Não pode ser vendido separadamente.
Transcrição
Não pode ser vendido separadamente.
Encarte comercial da responsabilidade de «Página Exclusiva». Não pode ser vendido separadamente. Portugal Inovador Índice 4 CTR 7 Um percurso motivado pela inovação 34 8 Opinião Ensino e Formação Lisboa e Vale do Tejo 48 Trofa 66 Saúde Animal 76 Fiscalidade e Contabilidade Gonçalo Xufre - Presidente da ANQEP 40 Robalo S.A. 50 Anos de dedicação ao setor hoteleiro 72 Tinocar Três décadas ao serviço do comércio automóvel EDIÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE - Morada: Rua Augusto Lessa, nº 251 esc. 13 –4200 – 100 Porto * Telefones: 22 502 39 07 / 22 502 39 09 * Fax: 22 502 39 08 * Site: www.paginaexclusiva.pt * Email: [email protected] * Periodicidade: Mensal * Distribuição: Gratuita com o Jornal “ Público “ * Preço Unitário: 4€ / Assinatura Anual: 44€ ( 11 números ) Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios, e para quaisquer fins sem autorização do editor. A paginação é efetuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da Revista e o editor não se responsabiliza pelas inserções com erros ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes. Junho I 3 Portugal Inovador Um percurso motivado pela inovação Qualidade, flexibilidade e novidade são valores que refletem o campo de atuação da CTR. Afirmando-se como especialistas no desenvolvimento e fabricação de soluções em produtos de higiene e cuidado do lar, Pedro Vieira descreve-nos agora um mercado cada vez mais global. 8000 m2, encontra-se sediada em Samora Correia, a 30 km de Lisboa. Com a expansão da atividade em 2006, estabeleceu-se uma sucursal local em Zhongshan (de 28.000 m2) - uma cidade costeira bem desenvolvida que apresenta boa capacidade logística e outras indústrias emergentes. “Neste momento, a fábrica em Portugal tem 170 pessoas, e a fábrica da China 1200. 99% do nosso volume de Decorria o ano de 1991 quando dois técnicos, com uma vasta experiência profissional na indústria de componentes eletrónicos, decidiram expor no mercado as suas competências. Durante os primeiros anos de atividade a empresa situou-se na produção de componentes e peças elétricas para submontagens em aparelhos de pequena dimensão para uso doméstico. Posteriormente, a produção de elementos de aquecimento elétrico impulsionou a CTR a iniciar a produção de difusores elétricos de uso doméstico para ambientação e controlo de insetos. A empresa, acompanhando a evolução da conjetura, sentiu que o consumidor apelava a uma maior qualidade e conforto nos ambientes pessoais. Esse olhar visionário acabara por se refletir numa mudança estratégica com o início de produção de soluções para ambientação. Nesse segmento, a estrutura tem vindo a concretizar produtos otimizados, novas matérias-primas e patentes 4 I Junho inovadoras, fortalecendo uma área de negócio cada vez mais importante. Atualmente, numa plataforma de relação business-to-business, a CTR funciona como um fabricante contratado, oferecendo a cada cliente soluções inovadoras para os detentores da marca. Expansão na China e em Portugal O trajeto da CTR tem-se concretizado com otimismo nos detalhes e atualidade nas operações. “Quando demos início a esta atividade, fixamo-nos primeiramente na zona de Caneças, só mais tarde a empresa cresceu e tivemos necessidade de ampliar a estrutura na atual localização”, explica Pedro Vieira, Presidente do Grupo. Hoje, com duas grandes unidades de produção em Portugal e na China, Pedro Vieira verifica como a excelente cobertura geográfica nacional e internacional conduz ofertas benéficas aos seus clientes. A principal unidade fabril, com Portugal Inovador negócios corresponde ao mercado externo”, informa. São números representativos, que quando movidos pelas ambições de cada uma das partes envolventes, permitem acelerar o processo de modernização e a vontade de preencher os mais elevados padrões de qualidade junto do cliente de excelência. “A maior parte dos nossos clientes são players globais e têm negócio na Ásia. Cada vez mais, temos que deixar de olhar só para o nosso mercado, que é um mercado de dez milhões de consumidores, e olhar para o mercado global”, corrobora. A criação de novos produtos, a motivação necessária para encontrar verdadeiros parceiros de negócios, o compromisso com a tecnologia e a inovação, a formação e a consolidação qualitativa da equipa profissional, sem nunca descurar a segurança e a fiabilidade, são recursos indispensáveis, inseparáveis e transversais aos diferentes mercados que vinculam toda esta missão. Respostas flexíveis A plena capacidade de produção e desenvolvimento de todas as etapas da atividade concretizam-se com os modernos sistemas industriais e automatizados, integrados nos locais de produção. “É de salientar que ambas as fábricas trabalham sob os mesmos padrões”, salvaguarda. Disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano produzem cerca de 50 milhões de difusores anualmente. O contacto constante com o cliente aliado ao rigor no cumprimento de prazos de entrega permite perceber a eficácia do seu planeamento de produção, a determinação de objetivos concretos e o seu alcance no mundo dos negócios. Essa atitude assídua não se deixa enfraquecer pela rapidez e monotonia da mecanização, pois todo o conhecimento teórico e prático apreendido até agora torna-os despertos para a constante análise dos processos de fabrico tendo em vista a otimização das linhas de produção. Tendo desenvolvido parceiros de qualidade na área do Design, a CTR cria produtos de acordo com o posicionamento de cada cliente ou concebe produtos feitos em resposta a mercados específicos, fornecendo um conjunto de I&D, acordos de cooperação e contratos de confidencialidade. “Muitas vezes o nosso cliente tem a ideia estética que quer para esse trabalho. Nessa perspetiva, nós trabalhamos com a sua equipa técnica para gerar um diálogo mais direto e aproximarmo-nos em conjunto do produto final que o cliente pretende vender”, informa. “ Os fatores importantes do nosso sucesso são a inovação e a propriedade intelectual. Inovamos permanentemente na categoria dos produtos que fabricamos, trabalhando com várias equipas na área do Design, Química e Eletrónica, em Portugal e na China”, acrescenta. A colaboração de todos os Junho I 5 Portugal Inovador elementos assegura aqui a força motriz de toda a estrutura. Soluções A evolução de um mundo cada vez mais global permitiu que Pedro Vieira compreendesse as diferentes necessidades de mercado. Nesse âmbito, a CTR diversificou a sua oferta apresentando duas soluções de desenvolvimento de produtos: conceção de novos projetos ou produtos ready-to-market. Neste último, o cliente terá a possibilidade de escolher de entre os modelos disponíveis o design que mais gosta e personalizá-lo de acordo com as características que deseja: o tipo de embalagem e recarga, a gama de fragrâncias, ajuste na intensidade e o tipo de tecnologia. “Por vezes os clientes procuram produtos que já foram desenvolvidos por nós, gostam do design que aplicamos e adquirem-no. Outras vezes optam por modelos exclusivos, com design próprio e nós trabalhamo-lo desde a sua definição do conceito estético e engenharia do produto, prototipagem, testes e certificação até chegar à sua fabricação e distribuição mundial”, esclarece. O aumento da necessidade e procura por soluções mais eficazes no controlo de insetos, moscas e mosquitos levou a CTR a desenvolver toda uma gama de produtos para esta aplicação, proporcionando assim um maior conforto nos ambientes pessoais. Também na area da ambientação domestica, a CTR tem nos seu portfolio uma vasta gama de produtos utilizando variadas tecnologias de difusão, tanto para interior como exteriores. Nesta ampla oferta existe ainda uma gama completa de produtos destinados à higiene, limpeza e desodorização de casas de banho que podem ser consultados através do site www.ctr-aircare.com. Diferenciar com novos conceitos A constante pesquisa para a aplicação de métodos de desen6 I Junho volvimento e produção leva a que a CTR consiga chegar perto de novas plataformas de tecnologias com maior rapidez, abrindo caminho a novas conceções e modelos com valor acrescentado para o consumidor final. Pedro Vieira não nega a ampliação da atividade para outros mercados. Índia e América do Sul são alguns dos destinos que pre- tende cativar num futuro próximo. “Temos crescido mais de 20% por ano. Ganhamos projetos este ano que nos permitirão dar um salto maior já em 2016. O desafio agora passa por dar resposta positiva às oportunidades que surgem, continuar a crescer junto dos nossos parceiros e clientes e trazer nova possibilidade de expansão em Portugal”, conclui. | Portugal Inovador Junho I 7 Portugal Inovador Opinião “O esforço das escolas tem sido meritório” Gonçalo Xufre, presidente da Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional, esclarece-nos acerca de algumas questões essenciais relacionadas com a atualidade das opções profissionalizantes. O Ensino Profissional tem como argumento a expectativa de empregabilidade, ao mesmo tempo que não invalida um eventual ingresso no Ensino Superior. É pertinente falarmos também em vantagens no que respeita a esse mesmo ingresso? Qualquer modalidade integrada no sistema nacional de qualificações, tal como o ensino profissional, respeita os princípios da aprendizagem ao longo da vida, possibilitando o prosseguimento para níveis subsequentes de educação e formação. Não tendo, efetivamente, como prioridade o acesso ao ensino superior, este ensino tem também a preocupação de preparar para esses níveis. Obviamente, o foco do ensino profissional e a sua principal mais-valia está nas aprendizagens com aplicabilidade prática e relevância para o mercado de trabalho, mas a componente prática não se sustenta sem conhecimentos científicos, razão pela qual o plano de estudos dos cursos profissionais integra três componentes: sociocultural, científica e técnica. Como o ensino superior também integra componentes técnicas, os alunos provenientes do ensino pro- 8 I Junho fissional entram no ensino superior com vantagem neste domínio. Haverá outros casos em que os alunos encaram a possibilidade de criarem o próprio emprego. Em que medida é que este ensino propicía a aquisição de ferramentas para o empreendedorismo? O empreendedorismo está muito associado à dinâmica do ensino profissional. Estes alunos são envolvidos, regularmente, em projetos que as escolas desenvolvem em articulação com empresas. Além disso, nenhum jovem conclui um curso profissional sem participar numa Prova de Aptidão Profissional que consiste na elaboração de um projeto que é defendido, no final do curso, perante um júri que envolve personalidades exteriores à escola. De um modo geral, os alunos são confrontados com a necessidade de superarem obstáculos, de propor soluções criativas e inovadoras e de as defenderem. E são muitos os exemplos de alunos do ensino profissional que vencem prémios em competições de projetos nacionais e internacionais. Para nós, empreendedorismo parte muito da atitude de cada um e o ensino profissional é claramente uma via de educação e formação que permite a aquisição e desenvolvimento de um conjunto de atitudes potenciadoras do empreendedorismo. Que balanço faz do esforço de adaptação que as escolas da rede pública têm feito para corresponderem a esta oferta? Tem sido um esforço meritório. Estas escolas não tinham experiência nesta matéria e, em cerca de uma década, prepararam-se e responderam ao repto que lhes foi lançado e que possibilitou estender o ensino profissional, como real opção, a todos os jovens. Não poderíamos ter como objetivo 50% dos jovens em cursos profissionalizantes sem envolver neste projeto as escolas secundárias da rede pública. Hoje, praticamente todas as escolas secundárias da rede pública oferecem cursos profissionais. O nosso esforço centra-se muito na ajuda para que as escolas evoluam as suas ofertas no sentido de cada vez mais corresponderem às necessidades do mercado de trabalho. | Gonçalo Xufre Presidente da Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional Portugal Inovador Prioridade para o ensino e formação Este é, assumidamente, um objetivo estratégico do município da Batalha. Dentro desse desígnio, o esforço que está na ordem do dia é o recentemente aprovado processo de descentralização de competências. Juntamente com Óbidos, a Batalha é um dos dois concelhos do distrito de Leiria que são exemplos do referido processo. Como nos explica o presidente da Câmara Municipal, Paulo Batista, o que está a acontecer é, no fundo, “uma formalização daquilo que, na prática, já existe”. O Agrupamento de Escolas da Batalha é o único do concelho e há “uma grande interação entre o município e esse mesmo agrupamento, na qual o município, pela sua proximidade e interesse, intervém em vários domínios, colaborando numa área estratégica para o concelho que é a educação e formação dos seus jovens”. Esta aprovação vem, na ótica do autarca, reforçar “a autonomia do agrupamento, pegando em competências que estavam no Ministério da Educação e Ciência e que passarão a ser exercidas em proximidade, quer pelo município quer pelo agrupamento. O primeiro, focado numa intervenção mais logística e direcionada para o que tem que ver com os equipamentos escolares; o segundo mais focado nas questões pedagógicas”. Esta nova realidade acaba também por proporcionar uma nova articulação entre estas instituições quanto à definição de respostas formativas, procurando que es- teja ajustada às necessidades do tecido económico concelhio. Uma componente desse tecido é o setor da cerâmica, exemplo concreto de uma abordagem que já está a ser feita a este nível: “É uma atividade com grande expressão, que está em crescimento e a chegar a novos mercados. Infelizmente, ainda não dispõe da mão-de-obra necessária, estando aí um exemplo de como a descentralização pode ser útil. Já estamos a desenhar, juntamente com o agrupamento, uma intervenção para que haja resposta formativa que corresponda a essa necessidade”. Relatando-nos também o diálogo que está a ser iniciado no contexto da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), indica que está a ser tomada em conta “uma grande ligação entre as aprendizagens e a sua empregabilidade”. Um novo elemento passa pela definição de objetivos: “Houve muita formação no passado que não teve tradução em termos de empregabilidade e hoje estamos a procurar contratualizar objetivos concretos nessa matéria. Estamos a fazer isso na CIMRL e, para esse efeito de ligação às atividades económicas, tem havido um diálogo onde estão presentes parceiros das diferentes áreas”. | Junho I 9 Portugal Inovador Tradição centenária A Escola Secundária José Falcão é a mais antiga de Coimbra, tendo como antecedente o antigo Liceu de Coimbra. É uma história que começa em 1836, com o estabelecimento do liceu. Precisamente 100 anos mais tarde, dá-se a passagem para o edifício onde ainda se mantém. Como nos apresenta o diretor, Paulo Ferreira, é “um edifício classificado como de interesse público, inserido no Modernismo Português, e que se tem mantido ao longo destes anos sem ser sujeito às intervenções das quais outras escolas da cidade beneficiaram”. Este espaço escolar é de grande importância não apenas pelo referido como também pela sua localização, não estivesse muito próximo do Hospital Universitário de Coimbra (maior 10 I Junho empregador da cidade) e também da própria Universidade. Mesmo sem as intervenções, é uma escola com “ótimas condições para a prática letiva”, para a qual “os alunos gostam de vir” e onde “os relacionamentos interpessoais são muito importantes”. É frequentada por cerca de 1000 alunos, distribuídos pelo 3º ciclo e secundário. Neste último, a via regular abrange as quatro vertentes dos cursos Científico-Humanísticos, com uma incidência claramente maior nas Ciências e Tecnologias. A via profissionalizante, para a oferta de 2015/2016, vai ter os cursos de Técnico de Multimédia, Técnico de Audiovisuais e Técnico de Turismo Ambiental e Rural. A formação em Turismo Ambiental e Rural é apontada como uma opção particularmente interessante em termos de saída e uma das maiores necessidades “mesmo ao nível do país”. Logo na altura em que a José Falcão arrancou com este curso, foram celebradas várias parcerias com municípios da região (como Penacova, Lousã, Penela ou Condeixa) tendo em vista o encaminhamento dos formandos para estágios. Paulo Ferreira lamenta, contudo, que não haja “incentivos suficientes da parte da tutela para que as empresas possam acolher estagiários”. Nota que, muitas vezes, “é uma dificuldade para uma empresa integrar um estagiário e que, como tal, essa questão dos incentivos tem que ser trabalhada para que haja uma maior interação entre empresas e escolas”. Outra condicionante para o papel desta escola no trabalho ao nível do ensino profissional prende-se com “a dificuldade em propor novos cursos, uma vez que o número de cursos atribuído às escolas define-se muito em função do número de cursos abertos no ano letivo anterior”. Finalmente, fora do âmbito curricular, esta é também uma escola de referência com um plano anual de atividades, que inclui quase 200, e um registo de participações em concursos nacionais no qual se enumeram vários casos de sucesso. | Portugal Inovador Um ambiente calmo, familiar e humanizado É assim que Augusto Nogueira, diretor da Escola Secundária com 3º Ciclo D. Dinis, em Coimbra, classifica este espaço escolar. É a escola secundária mais recente de Coimbra, tendo iniciado as suas funções no ano de 1986. Insere-se numa área periférica da cidade, zona Norte, e tem-se debatido, como todas as escolas do país, com a diminuição do número de alunos, e com a concorrência feroz da oferta de instituições privadas. É, em todo o caso, uma escola com indicadores muito positivos, em particular os resultados escolares, os quais podem ser confirmados na plataforma do Ministério - http:// infoescolas.mec.pt/. O universo de alunos tem estado entre os 350 e os 400, correspondendo, portanto, a uma comunidade pequena. “É o número ideal, sendo, aliás, o número de alunos das escolas dos países que são apontados como modelos. A grande vantagem é que permite um ambiente calmo e familiar, em que o diretor conhece os alunos pelo nome e onde há uma gestão do dia a dia que é personalizada e humanizada”, explica. A qualidade desse ambiente, segundo o diretor, deve-se essencialmente ao trabalho dos profissionais da escola. Por conseguinte, é uma instituição que, sobretudo atendendo aos fatores de contexto, é também um caso positivo em termos de disciplina, senão mesmo de sucesso. Os níveis de aproveitamento escolar e de empregabilidade dos cursos profissionais são apontados como muito bons se tivermos em conta o contexto social, cultural e económico, resultando estes do forte apoio pedagógico aos alunos e da disponibilidade dos seus docentes e funcionários. “Uma percentagem de 96% de candidatos ao ensino superior são colocados e cerca de 70% entram na primeira opção”, indica. Dentro da via do prosseguimento de estudos, a oferta desta escola inclui as Ciências e Tecnologias e as Línguas e Humanidades. No ensino profissional, Augusto Nogueira refere duas áreas que já são uma tradição: a Informática de Gestão e o Apoio à Gestão Desportiva. Estes cursos manter-se-ão na oferta para 2015/2016, aos quais se juntam as formações em Manutenção Industrial/Metalomecânica, Eletricista de Instalações, Gestão de Equipamentos Informáticos e Comércio. A D. Dinis é, igualmente, um espaço onde se verifica uma forte dinâmica no plano extracurricular. Nesta matéria, o responsável destaca a longa e prestigiante tradição de participações nas Escolíadas, evento que considera “um polo gerador de motivação nos alunos”. Quanto aos clubes em que estes estudantes se podem integrar, merecem igual destaque os exemplos do Clube de Teatro e do Clube de Jornalismo e o Desporto Escolar. “É uma escola com uma dinâmica cultural, artística e desportiva muito forte”, sublinha. | Junho I 11 Portugal Inovador “Uma escola de cariz humanista” “Em primeiro lugar está o aluno e não os números”, segundo as palavras de Isabel Veiga Simão, diretora do Agrupamento de Escolas Coimbra Oeste, que nos sintetiza assim a filosofia orientadora da sua instituição. é também, aqui, reforçado por experiências diferenciadoras, através do golfe (em parceria com a Quinta das Lágrimas) ou da canoagem no Mondego. O Mondego é, aliás, o objeto do projeto ao qual a diretora dá particular ênfase: o Ecomuseu do Mondego, iniciado em 2009, cujas atividades associadas são “um denominador comum a todos os cursos e a todas as etapas de ensino no agrupamento”. Oferta 2015/2016 A agregação que lhe deu origem teve início em 2012 e juntou a Escola Secundária D. Duarte (a sede) aos estabelecimentos integrantes do Agrupamento de Escolas de Taveiro e do Agrupamento de Escolas Inês de Castro. Falamos, neste momento, de uma realidade que gere 17 unidades, que cobrem uma oferta educativa que vai do pré-escolar ao ensino secundário. A respetiva sede tem a sua génese em 1969, concretamente na sua inauguração a 17 de abril, data da Crise Académica. Era então o Liceu D. Duarte, diferenciador por ter sido o primeiro liceu misto da cidade. Já como escola secundária, mantém essa dife- 12 I Junho renciação ao ser a única das sete da cidade que se posiciona na margem esquerda do Mondego. A inserção nesta zona é, contudo, apontada pela diretora como uma condicionante que tem motivado uma perda de alunos. “Há essa mentalidade de que atravessar o rio para a margem direita é como ir para a cidade, ideia que deve ser contrariada. A margem esquerda já perdeu valências na área da saúde e pode estar a caminho de as perder também na área do ensino”, entende. Como compensação, a Escola Secundária D. Duarte “sempre se pautou por ser uma escola humanista que, para além da parte curricular, sempre deu muita importância à parte extracurricular”. É, efetivamente, um exemplo de escola que permite aos alunos uma vivência culturalmente rica e construtura da sua cidadania, com diversos núcleos ou atividades ligados ao teatro (Trupe Leal Conselheiro), ao cinema (adesão ao Plano Nacional de Cinema) ou à música. O desporto escolar Combater o êxodo de alunos passa também, naturalmente, por uma oferta curricular robusta. No ensino secundário, para além dos Científico-Humanísticos de Ciências e Tecnologias e Línguas e Humanidades, a via profissional mantém-se estável com os cursos de Animador Sociocultural, Recursos Florestais e Ambientais, Gestão e Programação de Sistemas Informáticos e Restauração nas suas variantes de Cozinha-Pastelaria e Restaurante-Bar. “Temos protocolos com mais de 50 entidades para a colocação destes alunos em estágios e uma quantidade deles mantiveram-se nesses locais. Por outro lado, para além da empregabilidade, temos também uma percentagem impressionante de alunos do profissional que prosseguem estudos nas áreas associadas. É normal que estes estudantes tenham aspirações a conhecer mais e melhor e nós damos-lhes essa oportunidade, com aulas suplementares para esses casos que se querem autopropor a exame”, explica. | Portugal Inovador Junho I 13 Portugal Inovador “Procuramos ter uma oferta que seja o mais abrangente possível” O Agrupamento de Escolas de Mira foi criado há cinco anos, reunindo toda a oferta pública do concelho. Este conjunto de estabelecimentos escolares atende às necessidades de um universo de cerca de 1200 alunos, repartidos por seis jardins de infância, oito escolas do 1º ciclo, uma EB2 e a respetiva escola-sede, que faz a cobertura do 3º ciclo e do ensino secundário. Esta última capta cerca de 650 destes jovens. O diretor, Fernando Rovira, refere-nos que a filosofia deste agrupamento passa por “oferecer uma oferta formativa que seja o mais abrangente possível e que dê para que todos os jovens se possam encaixar