Novos produtores participantes do PDPL-RV

Transcrição

Novos produtores participantes do PDPL-RV
Edição 286
•
Ano XXII
•
Fevereiro de 2013
•
Viçosa-MG
Uso de sêmen girolando
Novos produtores
como estratégia de
participantes do PDPL-RV
cruzamento
André Souza Oliveira
Estudante de Medicina Veterinária
Paulo Jacques M. Freitas
Estudante de Agronomia
O Brasil é um país tropical caracterizado por possuir um clima com
temperaturas médias acima dos 20ºC.
Animais de raças europeias (Holandês) não conseguem responder bem
a esse tipo de clima, pelo fato de sofrerem um desconforto gerado por
estresse térmico e também pela presença de ectoparasitas. Isso interfere
diretamente na resposta produtiva
desses animais gerando prejuízos ao
produtor.
Para contornar essa situação, há alguns anos está sendo introduzido o
cruzamento de vacas holandesas com
touros zebuínos, gerando o animal
girolando, buscando aliar rusticidade
e produtividade.
O produtor Hermann Müller possui
sua propriedade situada em Visconde
do Rio Branco-MG, cujo clima é bastante quente, principalmente nessa
época do ano. O manejo dos animais
de produção é feito totalmente a pasto na época das águas e confinado no
período da seca, a recria é feita a pas-
to todo o ano, com uma suplementação de volumoso e concentrado
no período da seca e as vacas secas
são alimentadas durante todo o ano
a pasto. Devido a este manejo e o clima da região, o produtor precisa de
animais rústicos e produtivos, para a
propriedade continuar a ter os bons
índices econômicos e zootécnicos
demonstrados. Esta é uma característica dos animais girolando, que alia a
rusticidade do Gir (Zebu), a alta produtividade do Holandês (Europeu).
Esse trabalho está gerando bons
resultados para a propriedade, visto
que as vacas com sangue girolando
são mais rústicas, sofrem menos a
interferência do calor, e com isso obtêm índices reprodutivos, de ganho
de peso e de produção de leite bastante satisfatórios. Vamos demonstrar a média de um lote de animais ¾
HZ, filhas de touro girolando ¾ HZ
(sêmen provado) com vacas girolando ¾ HZ obtidos na propriedade:
•Pico Lactação: 23,3 L/dia
•Período de Lactação: 11,2 Meses
•Média das Lactações Fechadas:
5.266,6 Litros
Através dos resultados apresentados
acima, pode-se concluir que o uso de
touros da raça girolando é uma boa
alternativa para nossos produtores.
Desde fevereiro deste ano, o nosso Programa
conta com novos parceiros produtores de leite. Ao final de cada ano, fazemos um balanço
do desenvolvimento de cada produtor participante do PDPL-RV. Aqueles produtores que
não estiverem comprometidos com a evolução
da sua propriedade e desta forma, contribuindo para alcançarmos o principal objetivo do
Programa, que é a formação de profissionais
especialistas em produção de leite, são convidados a deixar o PDPL-RV, disponibilizando
vagas para outros produtores interessados.
Da mesma forma que acontece com os estudantes da UFV, há uma lista de espera com os
produtores interessados em participar do Programa, sendo que a espera por uma vaga costuma ser longa, em torno de 2 anos. Portanto,
no início deste ano ingressaram 6 novas propriedades, localizadas há uma distância máxima de 60 km de Viçosa e que vendem o leite
produzido para um laticínio que se submeta
a algum tipo de inspeção, seja municipal, estadual ou federal. Sendo assim, atualmente o
PDPL-RV atende a 39 produtores e a 44 propriedades.
