2 - Jornal Bombeiros de Portugal

Transcrição

2 - Jornal Bombeiros de Portugal
Foto: Marques Valentim
BARCELINHOS
DUPLA DE MÉRITO
Maio de 2014
E dição : 332
A no : XXXI
1,25€
Página 5
D irector : R ui R ama da S ilva
NÚCLEO MUSEOLÓGICO
PERPETUAR O PASSADO
ALMOÇAGEME
Páginas 24 e 25
TORRES VEDRAS
Página 15
VALONGO
Páginas 8 e 9
Página 7
SEVER DO VOUGA
Página 14
Página 11
VILA REAL – CRUZ VERDE
Página 12
Páginas 16 e 17
PENICHE
LEGADO
JOAQUIM REBELO MARINHO
apresentou candidatura
EXEMPLAR
Página 10
2
MAIO 2014
Como explicar este fenómeno
A
s escolas de infantes e cadetes são, neste
momento, uma realidade palpável em
muitas associações de bombeiros voluntários. Nalguns casos, com números que desafiam a própria lógica e um discurso comum,
precisamente de sinal contrário, que aponta
para a falta de novos bombeiros.
Salvaguardando o facto do país ser cada vez
mais uma realidade social diversa, ditada por
muitos factores e contingências, incluindo a
nova emigração, matizada e reforçada pela tradicional dicotomia entre as várias regiões, também marcadas pela proximidade do litoral ou
interior, certo é que há uma realidade emergente nos bombeiros que ameaça desafiar todas as
lógicas e teses pessimistas dominantes.
Como sabemos, tornou-se comum nos últimos anos o apelo ao ingresso de novos bombeiros e à afirmação de que, em vários casos, os
existentes, ou já quase não garantem a resposta operacional ou tendem a esforçar-se desumanamente para salvaguardar essa mesma
resposta.
Acredito que, ao lançar o alerta e ao fazer o
apelo para o ingresso de novos elementos os
comandantes dos corpos de bombeiros e os dirigentes das respectivas associações mais não
estão que a agir em consciência, cientes das
suas responsabilidades para com a comunidade.
Eu próprio já testemunhei situações dessas,
bem evidentes, onde a falta de meios humanos
constitui uma enorme preocupação e um risco,
que comandantes e directores não têm qualquer rebuço em assumir, denunciando mas,
apesar de tudo, provando como é ainda possível
fazer muito com pouco.
Como analisar e avaliar em paralelo, a manifesta carência de operacionais e, por outro, a
vaga crescente de cadetes e infantes?
Será que podemos concluir estar perante
uma mera coincidência? Ou estamos perante
uma capacidade de resposta pronta e eficaz a
um problema, conforme os bombeiros também
souberam reagir no passado a outras questões?
A seu tempo, com certeza, iremos conseguir
traçar exactamente qual foi o percurso feito
entre o problema e a solução.
Para já, fica-nos a certeza de que, pese embora as dificuldades que se irão continuar a fazer sentir no curto prazo, não só está garantido
o futuro dos bombeiros como até será enriquecido com novas competências.
Dirão alguns, a viver o problema da carência
de meios humanos no presente, que estou a
delirar. Dirão outros, por que já os oiço dizer,
que esta oferta massiça de novos elementos,
dado que, como é previsível, alguns deles nem
irão ficar, permitirá sempre refrescar o quadro
activo e também valorizá-lo ainda mais.
Há sinais que nos fazem crer que, onde têm
surgido e crescido as escolas de infantes e cadetes, algo já mudou ou está a mudar. E que,
também por isso, quase como corolário, então
surgiram essas escolas. Mudaram as posturas,
as abordagens, as estratégias. Falo de associações onde a mudança surge por imperativo
próprio sem imposições de fora, como reacção
lógica à própria dinâmica social, interna e em
curso no exterior.
Mais do que nunca, e até por que emergiram
sempre da sociedade, as associações de bombeiros não podem ficar indiferentes à evolução
da sociedade. Se não o fizerem correm o risco
de, em determinado momento, despertarem
do torpor e verificarem que tudo à volta mudou. E que, se não o fizerem, correm o risco de
ver até questionada a sua própria missão e desígnio.
As escolas de infantes e cadetes constituem,
sem dúvida, uma verdadeira mola para a mudança. É a própria sociedade, as comunidades
educativas e os próprios pais que reconhecem
aos bombeiros o mérito e a capacidade, não só
na missão principal do socorro, mas também a
função educativa, de formação dos jovens em
cidadania activa.
Cavalguemos a onda, como dizem os surfistas. E façamos mais uma coisa espectacular.
Num universo, em que a conflitualidade ou divórcio entre jovens e idosos quase parece uma
imagem de marca, os bombeiros voltam a marcar mais uma vez a diferença ao, precisamente
ao contrário, fazerem crescer as suas escolas de
cadetes e infantes com o apoio de jovens elementos dos quadros activos mas também com
velhas glórias do Quadro de Honra. A simbiose
perfeita para fazer verdadeiros cidadãos. Asso-
ciar novas práticas pedagógicas e de conteúdos
à possibilidade de ouro de fruir dos conhecimentos e experiência dos velhos bombeiros. Todos
sabemos como é bom num processo educativo
fazer pontes entre o passado, o presente e o futuro. E as escolas de infantes e cadetes são o
modelo materializado disso.
E, melhor assim se, como é desejável e previsível, muitos desses infantes e cadetes venham
a ingressar efectivamente nos corpos de bombeiros. A semente está sem dúvida lançada. A
colheita promete ser farta e de boa qualidade.
A sociedade não deixará de reconhecer aos
bombeiros, mais uma vez, o mérito e a eficácia
das soluções que vão encontrando para os seus
problemas como também, no fundo, para os da
própria comunidade.
Artigo escrito de acordo
com a antiga ortografia
CACILHAS
JORNAL@LBP
Bombeiros fazem
recolha de sangue
Viatura centenária anfitriã de concentração
O
Grupo Benévolo de Dadores de Sangue
(GBDS) da Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Cacilhas, em parceria com
o Instituto Português do Sangue e da
Transplantação, realizam recolhas de sangue, na Costa de Caparica nos dias 14 de
junho (das 14.30h. às 20h) e 19 de julho
(das 9 às 13h.). Está ainda agendada uma
outra ação no a 27 de setembro, desta feita, no quertel-sede em Cacilhas, das 9 às
13h.
Para além da recolha de sangue, quem
desejar, poderá ainda inscrever-se como
dador de medúla óssea, bastado para isso
ter entre 18 e 45 anos, peso mínimo de 50
kg, altura superior a 1,50 m, ser saudável e
nunca ter recebido nenhuma transfusão de
sangue após 1980.
Para dar sangue, as “regras” são semelhantes. Os doadores devem ter bom estado de saúde, hábitos de vida saudáveis,
peso igual ou superior a 50kg e idade compreendida entre os 18 e os 65 anos. Para
uma primeira dádiva, o limite de idade é
aos 60 anos.
O
s Bombeiros Voluntários de Alverca estão a programar um conjunto de iniciativas para assinalar o
centenário da sua mais antiga viatura
de socorro. Nesse sentido, querem
organizar uma concentração e desfile
de “velhas-glórias” no próximo dia 28
de junho, desafiando todas as associações e corpos de bombeiros proprietárias de veículos antigos para se
associarem ao evento.
O veículo de combate a incêndios
(auto pronto socorro Nº 1) foi um automóvel descapotável da marca Renault, modelo 1914, adquirido em 22
de março de 1928 a Ana Vale do Rio,
residente em Sintra, por 5 mil escudos (25 euros). Antes a viatura tinha
pertencido a uma firma luso-inglesa.
A viatura foi transformada nos
Bombeiros de Alverca em pronto-socorro por uma equipe coordenada
pelo futuro dirigente José Ferreira
Cera, mestre carpinteiro da CP.
As rodas traseiras foram substituídas por outras de menor diâmetro e os pneus passaram a ser mais largos, para melhor poderem suportar o aumento da carga.
Está equipada com material de sapador e possuía uma moto-bomba
de combate a incêndios da marca Magirus. A transformação custou
24.767$96.
Os custos da adaptação do veículo foram suportados, com donativos
da Câmara Municipal, da Companhia de Seguros Fidelidade, das atividades económicas locais e da população de Alverca.
O pronto – socorro foi inaugurado em 1932, com a matrícula AA-1989 e batizado com o nome “Velho Matos”. Consome 50 litros de Gasolina
aos 100 km.
A redação
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MAIO 2014
Foto: Marques Valentim
C
om o início da Fase Bravo arrancou o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais 2014 (DECIF). De novo, os
bombeiros portugueses vão empenhar-se na
defesa das populações e da floresta e no combate aos incêndios que a vierem a fustigar. Todos sabemos que, ao longo do ano, o trabalho
dos bombeiros não se esgota no esforço que é
desenvolvido e no sacrifício que é assumido por
essas mulheres e homens no período de vigência do DECIF, longe disso. Todos os dias, nas
mais diversas missões, os bombeiros darão o
seu melhor. E, em abono da verdade, o combate aos incêndios florestais, pese embora os
enormes riscos que acarretam, só correspondem a cerca de 6 por cento da atividade global
das associações e corpos de bombeiros ao longo dos 365 dias do ano.
Este DECIF fica marcado por um envolvimento financeiro maior assumido por parte do
Governo no contexto das suas responsabilidades do Estado. Saudamos naturalmente essa
situação, fazendo-o na convicção de que apenas vencemos mais um patamar na perspetiva
de, mesmo tendo em conta a crise, continua a
ser para nós cada vez mais prioritário aproximar os apoios recebidos dos custos assumidos
pelos bombeiros nesse duro combate. A questão, aliás, assume hoje maior relevância tendo
em conta as dificuldades vividas pelos bombeiros, decorrentes das circunstâncias ditadas
pela crise, no esforço de garantir a sustentabilidade das suas estruturas e, por essa via, salvaguardar a prestação do socorro.
Verificamos que, ao nível do Governo, continuam a surgir recomendações no sentido de
reforçar meios e eficácia no combate. Não desvalorizamos essas recomendações e as vantagens em que isso possa traduzir-se em mais
apoio aos bombeiros. A esse propósito, convicta e teimosamente, continuamos a apontar o
dedo a áreas onde sempre defendemos e continuamos a defender que, a par, há muito deveria incidir também a atenção e o investimento
do Estado. Falo da reforma estrutural da floresta e, em particular, da prevenção. É certo que
timidamente começamos a ver aflorar aqui e ali
algumas iniciativas. No entanto, entendemos
que ainda falta a vaga de fundo que, de uma
vez por todas, permita valorizar o património
ambiental e florestal, salvaguardar a segurança
das populações e dos seus bens e evite, nomeadamente, que os bombeiros tenham que
correr riscos acrescidos, como aconteceu no
ano transato, e que infelizmente se saldou na
O sol da meia-noite
perda de oito dos nossos em circunstâncias trágicas.
Em mais este período de vigência do DECIF,
temos consciência plena do nosso papel na sociedade e na defesa de pessoas e bens, e assim
iremos continuar, fiéis aos nossos princípios e
valores de “Vida por Vida”.. Mas que não se estabeleça qualquer confusão entre a assunção
desse esforço e qualquer sentimento de submissão ao Governo ou pertença indevida a outrem que se lhe queira associar.
Nunca acreditei em soluções milagrosas nem
encarei os problemas como insolúveis. Acreditei
e continuo a acreditar na agregação de vontades, no reforço da nossa identidade, visível e
palpável, em torno de ideias concretas, como
tenho procurado sempre concretizar.
Acreditei e continuo a acreditar, particularmente pelo vínculo que nos une a todos bombeiros, que é possível reforçar o diálogo e a unidade, passando à frente de ideias “tóxicas” que
alguns querem fazer pairar entre nós, ou dos
“sonhos” cultivados por alguma “velha ordem”
embeiçada na restauração de qualquer coisa
que os mais novos mal conheceram, outros conheceram e desfrutaram e, ainda outros, apesar de terem conhecido entendem ser coisa do
passado.
A história dos bombeiros não se reduz a um
mero e redutor enunciado cronológico. É muito
mais do que isso. A história dos bombeiros é,
acima de tudo, conteúdos que, contextualizando a própria cronologia, saibam testemunhar
para memória futura o alcance de muitas medidas tomadas e do papel dos atores envolvidos,
todos eles sem exceção. Esse saudável exercício poderá evitar que se guardem esqueletos
nos armários. Nesse sentido, quero afirmar, perentoriamente, o meu profundo respeito que
me mereceram e merecem todos os que estiverem por bem e derem o melhor de si pela nossa
tão nobre e respeitada causa.
Um grupo de bombeiros com quem outro dia
trocava impressões dava-me conta que, entre
os incêndios registados este ano na sua zona,
muitos continuavam a surgir estranhamente de
madrugada, ou seja, “com o sol da meia-noite”.
Neste caso, como sempre, continuamos a defender que haja uma atitude dura e clara por
parte das autoridades competentes.
Independentemente dos muitos ou poucos
incêndios que venhamos a combater durante o
DECIF 2014 importa que acima de tudo, saibamos dar o nosso melhor mas, também, saibamos de forma aberta e direta continuar a fazer-nos respeitar. Desde logo, pelos parceiros com
quem somos chamados a interagir, quer no âmbito do DECIF, quer em qualquer outro domínio.
Depois, pela própria sociedade e por alguns dos
seus grupos, desiludindo os que ainda pensem
transformar-nos em meras ferramentas utilitárias de certos interesses. Desiludam-se os que
pensarem assim.
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MAIO 2014
TRANSPORTE DE DOENTES ATINGIU META DA TROIKA
A
Estado poupa quase 50 milhões
região do Alentejo foi a mais atingida
pelos cortes no acesso ao transporte de
doentes não urgentes. Já a região Centro do
país foi a que menos conseguiu travar nos
gastos com este tipo de serviço, uma situação que em muito tem atingidos de forma
negativa os cofres das associações e corpos
de bombeiros.
Olhando para os números agora tornados
públicos, verifica-se que em 2013 o Estado
gastou menos 49,5 milhões de euros no
transporte de doentes não urgentes, menos
um terço do que em 2012. Portugal atinge
desta forma os objetivos fixados pelo Programa de Ajustamento imposto ao nosso
país nesta área.
Estes dados constam dos relatórios das
Administrações Regionais de Saúde e descrevem a evolução da despesa e atividades
nas principais áreas de missão dos centros
de saúde. Em 2011, antes mesmo de serem postas em prática as novas regras de
comparticipação de transportes não urgentes em ambulância, o Estado gastou 72 milhões de euros nesta área. Olhando para os
números verifica-se que foi no Alentejo
que a despesa neste setor mais baixou,
passando de 4,8 milhões de euros em
2011 para 1,9 milhões em 2013, o que significa um corte de quase dois terços. A região Centro foi onde se conseguir reduzir
menos.
Mais há mais cortes, sendo que ao nível
da comparticipação de análises clínicas e
exames radiológicos solicitados através dos
centros de saúde a redução na despesa é
mais ligeira. Em 2011, ano em que se registarem reduções nos preços pagos às clínicas
privadas com acordo com o SNS, a despesa
rondou os 399,8 milhões de euros e no ano
passado cifrou-se nos 302,7 milhões, ou
seja menos 11 por cento. Já a despesa com
fisioterapia baixou de 78,5 milhões de euros
em 2011 para 73,3 milhões em 2013. Na
hemodiálise a despesa baixou de 244 milhões de euros no ano da chegada da Troika
para 224 milhões em 2013.
PC
FPF AFASTOU LINDA-A-PASTORA
A
Federação Portuguesa de
Futebol (FPF) decidiu atribuir a operação de socorro da
final Taça de Portugal deste ano
à Cruz Vermelha Portuguesa
(CVP) e aos Bombeiros Voluntários do Dafundo, pondo fim a
uma colaboração de vários anos
com os voluntários de Linda-a-Pastora. Em declarações ao
‘BP’, Jorge Vicente não critica a
mudança de parceiros, mas antes o modo como todo o processo foi conduzido. “A Federação
pôs fim a uma colaboração com
mais de uma dezena de anos
sem para isso ter tido a cordialidade e o respeito por este parceiro que, penso, inovou no planeamento do dispositivo safety
a instalar num evento ou nos
“Não merecíamos este tipo de tratamento”
eventos desportivos considerados de risco, substituindo-o por
outro (Cruz Vermelha Portuguesa), sem previamente avisar.
Limitaram-se a informar a câmara e o coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil”,
lamenta Jorge Vicente.
Ainda segundo o responsável
operacional de Linda-a-Pastora,
a resposta do socorro e recursos inerentes não devem “limitar-se” ou “cingir-se” apenas ao
palco do evento mas, pela particularidade local e de se tratar
de uma Final de Taça que junta
milhares de adeptos na noite
anterior para além da manhã do
próprio dia, justifica um “dispositivo integrado prevendo articulação entre as várias entida-
des que concorrem para o seu
sucesso”.
A pouco tempo da realização
da final da Taça, e perante a ausência de solicitação de serviço
por parte da FPF, os voluntários
de Linda-a-Pastora questionaram por carta a Federação so-
bre o facto de não terem sido
contactados para elaborar o
plano de operação. Ao ‘BP’, Jorge Vicente garante que nunca
recebeu qualquer resposta à
missiva e que veio a saber por
“terceiros” que este ano seria a
CVP e os Bombeiros Voluntários
do Dafundo os responsáveis
pelo socorro no evento desportivo. “Não merecíamos este tipo
de tratamento”, conclui indignado sublinhando que esta não
é de todo uma posição contra
os agentes de socorro “escolhidos”, apenas contra a FPF.
Questionada pelo ‘BP’ sobre
esta mudança ‘silenciosa’, a Federação responde por escrito
com o argumento de que “a
CVP está implementada em
todo o território nacional e
presta um serviço de excelência
no apoio médico sanitário a
grandes eventos, quer pela experiência quer pela capacidade
dos seus meios Humanos.
Questionada ainda sobre a
capacidade operacional para
garantir esta operação numa
área de intervenção operacional
que pertence aos corpos de
bombeiros e que carece da vertente de luta contra incêndios,
a FPF esclareceu: “A CVP não só
tem capacidade operacional
para prestar e garantir o apoio
de serviços no âmbito médico
sanitário a esta operação no Estádio Nacional, assim como
meios de reserva para alguma
situação de exceção. O corpo de
bombeiros do Dafundo vai prestar serviço anti-incêndio”, informou a FPF. Às críticas de falta
de diálogo com os voluntários
de Linda-a-Pastora, a Federação Portuguesa de Futebol não
respondeu.
Patrícia Cerdeira
PORTO
Batalhão recebe presidente da ENB
Foto: Subchefe António Oliveira
N
o passado dia 15 de maio, o presidente da Escola Nacional de
Bombeiros (ENB), José Maria Ferreira, visitou o quartel do Batalhão de Sapadores Bombeiros (BSB), onde foi recebido pelo comandante tenente coronel Rebelo de Carvalho e pelo vereador da
Proteção Civil, Manuel de Sampaio Pimentel, e
Na ocasião o presidente da ENB assistiu a demonstrações com
escadas, na casa-escola, e a um simulacro de incêndio urbano com
o salvamento de várias “vítimas”. José Maria Ferreira ficou também
a conhecer a história e a organização do Batalhão, bem como todo
o plano de formação dos operacionais. A apresentação esteve a
cargo do comandante do BSB.
Por seu turno, José Ferreira apresentou o Plano Estratégico de
Formação do Bombeiros Portugueses revelando-se favorável ao
desenvolvimento de parcerias com o Município do Porto, nomeadamente para o desenvolvimento de formação dos bombeiros.
VIDAGO
F
oi num ambiente singular e também
num misto de saudade que teve lugar em Lanzburg na Suíça, uma festa
de angariação de fundos para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vidagomigos.
Lotação mais que esgotada numa
comovente cerimónia fruto de um convívio dos Amigos da Comunidade Portuguesa em Lenzburg.
O presidente da direção dos Bombeiros de Vidago Francisco Oliveira, e o
bombeiro de 1.ª classe José Pinto, deslocaram-se à Suíça, participando nesta
festa de afetos animada pelos valores
da amizade, da fraternidade e da soli-
Festa apoia projetos dos bombeiros
dariedade que aproximam as pessoas
generosas, altruístas, sempre disponíveis, para apoiar com as associações
das suas terras de origem.
Assim para além do jantar principescamente servido, destaque para a animação a cargo de Fernando Correia
Marques vindo de Portugal, Carlos
Santos e Tiago Rodrigues do Luxemburgo, Sofia Portela e Filipe Almeida e
ainda o Jafpt Grupo musical da Suíça.
A organização da festa foi assinada pelos inexcedíveis Nuno Couto, bombeiro
no quadro de reserva, imigrante em
Wohlen no Cantão de Argau, onde continua a exercer o voluntariado nos
bombeiros locais, Manuel Carneiro e
Maria Soalhos e o Grupo Desportivo e
Cultural Português de Lenzburg, nomeadamente o presidente José Palma.
Este evento permitiu entregar aos
Bombeiros Voluntários de Vidago,
9037 francos suíços.
O presidente Francisco Oliveira já
deu conta que a verba será aplicada na
concretização de um dos três projetos
inscritos no orçamento para 2014, designadamente a aquisição de uma
nova Ambulância de Socorro, de um
Veiculo Florestal de Combate a Incêndios ou para a requalificação do telhado do quartel.
5
MAIO 2014
PRÉMIO BOMBEIRO DE MÉRITO 2013
Barcelinhos tem
dupla de mérito
Fernando Oliveira e Carla Neto, dos Voluntários de Barcelinhos são os
vencedores do Prémio Bombeiro de Mérito 2013, galardão instituído
da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).
Arriscando a vida, os dois operacionais assinaram com êxito, o resgate
de uma idosa que se lançou ao Rio Cávado, no dia 7 de julho. Numa
luta contra a “lei das probabilidades”, Fernando e Carla salvaram uma
vida e inscreveram os seus nomes na galeria dos heróis que cumprem
com coragem e abnegação o lema “Vida por Vida”.