na oferta local. No fundo, a preocupação é permitir que ninguém fique para trás”. Então, no caso concreto do ensino secundário, as opções para prosseguimento de estudos são as áreas tradicionais das 14 I Junho Ciências e Tecnologias e Línguas e Humanidades, havendo, para este ano, a tentativa de conseguir abrir uma turma mista de Ciências Socioeconómicas. Nas opções profissionalizantes, os cursos a iniciar serão as saídas de Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos e Técnico de Apoio à Infância. “As formações que procuramos implementar derivam da resposta a três fatores, que são o atendimento ao interesse e satisfação dos alunos e encarregados de educação, mas também os nossos recursos e as orientações emanadas do Ministério”, explica. O feedback que nos oferece quanto aos resultados deste ensino aponta para que “uma grande percentagem, no caso desta escola, acabe por enveredar pelo prosseguimento de estudos. Sabemos que o mercado de trabalho é diminuto, que o concelho tem um tecido empresarial incipiente e o que tem acontecido é isso, na ordem dos 80% dos casos. Alguns, no entanto, são convidados a permanecer nas empresas onde realizam os estágios”. Quanto ao aproveitamento em geral, é considerado positivo, o que, aliás, é sustentado pelos indicadores oficiais: “Os alunos, na sua globalidade, têm obtido resultados melhores do que outras escolas com o mesmo contexto socioeconómico”. Uma resposta ao contexto que importa sublinhar é a abertura, também dentro do ensino secundário mas na via vocacional, de um curso de Controlo Alimentar. “Aceitámos um repto que nos foi feito, no sentido de que escolas muito próximas da orla marítima pudessem apresentar cursos diretamente relacionados com o mar. Este do controlo alimentar foi por nós proposto nesse sentido e, não tendo diretamente a ver com o mar, tem, naturalmente, a ver com o pescado que vem do mar”, explica. Por último, dentro da lógica inclusiva anteriormente mencionada, convém referir que o agrupamento oferece também uma resposta de referência na questão do autismo: “Temos duas unidades de ensino para estes alunos, com muitos casos que são provenientes de outros concelhos”. | Portugal Inovador Uma referência na inclusão A Escola Secundária de Jaime Cortesão, assim designada desde 1977, tornou-se sede do Agrupamento de Escolas Coimbra Centro em 2012. A diretora, Amélia Loureiro, falou connosco dos diferentes aspetos que compõem a atualidade da instituição. A referida sede tem como principal traço distintivo a sua instalação num edifício seiscentista, localizado na “baixa” de Coimbra. Após diferentes fases, a adaptação deste imóvel para servir o ensino deu-se em 1923, ao acolher a Escola Industrial de Avelar Brotero. A génese da Jaime Cortesão veio mais tarde, com a ocupação deste espaço, em 1972, pela então Escola Técnica de Sidónio Pais. Nos anos subsequentes, esta designação sofreu a mudança de patrono e a passagem de escola técnica a escola secundária. A agregação criou uma nova realidade que integra também dez jardins de infância, 18 escolas do 1º ciclo e duas de 2º e 3º ciclo (as escolas Poeta Manuel da Silva Gaio e a Básica nº 2 de São Silvestre). É um conjunto de estabelecimentos que tem a particularidade de atender a um universo de alunos que vêm, tendencialmente, de áreas periféricas do concelho. Oferta No ensino secundário, a via regular inclui as vertentes de Ciências e Tecnologias e Línguas e Humanidades. O balanço feito pela responsável quanto ao aproveitamento escolar é positivo, sobretudo no último caso. “Temos tido resultados muito bons a Português e nas disciplinas das Humanidades em geral, estando pontos acima da média nacional”, indica. Tomando em conta o perfil predominante destes alunos, tem havido “uma preocupação muito grande com os apoios que aqui são dados, sendo esta uma escola que cria condições para que eles sejam bem preparados no espaço da escola”. Já dentro da via profissional, a oferta distribui-se pelas formações em Vendas, Apoio Psicossocial e Apoio à Infância. Esta última conta com “um número significativo de alunos que querem prosseguir para a Escola Superior de Educação, mas optam por fazer esta profissionalização antes”. A escola, dada a sua integração no agrupamento, dispõe de condições privilegiadas para esta formação, recorrendo aos estabelecimentos do pré-escolar e 1º ciclo para o efeito. A oferta de cursos vocacionais na área da restauração e hotelaria tem sido uma aposta dos últimos anos e pretende responder aos interesses dos alunos e das necessidades do tecido económico da região. Inclusão “Temos um agrupamento muito diversificado em termos culturais. Por exemplo, a Escola Silva Gaio tem alunos de dez nacionalidades e nós trabalhamos muito a questão da interculturalidade no sentido do respeito e da aceitação do outro”, descreve. O reconhecimento do trabalho desenvolvido a este propósito é evidenciado pelas visitas realizadas por instituições de renome e pelos convites para participar em projetos internacionais. Outro destaque na inclusão está na questão da deficiência. O Agrupamento Coimbra Centro é escola de referência para a educação bilingue de alunos surdos, para alunos portadores de cegueira e baixa visão, para alunos com perturbações do espetro do autismo e para alunos com multideficiência e surdocegueira congénita. | Junho I 15 Portugal Inovador Agrupamento inclusivo e ajustado às necessidades O Agrupamento de Escolas Figueira Mar inclui sete estabelecimentos, tendo como sede uma instituição centenária. Data de 1888 a origem da Escola Secundária Dr. Bernardino Machado, anteriormente Escola Industrial e Comercial da Figueira da Foz. É uma referência histórica a nível do ensino técnico no distrito de Coimbra, servindo aquele que é também o concelho mais industrializado da região. Esse legado mantém-se na dinâmica atual da escola, apoiada em condições privilegiadas para o efeito. A Secundária Dr. Bernardino Machado, para além dos diversos cursos Científico-Humanísticos, alvo de crescente procura, concentra a oferta de ensino profissional do agrupamento. Nessa matéria, o curso de Manutenção Industrial, na variante de eletromecânica, é um dos mais solicitados. Uma vocação e, simultaneamente, uma solução que está completamente em sintonia com as necessidades expressas pelo tecido económico local. Como nos relata o diretor do agrupamento, Pedro Mota Curto, “a escola tem protocolos com dezenas de empresas e todas elas necessitam destes técnicos”. Também em virtude dessa aproximação à indústria e das solicitações daí resultantes, uma nova aposta para o ano que vem será o curso de Eletrónica, Automação e Comando. Outro curso que irá constar da 16 I Junho oferta profissional para 2015-2016 é a formação em Apoio Psicossocial. Uma área sem relação com as já referidas, mas igualmente inserida nesta lógica de ajustamento às perspetivas de empregabilidade. “Está previsto que daqui por alguns anos a população da Figueira da Foz decresça para os níveis de 1950 mas com uma elevada percentagem de idosos. Este curso tem muito a ver com isso, nomeadamente com o apoio em lares, centros de saúde ou hospitais”, indica. Outra grande inovação que nos é apontada pelo diretor estará também no secundário, mas dentro do ensino vocacional, com o curso de Aquacultura. “É uma inovação, de facto. Um curso diferente e no qual iremos investir, em parceria com a FOR-MAR. O mar é parte integrante do futuro de Portugal e, aqui perto, existe Aquacultura na Foz do Mondego, na Tocha e em Mira. Será um curso de dois anos, com três mil horas de formação, em que metade dessas horas deverão ser lecionadas na FOR-MAR e em empresas”, explica. Por fim, sintetizando aquela que é a realidade do ensino neste agrupamento e a vivência da comunidade que a integra, Pedro Mota Curto sublinha que o ambiente é “muito familiar e muito próximo das pessoas” e que se procura “prestar um verdadeiro serviço público, que aceita e apoia todos os alunos”. A inclusão é, efetivamente, uma palavra-chave nas escolas do Agrupamento, com a presença de largas dezenas de alunos com necessidades educativas especiais, distribuídos pelos sete estabelecimentos de ensino. | Portugal Inovador Aposta na via profissional A Escola Básica e Secundária João Garcia Bacelar, na Tocha, é a sede do Agrupamento de Escolas Gândara Mar e reúne a maioria dos respetivos alunos deste agrupamento. Iniciou o seu funcionamento no ano de 1981, estando nas atuais instalações desde 1989. Dez anos mais tarde, foi integrada no referido agrupamento, que é, portanto, um dos mais antigos do país. Trata-se de um conjunto de escolas no qual se incluem também dois jardins de infância e três escolas do 1º ciclo. São 670 alunos no total, com 390 a frequentar a escola-sede. Esta escola tem a particularidade de prestar um serviço de ensino que vai do 4º ano do 1º ciclo ao final do ensino secundário, o que acaba, naturalmente, por explicar este peso que assume dentro do agrupamento. Outro elemento que a distingue está, precisamente, no ensino secundário, no qual a oferta está, unicamente, voltada para o ensino profissional. As componentes deste ensino que a escola, nesta altura, tem em funcionamento são as formações em Restaurante-Bar, Multimédia, Instalações Elétricas e Informática de Gestão. A oferta de cursos em abertura para o início do próximo ano letivo apresenta as duas primeiras. O estabelecimento dispõe de uma sala específica montada para os trabalhos que se inserem no curso de Restaurante-Bar e, para a formação em Multimédia, os formandos podem recorrer a três salas devidamente equipadas que servem esse efeito. O diretor, Manuel Marques Oliveira (à esquerda), fala-nos também da relação desenvolvida com as empresas à volta para a integração dos alunos em estágios. “Temos as zonas de Aveiro, Figueira da Foz, Mira e Tocha, onde há muita oferta de hotelaria e restauração onde os nossos estudantes fazem essa formação. Nós tentamos sempre colocá-los no melhor sítio possível, como bons hotéis, pousadas ou restaurantes”. Neste espaço escolar, os jovens também beneficiam de uma dinâmica rica em termos de atividades extracurriculares. O diretor enumera alguns exemplos, como a adesão ao projeto da Fundação Ilídio Pinho o concurso regional de Empreendedorismo, o Eco-Escolas, o Parlamento Jovem, a Oficina de Leitura, os encontros para a Educação para a Saúde e a criação de um clube de Desporto Escolar. | Junho I 17 Portugal Inovador Escola pública virada para a excelência A constituição do Agrupamento de Escolas Figueira Norte deu-se em 2012, na sequência da fusão entre a Secundária de Cristina Torres (a sede) e o antigo Agrupamento de Escolas de Alhadas. Começando por nos fazer uma nota de balanço acerca deste processo, o diretor, José Luís Ribeiro, nota que “tem os seus aspetos positivos e outros negativos, que podiam ser ponderados e recalculados”. Este conjunto de estabelecimentos depara-se, nomeadamente, com “a necessidade de um reforço quanto aos recursos humanos de que dispõe, quer no plano da gestão quer no trabalho no terreno”. A dispersão territorial destas 18 unidades pelas freguesias do Norte do concelho da Figueira da 18 I Junho Foz assim o justifica. A escola sede iniciou a sua atividade em 1986, apresentando a configuração arquitetónica típica das escolas públicas edificadas na altura. Já teve cerca de 1600 alunos, mas neste momento acolhe um número mais ajustado à sua capacidade, na ordem das oito centenas. São oito centenas de alunos distribuídos por uma oferta de ensino do 3º ciclo e ensino secundário. Nesta última etapa, estão cobertas áreas diversas, quer para prosseguimento de estudos, quer para a via profissionalizante e também vocacional. A primeira apresenta os cursos de Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades e Ciências Socioeconómicas. Conforme nos indica o diretor, “a área das Socioeconómicas é aquela em que estamos mais especializados, tendo a escola um quadro docente com professores formados em Economia e Ciências Jurídicas”. Os resultados são positivos e o Agrupamento de Escolas Figueira Norte pode orgulhar-se, nomeadamente, de ter tido, pelo segundo ano consecutivo, um aluno a concluir o 12º ano com média de 20 valores. Poucas escolas o conseguem e se os rankings divulgados pelo ME contemplassem os 20 melhores alunos e respetivos resultados nos exames nacionais, a comparação seria mais justa para todos e o AEFN ficaria posicionado nos primeiros lugares de todas as escolas do país. Quanto à via do ensino profissional, a oferta para o próximo ano letivo contém as opções de Gestão do Ambiente e de Proteção Civil. O vocacional do ensino secundário, que será uma novidade, vai ter, igualmente, duas ofertas: Apoio à Gestão Desportiva e Análise Laboratorial. Para estes quatro cursos, o nosso interlocutor garante existirem já “parcerias com vista a perspetivar a integração dos formandos”. | Portugal Inovador Junho I 19 Portugal Inovador Ensino em Porto de Mós Rui Almeida, diretor do agrupamento de escolas que, neste momento, agrega todo o ensino público do concelho, partilha connosco a oferta educativa da sua escola-sede. A Escola Secundária de Porto de Mós tem obtido posições prestigiantes nos rankings nacionais, por intermédio de um projeto educativo assente no trabalho de um quadro docente experiente e estável. Os seus antecedentes remontam à nacionalização de um antigo colégio na localidade da Corredoura, na altura do pós-25 de abril. A escola, já pública, ainda funcionou durante três anos no antigo edifício do referido colégio, até passar para as atuais instalações, localizadas no centro da vila. O agrupamento do qual faz parte constituiu-se em 2009, dando-se a segunda agregação em 2013, pela integração das unidades pertencentes ao Agrupamento de Escolas de Mira d’Aire. Na sequência desta fusão, passou a gerir 26 estabelecimentos de ensino, frequentados por um total de 2525 alunos. Dentro deste universo estudantil, são cerca de 700 os que ocupam a referida escola-sede, distribuídos por turmas do 3º ciclo e do ensino secundário. Neste último, a oferta para 2015/2016 inclui as áreas das Ciências e Tecnologias, das Línguas e Humanidades e das Ciências Socioeconómicas, no que respeita ao prosseguimento de estudos. Já o ensino profissional vai contar com o curso de Técnico de Eletrónica, Automação e Computa20 I Junho dores e com o curso de Técnico de Restaurante e Bar. Esta oferta é uma novidade face ao que se encontra em funcionamento; as formações que estão a ser dadas passam pelas saídas de Multimédia, Auxiliar de Saúde, Proteção Civil, Instalações Elétricas, Gestão e Apoio à Gestão Desportiva. Rui Almeida considera que, apesar de “esta nunca ter sido uma escola técnica”, tem conseguido fazer “uma adaptação dos seus recursos às formações que são abertas”, ajustando as condições de algumas salas e colocando à disposição dos alunos e professores os equipamentos específicos às respetivas áreas. Outro fator tomado em conta prende-se com o contacto destes alunos com o contexto real de trabalho, a propósito do qual o diretor relata que “não tem havido problemas em encaminhar os alunos para estágios, sendo que alguns ficam logo colocados nas entidades onde realizam esses mesmos estágios”. | Portugal Inovador Escola articulada com o mundo do trabalho A Escola Secundária Felismina Alcântara, sede do Agrupamento de Escolas de Mangualde, tem tomado uma orientação proativa na sua aproximação à indústria. Uma breve síntese acerca da sua evolução inicial deixa claro aquele que foi o assumir de uma vocação técnica e, ao mesmo tempo, liceal. Em 1970, nasceu como polo da Escola Comercial e Industrial de Viseu (a atual Emídio Navarro), ocupando as instalações de uma antiga colónia de férias da CP. Uns anos mais tarde, já no período revolucionário, deu-se a nacionalização de um colégio de referência no concelho (o Colégio de S. José). “A escola técnica passou para as instalações do colégio, absorvendo, no fundo, parte da sua identidade. Isto resultou em que, ainda que mantendo uma componente muito forte a nível técnico, passasse a apresentar também uma forte componente liceal”, explica o diretor, Agnelo Figueiredo. Torna-se a Escola Secundária Felismina Alcântara, ao adotar como patrona a antiga diretora do colégio e precursora em Mangualde de todo o ensino secundário. Recentemente, em 2010, juntou-se às outras duas entidades de ensino público do concelho (a Escola Preparatória Gomes Eanes de Azurara e a Escola Básica Ana de Castro Osório), na sequência da constituição do Agrupamento de Escolas de Mangualde. Este desafio foi bem acolhido pelo responsável: “Nestes últimos anos em que estamos agrupados temos colocado muito a tónica na melhoria dos resultados escolares e temos conseguido um progresso muito sensível”. Os resultados têm sido “consistentemente positivos”, mas foi no ano passado que isso se fez notar particularmente, ao atingir o lugar cimeiro entre as escolas do distrito. Ao mesmo tempo, há uma aposta nítida em diversificar a oferta, atendendo aos interesses de todos os jovens locais. Dentro da via regular, estão abrangidas as quatro vertentes. Esta lógica aplica-se também ao ensino profissional, com a oferta de Mecatrónica, Apoio à Gestão Desportiva, Contabilidade, Produção Agrícola, Apoio à Infância, Eletrotecnia, Turismo e Animador Sociocultural. Mangualde é, reconhecidamente, um dos pontos da região onde o mundo empresarial e industrial é mais expressivo e a escola mostra-se plenamente envolvida na resposta às necessidades do meio. “Estamos bem apetrechados. Na Mecanotecnia, temos um pavilhão exemplar, com todos os equipamentos necessários e temos feito um investimento sustentado nessa vertente. Entendemos que a escola tem que ter os mesmos meios, equipamentos e técnicas que a empresa tem, para que os alunos não estejam desfasados na altura da formação em contexto de trabalho”, considera. Sobre essa formação, foi constituída uma Bolsa de Empresas Cooperantes, empresas essas que têm estabelecido “um diálogo muito interessante e profícuo com os jovens”. A PSA Peugeot Citroen tem sido o “parceiro por excelência”, cujo administrador é membro do Conselho Geral da Escola, tendo já criado uma sala de formação destinada aos formandos daqui provenientes. | Junho I 21 Portugal Inovador Sucesso educativo numa terra de forte tradição empresarial Canas de Senhorim é, historicamente, uma das referências industriais da região Centro. O diretor do Agrupamento de Escolas local, António José Cunha, resume-nos a dinâmica da sua instituição quer no plano do ensino regular quer na formação profissional. Este agrupamento já conta com mais de uma década de existência, antecedendo em alguns anos a vaga de agregações que ocorreu à escala nacional. Atende, neste momento, às necessidades educativas de cerca de 600 alunos, cobrindo as etapas que vão do ensino pré-escolar ao secundário. Neste último, tem registado resultados que posicionam a sua escola secundária entre as melhores do distrito de Viseu, orgulhando-se, inclusive, de já ter sido a melhor escola pública do país nas classificações dos exames nacionais de Matemática. Questionado sobre o que está na base deste sucesso, o diretor considera que “o trabalho dos professores é excelente e que o trabalho dos alunos também tem correspondido a esse esforço. O desempenho é, de facto, muito bom e isso encoraja-nos a continuar a trabalhar, a continuar a formar turmas, a atrair alunos e a formar estes jovens”. Refere ainda que “as atividades desenvolvidas mostram uma dinâmica notável e cativam fortemente os alunos – como é o caso do Carnaval, de fortes tradições na vila e da Feira Medieval, organizada em parceria com a Junta de Freguesia e a CMN, onde as turmas participam com a sua barraquinha.” A via profissionalizante também 22 I Junho tem conhecido os seus casos de sucesso. A aposta tem incidido sobre duas vertentes: Energias Renováveis e Cozinha-Pastelaria. No caso da primeira, António José Cunha refere que “todos os alunos vão para estágio. É uma área com muitas empresas, que já foi uma zona industrial muito forte e onde há uma grande tradição e história em termos de atividade ligada à tecnologia. Encaminhar os jovens para trabalhos de instalações de painéis solares fotovoltaicos não tem sido difícil e normalmente ficam empregados”. Já o curso de Cozinha-Pastelaria tem também “mostrado bons resultados e um ótimo encaminhamento”, dada a proliferação de “unidades de restauração e hotelaria na região, o que permite que, também neste caso, todos possam frequentar o respetivo estágio”. Sobre esses mesmos estágios, entende serem “uma aproximação fantástica ao mundo do trabalho”. Conforme nos indica, há que ter em conta que “uma boa parte dos alunos do ensino profissional muitas vezes entra nestes cursos com interesses divergentes ao estudo”, contudo, no decorrer deste percurso, nota que vão “crescendo quanto ao comportamento, à correção e à aptidão profissional”. Completando, relata-nos que “estes jovens, sobretudo quando vestem uniforme, transfiguram-se e conseguem desempenhar um papel de minúcia de uma forma excelente. Não seria difícil começarem a acumular uma desmotivação crescente, o que poderia contagiar-se facilmente, mas é bom ver que se está a verificar o contrário e que as suas classificações são cada vez melhores”. | Portugal Inovador Três décadas a formar ao mais alto nível Entre as três escolas secundárias de Viseu, a Escola Secundária Viriato, geograficamente situada na periferia, está, contudo, posicionada na vanguarda dos resultados académicos e da oferta de formação profissional. Podemos encontrá-la, mais precisamente, junto à Cava de Viriato, ao lado da estrada velha de Abraveses, no extremo Norte da cidade. Com uma fortíssima ligação ao meio e à comunidade envolventes, tem-se vocacionado para atender, principalmente, à população educativa das freguesias do Norte do concelho. O início do seu funcionamento deu-se no dia 25 de outubro de 1985, apresentando o modelo arquitetónico tipo para as escolas secundárias edificadas na altura e sofrendo, entretanto, alterações estruturais como as construções do Pavilhão Gimnodesportivo, de mais um bloco de salas de aula e das galerias de passagem entre os quatro blocos que a completam. A ampliação decorreu também no que respeita à oferta educativa. Tendo iniciado apenas com o 3º ciclo do ensino básico, no terceiro ano do seu funcionamento, em 1987/1988, ampliou a sua oferta para o ensino secundário. Uma oferta que se destaca por ser multifacetada, abrangendo, no âmbito do prosseguimento de estudos, as quatro áreas previstas nos diplomas legais: Ciências e Tecnologias, Ciências Socioeconómicas, Línguas e Humanidades e Artes Visuais. De acordo com o relato que nos é feito pelo seu diretor, Carlos Oliveira, “a escola tem obtido sempre bons resultados, fruto de um trabalho muito abnegado por parte dos seus professores. Neste momento, entre as escolas da cidade, está em primeiro lugar nos resultados a Biologia, Matemática e Português”. Além dos índices amplamente positivos de colocação destes alunos no ensino superior, esta comunidade também se destaca pela participação em concursos nacionais, nomeadamente as Olimpíadas da Economia, da Química ou da Biologia. “Vamos a tudo o que forem eventos que possibilitem a representatividade da escola ao mais alto nível”, indica. A amplitude de áreas de oferta é uma caraterística que se aplica também à via profissionalizante. Os bons resultados verificam-se nos casos das diversas histórias de sucesso, quer no desempenho nos estágios, quer na colocação no mercado de trabalho. Os cursos disponíveis para o ano letivo de 2015/2016 serão as formações em Técnico Auxiliar de Saúde, Técnico de Análise Laboratorial, Técnico de Apoio à Gestão Desportiva, Técnico de Vendas, Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos, Técnico de Redes Elétricas/Instalações Elétricas, e Técnico de Manutenção Industrial (variante de Eletromecânica). Trata-se, pois, de