Os novos produtores que ingressaram são:
• Alessandro Barletta Gomes, propriedade situada no município da
Ubá/MG. A fazenda tem um
grande potencial, está praticamente iniciando na atividade leiteira, tendo como
diferencial o seu retireiro,
que já trabalhou em uma
propriedade que era atendida pelo PDPL-RV, portanto
já conhece a forma de trabalho do Programa;
• Joaquim Campos Júnior, propriedade situada no distrito de
Ubari. A fazenda é muito
grande, com muita água e
pastagem formada, tendo
um grande potencial para
produzir leite com baixo
custo, está iniciando na
atividade leiteira migrando da pecuária de corte;
Touro Girolando
Dicas do Veterinário:
Prevenção e controle da
neosporose em bovinos
leiteiros
p. 2
Christiano Nascif
Zootecnista/coordenador
técnico do PDPL-RV
Transferência
de embrião
p. 2
Momento do Produtor:
Áureo Alcântara Fazenda Tum-Tum
p. 3
• José Mauro do Carmo, propriedade no
município de Viçosa. A
propriedade é administrada
pelo proprietário, o senhor
José Mauro, o que é uma
grande vantagem. Já trabalha com a atividade leiteira
há mais tempo, tem um rebanho geneticamente melhorado, conferindo uma
possibilidade de evolução
na produção de leite da propriedade.
• Rafaela Araújo de Castro, propriedade
situada no município de
Guaraciaba. A propriedade vem sendo implementada há 3 anos, iniciando na produção de
leite praticamente há 12
meses. Tem ótima estrutura, um gado jovem de
boa procedência e o mais
importante, os proprietários empolgados e comprometidos com
o desenvolvimento da atividade leiteira
de forma sustentável.
• Paulo Bitarães, propriedade no município de Viçosa. A fazenda
é dotada de boa estrutura
e se encontra em fase do
aumento do rebanho e o
principal, muito volumoso,
ou seja, alimentação não é
o problema, possibilitando
vislumbrar uma maior produção de leite.
• José Antônio Lelis, propriedade no município de Viçosa. A atividade leiteira está bem estruturada, com boa produção
de volumoso, faltando no
momento alguns ajustes
de manejo que irão contribuir para aumentar a produção de leite.
Enfim, pelas características das propriedades podemos afirmar que estes parceiros vão dar certo e que, reforçarão o nosso
Programa, tornando-o cada vez mais pujante, formando competentes especialistas
e tornando a atividade leiteira um bom
negócio para o produtor.
Qualidade do leite:
Seleção Genética para
sólidos no leite
p. 4
Dicas do Veterinário:
Prevenção e controle da neosporose
em bovinos leiteiros
Marcos Nélio Marangon Júnior
Estudante de Medicina Veterinária
1 -Medidas de controle da
neosporose que podem ser
adotadas?
R: Uma delas é evitar o contato de cães com o rebanho, a
fim de prevenir a contaminação fecal das fontes de água,
pastagens; também é recomendando o isolamento dos galpões de armazenamento de sal
mineral, ração e/ou silagem e
Jornal da Produção de Leite
Programa de
Desenvolvimento
da Pecuária Leiteira
da Região de Viçosa
Publicação editada sob
a responsabilidade do
Coordenador do PDPL-RV:
Adriano Provezano
Gomes
Jornalista Responsável:
José Paulo Martins
(MG-02333-JP)
Redação:
Christiano Nascif
Zootecnista
Marcus Vinícius C. Moreira
Médico Veterinário
André Navarro Lobato
Médico Veterinário
Thiago Camacho Rodrigues
Engenheiro Agrônomo
o pré-parto. Outra alternativa de controle seria identificar
animais positivos(através de
testes laboratoriais) e realizar o
descarte dos mesmos, ou identificar a neosporose em animais
antes de comprá-los, evitando a
introdução da doença no rebanho.
2 -Quais as perdas econômicas que a neosporose pode
trazer para a atividade leiteira?
R: As perdas econômicas por
neosporose em bovinos são
altas, não se limitando apenas
aos abortamentos como muitos produtores pensam, mas
também ao descarte prematuro de matrizes; a mortalidade
neonatal de bezerros; os gastos
com medicamentos e reposição
de animais, também devem ser
incluídos na contabilização dos
prejuízos.
3 - Existe vacina para prevenir
o aborto causado pela neosporose?
R: Sim, mas ainda está em fase
de teste em várias partes do
mundo e com resultados pouco
satisfatórios. Portanto, na prevenção do aborto pela neospo-
rose ainda não podemos contar
com a vacinação, dessa forma,
devemos garantir um bom estado nutricional das vacas prenhes, porque irá ajudar a reduzir os riscos de aborto entre os
animais contaminados.
