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Especial: 20 anos do Encontro Técnico e Fenasan e o panorama atual desta realização em 2009 Ano X - Nº 33 - Abril / Maio / Junho 2009 x Impressa em papel reciclado sustentabilidade O atendimento das necessidades atuais com a garantia das necessidades futuras Entrevista Raí Oliveira O atleta Raí fala sobre as motivações que o fizeram montar a Fundação Gol de Letra e muito mais... >> Artigos técnicos sobre aplicações de formas sustentáveis no setor de saneamento ambiental >> Amigos homenageiam o mestre Milton Tomoyuki Tsutiya >> “Causos” do Saneamento conta como um gato tumultuou uma obra da Sabesp Cabeçalho L NAS DISPONÍVE 100, N BITOLAS: D 0, 20 N DN150, D N300. DN250 E D LANÇAMENTO LINHA AMANCO BIAX Inovação e tecnologia com a qualidade da marca Amanco. A Amanco inova mais uma vez e é a empresa pioneira em oferecer uma solução em tubos plásticos para atender às redes de pressão PN16. Pesquisas e avanços tecnológicos sobre o processamento do PVC permitiram o desenvolvimento do conceito PVC biorientado (PVC-O), que consiste na reorganização das cadeias moleculares do PVC nos sentidos circunferencial e longitudinal. Molécula ANTES do processo de biorientação. Molécula DEPOIS do processo de biorientação. • • • • Resistência Robustez Leveza Flexibilidade Para mais informações, acesse www.amanco.com.br 2 Saneas abril / Maio / junho | 2009 Editorial Sustentabilidade, nosso compromisso com as futuras gerações O conceito de sustentabilidade envolve uma série de ações, de ordem ambiental, social, cultural e política, para a garantia das condições de qualidade de vida às gerações futuras. Mas é na esfera econômicofinanceira, especialmente no segmento industrial, é que vemos a sua inserção de forma bastante complexa, considerando que esse segmento sempre procurou produzir com custos reduzidos. Hoje a indústria já discute a importância da Sustentabilidade e implementa ações com o conceito: “Produção + Limpa”. Na sessão Ponto de Vista, nesta edição assinada por Marcelo Morgado, assessor de Meio Ambiente da Sabesp, é destacada como se “fazer mais com menos” dentro de uma empresa de saneamento e todas as implicações. Mas o fato é que políticas de sustentabilidade podem garantir, além da preservação dos recursos naturais e do meio ambiente, maior resistência das companhias em tempos de crise. Pesquisas internacionais indicam que as organizações que inserirem sustentabilidade em suas estratégias e operações terão seu futuro mais garantido em tempos incertos. No Brasil, a sustentabilidade também é uma tendência. De acordo com levantamento da Fundação Getúlio Vargas, 52% das companhias brasileiras desenvolvem algum tipo de iniciativa voltada para sustentabilidade. O levantamento apontou, ainda, que 62% das companhias já se valem de critérios socioambientais para escolher seus fornecedores. Isto pode ser constatado na Fenasan 2009, onde poderemos conhecer as novidades tecnológicas que nossos expositores apresentarão nos dias 12, 13 e 14 de agosto no Expo Center Norte. Nesta edição vocês terão a oportunidade de ler uma matéria histórica em abril / Maio / junho | 2009 comemoração à 20ª edição do Encontro Técnico e da Fenasan, onde procuramos mostrar a evolução e o crescimento dos dois eventos da AESabesp, considerada hoje a mais importante feira de saneamento ambiental da América Latina e onde são apresentados os mais recentes experimentos técnicos e as novidades tecnológicas desenvolvidos pelas industrias de materiais e equipamentos para o saneamento ambiental. Ainda nessa edição, os leitores contarão com uma entrevista do ex-atleta Raí Oliveira, que hoje faz um trabalho interessante voltado à sustentabilidade social, à frente da Fundação Gol de Letra. E os nossos artigos técnicos também enfocam com muita propriedade a sustentabilidade técnica, operacional, ambiental e econômica na esfera do saneamento. Na página da Palavra de Amigo, tem a história de dois engenheiros que ficaram mais próximos depois que se aposentaram e vejam o que um inocente gato aprontou numa obra da Sabesp, na página dos nossos “Causos”. Também registramos uma homenagem muito importante dos amigos da Sabesp ao saudoso Eng. Milton Tomoyuki Tsutiya. Para nós, da Revista Saneas, a partida desse grande amigo deixará muita saudade. Ele era membro do nosso Fundo Editorial e um dos profissionais mais admirados e respeitados do setor. Sua sabedoria e ensinamentos marcarão para sempre a força da sua existência. Na foto abaixo, registramos sua presença numa das reuniões de pauta da Revista Saneas. Eng. Luiz Narimatsu Presidente da AESabesp Reunião de pauta da Saneas, com Silvana Nogueira, Dione Morita, Luiz Narimatsu, Maria Lúcia Andrade, Milton Tomoyuki Tsutiya e Miriam Moreira. Saneas 3 Índice Expediente Saneas é uma publicação técnica bimestral da Associação dos Engenheiros da Sabesp DIRETORIA EXECUTIVA Presidente - Luiz Yukishigue Narimatsu Vice-Presidente - Pérsio Faulim de Menezes 1º Secretário - Nizar Qbar 2º Secretário - Ivo Nicolielo Antunes Junior 1º Tesoureiro - Luciomar Santos Werneck 2º Tesoureiro - Nélson Luiz Stábile 10 Para a sustentabilidade, matéria tema o mundo é o melhor lugar Ponto de vista 05 Performance ambiental para uma Empresa de Saneamento: Como monitorar? entrevista 18 Raí Oliveira, um famoso agente da sustentabilidade social Visão de mercado 20 Sustentabilidade, esse conceito veio para ficar artigo técnico 21 A Gestão de controle de Perdas e a busca da Eficiência Operacional e Energética 28 ETE Jales: um exemplo de sustentabilidade 33 Aproveitamento de água de chuvapara fins não potáveis especial 41 20 anos de Encontro Técnico e Fenasan memória 55 Em memória de Milton Tomoyuki Tsutiya “causos” do saneamento 57 Deu Gato no cruzamento da República do Líbano com a Ibirapuera palavra de amigo 58 Uma amizade que transcendeu à atividade de trabalho 4 Saneas DIRETORIA ADJUNTA Diretor de Marketing - Carlos Alberto de Carvalho Diretor Cultural - Olavo Alberto Prates Sachs Diretor de Esportes - Gilberto Margarido Bonifácio Diretor de Pólos - José Carlos Vilela Diretor de Projetos Socioambientais - Ivan Norberto Borghi Diretora Social - Cecília Takahashi Votta Diretor Técnico - Choji Ohara CONSELHO DELIBERATIVO Aram Kemechian, Carlos Alberto de Carvalho, Choji Ohara, Gert Wolgang Kaminski, Gilberto Margarido Bonifácio, Helieder Rosa Zanelli, José Carlos Vilela, Ivan Norberto Borghi, Luis Américo Magri, Marcos Clébio de Paula, Nélson César Menetti, Olavo Alberto Prates Sachs, Ovanir Marchenta Filho, Sérgio Eduardo Nadur e Valter Katsume Hiraichi CONSELHO FISCAL José Marcio Carioca, Gilberto Alves Martins e Paulo Eugênio de Carvalho Corrêa Pólos da Região Metropolitana de São Paulo - RMSP Coordenador - Aram Kemechian Costa Carvalho e Centro - Maria Aparecida S.P. dos Santos Leste - Luis Eduardo Pires Regadas Norte - Robson Fontes da Costa Oeste - Evandro Nunes de Oliveira Ponte Pequena - Mercedino Carneiro Filho Sul - Paulo Ivan Morelli Fransceschi Pólos AESABESP Regionais Coordenador - Helieder Rosa Zanelli Baixada Santista - Ovanir Marchenta Filho Botucatu - Osvaldo Ribeiro Júnior Franca - Marcos Marcelino de Andrade Cason Itapetininga - Rubens Calazans Filho Lins - Marco Aurélio Saraiva Chakur Presidente Prudente - Robinson José de Oliveira Patricio Vale do Paraíba - José Galvão F. Rangel de Carvalho CONSELHO EDITORIAL - Jornal AESabesp Sonia Regina Rodrigues (Coordenadora) FUNDO EDITORIAL Silvana de Almeida Nogueira (Coordenadora) Antonio Soares Pereto, Dione Mari Morita, Luiz Narimatsu, Maria Lúcia da Silva Andrade, Milton Tomoyuki Tsutiya (em memória), Miriam Moreira Bocchiglieri Coordenador do site: Luis Américo Magri JORNALISTA RESPONSÁVEL Maria Lúcia da Silva Andrade - MTb.16081 PROJETO VISUAL GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Neopix Design [email protected] www.neopixdesign.com.br Associação dos Engenheiros da Sabesp Rua 13 de maio, 1642, casa 1 Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SP Fone: (11) 3284 6420 - 3263 0484 Fax: (11) 3141 9041 [email protected] www.aesabesp.com.br abril / Maio / junho | 2009 POnto de vista Marcelo Morgado Marcelo Morgado é engenheiro químico e assessor de Meio Ambiente da Presidência da Sabesp. Sua experiência de mais de 10 anos na área de gestão de meio ambiente e segurança em empresas de grande porte, com vivência internacional, credencia sua atuação nas respectivas especialidades: Sistemas de gestão de meio ambiente, saúde, segurança e qualidade; Tratamento de efluentes e reuso de água; Relacionamento com partes interessadas; Manutenção geral e de utilidades; Engenharia e controle de qualidade. Performance ambiental para uma Empresa de Saneamento: Como monitorar? A sustentabilidade é um tema decantado por mento demográfico cria incremento vegetativo no toda parte, objeto de seminários, planos estratéconsumo de bens primários como alimentos, vesgicos das empresas e definitivamente incorporatuário etc. das camadas mais desfavorecidas. Já os da ao jargão do mundo corporativo. É consenso contingentes crescentes de classe média, em busca que o único caminho para o crescimento seguro de afluência, geram demanda por bens mais sofise de longo prazo para um negócio está em incorticados e novos. A capacidade do planeta de prover porar no processo de decisão o tripé da solidez recursos naturais de um lado e de outro absorver econômico-financeira, responsabilidade social e as emissões, efluentes e resíduos, já está superada pró-atividade ambiental. em pelo menos 30%. Portanto, o desafio vai além É inegável a eloqüência da definição de desendo ferramental tradicional, que recorre a mais tecvolvimento sustentável mais em voga, concebida nologia. Desta vez é preciso reconversão de compioneiramente pela Comissão Brundtland: “o deportamento e autolimitação da humanidade como senvolvimento que satisfaz as necessidades presenespécie, que precisa adotar urgentemente padrões tes, sem comprometer a capacidade das gerações de consumo sustentáveis. futuras de suprir suas próprias necessidades”. Outros obstáculos e estes intransponíveis são Porém é complexa a missão de os impedimentos termodinâmicos, é preciso construir a sustentabilidade no coque não foram violados em parte altidiano das empresas. Inúmeros são guma e impedem motos-contínuos reconversão de os obstáculos para tornar o conceito de 1ª e 2ª espécie. Ou seja, não se comportamento operacional e nele alicerçar as políconsegue realizar trabalho sem pere autolimitação ticas, diretrizes e objetivos estratédas de energia na forma de calor e da humanidade, gicos de uma companhia. Um prinem vencer a tendência ao aumencomo espécie, que meiro conflito é com o crescimento, to de entropia. Assim, não se pode precisa adotar que impõe maior demanda por reconstruir máquinas térmicas com urgentemente cursos naturais e gera mais resídurendimento 100 %, nem gerar e dispadrões de os, efluentes e emissões. Mesmo a tribuir eletricidade sem perdas. incorporação de mais produtividaHá ainda a enorme dificuldade consumo de, redução do desperdício, adoção na incorporação no planejamento sustentáveis de inovação tecnológica para “fazer econômico das chamadas externalimais com menos”, podem ser insuficientes para dades ambientais, ou seja, considerar os impactos reduzir significativamente em termos específicos ambientais, diretos e indiretos, nas contabilidades (por unidade de produto), como em termos abdas empresas e daí afetando o processo de decisolutos (valores agregados) consumos de água, são. Os negócios são regidos por números e indienergia, combustível e matérias-primas e a geracadores (“KPI’s – Key Process Indicators”). Porém ção de resíduos e efluentes e emissão de gases. os danos ao meio natural não são em geral estiNum mundo que enfrenta o aquecimento glomados pela economia clássica, que não responde bal e precisa baixar muito a emissão de gases de a perguntas emblemáticas. Como quanto vale um efeito estufa, não basta ser mais eficiente. Para pingüim? Apenas o que entra na cadeia de valor, equacionar o megaproblema, é necessário, mais como animais silvestres caçados pela pele, carne do que nada, desarmar as bombas da explosão etc. assumem preços definidos. demográfica e do consumismo. O simples cresci- abril / Maio / junho | 2009 Saneas 5 Ponto de vista Temos a considerar ainda a disputa e mesmo conflito entre os processos de redução de impactos ambientais. Ao instalarmos, por exemplo, um lavador cáustico de gases de combustão e em série um precipitador eletrostático, reduzimos as emissões de gases sulfurados. Porém a energia que consumimos (sobretudo na Europa e EUA) pode estar sendo gerada numa usina termoelétrica, em que se queima carvão e onde o abatimento da poluição dos gases pode ser bem menos eficiente ou até ausente. Se este dilema técnico pode parecer complexo demais, abordemos algo aparentemente mais simples: O que é mais sustentável: Usar toalhas de panos ou de papel? Na 1ª opção, temos maior consumo de água por unidade de consumo eficiente com as lavagens freqüentes. Isto acreditamos supera o conteúdo de água embutido em folhas de papel, que atendam o mesmo serviço de enxugamento de mãos. Na 2ª alternativa, há maior geração de resíduos, nem sempre reciclados. Felizmente, foi desenvolvida a Análise de Ciclo de Vida (NBR 14040), uma ferramenta útil para se guiar neste emaranhado de efeitos, que permeiam as cadeias de suprimentos, produção, distribuição e comercialização e abarcam mesmo o pós-venda, incluindo a vida útil e a destinação pós-consumo. Há decerto deficiências nos bancos de dados, refletindo a realidade local, para por exemplo, disponilizar os consumos de combustível por km rodado, de água por hectare plantado, energia elétrica por unidade produzida etc. típicos para cada país ou região. Porém mesmo que isto fosse superado, nos defrontaríamos com um dilema insanável: o que é melhor? Um bem que consome mais água ao longo de todo seu ciclo produtivo normal ou outro, que embora exigindo menos água, requer mais energia? Esta já constitui situação suficientemente desafiadora, mas que tal agregar nessa mesma comparação, com somente dois itens, com mesma eficiência no uso e totalmente intercambiáveis, outros fatores de comparação como: quantidade de emissões, geração de resíduos etc. por unidade, criando uma matriz com n-variáveis sem uma solução clara. Podemos ir ainda mais adiante. No tocante ao quesito geração de resíduos, não é razoável nos restringirmos a uma mera comparação quantitativa, seja gravimétrica ou volumétrica. É preciso pesar a periculosidade e esmiuçar os aspectos de persistência, efeitos tóxicos, cancerígenos, mutagênicos, teratogênicos. Há ainda as novas fronteiras dos protocolos ambientais como o incômodo do ruído, mesmo que dentro de limites legais; a intrusão na paisagem ou o juízo paisagístico e urbanístico do que é belo ou feio. Há que pesar ainda o princípio da precaução, que recomenda a cautela sobre o pouco estudado, sobre o que não se 6 Saneas pode conhecer agora, pois somente o tempo irá nos revelar via estudos epidemiológicos e ecológicos. Outra questão, que por vezes passa despercebida, é que os ganhos de eficiência proporcionados na vida útil de um novo produto tem que ser amortizados ao longo da vida útil. Isto vale para o conteúdo de energia que foi consumido em sua produção. Este era o problema para a 1ª geração de células fotovoltaicas, que gerava menos eletricidade até o seu descarte, que a consumida em sua fabricação. Não estou decerto advogando a inutilidade de todos estes recursos para apreender os resultados das ações antrópicas. Ao contrário, cabe aperfeiçoar continuamente as metodologias e aprimorar os bancos de dados para torná-los mais consistentes e precisos. Este é o caminho a seguir para se pautar de forma objetiva decisões racionais, para minimizar os danos do progresso humano, que hoje, mais do que nunca, tangenciam os limites neomalthusianos na capacidade do planeta de nos fornecer insumos e absorver nossos desperdícios. Ou seja, como espécie animal somos insustentáveis, pois mais vorazes que gafanhotos e sem inimigos naturais que nos façam frente, pondo em risco não só nossa sobrevivência a longo prazo, como levando à extinção outras espécies na nossa espaçonave Terra. O lema do ambientalismo é pensar globalmente e agir localmente. Todo cidadão pode fazer a diferença em seu pedacinho do planeta. Isto vale ainda mais para as empresas que contam com recursos para contribuir para a sustentabilidade tanto nas suas atividades-fim como apoiando iniciativas da sociedade civil e de voluntariado de seus empregados e outras partes interessadas. Porém para rodar o PDCA (Planejar, Desenvolver, Checar e Agir), para qualquer atividade, é preciso operar com dados concretos da realidade. Isto vale para a performance ambiental de uma empresa. Novamente abril / Maio / junho | 2009 ponto de vista a análise independente dos diversos indicadores para consumo de água, energia