mba gestão em saúde e controle de infecção hospit

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mba gestão em saúde e controle de infecção hospit
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LUANA DE OLIVEIRA SEEFELD
CONHECIMENTO DA EQUIPE DE HIGIENIZAÇÃO HOSPITALAR ACERCA DO
CONTROLE DE INFECÇÃO
FACULDADE MÉTODO DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO (LATO SENSU)
MBA GESTÃO EM SAÚDE E CONTROLE DE INFECÇÃO
HOSPITALAR
São Paulo
2015
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LUANA DE OLIVEIRA SEEFELD
CONHECIMENTO DA EQUIPE DE HIGIENIZAÇÃO HOSPITALAR ACERCA DO
CONTROLE DE INFECÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso,
apresentado à FAMESP, como requisito
parcial para obtenção do título de
Especialista em Gestão em Saúde e
Controle de Infecção.
Orientadora:
Profª Ms Thalita Gomes do Carmo
São Paulo
2015
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FICHA CATALOGRÁFICA
Seefeld, Luana de Oliveira
S454c
Conhecimento da equipe de higienização hospitalar acerca do controle de
infecção. [manuscrito] / Luana de Oliveira Seefeld
52f.,enc.
Orientador: Thalita Gomes do Carmo
Monografia: Faculdade Método de São Paulo
Bibliografia: f.42-45
1.
Higienização hospitalar 2. Conhecimento 3. Controle de infecção I. Título
CDU: (043.2)
3
RESUMO
A infecção hospitalar (IH) vem se tornando assunto de grande importância na área
da saúde, pois pode oferecer risco aos pacientes, assim como aos funcionários da
instituição. O presente estudo teve como objetivo geral identificar o conhecimento da
equipe de higienização hospitalar sobre a existência da equipe de Controle de
Infecção dentro da Instituição Hospitalar de um hospital de pequeno porte da região
da Encosta da Serra – RS. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem
quantitativa, no qual foi utilizado como instrumento para coleta de informações, um
questionário aplicado individualmente. Os participantes da pesquisa foram 08
colaboradores da equipe de Higienização Hospitalar do destinado Hospital. A coleta
de dados ocorreu no mês de setembro de 2015. Os dados coletados foram
organizados um banco de dados e os resultados foram expressos através de
planilhas e gráficos. Foi observado que 100% dos participantes da pesquisa são do
sexo feminino, e em relação ao uso de equipamentos de proteção individuais (EPIs)
63% considera a touca como EPI, 88% considera os óculos de proteção como EPI,
50% considera o avental impermeável, 100% considera as luvas de borracha e
também os sapatos fechados impermeáveis como EPIs. O enfermeiro deve assumir
o seu papel como educador em saúde e orientar os seus colaboradores quanto aos
riscos a que estão expostos, conscientizando-se às práticas corretas de prevenção e
controle de infecção hospitalar, fazendo com que tenham consciência que as
medidas para controle da infecção devem ser realizadas por todos os trabalhadores
da área da saúde.
Palavras chave: Higienização Hospitalar, Conhecimento, Controle de Infecção.
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ABSTRACT
The nosocomial infection (NI) is becoming a subject of great importance in health,
which may pose a risk for the patients, as well as for the staff of the institution. This
study aimed to identify the knowledge of hospital hygiene team about the existence
of the Infection Control team within the Hospital Institution of a small hospital in the
region of Sierra Hill - RS. This is a descriptive study with a quantitative approach,
which was used as a tool to collect information, a questionnaire applied individually.
The Survey participants were 08 employees of the Hospital Hygiene staff. Data
collection occurred in September 2015. The data collected were organized a
database and the results were expressed through spreadsheets and graphs. It was
observed that the 100% of the survey participants are female, and regarding the use
of the personal protective equipment (PPE) 63% consider the cap as EPI, 88%
consider the goggles as EPI, 50% consider Apron waterproof, 100% consider rubber
gloves and also waterproof closed shoes as PPE. The nurse should assume his /her
role as health educators and guide his / her employees about the risks they are
exposed to, raising awareness to the correct practices to prevent and control the
hospital infections, causing them to have awareness that the measures for infection
control must be performed by all workers in the health field.
Keywords: Hygiene Hospital , Knowledge , Infection Control.
5
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Caracterização da amostra conforme nível de escolaridade.......... 30
Figura 02 – Distribuição do conhecimento relatado pelos colaboradores da
Equipe de higienização acerca do Controle de Infecção ................................... 31
Figura 03 – Distribuição do conhecimento relatado acerca do conceito de
Infecção Hospitalar ............................................................................................ 32
Figura 04 – Conhecimento relatado pelos participantes em relação a limpeza
terminal .............................................................................................................. 33
Figura 05 - Conhecimento relatado pelos participantes em relação a limpeza
concorrente ........................................................................................................ 35
Figura 06 – Materiais considerados EPIs pelos participantes da pesquisa ....... 37
6
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Definição de limpeza terminal conforme o conhecimento dos
participantes da pesquisa .................................................................................. 34
Tabela 02 – Tipo de limpeza que consiste a limpeza terminal de acordo com
o conhecimento dos participantes da pesquisa.................................................. 34
Tabela 03 – Definição de limpeza concorrente conforme conhecimento dos
participantes da pesquisa .................................................................................. 36
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LISTA DE SIGLAS
CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
CDC – Centers for Disease Control and Prevention (Centros de Controle e
Prevenção de Doenças)
CEP – Comitê de Ética e Pesquisa
CNS – Conselho Nacional de Saúde
CTI – Centro de Tratamento Intensivo
EC – Educação Continuada
EPI – Equipamento de Proteção Individual
HIV – Human Immunodeficiency Virus (Vírus da Imunodeficiência Humana)
IH – Infecção Hospitalar
IRAS – Infecção Relacionada à Assistência a Saúde
MBE – Medidas de Bloqueio Epidemiológico
MMR – Microorganismo Multirresistente
NR – Norma Regulamentadora
PA – Precaução Aérea
PC – Precaução de Contato
PCIH – Programa de Controle de Infecção Hospitalar
PG – Precaução de Gotícula
PP – Precaução Padrão
SCIH – Serviço de Controle de Infecção Hospitalar
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UTI – Unidade de Terapia Intensiva
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .....................................................................................................
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1 OBJETIVO ........................................................................................................
1.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................
1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ..............................................................................
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11
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2 METODOLOGIA ...............................................................................................
2.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO ...................................................................
2.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ..........................................................................
2.1.1 Critérios de inclusão e exclusão ......................................................
2.3 ASPECTOS ÉTICOS ....................................................................................
2.4 COLETA DE DADOS .....................................................................................
2.5 ANÁLISE DOS DADOS..................................................................................
11
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12
13
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3 REFERENCIAL TEÓRICO ...............................................................................
3.1 MICROORGANISMOS ..................................................................................
3.2 BREVE HISTÓRICO DO CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR .........
3.3 INFECÇÃO E VIAS DE TRANSMISSÃO ......................................................
3.4 MEDIDAS DE CONTROLE E DIMINUIÇÃO DAS IH ....................................
3.4.1 Precaução Padrão (PP)e a utilização de EPIs .................................
3.4.2 Limpeza concorrente .........................................................................
3.4.2 Limpeza terminal ................................................................................
3.5 EQUIPE DE HIGIENIZAÇÃO HOSPITALAR E EDUCAÇÃO
CONTINUADA......................................................................................................
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15
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23
26
26
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS .................................................
30
CONCLUSÃO ......................................................................................................
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REFERÊNCIAS ...................................................................................................