Emocionados, mas, certamente, realizados Fernando e Carla dedicam o
prémio aos oito bombeiros falecidos no combate aos incêndios no
verão do ano passado.
Texto: Sofia Ribeiro – Fotos: Marques Valentim
J
á se passaram nove meses,
mas Fernando Oliveira e
Carla Neto, ainda conseguem reconstituir todos os momentos de uma manhã que lhes
mudou a vida. O salvamento de
uma mulher no Rio Cávado ainda está assim bem presente e a
“surpresa” pela distinção com o
Prémio Bombeiro de Mérito fomenta o reavivar de todas as
emoções.
Para que se perceba a ação
desta dupla de mérito, importa
recordar que no dia 7 de julho
de 2013 uma mulher saltou
para a morte da Ponte Nova,
em Barcelos, “de uma altura de
24 metros”. Após o alerta, os
bombeiros perceberam que o
sucesso da operação dependia
da celeridade e eficácia na resposta, de forma a impedir que a
vítima fosse arrastada para o
açude, onde as hipóteses de sobrevivência eram escassas.
Numa luta contra o tempo, Fernando e Carla identificaram o
local onde seria possível intercetar o corpo, um caminho percorrido em parte de ambulância
que, depois, tiveram de aban-
O
donar, para a pé, por trilhos sinuosos, alcançarem o rio. Fernando lançou-se à água e, no
limite, conseguiu devolver a
vida a quem parecia ter desistido de viver.
“Sabíamos que tínhamos feito um bom trabalho, mas não
estávamos à espera que fosse
reconhecido, assim… a nível nacional” diz-nos Fernando Oliveira, denunciando todo o orgulho,
nos olhos rasos de água.
Da mesma forma, também
Carla Neto fala com a humildade de um ser maior, assegurando que a missão dos bombeiros
é “ajudar os outros sem esperar
nada em troca”, mas desaba na
emoção quando dá conta da
alegria que a “notícia do prémio
provocou em Barcelos”.
Por estes dias a exposição
mediática destes dois operacionais é um facto. Todas as atenções se voltam para a dupla de
heróis, que ainda que pouco à
vontade com tanto protagonismo, agradece cada um dos momentos vividos e que têm permitido fortalecer e unir a grande família dos Voluntários de
Barcelinhos, afinal este é “um
prémio de todos”.
Não há quem não queira saudar os dois bombeiros, por toda
a cidade, mas também no quartel, afinal não é todos os dias
que a cidade de Barcelos dá um
herói ao país “quanto mais
dois”, consideram José Carlos
Real e António pereira dois dirigentes desta instituição, de
“gente muito generosa”.
O vice-presidente José Carlos
Real, um dos dirigentes mais
antigos da associação, garante
que não contava reviver as
emoções sentidas no início da
década de 90 do século passado, quando um outro bombeiro
de Barcelinhos conquistou distinção semelhante. Já António
Pereira, há apenas quatro anos
na instituição, mas completamente rendido à causa que
agora lhe ocupa muito tempo,
fala de um gratificante felicidade, que afinal premeia o trabalho desenvolvido por toda a
equipa.
“Eu gostava de dedicar este
prémio à minha mãe, à minha
irmã, aos anteriores e atuais
Prémio e menções honrosas
júri do “Prémio Bombeiro de Mérito” presidido pelo presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime
Marta Soares, integrou o Diretor Nacional de
Bombeiros, Pedro Lopes, os presidentes da Escola Nacional de Bombeiros, José Ferreira, da
Reviver Mais, Lourenço Baptista e ainda Fátima Marques da empresa Sarah Trading (mecenas), e um representante do Montepio Geral
(mecenas honorário).
Para além do galardão máximo atribuído aos
dois bombeiros dos Voluntários de Barcelinhos,
o júri distinguiu ainda, na categoria “menção
honrosa – câmara municipal” por propostas
Federações Distritais dos Bombeiros de Santarém, Évora e Portalegre, a Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo. A “menção honrosa
– dirigente associativo” foi atribuída a Avelino
Almeida Machado da Silva Reis, presidente da
assembleia-geral da direção da Associação de
Bombeiros de Vila Nova de Famalicão, e, por
fim, a Digal, S.A com a “menção honrosa –
personalidade empresarial”.
Os prémios serão entregues na cidade do
Barreiro, no próximo dia 1 de junho, por ocasião das comemorações do Dia do Bombeiro
Português, presididas pelo ministro da Administração Interna.
Na mesma cerimónia, em parada, os oito
bombeiros mortos em serviço no ano transato
no combate aos incêndios florestais serão homenageados pela LBP com a entrega do crachá
de ouro aos seus familiares.
As cerimónias do Dia do Bombeiro Português, realizam-se a par dos 33.º Concursos
Nacionais de Manobras para Bombeiros e 32.º
Concursos Nacionais de Manobras para Cadetes, a decorrer em 31 de maio e 1 de junho no
Complexo Municipal de Atletismo Carla Sacramento, no Seixal.
comandantes e diretores e
bombeiros dos Voluntários de
Barcelinhos, ao bombeiro Licínio Cunha, recentemente falecido e, em particular, a todos os
companheiros que perderam a
vida nos incêndios do ano passado… este prémio é deles!”, faz
questão de ressaltar Fernando
Oliveira.
Da mesma forma, também
Carla partilha o galardão com
os soldados da paz que tombaram no combate às chamas em
2013, estendendo a homenagem a “todos os bombeiros, comandante e diretores de Barcelinhos” e em especial ao pai,
que perdeu a ainda menina,
mas por quem se fez bombeira.
Visivelmente orgulhoso o comandante José Beleza começa
por considerar que o prémio
instituído pela Liga dos Bombeiros Portugueses, engradece as
associações porque dá visibilidade aos homens e mulheres
que nelas servem.
“É um importante incentivo,
embora os bombeiros não esperem nada em troca quando
cumprem a sua missão”, defende o responsável operacional, declarando que a distinção
atesta “a atitude, a postura e o
empenho para que tudo corra
da melhor forma, demonstrados pelo Fernando e pela Carla,
mas também por todos os outros mais de cem operacionais
que integram este corpo de
bombeiros”.
O presidente, José Costa diz
que esta é a uma enorme recompensa para os dirigentes
“que cumprem de forma voluntária, um trabalho diário, que
fazem tudo o que podem pela
instituição e verificam que esse
esforço tem repercussões a nível operacional”.
“Reconheço que não teria a
coragem destes dois bombeiros”, declara o presidente da direção, que sublinha o feito dos
seus bombeiros, mas também a
humildade com que encaram a
distinção e a partilham com os
companheiros mortos no combate aos incêndios do verão
passado.
Esta instituição tem vivido
um período de ouro da sua história. Em escassos três anos
esta enorme família alcançou
enormes conquistas. Investiu
na preparação e formação dos
seus operacionais, na aquisição
de equipamentos e viaturas, reforçou o contingente operacional e o número de associados e,
ainda assim, conseguiu começar a concretizar um sonho antigo que em breve se traduzirá
num novo moderno e operacional quartel. O projeto, o terreno
e os fundos estão garantidos e
até ao final do ano a obra deverá ter início.
A vontade de fazer, para servir melhor, o empenho do corpo
ativo, do comando e de todos
os dirigentes foram reconhecidos e traduziram-se no providencial apoio da população, da
Câmara Municipal, do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, do Diretor Nacional de
Bombeiros e do ministro da Administração Interna, entidades
que, no entender de José Costa,
em muito colaboram na realização de uma antiga e justa aspiração dos Voluntários de Barcelinhos.
Há uns meses, Fernando Oliveira em declarações ao Jornal
Bombeiros de Portugal, dias
após o salvamento perpetrado
no Cávado, defendia que “nesta
instituição são todos heróis” e
que “o sucesso da intervenção
foi apenas o resultado de um
trabalho de equipa, que inclui,
também, comando e direção”
palavras simples mas reveladoras da humildade, do “espírito”
que sustentam esta enorme
instituição.
No próximo dia 1 de junho,
no Barreiro, por ocasião das comorações do Dia do Bombeiro
Português, os Voluntários de
Barcelinhos voltam a reunir-se
porque todos os momentos da
associação são vividos em família.
6
MAIO 2014
Espinho/36: “Blitz” à portuguesa
Pesquisa/Texto:
Luís Miguel Baptista
Assinala-se este ano o Centenário da Aviação Militar, cujas
comemorações tiveram início
no dia 14 de Maio e estender-se-ão até 2016.
A razão pela qual registamos
a efeméride prende-se com um
facto histórico: a realização, em
11 de Julho de 1936, na então
vila de Espinho, quando do V
Congresso Nacional de Bombeiros, de um aparatoso exercício
de ataque aéreo onde intervieram seis corpos de bombeiros
(Bombeiros Voluntários da Covilhã, Bombeiros Municipais de
Santarém, Bombeiros Voluntários de Carcavelos, Bombeiros
Voluntários de Vila do Conde,
Bombeiros Voluntários Espinhenses e Bombeiros Voluntários de Espinho) e uma esquadrilha, autorizada para o efeito
pelo Ministério da Guerra, composta por sete aparelhos, seis
da Base de Tancos e um do
Centro de Aviação de Espinho,
sendo quatro deles “Morranes”
e três “Tigers”.
Efectuada no âmbito de outras actividades práticas, a simulação viu-se consubstanciada num autêntico teatro de
guerra.
O comandante Álvaro Valente, dos Bombeiros Voluntário do
Montijo, em livro de sua autoria
sobre a reunião magna, refere-se minuciosamente às operações, descrevendo, nestes termos, o plano geral do exercício:
“Pelas 11 horas do dia 11 de
Julho as sereias de alarme ouvem-se insistentemente, anunciando um provável ataque aéreo. Na linha do horizonte surgem dois aèroplanos inimigos
que se dirigem para o Centro de
Aviação de Espinho, o qual procuram atingir com bombas incendiárias. Sobem aèroplanos
Bombeiro com máscara anti-gás
Os aviões voando sobre Espinho
Transporte de gaseado
do Centro de Aviação para a defêsa activa. Trava-se um duelo
nos ares. A artilharia anti-aérea
faz ouvir seus canhões e metralhadoras.
As sereias de alarme continuam com pequenos intervalos
seus avisos.
Então, um dos aèroplanos
inimigos sobrevoa Espinho e
lança granadas de gases asfixiantes e mais bombas incendiárias. Manifestam-se incêndios no Casino e outros edifícios. Há gaseados pelas ruas e
vítimas nos prédios atingidos.
Os aèroplanos inimigos em face
da defesa anti-aèrea e do contra-ataque do Centro de Aviação, retiram-se e desaparecem
ao longe. As sereias calam-se e
o perigo desaparece também.”
Aos elementos dos corpos de
bombeiros envolvidos coube,
por sua vez, a extinção de hipotéticos focos de incêndio em diferentes pontos da localidade, o
transporte de gaseados aos
postos de socorros e a desinfecção das áreas atingidas.
Pessoal interveniente
A imprensa registou a melhor
impressão. Um dos exemplos
partiu do jornal “O Primeiro de
Janeiro”, que testemunhou:
“Todos os Bombeiros que intervieram na defêsa portaram-se com uma correcção e aptidões dignas de registo, merecendo porém, referências especiais
os
Voluntários
de
Carcavelos. Dos próprios casacos improvisaram macas; e no
final do exercício simularam haverem sido atingidos na sua totalidade, pelo que tiveram que
ser transportados para o hospital dos Bombeiros Voluntários
de Espinho.”
Recorde-se que, ao tempo,
não existia em Portugal qualquer estrutura oficial de protecção civil. Somente no ano de
1942, durante a II Guerra Mundial, seria criada a Defesa Civil
do Território, na dependência
do Ministério da Defesa e sob o
comando da Legião Portuguesa,
encarregue de “assegurar em
tempo de guerra, ou de grave
emergência em tempo de paz, a
protecção das populações e do
património público e privado”.
Por conseguinte, é de valorizar
a importância histórica deste
exercício conjunto e a ocupação
com um tema caro à Humanidade, a guerra química e aérea,
no âmbito exclusivo da Liga dos
Bombeiros Portugueses (LBP),
atenta aos problemas da vida
moderna e do socorro.
Essencialmente vocacionada
“para o pessoal se treinar e familiarizar com as máscaras,
não desconhecer amanhã, em
absoluto, como há-de proceder
e intervir”, a iniciativa permitiu
tirar diferentes ilações, nomeadamente, a necessidade de promover mais acções do género e
de consciencializar a população
no tocante a novos perigos.
Além disso e de certos percalços, foi notória, conforme o relato do evento, a falta de material e alguma hesitação dos
bombeiros, sublinhe-se, chamados, pela primeira vez, a
responder a tamanho desafio.
Porém, saldando positivamente
as condições de realismo em
que se processaram as operações, o comandante Álvaro Valente escreveu no seu livro:
“No entanto, apesar de se
Oficiais aviadores que tomaram parte no exercício
tratar de um ataque aéreo simulado, leio nos jornais que
chegou a haver pânico e correria, e que, se não se deram desastres, foi derivado à intervenção serena, calma e rápida da
Polícia e da Guarda Republicana.”
De realçar que, já em 1934,
Álvaro Valente havia sido autor
de um trabalho de fundo sobre
a guerra química, muito apreciado e divulgado na época, o
qual, cremos bem, surtiu vários
efeitos de opinião, mormente
acerca da rudimentaridade dos
meios que então proviam os
bombeiros, limitando-se, por
exemplo, a protecção individual, ao uso da máscara anti-gás, equipamento que somente uma minoria detinha, e mesmo assim numa quantidade reduzida que não chegava a cobrir
um Corpo Activo. Segundo especialistas, era necessário e
adequado, no contexto da prestação do socorro, entre outros
recursos, o uso de máscaras e
de escafandros impermeáveis.
Sabe-se que, no caso de Espinho, a LBP pediu, ao respectivo
delegado distrital, 52 máscaras
e 16 macas para quatro equipas
de oito homens cada, número
considerado suficiente a fim das
demonstrações. Consta, de resto, que foram os bombeiros
portugueses, no país, os primeiros a tratar do assunto em
público, experimentando, a
propósito, com a colaboração
da firma H. Vaultier & C.ª, de
Lisboa, as potencialidades técnicas da novel espuma atmosférica e das célebres agulhetas
marca “Cometa”, conhecidas
por serem “superiores na extinção de fogos de productos inflamaveis”.
Decididamente não satisfeita
e malgrado o ambiente de paz
vivido em Portugal, viria ainda a
surgir, no seio da Liga, a ideia
de se realizar cursos de defesa
civil, destinados tanto aos bombeiros como às populações,
merecendo o apoio do ministro
do Interior e do presidente da
comissão nomeada pelo Governo para os assuntos de defesa
passiva, que concordaram com
a “patriótica iniciativa”.
Artigo escrito de acordo
com a antiga ortografia
Site do NHPM da LBP:
www.lbpmemoria.wix.com/
nucleomuseologico
porque entendia que o bombeiro devia perseguir a solidariedade, mas, também, a cultura.
O escritor João de Araújo
Correia tomou contacto com a
biblioteca no antigo quartel, “situado ali em baixo, na Chafarica, no Largo dos Aviadores”,
com uns 12 anitos na companhia de seu pai, também ele
bombeiro. Foi o 1.º contacto
com a Biblioteca dos e o “regalo
seria abrir aquela estante e colher de lá um livro para o folhear e ler antes de me deitar”.
Em 1960 a Biblioteca passou
a ter a denominação de “Maximiano de Lemos”, um reguense
ilustre, médico e “historiador da
Medicina Portuguesa”. Uns anos
mais tarde, em 1963, com a
plena cooperação de João de
Araújo Correia. e pela sua mão,
este espaço de cultura conquista o estatuto de biblioteca fixa
da Fundação Gulbenkian.
A explanação do orador foi
acompanhada por uma apresentação em PowerPoint, , elaborado por um grupo de bombeiros, coordenado pelo adjunto Rui Lopes.
No final do evento cultural,
os participantes puderam deleitar-se com a visita à biblioteca,
comprovando-se todo o empenho do insigne escritor neste
espaço de excelência.
RÉGUA
Evento cultural nos bombeiros
O
salão nobre da Associação
Humanitária dos Bombeiros
Voluntários do Peso da Régua
acolheu uma sessão cultural subordinada ao tema “João de
Araújo Correia na Biblioteca dos
Bombeiros”, iniciativa que surge
de uma parceria desta instituição com a Tertúlia João de
Araújo Correia.
A presidir à mesa José Alberto Marques, presidente da assembleia geral dos bombeiros
reguenses, e, para além do orador, José Alfredo Almeida, destaque para as presenças estavam do vice-presidente da câmara, José Manuel Gonçalves,
de Helena Gil, presidente da di-
reção da tertúlia, João Correia,
neto do escritor, e o comandante Joaquim Teixeira, representante da Liga Portuguesa dos
Bombeiros.
Usaram da palavra todos os
elementos da mesa, que coinci-
diram na perspicácia e paixão
que o escrito João de Araújo
Correia tinha pelos livros, realçando-lhe o gosto precoce pelos
livros, que num dos melhores
contistas do século XX.
Registe-se que a biblioteca
dos bombeiros data de 1885,
fruto da acutilância de um Afonso Soares, que exerceu a atividade de jornalista, de escritor,
de desenhador, de gravador, de
modelador e de pintor, que foi o
impulsionador da iniciativa,
7
MAIO 2014
PARCERIA BANCO BIG COM LBP
O
Obter o maior número de EPI possível
Banco de Investimento Global (BIG), em parceria com a
Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) arrancou com
uma campanha de recolha de fundos a nível nacional
para a aquisição de equipamento de proteção individual (EPI)
destinados aos bombeiros voluntários portugueses designada
por “Vamos proteger quem nos protege”.
No arranque desta ação ficou estabelecido entre o BIG e a
LBP que só serão adquiridos equipamentos que obedeçam às
certificações nacionais e internacionais.
A iniciativa de recolha de fundos, agora alargada em termos
nacionais por sugestão da LBP, nasceu com a decisão do BIG
em apoiar os Bombeiros Voluntários de Carregal do Sal na obtenção do mesmo tipo de equipamentos. Essa colaboração inicial permitiu, inclusive, introduzir melhoramentos nos próprios
equipamentos solicitados por aquela associação.
A sessão de apresentação da campanha contou com a presença da administração do BIG, do presidente do conselho
executivo da LBP, comandante Jaime Soares, outros elementos
daquele órgão, do Diretor Nacional de Bombeiros da ANPC,
Pedro Lopes, do presidente da federação de bombeiros de Viseu, Rebelo Marinho, distrito da associação apoiada, do presidente da Câmara de Carregal do Sal, outros autarcas e dirigentes dos bombeiros locais, o presidente e o comandante dos
Voluntários Lisbonenses.
Agora, a iniciativa iniciada a favor dos Bombeiros de Carregal do Sal pelo presidente do Banco, Carlos Rodrigues, ao tes-
O
Banco de Investimento Global (BIG) lançou inicialmente uma campanha de solidariedade a favor dos Bombeiros Voluntários
de Carregal do Sal.
A campanha, já designada por “Ajude-nos
a proteger aqueles que nos protegem!”, pretendeu colmatar a falta de meios da corporação ao nível dos equipamentos de proteção
individual (EPI) de última geração para combate a incêndios florestais.
Estes equipamentos foram apurados com a
participação do próprio comando dos Voluntários de Carregal do Sal no sentido de satisfazer as necessidades dos bombeiros no teatro de operações, quer em termos operacionais, quer no domínio da sua segurança pessoal.
“Consciente desta realidade, o BiG decidiu
temunhar em direto o arranque do pavoroso incêndio do Caramulo, está agora alargada a favor de todos os restantes bombeiros portugueses. Para tal, o BIG abriu uma conta (NIB
006100500057299750021) para recolher os donativos, garantindo dobrar o valor dos apoios recolhidos até meio milhão de
euros.
O Banco compromete-se ainda a doar 20 euros por cada
conta aberta por novos clientes, até 30 de setembro próximo.
As federações distritais de bombeiros, segundo o presidente
da LBP, comandante Jaime Soares, “ vão ter um papel importante nesta campanha já que queremos em sintonia com elas
proceder ao levantamento exaustivo das necessidades de
equipamentos e salvaguardar que as ajudas irão ser dadas
onde de facto se façam mais sentir”.
Segundo aquele dirigente, “esta iniciativa constitui uma parceria no âmbito da responsabilidade social que não nos cansaremos de divulgar perante outras entidades, como exemplo a
ser seguido e que não deixaremos de aproveitar”.
Conforme referiu o comandante dos Voluntários de Carregal
do Sal, Miguel Ângelo, na busca de melhores equipamentos,
“temos o privilégio de ter encontrado no Banco BIG um parceiro que nos catapultou a um nível superior de negociações que
sozinhos jamais conseguiríamos”. Segundo aquele responsável, será de salientar a própria postura assumida pelo banco,
“quando nos bateram à porta e disseram que nos queriam ajudar”.
“Ao senhor presidente da LBP agradeço a constante disponibilidade e abertura em ter aceite as nossas sugestões, proporcionou-nos a possibilidade de reunirmos com os diferentes
grupos de trabalho a quem explicámos o projeto de Carregal
do Sal, que poderá agora ser adotado por todos os bombeiros
portugueses”, referiu o comandante Miguel Ângelo sublinhando que, referindo-se ainda ao comandante Jaime Soares, “é da
mais elementar justiça referi que sem a sua ajuda e contributo
todo este processo teria sido bastante mais difícil”.
A apresentação da campanha “Vamos proteger quem nos
protege” decorreu no salão nobre dos Bombeiros Voluntários
Lisbonenses, cedido para o efeito pela direção e comando da
instituição.
Campanha começa em Carregal do Sal
efetuar uma doação que permite equipar todos os 95 elementos da corporação de bombeiros de Carregal do Sal com equipamentos
de proteção individual de última geração para
o exercício das suas funções”, defende aquela
instituição bancária.
A par disso, o banco convidou os seus
clientes a juntarem-se à mesma causa.