e matérias-primas e geração de resíduos peca por oferecer uma visão parcial multifacetada. Isto porque prevalece um forte interelacionamento. Por exemplo, emissões gasosas tratadas em lavadores, resultam em efluentes líquidos, que tratados geram resíduos. Aliás a redução de peso e volume dos poluentes é o objetivo central do controle de poluição, redundando em se passar em geral dos estados gasoso para líquido e deste para sólido. Isto reproduz de perto ciclos naturais de lixiviação e lavagem pela chuva, sedimentação e degradação conforme o esquema abaixo que tenta mostrar o paralelo entre alguns mecanismos naturais e os tratamentos anti-poluição desenvolvidos. Por esta razão, vem se tornando prática corrente adotar fórmulas que ponderam estes diversos KPI’s em fórmulas que oferecem valores de 0 a 100%, Isto torna factível comparar plantas operacionais entre si, em um exercício de benchmarking e cada planta com sua própria série histórica, em um desafio permanente de superação. Tais indicadores, conhecidos como EII – Environmental Impact Index, buscam açambarcar de forma holística os impactos das atividades em campos diversos, mas sobretudo sobre a ar, água, solo e energia. Também tornam factível para empre- abril / Maio / junho | 2009 sas multisite como a Sabesp, contar com um número único, expressando uma grande gama de informações e facilitando o acompanhamento de resultados pelos tomadores de decisão. É importante sempre ter em mente que mais monitoramento significa custos e embute riscos de burocratização. Assim cada medição e registro adicional deve passar pelo escrutínio de sua efetiva utilidade. A freqüência de coleta dos dados da mesma forma deve considerar a experiência de variação e o comportamento de cada parâmetro. Uma métrica formada de vários indicadores não exige mais esforço em monitoramentto, mas é uma forma de expressar vários aspectos da realidade. No caso da Sabesp, uma empresa que nas palavras de seu Presidente Gesner Oliveira, tem no meio ambiente sua razão de ser e se projeta rumo ao negócio das soluções ambientais, os indicadores de eficiência ambiental se confundem com os operacionais, intrínsecos às atividades de abastecimento de água e tratamento de esgotos. Assim temos que ser criativos em propor algo que atenda às nossas peculiaridades e às do setor. A Superintendência de Gestão Ambiental construiu e iniciou o uso em 2009 de uma média ponderada que leva em conta os vários aspectos do gerenciamento. Saneas 7 ponto de vista O que propomos nesta contribuição é provocar a discussão entre os engenheiros sabespianos de um arranjo semelhante, para cobrir os principais aspectos do que fazemos em relação ao meio ambiente. Esta seria a base para um ranking ambiental das unidades de negócio. Além de fomentar uma competição sadia pela melhoria contínua, se administraria os avanços atingidos. Nisto seguiríamos na esteira do ranking recém-estabelecido para as UN’s operacionais, considerando cinco das metas do BSC. A proposta para esta métrica, que poderia ser denominada “Indicador de Desempenho Ambiental Sabesp (IDEAS)” serviria ainda como mais um instrumento de gestão, enquanto não se tem o SGA ISO 14001 implantado de forma mais ampla. Uma possibilidade futura seria incorporar uma métrica semelhante, expressando vários indicadores de performance ambiental, relevantes para o setor, ao Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS) do Ministério das Cidades, Assim se estenderia o processo de “benchmarking” para o universo das concessionárias. A tabela ao lado mostra como poderia se montar um indicador, basicamente qualitativo, para cada ETA e ETE. Fator de Pont. Métrica Performance 0,8 Energia I1 0,9 1,0 Lodo de ETA I2 Lodo de ETE I3 Efluentes de ETE I4 Sabesp 3R’s (Coleta Seletiva) I5 consumo de eletricidade em kWh por m3 de água + esgoto Nível Nescessário manter ou aumentar consumo redução de 0 a 3% no ano redução superior a 3% no ano 0,8 lançamento em corpo d’água 0,9 desaguamento com disposição em aterro 1,0 desaguamento e reciclagem 0,8 disposição em aterro 0,9 produção de composto agrícola 1,0 produção de composto agrícola e reaproveitamento do biogás 0,8 lançamento em corpo d’água 0,9 reúso de até 5% 1,0 reúso maior que 5% 0,8 quando não implantada 0,9 quando só há segregação de sucatas metálicas e óleo lubrificante 0,95 quando se segrega papel/papelão, plástico, óleo lubrificante e vidro 1,0 quando se segrega também lâmpadas fluorescentes e de descarga e se realiza a compostagem Pontuação: ETAs: IT = I1.I2.I5 (valor mínimo: 0,51; valor máximo: 1,0) ETEs: IT = I1.I3.I4.I5 (valor mínimo: 0,41; valor máximo: 1,0) Trata-se é claro, de como o próprio acrônimo indica, uma “idéia” e fico satisfeito em poder usar o espaço da revista da AESABESP para compartilhá-la com os colegas engenheiros e o público leitor. 8 Saneas abril / Maio / junho | 2009 R matéria Cabeçalho tema Para a sustentabilidade, o mundo é o melhor lugar Ao invés de ser nosso abrigo, a terra pode se transformar num habitat insustentável, se a sociedade não repensar no seu fundamental papel de suprir as necessidades da geração presente, sem afetar as necessidades das gerações futuras. Parece uma ação simples, mas dar forma à mesma envolve uma série de habilidades: percepção, conscientização, conhecimento, ação, esforço e resistência, pois muitos interesses antagônicos habitam o incentivo ao alto consumismo e descuido com a preservação. Daí a necessidade de se criar um conceito sistêmico de sustentabilidade relacionado com a continuidade da excelência dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais de todo o Planeta, mas com o extremo cuidado de que na formação dessa estrutura esteja contido o conceito da conservação das riquezas naturais, evitando que o “gérmen” da utilização desenfreada acabe provocando a sua própria destruição. 10 Saneas abril / Maio / junho | 2009 Matéria Tema Todavia, para se passar do conceito à prática, a sustentabilidade abrange vários níveis de organização, a começar da relação com o seu vizinho até a relação postural com o todo o universo. Basicamente, para um empreendimento humano ser sustentável, o mesmo tem que corresponder a quatro requisitos básicos: Ser ecologicamente correto; Ser economicamente viável; Ser socialmente justo; Ser culturalmente aceito. Hoje, o termo “desenvolvimento sustentável” é amplamente usado, para qualificar atividades de todas as ordens, sejam elas dirigidas para um modelo econômico, político, social, cultural ou ambiental. Esta concepção começa a se formar e a se difundir junto com o questionamento do estilo de desenvolvimento adotado, quando se constata que este é ecologicamente predatório na utilização dos recursos naturais, socialmente perverso com geração de pobreza e extrema desigualdade social, politicamente injusto com concentração e abuso de poder, culturalmente alienado em relação aos seus próprios valores e eticamente censurável no respeito aos direitos humanos e aos das demais espécies. Dessa forma, o conceito de sustentabilidade também comporta formas segmentadas de ação, conforme o foco de sua concepção: Sustentabilidade Social - melhoria da qualidade de vida da população, com geração de renda e equidade na sua distribuição, bem como a indução da diminuição das diferenças sociais, com participação e organização popular; Sustentabilidade Econômica - regularização do fluxo de investimentos de organismos públicos e privados, por meio de uma equação de compatibilidade entre padrões abril / Maio / junho | 2009 a sustentabilidade abrange vários níveis de organização, a começar da relação com o seu vizinho até a relação postural com o todo o universo. de produção e consumo, visando o equilíbrio de balanço de pagamento e priorizando o acesso à ciência e tecnologia; Sustentabilidade Ecológica – aplicação dos recursos naturais nos sistemas de sustentação da vida, com a minimização de danos, por meio da redução dos resíduos tóxicos e da poluição, da reciclagem de materiais, da utilização de tecnologias limpas e de maior eficiência e regras para uma adequada proteção ambiental; Sustentabilidade Cultural – valorização do respeito aos diferentes valores entre os povos e incentivo a processos de mudança que acolham as especificidades locais; Sustentabilidade Espacial – propagação do equilíbrio entre o rural e o urbano, também com foco no equilíbrio de migrações, que geram a desconcentração das metrópoles, a adoção de práticas agrícolas mais inteligentes e não agressivas à saúde e ao ambiente, bem como o manejo sustentado das florestas e industrialização descentralizada; Sustentabilidade Política - no caso do Brasil, a evolução da democracia representativa para sistemas descentralizados e participativos, construção de espaços públicos comunitários, maior autonomia dos governos locais e descentralização da gestão de recursos; Sustentabilidade Ambiental - conservação geográfica, equilíbrio de ecossistemas, erradicação da pobreza e da exclusão, respeito aos direitos humanos e integração social. Saneas 11 Matéria Tema Desenvolvimento Sustentável ■■ O grande marco para o desenvolvimento sustentável mundial foi, sem dúvida, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992 (a Rio 92), onde se aprovaram uma série de documentos importantes, dentre os quais a Agenda 21, um plano de ação mundial para orientar a transformação desenvolvimentista, identificando, em 40 capítulos, 115 áreas de ação prioritária. A Agenda 21 apresentou, como um dos principais fundamentos da sustentabilidade, o fortalecimento da democracia e da cidadania, através da participação dos indivíduos no processo de desenvolvimento, combinando ideais de ética, justiça, participação, democracia e satisfação de necessidades. O processo, iniciado no Rio em 92, reforça que antes de se reduzir a questão ambiental a argumentos técnicos, deve-se consolidar alianças entre os diversos grupos sociais responsáveis pela catalisação das transformações necessárias. Dentre alguns dos focos discriminados na Agenda 21, podemos destacar: ■■ cooperação internacional, ■■ combate à pobreza, ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ DANIEL GARCIA/AFP/Getty Images ■■ mudança dos padrões de consumo, habitação adequada, integração entre meio ambiente e desenvolvimento na tomada de decisões, proteção da atmosfera, abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recursos terrestres, combate ao desflorestamento, manejo de ecossistemas frágeis: a luta contra a desertificação e a seca, promoção do desenvolvimento rural e agrícola sustentável, conservação da diversidade biológica, manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas com os esgotos, fortalecimento do papel das organizações nãogovernamentais: parceiros para um desenvolvimento sustentável, iniciativas das autoridades locais em apoio à agenda 21 àcomunidade científica e tecnológica, fortalecimento do papel dos agricultores, transferência de tecnologia ambientalmente saudável, cooperação e fortalecimento institucional, desenvolvimento da ciência para o desenvolvimento sustentável, promoção do ensino, da conscientização e do treinamento. Abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, que resultou no documento Agenda 21. 12 Saneas abril / Maio / junho | 2009 Matéria Tema Você integrado à sustentabilidade Para o jornalista André Trigueiro, professor de Jornalismo Ambiental na PUC-RJ e responsável pela coluna “Mundo Sustentável” na rádio CBN, a necessidade de mudar hábitos e comportamento deixou de ser opção para tornar-se necessidade. Se você se preocupa com o futuro, sustentabilidade, mais do que um assunto em voga, tem que fazer parte da sua vida, de forma contundente, seja no seu meio corporativo ou nos assuntos do seu dia a dia. Há cerca de 15 anos, sustentabilidade era mais relacionada como uma preocupação com o meio ambiente, mas hoje o seu conceito avança para bases importantes da cidadania, como a revisão de padrões sociais mais éticos e diversificados, além do consumo consciente, seja de bens pessoais, elementos descartáveis ou de uso racional, principalmente de água e energia. Seguir os princípios da sustentabilidade é um caminho seguro para o desenvolvimento de seres humanos mais completos e capazes de criar um “modus operandi” melhor para as relações entre os homens e com a natureza. As pessoas precisam fazer a sua parte, mas também cabe às empresas e às políticas públicas elaborar programas motivacionais, que estimulem ações próativas para que a sustentabilidade também seja desenvolvida na casa das pessoas: como a reciclagem de lixo, o uso correto de energia e água, por exemplo. Presente no mercado desde 1978 e em permanente processo de evolução tecnológica, a LAMON oferece soluções em medição de vazão, nível e pressão, além de pesquisa em vazamento. Com alto nível tecnológico e atraente relação custo x benefício, tanto nos equipamentos desenvolvidos e fabricados por técnicos próprios quanto aqueles produtos das empresas representadas. Marcas internacionais, com patentes de tecnologia reconhecidas por sua excelência, presentes nos maiores empreendimentos de saneamento do mundo: ITRON, FISHER, GE Sensing, ISOIL e SolidAT. Lamon, especialização e diversidade de soluções em saneamento. 1° Medidor de Vazão Eletromagnético operado a bateria e com modem GPRS integrado. DN3 a DN2000 e inserção ISOIL Registrador eletrônico de diferencial de pressão e pressão para utilização com tubo de pitot. 1° equipamento do mercado capaz de indicar, simultaneamente, pressão, vazão, velocidade e totalização em seu display. MDH-600-300C - LAMON abril / Maio / junho Medidor de Vazão Ultrassônico Mede vazão de água e esgoto em tubos de 10 a 7.200 mm. PT-878 - GE LAMON PRODUTOS LTDA (031)2552-0160 / 2552-0960 | 2009 Medidor Ultrassônico de Nível Smart Scan SOLID www.lamon.com.br [email protected] Geofône Eletrônico XLT-30-B - Fisher Sistema de Monitoramento / Datalogger de Ruído - ferramenta essencial no combate e gerenciamento das perdas de água nos sistemas de abastecimento nas empresas de saneamento, através da Internet. MLOG - ITRON Correlacionador de Ruídos Multiponto ZCORR - ITRON Saneas 13 Matéria Tema Exemplos de grandes ações para a sustentabilidade do Planeta Coleta seletiva e reciclagem: A evolução da coleta seletiva e reciclagem de resíduos no Brasil vai muito além da preocupação da população com o meio ambiente. Em um país onde a falta de oferta de empregos é uma realidade para a maior parte da população, as cooperativas de catadores de lixo se tornaram uma importante fonte de geração de renda. Após ser recolhido e separado pelo agentes envolvidos na reciclagem, o lixo se transforma em matéria-prima, em novo insumo para a indústria, sendo re-introduzida no ciclo produtivo. Esta atividade tem sido mais intensa nos últimos 7 anos. A maioria das cooperativas, em situação regular de funcionamento, ainda se concentra nas regiões Sul e Sudeste do País. No entanto, sabe-se que a informalidade ainda está muito presente. O envolvimento de prefeituras municipais tende a crescer na medida em que a população passa a cobrar uma postura proativa de seus governantes. Em 1994, 81 municípios faziam a coleta seletiva em escala significativa. Em 2004 este número avançou para 237, em 2006 para 327 e em 2008 alcançou 405 (cerca de 7% do total de municípios no país). Consórcio PCJ lança Casa Sustentável No dia 19 de junho, o Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ), inaugurou a Casa Modelo Experimental de uso racional de água e energia elétrica, na sede do Consórcio em Americana (SP). A casa conta com aparelhos medidores de consumo de 14 Saneas Sediado em São Paulo, existe um centro associativo dedicado à promoção da reciclagem dentro do conceito de gerenciamento integrado do lixo. Fundado em 1992, o Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem) é mantido por empresas privadas de diversos setores e trabalha para conscientizar a sociedade sobre a importância da redução, reutilização e reciclagem de lixo através de publicações, pesquisas técnicas, seminários e bancos de dados. Os programas de conscientização são dirigidos principalmente para formadores de opinião, tais como prefeitos, diretores de empresas, acadêmicos e organizações não-governamentais. energia em cada cômodo e a água da chuva é armazenada numa cisterna e utilizada nos vasos sanitários. Uma dos destaques é a instalação de uma estação compacta de tratamento de esgoto, a um custo estimado de R$1 mil e que de acordo com o arquiteto responsável pelo projeto, Antônio Carlos Giocondo, pode, perfeitamente, ser utilizada por até três residências. Os tijolos foram fabricados a partir dos resíduos obtidos das siderúrgicas e sua forma é baseada no encaixe dos brinquedos lego em que se pode levantar uma parede apenas encaixando as peças sem a necessidade de argamassa. Para a gerente de projetos do Consórcio PCJ, Márcia Kano Castro, a casa é um método didático eficiente de ensino ambiental. “Através