42
APÊNDICE
Apêndice A – Instrumento para Coleta de dados ...........................................
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ANEXOS
Anexo I – Técnica correta de higienização simples das mãos .....................
Anexo II – Técnica correta de higienização das mãos com preparações
alcoólicas (fricção antisséptica das mãos)......................................................
27
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INTRODUÇÃO
Todos os profissionais de saúde compartilham a responsabilidade de
assegurar um ambiente isento de riscos aos pacientes. Estes que prestam
assistência direta aos pacientes devem desempenhar suas funções de maneira
segura, consciente e de forma terapêutica (BOLICK, 2000).
Atualmente, a Infecção Hospitalar (IH) vem se tornando assunto de grande
importância na área da saúde, pois pode oferecer risco aos pacientes, assim como
aos funcionários da instituição. A prevenção e o controle das infecções no ambiente
hospitalar são questões relevantes a serem discutidas.
Pode-se definir IH, ou Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS),
como sendo toda invasão de microorganismos, seja ela via sanguínea ou localizada,
contraída após a internação hospitalar num prazo de 48h – 72h e que não esteja em
seu período de incubação; são também aquelas infecções adquiridas no hospital,
mas que se manifestaram após a alta (RICHTMANN, 2005).
Conforme Brasil (2000, p.9),
Evidentemente, o profissional de saúde ou o hospital não
contamina
voluntariamente
seus pacientes,
mas a
inobservância de princípios básicos do controle das infecções
hospitalares pode ter consequências drásticas. Assim, é
importante ter profissionais conscientes, trabalhando em
equipe, respeitando cada um dentro de suas funções,
atualizando-se com frequência e com capacidade de auto
avaliarem-se.
Juntamente com o desenvolvimento econômico acelerado, que iniciou em
meados de 1940 e 1950, deu-se início a preocupação com a IH no Brasil. Os fatores
preocupantes da época eram com medidas ambientais, como o lixo e contaminação
aérea, procedimentos invasivos e técnicas assépticas (BRASIL, 2000).
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A relevância deste estudo está em auxiliar os profissionais da saúde na
busca de atualização de informações quanto as questões de controle de infecção na
instituição hospitalar e minimizar a disseminação de microorganismos na instituição,
diminuindo as IRAS.
Poderá servir também como parâmetro para a Instituição onde foi
realizada a pesquisa para pensar suas práticas no que se refere a educação
continuada e às orientações fornecidas aos colaboradores da equipe de
higienização hospitalar, assim como mostrar o interesse sobre o assunto. E
ainda, para acadêmicos da área da saúde para esclarecer dúvidas e servir de
fonte de pesquisa para assuntos sobre o tema.
O presente estudo teve como objetivo geral identificar o conhecimento dos
colaboradores da equipe de higienização hospitalar sobre a existência do Controle
de Infecção na Instituição e as medidas que devem ser tomadas para controle e
diminuição das IH em uma Instituição hospitalar de pequeno porte; e como objetivo
específico identificar o perfil sócio demográfico dos colaboradores da equipe de
higienização da Instituição hospitalar.
Este estudo foi de cunho quantitativo descritivo fornecendo dados para
mensurar as necessidades reais dos colaboradores da equipe de higienização sobre
o Controle de Infecção e as medidas que devem ser adotadas para o controle e
diminuição das IH.
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1 OBJETIVO
Apresenta-se, a seguir, o objetivo proposto para o estudo.
1.1 OBJETIVO GERAL
Identificar o conhecimento dos colaboradores da equipe de higienização
hospitalar sobre o Controle de Infecção e sobre as medidas que devem ser adotadas
para o controle e diminuição das IH em uma Instituição hospitalar de pequeno porte.
1. 2 OBJETIVO ESPECÍFICO
Identificar o perfil sócio demográfico dos colaboradores da equipe de
higienização hospitalar.
2 METODOLOGIA
A seguir, será abordado o tipo de metodologia a ser utilizada para a
realização da pesquisa.
2.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO
O presente estudo será de cunho quantitativo descritivo que fornecerá dados
para que possam mensurar as necessidades reais dos colaboradores da equipe de
higienização hospitalar sobre o Controle de Infecção e as medidas que devem ser
adotadas para o controle e diminuição das IH.
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A pesquisa quantitativa é uma forma de abordagem empregada em vários
tipos de pesquisas, inclusive nas descritivas. “Apresenta contribuições no processo
de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permite a
interpretação dos comportamentos ou das atitudes dos indivíduos” (PRODANOV;
FREITAS, 2009).
A pesquisa quantitativa leva em consideração tudo o que pode ser
quantificável, ou seja, numerado. “Transforma as opiniões e informações em
números para classifica-las e analisá-las. Necessita de recursos e técnicas
estatísticas, como a porcentagem, média, mediana, desvio padrão, entre outros”
(PRODANOV; FREITAS, 2009).
2.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população a ser estudada serão 08 colaboradores da equipe de
higienização que trabalham em uma Instituição hospitalar de pequeno porte.
A amostra será composta dos colaboradores da equipe de higienização do
turno da manhã, tarde e noite.
2. 2. 1 Critérios de inclusão e exclusão
Serão incluídos no estudo os colaboradores da equipe de higienização de
ambos os sexos, independente do tempo de formação e experiência na área de
atuação, e que aceitarem fazer parte do estudo.
Serão excluídos do estudo os técnicos de enfermagem que estiverem em
licença, férias e de folga no dia da coleta dos dados, e os que não aceitarem fazer
parte do estudo.
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2.3 ASPECTOS ÉTICOS
O estudo será embasado nos preceitos da ética que regem as pesquisas
que utilizam seres humanos, estabelecidos na Resolução nº 196/1996 do Conselho
Nacional da Saúde (CNS), que define como pesquisa com seres humanos aquelas
em que se envolva tanto um indivíduo quanto um grupo de pessoas, que
representam de forma direta ou indireta a totalidade ou parte dele, incluindo
informações ou materiais (BRASIL, 1996). Assim, “todo procedimento de qualquer
natureza que envolva seres humanos deverá obedecer às diretrizes presentes na
Resolução citada” (PRODANOV; FREITAS, 2009).
Ainda de acordo com a Resolução nº 196/1996, “As pesquisas envolvendo
seres humanos devem atender às exigências éticas e científicas fundamentais.” São
elas: a autonomia, tratando o indivíduo com dignidade, respeitando-o e defendendoo em sua vulnerabilidade; a beneficência, comprometendo-se com o máximo de
benefícios e o mínimo de riscos; a não maleficência, ou seja a garantia de que
danos previsíveis serão evitados; e por fim a justiça e equidade, levando em
consideração a
relevância social da pesquisa com vantagens significativas para
os sujeitos da pesquisa e minimização do ônus para os sujeitos
vulneráveis, o que garante a igual consideração dos interesses
envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação sóciohumanitária. (BRASIL, 1996)
Neste estudo será mantido o anonimato dos colaboradores da equipe de
higienização hospitalar, e os dados serão utilizados somente para execução da
pesquisa.
2.4 COLETA DE DADOS
A coleta dos dados somente será iniciada após a aprovação da
Coordenação da equipe de higienização hospitalar da Instituição destinada ao
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estudo para autorização e confirmação da possibilidade de acesso aos
colaboradores para realização da pesquisa, bem como para o esclarecimento dos
objetivos do estudo e das eventuais dúvidas em relação ao projeto proposto.
A coleta dos dados será realizada pela aluna pesquisadora, através de um
instrumento de pesquisa com perguntas fechadas (APENDICE B) o qual os
participantes da pesquisa preencherão. Esta etapa da pesquisa ocorrerá no auditório
da Instituição no horário de lanche dos mesmos. Ocorrendo da mesma forma em
todos os turnos de trabalho para que não prejudique suas atividades diárias.
