel ganha ambulância medicalizada Inaugurada nova central toda a semana de preparação e no próprio jogo que juntou 80 efetivos, incluindo 5 médicos e 10 enfermeiros. UBPLB REUNIU EM LISBOA R São precisos apoios institucionais eunidos em Lisboa, nos dias 6 a 9 de maio, os representantes da União dos Bombeiros dos Países de Língua Oficial Portuguesa (UBPLP) concluíram pela necessidade de cada país fazer um “levantamento das suas necessidades” operacionais e administrativas com vista a sensibilizar a própria Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) para a situação de carência de alguns dos países, nomeadamente, Cabo Verde e Guiné Bissau. Para além disto, ficou sublinhada a coesão entre os estados que integram a UBPLP e a sua “vontade” de melhorar o Programa de Cooperação, “melhorando-o” e “operacionalizando-o”. Deste encontro saiu ainda o compromisso de cada país realizar a caraterização das suas disponibilidades permanentes com o objetivo de se perceber quem poderá ajudar quem e com o quê, reforçando assim o esforço de cooperação. Em declarações ao ‘BP’, António Gimbe, responsável do serviço de proteção civil e bombeiros de Angola, sublinhou o empenho de todos na manutenção da UBPLP como uma “estrutura sólida” capaz de dar as necessárias ajudas aos países com maiores “necessidades”. “Este é o espaço indicado para assumirmos o que é preciso para que, e apesar dos países nãos serem todos iguais, podermos fomentar o maior equilíbrio possível das capacidades operacionais de cada um”, concluiu. Eleita por unanimidade para mais um mandato à frente do secretariado executivo desta estrutura, a Liga dos Bombeiros Portugueses, na pessoa do presidente Jaime Marta Soares, sublinhou que identificadas as necessidades, e de acordo com a capacidade de cada país, devem ser desenvolvidas a curto prazo um conjunto de “iniciativas” que promovam as “sinergias de produtividade”, com diminuição de custos e apostando-se numa “melhor rentabilidade” dos recursos disponível. Na linha da redução de custos associados à realização das reuniões da UBPLP, Hélio Semedo, representantes de Cabo Verde, propôs que as reuniões intercalares possam realizar-se através de “videoconferência ou Skipe”, o que foi aceite por todos. No decorrer dos dois dias de trabalho deste V encontro da UBPLB, cada país elencou as suas principais preocupações no que concerne aos diferentes tipos de missões de proteção civil, sendo que as alterações climáticas foram, na opinião de todos, o fator mais “determinante” para o futuro dos bombeiros e da proteção civil dos PALOP. Neste encontro que reuniu todos os países menos o Brasil, com ausência “justificada”, foram eleitos os órgãos da UBPLP PARA O BIÉNIO 2014/2014. Assim, Portugal mantém a direção do Secretariado Executivo, e Timor-Leste foi eleito para a Presidência Executiva da UBPLP. secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, presidiu à inauguração da central de comunicações e sala de apoio à decisão dos Bombeiros Voluntários do Estoril. A instalação daquela infraestrutura foi apoiada pela Junta de Freguesia de Cascais – Estoril, à semelhança do que havia acontecido no ano transato relativamente aos Voluntários de Cascais. A nova central integra uma obra mais vasta, que inclui novas áreas, incluindo camaratas e balneários, apoiada no âmbito do QREN e em fase de conclusão. A acompanhar a visita do secretário de Estado estiveram, o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, o presidente da junta de freguesia de Cascais – Estoril, Pedro Morais, e outros membros do Executivo, o vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Rama da Silva, o comandante distrital de socorro da ANPC, Carlos Mata, deputados municipais, o comandante municipal de operações de socorro, Pedro Mendonça, responsáveis da PSP, Polícia Municipal, elementos de comando e diretores das restantes associações de bombeiros voluntários do concelho, anfitreados pelo pre- Foto: Marques Valentim O Foto: Marques Valentim s Bombeiros Voluntários Lisbonenses dispõem de uma nova ambulância medicalizada que substitui uma outra vítima de acidente que a torna irrecuperável. A nova ambulância, conforme nos explicou o comandante Jorge Fernandes, foi obtida em Espanha em fevereiro último. Após a chegada foi sujeita a diversas modificações e melhoramentos, incluindo pintura, e implicou um investimento próximo dos 25 mil euros. A crescente procura, por diversas entidades, do transporte medicalizado de doentes faz com que a nova ambulância dos Lisbonenses esteja a ser alvo de muitos pedidos. Por outro lado, ela integra os dispositivos montados pelo corpo de bombeiros nos vários eventos e jogos que se realizam nos estádios de Alvalade e da Luz. Recentemente, a propósito da final da Liga dos Campeões, na Luz, os Voluntários Lisbonenses, garantiram um dispositivo de apoio ao socorro pré-hospitalar e à prevenção e combate a incêndios, durante Foto: Marques Valentim ESTORIL Foto: Marques Valentim O LISBONENSES sidente dos Voluntários dos Estoris, Luís Jordão, pelo coman- dante Carlos Coelho e restante comando. 22 A MAIO 2014 CASTELO BRANCO MIRA Comandante empossado Escolha unânime direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Castelo Branco empossou, no passado dia 2 de maio de 2014, o oficial bombeiro de 2.ª, José Avelino da Silva Neves, no cargo de comandante do seu Corpo de Bombeiros. O empossado exerceu, anteriormente, as funções de comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Idanha-a-Nova, no período de 2007 a 2014. O comandante José Avelino Neves substituiu no cargo o comandante Mariano, cuja passagem ao Quadro de Honra é noticiada noutra local da presente edição. ALCANENA Municipais têm nova estrutura E m novembro de 2013, depois do período de combate aos incêndios florestais, a direção da Associação dos Bombeiros Voluntários de Mira decidiu iniciar o processo para nomeação de novo comandante, incluindo a auscultação ao corpo de bombeiros, tendo convidado o então segundo comandante Nuno Pimenta a assumir a sua liderança. Em paralelo decorreu o convite a João Maduro para segundo comandante endereçado pelo indigitado comandante. Em junho de 2013 o cargo de comandante ficou vago na sequência da saída de Fernando Oliveira. O comando passou a ser assegurado interinamente pelo então segundo comandante Nuno Pimenta. Nuno Pimenta, com 33 anos de idade, iniciou o seu percurso nos bombeiros em 26 de julho de 1994 na categoria de cadete e, desde então, progrediu até ao posto de bombeiro de 1.ª. Em maio de 2012 assumiu funções na estrutura de comando como segundo comandante. Segundo fonte da direção dos Voluntários de Mira “Nuno Pimenta é e sempre foi uma pessoa dedicada à causa, dinâmico, prima pela atualização de conhecimentos por parte do corpo de bombeiros, possuí um vasto currículo de formação, o que transmite à direção e aos bombeiros um sentimento de segurança e estabilidade”. O novo segundo comandante, João Maduro, com 27 anos de idade, ingressou nas fileiras dos bombeiros em 10 de dezembro de 2002 na categoria de cadete, “jovem dedicado, interessado e sempre disponível”, progrediu na carreira até bombeiro de 2.