Não pode ser vendido separadamente.

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Não pode ser vendido separadamente.
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Portugal Inovador
Índice
4
CTR
7
Um percurso motivado pela inovação
34
8
Opinião
Ensino e Formação
Lisboa e
Vale do Tejo
48
Trofa
66
Saúde Animal
76
Fiscalidade e
Contabilidade
Gonçalo Xufre - Presidente da ANQEP
40
Robalo S.A.
50 Anos de dedicação ao setor hoteleiro
72
Tinocar
Três décadas ao serviço do comércio
automóvel
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Junho I 3
Portugal Inovador
Um percurso motivado pela
inovação
Qualidade, flexibilidade e novidade são valores que refletem o campo de atuação da CTR.
Afirmando-se como especialistas no desenvolvimento e fabricação de soluções em produtos
de higiene e cuidado do lar, Pedro Vieira descreve-nos agora um mercado cada vez mais
global.
8000 m2, encontra-se sediada em
Samora Correia, a 30 km de Lisboa. Com a expansão da atividade
em 2006, estabeleceu-se uma
sucursal local em Zhongshan (de
28.000 m2) - uma cidade costeira
bem desenvolvida que apresenta
boa capacidade logística e outras
indústrias emergentes. “Neste momento, a fábrica em Portugal tem
170 pessoas, e a fábrica da China
1200. 99% do nosso volume de
Decorria o ano de 1991 quando dois técnicos, com uma vasta
experiência profissional na indústria de componentes eletrónicos,
decidiram expor no mercado as
suas competências. Durante os
primeiros anos de atividade a
empresa situou-se na produção
de componentes e peças elétricas
para submontagens em aparelhos
de pequena dimensão para uso doméstico. Posteriormente, a produção de elementos de aquecimento
elétrico impulsionou a CTR a iniciar
a produção de difusores elétricos de
uso doméstico para ambientação
e controlo de insetos. A empresa,
acompanhando a evolução da
conjetura, sentiu que o consumidor
apelava a uma maior qualidade e
conforto nos ambientes pessoais.
Esse olhar visionário acabara por
se refletir numa mudança estratégica com o início de produção de
soluções para ambientação. Nesse
segmento, a estrutura tem vindo a
concretizar produtos otimizados,
novas matérias-primas e patentes
4 I Junho
inovadoras, fortalecendo uma área
de negócio cada vez mais importante. Atualmente, numa plataforma
de relação business-to-business, a
CTR funciona como um fabricante
contratado, oferecendo a cada
cliente soluções inovadoras para
os detentores da marca.
Expansão na China e
em Portugal
O trajeto da CTR tem-se concretizado com otimismo nos detalhes e
atualidade nas operações. “Quando demos início a esta atividade,
fixamo-nos primeiramente na zona
de Caneças, só mais tarde a empresa cresceu e tivemos necessidade
de ampliar a estrutura na atual
localização”, explica Pedro Vieira,
Presidente do Grupo.
Hoje, com duas grandes unidades de produção em Portugal e na
China, Pedro Vieira verifica como
a excelente cobertura geográfica
nacional e internacional conduz
ofertas benéficas aos seus clientes. A principal unidade fabril, com
Portugal Inovador
negócios corresponde ao mercado
externo”, informa.
São números representativos,
que quando movidos pelas ambições de cada uma das partes
envolventes, permitem acelerar
o processo de modernização e a
vontade de preencher os mais elevados padrões de qualidade junto
do cliente de excelência. “A maior
parte dos nossos clientes são players globais e têm negócio na Ásia.
Cada vez mais, temos que deixar
de olhar só para o nosso mercado,
que é um mercado de dez milhões
de consumidores, e olhar para o
mercado global”, corrobora.
A criação de novos produtos,
a motivação necessária para encontrar verdadeiros parceiros de
negócios, o compromisso com a
tecnologia e a inovação, a formação e a consolidação qualitativa
da equipa profissional, sem nunca
descurar a segurança e a fiabilidade, são recursos indispensáveis,
inseparáveis e transversais aos
diferentes mercados que vinculam
toda esta missão.
Respostas flexíveis
A plena capacidade de produção
e desenvolvimento de todas as
etapas da atividade concretizam-se
com os modernos sistemas industriais e automatizados, integrados
nos locais de produção. “É de
salientar que ambas as fábricas trabalham sob os mesmos padrões”,
salvaguarda.
Disponíveis 24 horas por dia,
sete dias por semana, 365 dias por
ano produzem cerca de 50 milhões
de difusores anualmente. O contacto constante com o cliente aliado ao
rigor no cumprimento de prazos de
entrega permite perceber a eficácia
do seu planeamento de produção, a
determinação de objetivos concretos e o seu alcance no mundo dos
negócios. Essa atitude assídua não
se deixa enfraquecer pela rapidez
e monotonia da mecanização, pois
todo o conhecimento teórico e prático apreendido até agora torna-os
despertos para a constante análise
dos processos de fabrico tendo em
vista a otimização das linhas de
produção.
Tendo desenvolvido parceiros
de qualidade na área do Design, a
CTR cria produtos de acordo com
o posicionamento de cada cliente
ou concebe produtos feitos em
resposta a mercados específicos,
fornecendo um conjunto de I&D,
acordos de cooperação e contratos
de confidencialidade. “Muitas vezes
o nosso cliente tem a ideia estética
que quer para esse trabalho. Nessa
perspetiva, nós trabalhamos com a
sua equipa técnica para gerar um
diálogo mais direto e aproximarmo-nos em conjunto do produto final
que o cliente pretende vender”,
informa. “ Os fatores importantes do
nosso sucesso são a inovação e a
propriedade intelectual. Inovamos
permanentemente na categoria dos
produtos que fabricamos, trabalhando com várias equipas na área
do Design, Química e Eletrónica,
em Portugal e na China”, acrescenta. A colaboração de todos os
Junho I 5
Portugal Inovador
elementos assegura aqui a força
motriz de toda a estrutura.
Soluções
A evolução de um mundo cada
vez mais global permitiu que Pedro
Vieira compreendesse as diferentes
necessidades de mercado. Nesse
âmbito, a CTR diversificou a sua
oferta apresentando duas soluções
de desenvolvimento de produtos:
conceção de novos projetos ou
produtos ready-to-market. Neste
último, o cliente terá a possibilidade
de escolher de entre os modelos
disponíveis o design que mais gosta
e personalizá-lo de acordo com as
características que deseja: o tipo de
embalagem e recarga, a gama de
fragrâncias, ajuste na intensidade
e o tipo de tecnologia. “Por vezes
os clientes procuram produtos que
já foram desenvolvidos por nós,
gostam do design que aplicamos
e adquirem-no. Outras vezes optam por modelos exclusivos, com
design próprio e nós trabalhamo-lo
desde a sua definição do conceito
estético e engenharia do produto,
prototipagem, testes e certificação
até chegar à sua fabricação e distribuição mundial”, esclarece.
O aumento da necessidade e
procura por soluções mais eficazes
no controlo de insetos, moscas e
mosquitos levou a CTR a desenvolver toda uma gama de produtos
para esta aplicação, proporcionando assim um maior conforto nos
ambientes pessoais. Também na
area da ambientação domestica,
a CTR tem nos seu portfolio uma
vasta gama de produtos utilizando
variadas tecnologias de difusão,
tanto para interior como exteriores.
Nesta ampla oferta existe ainda
uma gama completa de produtos
destinados à higiene, limpeza e
desodorização de casas de banho
que podem ser consultados através
do site www.ctr-aircare.com.
Diferenciar com
novos conceitos
A constante pesquisa para a
aplicação de métodos de desen6 I Junho
volvimento e produção leva a que a
CTR consiga chegar perto de novas
plataformas de tecnologias com
maior rapidez, abrindo caminho a
novas conceções e modelos com
valor acrescentado para o consumidor final.
Pedro Vieira não nega a ampliação da atividade para outros
mercados. Índia e América do Sul
são alguns dos destinos que pre-
tende cativar num futuro próximo.
“Temos crescido mais de 20% por
ano. Ganhamos projetos este ano
que nos permitirão dar um salto
maior já em 2016. O desafio agora
passa por dar resposta positiva às
oportunidades que surgem, continuar a crescer junto dos nossos
parceiros e clientes e trazer nova
possibilidade de expansão em
Portugal”, conclui. |
Portugal Inovador
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Portugal Inovador
Opinião
“O esforço das escolas
tem sido meritório”
Gonçalo Xufre, presidente da Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional,
esclarece-nos acerca de algumas questões essenciais relacionadas com a atualidade das
opções profissionalizantes.
O Ensino Profissional tem
como argumento a expectativa
de empregabilidade, ao mesmo
tempo que não invalida um eventual ingresso no Ensino Superior.
É pertinente falarmos também em
vantagens no que respeita a esse
mesmo ingresso?
Qualquer modalidade integrada
no sistema nacional de qualificações,
tal como o ensino profissional, respeita os princípios da aprendizagem ao
longo da vida, possibilitando o prosseguimento para níveis subsequentes de educação e formação. Não
tendo, efetivamente, como prioridade
o acesso ao ensino superior, este
ensino tem também a preocupação
de preparar para esses níveis. Obviamente, o foco do ensino profissional
e a sua principal mais-valia está nas
aprendizagens com aplicabilidade
prática e relevância para o mercado
de trabalho, mas a componente
prática não se sustenta sem conhecimentos científicos, razão pela qual
o plano de estudos dos cursos profissionais integra três componentes:
sociocultural, científica e técnica.
Como o ensino superior também
integra componentes técnicas, os
alunos provenientes do ensino pro-
8 I Junho
fissional entram no ensino superior
com vantagem neste domínio.
Haverá outros casos em que os
alunos encaram a possibilidade de
criarem o próprio emprego. Em
que medida é que este ensino propicía a aquisição de ferramentas
para o empreendedorismo?
O empreendedorismo está muito
associado à dinâmica do ensino
profissional. Estes alunos são envolvidos, regularmente, em projetos
que as escolas desenvolvem em articulação com empresas. Além disso,
nenhum jovem conclui um curso profissional sem participar numa Prova
de Aptidão Profissional que consiste
na elaboração de um projeto que é
defendido, no final do curso, perante
um júri que envolve personalidades
exteriores à escola. De um modo geral, os alunos são confrontados com
a necessidade de superarem obstáculos, de propor soluções criativas e
inovadoras e de as defenderem. E
são muitos os exemplos de alunos
do ensino profissional que vencem
prémios em competições de projetos nacionais e internacionais. Para
nós, empreendedorismo parte muito
da atitude de cada um e o ensino
profissional é claramente uma via de
educação e formação que permite a
aquisição e desenvolvimento de um
conjunto de atitudes potenciadoras
do empreendedorismo.
Que balanço faz do esforço de
adaptação que as escolas da rede
pública têm feito para corresponderem a esta oferta?
Tem sido um esforço meritório.
Estas escolas não tinham experiência nesta matéria e, em cerca
de uma década, prepararam-se e
responderam ao repto que lhes foi
lançado e que possibilitou estender o
ensino profissional, como real opção,
a todos os jovens. Não poderíamos
ter como objetivo 50% dos jovens
em cursos profissionalizantes sem
envolver neste projeto as escolas
secundárias da rede pública. Hoje,
praticamente todas as escolas secundárias da rede pública oferecem
cursos profissionais. O nosso esforço
centra-se muito na ajuda para que as
escolas evoluam as suas ofertas no
sentido de cada vez mais corresponderem às necessidades do mercado
de trabalho. |
Gonçalo Xufre
Presidente da Agência Nacional para a
Qualificação e Ensino Profissional
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Prioridade para
o ensino e formação
Este é, assumidamente, um objetivo estratégico do município da Batalha. Dentro desse
desígnio, o esforço que está na ordem do dia é o recentemente aprovado processo de
descentralização de competências.
Juntamente com Óbidos, a Batalha é um dos dois concelhos do
distrito de Leiria que são exemplos
do referido processo. Como nos
explica o presidente da Câmara
Municipal, Paulo Batista, o que
está a acontecer é, no fundo,
“uma formalização daquilo que, na
prática, já existe”. O Agrupamento
de Escolas da Batalha é o único
do concelho e há “uma grande
interação entre o município e esse
mesmo agrupamento, na qual o
município, pela sua proximidade
e interesse, intervém em vários
domínios, colaborando numa área
estratégica para o concelho que é
a educação e formação dos seus
jovens”. Esta aprovação vem, na
ótica do autarca, reforçar “a autonomia do agrupamento, pegando
em competências que estavam no
Ministério da Educação e Ciência
e que passarão a ser exercidas em
proximidade, quer pelo município
quer pelo agrupamento. O primeiro, focado numa intervenção mais
logística e direcionada para o que
tem que ver com os equipamentos
escolares; o segundo mais focado
nas questões pedagógicas”.
Esta nova realidade acaba também por proporcionar uma nova
articulação entre estas instituições
quanto à definição de respostas
formativas, procurando que es-
teja ajustada às necessidades do
tecido económico concelhio. Uma
componente desse tecido é o setor
da cerâmica, exemplo concreto de
uma abordagem que já está a ser
feita a este nível: “É uma atividade
com grande expressão, que está
em crescimento e a chegar a novos mercados. Infelizmente, ainda
não dispõe da mão-de-obra necessária, estando aí um exemplo
de como a descentralização pode
ser útil. Já estamos a desenhar,
juntamente com o agrupamento,
uma intervenção para que haja
resposta formativa que corresponda a essa necessidade”.
Relatando-nos também o diálogo que está a ser iniciado no
contexto da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria
(CIMRL), indica que está a ser
tomada em conta “uma grande
ligação entre as aprendizagens e
a sua empregabilidade”. Um novo
elemento passa pela definição de
objetivos: “Houve muita formação
no passado que não teve tradução
em termos de empregabilidade e
hoje estamos a procurar contratualizar objetivos concretos nessa
matéria. Estamos a fazer isso na
CIMRL e, para esse efeito de ligação às atividades económicas,
tem havido um diálogo onde estão
presentes parceiros das diferentes
áreas”. |
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Portugal Inovador
Tradição centenária
A Escola Secundária José Falcão é a mais antiga de Coimbra, tendo como antecedente o
antigo Liceu de Coimbra.
É uma história que começa em
1836, com o estabelecimento do
liceu. Precisamente 100 anos mais
tarde, dá-se a passagem para o edifício onde ainda se mantém. Como
nos apresenta o diretor, Paulo
Ferreira, é “um edifício classificado
como de interesse público, inserido
no Modernismo Português, e que
se tem mantido ao longo destes
anos sem ser sujeito às intervenções das quais outras escolas da
cidade beneficiaram”. Este espaço
escolar é de grande importância
não apenas pelo referido como
também pela sua localização, não
estivesse muito próximo do Hospital
Universitário de Coimbra (maior
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empregador da cidade) e também
da própria Universidade.
Mesmo sem as intervenções, é
uma escola com “ótimas condições
para a prática letiva”, para a qual
“os alunos gostam de vir” e onde
“os relacionamentos interpessoais
são muito importantes”. É frequentada por cerca de 1000 alunos,
distribuídos pelo 3º ciclo e secundário. Neste último, a via regular
abrange as quatro vertentes dos
cursos Científico-Humanísticos,
com uma incidência claramente
maior nas Ciências e Tecnologias.
A via profissionalizante, para a
oferta de 2015/2016, vai ter os
cursos de Técnico de Multimédia,
Técnico de Audiovisuais e Técnico
de Turismo Ambiental e Rural. A
formação em Turismo Ambiental
e Rural é apontada como uma opção particularmente interessante
em termos de saída e uma das
maiores necessidades “mesmo ao
nível do país”. Logo na altura em
que a José Falcão arrancou com
este curso, foram celebradas várias
parcerias com municípios da região
(como Penacova, Lousã, Penela
ou Condeixa) tendo em vista o
encaminhamento dos formandos
para estágios.
Paulo Ferreira lamenta, contudo,
que não haja “incentivos suficientes
da parte da tutela para que as empresas possam acolher estagiários”.
Nota que, muitas vezes, “é uma dificuldade para uma empresa integrar
um estagiário e que, como tal, essa
questão dos incentivos tem que ser
trabalhada para que haja uma maior
interação entre empresas e escolas”.
Outra condicionante para o papel
desta escola no trabalho ao nível do
ensino profissional prende-se com “a
dificuldade em propor novos cursos,
uma vez que o número de cursos atribuído às escolas define-se muito em
função do número de cursos abertos
no ano letivo anterior”.
Finalmente, fora do âmbito curricular, esta é também uma escola
de referência com um plano anual
de atividades, que inclui quase
200, e um registo de participações
em concursos nacionais no qual
se enumeram vários casos de
sucesso. |
Portugal Inovador
Um ambiente
calmo, familiar e
humanizado
É assim que Augusto Nogueira, diretor da Escola Secundária
com 3º Ciclo D. Dinis, em Coimbra, classifica este espaço
escolar.
É a escola secundária mais
recente de Coimbra, tendo iniciado
as suas funções no ano de 1986.
Insere-se numa área periférica da
cidade, zona Norte, e tem-se debatido, como todas as escolas do
país, com a diminuição do número
de alunos, e com a concorrência
feroz da oferta de instituições privadas. É, em todo o caso, uma escola
com indicadores muito positivos, em
particular os resultados escolares,
os quais podem ser confirmados
na plataforma do Ministério - http://
infoescolas.mec.pt/.
O universo de alunos tem estado entre os 350 e os 400, correspondendo, portanto, a uma
comunidade pequena. “É o número
ideal, sendo, aliás, o número de
alunos das escolas dos países que
são apontados como modelos. A
grande vantagem é que permite
um ambiente calmo e familiar, em
que o diretor conhece os alunos
pelo nome e onde há uma gestão
do dia a dia que é personalizada e
humanizada”, explica. A qualidade
desse ambiente, segundo o diretor,
deve-se essencialmente ao trabalho dos profissionais da escola. Por
conseguinte, é uma instituição que,
sobretudo atendendo aos fatores
de contexto, é também um caso
positivo em termos de disciplina,
senão mesmo de sucesso.
Os níveis de aproveitamento
escolar e de empregabilidade dos
cursos profissionais são apontados
como muito bons se tivermos em
conta o contexto social, cultural
e económico, resultando estes
do forte apoio pedagógico aos
alunos e da disponibilidade dos
seus docentes e funcionários.
“Uma percentagem de 96% de
candidatos ao ensino superior são
colocados e cerca de 70% entram
na primeira opção”, indica. Dentro
da via do prosseguimento de estudos, a oferta desta escola inclui
as Ciências e Tecnologias e as
Línguas e Humanidades. No ensino profissional, Augusto Nogueira
refere duas áreas que já são uma
tradição: a Informática de Gestão e
o Apoio à Gestão Desportiva. Estes
cursos manter-se-ão na oferta para
2015/2016, aos quais se juntam as
formações em Manutenção Industrial/Metalomecânica, Eletricista de
Instalações, Gestão de Equipamentos Informáticos e Comércio.
A D. Dinis é, igualmente, um
espaço onde se verifica uma forte
dinâmica no plano extracurricular.
Nesta matéria, o responsável destaca a longa e prestigiante tradição de
participações nas Escolíadas, evento que considera “um polo gerador
de motivação nos alunos”. Quanto
aos clubes em que estes estudantes
se podem integrar, merecem igual
destaque os exemplos do Clube de
Teatro e do Clube de Jornalismo e
o Desporto Escolar. “É uma escola
com uma dinâmica cultural, artística
e desportiva muito forte”, sublinha. |
Junho I 11
Portugal Inovador
“Uma escola
de cariz humanista”
“Em primeiro lugar está o aluno e não os números”, segundo as palavras de Isabel Veiga
Simão, diretora do Agrupamento de Escolas Coimbra Oeste, que nos sintetiza assim a
filosofia orientadora da sua instituição.
é também, aqui, reforçado por
experiências diferenciadoras,
através do golfe (em parceria
com a Quinta das Lágrimas) ou
da canoagem no Mondego.
O Mondego é, aliás, o objeto
do projeto ao qual a diretora dá
particular ênfase: o Ecomuseu
do Mondego, iniciado em 2009,
cujas atividades associadas são
“um denominador comum a todos
os cursos e a todas as etapas de
ensino no agrupamento”.
Oferta 2015/2016
A agregação que lhe deu origem
teve início em 2012 e juntou a Escola Secundária D. Duarte (a sede)
aos estabelecimentos integrantes
do Agrupamento de Escolas de
Taveiro e do Agrupamento de
Escolas Inês de Castro. Falamos,
neste momento, de uma realidade
que gere 17 unidades, que cobrem
uma oferta educativa que vai do
pré-escolar ao ensino secundário.
A respetiva sede tem a sua
génese em 1969, concretamente
na sua inauguração a 17 de abril,
data da Crise Académica. Era
então o Liceu D. Duarte, diferenciador por ter sido o primeiro liceu
misto da cidade. Já como escola
secundária, mantém essa dife-
12 I Junho
renciação ao ser a única das sete
da cidade que se posiciona na
margem esquerda do Mondego.
A inserção nesta zona é, contudo,
apontada pela diretora como uma
condicionante que tem motivado
uma perda de alunos. “Há essa
mentalidade de que atravessar o
rio para a margem direita é como ir
para a cidade, ideia que deve ser
contrariada. A margem esquerda
já perdeu valências na área da
saúde e pode estar a caminho
de as perder também na área do
ensino”, entende.
Como compensação, a Escola
Secundária D. Duarte “sempre se
pautou por ser uma escola humanista que, para além da parte
curricular, sempre deu muita importância à parte extracurricular”.
É, efetivamente, um exemplo de
escola que permite aos alunos
uma vivência culturalmente rica
e construtura da sua cidadania,
com diversos núcleos ou atividades ligados ao teatro (Trupe Leal
Conselheiro), ao cinema (adesão
ao Plano Nacional de Cinema)
ou à música. O desporto escolar
Combater o êxodo de alunos
passa também, naturalmente,
por uma oferta curricular robusta.
No ensino secundário, para além
dos Científico-Humanísticos de
Ciências e Tecnologias e Línguas
e Humanidades, a via profissional
mantém-se estável com os cursos
de Animador Sociocultural, Recursos Florestais e Ambientais,
Gestão e Programação de Sistemas Informáticos e Restauração
nas suas variantes de Cozinha-Pastelaria e Restaurante-Bar.
“Temos protocolos com mais de
50 entidades para a colocação
destes alunos em estágios e uma
quantidade deles mantiveram-se
nesses locais. Por outro lado,
para além da empregabilidade,
temos também uma percentagem impressionante de alunos
do profissional que prosseguem
estudos nas áreas associadas.
É normal que estes estudantes
tenham aspirações a conhecer
mais e melhor e nós damos-lhes
essa oportunidade, com aulas
suplementares para esses casos
que se querem autopropor a exame”, explica. |
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Junho I 13
Portugal Inovador
“Procuramos ter uma oferta
que seja o mais abrangente
possível”
O Agrupamento de Escolas de Mira foi criado há cinco anos, reunindo toda a oferta pública do concelho.
Este conjunto de estabelecimentos
escolares atende às necessidades
de um universo de cerca de 1200
alunos, repartidos por seis jardins de
infância, oito escolas do 1º ciclo, uma
EB2 e a respetiva escola-sede, que
faz a cobertura do 3º ciclo e do ensino
secundário. Esta última capta cerca de
650 destes jovens.
O diretor, Fernando Rovira, refere-nos que a filosofia deste agrupamento
passa por “oferecer uma oferta formativa que seja o mais abrangente possível e que dê para que todos os jovens
se possam encaixar na oferta local. No
fundo, a preocupação é permitir que
ninguém fique para trás”. Então, no
caso concreto do ensino secundário,
as opções para prosseguimento de
estudos são as áreas tradicionais das
14 I Junho
Ciências e Tecnologias e Línguas e Humanidades, havendo, para este ano, a
tentativa de conseguir abrir uma turma
mista de Ciências Socioeconómicas.
Nas opções profissionalizantes,
os cursos a iniciar serão as saídas
de Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos e Técnico de
Apoio à Infância. “As formações que
procuramos implementar derivam
da resposta a três fatores, que são
o atendimento ao interesse e satisfação dos alunos e encarregados de
educação, mas também os nossos
recursos e as orientações emanadas
do Ministério”, explica. O feedback
que nos oferece quanto aos resultados deste ensino aponta para que
“uma grande percentagem, no caso
desta escola, acabe por enveredar
pelo prosseguimento de estudos.