4 -Qual a importância do estágio da gestação no qual
ocorre a infecção pelo Neospora caninum?
R: É importante para determinar o resultado da doença.
Infecções adquiridas no início
da prenhez, antes do feto bovino desenvolver seu sistema
imunológico (sistema de defesa do organismo), leva a morte
fetal e reabsorção. Infecção no
meio da gestação pode resultar em aborto. Já a infecção da
vaca no período final da gestação, quando o feto já possui seu
sistema imunológico desenvolvido, ocorre o parto normal,
porém o bezerro pode ser congenitamente infectado (nasce
infectado com a doença porém
aparentemente normal). O nascimento de bezerras infectadas
congenitamente, porém clinicamente normais é de grande
impacto negativo, pois transmitem a infecção a suas futuras
crias, e não são identificadas
facilmente no rebanho.
5 - Como controlar a infecção
congênita (transmissão via
placentária) no rebanho?
R: Através da redução do número de animais infectados
mediante o descarte e a reposição seletiva.
6 -Deve-se eliminar todas as
vacas positivas do rebanho?
R: As medidas de controle devem atingir todo o rebanho,
sempre em função das taxas de
animais positivos e aborto. A
eliminação das vacas positivas
pode ser a medida mais adequada se esse número for baixo,
porém se for elevado, as ações
a serem tomadas não devem
ser tão drásticas. Nos animais
positivos podem ser encontrados diferentes tipos de manifestações, que influenciarão na
decisão a ser tomada. Vacas que
abortaram uma ou mais vezes
devem ser priorizadas para descarte. Vacas positivas, porém
sem antecedentes de aborto,
podem continuar no rebanho,
devendo-se evitar a utilização
de suas bezerras para reposição.
7 -O que fazer com uma vaca
de alto valor zootécnico
positiva para Neospora caninum?
R: Uma alternativa seria utilizá-la como doadora para transferência de embriões, não se
esquecendo que a receptora
obrigatoriamente deve ser negativa para Neospora caninum.
Com o emprego dessa biotecnologia não descartamos esse
animal de alto valor genético,
e ainda controlamos a infecção congênita(vertical). Outra
alternativa é utilizá-la na produção de leite, não aproveitando sua cria para reposição do
plantel.
Conclui-se, que a neosporose
é um problema sério que ocorre no rebanho leiteiro brasileiro,
mas talvez pela pouca informação e até mesmo por ser uma
doença descoberta recentemente, não é dada a importância que
se deveria dar, principalmente
através de testes de diagnóstico,
uma vez que a Neosporose causa
enormes prejuízos econômicos
aos produtores. Somente uma
campanha de divulgação e conscientização dos produtores poderá amenizar esses prejuízos.
Transferência de embrião
João Márcio Alvim
Estudante de Medicina Veterinária
A transferência de embrião
consiste em uma técnica
onde coletamos embriões
de uma doadora e transferimos para vacas receptoras.
Esta técnica apresenta como
principal vantagem o fato de
se obter um maior número de
descendentes de um mesmo
animal, este com elevado valor genético, produtivo e em
um menor período.
Para o sucesso desta técnica
é necessário que se tenha um
controle sanitário, zootécnico e nutricional do rebanho,
além de uma adequada seleção das doadoras e receptoras.
Com o intuito de melhorar a genética dos rebanhos,
multiplicar vacas com características desejáveis para
produção leiteira, aumentar
a produção de leite das propriedades e tornar esta técnica mais difundida, o PDPL
– RV buscou meios, adquiriu
material e estará iniciando
esta prática nas propriedades
atendidas. Os produtores
que desejam utilizar desta
tecnologia devem conversar
os estagiários e técnicos responsáveis pela propriedade
para que se iniciem os planejamentos e a técnica possa ser aplicada. Brevemente
estaremos colhendo frutos
desta tecnologia.