A aluna pesquisadora ficará disponível no local onde ocorrerá a pesquisa,
em todos os turnos, para responder eventuais dúvidas aos participantes, caso
ocorram.
2.5 ANÁLISE DOS DADOS
As informações coletadas serão organizadas em um banco de dados, em
formato Excel.
Os resultados serão expressos em números absolutos, porcentagem e
apresentados na forma de gráficos e planilhas e discutidos com base no referencial
teórico.
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3 REFERENCIAL TEÓRICO
Para embasar a realização do estudo serão discutidos os seguintes
capítulos: microorganismos; breve histórico do controle de infecção hospitalar;
infecção e vias de transmissão; medidas controle e diminuição das IH; equipe de
higienização e educação em saúde.
3.1 MICROORGANISMOS
Microorganismos, segundo Burton e Elgelkirk (2005, p. 22), “são organismos
pequenos. [...] Em geral é necessário usar algum tipo de microscópio para se
observá-los; assim, diz-se que microorganismos são microscópicos”.
“Os agentes de doenças infecciosas humanas pertencem a cinco principais
grupos de organismos: bactérias, fungos, protozoários, parasitas e vírus”
(LEVINSON, 2010).
Nem todos os microorganismos são nocivos ao corpo humano, os que
podem causar doenças são chamados de patógenos, que confere uma pequena
parte do total de microorganismos existentes. “As doenças causadas por este tipo de
agente são denominadas infecciosas e intoxicações microbianas” (BURTON;
ELGELKIRK, 2005).
Ainda, segundo Burton e Elgelkirk (2005, p.19), “os patógenos oportunistas,
em condições normais, não causam doença; porém, são capazes de causar doença
se tiverem acesso aos ‘locais errados’ na ‘ocasião errada’”.
A pele é a porta de entrada principal para estes microorganismos. Os
microorganismos que encontramos em nossa pele fazem parte de dois diferentes
grupos: a flora residente e a flora transitória. A flora residente da pele é aquela que
se multiplica ficando estável e viável por longos períodos de tempo e possui baixa
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virulência,
podendo
causar
IH em pacientes imunodeprimidos e/ou
após
procedimentos invasivos. A flora residente não é facilmente removível por escovação
e é inativada por antissépticos. Na flora residente as bactérias mais comumente
encontradas são as gram-positivas, localizando-se em maior quantidade nas mãos,
em torno das unhas e sob elas (ARMOND; OLIVEIRA, 2005).
Em relação a flora transitória, conforme Armond e Oliveira (2005, p.290),
A flora transitória não se multiplica na pele e são viáveis por
curto período de tempo, possuem alta virulência (principais
causadores de infecção hospitalar). São facilmente removidas
pela limpeza com água e sabão e são destruídas pela
aplicação
de
antissépticos.
São
compostas
pelos
microorganismos mais frequentemente responsáveis pelas
infecções hospitalares: gram-negativos e estafilococos,
encontradas na superfície da pele junto a gorduras e sujidades.
Quando consideramos a microbiota residente em nossos tecidos, e que as
doenças infecciosas dependem da resposta do hospedeiro e das características
específicas dos microorganismos, observamos que apenas a minoria das pessoas
expostas a um microorganismo com potencial patogênico desenvolve infecção
(HALEY, 2005).
Segundo Fernandes (2005, p. 251),
Aproximadamente dois terços das IH são de origem autógena,
significando o desenvolvimento da infecção a partir da
microbiota do paciente, que pode ter origem comunitária ou
intra-hospitalar. Em ambas as situações, a colonização precede
a infecção, sendo difícil determinar se o paciente trouxe o
microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exógena
durante a internação.
Algumas IH são evitáveis e outras não. As infecções evitáveis ou preveníveis
são aquelas em que se pode interferir na cadeia de transmissão dos
microrganismos, promovendo a prevenção da infecção. A interrupção dessa cadeia
pode ser realizada por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a
lavagem das mãos, o processamento correto dos artigos e superfícies, a utilização
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dos equipamentos de proteção individual (EPI), no caso do risco ao profissional de
saúde e a observação das medidas de assepsia (PEREIRA et al., 2005).
Outro tipo de infecção que pode ocorrer são as infecções não preveníveis,
ou seja, são aquelas que não conseguimos prevenir com as ações básicas,
ocorrendo mesmo com todas as precauções adotadas, como se pode constatar em
pacientes imunologicamente comprometidos, originárias a partir da sua microbiota
(PEREIRA et al., 2005).
3.2 BREVE HISTÓRICO DO CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
Define-se doença como “falta de saúde, enfermidade, indisposição, moléstia,
processo mórbido definido, com sintomas característicos, que pode afetar o corpo
todo ou uma ou várias de suas partes”, segundo o Dicionário Online Michaelis
(2012).
Antigamente, cada povo acreditava em diferentes crenças relacionadas às
doenças e infecções, assim como os fenômenos da natureza. Acreditavam que tudo
era influenciado por forças divinas e espirituais (UJVARI, 2003).
No século XVIII, alguns meios para evitar a transmissão de doenças
passaram a ganhar importância, como a higienização das mãos. Nessa época, em
1846, Ignaz Philipp Semmelweis trabalhava no Hospital Geral de Viena, onde a
mortalidade por casos de febre puerperal eram altos, cerca de 18%. Observando o
trabalho dos profissionais do hospital, Semmelweis notou que as gestantes
atendidas por médicos eram mais acometidas pela doença do que as atendidas
pelas enfermeiras. Concluiu que as parturientes eram examinadas por médicos que
circulavam entre a sala de autópsia e a enfermaria sem nenhum tipo de cuidado ou
fiscalização, causando assim a mortes delas (RICHTMANN, 2005).
Richtmann (2005, p. 27) afirma ainda que: Semmelweis com suas
observações,
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Formulou a hipótese de que as mãos dos médicos poderiam
transportar material cadavérico da sala de autópsia para as
gestantes e, sendo assim, em 1847 propôs a higienização das mãos
com água clorada, resultando na diminuição dos casos de
mortalidade por febre puerperal a menos de 2%.
No Século XIX, a enfermagem se estabeleceu como profissão. No ocidente,
durante as Cruzadas, membros de várias ordens religiosas se especializaram num
atendimento de enfermagem que foi progressivamente sendo realizado por freiras
(FERNANDES, 2000).
Em 1856, a enfermeira Florence Nightingale descreveu
procedimentos com ênfase nos cuidados relacionados aos pacientes
e ao ambiente, higiene pessoal e limpeza no hospital, com a
finalidade de diminuir os riscos de IH (MARTINS, 2005).
No Brasil, segundo Geovanini et al. (2010, p. 34),
A questão saúde passa a construir um problema econômico social, a
partir do momento em que as doenças infectocontagiosas, trazidas
pelos europeus e pelos escravos africanos, começam a propagar-se
rápida e progressivamente, tomando grandes proporções nos
principais núcleos urbanos, tanto que os países que comercializavam
com o Brasil advertiam constantemente com relação à persistência
das epidemias e endemias que ameaçavam não só as tripulações de
seus navios, como as suas populações.
A década de 80 foi muito importante para o desenvolvimento do controle das
IH no Brasil. Começou a ocorrer a conscientização dos profissionais de saúde a
respeito do tema com a instituição de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
(CCIH) em vários Estados do país. Em junho de 1983, o Ministério da Saúde (MS)
publicou a Portaria 196, “primeiro documento normativo oficial. Em 1992 publicou a
Portaria 930 que entre outros avanços defendia a busca ativa de casos de IH”
(PEREIRA et al., 2005).