ª, tendo assumido funções no quadro de comando em maio de 2012 com o cargo de adjunto. Em dezembro transato foi convidado para o cargo de segundo comandante pelo novo comandante, Nuno Pimenta. A direção da Associação,” depois de ouvir o corpo ativo, foi unânime na escolha destes dois homens, ambos já com provas dadas no comando, sendo reconhecidos pelo seu empenhamento operacional e pelo esforço diário com vista a qualificar e disciplinar os seus serviços e homens para uma melhor prestação do serviço público à comunidade”. CASTELO BRANCO N o passado dia 25 de abril e integrada nas cerimónias do Dia da Liberdade, perante boa assistência, decorreu em Alcanena, na Praça 8 de Maio, frente ao edifício dos Paços do Concelho, a tomada de posse dos novos elementos do quadro de comando dos Bombeiros Municipais de Alcanena, cuja cerimónia foi presidida pela presidente da câmara, Fernanda Asseiceira, com a presença do CODIS de Santarém, Mário Silvestre. Na cerimónia, a presidente da câmara entregou os galões ao adjunto de comando, subchefe Vítor Manuel Matias Hermano bem como ao 2.º comandante, chefe António Manuel Henriques Ferreira e procedeu à entrega do estandarte do corpo de bombeiros ao novo comandante Jorge António Martinho Frazão. 2.º comandante António Ferreira O comandante Jorge Frazão, assegurou, em regime de substituição, durante os últimos quatro anos, o comando dos Municipais enquanto 2.º Comandante e tem uma carreira longa de mais de 35 anos ao serviço dos Bombeiros de Alcanena. O 2.º Comandante, António Ferreira, tem um vasto currículo nos Bombeiros, tendo já sido 2.º comandante dos Bombeiros Voluntários de Minde. O adjunto de comando, Vítor Hermano, também tem larga experiencia e formação nos Bombeiros de Alcanena onde presta serviço há mais de duas décadas. O cerimonial decorreu do despacho da presidente da câmara de 4 de abril de 2014 onde foi considerado que desde a saída do anterior comandan- Adjunto de comando Vitor Hermano te, Alberto Moiteiro, em Abril de 2010, o comando ficou defraudado nos meios humanos necessários ao pleno funcionamento da estrutura. Não estiveram presentes, como seria normal, outros bombeiros do distrito de Santarém, nem a Federação nem a Liga dos Bombeiros, certamente devido à falta de convites para a cerimónia. Estas nomeações foram feitas em regime de substituição, até à abertura do procedimento concursal, dado o vazio legal com que se debatem atualmente os bombeiros municipais. Aos empossados, bombeiros com larga experiência e conhecimentos, desejam-se os melhores êxitos nas suas novas e nobres funções. Carlos Pinheiro FAMALICÃO DA SERRA O Adjunto assume comando anterior adjunto de comando dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra, Hugo Rocha, foi o escolhido pelos órgãos sociais da associação para novo comandante do corpo de bombeiros, aguardando-se a sua homologação pela Autoridade Nacional de Proteção Civil. Hugo Rocha substitui no cargo o primeiro comandante do corpo de bombeiros, Francisco Gonçalves, vítima de doença súbita em janeiro passado, que o havia convidado para o cargo de adjunto. O novo comandante dos Voluntários de Famalicão da Serra é mestre em sistemas de informação geográfica e é operador no comando distrital de operações de socorro (CDOS) da Guarda da ANPC. O Comandante Mariano no QH comandante do corpo ativo dos Bombeiros Voluntários de Castelo Branco, José Pereira Carrola Mariano, cessou a sua comissão de serviço, a seu pedido, no dia 12 de abril último. A decisão do comandante Mariano prende-se por motivos de ordem pessoal e profissional, nomeadamente o exercício de funções autárquicas, que o impedem de continuar a exercer cabalmente as funções que via desempenhando, tendo sido integrado no Quadro de Honra dos Bombeiros Voluntários de Belmonte a partir daquela data. O comandante José Mariano, contudo, continua a presidir à Federação dos Bombeiros do Distrito de Castelo Branco. FAIAL A Homenagem póstuma Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) decidiu atribuir, a título póstumo, o crachá de ouro ao bombeiro de 1.ª dos Voluntários do Faial, Herberto Luís Alves Correia, falecido em serviço em março último. A LBP anuiu à proposta apresentada pela direção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Faial na sequência do trágico acidente de viação de que Her- berto Correia foi vítima quando conduzia uma ambulância em resposta a um pedido de socorro em 9 de março passado. O acidente ocorreu na via rápida local quando em circunstâncias desconhecidas a viatura em marcha de urgência se despistou bateu num muro e capotou. No mesmo acidente ficou também ferido o bombeiro de 1.ª, Paulo José Sodré Reis, ainda convalescente. LOUSADA T Associação leva a melhor ardou, mas chegou finalmente ao fim a verdadeira novela relativa à denominada “Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Caíde de Rei” a que a Associação Humanitária do Bombeiros Voluntários de Lousada se opunha com razão. Há quase um ano, o conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), insistiu com a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) para que tivesse em conta a queixa apresentada pelos Bombeiros de Lousada contra aquela entidade criada em 1990 e a operar com veículos de transporte de doentes. Recentemente, a ANPC informou a LBP que, na sequência da ação inspetiva realizada à dita associação, a mesma foi notificada para alterar a sua designação social e os estatutos, excluindo do seu objeto social o “combate e extinção de incêndios”, proceder à retirada da designação “associação hu- Foto: BV Lousada Comandante Jorge Frazão manitária de bombeiros”, incluindo as siglas correspondentes existentes no edificado e nos veículos. Tendo sido, igualmente, detetadas desconformidades com o Regulamento de Transporte de Doentes, segundo a informação prestada à LBP pela ANPC, “foi remetida cópia do relatório da equipa de inspeção ao Instituto Nacional de Emergência Médica para os efeitos tidos por convenientes”. 23 MAIO 2014 LISBOA História viva com 619 anos O Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) de Lisboa assinalou, no passado dia 19 de maio, no quartel da 3.ª Companhia, o Dia da Unidade, integrado nas comemorações do 619.º aniversário da instituição Perante a imponente formatura das forças em parada, o vereador Carlos Castro passou revista aos operacionais, enquanto atuava a banda do regimento de sapadores bombeiros da cidade. Na ocasião foi ainda prestada homenagem aos bombeiros falecidos com a deposição de uma coroa de flores. No momento das alocuções o comandante do RSB, Pedro Patrício fez referência à importância desta força na cidade de Lisboa, cujos feitos são reconhecidos pelo País e pelo mundo, salientando o trabalho desenvolvido pelos homens e mulheres desta instituição, que se destacam, como referiu, pelo profissionalismo e pelo espírito de sacrifício. A concluir. o responsável operacional sublinhou a vontade e o empenho do comando do regimento e da autarquia lisboeta para que rapidamente se encontrem as soluções necessárias para garantir todas as condições de trabalho a esta força. O vereador Carlos Castro anunciou que intenção de entregar, ainda que de forma faseada, novos equipamentos de proteção individual (EPI); afirmando que, identificadas as lacunas dos operacionais, o exe- cutivo está atento e diposto a tirar o melhor partidos dos benefícios do próximo quadro comunitário, para tentar dar resposta a lacunas. O autarca terminou a sua intervenção com rasgados elogios e agradecimentos ao trabalho dos operacionais do RSB Lisboa. A cerimónia permitiu, ainda, dar a conhecer as várias vertentes de intervenção desta força, nomadamente nas áreas de Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas, mergulho, combate a incêndios, matérias perigosas, entre outras. CAMARATE A s comemorações do 77.