Diagramação e
coordenação gráfica:
João Jacob
Neide de Assis
Endereço do PDPL-RV:
Ed. Arthur Bernardes
Subsolo/Campus da UFV
Cep: 36570-000
Viçosa - MG
Telefax: (31) 3899 5250
E-mail: [email protected]
Site: www.pdpl.ufv.br
Facebook:
Pdpl Minas Gerais
2
Embriões
Seleção dos embriões
Momento do produtor:
Áureo Alcântara - Fazenda Tum-Tum
Aloma Eiterer Leão
Estudante de Medicina Veterinária
Yuri César Tristão
Estudante de Agronomia
Bruna Pereira Leonel
Estudante de Zootecnia
A fazenda Tum-Tum, propriedade do Sr. Áureo de Alcântara
Ferreira, localiza-se no município
de Guaraciaba, na Zona da Mata
Mineira. Fundada em 2005, possui
53 hectares, dos quais 25 compreendem a Mata Nativa. Dos 28 hectares destinados à pecuária leiteira,
8,6 hectares são utilizados para a
cultura do milho para silagem e 0,3
ha para o plantio de capim-elefante.
O restante é composto por pastagem de Braquiária, a qual é subdividida em 5 áreas menores. Torna-se importante relatar que a fazenda
possui várias nascentes na porção
de Mata Nativa, responsáveis pelo
abastecimento da casa sede, casa
do funcionário, curral e bebedouros para os animais. O excedente
é direcionado para os 2 açudes que
represam a água. Futuramente esta
será utilizada no projeto de irrigação para o plantio da cultura para
safrinha.
Desde o ano de sua fundação,
construiu-se na fazenda instalações e benfeitorias e investiu-se em
abertura de estradas e formação de
pastagens. Esta última foi precedida
da recuperação do solo através da
tecnologia de adubação verde nas
áreas mais íngremes e deterioradas
e correção com calcário, seguida
de dois anos consecutivos de plantio de milho grão nas áreas mais
nobres de baixada. Desta forma, a
partir do segundo ano, formou-se
a pastagem adubada de Braquiária.
Enquanto tais estruturas eram
erguidas, certo de que a propriedade se destinaria à produção leiteira, o Sr. Áureo adquiriu novilhas
de aproximadamente 1 ano, com
graus de sangue que variavam do ½
Holandês-Zebu ao 7/8 Holandês-Zebu.
Já em Março do ano de 2009, se
inscreveu e passou a integrar o grupo dos produtores de leite assistidos
pelo Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de
Viçosa (PDPL-RV). Contando com
a assistência técnica e gerencial de
técnicos e estagiários, o produtor
atuou elaborando a sala de ordenha
(com a ordenhadeira mecânica no
modelo espinha de peixe de quatro
conjuntos); a pista de alimentação
com dois acessos, nos quais são
divididos os lotes de vacas em lactação; a divisão dos pastos destinados aos lotes em recria, entre outras
atuações gerenciais que auxiliaram
em tomadas de decisão imediatas e
definições de metas futuras.
Até o último ano, a cana-de-açúcar era plantada em uma área de 2,0
hectares e fazia parte da alimentação dos animais. Contudo, perante
a dificuldade com mão-de-obra
para manejá-la, foi substituída pelo
plantio de milho para silagem. Esta
última é fornecida no cocho juntamente com o concentrado, calculado com base na produção de leite,
período de lactação e condição de
escore corporal. Embora o sistema
de criação seja classificado como
semi-intensivo, uma vez que as
vacas em lactação vivem parcialmente a pasto, a dieta das mesmas
é fechada no cocho, ignorando-se
a participação da pastagem em sua
nutrição.
Quando o silo é esgotado, as necessidades de volumoso da dieta no
restante do ano são supridas pela
capineira. Tendo em vista a evolução do plantel, torna-se necessário
a maior produção de volumoso de
qualidade, desafio que pode ser
potencialmente vencido a partir da
conversão de áreas de pasto possivelmente mecanizáveis em áreas de
plantio de cultura de milho. Além
disso, planeja-se expandir a área
onde é plantada o capim-elefante.
Ainda sobre o manejo alimentar, é
importante ressaltar que o proprietário planeja compras estratégicas
de milho grão, armazenado em um
silo vertical adquirido no último
ano. Tal ingrediente é processado
dentro da propriedade, o que garante um concentrado de qualidade
Vista parcial da propriedade
e obtido por menores preços.