Sabemos que o mercado de trabalho
é diminuto, que o concelho tem um
tecido empresarial incipiente e o que
tem acontecido é isso, na ordem dos
80% dos casos. Alguns, no entanto,
são convidados a permanecer nas
empresas onde realizam os estágios”. Quanto ao aproveitamento em
geral, é considerado positivo, o que,
aliás, é sustentado pelos indicadores
oficiais: “Os alunos, na sua globalidade, têm obtido resultados melhores
do que outras escolas com o mesmo
contexto socioeconómico”.
Uma resposta ao contexto que
importa sublinhar é a abertura, também dentro do ensino secundário
mas na via vocacional, de um curso
de Controlo Alimentar. “Aceitámos um
repto que nos foi feito, no sentido de
que escolas muito próximas da orla
marítima pudessem apresentar cursos
diretamente relacionados com o mar.
Este do controlo alimentar foi por nós
proposto nesse sentido e, não tendo
diretamente a ver com o mar, tem,
naturalmente, a ver com o pescado
que vem do mar”, explica.
Por último, dentro da lógica inclusiva anteriormente mencionada, convém
referir que o agrupamento oferece
também uma resposta de referência
na questão do autismo: “Temos duas
unidades de ensino para estes alunos,
com muitos casos que são provenientes de outros concelhos”. |
Portugal Inovador
Uma referência
na inclusão
A Escola Secundária de Jaime Cortesão, assim designada desde
1977, tornou-se sede do Agrupamento de Escolas Coimbra
Centro em 2012. A diretora, Amélia Loureiro, falou connosco dos
diferentes aspetos que compõem a atualidade da instituição.
A referida sede tem como principal
traço distintivo a sua instalação num
edifício seiscentista, localizado na “baixa” de Coimbra. Após diferentes fases,
a adaptação deste imóvel para servir o
ensino deu-se em 1923, ao acolher a
Escola Industrial de Avelar Brotero. A
génese da Jaime Cortesão veio mais
tarde, com a ocupação deste espaço,
em 1972, pela então Escola Técnica de
Sidónio Pais. Nos anos subsequentes,
esta designação sofreu a mudança
de patrono e a passagem de escola
técnica a escola secundária.
A agregação criou uma nova realidade que integra também dez jardins
de infância, 18 escolas do 1º ciclo e
duas de 2º e 3º ciclo (as escolas Poeta
Manuel da Silva Gaio e a Básica nº 2
de São Silvestre). É um conjunto de
estabelecimentos que tem a particularidade de atender a um universo de
alunos que vêm, tendencialmente, de
áreas periféricas do concelho.
Oferta
No ensino secundário, a via regular
inclui as vertentes de Ciências e Tecnologias e Línguas e Humanidades. O
balanço feito pela responsável quanto
ao aproveitamento escolar é positivo,
sobretudo no último caso. “Temos tido
resultados muito bons a Português e
nas disciplinas das Humanidades em
geral, estando pontos acima da média
nacional”, indica. Tomando em conta
o perfil predominante destes alunos,
tem havido “uma preocupação muito
grande com os apoios que aqui são
dados, sendo esta uma escola que
cria condições para que eles sejam
bem preparados no espaço da escola”.
Já dentro da via profissional, a
oferta distribui-se pelas formações em
Vendas, Apoio Psicossocial e Apoio à
Infância. Esta última conta com “um
número significativo de alunos que
querem prosseguir para a Escola Superior de Educação, mas optam por
fazer esta profissionalização antes”.
A escola, dada a sua integração no
agrupamento, dispõe de condições
privilegiadas para esta formação,
recorrendo aos estabelecimentos do
pré-escolar e 1º ciclo para o efeito. A
oferta de cursos vocacionais na área
da restauração e hotelaria tem sido
uma aposta dos últimos anos e pretende responder aos interesses dos
alunos e das necessidades do tecido
económico da região.
Inclusão
“Temos um agrupamento muito
diversificado em termos culturais. Por
exemplo, a Escola Silva Gaio tem
alunos de dez nacionalidades e nós
trabalhamos muito a questão da interculturalidade no sentido do respeito e
da aceitação do outro”, descreve. O
reconhecimento do trabalho desenvolvido a este propósito é evidenciado
pelas visitas realizadas por instituições
de renome e pelos convites para participar em projetos internacionais.
Outro destaque na inclusão está
na questão da deficiência. O Agrupamento Coimbra Centro é escola de
referência para a educação bilingue de
alunos surdos, para alunos portadores
de cegueira e baixa visão, para alunos
com perturbações do espetro do autismo e para alunos com multideficiência
e surdocegueira congénita. |
Junho I 15
Portugal Inovador
Agrupamento
inclusivo e ajustado
às necessidades
O Agrupamento de Escolas Figueira Mar inclui sete
estabelecimentos, tendo como sede uma instituição
centenária.
Data de 1888 a origem da Escola
Secundária Dr. Bernardino Machado,
anteriormente Escola Industrial e
Comercial da Figueira da Foz. É uma
referência histórica a nível do ensino
técnico no distrito de Coimbra, servindo
aquele que é também o concelho mais
industrializado da região. Esse legado
mantém-se na dinâmica atual da escola, apoiada em condições privilegiadas
para o efeito.
A Secundária Dr. Bernardino Machado, para além dos diversos cursos
Científico-Humanísticos, alvo de crescente procura, concentra a oferta de
ensino profissional do agrupamento.
Nessa matéria, o curso de Manutenção
Industrial, na variante de eletromecânica, é um dos mais solicitados. Uma
vocação e, simultaneamente, uma solução que está completamente em sintonia com as necessidades expressas
pelo tecido económico local. Como nos
relata o diretor do agrupamento, Pedro
Mota Curto, “a escola tem protocolos
com dezenas de empresas e todas
elas necessitam destes técnicos”. Também em virtude dessa aproximação à
indústria e das solicitações daí resultantes, uma nova aposta para o ano
que vem será o curso de Eletrónica,
Automação e Comando.
Outro curso que irá constar da
16 I Junho
oferta profissional para 2015-2016 é a
formação em Apoio Psicossocial. Uma
área sem relação com as já referidas,
mas igualmente inserida nesta lógica
de ajustamento às perspetivas de
empregabilidade. “Está previsto que
daqui por alguns anos a população
da Figueira da Foz decresça para os
níveis de 1950 mas com uma elevada
percentagem de idosos. Este curso
tem muito a ver com isso, nomeadamente com o apoio em lares, centros
de saúde ou hospitais”, indica.
Outra grande inovação que nos é
apontada pelo diretor estará também
no secundário, mas dentro do ensino
vocacional, com o curso de Aquacultura. “É uma inovação, de facto.
Um curso diferente e no qual iremos
investir, em parceria com a FOR-MAR.
O mar é parte integrante do futuro de
Portugal e, aqui perto, existe Aquacultura na Foz do Mondego, na Tocha e
em Mira. Será um curso de dois anos,
com três mil horas de formação, em
que metade dessas horas deverão
ser lecionadas na FOR-MAR e em
empresas”, explica.
Por fim, sintetizando aquela que é
a realidade do ensino neste agrupamento e a vivência da comunidade
que a integra, Pedro Mota Curto
sublinha que o ambiente é “muito
familiar e muito próximo das pessoas” e que se procura “prestar um
verdadeiro serviço público, que aceita
e apoia todos os alunos”. A inclusão
é, efetivamente, uma palavra-chave
nas escolas do Agrupamento, com
a presença de largas dezenas de
alunos com necessidades educativas
especiais, distribuídos pelos sete estabelecimentos de ensino. |
Portugal Inovador
Aposta na via profissional
A Escola Básica e Secundária João Garcia Bacelar, na Tocha, é a sede do Agrupamento de
Escolas Gândara Mar e reúne a maioria dos respetivos alunos deste agrupamento.
Iniciou o seu funcionamento
no ano de 1981, estando nas
atuais instalações desde 1989.
Dez anos mais tarde, foi integrada no referido agrupamento, que
é, portanto, um dos mais antigos
do país. Trata-se de um conjunto
de escolas no qual se incluem
também dois jardins de infância
e três escolas do 1º ciclo. São
670 alunos no total, com 390 a
frequentar a escola-sede.
Esta escola tem a particularidade de prestar um serviço de
ensino que vai do 4º ano do 1º ciclo ao final do ensino secundário,
o que acaba, naturalmente, por
explicar este peso que assume
dentro do agrupamento. Outro elemento que a distingue está, precisamente, no ensino secundário,
no qual a oferta está, unicamente,
voltada para o ensino profissional.
As componentes deste ensino que a escola, nesta altura,
tem em funcionamento são as
formações em Restaurante-Bar,
Multimédia, Instalações Elétricas
e Informática de Gestão. A oferta de cursos em abertura para
o início do próximo ano letivo
apresenta as duas primeiras. O
estabelecimento dispõe de uma
sala específica montada para
os trabalhos que se inserem
no curso de Restaurante-Bar e,
para a formação em Multimédia,
os formandos podem recorrer a
três salas devidamente equipadas que servem esse efeito. O
diretor, Manuel Marques Oliveira
(à esquerda), fala-nos também da
relação desenvolvida com as empresas à volta para a integração
dos alunos em estágios. “Temos
as zonas de Aveiro, Figueira da
Foz, Mira e Tocha, onde há muita
oferta de hotelaria e restauração
onde os nossos estudantes fazem
essa formação. Nós tentamos
sempre colocá-los no melhor
sítio possível, como bons hotéis,
pousadas ou restaurantes”.
Neste espaço escolar, os jovens também beneficiam de uma
dinâmica rica em termos de atividades extracurriculares. O diretor
enumera alguns exemplos, como
a adesão ao projeto da Fundação
Ilídio Pinho o concurso regional
de Empreendedorismo, o Eco-Escolas, o Parlamento Jovem, a
Oficina de Leitura, os encontros
para a Educação para a Saúde e
a criação de um clube de Desporto
Escolar. |
Junho I 17
Portugal Inovador
Escola pública
virada para a excelência
A constituição do Agrupamento de Escolas Figueira Norte deu-se em 2012, na sequência
da fusão entre a Secundária de Cristina Torres (a sede) e o antigo Agrupamento de Escolas
de Alhadas.
Começando por nos fazer
uma nota de balanço acerca
deste processo, o diretor, José
Luís Ribeiro, nota que “tem os
seus aspetos positivos e outros
negativos, que podiam ser ponderados e recalculados”. Este
conjunto de estabelecimentos
depara-se, nomeadamente, com
“a necessidade de um reforço
quanto aos recursos humanos
de que dispõe, quer no plano da
gestão quer no trabalho no terreno”. A dispersão territorial destas
18 unidades pelas freguesias do
Norte do concelho da Figueira da
18 I Junho
Foz assim o justifica.
A escola sede iniciou a sua
atividade em 1986, apresentando a configuração arquitetónica
típica das escolas públicas edificadas na altura. Já teve cerca
de 1600 alunos, mas neste momento acolhe um número mais
ajustado à sua capacidade, na
ordem das oito centenas. São
oito centenas de alunos distribuídos por uma oferta de ensino
do 3º ciclo e ensino secundário.
Nesta última etapa, estão
cobertas áreas diversas, quer
para prosseguimento de estudos, quer para a via profissionalizante e também vocacional.
A primeira apresenta os cursos
de Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades e Ciências
Socioeconómicas. Conforme nos
indica o diretor, “a área das Socioeconómicas é aquela em que
estamos mais especializados,
tendo a escola um quadro docente com professores formados em
Economia e Ciências Jurídicas”.
Os resultados são positivos e
o Agrupamento de Escolas Figueira Norte pode orgulhar-se,
nomeadamente, de ter tido, pelo
segundo ano consecutivo, um
aluno a concluir o 12º ano com
média de 20 valores. Poucas
escolas o conseguem e se os
rankings divulgados pelo ME
contemplassem os 20 melhores
alunos e respetivos resultados
nos exames nacionais, a comparação seria mais justa para todos
e o AEFN ficaria posicionado nos
primeiros lugares de todas as
escolas do país.
Quanto à via do ensino profissional, a oferta para o próximo
ano letivo contém as opções
de Gestão do Ambiente e de
Proteção Civil. O vocacional do
ensino secundário, que será uma
novidade, vai ter, igualmente,
duas ofertas: Apoio à Gestão
Desportiva e Análise Laboratorial. Para estes quatro cursos,
o nosso interlocutor garante
existirem já “parcerias com vista
a perspetivar a integração dos
formandos”. |
Portugal Inovador
Junho I 19
Portugal Inovador
Ensino
em Porto de Mós
Rui Almeida, diretor do agrupamento de escolas que, neste
momento, agrega todo o ensino público do concelho, partilha
connosco a oferta educativa da sua escola-sede.
A Escola Secundária de Porto
de Mós tem obtido posições prestigiantes nos rankings nacionais, por
intermédio de um projeto educativo
assente no trabalho de um quadro
docente experiente e estável. Os
seus antecedentes remontam à nacionalização de um antigo colégio
na localidade da Corredoura, na
altura do pós-25 de abril. A escola,
já pública, ainda funcionou durante três anos no antigo edifício do
referido colégio, até passar para
as atuais instalações, localizadas
no centro da vila. O agrupamento
do qual faz parte constituiu-se em
2009, dando-se a segunda agregação em 2013, pela integração das
unidades pertencentes ao Agrupamento de Escolas de Mira d’Aire.
Na sequência desta fusão, passou
a gerir 26 estabelecimentos de ensino, frequentados por um total de
2525 alunos.
Dentro deste universo estudantil, são cerca de 700 os que ocupam
a referida escola-sede, distribuídos
por turmas do 3º ciclo e do ensino
secundário. Neste último, a oferta
para 2015/2016 inclui as áreas
das Ciências e Tecnologias, das
Línguas e Humanidades e das
Ciências Socioeconómicas, no que
respeita ao prosseguimento de estudos. Já o ensino profissional vai
contar com o curso de Técnico de
Eletrónica, Automação e Computa20 I Junho
dores e com o curso de Técnico de
Restaurante e Bar.
Esta oferta é uma novidade
face ao que se encontra em funcionamento; as formações que
estão a ser dadas passam pelas
saídas de Multimédia, Auxiliar de
Saúde, Proteção Civil, Instalações
Elétricas, Gestão e Apoio à Gestão
Desportiva. Rui Almeida considera
que, apesar de “esta nunca ter sido
uma escola técnica”, tem conseguido fazer “uma adaptação dos seus
recursos às formações que são
abertas”, ajustando as condições
de algumas salas e colocando à
disposição dos alunos e professores os equipamentos específicos
às respetivas áreas. Outro fator
tomado em conta prende-se com o
contacto destes alunos com o contexto real de trabalho, a propósito
do qual o diretor relata que “não tem
havido problemas em encaminhar
os alunos para estágios, sendo
que alguns ficam logo colocados
nas entidades onde realizam esses
mesmos estágios”. |
Portugal Inovador
Escola articulada com
o mundo do trabalho
A Escola Secundária Felismina Alcântara, sede do
Agrupamento de Escolas de Mangualde, tem tomado uma
orientação proativa na sua aproximação à indústria.
Uma breve síntese acerca da sua
evolução inicial deixa claro aquele
que foi o assumir de uma vocação
técnica e, ao mesmo tempo, liceal. Em
1970, nasceu como polo da Escola
Comercial e Industrial de Viseu (a
atual Emídio Navarro), ocupando as
instalações de uma antiga colónia de
férias da CP. Uns anos mais tarde, já
no período revolucionário, deu-se a
nacionalização de um colégio de referência no concelho (o Colégio de S.
José). “A escola técnica passou para
as instalações do colégio, absorvendo, no fundo, parte da sua identidade.
Isto resultou em que, ainda que mantendo uma componente muito forte a
nível técnico, passasse a apresentar
também uma forte componente liceal”,
explica o diretor, Agnelo Figueiredo.
Torna-se a Escola Secundária Felismina Alcântara, ao adotar como
patrona a antiga diretora do colégio e
precursora em Mangualde de todo o
ensino secundário.
Recentemente, em 2010, juntou-se às outras duas entidades de
ensino público do concelho (a Escola
Preparatória Gomes Eanes de Azurara e a Escola Básica Ana de Castro
Osório), na sequência da constituição
do Agrupamento de Escolas de Mangualde. Este desafio foi bem acolhido
pelo responsável: “Nestes últimos
anos em que estamos agrupados
temos colocado muito a tónica na
melhoria dos resultados escolares e
temos conseguido um progresso muito sensível”. Os resultados têm sido
“consistentemente positivos”, mas foi
no ano passado que isso se fez notar
particularmente, ao atingir o lugar
cimeiro entre as escolas do distrito.
Ao mesmo tempo, há uma aposta
nítida em diversificar a oferta, atendendo aos interesses de todos os
jovens locais. Dentro da via regular,
estão abrangidas as quatro vertentes. Esta lógica aplica-se também
ao ensino profissional, com a oferta
de Mecatrónica, Apoio à Gestão
Desportiva, Contabilidade, Produção
Agrícola, Apoio à Infância, Eletrotecnia, Turismo e Animador Sociocultural.
Mangualde é, reconhecidamente,
um dos pontos da região onde o
mundo empresarial e industrial é
mais expressivo e a escola mostra-se
plenamente envolvida na resposta
às necessidades do meio. “Estamos
bem apetrechados. Na Mecanotecnia,
temos um pavilhão exemplar, com
todos os equipamentos necessários
e temos feito um investimento sustentado nessa vertente. Entendemos
que a escola tem que ter os mesmos
meios, equipamentos e técnicas que
a empresa tem, para que os alunos
não estejam desfasados na altura da
formação em contexto de trabalho”,
considera. Sobre essa formação, foi
constituída uma Bolsa de Empresas
Cooperantes, empresas essas que
têm estabelecido “um diálogo muito
interessante e profícuo com os jovens”. A PSA Peugeot Citroen tem
sido o “parceiro por excelência”, cujo
administrador é membro do Conselho
Geral da Escola, tendo já criado uma
sala de formação destinada aos formandos daqui provenientes. |
Junho I 21
Portugal Inovador
Sucesso educativo
numa terra de forte
tradição empresarial
Canas de Senhorim é, historicamente, uma das referências
industriais da região Centro. O diretor do Agrupamento de Escolas
local, António José Cunha, resume-nos a dinâmica da sua instituição
quer no plano do ensino regular quer na formação profissional.
Este agrupamento já conta com
mais de uma década de existência,
antecedendo em alguns anos a vaga
de agregações que ocorreu à escala
nacional. Atende, neste momento, às
necessidades educativas de cerca
de 600 alunos, cobrindo as etapas
que vão do ensino pré-escolar ao
secundário.
Neste último, tem registado resultados que posicionam a sua escola secundária entre as melhores do distrito
de Viseu, orgulhando-se, inclusive, de
já ter sido a melhor escola pública do
país nas classificações dos exames
nacionais de Matemática. Questionado sobre o que está na base deste
sucesso, o diretor considera que “o
trabalho dos professores é excelente
e que o trabalho dos alunos também
tem correspondido a esse esforço. O
desempenho é, de facto, muito bom
e isso encoraja-nos a continuar a trabalhar, a continuar a formar turmas, a
atrair alunos e a formar estes jovens”.
Refere ainda que “as atividades desenvolvidas mostram uma dinâmica
notável e cativam fortemente os alunos
– como é o caso do Carnaval, de fortes
tradições na vila e da Feira Medieval,
organizada em parceria com a Junta
de Freguesia e a CMN, onde as turmas
participam com a sua barraquinha.”
A via profissionalizante também
22 I Junho
tem conhecido os seus casos de
sucesso. A aposta tem incidido sobre
duas vertentes: Energias Renováveis
e Cozinha-Pastelaria. No caso da primeira, António José Cunha refere que
“todos os alunos vão para estágio. É
uma área com muitas empresas, que
já foi uma zona industrial muito forte e
onde há uma grande tradição e história em termos de atividade ligada à
tecnologia. Encaminhar os jovens para
trabalhos de instalações de painéis solares fotovoltaicos não tem sido difícil e
normalmente ficam empregados”. Já o
curso de Cozinha-Pastelaria tem também “mostrado bons resultados e um
ótimo encaminhamento”, dada a proliferação de “unidades de restauração e
hotelaria na região, o que permite que,
também neste caso, todos possam
frequentar o respetivo estágio”.
Sobre esses mesmos estágios,
entende serem “uma aproximação
fantástica ao mundo do trabalho”.
Conforme nos indica, há que ter em
conta que “uma boa parte dos alunos
do ensino profissional muitas vezes
entra nestes cursos com interesses
divergentes ao estudo”, contudo, no
decorrer deste percurso, nota que vão
“crescendo quanto ao comportamento,
à correção e à aptidão profissional”.
Completando, relata-nos que “estes
jovens, sobretudo quando vestem uniforme, transfiguram-se e conseguem
desempenhar um papel de minúcia
de uma forma excelente. Não seria
difícil começarem a acumular uma
desmotivação crescente, o que poderia
contagiar-se facilmente, mas é bom
ver que se está a verificar o contrário
e que as suas classificações são cada
vez melhores”. |
Portugal Inovador
Três décadas a formar
ao mais alto nível
Entre as três escolas secundárias de Viseu, a Escola Secundária
Viriato, geograficamente situada na periferia, está, contudo,
posicionada na vanguarda dos resultados académicos e da oferta
de formação profissional.
Podemos encontrá-la, mais precisamente, junto à Cava de Viriato,
ao lado da estrada velha de Abraveses, no extremo Norte da cidade.
Com uma fortíssima ligação ao
meio e à comunidade envolventes,
tem-se vocacionado para atender,
principalmente, à população educativa das freguesias do Norte do
concelho. O início do seu funcionamento deu-se no dia 25 de outubro
de 1985, apresentando o modelo
arquitetónico tipo para as escolas
secundárias edificadas na altura
e sofrendo, entretanto, alterações
estruturais como as construções
do Pavilhão Gimnodesportivo, de
mais um bloco de salas de aula e
das galerias de passagem entre
os quatro blocos que a completam.
A ampliação decorreu também
no que respeita à oferta educativa.
Tendo iniciado apenas com o 3º
ciclo do ensino básico, no terceiro
ano do seu funcionamento, em
1987/1988, ampliou a sua oferta
para o ensino secundário. Uma
oferta que se destaca por ser multifacetada, abrangendo, no âmbito
do prosseguimento de estudos, as
quatro áreas previstas nos diplomas legais: Ciências e Tecnologias, Ciências Socioeconómicas,
Línguas e Humanidades e Artes
Visuais. De acordo com o relato
que nos é feito pelo seu diretor,
Carlos Oliveira, “a escola tem obtido
sempre bons resultados, fruto de
um trabalho muito abnegado por
parte dos seus professores. Neste momento, entre as escolas da
cidade, está em primeiro lugar nos
resultados a Biologia, Matemática
e Português”. Além dos índices
amplamente positivos de colocação
destes alunos no ensino superior,
esta comunidade também se destaca pela participação em concursos
nacionais, nomeadamente as Olimpíadas da Economia, da Química
ou da Biologia. “Vamos a tudo o
que forem eventos que possibilitem
a representatividade da escola ao
mais alto nível”, indica.
A amplitude de áreas de oferta é
uma caraterística que se aplica também à via profissionalizante. Os bons
resultados verificam-se nos casos
das diversas histórias de sucesso,
quer no desempenho nos estágios,
quer na colocação no mercado de
trabalho. Os cursos disponíveis para
o ano letivo de 2015/2016 serão as
formações em Técnico Auxiliar de
Saúde, Técnico de Análise Laboratorial, Técnico de Apoio à Gestão
Desportiva, Técnico de Vendas,
Técnico de Gestão de Equipamentos
Informáticos, Técnico de Redes Elétricas/Instalações Elétricas, e Técnico
de Manutenção Industrial (variante
de Eletromecânica).
Trata-se, pois, de uma unidade
orgânica em profunda renovação,
apostada na qualidade e onde os
interesses dos alunos estão acima
de tudo. Procura trilhar os mesmos
caminhos do seu patrono, com
determinação, nunca, mas nunca,
baixando os braços. |
Junho I 23
Portugal Inovador
Contrariar o decréscimo
populacional
O Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Paiva sofre com o
decréscimo da população e revela preocupação em combater o
desinteresse dos menos motivados.
O ensino tem vindo a sofrer reestruturações, sendo uma delas a junção de
várias escolas num só agrupamento.
No distrito de Viseu, o Agrupamento
Vila Nova de Paiva é responsável
pela organização desde o jardim de
infância ao 12º ano e as lutas têm sido
constantes.
Questionado acerca da integração
ao nível pedagógico e administrativo,
Luís Taveira, diretor do agrupamento,
refere que “inicialmente foi difícil a
agregação, pois as escolas tinham
dinâmicas diferentes e até o sistema
informático sofreu algumas complicações”.