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Camarate decorreram sob o signo do reconhecimento dos homens e mulheres que com e sem farda que servem a instituição. Uma romagem ao cemitério local com a deposição de coroa de flores no talhão dos bombeiros deu início ao programa que incluiu ainda um grandioso desfile apeado e motorizado pelas artérias da vila de Camarate. Após a receção as entidades convidadas, o pavilhão encheu-se para as muitas intervenções, destacando-se a do presidente da direção Renato Alves que fez referência ao caminho trilhado pelos órgãos diretivos com o apoio do corpo ativo, a bem da estabilidade financeira que garanta à associação um futuro promissor. O trabalho contínuo e conjugado com alguns parceiros tem sido primordial para o aumento das receitas, tal como o empenho e Balanço positivo em aniversário dedicação dos funcionários, questões consideradas, pelos dirigentes, fundamentais para a recuperação e estabilidade financeira da instituição. Ficaram agradecimentos ao corpo ativo, à escola de estagiários e respetivos formadores e, ainda, à Câmara Municipal de Loures, junta de freguesia e outras entidades pelo apoio prestado a associação. Também houve um momento de assinatura de protocolos com empresas de Camarate, que garantem benefícios vários aos associados, bombeiros e seus familiares. No final das cerimónias a família dos soldados da paz de Camarate juntou-se num almoço convívio, que contou também com a presença do comandante distrital Carlos Mata, do comandante municipal Joaquim Vicente e o comandante Carlos Monserrate do secretariado dos bombeiros do concelho de Loures. Sérgio Santos A encerrar a sessão uma simulação histórica de combate a um incêndio com recurso a meios de outros tempos, como os carros de mão, viaturas de tração animal e s a vapor, incluindo bombas de caldeirão/ picota. Sérgio Santos 24 MAIO 2014 ALMOÇAGEME Bombeiros partilham Servir mais e melhor a população é o grande propósito dos Bombeiros Voluntários de Almoçageme. Assim, para além dos investimentos na formação, preparação e em equipamentos que garantam uma resposta eficaz no socorro, a instituição vai mais longe colocando à disposição da comunidade uma série de serviços, suprindo algumas lacunas existentes naquele território. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim N a presidência dos Bombeiros Voluntários de Almoçageme há pouco mais de dois anos, Maurício Barra não esconde orgulho pelo trabalho já desenvolvido e que permitiu “reorganizar a casa” e começar a executar um audacioso projeto assente num “rigor brutal”, numa gestão racional de tesouraria, permitindo abrir portas ao investimento. “Com rigor conseguimos não só por as contas em ordem e aplicar 23 por cento dos nossos recursos na aquisição de equipamentos de proteção individual e de três viaturas”, salienta o presidente da direção. Sublinhe-se que em setembro no ano passado, a instituição assumiu o pioneirismo de equipar todos os 65 operacionais com equipamento ignífugo tornando-se, no primeiro corpo de bombeiros do País a ter o efetivo “totalmente protegido”. D Maurício Barra garante que este investimento de cerca de 53 mil euros, não podia ser adiado, era fundamental, num ano marcado pela tragédia, garantir a segurança dos homens e mulheres, tantas e tantas vezes chamados a intervir em incêndios florestais. Paralelamente, direção e comando uniram-se na concretização de outros projetos, prioridades que não eram as do corpo de bombeiros, mas sim da população. Maurício Barra conta que foi com particular emoção que a instituição conseguiu oferecer à comunidade um posto de medicamentos, depois de Almoçageme ter perdido o alvará da farmácia que há muitos servia os habitantes. Este novo serviço já está à disposição da população, e os bombeiros contam em breve poder expandi-lo e até torná-lo mais atrativo. urante a visita ao quartel de Almoçageme, o jornal Bombeiros de Portugal teve a oportunidade de assistir a um dos muitos treinos e exercícios que integram a rigorosa preparação da Equipa de Resgate. Nessa ocasião, foram testados meios e homens no resgate de um doente, de um edifício sem elevador. Este grupo especial que integra 18 elementos, cumpre um rigoroso plano de formação que começou com o curso da Escola O velho posto médico da associação de bombeiros foi também transformado numa moderna clínica que acolhe ainda um centro de fisioterapia. Os cerca de sete mil habitantes desta pitoresca aldeia estão apesar de tudo longe de muitos serviços, e esta foi a forma encontrada para satisfazer necessidades reais, como explica o dirigente. A formação dos bombeiros, não foi, contudo, descurada, pelo contrário esta é sem dúvida ponto de honra desta casa, salienta o comandante e vice-presidente operacional, Bruno Tomás. O quartel devidamente apetrechado é outra mais-valia da associação que dá garantias e condições de trabalho e une o corpo de bombeiros em torno de uma causa comum servir mais e melhor. Organização, método, estratégias delineadas à escala das necessidades do corpo de bombeiros, tendo sempre em atenção as solicitações da comunidade, transformaram esta instituição num exemplo de proximidade, numa referência em termos operacionais. Equipa de resgate persegue certificação europeia Nacional de Bombeiros e prosseguiu com uma formação em França na área do resgate e intervenção em meios perigosos. A assinatura de um protocolo com o serviço de proteção civil da Madeira permitirá reforçar a formação e perseguir uma certificação europeia. Para além da preparação dos homens, a instituição muito tem investido em equipamento específico para que as cerca de 30 ocorrências anuais se possam pautar pelo sucesso. 25 MAIO 2014 investimento com a comunidade Um pouco de história D ata de 19 de setembro de 1895 a fundação dos Bombeiros Voluntários de Almoçageme e muito embora existam parcos registos desta época. O facto que deu origem à fundação dos Bombeiros Voluntários de Almoçageme ocorreu «durante os festejos em louvor da Nossa Senhora da Graça, em Outubro de 1893” quando grande incêndio provocado por um foguete tomou inusitadas proporções e obrigou a a população a recorrer aos préstimos dos Bombeiros de Colares. Bairrismos e rivalidades entre as populações terá levado os almoçagemen- ses a cogitar na criação do seu próprio corpo de bombeiros. Pouco se sabe sobre principais impulsionadores, apenas que ideia terá sido apadrinhada por José Gomes da Silva, capitalista e grande comerciante de Vinho de Colares que havia já incentivado a criação da filarmónica local, em 1892. Este processo, devido a limitações várias - e à semelhança do sucedido na formação de outras instituições similares, terá sido moroso. Dos primeiros tempos de vida desta associação chegaram aos nossos dias escassos testemunhos materiais que se encontram no Museu Renato Lobo Garcia, núcleo monográfico da Associação dos Bombeiros Voluntários de Almoçageme e cingem-se a duas capas de couro, provavelmente pertencentes a livros de assentos e quotas, ostentando a data de 19 de Agosto de 1895, o que permite colocar a hipótese de ser essa a data da fundação do Corpo de Bombeiros que terá entrado em ação pela primeira vez a 7 de Maio de 1896, para extinção de um fogo ocorrido na aldeia, numa operação conduzida pelo primeiro patrão dos Bombeiros de Almoçageme, José Francisco Pires. FÓRUM NACIONAL DA “REVIVER MAIS” Reflexão aberta sobre o futuro dos bombeiros “O setor de