Relativo à mão-de-obra, a fazenda
é composta por três competentes
funcionários: Sinésio (Preto), responsável primariamente pelo trato
das vacas; Geraldo, encarregado
pelas funções de reparos gerais e
Lílian, a recém-contratada responsável pelas duas ordenhas diárias.
Atualmente, a propriedade possui um rebanho que conta com 26
vacas em lactação e 4 vacas secas.
Os lotes dos animais em recria
apresentam um total de 38 animais,
subdivididos em 24 novilhas em reprodução e 14 novilhas em recria.
A cria possui apenas 1 bezerra em
aleitamento, mas também abriga 1
dos 3 machos da fazenda.Soma-se
ao rebanho 1 animal de serviço utilizado para a atividade leiteira.
Os animais da cria são manejados em um sistema de bezerreiro
individual do tipo contínuo e apresentam um ganho de peso médio
de 700g diários. Porém, tal setor
está sofrendo uma reforma que
objetiva melhores condições a esta
categoria, o que inclui uma construção parcialmente de alvenaria
com capacidade para 8 animais,
bebedouros automáticos e plantio
de tífton como forrageira. Já o manejo da cria que emprega o pastejo
rotacionado (inclusive em áreas arrendadas), proporciona um ganho
de peso médio diário de 600g, o
que provoca uma idade à primeira
inseminação de 24 meses com consequente idade ao primeiro parto
de 33 meses.
Ainda se falando em manejo reprodutivo, cita-se que o intervalo
entre partos encontra-se em 13,5
meses. Para a inseminação artificial, atualmente utiliza-se os sêmens de touros Holandeses, Jersey
e Gir, uma vez que o antigo touro
Holandês responsável pela monta
natural pertencente à propriedade
e que gerou excelentes filhas, foi
vendido. Justifica-se o atual represamento de animais na fase de reprodução (índice de vaca em lactação/total do rebanho resultando
no baixo valor de 25,92%) pelo uso
de sêmen sexado nas filhas gerados
pelo touro Holandês, já que estas
não emprenharam e não saíram
desta categoria. Tal condição se reflete em um rebanho de composição não estabilizada.
Planeja-se que seja implantada a
tecnologia de Inseminação Artificial em Tempo Fixo e o produtor
demonstra grande interesse pela
técnica de Transferência de Embriões, que em breve será praticada pelos Médicos Veterinários do
PDPL-RV.
A produção média de 400 litros
diários é de um leite de destaque
no que se refere à qualidade, com
perda estimada de 2% no teste de
CMT. Fruto de um correto manejo de vacas leiteiras e da adoção de
boas práticas de higiene durante
a ordenha, a propriedade ocupa
sempre as 10 melhores colocações
quando se avalia a CCS e CBT, correspondente aos valores de 335000
e 5000, respectivamente, segundo a
última análise do leite (fevereiro de
2013).
Figura 04 - Gráfico de acompanhamento da análise de leite desde Abril/2011 até Novembro/2012.
Tais resultados comprovam que
trabalhar com qualidade só traz
eficiência à produção, inclusive no
que se refere ao aumento no volume de leite, fato constatado com
a premiação conquistada no 23º
Torneio Leiteiro promovido pelo
PDPL-RV: a Fazenda Tum-Tum
recebeu os prêmios de 3ª colocada por Produção em conjunto de
5 animais de duas ordenhas e 2ª
colocada por Produção Individual
de duas ordenhas.
O produtor Áureo Alcântara
acredita muito na atividade leiteira e por esta razão vem investindo
constantemente em sua propriedade, objetivando conquistar a
produção média diária de 1.000
litros de leite. A boa relação de
parceria com o Programa certamente facilitará que se alcance os
resultados propostos pelo projeto
adotado.