Historicamente, no Brasil, o controle das IH teve seu marco referencial com
a Portaria MS nº 196, de 24 de junho de 1993, que instituiu a implantação de CCIH
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em todos os hospitais do país, independente de sua natureza jurídica (BRASIL,
2000).
Segundo Richtmann (2005, p. 27), a Portaria nº 196 não teve sucesso na
época, sendo mais tarde substituída pelo Ministério da Saúde, pela Portaria nº 930
de 1992, onde diz que “todos os hospitais do País deverão manter Programa de
Controle
de
Infecção
Hospitalar
(PCIH),
independentemente
de
entidade
mantenedora”, sendo que a CCIH é responsável pela normatização e pelo Serviço
de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), que é o órgão executante das ações.
Considerando as determinações da lei nº 9.431, de 06 de janeiro de 1997,
que dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção pelos hospitais do país de um
PCIH (BRASIL, 1998), em 12 de maio de 1998 o Ministro da Saúde autoriza a
Portaria nº 2.616 de 12 de maio de 1998, referente ao Controle de Infecção
Hospitalar. Nesta Portaria estão descritas as definições, funções e competências
para o Controle de Infecção Hospitalar. Alguns itens serão citados a seguir.
O
PCIH
é
um
conjunto
de
ações
desenvolvidas
deliberada
e
sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da
gravidade das infecções hospitalares (BRASIL, 1998).
Juntamente com o PCIH surgiu a CCIH, que é um órgão executivo e
normativo. Este é um órgão de assessoria e tem autoridade máxima dentro da
Instituição, preconiza as normas de execução de controle de infecção hospitalar.
Deve ser composta por profissionais da área da saúde, de nível superior. Os
membros da CCIH são classificados em dois tipos: consultores e executores. Os
consultores são representantes dos serviços de saúde, como enfermagem, nutrição,
farmácia, laboratório de análises clínicas, entre outros. Já os executores são
membros que representam o SCIH, são encarregados de executar as ações
programadas para o controle de infecção hospitalar (IH), auxiliando as unidades do
hospital a se adequarem com as normas de vigilância sanitária (BRASIL, 1998).
O primeiro manual com ações de prevenção de infecções foi criado pelo
Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), no ano de 1970. Atualmente, o
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CDC é o modelo utilizado no Brasil, onde sugere que as precauções implantadas
sejam baseadas na transmissão das doenças e as PP (RICHTMANN, 2005).
3.3 INFECÇÃO E VIAS DE TRANSMISSÃO
Define-se Infecção, segundo Seegmuller, Filho e Souza (2005, p. 154), como
“a resposta inflamatória provocada pela invasão ou presença de microorganismos
em tecidos orgânicos”.
Segundo Richtmann (2009), a IH ou nosocomial, é atualmente chamada de
Infecção Relacionada a Assistência a Saúde (IRAS). Compreende toda infecção
adquirida após a internação hospitalar num prazo de 48 – 72 horas e que não esteja
em seu período de incubação. São também aquelas infecções adquiridas no
hospital, mas que se manifestaram após a alta, assim como todas as infecções em
recém-nascidos,
exceto
as
transmitidas
por
via
transplacentária
(rubéola,
toxoplasmose, dentre outras).
De acordo com Couto, Pedrosa (1999, p. 1),
Os Centros de Controle de Doenças (CDC - EUA) definem como
infecção nosocomial aquela que não está presente nem incubando
para a admissão no hospital. O diagnóstico da presença e
localização é dado pelo conjunto de dados clínicos e laboratoriais. O
tempo de acompanhamento do paciente para que se defina a
infecção será de até 48 horas após a alta do Centro de Tratamento
Intensivo (CTI); 30 dias após cirurgia sem colocação de prótese ou 1
ano após cirurgia com colocação de prótese. Qualquer infecção do
neonato ocorrida até o 28° dia de vida é classificada como hospitalar,
desde que a via de aquisição não seja transplacentária.
Já a infecção que não é relacionada com a assistência à saúde, ou Infecção
Comunitária, é aquela constatada em incubação no ato da admissão hospitalar do
paciente, e que não é relacionada com internação anterior (SEEGMULLER; FILHO;
SOUZA, 2005).
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Ainda, segundo os autores acima citados (p. 154), são infecções
Comunitárias
A infecção que está associada à complicação ou extensão da
infecção já presente na admissão hospitalar, a menos que haja troca
de microorganismos com sinais ou sintomas fortemente sugestivos
da aquisição de nova infecção; aquela infecção em recém-nascido,
cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi
comprovada e que tornou-se evidente logo após o nascimento (ex.:
herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus – CMV,
sífilis, AIDS, entre outros.); e também são consideradas infecções
comunitárias aquelas infecções de recém – nascidos associadas com
bolsa rota superior a 24 horas.
São vários os mecanismos de transmissão de IH: contato direto ou indireto,
gotículas, aerossóis, veículo e vetor. O mecanismo de contato direto à transferência
de microorganismo ocorre por toque/manipulação de reservatório contaminado,
podendo
ser
pessoas,
água,
soluções,
medicamentos
e
equipamentos
contaminados, assim como também pode ocorrer transmissão de doenças de
pessoa para pessoa, através do toque, contato sexual sem uso de preservativo,
lesões contaminadas. Alguns exemplos de agentes infecciosos são o vírus da
hepatite A e B, HIV, estafilococos, entre outros (RICHTMANN, 2005).
Ainda, segundo o autor acima citado, o mecanismo de transmissão de IH por
contato indireto, ocorre através de instrumentos cirúrgicos, brinquedos transferidos
de boca em boca, bolsas coletoras de urina, dentre outros. Já o mecanismo de
transmissão denominado por gotículas, ocorre quando partículas grandes e pesadas
são expelidas pelo hospedeiro (pessoa infectada), entram em contato com pessoas
próximas, a menos de 90 centímetros de distância. Exemplos são a tosse e o espirro
que podem transmitir a Influenza, a caxumba e a rubéola.
O mecanismo de transmissão de IH por aerossóis ocorre quando a pessoa
infectada expele partículas pequenas e leves, e que ficam suspensas por longos
períodos, como o sarampo, a tuberculose e a varicela. O mecanismo de transmissão
de IH denominado veículo, ocorre com a substância que mantém o microorganismo
vivo até a introdução/ingestão do hospedeiro, como a água, o sangue, as fezes, os
alimentos, os medicamentos etc. Como exemplos disso, a salmonela, HIV e hepatite
22
B e C. O mecanismo denominado vetor acontece devido aos artrópodes que
transmitem agentes infecciosos por picadas ou deposição destes sobre a pele ou
alimentos, como os mosquitos, moscas e outros animais. Doenças que acontecem
através desse mecanismo são a malária e a febre amarela (RICHTMANN, 2005).
Todos os profissionais da saúde deveriam se preocupar em conhecer as
medidas de prevenção e controle de IH, bem como as fontes de agentes infecciosos
e seus mecanismos de transmissão. Dessa forma, “o controle das IH seria mais fácil
e eficaz. Portanto, devem-se conhecer as vias de transmissão das IH, o que muitas
vezes auxiliará no raciocínio das medidas de prevenção no ambiente hospitalar”
(RICHTMANN, 2005).