bombeiros perdeu identidade e força no sistema”, razão pela qual urge recuperar o espaço e o tempo perdidos, pugnando por uma via de mudança consistente e duradoura que permita recuperar a centralidade do agente bombeiros, através da participação ativa da sua Confederação”. Esta foi uma das principais conclusões retiradas do fórum nacional da “Reviver Mais”, Associação dos Operacionais e Dirigentes dos Bombeiros Portugueses, realizado a 10 de Maio, no quartel-sede da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cacilhas. Subordinada ao tema “A Organização dos Bombeiros. Do SNB ao Futuro: Que Caminho?”, a iniciativa prestou-se a “refletor com independência e transparência sobre o setor de bombeiros, os seus modelos organizativos e funcionamento, numa perspetiva de balanço e experiência do extinto Serviço Nacional de Bombeiros e da solução institucional que lhe sucedeu”. Mais de uma centena e meia de inscritos, com ligação a diferentes realidades dos bombeiros, acompanharam os trabalhos, durante os quais ficou patente que, sem a necessidade de fazer ressuscitar o ex-SNB, “é possível viabilizar um modelo alternativo ao existente, que fortaleça as associações/corpos de bombeiros e garanta a sua sustentabilidade, através de um triângulo potenciador: Governo, Municípios; Liga dos Bombeiros Portugueses”. Das várias intervenções ali produzidas, a cargo de personalidades que desempenham ou desempenharam cargos de elevada responsabilidade nas estruturas dos bombeiros, destacou-se ainda que o SNB “representou um marco decisivo no processo de modernização do socorro confiado a bombeiros, bem como de legitimação da relevância da estrutura dos bombeiros no âmbito do sistema de proteção e socorro no território do continente, e tam- bém a materialização da parceria entre o estado e a sociedade civil organizada, agregada no seio da Liga dos Bombeiros Portugueses”. A sessão de abertura do fórum contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Almada (CMA), Joaquim Miguel Judas, do adjunto de operações nacional, da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Carlos Guerra, do vogal do Conselho Executivo da Liga Bombeiros Portugueses (LBP), comandante José Luís Morais, do presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários Lisbonenses (BVL), Garcia Correia, do presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas (BVC), Clemente Mitra, e do comandante dos BVC, Miguel Silva. Foram oradores, Vítor Melícias, José António Laranjeira, José Manuel Abrantes, Joaquim Marinho, Paulo Gil Martins, João Lima Cascada, José da Silva Campos, António Baptista Antunes, Miguel Silva, Octávio Machado, José Ferreira e Jaime Marta Soares. A moderação dos painéis temáticos, “Serviço Nacional de Bombeiros: Um balanço por fazer”, “Organização Operacional dos Bombeiros” e “Bombeiros: Que Futuro?”, coube, respetivamente, a Rui Santos Silva, a Duarte Nuno Caldeira e a Lourenço Baptista. No final dos trabalhos, onde compareceu também a delegada regional do Sul do INEM, Teresa Pinto, o último dos moderadores, enquanto presidente do Conselho de Administração Executivo da “Reviver Mais”, fez um balanço do fórum e sublinhou, a par da importância dos apoios institucionais da LBP, da CMA, dos BVC e dos BVL, à organização do fórum, a “grande e exemplar elevação por parte de todos os participantes” e o “elevado grau de experiência e preparação intelectual dos oradores sobre os temas programados e desenvolvidos”. 26 MAIO 2014 FIGUEIRÓ DOS VINHOS Bombeiros agraciados em dia de festa A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Figueiró dos Vinhos assinalou o 79.º aniversário no dia 18 de maio, agraciando alguns dos elementos do corpo ativo. As comemorações arrancaram com a tradicional romagem ao cemitério, a que se seguiu a missa solene em homenagem aos bombeiros, dirigentes e associados falecidos. Já no salão nobre o comandante Joaquim Pinto Martins saudou os seus operacionais, homens e mulheres que com “inteligência, físico, profissio- nalismo e amor” servem a comunidade. A terminar este responsável saudou ainda os elementos agraciados com medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses por 5, 10, 15, 20 e 25 anos de serviço, deixando ainda uma mensagem de estímulo aos operacionais promovidos à categoria de bombeiro de 1.ª, que considerou um “exemplo para os mais novos”. No uso da palavra o presidente da direção, Luís Filipe Silva salientou o crescimento da instituição no seio da co- munidade figueirense, também consubstanciado no aumento do número de associados, um evidente “sinal de vitalidade e de reconhecimento das populações”. Neste dia de festa, o até então adjunto de comando Paulo Renato recebeu as insígnias de 2.º comandante deste corpo de bombeiros, numa cerimó- nia testemunhada pelo presidente da Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu; pelo 2.º comandante distrital Luís Lopes e ainda por Baltazar Lopes da Federação dos Bombeiros do Distrito de Leiria, representantes da GNR e de associações congéneres do norte do distrito. Sérgio Santos CABECEIRAS DE BASTO Missão assumida há 65 anos O s Bombeiros Voluntários Cabeceirenses comemoraram no final de abril o seu 65.º aniversário. O programa começou na tarde do dia 26, com romagem ao cemitério para a homenagem aos Bombeiros já falecidos. Seguiu-se uma cerimónia de condecorações de vários bombeiros pelos serviços prestados à corporação: Sérgio Basto, Rui Ribeiro, Maria Lima, Alfredo Barroso, João Teixeira, Bruno Sousa, Ricardo Pereira, Pedro Basto, Mauro Pereira, Marta Madanços, Rui Oliveira e Pedro Mota. Já na noite desse sábado ocorreu um desfile motorizado. . No domingo, dia 27, a alvorada deu-se às nove da manhã para formatura geral e hastear das bandeiras. De seguida, nova cerimónia de condecorações com receção às várias entidades locais e convidadas, nomeadamente ao presidente dos Bombeiros Cabeceirenses, Jorge Machado, aos represen- tantes distritais e ao Presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, Serafim China Pereira, que fez a revista à Guarda de Honra. Eram cerca de 11 horas quando se deu início à celebração eucarística na Igreja do Mosteiro S. Miguel de Refojos, com a participação do Grupo Coral da Associação dos Bombeiros Cabeceirenses. No final da missa, no salão do quartel, realizou-se a sessão solene, com a mesa constituída pelo presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, o Presidente dos Bombeiros Cabeceirenses, o comandante de operações de socorro do distrito de Braga, o representante da Liga Portuguesa de Bombeiros, o representante da Federação de Bombeiros do Distrito de Braga, assim como o pároco de Refojos de Basto. No seu discurso para os presentes, o Comandante Duarte Ribeiro quis fazer “uma home- nagem sentida a todos os homens e mulheres que fundaram, fizeram crescer esta associação ao longo dos 65 anos e que dá confiança para olhar para frente e de frente, o futuro”. O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Cabeceirenses, Jorge Machado, fez o balanço de 2013, destacando os mais de 5 mil serviços prestados à comunidade, a primeira fase do processo de construção do campo de treinos e Unidade Local de Formação, e os 2 mil associados que fazem da AHBVC a maior associação do concelho. No entanto, Jorge Machado não esqueceu o decréscimo de transporte de doentes, uma das principais fontes de receita dos Bombeiros e que se perspetiva que se mantenha em 2014. Não obstante, o Presidente dos Bombeiros