uma unidade orgânica em profunda renovação, apostada na qualidade e onde os interesses dos alunos estão acima de tudo. Procura trilhar os mesmos caminhos do seu patrono, com determinação, nunca, mas nunca, baixando os braços. | Junho I 23 Portugal Inovador Contrariar o decréscimo populacional O Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Paiva sofre com o decréscimo da população e revela preocupação em combater o desinteresse dos menos motivados. O ensino tem vindo a sofrer reestruturações, sendo uma delas a junção de várias escolas num só agrupamento. No distrito de Viseu, o Agrupamento Vila Nova de Paiva é responsável pela organização desde o jardim de infância ao 12º ano e as lutas têm sido constantes. Questionado acerca da integração ao nível pedagógico e administrativo, Luís Taveira, diretor do agrupamento, refere que “inicialmente foi difícil a agregação, pois as escolas tinham dinâmicas diferentes e até o sistema informático sofreu algumas complicações”. O decréscimo populacional do concelho tem vindo a “refletir-se no ensino secundário, momento em que os alunos deveriam encontrar opções diversificadas, mas onde não temos um número mínimo de inscritos para tal”, afirma o diretor, que revela assim a sua preocupação por não conseguirem fazer frente às opções dos alunos, e de por vezes não se abrirem turmas profissionais. Ainda que seja essencial dar resposta aos que não se enquadram no ensino regular, uma das temáticas que provoca alguma inquietude em Luís Tavares é a questão de existência de alunos problemáticos nos cursos profissionais, sendo que “muitos voltaram para o regular, porque não gostaram e 24 I Junho outros atingiram os 18 anos, e, por opção, saíram da escola, o que originou uma turma mais estabilizada”, afirma. Ao nível das atividades, o desporto escolar é uma área que beneficia de uma elevada dedicação, e, nos últimos anos, o voleibol e a natação têm sido as áreas de maior aposta, contando com a colaboração da Câmara Municipal. Consciencializados das problemáticas atuais, os recursos naturais são explorados com todo o cuidado, sendo diversas as atividades ligadas à reciclagem, ecologia ou floresta. A cidadania, jamais descurada, é favorecida com “ações de sensibilização e prevenção rodoviária com a Guarda Nacional Republicana, com quem também já se planeiam ações ligadas à saúde, inserida com o projeto da escola promotora de saúde, onde contamos com o apoio do centro de saúde”, explica o diretor deste agrupamento, onde os alunos também podem inscrever-se no Parlamento Jovem, ou, os amantes do espetáculo, no Teatro. Os resultados escolares são díspares, e se existe quem alcance notas muito elevadas, almejando o prosseguimento dos estudos, a grande maioria não aposta na formação, sendo que “temos um conjunto que ainda é muito ligado a agricultura e vive de subsistência, há uma grande fatia da população que está emigrada, temporária outra permanente, os nossos alunos são um espelho de uma sociedade que sofre algumas dificuldades, que não tem os transportes adequados e muitas vezes, como não conseguimos abrir Línguas e Humanidades, optam por Ciências e Tecnologia, e isto reflete-se nos resultados, sendo que não podem pagar a explicadores para o apoio ao estudo”, confidencia Luís Tavares, reticente em relação ao futuro. | Portugal Inovador Um concelho que aposta na formação Trancoso é uma terra com reconhecida riqueza patrimonial e tradição no comércio e nos produtos endógenos. O presidente do município, Amílcar Salvador, descreve-nos a dinâmica que aqui existe, chamando também a atenção para o trabalho de ensino e formação que está a ser desenvolvido. “É de facto um concelho com grande património histórico e cultural”, introduz, fazendo referência a “factos históricos extremamente importantes” como o casamento da Rainha Santa Isabel com D. Dinis, a batalha de Trancoso de 1385 ou a vida do trovador Bandarra. Entre o património edificado que aqui se encontra, destaca-nos exemplos como as muralhas medievais, o castelo de Trancoso, o pelourinho e as suas igrejas. De resto, há também uma componente histórica ligada à comunidade judaica, responsável pela captação de milhares de turistas. Trancoso é também “uma terra de grandes feiras, grandes mercados e grandes eventos”. Dentro da agenda anual, pontificam a Feira do Fumeiro, a Festa de Comemoração das Bodas Reais, a Feira de S. Bartolomeu, a Feira de Sta. Luzia e a Feira da Castanha. “São datas onde se movimentam milhões de euros”, refere. Estes exemplos ilustram a vida económica muito intensa que a cidade historicamente foi tendo quer no âmbito do turismo quer no comércio. A par dos serviços, têm sido estas as âncoras do desenvolvimento de Trancoso. Neste momento, por entender que “era preciso ir mais além”, o executivo liderado pelo nosso interlocutor tem como estratégia “dar um novo fôlego ao setor primário e também aos parques industriais de Trancoso e de Vila Franca das Naves”. Entre as indústrias que se vão afirmando a uma escala apreciável, podem mencionar-se os laticínios, os enchidos e o granito. Um suporte para a vitalidade empresarial desta região tem sido a escola profissional, aqui presente desde 1989. É frequentada por cerca de duas centenas de alunos, o que, se considerarmos o agrupamento de escolas local, aponta para um universo de “1230 crianças e jovens a estudar num concelho do Interior, o que é muito significativo”. É uma escola cujos alunos “têm conseguido, com alguma facilidade, entrar no mundo do trabalho”, com ofertas alinhadas com esse mesmo objetivo. Amílcar Salvador indica as formações nas áreas das Energias Renováveis, Manutenção Industrial, Instalações Elétricas e Gestão de Equipamentos Informáticos como exemplos de cursos “com grande saída”, à semelhança do que acontece com o Turismo e o Comércio. Sublinha também “as excelentes condições técnicas de que a escola dispõe, a experiência e estabilidade do quadro docente e o esforço constante de ligação, ao longo do ano letivo, entre a escola e o mundo do trabalho”. A aproximação ao município também se faz notar, estando estes jovens “muito bem integrados na comunidade e a ter uma importância extrema para as iniciativas que a autarquia desenvolve”. | Junho I 25 Portugal Inovador Combater as adversidades A Escola Básica e Secundária de Arga e Lima celebra 25 anos de funcionamento. O retrato que nos é feito pelo seu diretor, Agostinho Gomes, aponta para um caso de sucesso no combate ao abandono e à indisciplina. Esta escola, que desde 2001 é sede de agrupamento, iniciou o seu percurso apenas como escola básica, sendo ampliada para a valência de ensino secundário em 1994. A constituição do agrupamento na qual se insere surgiu numa perspetiva intermunicipal, integrando estabelecimentos tanto do concelho de Viana do Castelo como de Ponte de Lima. A sede encontra-se no primeiro, concretamente na freguesia de Lanheses. Esta realidade local continua a caracterizar-se por fragilidades “a nível sociocultural e das expectativas dos encarregados de educação”, segundo Agostinho Gomes. É um meio rural, com problemas de isolamento, onde se dá a agravante do “rendimento familiar médio ser muito baixo”. De facto, desde há vários anos que uma percentagem de cerca de 60% destes alunos beneficia 26 I Junho de auxílios económicos distribuídos pelas autarquias e pelo MEC. São dados que, em todo o caso, contrastam com os índices de insucesso que a escola regista: “Está bastante abaixo da média nacional, o abandono é zero e a nossa escola é uma escola segura, conhecida como um espaço muito harmonizado e familiar”, indica o diretor. Acrescentando, que há aqui “um projeto educativo muito participado pelos alunos, pais, profissionais e parceiros”. Dentro dessa participação, e concretamente no caso específico dos alunos, Agostinho Gomes mostra-se satisfeito com “as excelentes associações de pais/enc. de educação e de estudantes” que a escola tem tido. Dá-nos também o exemplo de uma “peculiaridade da escola”, ainda no âmbito da intervenção dos estudantes, que é a eleição em assembleia de um representante destes jovens por freguesia: “Esse aluno é um parceiro que nos comunica as dificuldades, sendo uma espécie de sirene que nos indica os problemas e isso é algo que o responsabiliza”. Além disso, há uma forte tomada de iniciativa para que estes estudantes “possam ter acesso às mesmas coisas que os outros”, nomeadamente na organização de “muitas visitas de estudo, para que possam ir aos museus, cinemas e teatros do país”. A comunidade tem, portanto, encontrado formas de se organizar no sentido de responder às carências do meio, o que se reflete nos índices já mencionados. Naturalmente, a preocupação em dotar estes alunos de ferramentas que lhes proporcionem perspetivas de futuro não poderia estar ausente deste espírito. Os investimentos feitos a nível de recursos, embora muito seletivos, extremamente facilitadores das aprendizagens, com especial destaque a Biblioteca Escolar. Na oferta para o ensino secundário, a vertente profissional está a absorver uma quantidade de estudantes equivalente à via regular. As formações em funcionamento são o curso de Técnico de Instalações Elétricas, Apoio Psicossocial e Turismo Ambiental e Rural, estando para abrir, para o próximo ano letivo, o curso de Técnico de Comércio. “Temos tido excelentes cursos, com excelentes alunos a estagiar, e têm sido áreas com boas respostas ao nível da empregabilidade”, refere. | Portugal Inovador “Cultura de Excelência e Responsabilização” A oferta formativa da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Famalicão, beneficia de instalações modernizadas e pensadas à medida de um conjunto de cursos que se tem mantido praticamente constante. O Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco é uma instituição de referência no concelho. Atento à evolução dos tempos e aos desafios da sociedade moderna, procura responder às necessidades de formação da região, combinando a sua vocação para preparação de alunos para o ensino superior com a oferta de cursos de dupla certificação, alicerçada no desenvolvimento de uma cultura de excelência e responsabilização. Com a exceção da formação em Técnico de Vendas, numa lógica de alternância entre os vários cursos em funcionamento, “a oferta de cursos profissionais para 2015/2016 continuará a mesma”. O curso já referido vai dar lugar ao de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar, que se junta às saídas de Técnico de Audiovisuais, Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, Design de Moda, Design Gráfico e Restauração na variante de Cozinha e Pastelaria. O diretor, Carlos Teixeira, faz-nos uma descrição da capacidade com que a escola se apresenta no âmbito de cada uma destas áreas. Ao abrigo do programa de intervenções da Parque Escolar, a Camilo Castelo Branco foi dotada de instalações devidamente adaptadas aos seus cursos: “No caso dos Audiovisuais, foram construídos de raiz um estúdio e uma régie, tendo nós também todo o material necessário para o desenvolvimento do curso. Igualmente fruto da intervenção, para a formação em Restauração dispomos de uma cozinha pedagógica totalmente equipada. O curso de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos é outro exemplo, com o recurso a oficinas específicas de informática”. Continuando, o caso da área da Qualidade Alimentar beneficia de “uma maximização dos laboratórios de Ciências e Tecnologias” e o curso de Design de Moda está associado aos recursos próprios (humanos e materiais) do curso de Artes Visuais. A qualidade dos cursos encontra-se igualmente suportada no “conjunto vasto de protocolos” que a escola tem vindo a celebrar. “Os protocolos que temos no âmbito da formação em contexto de trabalho, que se desenvolve no 11º e no 12º ano, privilegiam acima de tudo o critério da qualidade dos locais de estágio”, indica Carlos Teixeira. Vários destes parceiros são entidades de fora do concelho, destacando-se aqui o exemplo da Restauração, em que um número significativo de alunos “faz os seus estágios em unidades hoteleiras de referência”. Quanto ao potencial que estas formações têm apresentado, visando a inserção dos alunos no mercado de trabalho, “a primeira preocupação na definição da oferta passa sempre por ir ao encontro das necessidades do local”. O Design de Moda é, evidentemente, o caso mais paradigmático, sendo o setor alimentar outro exemplo de peso no tecido empresarial local. | Junho I 27 Portugal Inovador 20 anos a sorrir Com duas décadas de existência, a Escola Profissional Amar Terra Verde nasce de um projeto intermunicipal, tendo como promotores as Câmaras Municipais de Vila Verde, Terras de Bouro e Amares. Com o objetivo da promoção do desenvolvimento das economias locais, esta escola profissional prima por dotar os seus alunos de todas as ferramentas e competências essenciais para a sua futura entrada no mercado de trabalho. Com mais de 800 alunos, a EPATV apresenta uma oferta formativa diversificada. “Desde o início que esta escola tem primado por formar alunos competentes em diversas áreas de atividade. Algo que tem resultado no incremento da credibilidade da nossa instituição na sociedade, porque efetivamente estamos a colocar os nossos alunos no mercado de trabalho”, destaca o diretor geral, João Nogueira. A Escola apresenta uma oferta formativa direcionada para diversas áreas de formação, tais como Tecnologias Artísticas, Comunicação, Imagem e Som, Administração, Mecânica, Eletricidade e eletrónica, Química, Tecnologias da Saúde e Hotelaria e Turismo, áreas em que as empresas necessitam de técnicos e profissionais competentes para responder aos desafios exigidos pelo mercado. “A Escola é uma parceira e um ator ativo do desenvolvimento local da região. No fundo, somos um parceiro incontornável, que pretende criar sinergias de desenvolvimento da economia 28 I Junho e desenvolvimento social”, salienta João Nogueira. Para além disso, a Escola é igualmente um espaço diferenciador, dando igualdade de oportunidades e género. Estes são alunos sinalizados pelo abandono escolar e necessidades educativas especiais, mas que neste estabelecimento de ensino têm uma segunda oportunidade de se integrarem na sociedade. “O nosso sucesso é o sucesso dos nossos alunos, deste modo, sentimos que estamos a cumprir o nosso objetivo de fazer a diferença na educação”, acrescenta o diretor geral. Também na área da solidariedade, a EPATV tem um polo dinamizador de ajuda à sociedade e às famílias mais carenciadas, no âmbito do grupo de voluntariado EPA JUDA. Promover e divulgar a oferta formativa “A máxima que adotamos nestas participações é que aquilo que não é visto, não existe. Logo, temos de colocar a escola visível aos nossos alunos, às famílias e aos empresários”, refere João Nogueira. No que diz respeito ao futuro, salienta que é essencial uniformizar, concertar e promover a oferta para a região, primando pela criação de ofertas formativas controladas, reforçando a ideia de que é necessário um forte investimento na orientação vocacional e uma maior atenção, por parte da tutela, na revisão dos currículos do Catálogo Nacional da Qualificações. | João Luis Nogueira Diretor Geral EPATV Portugal Inovador Um agrupamento de sucesso ao serviço da comunidade O Agrupamento de Escolas D. Sancho I é o herdeiro e fiel depositário da já longa história de sucesso da Escola Secundária que está umbilicalmente ligada ao desenvolvimento económico de Famalicão. O sucesso e a boa imagem que tem na comunidade resulta de uma visão da educação que coloca o aluno no centro do processo educativo, de uma organização que se suporta em critérios de ordem pedagógica e que aposta na exigência e no rigor das aprendizagens dos seus alunos, que lhes permite obter bons resultados quer a nível académico quer profissional. “Temos metas claramente definidas ao nível dos resultados, porque nunca aceitaremos ser uma escola que luta apenas pelo mínimo indispensável. Apostamos na qualidade do ensino que se traduz em profissionais de sucesso ou com excelentes percursos académicos nas universidades. Este sucesso não pode ser dissociado do profissionalismo, da dedicação e do empenho de muitos dos nossos professores que trabalham muito para além do que lhes é exigido, bem como dos nossos funcionários cujo bom relacionamento com os alunos é já proverbial”, refere António Pinto. Este sucesso está também ligado a uma abertura à comunidade que lhe abre horizontes e que lhe permite um conhecimento mais adequado da realidade em que se insere. O ambiente é tranquilo e favorável às aprendizagens, onde predomina a disciplina, o respeito, a motivação e o estudo e que constitui uma marca da sua identidade. “Procuramos dar uma educação que assente nos valores do trabalho, da cidadania e da responsabilidade”, salienta. A Escola Secundária e a Dr. Nuno Simões têm ótimas instalações e estão bem equipadas. “Somos um agrupamento inclusivo com uma diversidade de oferta formativa que vai do ensino regular, aos cursos profissionais e aos cursos noturnos, que se abriu à comunidade e que é procurado para as mais diversas atividades quer lúdicas, quer formativas. Mantemos parcerias com o tecido empresarial local através da formação profissional, garantindo estágios no estrangeiro a vários dos nossos alunos dos cursos profissionais”, acrescenta o nosso entrevistado. Os bons resultados nos exames e a integração dos alunos dos cursos profissionais no mercado de trabalho constituem uma garantia de qualidade. “Colocamos no ensino superior uma elevada percentagem de alunos e o feedback que temos recebido é que eles estão bem preparados para o enfrentar”, declara. A participação em projetos locais e nacionais são reflexo de uma escola ativa que procura de forma eficaz e eficiente gerir e aproveitar todos os recursos que tem ou pode ter ao seu dispor. | Junho I 29 Portugal Inovador Compromisso com a excelência académica O Agrupamento de Escolas Joaquim Araújo (AEJA) assume-se como uma referência de prestígio, rigor e proficiência. Representando uma nova unidade de gestão que concretiza estratégias inovadoras de consolidação das práticas pedagógicas, de coordenação e articulação entre ciclos, o AEJA, constituído há três anos, resulta da “agregação do extinto Agrupamento de Penafiel Sul com a Escola Secundária Joaquim de Araújo”, recorda o diretor, António Duarte Cunha. Assim, a agregação culminou na consagração de uma oferta educativa global que se estende desde o pré-escolar ao ensino secundário, sendo que a instituição totaliza cerca de 2500 alunos, dispersos por 18 estabelecimentos de ensino. Oferta educativa O agrupamento disponibiliza, para além do ensino regular, formação de caráter profissionalizante. Com efeito, 30 I Junho ao nível do 2º ciclo, “apresentamos o curso vocacional de Cozinha e Pastelaria e, já no 3º ciclo, esta oferta estende-se às variantes de Som e Imagem – que registam elevados níveis de procura”, enfatiza. Já no domínio da oferta qualificante do ensino secundário, no próximo ano letivo, a Instituição apresentará “os cursos de Técnico de Gestão, Técnico de Gestão de Ambiente, Técnico de Multimédia e Técnico de Mecatrónica”, afirma o diretor, acrescentando que o agrupamento pondera “oferecer igualmente um curso vocacional de nível secundário, no âmbito do Design de Moda, numa lógica de continuidade”. Simultaneamente, o agrupamento irá apresentar uma candidatura ao ensino recorrente. A este universo de formação é ainda aditada a continuidade de “uma tur- ma inserida no conceito de Percurso Curricular Alternativo, bem como um projeto direcionado para a população estrangeira: Português para todos”. De mãos dadas com a região, o Agrupamento tem, assim, “tentado dar resposta às necessidades da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa. Foi apresentado, recentemente, um estudo em Lousada que reflete os níveis de empregabilidade, bem como as carências do tecido empresarial. Esta relação de perfeita simbiose que se estabelece entre o agrupamento e a região reflete-se, também, na obtenção de estágios, onde os alunos têm a oportunidade de granjear, in loco, competências e ferramentas valorizadas pelo mercado. Pretendendo educar cidadãos críticos, capazes de uma aprendizagem contínua ao longo da vida, o agrupamento implementa estratégicas que ambicionam, simultaneamente, formar pessoas conscientes, sensíveis e aptas a intervir, solidariamente, na sociedade. A escola prevê a possibilidade de realização e integração em projetos de enriquecimento curricular, sendo que “o Plano Anual de Atividades contempla mais de 300 iniciativas. A partir do próximo ano vamos, também, integrar o projeto ERASMUS+ que permitirá aos alunos do ensino regular e do profissional testemunhar outras realidades europeias, granjear novos conhecimentos e ter outra visão sobre as realidades laboral, económica e sociocultural”. | Portugal Inovador Junho I 31 Portugal Inovador Relançamento de uma tradição Após um período de abandono, a Adega Cooperativa de Mêda tem conhecido uma nova dinâmica, traduzida num reforço da sua capacidade técnica e numa atualização e diversificação das suas marcas. “Quando falamos da Mêda um pouco por todo o país, o que surge na memória das pessoas é a associação a uma terra de bom vinho”, menciona o atual presidente da direção, Fernando Jesus. A génese desta reputação vem de um tempo em que “não havia a proliferação de produtores privados que agora existe”, devendo-se, como tal, precisamente à atividade desta 32 I Junho instituição. A adega foi criada em 1956, aquando do boom do cooperativismo em Portugal, e cresceu de forma constante, tendo atingido uma produção anual de quatro mil toneladas de uvas. Mais recentemente, esta tradição foi interrompida, na sequência daquilo a que Hermínio Albino, vice-presidente, chama de abandono. “É o termo correto porque quando cá chegámos praticamente nem sabíamos como haveríamos de abrir as portas”, aponta. Este relato remete-nos para 2010, altura em que os nossos interlocutores entraram para a direção, apostados em “reerguer a adega”. Os primeiros tempos de trabalho sob este desígnio foram “atribulados”, dadas as contrariedades iniciais como a situação financeira herdada ou a necessidade imediata de reparações. “De facto, quando tomámos posse, tivemos muitas dificuldades e muito dispêndio financeiro. A parte técnica estava deteriorada e fizemos um investimento a partir do qual melhorámos a receção das uvas”, contam. Com novas condições para obter uma produção de qualidade, o passo seguinte tem sido a reabilitação comercial das suas marcas. Um objetivo claro desta direção foi o alargamento do leque de produtos da adega. Como é sabido, a sua tradicional área de intervenção (Mêda, Longroiva, Poço do Canto e Fonte Longa) encontra-se inserida na Região Demarcada do Douro. Ora, esta maior variedade apoia-se, em grande medida, na ampliação da sua atividade para a produção de vinhos da Beira Interior, a partir das uvas de outras freguesias do concelho. “Criámos uma outra entidade que é a Caves Terras de Mêda, da qual a adega é a proprietária única e que vinifica a parte das Beiras. Foi um empreendimento importante quer a nível social e económico, já que, ao rentabilizarmos as uvas das Beiras, estamos a criar riqueza e também a lançar um produto de Portugal Inovador muito boa qualidade”, explicam. Estes vinhos (quer brancos quer tintos) estão no mercado com a marca Aromas de Mêda, estando também a ser lançado o espumante Ser Nele, assim como o rosé frisante, sob a designação Adega de Mêda. Já entre as marcas associadas ao Douro, foram reabilitados o Angoreta (para os engarrafados), o Morro do Castelo (bag-in-box) e o Fraga Ruiva (Vinho do Porto). Recentemente, a gama de Vinhos do Porto assumiu um novo prestígio, ao passar a incluir um reserva branco e um Porto 10 anos (entretanto já premiado), que se juntam aos tradicionais Ruby e Tawny. Além da garantia da qualidade, para a qual contam com “uma equipa de enólogos