As doações continuam a poder ser feitas
via internet em www.bigonline.pt/Campanhas/DonativosBombeiros. Por cada montante doado a esta corporação, o BiG contribuirá
com um montante igual, até um limite máximo de 50.000 euros para o total das doações;
Outra forma de doação encontrada foi a
transferência bancária com recurso ao NIB da
conta dos Bombeiros Voluntários de Carregal
do Sal: 0061 0050 00569182500 88.
8
MAIO 2014
TORRES
A mística mantém
Chamam-lhe “mística” à característica
intrínseca, quase inata, que distingue os
homens e as mulheres, dirigentes e
operacionais da Associação dos Bombeiros
Voluntários de Torres Vedras, unidos pelo
desejo maior de servir exemplarmente o
próximo.
Hoje, como ontem, os bombeiros torreenses
evidenciam-se pelo culto da excelência e do
rigor a todos os níveis, dando assim um
cunho indelével ao movimento do
voluntariado.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
U
m peculiar bairrismo, mas
também especificidades
territoriais, sociais, económicas e até culturais determinam a matriz das associações de bombeiros, traçam-lhe
o perfil e, talvez por isso, não
existam
duas
instituições
iguais.
Assumidamente
diferente
das congéneres, a Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras já
conquistou o estatuto de referência, que começou a ser trabalhado no início do século XX,
com a fixação na cidade do escalabitano Emílio Maria da Costa, “uma alma generosa e solidária” que, a bem do seu semelhante, elegeu como desígnio a
criação de um corpo de bombeiros devidamente equipado e
preparado para garantir a proteção e socorro da populações.
Norteado pelo lema “os homens só unidos podem chegar
ao fim das boas causas”, Emílio
Maria da Costa contou para a
concretização de tão nobre e
abnegado projeto com o apoio
da câmara municipal que, para
além de ajuda financeira, cedeu
ainda material de combate a incêndios, dando assim o incremento necessário à criação do
corpo de bombeiros e à colocação da pedra basilar de uma
instituição impar que, ao longo
de 110 anos sucessivas gerações, de dirigentes e bombeiros
que a serviram.
Movidos por idêntica determinação e entrega dos pioneiros, o presidente Gonçalo Patrocínio e o comandante Fernando Barão fazem questão de
valorizar tão preciosa herança,
honrando a história da instituição que entre outras singularidades se distingue por estar na
génese da criação da Liga dos
Bombeiros Portugueses, sendo
mesmo a associada número 1
da confederação que representa o setor a nível nacional.
O peso do passado não desequilibra ou compromete o pre-
sente e o futuro da associação,
pelo contrário é uma motivação
para fazer mais e melhor em
prol da de uma população fixa
de 70 mil habitantes, sem esquecer as condições de trabalho
e os meios que importa garantir
aos 160 operacionais que prestam serviço no quartel-sede na
cidade e nas seções destacadas
do Maxial e da Silveira
Em mais de um século, os
voluntários torreenses tiveram
apenas seis comandantes, um
facto que Fernando Barão faz
questão de destacar, referindo
esta “estabilidade que deu espaço ao desenvolvimento da
instituição”.
Muitos são os fatores que
concorrem para a vitalidade
desta instituição que escreve e
sua história sem episódios de
sobressalto, contudo Fernando
Barão refere que continua a ser
a “mística” que alimenta a tradição e mantém viva a chama.
“Mesmo no verão, conseguimos ter a um domingo no quartel 30 bombeiros em regime de
voluntariado” afiança, sublinhando que “em Torres Vedras
as noites e os fins de semana
são assegurados apenas por
voluntários”, factos que segundo o comandante são reveladores da paixão e da entrega que
move os operacionais.
“A excelência traz discípulos.
Aplicamos competência, exigência, exemplo e rigor em
tudo o que fazemos, por isso
atraímos e contamos com os
melhores”, reforça o presidente.
Torres Vedras dispõe de um
quartel bastante operacional e
bem equipado e conta um cor-
ALERTA VERMELHO
PARA A SEGURANÇA
AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL
O
Água – primeiro salva vidas, só depois apaga fogos!
corpo humano é composto
por cerca de 60% de água,
que perde através de quatro
meios básicos: na urina, nas
fezes, durante a expiração, e
através da transpiração. Durante os períodos de trabalho
extremos ou quando exposto a
altas temperaturas, a maioria
da água perdida é através da
transpiração. É o resultado da
tentativa de regulação da temperatura corporal pelo próprio
organismo, e varia dependendo
de uma série de fatores do
Bombeiro, incluindo:
• Nível de aptidão física;
• Níveis de esforço e de
temperatura a que está
exposto;
• Quantidade e tipo de
vestuário/equipamento de
proteção utilizado.
A adrenalina, o stresse e ritmo acelerado de trabalho faz
com que por vezes o Bombeiro
se esqueça de repor os níveis
de hidratação, podendo perder
até um litro de transpiração. A
perda de água (desidratação) é
prejudicial à saúde e bem-estar
e tem impacto negativo no seu
desempenho. Uma dor de cabeça ou reduzida produção de
urina, baça e escura, são sinais
precoces de desidratação. Esta
pode também afetar o Bombeiro ao nível psicológico, influen-
ciando negativamente a sua capacidade de pensamento e a
tomada de decisões acertadas.
Uma hidratação adequada é
a chave para o bem-estar do
bombeiro durante e após as
operações de socorro em geral
e especialmente para a época
de incêndios florestais para evitar a degradação muscular,
desmaios e até mesmo danos
no sistema renal.
O processo de hidratação
deve iniciar-se antes da própria operação de socorro, através da ingestão de água (cerca
de dois copos) quando a equipa ainda permanece no Corpo
de Bombeiros aguardando a
sua ativação, ou idealmente
cerca de 2 horas antes de iniciar as operações.
Durante as operações, o
Bombeiro deve efetuar uma
contínua hidratação bebendo
cerca de meio litro por cada
hora de combate. Os Chefes
de Equipa devem incentivar os
seus Bombeiros a repor os níveis de hidratação, pois se
apenas ingerirem líquidos
quando tiverem sede aumenta
significativamente a probabilidade de ficarem desidratados
(num cenário extremo como
os incêndios florestais o bom-
beiro pode ficar desidratado
mesmo sem chegar a sentir
sede).
Após a desmobilização do
teatro de operações, deve ser
ingerida de forma gradual e espaçada a água necessária para
repor os níveis de hidratação. É
de evitar o consumo de grandes quantidades de cafeína (ao
contrário que é prática comum) e de bebidas alcoólicas,
pois dificultam o restabelecimento dos níveis de hidratação
do Bombeiro. Ao contrário de
outras medidas promotoras da
segurança operacional, a hidratação é de fácil resolução e
depende de cada uma das
Equipas e de cada Bombeiro.
Não esqueças: “A primeira vida
a proteger é a tua...!”
[email protected] –
Núcleo de Segurança e Saúde
da Direção Nacional de
Bombeiros (ANPC)
9
MAIO 2014
VEDRAS
viva a chama
po de bombeiros bem preparado, aliás só assim é possível dar
resposta “ao enorme volume de
serviço”, fazer face às solicitações de um território com uma
mancha florestal que ronda 20
mil hectares, onde a estatística
aponta como média 400 incêndios anuais, e continuar a assegurar que a “esmagadora maioria destas ocorrências são resolvidas com meios próprios”,
conforme faz questão de frisar
o comandante.
Por outro lado, no parque
viaturas uma “frota equilibrada
e ajustada à sua área de intervenção” dá garantias de eficácia.
Tendo em linha de conta, que
“a segurança dos bombeiros é
prioritária”, o responsável operacional regista com natural satisfação os investimentos nesta
área, nomeadamente no que
concerne a Equipamentos de
Proteção Individual (EPI) para
fogo florestal, sendo que para
em matéria de fogos urbanos “o
corpo de bombeiros está bem
equipado”.
Conscientes que não basta
garantir os meios, direção e comando, muito investem na preparação dos operacionais:
“Desenvolvemos um plano de
formação muito rigoroso, porque acreditamos que só a exigência, pode assegurar a eficiência”, refere o comandante,
salientando que nesta área não
existem problemas de absentismo, pois “ninguém falta às diferentes ações de formação, estão sempre disponíveis para saber mais, para serem os melhores”.
“Damos todas as condições
aos nossos bombeiros,”, refere
convicto o comandante dando
conta da “caixa de socorros”,
que mediante o pagamento de
uma quota simbólica garante o
pagamento de todas as despesas que os subsistemas de saúde não cobrem “taxas moderadoras, exames médicos, óculos, medicamentos, tudo”, sublinha.
Provando que o voluntariado
goza de vitalidade plena, Fernando Barão fala, também com
particular entusiasmo, dos 20
elementos que, em breve, vão
reforçar o contingente dos soldados a paz.
Uma situação financeira muito estável, é apanágio de uma
instituição que “desde sempre
impôs rigor financeiro na gestão e nunca deu passos maiores
que a perna”, como faz questão
de propalar Gonçalo Patrocínio.
Tanta audácia e dinamismo
são recompensados e reconhecidos pela Câmara Municipal de
Torres Vedras, desde sempre
“um parceiro importantíssimo”,
consciente da importância dos
bombeiros no sistema de proteção civil, na proteção e no socorro das populações.
As juntas de freguesia, com
menores recursos, não negam
contudo ajudas pontuais e ainda recentemente viabilizaram a
aquisição de desfibrilhadores
para equipar as ambulâncias de
socorro das secções do Maxial e
da Silveira.
Da mesma forma, também a
população se rende à “mística”
dos voluntários torreenses, participando ativamente nas iniciativas promovidas pela associação. Por estes dias, decorre na
cidade uma campanha de angariação de associados, atualmente cerca de sete mil, número que Gonçalo Patrocínio acredita poderá aumentar substancialmente, até porque a
iniciativa está a “correr muito
bem”.
Também as empresas estão
“sempre disponíveis a satisfazer as necessidades do corpo de
bombeiros”, mas, os Voluntários Torreenses pretendem reforçar apostas nesta área e fomentar novas parcerias.
Para além de toda a atividade
do corpo de bombeiros, há ainda espaço para a dinamização
de uma banda de música, que
muito envaidece os bombeiros.
Cerca de 70 instrumentistas garantem a qualidade do agrupamento que muitos músicos de
excelência tem dado às bandas
militares do País, um feito que
enche de vaidade direção, comando e corpo de bombeiros e
os torreenses em geral.
Destaque ainda para o museu da instituição que conta afinal uma história com quase 111
anos, tendo como protagonistas entre muitos outros Joaquim José de Bastos, José Maria
de Miranda e mais recentemente José Manuel Barreira Abrantes e o Padre Vitor Melícias.
Também Fernando Barão,
com mais anos 40 de bombeiro
e 23 de comandante conquistou
o estatuto de figura emblemática desta vetusta instituição.
“Andei nos carros todos que
agora estão no nosso museu”
revela com o orgulho estampado no rosto, lembrando que já
aos 14 anos ao toque da sirene
não havia quem o segurasse na
escola ou na catequese. Passaram os anos, mas a paixão não
esmoreceu, o que aliás tem
permitido fortalecer os laços
que unem esta grande família.
Comando e direção falam a
uma só voz, “resolvem os problemas em equipa” projetam o
futuro em parceria, sempre
apoiados pela máxima “é no dar
que se recebe” que norteou os
fundadores e ainda hoje inspira
dirigentes e bombeiros.
10
MAIO 2014
PENICHE
Decano inspira novas gerações
A poucos dias de celebrar 85 anos de idade
o comandante Jacinto Pedrosa é uma das
figuras mais queridas e respeitadas do
universo dos bombeiros. Na Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários foi
presidente, comandante, fez de tudo pela
instituição, deixou o seu cunho, mas
sobretudo o exemplo que perdura e,
certamente, se perpetuará.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
C
arismático, reto na postura, mas dócil no trato, Jacinto Teodósio Ribeiro Pedrosa, o Comandante Pedrosa,
é, sem dúvida, uma das mais
emblemáticas individualidades
dos bombeiros de Portugal. O
decano resigna ao posto da antiguidade, para se assumir
como um ponderado irreverente, sempre com uma palavra dizer, com argumentos de peso
na defesa do setor.
“Entrei para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Peniche como presi-
dente da direção, depois convidaram-me para assumir a estrutura de comando, aceitei e,
ainda hoje, por aqui ando”, justificando assim um percurso
que encetou com mais de 50
anos de idade, uma paixão tardia, mas ainda assim intensa
que o enriqueceu como homem
a todos os níveis.
Recorda com nostalgia outros
tempos, fala da sua experiência
enquanto presidente da direção, cargo que ocupou por duas
ocasiões, nas décadas 70 e de
80, mas detém-se nos momen-
tos vividos, intensamente, enquanto comandante do corpo
de bombeiros, funções que desempenhou durante quase duas
décadas.
Quando lhe pedimos um episódio marcante de uma vida
pejada de grandes momentos,
tem dificuldade na seleção, talvez porque o saudosismo não
faça parte da natureza deste
homem singular, que granjeia o
respeito exigido a uma espécie
de comandante honorário, mas
ao mesmo tempo um carinho
quase paternal.
Hoje longe nos teatros de
operações, faz questão de manter a proximidade, até porque
décadas de trabalho em prol de
causa não se anulam com a “reforma”. Nesta “segunda família”, conforme faz questão de
dizer, encontra atenção e carinho e se re-encontra, com o
passado, do qual garante guardar “muito gratas” recordações.
A entrega e dedicação à causa extravasou os limites do
quartel de Peniche, tendo em
conta que Jacinto Pedrosa, para
além de dirigente e responsável
operacional e de percorrer todo
o país em nome dos soldados da
paz, foi ainda presidente da Federação dos Bombeiros dos Distrito de Leiria, conselheiro regional, delegado distrital e
membro de um sem número de
comissões ligadas ao setor. Num
currículo extenso não faltam as
distinções e louvores que agraciaram o percurso deste homem
que, no entanto, exibe com peculiar vaidade o crachá de ouro
da Liga dos Bombeiros Portugueses, que lhe foi outorgado
em 1996 e a Fénix de Honra que
recebeu em 2011, por ocasião
do 82.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Peniche.
Impecavelmente ataviado,
com uma postura e uma vitalidade invejável, o comandante
Pedrosa assume-se ainda como
um bombeiro interessado, informado e conhecedor das
questões que importam aos
seus pares, afinal o digno representante de uma geração de
operacionais, que continua a
inspirar os mais jovens que com
novo estilo, dispondo de outros
meios, sabem tirar partido da
experiência, da tarimba de que
os antecederam.
11
MAIO 2014
CANDIDATURA DE JOAQUIM REBELO MARINHO
Incluir e construir
F
oram muitos, mais de uma
centena, os dirigentes e comandantes que se deslocaram
aos BV de Torres Vedras, para
assistirem à sessão pública de
apresentação da candidatura “
Com os Bombeiros, pelo Futuro!”, aos órgãos sociais da Liga,
liderada por Joaquim Marinho.
Numa sala completamente
cheia, com as pessoas de pé,
Joaquim Marinho fez a sua 1ª
intervenção, referindo que o
modelo adoptado de “ Programa
participado” era intencional,
procurando estimular o debate,
mobilizar vontades e valorizar
contributos.
Referindo-se à estratégia que
vai seguir, sublinhou que pretende uma Liga proactiva, capaz
de liderar processos transformadores e desenvolver projectos mobilizadores, uma Liga inclusiva, aberta, de discurso
abrangente, e virada para a
concertação institucional, com
independência e sem seguidis-
C
mos, não dispensando nenhuma
entidade na prossecução de interesses que sejam comuns e
transversais.
Seguidamente, teve a oportunidade de se referir à equipa,
profundamente renovada, que
apresentará ao congresso,
abordando os critérios que vão
presidir à sua constituição.
A funcionalidade, devendo os
seus elementos incorporar
competências e saberes, a disponibilidade de tempo para tra-
balhar os problemas, a sensibilidade, que permita uma análise lúcida e presente do sector,
a representatividade, que é
sempre preciso acautelar, e a
convicção, e não qualquer outra razão, à volta do projecto
comum.
Quanto aos compromissos
programáticos, reservou a sua
apresentação para mais tarde,
invocando, precisamente, os
contributos que esperava reunir nessa tarde, dizendo, no
entanto, que eles deverão ser
estruturantes, mexendo no que
é, de facto, fundamental e prioritário, e nacionais, não colocando de fora os bombeiros das
Regiões Autónomas.
Com a assistência concordante, referiu que os futuros conteúdos irão ser coerentes com a
identidade, que tem que se respeita, e com a modernidade,
que tem que se adoptar, mas
devem ser consequentes, isto é,
ter um efeito modificador junto
das nossas estruturas.
Frisou que, se fôr eleito, se
propõe fazer rupturas com métodos, práticas e medidas, sem
fazer fracturas com a matriz dos
bombeiros e os seus valores
fundadores.
Na parte central do seu discurso, destacou os 5 objectivos
estratégicos, que vão inspirar o
programa:
1. FINANCIAMENTO e SUSTENTABILIDADE das entidades
detentoras de CBs;
2. ESTRUTURA OPERACIONAL PRÓPRIA;
3. INCENTIVO AO VOLUNTARIADO;
4. REGIME ESPECÍFICO DE
CONTRATOS DE TRABALHO
PARA ASSALARIADOS DAS
AHB;
5. REVISÃO ESTATUTÁRIA.
Na sua opinião, estes são os
objectivos à volta dos quais todos se devem entender, por serem essenciais ao futuro dos
bombeiros, sendo a sua realização atingível no triénio.
Sabendo que para bem eleger
é melhor esclarecer, informou
que se vai bater pela realização
de um debate entre os candidatos sobre os problemas reais
dos bombeiros portugueses.
Na parte final, focou as palavras-chave, que caracterizam a
sua campanha e a vão acompanhar, nestes meses, até ao congresso de Coimbra: FUTURO –
IDEIAS – IDENTIDADE.
É à volta destas palavras e
GOVERNO GARANTE COBERTURA NACIONAL
ENB
Distribuídos mais 1300 terminais
Novo guião de formação
om a época crítica de incêndios florestais já no
terreno, o executivo escolheu o mês de maio
para realizar mais duas cerimónias de entrega de
novos equipamentos portáteis para a operação na
rede SIRESP. A mais recente entrega realizou-se
no dia 18 de maio, no Alentejo. Foram entregues
um total de 276 terminais destinados aos distritos
de Faro, Évora e Beja, num total de 46 Corpos de
Bombeiros, incluindo municipais e voluntários.
Em cerimónia idêntica, realizada a 11 de maio,
na Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Amares, distrito de Braga, o ministro da
Administração Interna distribuiu rádios para a
rede de segurança interna aos corpos de bombeiros do Agrupamento Norte, abrangendo os distritos de Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila
Real. Outros 726 rádios foram também já distribuídos às
associações do Agrupamento Centro Norte (Aveiro, Coimbra, Guarda e Viseu). Com estas entregas de novos rádios
SIRESP, a Autoridade Nacional de Proteção Civil diz que
“estão já disponíveis” para operação, nomeadamente no
contexto do Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios
Florestais (DECIF) do corrente ano, um total nacional de 6
244 rádios SIRESP.
Através da definição de grupos de segurança, o SIRESP
permite que cada entidade utilize o sistema como se trata-se de uma rede privativa, mas também, em caso de necessidade de coordenação, que todos os grupos que concorram para a resolução de uma determinada situação de
A
emergência, sejam facilmente colocados em conversação,
de acordo com regras predefinidas ou a serem estabelecidas em cenários específicos. Segundo nota tornada pública
pela ANPC, os corpos de bombeiros, enquanto primeiro pilar na condução das ações de proteção e socorro, partilham
com a Autoridade toda a configuração SIRESP, estando integrados no mesmo grupo de segurança e utilizando os
mesmos grupos de conversação. “Garante-se, desta forma,
uma permanente unidade de comando, controlo e de comunicações”, conclui o organismo do Estado. A exploração
da rede pela ANPC e pelos corpos bombeiros, iniciada em
2007, num projeto-piloto que envolveu os corpos de bombeiros do distrito de Santarém, tem hoje uma expressão
absolutamente nacional, lembra a ANPC.
Escola Nacional de
Bombeiros (ENB)
acaba de lançar o primeiro módulo - Introdução ao Serviço de
Bombeiro - do novo
Guião do Curso de
Formação para Ingresso na Carreira de
Bombeiro Voluntário.
Este novo produto pedagógico vem atualizar, no conteúdo e no
formato, o guia que a
ENB disponibilizou aos
corpos de bombeiros em 2009 e, através
do qual, foi possível uniformizar, a nível
nacional, os materiais de suporte pedagógico dedicados à primeira formação
que um bombeiro recebe.
Este novo guião inclui a atualização de
conteúdos decorrente das alterações que,
entretanto, foram efetuadas na legislação
dos bombeiros e da proteção civil. Foram
ainda incorporadas novas abordagens
técnicas relativas às matérias que fazem
parte do plano de formação dos estagiários.
Uma das novidades do novo modelo - a
ALGARVE
s bombeiros algarvios integrados no Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais (DECIF 2014) vão contar mais uma vez
com um reforço financeiro garantido pelas autarquias de 15 euros por dia. Assim, ao valor assegurado pelo Estado (45 euros/24 horas) os municípios acrescentam os 15 euros, totalizando 60
euros/24 horas. A Comunidade Intermunicipal
do Algarve (AMAL) celebrou recentemente com
os bombeiros o protocolo que garante esse
apoio, à semelhança do ocorrido no ano transato. A AMAL adianta que os municípios assumirão
o valor diário de 15 euros aos 716 bombeiros
integrados no DECIF, num valor total de 317.760
euros.
Reforço de verbas para bombeiros
A AMAL sublinha que a medida pretende combater a dificuldade no recrutamento de bombeiros para o DECIF, uma vez que o Algarve “oferece oportunidades de emprego sazonais no setor
turístico com condições remuneratórias mais aliciantes”, razão pela qual foi decidido, em reunião
realizada há um mês, reforçar o pagamento
àqueles profissionais.