O decréscimo populacional do
concelho tem vindo a “refletir-se no
ensino secundário, momento em que
os alunos deveriam encontrar opções
diversificadas, mas onde não temos
um número mínimo de inscritos para
tal”, afirma o diretor, que revela assim a
sua preocupação por não conseguirem
fazer frente às opções dos alunos, e
de por vezes não se abrirem turmas
profissionais.
Ainda que seja essencial dar resposta aos que não se enquadram no
ensino regular, uma das temáticas que
provoca alguma inquietude em Luís
Tavares é a questão de existência de
alunos problemáticos nos cursos profissionais, sendo que “muitos voltaram
para o regular, porque não gostaram e
24 I Junho
outros atingiram os 18 anos, e, por opção, saíram da escola, o que originou
uma turma mais estabilizada”, afirma.
Ao nível das atividades, o desporto
escolar é uma área que beneficia de
uma elevada dedicação, e, nos últimos
anos, o voleibol e a natação têm sido
as áreas de maior aposta, contando
com a colaboração da Câmara Municipal. Consciencializados das problemáticas atuais, os recursos naturais
são explorados com todo o cuidado,
sendo diversas as atividades ligadas à
reciclagem, ecologia ou floresta.
A cidadania, jamais descurada, é
favorecida com “ações de sensibilização e prevenção rodoviária com a
Guarda Nacional Republicana, com
quem também já se planeiam ações
ligadas à saúde, inserida com o projeto
da escola promotora de saúde, onde
contamos com o apoio do centro de
saúde”, explica o diretor deste agrupamento, onde os alunos também podem
inscrever-se no Parlamento Jovem, ou,
os amantes do espetáculo, no Teatro.
Os resultados escolares são díspares, e se existe quem alcance notas
muito elevadas, almejando o prosseguimento dos estudos, a grande maioria não aposta na formação, sendo que
“temos um conjunto que ainda é muito
ligado a agricultura e vive de subsistência, há uma grande fatia da população
que está emigrada, temporária outra
permanente, os nossos alunos são um
espelho de uma sociedade que sofre
algumas dificuldades, que não tem os
transportes adequados e muitas vezes,
como não conseguimos abrir Línguas
e Humanidades, optam por Ciências e
Tecnologia, e isto reflete-se nos resultados, sendo que não podem pagar a
explicadores para o apoio ao estudo”,
confidencia Luís Tavares, reticente em
relação ao futuro. |
Portugal Inovador
Um concelho que
aposta na formação
Trancoso é uma terra com reconhecida riqueza patrimonial e
tradição no comércio e nos produtos endógenos. O presidente do
município, Amílcar Salvador, descreve-nos a dinâmica que aqui
existe, chamando também a atenção para o trabalho de ensino e
formação que está a ser desenvolvido.
“É de facto um concelho com
grande património histórico e cultural”, introduz, fazendo referência
a “factos históricos extremamente
importantes” como o casamento da
Rainha Santa Isabel com D. Dinis,
a batalha de Trancoso de 1385 ou a
vida do trovador Bandarra. Entre o
património edificado que aqui se encontra, destaca-nos exemplos como
as muralhas medievais, o castelo de
Trancoso, o pelourinho e as suas
igrejas. De resto, há também uma
componente histórica ligada à comunidade judaica, responsável pela
captação de milhares de turistas.
Trancoso é também “uma terra
de grandes feiras, grandes mercados e grandes eventos”. Dentro da
agenda anual, pontificam a Feira do
Fumeiro, a Festa de Comemoração
das Bodas Reais, a Feira de S.
Bartolomeu, a Feira de Sta. Luzia
e a Feira da Castanha. “São datas
onde se movimentam milhões de
euros”, refere.
Estes exemplos ilustram a vida
económica muito intensa que a cidade historicamente foi tendo quer no
âmbito do turismo quer no comércio.
A par dos serviços, têm sido estas
as âncoras do desenvolvimento
de Trancoso. Neste momento, por
entender que “era preciso ir mais
além”, o executivo liderado pelo
nosso interlocutor tem como estratégia “dar um novo fôlego ao setor
primário e também aos parques industriais de Trancoso e de Vila Franca das Naves”. Entre as indústrias
que se vão afirmando a uma escala
apreciável, podem mencionar-se os
laticínios, os enchidos e o granito.
Um suporte para a vitalidade
empresarial desta região tem sido
a escola profissional, aqui presente
desde 1989. É frequentada por
cerca de duas centenas de alunos,
o que, se considerarmos o agrupamento de escolas local, aponta para
um universo de “1230 crianças e
jovens a estudar num concelho do
Interior, o que é muito significativo”.
É uma escola cujos alunos “têm
conseguido, com alguma facilidade,
entrar no mundo do trabalho”, com
ofertas alinhadas com esse mesmo
objetivo. Amílcar Salvador indica as
formações nas áreas das Energias
Renováveis, Manutenção Industrial,
Instalações Elétricas e Gestão de
Equipamentos Informáticos como
exemplos de cursos “com grande
saída”, à semelhança do que acontece com o Turismo e o Comércio.
Sublinha também “as excelentes
condições técnicas de que a escola
dispõe, a experiência e estabilidade
do quadro docente e o esforço constante de ligação, ao longo do ano
letivo, entre a escola e o mundo do
trabalho”. A aproximação ao município também se faz notar, estando
estes jovens “muito bem integrados
na comunidade e a ter uma importância extrema para as iniciativas
que a autarquia desenvolve”. |
Junho I 25
Portugal Inovador
Combater as adversidades
A Escola Básica e Secundária de Arga e Lima celebra 25 anos de funcionamento. O retrato
que nos é feito pelo seu diretor, Agostinho Gomes, aponta para um caso de sucesso no
combate ao abandono e à indisciplina.
Esta escola, que desde 2001 é
sede de agrupamento, iniciou o seu
percurso apenas como escola básica, sendo ampliada para a valência
de ensino secundário em 1994. A
constituição do agrupamento na qual
se insere surgiu numa perspetiva
intermunicipal, integrando estabelecimentos tanto do concelho de
Viana do Castelo como de Ponte de
Lima. A sede encontra-se no primeiro, concretamente na freguesia de
Lanheses.
Esta realidade local continua a
caracterizar-se por fragilidades “a
nível sociocultural e das expectativas
dos encarregados de educação”,
segundo Agostinho Gomes. É um
meio rural, com problemas de isolamento, onde se dá a agravante do
“rendimento familiar médio ser muito
baixo”. De facto, desde há vários
anos que uma percentagem de cerca de 60% destes alunos beneficia
26 I Junho
de auxílios económicos distribuídos
pelas autarquias e pelo MEC.
São dados que, em todo o caso,
contrastam com os índices de insucesso que a escola regista: “Está
bastante abaixo da média nacional, o
abandono é zero e a nossa escola é
uma escola segura, conhecida como
um espaço muito harmonizado e familiar”, indica o diretor. Acrescentando, que há aqui “um projeto educativo
muito participado pelos alunos, pais,
profissionais e parceiros”.
Dentro dessa participação, e concretamente no caso específico dos
alunos, Agostinho Gomes mostra-se
satisfeito com “as excelentes associações de pais/enc. de educação e
de estudantes” que a escola tem tido.
Dá-nos também o exemplo de uma
“peculiaridade da escola”, ainda no
âmbito da intervenção dos estudantes, que é a eleição em assembleia
de um representante destes jovens
por freguesia: “Esse aluno é um
parceiro que nos comunica as dificuldades, sendo uma espécie de sirene
que nos indica os problemas e isso é
algo que o responsabiliza”. Além disso, há uma forte tomada de iniciativa
para que estes estudantes “possam
ter acesso às mesmas coisas que os
outros”, nomeadamente na organização de “muitas visitas de estudo, para
que possam ir aos museus, cinemas
e teatros do país”. A comunidade tem,
portanto, encontrado formas de se
organizar no sentido de responder às
carências do meio, o que se reflete
nos índices já mencionados.
Naturalmente, a preocupação em
dotar estes alunos de ferramentas
que lhes proporcionem perspetivas
de futuro não poderia estar ausente
deste espírito. Os investimentos feitos a nível de recursos, embora muito
seletivos, extremamente facilitadores
das aprendizagens, com especial
destaque a Biblioteca Escolar. Na
oferta para o ensino secundário, a
vertente profissional está a absorver
uma quantidade de estudantes equivalente à via regular. As formações
em funcionamento são o curso de
Técnico de Instalações Elétricas,
Apoio Psicossocial e Turismo Ambiental e Rural, estando para abrir,
para o próximo ano letivo, o curso
de Técnico de Comércio. “Temos tido
excelentes cursos, com excelentes
alunos a estagiar, e têm sido áreas
com boas respostas ao nível da empregabilidade”, refere. |
Portugal Inovador
“Cultura de Excelência e
Responsabilização”
A oferta formativa da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Famalicão, beneficia de
instalações modernizadas e pensadas à medida de um conjunto de cursos que se tem mantido
praticamente constante.
O Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco é uma instituição
de referência no concelho. Atento à
evolução dos tempos e aos desafios
da sociedade moderna, procura responder às necessidades de formação
da região, combinando a sua vocação
para preparação de alunos para o ensino superior com a oferta de cursos
de dupla certificação, alicerçada no
desenvolvimento de uma cultura de
excelência e responsabilização.
Com a exceção da formação em
Técnico de Vendas, numa lógica de
alternância entre os vários cursos em
funcionamento, “a oferta de cursos profissionais para 2015/2016 continuará
a mesma”. O curso já referido vai dar
lugar ao de Processamento e Controlo
de Qualidade Alimentar, que se junta
às saídas de Técnico de Audiovisuais,
Gestão e Programação de Sistemas
Informáticos, Design de Moda, Design
Gráfico e Restauração na variante de
Cozinha e Pastelaria.
O diretor, Carlos Teixeira, faz-nos
uma descrição da capacidade com que
a escola se apresenta no âmbito de
cada uma destas áreas. Ao abrigo do
programa de intervenções da Parque
Escolar, a Camilo Castelo Branco foi
dotada de instalações devidamente
adaptadas aos seus cursos: “No caso
dos Audiovisuais, foram construídos
de raiz um estúdio e uma régie, tendo
nós também todo o material necessário para o desenvolvimento do curso.
Igualmente fruto da intervenção, para
a formação em Restauração dispomos de uma cozinha pedagógica
totalmente equipada. O curso de
Gestão e Programação de Sistemas
Informáticos é outro exemplo, com
o recurso a oficinas específicas de
informática”. Continuando, o caso da
área da Qualidade Alimentar beneficia
de “uma maximização dos laboratórios
de Ciências e Tecnologias” e o curso
de Design de Moda está associado
aos recursos próprios (humanos e
materiais) do curso de Artes Visuais.
A qualidade dos cursos encontra-se igualmente suportada no “conjunto
vasto de protocolos” que a escola tem
vindo a celebrar. “Os protocolos que
temos no âmbito da formação em contexto de trabalho, que se desenvolve
no 11º e no 12º ano, privilegiam acima
de tudo o critério da qualidade dos locais de estágio”, indica Carlos Teixeira.
Vários destes parceiros são entidades
de fora do concelho, destacando-se
aqui o exemplo da Restauração, em
que um número significativo de alunos
“faz os seus estágios em unidades
hoteleiras de referência”.
Quanto ao potencial que estas
formações têm apresentado, visando
a inserção dos alunos no mercado de
trabalho, “a primeira preocupação na
definição da oferta passa sempre por
ir ao encontro das necessidades do
local”. O Design de Moda é, evidentemente, o caso mais paradigmático,
sendo o setor alimentar outro exemplo
de peso no tecido empresarial local. |
Junho I 27
Portugal Inovador
20 anos a sorrir
Com duas décadas de existência, a Escola Profissional Amar Terra Verde nasce
de um projeto intermunicipal, tendo como promotores as Câmaras Municipais
de Vila Verde, Terras de Bouro e Amares. Com o objetivo da promoção do
desenvolvimento das economias locais, esta escola profissional prima por
dotar os seus alunos de todas as ferramentas e competências essenciais
para a sua futura entrada no mercado de trabalho. Com mais de 800 alunos,
a EPATV apresenta uma oferta formativa diversificada.
“Desde o início que esta escola
tem primado por formar alunos
competentes em diversas áreas de
atividade. Algo que tem resultado
no incremento da credibilidade da
nossa instituição na sociedade,
porque efetivamente estamos a colocar os nossos alunos no mercado
de trabalho”, destaca o diretor geral,
João Nogueira.
A Escola apresenta uma oferta
formativa direcionada para diversas
áreas de formação, tais como Tecnologias Artísticas, Comunicação,
Imagem e Som, Administração,
Mecânica, Eletricidade e eletrónica,
Química, Tecnologias da Saúde
e Hotelaria e Turismo, áreas em
que as empresas necessitam de
técnicos e profissionais competentes para responder aos desafios
exigidos pelo mercado. “A Escola é
uma parceira e um ator ativo do desenvolvimento local da região. No
fundo, somos um parceiro incontornável, que pretende criar sinergias
de desenvolvimento da economia
28 I Junho
e desenvolvimento social”, salienta
João Nogueira.
Para além disso, a Escola é
igualmente um espaço diferenciador, dando igualdade de oportunidades e género. Estes são alunos
sinalizados pelo abandono escolar
e necessidades educativas especiais, mas que neste estabelecimento de ensino têm uma segunda
oportunidade de se integrarem na
sociedade. “O nosso sucesso é o
sucesso dos nossos alunos, deste
modo, sentimos que estamos a
cumprir o nosso objetivo de fazer
a diferença na educação”, acrescenta o diretor geral. Também na
área da solidariedade, a EPATV
tem um polo dinamizador de ajuda
à sociedade e às famílias mais carenciadas, no âmbito do grupo de
voluntariado EPA JUDA.
Promover e divulgar
a oferta formativa
“A máxima que adotamos nestas
participações é que aquilo que não
é visto, não existe. Logo, temos de
colocar a escola visível aos nossos
alunos, às famílias e aos empresários”, refere João Nogueira.
No que diz respeito ao futuro,
salienta que é essencial uniformizar, concertar e promover a oferta
para a região, primando pela criação de ofertas formativas controladas, reforçando a ideia de que é
necessário um forte investimento
na orientação vocacional e uma
maior atenção, por parte da tutela,
na revisão dos currículos do Catálogo Nacional da Qualificações. |
João Luis Nogueira
Diretor Geral EPATV
Portugal Inovador
Um agrupamento de
sucesso ao serviço
da comunidade
O Agrupamento de Escolas D. Sancho I é o herdeiro
e fiel depositário da já longa história de sucesso da
Escola Secundária que está umbilicalmente ligada ao
desenvolvimento económico de Famalicão.
O sucesso e a boa imagem que
tem na comunidade resulta de uma
visão da educação que coloca o aluno
no centro do processo educativo, de
uma organização que se suporta em
critérios de ordem pedagógica e que
aposta na exigência e no rigor das
aprendizagens dos seus alunos, que
lhes permite obter bons resultados
quer a nível académico quer profissional.
“Temos metas claramente definidas ao nível dos resultados, porque
nunca aceitaremos ser uma escola
que luta apenas pelo mínimo indispensável. Apostamos na qualidade do
ensino que se traduz em profissionais
de sucesso ou com excelentes percursos académicos nas universidades.
Este sucesso não pode ser dissociado
do profissionalismo, da dedicação e
do empenho de muitos dos nossos
professores que trabalham muito para
além do que lhes é exigido, bem como
dos nossos funcionários cujo bom
relacionamento com os alunos é já
proverbial”, refere António Pinto.
Este sucesso está também ligado
a uma abertura à comunidade que lhe
abre horizontes e que lhe permite um
conhecimento mais adequado da realidade em que se insere. O ambiente
é tranquilo e favorável às aprendizagens, onde predomina a disciplina, o
respeito, a motivação e o estudo e que
constitui uma marca da sua identidade. “Procuramos dar uma educação
que assente nos valores do trabalho,
da cidadania e da responsabilidade”,
salienta. A Escola Secundária e a Dr.
Nuno Simões têm ótimas instalações
e estão bem equipadas. “Somos um
agrupamento inclusivo com uma diversidade de oferta formativa que vai do
ensino regular, aos cursos profissionais
e aos cursos noturnos, que se abriu à
comunidade e que é procurado para as
mais diversas atividades quer lúdicas,
quer formativas. Mantemos parcerias
com o tecido empresarial local através
da formação profissional, garantindo
estágios no estrangeiro a vários dos
nossos alunos dos cursos profissionais”, acrescenta o nosso entrevistado.
Os bons resultados nos exames
e a integração dos alunos dos cursos
profissionais no mercado de trabalho
constituem uma garantia de qualidade.
“Colocamos no ensino superior uma
elevada percentagem de alunos e o
feedback que temos recebido é que
eles estão bem preparados para o
enfrentar”, declara. A participação em
projetos locais e nacionais são reflexo
de uma escola ativa que procura de forma eficaz e eficiente gerir e aproveitar
todos os recursos que tem ou pode ter
ao seu dispor. |
Junho I 29
Portugal Inovador
Compromisso com a
excelência académica
O Agrupamento de Escolas Joaquim Araújo (AEJA) assume-se como uma referência de
prestígio, rigor e proficiência.
Representando uma nova unidade
de gestão que concretiza estratégias
inovadoras de consolidação das práticas pedagógicas, de coordenação
e articulação entre ciclos, o AEJA,
constituído há três anos, resulta da
“agregação do extinto Agrupamento
de Penafiel Sul com a Escola Secundária Joaquim de Araújo”, recorda o
diretor, António Duarte Cunha. Assim,
a agregação culminou na consagração
de uma oferta educativa global que se
estende desde o pré-escolar ao ensino
secundário, sendo que a instituição totaliza cerca de 2500 alunos, dispersos
por 18 estabelecimentos de ensino.
Oferta educativa
O agrupamento disponibiliza, para
além do ensino regular, formação de
caráter profissionalizante. Com efeito,
30 I Junho
ao nível do 2º ciclo, “apresentamos
o curso vocacional de Cozinha e
Pastelaria e, já no 3º ciclo, esta oferta
estende-se às variantes de Som e
Imagem – que registam elevados
níveis de procura”, enfatiza. Já no domínio da oferta qualificante do ensino
secundário, no próximo ano letivo, a
Instituição apresentará “os cursos de
Técnico de Gestão, Técnico de Gestão
de Ambiente, Técnico de Multimédia e
Técnico de Mecatrónica”, afirma o diretor, acrescentando que o agrupamento
pondera “oferecer igualmente um
curso vocacional de nível secundário,
no âmbito do Design de Moda, numa
lógica de continuidade”. Simultaneamente, o agrupamento irá apresentar
uma candidatura ao ensino recorrente.
A este universo de formação é ainda
aditada a continuidade de “uma tur-
ma inserida no conceito de Percurso
Curricular Alternativo, bem como um
projeto direcionado para a população
estrangeira: Português para todos”.
De mãos dadas com a região, o
Agrupamento tem, assim, “tentado
dar resposta às necessidades da Comunidade Intermunicipal do Tâmega
e Sousa. Foi apresentado, recentemente, um estudo em Lousada que
reflete os níveis de empregabilidade,
bem como as carências do tecido
empresarial. Esta relação de perfeita
simbiose que se estabelece entre o
agrupamento e a região reflete-se,
também, na obtenção de estágios,
onde os alunos têm a oportunidade
de granjear, in loco, competências e
ferramentas valorizadas pelo mercado.
Pretendendo educar cidadãos
críticos, capazes de uma aprendizagem contínua ao longo da vida, o
agrupamento implementa estratégicas
que ambicionam, simultaneamente,
formar pessoas conscientes, sensíveis
e aptas a intervir, solidariamente, na
sociedade. A escola prevê a possibilidade de realização e integração em
projetos de enriquecimento curricular,
sendo que “o Plano Anual de Atividades contempla mais de 300 iniciativas.
A partir do próximo ano vamos, também, integrar o projeto ERASMUS+
que permitirá aos alunos do ensino
regular e do profissional testemunhar
outras realidades europeias, granjear
novos conhecimentos e ter outra visão
sobre as realidades laboral, económica
e sociocultural”. |
Portugal Inovador
Junho I 31
Portugal Inovador
Relançamento
de uma tradição
Após um período de abandono, a Adega Cooperativa de Mêda tem conhecido uma
nova dinâmica, traduzida num reforço da sua capacidade técnica e numa atualização e
diversificação das suas marcas.
“Quando falamos da Mêda
um pouco por todo o país, o que
surge na memória das pessoas
é a associação a uma terra de
bom vinho”, menciona o atual
presidente da direção, Fernando
Jesus. A génese desta reputação vem de um tempo em que
“não havia a proliferação de
produtores privados que agora
existe”, devendo-se, como tal,
precisamente à atividade desta
32 I Junho
instituição. A adega foi criada
em 1956, aquando do boom do
cooperativismo em Portugal, e
cresceu de forma constante, tendo atingido uma produção anual
de quatro mil toneladas de uvas.
Mais recentemente, esta tradição foi interrompida, na sequência daquilo a que Hermínio
Albino, vice-presidente, chama
de abandono. “É o termo correto porque quando cá chegámos
praticamente nem sabíamos
como haveríamos de abrir as
portas”, aponta. Este relato
remete-nos para 2010, altura em
que os nossos interlocutores entraram para a direção, apostados
em “reerguer a adega”.
Os primeiros tempos de trabalho sob este desígnio foram
“atribulados”, dadas as contrariedades iniciais como a situação
financeira herdada ou a necessidade imediata de reparações.
“De facto, quando tomámos posse, tivemos muitas dificuldades
e muito dispêndio financeiro. A
parte técnica estava deteriorada e fizemos um investimento
a partir do qual melhorámos a
receção das uvas”, contam. Com
novas condições para obter uma
produção de qualidade, o passo
seguinte tem sido a reabilitação
comercial das suas marcas.
Um objetivo claro desta direção foi o alargamento do leque
de produtos da adega. Como é
sabido, a sua tradicional área de
intervenção (Mêda, Longroiva,
Poço do Canto e Fonte Longa)
encontra-se inserida na Região
Demarcada do Douro. Ora, esta
maior variedade apoia-se, em
grande medida, na ampliação da
sua atividade para a produção de
vinhos da Beira Interior, a partir
das uvas de outras freguesias do
concelho. “Criámos uma outra
entidade que é a Caves Terras
de Mêda, da qual a adega é a
proprietária única e que vinifica
a parte das Beiras. Foi um empreendimento importante quer a
nível social e económico, já que,
ao rentabilizarmos as uvas das
Beiras, estamos a criar riqueza e
também a lançar um produto de
Portugal Inovador
muito boa qualidade”, explicam.
Estes vinhos (quer brancos
quer tintos) estão no mercado
com a marca Aromas de Mêda,
estando também a ser lançado
o espumante Ser Nele, assim
como o rosé frisante, sob a
designação Adega de Mêda. Já
entre as marcas associadas ao
Douro, foram reabilitados o Angoreta (para os engarrafados), o
Morro do Castelo (bag-in-box) e
o Fraga Ruiva (Vinho do Porto).
Recentemente, a gama de Vinhos do Porto assumiu um novo
prestígio, ao passar a incluir um
reserva branco e um Porto 10
anos (entretanto já premiado),
que se juntam aos tradicionais
Ruby e Tawny. Além da garantia
da qualidade, para a qual contam
com “uma equipa de enólogos de
renome”, uma preocupação tem
sido igualmente a modernização
da respetiva imagem com que
estes vinhos são apresentados.
“Criámos uma outra entidade que é a
Caves Terras de Mêda, da qual a adega é a
proprietária única e que vinifica a parte das
Beiras. Foi um empreendimento importante
quer a nível social e económico, já que,
ao rentabilizarmos as uvas das Beiras,
estamos a criar riqueza e também a lançar
um produto de muito boa qualidade”.
Agora, após a superação do
impasse em que esta entidade
se encontrou, há motivos para
que as perspetivas de afirmação
comercial dos vinhos de Mêda
sejam positivas. Reabilitar as
condições de funcionamento da
adega levou o seu tempo, pelo
que “comercialmente ainda se
encontra numa fase inicial”, mas
já se regista uma distribuição
internacional (França, Suíça e
Inglaterra), um conjunto de prémios e também alguns exemplos
de participações em feiras.
Em jeito de conclusão, Fernando Jesus deixa a mensagem
de que a sua equipa está “a lutar
por uma adega melhor, que dignifique a terra, e, contra ventos
e tempestades, tem conseguido
fazer com que a casa tenha
produtos novos e esteja a par
do mercado”. |
Junho I 33
Portugal Inovador
34 I Junho
Portugal Inovador
Espaços afirmados pelo
conforto e singularidade
Num lugar onde a eficiência,
segurança e bem estar
coabitam, Ana Paula faz
crescer o seu pensamento
criativo, explorando as
melhores ideias dentro e
além fronteiras. Na sua
visão inovadora, temos a
oportunidade de observar o
enfoque e desenvolvimento
da atividade na Espírito
Inédito.