de renome”, uma preocupação tem sido igualmente a modernização da respetiva imagem com que estes vinhos são apresentados. “Criámos uma outra entidade que é a Caves Terras de Mêda, da qual a adega é a proprietária única e que vinifica a parte das Beiras. Foi um empreendimento importante quer a nível social e económico, já que, ao rentabilizarmos as uvas das Beiras, estamos a criar riqueza e também a lançar um produto de muito boa qualidade”. Agora, após a superação do impasse em que esta entidade se encontrou, há motivos para que as perspetivas de afirmação comercial dos vinhos de Mêda sejam positivas. Reabilitar as condições de funcionamento da adega levou o seu tempo, pelo que “comercialmente ainda se encontra numa fase inicial”, mas já se regista uma distribuição internacional (França, Suíça e Inglaterra), um conjunto de prémios e também alguns exemplos de participações em feiras. Em jeito de conclusão, Fernando Jesus deixa a mensagem de que a sua equipa está “a lutar por uma adega melhor, que dignifique a terra, e, contra ventos e tempestades, tem conseguido fazer com que a casa tenha produtos novos e esteja a par do mercado”. | Junho I 33 Portugal Inovador 34 I Junho Portugal Inovador Espaços afirmados pelo conforto e singularidade Num lugar onde a eficiência, segurança e bem estar coabitam, Ana Paula faz crescer o seu pensamento criativo, explorando as melhores ideias dentro e além fronteiras. Na sua visão inovadora, temos a oportunidade de observar o enfoque e desenvolvimento da atividade na Espírito Inédito. O alcance que a empresa se propõe estabelecer no mercado nacional e internacional é diferente, mas a sua missão é transversal a todas as valências que completam. Em Portugal, atuando essencialmente na região da Grande Lisboa dedicam-se à comercialização de uma inovadora gama de produtos para a casa, casas de banhos e cozinhas. Cada espaço e situação singulares apresentam um desafio. Ana Paula e a sua equipa de três pessoas imaginam, refletem e planeiam sobre o propósito que querem definir em cada compartimento da casa, apelando à novidade que está presente em todos os segmentos que integram. “Todo o equipamento sanitário e de cozinha é estudado por nós. O nosso ponto forte está no atendimento personalizado. Com o aconselhamento técnico e decorativo procuramos transmitir aos nossos clientes a melhor forma de combinar materiais, cores, tendo em conta a resistência e a durabilidade que se pretende para cada espaço. Aí está presente a nossa mais valia, muitos dos nossos clientes têm já alguma idade, têm gostos e preferências específicos que já não serão os mesmos que um jovem casal”, explica. Sentindo-se confortáveis a laborar nesse universo de ideias mutável captam as mais variadas tendências que atingem os diferentes públicos-alvo. No mercado global, baseando-se sobretudo nas tendências de Itália e Espanha concebem projetos, procurando de igual modo ir ao encontro de respostas adequadas às necessidades dos seus clientes. Expondo as mesmas competências técnicas que o cliente português solicita, conseguem abranger um leque maior de produtos. “A nível internacional expandimos para as áreas da restauração, da saúde, industrial e hotelaria e aí incluímos outras competências específicas”, esclarece. O contacto com essa pluralidade de serviços motiva a que diferentes sinergias, aliadas e conjuntas a trabalhar pelo mesmo objetivo, criem um projeto integrado e apresentem soluções menos dispendiosas e mais acessíveis aos seus clientes. Neste constante estímulo a Espírito Inédito afirma a sua criatividade a cada instante. No futuro, Ana Paula espera continuar a crescer progressivamente, indo ao encontro das características dos diferentes mercados. “Em 2016, pretendemos dinamizar mais a nossa atividade em Portugal e realizar novas exportações, não só para os PALOP como temos feito até ao momento, mas explorar melhor o mercado da saudade”, veicula. | Junho I 35 Portugal Inovador Respostas eficazes e uma equipa consistente Numa resposta às necessidades do mercado, a Serviço Vigente surge da experiência de campo dos seus colaboradores, com garantia de qualidade, rigor e transparência. Após largos tempos ao serviço de uma empresa nacional de peso na área de construção civil, e reunida uma equipa à altura do desafio, José Casimiro foca-se nas carências da oferta na área e lança em 2012 um conceito empresarial multifacetado – a Serviço Vigente. Sediada em Amora, Seixal, a empresa pauta-se atualmente pela aposta na recuperação de estruturas: “A maior parte dos nossos edifícios precisam de ser recuperados, e as pessoas hoje não compram novo, modificam”, explica José Casimiro. Da reabilitação de fachadas e telhados, às remodelações de moradias, lojas e escritórios, este é um trabalho minucioso e exigente num mercado cada vez mais competitivo. O investimento em pessoal qualificado e material de qualidade na resposta eficiente faz com que a política da casa passe por “só dar preço para fazer bem”, afirma o empresário. 36 I Junho Com experiência prévia no ramo da cedência de mão de obra temporária por parte dos seus representantes, a Serviço Vigente nasce já colmatando a necessidade sentida no mercado de uma empresa completa que prestasse diretamente serviços. Mantendo oferta de outsourcing, a Serviço Vigente atua também na manutenção industrial, assistência no ramo de hotelaria e limpezas. Inovação & Qualificação Numa estratégia de diferenciação que passa pela inovação técnica, esta é uma empresa que dispõe ainda de uma vertente de aluguer e venda de equipamentos de trabalho. Na Serviço Vigente é possível, por exemplo, alugar montacargas e plataformas elevatórias com andaimes elétricos, que, na ótica de Carlos Casimiro, filho de José e responsável pelo aluguer, “rentabilizam todo o trabalho”. O retorno dos clientes tem sido positivo, e a demanda vai crescendo. A par da inovação tecnológica surge a necessidade de formação dos profissionais no campo. Por isso mesmo outra das apostas da empresa incide na formação de profissionais, com ênfase na segurança no trabalho, que, para Carlos, “é uma área que começa a dar frutos. Fazemos simulações de evacuações de edifício, ações de combate a incêndios, planos de emergência”. E não fica por aí. Com mudança breve de instalações, a empresa aposta num espaço amplo de escritório, reunião e sala de formação equipada para aulas teóricas deste tipo de curso. A intenção, segundo José Casimiro, passa por “criar estrutura. Uma imagem, uma cara, para que as pessoas acreditem e confiem no nosso trabalho”. | Portugal Inovador Cuidados revitalizantes A Ultimate Dreams contempla duas vertentes específicas que se complementam: a I9 Body e a I9 Nails. Cuidadosamente estruturada para cuidar do seu corpo e mente, esta empresa apresenta-se num ambiente inspirador. Raquel e Marco Tavares tornaram os seus sonhos realidade há cerca de um ano, quando inauguraram os dois espaços dos quais são proprietários em Alverca do Ribatejo, tendo já outro na Póvoa de Santa Iria. O Centro de Estética I9 Body e a Clínica de Estética de Unhas I9 Nails têm por missão cuidar, “através de tratamentos inovadores, o seu corpo e as suas unhas, sempre com soluções comprovadas e a preços imbatíveis”. Os projetos contemplam sete gabinetes de atendimento, um escritório, sala de espera e um espaço onde o cliente pode relaxar enquanto saboreia um chá a seu gosto. “Aqui são utilizadas as mais recentes inovações tecnológicas para proporcionar os melhores re- sultados”, sendo que o objetivo dos proprietários “passa por alcançar e superar as expectativas dos estimados clientes, proporcionando-lhes bem-estar, saúde e beleza”. A equipa profissional, constituída por dez colaboradores, é altamente qualificada e está preparada para proporcionar um atendimento personalizado e de excelência. Corpo São Mente Sã Raquel Tavares é perentória ao referir que a componente que mais necessita de cuidados por vezes não é o corpo, mas sim a mente e o estado de espírito. “De que adianta tratar do nosso corpo se não nos sentirmos bem connosco?”, questiona. Nesse sentido, oferece aos seus clientes tratamentos de Reiki de forma a equilibrar todas as ener- gias corporais e mentais. “A designação I9 interliga os dois conceitos de modo a inovar, através do recurso a novos tratamentos. O cliente sai totalmente relaxado, visto que não só cuidamos do corpo, mas também da mente”, salienta a empresária. “Desde o começo da nossa atividade, apostámos em tecnologia mais avançada e sofisticada que nos garanta resultados”, refere. No entanto, reforça a necessidade de que os resultados alcançados com a ajuda dos equipamentos devam ser acompanhados por uma alimentação cuidadosa e hábitos de vida saudáveis. “Por si só as tecnologias não fazem milagres”, alude Raquel Tavares. Proativos e empreendedores, os proprietários pensam já em expandir o seu negócio, apostando também na vertente de revenda de produtos, assim como da marca própria de vernizes. | Tratamentos: - Mesoterapia sem agulhas - Pressoterapia - Fotodepilação - Reafirmação de seios e glúteos - Massagens (incluindo terapêutica) - Lifting ao rosto - Radiofrequência - Lipolaser - GMP (Ginástica Muscular Passiva) Entre outros. Junho I 37 Portugal Inovador Rigor na logística alimentar Petronella Winkel e Aart Gijzenberg, naturais dos países baixos, decidiram partir à aventura e optaram por se estabelecer em Portugal, precisamente em Benavente, para criar a Benafrio que comemora os 25 anos. A Benafrio está especializada na área do transporte e armazenagem de produtos congelados. Fundada em 1990, só em 1992 é que o projeto começou a laborar. Esta foi uma das primeiras empresas em Portugal a ser licenciada pela DGV para funcionamento como entreposto frigorífico, “o que nos permitiu atingir um elevado nível de controlo de qualidade”, refere a gerente. “Em 2004, optou-se por setorizar a empresa ficando, assim, a Benafrio - Transportes, Lda. especializada na área dos transportes de produtos alimentares e a Benafrio - Armazéns Frigoríficos, Lda. 38 I Junho focada na área de armazenagem de produtos congelados e refrigerados”. Tendo vindo a manifestar uma tendência de crescente implementação no mercado da logística, garantem aos clientes bons índices de satisfação e oferecem um serviço de qualidade a preços competitivos, pelo que, mais do que um fornecedor de serviços, esta empresa pretende ser considerada como uma parceira de confiança. O que os distingue é o facto de conciliarem os seus profissionais especializados com o equipamento adequado, conseguindo assim servir da melhor forma os seus clientes, oferecendo flexibilidade, personalização e uma logística integrada. “Através de um serviço personalizado, as nossas soluções vão ao encontro dos objetivos dos nossos clientes”, salienta Petronella Winkel. Nesta empresa laboram 25 pessoas, às quais são disponibilizadas informações e formações adequadas para a utilização correta e segura dos meios à disposição, diminuindo-se assim o risco de acidentes. Atender e superar as expectativas dos clientes e parceiros da Benafrio, armazenando e transportando produtos em segurança e com qualidade diferenciada, através de modernas tecnologias e elevada qualificação das pessoas; atuando com responsabilidade social e ambiental e gerando valor para os nossos clientes, parceiros, empregados e para a sociedade em geral. Num mercado competitivo como o atual, é determinante para o cliente, o facto de o operador de transporte dispôr de uma frota de distribuição de qualidade e em quantidade, adequada ao fluxo de mercadoria, garantindo a recolha e entrega em tempo útil. Nesse sentido, a Benafrio é detentora de viaturas de várias dimensões equipadas para a distribuição a nível nacional. Para o futuro, a gerência da Portugal Inovador Benafrio, pretende vir a ampliar as instalações da empresa e aumentar a sua frota de forma a poder dar uma melhor resposta ao aumento da procura. A Benafrio quer ainda ser reconhecida pelo mercado empresarial como uma empresa que presta aos seus clientes um serviço completo de elevada qualidade a um preço competitivo. | A Benafrio é uma empresa preocupada com a sustentabilidade ambiental. O seu sistema de refrigeração, a dimensão dos armazéns, o isolamento das câmaras frigoríficas foram desenvolvidos com a intenção de minimizar o impacto ambiental. Em 2012, a Benafrio realizou um investimento em painéis solares, o que lhe possibilita produzir mais energia do que é consumida. Junho I 39 Portugal Inovador 50 Anos de dedicação ao setor hoteleiro e comércio tradicional Com apenas 13 anos, António Robalo saiu de Vidual (Pampilhosa da Serra), rumando até à capital em busca de melhores condições de vida. Começou por trabalhar num armazém de artigos de vidro para uso doméstico, mas não só… Em 1965 fundou a empresa António Robalo, Lda., em Algés, e hoje em Vila Franca de Xira, que comemora este ano o 50º aniversário. A capacidade de evoluir de forma sustentável foi e continua a ser, um dos fatores de sucesso desta empresa, que é uma das mais respeitadas e importantes na área da distribuição e comércio de porcelanas, vidros, utilidades para o comércio tradicional e canal Horeca. A filosofia da Robalo, Lda. assenta no respeito pelos compromissos assumidos, conquistando a confiança de todos os intervenientes desde o começo da sua atividade. renda e, vim a encontrar uma propriedade em Vila Franca de Xira”, conta. Materialização do sonho Solidificação Depois de ter terminado o serviço militar, António Robalo aceitou o convite para trabalhar na área para a qual sentia vocação, na qualidade de vendedor, adquirindo a experiência, que mais tarde lhe “permitiu abrir o seu próprio espaço”. “A António Robalo, Lda. nasce da continuidade desse trabalho, que vinha fazendo há algum tempo. Na altura, era vendedor de uma empresa de flores artificiais e chapas acrílicas, produtos que eram vendidos através de retalhista de loiças, vidros e utilidades”, afirma. Como já tinha experiência de lojista, António Robalo decidiu aventurar-se enquanto grossista e armazenista, fundando em janeiro de 1965 a sua atividade enquanto empresário. O nosso entrevistado recorda: 40 I Junho “Comecei com uma garagem e depois aluguei uma cave, onde montei uma sala de exposição que continha um mostruário – de dia, visitava os clientes e, à noite convidava-os a visitar a sala de exposição”. Em 1971, António Robalo planeou e criou uma rede de lojas de venda ao público, surgindo assim a Dipol, que abastecia com o stock da António Robalo, Lda. As instalações da empresa tornaram-se cada vez mais exíguas, surgindo a necessidade de investir num armazém que lhe “enchesse as medidas”: “Comecei por procurar um espaço que fosse comportável em Depois de ter conseguido o crédito necessário para comprar o terreno, em janeiro de 1974 a António Robalo, agora S.A., fixou-se em Vila Franca de Xira onde a sua sede permanece até à atualidade. Com o passar dos anos, a empresa que tinha cerca de 3500m2; foram construídos por fases, novos armazéns, totalizando hoje 20.000m2 de armazenagem e a maior sala de exposição do país neste ramo de atividade. Em finais dos anos 80, António Robalo S.A. adquiriu a Pollux, no seguimento da criação da sua rede de lojas, porque na visão deste empreendedor, “com o aparecimento das grandes superfícies, os armazenistas ficariam limitados e com tendência a desaparecer”, refere. Com a Pollux a empresa teve uma grande expansão. Futuro Tendo vindo a consolidar a sua posição no mercado nacional, o futuro da Robalo S.A. perspetiva-se auspicioso, sendo que o seu fundador quer continuar totalmente ligado à empresa que criou de raiz e pela qual sente um valor inestimável. | Portugal Inovador Prevenir traz mais vantagens A GALME – Galvanização e Metalização, Lda. surge em 1979 pelas mãos de Francisco Neves, estando inicialmente vocacionada para a prestação de serviços de tratamento de superfície (galvanização a quente) para o ramo da agropecuária. Estudos efetuados pela Galvanizers Associations e pela American Galvanizers Association revelam que a galvanização a quente é o tratamento de superfície mais económico: Menor custo inicial do que outros tratamentos de superfície. Menor custo de manutenção dado que a superfície dos aços fica protegida por longos períodos contra a corrosão, baixando significativamente os custos com a manutenção. Face ao excelente serviço prestado e à procura de mercado, Francisco Neves em pouco tempo “aumentou o leque de clientes a outros setores de atividade”, como por exemplo, “o setor das estruturas metálicas e dos contentores de resíduos”, conta. Face aos recursos disponibilizados na altura, a GALME dispunha de um forno de três metros de comprimento, mas atualmente, de modo a conseguir dar resposta aos novos desafios, a empresa adquiriu um forno com seis metros e meio de comprimento e conta com uma equipa de 25 colaboradores devidamente qualificados. De forma a inovar e a marcar a diferença no setor, a GALME “investiu num forno mais eficiente e envolveu os seus recursos humanos num projeto de melhoria, visando sempre fornecer um servi- ço de excelência ao cliente final”, vinca Francisco Neves. O ponto forte da GALME é “o acompanhamento do cliente desde a conceção e design das estruturas até à sua fabricação”, alude o proprietário. “O cliente necessita cada vez mais de apoio na conceção dos seus produtos, por forma a ele próprio poder garantir a qualidade final do seu serviço ao utilizador final”. A GALME está ativamente presente nestes vários processos de forma a assegurar uma forte relação com os seus parceiros. O fundador desta empresa de galvanização pretende salientar e valorizar algumas variáveis, “como o tempo de resposta, a embalagem e os acondicionamentos especiais”, por forma “a responder a necessidades específicas dos seus clientes e até a superá-las”, como o próprio nos expõe. A maioria dos clientes diretos da GALME atuam a nível internacional, pelo que Francisco Neves tem notado nos últimos anos um peso crescente em galvanização cujo destino final é Angola e a zona Norte de África. Quando questionado sobre o que pode ser alterado ou melhorado em Portugal para que as empresas nacionais sejam cada vez mais competitivas, Francisco Neves afirma: “A competitividade de uma empresa ou setor de atividade têm múltiplas vertentes”, sendo que, o empresário crê que Portugal deverá continuar a apostar fortemente em abrir mais canais de exportação, com linhas de crédito a preços competitivos. E refere ainda que, “precisamos de ganhar mercados que nos permitam ter escala de produção de forma a otimizar processos e investir em inovação”, finaliza. | Junho I 41 Portugal Inovador 42 I Junho Portugal Inovador Duas gerações uma só paixão Em Valongo, ainda que não haja qualquer busca pelo mediatismo, o sucesso dos advogados Timóteo Jorge Moreira e Diana Jorge Moreira não passa indiferente. Timóteo Jorge Moreira e Diana Jorge Moreira são pai e filha e já lá vão dez anos desde que estabeleceram laços profissionais inquebráveis. O pai com 40 anos de serviço e um reconhecimento que se estende pelo país fora, a filha com uma década de amor à camisola e com sucesso entre os clientes que vai fidelizando, formam uma dupla de advogados de excelência que se situa no centro de Valongo. Em quatro décadas, honestidade para com os clientes, presença assídua no escritório, boa informação e lealdade para quem o procura são pontos que Timóteo Moreira acredita que o distinguem de muitos profissionais e que lhe têm valido uma clientela assídua. São inúmeras as motivações que movem este profissional do Direito, que não se arrepende de ter enveredado por este caminho onde existe um forte “relacionamento com as pessoas, necessidade de resolução de problemas, discussão das grandes lacunas da sociedade. Esta é uma área onde me sinto extremamente útil, pois o advogado não surge apenas no tribunal. Muitas das vezes resolvemos os problemas dos clientes, nestas quatro paredes, sem chegar ao juíz”, explica. O advogado depara-se diariamente com casos de todas as áreas do Direito mas são o Direito de Propriedade e da Família os responsáveis por uma motivação extra. Atualmente, uma das preocupações é prestar algum apoio à filha Diana Moreira que já conta com casos de sucesso e que já prendeu a atenção dos clientes que a procuram pela paciência, clareza, objetividade, profissionalismo e honestidade com que trata cada um dos casos que lhe são expostos. “Trabalhar com o meu pai tem sido fantástico. Temos uma harmo- nia constante desde o primeiro dia que vim para aqui trabalhar”, algo que a advogada considera raro e que pretende que assim continue já que “para além da ajuda que ele me dá, transmite segurança e sei que, ainda que não precise, em caso de dúvida posso sempre bater na porta ao lado”. Questionados acerca dos desafios diários da advocacia, a profissional refere que se prendem às “alterações contantes na legislação, criação de novas plataformas online onde existem falhas e onde inicialmente temos algumas dúvidas que se não forem colmatadas podem prejudicar a prestação de serviços ao cliente”, opinião mantida pelo seu pai que pensa que “todas estas transformações podem ditar o fim dos advogados mais velhos”. Recorrer aos especialistas da advocacia para um aconselhamento prévio e para tentar precaver-se de eventuais problemas é algo que ainda não persiste na mentalidade dos portugueses, que muitas vezes apenas solicitam o trabalho destes profissionais quando já não encontram uma solução viável. Timóteo é visto por Diana como um exemplo a seguir. A filha garante ter “muito orgulho no pai, não apenas pela advocacia como profissão, mas também pelo empenho nesta área e pela parte do voluntariado que exerce em instituições que necessitam do apoio deste advogado”. | Junho I 43 Portugal Inovador “A nossa missão é tratar bem da saúde dos nossos clientes” Três décadas de amizade e entrega na prestação de serviços de Saúde de qualidade na Clínica São Bento. Numa época em que a carreira se intitulava de Clínica Geral, seis jovens e amigos, atentos às carências na área da saúde, decidiram pôr-se à prova e constituir uma clínica privada. Concordaram em seis meses de experiência, e já lá vão quase 33 anos daquela que foi a primeira clínica privada do concelho de Santo Tirso. O que começou por serem dois consultórios, depois de algumas remodelações e amplições, é hoje uma infraestrutura de 500m2, com uma equipa que reúne cerca de 60 colaboradores – entre os quais 40 são médicos. Francisco Cruz e Gabriela Costa, dois dos seis sócios fundadores da Clínica São Bento, falam por todos quando afirmam que volvidas três décadas seguem “com a mesma motivação e a mesma camisola vestida”. Os serviços vão desde a Medicina Geral e Familiar, especialidades médicas e não médicas e vários tipos de tratamentos. Com atendimento contínuo prestado por um corpo clínico dinâmico, a aposta da São Bento volta-se tanto para novos serviços como a inovações tecnológicas, que na ótica da administração “complementam o saber científico “É com esta proximidade que a Clínica São Bento se diferencia.” 