comprometeu-se a arranjar uma solução para o transporte de pessoas sem possibilidades financeiras para se deslocarem ás consultas e tratamentos. “E iremos continuar a fazê-lo, até por uma questão de dignidade das pessoas em causa!” Jorge Machado agradeceu ainda ao sócios, às instituições e às empresas locais que apoiaram os bombeiros durante o ano, nomeadamente ás juntas de freguesia, conselhos de baldios e à Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto que assegurou um apoio de 30 mil euros. Aproveitando a presença do edil, Serafim China Pereira, o presidente dos Bombeiros relembrou também a “necessidade de concretizarmos o protocolo que temos assinado para a criação da Equipa de Intervenção Permanente, nos Bombeiros, o primeiro assinado no distrito de Braga e que continua sem concretização. Se a vida é feita de pequenos nadas, a EIP poderá ser um pequeno grande nada que transformará profundamente o grau de prontidão das missões que temos que desempenharEm resposta ao repto, o Presidente da Câmara Municipal comprometeu-se a estudar a situação, desafiando Jorge Machado também na sua qualidade de vereador, em colaborar na resolução do problema”. Após o almoço, teve lugar o evento inédito e, porventura, o mais aguardado do fim de semana de comemorações. O desfile de fanfarras que trouxe a Cabeceiras de Basto onze grupos, sendo nove do distrito de Braga, um de Montalegre e outro de Agualva-Cacém. No total, foram mais de 500 elementos a alegrar as ruas da Vila de Cabeceiras com as suas marchas. 27 MAIO 2014 COIMBRA Associação recebe medalha de mérito A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Coimbra foi distinguida, por ocasião 125.º aniversário com a medalha de mérito de proteção e socorro, grau ouro, distintivo azul, afinal o reconhecimento de um exemplar percurso. Com uma imponente formatura do corpo ativo, a parada do quartel foi pequena para receber as muitas entidades convidadas que seguidamente se deslocaram para o salão nobre onde foram relembrados 125 anos de história desta instituição. Foram muitas as intervenções evocativas dos feitos de muitos homens e mulheres que com ou sem farda serviram a associação em prol da comunidade e que engrandecerem a instituição, garantindo-lhe o estatuto de referência da cidade de Coimbra. Coube a Manuel Machado, presidente da Câmara Municipal de Coimbra colocar no estandarte da associação a medalha de mérito, acompanhado pelo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, pelo comandante distrital e pelos responsáveis da associação. Numa cerimónia marcada pela homenagem aos bombeiros, alguns deles foram agraciados com medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses por 5, 10, 15, 20 e 25 anos de serviço dedicado ao voluntariado. Da mesma forma, também foi reconhecido a dedicação dos associados com mais de trinta anos de ligação à instituição. Entre as entidades convidadas destacam-se, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares; o comandante distrital, Carlos Luís; o comandante António Simões, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra, representantes da GNR, PSP e de associações congéneres do distrito. Sérgio Santos ESMORIZ C ontinua a ser óbvio para todos os que confraternizam e visitam os Bombeiros Voluntários de Esmoriz que com o passar dos anos -e já lá vão oito décadas e mais três anos desde o dia 26 de abril de 1931-, a idade não pesa a esta Associação e Corpo de Bombeiros, pelo contrário. Nos festejos dos 83 anos de vida e de missão dos Bombeiros Voluntários de Esmoriz que tiveram lugar a 26 e a 27 de abril passado, a bênção de novos equipamentos, um novo veículo especial multi-serviços, equipamentos de mergulho e a inauguração oficial do centro de formação e casa de fogo vieram mostrar a concretização de alguns dos principais valores da Corporação e Associação Humanitária. Os equipamentos apadrinhados e alcançados devido também ao apoio dos amigos e beneméritos da Associação e a Casa de Fogo e Centro de Formação na mesma esteira, com muito trabalho dos homens da casa e especialistas sempre prontos a dar o seu contributo aos bombeiros. Porque o ter ou não ter uma boa saúde financeira contam, claro, mas provavelmente quem pensar que o dinheiro resolve tudo, engana-se. Essa é uma das lições que se pode tirar da contínua aposta na gestão controlada, sim, mas na procura constante de meios de obter financiamento e rendimento para a Associação. Completados 83 anos de missão Por isso também e porque sempre se mostrou boa aplicação, parecem simples e fáceis atitudes como as de Manuel Valente, homenageado nestes 83 anos, que em seu nome e da família agradeceu o carinho mas mostrou que parceria com os Bombeiros é algo que está perfeitamente enraizado em si e nos seus. As palavras elogiosas chegaram também de outros quadrantes, Pároco Fernando Campos, 2.º CODIS de Aveiro, Pi- nheiro Duarte, Cmdt Gomes da Costa da Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro e Liga dos Bombeiros Portugueses e dos autarcas, presidente da Junta de Freguesia de Esmoriz, António Bebiano e Presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro. Ao longo dos anos e pelas mais diversas formas, desde as memórias de infância ao contacto quase diário a que muitas das funções obrigam na relação com os Bombeiros de Esmoriz, a admiração demonstrada em sessão solene e em várias outras ocasiões apontam para o bom exemplo, exemplo a seguir, orgulho, sentimento de missão cumprida e reconhecimento de todos pelo papel que a Associação Humanitária e Corpo de Bombeiros de Esmoriz tem tido no seu percurso. E por falar em percurso, nestes 83 anos, o habitual desfile apeado e motorizado, ao fim da tarde, antes da sessão solene, levou também a comitiva até ao Centro de Formação, na Feira da Revenda permitindo que após a bênção todos pudessem conhecer um espaço que serve para treinar e melhorar as competências. 28 MAIO 2014 ALCOBAÇA Novas viaturas chegam em dia de festa LORDELO Novo adjunto e mais promoções A comemoração do 44.º aniversário dos Bombeiros Voluntários de Lordelo ficou marcada por diversos momentos, com destaque para a posse do novo adjunto de comando, Bruno Filipe Nunes Leal. O programa comemorativo inclui também promoções a bombeiro de 3.ª e 2.ª, promoções a Bombeiro de 1.ª e a atribuição de distinções honoríficas. Neste caso, cabe destacar a atribuição do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) ao chefe do QH António Silva, 3 medalhas de serviços distintos aos elementos do Quadro de Honra, chefes António Coelho e António Manso e ao subchefe Augusto Silva. A LBP atribuiu ainda a medalha de serviços distintos à fundação “A LORD”, pela sua contribuição e apoio aos Bombeiros de Lordelo que, este ano, se materializou através da oferta de um novo quadro elétrico e da contribuição para a aquisição de uma nova ambulância de socorro (ABSC). A Câmara Municipal de Paredes contribuiu com a oferta de um camião Volvo FM12 para transformar em veículo tanque (VTGC), a empresa de mobiliário “AM CLASSIC” ofereceu uma viatura “NISSAN NAVARA” para serviços administrativos e, por fim, duas viaturas de transporte de doentes (ABTM) e um reboque de apoio (motobombas/gerador) adquiridos pela própria Associação de Lordelo. Todas as viaturas foram inauguradas no decurso das cerimónias comemorativas. A inauguração de duas novas viaturas operacionais, um autotanque (VTTU) e uma ambulância de transporte múltiplo (ABTM), foi um dos momentos marcantes da comemoração do 126.