O protocolo de reforço financeiro no âmbito do
DECIF 2014 no distrito de Faro resulta da parceria entre as câmaras municipais, a Autoridade
Nacional de Proteção Civil (ANPC), a Federação
dos Bombeiros do Algarve (FBA) e todas as entidades detentoras dos corpos de bombeiros associativos e voluntários ou municipais.
Foto: Marques Valentim
O
neste terreno, das ideias e do
futuro, porque só eles são mobilizadores, que vai querer travar
o duelo eleitoral, dispensando a
intriga e o boato.
Com ideias e com políticas de
futuro, queremos UNIR e CONSTRUIR.
Na parte final, e conforme
constava do programa-convite,
foi feito o anúncio dos candidatos às presidências dos órgão
sociais.
DUARTE CALDEIRA – Mesa
dos Congressos:
CARLOS BATISTA – Conselho
Fiscal;
AZUIL CARNEIRO – Conselho
Jurisdicional.
É com estes rostos, e com os
demais, que virão enriquecer a
equipa, que a candidatura “
COM OS BOMBEIROS, PELO FUTURO!” vai, com confiança e segurança,
MOBILIZAR vontades
CONQUISTAR apoios
ACREDITAR na vitória
abranger todos os módulos do curso de
formação - é a criação de fichas de equipamento, fichas de manobra e fichas de
exercício, destinadas, não só a complementar as sessões teóricas do respetivo
módulo, mas também, a servir de base
para o desenvolvimento das sessões de
treino e instrução contínua do corpo de
bombeiros.
O guião deste módulo é constituído por
um texto de apoio, nove unidades, mais
uma que na versão anterior, a que correspondem 17 sessões teóricas, seis sessões
práticas e três visitas de estudo.
12
MAIO 2014
SEVER DO VOUGA
Depois de mais de
meio século
dedicados à
proteção e socorro
das populações,
missão assente no
voluntariado de
dirigentes e
bombeiros. A
Associação dos
Bombeiros
Voluntários de Sever
do Vouga continua a
honrar a iniciativa
de “um conjunto de
34 personalidades”
que, em 1960,
fundou a instituição.
“Humanitarismo e
paixão desde 1960”
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
É
com natural orgulho que
António Bispo Rodrigues, o
presidente da Associação
dos Bombeiros Voluntários de
Sever do Vouga dá a conhecer à
equipa do jornal “Bombeiros de
Portugal”, uma instituição de
homens e mulheres movidos
pelo dinamismo e a iniciativa
que permitem garantir, mesmo
em tempos difíceis, o pleno funcionamento da instituição.
O quartel erigido há cerca de
30 anos, começa a acusar lacunas operacionais, nomeadamente de áreas destinadas à
formação, não obstante os recentes investimentos na ordem
dos 255 mil euros em obras de
requalificação dos balneários e
instalações sanitárias e ampliação do parque de viaturas.
Encravado no casario, o complexo cessou a capacidade de
crescimento, pelo que deixou
de ser operacional, pelo que a
construção de um novo quartel
se torna urgente. A ideia já terá
sido ponderada há uns anos,
mas acabou por não passar disso mesmo, tanto que em 2012
a associação acabou por avançar com uma candidatura a fundos comunitários para pelo menos travar a degradação das
instalações.
“De facto, agora já conseguimos dar algum conforto aos 46
elementos do corpo de bombeiros, mas não dispomos de um
campo de treinos, nem tão pouco de áreas para a instrução
dos operacionais”, sustenta o
comandante Sebastião Lourenço.
“Não desistimos, continuamos junto da autarquia a tentar
encontrar uma solução”, refere
o presidente.
E enquanto o novo quartel
não passa de uma aspiração,
outras prioridades surgem, nomeadamente o reforço do corpo
de bombeiros, até porque são
grandes as exigências.
Refira-se que em Sever do
Vouga a floresta ocupa 85 por
cento do território, acresce que
os 12 mil habitantes estão a vários quilómetros de distâncias
das unidades de saúde de referência situadas em Aveiro,
Águeda ou Coimbra, pois o centro de saúde local há muito que
deixou de dar qualquer tipo de
resposta. Estes são desafios que
os bombeiros se sentem na
obrigação de vencer em prol população.
A comunidade severense sente-se cada vez mais isolada e as
preocupação da associação em
servir mais e melhor é reconheci
da, acarinhada e apoiada.
Felizmente, registam comando e direção, uma nova dinâmica permite encarar o futuro com
otimismo. O regresso ao ativo
de alguns elementos do quadro
de reserva, os 10 estagiários
prestes a ingressar no corpo de
bombeiros e uma escola com
outros tantos elementos dão
garantias de reforço e renovação no quartel severense. Por
outro lado, o sucesso da escola
de infantes e cadetes prova que
a causa do voluntariado não esmoreceu, essa é pelo menos a
convicção do chefe Júlio Cruz,
que também deixou a tranquilidade do Quadro de Honra para,
todos os sábados, se entregar
de corpo e alma à formação de
bombeiros de palmo-e-meio.
O dirigente não esconde dificuldades e dá conta das “preocupações diárias com a sustentabilidade de uma instituição
que emprega 22 pessoas e tem
por isso despesas certas” e
compromissos que precisam ser
honrados.
A autarquia vai dando o apoio
possível, tendo recentemente
comparticipado financeiramente
nas obras de requalificação do
quartel bem como na aquisição
de Veículo Urbano de Combate a
Incêndios (VUCI), conforme faz
questão de salientar o presidente da direção.
Da mesma forma também a
população, o tecido empresarial
e as instituições do concelho fazem questão de marcar presença no dia a dia da instituição,
contribuindo para o sucesso do
seu desempenho da sua missão.
Neste âmbito, também o
movimento rotário da região
se uniu à causa dos bombeiros
com a dinamização de uma
campanha que visa dotar os
Voluntários de Sever do Vouga
com uma ambulância de socorro, suprindo assim uma necessidade há muito identificada.
Paralelamente, uma gestão
de rigor, a reestruturação de
serviços, a angariação de associados e a dinamização de iniciativas várias permitem “equilibrar as contas” e dar resposta
às necessidades do corpo de
bombeiros em matéria de formação e equipamento dos operacionais, questões consideradas fundamentais para que a
associação continue a trilhar o
caminho encetado a 15 de outubro de 1960, por um grupo
de notáveis severenses norteados pelo lema “humanitarismo
e paixão”.
13
MAIO 2014
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO DA AR PARA OS INCÊNDIOS FLORESTAIS
Foto: Marques Valentim
Florestas e combate
numa entidade única
O
grupo de trabalho da Assembleia da República sobre incêndios florestais recomendou
“mais qualificação”, no dispositivo de combate, e defendeu
“maior coordenação” de comando, “em função do risco”. O deputado do PS Miguel Freitas, relator do Relatório do Grupo de
Trabalho para Análise da Proble-
mática dos Incêndios Florestais,
vincou a necessidade de “uma
maior racionalidade do sistema e
maior estabilidade e qualificação
no dispositivo de combate”. O so-
Recomendações
legislativas e operacionais
– Acompanhar de forma permanente na Assembleia da República todo o sistema associado à política florestal;
– Rever o edifício legislativo florestal e a sua
relação com a proteção civil;
– Concentrar numa única entidade a coordenação operacional de prevenção e de combate,
mantendo o planeamento na responsabilidade
das entidades que atualmente a detêm;
– Ponderar a criação de incentivos fiscais
que promovam a gestão florestal, o emparcelamento, a regularização da situação predial,
o associativismo florestal e a reflorestação de
áreas ardidas;
– Proceder à alteração da competência na
instrução dos autos no âmbito do da Defesa
da Floresta Contra Incêndios;
– Rever a legislação contraordenacional no
âmbito florestal;
– Definir Autoridade Política, Autoridade
Técnica e Autoridade Operacional, clarificando-as nos diferentes níveis nacional, regional
e local, abrindo-se a possibilidade para novas
formas de intermunicipalidade nos patamares
técnico e operacional.
– Prever a possibilidade de o Comandante
Operacional Municipal (COM) poder ser o mesmo para vários municípios adjacentes e a
constituição de serviços municipais de proteção civil, que envolvam municípios adjacentes;
– Ajustar a lei do financiamento dos corpos
de bombeiros, estabelecendo critérios rigorosos e objetivos que envolvam, por um lado, o
histórico de ocorrências e o quadro de cada
Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários e, por outro, os riscos específicos de
cada município;
– Adotar iniciativa legislativa que clarifique
o momento e a forma como os municípios são
efetivamente envolvidos, o ressarcimento das
despesas efetuadas e impondo a convocatória
das comissões municipais e distritais de proteção civil, com vista à obrigação de ativar os
planos municipais de emergência até ao máximo de 16 horas de incêndios florestal municipal, e os planos distritais de emergência até
ao máximo de 48 horas de incêndio florestal;
– Clarificar as competências e a capacidade
de intervenção da autoridade municipal de
proteção civil e redefinir o conceito e funções
do COM, equacionando a própria redefinição
da sua designação.
– Reforçar o programa de sapadores florestais e aumentar e profissionalizar as equipas
GAUF (Grupos de Análise e Uso do Fogo);
– Avaliar a possibilidade de aquisição por
parte do Estado, de aviões pesados anfíbios –
Canadairs – recorrendo a fundos comunitários;
– Prever o acionamento imediato de um
elemento de comando após destacamento de
meios para uma ocorrência e, por consequência, a montagem do posto de comando para
que se estabeleça toda a cadeia logística de
aconselhamento e de estado-maior;
– Difundir, nos postos de comando, uma
base sustentada de informação científica de
apoio à decisão operacional;
– Delinear um planeamento logístico para
repouso de bombeiros com mais de 6 horas de
combate;
– Estudar e melhorar a estratégia usada no
combate a grandes incêndios;
– Consolidar a cooperação com as Forças
Armadas para a utilização das máquinas de
rasto;
– Reforçar as ações de vigilância pós-fogo e
de rescaldo;
– Criar uma carreira de gestores de emergência e o respetivo modelo formativo que
possa facilitar o recrutamento de pessoal de
comando;
– Apostar na formação e treino dos bombeiros no combate a incêndios florestais (técnicas de combate) e no comando (gestão de
operações), bem como na formação de comandantes para a gestão de grandes ocorrências;
– Criar condições para a realização de ações
de treino operacional dos bombeiros;
– Reorganizar e recriar um centro integrado
de formação especializada em incêndios florestais na Lousã;
– Promover a abrangência e cobertura de
todo o território continental por parte da Força
Especial de Bombeiros;
– Estimular o voluntariado adotando medidas para o tornar mais atrativo, criando os incentivos que se tenha por mais adequados ao
necessário reconhecimento e valorização do
Estatuto do Bombeiro.
– Garantir que o caderno de encargos para
a aquisição dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) seja o mesmo para a compra e
para a entrega aos corpos de bombeiros,
criando uma central de compras;
– Aumentar a fiscalização da atividade dos
corpos de bombeiros a realizar por parte da
ANPC, quer na componente do equipamento
existente, na formação, treino e instrução ministrada, quer no financiamento.
cialista salientou que o grupo de
trabalho, que reuniu os contributos de deputados de todos os
partidos com assento parlamentar, defendeu ainda que se “deve
concentrar numa única autoridade” a prevenção e o combate aos
incêndios florestais, que, no ano
passado, provocaram nove mortos, entre os quais oito bombeiros. Miguel Freitas frisou ainda
que os deputados recomendam
também “uma maior racionalidade” no combate aos incêndios
florestais, apontando que é preciso “mais estabilidade, desde
logo, e assegurar uma estrutura
orgânica”. No debate do plenário
da Assembleia da República, o
deputado salientou que o grupo
de trabalho sugere que se devam
evitar “as rotações da direção e
do comando” da Autoridade Nacional de Proteção Civil, de forma
a “garantir estabilidade” e “criar
um sistema que permita maior
resposta”. “Para que o dispositivo
de combate aos incêndios florestais tenha mais estabilidade, é
necessária a componente profissional”, disse. O grupo de trabalho propôs igualmente a criação
de “uma carreira de gestor de
emergência” e sublinhou a importância da “prevenção” e dos
meios aéreos, além de recomendar que é preciso “uma autoridade única”, que congregue a pre-
venção e o combate aos incêndios florestais. O Relatório do
Grupo de Trabalho para Análise
da Problemática dos Incêndios
Florestais, subscrito por todos os
partidos com assento parlamentar, foi votado por unanimidade e
será agora convertido em projeto
de resolução da Assembleia da
República. Presente no debate
sobre as conclusões deste relatório, Miguel Macedo, ministro da
Administração Interna saudou a
iniciativa e lembrou que algumas
das propostas contidas neste documento foram já “inseridas na
Diretiva Operacional Nacional 2
deste ano”.
PC
14
MAIO 2014
VALONGO
As solicitações dos bombeiros “são prioridades”
A assinalar o 121.º
aniversário, a
Associação
Humanitária dos
Bombeiros
Voluntários de
Valongo revela-se
uma instituição
adaptada às
exigências de uma
nova era. O
presente não dá
margem à letargia e
o futuro indica
caminhos de
modernidade que a
instituição já se
orgulha de trilhar.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
A
rmando Guimarães Pedroso, o presidente da
direção da Associação
Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Valongo, assume o papel de anfitrião numa
visita ao passado e ao presente de uma das mais antigas e
prestimosas instituições deste
concelho do distrito do Porto.
O dirigente apresenta uma
casa financeiramente sustentável e operacionalmente bem
organizada, que tudo aposta
nas condições de trabalho, na
segurança, na formação do
corpo de bombeiros e na qualidade do socorro prestado às
populações.
“Não obstante os incumprimentos e atrasos do Estado,
continuamos a poder investir
em meios e nos nossos bombeiros e, assim, dar uma resposta eficaz às solicitações das
gentes de Valongo”, conforme
ressalta Armando Pedroso,
com a tão característica frontalidade nortenha.
A prosperidade da atualidade contrasta com a penúria de
um passado recente. No final
da década de 80 a associação
enfrentava problemas financeiros e estruturais graves,
tanto que o então determinado
bombeiro voluntário Armando
Pedrosa saiu do corpo ativo
para ocupar a cadeira da presidência da associação: Contingências tremendas obrigaram
o dirigente a acumular ainda
funções de comandante.
“Juntei um grupo de amigos
e assumimos a gestão da
casa… Fomos eleitos numa
sexta-feira e no sábado de
manhã já tinha a guarda à mi-
nha porta para formalizar a
penhora de uma viatura e à
tarde o proprietário do posto
de combustíveis a cobrar as dívidas da associação”, confidencia, dando conta de uma
situação muito complicada que
só a entrega, o trabalho e a
determinação permitiam ultrapassar.
“A obra do quartel estava
parada e não havia dinheiro
para dar continuidade aos trabalhos, os subsídios estatais
estavam esgotados”, método e
rigor e alguns apoios permitiram terminar a empreitada.
Nos finais da década de 90 do
século passado os Bombeiros
de Valongo dispunham de instalações condignas, que aliás
tem merecido várias intervenções, com intuito de dar resposta às exigências do setor.
“Antigamente, prestávamos
socorro em condições muito
precárias, não tínhamos equi-
pamento nem viaturas adequadas, tudo se fazia com boa
vontade e muitas vezes corria
bem, mas eu não quero isso
para os meus homens até porque a responsabilidade que
lhes damos todos os dias deve
ser acompanhada de meios”,
defende Armando Pedroso,
acentuando que as solicitações
dos bombeiros “são sempre
prioritárias”.
“Na verdade, a nossa direção está sempre disponível
para dar resposta às necessidades do corpo de bombeiros”,
realça o 2.º comandante Bruno Fonseca que fala de um
quartel bem apetrechado, de
um conjunto de viaturas adaptadas às especificidades do
território que servem.
Neste momento, a associação volta-se para a aquisição
de Equipamento de Proteção
Individual, pois o existente
“ainda é de uso coletivo” e direção e comando acordam em
que “cada um dos operacionais
deverá ter o seu fardamento”.
Trata-se de um investimento
avultado, mas que não pode
ser adiado, essa é a convicção
de Bruno Fonseca.
Para breve, a aguardar fundos comunitários, estão pre-
vistas obras de beneficiação
do quartel. O projeto de substituição do telhado de fibrocimento, intervenção prioritária,
compreende ainda a renovação das camaratas femininas,
bem como a instalação de posto médico e de uma nova secretaria.
“Houve uma candidatura há
mais de três anos que acabou
por não se concretizar. Aguardamos agora o novo quadro
comunitário para avançar pelo
pelos com a substituição do
telhado, um investimento de
ascende os 60 mil euros”, explica o presidente, dando conta que as intervenções se destinam a conferir maior operacionalidade às instalações.
“Um quartel de bombeiros
tem que ter umas boas camaratas, uns gabinetes, uma secretaria, uma central, um bom
parque de viaturas e condições
para os operacionais, não precisa de grandes aparatos. Para
quê grandes salões? Só se for
para se encherem de teias de
aranha”, enfatiza o dirigente.
Há mais de meio século ligado aos Bombeiros de Valongo,
Armando Pedroso está há quase três décadas na direção da
instituição, sendo que ainda
assumiu responsabilidades na
estrutura de comando durante
18 anos, diz sentir-se realizado, mas defende que a renovação é importante, tanto
mais porque a sua “missão
está cumprida”. Conta-nos que
já pensou “entregar a pasta”,
mas uma equipa jovem, muito
ativa, entusiasta da causa, travou essa intenção, algo que se
percebe muito bem, pois este
“dirigente-bombeiro” não esconde a paixão pela causa que
serve há 53 anos e pela casa
que ajudou a re-erguer.
Integram as fileiras os Voluntários de Valongo 83 operacionais a que em breve se juntarão mais 25 estagiários, sendo que o futuro começa a ser
assegurado com a dinamização de uma escola de infantes
e cadetes onde 35 crianças e
jovens aprendem a ser bombeiros e a assumir com brio e
determinação a renovação do
corpo ativo.
15
MAIO 2014
NÚCLEO MUSEOLÓGICO DA LBP
Liga dá vida à história
E
stá à vista o aturado e minucioso trabalho de recuperação do acervo histórico da
Liga dos Bombeiros Portugueses
(LBP), outrora integrado no ex-Museu Júlio Cardoso.
Esse trabalho está em curso
desde junho de 2012, após decisão tomada pelo atual conselho
executivo da confederação. Para
tal, foi assegurada a contratação
de Luís Miguel Baptista, jornalista e antigo colaborador do nosso
jornal, estudioso da matéria,
gestor de um site precisamente
sobre a história dos bombeiros e
antigo dirigente associativo.
A intervenção tem compreendido a instalação do Núcleo de
História e Património Museológico
(NHPM), iniciativa assumida pelo
atual conselho executivo da LBP
como fundamental, “com a finalidade de impedir a degradação de
todo um conjunto de incalculável
valor afetivo que durante anos
não conheceu adequado trata-
mento”, referiu-nos o comandante Jaime Marta Soares, presidente daquele orgão da LBP.
O “BP” visitou as instalações
do NHPM e ficou a conhecer
“uma parte, apenas, das peças
existentes, muitas quais originárias dos finais do século XIX, ou
seja, anteriores à fundação da
própria Liga dos Bombeiros Portugueses”, referiu-nos Luís Miguel Baptista, responsável pela
gestão operacional do Núcleo.
Apostada em ver preservada e
divulgada a história dos bombeiros portugueses, o próximo passo a dar pela LBP neste domínio
vê-se consubstanciado, a par da
consolidação das condições técnicas e físicas do próprio Núcleo,”
na sua abertura ao público, inclusive contemplando uma sala
para exposições temáticas temporárias para mostrar o espólio
existente e aquele que nos quiserem ceder, como testemunhos
da rica história dos bombeiros
portugueses”, conforme defendeu o comandante Jaime Soares,
numa recente visita ao local.
Luís Miguel Baptista referiu
ainda, a propósito, que “é nossa
ambição ver aumentada a coleção da LBP, de modo a compensar a significativa perda de peças, decorrente de várias vicissitudes relacionadas com o processo de desativação do Museu
Júlio Cardoso”.
Esta situação ocorreu após a
saída da LBP das antigas instalações na Rua Barata Salgueiro, na
Baixa de Lisboa, e a sua transferência para a atual sede. Houve
desde logo a intenção de proceder à reinstalação do Núcleo
mas, na realidade, só agora se
tornou possível começar a fazê-lo com resultados já muito palpáveis.
Na sequência do trabalho desenvolvido, Luis Miguel Baptista
deixa o apelo às associações e
corpos de bombeiros para que
“sem desguarnecerem as suas
coleções, concorram com ofertas
para o NHPM, à semelhança do
que aconteceu no passado com o
Museu, nomeadamente, peças
de fardamento, equipamento de
radiocomunicações, sirenes, rotativos, material sapador e instrumentos musicais, entre muitos outros objetos, mesmo dos
anos 60, 70 e 80, que importa
reunir e dar visibilidade, desde
logo através do nosso Guia Informativo, disponível na Internet”.
16
MAIO 2014
GOUVEIA
Remodelar à vista
Passado e futuro m
A
direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários
de Gouveia anunciou, este mês, que prevê investir mais de 404
mil euros no projeto de ampliação e remodelação do atual quartel.
O presidente da direção dos bombeiros de Gouveia, José Pereira,
referiu publicamente que o anúncio do concurso público foi já publicado em Diário da República, mas o mesmo “não passa de um
ato administrativo”, uma vez que a obra ainda terá que ser candidatada a fundos comunitários. “O lançamento do concurso público
é o corolário de muitos passos que compreendem uma caminhada.
Vai ser feita uma candidatura a fundos comunitários e estamos a
preparar-nos para nos podermos candidatar”, disse.
“Já temos os projetos de arquitetura e de especialidade feitos e
preparados e estamos a aguardar que abram candidaturas a fundos comunitários para nos candidatarmos e sermos contemplados
com as verbas que pretendemos”, disse José Pereira.