O alcance que a empresa se
propõe estabelecer no mercado nacional e internacional é diferente, mas
a sua missão é transversal a todas
as valências que completam. Em
Portugal, atuando essencialmente na
região da Grande Lisboa dedicam-se
à comercialização de uma inovadora
gama de produtos para a casa, casas
de banhos e cozinhas. Cada espaço
e situação singulares apresentam um
desafio. Ana Paula e a sua equipa de
três pessoas imaginam, refletem e
planeiam sobre o propósito que querem definir em cada compartimento da
casa, apelando à novidade que está
presente em todos os segmentos que
integram. “Todo o equipamento sanitário e de cozinha é estudado por nós. O
nosso ponto forte está no atendimento
personalizado. Com o aconselhamento técnico e decorativo procuramos
transmitir aos nossos clientes a melhor
forma de combinar materiais, cores,
tendo em conta a resistência e a durabilidade que se pretende para cada
espaço. Aí está presente a nossa mais
valia, muitos dos nossos clientes têm já
alguma idade, têm gostos e preferências específicos que já não serão os
mesmos que um jovem casal”, explica.
Sentindo-se confortáveis a laborar
nesse universo de ideias mutável captam as mais variadas tendências que
atingem os diferentes públicos-alvo.
No mercado global, baseando-se
sobretudo nas tendências de Itália e
Espanha concebem projetos, procurando de igual modo ir ao encontro
de respostas adequadas às necessidades dos seus clientes. Expondo as
mesmas competências técnicas que o
cliente português solicita, conseguem
abranger um leque maior de produtos.
“A nível internacional expandimos para
as áreas da restauração, da saúde, industrial e hotelaria e aí incluímos outras
competências específicas”, esclarece.
O contacto com essa pluralidade de
serviços motiva a que diferentes sinergias, aliadas e conjuntas a trabalhar
pelo mesmo objetivo, criem um projeto
integrado e apresentem soluções menos dispendiosas e mais acessíveis
aos seus clientes.
Neste constante estímulo a Espírito
Inédito afirma a sua criatividade a cada
instante. No futuro, Ana Paula espera
continuar a crescer progressivamente,
indo ao encontro das características
dos diferentes mercados. “Em 2016,
pretendemos dinamizar mais a nossa
atividade em Portugal e realizar novas
exportações, não só para os PALOP
como temos feito até ao momento,
mas explorar melhor o mercado da
saudade”, veicula. |
Junho I 35
Portugal Inovador
Respostas eficazes
e uma equipa consistente
Numa resposta às necessidades do mercado, a Serviço Vigente surge da experiência de
campo dos seus colaboradores, com garantia de qualidade, rigor e transparência.
Após largos tempos ao serviço
de uma empresa nacional de peso
na área de construção civil, e reunida
uma equipa à altura do desafio, José
Casimiro foca-se nas carências da
oferta na área e lança em 2012 um
conceito empresarial multifacetado – a
Serviço Vigente.
Sediada em Amora, Seixal, a empresa pauta-se atualmente pela aposta
na recuperação de estruturas: “A maior
parte dos nossos edifícios precisam de
ser recuperados, e as pessoas hoje
não compram novo, modificam”, explica José Casimiro. Da reabilitação de
fachadas e telhados, às remodelações
de moradias, lojas e escritórios, este é
um trabalho minucioso e exigente num
mercado cada vez mais competitivo. O
investimento em pessoal qualificado
e material de qualidade na resposta
eficiente faz com que a política da casa
passe por “só dar preço para fazer
bem”, afirma o empresário.
36 I Junho
Com experiência prévia no ramo da
cedência de mão de obra temporária
por parte dos seus representantes, a
Serviço Vigente nasce já colmatando
a necessidade sentida no mercado de
uma empresa completa que prestasse
diretamente serviços. Mantendo oferta
de outsourcing, a Serviço Vigente atua
também na manutenção industrial,
assistência no ramo de hotelaria e
limpezas.
Inovação &
Qualificação
Numa estratégia de diferenciação
que passa pela inovação técnica, esta
é uma empresa que dispõe ainda de
uma vertente de aluguer e venda de
equipamentos de trabalho. Na Serviço
Vigente é possível, por exemplo, alugar
montacargas e plataformas elevatórias
com andaimes elétricos, que, na ótica
de Carlos Casimiro, filho de José e
responsável pelo aluguer, “rentabilizam
todo o trabalho”. O retorno dos clientes
tem sido positivo, e a demanda vai
crescendo.
A par da inovação tecnológica
surge a necessidade de formação
dos profissionais no campo. Por isso
mesmo outra das apostas da empresa
incide na formação de profissionais,
com ênfase na segurança no trabalho, que, para Carlos, “é uma área
que começa a dar frutos. Fazemos
simulações de evacuações de edifício,
ações de combate a incêndios, planos
de emergência”. E não fica por aí.
Com mudança breve de instalações, a
empresa aposta num espaço amplo de
escritório, reunião e sala de formação
equipada para aulas teóricas deste
tipo de curso.
A intenção, segundo José Casimiro, passa por “criar estrutura. Uma
imagem, uma cara, para que as pessoas acreditem e confiem no nosso
trabalho”. |
Portugal Inovador
Cuidados revitalizantes
A Ultimate Dreams contempla duas vertentes específicas que se complementam: a I9 Body
e a I9 Nails. Cuidadosamente estruturada para cuidar do seu corpo e mente, esta empresa
apresenta-se num ambiente inspirador.
Raquel e Marco Tavares tornaram os seus sonhos realidade há
cerca de um ano, quando inauguraram os dois espaços dos quais
são proprietários em Alverca do
Ribatejo, tendo já outro na Póvoa
de Santa Iria.
O Centro de Estética I9 Body e
a Clínica de Estética de Unhas I9
Nails têm por missão cuidar, “através de tratamentos inovadores, o
seu corpo e as suas unhas, sempre
com soluções comprovadas e a
preços imbatíveis”.
Os projetos contemplam sete
gabinetes de atendimento, um
escritório, sala de espera e um
espaço onde o cliente pode relaxar
enquanto saboreia um chá a seu
gosto. “Aqui são utilizadas as mais
recentes inovações tecnológicas
para proporcionar os melhores re-
sultados”, sendo que o objetivo dos
proprietários “passa por alcançar e
superar as expectativas dos estimados clientes, proporcionando-lhes
bem-estar, saúde e beleza”.
A equipa profissional, constituída por dez colaboradores, é altamente qualificada e está preparada
para proporcionar um atendimento
personalizado e de excelência.
Corpo São Mente Sã
Raquel Tavares é perentória ao
referir que a componente que mais
necessita de cuidados por vezes
não é o corpo, mas sim a mente e o
estado de espírito. “De que adianta
tratar do nosso corpo se não nos
sentirmos bem connosco?”, questiona. Nesse sentido, oferece aos
seus clientes tratamentos de Reiki
de forma a equilibrar todas as ener-
gias corporais e mentais.
“A designação I9 interliga os dois
conceitos de modo a inovar, através
do recurso a novos tratamentos. O
cliente sai totalmente relaxado, visto que não só cuidamos do corpo,
mas também da mente”, salienta a
empresária.
“Desde o começo da nossa atividade, apostámos em tecnologia
mais avançada e sofisticada que
nos garanta resultados”, refere. No
entanto, reforça a necessidade de
que os resultados alcançados com
a ajuda dos equipamentos devam
ser acompanhados por uma alimentação cuidadosa e hábitos de vida
saudáveis. “Por si só as tecnologias
não fazem milagres”, alude Raquel
Tavares.
Proativos e empreendedores,
os proprietários pensam já em expandir o seu negócio, apostando
também na vertente de revenda
de produtos, assim como da marca
própria de vernizes. |
Tratamentos:
- Mesoterapia sem agulhas
- Pressoterapia
- Fotodepilação
- Reafirmação de seios e glúteos
- Massagens (incluindo terapêutica)
- Lifting ao rosto
- Radiofrequência
- Lipolaser
- GMP (Ginástica Muscular Passiva)
Entre outros.
Junho I 37
Portugal Inovador
Rigor na logística alimentar
Petronella Winkel e Aart Gijzenberg, naturais dos países baixos, decidiram partir à aventura e
optaram por se estabelecer em Portugal, precisamente em Benavente, para criar a Benafrio
que comemora os 25 anos.
A Benafrio está especializada
na área do transporte e armazenagem de produtos congelados. Fundada em 1990, só em 1992 é que
o projeto começou a laborar. Esta
foi uma das primeiras empresas
em Portugal a ser licenciada pela
DGV para funcionamento como
entreposto frigorífico, “o que nos
permitiu atingir um elevado nível
de controlo de qualidade”, refere
a gerente.
“Em 2004, optou-se por setorizar a empresa ficando, assim, a
Benafrio - Transportes, Lda. especializada na área dos transportes
de produtos alimentares e a Benafrio - Armazéns Frigoríficos, Lda.
38 I Junho
focada na área de armazenagem
de produtos congelados e refrigerados”. Tendo vindo a manifestar
uma tendência de crescente implementação no mercado da logística,
garantem aos clientes bons índices
de satisfação e oferecem um serviço de qualidade a preços competitivos, pelo que, mais do que
um fornecedor de serviços, esta
empresa pretende ser considerada
como uma parceira de confiança.
O que os distingue é o facto de
conciliarem os seus profissionais
especializados com o equipamento adequado, conseguindo assim
servir da melhor forma os seus
clientes, oferecendo flexibilidade,
personalização e uma logística
integrada. “Através de um serviço
personalizado, as nossas soluções
vão ao encontro dos objetivos dos
nossos clientes”, salienta Petronella Winkel.
Nesta empresa laboram 25
pessoas, às quais são disponibilizadas informações e formações
adequadas para a utilização correta
e segura dos meios à disposição,
diminuindo-se assim o risco de
acidentes. Atender e superar as
expectativas dos clientes e parceiros
da Benafrio, armazenando e transportando produtos em segurança e
com qualidade diferenciada, através
de modernas tecnologias e elevada
qualificação das pessoas; atuando com responsabilidade social e
ambiental e gerando valor para os
nossos clientes, parceiros, empregados e para a sociedade em geral.
Num mercado competitivo
como o atual, é determinante para
o cliente, o facto de o operador
de transporte dispôr de uma frota
de distribuição de qualidade e em
quantidade, adequada ao fluxo de
mercadoria, garantindo a recolha
e entrega em tempo útil. Nesse
sentido, a Benafrio é detentora
de viaturas de várias dimensões
equipadas para a distribuição a
nível nacional.
Para o futuro, a gerência da
Portugal Inovador
Benafrio, pretende vir a ampliar as
instalações da empresa e aumentar
a sua frota de forma a poder dar
uma melhor resposta ao aumento
da procura.
A Benafrio quer ainda ser reconhecida pelo mercado empresarial
como uma empresa que presta aos
seus clientes um serviço completo
de elevada qualidade a um preço
competitivo. |
A Benafrio é uma empresa
preocupada com a sustentabilidade ambiental. O seu sistema
de refrigeração, a dimensão
dos armazéns, o isolamento
das câmaras frigoríficas foram
desenvolvidos com a intenção de
minimizar o impacto ambiental.
Em 2012, a Benafrio realizou
um investimento em painéis
solares, o que lhe possibilita
produzir mais energia do que é
consumida.
Junho I 39
Portugal Inovador
50 Anos de dedicação ao
setor hoteleiro e comércio
tradicional
Com apenas 13 anos, António Robalo saiu de Vidual (Pampilhosa da Serra), rumando até
à capital em busca de melhores condições de vida. Começou por trabalhar num armazém
de artigos de vidro para uso doméstico, mas não só… Em 1965 fundou a empresa António
Robalo, Lda., em Algés, e hoje em Vila Franca de Xira, que comemora este ano o 50º
aniversário.
A capacidade de evoluir
de forma sustentável foi e
continua a ser, um dos fatores
de sucesso desta empresa,
que é uma das mais respeitadas e importantes na área
da distribuição e comércio de
porcelanas, vidros, utilidades
para o comércio tradicional e
canal Horeca.
A filosofia da Robalo, Lda.
assenta no respeito pelos
compromissos assumidos,
conquistando a confiança
de todos os intervenientes
desde o começo da sua
atividade.
renda e, vim a encontrar uma
propriedade em Vila Franca
de Xira”, conta.
Materialização do
sonho
Solidificação
Depois de ter terminado
o serviço militar, António Robalo aceitou o convite para
trabalhar na área para a qual
sentia vocação, na qualidade
de vendedor, adquirindo a experiência, que mais tarde lhe
“permitiu abrir o seu próprio espaço”.
“A António Robalo, Lda. nasce
da continuidade desse trabalho, que
vinha fazendo há algum tempo. Na
altura, era vendedor de uma empresa
de flores artificiais e chapas acrílicas,
produtos que eram vendidos através
de retalhista de loiças, vidros e utilidades”, afirma. Como já tinha experiência de lojista, António Robalo decidiu
aventurar-se enquanto grossista e
armazenista, fundando em janeiro de
1965 a sua atividade enquanto empresário.
O nosso entrevistado recorda:
40 I Junho
“Comecei com uma garagem e depois
aluguei uma cave, onde montei uma
sala de exposição que continha um
mostruário – de dia, visitava os clientes
e, à noite convidava-os a visitar a sala
de exposição”.
Em 1971, António Robalo planeou
e criou uma rede de lojas de venda ao
público, surgindo assim a Dipol, que
abastecia com o stock da António Robalo, Lda. As instalações da empresa
tornaram-se cada vez mais exíguas,
surgindo a necessidade de investir
num armazém que lhe “enchesse as
medidas”: “Comecei por procurar um
espaço que fosse comportável em
Depois de ter conseguido
o crédito necessário para
comprar o terreno, em janeiro
de 1974 a António Robalo,
agora S.A., fixou-se em Vila
Franca de Xira onde a sua
sede permanece até à atualidade.
Com o passar dos anos,
a empresa que tinha cerca de
3500m2; foram construídos
por fases, novos armazéns,
totalizando hoje 20.000m2 de
armazenagem e a maior sala
de exposição do país neste
ramo de atividade.
Em finais dos anos 80,
António Robalo S.A. adquiriu
a Pollux, no seguimento da
criação da sua rede de lojas,
porque na visão deste empreendedor,
“com o aparecimento das grandes
superfícies, os armazenistas ficariam
limitados e com tendência a desaparecer”, refere. Com a Pollux a empresa
teve uma grande expansão.
Futuro
Tendo vindo a consolidar a sua
posição no mercado nacional, o futuro
da Robalo S.A. perspetiva-se auspicioso, sendo que o seu fundador quer
continuar totalmente ligado à empresa
que criou de raiz e pela qual sente um
valor inestimável. |
Portugal Inovador
Prevenir traz mais vantagens
A GALME – Galvanização e Metalização, Lda. surge em 1979 pelas mãos de Francisco
Neves, estando inicialmente vocacionada para a prestação de serviços de tratamento de
superfície (galvanização a quente) para o ramo da agropecuária.
Estudos efetuados pela Galvanizers Associations e pela American
Galvanizers Association revelam
que a galvanização a quente é o
tratamento de superfície mais económico: Menor custo inicial do que
outros tratamentos de superfície.
Menor custo de manutenção dado
que a superfície dos aços fica protegida por longos períodos contra
a corrosão, baixando significativamente os custos com a manutenção.
Face ao excelente serviço
prestado e à procura de mercado,
Francisco Neves em pouco tempo
“aumentou o leque de clientes a
outros setores de atividade”, como
por exemplo, “o setor das estruturas metálicas e dos contentores
de resíduos”, conta.
Face aos recursos disponibilizados na altura, a GALME dispunha de um forno de três metros
de comprimento, mas atualmente,
de modo a conseguir dar resposta
aos novos desafios, a empresa
adquiriu um forno com seis metros
e meio de comprimento e conta
com uma equipa de 25 colaboradores devidamente qualificados.
De forma a inovar e a marcar
a diferença no setor, a GALME
“investiu num forno mais eficiente
e envolveu os seus recursos humanos num projeto de melhoria,
visando sempre fornecer um servi-
ço de excelência ao cliente final”,
vinca Francisco Neves.
O ponto forte da GALME é “o
acompanhamento do cliente desde
a conceção e design das estruturas
até à sua fabricação”, alude o proprietário. “O cliente necessita cada
vez mais de apoio na conceção
dos seus produtos, por forma a ele
próprio poder garantir a qualidade
final do seu serviço ao utilizador
final”. A GALME está ativamente
presente nestes vários processos
de forma a assegurar uma forte
relação com os seus parceiros.
O fundador desta empresa de
galvanização pretende salientar
e valorizar algumas variáveis,
“como o tempo de resposta, a embalagem e os acondicionamentos
especiais”, por forma “a responder
a necessidades específicas dos
seus clientes e até a superá-las”,
como o próprio nos expõe.
A maioria dos clientes diretos
da GALME atuam a nível internacional, pelo que Francisco Neves
tem notado nos últimos anos um
peso crescente em galvanização
cujo destino final é Angola e a
zona Norte de África. Quando
questionado sobre o que pode
ser alterado ou melhorado em
Portugal para que as empresas
nacionais sejam cada vez mais
competitivas, Francisco Neves
afirma: “A competitividade de uma
empresa ou setor de atividade têm
múltiplas vertentes”, sendo que,
o empresário crê que Portugal
deverá continuar a apostar fortemente em abrir mais canais de
exportação, com linhas de crédito
a preços competitivos. E refere
ainda que, “precisamos de ganhar
mercados que nos permitam ter
escala de produção de forma a
otimizar processos e investir em
inovação”, finaliza. |
Junho I 41
Portugal Inovador
42 I Junho
Portugal Inovador
Duas gerações uma só paixão
Em Valongo, ainda que não haja qualquer busca pelo mediatismo, o sucesso dos advogados
Timóteo Jorge Moreira e Diana Jorge Moreira não passa indiferente.
Timóteo Jorge Moreira e Diana Jorge Moreira são pai e filha
e já lá vão dez anos desde que
estabeleceram laços profissionais
inquebráveis. O pai com 40 anos de
serviço e um reconhecimento que se
estende pelo país fora, a filha com
uma década de amor à camisola e
com sucesso entre os clientes que
vai fidelizando, formam uma dupla
de advogados de excelência que se
situa no centro de Valongo.
Em quatro décadas, honestidade
para com os clientes, presença assídua no escritório, boa informação
e lealdade para quem o procura são
pontos que Timóteo Moreira acredita
que o distinguem de muitos profissionais e que lhe têm valido uma
clientela assídua.
São inúmeras as motivações
que movem este profissional do
Direito, que não se arrepende de ter
enveredado por este caminho onde
existe um forte “relacionamento
com as pessoas, necessidade de
resolução de problemas, discussão
das grandes lacunas da sociedade.
Esta é uma área onde me sinto
extremamente útil, pois o advogado
não surge apenas no tribunal. Muitas
das vezes resolvemos os problemas
dos clientes, nestas quatro paredes,
sem chegar ao juíz”, explica.
O advogado depara-se diariamente com casos de todas as
áreas do Direito mas são o Direito
de Propriedade e da Família os responsáveis por uma motivação extra.
Atualmente, uma das preocupações é prestar algum apoio à filha
Diana Moreira que já conta com
casos de sucesso e que já prendeu a
atenção dos clientes que a procuram
pela paciência, clareza, objetividade,
profissionalismo e honestidade com
que trata cada um dos casos que lhe
são expostos.
“Trabalhar com o meu pai tem
sido fantástico. Temos uma harmo-
nia constante desde o primeiro dia
que vim para aqui trabalhar”, algo
que a advogada considera raro e
que pretende que assim continue já
que “para além da ajuda que ele me
dá, transmite segurança e sei que,
ainda que não precise, em caso de
dúvida posso sempre bater na porta
ao lado”.
Questionados acerca dos desafios diários da advocacia, a profissional refere que se prendem às
“alterações contantes na legislação,
criação de novas plataformas online
onde existem falhas e onde inicialmente temos algumas dúvidas que
se não forem colmatadas podem
prejudicar a prestação de serviços
ao cliente”, opinião mantida pelo
seu pai que pensa que “todas estas
transformações podem ditar o fim
dos advogados mais velhos”.
Recorrer aos especialistas da
advocacia para um aconselhamento prévio e para tentar precaver-se
de eventuais problemas é algo que
ainda não persiste na mentalidade
dos portugueses, que muitas vezes
apenas solicitam o trabalho destes
profissionais quando já não encontram uma solução viável.
Timóteo é visto por Diana como
um exemplo a seguir. A filha garante
ter “muito orgulho no pai, não apenas pela advocacia como profissão,
mas também pelo empenho nesta
área e pela parte do voluntariado
que exerce em instituições que
necessitam do apoio deste advogado”. |
Junho I 43
Portugal Inovador
“A nossa missão
é tratar bem da saúde
dos nossos clientes”
Três décadas de amizade e entrega na prestação de serviços de Saúde de qualidade na
Clínica São Bento.
Numa época em que a carreira se intitulava de Clínica Geral,
seis jovens e amigos, atentos
às carências na área da saúde, decidiram pôr-se à prova e
constituir uma clínica privada.
Concordaram em seis meses de
experiência, e já lá vão quase 33
anos daquela que foi a primeira
clínica privada do concelho de
Santo Tirso.
O que começou por serem
dois consultórios, depois de
algumas remodelações e amplições, é hoje uma infraestrutura
de 500m2, com uma equipa que
reúne cerca de 60 colaboradores
– entre os quais 40 são médicos.
Francisco Cruz e Gabriela Costa,
dois dos seis sócios fundadores
da Clínica São Bento, falam por
todos quando afirmam que volvidas três décadas seguem “com
a mesma motivação e a mesma
camisola vestida”.
Os serviços vão desde a Medicina Geral e Familiar, especialidades médicas e não médicas e
vários tipos de tratamentos. Com
atendimento contínuo prestado
por um corpo clínico dinâmico,
a aposta da São Bento volta-se
tanto para novos serviços como
a inovações tecnológicas, que
na ótica da administração “complementam o saber científico
“É com esta proximidade que a
Clínica São Bento se diferencia.”
44 I Junho
dos colaboradores e melhoram
o relacionamento e acolhimento
dos clientes com a clínica”.
A área de ação estende-se
aos concelhos vizinhos e Francisco Cruz refere um “ficheiro
de utentes invejável” que, pelo
que acrescenta Gabriela Costa,
“se estende a quase todos os
continentes” já que “há pacientes
que emigram e mantêm contacto com a clínica”. É com esta
proximidade que a São Bento
se diferencia. Numa base de
confiança e atenção, os nossos
interlocutores acentuam a importância do “respeito mútuo que se
estabelece entre a Clínica e a
comunidade”.
Mas o sucesso da São Bento
deve-se também, e mediante as
palavras de Francisco Cruz, “ao
esforço, dedicação, sabedoria,
empenho e até paciência dos
nossos colaboradores e funcionários”. O espírito de equipa
Portugal Inovador
reforçou-se na recente comemoração dos 30 anos da clínica,
altura em que se estreitaram relações em clima de festa e reconhecimento, registado inclusive
numa placa de aniversário oferecida pelos funcionários exposta
no consultório de atendimento
permanente e motivo de orgulho.
Compromisso
Vindos todos da Universidade
do Porto, os médicos guardam
respeito pela casa onde cresceram, considerando que “a medicina privada não é substitutiva
do serviço público e sim complementar”. Acrescentam que a
nível local, os cuidados de saúde
primários são “de excelência”
e o seu desempenho enquanto
profissionais é igual quer no
público quer no privado. Embora
já afastados do setor público,
realçam que são os pacientes,
“eles e sempre eles, o fulcro e
alvo principal das nossas preocupações”.
Com convenções e acordos
com todas as companhias de
seguro a operar no mercado,
dos quais grande parte em regime de exclusividade, o rigor
e profissionalismo da equipa
São Bento fala por si. Com o
reconhecimento da comunidade
em que se insere, e na voz dos
fundadores, Gabriela Costa salienta: “Todos crescemos aqui
profissionalmente, então posso
falar por todos quando digo que
pertencemos a este espaço”. |
“Todos crescemos aqui
profissionalmente, então posso
falar por todos quando digo que
pertencemos a este espaço”.