As medidas de precauções (prevenção) são baseadas nas vias de
transmissão das doenças, e são recomendadas para os pacientes suspeitos ou com
confirmação de diagnóstico infeccioso e os colonizados por patógenos altamente
transmissíveis e epidemiologicamente importantes como os microorganismos
multirresistentes (MMR). As precauções são baseadas em três vias de transmissão:
aérea por perdigotos (gotículas); aérea por aerossol (através do ar) e também a
transmissão por contato. Essas precauções baseadas nas vias de transmissão
devem ser empregadas juntamente com as precauções padrão (PP) (ARMOND;
OLIVEIRA, 2005).
3.4 MEDIDAS DE CONTROLE E DIMINUIÇÃO DAS IH
Todo paciente internado em instituição de saúde deve ser considerado como
potencial portador de patógenos seja sintomático ou não, e que podem ser
transmitidos para outros pacientes e também aos profissionais de saúde (ARMOND;
OLIVEIRA, 2005).
A seguir serão abordadas as medidas de precaução que devem ser
adotadas para a prevenção da disseminação dos microorganismos nas Instituições
hospitalares assim como a utilização de EPIs.
23
3.4.1 Precaução Padrão (PP)e a utilização de EPIs
As medidas de precaução denominadas Padrão, são fundamentais para a
assistência de todos os pacientes de uma instituição de saúde. Segundo Armond e
Oliveira (2005, p. 460), as PP
São aquelas indicadas para reduzir o risco de transmissão de
microorganismos de fontes de infecção, conhecidas ou não nos
hospitais. São recomendadas para todo ou qualquer paciente,
independente do diagnóstico, e/ou na manipulação de
equipamentos ou artigos contaminados ou sob suspeita de
contaminação. Devem ser adotados na manipulação de
sangue, fluidos corpóreos, como secreções e excreções
(exceto suor), pele não íntegra e mucosa.
As medidas indicadas como padrão, compreendem várias etapas como a
higienização das mãos antes e após o contato com os pacientes e também ao uso
de luvas. O uso de luvas (não estéril) é indicado quando for necessário entrar em
contato com fluidos, mucosas e pele não íntegra. O uso de avental é recomendado
para proteger as roupas e a pele do profissional de saúde. A máscara e os óculos
são indicados quando há possibilidade de “respingos” na face e na mucosa oral.
Também está dentro das PP o transporte adequado de material perfuro cortante,
descarte em local próprio, não reencapamento de agulhas para evitar acidentes. Os
itens usados na assistência ao paciente, como termômetro, esfigmomanômetro,
estetoscópio, entre outros, devem sofrer desinfecção (álcool a 70%) e/ou limpeza
(água e sabão) antes do contato com outro paciente (RICHTMANN, 2005).
Em relação ao uso das luvas (não estéril), segundo Fonseca e Silva (2006,
p.4), deve-se
Utilizar sempre que entrar em contato com sangue e líquidos
corporais; secreções e excreções; membranas mucosas; pele
lesada; artigos/superfícies sujos com material biológico. Usar quando
houver risco de contato com sangue ou outros fluidos corpóreos.
Trocar as luvas entre procedimentos no mesmo paciente se houver
contato com material infectado. Calçar luvas limpas antes de
manipular mucosas ou pele não íntegra. Retirar as luvas
imediatamente após o uso, e lavar as mãos.
24
Ainda, segundo Richtmann (2005, p. 36), “quanto mais individualizados
forem os equipamentos de assistência ao paciente (estetoscópio, termômetro, etc.),
os antissépticos e os sabões, menor será a possibilidade de infecções cruzadas e
surtos”.
Em relação a higienização das mãos ao controle das IH, Brasil (2007, p. 27)
descreve que “a eficácia da higienização das mãos depende da duração e da
técnica empregada. Antes de iniciar [...] é necessário retirar jóias (anéis, pulseiras,
relógio), pois sob tais objetos podem acumular-se microorganismos”.
O Ministério do Trabalho e Emprego no ano de 2005 coloca em vigor a
Norma Regulamentadora – NR 32, que tem por finalidade estabelecer as diretrizes
básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos
trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades
de promoção e assistência à saúde em geral. Em relação as medidas de prevenção
que devem ser adotas, comenta que o empregador deve vetar o uso de adornos nos
postos de trabalho. (BRASIL, 2005)
A higienização das mãos tem por finalidade remover os microrganismos que
colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a oleosidade e as
células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferação de
microrganismos. A duração do procedimento, para que seja eficaz, deve durar de 40
a 60 segundos. (BRASIL, 2007)
Há indicação para a higienização das mãos através de água mais sabão
quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e
outros fluidos corporais; ao iniciar o turno de trabalho; após ir ao banheiro; antes e
depois das refeições; antes de preparo de alimentos; antes de preparo e
manipulação de medicamentos; antes e após o contato com o paciente; antes de
realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos; antes de
calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram preparo
cirúrgico; ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o
cuidado ao paciente; após contato com objetos inanimados e superfícies
25
imediatamente próximas ao paciente; antes e após remoção de luvas (BRASIL,
2007).
Segundo Richtmann (2009, p. 44),
A lavagem ou higienização das mãos é a medida mais simples, mais
importante e econômica para a prevenção das IH e não hospitalares.
Apesar desta afirmação, vários trabalhos observacionais sobre os
profissionais da saúde mostram que esta medida é absolutamente
necessária e realmente realizada em menos da metade das vezes.
Ainda segundo o autor acima citado, existe também a antissepsia das mãos,
que é a higienização das mãos sem utilização de água, ou seja, com aplicação de
germicida a base de álcool.
A antissepsia das mãos através da fricção tem por finalidade reduzir a carga
microbiana das mãos (não há remoção de sujidades). A utilização de gel alcoólico a
70% ou de solução alcoólica a 70% com 1-3% de glicerina pode substituir a
higienização com água e sabão quando as mãos não estiverem visivelmente sujas.
O procedimento deve ter duração de 20 a 30 segundos de fricção (BRASIL, 2007).
As indicações para a higienização das mãos através de fricção com gel
alcoólico a 70% são listadas a seguir: antes de realizar procedimentos assistenciais
e manipular dispositivos invasivos; antes de calçar luvas para inserção de
dispositivos invasivos que não requeiram preparo cirúrgico; ao mudar de um sítio
corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente; após contato
com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao paciente; antes e
após remoção de luvas. (BRASIL, 2007).
Ainda de acordo com o autor acima citado (p. 29), existe uma técnica
adequada para a higienização e antissepsia correta das mãos conforme anexo I e II,
respectivamente.
26
3.4.2 Limpeza concorrente
A limpeza concorrente é a desinfecção realizada concomitantemente com a
internação do paciente, tem por objetivo a remoção do pó, poeira e sujidades e
reposição de material de higiene. É o processo de limpeza realizado diariamente e
em diferentes dependências: unidade do paciente, piso de quartos e enfermarias,
corredores, saguões, instalações sanitárias, áreas administrativas, entre outras.
(LISBOA; TORRES, 2008).
Segundo Lisboa e Torres (2008, p. 108), “a limpeza concorrente é úmida e
menos completa quando comparada a limpeza terminal, não envolvendo a utilização
de máquinas para a limpeza do piso”.
A unidade do paciente normalmente é composta por todo o mobiliário,
materiais e equipamentos que estejam próximos ao paciente e sejam passíveis de
manipulação pelos profissionais que prestam assistência ao paciente. A frequência é
diária e sempre que necessária (LISBOA; TORRES, 2008).
3.4.3 Limpeza terminal
É o processo de limpeza que ocorre em todas as superfícies das
dependências, tanto horizontais como verticais. Esse processo de limpeza inclui
paredes, vidros, portas, pisos, etc. No piso, a limpeza deverá ser realizada através
de máquina, diferente da limpeza concorrente que se utiliza somente pano e
desinfetante. (LISBOA; TORRES, 2008)
Segundo Gonçalves (2006, p. 75), “terminal é a lavação do setor após alta,
óbito ou transferência, usando água e sabão ou detergente, e desinfetante”.