Observa-se abaixo alguns indicadores da Fazenda Tum-Tum
referentes ao ano compreendido
entre 2011 e 2012:
Indicadores da Fazenda Tum -Tum
Unidade
2011/2012
Produção média de leite
Vaca em lactação/total de vacas
Vaca em lactação /Área para pecuária
Produção/Vaca em lactação
Produção/Área para pecuária
CT do leite/preço do leite
Gasto com mão-de-obra na ativ/renda bruta do leite
Gasto com concentrado na ativ/renda bruta do leite
Taxa de remuneração do capital sem terra
Taxa de remuneração do capital com terra
L/dia
%
Cab./ha
L/dia
L/ha/ano
%
%
%
% a.a
% a.a
283,32
74,15
0,44
13,63
2177,86
89,01
27,8
31
11,6
5,38
Fonte: PCC-LEITE, IGP-DI UTILIZADO 02/2013
Momento da premiação no 23º Torneio Leiteiro do PDPL-RV o produtor
Áureo Alcântara contemplado pela Reitora/UFV Nilda de Fátima
3
Qualidade do leite
Seleção Genética
para sólidos no leite
Fábio Luiz Pereira Fontes
Estudante de Medicina Veterinária
O cenário hoje, se reporta a
uma tendência dos laticínios balizarem o pagamento ao produtor a partir do teor de sólidos no
leite, através de bonificação ou
penalização do leite produzido,
com isso, o produtor tem buscado melhorar a produção de
sólidos no leite, principalmente
teores de proteína e gordura.
Vários fatores interferem na
qualidade do leite para os teores
de sólidos (gordura e proteína),
como: raça, genética, estágio
de lactação, sanidade, conforto
animal e nutrição. Mas é através
da genética, por meio da seleção dentro da raça, entre raças,
cruzamento de raças, a maneira
mais segura e duradoura de se
melhorar esses teores de sólidos,
além de se obter outros benefícios como obter crias mais produtivas e longevas.
Os teores de proteína e gordura do leite variam de acordo
com a raça. Assim, os teores de
sólidos do leite podem ser aumentados se o produtor utilizar
raças produtoras de leite que
possuam maiores teores desses
nutrientes. A tabela (1) mostra a
produção média de leite e o teor
médio de gordura e proteína do
leite de vacas da raça holandesa,
pardo-suíça e Jersey, destacando-se esta última. Já a tabela (2)
mostra a produção de sólidos no
leite conforme o grau de sangue
(holandês X zebu), mostrando
que a medida que se aumenta a
fração de sangue zebuíno, eleva-se o teor de sólidos, contudo
não se pode esquecer do volume
de leite.
Tabela 1.Composição do leite de diferentes raças especializadas no
Brasil. Valores Médios.
Raças
Kg de leite
Kg de
gordura
% de
gordura
Holandesa 10.224376 3,66
Jersey
kg de
proteína
% de
proteína
314 3,06
7.306337 4,61 262 3,59
Pardo-Suiço8.223 336 4,06
280 3,37
Fonte: USDA - Animal Improvement Programs Laboratory (2006)
Tabela 2. Composição do leite de vacas holandesas, zebuínas e mestiças nos trópicos.
Holandesa 3/4 Hol x 5/8 Hol x 1/2 Hol x 3/4 Zebu x Zebu
(HOL)
1/4 Zebu 3/8 Zebu 1/2 Zebu 1/4 Hol
Proteína,%3,00 3,20 3,42 3,52 3,543,83
Gordura,%3,32 3,66 4,01 4,00 4,084,39
Lactose,% 4,56 4,62 4,73 4,80 4,824,85
ESD,%
8,26 8,52 8,85 9,02 9,069,43
EST,%
11,58 12,18 12,86 13,02 13,1413,82
Fonte: USDA - Animal Improvement Programs Laboratory (2006)
Com base nas características da
composição do leite dessas diferentes raças e cruzamentos citados acima, o produtor deverá trabalhar o melhoramento genético
do seu rebanho para qualidade do
leite, na escolha de animais mais
adequados a essas características
de acordo com o sistema de produção de sua propriedade e buscando sempre o lucro máximo.
Várias empresas que trabalham
com venda de sêmen já disponibilizam em seus catálogos de touros
(leite), opções de animais prova-
dos positivos para sólidos. Devem-se observar nas provas dos
touros as características de produção e percentuais em PTA de leite,
gordura e proteína, que mostram
o que se espera adicionar em média no volume dessas características das filhas desse touro. E o PTA
% para gordura e proteína são diferenças percentuais, onde valores
positivos indicam um leite com
mais alta concentração de gordura
e proteína como mostrado na tabela (3) abaixo.
As 10 maiores produções do mês de janeiro de 2013
Ord
1296 lb
77% Conf.