Junho I 45
Portugal Inovador
Uma Paixão pelo Direito
O Dr. Henrique Moreira Martins é um dos mais experientes advogados do concelho de
Penafiel, terra que o viu nascer e onde exerce a profissão há quatro longas décadas.
Ambos os filhos – Carla Calvão
Martins e Henrique Calvão Martins,
enveredaram pela mesma carreira
profissional.
O nosso entrevistado formou-se
na Universidade de Coimbra, onde
estudou como bolseiro de Gulbenkian até ingressar no Serviço Militar,
que concluiu, em simultâneo, com
o curso de Direito.
Feito o estágio num dos mais
conceituados escritórios do Porto,
é em Penafiel que se estabelece
como advogado, profissão a que
se vem entregando com elevada
dedicação.
“O Direito, tal como a sociedade,
passa por complexas mudanças e é
cada vez mais abrangente, exigindo
do advogado um “‘mental training’:
uma formação permanente, em
contínua atualização”, afirma o
causídico.
46 I Junho
“Basta lembrar a crescente
importância que vem revestindo
as questões do “Consumo” e das
“Telecomunicações”; o “Direito do
Ambiente” e o dos “Animais”!...”.
Perguntado se não emerge daqui
a justificação da tendência para
a “especialização”, responde que
essa já é e será cada vez mais, a
tendência do futuro: daí as Sociedades de Advogados, com especialistas dos vários ramos do saber
jurídico. “Na chamada ‘província’,
que é o palco que vou pisando,
essa necessidade é menos sentida:
aqui o advogado tem uma relação
mais personalizada ou familiar
com os clientes, que habituados a
tratar com ele (“generalista”), todos
os seus assuntos jurídicos, não
estão preparados para mudar de
porta ou de “cara”, consoante as
questões!... Claro que, o termos de
estar preparados para dar resposta,
aos clientes, nos vários âmbitos, ou
enfoques, do mundo jurídico, exige
de nós, “generalistas”, um esforço
acrescido”.
Henrique Martins tem uma visão otimista… “to the comming
years”, relativamente ao evoluir da
sociedade e, mais concretamente,
da Justiça: “O Mundo caminha no
bom sentido, estribado no tríplice
“conluio” – da Ciência com Técnica e
desta com Justiça. Na Grécia clássica cultiva-se mais a Ciência e Artes,
que na Roma Antiga, – esta mais
famosa pela sua elaborada Técnica
e Organização Social, mas sobretudo pelo seu inigualável sentido
jurídico. Numa sociedade em que,
enterrados os “ismos”, se digladiam
até à morte as correntes religiosas e
as sensibilidades morais, a Justiça
vai-se impondo como última base
reguladora: como um “mínimo ético-jurídico”, por todos aceite: a ONU
terá cada vez mais Voz; um Tribunal
Mundial, como última Instância, já
não estará a anos-luz!...”, opina.
“Quando o Mundo atual se não
conforma com um Mediterrâneo
Sarcófago, significa que estamos
perante uma situação, de clamorosa Injustiça! Vale dizer que a Justiça
já é e será cada vez mais, o grande
valor, na axiologia da sociedade vindoura. Preparem-se então, os seus
servidores, para a nobre missão, a
que, mais e mais, serão chamados”,
conclui. |
Portugal Inovador
Saber e experiência
ao seu dispor
Isidro Vaz detém escritórios no Porto, Alfândega da Fé e Ermesinde, estando inscrito na
Ordem dos Advogados há mais de 25 anos, depois de ter concluído o curso de Direito na
Universidade de Coimbra.
Advogado, professor, jornalista
e dirigente associativo, participou
em várias reuniões e seminários
em Portugal e no estrangeiro, onde
apresentou trabalhos, alguns dos
quais foram publicados em revistas
de especialidade.
Depois de ter concluído várias
formações na área do Direito, conferiu formação nos Institutos de
Formação Bancária e para a área
da saúde, tendo obtido uma pós-graduação em Medicina Legal e
trabalhado em diversas instituições
dedicadas à saúde no Porto enquanto advogado e assessor jurídico
de conselhos de administração,
lecionando algumas disciplinas em
Escolas Superiores de Enfermagem
públicas e privadas.
Questionado o que pensa sobre
o atual estado da Justiça em Portu-
gal Isidro Vaz afirma: “Desde há 15
anos até à atualidade, com a publicação de inúmera legislação se retirou
aos advogados e aos tribunais a
competência exclusiva para tratar de
determinados assuntos da Justiça,
transferindo essas competências
para os notários, conservadores do
registo comercial e registo civil, solicitadores de execução, mediadores
e outros”. A advocacia tornou-se
dispensável e o advogado ou não
intervém ou quando intervém passou
de “ator principal” para “personagem
secundária”, podendo assim dizer-se
que “a advocacia, atualmente, - se
não houver alguém que a defenda está quase em extinção” vinca.
Hoje, com exceção da área do
direito penal, quase todas as outras
áreas do Direito e da Justiça estão
em “roda livre”, com resultados frus-
trantes para a maioria da população,
que “não encontra uma resposta justa e atempada para a resolução dos
seus problemas”, afiança Isidro Vaz.
“A atual reforma só foi possível
implementar no terreno, porque as
anteriores reformas foram um fracasso e não resolveram os problemas
das pessoas que a ela recorriam
para que lhes fosse feita justiça”, salienta o advogado. Daí que havendo
necessidade de uma nova reforma,
a mesma tenha sido implementada,
tendo de salientar que “esta tem mais
aspetos negativos do que positivos”,
refere o advogado. O único aspeto
positivo respeita à “especialização”
dos juízes, que agora só tratam de
uma área do Direito. “O que torna o
juiz mais seguro nas decisões que
profere, e como só intervém numa
área estará muito mais preparado e
os processos tramitarão com mais
rapidez, tornando a Justiça mais
célere”, denota o profissional.
Os aspetos negativos, amplamente difundidos pela Ordem dos
Advogados e por outros operadores
da área, são os que se prendem com
“a extinção de tribunais, acréscimo
de despesas com deslocação das
partes, advogados e testemunhas
para comarcas muito distantes e a
contribuição do aumento da desertificação de determinadas zonas do
país onde se extinguiram os tribunais”, conclui Isidro Vaz. |
Junho I 47
Portugal Inovador
48 I Junho
Portugal Inovador
Técnicos Oficiais de Contas,
parceiros de confiança
Em S. Cristóvão do Muro, Trofa, cresce um escritório de contabilidade norteado na salvaguarda
dos interesses dos clientes. Com 13 anos de existência, apoiada por décadas de experiência
pessoal, a M. A. Santos Ferreira aposta na personalização dos serviços.
Manuel Santos Ferreira iniciou
a instrução para guarda-livros, na
Escola Comercial de Santo Tirso, e
formação específica numa Escola
Profissional do Porto, complementada com licenciatura. Com um saber
de 40 anos de experiência, partilha
sociedade na M. A. Santos Ferreira
– Contabilidade e Serviços, Lda. com
instalações renovadas e qualidade
garantida nos serviços.
Inserido num meio pequeno, o
escritório, apoia, briosamente, firmas
locais, e é, também, parceiro de confiança de empresas com grande dimensão, são clientes da Trofa, Maia,
Gondomar, Porto e Vila do Conde. A
equipa de contabilistas presta serviços de gestão de recursos humanos,
contabilidade, seguros, fiscalidade e
encarrega-se de “fazer pedagogia
concernente à gestão e dinâmica de
empresas”. É preciso entender que
uma empresa é uma pessoa jurídica
que tem que ser administrada, revela
Santos Ferreira.
Atento à necessidade de formação dos empresários no cumprimento das obrigações fiscais, o
TOC admite o papel de “confidente
e assessor”.
Iniciou carreira profissional como
guarda-livros de uma casa comercial,
que interrompeu por força do cumprimento do serviço militar.
Regressado de África, passados
dois anos, verificou que havia perdido
o cargo, que exercia, é admitido, logo
depois, numa empresa de referência
e passados seis anos ingressa nos
quadros da EDP; lidou em várias
áreas e cargos, com destaque na
contabilidade analítica, terminando a
carreira como chefe de departamen-
to. Os serviços por conta própria continuaram, Santos Ferreira relembra
quando em casa “trabalhava à noite
com uma impressora de agulhas”, e
fazia germinar a firma M. A. Santos
Ferreira – Contabilidade e Serviços
Lda., que nasce em 2002, com Pedro
Silveira como braço direito.
Algum tempo depois, Manuel
Santos Ferreira deixa a EDP para se
dedicar ao escritório, com a expectativa de “delegar a liderança e ficar na
sombra“ e assim garantir mais cooperação á comunidade local, porque a
centralização dos serviços fiscais e a
constante alteração normativa, impõe
mais apoio às PME.
Pequenos negócios dependem
deste escritório em temas meramente burocráticos e os colaboradores
acabam por fazer um pouco de tudo.
Com um controlo cada vez mais
apertado da AT, uma falha mínima
pode levar a coimas ou penhoras.
Santos Ferreira, tirsense de origem,
salienta: “Por parte das nossas entidades administrativas, há insensibilidade e falta de informação”. |
Junho I 49
Portugal Inovador
Criar estratégias
para os seus negócios
A Plano – Serviços de Contabilidade foi criada há 24 anos e está situada na Trofa. Jorge
Faria desde cedo adquiriu a paixão pela Matemática, mostrando particular interesse pela
área da Contabilidade.
Desde 1991 que o balanço
tem sido positivo, “começámos
por ter como clientes duas ou três
empresas e atualmente prestamos
serviços a cerca de 70”, começa por
expor Jorge Faria.
Neste espaço trabalham mais
dois colaboradores que auxiliam
o contabilista na criação de estratégias para os seus parceiros. O
crescente volume de clientes que
adquirem de ano para ano é um
bom indicador da sua postura no
mercado e reconhecimento alcançado. Jorge Faria assume que o
seu trabalho assenta na confiança
entre o TOC e os clientes e na
relação de amizade que mantêm,
uma característica fundamental
nesta atividade, visto que “somos
a chave fundamental para qualquer
negócio”, anui.
50 I Junho
Considerando que o seu trabalho tem uma importância cada vez
maior na sociedade, Jorge Faria
explica que “ao TOC compete dar
a informação ao cliente sobre o
seu negócio para que este tome as
respetivas decisões; ver em que patamar é que a empresa se encontra,
se os números são satisfatórios, se
as decisões tomadas são viáveis
e bem fundamentadas, de modo
a potenciar o desenvolvimento da
empresa”, vinca.
A contabilidade tem ganhado
maior importância junto das empresas, atuando como conselheira,
facto que os empresários começam
agora a ter maior noção. “De três
em três meses, organizamos reuniões com os nossos parceiros de
forma a delinear estratégias e fazer
projeções”, salienta o contabilista.
“Somos em certa medida, responsáveis subsidiários pelos impostos
das empresas, trabalhando em conjunto com a Autoridade Tributária
e podemos ser responsabilizados
se cometermos algum erro. Cada
vez mais, os TOC adquirem mais
responsabilidades e obrigações,
formando um elo de ligação entre a
empresa e a Autoridade Tributária”,
afirma o profissional.
As valências da Plano são
múltiplas, passam desde a constituição de sociedades; serviço de
contabilidade e fiscalidade; processamento de salários; consultoria;
elaboração de contratos de trabalho. Em áreas mais específicas a
empresa recorre à parceria com
uma advogada, nas áreas mais
vocacionadas para o Direito, e
com outro parceiro no âmbito da
viabilidade de projetos.
Em final de conversa Jorge
Faria revela que, “em Portugal é
complicado fazer projetos a longo
prazo, devido à volatilidade da legislação em vigor”, salienta. Para
fazer face a estas adversidades, a
equipa da Plano está em constante
formação e estudo, privilegiando a
utilização das novas tecnologias.
O futuro passa por continuar a
fomentar a relação de confiança
com os seus clientes, fornecer-lhes um bom aconselhamento,
personalizado e atento. |
Portugal Inovador
Sorrir com garantia
Especialização e formação contínua garantem soluções eficazes e sorrisos saudáveis na
clínica trofense São Romão.
Desmistificando
Açoriano de gema, o jovem
Vítor Correia mudou-se da Ilha do
Pico para o Porto com a ambição
de estudar Medicina Dentária.
Formado pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade
do Porto, foi durante o mestrado
em Reabilitação Oral, na mesma
instituição que, em 2011, adquiriu
com dois colegas a MediSãoRomão, na Trofa.
Em 2014, assumiu unilateralmente a gestão da Clínica, em São
Romão do Coronado, investindo
hoje em inovação técnica e serviços complementares. Para além da
Medicina Dentária, da Ortodontia
da Reabilitação Oral e dos Implantes Dentários, a MediSãoRomão
disponibiliza sessões de Terapia
da Fala, Nutrição e Podologia,
apoiado numa equipa que reúne
oito colaboradores.
Com perspetiva de alargar
estas opções, o médico dentista
adianta que “nesta área, é muito
importante inovar”. O médico
recorre a ferramentas de registo
fotográfico e de vídeo como o DSD
– Digital Smile Design, que torna
possível um planeamento digital
dos tratamentos, para antecipar o
resultado final das intervenções e
garantir uma resposta eficaz aos
seus pacientes. Implantologia é a
aposta do momento. No ecrã da
sala de espera, a MediSãoRomão
projeta exemplos de tratamentos
com implantes que podem numa
cirurgia repor todos os dentes perdidos pelos seus pacientes.
No seio de circunstâncias económicas adversas, a adesão a
iniciativas como o cheque-dentista,
“ainda que com alguns defeitos”
torna-se uma mais valia , sobretudo para famílias com dificuldades
económicas. A clínica dispõe ainda
de parcerias com entidades seguradoras, que pretende expandir.
Apesar de todo o balanço mostra-se positivo. A clínica, que adota
uma abordagem pessoal à comunidade, não sentiu um impacto relevante com a atual conjuntura. No
parecer do médico, pode dizer-se
que tem havido uma “maior sensibilização para a saúde dentária”. Os
bons hábitos de higiene oral desde
criança podem prevenir problemas
na idade adulta e o medo da cadeira
– “que muitas vezes é incutido em
casa” - vai sendo desmistificado.
Atualmente, com todo o progresso
técnico, podem realizar-se tratamentos completamente indolores,
“podemos até aplicar anestesia ao
paciente sem que ele sinta”
Vítor Correia já trabalhou na
Suécia e, até há pouco tempo, deslocava-se à sua terra natal, Açores,
para consultas quinzenais. Revela
iniciar em breve uma residência
clínica em cirurgia oral avançada, já
que na sua ótica “o futuro da Medicina Dentária passa pela formação
diferenciada e especializada”. |
Junho I 51
Portugal Inovador
Quem
“entra cliente
sai amigo”
Da Trofa para o resto do país, eis uma
referência na área da promoção imobiliária
que faz da qualidade e da transparência
valores fundamentais.
Em atividade desde a década
de 80, a Hernâni Gonçalves da
Cunha, Lda. cedo se afirmou como
uma mais-valia para o concelho da
Trofa. Nas palavras do arquiteto
Ricardo Azevedo, atual gerente,
Hernâni Gonçalves da Cunha foi
“uma figura que fez muito pela
terra”, tendo projetado alguns dos
espaços mais emblemáticos da
cidade, como “a sede dos bombeiros, a Igreja nova ou a APPACDM,
entre outras obras sociais”.
Foram empreendimentos como
estes que trouxeram à empresa
“uma função social” e uma “filosofia que se mantém até hoje”,
explica Ricardo Azevedo. “Estou
a realizar projetos para os filhos
dos clientes com os quais o meu tio
trabalhou”, acrescenta o gerente
e sobrinho de Hernâni Gonçalves
da Cunha, numa alusão à forma
como o negócio se mantém “de
geração em geração”. Aspeto que
pode ser interpretado como “um
voto de confiança” que persiste
há décadas, ou não fosse “entra
cliente, sai amigo” o lema da firma.
Conhecida também como Gabinete Técnico da Trofa, a Hernâni
52 I Junho
Gonçalves da Cunha, Lda. é uma
empresa que faz da elaboração
e concretização de projetos de
engenharia e arquitetura a sua
temática. A sua gama de serviços
estende-se também à promoção
imobiliária, bem como à venda e
aluguer de imóveis. Em termos
de target, as portas da empresa
estão abertas tanto para o setor
da indústria, como para projetos “a
nível particular”. Num caso ou noutro, existe um fator que persiste: a
preocupação com o rigor.
Relativamente a esse aspeto,
Ricardo Azevedo é perentório: “Temos que ser primorosos e apostar
na qualidade”. Rejeitados ficam,
por isso, “a filosofia do preço” e
o facilitismo, já que “o barato sai
sempre mais caro”. É o esforço
e esta ética que parecem marcar
a diferença. A prova está nos
“clientes institucionais que nos
continuam a contactar, porque
acreditam no nosso trabalho e
veem qualidade no que fazemos”,
refere. Mas se o rigor é um dos
pilares da Hernâni Gonçalves da
Cunha, Lda., outro está na transparência e na afeição pelo cliente.
Mais do que uma relação contratual, Ricardo Azevedo acredita
que a empresa estabelece uma
“obrigação moral” junto de quem
procura os seus serviços. Existe
uma “relação de amizade e de
preocupação” que é “importante”
e que leva à transparência. Um
exemplo: “Nós só desenhamos
os projetos em 3D”, o que corresponde a uma “mais-valia”. Afinal,
“o cliente não é obrigado a saber
ler projetos”, sendo responsabilidade da empresa “simplificar o
processo” e “dar-se a entender”,
garantindo que as expectativas
sejam satisfeitas.
Com trabalhos realizados “desde Valença até ao Algarve”, a
Hernâni Gonçalves da Cunha,
Lda. conta estender, nos próximos
anos, o seu target. Nos planos da
firma está a tentativa de avançar
com “apostas no ramo alimentar
e hoteleiro”. Tudo isto devido a
uma filosofia simples: “Considero
fundamental que as empresas
abram horizontes, senão o barco
afunda-se”. O futuro da empresa
adivinha-se, por isso, amplo e
dinâmico. |
Portugal Inovador
Pés cuidados: primeiro passo
para uma vida saudável
Se considera que os calos, as fissuras nos calcanhares ou as unhas encravadas não passam
de uma questão estética, desengane-se e descubra as maravilhas que a Podologia pode
fazer pelo seu bem-estar.
Situada no centro da Trofa, a My
Foot é liderada por Luísa Borges,
licenciada em Podologia, com pós
graduções realizadas na Universidad
Europea de Madrid e na Temple University em Philadelphia e Mestrado
em Podiatria Clínica. “Esta formação
contínua tem sido feito para estar a par
das últimas tecnologias e inovações na
área de Podologia de modo a prestar
um melhor tratamento, mais eficaz e
menos doloroso ao paciente”.
Cada vez mais conscientes da
importância destes cuidados, os portugueses recorrem com maior frequência
a clínicas da especialidade e Luísa
Borges atribui a responsabilidade “à
divulgação que tem havido por parte
da associação, aos rastreios que têm
sido desenvolvidos e ao acompanhamento em ações como a peregrinação
a Fátima”, garantindo que “agora as
pessoas já sabem a quem recorrer
para lhes tratar dos pés”.
Questionada acerca dos cuidados
básicos a ter com os membros inferiores, a especialista não hesita em dizer:
“Venham ao podologista e façam um
check up mesmo que, aparentemente,
não tenham nenhum problema”, e alerta para os cuidados diários a ter como
“cortar a unha de forma reta para não
encravar; nunca colocar cremes entre
os dedos, dado provocar humidade;
pelo contrário deve-se secar muito
bem entre os dedos; aplicar um creme
hidratante, principalmente entre as
mudanças de estação, porque a pele
seca bastante e abre fissuras; ter em
atenção as costuras das meias porque
podem causar feridas, e por fim, chegar a casa e tirar tanto as sapatilhas
como as meias para a pele respirar”.
Acrescem alguns cuidados se falarmos de diabéticos, que em Portugal
estima-se que existam cerca de um
milhão, pois uma das consequências
desta doença no pé caracteriza-se na
perda de sensibilidade e diminuição da
circulação sanguínea. Aqui, para além
de todos os outros cuidados, alerta-se
para que não se ande descalço, de
forma a evitar lesões e que se afaste de
lareiras ou outras fontes de calor. Relativamente à escolha do calçado, Luísa
Borges levanta o véu e desvenda-nos
alguns truques a ter em conta na
compra de calçado: “O momento mais
indicado para proceder à escolha do
calçado será ao final do dia, pois o pé
estará mais inchado. Contudo, o ideal
seria delimitar numa folha a forma do
pé e comparar ao calçado, algo que
ninguém põe em prática”, acrescenta
a podologista.
Quase a completar uma década
nas mãos de Luísa Borges, este centro
de tratamento dos pés tem outras terapias complementares que se têm revelado aliados de excelência para um
tratamento completo e eficaz. “Uma
das nossas valências é a Osteopatia,
assegurada pela especialista Natasha
Gomes. Aparecem muitos casos de
dismetria, que origina uma má postura,
e se a mesma já tiver longos anos,
necessito de reencaminhar para o osteopata para trabalhar a parte postural.
Não tenho na equipa um especialista
na vertente desportiva, mas aconselho
sempre o complemento com a prática
da atividade física”, explica Luísa
Borges que defende que estas áreas
devem andar de mãos dadas. |
Junho I 53
Portugal Inovador
Formação de cidadãos
e condutores
Profissionalismo e seriedade em ambiente dinâmico de ensino dos futuros condutores.
Para Clara Cardoso, com
anos de experiência no ramo,
mais do que regras de trânsito ,
o código da estrada “tem que ver
com civismo e responsabilidade”.
Exigente e determinada, a nossa
entrevistada sempre nutriu grande
gosto pelo ensino. Com carta de
condução tirada por força das circunstâncias, na altura de ser mãe,
acabou por ser convidada pelos
instrutores a trabalhar na escola
que frequentou, em Vila Nova de
Famalicão.
Aquando da liberalização do
ensino de condução, em 1998, e
com os licenciamentos por alvará
que se seguiram, acabou por ser
recrutada para dar aulas. “Na
altura os livros quase não tinham
imagens”, recorda. Assim que
conseguiu avançou para o curso
54 I Junho
de instrutora de condução, onde
lhe serviu a bagagem teórica que
tinha acumulado até então.
É em 2000, que a Máxima surge na Trofa numa parceria entre
dois sócios. Clara Cardoso, que
na altura trabalhava numa escola
de Santo Tirso, chega pouco depois com um colega à sociedade,
assumindo uma quota de 25%.
Demorou pouco – cerca de dois
anos - até que se tornasse a única
detentora da Máxima.
Ainda assim, a instrutora admite que a expansão da escola
para possíveis filiais não faz parte
do plano: “Patrão fora, feriado na
loja”, brinca. A sua personalidade
não lhe permite afastar-se de uma
gestão atenta, e apesar de ter
ansiado o curso de instrutora de
condução, prefere a sala de aulas.
A abordagem no ensino é familiar,
e o acompanhamento dos alunos
é próximo – há envolvimento e
convivência. Daí que a taxa de
sucesso em exame de código
ronde os 97%.
Com alunos não só da Trofa,
mas da Maia, Santo Tirso e Famalicão, as regras da Estrada
estendem-se a tenras idades e
a Máxima esteve envolvida em
ações de prevenção rodoviária
para os mais novos, em colaboração com entidades públicas locais
e nos quais se entregavam uma
espécie de cartas de condução
júnior como forma de reconhecimento.
Exigência e
Profissionalismo
Perante a ascenção de uma
concorrência low-cost, Clara
Cardoso releva a falta de controlo apertado nas políticas das
escolas. No que toca a preços e
práticas “tem de haver seriedade
e profissionalismo, não podemos
encarar isto apenas como um
negócio”.
A instrutora diz-se seriamente incomodada com a “falta de
respeito pelo código”. Admitindo
que uns anos depois se possam
esquecer um ou outro “detalhe do
livro” considera, no entanto, importante incutir nos alunos o princípio de que normas de condução
“mais do que leis, são deveres”. |
Portugal Inovador
Maquinaria à medida
das suas necessidades
Na nossa rota pela descoberta da realidade empresarial da Trofa, estivemos na zona
empresarial do Soeiro em conversa com o empresário Vítor Santos.
A Adjust Machines surgiu em
2003 por iniciativa de Vítor Santos. Com um bacharelato em Engenharia Eletrotécnica, na área
de Eletrónica de computadores, o
empresário sempre esteve ligado
ao setor da cablagem prestando
assistência em firmas do ramo.
Até à criação de um negócio
próprio foi um passo: “A pouco
e pouco foi surgindo a ideia de
não só fazer a assistência, mas
também construir equipamentos”
direcionados, essencialmente
para uma indústria de cabos elétricos, das cordas e dos tubos.