do ensino da consciência sustentável para as crianças, esperamos modificar o uso das fontes energéticas no futuro”, atenta. As visitações serão abertas para escolas e grupos estudantis a partir de agosto é aguardada a visita de 400 estudantes por semana. Maiores informações podem ser obtidas na Secretaria Executiva do Consórcio PCJ - Telefones/Fax: (19) 3406 4043 / 3407 5773. abril / Maio / junho | 2009 Matéria Tema PROCEL - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica: Criado em dezembro de 1985 pelos Ministérios de Minas e Energia e da Indústria e Comércio, e gerido por uma Secretaria Executiva subordinada à Eletrobrás, o PROCEL - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica tem como objetivo promover o uso correto da energia, por meio da racionalização da produção e do consumo de energia elétrica, para que se elimine os desperdícios e se reduzam os custos e os investimentos setoriais. O Programa utiliza recursos da Eletrobrás e da Reserva Global de Reversão - RGR - fundo federal constituído com recursos das concessionárias, proporcionais ao investimento de cada uma. Utiliza, também, recursos de entidades internacionais. O selo PROCEL de Economia de Energia foi instituído por Decreto Presidencial, em 8 de dezembro de 1993, e tem por objetivo orientar o consumidor no ato da compra, indicando os produtos que apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria, proporcionando assim economia na sua conta de energia elétrica. Também estimula a fabricação e a comercialização de produtos mais eficientes, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico e a preservação do meio ambiente. No processo de concessão do Selo Procel, a Eletrobrás conta com a parceria do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - Inmetro, executor do Programa Brasileiro de Etiquetagem-PBE, cujo principal produto é a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia –ENCE, sendo também a Eletrobrás, parceira do Inmetro no desenvolvimento do PBE. Dentro do perfil do consumo de energia elétrica no País, o setor industrial é o maior consumidor de toda a energia elétrica produzida, utilizando 44%. O uso residencial vem a seguir, com um consumo de 25% e o uso comercial com 16%. Os restantes 15% distribuem-se entre setor rural, iluminação pública, órgãos do governo e outros. Na vida nem tudo é perfeito. Felizmente, sua agência já pode ser! Boas oportunidades de negócios não têm hora para acontecer. E talvez seja justamente isso que as faça tão especiais, tão brilhantes. Oferecemos soluções personalizadas que vão desde a criação de campanhas de incentivo e de divulgação passando pela criação de materias gráficos diversos, identidade visual, publicações até consultoria e reposicionamento de marca. Uma agência que já chega para você com todo o reconhecimento que só nossos serviços e a sua marca podem reunir. Curioso em saber como o nosso envolvimento e paixão pelo o que fazemos pode contribuir para o sucesso do seu negócio? Entre em contato. Acesse nosso site e conheça mais: www.neopixdesign.com.br abril / Maio / junho | Saneas 2009 R ua Nelson G am a de O l i v e i r a , 3 11 cj . 5 2 | 05734-150 | Sã o Pa u lo | SP | 15 +55 11 258 9 08 1 9 Matéria Tema PURA - Programa de Uso Racional da Água: Utilizar a água de forma mais racional não é somente uma questão de sobrevivência das empresas, mas de toda a humanidade. A Sabesp, preocupada com a escassez dos recursos hídricos, desenvolveu o Programa de Uso Racional da Água (PURA) que promove redução no consumo de água de sua empresa ou instituição. O trabalho abrange ações tecnológicas e mudanças culturais para a conscientização quanto ao correto uso da água. As soluções para diminuir o consumo de água são compostas de diversas ações como detecção e reparo de vazamentos, troca de equipamentos convencionais por equipamentos economizadores, estudos para reaproveitamento da água e palestras educativas. Em geral, o retorno do investimento é rápido ou até imediato. O Programa pode ser aplicado em empresas, condomínios, comércio, instituições de ensino, hospitais e indústrias. Confira os resultados nos locais onde ocorrem as intervenções do Programa de Uso Racional da Água (PURA): Local Complexo Hospital das Clínicas de São Paulo Edifício de Administração Sabesp - ABV 50 Escolas Estaduais da Região Metropolitana de São Paulo 16 Economia no consumo 25% 72% Fontes de Consulta: Portais do Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem), da Ecologia/ da Eletrobrás/ do Meio Ambiente / da Sabesp 40% (média) Condomínio Comercial São Luís 16% Condomínio Jardim Cidade 28% Edifício Sede Sabesp 62% Instituto de Pesquisa Tecnológica - IPT 53% Secretaria do Meio Ambiente - SMA/Cetesb 47% Universidade de São Paulo - USP (fase I e II) 26% Universidade de São Paulo - USP (fase III) 37% Saneas Vantagens do Programa: ■■ Reduz o consumo e o desperdício de água, gerando uma economia de no mínimo 10% e em geral da ordem de 20 a 40%; ■■ Conscientiza os empregados, terceiros e clientes sobre a preocupação com o meio ambiente, economizando água - um recursos natural escasso; ■■ Agrega valor ao negócio, reduzindo despesas e custos operacionais; ■■ Evidencia a responsabilidade socioambiental das empresas e seu esforço na construção da sustentabilidade. abril / Maio / junho | 2009 Entrevista raí oliveira O ex-jogador de futebol, Raí Oliveira, é conhecido por sua atuação como atleta e também por instituir, ao lado do ex-jogador, Leonardo, hoje técnico do Milan, a Fundação Gol de Letra, na qual tem uma participação atuante. Raí também preside a Associação Atletas pela Cidadania, organização sem fins lucrativos que tem como objetivo conscientizar, sensibilizar e mobilizar a sociedade no apoio às causas sociais e ambientais, de interesse nacional, e que contribuam para que o País alcance os objetivos de desenvolvimento do milênio Raí Oliveira, um famoso agente da sustentabilidade social Saneas: O que o motivou, basicamente, a se preocupar com suprimento das necessidades das gerações futuras, com a criação da Fundação Gol de Letra. Raí Oliveira: Minha maior motivação é constatar a imensa injustiça social que vivemos e convivemos no Brasil, principalmente no que diz respeito às enormes diferenças de oportunidades entre as classes. Outras motivações foram ter convivido com muitos amigos no futebol, que vieram de regiões e bairros muito pobres, e me sentir um privilegiado, embora tendo um pai de origem pobre. Saneas: Em que ponto da sua bem sucedida carreira de atleta, o senhor sentiu a necessidade de se envolver com as questões sociais? Raí Oliveira: No início dos anos 90, quando já estava um pouco mais maduro.Tinha, na época, 25 anos e senti a necessidade de participar do processo de transformação social. Saneas: O senhor tem alguma relação singular com a água? Qual é a forma da utilização da mesma em sua vida? Raí Oliveira: Minha relação e sensação com a água são de prazer e renovação. E a minha consciência, de que a água é um bem cada vez mais valioso, vem crescendo enormemente. Saneas: Dentro do conceito de Sustentabilidade Social, se destacam a melhoria da qualidade de vida da população, a geração de renda e a diminuição das diferenças sociais, com participação e organização popular. O senhor acha que o alcance dessas metas é possível no Brasil, fora das grandes cidades? Raí Oliveira: Acho que é possível, mas é um processo que leva tempo. Um país justo é um país com equilíbrio entre suas regiões. Acredito que, dependendo da vontade política, pode ser até mais fácil em cidades menores do que nas metrópoles. Saneas: O Saneamento é um setor que implica no desenvolvimento do País, por meio da habitação, redução da pobreza e principalmente da saúde. Como o senhor avalia a 18 importância de sua empregabilidade, de forma universal? Raí Oliveira: Este setor é de suma importância para a economia e para o trabalho. O saneamento deve ser “universal”, para atender a todos que têm necessidade de água e esgoto para a sua qualidade de vida. Com o seu crescimento, acredito que aumente o seu poder de empregabilidade, com a necessidade de bons investimentos na formação de profissionais de qualidade para suprir as carências da população. Saneas As crianças da Fundação Gol de Letra, com Raí e Leonardo abril / Maio / junho | 2009 Cabeçalho O funcionamento da Fundação Gol de Letra A proposta educacional da Fundação Gol de Letra fundamenta-se na proteção integral à criança e ao adolescente (lei nº 8.069) que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, focando no direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) ampara a importância do trabalho socioeducativo ao prescrever, como diretriz e meta, a Educação Integral. O desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens prevê a diversidade de ações e aprendizagens socioeducativas. A integração de conhecimentos contribui para a construção coletiva de valores, políticos e éticos, na perspectiva de desenvolvimento de aptidões para a vida social. A Metodologia de projetos promove a interdisciplinaridade e estabelece interações no ambiente de aprendizagem, envolvendo alunos, jovens monitores, educadores e os recursos disponíveis. Trabalha com temas norteadores anuais, que possibilitam a construção de produtos educacionais. Em São Paulo, a Fundação Gol de Letra atua na Vila Albertina, zona norte da capital. Uma comunidade com precário atendimento de suas necessidades básicas e que registra uma cultura de violência, resultado natural da ocupação informal, do desemprego decorrente e do tráfico de drogas. No Rio de Janeiro, a partir de uma pesquisa realizada em diversas comunidades de baixa renda da cidade , com a colaboração do Observatório de Favelas da Maré e do Conselho Empresarial de Responsabilidade Social do Sistema FIRJAN, foi realizada uma série de encontros com as associações de moradores que formam a Câmara Comunitária do Caju, visando a construção de uma parceria para a realização de ações junto ao público infantil e jovem, voltadas para a promoção sociocultural e para a diminuição da exclusão sociais local. Foi este então o local escolhido pela Fundação Gol de Letra para o início do seu trabalho. Dos 56.000 moradores do bairro do Caju, 50% são crianças e jovens. O bairro apresenta baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e é neste cenário que a Fundação desenvolve seus projetos. Com apoio dos agentes locais, realiza um esforço em identificar as necessidades, direitos e deveres de seus moradores. abril / Maio / junho | 2009 Saneas 19 visão de mercado boris hermanson Boris Hermanson é advogado, com 19 anos de atuação na área empresarial, e consultor jurídico do Sebrae/SP 20 Sustentabilidade, esse conceito veio para ficar O que é Sustentabilidade? Podemos definir sustentabilidade como o conjunto de práticas adotadas que visam a diminuir os impactos gerados pelas atividades humanas que poderiam prejudicar o meio ambiente. Este conceito pode e deve ser adotado em relação às atividades empresariais, inclusive nas micro e pequenas empresas. Durante alguns anos falar em sustentabilidade parecia algo distante de nossa realidade, algo apenas para os países mais ricos e desenvolvidos, mas a realidade está mudando rapidamente tal pensamento. O Brasil tem sido atingido nos últimos anos por uma série de mudanças climáticas radicais. Vamos citar apenas dois exemplos: há quatro anos, pela primeira vez na história documentada, houve a formação de um furacão, chamado pelos meteorologistas de anticiclone tropical no hemisfério sul, que atingiu os estados do sul do Brasil. E recentemente nos vimos as voltas com uma tragédia sem paralelos com as inundações e deslizamentos que atingiram o estado de Santa Catarina. Apesar de ainda não haver uma confirmação científica, muitos pesquisadores entendem que tais fenômenos estão relacionados com o aquecimento global. Aquecimento global é o agravamento do efeito estufa provocados pelas ações humanas. O Efeito estufa em si é um fenômeno natural responsável pela manutenção da temperatura terrestre em níveis compatíveis com a vida. Já o aquecimento global é uma forma de aumento neste efeito provocado pelas emissões de gás carbônico e outros em quantidades muito superiores a que o planeta pode suportar, o que tem gerado uma série de mudanças climáticas no mundo inteiro. Saneas Tudo isto junto serve para reafirmar que independente de onde estejamos no mundo, seremos atingidos pelas mudanças climáticas caso não façamos algo como sociedade para combater tais efeitos. Ai é que entra o conceito de sustentabilidade. A adoção de práticas sustentáveis nas empresas, inclusive as micro e pequenas, é vital como parte do processo de tentar anular ou pelo menos diminuir o ritmo dessas mudanças climáticas que estamos presenciando. Tais práticas podem ser muito simples, como a adoção de medidas que visem à racionalização da utilização da energia elétrica, da água e de recursos não renováveis como combustíveis por parte de cada empresa. O importante neste momento é que cada empresário e empreendedor se conscientizem da importância de uma atuação mais responsável de sua parte em relação ao meio ambiente e que procurem orientações sobre como melhorar a sustentabilidade ambiental de seus empreendimentos. Somente assim teremos condições de garantir um futuro melhor paras as próximas gerações. abril / Maio / junho | 2009 Artigo técnico A Gestão de controle de Perdas e a busca da Eficiência Operacional e Energética por Robson Fontes da Costa, Divisão de Controle de Perdas da MN, na Sabesp É tecnólogo em Obras Hidráulicas, pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo – Fatec/SP, engenheiro civil, formado pela Universidade Cruzeiro do Sul – Unicsul/SP, com especialização em engenharia de saneamento básico pela Faculdade de Saúde Pública de São Paulo, da Universidade de São Paulo – FSP USP/SP Para um efetivo combate as perdas nos sistemas de abastecimento, são necessárias ações que visem não somente atacar o problema mais sim às causas destes, através de uma gestão que busque a Eficiência Operacional de todo o sistema e conseqüentemente a diminuição do consumo de energia necessário para o bombeamento das redes. Nos Sistemas de Tratamento e Distribuição de Água, como em qualquer indústria de transformação, existem perdas em algumas fases do processo. Desde a captação até o consumidor final, existem vários tipos de perdas, geradas em sua maioria por manutenções, operações, aplicação de materiais e tecnologias inadequadas. Além de causarem problemas de abastecimento e prejudicarem a imagem das Companhias de Saneamento, as mesmas aumentam o consumo energético, através dos bombeamentos das redes de abastecimento. Além disso, as perdas estão vinculadas à eficiência operacional das mesmas, servindo de parâmetros para a busca de investimentos juntos as entidades financiadoras além de causar impactos ambientais. Podemos definir as perdas nos sistemas de abastecimento como a diferença entre o volume produzido (VD) e o volume utilizado/medido (VU). Além disso, ainda podemos classificar as perdas em dois diferentes tipos: • Perdas Reais: que representam os volumes efetivamente perdidos no sistema, através de vazamentos ou extravazamentos de reservatórios. Exemplo de Vazamento (Perdas Reais) abril / Maio / junho | 2009 • Perdas Aparentes: que representam os volumes consumidos e não medidos/faturados e desvios de medições, como as fraudes nos sistemas e erros de medições de hidrômetros e macromedidores. Exemplo de Fraudes (Perdas Aparentes) Enquanto em cidades como Tókio no Japão e Viena na Áustria, o índice de perdas é inferior a 10%, em cidades como São Paulo esse percentual chega a 30%. A média brasileira é de 515,13 litros/ligações/dia, conforme a tabela abaixo: Empresa Índice de Perdas na Distribuição (%) Índice de Perdas por ligação (l/lig/dia) COSAMA (AM) 83,23 2088,91 CAESA (AP) 72,03 2057,45 CEDAE (RJ) 54,57 1828,97 CAERD (RO) 68,73 1367,78 CAEMA (MA) 57,23 822,16 COMPESA (PE) 67,37 770,31 CAER (RR) 50,96 668,7 CESAN (ES) 41,4 618,83 CAERN (RN) 48,19 514,35 SABESP (SP) 40,39 511,73 CORSAN (RS) 49,66 438,71 CAESB (DF) 30,23 403,66 CASAN (SC) 45,44 391,94 EMBASA (BA) 37,98 317,87 CAGECE (CE) 36,4 271,75 SANEPAR (PR) 36,6 269,74 COPASA (MG) 34,63 264,15 Saneas 21 artigo técnico Atacar as causas e não as conseqüências Devemos nos fazer a seguinte pergunta. Por que nossas redes de abastecimento vazão? Para atender a crescente demanda por abastecimento, principalmente nas áreas periféricas das grandes cidades, é necessário a instalação de “booster”, que elevam a pressão das redes de abastecimento, vencendo as perdas de carga, ocasionadas não só pelo consumo, mas por vazamentos, aumentando em muito o consumo de energia elétrica. Muitas vezes, o aumento da quantidade de vazamentos esta diretamente ligada à variação de pressão, e esta variação não são necessariamente decorrentes apenas da topografia ou do próprio sistema, mas