A comparticipação será de 85 por cento do valor total da obra e
a associação assegurará os 15 por cento da componente nacional,
no valor de 60 mil euros, indicou. O dirigente explicou que a melhoria das condições do edifício do quartel dos bombeiros sempre
foi um dos objetivos da direção e do corpo ativo. O quartel foi inaugurado em 1975 e, apesar de ter sido ampliado em 2004, está a
precisar de obras, estando prevista a sua remodelação total, ao
nível da cobertura, das instalações elétricas, das janelas, do aquecimento, do refeitório e das salas de formação.
VIEIRA DO MINHO
Foto: Marques Valentim
Casa nova em 2015
O
s Bombeiros Voluntários de
Vieira do Minho vão finalmente ter um novo quartel, depois dos sucessivos avanços e
recuos e das várias polémicas
que este assunto mereceu, admitindo-se agora que possa estar concluído em 2015.
A informação chega através
do presidente do município de
Vieira do Minho, António Cardoso, ao garantir junto do ministro da Administração Interna,
Miguel Macedo, o financiamento
para que a obra possa finalmente arrancar, concretizando
desta forma um sonho antigo
de todos os Vieirenses.
Refira-se que a construção do
novo quartel foi um compromisso que o presidente da Câmara
assumiu com os vieirenses durante a campanha eleitoral, por
considerar que o atual quartel
apresenta um estado de degradação avançado. Situação grave que o nosso jornal recentemente teve oportunidade de
testemunhar.
Para além da degradação que
é visível no exterior, é no interior que, porventura, se fazem
sentir as mais graves patologias, com infiltrações, a humidade generalizada, assim como
inúmeros problemas ligados à
instalação elétrica e rede de esgotos, tornando o quartel desprovido de condições para que
os soldados da paz possam desenvolver o seu trabalho com
dignidade.
Perante a garantia obtida do
membro do Governo, o presidente da câmara municipal, António Cardoso, salientou que
está dado o primeiro passo que
vai devolver a dignidade à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vieira do
Minho. O edil vieirense frisou
que a construção do novo quartel estará finalizada em 2015.
A colocação da primeira pedra está prevista para breve e
deverá contar com a presença
do próprio ministro da Administração Interna, Miguel Macedo.
Fundada no primeiro dia do longínquo ano
de 1891, a Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de Vila Real – Cruz
Verde, puxa pelos galões de um passado
riquíssimo, honrando, sempre, um valioso
legado, que serve de estímulo e inspiração
aos que na atualidade assumem a missão
de servir exemplarmente as populações.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
“E
sta associação fez-se
de gente valorosa,
determinada, ousada,
sonhadora e é nessa nossa gente e com esses valores que todos, ao longo dos tempos, procuramos prosseguir… Nos 123
anos da nossa “Casa”, a prestar
serviço e socorro de toda a população importa destacar a
ação e os contributos dos fundadores, de tantos e tantos
bombeiros e das suas famílias,
dos comandantes, diretores,
associados, beneméritos, amigos, da cidade, do concelho, do
distrito, do País”, desta forma
comando e direção apresentam
a Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de Vila
Real – Cruz Verde, uma instituição, que pelo mérito e pela excelência, importa conhecer e
dar a conhecer.
Tendo como cicerones o presidente Manuel Carlos Moreira o
responsável operacional Luís
Miguel Fonseca, o jornal “Bombeiros de Portugal” viajou pela
profícua história da associação,
com paragem num presente
auspicioso, marcado por muita
atividade.
Longe vão os tempos dos famosos bailes da Carolina, das
récitas, das projeções de filmes
ou as pioneiras sessões televisivas, que animavam a comunidade em torno dos seus bombeiros. Hoje, apenas, o grupo
coral e a fanfarra, também “alfobre de novos bombeiros”
marcam a atividade cultural no
C
emblemático e imponente edifício do centro da cidade que há
muito de assume como símbolo
da operacionalidade dos bombeiros,
Esta é uma casa arrumada,
que “goza de saúde financeira”
assegura o presidente, situação
confortável, sustentada “num
projeto estruturante que comando e direção e corpo de
bombeiros seguem à risca e
que não permite desvios ou caminhos alternativos”.
“Há uns anos tivemos que
definir um rumo, porque importava adaptarmo-nos aos novos
desafios, definimos a estratégia
e uma linha de rumo”, adianta o
comandante exibindo uma espécie de cartilha pela qual todos
se regem e orientam.
Esta é uma associação com
passado, mas com os olhos
postos no futuro, com intuito de
dar respostas às exigências do
concelho de Vila Real onde dois
corpos de bombeiros garantem
o socorro a cerca de 50 mil pessoas.
As preocupações são muitas,
sobretudo com os meios humanos, todos parecem poucos,
para fazer face às solicitações
da população, ainda assim o comandante Luís Miguel Fonseca
regista com natural agrado o
sucesso das escolas de recrutas, que todos os anos têm permitido renovar e reforçar o corpo ativo.
“Preparamos o ingresso de
16 estagiários e entretanto já
estamos a formar mais 22”, informa, dando conta do crescente interesse das mulheres, uma
tendência que vem, aliás, a
acentuar-se. Atualmente, são
cerca de 40 as bombeiras que
integram o corpo ativo, podendo a instituição orgulhar-se de
contar no quartel com “as primeiras e únicas mulheres graduadas do distrito”, como nos
diz o responsável operacional.
De resto, o comandante salienta não ter grandes dificuldades “recrutar jovens para a
causa” dando conta do trabalho
Um pouco de história
onsta, em atas da Câmara
Municipal de Vila Real,
que em 1856 foi criada uma
associação de cidadãos para
acudir aos incêndios, que origem posteriormente, em junho de 1864, à “Companhia
de Bombeiros Municipais”.
Em 27 de março de 1890, o
presidente da autarquia, Avelino Patena, propunha a demissão de vários elementos
dos municipais que a maior
parte das vezes não compareciam “às intimações do seu comandante”.
A 10 de maio de 1890, perante esta
realidade, Avelino Patena reúne uma Comissão Iniciadora de um Corpo de Bombeiros Voluntários e cinco dias depois é
criado o primeiro corpo de
bombeiros voluntários, tendo
como comandante Avelino
Patena, apoiado por António
Gomes Névoa (2.º Comandante) e pelo adjunto Jayme
Coelho.
O pedido dos voluntários a
Câmara Municipal deliberou
emprestar-lhes a 1.ª bomba
dos “municipais”.
A 1 de dezembro de 1890,
foram aprovados os estatutos, em Assembleia Geral e
em janeiro de 1891 a autarquia vila-realense extingue oficialmente o serviço municipal de incêndios.
17
MAIO 2014
VILA REAL
moram “Casa” da Cruz Verde
C
Bombeiros com nova ambulância
om o patrocínio da Caixa de
Crédito Agrícola os Bombeiros
V. de Vila Real – Cruz Verde, no
passado sábado dia 24 de maio,
inaugurou uma nova ambulância
de transporte de doentes, uma
viatura com tração integral (4x4),
preparada para intervir em situações ou territórios mais adversos.
A cerimónia da bênção da viatura foi presidida pelo pároco de S.
Pedro, Padre José Correia, apadrinhada por Mafalda Sanfins, na
presença de responsáveis da Caixa de Credito Agrícola do Douro, Corgo e Tâmega, e
de sensibilização desenvolvido
nas escolas da região.
“Em boa hora a instituição
abriu as portas do quartel à comunidade, saiu da zona de conforto procurou, ainda, dar-se a
conhecer fora de portas, uma
política de comunicação que de
facto permitiu captar a atenção
e o interesse dos mais jovens
para a causa”, explica o comandante.
“Nos últimos tempos, por razões de vária ordem, perdemos
cerca de 60 operacionais, baixas que temos conseguido
compensar com novos ingressos”, adianta o presidente.
Trabalho e mais trabalho permitem mobilizar mais de 110
operacionais que cumprem a
sua missão no quartel sede, no
centro da cidade, mas também
na secção destacada de Justes.
Curiosamente esta instituição
emprega apenas 19 pessoas,
sendo que o maior volume de
serviço é assegurado por voluntários, mesmo durante a semana.
Tanto empenho e dedicação à
causa são recompensados com
instalações modelares. O imóvel do início do século XX foi
ampliado e recebeu trabalhos
de beneficiação de um núcleo
mais antigo, em 2012, garantindo todas as condições de
operacionalidade mas também
de conforto aos bombeiros,
como nos revela Manuel Carlos
Moreira.
“Estamos muito bem instalados, dentro da cidade, perto de
quem precisa de nós. Estamos
em pleno centro histórico, mas
sem quaisquer constrangimentos, aliás acabamos por ser
uma mais-valia numa zona que
pelo seu perfil é um barril de
pólvora. Não teríamos noutra
localização tantas condições de
trabalho como aqui”, realça o
comandante
O apoio da autarquia “sempre atenta às solicitações dos
bombeiros”, é acompanhado
pela atenção que os vila-realenses dedicam aos soldados da
paz e pelos apoios das empresas locais, que não obstante a
negra conjuntura económica, se
mostram sempre disponíveis
para colaborar com a causa, segundo dá conta o comandante.
A formação, a instrução e
preparação dos elementos do
corpo ativo são, obviamente,
apostas constantes e incessantes. O departamento responsável por esta área está atento a
todas as necessidades articulando internamente mas também com entidades externas o
plano de formação de todos os
elementos do corpo de bombeiros.
“Temos uma certa autonomia
nesta área, pois contamos com
formadores em todas as áreas,
menos em incêndios urbanos.
Disponibilizamos cerca de duas
mil horas de formação por ano.
Nenhum pedido feito à direção,
nesta matéria, é negado”; faz
de representantes da Associação, autoridades locais, Bombeiros e população.
questão de referir, com notória
vaidade o comandante.
Esta organização tem origem, certamente, num passado
distante, mas que as sucessivas
direções e comandos souberam
preservar. Aliás, reflexo disso é
o imponente museu que acolhe
com enorme dignidade e bom
gosto, pedaços da história desta instituição, documentos e
A direção da associação afirma-se “extremamente grata à entidade bancária pela generosa comparticipação, que vai permitir uma
melhor resposta ás solicitações
diárias dos utentes e ao mesmo
tempo reforçar a frota de ambulâncias”.
O Comando do Corpo de Bombeiros durante a cerimónia, que
integrou as comemorações do Dia
do Bombeiro, procedeu á promoção de elementos do corpo de
bombeiros e promoveu um desfile pelas
ruas da cidade.
símbolos de uma história muito
rica, marcada por muitos episódios mais e menos rocambolescos que contam por exemplo
que os Bombeiros da Cruz Verde foram excomungados pelo
bispo D. João Evangelista, mercê dos ideais republicanos que
animavam, no início século passado, a associação. A punição
foi levantada, o clero perdoou
os “valorosos bombeiros”, mas
o acontecimento fica para os
anais.
Hoje, como noutras épocas,
coragem e ousadia continuam a
mobilizar um punhado de homens e mulheres, determinados, obstinados em servir mais
e melhor as populações, dignificando a instituição e o lema
“vida por vida”.
18
MAIO 2014
AVIS
Intervenção na Barragem do Maranhão
N
o passado dia 27 de abril, pelas 11h.
um veículo ligeiro, entrou nas águas
da Barragem do Maranhão, na zona da
“carapeta”, eventualmente por ter ficado
mal travado. Surpreendido, o proprietário nada mais pode fazer que solicitar
apoio dos bombeiros.
À chegada da primeira equipa dos
Bombeiros de Avis o tejadilho do veículo
ainda era visível, contudo os operacio-
D
nais já tiveram tempo para fixar um cabo
que permitisse evitar a submersão nas
águas da barragem.
O Núcleo de Mergulho dos Bombeiros
do Distrito de Portalegre (NMERG 12),
que se encontrava em treino no concelho
de Sousel, enviou de imediato para o local três mergulhadores para localização
e resgate do veículo. Contudo, não obstante a experiência da equipa, as opera-
ções iniciais não tiveram sucesso. O supervisor do NMERG 12 deslocou então
mais 10 bombeiros mergulhadores e dois
condutores de embarcação, apoiados por
um bote de resgate dando seguimento
às operações que acabaram por ser interrompidas às 21 horas.
As buscas foram reiniciadas na manhã
do dia seguinte, mas só por volta das 22
foi possível trazer para terra a viatura.
-sucedida” e do “excelente desempenho
dos mergulhadores e elementos de
apoio.”
Na operação estiveram envolvidos 15
mergulhadores e dois condutores de embarcação, dos corpos de bombeiros de
Avis, Alter do Chão, Campo Maior, Gavião, Nisa, Ponte de Sor, Portalegre e
Sousel, com o apoio de outros operacionais dos Voluntários de Avis.
MONTIJO
GONDOMAR
Parto bem sucessido
Nascimento no parque de viaturas
ois elementos dos Bombeiros Voluntários do Montijo,
Paula Santos e Ricardo Oliveira,
foram os parteiros de um bebé
dentro de uma ambulância da
corporação, poucos metros
após terem arrancado com a
parturiente, Ana Sofia Correia,
da Rua Cidade de Évora, no
Montijo, em marcha de urgência a caminho do Hospital do
Barreiro. Em jeito de balanço,
Ricardo Oliveira, interveniente
no segundo parto, e Paula Santos, estreante, dizem que,
“apesar do stress daquele momento”, “é uma alegria quando
uma situação destas acaba em
bem”.
O alerta chegou ao quartel
dos Voluntários do Montijo ao
raiar da manhã. Cinco minutos
depois, os dois bombeiros a
bordo de uma ambulância já
estavam a apoiar a parturiente,
preparando-se para rumar com
destino ao Hospital do Barreiro. Mas o Ruben trocou-lhes as voltas e, no final, escolheu a ambulância dos bombeiros para vir ao mundo.
Os bombeiros apontam que “foi tudo muito rápido” . Segundo Paula Santos, a situação precipitou-se e “nem deu tempo de chegar à autoestrada”. A bombeira deu-se então conta que o bebé já
estava com a cabeça de fora. “Parámos a ambulância e fizemos o parto ali, na avenida Infante D.
Henrique”, relata Paula Santos.
“A mãe estava com contrações constantes,
foram conduzidos depois à Maternidade Júlio Dinis
no Porto na ABSC 04 acompanhados pela tripulação da viatura SIV/INEM sediada em Gondomar.
ÁGUAS DE MOURA
amparámos a criança a nascer, o Ricardo cortou o
cordão umbilical, aspirámos as vias aéreas do
bebé e entregámo-lo enrolado numa mantinha ao
colo da mãe, não demorou mais do que cinco a
sete minutos”, recorda a bombeira Paula Santos.
Então, o recém-nascido Ruben e a sua jovem
mãe, colega de escola do bombeiro Ricardo Oliveira, foram então conduzidos bem de saúde ao
Hospital do Barreiro. O pai do Rúben acompanhou tudo sossegadamente a um canto da célula
sanitária da ambulância.
Incêndio provoca
prejuízos avultados
m incêndio destruiu, no passado dia 6 de
maio, uma oficina de reparação de automóveis, localizada na Zona Industrial de Albergaria-a-Velha.
As chamas de origem desconhecida consumiram dois veículos ligeiros que se encontravam dentro no interior da oficina, causaram
N
o dia 17 de abril às 5.45 os Voluntários de Gondomar receberam à porta do quartel o pedido de
auxilio de um condutor para a sua
esposa que entrou em trabalho de
parto a caminho da maternidade.
Os bombeiros verificaram que o
bebé já estava a nascer ali mesmo
“no parque de veículos junto da
Nossa Senhora Mãe dos Homens”.
Por volta das 5.50 nasce um menino, “após um parto bastante
tranquilo e abençoado”, conforme
revelam os bombeiros.
O parto foi assistido pelo chefe Abel Ferreira, o
bombeiro de 2.ª Ricardo Oliveira e os bombeiros
de 3.ª Patrícia Martins e Tiago Costa. Mãe e filho
ALBERGARIA-A-VELHA
U
Segundo Simão Velez, supervisor do
NMERG 12, “o veículo deslocou-se mais
de oitenta metros da margem e, inclusive, lateralizou o seu trajecto em cerca de
quarenta metros, só tendo parado no
lodo existente no leito deste braço da
barragem, a 19 metros de profundidade”. Este responsável salientou a complexidade da operação, dando conta, no
entanto, uma missão “muitíssimo bem-
danos noutras quatro e estiveram na origem
do abatimento de parte do telhado.
Os trabalhos de combate e ventilação duraram cerca de uma hora, mobilizando nove
operacionais, apoiados por três viaturas dos
Bombeiros de Albergaria-a-Velha e por um piquete da Guarda Nacional Republicana (GNR).
O
Exercício em dia municipal
exercício “Ensinex”, integrado nas comemorações
do Dia Municipal do Bombeiro
de Palmela, permitiu no dia 6
de maio e testar o plano de
segurança da Escola Básica
de Cajados.
Esta ação envolveu o Corpo
de Bombeiros de Águas de
Moura, o Serviço Municipal de
Proteção Civil e GNR do Poceirão.
19
MAIO 2014
AGUDA
Teste operacional com balanço positivo
O
s Bombeiros Voluntários da Aguda, no âmbito da sua política de
proximidade com todas as empresas e unidades fabris instaladas na sua área de intervenção, realizaram recentemente um teste
ao plano de segurança interno da empresa “SKELT”.
O cenário testado, foi de um foco de incêndio no armazém da
matéria prima, que acionou o sistema de alarme levando os cerca
de 80 colaboradores presentes na empresa a dirigirem-se para o
ponto de encontro, e à ação dos meios de primeira intervenção
internos, de seguida apoiados pelos Bombeiros da Aguda.
O exercício durou cerca de 40 minutos. O balanço final permitiu
concluir pelo bom entrosamento entre as equipas de emergência
da empresa e as equipas de intervenção dos bombeiros.
Foram envolvidos, 10 Operacionais e 3 veículos, respeitando o
organigrama de saída dos Bombeiros da Aguda (1 VUCI, 1 ABSC, 1
VCOT)
SIMULACRO
O
Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho em exercício
s Bombeiros da Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho realizaram, um exercício
conjunto, que visou testar os meios de socorro, tendo como “guião” o acidente com
um camião de transporte de troncos de madeira, que ao passar a ponte que liga as freguesias de Oliveira e Serzedelo, perde parte
da carga atingindo duas viaturas e deixando
quatro pessoas encarceradas.
O exercício, promovido pela 2.ª secção do
Corpo de Bombeiros da Póvoa de Lanhoso,
de elevado grau de exigência obrigou a trabalhos de remoção dos troncos, bem de desencarceramento envolvendo 17 elementos
dos Bombeiros Póvoa de Lanhoso, apoiados
por cinco viaturas, e 11 operacionais e três
viaturas do quartel de Vieira do Minho.
No final desta ação os responsáveis fazem
um balanço positivo de um exercício que
permitiu reforçar “o bom relacionamento”
entre estes dois corpos de bombeiros, que
garante uma bem-sucedida articulação de
meios
LOURES
LOUSÃ
Bioterrorismo motiva ação conjunta
Resgate
em ponte ferroviária
D
U
m ataque com um
agente bioquímico
em instalações policiais
no concelho de Loures, serviram de mote a um exercício que envolveu várias equipas especiais, com o intuito
de testar procedimentos e a interação entre os
diversos agentes, nomeadamente o Grupo de Intervenção Proteção e Socorro da GNR, Policia Judiciária, INEM e Bombeiros Voluntários de Loures.
Sérgio Santos
urante os trabalhos de manutenção de
uma ponte ferroviária, na Lousã ocorre
uma explosão num dos pontos da edificação
provocando múltiplos ferimentos e queimaduras em quatro pessoas, este foi o cenário criado na Lousã e que envolveu no exercício conjunto vários corpos de bombeiros e que permitiu exercitar operações no âmbito do salvamento em grande ângulo e condução de
embarcações de socorro.
Participaram neste exercício operacionais
da Lousã, Pampilhosa da Serra, Coja, Penacova e Vila Nova de Poiares, que contaram com
o apoio do CDOS de Coimbra e Guarda Nacional Republicana da Lousã.
Sérgio Santos
20
MAIO 2014
DECIF
U
Treino reúne diferentes operacionais
m conjunto significativo de
bombeiros participou num
treino operacional em Almeidinha, Mangualde, promovido
pela Autoridade Nacional de
Proteção Civil (ANPC).
O treino realizado, no âmbito do Dispositivo Especial de
Combate a Incêndios Florestais
(DECIF 2014), reuniu, além
dos bombeiros, elementos da
Força Especial de Bombeiros
(FEB), da GNR e do Exército.
A ação desenvolveu-se a
partir de um cenário fictício de
incêndio florestal com diversos
desafios que proporcionaram
às forças presentes o desenvolvimento de práticas de ataque e supressão, transposição
de obstáculos com recurso a
ferramentas manuais e mecânicas, abertura de faixas de
contenção incluindo a mobili-
zação de uma máquina de rasto.
Refira-se que neste âmbito a
ANPC pretende este ano envolver mais de 4 mil operacionais
em 182 ações de treino operacional.
A iniciativa contou com a
presença do secretário de Estado da Administração Interna,
João Almeida, do presidente da
Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime
Marta Soares, do diretor Nacional de Bombeiros (DNB), Pedro
Lopes, do comandante nacio-
nal de operações de socorro,
José Manuel Moura, do vogal
da Escola Nacional de Bombeiros, Vitor Reis, do presidente
da direção dos Bombeiros Voluntários de Mangualde, João
Soares, e do comandante distrital da ANPC, Rui Esteves.
BARREIRO
O
Formação diferenciada em Espanha
comando do Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste, participou, já neste mês de maio, numa ação
de formação diferenciada denominada “curso de intervencion y extinción en incidentes con gpl”, que
decorreu no Campo de Treinos da TEPESA, em Madrid.
A ação visou aperfeiçoar competências ao nível
da prevenção e técnicas de combate em incêndios
envolvendo combustíveis da família dos Gases de
Petróleo Liquefeitos (GPL), mediante a realização
de exercícios teóricos e práticos de dificuldade e
intensidade crescentes, ao longo de 3 dias de formação.