Os clientes chegam pela qualidade do trabalho apresentado,
pelo passa a palavra. “Temos
clientes na região da Trofa, outros
no Centro e Sul do país, e acabamos por exportar nomeadamente
para Marrocos”, afirma.
A colaboração com um parceiro espanhol que solicitou um
trabalho de maiores dimensões,
impulsionou, em 2012, a mudança de instalações para um pavilhão na zona industrial do Soeiro.
“A partir dessa mudança, começámos logo a realizar trabalhos
de dimensões superiores”, refere.
Presente no mercado para
atender às necessidades dos
clientes, o empresário denota
que a mais valia da sua equipa
centra-se na versatilidade. “Não
estamos a criar nada inovador,
mas temos uma vantagem em
relação aos nossos concorrentes,
que são essencialmente alemães,
a versatilidade, ou seja, enquanto
eles têm um modelo específico
que não alteram, nós temos a
capacidade de criar uma simbiose; de colocar dois modelos num
só”. Em parceira com o cliente, a
Adjust Machines analisa o equipamento e recolhe todas as informações que permitam colmatar
as necessidades existentes.
Após o primeiro contacto o
passo inicial passa por “sentar
com o cliente, ouvi-lo e perceber
o que ele considera que pode ser
melhorado, porque quem tem o
know-how é o cliente”, aponta.
Recentemente, a Adjust Machines tem colaborado bastante
com o setor da cordoaria, ainda
muito mecanizado. “Sempre
incentivamos a colocação de
componentes elétricas. Se inicialmente esta mudança causou
alguma dificuldade, dada a tradição e os hábitos de trabalho, hoje
a realidade evoluiu”.
Com uma equipa polivalente,
já muito requisitada para efetuar
trabalhos de assistência e manutenção, Vítor Santos é perentório
ao afirmar, “temos o cuidado de
fazer equipamentos que não
obriguem a muita manutenção”. |
Junho I 55
Portugal Inovador
Novos horizontes
no setor têxtil
Irmãos e sócios cresceram entre tecidos. Hoje, seguindo as pisadas da família levam os
têxteis da Trofa para o Mundo. Perto de cumprir uma década, a empresa tem agora casa nova.
“Quem pega numa peça de
roupa não faz ideia das voltas
que aquilo já deu”, introduz Patrícia Dias. Depois de terminar o
curso em Engenharia Têxtil na
Universidade Lusíada de Vila
Nova de Famalicão, a jovem
juntou-se ao pai, Carlos Dias, já
com experiência no ramo e decidido a montar negócio próprio,
na fundação da 6 Dias Têxteis
Internacionais, Lda.
Desde logo o crescimento do
projeto foi notório, e os coman56 I Junho
dos da empresa foram passando
de pai para filha. Quatro anos
depois, é a vez de Hélder Dias,
irmão de Patrícia e engenheiro
agrónomo de formação, juntar-se
à empresa da família. Assumindo
a parte logística e partilhando
sociedade com a irmã, Hélder
Dias revela que apesar de a
Agronomia ser uma paixão, o
facto de ter crescido “no meio
dos tecidos” fez com que aceitasse o desafio.
É a aposta no mercado in-
ternacional que tem valorizado
o trabalho da empresa. Com
cerca de 130 fornecedores, da
China à Bélgica, e a servir clientes de peso, com exportações
para países como Marrocos e
Tunísia, Patrícia Dias releva
que a diferenciação, no entanto,
é feita dentro de portas. Com
clientes nacionais, o material é
encaminhado para acabamentos, estamparias, sublimados
ou tinturarias em Portugal, ainda
que muitas vezes o destino final
seja a o estrangeiro.
Saliente-se que o mercado
português torna-se competitivo
no valor acrescentado que atribui
ao produto importado. A 6 Dias
tem por isso investido também
na confeção, em parceria com
agentes, levando ao cliente o
produto já finalizado. O que
começou há cerca de meio ano
com uma encomenda de três mil
peças, ascende agora a pedidos
de 50 mil, o que faz com que a
criação de um Departamento de
Confeção esteja nos planos futuros da empresa. “Temos vindo a
crescer com os nossos clientes.
O nosso serviço fala por nós”,
reforça Patrícia Dias. No que
toca ao diferencial da empresa,
Hélder Dias acrescenta que esta
ganha por ir “ao encontro do que
o cliente pretende”. A mais-valia
para o sucesso está em oferecer,
além do catálogo fixo, o trabalho
por encomenda a partir da especificidade do que cada cliente
pretende.
Com um crescimento que já
chegou a atingir os 50%, a empresa têxtil registou um aumento
de 30% dos lucros só no último
ano, e o trimestre que corre
Portugal Inovador
já se demarca positivamente.
Para dar resposta a todo este
fluxo e haver espaço para mais
crescimento, Patrícia e Hélder
mudaram recentemente de instalações. Com um novo visual e
uma organização bem estudada,
a 6 Dias Têxteis Internacionais
passa a ocupar 3 mil m 2 de um
edíficio recuperado de quatro
andares na rua André Resende,
Trofa.
Reconhecimento
Nada disto se faz sem uma
equipa unida, responsável e
coesa. A empresa, integrada na
AEBA – Associação Empresarial
do Baixo Ave, conta com 14 colaboradores. Desde o departamento
contabilidade, passando pelo
trabalho de armazém, logística e
setor comercial, os funcionários
chegam da Trofa, Santo Tirso e
Famalicão. A previsão é aumentar este número para cerca de
20 a curto médio prazo. Além
de prémios, presentes e festas
temáticas, e uma vez cumprido o
objetivo estabelecido, os funcionários têm prometido um cruzeiro
nos dez anos da empresa. Para os
dois irmãos, o “negócio faz-se das
pessoas, não só do produto”. Por
isso, fazem questão de frequentar
formações de gestão de recursos
humanos e feiras internacionais
com a equipa. Dentro do plano
está passar de visitante a expositor: “O objetivo agora é organizar
e potenciar a internacionalização
da 6 Dias, primeiro nos tecidos,
depois na confeção”. Numa prospeção de futuro está ainda a constituição de uma marca pópria, que
Patrícia deixa transmitir como um
sonho pessoal. |
Junho I 57
Portugal Inovador
Desfrute de momentos de
descanso e conforto à beira rio
O Hotel Ribeira foi fundando em 1916, comemorando em 2016 o centenário da sua fundação.
Situado na margem esquerda do Rio Vez, em plena zona histórica da Vila de Arcos de Valdevez,
encontramos um espaço totalmente remodelado que ostenta uma antiga e belíssima fachada.
Nuno Gonçalves está presente
na gestão desta unidade hoteleira de
referência do Minho e fez questão de
nos apresentar o espaço.
No Hotel Ribeira para além do
alojamento, o hóspede pode desfrutar
de um serviço de restauração “à carta”
com variadíssimos pratos regionais.
“A partir do verão, teremos um serviço
de bar e cafeteria na esplanada junto
ao rio”, revela o gestor. Aproveitando
as maravilhas da região os visitantes
podem também frequentar de um
conjunto de iniciativas que a unidade
sugere. “Temos um protocolo com
uma empresa de atividades turísticas
com uma oferta vasta que passa desde os passeios turísticos no Gerês, a
atividades no rio como a canoagem”,
salienta. Brevemente, no hotel, estará
disponível uma área dedicada exclusivamente às massagens terapêuticas
58 I Junho
e, na calha, está também a inclusão
de um espaço para tratamento estético e piscina interior.
O Hotel Ribeira dispõe de 37
quartos, dos quais sete são suites. Os
seus principais clientes são turistas,
havendo também uma margem de
empresários ou trabalhadores que se
deslocam até esta zona em trabalho.
“Este local é propício para uns dias de
descanso ou mesmo umas férias prolongadas”, sublinha Nuno Gonçalves.
Envolvência fascinante
Dada a sua localização e caráter
histórico, o Hotel Ribeira pretende
continuar a oferecer “um serviço distinto de charme com destaque para os
produtos regionais”, nomeadamente o
queijo de cabra, o cabrito, as laranjas
de Ermelo, o feijão terrestre, o pão-de-ló do Soajo e a broa de milho,
produtos de confeção local que fazem a diferença e “vendem” a marca
Minho. Saliente-se que o gerente,
Nuno Gonçalves, é fundador da AHET
MINHO - associação empresarial de
direito privado -, cujo objeto social se
centra no desenvolvimento, qualificação e promoção do Turismo do Minho.
A região está inserida na biosfera,
sendo, o Parque Nacional da Peneda-Gerês um exemplo considerado pela
UNESCO como Reserva Mundial da
Biosfera, onde se fazem caminhadas,
passeios equestres e todas as atividades relacionadas com a natureza. Os
rios Vez e Lima, “que são os rios menos poluídos da Europa”, propiciam a
descoberta de praias fluviais, dando
também lugar à prática desportiva
como a canoagem e polo aquático.
No centro de toda esta biodiversidade, cunho histórico e cultural
destaca-se o Hotel Ribeira. Estando
a comemorar 100 anos de existência,
Nuno Gonçalves perspetiva um bom
futuro para esta unidade hoteleira,
com crescente projeção, assentes
num crescimento sustentado. |
Portugal Inovador
Terapêutica
direcionada
Situada no Grande Porto, a Clipêutica é uma referência para
quem tem filhos com dificuldades no desenvolvimento ou
na aprendizagem e para todas as pessoas que encontram
obstáculos emocionais, comunicacionais ou motores.
Com uma vasta experiência no
mercado, a Clipêutica distingue-se por dar resposta a diversas
áreas do desenvolvimento pessoal,
nomeadamente: Psicopedagogia,
Psicologia, Terapia da Fala e terapia
Ocupacional, Pediatria, Pedopsiquiatria e Psiquiatria.
Em conversa com a revista
Portugal Inovador, a coordenadora
técnica professora doutora Maria
Amélia Dias-Martins salienta que “o
principal objetivo é a promoção do
sucesso pessoal de cada utente,
reforçando positivamente as necessidades do cada um, restabelecendo
e potenciando o seu normal desenvolvimento”.
Com sede na rua do Relógio (às
Antas – junto ao Hospital Conde
Ferreira), espera-o uma equipa que
possui uma relevante experiência
terapêutica e clínica. A sala de espera é muito acolhedora e os espaços
terapêuticos variados, confortáveis
e muito bem equipados com vista
a responder às necessidades de
cada caso.
A doutora Maria Amélia Dias-Martins salienta, entre muitos outros, o magnífico trabalho da equipa
ao nível da integração sensorial de
crianças com desenvolvimento e
especialização neurológica deficitária, a avaliação transdisciplinar, a
avaliação neuropsicológica das funções cognitivas de adultos séniores
e os bons resultados obtidos pela
neuropsicopedagogia em crianças,
adolescentes e adultos com dislexia.
Maria Amélia Dias Martins - psicopedagoga, doutorada em Ciências da Educação, pela Universidade do Porto e mestre em Educação
Especial, pela Universidade Técnica
de Lisboa - lidera esta equipa.
Na nossa entrevista, enquanto
hipnoterapeuta, destacou o seu
interesse pela sintomatologia da
Fibromialgia, sobre a qual tem intensificado a sua atenção ao nível da
hipnose clínica. Os variados sintomas, com causa desconhecida, capaz de provocar dores diversas e por
longos períodos de tempo (“fadiga,
distúrbios de sono, dores de cabeça
recorrente ou enxaqueca, síndrome
do intestino irritável, palpitações,
dificuldades de concentração, de
memória, depressão e ansiedade)
tem levado os investigadores a acreditar que a causa deste síndrome
se situa num descontrolo na forma
como o cérebro processa os sinais
de dor, explicou. “A Hipnose Clínica
é um forte coadjuvante no alívio da
dor e um admirável tratamento do
sofrimento emocional”, concluíu. |
Especialidades:
- Pediatria
- Psiquiatria e Pedopsiquiatria
-Medicina Interna
- Nutrição
- Psicologia
(individual, grupo e/ou familiar)
- Psicopedagogia
- Terapia da Fala
- Terapia Ocupacional
- Avaliação Holística do
Desenvolvimento da Criança
- Motricidade Oro-facial
(Eletromiografia)
Junho I 59
Portugal Inovador
“Marcamos a diferença”
Pedro Melo com marcada experiência na área de gestão de geladarias/creperias tomou a
iniciativa de, juntamente com a esposa, Ana Mesquita, desenvolver o projeto Crepe & Canela,
que decidiu instalar em Gondomar.
Chegar a esta creperia/geladaria é sinónimo de ser imediatamente
bem acolhido. Pedro Melo é um trabalhador incansável e de uma simpatia contagiante, completamente
dedicado ao bem-estar de todos os
que entram neste seu espaço. “Valorizamos muito o nosso cliente e o
resultado disso é que todos os dias
temos novos visitantes”, declara.
O primeiro momento quando
aqui se entra centra-se na prova de
sabores para a qual fomos convidados, algo que se faz aqui “desde o
dia de abertura”. É uma gama que,
neste momento, ultrapassa as 30
variedades de sabores de gelado,
das mais tradicionais às mais inovadoras e exóticas. Destacam-se
os sabores de papaia, de romã, red
bull ou limoncello.
De referir ainda a diversidade
60 I Junho
na oferta de crepes e waffles trabalhados com uma boa dose de
criatividade, reforçando assim a
aposta em produtos ainda pouco
experienciados pelos portugueses.
Neste momento, o Crepe & Canela tem capacidade para acolher
60 pessoas, um grande salto face
às condições com que iniciou. A
abertura, em 1 de dezembro de
2012, deu-se com um espaço para
seis mesas mas, ao fim de dez
meses, o fluxo de novos clientes
obrigou ao alargamento. Anexou-se
o espaço ao lado, adaptado para
uma sala ampla, confortável e perfeita para grupos. “Olhamos para
aquela sala como um êxito pessoal
nosso”, refere o responsável.
Êxito é, de facto, o termo que
resume o balanço que pode ser feito. Como já nos disse, Pedro Melo
fica a conhecer novos visitantes
todos os dias, entre os quais pais
que aqui chegam por sugestão dos
filhos, ou públicos não tão próximos
de Gondomar quanto isso, como
são os casos dos clientes que chegam da Maia ou até de Marco de
Canaveses.
Ainda assim, o nosso entrevistado considera que o seu projeto
“não é melhor, mas sim apenas
diferente”, e o que faz a diferença
é, justamente, essa simpática dedicação ao cliente. “Estamos sempre
presentes e damos o litro para que
o cliente seja bem tratado. Estou
sempre aqui para qualquer dúvida
que ele tenha e tenho sempre a
preocupação em fazer com que
seja surpreendido pela positiva”,
explica. A ajudar estão também,
naturalmente, os restantes elementos da equipa, que Pedro Melo
considera serem “bons alunos, que
entendem a mística do espaço e
que vestem a camisola”. |
Portugal Inovador
44 anos acarinhados com visão
Na voz de Ana Trabulo acompanhamos uma história vincada pelo sucesso e profissionalismo.
Seguindo o seu olhar, temos agora oportunidade de conhecer como a Fernando Oculista
nasceu, evoluiu e criou o seu próprio rumo ao longo dos seus 44 anos de vida.
É no Largo de Santa Cruz, em
Braga, que a nossa entrevistada
recorda as raízes da casa: “Outrora
situada na Rua do Souto (nº 23), foi
fundada pelo meu pai em 21 de março
de 1971. A minha paixão pela ótica já
em pequena se manifestava, embora
o meu percurso profissional não se
tenha pautado pelo ramo. Nos momentos em que o meu pai precisava de
ajuda, ou quando ele estava de férias,
marcava uma presença assídua, e a
ligação estabelecida com os clientes
demonstrava já nessa época a afeição
que tinha pela área”.
A ausência da figura paterna (2003)
fez com que o espaço fosse deslocalizado para o lugar onde atualmente
se apresenta. “Foi um caminho difícil,
o meu pai era um bom técnico, uma
referência de honestidade e rigor, e
agora acredito que o nome dele transmita ainda mais esses valores. Quando
tomei o domínio completo da gestão da
ótica as pessoas poderiam pensar que
não me guiaria pelos mesmos princípios, mas consegui de facto manter o
mesmo caminho”, aviva.
O conceito preenchido pela inovação afirma um serviço que se destaca pela diferenciação e dedicação,
relevando em todos os instantes que
a tradição se pode preservar sem
que nunca veja enfraquecido o seu
condão. Reinventar é por isso o verbo
que impera. “Nunca quis criar a minha
identidade, quero que o cunho do meu
pai esteja sempre presente”, traduz.
Sob esta visão nascem novas conceções, aproximando o cliente de marcas
como a LGR, Paul Smith e Massada
(exclusivas da ótica). “O caminho mais
lógico a tomar é essa diferenciação,
sem nunca negligenciarmos o cariz
clínico forte que sempre tivemos, porque nas óticas não é só a componente
estética que importa, os óculos são um
complemento médico”, assevera.
É na perspetiva de progresso que
a busca pela aprendizagem contínua
se revela uma prioridade para a profissional. Neste momento a frequentar a
licenciatura em Optometria e Ciências
da Visão, tem ao seu lado um optometrista, “uma referência da Universidade
do Minho”, e uma colaboradora. O
saber que não se esgota no papel tem
aqui uma aplicabilidade vanguardista.
Criou, nesse âmbito, um gabinete
com vista a ampliar as competências
clínicas e a assegurar um bem estar
cada vez maior na saúde visual dos
seus pacientes.
Essa evolução faz com que o ramo
da ótica em Portugal e a Fernando
Oculista, em específico, se expanda a
novos projetos e possibilidades. Quando questionada sobre as perspetivas
desse futuro próximo, Ana Trabulo
avança com verdade, sem revelar por
inteiro: “É crescer! Mas fica assim no
ar. Não quero ficar por aqui”.
(Ana Trabulo está a usar óculos
L.G.R). |
Junho I 61
Portugal Inovador
Crescer na
interdisciplinariedade
Mário Alves fala-nos sobre os sonhos e ambições que foram
enriquecendo o seu currículo pessoal e profissional. São
valores como a transparência, a proximidade, a disponibilidade
e a comunicação entre as diferentes áreas do conhecimento
que vêm caracterizar o espaço Yang Therapy, localizado no
centro da cidade de Braga.
Em 1979, despertado pela curiosidade das artes marciais, o nosso
interlocutor começou por se aproximar e seguir de perto os mestres
que mais admirava. Essa vontade
aliada à aposta contínua na formação fez com que, em 1987, ficasse
a lecionar na Academia de TaeKwonDo. Uma vez aí, sentiu-se impulsionado a realizar os tratamentos
dos seus alunos quando detetava
lesões. “Iniciei nessa escola a minha
aprendizagem da técnica de manipulação, Digitopuntura, Acupuntura
e Quiroprática”, conta. Movido a
aperfeiçoar essa prática fora atingindo ao longo do tempo níveis
superiores de aprendizagem.
A transmissão de saberes que
nunca se esgotam e a incansável
busca pelo conhecimento tornam-o conhecido em áreas distintas.
Atualmente o seu trabalho versátil
expande-se pelas especialidades:
Digitopuntura, Acupuntura, Quiroprática, Osteopatia – Terapia
Sacro Craniana, Libertação Soato
Emocional, Terapia Visceral, Terapias Dermato-Funcional, Terapia
Neuro-focal, Massagem Linfática,
Massagem Terapêutica, Neuro-osteoterapia, Mesoterapia, Homeopuntura, Equilíbrio Neuro-muscular,
62 I Junho
Stone, Spa, Acupuntura Biodinâmica, entre outras.
Em prol do bem estar e saúde
do próximo aplica toda a sabedoria
que os seus mestres lhe concederam, nunca descurando a evolução
dos tempos. “Foi uma caminhada
até aqui chegar. Descobri durante
esse percurso diferentes práticas
acolhidas noutros países. Essa
forma de estar, de pensar e reagir
perante uma situação, estimulam-nos a explorar outras visões. A
comunicação que existe entre mim,
o paciente e a patologia permite-me estar atento e disponível aos
pormenores que poderão acelerar
a eficácia do processo da cura.
Temos várias técnicas que nos dão
oportunidade de concretizar coisas
muito interessantes”, analisa.
Essa multiplicidade não se vendo
restrita apenas ao público bracarense expande-se a pessoas de outras
cidades de Portugal, e não só. As
suas valências diferenciadoras são
assim conhecidas na Yang Therapy,
Clinae e APVG Associação de Veteranos de Guerra, em Braga; Azclínic,
em Guimarãe; Clínica Dentária Dra
Sandra Dantas na Trofa; Natucare
em Famalicão; More Clinic em Felgueiras; Clibastos, em Celorico de
Bastos; Espaço Daiki, em Esposende; Hotel la Paloma, em Pontevedra
Espanha.
No futuro o olhar plural continuará a acompanhar esse saber fazer.
“Poder perceber os outros, poder
questionar e desenvolver um trabalho de sinergias, de experiências
e ação” leva-o a progredir numa
direção próspera. |
Portugal Inovador
Medicina
mais próxima da comunidade
A saúde oral influencia o bem-estar e a qualidade de vida de uma população. Junto de Ana
Rita Ribeiro, em Vila de Prado (Braga), fomos descobrir novas estratégias de intervenção
numa área tão polivalente como a Medicina Dentária.
Os seis anos de formação na
Universidade do Porto permitiram à
nossa interlocutora adquirir bases
sólidas para a partir daí gerar e despertar novas visões. “Foi em 2008
que eu e o meu marido, Francisco
Neto, decidimos criar a Dentiprado.
Ambos formados na mesma área,
tivemos oportunidade de crescer
em conjunto ao longo destes anos.
Neste momento, contamos com uma
equipa multidisciplinar para desenvolver o projeto”, conta.
Os profissionais consideram a
existência de uma procura crescente pelas especialidades e nesse
âmbito o espaço abrange todas
as valências da Medicina Dentária
Generalista, bem como as especialidades de Ortodontia e Implantologia. O corpo clínico, constituído por
cinco médicos dentistas, colabora
nas diferentes áreas de formação,
dando resposta às necessidades
individuais de cada paciente. “O
nosso objetivo é proporcionar a todos os que nos procuram técnicas,
materiais e equipamentos cada vez
mais sofisticados”, salienta.
Responsabilidade
social
Atingindo diferentes camadas
sociais e faixas etárias o médico
dentista assume um papel importante no desenvolvimento de uma
cultura de saúde oral. Os métodos
de trabalho aplicados na realidade
regional da Dentiprado motivam a
aprendizagem de conhecimentos.
“Tive o prazer de me reunir com
colegas que partilham os mesmos
valores que eu. A honestidade, a
seriedade e o cuidado que temos ao
investir na nossa formação são elementos essenciais para proporcionarmos o melhor atendimento aos
nossos pacientes, um atendimento
que deverá ser acessível a todos”,
assevera.
No âmbito da prevenção e tratamento de doenças orais têm sido
desenhadas estratégias de intervenção. “O cheque-dentista tem sido
uma boa aposta. A iniciativa gera
uma maior e melhor comunicação
entre dentistas e centros de saúde,
e a população beneficia desse fator”,
acrescenta.
Investir e crescer
O aperfeiçoamento de técnicas
e materiais permite a realização de
tratamentos cada vez mais eficazes. Ana Rita Ribeiro acompanha a
evolução de perto e observa como
essa amplitude do campo teórico e
prático da medicina se estende à
população portuguesa. “Tem sido
um progresso positivo porque traz
uma oferta muito rica de clínicas
e médicos dentistas a que outrora
as pessoas não tinham acesso”,
manifesta.
Doravante, a profissional espera
poder continuar a proporcionar o
melhor da Medicina Dentária ao
seu paciente. Como objetivo a mais
curto procurará integrar uma nova
imagem no espaço físico, e marcar
presença nas redes sociais. |
Junho I 63
Portugal Inovador
Serviço à comunidade
A Farmácia de S. José, localizada na Avenida da República, na Póvoa de Lanhoso, abriu a
8 de Julho de 2010.
A Farmácia S. José em quatro
anos de existência tem alargado os
seus horizontes à vista de todos.
Rosa Maria Costa, diretora técnica
desta farmácia, tem a seu encargo
uma equipa qualificada e multidisciplinar, que faz com que esta farmácia
se destaque neste concelho.