sim de manutenções realizadas. O gráfico abaixo demonstra o aumento das pressões dinâmicas medidas antes e depois dos reparos realizados em uma área pesquisada por detecções de vazamentos pelo método acústico. Podemos verificar que houve um aumento das pressões após os consertos, que podem vir a causar o surgimento de novos vazamentos. Portanto a utilização de válvulas redutoras de pressão vem sendo um eficiente método para sanar estes problemas. A integração entre as campanhas de geofonamento (pesquisas de vazamentos) e a regu- 22 Saneas lagem das válvulas, garante uma maior proteção ao sistema como um todo. Porém, não podemos nos esquecer que a variação de pressão é apenas uma das causas destas ocorrências. Como, portanto podemos classificar e entender esta dinâmica. Uma das formas mais simples são o acompanhamento e registro das execuções de reparos realizadas. A amostragem destas ocorrências serve de diagnóstico ou indicadores destas possíveis causas. O gráfico abaixo representa o resultado do acompanhamento dos reparos realizados. Se a maior das ocorrências, por exemplo, forem “furos no tubo”, podemos citar entre as possíveis causas: - Material utilizado; - Profundidade inadequada; - Idade da ligação; - Mudança de tráfego; - Tipo do solo e aterro; - Execução e manutenções anteriores. Da mesma forma, devemos refazer a pergunta, nas ações comercias. Tenho medido todo o volume entregue ao sistema? O acompanhamento das leituras realizadas, a idade do parque de hidrômetros e se suas classes abril / Maio / junho | 2009 artigo técnico estão corretamente empregadas são parâmetros necessários de investigação. Além disso, muitas Companhias de Saneamento sofrem com as fraudes e furtos de seus sistemas, decorrentes de problemas sócias. Uma boa gestão, com o cruzamento destas informações, ou o direcionamento de ações conjuntas de trocas de hidrômetros, supressões de fraudes encontradas e a regularização de ligações, são praticas adotadas. Da mesma forma, devemos refazer a pergunta, nas ações comercias. Tenho medido todo o volume entregue ao sistema? O acompanhamento das leituras realizadas, a idade do parque de hidrômetros e se suas classes estão corretamente empregadas são parâmetros necessários de investigação. Além disso, muitas Companhias de Saneamento sofrem com as fraudes e furtos de seus sistemas, decorrentes de problemas sócias. Uma boa gestão, com o cruzamento destas informações, ou o direcionamento de ações conjuntas de trocas de hidrômetros, supressões de fraudes encontradas e a regularização de ligações, são praticas adotadas. abril / Maio / junho | 2009 Medir para controlar Só podemos controlar aquilo que medimos. Esta afirmação se torna ainda mais verdadeira, quando tratamos de indicadores de perdas. O resultado das ações de perdas, tanto reais quanto aparentes devem se somar para a diminuição do volume perdido (VD – VU). O grande desafio esta em separar destas parcelas, quais as contribuições que mais tiveram relevância nesta diminuição. Uma das soluções é a utilização do chamado “Balanço Hídrico”, que procura decompor do volume entregue (VD), todas as parcelas medidas e estimadas de forma a separar seus volumes. O indicador de perdas utilizado atualmente é a divisão do volume perdido (VD-VU), pelo número de ligações por dia (litros/ligação/dia), o que torna a comparação mais eficaz do que o indicador percentual (volume perdido/volume produzido). Outra forma de acompanhamento é a vazão mínima noturna, que esta mais relacionada às ações de perdas reais, visto que a diminuição dos volumes perdidos pelos vazamentos insere diretamente em sua composição. Além disso, a utilização de gráficos de controle, onde depois de estabelecidos os parâmetros de Saneas 23 artigo técnico máxima e mínima, gráficos de paretto, fator de pesquisa noturna (Qmin_noturna/Qmédia), são essenciais não somente para o acompanhamento das ações empregadas como para o direcionamento e ajuste das metas estabelecidas. O emprego de ferramentas de qualidade como o PDCA (Plan, Do, Check, Action), completam o circulo das ações integradas a serem adotadas. Porém cabe ressaltar que existem diversas dificuldades na obtenção muitas vezes destes parâmetros, como por exemplo, a falta de uma boa medição dos volumes macromedidos ou entregues, o que comprometem todo o estudo e acompanhamento no seu inicio. Outro exemplo e a dificuldade de calcularmos os chamados “Volumes Sociais”, que são as parcelas consumidas e não faturadas em áreas irregulares, ou mesmo a submedição que ocorre aos hidrômetros pelo efeito “caixa d´água”. Eficiência Operacional Podemos então afirmar que na verdade o controle das perdas esta em uma boa eficiência da operação do todo o sistema, visto que a mesma é o resultado da ineficiência não somente de programas de manutenção ativas ou preventivas, ou mesmo em relação à gestão das ligações e medidores existentes. Podemos atribuir duas classificações a esta prática: • Eficiência operacional das redes de distribuição: são ações que contribuem na eficácia da distribuição da água deste a captação até a entrega as ligações. Devemos manter programas de acompanhamento desde a reservação, com o monitoramento de válvulas de controle, impedindo extravazamentos ou fugas por problemas estruturais. A grande parcela das perdas reais, no entanto se da na distribuição da água através das tubulações enterradas. Muitos vazamentos não afloram a superfície Exemplo de Gráfico de Controle (Fonte:Sabesp/MNEP/2008) Exemplo de gráfico de acompanhamento do Volume Perdido (Fonte:Sabesp/MNEP/2008) 24 Saneas abril / Maio / junho | 2009 artigo técnico sendo então necessárias medidas de controle, como a detecção de vazamentos pelos métodos acústicos (com utilização de hastes de escutas, geofones, correlacionadores de ruídos). Porém, campanhas de detecção devem ser planejadas de maneira a se tornarem uma rotina nas áreas de manutenção, visto que é a única forma de controle preventivo, pois as localizações dos vazamentos antes de seu afloramento diminuem a quantidade de reclamações dos clientes e melhoram a imagem das Companhias de Saneamento, além de serem estes os que representam os maiores volumes perdidos. Como preconizado no inicio, estas ações devem estar atreladas a medidas que minimizem as causas destas ocorrências. A instalação de válvulas redutoras de pressão (VRP), setorização, variadores de freqüência em Booster diminuem e equalizam as pressões, além da economia de energia elétrica. Equipes de execução treinadas, utilizando materiais e técnicas adequadas nas manutenções corretivas e preventivas, diminuem significativamente a recorrência de novos vazamentos. Muitas vezes, medidas de troca da infra-estrutura, mesmo que parcialmente, como as das ruas identi- ficadas com maior incidência se tornam em médio prazo, economicamente viáveis. A divisão dos setores de abastecimento em áreas de controle menor facilita o diagnóstico e o acompanhamento dos indicadores, além de facilitarem as manobras, muitas vezes, também responsáveis pela perda de volumes consideráveis, através de descargas ou dificuldade de estancar as redes. A implantação de microzonas de manobra vem sendo adotada no intuito de minimizar este problema. A atualização cadastral, também tem sua relevante parcela, ainda mais associada ao geo-referenciamento e digitalização das informações, facilitando e promovendo a confecção de mapas temáticos, como áreas com maior incidência de vazamento em rede. • Eficiência comercial e metrologica: são ações que contribuem na eficácia das medições dos micromedidores até o faturamento e dos macromedidores Devem-se adotar políticas de calibração e acompanhamento constante de todo o volume capitado e entregue ao sistema, pelos diversos equipamentos existentes (hidrômetros, medidores venturis, eletromagnéticos), garantindo que os erros estejam dentro artigo técnico da faixa dimensionada. Cabe ressaltar a importância destas medições, pois toda a base de calculo dos indicadores de perdas se dão a partir destes volumes. A micromedição por sua vez é caracterizada por diversos parâmetros de controle ou gestão. Podemos classificá-los como: - Metrologicos: referentes às ações que envolvem os equipamentos de medição instalados. As trocas de hidrômetros podem ocorrer pela idade da instalação, defeitos apresentados, mudanças de categoria ou classe. Por se tratar na sua grande maioria de medidores velocimétricos podem sofrer uma submedição através do efeito “caixa d´água”, que são as vazões abaixo das mínimas medidas, causadas pelas bóias no enchimento destes reservatórios. Portanto, um eficiente acompanhamento dos cadastros comerciais, as trocas preventivas e corretivas, garante a qualidade do registro dos volumes consumidos. - Registro dos volumes: as leituras são realizadas de forma visual, através de visitas periódicas a cada medidor. Além de geraram um volume considerável de informações, sofrem problemas de qualidade, pela dificuldade de leitura em alguns pontos. Leituras pela média ou errada podem trazer conseqüências desastrosas não somente as Companhias de Saneamento, como a seus clientes. Porém, podem servir de indicadores de eventuais problemas, como fraudes e regularização de cavaletes. - Combate às fraudes: o combate às fraudes se da através de vistorias das ligações ativas e inativas do sistema. Políticas de supressão devem ser implementadas de forma a moralizar e minimizar sua ocorrência. - Volumes não autorizado (volume social): áreas invadidas, onde não é permitida a regularização ou implantação de redes de abastecimento, onde as ligações clandestinas se proliferam é uma das grandes questões ainda a serem discutidas. Nestes locais temos uma característica singular de perdas, pois além do consumo desta água, existem vários vazamentos em suas precárias ligações, ocasionando um volume perdido maior e um maior consumo de energia elétrica quando inseridos em áreas de “booster”. Uma das formas que podem vir a ser adotadas e discutidas é a medição através de um macromedidor instalado a montante da área, registrando-se e contabilizando assim esses volumes. Outras medidas ainda merecem ser mencionadas como a política de atuação a grandes consumidores (fabricas, comércios) e campanhas de fidelização de clientes. 26 Saneas Como no acompanhamento das perdas reais, as ações de perdas aparentes devem ser subdivididas em blocos de leituras, rotas, ou setores, para que se possa melhor acompanhar os históricos de variação, sejam elas por motivo sazional, ou outros problemas, como a saída de um grande consumidor daquela rota, ou muitas leituras pela média. A diminuição das perdas e a Eficiência Energética A diminuição dos volumes perdidos não só impactam na economia de recursos naturais, ou seja, na diminuição da água captada, como também influenciam diretamente na diminuição do consumo de energia utilizado nas Estações de Tratamento de Água (ETA), Estações Elevatórias (EE) e “booster”. ”As ações realizadas nas Unidades de Negocio da RMSP, proporcionaram pelo segundo ano consecutivo há uma redução na produção de água nas ETAs : em 2007 a produção foi cerca de 1 m³/s inferior a 2006. Até agora, nov/08, a produção total (média móvel) está 0,24 m³/s inferior a 2007.Ressalte-se que a vazão entregue para as 5 UNs foi 0,54 m³/s menor que o mesmo período de 2007. Para os municipio permissionários a vazão entregue foi 300 litros/segundo a mais que o mesmo período analisado. A redução de 1,2 m³/s (média anual) é equivalente ao consumo médio de 405 mil economias, ou 1,1 milhões de habitantes. Para obter estes resultados, as 5 UNs executaram diversas ações discriminadas no relatório : pesquisa de vazamento - 39,3 mil Km (diâmetro da terra - 12.756,2 Km); 475.398 raparos de vazamentos e 141.729 troca de ramais (617.127 pequenas obras nas vias da RMSP) etc. etc.. Perda aparente : 592 mil trocas de hidrometros; 402 mil inspeções para combater as ligações inativas; 147,4 mil inspeções para combater as fraudes..conforme informações do Diretor Metropolitano Paulo Massato Yoshimoto, contribuindo também para a economia de energia elétrica em todo o sistema.” Podemos concluir, portanto que a busca pela Eficiência Operacional, em si só, é a diminuição das perdas nos sistemas de distribuição em suas diversas fases e sua implementação muitas vezes implica não somente em melhorias de praticas ou procedimentos, mas em mudanças culturais. O treinamento e o investimento na gestão de pessoas e a pesquisa de novas tecnologias e materiais complementam as ações necessárias ao combate deste grande desafio. abril / Maio / junho | 2009 artigo técnico ETE Jales: um exemplo de sustentabilidade Pelo Eng. Antonio Rodrigues Grela Filho, Gerente da Divisão de Jales – RTDJ [email protected] Em abril de 2001, entrou em operação a Estação de Tratamento de Esgotos de Jales, atendendo 17.000 ligações, correspondente a uma população de 45.000 habitantes. No mesmo ano, foi iniciada uma parceria com a Universidade de Jales, mais precisamente o curso de biologia sob a coordenação da Professora Gema Prandi Rosa, dando início ao reflorestamento da área interna que ainda serve de pesquisa aos alunos. Muitas entidades, empresas, escolas e clubes de serviços entraram na parceria do reflorestamento, principalmente após divulgação do trabalho que estava sendo realizado. Voluntários da INTERACT de Jales (acima) e alunos da UNIJALES que trabalharam no reflorestamento da área. Fotos acima mostram a área ao lado da ETE em 2001 e a mesma área com o resultado do reflorestamento em 2009. 28 Saneas Na sequência, foi construído um viveiro de mudas com sementes do próprio local, servindo para reflorestar a área externa, com plantios permanentes até esta data. abril / Maio / junho | 2009 artigo técnico Área utilizada para compostagem Viveiro de mudas mantido em parceria com os alunos do curso de Biologia da Faculdade de Jales e a ONG Ecoação Já foram plantadas 140 mil mudas na área interna da ETE com 13 hectares e na externa com 70 hectares. Ao lado do viveiro foi instalada uma horta orgânica com a compostagem de resíduos de alimentos recolhidos nas áreas dos escritórios e das residências dos funcionários. Foto da horta orgânica mantida no local Toda a produção da horta é servida ao Lar dos Velhinhos de Jales e para o sopão que é feito pelos funcionários com distribuição para a população carente nos bairros São Gabriel e Big Plaza da periferia da cidade de Jales. Verduras doadas ao Lar dos Velhinhos Distribuição de sopa no Jd. São Gabriel abril / Maio / junho | 2009 Saneas 29 artigo técnico Também foi plantado um pomar com vários tipos de frutas (goiaba, pinha, mamão, cajamanga, pitanga, acerola, manga, veludo e outros ), que já está na fase produtiva. O pomar além de proporcionar uma paisagem menos árida, abastece a fauna local ( pássaros e pequenos animais) com seus frutos. Construída no ano de 2006, a sala de educação ambiental é utilizada para palestras sobre o meio ambiente e aulas práticas sobre educação ambiental. Plantação de pitanga Atividades sobre meio ambiente no “Espaço Ambiental” Plantação de goiaba Foi plantada também uma horta medicinal, que foi uma parceria com a Pastoral da Saúde de Jales. Os produtos são utilizados para a confecção de xaropes, que são distribuídos para pessoas carentes atendidas pelas representações que estão nos bairros da cidade. Aproveitando a existência de uma nascente na área, foi construído um tanque para criação de peixes, que são doados para o Albergue Noturno de Jales e a AVCC – Associação de Voluntários do Combate ao Câncer. A última entidade utiliza a área da ETE para lazer aos seus assistidos. Tanque de peixes Parceria com Pastoral da Saúde – horta medicinal 30 Saneas Assistidos da AVCC pescando abril / Maio / junho | 2009 artigo técnico A urbanização da área criou um local muito atraente, e é utilizada por uma agência regional de modelos para fotografias de jovens e até para fotos de casamentos. Foi construído o Jardim Temático de Esgotos com o poço cacimba, latrina, chuveiro, batedouro de roupas e fossa. Recentemente construímos a casa / escola para orientar os alunos sobre as melhores práticas do saneamento básico. Paisagismo da ETE Jardim Temático de Esgotos Noivos fotografando na ETE Recebemos em média 5.000 alunos / professores, moradores de Jales e da região todos os anos, caracterizando o local como um centro de visitação e lazer. No ano de 2008 uma advogada de Porto Alegre solicitou o plantio de 30 mudas para sua filha Catarina. Com a mobilização da comunidade plantamos 70 mudas. Plantio de 70 mudas em agosto de 2008 Situação atual das mudas plantadas abril / Maio / junho | 2009 Casa / Escola Por tudo isso, a Estação de Tratamento de Esgotos de Jales se transformou num local aprazível que vem sendo divulgado no Brasil inteiro. Recebemos visitas de engenheiros da Sanecap do Mato Grosso, de Joinville – SC, da UFRJ do Rio de Janeiro, da UFSCAR de São Carlos – SP, da Caege – Ceará, das UNESP de São José do Rio Preto, Presidente Prudente e de Ilha Solteira, de prefeitos e vereadores do Estado de Mato Grosso do Sul. A idéia sempre foi de inverter o valor de que o local de tratar esgotos seja indesejável pela população para um local onde as pessoas se sintam confortáveis para conhecer a importância de barreiras sanitárias, como também da melhoria do ambiente. A obra foi responsável pela despoluição da Bacia Hidrográfica Rio São José dos Dourados, que atinge 41 Municípios do Estado de São Paulo. Saneas 31 artigo técnico Aproveitamento de água de chuva para fins não potáveis por Engenheiro Plínio Tomaz, Coordenador do Grupo de Trabalho de Fiscalização de Bacias Hidrográficas do CREA-SP. email: [email protected] 1. Apresentação Uma análise moderna e completa dos sistema de abastecimento de água necessita da apreciação de quatro recursos hídricos: água de superfície (rios e lagos), água subterrânea (poços tubulares profundos), reúso de água (black water ou graywater) e aproveitamento de água de chuva (de cobertura e para fins não potáveis. Para reúso infelizmente ainda não temos normas da ABNT, mas para aproveitamento de água de chuva temos a NBR 15.527/07 da qual fomos coordenador. A dessalinização da água do mar está inclusa na água de superfice. A importância da certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) conhecida como Green Building acrescenta um novo valor à água de reúso e ao aproveitamento da água de chuva em usos não potáveis, economizando a água potável em usos menos nobres e na irrigação. 