44 I Junho dos colaboradores e melhoram o relacionamento e acolhimento dos clientes com a clínica”. A área de ação estende-se aos concelhos vizinhos e Francisco Cruz refere um “ficheiro de utentes invejável” que, pelo que acrescenta Gabriela Costa, “se estende a quase todos os continentes” já que “há pacientes que emigram e mantêm contacto com a clínica”. É com esta proximidade que a São Bento se diferencia. Numa base de confiança e atenção, os nossos interlocutores acentuam a importância do “respeito mútuo que se estabelece entre a Clínica e a comunidade”. Mas o sucesso da São Bento deve-se também, e mediante as palavras de Francisco Cruz, “ao esforço, dedicação, sabedoria, empenho e até paciência dos nossos colaboradores e funcionários”. O espírito de equipa Portugal Inovador reforçou-se na recente comemoração dos 30 anos da clínica, altura em que se estreitaram relações em clima de festa e reconhecimento, registado inclusive numa placa de aniversário oferecida pelos funcionários exposta no consultório de atendimento permanente e motivo de orgulho. Compromisso Vindos todos da Universidade do Porto, os médicos guardam respeito pela casa onde cresceram, considerando que “a medicina privada não é substitutiva do serviço público e sim complementar”. Acrescentam que a nível local, os cuidados de saúde primários são “de excelência” e o seu desempenho enquanto profissionais é igual quer no público quer no privado. Embora já afastados do setor público, realçam que são os pacientes, “eles e sempre eles, o fulcro e alvo principal das nossas preocupações”. Com convenções e acordos com todas as companhias de seguro a operar no mercado, dos quais grande parte em regime de exclusividade, o rigor e profissionalismo da equipa São Bento fala por si. Com o reconhecimento da comunidade em que se insere, e na voz dos fundadores, Gabriela Costa salienta: “Todos crescemos aqui profissionalmente, então posso falar por todos quando digo que pertencemos a este espaço”. | “Todos crescemos aqui profissionalmente, então posso falar por todos quando digo que pertencemos a este espaço”. Junho I 45 Portugal Inovador Uma Paixão pelo Direito O Dr. Henrique Moreira Martins é um dos mais experientes advogados do concelho de Penafiel, terra que o viu nascer e onde exerce a profissão há quatro longas décadas. Ambos os filhos – Carla Calvão Martins e Henrique Calvão Martins, enveredaram pela mesma carreira profissional. O nosso entrevistado formou-se na Universidade de Coimbra, onde estudou como bolseiro de Gulbenkian até ingressar no Serviço Militar, que concluiu, em simultâneo, com o curso de Direito. Feito o estágio num dos mais conceituados escritórios do Porto, é em Penafiel que se estabelece como advogado, profissão a que se vem entregando com elevada dedicação. “O Direito, tal como a sociedade, passa por complexas mudanças e é cada vez mais abrangente, exigindo do advogado um “‘mental training’: uma formação permanente, em contínua atualização”, afirma o causídico. 46 I Junho “Basta lembrar a crescente importância que vem revestindo as questões do “Consumo” e das “Telecomunicações”; o “Direito do Ambiente” e o dos “Animais”!...”. Perguntado se não emerge daqui a justificação da tendência para a “especialização”, responde que essa já é e será cada vez mais, a tendência do futuro: daí as Sociedades de Advogados, com especialistas dos vários ramos do saber jurídico. “Na chamada ‘província’, que é o palco que vou pisando, essa necessidade é menos sentida: aqui o advogado tem uma relação mais personalizada ou familiar com os clientes, que habituados a tratar com ele (“generalista”), todos os seus assuntos jurídicos, não estão preparados para mudar de porta ou de “cara”, consoante as questões!... Claro que, o termos de estar preparados para dar resposta, aos clientes, nos vários âmbitos, ou enfoques, do mundo jurídico, exige de nós, “generalistas”, um esforço acrescido”. Henrique Martins tem uma visão otimista… “to the comming years”, relativamente ao evoluir da sociedade e, mais concretamente, da Justiça: “O Mundo caminha no bom sentido, estribado no tríplice “conluio” – da Ciência com Técnica e desta com Justiça. Na Grécia clássica cultiva-se mais a Ciência e Artes, que na Roma Antiga, – esta mais famosa pela sua elaborada Técnica e Organização Social, mas sobretudo pelo seu inigualável sentido jurídico. Numa sociedade em que, enterrados os “ismos”, se digladiam até à morte as correntes religiosas e as sensibilidades morais, a Justiça vai-se impondo como última base reguladora: como um “mínimo ético-jurídico”, por todos aceite: a ONU terá cada vez mais Voz; um Tribunal Mundial, como última Instância, já não estará a anos-luz!...”, opina. “Quando o Mundo atual se não conforma com um Mediterrâneo Sarcófago, significa que estamos perante uma situação, de clamorosa Injustiça! Vale dizer que a Justiça já é e será cada vez mais, o grande valor, na axiologia da sociedade vindoura. Preparem-se então, os seus servidores, para a nobre missão, a que, mais e mais, serão chamados”, conclui. | Portugal Inovador Saber e experiência ao seu dispor Isidro Vaz detém escritórios no Porto, Alfândega da Fé e Ermesinde, estando inscrito na Ordem dos Advogados há mais de 25 anos, depois de ter concluído o curso de Direito na Universidade de Coimbra. Advogado, professor, jornalista e dirigente associativo, participou em várias reuniões e seminários em Portugal e no estrangeiro, onde apresentou trabalhos, alguns dos quais foram publicados em revistas de especialidade. Depois de ter concluído várias formações na área do Direito, conferiu formação nos Institutos de Formação Bancária e para a área da saúde, tendo obtido uma pós-graduação em Medicina Legal e trabalhado em diversas instituições dedicadas à saúde no Porto enquanto advogado e assessor jurídico de conselhos de administração, lecionando algumas disciplinas em Escolas Superiores de Enfermagem públicas e privadas. Questionado o que pensa sobre o atual estado da Justiça em Portu- gal Isidro Vaz afirma: “Desde há 15 anos até à atualidade, com a publicação de inúmera legislação se retirou aos advogados e aos tribunais a competência exclusiva para tratar de determinados assuntos da Justiça, transferindo essas competências para os notários, conservadores do registo comercial e registo civil, solicitadores de execução, mediadores e outros”. A advocacia tornou-se dispensável e o advogado ou não intervém ou quando intervém passou de “ator principal” para “personagem secundária”, podendo assim dizer-se que “a advocacia, atualmente, - se não houver alguém que a defenda está quase em extinção” vinca. Hoje, com exceção da área do direito penal, quase todas as outras áreas do Direito e da Justiça estão em “roda livre”, com resultados frus- trantes para a maioria da população, que “não encontra uma resposta justa e atempada para a resolução dos seus problemas”, afiança Isidro Vaz. “A atual reforma só foi possível implementar no terreno, porque as anteriores reformas foram um fracasso e não resolveram os problemas das pessoas que a ela recorriam para que lhes fosse feita justiça”, salienta o advogado. Daí que havendo necessidade de uma nova reforma, a mesma tenha sido implementada, tendo de salientar que “esta tem mais aspetos negativos do que positivos”, refere o advogado. O único aspeto positivo respeita à “especialização” dos juízes, que agora só tratam de uma área do Direito. “O que torna o juiz mais seguro nas decisões que profere, e como só intervém numa área estará muito mais preparado e os processos tramitarão com mais rapidez, tornando a Justiça mais célere”, denota o profissional. Os aspetos negativos, amplamente difundidos pela Ordem dos Advogados e por outros operadores da área, são os que se prendem com “a extinção de tribunais, acréscimo de despesas com deslocação das partes, advogados e testemunhas para comarcas muito distantes e a contribuição do aumento da desertificação de determinadas zonas do país onde se extinguiram os tribunais”, conclui Isidro Vaz. | Junho I 47 Portugal Inovador 48 I Junho Portugal Inovador Técnicos Oficiais de Contas, parceiros de confiança Em S. Cristóvão do Muro, Trofa, cresce um escritório de contabilidade norteado na salvaguarda dos interesses dos clientes. Com 13 anos de existência, apoiada por décadas de experiência pessoal, a M. A. Santos Ferreira aposta na personalização dos serviços. Manuel Santos Ferreira iniciou a instrução para guarda-livros, na Escola Comercial de Santo Tirso, e formação específica numa Escola Profissional do Porto, complementada com licenciatura. Com um saber de 40 anos de experiência, partilha sociedade na M. A. Santos Ferreira – Contabilidade e Serviços, Lda. com instalações renovadas e qualidade garantida nos serviços. Inserido num meio pequeno, o escritório, apoia, briosamente, firmas locais, e é, também, parceiro de confiança de empresas com grande dimensão, são clientes da Trofa, Maia, Gondomar, Porto e Vila do Conde. A equipa de contabilistas presta serviços de gestão de recursos humanos, contabilidade, seguros, fiscalidade e encarrega-se de “fazer pedagogia concernente à gestão e dinâmica de empresas”. É preciso entender que uma empresa é uma pessoa jurídica que tem que ser administrada, revela Santos Ferreira. Atento à necessidade de formação dos empresários no cumprimento das obrigações fiscais, o TOC admite o papel de “confidente e assessor”. Iniciou carreira profissional como guarda-livros de uma casa comercial, que interrompeu por força do cumprimento do serviço militar. Regressado de África, passados dois anos, verificou que havia perdido o cargo, que exercia, é admitido, logo depois, numa empresa de referência e passados seis anos ingressa nos quadros da EDP; lidou em várias áreas e cargos, com destaque na contabilidade analítica, terminando a carreira como chefe de departamen- to. Os serviços por conta própria continuaram, Santos Ferreira relembra quando em casa “trabalhava à noite com uma impressora de agulhas”, e fazia germinar a firma M. A. Santos Ferreira – Contabilidade e Serviços Lda., que nasce em 2002, com Pedro Silveira como braço direito. Algum tempo depois, Manuel Santos Ferreira deixa a EDP para se dedicar ao escritório, com a expectativa de “delegar a liderança e ficar na sombra“ e assim garantir mais cooperação á comunidade local, porque a centralização dos serviços fiscais e a constante alteração normativa, impõe mais apoio às PME. Pequenos negócios dependem deste escritório em temas meramente burocráticos e os colaboradores acabam por fazer um pouco de tudo. Com um controlo cada vez mais apertado da AT, uma falha mínima pode levar a coimas ou penhoras. Santos Ferreira, tirsense de origem, salienta: “Por parte das nossas entidades administrativas, há insensibilidade e falta de informação”. | Junho I 49 Portugal Inovador Criar estratégias para os seus negócios A Plano – Serviços de Contabilidade foi criada há 24 anos e está situada na Trofa. Jorge Faria desde cedo adquiriu a paixão pela Matemática, mostrando particular interesse pela área da Contabilidade. Desde 1991 que o balanço tem sido positivo, “começámos por ter como clientes duas ou três empresas e atualmente prestamos serviços a cerca de 70”, começa por expor Jorge Faria. Neste espaço trabalham mais dois colaboradores que auxiliam o contabilista na criação de estratégias para os seus parceiros. O crescente volume de clientes que adquirem de ano para ano é um bom indicador da sua postura no mercado e reconhecimento alcançado. Jorge Faria assume que o seu trabalho assenta na confiança entre o TOC e os clientes e na relação de amizade que mantêm, uma característica fundamental nesta atividade, visto que “somos a chave fundamental para qualquer negócio”, anui. 50 I Junho Considerando que o seu trabalho tem uma importância cada vez maior na sociedade, Jorge Faria explica que “ao TOC compete dar a informação ao cliente sobre o seu negócio para que este tome as respetivas decisões; ver em que patamar é que a empresa se encontra, se os números são satisfatórios, se as decisões tomadas são viáveis e bem fundamentadas, de modo a potenciar o desenvolvimento da empresa”, vinca. A contabilidade tem ganhado maior importância junto das empresas, atuando como conselheira, facto que os empresários começam agora a ter maior noção. “De três em três meses, organizamos reuniões com os nossos parceiros de forma a delinear estratégias e fazer projeções”, salienta o contabilista. “Somos em certa medida, responsáveis subsidiários pelos impostos das empresas, trabalhando em conjunto com a Autoridade Tributária e podemos ser responsabilizados se cometermos algum erro. Cada vez mais, os TOC adquirem mais responsabilidades e obrigações, formando um elo de ligação entre a empresa e a Autoridade Tributária”, afirma o profissional. As valências da Plano são múltiplas, passam desde a constituição de sociedades; serviço de contabilidade e fiscalidade; processamento de salários; consultoria; elaboração de contratos de trabalho. Em áreas mais específicas a empresa recorre à parceria com uma advogada, nas áreas mais vocacionadas para o Direito, e com outro parceiro no âmbito da viabilidade de projetos. Em final de conversa Jorge Faria revela que, “em Portugal é complicado fazer projetos a longo prazo, devido à volatilidade da legislação em vigor”, salienta. Para fazer face a estas adversidades, a equipa da Plano está em constante formação e estudo, privilegiando a utilização das novas tecnologias. O futuro passa por continuar a fomentar a relação de confiança com os seus clientes, fornecer-lhes um bom aconselhamento, personalizado e atento. | Portugal Inovador Sorrir com garantia Especialização e formação contínua garantem soluções eficazes e sorrisos saudáveis na clínica trofense São Romão. Desmistificando Açoriano de gema, o jovem Vítor Correia mudou-se da Ilha do Pico para o Porto com a ambição de estudar Medicina Dentária. Formado pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, foi durante o mestrado em Reabilitação Oral, na mesma instituição que, em 2011, adquiriu com dois colegas a MediSãoRomão, na Trofa. Em 2014, assumiu unilateralmente a gestão da Clínica, em São Romão do Coronado, investindo hoje em inovação técnica e serviços complementares. Para além da Medicina Dentária, da Ortodontia da Reabilitação Oral e dos Implantes Dentários, a MediSãoRomão disponibiliza sessões de Terapia da Fala, Nutrição e Podologia, apoiado numa equipa que reúne oito colaboradores. Com perspetiva de alargar estas opções, o médico dentista adianta que “nesta área, é muito importante inovar”. O médico recorre a ferramentas de registo fotográfico e de vídeo como o DSD – Digital Smile Design, que torna possível um planeamento digital dos tratamentos, para antecipar o resultado final das intervenções e garantir uma resposta eficaz aos seus pacientes. Implantologia é a aposta do momento. No ecrã da sala de espera, a MediSãoRomão projeta exemplos de tratamentos com implantes que podem numa cirurgia repor todos os dentes perdidos pelos seus pacientes. No seio de circunstâncias económicas adversas, a adesão a iniciativas como o cheque-dentista, “ainda que com alguns defeitos” torna-se uma mais valia , sobretudo para famílias com dificuldades económicas. A clínica dispõe ainda de parcerias com entidades seguradoras, que pretende expandir. Apesar de todo o balanço mostra-se positivo. A clínica, que adota uma abordagem pessoal à comunidade, não sentiu um impacto relevante com a atual conjuntura. No parecer do médico, pode dizer-se que tem havido uma “maior sensibilização para a saúde dentária”. Os bons hábitos de higiene oral desde criança podem prevenir problemas na idade adulta e o medo da cadeira – “que muitas vezes é incutido em casa” - vai sendo desmistificado. Atualmente, com todo o progresso técnico, podem realizar-se tratamentos completamente indolores, “podemos até aplicar anestesia ao paciente sem que ele sinta” Vítor Correia já trabalhou na Suécia e, até há pouco tempo, deslocava-se à sua terra natal, Açores, para consultas quinzenais. Revela iniciar em breve uma residência clínica em cirurgia oral avançada, já que na sua ótica “o futuro da Medicina Dentária passa pela formação diferenciada e especializada”. | Junho I 51 Portugal Inovador Quem “entra cliente sai amigo” Da Trofa para o resto do país, eis uma referência na área da promoção imobiliária que faz da qualidade e da transparência valores fundamentais. Em atividade desde a década de 80, a Hernâni Gonçalves da Cunha, Lda. cedo se afirmou como uma mais-valia para o concelho da Trofa. Nas palavras do arquiteto Ricardo Azevedo, atual gerente, Hernâni Gonçalves da Cunha foi “uma figura que fez muito pela terra”, tendo projetado alguns dos espaços mais emblemáticos da cidade, como “a sede dos bombeiros, a Igreja nova ou a APPACDM, entre outras obras sociais”. Foram empreendimentos como estes que trouxeram à empresa “uma função social” e uma “filosofia que se mantém até hoje”, explica Ricardo Azevedo. “Estou a realizar projetos para os filhos dos clientes com os quais o meu tio trabalhou”, acrescenta o gerente e sobrinho de Hernâni Gonçalves da Cunha, numa alusão à forma como o negócio se mantém “de geração em geração”. Aspeto que pode ser interpretado como “um voto de confiança” que persiste há décadas, ou não fosse “entra cliente, sai amigo” o lema da firma. Conhecida também como Gabinete Técnico da Trofa, a Hernâni 52 I Junho Gonçalves da Cunha, Lda. é uma empresa que faz da elaboração e concretização de projetos de engenharia e arquitetura a sua temática. A sua gama de serviços estende-se também à promoção imobiliária, bem como à venda e aluguer de imóveis. Em termos de target, as portas da empresa estão abertas tanto para o setor da indústria, como para projetos “a nível particular”. Num caso ou noutro, existe um fator que persiste: a preocupação com o rigor. Relativamente a esse aspeto, Ricardo Azevedo é perentório: “Temos que ser primorosos e apostar na qualidade”. Rejeitados ficam, por isso, “a filosofia do preço” e o facilitismo, já que “o barato sai sempre mais caro”. É o esforço e esta ética que parecem marcar a diferença. A prova está nos “clientes institucionais que nos continuam a contactar, porque acreditam no nosso trabalho e veem qualidade no que fazemos”, refere. Mas se o rigor é um dos pilares da Hernâni Gonçalves da Cunha, Lda., outro está na transparência e na afeição pelo cliente. Mais do que uma relação contratual, Ricardo Azevedo acredita que a empresa estabelece uma “obrigação moral” junto de quem procura os seus serviços. Existe uma “relação de amizade e de preocupação” que é “importante” e que leva à transparência. Um exemplo: “Nós só desenhamos os projetos em 3D”, o que corresponde a uma “mais-valia”. Afinal, “o cliente não é obrigado a saber ler projetos”, sendo responsabilidade da empresa “simplificar o processo” e “dar-se a entender”, garantindo que as expectativas sejam satisfeitas. Com trabalhos realizados “desde Valença até ao Algarve”, a Hernâni Gonçalves da Cunha, Lda. conta estender, nos próximos anos, o seu target. Nos planos da firma está a tentativa de avançar com “apostas no ramo alimentar e hoteleiro”. Tudo isto devido a uma filosofia simples: “Considero fundamental que as empresas abram horizontes, senão o barco afunda-se”. O futuro da empresa adivinha-se, por isso, amplo e dinâmico. | Portugal Inovador Pés cuidados: primeiro passo para uma vida saudável Se considera que os calos, as fissuras nos calcanhares ou as unhas encravadas não passam de uma questão estética, desengane-se e descubra as maravilhas que a Podologia pode fazer pelo seu bem-estar. Situada no centro da Trofa, a My Foot é liderada por Luísa Borges, licenciada em Podologia, com pós graduções realizadas na Universidad Europea de Madrid e na Temple University em Philadelphia e Mestrado em Podiatria Clínica. “Esta formação contínua tem sido feito para estar a par das últimas tecnologias e inovações na área de Podologia de modo a prestar um melhor tratamento, mais eficaz e menos doloroso ao paciente”. Cada vez mais conscientes da importância destes cuidados, os portugueses recorrem com maior frequência a clínicas da especialidade e Luísa Borges atribui a responsabilidade “à divulgação que tem havido por parte da associação, aos rastreios que têm sido desenvolvidos e ao acompanhamento em ações como a peregrinação a Fátima”, garantindo que “agora as pessoas já sabem a quem recorrer para lhes tratar dos pés”. Questionada acerca dos cuidados básicos a ter com os membros inferiores, a especialista não hesita em dizer: “Venham ao podologista e façam um check up mesmo que, aparentemente, não tenham nenhum problema”, e alerta para os cuidados diários a ter como “cortar a unha de forma reta para não encravar; nunca colocar cremes entre os dedos, dado provocar humidade; pelo contrário deve-se secar muito bem entre os dedos; aplicar um creme hidratante, principalmente entre as mudanças de estação, porque a pele seca bastante e abre fissuras; ter em atenção as costuras das meias porque podem causar feridas, e por fim, chegar a casa e tirar tanto as sapatilhas como as meias para a pele respirar”. Acrescem alguns cuidados se falarmos de diabéticos, que em Portugal estima-se que existam cerca de um milhão, pois uma das consequências desta doença no pé caracteriza-se na perda de sensibilidade e diminuição da circulação sanguínea. Aqui, para além de todos os outros cuidados, alerta-se para que não se ande descalço, de forma a evitar lesões e que se afaste de lareiras ou outras fontes de calor. Relativamente à escolha do calçado, Luísa Borges levanta o véu e desvenda-nos alguns truques a ter em conta na compra de calçado: “O momento mais indicado para proceder à escolha do calçado será ao final do dia, pois o pé estará mais inchado. Contudo, o ideal seria delimitar numa folha a forma do pé e comparar ao calçado, algo que ninguém põe em prática”, acrescenta a podologista. Quase a completar uma década nas mãos de Luísa Borges, este centro de tratamento dos pés tem outras terapias complementares que se têm revelado aliados de excelência para um tratamento completo e eficaz. “Uma das nossas valências é a Osteopatia, assegurada pela especialista Natasha Gomes. Aparecem muitos casos de dismetria, que origina uma má postura, e se a mesma já tiver longos anos, necessito de reencaminhar para o osteopata para trabalhar a parte postural. Não tenho na equipa um especialista na vertente desportiva, mas aconselho sempre o complemento com a prática da atividade física”, explica Luísa Borges que defende que estas áreas devem andar de mãos dadas. | Junho I 53 Portugal Inovador Formação de cidadãos e condutores Profissionalismo e seriedade em ambiente dinâmico de ensino dos futuros condutores. Para Clara Cardoso, com anos de experiência no ramo, mais do que regras de trânsito , o código da estrada “tem que ver com civismo e responsabilidade”. Exigente e determinada, a nossa entrevistada sempre nutriu grande gosto pelo ensino. Com carta de condução tirada por força das circunstâncias, na altura de ser mãe, acabou por ser convidada pelos instrutores a trabalhar na escola que frequentou, em Vila Nova de Famalicão. Aquando da liberalização do ensino de condução, em 1998, e com os licenciamentos por alvará que se seguiram, acabou por ser recrutada para dar aulas. “Na altura os livros quase não tinham imagens”, recorda. Assim que conseguiu avançou para o curso 54 I Junho de instrutora de condução, onde lhe serviu a bagagem teórica que tinha acumulado até então. É em 2000, que a Máxima surge na Trofa numa parceria entre dois sócios. Clara Cardoso, que na altura trabalhava numa escola de Santo Tirso, chega pouco depois com um colega à sociedade, assumindo uma quota de 25%. Demorou pouco – cerca de dois anos - até que se tornasse a única detentora da Máxima. Ainda assim, a instrutora admite que a expansão da escola para possíveis filiais não faz parte do plano: “Patrão fora, feriado na loja”, brinca. A sua personalidade não lhe permite afastar-se de uma gestão atenta, e apesar de ter ansiado o curso de instrutora de condução, prefere a sala de aulas. A abordagem no ensino é familiar, e o acompanhamento dos alunos é próximo – há envolvimento e convivência. Daí que a taxa de sucesso em exame de código ronde os 97%. Com alunos não só da Trofa, mas da Maia, Santo Tirso e Famalicão, as regras da Estrada estendem-se a tenras idades e a Máxima esteve envolvida em ações de prevenção rodoviária para os mais novos, em colaboração com entidades públicas locais e nos quais se entregavam uma espécie de cartas de condução júnior como forma de reconhecimento. Exigência e Profissionalismo Perante a ascenção de uma concorrência low-cost, Clara Cardoso releva a falta de controlo apertado nas políticas das escolas. No que toca a preços e práticas “tem