A frequência da limpeza terminal dependerá de onde será realizada, deve-se
levar em consideração o nível de contaminação do local. Em centro cirúrgico a
frequência da limpeza terminal é sempre diária, assim como a concorrente.
(LISBOA; TORRES, 2008)
27
3.5 EQUIPE DE HIGIENIZAÇÃO HOSPITALAR E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Uma forma importante de reduzir o risco de transmissão de infecção e
garantir uma limpeza eficiente do ambiente hospitalar é educar e treinar a equipe de
higienização de forma adequada. Cada Instituição deve oferecer educação e
treinamento para toda equipe de serviço de higiene hospitalar. (SLAVISH, 2012)
A equipe de higienização hospitalar é essencial para manter o ambiente da
instituição limpo, organizado e possível de assistência ao paciente. Tornando estes
aspectos fundamentais para o processo de recuperação da saúde, força de vontade
e consequentemente melhorando a qualidade de vida do paciente (BRASIL, S/D).
Além de oferecer treinamentos a equipe de higienização, o hospital deve
monitorar e atualizar os colaboradores para garantir que estejam sendo utilizadas
práticas adequadas de prevenção na limpeza do ambiente. (SLAVISH, 2012)
Em relação à Educação Continuada (EC), Peres, Leite e Gonçalves (2005,
p. 139) relatam que
Compreende-se como um processo que impulsiona a transformação
da organização, criando oportunidades de capacitação e de
desenvolvimento pessoal e profissional, dentro de uma visão crítica e
responsável da realidade, resultando na construção de
conhecimentos importantes para a organização, para a profissão e
para a sociedade.
Quando se fala em controle de IH, alguns dos profissionais de saúde
remetem essa prática somente aos profissionais participantes do SCIH, excluindo-se
da responsabilidade pessoal para essa prática. Esse pensamento equivocado dos
profissionais deve ser modificado, pois todos os profissionais que atuam dentro da
instituição hospitalar, indiferente se na assistência direta ao paciente ou não, devem
ser “controladores de infecções hospitalares” (PEREIRA, et al., 2005).
Ainda, conforme o autor acima citado (p. 253),
Por outro lado, esta visão confere aos integrantes da comissão uma
condição de superioridade, uma vez que é conhecida muito mais
como fiscalizadores das medidas instituídas para o controle, do que
parceiros que devem caminhar juntos nesta construção de uma nova
28
práxis no controle de IH, que necessariamente deve ser coletiva. O
êxito do programa está diretamente relacionado com o envolvimento
de todos.
Conforme Pereira, et al (2005, p. 253), a EC tem como objetivo “explicitar
valores, aumentar a auto percepção acerca do problema, promover informações e
habilidades necessárias tomando-se decisões acertadas”.
A necessidade de integração dos profissionais da saúde torna-se
fundamental se considerarmos as dimensões das necessidades de saúde, que
compreendem as dimensões biológicas, psicológicas, sociais e culturais de
indivíduos, pacientes e profissionais. A complexidade das necessidades e dos
problemas de saúde, com os quais se deparam os pacientes e profissionais, exigem
investimentos efetivos na integração de pessoas e ações (PEDUZZI; CIAMPONE,
2005).
Segundo Pereira et al. (2005, p. 253),
Todas as formas possíveis para mudar comportamento dentro de
qualquer organização requerem a escolha de estratégia educacional
conjugada a um programa com objetivos bem definidos. A prevenção
e o controle de infecção hospitalar estão relacionados à promoção à
saúde e devem refletir preocupação no sentido de que as pessoas
consigam livrar-se de fatores que as predispõem para
comportamentos nocivos para si próprios e para os pacientes.
Uma das preocupações crescentes das Instituições refere-se em como
preparar o profissional higienizador para o controle de infecção hospitalar. Um dos
primeiros caminhos é colocar o colaborador em contato o quanto antes com todas as
normas e legislações referentes ao assunto de prevenção e controle de IH. Com
isso, a chance do futuro profissional em assimilar e entender melhor essas práticas
aumenta. (PEREIRA et al., 2005).
Ainda, segundo o autor acima citado (p. 254), “atuar na formação dos
profissionais de saúde é intervir num momento no qual estes estão construindo seus
conhecimentos e desenvolvendo habilidades técnicas para o exercício profissional”.
29
A EC possui algumas atribuições que são compreendidas como meios para
alcançar os objetivos específicos, tais como analisar e desenvolver competências
individuais e coletivas; incentivar as pessoas ao autodesenvolvimento, participar dos
processos de mudança da organização, compreendendo o processo de trabalho,
entre outros. A EC tem, portanto, a finalidade de promover o crescimento pessoal e
profissional (PERES; LEITE; GONÇALVES, 2005).
30
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
A seguir os resultados da realização deste estudo serão apresentados e
discutidos com base no referencial teórico.
Os participantes da pesquisa foram oito (N=08) colaboradores da equipe de
higienização a fim de verificar o conhecimento dos mesmos acerca do Controle de
Infecção, e também das medidas que devem ser adotadas para o controle e
diminuição das IH em uma Instituição hospitalar de pequeno porte da região da
Encosta da Serra – RS.
De acordo com BRASIL (2009, p. 84),
É importante pensar que a adesão as recomendações ou protocolos
envolvem mudanças no comportamento dos profissionais de saúde.
O porquê e como as pessoas mudam seus comportamentos têm sido
algumas das questões fundamentais na prática dos profissionais
envolvidos no controle de infecção.
Foi observado que a totalidade dos profissionais participantes da pesquisa
são do sexo feminino 100% (N= 08), a idade variou de trinta e nove a cinquenta e
quatro anos, sendo a média de 46 anos. O tempo de trabalho na Instituição variou
de sete meses a 10 anos. O tempo de estudo médio foi até a oitava série do ensino
fundamental, conforme demonstrado na figura 01.
31
Figura 01 – Caracterização da amostra conforme nível de escolaridade
Fonte: Elaborada com base nos dados da pesquisa, 2015.
Quando questionados sobre o conhecimento do Setor de Controle de
Infecção na Instituição podemos observar que 75% dos colaboradores da equipe de
higienização referem ter conhecimento sobre o mesmo e 25% referem não ter
conhecimento sobre este setor da Instituição, conforme mostra a figura 02.
32
Figura 02 – Distribuição do conhecimento relatado pelos colaboradores da
Equipe de Higienização acerca do Controle de Infecção
Fonte: Elaborada com base nos dados da pesquisa, 2015.
Na figura 03, podemos observar que quando questionados sobre a definição
de Infecção Hospitalar, 75% dos participantes da pesquisa responderam que é uma
doença que a pessoa adquire durante a internação no hospital, e 25% acreditam que
Infecção Hospitalar é uma doença transmitida de pessoa para pessoa, como mostra
a figura abaixo.
33
Figura 03 – Distribuição do conhecimento relatado a cerca do conceito de
Infecção Hospitalar
Fonte: Elaborada com base nos dados da pesquisa, 2015.
Quando questionados sobre o conhecimento quanto a limpeza terminal,
100% dos participantes responderam que possuem conhecimento sobre o assunto,
conforme mostra a figura 04.
34
Figura 04 – Conhecimento relatado pelos participantes em relação a limpeza
terminal
Fonte: Elaborada com base nos dados da pesquisa, 2015.