2. Histórico Aproveitamento da água de chuva é feito desta a antiguidade. O primeiro registro que se tem do uso da água de chuva é verificado na pedra Mohabita, data de 830aC, que foi achada na antiga região de Moab, perto de Israel. Esta reliquia traz determinações do rei Mesa, de Moab, para a cidade de Qarhoh, denre as quais destaca-se “...para que cada um de vós faça uma cisterna para si mesmo, na sua casa” A Fortaleza dos Templarios localizada na cidade de Tomar em Portugal em 1160 dC, era abastecida com água de chuva. Figura 1- Fortaleza dos Templarios; cidade de Tomar, Portugal, construida em 1160 abril / Maio / junho | 2009 Os principais motivos que levam à decisão para se utilizar água de chuva são basicamente os seguintes: ■■ Conscientização e sensibilidade da necessidade da conservação da água ■■ Região com disponibilidade hídrica menor que 1200m3/habitante x ano ■■ Elevadas tarifas de água das concessionárias públicas. ■■ Retorno dos investimentos (payback) muito rápido ■■ Instabilidade do fornecimento de água pública ■■ Exigência de lei específica ■■ Locais onde a estiagem é maior que 5 meses ■■ Locais ou regiões onde o índice de aridez seja menor ou igual a 0,50. O aproveitamento de água de chuva não pode receber o termo reúso de água de chuva e nem chamado de reaproveitamento. O termo reúso é usado somente para água que já foi utilizada pelo homem em lavagem de mãos, bacia sanitária, lavagem de roupas, banhos, etc. Reaproveitamento é semelhante ao reúso, significando que a agua de chuva já foi utilizada e portanto, não está correto. 3. Objetivo Objetivo é fornecer diretrizes básicas para o aproveitamento de água de chuva em áreas urbanas para fins não potáveis para os seguintes usos: ■■ descargas em bacias sanitárias; ■■ irrigação de gramados e plantas ornamentais; ■■ lavagem de veículos; ■■ limpeza de calçadas e ruas; ■■ limpeza de pátios; ■■ espelhos d’água; ■■ usos industriais Salientamos que a água de chuva será usada para fins não potáveis, não substituindo a água tratada e desinfectada com derivado cloarado, com fluor e que pode ser usada para banhos, comida ou ingerida, distribuida pelas concessionárias públicas. Não incluimos a lavagem de roupa e piscinas devido ao problema do parasita Cryptosporidium parvum que para removê-lo precisamos de filtros lentos de areia. Saneas 33 artigo técnico 4. Definições As seguintes definições são importantes para o entendimento do aproveitamento de água de chuva e a visualizaçao da Figura (2) onde aparece o esquema de aproveitamento de água de chuva. Água de chuva É a agua coletada durante eventos de precipitação pluviométrica em telhados inclinados ou planos onde não haja passagem de veículos ou de pessoas. As águas de chuva que caem nos pisos residenciais, comerciais ou industriais não estão inclusas no sistema proposto. Água não potável Entende-se por não potável aquela que não atende a Portaria nº. 518/2004 do Ministério da Saúde. Área de captação Área, em metros quadrados, da projeção horizontal da superfície onde a água é captada. Coeficiente de runoff (C) ou escoamento superficial Coeficiente que representa a relação entre o volume total escoado e o volume total precipitado. Conexão cruzada Qualquer ligação física através de peça, dispositivo ou outro arranjo que conecte duas tubulações das quais uma conduz água potável e a outra água de qualidade desconhecida ou não potável. Demanda A demanda ou consumo de água é a média anual, mensal ou diário, a ser utilizado para fins não potáveis num determinado tempo que esta primeira água seja descartada (first flush). Conforme o uso destinado às águas de chuvas pode ser dispensado o first flush dependendo do projetista. As pesquisas feitas mostram que o first flush varia de 0,4 L/m2 de telhado a 8 L/m2 de telhado conforme o local. Na falta de dados locais sugere-se o uso do first flush no valor de 2 L/m2 de área de telhado. Suprimento Fonte alternativa de água para complementar o reservatório de água de chuva. Pode ser água da concessionária pública dos serviços de água, poço tubular profundo, caminhões tanques, etc. Reservatório intermediário Local onde pode ser armazenada a água de chuva para ser utilizada. Se água de chuva for clorada deverá ter tempo de contato mínimo de 15min dentro do reservatório intermediário. 5. Calhas e condutores As calhas e condutores horizontais e verticais devem atender a ABNT NBR 10844/89 sendo que tais dimensionamento são baseados em vazões de projeto que dependem dos fatores meteorológicos e do periodo de retorno escolhido. Estas vazões não servem para dimensionamento dos reservatórios e sim para o dimensionamento dass calhas e condutores (verticais e horizontais). ■■ ■■ First flush Após três dias de seca vai-se acumulando nos telhados, poeiras, folhas, detritos, etc e é aconselhável ■■ ■■ Figura 2- Esquema de aproveitamento de água de chuva 34 Saneas Devem ser observados o período de retorno escolhido (Tr), a vazão de projeto e a intensidade pluviométrica. Recomenda-se Tr=25anos. Nos condutores verticais ou nos condutores horizontais pode ser instalado dispositivos fabricados ou construidos in loco para o descarte da água do first flush ou para eliminação de folhas e detritos. O dispositivo ou a construção poderá ter operação manual ou automática sendo recomendado a operação automatica. O dispositivo de descarte de água do first flush deve ser dimensionado pelo projetista. Na falta de dados recomenda-se no mínimo 2 mm, ou seja, 2 litros/m2 de telhado. Caso se julgue conveniente poderão ser instaladas telas ou grades para remoção de detritos. Vazão na calha Conforme NBR 10844/89 a vazão na calha é dada pela equação: Q= I x A / 60 Sendo: Q= vazão de pico (litros/min) abril / Maio / junho | 2009 artigo técnico I= intensidade pluviométrica (mm/h) A= area de contribuição (m2) Os períodos de retorno comumente adotado é Tr=25anos para cidades acima de 100.000 habitantes (Ilha de Calor). Para a RMSP adotamos o mínimo: I=200mm/h. Dimensionamento da calha É usado para dimensionamento da calha a fórmula de Manning: Q=60000 x (A/n) x R (2/3) x S 0,5 Sendo: Q= vazão de pico (L/min) A= área da seção molhada (m2) n= coeficiente de rugosidade de Manning. Para concreto n=0,013 e para plástico n=0,011. R= raio hidráulico= A/P P= perímetro molhado (m) S= declividade da calha (m/m) Condutores horizontais Os condutores horizontais de seção circular que geralmente são assentados no piso podem ser dimensionados usando a fórmula de Manning para seção máxima de altura 0,66D ou usar a tabela da ABNT e declividade mínima de 0,5% (0,005m/m). 6. Reservatórios ou cisternas Deverá ser analisada as séries históricas e sintéticas das precipitações locais ou regionais. sendo aconselháel no mínimo um período de 10 anos de dados a serem analizados. ■■ Os reservatórios ou cisternas conforme Figura (3) podem ser: enterrados, semi-enterrado, poiado ou elevado. Os materiais podem ser concreto, alvenaria armada, materiais plásticos como polietileno, PVC, fibra de vidro e aço inox. Sempre serão vedados a luz solar. ■■ Os reservatórios devem ser construidos como se fosse para armazenamento de água potável devendo serem tomadas os devidos cuidados para não contaminar a água de chuva coletada dos telhados. ■■ Devem ser considerados no projeto do reservatório: extravasor, descarga de fundo ou bombeamento para limpeza, cobertura, inspeção, ventilação e segurança. ■■ O reservatório quando alimentado com água de outra fonte de suprimento de água, deve possuir dispositivos que impeçam a conexão cruzada. ■■ O volume de água de chuva aproveitável depende do coeficiente de runoff, bem como da eficiência abril / Maio / junho | 2009 do sistema de descarte do first flush, sendo calculado pela seguinte equação: V= P x A x C x η fator de captação Onde: V= volume anual, mensal ou diário de água de chuva aproveitável, em litros; P= precipitação média anual, mensal ou diária, em milímetros; A= área de coleta, em metros quadrados; C=coeficiente de runoff. Normalmente C=0,95 η fator de captação = eficiência do sistema de captação, levando em conta o descarte do first flush. A eficiência do first flush ou do descarte de filtros e telas variam de 0,50 a 0,90. Um valor prático quando não se têm dados é adotar: C x η= 0,80 O volume dos reservatórios devem ser dimensionados com base em critérios técnicos e econômicos, levando em conta as boas práticas da engenharia ■■ Os reservatórios devem ser limpos e desinfetados com solução de derivado clorado, no mínimo uma vez por ano de acordo com a ABNT NBR 5626/98. ■■ O volume não aproveitável da água de chuva, pode ser lançado na rede de galerias de águas pluviais, na via pública ou ser infiltrado total ou parcialmente, desde que não haja perigo de contaminação do lençol freático. ■■ A descarga de fundo pode ser feita por gravidade ou por bombeamento. ■■ A água reservada deve ser protegida contra a incidência direta da luz solar e calor, bem como de animais que possam adentrar o reservatório através da tubulação de extravasão. 7. Instalações prediais ■■ ■■ ■■ As instalações prediais de água fria devem atender a ABNT NBR 5626/98, principalmente quanto as recomendações de separação atmosférica, dos materiais de construção das instalações, da retrossifonagem, dos dispositivos de prevenção de refluxo, proteção contra interligação entre água potável e não potável, do dimensionamento das tubulações e limpeza e desinfecção dos reservatórios, controle de ruídos e vibrações. As tubulações e demais componentes devem ser claramente diferenciadas das tubulações de água potável. Pode ser usado cor diferentes ou tarja plástica enrolada no tubo. Diferentes sistemas de distribuição de água fria, sendo um para água potável e outro para água não Saneas 35 artigo técnico ■■ ■■ potável devem existir em qualquer tipo de edificação, evitando a conexão cruzada e obedecendo a ABNT NBR 5626/98. Os pontos de consumo, como por exemplo uma torneira de jardim, devem ser identificados com placa de advertência com a seguinte inscrição “água não potável” e advertência visual destinada a pessoas que não saibam ler e a crianças. Recomenda-se que hajam dois reservatórios, sendo um para água potável e outra para água não potável que será usado para o aproveitamento da água de chuva. Os padrões de qualidade do sistema de água de chuva para água não potável no ponto de uso é opção do projetista podendo conforme a situação podendo ser exigido cloração ou não ou até adotar a Tabela (4) para monitoramento do sistema de aproveitamento de água de chuva. Parâmetro Análise Valor Coliformes totais semestral Ausência em 100 mL Coliformes ter- semestral motolerantes Ausência em 100 mL Cloro residual livre mensal 0,5 a 3,0mg/L Turbidez mensal < 2,0 uT, para usos menos restritivos < 5,0 uT. Cor aparente (caso não seja utilizado nenhum corante, ou antes, da sua utilização). mensal < 15 uH Deve prever ajuste de pH para proteção das redes de distribuição, caso necessário. mensal pH de 6,0 a 8,0 no caso de tubulação de aço carbono ou galvanizado. NOTAS uT é a unidade de turbidez. uH é a unidade Hazen. Tab. 4 – Parâmetros de qualidade de água para uso não potável Saneas ■■ ■■ ■■ 8. Qualidade da água 36 ■■ Não se recomenda em hipótese alguma a transformação da água de chuva em água potável em áreas urbanas. A água fornecida pela SABESP é insubstituível. Para desinfecção, a critério do projetista, pode-se utilizar hipoclorito de sódio, raios ultravioleta, ozônio e outros. Em aplicações onde é necessário um residual desinfetante deve ser usado hipoclorito de sódio devendo o cloro residual livre estar entre 0,5 mg/l e 3,0 mg/l. No caso de água de chuva ser utilizada para lavagem de roupas ou piscina deve ser precedido de filtros lentos de areia para remoção de parasitas, como por exemplo o Crypstoridium parvum. Para se ter uma idéia dos preços de análises informamos que para coliformes totais e termotolerantes o custo é de R$ 40,00/ amostra. Para cor aparente, turbidez e cloro residual livre o custo é de R$ 20,00/amostra conforme Instituto Adolfo Lutz de São Paulo. 9. Bombeamento ■■ ■■ ■■ ■■ Quando necessário o bombeamento, o mesmo deve atender a ABNT NBR 12214/92. Devem ser observadas as recomendações das tubulações de sucção e recalque, velocidades mínimas de sucção e seleção do conjunto motor-bomba. Pode ser instalado junto a bomba centrífuga, dosador automático de derivado clorado o qual convém ser enviado a um reservatório intermediário para que haja tempo de contato de no mínimo 15 min. Um dosador automático de derivado clorado custa aproximadamente R$ 350,00. Poderá ser usado hipoclorito de sódio ou outro derivado clorado. 10. Manutenção Recomenda-se realizar manutenção em todo o sistema de coleta e aproveitamento de água de chuva conforme Tabela (5). Componente Freqüência de manutenção Dispositivo de descarte do escoamento inicial automático Limpeza mensal ou após chuva de grande intensidade Calhas, condutores verticais e horizontais 2 ou 3 vezes por ano Desinfecção com derivado clorado Manutenção mensal Bombas Manutenção mensal Reservatório Limpeza e desinfecção anual Tabela 5 - Sugestão de frequência de manutenção abril / Maio / junho | 2009 artigo técnico 11. Dimensionamento do reservatório pelo Método de Rippl O método de Rippl geralmente superdimensiona o reservatório, mas é bom usá-lo para verificar o limite superior do volume do reservatório de acumulaçao de aguas de chuvas. Neste método pode-se usar as séries históricas mensais (mais comum) ou diárias. S(t) = D(t) – Q(t) Q(t) = C x precipitação da chuva (t) x área de captação V = Σ S(t), somente para valores S(t) > 0 Sendo que : Σ D(t) < Σ Q(t) Onde: S(t) é o volume de água no reservatório no tempo t; Q(t) é o volume de chuva aproveitável no tempo t; D(t) é a demanda ou consumo no tempo t; V é o volume do reservatório, em metros cúbicos; C é o coeficiente de escoamento superficial. 12. Método da simulação Para um determinado mês aplica-se a equação da continuidade a um reservatório finito: S(t) = Q(t) + S(t-1) – D(t) Q(t) = C x precipitação da chuva (t) x área de captação Sendo que: 0 ≤ S(t) ≤ V Onde: S(t) é o volume de água no reservatório no tempo t; S(t-1) é o volume de água no reservatório no tempo t – 1; Q(t) é o volume de chuva no tempo t; D(t) é o consumo ou demanda no tempo t; V é o volume do reservatório fixado; C é o coeficiente de escoamento superficial. Nota: para este método duas hipóteses devem ser feitas, o reservatório está cheio no início da contagem do tempo “t”, os dados históricos são representativos para as condições futuras. 14. Confiança Confiança = (1 - Pr) Recomenda-se que os valores de confiança estejam entre 90% a 99%. Pr = Nr / N Sendo: Pr é a falha Nr é o número de meses em que o reservatório não atendeu a demanda, isto é, quando Vt = 0; N é o número de meses considerado, geralmente 12 meses. 