A realização do Curso, que abrange diversos Corpos de Bombeiros do país, insere-se no Plano de
Formação para Bombeiros da empresa DIGAL GÁS,
que exerce a sua atividade do ramo da comercialização e distribuição de combustíveis.
Refira-se que esta empresa, no âmbito de uma
política de responsabilidade social, tem garantido a
formação diferenciada de bombeiros na área da prevenção e técnicas de combate em incêndios envolvendo combustíveis líquidos e gasosos, através de
um programa de formação em quatro níveis sequenciais, de que o Curso realizado em Espanha
corresponde ao nível mais elevado.
A colaboração entre o Corpo de Bombeiros do Sul
e Sueste e a DIGAL GÁS remonta a maio de 2013,
tendo permitido formar num ano, nos diferentes níveis de formação disponibilizados por aquela empresa, um total de 102 elementos do Corpo de Bombeiros, num total de 583 horas de formação.
BARREIRO
S. PEDRO DO SUL
Mais 16 operadores de telecomunicações
O
Corpo Voluntario Salvação
Pública de S. Pedro do Sul
conta com mais 16 operadores
de telecomunicações, ampliando para 40 o número de bombeiros com formação nesta
área.
Desta forma, a instituição
continua a investir na formação
Instrução noturna de orientação
2.ª Secção Operacional do Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste realizou durante a noite de
10 de maio um Treino Operacional de Orientação,
ação englobada no plano de instrução interna e
que visou aperfeiçoar competências dos operacionais ao nível da orientação com recurso a cartas
militares, a progressão em terreno acidentado em
período noturno, quer na forma apeada quer com
recurso a veículos, a utilização de meios de comu-
nicação rádio e o desenvolvimento dos princípios
do Sistema de Gestão de Operações.
Participaram na instrução um total 17 elementos, tendo a organização, preparação e desenvolvimento da referida ação ficado a cargo do chefe
António Dionísio, apoiado pelo subchefe Raul Boleto, enquanto responsáveis operacionais da 2.ª
Secção Operacional do Corpo de Bombeiros do Sul
e Sueste.
O compromisso em servir
mais e melhor as populações,
com operacionais s preparados
mantém-se, assim como a intenção de aumentar o numero
de efetivos no corpo ativo, que,
nos últimos três anos reforçado
com cerca de três dezenas de
novos elementos.
AGUDA
O
A
dos 90 operacionais que servem o quartel de S. Pedro do
Sul, um esforço que nos últimos
três anos se traduziu na promoção de 21 cursos em várias
áreas, sendo que, ainda este
ano, estão previstas mais quatro formações em incêndios florestais, urbanos e industriais.
Colaboradores de empresa em formação
s Bombeiros Voluntários da Aguda, no decurso do mês de maio, e no âmbito da política de
proximidade com as empresas da sua área de
atuação, levaram a efeito no “Continente” de São
Félix da Marinha, em Vila Nova de Gaia, formação
para os seus colaboradores, seguido de teste ao
plano de segurança interno com a realização de
um simulacro.
O cenário testado, foi de um foco de incêndio
no armazém de produtos não alimentares, que
originou um ferido queimado, levando á evacuação de clientes (simulados por colaboradores em
horário de folga) e outros colaboradores para o
respetivo ponto de encontro.
A primeira intervenção foi efetuada pela equipa
do próprio estabelecimento comercial, tendo sido
complementada pelos meios dos Bombeiros da
Aguda.
21
MAIO 2014
Quartel ganha ambulância medicalizada
Inaugurada nova central
toda a semana de preparação e
no próprio jogo que juntou 80
efetivos, incluindo 5 médicos e
10 enfermeiros.
UBPLB REUNIU EM LISBOA
R
São precisos apoios institucionais
eunidos em Lisboa, nos dias
6 a 9 de maio, os representantes da União dos Bombeiros
dos Países de Língua Oficial Portuguesa (UBPLP) concluíram
pela necessidade de cada país
fazer um “levantamento das
suas necessidades” operacionais e administrativas com vista
a sensibilizar a própria Comunidade de Países de Língua Oficial
Portuguesa (CPLP) para a situação de carência de alguns dos
países, nomeadamente, Cabo
Verde e Guiné Bissau. Para
além disto, ficou sublinhada a
coesão entre os estados que integram a UBPLP e a sua “vontade” de melhorar o Programa de
Cooperação, “melhorando-o” e
“operacionalizando-o”. Deste
encontro saiu ainda o compromisso de cada país realizar a
caraterização das suas disponibilidades permanentes com o
objetivo de se perceber quem
poderá ajudar quem e com o
quê, reforçando assim o esforço
de cooperação.
Em declarações ao ‘BP’, António Gimbe, responsável do serviço de proteção civil e bombeiros
de Angola, sublinhou o empenho de todos na manutenção da UBPLP como uma “estrutura sólida”
capaz de dar as necessárias ajudas aos países
com maiores “necessidades”. “Este é o espaço indicado para assumirmos o que é preciso para
que, e apesar dos países nãos serem todos iguais,
podermos fomentar o maior equilíbrio possível
das capacidades operacionais de cada um”, concluiu.
Eleita por unanimidade para mais um mandato
à frente do secretariado executivo desta estrutura, a Liga dos Bombeiros Portugueses, na pessoa
do presidente Jaime Marta Soares, sublinhou que
identificadas as necessidades, e de acordo com a
capacidade de cada país, devem ser desenvolvidas a curto prazo um conjunto de “iniciativas”
que promovam as “sinergias de produtividade”,
com diminuição de custos e apostando-se numa
“melhor rentabilidade” dos recursos disponível.
Na linha da redução de custos associados à realização das reuniões da UBPLP, Hélio Semedo, representantes de Cabo Verde, propôs que as reuniões intercalares possam realizar-se através de
“videoconferência ou Skipe”, o que foi aceite por
todos.
No decorrer dos dois dias de trabalho deste V
encontro da UBPLB, cada país elencou as suas
principais preocupações no que concerne aos diferentes tipos de missões de proteção civil, sendo
que as alterações climáticas foram, na opinião de
todos, o fator mais “determinante” para o futuro
dos bombeiros e da proteção civil dos PALOP.
Neste encontro que reuniu todos os países
menos o Brasil, com ausência “justificada”, foram eleitos os órgãos da UBPLP PARA O BIÉNIO
2014/2014. Assim, Portugal mantém a direção
do Secretariado Executivo, e Timor-Leste foi
eleito para a Presidência Executiva da UBPLP.
secretário de Estado da Administração Interna, João
Almeida, presidiu à inauguração da central de comunicações
e sala de apoio à decisão dos
Bombeiros Voluntários do Estoril. A instalação daquela infraestrutura foi apoiada pela
Junta de Freguesia de Cascais
– Estoril, à semelhança do que
havia acontecido no ano transato relativamente aos Voluntários de Cascais.
A nova central integra uma
obra mais vasta, que inclui novas áreas, incluindo camaratas
e balneários, apoiada no âmbito do QREN e em fase de conclusão.
A acompanhar a visita do secretário de Estado estiveram, o
presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, o presidente da junta de freguesia de
Cascais – Estoril, Pedro Morais,
e outros membros do Executivo, o vice-presidente da Liga
dos Bombeiros Portugueses,
Rama da Silva, o comandante
distrital de socorro da ANPC,
Carlos Mata, deputados municipais, o comandante municipal de operações de socorro,
Pedro Mendonça, responsáveis
da PSP, Polícia Municipal, elementos de comando e diretores das restantes associações
de bombeiros voluntários do
concelho, anfitreados pelo pre-
Foto: Marques Valentim
O
Foto: Marques Valentim
s Bombeiros Voluntários
Lisbonenses dispõem de
uma nova ambulância medicalizada que substitui uma outra
vítima de acidente que a torna
irrecuperável.
A nova ambulância, conforme
nos explicou o comandante Jorge Fernandes, foi obtida em Espanha em fevereiro último.
Após a chegada foi sujeita a diversas modificações e melhoramentos, incluindo pintura, e implicou um investimento próximo dos 25 mil euros.
A crescente procura, por diversas entidades, do transporte
medicalizado de doentes faz
com que a nova ambulância dos
Lisbonenses esteja a ser alvo
de muitos pedidos. Por outro
lado, ela integra os dispositivos
montados pelo corpo de bombeiros nos vários eventos e jogos que se realizam nos estádios de Alvalade e da Luz.
Recentemente, a propósito
da final da Liga dos Campeões,
na Luz, os Voluntários Lisbonenses, garantiram um dispositivo de apoio ao socorro pré-hospitalar e à prevenção e
combate a incêndios, durante
Foto: Marques Valentim
ESTORIL
Foto: Marques Valentim
O
LISBONENSES
sidente dos Voluntários dos Estoris, Luís Jordão, pelo coman-
dante Carlos Coelho e restante
comando.
22
A
MAIO 2014
CASTELO BRANCO
MIRA
Comandante empossado
Escolha unânime
direção da Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários de Castelo
Branco empossou, no passado dia 2 de
maio de 2014, o oficial bombeiro de 2.ª,
José Avelino da Silva Neves, no cargo de
comandante do seu Corpo de Bombeiros.
O empossado exerceu, anteriormente,
as funções de comandante do Corpo de
Bombeiros Voluntários de Idanha-a-Nova,
no período de 2007 a 2014.
O comandante José Avelino Neves
substituiu no cargo o comandante Mariano, cuja passagem ao Quadro de Honra é
noticiada noutra local da presente edição.
ALCANENA
Municipais têm nova estrutura
E
m novembro de 2013, depois do período de
combate aos incêndios florestais, a direção da
Associação dos Bombeiros Voluntários de Mira decidiu iniciar o processo para nomeação de novo comandante, incluindo a auscultação ao corpo de
bombeiros, tendo convidado o então segundo comandante Nuno Pimenta a assumir a sua liderança. Em paralelo decorreu o convite a João Maduro
para segundo comandante endereçado pelo indigitado comandante.
Em junho de 2013 o cargo de comandante ficou
vago na sequência da saída de Fernando Oliveira.
O comando passou a ser assegurado interinamente pelo então segundo comandante Nuno Pimenta.
Nuno Pimenta, com 33 anos de idade, iniciou o
seu percurso nos bombeiros em 26 de julho de
1994 na categoria de cadete e, desde então, progrediu até ao posto de bombeiro de 1.ª. Em maio
de 2012 assumiu funções na estrutura de comando como segundo comandante. Segundo fonte da
direção dos Voluntários de Mira “Nuno Pimenta é e
sempre foi uma pessoa dedicada à causa, dinâmico, prima pela atualização de conhecimentos por
parte do corpo de bombeiros, possuí um vasto currículo de formação, o que transmite à direção e aos
bombeiros um sentimento de segurança e estabilidade”.
O novo segundo comandante, João Maduro, com
27 anos de idade, ingressou nas fileiras dos bombeiros em 10 de dezembro de 2002 na categoria
de cadete, “jovem dedicado, interessado e sempre
disponível”, progrediu na carreira até bombeiro de
2.ª, tendo assumido funções no quadro de comando em maio de 2012 com o cargo de adjunto. Em
dezembro transato foi convidado para o cargo de
segundo comandante pelo novo comandante,
Nuno Pimenta.
A direção da Associação,” depois de ouvir o corpo ativo, foi unânime na escolha destes dois homens, ambos já com provas dadas no comando,
sendo reconhecidos pelo seu empenhamento operacional e pelo esforço diário com vista a qualificar
e disciplinar os seus serviços e homens para uma
melhor prestação do serviço público à comunidade”.
CASTELO BRANCO
N
o passado dia 25 de abril e
integrada nas cerimónias do
Dia da Liberdade, perante boa
assistência, decorreu em Alcanena, na Praça 8 de Maio, frente
ao edifício dos Paços do Concelho, a tomada de posse dos novos elementos do quadro de comando dos Bombeiros Municipais de Alcanena, cuja cerimónia foi presidida pela presidente
da câmara, Fernanda Asseiceira, com a presença do CODIS de
Santarém, Mário Silvestre.
Na cerimónia, a presidente
da câmara entregou os galões
ao adjunto de comando, subchefe Vítor Manuel Matias Hermano bem como ao 2.º comandante, chefe António Manuel
Henriques Ferreira e procedeu à
entrega do estandarte do corpo
de bombeiros ao novo comandante Jorge António Martinho
Frazão.
2.º comandante António Ferreira
O comandante Jorge Frazão,
assegurou, em regime de substituição, durante os últimos
quatro anos, o comando dos
Municipais enquanto 2.º Comandante e tem uma carreira
longa de mais de 35 anos ao
serviço dos Bombeiros de Alcanena.
O 2.º Comandante, António
Ferreira, tem um vasto currículo nos Bombeiros, tendo já sido
2.º comandante dos Bombeiros
Voluntários de Minde.
O adjunto de comando, Vítor
Hermano, também tem larga
experiencia e formação nos
Bombeiros de Alcanena onde
presta serviço há mais de duas
décadas.
O cerimonial decorreu do
despacho da presidente da câmara de 4 de abril de 2014
onde foi considerado que desde
a saída do anterior comandan-
Adjunto de comando Vitor Hermano
te, Alberto Moiteiro, em Abril
de 2010, o comando ficou defraudado nos meios humanos
necessários ao pleno funcionamento da estrutura.
Não estiveram presentes,
como seria normal, outros
bombeiros do distrito de Santarém, nem a Federação nem a
Liga dos Bombeiros, certamente devido à falta de convites
para a cerimónia.
Estas nomeações foram feitas em regime de substituição,
até à abertura do procedimento
concursal, dado o vazio legal
com que se debatem atualmente os bombeiros municipais.
Aos empossados, bombeiros
com larga experiência e conhecimentos, desejam-se os melhores êxitos nas suas novas e
nobres funções.
Carlos Pinheiro
FAMALICÃO DA SERRA
O
Adjunto assume comando
anterior adjunto de comando
dos Bombeiros Voluntários de
Famalicão da Serra, Hugo Rocha,
foi o escolhido pelos órgãos sociais
da associação para novo comandante do corpo de bombeiros,
aguardando-se a sua homologação
pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Hugo Rocha substitui no cargo o
primeiro comandante do corpo de
bombeiros, Francisco Gonçalves,
vítima de doença súbita em janeiro passado, que o havia convidado
para o cargo de adjunto.
O novo comandante dos Voluntários de Famalicão da Serra é
mestre em sistemas de informação geográfica e é operador no comando distrital de operações de
socorro (CDOS) da Guarda da
ANPC.
O
Comandante Mariano no QH
comandante do corpo ativo
dos Bombeiros Voluntários
de Castelo Branco, José Pereira
Carrola Mariano, cessou a sua
comissão de serviço, a seu pedido, no dia 12 de abril último.
A decisão do comandante
Mariano prende-se por motivos
de ordem pessoal e profissional, nomeadamente o exercício
de funções autárquicas, que o
impedem de continuar a exercer cabalmente as funções que
via desempenhando, tendo
sido integrado no Quadro de
Honra dos Bombeiros Voluntários de Belmonte a partir daquela data.
O comandante José Mariano,
contudo, continua a presidir à
Federação dos Bombeiros do
Distrito de Castelo Branco.
FAIAL
A
Homenagem póstuma
Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) decidiu atribuir, a título póstumo, o crachá
de ouro ao bombeiro de 1.ª
dos Voluntários do Faial, Herberto Luís Alves Correia, falecido em serviço em março último.
A LBP anuiu à proposta
apresentada pela direção da
Associação Humanitária de
Bombeiros Voluntários do Faial
na sequência do trágico acidente de viação de que Her-
berto Correia foi vítima quando
conduzia uma ambulância em
resposta a um pedido de socorro em 9 de março passado.
O acidente ocorreu na via
rápida local quando em circunstâncias desconhecidas a
viatura em marcha de urgência
se despistou bateu num muro
e capotou.
No mesmo acidente ficou
também ferido o bombeiro de
1.ª, Paulo José Sodré Reis, ainda convalescente.
LOUSADA
T
Associação leva a melhor
ardou, mas chegou finalmente ao fim a verdadeira novela relativa à denominada “Associação
Humanitária de Bombeiros Voluntários de Caíde de
Rei” a que a Associação Humanitária do Bombeiros
Voluntários de Lousada se opunha com razão.
Há quase um ano, o conselho executivo da Liga
dos Bombeiros Portugueses (LBP), insistiu com a
Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) para
que tivesse em conta a queixa apresentada pelos
Bombeiros de Lousada contra aquela entidade criada em 1990 e a operar com veículos de transporte
de doentes.
Recentemente, a ANPC informou a LBP que, na
sequência da ação inspetiva realizada à dita associação, a mesma foi notificada para alterar a sua
designação social e os estatutos, excluindo do seu
objeto social o “combate e extinção de incêndios”,
proceder à retirada da designação “associação hu-
Foto: BV Lousada
Comandante Jorge Frazão
manitária de bombeiros”, incluindo as siglas correspondentes existentes no edificado e nos veículos.
Tendo sido, igualmente, detetadas desconformidades com o Regulamento de Transporte de Doentes, segundo a informação prestada à LBP pela
ANPC, “foi remetida cópia do relatório da equipa de
inspeção ao Instituto Nacional de Emergência Médica para os efeitos tidos por convenientes”.
23
MAIO 2014
LISBOA
História viva com 619 anos
O
Regimento de Sapadores
Bombeiros (RSB) de Lisboa
assinalou, no passado dia 19
de maio, no quartel da 3.ª
Companhia, o Dia da Unidade,
integrado nas comemorações
do 619.º aniversário da instituição
Perante a imponente formatura das forças em parada, o
vereador Carlos Castro passou
revista aos operacionais, enquanto atuava a banda do regimento de sapadores bombeiros
da cidade. Na ocasião foi ainda
prestada homenagem aos
bombeiros falecidos com a deposição de uma coroa de flores.
No momento das alocuções o
comandante do RSB, Pedro Patrício fez referência à importância desta força na cidade de
Lisboa, cujos feitos são reconhecidos pelo País e pelo mundo, salientando o trabalho desenvolvido pelos homens e mulheres desta instituição, que se
destacam, como referiu, pelo
profissionalismo e pelo espírito
de sacrifício. A concluir. o responsável operacional sublinhou
a vontade e o empenho do comando do regimento e da autarquia lisboeta para que rapidamente se encontrem as soluções necessárias para garantir
todas as condições de trabalho
a esta força.
O vereador Carlos Castro
anunciou que intenção de entregar, ainda que de forma faseada, novos equipamentos de
proteção individual (EPI); afirmando que, identificadas as lacunas dos operacionais, o exe-
cutivo está atento e diposto a
tirar o melhor partidos dos benefícios do próximo quadro comunitário, para tentar dar resposta a lacunas. O autarca terminou a sua intervenção com
rasgados elogios e agradecimentos ao trabalho dos operacionais do RSB Lisboa.
A cerimónia permitiu, ainda,
dar a conhecer as várias vertentes de intervenção desta
força, nomadamente nas
áreas de Busca e Resgate em
Estruturas Colapsadas, mergulho, combate a incêndios,
matérias perigosas, entre outras.
CAMARATE
A
s comemorações do 77.º
aniversário da Associação
Humanitária de Bombeiros Voluntários de Camarate decorreram sob o signo do reconhecimento dos homens e mulheres
que com e sem farda que servem a instituição.
Uma romagem ao cemitério
local com a deposição de coroa
de flores no talhão dos bombeiros deu início ao programa que
incluiu ainda um grandioso
desfile apeado e motorizado
pelas artérias da vila de Camarate.
Após a receção as entidades
convidadas, o pavilhão encheu-se para as muitas intervenções, destacando-se a do presidente da direção Renato Alves que fez referência ao caminho trilhado pelos órgãos
diretivos com o apoio do corpo
ativo, a bem da estabilidade financeira que garanta à associação um futuro promissor. O
trabalho contínuo e conjugado
com alguns parceiros tem sido
primordial para o aumento das
receitas, tal como o empenho e
Balanço positivo em aniversário
dedicação dos funcionários,
questões consideradas, pelos
dirigentes, fundamentais para
a recuperação e estabilidade financeira da instituição.
Ficaram agradecimentos ao
corpo ativo, à escola de estagiários e respetivos formadores
e, ainda, à Câmara Municipal
de Loures, junta de freguesia e
outras entidades pelo apoio
prestado a associação. Também houve um momento de
assinatura de protocolos com
empresas de Camarate, que
garantem benefícios vários aos
associados, bombeiros e seus
familiares.
No final das cerimónias a família dos soldados da paz de
Camarate juntou-se num almoço convívio, que contou também com a presença do comandante distrital Carlos Mata,
do comandante municipal Joaquim Vicente e o comandante
Carlos Monserrate do secretariado dos bombeiros do concelho de Loures.
Sérgio Santos
A encerrar a sessão uma simulação histórica de combate
a um incêndio com recurso a
meios de outros tempos, como
os carros de mão, viaturas de
tração animal e s a vapor, incluindo bombas de caldeirão/
picota.
Sérgio Santos
24
MAIO 2014
ALMOÇAGEME
Bombeiros partilham
Servir mais e melhor a população é o
grande propósito dos Bombeiros
Voluntários de Almoçageme. Assim, para
além dos investimentos na formação,
preparação e em equipamentos que
garantam uma resposta eficaz no socorro, a
instituição vai mais longe colocando à
disposição da comunidade uma série de
serviços, suprindo algumas lacunas
existentes naquele território.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
N
a presidência dos Bombeiros Voluntários de Almoçageme há pouco mais
de dois anos, Maurício Barra
não esconde orgulho pelo trabalho já desenvolvido e que
permitiu “reorganizar a casa” e
começar a executar um audacioso projeto assente num “rigor brutal”, numa gestão racional de tesouraria, permitindo
abrir portas ao investimento.
“Com rigor conseguimos não
só por as contas em ordem e
aplicar 23 por cento dos nossos
recursos na aquisição de equipamentos de proteção individual e de três viaturas”, salienta
o presidente da direção.