A Farmácia S. José tem na sua
essência uma forte missão social
enquanto unidade de saúde, orientando a sua razão para a prevalência
da ideia de promoção de saúde e
não tanto para a mera dispensa
de medicamentos. Hoje em dia é
prestado um serviço diferenciado
e altamente especializado, voltado
para a comunidade com o intuito de
contribuir para a melhoria da saúde
e bem-estar da população. A reforçar
a sua responsabilidade social pode-se enunciar o facto de assegurar a
continuidade terapêutica dos seus
doentes quando estes não dispõe de
64 I Junho
consulta médica e prescrição, participar na recolha de medicamentos
fora de uso, trabalhar em parceria
com outros profissionais de saúde/
estética, participar em rastreios gratuitos junto da comunidade, entrega
gratuita de medicamentos ao domicílio, realização de workshops sobre
várias temáticas.
Na Farmácia S. José, todos os
colaboradores estão vocacionados
e orientados para melhor servir os
utentes, através de uma ampla oferta
de produtos, serviços e informações,
com vista a um atendimento de excelência. Uma equipa, com uma forte
componente técnica e humana do
quadro de Farmacêuticos e Técnicos
de Farmácia, a disponibilidade da
mais avançada tecnologia ao serviço
das farmácias e a concepção de uma
organização especialmente pensada
para melhor servir, caracterizam a
Farmácia S. José, como unidade
privada que pretende assumir um
lugar de destaque na promoção da
saúde e bem-estar. O atendimento
personalizado e a informação aos
utentes são os pontos-chave dos
serviços prestados nesta farmácia.
Destaques
Um dos projetos que a Farmácia
apostou, foi na criação de um departamento dedicado exclusivamente à
dermocosmética, no qual constam
profissionais qualificados para o efeito, com formação nesta área e com
a tecnologia necessária para fazer o
melhor aconselhamento. Todos podem usufruir deste serviço e receber
um diagnóstico personalizado.
A Farmácia S. José disponibiliza
em gabinete de atendimento personalizado a consulta farmacêutica,
Portugal Inovador
Serviços Farmacêuticos:
em que o farmacêutico a pedido do
utente ou seu representante, aconselha um tratamento farmacológico
(MNSRM) ou não farmacológico
para um determinado sintoma ou
problema; outro contributo que a
Farmácia S. José oferece à população para obtenção de resultados
positivos ao nível da saúde, é o
seguimento farmacoterapêutico, que
consiste na avaliação da medicação
do utente e racionalização do uso
da mesma.
A Farmácia S. José prima pela
preocupação para com os seus
utentes, para isso disponibiliza um
serviço de preparação de medicamentos manipulados.|
Entrega de Medicamentos ao
Domicílio
Determinação de Parâmetros
Bioquímicos
Medição da Tensão Arterial
Rastreios Mensais
Teste de Gravidez
Peso e altura do bebé e criança
Peso, Altura, IMC, IMG
Cuidados Primários
Espaço Animal
Realização de Manipulados
Consulta de Nutrição e Dietética
Consultas de Podologia
Puericultura, Geriatria e Fitoterapia
Diagnóstico Anti-Aging e Tricologia
Aconselhamento Dermofarmacêutico e cosmético
Administração de Vacinas e Medicamentos
Consulta/Aconselhamento Farmacêutico
Recolha de Medicamentos usados
(Valormed)
Junho I 65
Portugal Inovador
Vanguarda na Medicina
Veterinária
O Hospital Veterinário da Mata de Stª Iria, localizado na Mugideira, concelho de Torres
Vedras, é um projeto arrojado que eleva a oferta de cuidados de saúde animal em Portugal.
2013 abrimos as portas e em 2015,
veremos concluídas as obras com
o início em pleno das valências para
equinos e grandes animais”.
Diferenciação Positiva
Por detrás de um projeto inovador
está um conjunto de profissionais,
altamente qualificado, liderado pelo
médico veterinário Filipe Pereira. Em
conversa com a revista Portugal Inovador o impulsionador é-nos revelado
o trajeto que conduziu à concretização
deste centro com características ímpares a nível nacional.
Filipe Pereira licenciou-se na
Universidade Vasco da Gama em
Coimbra, tendo estagiado em Saúde
Pública Veterinária. Posteriormente,
esteve um ano em estágio no Porto,
no Hospital Veterinário Francisco
Correia Cardoso, “um local que me
abriu portas, e permitiu crescer profissionalmente em todas as áreas”,
revela. Após o término desse estágio,
regressou a Torres Vedras onde realizou alguns trabalhos de substituição
na região, caminho que o levou à
abertura de uma clínica. Durante
cinco anos, liderou esse projeto, que
apresentou um crescimento constante, permitindo-lhe encarar novos
desafios. Assim sendo, em 2011 é
lançada a primeira pedra daquele que
viria a ser inaugurado, a 5 de agosto
de 2013, o Hospital Veterinário da
Mata de Stª Iria.
66 I Junho
Tendo vindo a apostar constantemente na formação, o profissional
privilegia a aprendizagem in loco,
através do contacto com colegas no
estrangeiro. “Muito para além das
formações no exterior, considero
mais benéfico assistir à prática, por
isso tenho mantido o contacto com
diferentes realidades no Brasil, em
Inglaterra ou na Bélgica onde faço
formação com colegas”, descreve.
2015 pode ser considerado “o
completar de um ciclo”, dado que
serão concluídas as obras do espaço. “O projeto arrancou em 2011, em
Minuciosamente enquadrado,
num amplo espaço verde, encontrámos o Hospital Veterinário da Mata
de Stª Iria. As características do
edíficio, pensado ao pormenor, e a
sua envolvência, proporcionam uma
experiência enriquecedora a todos os
visitantes. “Tivemos a preocupação de
criar um bom espaço exterior onde
os animais pudessem passear com
os donos, permitindo que a vinda ao
hospital não fosse stressante”, ressalva Filipe Pereira. Sendo um estabelecimento hospitalar, aqui o serviço é
prestado 24h por dia, acompanhado
por uma equipa de profissionais
“estável e devidamente direcionada”,
como nos conta. “Considero que
um hospital deve oferecer todas as
valências para exóticos, pequenos
e grandes animais. De momento,
estamos a receber alguns animais
geriátricos, fazendo um trabalho de
tonificação muscular que lhes confira
maior estabilidade, mais locomoção e
melhor qualidade de vida”.
Portugal Inovador
Com alas separadas para cães
e os gatos - tanto na sala de espera,
como consultórios e internamento -,
o bem estar do animal foi pensado
ao pormenor. “Criámos 11 boxes
designadas por ‘hospedagem’, para
animais que estão em recuperação
e que não necessitam de cuidados
médico veterinários. O seu bem estar
não seria o melhor se estivessem em
regime de internamento. Temos mais
sete suites com acesso a um pátio
exterior para animais em regime de
internamento”.
Na vertente de pequenos animais
(cães e gatos), grandes animais e exóticos, o núcleo clínico está apto para
acolher qualquer situação, “à exceção
de cirurgia em Neurologia e Oftalmologia, que referenciamos para colegas
especialistas”. A primeira abordagem
é sempre feita pelo Hospital que reencaminha os casos que necessitem de
uma análise especializada.
Todas as semanas são apresentados em reunião os casos mais críticos,
num espaço pensado para usufruto
interno, mas aberto à comunidade
médico veterinária. “Esta sala pretende ser a imagem da clínica para
o exterior. Pensamos acolher duas
formações anuais com figuras de
peso internacional. Queremos que
todos os nossos colegas possam
aproveitar o local para debater e
frequentar sessões de formação na
área”. Recentemente, foi realizada
a primeira formação na vertente de
Ecografia.
Equinos
Em agosto vai ter lugar a abertura
do piso inferior, totalmente dedicado
aos equinos e outros animais de
grande porte. Equipado com a mais
moderna tecnologia - sala de cirurgia,
sala de tratamento com ponto de con-
tenção para grandes animais -, inclui
cinco boxes (quatro de internamento,
uma das quais infetocontagiosa; e
uma quinta para indução). Um espaço
pensado, principalmente, para subalugar a uma equipa de profissionais
especializada na área.
Análise do setor
Com uma qualidade de serviço
que surpreende, Filipe Pereira ressalva que o espaço está aberto a todos
os amigos dos animais. “O animal
é um membro da família e o nosso
cliente tem que gostar do seu animal
e cuidar dele. Considero que essa
predisposição não tem que ver com
uma questão económica, mas sim
cultural. O veterinário tem que incutir
nos seus clientes uma sensibilidade
pedagógica e cívica. Se analisarmos
a realidade inglesa atual - com os melhores cuidados de saúde da Europa
-, esta é totalmente distinta dá que se
verificava há cinco décadas. Considero que, não num futuro muito próximo,
conseguiremos lá chegar. Talvez as
gerações mais novas impulsionem
essa nova mentalidade”,
Questionámos: Considera que
medidas legislativas e fiscais viriam
facilitar esta mudança de mentalidade? “Era importante conseguirmos
a descida do IVA nos atos médicos;
mas crucial era a entrada dos gastos
com os cuidados de saúde animal
como despesa em sede de IRS, pois
impulsionaria os clientes a pedirem
fatura. O trabalho das associações,
das farmácias e das clínicas deve
ser complementar, não concorrencial.
Tenho uma relação muito positiva com
as associações da região e penso
que em todo o país estas situações
tendem a ser uniformizadas e regularizadas. Qual a razão para focar
atenções na atuação das associações
e até das farmácias quando dentro
do próprio setor existem clínicas que
se auto-intitulam de low-cost? O que
são cuidados de saúde low-cost?”,
levanta.
Em final de conversa Filipe Pereira
opina que Portugal não está preparado para enveredar pelas especialidades médico veterinárias. “Não
podemos intitular um profissional de
especialista por ter, por exemplo, dez
anos de experiência numa área. Para
se chegar a especialista tem que se
despender muito tempo, passar por
um internato. Penso que o caminhar
para um Colégio de Especialidades
em Portugal vai demorar entre 10 a
15 anos. Talvez possamos começar
a pensar nessa possibilidade a partir
do momento que as condições económicas em Portugal melhorem. Temos
portugueses de excelência a trabalhar
no estrangeiro, a especializarem-se
e, com certeza, perante melhores
condições no país natal, retornam”. |
Junho I 67
Portugal Inovador
Pelo conforto
do seu animal
A Clínica Veterinária Arricom (Centro ANICOM), localizada em Rio Maior, oferece um conjunto
amplo de serviços veterinários. Para além das consultas de Medicina Geral, dispõe também
de serviço de cirurgia, internamento, tosquia e urgências 24 horas.
Pedro Carreira, licenciado pela
Universidade de Trás-os-Montes e
Alto Douro (UTAD), exerce clínica de
pequenos animais em Rio Maior desde 1999. A partir de 2004, na Clínica
Veterinária Arricom tem manifestando
maior interesse pela cirurgia. Patrícia
Belo é o outro rosto por detrás da
Arricom. Licenciada pela UTAD, desde 2009 exerce clínica de pequenos
animais. As áreas pelas quais mais
se interessa são Medicina Interna e
de animais exóticos.
Feita a apresentação dos responsáveis técnicos passemos a descrever o espaço: A Clínica Veterinária
Arricom oferece-lhe vários serviços na
área clínica que visam proporcionar
ao seu animal de estimação uma vida
confortável, com qualidade e saúde,
respeitando padrões de elevada competência nas técnicas aplicadas pelos
seus profissionais de saúde.
68 I Junho
As valências que disponibilizam
passam pela vacinação, Medicina
Interna, Nutrição, Neonatologia, Geriatria, Parasitologia, Inseminação
Artificial, Ecografia, Análises Clínica,
Cirurgia Geral, dispondo também de
serviço de internamento – geral ou
pós-operatório – separado para cães
e gatos, com todas as comodidades
e conforto que o seu animal merece,
passando também pela realização
de tosquias.
Cuidados com os
animais
“No Ribatejo, à semelhança de
todo o país, o cuidado animal em relação aos parasitas externos é muito
maior nesta altura do ano. Nesse
panorama, atendemos a dois tipos de
situações: uma em que o proprietário
se preocupa e faz a prevenção, com
pipetas, coleiras ou comprimidos; e
a outra em que o animal nos chega
debilitado, facto que impulsiona os
donos a procurarem ajuda”.
Esta é uma zona que se tornou endémica de leishmaniose - uma doença
cujos casos têm vindo a aumentar
– daí ser fundamental o trabalho
com a comunidade, tendo em vista a
consciencialização da população para
a prevenção. Outro flagelo retratado
centra-se no abandono animal que
potencia a propagação de doenças.
Realidade que carece atenção quer
pelos órgãos administrativos locais
como dos habitantes da região.
Outro ponto de preocupação de
Pedro Carreira e de Patrícia Belo
prende-se com as más práticas
existentes que prejudicam de grave
maneira a saúde dos animais. “As
pessoas conseguem adquirir com
uma facilidade tremenda, antibióticos,
quer injetáveis como de administração
oral, e ainda vacinas em outros espaços de saúde. Surgiram já casos de
donos que adquiriram vacinas e que
nos procuram para informação de administração das mesmas. Estas práticas potenciam ocorrências graves,
casos de animais que nos surgem
doentes, não pela causa, mas pela
reação a medicamentos impróprios”,
finalizam os clínicos. |
Portugal Inovador
O melhor cuidado para
o seu melhor amigo
O Centro Veterinário Senhora de Belém, situado em Pombal, a cargo de Cristina Dias e de
Isabel Parreiral, está desde março de 2007 preparado para o servir a si e ao seu animal de
estimação.
quem a procura, daí que em junho
se mudem para novas instalações.
Aqui pretendem continuar a prestar
serviços de qualidade, prometendo
acompanhar sempre os avanços na
medicina veterinária.
Problemáticas
Dispõe de serviços de medicina
interna ,cirurgia, radiologia ,analises
clínicas, domicílios, serviço de urgência
e tosquia.
É com empenho e dedicação que
atendem diariamente cães e gatos,
havendo também espaço para acolher animais como coelhos, hamsters,
porquinhos da Índia e muitos outros.
Em conversa com a nossa publicação, estas profissionais reconhecem a
crescente importância que os animais
de estimação desempenham na vida
dos seus proprietários e comprometem-se a oferecer o que de mais moderno existe na Medicina Veterinária
para lhes dar uma vida cômoda e
feliz. “A honestidade e a amizade são
valores que nos distinguem, o que faz
com que pensemos no Centro Veteri-
nário não apenas como um negócio,
mas como um projeto que está a ser
amadurecido com amor e carinho e, os
clientes gostam desta nossa maneira
de trabalhar”, referem as proprietárias.
Nomeadamente, em Pombal a
experiência diz-lhes que a população
tem tido mais cuidados com os seus
animais. Isabel Parreiral e Cristina
Dias notam uma boa evolução desde
há oito anos, mas esta tarefa só foi
bem-sucedida devido ao trabalho de
consciencialização desenvolvido junto
da população. Porém detetam ainda
uma forte prevalência da problemática
do abandono animal, “principalmente
em época de férias”, salienta Isabel
Parreiral.
Juntas desde 2007, esta equipa
espera oferecer sempre o melhor para
Analisando de forma crítica o estado da Veterinária em Portugal, as
nossas entrevistadas ¬- exercendo
a prática de uma Medicina de clínica
geral -, assumem a necessidade de
o setor se especializar, de modo a
que casos mais específicos possam
ser direcionadas para profissionais
mais habilitados e vocacionados em
determinada área. No sentido desta
evolução, é com desconforto que
analisam casos de proprietários que
optam por recorrer a profissionais de
farmácia para obterem um diagnóstico
e medicação para os seus animais. “Os
farmacêuticos durante a sua formação
têm apenas uma disciplina que aborda
a área da Medicina Veterinária, sendo
que essa, por vezes, é semestral ou
opcional, dependendo da universidade, o que não fundamenta que possam
prescrever medicamentos ou injetáveis
sem a receita assinada por um médico
veterinário”, objeta Cristina Dias.
Finalizando a nossa visita, fica o
desejo: “Temos em vista, para um futuro próximo, contratar mais um médico
veterinário para nos ajudar a responder
às necessidades dos amigos de quatro
patas”, finaliza Isabel Parreiral. |
Junho I 69
Portugal Inovador
Por uma saúde
consciente e coletiva
Sensível à transformação de conjeturas, Nuno Soriano tem vindo a acompanhar ao longo
do seu percurso profissional a evolução no mundo da Medicina Veterinária. O crescimento
positivo acrescenta hoje valor ao seu compromisso e enriquecimento às suas valências.
No início da nossa conversa, o profissional começa por
observar os avanços e recuos
que a classe médico veterinária
teve no decurso do tempo. “Findei o meu curso em 2001, e as
mudanças que ocorreram desde
essa época têm sido enormes.
Abriram muitos hospitais e clínicas que trouxeram consigo
flexibilidade e novos serviços”,
sumariza.
Sob esse pensamento otimista a conquista de oportunidades
e o empenho por uma formação
detalhada destacam efetivamente o seu lugar, porém o nosso
entrevistado não poderia deixar
de apontar algumas questões
relevantes sobre o contexto
económico que a sociedade por-
70 I Junho
tuguesa tem vindo a atravessar.
“Apesar de existir uma maior
consciência por parte do público em geral sobre o bem-estar
animal, a instabilidade gerada
fez com que muitas famílias restringissem os seus custos, dado
que é uma despesa que tem o
seu peso no orçamento familiar.
A dedução desse encargo em
sede de IRS poderia trazer benefícios”, elucida.
AMAPET
Nuno Soriano descobrindo o
potencial no concelho de Loures
resolveu em 2001 criar e seguir
um novo caminho. “Já me tinha
iniciado na Medicina Veterinária
em Coimbra, mas posteriormente
vim para Lisboa e recomecei.
Todos os anos, temos crescido e
nunca pensei que pudesse crescer tanto em tão pouco tempo”,
conta.
Hoje no seu espaço podemos
encontrar todas as valências que
conduzem o profissionalismo das
boas práticas (Raio X, Ecografias, Análises Clínicas, Cirurgia
Ortopédica, Ooftalmologia, serviço de urgência 24 horas por dia).
A proximidade com que toda a
equipa acompanha os cuidados
de saúde (alimentação, higiene,
beleza e estado emocional) leva
a que os laços de comunicação
se interliguem cada vez mais
numa col aboração i nterna e
externa. “Se eu não conseguir
resolver um caso clínico vou
encaminhar o meu cliente para
o especialista que melhor souber
atuar. O cliente vai sentir-se mais
confortável, porque o facto de
nós estarmos a recomendar não
significa que deixemos de segui-lo”, esclarece. É através da
disponibilidade dessa aprendizagem e partilha de conhecimentos
que a relação entre o médico,
o cliente e, primordialmente, o
animal se pode sincronizar para,
a partir daí, crescer vantajosamente.
Como mensagem final o nosso interlocutor não poderia deixar
de apontar para os reais perigos
que as zoonoses representam
para a saúde pública. Destacando o caso da leishmaniose que
tem vindo a crescer; alerta para
a importância do conhecimento
da doença, as suas causas e
sintomas, e a necessidade da
prevenção. |
Portugal Inovador
A formação é o primeiro
passo para a evolução
Em Salvaterra de Magos, encontrámos uma realidade similar a outras zonas do país. No
entanto, a estratégia utilizada para ultrapassá-la tem na Vetmagos uma ação proativa e de
intervenção direta na comunidade..
Patrícia Gomes atende, há 14
anos, às necessidades da população
de Salvaterra de Magos. Ao longo do
tempo foi investindo em formação e
nas condições físicas para acolher
e tratar eficazmente os animais de
estimação que lhe chegam.
A seu ver a base para a evolução
da Medicina Veterinária e dos cuidados
a ter com a saúde animal passam,
indubitavelmente, pela formação quer
no tratamento direto do animal quer
em termos de saúde pública. “Deteto
a falta de consciência para a real proliferação dos parasitas, expostos nos
dejetos animais que os donos deixam
na rua; nas pulgas e carraças… As
pessoas têm vindo a mudar de hábitos,
já estão conscientes da necessidade
da desparasitação, por exemplo, mas
muitos optam por seguir outras práticas
e, em caso de necessidade, muitos
animais só nos chegam em estado
crítico. Em 10 consultas/dia, quatro
clientes já procuraram informação
na farmácia, e muito provavelmente
outras tantos passaram por lá sem
procurarem a opinião especializada”.
Muitos são também os exemplos de
animais abandonados em início de
época de férias ou, em caso de gravidez no seio familiar.
Medidas de incentivo fiscal como a
redução do IVA nos atos médicos seria
um impulso à mudança. “Era crucial
que os donos, para além de sentirem
que os animais são parte da família,
tivessem a oportunidade de incluir as
despesas em sede de IRS”, reforça.
Outras estratégias como a punição dos
donos negligentes são apoiadas por
Patrícia Gomes, porém a profissional
alerta que “muito mais que apontar o
dedo aos farmacêuticos, exigir bene-
fícios fiscais ou penalizar, é preciso
ensinar boas práticas de profilaxia”.
Nesse sentido, a Vetmagos iniciou já
um projeto que pretende percorrer as
escolas do concelho explicando aos
alunos os cuidados básicos a ter com
os animais.
Com vista à evolução da veterinária
em Portugal, assume: “À semelhança
da Medicina Humana devemos iniciar
a especialização. Não podemos querer clientes exigentes e não ter mais
para oferecer”. Porém, à luz da atual
situação do país, alerta que “nas atuais
circunstâncias, esta mudança não
é viável”. A evolução comporta uma
subida de preços, dada a necessidade
de formação, material tecnológico para
diagnóstico e tratamento; “com essa
subida é fundamental que as despesas sejam incorporadas na rúbrica de
despesas familiares”.
Para compensar esta falta de
capacidade financeira, é essencial a
existência de uma boa plataforma de
seguros de saúde. Nesse sentido, a
Vetmagos criou um protocolo de saúde
que permite aos clientes aceder a determinados serviços com alguma margem de desconto. “É muito frustrante
querer fazer, ter os meios necessários
para isso, mas não ter o aval dos donos
para avançar, por falta de condições
económicas”, ressalva.
Proativa e exigente, o sonho de
Patrícia Gomes não passa por criar um
Hospital Veterinário, antes oferecer tratamentos especializados, aproveitando
a localização estratégica no âmbito
nacional. “Num país tão pequeno faz
sentido centralizar serviços e apostar
na excelência”. Projetos, por exemplo,
no âmbito das células estaminais, válvulas cardíacas, iodo radioativo para os
gatos estão em mente. “O meu projeto
passa por equilibrar a situação atual
para depois avançar”. |
Junho I 71
Portugal Inovador
Três décadas ao serviço do
comércio automóvel
Foi em 1985 que Florentino Reis criou a Tinocar. O que começou por ser um pequeno stand
com dois colaboradores, é hoje uma estrutura cimentada de 25 funcionários e oficina de
assistência técnica.
Américo Coelho, atual responsável administrativo do stand,
revela que Florentino Reis “é
o grande cérebro da empresa.
Começou por vender algumas
viaturas, mas em pouco tempo
montou um pequeno stand, e
desde então a Tinocar tem aumentado muito em termos de
estrutura”.
Tendo iniciado o projeto por
conta próprio, Florentino Reis
contratou um vendedor, depois
um mecânico, depois outro vendedor, e Américo Coelho chega
à empresa em 1989, numa altura
em que o stand assumia uma
dimensão considerável, e necessitava de um reforço na parte
administrativa. Um dos primeiros
passos foi a agilização do processo direto de financiamento,
que ainda hoje é tratado pela
empresa.
Em 2007 a Tinocar abre portas à face da Estrada Nacional
1, também em São João de Ver,
72 I Junho
onde tinha sede. Apesar de ter
tido outras sucursais, com um
posto de venda também em
Lourosa, a aposta acabou por
incidir na centralização dos serviços em São João de Ver. “Nos
outros stands estavam apenas
vendedores. Qualquer questão
de financiamento e afins obrigava o deslocamento do cliente,
então acabamos por sentir que
a melhor solução era a concentração dos serviços, por forma
a dar uma resposta rápida às
solicitações dos clientes”.
De financiamentos à assistência, a Tinocar apoia o cliente
em todo o processo de aquisição
e manutenção de viaturas. Com
oficina própria, aposta atualmente numa campanha de 36
meses gratuitos de assistência
após a compra. “No início era
para ser um mês, mas é uma
promoção que já dura há meio
ano e que pretendemos manter”,
confessa Américo Coelho, atento
à necessidade de criar valor de
diferenciação no mercado.
“Foi uma forma que encontramos para fidelizar o cliente.
Pela garantia, pela assistência e
pela rapidez. Aqui podemos fazer
financiamentos no momento, e
garantir a entrega do carro no
próprio dia”, reforça. O cliente
da Tinocar fica salvaguardado
neste acompanhamento. Desde
chapeiro e pintura à revisão dos
Portugal Inovador
carros, “aqui o cliente trata de
tudo”, salienta Américo Coelho.