15. Dimensionamento do reservatório de autolimpeza Na Figura (4) está um esquema do sistema de aproveitamento de águas pluviais onde aparece a caixa do first flush, ou seja, o reservatório de autolimpeza que funciona automaticamente. Sem dúvida a grande dificuldade é dimensionar o tamanho do reservatório em que a água do first flush será depositada para ser descartada, quando se supõe esta alternativa. Uma maneira que encontramos para dimensionar a caixa de autolimpeza, isto é, que ela seja feita automaticamente sem a interferência humana é imaginarmos um reservatório que tenha o volume do first flush e que o esvaziamento do mesmo seja feito em 10min aproximadamente. O valor de esvaziamento de 10min, foi tomado empiricamente, pois este é o tempo que leva para que a água levar para ficar limpa. Usamos a equação do orifício: Q= Cd x A (2 x g x h)0,5 Sendo: Q= vazão de saída do orifício (m3/s) G= aceleração da gravidade=g=9,81m/s2 13. Método prático do professor Azevedo Neto O último trabalho do prof. Azevedo Neto foi aproveitamento de água de chuva em 1995. V = [(P/2) / 12] x A x T Onde: P é a precipitação média anual em milímetros; T é o número de meses de pouca chuva ou seca; A é a área de coleta, em metros quadrados; V é o volume de água aproveitável e o volume de água do reservatório, em litros. abril / Maio / junho | 2009 Fig. 4- Esq. de funcionamento do reservatório de autolimpeza Saneas 37 artigo técnico h= altura de água sobre o orifício (m). É a metade da altura da caixa. A= área da seção do orifício (m2) Cd= coeficiente de descarga do orifício=0,62 16. Custos Os custos dos reservatórios variam com o material, com a solução escolhido da posição do reservatório e das condições locais. Estão inclusos nos custos o custo de calhas, condutores e bomba centrífuga. Na média o custo do reservatório varia de US$ 150/m3 a US$ 200/m3 de água reservada. C= 336 x V 0,85 Sendo: C= custo do reservatório em US$ V= volume do reservatório em m3 17. Previsão de consumo de água Há sempre uma grande dificuldade em se prever o consumo de água não potável para se usar a água de chuva. A média de consumo brasileiro é de 160 litros/ dia x habitante e, a economia de água potável seria de 27% se utilizarmos água de chuva apenas nas descargas de bacias sanitárias. 18. Qualidade da água de chuva Foi muito discutido na reunião da ABNT os parâmetros de qualidade de água de chuva que se devia adotar, pois não encontramos em nenhum texto estrangeiro ou mesmo na norma alemã nada sobre o assunto. Baseado na experiência do CIRRA, o dr. José Carlos Mierza apresentou alguns parâmetros básicos que devem ser seguidos conforme o uso e dos perigos de contato humano com a mesma. Quando o uso for restritivo a norma recomenda que o cloro residual livre esteja entre 0,5mg/L a 3mg/L e que a sua verificação seja mensal. Quanto a turbidez deve ser menor que 5 uT (unidade de turbidez) e, em alguns casos mais restritivos, ser menor que 2 uT. A cor aparente deve ser menor que 15 uH (unidade Hazen) e deverá ser verificado mensalmente. Quanto a coliformes totais e termotolerantes deverão estar ausentes em amostras semestrais de 100mL cada. No que se refere ao pH deverá estar entre 6,0 e 8,0. 19.. Filtros lentos de areia Os filtros lentos de areia foram os primeiros sistemas de filtração de abastecimento público. Os filtros cerâmicos, panos e em carvão foram criados antes. Os 38 Saneas filtros lentos de areia caíram em desuso quando surgiram os filtros rápidos, mas devido a facilidade com que podem reter microorganismos, eles estão de volta. O objetivo é usar como água bruta a água de chuva precipitada em telhados e captada, melhorando sua qualidade, mas ainda a mesma continua sendo não potável. A idéia é dar uma melhoria qualitativa para fins de uso não potável. Iremos nos deter somente nos filtros lentos de areia descendentes, sendo aquele em que se forma uma camada de bactérias de mais ou menos 5cm chamada schmutzdeche que é responsável pelo incremento na retenção de impurezas muito finas. Na Figura (5) vemos um esquema de um filtro lento de areia. Notar que a água entra por cima e sai também por cima acima da camada do schmutzdeche. O regime de escoamento pode ser contínuo ou descontinuo como o aproveitamento de água de chuva. Junto a superfície da camada de areia dos filtros lentos, após algum tempo de funcionamento dependendo da qualidade da água bruta, forma-se uma camada de impurezas, de natureza gelatinosa, compreendendo microorganismos aquáticos em grande quantidade em 5 a 15 dias. O fluxo da água deve ser regularizado a fim de não romper o biofilme que se forma. Fig. 5 - Esq. de um filtro lento de areia lento descendente com entrada e saída por cima em nível superior a camada de areia Taxa de filtração A camada filtrante é constituída por areia mais fina e a velocidade com que a água atravessa a camada filtrante é relativamente baixa. As taxas de filtração geralmente ficam compreendidas entre 2m3/m2.dia (83litros/m2.hora) a 6 m3/ m2/dia (250 litros/m2 .hora). O funcionamento recomendado de um filtro lento de areia é de 100 litros/m2. hora (0,1m3/m2 x h ou 0,1m/h). A Organização Pan-americana da Saúde, 2003 recomenda valor menor ou igual 0,2m/h (200 litros/m2 x h) abril / Maio / junho | 2009 artigo técnico Salientamos que o filtro lento de areia não torna a água potável, pois para isto deverá atender a todos os requisitos da Portaria 518/04 do Ministério da Saúde. -ABNT (ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). Projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento público. NBR 12217 de julho de 1994. -ABNT (ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). Projeto 20. Avaliação do sistema de aproveitamento de água de chuva de sistema de bombeamento de água para abastecimento público. NBR 12214 de abril de 1992. O sistema de aproveitamento de água de chuva é sustentável e para a avaliação usamos três métodos básicos: payback, relação beneficio/custo ≥ 1 e LCCA (lyfe cycle cost analysis) que é o método da análise da vida útil do sistema. Em média sistema de aproveitamento de água de chuva tem payback de no máximo 3 anos e relação Beneficio/Custo>1. Torna-se uma alternativa viável na maioria dos locais em análise LCCA de 20anos computando os custos de implantação, manutenção, operação, energia elétrica, substituição de equipamentos, etc usando o valor presente. -ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). Água 21. Tarifas de esgotos São Paulo para obtenção do titulo de mestre em engenharia. de chuva- Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis – Requisitos, setembro de 2007. NBR 15527/07. -BOTELHO, MANOEL HENRIQUE CAMPOS E RIBEIRO JR, GERALDO DE ANDRADE.Instalações Hidráulicas prediais feitas para durarusando tubos de PVC. São Paulo: Pro, 1998, 230 p. -MACEDO, JORGE ANTONIO BARROS DE. Subprodutos do processo de desinfecção de água pelo uso de derivados clorados. Juiz de Fora, 2001, ISBN 85-901.568-3-4. -MAY, SIMONE. Estudo da viabilidade do aproveitamento de água de chuva para consume não potável em edificação. Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de Não há leis brasileiras e nem decretos a respeito das tarifas de esgotos com o uso água de chuva nos aparelhos sanitários. Sem dúvida a água de chuva que for encaminhada para a rede coletora de esgotos sanitários da concessionária pública deverá ser tarifada São Paulo, 2004. 22. Conclusão ón técnica ISSN:1018-5119 HDT Nº 88 MARZO 2003. O aproveitamento da água de chuva deverá ser usado somente como água não potável e deve ser considerado como mais um recurso hídrico disponível como a água de reúso, água de superfície e subterrânea. 21. Bibliografia e livros consultados -ABNT (ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). Projeto de captação de água de superfície para abastecimento público. NBR 12213 de abril de 1992. -ABNT (ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). Estudos de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água. NBR 12211 de abril de 1992. -ABNT (ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). Instalação predial de água fria. NBR 5626 de setembro de 1999. -ABNT (ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). Instalações prediais de águas pluviais. NBR 10844 de dezembro de 1989. -ABNT (ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público. NBR 12216 de abril de 1992 -MINISTERIO DA SAUDE. Portaria 518 de 25 de março de 2004. Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade e dá outras providencias. -ORGANIZACION PANAMERICA DE LA SALUD. Hojas de divulgaci-TEXAS, The Texas Manual on Rainwater Harvesting, 3a edição 2005, Austin, Texas, 88 páginas. -THOMAS, TERRY E REES, DAI. Affordable Roofwater Harvesting in the Humid Tropics. International Rainwater Catchment Systems Association Conference, 6 a 9 de julho de 1999, Petrolina, Brasil. -THOMAS, TERRY et al. Bacteriological quality of water in DRWHRural Development. Germany: 2001, Rainwater International Systems de 10 a 14 de setembro de 2001 em Manheim. -TOMAZ, PLINIO. Aproveitamento de água de chuva para áreas urbanas e fins não potáveis. Navegar Editora, São Paulo, 2005, 2ª ed., 180p. ISBN 85-87678-23-x. -TOMAZ, PLÍNIO. Conservação da água. Editora Parma, Guarulhos, 1999, 294 p. -TOMAZ, PLINIO. Previsão de consumo de água- Interface das instalações prediais de água e esgotos com os serviços públicos. Navegar Editora, São Paulo, 2000, ISBN 85-87678-02-07, 250p. -VICHKERS, AMY. Handbook of Water Use and Conservation. Massachusetts, 2001, ISBN 1-9315579-07-5, WaterPlow Press, 446p. realização: Especial 20 anos de Encontro Técnico e Fenasan De 1991 a 2009: um evento com a maior projeção mercadológica do País e da América Latina, em seu núcleo de atuação. >> Histórico >> Fatos marcantes >> Depoimentos >> Panorama do evento de 2009 >> Expositores da Fenasan 2009 especial 20 Anos de Encontro Técnico e Fenasan AESAbesp completa 20 anos de Encontro Técnico e Fenasan Uma dos grandes méritos da Associação dos Engenheiros da Sabesp, dentro do mercado de saneamento, é a realização anual dos seus Encontros Técnicos, em caráter simultâneo com a Fenasan (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente), reconhecida e prestigiada tanto na esfera de políticas públicas, quanto na do setor privado. Para comemorar o seu vigésimo aniversário, o tema escolhido para nortear o XX Encontro Técnico e Fenasan 2009 é “Sustentabilidade – caminho para universalização do saneamento ambiental”, inclusive com base na própria postura da AESabesp, com a preservação da sua história, o compromisso de atender as necessidades atuais do setor e com o de investimento na capacidade técnica das gerações futuras. Trabalhos pioneiros do nosso I Encontro Técnico Estudo particular sobre corrosão em ramais prediais Autores: Regina Mei Silveira Onofre, Magdalena Hoels, Carlos César de Oliveira e Nizar Qbar. 42 Fotos do acervo do Eng. José Roberto Guimarães Em 2009, esta realização completa 20 anos, e é considerada, hoje, um dos mais importantes eventos técnicos do setor, em escala mundial, com a maior projeção mercadológica do País e da América Latina, em seu núcleo de atuação. Vista da Platéia na Abertura do I Encontro Técnico AESABESP Ressetorização do sistema de abastecimento de água na RMSP, como atividade estratégica no Programa de Desenvolvimento Operacional e Controle de Perdas. Autores: Paulo Roberto Borges e Edson Almeida Torre Utilização de Ultrion na instalação de Tratamento de Água de Santos Autores: Roberto Ferreira, Mauro dos Reis e Fernando Beraldo Guimarães Júnior Atividades de informática na Diretoria de Operação RMSP-DO Autores: Luiz Ernesto Suman e Pedro Costa Júnior Manutenção corretiva e preventiva para Empresas de Saneamento Autores: Gilberto Berzin, Carlos Alberto da Silva Gomes e Takashi Fujii. Parâmetros brasileiros e Engenharia de Segurança Autor: José Roberto Guimarães de Almeida Durabilidade de Interceptores de Esgotos Autor: Aldo Takahashi Saneas especial 20 Anos de Encontro Técnico e Fenasan Encontro Técnico: conhecimento e tecnologia em contínua expansão Com esse público jovem e entusiasmado, foi realizado o “I Encontro Técnico da AESabesp”, nos dias 21, 22 e 23 de agosto de 1990. A solenidade de abertura aconteceu no Auditório da Cetesb, que também disponibilizou suas salas de treinamento para o desenvolvimento dos trabalhos técnicos. Hoje, depois de duas décadas, muitos dos participantes que estão na foto histórica ao lado ainda marcam as suas fiéis presenças nos nossos Encontros, com o mesmo ar de interesse e entusiasmo, que nos motiva a acreditar que as iniciativas de valor sempre estarão de acordo com o seu tempo e o amanhã é mais um degrau na busca do conhecimento. A comissão organizadora desse I Encontro Técnico foi coordenada presidente da AESabesp na época, Plínio Montoro Filho, e integrada por Armando Mitsunobu Yamada, Gilberto Alves Martins, José Taniguti, Mauricio Soutto Mayor Junior, Maximiano Bizatto e Nizar Qbar. Modelo matemático para estudo de recebimento de efluentes industriais, contendo metais pesados em ETEs convencionais Autor: João Jorge da Costa Racionalização dos Serviços de Operação e Manutenção de Redes de Água e Esgotos Autor: João Baptista Comparini Lodo ativado por batelada Autor: Hissahi Kamiyama Pelos títulos e autores dos 14 trabalhos pioneiros do nosso I Encontro Técnico, pode-se avaliar o quanto a sua contribuição foi fundamental para a importância que o setor alcança nos dias atuais, sejam por sua especificações valiosas ou por suas abordagens contextuais. o encontro técnico aesabesp é considerado, hoje, um dos mais importantes eventos técnicos do setor, em escala mundial, com a maior projeção mercadológica do País e da América Latina, em seu núcleo de atuação. Segurança do Trabalho em Serviços de Manutenção em Poços de Visita e Galeria de Esgotos Autores: Plínio dos Santos e Orlando Trindade Faria Água Subterrânea – uma opção natural Autor: João Carlos Simanke de Souza Impermeabilização de fundo de Lagoa com Soda Cáustica e importância na mistura em Lagoas de Estabilização Autor: José Everaldo Vanzo Algumas considerações sobre tensão trativa e velocidade crítica, utilizada para o dimensionamento dos Coletores de Esgotos Autores: Joaquim Gabriel de Oliveira Machado Neto, Milton Tomoyuki Tsutiya e Winston Hisasi Kanashiro Saneas 43 especial 20 Anos de Encontro Técnico e Fenasan Nos dias 12,13 e 14 de 2009, o XX Encontro Técnico da AESabesp ocupará todos os auditórios do Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte, com a apresentação de mais de 100 trabalhos inscritos, de autorias de docentes de universidades, de técnicos de Companhias de Saneamento de todo o País e de grupos privados, voltados para eficiência operacional, recuperação de áreas degradadas, novas tecnologias e políticas públicas do setor. Além desses temas de interesse incontestável no atual momento do setor do saneamento ambiental nas palestras técnicas, ainda estão previstas palestras institucionais que serão tematizadas em cinco mesas redondas, além de uma visita técnica à empresa Natura, em Cajamar. Abordagens das mesas redondas do XX Encontro Tecnico AESABESP ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ Equilíbrio entre o capitalismo e sustentabilidade numa empresa - cases bem sucedidos Sustentabilidade nas contratações de projetos, equipamentos e obras Estratégias para implementação das metas do milênio e do consumo de água A Parceria Pública Privada (PPP) como alternativa para a universalização do saneamento básico no Brasil Regulação do setor de saneamento na atualidade momentos memoráveis de 20 anos de Encontros Técnicos da AESabesp 3 LEGENDAs: (1) Cerimônia de Encerramento, em 2007. (2) Palestra com o jornalista especializado em economia, Joelmir Betting. (3) Abertura do Encontro Técnico de 2008, com representantes de todas as entidades vinculadas ao saneamento.(4) Show “Planeta Água” com Guilherme Arantes, no encerramento do Encontro Técnico Fenasan de 2002, na Bienal do Ibirapuera. (5) Público da solenidade de Abertura, em 2008. 