de haver seriedade e profissionalismo, não podemos encarar isto apenas como um negócio”. A instrutora diz-se seriamente incomodada com a “falta de respeito pelo código”. Admitindo que uns anos depois se possam esquecer um ou outro “detalhe do livro” considera, no entanto, importante incutir nos alunos o princípio de que normas de condução “mais do que leis, são deveres”. | Portugal Inovador Maquinaria à medida das suas necessidades Na nossa rota pela descoberta da realidade empresarial da Trofa, estivemos na zona empresarial do Soeiro em conversa com o empresário Vítor Santos. A Adjust Machines surgiu em 2003 por iniciativa de Vítor Santos. Com um bacharelato em Engenharia Eletrotécnica, na área de Eletrónica de computadores, o empresário sempre esteve ligado ao setor da cablagem prestando assistência em firmas do ramo. Até à criação de um negócio próprio foi um passo: “A pouco e pouco foi surgindo a ideia de não só fazer a assistência, mas também construir equipamentos” direcionados, essencialmente para uma indústria de cabos elétricos, das cordas e dos tubos. Os clientes chegam pela qualidade do trabalho apresentado, pelo passa a palavra. “Temos clientes na região da Trofa, outros no Centro e Sul do país, e acabamos por exportar nomeadamente para Marrocos”, afirma. A colaboração com um parceiro espanhol que solicitou um trabalho de maiores dimensões, impulsionou, em 2012, a mudança de instalações para um pavilhão na zona industrial do Soeiro. “A partir dessa mudança, começámos logo a realizar trabalhos de dimensões superiores”, refere. Presente no mercado para atender às necessidades dos clientes, o empresário denota que a mais valia da sua equipa centra-se na versatilidade. “Não estamos a criar nada inovador, mas temos uma vantagem em relação aos nossos concorrentes, que são essencialmente alemães, a versatilidade, ou seja, enquanto eles têm um modelo específico que não alteram, nós temos a capacidade de criar uma simbiose; de colocar dois modelos num só”. Em parceira com o cliente, a Adjust Machines analisa o equipamento e recolhe todas as informações que permitam colmatar as necessidades existentes. Após o primeiro contacto o passo inicial passa por “sentar com o cliente, ouvi-lo e perceber o que ele considera que pode ser melhorado, porque quem tem o know-how é o cliente”, aponta. Recentemente, a Adjust Machines tem colaborado bastante com o setor da cordoaria, ainda muito mecanizado. “Sempre incentivamos a colocação de componentes elétricas. Se inicialmente esta mudança causou alguma dificuldade, dada a tradição e os hábitos de trabalho, hoje a realidade evoluiu”. Com uma equipa polivalente, já muito requisitada para efetuar trabalhos de assistência e manutenção, Vítor Santos é perentório ao afirmar, “temos o cuidado de fazer equipamentos que não obriguem a muita manutenção”. | Junho I 55 Portugal Inovador Novos horizontes no setor têxtil Irmãos e sócios cresceram entre tecidos. Hoje, seguindo as pisadas da família levam os têxteis da Trofa para o Mundo. Perto de cumprir uma década, a empresa tem agora casa nova. “Quem pega numa peça de roupa não faz ideia das voltas que aquilo já deu”, introduz Patrícia Dias. Depois de terminar o curso em Engenharia Têxtil na Universidade Lusíada de Vila Nova de Famalicão, a jovem juntou-se ao pai, Carlos Dias, já com experiência no ramo e decidido a montar negócio próprio, na fundação da 6 Dias Têxteis Internacionais, Lda. Desde logo o crescimento do projeto foi notório, e os coman56 I Junho dos da empresa foram passando de pai para filha. Quatro anos depois, é a vez de Hélder Dias, irmão de Patrícia e engenheiro agrónomo de formação, juntar-se à empresa da família. Assumindo a parte logística e partilhando sociedade com a irmã, Hélder Dias revela que apesar de a Agronomia ser uma paixão, o facto de ter crescido “no meio dos tecidos” fez com que aceitasse o desafio. É a aposta no mercado in- ternacional que tem valorizado o trabalho da empresa. Com cerca de 130 fornecedores, da China à Bélgica, e a servir clientes de peso, com exportações para países como Marrocos e Tunísia, Patrícia Dias releva que a diferenciação, no entanto, é feita dentro de portas. Com clientes nacionais, o material é encaminhado para acabamentos, estamparias, sublimados ou tinturarias em Portugal, ainda que muitas vezes o destino final seja a o estrangeiro. Saliente-se que o mercado português torna-se competitivo no valor acrescentado que atribui ao produto importado. A 6 Dias tem por isso investido também na confeção, em parceria com agentes, levando ao cliente o produto já finalizado. O que começou há cerca de meio ano com uma encomenda de três mil peças, ascende agora a pedidos de 50 mil, o que faz com que a criação de um Departamento de Confeção esteja nos planos futuros da empresa. “Temos vindo a crescer com os nossos clientes. O nosso serviço fala por nós”, reforça Patrícia Dias. No que toca ao diferencial da empresa, Hélder Dias acrescenta que esta ganha por ir “ao encontro do que o cliente pretende”. A mais-valia para o sucesso está em oferecer, além do catálogo fixo, o trabalho por encomenda a partir da especificidade do que cada cliente pretende. Com um crescimento que já chegou a atingir os 50%, a empresa têxtil registou um aumento de 30% dos lucros só no último ano, e o trimestre que corre Portugal Inovador já se demarca positivamente. Para dar resposta a todo este fluxo e haver espaço para mais crescimento, Patrícia e Hélder mudaram recentemente de instalações. Com um novo visual e uma organização bem estudada, a 6 Dias Têxteis Internacionais passa a ocupar 3 mil m 2 de um edíficio recuperado de quatro andares na rua André Resende, Trofa. Reconhecimento Nada disto se faz sem uma equipa unida, responsável e coesa. A empresa, integrada na AEBA – Associação Empresarial do Baixo Ave, conta com 14 colaboradores. Desde o departamento contabilidade, passando pelo trabalho de armazém, logística e setor comercial, os funcionários chegam da Trofa, Santo Tirso e Famalicão. A previsão é aumentar este número para cerca de 20 a curto médio prazo. Além de prémios, presentes e festas temáticas, e uma vez cumprido o objetivo estabelecido, os funcionários têm prometido um cruzeiro nos dez anos da empresa. Para os dois irmãos, o “negócio faz-se das pessoas, não só do produto”. Por isso, fazem questão de frequentar formações de gestão de recursos humanos e feiras internacionais com a equipa. Dentro do plano está passar de visitante a expositor: “O objetivo agora é organizar e potenciar a internacionalização da 6 Dias, primeiro nos tecidos, depois na confeção”. Numa prospeção de futuro está ainda a constituição de uma marca pópria, que Patrícia deixa transmitir como um sonho pessoal. | Junho I 57 Portugal Inovador Desfrute de momentos de descanso e conforto à beira rio O Hotel Ribeira foi fundando em 1916, comemorando em 2016 o centenário da sua fundação. Situado na margem esquerda do Rio Vez, em plena zona histórica da Vila de Arcos de Valdevez, encontramos um espaço totalmente remodelado que ostenta uma antiga e belíssima fachada. Nuno Gonçalves está presente na gestão desta unidade hoteleira de referência do Minho e fez questão de nos apresentar o espaço. No Hotel Ribeira para além do alojamento, o hóspede pode desfrutar de um serviço de restauração “à carta” com variadíssimos pratos regionais. “A partir do verão, teremos um serviço de bar e cafeteria na esplanada junto ao rio”, revela o gestor. Aproveitando as maravilhas da região os visitantes podem também frequentar de um conjunto de iniciativas que a unidade sugere. “Temos um protocolo com uma empresa de atividades turísticas com uma oferta vasta que passa desde os passeios turísticos no Gerês, a atividades no rio como a canoagem”, salienta. Brevemente, no hotel, estará disponível uma área dedicada exclusivamente às massagens terapêuticas 58 I Junho e, na calha, está também a inclusão de um espaço para tratamento estético e piscina interior. O Hotel Ribeira dispõe de 37 quartos, dos quais sete são suites. Os seus principais clientes são turistas, havendo também uma margem de empresários ou trabalhadores que se deslocam até esta zona em trabalho. “Este local é propício para uns dias de descanso ou mesmo umas férias prolongadas”, sublinha Nuno Gonçalves. Envolvência fascinante Dada a sua localização e caráter histórico, o Hotel Ribeira pretende continuar a oferecer “um serviço distinto de charme com destaque para os produtos regionais”, nomeadamente o queijo de cabra, o cabrito, as laranjas de Ermelo, o feijão terrestre, o pão-de-ló do Soajo e a broa de milho, produtos de confeção local que fazem a diferença e “vendem” a marca Minho. Saliente-se que o gerente, Nuno Gonçalves, é fundador da AHET MINHO - associação empresarial de direito privado -, cujo objeto social se centra no desenvolvimento, qualificação e promoção do Turismo do Minho. A região está inserida na biosfera, sendo, o Parque Nacional da Peneda-Gerês um exemplo considerado pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera, onde se fazem caminhadas, passeios equestres e todas as atividades relacionadas com a natureza. Os rios Vez e Lima, “que são os rios menos poluídos da Europa”, propiciam a descoberta de praias fluviais, dando também lugar à prática desportiva como a canoagem e polo aquático. No centro de toda esta biodiversidade, cunho histórico e cultural destaca-se o Hotel Ribeira. Estando a comemorar 100 anos de existência, Nuno Gonçalves perspetiva um bom futuro para esta unidade hoteleira, com crescente projeção, assentes num crescimento sustentado. | Portugal Inovador Terapêutica direcionada Situada no Grande Porto, a Clipêutica é uma referência para quem tem filhos com dificuldades no desenvolvimento ou na aprendizagem e para todas as pessoas que encontram obstáculos emocionais, comunicacionais ou motores. Com uma vasta experiência no mercado, a Clipêutica distingue-se por dar resposta a diversas áreas do desenvolvimento pessoal, nomeadamente: Psicopedagogia, Psicologia, Terapia da Fala e terapia Ocupacional, Pediatria, Pedopsiquiatria e Psiquiatria. Em conversa com a revista Portugal Inovador, a coordenadora técnica professora doutora Maria Amélia Dias-Martins salienta que “o principal objetivo é a promoção do sucesso pessoal de cada utente, reforçando positivamente as necessidades do cada um, restabelecendo e potenciando o seu normal desenvolvimento”. Com sede na rua do Relógio (às Antas – junto ao Hospital Conde Ferreira), espera-o uma equipa que possui uma relevante experiência terapêutica e clínica. A sala de espera é muito acolhedora e os espaços terapêuticos variados, confortáveis e muito bem equipados com vista a responder às necessidades de cada caso. A doutora Maria Amélia Dias-Martins salienta, entre muitos outros, o magnífico trabalho da equipa ao nível da integração sensorial de crianças com desenvolvimento e especialização neurológica deficitária, a avaliação transdisciplinar, a avaliação neuropsicológica das funções cognitivas de adultos séniores e os bons resultados obtidos pela neuropsicopedagogia em crianças, adolescentes e adultos com dislexia. Maria Amélia Dias Martins - psicopedagoga, doutorada em Ciências da Educação, pela Universidade do Porto e mestre em Educação Especial, pela Universidade Técnica de Lisboa - lidera esta equipa. Na nossa entrevista, enquanto hipnoterapeuta, destacou o seu interesse pela sintomatologia da Fibromialgia, sobre a qual tem intensificado a sua atenção ao nível da hipnose clínica. Os variados sintomas, com causa desconhecida, capaz de provocar dores diversas e por longos períodos de tempo (“fadiga, distúrbios de sono, dores de cabeça recorrente ou enxaqueca, síndrome do intestino irritável, palpitações, dificuldades de concentração, de memória, depressão e ansiedade) tem levado os investigadores a acreditar que a causa deste síndrome se situa num descontrolo na forma como o cérebro processa os sinais de dor, explicou. “A Hipnose Clínica é um forte coadjuvante no alívio da dor e um admirável tratamento do sofrimento emocional”, concluíu. | Especialidades: - Pediatria - Psiquiatria e Pedopsiquiatria -Medicina Interna - Nutrição - Psicologia (individual, grupo e/ou familiar) - Psicopedagogia - Terapia da Fala - Terapia Ocupacional - Avaliação Holística do Desenvolvimento da Criança - Motricidade Oro-facial (Eletromiografia) Junho I 59 Portugal Inovador “Marcamos a diferença” Pedro Melo com marcada experiência na área de gestão de geladarias/creperias tomou a iniciativa de, juntamente com a esposa, Ana Mesquita, desenvolver o projeto Crepe & Canela, que decidiu instalar em Gondomar. Chegar a esta creperia/geladaria é sinónimo de ser imediatamente bem acolhido. Pedro Melo é um trabalhador incansável e de uma simpatia contagiante, completamente dedicado ao bem-estar de todos os que entram neste seu espaço. “Valorizamos muito o nosso cliente e o resultado disso é que todos os dias temos novos visitantes”, declara. O primeiro momento quando aqui se entra centra-se na prova de sabores para a qual fomos convidados, algo que se faz aqui “desde o dia de abertura”. É uma gama que, neste momento, ultrapassa as 30 variedades de sabores de gelado, das mais tradicionais às mais inovadoras e exóticas. Destacam-se os sabores de papaia, de romã, red bull ou limoncello. De referir ainda a diversidade 60 I Junho na oferta de crepes e waffles trabalhados com uma boa dose de criatividade, reforçando assim a aposta em produtos ainda pouco experienciados pelos portugueses. Neste momento, o Crepe & Canela tem capacidade para acolher 60 pessoas, um grande salto face às condições com que iniciou. A abertura, em 1 de dezembro de 2012, deu-se com um espaço para seis mesas mas, ao fim de dez meses, o fluxo de novos clientes obrigou ao alargamento. Anexou-se o espaço ao lado, adaptado para uma sala ampla, confortável e perfeita para grupos. “Olhamos para aquela sala como um êxito pessoal nosso”, refere o responsável. Êxito é, de facto, o termo que resume o balanço que pode ser feito. Como já nos disse, Pedro Melo fica a conhecer novos visitantes todos os dias, entre os quais pais que aqui chegam por sugestão dos filhos, ou públicos não tão próximos de Gondomar quanto isso, como são os casos dos clientes que chegam da Maia ou até de Marco de Canaveses. Ainda assim, o nosso entrevistado considera que o seu projeto “não é melhor, mas sim apenas diferente”, e o que faz a diferença é, justamente, essa simpática dedicação ao cliente. “Estamos sempre presentes e damos o litro para que o cliente seja bem tratado. Estou sempre aqui para qualquer dúvida que ele tenha e tenho sempre a preocupação em fazer com que seja surpreendido pela positiva”, explica. A ajudar estão também, naturalmente, os restantes elementos da equipa, que Pedro Melo considera serem “bons alunos, que entendem a mística do espaço e que vestem a camisola”. | Portugal Inovador 44 anos acarinhados com visão Na voz de Ana Trabulo acompanhamos uma história vincada pelo sucesso e profissionalismo. Seguindo o seu olhar, temos agora oportunidade de conhecer como a Fernando Oculista nasceu, evoluiu e criou o seu próprio rumo ao longo dos seus 44 anos de vida. É no Largo de Santa Cruz, em Braga, que a nossa entrevistada recorda as raízes da casa: “Outrora situada na Rua do Souto (nº 23), foi fundada pelo meu pai em 21 de março de 1971. A minha paixão pela ótica já em pequena se manifestava, embora o meu percurso profissional não se tenha pautado pelo ramo. Nos momentos em que o meu pai precisava de ajuda, ou quando ele estava de férias, marcava uma presença assídua, e a ligação estabelecida com os clientes demonstrava já nessa época a afeição que tinha pela área”. A ausência da figura paterna (2003) fez com que o espaço fosse deslocalizado para o lugar onde atualmente se apresenta. “Foi um caminho difícil, o meu pai era um bom técnico, uma referência de honestidade e rigor, e agora acredito que o nome dele transmita ainda mais esses valores. Quando tomei o domínio completo da gestão da ótica as pessoas poderiam pensar que não me guiaria pelos mesmos princípios, mas consegui de facto manter o mesmo caminho”, aviva. O conceito preenchido pela inovação afirma um serviço que se destaca pela diferenciação e dedicação, relevando em todos os instantes que a tradição se pode preservar sem que nunca veja enfraquecido o seu condão. Reinventar é por isso o verbo que impera. “Nunca quis criar a minha identidade, quero que o cunho do meu pai esteja sempre presente”, traduz. Sob esta visão nascem novas conceções, aproximando o cliente de marcas como a LGR, Paul Smith e Massada (exclusivas da ótica). “O caminho mais lógico a tomar é essa diferenciação, sem nunca negligenciarmos o cariz clínico forte que sempre tivemos, porque nas óticas não é só a componente estética que importa, os óculos são um complemento médico”, assevera. É na perspetiva de progresso que a busca pela aprendizagem contínua se revela uma prioridade para a profissional. Neste momento a frequentar a licenciatura em Optometria e Ciências da Visão, tem ao seu lado um optometrista, “uma referência da Universidade do Minho”, e uma colaboradora. O saber que não se esgota no papel tem aqui uma aplicabilidade vanguardista. Criou, nesse âmbito, um gabinete com vista a ampliar as competências clínicas e a assegurar um bem estar cada vez maior na saúde visual dos seus pacientes. Essa evolução faz com que o ramo da ótica em Portugal e a Fernando Oculista, em específico, se expanda a novos projetos e possibilidades. Quando questionada sobre as perspetivas desse futuro próximo, Ana Trabulo avança com verdade, sem revelar por inteiro: “É crescer! Mas fica assim no ar. Não quero ficar por aqui”. (Ana Trabulo está a usar óculos L.G.R). | Junho I 61 Portugal Inovador Crescer na interdisciplinariedade Mário Alves fala-nos sobre os sonhos e ambições que foram enriquecendo o seu currículo pessoal e profissional. São valores como a transparência, a proximidade, a disponibilidade e a comunicação entre as diferentes áreas do conhecimento que vêm caracterizar o espaço Yang Therapy, localizado no centro da cidade de Braga. Em 1979, despertado pela curiosidade das artes marciais, o nosso interlocutor começou por se aproximar e seguir de perto os mestres que mais admirava. Essa vontade aliada à aposta contínua na formação fez com que, em 1987, ficasse a lecionar na Academia de TaeKwonDo. Uma vez aí, sentiu-se impulsionado a realizar os tratamentos dos seus alunos quando detetava lesões. “Iniciei nessa escola a minha aprendizagem da técnica de manipulação, Digitopuntura, Acupuntura e Quiroprática”, conta. Movido a aperfeiçoar essa prática fora atingindo ao longo do tempo níveis superiores de aprendizagem. A transmissão de saberes que nunca se esgotam e a incansável busca pelo conhecimento tornam-o conhecido em áreas distintas. Atualmente o seu trabalho versátil expande-se pelas especialidades: Digitopuntura, Acupuntura, Quiroprática, Osteopatia – Terapia Sacro Craniana, Libertação Soato Emocional, Terapia Visceral, Terapias Dermato-Funcional, Terapia Neuro-focal, Massagem Linfática, Massagem Terapêutica, Neuro-osteoterapia, Mesoterapia, Homeopuntura, Equilíbrio Neuro-muscular, 62 I Junho Stone, Spa, Acupuntura Biodinâmica, entre outras. Em prol do bem estar e saúde do próximo aplica toda a sabedoria que os seus mestres lhe concederam, nunca descurando a evolução dos tempos. “Foi uma caminhada até aqui chegar. Descobri durante esse percurso diferentes práticas acolhidas noutros países. Essa forma de estar, de pensar e reagir perante uma situação, estimulam-nos a explorar outras visões. A comunicação que existe entre mim, o paciente e a patologia permite-me estar atento e disponível aos pormenores que poderão acelerar a eficácia do processo da cura. Temos várias técnicas que nos dão oportunidade de concretizar coisas muito interessantes”, analisa. Essa multiplicidade não se vendo restrita apenas ao público bracarense expande-se a pessoas de outras cidades de Portugal, e não só. As suas valências diferenciadoras são assim conhecidas na Yang Therapy, Clinae e APVG Associação de Veteranos de Guerra, em Braga; Azclínic, em Guimarãe; Clínica Dentária Dra Sandra Dantas na Trofa; Natucare em Famalicão; More Clinic em Felgueiras; Clibastos, em Celorico de Bastos; Espaço Daiki, em Esposende; Hotel la Paloma, em Pontevedra Espanha. No futuro o olhar plural continuará a acompanhar esse saber fazer. “Poder perceber os outros, poder questionar e desenvolver um trabalho de sinergias, de experiências e ação” leva-o a progredir numa direção próspera. | Portugal Inovador Medicina mais próxima da comunidade A saúde oral influencia o bem-estar e a qualidade de vida de uma população. Junto de Ana Rita Ribeiro, em Vila de Prado (Braga), fomos descobrir novas estratégias de intervenção numa área tão polivalente como a Medicina Dentária. Os seis anos de formação na Universidade do Porto permitiram à nossa interlocutora adquirir bases sólidas para a partir daí gerar e despertar novas visões. “Foi em 2008 que eu e o meu marido, Francisco Neto, decidimos criar a Dentiprado. Ambos formados na mesma área, tivemos oportunidade de crescer em conjunto ao longo destes anos. Neste momento, contamos com uma equipa multidisciplinar para desenvolver o projeto”, conta. Os profissionais consideram a existência de uma procura crescente pelas especialidades e nesse âmbito o espaço abrange todas as valências da Medicina Dentária Generalista, bem como as especialidades de Ortodontia e Implantologia. O corpo clínico, constituído por cinco médicos dentistas, colabora nas diferentes áreas de formação, dando resposta às necessidades individuais de cada paciente. “O nosso objetivo é proporcionar a todos os que nos procuram técnicas, materiais e equipamentos cada vez mais sofisticados”, salienta. Responsabilidade social Atingindo diferentes camadas sociais e faixas etárias o médico dentista assume um papel importante no desenvolvimento de uma cultura de saúde oral. Os métodos de trabalho aplicados na realidade regional da Dentiprado motivam a aprendizagem de conhecimentos. “Tive o prazer de me reunir com colegas que partilham os mesmos valores que eu. A honestidade, a seriedade e o cuidado que temos ao investir na nossa formação são elementos essenciais para proporcionarmos o melhor atendimento aos nossos pacientes, um atendimento que deverá ser acessível a todos”, assevera. No âmbito da prevenção e tratamento de doenças orais têm sido desenhadas estratégias de intervenção. “O cheque-dentista tem sido uma boa aposta. A iniciativa gera uma maior e melhor comunicação entre dentistas e centros de saúde, e a população beneficia desse fator”, acrescenta. Investir e crescer O aperfeiçoamento de técnicas e materiais permite a realização de tratamentos cada vez mais eficazes. Ana Rita Ribeiro acompanha a evolução de perto e observa como essa amplitude do campo teórico e prático da medicina se estende à população portuguesa. “Tem sido um progresso positivo porque traz uma oferta muito rica de clínicas e médicos dentistas a que outrora as pessoas não tinham acesso”, manifesta. Doravante, a profissional espera poder continuar a proporcionar o melhor da Medicina Dentária ao seu paciente. Como objetivo a mais curto procurará integrar uma nova imagem no espaço físico, e marcar presença nas redes sociais. | Junho I 63 Portugal Inovador Serviço à comunidade A Farmácia de S. José, localizada na Avenida da República, na Póvoa de Lanhoso, abriu a 8 de Julho de 2010. A Farmácia S. José em quatro anos de existência tem alargado os seus horizontes à vista de todos. Rosa Maria Costa, diretora técnica desta farmácia, tem a seu encargo uma equipa qualificada e multidisciplinar, que faz com que esta farmácia se destaque neste concelho. A Farmácia S. José tem na sua essência uma forte missão social enquanto unidade de saúde, orientando a sua razão para a prevalência da ideia de promoção de saúde e não tanto para a mera dispensa de medicamentos. Hoje em dia é prestado um serviço diferenciado e altamente especializado, voltado para a comunidade com o intuito de contribuir para a melhoria da saúde e bem-estar da população. A reforçar a sua responsabilidade social pode-se enunciar o facto de assegurar a continuidade terapêutica dos seus doentes quando estes não dispõe de 64 I Junho consulta médica e prescrição, participar na recolha de medicamentos fora de uso, trabalhar em parceria com outros profissionais de saúde/ estética, participar em rastreios gratuitos junto da comunidade, entrega gratuita de medicamentos ao domicílio, realização de workshops sobre várias temáticas. Na Farmácia S. José, todos os colaboradores estão vocacionados e orientados para melhor servir os utentes, através de uma ampla oferta de produtos, serviços e informações, com vista a um atendimento de excelência. Uma equipa, com uma forte componente técnica e humana do quadro de Farmacêuticos e Técnicos de Farmácia, a disponibilidade da mais avançada tecnologia ao serviço das farmácias e a concepção de uma organização especialmente pensada para melhor servir, caracterizam a Farmácia S. José, como unidade privada que pretende assumir um lugar de destaque na promoção da saúde e bem-estar. O atendimento personalizado e a informação aos utentes são os pontos-chave dos serviços prestados nesta farmácia. Destaques Um dos projetos que a Farmácia apostou, foi na criação de um departamento dedicado exclusivamente à dermocosmética, no qual constam profissionais qualificados para o efeito, com formação nesta área e com a tecnologia necessária para fazer o melhor aconselhamento. Todos podem usufruir deste serviço e receber um diagnóstico personalizado. A Farmácia S. José disponibiliza em gabinete de atendimento personalizado a consulta farmacêutica, Portugal Inovador Serviços Farmacêuticos: em que o farmacêutico a pedido do utente ou seu representante, aconselha um tratamento farmacológico (MNSRM) ou não farmacológico para um determinado sintoma ou problema; outro contributo que a Farmácia S. José oferece à população para obtenção de resultados positivos ao nível da saúde, é o seguimento farmacoterapêutico, que consiste na avaliação da medicação do utente e racionalização do uso da mesma. A Farmácia S. José prima pela preocupação para com os seus utentes, para isso disponibiliza um serviço de preparação de medicamentos manipulados.