Sublinhe-se que em setembro no ano passado, a instituição assumiu o pioneirismo de
equipar todos os 65 operacionais com equipamento ignífugo
tornando-se, no primeiro corpo
de bombeiros do País a ter o
efetivo “totalmente protegido”.
D
Maurício Barra garante que este
investimento de cerca de 53 mil
euros, não podia ser adiado,
era fundamental, num ano marcado pela tragédia, garantir a
segurança dos homens e mulheres, tantas e tantas vezes
chamados a intervir em incêndios florestais.
Paralelamente, direção e comando uniram-se na concretização de outros projetos, prioridades que não eram as do
corpo de bombeiros, mas sim
da população.
Maurício Barra conta que foi
com particular emoção que a
instituição conseguiu oferecer à
comunidade um posto de medicamentos, depois de Almoçageme ter perdido o alvará da farmácia que há muitos servia os
habitantes. Este novo serviço já
está à disposição da população,
e os bombeiros contam em breve poder expandi-lo e até torná-lo mais atrativo.
urante a visita ao quartel de
Almoçageme, o jornal Bombeiros de Portugal teve a oportunidade de assistir a um dos
muitos treinos e exercícios que
integram a rigorosa preparação
da Equipa de Resgate. Nessa
ocasião, foram testados meios
e homens no resgate de um
doente, de um edifício sem elevador.
Este grupo especial que integra 18 elementos, cumpre um
rigoroso plano de formação que
começou com o curso da Escola
O velho posto médico da associação de bombeiros foi
também transformado numa
moderna clínica que acolhe
ainda um centro de fisioterapia.
Os cerca de sete mil habitantes desta pitoresca aldeia
estão apesar de tudo longe de
muitos serviços, e esta foi a
forma encontrada para satisfazer necessidades reais, como
explica o dirigente.
A formação dos bombeiros,
não foi, contudo, descurada,
pelo contrário esta é sem dúvida ponto de honra desta
casa, salienta o comandante e
vice-presidente operacional,
Bruno Tomás.
O quartel devidamente apetrechado é outra mais-valia da
associação que dá garantias e
condições de trabalho e une o
corpo de bombeiros em torno
de uma causa comum servir
mais e melhor.
Organização, método, estratégias delineadas à escala das
necessidades do corpo de
bombeiros, tendo sempre em
atenção as solicitações da comunidade, transformaram esta
instituição num exemplo de
proximidade, numa referência
em termos operacionais.
Equipa de resgate persegue certificação europeia
Nacional de Bombeiros e prosseguiu com uma formação em
França na área do resgate e intervenção em meios perigosos.
A assinatura de um protocolo
com o serviço de proteção civil
da Madeira permitirá reforçar a
formação e perseguir uma certificação europeia.
Para além da preparação dos
homens, a instituição muito
tem investido em equipamento
específico para que as cerca de
30 ocorrências anuais se possam pautar pelo sucesso.
25
MAIO 2014
investimento com a comunidade
Um pouco de história
D
ata de 19 de setembro de 1895 a
fundação dos Bombeiros Voluntários
de Almoçageme e muito embora existam parcos registos desta época.
O facto que deu origem à fundação
dos Bombeiros Voluntários de Almoçageme ocorreu «durante os festejos em
louvor da Nossa Senhora da Graça, em
Outubro de 1893” quando grande incêndio provocado por um foguete tomou inusitadas proporções e obrigou a
a população a recorrer aos préstimos
dos Bombeiros de Colares.
Bairrismos e rivalidades entre as populações terá levado os almoçagemen-
ses a cogitar na criação do seu próprio
corpo de bombeiros.
Pouco se sabe sobre principais impulsionadores, apenas que ideia terá sido
apadrinhada por José Gomes da Silva,
capitalista e grande comerciante de Vinho de Colares que havia já incentivado
a criação da filarmónica local, em 1892.
Este processo, devido a limitações
várias - e à semelhança do sucedido na
formação de outras instituições similares, terá sido moroso. Dos primeiros
tempos de vida desta associação chegaram aos nossos dias escassos testemunhos materiais que se encontram no
Museu Renato Lobo Garcia, núcleo monográfico da Associação dos Bombeiros
Voluntários de Almoçageme e cingem-se a duas capas de couro, provavelmente pertencentes a livros de assentos e quotas, ostentando a data de 19
de Agosto de 1895, o que permite colocar a hipótese de ser essa a data da
fundação do Corpo de Bombeiros que
terá entrado em ação pela primeira vez
a 7 de Maio de 1896, para extinção de
um fogo ocorrido na aldeia, numa operação conduzida pelo primeiro patrão
dos Bombeiros de Almoçageme, José
Francisco Pires.
FÓRUM NACIONAL DA “REVIVER MAIS”
Reflexão aberta sobre o futuro dos bombeiros
“O
setor de bombeiros perdeu identidade e força
no sistema”, razão pela qual
urge recuperar o espaço e o
tempo perdidos, pugnando por
uma via de mudança consistente e duradoura que permita recuperar a centralidade do agente bombeiros, através da participação ativa da sua Confederação”. Esta foi uma das principais
conclusões retiradas do fórum
nacional da “Reviver Mais”, Associação dos Operacionais e Dirigentes dos Bombeiros Portugueses, realizado a 10 de Maio,
no quartel-sede da Associação
Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cacilhas.
Subordinada ao tema “A Organização dos Bombeiros. Do
SNB ao Futuro: Que Caminho?”,
a iniciativa prestou-se a “refletor com independência e transparência sobre o setor de bombeiros, os seus modelos organizativos e funcionamento, numa
perspetiva de balanço e experiência do extinto Serviço Nacional de Bombeiros e da solução institucional que lhe sucedeu”.
Mais de uma centena e meia
de inscritos, com ligação a diferentes realidades dos bombeiros, acompanharam os trabalhos, durante os quais ficou patente que, sem a necessidade
de fazer ressuscitar o ex-SNB,
“é possível viabilizar um modelo
alternativo ao existente, que
fortaleça as associações/corpos
de bombeiros e garanta a sua
sustentabilidade, através de um
triângulo potenciador: Governo, Municípios; Liga dos Bombeiros Portugueses”.
Das várias intervenções ali
produzidas, a cargo de personalidades que desempenham
ou desempenharam cargos de
elevada responsabilidade nas
estruturas dos bombeiros, destacou-se ainda que o SNB “representou um marco decisivo
no processo de modernização
do socorro confiado a bombeiros, bem como de legitimação
da relevância da estrutura dos
bombeiros no âmbito do sistema de proteção e socorro no
território do continente, e tam-
bém a materialização da parceria entre o estado e a sociedade
civil organizada, agregada no
seio da Liga dos Bombeiros Portugueses”.
A sessão de abertura do fórum contou com a presença do
presidente da Câmara Municipal
de Almada (CMA), Joaquim Miguel Judas, do adjunto de operações nacional, da Autoridade
Nacional de Proteção Civil, Carlos Guerra, do vogal do Conselho Executivo da Liga Bombeiros Portugueses (LBP), comandante José Luís Morais, do presidente da Direcção dos
Bombeiros Voluntários Lisbonenses (BVL), Garcia Correia,
do presidente da Direcção dos
Bombeiros Voluntários de Cacilhas (BVC), Clemente Mitra, e
do comandante dos BVC, Miguel Silva.
Foram oradores, Vítor Melícias, José António Laranjeira,
José Manuel Abrantes, Joaquim
Marinho, Paulo Gil Martins, João
Lima Cascada, José da Silva
Campos, António Baptista Antunes, Miguel Silva, Octávio
Machado, José Ferreira e Jaime
Marta Soares.
A moderação dos painéis temáticos, “Serviço Nacional de
Bombeiros: Um balanço por fazer”, “Organização Operacional
dos Bombeiros” e “Bombeiros:
Que Futuro?”, coube, respetivamente, a Rui Santos Silva, a
Duarte Nuno Caldeira e a Lourenço Baptista.
No final dos trabalhos, onde
compareceu também a delegada regional do Sul do INEM, Teresa Pinto, o último dos moderadores, enquanto presidente
do Conselho de Administração
Executivo da “Reviver Mais”, fez
um balanço do fórum e sublinhou, a par da importância dos
apoios institucionais da LBP, da
CMA, dos BVC e dos BVL, à organização do fórum, a “grande
e exemplar elevação por parte
de todos os participantes” e o
“elevado grau de experiência e
preparação intelectual dos oradores sobre os temas programados e desenvolvidos”.
26
MAIO 2014
FIGUEIRÓ DOS VINHOS
Bombeiros agraciados em dia de festa
A
Associação Humanitária de
Bombeiros Voluntários de
Figueiró dos Vinhos assinalou
o 79.º aniversário no dia 18 de
maio, agraciando alguns dos
elementos do corpo ativo.
As comemorações arrancaram com a tradicional romagem ao cemitério, a que se seguiu a missa solene em homenagem aos bombeiros, dirigentes e associados falecidos.
Já no salão nobre o comandante Joaquim Pinto Martins
saudou os seus operacionais,
homens e mulheres que com
“inteligência, físico, profissio-
nalismo e amor” servem a comunidade.
A terminar este responsável
saudou ainda os elementos
agraciados com medalhas da
Liga dos Bombeiros Portugueses por 5, 10, 15, 20 e 25 anos
de serviço, deixando ainda
uma mensagem de estímulo
aos operacionais promovidos à
categoria de bombeiro de 1.ª,
que considerou um “exemplo
para os mais novos”.
No uso da palavra o presidente da direção, Luís Filipe
Silva salientou o crescimento
da instituição no seio da co-
munidade figueirense, também consubstanciado no aumento do número de associados, um evidente “sinal de vitalidade e de reconhecimento
das populações”.
Neste dia de festa, o até então adjunto de comando Paulo
Renato recebeu as insígnias de
2.º comandante deste corpo
de bombeiros, numa cerimó-
nia testemunhada pelo presidente da Câmara Municipal de
Figueiró dos Vinhos, Jorge
Abreu; pelo 2.º comandante
distrital Luís Lopes e ainda por
Baltazar Lopes da Federação
dos Bombeiros do Distrito de
Leiria, representantes da GNR
e de associações congéneres
do norte do distrito.
Sérgio Santos
CABECEIRAS DE BASTO
Missão assumida há 65 anos
O
s Bombeiros Voluntários
Cabeceirenses comemoraram no final de abril o seu 65.º
aniversário. O programa começou na tarde do dia 26, com
romagem ao cemitério para a
homenagem aos Bombeiros já
falecidos. Seguiu-se uma cerimónia de condecorações de
vários bombeiros pelos serviços prestados à corporação:
Sérgio Basto, Rui Ribeiro, Maria Lima, Alfredo Barroso, João
Teixeira, Bruno Sousa, Ricardo
Pereira, Pedro Basto, Mauro
Pereira, Marta Madanços, Rui
Oliveira e Pedro Mota. Já na
noite desse sábado ocorreu um
desfile motorizado. .
No domingo, dia 27, a alvorada deu-se às nove da manhã
para formatura geral e hastear
das bandeiras. De seguida,
nova cerimónia de condecorações com receção às várias
entidades locais e convidadas,
nomeadamente ao presidente
dos Bombeiros Cabeceirenses,
Jorge Machado, aos represen-
tantes distritais e ao Presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, Serafim
China Pereira, que fez a revista à Guarda de Honra.
Eram cerca de 11 horas
quando se deu início à celebração eucarística na Igreja do
Mosteiro S. Miguel de Refojos,
com a participação do Grupo
Coral da Associação dos Bombeiros Cabeceirenses. No final
da missa, no salão do quartel,
realizou-se a sessão solene,
com a mesa constituída pelo
presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, o
Presidente dos Bombeiros Cabeceirenses, o comandante de
operações de socorro do distrito de Braga, o representante
da Liga Portuguesa de Bombeiros, o representante da Federação de Bombeiros do Distrito de Braga, assim como o
pároco de Refojos de Basto.
No seu discurso para os presentes, o Comandante Duarte
Ribeiro quis fazer “uma home-
nagem sentida a todos os homens e mulheres que fundaram, fizeram crescer esta associação ao longo dos 65 anos e
que dá confiança para olhar
para frente e de frente, o futuro”. O presidente da Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários Cabeceirenses, Jorge
Machado, fez o balanço de
2013, destacando os mais de 5
mil serviços prestados à comunidade, a primeira fase do processo de construção do campo
de treinos e Unidade Local de
Formação, e os 2 mil associados
que fazem da AHBVC a maior
associação do concelho. No entanto, Jorge Machado não esqueceu o decréscimo de transporte de doentes, uma das
principais fontes de receita dos
Bombeiros e que se perspetiva
que se mantenha em 2014. Não
obstante, o Presidente dos
Bombeiros comprometeu-se a
arranjar uma solução para o
transporte de pessoas sem possibilidades financeiras para se
deslocarem ás consultas e tratamentos. “E iremos continuar
a fazê-lo, até por uma questão
de dignidade das pessoas em
causa!”
Jorge Machado agradeceu
ainda ao sócios, às instituições
e às empresas locais que apoiaram os bombeiros durante o
ano, nomeadamente ás juntas
de freguesia, conselhos de baldios e à Câmara Municipal de
Cabeceiras de Basto que assegurou um apoio de 30 mil euros. Aproveitando a presença
do edil, Serafim China Pereira, o
presidente dos Bombeiros relembrou também a “necessidade de concretizarmos o protocolo que temos assinado para a
criação da Equipa de Intervenção Permanente, nos Bombeiros, o primeiro assinado no distrito de Braga e que continua
sem concretização. Se a vida é
feita de pequenos nadas, a EIP
poderá ser um pequeno grande
nada que transformará profundamente o grau de prontidão
das missões que temos que desempenharEm resposta ao repto, o Presidente da Câmara Municipal comprometeu-se a estudar a situação, desafiando Jorge Machado também na sua
qualidade de vereador, em colaborar na resolução do problema”.
Após o almoço, teve lugar o
evento inédito e, porventura, o
mais aguardado do fim de semana de comemorações. O
desfile de fanfarras que trouxe
a Cabeceiras de Basto onze
grupos, sendo nove do distrito
de Braga, um de Montalegre e
outro de Agualva-Cacém. No
total, foram mais de 500 elementos a alegrar as ruas da Vila
de Cabeceiras com as suas
marchas.
27
MAIO 2014
COIMBRA
Associação recebe medalha de mérito
A
Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Coimbra foi distinguida, por
ocasião 125.º aniversário com a medalha de
mérito de proteção e socorro, grau ouro, distintivo azul, afinal o reconhecimento de um
exemplar percurso.
Com uma imponente formatura do corpo ativo, a parada do quartel foi pequena para receber as muitas entidades convidadas que seguidamente se deslocaram para o salão nobre
onde foram relembrados 125 anos de história
desta instituição. Foram muitas as intervenções evocativas dos feitos de muitos homens e
mulheres que com ou sem farda serviram a associação em prol da comunidade e que engrandecerem a instituição, garantindo-lhe o estatuto de referência da cidade de Coimbra.
Coube a Manuel Machado, presidente da Câmara Municipal de Coimbra colocar no estandarte da associação a medalha de mérito,
acompanhado pelo presidente da Liga dos
Bombeiros Portugueses, pelo comandante distrital e pelos responsáveis da associação.
Numa cerimónia marcada pela homenagem
aos bombeiros, alguns deles foram agraciados
com medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses por 5, 10, 15, 20 e 25 anos de serviço
dedicado ao voluntariado. Da mesma forma,
também foi reconhecido a dedicação dos associados com mais de trinta anos de ligação à
instituição.
Entre as entidades convidadas destacam-se, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares; o comandante
distrital, Carlos Luís; o comandante António
Simões, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra, representantes da
GNR, PSP e de associações congéneres do distrito.
Sérgio Santos
ESMORIZ
C
ontinua a ser óbvio para todos os que confraternizam e
visitam os Bombeiros Voluntários de Esmoriz que com o passar dos anos -e já lá vão oito
décadas e mais três anos desde
o dia 26 de abril de 1931-, a
idade não pesa a esta Associação e Corpo de Bombeiros, pelo
contrário.
Nos festejos dos 83 anos de
vida e de missão dos Bombeiros
Voluntários de Esmoriz que tiveram lugar a 26 e a 27 de abril
passado, a bênção de novos
equipamentos, um novo veículo
especial multi-serviços, equipamentos de mergulho e a inauguração oficial do centro de formação e casa de fogo vieram
mostrar a concretização de alguns dos principais valores da
Corporação e Associação Humanitária.
Os equipamentos apadrinhados e alcançados devido também ao apoio dos amigos e beneméritos da Associação e a
Casa de Fogo e Centro de Formação na mesma esteira, com
muito trabalho dos homens da
casa e especialistas sempre
prontos a dar o seu contributo
aos bombeiros.
Porque o ter ou não ter uma
boa saúde financeira contam,
claro, mas provavelmente
quem pensar que o dinheiro resolve tudo, engana-se. Essa é
uma das lições que se pode tirar da contínua aposta na gestão controlada, sim, mas na
procura constante de meios de
obter financiamento e rendimento para a Associação.
Completados 83 anos de missão
Por isso também e porque
sempre se mostrou boa aplicação, parecem simples e fáceis
atitudes como as de Manuel Valente, homenageado nestes 83
anos, que em seu nome e da
família agradeceu o carinho
mas mostrou que parceria com
os Bombeiros é algo que está
perfeitamente enraizado em si
e nos seus.
As palavras elogiosas chegaram também de outros quadrantes, Pároco Fernando Campos, 2.º CODIS de Aveiro, Pi-
nheiro Duarte, Cmdt Gomes da
Costa da Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro e
Liga dos Bombeiros Portugueses e dos autarcas, presidente
da Junta de Freguesia de Esmoriz, António Bebiano e Presidente da Câmara Municipal de
Ovar, Salvador Malheiro.
Ao longo dos anos e pelas
mais diversas formas, desde as
memórias de infância ao contacto quase diário a que muitas
das funções obrigam na relação
com os Bombeiros de Esmoriz,
a admiração demonstrada em
sessão solene e em várias outras ocasiões apontam para o
bom exemplo, exemplo a seguir, orgulho, sentimento de
missão cumprida e reconhecimento de todos pelo papel que
a Associação Humanitária e
Corpo de Bombeiros de Esmoriz
tem tido no seu percurso.
E por falar em percurso, nestes 83 anos, o habitual desfile
apeado e motorizado, ao fim da
tarde, antes da sessão solene,
levou também a comitiva até ao
Centro de Formação, na Feira
da Revenda permitindo que
após a bênção todos pudessem
conhecer um espaço que serve
para treinar e melhorar as competências.
28
MAIO 2014
ALCOBAÇA
Novas viaturas chegam em dia de festa
LORDELO
Novo adjunto e mais promoções
A
comemoração do 44.º aniversário dos Bombeiros Voluntários de Lordelo ficou marcada
por diversos momentos, com destaque para a
posse do novo adjunto de comando, Bruno Filipe
Nunes Leal.
O programa comemorativo inclui também promoções a bombeiro de 3.ª e 2.ª, promoções a
Bombeiro de 1.ª e a atribuição de distinções honoríficas. Neste caso, cabe destacar a atribuição
do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) ao chefe do QH António Silva, 3 medalhas de serviços distintos aos elementos do
Quadro de Honra, chefes António Coelho e António Manso e ao subchefe Augusto Silva.
A LBP atribuiu ainda a medalha de serviços distintos à fundação “A LORD”, pela sua contribuição
e apoio aos Bombeiros de Lordelo que, este ano,
se materializou através da oferta de um novo
quadro elétrico e da contribuição para a aquisição
de uma nova ambulância de socorro (ABSC). A
Câmara Municipal de Paredes contribuiu com a
oferta de um camião Volvo FM12 para transformar em veículo tanque (VTGC), a empresa de
mobiliário “AM CLASSIC” ofereceu uma viatura
“NISSAN NAVARA” para serviços administrativos
e, por fim, duas viaturas de transporte de doentes (ABTM) e um reboque de apoio (motobombas/gerador) adquiridos pela própria Associação
de Lordelo. Todas as viaturas foram inauguradas
no decurso das cerimónias comemorativas.
A
inauguração de duas novas
viaturas operacionais, um autotanque (VTTU) e uma ambulância de transporte múltiplo (ABTM),
foi um dos momentos marcantes
da comemoração do 126.º aniver-
sário da Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça. A par dessa inauguração,
na zona fronteira ao Mosteiro de
Alcobaça, decorreu outra no mesmo local, de dois disfibrilhadores
automáticos externos.
A sessão solene comemorativa
realizou-se, de novo, na imponente sacristia do mosteiro. Ali,
procedeu-se à entrega de diversas medalhas de assiduidade e,
em particular, à atribuição do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), ao oficial
bombeiro superior supranumerário, José Francisco Conde, ao chefe José Fortunato Delgado, e ao
oficial bombeiro de 2ª supranumerário, Basílio José Santos Martins.
A sessão solene foi presidida
pelo secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, e contou com a presença do
presidente do conselho executivo
da LBP, comandante Jaime Marta
Soares, do comandante distrital
da ANPC, Sérgio Gomes, do presidente da Autarquia e de outras
entidades locais.
Depois do desfile apeado e motorizado na zona fronteira ao
Mosteiro decorreu a inauguração
e bênção do edifício do Museu, resultante da ampliação do actual
quartel.
No início da manhã havia ocorrido a romagem ao talhão dos
bombeiros no cemitério de Alcobaça e às campas de bombeiros e
directores já falecidos. Depois, foi
prestada uma homenagem a Manuel Vieira Natividade.
29
MAIO 2014
CANHA
A
Ambulância reforça parque de viaturas
inauguração de uma ambulância de socorro constituiu um dos pontos altos das
celebrações do 31.º aniversário da Associação Humanitária
de Bombeiros Voluntários de
Canha.
Esta nova viatura batizada
como “Senhora da Oliveira”
foi adquirida com o apoio da
Câmara Municipal do Montijo
e das juntas de freguesia de
Canha e de Pegões, iniciativa
que o comandante Urbano
Emídio demonstrativa de um
reforço no apoio das autarquias ao corpo de bombeiros.