1 5 2 4 44 Saneas especial 20 Anos de Encontro Técnico e Fenasan Fenasan: onde os expoentes do mercado se encontram, desde 1990 Com a realização do primeiro Encontro, que promoveu o aprimoramento tecnológico e aumentou o nível de relacionamento entre os profissionais do setor, a AESabesp também realizou a sua 1ª Feira de Materiais, Serviços e Equipamentos. O seu começo modesto, com estandes dos patrocinadores montados sob a marquise do prédio principal da Unidade da Costa Carvalho da Sabesp, já sinalizava um futuro promissor, porque as empresas acreditavam nesse Projeto. Note a presença de nossos parceiros nos primeiros registros fotográfico da Feira, em 1991. Essa credibilidade das empresas não só dura até hoje, como nos alçou à posição do maior evento do mercado de saneamento ambiental da América Latina, cuja excelência desperta interesses de grupos internacionais. Por isso que essa semente plantada em 1990 se tornou uma frondosa árvore que precisava ocupar espaços cada vez maiores do que a marquise da Sabesp, em todos os sentidos. E foi para outra entidade parceira: o Instituto de Engenharia de São Paulo, que o evento foi transferido por toda a década de 90. Com a entrada do novo milênio, ele expandiu para o Centro de Convenções do Hotel Transamérica e depois, em 2002, para o charmoso prédio da Bienal do Ibirapuera. Mas ainda assim, era imperativo a instalação da Feira num local mais amplo, que atendesse a demanda cada vez maior de empresas que queriam expor seus produtos e serviços. Então, em 2003, a Fenasan foi transferida para o Expo-Center Norte, que oferecia uma área extensa com capacidade de acomodação de um grande número de expositores. E será nesse local, que a nossa Feira estará em 2009, com o a sua área 100% comercializada, confirmando a credibilidade indiscutível das empresas do setor. Expositores de sempre em edições passadas da grande Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente Núcleos da AEsabesp em edições anteriores. Na edição de 2009, estaremos na confluência das ruas M e N, onde aguardamos a sua visita. Saneas 45 especial 20 Anos de Encontro Técnico e Fenasan Como a Fenasan é avaliada pelo setor É com muita satisfação que a AESabesp apresenta estes depoimentos de lideranças do setor, que traduzem os resultados positivos alcançados nesses 20 anos. Aquamec Gilson Cassini Afonso, superintendente de Operações da Unidade Aquamec. A Fenasan é reconhecida hoje como uma das mais importantes feiras do setor de saneamento no Brasil. É uma das atividades idealizadas pela AESabesp, há 20 anos, com periodicidade anual, que vem crescendo e ganhando força no mercado nacional. O evento é uma oportunidade para expositores, palestrantes ou visitantes de conhecer e apresentar as novidades do setor. As empresas expositoras contam com um excelente público-alvo, desde o já consagrado público da Sabesp, até ilustres visitantes de diferentes estados do País e de outras companhias estaduais, municipais e concessionárias privadas, além das empresas de engenharia, consultores independentes, pesquisadores e universidades. Não por outro motivo, a Aquamec, como empresa de tecnologia, fabricante de máquinas, equipamentos e sistemas para tratamento de águas e efluentes, espera uma visitação bastante significativa e estratificada, contando inclusive com o incremento da visitação no mercado industrial. A Fenasan 2009 acontece em um momento interessante, pois tem como cenário os investimentos projetados a partir de 2007 e efetivamente contratados até o momento. São iniciativas contempladas tanto pelo PAC do governo Federal, quanto pelos recursos vindos de grupos estrangeiros, que assegurou só para São Paulo, o aporte de aproximadamente R$ 7 bilhões, até 2010. O desafio é manter a universalização no fornecimento de água tratada e chegar a 84% na coleta e esgoto, nos 367 municípios atendidos pela Sabesp. As mudanças previstas com a Lei do Saneamento (11.445/7), com a Lei das Parcerias Público-Privadas 46 Saneas (PPP) e com a aceleração das obras do PAC são consideráveis e significam uma enorme quantia em investimentos no setor. Aporte que não é idealizado há mais de 30 anos, desde a época do Plano Nacional de Saneamento (Planasa), instituído na década de 70. É acreditando nesse cenário e na necessidade de universalização dos serviços de águas e esgotos, até meados de 2020 - já que, até o momento, o Brasil não conseguiu investir os valores anuais necessários, que já deveriam ultrapassar a casa dos R$ 10 bilhões ao ano - que a Aquamec continua investindo fortemente em soluções inovadoras e consolidando essas tecnologias em seus projetos, sem deixar de empregar as tecnologias existentes e consagradas no Brasil e no exterior. Somente na Sabesp, por meio de empreiteiras, a Aquamec possui hoje contratos firmados, que ultrapassam R$ 80 milhões em diversos projetos em andamento, o que requer investimentos substanciais de nossa parte. Foi pensando no crescimento sustentável da Aquamec que, em 2009, com o objetivo de formar um dos mais completos grupos empresariais brasileiros para atender o setor de serviços ambientais, a empresa associou-se à Haztec Tecnologia e Planejamento Ambiental S.A. A corporação, constituída pelas empresas Aquamec, Gaiapan, Geoplan, Hidrogesp, Novagerar e Tribel, além da própria Haztec Ambiental, atua nas áreas de diagnósticos ambientais, remediação de áreas impactadas, mudanças climáticas, gestão ambiental integrada, resposta a emergências ambientais e tratamento de águas e efluentes, incluindo o fornecimento de sistemas completos e equipamentos. especial 20 Anos de Encontro Técnico e Fenasan Saint-Gobain Canalização Nivaldo Bruni, Gerente Comercial Nacional da Saint-Gobain Canalização Há 20 anos, por iniciativa da Associação dos Engenheiros da Sabesp (AESabesp), nascia a Fenasan (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente). A Saint-Gobain Canalização, que à época ainda era denominada Companhia Metalúrgica Barbará, apoiou desde o princípio o evento por acreditar na capacidade da AESabesp e reconhecer o enorme potencial de tal investimento. Hoje, a Fenasan é considerada uma das maiores exposições técnica e mercadológica do setor de saneamento na América Latina. Para nós, da Saint-Gobain Canalização, participar desta exposição nos dá a oportunidade de debater melhorias para o setor, de trocar informações com clientes, fornecedores e demais players da área e de expor nossos produtos e a nossa expertise, principalmente pela efetiva participação da SABESP além de outras empresas de saneamento, estaduais ou municipais, publicas ou privadas, como expositores e visitantes. É preciso destacar que a Fenasan é uma grande vitrine, não somente para os produtos e serviços das empresas participantes, mas também para dar visibilidade aos grandes temas do setor. É uma ocasião para mostrar as inovações tecnológicas do saneamento brasileiro, os avanços no que tange a preservação do meio ambiente, dentre outros importantes assuntos relacionados ao universo do saneamento. Em outras palavras, apoiar a Fenasan é uma forma de contribuir para o fortalecimento e a expansão deste mercado. E a expectativa da Saint-Gobain Canalização para a vigésima edição do evento só pode ser a mais otimista. A Saint-Gobain Canalização traz diversas novidades para a Fenasan - Feira Nacional de Materiais e Equipamentos para Saneamento - deste ano. Veja alguns dos produtos que a Saint-Gobain Canalização levará para a Fenasan 2009: Linha controle de perdas (Válvulas Euro 20, Válvulas de Gaveta), Linha Klikso (conexões de ferro dúctil para tubos PVC PBA para água, nos DNS 50, 75 e 100), Válvula de Fluxo Anular (agulha), Válvula Gaveta Euro com haste ascendente (Aplicável em bloqueio de esgoto sanitário ou redes de água bruta ou tratada para diversos processos industriais). Poly Easy do Brasil Renato Salomão, Diretor Comercial da Poly Easy do Brasil Ltda. Nossa participação na FENASAN é considerada imprescindível, em função da importância do evento dentro de nossa estratégia de marketing, pois é lá que reforçamos nossos laços com a coletividade do saneamento básico, não apenas em São Paulo, mas também em todo o Brasil. Notadamente agora em que a SABESP está empenhada em um Projeto Estruturante que objetiva eliminar definitivamente as perdas no abastecimento de água. A POLY EASY sempre esteve na vanguarda de apresentar soluções que auxiliem nessa proposta, haja a vista o desenvolvimento de nosso produto EASY RAMAL, um ramal predial que leva a zero as perdas de água em ligações prediais, além de outros produtos e serviços que ajudam a minimizar os malefícios deste fato. Saneas 47 especial 20 Anos de Encontro Técnico e Fenasan Amanco Marise Barroso, presidente da Amanco “O segmento de saneamento é fundamental para a Amanco, considerando que condução e o uso inteligente da água são temas-chave há anos na empresa, que acompanha de perto a questão por meio de iniciativas como o Instituto Trata Brasil, do qual é apoiadora e integrante do Conselho Superior. O crescimento do mercado de infraestrutura no país, com as obras do PAC na área de saneamento básico, reforça a importância da Fenasan, que se consolida como um dos principais eventos do setor. A linha de infraestrutura já responde por mais de 20% do nosso negócio. Temos trabalhado em diversas inovações para o setor. No ano passado lançamos a linha Amanco Novafort de tubos corrugados especialmente desenvolvidos para o segmento de saneamento básico e, neste ano, lançaremos na Fenasan três produtos: o Amanco Biax, tubos em PVC-O (biorientado) para redes de adução e distribuição de água; o Amanco Tê de Serviço e Conexões de Pressão, para condução de água potável; e o Amanco Kit Cavalete, conjunto de tubos e conexões que interliga o ramal predial do sistema de distribuição de água com a instalação predial do consumidor.” Kanaflex Sérgio Amaral Niccheri, Gerente de Saneamento da Kanaflex A Kanaflex tem conquistado um número expressivo de clientes na área de saneamento. Após a entrada da empresa neste setor com o lançamento do Kanasan - Tubo de Polietileno para Coleta de Esgoto em 2002, precisávamos de um evento que fosse uma vitrine nacional e sinônimo de credibilidade no setor de saneamento. Participamos de forma experimental naquele mesmo ano, e o resultado nos surpreendeu. Fomos agraciados com o Troféu Inovação Tecnológica, e diversas companhias de saneamento propuzeram testes pilotos do produto. Nos anos que se 48 Saneas seguiram participamos de todas as edições, acompanhando a evolução do mercado de saneamento e do nosso produto, que hoje conta com normas NTS e ABNT, com aprovação em praticamente todas as Concessionárias, Saae’s e Dae’s do Brasil. Em 2009 esperamos que a feira tenha o mesmo sucesso das anteriores, que acreditamos já ser o maior evento nacional do setor. especial 20 Anos de Encontro Técnico e Fenasan Digitrol Indústria e Comércio Jesuíno Martins de Carvalho, Diretor Comercial da Digitrol Indústria e Comércio ltda Expositores desde 2001, nós da Digitrol reconhecemos a Fenasan como uma das mais importantes feiras do setor de saneamento realizadas no Brasil com uma visitação de alto nível. Para nós, a feira é de grande importância estratégica para a exposição de nossos produtos, marcas e para a troca de informações sobre novas tecnologias notadamente na área de medição de vazão voltada ao controle de perdas. O setor de saneamento ambiental encara um novo momento depois da Lei Geral de Saneamento e com o PAC favorecendo os investimentos no setor, a Digitrol espera ampliar o crescimento registrado nos últimos dois anos em sua divisão Participaremos também pela terceira vez do Encontro Técnico que conta com profissionais competentes apresentando temas importantes. Aqui, mais uma vez o destaque vai para o controle e redução de perdas que possibilita o melhor aproveitamento da infra-estrutura existente e a postergação de aplicação de recursos para ampliação de sistemas. Além destes expositores que se dispuseram a dar o seu testemunhal sobre a importância da Fenasan, outras empresas de suma importância no saneamento ambiental estarão promovendo lançamentos e mostrando as suas altas performances tecnológicas na Fenasan 2009. Panorâmica do estande da Sabesp na Fenasan 2007. Saneas 49 especial 20 Anos de Encontro Técnico e Fenasan Um panorama geral do que será o XX ENcontro Técnico e Fenasan 2009 A AESabesp (Associação dos Engenheiros da Sabesp) realizará, nos dias 12, 13 e 14 de agosto, a sua 20ª edição da Fenasan (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente), com horário de visitação gratuita das 13 às 20 horas, e seu XX Encontro Técnico, com horário de programação das 9 às 18 horas, no Expo Center Norte (Pavilhão Amarelo), em São Paulo – SP. Sob o tema “Sustentabilidade – caminho para universalização do saneamento ambiental”, o evento é considerado como o mais importante do setor na América Latina e está com a sua área de exposição 100% comercializada. Para a Fenasan 2009, mais de 150 expositores, geralmente empresas fabricantes de equipamentos para o setor, criadoras de programas de desenvolvimento da área, prestadoras de serviços e de demais segmentos complementares à esfera do saneamento - confirmaram a sua participação e espera-se a circulação de 10 a 15 mil visitantes. patrocinador Fenasan Grupos Internacionais dos EUA e Israel também estarão presentes neste evento. No caso de Israel, o Brasil atrai o interesse dessas companhias por ter graves problemas na gestão da água e sinalizar capacidade de investimento num momento de crise econômica mundial. “Os EUA e a Europa estão fechados e as empresas israelenses estão em busca de novos mercados”, diz Roy Nir, chefe da missão econômica da Embaixada de Israel no Brasil. Já a norte-americana Eljen Corporation, que terá intérpretes em seu estande, quer selecionar parceiros brasileiros para fabricação local e distribuição dos seus produtos. O XX Encontro Técnico da AESabesp contará com as participações da Secretária Nacional de Energia do Chile, Magaly Espinosa, da Secretária de Energia e Saneamento de São Paulo, Dilma Pena, dos dirigentes da Sabesp, além de agregar mais de 100 trabalhos, de autorias de docentes de universidades, de técnicos de Companhias de Saneamento de todo o País e de grupos privados, voltados para eficiência operacional, recuperação de áreas degradadas, novas tecnologias e políticas públicas do setor. apoio apoio institucional Seção São Paulo 50 Saneas Organização Local especial 20 Anos de Encontro Técnico e Fenasan XX Encontro Técnico e Fenasan 2009: ações ambientais e sociais Dentro do escopo do nosso tema “Sustentabilidade – caminho para universalização do saneamento ambiental”, para o XX Encontro Técnico e Fenasan 2009, a AESabesp também adota práticas concretas de ações ambientais e sociais, a serem desempenhadas na realização desse grande evento. Confira: Selo Carbon Free Desde a realização da Fenasan 2007 (Feira de Nacional de Saneamento e Meio Ambiente), a Associação dos Engenheiros da Sabesp efetivou uma parceria com a ONG “Iniciativa Verde – Carbon Free”, que desempenha um projeto de neutralização das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), por meio do restauro florestal. Pelos bons resultados dessa iniciativa, que já gerou o crescimento de uma diversidade de árvores, colaborando efetivamente para a revitalização do meio ambiente, esse compromisso foi repetido em 2008 e será novamente colocado em prática em 2009. Com isso, a AESabesp é detentora, pelo terceiro ano consecutivo, do selo “Carbon Free” e se reafirma como uma promotora consciente de eventos, a exemplo das grandes realizações feitas, com consciência ambiental, em todo o mundo. Massagem terapêutica Durante os três dias da realização da Fenasan 2009, o Instituto Oniki do Brasil, irá dispor sua equipe da Escola Técnica de Massoterapia e equipamentos especiais, para sessões de massagem e relaxamento, muito indicadas para amenizar o estresse. Este Instituto já desenvolve um sério trabalho para algumas unidades da Sabesp, especialmente para equipes de atendimento ao público, e conta com um diferencial bem interessante: a maior parte dos massoterapeutas que estarão na Fenasan são portadores de deficiência visual. Dessa forma, esse trabalho conta com viés social muito significativo em prol de inclusão no mercado de trabalho de profissionais com habilidades específicas. Eles estarão disponíveis na Fenasan 2009, nos dias 12, 13 e 14 de agosto, das 14 às 18 horas e o custo módico de cada sessão de massagem será de R$ 10,00. Atividades de nossa OSCIP: distribuição de livro educativo e atendimento de Carteira de Projetos A AESabesp lançará, durante o evento, a publicação do livro “Água, sua importância em nossa vida”, que será inserido nas pastas e exposto no estande da Associação. Esse trabalho, que é uma grande referência para as nossas palestras de educação ambiental, consolida o termo de cooperação técnica entre a nossa OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Pública) e a OSCIP “Água e Cidade”, autora do projeto. Ainda no espaço da AESabesp, o trabalho da nossa OSCIP, conduzido pela diretoria de Projetos Socioambientais, estará a todo vapor, com atendimento direto aos nossos associados, bem como aos demais participantes que queiram se tornar sócios, que apresentarem os seus trabalhos para serem inseridos na “Carteira de Projetos AESabesp”. Saneas 51 especial 20 Anos de Encontro Técnico e Fenasan Presenças confirmadas na Fenasan 2009 •ABIMAQ Ass. Bras. Ind. Máquinas e Equipamentos •Abraman – Associação Brasileira de Manutenção •ABS Inds. Bombas Centrífugas •Acquasan Equipamentos para Tratamento de Água e Efluentes •Ag Solve Monitoramento Ambiental •Albrecht Equipamentos Industriais •Allonda Comercial de Geossintéticos Ambientais •Amanco Brasil •América Tubos e Conexões •Aquablue Produtos para Tratamento de Águas •Aquamec Equipamentos •Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente •AVK Válvulas do Brasil •B & F Dias Indústria e Comércio •BBL Engenharia Construção e Comércio •Bekaert do Brasil •Bermad Brasil Importação e Exportação •Bombas Leão •Brasbom Comercial Importação e Exportação •Bugatti Brasil Válvulas •Centroprojekt do Brasil •CMR4 Engenharia e Comércio - Caetano Tubos •Coester Automação •Comercial Marwil •Conexões Especiais do Brasil •Continuum Chemical Latin América •C.R.I. Bombas Hidráulicas •DAEE •Danfoss do Brasil Ind. e Com. •De Nora do Brasil •Degrémont Tratamento de Águas •Delbo Indústria e Comércio de Válvulas •Digitrol Ind. Com. •Dinatécnica Indústria e Comércio •Dositec Bombas Equipamentos e Acessórios •Ebara Indústrias e Comércio •Ecosan Equipamentos para Saneamento •Edra Saneamento Básico Indústria e Comércio •Eletrônica Santerno Indústria e Comércio •Eljen Corp. - Fonseca e Dias Construtécnica •Emec Brasil Sist. Tratamento de Água •Emicol Eletro Eletrônica •Enmac Engenharia de Materiais Compostos •EnvironQuip Engenharia de Sistemas Ambientais •Esa Eletrotécnica Santo Amaro •Exatta Precisão em Dosagem •Famac Indústria de Máquinas •Fernco do Brasil •FGS Brasil Indústria e Comércio •Flipper Tecnologia Ambiental •Fluid Feeder Indústria e Comércio •GEA Sistemas de Resfriamento •GE Fanuc do Brasil •Glass Ind e Com de Bombas Centrífugas e Equip •Gratt Indústria de Máquinas •Guarujá Equipamentos para Saneamento •Helmut Mauell do Brasil •Hidroductil Tubos e Conexões •Hidrosul - Máquinas Hidráulicas Hidrosul •Hidro Solo Indústria e Comércio •Higra Industrial •Huesker •Imbil - Ind e Manut. de Bombas ITA •Imefer Industrial e Mercantil de Ferragens •Indústria Mecânica e Artefatos de Metais Parva. •Interativa Indústria, Comércio e Representações •Interlab Distribuidora de Produtos Científicos •Invel Comércio Indústria e Participações •Israel Newtech – Missão Econômica de Israel 52 Saneas •ITT Water & Wastewater •Kaeser Compressores do Brasil •Kanaflex Indústria de Plásticos •Kemwater Brasil •Krieger Metalúrgica Indústria e Comércio •KSB Bombas Hidráulicas •Laffi Filtros e Equipamentos Industriais •Lamon Produtos •Máquinas Agrícolas Jacto - Mizumo •Marte Balanças e Aparelhos de Precisão •Masterserv - Controle de Erosão e Comércio •Mission Rubber do Brasil •Multi Conexões Indústria e Comércio •N. Mello Comércio de Máquinas Hidráulicas - Stanley •Netzsch do Brasil Indústria e Comércio •Niagara Comercial •Niedung do Brasil •Nivetec Instrumentação e Controle •Nunes Oliveira Máquinas e Ferramentas •Controltech •Parkson do Brasil •Perenne Equipamentos e Sistemas de Água •Pieralisi do Brasil •Planthae Consultoria em Normas Técnicas •Plastimax Indústria e Comércio •Polimate - Importação Exportação de Medidores •Poly Easy do Brasil Indústria e Comércio •Proacqua Processos de Saneamento de Efluentes e Comércio •Prominas Brasil Equipamentos •Restor Comércio e Manutenção de Equip. Eletromec •Ritmo SpA •Robuschi do Brasil Comércio, Importação de Equipamentos Industriais •Rothenberger do Brasil •Sabesp •Saint - Gobain Canalização •Sampla do Brasil Ind. e Com.de Correias •Sanemais Indústria e Comércio de Tubos e Conexões •Schneider Eletric •SEREC Serviços de Engenharia Consultiva •Servmed Analítica - Digimed •Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva •SMV Válvulas Industriais •Soft Brasil Automação •Sondeq Indústria de Sondas e Equipamentos •Sparsol Indústria e Comércio de Equipamentos Industriais •Stocktotal Telecomunicações •Tecniplás Tubos e Conexões •Tecnomedição Sistemas de Medição •Tigre Tubos e Conexões •SVS Selos - Uziseal Com. Reparos de Peças Industriais •Valloy Indústria e Comércio de Válvulas e Acessórios •VI Indústria e Comércio •Vibropac Indústria e Comércio de Equipamentos •Vika Controls Com. de Inst. e Sistemas •V.O.S. Obras e Serviços de Construção Civil •Imperveg Poliuretano Vegetal •Wam do Brasil Equipamentos Industriais •Wasserlink Comercial •Wastec Brasil Comércio de Produtos Químicos •Weatherford Indústria e Comércio •Weir do Brasil •Wustenjet Engenharia, Saneamento e Serviços especial Mezanino pat r o c i n a d o r F e n a s a n 20 Anos de Encontro Técnico e Fenasan Saneas 53 XXI Encontro Técnico XXI Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente reencontro marcado! 10, 11 e 12 de agosto de 2010 Pavilhão Amarelo - Expo Center Norte São Paulo - SP A edição de 2010 do maior e mais importante evento de saneamento e meio ambiente da América Latina já tem data confirmada! Não deixe de participar do XXI Encontro Técnico AESABESP e Fenasan 2010. Reserve já o seu estande. | Promoção | Saiba mais: www.fenasan.com.br AESABESP Associação dos Engenheiros da Sabesp homenagem Em memória de MILTON TOMOYUKI TSUTIYA Foto gentilmente enviada pela Sra. Sioe Lan Tsutiya Em atenção de uma legião de amigos da Sabesp, abrimos espaço para uma homenagem ao grande mestre Milton Tomoyuki Tsutiya, falecido em 29 de maio de 2009, enviada por seus próximos. ecém formado em engenharia civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, ingressou na área de projetos da recém criada Sabesp – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, quando as equipes estavam em fase de consolidação, após a fusão das empresas que operavam no saneamento básico no Estado de São Paulo. Além de concluir o curso de Física, continuou os estudos de pós-graduação na mesma escola onde mais tarde seguiu a carreira docente. Na Sabesp, dedicou-se nos primeiros anos aos projetos de sistemas de coleta de esgoto de cidades do interior do estado. O acompanhamento das obras paralelamente aos projetos levou-o à iniciativa de pesquisar medições de vazão de infiltração de esgoto em redes recém construídas, para verificar os índices adotados na fase de projeto. O trabalho sobre tensão trativa em projetos para evitar a deposição de areia nos coletores de esgoto é deste período. Nos projetos de estações elevatórias de esgoto, procurava os engenheiros mecânicos e elétricos da Sabesp para esclarecer dúvidas além das questões hidráulicas, vindo a se aprofundar no estudo destas instalações que foram temas da sua dissertação de mestrado e da tese de doutorado. Foi devido à sua dedicação e seu trabalho sério que seu orientador, Prof. Paulo Sampaio Wilken, convidou-o para fazer parte do corpo docente da USP. Começou como professor de Hidráulica da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU e mais tarde passou a ministrar aulas de Saneamento Básico na Escola Politécnica, escola de sua formação e da qual muito se orgulhava. Ele tinha diabetes, mas a doença, em vez de esmorecê-lo, criou nele uma disciplina de ferro por causa do tratamento. Era o único dos irmãos que não necessitava de injeções diárias de insulina, levando as recomendações médicas muito a sério. Praticava natação duas vezes por semana e ainda fazia caminhadas diárias depois do almoço, para postergar ao máximo o uso da insulina. Foi através da sua autodisciplina que terminou sua tese de doutorado. Acordava regularmente às 3 horas da manhã e trabalhava até a hora de ir ao trabalho. Tinha uma grande capacidade de aglutinar pessoas em torno de projetos em que acreditava. Foi assim que publicou um trabalho pioneiro sobre a aplicação de lodo de estações de tratamento de esgotos na agricultura, no livro “Biossólidos na Agricultura”, trazendo o que existia de mais moderno na área, através da ESALQ-USP/Nupegel e da UNESP - Jaboticabal, que se somaram aos conhecimentos acadêmicos da Escola Politécnica e aos conhecimentos da própria Sabesp. Publicou também dois livros, que hoje fazem parte do acervo das bi- R abril / Maio / junho | 2009 Saneas 55 homenagem bliotecas das melhores universidades do Brasil: “Coleta e Transporte de Esgotos Sanitários” e “Abastecimento de Água.” Outras obras suas são: “Redução de Custo de Energia Elétrica em Sistemas de Abastecimento de Água” e “Membranas Filtrantes para o Tratamento de Água, Esgoto e Água de Reuso”. Além disso, foi autor de várias dezenas de trabalhos que foram apresentados em numerosos congressos e encontros técnicos. Tinha outros dois livros em elaboração. Milton Tomoyuki Tsutiya tinha confiança em tudo que realizava, sendo que esta certeza sempre se constituía numa bússola que o direcionava para concretizar suas atividades profissionais. Trabalhou na SABESP por mais de trinta anos e sem dúvida foi um exemplo de dedicação à causa da Companhia. Sua dissertação de mestrado e sua tese de doutorado foram direcionadas para assuntos específicos da SABESP, bem como todas as publicações tinham como referencial o seu trabalho desenvolvido na Companhia. Sempre estimulava os colegas de trabalho a estudar e indicava alguns livros que mereciam ser lidos. Aposentou-se e permaneceu contribuindo com seus valiosos conhecimentos como professor e orientador da Escola Politécnica e como consultor em empresas de engenharia. Sua contribuição mais recente, como engenheiro consultor, esteve ligada à Revisão e Atualização do Plano Diretor de Abastecimento de Água da Baixada Santista que está atualmente em desenvolvimento na SABESP. “As pessoas boas não morrem, ficam encantadas”, disse Guimarães Rosa. É nesta condição que ele irá permanecer em nossos pensamentos: sua maneira de ser, o companheiro, o colega, o amigo, o seu entusiasmo em querer sempre descobrir novas tecnologias e seu desejo de disseminar suas pesquisas para o benefício de todos. São gestos como esses que definem uma pessoa de valor e seu nome sempre figurará nas referências bibliográficas do Saneamento Básico. O seu talento incomum e a sua disposição para pesquisar o fizeram uma pessoa de muita grandeza. Disse Winston Churchill “o preço da grandeza é a responsabilidade”; pois bem, era o que não faltava ao nosso ínclito sabespiano. Apaixonado pelas suas atribuições, elaborando seus trabalhos técnicos de madrugada, o que surpreende é a riqueza da vida intelectual construída e a incomum capacidade de trabalho que o distinguiu por toda a sua vida. Poucos profissionais foram tão prolíficos quanto ele. O Milton tinha uma dedicação especial à sua família: à esposa colaboradora, ao filho incentivador, aos pais e aos irmãos. Em nós ficam a saudade e as boas lembranças de um grande amigo e companheiro. Que ao lado do Pai, ele faça mais histórias como foi sua vida aqui na terra. Amigos da Sabesp 56 Saneas abril / Maio / junho | 2009 “causos” do saneamento Deu Gato no cruzamento da República do Líbano com a Ibirapuera Por Eduardo Augusto Bulhões Um caso interessante aconteceu em uma obra da antiga Superintendência de Produção da Diretoria de Operação da Sabesp, em fevereiro de 1980. Para terminar com os constantes vazamentos que ocorriam nas adutoras ABV França Pinto, após algumas avaliações técnicas, a área de manutenção da Divisão do Sistema Produtor Guarapiranga optou em remanejar um trecho de 80m das adutoras 1ª e 4ª ABV/França Pinto na confluência das Avenidas Ibirapuera e República do Líbano. Como a CET não autorizou a abertura de vala a céu aberto na travessia, a opção foi utilizar os tubos existentes de diâmetro 1000 mm como túnel para assentamento de tubos de aço de diâmetro 900 mm, a obra foi um sucesso e as adutoras foram colocadas em operação dentro do prazo estabelecido. Só havia um problema, era necessário preencher o espaço vazio entre os tubos para evitar a ocorrência de corrosão, por serem de materiais diferentes. Como passar o tubo de recalque de concreto naquele pequeno espaço em 80 metros? Após várias tentativas, alguém propôs uma solução inusitada: amarrar um cordão no rabo de um gato e fazer com que o animal atravessasse o trecho todo por entre os tubos. Idéia maravilhosa e genial, que permitiria que, com a ponta do cordão do outro lado, conseguiríamos puxar um tubo de maior diâmetro e em seguida o tubo de recalque do concreto que preencheria a lacuna entre os tubos. Então, nesse caso, o primeiro passo seria arranjar um gato, tarefa que um de nossos empregados, o Tarará, de forma pró-ativa, se ofereceu para executar. No dia seguinte, a equipe estava no local, inclusive com o nosso novo colaborador, o gato. E que gato, o pobrezinho não conseguia nem andar. Mas mesmo com o processo de seleção inadequado, não havia outra alternativa, obrigando o nosso encarregado a solicitar a um empregado que amarrasse o cordão no rabo do pobre felino. Em seguida, o nosso herói foi colocado em cima do tubo para que pudesse cumprir sua nobre tarefa: conduzir o cordão guia até o outro lado da travessia. No início da operação, o gato até andou alguns centímetros, mas parou... Nesse momento, alguém teve uma idéia: pegar um saco de supermercado, que na época era de papel, encher de ar e explodir. Porém, o gatinho não se assustou com o barulho e nem se mexeu. abril / Maio / junho | 2009 O nosso chefe, que já estava perdendo a paciência, usando toda sua autoridade bradou: “Parem com essa brincadeira, o assunto é serio”. E então tomou uma decisão: pulou dentro da vala e com as duas mãos próximas ao rosto começou a latir, imitando um cão. A idéia, a princípio, foi boa, pois o gato se assustou, andou alguns metros, mas escorregou e caiu entre os tubos, numa distância que não era possível resgatá-lo. Quem tinha um problema ficou com três: passar o tubo para injetar o concreto, alimentar o gato e tentar o resgate do pobre felino. O gato era um filhote e na época não era comum se encontrar ração para gatos. O jeito foi rezar, ter paciência e alimentar o bichinho, com pedacinhos de pão embebidos no leite. Ufa, deu certo! Passados dois dias, com essa dieta rica em proteína e sais minerais, o valente colaborador ganhou força e conseguiu se aproximar da “boca do tubo” e foi resgatado, com um laço na ponta de uma vara de bambu. O dono da proeza foi o seu próprio tutor: o Tarará, que adotou o pequeno animal oferecendo de presente a sua filha. Neste episódio pitoresco, ainda resta uma pergunta: Como foi feita a concretagem do tubo? O serviço foi literalmente concretizado por meio de mais uma solução genial do nosso encarregado. Sr. Silveira (aliás, o único que não acreditou na solução do gato), que consistiu em passar um tubo guia e concretar o espaço vazio entre os tubos e, assim, terminar a obra com sucesso. Saneas 57 palavra de amigo deu n e c s n a r ue t q e d a z i m Uma a balho a Diretoria r t e d balhar na a tr e i d fu , a a c , ele o ele cenário 0. Nessa ép u 8 q 9 à ativid a 1 N e . d ry s u e a Rua Am Martins d a relação ade da D. Noss ng. Antonio da na Unid eira, na SP h ia n d e ito. e s g onheço o E , n p e s o e mais estre a Sab r com d a to o tu ta ã a n ç i o u c fu tr s u m de Con empresa hamos u a SPU, e e l e não tín abriu uma a tendente d e n n u io ri s e to s p n fi u e s S ro o p asião, p era esp. Na oc ue ele se a meramente b q a e S d is a o a d p li e ra a d a , ns to sp da form de serviço borou algu lidou, de fa r la o o e s d n s era dentro o ta in c s rt e re a s izade o Eng. M ando-se p A nossa am e a firma d ento, torn ” m a tê e ie n T a s to je noria em ntados e Pe tos, do “Pro se je o ro p de consult P A e s d o d rdenadora a engessociação eu era Coo diferente d i à AAPS (A ie m c e o b ss a ra e e s. ra nó outra esf Social). sentei, m projetos pa ntos numa ém me apo o de Apoio b p ju m r ru a ta (G lh u a S e b A e a vim a G tr Depois qu assamos a besp, é que ço parte do a p í fa S a à u d e o e e d ) a S a sp P ic ed AA a Sabe é uma ótim trabalho d le r social da E o . to sionistas d ss e te o ir n n d e o o m é a cial. Ele o positiv e de todo são. ós atividad nharia: a so ionou muit a atual mis p ss su e re a d p n o a d im d o e a rí ior g m e quer, a ma artins, que cia é empre E é nesse p n le M e tê e e o d p l m a m o o o c c lado pess em bem da a sua dedicado conhecer o isas não sa mamente enhada e to o e p c tr s m x e a e l, o e e d l v n e ma v onsá qua roveitar be re e amigá p g a vio curto, le pessoa, resp a e a p d to io ta n e s e o m seu mperam zação e g Apesar de PS. a por seu te de de reali d a a id p c u a c p o a soal da AA é c s e e uita o d p p n o m ra d te g ia o a AAPS e m panh o tem n m m parte d s o o e c C õ ç s. m a o e z li ig almente aos am suas rea à família e stas, princip m todas as e fe o e idade.” ss s e n c e g su e via toda a felic muito e jo d r se o e d d e vida, é fã d c s, um mere igo Martin l, pois ele é a Ao meu am o ss e p a id z em sua v saúde e pa “C astro iva C a P a i c ú L Maria dedicaheiros que n e g n e is o sesses d s agora de Pela foto d Sabesp, ma à a id v a m o a su vida, c o ram anos d lidade de a u q a o b aduuma ir que “am lu frutam de c n o c s o is os, podem a. E o ma aposentad e sabedori d o ã st e o u ma q podem s recer” é u s as idades o d to m e um é que e, o que dá importante de amizad s o ç la s te o ss Isto m reforçar no viver bem. se e d e rt a a suscial à Revista: é a sabor espe st e d a m como o te a da vida. tudo a ver na trajetóri a d ti e fl re de tentabilida 58 Saneas abril / Maio / junho | 2009 sANeAMeNTO AMbIeNTAl É A NOssA pRIORIDADe anunCie na revista saneas Revista saneas: mais que uma Revista, um PRojeto sócio-ambiental. conheça as oPoRtunidades de PaRticiPação na Revista. A Revista saneas é uma publicação da: Contato de publiCidade: AesAbesp Tel: 11 3263 0484 - 11 7515 4627 [email protected] AESABESP Associação dos Engenheiros da Sabesp Cabeçalho Vinilfort Ultra Intercambiabilidade total para redes de esgoto público em PVC. NTO E M A Ç N LA A solução TIGRE para tubo de esgoto corrugado em PVC. AGORA ATÉ DN 400! 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