A tabela 01 nos mostra a definição de limpeza terminal relatado pelos
participantes da pesquisa, onde 63% relataram ser a higienização completa das
áreas do hospital, para a diminuição da sujidade e redução da população
microbiana, sendo realizada de acordo com uma rotina pré-estabelecida,
habitualmente, uma vez por semana ou quando necessário. Consiste no método de
limpeza de mobiliário e material que compõem a unidade do paciente no hospital. É
feita após a alta, transferência, óbitos ou longa permanência do paciente. E 37% dos
participantes da pesquisa relatam que limpeza terminal é a limpeza realizada
diariamente com objetivo de proporcionar o bem estar do paciente e diminuição de
infecção. É realizada, geralmente duas vezes ao dia, ou quando necessário de
acordo com a rotina de cada hospital.
35
Tabela 01: Definição de limpeza terminal conforme conhecimento dos
participantes da pesquisa
Variáveis
É a higienização completa das áreas do hospital,
para a diminuição da sujidade e redução da
população microbiana. É realizada de acordo com
uma rotina pré-estabelecida, habitualmente, uma
vez por semana ou quando necessário. Consiste no
método de limpeza de mobiliário e material que
compõem a unidade do paciente no hospital. É feita
após a alta, transferência, óbitos ou longa
permanência do paciente.
É a limpeza realizada diariamente com objetivo de
proporcionar o bem estar do paciente e diminuição
de infecção. A limpeza concorrente ocorre
geralmente duas vezes ao dia, ou quando
necessário de acordo com a rotina de cada
hospital.
Fonte: Elaborada com base nos dados da pesquisa, 2015.
N = 08
05 (63%)
03 (37%)
Quando questionados no que consiste a limpeza terminal, 100% dos
participantes responderam que é a limpeza completa das áreas: teto, chão, paredes,
mobiliário e tudo o que compõe o local onde se está realizando a terminal, conforme
mostra a tabela 02.
Tabela 02: Tipo de limpeza que consiste a Limpeza Terminal de acordo
com o conhecimento dos participantes da pesquisa
Variáveis
N = 08
Limpeza somente do chão, paredes e teto.
Limpeza somente do mobiliário.
Limpeza completa das áreas: teto, chão, paredes,
mobiliário e tudo o que compõe o local onde se
está realizando a limpeza terminal.
Limpeza somente do chão e retirada dos resíduos.
Fonte: Elaborada com base nos dados da pesquisa, 2015.
00 (0%)
00 (0%)
08 (100%)
00 (0%)
36
Quando questionados sobre o conhecimento quanto a limpeza concorrente,
100% dos participantes responderam que possuem conhecimento sobre o assunto,
conforme mostra a figura 05.
Figura 05 - Conhecimento relatado pelos participantes em relação a limpeza
concorrente
Fonte: Elaborada com base nos dados da pesquisa, 2015.
A tabela 03 nos mostra a definição de limpeza concorrente conforme
conhecimento dos participantes da pesquisa, onde 25% responderam que a limpeza
concorrente é a higienização completa das áreas do hospital, para a diminuição da
sujidade e redução da população microbiana. É realizada de acordo com uma rotina
pré-estabelecida, habitualmente, uma vez por semana ou quando necessário e
ainda consiste no método de limpeza de mobiliário e material que compõem a
unidade do paciente no hospital. É feita após a alta, transferência, óbitos ou longa
37
permanência do paciente. E 75% dos participantes responderam que a limpeza
concorrente é a limpeza realizada diariamente com objetivo de proporcionar o bem
estar do paciente e diminuição de infecção. A limpeza concorrente ocorre
geralmente duas vezes ao dia, ou quando necessário de acordo com a rotina de
cada hospital.
Tabela 03: Definição de limpeza concorrente conforme conhecimento dos
participantes da pesquisa
Variáveis
É a higienização completa das áreas do hospital,
para a diminuição da sujidade e redução da
população microbiana. É realizada de acordo com
uma rotina pré-estabelecida, habitualmente, uma
vez por semana ou quando necessário. Consiste no
método de limpeza de mobiliário e material que
compõem a unidade do paciente no hospital. É feita
após a alta, transferência, óbitos ou longa
permanência do paciente.
É a limpeza realizada diariamente com objetivo de
proporcionar o bem estar do paciente e diminuição
de infecção. A limpeza concorrente ocorre
geralmente duas vezes ao dia, ou quando
necessário de acordo com a rotina de cada
hospital.
Fonte: Elaborada com base nos dados da pesquisa, 2015.
N = 08
02 (25%)
06 (75%)
Em relação aos EPIs, foram questionados quais itens os participantes
consideravam EPIs, conforme mostra a figura 06. O avental impermeável foi o item
que menos foi considerado em 12% das respostas e a touca logo depois com 16%.
Os itens mais considerados EPIs pelos participantes da pesquisa foram as luvas de
borracha e sapato impermeável ambos com 25% das respostas. Quando
38
questionado sobre a utilização dos EPIs 100% dos participantes responderam que
os utilizam em suas atividades.
Figura 06 – Materiais considerados EPIs pelos participantes da pesquisa
Fonte: Elaborada com base nos dados da pesquisa, 2015.
Os participantes da pesquisa foram questionados quanto ao recebimento de
capacitações sobre assuntos relacionados as medidas para controle de infecções
onde todos responderam afirmativamente, que recebem capacitações. Após foram
questionados quanto a frequência que as capacitações ocorrem, e 100%
responderam que recebem capacitação todo mês.
39
CONCLUSÃO
As questões sobre o controle de IH devem ser discutidas e reforçadas
diariamente aos profissionais que prestam assistência direta ou indireta ao paciente.
Desta forma, através desta pesquisa buscou-se o conhecimento dos colaboradores
da equipe de higienização acerca do Controle de Infecção.
Através
dos
resultados
encontrados
os objetivos
propostos
foram
alcançados.
A dificuldade encontrada para a realização da pesquisa foi a baixa adesão
dos profissionais em aceitarem responder ao instrumento de coleta de dados, pois
de uma população de 15 colaboradores da equipe de higienização, a amostra
contemplou apenas 08 profissionais. Ao questionarem a aluna pesquisadora sobre o
tema, muitos não quiseram participar ou relataram não ter tempo no momento.
Foi observado que a totalidade dos profissionais participantes da pesquisa é
do sexo feminino 100% (N= 08), confirmando a ideia de que a equipe de
higienização hospitalar é exercida predominantemente por mulheres, como uma
tendência brasileira das equipes, porém essa prática vem se modificando, com a
procura maior de pessoas do sexo masculino a este mercado de trabalho. A idade
variou de trinta e nove a cinquenta e quatro anos, sendo a média de quarenta e seis
anos. O tempo de trabalho na instituição variou de sete meses a dez anos. O tempo
de estudo médio foi até a oitava série do ensino fundamental.
Ao questionar sobre o conhecimento dos participantes sobre o conhecimento
do setor de Controle de infecção na instituição, observamos que 75% dos
colaboradores referiram ter conhecimento sobre o mesmo e 25% responderam que
não possuem conhecimento acerca deste setor. Dessa forma conclui-se que em
algumas situações do cotidiano hospitalar onde percebemos dificuldades em relação
as práticas para controle das infecções, podem estar relacionadas a essa pequena
porcentagem que relata não conhecer o controle de infecção.
40
Quando questionado sobre receber algum tipo de capacitação acerca das
medidas de precaução, 100% (N=08) dos participantes relataram que recebem
capacitação pelo menos uma vez ao mês.