Parceiros de
confiança
Apesar da localização atual
constituir um ponto estratégico,
este é um stand que, devido a
obras de construção de ponte
de auto estrada, ficou forçado
a operar numa rua sem saída,
altura em que, segundo Américo
Coelho, “as vendas não baixaram, e isso deu-nos mais força”.
Referência na zona, a preocupação da empresa é para com os
interesses do cliente, em pilares
de credibilidade e garantia de
qualidade.
“Os clientes começam a dar
valor ao serviço e a não comprar o
carro a quem não conhece. Aqui,
o cliente está seguro”. Com a venda ilegal ainda patente no mercado, Américo Coelho considera
que “ a venda de beira de estrada
torna-se uma concorrência desleal”, uma vez que para o stand,
a obrigatoriedade da venda com
garantia dos veículos aumenta o
seu custo, para o empresário a
regra “devia ser igual para todos.”
Com o número de vendas a
rondar os cinquenta veículos por
mês, o investimento da Tinocar
recai essencialmente nos carros
seminovos. A aposta justifica-se pela segurança no que toca
à proveniência do veículo e da
garantia de qualidade dos carros.
Apesar de dispor também de
veículos mais antigos, a preços
competitivos, quando existem
retomas sem certeza de origem
ou quilometragem, por exemplo,
os veículos são vendidos para comércio, através de leiloeiras. Só
vendem os carros que oferecem
garantia de qualidade. É pelos
mesmos motivos que a casa não
trabalha com carros importados.
“Se o carro tiver os km correspondentes e pagar os impostos
corretamente, o preço não varia
muito do que se pratica cá. Se for
uma grande diferença, alguma
coisa está mal”.
Formalizada a obrigatoriedade de pagamento de SCUTS e
do IUC, independentemente da
circulação ou não das viaturas,
o stand, como outros do ramo,
deparou-se com problemas de
coimas e penhoras impostos pelo
incumprimento pelos quais muitas
vezes os clientes não são responsáveis. “Carros revendidos,
alguns em leilão, carros que já
foram para a sucata ou casos em
que da compra à legalização, os
anteriores donos se aproveitam
da situação”, esclarece o gerente
da Tinocar, resultam em avultadas penalizações, “às vezes
superiores ao próprio valor do
carro”, adianta. Esta é uma empresa que se responsabiliza pela
cobertura de todos estes problemas. Para Américo Coelho, “é um
absurdo o cliente ser prejudicado.
Muitos não têm capacidade para
pagar”. É assim que a empresa se
demarca positivamente, criando
uma relação de confiança com
o seu público, mantendo uma
longevidade no negócio que fala
por si. |
Junho I 73
Portugal Inovador
União e rigor dizem “presente”
na Manamor
Localizada em Criaz – Apúlia, a Manamor é uma empresa têxtil, que apesar de trabalhar
essencialmente com empresas de referência das redondezas, já se tornou uma referência.
“A especialização
desta empresa
não se debruça
na tecnologia,
mas na minúcia e
na qualidade dos
produtos para um
cliente e um mercado
extremamente
exigentes”.
Num momento em que a falta
de mão de obra qualificada na
indústria têxtil e do vestuário se
revela uma preocupação nacional,
eis que na Apúlia há quem consiga
fazer face a este problema. A empresa denomina-se Manamor, é
de caracter familiar, mas consegue
ser escolha de eleição de marcas
internacionais.
Visitámos a unidade fabril onde
o amontoado de tecidos dá um colorido ao cenário. As colaboradoras
muito concentradas e o barulho das
máquinas faz com que nos deixemos fascinar pela dedicação diária
desta entidade, que conta já com
20 anos de existência. Na linha da
74 I Junho
frente, Manuel Rolo Moreira a par
da sua esposa, irmãs e filha, lideram com o máximo profissionalismo
uma empresa constituída por nove
pessoas. O gerente salienta que as
transformações no setor têxtil são
imensas, essencialmente no que
diz respeito ao avanço tecnológico, algo que não os afeta já que “a
especialização desta empresa não
se debruça na tecnologia, mas na
minúcia e na qualidade dos produtos para um cliente e um mercado
extremamente exigentes”.
Nesta empresa a variedade de
produtos é enorme, “desde roupa
interior, a vestuário casual, fazemos de tudo um pouco”, explica
o sócio que revela que a empresa
está aberta a todo o tipo de encomendas.
O investimento acontece sempre que existe necessidade para
tal, e aqui tanto falamos no aumento
de pessoal como na aquisição de
máquinas com algum avanço tecnológico. Apesar de consciente da
instabilidade dos tempos atuais,
Manuel Rolo Moreira, otimista por
natureza, é um dos muitos portugueses que afirma que já existem
alguns indicadores que apontam
para uma melhoria no mercado
nacional e confidencia: “Nós é que
vamos construindo o futuro, não se
pode baixar os braços”.
Para o futuro, Manuel Rolo Moreira confidencia que gostava que a
empresa tivesse umas instalações
maiores e renovadas, mas que
nenhum passo será dado em vão. |
Portugal Inovador
“Pensar num dente como
numa casa”
Para Cristina Pais, médica dentista “as pessoas têm de pensar num dente como se fosse
uma casa – com alicerces. Se o alicerce estiver contaminado, é um problema”. Cuidados de
prevenção e bons hábitos alimentares são a base de uma boa saúde oral.
“Não se intervém
só para tratar, mas
também para proteger,
e isso passa por
uma mudança de
mentalidades”.
É em Belinho – Esposende, que
Cristina Pais exerce a profissão
com a qual sonhava já nos tempos
do ensino básico. A trabalhar na
terra natal, a dentista diz “ter ficado
sempre pela zona Norte”. O curso
foi tirado no Porto e a especialização que se seguiu também.
Depois de concluída a
formação de Medicina Dentária
em 1993, foi na função burocrática
de conseguir um documento para
ingressar na Ordem que fez uma
paragem para deixar um currículo.
Na altura, a Clínica pertencia a uma
colega de profissão, que detinha
uma outra na Póvoa do Varzim. Foi
aí que trabalhou cerca de dez anos,
adquirindo experiência e formando
saber próprio. A oportunidade surgiu quando a chefe decidiu vender
a Clínica de Esposende e investir
numa outra zona.
Cristina Pais encarou o desafio
e assumiu a hoje Clínica Médico-Dentária Cristina Pais. Com uma
equipa de três colaboradores no espaço, e demais colegas a prestarem
serviços pontuais de especialidade
como Ortodontia, Implantologia e
Odontopediatria, o trabalho centra-se na educação dos pacientes e
reabilitação da saúde oral quando
perdida. Está prevista ainda para
este ano a chegada de uma segunda cadeira, com a estruturação
de uma nova sala de consultas
plenamente equipada.
Esta foi uma aposta em regime
pendente nos últimos três anos,
tendo a Clínica sentido os efeitos
da emigração. “Esta é uma zona
que perdeu parte da sua população
mais jovem”, admite a dentista. No
contexto socioeconómico atual do
país, “há muita gente sem acesso
ao dentista”, acrescenta. Os motivos, no entanto, podem também
derivar de hábitos e educação no
âmbito da saúde oral. A operar com
cheques dentista, a médica defende
que se está a fazer um “bom trabalho, mas muitos não chegam a ser
usados.”
“Não se intervém só para tratar,
mas também para proteger, e isso
passa por uma mudança de mentalidades”, defende Cristina Pais.
Aos poucos, torna-se maior a sensibilização por parte da população
com a saúde dentária, e por isso o
plano da Clínica é, antes de mais,
“solidificar-se e aumentar o leque
de pacientes”. |
Junho I 75
Portugal Inovador
Visão e atitude profissionais
Cláudia Cardoso Carneiro, Técnica Oficial de Contas (TOC), é uma apaixonada pela área
que representa.
Detém um carácter de princípios
e valores, transmitidos pelos pais,
e desde cedo, ajudou o pai no gabinete de contabilidade, uma das
referências e figuras importante
no seu desenvolvimento pessoal,
profissional e empresarial, e apoiada pelo marido, ao longo dos 12
anos de existência da empresa.
Exigente, assume uma ética e confidencialidade à prova de qualquer
desafio: “Nunca se fala em nomes
de clientes”. Este rigor aplicado
no trabalho estende-se também
ao acompanhamento dos clientes
com os quais mantém um contacto
permanente, informando-os através
de circulares externas das altera-
76 I Junho
ções a nível legislativo. “Faço tudo
para que tenham a garantia de um
serviço personalizado e eficiente.
Estes devem estar mentalizados e
preparados perante as exigências
contabilísticas e fiscais, que têm
que ser cumpridas. A lei exige o
planeamento contabilistico e fiscal
de atuação para a empresa, no qual
podemos objetivamente planear
a gestão da mesma ao longo do
ano, havendo contudo limites de
atuação. E esses limites, nunca são
transgredidos”.
Os serviços prestados pelo gabinete passam pela Contabilidade,
Consultoria, Gestão e Assessoria.
Mas a assessoria encontra aqui
uma abrangência muito alargada,
“sempre com muita qualidade e
preocupação pelos parceiros”. Nesta interação a nossa entrevistada,
sem estar diariamente presente
nas empresas, acaba por ser parte
integrante das suas equipas: “Tenho que estar a par de todas as
situações para que não ocorram
problemas”.
Novo paradigma
Considerando que a Ordem dos
Técnicos Oficiais de Contas tem
feito um trabalho de dignificação da
classe perante o mercado, Cláudia
Cardoso Carneiro deteta que a
nova geração de empresários está
mais consciente da importância dos
TOC no acompanhamento efetivo
de um projeto. “Quando surge um
potencial cliente com uma ideia,
a minha função passa por fazer
a avaliação do tema e informá-lo
dos requisitos necessários e responsabilidades perante o sistema
português. Ele tem que sair daqui
com um retrato da realidade. Tenho
clientes que apresentam ideias muito boas, mas que depois desistem.
Porquê? Porque percebem que há
exigências legais necessárias para
avançar, que os mesmos ainda não
adquiriram.” Existe uma panóplia de
apoios e incentivos, como Portugal
2020, sendo que o empresário
necessita sempre de fazer um
investimento prévio para se poder
candidatar. O empresário tem de
ter a capacidade para adiantar o
investimento. Muitas vezes surgem
ideias brilhantes, mas falha essa
questão”.
Cláudia Cardoso Carneiro afirma que “tem que haver maior humanização e colaboração por parte
de todas as entidades estatais, no
sentido de educar os contribuintes.
O dever também passaria pelo Estado em não penalizar inicialmente,
mas educar e ajudar a cumprir”.
No futuro, prevê a valorização
da função dos TOC. “Devemos
avaliar a nossa posição, analisar as
alterações que vão surgir, porque a
contabilidade, vai sofrer transformações”, antevê. “Mas temos outras
valências que terão de ser exploradas. Penso que melhores dias
virão; cometemos erros durante
muitos anos, espero que tenhamos
aprendido com eles”. |
Portugal Inovador
Contabilidade na linha da frente
Quer no setor da Contabilidade, quer na área dos seguros ou na arquitetura, o futuro da
Agência Continental parece tão risonho como o seu presente.
Foi “há cerca de 45 anos” que
a Agência Continental abriu as
portas, em Paços de Ferreira. Na
sua génese, a empresa era constituída apenas por três elementos,
tal como recorda o atual gerente,
Zeferino Barbosa. Hoje, porém,
trabalham nas suas instalações
“cerca de 70 profissionais”, prova
de um percurso longo que fez da
Agência Continental não apenas
uma referência no ramo da Contabilidade, como também uma
das empresas nacionais de maior
dimensão a operar no setor.
Hoje, todavia, a atividade
da Agência Continental não se
circunscreve à consultoria ou à
certeza de que sejam cumpridas
as obrigações legais e fiscais dos
seus clientes. Nas valências do
Grupo, englobam-se ainda a área
dos seguros e a elaboração de
projetos de arquitetura. A explica-
ção para este leque de serviços?
“Tivemos de aumentar as nossas
valências, porque a contabilidade
não bastava e somos, também,
uma empresa que procura olhar
sempre em frente”, explica Zeferino Barbosa.
O resultado? “Temos vindo
a crescer sustentadamente e,
felizmente, todos os anos temos
aumentado os nossos postos de
trabalho”, refere o gerente. Um
número que cresce e que gera,
por seu turno, novos frutos, já que
se traduz “em mais sustentabilidade para dar um melhor serviço
aos clientes”, à medida que o
amadurecimento da empresa o
permite.
São desenvolvimentos como
este que se tornam bem-vindos
numa altura em que o rigor exigido aos profissionais da contabilidade pressupõe esforços adicio-
nais. “A legislação está sempre a
mudar”, lamenta Zeferino Barbosa, pelo que todos os funcionários
da empresa recebem formação
“semanalmente”, de modo a
manter intacta a qualidade do
seu trabalho. “Se não estivermos
atentos, ficamos desatualizados”,
vaticina. “E um escritório como o
nosso não pode”.
Mas nem tudo é negativo num
panorama como o atual. Um aspeto que, na ótica do nosso entrevistado, evoluiu favoravelmente
está na “mentalidade” da “nova
geração” de empresários. “Hoje
as pessoas já fazem contas, assim como um planeamento para
saber se a sua empresa poderá
evoluir ou não”, explica o gerente.
“Somos muito consultados para
este tipo de serviço e damos, dentro das possibilidades, os nossos
melhores contributos”. Tudo isto
em prol de um futuro melhor.
E é também quando se pensa
no porvir que a Agência Continental volta a dar provas de
se encontrar na linha da frente.
“Somos muito bem referenciados
no mercado” e o nosso objetivo
é “manter a qualidade e o pessoal que temos atualmente”,
refere. Isto, claro, “procurando
sempre pela melhor tecnologia
de trabalho e mais conhecimentos”. Significa isto que o futuro
da Agência Continental assenta
numa linha de continuidade, que
é como quem diz numa linha de
referência. |
Junho I 77
Portugal Inovador
Contabilidade,
Fiscalidade e Seguros
Sediado na Vila de Cucujães, Manuel Almeida falou sobre a sua atividade enquanto TOC,
função que exerce de modo individual desde 1986, aquando da entrada em vigor do IVA.
Enveredou por esta área por
acaso, quando se propôs a fazer
“os lançamentos contabilísticos da
empresa onde trabalhava como
escriturário”. “Em 1989, com a
entrada do IRS especializei-me
um pouco mais em fiscalidade”,
recorda.
O nosso entrevistado assume o seu fascínio pela área da
fiscalidade, considerando que
“as reformas do IRS e do IRC
foram, de um modo geral, boas”.
“São reformas positivas, mas não
deixam de exigir uma constante
atualização e pesquisa através
da internet, documentação, frequência de formações”. Torna-se inglória, “no sentido em que
por vezes, somos confrontados
78 I Junho
com informações que demos aos
clientes e depois deixam de fazer
sentido”. Estes são na sua grande
maioria do concelho de Oliveira de
Azeméis e concelhos limítrofes e
pertencem a diversas áreas de atividade, o que exige um profundo
conhecimento das especificidades
de cada setor, sendo empresas
ou trabalhadores independentes.
“Por exemplo, um freelancer
trabalha a recibos verdes, por
isso tenho que me especializar
na questão dos independentes,
saber o que é dedutível em cada
área em termos de IRS e de IVA”.
Comentando que “a questão das
deduções não se alterou muito”,
deteta a grande reviravolta verificada no âmbito das tributações
autónomas, “algo que atinge fortemente as empresas”. Estas alterações têm obrigado à mudança de
mentalidade dos empresários que,
hoje em dia, estão mais sensibilizados para recorrer a um TOC solicitando, por exemplo, ajuda para
a elaboração de um planeamento
fiscal e respetiva orçamentação a
curto/médio prazo.
A informação começa a chegar
aos empresários, “estão mais
atentos, ouvem as notícias, e sabem que o fisco está a ser cada
vez mais incisivo. Quando estamos a processar uma declaração
do IVA, a Autoridade Tributária já
tem conhecimento do valor a pagar, dado que, com a obrigação de
comunicação de faturas, a AT tem
desde logo na sua posse os dados
para o cálculo do valor do IVA”.
Seguros
Desde 2008, Manuel Almeida
trabalha com o filho, Antonino
Almeida, encarregue de desenvolver a vertente de seguros,
complementando as valências de
contabilidade e fiscalidade desde
sempre presentes na empresa.
“Atualmente, trabalhamos com a
Lusitânia, esta é uma área que
pode claramente crescer, pois
atende aos interesses de um
número crescente de clientes”,
conclui. |
Portugal Inovador
Contabilidade e Fiscalidade,
áreas complementares
O início da A. Maia, Contabilistas, Lda. data de 1984. Esta é uma empresa familiar que
disponibiliza serviços de contabilidade com sede em São João da Madeira..
Uma equipa coesa e estável
presta acompanhamento a uma
carteira de clientes 95% empresariais, localizados na região do
Grande Porto e, pontualmente, no
Centro e Sul do país. André Maia
faz-se acompanhar pelo pai, Benjamim Maia, fundador do gabinete,
e por uma equipa de colaboradores
com um vasto know-how e com
largos anos de casa.
Com 20 anos de atividade, André Maia considera que o setor tem
sido alvo de grandes alterações,
como foi o caso da introdução da
internet, “que veio agilizar todos
os processos, em todos os setores de atividade, embora neste
em particular tenha aumentado
a carga de trabalho”, considera.
“Se anteriormente as declarações
eram preenchidas por nós, ma-
nualmente, e depois entregues nas
Finanças, hoje a classe, e inclusive
o contribuinte, têm que preencher
a declaração de IRS, fazendo o
trabalho da administração fiscal”,
aponta o nosso entrevistado. Estes
procedimentos “acabam de certa
forma por não ser compensados,
embora a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas esteja a trabalhar
na credibilização da imagem dos
TOC junto da opinião pública”.
Relação tripartida
Mentalidade, “é uma questão
de mudança de mentalidade”,
salienta André Maia no que concerne à relação tripartida entre
contribuinte, TOC e Autoridade
Tributária. “Ainda há muitos empresários que encaram o contabilista
como um agente do fisco e não
como um parceiro na gestão da
empresa”. O profissional deteta a
permanência de uma mentalidade
“pouco preocupada” em fazer um
planeamento fiscal e económico
na condução de um projeto empresarial. Mas, “ressalvo aqui uma
situação”, adianta: “Os nossos governos têm tido muita culpa. Desde
finais da década de 80, aquando
da entrada em vigor dos Códigos
de IVA e IRS, que considero não
existir uma harmonização fiscal, o
que dificulta a criação e gestão de
empresas. Devemos ser dos países onde há mais códigos fiscais.
Isto é completamente descabido”.
Toda esta reforma do sistema
fiscal tem trazido implicações diretas e objetivas ao funcionamento
dos gabinetes de contabilidade: “É
humanamente impossível estudar
e acompanhar a constante atualização da legislação, falar com o
cliente - que apesar de tudo, ainda
nos vai vendo como um confidente
-, e por fim realizar todo o trabalho
de contabilidade operacional (já
para não falar da vida particular)”,
salienta.
“O acompanhamento personalizado, realizado por uma equipa
coesa e estável é, em meios mais
pequenos uma mais valia”, prova
disso é a fidelização de alguns
clientes da A. Maia que lhe confiam
a contabilidade das suas empresas
há perto de três décadas. |
Junho I 79
Portugal Inovador
80 I Junho
Portugal Inovador
35 anos
de experiência no mercado
A ASO conta com uma experiência de 35 anos. Há 25 presente no mercado sob a designação
de ASO Lda. enfrenta hoje novos desafios. Alberto Oliveira, o fundador deste projeto, este
à conversa com a nossa publicação.
“Estou no setor há
cerca de 30 anos, a
sede em Fiães, apesar
de ter dimensões
mais reduzidas tem a
capacidade de fidelizar
clientes há décadas.
Porquê? Devido
à personalização
e dedicação que
aplicamos em todos os
contactos”.
Com sede em Fiães, a ASO Lda.
empresa tem portas abertas ao público há 15 anos na filial instalada em
Espinho. “Inaugurámos recentemente
uma nova localização da loja, numa
zona central da cidade”, revela Alberto
Oliveira, o empresário por detrás deste
projeto. “O mercado de Espinho é
muito competitivo, por isso decidimos
dar este passo”, continua.
A empresa atua no setor da comercialização de materiais de construção,
nos últimos anos redirecionada para
a venda ao cliente particular. “Estes
últimos sete anos foram terríveis para
o setor da construção, muitas empresas declararam falência e a nossa
proteção, enquanto fornecedores, foi
nula. Os meus grandes clientes quase
deixaram de existir e tive que me dirigir
para outro nicho de mercado”, explica.
Mais próximo da região do Grande
Porto, o empresário mantém a aposta
na oferta de uma vasta panóplia de
materiais que lhe permitem ser o parceiro ideal no âmbito da reabilitação
urbana. “Tentamos alargar ao máximo
a nossa oferta num leque de produtos
complementares, multimarcas, com
primazia para o produto nacional. Temos empresas tão competitivos como
as internacionais. Se no passado, comprávamos muito no mercado espanhol,
devido à então avançada qualidade
dos materiais, hoje temos produtos tão
bons ou melhores”, assevera.
A ampla loja de Espinho vai permitir
cativar novos clientes que podem contar com um atendimento personalizado
e rigoroso. “Estou no setor há cerca
de 30 anos, a sede em Fiães, apesar
de ter dimensões mais reduzidas tem
a capacidade de fidelizar clientes há
décadas. Porquê? Devido à personalização e dedicação que aplicamos
em todos os contactos. O atendimento
aqui é fundamental: o saber receber, o
saber estar no mercado de uma forma
isenta, sem problemas. Isso dá-nos
toda a segurança, sendo uma garantia
para o consumidor final que escolhe
a nossa casa para comprar os seus
materiais de construção”.
Se mesmo perante as adversidades a aposta da ASO Lda. assentou na apresentação de novos materiais e soluções, Alberto Oliveira
mantém o espírito empreendedor,
esperando novas oportunidades de
negócio no futuro. |
Junho I 81
Portugal Inovador
Deliciosas especialidades em
casa antiga
Esta história remonta à década de sessenta, e ao nascimento de uma pastelaria pela mão
de Manuel Ferreira: a Pastelaria Pã Pã. Aí trabalhava o nosso interlocutor, já conhecido nas
redondezas como senhor João da Pã Pã.
Seguindo as pisadas do mentor desta
casa que integrou a equipa na administração, João Alves fundou mais
tarde a “Casa dos Folhadinhos” em
sociedade com funcionários, entre os
quais o próprio pasteleiro.
Dedicada aos folhadinhos de Fão,
um doce folhado com recheio de chila
ou ovos moles, polvilhado de açúcar,
esta casa soma perto de duas décadas, e é como uma irmã mais nova
da Pã Pã. Com uma das duas filhas a
integrar a gerência da casa, João Alves
confia no futuro, e declara: “Parece que
vai haver seguimento”. |
João Alves inicia-se na pastelaria
local aos 12 anos, chega a gerente aos
14 e é hoje proprietário de duas casas
de referência em Esposende.
Fundada em 1966, por Manuel
Ferreira, a Confeitaria Pã Pã surge
em sociedade com seis funcionários
da casa, a quem o proprietário atribui
quotas minoritárias. João Alves estava
na altura a prestar serviço militar em
Angola, mas encontrou lugar na gerência assim que voltou, adquirindo a
um dos sócios a sua parte.
Foi já na década de ’80 que João
Alves adquiriu a quota maioritária de
Manuel Ferreira, que nem por isso se
desligou da Pã Pã: “Sempre aceitei os
conselhos dele, sempre me ajudou, era
uma ligação quase familiar”, revela o
atual proprietário. Desde logo o inves-
82 I Junho
timento se voltou para o fabrico próprio,
e se constituiu uma marca forte.
Na altura, a Pã Pã funcionava das
8h da manhã até às 4h da madrugada,
e os turistas enchiam a esplanada. “Os
tempos eram outros. Hoje é bastante
difícil aguentar uma casa, mas sempre
conseguimos”, revela João Alves. A
verdade é que hoje ninguém passa por
Fão sem provar as Clarinhas, os Folhadinhos ou as mais recentes Brisas
d’Ofir. “Tenho uma equipa muito boa”,
afirma o vimaranense de origem, não
descurando o contributo dos colaboradores, alguns com 40 anos de serviço
na Pã Pã.
Já o pasteleiro, artesão destas
delícias, está na casa há cerca de 30
anos. “Aprendeu aqui. Não gostava
das mesas, foi para a fábrica, e ficou”.
Portugal Inovador
Junho I 83
Portugal Inovador
84 I Junho