º aniver- sário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça. A par dessa inauguração, na zona fronteira ao Mosteiro de Alcobaça, decorreu outra no mesmo local, de dois disfibrilhadores automáticos externos. A sessão solene comemorativa realizou-se, de novo, na imponente sacristia do mosteiro. Ali, procedeu-se à entrega de diversas medalhas de assiduidade e, em particular, à atribuição do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), ao oficial bombeiro superior supranumerário, José Francisco Conde, ao chefe José Fortunato Delgado, e ao oficial bombeiro de 2ª supranumerário, Basílio José Santos Martins. A sessão solene foi presidida pelo secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, e contou com a presença do presidente do conselho executivo da LBP, comandante Jaime Marta Soares, do comandante distrital da ANPC, Sérgio Gomes, do presidente da Autarquia e de outras entidades locais. Depois do desfile apeado e motorizado na zona fronteira ao Mosteiro decorreu a inauguração e bênção do edifício do Museu, resultante da ampliação do actual quartel. No início da manhã havia ocorrido a romagem ao talhão dos bombeiros no cemitério de Alcobaça e às campas de bombeiros e directores já falecidos. Depois, foi prestada uma homenagem a Manuel Vieira Natividade. 29 MAIO 2014 CANHA A Ambulância reforça parque de viaturas inauguração de uma ambulância de socorro constituiu um dos pontos altos das celebrações do 31.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Canha. Esta nova viatura batizada como “Senhora da Oliveira” foi adquirida com o apoio da Câmara Municipal do Montijo e das juntas de freguesia de Canha e de Pegões, iniciativa que o comandante Urbano Emídio demonstrativa de um reforço no apoio das autarquias ao corpo de bombeiros. Ao terminar o responsável operacional agradeceu o empenho dos homens e mulheres que servem o corpo de bombeiros deixando, publicamente, um louvor aos operacionais do quartel de Canha. Por sua vez, o presente da autarquia montijense, Nuno Canta deixou explicito o compromisso de dar continuidade ao apoio prestado ao corpo de bombeiros, relevando a importância desta associação para a promoção do voluntariado e defesa dos bens e pessoas do concelho e do distrito. Na ocasião, foram ainda promovidos dois elementos ao posto de bombeiro de 1.ª, da mesma forma que foi homenageado Abílio Pereira Cardoso, bombeiro de 1.ª do QH pela disponibilidade demonstrada na dinamização da fanfarra da associação que, aliás, abrilhantou o início das cerimónias acompanhando a formatura geral. As cerimónias contaram com a presença do 2.º comandante distrital Rui Costa, do vice presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses Rodeia Machado, do presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal, Eduardo Correia, bem como de representantes da Guarda Nacional Republicana e associações congéneres do distrito. Sérgio Santos PINHAL NOVO O Comandante recebe Crachá de Ouro comandante Raul Prazeres recebeu o crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses nas comemorações do 63.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo, no passado dia 1 de maio. No decorrer da sessão solene, o comandante Raul Prazeres fez referência a constante colaboração da autarquia de Palmela e da junta de freguesia de Pinhal Novo para com os bombeiros, salientando que “todos agem em sintonia em prol da população”. A concluir fez um balanço positivo da atividade operacional, dando conta do trabalho de equipa envolve comando, órgãos sociais e a exemplar dedicação e empenho dos homens e mulheres que este responsável operacional comanda. Em dia de festa foram ainda distinguidos com medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses vários elementos do corpo ativo, nomeadamente e o subchefe Vítor Domingos e bombeiro de 3.ª José Catarino homenageados, com medalhas de valor e dedicação por 30 anos da associação. Esta foi ainda a ocasião para oficializar algumas promoções ntário nas categorias de chefe, subchefe, bombeiros de 1.ª e 2.ª. Associação e convidados testemunharam a bênção e inauguração de uma ambulância de socorro (ABSC), apadrinhada pela benemérita Marcolina Cabrita Andrade. Estiveram presentes nas co- memorações, entre outras entidades, o presidente da câmara municipal de Palmela, Álvaro Amaro; Rodeia Machado, vice presidente da LBP; o 2.º co- CARVALHOS A Renovação da estrutura operacional s promoções do segundo comandante e adjuntos de comando e a inauguração de duas novas viaturas marcaram particularmente a comemoração do 103.º aniversário dos Bombeiros Voluntários dos Carvalhos. Fundada a 17 de abril de 1911, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários dos Carvalhos celebrou a efeméride em 4 de maio com uma série de cerimónias. Destas, importa referir a tradicional romagem aos cemitérios de Pedroso e de Perosinho, com missa na igreja paroquial desta última localidade. Outro momento importante das comemorações foi o das promoções dos novos elementos de comando, do novo segundo comandante, Joaquim José Pereira da Silva, e dos novos adjuntos de comando, João Manuel Oliveira da Silva e Patrício Miguel Nunes Ramalho. O programa comemorativo inclui ainda a inauguração de duas novas viaturas (ABSC e VOPE) e uma outra completamente remodelada (VETA). Destaque para o facto de ainda este ano os Voluntários dos Carvalhos irem inaugurar o seu novo quartel. mandante distrital Rui Costa e o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal, Eduardo Correia. Sérgio Santos 30 MAIO 2014 BEJA Fénix de Honra no 125.º aniversário A Associação dos Bombeiros Voluntários de Beja foi distinguida com a Fénix de Honra da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) por ocasião do seu 125.º aniversário. A medalha foi aposta no estandarte da instituição, a convite da LBP, pelo secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, durante a sessão solene comemorativa. Na mesma sessão procedeu-se à entrega de medalhas de assiduidade a bombeiros e dirigentes e, por fim, à atribuição do crachá de ouro da LBP ao comandante Manuel António Baganha. A LBP esteve representada pelo presidente do conselho executivo, comandante Jaime Marta Soares e também pelo presidente do conselho jurisdicional da LBP, comandante do Quadro de Honra Carlos Bucha. A A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) fez-se representar pelo Director Nacional de Bombeiros (DNB), Pedro Lopes, bem como pelo comandante distrital de operações de socorro. Estiveram ainda presentes, o vice-presidente da Câmara Municipal de Beja, Victor Manuel Picado, o presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Beja, Domingos Favela, o presidente da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), José Ferreira, o bispo de Beja, outros autarcas, associados, dirigentes e comandos de associações congéneres. As comemorações tiveram início no sábado, 17 de Maio, com um simulacro nos Moinhos de Santa Maria, a entrega de diplomas aos sócios com mais de 25 e 50 anos de inscritos e a inauguração de uma exposição alusiva à data. No dia seguinte, domingo, 18, realizou-se uma romagem de saudade e homenagem aos bombeiros falecidos ao cemitério local. Seguiu-se o lançamento da revista evocativa dos 125 anos de história, a sessão solene, o desfile e um almoço convívio nas instalações da Ovibeja. Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Beja aproveitou a realização das comemorações alusivas a 125 anos de vida para lançar uma revista na qual traça os principais momentos de uma história tão longa quanto rica. A edição teve a coordenação de Manuel M. Conceição e Luis G. Guerreiro. No editorial assinado pela Direcção é lembrado que “ foi no longínquo ano de 1889, ou seja no século XIX, que um punhado de “ homens bons “, como na altura se denominavam todos aqueles que por sentimentos nobres se moviam em nome dos cidadãos, se dignaram criar uma Associação, de caráter Humanitário colocada ao serviço da comunidade, que mais tarde se veio a chamar com toda a propriedade Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Beja.”. ÉVORA, BEJA E FARO FAFE Mais rádios SIRESP Voluntários celebram 124.º aniversário Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC) entregou em Beja 276 rádios do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) às 46 associações e corpo de bombeiros dos distritos de Évora, Beja e Faro. A entrega, presidida pelo secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, integrou o programa comemorativo do 125º aniversário dos Bombeiros Voluntários de Beja. Esta entrega segue a outras duas já efectuadas este ano, de 726 rádios às associações e corpos de bombeiros dos distritos de Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real e de 636 aos bombeiros de Aveiro, Coimbra, Guarda e Viseu. Proximamente serão entregues mais 962 aos bombeiros dos restantes distritos, totalizando no final 2600 rádios atribuídos este ano. BARREIRO A A Balanço histórico Sul e Sueste em peregrinação 4.ª peregrinação a Fátima dos Bombeiros Voluntários do Sul e Sueste, culminou no dia 13 de maio, congregando a determinação e fé de perto de uma centena caminhantes, quase o dobro dos reunidos na edição de 2013. O espírito de entreajuda, vincado de modo especial na família dos bombeiros portugue- ses, permitiu que todos os que iniciaram a caminhada alcançassem a Cova da Iria, num momento de particular emoção e demonstração de fé. Entre outros locais, e à semelhança de anos anteriores, os peregrinos pernoitaram nos quartéis dos bombeiros voluntários de Pernes e de Minde. O s Bombeiros Voluntários de Fafe assinalaram o 124.º aniversário com um conjunto de incitativas que permitiu envolver a comunidade nas comemorações. O programa incluiu um Mass Training em Suporte Básico de Vida, iniciativa que chamou muitas pessoas ao quartel, onde puderam treinar as manobras que podem salvar vidas, com a devida orientação de elementos do INEM e também dos Voluntários de Fafe. A Praça 25 de abril foi o cenário escolhido para a realização de simulacros de incêndio urbano com salvados, de acidente de viação e de um resgate de uma vítima de um 4.º andar. Estes exercícios também contaram com a colaboração de elementos do INEM. Á deposição de uma coroa de flores no monumento ao bombeiro, e às habituais romagens aos cemitérios de Silvares S. Clemente, Moreira de Rei e Fafe, seguiu-se a receção às autoridades convidadas, junto à Câmara Municipal de Fafe. Depois da celebração da missa em memória dos dirigen- tes, associados e bombeiros já falecidos, a formatura dirigiu-se para a parada do quartel, onde foi inaugurado o elevador, oferecido pela Junta de Freguesia de Fafe e uma Ambulância de Socorro, adquirida pela associação, com o apoio da câmara municipal. As celebrações prosseguiram com a imposição de medalhas a bombeiros com 10, 15 e 25 anos de serviço e a promoção de três subchefes a chefes e de seis estagiários. A animação dos festejos esteve a cargo do Grupo de Cavaquinhos da associação, do Grupo de Cavaquinhos ARCO de Santo Ovidio e de Correia e os Caramuscas. 31 MAIO 2014 CASCAIS Bombeiros na semana do voluntariado O Apelo ao debate s Bombeiros de Portugal são, de norte a sul do País e nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, uma Instituição Nacional, que merece de todos os portugueses um carinho e uma atenção especial. A proteção, no que respeita à saúde, incêndios urbanos, florestais, industriais, acidentes, catástrofes naturais e outros fenómenos análogos é confiada a Homens e Mulheres que, independentemente de voluntários ou profissionais, estão SEMPRE de forma abnegada e incondicional ao serviço dos portugueses e daqueles que nos visitam. É uma temática transversal a toda a sociedade, independente do seu credo, da sua ligação político-partidária ou posição económico-social. Contudo, nem sempre se fala dos Bombeiros de forma positiva e construtiva. Os Bombeiros de Portugal têm uma Instituição Nacional, a Liga dos Bombeiros Portugueses, que deve estar sempre ao seu lado, defendendo-os nas mais variadas situações, tais como: • Seguro dos bombeiros; • Benefícios aos bombeiros; • Papel dos bombeiros na estrutura; • Comando próprio dos bombeiros; • Que formação/Que escola de bombeiros queremos; • Financiamento das Associações; • Qual o papel futuro das associações; A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cascais foi uma das entidades participantes na V Semana de Voluntariado Jovem da Freguesia de Cascais e Estoril, ao receber mais de meia centena de crianças desejosas de saber e poder experimentar os equipamentos próprios dos bombeiros. A iniciativa de cinco dias, realizada no âmbito da comissão social de freguesia em que os bombeiros também participam, incluiu visitas e experiências em várias instituições locais no âmbito de cinco temas: alimentação saudável e património, segurança e ambiente, mar e cidadania, deficiência e solidariedade e convívio intergeracional. Em todos estes domínios o foco principal foi conhecer melhor as práticas de cidadania e de voluntariado em curso nas várias instituições, nomeadamente nos bombeiros ANIVERSÁRIOS 1 de junho Bombeiros Voluntários de Paredes . . . . . . 130 Bombeiros Voluntários da Moita . . . . . . . . 81 Bombeiros Voluntários de Lagares da Beira . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Bombeiros Voluntários de Penalva do Castelo . . . . . . . . . . . . . . . 65 2 de junho Bombeiros Voluntários de Pinhão . . . . . . . 38 3 de junho Bombeiros Voluntários de Sousel . . . . . . . 35 Bombeiros Voluntários de São Vicente e Porto Moniz . . . . . . . . . . 20 4 de junho Bombeiros Voluntários de Miranda do Douro . . . . . . . . . . . . . . . . 54 5 de junho Bombeiros Voluntários do Soito . . . . . . . . 33 6 de junho Bombeiros Voluntários de São Pedro de Sintra . . . . . . . . . . . . . 108 Bombeiros Voluntários de Almeirim . . . . . . 64 7 de junho Bombeiros Voluntários de Chaves . . . . . . . 78 8 de junho Bombeiros Voluntários de Pataias . . . . . . . 36 10 de junho Bombeiros Voluntários da Arruda dos Vinhos . . . . . . . . . . . . . . 125 Bombeiros Voluntários da Pontinha . . . . . . 35 12 de junho Bombeiros Privativos das OGMA . . . . . . . . 18 13 de junho Bombeiros Voluntários de São Martinho do Porto . . . . . . . . . . . . 107 Bombeiros Voluntários da Lousada . . . . . . 84 14 de junho Bombeiros Voluntários de Minde . . . . . . . . 41 15 de junho Bombeiros Voluntários de Arrifana . . . . . . 87 16 de junho Bombeiros Voluntários de Entre-os-Rios . . . 91 Bombeiros Voluntários de Peniche . . . . . . . 85 20 de junho Bombeiros Privativos Robinson . . . . . . . . 111 Bombeiros Voluntários de Ermesinde . . . . . 93 21 de junho Bombeiros Voluntários da Covilhã . . . . . . 139 Bombeiros Voluntários da Amora . . . . . . . 15 22 de junho Bombeiros Voluntários de Colares . . . . . . 122 Bombeiros Voluntários do Barreiro . . . . . . 82 24 de junho Bombeiros Voluntários de Sintra . . . . . . . 