Quando questionados sobre o conhecimento acerca da limpeza terminal,
100% dos participantes relataram ter conhecimento sobre o assunto. E quando
questionados sobre a definição de limpeza terminal 63% responderam corretamente,
sendo a “higienização completa das áreas do hospital, para diminuição da sujidade e
redução da população microbiana. É realizada de acordo com uma rotina préestabelecida, habitualmente, uma vez por semana ou quando necessário. Consiste
no método de limpeza de mobiliário e material que compõem a unidade do paciente
no hospital. É feita após a alta, transferência, óbitos ou longa permanência do
paciente”. Conclui-se aqui que há uma divergência entre conhecer este tipo de
limpeza e saber o conceito corretamente.
Quando
questionados
sobre
o
conhecimento
acerca
da
limpeza
concorrente, da mesma forma como na questão anterior 100% dos participantes
relataram ter conhecimento sobre o assunto. E quando questionados sobre a
definição de limpeza concorrente 75% responderam corretamente, sendo a “limpeza
realizada diariamente com o objetivo de proporcionar o bem estar do paciente e
diminuição de infecção. A limpeza concorrente ocorre geralmente duas vezes ao dia,
ou quando necessário de acordo com a rotina de cada hospital”. Conclui-se aqui que
também há divergência entre o conhecimento deste tipo de limpeza e a definição
correta.
Diante dos resultados obtidos com a pesquisa, podemos observar que os
participantes possuem relativo conhecimento sobre o Controle de infecção.
Pode-se concluir que a EC em serviço é considerada importante para que a
assistência direta ou indireta seja realizada de maneira organizada, limpa e segura,
prevenindo assim, a IH.
O enfermeiro tem papel importante na EC em serviço, pois ele pode
identificar diariamente as questões que os colaboradores da equipe de higienização
41
mais possuem dúvidas, planejar, programar e executar a educação em serviço,
podendo ser auxiliado pelos setores de apoio da instituição, como o SCIH.
No que se refere a controle de IH, deve-se ter em mente que essa é uma
prática em equipe e não isolada, sendo realizada somente por alguns membros da
equipe de saúde. Todos devem estar conscientes e realizar a prática em saúde de
forma correta e segura, livre de possíveis contaminações e transmissão de
infecções.
Os profissionais participantes da pesquisa demonstraram ainda que estão
cientes de que as práticas para prevenção de IH devem ser realizadas por todos,
descartando a ideia de que o controle e prevenção de infecção hospitalar devem ser
realizados somente pelo SCIH da instituição.
Como profissionais da saúde devemos estar cientes que de não existe a
possibilidade de sabermos de todos os assuntos, precisamos estar abertos para o
aprendizado, prontos a receber orientações em nossa área de atuação. Se
possuirmos o conhecimento adequado das práticas, realizaremos a assistência de
maneira efetiva, não expondo o paciente a riscos, e também nos protegendo como
profissionais dos riscos a que estamos expostos.
A pesquisa será disponibilizada para a instituição em que foi realizada para
que possa auxiliar os profissionais de saúde na busca de atualização de
informações quanto ao Controle de infecção e também para que possa servir como
parâmetro para as práticas no que se refere a EC em serviço e as orientações
fornecidas aos colaboradores da equipe de higienização.
42
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APÊNDICE A – INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS
Sexo: ( ) Masculino
(
) Feminino
Idade: _________ anos
Tempo de trabalho na Instituição:
__________________________________________
QUESTIONÁRIO:
1- Assinale a opção que diz até qual série vocês estudou:
( ) Até 4ª série do ensino fundamental
( ) Até 8ª série do ensino fundamental
( ) Até 2º Grau Completo Incompleto
( ) Até 2º Grau Completo
2- Você sabe se no seu hospital existe o setor de Controle de Infecção:
( ) Sim
( ) Não
3- Você sabe o que é Infecção Hospitalar?
( ) Sim
( ) Não
4- Se você respondeu sim na questão acima, assinale com um X qual a opção que
melhor define Infecção Hospitalar.
(
(
(
(
) é uma doença que a pessoa adquire em casa;
) é uma doença que a pessoa adquire durante a internação no hospital;
) é uma doença que a pessoa adquiri quando picada por mosquito;
) é uma doença transmitida de pessoa para pessoa.
5- Você sabe o que é Limpeza Terminal?
( ) Sim
( ) Não
6- Se você respondeu sim na questão acima, assinale com um X qual a opção que
melhor define Limpeza Terminal.
( ) É a higienização completa das áreas do hospital, para a diminuição da sujidade
e redução da população microbiana. É realizada de acordo com uma rotina préestabelecida, habitualmente, uma vez por semana ou quando necessário.
Consiste no método de limpeza de mobiliário e material que compõem a unidade do
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paciente no hospital. É feita após a alta, transferência, óbitos ou longa permanência
do paciente.
( ) É a limpeza realizada diariamente com objetivo de proporcionar o bem estar do
paciente e diminuição de infecção. A limpeza concorrente ocorre geralmente duas
vezes ao dia, ou quando necessário de acordo com a rotina de cada hospital.
7- No que consiste a limpeza terminal?
( ) Limpeza somente do chão, paredes e teto;
( ) Limpeza somente do mobiliário;
(
) Limpeza completa das áreas: teto, chão, paredes, mobiliário e tudo o que
compõe o local onde se está realizando a terminal;
( ) Limpeza somente do chão e retirada dos resíduos.
8- Você sabe o que é a limpeza concorrente?
( ) Sim
( ) Não
9- Se você respondeu sim na questão acima, assinale com um X qual a opção que
melhor define Limpeza concorrente.
( ) É a higienização completa das áreas do hospital, para a diminuição da sujidade
e redução da população microbiana. É realizada de acordo com uma rotina préestabelecida, habitualmente, uma vez por semana ou quando necessário.
Consiste no método de limpeza de mobiliário e material que compõem a unidade do
paciente no hospital. É feita após a alta, transferência, óbitos ou longa permanência
do paciente.
( ) É a limpeza realizada diariamente com objetivo de proporcionar o bem estar do
paciente e diminuição de infecção. A limpeza concorrente ocorre geralmente duas
vezes ao dia, ou quando necessário de acordo com a rotina de cada hospital.
10- Você sabe quais são os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)?
( ) Sim
( ) Não
11- Se você respondeu sim na que são acima, assinale com um X quais materiais
você considera como Equipamentos de Proteção Individual:
( ) Touca
( ) Óculos de proteção
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( ) Avental Impermeável
( ) Luvas de borracha
( ) Sapato fechado impermeável
12- Você utiliza os Equipamentos de Proteção Individual?
( ) Sim
( ) Não
13- Se você respondeu não na questão acima, assinale com X as razões pelas
quais você não utiliza os Equipamentos de Proteção:
(
(
(
(
(
) Falta de tempo
) Falta de materiais
) Não gosto de utilizar
) Nunca serei contaminado por microorganismos
) Não acho importante
14- Você recebeu algum tipo de capacitação relacionado as medidas para
controle de infecções?
( ) Sim
( ) Não
15- Se você respondeu sim na questão acima, assinale com X com qual frequência
você recebe as capacitações:
( ) Todo mês
( ) Uma vez no ano
( ) Não recebi informações desde que entrei na Instituição
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ANEXO 1 – TÉCNICA CORRETA DE HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS
(ÁGUA E SABÃO LÍQUIDO)
FONTE: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/higienizacao_maos.pdf
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ANEXO 2 – TÉCNICA CORRETA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS COM
PREPARAÇÕES ALCOÓLICAS (FICÇÃO ANTISSÉPTICA DAS MÃOS)
FONTE: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/higienizacao_maos.pdf

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