| Entrega de Medicamentos ao Domicílio Determinação de Parâmetros Bioquímicos Medição da Tensão Arterial Rastreios Mensais Teste de Gravidez Peso e altura do bebé e criança Peso, Altura, IMC, IMG Cuidados Primários Espaço Animal Realização de Manipulados Consulta de Nutrição e Dietética Consultas de Podologia Puericultura, Geriatria e Fitoterapia Diagnóstico Anti-Aging e Tricologia Aconselhamento Dermofarmacêutico e cosmético Administração de Vacinas e Medicamentos Consulta/Aconselhamento Farmacêutico Recolha de Medicamentos usados (Valormed) Junho I 65 Portugal Inovador Vanguarda na Medicina Veterinária O Hospital Veterinário da Mata de Stª Iria, localizado na Mugideira, concelho de Torres Vedras, é um projeto arrojado que eleva a oferta de cuidados de saúde animal em Portugal. 2013 abrimos as portas e em 2015, veremos concluídas as obras com o início em pleno das valências para equinos e grandes animais”. Diferenciação Positiva Por detrás de um projeto inovador está um conjunto de profissionais, altamente qualificado, liderado pelo médico veterinário Filipe Pereira. Em conversa com a revista Portugal Inovador o impulsionador é-nos revelado o trajeto que conduziu à concretização deste centro com características ímpares a nível nacional. Filipe Pereira licenciou-se na Universidade Vasco da Gama em Coimbra, tendo estagiado em Saúde Pública Veterinária. Posteriormente, esteve um ano em estágio no Porto, no Hospital Veterinário Francisco Correia Cardoso, “um local que me abriu portas, e permitiu crescer profissionalmente em todas as áreas”, revela. Após o término desse estágio, regressou a Torres Vedras onde realizou alguns trabalhos de substituição na região, caminho que o levou à abertura de uma clínica. Durante cinco anos, liderou esse projeto, que apresentou um crescimento constante, permitindo-lhe encarar novos desafios. Assim sendo, em 2011 é lançada a primeira pedra daquele que viria a ser inaugurado, a 5 de agosto de 2013, o Hospital Veterinário da Mata de Stª Iria. 66 I Junho Tendo vindo a apostar constantemente na formação, o profissional privilegia a aprendizagem in loco, através do contacto com colegas no estrangeiro. “Muito para além das formações no exterior, considero mais benéfico assistir à prática, por isso tenho mantido o contacto com diferentes realidades no Brasil, em Inglaterra ou na Bélgica onde faço formação com colegas”, descreve. 2015 pode ser considerado “o completar de um ciclo”, dado que serão concluídas as obras do espaço. “O projeto arrancou em 2011, em Minuciosamente enquadrado, num amplo espaço verde, encontrámos o Hospital Veterinário da Mata de Stª Iria. As características do edíficio, pensado ao pormenor, e a sua envolvência, proporcionam uma experiência enriquecedora a todos os visitantes. “Tivemos a preocupação de criar um bom espaço exterior onde os animais pudessem passear com os donos, permitindo que a vinda ao hospital não fosse stressante”, ressalva Filipe Pereira. Sendo um estabelecimento hospitalar, aqui o serviço é prestado 24h por dia, acompanhado por uma equipa de profissionais “estável e devidamente direcionada”, como nos conta. “Considero que um hospital deve oferecer todas as valências para exóticos, pequenos e grandes animais. De momento, estamos a receber alguns animais geriátricos, fazendo um trabalho de tonificação muscular que lhes confira maior estabilidade, mais locomoção e melhor qualidade de vida”. Portugal Inovador Com alas separadas para cães e os gatos - tanto na sala de espera, como consultórios e internamento -, o bem estar do animal foi pensado ao pormenor. “Criámos 11 boxes designadas por ‘hospedagem’, para animais que estão em recuperação e que não necessitam de cuidados médico veterinários. O seu bem estar não seria o melhor se estivessem em regime de internamento. Temos mais sete suites com acesso a um pátio exterior para animais em regime de internamento”. Na vertente de pequenos animais (cães e gatos), grandes animais e exóticos, o núcleo clínico está apto para acolher qualquer situação, “à exceção de cirurgia em Neurologia e Oftalmologia, que referenciamos para colegas especialistas”. A primeira abordagem é sempre feita pelo Hospital que reencaminha os casos que necessitem de uma análise especializada. Todas as semanas são apresentados em reunião os casos mais críticos, num espaço pensado para usufruto interno, mas aberto à comunidade médico veterinária. “Esta sala pretende ser a imagem da clínica para o exterior. Pensamos acolher duas formações anuais com figuras de peso internacional. Queremos que todos os nossos colegas possam aproveitar o local para debater e frequentar sessões de formação na área”. Recentemente, foi realizada a primeira formação na vertente de Ecografia. Equinos Em agosto vai ter lugar a abertura do piso inferior, totalmente dedicado aos equinos e outros animais de grande porte. Equipado com a mais moderna tecnologia - sala de cirurgia, sala de tratamento com ponto de con- tenção para grandes animais -, inclui cinco boxes (quatro de internamento, uma das quais infetocontagiosa; e uma quinta para indução). Um espaço pensado, principalmente, para subalugar a uma equipa de profissionais especializada na área. Análise do setor Com uma qualidade de serviço que surpreende, Filipe Pereira ressalva que o espaço está aberto a todos os amigos dos animais. “O animal é um membro da família e o nosso cliente tem que gostar do seu animal e cuidar dele. Considero que essa predisposição não tem que ver com uma questão económica, mas sim cultural. O veterinário tem que incutir nos seus clientes uma sensibilidade pedagógica e cívica. Se analisarmos a realidade inglesa atual - com os melhores cuidados de saúde da Europa -, esta é totalmente distinta dá que se verificava há cinco décadas. Considero que, não num futuro muito próximo, conseguiremos lá chegar. Talvez as gerações mais novas impulsionem essa nova mentalidade”, Questionámos: Considera que medidas legislativas e fiscais viriam facilitar esta mudança de mentalidade? “Era importante conseguirmos a descida do IVA nos atos médicos; mas crucial era a entrada dos gastos com os cuidados de saúde animal como despesa em sede de IRS, pois impulsionaria os clientes a pedirem fatura. O trabalho das associações, das farmácias e das clínicas deve ser complementar, não concorrencial. Tenho uma relação muito positiva com as associações da região e penso que em todo o país estas situações tendem a ser uniformizadas e regularizadas. Qual a razão para focar atenções na atuação das associações e até das farmácias quando dentro do próprio setor existem clínicas que se auto-intitulam de low-cost? O que são cuidados de saúde low-cost?”, levanta. Em final de conversa Filipe Pereira opina que Portugal não está preparado para enveredar pelas especialidades médico veterinárias. “Não podemos intitular um profissional de especialista por ter, por exemplo, dez anos de experiência numa área. Para se chegar a especialista tem que se despender muito tempo, passar por um internato. Penso que o caminhar para um Colégio de Especialidades em Portugal vai demorar entre 10 a 15 anos. Talvez possamos começar a pensar nessa possibilidade a partir do momento que as condições económicas em Portugal melhorem. Temos portugueses de excelência a trabalhar no estrangeiro, a especializarem-se e, com certeza, perante melhores condições no país natal, retornam”. | Junho I 67 Portugal Inovador Pelo conforto do seu animal A Clínica Veterinária Arricom (Centro ANICOM), localizada em Rio Maior, oferece um conjunto amplo de serviços veterinários. Para além das consultas de Medicina Geral, dispõe também de serviço de cirurgia, internamento, tosquia e urgências 24 horas. Pedro Carreira, licenciado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), exerce clínica de pequenos animais em Rio Maior desde 1999. A partir de 2004, na Clínica Veterinária Arricom tem manifestando maior interesse pela cirurgia. Patrícia Belo é o outro rosto por detrás da Arricom. Licenciada pela UTAD, desde 2009 exerce clínica de pequenos animais. As áreas pelas quais mais se interessa são Medicina Interna e de animais exóticos. Feita a apresentação dos responsáveis técnicos passemos a descrever o espaço: A Clínica Veterinária Arricom oferece-lhe vários serviços na área clínica que visam proporcionar ao seu animal de estimação uma vida confortável, com qualidade e saúde, respeitando padrões de elevada competência nas técnicas aplicadas pelos seus profissionais de saúde. 68 I Junho As valências que disponibilizam passam pela vacinação, Medicina Interna, Nutrição, Neonatologia, Geriatria, Parasitologia, Inseminação Artificial, Ecografia, Análises Clínica, Cirurgia Geral, dispondo também de serviço de internamento – geral ou pós-operatório – separado para cães e gatos, com todas as comodidades e conforto que o seu animal merece, passando também pela realização de tosquias. Cuidados com os animais “No Ribatejo, à semelhança de todo o país, o cuidado animal em relação aos parasitas externos é muito maior nesta altura do ano. Nesse panorama, atendemos a dois tipos de situações: uma em que o proprietário se preocupa e faz a prevenção, com pipetas, coleiras ou comprimidos; e a outra em que o animal nos chega debilitado, facto que impulsiona os donos a procurarem ajuda”. Esta é uma zona que se tornou endémica de leishmaniose - uma doença cujos casos têm vindo a aumentar – daí ser fundamental o trabalho com a comunidade, tendo em vista a consciencialização da população para a prevenção. Outro flagelo retratado centra-se no abandono animal que potencia a propagação de doenças. Realidade que carece atenção quer pelos órgãos administrativos locais como dos habitantes da região. Outro ponto de preocupação de Pedro Carreira e de Patrícia Belo prende-se com as más práticas existentes que prejudicam de grave maneira a saúde dos animais. “As pessoas conseguem adquirir com uma facilidade tremenda, antibióticos, quer injetáveis como de administração oral, e ainda vacinas em outros espaços de saúde. Surgiram já casos de donos que adquiriram vacinas e que nos procuram para informação de administração das mesmas. Estas práticas potenciam ocorrências graves, casos de animais que nos surgem doentes, não pela causa, mas pela reação a medicamentos impróprios”, finalizam os clínicos. | Portugal Inovador O melhor cuidado para o seu melhor amigo O Centro Veterinário Senhora de Belém, situado em Pombal, a cargo de Cristina Dias e de Isabel Parreiral, está desde março de 2007 preparado para o servir a si e ao seu animal de estimação. quem a procura, daí que em junho se mudem para novas instalações. Aqui pretendem continuar a prestar serviços de qualidade, prometendo acompanhar sempre os avanços na medicina veterinária. Problemáticas Dispõe de serviços de medicina interna ,cirurgia, radiologia ,analises clínicas, domicílios, serviço de urgência e tosquia. É com empenho e dedicação que atendem diariamente cães e gatos, havendo também espaço para acolher animais como coelhos, hamsters, porquinhos da Índia e muitos outros. Em conversa com a nossa publicação, estas profissionais reconhecem a crescente importância que os animais de estimação desempenham na vida dos seus proprietários e comprometem-se a oferecer o que de mais moderno existe na Medicina Veterinária para lhes dar uma vida cômoda e feliz. “A honestidade e a amizade são valores que nos distinguem, o que faz com que pensemos no Centro Veteri- nário não apenas como um negócio, mas como um projeto que está a ser amadurecido com amor e carinho e, os clientes gostam desta nossa maneira de trabalhar”, referem as proprietárias. Nomeadamente, em Pombal a experiência diz-lhes que a população tem tido mais cuidados com os seus animais. Isabel Parreiral e Cristina Dias notam uma boa evolução desde há oito anos, mas esta tarefa só foi bem-sucedida devido ao trabalho de consciencialização desenvolvido junto da população. Porém detetam ainda uma forte prevalência da problemática do abandono animal, “principalmente em época de férias”, salienta Isabel Parreiral. Juntas desde 2007, esta equipa espera oferecer sempre o melhor para Analisando de forma crítica o estado da Veterinária em Portugal, as nossas entrevistadas ¬- exercendo a prática de uma Medicina de clínica geral -, assumem a necessidade de o setor se especializar, de modo a que casos mais específicos possam ser direcionadas para profissionais mais habilitados e vocacionados em determinada área. No sentido desta evolução, é com desconforto que analisam casos de proprietários que optam por recorrer a profissionais de farmácia para obterem um diagnóstico e medicação para os seus animais. “Os farmacêuticos durante a sua formação têm apenas uma disciplina que aborda a área da Medicina Veterinária, sendo que essa, por vezes, é semestral ou opcional, dependendo da universidade, o que não fundamenta que possam prescrever medicamentos ou injetáveis sem a receita assinada por um médico veterinário”, objeta Cristina Dias. Finalizando a nossa visita, fica o desejo: “Temos em vista, para um futuro próximo, contratar mais um médico veterinário para nos ajudar a responder às necessidades dos amigos de quatro patas”, finaliza Isabel Parreiral. | Junho I 69 Portugal Inovador Por uma saúde consciente e coletiva Sensível à transformação de conjeturas, Nuno Soriano tem vindo a acompanhar ao longo do seu percurso profissional a evolução no mundo da Medicina Veterinária. O crescimento positivo acrescenta hoje valor ao seu compromisso e enriquecimento às suas valências. No início da nossa conversa, o profissional começa por observar os avanços e recuos que a classe médico veterinária teve no decurso do tempo. “Findei o meu curso em 2001, e as mudanças que ocorreram desde essa época têm sido enormes. Abriram muitos hospitais e clínicas que trouxeram consigo flexibilidade e novos serviços”, sumariza. Sob esse pensamento otimista a conquista de oportunidades e o empenho por uma formação detalhada destacam efetivamente o seu lugar, porém o nosso entrevistado não poderia deixar de apontar algumas questões relevantes sobre o contexto económico que a sociedade por- 70 I Junho tuguesa tem vindo a atravessar. “Apesar de existir uma maior consciência por parte do público em geral sobre o bem-estar animal, a instabilidade gerada fez com que muitas famílias restringissem os seus custos, dado que é uma despesa que tem o seu peso no orçamento familiar. A dedução desse encargo em sede de IRS poderia trazer benefícios”, elucida. AMAPET Nuno Soriano descobrindo o potencial no concelho de Loures resolveu em 2001 criar e seguir um novo caminho. “Já me tinha iniciado na Medicina Veterinária em Coimbra, mas posteriormente vim para Lisboa e recomecei. Todos os anos, temos crescido e nunca pensei que pudesse crescer tanto em tão pouco tempo”, conta. Hoje no seu espaço podemos encontrar todas as valências que conduzem o profissionalismo das boas práticas (Raio X, Ecografias, Análises Clínicas, Cirurgia Ortopédica, Ooftalmologia, serviço de urgência 24 horas por dia). A proximidade com que toda a equipa acompanha os cuidados de saúde (alimentação, higiene, beleza e estado emocional) leva a que os laços de comunicação se interliguem cada vez mais numa col aboração i nterna e externa. “Se eu não conseguir resolver um caso clínico vou encaminhar o meu cliente para o especialista que melhor souber atuar. O cliente vai sentir-se mais confortável, porque o facto de nós estarmos a recomendar não significa que deixemos de segui-lo”, esclarece. É através da disponibilidade dessa aprendizagem e partilha de conhecimentos que a relação entre o médico, o cliente e, primordialmente, o animal se pode sincronizar para, a partir daí, crescer vantajosamente. Como mensagem final o nosso interlocutor não poderia deixar de apontar para os reais perigos que as zoonoses representam para a saúde pública. Destacando o caso da leishmaniose que tem vindo a crescer; alerta para a importância do conhecimento da doença, as suas causas e sintomas, e a necessidade da prevenção. | Portugal Inovador A formação é o primeiro passo para a evolução Em Salvaterra de Magos, encontrámos uma realidade similar a outras zonas do país. No entanto, a estratégia utilizada para ultrapassá-la tem na Vetmagos uma ação proativa e de intervenção direta na comunidade.. Patrícia Gomes atende, há 14 anos, às necessidades da população de Salvaterra de Magos. Ao longo do tempo foi investindo em formação e nas condições físicas para acolher e tratar eficazmente os animais de estimação que lhe chegam. A seu ver a base para a evolução da Medicina Veterinária e dos cuidados a ter com a saúde animal passam, indubitavelmente, pela formação quer no tratamento direto do animal quer em termos de saúde pública. “Deteto a falta de consciência para a real proliferação dos parasitas, expostos nos dejetos animais que os donos deixam na rua; nas pulgas e carraças… As pessoas têm vindo a mudar de hábitos, já estão conscientes da necessidade da desparasitação, por exemplo, mas muitos optam por seguir outras práticas e, em caso de necessidade, muitos animais só nos chegam em estado crítico. Em 10 consultas/dia, quatro clientes já procuraram informação na farmácia, e muito provavelmente outras tantos passaram por lá sem procurarem a opinião especializada”. Muitos são também os exemplos de animais abandonados em início de época de férias ou, em caso de gravidez no seio familiar. Medidas de incentivo fiscal como a redução do IVA nos atos médicos seria um impulso à mudança. “Era crucial que os donos, para além de sentirem que os animais são parte da família, tivessem a oportunidade de incluir as despesas em sede de IRS”, reforça. Outras estratégias como a punição dos donos negligentes são apoiadas por Patrícia Gomes, porém a profissional alerta que “muito mais que apontar o dedo aos farmacêuticos, exigir bene- fícios fiscais ou penalizar, é preciso ensinar boas práticas de profilaxia”. Nesse sentido, a Vetmagos iniciou já um projeto que pretende percorrer as escolas do concelho explicando aos alunos os cuidados básicos a ter com os animais. Com vista à evolução da veterinária em Portugal, assume: “À semelhança da Medicina Humana devemos iniciar a especialização. Não podemos querer clientes exigentes e não ter mais para oferecer”. Porém, à luz da atual situação do país, alerta que “nas atuais circunstâncias, esta mudança não é viável”. A evolução comporta uma subida de preços, dada a necessidade de formação, material tecnológico para diagnóstico e tratamento; “com essa subida é fundamental que as despesas sejam incorporadas na rúbrica de despesas familiares”. Para compensar esta falta de capacidade financeira, é essencial a existência de uma boa plataforma de seguros de saúde. Nesse sentido, a Vetmagos criou um protocolo de saúde que permite aos clientes aceder a determinados serviços com alguma margem de desconto. “É muito frustrante querer fazer, ter os meios necessários para isso, mas não ter o aval dos donos para avançar, por falta de condições económicas”, ressalva. Proativa e exigente, o sonho de Patrícia Gomes não passa por criar um Hospital Veterinário, antes oferecer tratamentos especializados, aproveitando a localização estratégica no âmbito nacional. “Num país tão pequeno faz sentido centralizar serviços e apostar na excelência”. Projetos, por exemplo, no âmbito das células estaminais, válvulas cardíacas, iodo radioativo para os gatos estão em mente. “O meu projeto passa por equilibrar a situação atual para depois avançar”. | Junho I 71 Portugal Inovador Três décadas ao serviço do comércio automóvel Foi em 1985 que Florentino Reis criou a Tinocar. O que começou por ser um pequeno stand com dois colaboradores, é hoje uma estrutura cimentada de 25 funcionários e oficina de assistência técnica. Américo Coelho, atual responsável administrativo do stand, revela que Florentino Reis “é o grande cérebro da empresa. Começou por vender algumas viaturas, mas em pouco tempo montou um pequeno stand, e desde então a Tinocar tem aumentado muito em termos de estrutura”. Tendo iniciado o projeto por conta próprio, Florentino Reis contratou um vendedor, depois um mecânico, depois outro vendedor, e Américo Coelho chega à empresa em 1989, numa altura em que o stand assumia uma dimensão considerável, e necessitava de um reforço na parte administrativa. Um dos primeiros passos foi a agilização do processo direto de financiamento, que ainda hoje é tratado pela empresa. Em 2007 a Tinocar abre portas à face da Estrada Nacional 1, também em São João de Ver, 72 I Junho onde tinha sede. Apesar de ter tido outras sucursais, com um posto de venda também em Lourosa, a aposta acabou por incidir na centralização dos serviços em São João de Ver. “Nos outros stands estavam apenas vendedores. Qualquer questão de financiamento e afins obrigava o deslocamento do cliente, então acabamos por sentir que a melhor solução era a concentração dos serviços, por forma a dar uma resposta rápida às solicitações dos clientes”. De financiamentos à assistência, a Tinocar apoia o cliente em todo o processo de aquisição e manutenção de viaturas. Com oficina própria, aposta atualmente numa campanha de 36 meses gratuitos de assistência após a compra. “No início era para ser um mês, mas é uma promoção que já dura há meio ano e que pretendemos manter”, confessa Américo Coelho, atento à necessidade de criar valor de diferenciação no mercado. “Foi uma forma que encontramos para fidelizar o cliente. Pela garantia, pela assistência e pela rapidez. Aqui podemos fazer financiamentos