Proteína
$ +200
0,03%
48 lb
0,02%
52 lb
Gordura
4
Na escolha do touro temos de
observar as características apresentadas na tabela:
• Dados de produção (leite, proteína e gordura): estima libras
extras de leite, proteína e gordura esperadas a cada lactação
das futuras filhas, quando comparadas a uma filha de um touro PTA zero.
• (%prot e % gord): estima a
habilidade do touro em transmitir proteína e gordura como
porcentagem da produção de
leite.
O touro da prova acima, eleva a
produção média de suas filhas em
1296 libras de leite que equivale a
589 kg de leite em relação a base
genética do rebanho. Além disso acrescenta 0,03% e 0,02% nos
percentuais médios de suas filhas
para proteína e gordura respectivamente.
A seleção genética é uma das
melhores ferramentas para elevar os teores de sólidos e assim
aumentar a rentabilidade da atividade leiteira, pelo aumento do
preço do leite recebido.
Município Produção Cajuri
117656
Coimbra
57089
1
Antônio Maria da Silva Araújo 2
José Afonso Frederico 3
Hermann Muller Visc. Rio B
54438
4
Paulo Frederico Araponga
42200
5
Marco Túlio Kfuri Araújo
Oratórios
37200
6
Cristiano José Lana Piranga
26420
7
Danilo de Castro Ervália
24349
8
Sérgio H. V. Maciel Coimbra
21250
9
Luciano Sampaio
Teixeiras
19908
10
Ozanan Moreira
Ubá
19821
As 10 maiores produtividades do mês de janeiro de 2013
Ord
Produtor
Município Produtividade por
vaca em lactação
Produtividade por
vaca total
Cajuri
27,1
20,19
Ubá
22,0
19,38
1
Antônio Maria da Silva Araújo
2
Ozanan Moreira
3
José Afonso Frederico Coimbra
21,9
17,54
4
Davi C. F. de Carvalho Senador Firmino
23,4
16,34
5
Célio de Oliveira Coelho
Porto Firme
17,5
15,62
6
José Francisco Gomide
Cajuri
16,3
15,48
7
Antônio Carlos Reis Piranga
16,2
13,29
8
Paulo Frederico Araponga
16,8
12,96
9
Áureo de Alcântara Ferreira
Guaraciaba
14,6
12,68
10
Danilo de Castro Ervália
16,4
12,66
10 melhores análises totais de bactérias CBT do mês de fevereiro de 2013
Ord
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Tabela 3.Prova Americana, touro holandês. (Produção e Teores de
sólidos no leite).
Leite
Produtor
Produtor
Antônio Moreira Vieira
Edmar Lopes
Áureo de Alcântara Ferreira
José Mauro do Carmo
Alaelson José da Silva
Davi C. F. de Carvalho
Joao Bosco Diogo
Sérgio Henrique V. Maciel
Antônio Maria da Silva Araújo
Cléber Luis Magalhães
Município
UFC (mil/ml)
Presidente Bernardes
Canaã
Guaraciaba
Viçosa Ubá
Senador Firmino
Porto Firme
Coimbra
Cajuri
Divinésia
2
4
5
5
6
8
8
8
9
9
10 melhores análises do leite em CCS do mês de fevereiro de 2013
Ord
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Produtor
José Mauro do Carmo
Antônio Moreira Vieira
Agenor Américo da Silva Neto
Davi C. F. de Carvalho
Alaelson José da Silva
Roque Maciel
José Maria de Barros
Luciano Sampaio
Edmar Lopes
Rafaela Araújo de Castro
Município
CCS (mil/ml)
Viçosa Presidente Bernardes
Teixeira
Senador Firmino
Ubá
Piranga
Presidente Bernardes
Teixeira
Canaã
Guaraciaba
151
216
232
232
235
259
278
287
293
303

Documentos relacionados

Jornal Outubro 2011 - Programa de Desenvolvimento da Pecuária

Jornal Outubro 2011 - Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leite (UEPE-GL) da Universidade Federal de Viçosa, onde o professor, evidenciando muita experiência e didática, simulou a aplicabilidade dos diferentes métodos de contenção citados na parte teórica...

Leia mais