Ao terminar o responsável
operacional agradeceu o empenho dos homens e mulheres que servem o corpo de
bombeiros deixando, publicamente, um louvor aos operacionais do quartel de Canha.
Por sua vez, o presente da
autarquia montijense, Nuno
Canta deixou explicito o compromisso de dar continuidade
ao apoio prestado ao corpo de
bombeiros, relevando a importância desta associação
para a promoção do voluntariado e defesa dos bens e
pessoas do concelho e do distrito.
Na ocasião, foram ainda
promovidos dois elementos
ao posto de bombeiro de 1.ª,
da mesma forma que foi homenageado Abílio Pereira
Cardoso, bombeiro de 1.ª do
QH pela disponibilidade demonstrada na dinamização da
fanfarra da associação que,
aliás, abrilhantou o início das
cerimónias acompanhando a
formatura geral.
As cerimónias contaram
com a presença do 2.º comandante distrital Rui Costa,
do vice presidente da Liga dos
Bombeiros Portugueses Rodeia Machado, do presidente
da Federação dos Bombeiros
do Distrito de Setúbal, Eduardo Correia, bem como de representantes da Guarda Nacional Republicana e associações congéneres do distrito.
Sérgio Santos
PINHAL NOVO
O
Comandante recebe Crachá de Ouro
comandante Raul Prazeres
recebeu o crachá de ouro
da Liga dos Bombeiros Portugueses nas comemorações do
63.º aniversário da Associação
Humanitária de Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo, no
passado dia 1 de maio.
No decorrer da sessão solene, o comandante Raul Prazeres fez referência a constante
colaboração da autarquia de
Palmela e da junta de freguesia
de Pinhal Novo para com os
bombeiros, salientando que
“todos agem em sintonia em
prol da população”. A concluir
fez um balanço positivo da atividade operacional, dando conta do trabalho de equipa envolve comando, órgãos sociais e a
exemplar dedicação e empenho
dos homens e mulheres que
este responsável operacional
comanda.
Em dia de festa foram ainda
distinguidos com medalhas da
Liga dos Bombeiros Portugueses vários elementos do corpo
ativo, nomeadamente e o subchefe Vítor Domingos e bombeiro de 3.ª José Catarino homenageados, com medalhas de
valor e dedicação por 30 anos
da associação. Esta foi ainda a
ocasião para oficializar algumas
promoções ntário nas categorias de chefe, subchefe, bombeiros de 1.ª e 2.ª.
Associação e convidados testemunharam a bênção e inauguração de uma ambulância de
socorro (ABSC), apadrinhada
pela benemérita Marcolina Cabrita Andrade.
Estiveram presentes nas co-
memorações, entre outras entidades, o presidente da câmara
municipal de Palmela, Álvaro
Amaro; Rodeia Machado, vice
presidente da LBP; o 2.º co-
CARVALHOS
A
Renovação da estrutura operacional
s promoções do segundo comandante e adjuntos de comando e a inauguração de duas novas viaturas marcaram particularmente a comemoração do 103.º
aniversário dos Bombeiros Voluntários dos Carvalhos.
Fundada a 17 de abril de 1911, a
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários dos Carvalhos
celebrou a efeméride em 4 de maio
com uma série de cerimónias. Destas, importa referir a tradicional romagem aos cemitérios de Pedroso e
de Perosinho, com missa na igreja
paroquial desta última localidade.
Outro momento importante das
comemorações foi o das promoções
dos novos elementos de comando, do novo segundo comandante,
Joaquim José Pereira da Silva, e dos novos adjuntos de comando,
João Manuel Oliveira da Silva e Patrício Miguel Nunes Ramalho.
O programa comemorativo inclui ainda a inauguração de duas
novas viaturas (ABSC e VOPE) e uma outra completamente remodelada (VETA).
Destaque para o facto de ainda este ano os Voluntários dos Carvalhos irem inaugurar o seu novo quartel.
mandante distrital Rui Costa e o
presidente da Federação dos
Bombeiros do Distrito de Setúbal, Eduardo Correia.
Sérgio Santos
30
MAIO 2014
BEJA
Fénix de Honra no 125.º aniversário
A
Associação dos Bombeiros Voluntários de Beja foi distinguida com a
Fénix de Honra da Liga dos Bombeiros
Portugueses (LBP) por ocasião do seu
125.º aniversário. A medalha foi aposta no estandarte da instituição, a convite da LBP, pelo secretário de Estado
da Administração Interna, João Almeida, durante a sessão solene comemorativa.
Na mesma sessão procedeu-se à
entrega de medalhas de assiduidade a
bombeiros e dirigentes e, por fim, à
atribuição do crachá de ouro da LBP ao
comandante Manuel António Baganha.
A LBP esteve representada pelo presidente do conselho executivo, comandante Jaime Marta Soares e também
pelo presidente do conselho jurisdicional da LBP, comandante do Quadro de
Honra Carlos Bucha.
A
A Autoridade Nacional de Protecção
Civil (ANPC) fez-se representar pelo
Director Nacional de Bombeiros
(DNB), Pedro Lopes, bem como pelo
comandante distrital de operações de
socorro. Estiveram ainda presentes, o
vice-presidente da Câmara Municipal
de Beja, Victor Manuel Picado, o presidente da Federação de Bombeiros do
Distrito de Beja, Domingos Favela, o
presidente da Escola Nacional de
Bombeiros (ENB), José Ferreira, o bispo de Beja, outros autarcas, associados, dirigentes e comandos de associações congéneres.
As comemorações tiveram início no
sábado, 17 de Maio, com um simulacro nos Moinhos de Santa Maria, a entrega de diplomas aos sócios com
mais de 25 e 50 anos de inscritos e a
inauguração de uma exposição alusiva
à data.
No dia seguinte, domingo, 18, realizou-se uma romagem de saudade e
homenagem aos bombeiros falecidos
ao cemitério local. Seguiu-se o lançamento da revista evocativa dos 125
anos de história, a sessão solene, o
desfile e um almoço convívio nas instalações da Ovibeja.
Associação Humanitária de Bombeiros
Voluntários Beja aproveitou a realização das comemorações alusivas a 125
anos de vida para lançar uma revista na
qual traça os principais momentos de uma
história tão longa quanto rica.
A edição teve a coordenação de Manuel
M. Conceição e Luis G. Guerreiro. No editorial assinado pela Direcção é lembrado
que “ foi no longínquo ano de 1889, ou
seja no século XIX, que um punhado de “
homens bons “, como na altura se denominavam todos aqueles que por sentimentos
nobres se moviam em nome dos cidadãos,
se dignaram criar uma Associação, de caráter Humanitário colocada ao
serviço da comunidade, que mais tarde se veio a chamar com toda a propriedade Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Beja.”.
ÉVORA, BEJA E FARO
FAFE
Mais rádios SIRESP
Voluntários celebram 124.º aniversário
Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC)
entregou em Beja 276 rádios do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de
Portugal (SIRESP) às 46 associações e corpo de
bombeiros dos distritos de Évora, Beja e Faro.
A entrega, presidida pelo secretário de Estado
da Administração Interna, João Almeida, integrou
o programa comemorativo do 125º aniversário
dos Bombeiros Voluntários de Beja.
Esta entrega segue a outras duas já efectuadas
este ano, de 726 rádios às associações e corpos
de bombeiros dos distritos de Braga, Bragança,
Porto, Viana do Castelo e Vila Real e de 636 aos
bombeiros de Aveiro, Coimbra, Guarda e Viseu.
Proximamente serão entregues mais 962 aos
bombeiros dos restantes distritos, totalizando no
final 2600 rádios atribuídos este ano.
BARREIRO
A
A
Balanço histórico
Sul e Sueste em peregrinação
4.ª peregrinação a Fátima dos Bombeiros
Voluntários do Sul e Sueste, culminou no
dia 13 de maio, congregando a determinação
e fé de perto de uma centena caminhantes,
quase o dobro dos reunidos na edição de
2013.
O espírito de entreajuda, vincado de modo
especial na família dos bombeiros portugue-
ses, permitiu que todos os que iniciaram a caminhada alcançassem a Cova da Iria, num
momento de particular emoção e demonstração de fé.
Entre outros locais, e à semelhança de anos
anteriores, os peregrinos pernoitaram nos
quartéis dos bombeiros voluntários de Pernes
e de Minde.
O
s Bombeiros Voluntários de Fafe assinalaram
o 124.º aniversário com um conjunto de incitativas que permitiu envolver a comunidade
nas comemorações.
O programa incluiu um Mass Training em Suporte Básico de Vida, iniciativa que chamou muitas pessoas ao quartel, onde puderam treinar as
manobras que podem salvar vidas, com a devida
orientação de elementos do INEM e também dos
Voluntários de Fafe.
A Praça 25 de abril foi o cenário escolhido para
a realização de simulacros de incêndio urbano
com salvados, de acidente de viação e de um
resgate de uma vítima de um 4.º andar. Estes
exercícios também contaram com a colaboração
de elementos do INEM.
Á deposição de uma coroa de flores no monumento ao bombeiro, e às habituais romagens
aos cemitérios de Silvares S. Clemente, Moreira
de Rei e Fafe, seguiu-se a receção às autoridades convidadas, junto à Câmara Municipal de Fafe. Depois da celebração
da missa em memória dos dirigen-
tes, associados e bombeiros já falecidos, a formatura dirigiu-se para a parada do quartel, onde
foi inaugurado o elevador, oferecido pela Junta
de Freguesia de Fafe e uma Ambulância de Socorro, adquirida pela associação, com o apoio da
câmara municipal.
As celebrações prosseguiram com a imposição
de medalhas a bombeiros com 10, 15 e 25 anos
de serviço e a promoção de três subchefes a
chefes e de seis estagiários. A animação dos festejos esteve a cargo do Grupo de Cavaquinhos
da associação, do Grupo de Cavaquinhos ARCO
de Santo Ovidio e de Correia e os Caramuscas.
31
MAIO 2014
CASCAIS
Bombeiros na semana do voluntariado
O
Apelo ao debate
s Bombeiros de Portugal são, de norte a sul
do País e nas Regiões Autónomas dos Açores
e da Madeira, uma Instituição Nacional, que merece de todos os portugueses um carinho e uma
atenção especial.
A proteção, no que respeita à saúde, incêndios
urbanos, florestais, industriais, acidentes, catástrofes naturais e outros fenómenos análogos é
confiada a Homens e Mulheres que, independentemente de voluntários ou profissionais, estão
SEMPRE de forma abnegada e incondicional ao
serviço dos portugueses e daqueles que nos visitam.
É uma temática transversal a toda a sociedade, independente do seu credo, da sua ligação
político-partidária ou posição económico-social.
Contudo, nem sempre se fala dos Bombeiros
de forma positiva e construtiva. Os Bombeiros de
Portugal têm uma Instituição Nacional, a Liga dos
Bombeiros Portugueses, que deve estar sempre
ao seu lado, defendendo-os nas mais variadas situações, tais como:
• Seguro dos bombeiros;
• Benefícios aos bombeiros;
• Papel dos bombeiros na estrutura;
• Comando próprio dos bombeiros;
• Que formação/Que escola de bombeiros
queremos;
• Financiamento das Associações;
• Qual o papel futuro das associações;
A
Associação Humanitária de
Bombeiros Voluntários de
Cascais foi uma das entidades
participantes na V Semana de
Voluntariado Jovem da Freguesia de Cascais e Estoril, ao receber mais de meia centena de
crianças desejosas de saber e
poder experimentar os equipamentos próprios dos bombeiros.
A iniciativa de cinco dias, realizada no âmbito da comissão
social de freguesia em que os
bombeiros também participam,
incluiu visitas e experiências
em várias instituições locais no
âmbito de cinco temas: alimentação saudável e património,
segurança e ambiente, mar e
cidadania, deficiência e solidariedade e convívio intergeracional. Em todos estes domínios o
foco principal foi conhecer melhor as práticas de cidadania e
de voluntariado em curso nas
várias instituições, nomeadamente nos bombeiros
ANIVERSÁRIOS
1 de junho
Bombeiros Voluntários de Paredes . . . . . . 130
Bombeiros Voluntários da Moita . . . . . . . . 81
Bombeiros Voluntários
de Lagares da Beira . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Bombeiros Voluntários
de Penalva do Castelo . . . . . . . . . . . . . . . 65
2 de junho
Bombeiros Voluntários de Pinhão . . . . . . . 38
3 de junho
Bombeiros Voluntários de Sousel . . . . . . . 35
Bombeiros Voluntários
de São Vicente e Porto Moniz . . . . . . . . . . 20
4 de junho
Bombeiros Voluntários
de Miranda do Douro . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5 de junho
Bombeiros Voluntários do Soito . . . . . . . . 33
6 de junho
Bombeiros Voluntários
de São Pedro de Sintra . . . . . . . . . . . . . 108
Bombeiros Voluntários de Almeirim . . . . . . 64
7 de junho
Bombeiros Voluntários de Chaves . . . . . . . 78
8 de junho
Bombeiros Voluntários de Pataias . . . . . . . 36
10 de junho
Bombeiros Voluntários
da Arruda dos Vinhos . . . . . . . . . . . . . . 125
Bombeiros Voluntários da Pontinha . . . . . . 35
12 de junho
Bombeiros Privativos das OGMA . . . . . . . . 18
13 de junho
Bombeiros Voluntários
de São Martinho do Porto . . . . . . . . . . . . 107
Bombeiros Voluntários da Lousada . . . . . . 84
14 de junho
Bombeiros Voluntários de Minde . . . . . . . . 41
15 de junho
Bombeiros Voluntários de Arrifana . . . . . . 87
16 de junho
Bombeiros Voluntários de Entre-os-Rios . . . 91
Bombeiros Voluntários de Peniche . . . . . . . 85
20 de junho
Bombeiros Privativos Robinson . . . . . . . . 111
Bombeiros Voluntários de Ermesinde . . . . . 93
21 de junho
Bombeiros Voluntários da Covilhã . . . . . . 139
Bombeiros Voluntários da Amora . . . . . . . 15
22 de junho
Bombeiros Voluntários de Colares . . . . . . 122
Bombeiros Voluntários do Barreiro . . . . . . 82
24 de junho
Bombeiros Voluntários de Sintra . . . . . . . 124
Bombeiros Voluntários
de Oliveira de Azeméis . . . . . . . . . . . . . .108
Bombeiros Voluntários de Nelas . . . . . . . . 94
Bombeiros Voluntários de Barcelinhos . . . . 93
Bombeiros Voluntários
de Viana do Alentejo . . . . . . . . . . . . . . . . 32
25 de junho
Bombeiros Voluntários da Trafaria . . . . . . . 83
Bombeiros Voluntários de Terras do Bouro . 29
Bombeiros Voluntários de Fátima . . . . . . . 11
26 de junho
Bombeiros Voluntários de Loures . . . . . . 127
Bombeiros Municipais de Loulé . . . . . . . . . 87
27 de junho
Bombeiros Voluntários de Valença . . . . . . . 95
Bombeiros Voluntários de Vila Viçosa . . . . . 77
28 de junho
Bombeiros Voluntários
de São Pedro da Cova . . . . . . . . . . . . . . . 36
29 de junho
Bombeiros Voluntários de Odivelas . . . . . 117
Bombeiros Voluntários Famalicenses . . . . . 87
Bombeiros Voluntários
de Paços de Ferreira . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Bombeiros Voluntários
de Paços de Sousa . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Bombeiros Voluntários
de Vila Velha de Rodão . . . . . . . . . . . . . . 65
Fonte: Base de Dados LBP
• Que dirigente para as associações;
• Benefícios e regalias dos dirigentes;
• Modelo de financiamento.
A problemática dos Bombeiros é algo que a todos diz respeito.
Numa altura em que se inicia mais um processo conducente à realização de eleições na LIGA
DOS BOMBEIROS PORTUGUESES, na qualidade
de Presidente da Direção dos Bombeiros Voluntários de Penalva do Castelo, exorto os dois candidatos, que se perfilam para a corrida à liderança
do Conselho Executivo da Liga, a debaterem publicamente o tema “BOMBEIROS DE PORTUGAL”.
Este debate visa, não só conhecer os objetivos
de cada candidatura, mas também a colocar na
ordem do dia os Bombeiros e a sua importância
na sociedade. Este deverá acontecer nos órgãos
de comunicação social para o efeito.
Será de todo conveniente, e a bem da nossa
causa, sentar frente-a-frente Joaquim Rebelo
Marinho e Jaime Marta Soares para, num debate
franco, frontal e aberto, se conhecerem as ideias
que norteiam as respetivas candidaturas.
Saudando os Bombeiros de Portugal, renovo o
“desafio” a ambos e fico a aguardar que este apelo seja acolhido positivamente por ambos os candidatos.
José Albuquerque,
Presidente Direção Bombeiros Voluntários de
Penalva do Castelo
em maio de 1994
32
MAIO 2014
GENERAL GRAVE PEREIRA TOMA POSSE NA ANPC
Fotos: MAI
Aposta na avaliação e cultura de segurança
C
hama-se Francisco Grave
Pereira, é Major General do
Exército e tomou posse como
novo presidente da Autoridade
Nacional de Proteção Civil
(ANPC) no passado dia 19 de
maio - cinco dias após ter tido
início a Fase Bravo do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF). Aos
52 anos de idade, Grave Pereira
é o segundo presidente da
ANPC nomeado por este Governo, nomeação de mais um militar que acontece depois da saída de Manuel Couto para a liderança da GNR. O agora presidente da ANPC tem um vasto
currículo na área militar e encontrava-se a desempenhar
funções como Subdiretor-Geral
da Direção-Geral de Infraestru-
turas do Ministério da Defesa
Nacional.
Com ar discreto e discurso direcionado aos agentes de proteção civil, Grave Pereira assumiu na cerimónia de posse algumas posições pessoais face à
forma como vê o sistema e o
pretende liderar referindo por
exemplo a necessidade de se
continuar a apostar na “preven-
ção e sensibilização da população em geral, levando a que sejam evitados comportamentos
de risco”. “Comportamentos de
risco que muitas vezes levam a
ocorrências graves e que muitas das vezes têm por base a
ignorância”, disse. Esta é uma
“tarefa de fôlego” que deve começar na família, passar pela
escola e envolver a sociedade
LOUVOR/REPREENSÃO
À Comunidade Intermunicipal do Algarve
(AMAL) por mais uma vez ter decidido reforçar a
verba paga pela ANPC aos bombeiros que integram o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais (DECIF 2014).
Ao Ministério da Economia por ter empatado
até agora a publicação do novo regulamento de
transporte de doentes elaborado entre o Ministério da Saúde e a Liga dos Bombeiros Portugueses.
A Crónica
do bombeiro Manel
O
h amigos, eu às vezes não percebo bem onde estou nem percebo para onde querem ir os bombeiros. Falamos muito da identidade
dos bombeiros, que nos fazem isto e
aquilo e depois andamos atrás do
que os outros têm, sabe-se lá porquê. Há quem goste disso.’
Agora pelos vistos querem pôr-nos
de boina. A PSP, os militares e a GNR
já as têm e, pelos vistos, para sermos “diferentes” também queremos
tê-las. O que é que se está a passar?
Há quem goste
Vejam lá se acertam no que querem. Eu vou continuar a usar o bivaque de sempre. Foi assim que me fiz
bombeiro e não vejo razão nenhuma
para ser diferente. Outros gostam de
andar à “moda” e se calhar é por isso
que nos põem à moda noutras coisas…
Se calhar é por isso que os senhores comandantes de bombeiros que
foram para os comandos distritais
esqueceram a sua farda de origem e
passaram a vestir-se de morcegos,
ou não é isso que parece? Os militares que lá andam também deixaram
a farda de origem? Não é isso que
vejo. Mas os nossos infelizmente esquecem rapidamente as origens, ou
não é assim.?!
Também há outra coisa que não
percebo e para a qual já tentei arranjar uma resposta mas nada. Como é
possível ver nos Canarinhos, comandantes de bombeiros que são chefes
de grupo comandados por chefes de
brigada que são bombeiros de 1ª?
em geral, no sentido de criar
uma cultura de responsabilidade individual e coletiva, sublinhou. Apelando à participação
de todos no sistema de proteção civil, o novo presidente fez
também uma referência especial às associações humanitárias de bombeiros, referindo-se
às mesmas como um dos pilares fundamentais do sistema.
Mais à frente, Grave Pereira sublinhou a necessidade de se
proceder a uma avaliação anual
e contante de todo o trabalho
realizado pois só assim, sublinha, as coisas poderão “evoluir”.
Antes mesmo de Grave Pereira, o ministro da Administração
Interna elogiou o trabalho do
antigo presidente da ANPC, o
tenente-general Manuel Couto,
sublinhando logo de seguida
que o novo presidente, além de
competências no domínio do
Não dá para perceber. Será que ainda ninguém viu isto?
Ainda há pouco tempo se falou dos
generais e almirantes a mais nas forças armadas. Nos bombeiros qualquer dia também sobram generais.
Não tenho nada contra os doutores,
antes pelo contrário. É bom que entre
nós, ao contrário dos tempos em que
fui para os bombeiros, haja cada vez
mais gente formada, doutores até,
mas não se esqueçam que continuamos a ser um exército e um exército
planeamento, que são importantes para esta função” e de
uma formação em engenharia,
“que não é despicienda para
este tipo de função e responsabilidades”, é uma pessoa com
“capacidade de comando e de
interessar e envolver todos na
missão que agora abraça”.
No final da cerimónia de posse, e em declarações ao ‘BP’,
Jaime Marta Soares, presidente
do Conselho Executivo da Liga
dos Bombeiros Portugueses
(LBP) referiu que a escolha do
novo presidente “cabe” ao Governo, acreditando a Liga que o
clima de “diálogo” estabelecido
com o presidente cessante vai
continuar a “bem do futuro”
dos bombeiros portugueses.
Jaime Marta Soares diz-se confiante de que o caminho percorrido até agora é para “prosseguir”.
PC
vive basicamente dos soldados. Fica
só o reparo, não levem a mal.
[email protected]
FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Patrícia
Cerdeira, Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses –
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