no momento, e garantir a entrega do carro no próprio dia”, reforça. O cliente da Tinocar fica salvaguardado neste acompanhamento. Desde chapeiro e pintura à revisão dos Portugal Inovador carros, “aqui o cliente trata de tudo”, salienta Américo Coelho. Parceiros de confiança Apesar da localização atual constituir um ponto estratégico, este é um stand que, devido a obras de construção de ponte de auto estrada, ficou forçado a operar numa rua sem saída, altura em que, segundo Américo Coelho, “as vendas não baixaram, e isso deu-nos mais força”. Referência na zona, a preocupação da empresa é para com os interesses do cliente, em pilares de credibilidade e garantia de qualidade. “Os clientes começam a dar valor ao serviço e a não comprar o carro a quem não conhece. Aqui, o cliente está seguro”. Com a venda ilegal ainda patente no mercado, Américo Coelho considera que “ a venda de beira de estrada torna-se uma concorrência desleal”, uma vez que para o stand, a obrigatoriedade da venda com garantia dos veículos aumenta o seu custo, para o empresário a regra “devia ser igual para todos.” Com o número de vendas a rondar os cinquenta veículos por mês, o investimento da Tinocar recai essencialmente nos carros seminovos. A aposta justifica-se pela segurança no que toca à proveniência do veículo e da garantia de qualidade dos carros. Apesar de dispor também de veículos mais antigos, a preços competitivos, quando existem retomas sem certeza de origem ou quilometragem, por exemplo, os veículos são vendidos para comércio, através de leiloeiras. Só vendem os carros que oferecem garantia de qualidade. É pelos mesmos motivos que a casa não trabalha com carros importados. “Se o carro tiver os km correspondentes e pagar os impostos corretamente, o preço não varia muito do que se pratica cá. Se for uma grande diferença, alguma coisa está mal”. Formalizada a obrigatoriedade de pagamento de SCUTS e do IUC, independentemente da circulação ou não das viaturas, o stand, como outros do ramo, deparou-se com problemas de coimas e penhoras impostos pelo incumprimento pelos quais muitas vezes os clientes não são responsáveis. “Carros revendidos, alguns em leilão, carros que já foram para a sucata ou casos em que da compra à legalização, os anteriores donos se aproveitam da situação”, esclarece o gerente da Tinocar, resultam em avultadas penalizações, “às vezes superiores ao próprio valor do carro”, adianta. Esta é uma empresa que se responsabiliza pela cobertura de todos estes problemas. Para Américo Coelho, “é um absurdo o cliente ser prejudicado. Muitos não têm capacidade para pagar”. É assim que a empresa se demarca positivamente, criando uma relação de confiança com o seu público, mantendo uma longevidade no negócio que fala por si. | Junho I 73 Portugal Inovador União e rigor dizem “presente” na Manamor Localizada em Criaz – Apúlia, a Manamor é uma empresa têxtil, que apesar de trabalhar essencialmente com empresas de referência das redondezas, já se tornou uma referência. “A especialização desta empresa não se debruça na tecnologia, mas na minúcia e na qualidade dos produtos para um cliente e um mercado extremamente exigentes”. Num momento em que a falta de mão de obra qualificada na indústria têxtil e do vestuário se revela uma preocupação nacional, eis que na Apúlia há quem consiga fazer face a este problema. A empresa denomina-se Manamor, é de caracter familiar, mas consegue ser escolha de eleição de marcas internacionais. Visitámos a unidade fabril onde o amontoado de tecidos dá um colorido ao cenário. As colaboradoras muito concentradas e o barulho das máquinas faz com que nos deixemos fascinar pela dedicação diária desta entidade, que conta já com 20 anos de existência. Na linha da 74 I Junho frente, Manuel Rolo Moreira a par da sua esposa, irmãs e filha, lideram com o máximo profissionalismo uma empresa constituída por nove pessoas. O gerente salienta que as transformações no setor têxtil são imensas, essencialmente no que diz respeito ao avanço tecnológico, algo que não os afeta já que “a especialização desta empresa não se debruça na tecnologia, mas na minúcia e na qualidade dos produtos para um cliente e um mercado extremamente exigentes”. Nesta empresa a variedade de produtos é enorme, “desde roupa interior, a vestuário casual, fazemos de tudo um pouco”, explica o sócio que revela que a empresa está aberta a todo o tipo de encomendas. O investimento acontece sempre que existe necessidade para tal, e aqui tanto falamos no aumento de pessoal como na aquisição de máquinas com algum avanço tecnológico. Apesar de consciente da instabilidade dos tempos atuais, Manuel Rolo Moreira, otimista por natureza, é um dos muitos portugueses que afirma que já existem alguns indicadores que apontam para uma melhoria no mercado nacional e confidencia: “Nós é que vamos construindo o futuro, não se pode baixar os braços”. Para o futuro, Manuel Rolo Moreira confidencia que gostava que a empresa tivesse umas instalações maiores e renovadas, mas que nenhum passo será dado em vão. | Portugal Inovador “Pensar num dente como numa casa” Para Cristina Pais, médica dentista “as pessoas têm de pensar num dente como se fosse uma casa – com alicerces. Se o alicerce estiver contaminado, é um problema”. Cuidados de prevenção e bons hábitos alimentares são a base de uma boa saúde oral. “Não se intervém só para tratar, mas também para proteger, e isso passa por uma mudança de mentalidades”. É em Belinho – Esposende, que Cristina Pais exerce a profissão com a qual sonhava já nos tempos do ensino básico. A trabalhar na terra natal, a dentista diz “ter ficado sempre pela zona Norte”. O curso foi tirado no Porto e a especialização que se seguiu também. Depois de concluída a formação de Medicina Dentária em 1993, foi na função burocrática de conseguir um documento para ingressar na Ordem que fez uma paragem para deixar um currículo. Na altura, a Clínica pertencia a uma colega de profissão, que detinha uma outra na Póvoa do Varzim. Foi aí que trabalhou cerca de dez anos, adquirindo experiência e formando saber próprio. A oportunidade surgiu quando a chefe decidiu vender a Clínica de Esposende e investir numa outra zona. Cristina Pais encarou o desafio e assumiu a hoje Clínica Médico-Dentária Cristina Pais. Com uma equipa de três colaboradores no espaço, e demais colegas a prestarem serviços pontuais de especialidade como Ortodontia, Implantologia e Odontopediatria, o trabalho centra-se na educação dos pacientes e reabilitação da saúde oral quando perdida. Está prevista ainda para este ano a chegada de uma segunda cadeira, com a estruturação de uma nova sala de consultas plenamente equipada. Esta foi uma aposta em regime pendente nos últimos três anos, tendo a Clínica sentido os efeitos da emigração. “Esta é uma zona que perdeu parte da sua população mais jovem”, admite a dentista. No contexto socioeconómico atual do país, “há muita gente sem acesso ao dentista”, acrescenta. Os motivos, no entanto, podem também derivar de hábitos e educação no âmbito da saúde oral. A operar com cheques dentista, a médica defende que se está a fazer um “bom trabalho, mas muitos não chegam a ser usados.” “Não se intervém só para tratar, mas também para proteger, e isso passa por uma mudança de mentalidades”, defende Cristina Pais. Aos poucos, torna-se maior a sensibilização por parte da população com a saúde dentária, e por isso o plano da Clínica é, antes de mais, “solidificar-se e aumentar o leque de pacientes”. | Junho I 75 Portugal Inovador Visão e atitude profissionais Cláudia Cardoso Carneiro, Técnica Oficial de Contas (TOC), é uma apaixonada pela área que representa. Detém um carácter de princípios e valores, transmitidos pelos pais, e desde cedo, ajudou o pai no gabinete de contabilidade, uma das referências e figuras importante no seu desenvolvimento pessoal, profissional e empresarial, e apoiada pelo marido, ao longo dos 12 anos de existência da empresa. Exigente, assume uma ética e confidencialidade à prova de qualquer desafio: “Nunca se fala em nomes de clientes”. Este rigor aplicado no trabalho estende-se também ao acompanhamento dos clientes com os quais mantém um contacto permanente, informando-os através de circulares externas das altera- 76 I Junho ções a nível legislativo. “Faço tudo para que tenham a garantia de um serviço personalizado e eficiente. Estes devem estar mentalizados e preparados perante as exigências contabilísticas e fiscais, que têm que ser cumpridas. A lei exige o planeamento contabilistico e fiscal de atuação para a empresa, no qual podemos objetivamente planear a gestão da mesma ao longo do ano, havendo contudo limites de atuação. E esses limites, nunca são transgredidos”. Os serviços prestados pelo gabinete passam pela Contabilidade, Consultoria, Gestão e Assessoria. Mas a assessoria encontra aqui uma abrangência muito alargada, “sempre com muita qualidade e preocupação pelos parceiros”. Nesta interação a nossa entrevistada, sem estar diariamente presente nas empresas, acaba por ser parte integrante das suas equipas: “Tenho que estar a par de todas as situações para que não ocorram problemas”. Novo paradigma Considerando que a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas tem feito um trabalho de dignificação da classe perante o mercado, Cláudia Cardoso Carneiro deteta que a nova geração de empresários está mais consciente da importância dos TOC no acompanhamento efetivo de um projeto. “Quando surge um potencial cliente com uma ideia, a minha função passa por fazer a avaliação do tema e informá-lo dos requisitos necessários e responsabilidades perante o sistema português. Ele tem que sair daqui com um retrato da realidade. Tenho clientes que apresentam ideias muito boas, mas que depois desistem. Porquê? Porque percebem que há exigências legais necessárias para avançar, que os mesmos ainda não adquiriram.” Existe uma panóplia de apoios e incentivos, como Portugal 2020, sendo que o empresário necessita sempre de fazer um investimento prévio para se poder candidatar. O empresário tem de ter a capacidade para adiantar o investimento. Muitas vezes surgem ideias brilhantes, mas falha essa questão”. Cláudia Cardoso Carneiro afirma que “tem que haver maior humanização e colaboração por parte de todas as entidades estatais, no sentido de educar os contribuintes. O dever também passaria pelo Estado em não penalizar inicialmente, mas educar e ajudar a cumprir”. No futuro, prevê a valorização da função dos TOC. “Devemos avaliar a nossa posição, analisar as alterações que vão surgir, porque a contabilidade, vai sofrer transformações”, antevê. “Mas temos outras valências que terão de ser exploradas. Penso que melhores dias virão; cometemos erros durante muitos anos, espero que tenhamos aprendido com eles”. | Portugal Inovador Contabilidade na linha da frente Quer no setor da Contabilidade, quer na área dos seguros ou na arquitetura, o futuro da Agência Continental parece tão risonho como o seu presente. Foi “há cerca de 45 anos” que a Agência Continental abriu as portas, em Paços de Ferreira. Na sua génese, a empresa era constituída apenas por três elementos, tal como recorda o atual gerente, Zeferino Barbosa. Hoje, porém, trabalham nas suas instalações “cerca de 70 profissionais”, prova de um percurso longo que fez da Agência Continental não apenas uma referência no ramo da Contabilidade, como também uma das empresas nacionais de maior dimensão a operar no setor. Hoje, todavia, a atividade da Agência Continental não se circunscreve à consultoria ou à certeza de que sejam cumpridas as obrigações legais e fiscais dos seus clientes. Nas valências do Grupo, englobam-se ainda a área dos seguros e a elaboração de projetos de arquitetura. A explica- ção para este leque de serviços? “Tivemos de aumentar as nossas valências, porque a contabilidade não bastava e somos, também, uma empresa que procura olhar sempre em frente”, explica Zeferino Barbosa. O resultado? “Temos vindo a crescer sustentadamente e, felizmente, todos os anos temos aumentado os nossos postos de trabalho”, refere o gerente. Um número que cresce e que gera, por seu turno, novos frutos, já que se traduz “em mais sustentabilidade para dar um melhor serviço aos clientes”, à medida que o amadurecimento da empresa o permite. São desenvolvimentos como este que se tornam bem-vindos numa altura em que o rigor exigido aos profissionais da contabilidade pressupõe esforços adicio- nais. “A legislação está sempre a mudar”, lamenta Zeferino Barbosa, pelo que todos os funcionários da empresa recebem formação “semanalmente”, de modo a manter intacta a qualidade do seu trabalho. “Se não estivermos atentos, ficamos desatualizados”, vaticina. “E um escritório como o nosso não pode”. Mas nem tudo é negativo num panorama como o atual. Um aspeto que, na ótica do nosso entrevistado, evoluiu favoravelmente está na “mentalidade” da “nova geração” de empresários. “Hoje as pessoas já fazem contas, assim como um planeamento para saber se a sua empresa poderá evoluir ou não”, explica o gerente. “Somos muito consultados para este tipo de serviço e damos, dentro das possibilidades, os nossos melhores contributos”. Tudo isto em prol de um futuro melhor. E é também quando se pensa no porvir que a Agência Continental volta a dar provas de se encontrar na linha da frente. “Somos muito bem referenciados no mercado” e o nosso objetivo é “manter a qualidade e o pessoal que temos atualmente”, refere. Isto, claro, “procurando sempre pela melhor tecnologia de trabalho e mais conhecimentos”. Significa isto que o futuro da Agência Continental assenta numa linha de continuidade, que é como quem diz numa linha de referência. | Junho I 77 Portugal Inovador Contabilidade, Fiscalidade e Seguros Sediado na Vila de Cucujães, Manuel Almeida falou sobre a sua atividade enquanto TOC, função que exerce de modo individual desde 1986, aquando da entrada em vigor do IVA. Enveredou por esta área por acaso, quando se propôs a fazer “os lançamentos contabilísticos da empresa onde trabalhava como escriturário”. “Em 1989, com a entrada do IRS especializei-me um pouco mais em fiscalidade”, recorda. O nosso entrevistado assume o seu fascínio pela área da fiscalidade, considerando que “as reformas do IRS e do IRC foram, de um modo geral, boas”. “São reformas positivas, mas não deixam de exigir uma constante atualização e pesquisa através da internet, documentação, frequência de formações”. Torna-se inglória, “no sentido em que por vezes, somos confrontados 78 I Junho com informações que demos aos clientes e depois deixam de fazer sentido”. Estes são na sua grande maioria do concelho de Oliveira de Azeméis e concelhos limítrofes e pertencem a diversas áreas de atividade, o que exige um profundo conhecimento das especificidades de cada setor, sendo empresas ou trabalhadores independentes. “Por exemplo, um freelancer trabalha a recibos verdes, por isso tenho que me especializar na questão dos independentes, saber o que é dedutível em cada área em termos de IRS e de IVA”. Comentando que “a questão das deduções não se alterou muito”, deteta a grande reviravolta verificada no âmbito das tributações autónomas, “algo que atinge fortemente as empresas”. Estas alterações têm obrigado à mudança de mentalidade dos empresários que, hoje em dia, estão mais sensibilizados para recorrer a um TOC solicitando, por exemplo, ajuda para a elaboração de um planeamento fiscal e respetiva orçamentação a curto/médio prazo. A informação começa a chegar aos empresários, “estão mais atentos, ouvem as notícias, e sabem que o fisco está a ser cada vez mais incisivo. Quando estamos a processar uma declaração do IVA, a Autoridade Tributária já tem conhecimento do valor a pagar, dado que, com a obrigação de comunicação de faturas, a AT tem desde logo na sua posse os dados para o cálculo do valor do IVA”. Seguros Desde 2008, Manuel Almeida trabalha com o filho, Antonino Almeida, encarregue de desenvolver a vertente de seguros, complementando as valências de contabilidade e fiscalidade desde sempre presentes na empresa. “Atualmente, trabalhamos com a Lusitânia, esta é uma área que pode claramente crescer, pois atende aos interesses de um número crescente de clientes”, conclui. | Portugal Inovador Contabilidade e Fiscalidade, áreas complementares O início da A. Maia, Contabilistas, Lda. data de 1984. Esta é uma empresa familiar que disponibiliza serviços de contabilidade com sede em São João da Madeira.. Uma equipa coesa e estável presta acompanhamento a uma carteira de clientes 95% empresariais, localizados na região do Grande Porto e, pontualmente, no Centro e Sul do país. André Maia faz-se acompanhar pelo pai, Benjamim Maia, fundador do gabinete, e por uma equipa de colaboradores com um vasto know-how e com largos anos de casa. Com 20 anos de atividade, André Maia considera que o setor tem sido alvo de grandes alterações, como foi o caso da introdução da internet, “que veio agilizar todos os processos, em todos os setores de atividade, embora neste em particular tenha aumentado a carga de trabalho”, considera. “Se anteriormente as declarações eram preenchidas por nós, ma- nualmente, e depois entregues nas Finanças, hoje a classe, e inclusive o contribuinte, têm que preencher a declaração de IRS, fazendo o trabalho da administração fiscal”, aponta o nosso entrevistado. Estes procedimentos “acabam de certa forma por não ser compensados, embora a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas esteja a trabalhar na credibilização da imagem dos TOC junto da opinião pública”. Relação tripartida Mentalidade, “é uma questão de mudança de mentalidade”, salienta André Maia no que concerne à relação tripartida entre contribuinte, TOC e Autoridade Tributária. “Ainda há muitos empresários que encaram o contabilista como um agente do fisco e não como um parceiro na gestão da empresa”. O profissional deteta a permanência de uma mentalidade “pouco preocupada” em fazer um planeamento fiscal e económico na condução de um projeto empresarial. Mas, “ressalvo aqui uma situação”, adianta: “Os nossos governos têm tido muita culpa. Desde finais da década de 80, aquando da entrada em vigor dos Códigos de IVA e IRS, que considero não existir uma harmonização fiscal, o que dificulta a criação e gestão de empresas. Devemos ser dos países onde há mais códigos fiscais. Isto é completamente descabido”. Toda esta reforma do sistema fiscal tem trazido implicações diretas e objetivas ao funcionamento dos gabinetes de contabilidade: “É humanamente impossível estudar e acompanhar a constante atualização da legislação, falar com o cliente - que apesar de tudo, ainda nos vai vendo como um confidente -, e por fim realizar todo o trabalho de contabilidade operacional (já para não falar da vida particular)”, salienta. “O acompanhamento personalizado, realizado por uma equipa coesa e estável é, em meios mais pequenos uma mais valia”, prova disso é a fidelização de alguns clientes da A. Maia que lhe confiam a contabilidade das suas empresas há perto de três décadas. | Junho I 79 Portugal Inovador 80 I Junho Portugal Inovador 35 anos de experiência no mercado A ASO conta com uma experiência de 35 anos. Há 25 presente no mercado sob a designação de ASO Lda. enfrenta hoje novos desafios. Alberto Oliveira, o fundador deste projeto, este à conversa com a nossa publicação. “Estou no setor há cerca de 30 anos, a sede em Fiães, apesar de ter dimensões mais reduzidas tem a capacidade de fidelizar clientes há décadas. Porquê? Devido à personalização e dedicação que aplicamos em todos os contactos”. Com sede em Fiães, a ASO Lda. empresa tem portas abertas ao público há 15 anos na filial instalada em Espinho. “Inaugurámos recentemente uma nova localização da loja, numa zona central da cidade”, revela Alberto Oliveira, o empresário por detrás deste projeto. “O mercado de Espinho é muito competitivo, por isso decidimos dar este passo”, continua. A empresa atua no setor da comercialização de materiais de construção, nos últimos anos redirecionada para a venda ao cliente particular. “Estes últimos sete anos foram terríveis para o setor da construção, muitas empresas declararam falência e a nossa proteção, enquanto fornecedores, foi nula. Os meus grandes clientes quase deixaram de existir e tive que me dirigir para outro nicho de mercado”, explica. Mais próximo da região do Grande Porto, o empresário mantém a aposta na oferta de uma vasta panóplia de materiais que lhe permitem ser o parceiro ideal no âmbito da reabilitação urbana. “Tentamos alargar ao máximo a nossa oferta num leque de produtos complementares, multimarcas, com primazia para o produto nacional. Temos empresas tão competitivos como as internacionais. Se no passado, comprávamos muito no mercado espanhol, devido à então avançada qualidade dos materiais, hoje temos produtos tão bons ou melhores”, assevera. A ampla loja de Espinho vai permitir cativar novos clientes que podem contar com um atendimento personalizado e rigoroso. “Estou no setor há cerca de 30 anos, a sede em Fiães, apesar de ter dimensões mais reduzidas tem a capacidade de fidelizar clientes há décadas. Porquê? Devido à personalização e dedicação que aplicamos em todos os contactos. O atendimento aqui é fundamental: o saber receber, o saber estar no mercado de uma forma isenta, sem problemas. Isso dá-nos toda a segurança, sendo uma garantia para o consumidor final que escolhe a nossa casa para comprar os seus materiais de construção”. Se mesmo perante as adversidades a aposta da ASO Lda. assentou na apresentação de novos materiais e soluções, Alberto Oliveira mantém o espírito empreendedor, esperando novas oportunidades de negócio no futuro. | Junho I 81 Portugal Inovador Deliciosas especialidades em casa antiga Esta história remonta à década de sessenta, e ao nascimento de uma pastelaria pela mão de Manuel Ferreira: a Pastelaria Pã Pã. Aí trabalhava o nosso interlocutor, já conhecido nas redondezas como senhor João da Pã Pã. Seguindo as pisadas do mentor desta casa que integrou a equipa na administração, João Alves fundou mais tarde a “Casa dos Folhadinhos” em sociedade com funcionários, entre os quais o próprio pasteleiro. Dedicada aos folhadinhos de Fão, um doce folhado com recheio de chila ou ovos moles, polvilhado de açúcar, esta casa soma perto de duas décadas, e é como uma irmã mais nova da Pã Pã. Com uma das duas filhas a integrar a gerência da casa, João Alves confia no futuro, e declara: “Parece que vai haver seguimento”. | João Alves inicia-se na pastelaria local aos 12 anos, chega a gerente aos 14 e é hoje proprietário de duas casas de referência em Esposende. Fundada em 1966, por Manuel Ferreira, a Confeitaria Pã Pã surge em sociedade com seis funcionários da casa, a quem o proprietário atribui quotas minoritárias. João Alves estava na altura a prestar serviço militar em Angola, mas encontrou lugar na gerência assim que voltou, adquirindo a um dos sócios a sua parte. Foi já na década de ’80 que João Alves adquiriu a quota maioritária de Manuel Ferreira, que nem por isso se desligou da Pã Pã: “Sempre aceitei os conselhos dele, sempre me ajudou, era uma ligação quase familiar”, revela o atual proprietário. Desde logo o inves- 82 I Junho timento se voltou para o fabrico próprio, e se constituiu uma marca forte. Na altura, a Pã Pã funcionava das 8h da manhã até às 4h da madrugada, e os turistas enchiam a esplanada. “Os tempos eram outros. Hoje é bastante difícil aguentar uma casa, mas sempre conseguimos”, revela João Alves. A verdade é que hoje ninguém passa por Fão sem provar as Clarinhas, os Folhadinhos ou as mais recentes Brisas d’Ofir. “Tenho uma equipa muito boa”, afirma o vimaranense de origem, não descurando o contributo dos colaboradores, alguns com 40 anos de serviço na Pã Pã. Já o pasteleiro, artesão destas delícias, está na casa há cerca de 30 anos. “Aprendeu aqui. Não gostava das mesas, foi para a fábrica, e ficou”. Portugal Inovador Junho I 83 Portugal Inovador 84 I Junho