124 Bombeiros Voluntários de Oliveira de Azeméis . . . . . . . . . . . . . .108 Bombeiros Voluntários de Nelas . . . . . . . . 94 Bombeiros Voluntários de Barcelinhos . . . . 93 Bombeiros Voluntários de Viana do Alentejo . . . . . . . . . . . . . . . . 32 25 de junho Bombeiros Voluntários da Trafaria . . . . . . . 83 Bombeiros Voluntários de Terras do Bouro . 29 Bombeiros Voluntários de Fátima . . . . . . . 11 26 de junho Bombeiros Voluntários de Loures . . . . . . 127 Bombeiros Municipais de Loulé . . . . . . . . . 87 27 de junho Bombeiros Voluntários de Valença . . . . . . . 95 Bombeiros Voluntários de Vila Viçosa . . . . . 77 28 de junho Bombeiros Voluntários de São Pedro da Cova . . . . . . . . . . . . . . . 36 29 de junho Bombeiros Voluntários de Odivelas . . . . . 117 Bombeiros Voluntários Famalicenses . . . . . 87 Bombeiros Voluntários de Paços de Ferreira . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Bombeiros Voluntários de Paços de Sousa . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 Bombeiros Voluntários de Vila Velha de Rodão . . . . . . . . . . . . . . 65 Fonte: Base de Dados LBP • Que dirigente para as associações; • Benefícios e regalias dos dirigentes; • Modelo de financiamento. A problemática dos Bombeiros é algo que a todos diz respeito. Numa altura em que se inicia mais um processo conducente à realização de eleições na LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES, na qualidade de Presidente da Direção dos Bombeiros Voluntários de Penalva do Castelo, exorto os dois candidatos, que se perfilam para a corrida à liderança do Conselho Executivo da Liga, a debaterem publicamente o tema “BOMBEIROS DE PORTUGAL”. Este debate visa, não só conhecer os objetivos de cada candidatura, mas também a colocar na ordem do dia os Bombeiros e a sua importância na sociedade. Este deverá acontecer nos órgãos de comunicação social para o efeito. Será de todo conveniente, e a bem da nossa causa, sentar frente-a-frente Joaquim Rebelo Marinho e Jaime Marta Soares para, num debate franco, frontal e aberto, se conhecerem as ideias que norteiam as respetivas candidaturas. Saudando os Bombeiros de Portugal, renovo o “desafio” a ambos e fico a aguardar que este apelo seja acolhido positivamente por ambos os candidatos. José Albuquerque, Presidente Direção Bombeiros Voluntários de Penalva do Castelo em maio de 1994 32 MAIO 2014 GENERAL GRAVE PEREIRA TOMA POSSE NA ANPC Fotos: MAI Aposta na avaliação e cultura de segurança C hama-se Francisco Grave Pereira, é Major General do Exército e tomou posse como novo presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) no passado dia 19 de maio - cinco dias após ter tido início a Fase Bravo do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF). Aos 52 anos de idade, Grave Pereira é o segundo presidente da ANPC nomeado por este Governo, nomeação de mais um militar que acontece depois da saída de Manuel Couto para a liderança da GNR. O agora presidente da ANPC tem um vasto currículo na área militar e encontrava-se a desempenhar funções como Subdiretor-Geral da Direção-Geral de Infraestru- turas do Ministério da Defesa Nacional. Com ar discreto e discurso direcionado aos agentes de proteção civil, Grave Pereira assumiu na cerimónia de posse algumas posições pessoais face à forma como vê o sistema e o pretende liderar referindo por exemplo a necessidade de se continuar a apostar na “preven- ção e sensibilização da população em geral, levando a que sejam evitados comportamentos de risco”. “Comportamentos de risco que muitas vezes levam a ocorrências graves e que muitas das vezes têm por base a ignorância”, disse. Esta é uma “tarefa de fôlego” que deve começar na família, passar pela escola e envolver a sociedade LOUVOR/REPREENSÃO À Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) por mais uma vez ter decidido reforçar a verba paga pela ANPC aos bombeiros que integram o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais (DECIF 2014). Ao Ministério da Economia por ter empatado até agora a publicação do novo regulamento de transporte de doentes elaborado entre o Ministério da Saúde e a Liga dos Bombeiros Portugueses. A Crónica do bombeiro Manel O h amigos, eu às vezes não percebo bem onde estou nem percebo para onde querem ir os bombeiros. Falamos muito da identidade dos bombeiros, que nos fazem isto e aquilo e depois andamos atrás do que os outros têm, sabe-se lá porquê. Há quem goste disso.’ Agora pelos vistos querem pôr-nos de boina. A PSP, os militares e a GNR já as têm e, pelos vistos, para sermos “diferentes” também queremos tê-las. O que é que se está a passar? Há quem goste Vejam lá se acertam no que querem. Eu vou continuar a usar o bivaque de sempre. Foi assim que me fiz bombeiro e não vejo razão nenhuma para ser diferente. Outros gostam de andar à “moda” e se calhar é por isso que nos põem à moda noutras coisas… Se calhar é por isso que os senhores comandantes de bombeiros que foram para os comandos distritais esqueceram a sua farda de origem e passaram a vestir-se de morcegos, ou não é isso que parece? Os militares que lá andam também deixaram a farda de origem? Não é isso que vejo. Mas os nossos infelizmente esquecem rapidamente as origens, ou não é assim.?! Também há outra coisa que não percebo e para a qual já tentei arranjar uma resposta mas nada. Como é possível ver nos Canarinhos, comandantes de bombeiros que são chefes de grupo comandados por chefes de brigada que são bombeiros de 1ª? em geral, no sentido de criar uma cultura de responsabilidade individual e coletiva, sublinhou. Apelando à participação de todos no sistema de proteção civil, o novo presidente fez também uma referência especial às associações humanitárias de bombeiros, referindo-se às mesmas como um dos pilares fundamentais do sistema. Mais à frente, Grave Pereira sublinhou a necessidade de se proceder a uma avaliação anual e contante de todo o trabalho realizado pois só assim, sublinha, as coisas poderão “evoluir”. Antes mesmo de Grave Pereira, o ministro da Administração Interna elogiou o trabalho do antigo presidente da ANPC, o tenente-general Manuel Couto, sublinhando logo de seguida que o novo presidente, além de competências no domínio do Não dá para perceber. Será que ainda ninguém viu isto? Ainda há pouco tempo se falou dos generais e almirantes a mais nas forças armadas. Nos bombeiros qualquer dia também sobram generais. Não tenho nada contra os doutores, antes pelo contrário. É bom que entre nós, ao contrário dos tempos em que fui para os bombeiros, haja cada vez mais gente formada, doutores até, mas não se esqueçam que continuamos a ser um exército e um exército planeamento, que são importantes para esta função” e de uma formação em engenharia, “que não é despicienda para este tipo de função e responsabilidades”, é uma pessoa com “capacidade de comando e de interessar e envolver todos na missão que agora abraça”. No final da cerimónia de posse, e em declarações ao ‘BP’, Jaime Marta Soares, presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) referiu que a escolha do novo presidente “cabe” ao Governo, acreditando a Liga que o clima de “diálogo” estabelecido com o presidente cessante vai continuar a “bem do futuro” dos bombeiros portugueses. Jaime Marta Soares diz-se confiante de que o caminho percorrido até agora é para “prosseguir”. PC vive basicamente dos soldados. Fica só o reparo, não levem a mal. 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